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02.(EN – 2001) “... e não perder tanto tempo.” Marque a classificação morfossintática do termo destacado.
(A) Advérbio com função de complemento de um verbo.
(B) Advérbio de intensidade, com função de adjunto adverbial de intensidade.
(C) Adjetivo eventual, com função de adjunto adnominal.
(D) Pronome adjetivo indefinido, com função de adjunto adnominal.
Resp.: anulada

03.(EN – 2001) Assinale a alternativa abaixo em que todas as vírgulas foram usadas para separar termos que exercem a mesma função:
(A) “... “arregaçando as mangas”, fazendo sua parte, não esperando pelas famigeradas “elites”, pelos poderosos, pelos que quase nunca chegam.”
(B) “... estamos descobrindo, inclusive, que a melhor forma de pressionar o Estado a assumir suas responsabilidades é assumirmos as nossas.”
(C) “... os primeiros beneficiários somos nós, que assumimos nosso lugar na história, deixamos de ser as “vítimas”, os “chorões”, os queixosos, os
desesperançados.”
(D) “A solidariedade é, em si mesma, uma postura política diante da vida, mas é também uma postura reflexiva, contemplativa, terapêutica.”
Resp.: c

04.(EN – 2001) Assinale a alternativa que poderia admitir uma outra concordância nominal.
(A) “Essa compreensão tecnoburocrática e estatista turvounos...”
(B) “... com substanciosas teses de história e ciências sociais, ...”
(C) “... sem permanente criatividade e participação popular”
(D) “... plenos de sentido existencial e imensamente ricos de possibilidades...”
Resp.: c

05.(EN – 2001) A solidariedade é, em si mesma, uma postura política diante da vida, mas é também uma postura reflexiva, contemplativa,
terapêutica.”
Com relação à afirmativa acima, assinale a opção em que a reescrita da frase acarreta alteração de significado.
(A) A solidariedade é, em si mesma, isto: uma postura política diante da vida, mas também uma postura reflexiva, contemplativa, terapêutica.
(B) Em si mesma, a solidariedade não é apenas uma postura política diante da vida, mas uma postura reflexiva, contemplativa, terapêutica.
(C) A solidariedade, em si mesma, não é uma postura política diante da vida, mas uma postura reflexiva, contemplativa, terapêutica.
(D) A solidariedade, em si mesma, é uma postura política diante da vida, bem como uma postura reflexiva, contemplativa, terapêutica.
Resp.: c

07.(EN – 2001) “Não há mais nada para se fazer


Senão chorar sob o cobertor.”
Assinale a alternativa que substituiria o verso destacado, sem alterar-lhe o sentido.
(A) Por se chorar sob o cobetor
(B) Não obstante chorar sob o cobertor
(C) Exceto chorar sob o cobertor
(D) Cada vez que se chorar sob o cobertor
Resp.: c

10.(EN – 2001) Analise as afirmações que são feitas sobre as palavras destacadas do texto e, a seguir, assinale a alternativa correta.
I. pão(v.5) e mais (v.13) possuem o mesmo número de sílabas
II. “odeiam” (v.1) e “amam” (v.2) apresentam mesma classificação quanto à sílaba tônica
III. “nada” (v.15) é um advérbio de negação
IV. “se” (v.10) é um pronome reflexivo
V. em “aos que odeiam” (v.1) e “que os apague” (v.3) a palavra grifada é um pronome pessoal oblíquo
(A) Somente as afirmativas I e II estão corretas
(B) Somente as afirmativas II e IV estão corretas
(C) Somente as afirmativas I, III e V estão corretas
(D) Somente as afirmativas II, III, IV e V estão corretas
Resp.: a

07.(ESA – 1992) Indique o item em que todas as palavras devem ser preenchidas com x:
(A) pran_a; eu_er; _adrez
(B) _utar; frou_o; mo_ila
(C) me_erico; en_ame; bru_a
(D) fei_e; pi_ar; bre_a
(E) fle_a; en_arcar; li_ar
Resp.: c

08.(ESA – 1992) 0 acento gráfico desempenha a mesma função em:


(A) carnaúba e história
(B) petróleo e paciência
(C) jacarandá e lápis.
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(D) glória e está


(E) mausoléu e liquido.
Resp.: b

09.(ESA – 1992) Assinale o vocábulo com ditongo nasal decrescente:


(A) quando
(B) zangou
(C) misteriosos
(D) vitória
(E) moravam
Resp.: e

10.(ESA – 1992) Assinale a única palavra formada por composição:


(A) barrigudo
(B) pontapé
(C) antebraço
(D) enriquecer
(E) felizmente.
Resp.: b

11.(ESA – 1992) Assinale o único item incorreto quanto ao emprego do acento indicativo da crase:
(A) Os alunos assistiram à aula em silêncio.
(B) Ele correu às cegas polo campo.
(C)Sentou-se à máquina e pôs-se a escrever.
(D) Prefiro esta oferta àquela.
(E) A decisão fica à Critério da banca.
Resp.: e

12.(ESA – 1992) Assinale a frase incorreta quanto a concordância verbal:


(A) Fui eu quem lhe explicou o motivo de sua demissão.
(B)Não hão de faltar motivos que expliquem suas atitudes.
(C)No fundo do vale viam-se vultos de animais.
(D) Hoje faz dois anos que os alunos se foram.
(E) Qual de nós sabem a direção a tomar?
Resp.: e

13.(ESA – 1992) Está correta a frase:


(A) Faz muito tempo não se vêm trabalhos assim.
(B) Há muito tempo não se vem trabalhos assim.
(C)Há muito tempo não se vêem trabalhos assim.
(D) A muito tempo não se voem trabalhos assim.
(E)Faz muito tempo não se voem trabalhos assim.
Resp.: c

14.(ESA – 1992) Assinale a oração de predicado nominal:


(A) “...e aplicou-lhe um cocorote.”
(B) “Talvez sinhá Vitória dissesse a verdade.”
(C)“Esta convicção tornara-o desconfiado.”
(D) “Àquela hora as estrelas estavam apagadas.”
(E)“Achava as pancadas naturais...”
Resp.: d

15.(ESA – 1992) Indique a única seqüência em que todas as palavras estão grafadas corretamente:
(A) fanatizar - analizar - frizar.
(B) fanatisar - paralizar - frisar.
(C)banalizar - analisar - paralisar.
(D) realisar - analisar - paralizar.
(E) utilizar - canalisar - vasamento.
Resp.: c

16.(ESA – 1992) Para completar a frase “Prefiro ler ___ assistir a um programa de TV”, usaríamos:
(A) mais do que
(B) à
(C)a
(D) do que
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(E) que
Resp.: c

17.(ESA – 1992) Indique a palavra que tem 5 fonemas:


(A) ficha
(B) molhado
(C)guerra
(D) fixo
(E) hulha.
Resp.: d

18.(ESA – 1992) Indique a função sintática do termo sublinhado em “Aí sinhá Vitória se zangou, achou-o insolente e aplicou-lhe um cocorote”:
(A) adjunto adverbial.
(B) adjunto adnominal
(C) predicativo do objeto.
(D) predicativo do sujeito
(E) complemento nominal
Resp.: c

19.(ESA – 1992) Assinale classificação correta na oração em destaque: “Repetiu que não havia acontecido nada e tentou pensar nas estrelas que
se acendiam na serra”.
(A) subordinada substantiva subjetiva
(B) subordinada substantiva predicativa
(C)subordinada adjetiva.
(D) subordinada adverbial temporal
(E) subordinada substantiva objetiva direta.
Resp.: e

20.(ESA – 1992) Indique o valor do termo sublinhado: “... e como o filho exigisse uma descrição, encolheu os ombros”.
(A) comparativo
(B) conformativo
(C) concessivo.
(D) causal
(E) condicional
Resp.: d

11.(ESA – 1993) Das palavras abaixo, aquela cujo prefixo apresenta sentido diferente das demais é:
(A) interminável
(B) irrealidade
(C) inútil
(D) imperfeito
(E) imigrante.
Resp.: e

12.(ESA – 1993) Dos pares de palavras abaixo, aquele em que a segunda não se escreve com a mesma letra sublinhada na primeira é:

(A) vez / reve__ar


(B) atrás / retra ado
(C) esvaziar / e__tender
(D) propôs / pu eram
(E) cafezinho! / blu _inha
Resp.: e
13.(ESA – 1993) A alternativa em que as letras sublinhadas nas palavras constituem, respectivamente, dígrafo e encontro consonantal é:

(A) exceção / étnico


(B) seguir / nascimento
(C) aquático / psicologia
(D) banho / desça
(E) occiptal / represa
Resp.: a

14.(ESA – 1993) A sentença em que a palavra sublinhada deveria receber o acento grave indicativo de crase é:
(A) A melhor maneira de se conversar é frente a frente.
(B)Nunca se assistiu a tanta penúria como agora.
(C)Ainda voltarei a essa cidade.
(D) Todos se sentiram a vontade para a missão.
(E)Tenho horror ir discussões inúteis.
Resp.: d
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15.(ESA – 1993) Está errada a flexão verbal em:


(A) Eu intervim no caso
(B) Quando eu ver a nova casa, aviso você
(C) Requeri a pensão alimentícia
(D) Anseio por sua felicidade
(E) Não pudeste falar
Resp.: b

16.(ESA – 1993) Aponte a opção em que muito é pronome indefinido:


(A) O soldado amarelo falava muito bem.
(B)Havia muito bichinho ruim
(C)Fabiano era muito desconfiado
(D) Fabiano vacilava muita para tomar decisão.
(E)Muito eficiente era o soldado amarelo.
Resp.: b

17.(ESA – 1993) Em “Imaginou-o, assim caído”. (linha 3) a palavra destacada, morfologicamente e sintaticamente é:
(A) artigo e adjunto adnominal.
(B)artigo e objeto direto.
(C)pronome oblíquo e objeto direto.
(D) pronome oblíquo e adjunto adnominal.
(E)pronome oblíquo e objeto indireto.
Resp.: c

18.(ESA – 1993) Em “... um fio de sangue empastando-lhe os cabelos...” (tiniras 3 e 4) o pronome oblíquo lhe exerce a função sintática de:
(A) adjunto adnominal
(B)complemento nominal
(C)objeto direto
(D) objeto indireto pleonástico
(E)objeto direto preposicionado
Resp.: a

19.(ESA – 1993) Em “Imaginou-o assim, caído, as pernas abertas (tinha 3). O termo sublinhado, sintaticamente, é:
(A) objeto indireto
(B) predicativo do sujeito
(C) adjunto adnominal
(D) objeto direto
(E)predicativo do objeto.
Resp.: e

20.(ESA – 1993) Quanto à predicação, os verbos sublinhados ira frase “Ia arrastá-lo para dentro da caatinga, entregá-lo aos urubus.” (linhas 4 e
5) são, respectivamente:
(A) transitivo direto / transitivo indireto
(B)transitivo direto e indireto / transitivo direto.
(C)transitivo direto / verbo de ligação
(D) transitivo direto / transitivo direto e indireto
(E)transitivo indireto / verbo dc ligação.
Resp.: d

03.(ESA – 1994) Indique a opção em que o número de fonemas é inferior ao de “ninguém”


(A) conheço
(B) infância
(C) chamavam
(D) orgulho
(E) minha.
Resp.: e

04.(ESA – 1994) Na frase “Essa capacidade de me renovar...”, a palavra grifada é formada pelo processo de derivação:
(A) sufixal
(B) parassintética
(C) prefixal
(D) regressiva
(E) imprópria.
Resp.: a

06.(ESA – 1994) Marque a única palavra que se escreve sem o h:


(A) omeopatia
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(B) umidade
(C) umor
(D) ordeiro
(E) iena.
Resp.: b

07.(ESA – 1994) Assinale a única frase a ser completada com fazem (3ª pessoa do plural) e não faz (forma impessoal):
(A) ___________ algum tempo que não falo com Marina.
(B) Não visito a tribo _________ já alguns anos.
(C) ____ dois semestres que ninguém consegue tirar nota dez.
(D) _________ algumas semanas que ela descobriu o meu segredo.
(E) Todos _____ silêncio durante o espetáculo da dança indígena.
Resp.: e

08.(ESA – 1994) Marque o item que apresenta erro na divisão silábica:


(A) téc-ni-co
(B) ad-jun-to
(C) obs-tá-cu-lo
(D) de-ce-pção
(E) con-fec-ção.
Resp.: d

09.(ESA – 1994) Indique a função sintática do termo destacado: “A onça estava com medo do caçador”.
(A) predicativo
(B) objeto direto
(C) objeto indireto
(D) adjunto adnominal
(E) complemento nominal
Resp.: e

l0.(ESA – 1994) Marque a opção que deve ser preenchida com o verbo ser na 1ª pessoa do plural:
(A) A felicidade momentos alegres com os filhos.
(B) A Pátria nos.
(C)O Brasil _______________ vocês todos.
(D) Progresso ____________ as exportações.
(E)A Escola ________ os ensinamentos e sobretudo a educação que nela recebemos.
Resp.: b

11.(ESA – 1994) Marque o item em que a análise morfológica da palavra sublinhada não está correta:
(A) Ele dirige perigosamente - (advérbio).
(B)Nada foi feito pata resolver a questão - (pronome indefinido).
(C)O cantar dos pássaros alegra as manhãs - (verbo).
(D) A metade da classe já chegou - (numeral).
(E)Os jovens gostam decantar música moderna - (verbo).
Resp.: c

12.(ESA – 1994) Assinale a opção em que a palavra está incorretamente grafada:


(A) duquesa
(B) magestade
(C) gorjeta
(D) francês
(E) estupidez
Resp.: d

13.(ESA – 1994) Assinale a oração que não apresenta sujeito:


(A) Os livros transmitem cultura.
(B)No colégio existem professores assíduos.
(C)Está nascendo o sol.
(D) Houve exemplos interessantes.
(E)Trabalham na mesma loja os nossos amigos e os teus irmãos.
Resp.: d

14.(ESA – 1994) Indique a frase em que o verbo se encontra na 2ª pessoa do singular do imperativo afirmativo:
(A) Faça o trabalho
(B) Mande a carta
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(C) Beba água filtrada


(D) Acabe a lição
(E) Dize a verdade
Resp.: e

l5.(ESA – 1994) Marque a opção em que todas as palavras estão grafadas corretamente:
(A) enxotar - trouxa – chícara
(B) passos - discução – arremesso
(C) nervoso - desafio - .atravez
(D) berinjela - jiló – gipe
(E) certeza - empresa - defesa
Resp.: e

l6.(ESA – 1994) Assinale a frase em que se empregou indevidamente o pronome o ou lhe:


(A) Emprestei-lhe o dinheiro
(B)Não o encontrei em casa
(C)A mulher beijou-lhe a face
(D) Eu lhe vi ontem no centro da cidade
(E) Espero-o na estação.
Resp.: d

l7.(ESA – 1994) Marque a frase em que o termo destacado expressa circunstância de causa:
(A) Quase morri de vergonha
(B)Os mudos falam com as mãos
(C)Aquela rua é demasiado estreita
(D) Agi com calma
(E)Apesar do fracasso, ele insistiu.
Resp.: a

18.(ESA – 1994) Assinale a opção cm que o pronome oblíquo está colocado corretamente:
(A) Comprarei-o amanhã
(B)Não sabe-se a resposta correta
(C)Faria-o saber a verdade
(D) Me fiz de boba, a fim de sobreviver
(E)Já se disse tudo!
Resp.: e

19.(ESA – 1994) Na oração “Ninguém está perdido se der amor...”, á palavra grifada pode ser classificada conto:
(A) advérbio de modo
(B) advérbio de condição
(C) preposição essencial
(D) conjunção adversativa
(E) conjunção condicional
Resp.: e

20.(ESA – 1994) Em “Escrever é alguma coisa extremamente forte, mas que pode me trair e me abandonar.”, as palavras grifadas podem ser
classificadas como, respectivamente:
(A) pronome adjetivo - conjunção aditiva.
(B)pronome interrogativo - conjunção aditiva.
(C)pronome substantivo - conjunção alternativa.
(D) pronome adjetivo - conjunção adversativa.
(E)pronome interrogativo - conjunção alternativa.
Resp.: a

04.(ESA – 1995) Quanto à função sintática dos termos sublinhados, a única relação incorreta é:
(A) “Senti então uma certa simpatia por ele...”(objeto direto).
(B) “Ele permaneceu austero...” (predicativo do sujeito).
(C) “Já na minha infância ele era um objeto de ares antiquados.” (sujeito).
(D) “Ele na verdade só é fiel a seus amigos” (complemento nominal).
(E) “Entrou calmamente na era atômica...” (adjunto adverbial).
Resp.: c

05.(ESA – 1995) ”Essa foi a razão por que dedicou sua vida aos livros”. A classificação da oração destacada é:
(A) subordinada adjetiva restritiva.
(B) subordinada adjetiva explicativa.
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(C) coordenada sindética explicativa.


(D) subordinada adverbial causal.
(E) subordinada adverbial consecutiva.
Resp.: a

06.(ESA – 1995) Observe a concordância:


1)Entrada Proibida..
2)E proibido entrada..
3) A entrada é proibida.
4) Entrada é proibido.
5) Para quem a entrada é proibido?
(A) a número 5 está errada
(B) a 2 está errada
(C) a 2 e a 5 estão erradas
(D) a 4 e a 5 estão erradas
(E) todas estão certas
Resp.: a

07.(ESA – 1995) Assinale a alternativa em que ocorra algum erro de concordância nominal:
(A) Saiba que você cometeu um crime de lesa-majestade.
(B) Estejam alerta, pois o inimigo não manda aviso.
(C) Há menos indecisão do que parece.
(D) Permitam-me que as deixe só.
(E) Ele sentiu que precisava ficar a sós.
Resp.: d

08.(ESA – 1995) Em todos os períodos há uma oração subordinada substantiva, exceto:


(A) “Eu queria saber qual era o meu lote.”
(B) “Sei que um dia abrirão as asas para o vôo necessário.”’
(C) “Nem me lembrava das angústias e dos sofrimentos.”
(D) “Espero que escrevas a minha história.”
(E) “Seu desejo era se tornar escritora.”
Resp.: c

09.(ESA – 1995) Observe:


I) O guarda-chuva tem resistido.
II) O freguês vulgar e ocasional o irrita.
III) Há mil pequenos objetos diferentes.
Os sujeitos das orações acima classificam-se, respectivamente,
como:
(A) simples, composto e composto.
(B) composto, composto e indeterminado.
(C) composto, composto e inexistente.
(D) simples, simples e indeterminado.
(E) simples, simples e inexistente.
Resp.: e

10.(ESA – 1995) Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas das frases que seguem:
I) “______sete e meia da noite, quando avistamos as luzes de Benfica.” (Fernando Sabino).
II) _______ 130 quilômetros daqui até lá.
III) Hoje _______ 25 de novembro.
IV) “0 26 de dezembro de 1986 _____ uma noite de glória para Manaus.”(Revista Isto E).
V) Ainda meio-dia e meia.
VI) Quinze minutos ______ pouco para realizar a prova.
(A) eram – é – é – foi – é – é
(B) era – são – é – foram – são – são
(C) eram – são – é – foi – é – é
(D) eram – são – são – foram – são – é
(E) eram – são – é – foi – são – é
Resp.: c

05.(ESA – 1996) Marque a opção em que o sujeito da frase é indeterminado:


(A) Alugam-se casas na praia
(B) Anoiteceu rapidamente
(C) Nas ferias, mataram meu papagaio
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(D) Revelou-se a identidade do ladrão.


(E) Vende-se um carro de boi
Resp.: e

06.(ESA – 1996) A expressão sublinhada está errada na alternativa:


(A) Haja vista os fatos relacionados.
(B) Haja vista os argumentos apresentados.
(C) Haja vista as notícias publicadas.
(D) Hajam vista os projetos realizados.
(E) Haja visto os papéis guardados.
Resp.:

07.(ESA – 1996) Assinale a alternativa onde não há erro:


(A) À medida que falava, à platéia ficava inquieta.
(B) Chegamos a tarde e saímos às pressas.
(C) Os lutadores ficaram frente à frente.
(D) Todos começaram à falar alto.
(E) Ele comprou um sapato à Luís XV.
Resp.: e

08.(ESA – 1996) Assinale a série cujos processos de formação de palavras são, respectivamente, parassíntese, derivação regressiva, derivação
prefixal e sufixal e hibridismo:
(A) embarcar - abandono - enriquecer – televisão
(B) encestar - porquê - infelizmente - sociologia.
(C) enfraquecer - desafio - deslealdade - burocracia.
(D) enlatar - castigo - desafio - geologia.
(E) entrega - busca - inutilidade - sambódromo.
Resp.: c

09.(ESA – 1996) Relacione as colunas:


( ) Tenho confiança em você (1) Complemento nominal
( ) Comprou carne de porco (2) Adjunto Adnominal.
( ) Gostamos de chocolate. (3) Objeto Indireto.
( ) Trabalha na produção de café.
( ) Quebraram a xícara de porcelana.
(A) 3-2-3-1-2
(B) 2-2-1-2-3
(C) 1-2-3-1-2.
(D) 1-2-3-3-2
(E) 3-2-3-2-1.
Resp.: c

10.(ESA – 1996) Assinale o item em que unia das palavras não completa a série de cognatos:
(A) decair - cadente - queda - caduco.
(B) regimento - regicida - regente - Regina.
(C) corante - colorido - incolor - cordial.
(D) pedreiro - apedrejar - petrificar - petróleo.
(E) pedalar - pedestre - bípede - pedicure.
Resp.: c

05.(ESA – 1997) Assinale o vocábulo que apresenta encontro consonantal:


(A) onde
(B) chafariz
(C) sentir
(D) arruda
(E) fixo.
Resp.: e

06.(ESA – 1997) 0 vocábulo SAMBA tem:


(A) 5 letras e 5 fonemas
(B) 4 letras e 5 fonemas
(C) 5 letras e 3 fonemas
(D) 5 letras e 4 fonemas
(E) 5 letras e 6 fonemas.
Resp.: d
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07.(ESA – 1997) A alternativa cujas palavras estão corretas quanto à acentuação é:


(A) Luís, o apôio, nódoa, proton.
(B) gratuíto, eu apóio, ítem, pêras.
(C) sanduíche, averigúe, refém, puni-lo.
(D) âmago. ônus, amá-lo-íeis ítens.
(E) biquini, juiz, áureo, eles mantém.
Resp.: c

08.(ESA – 1997) Marque a frase de pontuação incorreta:


(A) Se houvesse tempo, iríamos viajar.
(B) Encerradas as aulas, os alunos festejaram.
(C) Os professores, os alunos e o diretor saíram.
(D) Paulo o mais moço, é o mais esperto.
(E) Ele foi, logo eu não fui.
Resp.: d

09.(ESA – 1997) Os termos grifados no período “Seus lábios eram doces. classificam-se, respectivamente. como:
(A) numeral, adjetivo, advérbio.
(B) adjetivo, substantivo, pronome.
(C) preposição, adjetivo, substantivo.
(D) substantivo, locução adjetiva, pronome.
(E) pronome, substantivo, adjetivo.
Resp.: e

10.(ESA – 1997) 0 verbo “doer” na oração “As surras de meu pai doíam muito.”, classifica-se corno:
(A) intransitivo
(B) transitivo direto
(C) transitivo indireto
(D) transitivo direto & indireto
(E) de ligação.
Resp.: a

05.(ESA – 1998) Ocorreu erro de regência em:


(A) 0 candidato custou para aceitar o resultado.
(B) Prefiro futebol a basquete.
(C) Ela não simpatizou com o menino.
(D) Lembrou—me o assunto.
(E) Quero a meu irmão.
Resp.: a

06.(ESA – 1998) Houve erro no uso do acento grave cm:


(A) Voltei à casa de meu pai.
(B) Assiste àquele jogo em casa.
(C) O caminhão está à frente.
(D) A praia á qual iremos é linda.
(E) Sua camisa é igual à que ganhei.
Resp.: c

07.(ESA – 1998) Marque o único vocábulo acentuado incorretamente:


(A) ele contêm
(B) eles têm
(C) eles lêem.
(D) Egoísmo
(E) aluguéis.
Resp.: a

08.(ESA – 1998) Assinale a alternativa em que há oração sem sujeito:


(A) Chamava-se Jesus Cristo.
(B) Houve um homem de fato bom.
(C) São muito mentirosos.
(D) Tudo uma cambada só.
(E) Precisa de operários.
Resp.: b
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09.(ESA – 1998) Existe objeto direto preposicionado em:


(A) Tu morrerás morte vil.
(B) Eu me penteio todas as manhãs.
(C) Todos viram o desastre.
(D) A quem você procura’?
(E) Assistimos a um bom filme.
Resp.: d

10.(ESA – 1998) 0 pronome relativo foi mal empregado em:


(A) Conheço a mulher a quem você ama.
(B) Vi o filme cujo os atores você se referiu.
(C) A rua em que moro é arborizada.
(D) Tenho tudo quanto quero.
(E) Este é o assunto sobre o qual falaremos.
Resp.: b

05.(ESA – 1999) O termo sublinhado está corretamente identificado em:


(A) Quantos anos você tem, Teresa? (sujeito)
(B) Inclinei-me sobre o banco, abaixando o vidro. (objeto direto)
(C) Mas não te dão comida lá? (objeto indireto)
(D) ... um engasgo na garganta me afogava. (objeto indireto)
(E) Ela mencionara uma importância ridícula. (compl. Nominal)
Resp.: c

06.(ESA – 1999) Temos uma conjunção subordinativa temporal em:


(A) Vamos embora, que é tarde.
(B) Senti que alguém me observava.
(C) Entra aí, que eu te levo.
(D) Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas.
(E) Mal detive o carro, ela abriu a porta.
Resp.: e

07.(ESA – 1999) Quanto à flexão de grau, o substantivo que difere dos demais é:
(A) viela
(B) ruela
(C) vilarejo
(D) sineta
(E) ratazana
Resp.: e

08.(ESA – 1999) “... enquanto punha o motor em movimento” O verbo destacado encontra-se no:
(A) Presente do subjuntivo.
(B) Presente do indicativo.
(C) Pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo.
(D) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo.
(E) Pretérito imperfeito do indicativo.
Resp.: c

09.(ESA – 1999) Assinale a opção em que o termo destacado é substantivo e não adjetivo:
(A) Na escuridão miserável ela entrou.
(B) A miserável perdeu-se na escuridão.
(C) A miserável menina perdeu-se na escuridão.
(D) Na miserável escuridão ela se perdeu.
(E) A menina era miserável.
Resp.: b

10.(ESA – 1999) Assinale a seqüência que completa corretamente o seguinte período: “A casa de tersa fica _____ seis quilômetros. _____ seis
meses não a vejo, mas dizem que ela voltará daqui _____ um ano.
(A) há, há, a
(B) a, há, a
(C) há, a, há
(D) há, a, a
(E) a, a, a
Resp.: b
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05.(ESA – 2000) Em “super-homem, desleal e pré-história” o processo de derivação foi:


(A) prefixação
(B) sufixação
(C) derivação regressiva
(D) derivação imprópria
(E) derivação progressiva
Resp.: a

06.(ESA – 2000) A alternativa em que nenhuma palavra possui acento gráfico é:


(A) item, polens, rubrica
(B) tras, armazens, tatu
(C) biquini, preto, lapisinho
(D) gratuito, juri, raiz
(E) tematico, uisque, camara
Resp.: a

07.(ESA – 2000) Está corretamente pontuada a frase:


(A) Venha aqui Pedro!
(B) Alexandre, amigo de meu amigo, está hospedado em minha casa.
(C) Crianças acabou a brincadeira!
(D) Compramos, bandeiras, flores e balões coloridos.
(E) Todos estavam, alegres, animados, preparados.
Resp.: b

08.(ESA – 2000) Estão corretamente empregadas às palavras na frase:


(A) Receba meus cumprimentos pelo seu aniversário.
(B) Ele agiu com muita descrição.
(C) O pião conseguiu o primeiro lugar na competição.
(D) Ele catou uma área belíssima.
(E) Utilizamos as salas com ezatidão.
Resp.: a

09.(ESA – 2000) Em “Queria que me ajudasses”, o trecho destacado pode ser substituído por:
(A) a vossa ajuda
(B) a ajuda de você
(C) a ajuda deles
(D) as nossas ajudas
(E) a tua ajuda.
Resp.: e
10.(ESA – 2000) “Se ele confessou, não sei”. A estrutura destacada é:
(A) subordinada adverbial condicional.
(B) subordinada substantiva objetiva direta.
(C) subordinada substantiva objetiva indireta.
(D) subordinada substantiva subjetiva.
(E) subordinada condicional temporal.
Resp.: b (questão anulada)

05.(ESA – 2001) “Por um instante, o rugido manteve suspensos os macaquinhos (...)” O termo destacado funciona sintaticamente como:
(A) adjunto adnominal;
(B) sujeito;
(C) adjunto adverbial;
(D) predicativo do objeto;
(E) objeto direto.
Resp.: d

06.(ESA – 2001) Assinale a alternativa em que a série de formação do plural dos substantivos compostos esteja correta:
(A) abelhas-mestra / couves-flor;
(B) amores-perfeito / capitães-mores;
(C) obra-primas / guardas-civil;
(D) más-línguas / cajás-mirins;
(E) sabiás-pirangas / boa-vidas
Resp.: d

07.(ESA – 2001) Marque a alternativa que preenche corretamente as lacunas em relação ao uso do sinal indicativo de crase:
___ noite fui __ pé __ casa de meu amigo.
(A) à – a – à;
(B) a – a – a;
(C) a – à – a;
(D) à – à – à;
(E) à – à – a
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Resp.: a

08.(ESA – 2001) Qual alternativa apresenta uma locução prepositiva:


(A) abaixo de;
(B) à direita;
(C) de repente;
(D) ao léu;
(E) de manhã.
Resp.: a

09.(ESA – 2001) Em “restam outros sistemas fora / do solar a colonizar” O termo verbal sublinhado é:
(A) futuro do subjuntivo;
(B) infinitivo pessoal;
(C) infinitivo impessoal;
(D) mais que perfeito do indicativo;
(E) pretérito perfeito.
Resp.: b

10.(ESA – 2001) Assinale a opção em que os vocábulos obedecem às mesmas regras de acentuação que “vigário”, “médico” e “atrás”,
respectivamente:
(A) mercenário, cátedra e aguarràs;
(B) memória, sêmola e pás;
(C) terrário, amável e satanás;
(D) centenário, páprica e fugaz;
(E) breviário, pálpebra e faz
Resp.: a

01.(EsPCEx - 1998) Há duas ocorrências de partição silábica no texto Saiba achar pessoas na Internet, com as palavras “mundial” e “pessoas”.
Com base nas regras gerais de partição silábica, assinale o que é correto.
(A) Os dígrafos CH e NH, como em “achar” e “conheça”, nunca se separam.
(B) Os vocábulos “pai” e “saiba” são exemplos de que o encontro vocálico “ai” nunca se separa.
(C) Na palavra “mundial” há um ditongo que poderia ser separado.
(D) A palavra “meio” é um exemplo de que os tritongos são inseparáveis.
(E) Em “quase” e “duas” ocorrem os mesmos hiatos.
Resp.: a

03.(EsPCEx - 1998) A alternativa em que todas as palavras estão corretamente grafadas e acentuadas é:
(A) Ágüa-mole em pedra-dura tanto bate até que fura.
(B) O antidoto para o excesso de tensão é o relachamento.
(C) A freguêsa esquece-se de endossar o cheque entregue no pôsto de gasolina.
(D) A escassez de recursos do governo fez com que previlégios concedidos a determinados grupos fossem revizados.
(E) É preciso que se averigúe a cláusula do contrato que diz: É proibida a sublocação do imóvel.
Resp.: e

04.(EsPCEx - 1998) Assinale a alternativa em que a palavra é acentuada pela mesma regra de “pára-choque”.
(A) pé-de-moleque.
(B) água-marinha.
(C) jóquei-clube.
(D) pássaro-preto.
(E) pôr-do-sol.
Resp.: e

05.(EsPCEx - 1998) Assinale a alternativa em que todas as palavras são acentuadas pela mesma regra de “neurastênicos”.
(A) bóia, heróico, constrói, destrói.
(B) agradável, saudável, indelével, indestrutível.
(C) paraíso, raízes, extraída, cafeína.
(D) plástica, atlética, psicológico, típica.
(E) pára, côa, pêlo, porquê.
Resp.: d

06.(EsPCEx - 1998) Leia o texto abaixo:


- Digo-lhe, sincero, que torço por sua vitória.
- Tomara!
- Você não sabe o que penso, simplesmente porque não me deixa expor nem uma idéia!
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- De você, só preciso saber em que casa mora.


- Por quê?
- Para ter a certeza de que é um lugar onde não vou passar.
Assinale a alternativa correta quanto à classe gramatical das palavras sublinhadas no texto.
(A) sincero / substantivo.
(B) tomara / verbo.
(C) o / pronome demonstrativo.
(D) uma / preposição.
(E) onde / advérbio.
Resp.: c

07.(EsPCEx - 1998) Assinale a alternativa que, ao ser corretamente pontuada, admite o emprego de apenas duas vírgulas.
(A) - Não senhor eu não sei o que é mas posso descobrir.
(B) O filho presenteou a mãe e a filha o pai.
(C) Hoje se fará a convocação dos jogadores e a palavra do técnico não foi a única ouvida.
(D) - Leonardo que espécie de homem é você que apesar das provas ainda se recusa a acreditar no que vê
(E) O amor ardente do sol queimaria o mundo e a lua com suas lágrimas inundaria toda a terra.
Resp.: b

09.(EsPCEx - 1998) “Releio algumas linhas. Não vale a pena tentar corrigi-las”.
No período acima, o sujeito de “vale” é:
(A) a pena.
(B) corrigi-las.
(C) Eu (oculto).
(D) algumas linhas.
(E) tentar corrigi-las.
Resp.: e

10.(EsPCEx - 1998) No período “Fui aos alforjes, tirei um colete velho, em cujo bolso trazia as cinco moedas de ouro”, o pronome relativo que aí
aparece exerce função sintática de
(A) adjunto adnominal.
(B) sujeito.
(C) objeto indireto.
(D) predicativo.
(E) adjunto adverbial.
Resp.: a

11.(EsPCEx - 1998) Assinale a opção cujo termo sublinhado tem a mesma função sintática do pronome destacado na seguinte frase: “São
enganosas as forças que um acesso de tosse dá ao doente”.
(A) “Cada alma é um mundo à parte em cada peito…”
(B) “Amor é fogo que arde sem se ver”.
(C) “Meu coração tem catedrais imensas”.
(D) “Sinto terror de mim, mais do que do mundo.”
(E) “Lá vem o acendedor de lampiões da rua!”
Resp.: c

12.(EsPCEx - 1998) Ele não era um aluno de se deixar influenciar pelos baderneiros.
Assinale o período que contenha uma oração com a mesma função sintática da que está acima sublinhada.
(A) Nós necessitávamos de extravasar a emoção.
(B) Estavam ali as pessoas que chamavam por mim.
(C) É preciso parar de falar.
(D) Alguns têm esperança de dar tudo certo.
(E) Meu desejo é que ele volte.
Resp.: b

13.(EsPCEx - 1998) Não se tornou médico por ter aversão a sangue.


Assinale o período que contenha uma oração com a mesma função sintática do termo acima sublinhado.

(A) Há necessidade de que você consulte um neurologista.


(B) O motorista correu muito, portanto sofreu um trágico acidente.
(C) A mãe, que é tudo para Eduarda, cometeu um crime hediondo.
(D) Embora seja cruel, digo-lhe que vá ao psiquiatra urgentemente.
(E) Mal chegou ao escritório, o advogado pôs-se a ler o Código Penal.
Resp.: a
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14.(EsPCEx - 1998) Por problemas diversos, a construtora paralisou a obra.


Assinale o período que contenha uma oração com a mesma função sintática do termo acima sublinhado.
(A) Oferecendo um prêmio ao aluno, o professor reconheceu seus méritos.
(B) Dada a partida, o atleta descontrolou-se, perdendo a corrida.
(C) É fácil não mentir.
(D) Fedia o lixo deixado na calçada.
(E) Por estar indisposto, não fui trabalhar.
Resp.: c

15.(EsPCEx - 1998) Assinale a alternativa cujos pares propostos não apresentem diferença de sentido, segundo a norma culta.
(A) assistir / assistir a
(B) visar / visar a
(C) pagá-lo / pagar-lhe
(D) querê-lo / querer-lhe
(E) informá-lo de que / informar-lhe que
Resp.: e

16.(EsPCEx - 1998) Assinale a alternativa que completa corretamente as frases abaixo com as formas dos verbos FALTAR, CONSERTAR e
HAVER, respectivamente.
I- Ainda ____________ decidir os assuntos.
II- Nessa casa _________________ relógios de parede.
III- Ontem _____________ ótimos programas na televisão.
(A) falta - consertam-se - houve.
(B) faltam - consertam-se - havia.
(C) falta - conserta-se - houveram.
(D) faltam - conserta-se - havia.
(E) falta - conserta-se - houve.
Resp.: a

17.(EsPCEx - 1998) Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas no período abaixo:
Por ser ___________________ a entrada fora do horário, Maria ficou ___________ irritada e passou a dizer
________________desaforos.
(A) proibida – meio – bastante.
(B) proibida – meia – bastantes.
(C) proibido – meio – bastantes.
(D) proibida – meio – bastantes.
(E) proibido – meia – bastante.
Resp.: d

18.(EsPCEx - 1998) Assinale a alternativa em que se poderia fazer outra concordância verbal correta, além da apresentada.
(A) Matam-se ladrões a todo momento.
(B) Fomos nós quem discursamos na praça.
(C) Existem psicólogos excelentes nos Estados Unidos.
(D) Precisa-se, urgentemente, de bons professores no ensino.
(E) Viagens, teatro, cinema, tudo foi esquecido após o casamento.
Resp.: b

11.(EsPCEx 1999) “Eu cursava o último ano do primário e como já estava com o diplominha garantido, meu pai me deu um presente muito cobiçado:
...”
Assinale o grupo de palavras acentuadas, respectivamente, pelas mesmas regras das palavras acentuadas graficamente no período acima:
(A) época – ídolo – coração
(B) página – Plínio – lá
(C) calúnia – inconfundível – ninguém
(D) difícil – caráter – alguém
(E) dedicatória – Antônio – calúnia
Resp.: b

12.(EsPCEx - 1999) “... como já estava com o diplominha garantido, ...”


Na oração acima, a conjunção pode ser substituída, sem alteração do sentido que tem no texto, por
(A) enquanto.
(B) quando.
(C) porque.
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(D) portanto.
(E) porém.
Resp.: c

13.(EsPCEx - 1999) “Por outro lado, considerava se não errara em não delatá-lo.”
Assinale a alternativa que apresenta uma oração com a mesma classificação sintática da oração sublinhada acima.
(A) “Caso alguém se referisse a ele, o que passou a acontecer, ...”
(B) “Sempre que o rumo de uma conversa levava às grandes decepções, ...”
(C) “E com a mão de gato se apoderando de meu livro.”
(D) “Chegando em casa minha mãe estranhou que eu não estivesse muito feliz.”
(E) “Parecia estar segurando as lágrimas.”
Resp.: d

14.(EsPCEx - 1999) A análise do termo sublinhado está correta na alternativa:


(A) “Algum colega na certa o furtara.” – locução adjetiva
(B) “Sem revelar a ninguém o acontecido.” – pronome indefinido
(C) “Vocês estão todos enganados, e a senhora também ...” – palavra denotadora de inclusão
(D) “... o que passou a acontecer, ...” – artigo definido
(E) “Caso alguém se referisse a ele, ... ” – substantivo
Resp.: c

15.(EsPCEx - 1999) Assinale a alternativa que apresenta desvio gramatical, segundo a norma culta:
(A) “... o mais bem penteadinho, o mais tudo.”
(B) “Chegando em casa minha mãe estranhou que eu não estivesse muito feliz.”
(C) “– Por que não? É um ladrão!”
(D) “E com a mão de gato se apoderando de meu livro.”
(E) “Plínio era um colega que devíamos imitar pela vida afora,...”
Resp.: b

16.(EsPCEx - 1999) Em “Mal pude retribuir, meus braços se recusavam a apertar o cínico.”, a primeira oração é, no aspecto semântico,
equivalente à seguinte oração sublinhada:
(A) Mal terminou de pagar as contas, comprou outro carro.
(B) Abatidíssimo, mal conseguia dar alguns passos.
(C) Mal chegaram, tiveram de partir.
(D) Mal pensava que o doente escapasse.
(E) Mal chego perto dela, as emoções vibram.
Resp.: b

17.(EsPCEx - 1999) “ – Não piche assim o homem – advertiu-me minha mulher.” corresponde, no discurso indireto, a:
(A) Minha mulher advertira-me que não pichasse assim o homem.
(B) Minha mulher advertiu-me que não pichasse daquela maneira o homem.
(C) Que não pichasse assim o homem, tinha advertido minha mulher.
(D) Minha mulher advertia-me de que não pichasse daquela forma o homem.
(E) Para que não pichasse daquela forma o homem, advertira-me minha mulher.
Resp.: b

18.(EsPCEx - 1999) “Plínio era um colega que devíamos imitar pela vida afora, ...”
Assinale a alternativa em que o pronome relativo exerça a mesma função sintática do pronome acima.
(A) “Chegando em casa minha mãe estranhou que eu não estivesse muito feliz.”
(B) “Magistrado de futuro o tal que furtara meu presente ...”
(C) “Lembro do abraço que Plínio me deu à saída.”
(D) “Toda vez que o procedimento de alguém me surpreendia ...”
(E) “Sempre que o rumo de uma conversa levava às grandes decepções ...”
Resp.: c

19.(EsPCEx - 1999) Uma outra maneira de pontuar corretamente os períodos extraídos do texto, sem lhes alterar o sentido, é:
(A) Chegando em casa, minha mãe estranhou, que eu não estivesse muito feliz.
(B) Eu cursava o último ano do primário e, como estava com o diplominha garantido. Meu pai me deu um presente muito cobiçado.
(C) Quem sabe, o autor, não conhecesse a fundo seus próprios personagens?
(D) Na página de abertura, lá estava a dedicatória do velho, com sua inconfundível letra esparramada.
(E) Durante a mudança, alguns livros, despencaram de uma estante improvisada.
Resp.: d
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20.(EsPCEx - 1999) A expressão sublinhada foi corretamente substituída pela forma átona do pronome pessoal em:
(A) “ Ele roubou meu livro.” roubou-me
(B) “Ia informar à diretoria...” informá-la
(C) “Peguei o exemplar e o guardei...” peguei-lhe
(D) “... meus braços se recusavam a apertar o cínico.” apertar-lhe
(E) “Mas quando pegou seu livro era criança.” o pegou
Resp.: e

06.(FUVEST – 2003) O prefixo assinalado em “desvario” expressa


A) negação.
B) cessação.
C) ação contrária.
D) separação.
E) intensificação.
Resp.: e

11.(FUVEST – 2003) Dos verbos assinalados, só está corretamente empregado o que aparece na frase:
A) A atual administração quer crescer a arrecadação do IPTU em 40%.
B) A economia latino-americana se modernizou sem que a estrutura de renda da região acompanhou as transformações.
C) Se fazer previsões sobre a situação econômica já era difícil antes das eleições, agora ficou ainda mais complicado.
D) A indústria ficará satisfeita só quando vender metade do estoque e transpor o obstáculo dos juros.
E) Por mais que os leitores se apropriam de um livro, no final, livro e leitor tornam-se uma só coisa.
Resp.: c

15.(FUVEST – 2003) No excerto, temos derivação imprópria ou conversão (emprego de uma palavra fora de sua classe normal) no
seguinte trecho:
A) fazer castelos no ar.
B) daquele arranjei-me.
C) dar acordo da vida.
D) nem tampouco o motivo.
E) por inaudito milagre.
Resp.: b

20.(FUVEST – 2003) Entre as mensagens abaixo, a única que está de acordo com a norma escrita culta é:
A) Confira as receitas incríveis preparadas para você. Clica aqui!
B) Mostra que você tem bom coração. Contribua para a campanha do agasalho!
C) Cura-te a ti mesmo e seja feliz!
D) Não subestime o consumidor. Venda produtos de boa procedência.
E) Em caso de acidente, não si ga viagem. Pede o apoio de um policial.
Resp.: d

11.(FUVEST - 2000) Um dos recursos expressivos de Guimarães Rosa consiste em deslocar palavras da classe gramatical a que elas pertencem.
Destas frases de “Sorôco, sua mãe, sua filha”, a única em que isso NÃO ocorre é:
(A) “... os mais detrás quase que corriam. Foi o de não sair mais da memória”.
(B) “...não queria dar-se em espetáculo, mas representava de outroras grandezas”.
(C) “...mas depois puxando pela voz ela pegou a cantar”.
(D) “... sem jurisprudência, de motivo nem lugar, nenhum, mas pelo antes, pelo depois”.
(E) “... ela batia com a cabeça, nos docementes”.
Resp.: c

12.(FUVEST - 2000) Você pode dar um rolê de bike, lapidar o estilo a bordo de um skate, curtir o sol tropical, levar sua gata para surfar.
Considerando-se a variedade linguística que se pretendeu reproduzir nesta frase, é correto afirmar que a expressão proveniente de variedade
diversa é
(A) “dar um rolê de bike”.
(B) “lapidar o estilo”.
(C) “a bordo de um skate”.
(D) “curtir o sol tropical”.
(E) “levar sua gata para surfar”.
Resp.: b

04. (FUVEST 2001) O recurso da gradação, presente em “obter-lhe a benevolência, depois a confiança”, também ocorre em:
(A) “A ostentação da riqueza e da elegância se torna mais do que vulgar: obscena”.
(B) “Sentindo a deslocação do ar e a crepitação dos gravetos, Baleia despertou”.
(C) “(...) o passado de Rezende era só imitação do passado, uma espécie de carbono (...)”.
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(D) “Um caso desses pode acontecer em qualquer ambiente de trabalho, num banco, numa repartição, numa igreja, num time de futebol”.
(E) “Não admiro os envolvidos, nem os desdenho”.
Resp.: a

06.(FUVEST - 2001) A única frase que NÃO apresenta desvio em relação à regência (nominal e verbal) recomendada pela norma culta é:
(A) O governador insistia em afirmar que o assunto principal seria “as grandes questões nacionais”, com o que discordavam líderes pefelistas.
(B) Enquanto Cuba monopolizava as atenções de um clube, do qual nem sequer pediu para integrar, a situação dos outros países passou
despercebida.

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(C) Em busca da realização pessoal, profissionais escolhem a dedo aonde trabalhar, priorizando à empresas com atuação social.
(D) Uma família de sem-teto descobriu um sofá deixado por um morador não muito consciente com a limpeza da cidade.
(E) O roteiro do filme oferece uma versão de como conseguimos um dia preferir a estrada à casa, a paixão e o sonho à regra, a aventura à
repetição.
Resp.: e

07.(FUVEST - 2001) Considerando-se a relação lógica existente entre os dois segmentos dos provérbios adiante citados, o espaço pontilhado
NÃO poderá ser corretamente preenchido pela conjunção mas, apenas em:
(A) Morre o homem, (...) fica a fama.
(B) Reino com novo rei, (...) povo com nova lei.
(C) Por fora bela viola, (...) por dentro pão bolorento.
(D) Amigos, amigos! (...) negócios à parte.
(E) A palavra é de prata, (...) o silêncio é de ouro.
Resp.: b

14.(FUVEST - 2001) A frase em que os vocábulos sublinhados pertencem à mesma classe gramatical, exercem a mesma função sintática e têm
significado diferente é:
(A) Curta o curta: aproveite o feriado para assistir ao festival de curta-metragem.
(B) O novo novo: será que tudo já não foi feito antes?

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(C) O carro popular a 12.000 reais está longe de ser popular.
(D) É trágico verificar que, na televisão brasileira, só o trágico é que faz sucesso.
(E) O Brasil será um grande parceiro e não apenas um parceiro grande.
Resp.: e

18.(FUVEST - 2001) A única frase em que as formas verbais estão corretamente empregadas é:
(A) Especialistas temem que órgãos de outras espécies podem transmitir vírus perigosos.
(B) Além disso, mesmo que for adotado algum tipo de ajuste fiscal imediato, o Brasil ainda estará muito longe de tornar-se um participante
ativo do jogo mundial.
(C) O primeiro-ministro e o presidente devem ser do mesmo partido, embora nenhum fará a sociedade em que eu acredito.
(D) A inteligência é como um tigre solto pela casa e só não causará problema se o suprir de carne e o manter na jaula.
(E) O nome secreto de Deus era o princípio ativo da criação, mas dizê-lo por completo equivalia a um sacrilégio, ao pecado de saber mais do que
nos convinha.
Resp.: e

19.(FUVEST - 2001) A única frase que NÃO apresenta desvio em relação à concordância verbal recomendada pela norma culta é:
(A) A lista brasileira de sítios arqueológicos, uma vez aceita pela Unesco, aumenta as chances de preservação e sustentação por meio do
ecoturismo.
(B) Nenhum dos parlamentares que vinham defendendo o colega nos últimos dias inscreveram-se para falar durante os trabalhos de ontem.
(C) Segundo a assessoria, o problema do atraso foi resolvido em pouco mais de uma hora, e quem faria conexão para outros Estados foram
alojados em hotéis de Campinas.
(D) Eles aprendem a andar com a bengala longa, o equipamento que os auxilia a ir e vir de onde estiver para onde entender.
(E) Mas foram nas montagens do Kirov que ele conquistou fama, especialmente na cena “Reino das Sombras”, o ponto alto desse trabalho.
Resp.: a

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01.(FUVEST - 2000) Ao se discutirem as idéias expostas na assembléia, chegou-se à seguinte conclusão: pôr em confronto essas idéias com
outras menos polêmicas seria avaliar melhor o peso dessas idéias, à luz do princípios geral que vem regendo as mesmas idéias.
a) Transcreva o texto, substituindo as expressões sublinhadas por pronomes pessoais que lhe sejam correspondentes e efetuando as alterações
necessárias.
b) Reescreva a oração Ao se discutirem as idéias expostas na assembléia, introduzindo-a pela conjunção adequada e mantendo a correlação entre
os tempo verbais.
Resp.: a) ● “... pôr em confronto essas idéias ...” = pô-las em confronto;
● “... avaliar melhor o peso dessas idéias ...” = avaliar-lhes melhor o peso; avaliar melhor o peso delas;
● “... que vem regendo as mesmas idéias ...” = que as vem regendo ou que vem regendo-as.
b) ● “Quando se discutiram as idéias expostas, chegou-se ...”
● “Assim que se discutiram as idéias expostas, chegou-se ...” (a oração reduzida deve ser substituída por uma adverbial temporal, com verbo
no pretérito perfeito do indicativo).
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07.(IME – 1996) Nas frases abaixo há erros ou impropriedades. Reescreva-as e justifique a correção.
a) “A polícia não interviu atempo de evitar o roubo.”
b) “Havia bastante razões para confiarmos no teu amigo.”
c) “Remeteremos, em seguida, os pedidos que encomendaram-nos.”
d) “Ela veio, de modos que você agora está dispensado.”
e) “Por que os namorados preferem andar só, detestando as companhias?”
f) “Seu preparo e honestidade rara fizeram dele um funcionário invejado.”

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g) “Se você requeresse e o seu amigo intervise, talvez você revesse esses bens.”
h) “A algum, tempo, São Paulo era quasi uma província.”
i) Enviamos anexo os dados solicitados por V.Sa, e nos colocamos à vossa disposição para qualquer outros pedidos.”
j) “O diretor havia aceito a tarefa de reformar a escola.”

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l) “Não se conseguiu apurar o motivo porque atriz se divorciou.”
m) “O milionário dispendeu milhares de dólares com aquela propaganda.”
n) “A situação dos aposentados ficará resolvida através do decreto ora em discussão na Câmara.”
o) “ O mau das pesquisas é que não são feitas por meio de perguntas realmente adequadas.”
p) “Tome esse chope o quanto antes para que a gente possamos conhecer a Baia da Guanabara, que todos falam mil maravilhas.”
q) “Todos visamos o exito dessa missão; porisso é preciso que se obedeçam, a risca, as ordens superiores.”
r) “Esta é uma tarefa para mim fazer sozinho; não admito que se reparta as responsabilidades entre eu e outra pessoa.”
s) Ele tomou as decisões as mais oportunas.
t) Quantos sonhos haviam naquela ingenua cabecinha ...
u) Cheguei a dois dias e votarei daqui há quatro meses.

0l.(IME - 1997) Nas seguintes orações: "Pede-se silêncio" ; "A caverna anoitecia aos poucos"; “Fazia um calor temendo naquela tarde" ; o sujeito
se classifica , respectivamente, como:
(A) indeterminado, inexistente, simples
(B) oculto, simples, inexistente

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(C) inexistente, inexistente, inexistente
(D) oculto, inexistente, simples
(E) simples, simples, inexistente

02.(IME - 1997) Observe o período abaixo.

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“Há carinho preso no ceme deste bom dia - pensa o poeta - mas a moça não desconfia."
As palavras grifadas são, respectivamente:
(A) sujeito, objeto direto, sujeito, objeto indireto
(B) sujeito, adjunto adverbial objeto direto, sujeito
(C) objeto direto, adjunto adverbial sujeito, sujeito
(D) predicativo do objeto, predicativo do sujeito, objeto indireto, objeto direto
(E) objeto direto, objeta indireto, objeto direto, sujeito.

03.(IME - 1997) Identifique o termo grifado


" O avô, pela sua simpatia, era querido de todos"
(A) complemento nominal
(B) adjunto adnominal
(C) objeto indireto
(D) agente da passiva
(E) aposto

04.(IME - 1997) Numa oração do tipo.


“As meninas assistiram alegres aos espetáculo”, temos:
(A) predicado verbal

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(B) predicado verbo-nominal
(C) predicado nominal

05.(IME - 1997) Observe as frases:


I- Ele foi, logo eu não fui.

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II- O menino,, disse ele, não vai.
III- Deus, que é Pai, não nos abandona.
IV- Saindo ele e os demais, os meninos ficarão sós.
Assinale a afirmativa carreta
(A) em I há erro de pontuação.
(B) em II e III as vírgulas podem ser retiradas sem que haja erro.
(C) na I, se se mudar a vírgula de posição, muda-se o sentido da frase.
(D) na II, tinham dois pontos depois de disse.
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06.(IME - 1997) "Age com _______, ________queres fazer ___________ à curiosidade alheia”. Marque a alternativa correta.
(A) discreção - senão - conseções
(B) discrição - se não - concessões
(C) discrição - senão - conseções
(D) discreção - se não -concessões
(E) discreção - senão - concessões

07.(IME - 1997) Complete a lacuna:


"O fato passou inteiramente ____________ (desapercebido, despercebido)".

08.(IME - 1997) Na frase: "Os antigos __________ daqueles senhores com a comunidade tinham-se tornado extremamente _________ ; só a
cobrança de uma _________ federal impedia que fossem justamente _________ de apátridas.”
Assinale a alternativa correta:
(A) laços ; Laços ; taxa ; taxados
(B) lassos ; Lassos ; tacha ; tachados
(C) lassos ; Laços ; taxa ; tachados
(D) laços ; Lassos ; taxa ; tachados
(E) laços ; Lassos ; tacha ; taxados

09.(IME - 1997) Aponte a alternativa em que todas as palavras estão corretas quanto à acentuação gráfica:
(A) abençôo, ágeis, desdêm, íbero, paúl
(B) escrevêsseis, férteis, fósseis, tirá-lo-as
(C) hífen, tênue, vácuo, tupi
(D) retém-no, vêmo-la, cânon, júri
(E) celtíbero, lápis, série, búzio

10.(IME - 1997) Qual a alternativa dever ser completada com z.


(A) ali__ar ; sacerdoti__a ; ca__o.
(B) verni__ ; gi__ ; ba__ar.
(C) pi__ar ; pê__ames ; desli__e.
(D) prince__a ; rique__a ; cervi__.

11.(IME - 1997) Assinale a única opção em que todas as palavras devem ser completadas com s.
(A) le__ar ; atra__ ; destre__a ;parali__ar.
(B) defe__a ; quero__ene ; qui__er ; va__inho ; fu__ilar.
(C) Brá__ ; Vene__a ; Queiró__ ; Sou__a ; Eli__a.
(D) ga__eificar ; ga__olina ; empre__a ; bi__ar ; anali__ar.
(E) pre__ado ; co__inha ; fuga__ ; ro__áceo ; xadre__.

12.(IME - 1997) Assinale a alternativa cujos vocábulos sejam escritos, em sua totalidade, com j.
(A) gor__eta ; pa__em ; gen__iva.
(B) __iló ; liso__ear ; ti__ela.
(C) va__em ; sar__eta ; gran__ear.
(D) __eito ; salsu__em ; ma__estoso.
(E) man__edoura ; gor__eio ; __ibóia.

13.(IME - 1997) Completar com x ou ch


(A) en__oval
(B) frou__o
(C) deslei__o
(D) pu__ar
(E) en__urrada
(F) __amuscar
(G) en__arcada
(H) en__úndia
(I) en__ugar

14.(IME - 1997) Escolha o que completa corretamente a frase:


“Quanto a amigos, prefiro João ____ Paulo, _____quem sinto _______ simpatia.”
(A) a) a por menos
(B) b) do que por menos
(C) c) a para menas
(D) d) do que com menas
(E) e) do que para menas
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15.(IME - 1997) Assinale a dupla de pronomes relativos que completa corretamente, quanto à regência, as frases abaixo:
(1) “Seria recordações _______ detalhes nem me quero lembrar”.
(2) “A profissão militar ______ você aspira, tem aspectos interessantíssimos”.
(A) 1. os quais 2. a qual
(B) 1. dos quais 2. que
(C) 1. os quais 2. que
(D) 1. cujos 2.a que
(E) 1. de cujos 2. a que

16.(IME - 1997) Aponte a alternativa correta:


“Fazia oposição sistemática _______ evasão do capital estrangeiro, porque o supunha imprescindível ______ progresso, e mostrava-se propenso

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_______ aceitá-lo sem restrições.”
(A) À ; ao ; a
(B) contra a ; com o ; em
(C) à ; com o ; em
(D) com a ; no ; a
(E) da ; ao ; para

17.(IME - 1997) Complete os preços:


“Preveniu _____ logo _____ perigos que ______ ameaçavam.”
(A) lhe - dos - o
(B) o - face os - lhe
(C) lhe - face os - o
(D) o - dos - o
(E) lhe - dos - lhe

18.(IME - 1997) Complete com a, à, as, às, há


(A) “Não me refiro ___ que estava sentada, mas sim ____ pessoa ____ quem tu também te referias.”
(B) “Agradeço ____Vossa Senhora ____ oportunidade para manifestar minha opinião ___ respeito.”
(C) “____ primeiras horas da noite, ele chegou ____ escola, porém não _____ tempo para assistir _____ cerimônia.”
(D) “Não saia ____ estas horas, ____ andar ____ pé. Saia ____ tardinha.”

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(E) “Daqui ____ pouco, estaremos frente ____ frente, como ____ tempos venho pretendendo.”
(F) “As máquinas eram movidas ____ eletricidade.”
(G) “Pedro voltou ____ casa ____ tarde.”
(H) “Descendo ____ terra, ____ procura de aventuras, o marinheiro viu uma mulher linda, como ____ tempos não encontrava.”

9.(IME - 1997) Responda às perguntas baseando-se no seguinte código:


A- partícula apassivadora
B- índice de indeterminação do sujeito
C- partícula de realce

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D- conectivo integrante
E- conjunção subordinativa
1. O menino sorria-se feliz. ( )
2. Bajula-se hoje para atacar amanhã. ( )
3. Vai-se a primeira pomba despertada. ( )
4. Queimou-se a casa. ( )
5. Varreu-se e espanou-se a sala. ( )
6. Ferram-se cavalos. ( )
7. Os campos secam-se; as flores murcham-se e as aves emudecem-se. ( )
8. Trata-se de papéis. ( )
9. Indaga-se de tudo. ( )
10. Se me amas, sou feliz. ( )
11. Veremos se haverá trégua. ( )

20.(IME - 1997) Assinale com P as frases passivas, as ativas com A e as reflexivas com R.

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a) Dizem muitas asneiras. ( )
b) Por quem o prédio foi construído ? ( )
c) Abrir-se-ão novas escolas. ( )
d) O cachorro ficou esmagado pela roda do caminhão. ( )
e) As cidades serão enfeitadas. ( )
f) Os pais contemplam-se nos filhos. ( )
g) O caçador feriu-se. ( )
h) As despesas foram pagas por mim. ( )
i) Desejo compar um livro. ( )
j) Ó povos, por que vos guerreais tão barbaramente? ( )
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21.(IME - 1997) Assinale a alternativas cujas formas verbais preenchem corretamente as lacunas em:
“Daquele prédio se ____ os jogos no Morumbi. Talvez por isso se ___ rapidamente seus apartamentos. Foi o que disse o corretor, quando

______ na conversa.”

(A) vêem ; valorizam ; interveio


(B) vê ; valorize ; interviu
(C) vê ; valorizem ; interveio
(D) vê ; valorize ; interviu
(E) vem ; valoriza ; interveio

22.(IME - 1997) Escolha a opção correta:


“Sem que ninguém tivesse ____, o próprio ____ -se contra os falsos amigos.”
(A) intervindo – precaviu
(B) intervindo - precaveio
(C) intervido – precaveu
(D) intervido - precaveio
(E) intervindo - precaveu

23.(IME - 1997) Assinale a alternativa que apresenta formas corretas do Imperativo


(A) mantém (tu) mantenhai (vós)
(B) mantenha (tu) mantenhai (vós)
(C) mantenhas (tu) mantenhais (vós)
(D) manténs (tu) mantende (vós)
(E) mantém (tu) mantende (vós)

24.(IME - 1997) “Afinal de contas, tinha sido aquele o seu sonho toda a vida.” Convertendo a forma verbal composta em forma simples, teremos:

(A) Afinal de contas tivera aquele sonho toda a vida.


(B) Afinal de contas fora aquele o seus sonho toda a vida.
(C) Afinal de contas era aquele o seus sonho toda a vida.
(D) Afinal de contas teve aquele sonho toda a vida.
(E) Afinal de contas foi aquele o seu sonho toda a vida.

25.(IME - 1997) Marque a opção correta:


“Os Estados Unidos _____ grandes universidades de _____ fama a mérito.”
(A) possuem reputada
(B) possui reputado
(C) possui reputados
(D) possuem reputado
(E) possui reputada

26.(IME - 1997) Aponte a alternativa incorreta:


(A) Carburador e banco confortável foi o que ele comprou.
(B) Viagens e passeios alegres fazem bem ao corpo e à alma.
(C) Caneta e lapiseira preciosas foi o que recebemos no Natal.
(D) Tanto mar e terra percorridas.
(E) Avó e avô dedicados foi o que nós tivemos.

27.(IME - 1997) Complete corretamente, de acordo com abaixo:


“Elas _____ tomaram todos os cuidados ______ saindo _______.”
(A) próprio possíveis duas a duas
(B) próprias possível de duas
(C) próprias possível em duas
(D) próprio possíveis de duas
(E) próprias possíveis duas a duas

28.(IME - 1997) Assinale a opção correta:


“Informo a Vossa Senhoria que, _____, seguem a carta, o relatório e a cópia que nos solicitaram, e que estão inteiramente à ______ disposição
para exame.”
(A) incluso – vossa
(B) inclusos - sua
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(C) incluso – sua


(D) inclusa - vossa
(E) inclusos - vossa

29.(IME - 1997) “Aqui, não nos _____ as razões específicas que _____ os homens a ________ por sua sobrevivência.” Aponte a opção
adequada.
(A) interessa levará lutarem
(B) interessam levarão lutarem
(C) interessam levará lutarem
(D) interessa levarão lutar

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(E) interessam levará lutar

30.(IME - 1997) “Perguntou-me que horas _____ e eu lhe respondi que ____ faltando 15 minutos para as três.” Marque a alternativa correta.
(A) eram - deviam estar
(B) eram - devia estar
(C) eram - devia estarem
(D) era - devia estar
(E) era - deviam estar

31.(IME - 1997) Há apenas uma opção, na qual ambas as frase estão corretas quanto à concordância verbal:
(A) Nem a súplica, nem o suborno dobrou o juiz.
Nem a súplica, nem o suborno dobraram o juiz.
(B) Os estudantes de nível inferior é a meta do governo.
Os estudantes de nível inferior são a meta do governo.
(C) Três quilômetros é suficiente para a experiência.
Três quilômetros são suficiente para a experiência.
(D) O vencedor da prova seria tu.
vencedor da prova serias tu.
(E) Dinheiro, festas, mulheres, nada o afastava do caminho do dever.
Dinheiro, festas, mulheres, nada o afastavam do caminho do dever.

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32.(IME - 1997) Verbos HAVER, FAZER e DAR. Assinale a frase correta:
(F) Sempre haverão vozes discordantes.
(G) Vão fazer três anos, a contar do momento em que comecei o projeto.
(H) Deram duas horas a torre, é agora!
(I) Deu duas horas na torre, é agora!
(J) Hão de trazer o que prometeram! ora, se hão!

33.(IME - 1997) Complete corretamente, de acordo com o abaixo:


“O campeonato foi vencido por Emerson, _______ o seu extraordinário desempenho nas últimas corridas realizadas na Europa.”
(A) hajam vista
(B) haja vista
(C) haja visto
(D) hajam visto
(E) haja vistos

34.(IME - 1997) Assinale a frase em que o verbo não obedece às normas da boa concordância:
(A) Fomos nós quem primeiramente lecionamos esta matéria.
(B) Fomos nós quem primeiramente lecionou esta matéria.
(C) Fomos nós os que primeiramente lecionamos esta matéria.
(D) Fomos nós que primeiramente lecionamos esta matéria.
(E) Fomos nós que primeiramente lecionaram esta matéria.

35.(IME - 1997) Em “... mirando sempre com os olhos cheios de espanto a lida dos heróis desconhecidos , cuja história é escrita, com a linguagem

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do amor, na toalha viva das águas...”, as palavras sublinhadas classificam-se, respectivamente, como:
(A) substantivo, substantivo, adjetivo, locu adjetiva
(B) substantivo, adjetivo, adjetivo, locu adjetiva
(C) verbo, adjetivo, verbo, locu adjetiva
(D) verbo, substantivo, verbo, locu adverbial
(E) substantivo, adjetivo, verbo, locu adverbial

36.(IME - 1997) Em qual das alternativas a palavra que classifica-se, morfologicamente, como pronome relativo em todos os casos?
(A) Queria que vocês participassem das aulas que conseguissem boas notas.
(B) O automóvel que vendi é velho, mas o que comprei é novo.
(C) Gostaria de que vocês alcançassem a posição privilegiada que eles alcançaram.
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(D) Venha rápido, que eu tenho a pressa dos que habitam os grandes centros.

37.(IME - 1997) Assinale a frase que não esteja correta:


(A) Entre mim e ti tudo acabou.
(B) Já lhe disse que entre nós nada é bom.
(C) Entre ela e nós existe de tudo.
(D) Entre eu e você deve haver respeito.
(E) Não é possível haver dúvidas entre eles.

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38.(IME - 1997) Indique a opção que apresenta erro na forma do plural
(A) Sol-sóis - fusível-fusíveis - anão-anões
(B) Peão-peões - guardião-guardiãos - caráter-caracteres
(C) Órgão-órgãos - corrimão-corrimãos - mel-méis
(D) Sótão-sótãos - álcool-álcoois - cônsul-cônsules
(E) Faisão-faisães - anil-anis - capitão-capitães

39.(IME - 1997) Assinale a alternativa que apresenta erro de colocação pronominal:


(A) Alguém me disse que tu amas novamente.
(B) Esvaindo-se em sangue, o criminoso conseguiu pôr-se a salvo.
(C) Em se tratando de dificuldades, ele sempre se portava com a maior dignidade possível.
(D) Diria-te toda a verdade, se dissesses-me por que te perseguiam.
(E) Nada nos foi informado sobre a realização dos exames finais.

40.(IME - 1997) Assinale a frase em que há erro no emprego do pronome de tratamento.


(A) Sua alteza disse que jantará com seus auxiliares.
(B) Vossa Majestade se esquece de seus bons amigos.
(C) Vossa Senhoria já deveria saber que vosso empregados não são eficazes.
(D) Você não deve separar-se das lembranças de seus entes queridos.

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(E) Vossa Reverendíssima sempre atendeu bem a seus fiéis.

07.(IME – 2003) Escolha a alternativa cuja construção esteja correta.


(A) Observa-se duas correntes de opinião sobre videogames.
(B) É provável que se apresente opiniões divergentes sobre videogames.
(C) Necessita-se de posicionamentos mais coerentes sobre a classificação etária dos jogos eletrônicos.
(D) Mensagens machistas, racistas ou simplesmente imorais revela-se como o maior problema trazido por alguns jogos eletrônicos.
Resp.: b

08.(IME – 2003) Escolha a alternativa que contém uma construção não condizente com as normas gramaticais.
(A) As famílias intervieram na escolha dos jogos eletrônicos.
(B) Durante aquela corrida, sofremos a perca de um grande amigo.
(C) Depois do jogo, eles reouveram todo o dinheiro das apostas.
(D) Nós hemos de ressuscitar os jogos olímpicos.
Resp.: b

10.(IME – 2003) Escolha a alternativa incorreta segundo as normas da concordância nominal.


(A) As corridas eram menos freqüentadas que os intervalos.
(B) É necessário cautela na escolha dos brinquedos das crianças.
(C) Os comprovantes de maioridade foram anexos aos pedidos dos jogos.
(D) Eles mesmo decidiram “suavizar” os jogos.
Resp.: d

05.(IME - 2000) A oração em que o verbo está utilizado com o mesmo sentido de "…havia dúvida e constrangimento na sala". ( Parágrafo 20 -

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haver com sentido impessoal) é :
(A) Os professores houveram por bem adiar as provas.
(B) Existiam poucos alunos na sala.
(C) Havia poucos alunos em sala.
(D) Existia confiança, por parte de todos, naquele projeto.
(E) Ocorreu fato inédito aqui.
Resp.: c

07.(IME - 2000) Dentre as orações abaixo, destacadas do texto, a que possui um predicativo do sujeito é:
(A) "...estacionando em todos os balcões"…(Parágrafo 05)
(B) "...recebeu a paga"…(Parágrafo 05)
(C) "...vociferava num desespero a santa criatura"…(Parágrafo 10)
(D) "O senhor está doido".(Parágrafo 13)
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(E) "Escondeu o dinheiro no bolso"…(Parágrafo 11)


Resp.: d

12.(IME - 2000) Compare:


a. "No meio da balbúrdia choviam perguntas". (Parágrafo 18)
b. "No meio da selva chovia torrencialmente".
Explique por que na frase a) o verbo chover está no plural e na frase b) está no singular.
Resp.: Na frase “A”, o verbo concorda com o sujeito (“perguntas”), já que foi empregado como sentido conotativo. Na frase “B”, o verbo
assume o emprego impessoal, já que foi empregado denotativamente.

06.(IME – 2001) Em “Eu estive em Paris” (linha 47) do texto I, podemos afirmar que o predicado e a justificativa de sua classificação são,
respectivamente:
(A) Verbal; o verbo é intransitivo e o complemento é um adjunto adverbial.
(B) Verbo-nominal; há uma idéia de ação e outra de estado.
(C) Nominal; está incutida uma idéia de estado.
(D) Verbal; o verbo expressa uma idéia de estado e o adjunto expressa um lugar.
(E) Nominal; há a presença de um predicativo do sujeito.
Resp.: a

05.(IME – 2002) Das orações abaixo, a que apresenta um verbo intransitivo é:


(A) “Subimos uma escada...” (texto II, linha 7)
(B) “...a gente atravessava a rua...” (texto II, linha 9)
(C) “Hoje, Saravejo está um horror.” (texto II, linha 2)
(D) “As granadas caem, das grandes...” (texto II, linha 2)
Resp.: d

08.(IME – 2002) Considere o seguinte verso: “Oh! Que saudades que eu tenho” (texto IV, linha 1). A alternativa onde o “que” apresenta a mesma
categoria gramatical daquele grifado no verso acima é:
(A) “...fui ler o que tinha escrito...” (Texto I, linha 7)
(B) “Que amor, que sonhos, que flores...” (Texto IV, linha 5)
(C) “Sem dúvida vamos Ter que passar a noite no porão.” (Texto II, linhas 3 e 4)
(D) “Mesmo que eu quisesse descrever a noite eu não conseguia.” (texto I, linha 2)
Resp.: a

09.(IME – 2002) Assinale a alternativa que melhor substitui o período abaixo, sem alterar-lhe o sentido:
“Eu me lembro duma redação que fiz na Escola Normal. O assunto era um piquenique.” (Texto I, linhas 3 e 4)
(A) A redação sobre cujo assunto me lembro foi feita na Escola Normal.
(B) O piquenique, de cuja redação me lembro, foi feito na Escola Normal.
(C) Eu me lembro de um piquenique de cujo assunto fiz uma redação na Escola Normal.
(D) Eu me lembro duma redação, que fiz na Escola Normal, cujo assunto era um piquenique.

SOLUÇÃO

alternativa E

A um poeta
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego.
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artificio,
É a força e a graça na simplicidade.

01.(ITA - 1990) Identifique as classes das palavras retiradas do texto, relacionando a primeira coluna à segunda:
(...) longe ( 1 ) adjetivo
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(...) turbilhão ( 2 ) substantivo


(...) do claustro ( 3 ) verbo
(...) no sossego ( 4 ) pronome
(...) sua ( 5 ) advérbio
(...) emprego ( 6 ) conjunção
(...) viva ( 7 ) preposição
(...) sem ( 8 ) locução adjetiva
( 9 ) locução adverbial
(10) locução substantiva

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A seqüência correta obtida é:
(A) 1- 5-9 -9 -4-3-3 -5
(B) 5-2 -8 -9 -3-2-1-7
(C) 5 - 1 - 10 - 8 - 4 - 3 - 1 - 6
(D) 7 - 2 - 8 - 10 - 3 - 2 - 3 - 7
(E) 9-5 -9 - 8 -4-3-1-6
Resp.: b

02.(ITA - 1990) Quanto à predicação, os verbos "escreve, fique, lembrar" classificam-se, no texto, respectivamente como:
(A) intransitivo - ligação - transitivo direto
(B) transitivo direto - intransitivo - intransitivo
(C) transitivo - intransitivo - transitivo
(D) transitivo - ligação - intransitivo
(E) transitivo direto - ligação - transitivo direto e indireto
Resp.: a

03.(ITA - 1990) Assinale a opção em que todos os termos desempenham a mesma função sintática:
(A) turbilhão, beneditino, nua, força
(B) da rua, do claustro, do mestre, da Verdade
(C) trama, imagem, suplício, efeito

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(D) emprego, templo, andaimes, Beleza
(E) do estéril, no aconchego, na forma, do edifício

SOLUÇÃO
Os termos trama, imagem, suplício e efeito são sujeitos dos verbos construir, ficar, mostrar e agradar respectivamente.
Note-se que os verbos construir e mostrar estão na voz passiva sintética, antecedidos pelo pronome apassivador se.

04.(ITA - 1990) Sintaticamente, os termos "do estéril turbilhão da rua" e "do artifício" funcionam como:
(A) Adjunto Adverbial e Adjunto Adnominal
(B) Adjunto Adnominal e Predicativo
(C) Complemento Nominal e Adjunto Adnominal
(D) Adjunto Adverbial e Complemento Nominal
(E) e)Complemento Nominal e Complemento Nominal

SOLUÇÃO
 O termo "do estéril turbilhão da rua" está associado ao advérbio longe, completando-lhe o sentido.
 O temo "do artifício" está associado ao adjetivo inimigo, completando-lhe o sentido.

05.(ITA - 1990) Em "... se disfarce o emprego/ Do esforço; e a trama viva se construa", as palavras grifadas funcionam respectivamente como:
(A) Pronome Reflexivo e Índice de Interminação
(B) Partícula Expletiva e Partícula Expletiva
(C) Pronome Reflexivo e Partícula Apassivadora

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(D) Partícula Apassivadora e Partícula Apassivadora
(E) Índice de Indeterminação e Partícula de Realce

SOLUÇÃO
Os verbos transitivos diretos disfarçar e construir estão empregados na voz passiva sintética, tendo com sujeitos "o emprego" e "a trama viva".
Daí e concluir que o se, nas suas duas ocorrências, é partícula apassivadora.

06.(ITA - 1990) A oração "..., que a imagem fique nua" pode classificar-se como:
(A) Subordinada Adjetiva Explicativa
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(B) Coordenada Assindética Conclusiva


(C) Subordinada Adverbial Consecutiva
(D) Coordenada Sindética Explicativa
(E) Coordenada Sindética Final

SOLUÇÃO
A relação de causa e conseqüência entre as orações se estabelece pela conjunção que, precedida e anunciada pela expressão intensificadora "de
tal modo".

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07.(ITA - 1990) Dadas as afirmações:
I- Instado a viver fora do mundo, o poeta, ao trabalhar o poema, deve com afinco e denodo preocupar-se apenas com suas próprias
angústias e inquietações.
II- O poeta, como um beneditino, deve paciente e sossegadamente dissimular todo o esforço que lhe custa na feitura da obra.
III- À maneira do pedreiro sobre os andaimes, o poeta, para agradar, deve privilegiar o espontâneo e banir a aflição e artificialismo ao
construir a obra.
Inferimos, de acordo com o texto, que:
(A) Todas estão corretas
(B) Todas estão incorretas
(C) Apenas a I está correta
(D) Apenas a II está correta
(E) Apenas a III está correta

SOLUÇÃO
A afirmação I é incorreta porque o poema não propõe que o poeta apenas se preocupe "com suas próprias angústias e inquietações". Isso foge do
espírito do texto e das postulações do Parnasianismo, que defende a impassibilidade do autor e o trabalho formal exaustivo e perfeccionista.
A afirmação III é inaceitável, pois o poeta parnasiano não privilegia o espontâneo (que caracteriza o Romantismo). Para o Parnasianismo a
inspiração, que está ligada à idéia de espontaneidade, não é tão importante com a de transpiração, ou seja, o trabalho técnico e artístico da
linguagem, como se verifica no 4º verso da 1ª estrofe.

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A afirmação II é inquestionavelmente correta.

08.(ITA - 1990) Dadas as afirmações:


I- Não obstante o poeta não deva preocupar-se com problemas existenciais, metafísicos ou político-sociais, ele não pode e não deve
tornar-se um ser impassível, distante de tudo e de todos, impedido de manifestar e revelar seus anseios e suas preocupações.
II- Enfatizam-se no texto as seguintes condições para o trabalho de criação poética: isolamento, formalidade, moderação, probidade e
pureza.
III- Qual um templo grego, de formas simples e imponentes, o poema, depois de pronto, deve se impor naturalmente, sem deixar
transparecer o esforço e a dedicação do poeta.
Inferimos, de acordo com o texto, que:
(A) Todas estão corretas
(B) Todas estão incorretas
(C) Apenas a I está correta
(D) Apenas a II está correta
(E) Apenas a III está correta

SOLUÇÃO
A afirmação I está invalidada por negar aquilo que constitui um dos traços fundamentais da estética parnasiana, a impassibilidade. A afirmação
II também está incorreta, em sua caracterização do texto, pois fala em "probidade" e "pureza", coisas que não há no texto.

09.(ITA - 1990) As duas expressões do texto que resumem melhor a proposta estética são:
(A) "Longe do estéril turbilhão" e "no aconchego do claustro"
(B) "Beneditino" e "na paciência e no sossego"

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(C) "esforço" e "artifício"
(D) "forma" e "templo grego"
(E) "emprego de esforço" e "os andaimes do edifício"

SOLUÇÃO
Repare-se que as caracterizações da proposta estética do parnasinismo, presentes nas demais alternativas, são em si mesmas redundantes, não
caracterizam dois traços distintos e complementares, como ocorre em C.
Esse argumento pressupõe que se estenda artifício, enquanto um procedimento destinado a disfarçar o esforço inevitável, que deve ser
despendido na construção da obra poética.
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10.(ITA - 1990) Dadas as afirmações:


I- O referencial de perfeição e o retorno aos motivos clássicos - ideais propostos pelo autor - remetem-nos a um texto tipicamente
simbolista.
II- Acentua-se no texto o caráter anti-romântico do movimento a que pertenceu o autor dos versos: valorização do racional e do universal.
III- Evidenciam-se no texto alguns dos princípios básicos da estética parnasiana.
Inferimos, de acordo com o texto, que:
(A) Todas estão corretas
(B) Todas estão incorretas
(C) Apenas a I está incorreta

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(D) Apenas a II está incorreta
(E) Apenas a III está incorreta

SOLUÇÃO
A única afirmativa que enuncia erro é a primeira. Os traços apresentados, "referencial de perfeição" e "retorno aos motivos clássicos",

realmente estão presentes no texto, mas caracterizam o estilo parnasiano e não simbolista.

11.(ITA - 1990) Assinale a opção em que figuram autores representativos do movimento estético cujos preceitos básicos estão explicitados no
texto:
(A) Olavo Bilac, Alberto de Oliveira, Raimundo Correia.
(B) Cruz e Souza, Alphonsus Guimarães, Afonso Schimidt
(C) Gonçalves Dias, Castro Alves e Álvares de Azevedo
(D) Raimundo Correia, Machado de Assis, Pedro Kilkerry
(E) Emiliano Perneta, Raul Bopp, Mário Pederneiras
SOLUÇÃO
Os autores representativos do movimento estético cujos preceitos básicos está explicitados no texto: "À um poeta" são: Olavo Bilac, Alberto de

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Oliveira, Raimundo Correia, reconhecidos com o a trindade parnasiana.

Instruções para as questões nº 12 e 13.


Os grupos de frases que compõem as questões 12 e 13 não expressam, com a necessária propriedade, correção, clareza, ênfase e concisão, a
relação de sentido entre as frases. Não contrariando as relações sugeridas, assinale, sob os aspectos estilísticos e gramatical, a opção que
apresenta melhor redação.

12.(ITA - 1990) Para Cassiano Ricardo em Martim Cererê a oficina das raças é o Brasil. A matéria-prima: o branco, o negro e o índio. Mediante
miscigenação esses três deram origem ao mameluco, mulato e o cafuzo. Os mesmos correspondem respectivamente ao índio como branco, branco
com negro e negro com índio.
(A) Em "Martim Cererê", segundo Cassiano Ricardo, a oficina das raças é o Brasil e a matéria-prima é o branco, o negro e o índio. Esses três, por
miscigenação, deram origem ao mameluco, mulato e ao cafuzo, os quais correspondem respectivamente ao índio com o branco, branco com
negro e negro com índio.
(B) De acordo com Cassiano Ricardo em "Martim Cererê", a oficina das raças é o Brasil, cuja matéria-prima - o branco, o negro e o índio - deu,
mediante miscigenação, a seguinte origem: o mameluco, o mulato e o cafuzo, que correspondem respectivamente a índio com branco, branco
com negro e negro com índio.
(C) Segundo Cassiano Ricardo, em "Martim Cererê", a oficina das raças é o Brasil; a matéria-prima são o branco, o negro e o índio, os quais, por
miscigenação, deram origem ao mameluco - índio com branco -, ao mulato - branco com negro - e ao cafuzo - negro com índio.
(D) Para Cassiano Ricardo, em "Martim Cererê", a oficina das raças é o Brasil, e o branco, o negro e o índio são a matéria-prima, a qual, mediante
miscigenação, originou o mameluco, mulato e ao cafuzo que têm a seguinte correspondência: índio com branco, branco com negro e negro com
índio.
(E) Em "Martim Cererê", para Cassiano Ricardo, a oficina das raças é o Brasil; e a matéria-prima, por miscigenação - o branco, o negro e o índio

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- deu à seguinte origem: o mameluco - índio com branco, o mulato - branco com índio e ao cafuzo - negro com índio.

SOLUÇÃO
Todas as demais alternativas apresentam imperfeições estilísticas ou gramaticais: falta de vírgulas (A), deselegância (B), confusão, articulação
caótica (C), idem (D).

13.(ITA - 1990) Sua obra de ficção abrange as regiões urbanas. E também as rurais. Deu uma visão histórica de nossa formação como povo. Às
vezes, uma visão mítica. Isso sem ter-se limitado a sua época.
(A) Sua obra de ficção que não se limitou à sua época, deu uma visão histórica e às vezes mítica de nossa formação como povo, abrangendo não
somente as regiões urbanas como também as rurais.
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(B) Abrangendo tanto as regiões urbanas como as rurais, sua obra de ficção, sem ter-se limitado a sua época, também deu uma visão histórica
de nossa formação como povo e às vezes, mítica.
(C) Dando uma visão histórica de nossa formação como povo - às vezes mítica -, sua obra de ficção abrange não somente as regiões urbanas mas
também as rurais. Fê-lo tudo isso sem ter-se limitado à sua época.
(D) Sem limitar-se a sua época, sua obra de ficção, dando às vezes uma visão mítica e histórica de nossa formação como povo, abrange as
regiões urbanas, bem como as rurais.
(E) Sua obra de ficção abrange tanto as regiões urbanas quanto as rurais; sem limitar-se à sua época, deu uma visão histórica, e às vezes mítica,
de nossa formação como povo.

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SOLUÇÃO
Só a alternativa E descarta totalmente as imperfeições das demais, como se vê em A (ausência de vírgula, emprego deselegante do gerúndio), B
(deselegância, cacofonia), C (afetação), D (obscuridade).

Instruções para as questões nº 14 e 15

Para que os enunciados soltos, apresentados nas questões 14 e 15, se reduzam a um só período, algumas adaptações são necessárias. Assinale a
opção em que encontramos a frase que estilística e gramaticalmente expressa, com a necessária clareza, ênfase e correção, a indicação dada nos
parênteses ou, quando não formulada, sugerida pelo próprio enunciado.

14.(ITA - 1990)
I- Muitas instituições de ensino superior apenas exacerbar a tradição de clientelismo da cultura brasileira. (Oração Principal.)
II- Diz estar comprometidas com a qualidade de formação. (Oração Subordinada Concessiva de "I").
III- Credenciar inúmeros diplomados. (Explicação ou causa de "I").
IV- Estes diplomados certamente obter lugar no mercado de trabalho. (Oração Subordinada Adjetiva).
V- Ter bons "cartuxos". (Explicação ou causa de "IV").
(A) Apesar de dizerem estar comprometidas com a qualidade da formação, muitas instituições de ensino superior apenas exacerbam a tradição

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de clientelismo da cultura brasileira, pois inúmeros diplomados que são credenciados obtém lugar no mercado de trabalho devido aos bons
"cartuxos" que os mesmos têm.
(B) Por credenciar inúmeros diplomados, que certamente obtêm lugar no mercado de trabalho, pois têm bons "cartuxos", muitas instituições de
ensino superior, conquanto diz estarem comprometidas com a qualidade da formação, apenas exacerbam a tradição de clientelismo da cultura
brasileira.
(C) Mesmo que digam estar comprometidas com a qualidade da formação, muitas instituições de ensino superior credenciam inúmeros
diplomados que, por terem bons cartuxos", certamente obterão lugar no mercado de trabalho; por isso, elas apenas exacerbam a tradição de
clientelismo da cultura brasileira.
(D) Não estando comprometidas com a qualidade da formação e credenciando inúmeros diplomados que obtêm lugar no mercado de trabalho,
visto que têm bons "cartuxos", muitas instituições de ensino superior apenas exacerbam a tradição de clientelismo da cultura brasileira.
(E) Muitas instituições de ensino superior, embora digam estar comprometidas com a qualidade da formação, apenas exacerbam a tradição de
clientelismo da cultura brasileira, visto que credenciam inúmeros diplomados que, por terem bons "cartuxos", certamente obtêm lugar no
mercado de trabalho.

SOLUÇÃO
A alternativa que, além de satisfazer as restrições de natureza sintática, apresenta maior fluência e elegância estilística é a E.

15.(ITA - 1990)
I- Nas sociedades primitivas parecer haver sujeitos. (Oração Principal).
II- Esses sujeitos manter-se impermeáveis. (Conseqüência de "III")
III- A força de caráter desses sujeitos é muito forte.
IV- Qualquer injunção alienígena. (Complemento nominal do predicativo de "II").
(A) Nas sociedades primitivas parece haverem. sujeitos cuja força de caráter é muito forte, pois estes se mantêm impermeáveis à qualquer

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injunção alienígena.
(B) Nas sociedades primitivas parece haver sujeitos que sua força de caráter, sendo muito forte, os mantêm impermeáveis a qualquer injunção
alienígena.
(C) Nas sociedades primitivas parecem haver sujeitos com força de caráter tão forte a ponto deles manterem-se impermeáveis a qualquer
injunção alienígena.
(D) Nas sociedades primitivas 'parece haver sujeitos cuja força de caráter é tão forte, que eles se mantêm impermeáveis a qualquer injunção
alienígena.
(E) Nas sociedades primitivas parece haver sujeitos com força de caráter muito forte; sem qualquer injunção alienígena, mantêm-se
impermeáveis.

SOLUÇÃO
 As alternativas A e D são excluídas liminarmente por erro de concordância: parece haverem / parecem haver.
 A alternativa B é excluída pelo uso de que sua ao invés de cuja.
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 A alternativa E exclui-se pela falta do complemento nominal de "impermeáveis", exigido nas indicações.

Instruções para as questões 16, 17, 18, 19 e 20


Nas questões 16, 17, 18, 19 e 20 você deve indicar a opção que melhor preenche o espaço disponível, observando a adequabilidade das palavras ou
locuções, a correção gramatical, a coerência e a seqüência das idéias.
16.(ITA - 1990) " _________ vê a sociedade sempre em transformação, algo em que a personagem atua , o ___________ concebe a mesma
sociedade como pronta, __________ a sua personagem nada faz para modifica-la, influenciados que estão os autores desta tendência pela
doutrina __________.

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(A) Enquanto o Realismo - o Naturalismo - razão por que - determinista.
(B) Na medida que o Naturalismo - o Realismo - visto que - nihilista.
(C) Ao passo que o Parnasianismo - o Naturalismo - porquanto - positivista.
(D) Como o Realismo - o Naturalismo - razão porque - materialista.
(E) Conquanto o Evolucionismo - Pragmatismo - posto que - cientificista.

SOLUÇÃO
Justifica-se a alternativa A pelo fato de iniciar o período por uma oração subordinada adverbial temporal, a única que pode apresentar Realismo
e Naturalismo como tendência simultâneas e afins. As demais alternativas apresentam, subordinadas adverbiais proporcionais (B, C), uma causal
(D) e uma concessiva (E).

17.(ITA - 1990) "No plano expressivo, a força da ________ em ________ provém essencialmente de sua capacidade de __________ o
episódio, fazendo __________ da situação a personagem, tornando-a viva para o ouvinte, à maneira de uma cena teatral, _________ o narrador
desempenha a mera função de indicador das falas.
(A) narração - discurso indireto - enfatizar - ressurgir - onde
(B) descrição - discurso onisciente - vivificar - entremostrar-se - donde
(C) narração - discurso direto - atualizar - emergir - em que
(D) narração - discurso indireto livre -humanizar - imergir - na qual

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(E) dissertação - discurso direto e indireto - dinamizar - protagonizar - para a qual

SOLUÇÃO
Para confirmar essa resposta, leve-se em conta que:
1) a exploração dos discursos direto, indireto e indireto livre como recursos de expressividade é mais própria do texto narrativo;
2) é através do discurso direto (citação textual) que a personagem se torna viva para o ouvinte, à semelhança de atores num teatro.

18.(ITA - 1990) Antes de assinalar a opção, considere as informações abaixo:


Paráfrase = desvio mínimo: reafirma os ingredientes do original, conformando seu sentido.
Estilização = desvio tolerável: reforma esmaecendo, apagando a forma, mas sem modificação essencial do original.
Paródia = desvio total: deforma o original, subvertendo sua estrutura ou sentido.
"As escolas de samba, __________ exuberância e ____________ que provoquem no espectador, convertem-se em ilustradoras e

dramatizadoras de quadros ideológicos de nossa história e/ou de nosso cotidiano. Não é ____________ que figurinistas, bailarinos,

coreógrafos, estilistas, historiadores e escritores são convocados para ___________ esses monumentais espetáculos ideológicos. A ________

ai, quando existe, é uma exceção."

(A) malgrado a - o arroubo - à-toa - assistir - paráfrase


(B) no que tange à - a apoteose - em vão - abrilhantarem - paródia
(C) em que pesem a - ao encantamento - embalde - fomentar - estilização
(D) em que pese à - ao arrebatamento - à toa - assessorar - paródia

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(E) mau grado à - ao êxtase - debalte - enaltecer - paráfrase

SOLUÇÃO
Eis os inconvenientes de cada uma das alternativas:
A) à-toa: errado; à toa: certo.
B) a apoteose: errado; à apoteose: certo.
C) ao encantamento: errado; o encantamento: certo.
D) nenhum erro.
E) mau grado: errado; malgrado: certo.
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19.(ITA - 1990) "A exclusão do Palmeiras das semifinais do campeonato paulista evoca a queda da seleção brasileira na Copa do Mundo da
Espanha. De fato, o resultado adverso em único jogo acabou por afastar ambos da possibilidade de chegar ao título, _________ suas campanhas.
Não se pode, _________ considerar a eliminação da equipe palmeirense o resultado de um ________; o time competiu dentro de regras
________ mundial e foi, desclassificado porque não soube vencer seus adversários.
(A) não obstante o brilhantismo de - outrossim - malogro - oriundas do
(B) com cujo brilho se notabilizaram - pois - infortúnio - idênticas das do
(C) apesar do brilho de que se revestiram - contudo - casuísmo - similares às do
(D) a despeito do sucesso de - apesar disso - acidente - elaboradas pelo
(E) conquanto primorosas - portanto - incidente - consoantes com as do

SOLUÇÃO
No primeiro espaço, deve-se usar uma expressão que contrarie a passagem anterior (apesar de)
No segundo espaço, deve-se usar um conectivo que seja adversativo (contudo).
No terceiro, cabe bem o vocábulo casuísmo (um expediente episódio para se conseguir um resultado previamente determinado).
No quarto, cabe a expressão simulares às do (algo semelhante a algo).

20.(ITA - 1990) “ ____________ em intermináveis discussões __________ velocidade, ou ________ estabilidade no mar de uma embarcação
________, os historiadores preferiram construir uma."
(A) Em vez de ficarem - sobre qual a - sobre qual a - trirreme
(B) Ao invés de ficarem - a respeito da - sobre a - trireme.
(C) Em vez de ficar - sobre a - qual a -tri-reme
(D) No lugar de ficarem - a respeito de qual a - da - tri-reme
(E) Ao invés de ficar - a propósito da - sobre qual a - tri-reme

SOLUÇÃO
Para descartar as alternativas B, C e D, basta pensar que o último espaço deve ser preenchido com a palavra trirreme.
Para descartar a alternativa E, deve-se levar em conta que seria mais apropriado flexionar o infinitivo (ficarem), já que vem antecipado ao verbo
da oração principal.

21.(ITA - 1990) Observe as frases abaixo quanto à pontuação:


1- Muito estimado, como pássaro de gaiola dá o pintassilgo, quando cruzado, com o canário-do-reino, um hídrido chamado pintagol.
2- Muito estimado como pássaro de gaiola, dá o pintassilgo, quando cruzado com o canário-do-reino, um híbrido chamado pintagol.
3- Nas minas, no final do século XVIII, viviam-se momentos de insatisfação - a lembrança de um passado perdido -, que propiciaram novas
atitudes e novos laços de solidariedade entre os homens.
4- Nas minas - no final do século XVIII - viviam-se momentos de insatisfação: a lembrança de um passado perdido, que propiciaram novas
atitudes e novos laços de solidariedade entre os homens.
5- Pênalti, ou penalidade máxima no futebol, é a falta máxima, dentro da grande área cometida por jogador que defende, que é punida, com um
tiro direto - sem barreira, a onze metros do gol.
Estão corretas:
(A) 1 - 4 - 5
(B) 2 - 3
(C) 2 - 4 - 5
(D) 1 - 3 - 5
(E) 2 - 4

SOLUÇÃO
 A vírgula após "gaiola", em (2), justifica-se pela inversão de um atributo do sujeito "pintassilgo". As outras duas são justificadas por
separarem uma oração subordinada adverbial temporal intercalada.
 Em (3), as vírgulas separam o adjunto adverbial "no final do século XVIII", intercalado e longo; os travessões intercalam um elemento
esclarecedor e enfático. A última vírgula precede a oração subordinada adjetiva explicativa.

22.(ITA - 1990) Assinale a opção cujos pares têm prefixos latinos e gregos com o mesmo significado:
(A) infeliz / antípoda; ultrapassar / hipérbole; ambivalente / perímetro
(B) desleal / amoral; co-autor / díptero; bípede / hemiciclo
(C) interceptar / Mesopotâmia; adjacente / paráfrase; malefício / dispnéia
(D) ingerir / endocarpo; abster-se / anfíbio; cúmplice / silogismo
(E) supracitado / epiderme; abeirar / apogeu; cisplatino / anacrônico.
SOLUÇÃO
 inter e meso: no meio
 ad e pará: ao lado de
 mal(e) e dis: dificuldade
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23.(ITA - 1990) Assinale a opção que completa corretamente as lacunas:


Espalhados por toda a parte, os camundongos _______________ o terror das mulheres. São animais que _____________________ várias
vezes por ano, e dos quais __________________ os imensos prejuízos domésticos _____________.
(A) é - párem - provêem - Urge serem exterminados!
(B) são - pariem - provém - Urgem ser exterminados!
(C) é - parem - provêm - Urge-se que os exterminem!
(D) são - párem - provêem - Urge exterminar-lhes!
(E) são.- parem - provêm - Urge exterminá-los!

SOLUÇÃO


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são - concorda com o sujeito plural "os camundongos"
parem - verbo parir
 provêm - o verbo provir conjuga-se com o verbo vir, 3ª pessoa do plural
 O verbo exterminar é transitivo direto. Logo: "exterminá-los"
 O verbo ugir fica na 3ª pessoa do singular porque o seu sujeito é a oração "Exterminá-los"

24.(ITA - 1990) A vacina ____________ raiva canina é obtida ______________ tecido nervoso do cérebro de camundongo lactente,
___________é inoculado o vírus inativado. Pessoas atacadas por animais raivosos são obrigadas a ____________ 10 __________ 13 doses da
vacina.
(A) contra - no - pelo qual - tomar - entre - ou
(B) da - com o - do qual - tomarem - de - a
(C) anti - do - onde - tomarem - de - à
(D) contra a - do - no qual - tomar - entre - e
(E) para - mediante o - onde - tomar - cerca de - a

SOLUÇÃO

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A coerência interna da frase, somada às imposições da regência e da concordância, indica o preenchimento pelos elementos da alternativa D.

25.(ITA - 1990) Vi, mas não _______________; o policial viu, e também não_______ ; dois agentes secretos viram, e não ___________. Se
todos nós, __________ talvez _________tantas mortes.
(A) intervi - interviu - interviram - tivéssemos intervido - teríamos evitado
(B) me precavi - se precaveio - se precaveram - nos precavíssemos - não teria hávido
(C) me contive - se conteve - contiveram - houvéssemos contido - tivéssemos impedido
(D) me precavi - se precaveu -precaviram precavêssemo-nos - não houvesse
(E) intervim - interveio - intervieram - tivéssemos intervindo - houvéssemos evitado

SOLUÇÃO
O verbo intervir é conjugado como o verbo vir. Seu particípio tem a mesma forma do gerúndio: intervindo. Já o verbo evitar apresenta
particípio regular. Daí as formas compostas "tivéssemos intervindo" e "houvéssemos evitado".

26.(ITA - 1990) Assinale a correta:


(A) Peça e receberá; procura e achará; bate a porta e ela lhe será aberta.
(B) Pedi e recebereis procurai e achareis, batei à porta e ela vos será aberta.
(C) Pede e receberás; procure e acharás; bate a porta e ela te será aberta.
(D) Peçais recebereis; procurai e achareis; batei à porta e ela vos será aberta.
(E) Peça e receberá; procure e achará; bata à porta e ela te será aberta.

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SOLUÇÃO
Nesta questão, que trata de imperativo, é fundamental que se tenha em mente não só o processo de formação das diversas pessoas, mas a
concordância, ou seja, a uniformidade de tratamento.
Observe-se também: "bater à porta".

27.(ITA - 1990) Dadas as frases:


I. Mais ninguém tenho neste mundo senão a ti.
II. Não foi fácil para mim dizer as verdades.
III. Possuía alguns carros, quais sejam dois Passats e três Corcéis.
Podemos afirmar que:
(A) Todas estão corretas
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(B) Todas estão incorretas.


(C) Apenas a I está correta
(D) Apenas a II está correta.
(E) Apenas a III está correta.

SOLUÇÃO
Quanto a II, convém observar que, embora tenhamos o esquema para + pronome + infinitivo, o pronome não é o sujeito do infinitivo. Basta que se
inverta a frase para se entender melhor:
"Dizer as verdades não foi fácil para mim."

1-
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28.(ITA - 1990) Dadas as frases:
Dirija com segurança, conservando sempre a direita.
2- Conserve na direita nas autos-estrada.
3- Em auto-estradas, mantenha-se , à esquerda.
4- À noite, luz baixa ao cruzar veículos.
5- À tardinha, luz baixa ao cruzar-se com veículo.
6- Trânsito proibido das 0h às 5 hs.
7- Trânsito proibido da 0h às 5 h.
Estão corretas:
(A) 1- 2 - 4 – 6
(B) 3 - 5 – 7
(C) 2 - 4 - 6
(D) 1- 3 - 5 - 6 e) 2 - 4 - 7

SOLUÇÃO
 O plural de auto-estrada é auto-estradas.
 A expressão correta é: cruzar-se com veículo.

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 0h - artigo singular.
 A abreviação h vale para hora e horas.

29.(ITA - 1990) A questão 29 refere-se aos textos I, II, III e IV.


Texto I: "Descansem o meu leito solitário
( ) Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
- Foi poeta - sonhou - e amou na vida."
Texto II: "Serenidades etereais d'incensos,
( ) de salmos evangélicos, sagrados,
saltérios, harpas dos Azuis,
imensos névoas de céus espiritualizados."
Texto III: "Mui grande é vosso amor, e meu delito,
( ) Porém pode ter fim todo o pecar,
e não vosso amor, que é infinito."
Texto IV: "Visões, salmos e cânticos serenos,
( ) surdinas e órgãos flébeis, soluçantes...
Dormências de volúpicos venenos sutis
e suaves, mórbdias, radiantes..."
Preencha os parênteses ao lado dos textos dados, obedecendo à seguinte convenção:
a)Barroco b)Romântico
c)Simbolista d)Parnasiano
Preenchidos os parênteses, a seqüência obtida é:

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(A) B - C - A – C
(B) C - A - B - B
(C) B - A - B – B
(D) A - C - B - A
(E) C - B - A - C

SOLUÇÃO
Texto I - (B) Romantismo - Estrofe do poema "Lembrança de Morrer" do poeta byroniano Álvares de Azevedo, marcada pelas principais
características românticas: emoção, subjetivismo; fuga ou escapismo, presença do cristianismo e da natureza solitária.
Texto II - (C) Simbolismo - Trecho do poema "Antífona" de Cruz e Sousa, revelando atração pelo transcedental, vago, místico, e pela
musicalidade. Destaque-se ainda e emprego de maiúsculas em vocábulos comuns (Azuis).
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Texto III - (A) - Barroco - Terceto de um soneto de Gregório de Matos em que aparece tanto antítese (amor / delito, ter fim / infinito), quanto
o sentimento de religiosidade, impregnado da sensação de pecado.
Texto IV - (C) Simbolismo - Fragmento do mesmo poema citado no item II.

30.(ITA - 1990) "Por ser uma narrativa composta de lendas, mitos indígenas e sertanejos, considera-se a obra uma rapsódia. A personagem
central parece encarnar a figura do malandro. Desde o nascimento, em plena floresta amazônica, o herói (ou anti-herói) revela-se sem nenhum
caráter. Acompanhado de seus dois irmãos, vem para S. Paulo. Procura o talismã que o gigante Piaimã havia lhe furtado, conseguindo recuperá-lo.
Volta, então, para a Amazônia, onde participa de novas aventuras e morre, transformando-se na Constelação Ursa Maior."
Um dos excertos abaixo pertence à obra a que se referem as informações acima. Assinale-o:
(A) "- Mas que catingueiros esses! O herói nunca matou viado! Não tinha nenhum viado na caçada não! Gato miador, pouco caçador, gente! Em vez
foram dois ratos chamuscados que ele pegou e comeu."
(B) "- És filho de uma pisadela e de um beliscão; mereces que um pontapé te acabe a casta."
(C) "O Curupira não é de brincadeira, não vem fazer "artes" nos sítios e fazendas. Mas ai de quem invade seus domínios, suas verdes florestas
cheias de animais felizes e cheias de pássaros que cantam nas ramadas!..."
(D) "O dia todo, ele chorava, percurava, percurava, não tava acreditando. Eh, arregalava os olhos. Chega que andava em roda, zuretado. Me
percurou até em buraco de formigueiro... Mas ele tava com medo de gritar e espiritar a onça, então falava baixinho meu nome ... Preto Bijibo
tremia, que eu escutava dente estalando, que escutava. Tremia: feito piririca de carne que a gente assa em espeto..."
(E) "Travou-se a batalha. (...) De um lado o Carão com mais de 400 anos, cinzento, encorujado, de penas híspidas e sujas. Carrança e misoneísta,
miolo mole e intransigente. De outro lado o curupira: ágil, matinal, irônico, onímodo. O Espirito Velho contra o Espírito Novo. Luta de morte.
Revolução." (...)

SOLUÇÃO
O fragmento da proposição indica indubitavelmente para a obra Macunaíma de Mário de Andrade. São inúmeras as referências à narrativa
rapsódica: "anti-herói", "sem nenhum caráter", "gigante Piaimã".
O fragmento da alternativa A refere-se a uma caçada que Macunaíma empreende com seus irmãos (Maanape e Jiguê) em plena capital paulista.

Ao voltar pura a pensão, o "herói" (como sempre é designado ironicamente) conta as maiores vantagens, afirmando ter caçado dois veados

catingueiros, sendo desmentido pelo irmão que chega pouco depois. O trecho citado é o desmentido do irmão.

31.(ITA - 1990) "Sua obra máxima é um ensaio sociológico e histórico. Da própria divisão da obra em partes, percebe-se a formação positivista e
a óptica determinista do narrador: na 1a parte, o autor analisa o condicionamento geográfico, com o clima exercendo um papel preponderante na
formação do meio e do homem, produto desse meio; na 2ª parte, temos a análise da miscigenação e seus efeitos; na última, a descrição do
conflito resultante."
As informações acima referem-se à obra
(A) "Casa Grande & Senzala" - Gilberto Freyre
(B) "A Bagaceira" - José Américo de Almeida
(C) "O Quinze - Raquel de Queirós
(D) "Os Sertões" - Euclides da Cunha
(E) "São Bernardo" - Graciliano Ramos

SOLUÇÃO
Das obras indicadas nas alternativas, as únicas que podem, ser classificadas no gênero ensaio são Casa Grande & Senzala e Os Sertões. O livro
de Euclides da Cunha é, desses dois, o que se estrutura em três partes, reveladoras, por seu conteúdo das influências deterministas: "A Terra",
correspondendo à atenção dada ao meio; "O homem", o peso emprestado ao componente biológico-racial; "A Luta", representando a variável do
momento histórico.

32.(ITA - 1990) "É com toda a certeza uma das criações mais felizes do "humour" do escritor, "humour" que possui a sua nota de patético. Na
personagem admiravelmente delineada, o crítico Manoel de Oliveira Lima vislumbrou o Dom Quixote nacional."
As informações acima referem-se à personagem central da obra "..................", de ............................
(A) "Urupês" - Monteiro Lobato
(B) "Triste fim de Policarpo Quaresma" - Lima Barreto
(C) "Vestido de Noiva" - Nélson Rodrigues
(D) "Rua dos Cata-Ventos" - Mário Quintana
(E) "O Juiz de Paz na Roça" - Martins Pena

SOLUÇÃO
O enunciado da questão reporta à obra Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto.
O autor elabora a personagem Policarpo Quaresma como idealista, ingênua, pura, pueril, razão pela qual Oliveira Lima, mencionado no enunciado,
vislumbrou nele o D. Quixote nacional.
Português – FUVEST 2000
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33.(ITA - 1990) "Seu Ornelas, nessa ocasião, tinha amizade com o Dr. Hilário, rapaz instruído-social, de muita civilidade, mas variado em
sabedoria de inventiva, e capaz duma conversação tão singela, que era uma simpatia com ele tratar. - "Me ensinou um meio-mil de coisas... A
coragem dele era muito gentil e preguiçosa... Sempre só depois do final acontecido era que a gente reconhecia como ele tinha sido homem no
acontecer..."
Os elementos referidos no texto acima, bem como os traços estilísticos da linguagem que o compõe, permitem reconhecer nele um excerto de:
(A) "O Coronel e o Lobisomem", de José Cândido de Carvalho.
(B) "Os Sertões", de Euclides da Cunha.
(C) "Vidas Secas", de Graciliano Ramos.

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(D) "Grande Sertão; Veredas", de Guimarães Rosa
(E) Perto do Coração Selvagem", de Clarice Lispector.

SOLUÇÃO
A identificação do trecho com o romance Grande Sertão: Veredas (1956) se deve principalmente ao seu estilo marcadamente oral. Nele,
evidenciam-se traços típicos da inventividade roseana ao recriar o falar regional mineiro. A presença dos nomes Seu Ornelas e dr. Hilário não
ajuda muito, porque indicam personagens apenas mencionados ao longo do romance.
O episódio envolve uma piada contada pelo Seu Ornelas, na redondeza da cidade de Januária, já no fim do grande monólogo de Riobaldo (o
personagem-narrador)

34.(ITA - 1990) "Esse romance não seguiu os padrões do Romantismo. É considerado um livro de transição para um novo estilo de época: O
Realismo/Naturalismo. Observa-se nele a preocupação em retratar uma classe social que não costumava aparecer nas obras do estilo de sua
época: o povo remediado. As personagens que aparecem no texto não são idealizadas, pois o narrador incorpora também as características
negativas das personagens."
As informações acima melhor se ajustam ao romance:
(A) "Memórias Póstuma de Bras Cubas".
(B) "O Ateneu".
(C) "Memórias de um Sargento de Milícias".

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(D) "O Mulato"
(E) “A Moreninha”.

SOLUÇÃO
As informações contidas no texto-base para a questão "melhor se ajustam ao romance" Memórias de um Sargento de Milícias, de Manual Antônio
de Almeida, posto que as obras relacionadas nas demais alternativas são: identificadas com o Realismo (Memórias Póstumas de Brás Cubas) ou
com Realismo-Naturalismo (O Mulato), ou com Realismo Impressionista (O Ateneu), ou ainda com o Romantismo pleno (A Moreninha). Não
obstante, consideramos problemáticas aquelas informações, pois se Memórias de um Sargento de Milícias de fato, rompeu com alguns padrões do
Romantismo, por outro lado, seguiu seus padrões básicos e legitimamente se identifica com essa escola. Outro senão, mais grave, está na
afirmação do enunciado, segundo a qual a obra em causa é considerada "de transição para um novo estilo de época: o Realismo/Naturalismo."
Isso é inaceitável. Podem-se atribuir, como faz uma parte da crítica literária, certos traços "realistas" a essa obra, embora outra corrente da
Historiografia discorde de que sejam antecipadores da escola realista, afirmando ser influência do realismo arcaico da literatura picaresca
peninsular. Enfim, acusar que essa obra seja de transição para a estética realista/naturalista é de um anacronismo gritante e inadmissível.

35.(ITA - 1990) Nesta questão associam-se autor, obra e personagem da obra citada. Analise as proposições, tendo em vista as associações
corretas.
I. João Cabral de Melo Neto:
"Morte e vida Severina" (Fabiano)
Machado de Assis:
"Missa do Galo" (Mestre Romão)
II. João Guimarães Rosa:
"Sagarana" (Hermógenes)
Jorge Amado:
"Capitães da Areia"(Antônio Balduíno)

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III. Clarice Lispector:
"A Paixão segundo G.H."(Luís da Silva)
Graciliano Ramos:
"Angústia" (Sinhá vitória)
IV. José Cândido de Carvalho:
"O Coronel e o lobisomem"(Coronel Lula)
Raul Pompéia:
"O Ateneu" (Escobar)
V. Mário Palmério:
Português – FUVEST 2000
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"Chapadão do Bugre" (Riobaldo)


Érico Veríssimo:
"Caminhos Cruzados" (Ana Terra).
A propósito dessa questão, pode-se afirmar que:
(A) todas as associações estão corretas em todas as proposições;
(B) nenhuma proposição apresenta todas as associações corretas.
(C) apenas as associações I, II e III estão corretas;
(D) apenas as associações das proposições I, II e IV estão corretas;
(E) apenas as associações das proposições II, III e V estão corretas.

SOLUÇÃO
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Segue a relação em sua ordem mais correta:
I - João Cabral de Melo Neto: "Morte e Vida Severina" (Severino) / Machado de Assis: "Missa do Galo" (Conceição).
II - João Guimarães Rosa: "Sagarana" (contos)
Jorge Amado: "Capitães da Areia" (Pedro Bala)
III - Clarice Lispector: "A Paixão Segundo G.H." (G.H.)
Graciliano Ramos: "Angústia" (Luís da Silva)
IV - José Cândido de Carvalho: "O Coronel e o Lobisomen" (cel. Ponciano de Aceredo Furtado)
Raul Pompéia: "O Ateneu" (Sérgio)
V - Mário Palmério: "Chapadão do Bugre" (José de Arimatéia)
Érico Veríssimo: "Caminhos Cruzados" (Fernanda)

36.(ITA - 1990) "Os poetas __________, entendem levar às últimas conseqüências certos processos estruturais que marcaram o futurismo, o
dadaísmo e, em parte, o surrealismo, ao menos no que este significa de exaltação do imaginário e do inventivo no fazer poético. São processos
que visam a atingir e a explorar as camadas materiais do significante (o som, a letra impressa, a linha, a superfície da página; eventualmente, a
cor, a massa) e, por isso, levam a rejeitar toda concepção que esgote nos temas ou na realidade psíquica do emissor o interesse e a valia da obra.
"

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As informações acima referem-se ao movimento _____________ da literatura brasileira, e um poeta identificado com a filosofia desse

movimento estético é ________________.

(A) Práxis - Augusto dos Anjos.


(B) Pré-modernista - Mário Quintana.
(C) Concretista - Haroldo de Campos
(D) Verde-Amarelismo - Menotti del Pichia.
(E) Pau-Brasil - Décio Pignatari.

SOLUÇÃO
O enunciado apresenta uma lúcida descrição dos componentes essenciais da vanguarda concretista, realçando a sua condição de culminância da
evolução das vanguardas do começo do século XX.
Destaca também o aspecto visual de sua estrutura. A poesia concreta surge na década de 1950, como invenção de Haroldo de Campos, Augusto
de Campos e Décio Pignatari.

PROVA DE PORTUGUÊS

Antes de responder às questões de nº l a 7, leia com atenção o texto abaixo:

SUGESTÃO
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Sede assim - qualquer coisa
Serena, isenta, fiel.
Flor que se cumpre,
Sem pergunta.
5- Onda que se esforça,
par exercício desinteressado.
Lua que envolve igualmente
os noivos abraçados
e os soldados já frios.
Português – FUVEST 2000
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10- Também como este ar da noite:


sussurrante de silêncios,
cheio de nascimento e pétalas.
Igual à pedra detida,
Sustentando seu demorado destino.
15- E a nuvem, leve e bela,
vivendo de nunca chegar a ser.
À cigarra, queimando-se em música,
ao camelo que mastiga a sua longa solidão,
ao passáro que procura o fim do mundo,
20- ao boi que vai com inocência para a morte.

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Sede assim qualquer coisa
Serena, isenta, fiel.
Não como o resto dos homens.

01.(ITA - 1991) Assinale a opção em que os termos desempenham a mesma função sintática:
(A) flor - ar - destino;
(B) nascimentos - pétalas - pedra detida;
(C) coisa - sem pergunta - onda;
(D) ar - cheio - igual;
(E) coisa - abraçados - solidão.

SOLUÇÃO
Nascimentos e pétalas são complementos do nome cheio pedra detida é complemento do nome igual.
Os demais termos são:
flor: predicativo do sujeito
ar: sujeito
destino: objeto direto

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coisa: predicativo do sujeito
sem pergunta: adjunto adverbial
onda: predicativo do sujeito
cheio: predicativo do sujeito
igual: predicativo do sujeito
abraçados: adjunto adnominal
solidão: objeto direto

02.(ITA - 1991) A crase em 'à pedra' e 'à nuvem' foi motivada pelo mesmo motivo (prep. + art.) que em;
(A) Infenso à fama, mudou-se para o Interior
(B) Assine os documentos à vista do comprador
(C) Por poucos cruzeiros, matou-o à bala.
(D) Estão fora de moda os penteados à Elvis.
(E) Às que pouco se esforçam, surgem-lhes às vezes oportunidades.

SOLUÇÃO
 A crase em "à pedra" e "à nuvem" tem como motivo serem essas expressões complementos nominais do adjetivo igual. Tal adjetivo rege a
preposição a e os dois substantivos "pedra" e "nuvem" aceitam artigo.
Da mesma forma, o adjetivo infenso pede a preposição a e o substantivo "fama" aceita o artigo.

 "à vista de" (B): locução prepositiva feminina.


 "à bala" (C): locução adverbial feminina.
 "à Elvis" (D): locução prepositiva com elementos elípticos: "à maneira de", "à moda de".

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 "às que" (E): preposição + pronome demonstrativo = "àquelas que".

03.(ITA - 1991) Assinale a opção em que ocorreu a figura de estilo chamada paradoxo:
(A) "Flor que se cumpre, sem pergunta."
(B) "e os soldados já frios."
(C) "sussurrante de silêncios"
(D) "sustentando seu demorado destino."
(E) "ao pássaro que procura o fim do mundo".
Português – FUVEST 2000
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SOLUÇÃO
O paradoxo decorre da aparente conciliação de elementos inconciliáveis, o que gera nítida sensação de absurdo, como em "sussurante de
silêncios".

04.(ITA - 1991) Se, em vez de 'camelo', o autor houvesse optado pelo emprego de 'borboleta', como ficaria, respeitando o padrão estilístico da
forma original; a oração adjetiva?
(A) que abana sua obsequiosa inquietude;
(B) que foge do seu voraz predador;
(C) que pousa nas flores de nossa praça;
(D) que bate suas asas azuis;

SOLUÇÃO www.estudemais.com.br
(E) que busca o néctar das flores.

Na expressão "ao camelo que mastiga a sua longa solidão" temos um verbo que exprime ação pertinente ao sujeito, mas que tem como
complemento algo abstrato, não adequado ao sentido literal do verbo: não se mastiga a longa solidão.
Todas as demais alternativas fazem afirmações pertinentes, em que as palavras mantêm seu significado corrente.
Em "borboleta que abana sua obsequiosa inquietude" temos o mesmo padrão estilístico: inquietude (qualidade modificada pelo adjetivo
obsequiosa) tomada como algo concreto completando o verbo "abanar", que é pertinente à borboleta.

Instruções para as questões 5 e 6.

Em cada uma das questões abaixo, apresentam-se três afirmações, as quais podem ser corretas ou incorretas. Após ler atentamente o poema e
as afirmações propostas, assinale:
A Se todas forem corretas.
B Se todas forem incorretas.
C Se apenas a I for correta.
D Se apenas a II for correta.
E Se apenas a III for correta.

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05.(ITA - 1991) Supondo correto que
"A organização básica do poema se faz a partir de uma comparação: que 'a' (elemento comparado) seja 'b' (termo ou base da comparação)
como 'c' e não como 'd' (elementos comparantes)".

podemos afirmar que:


I- O elemento comparado ('a'),pessoa com quem se fala, pode ser o próprio leitor.
II- A pessoa com quem se fala é exortada a ser "qualquer coisa/serena, isenta, fiel." (termo da comparação).
III- Diversos, os elementos comparantes ( 'c' e 'd') pertencem respectivamente a uma ordem natural idealizada (do verso 3 ao verso 20) e
ao universo humano real (verso 23).
(A) A
(B) B
(C) C
(D) D
(E) E

SOLUÇÃO
Temos aqui um exercício de lógica que parte de uma suposição sobre o poema "Sugestão" (in Mar Absoluto), de Cecília Meireles. Essa suposição,
assumida como correta no enunciado da questão, pode ser assim resumida: que a seja b, assim como c, e não como d.
Montando o raciocínio:
a, o "elemento comparado", é o destinatário do poema, o interlocutor do enunciador;
b, o "termo da comparação", é aquilo com que a deve se identificar: " - qualquer coisa / serena, isenta, fiel.";
c, é a série de "elementos comparantes" contidos entre os versos 3 e 20: "flor", "onda", "ar da noite", "pedra", "nuvem", "cigarra", "camelo",
"pássaro" e "boi".

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a é exortado a imitá-los, uma vez que se identificam com b;
d é o "elemento comparante" contido no verso 23 ("o resto dos homens") do qual a deve se diferenciar.

06.(ITA - 1991) Baseando-nos no texto, podemos afirmar que:


I- Ao sentimento de desencanto, sugerido pelo verso final, sobrepõe-se o apelo para que o homem volte a se integrar num universo
natural idealizado em que se encontram as qualidades 'serenidade, isenção e fidelidade'.
II- Ao sentimento generalizado de frustração e rebeldia sobrepõe-se, ao final, a ordem - expressa pela forma imperativa do verbo 'ser':
deve o homem, para não ser como 'o resto', afastar-se do materialismo das coisas.
Português – FUVEST 2000
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III- Não obstante o sentimento de desilusão do verso final, o poeta está convencido de que o homem integrará o universo natural
idealizado, visto que são poucos os que não se mantêm fiéis às qualidades de 'serenidade', isenção e fidelidade', as quais estão no princípio
de todas as coisas.
(A) A
(B) B
(C) C
(D) D
(E) E.

SOLUÇÃO
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As afirmações II e III distorcem o significado do poema.
Em II, é atribuído o sentido de ordem ao imperativo do verbo ser, quando, na verdade ele é empregado como exortação ou apelo, como
corretamente interpreta a afirmação I. Além disso, o poema não propõe o "afastar-se do materialismo das coisas".
Em III, afirma-se que "o poeta está convencido de que o homem integrará o universo natural idealizado", o que não é verdade. Em momento
algum, o poeta manifesta essa certeza, mas sugere a aspiração de tal integração ocorresse. Por outro lado, o poema não permite a suposição de
que a minoria dos homens se mantém fiel às qualidades louvadas.

07.(ITA - 1991) Assinale a opção cujos elementos, do poema, melhor representam (metaforicamente) as qualidades "isenção (imparcialidade) e
fidelidade (abnegação)":
(A) Noivos e pétalas
(B) Onda e morte
(C) Lua e Pedra
(D) Ar da noite e soldados
(E) Flor e nuvem.

SOLUÇÃO

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Os elementos que, metaforicamente, melhor representam as qualidades "isenção (imparcialidade) e fidelidade (abnegação)" estão contidos na
alternativa C: Lua e Pedra.
A Lua não discrimina "os noivos abraçados / e os soldados já frios", isto é, o amor e o ódio, bem como a vida e a morte, portanto é isenta

(imparcial).

A Pedra, "detida", sustenta "seu demorado destino", o que sugere persistência e constância, portanto é fiel (abnegada).

Instruções para as questões 8, 9, l0 e 11.


Nas questões 8, 9, l0 e 11 Você deve indicar a opção que melhor preenche as lacunas, observando a propriedade das palavras ou locuções, a

correção gramatical, a coerência e a seqüência das idéias.

08.(ITA - 1991) "O repouso é uma das grandes armas______ _______ se utiliza a medicina; ________ ele traz, embutidas
_________,múltiplas respostas nocivas."
(A) curativas - das quais - p or isso - nele mesmo
(B) contraditórias - de que - todavia - por si próprias;
(C) terapêuticas - de que - entretanto - em si próprio;
(D) tradicionais - do qual - por conseguinte - em si próprias;
(E) benéficas - com que - não obstante - por si mesmas.

SOLUÇÃO

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Utilizam-se rege a preposição de, por isso "de que se utiliza". A contradição entre "uma das grandes armas terapêuticas" e "múltiplas respostas
nocivas", é corretamente expressa pela conjunção entretanto, adversativa. "Em si próprio" refere-se ao "repouso".

09.(ITA - 1991) "A ____________ lituana (movimento separatista) veio apenas ___________ o juízo clássico de que, numa estrutura política
marcada pela imobilidade e pelo extremo autoritarismo, os processos de abertura, por mais __________ que sejam, tendem a
_________________' um movimento que ultrapassa os limites pretendidos pelos governos."
(A) secessão - ratificar - incipientes - deflagrar;
(B) sucessão - robustecer - primitivos - estimular;
(C) insurreição - retificar - insipientes - sublimar;
(D) dissidência - corroborar - iminentes - denegrir;
(E) sublevação - aviltar - fugidios - conter.
Português – FUVEST 2000
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SOLUÇÃO
 secessão significa separação
 ratificar significa confirmar
 incipientes significa inexperientes, iniciantes
 deflagrar significa provocar, excitar

10.(ITA - 1991) “ _____________ intromissões e insinuações de última hora, o Rio, por ter melhor __________, deverá sediar a 2 a.
Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente, ___________ mais de cem Chefes de Estado."
(A) Salvas as - infra-estrutura - aonde comparecerão.
(B) Mesmo que haja - infra-estrutura - à qual deverão comparecer.
(C) Salvo - infra-estrutura - à que haverá de comparecer.
(D) Apesar das - infraestrutura - onde poderão comparecer.
(E) A despeito das - infraestrutura - em que haverão de comparecer.

SOLUÇÃO
A oposição existente entre "intromissões e insinuações" e "sediar a 2ª Conferência" é expressa pela locução conjuntiva mesmo que, concessiva.
O prefixo infra exige hífen diante de palavra iniciada por vogal, h, r e s.
O verbo comparecer rege a preposição a, que se funde com o a do relativo a qual (à qual).

11.(ITA - 1991) “Mesmo nas economias mais influenciadas pelo ideário liberal, o poder público dispõe de instrumentos legais para __________a
cartelização da oferta de certos itens, prática que se torna particularmente_____________ no caso_________ controles
grupais____________ produtos que não podem ser substituídos facilmente, ainda que tenham seus preços majorados."
(A) promover - benéfica - desses comercializarem;
(B) fomentar - vantajosa - destes - comerciarem;
(C) coibir - nefasta - de esses - incidirem sobre;
(D) impedir - suscetível - de os - sobrevierem em;
(E) moderar - benigna - dos - traficarem com.

SOLUÇÃO
 coibir, sinônimo de impedir, refrear, proibir;
 nefasta, sinônimo de prejudicial, perniciosa;
 de esses, preposição e pronome separados, uma vez que o pronome integra um sujeito, termo que não pode ser preposicionado. Esses
controles grupais é sujeito de incidirem.
 incidirem sobre, verbo cuja regência está corretamente indicada.

12.(ITA - 1991) Assinale a opção correta quanto à pontuação:


(A) Dos andares mais altos do Banco Central onde está instalada, a equipe do FMI pode avistar o prédio do Congresso Nacional - um mundo à
parte, na Brasíia - que sente os primeiros efeitos da recessão.
(B) Dos andares mais altos do Banco Central onde está instalada a equipe do FMI, pode avistar o prédio do Congresso Nacional um mundo â
parte na Brasília que sente os primeiros efeitos da recessão.
(C) Dos andares mais altos do Banco Central, onde está instalada a equipe do FMI, pode avistar o prédio do Congresso Nacional um mundo à
parte na Brasília, que sente os primeiros efeitos da recessão.
(D) Dos andares mais altos do Banco Central, onde está instalada, a equipe do FMI pode avistar o prédio do Congresso Nacional, um mundo à
parte na Brasília que sente os primeiros efeitos da recessão.
(E) Dos andares mais altos do Banco Central onde está instalada, a equipe do FMI pode avistar o prédio do Congresso Nacional; um mundo à
parte na Brasília, que sente os primeiros efeitos da recessão.

SOLUÇÃO
 "onde está instalada": oração subordinada explicativa deve vir entre vírgulas.
 "a equipe do FMI" é sujeito de "pode avistar..." Não se separa o sujeito do predicado por meio de vírgula.
 "na Brasília que sente os primeiros...". A determinação de Brasília pelo artigo indica que a adjetiva que segue é restritiva. Não cabe, pois, a
vírgula.
 Não há por que separar o aposto "um mundo à parte..." por ponto-e-vírgula.

Instruções para as questões 13 e 14.

As quatro frases de cada uma das questões abaixo podem ser corretas ou incorretas. Verifique quais apresentam, ou não, infração de regras
gramaticais e/ou restrições estilísticas e, observando cuidadosamente o número de cada questão, assinale:
Português – FUVEST 2000
40
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A Se for correta somente a frase 1.


B Se for correta somente a frase 2.
C Se for correta somente a frase 3.
D Se for correta somente a frase 4.
E Se todas forem incorretas.

13.(ITA - 1991)

branco.
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1- O arroz parboilizado, o agulhinha com coloração amarela, segundo o proprietário da arrozeira, contém mais vitaminas do que o agulhinha

2- O médico, que defendia a descriminação do aborto, havia dito: "Sou a favor de que o aborto saia já do Código Penal!"
3- Um agente de segurança daquele "shopping" surpreendeu, há uns dias atrás, um caixa fraudando a empresa em cumplicidade com uma amiga.
4- Previsão: céu nublado, com períodos de chuva forte todo dia em lugares isolados.
(A) A
(B) B
(C) C
(D) D
(E) E

SOLUÇÃO
 Na frase 2 faltou o ponto final após as aspas.
Também ficaria melhor "disse" em lugar de "havia dito".

 Na frase 3 existe o pleonasmo "há uns dias atrás".


 Na frase 4 a expressão correta seria "todo o dia".

14.(ITA - 1991)

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1- Muitos são, ao mesmo tempo, portadores de doenças cardíacas e reumatológicas.
2- Você pode ir ao Banco para mim ? Inclusive, vai chover, e eu tenho que passar pelo colégio para apanhar a Marina;, antes das 4:30 hs.
3- O Governo quer saber porque insumos e tratores custam menos ao exportar do que no mercado interno.
4- As forças policiais não interviram apesar de já haver ocorrido três choquei entre os grevistas.
(A) A
(B) B
(C) C
(D) D
(E) E

SOLUÇÃO
 A forma convencionada para indicação de horário é 4h 30min;
 "inclusive" não tem o valor de "além disso";
 "... que saber por que..." (por que = por qual razão);
 As forças policiais não intervieram ... (intervir segue o modelo de vir)

15.(ITA-1991) Assinale o texto que estilística e gramaticalmente expressa, com a necessária clareza, ênfase e correção, a indicação de cada
frase, dada nos parênteses.
I- A Igreja viveu verdadeira 'Via Crucis' no México. (Oração Principal)
II- Noventa por cento da população do México ser católica. (Oposição)
III- A essa 'Via Crucis' não faltou uma cruenta perseguição religiosa. (Atributo de I)

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(A) Dado que 90% da população no México seja católica, a Igreja mexicana viveu verdadeira 'Via Crucis' à qual não faltou cruenta perseguição
religiosa.
(B) A Igreja viveu verdadeira 'Via Crucis' no México, mas 90% de sua população são de católicos, e a isso não faltou cruenta perseguição
religiosa.
(C) Sendo 90% da população católica, a Igreja viveu no México uma verdadeira 'Via Crucis', onde não faltou uma cruenta perseguição religiosa.
(D) Não obstante 90% da população seja católica, a Igreja viveu no México verdadeira 'Via Crucis', a que não faltou cruenta perseguição
religiosa.
(E) Apesar de que uma cruenta perseguição religiosa não haja faltado, a Igreja viveu uma verdadeira 'Via Crucis' no México, cujo 90% por
cento de sua população é católica.

SOLUÇÃO
A oração subordinada adverbial concessiva "Não obstante 90% da população seja católica", anteposta à oração principal, deve ser separada por
vírgula. A oração subordinada adjetiva "a que não faltou cruenta perseguição religiosa", referente ao termo "Via Crucis", é explicativa, devendo,
portanto, ser separada por vírgula.
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Nas alternativas A e C, não se caracteriza expressamente a idéia de oposição; nas alternativas B e E atributo não está vinculado à "Via Crucis".

16.(ITA - 1991) Assinale a opção que melhor reestrutura gramatical e estilisticamente - o seguinte grupo de frases.
"Os Estados Unidos e a União Soviética se revezam no primeiro lugar no quadro geral de medalhas. Isso desde os Jogos de Londres, acontecidos
1948. Para esses países a hipótese da formação de uma única equipe olímpica alemã surge como uma ameaça. É que no esporte, área onde as
negociações tendem a ser mais amenas, essa hipótese também surge como uma possibilidade factível."
(A) Os Estados Unidos e União Soviética se revezam no primeiro lugar no quadro geral de medalhas desde os Jogos de Londres em 1948, e a

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hipótese da formação de uma única equipe olímpica alemã surge para os mesmos como possibilidade factível e como uma ameaça, pois o
esporte é área em que as negociações tendem a ser mais amenas.
(B) A hipótese da formação de uma única equipe alemã surge como uma possibilidade factível e como uma clara ameaça para os Estados Unidos e
a União Soviética, no esporte, área onde as negociações tendem a ser mais amenas, embora aqueles países se revezem no primeiro lugar no
quadro geral de medalhas, desde os Jogos de Londres, em 1948.
(C) Desde 1948, nos Jogos de Londres, Estados Unidos e União Soviética se revezam no primeiro lugar no quadro geral de medalhas, mas a
hipótese da formação de uma única equipe olímpica alemã surge como forte possibilidade factível e ameaça também para eles no esporte,
área na qual as negociações tendem a ser mais amenas.
(D) No esporte, área em que as negociações tendem a ser mais amenas, a hipótese da formação de uma única equipe olímpica alemã surge como
forte possibilidade e clara ameaça para os Estados Unidos e União Soviética, países que se revezam no primeiro lugar no quadro geral de
medalhas, desde os Jogos de Londres, em 1 948.
(E) Apesar dos Estados Unidos e União Soviética se revezarem no primeiro lugar no quadro geral de medalhas, desde os Jogos de Londres, em
1948, a hipótese para eles da formação de uma única equipe alemã surge como uma ameaça, pois é no esporte, área onde as negociações
alemãs tendem a ser as mais amenas, que essa hipótese surge como uma possibilidade fortemente factível.

SOLUÇÃO
 As demais alternativas apresentam o deselegante pleonasmo "possibilidade factível".
 Na alternativa A, faltou a vírgula depois de Londres e o acento na palavra "hipótese".
 A preposição não se combina com artigos que determinam sujeito de infinitivo. Assim, ao invés de "apesar dos Estados Unidos ... se

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revezarem", deve-se escrever "apesar dos Estados Unidos ... se revezarem.

17.(ITA - 1991) Assinale a opção em que todas as formas verbais estão corretas:
(A) a)Iaguo, coubéssemos, ceiemos, descreu, confieis;
(B) b) revir, possui, provêem, reouve, precaveu;
(C) c) benquisesse, valho, caibo, cri, trouxesse;
(D) d) lêem, crêem, dêem, vêem, eles retém;
(E) e) ides, vades, frijo, interviu, riais.

SOLUÇÃO
águo - ceemos / bem - quisesse / eles retêm / interveio
OBS.: Há registro do verbo interver, equivalente a entrever. Assim, teoricamente, a alternativa E também estaria correta. É correta a forma
"interviu". Não há: contexto que obrigue a pensar no verbo intervir.

18.(ITA - 1991) Assinale a opção cujas palavras eruditas correspondem respectivamente, quanto ao significado', às expressões "inflamação de
um músculo, governo de poucos, relativo ao ferro e derramamento de pus".
(A) nevralgia, oligofrenia, sideral purulento;
(B) nevralgia, plutocracia, estelar, menorréia;
(C) miite, oligarquia, sidérico, piorreia;
(D) pericardite, anarquia, êneo, seminífero;
(E) mielite, monarquia, férreo, pustulento. ,

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SOLUÇÃO
Os elementos formadores das palavras em questão são todos de origem grega:
 miite: de mi(o), músculo + ite, inflamação. Existe também a forma miosite.
 oligarquia: de olig(o), pouco + arquia, referente a quem comanda.
 sidérico: de sider(o), ferro, aço + ico, sufixo formador de vocábulos eruditos.
 piorréia: de pi(o) , pus + re(o), fluxo, corrente.

19.(ITA - 1991) Em "Assim que viu que já eram sete horas, ' lembrou-se Ana Rita num sobressalto, que ' fez com que suas pernas bambeassem,
de que se esquecera do encontro que ela combinara para as seis." temos, do ponto de vista sintático:
(A) um período composto por coordenação e subordinação;
(B) seis orações subordinadas, sendo as duas iniciais respectivamente oração adverbial temporal e oração adjetiva;
(C) um período composto por subordinação, cujas orações são todas subordinadas substantivas e subordinadas adjetivas;
(D) um período composto por subordinação, cuja oração principal é “lembrou-se Ana Rita um sobressalto”.
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(E) um período composto por coordenação e subordinação, cuja oração principal é "Assim que viu que já eram sete horas".

SOLUÇÃO
Assim que viu (1)
que já eram sete horas, (2)
lembrou-se Ana Rita num sobressalto, (3)
que fez (4)
com que suas pernas bambeassem, (5)
de que se esquecera do encontro (6)
que ela combinara para as seis (7)
(1) Or. sub. adverbial temporal
(2) Or. sub. substantiva objetiva direta
(3) Or. principal
(4) Or. sub. adjetiva explicativa
(5) Or. sub. substantiva objetiva direta
(6) Or. sub. substantiva objetiva indireta
(7) Or. sub. adjetiva restritiva

20.(ITA - 1991) Assinale o texto que, pela linguagem e pelas idéias, pode ser considerado como representante da corrente Naturalista.
(A) "... essa noite estava de veia para a coisa; estava inspirada; divinal Nunca dançara com tanta graça e tamanha lubricidade! Também cantou. E
cada verso que vinha de sua boca [...] era um arrulhar choroso de pomba no cio. E [...], bêbado de volúpia, enroscava-se todo ao violão; e o
violão e ele gemiam com o mesmo gosto, grunhindo, ganindo, miando, com todas as vozes de bichos sensuais, num desespero de luxúria que
penetrava até ao tutano com línguas finíssimas de cobra."
(B) "Na planície avermelhada dos juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e
famintos, [...]
(C) Fazia horas que procuravam uma sombra.
(D) A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga raia.”
(E) "Vivia longe dos homens, só se dava bem com animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e não sentiam a quentura da terra. Montado,
confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia."
(F) "Do seu rosto irradiava singela expressão de encantadora ingenuidade, realça da pela meiguice do olhar sereno [...] Ao erguer a cabeça para
tirar o braço de sob o lençol, descera um nada a camisinha de crivo que vestia, deixando nu um colo de fascinadora alvura, em que ressaltava
um ou outro sinal de nascença.”
(G) "Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. A pé, quando parado, recosta-se invariavelmente ao primeiro umbral
ou parede que encontra; a cavalo, se sofreia o animal para trocar duas palavras com um conhecido, cai logo sobre um dos estribos,
descansando sobre a espenda da sela.”

SOLUÇÃO
O Naturalismo é a vertente estilística do Período Realista que estuda a fisiologia das personagens como se fosse a projeção mais relevante da

Natureza. Assim, os homens são freqüentemente alinhados com os animais. Por essa razão: o Naturalismo destaca nos homens suas

propriedades mais instintivas, como o sexo, a fome e outros desejos. O texto da alternativa A, extraído de O Cortiço (1890), de Aluísio

Azevedo, apresenta duas personagens dominadas por impulsos incontroláveis do instinto: Rita Baiana e Firmo. Ela, dominada pela "lubricidade", é

comparada a uma "pomba no cio", ele, "bêbado de volúpia", é equiparado a diversos "bichos sensuais".

21.(ITA - 1991) Marque a opção que identifica autor, obra e escola a que pertence o seguinte excerto:
"São mulheres desgraçadas
Como Agar o foi também,
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
Nalma - lágrimas e fel."
(A) Faqundes Varela - Vozes da América - Romantismo.
(B) Basílio da Gama - O Uruguai - Neoclassicismo.
(C) Castro Alves - Ò Navio Negreiro - Romantismo.
(D) Jorge de Lima - Poemas Negros - Modernismo.
(E) Manuel Bandeira - Cinza das Horas - Modernismo.
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SOLUÇÃO
O trecho transcrito faz parte do Canto V de "Navio Negreiro" de Castro Alves. Conhecido como "poeta dos escravos", o bardo baiano é o

expoente máximo da terceira fase do romantismo abolicionistas da época: poesia de vertente revolucionária, sua marca é a rebeldia, que explode

na luta contra as injustiças de seu tempo (séc. XIX). Castro Alves coloca-se como porta-voz das ânsias coletivas e procura denunciar a

escravidão com mal social inaceitável. A adesão ao abolicionismo evidencia-se em expressões como: "mulheres desgraçadas" e "Filhos e algemas

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nos braços".

22.(ITA - 1991) Marque a opção que identifica autor e obra a que pertence o seguinte excerto:
"... a verdade é que Marcela não possuía inocência rústica, e mal chegava a entender moral do código.
Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que lhe não permitia arrastar pelas ruas os seus
estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga de dinheiro é de rapazes. Naquele ano, morria de amores por um certo Xavier, sujeito
abastado

e tísico, - uma pérola."


(A) José de Alencar - Senhora.
(B) Raul Pompéia - O Ateneu.
(C) Joaquim Manuel de Macedo - A Moreninha
(D) Jorge Amado - Jubiabá.
(E) Machado de Assis - Memórias Póstuma de Brás Cubas.

SOLUÇÃO

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O autor do texto, Machado de Assis, pode ser reconhecido pela frase perfeita, pelo estilo irônico e pela visão crítica. O romance em referência,
Memórias Póstumas de Brás Cubas, é facilmente identificado pelas personagens, principalmente por Marcela, primeira paixão do jovem Brás
Cubas.

23.(ITA - 1991) As informações abaixo referem-se ao autor (ou autora) 'do poema "Sugestão".
"Não seguiu rigidamente nenhuma corrente do Modernismo brasileiro. Produziu uma poesia lírica, caracterizada por certo misticismo e
por um tom melancólico. Estreou com obra de tendência nitidamente simbolista. Alguns de seus livros mostram sua ligação com o grupo
espiritualista de revista "Festa". Muitas de suas obras podem ser caracterizadas pela musicalidade, abordando temas como a fugacidade do
tempo, a transitoriedade das coisas, a inutilidade da existência, a solidão ou o sonho."
(A) Cecília Meireles
(B) Adélia Prado.
(C) João Cabral de Melo Neto
(D) Jorge de Lima.
(E) Murilo Mendes.

SOLUÇÃO
O texto "Sugestão", que abre a prova de Português, traz índices inequívocos da poesia de Cecília Meireles, retomados no enunciado da questão.
Sua filiação à vertente simbolista de nosso Modernismo poderia ser identificada a partir do próprio título do poema, que contém a idéia de
espiritualidade e insinuação. Além da informação de a poetisa ter participado da Revista Festa, o enunciado realça suas características mais
populares, como musicalidade e culto do sonho e da solidão. Cecília Meireles pertence à segunda fase do Modernismo, geração de 1930.
Comentário:
Cecília Meireles estreou em 1919, com o volume Espectros, coleção de sonetos mais parnasianos que simbolistas. Neste sentido, o enunciado
contém uma informação ligeiramente incorreta.

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24.(ITA - 1991) O tema do excerto abaixo relaciona-se à representativa tendência de um determinado estilo literário. Assinale, então, a opção
cujos autores pertencem à tendência e ao estilo em questão:
“Amei-te sempre: - e pertencer-te quero
Para sempre também, amiga morte.
Quero o chão, quero a terra, - esse elemento
Que não se sente dos vaivéns da sorte.”
(A) Casimiro de Abreu, Visconde de Taunay, José de Alencar.
(B) Álvares de Azevedo, Fagundes Varela, Junqueira Freire.
(C) Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Basílio da Gama.
(D) Castro Alves, Gonçalves Dias, Manuel Antônio de Almeida.
(E) Gregório de Matos, Padre Vieira, Bernardo Guimarães.
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SOLUÇÃO
A proposição pedia para identificar uma tendência de determinado estilo literário a partir de uma estrofe característica. Os versos do
fragmento indicam o Romantismo, tanto pela presença da emoção quanto pelo subjetivismo. Na poesia romântica brasileira, encontramos três
tendências, relacionando-se o referido texto com a segunda geração daquele movimento, também denominada byroniana ou ultra-romântica. A
estrofe transcrita foi extraída do poema "Morte" de Junqueira Freire.

25.(ITA - 1991) Marque a opção que identifica autor e período literário a que pertence o seguinte excerto:
“Esta foi a origem do pecado original, e esta é a causa original das doenças do Brasil - tomar o alheio, cobiças, interesses, ganhos e

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conveniências particulares, por onde a justiça se não guarda e o Estado se perde. Perde-se o Brasil, Senhor (digamo-lo em uma palavra), porque

alguns ministros [...] não vêm cá buscar o nosso bem, vêm cá buscar nossos bens. Assim como dissemos que se perdeu o mundo, porque Adão fez

só a metade do que Deus lhe mandou, em sentido averso - guardar sim, trabalhar não, assim podemos dizer, que se perde também o Brasil, porque

alguns dos seus ministros não fazem mais que a metade do que [...] lhes manda.”

(A) Lima Barreto , Pré-Modernismo


(B) Padre Bernardes , Neoclassicismo
(C) Rui Barbosa , Modernismo
(D) Padre Vieira , Barroco
(E) Frei José Santa Rita Durão , Arcadismo

SOLUÇÃO
A marca mais evidente do estilo Barroco no texto são os trocadilhos, operados em repetições surpreendentes, como: "pecado original" - "causa
original", "nosso bem" (= bem-estar) - "nossos bens" (=propriedade), "fez só a metade" - "não fazem mais que a metade". Todos esses
trocadilhos trazem, implícitas outras tantas antíteses, figura fundamental do estilo barroco. A antítese manifesta-se mais claramente na

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passagem "guardar sim, trabalhar não". Enfim, o texto estrutura-se a partir de um esforço retórico próprio do Conceptismo, modalidade
barroca que contém uma dissertação argumentativa ou a defesa de uma idéia ou conceito. Tais propriedades estilísticas caracterizam a obra
sermonística e epistolar do Pe. Antônio Vieira.

PROVA DE PORTUGUÊS

Antes de responder às questões de número l a 7, leia com atenção o texto abaixo:

Vandalismo
1 Meu coração tem catedrais imensas,
Templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.

2 Na ogiva fúlgida e nas colunatas


Vertem lustrais irradiações intensas
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.

3 Como os velhos Templários medievais


Entrei um dia nessas catedrais

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E nesses templos claros e risonhos...

E erguendo os gládios e brandindo as hastas,


No desespero dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!
(EU. 30. ed. Rio de Janeiro, Livr. São José, 1963, p. 145.)

01.(ITA - 1992) Identifique as classes das palavras retiradas do texto, relacionando a primeira coluna à segunda:
( ) de amor ( 1 ) Adjetivo
( ) Na ogiva ( 2 ) Substantivo
( ) lustrais ( 3 ) Locução adjetiva
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( ) Cintilações ( 4 ) Locução adverbial


( ) um dia ( 5 ) Locução prepositiva
( ) hastas ( 6 ) Locução pronominal
( ) iconoclastas ( 7 ) Locução substantiva
A seqüência correta é:
(A) 4 - 4 - 2 - 2 - 6 - l - l
(B) 3 - 4 - l - 2 - 4 - 2 - 2
(C) 7 - 7 - l - l - 5 - 2 - l
(D) 5 - 5 - 2 - 2 - 6 - l - l
(E) 3 - 7 - l - l - 7 - 2 - 2

SOLUÇÃO
 de amor: locução adjetiva que modifica o substantivo nume.
 na ogiva e um dia são locuções adverbiais: a primeira liga-se a vertem, indicando lugar; a Segunda liga-se a entrei, indicando tempo.
 lustrais: adjetivo que modifica o substantivo irradiações.
 hastas e iconoclastas: substantivos - designam seres.

02.(ITA - 1992) Quanto à predicação , os verbos “canta, entrei, quebrei” classificam-se, no texto, respectivamente como:
(A) trans.direto - intransitivo - trans. direto
(B) trans.dir. e ind. - trans. direto - trans. dir. e indireto
(C) intransitivo - trans. direto - trans . direto
(D) intransitivo - trans. direto - trans. dir. e indireto
(E) trans. direto - intransitivo - trans. dir. e indireto.

SOLUÇÃO
 canta: tem como objeto direto a aleluia.
 entrei: não apresenta nem objeto direto, nem indireto.
 quebrei: tem como objeto direto a imagem.

03.(ITA - 1992) Assinale a opção em que todos os termos desempenham a mesma função sintática:
(A) onde, nas colunatas, um dia, das crenças
(B) meu coração, um nume, templos, os gládios
(C) de amor, de lâmpadas, dos iconoclastas, dos meus próprios sonhos
(D) catedrais, aleluia, ametistas, desespero
(E) em serenatas, virginal, na orgia, irradiações, os gládios.

SOLUÇÃO
 Todas as locuções citadas exercem a função sintática de adjunto adnominal.

04.(ITA - 1992) Com relação às duas estrofes iniciais, pode-se afirmar que nelas permanece respectivamente a idéia de:
(A) saudosismo e brilho
(B) plasticidade e musicalidade
(C) otimismo e suntuosidade
(D) antiguidade e claridade
(E) exaltação e riqueza.

SOLUÇÃO
Estrofe I: A sugestão de saudosismo decorre, basicamente, de três vocábulos: "priscas", "longínquas" e "serenatas". Todos eles possuem uma
carga semântica relacionada com o passado. O adjetivo "virginal" reforça a idéia de restauração de tempos primitivos.
Estrofe II: A sugestão de brilho decorre, basicamente, dos seguintes vocábulos: "fúlgida", "lustrais", "irradiações", "cintilações" e "lâmpadas".

05.(ITA - 1992) Qual das figuras abaixo não ocorre no poema ?


(A) Sinestesia
(B) Metáfora
(C) Anacoluto
(D) Aliteração
(E) Polissíndeto

SOLUÇÃO
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Anacoluto - quebra na seqüência lógica do discurso, de que resulta um termo que se esvazia sintaticamente. Não ocorre nenhum no texto.
Sinestesia - fusão de sentidos na expressão verbal. Todo o texto se baseia na forte impressão visual e auditiva, sobretudo no sintagma "tempos
claros e risonhos", em que a impressão visual se cruza com a audição.
Metáfora - comparação implícida. Na primeira estrofe, o poeta afirma que o seu coração tem catedrais. Na verdade, ele sugere que o seu
coração tem sentimentos que se assemelham a catedrais, porque são dominados pela crença e ingenuidade.
Aliteração - repetição sistemática da mesma consoante. A consoante mais intensamente recorrente é o r, como em "vertem lustrais e

irradiações intensas."

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Polissíndeto - repetição intensiva de uma conjunção, como ocorre em "E as ametistas e os florões e as pratas."

06.(ITA - 1992) Dadas as afirmações:


I- Já na estrofe inicial, as imagens visuais e auditivas antecipam-nos, de forma plástica e viva, a desilusão e desencanto final do ‘eu’
poemático.
II- Opera-se no primeiro terceto, além de retomada das idéias básicas dos quartetos, uma mudança de ordem temporal a partir da qual se
inicia o processo de dissolução e destruição do ‘eu’ poemático.
III- Ao longo do poema, ocorre um processo gradativo de rebeldia devassadora, cujo início, prosseguimento e clímax correspondem
respectivamente às formas verbais de presente, gerúndio e pretérito.
Inferimos, de acordo com o texto, que:

(A) Todas estão corretas


(B) Todas estão incorretas
(C) Apenas a I está correta
(D) Apenas a II está correta
(E) Apenas a III está correta

SOLUÇÃO

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Afirmação I - incorreta, porque a primeira estrofe fala da crença virginal que domina o coração do poeta. Não fala de seu futuro ceticismo ou
desilusão.
Afirmação II - CORRETA, porque, de fato, o primeiro terceto retoma as idéias básicas dos quartetos (através da palavra Templários) e introduz
uma mudança temporal importante: o presente passa para o pretérito perfeito (entrei).
Afirmação III - incorreta, porque o início, prosseguimento e clímax da rebeldia correspondem respectivamente às formas verbais de presente,
pretérito e gerúndio.

07.(ITA - 1992) Qual das expressões abaixo melhor se relaciona com o título do poema ?
(A) “Templos de priscas...”
(B) “... ogiva fúlgida...”
(C) “... velhos Templários medievais”
(D) “... as hastas”
(E) “... iconoclastas”

SOLUÇÃO
O substantivo iconoclasta designava, na Baixa Idade Média os quebradores de imagens dos tempos católicos. Por extensão, passou a designar o
destruidor de mitos e convenções.

08.(ITA - 1992) Assinale a opção em que todas as palavras estejam corretamente grafadas:

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(A) homilia, tepidez, revezar, reveses, paisinho

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(B) pôr, pêlo, véns, provejai, averigüem
(C) sequer, assimetria, descensão, suscinto, avidês
(D) caístes, amá-la-íeis, bendisseram, prazeiroso, coalizão
(E) requesitar, rivalizar, fascínora, emurchecer, extravazar

SOLUÇÃO
Cada uma das outras alternativas apresenta erros, cuja correção é:
B - vens, provede, averigúem
C - sucinto, avidez
D - bendisseram, prazeroso
E - requistar, extravasar
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09.(ITA - 1992) Assinale a opção em que ocorre oração subordinada adjetiva:


(A) Deixe que eu datilografo a carta para o ministro.
(B) Desapareça, que os policiais vêm chegando.
(C) Meu sonho sempre foi que meu filho fosse engenheiro.
(D) Não ligue às pessoas que zombam de você.
(E) Supõe-se que ele tenha fugido de madrugada.

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SOLUÇÃO
 O que do período da letra D é o único que substitui, na subordinada, uma palavra da principal: que substitui pessoas.
Conforme o recurso prático, esse que pode ser substituído por as quais, portanto é pronome relativo, o que caracteriza a oração
subordinada adjketiva.
 O que é conjunção integrante em A, C e E.
 Em D, o que é conjunção coordenada explicativa.

10.(ITA - 1992) Assinale a opção em que, retirando-se a vírgula ou mudando-se a sua posição, não se obtém alteração de sentido:
(A) Isso também pesa aos brasileiros, que têm carro a álcool.
(B) Pediu que contemplássemos a bela visão, da ampla janela.
(C) Mariana foi, logo Mário não pôde ir.
(D) Como precisava de ajuda, procurou Maria, sua melhor amiga.
(E) Obtivemos, em julho, os passaportes; só em dezembro, porém, é que viajamos.

SOLUÇÃO
 em julho é um ajunto adverbial intercalado entre o verbo (obtivemos) e o objeto direto (os passaportes). Como se trata, porém, de uma
expressão curta, as vírgulas podem ser suprimidas, sem que isso traga qualquer alteração de sentido: "Obtivemos em julho os passaportes;
só em dezembro, porém, é que viajamos."

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11.(ITA - 1992) Assinale a opção correta quanto à regência:
Paradoxalmente, a redução das Forças Armadas iraquianas .... proporções inferiores .... necessárias .... preservação do equilíbrio .... nações
vizinhas não é desejável, sobretudo .... luz dos acontecimentos recentes, que atestam quanto é pequena a resistência desses países ..... tentações
criadas ........ vácuo militar.
(A) a - às - na - ante às - à - pelas - no
(B) a - às - à - com as - à - às - pelo
(C) em - àquelas - pela - nas - pela - em - pelo
(D) à - das - à - das - a - com as - do
(E) às - às - para a - ante as - com a - às - por.

SOLUÇÃO
 Embora o preenchimento possa ser feito, em alguns caos, por mais de uma opção, apenas a seqüência da alternativa B preenche de forma
correta as lacunas.

12.(ITA - 1992) A conjunção ou locução conjuntiva que expressa uma circunstância diferente das demais é:
(A) Posto que a luta fosse longa e encarniçada venceram.
(B) Como estivesse frio, preferiu não sair.
(C) Sem que fosse escravo, obedecia a todas as ordens.
(D) Ainda que esteja chovendo, não falta nunca aos compromissos.
(E) Por mais que gritasse, não pôde ser ouvido.

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SOLUÇÃO
 Enquanto a conjunção como expressa a idéia de causa, todas as locuções conjuntivas das outras alternativas veiculam a idéia de concessão.

13.(ITA - 1992) Qual das opções substitui corretamente as palavras sublinhadas ?


1. Foi-lhes fácil fazer os exercícios.
2. Não obstante seja parco de recursos , mantém as aparências.
3. Expões as idéias com lucidez.
4. Faz os deveres rapidamente.
5. Se não pretendes gastar, põe o dinheiro na poupança.
(A) Fazerem-nos ; mantenha-os ; Expô-las ; Fá-los-á ; ponha-o
(B) fazerem-nos ; mantém-as ; Expõe-nas ; Faze-os ; põe-lo
(C) fazê-los ; mantém-las ; Expõe-as ; Faça-os ; põe-no
(D) fazê-los ; mantém-nas ; expõe-las ; Fá-los ; põe-no
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(E) fazer-los ; mantém-nas ; Expõe-nas ; faze-os ; põe-lo

SOLUÇÃO
 Quando os pronomes átonos o, os, a, as são colocados encliticamente em relação a formas verbais terminadas em R, S ou Z, caem essas
letras e o pronome assume as formas -lo, -los, -la, -las. Se a forma verbal termina em M, o pronome assume as formas -no, -nos, -na, -nas.

14.(ITA - 1992) Assinale a opção que preenche corretamente os espaços:


“Mesmo que ............ outros imprevistos, haja vista que já ............. alguns,.......... todas as necessidades se ................. tranqüilos:
(A) haja - correram - proviremos - nos mantermos
(B) advenham - sobrevieram - proveremos a - nos mantivermos
(C) advissem - sobreviram - proviríamos - mantivéssemo-nos
(D) adviessem - têm sobrevindo - previremos - mantermo-nos
(E) Advierem - têm - havido - supriremos a - mantivermo-nos

SOLUÇÃO
A questão abrange quatro tópicos gramaticais:

 Morfologia: correta conjunção dos verbos advir, sobrevir, prover e manter.


 Regência: a preposição a exigida pelo verbo prover na acepção do contexto.
 Colocação: nos mantivermos - próclise exigida pela conjunção se.
 Concordância: a impessoalidade do verbo haver não aceita o plural do auxiliar. No caso, não se pode escrever "têm havido".

15.(ITA - 1992) Observe as frases abaixo:


(I) A maioria das pesquisas a que se procederam não contribui para aumentar as informações de que já se dispunham.
(II) O jornal a que assisto começa às quinze para as oito.
(III) Amar e odiar são próprios do ser humano.
Quanto à concordância (verbal ou nominal) , está(ão) correta(s):
(A) Apenas a I
(B) Apenas a II
(C) Apenas a III
(D) Apenas a II e III
(E) Todas

SOLUÇÃO
I - Os verbos proceder a e dispor de deveriam ficar no singular, uma vez que o se é índice de indeterminação.

II - O substantivo subentendido é minutos. Então, a forma correta é "aos quinze (minutos) para as oito".
III - No caso de os infinitivos sujeitos serem de sentidos opostos, o verbo vai para o plural. É o que ocorre aqui.

16.(ITA - 1992) Observe as frases abaixo:


(I) Pretendem-se contratar datilógrafos . Tratar à Rua XV , 95.
(II) De molde a eliminar os mal-entendidos, os EUA enviou um porta-voz na Rússia.
(III) Ao seu ver, este é um dos problemas difíceis de se resolverem.
(IV) Os analistas trabalham com versões, o governo com fatos - entre umas e outras permeam enormes diferenças.
Pode estar correta:
(A) Nenhuma
(B) Apenas a I
(C) Apenas a II
(D) Apenas a III
(E) Apenas IV
SOLUÇÃO
As formas corretas seriam:
I - Pretende-se contratar datilógrafos. Tratar na Rua XV, 95.
II - De modo a eliminar os mal-entendidos, os EUA enviaram um porta-voz à Rússia.
III - A seu ver, este é um dos problemas difíceis de se resolverem.
IV - Os analistas trabalham com versões; o governo, com fatos - entre uns e outras permeiam enormes diferenças.
Observação:
A nossa opção pela alternativa A em lugar da D explica-se por uma só razão: nosso acesso à obra em cuja discutível autoridade a banca se baseou
para formular as várias alternativas propostas.
Assim, em outras palavras, damos a resposta que a banca quer que seja tida como correta.
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17.(ITA - 1992) Assinale o texto que estilística e gramaticalmente expressa, com a necessária clareza, ênfase e correção, a indicação dada nos
parênteses ou, quando não formulada, sugerida pelo próprio enunciado.
(I) A acácia-negra ocupa 160 mil hectares só no Rio Grande do Sul.
(II) da casca da acácia-negra é extraído o tanino.
(O . S. Adjetiva)
(III) A acácia-negra é a terceira cultura florestal do país em importância econômica.
(IV) O tanino é uma substância usada em couros e peles (curtir).

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(A) Em virtude de ocupar 160 mil hectares só no Rio Grande do Sul, a acácia-negra é a terceira cultura florestal do País em importância
econômica, de cuja casca se extrai o tanino - substância usada para curtir couros e peles.
(B) A acácia-negra ocupa 160 mil hectares só no Rio Grande do Sul, objetivando a extração do tanino para se curtirem couros e peles, sendo,
pois, a terceira cultura florestal do país.
(C) A acácia-negra da qual é extraído o tanino, substância usada na curtição de couros e peles, é a terceira cultura florestal do país em
importância econômica; ocupa, por isso, 160 mil hecs. Só no Rio Grande do Sul.
(D) A acácia-negra, de cuja casca é extraído o tanino - substância usada no curtimento de couros e peles, é a terceira cultura florestal do País
em importância econômica, a ponto de ocupar, só no Rio Grande do Sul, 160 mil hectares.
(E) Substância usada no curtume de couros e peles, o tanino é extraído da casca acácia-negra, que ocupa, só no Rio Grande do Sul, 160 mil hec.,
sendo que ela é a terceira cultura florestal do País em importância econômica.

SOLUÇÃO
Para justificar a opção pela alternativa D, basta levar em conta o fato de que é apenas ela que contém todas as relações sugeridas no enunciado
da questão: só nela, por exemplo, é que a proposição I ocorre como conseqüência da III.
Observação:
Em rigor, deveria haver um travessão depois de peles ("... e peles -, é ... ), fechando o que foi aberto em "tanino - substância ...".

18.(ITA - 1992) Assinale a opção que melhor reestrutura - gramatical e estilisticamente - o seguinte grupo de frases:

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As diferentes formas de governo, através dos séculos, não foram senão variantes da tríade clássica de uma das obras de Aristóteles.
Esta obra chama-se Política. As diferentes formas de governo são: a monarquia, a aristocracia e a democracia: cada uma delas tem perversão as
quais respectivamente são a tirania, a oligarquia e a demagogia.
(A) As diferentes formas de governo, através dos séculos, que são monarquia , a aristocracia e a democracia, têm, cada uma delas, perversão: a
da 1a é a tirania, a da 2a é a oligarquia, a da 3a é a demagogia; e não foram senão variantes da tríade clássica de uma das obras de
Aristóteles: Política.
(B) As diferentes formas de governo - a monarquia, a aristocracia e a democracia - cada uma delas com a sua respectiva perversão: tirania,
oligarquia e a demagogia não foram senão variantes, através dos séculos, da tríade clássica de uma das obras de Aristóteles, chamada
‘Política’.
(C) Como variante da tríade clássica da “Política”, uma das obras de Aristóteles, temos, através dos séculos, as diferentes formas de governo,
cada qual com sua respectiva perversão: tirania, aristocracia e a democracia.
(D) Foi de “Política”, obra de Aristóteles, que surgiu a tríade de diferentes formas de governo, de onde originaram, através dos séculos, todas
as três, cada qual com a sua perversão: a da monarquia é a tirania, a da aristocracia é a oligarquia; e a da democracia, a demagogia.
(E) Através dos séculos, as diferentes formas de governo não foram senão variantes da tríade clássica de “Política”, uma das obras de
Aristóteles: a monarquia, cuja perversão é a tirania; a aristocracia, cuja perversão é a oligarquia ; e a democracia, cuja perversão é a
demagogia.

SOLUÇÃO
A opção pela alternativa E pode-se justificar tanto do ponto de vista da gramática quanto do da estilística.
Gramaticalmente, trata-se de uma Redação inteiramente correta, sem nenhum deslize de qualquer nível, incluindo a pontuação.
Estilisticamente, é concisa, bem articulada, o que lhe confere clareza e precisão. Traduz, sem nenhuma obscuridade, todas as informações
sugeridas no enunciado da questão.
A alternativa A peca, sobretudo, pela falta de concisão: gastou mais palavras do que o necessário.
A alternativa B, além da falta de concisão, contém a palavra 'Política' mal pontuada: deveria estar entre aspas ("Política").

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A alternativa C contém erro conceitual: a aristocracia e a democracia não são formas de pervesão.

A alternativa D peca por imprecisão e por má articulação das palavras.

LITERATURA

19.(ITA - 1992) Qual ou quais das informações abaixo se referem ao autor do poema “Vandalismo” ?
(I) Um dos seus freqüentes recursos morfológicos ou, a rigor, morfossemânticos, é o emprego insólito do substantivo abstrato no plural capaz de
sugerir uma dimensão sensível no universo das idéias: diafaneidades, melancolias, quintessências, diluências, cegueiras. Às vezes a oposição do
adjetivo concreto ao nome abstrato alcança efeitos raros: brancas opulências, doçuras feéricas.
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(II) Poesia de um solipsista torturado, a escavar masoquistamente o mais secreto do seu ser biológico e metafísico, expressa numa linguagem

sincopada, agressiva e máscula, poesia madura e niilista, da melhor que tem produzido nossa literatura.

(III) A sua popularidade deve-se ao caráter original, paradoxal, até mesmo chocante, da sua linguagem, tecida de vocábulos esdrúxulos e
animada de uma virulência pessimista sem igual em nossas letras.
Está(ão) corretas(s):

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(A) apenas a I e a II
(B) Apenas a II e a III
(C) Apenas a I e a III
(D) Apenas a II
(E) Todas.

SOLUÇÃO
A afirmação I descreve a dinâmica do estilo simbolista puro, como o praticado por Cruz e Sousa. Augusto dos Anjos (autor do soneto

apresentado ria abertura da prova) é um poeta eclético, cuja preferência lingüística funde elementos parnasianos e simbolistas, conduzindo-o a

resultados definitivamente contemporâneos. Além disso, a afirmação apresenta uma incoerência interna, pois os dois exemplos finais não

ilustram corretamente a teoria exposta imediatamente antes. Já as afirmações II e III descrevem com perfeição a poesia característica de

Augusto dos Anjos.

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20.(ITA - 1992) Leia atentamente as informações, e relacione-as aos autores apresentados:
(I) Os cem sonetos de [ ... ] compõem um cancioneiro onde não uma só figura feminina, mas várias pastoras, em geral inacessíveis, constelam uma
tênue biografia sentimental. Os prados e os rios, os montes e os vales servem não só de pano de fundo às inquietações de Glauceste como
também de seus confidentes.
(II) Resta ver a força artesanal, que é patente em um versejador como [ ... ]. Alguns de seus sonetos sacros e amorosos transpõem com brilho
esquemas de Gôngora e Quevedo e valem como exemplo do gosto seiscentista de compor símiles e contrastes para enfunar imagens e destrinçar
conceitos.
Autores:
a Gregório de Matos
b Cláudio Manuel da Costa
c Tomás A . Gonzaga
d Basílio da Gama
e Alvarenga Peixoto
f Padre Vieira
(A) I - c, II - f
(B) I - d, II - c
(C) I - e, II – f
(D) I - b, II – c
(E) I - b, II - a

SOLUÇÃO
As informações contidas nos enunciados revelam características de dois dos principais poetas da Era Colonial brasileira.
O enunciado I aponta para Cláudio Manuel da Costa (Glauceste Saturnio), introdutor do Arcadismo entre nós com Obras poéticas, publicadas em
1763, que de fato possuem cem sonetos, alguns dos quais em italiano.

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Em seus poemas o poeta celebra várias pastoras, entre as quais se destaca Nise.

O enunciado II faz referência a Gregório de Matos, alcunhado de "O boca de inferno", principal barroco brasileiro, como deixa claro a idéia de
contraste do enunciado. O "enfunar imagens" relaciona-se a Gôngora e ao cultismo; o "destrinçar conceitos", a Quevedo e ao conceptismo.

21.(ITA - 1992) “Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, “olho de cigana oblíqua e dissimulada”. Eu não sabia o que era oblíqua,
mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim [ ... ] deixou-se fitar e examinar . Só me perguntara o que era, se nunca os vira; eu
nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra idéia do meu intento;
imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto , com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles,e a isto atribuo que entrassem
a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que...”
O excerto acima faz parte do romance “...........”,cuja personagem feminina é .................
(A) Memória Póstumas de Brás Cubas - Virgília
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(B) Dona Flor e Seus Dois Maridos - Dona Flor


(C) D . Casmurro - Capitu
(D) O Cortiço - Rita Baiana
(E) Senhora - Aurélia.

SOLUÇÃO
O fragmento apresentado na questão contém o nome de uma personagem conhecidíssima - José Dias. Além disso, contém ainda a famosa imagem

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caracterizador de Capitu - "olhos de cigana oblíqua e dissimulada". Tais elementos, entre outros, permitem associar o texto como sendo

extraído de D. Casmurro, romance de Machado de Assis.

22.(ITA - 1992) “Só os roçados da morte


compensam aqui cultivar,
e cultivá-los é fácil:
simples questão de plantar;
não se precisa de limpar,
de adubar nem de regar;

as estiagens e as pragas
fazem-nos mais prosperar;
e dão lucro imediato;
nem é preciso esperar
pela colheita: recebe-se
na hora mesma de semear.”

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Os versos acima fazem parte do poema “...............”, de ........................................
(A) Cabra marcado para morrer - Ferreira Gullar
(B) A Túnica Inconsúltil - Jorge de Lima
(C) O Visionário - Murilo Mendes
(D) Cobra Norato - Raul Bopp
(E) Morte e Vida Severina - João Cabral de Melo Neto

SOLUÇÃO
Os versos transcritos fazem parte do poema "Morte e Vida Severina - auto de natal pernambucano", escrito sob forma de redondilhas maiores

(sete sílabas poéticas), e pertencem ao poeta João Cabral de Melo Neto, da 3ª fase do Modernismo brasileiro (45-hoje)

23.(ITA - 1992) Observe as afirmações abaixo:


(I) O “eu” romântico, objetivamente incapaz de resolver os conflitos com a sociedade, lança-se à evasão. No tempo, recriando a Idade Média
Gótica e embruxada. No espaço, fugindo para ermas paragens ou para o Oriente exótico.
(II) A natureza romântica é expressiva. Ao contrário da natureza árcade, decorativa. Ela significa e revela. Prefere-se a noite ao dia, pois sob a
luz do sol o real impõe-se ao indivíduo, mas é na treva que latejam as forças inconsciente da alma: o sonho, a imaginação.
(III) No romantismo, a epopéia, expressão heróica já em crise no séc. XVII, é substituída pelo pelo poema político e pelo romance histórico,
livre das peias de organização interna que marcavam a narrativa em verso. Renascem, por outro lado, formas medievais de estrofação e dá-se o

Estão corretas:
(A) Todas
(B) Apenas a I
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máximo relevo aos metros livres, de cadência popular, as redondilhas maiores e menores, que passam a competir com o nobre decassílabos.

(C) Apenas a I e a II
(D) Apenas a II e a III
(E) Apenas a I e a III

SOLUÇÃO
O conjunto das três afirmações resulta em um panorama sobre a temática e a expressão literária do Romantismo.
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24.(ITA - 1992) “Penso em [ ... ] com insistência. Se fosse possível recomeçarmos....Para que enganar-me ? Se fosse possível recomeçarmos,
aconteceria exatamente o que aconteceu. Não consigo modificar-me, é o que me aflige. [.....................................................................] [.........] entrou aqui
cheia de bons sentimentos e bons propósitos. Os sentimentos e os propósitos esbarraram com a minha brutalidade e o meu egoísmo.
Creio que nem sempre fui egoísta e brutal. A profissão é que me deu qualidade tão ruins.
E a desconfiança é também conseqüência da profissão. Foi este modo de vida que me inutilizou. Sou um aleijado. Devo ter um coração miúdo,
lacunas no cérebro, nervos diferentes dos nervos dos outros homens. E um nariz enorme, uma boca enorme, dedos enormes.”
Os excertos acima fazem parte do romance “........”, cuja personagem feminina é ...................
(A) Fogo Morto – Marta

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(B) Mar Morto - Lívia
(C) Vidas Secas - Sinhá Vitória
(D) São Bernado - Madalena
(E) O Mulato - Ana Rosa.

SOLUÇÃO
Os excertos selecionados para esta questão fazem parte do romance São Bernardo (1934), de Graciliano Ramos. Nesta obra, Paulo Honório, o

narrador-personagem, investiga os motivos que levaram ao fracasso trágico de sua vida. Através da reconstituição memorialística, relata os

fatos marcantes de sua infância pobre, de sua ascensão social como poderoso latifundiário nordestino até sua lamentável situação de homem

solitário e desinteressado de tudo desde que a esposa Madalena suicidou-se, por não suportar o autoritarismo, o ciúme e a intolerância do

marido.

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25.(ITA - 1992) Esse famoso ensaio “..............” é uma espécie de paródia de uma das obras de.................. ............Através de uma parábola, o autor
apresenta a Poesia como uma mulher nua que os homens, com o passar dos tempos, foram cobrindo de roupas e jóias, até que um vagabundo
genial. (Rimbaud) deu um pontapé naquele monte de roupas e deixou outra vez a mulher nua - ...........................
(A) Manifesto da Poesia Pau-Brasil - O . Andrade - a arte moderna.
(B) A escrava que não é Isaura - B. Guimarães - a poesia moderna.
(C) Profissão de Fé - Olavo Bilac - a poesia parnasiana.
(D) Macunaíma - M. Andrade - a Extética moderna.
(E) Antífona - Cruz e Souza - a poesia simbolista.

SOLUÇÃO
Mário de Andrade foi o líder da geração que implantou o Modernismo na cultura brasileiro. Essa liderança inconteste resulta não só de sua obra
literária propriamente dita (poesia e prosa de ficção), mas também da função, exercitada permanentemente, de Teórico do movimento
modernista. Essa faceta pode ser avaliada no "Prefácio Interessantíssimo" à Paulicéia Desvairada (1922), cujas idéias centrais foram retomadas
e ampliadas em A Escrava que não é Isaura. Nesse ensaio, publicado em 1925, Mário de Andrade expõe "pequenos e paliativos remédios da
farmacopéia didático - técnico - poética" do Modernismo. A idéia sintetizada no título paródia do conhecido romance romântico de Bernardo
Guimarães - é a de que a poesia moderna se libertou dos grilhões acadêmicos e formais da tradição.

PROVA DE PORTUGUÊS

INSTRUÇÃO PARA A REDAÇÃO


Redija em prosa uma dissertação, expondo seu ponto de vista sobre afirmação abaixo:

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“Definitivamente, a gratuidade generalizada do ensino superior no Brasil é uma discriminação injusta e extravagante.”

Após apresentar sua opinião (introdução), você deve desenvolver sucintamente argumentos com base nos dados da realidade sócio-
cultural brasileira (desenvolvimento) e chegar a uma conclusão compatível com a argumentação apresentada

Importante:
Crie um título coerente com seu texto. O texto final não pode ser a lápis . E ... Boa Sorte!

As perguntas de 01 a 06 referem-se ao texto abaixo:


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Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causar repugnância...
Sobe-se à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme - este operário das ruínas -


Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreita meus olhos para roê-los,


E há de deixar-me apenas os cabelos
Na frialdade inorgânica da terra!

01.(ITA - 1994) Morfologicamente, “de escuridão” e “desde a epigênesis” funcionam respectivamente como:
(A) Locução substantiva e locução adjetiva.
(B) locução adverbial e locução adverbial.
(C) locução adjetiva e locução adverbial
(D) locução adverbial e locução adjetiva.
(E) locução adjetiva e locução adjetiva.

SOLUÇÃO
 de escuridão: trata-se de locução, pois é expressão constituída de preposição + substantivo: tem valor adjetivo, pois determina o
substantivo monstro.
 desde a epigênesis: locução (formada de preposição + substantivo) com valor adverbial, pois modifica o verbo sofro.

02.(ITA - 1994) Em “Que o sangue podre das carnificinas” o termo grifado funciona morfológica e sintaticamente como:
(A) pronome relativo e sujeito.
(B) pronome substantivo e relativo.
(C) conjunção integrante e conectivo subordinativo.
(D) pronome relativo e objeto direto.
(E) conjunção consecutiva e sujeito.

SOLUÇÃO
 Morfologicamente, o que é pronome relativo porque recupera o substantivo verme, da oração anterior. Note-se que esse que pode ser
substituído por o qual.
 Retomando o substantivo verme, esse que funciona como sujeito do verbo come: Já o verme … o qual (verme) come o sangue podre das
carnificinas…

03.(ITA - 1994) Em “Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia” os termos grifados funcionam respectivamente como:
(A) adjunto adverbial e adjunto adnominal.
(B) adjunto adverbial e adjunto adverbial
(C) objeto indireto e complemento nominal
(D) objeto adverbial e adjunto adnominal.
(E) adjunto adnominal e complemento nominal

SOLUÇÃO
 “Sobe-me à boca” equivale a “sobe à minha boca”. Vê-se que o me, embora pronome pessoal, está revestido de um significado possessivo.
Sendo assim, exerce a função de determinar o substantivo “boca”, o que faz dele um adjunto adnominal.
 O adjetivo análogo é palavra de significação transitiva: tudo que é análogo é análogo a algo. Assim, a expressão “à ânsia” deve ser
considerada complemento nominal.

04.(ITA - 1994) Os verbos “sofro” e “anda” no texto funcionam respectivamente como:


(A) intransitivo e ligação
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(B) transitivo direto e auxiliar.


(C) transitivo direto / indireto e ligação
(D) transitivo indireto e intransitivo.
SOLUÇÃO
 No contexto, sofro funciona como verbo transitivo direto, já que vem complementado pelo objeto direto “a influência má dos signos do
zodíaco”.
 “Já o verme … anda a espreitar meus olhos”. Nessa oração, o verme é sujeito do verbo principal espreitar, que tem como objeto direto meus
olhos. Assim, anda, ligado a espreitar pela preposição a, é apenas um verbo auxiliar: anda a espreitar equivale a está a espreitar (espreitando)

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05.(ITA - 1994) Dadas as afirmações:
Coerente com a visão determinada das ciências Naturais, o poeta, ao longo do poema, revela-se conformado e indiferente com o
fatalismo da morte.
II. Evidencia-se no poema um dos elementos de renovação poética do autor: dessacralização da palavra, desvinculando-a do seu
compromisso com o belo.
III. Não obstante o poeta seja um cultor da arte pela arte, percebem-se no poema alguns procedimentos caracterizadores da
transformação poética desencadeada pelo Modernismo.
De acordo com o texto, podemos dizer que:
(A) Todas estão corretas
(B) Todas estão incorretas.
(C) Apenas a I e II estão corretas.
(D) Apenas a II e III estão corretas.
(E) Apenas a I e III estão corretas.

SOLUÇÃO
As afirmações II e III evidenciam o inconformismo formal e expressivo do poeta, que rompe com o presumido bom gosto dos parnasianos e
antecipa alguns procedimentos modernistas. A admitir-se a afirmação I como correta, ter-se-ia que aceitar a idéia de que pudesse haver um
conteúdo conformista numa forma renovadora – hipótese teoricamente inadmissível. A tonalidade geral do poema é de desespera e espanto em

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face da invevitabilidade da morte, que não permite ao poeta a atitude serena de um cientista.

06.(ITA - 1994) Todos os elementos abaixo são caracterizadores da poesia do autor e estão presentes no poema, exceto:
(A) Linguagem exótica.
(B) Resignação enternecida
(C) Crueza do tema.
(D) Agudo pessimismo
(E) Temática da decomposição.

SOLUÇÃO
A alternativa B é a única que apresenta uma noção radicalmente incompatível com o sentido geral do texto, caracterizado na questão 5 como
inconformado e rebelde.

07.(ITA - 1994) Assinale a opção que melhor reestrutura - gramatical e estilisticamente - os seguintes grupos de frases:
[O pé-de-pato permitir os nadadores deslocar na água. E isso é feito com rapidez ] - O. Principal. Condição: adaptar o pé-de-pato aos pés. O pé-
de-pato é um calçado de borracha, com forma de pé-de-pato.
(A) O pé-de-pato, calçado com este formato, caso seja adaptado aos pés dos nadadores, permitir-lhes-á um rápido deslocamento na água.
(B) Se for adaptado aos pés, o pé de pato, calçado de borracha com forma de pé-de-pato, permite os nadadores deslocarem com rapidez na
água.
(C) O pé-de-pato, calçado de borracha com forma de pé-de-pato, permite um rápido deslocamento na água aos nadadores, desde que o mesmo
esteja adaptado aos seus pés.
(D) Calçado de borracha com a forma de pé de pato, desde que se o adapte aos pés, o pé-de-pato porque os nadadores se desloquem com
rapidez na água.

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(E) O pé-de-pato, calçado de borracha com forma de pé de pato, permite aos nadadores, se adaptado aos pés, rápido deslocamento na água.

SOLUÇÃO
Para responder a esta questão, deve-se perceber a diferença entre “pé-de-pato”, palavra composta que designa uma nadadeira, parte de um
equipamento de mergulho, e a expressão “pé de pato”, que designa uma parte do corpo de ave pato. As alternativas incorretas apresentam os
seguintes problemas:
A) – O pronome “este” retoma “pé-de-pato”, formando a expressão formato de pé-de-pato, enquanto o correto seria formato de pé de pato.
– A oração “caso seja adaptado aos pés dos nadadores” é mais prolixa que “se adaptado aos pés”, da alternativa E.
B) – “se for adaptado…” é mais prolixa que “se adaptado…” da alternativa E.
– O correto seria permite aos nadadores.
– O verbo “deslocar” deveria, nesse contexto, ser pronominal: deslocaram-se.
– O correto seria: forma de pé de pato.
C) – forma de pé-de-pato, e não “fôrma de pé-de-pato”.
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– Grande distância entre “permite” e “aos nadadores”.


– “o mesmo”, muito distante de “pé-de-pato”, termo que ele recupera.
D) – Não-obediência à estrutura da oração principal proposta pelo enunciado.
Comentário: O exercício teve sua resolução comprometida por dois erros ortográficos no enunciado:
a) a palavra “fôrma”, apesar de consignada pelo Novo Dicionário Aurélio, não está de acordo com o Formulário Ortográfico, alterado pela lei nº
5.765, de 1971;
b) a expressão pé de pato aparece incorretamente grafada “pé-de-pato”, não obstante essa distinção ser necessária para a escolha da
alternativa correta.

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08.(ITA - 1994) Idem à anterior:
A dramática situação do setor farmacêutico reuniu milhares de médicos no Centro de Convenções Anhembi. ] - O. Principal.

O setor farmacêutico tira medicamentes do mercado. Razão disso: não conseguir os preços que ele pleitear. As indústrias desta área abandonar
o país. E naquele Centro começou o Congresso Paulista de Medicina.
a) A dramática situação do setor farmacêutico, cujas indústrias tiram medicamentos do mercado por não conseguir os preços que pleiteia,
fazendo com que elas abandonem o país, reuniu no Centro de Convenções Anhembi, local onde começou o Congresso Paulista de Medicina, milhares
de médicos.
b) A dramática situação do setor farmacêutico, o qual tira medicamentos do mercado por não conseguir os preços pleiteados, e cujas indústrias
abandonam o país, reuniu milhares de médicos no Centro de Convenções Anhembi, onde começou o Congresso Paulista de Medicina.
c) No Centro de Convenções Anhembi, a dramática situação do setor farmacêutico reuniu milhares de médicos, os quais começaram o Congresso
Paulista de Medicina, devido à retirada de medicamentos do mercado por não conseguir os preços pleiteados e ao mesmo tempo porque as
indústrias da área estão abandonando o país.
d) No Centro de Convenções Anhembi, em cujo local começou o Congresso Paulista de Medicina, a dramática situação do setor farmacêutico,
cujas indústrias abandonam o país e que tiram medicamentos do mercado, os quais começaram o Congresso Paulista de Medicina, devido à
retirada de medicamentos do mercado por não conseguir os preços pleiteados e ao mesmo tempo porque as indústrias da área estão abandonando
o país.
e) A dramática situação do setor farmacêutico que tira medicamentos do mercado porque não consegue os preços pleiteados e cujas indústrias
abandonam o país, reuniu milhares de médicos no Congresso Paulista de Medicina, no Centro de Convenções Anhembi.

SOLUÇÃO
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As alternativas incorretas apresentam as seguintes imperfeições:
A) – Erro de concordância verbal: pleiteiam, e não “pleiteia”.
– É o setor farmacêutico, e não as indústrias, que tira os produtos do mercado.
C) – A frase apresenta excesso de intercalações.
– O verbo “conseguir” aparece sem sujeito claro.
D) – “em cujo local” está errado; o correto seria local em que, ou apenas onde.
– Grande distância entre o verbo “reuniu” e seu sujeito, “ a dramática situação do setor farmacêutico”.
E) – Falta vírgula após “setor farmacêutico”, já que o pronome relativa “que” introduz uma oração adjetiva explicativa.
– Não-obediência à estrutura proposta para a oração principal.

09.(ITA - 1994) Assinale a opção que corresponde ao texto com melhor relação:
(A) os peregrinos chegaram em Juazeiro, onde realizam-se romarias e costuma-se haver milagres, encontrado a referida cidade inundada pelas
chuvas torrenciais.
(B) Quando chegaram a Juazeiro, local onde se realizam romarias e muitos milagres, os peregrinos encontraram a cidade inundada pelas chuvas
que desabaram copiosamente sobre ela.
(C) Os peregrinos, quando chegaram a Juazeiro - cidade de romaria e de milagres, encontraram-na inundada pelas chuvas.
(D) O peregrinos encontraram a cidade de Juazeiro, que é onde se realizam romarias e costuma haver milagres, inundada por copiosas chuvas
torrenciais.
(E) Os peregrinos que chegaram a Juazeiro, cidade na qual costuma haver milagres e para onde se realizam romarias, encontraram-na inundada
pelas chuvas torrenciais desabadas sobre ela.

SOLUÇÃO

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Para a resolução deste exercício, é preciso levar em conta que a melhor relação é sempre a menos redundante. A alternativa C apresenta as
fórmulas “cidades de romarias e milagres” e “inundadas pelas chuvas”, que, sem perda de conteúdo, são mais sintéticas do que as
correspondentes nas demais alternativas.

10.(ITA - 1994) Assinale a opção que completa corretamente as frases abaixo:


I - O viajante, antes de sair, .............. indispensável
II - Fundamentalmente,. a lei tem por fim ......... os erros.
III - “Sou a que chora sem saber ............”.
(A) proveu-se do - proscrever - por quê
(B) preveu-lhe o - prescreve - o porquê
(C) proviu-se do - discriminar - por que
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(D) proveio-lhe o - descriminar - por quê


(E) previu o - infligir - porque.

SOLUÇÃO
I) O verbo prover, que significa “abastecer”, conjuga-se como o verbo ver exceto no perfeito do indicativo (e seus derivados), caso em que se
conjuga regularmente: eu provi, tu proveste, ele proveu.
II) Proscreve significa “sustar”, “banir”, “suprimir”, “anular”. Prescrever significa “decretar”, “determinar”.
III) Por quê: trata-se da preposição por + quê (pronome interrogativo), com acento por estar em final de frase e ser tônico.

(A) passar á
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11.(ITA - 1994) Assinale a opção que completa corretamente as lacunas:
Ao ........... minha frente, ....................., ................... as atropelaria, e a Rosa ateve-se em mim para não bater com a cabeça no .....................
freei se não pára-brisa
(B) passarem á freiei senão parabrisa
(C) passarem na freei senão pára-brisa
(D) passar a freiei se não pára-brisa
(E) passarem a freei senão parabrisa

SOLUÇÃO
 A forma verbal passarem, no infinitivo pessoal, justifica-se, já que esse verbo possui sujeito diferente do sujeito da oração principal.
Passarem à frente ou passarem na frente, do ponto de vista gramatical, são formas corretas, com leve diferença de sentido.
 freei é forma correta do verbo frear, no perfeito do indicativo. Conjuga-se pelo modelo de passear (passeei);
 senão, grafado conjuntamente, é uma conjunção com o sentido de “ao contrário”, “de outro modo”;
 pára-brisa é palavra composta cuja grafia correta exige o hífen; pára leva acento por ser uma forma do verbo parar.

12.(ITA - 1994) Assinale a opção que corresponde ao texto com melhor pontuação:
(A) As crianças alvoroçadas correram para o jardim e o palhaço, que já tinha chegado alegremente, põe-se a cantar.

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(B) As crianças, alvoroçadas correram para o jardim: e o palhaço, que já tinha chegado, alegremente põe-se a cantar.
(C) As crianças alvoroçadas correram para o jardim e o palhaço que já tinha chegado, alegremente põe-se a cantar.
(D) As crianças, alvoroçadas, correram para o jardim, e o palhaço, que já tinha chegado, alegremente, põe-se a cantar.
(E) As crianças, alvoroçadas, correram para o jardim, e o palhaço, que já tinha chegado, alegremente põe-se a cantar.

SOLUÇÃO
 A palavra “alvoroçadas” deve vir entre vírgulas para ficar caracterizada como predicativo do sujeito, por oposição com adjunto adnominal.
 A oração “que já tinha chegado” deve ficar entre vírgulas, já que se trata de oração subordinada adjetiva explicativa.
 Só com a ausência de vírgula depois de “alegremente” deixa-se evidente que esse advérbio se relaciona com “pôs-se a cantar”

13.(ITA - 1994) Idem á anterior:


a) “Entenda, quem puder, este retrato:
ostenta dedos, dez, em cada mão;
tem cinco, juntamente em mãos e pés;
são vinte, e cinco em cada um dos pés estão.”
b) “Entenda. Quem puder, este retrato
ostenta dedos: dez, em cada mão
tem cinco; juntamente em mãos e pés
são vinte; e cinco em cada um dos pés estão.”
c) “Entenda quem puder, este retrato
ostenta: dedos, dez, em cada mão;
tem cinco juntamente em mãos e pés;
são vinte; e cinco, em cada um dos pés estão.”

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d) “Entenda, quem puder, este retrato:
ostenta dedos dez; em cada mão
tem cinco; juntamente em mãos e pés
são vinte, e cinco em cada um dos pés estão.”
e) “Entenda quem puder este retrato.
Ostenta dedos: dez, em cada mão
tem cinco juntamente; em mãos e pés -
são vinte e cinco - em cada um dos pés estão.”

SOLUÇÃO
A alternativa D é a única que permite, com a maior clareza e coerência possível, a transmissão do conteúdo da quadra: a pessoa possui vinte
dedos, cinco em cada mão e cinco em cada pé.
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14.(ITA - 1994) Assinale a opção que completa corretamente as lacunas:


“Contam alguns o seu segredo ........ flores,
......... hora em que ............ tarde como um sonho desde,
E ....... flor no aroma espalha os seus amores,
E como o aroma o amor se desvanece.”
(A) as, a, á, á
(B) ás, a, a, á
(C) ás, á, a, a
(D) as, á, á, á
(E) ás, a, á, a.

SOLUÇÃO
 às flores: com crase, pois trata-se do objeto indireto do verbo contar.
 à hora: impõe-se a crase por se tratar de expressão feminina com valor circunstancial.
 a tarde: sem crase, pois esse a é apenas artigo determinante de tarde, que é sujeito de desce.
 a flor: sendo sujeito do verbo espalha, a palavra flor é precedida pelo artigo a, não havendo, pois a, não havendo, pois, crase.

15.(ITA - 1994) Considere o código para a análise do se:


1. indeterminação do sujeito
2. parte integrante do verbo
3. conjunção subordinada
4. pronome apassivador
5. partícula expletiva
6. pronome reflexivo
Com relação a estas frases:
( ) Desconfia-se que haja vida em Marte.
( ) Comeu-se muito mal na festa de ontem.
( ) Veja-se já trouxeram nossas encomendas
( ) Será que todas as esperanças já se foram embora?
( ) Quando se veste para passeios, ela tem bom gosto.
A seqüência é:
(A) 4 - 4 - 4 6 - 1
(B) 4 - 1 - 3 - 5 - 6
(C) 5 - 2 - 3 - 6 – 2
(D) 3 - 4 - 4 - 1 - 6
(E) 4 - 6 - 3 - 5 - 1

SOLUÇÃO
 Apassivado pelo pronome se, o verbo transitivo desconfiar tem como sujeito paciente a oração “que haja vida em Marte”.
 Acompanhado o verbo intransitivo comer, o se indica a indeterminação do sujeito.
 Classifica-se como conjunção subordinada o se que liga uma oração subordinada à principal. No caso, temos a objetiva direta “já trouxeram
nossas encomendar” ligada à principal “veja” pela conjunção se (integrante).
 Classifica-se como partícula expletiva o se cuja presença ou ausência não modifica a estrutura sintática da oração.
 Objeto direto do verbo vestir e referindo-se ao sujeito ela, do mesmo verbo, o se é pronome reflexivo em “Quando se veste … ela tem bom
gosto”.

16.(ITA - 1994) Assinale a opção que completa corretamente as lacunas:


O ............... alia, de algum modo, a preocupação com a forma do ................... com a valorização da emoção do ...................... Desse modo, essa
preocupação não se baseia agora no uso de formas fixas e metros perfeitos. O cuidado formal é, portanto, temperado pela preferência d(a)
(o) ............. como meio de conhecimento do mundo.
(A) Parnasianismo - Neoclassicismo - Romantismo - purismo
(B) Modernismo- Simbolismo - Romantismo - iconoclastia
(C) Simbolismo - Parnasianismo - Romantismo - intuição
(D) Romantismo - Parnasianismo - Classicismo - racionalismo
(E) Realismo - Classicismo - Simbolismo - humanismo

SOLUÇÃO
Contemporâneo do Parnasianismo, o Simbolismo, embora partilhe sua preocupação formal, dele diverge por aprofundar a emotividade do
Romantismo. Evitando a impassibilidade parnasiana, os poetas simbolistas privilegiam a intuição, e não a razão, como forma de conhecimento do
mundo.
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17.(ITA - 1994)
“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura
Em continuas tristezas a alegria.”
De poeta muito conhecido, esta é a primeira estrofe de um soneto em cuja linguagem destacam-se o jogo de contraste e o uso de construções
indiretas. Indique, na relação a seguir, o nome do cantor.
(A) Gregório de Matos
(B) Jorge de Lima

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(C) Cláudio Manuel da Costa
(D) Pe. Vieira
(E) Alphonsus Guimaraens

SOLUÇÃO
A estética literária que se caracteriza predominante pelo jogo de contrastes (antíteses) e pelo uso de construções indiretas (hipérbatos) é a do
Barroco (séc. XVII), que tem como principal expoente, na poesia brasileira, Gregório de Matos. No poema “À instabilidade das cousas do
mundo”, de que transcreveu, na prova, a estrofe inicial, os traços apontados podem ser ilustrados pelas seguintes passagens:
 Antíteses: “Nasce” x “não dura mais”, “Luz” x “noite escura”; “tristeza” x “alegria”.
 Hipérbatos: “Em tristes sombras morre a formosura” (A formosura morre em tristes sombras); “Em contínuas tristezas a alegria” (A
alegria morre em contínuas tristezas).

18.(ITA - 1994)
“A preocupação com a construção da poesia, encarada como fruto do trabalho paciente e lúcido, é uma constante em sua obra, que também trata,
com raro senso de equilíbrio, de problemas sociais. Em uma delas, enveredando poesia de fundo histórico, trata do destino trágico de Frei
caneca, condenado à morte em 1825 por sua participação na Conferederação do Equador.”
As informações Antônio referem-se a:
(A) Tomás Antônio Gonzaga

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(B) Jorge de Lima
(C) Cecília Meireles
(D) Cláudio Manuel da Costa
(E) João Cabral de Melo Neto

SOLUÇÃO
No poema “O Ferrageiro de Carmona”, o poeta pernambuco João Cabral de Melo Neto (1920) afirma que o trabalho poético deve assemelhar-se
ao trabalho com “ferro forjado”, difícil e paciente, e não ao trabalho com “ferro fundido”, fácil e rápido.
Essa preocupação com a poesia que evite o fácil e a “inspiração” imediata marca toda a obra do autor de Morte e Vida Severina, um dos mais
contundentes poemas sociais da literatura brasileira.
No poema dramática O Auto do Frade (1984), citado na questão, João Cabral narra a viagem de Frei Caneca pela cidade do Recife, desde a sua
prisão, até o patíbulo no Forte das Cinco Pontas, em que foi executado.

19.(ITA - 1994) Dadas as afirmações:


I. Em “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, a narrativa constrói-se a partir de um tempo restruturação pela memória, em que os
acontecimentos se classificam segundo uma ordem de importância subjetiva.
II. Em vez de contentar-se com o estudo do homem, em “Angústia” o autor o relaciona intimamente ao da paisagem, estabelecendo entre ambos
um vínculo poderoso, que é a própria lei da vida naquela região.
III. Em “Macunaíma”, justifique-se a especificação do título - herói sem nenhum caráter, visto que o herói se configurava por suas qualidades
paradoxais: ao mesmo tempo, ele é preguiçoso e esperto, irreverente e simpático, valente e covarde.
(A) I e II estão corretas
(B) II e III estão corretas.
(C) I e III estão corretas
(D) Todas estão corretas

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(E) Todas estão corretas.

SOLUÇÃO
Grande Sertão: Veredas é um longo monólogo, em que Riobaldo narra sua vida. O discurso não é linear; organizar-se ao sabor da ocorrência do
fatos vivenciados na memória, e não segundo a ordem cronológica. Assim, a narrativa se estrutura pela subjetividade do narrador.
Angústia, de Graciliano Ramos, é um romance que estuda a torturada vida interior de Luís da Silva. Trata-se, sobretudo, de uma obra de
investigação psicológica, com implicações sociais. A relação íntima do homem com a paisagem, de que fala a afirmação II, é, na verdade,
focalizada pelo mesmo autor em outra obra famosa de sua autoria: Vidas secas.
A personalidade paradoxal de Macunaíma, de fato, justifica a especificação do título da obra – “herói sem nenhum caráter”. Seu comportamento
contraditório resulta num caráter tão múltiplo, que ele acaba por não ter nenhum. Nesse sentido, ele não é propriamente um herói, no sentido
tradicional, mas um anti-herói.
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20.(ITA - 1994) Desde o início, nota-se-lhe o esforço em querer atingir as camadas mais profundas da consciência humana, buscando o
significado da existência e da própria atividade de escrever. Por isso, em suas obras, o interesse principal não está no desenvolvimento do
enredo; o que lhe importa é investigar a repercussão que os fatos têm sobre a consciência dos personagens. Trata-se de uma literatura
introspectiva, que mergulha fundo no interior do ser humano para revelar suas dúvidas e inquietações. Ou nas suas próprias palavras: “Tenho
medo de escrever. É tão perigoso. Quem tentou, sabe. Perigo de mexer no que está oculto - e o mundo não está à tona, está oculto em suas raízes
submersas em profundidade de mar.”
As informações acima referem-se a:
(A) Graciliano Ramos
(B) Clarice Lispector

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(C) Mário de Andrade
(D) Dalton Trevisam
(E) Nélson Rodrigues.

SOLUÇÃO
Clarice Lispector, a quem se refere a texto da questão, veio a ser entre nós a principal representante da escrita do inconsciente. Ela incorporou
à prosa brasileira a temática do desespero existencial e da vivência do limite entre o ser e o parecer, entre a linguagem e o silêncio.

21.(ITA - 1994) Decretando o fim do verso e abolindo (a)(o) ................., estava vanguardistas procuram elaborar novas formas de comunicação
poética em que predomine o aspecto material do signo, de acordo com as transformações ocorridas na vida moderna. Neste sentido, (a)
(o) ................... explora basicamente (a)(o) ......................, jogando com formas, cores, decomposição e montagem das palavras etc., criando
estruturas que se relacionam visualmente.
(A) sintaxe tradicional - concretismo - significante
(B) metrificação - Poesia-praxis - significado
(C) Lirismo - Poema-processo - concreto
(D) versificação - Neoconcretismo - sonoridade
(E) sintaxe - Bossa-nova - ritmo

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SOLUÇÃO
O movimento da Poesia Concreta, lançado nacionalmente em 1956 por Décio Pignatari, Haroldo e Augusto de Campos, procurava modificar
radicalmente a estrutura tradicional da poesia. Propondo a substituição do verso pela palavra em si como unidade mínima de composição do verso
pela palavra em si como unidade mínima de composição poética, os concretista acabam por abolir a sintaxe tradicional como elo de ligação entre
as palavras de um poema. Considerando a palavra com “coisa” concreta, essa poesia privilegia a aproximação das palavras por seu “aspecto
material”, ou significante, enquanto a poesia e a sintaxe tradicionais as relacionam prioritariamente por seu significado semântico.

22.(ITA - 1994)
“[ ] Os sentimentos e os propósitos esbarraram com a minha brutalidade e o meu egoísmo. Creio que nem sempre fui egoísta e bruta!. A
profissão é que me deu qualidade tão ruins. E a desconfiança terrível, que me aponta inimigos em toda a parte.
A desconfiança é também conseqüência da profissão. Foi este modo de vida que me inutilizou. Sou um aleijado. Devo ter um coração
miúdo, lacunas no cérebro, nervos dos outros homens. E um nariz enorme, uma boca enorme, dedos enormes.”
Este excerto faz parte do romance “....................”, cuja personagem central, .........................., apresenta-nos uma imagem que contrasta, pela força
negativa da descrição, com a imagem do herói convencional.
(A) Terra dos sem fim - Juca Badaró
(B) Fogo Morto - José Amaro
(C) Vidas Secas - Fabiano
(D) Menino do Engenho - Antônio Silvino
(E) São Bernardo - Paulo Honório

SOLUÇÃO
Trabalhador braçal que chega a senhor da fazendo São Bernardo, Paulo Honório, o narrador-protagonista do romance São Bernardo, de
Graciliano Ramos, representa bem o homem que se vai endurecendo à medida que ascende socialmente.

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Herói problemático, ou anti-herói da sua própria narrativa, Paulo Honório, desconfiado, descarrega sua bestialidade sobre a esposa, Madalena,
em sucessivos ataques de ciúmes.
No final do romance, após o suicídio de Madalena, Paulo Honório reflete sobre sua brutalidade, egoísmo e desconfiança. Chega, por fim, a se
considerar um monstro de “nariz enorme, uma boca enorme, dedos enormes”, um “lobisomem”. Esse embrutecimento do homem, no meio social
e/ou natural hostil do Nordeste, é um tema reiterado por Graciliano Ramos em toda a sua obra ficcional.

23.(ITA - 1994) Dadas as afirmações:


I. Ligado ao movimento da Contra Reforma, o Barroco, expressando a angústia do homem dividido entre os anseios espirituais e os apelos
terrenos, apresentou como uma das características o uso constante da antítese e a linguagem rebuscada.
II. O arcadismo, que expressa uma visão mais sensualista da existência, propõe uma volta à natureza e um contato maior com a vida
simples do campo. Esse distanciamento entre a pessoa e a realidade deu-lhe no entanto um caráter artificial.
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III. Enquanto a poética do Parnasianismo se situa na confluência do culto da forma com a objetividade no tratamento da temática, a do
Simbolismo, que enfatiza o subjetivismo e a introspecção, despreza a palavra exata, descrição objetiva e explora o poder de sugestão da
linguagem.
(A) Todas estão corretas
(B) Todas estão incorretas
(C) I e II estão corretas
(D) II e III estão corretas
(E) I e III estão corretas.

SOLUÇÃO
O enunciado I afirma corretamente as características históricas e formais da estética barroca. E, no que respeita à praxe da linguagem
didática, os enunciados II e III também podem ser considerados corretos. Há, porém, nestes dois últimos, alguns reparos a verificar.
1º) O Arcadismo pode ser mais diretamente erótico do que o Barroco, mas o texto emprega o adjetivo “sensualista”, que também pode ser
entendido em sua relação com a sensorialidade, que é um dos pólos da estética barroca (supondo-se ainda, com certo arbítrio, uma comparação
pedida enter o Barroco e Arcadismo);
2º) A proposta de uma “volta à natureza” e à “vida simples do campo” não condiz exatamente com um distanciamento da realidade. Sem dúvida,
existe um distanciamento, mas não exatamente nesses termos;
3º) O que deu um caráter artificial ao Arcadismo foi sobretudo o travestimento pastoral e campesino de poetas que viviam na cidade, bem como
a recuperação que fizeram da linguagem e dos ideais da poesia clássica antiga, estranhos numa época industrial;
4º) Para usar todo rigor, também o enunciado III apresenta, além da formulação descuidada (“despreza a palavra exata, descrição objetiva …”),
uma certa banalização teórica do Simbolismo, forma de poesia que buscou suas atmosferas vagas dentro da maior exatidão vocabular: as palavras
em Mallarmé ou Cruz e Sousa realizam muito precisamente a sua função de sugerir.

24.(ITA - 1994)
“Auriverde pendão da minha terra
Que a brisa do Brasil beija a balança,
Estandarte que a luz do sol encerra,
E as promessas divinas da esperança...
Tu, que da liberdade após a guerra,
Foste hasteando dos heróis na lança.
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...”

Esta é uma das estrofes do famoso poema de linha social, cujo autor revela em grande parte de sua obra uma liberdade daquele egocentrismo
exagerado que marcou a geração ultra-romântica. Trata-se de:
(A) Fagundes Varela
(B) Olavo Bilac
(C) Castro Alves
(D) Casimiro de Abreu
(E) Gonçalves Dias

SOLUÇÃO
Trata-se de uma estrofe do quinto e último canto do poema “Navio Negreiro” (1868), de Castro Alves. O eu-lírico lamenta o fato de a bandeira
brasileira estar sendo usada para encobrir a vileza do tráfico de escravos, o que demonstra o engajamento do poeta baiano na luta pela abolição.

25.(ITA - 1994) Em qual das opções há erro na identificação das figuras?


(A) “Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono.” (Eufemismo)
(B) “A neblina, roçando o chão, cicia, em prece.” (Prosopopéia)
(C) Já não são tão freqüentes os passeios noturnos na violenta R. de Janeiro (Silepse de número)
(D) “ E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua...” (aliteração)
(E) “Oh sonora audição colorida do aroma.” (Sinestesia)

SOLUÇÃO
Na alternativa A, a expressão “adormecer no derradeiro sono” equivale a morte, constituindo um abrandamento de sentido que caracteriza a
figura do eufemismo.
Na alternativa B, ocorre prosopopéia, figura que atribui uma faculdade humana (“cicia, em prece”) a algo inumano (“neblina”).
Na alternativa C, não há silepse de número, mas de gênero, pois “violenta” está concordando com uma palavra feminina implícita (cidade), e não
com a forma masculina explícita “Rio de Janeiro”.
Na alternativa D, a recorrência do fonema |f|, no verso citado, constitui aliteração.
Na alternativa E, o cruzamento de sensações auditivas, visuais e olfativas caracteriza a sinestesia.
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PROVA DE PORTUGUÊS
As questões 01 e 02 referem-se ao seguinte texto:

O tempo do pescador é medido pelos ciclos da natureza, pelo decorre dos dias e noites no ambientes marítimo e pelo comportamento
das espécies. Na pesca tradicional os róis, sobre a orientação dos capitães e mestres de pesca, dividem tarefas através do tempo de trabalho
por eles estipulado. O senso de liberdade, tão caro aos homens do mar, está muito ligado à autonomia sobre o tempo, podendo-se mesmo dizer
que decorre dela.
Quando os pescadores são pescadores são incorporados à pesca empresarial, a autoridade do mestre, que lhe é conferida pelo

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conhecimento que detém e pela tradição, vê-se substituída pelas ordens dos padrões e dissolvida pela interferência do pessoal de terra no
trabalho dos embarcados. (Maldonado, S. C. Pescadores do mar. São Paulo: Ática, 1986)

01.(ITA - 1999) Assinale a opção cuja frase apresenta a palavra "caro(a)" com o mesmo sentido expresso em "...tão caro aos homens do mar...." :
(A) No próximo verão, faremos uma viagem a Austrália, mesmo sendo cara.
(B) Ele pagou tão caro pela decisão que tomou!
(C) Exercer a profissão saiu-lhe caro.
(D) Roubaram-lhe a jóia tão cara a ela.
(E) Ganhar o concurso literário custou-lhe tão caro!

SOLUÇÃO
Alternativa D
Em “roubaram-lhe a jóia tão cara a ela”, o termo “cara” apresenta o sentido de “ser importante”. Nas outras alternativas, caro é entendido
como:
a) ter preço elevado
b) ter muitos desgostos
c) ter muitas despesas
e) custar grandes sacríficos

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02.(ITA - 1999) Assinale a opção que apresenta as respectivas funções da palavra "se" empregada em: "...podendo-se mesmo dizer..." e "...vê-se
substituída..."?
(A) Partícula de realce; pronome reflexivo.
(B) Índice de indeterminação do sujeito; partícula de realce.
(C) Pronome apassivador; pronome apassivador.
(D) Parte integrante do verbo; parte de integrante do verbo.
(E) Parte integrante do verbo; pronome apassivador.

SOLUÇÃO
Alternativa C
Tanto “podendo-se” como “vê-se” são verbos transitivos diretos com sentido passivo, o que confere às partículas se a classificação de pronomes
apassivadores.

03.(ITA - 1999) Em relação ao texto abaixo, assinale a opção que preenche corretamente as lacunas:
Nos ecossistemas naturais, como as matas, os cerrados e os campos nativos, há um perfeito equilíbrio entre os seres vivos, e entre
estes e o meio. Esta condição resulta da integração entre as espécies, e da adaptação destas ao meio ao longo de extensos períodos de tempo.
São sistemas quase fechados (1) , devido a razões pouco conhecidas, novas espécies dificilmente se estabelecem neles de modo natural. Em
qualquer deles, a densidade populacional de um inseto fitófago, isto é, que se alimenta de plantas, é controlada principalmente pela densidade
populacional da espécie de planta (2) , ele tem preferência e por seus inimigos naturais (parasitos, predadores e patógenos, ou seja, seres
que
(3) causam doenças), além evidentemente dos fatores físicos como a temperatura, a unidade e a luz, entre outros. (Ciência hoje. N.6,
maio/junho/1983.)

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(A) que – que – os
(B) por que – a qual – lhe
(C) porque – na qual – lhes
(D) porque – pela qual – lhe
(E) por que – pela qual – os

SOLUÇÃO
Alternativa D
Porque – conjunção que introduz oração indicando o porquê de os sistemas serem quase fechados: “novas espécies dificilmente se estabelecem
neles de modo natural”.
pela qual – pronome relativo regido pela preposição “por”.
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lhe – pronome pessoal do caso oblíquo: “causam doenças neles”.

04.(ITA - 1999)
Nesse texto, o narrador demonstrar estar tomando consciência das mudanças pelas quais está passando. Assinale a opção que
apresenta a(s) causa(s) de tais mudanças:
(A) O fato de receber ordens e cumpri-las sem vacilar.
(B) A leitura de algumas páginas do diário do Dr. Bertonni e de jornais antigos.
(C) A lembrança do garoto do porão que ele gostaria de levar consigo, caso um dia precisasse fugir.
(D) Sua percepção de que o direito a ração, casa e trabalho era insuficiente para deixá-lo feliz.
(E) O medo e a sensação de perda da felicidade que sentiu ao conhecer a história do mundo por meio da leitura do diário do Dr. Bertonni e de

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jornais antigos.

SOLUÇÃO
Alternativa B
Segundo o texto, “ler algumas páginas do diário do Dr. Bertonni foi o mesmo que virar o mundo pelo avesso” e “enquanto desvendava a história do
mundo, através de antigos jornais e pelo diário…”.

05.(ITA - 1999) Nesse mesmo texto, assinale a opção correspondente à função da conjunção “mas” na última linha do texto:
(A) Estabelece uma opção entre felicidade e ignorância.
(B) Opõe o tempo presente ao tempo passado.
(C) Opõe perceber a conhecer.
(D) Complementa a idéia de felicidade com a idéia de ignorância.
(E) Contrapõe a vida pregressa do narrador a uma certa noção de ignorância

SOLUÇÃO
Alternativa A
Segundo o texto, “meses atrás eu não era feliz, mas apenas ignorante”.

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06.(ITA - 1999) Assinale a opção correta quanto ao uso do acento grave:
(Estes exemplos foram observados em cartazes de lojas, academia de esporte e oficina mecânica.)
(A) alinhamentos à frio; calças à partir de R$ 19,00
(B) livros de 5a à 8a séries; vendas à vista
(C) vendas à vista; vendas à prazo
(D) caças à partir de R$ 19,90; entrega à domicílio.
(E) inscrições para o curso de natação: de 20 à 30 de maio; livros de 5 a à 8a séries.

SOLUÇÃO
Corrigindo as alternativas, não admitem acento grave:
a) a frio (masculino), a partir (verbo).
b) livros de 5ª a 8ª séries (indeterminação pela preposição de).
c) a prazo (masculino).
d) a partir (verbo): em domicílio (o verbo entregar rege preposição em).
e) de 20 a 30 de maio (data); livros de 5ª a 8ª séries (conforme exposto no item b).

07.(ITA - 1999) Assinale a opção em que a palavra “onde” está corretamente empregada:
(A) Após o comício, houve briga onde estavam envolvidos estudantes de duas escolas diferentes.
(B) Os músicos criaram um clima de alegria onde o anfitrião foi responsabilizado.
(C) Foi importante a reforma do estatuto da escola, de onde resultou melhoria no ensino.
(D) Viver em um país onde e educação são valorizado é direito de qualquer cidadão.
(E) Na reunião de segunda-feira, várias decisões firam tomadas pelos sócios da empresa, onde também foi decidido o reajuste das tarifas.

SOLUÇÃO
Alternativa D www.estudemais.com.br
Onde deve ser aplicado para estabelecer uma relação com um lugar físico (no caso, país).

08.(ITA - 1999) Assinale a opção que não apresenta impropriedade em relação às regras da escrita formal:
(A) desde o início do século, tem sido realizado estudos visando à erradicação do analfabetismo em países pobres.
(B) O candidato ao governo do Estado interviu na apresentação de um dos seus expositores.
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(C) Aquele analista econômico, cujo livro foi um sucesso, previu a crise econômico pela qual passamos.
(D) Este medicamento vem sendo testado em animais a um ano aproximadamente.
(E) É salutar que o diretor devirja de nossa proposta.

SOLUÇÃO
Alternativa C
Corrigindo as outras alternativas:
a) têm concordando com estudos.
b) interveio: intervir conjuga-se como vir.
d) há um ano indica tempo transcorrido.
e) divirja, o verbo é divergir, mantendo o i em toda a sua conjugação.

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09.(ITA - 1999) Assinale a opção que apresenta somente palavras formadas por derivação parassintética:
(A) desvalorização, avistar, resfriado, reintegração, infelizmente.
(B) expropriar, entortar, amanhecer, desalmado, ensurdecer.
(C) escolarização, antiinflamação, retrospectivo, comilão, corpanzil.
(D) desigualdade, endurecer, alfabetiza, abençoar, chuviscar.
(E) administração, entretela, contrabalançar, semiocondutor

SOLUÇÃO
Alternativa B
Derivação parassintética ocorre quando prefixo e sufixo são simultâneos no processo de formação da palavra, o que impossibilita a eliminação de
um deles.

Questão 10 e 11 referem-se ao seguinte texto:


É termicamente proibido animais nas áreas comuns a todos, principalmente para fazerem suas necessidades fisiológico no jardim do
condomínio, onde pode por em risco a saúde das crianças que ali brincam descalças. (Extraídos de um Relatório de prestação de contas da
administração de um prédio.)

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10.(ITA - 1999) Assinale a opção em que os dois itens apresentam impropriedades com relação às normas gramaticais:
(1)
(A) Flexão de “circular” e “fazer”;
(B) Acentuação de “ali”.
(C) Flexão de “comum”;
(D) Acentuação de “por” e “ali”;
(E) Acentuação de “por” e “ali”;

SOLUÇÃO
Alternativa E
* “Ali” – não são acentuadas as oxítonas terminadas em “i”.
* Por – acentua-se o pôr (verbo) para diferencia-lo do por (preposição).
* O pronome relativo deve ser as quais e não onde porque se refere às necessidades fisiológicas e não ao condomínio (local).

11.(ITA - 1999) Assinale a opção que apresenta as figuras de linguagem presentes no texto:
(A) Pleonasmo e eufemismo.
(B) Metonímia e eufemismo.
(C) Pleonasmo e polissíndeto
(D) Pleonasmo e metomínia
(E) Eufemismo e polissíndeto.

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SOLUÇÃO
Alternativa A
Pleonasmo – reforço estilístico da expressão. Consiste na repetição de uma idéia anteriormente sugerida ou na repetição de um termo já
expresso. Exemplo: “circulando nas áreas comuns a todos”.
Eufemismo – substituição de uma palavra ou expressão desagradável ou áspera por outra mais amena. Exemplo: “fazerem suas necessidades
fisiológicas no jardim do condomínio”.

12.(ITA - 1999) Assinale a opção cujas formas verbais preenchem corretamente as respectivas lacunas do texto:
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É notável o fato de que as civilizações clássicas – gregos e romanos – não marcaram a história da humanidade por contribuições práticas
ou inventos que _____(1)_____ o esforço humano no desempenho do trabalho. Isso não significa que não _____(2)_____ exemplos de
dispositivos que se _____(3)_____ a essa finalidade e que _______(4)____ a essa época. Em contraposição, as contribuições dessas
civilizações no desenvolvimento da Filosofia, da ciência pura, das artes, da Polícia e do Direito _____(5)_____ os fundamentos e os rumos de
parte considerável do conhecimento humano. (Youssef, A. N; Fernandez, V.P. Informática e sociedade. São Paulo: Ática, 1988)
(A) atenuassem – existisse – prestem – remontam – estabelecem
(B) atenuem – existem – prestam – remontam – estabelecem
(C) atenuam – existissem – prestam – remontem – estabelecem
(D) atenuassem – existam – prestam – remontem – estabelecem

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(E) atenuem – existem – prestem – remontam – estabeleceram
SOLUÇÃO
Alternativa D
A alternativa D é a única que preenche corretamente as lacunas do texto:
- atenuassem: pretérito imperfeito do subjuntivo
- existam: presente do subjuntivo
- prestam: presente do indicativo
- remontem: presente do subjuntivo
estabeleceram: pretérito perfeito do indicativo

As questões 13 e 14 apresentam fragmentos extraídos de obras de Lygia Bojunga Nunes, nos quais há o uso de recursos da linguagem oral
informal.

13.(ITA - 1999) Assinale a opção que descreve corretamente uma das ocorrências de formas verbais em fragmentos da obra Os colegas:
(1) – Não vai dar pé, ninguém vai acreditar que voc6e é dono deles.
(2) E o bom daquele sonho é que ela ia acordar e ver que tudo tinha sonhado continuava a ser verdade.
(3) – Pega a mangueira aí!
– Desenrola!
– Engata naquela torneira!

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– Abre a torneira todinha!
(A) Uso de locução verbal + (ir + infinitivo) com o verbo auxiliar no imperfeito do indicativo em vez do futuro do pretérito.
(B) Uso do pretérito-mais-que-perfeito simples em vez do pretérito do indicativo.
(C) Uso de formas do subjuntivo em vez do imperativo
(D) Uso de locução verbal (ir + infinitivo) com o verbo auxiliar no imperfeito do indicativo em vez do imperfeito do indicativo.
(E) Uso de locução verbal (ir + infinitivo) com o verbo auxiliar no presente do indicativo em vez do presente do subjuntivo.

SOLUÇÃO
Alternativa A
 ia + acordar = acordaria.
 ia + ver = veria.

14.(ITA - 1999) Assinale a opção que descreve corretamente uma das ocorrências de formas pronominais nos seguintes fragmentos:
I- Ninguém tinha ensinado Porto a desenhar, mas a gente é assim mesmo: tem coisas que a gente já nasce sabendo. (Angélica).
II- Maria desenrolou um pedaço de corda (era fina, de nálion), experimentou ela no dedo, alisou-alisou, espiou ela bem de perto,
experimentou ela no pé. (Corda bamba)
III- – Pronto, era só isso – Sentou. (Angélica)
(A) Emprego de “a gente” com função de objeto direto (ou indireto).
(B) Emprego de pronome pessoal reto com função de sujeito.
(C) Emprego de “a gente” em períodos iniciados com pronome indefinido para manter a indeterminação do sujeito.
(D) Ênclise de pronome oblíquo
(E) Elipse de pronome reflexivo com verbo pronominal.

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SOLUÇÃO
Alternativa E
No texto, a expressão “- Sentou.” teve elíptico o reflexivo se.

As questões 15 e 16 referem-se ao seguinte texto:


Em casa trava-se uma luta tácita e subterrânea entre nós e a nossa empregada doméstica. Sem nos aventurarmos em demasiadas
recomendações, que poderiam comprometer o bom clima familiar, a cada incursão na cozinha, silenciosa mas ostensivamente, arrumamos o
invólucro dos frios, protegemos o toquinho de salame, fechamos o saco plástico ao redor do pão, guardamos o guisado deseperadamente
abandonado numa janela de alumínio escondida no forno, verificamos as datas dos iogurtes, descobrindo insuspeitados tesouros de legumes
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murchos esquecidos e decretamos uma sopa para o menu da noite etc. O meu medíocre racionalismo se confronta inicialmente com a idéia que a
pobreza deveria ensinar naturalmente uma gestão cuidadosa dos alimentos, e estranhos portanto uma tamanha indiferença pelo desperdício.
Um dia, descendo a rua da Praia, em Porto Alegre, deparo com uma mendiga, uma criancinha nos braços. Dou-lhe um dinheiro e vejo que
a criança está tomando uma mamadeira de Coca-Cola. Resisto ao impulso de aconselhar leite e entrar numa absurda conversa sobre o supérfluo e
o necessário, resisto tanto mais que constato, observando, que, ao lado do miserável grupinho familiar, há um embrulho de comestível e, ao lado
do embrulho, no chão, um pequeno amontoado de restos visivelmente destinados ao lixo – um quarto de sanduíche, um biscoito mordido... – que
faria a felicidade de qualquer mendigo parisiense.
Lembro uma vista com meu filho Maximiliano ao mercado de São Joaquim, em Salvador. NO fim da tarde assistimos ao fechamento:
sobra no chão, machucado mas ainda apetitoso, um exército de frutas, sobretudo abacaxis e laranjas, suficiente para satisfazer as necessidades
vitamínicas de todas as crianças e os adultos carentes da cidade. Sei que a observação é mal-vinda onde a carência é sobretudo de proteínas.
Mas ficamos, Max e eu, perplexos frente à estranha contradição entre a necessidade e o desperdício. (Calligarism, Contardo. Hélio Brasil! Notas
de um psicanalista europeu viajando ao Brasil. São Paulo: Escuta, 1986.)

15.(ITA - 1999) Assinale a melhor opção, considerando as seguintes afirmações.


I- O texto trata do desperdício de alimentos nos mercados brasileiros.
II- O texto tratada contradição entre a necessidade dos pobres e o desperdício dos ricos.
III- O texto trata do desperdício de alimentos comum na cultura brasileira.
está(ão) correta(s):
(A) Apenas a II
(B) Apenas a III
(C) I e II
(D) I e III
(E) II e III.

SOLUÇÃO
Alternativa B
I (F) O texto tem como tema o desperdício de alimentos, uma das práticas constantes na cultura brasileira, inclusive entre os mais miseráveis.
II (F) O autor do texto estranha o fato de que há uma tendência natural de o pobre brasileiro também desperdiçar.
16.(ITA - 1999) Assinale a melhor opção, considerando as seguintes asserções com relação ao texto:
I- O autor estranha o desperdício de alimentos num país onde muitas pessoas passam fome.
II- Embora o autor reconheça que o desperdício de alimentos existente no Brasil ocorre na Europa também, menciona que os mendigos
parisienses ficariam felizes com os sanduíches e biscoitos desperdiçados.
III- Segundo o autor, as pessoas no Brasil desperdiçam alimentos que não suprem as necessidades de adultos e crianças carentes da zona
urbana, sobretudo porque a carência nutricional maior no país é de proteínas.
está(ão) correta(s):
(A) Apenas a I
(B) Apenas a III.
(C) I e II
(D) I e III
(E) Todas

SOLUÇÃO
Alternativa A
II (F) O autor não afirma que o desperdício ocorrido no Brasil também acontece na Europa. Pelo contrário, cita que os restos desprezados pelos
mendigos brasileiros fariam “a felicidade de qualquer mendigo parisiense”.
III (F) A afirmativa III é claramente incorreta. Que as pessoas desperdiçam alimentos que poderiam suprir deficiências vitamínicas de crianças
e adultos daquela cidade (Salvador) está no texto mas NÃO está na afirmativa.

As questão 17 refere-se ao seguinte texto:


É necessário saber línguas estrangeiras ?
Este parágrafo não se dirige àqueles que preparam teses sobre línguas ou literaturas estrangeiras. Com efeito, é absolutamente
desejável que eles conheçam a língua sobre a qual vão discorrer. Igualmente desejável seria que, no caso de uma tese sobre um autor francês, ela
fosse escrita em francês. Acontece em muitas universidades estrangeiras, e é justo. (Eco Humberto. Como se faz uma tese. São Paulo:
Perspectivas, 1986)

17.(ITA - 1999) Dadas as asserções:


I- O julgamento expresso pelo autor através de “é justo” (linha 3( recai sobre o fato de quem em algumas universidades uma tese deve
ser escrita na língua em que o autor estudado escreveu suas obras.
II- O julgamento “é justo” recai sobre o fato de que somente na caso de uma tese sobre um autor francês, ela deve ser escrita na língua
deste autor.
III- “Isso” (linha 3) tem como referência o fato de que uma tese sobre um determinado autor deve ser escrita na língua em que este autor
escreveu sua obra.
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está(ão) correta(s):
(A) Apenas a I
(B) Apenas a II
(C) I e III
(D) II e III.
(E) Todas.

SOLUÇÃO
Alternativa C
II (F) “É justo” faz menção ao juízo de valor do autor, favorável àquilo que acontece em “muitas universidades estrangeiras”.

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18.(ITA - 1999) Assinale a opção que apresenta a função da linguagem predominante nos fragmentos abaixo:
(I)
Maria Rosa quase que aceitava, de uma vez,
para resolver a situação em que
se achavam. Estiveram um momento calados.
- Gosta de versos?
- Gosto ...
- Ah!
Pousou os olhos numa olegrafia.
- É brinde de farmácia?

- Bonita ...
- Acha?
- Acho... Boa reprodução...
(Orignenes Lessa. O feijão e o sonho)
(II)
Sentavam-se no que é de graça: banco de praça pública.

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E ati acomodados, nada os distinguia do resto do nada.
Para
a grande glória de Deus.
Ele: - Pois é.
Ela: Pois é quê?
Ele: Eu só disse “pois é”!
Ela: Mas “pois é” o quê?
Ele: melhor mudar de conversa porque você não me
entende.
Ela: Entender o quê?
Ele: Santa Virgem, Macabéa, vamos mudar de assunto e
já.
(Clarice Lispector. A hora da estrela)
(A) Poética
(B) Fática
(C) Referencial
(D) Emotiva
(E) Conativa

SOLUÇÃO
Alternativa B
A função fática procura iniciar ou prolongar a comunicação; além de testar o canal comunicante nos dois textos, os diálogos servem para
estabelecer um contato verbal entre os interlocutores.

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19.(ITA - 1999) Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do excerto abaixo, extraído de um texto do crítico literário Domício
Proença Filho, que trata de personagens criados por Machado de Assis:
_______________ não consegue realizar o seu propósito, como não consegue, como tantas pessoas, realizar-se a si mesmo. Ele traz a
marca do pessimismo trágico. Mas não nos angustia tanto o seu fracasso. Machado amortece a dimensão trágica com a dimensão do humor. A vida
continua. Apesar de absurda.
_______________, mais rico de substância humana que o anterior, centraliza-se muito mais do fundo irracional que ilustra a
precariedade e a incerteza do ser humano do que no jogo das causas que movem os personagens. ________________ é um ingênuo vencido pela
fatalidade. Um homem que perde a fortuna, o amor, a razão, na relatividade dilacerada da existência incompreensível que marca a visão-denúncia
de Machado de Assis.
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A( ) Brás Cubas, Rubião, Conselheiro Aires.


B( ) Pedro, Paulo, Brás Cubas
C( ) Conselheiro Aires, Bentinho, Pedro
D( ) Quincas Borba, Bentinho, Brás Cubas.
E( ) Brás Cubas, Quincas Borba, Rubião.

SOLUÇÃO
Alternativa E
Brás Cubas não consegue realizar seus propósitos – deixar seu nome registrado nos anais da história ou da ciência, ter herdeiros, etc. – o que ele
deixa claro no último capítulo de suas Memórias Póstumas, chamado, apropriadamente. “Das Negativas”;
Quincas Borba, rico em aprendizado de vida, expõe suas teorias em um sistema que ele denominou Humanitismo, cuja obra, contendo seus

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princípios, foi por ele destruída dada a sua insanidade;
Rubião, herdeiro da filosofia de Quincas Borba, reflete a trajetória da decandência: perde a fortuna herdada do filósofo, não consegue realizar-
se no amor e, por fim, ensandece e morre.

A questão 20 refere-se ao seguinte poema:


Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes oiteiros;
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte rico, e fino.
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
O meus fiéis, mês doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia.
Que da Cidade o lisonjeiro encanto;
Aqui descanse a louca fantasia;
E o que té agora se tornava em pranto,

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Se converta em afetos de alegria.

20.(ITA - 1999) Dadas as asserções:


I- O poema manifesta o conflito do poeta, homem nativista provinciano, ligado à terra natal, cuja formação superior deu-se na metrópole.
II- O poema mostra como o autor soube explorar a característica principal do Arcadismo: a aceleração da vida urbana pelo intelectual,
consciente das dificuldades da vida no campo.
III- O poema manifesta a preocupação do poeta com os problemas sociais da época: transferência de riquezas da colônia para a metrópole,
oriundas da pecuária empobrecimento do homem do campo.
está(ão) correta(s):
(A) Apenas a I
(B) Apenas a II
(C) I e II
(D) I e III
(E) II e III

SOLUÇÃO
Alternativa A
O texto dá a entender que o poeta abandona por algum tempo o campo para prosseguir sua formação na Corte:
“Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte rico, e fino.”
No entanto, em nenhum momento, é textual a busca de uma formação superior por parte do “eu-lírico”.
É necessário conhecer alguns aspectos da vida de Cláudio Manuel da Costa, autor do soneto.

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21.(ITA - 1999) Assinale a opção correta com relação á obra Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida:
(A) O livro trata da história de um amor impossível passada no século XIX.
(B) A história é contada numa linguagem popular da mesma maneira como foram escritas outras obras da época.
(C) O livro trata das peripécias do protagonista, personagem cômico, pobre e sem nobreza de caráter.
(D) A história se passa num ambiente rural, tal como a história de O sertanejo, de José de Alencar.
(E) A história é contada numa linguagem que segue os padrões clássicos da época.

SOLUÇÃO
Alternativa C
Memórias de um Sargento de Milícias, embora escrita em pleno desenrolar do Romantismo, não é considerada obra romântica devido à maneira
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direta de focalizar acontecimentos relacionados às camadas mais populares do Rio de Janeiro do primeiro quartel do século XIX, pelo
tratamento antiheróico dado ao protagonista e pela linguagem mais próxima do coloquial.

22.(ITA - 1999) Assinale a melhor opção, consideração as seguintes asserções sobre Fabiano, personagem de Vidas Secas, de Graciliano Ramos:
I- Devido às dificuldades pelas quais passou no sertão, tornou-se um homem rude, mandante da morte de vários inimigos seus.
II- Comparava-se, com orgulho, aos animais, pois era um homem errante que vivia fugindo da seca.
III- Sentia-se fraco para exigir seus direitos diante de patrões e autoridades, por isso não se considerava um homem, mas um bicho.
Está(ão) correta(s):
(A) Apenas a I
(B) Apenas a III
(C) I e II.
(D) I e III
(E) II e III.

SOLUÇÃO
Alternativa E
I (F) Fabiano é um homem rude que sofre as injustiças sociais, mas incapaz de reagir às adversidades impostas pelo meio

As questões 23 e 24 referem-se ao seguinte texto:


(...) qualquer que seja a preferência temática: contemplação panteísta e sentimento religioso, no sentido da associação de Deus à
Natureza: lirismo pessoal que concilia a sua experiência sentimental com o ideal amoroso revestido de significação autobiográfica; indianismo e
Inspiração medievalista, isto é, de reconsideração de idéias e visões tomadas à tradição medieval. Nesse caso, deve-se entender a sua poesia
indianista como antevisão lírica e épica das nossas origens, revigorando as intenções nacionalistas do Romantismo. Do ponto de vista da
expressão, deu exemplo de extraordinário equilíbrio e sobriedade, resultantes sobretudo de longa experiência com a tradição poética em, língua
portuguesa. É de fato o nosso primeiro poeta romântico a se identificar imediatamente com a sentimentalidade de seu povo e a dar um exemplo
fecundo à nossa criação literária. (Cândido, Antonio; Castilho, José Aderaldo. Presença da literatura brasileira. São Paulo: Difel, 1979.)

23.(ITA - 1999) Assinale a opção com o nome do poeta a que se refere o texto:
(A) Fagundes Varela
(B) Gonçalves Dias.
(C) Castro Alves.
(D) Álvares de Azevedo.
(E) Casimiro de Abreu.

SOLUÇÃO
Alternativa B
Os dados apresentados no texto crítico referem-se à obra do poeta romântico Gonçalves Dias

24.(ITA - 1999) Assinale a opção que apresenta versos do poeta referido no texto:
(A) Na velha torre quandrangular
Vivia a Virgem dos Devaneios...
Tão alvos braços... Tão lindos selos...
Tão alvos seios por afagar...
A sua vista não ia além
Dos quatro muros que a enclausuravam
E ninguém via - ninguém, ninguém -
E os meigos olhos que suspiravam. '
(B) Cavaleiro das armas escuras,
Onde vais pelas trevas impuras
Com a espada sangüenta na mão?
Por que brilham teus olhos ardentes
E gemidos nos lábios frementes
Vertem fogo do teu coração?
(C) Como se lê num espelho,
Pude ler os olhos seus!
Os olhos mostram a alma,
Que as ondas posta em calma
Também refletem os céus;
Mas ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
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Depois que os vi.


(D) O anjo pousa de leve
No quarto onde a moça pura
Remenda a roupa dos pobres.
Nasceu uma claridade
Naquele quarto modesto:
A máquina de costurar
Costura raios de luz;
Não se sabe mais se o anjo
É ele mesmo, ou Maria.

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(E) Vamos caçar cutia, irmão pequeno,
Que teremos boas horas sem razão,
Já o vento soluçou na arapuca do mato
E o arco-da-velha já engoliu as virgens.

SOLUÇÃO
Alternativa C
O texto mostra a face lírica do poeta que, com melodia e singeleza, diz-se perdido de amor por certos olhos verdes.

25.(ITA - 1999) Considere os seguintes excertos de poemas:


I. Um paiá de Monai, bonzo brama,
Primaz da Cafraria do Pegu,
Que sem ser do Pequim, por ser do Acu,
Quer ser filho do sol, nascendo cá.
II. Debruçada nas águas dum regato
A flor dizia em vão
À corrente, onde bela se mirava...
"Ai, não me deixes, não!

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"Comigo fica ou leva-me contigo
"Dos mares á amplidão,
"Límpido ou turvo, te amarei constante;
"Mas não me deixes, não!"
III. ... de árvores indevassáveis
De alma escusa sem pássaros
Sem fonte matutina
Chão tramado de saudades
Á eterna espera da brisa,
Sem carinhos... como me alegrarei?
Na solidão solitude,
Na solidão entrei.
Pode-se afirmar que pertence(m) ao Modernismo:
(A) Apenas o I
(B) Apenas o III.
(C) I e II.
(D) I e III
(E) Todos.

SOLUÇÃO
Alternativa B
I (F) São versos satíricos do poeta branco Gregório de Matos.

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INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO
Redija uma dissertação (em prosa, de aproximadamente 25 linhas) sobre A relação do brasileiro com o trabalho. Os excertos abaixo
poderão servir de subsidio para a elaboração de sua redação. Não os copie. (Dê um título ao seu texto. A redação final deve ser feita com letra
legível, à tinta.)
1. Aos 9 anos comecei a tentar trabalhar. Ajudava um vizinho que fazia doce de banana e de mamão para vender na feira. Na hora de lavar
aqueles tachos enormes de cobre, os filhos e os netos dele achavam feio fazer trabalho de mulher - arear a panela, com areia mesmo, porque
Bombril vim conhecer só aqui no Rio. Eu ganhava aquele dinheirinho para a merenda. Também quebrei pedra - é, pedra mesmo. Lá no sertão não
tinha máquina para fazer concreto, era tudo na mão. Os homens gritavam fogo na hora de estourar a pedreira e todo mundo da vila se escondia
embaixo das camas. Quando acabava o estouro, a gente corria com cesto ou lata para pegar os pedaços de pedra, trazia para o quintal, quebrava
tudo com a mão e esperava o medidor que vinha pesar as latas. ( Veja Especial mulher. Ago.-set./1994. )
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2. Nos ofícios urbanos reinavam o mesmo amor ao ganho fácil e a infixidez que tanto caracterizam, no Brasil, os trabalhos rurais. Espelhava bem
essas condições o fato, notado por alguém, em fins da era colonial, de que nas tendas de comerciantes se distribuíam as coisas mais disparatadas
deste mundo, e era tão fácil comprarem-se ferraduras a um boticário como vomitórios a um ferreiro. Poucos indivíduos sabiam dedicar-se a vida
inteira a um só mister sem se deixarem atrair por outro negócio aparentemente lucrativo. E ainda mais raros seriam os casos em que um mesmo
oficio perdurava na mesma família por mais de uma geração, como acontecia normalmente em terras onde a estratificação social alcançara maior
grau de estabilidade. (Holanda, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978.)
3. Muito diferente da concepção anglo-saxã que equaciona trabalho ( work) com agir e fazer, de acordo com sua concepção original. Entre nós,
porém, perdura a tradição católica romana e não a tradição reformadora de Calvino, que transformou o trabalho como castigo numa ação
destinada á salvação. Mas nós, brasileiros, que não nos formamos nessa tradição calvinista, achamos que o trabalho é um horror. (Da Matta,
Roberto, O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1984.)

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4. Os executivos estão desfrutando cada vez menos o período de férias. É o que aponta uma pesquisa feita pelo Grupo Catho, especializado em
recursos humanos, com 1.356 profissionais em todo o pais.
Os resultados revelam que o descanso tradicional de 30 dias já virou utopia para muitos: 57,5% dos entrevistados tiraram férias de apenas duas
semanas ou menos nos últimos 12 meses. Outros 21% não tiraram um dia sequer.
Gerentes, supervisores e profissionais especializados - como advogados, contadores e engenheiros - são os que menos dão pausa no trabalho
durante o ano. (Folha de São Paulo, 171511 998.)

PROVA DE PORTUGUÊS

01.(ITA – 2000) Leia os dois enunciados abaixo:


A) “A Sadia descobriu o jeitinho italiano”. (Propaganda da Sadia, fabricante de alimentos, para as massas prontas congeladas.)
B) “Queremos mostrar que o Brasil tem jeito.” (Pronunciamento de um político em propaganda televisiva levada ao ar em julho/1999.)
Por que não é possível a substituição de jeitinho por jeito e vice-versa nos enunciados?

SOLUÇÃO
"Jeitinho" e "jeito" foram usados com diferentes valores semânticos. Em " jeitinho italiano", equivale a "estilo", "segredo", enquanto em "o Brasil
tem jeito" sugere a idéia de "solução". Se na frase B fosse usado o termo "jeitinho", ele passaria a ter sentido pejorativo, o que não é o espírito

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do enunciado. Se na frase A utilizássemos o termo "jeito", desapareceria o sentido afetivo e até mesmo lúdico que a propaganda pretende
sugerir. uma pessoa com grandes atrativos físicos.

02.(ITA – 2000) Leia o texto abaixo:

Você entra no bate-papo, conversa, troca e-mail, faz amizade. Passa horas navegando com um bando de estranhos. E nunca sabe ao certo
com quem está falando. O anonimato pode ser uma das vantagens da rede, mas também uma armadilha.

Para tentar evitar possíveis decepções na hora da verdade, a Internet vai sofisticando recursos, unindo psicologia, tecnologia e
diversão e tentando melhorar o que podemos chamar de relacionamento em rede.
As novidades são boas para quem aposta no virtual como alternativa na hora de conhecer novas pessoas e para quem não que levar
para a vida real um gato no lugar de uma lebre, com o devido respeito aos bichinhos. (...)
(Viviane Zandonadi. Você sabe quem está falando? Folha de S. Paulo, Caderno de Informática, 4/8/1999.)

A) Escreva duas palavras ou expressões do texto que ganharam novos sentidos na área da informática.
B) Em se tratando de relacionamentos amorosos, levar “gato” (ou “gata”) no lugar de “lebre” poderá ser um bom negócio. Explique por que
é possível essa interpretação.

SOLUÇÃO
a) Rede, navegando, bate-papo, conversa.

b) No ditado popular, "gato" tem sentido pejorativo, indicando engano ou logro, enquanto no campo das relações amorosas assume um sentido

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positivo, na medida em que "gato" (ou "gata") indica uma pessoa com grandes atrativos físicos.

03.(ITA – 2000) Leia e tira de Miguel Paiva, publicada no jornal O Estado de S. Paulo, de 11/8/1999, e responda à questão seguinte:
Português – FUVEST 2000
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Escreva a(s) palavra(s) que desencadeia(m) o efeito cômico, e explique como se dá esse efeito.

SOLUÇÃO
O trocadilho entre depende e dependência na prova final de Matemática desencadeia o humor da tira, uma vez que, sutilmente, a menina quis
dizer ao pai que havia sido reprovada.

04.(ITA – 2000) O anúncio abaixo, de uma rede de hipermercados, apareceu num out door por ocasião das festas de fim de ano.

Seus amigos secretos estão no Carrefour.

Aponte duas interpretações possíveis para esse anúncio.

SOLUÇÃO
1º sentido: As pessoas as quais você vai presentear estão lá.
2º sentido: As pessoas das quais você vai receber presente estão lá.
3º sentido (metonimicamente): Os presentes que você precisa comprar estão lá.
4º sentido: Os funcionários dessas lojas são seus amigos, embora você não os conheça.

As questões de 05 a 07 referem-se ao seguinte texto:

A psicologia evolucionista aprontou mais uma: “descobriu” que mulheres preferem homens mais másculos quando estão na fase fértil do ciclo

menstrual.

A pesquisa foi realizada pela Escola de Psicologia da Universidade de Saint Andrews, na Escócia (Reino Unido). É um gênero de
investigação que anda na moda e acende polêmicas onde aparece. Os adeptos da psicologia evolucionista acham que escolhas e comportamento
humanos são ditados pelos genes, antes de mais nada.
Dito de outro modo: as pessoas agiriam, ainda hoje, de acordo com o que foi mais vantajoso para a espécie no passado remoto, ou para
a sobrevivência dos indivíduos. Entre outras coisas, esses darwinistas extremados acreditam que machos têm razões biológicas para ser mais
promíscuos. (...)
(Marcelo Leite. Ciclo menstrual pode alterar escolha sexual, Folha de S. Paulo, Caderno Ciência. 24/6/1999.)

05.(ITA – 2000)
A) Aponte duas marcas ou expressões lingüística usadas no texto que produzem efeito de ironia.
Português – FUVEST 2000
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B) Por que essas marcas ou expressões, apontadas em (A), produzem efeito de ironia.

SOLUÇÃO
a) "aprontou mais uma", "descobriu", "que anda na moda" e todo o último período.
b) Ironia é uma figura que procura afirmar e negar ao mesmo tempo, adquirindo valor sarcástico e/ou depreciativo. O autor do texto,
indubitavelmente, ironiza os evolucionistas, fazendo o leitor desacreditar a pesquisa, pois a ciência apresenta resultados (não apronta) e
descobre com bases científicas (não "descobre").

As questões de 06 a 20 são de múltipla escolha. Para responde-las, marque a opção escolhida para cada questão na folha de leitura óptica e na

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reprodução da folha de leitura óptica (que se encontra no verso da folha de redação).

06.(ITA – 2000) Pode-se afirmar que o texto traz uma posição:


(A) favorável aos princípios da psicologia evolucionista.
(B) favorável aos princípios da psicologia evolucionista, mas não favorável aos cientistas evolucionistas extremados.
(C) de descrença nos princípios da psicologia evolucionista.
(D) de desqualificação apenas dos seguidores extremados dos princípios darwinistas.
(E) favorável aos princípios evolucionistas, mas de desqualificação dos seguidores dos princípios darwinistas.

SOLUÇÃO
alternativa C
O teor da matéria é irônico (o que se pode perceber devido ao uso de termos como "aprontou", "descobriu" e "anda na moda") e sugere que quem
escreve não acredita nos princípios da psicologia evolucionista.
07.(ITA – 2000) A expressão “Dito de outro modo” estabelece, entre as idéias do parágrafo que introduz e o anterior, uma relação de:
(A) oposição.
(B) conformidade.
(C) restrição.
(D) finalidade.
(E) explicação.

SOLUÇÃO
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alternativa E
"Dito de outro modo" introduz uma explicação das
idéias anteriormente expostas.

08.(ITA – 2000) Assinale a opção em que o provérbio apresenta construção sintática semelhante a:

De mau corvo, mau ovo.

(A) Em boca fechada, não entra mosca.


(B) Palavra não quebra osso.
(C) Não confies em casa velha, nem tampouco em amigo novo.
(D) Longe dos olhos, longe do coração.
(E) Quem vê cara, não vê coração.

SOLUÇÃO
alternativa A
No enunciado "De mau corvo, mau ovo" há a elipse de um verbo intransitivo, como provir. Sintaticamente:

Mau ovo (provém) de mau corvo


sujeito verbo adjunto
simples intransitivo adverbial

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A alternativa A tem a mesma forma sintática, mas apresenta verbo explícito.
Mosca não / entra / em boca fechada.
Sujeito verbo adjunto
Simples intransitivo adverbial

No enunciado e na alternativa A podem ser identificadas tanto as relações de causa conseqüência como as de condicionalidade.

09. (ITA – 2000)


Português – FUVEST 2000
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E vai começar a “Cimeira”. Derivada de “cima” (“a parte mais elevada; cume, cimo, cimeira, topo”), a palavra é comuníssima em Portugal para

denominar reuniões de cúpula. O nome foi dado por tradutoras portuguesas presentes à reunião do Grupo de Rio no Panamá, em que se

decidiu convocar a iminente reunião. Esqueceram-se de um detalhe: a reunião é no Brasil. É isso.

(Pasquale Cipro Neto. Folha de S. Paulo, Caderno Cotidiano, 24/6/1999.)

Pode-se afirmar que há no texto:

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(A) afirmação de que a tradução para “reunião de cúpula” como “cimeira” foi apenas um detalhe.
(B) discordância com a tradução dada para “reunião de cúpula”, já que ela foi realizada no Brasil.
(C) afirmação de que a tradução deveria ter sido feita por tradutores brasileiros.
(D) concordância com a tradução dada à “reunião de cúpula”, porém sugestão para o uso de palavras, como “a parte mais elevada; cume, cimo,
cimeira, topo” no lugar de “cimeira”.
(E) afirmação de que os participantes da reunião esqueceram-se que estavam no Brasil.

SOLUÇÃO
alternativa B
O texto discute o uso da palavra "cimeira", que foi utilizada por "tradutoras portuguesas" e "é comuníssima em Portugal", mas não é corrente no
país onde se realizou a reunião, o Brasil.

10.(ITA – 2000) Assinale a opção em que a manchete de jornal está mais em acordo com os cânones da “objetividade jornalística”:
(A) O mestre do samba volta em grande forma (O Estado de S. Paulo, 17/7/1999.)
(B) O pior do sertão na festa dos 500 anos (O Estado de S. Paulo, 17/7/1999.)
(C) Proteína direciona células no cérebro (Folha de S. Paulo, 24/7/1999.)
(D) A farra dos juros saiu mais cara que a da casa própria (Folha de S. Paulo, 13/6/1999.)
(E) Dono de telas “falsas” diz existir “armação” (O Estado de S. Paulo, 17/7/1999.)

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SOLUÇÃO
alternativa C
Essa manchete se limita a resumir a matéria, sem
qualquer apelação sensacionalista ou palavras de
duplo sentido. A linguagem científica é caracteri-zada
pela objetividade.

As questões de 11 e 12 referem-se ao seguinte texto:

Em visita ao Rio para participar do 6º Congresso da Associação Internacional de Lusitanistas, como representante do governo português, o

maior escritor da atualidade, Nobel da Literatura de 1998, é um homem cansado. Mas de um cansaço peculiar: “cansaço metafísico”, diria um

heterônimo de Fernando Pessoa, uma de suas afinidades eletivas. Entrevista-lo é se equilibrar com dificuldade no dorso de um tigre.

Respostas encrespadas, consultas intermináveis ao relógio, muxoxos impacientes.

Visível e justificável é esse enfado. Ser “que já traduziu o divino para o homem das ruas”, como dele já se falou, Saramago se
impacienta com jornalistas que tomam por profano quem é um monstro sagrado, título que, em sua modéstia, prontamente recusaria. O fato é
que a visibilidade cintilante do Nobel o tornou presa fácil das canetas afoitas dos especialistas em generalidades. Como aquele que, em
Frankfurt, lhe disparou a segunda pergunta da rodada interminável de indagações, no anúncio de sua escolha para o Prêmio: “O que o sr. Vai fazer
com o dinheiro?” O escritor português está saturado do jornalismo de mercado, da rapinagem midiática e da degradação intelectual da imprensa.

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(Cláudio Cordovil. “Já é hora de inventar outro mito”, dia Saramago, O Estado de S. Paulo, Caderno Cultura, 15/8/1999.)

11.(ITA – 2000) No texto, há a seguinte afirmação: “[Entrevistar Saramago] é se equilibrar com dificuldade no dorso de um tigre.” NÃO se
depreende de tal afirmação que o escritor:
(A) é hábil nas respostas, nem sempre fáceis de serem compreendidas pelos jornalistas.
(B) impacienta-se com os jornalistas, desde que se tornou “presa fácil das canetas afoitas dos especialistas em generalidades”.
(C) tem um raciocínio agudo que nem sempre é fácil de ser acompanhado pelos jornalistas que o entrevistam.
(D) irrita-se com a preocupação mercadológica atual de mídia.
(E) impacienta-se com o excesso de zelo comum nas perguntas dos jornalistas.
Português – FUVEST 2000
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SOLUÇÃO
alternativa D
A questão pede para que se indique o que não é possível depreender da seguinte afirmação: "[Entrevistar Saramago] é se equilibrar no dorso de
um tigre".
Dessa afirmação metafórica é possível estabelecer dois pólos em conflito, a saber: de um lado, os jornalistas, e de outro, Saramago (o escritor
indomável). Esses dois pólos estão presentes nas alternativas A, B, C e E. A única alternativa destoante desse padrão, por não apresentar o
conflito Saramago versus jornalistas, é a alternativa D, já que expressa a posição do escritor diante da mídia em geral. Não obstante, a questão
está mal formulada, dando margens a outras (ou a nenhuma) interpretações.

12.(ITA – 2000) No texto, há a seguinte afirmação:


“Saramago se impacienta com jornalistas que tomam por profano quem é um monstro sagrado, título que, em sua modéstia, prontamente
recusaria.”
A idéia de “um monstro sagrado”, atribuída a Saramago, é reforçada:
I. quando se diz que ele é um homem cansado, de um “cansaço metafísico”.
II. quando se diz que ele é um “ ser que já traduziu o divino para o homem das ruas”.
III. quando se diz que ele é o maior escritor da atualidade.
Está(ão) correta(s):
(A) I e II
(B) apenas II
(C) II e III.
(D) apenas III.
(E) nenhuma.

SOLUÇÃO
alternativa C

A expressão "monstro sagrado" indica um juízo de valor atribuindo grandeza a alguém, o que não se observa no primeiro enunciado, o qual fala de
"cansaço".

13.(ITA – 2000) Assinale a opção em que o emprego da vírgula está em desacordo com as prescrições das regras gramaticais da norma culta:
(A) Com a vigência da nova lei, as instituições puderam usar processos alternativos ao vestibular convencional, baseado, principalmente na
avaliação dos conteúdos.” (Folha de S. Paulo, 24/8/1999.)
(B) Elevar-se é uma aspiração humana a que a música, essa arte próxima do divino, assiste com uma harmonia quase celestial. ( Bravo!, 7/1998.)
(C) Estamos começando a mudar, mas ainda pagamos um preço alto por isso. ( Isto É, 5/11/1997.)
(D) Medicamentos de última geração, aliás, são apenas coadjuvantes no tratamento dos males do sono. ( Época, 3/8/1998.)
(E) Acho impossível, e mesmo raso, analisar o que é o teatro infantil fora de um contexto social. ( O Estado de S. Paulo, 4/7/1999.)

SOLUÇÃO
alternativa A
Pode-se corrigir a alternativa de duas formas:
1) o advérbio "principalmente" deve vir entre vírgulas:
"... baseado, principalmente, na avaliação..."
2) deve-se eliminar a vírgula depois de "baseado", evitando-se, assim, isolar o verbo de seu complemento:
"... baseado principalmente na avaliação dos conteúdos."

As questões 14 e 15 referem-se ao seguinte texto:

Filme bom é filme antigo? Lógico que não, mas “A Múmia”, de 1932, põe a frase em xeque.

Sua refilmagem, com Brendan Fraser no elenco, ainda corre nos cinemas brasileiros, repleta de humor e efeitos visuais.
Na de Karl Freund, há a vantagem de Boris Karloff no papel-título, compondo uma múmia aterrorizadora, fiel ao terror dos anos 30.
Apesar de alguma precariedade, lança um clima de mistério que a versão 1999 não conseguiu, tal a ênfase dada à embalagem. Daí
“nem sempre cinema bom são efeitos especiais” deveria ser a tal frase. (PSL)
(A precária e misteriosa múmia de 32, Folha de S. Paulo, Caderno Ilustrada, 4/8/1999.)

14.(ITA – 2000) Em: “tal a ênfase dada à embalagem” e “deveria ser a tal frase”, os termos em destaque nas duas frases podem ser
substituídos, respectivamente, por:
Português – FUVEST 2000
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(A) semelhante; aquela.


(B) tamanha; essa.
(C) tamanha; aquela.
(D) semelhante; essa.
(E) essa; aquela.

SOLUÇÃO
alternativa C

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Em "tal a ênfase...", "tal" é um adjetivo que equivale a tão grande ou tamanha.

Em "deveria ser a tal frase", "tal" é um pronome demonstrativo que equivale a esse(a), aquele(a), aquilo. No contexto, faz referência a uma frase
anteriormente citada, logo no início do texto: "Filme bom é filme antigo? Lógico que não". Como se trata de uma frase distante do ponto em que
ele está no seu discurso, deve ser substituída por "aquela" e não por "essa".

15.(ITA – 2000) Sem alterar a direção argumentativa do texto, a frase “nem sempre cinema bom são efeitos especiais”, só poderia ser
substituída por:
(A) “há cinema bom com efeitos especiais”.
(B) “geralmente, cinema bom são com efeitos especiais”.
(C) “há cinema bom sem efeitos especiais”.
(D) “quase sempre cinema bom são efeitos especiais”.
(E) “cinema bom às vezes são efeitos especiais”.

SOLUÇÃO
alternativa C
Segundo o texto, o filme de 1932 não se utiliza de efeitos especiais e manifesta "alguma precariedade", mas está melhor que a refilmagem
repleta de efeitos.

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16.(ITA – 2000) Sobre O Ateneu, de Raul Pompéia, NÃO se pode afirmar que:
(A) o colégio Ateneu reflete o modelo educacional da época, bem como os valores da sociedade da época.
(B) o romance é narrado num tom intimista, em terceira pessoa.
(C) a narrativa expressa um tom de ironia e ressentimento.
(D) as pessoas são descritas, muitas vezes, de forma caricatural.
(E) são comuns comparações entre pessoas e animais.

SOLUÇÃO
alternativa B
O Ateneu é narrado em primeira pessoa pelo personagem- narrador Sérgio, alterego de Raul Pompéia.

17.(ITA – 2000) Sobre Macunaíma, de Mário de Andrade, NÃO se pode afirmar que:
(A) A obra apresenta uma mistura de lendas indígenas, crendices, anedotas e observações pessoais da vida cotidiana brasileira.
(B) Assim como a personagem Macunaíma passa por uma série de metamorfose, a linguagem também se transforma ao longo da obra.
(C) A personagem Macunaíma sintetiza o caráter nacional brasileiro do início do século.
(D) A história se passa inteiramente na floresta Amazônica, onde Macunaíma passa toda sua vida ao lado dos irmãos Maanape e Jiguê.
(E) A obra traz para o campo da arte inovações de linguagem, como o ritmo, o léxico e a sintaxe coloquial para a escrita.
SOLUÇÃO
alternativa D
A história começa e termina na floresta Amazônica, mas a sua maior parte se passa em São Paulo.

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18.(ITA – 2000)
Miguilim espremia os olhos. Drelina e a Chica riam. Tomezinho tinha ido se esconder.
 Este nosso rapazinho tem a vista curta. Espera aí, Miguilim ...
E o senhor tirava os óculos e punha-os em Miguilim, com todo o jeito.
 Olha, agora!
Miguilim olhou. Nem não podia acreditar! Tudo era uma claridade, tudo novo e lindo e diferente, as coisas, as árvores, as caras das pessoas.
Via os grãozinhos de areia, a pele da terra, as pedrinhas menores, as formiguinhas passeando no chão de uma distância. E tonteava. Aqui, ali,
meu Deus, tanta coisa tudo… O senhor tinha retirado dele os óculos, e Miguilim ainda apontava, falava, contava tudo como era, como tinha visto.
Mãe esteve assim assustada; mas o senhor dizia que aquilo era do modo mesmo, só que Miguilim também carecia de usar óculos, dali por diante.
(João Guimarães Rosa. Manuelzão e Miguilim.)
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Considere as seguintes afirmações sobre o trecho acima:

I. Na narrativa, transparece o universo infantil, captado pela ótica da criança.


II. Há o uso de recursos lingüísticos, como ritmo, rima e figuras de linguagem, que desfazem as fronteiras entre prosa e poesia.
III. A narrativa reporta ao mundo rústico do sertão pela ótica de um narrador externo à comunidade.
Está(ão) condizente(s) com o trecho:
(A) apenas I.
(B) apenas II.

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(C) I e II.
(D) I e III
(E) II e III.

SOLUÇÃO
alternativa C
I- (V) Guimarães Rosa, em "Campo Geral", consegue captar, de forma lírica e comovente, o universo do sertão através dos olhos de uma
criança ("grãozinhos", "pedrinhas", "formiguinhas", etc.), muito embora, o narrador em 3ª pessoa seja externo à comunidade.
II- (V) Em Guimarães Rosa é comum a incorporação de recursos da poesia à prosa, como se observa no uso de rimas internas ("Miguilim
ainda apontava, falava, contava tudo como era, como tinha visto..."), de assonâncias, aliterações, etc.
III- (F) Como bem mostra o trecho selecionado, o narrador transporta-se para o mundo de Miguilim. Assim, a mais dura realidade ganha uma
conotação mágica e fascinante.

19.(ITA – 2000) Pode-se afirmar que Paulo Honório, personagem de São Bernardo, de Graciliano Ramos, é descrito como um homem:
(A) solidário com seus empregados da fazenda, vítimas das condições naturais do lugar.
(B) intolerante com as pessoas que vivem próximas a ele.
(C) benevolente com as pessoas do seu convívio diário, apesar do seu comportamento autoritário.
(D) indulgente com os empregados da fazenda, já que vê neles a miséria de sua própria existência.

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(E) condolente com seus empregados, visto que conhece de perto suas dificuldades.

SOLUÇÃO
alternativa B
Paulo Honório, personagem-narrador de São Bernardo, caracteriza-se pelo signo da posse. Todas as coisas para ele são passíveis de serem
dominadas, não fazendo distinções entre pessoas e coisas (reificação). Além disso, trata-se de um ser embrutecido, desumanizado, que muitas
vezes vê os que o cercam como bichos.

20.(ITA – 2000) Leia o poema abaixo:

O ENGENHEIRO

A Antonio B. Baltazar

A luz, o sol, o ar livre


envolvem o sonho do engenheiro.
O engenheiro sonha coisas claras:
superfícies, tênis, um copo de água.

O lápis, o esquadro, o papel;


o desenho, o projeto, o número;

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o engenheiro pensa o mundo justo,
mundo que nenhum véu encobre.

(Em certas tardes nós subíamos


ao edifício. A cidade diária
como um jornal que todos liam,
ganhava um pulmão de cimento e vidro.)

A água, o vento, a claridade,


de um lado o rio, no alto as nuvens,
situavam na natureza o edifício
crescendo de suas forçcas simples.
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(João Cabral de Melo Neto. O engenheiro.)

NÃO se pode afirmar que o poema:


(A) produz o sentido de objetividade e racionalidade.
(B) apresenta uma certa precisão geométrica.
(C) apresenta princípios prosaicos típicos da poesia do início do século.
(D) apresenta forma equilibrada com o uso cuidadoso das palavras.
(E) não apresenta descrições intimistas.

SOLUÇÃO
alternativa C
Cuidando do rigor formal e vocabular, João Cabral coloca-se contra o prosaísmo. A partir do próprio título, "O engenheiro", ele sugere o ato
poético como uma tarefa que exige apuro e dedicação.

INSTRUÇÕES PARA REDAÇÃO

Redija uma dissertação (em prosa, de aproximadamente 25 linhas) sobre o tema:

Nós, brasileiros, cidadãos.

O conjunto dos excertos deverá servir de subsídio para a elaboração de sua redação. Esperamos que você se posicione criticamente frente aos
argumentos expostos nos excertos. Não os copie. (Dê um título ao seu texto. A redação final deve ser feita com caneta azul ou preta.)

1) ‘‘(...) [Cidadania] é uma palavra usada todos os dias e tem vários sentidos. Mas hoje significa, em essência, o direito de viver decentemente.
Cidadania é o direito de ter uma idéia e poder expressá-la. É poder votar em quem quiser sem constrangimento. É processar um médico que
cometa um erro. É devolver um produto estragado e receber o dinheiro de volta. É o direito de ser negro sem ser discriminado, de praticar uma
religião sem ser perseguido.
O direito de ter direitos é uma conquista da humanidade. (...)’’
(Gilberto Dimenstein. O cidadão de papel. São Paulo: Ática, 1993.)

2) ‘‘(...) Grandes desigualdades, numa sociedade aberta, democrática e com meios de comunicação modernos, serão inevitavelmente fonte de
violência e de criminalidade. A reação dos grandes centros brasileiros tem sido a pior possível: no lugar da reflexão e da ação pública,
multiplicam-se as iniciativas privadas de defesa e segregação. Os condomínios murados e fechados, as casas com guaritas que são verdadeiras
casamatas, as polícias privadas, as portarias que exigem dos visitantes identificação como se fossem criminosos, o uso de carros blindados, são
exemplos de uma perigosa atitude que se dissemina. Uma atitude que combina o conformismo conservador com um profundo descrédito pela
iniciativa pública. Não se confia mais no Estado nem mesmo para o desempenho de suas funções básicas e essenciais. Não é assim que se
desenvolve a cidadania, não é assim que se cria um mínimo de solidariedade.’’
(André Lara Resende. Folha de S. Paulo, 19/11/1996.)

3) ‘‘(...) O Brasil tem potencial para dar um salto qualitativo no seu desenvolvimento interno e na sua inserção internacional. Para isso, teremos de
responder a dois imperativos: a consolidação da cidadania, base fundamental da soberania no mundo moderno e fonte de legitimidade e poder do
Estado; e o aproveitamento da inexorabilidade da nossa inserção internacional para dela extrair o máximo de benefícios concretos – em geração
de riqueza, empregos e desenvolvimento econômico e social – ao menor custo possível. (...)’’
(Luiz Felipe Lampreia. Folha de S. Paulo, 20/10/1996.)

4) ‘‘(...) A sociedade civil sabe que não dá mais para esperar o governo que tenta, mas não consegue atender a demanda. Nesse vácuo nasceu o

chamado ‘‘terceiro setor’’. Um conceito que nasceu na Europa e nos Estados Unidos nos anos 80 e que chegou ao Brasil na década de 90, e hoje

emprega perto de 1 milhão e meio de pessoas. São instituições, associações, organizações que partem da iniciativa privada para desempenhar um

papel de caráter público. (...)’’

(Reportagem de um programa televisivo produzido pela TV Cultura, levado ao ar em 1/10/1999.)


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5) ‘‘(...) A longa tradição brasileira de intervenção estatal é em larga medida responsável pelo fortalecimento da crença de que o Estado deve
atender a todas as demandas sociais. A promoção da cidadania ainda parece ser para muitos uma tarefa exclusiva dos governos, embora já se
registrem iniciativas esporádicas do chamado Terceiro Setor que procuram romper hábitos paternalistas. (...)’’
(Folha de S. Paulo, Editorial, 17/12/1996.)
.
01.(ITA - 2001) Os versos abaixo são da letra da música Cobra, de Rita Lee e Roberto de Carvalho:

Não me cobre ser existente


Cobra de mim que sou serpente

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Com relação ao emprego do imperativo nos versos, podemos afirmar que
(A) a oposição imperativo negativo e imperativo afirmativo justifica a mudança do verbo cobre/cobra.
(B) a diferença de formas (cobre/cobra) não é registrada nas gramáticas normativas, portanto há inadequação na flexão do segundo verbo
(cobra).
(C) a diferença de formas (cobre/cobra) deve-se ao deslocamento da 3ª para a 2ª pessoa do sujeito verbal.
(D) o sujeito verbal (3ª pessoa) mantém-se o mesmo, portanto o emprego está adequado.
(E) o primeiro verbo no imperativo negativo opõe-se ao segundo verbo que se encontra no presente do indicativo.

SOLUÇÃO
Alternativa C

02.(ITA - 2001) No texto abaixo sobre as eleições em São Paulo, há ambigüidade no último período, o que pode dificultar o entendimento.
Ao chegar à Liberdade*, a candidata participou de uma cerimônia xintoísta (religião japonesa anterior ao budismo). Depois, fez um
pedido: “Quero paz e amor para todos”. Ganhou um presente de um ramo de bambu. (Folha de S. Paulo, 9/7/2000, adaptado.)
(*) Bairro da cidade de São Paulo.
A ambigüidade deve-se
(A) à inadequação na ordem das palavras.

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(B) à ausência do sujeito verbal.
(C) ao emprego inadequado dos substantivos.
(D) ao emprego das palavras na ordem indireta.
(E) ao emprego inadequado de elementos coesivos.

SOLUÇÃO
Alternativa E

03.(ITA -2001) Assinale a opção que melhor traduz o trecho em destaque do texto abaixo:
O novo livro de Ubaldo pode ser visto como um belo exercício de retórica. Utiliza-se de Itaparica, da radioatividade natural e da
história da ilha baiana para defender uma tese: a de que homens e mulheres podem ser igualmente grandes em suas realizações e virtudes, mas
não podem escapar de seus pecadilhos e prevaricações, se se querem grandes. (Sereza, H.C. Caderno 2/Cultura. O Estado de S. Paulo
16/7/2000.)
(A) Os pequenos erros são inevitáveis e essenciais para a grandeza de homens e mulheres.
(B) Os pequenos erros são importantes, mas não essenciais, para a grandeza de homens e mulheres.
(C) Ainda que os pequenos erros sejam inevitáveis, não contribuem para a grandeza de homens e mulheres.
(D) Não são os pequenos erros que tornam mulheres grandes em suas realizações e virtudes.
(E) Os pequenos erros são inevitáveis para a grandeza de homens e mulheres.

SOLUÇÃO
Alternativa C

As questões de 04 a 07 referem-se ao seguinte texto:

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Certos mitos são repetidos tantas e tantas vezes que muitos acabam se convencendo de que eles são de fato verdadeiros. Um desses
casos é o que envolve a palavra “saudade”, que seria uma exclusividade mundial da língua portuguesa. Trata-se de uma grande e pretensiosa
baleia.
Todas as línguas do mundo exprimem com maior ou menor grau de complexidade todos os sentimentos humanos. E seria uma grande
pretensão acreditar que o sentimento que batizamos de “saudade” seja exclusivo dos povos lusófonos.
Embora línguas que nos são mais familiares como o inglês e o francês tenham de recorrer a mais de uma expressão (seus equivalentes
de “nostalgia” e “falta”) para exprimir o que chamamos de saudade em todas as circunstâncias, existem outros idiomas que o fazem de forma até
mais sintética que o português.
Em uma de suas colunas semanais nesta Folha, o professor Josué Machado lembrou pelo menos dez equivalentes da palavra “saudade”.
Os russos têm “tosca”; alemães, “Sehnsucht”; árabes, “shauck” e também “hanim”; armênios, “garod”; sérvios e croatas, “jal”; letões, “ilgas”;
japoneses, “natsukashi”; macedônios, “nedôstatok”; e húngaros, “sovárgás”.
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Pode-se ainda acrescentar a essa lista o “desiderium” latino, o “póthos” dos antigos gregos e sabe-se lá quantas mais expressões
equivalentes nas cerca de 6 mil línguas atualmente faladas no planeta ou nas 10 mil que já existiram.
Ora, se até os cães demonstram sentir saudades de seus donos quando ficam separados por um motivo qualquer, seria de um
etnocentrismo digno de fazer inveja à Alemanha nazista acreditar que esse sentimento é próprio apenas aos que falam português.
Desde que o homem é homem, ou talvez mesmo antes, ele sente saudade; desde que aprendeu a falar aprendeu também, de uma forma
ou de outra, a dizê-lo. (Saudade. Folha de S. Paulo, 6/4/1996, adaptado.)

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04.(ITA - 2001) NÃO se pode afirmar que a noção do sentimento de saudade no texto seja
(A) atribuída exclusivamente ao ser humano.
(B) uma prova de que a espécie humana é fruto da mutabilidade de espécies.
(C) comum a todos os seres humanos, mas a maioria de expressá-lo é diferente.
(D) comum a todos os seres humanos e remonta aos tempos antigos.
(E) talvez anterior à razão.

SOLUÇÃO
Alternativa A

05.(ITA - 2001) No texto, a tese é que


(A) todos os povos têm os mesmos sentimentos e têm palavras para designá-los.
(B) os cães, assim como os seres humanos, sentem saudade.
(C) trata-se de um mito a crença de que apenas os povos lusófonos têm uma palavra para designar o sentimento “saudade”.
(D) há línguas que são mais sintéticas que outras para exprimir os sentimentos.
(E) há línguas que são mais sintéticas que o português para expressar o sentimento que os povos lusófonos designam “saudade”.

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SOLUÇÃO
Alternativa C

06.(ITA - 2001) NÃO se pode dizer que no texto haja


(A) uma declaração inicial que sintetiza a tese a ser defendida.
(B) a exclusividade da forma impessoal, que é marcada apenas pelo emprego de orações na voz passiva.
(C) uma equiparação do sentimento saudade dos cães ao dos seres humanos.
(D) a generalização de uma idéia após a apresentação de exemplos.
(E) exemplos de vocábulos de outras línguas para designar o sentimento “saudade”, que funcionam como argumentos para a tese defendida.

SOLUÇÃO
Alternativa B

07.(ITA - 2001) No trecho “existem outros idiomas que o fazem de forma até mais sintética que o português” (3º parágrafo), o termo “o”, em
destaque, substitui
(A) uma oração indicativa de finalidade.
(B) uma oração indicativa de causa.
(C) uma oração indicativa de conseqüência.
(D) a oração antecedente.
(E) o sujeito da oração antecedente.

SOLUÇÃO
Alternativa A

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08.(ITA - 2001) Podemos afirmar que na obra D. Casmurro, Machado de Assis
(A) defende a tese de que o meio determinará o homem porque descreve a personagem Capitu desde o início como uma futura adúltera.
(B) defende a tese determinista porque o meio em que Bentinho e Capitu vivem determina a futura tragédia.
(C) não defende a tese determinista, apontando antagonismo entre o meio e a tragédia final.
(D) defende a tese determinista ao demonstrar a influência da educação religiosa na formação de Capitu.
(E) não defende a tese determinista de modo explícito porque não fica clara a relação entre o meio e o fim trágico dos personagens.

SOLUÇÃO
Alternativa E
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09.(ITA - 2001) Leia o texto abaixo e as afirmações que se seguem


Que falta nesta cidade? Verdade.
Quo mais por sua desonra? Honra.
Falta mais que se lhe ponha? Vergonha.

O domo a viver se exponha


Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.

Matos. G. de. Os melhores poemas de Gregório de Matos Guerra. Rio de Janeiro: Record, 1990.)

O poema
I- mantém uma estrutura formal e rítmica regular.
II- enfatiza as idéias opostas.
III- emprega a ordem direta.
IV- refere-se à cidade de São Paulo.
V- emprega a gradação.

Então pode-se dizer que são verdadeiras


(A) apenas I, II, IV
(B) apenas I, II, V
(C) apenas I, III, V
(D) apenas I, IV, V
(E) todas

SOLUÇÃO
Alternativa B

10.(ITA - 2001) Algumas obras de ficção retratam um contexto urbano, sendo por isso consideradas crônica de costumes. É, por exemplo, o caso
de obras dos seguintes autores.
(A) Antonio de Alcântara Machado; Manuel Antônio de Almeida; Joaquim Manuel de Macedo; Lima Barreto.
(B) Antonio de Alcântara Machado; Manuel Antônio de Almeida; Joaquim Manuel de Macedo; Graciliano Ramos.
(C) Manuel Antônio de Almeida; Joaquim Manuel de Macedo; Lima Barreto; Mário de Andrade.
(D) Antônio de Alcântara Machado; Joaquim Manuel de Macedo; Lima Barreto; Graciliano Ramos.
(E) Manuel Antônio de Almeida; Joaquim Manuel de Macedo; Marlo de Andrade; Antônio de Alcântara Machado.

SOLUÇÃO
Alternativa A

As questões de 11 a 20 devem ser resolvidas no caderno de soluções.

11.(ITA 2001) Na frase abaixo, extraída do texto publicitário de um conceituado restaurante, há uma palavra cujo significado contraria o efeito
de sentido esperado.
A nossa meta de atendimento é eficiência e cortesia.
A- Localize a palavra e explique por que ela contraria o objetivo publicitário do texto.
B- Escreva uma frase semelhante, mas que produza o efeito de sentido esperado nesse texto publicitário.

SOLUÇÃO
A- Meta – O que dá a idéia de que, se o restaurante tem como “meta” eficiência e cortesia, é sinal de que não os possui.
B- Nosso atendimento é sinônimo de eficiência e cortesia. (ou outras)

12.(ITA - 2001) Leia o texto seguinte


Antes de começar a aula – matéria e exercícios no quadro, como muita gente entende -, o mestre sempre declamava um poema e fazia
vibrar sua alma de tanta empolgação e os alunos ficavam admirados. Com a sutileza de um sábio foi nos ensinando a linguagem poética mesclada
ao ritmo, à melodia e a própria sensibilidade artística. Um verdadeiro deleite para o espírito, uma sensação de paz, harmonia.
Osório, T. Meu querido professor. Jornal Vale Paraibano, 15/10/1999.
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A- Qual a interpretação que pode ser dada à ausência da crase no trecho “a própria sensibilidade artística”?
B- Qual seria a interpretação caso houvesse a crase?

SOLUÇÃO
A- Ausência do artigo definido “a” dá um sentido geral à expressão que significa: característica da sensibilidade artística em geral.
B- A presença do artigo definido passaria a especificar que se trataria da sensibilidade artística do mestre.

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13.(ITA 2001) Leia o texto seguinte:
Sítio Bom Jardim apresenta Forró Sertanejo com a banda Casa Nova, no dia 30 de outubro, a partir das 21 horas. Mulher acompanhada
até 24 horas não paga. Venha e participe desta festa.
Jornal Vale ADC’S, out./1999, adaptado.

A- Localize o trecho em que há ambigüidade.


B- Aponte duas interpretações possíveis para esse trecho, considerando o contexto.

SOLUÇÃO
A- “Até 24 horas”
B- Primeira: Qualquer mulher acompanhada durante 24 horas (“o dia todo”) não paga.
Segunda: Qualquer mulher acompanhada não paga até às 24 horas.

14.(ITA - 2001) O texto abaixo, da seção “Saúde” do Suplemento de março/2000, do Caderno Regional Folha Vale, Folha de S. Paulo, faz parte
de uma série de recomendações para relaxamento dos olhos
 Lubrificantes oculares gelados também são muito eficientes, mas só quando prescritos por um oftalmologista.

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 Importante: não jogue água boricada dentro do olho, pois isto causa irritiação. Ela deve ser usada apenas para limpeza externa ou como
compressa gelada.

A- Localize, no texto, o trecho em que há um problema de coerência .


B- Reescreva o trecho de modo a torná-lo coerente.

SOLUÇÃO
A- “... também são muito eficientes, mas só quando prescritos ...”
B- Lubrificantes oculares também são muito eficientes, quando prescritos por um oftalmologista.

15.(ITA - 2001) Leia o texto abaixo


No novo catecismo das empresas, um trainee deve ter as mesmas qualidades dos diretores e gerentes, que por sua vez precisam saber
ouvir e usar a Internet como os trainees, que precisam ter a mesma disposição de se superar do presidente, que precisa trabalhar com equipes
do mesmo jeito que os trainees, gerentes e diretores, e vice-versa.
Você, N. 10, abril/1999, adaptado.

A- Aponte duas propriedades do texto que contribuem para o efeito do sentido circular.
B- O termo “vice-versa” é necessário no contexto em que aparece? Por quê?

SOLUÇÃO
A- Primeira: O uso do pronome relativo (que) para resgatar os antecedentes (“diretores e gerentes”, “trainees” e “presidente”).
Segunda: seqüência de orações subordinadas adjetivas.
B- Não, porque a própria comparação final nos leva a crer que tanto o “presidente” quanto os “trainees”, “gerentes e diretores”, precisam

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trabalhar com equipes.

16.(ITA - 2001) Leia o texto seguinte:


A aposentada A. S., 68, tomou na semana passada uma decisão macabra em relação ao seu futuro. Ela pegou o dinheiro de sua
aposentadoria (um salário-mínimo) e comprou um caixão.
A mora com a irmã, M. F., 70, que também é aposentada. Elas não têm parentes. A. diz que está investindo no futuro. Sua irmã a apóia.

A. também comprou a mortalha – roupa que quer usar quando morrer. O caixão fica guardado na sala da casa.

Aposentada compra caixão para o futuro. Folha de S. Paulo, 22/8/1992, adaptado


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A- Localize um trecho que revela ironia.


B- Explique como se dá esse efeito de ironia.

SOLUÇÃO
A- “... que está investindo no futuro”.
B- A aposentada está investindo em algo que será usado após a sua morte, logo não há futuro.

17.(ITA - 2001) Leia abaixo a tira de Luís Fernando Veríssimo, publicada no jornal O Estado de S. Paulo de 16/7/2000, e explique como se dá o
efeito cômico.

SOLUÇÃO
A expressão “lava as mãos” pode referir-se tanto à sujeira da tinta do jornal quanto, ao mesmo tempo, às sujeiras (no sentido figurado) que
ocorrem no Brasil (corrupção, roubos...).

18.(ITA - 2001) Leia o texto seguinte:


Levantamento inédito com dados da Receita revela quantos são, quanto ganham e no que trabalham os ricos brasileiros que pagam
impostos. (...)
Entre os nove que ganham mais de 10 milhões por ano, há cinco empresários, dois empregados do setor privado, um que vivo de rendas.
O outro, quem diria, é servidor público.
Veja, 12/7/2000.

A- A ausência de vírgula no trecho em destaque, no primeiro parágrafo, afeta o sentido? Justifique.


B- Por que o emprego da vírgula é obrigatório no trecho em destaque, no segundo parágrafo? O que esse trecho permite inferir?

SOLUÇÃO
A- A ausência da vírgula afeta o sentido, porque só se refere a determinados “ricos brasileiros” que pagam impostos e não a todos eles.
B- Sim, porque separa uma oração intercalada (“quem diria”) que indica uma avaliação crítica do autor do texto.

19.(ITA - 2001) O poema abaixo caracteriza-se pelo tom de humor

O capoeira
- Qué apanhá sordado?
- O quê?
- Qué apanhá?
Pernas e cabeças na calçada.
Andrade, Oswald de. Pau-Brasil. São Paulo: Globo, 1998.

A- Aponte uma característica do texto responsável pelo efeito de humor. Justifique.


B- Qual a importância do título para o interpretação do poema? Justifique.

SOLUÇÃO
A- A reprodução da oralidade popular pelo discurso poético, já que usa traços lingüísticos característicos como eliminação do fonema final nos
verbos e troca de fonema em “sordado”.
B- O título situa o tema do texto como o desacato de um negro capoeira a um soldado seu adversário, revelando a resistência do primeiro em
relação à opressão representada pelo segundo.

20.(ITA - 2001) Leia os textos seguintes:

(1)
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(...)
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
(...)
Dias, Gonçalves. Poesias completas. São Paulo: Saraiva, 1957.

(2)
lá?
ah! www.estudemais.com.br
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Sabiá...
papá...
maná...
Sofá...
sinhá...

cá?
bah?
Paes, J. P. Um por todos. Poesia reunida. São Paulo: Brasiliense, 1986.

A- Aponte uma característica do texto (1) que o filia ao Romantismo e uma do texto (2) que o filia ao Concretismo.
B- É possível relacionar o texto (2) com o (1)? Justifique.

SOLUÇÃO

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A- 1- Nacionalismo / exaltação da natureza idealizada;
2- ruptura com a sintaxe / abandono das estrutura frasal
B- Sim, o texto 2 é uma paródia do texto 1 atualizando o tema do nacionalismo de uma forma debochada e crítica.

INSTRUÇÕES PARA REDAÇÃO

Redija uma dissertação (em prosa, de aproximadamente 25 linhas) sobre o tema.

A ocasião faz o ladrão?


Para elaborar sua redação, você poderá valer-se, total ou parcialmente, dos argumentos contidos nos excertos abaixo, refutando-os ou
concordando com os mesmos. Não os copie. (Dê um título ao seu texto. A redação final deve ser feita com caneta azul ou preta.)

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1) (...) muito se reclama no Brasil da corrupção pública, que vai do guardinha de trânsito ao deputado federal. A corrupção privada, no entanto,
é igualmente difusa e danosa, embora ninguém pareça escandalizar-se demais com ela. Quando vou ao Brasil, freqüento jornalistas,
cineastas, publicitários, e é impressionante a quantidade de histórias de corrupção privada que eles têm a contar. Na maior parte dos
casos, são atravessadores que faturam uma bonificação para cada transação comercial que executam. Acredito que em outros campos de
trabalho se verifiquem fatos análogos. Se, em vez de jornalistas, cincastas e publicitários, eu freqüentasse fabricantes de parafusos ou
importadores de máquinas agrícolas, acho que acabaria ouvindo o mesmo número de histórias de corrupção.
Diogo Mainardi. Veja, 5/7/2000

2) No Brasil uma pessoa já é considerada honesta apenas porque é medíocre em sua desonestidade.
Millôr Fernandes. Folha de S. Paulo, 30/7/2000.

3) Não há povos mais ou menos predispostos à desonestidade. Há sim, sistemas mais permissivos, mais frouxos, mais corruptos, nos quais ela
encontra terreno fértil para plantar suas raízes profundas – o que estaria ocorrendo no Brasil.
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Isto É, 20/5/1992.

4) Os excertos abaixo foram extraídos da matéria “O bloco dos honestos”, publicada em Isto É de 20/5/1992, e adaptados (A moeda na época
era o Cruzeiro.)

G.B.P. – Funcionária do Metrô de São Paulo


- Salário mensal de Cr$ 640 mil; entre suas funções recolho roupas doadas para os pobres.
- Trabalhando solitariamente numa sala, encontrou US$ 400* no bolso de um casaco que lhe foi entregue.

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- Passou o dinheiro a seu chefe, que aguarda o verdadeiro dono.
(*) US$ 400 correspondia a um pouco mais que o dobro do salário da funcionária, na época.

C.A. – Camareira de hotel


- Ganha mensalmente Cr$ 390mil, trabalhando 10 horas por dia.
- Entrega à gerência dólares, relógios e jóias esquecidos pelos hóspedes.
- Sua receita para a honestidade é “não das chance à tentação”.

H.H.F. – Fiscal Aduaneiro


- Cr$ 3 milhões de salário mensal, fiscalizando a fronteira Brasil-Paraguai.
- Por suas mãos passam diariamente US$ 10 milhões em guias de exportação.
- Irredutível, declara: “A corrupção não compensa, tampouco constrói”.

J.A.S. – Engenheiro
- Salário de Cr$ 2 milhões por mês, examinando loteamentos fora da lei.
- Já interditou mais de 60 empreendimentos imobiliários irregulares.
- Diz que o melhor diálogo com “a pilantragem termina em corrupção”.

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O trecho publicitário a seguir apresenta uma transgressão gramatical bastante comum:

Esta empresa se preocupa com economia de energia muito antes que você se preocupasse com isso.

01.(ITA - 2002) Leia as frases abaixo e assinale a opção adequada ao padrão formal da língua:
I- Esta empresa se preocupava com energia muito antes que você se preocupasse com isso.
II- Esta empresa se preocuparia com economia de energia muito antes que você se preocupasse com isso.
III- Esta empresa se preocupou com economia de energia muito antes que você se preocupe com isso.
IV- Esta empresa se preocupara com economia de energia muito antes que você se preocupasse com isso.
V- Esta empresa se preocupa com economia de energia muito antes que você tivesse se preocupado com isso.
(A) Apenas I.
(B) I, II e III.
(C) I e III.
(D) II, III e V.
(E) II e IV.

SOLUÇÃO
Resposta: A

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É inquestionável a compatibilidade entre o imperfeito do indicativo da oração principal (preocupava) e o imperfeito do subjuntivo da oração
subordinada (preocupasse). O mesmo não se pode dizer das demais proposições, quer pela falta de um contexto, quer pelo próprio jogo das
alternativas, quer ainda pela pista que a Banca oferece na frase-matriz.

02.(ITA - 2002) Assinale a interpretação sugerida pelo seguinte trecho publicitário.


Fotografe os bons momentos agora, porque depois vem o casamento.
(A) O casamento não merece fotografias.
(B) A felicidade após o casamento dispensa fotografias.
(C) Os compromissos assumidos no casamento limitam os momentos dignos de fotografia.
(D) O casamento é uma segunda etapa da vida que também deve ser registrada.
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(E) O casamento é uma cerimônia que exige fotografias exclusivas.

SOLUÇÃO
Resposta: C
A oração “porque depois vem o casamento” traz um argumento a favor da urgência de fotografar os bons momentos de hoje: é preciso
fotografá-los agora porque depois do casamento não haverá tantos momentos dignos de serem fotografados. Isto quer dizer que o casamento
reduz a possibilidade de viver bons momentos.

03.(ITA - 2002) Assinale a figura de linguagem predominante no seguinte trecho:


A engenharia brasileira está agindo rápido para combater a crise de energia.
(A) Metáfora.
(B) Metonímia.
(C) Eufemismo.
(D) Hipérbole.
(E) Pleonasmo.

SOLUÇÃO
Resposta: B
Em “A engenharia brasileira está agindo rápido para combater a crise de energia”, tem-se o termo engenharia sendo usado no lugar de
engenheiros, uma metonímia.

04.(ITA - 2002) A norma gramatical não é seguida com rigor em:


Água Pura. Valorizando a vida.
Assinale a opção indicativa da transgressão:
A- As frases incompletas não fazem sentido.
B- Na segunda frase não há oração principal.
C- As frases estão fora de ordem.
D- O tempo verbal está inadequado.
E- Não há sujeito na segunda frase.

SOLUÇÃO
Resposta: B
Para que exista oração principal, o período deve ter no mínimo duas orações. Ora, na frase sob consideração só há uma oração, portanto ela não
pode ser a principal.

05.(ITA - 2002) Assinale a frase em que o acento indicativo de crase foi mal empregado:
(A) Chegou à uma hora, pontualmente.
(B) Os pescadores pegaram o peixe à unha.
(C) Saída de veículos à 200 metros.
(D) Sua simpatia pelo governo cubano levou-o a vestir-se à Fidel.
(E) O horário estabelecido para visitas era das 14 às 16 horas.

SOLUÇÃO
Resposta: C
Não há crase antes de nomes masculinos. O a dessa frase é apenas preposição.

06.(ITA - 2002) Assinale a seqüência de palavras acentuadas pela mesma regra gramatical:
(A) Cenário, circunstância, hífen, águia.
(B) Está,já, café, jacá.
(C) Eletrônica, gênero, bônus, ônibus.
(D) Cenário, águia, referência, série.
(E) Referência, pára, líder, série.

SOLUÇÃO
Resposta: D
Na alternativa D todas as palavras obedecem à mesma regra: acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongo, seja crescente, seja
decrescente.
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Como as regras de acentuação vigentes estão definidas pelo Acordo Ortográfico de 1943, com as alterações de dezembro de 1971, expressas no
Formulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras, a Banca não tem como recusar a alternativa B como igualmente correta. Leia-se o
texto:
“assinalam-se com o acento agudo os vocábulos oxítonos que terminem em a, e, o abertos, e com o acento circunflexo os que acabam em e, o
fechados, seguidos ou não de s: cajá, hás, jacaré, pós, Seridó, sós; dendê, lês, pôs, trisavô; etc.”
(Formulário Ortográfico, item XII, 43, 1ª-)

07.(ITA - 2002) Leia o seguinte trecho com atenção:

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Iniciamos a jornada, uma jornada sentimental, seguindo as regras estabelecidas. Os cavalos pisavam tão macio, tão macio que parecia
estarem calçados de sapatilhas. A rigor não pisavam. Faziam cafuné com as patas delicadas ao longo do caminho.
(OLIVEIRA, Raymundo Farias de. “Na madrugada do silêncio”. Linguagem Viva,n..-142. São Paulo, jun. 2001, p. 2.)

O confronto das frases “Os cavalos pisavam” e “A rigor não pisavam” concretiza:
(A) um desmentido..
(B) uma indecisão.
(C) uma ironia.
(D) uma contradição
(E) um reforço.

SOLUÇÃO
Resposta: E
Percebe-se no fragmento uma gradação, que indica o estado de êxtase provocado pelo sentimento amoroso. Na seqüência das idéias, ocorre uma
progressão que vai do menos leve (referindo-se ao pisar dos cavalos) ao mais leve: de início é macio, depois tão macio, que parecia estarem
calçados de sapatilhas. A gradação termina com a leveza máxima: de tão macio que pisavam, parecia até que a rigor não pisavam. Ou seja, parecia
“que faziam cafuné com as patas delicadas”. A idéia, portanto, é de reforço.

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As questões 08 e 09 dizem respeito à frase abaixo:

Tem gente que junta os trapos, outros juntam os pedaços.

08.(ITA - 2002) No texto, a marca da coloquialidade apresenta-se como transgressão gramatical. Assinale a alter-nativa que corresponde ao
fato:
(A) Ausência do conectivo.
(B) Escolha das palavras.
(C) Emprego do verbo ter.
(D) Repetição do verbo juntar
(E) Emprego da vírgula.

SOLUÇÃO
Resposta: C
A alegada transgressão gramatical que constitui marca de coloquialidade no texto é o emprego impessoal do verbo “ter” em lugar de haver.
Emprega-se “tem gente que” em vez de há gente que.

09.(ITA - 2002) O que, empregado como conectivo, introduz uma oração:


(A) substantiva.
(B) adverbial causal.
(C) adverbial consecutiva.

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(D) adjetiva explicativa.
(E) adjetiva restritiva.

SOLUÇÃO
Resposta: E
Por se tratar de um pronome relativo, o que do período está introduzindo uma oração subordinada adjetiva. O fato de não vir isolada entre
vírgulas indica que se trata de uma oração adjetiva restritiva. Ela estabelece o pressuposto de que nem toda a gente junta os trapos.

10.(ITA - 2002) Leia, a seguir, o texto em que Millôr Fernandes parodia Manuel Bandeira:

Que Manuel Bandeira me perdoe, mas


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VOU-ME EMBORA DE PASÁRGADA


Vou-me embora de Parságada
Sou inimigo do Rei
Não tenho nada que eu quero
Não tenho e nunca terei
Vou-me embora de Parságada
Aqui eu não sou feliz
A existência é tão dura
As elites tão senis

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Que Joana, a louca da Espanha,
Ainda é mais coerente
do que os donos do país.
(FERNANDES, Millôr. Mais! Folha de S. Paulo, mar. 2001.)

Os três últimos versos de Millôr Fernandes exprimem:


(A) a inconseqüência dos governantes.
(B) a má vontade dos políticos.
(C) a ignorância do povo.
(D) a pobreza de espírito das elites.
(E) a loucura das mulheres no governo.

SOLUÇÃO
Resposta: A
A paródia ao texto de Manuel Bandeira elaborada por Millôr Fernandes, inserida no contexto atual, põe em relevo uma crítica acerba aos
governantes do país, pois a personagem “Joana, a louca de Espanha” seria mais lúcida do que “os donos do país”, isto é, aqueles que exercem o
poder institucional do país - em outros termos, os governantes.

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11.(ITA - 2002) Leia o seguinte texto:

- Toma outra xícara, meia xícara só.


- E papai?
- Eu mando vir mais; anda, bebe!
Ezequiel abriu a boca. Cheguei-lhe a xícara, tão trêmulo que quase a entornei, mas disposto a fazê-la cair pela goela abaixo, caso o sabor lhe
repugnasse, ou a temperatura, porque o café estava frio... Mas não sei que senti que me fez recuar. Pus a xícara em cima da mesa, e dei por mim
a beijar doidamente a cabeça do menino.
— Papai! papai! exclamava Ezequiel.
— Não, não, eu não sou teu pai!
(ASSIS, Machado de. Dom Casmurro.27ª-ed. São Paulo: Ática, 1994, p. 173.)

A cena criada por Machado de Assis está relacionada a :


(A) abuso de autoridade paterna.
(B) excesso de carinho paterno.
(C) reflexo de conflito interior.
(D) violenta rejeição à criança.
(E) cuidado com a alimentação da criança.

SOLUÇÃO
Resposta: C
A cena apresenta um momento crítico na vida de Bentinho. Convicto de que Ezequiel não era seu filho, e sim de seu melhor amigo Escobar, Bento
Santiago envenena o café que serve à criança. No entanto, quando está a forçá-lo a bebê-lo, recua e passa a “beijar doidamente a cabeça do

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menino”. Percebe-se assim que, embora rejeite violentamente a criança, Bentinho não deixa de sentir por ela o carinho paternal, que irrompe nos
beijos. Caracteriza-se, portanto, todo o seu conflito interior.

As questões 12 e 13 dizem respeito ao seguinte aforismo de Millôr Fernandes:

Beber é mal, mas é muito bom.


(FERNANDES, Millôr. Mais! Folha de S. Paulo, 5 ago. 2001, p. 28.)

12.(ITA - 2002) A palavra “mal”, no caso específico da frase de Millôr, é:


(A) adjetivo.
(B) substantivo.
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(C) pronome.
(D) advérbio
(E) preposição.

SOLUÇÃO
Resposta: B
Teoricamente, a palavra mal pode ser substantivo, advérbio ou conjunção. No caso concreto, como está desempenhando a função de predicativo
do sujeito, só pode ser substantivo, já que o advérbio e a conjunção não podem exercer essa função sintática.

13.(ITA - 2002) O efeito de sentido da frase de Millôr Fernandes deve-se a uma relação de:
(A) causa.
(B) semelhança.
(C) antecedência.
(D) concessão
(E) conseqüência

SOLUÇÃO
Resposta: D
A questão pressupõe que entre as cinco alternativas existe uma correta. Raciocinando por absurdo, a única alternativa presumivelmente correta
seria a D, já que a relação de concessão pressupõe a existência de oposição entre duas proposições.
Ocorre que nessa citação de Millôr a oposição está sendo estabelecida por uma relação adversativa, que é um modo de estruturação sintático-
semântica nitidamente diferente da concessão.
A relação concessiva seria formulada assim:
Embora seja mal, beber é muito bom.

14.(ITA - 2002) Leia o texto abaixo:

Cajuína
Existirmos, a que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
do menino infeliz não se nos ilumina
Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria-vida era tão fina
e éramos olharmo-nos intacta a retina
A Cajuína, cristalina em Teresina
(Caetano Veloso).

Na letra desta canção o autor questiona:


(A) a vida nordestina..
(B) a razão de viver.
(C) a descoberta do amor.
(D) o sofrimento sem razão
(E) a lembrança da infância.

SOLUÇÃO
Resposta: B
A canção de Caetano Veloso centra-se no desdobramento do primeiro verso: “Existirmos, a que será que se destina?”. Os versos seguintes
propõem uma explicação: o eu lírico recebe do interlocutor uma rosa e infere “és um homem lindo”. Continua: se o destino do menino infeliz não é
suficiente para nos iluminar e dar-nos a razão da existência, tampouco a tristeza é obscurecida. Afinal, o que se passou com o menino decorria da
sua “matéria-vida”, que era muito fina e delicada. O texto, portanto, questiona “a razão de viver”.
Observação: A canção de Caetano Veloso é uma homenagem ao pai de Torquato Neto, poeta tropicalista que cometeu suicídio, em 1972, aos 28
anos, na flor da idade.

As questões 15 e 16 referem-se ao seguinte texto:


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Ela saltou no meio da roda, com os braços na cintura, rebolando as ilhargas e bamboleando a cabeça, ora para a esquerda, ora para a direita, como
numa sofreguidão de gozo carnal, num requebrado luxurioso que a punha ofegante; já correndo de barriga empinada; já recuando de braços
estendidos, a tremer toda, como se fosse afundando num prazer grosso que nem azeite, em que se não toma pé e nunca encontra fundo. Depois,
como se voltasse à vida soltava um gemido prolongado, estalando os dedos no ar e vergando as pernas, descendo, subindo, sem nunca parar os
quadris, e em seguida sapateava, miúdo e cerrado, freneticamente, erguendo e abaixando os braços, que dobrava, ora um, ora outro, sobre a nuca
enquanto a carne lhe fervia toda, fibra por fibra, titilando.
(AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço,25ed. São Paulo, Ática, 1992, p. 72-3.)

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15.(ITA - 2002) Neste trecho, o efeito de movimento rápido é obtido por verbos empregados no tempo ou modo:
(A) pretérito perfeito do indicativo.
(B) pretérito imperfeito do subjuntivo.
(C) presente do indicativo.
(D) infinitivo.
(E) gerúndio.

SOLUÇÃO
Resposta: E
O trecho d’O Cortiço põe em destaque o ato da dança, explicitando os movimentos que lhe são característicos. O efeito de rapidez produzido é
obtido pelo acúmulo exacerbado de verbos no gerúndio.
Vale observar que o gerúndio explicita continuidade e simultaneidade, e, ao ser empregado sucessivas vezes, numa seqüência de orações curtas,
imprime ligeireza à cena.

16.(ITA - 2002) Assinale a alternativa que reúne personagens femininas cuja sensualidade física é ressaltada por seus autores, à maneira do que
consta no trecho de O Cortiço:
(A) Madalena, Capitu, Diadorim, Teresa Batista.
(B) Helena, Amélia, Macabéa, Gabriela.

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(C) Lucíola, Teresa Batista, Gabriela, Dona Flor.
(D) Helena, Diadorim, Macabéa, Capitu.
(E) Aurélia, Gabriela, Helena, Madalena.

SOLUÇÃO
Resposta: C
As personagens da alternativa C apresentam, todas, sensualidade exacerbada. Lúcia, figura central de Lucíola, de José de Alencar, é uma
cortesã sensual, assim como Teresa Batista, do romance Teresa Batista Cansada de Guerra, de Jorge Amado. Já Gabriela e Dona Flor, criações
também de Jorge Amado, traduzem toda a sensualidade cativante e arrebatadora da mulher baiana, como a Rita de Aluísio Azevedo.
Observação: A referência ao nome Lucíola consta apenas da Nota Introdutória do romance: “Lucíola é o lampiro noturno que brilha de uma luz
tão viva no seio da treva e à beira dos charcos. Não serás a imagem verdadeira da mulher que no abismo da perdição conserva a pureza d’alma?”
Ao longo da história, José de Alencar sempre se refere à personagem central como Lúcia, ou ainda por seu verdadeiro e redentor nome: Maria -
e nunca como Lucíola.

17.(ITA - 2002) Assinale a alternativa que rotula adequadamente o tratamento dado ao elemento indígena, nos romances O Guarani, de José de
Alencar, e Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, respectivamente:
(A) Nacionalismo exaltado, nacionalismo caricatural.
(B) Idolatria nacionalista, derrotismo nacional.
(C) Aversão ao colonizador, aversão ao progresso.
(D) Aversão ao colonizador, derrotismo nacional.
(E) Nacionalismo exaltado, aversão ao progresso.

SOLUÇÃO

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Resposta: A
Em O Guarani (1857), a figura do índio funciona como uma síntese dos valores atribuídos à nacionalidade brasileira (coragem, força, lealdade,
cavalheirismo, etc.), todos eles com franca conotação elogiosa e idealizada. Já em Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915), o que se busca é
exatamente a visão crítica do nacionalismo idealizado que o Romantismo veiculava. O protagonista, Major Quaresma, adota usos e costumes da
cultura indígena, pretendendo, inclusive, a substituição do Português pelo Tupi como língua oficial do Brasil. Tal excentricidade acaba por expô-lo
ao ridículo diante de toda a sociedade carioca.

18.(ITA - 2002) Leia os seguintes textos, observando que eles descrevem o ambiente natural de acordo com a época a que correspondem,
fazendo predominar os aspectos bucólico, cotidiano e irônico, respectivamente:

TEXTO 1
Marília de Dirceu
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Enquanto pasta, alegre, o manso gado,


minha bela Marília, nos sentemos
À sombra deste cedro levantado.
Um pouco meditemos
Na regular beleza,
Que em tudo quanto vive nos descobre
A sábia Natureza.

Atende como aquela vaca preta


O novilhinho seu dos mais separa,
E o lambe, enquanto chupa a lisa teta.
Atende mais, ó cara,
Como a ruiva cadela
Suporta que lhe morda o filho o corpo,
E salte em cima dela.
(GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu. In: Proença Filho, Domício. Org. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1996,
p. 605.)

TEXTO 2
Bucólica nostálgica
Ao entardecer no mato, a casa entre
bananeiras, pés de manjericão e cravo santo,
aparece dourada. Dentro dela, agachados,
na porta da rua, sentados no fogão, ou aí mesmo,
rápidos como se fossem ao Êxodo, comem
feijão com arroz, taioba, ora-pro-nobis,
muitas vezes abóbora.
Depois, café na canequinha e pito.
O que um homem precisa pra falar,
entre enxada e sono: Louvado seja Deus!
(PRADO, Adélia. Poesia Reunida.2ª -ed. São Paulo:Siciliano, 1992, p. 42.)

TEXTO 3
Cidadezinha qualquer
Casas entre bananeiras
Mulheres entre laranjeiras
Pomar amor cantar

Um homem vai devagar.


Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.

Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus.


(ANDRADE, Carlos Drummond. Obra Completa. Rio de Janeiro: José Aguilar Editora, 1967, p. 67.)

Assinale a alternativa referente aos respectivos momentos literários a que correspondem os três textos:
(A) Romântico, contemporâneo, modernista.
(B) Barroco, romântico, modernista.
(C) Romântico, modernista, contemporâneo.
(D) Árcade, contemporâneo, modernista.
(E) Árcade, romântico, contemporâneo.

SOLUÇÃO
Resposta: D
O poema de Tomás Antônio Gonzaga é uma célebre composição de Marília de Dirceu (1792, 1 parte), a mais importante obra da lírica do
Neoclassicismo-Arcadismo (séc. XVIII), em língua portuguesa. Os elementos típicos dessa escola se manifestam na forma rigorosa e equilibrada,
na linguagem simples e concisa, bem como no cenário bucólico e pastoril. “Cidadezinha Qualquer” é um poema do primeiro livro de Carlos
Drummond de Andrade, Alguma Poesia (1930), considerado marco inicial da 2..geração modernista brasileira, na poesia. No entanto, a composição
em causa retoma o poema-piada, típico do primeiro tempo modernista, para descrever ironicamente o ambiente de uma pequena cidade
interiorana. Por sua vez, Adélia Prado constrói uma paisagem natural, por meio de imagens despojadas do cotidiano, como é freqüente em certas
correntes da poesia contemporânea no Brasil.
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19.(ITA - 2002) Leia os seguintes versos:


Mais claro e fino do que as finas pratas
O som da tua voz deliciava...
Na dolência velada das sonatas
Como um perfume a tudo perfumava.
Era um som feito luz, eram volatas
Em lânguida espiral que iluminava,

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Brancas sonoridades de cascatas...
Tanta harmonia melancolizava.
(SOUZA, Cruz e. “Cristais”, in Obras completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995, p. 86.)
Assinale a alternativa que reúne as características simbolistas presentes no texto:
(A) Sinestesia, aliteração, sugestão.
(B) Clareza, perfeição formal, objetividade.
(C) Aliteração, objetividade, ritmo constante.
(D) Perfeição formal, clareza, sinestesia.
(E) Perfeição formal, objetividade, sinestesia.

SOLUÇÃO
Resposta: A
O poema de Cruz e Souza apresenta sinestesias (estabelecimento de relações entre diferentes sentidos) como “som feito luz” e “brancas
sonoridades”. As aliterações (reiterações de consoantes) aparecem em trechos como “feito luz, eram volatas / Em lânguida espiral que
iluminava”. Já o poder da ambientação sugestiva aparece em versos como “Na dolência velada das sonatas”, ou “Brancas sonoridades de
cascatas...”

As questões 20 e 21 referem-se aos dois textos seguintes:

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A terra
Esta terra, Senhor, me parece que, da ponta que mais contra o sul vimos até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste ponto temos
vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, em algumas partes, grandes barreiras,
algumas vermelhas, outras brancas; e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é tudo praia redonda,
muito chã e muito formosa. [...]
Nelas até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito
bons ares, assim frios e temperados como os de Entre-Douro e Minho. [...]
Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-a nela tudo, por bem das águas que tem.
(CAMINHA, Pero Vaz de. A Carta de Pero Vaz de Caminha. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1943, p. 204.)

Carta de Pero Vaz


A terra é mui graciosa,
Tão fértil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No chão espeta um caniço,
No dia seguinte nasce
Bengala de castão de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quanto aos bichos, tem-nos muitos,
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco até demais.
Diamantes tem à vontade,
Esmeralda é para os trouxas.

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Reforçai, Senhor, a arca,
Cruzados não faltarão,
Vossa perna encanareis,
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora daqui.
(MENDES, Murilo. História do Brasil. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1991, p. 13.)
20.(ITA - 2002) No texto de Murilo Mendes, os versos “Banana que nem chuchu”, “Tem macaco até demais” e “Esmeralda é para os trouxas”
exprimem a representação literária da visão do colonizador de maneira:
(A) séria.
(B) irônica.
(C) ingênua.
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(D) leal.
(E) revoltada.

SOLUÇÃO
Resposta: B
Murilo Mendes foi um dos expoentes da 2geração modernista no Brasil. Herdou da fase heróica (1922-1930) do movimento a tendência à sátira
da tradição cultural brasileira, voltada principalmente para os textos românticos e para as crônicas dos viajantes do século XVI. É o que faz em
História do Brasil (1932). Na “Carta de Pero Vaz”, retoma, em registro irônico, algumas expressões do texto original, desmontando o discurso
apologético e entusiasmado de Caminha.

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As questões de 21 a 25 devem ser resolvidas no caderno de soluções.

21.(ITA - 2002) Os dois textos da questão 20, representantes de dois períodos literários distantes, revelam duas perspectivas diferentes.
Indique:
A- A diferença entre o texto original e o segundo, em função da descrição da terra;
B- O período literário a que corresponde cada texto.

SOLUÇÃO
A- Em sua famosa Carta, Pero Vaz de Caminha caracteriza a paisagem da terra descoberta por meio de um sumário de suas propriedades
geográficas: extensão territorial, topografia, flora, clima, etc. Com esses elementos, produz uma visão plástica, em que se percebe uma
certa ingenuidade, misturada com deslumbramento perante a beleza grandiosa. O poema de Murilo Mendes parodia a Carta de Caminha, de
modo que a ingenuidade e o deslumbramento dão lugar a uma descrição marcada pelo humor, pela ironia e pelo espírito crítico, que denuncia
a ideologia dos colonizadores, ávidos de riquezas fáceis.
B- O texto de Pero Vaz de Caminha se inscreve na chamada Literatura de Informação, produzida pelos portugueses no primeiro século da
colonização do Brasil. Quanto ao poema de Murilo Mendes, trata-se de um típico exemplo do Modernismo, como se pode constatar nas
propriedades já citadas (paródia, humor, ironia e espírito crítico), que configuram o chamado poema-piada, característico da 1ª geração
modernista.

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22.(ITA - 2002) Observe o estilo do texto abaixo:
Foi até a cozinha. Tomou um gole de chá com uma bolacha água-e-sal. Ainda pensou em abandonar o plano. Mas, como se salvaria? Lavou as mãos e
o rosto. Saiu de casa. Trancou o minúsculo quarto-e-cozinha. Aluguel atrasado. Despensa vazia. Contava os trocados para pegar o ônibus.
(AUGUSTO, Rogério. “Flores”. Cult. Revista Brasileira
de Literatura,nº-. 48, p. 34.)
A- Do ponto de vista redacional, que traços permitem considerar esse texto como contemporâneo?
B- De que forma se revela o clima existente nesse breve texto descritivo-narrativo?

SOLUÇÃO
A- Alguns procedimentos estilísticos presentes no texto de Rogério Augusto permitem classificá-lo como contemporâneo ou moderno. O traço
porventura mais característico nesse sentido impõe-se pela sintaxe paratática - aquela em que predominam períodos articulados por
coordenação. O estilo telegráfico do autor – que faz lembrar o de Oswald de Andrade – pode ser entendido como uma forma mimetizadora
da fragmentação psicológica do narrador, derivada de opressões sociais típicas da modernidade (“Trancou o minúsculo quarto-e-cozinha.
Aluguel atrasado. Despensa vazia.”). A linguagem, dominada por um universo lexical retirado à coloquialidade, também constitui um traço de
modernidade redacional ou de redação contemporânea.
B- A atmosfera de opressão e de angústia que domina o texto manifesta-se por meio de índices da precariedade social do narrador (“Aluguel
atrasado. Despensa vazia.”), bem como de seu espírito perturbado por dúvidas e inquietações (“Ainda pensou em abandonar o plano. Mas,
como se salvaria?”), tudo isso disposto num ambiente diminuto e sufocante (“Trancou o minúsculo quarto-e-cozinha.”).

23.(ITA - 2002) Leia com atenção a seguinte frase de um letreiro publicitário:


Esta é a escola que os pais confiam.

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A- Identifique a preposição exigida pelo verbo e refaça a construção, obedecendo à norma gramatical.
B- Justifique a correção.

SOLUÇÃO
A- Esta é a escola em que os pais confiam.
B- O verbo confiar rege a preposição em antes de seu complemento; oras, o complemento de “confiam”, nesse período, é o pronome relativo
que, portanto a preposição em deve precedê-lo.

As questões 24 e 25 referem-se ao seguinte texto:


O Programa Mulheres está mudando. Novo cenário, novos apresentadores, muito charme, mais informação, moda, comportamento e prestação de
serviços. Assista amanhã, a revista eletrônica feminina que é a referência do gênero na TV.
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24.(ITA - 2002) O verbo “assistir”, empregado em linguagem coloquial, está em desacordo com a norma gramatical.
A- Reescreva o último período de acordo com a norma.
B- Justifique a correção.

SOLUÇÃO
A- Assista amanhã à revista eletrônica feminina que é a referência do gênero na TV.
B- De acordo com a norma culta, o verbo assistir, no sentido de ver, acompanhar visualmente, é transitivo indireto, exigindo a preposição a. A

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crase resulta da fusão dessa preposição com o artigo feminino que precede a expressão “revista eletrônica feminina”.

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25.(ITA - 2002)
A- Por que não está adequada a vírgula empregada após a palavra “amanhã”?
B- A inclusão de uma vírgula após o termo “feminina” alteraria o entendimento da frase. Nesse caso, o que seria modificado em relação ao
significado de “revista eletrônica feminina”?

SOLUÇÃO
A- A vírgula empregada após a palavra “amanhã” não está adequada porque separa termos da oração que têm entre si uma relação essencial, ou
seja, separa o objeto indireto de seu verbo regente.
B- Caso se incluísse uma vírgula depois de “feminina”, a expressão “revista eletrônica feminina” perderia seu sentido genérico (especificado
pela oração subordinada adjetiva restritiva “que é a referência do gênero na TV.”) e passaria a ter um sentido específico, apenas explicado
pela adjetiva “que é a referência do gênero na TV.” Em outras palavras, sem a vírgula, supõe-se que haja vários tipos de “revista eletrônica
feminina”; com a vírgula, o pressuposto é de que só existe um tipo de “revista eletrônica feminina”.

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PROVA DE PORTUGUÊS

01.(ITA – 2003) Leia o texto abaixo e assinale a alternativa correta:

Sonolento leitor, o jogo do Brasil já aconteceu. Como estou escrevendo ontem, não faço idéia do que ocorreu. Porém, tentei adivinhar a atuação
dos jogadores. Cabe ao leitor avaliar minha avaliação e dar-me a nota final.
(TORERO, José Roberto. Folha de S. Paulo, 13/06/2002, A-1)

Com o uso do advérbio em “Como estou escrevendo ontem…”, autor


A) marcou que a leitura do texto acontece simultaneamente ao processo de produção do texto.
B) adequou esse elemento à forma verbal composta de auxiliar + gerúndio, para guiar a interpretação do leitor.
C) não observou a regra gramatical que impede o uso do verbo no presente com aspecto durativo juntamente com um marcador de passado.
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D) sinalizou explicitamente que a produção e a leitura do texto acontecem em momentos distintos.


E) lançou mão de um recurso que, embora gramaticalmente incorreto, coloca o leitor e o produtor do texto em dois momentos distintos:
passado e presente, respectivamente.

SOLUÇÃO
Alternativa D
Com a expressão “como estou escrevendo ontem”, o autor explicita que o ato da escrita se dá num hoje (presente) que, para o leitor, será ontem
(passado). Marcam-se, assim, os momentos distintos da produção e da leitura do texto.

As questões 22 e 23 referem-se ao texto abaixo.

A universidade de Taubaté (UNITAU) conta, no total, com 720 universitários [no curso de Comunicação Social], sendo 130 formandos. Com
tantos universitários saindo para o mercado de trabalho, o coordenador do curso de Comunicação Social da UNITAU (…) mencionou que o Vale do
Paraíba é inexplorado e tem potencial de absorver os formandos.
(Jornal ComunicAção, n.1, março 2002, p. 3)

02.(ITA – 2003) Um leitor pode relacionar o conteúdo da construção “com tantos universitários saindo para o mercado de trabalho…” com o que
é mencionado pelo coordenador do curso de Comunicação Social da UNITAU. No entanto, essa leitura torna-se problemática, pois o leitor
poderia esperar, a partir daquela construção, uma
A) conseqüência
B) causa
C) finalidade.
D) condição
E) proporção

SOLUÇÃO
Alternativa A
A compreensão primeira que se tem da expressão “com tantos universitários saindo para o mercado de trabalho” é de que se está apresentando
uma causa. Daí a expectativa criada no leitor de que se siga, a essa causa, uma conseqüência.
É a mesma relação que se pode observar, por exemplo, em: Com a forte chuva que caiu na Capital, o jogo foi cancelado.

03.(ITA – 2003) Considerando ainda o período abordado na questão anterior, assinale a alternativa que, completando a oração abaixo, apresenta
a relação mais coerente entre as idéias.
O coordenador do curso de Comunicação Social mencionou que,
A) à medida que muitos universitários saem para o mercado de trabalho, o Vale do Paraíba tem potencial de absorver os formandos, pois ainda
é um mercado inexplorado.
B) como muitos universitários saem para o mercado de trabalho, o Vale do Paraíba tem potencial de absorver os formandos, pois ainda é um
mercado inexplorado.
C) há muitos universitários saindo para o mercado de trabalho, de modo que o Vale do Paraíba tem potencial de absorver os formandos, pois
ainda é um mercado inexplorado.
D) muitos universitários saem para o mercado de trabalho; portanto, o Vale do Paraíba tem potencial de absorver os formandos, pois ainda é
um mercado inexplorado.
E) embora muitos universitários estejam saindo para o mercado de trabalho, o Vale do Paraíba tem potencial de absorver os formandos, pois
ainda é um mercado inexplorado.

SOLUÇÃO
Alternativa E
Com a ênfase dada ao grande número de formandos, o esperado seria que se concluísse pela incapacidade do mercado de absorvê-los. Mas, como,
pelo contrário, afirma-se que há mercado para esses formandos, apesar de serem tantos, a relação que se estabelece é a de concessão,
exatamente a que se aponta na alternativa E.

As questões de 24 a 26 referem-se ao texto abaixo.

(…)
As angústias dos brasileiros em relação ao português são de duas ordens. Para uma parte da população, a que não teve acesso a uma boa escola e,
mesmo assim, conseguiu galgar posições, o problema é sobretudo com a gramática. É esse o público que consome avidamente os fascículos e livros
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do professor Pasquale, em que as regras básicas do idioma são apresentadas de forma clara e bem-humorada. Para o segmento que teve
oportunidade de estudar em bons colégios, a principal dificuldade é com clareza. É para satisfazer a essa demanda que um novo tipo de
profissional surgiu: o professor de português especializado em adestrar funcionários de empresas. Antigamente, os cursos dados no escritório
eram de gramática básica e se destinavam principalmente a secretárias. De uns tempos para cá, eles passaram a atender primordialmente gente
de nível superior. Em geral, os professores que atuam em firmas são acadêmicos que fazem esse tipo de trabalho esporadicamente para ganhar
um dinheiro extra. “É fascinante, porque deixamos de viver a teoria para enfrentar a língua do mundo real”, diz Antônio Suárez Abreu, livre-
docente pela Universidade de São Paulo (…)
(JOÃO GABRIEL DE LIMA. Falar e escrever, eis a questão. Veja, 7/11/2001, n. 1725)

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04.(ITA – 2003) Aponte a alternativa que contém uma inferência que NÃO pode ser feita com base nas idéias explicitadas no texto.
A) Freqüentemente, uma boa escola é uma espécie de passaporte para a ascensão.
B) O conjunto que abrange “gente de nível superior” não contém o subconjunto “secretárias”.
C) No âmbito da Universidade, os estudos da língua estão prioritariamente voltados para a prática lingüística.
D) A escola de qualidade inferior não favorece o aprendizado da gramática.
E) O conhecimento gramatical não garante que as pessoas se expressem com clareza.

SOLUÇÃO
Alternativa C
Ao contrário do que afirma a alternativa C, o texto deixa claro que, no âmbito da Universidade, o que se “vive” é a teoria lingüística, e não a sua
prática. É o que está claro na afirmação do professor universitário: “É fascinante, porque deixamos de viver a teoria para enfrentar a língua do
mundo real”.

05.(ITA – 2003) Considerando que o autor do texto apresenta os fatos a partir da perspectiva daqueles que procuram um curso de língua
portuguesa, aponte o sentido que a palavra “demanda” assume no texto.
A) busca
B) necessidade

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C) exigência
D) pedido
E) disputa

SOLUÇÃO
Alternativa A
Segundo o texto, surgiu um novo tipo de profissional (oferta) justamente para satisfazer a uma demanda, ou seja, a uma procura ou busca.

06.(ITA – 2003) O adjetivo “principal” (linha 5) permite inferir que a clareza é apenas um elemento dentro de um conjunto de dificuldades,
talvez o mais significativo. Semelhante inferência pode ser realizada pelos advérbios:
A) avidamente, principalmente, primordialmente.
B) sobretudo, avidamente, principalmente.
C) avidamente, antigamente, principalmente.
D) sobretudo, principalmente, primordialmente.
E) principalmente, primordialmente, esporadicamente.
SOLUÇÃO
Alternativa D
Com o emprego dos advérbios sobretudo, principalmente e primordialmente, pode-se obter efeito semelhante ao obtido pelo adjetivo principal,
ou seja, eleger, entre os elementos de certo conjunto, apenas um como o mais significativo.

07.(ITA – 2003) Durante a Copa do Mundo deste ano, foi veiculada, em programa esportivo de uma emissora de TV, a notícia de que um
apostador inglês acertou o resultado de uma partida, porque seguiu os prognósticos de seu burro de estimação. Um dos comentaristas fez, então,

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a seguinte observação: “Já vi muito comentarista burro, mas burro comentarista é a primeira vez.” Percebe-se que a classe gramatical das
palavras se altera em função da ordem que elas assumem na expressão.
Assinale a alternativa em que isso NÃO ocorre:
A) obra grandiosa
B) jovem estudante
C) brasileiro trabalhador
D) velho chinês
E) fanático religioso

SOLUÇÃO
Alternativa A
Na frase “já vi muito comentarista burro, mas burro comentarista”, temos que as categorias gramaticais das palavras comentarista e burro
alteram-se com a mudança de posição:
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• comentarista burro

Substantivo Adjetivo

• burro comentarista

Substantivo Adjetivo

Observando as alternativas, apenas em A não ocorre a modificação de classe gramatical com a inversão, isto é, tanto em “obra grandiosa” como
em grandiosa obra, a palavra “obra” é um substantivo e o vocábulo “grandiosa” é um adjetivo.

08.(ITA – 2003) Há algum tempo, apareceu na imprensa a notícia de uma controvérsia sobre a Lei de Aposentadoria, envolvendo duas teses que
podem ser expressas nas setenças abaixo:
I. Poderão aposentar-se os trabalhadores com 65 anos e 30 anos de contribuição para o INSS.
II. Poderão aposentar-se os trabalhadores com 65 anos ou 30 anos de contribuição para o INSS.
Aponte a alternativa que apresenta a interpretação que NÃO pode ser feita a partir dessas sentenças:
A) de acordo com (I), para aposentar-se, uma pessoa deve ter simultaneamente, pelo menos, 65 anos de idade e, pelo menos, 30 anos de
contribuição para o INSS.
B) de acordo com (II), para aposentar-se, uma pessoa deve ter simultaneamente, pelo menos, 65 anos de idade e, pelo menos, 30 anos de
contribuição para o INSS.
C) de acordo com (II), uma pessoa que tenha 65 anos de idade e 5 anos de contribuição para o INSS poderá se aposentar.
D) de acordo com (II), para aposentar-se, basta que uma pessoa tenha 65 anos de idade, pelo menos.
E) de acordo com (II), para aposentar-se, basta que uma pessoa tenha contribuído para o INSS por, pelo menos, 30 anos.

SOLUÇÃO
Alternativa B
Na frase I, o conectivo “e” estabelece uma relação de adição entre os enunciados; portanto, para aposentadoria, o segurado deve ter pelo menos
“65 anos de idade” e ter contribuído para o sistema previdenciário por pelo menos “30 anos”.
Na frase II, o conectivo “ou” está empregado no sentido de alternância, logo a aposentadoria poderá ser requerida com “30 anos” de
contribuição ou aos “65 anos de idade”.
Nesse sentido, a única alternativa que fere os pressupostos acima é a B.

As questões de 29 a 31 referem-se ao poema “Canção”, de Cecília Meireles.

Canção

Pus o meu sonho num navio


e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos
para o meu sonho naufragar

Minhas mãos ainda estão molhadas


do azul das ondas entreabertas
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,


a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio…

Chorarei quanto for preciso,


para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito;


praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
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e as minhas duas mãos quebradas

09.(ITA – 2003) Neste poema, há algumas figuras de linguagem. Abaixo, você tem, de um lado, os versos e, do outro, o nome de uma dessas
figuras. Observe:
I. “Minhas mãos ainda estão molhadas / do azul das ondas entreabertas” . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . sinestesia
II. “e a cor que escorre dos meus dedos” . . . . . . . . metonímia
III. “o vento vem vindo de longe” . . . . . . . . .. . . . . . aliteração

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IV. “a noite se curva de frio” . . . . . . . . . . . . . . personificação
V. “e o meu navio chegue ao fundo / e o meu sonho desapareça” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . polissíndeto
Considerando-se a relação verso/figura de linguagem, pode-se afirmar que
A) apenas I, II e III estão corretas.
B) apenas I, III e IV estão corretas.
C) apenas II está incorreta.
D) apenas I, IV e V estão corretas.
E) todas estão corretas.

SOLUÇÃO
Alternativa E
I. A sinestesia configura-se pelo cruzamento das sensações táctil (“mãos molhadas”) e visual (“de azul”).
II. Considerado o contexto do poema, há uma relação metonímica entre “dedos” e “mãos”, com o primeiro elemento representando uma parte do
todo, que é o segundo. Ainda que se tome o verso isoladamente, como a questão o apresenta, pode-se encontrar metonímia no termo “cor”, pois
não é uma “cor”, e sim, em sentido contíguo, uma “coisa colorida”, que escorre pelos dedos (as ondas azuis do mar, levando-se em conta a
leitura da estrofe).
III. A repetição expressiva do fonema /v/, no verso, cria o efeito da aliteração.
IV. A atribuição de valores humanos à noite - que “se curva” e sente “frio” - faz que esta, semanticamente, seja personificada.
V. A seqüência de conectivos (“e... / e...”) caracteriza o recurso do polissíndeto.

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10.(ITA – 2003) Pode-se apontar como tema do poema
A) a transitoriedade das coisas.
B) a renúncia.
C) a desilusão.
D) a fugacidade do tempo.
E) a dúvida existencial.

SOLUÇÃO
Alternativa B
O eu-lírico pôs seu sonho num navio e, ao invés de impulsioná-lo para que singrasse tranqüilamente os mares, abre as águas com suas mãos para
fazer naufragar o navio do sonho. Depois, chora para que o mar cresça, o navio chegue ao fundo e o sonho desapareça. Essas atitudes, enfim,
conotam um sentido de renúncia.
Observação: A desilusão, que está contida na renúncia, pois o eu-lírico desiste do sonho, da ilusão - desilude-se, portanto -, poderia ser uma
alternativa buscada pelo candidato. No entanto, esse desencanto possui um sentido passivo, involuntário, e a renúncia um sentido ativo, volitivo.
O eu-lírico do poema não é surpreendido pela falência do sonho, mas sim, ele mesmo, por sua vontade, provoca a desilusão, renunciando ao
devaneio e à esperança.

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11.(ITA – 2003) Cecília Meireles, poeta da segunda fase do Modernismo Brasileiro, faz parte da chamada “Poesia de 30”. Sobre esta autora e
seu estilo, é CORRETO afirmar que ela
A) seguiu rigidamente o Modernismo Brasileiro, produzindo uma poesia de consciência histórica.
B) não seguiu rigidamente o Modernismo Brasileiro, produzindo uma obra de traços parnasianos.
C) seguiu rigidamente o Modernismo Brasileiro, produzindo uma poesia panfletária e musical.
D) não seguiu rigidamente nenhuma corrente do Modernismo Brasileiro, produzindo uma poesia lírica, mística e musical.
E) não seguiu rigidamente nenhuma corrente do Modernismo Brasileiro, produzindo uma poesia histórica, engajada e musical.

SOLUÇÃO
Alternativa D
Levando-se em conta, de forma rigorosa, o enunciado e as alternativas da questão em confronto com o conjunto da produção poética de Cecília
Meireles, três alternativas poderiam ser admitidas como corretas: B, D e E.
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As três coincidem na afirmação de que (“a autora e seu estilo”) “não seguiu rigidamente (nenhuma corrente) do Modernismo brasileiro”. Isso é
correto, mesmo porque a chamada “Poesia de 1930”, a que, do ponto de vista cronológico, Cecília é vinculada, não propõe qualquer poética rígida.
Para justificar essa leitura, basta lembrar a diversidade de vertentes que se verifica nessa geração, que acolhe a poesia de compromisso social
de Carlos Drummond de Andrade, a tendência regionalista de Jorge de Lima, o surrealismo de Murilo Mendes e o misticismo do primeiro Vinicius
de Moraes, para ficarmos com esses poucos exemplos e não aludir às perspectivas variadas que esses poetas assumiram em outros momentos de
suas trajetórias.
Há ainda uma tradição didática que vincula Cecília Meireles ao grupo de poetas místicos da segunda geração modernista, sob o rótulo de Neo-
Simbolismo. Porém, considerando a produção poética da autora como um todo, verificam-se nela certos “traços parnasianos”, como se lê na
alternativa B, sobretudo nos primeiros livros.

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Por outro lado, se considerarmos a obra-prima da poeta, que é o Romanceiro da Inconfidência, há que se admitir, ao menos nesse livro, a
produção de “uma poesia histórica”, embora o Romanceiro transcenda a mera referência ao evento da Inconfidência.
Quanto ao engajamento, essa obra e vários poemas alusivos à Segunda Guerra Mundial ajudariam na validação da alternativa E.
Em linhas gerais, a poesia de Cecília Meireles apresenta ecos parnasianos, incorpora algumas conquistas do movimento de 1922, retoma o caráter
sugestivo e musical do Simbolismo, desenvolve um lirismo que tem algo de místico, sem deixar de lado motivos históricos e um registro, até certo
ponto, engajado. Tudo isso matizado por uma peculiar riqueza de experiências existenciais.
No entanto, em que pesem esses reparos, a alternativa D é a que melhor caracteriza o conjunto da poesia da autora, por enfatizar o seu caráter
lírico, que é, sem dúvida, acentuado.

12.(ITA – 2003) Quanto ao tempo verbal, é CORRETO afirmar que, no texto ao lado,
João e Maria
Agora eu era herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cawboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões

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Os alemães e os seus canhões
Guardava o meu bodoque
Ensaiava o rock
Para as matinês (...)
(CHICO BUARQUE DE HOLANDA)

A) a relação cronológica, no primeiro verso, entre o momento da fala e “ser herói” é de anterioridade.
B) o pretérito imperfeito indica um processo concluído num período definido no passado.
C) o pretérito imperfeito é usado para instaurar um mundo imaginário, próprio do universo infantil.
D) o conflito entre a marca do presente - no advérbio “agora” - e a do passado - nos verbos - leva à intemporalidade.
E) o pretérito imperfeito é usado para exprimir cortesia.

SOLUÇÃO
Alternativa C
O pretérito imperfeito do indicativo, empregado em sentido literal, indica um processo passado não concluído.
No texto João e Maria, de Chico Buarque de Holanda, os verbos no pretérito imperfeito estão empregados em sentido não-literal; nesse caso
concreto, a referida forma está projetando os eventos para o mundo das fábulas, do universo imaginário, o que é um recurso recorrente nas
histórias infantis.

13.(ITA – 2003) Com relação ao texto abaixo:

Primeira mulher: Trabalhar o tempo inteiro e tomar conta da casa está me levando à loucura! Depois do trabalho, cheguei em casa e lavei a roupa
e a louça. Amanhã tenho de lavar o chão da cozinha e as janelas da frente.

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Segunda mulher: Então? E teu marido?
Primeira mulher: Ah! Isso eu não faço de maneira alguma! Ele pode muito bem se lavar sozinho!
(ILARI, Rodolfo. Introdução à Semântica. São Paulo: Contexto, 2001)

Podemos afirmar que, do ponto de vista das funções gramaticais, a piada fundamenta-se num mal-entendido, nascido do fato de
A) a primeira mulher ter usado o pronome “isso” para retomar um predicado que ficou implícito na fala da segunda mulher.
B) a segunda mulher não ter enunciado uma frase completa com a pergunta “E teu marido?”
C) a primeira mulher ter usado, na sua justificativa para a recusa, o verbo “poder”, indicando que o marido tinha condições de se lavar sozinho.
D) a primeira mulher ter atribuído a “teu marido” o papel de alvo e não de agente.
E) a primeira mulher confundir as funções sintáticas pertinentes, evidenciadas na fala da segunda mulher.

SOLUÇÃO
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Alternativa D
A graça da piada fundamenta-se no fato de a primeira mulher interpretar a pergunta da segunda (“E teu marido?”) como uma continuação da
enumeração dos “objetos” que lava cotidianamente. Atribui ao cônjuge, portanto, o papel de “alvo” da ação de lavar, e não de alguém que poderia
compartilhar as tarefas domésticas, ou seja, ser também agente da ação.

14.(ITA – 2003) Para uma pessoa mais exigente no que se refere à redação, especificamente a construções em que está em jogo a omissão do
sujeito, só seria aceitável a alternativa
A) As mulheres devem evitar o uso de produtos de higiene feminina perfumados, pois podem causar irritações (...) (Infecção urinária. In A

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Cidade. Lorena, março/2002, ano IV, n. 42)
B) É recomendável também não usar roupas justas, pois assim permite uma boa ventilação (...), o que reduz as chances de infecção. (Infecção
urinária. In A Cidade. Lorena, março/2002, ano IV, n. 42)
C) Alguns medicamentos devem ser ingeridos ao levantar-se (manhã), e outros antes de dormir (noite), aproveitando assim
D) seu efeito quando ele é mais necessário. (Boletim informativo sobre o uso de medicamentos, produzido por M & R Comunicações)
E) Já a rouquidão persistente é sinal de abuso excessivo da voz, o que pode levar à formação de nódulos (calos) ou pólipos, e merecem atenção
especial. (Rouquidão: o que é e como ela afeta sua saúde vocal. Panfleto de divulgação do curso de Fonoaudiologia. Lorena, abril de 2001)
F) As seqüelas [causadas pelo herpes] variam de paciente para paciente e podem ou não ser permanentes. (Folha Equilíbrio. Folha de S. Paulo,
27/06/2002, p. 3)

SOLUÇÃO
Alternativa C
A única alternativa aceitável é a C, pois a omissão dos sujeitos dos verbos “levantar-se” e “dormir” imprime ao texto dissertativo certo caráter
generalizante. Nesse caso, o sujeito dos dois verbos só pode ser um usuário genérico, implícito no contexto.

As questões 35 e 36 referem-se ao texto “Lingua”, de Caetano Veloso, exposto abaixo.

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Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixa os portugais morrerem à míngua
“Minha pátria é minha língua”
Fala, Mangueira!
Flor do Lácio, Sambódromo
Lusamérica, latim em pó.
O que quer
O que pode
Esta língua?
(...)

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15.(ITA – 2003) A idéia central é que
A) a língua portuguesa está repleta de dificuldades, principalmente prosódias e paródias, para os falantes brasileiros.
B) autores de língua portuguesa, como Fernando Pessoa, Guimarães Rosa e Camões, têm estilos diferentes.
C) a pátria dos falantes é a língua, superando as fronteiras geopolíticas.
D) na língua portuguesa, é fundamental a associação de palavras para criar efeitos sonoros.
E) a escola de samba Mangueira é uma legítima representante dos falantes da língua portuguesa.

SOLUÇÃO
Alternativa C
Caetano Veloso dialoga com diversas possibilidades de usos e aplicações da língua portuguesa: modalidades culta (“E quem há de negar que esta
lhe é superior”) e coloquial (“Fala, Mangueira”), neologismos (“Lusamérica”, “portugais”), referências diretas a “Luís de Camões”, “Rosa” e “Pessoa”
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e relações intertextuais (“Minha pátria é minha língua”, verso de Fernando Pessoa, e “Flor do Lácio”, trecho de verso de Bilac), etc. Essa
diversidade apaga diferenças de caráter geopolítico e nos mostra que a língua é uma entidade supranacional.

16.(ITA – 2003) Caetano Veloso, em determinado ponto do texto, refere-se à Língua Portuguesa de modo geral, sem considerar as peculiaridades
relativas ao uso do idioma no Brasil e em Portugal. Para fazer tal referência, utiliza-se da seguinte expressão:
A) Língua de Luís de Camões.
B) Lusamérica.
C) Minha língua.
D) Flor do Lácio.
E) Latim em pó.

SOLUÇÃO
Alternativa B
Caetano Veloso forja o neologismo “Lusamérica” para abarcar, numa única expressão, tanto a manifestação lusa quanto o uso brasileiro da Língua
Portuguesa. Com isso, supera as particularidades, não fazendo esquecer as diferenças, mas aglutinando-as numa síntese que estabelece a unidade
lingüística que a canção tematiza.

17.(ITA – 2003) A expressão “Flor do Lácio” também faz parte de um famoso poema da Literatura Brasileira, intitulado “Língua Portuguesa”,
produzido na segunda metade do século XIX.
Assinale a alternativa que apresenta características pertencentes ao estilo da época em que foi produzido esse poema.
A) Subjetivismo, culto da forma, arte pela arte.
B) Culto da forma, misticismo, retorno aos motivos clássicos.
C) Arte pela arte, culto da forma, retorno aos motivos clássicos.
D) Culto da forma, subjetivismo, misticismo.
E) Subjetivismo, misticismo, arte pela arte.

SOLUÇÃO
Alternativa C
Ao empregar a expressão “Flor do Lácio”, Caetano Veloso alude ao verso “Última flor do Lácio, inculta e bela”, que inicia famoso poema de Olavo
Bilac. Ambos os autores lembram que o Português foi a última língua a formar-se do Latim, falado pelos habitantes do Lácio e pelos antigos
romanos.
O poema “Língua Portuguesa”, de Bilac, é emblemático do Parnasianismo, estilo que apresenta como principais traços o esteticismo (“arte pela
arte”), a ourivesaria verbal (“culto da forma”) e a retomada de sugestões da cultura greco-latina.

18.(ITA – 2003) No texto, Caetano Veloso fala de “paródias”. Em qual das alternativas abaixo o segundo texto NÃO parodia o primeiro?
A) Penso, logo existo. / Penso, logo desisto.
B) Quem vê cara não vê coração. / Quem vê cara não vê Aids.
C) Nunca deixe para amanhã o que pode fazer hoje. / Nunca deixe para amanhã o que pode fazer depois de amanhã.
D) Em terra de cego, quem tem um olho é rei. / Em terra de cego, quem tem um olho não abre cinema.
E) Antes só do que mal acompanhado. / Antes mal acompanhado do que só.

SOLUÇÃO
Alternativa B
Considerando-se a intenção de fazer rir como um requisito obrigatório para a conceituação de paródia, a única alternativa em que a relação
intertextual não visa ao efeito de humor é a B. Em todas as outras, o texto original é ridicularizado por aquele que o parodia.
Observação: O conceito de paródia não é unívoco na tradição dos estudos lingüísticos e literários; diversos autores não consideram
imprescindível o efeito de humor para a sua definição. Por exemplo, o poema “O Mostrengo” (in Mensagem, de Fernando Pessoa) mantém uma
relação paródica com o episódio do Gigante Adamastor (in Os Lusíadas, de Camões), sem que haja nenhuma intenção humorística. Além disso,
mesmo na alternativa B, pode-se perceber um humor negro, que escarnece daquele que se deixa levar pela aparência.
Somente fazendo vista grossa a essas observações é que se pode chegar à alternativa B.

As questões 39 e 40 referem-se às propagandas abaixo.

I. Aproveite o Dia Mundial da Aids e faça um cheque ao portador. Bradesco, Ag. 093-0, C/C 076095-1. (Agência Norton)
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II. Bi Bi — General Motors: duas vezes bicampeã do carro do ano. (Agência Colucci e Associados)

19.(ITA – 2003) Os anúncios apresentam semelhanças porque seus criadores


A) exploram, na construção do texto, o potencial de significação das palavras, com criatividade.
B) exploram expressões consagradas, negando, no entanto, o sentido popular de cada uma delas.
C) utilizam processos de abreviação vocabular, representados, respectivamente, por uma sigla e uma onomatopéia.
D) apostam nas sugestões sonoras produzidas pelos textos e no conhecimento vocabular dos leitores.

SOLUÇÃO www.estudemais.com.br
E) elaboram textos que, apesar de criativos, apresentam a redundância como um problema de redação.

Alternativa A
Os dois anúncios exploram de modo expressivo a significação (e a sonoridade) de certas palavras, responsáveis pela instauração de duplos
sentidos. No primeiro caso, o termo “portador” pode ser interpretado como aquele que tem Aids ou que porta o cheque; no segundo, “Bi Bi” pode
ser interpretado como uma onomatopéia, figura imitativa de um som (no caso, de buzina), ou como uma referência a “duas vezes bicampeão”
(repetição do prefixo “Bi”, que significa “dois”).

20.(ITA – 2003) Nos anúncios, os publicitários utilizaram recursos gramaticais diferentes para possibilitar, ao menos, duas leituras. Aponte o
tipo de recurso utilizado em cada um desses anúncios, respectivamente,
A) sintático, pela função de adjunto adnominal de “ao portador”, e fonético, pela exploração da repetição de som.
B) semântico, pela polissemia do termo “cheque”, e sintático, pela elipse do verbo de ligação “ser”.
C) morfológico, pela utilização de sigla, e fonético, pela exploração da repetição de som.
D) semântico, pela polissemia de “portador”, e morfológico, pela formação de palavra por prefixação.
E) sintático, pela elipse de um termo, e morfológico, pela exploração de um prefixo latino.

SOLUÇÃO

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Alternativa D
Para produzir as duas possibilidades de leitura, explorando expressivamente a ambigüidade, os anúncios recorrem a procedimentos lingüísticos
complexos e distintos.
No primeiro, de fato, opera-se com a polissemia (vários sentidos) da palavra “portador”. O dicionário Houaiss, por exemplo, traz, entre outras,
essas duas acepções para o vocábulo:
• “Rubrica: infectologia.
que ou aquele que se encontra infectado por germes de doença;
• Rubrica: termo jurídico.
diz-se de ou pessoa detentora de cheque ou título não nominativo e pagável a quem o apresenta.”
No segundo, inicialmente, a seqüência “Bi Bi” é interpretada como onomatopéia que faz referência ao som da buzina de um veículo de fabricação
do anunciante; mas depois, a partir da analogia com o termo “bicampeão”, pode ser interpretada como uma palavra formada a partir da repetição
do prefixo latino “bi”, que significa “duas vezes”.
Essas alegações justificam a escolha da alternativa D.

As questões de número 21 a 25 devem ser respondidas no caderno de soluções.

21.(ITA – 2003) Leia com atenção os textos abaixo.

IRACEMA — CAPÍTULO II
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.

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O favo da jati não era doce como o seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como o seu hálito perfumado.
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação
tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.
(JOSÉ DE ALENCAR)

MACUNAÍMA — CAPÍTULO I
No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto e retinto e filho do medo da noite. Houve momento em que o
silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uiracoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de
Macunaíma.
Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Se o incitavam a falar exclamava:
- Ai! Que preguiça…
(MÁRIO DE ANDRADE)
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A) Romantismo e Modernismo são dois movimentos literários de fundo nacionalista. Com base nessa afirmação, indique pontos de contato entre
as obras “Iracema” e “Macunaíma” que podem ser comprovados pelos excertos anteriores.
B) Encontre nos textos, ao menos, uma diferença entre o estilo de Mário de Andrade e o de José de Alencar.

SOLUÇÃO
A) Nos excertos, encontram-se dois evidentes pontos de contato entre as obras Iracema, de José de Alencar, e Macunaíma, de Mário de
Andrade:

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• a criação de personagens indígenas - Iracema, da tribo tabajara, e Macunaíma, da tribo tapanhuma - como heróis que representam a
brasilidade;
• a valorização da paisagem brasileira, com ênfase em seus aspectos pitorescos.
Também poderia ser apontado outro elemento comum: a estilização literária de uma língua brasileira, diferenciada do registro lusitano, como se
comprova, por exemplo, no plano léxico, pela utilização de vocabulário de origem tupi.
B) Os dois autores exploraram a prosa poética, mas com diferenças estilísticas notáveis, dentre as quais se destaca o registro lingüístico, que é
elevado em Alencar e coloquial em Mário de Andrade. Há, também, diferenças decorrentes da distância temporal e estética que os separa.
Enquanto Alencar é típico representante do Romantismo (século XIX), propenso à idealização nacionalista, evidente na heroína Iracema,
Mário de Andrade se identifica com o nacionalismo crítico do Modernismo (século XX), que se constata na criação da personagem Macunaíma
como anti-herói.

22.(ITA – 2003) Leia o texto ao lado.

Graciliano Ramos:
Falo somente com o que falo:
Com as mesmas vinte palavras
girando ao redor do sol
que as limpa do que não é faca:

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de toda uma crosta viscosa,
resto de janta abaianada,
que fica na lâmina e cega
seu gosto da cicatriz clara.
(...)
(JOÃO CABRAL DE MELO NETO)

A) No poema, João Cabral faz referência ao estilo de Graciliano Ramos. Destaque um trecho do excerto acima e comente a caracterização feita
pelo autor do poema.
B) Justifique a colocação dos dois pontos após o nome Graciliano Ramos no título do poema.

SOLUÇÃO
A) Um trecho do poema de João Cabral que se refere ao estilo de Graciliano Ramos são os dois primeiros versos:
Falo somente com o que falo:
Com as mesmas vinte palavras
No fragmento, o poeta faz alusão ao estilo seco, despojado, conciso, anti-retórico que caracteriza a prosa literária de Graciliano Ramos.
Também poderiam ser citados os versos em que aparecem “sol” (em torno do qual as palavras giram) e “faca”, símbolos da expressão aguda,
angulosa e agressiva do romancista alagoano.
B) Na escrita, os dois-pontos possuem função anunciativa, retardam o fluxo discursivo para anunciar algo. Assim, o título do poema enuncia
“Graciliano Ramos”, e os dois-pontos anunciam que a composição abordará o romancista alagoano.
Além disso, pode-se entender esse sinal de pontuação como introdutor ou anunciador de discurso direto. Dessa forma, o eu-lírico do poema,
ficcionalmente, assumiria a voz de Graciliano Ramos.

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23.(ITA – 2003) O texto abaixo, de divulgação científica, apresenta termos coloquiais que, apesar de muito expressivos, não são comuns em
textos científicos. Reescreva o primeiro período, utilizando a linguagem no nível formal.

A ciência vive atrás de truques para dar uma rasteira genética no câncer, mas desta vez parece que pesquisadores americanos deram de cara
com um ovo de Colombo. Desligando um só gene, eles pararam o crescimento do tumor. Melhor ainda: quando a substância que suprimia o gene
parava de agir, ele se ativava, outra vez - mas a favor do organismo, ordenando a morte do câncer.
(JOSÉ REINALDO LOPES. Gene “vira-casaca” derruba tumor.
Folha de S. Paulo, 5/07/2002, A-16)

SOLUÇÃO
Reescrevendo o primeiro período, de acordo com o padrão culto formal da escrita, tem-se, por exemplo:
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A ciência procura criar e desenvolver, em suas pesquisas genéticas, engenhosos expedientes para debelar o câncer, mas desta vez parece que os
pesquisadores americanos se defrontaram com uma solução extremamente simples, mas até então não percebida.

24.(ITA – 2003) Leia o texto abaixo.

Boleiros sob medida


Ciência e futebol é uma tabelinha raramente esboçada no Brasil. A academia não costuma eleger os gramados como objeto de estudo e o mundo
dos boleiros tampouco tem o hábito de, digamos, dar bola para que os pesquisadores dizem sobre o esporte mais popular do planeta. Numa

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situação privilegiada nos dois campos, tanto na ciência quanto no futebol, Turíbio Leite de Barros, diretor do centro de Medicina da Atividade
Física e do Esporte da Universidade Federal de São Paulo (Cemafe/Unifesp) e fisiologista da equipe do São Paulo Futebol Clube há 15 anos,
produziu um estudo que traça o perfil do futebol praticado hoje no Brasil do ponto de vista das exigências físicas a que os jogadores de cada
posição do time são submetidos numa partida.
(MARCOS PIVETTA. Pesquisa. FAPESP, maio de 2002, p. 42)

A) O texto contém termos do universo do futebol, como, por exemplo, “tabelinha”, uma jogada rápida e entrosada normalmente entre dois
jogadores. Retire do texto outras duas expressões que, embora caracterizem esse universo, também assumem outro sentido. Explique esse
sentido.
B) O título pode ser considerado ambíguo devido à expressão “sob medida”. Aponte dois sentidos possíveis para a expressão,
relacionando-os ao conteúdo do texto.

SOLUÇÃO
A) A expressão “dar bola” e a palavra “campos” podem assumir, respectivamente, o significado de prestar atenção, interessar-se e assuntos,
matérias, motivos.
B) A expressão “sob medida” pode caracterizar tanto um jogador de muito talento, que se encaixa perfeitamente num determinado time como
um jogador que é submetido periodicamente a avaliações de sua capacidade física, a fim de que se possa verificar seus limites e possibilidades
de resistência.
25.(ITA – 2003) Leia o texto seguinte.

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“No dia 13 de agosto de 1979, dia cinzento e triste, que me causou arrepios, fui para o meu laboratório, onde, por sinal, pendurei uma tela de
Bruegel, um dos meus favoritos. Lá, trabalhando com tripanossomas, e vencendo uma terrível dor de dentes...” Não. De saída tal artigo seria
rejeitado, ainda que os resultados fossem soberbos. O estilo... O cientista não deve falar. É o objeto que deve falar por meio dele. Daí o estilo
impessoal, vazio de emoções e valores:
Observa-se
Constata-se
Obtém-se
Conclui-se.
Quem? Não faz diferença...
(RUBEM ALVES. Filosofia da ciência.
São Paulo: Brasiliense, 1991, p. 149)

A) Do primeiro parágrafo, que simula um artigo científico, extraia os aspectos da forma e do conteúdo que vão contra a idéia de que “o cientista
não deve falar”.
B) O autor exemplifica com uma seqüência de verbos a idéia de que o estilo deve ser impessoal. Que estratégia de construção é usada para
transmitir o ideal de impessoalização?

SOLUÇÃO
A) Diversas características do primeiro parágrafo opõem-se ao discurso científico, ou seja, à idéia, criticada por Rubem Alves, de que o
“cientista não deve falar”, manifestar-se emotivamente.
O uso dos verbos na primeira pessoa e a presença da digressão, iniciada pela passagem “onde, por sinal...”, são aspectos formais que deixam
transparecer o “eu” do emissor da mensagem.
A emotividade se observa, também, na adjetivação abundante: “dia cinzento e triste” e “terrível dor de cabeça”. A subjetividade do texto é

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reforçada pela apresentação direta dos sentimentos do “cientista”: “um dos meus favoritos” e “me causou arrepios”.
B) Os verbos elencados, além de remeter a etapas da pesquisa científica, teoricamente neutra, apresentam-se na voz passiva sintética. Assim, há
uma indeterminação do agente da ação. Logo, referem-se apenas aos fatos em si, e não a
quem os pratica. Essa estratégia de construção leva Rubem Alves a concluir com ironia: “Quem? Não faz diferença...”

PROVA DE PORTUGUÊS
Português – FUVEST 2000
104
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Texto I
Epitáfio

Eu sou redondo, redondo


Redondo, redondo eu sei
Eu sou uma redond’ilha
Das mulheres que beijei

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Por falecer do oh! Amor
Das mulheres da minh’ilha
Minha caveira rirá ah! ah! ah!
Pensando na redondilha
Oswald de Andrade. Poesias reunidas.
São Paulo: Círculo do livro, 1976, p.197.

01.(PUC-RJ – 1999) Marque a opção correta em relação ao texto 1:


(A) O poema incorpora o sentimento iconoclasta do primeiro momento modernista.
(B) O título Epitáfio prenuncia a presença trágica e irreversível da morte, tema predominante no poema, em particular, e na obra de Oswald de
Andrade, em geral.
(C) O uso de uma metrificação regular e a disposição das estrofes aproximam o poema das reivindicações formais do Parnasianismo.
(D) O eu lírico contrapõe à morte a idealização romântica da figura feminina
(E) O eu lírico encontra na morte a possibilidade de transcendência e eternidade.

02.(PUC-RJ – 1999) No segundo quarteto, Oswald de Andrade refere-se a um estilo de época de uma maneira irônica e crítica. Assinale-o:
(A) Arcadismo.

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(B) Parnasianismo.
(C) Simbolismo.
(D) Romantismo.
(E) Barroco.

Texto II
Na região metropolitana de São Paulo, vários bairros são submetidos a rodízio de água durante todo o ano, apesar de a cidade estar em uma
região com grande oferta hídrica. Somente na bacia de Guarapiranga, da qual dependem mais de 3 milhões de paulistanos, foram eliminados 15%
da mata protetora de nascentes, córregos e rios. Esse é apenas um exemplo de como a destruição da Mata Atlântica, uma das tragédias
ecológicas do país, afeta a vida dos 70% da população brasileira que habitam a área original desse ecossistema. Além de regular o fluxo dos
mananciais hídricos, a Mata Atlântica é essencial para a fertilidade do solo, o controle do clima e a estabilidade de escarpas e encostas. Serve
também para proteger a maior biodiversidade de árvores do planeta. O assassinato da floresta induz ao suicídio da vida que dela depende.
A Fundação SOS Mata Atlântica, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Inpe, e o Instituto Socioambiental, acaba de
apresentar os números de seu último estudo sobre a situação da Mata Atlântica. Os dados são impressionantes: meio milhão de hectares de
florestas destruído em nove Estados, entre os anos de 1990 e 1995, a uma velocidade de um campo de futebol devastado a cada quatro minutos.
O líder absoluto desse campeonato macabro foi o Estado do Rio de Janeiro, com 140 000 hectares desmatados, uma perda de 13% da cobertura
florestal que tinha em 1990. Nos Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Espírito Santo, o quadro também se
agravou. Apenas Paraná e Santa Catarina reduziram o ritmo. Somando os novos números aos do estudo referente ao período 1985-1990,
chegamos à cifra de 11% da Mata Atlântica destruída nos últimos dez anos. Mantida essa situação, eliminaremos completamente o que sobrou
dela fora das áreas de preservação nos próximos cinqüenta anos.
É bom lembrar que esses desmatamentos não estão ocorrendo em regiões distantes e de difícil acesso. Derrubam-se enormes áreas de Mata
Atlântica impunemente a poucos quilômetros das cidades, onde há telefone e se chega por estradas asfaltadas. Os fiscais, se quisessem,
poderiam atuar em boa parte dos casos sem sequer sujar os sapatos.

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Em geral, o desmatamento decorre da especulação imobiliária, da expansão da agricultura, de pastagens e de assentamentos para reforma
agrária. Num sobrevôo na região serrana do Rio de Janeiro, onde foi registrada a pior devastação, constatamos que grandes áreas de floresta
foram substituídas por pastagens de baixíssima produtividade, pois o relevo acidentado não é adequado para esse tipo de atividade. Mata
perdida para nada.
A urgente reversão desse quadro depende de um conjunto de ações. Maior fiscalização, embora fundamental, não será suficiente. É necessário
estabelecer uma política ampla que contemple não apenas a punição para quem degrada, mas, principalmente, o estímulo para quem preserva.
Parte da solução do problema está nas mãos dos deputados, que analisam um projeto de lei específico para a Mata Atlântica desde 1992.
Nestes longos seis anos de tramitação pelos corredores da Câmara Federal, perdemos 600 000 hectares de florestas. Esperamos que esses
números estimulem nossos legisladores a apressar seu trabalho.
João Paulo Copobianco, biológo e secretário executivo do Instituto Socioambiental Veja, 3/6/98
Português – FUVEST 2000
105
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03.(PUC-RJ – 1999) Qual dos títulos abaixo seria o mais adequado para o texto, considerando-se seu objetivo mais geral?
(A) Mata Atlântica: o mapa da destruição.
(B) Por que se destrói a Mata Atlântica.
(C) Mata Atlântica: ainda há tempo.
(D) Como sobreviver sem a Mata Atlântica.
(E) Mata Atlântica: um futuro negro e irreversível.

04.(PUC-RJ – 1999) Aponte a única alternativa em que, de acordo com o texto, são indicadas, respectivamente, uma CAUSA e uma
CONSEQÜÊNCIA da destruição da Mata Atlântica:
(A) proteção de encostas e escarpas / ausência de fiscalização.
(B) expansão da agricultura / fertilização do solo.
(C) especulação imobiliária / problemas para a distribuição de água.
(D) ausência de política ambiental / assentamentos para reforma agrária.
(E) punição para quem degrada a mata / aumento populacional das cidades

05.(PUC-RJ – 1999) A metáfora campeonato macabro (linha 17) refere-se especificamente


(A) ao papel relativo dos estados brasileiros na destruição da Mata Atlântica.
(B) à perda acelerada da cobertura florestal, maior no Rio de Janeiro.
(C) à redução do ritmo da destruição no Paraná e em Santa Catarina.
(D) à possibilidade de aniquilarmos a Mata Atlântica em um futuro próximo.
(E) a uma competição oficialmente estabelecida entre os estados brasileiros.

06.(PUC-RJ – 1999) Todas as palavras abaixo apresentam-se, no texto, como casos claros de verbo no particípio passado, EXCETO:
(A) submetidos. (linha 1)
(B) eliminados. (linha 4)
(C) devastado. (linha 15)
(D) destruída. (linha 22)
(E) acidentado. (linha 34)

07.(PUC-RJ – 1999) Marque a alternativa em que o termo assinalado tem a mesma função sintática de "da Mata Atlântica" em
Esse é apenas um exemplo de como a destruição da Mata Atlântica … (linha 5)
(A) eliminaremos completamente o que sobrou dela fora das áreas de preservação ... (linha 23)..
(B) Somando os novos números aos do estudo referente ao período 1985-1990 ... (linha 21 )
(C) O assassinato da floresta induz ao suicídio da vida que dela depende. (linha 10)
(D) O líder absoluto desse campeonato macabro foi o Estado do Rio de Janeiro ... (linha 17)
(E) ... acaba de apresentar os números de seu último estudo sobre a situação da Mata Atlântica. (linhas 12-13)

08.(PUC-RJ – 1999) Considere o seguinte período retirado do texto (linhas 22-24):


Mantida essa situação, eliminaremos completamente o que sobrou dela fora das áreas de preservação nos próximos cinqüenta anos .
Assinale a opção em que a oração reduzida (grifada) é transformada em oração desenvolvida sem alterar o sentido original:
(A) Mantendo-se essa situação, ...
(B) Como essa situação se mantém, ...
(C) Embora essa situação se mantenha, ...
(D) Caso essa situação se mantenha, ...
(E) Uma vez que essa situação se manteve, ...

09.(PUC-RJ – 1999) Na linguagem falada, principalmente em situações informais de produção, podemos observar que a conjunção "e" por vezes é
empregada com valores típicos de outras conjunções, tais como "mas", "ou", "pois" e "logo". Aponte a opção em que a conjunção sublinhada
apresenta o mesmo valor semântico que o "e" da seguinte frase:
Alguns brasileiros dizem que são a favor da preservação do meio ambiente e não se preocupam com coisas simples como a reciclagem do lixo.
Português – FUVEST 2000
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(A) A reversão desse quadro depende de vontade política, logo devemos pressionar o governo a tomar medidas enérgicas para resolver o
problema.
(B) O governo deve fiscalizar sistematicamente as matas e penalizar com rigor os infratores.
(C) O problema precisa ser resolvido com urgência, pois a Mata Atlântica em pouco tempo estará completamente destruída.
(D) Os políticos precisam decidir se elaboram uma nova lei sobre proteção do meio ambiente ou se reformulam as existentes.
(E) Os fiscais certamente poderiam atuar em boa parte dos casos de desmatamento, mas não querem sequer sujar os sapatos.

10.(PUC-RJ – 1999) Indique a opção que preenche adequadamente as lacunas abaixo:


A destruição da Mata Atlântica é uma das maiores tragédias ecológicas do país. Só no Rio de Janeiro, já ______________ 13% da cobertura
florestal que a região possuía em 1990. ______________ grandes áreas substituídas por pastagens de baixíssima produtividade. Mata perdida
para nada. A solução para esse problema é urgente. __________ a adoção de uma política que puna _________ degradam e estimule quem luta
pela preservação do meio ambiente.
(A) foram desmatados / observam-se / é necessária / os que
(B) foram desmatados / observa-se / é necessária / os que
(C) foi desmatado / observam-se/ é necessário / aos que
(D) foi desmatado / observam-se / é necessária / aos que
(E) foram desmatados / observa-se / é necessário / os que

GABARITO
01  A 06  E
02  D 07  B
03  C 08  D
04  C 09  E
05  A 10  A
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