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Colaborador (es) Cheri Fuller

Sobre o (s) colaborador (es) Cheri Fuller é uma autora premiada e oradora. Mãe de três filhos adultos e educadora, ela escreveu
vários livros, incluindo quando as mães oram, ajudando seu filho a ter sucesso na escola pública e
abrindo os nove aprendizes do seu filho (anteriormente intitulado Through the Learning Glass). Vive
em Oklahoma com seu marido. Seu site é www.cherifuller.com.

UPC 025986239947

ISBN-10 031023994X

ISBN-13 9780310239949

Data de publicação 7 de junho de 2001

Peso libras) 0,4650

Altura 8,5

Largura 5.5

Comprimento 192

Unidade de Comprimento Páginas

Editor Zondervan

Preço $ 12.99

Formato Paperback

Língua Inglês
Sumário
CAPÍTULO 1: AS JANELAS DO APRENDIZADO ........................................................................................................ 3
CAPÍTULO 2: A JANELA DE EMOÇÃO ......................................................................................................................... 7
CAPÍTULO 3: A JANELA DE CRIATIVIDADE ............................................................................................................ 14
CAPÍTULO 4: A JANELA DA CURIOSIDADE ............................................................................................................. 18
CAPÍTULO 5: A JANELA FÍSICA .................................................................................................................................. 24
CAPÍTULO 6: A JANELA DA MÚSICA ......................................................................................................................... 31
CAPÍTULO 7: A JANELA DA LINGUAGEM ................................................................................................................ 37
CAPÍTULO 8: A JANELA DA MATEMÁTICA E DA LÓGICA .................................................................................... 45
CAPÍTULO 9: A JANELA ESPIRITUAL ........................................................................................................................ 52
CAPÍTULO 10: A JANELA DOS VALORES ................................................................................................................ 61
CAPÍTULO 11: ENTENDENDO A INDIVIDUALIDADE DA CRIANÇA .................................................................... 68

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CAPÍTULO 1: AS JANELAS DO APRENDIZADO
Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá.
Salmo 127.3 NVI
Michael de 03 anos estava tão animado com a chegada de sua irmãzinha que ele mesmo
começou a cantar para ela antes que ela nascesse. Ele e sua mãe Karen, fizeram desse canto
parte de sua rotina diária.
Um dia Karen notou algo estranho. Dependendo da música que Michael estivesse
cantando, o bebê ou começava a chutar ou ficava quietinho como se estivesse dormindo. Depois
de certo tempo, Karen começou a quase predizer como o bebê reagiria às músicas do Michael.
A gravidez seguiu normalmente e a família esperava ansiosa pela chegada de seu mais
novo membro. Mas quando o trabalho de parto da Karen começou, algumas complicações
surgiram. Todos na sala de parto sabiam que o bebê estava com problemas. Quando ela
finalmente nasceu, sua pele estava com uma cor vermelho-azulado escuro, e sua respiração
estava irregular. Em “situação crítica” a recém-nascida foi levada ás pressas para uma UTI
neonatal mais próxima.
A situação daquela frágil menina ao invés de melhorar, piorou a cada dia. Por fim o pediatra
disse aos pais que havia pouca esperança e que eles se preparassem para o pior. O médico não
esperava que a nenê fosse sobreviver. Ao invés de esperar por uma alegre festa de boas vindas
em casa com a família e amigos, eles começaram a planejar o funeral do bebê. Eles contaram para
o Michael.
Perplexo, Michael implorou para ver sua irmãzinha. “Eu quero cantar para ela!” ele suplicou.
“Por favor!”
Karen percebeu que se Michael não visse sua irmã logo, seria tarde demais.
Embora regras rígidas barrassem o acesso de crianças na Unidade Intensiva Neonatal,
Karen vestiu Michael com roupas próprias para entrar na UTI, enormes para o seu tamanho, e
juntos adentraram a UTI neonatal. A enfermeira chefe imediatamente mandou que o retirassem.
Mas Karen não se moveu. “Ele não sairá até que cante para sua irmã” e ainda segurando
sua mão ela andou em direção ao leito de sua filha. Karen podia ouvir cada inspiração que a
criança dava lutando por sua vida. Michael olhou profundamente para sua irmãzinha. Após alguns
minutos ele respirou fundo começou a cantar. “Você é meu raio de sol, meu único raio de sol. Você
me faz feliz quando o céu está cinza...”.
A criança parecia responder. Seu pulso começou a desacelerar.
“Continue cantando Michael” Karen pediu.
“Você nunca saberá meu anjo, quanto eu te amo, por favor, não tire o meu raio de sol”.
A respiração debilitada e difícil ficou mais tranquila. Ela já não tinha que lutar com tanto
esforço para puxar o fôlego.
“Não pare Michael” Karen disse sua voz quase um sussurro à medida que via a maravilhosa
mudança em seu bebê.
“’Outra noite, anjo, enquanto eu dormia, eu sonhei que eu te segurava nos meus braços... ’”
enquanto Michael cantava, sua irmãzinha relaxou, como se um descanso reparador a envolvesse.
As enfermeiras da UTI neonatal se aproximaram. Algumas tinham lágrimas em seus olhos
enquanto admiravam Michael e sua irmã.
“‘Você é meu raio de sol, meu único raio de sol... por favor, não tire o meu raio de sol’”.
A irmãzinha de Michael surpreendeu a todos. Após a visita de Michael seus batimentos
permaneceram estáveis, sua respiração normal. Ela começou até a ganhar peso. Dentro de pouco
tempo ela estava suficientemente forte para deixar a UTI neonatal e ir pra casa com sua família.
Quando eu ouvi essa história, eu fiquei marcada pelo poder do amor – o poder do amor de
um menino por sua irmãzinha.
O que eu realmente sei é que esse tipo de amor que Michael tinha por sua irmãzinha – e
que sua mãe tinha pelos seus filhos – é a chave para o desenvolvimento saudável da criança. Até
nos tornarmos pais, nós não acreditamos o quanto podemos amar uma criança. E então isso
acontece – nosso bebê é entregue em nossos braços, e nos apaixonamos por eles quase
instantaneamente!
Toda criança precisa de um adulto que seja doido por ela – que colocará o bem estar da
criança acima de suas ambições profissionais, da aquisição de bens, de um novo relacionamento –

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alguém doido o suficiente para amá-la incondicionalmente, que pode formar uma relação forte com
ela que durará uma vida inteira.
Enquanto refletia sobre essa história poderosa, fiquei comovida pelo impacto daquela
música familiar, que Michael cantou para sua irmã na UTI neonatal, como o cérebro da criança –
bem antes de nascer – foi impregnado pela música. Eu fiquei chocada pelo poder de recuperação
(o que os médicos chamam de “plasticidade”) do cérebro do bebê – a habilidade de mudar e se
recuperar, e a maravilhosa capacidade do cérebro de responder a estímulos, particularmente aos
estímulos especiais da música de seu irmão.
Que talento! Que maravilha é um bebê! Que milagre são os complexos processos que
produzem a fala, o caminhar, a visão e a capacidade de cantar na idade de 3 anos, ou antes,
ainda. Com a ajuda da alta tecnologia de tomografia do cérebro que de fato tiram fotos de um
cérebro infantil em funcionamento, o mundo secular da medicina e da neurociência começa a ter
um vislumbre do que Deus estava dizendo no Salmo NVI que se aplica a cada e a toda criança:
Tu criaste o intimo do meu ser
e me teceste no ventre de minha mãe.
Eu te louvo porque me fizeste
de modo especial e admirável.
Tuas obras são maravilhosas! – digo isso com convicção...
Os teus olhos viram o meu embrião;
Todos os dias determinados para mim
foram escritos no teu livro
antes de qualquer deles existir.
Quando nossos pequeninos vêm ao mundo, eles nascem com um tremendo potencial. Seus
cérebros contêm bilhões de neurônios esperando avidamente para completar e amadurecer as
conexões entre si. Esse processo de amadurecimento é influenciado por todas as experiências
vindouras – ser abraçado, acariciado e atendido pelo papai e mamãe, podendo ver todas as
miríades de cores, sentindo as texturas, ouvindo os sons do mundo ao seu redor. Esses neurônios
não estão totalmente conectados ao nascer. As conexões mais complexas – os emaranhados e
circuitos do cérebro que permitem fazer funcionar o aprendizado, o pensamento e as habilidades
motoras – são modificadas e completadas após o nascimento da criança em resposta a estímulos
específicos do ambiente.
Nesse processo da atividade de conexão cerebral, as crianças possuem enormes
possibilidades de aprender, crescer, pensar e criar. Deus previamente capacitou as crianças com o
potencial de se desenvolver na linguagem, assim elas podem consequentemente falar diversas
línguas estrangeiras; com o potencial de pensamento lógico, assim podem resolver problemas de
cálculo ou álgebra; com o potencial musical de um dia tocar o “Canon de Pacabel” de Vivaldi; e a
capacidade espiritual de conhecer a Deus, de amar e orar pelos outros, mesmo em tenra idade.
Porque as crianças são feitas à imagem de Deus e Ele é o Criador, Ele pôs a semente de
criatividade nelas; Ele preestabeleceu nelas a curiosidade que as motiva a engatinhar em direção a
um brinquedo brilhante, a descobrir as coisas concernentes ao espaço, a pesquisar as causas da
guerra mundial.
Ao ouvir sobre o indescritível potencial que seu filho tem para aprender, especialmente nos
primeiros anos, isso pode deixá-lo um tanto oprimido. Mas respire fundo, e vamos começar do
início. Vamos dar uma olhada no que está acontecendo no cérebro de uma criança no nascimento
e durante desse período crítico das “Janelas de Aprendizado”.
OS TRÊS Ms
Até que seu filho nasça, o primeiro dos três Ms importantes já se completou. As células
“migraram”, ou viajaram para áreas do cérebro do bebê onde elas estão designadas para funcionar
– as células designadas à linguagem para a área da linguagem, as células do pensamento lógico
para sua área, e outras células especialmente designadas para a área motora, musical ou outras
áreas do cérebro. Isso por si só é um milagre. Você pode pensar que todas essas células poderiam
ficar confusas correndo ao redor do cérebro – mas não! Esse é um processo ordenado, embora
extremamente ativo. E estamos falando de um monte de células – mais de 100 bilhões – todas
ávidas para completarem seus padrões de aprendizagem ao serem conectadas, interligadas e
influenciadas pelas primeiras experiências da infância.

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Ao nascer o próximo M entra em ação. Esse é a “mielinização” – uma palavra difícil para o
processo de revestimento dos filamentos das conexões entre as células nervosas com um material
isolante chamado “mielina”. Essas fibras nervosas precisam estar protegidas porque carregam uma
enorme quantidade de energia elétrica e química para o funcionamento e comunicação das células
nervosas.
O terceiro M, “maturação”, se inicia quando, como resultado de um estímulo, impulsos
passam de um neurônio para outro através da “sinapse”. A atividade sináptica ocorre quando arcos
de energia eletroquímica cruzam um minúsculo espaço entre os filamentos nervosos, permitindo a
esses neurônios se comunicarem e conectarem entre si, formando um “mapeamento” no cérebro.
Com cada brincadeira de “cadê-achou” ou “pirulito-que-bate-bate”, cada cor brilhante cada palavra
e música nova e cada habilidade motora realizada, novas conexões são estimuladas e reforçadas
pela atividade sináptica.
Aí está onde você e eu entramos como pais– oferecendo os estímulos e experiências que
desencadeiam aqueles novos circuitos ou conexões. Como você poderá ver nos capítulos
seguintes, eu não quero dizer experiências estimuladas por brinquedos eletrônicos caros, mas a
estimulação pelo amor e cuidado constante que formam circuitos emocionais – músicas cantadas
na hora de dormir que conectam a parte musical do cérebro, conversas entre mãe e filho ao longo
do dia que resultam no crescimento de novos circuitos de linguagem. As experiências de uma
criança – se ela escuta bastante música ou tem conversas interessantes, se recebe estímulo e
contato visual, se tem oportunidade de fazer perguntas, se é encorajada a criar projetos e lançar
foguetes ou criar coelhos no quintal para cultivar a criatividade – na verdade mudam o
desenvolvimento psicológico do seu cérebro e formatam as conexões das células cerebrais.
Veja você, durante os três primeiros anos quando esses Ms estão acontecendo, o cérebro
de uma criança cresce alcançando dois terços do seu tamanho adulto e é duas vezes e meia mais
ativa que o cérebro adulto, criando atividades sinápticas eletroquímicas na velocidade da luz. A
maturidade total do cérebro não está completa até os doze ou quatorze anos; as possibilidades de
aprendizagem são surpreendentes.
As janelas de oportunidade
Nesse tempo de crescimento explosivo e de conexões de rede das células cerebrais, há
períodos excelentes – as janelas de oportunidade – quando o cérebro está particularmente pronto
e desejoso de ganhar habilidades específicas novas. Hoje sabemos muito mais sobre essas
“janelas” do que jamais soubemos. Educadores costumam pensar que a linguagem começasse no
primeiro ano quando os infantes começavam a caminhar e diziam suas primeiras palavras, mas
agora sabemos que meses antes disso, eles estão aprendendo a linguagem, expandindo seu
vocabulário e mesmo aprendendo padrões gramaticais. Sabemos que linguagens estrangeiras são
mais facilmente aprendidas na pré-escola ou na escola primária do que no ensino médio, e que se
você quer que seu filho aprenda uma segunda língua fluentemente sem sotaque, a criança precisa
começar a aprendê-la cedo.
Pré-escolares estão no topo de sua escala de curiosidade, mas essa curiosidade se não for
estimulada diminui quando estiverem entre doze e quinze anos. Enquanto a maioria das crianças
mais novas, quando testadas, se mostra “altamente criativas”, apenas 2 por centos dos adultos
brilham na área criativa. Sabemos que poucos músicos profissionais começam a tocar um
instrumento após os dez ou doze anos, e nenhum campeão mundial de skate ou golfe começou a
aprender seu esporte depois dos doze anos. Esses fatos indicam que há janelas de oportunidade
na vida da criança.
Como você como pai aplicará esse conhecimento novo sobre o potencial de uma criança?
Como você aproveitará ao máximo essas janelas de oportunidade? Esse livro trata exatamente
disso. Você irá descobrir mais sobre a maravilhosa capacidade que as crianças têm nos primeiros
anos de aprender línguas, música, pensamento lógico; para desenvolver sua criatividade; para
desenvolver espiritualmente, fisicamente e emocionalmente; para desenvolver seu caráter.
Estar ciente dessas janelas de aprendizagem é a maior parte de tirar proveito das
oportunidades.
Você terá uma “visão geral” do desenvolvimento infantil à medida que você ler. Mas eu
dividi as informações em partes para facilitar o manejo, em cada capítulo uma janela de
oportunidade diferente, uma “janela de aprendizagem” diferente. Cada capítulo é designado para

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mostrar como estimular uma área chave para o desenvolvimento de seu filho. No capítulo da
Janela da Música, por exemplo, você descobrirá:
- o que está acontecendo nos bebês e crianças pequenas que está relacionado à música
- o que sabemos sobre as habilidades musicais e sensibilidade das crianças
- o que você pode fazer para intensificar o desenvolvimento da criança
Talvez você queira saber formas diferentes de ajudar o seu filho a desenvolver habilidades
musicais, criatividade, habilidades matemáticas, mas essa não é sua área. Fique certo que você
não precisa ser um expert em nenhuma dessas áreas para ajudar seu filho a crescer nelas.
Algumas vezes nós na verdade acabamos obstruindo a própria qualidade que queremos
desenvolver e encorajar em nossas crianças. Sem nos darmos conta disso, fazemos coisas que
reprimem, limitam ou fecham as janelas de aprendizagem. Assim, eu incluí em cada capítulo
maneiras de evitar esses “trancadores de janelas”, e listas de recursos úteis.
Em vez de ficar afligido, pensando que precisa fazer todas as atividades dadas em uma
janela de oportunidade, faça de uma em uma. As diversas atividades sugeridas e recursos
providenciados para cada janela não significam que precisam ser feitos em uma estação ou em um
ano. Pegue algumas ideias ou uma atividade que pareça interessante e aproveite-a ao máximo
com seu filho!
Esteja ciente de que há alguns repetições entre os capítulos e as atividades que constroem
habilidades porque há uma repetição no cérebro dos neurônios usados para processar linguagem,
matemática, música, e outras janelas. Essas habilidades não são desenvolvidas isoladamente em
de forma integrada. Por exemplo, um bebê dizendo “tchau, tchau” e acenando com a mão envolve
linguagem e desenvolvimento motor. O gesto de Mao do bebê reforça o aprendizado das palavras.
Música e linguagem estão ligadas também. Recitando palavras de determinado vocabulário usando
tons fortalece a memória, e a criança não aprende somente as palavras mais rapidamente, mas as
lembra por mais tempo por causa da música e do ritmo.
Embora as janelas de potencial de aprendizagem estejam disponíveis para todas as
crianças, a programação dos acontecimentos não é a mesma para todos. Cada criança tem seu
tempo biológico quando certas habilidades irão se desenvolver ou quanto seu talento irá
desabrochar. Cada criança é única, conectada de forma diferente de ouras crianças. Seu filho pode
ser excelente em música enquanto outra criança brilha em línguas, lógica, ou habilidades físicas. É
por isso que o capítulo 11 foca na compreensão dessas diferenças individuais de personalidade e
temperamento, estilo de aprendizagem, inteligência e talentos.
Esteja encorajada(o) que nunca é muito tarde para promover um crescimento saudável,
para ajudar seu filho a aprender. Embora começar a aprender uma língua estrangeira ou tocar um
instrumento musical aos 15 ou 30 anos possa exigir maior esforço e persistência do que aos cinco
– mas pode ser feito. Os pesquisadores não só estão descobrindo que a melhor época para se
aprender línguas, matemática, e música começa mais cedo do que se acreditava anteriormente,
mas também que as janelas de aprendizagem podem permanecer abertas por mais tempo que
pensávamos.
Por exemplo, a parte auditiva do cérebro que processa sons e linguagem começa a agir em
um índice muito rápido do nascimento ate os primeiros anos. Mas se oportunidades são oferecidas
para aumentar as habilidades linguísticas, o alto nível de atividade de aprendizado continua até aos
doze anos ou ainda pela adolescência, quando o pensamento racional e critico amadurece.
Embora o potencial para a aprendizagem seja maior nos primeiros dez anos de vida, o
aprendizado não pára. Ao passo que se tem desafios e oportunidades, a mente continua a
aprender durante toda a vida, embora com uma proporção menor à medida que a idade aumenta.
É por isso que nunca é tarde demais para prover educação, comunicação, música, estímulo e
atividades interessantes que ajudem as crianças a se desenvolverem, a aprenderem e alcançarem
seu potencial.
As crianças estão aprendendo o tempo todo! Sua motivação para aprender é divinamente
inspirada, e o desenvolvimento cerebral está acontecendo constantemente. Você terá uma miríade
de oportunidades todos os dias de oferecer experiências e interação que contribuirão para o
aprendizado e o surgimento de dons e talentos de seu filho. Muitas ideias desse livro contribuirão.
Dessa forma, se junte a mim nas páginas a seguir e exploraremos a aventura de conhecer e
compreender as janelas de aprendizagem – começando com uma oração rogando àquele que nos
fez:

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Senhor, que formou a complexidade das constelações e nosso universo o intrincado corpo e mente
de nossos filhos, maravilhas que têm mantido cientistas ocupados por séculos na tentativa de
desvendar seus mistérios, obrigado pelas novas descobertas que nos ajudam a compreender o
potencial admirável de nossas crianças! À medida que leio me lembro de que o Senhor está
comigo nessa tarefa de ser pai, a cada passo do caminho, dá-me tua graça para aproveitar ao
máximo das janelas de oportunidade da vida de meu filho!

Idade da Criança

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Janela Emoções

Janela Criatividade

Janela Curiosidade
Janelas de aprendizado

Janela Física

Janela Música

Janela Linguagem

Janela Língua estrangeira

Janela Lógico-Matemática

Janela Espiritual

Janela de Valores

Período crucial
Período apropriado

Nota: as idades para essas Janelas de Aprendizagem não são as mesmas para todas as crianças.
Esses limites de idades devem ser usados como parâmetros. Cada criança é diferente.

CAPÍTULO 2: A JANELA DE EMOÇÃO


O cérebro de uma criança que se sente segura, amada e feliz pode dirigir toda o seu atenção para
aprender e crescer em vez de focar em preocupações e medos.
Dr. Jane Healy
“Pa-pa-pa-aaa! Aaa-aaa!” fala a Caitlin de sete meses.
“Pa-pai vai estar em casa hoje á noite” a mãe, Tiffany, responde enquanto ela troca a fralda
do nenê. Ela brinca e coloca um limpo, fino lenço sobre o rosto da Caitlin e pergunta “Cadê
Caitlin? Para onde foi meu bebê?”.

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Caitlin rapidamente tira o lenço do rosto e brilha. Ela tenta falar com os braços mexendo de
forma melódica.
“Pique-esconde, Caitlin! Vejo você!” fala Tiffany, sorrindo para seu nenê, colocando a roupa
e abraçando a Caitlin.
Toda interação entre mãe e bebê – a vocalização querida, as brincadeiras e olhares, uma
mãe respondendo e copiando as falas do bebê, o toque delicado – tem uma função importante em
educação e crescimento. Em apenas alguns momentos de interação, neurônios no cérebro da
Caitlin conectaram com outros neurônios, conexões existentes entre células foram fortalecidas,
acrescentando o sistema do circuito emocional.
O Que Sabemos da Janela de Emoção
Da mesma forma que os cérebros infantis estão feitos para linguagem, música e lógica, eles
também foram feitos para emoções e sentimentos. Na realidade, alguns dos primeiros e mais
importantes circuitos que desenvolvem no cérebro dominar sentimentos – e esta conexão
emocional influencia como crianças amadurecer mentalmente, socialmente e moralmente. O
desenvolvimento emocional de uma criança influencia como ela relacionar-se com outras pessoas,
como ela controla as suas emoções, como ela presta atenção na sala de aula e muitas outras
habilidades. Aqui são alguns exemplos sobre A Janela de Emoção:
Duração
O “tempo nobre” para o sistema do circuito emocional é de nascimento até dez anos de
idade. Durante este tempo o cérebro gera o circuito essencial para experimentar e lidar com
emoções de alegria e tristeza, empatia e ansiedade.
Fases de Emoção
Emoções desenvolvem em fases, cada um mais complexo do que o último. Nas primeiras
semanas e meses, bebês têm momentos de satisfação total quando todas as suas necessidades
estão cumpridas, e momento de frustração e agonia quando não estão. As emoções se tornam
mais complexas enquanto as crianças crescem: medo e ira, inveja e empatia, rivalidade e
ansiedade. Perto de um ano de idade, crianças estão experimentando e expressando muitas
emoções. Sentimentos diferentes são desenvolvidos em momentos diferentes. Por exemplo,
empatia desenvolve mais cedo, entre 02 e 03 anos de idade, mas a emoção de culpa vem depois,
perto de 04 anos de idade.
Habilidade de Adaptação
Toda criança tem algum tipo de medo, que seja medo de cachorro, pesadelo, tempestade
ou ansiedade de separação dos pais. Um desafio de paternidade é ajudar nossos filhos a aprender
como lidar com qualquer emoção sem ser devastado, debilitado ou dominado.
Sinais de Emoção
Bebês utilizam choros, gritos e expresses faciais para comunicar emoção, mas perto de 02
anos, eles também usam palavras e outros sinais para expressar raiva, frustração, inveja e alegria.
Um Salto Emocional
Perto de 08 meses, o córtex frontal (a região do cérebro associada com a habilidade de
regular e expressar emoções, para pensar e planejar) mostra um grande aumento em atividade.
Interessantemente, ao mesmo tempo, crianças estão fortalecendo os seus vínculos com a pessoa
que mais cuida delas. Há um tempo para responder aos sinais de emoção com muita
sensitividade.
Mudanças de Humor
Durante o primeiro ano, crianças desenvolvem a atitude fundamental para a vida que seja
ou otimista ou pessimista, esperançosa ou desesperador, feliz ou triste.
Estimulação Emocional
Desenvolvimento emocional está estimulado pelo cuidado amoroso de uma pessoa
constante (normalmente a mãe e/ou o pai) que constrói um laço ou conexão seguro. Estimulação
emocional como: amamentar, abraçar, cantar, sorrisos recíprocos, afetos e brincar, ajudam na
construção de um vínculo.
Harmonia
Talvez a maior estimulação emocional preciso para o bom desenvolvimento cerebral seja o
que pesquisadores chamam “harmonia”, quando os pais ou outros adultos refletem os sentimentos
internos da criança e respondem de forma correta. Harmonia significa disposição bem ordenada
entre o adulto e a criança, reconhecendo as suas dicas, humores, entendimento de cada situação e

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respondendo em uma maneira certa que encoraja crescimento emocional. É saber quando uma
criança precisa de conforto e quando ela precisa estimulação, saber quando ela precisa ajuda em
se calmar ou encorajamento para adaptar a uma situação nova.
Por exemplo, se os pais responderem em uma forma positiva quando seu filho demonstra
alegria em receber um brinquedo novo, os “circuitos” para os sentimentos de alegria e felicidade
teriam sido reforçados. Se o seu cólica seja tratada com cuidado e consolação, ela eventualmente
aprenderia como se acalmar e as emoções que construir confiança serão reforçadas. Mas se as
suas expressões de alegria ou dor sejam ignoradas pelos pais, crescimento emocional e mental
poderia ser estragado ou danificado. Daniel Goleman, autor de Emotional Intelligence (Inteligência
Emocional) e escritor para New York Times, que escreve sobre ciência do comportamento e
inteligência, fala que toda troca emocional entre pai e filho durante infância forma o centro da vista
e habilidade emocional da criança.
Estresse Infantil
Bebês e crianças precisam de mais ajuda em lidar com certas emoções do que outras
emoções. Uma nova pesquisa na Universidade de Wisconsin na Madison mostra que bebês têm
mais dificuldade em se calmar depois de um susto do que depois de ficar bravo e precisam de
mais carinho e resseguro para lidar com o seu medo. Os pesquisadores, que filmaram bebês de
12 a 18 meses durantes situações que causaram ira ou medo, fizeram algumas observações
interessantes. Quando foram bravos, os bebês podiam ficar calmos somente de olhar para a sua
mãe ou ser distraídos por um brinquedo ou alguma outra coisa na sala. Mas, quando foram
assustados por uma aranha aproximando, eles não podiam ser consolados ou pela presença da
mãe ou por ser distraídos. Um sinal que o bebê tem alcançado o limite dele e está enfrentando
mais estresse do que pode enfrentar é quando ele não pode se acalmar.
Reação ás Emoções dos Pais
Bebês e crianças pequenas estão muito sensíveis às emoções dos pais, dicas emocionais
verbais e não verbais, e elas reagem de acordo com aquelas emoções. Até as menores crianças
prestam atenção às expressões do rosto e o som vocal. Por exemplo, quando uma mãe de um
bebê de 09 meses se sente ansiosa perto de pessoas estranhas, o bebê também sente a tensão e
começa chorar. Quando um pai ou mãe está estressado ou irritável, o filho percebe a sua tensão
na voz e observe como o pai ou a mãe o segure. Bebês estão afetados pela depressão dos pais.
Filhos que tem mães com depressão crónica têm a tendência de ser mais fechados e menos ativos
do que outras crianças. Quando a depressão da mãe está tratada, a função cerebral volta a
normal.
Diferenças Individuais
Bebês e crianças pequenas mostram grandes diferenças emocionais. Um bebê sossegado
e tranquilo (que muitas vezes chamamos um “bebê bom”) pode aparecer sempre animado.
Situações novas não vão irritar o seu humor e ele se adapta facilmente. Um outro bebê pode ser
mais irritável, precisando de mais conforto e atenção – um bebê de “alta manutenção”. Algumas
crianças são muito intensivas e expressivas com as suas emoções e outras crianças são mais
conciliatórias. No Capítulo 11, vamos observar mais o temperamento, o estilo de aprendizagem e
as diferenças individuais e como tudo isso afeta a sua interação com os seus filhos.
Bebês que são “competente emocionalmente” tem tido uma dose grande de aprovação e
encorajamento dos adultos nas suas vidas; eles sempre esperam sucesso nos desfios de vida, fala
Goleman no seu livro “Emotional Ingelligence.” Essa visão confiante e otimista é um sinal
significante de saúde emocional. No outro lado, crianças que não recebem encorajamento e
aprovação no começo das suas vidas têm a tendência de esperar falência quando elas
enfrentarem desafios.
Carinho não é um simples “desejo” para bebês e crianças, é uma “necessidade” importante
para o seu desenvolvimento saudável. Quando crianças constantemente recebem cuidado
amoroso, elas estão capazes de aprender e desenvolver o seu potencial, elas podem ter
habilidades sociais saudáveis, são mais alegres e competentes para enfrentar o estresse e trauma
nas suas vidas. Então, estabilidade emocional está efeituada de forma significativa pelo sistema
do circuito emocional durante os primeiros anos de vida. Do nascimento até adolescência, cuidado
amoroso da o tipo de estimulação necessária para o desenvolvimento do cérebro.
O Que Você Pode Fazer: Os Fundamentos Emocionais

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Se desenvolvimento emocional é a “pedra fundamental” do crescimento e aprendizagem
infantil, e os anos entre nascimento e 10 anos são o “tempo nobre” para a educação emocional,
como nós podemos providenciar os fundamentos necessários que crianças precisam nessa “janela
de oportunidade”?
União/Ligação
O primeiro passo é o desenvolvimento de união/ligação saudável com nosso filho. Uma
pesquisa nos anos 70, feita pelo psiquiatra britânico Dr. John Bowlby, e muitas outras pesquisas
feitas depois, mostram a importância de um vínculo entre a criança e a sua mãe, o que acontece
quando uma criança perde ou está separada da mãe ou este vínculo não existe, e como essa
ligação afeta outros relacionamentos na vida daquela criança. Com a tecnologia de imagiologia do
cérebro, cientistas podem medir este vínculo e ver os efeitos de carinho ou a ausência de carinho
no cérebro.
Mesmo que desenvolvimento emocional esteja acontecendo durante infância até 10 anos
de idade, os primeiros 02 anos são a chave para união. Carinho amoroso, sensível e responsável
da mãe, do pai, ou de uma pessoa principal no primeiro ano de vida é base essencial de união.
Até o segundo ano de vida, pesquisadores podem identificar se crianças têm ou não têm este
vínculo seguro.
Uma pesquisa interessante da Universidade Estadual de Nova Iorque na Genesso reforçou
a noção que estabelece um forte vínculo com seu bebê pôr um alicerce para o seu
desenvolvimento emocional. Os pesquisadores observaram alunos na pré-escola que foram
ligados com seus pais de forma segura e os alunos que não foram. Dois anos depois, eles
acharam que a habilidade de compreender e de recordar detalhes de uma história lida foi maior
nas crianças com uma ligação forte. Os pesquisadores concluíram que os primeiros
relacionamentos modelaram como as crianças processaram informação. Quando bebês têm um
vínculo forte, eles têm uma imagem fixo dos seus pais e do mundo sendo responsável ás suas
necessidades. Sem essa ligação básica, crianças acham que as suas necessidades não serão
supridas.
Percebemos a importância de uma ligação amorosa quando olhamos para crianças que não
têm esta ligação. Quando especialistas tentaram descobrir porque há mais crianças vagantes e
violentas saindo de famílias trabalhadoras e sem história criminal, eles encontraram um fator
comum: que os pais foram constantemente desinteressados ou indisponíveis emocionalmente
durante os anos formativos. Essas crianças não tiveram um vínculo com nenhum pai ou adulto.
No ritmo de vida apressado, rápido-comovente, ninguém focalizou nelas e nas suas necessidades.
Ninguém passou tempo para conversar com eles e as escutar, as ajudando a descobrir a si mesma
e como lidar construtivamente com as suas emoções. Estas crianças cresceram sozinhas
emocionalmente e não aprenderam como dar ou receber amor de forma saudável e construtiva.
Frequentemente elas desenvolveram dificuldades de aprendizagem e problemas de agressão na
escola e no bairro.
A ligação entre pais e filhos durante os primeiros anos é tão importante que o psicólogo
desenvolvente, Thomas Lickona, chama-la “a base vital para desenvolvimento moral posterior”.
Sem uma conexão amorosa e confiável, a criança não desenvolve um senso de certo e errado.
Faltam a elas consciência, e daí, podem cometer atos cruéis sem remorso ou qualquer sentimento
para a vítima.
Crescimento emocional – ou a falta dele – impacta dramaticamente a aprendizagem infantil.
Um relatório do National Center for Clinical Infant Programs (Centro Nacional de Programas
Clínicas de Infância) descobriu sete ingredientes fundamentais para a disponibilidade de uma
criança para aprender a todos eles relacionam o crescimento emocional: confiança, curiosidade,
intencionalidade, autocontrole, relacionando com outras pessoas, capacidade de comunicar, e
capacidade de cooperar.
Podemos ver que formar uma ligação segura é fundamental. O carinho, calor e carícia
necessária para providenciar as necessidades do seu filho no berço o ajudam a investigar o
mundo, comunicar, brincar, ler e relatar com os seus irmãos e amigos enquanto ele cresce.
Adoção tem um aspecto interessante em relação de ligação. Mesmo que a decisão de
adotar seja carinhosa, a criança pode sofrer de sentimentos de abandono. Como podemos
minimizar este sentimento e criar um vínculo forte com a família adotiva?

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Qualquer objeto dos pais biológicos que mostra amor na decisão de renunciar a criança
para adoção pode beneficiar uma criança jovem. Um presente dos pais biológicos, como um
ursinho ou um livro, proporciona a criança adotada um objeto que representa a aceitação dela
pelos pais biológicos embora eles renunciassem a criança para adoção. Uma carta dos pais
biológicos para compartilhar com a criança quando ela estiver pronta para receber a informação
seria excelente.
A família adotiva pode celebrar eventos para enfatizar a aceitação da criança na família.
Por exemplo, tenho uma amiga que celebra o dia que os seus filhos foram adotados. É uma
celebração total com bolo, bexigas, decorações e um presente especial. O presente é
normalmente um que a crianças especialmente deseja. Antes de abrir o presente, minha amiga e o
marido dela contam que a criança pode ser muito feliz em receber o presente, mas eles foram
felizes até mesmo mais quando ele se tornou o próprio filho deles. A porta de comunicação agora
está aberta e os pais perguntam se ele tem algumas perguntas sobre os pais biológicos. Se não
haja o momento certo para responder às perguntas, a criança está encorajada a perguntar a
mesma coisa o ano que vem.
Pais expertos conversam abertamente sobre adoção e qualquer assunto que vem no dia a
dia. Muitos livros maravilhosos existem para explicar o conceito de adoção para crianças de todas
as idades.
Tempo Juntos
O próximo fundamental emocional básico que combina com ligação e união é tempo juntos.
Talvez você já ouviu que para crianças a palavra “amor” é soletrado T-E-M-P-O, mas vale a pena
repetir. Depois dos anos de cuidado infantil intensivos, crianças ainda precisam da atenção dos
seus pais.
“O presente mais importante que pais podem dar aos seus filhos não é uma boa educação,
brinquedos legais ou acampamentos, mas é tempo – constante e abundante, fazendo atividades
juntos que estão agradáveis para a criança,” fala Dr. Stanley Greenspan no livro “The Growth of the
Mind” (O Desenvolvimento da Mente).
Como um pai ocupado dá este dom de tempo para o seu filho? Quando eu fui uma mãe
nova com três filhos, trabalhando de professora, com um marido que precisava ajuda no seu
trabalho, mais roupa para lavar, comida para cozinhar e todas as responsabilidades de casa, eu
queria saber a resposta daquela questão! Um dos mais valiosos conceitos que eu aprendi foi como
eu pudesse encher os tanques emocionais dos meus filhos.
Eu aprendi do livro de Dr. Ross Campbell “How to Really Love Your Teenager” (Como
Realmente Amar Seu Adolescente) que crianças têm um grande vão nos seus corações (tipo um
tanque de gasolina que precisa estar cheio). Este “tanque” não fica cheio por refeições do
Mcdonalds, sorvete ou até brinquedos caros, pois é um tanque emocional. Alias o combustível que
crianças precisam para encher os tanques vazios é “atenção focada” que o Campbell chama
“atenção complete de maneira em que a criança se sente completamente amada, em que ela sabe
que tem tanto valor que ela merece sua guarda, apreciação e respeito sem condição”.
Este “enchimento” pode acontecer durante um tempo de brincar no chão ou jogando bola e
conversando sobre seu dia ou orando com seu filho antes de dormir.
Não deu todos os dias para passar este “tempo focado” com os meus filhos e não significa
que os meus filhos receberam minha atenção completa o dia todo, mas uma coisa interessante
aconteceu quando eu comecei a focar neste “enchimento”: eu descobri que elas reclamaram
menos, ela se atormentaram menos e às vezes, antes de terminar o tempo focado, elas
começaram a fazer outras atividades sozinhas, aparentemente enchadas e prontas.
Você pode fazer muitas coisas juntos: caminhada, acampar, ler, brincar, praticar um
esporte, soltar pipa, construir uma maquete. Depende do que vocês gostam também a idade da
criança. Precisa mudar as atividades para um filho de 05 anos e um filho de 15 anos.
Pais podem fazer milhares de atividades com crianças pequenas em casa que não custam
muito, pois elas gostam de fazer quase qualquer coisa com os seus pais e não deve custar uma
fortuna. Cozinhar, brincar, passear com o cachorro, dobrar roupa, ler um livro ou brincar na praça,
são opções excelentes.
Estas atividades dão tempo para conversar, ouvir e simplesmente estar juntos. Brincar é
muito bom, porque faz parte de desenvolver o processo de ligação entre pais e filhos. Crianças
aprendem muito durante o tempo que elas passam brincando. Quando pais passam tempo com

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seus filhos, apesar da simplicidade ou idade do filho, eles constroem comunicação, conexão e
amor.
Toque Físico
Já falamos que toque é importante no desenvolvimento de filhos. Toque físico não somente
tem um benefício emocional, mas também estimula o sistema nervoso central, aumento o sistema
de imunidade e reduz estresse. O poder de toque ajuda muito com nenéns pré-maturos; quando
recebem contato físico, eles engordam e crescem mais rápido e desenvolvem melhor.
Toque físico providência algumas necessidades emocionais nem somente durante infância,
mas também durante adolescência. Muitas vezes, crianças precisam de atenção quando elas
estão menos amáveis – quando elas estão irritáveis e sob estresse, têm tido um dia difícil ou
humilhada por um amigo. Abraços e carinhos enchem seus tanques emocionais para que elas
tenham a energia necessária para enfrentar as dificuldades de vida.
A Mágica de Encorajamento
Um elemento muito importante do desenvolvimento emocional é focar em providenciar um
ambiente de encorajamento dentro da família. A criança que recebe encorajamento desenvolve
confiança e coragem para enfrentar dificuldades.
Muitas pesquisas mostram que crianças que estão encorajadas em casa são mais
motivadas na escola, que crianças com força interna não desistem apesar dos obstáculos, elas têm
pais que as encorajam – eles têm expectativas, mas não são exigentes. Se a criança falha em
alguma coisa, os seus pais não são negativos ou críticos. Eles conversam sobre a falha e a
criança está encorajada para aprender da experiência e tentar novamente. Palavras positivas,
sorrisos, ouvindo, conversando e afeto físico, são frequentes. Os pais compartilham no entusiasmo
e nos interesses do filho. E o segredo mais importante de todos – eles torcem e apreciam todas as
tentativas do filho, não somente as suas habilidades e sucessos. Este tipo de encorajamento
desenvolve crescimento emocional.
Limites Constroem Segurança Emocional
Um aspecto de paternidade é estabelecer limites para os seus filhos para que eles possam
se sentir protegidos e seguros. Quão importante são limites? Dr. Henry Cloud e Dr. John
Townsend em seu livro Boundaries (Limites), falam, “Paternidade com amor e limites, com carinho
e consequências, produz filhos com confiança que têm um senso de controle sob as suas próprias
vidas”. Eles escreveram o livro Boundaries (Limites), pois perceberam a grande necessidade de
pais saberem como colocar limites em suas famílias.
Colocando limites e disciplina saudável não são contrários á afeição e apego – de fato, uma
está essencial à outra. Alguém tentando criar filhos sem limites é como colocar um homem em
cima de um prédio grande à noite sem corrimão e falando, “Faça o que quiser e divirta-se!” Isto cria
insegurança e ansiedade. Paternidade permissiva muitas vezes produz crianças que não tem
confiança em si mesmo e não sabem como se controlar.
Crianças precisam de instruções e regras para comportamento aceitável, mas as regras têm
que ser realistas (as que você pode e vai reforçar), focando nas áreas importantes e não falando
sempre “não”. Precisa dar consequências naturais e lógicas quando as regras estão quebradas,
usando sua autoridade como pais com firmeza, amor e sem gritaria.
Ser Disponível Emocionalmente
Tente resolver seus próprios problemas para que você possa ser disponível
emocionalmente para os seus filhos. Sugiro que você abrace seu filho 08 vezes por dia (o mínimo
para a saúde mental); mas se você tem problemas não resolvidos, talvez seja difícil para você e
seu filho se conectar emocionalmente. Se os pais sempre têm o peso de emoções como ira,
amargura ou ansiedade, eles têm a tendência de ficar distantes de eventos e pessoas – até seus
próprios filhos – e não ser disponível emocionalmente para eles. É como olhar pelo vidro do carro
embaçado e não ter a vista nítida.
Perdoar pessoas que causaram dor e resolver conflitos em relacionamentos vai longe para
clarear o “vidro do seu coração”. Deixar preocupação, decepção e medo também podem ajudar –
anotar os problemas preocupantes, conversar com alguém, orar, e daí, deixar os problemas para
trás. Eu percebi que eu preciso abrir mão de uns problemas várias vezes após que eles ressurgem
em meus pensamentos. Mas quando eu realmente deixo os problemas para trás e não fico
pensando neles, houve nem somente energia para os meus filhos, mas também houve uma
solução criativa.

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Ser disponível emocionalmente também é fazer paz com você mesmo e com as suas
emoções (as forças e as fraquezas). “Há um padrão comum entre pais cuidadosos”, fala Dr. Ken
Wilgus, psicóloga especialista em aconselhamento adolescente e familiar. “Ao ver os padrões
emocionais que não gosta em si mesmo – padrões que já tentou controlar ou negar – e daí
reconhecê-los em seu filho, há a tendência de reagir em uma forma exagerada em vez de ajuda-lo
lidar construtivamente com as emoções ou o comportamento dele.”
Por exemplo, quando o filho do Ken, Alex, nasceu ele se preparou para um filho energético
e assertivo, mas com a sua experiência como conselheiro ele pode lidar com isso sem problema.
Mas, em vez disso, o Alex foi quieto e gentil – características que o Ken tem e não gosta.
Envergonhado da sua própria gentileza, o Ken teve a tendência de reagir em uma forma negativa à
lamúria e sensitividade do Alex. Ele percebeu, quando ele fez paz com suas próprias emoções,
que ele aceitou o jeito em que Deus fez o Alex e podia ajuda-lo melhor com a sua natureza
sensível.
Treinando Seu Filho Sobre Emoções
Quando mostramos para os nossos filhos como lidar com estresse, mau humor, raiva e
frustração, nós ensinamos hábitos emocionais que são valiosos para a toda vida. Aqui estão
algumas maneira de treinar em um modo saudável:
Antes de reagir, esperar um tempo e ouvir para entender como o seu filho está se
sentindo. Ao invés de projetar suas emoções em cima dele ou dizendo como ele
está se sentindo, presta atenção a como ele está reagindo.
Passear tempo com o seu filho, talvez até fora de casa ou longe da situação e deixa
a conversa desenvolver (em vez de tentar uma conversa instantânea). No carro
(onde muitas crianças ficam mais a vontade), passeando ou brincando, pode
começar uma conversa. Use algumas palavras de sentimento para refletir o que
você está ouvindo: “Parece que você está se sentindo frustrado...” ou “Você está
muito bravo sobre isso…”.
Algumas situações não têm uma solução fácil, mas você pode dar algumas
sugestões para resolver o problema. Daí encorajar participação na avaliação das
soluções.
Enfrentar o Que Está Fora do Nosso Controle
Quero equilibrar tudo que foi dito neste capítulo com o que Ken Wilgus compartilhou comigo
quando conversamos sobre este assunto na fazenda dele no Texas: Quanto à paternidade
emocional, você pode evitar erros grandes, mas há certas coisas que estão for à do nosso controle.
Um fator é a diferença individual da criança e o seu processo de ligação. Se você tem 04
filhos, você pode cuidar deles no mesmo jeito, mais a habilidade deles de “ligar” pode variar
segundo a personalidade ou experiência deles. Ken perece que a habilidade de ”ligar” tem que
haver com a habilidade de “atender”. Você pode passar a mesma qualidade de tempo com 02
crianças. Uma fica mais focada e carinhosa – trocando contato visual, ouvindo e conversando com
você – e daí absorve o carinho. A outra, com menos habilidade de concentrar, não experimenta a
segurança e intimidade porque ela está “voando” ou simplesmente não “atendendo” sua educação
verbal e não verbal.
Uma outra coisa não tem nada a ver com as circunstâncias da sua vida. Quando nosso
filho no meio, Chris, teve um ano, o seu irmão mais velho, Justin, começou a ter asma crônica e foi
internado por até uma semana de vez. Quando eu precisava estar no hospital com o Justin, o
Chris ficou na casa da vó uma hora da nossa casa ou ficou em casa com o pai. Eu não podia
controlar ou mudar as circunstâncias, mas elas impactaram ambos os filhos. O Chris ficou mais
independente, e mesmo que tivéssemos um vínculo forte, ele desenvolveu um relacionamento
íntimo com a sua vó, que cuidava dele várias vezes enquanto o irmão foi internado. O Justin teve
uma doença crônica para enfrentar – alguma coisa que não planejamos. No meio das
circunstâncias difíceis, eu percebi vez após vez que a graça de Deus enche os lugares vazios nas
vidas dos nossos filhos e também nas nossas.
Oração e o Crescimento dos Seus Filhos
Ao concluir este capítulo, aqui é uma maneira prática como orar especificamente pelas
etapas de crescimento enquanto os seus filhos passam por elas:
Infância: Você pode orar que seu neném desenvolva uma confiança e bom senso de
segurança enquanto ele se une contigo e outras pessoas da família. Enquanto você está o

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balançando, alimentando-o e talvez o mais importante, dando-o conforto de madrugada, estas
orações podem lembrar você como é precioso este tempo junto.
Anos 1-3: Você pode orar que seu filho desenvolva um senso saudável de independência.
Durante estes anos, a criança começa a se ver mais distinta de outras pessoas. Elas estão
entendendo o conceito de si próprio. Reconhecer e apreciar esta etapa de autonomia pode ajudar
você reagir com paciência quando a palavra preferida do seu filho de 02 anos é “Não!”.
Anos 4-6: Durante estes anos, você pode orar especificamente para seu filho desenvolver
uma curiosidade saudável, aprender como brincar bem com outros, investigar e criar sem o medo
de falhar.
Anos 7-10: De 7 a 10 anos, a etapa de “indústria”, peça que Deus ajude seus filhos a
descobrir os dons e talentos dados por Deus, desenvolver um senso de satisfação e alegria usando
as habilidades de forma que eles acreditam “Eu posso fazer isto. Tenho algo para contribuir”. Este
também é um tempo crítico pelo desenvolvimento da consciência deles.
Orar por si mesmo, também: Ore que você possa enxergar seus filhos com os olhos do Pai,
os aceite por completo e responda a eles com o amor de Deus, que você possa ver as janelas dos
corações dos seus filhos e descobrir as suas necessidades e, com a sabedoria do Senhor, supri-
las.

CAPÍTULO 3: A JANELA DE CRIATIVIDADE


Imaginação é mais importante do que conhecimento.
Albert Einstein

Roman e Ramsey Brown, irmãos imaginativos que moram no estado de Texas, estavam
pensando durante o estudo bíblico familiar sobre maneiras de mostrar bondade quando o assunto
ficou focado em como mostrar bondade e amor aos seus pais. Mãe e Pai encorajaram os meninos
a pensarem em ideias diferentes e criativas em vez de ideias velhas. Roman e Ramsey
escreveram as suas ideais, e acrescentaram à lista durante o verão. O projeto deles tornou-se o
livro recentemente publicado chamado “101 Ways Kids Can Spoil their Parents” (101 Maneiras em
que Filhos Podem Mimar os Seus Pais).
O livro tem sugestões inovadoras como: “Ajudar a cuidar deles enquanto estão doentes
(você pode dizer para eles que está com a vontade de matar um dia de aula para ajudar)”. “Fazer
um bolo para o aniversário de sua mãe ou seu pai, mas não contar a idade deles (eles são
sensíveis sobre isso)”. Sabe o quê? Este livro está vendendo bem! O lucro está sendo colocado
em uma poupança para pagar a faculdade dos meninos. Nunca sabe para onde a criatividade vai
levar você e seus filhos.
Considerando que os nossos filhos são feitos por um Deus inacreditavelmente criativo, cada
um é sem igual e criativo, com um cérebro singular, talentos e dons especiais e como modos
diferentes de olhar a vida. Embora as crianças cheguem ao mundo extremamente criativas, algo
acontece para interferir com este potencial. Você sabe que quando a criatividade de crianças na
pré-escola foi avaliada, 90 por cento foi “altamente criativa”?
Infelizmente, a maioria dessas crianças não irá permanecer assim por muito tempo.
Pesquisas mostram que a porcentagem de crianças que são altamente criativas ”caiu a 20 por
cento até a idade de 07 ou 08 anos e entre adultos, somente 2 por centro são altamente criativos.”
Isto mostra que há uma tempo de oportunidade que vamos chamar “A Janela de Criatividade” nos
primeiros anos enquanto crianças estão pensando naturalmente e fazendo atividade criativas e
elas são prontas para o desenvolvimento da criatividade.
Para aproveitar essa “Janela de Criatividade, vamos ver o que é a criatividade, o que
sabemos sobre criatividade de crianças e adultos, e o que podemos fazer para encoraja-la e
cultiva-la em nossas crianças”.
O Dom de Criatividade
Criatividade não é somente desenhar bem ou compor poesia. É um recurso para resolver
problemas e pensamento criativo e divergente. Criatividade é uma habilidade de “síntese” – a
habilidade de combinar experiências e ideias diferentes e vê-los em uma maneira nova. É a
habilidade de ver um problema velho e inventar uma solução nova.
Pensamento criativo acontece em cada tipo de trabalho ou projeto. Há composição criativa,
propaganda criativa, engenharia e invenções que vêm do pensamento imaginativo e criativo e

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programas de computador vieram da mente de alguém. Pensamento criativo é preciso para curar
doença e resolver problemas no mundo de negócio bem como as artes, música, dança, artes
visuais e teatro. Criatividade não tem barreiras de idade.
Criatividade é uma mistura fascinante de componentes ou habilidades como originalidade,
flexibilidade, curiosidade e a habilidade de gerar muitas ideias diferentes sobre um assunto.
Como essa qualidade imaginativa desenvolve?
O Que Sabemos: Criatividade Descoberta
Toda Criança é Criativa
Nos exames padronizados, somente 5 por cento de alunos são determinados “criativos e
talentosos”. Então, se o seu filho não foi determinado este grupo elite, talvez ele não realizou o seu
potencial. Atualmente, criatividade é uma qualidade inata que todas as pessoas possuem, pois
somos feitos à imagem de Deus criativo – e que criatividade está geralmente expressada melhor
em nossas próprias áreas de talento e inteligência. O que faz a diferença é quando a criatividade
está cultivada.
“O núcleo de criatividade está presente no neném o desejo e motivo para investigar, para
descobrir, para testar, para experimentar várias formas de ver e tratar situações,” fala psicóloga
Teresa Amabile. “Quando elas crescem, crianças criam universos de realidade inteiros durante a
sua diversão.”
Criatividade Forma durante Infância
A experiência de criatividade que crianças têm nos anos formativos influencia a maioria de
que elas fazem como adultos, de trabalho até a vida em casa. Se a criatividade está culturada e
encorajada, ela vai acentuar e enriquecer qualquer interesse, busca ou ocupação. Pessoas têm a
tendência de exibir criatividade nas áreas em que elas têm interesse, inteligência e talento, pois
podem expressar a sua criatividade e originalidade.
Crianças Não Precisam Aprender Criatividade; Elas Já Sabem
Encorajar criatividade não é igual a ensinar o alfabeto. O jeito em que as crianças
aprendem a viver é pelo investigação criativa. Então, precisa providenciar os recursos, tempo e
encorajamento para continuar o que elas fazem naturalmente.
Cientistas de cérebro relatam que o cérebro de criança está abundante em “theta waves” –
ondas celebrais que produzem um estado de sonho em adultos – aquele tempo mágico entre
dormir e acordar.
“Durante puberdade, o cérebro infantil fica mais parecido com um cérebro adulto. As ondas
“theta” cerebrais e o jeito criativo da criança começam a diminuir,” fala Daniel Goleman no The
Creative Spirit (O Espírito Criativo).
Crianças Mostram Grande Absorção em Atividades
Muitas vezes crianças mostram grande absorção em suas atividades enquanto brincando
ou fazendo uma outra atividade pessoalmente fascinante. Este “fluxo”, ou absorção, que faz parte
da essência de criatividade está interrompido por adultos que falam: “Vamos! Precisamos ir. Pare
com isso. Tenho um compromisso”.
Quando nosso filho, Chris, era pequeno, ele podia ficar “perdido” por muito tempo enquanto
ele fez uma fantasia de índio, criou uma casinha feita de caixas, ou construiu uma nave espacial
com LEGOs. Essas situações exigiram muita paciência de mim e eu precisava deixa-lo completar
uma criação antes de começar o próximo evento.
Normalmente, falamos que crianças tem atenção curta, mas a verdade é que crianças
podem prestar atenção por um tempo impressionante se a atividade está muito interessante ou
elas iniciam a atividade. De fato, este tipo de concentração é muito parecido com o estado de
“fluxo” que existe quando alguém está tão envolvido em compor poesia, pintar ou um jogo que nem
percebe de outra coisa.
Forçando Criatividade Pode Mata-la
Você não pode exigir, pressionar ou forçar criatividade em crianças. Dr. Jane Healy sugere
que “forçar programas ou teorias avançados com a esperança de acelerar desenvolvimento será
inútil. Contar para a criança como produzir um produto lindo faz a criança dependente na sua
direção e insegura das suas próprias escolhas”.
Pensamento Criativo Envolve Conexões
O pensamento criativo do seu filho envolve o processo de “fazer conexões” entre
movimento, sensos e ideias. Na infância, as melhores conexões ou vínculos são feitos usando os

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seus corpos e mãos no processo criativo (como pintando com os dedos ou usando a imaginação),
que ajuda na coordenação dos dois hemisférios do cérebro.
Criatividade Não Deve Diminuir com Idade
Criatividade é muito parecida com o relacionamento do exercício físico e metabolismo, força
muscular e boa forma. Se você usa-la, não vai perdê-la. Criatividade não deve diminuir quando
seu filho amadurece. Se ele tiver oportunidades para exercitar a sua criatividade, a criatividade
pode ser expressa a vida toda. Mesmo que a criança não tenha muitas oportunidades para
participar no processo criativo, não fique desanimado. Não é tarde demais para começar. Há
muitas ideias e recursos úteis para ajudar.
Habilidades Artísticas Podem Ser Desenvolvidas
Crianças pequenas começam rabiscar e usar cores e linhas sem alguma forma; elas não
estão preocupadas com realidade. Quando rabiscarem, elas aprendem como manipular e brincar
com as cores e desenvolver as habilidades motoras. Adiante de 03 anos, o trabalho artístico fica
mais intencional; elas repetem padrões e formas, e a sua seleção de cores fica mais vívida. Elas
também começam a verbalmente descrever os desenhos e criar figuras que representam e
parecem como os objetos reais, como animais e flores. Com 04 e 05 anos, habilidades motoras
finas são mais refinadas e crianças colocam mais detalhes nos desenhos. Elas usam arte para
contar uma história ou expressar sentimento.
Ideias Divertidas Constroem Criatividade e Imaginação
Brincar é muito importante na cultivação da criatividade natural infantil. Vamos ver várias
maneiras para encorajar essa qualidade que foi dada de Deus.

O Que Você Pode Fazer: Cultivar Criatividade


Brincar Com os Seus Filhos
Talvez a palavra ‘brincar’ seja estranha para o adulto que trabalha e foca na produtividade,
mas como eu recentemente me tornei avó, eu tenho redescoberto a diversão de brincar no chão.
Eu deixo o meu computador para sentar em uma colcha colorida com a mina neta, Caitlin, e faço
muitas atividades divertidas com ela: brincar com brinquedos musicais, cantar, soprar bolhas, jogar
bichos de pelúcia – tudo para fazer a Caitlin dar risada naquele jeito contagiante e observa-la
brincar com todos os brinquedos ao seu redor. Curiosamente, após de passar algum tempo no
chão com a Caitlin, eu percebo que eu volto ao meu trabalho como minha mente renovada e as
ideias novas vem com mais facilidade! Em um espírito infantil, tente brincar no chão com os seus
filhos. Se ela já passou o tempo de brincar no chão, siga-o em fazer um chá ou imaginar que você
são astronautas viajando para o espaço.
Providenciar Matéria Prima para Criatividade
Separar uma sala ou uma mesa no cantinho para projetos criativos. Vasilhas coloridas
servem bem para guardar matéria prima como tecido, penas, fio, papel de embrulho, corda, botões
e macarrão. Pode guardar também: caixinhas, bandejas, massinhas, papéis coloridos, canetas
coloridas, tubos de papelão, etc. Sobras de qualquer coisa e até eletrodomésticos usados e
motores para desmontar e roupa usada podem acrescentar muito ao centro de criatividade.
Dar o Dom de Tempo
Um dos maiores obstáculos da criatividade infantil é falta de tempo. Sempre estamos com
pressa e corremos com os nossos filhos de um lugar para outro – atividades boas, mas às vezes
demais para uma semana – sem tempo para sonhar ou ler ou seguir seus próprias interesses.
Exige tempo e paciência para fazer trabalho manual, brincar, desenhar, fazer uma receita
nova ou inventar alguma coisa com os seus filhos. Mas, às vezes quando o nosso filho se envolve
bem em um projeto, tiramo-lo para chegar a um outro compromisso, que traz frustração e mata a
criatividade.
Quero lhes encorajar a enfrentar o hábito da nossa sociedade apressada e dar o dom de
tempo – tempo para assistir o pôr-do-sol, tempo para olhar às nuvens e conversarem sobre elas,
tempo para sentar na varanda e ler sobre uma ilha de paraíso no outro lado do mundo, tempo para
soltar uma pipa, fazer tortas de lama, esculturas bobas e uma tenda feita de mantas.
Conversar com os Seus Filhos
Quando você conversar com os seus filhos ao invés de assistir TV, a conversa afia a
criatividade. Porque pensamento criativo é feito por habilidades como resolver problemas,
adivinhar resultados, fazer conclusões e criar comparações. Discutam, quando vocês escolherem

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o melhor lugar da próxima viagem, são bons para treinar a habilidade de pensar, especialmente
quando você convidar os seus filhos para compartilhar as suas ideias. Também, você pode
resolver um problema familiar, bem como dividir os trabalhos domésticos ou lidar com um
cachorrinho que não quer fazer xixi fora de casa.
Quando os seus filhos tiverem um problema entre si ou com um outro amigo, não dar a
solução. Ao contrário, ajudar eles pensarem em várias soluções e comparações.
Quando passeando no carro, pensem em tantas maneiras que você pode usar um palito,
um garfo, papel de alumínio, uma bandeja de espuma ou a embalagem de uma encomenda “frágil”.
A pergunta “O que aconteceria se...?” estimula pensamento criativo. Ajude o seu filho a pensar em
ações e consequências.
Se os seus filhos precisam gerar ideias para uma tarefa, sugira uma maneira visual
chamada “clustering” ou “grupamento”. É um método que utiliza o lado direito do cérebro para
ideias e palavras, associações e conexões. Sugira que a criança anote a ideia principal dento de
um círculo no meio da página. Daí, com linhas saindo do círculo como raios, ele vai escrever
ideias, sentimentos, palavras, frases e qualquer outra coisa em que ele pode pensar sobre a ideia
principal. Seja positivo e animador, então você vai descobrir que mais ideias surgem anotando em
“grupos” do que fazendo uma lista simples.
Quando os seus filhos oferecem uma solução ou resposta diferente, aceite e valorize as
ideias deles. Fazendo uma pergunta simples pode estimular pensamentos imaginativos. Começar
enquanto seus filhos são novos e continuar conversando.
Como Evitar Barreiras de Criatividade
Não controle o tempo de brincar.
Como a minha amiga Connie Baker, mãe de três, fala: “Dar recursos, fechar a boca e sair
do caminho” em vez de voar perto como um helicóptero. Quando a Connie trabalhava de
terapeuta, ela aprendeu este princípio. Não é necessário ser um “Diretor de Acampamento”
sempre falando: “Faça isso... desenhe aquilo... use esta caneta”. Ela observou que crianças
ficaram mais a vontade sem o envolvimento constante de um adulto.
Quando uma criança precisava de ajuda, ela ajudou. Se não, ela se tornava “invisível”. O
propósito é não colocar ou forçar suas ideias em seu filho. Deixá-lo investigar, descobrir, fingir e
fazer o que a imaginação manda.
Dar espaço para eles colocarem as suas coisas e fazerem uma bagunça.
Criatividade pode gerar bagunça, mas se não há espaço para fazer uma bagunça, não há
desenvolvimento criativo. Quando crianças têm um lugar para criar, o seu potencial brota.
Mary Englebreit é um bom exemplo. Quando ela tinha 09 anos, ela decidiu que queria ser
uma artista e falou para a sua mãe, “Mamãe, preciso de um estúdio.”
Em vez de responder, “Não temos espaço para um estúdio de arte!” a sua mãe esvaziou um
armário e colocou uma mesinha, cadeirinha, joguinho de lápis e tinta, e outras matérias. O armário
ficou bem apertadinho, mas a Mary passou muito tempo lá treinando e aprendendo as habilidades
que se tornou uma artista famosa. Sem treino formal e com muitas barreiras, a Mary fez o nicho
para a sua criatividade.
Não criticar ou avaliar as invenções do seu filho.
Encorajamento estimula criatividade, mas crítica para criatividade. Criar uma atitude de
aceitação e encorajamento. Pode comentar sobre algumas áreas específicas do desenho (formas
ou cores) ou invenção (a originalidade). Perguntar como ele fez o desenho ou construção em vez
de perguntar “O que é?” Não encoraje competição entre crianças.
Deixar o seu filho cometer erros e quebrar regras.
Albert Einstein falou, “Uma pessoa que nunca comete erros nunca tentou algo novo.” Sim –
quebrar regras de vez em quando! Talvez pareça radical, mas na verdade, sempre obedecendo às
regras limite pensamento criativo.
“Há regras, fora das regras de segurança, que crianças devem ter a liberdade a quebrar.
Nada novo seria inventado se ninguém quebrasse regras,” fala Amy Nappa, autora do Imagine
That! Aceitar maneiras singulares e novas pode ser o começo da jornada criativa do seu filho – e
da sua!
Descobrindo as Áreas de Potencial em Seu Filho
Uma das razões mais importantes de seguir seu filho e saber quais são os seus interesses
tem a ver com o desenvolvimento de criatividade. Lembra-se que a criatividade começa a

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enfraquecer após 07 ou 08 anos de idade. A criatividade não aumenta porque as crianças
desenham dentro das linhas mais do que desenhar sem margens, ou porque enchemos as suas
agendas, ou porque elas fazem milhões de formulários. A criatividade diminui por causa do que
está acontecendo na mente.
O pensamento criativo em crianças diminui quando for trocada por pensamento lógico.
Quando essa mudança começa, é muito importante desenvolver os interesses nas crianças. Se o
seu filho gosta de desenhar, precisa providenciar matérias ou aulas de arte; se for cavalos ou
esportes, ele precisa se envolver naquelas atividades. Deixe-o escolher um instrumento que ele
quer tocar. Lembre-se que eles estão jovens e ainda não sabem os seus dons, então dar espaço
para começos e paradas e não insista que eles sejam pequenos profissionais. Dê liberdade aos
seus filhos para experimentar e investigar os seus interesses.
Por exemplo, depois de uma noite de olhar ás estrelas, seu filho vai fazer muitas perguntas
sobre constelações. Você pode pegar um livro sobre astronomia, os planetas ou viagens
espaciais; visitar um planetário; obter um mapa de constelações para utilizar na próxima noite de
olhar as estrelas. Ou você pode contar muitas histórias de fantasia, copiar algumas e fazer um
livro. Encorajar o seu filho a começar um jornal ou mostrar para ele como enviar seu melhor
poema para uma revista. Se o seu filho tem interesse em drama e tem o dom de atuar, iniciar um
grupo de teatro na sua igreja ou comunidade.
Seu lar é o lugar onde a criatividade nasce e o melhor local para cultiva-la. Dar espaço para
individualidade, pensamentos imaginativos, brincadeira, resolvendo problemas e até bagunça com
muita apreciação, encorajamento e liberdade para errar. Assim, você está mantendo abertas as
“janelas de oportunidade” na vida do seu filho e preparando o caminho para pensamento criativo
contínuo.
Recursos Para Desenvolver Criatividade:
Fotos
Mural de parede
Jogos
Inventar feriados
Massinha
Soprar bolhas
Fazer fantoches
Um kit de desenho
Fantasias
Museus
Eventos culturais

CAPÍTULO 4: A JANELA DA CURIOSIDADE


Um estranho para o nosso planeta, toda criança normal nasce curiosa. Ela interage livremente
como o que descobre ao seu redor, livre de preconceitos. Ela manipula, experimenta e explora.
Uma criança cuja curiosidade é aceita recebe a luz verde para aprender.
Dorothy Corkille Briggs
“Por que não temos rodas ao invés de pés?”
“Quantos céus existem, mãe?”
“Aonde a luz vai quando desligamos aquele interruptor?”
“Por que aquela nuvem parece com um grande barco?”
Perguntas constantes como estas caracterizam a “janela da curiosidade”, esse tempo
maravilhoso que começa no nascimento e continua durante os anos do crescimento, quando as
crianças estão fazendo perguntas, resolvendo mistérios e explorando e investigando o seu
ambiente.
A janela da curiosidade começa logo que os bebês entram no mundo. Crianças têm uma paixão
por descobrir e aprender. Para dar sentido ao seu ambiente e responder às pessoas e eventos ao
seu redor, os bebês começam esse miraculoso processo de explorar tudo o que vêm, ouvem e o
turbilhão de informações ao seu redor. Um educador descreveu um bebê como um comprador
admirando um número infinito de propagandas na janela de uma fabulosa loja de departamentos,
esperando as portas se abrirem.

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No momento em que o pequeno bebê está andando – ou correndo – ao redor da sua casa, ele
pode finalmente alcançar e tocar aqueles objetos coloridos que ele esteve admirando nos braços
da sua mãe, ou de sua cadeira de balanço, e ele quer sentir tudo – aí rapidamente ele coloca em
sua boca.
Engatinhadores e cambaleantes exploram, investigam, despejam gavetas de armários, imitam e
entretêm como comediantes, e perseguem borboletas enquanto elas se movem de flor em flor.
Esses impacientes aprendizes têm uma curiosidade natural sobre seu ambiente que nós podemos
tanto nutrir quanto jogar um balde de água fria.
Muitas vezes suas investigações podem ser bagunçadas, irritantes ou causar atrasos a nós
adultos. Às vezes, parece ser uma perda de tempo ou podem até ser perigosas – como da vez que
o nosso curioso dois-anos-de-idade Chris agarrou um cogumelo venenoso do jardim do vizinho em
um dos nossos passeios naturais ao redor do bairro e o enfiou em sua pequena boca (Xarope de
Ipeca, que provoca vômito, cuidou da situação, e lá se foi o cogumelo). Então nós pensamos –
promover a sua curiosidade é importante e vale a pena correr o risco?
A resposta é “sim!” Nutrir a curiosidade das nossas crianças estimulando e encorajando seus
questionamentos durante essa janela de oportunidade é uma das coisas mais importantes que
você pode fazer nas idades mais novas e na vida das suas crianças. É até mais valioso do que
gastar muito dinheiro em brinquedos de aprendizado.
Na verdade, curiosidade faz o cérebro crescer. Curiosidade é o estímulo mais forte para
construir as conexões entre os neurônios, ou células cerebrais, que aumentam a capacidade
cerebral. Nos primeiros três anos da vida, literalmente, trilhões de conexões são formadas entre os
neurônios. Curiosidade é o catalisador para esses pequenos cientistas naturais para investigar,
explorar, tocar, sentir, manipular e puxar o rabo do gato para ver o que acontece. A curiosidade
induz as toneladas de “porquês” que eles fazem. Enquanto as crianças permanecem curiosas, elas
tendem a serem aprendizes motivados. Mas quando a curiosidade morre muito da motivação para
resolver problemas e aprender diminui.
Muitos especialistas dizem que a curiosidade pode ser o fator mais importante para o
desenvolvimento do cérebro das crianças e o seu sucesso na leitura, escrita, ciência e nas muitas
tarefas acadêmicas que eles enfrentam na escola. As escolas e comunidades econômicas
classificam a habilidade de uma pessoa de questionar e resolver problemas como mais importantes
para o sucesso e realização do que memorizar e retornar informações decoradas.
“Os anos entre dois e sete parecem ser cruciais em como as crianças lidam com mistérios”, diz
Glória Latham, uma professora primária da Austrália. “Dentro destes anos eles formam crenças,
preconceitos, talentos, curiosidade e um sentido próprio que os leva adiante e a fase adulta”.
Se encorajados e se dermos oportunidades para questionamentos e explorações ativas, todas
as crianças podem ser pensadoras curiosas e permanecerem assim através de suas vidas.
“Na verdade,” diz Dr. Jane Healy, autor de Como ter conversas criativas e inteligentes com
suas crianças, “nós aprendemos recentemente que o seu cérebro pode continuar crescendo
mesmo em idades avançadas se você conseguir permanecer curioso, tentar coisas novas, e ter
novas e interessantes experiências.”
O que sabemos: O que acontece com a curiosidade
Se a curiosidade é um link tão importante para aprender, porque ela parece declinar todos os
anos enquanto as crianças crescem? Desde que esse declínio começa nos primeiros anos, vamos
ver por um momento o que acontece quando a curiosidade das crianças é ceifada.
Imagine uma sala de jardim da infância. A professora faz algumas perguntas e dez pequenas
mãos balançam no ar. “Me escolhe! Eu sei essa!” elas gritam. Aí as mãos se levantam de novo
enquanto as crianças viram a mesa, fazendo perguntas à professora. Agora imagine uma sala de
sétima série. Quando a professora faz uma pergunta, quantas mãos se levantam ansiosamente?
Pouquíssimas.
Pesquisas, incluindo os estudos do Dr. James Dillon da Universidade da Califórnia, mostram
que quando as crianças envelhecem a sua curiosidade inata tende a diminuir. No momento que
eles alcançam o ensino fundamental, muitos dos estudantes não enxergam mais a sua sala de aula
como um lugar maravilhoso onde eles não podem esperar pra aprender algo novo. Ainda pior, ao
tempo que eles alcançam a nona série, eles perguntam outras perguntas “quanto tempo até o
lanche?” ou “quando vamos sair daqui?”. Estudos em cinquenta e cinco salas de escola, durante

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um dia escolar inteiro, Dillon encontrou apenas onze de oitocentos alunos fazendo perguntas reais
que solicitavam informações sobre o estudo. O que aconteceu com toda aquela curiosidade?
Alguns especialistas dizem que a diminuição da curiosidade deve-se, em parte, pelo
amadurecimento. Lembra daquele “pensamento-livre” ou “pensamento-mágico” com o qual os
alunos da pré-escola entendem a vida temporariamente? Sem regras limitando os seus
pensamentos, eles formulam questões sem fim como “porque a joaninha pode voar?” ou “eu posso
voar?” Ao tempo que eles chegam aos seis anos, as crianças são mais concretas e lógicas em
seus pensamentos. Seus questionamentos se tornam mais focados e pensados. Sua curiosidade
começa a refletir seus próprios interesses pessoais.
Mas sua curiosidade não precisa diminuir. Os pais podem assumir um ativo e positivo papel em
encorajar e promover curiosidade em seus filhos. Mesmo com as mudanças naturais que ocorrem,
a curiosidade pode ser melhorada. Eis como.
O que você pode fazer para aperfeiçoar a curiosidade
Crie um lugar cheio de imaginação para brincar e explorar.
Deixe sua casa à prova de crianças removendo objetos perigosos, aí você pode deixar suas
crianças brincar com os objetos da casa e da cozinha. Separe uma pequena mesa na cozinha
como o espaço das crianças – com um bem colorido recipiente para caixas com tampas. Dentro
das caixas coloque objetos de diferentes texturas e formas, material de pintura, quebra-cabeças
para montar, e outras coisas interessantes.
Ter restrições firmes e amáveis e prover limites dentro de casa é importante, mas uma
constante barragem com um “não” toda vez que as crianças tentam explorar ou descobrir coisas,
amortece seu desejo de descobrir como as coisas funcionam e o porquê. Guarde os seus “nãos”
para a segurança e outros assuntos vitais enquanto você cria um lugar tanto dentro quanto fora de
casa para brincadeiras e explorações.
Leve seus filhos para excursões e viagens de campo para lugares fascinantes que requerem
sua atenção e oferecem novas experiências – uma fazenda, um museu de ciências interativo, um
zoológico, parques, trilhas naturais, e, claro, seu próprio quintal. Mesmo um supermercado pode
ser um lugar interessante para um bebê – ver as lagostas vermelhas no mercado de peixes e a
variedade de formas e cores das frutas e vegetais. Crianças precisam de tempo para olhar as
estrelas, observar os pássaros cantando, estudar as tempestades enquanto elas se aproximam, e
experimentar a maravilha da criação em primeira mão ao invés de apenas ler sobre elas. Mesmo
no colegial e no primário, estudantes precisam de experimentos desafiadores e projetos para
mantê-los interessados e motivados.
Lide com as questões com entusiasmo e interesse.
Assim que começam a falar, as crianças começam a fazer perguntas – centenas delas. Quando
chegam aos três ou quatro anos, eles pensam sobre todas as coisas. “Por que minha língua é
rosa?” “por que não posso voar?” “por que a neve é fria?” “por que nosso gato tem bigodes?” “por
que não bebemos leite como os gatos bebem?” No começo as perguntas são consideradas fofas,
mas quando há um constante fluxo delas e os pais estão ocupados ou com compromissos, eles
respondem com menos do que entusiasmo. O que se segue pode ajudar a acender a chama da
curiosidade de uma criança.
Não sinta que você deve ter todas as respostas.
Lembre-se, é melhor saber algumas das perguntas do que ter todas as respostas. Geralmente
as crianças não querem respostas dos adultos, eles apenas querem ver se estamos interessados e
ouvindo. Pedir as crianças para encontrarem suas próprias respostas e soluções encoraja as
crianças a fazerem mais perguntas. Ajude seus filhos a pensar sobre uma questão e deduzir
possíveis soluções. Se seu filho pergunta porque as folhas verdes se tornam vermelhas de
repente, você pode responder: “O que você acha que faz as folhas virarem vermelhas ou
douradas?” ou “Como você acha que o gato conseguiu os bigodes?” se isso for o que ele
questionou.
Se você não sabe uma resposta e seu filho realmente quer saber, escreva a pergunta em uma
folhinha de papel (tenha essas folhinhas sempre a mão na cozinha ou no carro), e da próxima vez
que vocês estiverem próximos da biblioteca juntos, entrem e procurem a resposta. Você estará
dando ao seu filho uma poderosa demonstração de como conduzir uma investigação, e não
custará quase nada, apenas alguns centavos para os cartões.

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Crianças têm um grande potencial para pensamento criativo. Frequentemente eles usam
estórias e teorias complexas para explicar as coisas. Aqui está a explicação de um garoto de cinco
anos sobre como o nosso cérebro funciona:
“O seu cérebro escuta os seus pensamentos e se os seus pensamentos
estiverem errados, a sua boca avisa. A boca pode ter algumas discussões com
o cérebro. Às vezes nosso cérebro fica muito cansado de pensar e fica com dor
de cabeça. Aí não pode pensar em nada. Isso é um problema. É como uma
lâmpada que queima.”
Respeitar as ideias e pensamentos de nossos filhos quando eles explicam as coisas pode
fazer uma grande diferença. Eis o que Darrel Baumgardner, um meteorologista do National
Weather Center em Colorado-EUA, me contou sobre como a influência dos seus pais impactou
sua curiosidade: “Eu sempre fui curioso, e o mais importante, assumia riscos em aprender sobre
novas coisas ou me lançar em novas direções de estudo. Se eu tivesse sido ridicularizado quando
criança por chegar à resposta “errada”, eu poderia ter sido muito diferente. Eu fui feliz, porém, por
ter pais que encorajaram minhas leituras em uma ampla área de assuntos e me deram suporte em
qualquer questionamento e esforço em que me interessava. Eles ainda fazem isso hoje”.
O processo de questionamento pode continuar por toda a infância e na fase adulta também se,
especialmente na fase escolar, nós nos certificarmos de não rebaixarmos a criança por suas ideias
e respostas diferentes, ou “fora do padrão”. O medo de um jovem de “parecer bobo” por causa de
uma resposta pode reprimir sua curiosidade.
Deixe seu filho ouvir você fazer perguntas em voz alta de si mesmo e dos outros.
Quando você está sozinha com seu filho, ao invés de sempre dirigir perguntas diretamente
para ele, faça uma observação seguida de uma pergunta como “Uau! Olhe para a cor do por do sol
hoje! Eu me pergunto por que está mais vermelho hoje do que ontem?” Ou use perguntas do tipo
“e se”. Einstein disse que brincar com perguntas “e se” em sua mente foi como ele chegou a
algumas das suas melhores descobertas, então você estará em boa companhia quando fizer esse
tipo de pergunta. Use perguntas de pesquisa como “O que nós precisamos saber para fazer essa
casinha de passarinho?”. E perguntas de resolução de problemas como “O que você irá fazer
sobre o conflito entre você e seu amigo? Diga-me três formas de solucionar isso”. Então, se o seu
filho demonstrar interesse, continue com um diálogo, buscando informações um do outro ou de
ideias, ao invés de um interrogatório.
Fazer perguntas interessantes e divertidas na mesa de jantar (perguntas que nem sempre têm
uma resposta correta) também fortalece a curiosidade e o pensamento. Perguntas como “Tente
imaginar como seria a sua vida se você fosse o seu gato. Que coisas você poderia fazer que você
não pode fazer agora e quais você não poderia?”.
Seja observador
Aponte as flores aflorando na primavera; fale sobre os ciclos da natureza; pense em voz alta os
seus questionamentos sobre o mundo ao seu redor. Desta forma, você está modelando a
curiosidade e mantendo o seu próprio senso de imaginação vivo. E, no processo, o seu filho pode
ficar interessado e querer saber mais.
Proporcione “tempo de pensar”. Muitas crianças hoje em dia estão tão cheios de programações
que correm de um esporte depois da escola para outro e quase não têm tempo para apenas
brincar no quintal ou buscar um interesse. Assim, em um estudo dos primeiros anos da vida de 400
importantes adultos – inventores, artistas, exploradores, homens de estado – para encontrar
elementos comuns que os levaram às suas maiores conquistas, um fator principal foi encontrado:
quando crianças eles foram encorajados e puderam ter “tempos de pensar” e, brincando,
exploraram seus interesses e o mundo ao seu redor. Quando crianças eles tiveram liberdade de
fazerem bagunça, fazerem escolhas, e fazerem coisas diferentes que as outras crianças da sua
idade. Prover materiais e um tempo de pensar ao invés de uma atividade mais estruturada pode
ser uma das melhores coisas que você pode dar ao seu filho.
Leia em voz alta para seus filhos.
Escolha assuntos que mais interessem seu filho. Além de a leitura ter muitos benefícios para o
desenvolvimento da linguagem, ela também é um grande incentivo para a curiosidade. Ver
desenhos de baleias e criaturas marinhas, jatos e lugares distantes estimulam o pensamento e a
imaginação. Livros podem levar as crianças para lugares que elas não podem ir, e explicam
mistérios e maravilhas da natureza.

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Forneça ferramentas de descoberta
Objetos simples, como uma lupa, um telescópio, um microscópio, até mesmo rolos de papel
higiênico para dar uma olhada mais de perto no que está escondido na grama, pode estimular a
curiosidade de seu filho. Com esses simples materiais, um passeio na floresta pode se tornar uma
aventura de exploração. Traga junto uma pá de jardim e uma caixa de sapato bem firme para
carregar pedras, pedaços de planta e ossos de pequenos animais para casa.
Envolva-se
“O crescimento de nossa inteligência vem de interações emocionais espontâneas com outras
pessoas – e o melhor de tudo, os pais.” diz o Dr. Stanley Greenspan, autor de O Crescimento da
Mente. Ele aconselha que a coisa chave para se fazer com os pré-escolares é descer ao chão e se
envolver nas brincadeiras. Não simplesmente leia para suas crianças. Leia alguns parágrafos e
deixe sua criança terminar a estória. Nos anos escolares, alimente a curiosidade levantando as
opiniões da criança e debatendo sobre elas. Inventem estórias juntos. Busque as opiniões
diferentes da criança. Greenspan diz “Essa é a interação emocional vibrante entre criança e pai
que aumenta a habilidade da criança de imaginar e pensar em novas ideias,” e eles são os
melhores aperfeiçoadores do cérebro de todos.
Momentos ensináveis para essas interações espontâneas estão ao nosso redor, alguns bem
no nosso quintal. Quando minha amiga Sally e sua família se mudaram para Tallahassee, Flórida,
eles ouviram que o lago dentro de sua propriedade abrigava um crocodilo – um crocodilo de dois
metros e meio que era muito atraído por cachorros e crianças. Quanto mais eles ouviam a história,
mais fascinado ficava seu filho de oito anos.
Sally decidiu tirar proveito de sua curiosidade, então pais e filho começaram uma investigação.
Eles conseguiram livros da biblioteca sobre crocodilos, informações na internet, e entrevistaram
vizinhos. As crianças fizeram desenhos de como eles achavam que o crocodilo da vizinhança era
e, com seus pais, vigiaram a água, esperando vê-lo. Na primeira vez que o crocodilo surgiu da
água, olhos olhando diretamente para eles, as crianças mal puderam acreditar no que viram. A
criatura tinha três metros, e não dois e meio! Logo depois, a polícia ambiental local levou o
crocodilo para uma reserva ambiental. As crianças continuaram sendo observadores do seu
ambiente, encontrando guaxinins, gambás, garças, garças azuis, e outras criaturas para investigar.
Um pai que eu conheço levou seus filhos para uma estufa e viveiro de plantas. Eles
observaram o envasamento de plantas e viram uma grande variedade de flores, plantas e árvores.
Eles viram como os botânicos controlavam pestes e doenças de plantas. Eles foram para casa e
plantaram sementes em copinhos de papel e bandejas de ovos para fazer seu próprio jardim
caseiro. Eles pegaram suas lupas e foram para o jardim de rosas da cidade e viram todas as
diferentes cores e tamanhos das rosas híbridas, falando da grande variedade de lindas coisas que
Deus criou para que desfrutássemos. No processo, esse pai despertou um amor duradouro pelas
plantas, flores e descobertas em suas filhas.
Encoraje perguntas na cozinha.
A cozinha é um outro lugar para interações espontâneas entre você e suas crianças que atiça
a curiosidade. Se o seu filho ficar tentando imaginar o que aconteceria se ele misturasse água e
óleo de cozinha, deixe-o fazer isso e discuta o que acontece. Use a cozinha para demonstrar que
as substâncias mudam quando misturadas, aquecidas ou congeladas. Enquanto prepara a comida,
além de fazer boas refeições, tente fazer seu filho pensar com perguntas do tipo: Por que o pão
cresce? Por que você acha que os biscoitos ficam marrons no forno? Por que devemos lavar as
mãos antes de preparar a comida? Por que você pode saber, lá do quarto, quando eu estou
fazendo pizza? Se você ficar vendado, o sanduíche de manteiga de amendoim continua gostoso?
Tente isso.
Escolha escolas que encorajam a curiosidade.
Seja seletivo sobre que tipo de ambiente de ensino você escolhe para seus filhos. Algumas
escolas têm um positivo efeito motivacional na curiosidade dos alunos e no seu desejo de
aprender. Outras têm um efeito negativo. Visitar a sala de aula e ser envolvido é a melhor forma de
descobrir se a sala de aula dos seus filhos é um ambiente rico com uma grande gama de recursos
que encorajam o aprendizado real e a descoberta. Se o seu filho está em uma escola pública ou
privada, ou é ensinado em casa, junte-se com outros pais e tenha um papel ativo em conseguir um
criativo e estimulante tipo de ambiente para as crianças.

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Usando todos os seus sentidos, as crianças que estão nos anos da janela da curiosidade,
entre o nascimento e a idade de cinco anos, começam a formar ideias de como as coisas
funcionam. Eles começam a encontrar sentido nas coisas ao seu redor. Eles desenvolvem
segurança e confiança enquanto imaginam, descobrem, e ganham conhecimentos por si mesmos.
Todo esse aprendizado concreto é um fundamento vital para o aprendizado abstrato e simbólico
dos livros da escola.
Com uma dispensa rica de experiências obtidas na infância – imagens e sons interessantes,
pessoas e lugares visitados, tempo para observar e brincar e falar e explorar – a curiosidade de
sua criança vai permanecer viva e boa através dos anos do crescimento e muito mais, na verdade
durante a vida toda.
Fechadores da janela da curiosidade para serem evitados
Evite salas de aula orientadas por currículo com foco na memorização nos primeiros anos.
Pesquisas mostram que alunos do ensino fundamental fazem uma média de cem planilhas por
ano, o que estimula muito pouco a curiosidade da maioria das crianças. O fato é que nós
aprendemos muito do que precisávamos aprender no jardim da infância – onde havia muitas
atividades manuais como pintar, trabalhar com barro, criar e manipular coisas, e desenhar.
Porém, quando as crianças se mudam para o ensino
fundamental, eles têm muitas planilhas e poucas atividades
manuais, o que leva ao esgotamento. A curiosidade das
crianças e o desenvolvimento do cérebro são estimulados por
explorar as coisas manualmente. Mesmo nos anos escolares,
os estudantes precisam de experimentos desafiantes e projetos
para mantê-los interessados e motivados. Trabalhe junto à
escola dos seus filhos para prover variedade de currículo e
mais oportunidades de aprendizado manual em ciências.
Resista ao desejo de superproteger, fazer, ou demonstrar tudo para os seus filhos.
Superproteção suprime a curiosidade. O mesmo acontece se você fizer para a criança todas as
tarefas que parecerem difíceis. É tentador colocar as pecinhas de formas diferentes nos
buraquinhos certos se o seu bebê está se frustrando com elas (e mais tarde dar todas as
respostas para o seu dever de casa quando ele está se esforçando). Mas é melhor dizer algo
como “eu acho que esse quadradinho não encaixa nesse buraco redondo. O que você acha desse
buraco? Porque você não tenta?” Então encoraje seu filho a perseverar. Dê muitas oportunidades
para suas crianças descobrirem as coisas e cometerem erros sem serem repreendidas – erros são
as coisas de que as descobertas científicas são feitas – Deixe
seus filhos lidarem com as coisas que eles podem lidar com DICA: fazer uma experiência
com imãs ao invés de ler sobre
segurança. Deixe-os misturarem ingredientes na cozinha (com
magnetismo e contar moedas
supervisão, claro) para verem o que acontece. reais ao invés de colorir moedas
Se seu filho não entendeu um problema de matemática, ao em um livro são atividades
invés de dar a resposta, dê a ele objetos, como blocos manuais que estimulam a
pequenos, carros miniatura, ou até mesmo comestíveis, como curiosidade das crianças
passas ou mini-marshmallowns para tocar e ver porque 5+8=13.
Aceite as respostas e hipóteses criativas e fora do padrão da sua criança.
Mesmo que você possa ver alguns buracos no pensamento, ao invés de corrigir ou criticar,
deixe seu filho falar a sua ideia e depois peça mais informações.
Evite escolher tudo pelo seu filho.
Ao invés disso, ofereça opções para ele. Se passatempos, lições, esportes, e atividades
extracurriculares são sempre escolhidos pelos pais e dirigidos por motivações adultas, o seu filho
vai ter pouca oportunidade para descobrir o que o deixa curioso e interessado. Encoraje-o a
sonhar com o que ele mais gostaria de fazer, fale sobre o que aperta os botões do seu “interesse”,
então busque essas coisas.
Dê matérias que encorajam pensamentos flexíveis e motive as crianças a arriscarem usando
diferentes estratégias para solucionar problemas: papel e giz de cera em oposição a livros de
colorir, brinquedos educativos e coisas com as quais as crianças podem criar e construir, itens
para usar para explorar as maravilhas da natureza. Estudos mostraram que crianças que
brincaram com blocos, brinquedos de construção, e quebra-cabeças são mais motivadas a buscar

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uma variedade de soluções do que as crianças cujas experiências foram basicamente com lições e
brincadeiras estruturadas por motivações adultas e com uma única rígida solução de problemas.
Recursos para desenvolver a curiosidade
Kits científicos como um viveiro de sapos, formigas ou fazendas de joaninhas, e um viveiro de
borboletas podem ser comprados em petshops e algumas lojas de brinquedos.
Faça seu próprio kit magnético colocando um grande imã em um recipiente com um pequeno
carrinho de metal, uma espátula e outras coisas de metal para usar em experimentos.
Microscópios, kits de química, e outras ferramentas científicas encorajam a curiosidade, mas o
quintal, garagem, e a cozinha são ótimos laboratórios para se aprender. Faça experiências como o
mistério dos balões, onde você pega alguns balões de diferentes tamanhos e formas. Encha os
balões e solte-os, um de cada vez. Deixe sua criança fazer observações, como o quão longe cada
um vai, se o voo foi reto ou errante, e por quanto tempo cada um ficou no ar. Então pergunte por
que o balão grande não foi tão longe quanto o pequeno e outros fenômenos de causa e efeito do
lançamento de balões. Misture água e óleo e veja-os se separarem. Ou faça bolhas usando sabão
e glicerina para demonstrar viscosidade.
Faça uma mochila de exploração. Dentro da mochila coloque uma lupa, velhos tubos de
plástico com tampa para guardar “tesouros” encontrados no caminho, e uma velha colher para
cavoucar.
Faça um habitat para pássaros no seu jardim com seu filho. Investigue (na internet ou em
livros) que tipo de habitat os pássaros da sua região gostam. Então faça um ambiente saudável.
Deixe seu filho ajudar a decidir onde colocar o alimentador de pássaros, a banheira de água, e a
casinha de pássaros no seu jardim. Então faça um de cada item. Eles podem ser simples casas
retangulares de madeira ou um cone de madeira melado em manteiga de amendoim e depois em
comida para pássaros, ou aqueles alimentadores de pássaros pendurados em um galho. Então
pegue um livro sobre pássaros e se divirtam aprendendo!
De natal ou aniversário dê um livro ou faça uma assinatura de uma revista científica. Além
disso, assista programas científicos na Discovery e discuta o que vocês aprenderam. Faça
passeios a museus científicos que mostrem coisas educacionais criadas especialmente para as
crianças tocarem.

Senhor de todas as coisas, você criou e teceu a curiosidade de minha criança, seus
interessado, entusiástico questionamento sobre o seu mundo.
Assim como você tem paciência comigo, me dê paciência com minha filha quando ela pergunta
“por quê?” pela décima vez!
Ajude-me a curtir essa janela de questionamento que é tão transitória.
Mantenha-me curiosa e interessada no mundo também!

CAPÍTULO 5: A JANELA FÍSICA


As crianças são como os relógios;
Elas devem ter permissão para correr!
James C. Dobson

Aos oito meses e meio, Caitlin se virou sobre sua barriga e alcançou o bebê coelho de gorro
rosa. Peguei! Ela olhou para o fofo coelho, mastigou a etiqueta por menos de um minuto, e se
esgueirou por sobre o ombro para os brinquedos à sua direita a alguns metros de distância. Sem
problema. Ela girou sobre si mesma e rapidamente se jogou para a direita, girando e girando de
novo até conseguir alcançar as chaves coloridas que ela queria. Ela pegou o seu prêmio com as
mãos, mastigou um pouco, e balançou para ouvir o barulhinho que fazia.
Rolando de novo, um grande sorriso acendeu na face de Caitlin enquanto ela agarrava um
sapo verde de veludo – o que ela prontamente colocou na boca, entretida pelo barulhinho agudo
que ele fazia quando apertado ou mordido. Depois de alguns minutos, ela jogou o sapo através da
sala (Caitlin tem um ótimo braço direito; nós achamos que ela pode se tornar uma ótima lançadora
de beisebol). Correndo para a sexta de brinquedos, ela encosta-se à lateral e começa a “provar” os
brinquedos dentro para ver o que parece interessante. Depois de descansar um pouco, ela pega

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uma pequena boneca de plástico azul para acompanhá-la em mais uma excursão de giros, desta
vez através do chão da sala de estar.
Eu virei minha cabeça por um momento e de repente Caitlin transformou sua posição de
deitada em sentada, dando risadinhas por sua habilidade recém-descoberta. Ela alegremente
jogava a pequena boneca na frente dela como se para criar um desafio. Ela a alcançava com toda
sua força, quase em uma posição de gatinhar, mas não muito certa de como colocar seu quadril e
pernas para funcionar. Ela vira, vira de novo, virando para a direita até girar quase 360 graus de
onde ela começou. Incapaz de pegar a boneca, Caitlin vira sua atenção para a pilha de brinquedos
na sua frente e prontamente desmantela a pilha, olhando enquanto o círculo laranja rola através do
chão. As engrenagens da mente estão girando e Caitlin está fazendo uma importante “resolução-
de-problema”. Ela quer se mover para o brinquedo, mais ou menos a um metro e meio de
distância, mas, ela não consegue saber como – pelo menos não hoje. Ao invés disso, ela dá chutes
no ar e se ocupa com uma pequena girafa de borracha.
Naturalmente, como uma avó, eu assisto todos esses movimentos com prazer. Não faz muito
tempo que eu me lembro desta mesma netinha sendo trazida para casa da Unidade de Tratamento
Intensivo Neonatal parecendo uma miniatura na cadeirinha de carro azul e amarela onde seus pais
a carregavam. Todos nós respiramos aliviados e muito agradecidos a Deus quando Caitlin, depois
de ter nascido um mês prematura e em condições críticas, estava bem o suficiente para ser
transportada da UTIN para seu próprio berçário.
Uma vez em casa, Caitlin nas primeiras semanas estava mais interessada em ser cuidada e
mimada pela mamãe e pelo papai. Como toda criança, seus movimentos eram dirigidos mais por
reflexo do que por intenção. Quando Tiffany acariciou seu queixo, Caitlin se virou para a mão dela
procurando por comida. Ela respondia a voz da mãe, especialmente suas canções. Quando
deitada de costas com sua cabeça virada para um lado, o braço que ficava do mesmo lado ficava
esticado e o braço oposto dobrado (chamado reflexo tônico do pescoço), Quando assustada de
repente por um barulho alto, Caitlin jogava seus braços e pernas e chorava, ainda assim ela podia
dormir durante o maçante bramido da secadora ou um programa de televisão.
Eu me lembro da primeira vez que eu vi o seu sorriso, seu mágico sorriso. A primeira vez que
ela alcançou os brinquedos no móbile sobre sua cabeça. O dia em que ela se sentou pela primeira
vez. Suas tentativas preliminares de girar no chão. Cada pequeno marco de desenvolvimento era
uma maravilha para mim, mas eu sempre fui fascinada em como os bebês aprendem e crescem.
O que sabemos: Desenvolvimento Físico Saudável
Do nascimento até a idade de dois anos, nós sabemos que a maioria das crianças aprende a
agarrar, sentar, engatinhar, levantar e andar. Na idade de três anos aos cinco, eles aprendem
habilidades motoras que requerem coordenação – como pular, saltar, jogar uma bola, escalar e
correr. Através das brincadeiras, elas exploram o espaço e os objetos ao seu redor, e
impressionam os pais e avôs com cada marco alcançado, cada habilidade adquirida.
Não irei levar vocês em uma excursão mês a mês do desenvolvimento motor das crianças
(existe um grande número de bons livros sobre o assunto), mas nós queremos dar uma olhada em
alguns novos entendimentos sobre a “janela física” e como podemos promover e dar suporte ao
crescimento das crianças na área da coordenação motora.
O começo dos movimentos.
O desenvolvimento motor não começa no nascimento; ele começa no útero, quando, à sétima
semana, o movimento do feto começa. O movimento atinge o ponto máximo entre a décima quinta
e a décima sétima semana. Esse é o momento onde as áreas do cérebro que controlam o
movimento começam a ser conectadas. A partir desse ponto, leva aproximadamente dois anos até
que as células do cerebelo (a parte do cérebro que controla a postura, movimento, balanço e
coordenação) formem circuitos funcionais.
Intervalo de tempo para o desenvolvimento físico.
A parte mais crítica da janela física dura aproximadamente quatro anos, ou até o quinto
aniversário. Embora haja uma melhora na coordenação olho-mão, força e destreza aumentada, e
um desenvolvimento motor durante todos os anos do crescimento, os primeiros quatro anos são
cruciais. Nós sabemos isso parcialmente por causa do efeito da restrição de movimento: por
exemplo, uma criança incapaz de se mover pelos primeiros quatro anos por causa de algum
acidente ou algo assim, eventualmente, irá aprender a andar, mas não com a facilidade ou
suavidade de uma criança que teve todos os seus movimentos nos primeiros anos de vida.

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Existem períodos críticos durante os quais experiência é essencial para o desenvolvimento
motor. Habilidades motoras como sentar, engatinhar, ficar de pé e andar se desenvolvem apenas
se o bebê é exposto a relevantes estímulos sensoriais durante os primeiros anos da janela de
oportunidade. Mesmo que a maioria dos pais não prive, intencionalmente, seus filhos, às vezes as
crianças não recebem o estímulo de ficar no chão ou eles não têm a interação dos pais nas
brincadeiras. Um bebê precisa de experiência de aprender como se mover, o estímulo de ficar no
chão – de costas ou de barriga para baixo – de sentir o movimento através do corpo. Sem essa
experiência, as crianças podem não sair e explorar seu ambiente e desenvolver curiosidade, o que
leva a um atraso nas habilidades cognitivas – sua percepção, razão e habilidades de pensamento.
Estímulo Sensorial.
Os movimentos dos bebês são guiados pela absorção de estímulos como visão, audição,
toque, sabor, cheiro e da percepção de movimentos vindos do ambiente ou do próprio corpo do
bebê. Todos os sistemas sensoriais fornecem importantes informações para a criança no processo
de aprender a se movimentar. Se o bebê é frequentemente confinado em uma cadeira de carro ou
de bebê, uma cadeira de balanço ou andador, e não teve oportunidade de sair e se mover e
experimentar o que o seu corpo faz quando brinca no chão, então ele pode não ser estimulado e
motivado a se mover.
Por exemplo, Marissa, de quatro anos, era um bebê muito irritável. Sua mãe tentava entretê-la
com balanços, cadeirinhas de criança ou no seu próprio colo. Mas, Marissa parecia não estar
desenvolvendo algumas habilidades motoras. Depois de conversar com o médico de Marissa sobre
suas preocupações, a mãe de Marissa começou a colocar Marissa com a barriga no chão com dois
brinquedos favoritos. Ela colocou um espelho na frente da filha para estimular ela a se erguer com
os braços e ficar levantada para “ver o bebê”. Dessa forma, Marissa estava construindo resistência
para essa e outras atividades. Então ela começou a alcançar brinquedos do outro lado da sala. Ela
começou a explorar, tocar, ver – sua curiosidade a estava movendo!
Uma progressão da cabeça aos pés.
Bebês começam a desenvolver o controle da cabeça e o controle do corpo, necessários para
sentar, o controle dos quadris para engatinhar, culminando com o controle dos joelhos e tornozelos
que precisam para caminhar. Carlton, brincando de barriga no chão, primeiro aprendeu o controle
da cabeça em todas as posições enquanto ele começou a trabalhar simultaneamente em fortalecer
os músculos das costas. Quando deitado de costas, ele tentava alcançar brinquedos ou chutava
ele com suas pernas dobradas contra o peito, fazendo suas primeiras “flexões” e fortalecendo seu
abdominal, ou músculo da barriga. Aos sete meses ele era capaz de estabilizar sua cabeça e
tronco para sentar.
Vamos falar de novo da cadeira de balanço ou andador – se um bebê é colocado nesses
equipamentos muito cedo, ou muito frequentemente antes de desenvolver controle de sua cabeça
e tronco, o bebê tende a enrijecer para ter estabilidade e aprende padrões de movimento que são
contraproducentes. O andador deve ser usado apenas quando o bebê já tem controle da cabeça e
do tronco e apenas por curtos períodos de tempo. Quando bebês passam muito tempo em
cadeiras de suporte eles não ganham o benefício de fortalecer seus músculos através da repetição
e brincadeiras horizontais (quando estão deitados de costas). Brincadeiras no chão são
importantes para o desenvolvimento motor. É necessário mais esforço para se mover contra a
gravidade, o que fortalece os músculos.
Progressão de proximal para distal
Na linguagem regular dos pais, “proximal para distal” significa que as crianças ganham controle
do movimento nos ombros que progride para os cotovelos, pulsos,
mãos e dedos. Para poder fortalecer os músculos dos ombros,
DICA: Seu bebê vai gostar muito
os bebês precisam brincar no chão de barriga e de costas.
mais de brincar no chão logo
Brincadeiras no chão, três vezes ao dia (de manhã, de tarde e à
pela manhã quando ele está
noite), é necessário para explorar o movimento. alerta e brincalhão, e não logo
No começo, o movimento é aleatório. Acontece depois de comer ou quando está
acidentalmente. Então, enquanto o bebê continua a se mover, cansado e com sono.
ele ganha informações valiosas.
Através de muita prática e repetição, a tarefa do movimento se torna fácil de conseguir
enquanto o circuito que conecta pensamento ao córtex motor aos nervos que movem os músculos
entra em funcionamento. É um processo e tanto!

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Quando os bebês repetem um movimento, eles começam a fazer ajustes por conta das
respostas sensoriais. Depois de se mover e praticar um movimento várias vezes, os bebês
começam a entender como esse movimento foi realizado, então eles podem fazer novamente No
processo, sinapses, ou conexões, são feitas entre as células nervosas do cérebro até que um
padrão é estabelecido e o cérebro fica pronto para aquela habilidade.
Novas habilidades.
Quando um bebê está colocando muita energia e esforço em ler uma nova habilidade motora,
ele não irá empregar tanto esforço em outra área. Por exemplo, se o seu filho começa a se esticar,
ficar em pé e dar passos, antes de começar a andar, não é raro ele se tornar mais quieto e ter
menos interação verbal durante esse intensivo estágio motor. Não se preocupe; isso não significa
que sua linguagem regrediu. Isso significa que ele está se concentrando em uma nova habilidade.
A importância do toque.
O toque é extremamente importante para o desenvolvimento de crianças saudáveis. Para
bebês e crianças novas, toque físico na forma de abraços, chamegos e afagos têm muitos
benefícios: aperfeiçoa o sistema imunológico, aumenta o elo e o afeto entre pais e crianças, é um
importante estímulo para o sistema nervoso, e é vital para o desenvolvimento motor.
A importância das brincadeiras.
Brincadeiras é o trabalho das crianças. As brincadeiras induzem bebês e crianças a se
moverem repetidamente até aprimorarem um novo movimento. É aí que você entra. Você é o
melhor brinquedo do seu filho! Nos primeiros meses, bebês precisam de um objetivo ou motivação
para se mover, como alcançar um molho colorido de chaves de plástico que a mamãe está
segurando. Mesmo que um colorido móbile possa estimular interesse por um curto período de
tempo, eventualmente seu bebê vai querer alguma interação humana. E assim como crianças
precisam de seus pais para falar com eles e cantarem para eles, eles também precisam dos pais
para interagir com eles de uma forma que estimule movimento. Quando você aperta um brinquedo
que faz barulho ou liga uma música, você provê a motivação para o movimento.
Não é necessário brinquedos caros para estimular o desenvolvimento motor. Pesquisadores na
Universidade do Alabama descobriram que coisas simples – blocos e brinquedos de plástico, jogos
de esconde-esconde e outras atividades que os pais fazem naturalmente com seus bebês –
melhoram o desenvolvimento motor, cognitivo e da linguagem. Brinquedos simples como potes e
panelas, caixas, utensílios de cozinha de plástico, bonecos, e bolas podem entreter e estimular as
crianças por horas.
O aprendizado de uma nova habilidade motora, cognitiva ou qualquer outra, se desenvolve de
uma motivada tarefa que a criança tende a escolher fazer, diz minha amiga Kay Davis, uma
fisioterapeuta pediátrica que trabalhou com centenas de crianças no desenvolvimento motor. “As
crianças vão nos mostrar como ensiná-las se seguirmos a sua liderança e desfiar sua curiosidade
e estilo de aprendizagem. Continue com a atividade que interessa a elas.” Ela diz. Então comece a
tecer o aprendizado ou habilidade para aquela atividade.
Por exemplo, quando os filhos de Kay Ross e Blake estavam na pré-escola, Ross era mais
orientado por atividades motoras e tácteis, ou de toque. Se ela quisesse trabalhar o conceito de
números com Ross, ele aprenderia muito mais se eles contassem caminhões enquanto os
empurravam através da areia em sua caixa de areia. Ele iria tocar e sentir os caminhões, e teria
movimento envolvido. Seu filho mais velho Blake gostava dos pequenos livrinhos que ela comprou.
Ele gostava de sentar e pensar e era visualmente estimulado. Ele podia se entreter em uma mesa
e descobrir o conceito de números apenas olhando para as páginas do livrinho. O segredo era
descobrir o que estava estimulando e interessando cada criança.
O que você pode fazer: fornecendo oportunidades
Do nascimento aos seis meses: Espelhos inquebráveis no berço estimulam o bebê com uma
visão sempre diferente do movimento de cada braço ou perna. CD’s de música e caixas de música
são prazerosas para as crianças. Entre dois e quatro meses, os bebês começam a bater nos
brinquedos, então ganham controle suficiente em seus braços e mãos para agarrar e manipular
objetos. Para praticar esse movimento, móbiles (se ficarem baixos o suficiente para o bebê bater
nos objetos) são divertidos, e tapetes com brinquedos pendurados (uma armação com chocalhos,
argolas e objetos) oferecem atividades de agarrar e alcançar. Brincar deitado com a barriga para
baixo é importante para os bebês colocarem seu peso nos antebraços. Coloque o bebê com as

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costas no chão e brinque de bicicletas, gentilmente rodando suas pernas, brincando de esconde-
esconde, ou segurando um brinquedo para ele alcançar.
Dos seis aos nove meses: A maioria dos bebês está trabalhando em sentar durante esse
período de tempo. Você pode colocar brinquedos em cima de um banquinho, ou em almofadas de
sofá empilhadas para deixar o brinquedo acima do chão (diretamente na frente o do lado) onde o
bebê tem que se esticar para alcançá-lo. Providencie uma variedade de texturas interessantes
para se sentir (mole, duro, áspero, macio). Para exploração, use grandes bolas coloridas, quebra-
cabeças com puxadores, livros interativos com formas, relevos, etc, brinquedos para banho, e
lugares seguros para engatinhar.
Dos nove aos dezoito meses: Bebês podem querer praticar escalada, e um “curso de
obstáculos” dá a eles uma razão e melhora a coordenação. Grandes almofadas no chão com
brinquedos em cima ou um colchonete ortopédico são obstáculos seguros. Eles vão amar escalar
essas coisas e vão ter que trabalhar um pouco mais forte para manobrar – puxar com os braços e
com as pernas. Caixas para serem escaldas, como grandes caixas de refrigerador, oferecem aos
bebês um lugar para brincar e explorar. Um lençol colocado em uma mesa onde eles podem se
esconder também é divertido e estimulante. Eles podem praticar chutando bolas, brincando com
brinquedos com alavancas e brincando com blocos que podem ser colocados em buracos de
formas diferentes.
Dos dezoito meses à dois anos: Todos os equipamentos de playground que você puder
providenciar em um jardim cercado seguro – como escorregos e balanços – são desafiadores e
divertidos. Procure cortadores de grama de brinquedo e outros brinquedos de empurrar, cavalos
de balanço e cadeiras de balanço, estruturas para escalar, blocos, brinquedos de encaixar e
montar. Brinquedos para se aninhar, martelar, parafusar, cavar e amarrar são estimulantes e
desenvolvem a habilidade motora.
Três a seis anos: Triciclos (com capacete) e outros brinquedos de montaria, equipamentos de
playground, caixas de areia cheias de caminhões e animais de plástico motivam pré-escolares a se
mover e ganhar habilidade motora.
Na idade de engatinhar e na pré-escola, uma boa habilidade motora pode ser encorajada com
uma hora de artes e artesanato em casa, usando tesouras seguras para crianças, canetas
coloridas, giz de cera, adesivos, barro ou massinha de modelar. Encoraje sua criança a jogar uma
bola em uma cesta ou caixa para aprimorar a coordenação e a mira. Pratique o equilíbrio andando
em uma trave de equilíbrio caseira (faça com blocos de cimento e uma prancha firme), andando
nas pontas dos pés ou se equilibrando na beirada.
Jogos como “siga o mestre” encorajam a imitação. “Esconde-esconde” sempre desperta a
curiosidade das crianças. Encoraje-o a brincar com blocos, brinquedos de corda e contas grandes
(grandes demais para serem engolidas).
Também providencie brincadeiras dentro de casa para dias chuvosos ou muito frios – como
cestas pequenas de basquete e futebol, barras fixas que se encaixam no vão da porta e podem ser
ajustadas para a altura das crianças, equipamentos de construção como Lego ou blocos de
diferentes tamanhos.
Não se esqueça de que embora os brinquedos comprados sejam ótimos e o seu filho
provavelmente irá gostar de alguns deles, também existe um tremendo estímulo vindo de objetos
comuns da casa como caixas de plástico e tampas, potes e panelas para bater e caixas de
papelão para brincar com e dentro.
Restringir o tempo que os pré-escolares assistem TV e jogam Nintendo ou videogames vai
aumentar o seu desenvolvimento motor. Embora eles possam ser entretidos pela TV e
videogames, essas atividades não são tão interativas quanto brincar fora, rolar um grande pneu,
ou subir em um trepa-trepa, e elas não melhoram muito a coordenação motora. Muito embora
jogar videogame possa dar uma boa coordenação olho-mão, não vale a pena o custo que gera em
outras áreas – diminui a atenção, diminui o exercício motor e a prática da linguagem.
Mantenha sua criança se movendo!
Já que um pré-escolar é como um coelhinho da “energizer”, ele tende a fazer exercício
suficiente para aperfeiçoar sua saúde se tiver espaço e oportunidades como as descritas à cima.
Mas a cada ano, à partir da quarta série, as crianças se tornam mais sedentárias até a atividade
física diminuir drasticamente na adolescência. As vinte e cinco horas a cinquenta horas de
televisão e videogames que muitas crianças usam como tempo de diversão ou entretenimento é

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uma das maiores causas para a epidemia de obesidade e falta de exercício nas crianças. O hábito
de se exercitar é desenvolvido cedo – se o seu filho tem permissão para ser uma batata de sofá,
esse padrão provavelmente continuará. Se ele aprende a gostar de exercícios quando é jovem,
provavelmente ele continuará sendo ativo para o resto da vida.
O que você pode fazer? Tenha certeza que suas crianças façam os exercícios que elas
precisam – pelo menos uma hora de brincadeiras saudáveis todo dia e muito mais nos fins de
semana.
Ao invés de forçar o exercício, seja um modelo positivo sendo fisicamente ativo. Faça do
exercício uma questão familiar! Pais ativos tendem a gerar filhos ativos. Então assuma a liderança
e apresente ao seu filho muitas atividades diferentes, sempre enfatizando a diversão ao invés de
apenas competição e vitória. Vá ao parque para um jogo ou para balançar, pule corda na calçada,
jogue um jogo de argolas ou baseball, empine pipas, dê um passeio pela natureza. E permita que
as crianças brinquem livremente.
Quando você planejar passeios familiares ou férias, faça-os ativos – como uma viagem para o
zoológico ou uma trilha para um parque nacional. Inclua natação, ciclismo, ou patins. Até
pequenas tarefas como catar folhas, passear com o cachorro, ou lavar o carro em um dia quente
de verão podem prover oportunidades para a atividade física.
Não espere que a escola seja o único lugar onde seu filho faça exercício físico. A verdade é
que, por conta de cortes no orçamento e outros fatores, apenas um terço das crianças e
adolescentes nas idades de dez a dezessete anos participam de um programa diário de educação
física nas escolas.
Ajude suas crianças a encontrarem esportes que eles gostam e são bons – não precisa ser um
esporte de equipe. Eles podem tentar caratê, corrida, ciclismo, tênis, trilha, ginástica ou dança.
Exercícios aeróbicos (como caminhadas, natação, ciclismo ou dança aeróbica) melhoram o
sistema cardiovascular. Exercícios de alongamento e repetição melhoram a flexibilidade e o tônus
muscular.
Deixe os interesses do seu filho decidirem o caminho, e mantenha a atividade apropriada para
a idade dele (como prover ao seu garoto de seis anos uma bola de basquete de borracha e uma
sexta de dois metros ao invés de uma bola profissional e uma sexta profissional de três metros).
Observe o que seu filho está fazendo depois da escola: se ele está vegetando na frente da
televisão, encoraje-o a brincar com um amigo ou arranjar um programa que proporcione atividade
física.
O que sabemos: A Conexão de nutrição
O que sua criança come afeta o desenvolvimento cerebral, aprendizado, e a saúde e físico em
geral. Os cientistas estão aprendendo mais a cada dia sobre a conexão mente-corpo-comida. Nós
sabemos que uma boa nutrição auxilia o máximo desenvolvimento cerebral em todas as áreas,
incluindo o desenvolvimento motor. Vários tipos de estudos foram feitos mostrando que uma boa
nutrição impacta positivamente o funcionamento do cérebro das crianças. Pesquisas recentes da
Universidade da Califórnia em Davis, por exemplo, mostraram que quando os estudantes vêm para
a escola bem nutridos, eles cumprem melhor testes cognitivos, têm uma melhora na memória e na
fluência verbal. Por outro lado, quando eles não tomaram café da manhã, isso mudou a forma
como seus cérebros funcionavam, diminuindo a velocidade e precisão do retorno das informações
e a desempenho escolar.
Depois que seus filhos saírem da comida pura de bebês e entrarem na “comida de adultos”,
comece a ensiná-los bons hábitos nutricionais. Crianças precisam de calorias para crescer –
muitas – então não restrinja muito sua dieta. Apenas se certifique que eles tenham mais comidas
“boa-pra-você” e menos comidas calóricas, sem nutrientes e junk food. Leve-os para fazer
compras no supermercado para que eles possam escolher suas comidas nutritivas favoritas e
aprendam como decifrar rótulos. Não faça pressão para as crianças serem magras (ou eles se
tornam críticos sobre seus corpos, e esses sentimentos negativos podem durar a vida inteira). Ao
invés disso, coloque o foco em uma boa saúde. Envolva toda a família, e comer bem se torna algo
positivo que vocês fazem juntos. Providencie comidas estimuladoras do cérebro como estas:
Carboidratos complexos, como baguete, pão integral, aveia, vegetais e frutas, para manter a
energia e estimular a serotonina, uma química cerebral que acalma. Também, as fibras nas frutas
e cereais melhoram o funcionamento do sistema gastrointestinal e previne muitas doenças
posteriormente. A maioria das crianças não chega nem perto de ter fibras suficientes.

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Proteínas, para melhorar o metabolismo e aumentar as catecolaminas – uma química cerebral
associada ao estado de alerta. Um sanduíche de pasta de manteiga de amendoim ou galinha ou
outro lanche cheio de proteína pode ajudar a afastar a lentidão matinal em dias de escola.
Cálcio, encontrado no leite, iogurte e queijo, para construir ossos e dentes.
Gorduras saudáveis, especialmente ácidos graxos Omega-3 encontrados em peixes (como
atum e salmão), nozes, e legumes de folha verde. Esse super nutriente pode melhorar o
funcionamento do cérebro das crianças e melhorar sua habilidade de concentração em tarefas e
aprendizado.
Ferro, da carne vermelha, feijões, e outras comidas, para uma boa concentração.
Petiscos, como uma variedade de frutas frescas em uma cesta grande, frutas secas e nozes,
bolachas integrais, granola ou barras de proteína para lanches rápidos, bolinhos, pipoca e doces
de fruta.
Das brincadeiras no chão e os exercícios do primeiro ano de seus filhos, até uma combinação
de brincadeiras divertidas, atividades aeróbicas, e uma alimentação sábia e nutritiva, seus filhos
estarão no caminho de uma mente e corpos saudáveis!

Fechadores da Janela Física para se evitar


Bombardear o bebê com muito, muito cedo. Sinceramente, mães super-protetoras que querem
que seus filhos aprendam muitas novas habilidades todas ao mesmo tempo podem tentar ensinar
cores a um engatinhador, o alfabeto, e treinar o uso do vaso tudo no mesmo dia, uma abordagem
que pode ser contra-produtiva. Novos estudos mostram que o cérebro precisa descansar para
armazenar novas habilidades. Pesquisas descobriram que leva de cinco a seis horas para a
memória de uma nova habilidade se mover de uma área de armazenamento temporário na área
frontal do cérebro para uma área de armazenamento de longo termo, permanente na área de trás
do cérebro. “Durante essas seis horas, existe uma ‘janela de vulnerabilidade’ neural, quando a
nova habilidade pode ser facilmente apagada da memória se a pessoa tentar aprender uma nova
habilidade logo após outra nova habilidade”. Então, se sua criança aprender uma peça de piano,
deixe-a focar nessa peça durante o dia ao invés de iniciar o aprendizado de uma composição
diferente. Se o cérebro puder descansar e armazenar a nova peça, ela será retida por mais tempo.
Falta de brinquedos. Se pensarmos que nos primeiros poucos meses da infância não acontece
muita coisa no cérebro, os bebês irão perder uma grande oportunidade para muitos dos estímulos
vitais do cérebro nas habilidades motoras e outras áreas. Brinquedos não precisam ser caros para
serem efetivos e estimulantes. Brinquedos baratos, objetos da casa e coisas que os bebês possam
mover e manipular satisfazem a necessidade. Mesmo aqueles animaizinhos de borracha, que são
extremamente baratos, são muito táteis e brilhantes. Por não precisar de muita força para fazê-los
chiar, eles são bons objetos para fazer sons causa-e-efeito. (cuidado: quando os bebês ganham
seus dentes, eles podem morder esses brinquedos, então os remova antes desse ponto. Também,
muitos bebês têm alergia a látex e muitos desses brinquedos são feitos de látex.)
Superestimando bebês. Para evitar super-estimular seus bebês com brinquedos demais,
coloque alguns brinquedos de lado cada semana e substitua com outros. A rotação mantém o
brinquedo interessante, e é isso que os bebês gostam – brinquedos interessantes no lugar de
brinquedos super elaborados. Ao invés de expor sua criança a uma caótica série de brinquedos o
tempo todo, guarde brinquedos diferentes em locais diferentes. Guarde alguns na casa da vovó.
Falta de tempo. Provavelmente o maior impedimento para o seu bebê ter brincadeiras no chão
e interação com você é falta de tempo. Separar até um pouquinho de tempo de manhã, à tarde, e
à noite para o seu filho brincar de costas e de barriga no chão irá fazer uma grande diferença no
desenvolvimento motor.
Superproteção. Bebês e crianças pequenas ocasionalmente irão cair enquanto estão
aprendendo como se mover para poder explorar, escalar, e desenvolver sua coordenação motora.
Se eles caírem em um lugar onde eles podem experimentar isso com segurança, na próxima vez
eles vão descobrir uma forma de corrigir o problema e não cair. No processo, eles estão fazendo
uma importante resolução de problemas cognitivos. Se alguém nunca deixar as crianças pequenas
caírem ou aprenderem pela tentativa e erro, então elas não receberão um importante retorno sobre
como mudar e melhorar seus movimentos. Por exemplo, uma criança aprendendo a andar cai
muito, mas está se tornando mais eficiente em sua habilidade de equilibrar. Logo você perceberá
que seus braços estarão para baixo ao invés de uma posição de alta guarda e ele ria estreitar sua

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base de suporte, estabilizando seu caminhar. Ele logo estará indo bem em seu caminho para
conseguir correr.
Recursos para o desenvolvimento físico
Construir cabanas e esconderijos. Posicione o sofá e cadeiras para que você possa
suspender um grande lençol sobre eles. Dentro da cabana coloque um cobertor, travesseiro,
lanterna, livros e brinquedos, papéis e lápis de cor para diversão. Ou crie um esconderijo cortando
o fundo de grandes caixas de papelão e conectando umas às outras com fita adesiva – para fazer
um túnel, uma casa, um lugar para escalar ou um forte.
Vídeos de exercícios para crianças. Atividades animadas com música, vídeos de exercício
para crianças são uma grande diversão em dias de chuva.
Jogo de caçada. Faça uma lista de dez coisas para seus filhos acharem pela casa (se eles
não sabem ler, faça desenhos dos objetos). Então os deixe partirem para achar os objetos listados.
Para caçadas ao ar livre, tente caçadas naturais e liste cinco tipos de folhas, três rochas de formas
diferentes, uma pena; ou, na praia, liste coisas que eles podem achar na água ou na areia.
Esportes instantâneos. Corte o fundo de um cesto de lixo. Cole a “cesta” na parede com fita
adesiva na altura certa para seus filhos, encha alguns balões, e eles estarão prontos para jogar
basquete. Coisas semelhantes podem ser feitas para se jogar futebol, vôlei, etc...
Passeios familiares. Vá a uma fazenda ou museu, uma feira agrícola onde existe uma
maravilhosa variedade de animais em exposição, um zoológico ou aquário, museus de artes e
ciências – qualquer lugar onde seus filhos estarão interessados no que eles podem ver. Muitos
desses lugares são perto de casa. Cheque com o centro de turismo, ou o departamento de
informações para saber o que sua comunidade oferece.

Senhor, obrigado porque meu filho é assombrosamente e maravilhosamente criado, que você
teceu em meu útero!
Oh, a maravilha da tua criação e intricada forma que suas mãos e pés e cada parte do seu
corpo se move e trabalha, a delícia de assistir ele dando seu primeiro passo, aprender e crescer, e
explorar com prazer seu ambiente.
Ajude-me a confiar em você ao invés de viver com medo e superproteger meu filho.
Renove minha energia diariamente para que eu possa acompanhá-lo!

CAPÍTULO 6: A JANELA DA MÚSICA


O que uma criança aprende mais rápido do que uma música?
ALEXANDER POPE

Quando Rayma, uma mãe que conheço, estava grávida de sua filha, ia a concertos da
Universidade do Estado da Flórida, onde seu marido era o gerente de palco no Opperman Music
Hall (Uma casa de shows). Uma noite, Rayma estava deslumbrada pelo visual e pela atmosfera de
um concerto de Percussão. O concerto se tornou memorável pela participação de uma pessoa
muito especial, sua filha, os pezinhos dela começaram a bater na mesma batida rítmica da música
– foi a primeira vez que sua mãe sentiu seus movimentos.
Quando Robin estava esperando seu primeiro filho, ela estava se preparando para ter o bebê
e ao mesmo tempo também se preparava para seu recital de desempenho vocal, a última prova
antes de obter seu Título de Mestrado em Música Vocal. Todos os dias, durante a gravidez, Robin
ensaiava cantando árias e operas. Mês após mês, o bebê Annie cresceu no seu ventre, rodeada
pela música dos ensaios de sua mãe.
Nos primeiros meses, depois da chegada de Annie, Robin fez uma descoberta interessante
quando dirigia pela cidade. Sua filha Annie estava cansada de ficar na cadeirinha do carro e
começou a chorar. Sua mãe tentou de tudo para fazê-la parar, falou com ela suavemente, colocou
músicas de louvor para crianças, tentou cantar uma música infantil- mas nada funcionou. Annie
continuava a chorar. Finalmente, Robin começou a cantar uma das suas óperas favoritas do seu
recital. Imediatamente a filha de seis semanas parou de chorar, relaxada, e fechou seus olhos
(como se estivesse ouvindo profundamente). Ela parecia feliz.
A apreciação de Annie por ópera não foi somente para aquele momento; ela continuou a
preferir este estilo de música por toda sua vida. Antes de nascer, seu cérebro foi literalmente

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conectado à ópera! Quando Annin aprendeu a música “Jesus me ama”, “Old Mac Donald”* 1 e “Itsy
BITSY Spider”*2, na sua escola, ela voltou para casa cantando essas músicas num estilo de ópera
(o que provocou risos na professora e nas outras crianças). Com apenas dois anos, ela poderia
alcançar a afinação e cantar canções inteiras. Ela continuou a se desenvolver e teve um
desempenho brilhante no violino durante a escola elementar.
Nossa neta Caitlin, é outro grande exemplo de como a música nos primeiros anos tem um
grande impacto nas crianças. Com apenas algumas semanas de vida, Caitlin mostrou uma
preferência muito forte para algumas músicas de louvor. Quando ela estava muito agitada e sua
mãe tocava um CD de Harry Connic ou Phish, a música tinha pouco efeito calmante. Mas quando
sua mãe tocava “Santo é o Senhor”, Caitlin se calava imediatamente. Sua mãe Tiffany, quando
estava grávida de Caitlin, fazia parte do grupo de louvor de sua igreja rodeando-a com música de
louvor e adoração. Quando Caitlin tinha 6 meses de vida, ela começou a cantarolar junto as
melodias das músicas que cantávamos para ela.
Estas experiências vão de encontro com o que temos aprendido a partir de estudos de
pesquisa em crianças recém-nascidas e crianças pequenas: as crianças são muito mais espertas
do que pensamos – particularmente na área da música!
*
Afinando os Neurônios

Quando sua criança aprende a tocas músicas como “This Old Man”3 (Este Velho Homem) ou
“Old Mac Donald”4 e começa a cantar com outras crianças, dança nos seus braços enquanto você
escuta um CD de Mozart, ou é ensinada a cantar uma melodia no piano, o que está acontecendo?
Muito mais do que poderíamos imaginar, até que os cientistas viram as imagens de Ressonância
Magnética da atividade cerebral de bebês e de crianças. O que eles descobriram foi que essas
experiências musicais conectam o cérebro das crianças como um programador que configura os
circuitos num computador.
Usando outra analogia, durante o estágio inicial do desenvolvimento musical entre o
nascimento e a idade de 9 ou 10 anos, a “Janela da Música” é escancaradamente aberta. Apesar
da sua criança possuir uma habilidade natural de responder à música, uma espécie de
“mapeamento” acontece no cérebro todas as vezes que ela tem uma experiência musical. Neste
mapeamento, um neurônio conecta-se a outro que se conecta a outro, estabelecendo caminhos
constituídos por milhões de neurônios por onde vão passar os comportamentos musicais pelo resto
da vida dela. Quanto mais experiências musicais a criança tiver, mais “caminhos” a criança terá
para trabalhar. E isto não se aplica somente a habilidades musicais, mas também a outras
habilidades.
“Existe uma sobreposição no mecanismo cerebral – nos neurônios usados para processar
música, linguagem, matemática e raciocínio abstrato,” diz o Dr. Mark Tramo, um neurocientista da
Escola de Medicina de Harvard. “Acreditamos que uma boa parte de códigos neurais são usados
pelo cérebro, portanto exercitando o cérebro através de música, pode fortalecer outras habilidades
cognitivas.” É como dizer que se você exercitar seu corpo praticando corrida, você aumenta sua
habilidade não apenas para correr mas também para jogar futebol ou basquete, explica o Dr.
Tramo.
Durante esta oportunidade da Janela da Música, crianças que crescem em famílias onde
escutam boa música, ou onde seus pais cantam, ou lares onde podem se mexer e cantar com a
música, ou até famílias onde podem aprender como tocar um instrumento com pouca idade,
desenvolvem uma sensibilidade maior para ouvir e para responder à música - uma qualidade que
chamamos de audição. O Dr. Edwin Gordon da “Temple University” define a audição musical como
a habilidade de reter uma pequena melodia na sua mente, ou “ouvir” música que não está
fisicamente presente. Através de sua pesquisa, Gordon descobriu que a capacidade se desenvolve
nos primeiros anos e estabiliza na idade de 09 anos – portanto, a “janela” musical. Ele também
descobriu que a capacidade de audição musical diminui se a criança não recebeu estímulos

1 Nota de Tradução- Canção Infantil Norte Americana


2 Nota de Tradução- Canção Infantil Norte Americana
3 Nota de Tradução- Canção Infantil Norte Americana
4 N.T. - Canção Infantil Norte Americana
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musicais. Outros pesquisadores podem discordar sobre o momento exato onde a janela se inicia
ou termina, mas todos concordam que os primeiros anos são críticos.
Outro pesquisador, John Feierabend, professor associado de educação musical na Hart
School of Music em Hartford em Connecticut, sugere que crianças privadas de experiências
musicais nos primeiros anos de vida, se tornam “musicalmente cegas”, incapazes de escutar,
apreciar, ou desfrutar da beleza que a música proporciona, assim como uma pessoa daltônica não
é capaz de apreciar ou distinguir algumas cores do largo espectro que existem no mundo ao nosso
de redor.
O que esses estudos nos dizem? Assim como existem períodos para habilidade de leitura, ou
aprender uma outra língua, existem períodos importantes de desenvolvimento musical,
especialmente para adquirir as ferramentas para reter padrões rítmicos e tons.
Durante o período da Janela Musical, as oportunidades para crescimento são abundantes.
Um físico da Califórnia, Gordon Shaw, ensinou aulas de piano para um grupo de crianças de três e
quatro anos numa pré-escola. Após seis meses, as crianças que antes de começarem as aulas de
piano haviam pontuado apenas a média num teste de raciocínio espacial, tiveram uma pontuação
34 por cento acima da média. As crianças que não receberam aulas de piano não demonstraram
nenhuma melhora nas suas pontuações.
Este estudo aponta um dos benefícios do treinamento musical em estágios iniciais do
desenvolvimento da criança: os efeitos positivos no raciocínio espacial necessário para o
desenvolvimento de matemática e de ciências. Mas a música contribui muito mais para o
desenvolvimento do cérebro da criança: aumenta a capacidade social, cognitiva, motora, afetiva e
criativa da criança, e fortalece um pensamento de alto nível. A música também ajuda o
desenvolvimento das habilidades visuais, auditivas e de línguas, desenvolve a coordenação das
mãos e dos olhos e melhora a destreza e um pequeno desenvolvimento muscular.
“A música na infância desenvolve habilidades para toda a vida e sensibilidades que
enriquecem a vida diária para todas as pessoas. Negligenciar este desenvolvimento nos estágios
iniciais da infância causa uma perda irreversível deste potencial” diz Feierabend. Além de todas as
qualidades do “aumento de potencial cerebral”, a música traz um enriquecimento para as
experiências entre crianças e adultos - uma alegria e uma beleza que não podem ser superadas.
Destravando o Potencial
Duas coisas importantes para lembrar: Primeiro, apesar de que vou compartilhar algumas
características básicas de habilidades musicais em diferentes idades nas próximas páginas, por
favor, lembre-se de que esta não é uma lista definitiva, mas oferece um modelo geral para você
planejar experiências e objetivos para sua criança. As crianças progridem e se desenvolvem em
ritmos diferentes de criança para criança. Quando falamos de desenvolvimento cerebral, assim
como desenvolvimento musical, cada criança tem o seu ritmo, seu relógio interno.
Em segundo lugar, uma vez que a habilidade musical é desenvolvida a partir de um
relacionamento - principalmente a partir de interações emocionais positivas entre pais e filhos – seu
envolvimento em quaisquer atividades é um grande ganho. Professores de música podem ser parte
do quadro depois, mas nos primeiros anos, criar um ambiente musical positivo em casa e se
envolver com sua criança em atividades musicais simples aumentam o desenvolvimento mais do
que qualquer coisa. Você pode pensar que porque você não é um músico profissional ou um
professor de música você não pode ajudar seu filho na música. Isto não é verdade! Pessoas que
crescem para serem músicos profissionais de sucesso tem um fator em comum: seus pais
cantavam muito pela casa. Isto é uma boa notícia, e por isso vamos focar em atividades fáceis
dentro de casa para que você e sua criança possam fazer nas suas atividades no dia a dia.
Entendendo o que está acontecendo musicalmente na sua criança vai ajudá-lo a promover as
melhores experiências para nutrir o desenvolvimento musical de seu filho. Isto vai ajudar também a
evitar conduzir expectativas não apropriadas ou levar a aulas que não são apropriadas para o nível
de desenvolvimento da criança. Conforme ela cresce, novas habilidades e oportunidades
emergem. É como um novo “chip” que aparece no cérebro a cada seis meses. Isto significa que
seu filho, que aos três anos, não era capaz de ouvir ou cantar na afinação certa, vai poder fazê-lo
na idade de quatro ou cinco, se ela continuar a ouvir e participar das atividades musicais.
Vamos olhar primeiro para o que conhecemos sobre as habilidades musicais naturais das
crianças em diferentes estágios e depois explorar algumas formas de melhorar o divertimento e a
atitude delas para manter a Janela da Música aberta para aprendizado.

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O que sabemos: Bebês adoram Bethoven
Sensibilidade para Música
O que bebês sabem sobre música? Muito! Eles são sensíveis ao ritmo, entonação, variação
de frequência (sem nunca terem tido nenhuma aula de piano do método Suzuki). Mesmo nos
primeiros dias de vida, crianças podem discriminar entre estilos musicais diferentes. Como
sabemos disso? Um dos muitos estudos mostrou como os bebês prematuros são sensíveis para
música, muitos dos quais estavam criticamente doentes e atrasados no seu desenvolvimento.
Mesmo assim, os bebês responderam claramente à música “Sonata ao Luar” de Bethoven com a
diminuição da frequência cardíaca, diminuição da pressão sanguínea e uma frequência respiratória
menor se comparada com quando eles ouviram a “Dança do Sabre” de Katchaturian.
Música e Mamães
Os recém-nascidos reconhecem a voz da sua mãe. Eles conseguem diferenciar entre a voz
da sua mãe e os sons das vozes de outras mulheres. Ao longo da infância, começando logo após o
nascimento, a música é uma parte importante na ligação emocional e na conexão entre a mãe e a
criança.
Memória Musical
Além dessas habilidades, os bebês possuem uma boa memória musical. Pesquisas mostram
que bebês de seis meses e até mesmo mais novos podem aprender melodias ao ponto de
responderem alegremente quando escutam as canções ao serem tocadas.
Pequenas Mímicas
Bebês são grandes imitadores. Eles aprendem música muito mais pela repetição e mímicas
do que somente ouvindo. Alguns podem até imitar tons de vozes e afinação. Eles se mexem,
balançam, dançam para cima e para baixo conforme a música e se alegram batendo palmas em
músicas agitadas.
Progressos de Pré-escolares
Crianças de pré-escola geralmente podem manter uma batida regular, e algumas podem
cantar no tom. Eles se divertem com instrumentos rítmicos, música e movimentos pelo prazer de
fazer música muito mais do que o desempenho em apresentações ou desenvolvimento de
habilidades.
Grupos de Música
Quando estão na escola elementar, as crianças adoram grupos musicais. Eles podem cantar
músicas inteiras décor e tocar melodias simples em instrumentos musicais. Eles ainda gostam de
marchar e pular durante a música e tem uma atenção redobrada em atividades musicais
cooperativas em grupo.
O que você pode fazer: Abridores de Janelas Musicais
Sempre que sua criança estiver na faixa de idade ou de habilidades descritas acima, lembre-
se de que cada criança tem alguma habilidade musical (mesmo se ela não consegue cantar uma
música agora) e pode se beneficiar de experiências musicais. Aqui estão algumas maneiras de
encorajar sua criança através dos anos de crescimento com alguns “Abridores de Janelas”.
Cantando canções. Cantar para seu bebê enquanto ele se alimenta, toma banho, e enquanto
dirige – refrãos repetitivos e suaves como “Cristo ama as Criancinhas”, canções de ninar e canções
infantis, e claro suas melodias favoritas – este é um estímulo maravilhoso. Bata as palmas do bebê
e mova os braços e pernas junto com o ritmo. Ao mesmo tempo, esteja consciente da quantidade
de estímulos que sua criança pode receber sem exagerar.
Fale com o bebê cantarolando, num jeito ritmado. Este é uma maneira muito suave, quase
que um estilo de conversa melódica muitas vezes chamada de “conversa de mamãe” onde
fazemos pausas entre as palavras para que o bebê possa ouvir cada som. Uma conversa num tom
mais agudo chama a atenção da criança. Quando tentamos acalmar um bebê, naturalmente
falamos num tom de voz mais calmo e mais grave.
Use o Efeito Mozart. Em casa ou no carro, escute Mozart, Beethoven, Vivaldi, e outras
músicas clássicas, e você vai utilizar o “Efeito Mozart”, quando certos tipos de música clássica
podem ajudar o cérebro aprender com mais eficiência. Se você não possui CDs de música
clássica, coloque numa rádio de música clássica.
O que há de tão importante em ouvir música clássica durante os anos da janela musical na
vida de uma criança? O governador do estado norte-americano da Geórgia Zell Miller está tão

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convencido dos benefícios da música clássica que ele criou um fundo para que cada recém-
nascido no estado da Geórgia (mais de 100.000 por ano!) receba em casa um CD de música
clássica enviado pelo hospital. Cientistas acreditam que as melodias estruturadas e complexas da
música clássica pode “aquecer o cérebro” e aumentar o aprendizado porque são similares aos
complexos padrões neurológicos da atividade cerebral. Num estudo, por exemplo, alunos
universitários que ouviram 10 minutos da Sonata de Mozart “Sonata em Ré Maior para Dois
Pianos” fizeram uma pontuação 30 por cento maior num teste espacial-temporal do que quando
haviam ficado 10 minutos em silêncio, ou ouvindo música repetitiva ou música relaxante. Ouvindo
outros compositores clássicos como Beethoven, Bach, Brahms, Schubert e Strauss podem levar a
resultados semelhantes.
Uma vez que os anos da infância são oportunidades de ouro para a música, dê ao seu filho o
melhor – música clássica, o melhor jazz, música folclórica, música instrumental, e música da sua
cultura e da sua tradição religiosa. Ouvindo um concerto de piano de Mozart pode ser uma maneira
maravilhosa do bebê relaxar antes de uma soneca. Tocar uma marcha vibrante pode um clima
positivo no período da manhã.
Experimente vários tipos de música: toque uma música enquanto sua criança trabalha com
habilidades matemáticas por uma semana; depois tente um estilo diferente na próxima semana.
Houve alguma diferença no desempenho da criança?
Introduza seu bebê a atividades musicais. Faça da música uma atividade divertida, não um
trabalho sério. Você pode brincar de tocar músicas e outros jogos que conectem palavras e
melodias com gestos e movimentos. Para crianças maiores, “Dança das Cadeiras” e outras
brincadeiras são jogos divertidos. Toque ritmos diferentes, dando a sua criança um senso de
volume alto, e suave, sons agudos e graves, de um instrumento musical para manter o ritmo da
música. Instrumentos diferentes como flautas, teclados, tambores são fascinantes e divertidos para
sua criança brincar.
Seja criativo em ajudar seus pequenos a fazerem instrumentos. Encoraje sua criança a fazer
chocalhos com arroz num pote de plástico, faça bastões de madeira como instrumentos de
percussão. Encha uma lata com vários itens, faça tambores com latas de leite em pó, explore sons
usando utensílios de cozinha.
Faça exercícios de dança em casa. O desejo de se mexer e dançar na maioria as crianças é
natural. Balé e sapateado são ótimos, mas você não tem que fazer aulas para desfrutar disto.
Coloque músicas e faça as crianças dançarem e pularem em diferentes ritmos. Eles podem imitar
bichos, barcos, ou águias.
Coloque seus filhos em aulas de música. Entre a idade dois anos e meio e quatro anos,
dependendo do interesse da sua criança e da aptidão, você pode colocá-las em programas
desenvolvidos especificamente para crianças, como o método Suzuki (para aprendizado de violino)
ou método da Yamaha (para teclados), etc.
Aulas de piano e de violino são ótimas, mas se você não tem condições financeiras para
pagar pelas aulas, use um teclado ou um violão e você mesmo pode ensinar suas crianças. É
sábio esperar até a idade de sete anos, quando a capacidade de leitura está melhorando, para
ajudar a ler música; mas os métodos de aprendizado musical pré-escolares mencionados acima
são experiências em grupo muito agradáveis elaborados especialmente para a infância. Tenha em
mente que o ingrediente principal para o sucesso das aulas de música é o apoio da família.
Faça um jogo de cantar uma música com sua criança. Cante uma música e peça para sua
criança fazer mimicas da melodia, ou brinque de “siga o ritmo”, você bate palmas num padrão
rítmico e a criança repete o que ouviram.
Use a música para fortalecer a memória da criança. Se sua criança está aprendendo uma
nova habilidade que requer a memorização de alguma coisa, a música ajuda. Você memoriza
versículos com mais facilidade através de uma música? Você já tentou lembrar-se de uma lista
recitando os itens num ritmo? A música possibilita reter informações fazendo o cérebro guardar não
apenas as palavras, mas também os elementos da música.
Deixe-me explicar. A música requer que os sons sejam tocados dentro de um padrão de
tempo. Você pode comparar com o tic-tac do relógio. Um padrão de tempo resulta da acentuação
de algumas notas. É isso que faz a diferença entre uma valsa e uma marcha militar. De aumentar a
velocidade da execução da música (devagar versus rápido), variar o volume (som fraco e som

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forte), Harmonizando os vários instrumentos e você tem o início de um grande show de uma banda
militar.
Compare essa situação com o som calmo e tranquilo da valsa romântica que você ouviu num
casamento. A música era mais tranquila e suave do que a marcha! É bem provável que você ouviu
violinos ao invés de cornetas. E por causa das diferenças, você provavelmente tem uma memória
emocional muito diferente dessa valsa.
O que isto tem a ver com aprendizado? Uma vez que os elementos musicais são
processados e armazenados no lado direito do cérebro e a linguagem é processada do lado
esquerdo, uma pessoa utiliza literalmente mais potência cerebral com a música. É ativado um
número maior de neurônios para armazenar informação quando ambos os lados do cérebro estão
trabalhando juntos.
Se você deseja que sua criança aprenda novas informações, tente colocá-la em música -
numa batida rítmica ou numa melodia familiar. Uma música pode ajudar sua criança memorizar o
número de telefone, os meses do ano, a tabuada, o fruto do Espírito listados em Gálatas 5:22-23
tudo pode ser aprendido mais efetivamente se colocados numa música.
Para crianças em idade escolar, esteja envolvido com as atividades musicais delas. Encoraje
a prática diária. Faça uma noite de talentos como parte do tempo de família, onde cada pessoa
canta uma música, dança um número, toca algum instrumento ou até mesmo recita um poema.
Se a escola de seu filho tem música no currículo, encoraje as atividades musicais oferecidas.
Se sua criança está fazendo aulas de piano, violino, ou outras aulas, encontre lugares para que
seu filho possa mostra sua música, seja para avós, idosos em asilos ou crianças em hospitais. As
apresentações mantem as crianças motivadas. E seu envolvimento pessoal com a música é um
incentivo poderoso. Jorge, um pai que conheço, começou a ter aulas de violão quando seu filho de
10 anos Jon estava quase desistindo de aprender a tocar violão. Os dois começaram a praticar
juntos e tocar por diversão, e Jon ficou inspirado pela atividade com o pai. Com 15 anos, Jon ainda
está fazendo aulas e melhorando suas habilidades no violão.
Leve suas crianças para apresentações musicais ao vivo. Boas opções para isso são
orquestras sinfônicas locais, programas de orquestra de câmara em universidades, e festivais de
música e eventos. Nada incendeia mais o interesse em fazer e estudar música nas crianças do que
ver músicos tocando ao vivo.
Faça a música parte do estilo de vida da família, e lembre-se, nunca é tarde para começar a
ter aulas. Não deixe o conceito da “janela” limitar as opções da sua criança ou ser uma desculpa. É
verdade que quase todos os músicos profissionais começaram a fazer aula ainda na infância, mas
muitas pessoas começam a tocar instrumentos depois de grandes. Talvez eles não vão tocar no
Carnegie Hall5, mas desfrutam dos tremendos benefícios de fazer música. Apesar de novas
pesquisas sugerirem que experiências musicais e aulas mais cedo tornam mais fáceis o
aprendizado de um instrumento, sabemos que se existem novos desafios, o cérebro continua a
crescer durante toda a vida.
Fechadores de Janelas a Serem Evitados
Não exija excelência técnica. Uma criança possui camadas de conceitos para incorporar
quando aprende a tocar um instrumento. Primeiro posição das mãos, nomes das notas, e
compassos precisam ser dominados. Depois a criança aprende várias maneiras de tocar as notas
para produzir diferentes sons. Agora adicione o desafio de tocar com ambas as mãos juntas. Se
isto não estressar um iniciante, adicione dinâmica, tempo, ritmos corretos, ligaduras (quando notas
são tocadas em sequência). Seja sensível aos limites e as frustrações da criança
Deixe sua criança experimentar estes conceitos avançados enquanto integra os elementos
básicos da execução do instrumento. Nada destrói mais a determinação de uma criança em
melhorar do que as palavras críticas da pessoa que ele mais ama - você!
Não viva através dos seus filhos exigindo sucesso musical. Deixe o desempenho de sua
criança ser um reflexo do nível que ela quer alcançar. Muitas vezes, os pais que tentaram se
sobressair na música e enfrentaram um sucesso limitado, tentam forçar seus filhos a viverem os
sonhos escondidos dos pais de se darem bem na música. Esta armadilha vai afundar o amor de
seu filho pela música. Deixe sua criança crescer musicalmente no solo fértil do seu incentivo e da
sua paciência.

5 N.T. -Casa de Shows os Estados Unidos da América


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Seja paciente com o barulho provocado pelo seu filho. Os pequeninos têm suas próprias
ideias sobre quão alto uma canção deve ser cantada. Eles podem adorar o som intenso provocado
por uma colher de pau sendo batida numa panela. Os ritmos deles podem não coincidir com a
música que está sendo ouvida, mas eles ficam felizes de tocar junto. Ao invés de ajudar seu filho a
tocar no ritmo ou de tocar mais suavemente, dê um passo atrás e ajude-o a ir em frente. Talvez
este seja um tempo apropriado para se retirar para a cozinha e tomar uma xícara de chá!
Afaste-se de programas musicais da pré-escola e escolas onde a ênfase é na “produção”, ou
seja, no desempenho. Estes programas tem a tendência de enterrar a criatividade ao invés de
impulsionar o desenvolvimento musical da criança. As aulas de música para pré-escolares que são
orientadas no desempenho (as crianças são ensinadas que devem cantar num certo estilo, e tudo
é focado em montar uma apresentação espetacular) provavelmente são mais direcionadas para os
adultos do que para as crianças.
Se você escolher um programa musical pré-escolar ou aulas de música para seus filhos, faça
uma escolha cuidadosa e observe uma ou duas aulas antes de matricular as crianças. E lembre-se,
muitas das atividades que esses programas oferecem (cantar, dançar e movimento) podem ser
feitas em casa sem pressão e num ambiente de amor e de incentivo.
Se sua criança cantar desafinada, não pense que ela não tem potencial para música.
Algumas vezes sentimos que as aulas de música são apenas para crianças que mostram algum
talento precoce para música. Não caia neste erro, limitando sua criança para fazer música.
Enquanto algumas crianças cantam afinadas e mantem o ritmo desde cedo, outras têm um
desenvolvimento mais devagar. Para alguns, aprender a tocar um instrumento é mais fácil devido a
diferentes níveis de destreza ou coordenação mãos-olhos. Cada criança tem alguma aptidão
musical - a capacidade de responder a sons musicais e a controlar o movimento do corpo para
criar música. Evite comparar suas crianças se uma delas parece progredir mais rápido do que as
outras. Deixe cada um seguir sua própria velocidade.
Fazer música não é apenas para aqueles com alguma facilidade ou com talento para serem
profissionais. Tocar um instrumento é uma habilidade que pode ser aprendida, desenvolvida e
aprimorada. E cada criança tem um grande potencial de desfrutar e fazer música para toda a vida.
Pai do céu
Obrigado pelo dom da música.
O Senhor fez nossos corações cantarem, colocando música no ar para nosso deleite, nos dando a
capacidade de desfrutar, ouvir e de fazer nossas próprias melodias.
Me dê sabedoria como pai (ou mãe) para escolher a melhor música para preencher nossa casa e
enriquecer a vida da minha criança.
Ajude-me a enxergar maneiras de ajudá-lo a desenvolver seu pleno potencial e mais do que tudo,
para ser um modelo de alguém que devolve a música para o Senhor o Criador da Música - em
louvor e adoração.
Recursos Musicais
Ver Página 92 do livro Nove Janelas da Aprendizagem
CAPÍTULO 7: A JANELA DA LINGUAGEM
Toda criança deve conhecer o prazer das palavras bem escolhidas que despertem sensibilidade,
grandes emoções e entendimento da verdade. Esta é a mágica das palavras -
um toque do supernatural, comunicação que ministra ao espírito,
um presente de Deus.1
GLADYS HUNT

Esta semana estava batendo alguns ingredientes para fazer um bolo, segurei Caitlin, nossa
neta de seis meses de idade, e narrei para ela o processo da mistura ("Caitlin, estamos fazendo um
bolo de aniversário bem gostoso para seu pai!"), apontando os utensílios e ingredientes: "pote,"
"água," "batedeira," "ovos," enquanto a deixava tocar no ovo frio e melequento, e outros objetos.
Zing! Zip! Zap! Neurônios de suas orelhas fizeram contato com as partes auditivas de seu cérebro.
Um sorriso iluminou o rosto de Caitlin quando dei a ela um pouquinho da massa. Seus olhos se
esbugalharam com atenção quando ela tocou o misturador de aço inoxidável e sentiu o açúcar.
De repente nosso cachorro entrou e me abaixei e disse "cachorrinho!!!!" e Caitlin esticou sua
mão para acariciar o pelo fofo de Joy. Zap! Zap! Neurônios da área de coordenação motora de seu
cérebro fizeram conexões com a área da linguagem.

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Caitlin não pode dizer "Vamos assar um bolo" ou ler uma receita ainda, mas todas as
palavras, pontos, sons, e gostos que ela experimentou em nosso tempo cozinhando e todos os
dias em seus primeiros meses de vida estão formando um mapa de linguagem em seu cérebro.
Conforme os linguistas estudam o desenvolvimento do cérebro, estão descobrindo que as crianças
aprendem a linguagem das maneiras mais espetaculares que jamais pensamos ser possível.
Durante esse tempo crítico de "Janela da Linguagem", os primeiros anos da vida, o cérebro é
conectado para uma vida de aprendizado, fala, leitura, escrita, e criação.
Embora a palavra "infantil" signifique "sem palavra", a definição está um pouco incorreta,
porque mesmo nos primeiros meses as crianças tendem a imitar o papai e mamãe e outros
conforme eles falam. Eles não estão só tentando falar, mas tentam imitar o jeito de uma conversa
verdadeira, e aos seis meses mais ou menos, conseguem discernir os sons que mais tarde
precisarão para falar. Bebês são ouvintes perceptivos que estão mais interessados nas vozes doas
adultos do que em música.2
O que sabemos: Descobertas Recentes
Vamos dar uma olhada em algumas descobertas recentes sobre as habilidades de linguagem
dos bebês e crianças.
Um vasto vocabulário
Enquanto a maioria das crianças não consegue dizer as horas ou amarrar o calçado na idade
de três anos, eles já têm um vocabulário apurado e surpreendentemente imenso de mil palavras. O
seu entendimento das palavras pode exceder a habilidade de dizê-las de 100 por 1.3
Como eles realizam essa proeza linguística? Desenvolvimento de linguagem começa bem
antes da entrega; bebês começam quando ouvem a voz da mamãe, um pouco abafada, de dentro
do útero. E aprendizagem da linguagem acelera no nascimento e, com apenas 4 dias de idade,
eles conseguem distinguir uma linguagem da outra e são extremamente sensíveis aos sons ao seu
redor.4
Começamos a observar essa sensibilidade em primeira mão, quando a Caitlin estava na UTI
Neonatal em suas primeiras três semanas de vida. Embora sedada e presa a um ventilador
barulhento e superpoderoso que respirava por ela, Caitlin podia ouvir cada palavra e som. Quando
ela estava pior, o médico nos aconselhava a não falar ao redor dela ou nem mesmo tocá-la porque
em tentar responder ao toque ou ouvindo, ela usaria uma energia preciosa que precisava somente
para respirar. Conforme escrevo essa parte, ela é um bebê muito expressivo e verbal de seis
meses que balbucia, mais para o deleite de seus pais e avós!
Dentro dos primeiros três meses, os bebês começam a memorizar palavras e adicioná-las ao
banco de dados verbal sem saber seu significado. Pelo oitavo ou nono mês, o cérebro começa a
conectar as palavras com suas definições. E lá pelo décimo oitavo mês, eles aprendem novas
palavras e seus significados todos os dias.5
Um grande capacidade para processar as informações
O cérebro do bebê tem o potencial de captar em grandes quantidades de informação e
encontrar os padrões regulares e associações nestas informações. Por causa disso, bebês e
crianças tem uma capacidade muito maior para aprender a língua do que se pensava possível.6
Pequenos gramáticos
Essa habilidade pode te surpreender ainda mais. Apesar das crianças não terem a
capacidade de diagramar frases, os dois anos eles estão aprendendo padrões gramaticais apenas
por ouvir e podem dizer o que está correto e o que não está. E noventa por cento das frases
faladas pela faixa etária de três anos estão gramaticalmente corretas!
Mega Memória
Quando os bebês tem oito a nove meses, suas memórias são plenamente funcionais, então
tenha cuidado com o que você diz ao redor de seus filhos. Eles lembram boa porcentagem do que
eles ouvem!
Facilidade para uma língua estrangeira
Crianças podem aprender várias línguas diferentes e sem esforço, se forem expostos a eles
no início da vida. Patrícia Kugh, uma psicóloga da Universidade Seattle de Washington que fez
pesquisas extensivas sobre o desenvolvimento da língua com bebês, chama os bebês de quatro
meses de "linguistas universais" por sua habilidade para perceber os sons da fala de todas as
línguas. Isto porque seu filho não sabe qual a língua que ele irá falar (ao menos não no
nascimento), então o cérebro vem equipado para aprender qualquer língua!8

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Porém enquanto o cérebro de uma criança pode perceber e responder a todos os 150 sons
que compõem o discurso do ser humano, aos dez meses de idade eles se tornam especialistas,
adaptando os padrões de som ao idioma que ouvem em casa. Eles aprenderam a filtrar os sons
estrangeiros que poderiam falar mas nunca escutam.9
Por causa da "janela" das habilidades de língua estrangeira ser do nascimento até a idade de
10 anos, se você quiser que seu filho aprenda uma segunda língua, introduza a ele na idade de
dez anos; não espere até o segundo grau! A idade é particularmente essencial na pronúncia.
Estudos mostram que crianças antes da puberdade tem a probabilidade mais alta de alcançar uma
pronunciação quase nativa da língua. Após a puberdade, essa probabilidade cai para quase zero
não importa quanto tempo a pessoa viva em um país estrangeiro. (Veja "Encouraging foreign
language learning, (Incentivando a aprendizagem de línguas estrangeiras)" p. 105).
O Mapa Auditivo
Pela idade de 12 meses, a maior parte do projeto básico auditivo de uma criança é formado.
Conforme mais palavras eles escutem aos dois anos, mais amplo será o vocabulário. Aos dez
meses, os bebês começam a adicionar os gestos às palavras (como balançar a cabeça para dizer
"não"! ou acenar quando querem dizer "tchau-tchau"!). Crianças conectam as palavras aos
significados e começam a dar nome às coisas. Pelo artifício da língua que ocorre em torno de
dezoito meses, é óbvio que novas palavras e significados são adicionados diariamente.10 O Circuito
do cérebro que provê a base para uma vida de aprendizado, comunicação, leitura e escrita foi
formado e continuará a ser conectado até aproximadamente a idade de dez anos.
Conversa de Bebê
Embora as primeiras palavras reais geralmente são faladas entre a idade de dez e dezoito
meses, bebês se envolvem e arrulhos ("oohs" e "aahs"), em seguida balbuciando ("ba-ba-ba"), e
rapidamente muda começando a combinar sons. Lá pelo quarto ao sétimo mês, primeiros sons de
linguagem como "eeeee-eeeee" e "ooooo-oooo" aparecem, e ao sétimo ou nono mês as primeiras
sílabas bem formadas como "da-da" ou "ma-ma" - música para os seus ouvidos! - são ouvidas.
Aos seis meses, os bebês começam com um tipo de gaguejar, que significa fazer um som e
ficar repetindo. Aos nove ou dez meses eles começam a repetir e ecoar o que os pais estão
dizendo, e os 11 meses algumas crianças começam a usar palavras com o significado como
"conversa de bebê" (a qual tem o ritmo de uma fala, mas as palavras frequentemente não fazem
sentido para adultos. Eles fazem um perfeito e bom sentido para a criança, entretanto). Aos dezoito
meses aproximadamente, (mais cedo para algumas crianças), eles começam a colocar as palavras
juntas em duas combinações simples como "beber suco" e "papai venha".
O que você pode fazer: Os que abrem as janelas da língua
Com essa capacidade tremenda de aprendizado durante a janela da língua, podemos ver que
oportunidade de ouro temos como pais. Porém tenha em mente que todas as crianças não chegam
a esse progresso de língua ao mesmo tempo; pode haver variações de até um ano. O ambiente da
linguagem de uma criança faz uma grande diferença em quais habilidades verbais desenvolver.
Crianças expostas a um ambiente caseiro rico em linguagem, cercada de palavras, geralmente
serão fluentes na língua aos três anos de idade. Crianças que são privadas da linguagem na
infância terão dificuldades mesmo quando adultos, independente do treinamento que recebam.12
Sua casa é a melhor classe de língua na infância. O que você faz ou diz tem um grande
impacto no vocabulário de seu filho(a) e habilidade na língua mais do que qualquer coisa! Veja
sugestões abaixo para enriquecer ainda mais.
Por exemplo, sabemos que crianças as quais a mãe naturalmente fala muito com ela durante
os primeiros anos, conhecem 131 palavras a mais aos 20 meses do que bebês de mães quietas, e
menos envolvidas. Aos 24 meses, os bebês de mães que falam muito sabem 295 palavras a mais!
Ouvir o som das palavras constrói circuitos no cérebro de uma criança que então absorve mais
palavras.11
Segue aqui algumas maneiras de desenvolver as habilidades de seus filhos em casa:
Fale - Fale - Fale!
Quanto mais você falar com seu bebê, mais extenso será o "mapa" de linguagem no cérebro,
a melhor coisa que você pode fazer é falar de uma tempestade de uma forma colorida e
interessante. Desde o nascimento, chegue perto e converse com seu bebê de uma forma gentil e
amável. Chegue perto da face do bebê e inicie uma "conversa", revezando. Fale com seu bebê e
depois dê a oportunidade de uma resposta.

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"Oh, você está tão feliz hoje? O que devemos fazer hoje?" E conforme o bebê balança as
mãozinhas, você pode dizer, "Sim, vamos brincar hoje! Vamos levar você ao parque e brincar".
Com seu bebê no carrinho, fale para ele o que você vê no caminho enquanto passeia com
ele pela vizinhança. Converse enquanto brinca com ele no parque, vestindo roupas, ou dando
banho. Descreva ingredientes enquanto estiver cozinhando uma refeição na cozinha. Esses tipos
de diálogos, faz com que seu filho se sinta envolvido com o que está acontecendo, e ao mesmo
tempo, constrói um grande depósito de vocabulário.
Narrar os eventos e nomear objetos conforme você segura seu bebê são atividades
preciosas de linguagem. Mostre a eles os pássaros voando pela janela, e a primeira queda de um
cereal. Explique o que está acontecendo. Quando nomear objetos, use os nomes corretos e seja
coerente; evite confundir o seu bebê chamando o gato de "katinho" hoje e amanhã "mamãe gato" e
depois "o miau" no outro dia. Sempre que possível, faça contato visual com seu bebê enquanto
estiver falando para que ele possa ver seus lábios mexendo e ele ficará olhando e interessado.
Quando você estiver no carro juntos com seu bebê indo a algum lugar, explique a ele aonde
você está indo. Nas refeições, comente sobre a comida: "Aqui estão as cenouras; aqui tem dois
pedaços de maçã - um, dois. Aqui está sua colher." Aponte e nomeie os objetos conforme você
anda no supermercado nos corredores; converse sobre o que você está assistindo no jornal; fale o
nome dos dedos do pé, nariz e orelhas enquanto troca as fraldas ou brinca. Conforme seu filho
cresce, peça a ele para narrar as suas atividades de uma tarde na casa da avó ou do amigo.
Todas essas conversas de uma vida diária são conexões importantes no aprendizado da
língua para seu filho. Lucy Calkins, mãe de dois filhos e autora do livro Raising Lifelong Learners,
disse, "Embora eu procurasse diligentemente por uma creche que apoiasse a fala (e, portanto,
pensamento) eu sempre acredito que, para o desenvolvimento da linguagem oral, Dorothy de O
mágico de Oz estava certa - 'Não há lugar melhor do que a nossa casa!'"14
A casa é o melhor lugar para desenvolver as habilidades linguísticas de sua criança. Você
não precisa ser uma tagarela, mas lembre-se que quanto mais vivo e interessante são as
conversas da mamãe e papai, mais rico será o vocabulário de sua criança e mais extenso o circuito
de linguagem construída no cérebro.
Leia alto
Seu filho pode não ser capaz de repetir todas as palavras ou compreender a história ainda,
mas ouvir o ritmo e sons da história como Mamãe Ganso, e a cadência de palavras em algumas
histórias é importante para o desenvolvimento de suas habilidades. Livros com rimas e canções
são especialmente divertidas para bebês e crianças.
Mesmo depois quando a criança conseguir ler sozinha, ler alto é importante. Em média a
escolas americanas, as crianças passam aproximadamente duas horas por dia completando
papéis e exercícios, porém somente doze minutos lendo livros.15 Se eles não lerem regularmente
em casa, provavelmente elas não serão leitores fluentes.
Jogue jogos, cante canções com movimento.
Repetição é a chave para aprender qualquer coisa, e canções com movimentos que
conectam com as palavras são uma maneira feliz de prender a atenção de suas crianças e
expandir a linguagem deles ao mesmo tempo. As músicas mais antigas como "Ciranda cirandinha",
"Cabeça ombro joelho e pé" e outras e rimas são uma forma divertida de melhorar a linguagem.
Conforme a criança cresce, charadas, rimas, e trava línguas.
Ensine seu filho a ouvir os sons
Ensine seu filho a estar alerta e aprender a ouvir os sons dentro e fora de casa. Identifique os
sons dizendo, "Você ouviu os pássaros cantando?" "Ouviu aquela sirene?" Assim que seu filho tem
o vocabulário para identificar sons familiares, faça disso um jogo: "Quem está fazendo aqueles
sons de cricri?" "O que está fazendo aquele zumbido?".
Providencie Recursos e tempo para brincadeiras de faz-de-conta.
Brincadeiras são essenciais para o crescimento e aprendizado da criança especialmente para
o desenvolvimento da linguagem. Brincando, crianças começam a perceber que uma coisa pode
ficar para uma outra - um histórico para a compreensão de palavras como símbolos (leitura) e
números como símbolos (matemática). Encorajar os seus filhos a brincar também desenvolve a
criatividade e habilidades de comunicação. Providencie uma caixa com roupas ou fantasias,
bijuterias, chapéus de todos os tipos e formas (cowboy, bombeiro, baseball, etc.).

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Coloque alguns acessórios de bonecas e bonecas, blocos e brinquedos de montagem, bichos
de pelúcia, e para os mais velhos, coloque algumas coisas de escritório (crianças adoram brincar
de escritório) coisas de viagem, alguns fantoches (você pode comprar na loja ou fazer em casa), e
uma caixa para ser um palco. Em dias de chuva, um lençol sobre caixas de papelão se torna em
uma tenda maravilhosa para fingir que eles estão acampando Encoraje seus filhos a entrar lá
levando livros e lanternas e passar uma noite lá.
Dê de presente aos seus filhos algum espaço para brincar que eles não tenham que manter
em ordem e perfeitamente arrumado, junto com um tempo livre. Então observe eles pensando
sobre o que brincar. Que diversão eles podem ter com pouco dinheiro!
Providencie materiais de arte
Papel e pincéis, lápis, tintas guaches, argila e massinha são excelentes estimulantes para o
crescimento da linguagem. Quando seu filho desenha uma figura e você pede a ele para contar
uma história sobre o desenho, você está encorajando uma conversa. Então escreva as palavras
que ele falar embaixo das figuras. Transforme tudo em um livro com uma capa feita por um papel
ilustrado por seus filhos. Criando esse tipo de livro é uma atividade poderosa de linguagem que
ajuda a criança a entender e conexão leitura – escrita - uma habilidade essencial para aprender
como escrever.
_______________________________________________________________________________
Dicas - Ler para bebês
Eu admito - ler para um bebê é um desafio. Tenho visto isso com minha neta Caitlin, que, nos
primeiros nove meses, estava mais interessada em comer os livros! Então segue algumas dicas
para continuar lendo de uma forma interessante e divertida para seu bebê:
Leia livros que sejam fáceis para mastigar primeiro! Livros de plásticos macios que fazem
barulhos são os favoritos da Caitlin. Bebês e crianças também amam livros feitos especialmente
para tocar, mexer, aqueles de montar e cheirar, livros com textura, com partes que levantam, e
livros com bexigas para mexer.
Leia livros que você gosta, e seu bebê vai amar também. Leia as histórias que você gosta,
leia alto e interprete. Seu deleite será contagioso!
Adicione saltos, movimentos e sons. Quando eu leio 'Little boy with a Drum (Menininho com
uma bateria)' para Caitlin e a história diz "rat-ta-ta," eu bato no livro e ela ri. Quando leio outro livro,
eu balanço ela no meu joelho. Para acrescentar a diversão, mude os lugares que você lê e as
posições da criança - eu seu colo, estendendo uma colcha no chão, lá fora na grama.
Faça o livro do bebê com os rostos da família. Faça um álbum de fotos ou álbum de
colagens. Coloque fotos de irmãos e irmãs, vovó e vovô, um tio ou tia favorito(a), e é claro, o
animalzinho da família. Então "leia" o livro junto e observe a alegria do bebê.
Escolha livros com repetição. Bebês e crianças adoram repetição. Leia frequentemente,
essas repetições reforçam os sons, ritmos, e conexões entre as palavras.
Coloque livros dentro da sacola do bebê ou bolsa. Leia para seu filho aonde você for -
esperando no consultório do pediatra ou sentada no parque.
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Encorajando o aprendizado de uma língua estrangeira
Crianças de pré-escolas ou primário facilmente ganham uma base por aprenderem língua
estrangeiras. Uma segunda língua que eles experimentem nesta idade não soa estranho para eles
e eles aprenderão com mais facilidade e rapidez. Segue aqui algumas maneiras divertidas de
ensinar a eles uma segunda língua.
Música é uma linguagem universal.
Toque um CD em Espanhol, Francês, Alemão e outras culturas e ensine ao seu filho uma
música nessa língua.
Hospede algum estrangeiro em sua casa.
Em muitos institutos de Inglês como segunda Língua, pessoas hospedam estrangeiros por
um curto período. Esta é uma maneira muito legal de fazer com que seu filho escute outro idioma.
Um família em um programa com esse nos Estados Unidos, hospedou neste programa, estudantes
asiáticos. A vantagem disso foi que o filho (que estava no primário) aprendeu japonês e quando
adolescente viajou para o Japão duas vezes. Se não puder hospedar por um mês ou mais, ter um
estrangeiro por duas semanas ou apenas para um jantar já é alguma coisa. Isso vai ajudar seu filho
aprender sobre outra cultura e um país estrangeiro!

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Encoraje a escola de seus filhos a oferecer uma língua estrangeira.
Uma língua estrangeira pode ser ensinada desde a pré-escola, jardim, e primário. Se
necessário, chame uma pessoa ou parente que seja fluente na língua. Até mesmo dez a quinze
minutos por dia sendo ensinado por um nativo ou uma pessoa que é fluente na língua é ótimo para
afinar o cérebro para outras línguas. Julie que hoje é uma professora na Oklahoma City University,
tinha trinta minutos por dia de um vídeo francês instrucional quando estava na quarta e quinta
série, então na sétima série ela teve aulas de francês. Agora ela sabia os sons e desenvolveu uma
pronuncia parecida com a nativa mesmo que nunca tenha estado na França.
Foi aquela exposição antes ao francês falada por um nativo que fez a diferença. Ela se tornou
expert em línguas e se tornou professora de estudantes internacionais. Pré-escolas ou programas
extraescolares podem ter o dia da língua estrangeira. Por exemplo, um dia Espanhol, um nativo
vem para a classe, canta em Espanhol, e ensina as crianças uma canção com poucas palavras;
eles comem tacos e jogam joguinhos.
Como evitar os fechadores das janelas da linguagem
Estar consciente dos fatores que impedem o desenvolvimento da linguagem da criança é o
primeiro passo para evitar estes "Fechadores de Janelas." Ao invés de fazer mais circuitos no
cérebro para linguagem, esses bloqueios diminuem o potencial. Ao invés de encorajar uma boa
fala e habilidades de comunicação, eles desencorajam. Em seu livro Smart Kids With School
Problems, Dra. Priscila Vail aponta que estes bloqueios são, na verdade a causa não reconhecida
de muitos problemas de aprendizado, comportamento, e de atenção. Isto inclui creche, recorrentes
infecções no ouvido, pais cansados, e a gratificação instantânea de televisão e vídeo.16
Vamos dar uma olhada em como evitar estes "Fechadores de Janelas".
O problema com as creches.
Sabemos que as habilidades de ouvir e de linguagem de uma criança são desenvolvidos
através de envolvimento em conversas um-a-um com adultos. Enquanto a maior parte das creches
não medem esforços para oferecer tanto a proteção física e a segurança para crianças quanto
possível, eles tendem a ter um cuidado excessivo muito maior com as crianças em proporção a
uma mãe com os filhos em casa. Por causa disso, uma criança em uma casa razoavelmente
acolhedora terá cinquenta a cem vezes mais interações individuais por dia em linguagem do que a
média professor-criança em creches ou na sala de aula. Multiplique esse número por 280 dias de
creche em um ano e você pode observar o porquê professoras de jardim e primeira série pode
detectar imediatamente as crianças que foram educadas em casa com a mãe do que as que
viveram em creches a maior parte da infância.17
Saber essa informação pode te ajudar a fazer escolhas sábias para o seu filho durante os
primeiros anos críticos. Quando uma mãe trabalha, você pode pensar ou considerar em começar
um negócio em casa, colocar sua criança em uma creche pequena, trabalhar meio período e pagar
alguém da família para cuidar de seu filho, colocar a criança na pré-escola pela manhã, e a tarde
estar em casa com outra mamãe ou vizinho, começar sua própria creche em casa, ou algumas
outras alternativas ao invés de deixar seu filho passar todo o dia fora de casa e longe de você.
Quando for necessário deixar seu filho com outra pessoa, que seja alguém extremamente
responsável e sensível, que esteja disposto a abraçar, dar carinho, falar, ler e proporcionar
experiências de aprendizagem.
O efeito das infecções de ouvido ou dificuldades auditivas.
Uma preocupação crescente em creches é a maior exposição à bactérias e vírus– causando
resfriados e gripes que frequentemente desenvolvem infecções de ouvido. Muitos estudos de
pesquisa, como os relatados em The Journal os Learning Disabilities, mostram que as infecções
frequentes de ouvidos podem resultar em perda de audição e baixa acuidade, fazendo com que a
criança perca certas palavras e frequências de sons.18 Crianças que não escutam bem perdem
muito da língua porque problemas de audição prejudicam a capacidade de combinar os sons às
letras. A dificuldade deles em processar os sons torna mais difícil para eles aprender a falar e a ler.
Eles muitas vezes não compreendem os sentidos e não conseguem experimentar o crescimento do
vocabulário simplesmente por problemas auditivos.
Quando seu filho tiver uma infecção de ouvido, proteja a audição procurando imediatamente
um médico pra tratar essa infecção. Teste antes para saber se tem problemas de audição. Se seu
filho estiver tendo dificuldades para entender quando os outros falam, ou não virando a cabeça na

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direção do som aos seis meses, ou não falando até o trigésimo mês, ele deve ser avaliado por um
especialista ou otorrinolaringologista.
Muita Televisão.
Assistir televisão excessivamente nos primeiros anos é comprovado que sufoca a criatividade
das crianças, reduz o tempo de atenção, diminui a habilidade linguística, e priva as crianças de
conversas, perguntas, brincadeiras de faz-de-conta, e atividades físicas. Ainda assim muitas
crianças americanas já assistiram 5.000 horas de TV até o final do jardim. Os anos da Janela da
Linguagem são demasiadamente importantes para gastá-los em um passatempo passivo que
atrapalha suas habilidades verbais! Crie uma norma de não mais que trinta minutos totais por dia
de TV, vídeos, e filmes, e se lembre, menos é sempre melhor quando diz respeito à televisão.
Crianças aprendem habilidades de linguagem melhor de uma interação ao vivo com pessoas de
verdade! Coloque alguns limites enquanto seu filho é pequeno e você tem domínio sobre o
controle, porque esta é uma janela de oportunidades que você não vai querer que ele perca!
Como Jane Healy diz, "O cérebro é voraz para estimulação da linguagem na infância, mas se
torna cada vez mais resistente à mudança, quando a hora zero da puberdade chega."19
Jogar jogos de tabuleiro de todos os tipos, montar quebra-cabeças, trabalhar em artesanato,
jogar Frisbee, empinar pipa, são alternativas extraordinárias melhores do que a TV e que
constroem uma comunicação entre pais e filhos.
Quando vocês assistirem um programa juntos, converse com seu filho a respeito. Perguntes
coisas do tipo: "O que você acha que vai acontecer agora?" "Por que você acha que aquele
personagem agiu daquele jeito?" Fale sobre o que é verdadeiro e o que é falso, o que é falso ou
fantasia.
Faz diferença limitar a TV para a criança? A experiência de uma mãe e fonoaudióloga de
Iowa é um bom exemplo. Por alguns conselhos que ela tinha ouvido, e o que tinha observado no
comportamento de sua filha quando ela assistia televisão, essa mãe foi aconselhada a ter uma
regra de "SEM TV". Uma vez ou duas na semana Rachel tinha que assistir uma fita de vídeo
escolhido especialmente para a família assistir depois que sua mãe contasse uma história para ela.
Após desligar a TV, os pais de Rachel começaram a notar um crescimento rápido na fala de
Rachel e habilidades linguísticas. Ela tinha dezesseis meses quando disse sua primeira palavra, e
aos vinte e sete meses colocava só duas palavras juntas. Porém ela foi de duas palavras antes do
"apagão da TV" para o recontar de toda a história da cinderela, cantando canções de ninar, e
usando nove palavras ou mais por frase depois do "apagão". Também, com o limite na TV, (ambos,
ela e seus pais), Rachel se envolveu em quantidades incríveis de faz-de-conta e estava se
divertindo muito que nem percebeu a falta de TV.20
Pais Cansados.
Gasta muita energia conversar com seus filhos pequenos e ouvir às vezes suas histórias
desconexas e as muitas perguntas quando eles começam a falar. Quando as crianças voltam para
casa para mãe cansadas que estão tão exaustas no fim do dia as quais ouvir e conversar com
seus filhos é tão difícil, isso corta o desenvolvimento da linguagem. Quando a mãe está
perpetuamente cansada a noite e a criança pode querer comer ou um abraço, mas ela está faminta
por comunicação e interatividade.. Se este for o caso, traga algum reforço para brincar com a
criança - avós, esposo, amigos da família.
Promovendo boas habilidades de escuta e fala
Se algum dos obstáculos acima são um problema ou não, aqui estão algumas maneiras
fáceis de manter a janela da linguagem bem aberta para construir boas habilidades de escuta:
Conversas durante o jantar.
Faças das conversas no jantar uma prioridade. Reserve algum tempo, sem as distrações da
TV ou telefone, para comer junto e conversar sobre o dia - mesmo que você esteja servindo só um
café! Conversas vivas na família constroem na criança um senso de autoestima e de pertencer a
algo, e desenvolve nele as habilidades de pensar e raciocinar adicionadas as habilidades verbais.
Uma vez que as crianças estão na escola, conversar sobre o que estão aprendendo durante
o jantar faz com que elas dobrem a retenção e entendimento. Pesquisas mostram que alunos que
se saem melhor em testes mentais, e relatórios são os que geralmente tem uma comunicação
aberta em casa, aonde essas crianças se sentem seguras em compartilhar as ideias e
sentimentos. Outro estudo encontrou um fator comum entre alunos que tiraram as notas mais altas
no teste de Aptidão Escolar, foi que todos eles jantavam regularmente com os pais!21 Torne o jantar

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em tempo positivo, gostoso para conversa, e vocês estará promovendo boas habilidades de
escuta.
Siga o líder.
Dê direcionamentos práticos às crianças para serem seguidos. Mesmo com os pequeninos
você pode começar com um pedido simples e acrescentar: "Por favor traga a revista para a
mamãe!" Na próxima vez: "Por favor traga para a mamãe a revista e fecha a porta." Sempre
acrescente um encorajamento, "Obrigada! Você é um ótimo ajudante!."
Jogos como "Simon diz" constrói habilidades de audição de uma maneira divertida. Dê uma
instrução, "Simon diz, 'Toque sua cabeça". Se a ordem for dada como "Simon diz," o jogador tem
que fazer o que foi mandado; sem "Simon diz" a ordem tem que ser ignorada. Aqueles que não
obedecerem à ordem estão "fora do jogo". O último que sobrar será o vencedor e vai mandar na
próxima vez. Simon pode acrescentar ordens como "Coce o nariz", "Pule para cima a para baixo",
dependendo da idade de quem estiver jogando.
Encoraje as habilidades de escrita de seus filhos.
Ter uma "caixa de correio da família" feita com uma caixa de sapato para mensagens escritas
entre os pais e filhos, ajudando a criança a escrever os próprios livrinhos, encorajando a criança a
fazer listas fazer com que a vovó (ou outro parente) seja o amigo de correspondência - são
atividades que despertam o escritor em seu filho. Quando escrever se torna divertido, algo que
toda a família faz, a criança irá escrever mais naturalmente.
Além de ler em voz alta, ouça CDs de histórias e livros.
Essa é uma atividade agradável em viagens longas ou curtas ou na hora de dormir, quando
ambos estiverem cansados ou quando você não puder ler em voz alta. Converse sobre as histórias
e livros que seu filho estiver ouvindo; pergunte sobre o que está acontecendo ou sobre o que ele
gostou mais.
Seja uma família contadora de história.
Contar histórias é ótimo para o desenvolvimento da habilidade de linguagem da criança.
Ouvir histórias desperta a imaginação da criança, instiga bons hábitos de escuta, melhora a
atenção e expande o vocabulário e constrói memórias especiais. Não há nada mais legal do que
pular no joelho da mãe e do pai para uma história improvisada que começa, "Se lembra do dia em
que você caiu e eu te dei um curativo todo colorido com carinhas e estrelas e daí fomos tomar um
sorvete juntos?".
Você pode contar contos conhecidos como "Os três porquinhos" ou inventar o seu. Conte
histórias de quando você era criança ou histórias da sua família. Conte a história de um bichinho
que seja o favorito de seu filho. Nomeie o animal com uma aliteração do nome da criança (Robie
Dobie o coelho). Faça a cena em cima de algo que seu filho está fazendo ou irá fazer, e faca a
história terminar de uma forma segura e feliz.
Sempre que você conta uma história, você está dando um presente de amor ao seu filho e
um tempo que ele jamais esquecerá. E você está construindo mais circuitos de linguagem no
cérebro de seu filho enquanto se diverte muito com ele. Assim que você se envolver em contar
histórias, seu filho vai querer eventualmente contar suas próprias histórias. O encoraje a começar
com, "Quando eu era pequeno..." ou "Era uma vez...", ou "Hoje na escola...". Crianças podem usar
fantoches, danças e movimentos, ou desenhar para ilustrar as histórias. Seja um bom ouvinte,
ouvindo com paciência e olhando para seu filho nos olhos enquanto ele conta. Ouvi-lo irá fazer com
que ele saiba que você se interessa pelo que ele fala e sente.
Quanto mais seu filho ouve a linguagem adulta e pratica o falar e ouvir, mesmo que seja uma
conversa durante o jantar, jogos, contando história, cada conversa, ou durante as brincadeiras,
mais suas habilidades linguísticas são desenvolvidas. Com encorajamento, descoberta e
entendimento irão durar uma vida inteira!
_______________________________________________________________________________
Grandes recursos para o desenvolvimento da linguagem
• Explore os sebos e feiras do livro para obter jogos educativos e livros para montar a
biblioteca pessoal do seu filho
• Vá regularmente à biblioteca pública, indo semanalmente ou bimestralmente para obter uma
nova remessa de livros. Você pode procurar por livros, vídeos e jogos de computador para dar a
seus filhos a prática nas habilidades de linguagem. Pesquise por recursos ou assuntos que possam
interessar a seus filhos.

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• Ler em voz alta é um grande motivador para fazer com que as crianças "fiquem presas nos
livros". Alguns livros são "Wilders Series, American Girls, The Cooper Kids Adventure Series etc.
• Forneça suporte e incentivos de leitura, como uma cadeira especial para leitura, um lanche
ao lado de um livro para o tempo de leitura, um saco de livros, ou um certificado para uma livraria
local no aniversário ou ocasião especial ou até mesmo um excelente relatório.
_______________________________________________________________________________
Senhor, que dia maravilhoso foi
Quando meu filho disse suas primeira palavras
Muito obrigada pelo milagre da Linguagem
e todos os sons do mundo ao nosso redor
Durante esta janela da linguagem – Cheia de oportunidades e potenciais
para o meu filho para o meu filho a tornar-se um hábil comunicador e ouvinte –
me ajude a aproveitar os momentos de ensino, fala e leitura em conjunto.
E como os dias passam tão rápido, nos ajuda a abrandar e
nos divertir com a linguagem!
CAPÍTULO 8: A JANELA DA MATEMÁTICA E DA LÓGICA
Aritmética é aonde a resposta é certa e tudo é legal e você pode olhar pela janela e ver o céu azul
– ou a resposta está errada e você tem que começar de novo e tentar novamente e ver como se
sai desta vez!
CARL SANDBURG

Um bebê de cinco meses olha atentamente para duas bonecas que dançam pelo palco e
depois desaparecem por trás do palco. Então um terceiro boneco salta pelo palco na frente dos
olhinhos do bebê e desaparece. O pesquisador, em seguida, tira logo um boneco pouco antes do
palco ser tirado. Esperando ver três bonecos, mas vendo somente dois, o bebê olha fixamente e
parece surpreso. A pesquisadora, Karen Wynn, uma psicóloga da Universidade do Arizona, explica
que isso é uma maneira a qual ela está convencida de que os bebês tem uma habilidade básica de
perceber quantidade e até mesmo uma habilidade rudimentar de adicionar e subtrair. Outros
pesquisadores há mais de dez anos descobriram que bebês podem distinguir em apenas um olhar
a diferença entre uma, duas, três e quatro bolas!
Os bebês e crianças são mais espertos do que pensamos – especialmente relacionado à
matemática e lógica!. "Crianças são matemáticas por natureza!" disse Thomas Armstrong, pelas
evidências da maneira que uma criança, que ainda nem terminou de completar o livro de
matemática do primário, pula em cada tijolo ou toca a cada terceiro pau da cerca.
Max, um menininho que conheço, levantou dois dedinhos gordinhos quando perguntei a ele
recentemente quantos anos ele tinha. Seu irmão gêmeo, Oliver, gritou, "dois!" Números contam
para as crianças. Todos nós lembramos rimas como "Um dois, feijão com arroz", "Três quatro,
feijão no prato", "Cinco seis, feijão inglês", "Sete oito, comer biscoito", e o quão orgulhosos ficamos
quando nossos filhos aprenderam a contar até dez. Tudo começa no primeiro ano durante a
"Janela da Matemática de da Lógica.".
O que sabemos: Desenvolvendo em Matemática e Lógica
Aqui estão algumas coisas que sabemos sobre o mundo maravilhoso da Matemática e Lógica
achando que está se desenvolvendo em seu filho:
Explorar é melhor do que ver cartazes.
Um jogo de caça ao tesouro ou brincadeira de esconde-esconde pode ajudar a desenvolver
melhor os circuitos de matemática do que afogar a criança em cartazes, especialmente durante a
pré-escola ou os primeiros anos do primário. A razão para isso é que a consciência e os conceitos
da criança sobre matemática estão conectados ao desenvolvimento físico. Crianças que exploram
e manipulam objetos começam a conceituar as coisas em uma sequência, a compreender relações
espaciais, e entender melhor a ordem do movimento (se você escalar para cima, obviamente vai
ter que descer; o que entra tem que sair). Todos esses são conceitos cruciais para a matemática.
"O aprendizado verdadeiro é um processo de descoberta e se queremos que isso aconteça,
devemos criar o tipo de condições nas quais as descobertas são feitas. E sabemos quais são. Eles
incluem tempo, lazer, liberdade, e sem muita pressão," disse John Holt em Learning all the time.4
Crianças pequenas aprendem melhor de experiências diretas com pessoas e objetos.

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Jean Piaget, um pioneiro no desenvolvimento da criança, explicou em sua Teoria de
Desenvolvimento Afetivo e Cognitivo em como a criança constrói e adquire conhecimento e as
mudanças e as alterações que elas sofrem em sua jornada para amadurecer o pensamento e o
raciocínio. Piaget acreditava que bebês até os dois anos estão no estágio "sensório-motor" da
inteligência no qual eles não pensam abstratamente, mas ao invés disso aprendem principalmente
através de jogos, exploração, e atividades concretas. O período de dois a sete anos Piaget
chamava de estágio de "pensamento pré-operacional", que é caracterizado pelo desenvolvimento
das habilidades linguísticas (aonde a criança começa a conhecer símbolos como palavras e
imagens) e um desenvolvimento conceitual rápido.
Dos sete aos onze Piaget descreveu como o estágio das "operações concretas", na qual a
criança ainda precisa de experiências concretas, práticas, mas desenvolve a capacidade de aplicar
a lógica, o pensamento crítico para problemas concretos. Por exemplo, eles iriam compreender
melhor o magnetismo por experimentar e brincar com diversos tamanhos de imãs e objetos de
metal que atraem mais do que olhar fotos ou ouvir explicações sobre magnetismo. E dos onze aos
quinze anos ou mais, eles começam a pensar mais como adultos. Eles pensam abstratamente e
aplicam o raciocínio lógico para resolver uma variedade de problemas.
Entender que as crianças pequenas são pensadores concretos e que nos primeiros anos
aprendem melhor os conceitos matemáticos tocando nas coisas, manuseando, e movendo, nos
ajuda a maximizar seus circuitos matemáticos. Atividades práticas e reais ajudam a guiá-los a
descobrir que matemática não é útil somente na vida diária, mas também é divertido e empolgante.
Os circuitos do pensamento matemático e lógico também se desenvolvem através da exploração,
brincadeiras e manipulação dos objetos (como empurrar blocos através dos entalhes de tamanhos
diferentes).
Estágios do aprendizado.
Do nascimento até um ano: Do nascimento ao primeiro ano, os bebês aprendem
principalmente através dos cinco sentidos. Mesmo na idade de 6 à 12 meses, eles aprendem sobre
causa e efeito brincando com bichinhos de borracha na banheira ou com caixinhas de surpresa.
Crianças de pré-escola gostam de contar, classificar, com contas de plástico grande, e joguinhos.
Eles não precisam de papel para preencher o dia. Não precisam sentar quietos e fazer as
atividades ou memorizar a tabuada. Eles precisam estar fisicamente ativos. Eles não precisam ser
empurrados ou pressionados a dominar habilidades, porque eles são aprendizes ávidos que
tentam descobrir tudo ao seu redor, bem como um cientista investigando um problema complexo.
As habilidades matemáticas primárias como a classificação e pensamento de causa e efeito
começam a surgir entre os três a oito meses. Quando nossa neta Caitlin balança seu novo
chocalho e faz um barulho, ou quando ela joga no chão só pra me ver pegar, ela está descobrindo
algo sobre causa e efeito. Talvez ela não saiba as consequências das coisas – como, por exemplo,
se nos cansarmos de pegar o chocalho, ela vai continuar jogando. Mas ela está aprendendo
através da tentativa e erro. Quando seu filho de sete meses classifica os blocos por tamanho, ele
está praticando uma importante habilidade matemática. Aos três, ele pode classificar brinquedos
por cores e tamanhos.
Dois a três anos: Crianças que tem dois ou três anos podem entender o conceito de números
como um gato e dois gatos, e tem um entendimento rudimentar de classificação, como saber que
um "cachorro" é um "animal".
Jardim de Infância: No jardim de Infância, as crianças têm muitas ideias sobre matemática
dentro do cérebro. Eles conseguem entender sobre o que é grande e o que é pequeno, longo e
curto, perto e longe. Podem contar objetos conforme tocam e até mesmo contar até dez.
As crianças aprendem sobre o conceito de números se tiverem alguma coisa para brincar,
tocar, classificar e contar. Aprendem a contar naturalmente com blocos, pedras, e botões (é claro
que devemos cuidar com o tamanho de objetos que damos à criança para evitar acidentes). O tipo
de objeto não é importante – cartões de papelão com animais de fazenda, funcionam tão bem tanto
quanto bichinhos de plástico ou dinossauros.
As meninas podem aprender habilidades numéricas tão bem quanto os meninos se tiverem a
oportunidade como as sugeridas abaixo. Contudo, pais e professores geralmente não esperam que
as meninas se deem bem em matemática quanto esperam dos meninos. Mas com o
encorajamento de pais e professores todas as crianças podem se tornar bons pensadores
matemáticos e excelentes empreendedores em matemática.

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O que você pode fazer: Aproveitando ao máximo a janela da Matemática e da Lógica
Você se lembra das brincadeiras de infância como esconde-esconde (...96, 97, 98, 99, 100 -
lá vou eu!), contando enquanto pulava corda, pulando amarelinha na calçada? Ou a alegria de seu
filho decorrente às canções e rimas infantis que tinham contagem nas letras, como "Um Elefante
incomoda muita gente, dois elefantes incomodam, incomodam muito mais, três elefantes..." ou
"Um, dois, três indiozinhos..." As crianças cantarem isso já é um aprendizado!
O pensamento matemático e lógico consiste não só em habilidades numéricas, mas também
habilidades visual-espacial e se resolver problemas, os quais iremos explorar melhor mais tarde
nesse capítulo. Mesmo com a compreensão inata de números e desejo as crianças têm de
procurar a ordem e os padrões no seu mundo, tem muito mais que você pode fazer para maximizar
o aprendizado durante os anos da janela da Matemática e da Lógica.
Quando as crianças começam a aprender com as atividades nas quais elas usam a
matemática para os propósitos reais da vida como os citados abaixo, a matemática se torna mais
divertida, mais como um quebra-cabeça do que uma tarefa. Aqui estão algumas maneiras para
ajudar a formar os circuitos matemáticos no cérebro do seu filho e construir uma base sólida para
seu filho, das idades de dois a oito anos:
Classificar
Deixe seu filho classificar as roupas na lavanderia: Roupas do papai, da mamãe, do
irmãozinho, da irmã; então classifique por cor. Classifique e separe os talheres colocando facas,
garfos, e colheres em seus lugares. Separe moedas em 25 centavos, dez, cinco, e um centavo.
Quando você fizer essa tarefa doméstica com seus filhos, fale sobre o que você está fazendo. Os
envolva o máximo que você puder.
Colocando a mesa
Aprender um padrão é fundamental para a matemática, e colocar a mesa é uma boa maneira
de praticar padrões. Você pode perguntar, "Vamos contar quantas pessoas da nossa família
estarão aqui para jantar". Então conte quantos talheres serão necessários. Faça um jogo
americano de papéis cartão coloridos, e com canetinhas indique aonde fica o prato, copo, garfo,
faca, e colher para que seu filho tenha um modelo de onde colocar.
Alguém está na cozinha com a mamãe
Quando você segue as receitas e cozinha com seus filhos, eles aprendem sobre medidas,
dividir em porções, tempo, e muitos outros conceitos matemáticos. A maioria das crianças amam
ajudar na cozinha, então aproveite o interesse deles por isso para que eles aprendam sobre
medidas ("esses biscoitos levam 1 xícara de açúcar, 2 xícaras de farinha..."), usando colheres e
xícaras de medida. Eles podem também aprender sobre tempo ("Nossos muffins levarão 30
minutos para ficar prontos"). Até mesmo bebês amam empilhar potes plásticos de comida, bater
em tampas com colheres de pau e fingir que estão misturando as coisas em uma panela.
Seu filho pode aprender sobre ordem e sequência de eventos quando você diz, "É isso que a
gente vai fazer para fazer Rabanada: Primeiro nós batemos os ovos, em seguida nós
acrescentamos uma pitada de sal e um pouquinho de baunilha." Ele aprende sobre dividir porções,
que demonstra frações. "Aqui está metade de uma banana para você e a outra metade para mim."
Corte a maçã em duas metades, depois em quarto, antes de você e seu filho comerem. Corte
sanduíches em diferentes formas e porções. Permita com que sua criança brinque com ele, conte,
e belisque enquanto você prepara o café da manhã, embora o beliscando possa ser sua parte
favorita.
Comparando tamanhos e quantidades
Faça perguntas como "Qual maçã é a maior?" ou "Quantas laranjas será preciso para obter
um quilo?" dê ao seu filho a oportunidade de comparar e pensar matematicamente.
Contar brinquedos, guloseimas, e outros objetos.
Durante a hora de brincar, conte contas coloridas grandes e baldinhos de encaixar enquanto
seu filho empilha e conecta-os. Quando você ajuda seu filho a guardar os brinquedos na prateleira
ou em caixas coloridas na sala de brinquedos, conte os brinquedos. Faça uma musiquinha
enquanto conta os botões quando abotoá-los em seu casaco. Conte as passas, M&Ms, ou
biscoitos enquanto serve: "Aqui estão seus dois biscoitos – 1,2".
Quando você estiver passeando com seu filho pergunte: "Quantos cachorros você vê na
rua?" Ou, se estiver esperando no consultório do pediatra pergunte, "Quantas coisas vermelhas
você vê na sala?".

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Quebra-cabeças, Formas, e Blocos.
Os quebra-cabeças ajudam a praticar e identificar formas e combinação de cores. As
crianças aprendem conceitos matemáticos como peso, tamanho, relações espaciais, ordem, e
proporções enquanto brincam com os blocos. Fale sobre as formas que você vê no mundo ao seu
redor - prédios retangulares (algumas cidades tem até prédios triangulares), um sinal em círculo.
Cantando músicas com números e brincando com os dedos
Canções numéricas que incluem o recurso de mexer os dedinhos atraem os pré-escolares,
que amam a música e movimento. Tente "Polegares" "Dez indiozinhos" e outros. Encoraje os
movimentos de seu filho enquanto ele pula, bate palmas, ou dança enquanto você conta.
A mágica da quitanda
Deixe seu filho aprender sobre pesos e medidas em uma quitanda. Deixe com que ela pese
as bananas e maças, batatas e uvas. Quando estiver mais velho, seu filho pode ajudar a encontrar
os descontos e descobrir de que forma poupar dinheiro.
Brincadeira de faz-de-conta
Seu filho pode brincar de loja ou restaurante usando dinheiro de verdade ou de brincadeira.
Brinque de viagens espaciais utilizando um pote de sorvete para ser o galão de combustível do
foguete.
Jogos
Jogos como atirar feijões, dominó, bolinhas de gude, e boliche (quando ele estiver com idade
para brincar) oferece uma variedade de lições. O jogo de bingo ajuda a praticar o reconhecimento
dos números. Jogos com dados ou cartões como Banco Imobiliário, Jogo da Vida, Imagem e Ação,
e xadrez ajudam a desenvolver o pensamento espacial e estratégico.
Lembre-se que a criança precisa ter cinco ou seis anos para começar a desenvolver
estratégias para jogar um jogo, e aproximadamente seis anos para começar a entender o conceito
de regras. Os pré-escolares não entendem o propósito das regras e curtem mais jogar livremente
ou inventar as próprias regras.
Jogos de cartas são excelentes para construir circuitos matemáticos. De fato, a Dra. Margie
Golick, psicóloga de crianças, que tem trabalho com crianças com dificuldades de aprendizado em
Montreal, Canadá, afirma que um baralho de cartas é a melhor ferramenta educacional disponível
para ensinar a uma criança conceitos matemáticos essenciais de classificação e agrupamento;
espaço, tempo, e número; e lógica e resolução de problemas.
Apenas um jogo de UNO, por exemplo, providencia prática em contar, categorizar, julgar o
número de classificação quantitativa, manter um conjunto de variáveis, adicionar (incluindo a
adição de números negativos), raciocínio, memória, cálculo de probabilidades, e desenvolvimento
de estratégias, todos essenciais para o pensamento matemático - e tudo isso em um tempo
divertido jogando cartas com a família!
Jogue "concentration" para ajudar no desenvolvimento da memória e aprender a associação
de números e outras habilidades matemáticas. Coloque um baralho de cartas de cabeça para baixo
em fileiras retas. Cada jogador em sua vez desvira duas cartas. Se as cartas forem iguais, o
jogador tem que pegá-las, empilhando os pares para contar no final do jogo, e tem direito a jogar
mais uma rodada. Se as cartas não combinarem ele vira para baixo novamente e é a vez do
próximo jogador. O jogadores tentam lembrar aonde estão as cartas para fazer a maior quantidade
de pares e vencer o jogo.
Medindo Largura e Comprimento
As crianças sempre curtem saber números pessoais, como por exemplo, sua altura ou o
peso. Então ensine medidas acompanhando o crescimento do seu filho. Pegue um quadro ou uma
porta para fazer o local de medidas da família, e com fita colorida grave a altura do seu filho e a
altura de outros membros da família. Pergunte "Quem é maior, a mamãe, o papai ou sua irmã?"
Com uma fita métrica, meça a largura do quarto de seu filho ou a rua. Descubra o quão largo são.
Construções pequenas e maquetes também oferecem oportunidades para medir as coisas.
Aprendendo sobre Categorias
Como as coisas são iguais e como elas são diferentes? Como você pode agrupar objetos de
formas diferentes? Classificar e organizar as coisas em ordem é fundamental para o pensamento
lógico e matemático; isto significa reconhecer as diferenças e comparar as similaridades dos
objetos. O grupo de folhas ou pedras que você encontrar em uma caminhada, separe por cor, e
depois os agrupe de acordo com o tamanho. Quando estiver no zoológico, compare três animais -

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Quais são suas diferenças? As semelhanças? Arrume carrinhos de tamanhos pequenos e grandes.
Encoraje seu filho a começar a colecionar alguma coisa (pedras, selos, figurinhas) e acompanhe
quantos ele já tem.
Entendendo Conservação dos Números
Conservação de números (ou massa) é um importante conceito matemático que as crianças
não entendem por completo até aproximadamente os sete anos de idade. Pré-escolares decidem
as quantidades baseados inteiramente em como as coisas parecem para eles. Por exemplo, eles
têm certeza que tem mais leite quando está em um vidro de 230ml estreito do que quando é
derramado em uma variedade de copos de 230ml . Eles têm certeza que há mais moedas quando
dez moedas estão afastadas do que quando estão amontoadas. Crianças precisam de muita
prática para compreender o conceito de conservação dos números (massa), a ideia de que,
embora o arranjo das moedas ou a aparência do líquido no vidro mudam, o número de moedas ou
a quantidade de líquido não mudaram. O número, ou quantidade, permanece constante. Pegue oito
botões ou feijões. Peça para que seu filho conte os objetos. Então os coloque em forma de círculo,
triângulo, e então em uma linha reta. Pergunte ao seu filho qual é a forma da maioria dos objetos, e
deixe-o contá-los para descobrir a resposta. Dê os objetos para ele e deixe com que ele os
reorganize. Pegue um punhado de argila e faça uma bola e, em seguida, em uma cobra bem
comprida. Pergunte a seu filho qual forma contêm mais argila.
Falando as horas
Bebês e crianças tem pouca noção sobre tempo. Eles querem a mamadeira ou qualquer
coisa que precisam da mamãe e papai "Agora!" Crianças de dois anos entendem "num minuto",
"hoje", e "logo." Porém embora tenham uma ideia do que hoje, amanhã, está tarde, signifiquem, um
entendimento de ontem não está em seu entendimento, sugere Theresa Caplan em The Early
Childhood Years: the Two to Six Year old. Os sentidos de tempo das crianças de Quatro e Cinco
anos se desenvolvem quando eles entendem palavras como dias, meses e hora de dormir. Com
pelo menos um bom relógio grande (não digital) visível em sua casa e um temporizador de ovo,
você pode apontar as horas durante o dia. Você pode perguntar "Quanto tempo você ainda tem
para brincar antes de ir pra cama?" Crianças sempre se interessam por essas perguntas!
Compartilhe com seu filho, "às três horas, nós vamos deitar para uma soneca, e às quatro da tarde
vamos para o parque." Avisos como "Em dez minutos vamos sair para o futebol" são úteis para as
crianças aprenderem a falar as horas.
Um temporizador de ovo é divertido para brincar com "atividades de horas". Quanto tempo
vai levar para fazermos os biscoitos? ou alimentar o cachorro? Quanto tempo vai levar para você
escovar seus dentes? Uma vez que ele saiba falar as horas, explique a seu filho, quanto tempo
leva para o bolo ficar pronto; então peça a ele para descobrir no relógio quanto tempo vai levar
para o bolo esfriar e vocês comerem.
Fazendo um Calendário
A cada mês, faça um calendário e deixe seu filho decorá-lo. Calendários de advento são
maneiras divertidas de contar os dias até a chegada do natal. E você pode perguntar "Quantos dias
faltam até seu aniversário? Vamos contar." Coloque carinhas felizes nos espaços dos dias para
contar até datas especiais ou para marcar os dias que você leva seu filho à biblioteca para ouvir
histórias ou ver um show de fantoches.
Construindo com Blocos
Construir com LEGOs e outros brinquedos deste tipo dá a oportunidade de ver como as
coisas funcionam em espaço, como os objetos se encaixam para formar estruturas diversas.
Indo de um lugar a outro
Quando você caminha até a sorveteria ou para a casa de um amigo, conte às quadras que
você passa para chegar lá. Pergunte, "Quanto tempo você acha que levaremos andando para
chegar à casa de nossos amigos?" "E se formos de carro?" Encoraje seu filho a tentar adivinhar, e
comparar as horas. Se dirigir, mostre a seu filho como ler um mapa. Pergunta a crianças mais
velhas coisas como, "Quanto de gasolina vamos precisar para encher o tanque e chegar ao campo
de futebol?" ou "Qual é o limite de velocidade?" Eles podem ajudar a tentar descobri quanto tempo
leva para ir de carro e de avião para a casa dos avós.
Videogames, Calculadoras e Esportes
Conforme seu filho vai crescendo e talvez se interesse por basquete, futebol ou outros
esportes, ele pode acompanhar jogos ganhos contra jogos perdidos ou as médias de rebatidas de

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jogadores. Calculadoras são ferramentas úteis e jogos de computador ou videogames oferecem
muitos jogos matemáticos que constroem habilidades.
Uma maneira de pensar
Lembre-se que a matemática é muito mais do que apenas computar números. É uma forma
de pensar que envolve padrões e relacionamentos, habilidades visuais e espaciais, e estratégias
para organizar e analisar informações. A matemática envolve termos e símbolos, e é algo que
todos nós usamos na vida diária para funcionar e resolver problemas. É por isso cada uma das
atividades acima e as tarefas domésticas que envolvem contagem, organização, classificação,
categorização, estratégias (como nos jogos de cartas), ou medidas são úteis para desenvolver os
circuitos matemáticos de seus filhos – especialmente quando a linguagem estiver inclusa na
atividade e você fala e explica o que está fazendo enquanto você e seu filho estiverem cozinhando,
classificando, ou brincando.
Quando você permite que sua criança planeje o que vai fazer com os cinco reais que você
deu à ela, arrume as prateleiras, conte as pedras, separe as roupas na lavanderia, use números
em brincadeiras ou conserte as coisas – os circuitos para pensamentos matemáticos e lógicos
aumentam e você dá uma base que ajuda a criança a dizer, "Eu posso!" para os desafios
matemáticos que ele encontrará mais tarde na sala de aula ou na vida.
Como evitar os fechadores da janela da matemática e da lógica
Continue contando, jogos matemáticos, e atividades divertidas e não seja excessivamente
sério. Crianças respondem melhor quando as atividades são variadas e espontâneas, aproveitando
momentos ensináveis. Pais parecem gostar também dos ensinamentos.
Não pressione para ter a reposta de imediato à primeira vez ou toda vez, ou mostre
frustração em falhas pequenas. Pequenos cientistas aprendem por tentativa e erro!
Não dê todas as respostas quando sua criança fizer perguntas. Coloque as questões de volta
para ele; ajude-o a pensar, imaginar e analisar. Se ele colocar de volta os lápis de cor na caixa de
48 lápis e não couber, deixe-o descobrir outra forma de colocar os lápis ao invés de dizer, "Deixa
que eu faço isso mais rápido e melhor do que você". Se nós resolvermos todos os problemas de
nossos filhos e tornarmos as coisas mais fáceis para eles, eles não se sentirão motivados para
usar suas habilidades de resolver problemas ou pensar por si mesmo.
Não pense que você tem que comprar cada brinquedo educacional mais caro ou um pacote
muito legal de currículo de construção de habilidades matemáticas. Ao invés disso, use as
matérias-primas de aprendizagem em torno de você. Exponha a matemática para o seu filho na
vida real. Objetos domésticos simples, o jardim, a cozinha, o ambiente da vizinhança, um parque,
uma excursão familiar são lugares ótimos para aprender.
Evite as armadilhas da perfeição. Os perfeccionistas não tentam nada novo porque odeiam
cometer erros. Ajude seu filho a ter novas experiências com um entendimento que os erros são
uma parte natural do processo de aprendizado e da vida. Foque no aprendizado ao invés de focar
apenas no resultado.
Evite fazer tudo pelo seu filho ou ele irá perder oportunidades de resolver problemas e de
exercitar suas habilidades de pensamento crítico. As crianças podem organizar e separar as meias
por cor e marca, arrumar as suas coisas na prateleira, e aprender a se vestir o quanto antes, ao
invés de ser dependente da mamãe para tudo.
Evite dizer "eu nunca tive jeito para a matemática" ou "Você nunca vai entender isso – você
não é bom em matemática" quando seu filho tiver dificuldades em um problema de matemática. Ao
invés disso, tenha uma atitude positiva mostrando que a matemática pode ser usada na vida diária
mostrando a matemática nos esportes, cozinha, casa e trabalho. Quando ele tiver algum problema
na lição de aritmética, mostre na prática usando uma torta para mostrar as frações ou feijões para
contas de adição ou subtração.
PEGAR ALGUNS LIVROS QUE REFORCEM CONTAGEM E CONCEITOS MATEMÁTICOS
O que sabemos: Pensamento visual espacial
Certa noite entrei no quarto de nosso filho Chris, quando ele tinha dez anos de idade, para
dizer boa noite. As luzes estavam apagadas, e lá estava ela em sua cama, olhando feliz e
ocupado, mesmo sem nada para fazer (pelo menos é como parecia para mim). "Chris, o que está
fazendo?" Perguntei.
"Quando não consigo dormir," ele disse, "Começo a tentar resolver os problemas de
matemática mais longos e difíceis que vem à minha mente, vendo os sinais e desenhando as

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linhas, e tentando desvendá-los. Aí sim consigo relaxar." Embora isso não parecesse nenhum
pouco relaxante para mim, para Chris era melhor do que contar ovelhas.
O que ele estava descrevendo é o pensamento visual espacial, e é um dos melhores
prognósticos de habilidades matemáticas. De fato, este tipo de pensamento está intrinsecamente
ligado com habilidades lógicas matemáticas. Dra. Jane Healy define o pensamento espacial em o
quão bem as crianças relacionam os seus próprios corpos com objetos fora deles mesmos, como o
quão bem eles podem encontrar seu caminho em um labirinto. Alunos com uma compreensão ruim
das relações espaciais, diz ela, tem problemas com todos os tipos de tarefas matemáticas: frações,
estimativas, geometria, e leituras de tabela ou gráficos. Isso parece muito importante! Mas como
podemos ajudar nossos filhos a desenvolver esse tipo de pensamento?
O que podemos fazer: Estimulando habilidades visuais espaciais
Envolva seu filho em música. Novos estudos têm mostrado que a música afeta o raciocínio
espacial (a habilidade de ver objetos nos olhos da nossa mente e como eles estão relacionados, ou
a capacidade de "ver" pedaços da imagem de um coelho e mentalmente organizar essa imagem) e
que o raciocínio espacial-temporal em crianças de três a quatro anos foi impactado por lições
diárias de piano. (Veja o Capítulo 6, "A Janela da Música.") O pesquisador, físico Gordon Shaw,
explica este efeito afirmando que quando as crianças tocam piano, eles estão vendo como os
padrões trabalham no espaço e no tempo. Não somente seus circuitos musicais estão sendo
fortalecidos como seu circuito de raciocínio espacial é aumentado.
Atividades musicais – aulas de piano, aprender a tocar um simples gravador, ouvindo música
clássica, cantando – terão um efeito positivo nas habilidades necessárias para compreender e
dominar a matemática.
Disponibilize equipamentos de exercícios musculares. Equipamentos que exercitem os
músculos tal como playgrounds para escalar, ajudam a desenvolver as habilidades de raciocínio
visual e espacial. Outra boa opção é o "pula tábuas" que você mesmo pode fazer com uma viga de
cimento e tijolos), bolas de todos os tipos, blocos grandes e brinquedos de montar e desmontar,
uma caixa de areia, materiais de arte, e argila. Quebra-cabeças, que estimulam os
desenvolvimentos de pequenos músculos, também ajuda no desenvolvimento espacial.
Crie oportunidades para ele explorar e descobrir. Quando as crianças escalam, rastejam
pelas coisas, separam as coisas, brincam de correr, e exploram novos caminhos, eles estão
aumentando suas "habilidades de mapeamento conceitual e consolidam as noções de direção e as
relações no espaço e distância por meios físicos." Eles podem melhorar estas habilidades somente
com envolvimento em atividades físicas. Eles não irão desenvolver essas habilidades se ficarem
somente sentados em uma cadeira na sala de aula.
DICAS: Ajudar seu filho a fazer experiências científicas simples e elaborar deduções a partir dos
resultados dos experimentos fortalece as habilidades de pensamento de seu filho.
Tente um jogo da memória. Para melhorar as habilidades visuais espaciais, jogue o jogo da
memória. Enquanto seu filho observa, coloque cinco objetos em ordem, um por vez, como um
pente, uma nota de um real, uma colher, um carrinho, e um lápis. Deixe seu filho observar os
objetos atentamente por cinco minutos ou mais. Tire os objetos e peça para ele fechar os olhos e
descrever o que ele viu. Ele nomeou na ordem exata que foi colocado? Ou citou os nomes de trás
pra frente? Substitua dois ou três objetos e recomece o jogo.
Observe e descreva. Peça para seu filho olhar para um quadro interessante, ou um objeto
como vaso de flor, ou um novo brinquedo que você colocou em sua frente em cima da mesa. Então
peça para que ele feche os olhos e descreva o objeto da melhor maneira possível. Depois peça
para abrir os olhos e ver o quão bem ele descreveu.
Desenvolvendo habilidades de descrição visual. Os mesmos jogos de tabuleiro e jogos de
cartas citados no começo deste capítulo também desenvolvem as habilidades de descrição visual
(a habilidade de reconhecer objetos e dizer a diferença entre imagens parecidas, e a habilidade de
ver, interpretar, e lembrar dos símbolos impressos como letras, palavras e números).
Contanto História de maneira visual. Peça para seu filho escolher uma história que ele já
conhece em um livro e leia, porém muitas vezes é necessário para ele ser capaz de contar a
história oral da forma como contadores de histórias realmente fazem. Sugira para que ele tente ver
a história por cenas em sua mente – ou seja, criando um filme "mental" dos personagens fazendo a
ação, cena por cena. Então peça para ele contar a história, adicionando os próprios gestos,
diálogos, e até mesmo adereços. Isso melhora as habilidades espaciais, tão bem quanto às

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habilidades linguísticas. Quando as crianças tem a oportunidade de desenvolver o pensamento
matemático e espacial – visitando um museu de ciências aonde é possível tocar nas coisas,
plantando o próprio jardim – suas habilidades de pensamento irão sair e aflorar.

Abra meus olhos Senhor, para ver todas as oportunidade para ajudar meu filho a desenvolver o
pensamento matemático e lógico. Você me disse que eu poderia te chamar e Você me diria coisas
grandes e firmes que não sei (Jeremias 33:3)
E estou te pedindo agora por ajuda para saber como aproveitar dessa janela maravilhosa da
Matemática e da Lógica. Especialmente se esse não for o meu forte.

CAPÍTULO 9: A JANELA ESPIRITUAL


Me deem as crianças até que elas tenham sete anos e qualquer outro pode tê-las depois desta
idade. - São Francisco Xavier

Enfeites saíam do “capacete da salvação” do pequeno Zack, de quatro anos assim como as
plumas de um soldado romano. Zack e sua irmã Katie estavam estudando as instruções de Paulo
em Efésios 6 sobre colocar a armadura de Deus. A mãe deles os ajudou a cortar caixas, colar os
recortes e a pintar com cores vivas criando a própria armadura deles. Eles chamaram cada parte
por um nome: “Espada do Espírito”, “Escudo da Fé”, e o “Capacete da Salvação”. Eles aprenderam
o significado de cada uma das peças da armadura de Deus.
“Precisamos conhecer a Bíblia para combater os dardos do inimigo”, explicou a mãe
enquanto pintavam. “O Capacete da Salvação significa aceitar Jesus como seu Salvador. Ter a
certeza de que você pertence a Ele, proteger a sua mente. Os capacetes são a parte favorita para
as crianças e Zack o usou muito tempo depois de haverem estudado o tópico na sua escola
doméstica.
Uma noite, durante a oração habitual que fazia antes de dormir, Zack contou à sua mãe que
ele queria ser um verdadeiro guerreiro com Jesus como seu comandante. Ele queria convidar o
Senhor para morar em seu coração. Através desta lição, Zack ouviu Cristo batendo e ele abriu a
porta para seu Salvador.
Corrie Ten Boom experimentou algo similar através de uma simples atividade manual e
começou seu relacionamento com Deus em seus primeiros anos de vida. Corrie ouviu os pais dela
lerem histórias sobre Jesus durante toda sua vida, parecia que Ele era um membro da família Ten
Boom. Para ela era tão fácil falar com Jesus como ter uma conversa com seu pai, tias ou irmãos.
Um dia a Sra. Ten Boom estava vendo à pequena Corrie brincar de casinha. Corrie bateu
numa porta imaginária como se estivesse aguardando um vizinho abri-la. Ela bateu novamente,
mas ninguém atendeu. A mãe dela assistiu pacientemente ela brincando e finalmente disse, “Corri,
eu conheço alguém que está à sua porta batendo agora mesmo”.
Corrie descreve este momento importante de sua vida. “Será que ela estava brincando
comigo? Agora eu sei que havia uma preparação dentro de meu coração infantil para aquele
momento. O Espírito Santo nos prepara para aceitarmos Jesus Cristo, de entregarmos nossas
vidas a Ele”.
A mãe dela explicou: “Jesus disse que Ele está à porta e se você O convidar para entrar,
Ele virá em seu coração. Você gostaria de convidar a Jesus?
“Sim, mamãe, eu quero Jesus em meu coração” - disse a jovem Corrie. Então sua mãe
pegou a mão dela e elas oraram juntas. “Foi tão simples, e mesmo assim Jesus diz que todos nós
devemos ir a Ele como crianças, não importa a nossa idade, classe social ou nível intelectual.”
Ao utilizarem a abertura que as crianças têm da melhor forma, isto é, apresentando-as para
Deus durante esta “Janela Espiritual”, os pais de Corrie e Zack foram sábios o suficiente para
gentilmente guiá-los para o Senhor. Será que eles não eram muito jovens para entrar num
relacionamento com Jesus Cristo? Será que o compromisso deles foi verdadeiro e fez diferença na
vida deles? No caso da Corrie, deste momento em diante, Jesus era mais real para ela e então ela
começou a interceder por outros, especialmente os pobres de Smedestraat, uma área da pesada
perto da rua em que eles viviam. Como uma criança, ela chorava e orava por eles sempre que
passavam a rua, pedindo a Deus que os salvassem. Anos mais tarde, Corrie conheceu dezoito
garotas que viviam naquela rua, e todas haviam se tornado cristãs.

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No caso de Zack, depois que ele convidou Jesus para ser Senhor de sua vida, ele levou sua
irmã a Cristo e começou a orar por seus amigos e família.
Cheios de potencial espiritual
Enquanto alguns dos estágios de aprendizado convencionalmente ensinados que já
mencionamos e outras teorias de desenvolvimento infantil podem ajudar a compreender como as
crianças pensam, aprende e processam seu ponto de vista do mundo, estes estágios não são a
palavra final sobre desenvolvimento espiritual.
De fato, da mesma forma como as crianças possuem maior capacidade de aprendizado
musical e de linguagem do que pensávamos, elas também possuem mais capacidade espiritual do
que compreendemos. Frequentemente subestimamos as habilidades delas de responder a Deus.
Crianças são seres espirituais, assim como os adultos, e não há versão infantil do Espírito Santo.
Elas podem experimentar a presença de Deus de maneira que deixam marcas permanentes. Elas
oram de forma poderosa com simplicidade, fé e compaixão – e frequentemente veem resultados
maravilhosos!
Recentemente eu levei um grupo de crianças com cinco a treze anos de idade numa
caminhada de oração no capitólio estadual de Oklahoma. As crianças oravam com discernimento
por nosso governador, pelos representantes no Congresso Nacional, e pelo povo de nosso estado.
“Senhor, dê ao governador Keating um pensamento direito,” orava Grant, de 9 anos.
“Abençoe sua família e traga-os para Jesus”, pediu Susan.
“Ajude os senadores a fazerem boas decisões”, orava Andrew.
As crianças encheram o capitólio com suas orações e amor de Deus. Nós não sabemos das
respostas específicas àquelas orações, mas sabemos que Deus pode fazer grandes coisas através
de pessoas que oram, não importa a idade ou tamanho.
Algumas vezes é a criança que leva um adulto a Deus. Uma criança de uma pré-escola
cristã estava a caminho da escola com sua mão quando passaram por um acidente de automóvel.
A criança imediatamente orou alto para que Deus protegesse as vítimas de lesões permanentes e
que desse sabedoria e ajudasse os médicos. Ouvindo esta ardente, mas simples oração, a mãe
percebeu uma lacuna em sua própria vida, conversou com a professora da criança no mesmo dia e
se tornou uma cristã. Muitos anos antes, Jesus sabia do potencial espiritual das crianças e revelou
isso em versículos como estes: “E eles disseram a Jesus:— Você está ouvindo o que estão
dizendo?
Jesus respondeu: — Claro que sim! Será que vocês nunca leram a passagem das Escrituras
Sagradas que diz: “Deus ensinou as crianças e as criancinhas a oferecerem o louvor perfeito?” (Mt.
21:16 – NTLH)
“E Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles. E disse: Em verdade vos digo que, se
não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos
céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus. E
quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe.” (Mt 18:3-5 – NTLH)
“(...) Deixem que as crianças venham a mim e não proíbam que elas façam isso,(...)” (Lc 18:17
NTLH).
O desafio de você paternizar seu filho espiritualmente durante esta janela de oportunidade é
um privilégio e responsabilidade incríveis – por isso que precisamos desesperadamente da ajuda e
da sabedoria de Deus. Como Karen Henley disse, “Os anos de pré-escola são talvez os dias mais
importantes da vida de uma pessoa. Apesar de que as grandes mudanças possam acontecer
depois, pela idade dos 06 ou 07 anos os fundamentos básicos já tenham sido lançados no interior
da criança o que irá perdurar pelo resto de sua vida”.
O que sabemos sobre a janela espiritual das crianças
Enquanto nunca é cedo ou muito tarde para começar a paternizar seu filho espiritualmente,
os primeiros anos são primordiais. Nos primeiros seis anos você tem mais influência sobre seu filho
do que qualquer outra pessoa. Por um tempo muito curto você é o centro do mundo de sua criança.
E é por isso que não queremos abdicar para outros o ensino e o desenvolvimento que pode
acontecer em casa, pensando que isso é o papel do professor de escola dominical ou do pastor
para desenvolver a fé da criança. Os pais precisam abraçar integralmente a responsabilidade (e
então compartilhar ou delegar parte desta em determinados momentos para outros). Aqui há
algumas características distintas da Janela Espiritual.
Os fundamentos da Fé

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Estudos mostram que pessoas que recebem a Cristo, o fazem entre as idades de quatro e
quatorze anos, desta forma, a oportunidade de ouro para a fé de sua criança enraizar e crescer são
os primeiros anos. Outra pesquisa revelou que 80% dos missionários receberam seu chamado
para o campo quando eles eram crianças – não quando eles se formaram do seminário ou da
faculdade! Quando aqueles missionários experimentaram o direcionamento de Deus, mesmo eles
sendo muito novos, tiveram suas vidas impactadas a ponto de tomarem a decisão da vida deles.
As qualidades espirituais mais importantes são desenvolvidas durante a infância, diz Sybil
Waldrop. “A confiança nasce da dependência do bebê, que tem suas necessidades supridas
conforme sua demanda de forma cuidadosa e carinhosa pela pessoa que a ele depende. Esta
dependência e esta compaixão se combinam para dar à luz à confiança.
O papel dos pais
Os pais constroem o ambiente para que suas crianças aprendam a conhecer, ouvir e
obedecer a Deus. Quando você aponta a bondade de Deus na maravilha de uma chuva de verão
ou num nascer do sol, quando você ajoelha ao lado da cama de seu filho para falar com Deus,
quando você O agradece pela comida e pelo calor do sol, quando você lê a Bíblia e tem
devocionais domésticas – mesmo que sua criança não compreenda tudo que você está dizendo,
você está construindo uma base para o relacionamento da criança com Deus.
Ensinar as crianças sobre Deus no seu dia-a-dia é uma forma bíblica de construir bases
espirituais. Deuteronômio 6 aconselha os pais a se comprometerem de todo o coração a amar a
Deus com todo o coração, alma e força; A obedecer os Seus mandamentos e especialmente a
ensinar os caminhos de Deus até para os netos.
“Repitam essas leis em casa e fora de casa, quando se deitarem e quando se levantarem.
(Dt. 6:7 NTLH).
Isso soa como um estilo de vida do Cristianismo, passando o bastão da fé não somente
modelando sua devoção a Deus, mas também instruindo sua criança em como amar e obedecer a
Deus. Esta transmissão dos mandamentos e caminhos de Deus deve tomar parte quando estamos
dirigindo, comento, sentando – e qualquer momento que estamos com nossas crianças – e implica
que vamos investir bastante do nosso tempo juntos.
Como as crianças tendem a aprender melhor com coisas concretas e práticas, podemos
utilizar jogos de oração, artes, histórias e outras atividades criativas para transmitir verdades
espirituais a elas. Eis alguns exemplos: utilizar uma bola-globo para jogar para cada pessoa da
família, deixando cada pessoa escolher um país e colocar a mão sobre este país em oração e
desenhando o que querem expressar para Deus; fazer a “armadura” descrita em Efésios 6 assim
como o Zack a fez; apontando a obra-prima de Deus e compartilhar uma lição objetiva através
desta obra; utilizar um diário ilustrado de oração aonde suas crianças colocam fotos de pessoas
que Deus colocou no coração delas para orarem e depois desenharem as respostas de oração.
Memorizando as Escrituras
Os anos da janela espiritual é um momento oportuno para memorizar as Escrituras. Paulo
descreveu Timóteo como um jovem que desde a infância conhecia as Escrituras (2 Timóteo 3:15).
E como as crianças são mais espertas que pensamos, assim como Timóteo, elas podem
memorizar mais versos do que você imagina.
Em Awana, existe um programa infantil que milhares de igrejas pelo país aplicam aonde
crianças de 3 anos de idade aprendem 22 versículos em seu primeiro ano. Crianças de 4 anos
memorizam 56 versículos. Crianças da segunda série aprendem 77 versículos; da terceira série,
80; quarta série, 105 versículos. Todo dia depois disso, estudantes aprendem mais de 100 versos.
Uma criança que participa do programa da pré-escola até o colegial memoriza um total de cerca de
763 versos da Bíblia!
Como as crianças veem Deus
O relacionamento entre pais e filhos forma a base para as atitudes primárias da criança em
direção a Deus, seu Pai Celeste. Talvez em alguns momentos nós desejássemos que isso não
fosse verdade porque coloca uma grande responsabilidade sobre nós, mas as crianças tendem a
ver Deus através do prisma da mamãe e papai. A experiência de minha amiga Jennifer Rothschild
com o nome de seu primeiro filho para sua mãe define bem este princípio.
Quando o Clayton tinha nove meses de idade, ele adicionou “pa-pa” à sua primeira palavra
“bola”. Sempre que ele queria alguma coisa de seu pai, ele indicava com “pa-pa”! Seus pais
ficaram surpresos com suas primeiras brilhantes palavras, mas após alguns meses Jennifer se

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entristeceu que ele ainda não havia a chamado de “ma-mae”! Ela pensava que o baby não a
chamava por nenhum nome.
Então um dia, ouvindo com atenção o que o Clayton estava dizendo, ela percebeu que ele
estava a chamando de “Deus”. Quando ele queria suco, ele dizia, “Deus, suco”! Isto era algo
engraçado em casa, mas em público quando ela era hora de ir e ele falava, “Deus, Deus!” ou ele
falava “Deus, suco!” ela começou a ficar envergonhada.
“Não se preocupe”, disse o pediatra quando sua jovem mãe expressou sua preocupação.
“Algumas vezes as crianças escolhem sozinhas os nomes que vão dar para pais ou avós.” Mas
Deus? Como ele inventou essa?
Um dia Jennifer preparava o jantar, com seu bebê brincando ao lado dela, e então ela
solucionou o mistério. Ele a viu aprontar a comida e depois, momentos depois, eles se sentaram,
abaixaram a cabeça e disseram “Deus amado, obrigado por esta comida!” - e porque sua mãe
havia feito a comida, Clayton havia concluído que ela deveria ser Deus. Para o alívio dela, quando
Clayton tinha 14 meses, ele finalmente começou a chamá-la de “mamãe”.
Através de um incidente cômico a família agora pode olhar para trás e rir do episódio, e que
exemplo para estes jovens pais de como nós somos a primeira figura de seu Pai espiritual. Pais
são representantes de Deus, e tudo o que dizemos e fazemos reflete Ele. Nós estamos
temporariamente no centro do mundo de nossos filhos e nosso amor reflete o amor de Deus, um
amor tão intenso a ponto dele dar seu único Filho para nos salvar – um Deus de amor que se
importa tanto a ponto de prover nossas necessidades, nos confortar quando nos ferimos e nunca
nos deixar ou nos abandonar. Este pensamento deve levar até mesmo o pai ou a mãe mais
confiante a se prostrarem de joelhos em oração!
Desenvolvendo a fé
A forma mais prática que encontrei para observar a jornada espiritual de uma criança vem
de Art Murphy, um ministro de crianças na Flórida:
Estágio do descobrimento
O primeiro estágio é o de descobrimento, o qual se estende do nascimento até os sete anos
de idade. Neste tempo de semear as sementes da fé na vida de nossas crianças, eles absorvem
tudo, especialmente através dos cinco sentidos. Isto é um grande tempo de faz-de-conta conforme
os alunos de pré-escola frequentemente veem as coisas no que é chamado de “pensamento
mágico”. Quando você explica a Trindade, eles podem estar pensando no coelho da Páscoa, Papai
Noel e a Fada do Dente ao invés de pensar no Pai, Filho e Espírito Santo (ou, conforme alguém
sugeriu, eles podem imaginar Deus como alguém que cuida de todos e distribui brinquedos e
animais de estimação).
Mas crianças estão energeticamente procurando descobrir tudo que elas podem sobre o
mundo ao seu redor. Criancinhas estão constantemente descobrindo novas coisas. Eles absorvem
tudo o que eles veem e experimentam: o comportamento dos pais, irmãos e amigos; Histórias
bíblicas que são lidas a elas; Programas de TV. De pouco em pouco a fé emerge na fase do
descobrimento. Algumas vezes isso é misturado à desinformação. Uma criança de três anos de
idade que eu conheço recitou 1 João 3:16 desta maneira “Porque Deus amou ao mundo de tal
maneira que deu seu único filho esquecido...” e seu amigo próximo a ela disse: “para que todo o
que nele crer não pereça ...mas viva feliz para sempre”.
Mesmo que sua criança não compreenda todas as palavras espirituais que ela ouve na
Escola Dominical – ou mesmo todos os versos que ela memoriza nas devocionais familiares ou na
igreja – ela está gravando esta informação como se fosse um gravador de áudio, e ela deve
surpreender você ao repeti-los a você ocasionalmente.
Um certo dia, uma mãe que estava doente e deitada no sofá, tentando ficar de olho em seu
filho de três anos. Ele tentou usar seu kit médico de brinquedo para tentar consertar a mamãe,
quando se cansou de tentar, ele disse que era hora dele pregar. Enquanto sua mãe febril deitava
com seus olhos fechados, o pequeno frequentador da pré-escola arrumou uma pequena mesa
sobre a mesa de centro como se fosse um púlpito. De pé no púlpito, ele dramaticamente bateu o
punho na mesa e gritou, “A morte vem de forma inesperada!”, uma fala do filme “Pollyanna”. Sua
mãe se levantou imediatamente, surpresa não só com a mensagem do filho, mas também com sua
memória afiada!
Com uma curiosidade tremenda nos anos de Pré-escola, as crianças mais expressivas
verbalmente farão diversas perguntas sobre o que elas estão aprendendo, enquanto as mais

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quietas talvez não verbalizem qualquer pensamento. Mas todas elas estão pensando, observando
e descobrindo. Orar pela gestação e pelo nascimento espiritual de seu filho bem como todos os
estágios de desenvolvimento espiritual, mental e emocional é tão importante quanto orar por seu
filho da concepção ao parto físico no nascimento.
O estágio de discernimento
O estágio de discernimento começa nos primeiros anos do Ensino Fundamental, mas pode
ocorrer mais cedo, nas idades de quatro ou cinco anos. Toda criança é única e possui seu próprio
cronograma de desenvolvimento e, mais importante que isso, no cronograma de Deus, mas há
alguns padrões de cronograma emergindo.
Neste segundo estágio da fé, as crianças fazem mais perguntas específicas: “O que
aconteceu quando a vovó morreu?”; “Aonde fica o céu? Eu posso ir para lá?”. Elas estão testando
as ideias. Elas começam a imaginar como as histórias bíblicas e os conceitos espirituais que elas
escutam dos pais e na escola dominical se aplicam a elas. Elas podem expressar confusões - “Eu
quero chamar Jesus para entrar em meu estômago” - ou pensar de forma literal, como o pequeno
garoto de cinco anos que pegou uma faca depois do culto na igreja e disse: “Mãe como me tornar
um cristão? Como se abre o coração? Será que machuca?”. Ouvir às perguntas de seu filho é
importante.
Algumas vezes os pais pensam que perguntas que denotam uma grande percepção da
criança significam que a criança está pronta para assumir um compromisso sério com Cristo e
podem querer pedir ao pastor para batizar a criança. No entanto, Murphy fala ao pai ansioso: “A
Vida está vindo, mas talvez ainda não seja a hora do parto ainda!”.
O que é mais importante no estágio de discernimento é que os pais e outros adultos que
cuidam da criança sejam modelos de uma fé vibrante e alegre enquanto ajudam as crianças a
aprender sobre Jesus – lendo histórias bíblicas, memorizando versículos – e discernir o tempo de
Deus. “Nós somos pediatras, mas Deus é o obstetra. Ele tem o nascimento espiritual planejado da
mesma forma que Ele fez o parto físico” - diz Murphy. Algumas crianças compreendem o apelo ao
fim de um culto e podem ter uma experiência genuína com Cristo que leve ao compromisso; outros
ainda não estão prontos neste estágio. Você irá compreender o nível de desenvolvimento espiritual
e de consciência do mundo espiritual, conversando, ouvindo, fazendo perguntas e orando com seu
filho.
O estágio de decisão
O estágio de decisão delimita e define o limite entre a curiosidade e a convicção real da
criança. Isto ocorre quando a criança decide que ele ou ela quer assumir um compromisso com
Cristo.
“Não os force ou os desencoraje; controle seus impulsos, como se estivesse dizendo, 'Estou
levando você em direção a Deus'” - aconselha Murphy.
Eu me lembro quando nosso filho Chris fez esta decisão. Quando ele tinha nove anos de
idade, ele era quieto e pensativo; ele já havia sido dedicado a Deus quando era um bebê e sempre
foi à igreja. Um domingo ele disse a seu pai e a mim, “Eu decidi que quero ser batizado. Eu quero
seguir a Jesus. Eu já o pedi para ser meu Senhor. Quando será que eu posso ser batizado?” - Será
que a morte da avó dele e nossas conversas sobre o céu tiveram algo a ver com isso? Será que os
versículos que estavam em sua mente e coração desde os anos da pré-escola tiveram algo com
isso? Talvez ele percebeu que ele precisava do Senhor. Seja qual for à combinação de fatores, foi
o “tempo certo” de Deus para Chris. Depois de algumas conversas e perguntas, seu compromisso
foi selado algumas semanas depois quando ele foi batizado – e que dia memorável foi este!
Como Karen Henley diz, crianças neste estágio estão começando a sentir sua própria
necessidade por Deus, e talvez seja por isso que muitos na idade entre sete e treze anos assumem
um compromisso com Cristo. “Nos anos anteriores, mamãe e papai podiam solucionar qualquer
problema. Mas agora as crianças começam a ver que há problemas que até os pais não
conseguem resolver. Tudo isso é somado ao sentimento forte de necessidade por um amigo fiel –
um protetor fiel, sempre disponível, sábio o suficiente para solucionar qualquer problema – Deus.
Talvez seja por isso que muitas crianças aceitam a Jesus neste período.”
O estágio de discipulado
O estágio de discipulado é um tempo importante para embasar a fé das crianças, ensiná-las
a orar e ajudá-las a se conectar com Deus diariamente e aprender mais Dele. Não queremos
abandoná-los à mesa de parto sem dá-los cuidados espirituais e sem alimentá-los!

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Devocionais domésticos frequentes podem ser momentos significativos de discipulado,
quando você lê a Palavra de Deus em voz alta, debate sobre ela à luz dos desafios da vida e à luz
das experiências que cada membro da família está passando e ora em família pelos problemas e
pelos outros. Atividades cristãs com outras crianças também podem ajudar sua criança a crescer
em seu relacionamento com Deus. Conforme as crianças conversam entre si, brincam, oram e
aprendem juntas. Também ajuda muito no crescimento da fé de uma criança, colaborar com que
ela perceba que pertencemos a uma comunidade de crentes que é maior do que “eu e meu
umbigo” e que não somos solitários na jornada espiritual.
O que você pode fazer: Maximizando a Janela Espiritual
Ore por seu filho
Quando nossos amigos Melissa e Al estavam esperando seu primeiro filho, João Paulo,
eles oravam por ele todas as noites. Eles colocavam as mãos delicadamente sobre a barriga de
Melissa e oravam para que João Paulo viesse conhecer ao Senhor, amar a Jesus e andar com ele.
Eles liam versículos bíblicos para ele e também cantavam. Depois que ele nasceu, eles
continuaram a cercá-lo com oração e uma cuidado espiritual, orando versículos específicos a favor
dele, segurando suas mãos nas orações antes das refeições, orando antes de dormir, agradecendo
a Deus durante o dia, conforme algo os lembrasse de Sua bondade.
Quando você ora por seu filho, é muito útil orar orações baseadas em versículos como: Eu
oro para que ________ conheça a Cristo em quem estão escondidos todos os tesouros da
sabedoria e do conhecimento e que eles sejam ensinados pelo Senhor, e que sua paz seja
tremenda. (Col. 2:3; Isaías 54:13)
Deus, obrigado porque você envia seus anjos para guardar seu filho em seus caminhos (Salmos
91:11)
Eu oro para que meus filhos andem no Temor do Senhor. Eu confio que o Senhor os mostre
as melhores caminhos e os mantenha vivendo em seu círculo de bênçãos (Salmo 25:12-13)
Existem inúmeras orações baseadas em versículos e promessas que podemos fazer para
ajudar-nos a orar de acordo com a Vontade de Deus. Procure pelo direcionamento Dele e peça a
Ele para que ele revele sua vontade para seus filhos e como orar com eles – é uma oração que o
Senhor ama responder! Não ore por seus filhos somente quando você está sozinho e tudo está
quieto, mas deixe-os ouvi-lo orar. Se queremos que eles orem, eles precisam ouvir-nos orando por
eles. Então compartilhe as formas que Deus respondeu e demonstrou seu poder e fidelidade. Orar
por seu filho é como estender um cobertor quentinho da presença e do amor de Deus – isso faz um
“depósito” de bênçãos que serão derramadas sobre seu filho no momento certo de necessidade.
Maximize a curiosidade de seu filho
A curiosidade fica a apenas alguns passos da adoração! Parte da construção de um
ambiente aonde as crianças podem amar e conhecer a Deus se dá ao fazê-las vê-Lo no dia-a-dia –
como o arco-íris é o sinal de Deus de sua promessa, como a diversidade de animais do zoológico
mostra a criatividade de Deus, etc. Quando você estiver cuidando de seu jardim, você pode
explicar que sem a água da chuva ou da mangueira, as plantas morrem com o tempo seco – assim
como nós secamos espiritualmente sem a água da Palavra de Deus e sem sua presença.
Crianças ficam naturalmente admiradas com pequenas coisas – insetos, borboletas e
nuvens que têm a forma de personagens de desenho animado. Parar o que você está fazendo
para dizer “Uau, Deus! Você é bom demais por nos dar este dia ensolarado e perfeito no
parquinho!”, ajuda sua criança a sentir a presença de Deus e aprender o princípio da gratidão.
Ensine orações simples, como um diálogo com Deus.
Encoraje seu filho a ver que a oração não é propícia somente à hora de dormir. Mostre que
ele pode orar em qualquer lugar, em qualquer momento sobre qualquer coisa, e que Deus está
ouvindo. Deus não só ouve, mas age e mostra grandes coisas!
Compartilhe Jeremias 33:3 com ele: “se você me chamar, eu responderei e lhe contarei
coisas misteriosas e maravilhosas que você não conhece”. Ajude seu filho a memorizar pequenas
orações bíblicas - “Me ajude a confiar no Senhor de todo o meu coração” (Prov. 3:5) ou “Cria em
mim um... coração puro” (Salmo 51:10).
As crianças precisam saber que elas não precisam fazer orações longas e com palavras
complicadas cheias de eloquência para que Deus as ouça. A melhor forma de elas descobrirem
isso é ouvindo você fazer orações curtas, sinceras e de coração. Aí então elas vão pensar “Eu
posso falar com Deus desta forma!” e vão crescer em confiança na oração. Você pode sair em

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caminhadas de oração, aonde você dá voltas no quarteirão junto a seus filhos, orando abençoando
cada vizinho conforme você passa pelas ruas, afinal crianças adoram se mover enquanto oram.
Você pode colocar fotos da família e de amigos que você quer que elas se lembrem de orar numa
cestinha sobre a mesa de jantar.
Conforme você pede a Deus por formas criativas de ajudar as crianças a se conectarem
com Deus, ideias bem criativas podem surgir. Numa determinada pré-escola, depois da professora
passar um tempo orando por uma oportunidade para ensinar os alunos a orar, veio uma ideia para
um “telefone-Jesus”, um telefone de brinquedo que ficava numa das classes.
Conforme as crianças se juntavam num círculo, a professora disse, “Shhhh” e então disse:
“Olha! Eu estou ouvindo uma coisa.... acho que é um toque de telefone!” - depois de alguns
segundos, ela se dirigiu ao telefone e disse “Mas vejam só! É Jesus ao telefone!” e perguntou às
crianças o que elas queriam falar para Jesus. A partir daí surgiu muita conversa. Um aluninho falou
para Jesus que ele havia sido mordido por seu cãozinho; outro disse que havia se machucado e
que Jesus poderia fazê-lo melhorar; um terceiro ainda disse que estava se sentindo só porque
ninguém brincava com ele.
“É incrível! Eles querem apenas conversar com ele! Afinal de contas, oração não é isso?
Comunicação e relacionamento?” - disse a professora.

Tenha discernimento
Tenha cuidado com os programas de TV, filmes, jogos de computador e de videogame,
revistas e historinhas para a hora de dormir que você está trazendo para sua casa. Será que estas
coisas todas refletem os valores de Deus e ajudam no crescimento espiritual de seu filho?
Ensine versículos
Os versículos que sua criança aprende durante a infância são tesouros que darão frutos no
presente e futuramente, algumas vezes antes do que você imagina! Julie, uma mãe americana,
descobriu que seu filho repetiu o versículo “sejam humildes e considerem os outros superiores a
vocês mesmos” (Fil. 2:3b NTLH) até que ele o decorou.
No período de férias, a irmãzinha de Josh, com apenas 07 anos de idade, Becca, com quem ele
sempre estava competindo, ficou doente numa noite e teve um dia difícil. Ela teve um
desapontamento muito grande durante o dia e estava muito triste e carente. Ao invés de se distrair
com sua brincadeira favorita, Josh notou a situação de Becca. Ele parou o que estava fazendo e
sussurrou para sua mãe “Mamãe, eu sei do que a Becca precisa.” - Ele então deu a ela um
pedação de seu doce. Depois da surpresa inicial de sua irmã, ela foi abençoada pelo sacrifício de
seu irmão!
A melhor forma para Josh aprender um versículo fora o repetindo em voz alta. Mas algumas
crianças têm mais facilidade ao colocar o verso numa música ou num ritmo, recitando-o enquanto
anda de bicicleta, jogando bola, desenhando as palavras-chave do versículo e guardando as
palavras do verso num cartãozinho para ler de vez em quando. As crianças decoram versículos
bíblicos quando eles sabem o significado deles, portanto explique o significado de uma forma que
eles possam compreender e você irá ajudar na memorização.
Dê um banho de bênçãos em suas crianças
Steve, um pai de duas crianças, queria dar a sua filha uma benção porque ela estava
prestes a iniciar a primeira série. Ele reuniu toda a família, explicou que esta “seria uma tradição
que continuaria por outras épocas marcantes” da vida de seus filhos e leu a seguinte benção a
Whitney, dando a ela uma cópia escrita:
MINHA QUERIDA WHITNEY
Amanhã você tomará seu primeiro (grande) passo em sua jornada de ser nossa pequena
bebezinha até se tornar uma linda jovem. Eu e sua mãe estamos orgulhosos de você. Nós estamos
orgulhosos de sua beleza externa e interna, de seu espírito investigativo incansável, de seus
instintos maternos, seu jeitinho carinhoso e sua esperteza.
Através de Cristo, nosso Senhor, eu te abençoo e oro pelas bênçãos de Deus durante este passo e
por toda sua jornada de vida. Eu oro por autodisciplina e bons hábitos de estudo, por equilíbrio e
para que você curta sua jornada, por muitos bons amigos e, no momento certo, um amor profundo
e comprometido como o meu com sua mãe, e por um foco nos relacionamentos ao invés de um
foco nas coisas...

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Sua mãe e eu estamos gratos que, Deus te escolheu entre um infinito de possibilidades e
combinações para ser parte de Sua família para sempre! Amém.
Esta foi a primeira de muitas bênçãos que Whitney e seu irmão receberam em eventos
como o um aniversário de dezoito anos, conseguir uma carteira de motorista, formatura do colégio,
etc.
Faça uma “caixa de adoração”
Uma forma de dar mais vida aos momentos de devocional e de louvor da família é fazer
seus próprios recursos tridimensionais e colocá-los numa caixa especial, com bastante para cada
membro da família ter o seu. Cada criança tem a sua vez de escolher e então todos cantam a
música que aquele objeto representa. Por exemplo, com pequenas bandeirinhas, canta-se “Alegria
é a bandeira hasteada no castelo do meu coração...”; com pequenas ovelhinhas, canta-se “O
Senhor é meu pastor”; com sininhos, canta-se “Louvai-o, Louvai-o, todas as criancinhas, Deus é
amor...”; com pequenos bonecas de madeira, canta-se “Jesus ama as criancinhas...”
Uma família da Pennsylvania, os Hannays, descobriram que suas crianças amavam o momento de
louvor em família por causa da caixinha de louvor. Antes das crianças começarem a andar, elas
engatinhavam o mais rápido que podiam quando viam mamãe ou papai com a caixinha de louvor.
A oração dos pais é que eles sejam aptos a continuar a manter a empolgação de seus filhos pelo
relacionamento deles com o Senhor!
Comece tradições de família
Feriados são momentos propícios para ensinar princípios espirituais e verdades para
crianças. Enquanto você monta a árvore de Natal, você pode explicar como o verde representa a
vida eterna. Quando você acende velas decorativas, você pode explicar que é a Luz de Deus,
Jesus que veio ao mundo na época do Natal. Quando fazemos a devocionais nos dias do
nascimento de Jesus ou no dia da quaresma ou quando celebramos tradições em feriados que são
centrados em Cristo, nós estamos ministrando na vida de nossas crianças para a eternidade.
Mais importante ainda, seu cuidado em amor por seus filhos dará a eles um sentimento de
confiança e segurança que facilitará a elas o caminho para amar e confiar no Papai do Céu. Um dia
quando você colocá-los nas mãos Dele pela última vez quando eles saírem de casa para a
faculdade ou para se casar, você terá dado um legado espiritual duradouro para eles terem como
base. Eles terão versículos bíblicos que Deus trará à memória deles, hinos e músicas de louvor já
esquecidas e um relacionamento crescente com o Senhor que irá sustentá-los em momentos
felizes e difíceis da vida.
Fechadores da Janela Espiritual que devem ser evitados
Dar lição de moral, forçar, convencer.
Ao invés disso, ajude seus filhos a ver a bondade de Deus na vida deles e converse sobre
Ele quando eles estiverem maravilhados com a natureza ao redor ou experimentando um momento
de felicidade. Tenha certeza que elas estão num ambiente familiar e de igreja que ajudará elas ao
invés de danificar o conhecimento delas pelo Senhor. Apesar de não podermos força-las a beber,
podemos trazê-las para Sua água viva!
Confundir as crianças sobre quem Deus é.
Se você disse que Deus está bravo com eles porque eles agiram de maneira boba ou que
Ele vai “puni-los” por causa de uma infração, eles O verão como um Pai celeste punitivo que está
prestes a puni-los ao invés de um Pai amável. Tenha cuidado sobre o que você diz sobre Deus –
as crianças acreditam em você! Também explique sobre frases como “sob o sangue de Jesus” e
“chamar Jesus em seu coração” e as palavras que elas cantam nas músicas de louvor. Não pense
que elas já sabem o significado destes jargões e frases espirituais.
Aguardar para compartilhar suas crenças.
Aguardar até que seu filho seja mais velho e apto a decidir por ele mesmo para você
compartilhar suas crenças, desperdiça as oportunidades destes primeiros anos. Se você seguir
este caminho de não levar sua criança ao conhecimento de Deus logo cedo e deixá-la descobrir as
questões espirituais por elas mesmas, você terá perdido a maior oportunidade da vida para
construir fundamentos espirituais na sua criança. Deus quer que as crianças O conheçam e quer
mostrá-las o Seu amor agora.
Não praticando o que você “prega”.
Crianças percebem rapidamente quando sua “caminhada” com Deus não se encaixa com o
que você “prega”. Se elas não veem sua generosidade e sua alegria no Senhor, como é que você

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espera que eles tenham esta atitude? Se eles não veem você lendo sua Bíblia ou falando com
Deus sobre seus problemas, como é que eles saberão que isso é importante? Seja um exemplo
vivo da devoção e obediência a Deus, e você manterá a Janela Espiritual bem aberta na vida da
sua criança. E enquanto você “caminha” com elas, compartilhe histórias do que Deus fez em sua
vida, seja no passado ou no presente. Sempre dê graças a Ele e reconheça a fidelidade Dele na
sua vida familiar.
Subestimando o potencial espiritual de seu filho.
Deus também quer usar crianças agora, e não só depois que elas cresceram.
Frequentemente não damos aos nossos filhos a oportunidade para serem usadas por Deus. Elas
podem impactar sua vizinhança ao fazer caminhadas de oração, elas podem ser uma parte de um
prático de missões, elas podem começar a desenvolver sua própria história com Deus orando
pelas suas necessidades e vendo-o agir em suas vidas. As crianças da atualidade possuem uma
grande capacidade espiritual, assim como Davi, Samuel e Josias foram nos tempos bíblicos. Tudo
o que temos que fazer é dar um estímulo inicial! Precisamos estar sensíveis com as contribuições
das crianças e reconhecer como podemos envolvê-las em oração, evangelismo, e a vida da igreja
– não só diverti-los.
Sendo falho em ouvir.
Quando estamos muito ocupados para ouvir, acabamos perdendo as melhores
oportunidades para compartilhar sobre a bondade de Deus com nossos filhos. Elas estão
frequentemente fazendo perguntas pertinentes sobre Deus, as quais muitas nós não temos
resposta. Somente o fato de darmos ouvidos a elas mantém a Janela Espiritual aberta e melhora
bastante a conexão deles com Deus.
Deixar que a vida ocupada espremam Deus para fora de suas vidas.
Quando o futebol vem antes da igreja no domingo pela manhã, quando o caos da semana
significa que o domingo pela manhã é só um tempo para dormir, ou quando estamos muito
ocupados para meditar ou orar em família, então as crianças captam a mensagem que Deus não é
uma prioridade. Mas quando vemos a fé em ação, estas atitudes moldam seus valores. Faça o que
você puder para fazer do domingo de manhã um momento super positivo para que seus filhos
aprendam ao assisti-lo “entrar por Suas portas com ações de graça” (Sal. 100:4).
Recursos para a Janela Espiritual
“Step By Step: Leading your child to Christ”, vídeo de Art Murphy (Arrow Ministries, 407-859-9683).
“Tell me about God: helping children develop a relationship with God”, vídeo (Paraclete, 800-451-
5006).
“Prayerwalking for Kids”, vídeo (Fawn Parishh, 805-987-0064)
“My Family's Prayer Calendar” (Ministry to Today's Child, 800-406-1011).
God's Children Pray por Dr. Mary Manz Simon (Concordia, disponível em livrarias Cristãs).
Praying the Bible for your children and Praying the Bible for Your Baby por Heather e David Copp
(Colorado Springs: Waterbrook, 1998, disponível em livrarias Cristãs).
When Mothers Pray and When Children Pray por Cheri Fuller (Livrarias Cristãs; Multnomah, 800-
929-0910; ou no website da autora, HYPERLINK
"http://www.cander.net/~cheri"www.cander.net/~cheri).
As seguintes gravadoras publicam diversas músicas infantis para ajudar no desenvolvimento
espiritual de seus filhos: Integrity Mucis, 800-239-7000; Benson Music Group, 800-444-4012;
Sparrow Corporation, 615-371-6800; e Nelson/Word, 800-933-9673.

Senhor, que responsabilidade enorme é essa de ser pai espiritual!


O Senhor proveu esta janela de oportunidade espiritual em suas jovens vidas, por isso eu peço que
o Senhor me capacite para aproveitá-la ao máximo.
Como eu não posso dar o que eu não tenho, eu oro por um relacionamento cada vez mais íntimo
com o Senhor, por sabedoria para pastorear e guiar meus filhos aos seus braços, e a humildade de
pedir por perdão quando eu falhar.
Me dê uma prontidão para ver os momentos quando eu posso apontá-los para o Senhor, e ajude-
me a parar as coisas para orar com eles e por ele, para que eles sempre saibam que eles podem
correr para o Senhor.
Ajude-nos como pais a viver perante nossas crianças de forma que eles sejam atraídos à sua mesa
do banquete!

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Que seu amor continue crescendo mais e mais em nós.

CAPÍTULO 10: A JANELA DOS VALORES


Para educar uma pessoa somente na mente e não na moral é como educar uma ameaça à
sociedade.
Theodore Roosevelt (Ex-presidente dos Estados Unidos)

Quando Carl, um pai do estado do Colorado estava envolvido no serviço da comunidade,


trouxe seus filhos para participar também, dando a eles a oportunidade para servirem. O projeto
“Árvore dos Anjos”, um ministério Cristão para filhos de presidiários, era um grande projeto na casa
deles. Uma de suas filhas o ajudou a selecionar brinquedos quando tinha apenas 05 anos de
idade. Conforme suas filhas foram crescendo, ele as levava para as entregas dos presentes e para
ajudá-lo na decoração das festas na igreja para as crianças.
Uma vez que Carl entende que caráter é aprendido tanto quanto ensinado, ele buscou essas
oportunidades para envolver seus filhos com todo tipo de atividades na igreja, de servir, trabalhos
comunitários, e projetos de abrigo. Conforme o envolvimento delas cresceu, começaram a iniciar
ideias de como ajudar aos outros.
O que este pai estava fazendo era tirar vantagem de oportunidades de ouro para imprimir
valores em suas crianças ainda na tenra idade. Ele não estava apenas esperando que a igreja
fizesse um bom trabalho de ajudá-las a desenvolver um senso de certo e errado, de bondade e
respeito por outros. Ele não estava dependendo da escola para construir o alicerce de valores e
moralidade nas suas crianças, apesar dele se envolver em ambas as instituições para ter certeza
de que os valores ensinados em casa estavam sendo reforçados ao invés de contra dizentes na
igreja e na escola. Carl estava fazendo o trabalho mais importante de ser pai - usando o tempo
durante a “Janela de Valores” das suas crianças para construir um fundamento sólido para
comportamento e decisões que eles fariam para o resto da vida.
Quais são seus valores?
Antes de falar sobre maneiras de formar os valores dos nossos filhos e construir seu caráter,
primeiro temos de olhar para os valores que consideramos importantes. Políticos, professores, os
meios de comunicação - todo mundo tem falado sobre valores familiares ultimamente. Valores
significam tudo o que consideramos de valor:
 Sendo - como feliz, honesto, bem sucedido, ou fisicamente apto.
 Fazendo - como ajudar os outros, lendo ou competindo e vencendo nos esportes.
 Tendo - como dinheiro e coisas materiais, a paz e a harmonia, ou uma família unida.
O primeiro passo para passar valores para o seu filho é decidir quais são os valores
principais ou centrais pelos quais você vive e quais os valores você quer que seu filho compreenda
e interiorize conforme ele cresce, porque mesmo se você não estiver consciente disso, você está
transmitindo esses valores pelo modo como você vive diante do seu filho.
Você valoriza honestidade e trabalho duro acima de qualquer coisa? Relacionamento com
Deus é o valor mais importante que você quer passar para seus filhos? Tudo o que fazemos é
moldado pelos nossos valores, nossas ações, comportamentos, e as decisões são determinadas
pelos nossos valores. O que é mais importante para você?
Um bom lugar para procurar quando você está considerando esses “valores mais
importantes" é a Bíblia. Os Dez Mandamentos nos apresentam Absolutos (ao contrário do que diz a
opinião moderna, não intitulada por Deus "As Dez Sugestões") e Gálatas 5:22, que lista o fruto do
espírito: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio
próprio. Outro bom lugar para começar é o livro de Provérbios, que está cheio de descrições de
traços de bom caráter e mau caráter.
Valores como o respeito pelos outros e bondade, honestidade, serviço, responsabilidade,
ética no trabalho, administração, perseverança e determinação são geralmente considerados como
valores universais. Especialistas concordam que um dos valores mais importantes para as crianças
ao entrarem no século XXI é a fé. A fé é o que dá ao jovem um senso de valor e de propósito e o
ajuda a prosperar e a se recuperar, não importando quais as dificuldades que ele enfrenta.
Depois de refletir um pouco, escreva de oito a dez valores mais importantes que você quer
que seus filhos integrem em suas vidas. Chame essa lista de "Nossos Valores Familiares". Se você

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e seu cônjuge discordarem, discutam as diferenças para que vocês possam chegar um acordo
sobre que tipo de "Valores Fundamentais" vocês pretendem transmitir aos seus filhos.
Então, conforme você começar a ter ideias a partir deste capítulo anote-as. De tempos em
tempos, reveja sua lista de Valores Familiares, anote novas ideias, e verifique como você está se
saindo.
O que sabemos sobre Melhorando os Valore Morais nas Crianças
Os primeiros anos são "horário nobre" para desenvolvimento moral. Enquanto que a
formação da moral e dos valores continua ao longo da vida de uma pessoa, a maioria das crianças
começa a entender os Fundamentos durante os primeiros cinco anos, e muito de seu caráter será
formado até esta etapa. Assim, como você ensina línguas e habilidades musicais nos primeiros
anos da vida de uma criança, você também pode ensinar valores morais e éticos, nos primeiros
anos de vida, durante a "Janela dos Valores - uma oportunidade de ouro é quando os pais são a
principal influência para a vida de seus filhos, um momento em que as crianças são muito abertas à
aprendizagem”. A Formação de valores e de moralidade fica mais difícil quando a criança fica mais
velha, mas nunca é tarde para começar. Os pais são principais formadores do caráter de uma
criança, e a casa é lugar ideal para as crianças aprenderem valores.
As crianças têm mais capacidade para ter um senso de moralidade e um senso do que é
certo e errado do que pensávamos. O psiquiatra Robert Coles, autor de A Vida Moral das crianças,
diz: "As crianças são capazes de fazer distinções morais, mesmo quando eles são muito novos,
com 05, 06 e 07 anos." Ele diz que as crianças tem um senso de justiça, tentam descobrir porque
as coisas são como são, e se identificam com as pessoas que estão sofrendo. Se as crianças
pequenas são incentivadas a refletir e discutir sobre questões morais, ele acrescenta, a vida moral
delas se cresce mais forte.
Por décadas, muitos psicólogos pensaram que as crianças não poderiam agir moralmente a
partir de sua própria motivação intrínseca até a pós-adolescência. Eles achavam que as crianças
agiam somente a partir do medo de serem punidos ou na expectativa de serem recompensadas.
Eles tinham expectativas bastante baixas sobre o desenvolvimento moral das crianças.
Mas as crianças como estamos descobrindo, as crianças são mais inteligentes e têm maior
capacidade de aprender nos primeiros anos do que se pensava anteriormente, estamos
descobrindo que elas têm maior capacidade de aprender e internalizar a boa moral e valores.
De acordo com Michael Schulman, presidente do Seminário Universitário Columbia sobre
Educação Moral existe algumas etapas para o desenvolvimento moral:
 Dos oito até os dezoito meses: Com a idade de oito a dezoito meses, as crianças
desenvolvem a consciência de que suas ações podem ferir as pessoas ou fazê-los felizes.
Eles começam a compreender instruções morais básicas como "Seja gentil", quando
acariciam a um bebê mais novo.
 Dos dois até os três anos de idade: As crianças passam entender e simpatizar com os
sentimentos e mágoas de outras pessoas, e respondem sendo bondosos (oferecendo, por
exemplo, a sua chupeta ou "fraldinha" para outra criança que está chorando) - Mesmo antes
dos dois anos de idade, as crianças podem compreender as relações de causa e efeito (se
eu fizer isso, então vai acontecer aquilo). Elas também começam a compreender o conceito
abstrato de justiça e respondem ao pedido da mamãe para cooperar ou exercer
autocontrole.
 Dos três até os quatro anos: Crianças podem reconhecer o comportamento egoísta como
errado.
 Dos cinco anos de idade em diante: a partir dos cinco anos de idade, as crianças começam a
pensar em julgamentos morais e são capazes de notar a hipocrisia ou inconsistência moral,
em adultos. Crianças com cinco e seis de idade são capazes de compartilhar, confortar e
incentivar outros, e eles entendem a importância de respeitar uma pessoa que se parece ou
age "diferente". Estes marcos de desenvolvimento ético em crianças não significam que
eles alcançaram os seus valores. Pelo contrário, as crianças podem ser inconsistentes, às
vezes, (especialmente se estiverem cansados ou sob estresse) e nos fazem pensar se nós
não ensinamos nada sobre bondade - como quando atacam verbalmente um irmão,
fazendo-o chorar, ou numa atitude egoísta, pegando todos os melhores brinquedos na sala
de brincar.
 Do Ensino Básico e ensino médio: Nos anos do ensino fundamental e médio, as crianças
62
formam suas identidades religiosas e morais, tem seu primeiro encontro com dilemas éticos
(se devem trapacear quando vários colegas em sua classe fazem o mesmo, ou se devem
defender uma criança com alguma deficiência no parquinho que todo mundo está tirando
sarro). Eles desenvolvem atitudes sobre amizade, trabalho, dinheiro, e se vale a pena ser
honesto.
Ensino de Valores
Valores (como honestidade, respeito, generosidade, responsabilidade e crenças religiosas)
são ensinados mais efetivamente nos pequenos momentos: nas experiências do dia-a-dia e
atividades em casa, nos hábitos que ensinamos, contando histórias, nas brincadeiras e, mais
importante, no papel de modelo dos pais, são muito mais eficientes do que em palestras formais ou
apresentações. A melhor forma das crianças aprenderem alguma coisa é observando e imitando o
exemplo dos pais e dos adultos importantes em torno delas. Elas estão observando os pais o
tempo todo, desta forma, a melhor maneira de elevar os valores morais das crianças é sendo um
bom exemplo das virtudes e valores que você quer que seus filhos desenvolvam à medida que
crescem.
Dois fatores-chave
O Relacionamento com os pais é o cerne do sistema de motivação moral de uma criança, e é
a chave para transmitir virtude e caráter. Pesquisas mostram que os dois fatores mais importantes
para o ensino de valores através de instruções ou conselhos são o vínculo emocional entre pais e
filhos e do comportamento dos próprios pais. O Dr. Stanleyina Greenspan no livro The Growth of
the Mind (O Desenvolvimento da Mente) diz que uma pessoa moralmente responsável, cresce a
partir de uma família afetuosa e segura e que é caracterizado pela empatia e sensibilidade
combinado com limites claros e firmes.
O que as crianças observam no relacionamento entre a mãe e o pai é a principal influência do
sistema de valores das crianças. Se os pais tratam uns aos outros de uma maneira amorosa, as
crianças tendem a tratar os seus irmãos, amigos, e outros com mais amor e carinho.
Caráter Conta! Apesar de um alto QI (Quociente Inteligente), QE (Quociente Emocional), e do
pensamento criativo serem importantes, uma criança com valores e caráter bem formados, em
geral tem melhor sucesso na escola e na vida. De fato, de acordo com John Rosemond, psicólogo
familiar e autor de “A Family of Value” (Uma Família de Grande Valor), uma criança com um QI de
95, que é respeitoso, responsável e engenhoso vai aprender e conseguir mais do que uma criança
com um QI de 165, que é deficiente nessas características.
Dica: Deixe o seu filho ver você e sua esposa expressando gratidão um para com o outro. Seu
exemplo é uma chave para sua criança desenvolver uma atitude de gratidão.
Faltando a janela de Valores
William Kilpatrick, autor de “Why Johnny Can't tell Right or Wrong” (Por que Johnny Não pode
dizer o Certo ou Errado), conta uma trágica história que ilustra a importância da janela de valores, e
o que acontece quando nós perdemos a oportunidade desta janela.
Um antigo rei concebeu um experimento mal intencionado para descobrir qual língua uma
criança falaria se fosse isolado da linguagem oral e desenvolvesse verbalmente por conta própria.
O rei mandou que dois bebês fossem tirados de seus pais biológicos e fossem criados por surdos-
mudos. As crianças foram isoladas do contato de pessoas que falam ou qualquer outra pessoa.
Qual foi o resultado?
Nenhuma criança aprendeu a falar uma palavra e, por toda sua vida, ambos permaneceram
mudos.
Esta não é apenas uma experiência que aconteceu na Idade das Trevas, explica Kilpatrick.
Isto também aconteceu nos Estados Unidos no início da década de 1960, quando educadores
decidiram que era melhor deixar que as crianças decidissem por conta própria, sobre o que era
certo e errado em vez de impor os valores a eles. Eles começaram a ensinar e promover um
sistema de valores relativista com técnicas como esclarecimento de valores e tomada de decisão
em vez de basear o seu comportamento em valores absolutos.
Assim como nos dias do rei, o resultado tem sido desastroso. Uma geração de jovens perdeu
sua bússola moral - eles estão em uma crise tão grande que há vários anos atrás, uma comissão
de médicos, educadores, políticos e líderes de empresas, preocupados sobre os problemas das
crianças americanas, reuniram-se e publicaram um relatório chamado "Code Blue" (Código Azul),
que alertava que o suicídio é a segunda causa principal de mortes entre os adolescentes, a

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gravidez na adolescência aumentou mais de 621 por cento nas últimas quatro décadas, homicídios
de adolescentes aumentaram dramaticamente, e cada ano o abuso de substâncias está fazendo
vítimas mais jovens.
O que você pode fazer: Ensinar Valores
O que um pai pode fazer face a estas tendências perturbadoras? Gosto do que diz o Dr.
Thomas Lickona, autor de Raising Good Children (Educando Bons Filhos), "Para que as crianças
sobrevivam e prosperem nesta sociedade, depende dos pais recuperarem a sua autoridade e
incutir bons valores em seus filhos desde muito cedo” (grifo meu).
O que você como um pai pode fazer para recuperar sua autoridade nesta área? Como você
pode incutir valores fortes em suas crianças e educá-los a serem responsáveis, honestos,
compassivos e respeitosos? A boa notícia é que você é a melhor pessoa para construir uma base
moral sólida em seu filho, e você tem o laboratório de valores ideal - sua casa!
Uma criança com valores fortes não é tão vulnerável à pressão, desenvolve uma confiança
maior de que ela pode fazer uma diferença positiva no mundo, tem uma probabilidade menor de
abusar de drogas ou álcool, é mais provável que pratique abstinência sexual, e estará mais
preparada para os desafios da vida. Apesar de muitas escolas em todo o país estarem começando
a usar currículos baseados em valores para ensinar bom caráter, esses valores não são substitutos
dos pais ensinando valores em casa.
O que seu filho aprende com você tem uma influência poderosa sobre os valores do seu filho.
Seu exemplo consistente e diário - ser honesto, grato, bondoso, e trabalho duro - pode reforçar a
importância desses valores. E quando você pratica, discute e lê sobre esses valores como parte de
suas rotinas diárias de convivência, você estará promovendo o crescimento do caráter do seu filho.
O traço da Perseverança
Vejamos o traço de caráter da perseverança para demonstrar de uma maneira fácil que você
pode incutir este e outros valores. Note que você pode aplicar estes princípios ou passos para
qualquer qualidade de caráter ou valor que você quer que seus filhos aprendam.
Por que começar com a perseverança? Porque é um valor muito importante. Você pode ser
super inteligente, mas sem a perseverança - a capacidade de se recuperar e continuar depois de
falhas e fracassos - você não vai muito longe no mundo real. Vamos ver como você pode ensinar o
valor da perseverança, mas também ajudar a criança a internalizá-lo também.
Ame seu Filho
No capítulo 2, "A Janela de emoções", destacamos a importância da criança ser amada e
receber carinho. Um relacionamento próximo, caloroso, cheio de amor entre pais e filhos é o início
da formação moral das crianças e a pedra angular do caráter. Muitos estudos mostram que
crianças que se sentiram seguras e amadas cujas necessidades foram satisfeitas nos primeiros
anos, por uma mãe sensível e que demostrou aceitação, são mais amáveis, obedientes,
respeitosas e seguem as instruções morais.
Ações falam mais alto do que palavras
Alguém disse: "Não faça nada em casa que você não deseja que seus filhos façam em
público". Isso porque as crianças aprendem melhor pela imitação, então, modelar a perseverança é
a ferramenta mais poderosa e positiva que você tem quando ensinar os seus filhos. Por exemplo,
se você quer que seu filho permaneça no time de futebol mesmo quando perdeu todos os jogos da
temporada, faça observá-lo sua perseverança em um projeto difícil, em casa ou no trabalho.
Depois, você pode dizer: "Eu sei que seu time de futebol teve uma temporada ruim, mas isso não é
motivo para desistir ou desanimar. Fique firme" a sua mensagem terá muito mais impacto.
Não estou dizendo que palavras não são importantes, mas quando dizemos uma coisa e
fazemos outra, isto enfraquece e confunde a mensagem. Por exemplo, se você está tentando
ensinar a honestidade, evitar faltar ao trabalho dizendo que está doente, se você não está. Se você
está tentando ajudar seu filho a se tornar responsável por suas ações, não culpe o professor
quando ele é reprovado numa prova ou corra até à escola para levar uma tarefa que ele esqueceu
e deixou em casa. Se você está incentivando-o a “dizer não” ao álcool, faça o mesmo. E quando
você falhar, como todos nós, deixe seu filho ver você assumir a responsabilidade, e pedir
desculpas quando está errado.
Lições Práticas sobre ensino de Valores
Desenvolver um valor como perseverança é muito parecido com ficar em forma - são
necessários exercícios regulares e treinamento diário. Você poderia dar algumas atividades de

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longo prazo como a jardinagem, que ensina a perseverança de uma forma divertida (cultivo de
feijão a partir das sementes), ou construindo ao longo do tempo uma coleção de selos, moedas,
pedras e minerais, ou qualquer outra coisa. Quando seu filho começa a colecionar as coisas,
ajude-o a organizar em caixas de sapato, cartazes, caixas de plástico transparente, ou álbuns em
vez de deixá-las virar uma bagunça. A adoção de um idoso em um asilo que você e seu filho
visitam fielmente a cada semana, mesmo quando você não tem vontade, não só desenvolve a
perseverança, mas um senso de compaixão pelos outros.
Ao mesmo tempo, diminuir o tempo que sua família assiste televisão (que estimula correções
rápidas, respostas fáceis de trinta minutos para os problemas, e uma atenção muito curta) e, ao
invés, incentive projetos como trabalhos com madeira ou artesanato, fazer um livro, montar um
quebra-cabeças de 1.000 peças em família, ou a escrever e enviar uma carta de notícias da família
periodicamente para aos outros membros da família.
Leia Junto, Leia Alto
Minhas maneiras favoritas de transmitir valores aos meus filhos é através da leitura,
conversação diária e contar histórias. Quando estas atividades estão acontecendo junto com o seu
papel de dar exemplo positivo nas atividades normais do cotidiano, os valores são reforçados de
forma agradável e divertida.
Histórias nos dão uma noção de quem somos e quais são os valores que nossa família
preza, uma ou duas gerações atrás. Conte das vezes que seu avô trabalhava na fazenda apesar
das más colheitas e dos obstáculos, ou um tempo quando você se manteve em um emprego
quando foi tentado a jogar a toalha.
Leia em voz alta livros sobre pessoas que perseveraram apesar das dificuldades e até
mesmo uma tragédia. Aqui estão alguns exemplos:
 Eric Liddell, Campeão Olímpico durante os anos 1920 que era seguidor fiel de Jesus Cristo
mesmo que isso significasse enfrentar o perigo extremo e, finalmente, enfrentou a morte em
um campo de prisioneiros no Japão (a história da vida dele foi contada no filme “Carruagens
de Fogo”).
 Amy Carmichael, que dedicou sua vida a servir a Deus na Índia, apesar das dificuldades
terríveis e fundou o Clube Dohnavur.
 Joni Eareckson Tada, que ficou tetraplégica depois de um acidente de mergulho e
transformou a tragédia pessoal em triunfo. Uma artista criativa, palestrante e escritora, ela
fundou um ministério para os deficientes Ministérios JAF.
 Dave Draveck - um jogador profissional de beisebol que sobreviveu ao câncer e sofreu
amputação de seu braço que usava nos arremessos, ele dá esperança para pacientes com
câncer em todo o país.
Então há uma série de personagens bíblicos que perseveraram e têm muito a nos ensinar,
Noé, Abraão, José, Paulo, e os que constam do "Hall da fé" em Hebreus, capítulo 11.
Além disso, clássicos como To kill a Mockingbird (O Sol é Para Todos) de Harper Lee, Lord
Jim de Joseph Conrad ou Crime and Punishment (Crime e Castigo) de Dostoievski mostram as
consequências do comportamento bom e mal e oferecem uma oportunidade para o
desenvolvimento mental e moral de seu filho.
Citações, clips de jornais e frases sábias que se relacionam com os valores que você está
tentando ensinar aos seus filhos são bons para guardar e colocar na porta da geladeira para
fornecer "alimento para o pensamento".
Uma conversa em Família, seja na mesa de jantar com biscoitos e leite, ou no carro enquanto
viaja, oferecem muitas oportunidades para compartilhar valores. Use situações na vida cotidiana
como um trampolim para conversar sobre o bom caráter e valores. Quando a mãe dá dinheiro a um
homem que segura uma placa que diz: "Por favor, me ajude", e o pai diz: "Eu acho que se o
homem se esforçasse para encontrar um emprego, sua família teria uma melhor provisão" é uma
boa oportunidade para uma boa conversa. A Mamãe e papai podem discordar, respeitosamente,
mas falar sobre questões morais e virtudes, e talvez até mesmo ponderar, “O que Jesus faria?”
Jovens que aprendem a falar sobre questões morais e éticas em casa estarão muito melhor
preparados para enfrentar decisões difíceis que irão enfrentar na vida adulta.
Foque na Rosquinha (Dunkin Dunuts)
Por último, enquanto você está ensinando o valor da perseverança ou qualquer outra virtude,
não se esqueça de misturar uma dose regular de encorajamento sempre que vê o progresso de
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seu filho. Certifique-se de focar esforços dele e nos pequenos passos de crescimento (da
rosquinha), não apenas o produto final, ou o que ele não fez direito (o buraco). Crianças são obras
em andamento e raramente agem perfeitamente o tempo todo. Quando seu filho faz o show da
perseverança, diga alguma coisa sobre o que ele fez: "Você poderia ter desistido quando o quebra-
cabeça ficou difícil, mas você continuou e eu realmente admiro a sua perseverança!" comente
positivamente sobre a perseverança de seu filho, você estará nutrindo aquela qualidade nele.
Você não precisa elogiar com extravagância todas as vezes que ele acerta, mas isso ajuda
seu filho a ser bondoso, responsável, ou tomar boas decisões. Dê a ele algumas dicas do que ele
está se tornando: “Você deu ao seu amigo, o maior pedaço do bolo mesmo sendo seu bolo
favorito. Isso é bondade em ação”, ou “Eu gostei muito como você ajudou a sua irmã a limpar o
quarto dela. Você estava mostrando uma atitude de serviço”.
Quer se trata de ensinar suas crianças sobre responsabilidade, honestidade, respeito, ou
coragem, quando você compartilha suas próprias crenças e experiências, você está dando a eles
um dos melhores presentes de todos - um forte alicerce de valores.
Quais valores estão sendo ensinados na Escola?
Enquanto você trabalha no desenvolvimento moral em casa, é importante saber quais os
valores estão sendo ensinados em sala de aula para que não sejam ensinadas mensagens
misturadas ao seu filho. Isto é especialmente verdadeiro uma vez que valores estão sendo
ensinados como parte do currículo de muitas escolas. Além do ensino de Moral, muitas crenças e
valores são ensinados sutilmente no ensino de ciências, estudos sociais, literatura, e outros
assuntos. Saiba o que são, primeiro, observando aulas antes matricular seu filho em uma escola, e
depois conhecendo os professores, lendo os livros que eles usam e prestando atenção nas
seguintes perguntas:
 Quais qualidades de caráter o professor está elogiando?
 Que tipo de pessoa é o professor, treinador, e outros adultos, que trabalham com o seu filho?
É este o tipo de pessoa que você quer que seu filho imite?
 Considere o peso que um livro atribui a determinadas questões. Será que são claros na
apresentação de um assunto? Será que o autor tem algum plano escondido? Se tem, qual é
esse plano? A forma como o autor do livro didático vê a história ou a ciência pode ter
impacto na opinião de como seu filho enxerga mundo.
 Esteja ciente dos valores descritos em histórias e nos livros que seu filho lê na escola. Será
que o autor retrata os personagens da história com qualidades que você espera
desenvolver na vida do seu filho? Quais são os valores pelos quais o “herói” vive? Depois
de ler um livro, fale sobre a história e as qualidades destacadas do personagem.
 Em geral, o que seu filho aprende na escola está alinhado ou em conflito com o que você
está tentando ensinar a ele? Se você estiver disposto a dedicar tempo e esforço, mesmo
nos pontos em que os livros escolares são omissos (como o minimizar o papel da
maternidade ou um livro de biologia que omite o criacionismo) pode dar a você
oportunidades para discutir questões e ler outros recursos com o seu filho.
Esteja envolvido na educação do planejamento de caráter com sua comunidade. Reúna com
outros pais e líderes para começar incorporar a educação de valores nas escolas e até na
comunidade, ensinando qualidades como o bom senso, integridade e honestidade, perseverança,
responsabilidade, respeito, autodisciplina, bondade - onde os adultos não apenas ensinam os
valores, mas vivem esses valores diante dos os estudantes.
Desenvolvendo dois R's e uma aprendizagem G
Aprendendo “Responsabilidade"
As crianças aprendem um senso de responsabilidade ajudando em tarefas domésticas. Até
mesmo crianças pequenas podem pegar brinquedos, limpar móveis, fazer camas, e até lavar um
pouco de roupa (ao mesmo tempo, desenvolvem habilidades motoras, habilidades de cor, e de
triagem). Crianças de cinco e seis anos de idade podem levar seus pratos à cozinha e ajudar a
colocar pratos na máquina de lavar louça, dar um pouco de suas economias para uma instituição
de caridade e ajudar nas compras da casa.
A responsabilidade também é desenvolvida quando deixamos as crianças experimentarem as
consequências de suas escolhas, defina limites, e ajude seus filhos a estabelecerem metas no
dever de casa e depois ajude a alcançá-los. Quando seu filho tem uma grande missão se
aproximando, incentive-o a escrever uma lista do que precisa ser feito, atribuir uma prioridade para
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cada item e uma lista dos passos para realizar cada tarefa. E, em seguida, ajude-o a por em
prática. Tal abordagem ensina responsabilidade. Esperar até a última noite antes do dia final e
fazer você (mãe ou pai) a realizar o projeto, não ensina a ter responsabilidade.
Educando Crianças “Respeitosas”
Decida quais palavras não são permitidas em sua casa, e não gratifique uma expressão
inadequada ou mesmo um palavrão. Defina os limites com firmeza, e se mantenha neles. Você
periodicamente precisa lembrar seus filhos de quem está no comando. Ocasionalmente eu falo a
uma criança mal-humorada “lembre-se, a mãe aqui sou eu!”.
Evite excesso de atividades para seus filhos porque crianças com excesso de privilégios e de
excesso de estímulos perdem a capacidade de se divertirem (perdendo o respeito dos adultos à
sua volta) e reclamam "Estou entediado" no primeiro sinal da desaceleração do entretenimento.
Promovendo a "Gratidão"
Todas as noites no jantar, peça a cada membro da família para escrever um pequeno papel
com uma bênção recebida naquele dia. Coloque os papéis numa “Cesta da Gratidão”. Então, uma
vez por semana, leia os papéis em voz alta para lembrar toda a família das muitas coisas boas que
aconteceram a cada dia. Uma vez que a atitude de gratidão não pode ser forçada, conforme seus
filhos vem você agradecendo seu cônjuge e outras pessoas, eles internalizarão mais facilmente
uma atitude de gratidão. Dê a cada um de seus filhos um bloco de notas de agradecimento no
Natal e nos aniversários, e em seguida, insista que escrevam (mesmo que a sua criança dite as
palavras enquanto você escreve) para a vovó e vovô, tias ou amigos para expressar a gratidão
pelos presentes recebidos. Agradeça a Deus juntos, tanto na hora das refeições e
espontaneamente ao longo do dia, conforme você está ciente da bondade dEle.
O cavalheirismo não está morto e nem as boas maneiras. Eles desaparecem somente
quando não esperamos por eles. Desde uma idade precoce, defina um padrão elevado de cortesia
e de boas maneiras na família, dizer coisas como, “por favor," e "obrigado", não interromper os
outros, ensinando etiqueta à mesa, escrevendo bilhetes de agradecimento pelos presentes
recebidos, e especialmente falando com o seu cônjuge e com seus filhos tão educadamente como
você quer que eles falem com você e com os outros.
Fechadores de Janelas a serem Evitados
Dizer aos seus filhos “Não é culpa sua”, enquanto que racionaliza e culpa aos outros, como
professores, amigos ou irmãos, pelos problemas.
Não ter tarefas nem responsabilidades. Evite fazer as tarefas de seus filhos, fazendo a lição
de casa deles, ou refazendo suas tarefas, porque senão não vão crescer responsáveis.
Ser um mau exemplo ou contradizendo o que você diz com suas ações. Aqueles que leram
até aqui sabem que já mencionei este fechador de janela antes!
Permitir que o mundo gire em torno de seus filhos sem limites de comportamento. Pais
excessivamente permissivos tendem a educar jovens que terão muita dificuldade na escola, no
trabalho e na vida.
Recursos para Construção de Caráter
William Bennett's – The book of Virtues (O livro das Virtudes), New York:Simon et Schuster,
1996) e The book of Virtues for Young People: A Treasury of Great Moral Stories (O livro
das Virtudes para Jovens: Um tesouro de Grandes Estórias Morais) (New York:Simon et
Schuster, 1996).
William Kilpatrick's Books That Build Character : A Guide to Teaching Your Child Moral Vaues
Throught Stories (Livros que constroem Caráter: Um Guia para Ensinar Valores Morais a
seus Filhos Através de Estórias) (inclui uma lista de filmes disponíveis que constroem bom
caráter) (New York:Simon Et Schuster, 1994).
World-Proofing Your Kids: Helping Moms Prepare Their Kids to Navigate Today's Turbulent
Times (O Mundo provando seus Filhos – Ajudando Mães preparar seus Filhos a Viver em
Nosso tempo Turbulento) por Laer Arrington (Westchester, III.:Crossway,1997).
Character Education Workbook (Livro de Exercícios de Educação de Caráter) por Judy
Hoffman (um processo passo a passo para ajudar comunidades a construírem um programa
de educação de caráter para suas crianças) (Chapel Hill, NC: Character Development
Group, 1997).
365 Ways to Develop Your Child's Values (365 Maneiras de Desenvolver os Valores de Seus
Filhos ) por Cheri Fuller (Colorado Springs:NavPress 1994).

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The Princej of Egypt Values Series: Moses Crosses the Red Sea, Miriam Watches Over Baby
Moses, and Moses and The Burning Bush (A Série de Valores do Príncipe do Egito: Moisés
Atravessa o Mar Vermelho, Miriam cuida do Bebê Moisés, e Moisés e a Sarça Ardente) pelo
Dr. Mary Manz Simon (Thomas Nelson, 1989, disponível em livrarias cristãs dos EUA).

CAPÍTULO 11: ENTENDENDO A INDIVIDUALIDADE DA CRIANÇA


Crianças em uma família são como flores em um buquê: há sempre uma determinada a se voltar
na direção oposta a que você deseja arrumar. Marcelene Cox

Na casa dos Griffin, a variedade é abundante, a começar das crianças! Issac o primogênito,
é brilhante e muito preciso. Ele se atém aos detalhes; tudo é preto ou branco, nada de meio termo.
Ele segue instruções à risca e quer que seus irmãos façam o mesmo – ele policia todos e pode ser
bastante mandão. Issac não é muito ativo fisicamente e geralmente escolhe ler ou sentar e brincar
com LEGO ao invés de correr no pátio como Noah, seu irmão. O tanto que o mais velho é
cuidadoso o mais novo é aventureiro.
Issac tem uma enorme persistência quando ele inicia uma atividade. Quando ele ganhou
um “kit de escavação” de aniversário, ele logo pôs seus óculos de proteção, pegou seu martelo e
trabalhou, trabalhou, trabalhou – não parou nem mesmo para lanchar – retirando areia do kit até
que ele atingisse o seu objetivo que era recuperar o “crânio” de um “dinossauro”. Seu irmãozinho
de três anos, Noah, começou a martelar entusiasmadamente, mas desviou sua atenção e começou
a brincar na areia. Issac é previsível, ao passo que Noah imprevisível. Ele é cheio de surpresas!
Sua mãe nunca sabe como ele vai reagir.
Noah tem um humor mais variável e tem os nervos à flor da pele. Se ele está de mau
humor, você percebe logo, enquanto Isaac tem maior controle de suas emoções. Alguém que não
segue rigorosamente as regras, independente como Noah começará a obedecer, mas quer fazer
as coisas nos seus termos e de sua maneira. Ele é mais ativo fisicamente e melhor em atividades
atléticas. Se ele faz alguma coisa, é com o propósito de voar dentro de casa ou de rodear a casa
zunindo com aquela coisa. É um forte aprendiz auditivo, se ele ouve algo, ele canta aquilo, repete
as palavras literalmente, e as lembra com facilidade. Seu irmão mais velho é mais visual no seu
estilo de aprendizagem.
A irmãzinha Elizabeth, 18 meses, é o “motor” da família, então eles a apelidaram de
“espoletinha”. Ela falou mais cedo e fala muito mais que seus irmãos, é muito sociável, e diz “oi!”
para todo mundo que vê. Suas habilidades interpessoais já estão começando a desabrochar.
Elizabeth é bastante observadora, olha o que as pessoas estão fazendo e tentar imitar a atividade
ou tarefa. Ela também é mais barulhenta que seus irmãos, mais rápida para aprender e mais rápida
para pegar as coisas. Ela tem também ciúme de suas bonecas e bichinhos de pelúcia e é o
encanto da mamãe (e algumas vezes, a frustração dos irmãos!).
Embora todas as crianças tenham a mesma janela de oportunidade maravilhosa, temos
falado que à medida que crescem, alguns terão mais potencial em certas janelas – língua ou
música pode ser o forte de uma criança enquanto proezas físicas sejam o forte de outra – e
precisamos encontrar um balanço importante. Assim como as crianças na família Griffin são
diferentes, cada criança em sua família, escola ou igreja – na verdade, cada criança no mundo – é
única. Isso significa que elas têm temperamentos, interesses, tendências, pontos fortes e fracos
diferentes. Os seus talentos e inteligência são únicos também. Deus conectou cada pessoa de
forma diferente e isso afeta seu desenvolvimento. Isso significa que embora todas as crianças
tenham uma Janela de Música totalmente aberta nos primeiros anos, algumas irão progredir mais
rápido nessa área por causa de uma inteligência musical nata, ou talento. Uma de suas crianças
pode mostrar uma habilidade forte para linguagem enquanto outro se destaca em artes. Enquanto
os cérebros de todas as crianças estão sendo conectados para o pensamento lógico-matemático,
como vimos no capítulo 8, algumas irão parecer mais aceleradas no seu pensamento critico e
habilidades numéricas numa idade menor porque é sua área forte.
Essas áreas fortes afetarão como as crianças respondem a atividades e recursos, com que
rapidez elas desenvolvem habilidades em uma “janela”, e como elas compensam em áreas nas
quais elas são fracas. Assim, junto com o entendimento das Janelas de Aprendizado, é vital que
conheça e compreenda sua criança. Nesse capítulo iremos vislumbrar vários aspectos sobre
conhecer a criança: temperamento, estilo de aprendizagem, e inteligência ou talento.

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O que sabemos: entendendo o temperamento
Quando nosso primogênito surgiu em nossa família, eu estava tentando ser uma boa mãe
enquanto lutava com o cansaço normal e os ajustes da nova tarefa, tentava entender as pistas do
bebê. Justin estava ou extremamente feliz ou intensamente triste e ele deixava isso bem claro!
Toda noite, assim que nos assentávamos para jantar, Justin começava a chorar alto e agudo sem
causa nenhuma. Caso fôssemos a um restaurante novo, ele estava sempre nervoso. Ele era
determinado, sensível, voluntarioso (todas qualidades maravilhosas, que eu as descobri ao longo
do caminho).
Justin era um bebê ativo que precisava de muita ação e movimento, assim no seu primeiro
ano eu passeei com ele no carrinho de bebê o que parecia centenas de quilômetros– na verdade,
acabamos com dois carrinhos de bebê. Enquanto ele se sentia exuberante nos arredores
familiares, ele se aquecia devagar para novas experiências ou pessoas. Por exemplo, em nosso
clube (YMCA) na aula de natação para mamães e bebês aos nove meses, ele odiava ficar com seu
rosto na água e não fazia borbulhas e brincava como seu amigo Gib. Ele queria sair de pronto da
piscina e deixava isso bem caro verbalmente. Ele não era um bebê como os das minhas amigas,
“fáceis”, dóceis que voluntariamente sentavam em suas cadeirinhas no carro durante dois horas de
tarefas. Justin protestava por ficar fechado e tentava uma forma de se expressar.
As diferenças no temperamento
Eu estava fazendo alguma coisa errada? Eu geralmente me perguntava, até que achei uma
fonte maravilhosa, Conheça Seu Filho dos doutores Stella Chess e Alexander Thomas, que explica
através da perspectiva deles que do nascimento em diante os bebês variam seu comportamento e
suas reações aos estímulos. Em um estudo de vinte e cinco anos que acompanhou crianças do
nascimento até a vida adulta (e tem sido confirmado por numerosas outras pesquisas ao redor do
mundo desde os anos 50 quando começaram), Chess e Tomas acreditam que essas diferenças
comportamentais não são por acaso ou vagas, mas de fato podem ser categorizadas em traços
específicos como: nível de atividade, ritmo, aproximação ou afastamento frente a novas situações
ou estímulos, adaptabilidade, um limiar sensorial, qualidade de humor, intensidade de reação,
distração, persistência e extensão de atenção. Em cada categoria, bebês e outras crianças podem
variar entre leve ou intensa, alta ou baixa, rápida ou devagar.2
Adaptação à “conformação” Pais-filhos
Um conceito chave que Chess e Thomas descobriram não se focava se a criança e os pais
eram similares ou se a criança tinha certas características “ideais” ou era uma “criança fácil”, mas
em vez disso, se focava em:
- que tipos de demandas cada criança em particular têm?
- que tipos de reações o comportamento da criança cria nos pais?
- que tipo de “conformação” crescia entre pais e filhos?
A “bondade da conformação” é o que mais afetava o progresso e fomentava seu
desenvolvimento e aprendizado.3 Por exemplo, eles explicam que pais expressivos, ágeis podem
se tornar muito impacientes e frustrados com uma criança que é devagar nas ações e reações e
ainda ignoram os desejos da criança, uma vez que ela os expressa de forma tão pacata. Ou pais
que esperam que uma criança que se adapta lentamente possa rapidamente se ajustar e dominar
novas tarefas pode demandar da criança coisas que ela simplesmente não pode responder, assim
trazendo um sentimento de derrota e ansiedade que cria na criança uma barreira para desafios
futuros.
À medida que lia sobre os traços de temperamento comecei a entender que algumas das
coisas que eu achava “difíceis” em nosso filho estavam relacionadas mais em como éramos
diferentes em termos de temperamento. Eu vi que o que estava vivendo não era apenas por causa
dos meus erros (embora tenha cometido vários). Algumas das formas que nosso filho respondia
eram por causa do seu próprio temperamento, por causa da forma como foi conectado.
À medida que comecei a entender os padrões emocionais de Justin, comecei a aceitar
melhor suas emoções intensas, me tornei mais paciente à sua demora para abordar novas
situações e me tornei mais confiante como mãe. Eu comecei a entender como sua persistência e
determinação expressas, por exemplo, quando saía da cadeirinha do carro ou escalava para
alcançar coisas que estavam “fora dos limites” e como ele tentava várias e várias vezes,
significavam que eu precisava decidir quais deveriam ser as regras e me ater às “maiores” e às
questões de segurança e deixar as “menores”. Eu também comecei a ver essa energia e

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persistência como uma força maravilhosa que lhe serviria bem à medida que ficasse mais velho e
mesmo na escola quando ele enfrentasse obstáculos ou precisasse aprender coisas que eram
difíceis. Eu observei maneiras de encorajar o temperamento e os pontos fortes singulares do
Justin. Tão logo agi assim, a “bondade da conformação” entre mim e nosso primogênito foi
grandemente incrementada pelo crescimento do meu entendimento.
À medida que Justin cresceu (hoje ele tem 27 anos e uma filha que não gosta de ficar
amarrada na cadeirinha do carro por muito tempo assim como ele), percebo como seus pontos
fortes são partes vitais de sua personalidade. Sua natureza determinada e perseverante capacitou-
o, assim que saiu da faculdade, a ganhar quinze prêmios de negócios durante o primeiro ano e
meio de seu trabalho de marketing e propaganda para uma empresa de comunicações. Ainda
ativo, ele está treinando para uma maratona. Sua sensibilidade de avaliar como as pessoas estão
se sentindo fortalece sua habilidade com pessoas. Suas fortes habilidades verbais fazem-no um
comunicador excepcional, e seu imenso entusiasmo por projetos ou coisas nas quais ele se
envolve é contagioso. Ele é uma pessoa apaixonada que canalizou suas forças produtivamente à
medida que foi crescendo.
Dicas para traços de comportamento
Deixe-me explicar rapidamente esses traços de temperamento, assim você poderá entender
melhor sua criança.
O seu bebê é ativo?
O grau de atividade da criança basicamente significa a proporção de períodos ativos e
inativos. Ela chuta e se agita tanto na banheira que você tem que trocar de roupas depois? Seu
filho adora subir em todos os lugares, puxar as coisas da gaveta, na primeira oportunidade corre
para fora para brincar, e geralmente escolhe atividades ativas (como correr e andar de bicicleta)
em vez de atividades mais tranquilas como desenhar e ler?
O comportamento do seu bebê é previsível e consistente?
Essa categoria de temperamento é quase autoexplicativa e está relacionada à quão
previsível ou imprevisível é o funcionamento biológico de seu filho (fome, sono e despertar,
funcionamento intestinal). Algumas crianças são bastante previsíveis: elas acordam na mesma
hora, querem comer exatamente no horário e vão ao banheiro na mesma hora todo dia. Outras
crianças são bem menos previsíveis, como o Noah da família Griffin, elas são cheias de surpresas.
Seu filho se liga para novas situações rapidamente ou lentamente?
Isso se refere a que tipo de primeira resposta seu filho tem para novas situações ou estímulos –
uma nova pessoa, lugar, comida, brincadeira ou tarefa a ser aprendida. Ele cospe batata doce a
primeira vez que prova só porque é um gosto novo, chora quando vê um estranho, se retrai e se
fecha quando vai para uma nova classe na pré-escola? Ele pode ser uma criança que é mais lenta
em sua “abordagem”.
Seu filho é flexível e se adapta com facilidade?
Esse traço de temperamento tem mais a ver com o ajuste a longo prazo e com a
flexibilidade para novas situações ou situações de mudança, que vão da além da primeira reação.
Há algumas sobreposições em relação ao traço anterior de aproximação/retração. Nossa filha
Alison é um bom exemplo de adaptação lenta. Uma criança adorável, exuberante, mas não age
como ela mesma quando entra em uma nova sala de aula; ela não tem um tempo de adaptação
fácil. Começamos a perceber que embora as aulas começassem em setembro, demorava até
março para que a Ali relaxasse e se sentisse realmente confortável e começasse a ser ela mesma.
Mas a partir do momento que ela conseguia, ela desabrochava e apreciava o ambiente e as
pessoas.
Seu filho é sensível a barulhos repentinos, texturas e outros estímulos sensoriais?
Isso está relacionado ao nível de intensidade de estímulo necessária para uma resposta da criança
– negativa ou positiva. Alguns bebês acordam se ouvem um pequeno barulho no quarto vizinho, se
assustam facilmente, choram se estiverem molhados, reclamam da textura de suas roupas na pré-
escola, são muito sensíveis a cheiros e outros estímulos sensoriais – podem ser descritos como
tendo um limiar sensorial baixo. Para outras crianças, é necessário muito mais desconforto, barulho
ou outro estímulo antes que elas reajam.
O humor de seu filho está sempre positivo ou negativo?
Algumas crianças parecem acordar, após sonecas ou uma noite de sono, alegres, bem
humoradas, enquanto outras imediatamente choram e fazem um reboliço ao acordar. A criança

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mais alegre é aquela que no futuro verá o copo “quase cheio”, enquanto a criança com o humor
mais negativo ou melancólico é a que verá o copo “quase vazio”, se é uma festa ou um problema
na escola que ela estiver descrevendo.
Nosso segundo filho, Chris, é um bom exemplo de uma criança com um humor
consistentemente positivo. Ele se levantava feliz e ia dormir mesmo jeito, a menos que estivesse
doente. Era criança bem quieta, sempre observando as coisas ao seu redor, brincava sozinho, e
tinha um sorriso perpétuo precioso em seu rosto, a não ser que algo realmente tivesse acontecido.
Estava sempre de bem com a vida, no entanto, com três anos ele começou a se impor mais com
seu irmão mais velho e outros meninos; como se dissesse, “Cuidado, mundo! Eu estou aqui e
tenho minhas opiniões também!”.
Com que intensidade seu filho reage às situações?
Qual a intensidade da resposta de seu filho às frustrações ou situações? Uma criança que
tem essa intensidade alta é como nosso primeiro filho, que ou ria entusiasmadamente ou chorava
alto – em qualquer dos casos, sabíamos exatamente como ele se sentia. Uma criança de baixa
intensidade é mais tranquila sobre suas emoções; ela pode fazer confusão quando está aborrecida
com algo, mas você precisa ouvir e estar sintonizada para não perder seus sinais ou poderá
ignorar suas necessidades.
Seu filho se distrai facilmente ou está bem focado?
Chess e Thomas descreveram esse traço como “a eficácia de um estímulo externo na
interferência ou mudança de direção no comportamento de seu filho”. Isso significa que se nosso
filho Justin quisesse sua mamadeira, nada o distrairia de seu objetivo; ele era altamente focado e
difícil de distrair. Se ele estivesse construindo com LEGO, ele não queria parar até que tivesse
terminado seu projeto. Nossa filha Alison, era mais fácil de se distrair; se ela estivesse fazendo
dever de casa, ela gastava mais tempo porque facilmente ela desviava sua atenção – quer fosse
com um desenho bonito ou um forma de biscoitos que ela estivesse preparando para comer ao
fazer a tarefa!
Qual a duração da atenção e nível de persistência que seu filho possui?
De certa maneira esses dois traços estão relacionados à distração, e aparecem fortemente
nos assuntos referentes à escola e aprendizado. Uma criança com baixa persistência começa a
trabalhar com problemas matemáticos de adição, se ela se frustra com os primeiros, ela tende a
desistir. Uma criança com alta persistência continua tentando, mesmo enfrentando obstáculos, e
calcula obstinadamente toda a folha de problemas até terminar, importunando qualquer um que
estiver por perto para ajudá-la, se isso for necessário para completar a tarefa.
Com todas as crianças rotuladas com “déficit de atenção” hoje em dia, estamos
familiarizados com crianças com um período curto de atenção – a criança está interessada em uma
atividade for um período curto de tempo e se manda para procurar outra coisa. Embora isso possa
ser um traço neurológico, Chess e Thomas descobriram que a amplitude da extensão da atenção é
um traço de temperamento também.
Certos traços de temperamento se combinam para produzir um estilo comportamental que
eles chamaram de criança “fácil” (cerca de 40% das crianças estudadas), criança “difícil” (cerca de
10%), ou a criança “difícil de animar” (cerca de15% das crianças). 5
Lembre-se, não tem a ver se a criança é fácil ou difícil. A forma como a criança se comporta ao
longo do tempo, como expliquei acima, tem mais a ver com a personalidade ou ajuste de
temperamento entre pais e filhos do que com certo tipo de personalidade da criança.
O que você pode fazer: exaltar as diferenças de temperamento
O que é mais admirável para mim como mãe e ao trabalhar com muitas outras crianças é
como o que parece ser uma característica negativa na infância se torna um dos grandes pontos
fortes do adulto. Uma criança muito ativa pode deixar sua mãe esgotada (especialmente se ela tem
um nível de atividade baixo), mas como um adulto, aquela mesma pessoa tem uma energia mental
e física tremenda e é extremamente produtiva. A criança com um ânimo aparentemente
melancólico se transforma em um artista que tem grandes conquistas nas artes criativas. A criança
argumentativa que sempre desafia você e pergunta o “porquê” se torna um estudante de física de
ponta. Seu filho mandão desenvolve habilidades de liderança que podem capacitá-lo a ser um
Executivo Chefe de uma grande empresa, ou o diretor de uma escola, ou tornar-se um senador. A
criança super-persistente que ficava sempre fuçando as tomadas elétricas até você pensar que iria
arrancar os cabelos se torna um vendedor de milhões de dólares ou o diretor de marketing de uma

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grande firma. E a criança emocional com reações de alta intensidade se torna uma atriz de grande
expressividade.
Ao compreender o temperamento de seu filho isso será uma libertação para aceitar e
exaltar a personalidade da criança em vez de lamentar as diferenças entre ela, seus irmãos e você.
Isso pode capacitá-lo(a) a ter expectativas reais, mesmo que altas, para seu filho, e retirar uma
carga de stress da relação pais e filhos.
O que sabemos: Estilos de Aprendizagem
Outra maneira pela qual a criança por ter conexões diferenciadas é o que chamamos de
“estilos de aprendizagem”, ou como elas processam e aprendem informações. Esse estilo de
processamento afeta como ela interage com seu mundo.
Visão
Algumas crianças têm um talento natural para o aprendizado visual (aprendizado através da
visão, leitura, e estudos de cartões, cartazes e diagramas), que os ajudam a serem excelentes em
áreas como soletrar, montar quebra-cabeças e a geometria. Essas crianças “espectadoras” têm
uma memória aguçada para as coisas que eles veem quase como uma máquina de xerox no
cérebro. Assim, para elas é fácil memorizar o que leram (como que uma “foto” daquilo). Essas
crianças tendem a ter um bom senso de direção mesmo quando são bem jovens.
Audição e Fala
Algumas crianças aprendem melhor oralmente (através do ouvir e falar). Eu as chamo de
crianças “falantes e ouvintes” porque, embora fiquem contentes em ouvir alguém (como o
professor), o que elas realmente gostam de fazer é se expressar! Seus dons resultam em bons
resultados em áreas como seguir instruções, orais, interagir em grupos de discussões, e aprender
a ler foneticamente. É como se o aprendiz oral tivesse um gravador em sua cabeça captando e
gravando sons e palavras, informações importantes e não tão importantes.
Tato e movimento
Ainda, outras crianças têm um talento para o aprendizado sinestésico e tátil (através do
movimento e do contato). Esses “propulsores e executores” parecem ter uma torre de controle
especial ou um computador que regula e cronometra seus movimentos entro de um ritmo especial
e um padrão coordenado. Os propulsores aprender melhor fazendo. Eles geralmente são
excelentes atletas, mecânicos, dentistas, engenheiros, e até mesmo neurocirurgiões. Algumas
crianças são uma mistura de estilos – uma combinação de pontos fortes dos estilos visual, auditivo
ou sinestésico – e pontos fracos. Você pode ter um aprendiz visualmente forte que tem problemas
em seguir instruções orais, um jogador de futebol talentoso que tem dificuldade com a leitura, ou
uma criança que é criativa em artes visuais, mas tem dificuldades em lidar com símbolos (como os
usados em fórmulas químicas ou equações algébricas).
Mesmo em idade pré-escolar, você pode perceber os estilos de aprendizagem e o
temperamento surgindo através de suas preferências e aversões ou antipatias. Elas estão
começando a descobrir no que são boas, o que apreciam fazer, e o que elas acham estimulante ou
frustrante. Um aprendiz sinestésico ou propulsor descobre que pode subir em qualquer coisa e
andar de bicicleta antes que qualquer criança da vizinhança, mas fica frustrado com quebra-
cabeças e decide que não gosta disso. Sua irmã que aprendiz visual descobre que é excelente em
montar quebra-cabeças e quer mais. Outra pré-escolar (um aprendiz auditivo) tem preferência por
brincar com as palavras e aprecia ouvir e contar estórias. Observando atividades que as crianças
gostam e não gostam ajuda-nos a entender os pontos fortes do aprendizado.
O que você pode fazer: Maximizar o Estilo de Aprendizagem
Quando você compreende o estilo de aprendizagem de seu filho, você aumenta a probabilidade de
seu filho aprender a ler bem (assegurando-se de que seu estilo primário de aprendizado é parte do
processo inicial de leitura) e pode eliminar muito do conflito que emerge na tarefa de casa quando
as crianças estão em idade escolar. Você pode ajudar as crianças a desenvolverem estratégias de
estudo que funcionam de acordo com as suas conexões cerebrais e da forma como aprendem
melhor, e você terá os instrumentos para ajudá-los a se tornarem aprendizes mais ativos (e mesmo
seguir instruções e fazer tarefas domésticas). Tente estratégias tais como:
O Espectador (O Aprendiz Visual)
Providencia muitos mapas, diagramas e cartazes. Dê oportunidades para desenhar, pintar e
construir com uma variedade de materiais. Use objetos visuais que representem ideias ou
conceitos abstratos. Faça uma linha do tempo ilustrada para aprender datas ou eventos históricos

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(com figuras e datas). Crie um código colorido para destacar informações nos livros. Evite
desorganização porque os aprendizes visuais se distraem facilmente por amontoados de coisas:
muitos artigos pregados no quadro ou no quarto, é difícil para eles se concentrarem na tarefa que
têm em mãos.
O Falante e Ouvinte (O aprendiz auditivo)
Providencie muitas oportunidades para contar estórias, conversar, livros gravados, e
música. Crie oportunidades para ter um amigo para se corresponder, mantenha um diário, e outras
atividades de escrita. Quando um material precisa ser estudado e dominado para um teste,
pergunte oralmente ou use exercícios de preencher os espaços em branco. Deixe a criança jogar
cartas do tipo “concentração” em que as cartas estão viradas de cabeça para baixo e precisa
formar os pares que à medida que vai virando-as para cima durante o jogo (funciona bem para
línguas estrangeiras e para estudar geografia). Estabeleça informações para uma música ou faça
um acróstico, usando as primeiras letras das palavras para formar uma nova palavra para facilitar a
memorização. Jogue “jogo da memória” para desenvolver habilidades visuais de memória.
Encoraje a formação de um grupo de estudos em que possam revisar a matéria oralmente, então
os alunos podem criar dez questões que acham que o professor pode pedir no teste, e praticá-las.
O propulsor (O aprendiz sinestésico)
Compre um quadro branco grande com marcadores para seu filho praticar ortografia e
problemas matemáticos e “ensinar-lhe” informações que ele será testado na escola. Encoraje
muitos desenhos nos anos pré-escolares e deixe-o ditar estórias e “publique” seus livros. Faça uso
de matérias multissensoriais (como areia numa folha de papel vegetal para desenhar as letras).
Use itens encontrados pela casa, como feijão e forminhas de papel, para se propulsor contar,
adicionar, subtrair, e multiplicar com as mãos na massa. Permita que sua criança ativa salte no
basquete, bata palmas, ou marche em volta do quarto enquanto memoriza a tabuada. Invente um
grito de guerra para soletrar as palavras; lembre-se que o aprendiz propulsor pode reter melhor as
informações se elas estiverem ligadas à música e movimento.
Não se esqueça dos pontos fracos
Ao passo que der a seu filho as técnicas de estudo como vimos acima a fim de maximizar
seus pontos fortes, é importante ajudá-lo a trabalhar e compensar suas fraquezas. Por exemplo,
Espectadores precisam desenvolver a habilidade de ouvir e se comunicar para ter boas notas na
escola. Um aluno que tem um aprendizado visual forte, mas tem memória auditiva fraca, pode
precisar acompanhar a leitura dos tópicos para acompanhar uma apresentação oral. Um propulsor
com uma amplitude de atenção pequena precisa incrementar sua concentração e foco na tarefa.
Uma forma de fazê-lo é trabalhar regularmente junto em um projeto pequeno do começo ao fim.
Apenas quinze minutos de fazer e focar em uma coisa (pode por um despertador) – montar um
quebra-cabeça, fazer um artesanato – ajudará na habilidade de se concentrar na sala de aula.
Ao reconhecer como a criança aprende melhor e penetrar nesse conhecimento é um grande
incremento para o desenvolvimento de qualquer infante. Quando destacamos o positivo (o que a
criança pode fazer bem, no que ela é boa, e no que ela está interessada) ao invés de destacarmos
o negativo (sua lerdeza em matemática ou leitura, sua memória auditiva fraca), a auxiliamos
compensar seus pontos fracos e desenvolver confiança em seus pontos fortes. À medida que seus
pontos fortes são reconhecidos e reforçados, ela recebe a atenção devida e fica mais motivada a
lidar com tarefas desafiadoras na escola e a continuar tentando apesar dos obstáculos.
Quando você compreende os pontos fortes de seu filho, você pode ajudar a prevenir
problemas de aprendizado. A partir do momento que quase metade de todas as crianças em uma
sala de aula regular experimenta algumas diferenças de aprendizagem, deveria ser nosso objetivo
principal descobrir de que maneira cada criança está mentalmente conectada. Além disso, os que
têm melhor desempenho são aqueles que descobriram seus pontos fortes e os empregaram ao
estudar ou ao se deparar com informações novas ou difíceis.
O que sabemos: reconhecer os dons e talentos de uma criança
Compreender e conhecer seu filho também significa reconhecer seus dons e talentos
individuais, ou como eles são “espertos ou inteligentes”. Algumas vezes parece que só a criança
“esperta” é a que tem boas notas nos testes e boletins. Na verdade, esse é o “aluno inteligente” –
ou geralmente a combinação de um talento de linguagem e matemático (ou analítico). E é ótimo
que seu filho tenha! Esse tipo de “inteligente” ajuda as crianças a trazerem para casa os boletins e
receber prêmios na escola que faz os pais quase explodirem de orgulho.

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Mas o “aluno inteligente” é apenas um tipo de “inteligente”; há muitos outros “talentosos” que não
tem notas altas nos testes com papel e caneta. Muitas crianças têm um talento natural em uma ou
mais áreas. Na verdade, pesquisas mostram que cada um pode fazer algo melhor do que outras
10.000 pessoas se seu talento for descoberto e desenvolvido. Isso é o que eu chamo de
“talentoso”! Aqui estão algumas das formas que as crianças podem ser inteligentes:
Inteligência Linguística
Habilidade verbal e linguística, uma sensibilidade ao significado e ordem das palavras como
possuem os poetas, escritores e oradores (pense em Robert Browning, Dr. James Dobson, Jane
Austen). Crianças que são fascinadas com jogos de palavras, rimas, poemas, e são narradores
naturais ou são imaginativos com as palavras.
Inteligência Matemática
Habilidade em matemática, raciocínio e sistemas lógicos de pensamento como física e
química. René Descartes, Stephen Hawking, e Sir Isaac Newton apresentam esse tipo de
inteligência naturalmente. Se seu filho tem uma habilidade intuitiva com números ou é inclinado a
discussões, esse pode ser um de seus talentos.
Inteligência Musical
Seu filho é capaz de se lembrar e repetir tons desde que era pequeno? Ele é atraído e
fascinado por sons? Ele toca um instrumento de ouvido? É bem afinado? Se sim, ele
provavelmente é dotado musicalmente. Assim como Mozart!
Inteligência Interpessoal
Essa é uma habilidade que líderes como Dr. Martin Luther King Jr., senadores e executivos
têm, mas precisa-se de inteligência interpessoal para se ter sucesso em carreiras como vendas,
área da saúde e diplomacia. Essa “inteligência” significa a habilidade para entender as pessoas e
saber como liderar, trabalhar, e se comunicar com elas. Em crianças, é geralmente a criança que é
mais verbal, que é sensível aos sentimentos dos outros, tem muitos amigos, é capaz de liderar
outras crianças no parquinho para construir um forte ou fazer um projeto.
Inteligência corporal
Crianças fisicamente ou sinestesicamente inteligentes brilham no campo do treino atlético,
em programas de dança, classes de escultura, ou em mecânica, computação ou outros esforços
que pedem “mãos na massa”. Mergulhadores olímpicos, estrelas do basquete da NBA, atores,
artistas e mesmo neurocirurgiões têm esse tipo de inteligência. Seu filho tem excelente
coordenação motora, move seu corpo graciosamente e no tempo certo, ou manipula as coisas com
muita habilidade, destreza e precisão?
Inteligência espacial
Nossa, eu adoro esse tipo de inteligência! Essas crianças são capazes de visualizar um
objeto em suas mentes e até mesmo imaginá-lo como ele seria se fosse girado. Elas notam
detalhes visuais, geralmente amam desenhar, podem ver as coisas uma vez e reproduzi-las no
papel. Essa criança criativa pode se tornar um grande arquiteto ou artista, mas não
necessariamente tiraria boas notas nos testes escritos e assim pode não ser considerado
“inteligente” na escola. Talento espacial é visto em Mary Englebrit, uma notável designer de
cartões; Frank Lloyd Wright, o arquiteto; e Dr. John Sabolich, um inventor de próteses para
pessoas mutiladas ou amputadas que criou membros artificiais para ajudá-las a dançar, correr, e
mesmo pular de paraquedas.
Inteligência intrapessoal ou de autoconhecimento
Essa é a criança introspectiva, reflexiva que foi abençoada com uma consciência sensível
de seus pensamentos e sentimentos, que geralmente aprecia o estudo independente e a pesquisa.
Se seu filho é auto disciplinado, criterioso e resoluto ele pode possuir esse tipo de inteligência –
que poetas como William Wordsworth, psicólogos como Carl Rogers, e teólogos como Walter
Wangerin compartilham.
O que podemos fazer: desenvolver os talentos da criança
Os pais precisam ter em mente quatro pensamentos importantes quando considerarem os
talentos de uma criança.
Um: mesmo em tenra idade pode-se reconhecer os diferentes tipos de talentos de seus
filhos.
Pessoas com habilidade interpessoais fortes têm empatia e são bons comunicadores mesmo
quando bem pequenos. Os pequeninos com inteligência sinestésica usam seus corpos para

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resolverem problemas. Pré-escolares apaixonados por desenhos, construções, e por criarem
coisas podem estar mostrando um ponto forte na área de inteligência espacial.
Uma artista jovem da Califórnia é um bom exemplo. Alexandra tem onze anos e já criou
mais de 350 pinturas, e algumas já foram vendidas por US$125.000! Quando Alex começou a
pintar? Aos dois anos ela começou a colorir, pintar e desenhar. Se ela pudesse pintaria o dia todo.
Agora ela reduziu para três horas por dia. Ela pinta não para ganhar dinheiro, mas porque ela ama
pintar. Seu modelo é ninguém menos que Pablo Picasso!
Crianças musicalmente inteligentes também podem ser identificadas precocemente.
Geralmente quando elas começam a tocar um instrumento, elas não precisam ser cobradas a
treinarem – elas imploram por oportunidades para tocar. Elizabeth, uma nova-iorquina de oito anos
que conheci esse verão, canta o tempo todo. Sua mãe, MacBeth, disse que Elizabeth quase
“nasceu cantando”. Aos três anos seus pais a colocaram no método Suzuki de violino. Nos
primeiros meses de aula, Elizabeth aprendeu a tocar metade do primeiro livro; quando chegou o
Natal, ela tocou tudo com tanta habilidade que o diretor do programa assumiu como seu instrutor.
Algumas vezes Elizabeth treina por três horas ou mais por sua própria vontade. “Ela pegava
o violino nos dias frios de inverno e andava em volta da casa tocando. Era a sua segunda voz”,
disse sua mãe. Essa menina de oito anos, que pode tocar qualquer coisa que ouve, tem um
repertório extenso. Primeiro violino em sua primeira orquestra infantil, o nome de Elizabeth está
sendo considerado para tocar no Carnegie Hall esse ano. Esse é um talento musical muito
especial!
Dois: saiba que qualidades aparentemente “negativas” podem vir com o pacote de
inteligências.
Um comportamento que pode ser muito irritante para você, pode ser uma marca ou sinal de
uma inteligência especial de seu filho. Por exemplo, Thomas Edison era ainda criança e viu pela
primeira vez um ninho de pássaro cheio de ovos, ele estava tão animado e desejoso de imitar os
animais, que ele se sentou no ninho e esmagou todos os ovos. Felizmente, ele tinha uma mãe
paciente, uma mãe à qual ele posteriormente atribuiu seu sucesso.
Wade, um talentoso especialista em sistema de computação que conheço, desmontou o
controle remoto de um carrinho que ele ganhou num Natal. E quando as torradas não saiam da
torradeira de sua mãe ele separou todas as partes (e conseguiu consertá-la). Wade era um ótimo
nadador, inquieto quando tinha que ficar muito tempo assentado em sua carteira, e era designado
para um grupo lento de leitura no segundo grau. Mas ele descobriu seus pontos fortes e traçou
uma carreira maravilhosa.
Três: use as inteligências de seu filho quando ele está tentando aprender algo.
Se a criança não assimila a lição de forma verbal, ela pode entendê-la de forma mais clara
através da música ou movimento. Se ela não entende um exercício de matemática a partir da
explicação do livro, use um método visual (desenhe uma figura) ou faça uma atividade manual com
itens que ela possa tocar e se movimentar para entender o conceito.
E quatro: ter consciência dessas diferenças pode ajudar-nos a aceitar nossas crianças –
seus pontos fortes e fracos – e norteá-los ao invés de silenciar os seus dons e talentos dados por
Deus.
Em cada “janela de aprendizado” que exploramos – música, linguagem, curiosidade,
criatividade, matemática e lógica, etc – todas as crianças têm algum potencial para se desenvolver
nessas diferentes oportunidades de janelas de aprendizado. E certas crianças irão brilhar –
dependendo de seus pontos fortes.
DICA: vá atrás dos interesses de seu filho, quer sejam desenhar mapas, ou artes, ou
música, ou escrita, ou montar um pequeno negócio.
Fontes Para Desenvolver As “Inteligências” De Seu Filho:
Inteligência espacial
- providencie marcadores, papel, giz, pincéis, cavalete, e outros materiais de artes.
- ofereça jogos como xadrez, damas, e software de computação gráfica.
- encoraje projetos como montar modelos de avião ou foguetes e inventar coisas.
Inteligência musical
- ofereça instrumentos rítmicos e chances para cantar, bater palmas e toque junto com ele.
- toque uma variedade de boa música em casa e no carro, incluindo música clássica, folclórica,
músicas infantis tradicionais, e os melhores instrumentais da Broadway.

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- com um computador em casa, há programas de softwares que auxiliam seu filho a escrever e
executar músicas originais.
- leve seu filho a concertos de sinfonia e a musicais ao vivo.
Inteligência corporal
- encontre uma atividade física que seu filho aprecie e possa desenvolver habilidades em –
esportes individuais, em grupo ou dança.
- ofereça coisas que ele possa desmontar (relógios velhos, brinquedos eletrônicos antigos) e uma
caixa de ferramentas como alicate, chave de fenda, e outras ferramentas.
- providencie oportunidades para verem uma variedade de eventos esportivos em comunidade, de
recitais de dança às corridas de cavalos e competições de natação.
Inteligência lógico-matemática
- ofereça projetos científicos manuais e experiências, que vão de olhar as estrelas no quintal de
casa até colecionar diferentes espécies de insetos.
- jogue jogos como Mastermind, Batalha Naval, xadrez e Monopólio que requerem estratégia e
solução de problemas.
- leia biografias sobre cientistas e suas descobertas.
- assista especiais de TV em oceanografia, espaço, aviação e outros tópicos científicos.
- aproveite programas de férias de matemática e ciências para crianças oferecidos por faculdade e
universidades pelo país.
Inteligência linguística
- faça livros com as estórias que seu pequeno narrador lhe contou. Encoraje-o a fazer cartões
originais de saudação, escrever peças de teatro para executar com amigos, escrever notícias.
- jogue jogos de palavras como charadas, jogos de palavras (Turma da Mônica), palavras
cruzadas, Letroca; faça rimas, poesia, repentes, trava-língua.
- se seu filho escreve poemas promissores ou estórias, ajude-o a submetê-los a uma revista infantil
ou adolescente para serem publicados.
Inteligência pessoal
- Encarregue seu filho de um projeto como planejar um dia fora em família ou uma festa de
aniversário ou ajudar com uma festa na comunidade ou vizinhança.
- Encoraje seu filho a falar, debater e a participar de atividades cívicas na escola.
- sugira começar um pequeno negócio: cuidar de cachorro, uma banca de limonada e brownie, ou
cortar grama.
Inteligência intrapessoal
- dê ao seu filho oportunidades de acompanhar seus interesses pessoais com revistas, viagem de
campo, e livros.
- encoraje pesquisa independente, experimentos, e projetos pessoais.
- encoraje seu filho a manter um caderno de anotações ou diário sobre seu aprendizado e
pensamento.

Senhor sou grata pelo dia que fizeste, cada membro de nossa família única e preciosa, cada um
para um propósito e destino distintos. Além disso, o fato de sermos todos diferentes faz com que a
vida seja interessante e prazerosa. Ter a habilidade de reconhecer e aceitar a individualidade de
cada criança, para conhecê-las e entendê-las, mas sem compará-las, Ser positiva mesmo quando
as coisas parecem negativas, é um desafio, somente Tu podes me equipar e capacitar para isso.
Dessa forma sou-lhe grata antecipadamente por sua ajuda divina.

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