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Em parceria com uma universidade britânica, o Ateliê397 apresenta a

exposição A Regra e a Exceção, com nove artistas e coletivos e abertura em


15 de abril

Os artistas da mostra discutem as leis vigentes e ideias distintas de


participação política, por vezes com desejo de reforma, por outras com anseio
de revolução

Identidade visual criada por Kauê Garcia

Confira fotos de alguns dos trabalhos expostos


A Regra e a Exceção é uma das quatro exposições que abrem no dia 15 de abril
no Cru – galpão industrial na Barra Funda, em São Paulo, que se tornou palco
de diversas atividades artísticas e culturais no último ano. O local, que serve
como ateliê de artistas, estúdio de gravação musical, locação para sessões de
fotos e filmes, agora também é a nova sede do Ateliê397, espaço independente
de arte com 20 anos de atuação. As demais mostras com abertura na mesma
data são individuais: Bares Mentais, de Fabrício Corsaletti, curadoria de Diego
Matos; Dona de Ana Hortides, curadoria de Ludmilla Fonseca; e Vamos chamar
o vento de Carolina Colicchio, curadoria de Cristiana Tejo – as duas últimas da
galeria ArteFASAM.

No Ateliê397, a mostra A Regra e a Exceção, com curadoria de Érica Burini,


reúne artistas em torno da discussão sobre leis e governo, a quem eles servem
e as distintas formas de participação política, organizações coletivas e
comunidades para a fiscalização das políticas e a reivindicação de direitos.

Importantes obras são relembradas a partir do título da mostra, como o curta


de Jean-Luc Godard Je Vous Salue, Sarajevo e a peça de Bertold Brecht, quase
homônima, A Exceção e a Regra. As obras históricas convergem com a
exposição na retomada da discussão sobre a luta de classes e o papel da arte
em mudanças sociais.

Reforma ou Revolução? A pergunta centenária de Rosa Luxemburgo retorna


com ares contemporâneos nos trabalhos, que oscilam entre as duas respostas
enquanto lutam pela participação política de pessoas imigrantes e refugiadas
por meio do voto, relembram a história racista do país, reivindicam formas
autônomas de construção de casas e o reconhecimento de saberes populares,
promovem uma crítica da ocupação das cidades e debatem os limites da
liberdade em uma sociedade democrática.

“Na exposição vemos muitas formações diferentes do tradicional binômio arte e


política, em configurações que refletem os anseios do presente. Não temos
somente uma forma de conceber; vemos uma perspectiva mais observadora e
crítica, outra mais diagnóstica e prescritiva, olhares autorreferenciais,
propostas de ação direta, noções de micropolítica e também o desejo
incendiário de dar fim à atual sociedade capitalista. Não à toa, essa diversidade
se reflete nos vários gritos presentes nos trabalhos: No Future; Aqui Vivo, Aqui
Boto; Monocultura Urbana; e A Violência nos Une, por exemplo”, comenta a
curadora.

A exposição também conta com outra plataforma de exibição e fruição.


Trata-se de uma lojinha, na qual os artistas vendem obras e múltiplos a preços
acessíveis, ampliando a noção de colecionismo. Ela foi organizada com o
pensamento voltado para uma forma de economia que estimule a circulação
das obras em um âmbito doméstico e remunere os artistas.

A exposição é associada à pesquisa de doutorado de Telma Hoyler – uma das


artistas da mostra – em Ciência Política pela Universidade de São Paulo
(DCP/USP), por meio do projeto de pesquisa “A global comparative ethnography
of parliaments, politicians and people (EoPPP)” [“Uma etnografia global
comparativa de parlamentos, políticos e povo”, em tradução livre], financiado
pelo European Research Council (ERC). A mostra é a primeira de um ciclo
realizado com o apoio da SOAS University of London, que compreende duas
exposições – a primeira no Brasil, e a segunda, na Inglaterra.

Serviço

A Regra e a Exceção

Exposição coletiva

Curadoria: Érica Burini

Artistas: Cholitas da Babilônia, Diego Crux, Fábio Tremonte, Kauê Garcia,


Marília Scarabello, Tatiana Guimarães, Telma Hoyler, Vilanismo, Yná Kabe
Rodríguez

Apoio: SOAS University of London

Abertura: 15 de abril, das 14h às 20h

Performances:

17h - Fábio Tremonte e Tatiana Guimarães

18h - Cholitas da Babilônia

19h - Vilanismo

Visitação: de 15 de abril a 13 de maio

Qui. a dom., das 15h às 19h

Ateliê397

Rua Cruzeiro, 802 - Barra Funda, São Paulo

Gratuito

contato@atelie397.com

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