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Sorocaba
2019
GUILHERME VIEIRA BALBI GONÇALVES
Sorocaba
2019
DEDICATÓRIA
Cynthia Kersey
RESUMO
A linha de produção é entendida como uma forma de produção em série que tem como
objetivo chegar a um produto final a partir do auxílio de máquinas e de operadores. O
monitoramento da produção se faz importante uma vez que a partir dele é possível
verificar o estado do produto fabricado, a produtividade e as perdas, entre outras métricas
de produção. No caso a seguir, esse monitoramento será feito a partir de uma Interface
Homem-Máquina. O presente trabalho tem como objetivo o estudo da eficiência global
de uma produção, realizada a partir de um sistema didático composto por estações FMS
Festo localizadas na Unesp (Câmpus Sorocaba) e numerar algumas soluções de melhoria
utilizando o conceito da Indústria 4.0. O conceito aplicado para esta análise foi o OEE
(Overall Equipment Effectiveness). Para a programação das estações foi utilizado o CLP
S7-300 da Siemens e o software Simatic para a passagem do código para o
microcontrolador. Além disso, conceitos da rede Profibus são aplicados para que as
estações contidas na linha de produção possam se comunicar e, por fim, esses dados são
colocados no Software Elipse, no qual foi criada a Interface Homem-Máquina para a
análise do OEE. Os resultados obtidos mostram que, para diferentes casos, o OEE tem
dependência do tempo de produção devido ao longo tempo de transporte da estação. O
projeto conseguiu ser realizado com sucesso, apresentando aumento do OEE e
produtividade da estação, para casos em que não ocorreram paradas inesperadas e
alterações na matéria-prima. O primeiro obteve um aumento de 36% e o segundo de 66%.
Adicionalmente aos resultados obtidos pode-se notar que a utilização dos conceitos da
indústria 4.0 potencializam o índice OEE uma vez que com os dados obtidos no chão de
fábrica é possível a tomada de decisão autônoma e com maior precisão.
The production line is understood as a form of series production that aims to reach an end
product from the aid of machines and operators. The monitoring of production is
important since it is possible to verify the state of the manufactured product, productivity,
losses among other production metrics in the case that follow this monitoring will be done
from a human-machine interface. The present work has as a goal the study of the overall
efficiency of a production, made from a didactic system composed of FMS Festo stations
located at Unesp / Sorocaba and number some improvement solutions using the Industry
4.0 concept. The concept applied for this analysis was OEE (Overall Equipment
Effectiveness). The Siemens S7-300 CLP and the Simatic software were used for the
programming of the stations to pass the code to the microcontroller. In addition, Profibus
network concepts were applied so that the stations in the production line could
communicate with each other. Finally, these data are placed in the Elipse Software where
the man-machine interface was created for OEE analysis. The obtained results show that
for different cases the OEE has dependence of the time of production due to the long time
of transport of the station. The project was successfully carried out with an increase in
OEE and station productivity, in cases where there were no unexpected stops and changes
in the raw material. The former achieved an increase of 36% and the second of 66%. In
addition to the results obtained it can be noted that the use of the concepts of industry 4.0
potentiate the OEE index since with the data obtained in the factory floor it is possible
the decision making autonomous and with greater precision.
Keywords: FMS Festo Station, Industry 4.0, OEE (Overall Equipment Effectiveness),
CLP S7-300, Simatic, Profibus, Elipse.
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
1.2 OBJETIVO............................................................................................................ 14
2 AUTOMAÇÃO .................................................................................................... 15
5.3.2 Performance......................................................................................................... 32
7 DESENVOLVIMENTO ..................................................................................... 38
7.1.1 Distribuição.......................................................................................................... 38
7.1.2 Teste...................................................................................................................... 39
7.1.3 Esteira................................................................................................................... 40
7.2.1 Distribuição.......................................................................................................... 44
7.2.2 Teste...................................................................................................................... 45
7.2.7 Esteira................................................................................................................... 50
7.3 INTERFACE HOMEM-MÁQUINA .................................................................... 50
9 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 75
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 77
13
1 INTRODUÇÃO
1.2 OBJETIVO
1.3 MOTIVAÇÃO
2 AUTOMAÇÃO
A automação pode ser dividida em cinco níveis hierárquicos, conforme mostra a Figura
2.1 (TAGLIARI, 2010) (SOUZA, 2005).
Nível 1- É composto por elementos de campo como, por exemplo, sensores, atuadores,
conversores, entre outros componentes que estão presentes no chão de fábrica.
Nível 2- Nível em que se encontram os equipamentos que realizam a leitura e o controle
das atividades da planta. Tendo como exemplo os CLP’s e HMI.
Nível 3- Remete à supervisão dos processos executados por uma determinada célula em
uma planta de trabalho.
Nível 4- Responsável pela programação e pelo planejamento da produção.
Nível 5- Encarregado pela administração dos recursos da empresa. No topo da pirâmide
são utilizados vários softwares de gestão para ajudar na tomada de decisão.
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Para que exista comunicação entre todos os níveis de automação, é necessária a utilização
de um sistema de supervisão, o qual tem como papel a captação das informações do chão de
fábrica para que seja possível a tomada de decisão do supervisor do processo. Portanto, os
sistemas de supervisão exercem o controle sobre um sistema físico e são capazes de captar
informações e analisar o desempenho de processos produtivos.
Sistemas supervisórios são implementados em ambientes computacionais, possuem uma
interface com representação fidedigna ao processo e são amigáveis à interação do usuário. O
grau de interação do supervisor vai desde a inserção de parâmetros de entrada (número de peças,
tipos de peças, cor, tamanho, entre outros) até o controle operacional do sistema produtivo.
As principais funções de um sistema de supervisão são: viabilização da integração entre
diversos dispositivos e equipamentos controlados; monitoramento de variáveis, utilização de
comandos remotos e inserção de parâmetros e monitoramento de alarmes (segurança na
produção).
Dentro da pirâmide de automação, as IHMs são inseridas no nível três e os dados de
inputs e outputs desses sistemas advêm dos primeiros níveis da pirâmide, enquanto as tomadas
decisões dos últimos. A Figura 2.2 abaixo mostra um exemplo de uma Interface Homem-
Máquina.
entretanto, proporcionar alteração nos parâmetros de entrada como, por exemplo, valores de
setpoit. Portanto, esse sistema de supervisão é basicamente um software utilizado na interface
dos dados provenientes de microcontroladores ou CLP’s com o supervisor do processo
(REGINATO, 2007).
O sistema SCADA não só é utilizado na maioria das indústrias tais como as de metais
pesados, geração e distribuição de energia, mas também em indústrias nucleares. Atualmente,
é possível utilizar tal sistema para fábricas que detêm linhas produtivas com um grau de
automação superior a 100 mil entradas/saídas de monitoramento/controle (REGINATO, 2007).
Existem duas formas de realizar o controle das variáveis de entrada: a primeira é a
utilização da programação em escada (ladder logic) no desenvolvimento de um firmware para
que o CLP controle de maneira desassistida o processo. Nesse cenário, utiliza-se um Sistema
SCADA apenas como monitor das variáveis, podendo, no máximo, realizar cálculos mais
complexos. Um segundo cenário realiza a programação dentro do Sistema SCADA e utiliza o
CLP apenas para as interfaces do sistema a ser controlado e do supervisório, voltado apenas os
estados das variáveis de entrada. O segundo método permite maior flexibilidade na
programação (REGINATO, 2007).
2.3.1 Arquitetura
São entradas que fornecem sinais binários, ou seja, ligado ou desligado, nível alto ou
baixo, remontando à álgebra booleana, a qual trabalha utilizando zeros e uns.
3 INDÚSTRIA 4.0
O principal objetivo da Indústria 4.0 é a melhoria contínua no que diz respeito à eficiência,
segurança e produtividade das operações, objetivando trazer retorno ao investimento aplicado.
Neste capítulo serão evidenciadas as tecnologias essenciais para a construção da indústria
inteligente: A Internet das Coisas e Serviços, Sistemas Ciber-Físicos e Big Data (COELHO,
2016).
O termo IoT refere-se a objetos, sejam eles físicos ou virtuais, que estão ligados à internet.
Originado no MIT (Massachusettes Institute of Technology), quando um grupo desenvolvia o
seu trabalho na área da identificação por rádio frequência (RFID) conectada em 1999
(COELHO, 2016).
O aparecimento de sensores menores e mais baratos, assim como a utilização de aparelhos
móveis, comunicação wireless e serviços de nuvem, tem impulsionado o uso dessa tecnologia
(COELHO, 2016).
Atualmente, essa tecnologia já se tornou usual, já que está presente quando se usa o
celular para ligar a televisão, encontrar o caminho mais rápido entre um ponto de saída e um
ponto de chegada, considerando as condições de trânsito, entre outros (COELHO, 2016).
Com o advento desse novo conceito, ocorreram mudanças na forma de fazer negócio, já
que empresas, ao invés de venderem seus produtos, começaram a focar na venda de serviços.
Como exemplo, pode-se considerar uma empresa de logística que, além de levar o seu produto
24
O termo refere-se a grandes quantidades de dados, que são gerados e armazenados a todo
instante, resultantes dos sistemas que estão ligados à rede e que a todo momento produzem
dados.
O grande desafio para a Indústria 4.0 é processar todos os dados relevantes e transformá-
los em conhecimento. Entretanto, essa atividade demanda sistemas com capacidade de
processamento em tempo real e que consigam rodar algoritmos sofisticados (COELHO, 2016).
26
4 SISTEMA DE PRODUÇÃO
O sistema de produção é composto por um conjunto de atividades que interagem entre si.
Cada uma dessas atividades possui sua responsabilidade perante toda a operação. Quanto maior
for essa integração, melhor será o resultado do sistema de produção como um todo. Dentro
deste tópico serão abordados dois tipos de produção, os quais serão comparados para verificar
a melhor aderência à Indústria 4.0 (FERNANDES, 2013).
4.1.1 Vantagens
4.1.2 Desvantagens
4.2 PUXADA
4.2.1 Vantagens
Redução de estoque;
Diminuição de custo operacional;
Melhora da qualidade;
Redução dos custos de produção;
Geração de valor no processo;
Flexibilidade da produção;
Aumento da confiabilidade no sistema.
4.2.2 Desvantagens
O indicador OEE é a comparação entre os tempos nos quais foram realizadas atividades
que agregaram valor para o produto e os tempos empenados em atividades que não agregaram
valor. Mesmo que necessárias, devem ser consideradas sem valor agregado atividades como
tempo de carregamento do equipamento, perdas de qualidade, perdas de desempenho, entre
outras.
A Figura 5.1 representa a disposição de tempos do indicador OEE, mostrando as
atividades que precisam ser realizadas e as que são passíveis de melhoria. Objetiva-se obter
uma melhora no índice OEE.
Figura 5.1 - Mapa de utilização do tempo pelo processo. Fonte: Disponível em: <http://www.oee.com.br/uso-do-
tempo/> Acesso em: 21 jun. 2019.
31
Tempo total: tempo disponível para produção (24 horas no dia, 365 dias no
ano);
Tempo operacional: é o tempo total menos o horário não alocado para
produção, como paradas para almoço, café, ginástica laboral, entre outros. Neste
caso, é o tempo disponível para a máquina produzir;
Tempo não alocado: tempo em que a fábrica não funciona devido às paradas
dos operadores;
Tempo programado: tempo operacional menos o tempo não planejado, é o
tempo que a empresa determina para a máquina produzir. Tempo base para o
cálculo do OEE já que a produção consegue moldá-lo à demanda;
Horário não planejado: tempo em que a equipe de produção não pode utilizar
a máquina devido a razões alheias às suas responsabilidades, como, por
exemplo, falta de demanda ou horário agendando para manutenção;
Tempo produzindo: é o tempo efetivo que a máquina utiliza para produzir;
Tempo de equipamento parado: ocorre quando a máquina não está produzindo
devido a alguma falha, ociosidade ou setup;
Produção teórica: produção total de material teórica, a qual deve ser realizada
dentro do tempo de produção. Calculada considerando um tempo de ciclo
padrão;
Produção real: produção real é a quantidade de peças que efetivamente foram
produzidas, sendo elas boas ou ruins. A diferença entre a produção real e teórica
está relacionada à perda de performance devido à redução de velocidade;
Produção aprovada: diferentemente da produção real, a produção aprovada
leva em consideração apenas as peças conformes que foram produzidas, ou seja,
desconsidera as perdas por qualidade.
5.3.1 Disponibilidade
Este pilar averigua a disponibilidade total de tempo que a máquina tem para produzir,
identificando os tempos de paradas não programadas.
5.3.2 Performance
Este pilar utiliza como base para cálculo o tempo de ciclo padrão de um produto. É
composto pela queda de velocidade que indica o quanto o tempo do ciclo real está próximo do
teórico.
5.3.3 Qualidade
Figura 5.2 - Fórmulas para cálculo do OEE. Fonte: Disponível em: http://www.oee.com.br/formula-oee/ Acesso
em: 22 jun. 2019.
Pode-se dizer que este parâmetro averigua a disponibilidade total do tempo onde a
máquina pode produzir. Toma-se então o tempo programado retirando as paradas planejadas e
considerando o tempo em que a máquina está realmente produzindo. Ou seja, divide-se o tempo
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em que a máquina produz pelo tempo disponível para a produção. Além disso é necessário
considerar o tempo de máquina parada (tempo não programado) conforme equação 1 abaixo.
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑛𝑑𝑜−𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑛ã𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎
𝐷= (1)
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙
6 MATERIAIS E MÉTODOS
A estação de manipulação é composta por uma garra que foi responsável por fazer a
movimentação da peça do pallet posicionado na esteira para as estações de processamento e
separação.
A estação de processamento foi responsável pela modificação do material; nela, a peça
passou por um bate-estaca e por uma furadeira.
Na estação de separação, o produto final foi separado nos magazines. A esteira foi
responsável por realizar o deslocamento do material, por meio do pallet, entre as estações um,
dois e seis.
Para fazer a automação dessas estações, assim como a integração entre elas a partir de um
sistema central, foi necessária a utilização de um microcontrolador, CLP da Siemens (S7-300),
como visto na Figura 6.2.
Figura 6.5 - Notebook Fujitsu (direita) e RS 232 – MPI. Fonte: Acervo pessoal.
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7 DESENVOLVIMENTO
7.1.1 Distribuição
7.1.2 Teste
A estação teste (Figura 7.2) é responsável por fazer a separação das peças que serão
utilizadas no decorrer do processo. É importante salientar que, diferentemente da estação de
distribuição em que apenas há a disponibilização das peças, a estação de teste tem como
responsabilidade fazer o controle de qualidade dos objetos, ou seja, fazer a separação do que é
desejável e do que precisa ser descartado, já que neste projeto não existe o enfoque de utilizar
a estação de reconhecimento de imagem.
O controle de qualidade escolhido no projeto foi que apenas as peças vermelhas fossem
utilizadas enquanto as peças pretas e metálicas fossem descartadas para que não houvesse o
risco de se produzir um objeto não conforme.
Incialmente, a partir do uso do sensor de proximidade metálica já se elimina os objetos
de natureza metálica. Entretanto, para diferenciar as peças pretas e vermelhas, que são do
mesmo material, é necessário o uso de um sensor de altura. Assim, caso a peça não tenha a
altura desejada, como a peça preta, uma flag será acionada fazendo com seja descartada no
mesmo lugar em que a peça metálica.
Para as peças vermelhas, o sensor detectará que possui o tamanho desejado. Sendo assim,
fará com que o ar no trilho, o qual facilita o descolamento da peça, seja acionado e ela seja
desviada para o trilho e entregue para o carrinho na esteira.
Nesta estação, foi identificado um problema no momento em que se elevava e abaixava
o elevador da estação, uma vez que é feito de metal, assim como a peça. Então, nos momentos
em que o elevador subia para fazer o teste de altura, no seu retorno o sensor metálico acionava
uma linha do código que fazia a peça ser descartada muitas vezes em local não apropriado e,
por consequência, ocasionava uma parada para fazer a manutenção do processo.
O problema do descarte inapropriado foi resolvido por meio da utilização de um dos
atuadores da estação. Entretanto, em alguns casos, o elevador ainda se trava por alguns
segundos, aumentando o lead time da produção.
40
7.1.3 Esteira
A esteira (Figura 7.3) tem como função interligar todas as estações, ou seja, será
responsável por fazer o deslocamento da peça por cada estação do processo. Isso faz com que
o seu funcionamento seja contra qualquer tipo de falha, pois, caso isso ocorra, uma peça pode
não ser entregue na estação subsequente ou pode até mesmo cair na esteira durante sua
transição, causando tempo de parada de máquina.
Todas as estações possuem um pistão que tem como objetivo o bloqueio da passagem do
carrinho de carga. No momento em que o projeto visa usar apenas as estações 1, 2 e 6, os pistões
das estações 3, 4 e 5 ficarão em posição aberto para permitir a passagem do carrinho de carga.
Por outro lado, as estações 1 (distribuição e teste), 2 (manuseio e processamento) e 6 (manuseio
e separação) terão os seus pistões controlados conforme a produção de peças.
Na estação 1 o pistão estará sempre em posição fechado, permitindo a passagem do
carrinho de carga apenas quando as atividades da estação 1 estiverem concluídas. Com isso, a
peça estará no carrinho e o sensor irá identificar e permitir a passagem.
No caso da estação 2, tem-se um contador para fazer o controle da saída de peça já que
nessa estação existe um primeiro momento em que a peça precisará ser manuseada antes de
entrar na estação de processamento. Sendo assim, o pistão irá permitir a passagem do carrinho
apenas quando a peça passar duas vezes pelo mesmo ponto; em outras palavras, o contador fará
a primeira contagem quando a peça chegar na estação 2 e fará a segunda contagem quando ela
retornar da célula de processamento.
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Por fim, a estação 6 estará sempre na posição aberto e apenas se fechará quando for
detectada a presença de alguma peça no carrinho.
O problema encontrado no caso da esteira foi a questão da velocidade do processamento
das ações. Em alguns casos, o carrinho de carga saiu dos trilhos devido à interação com as
estações ao redor. Tem-se o exemplo da estação 6 que, quando se tenta retirar a peça do carrinho
de carga, o sensor da esteira perde o sinal da peça no carrinho fazendo com que o pistão fique
na posição aberto, liberando a passagem do carrinho. Entretanto, ao mesmo tempo a garra de
manuseio ainda está abaixada para pegar a peça e isso faz com que o carrinho caia dos trilhos.
7.1.4 Processamento
provenientes do ambiente, e acionaram quando a mesa giratória passava sobre ele. Este
acionamento indesejável fazia com que as contagens do movimento entre as etapas de
processamento ficassem perdidas, o que ocasionava a parada da peça em posições não
desejáveis, levando à parada de máquina na célula por tempos elevados.
Para resolver este problema, foi inevitável a utilização de memórias internas do CLP para
que funcionassem como flags, impossibilitando ações em momentos indesejáveis do processo,
ou seja, voltaram a forçar o sistema a trabalhar de maneira sequencial, já que uma etapa
funcionaria apenas com a ativação da flag da etapa anterior. Além disso, o sensor do contador
da célula foi acrescentado como precaução contra o acionamento das etapas nos momentos
indesejáveis. A Figura 7.4 mostra a célula de processamento.
7.1.5 Manuseio
7.1.6 Separação
A célula de separação (Figura 7.5) é a última dentro do processo exposto, tem como
função fazer a separação de peças. Entretanto, se o processo em estudo possuir apenas um tipo
de peça, fará apenas a distribuição dos objetos entre os magazines contidos nessa estação.
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Incialmente, a garra fará o transporte do carrinho de carga para a esteira em que ocorrerá
a separação. No momento em que a peça for colocada na esteira, começará a funcionar.
Entretanto, assim como os casos dos pistões encontrados na esteira, tem-se o mesmo caso nessa
estação: o pistão irá liberar a passagem da peça apenas se ela for vermelha; em sequência, ela
será alocada no primeiro magazine e, quando estiver cheio, a peça passará a ser alocada nos
magazines posteriores.
Após a criação do programa de cada estação e a realização de testes para verificar como
seriam necessários pontos de melhoria para que o sistema funcionasse sem as falhas físicas
evidenciadas no item 7.1, foram adicionadas algumas linhas na lógica Ladder com o objetivo
de tornar a estação mais resiliente às limitações físicas da estação. Além disso, foi necessário
criar conexão entre as células de cada estação para que não houvesse nenhuma possibilidade de
choque entre elas.
Para que seja mais fácil a visualização do processo, o fluxograma de cada célula será
explicado separadamente, mostrando a correlação entre elas quando necessário.
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7.2.1 Distribuição
7.2.2 Teste
Diferentemente do que será visto com a célula de manuseio ST6, essa célula possui
conexão com a esteira e com a estação processamento, opera usando um estado interno que
incrementa/reseta a cada ciclo de operação. Inicialmente ela recebe um sinal da esteira
mostrando que há peça para ser levada para a célula de processamento. Após o produto ser
coletado, é deixado no processamento em que passara por todo o processo e, em seguida, um
sinal é enviado pela célula de processamento avisando que a peça já pode ser coletada. Por fim,
a estação manuseio dois deixa a peça no pallet da esteira e manda um sinal avisando que o pallet
já pode ser encaminhado para a próxima estação da manufatura. O fluxograma é mostrado na
Figura 7.8
7.2.4 Processamento
Essa célula tem como objetivo apenas fazer a do produto já finalizado para a estação de
separação em que estará disponível para retirada. Essa célula se conecta apenas com a esteira.
Quando um pallet chega com peça, a esteira envia um sinal, fazendo com que a garra desça,
pegue a peça e se desloque no sentido da célula de separação; ao chegar, o material é liberado
e a garra volta para a sua posição inicial. O fluxograma é mostrado na Figura 7.10.
7.2.6 Separação
A estação de separação tem como objetivo disponibilizar o produto final para retirada.
Neste caso, não houve a necessidade de fazer conexão entre as células já que a manuseio ST6
posiciona o produto final exatamente em frente ao sensor de presença de peça na esteira; assim,
o limite máximo de peças é de quinze, sendo cinco peças por magazine. Inicialmente, a peça
será direcionada para o primeiro magazine até que esteja com cinco peças. Na sequência, a peça
será direcionada para o segundo magazine e, por fim, para o último. O fluxograma é mostrado
na Figura 7.11.
7.2.7 Esteira
A esteira é a parte mais importante de todo o processo, pois faz a conexão entre todas as
três estações que estão em uso, uma vez que as estações ficam distantes umas das outras,
inviabilizando qualquer outro tipo de comunicação entre elas. A esteira faz comunicação com
todas as outras estações por meio do sensor de presença de pallet em cada estação e por meio
do sensor de peça, ou seja, as células conseguem saber quando será necessário começar o seu
funcionamento e, caso não haja peças nos pallets, será liberado para as próximas estações. A
Figura 7.12 mostra o fluxograma.
A comunicação entre o CLP Siemens (CPU313C-2DP) e o Elipse foi realizada por dois
programas: SIMATIC e Elipse. Assim, foi possível criar o fluxo desde a programação em
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Ladder, passando pela criação de variáveis até chegar ao momento dessas variáveis, uma vez
mostradas somente no programa SIMATIC, serem vistas na interface criada no Elipse.
7.3.1 SIMATIC
Inicialmente, o botão esquerdo do mouse foi pressionado duas vezes sobre a opção DP;
em seguida criou-se uma nova rede Profibus-DP em que o padrão de velocidade é de 1,5 Mbps.
Após a criação da rede, esta apareceu, como padrão, como mestre; assim, foi necessário
configurar os próximos CLP´s que estavam na rede como escravos. Para isso, foi necessário
entrar na configuração de hardware de cada escravo, ir na aba de modo de operação e colocá-
los para trabalhar como escravos, conforme mostrado na Figura 7.14 abaixo.
52
Tendo todos os escravos inseridos na rede, deve-se conectá-los à rede. Para isso, foi
necessário entrar na configuração de um dos escravos, selecionar cada uma das conexões e
conectá-los, conforme Figura 7.16 abaixo.
53
Figura 7.16 - Verificando se todas as comunicações foram feitas. Fonte: Autoria própria.
Quando todos os escravos foram inseridos, criou-se então a rede de comunicação para
verificação dos estados do processo, conforme Figura 7.17 abaixo.
Figura 7.17 - Rede Profibus-DP com todos os escravos conectados. Fonte: Autoria própria.
Os escravos estão configurados na mesma rede que o mestre. Foi preciso configurar os
endereços de rede para cada escravo para que não houvesse conflito de informações, ou seja,
para cada escravo foi selecionado um endereço para trocar informações com o mestre. Para
isso, foi necessário configurar o canal entre mestre e escravo e selecionar o bit relacionado para
comunicação, conforme mostra Figura 7.18 abaixo.
54
Figura 7.18 - Criação dos bits de comunicação na rede. Fonte: Autoria própria.
A Tabela 1 abaixo mostra a relação entre os bytes de comunicação de cada estação com
relação ao mestre.
Tabela 1 - Relação dos bytes de comunicação na rede Profibus
É importante salientar que as escolhas dos endereços foram feitas de forma que a rede
Profibus não entrasse em conflito com os endereços de memória utilizados pela rede ASI.
O server serviu para a criação de um canal entre as informações que ficam na memória
do CLP e a Interface Homem-Máquina que foi feita utilizando o Elipse SCADA. Inicialmente,
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foi necessário criar um domínio em que todas as funções e informações fossem acessadas. No
caso desse projeto foi utilizada a aplicação padrão já que se optou por utilizar alguns objetos
pré-configurados, diferentemente da opção biblioteca de componentes E3, que permite ao
usuário criar a sua própria configuração para os objetos. A Figura 7.19 abaixo mostra a tela de
configuração do projeto.
Para realizar a comunicação entre o CLP e o Elipse, foi necessário baixar um arquivo no
site do fabricante, o qual será o drive de comunicação, ou seja, o protocolo de comunicação
dentro desse arquivo permite a leitura da memória, entradas e saídas do CLP utilizado. No caso
desse projeto, o drive é uma interface de comunicação MPI; sendo assim, o arquivo que
contempla este tipo de interface é baixado. Após baixar o arquivo no site, o programa irá
solicitar o drive conforme Figura 7.20 abaixo.
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Com o drive e o protocolo, foi necessário fazer a configuração final para que a taxa de
comunicação, o número de bits, entre outros fatores, sejam semelhantes entre o software e o
microcontrolador em questão. Foi necessário, então, acessar a aba “organizer”, objetos servidor,
driver opc e, por fim, utilizando o botão direito sobre o driver e acessar as configurações do
mesmo, conforme Figura 7.21 abaixo.
Após a abertura da janela de configuração, foi selecionado na aba Mprot MPI como
network e o endereço dois no default slave address, já que esse é o default no CLP, utilizado no
projeto, conforme Figura 7.22 abaixo.
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A área delimitada pelo retângulo azul é a responsável por controlar a comunicação serial,
ou seja, controla quando o dado é enviado ou recebido; sendo assim, é necessário deixar DRT
e RTS ligados.
Por fim, retornou-se para o drivers OPC para colocar o valor do endereço em que ocorrerá
a comunicação; isto possibilitou que a configuração das variáveis se tornasse possível. Sendo
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assim, agora é necessário apenas registrar as tags (variáveis, as quais guardarão os valores
provenientes do CLP). A Figura 7.24 abaixo mostra a tela em que são cadastradas as tags do
projeto.
Agora que a configuração do canal OPC foi feita e todas as variáveis necessárias para a
criação da interface foram inseridas dentro do domínio criado, foi possível criar as janelas de
navegação e também programar as lógicas por trás dos cálculos do OEE.
Incialmente, foi criado um menu principal em que é possível encontrar duas opções de
navegação: OEE e Processo. O primeiro mostra o quão eficiente o processo em análise é e o
segundo terá como objetivo mostrar os tempos gastos por processo, além de permitir que o
usuário saiba em qual fase do processo o produto está. Na Figura 7.25 é mostrado o menu
principal da interface.
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Ao clicar na opção processo, o usuário terá a possibilidade de ver uma pequena planta da
fábrica em que as estações de trabalho são reproduzidas por leds que ficam verdes quando o
pallet com o produto estiver passando pela localidade. Além disso, é possível ver o total de
tempo gasto em cada estação durante a fabricação dos produtos, conforme mostrado na Figura
7.26.
O usuário, escolhendo a opção OEE, terá acesso a uma página com os números referentes
à eficiência da planta. Esta eficiência é medida a partir de três parâmetros: qualidade,
disponibilidade e performance. Sendo assim, o usuário poderá verificar todas as variáveis que
fazem referência a esses parâmetros, tais como quantidade de peças aprovadas x reprovadas,
tempo programado x tempo produzindo x tempo de parada e, por fim, produção real x produção
teórica, conforme mostrado na Figura 7.27 abaixo.
Antes de iniciar a seleção dos parâmetros para análise dos resultados, foi importante
definir uma situação para, no final, realizar uma comparação e sugestões de melhoria para o
processo, utilizando os conceitos da Indústria 4.0.
A empresa em questão produz cilindros rosa com altura de 3 cm, utilizando o sistema de
produção puxada, que passarão por seis células. Devido à crise vista no país, a empresa funciona
apenas por um turno com quadro reduzido de funcionários com o objetivo de recuperar os
fundos da companhia. O número de pallets disponível no chão de fábrica é três; entretanto, dois
deles tiveram problemas e foi necessário retirá-los da produção. Assim, os coordenadores da
linha de produção, visando a redução de ativos de fábrica, demandaram um estudo de casos.
62
É o tempo que a empresa fica aberta produzindo. Normalmente, utiliza-se o turno como
base para o cálculo do tempo. No caso em estudo será utilizado apenas um turno simulado com
duração de 300 segundos (5 min).
Tempo operacional = 300 segundos
Neste caso é feito o levantamento do tempo em que a fábrica não produz. Entretanto, esse
tempo já é levado em consideração pelo planejamento para a realização de almoços, diálogos
no ambiente da fábrica, troca de setup da máquina etc.
Tempo parada planejada: 60 segundos
É o tempo em que a máquina não está produzindo por motivos técnicos, como quebra no
equipamento. Neste caso, o tempo não foi fixado. Para cada caso que será analisado em
sequência esse valor variou.
Tempo de parada não planejado = variável
Serão todas as peças contabilizadas que vão ao encontro dos requisitos já pré-
estabelecidos pela empresa. Neste caso, seriam os cilindros rosas com altura de 3 cm, e, assim
como outros parâmetros, também variam de acordo com a situação.
Peças aprovadas = variável
Serão as peças que não respeitam os requisitos iniciais estabelecidos pela fábrica. No
caso, essas peças são as prateadas e as pretas, as quais serão descartadas na estação de teste;
esse valor varia de acordo com cada situação.
Peças reprovadas = variável
Está relacionada com a quantidade que se espera produzir durante o tempo em que as
máquinas estiverem produzindo.
Produção teórica = capacidade produtiva
8.2.1 Caso 1:
Neste caso foi utilizado 1 pallet e se considerou um dia em que a fábrica funcionava sem
nenhum problema na produção. Os resultados obtidos podem ser vistos na Figura 8.1 abaixo.
É possível notar que o resultado está muito abaixo da média global, a qual é de 60%. Ao
mesmo tempo em que o resultado mostra que a fábrica não está com uma boa efetividade,
mostra também muito espaço para melhoria; neste caso é possível melhorar até 66%. O motivo
pelo qual o valor ficou tão baixo se deve ao fato de o tempo de transporte (tempo sem produção)
ser muito elevado dentro desse processo, fazendo com que o indicador seja influenciado
negativamente por tal distância.
8.2.2 Caso 2
Neste caso, o único fator alterado com relação ao caso 1 foi a quantidade de pallets.
Agora, serão considerados 2, ou seja, a empresa investiu dinheiro para a recuperação de um dos
pallets com o intuito de aumentar o índice OEE e, por consequência, sua produtividade. A
Figura 8.2 mostra o resultado do caso 2.
65
É possível notar que há alteração no valor do tempo produzindo, fazendo com que o índice
aumente em relação ao caso com apenas 1 pallet. Novamente, o índice é levado para baixo por
conta do elevado tempo de transporte. Outro ponto que é possível notar é o aumento da
produtividade em 66%, já que agora tem-se o dobro de fluxo de pallets em um mesmo tempo
de produção. É possível notar a dependência da produção com relação ao tempo de transporte,
o que afeta diretamente a disponibilidade de máquina. Sendo assim, em um dia que houver
problemas inesperados, a fábrica terá o seu OEE afetado de forma drástica.
8.2.3 Caso 3
Neste caso, continua-se com 2 pallets. Entretanto, agora são acrescentados problemas
vistos diariamente nas fábricas como problemas de qualidade, parada de máquina, entre outros
fatores que não é possível prever quando acontecerão. Neste caso, o tempo de parada foi
simulado por meio de uma chave existente no painel frontal da estação de processamento, que
ficou acionada por 27,9 segundos. Além disso, foram colocadas no magazine 5 peças
“defeituosas”, além de outras peças corretas. A Figura 8.3 abaixo mostra o resultado obtido no
caso 3.
66
É possível notar que quando ocorrem problemas com a matéria-prima ou até mesmo
problemas técnicos com a máquina o índice do OEE fica muito abaixo da média mundial,
afetando também a produtividade da fábrica que, nesta situação, não consegue entregar o
esperado de 5 peças. Um OEE muito baixo indica uma eficiência produtiva muito a quem do
esperado. Para o caso em estudo observa-se que o OEE é afetado tanto pela deficiência de
qualidade quanto disponibilidade e performance diferentemente dos casos anteriores, nos quais
este índice sofria apenas com a disponibilidade. Um OEE muito abaixo do nível “world class”
pode ter impactos que vão além do setor produtivo de uma indústria como, por exemplo,
problemas de mercado.
8.2.4 Caso 4
Neste caso, é possível ver que mesmo com o aumento do tempo de produtividade o índice
é muito baixo. Isso se deve ao fato de o tempo adicional na produção não ser efetivo já que a
máquina está produzindo peças defeituosas. Sendo assim, isso resulta na redução da
porcentagem da qualidade e o tempo que o pallet fica esperando peças boas. Assim, acaba
afetando a performance, já que para o mesmo tempo programado a fábrica não consegue
entregar a produção teórica esperada. Esse caso evidencia a importância do controle de todo o
processo produtivo, desde a matéria-prima até o despacho para o atendimento do OEE.
8.2.5 Caso 5
Por fim, foi realizado um teste com 3 pallets, considerando as condições ideais de
qualidade e performance. É possível ver que, com mais um pallet, o fabricante teria um índice
próximo aos 85%, valor considerado “world class”. Outro fator visto foi que houve aumento
apenas de 20% da produção; sendo assim, a utilização de três pallets pode não ser a melhor
opção, pensando em custo-benefício. Após a realização do caso 5, foi analisado como a adição
de mais um pallet (caso 6) afetaria a produção, e, como esperado, a adição de mais um pallet
não afetou nem o índice nem a produtividade já que o tempo de espera das estações continuava
o mesmo e, como a produção é puxada, a máquina sempre precisa da matéria-prima do processo
anterior. Além disso a saturação das células, por elas conseguirem mover apenas uma peça por
vez, faz com que adições de pallets extras não afete positivamente a produtividade da fábrica
A Figura 8.5 mostra o resultado obtido.
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Tipos de
Caso peça Problemas Simulados Obs
1 3 - Rosas *Situação Ideal -
2 5 - Rosas *Situação Ideal -
*Tempo de parada
5 - Rosas
3 *Qualidade ruim de -
5- Pratas
peça
5 - Rosas *Qualidade ruim de
4 -
3- Pretas peça
5 6 - Rosas *Situação Ideal -
*Utilização de 4 pallets
*Sem alteração de
6 6 - Rosas *Situação Ideal produtividade
*Saturação da linha de
produção
Fonte: Autoria própria
Após um estudo minucioso sobre os diferentes casos apontados no item 8.2, chegou-se a
algumas soluções; dentre elas tem-se os conceitos presentes dentro da Indústria 4.0 para a
melhoria da eficiência, o que tem alto retorno agregado, demandando também alto
69
A metodologia ver e agir é conhecida por ser muito eficaz e de baixa complexidade,
levando à resolução imediata de problemas de baixa dificuldade. Normalmente essa
metodologia é utilizada quando a empresa se depara com problemas de fácil resolução cujas
causas são conhecidas por todos. Para que essa metodologia seja eficaz é necessário seguir
alguns passos para que a solução seja rápida e sem a utilização de metodologias mais
complexas. Sendo assim, deve-se primeiro selecionar os problemas de fácil solução que a
empresa possui, isso pode ser feito a partir de reuniões utilizando, por exemplo, brainstorming.
Em sequência, deve-se priorizar os problemas considerando sua complexidade e gravidade para
que assim sejam selecionados os problemas de mais rápida solução. O próximo passo é
descrever cada um dos problemas com o intuito de analisar a causa e verificar as possíveis ações
para melhorar tal situação. Por fim, após a escolha da solução, a fábrica deve colocar em prática
o plano de ação para solucionar o problema. Esta metodologia é uma das melhores formas para
melhorar a empresa, uma vez que com ela é possível eliminar problemas, que, mesmo sendo
fáceis, não são levados em consideração e continuam interferindo na fábrica por não serem o
foco principal. Ao atacar esses problemas, pode-se aumentar a eficiência do processo e, por
consequência, o desempenho da empresa.
No projeto em estudo foram encontrados quatro problemas de fácil resolução:
1. A saída de ar da rampa da célula de teste não estava fornecendo fluxo suficiente
de ar para encaminhar a peça para o pallet, levando-a a ficar parada no meio da
rampa, reduzindo o tempo produtivo na produção.
2. A angulação da rampa não era mantida, pois os parafusos que a prendiam
estavam rondando em falso, fazendo com que a rampa perdesse a sua
estabilidade. Tal situação levava a casos nos quais a rampa ficava em uma
angulação em que o sistema não conseguia utilizar o peso da peça em produção
para movimentá-la
3. A esteira que faz a ligação das estações um e dois estava desgastada, fazendo
com que algumas vezes o pallet saísse do trilho, causando paradas não
70
programadas. Além disso, em outros casos a agitação da esteira fazia com que
as informações dos sensores não fossem precisas.
4. A borracha da célula de manuseio da estação seis estava ressecada, fazendo com
que ela não retivesse o ar, responsável pelo deslocamento da garra dentro do
eixo, fazendo com que a garra, por muitas vezes, parasse no meio do caminho,
atrapalhando o processo.
Para a realização deste método foi possível utilizar uma ficha para detalhar o
problema e, também, para evidenciar os resultados obtidos. Dentre os casos
acima,último caso, o qual ocorreu com maior frequência, foi utilizado para realizar uma
ficha exemplo, que pode ser vista na Figura 8.6.
UNIDADE: Sorocaba
VISTO DO SUPERIOR:
RESULTADOS ALCANÇADOS:
- Garra não fica presa no meio do caminho;
- Redução da poluição sonora;
- Estabilização da pressão do sistema;
- Funcionários satisfeitos com o ambiente de trabalho.
PARECER DO GERENTE: Trabalhos como este revelam o comprometimento do grupo com os ativos da empresa e com
os seus funcionários
Figura 8.6 - Exemplo de uma ficha do método ver e agir. Fonte: Autoria própria.
71
Neste caso, o item fabricado passará por todas as seis estações e mesmo não realizando
nenhum procedimento nas estações 3, 4 e 5, terá um aumento no seu leadtime. Outro fator a ser
visto é o fato de que, caso a empresa comece a fabricar outro tipo de produto que passe então
por uma das estações (3, 4 ou 5), o engenheiro terá que realizar mudanças no código da esteira
para que ela se comunique com essas estações, fazendo com que o pallet pare para a realização
de atividades no novo produto. Sendo assim, isso causaria retrabalho no código toda vez que
houvesse mudança na produção da peça.
Agora considera-se a utilização da tecnologia RFID, colocando antenas inicialmente após
as estações. Além disso, acrescentam esteiras ao centro para facilitar a comunicação entre os
dois lados da fábrica, conforme mostra a Figura 8.8.
Neste caso, as antenas presentes nas estações um e dois captariam as informações contidas
na etiqueta de cada produto, fazendo com que fossem direcionados diretamente para as
estações, em que passariam pelos procedimentos desejados. Imagina-se, então, um caso em que
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o produto tenha que passar na estação um e seis, mas não há necessidade de realizar trabalho
na estação dois. Sendo assim, a antena, lendo essa informação, faria com que o pallet passasse
pelo caminho I. Para o caso em que o produto necessite passar pela estação dois, a leitura da
etiqueta encaminharia o pallet para o caminho II.
Percebe-se então que, com essa solução, é possível sempre manter a mesma programação
utilizada no CLP já que, com o uso das etiquetas, o pallet não será forçado a passar por estações
que não estão dentro da programação, pois a antena presente em cada estação conseguirá ver a
informação contida na etiqueta.
Como visto no capítulo introdutório deste relatório, no item 3.1, a Internet das Coisas
pode ser definida como a comunicação entre máquinas por meio da internet, permitindo assim
que tais máquinas compartilhem informações para a realização de determinadas tarefas.
Os sensores são de grande importância para a realização dessa comunicação, uma vez
que, a partir deles, será possível tornar essa comunicação viável. Além dos sensores é necessário
um sistema de computação em que será possível acessar os dados enviados para a nuvem.
A Internet das Coisas pode ser aplicada em diferentes setores, tais como o agronegócio,
o residencial, o automotivo e o fabril. Considerando que o projeto discutido simula uma situação
fabril, opta-se por detalhar as possíveis maneiras com que essa empresa poderia utilizar a
Internet das Coisas para tornar seu processo mais eficaz e confiável.
Os dados retirados para a análise do índice OEE são feitos a partir de um expediente de
trabalho, ou seja, 300 segundos. Entretanto, esta análise poderia se tornar ainda mais detalhada,
caso fosse possível criar um banco de dados para guardar todas as informações diárias, sejam
elas as porcentagens de qualidade, disponibilidade e performance, como também, por exemplo,
a quantidade de produtos de diferentes tipos que foram produzidos durante o ano. Melhor ainda
seria se nessa nuvem fosse possível criar dashboards que as pessoas pudessem acessar de
diferentes lugares sem a necessidade de um computador para guardar todas essas informações.
Tendo isso em vista, a empresa exposta neste projeto poderia fazer uso, por exemplo, do
Adafruit IO, sistema que visa organizar os dados enviados de maneira a facilitar as análises
feitas pelos administradores de empresa. Esta empresa, por ainda estar em uma versão beta no
mercado, permite que o cliente consiga pacotes por preços acessíveis ou até mesmo a opção por
um pacote gratuito com menos opções de uso.
74
Figura 8.9 – Exemplo de painel feito no Adafruit. Fonte: Disponível em: https://learn.adafruit.com/assets/39266
Acesso em: 22 jun. 2019.
Agora, tendo em vista este recurso, a empresa poderia utilizar os feeds para reter
informações a respeito dos tempos de produção e de parada, da frequência de quebra de
máquina e medir vida útil dos atuares etc. Com essas informações, seria possível fazer um
histórico detalhado de produção, além de prevenir a fábrica de paradas inesperadas, com a
utilização de informações como a vida útil.
Esse procedimento teria um alto custo para a empresa, pois o microcontrolador precisaria,
de alguma forma, estar ligado à internet a partir de algum shield, por exemplo. Entretanto, o
CLP utilizado não possui essa opção. Sendo assim, a fábrica precisaria trocar todos os seus
CLP´s, além de investir em pessoas capazes de fazer a programação da nuvem no Adafruit.
Possivelmente, esta seria a última ação a ser tomada para elevar o nível de eficiência da fábrica.
75
9 CONCLUSÃO
de forma remota de qualquer lugar não necessariamente de dentro da fábrica. Para a realização
dessas melhorias, aconselha-se a não utilização da Estação Festo, pois, os CLP´s que foram
utilizados nela não possuem conexão com a internet, impossibilitando o envio de dados para a
rede de forma direta.
A integração das tecnologias relacionadas à Industria 4.0 apresentam a capacidade de
elevar o índice OEE por meio de soluções automáticas. Em uma fábrica com nível de integração
proposto por este trabalho é possível melhorar a eficiência da planta a partir de tomadas de
decisão autônomas. Por exemplo, quando se tem uma base de dados de manutenção robusta e
a disponibilidade desponta como problema no OEE, é possível que um sistema, utilizando
inteligência artificial, elenque as causas das paradas e proponha soluções. Em um alto nível de
automação é possível que o próprio sistema execute a tomada de decisão. Essa última condição
apenas é viável quando a planta atinge o ápice da integração de sistemas e da revolução 4.0.
Os conceitos utilizados no desenvolvimento deste projeto foram de grande importância
para consolidar os conhecimentos aprendidos durante o curso e, também, durante o estágio. O
conhecimento de programação de CLP e do conceito de redes, a utilização do OEE e o
embasamento teórico nos conceitos de Indústria 4.0 serão de grande importância para o
posicionamento no mercado como um engenheiro.
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