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Como o próprio nome sugere, o Neoconcretismo foi um novo olhar sobre as obras de arte, fazendo
duras críticas ao Movimento Concretista de São Paulo.
Seja nas artes plásticas, nas esculturas, performances ou literatura, o Neoconcretismo criticava o movimento
paulista e defendia o subjetivismo da arte, ou seja, também não concordava com o racionalismo e nem com
o cientificismo.
Também conhecido como Movimento Neoconcreto, as ideias tiveram como grande influenciador o filósofo
francês Merleau-Ponty (1908-1961) e foi inaugurado em 1959, no Rio de Janeiro.
Entre os brasileiros, houve vários artistas que aderiram ao movimento, em especial o poeta maranhense
Ferreira Gullar e a artista plástica mineira Lygia Clark.
Foi um momento de enxergar as obras pela intuição, pela expressão cósmica orgânica, batendo de frente com
a geometria atribuída aos engenheiros e físicos.
O Neoconcretismo propôs um olhar que transcendesse as obras, indo ao encontro da sensibilidade dos
artistas. Foi uma forma de exprimir a complexa realidade do homem moderno dentro da linguagem
estrutural da nova plástica.
(Foto: Reprodução)
Diferença entre Concretismo e Neoconcretismo
As diferenças já começam no surgimento de cada movimento. O Concretismo começou em 1950, em São
Paulo, tendo influências do suíço Max Bill (1908-1994) e do russo Vladimir Maiakovski (1893-1930).
Já o Neoconcretismo começou no Rio de Janeiro, em 1959, sob influência de um filósofo francês, fazendo
uma reação ao Concretismo.
Enquanto o movimento paulista incentivava a precisão nas formas dos desenhos, com a utilização do
Cubismo e defesa da racionalidade, da lógica e do cientificismo, a ala carioca criticava a tendência quadrada
e dogmática.
Por isso, o Neoconcretismo defendia que o racionalismo roubava a qualidade das obras de arte,
afastando o olhar frio como se as produções fossem meras máquinas.
As lideranças também se divergiam entre ambos os movimentos. Em São Paulo, tinha como fortes nomes os
poetas Augusto e Haroldo de Campos, além de Décio Pignatari.
Já no Rio, o poeta maranhense Ferreira Gullar e a artista plástica mineira Lygia Clark eram os principais
influenciadores dos adeptos. Inclusive, foi Gullar o autor do Manifesto Neoconcreto, como explicaremos a
seguir.
Manifesto Neoconcreto
Redigido pelo poeta Ferreira Gullar, o Manifesto Neoconcreto foi uma maneira de explicar à sociedade
no que consistia o Movimento, inclusive para atrair mais adeptos da nova tendência na arte brasileira.
Divulgado na edição do dia 23 de março de 1959 do Jornal do Brasil, o Manifesto foi lido primeiramente na I
Exposição de Arte Neoconcreta do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, devidamente aprovado por
seus idealizadores.
Entre os seus trechos, ficam evidentes as fortes oposições ao Concretismo, tais como a descrita logo no
primeiro parágrafo do Manifesto:
E continua:
Foi um momento significativo das artes, considerado um divisor de águas, impondo um verdadeiro choque
entre São Paulo e Rio de Janeiro no quesito de produções como esculturas, poesias etc.
Assim, houve inúmeras características que vale a pena você se atentar para saber o que estudar para mandar
bem no Enem, tais como:
Arte neoconcreta
A arte neoconcreta trouxe uma renovação ao que se conhecia como linguagem geométrica,
apresentando obras com cores mais vibrantes e com traços que evidenciavam o sentimento dos artistas.
Podemos citar as esculturas de Amílcar de Castro, com forte apelo emocional em materiais rígidos como o
ferro.
O artista Hélio Oiticica também inovou e fez sucesso com as séries dos Bilaterais e Relevos Espaciais.
A obra Trepantes, de Lygia Clark, fez com que as formas conquistassem o espaço, rompendo distâncias e
aproximando os espectadores da produção artística.
Dessa maneira, a arte neoconcreta foi decisiva para ampliar as reflexõese fazer com que o público
interagisse com as obras.
Poesia neoconcreta
A poesia do Neoconcretismo foi de vanguarda, libertária e contribuiu para o surgimento de novas
produções com um viés mais solto e coloquial, tal como a que se segue de autoria de Ferreira Gullar:
Mar Azul
mar azul
Obras do Neoconcretismo
Inúmeras obras marcaram o período em que o Neoconcretismo vigorou, muitas influenciando o
desenvolvimento do Brasil.
Inclusive, tanto o movimento quanto o Concretismo foram fundamentais para a construção de Brasília em
apenas cinco anos, renovando as esperanças do país. Veja algumas obras de destaque:
Neoconcretismo no Brasil
Apesar de ter durado até meados da década de 60, as influências do Neoconcretismo foram importantíssimas
para a arte brasileira.
Foi um momento de apresentar novos caminhos ao geometrismo que surgia, trazendo mais criatividade às
produções artísticas e contribuindo para uma reflexão bem intuitiva por parte do público.
Assim, houve uma efervescência nas produções, com fortes influências nas áreas de arquitetura, design, artes
plásticas, literatura e artes visuais, ou seja, trouxe novos olhares para despertar o segmento.
Portanto, o tema é de suma importância e deve ser estudado dentro de sua preparação para o Enem, pois
o Neoconcretismo revolucionou e movimentou o meio artístico em uma época em que o tradicionalismo
paulista predominava nas produções artísticas.