E-MAIL: KAMILADINIZ@UNIR.BR WHATSAPP: 69.98468.4161 por exemplo, usando módulos que podem ser facilmente trocados. A Figura representa um ciclo de vida com as possibilidades de gestão baseadas na filosofia dos 6 Rs. O meio ambiente que foi o berço ou a fonte dos recursos torna- se o repositório das sobras ou resíduos depois de esgotadas todas as possibilidades de retornos e recuperações de materiais. É a abordagem do berço ao túmulo (cradle to grave) ou do berço ao berço (cradle to cradle). A primeira expressão indica que o meio ambiente é a origem dos recursos usados no produto (berço) e o depósito final dos seus restos inaproveitáveis (túmulo). A segunda indica que os restos são mínimos em quantidade e periculosidade e não causam danos ao meio ambiente. Gestão do ciclo de vida: contribuição de diferentes segmentos da empresa A gestão do ciclo de vida necessita envolver todos os segmentos da organização a partir do nível estratégico da empresa, como ilustra a Figura 6.3. Todos os departamentos da empresa têm funções a desempenhar no ciclo de vida, o que aumenta as possibilidades de realizar ações para reduzir a carga ambiental negativa do produto ao longo do seu ciclo. Para a condução das atividades de gestão do ciclo de vida, há vários instrumentos e práticas disponíveis, como logística reversa, avaliação e seleção de fornecedores, auditoria de fornecedor, códigos de condutas para fornecedores, empreiteiros, prestadores de serviços e representantes comerciais, auditoria de resíduos, análise de fluxos de massa, avaliação do ciclo de vida e muitos outros. A seguir, será apresentado um instrumento para a gestão do ciclo de vida do produto, a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), para o qual foram elaboradas normas internacionais de gestão ambiental, dada sua enorme importância para quantificar a carga ambiental negativa ao longo do ciclo de vida do produto ou serviço. A função do sistema de produto é a utilidade ou benefício que proporciona ao usuário ou cliente. A avaliação do impacto se faz com base nessa função, cuja seleção depende do objetivo do estudo. A unidade funcional é uma medida da função do sistema definida em função do objetivo do estudo e que fornece uma referência para os dados de entrada e saída do sistema. Por exemplo, um estudo comparando o impacto ambiental da produção de revestimentos cerâmicos com gás natural e com energia hidroelétrica; a unidade funcional poderia ser metro quadrado de piso, pois essa é uma medida típica da função que o revestimento desempenha para o usuário. Para comparar dois processos de produção de tijolos, o milheiro de tijolos seria uma unidade funcional adequada por ser a unidade básica de comercialização. Para comparar sistemas de produtos diferentes que realizam a mesma função, a unidade funcional deve valer para os dois. Por exemplo, para comparar máquinas de lavar roupa a seco e a água, a unidade funcional poderia ser 100 kg de roupas. A fronteira do sistema é um conjunto de critérios que especificam os processos elementares que farão parte do sistema de produto, como exemplifica a Figura. Os elementos a serem incluídos dentro da fronteira são, entre outros, os seguintes: aquisição de materiais; entradas e saídas dos processos de produção, distribuição e transportes; produção e uso de energia (combustíveis, eletricidade e calor); uso e manutenção dos produtos; reúso, reciclagem e recuperação energética; iluminação e aquecimento; tratamento e disposição final. O estudo pode excluir elementos, como operações em condições anormais ou emergenciais, embalagens de transporte (pallets, containers etc.), certos indicadores de qualidade ambiental. Por isso, a lista de inclusões e exclusões é fundamental para definir a fronteira do sistema, devendo cada uma ser justificada com base em argumentos consistentes. A exclusão de estágios do ciclo de vida é permitida somente se não provocar mudanças significativas nas conclusões gerais do estudo, ou seja, é preciso mostrar que não se trata de escolhas arbitrárias ou por conveniência.