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Capítulo 1

ÁTOMOS, MOLÉCULAS E
LIGAÇÕES QUÍMICAS

1
BARBOSA, L. C. A. Introdução a química orgânica. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2011. Disponível nas bibliotecas do campus Santa
Mônica, Umuarama e Glória. 2
Definição de compostos orgânicos
➢ O termo Química Orgânica tem
origem na palavra organismo.

➢ A química orgânica é o estudo dos


compostos de carbono.

➢ Carbono, número atômico 6, é um


elemento da segundo-fila e da coluna
14 ou grupo 4A da tabela periódica.
3
➢ Apesar do carbono ser o principal
elemento dos compostos orgânicos, estes
ainda tem outros constituintes.

➢ Contêm hidrogênio, oxigênio, nitrogênio


e outros elementos em menores proporções
como fósforo, enxofre, cloro etc.
➢ Exemplo

4
5
Camada de valência
➢ A camada de valência é a última camada
de elétrons do átomo.

➢ Normalmente os elétrons pertencentes à


camada de valência são os que participam
de uma ligação química, pois são os mais
externos.

➢ O número de elétrons na camada de


valência (chamados elétrons de valência) é
igual ao número do grupo ou família do
átomo na tabela periódica.
6
Exemplo: C (No atômico 6)

7
➢ Normalmente os elétrons pertencentes à camada de
valência são os que participam da ligação química, pois
são os mais externos.
➢ O número de elétrons na camada de valência
(chamados elétrons de valência) corresponde ao da
família do átomo na tabela periódica.

8
Elétrons de valência dos elementos
mais comuns

9
Exercício 1: Quantos elétrons de valência têm os átomos a seguir?
(a) Na

(b) Cl

(c) Si

(d) B

(e) Ne

(f) N

10
Regra do octeto

➢ Ao formar os compostos, eles podem


ganhar, perder ou compartilhar
elétrons para dar uma configuração
eletrônica estável caracterizada por 8
elétrons de valência.

➢ Quando a regra do octeto é satisfeita


para C, N, O e F, eles têm uma
configuração eletrônica semelhante ao
gás nobre neônio (Ne).
11
➢ Lembre-se: configuração eletrônica do
gás nobre (inerte)
no de e- na última camada

He [1s2] 2
Ne 1s2[2s22p6] 8
Ar 1s22s22p6[3s23p6] 8

12
doa 1 e- para
Na Cl
1s2 2s2 2p6 3s1 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5
(1 e- na camada mais externa) (7 e- na camada mais externa)

Ligação iônica
+ –
Na Cl
1s2 2s2 2p6 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
8 8
13
+
Na
Na Cl
+ -
1s2 2s2 2p6
8

Na+Cl- Cl –

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


“Composto Iônico”
8
14
Ligações químicas
➢ Ligações iônicas (ou eletrovalentes) são formados por
transferência de um ou mais elétrons de um átomo para o
outro para criar íons.

➢ As ligações covalentes resultam quando os átomos


compartilham elétrons.

15
➢ As ligações covalentes formam pelo
compartilhamento de elétrons entre átomos de
eletronegatividades semelhantes ou um pouco
diferentes para atingir a configuração de um
gás nobre.

➢ As moléculas orgânicas são compostos de


átomos unidos exclusiva ou predominantemente
por ligações covalentes.
16
Resumindo: Padrões normais de ligações
covalentes DOS ELEMENTOS MAIS COMUNS

17
➢ Portanto, o número de ligações
covalentes formadas pelos átomos ligados
ao carbono variam.

o o
Elementos n de Lig. Elementos n de Lig.
“Átomos” covalentes “Átomos” covalentes

1 1

4 1

3 (ou 4) 1

2 (ou 3) 1

18
➢ Assim
● C é tetravalente
● O é bivalente
● H e halogênios são monovalentes

19
➢ Importante
● Não desenhe qualquer estrutura
com mais de 4 traços (ligações)
em um carbono.

4 ligações
20
➢ Resumindo. O carbono pode ter ligações:

21
➢ 3 ligações no carbono  precisa
de uma carga ou de um elétron
desemparelhado.

22
➢ Oxigênio
● Usual bivalente

23
➢ O oxigênio pode doar um par de
elétrons para um aceptor de elétrons.

● Formando 3 ligações no oxigênio


(oxigênio com carga positiva).

Ligação covalente
dativa
24
➢ Oxigênio com uma ligação
● Usualmente necessita de uma carga
negativa no oxigênio.

25
Estruturas de Lewis
➢ Estruturas de Lewis mostram as ligações
entre átomos em uma molécula ou íon usando
apenas os elétrons de valência dos átomos
envolvidos.

Usar pontos (.) e x ou pontos (.) e


pontos (.) não ficam adequado para
indicar as ligações em moléculas
muito grandes ….
26
Exemplos (Estruturas de Lewis ):

PORTANTO: utilize linhas


para as ligações e os elétrons desemparelhados
são desenhados como pontos.

27
Como escrever as estruturas de Lewis

➢ Um par e- compartilhado é desenhado como uma


linha.
C O (não como C..O, C:O ou Cx.O)
➢ Um par de e- não compartilhado é desenhado como
um par de pontos.

➢ O diagrama deve incluir as cargas formais,


quando houver.

28
Regras para diagramas Lewis
1. Conte e adicione o número de elétrons de
valência que contribui por cada átomo da
molécula ou íon.

2. Determine o arranjo dos átomos (esqueleto ou


ligações) da molécula ou íon.
H-O-H
29
3. Subtraia do total, os elétrons utilizados em cada
ligação (dois elétrons para cada ligação)

(8 - 4) = 4 portanto, restam 4 e-
para a completar a estrutura (H2O)
4. Distribua os elétrons restantes.

A estrutura final deve ter o número


correto (total) de elétrons de valência
30
Exemplos:

Estrutura de Lewis do CH3Br

● Calcule o número total de todos os


elétrons de valência

C H Br

4 + 1 x 3 + 7 = 14

31
➢ Conecte os pares de e- para formar
as ligações entre todos os átomos que
estão ligados entre si.

➢ Representam-se os pares ligantes


com linhas.
H
H C Br
8
Elétrons H
ligantes
32
➢ (14 - 8) = 6 portanto, restam 6 e-
para a completar a estrutura do
CH3Br.
➢ Adiciona-se, então, os restantes dos
pares de e-.
H
H C : :
Br:
H Restantes 6
elétrons livres
de valência
33
(2) Estrutura Lewis da metilamina (CH5N)
● Número total de elétrons valência.

C H N

4 + 1 x 5 + 5 = 14
H
H C N H
12
Elétrons H H
ligantes
34
Portanto, 14 – 12 = 2

2 elétrons livres
H de valência

:
H C N H
H H

35
Exercício 2: Escreva a estrutura de Lewis do CH2O (formaldeído).

36
Carga Formal

➢ Muitas moléculas têm cargas.

➢ Muitas vezes, a estrutura de Lewis


mais estável de uma dada molécula pode ser
auxiliada pela previsão da carga formal.

➢ O cálculo da carga formal de um átomo em


uma estrutura de Lewis permite determinar a
localização dessa carga na molécula.

37
Carga Formal CF = V - L/2 - D
Carga Formal: É a carga de um átomo em uma molécula ou
íon.
no composto
teórico
No de e- de No de e- com- Total de e-
Carga Formal = valência no
partilhados/2 desempare-
átomo neutro (em ligação) lhados

. ..
.N: H .. N :
. 5e- .. 4e-
H
CF = 5 - 4/2 - 4 = -1

38
Exemplos - vamos treinar

(1) CF do íon amônio (NH4)

Lembre-se: CF = V - L/2 - D

Carga formal do H:
CF = 1 – 2/2 – 0 = 0

No de e- No de e- No de e- não
de val. compartilhados compartilhados
do H
39
Carga formal do N

CF = 5 – 8/2 – 0 = +1

Carga do total do íon = 4 x 0 +1 = +1

40
(2) Íon nitrato (NO3)

Lembre-se: CF = V - L/2 - D

Carga formal do O:
CF = 6 – 2/2 – 6 = -1

41
Carga formal do O:
CF = 6 – 4/2 – 4 = 0
Carga formal do N
CF = 5 – 8/2 – 0 = +1

Carga do total do íon = 2 x (-1) + 0 + 1 = -1


 Portanto, a soma aritmética de todas as cargas formais
de uma molécula ou íon é igual à carga total da molécula
ou íon.

42
(3) Água (H2O)
➢ A soma das cargas formais em cada átomo que
compõem a molécula deve ser zero.

Carga formal do O = 6 – 4/2 – 4 = 0

Carga formal do H = 1 – 2/2 – 0 = 0

Carga da molécula = 0 + 2 x 0 = 0
43
Exercício 3: Atribua a carga formal apropriada ao átomo colorido em
cada uma das seguintes estruturas.

44
Exercício 4: Para cada uma das substâncias vistas a seguir determine
se algum dos átomos de nitrogênio tem uma carga formal e calcule seu
valor.

45
Exercício 5: Para cada uma das substâncias vistas a seguir
determine se algum dos átomos de oxigênio, nitrogênio ou enxofre
têm uma carga formal.

46
Exercício 6: Represente todos os pares isolados em cada um dos
átomos de oxigênio, nitrogênio, enxofre e carbânion (C-) nas
substâncias vistas a seguir. Tente identificar todos os pares isolados,
sem ter que contar. Então, conte para ver se você estava correto.

47
Exercício 7: Cada uma das substâncias vistas a seguir contém átomos
de oxigênio e de nitrogênio. Identifique todos os pares isolados destes
átomos em cada uma das seguintes substâncias.

48
Hibridização do Carbono

Hibridização sp3

49
C = 1s2,2s22p2

Configuração
eletrônica do C no estado
fundamental

50
➢ Assim...

51
➢ Exemplo: Hibridização do metano
● sp3
Carbono
Ligações Hibridizado
covalentes sp3

52
➢ Hibridização do metano (continuação)...
● sp3

53
Metano

Etano

54
Hibridização sp2 (C = 1s2,2s22p2)

55
➢ Assim...

56
➢ Formação de ligações duplas

➢ Para o eteno

57
➢ Estrutura do eteno (etileno)
● sp2

➢ Estrutura trigonal plana


➢ Cada carbono com ligações (3 + 1)
58
Rotação restringida na ligação dupla

➢ Existe uma grande barreira de energia


de rotação associada com grupos unidos
por uma ligação dupla.

● ~ 264 kJmol-1 (força da ligação ).

● Compare: rotação de grupos ligados


por ligações simples C-C ~ 13-26
kJmol-1.
59
muito difícil

60
Isomerismo cis –trans
➢ Estereoquímica das ligações duplas.

61
(trans) (cis)

● A rotação é restringida na C=C

62
➢ Sistema Cis -Trans é útil para alcenos
1,2-dissubistituídos.

63
64
Exercício 08: Quais dos seguintes alquenos podem existir como isômeros cis-
trans? Escreva suas estruturas.

65
Hibridização sp (C = 1s2,2s22p2)

66
➢ Assim...

67
Exemplo: A estrutura do etino (acetileno)
● sp

➢ Estrutura linear
➢ Cada carbono com ligações (2 + 2)
68
➢ O orbital sp tem 50% de caráter s,
50% caráter de p.

➢ O orbital sp2 tem ~ 33,3% de caráter


s, e ~66,6% de caráter p.

➢ O orbital sp3 tem 25% de caráter s,


75% de caráter p.

69
Resumindo...

70
➢ Hibridizando três orbitais p com um
orbital s rende quatro orbitais sp3
com geometria tetraédrica.

➢ Hibridizando dois orbitais p com um


orbital s rende três orbitais sp2 de
geometria trigonal plana.

➢ Hibridizando um orbital p com um


orbital s rende dois orbitais sp com
geometria linear.
71
➢ Nitrogênio
• Aminas (sp3)

➢ Os ângulos de ligação são 107° (não 109,5 °) porque o par de elétrons


não ligantes ocupa mais espaço do que os pares das ligações.

72
• Sais de amônio (sp3)

73
➢ Oxigênio (sp3)

74
➢ Íon oxônio (sp3)

75
➢ Carbonila

76
Exercício 09: O ciclopropano é uma substância em que os átomos de carbono
formam um anel de três membros:

Cada um dos átomos de carbono no ciclopropano é hibridizado sp3. O ciclopropano


é mais reativo do que as outras substâncias cíclicas (de anéis de quatro membros,
de anéis de cinco membros etc.). Analise os ângulos das ligações no ciclopropano e
explique por que o ciclopropano é tão reativo.

77
Exercício 10: Ligações sigma experimentam rotação livre à temperatura
ambiente.

Ao contrário, as ligações  não experimentam uma rotação livre. Explique.

78
Exercício 11: A seguir são mostradas as estruturas de dois analgésicos
comuns que podem ser adquiridos sem receita médica. Determine o estado
de hibridização de cada átomo de carbono nessas substâncias.

79
Exercício 12: Determine o estado de hibridização de cada átomo de
carbono nas substâncias vistas a seguir.

80
Ressonância ou conjugação
➢ Na estrutura de Lewis, define-se um
local bem definido para os elétrons em uma
molécula.

81
➢ Para o íon carbonato (CO32-) pode-se
escrever três estruturas “diferentes”.

82
➢ Estruturas de 1 a 3, embora não sejam idênticas
no papel, são equivalentes; todas as suas ligações
carbono-oxigênio são de comprimentos iguais.

➢ Quando é possível desenhar várias estruturas de


Lewis equivalentes para a mesma molécula (ou
íon), diz-se que essa molécula (ou íon) apresenta
ressonância.
83
➢ Estruturas de ressonância não são
estruturas reais para a molécula ou íon,
pois elas só existem no papel.

➢ A molécula real será um híbrido de todas


elas.

84
➢ É muito importante fazer a distinção entre ressonância e
equilíbrio.

➢ Em um equilíbrio entre duas ou mais espécies as


estruturas são diferentes com o movimento de alguns
átomos.

➢ Na ressonância (como no íon carbonato) os átomos não


se movem (somente os elétrons), e as "estruturas" existem
apenas no papel.

➢ Um equilíbrio é indicado pela seta .

➢ A ressonância pela seta .


85
Regras para escrever estruturas de
ressonância
➢ Estruturas de ressonância só existem no
papel.
➢ Nas estruturas de ressonância somente os
elétrons se movimentam.
➢ Conectam-se as estruturas de ressonância por
duas pontas de flechas (), e o híbrido de
todos elas representa a molécula real (radical
ou íon).

86
➢ Ao escrever as estruturas de ressonância
somente os elétrons movimentam.

Estas são estruturas de ressonância

➢ Esta não é uma estrutura de ressonância


adequada, pois um átomo de hidrogênio
se moveu. 87
➢ A ressonância ou conjugação pode ocorrer por meio de
duplas alternadas.

➢ A ressonância, também ocorre numa ligação dupla


quando um átomo é mais eletronegativo como no caso
de C=O.

➢ Outro exemplo

88
➢ Todas as estruturas devem ser estruturas de
Lewis adequadas.

Esta não é uma estrutura


de ressonância adequada
do metanol

X 10 elétrons!

Não é uma estrutura


de Lewis adequada 89
➢ Todas as estruturas de ressonância
devem ter o mesmo número de elétrons
desemparelhados.
“correto”

“incorreto”

X
90
➢ Quanto mais estável é uma estrutura
maior é a sua contribuição para o híbrido.

(mais estável)
91
➢ Separação de cargas diminui a
estabilidade.

(mais estável) (menos estável)

92
Exercício 13: A representação da estrutura de ressonância da
substância vista a seguir requer uma seta curva. Represente esta seta
curva.

93
Exercício 14: A figura a seguir é uma das formas de se escrever a
estrutura do íon nitrato:

Entretanto, evidências físicas consideráveis indicam que todas as três


ligações nitrogênio-oxigênio são equivalentes e que têm o mesmo
comprimento, uma distância de ligação entre as distâncias que se espera
de uma ligação simples nitrogênio-oxigênio e de uma dupla nitrogênio-
oxigênio. Explique isso em termos da teoria de ressonância.

94
Exercício 15: Escreva a estrutura de ressonância resultante do
deslocamento de elétrons indicado pela seta curva. Certifique-se de
incluir cargas formais se necessário.

95
Exercício 16: Em cada um dos casos vistos a seguir, represente a(s)
seta(s) curva(s) requerida(s) a fim de converter a primeira estrutura de
ressonância na segunda estrutura de ressonância. Em cada caso,
comece representando todos os pares isolados.

96
Fórmulas estruturais

97
Fórmulas tridimensionais (Fórmula de
traços e cunha).

98
Representações tridimensionais com bastão
e cunha (mais empregada)

99
Exercício 17: Escreva a estrutura em bastão e cunha para o composto
abaixo identificando o carbono assimétrico.

100
Exercício 18: Escreva uma estrutura em bastão com representação
tridimensional do carbono que contém o átomo de halogênio.

101
Exercício 19: Escreva representações tridimensionais (cunhas tracejada
e sólida) para cada um dos seguintes compostos.

(a) CH3Cl

(b) CH2Cl2

(c) CH2BrCl

(d) CH3CH2Cl

102
Forças intermoleculares
➢ Forças intermoleculares são exercidas entre
as moléculas e as intramoleculares no interior
das moléculas.

➢ A ligação iônica é uma ligação química muito


forte. Ela é produzida pela atração eletrostática
intramolecular entre íons de cargas diferentes.
Carga positiva (+) e carga negativa (-).

➢ O entendimento de como a estrutura molecular


influencia as propriedades físicas é muito útil
em química orgânica experimental.
103
➢ Propriedades físicas de alguns compostos
Composto Estrutura PF (oC) PE (oC)
(1 atm)

Etano CH3CH3 -172 -88,2

Cloroetano CH3CH2Cl -138,7 13,1

Etanol CH3CH2OH -114 78,5

Etanal CH3CHO -121 20

Ácido etanóico CH3CO2H 16,6 118

Acetato de sódio CH3CO2-Na+ 324 Decompõe


104
➢ Forças intermoleculares são forças que atuam
principalmente entre as moléculas orgânicas e não
são tão fortes como as forças entre os íons (iônica).

➢ Estas forças intermoleculares são de natureza


eletrostática.

● Forças dipolo-dipolo

● Ligação de hidrogênio

● Forças de Van der Waals (forças de London


ou forças de dispersão)

105
Forças dipolo-dipolo
➢ Atrações dipolo-dipolo ocorre entre as
moléculas polares.

+ − + −
   

Atração dipolo-dipolo

+ − + −
   

106
Exemplo

Atração dipolo-dipolo

107
Ligação de Hidrogênio
➢ São atrações dipolo-dipolo muito fortes que ocorrem entre
os átomos de hidrogênio ligados a átomos pequenos e
muito eletronegativos (N, O ou F).

PE (1 atm.) = 100 °C

Ligação Hidrogênio

PE (1 atm.) = -33,34 °C

108
Exemplos

109
Forças de Van der Waals (forças de
dispersão ou forças de London)
➢ Os elétrons podem, num determinado instante, estar
ligeiramente acumulado sobre uma parte da molécula, e,
como consequência, um pequeno dipolo temporário
é formado.

110
Exemplos

111
Ex. Pentano x Neopentano (ambos C
− 5
H12)
− − − 
  − −
−
  −
 
− −
− − superfície − −
de contato
maior
+ +

+
+ + 
+  maior  
  força de
+ + +
+ + +
 +  dispersão
+
− −
  − −
−  −

 − − −
− − superfície
menor
 menor
− −
+ + força de
+ + + + dispersão + +
 + + + 
 Neopentano + +
Pentano (PE. 36 oC) (PE. 9,5 oC) + 112
Exercício 20: Para cada um dos pares de substâncias vistas a seguir,
identifique qual a substância que tem o maior ponto de ebulição e justifique
a sua escolha.

113
Exercício 21: Classifique as seguintes substâncias em ordem crescente
de ponto de ebulição.

114
Exercício 22: Os compostos em cada um dos itens a seguir têm as
mesmas (ou semelhantes) massas moleculares. Que composto em cada
item você espera que tenha o ponto de ebulição mais elevado?
Justifique suas respostas.

115
Solubilidade
➢ Solubilidade é a propriedade física das
substâncias de se dissolverem, ou não, em
um determinado líquido.
Ex. EtOH e H2O são solúveis em todas
as proporções.

116
Mais exemplos

117
➢ Os químicos orgânicos geralmente definem um
composto solúvel em água, quando, pelo
menos, 3 g do composto se dissolve em 100 mL
de água.

➢ Normalmente, os compostos com um a três


átomos de carbono são solúveis em água (Se
fizerem Ligação de hidrogênio).

➢ Compostos com quatro ou cinco átomos de


carbono são ± solúveis.

➢ Compostos com seis átomos de carbono ou


mais, são praticamente insolúveis.
118
➢ A regra geral para a solubilidade é que
"semelhante dissolve semelhante" em termos
de polaridades comparáveis.
● Compostos iônicos são geralmente totalmente
solúveis em solventes polares como por exemplo a
água.
● Líquidos polares são geralmente solúveis
entre si.
● Sólidos apolares são geralmente solúveis em
solventes apolares.
● Líquidos apolares são geralmente solúveis
entre si.
• Líquidos polares e apolares, como óleo e água,
geralmente não são solúveis entre si.
119
➢ Hidrofóbico significa incompatível
com água.

➢ Hidrofílico significa compatível


com a água.
Grupo
Parte Hidrofóbica Hidrofílico

120
Química dos sabões e detergentes
➢ Os sabões e detergentes possuem longas cadeias
formadas por uma parte apolar (hidrofóbica) e uma
extremidade polar (hidrofílica).

121
➢ Os sabões e detergentes são totalmente solúveis
em água. Porque?

122
➢ Gorduras e óleos são geralmente misturas de
substâncias conhecidas como triglicerídeos, que contêm
três cadeias alquílicas longas.

123
➢ Gorduras e óleos são insolúveis em água. Porque? Como
o sabão ou detergente atua para solubilizá-las?

124
➢ Normalmente gorduras e óleos são solúveis em solventes
orgânicos apolares. Porque?

➢ Semelhante dissolve semelhante.


125
Exercício 23: A formação de uma variedade de substâncias chamadas
oxazolidinonas é importante para a síntese de muitos produtos naturais
que têm utilização potencial como medicamentos futuros. Um método para
a preparação de oxazolidinonas envolve a conversão de um cloreto de
hidroximoila, tal como a substância 1, em um óxido de nitrila, tal como a
substância 2.

(a) Calcule as cargas formais do cloro na substância 1 e do nitrogênio e


oxigênio da substância 2.

(b) Determine qual a substância que deverá ser mais solúvel em um


solvente polar como a água e justifique a sua escolha.

(c) Determine de quanto o ângulo de ligação C—C—N aumenta devido a


conversão de 1 em 2.
126
Ácidos e Bases
➢ Ácidos de Brönsted-Lowry é toda espécie química
doadora de prótons H+ e uma Bases de Brönsted-
Lowry é toda espécie química receptora de
prótons H+.

➢ Exemplo

127
➢ Ácidos de Lewis é toda espécie química
receptora de e- e uma Bases de Lewis é toda
espécie química doadora de e-.

128
Ácido e bases orgânicas - efeito da
estrutura no pKa
➢ Em contraste com os ácidos fortes
como o HCl e H2SO4, o ácido acético
é um ácido fraco.

➢ A 25 °C, uma solução de 0,1 M de ácido


acético, tem apenas cerca de 1% das
moléculas de ácido acético ionizadas.
129
➢ A constante de acidez Kₐ, é uma constante de
equilíbrio que exprime o grau de dissociação de um
dado ácido numa reação de equilíbrio químico.

Para o ácido acético


o Ka é 1,76 x 10-5

➢ Um ácido, com um grande valor de Ka


● ácido forte.
➢ Um ácido, com um pequeno valor de Ka
● ácido fraco.
130
Acidez e pKa

pKa = -logKa

➢ Para o ácido acético o Ka é 1,76 x 10-5

pKa = − log [1,76 x 10−5]


= − [− 4,75]
= 4,75
➢ Portanto, para o ácido acético o pKa é 4,75
131
➢ Quanto maior for o valor do pKa,
mais fraco será o ácido

CH3CO2H CF3CO2H HCl


pKa = 4,75 > pKa = 0 > pKa = -7
Ácido Ácido Ácido
fraco forte Muito
forte

Aumento da força ácida

132
➢ A acidez dos compostos orgânicos, pode ser
explicada analisando a estabilidade da sua base
conjugada. Quanto mais estável for a base
conjugada, mais forte é o ácido.

133
O efeito da ressonância
➢ A base conjugada do ácido acético é mais estável
do que o ânion etóxido devido a estabilização por
ressonância.

➢ Assim, o ácido acético é um ácido mais forte do


que o etanol. 134
Portanto,
➢ A base conjugada (um íon carboxilato) do ácido
acético estabiliza a carga negativa mais do
que um íon alcóxido, a base conjugada de um
álcool.
➢ A base conjugada de um ácido carboxílico é
uma base mais fraca do que a base conjugada de
um álcool.

135
O efeito indutivo

136
➢ O Cl estabiliza ainda mais o ânion
carboxilato devido ao efeito indutivo
negativo do Cl.

137
➢ Força relativa de alguns ácidos
selecionado e suas bases conjugadas.

Aumento da força ácida

Aumento da força básica


138
➢ (Continuação)

Aumento da força ácida

Aumento da força básica


139
Concluindo
➢ Quanto mais forte o ácido, mais fraca é a sua base conjugada.

➢ Quanto menor for o pKa mais fraca é a sua base conjugada


e mais forte é o ácido.

Aumento da força básica


140
Exercício 24: O ácido acético é o principal constituinte de soluções de
vinagre e a acetona é um solvente empregado frequentemente para
remover o esmalte das unhas. Utilizando os valores de pKa dados em
Tabelas, identifique qual das duas substâncias é mais ácida. Justifique.

141
Exercício 25: Que composto em cada par você espera que seja o ácido
mais forte?

142
Exercício 26: Distribua os compostos vistos a seguir em ordem
crescente de acidez.

143
Exercício 27: O propranolol é um agente anti-hipertensivo (usado para
tratar os casos de pressão arterial elevada). Identifique os dois prótons
mais ácidos nessa substância e indique o valor aproximado esperado do
pKa para cada próton.

144
Exercício 28: A L-dopa é usada no tratamento da doença de Parkinson.
Identifique os quatro prótons mais ácidos nessa substância e, em seguida,
classifique-os em ordem de acidez crescente (Obs. Não precisa diferenciar
os dois prótons fenólicos pois são eles muito semelhantes em acidez e
difíceis de serem distinguidos neste momento).

145
Exercício 29: Utilizando os valores de pKa, identifique qual dos seguintes
ânions é a base mais forte.

146
Exercício 30: Compare os dois prótons mostrados na substância vista a
seguir. Qual deles é uma base de Lewis mais forte?

147
Exercício 31: Em cada substância vista a seguir determine qual dos
dois prótons colorido é mais ácido.

148
Exercício 32: O ácido ascórbico (vitamina C) não contém um grupo
ácido carboxílico tradicional, mas é, no entanto, ainda bastante ácido
(pKa = 4,2). Identifique o próton ácido e explique a sua escolha, usando
as estruturas de ressonância se necessário.

149
Intermediários de reações orgânicas
➢ Nas reações orgânicas é muito comum a formação de
grupos intermediários instáveis, sendo, portanto, de
existência transitória e muito reativos.

Tipos fundamentais de intermediários

150
Carbocátions ou íons carbônio
➢ O átomo de carbono central de um carbocátion tem
deficiência de elétrons; só tem seis elétrons no nível
de energia mais externo. O orbital p não contém elétrons.

➢ A estabilidade dos carbocátions se deve a três fatores:


ressonância, efeito indutivo e hiperconjugação.

151
➢ Hiperconjugação é a sobreposição
do orbital p com o orbital de ligação 
Csp3-HS do grupo alquílico (-CH3).

152
➢ Muitos carbocátions são estabilizados por
ressonância (mais importante).

➢ O rearranjo de carbocátions é muito comum.

153
➢ Estabilidades relativas dos carbocátions.

154
Carbânions
➢ Carbânion é um átomo de carbono que
possui uma carga negativa sendo, portanto,
um ânion.

155
➢ Ordem de estabilidade depende da
ressonância.

➢ O efeito indutivo é desestabilizador.

➢ Rearranjo é muito difícil.


156
Radicais livres
➢ Radicais livres como intermediários
são instáveis, pelo fato de seus átomos
possuírem um número ímpar de
elétrons.

157
➢ O rearranjo é mais difícil que em
carbocátions, mas pode acontecer.

➢ A ordem de estabilidade dos radicais


livres é semelhante a dos carbocátions.

➢ A estabilidade dos radicais livres se dá


por hiperconjugação e ressonância.

158
➢ Por hiperconjugação a
estabilização é semelhante à dos
carbocátions.

159
➢ Estabilidades relativas dos radicais livres.

160
Carbenos
➢ são uma classe de compostos neutros que
possuem um átomo de carbono divalente contendo
seis elétrons de valência. Ex. :CH2, :CCl2.

➢ Um carbeno é um intermediário altamente


reativo em que um átomo de carbono tem um
par isolado e nenhuma carga formal.
161
Geometria dos intermediários de reações

162
Exercício 33: Ordene os carbocátions vistos a seguir por estabilidade
crescente.

163
Exercício 34: Classifique cada um dos seguintes radicais como 1o, 2o
ou 3o, e os disponha em ordem decrescente de estabilidade.

164
Exercício 35: (desafio) Ocasionalmente, rearranjos de carbocátions
podem ser realizados através da migração de um átomo de carbono
diferente de um grupo metila, tal como ocorre neste problema.
Identifique o grupo que está migrando e represente a seta curva que
mostra a migração.

165
Exercício 36: Considerando a possibilidade da formação de um
intermediário reativo em cabeça-de-ponte, qual deve se formar com
maior facilidade: um carbocátion ou um carbânion? Explique. Dado:
Hibridação de um carbono sp3 ~ 109,5º, Hibridação de um carbono
sp2 = 120º.

166
Exercício 37: Represente as estruturas de ressonância para cada um
dos radicais vistos a seguir.

167
Bibliografia
1) BARBOSA, L. C. A. Introdução a química orgânica. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2011. Disponível nas bibliotecas do campus Santa Mônica e Glória.
Disponível em: https://bibliotecas.ufu.br

1) SOLOMONS, T.W G.; FRYHLE, Craig B.; SNYDER, Scott A. Química Orgânica -
Vol. 1. Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788521635536. Disponível online em:
https://bibliotecas.ufu.br

2) SOLOMONS, T.W G. Química Orgânica - Vol. 2. Grupo GEN, 2018. E-


book. ISBN 9788521635512. Disponível online em: https://bibliotecas.ufu.br

3) VOLLHARDT, K P.; SCHORE, Neil E. Química orgânica: estrutura e função.


Grupo A, 2014. E-book. ISBN 9788565837323. Disponível online em:
https://bibliotecas.ufu.br

4) MCMURRY, John. Química Orgânica - Combo: Tradução da 9ª edição


norte-americana. Cengage Learning Brasil, 2016. E-book. ISBN
9788522125876. Disponível online em: https://bibliotecas.ufu.br

168

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