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Em comparação à exposição visitada ânteriormente (Viva a República), acabámos por encontrar um conte-
údo e aspecto mais soft e muito menos vasto. Tipograficamente a informação é muito bem disposta e orga-
nizada. É apresentada em leves caixas de texto que contêm apenas a informação essencial ao público. Existe
uma boa quantidade de imagens desde obras originais, fotos de obras a imagens de autores. Os vídeos dão
um toque extra e complementam a exposição. Mais uma vez, a cor predominante é o vermelho, a cor da re-
volta, da revolução, da mudança. Os objectos e obras expostas (embora muitos deles reproduções ou fotos
dos originais) formam um vasto conjunto, desde livros de autores como Alves Redol e Manuel da Fonseca a
manuscritos e textos riscados e cortados pela própria mão da censura.
Sendo eu um orgulhoso Lagóia (Portalegrense), tenho de realçar a exposição “Tapeçaria de Portalegre”. Para
minha grande surpresa três das valiosas peças são neo-realistas, de autores como Júlio Pomar, Lima de Freitas
e Rogério Ribeiro. Tanto estes autores como outros posteriores, viram a tapeçaria como um meio à dispo-
sição da pintura, uma arte que ultrapassa até a da tela. Já fora deste movimento podemos encontrar tapeça-
rias de grandes nomes como Viera da Silva e Manuel Cargaleiro. “Tapeçaria de Portalegre” é sem dúvida um
grande complemento para quem vai ao encontro da exposição “Batalha contra o Conteúdo”. Partilhando a
mesma origem que as tapeçarias, envolvido pelo neo-realismo e pela saudade, por breves momentos, eu pude
mesmo sentir que estava em casa.
Faculdade de Belas Artes // Design de Comunicação II // ano lectivo 2010/11 // Francisco Meireles Ladeira // 4978 F