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ESCOLA PAULISTA DE DIREITO (EPD)

GRADUAÇÃO EM DIREITO

Projeto de pesquisa para elaboração de monografia

A NECESSIDADE DA CRIMINALIZAÇÃO AUTÔNOMA DO


CRIME DE FEMINICÍDIO NA LEI PENAL BRASILEIRA.

Orientadora: Profª. Dra. Mayra Cardozo Martins Galli


mayra.cardozo@epd.edu.br

Nome do Aluno: Giovanna de Oliveira Nascimento

Nota: _______________________

SÃO PAULO
2023
1 RESUMO

O presente trabalho abordará os aspectos jurídicos da violência contra a mulher bem como sua
aplicação e desenvolvimento da legislação brasileira, em especial abordará os principais
aspectos do crime de feminicídio, o índice e as taxas de acontecimento após a aplicação do
crime, e discutirá acerca da possibilidade e da necessidade da criminalização autônoma da
conduta definida como “Assassinato da mulher em razão do gênero”. Buscar-se-á ainda, expor
as convenções e movimentos internacionais que influenciaram o Direito brasileiro, por fim
serão abordados os aspectos práticos como a eficácia e funcionamento das Delegacias
Especializadas de Atendimento à Mulher, em conjunto com medidas legais. Preconizará a
pesquisa a investigação acerca da reincidência e progressão do tipo penal.

Palavras Chaves: Criminalização; Mulher; Violência; Assassinato; Feminicídio;


Impunidade.
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2. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA G
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O presente trabalho orientar-se-á no sentido de trazer as principais leis, normas 0
e
medidas do Direito brasileiro ao longo de sua história que buscam combater esse tipo de
conduta, apontando a eficiência de tais normas jurídicas, pois as estatísticas mostram que a
violência permanece alta e os abusos contra o sexo feminino persistem.

O objetivo principal é delinear as principais leis, normas e medidas criadas para


combater a discriminação de gênero e a violência contra as mulheres. O problema a ser tratado
é a persistência da violência e dos abusos contra o sexo feminino, apesar das regulamentações
existentes.

A pesquisa pretende responder à seguinte pergunta: "Qual a eficácia das normas


jurídicas brasileiras ao longo do tempo na proteção das mulheres contra a discriminação de
gênero e a violência, especialmente no contexto do Feminicídio?" Para isso, será abordada a
necessidade da criminalização autônoma do tipo penal.

Abordar-se-á a mencionada necessidade através de diversos estudiosos da área do


Direito Penal, que já discutiram ou escreveram sobre essa temática, além de jurisprudência que
mostram como a temática é atual e recorrente.

A mulher sempre representou um dos principais pilares para uma sociedade próspera,
todavia, esse eco não se refletiu na legislação para protegê-la, pois é perceptível no decorrer da
história que a mulher foi construída como fraca, emotiva, doméstica e submissa ao homem e,
portanto, passível de suas atitudes.

É necessário investigar se houve uma evolução ao longo do tempo no tratamento legal das
questões de gênero no Brasil, destacando qualquer mudança significativa que tenha ocorrido na
abordagem da proteção das mulheres que possa ter ocasionado uma quebra de confiança entre
o gênero e a legislação.
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3. OBJETIVOS G
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3.1 Objetivo Geral

O objetivo geral da monografia é realizar uma análise aprofundada dos aspectos


jurídicos relacionados à violência contra a mulher, com aplicação especial aos casos que geram
o crime de feminicídio, dentro ou fora do âmbito das mulheres protegidas por medidas
protetivas. A pesquisa se propõe a examinar a aplicação prática das Delegacias Especializadas
de Atendimento à Mulher, analisando tanto sua eficácia quanto os desafios enfrentados. A partir
da avaliação de taxas e índices de ocorrência do crime, será discutido a necessidade da
criminalização autônoma, uma vez que aparentemente a mera qualificação não vem
apresentando eficácia para suprir as lacunas legislativas e repreender de forma cognitiva a
incidência do crime.

3.2 Objetivos Específicos

1. Examinar a aplicação prática das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher,


bem como qual o atendimento vem sendo ofertado, a fim de combater a vitimização secundária
e terciária da mulher.
2. Analisar as medidas legais já existentes para combater a violência contra a mulher e
propor possíveis aprimoramentos com base nas lacunas observadas.
3. Investigar a reincidência no crime de feminicídio, examinando padrões e fatores
contribuintes.
4. Como forma de instrumento de prevenção, verificas as possibilidades de reabilitação do
agressor.
5. Verificar a eficiência das medidas protetivas designadas aos agressores.
6. Aprofundar constitucionalmente quais tipos de proteção patrimonial e social devem ser
concedidas a mulher vítima de violência doméstica.
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4. PROBLEMA G
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A problemática reside na reincidência da violência contra a mulher. Apesar dos 1
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avanços legislativos. As taxas de feminicídio apresentam níveis altos, indicando a necessidade
de uma análise sobre os fatores que contribuem para essa realidade.

Além disso, observa-se a falta de uma abordagem específica para o crime de


feminicídio, e isso gera uma fragilidade no judiciário ao enfrentar o problema. A ausência de
uma criminalização direta da conduta resulta em lacunas difíceis de serem aparadas
coercitivamente pelo controle social formal.

Outro aspecto crítico é a efetividade das Delegacias Especializadas de Atendimento à


Mulher. Investiga-se em qual grau a vitimização se dá as mulheres que buscam apoio nas
delegacias a fim de finalmente, depois de uma vida de abusos, entregar seu companheiro.

Por fim, a reincidência no crime de feminicídio e a falta de denúncias podem ter como
fator a dependência emocional e principalmente econômica, então busca-se a compreensão
cuidadosa destes fenômenos para criação de métodos mais eficazes de prevenção, reabilitação
e punição, contribuindo para a construção de um arcabouço legal e institucional mais robusto
no enfrentamento desse grave problema social.
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5. METODOLOGIA G
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Para a principal análise dos dados sobre a crescente ocorrência de casos de violência0
que chegam ao feminicídio, serão realizadas visitas em centros de acolhimento a vítimas de
violência a fim de entender a perspectiva a qual estão inseridas estas mulheres. Buscará ser
compreendido o motivo pelo qual a denúncia na maioria das vezes não acontece de imediato as
primeiras agressões. Fatores como dependência emocional, financeira, submissão, julgamento
da sociedade, falta de apoio do judiciário serão analisados no viés jurídico, procurando suas
devidas soluções.

Como formas de pesquisa serão também disponibilizados questionário on-line para


vítimas que se sintam a vontade de responder questões que as levaram àquela situação, bem
como, se em algum momento ao buscarem por ajuda, não foram acolhidas.

Revisão bibliográfica sobre os principais temas, opinião de estudiosos da sociologia e


do Direito e a análise de projetos que abrangem o feminicídio e suas incidências legais serão
aprofundados durante a pesquisa.
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6. SUMÁRIO G
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1. INTRODUÇÃO 0

2. FEMINICÍDIO

2.1 Conceito de feminicídio

2.2 Histórico da criminalização do feminicídio no Brasil

2.3 Dados Relevantes sobre o tipo penal.

3. ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE O FEMINICÍDIO

3.1 Discussão sobre a eficácia da legislação existente

3.2 Lacunas e desafios na aplicação da lei

3.3 Comparação com a legislação de outros países

4. NECESSIDADE DA CRIMINALIZAÇÃO AUTÔNOMA DO CRIME

4.1 Argumentos a favor da criminalização autônoma

4.2 Benefícios da autonomia na legislação

4.3 Possíveis objeções e críticas

5 CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS
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7. CRONOGRAMA G
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0
Atividades Meses

1 2 3 4 5 6
Levantamento X
de referências e
refinamento do
material
Pesquisa de X
fontes
Coleta de X
dados
Análise dos X X X
dados
Redação X

Revisão 1
Revisão após
conversa final
com orientador
Defesa
P
A
8. REFERÊNCIAS G
E
ESTRELA, Pedro. Posicionamentos doutrinários quanto à natureza da qualificadora do1
0
feminicídio. In: Jus.com.br. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/64615/posicionamentos-
doutrinários-quanto-a-qualificadora -do-feminicidio; Acesso em: 30 set. 2023

Ligue 180. In: Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, 2019. Disponível em:
<https://www.mdh.gov.br/navegue-por-temas/politicas-para-mulheres/ligue-180>; Acesso em:
30 set. 2023

DE JESUS, Damásio. Violência Contra a Mulher. Saraiva, São Paulo, 2010; Acesso em: 30
set. 2023

ESTEFAM, André. A paixão no banco dos réus. São Paulo: Editora Saraiva, 2022.

MELLO, Adriana Ramos de. Femicídio: uma análise sócio jurídica do fenômeno no Brasil.
Gz Editora, São Paulo, 2013;

Oliveira, Ana Paula de. A necessidade da criminalização autônoma do crime de feminicídio


na lei penal brasileira. Revista Brasileira de Ciências Criminais, São Paulo, v. 123, p. 307-
326, 2016.

Gomes, Luiz Flávio. Feminicídio: a necessidade de uma lei autônoma. Revista Jus
Navigandi, Teresina, ano 20, n. 4399, 2015.

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