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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

Geovana Mussato Mello

VISITA TÉCNICA:
TRATAMENTO DE ÁGUA

Santa Maria
2023
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A visita começou com o funcionário da companhia (Corsan) revisando alguns


conceitos teóricos do tratamento de água e de algumas informações adicionais.
Algumas das informações passadas foram que a Corsan possuí a capacidade de
tratar 1100 L S-1, e a água que chega até a estação de tratamento e nas casas da
população são por gravidade e/ou bombeamento (regiões mais altas). A água da
Corsan é oriunda de barragens, ou seja, é uma água mais estável em comparação a
rios/lago. Os dois principais reagentes para o tratamento da água é o cloro, que serve
para inativar os microrganismos e o sulfato de alumínio que é utilizado como
coagulante para conseguir retirar os materiais particulados.
A Barragem Val de Serra, fica em San Martinho de Serra e é responsável para
encher a Barragem Saturnino de Brito, que também fica na região de Itaara. A água
dessas barragens chega até o tratamento por gravidade. A região envolta dessas
barragens é uma região agrícola. Portanto, os reagentes da agricultura acabam
contaminando a água com nitrogênio e enxofre. Com isso, ocorre a proliferação de
algas, principalmente no verão e consequentemente a água acaba possuindo mais
cianobactérias e ocasionando o gosto e odor da água. A outra barragem, Barragem
DNOS, fica na região de Santa Maria, possuindo mais contato com a região urbana.
Consequentemente, possui impurezas urbanas pela falta de saneamento nessa área.
Na figura 1, mostra uma foto do esquema que a própria Corsan fez, o qual mostra as
três barragens citadas.
Figura 1 – Modelo das barragens

Fonte: Autor (2023)


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Na próxima etapa foi mostrado onde ocorre a chegada da água das adutoras
(tubulação que passa a água oriunda das barragens) e a água tratada que foi utilizada
para processos na própria companhia que também retorna para o seu tratamento
novamente. Após a chegadas das duas águas, elas passam por uma parte mais
estreita, onde possui uma tecnologia para medir a quantidade de água que está
chegando na estação. Esse processo, além de análises de água bruta (quantidade de
matéria orgânica principalmente), também é importante para saber a quantidade de
reagente necessários para utilizar. Na figura 2 é mostrado a chegada da água bruta
e a água para um novo tratamento e na figura 3 é mostrado a vista das adutoras.

Figura 2 – Chegada da água bruta

Fonte: Autor (2023)


Legenda: 1 – adutoras; 2 – água da lavagem dos filtros; 3 – parte onde se mede a vazão da
água
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Figura 3 – Adutoras

Fonte: Autor (2023)

No mesmo local é adicionado o coagulante (sulfato de alumínio) para aumentar


o tamanho dos materiais particulados e eles posterirormente se decantarem. O cloro
também é adicionado nessa etapa para ocorrer uma pré-oxidação da matéria
orgânica. Esse processo ocorre uma rápida agitação para ocorrer a mistura uniforme
desses reagentes. Na figura 4 e 5 é mostrado a inserção dos reagentes.
As vezes a água bruta também precisa de outros reagentes, como cal para
diminuir a acidez da água ou carvão ativado para diminuir a quantidades de algas. A
adição desses reagentes está sendo mostrada na figura 6.
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Figura 4 – Adição de sulfato de alumínio

Adição de
sulfato de
alumínio

Fonte: Autor (2023)

Figura 5 – Adição de cloro

Fonte: Autor (2023)


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A figura 6 mostra a vista de todo o caminho da passagem da água bruta e a


adição dos reagentes.

Figura 6 – Chegada da água bruta e adição de reagentes

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Fonte: Autor (2023)


Legenda: 1 – chegada da água bruta pelas adutoras; 2 – adição de cal ou carvão; 3 – adição
de sulfato de alumínio; 4 – adição de cloro
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Posteriormente a adição desses reagentes (cal e carvão só quando


necessários), a mistura vai até ao poço de floculação (mistura lenta). Nesses poços
de floculação pode ocorrer a suspensão das partículas mais leves. Logo depois da
floculação, a água é passada para os tanques de decantação para decantar o material
particulado que aumentou de tamanho. Os poços de decantação depois de algum
tempo são esvaziados e esfregados. Essa água com lodo (resíduo da decantação) é
armazenada em tanques até serem levadas para seu destino. A figura 7 mostra os
poços de floculação e a figura 8 mostra os poços de decantação e filtração.

Figura 7 – Poços de floculação

Material
particulado em
suspensão

Fonte: Autor (2023)

Após a decantação a água passa para outros poços que possuem filtros. Os
filtros são formados por 7 camadas, cada camada com aproximadamente 30 cm. As
camadas mais baixas são as maiores (pedras redondas para não formas caminhos
preferenciais) e a primeira é a camada de areia. A figura 8 mostra os poços de
decantação e filtração e a figura 9 mostra uma replica dos filtros.
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Figura 8 – Poços de decantação

Fonte: Autor (2023)


Legenda: 1 – poço de decantação; 2 – poço de filtração; 3 – tanque de armazenagem para
água tratada

Figura 9 – Modelo do filtro em miniatura

Fonte: Autor (2023)


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Os filtros são lavados todos os dias, uma vez por dia, para retirar todo matéria
orgânica e material particulado que ficou depositado nele. A água utilizada para a
lavagem dos filtros, que é passada de baixo para cima, retorna para a estação junto
com a água bruta, que foi visto no início para ser tratada novamente. A figura 10
mostra os filtros sendo esvaziados para sua posterior lavagem.

Figura 10 – Filtro sendo esvaziado

Fonte: Autor (2023)

Depois da etapa de filtração, a água que passa pelos filtros é retirada na parte
inferior da companhia por tubulações até chegar no tanque de armazenagem para
colocar o cloro e flúor. Essas tubulações, possuem torneiras para obter alíquotas
dessa água filtrada para ter um controle de qualidade. Essas tubulações, são nas
cores verdes para indicar a passagem de água tratada, e podem ser vistas na figura
11.
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Figura 11 – Chegada da água tradada

Torneira

Fonte: Autor (2023)


Por fim, essa água filtrada vai para tanques, os quais são adicionados cloro e
flúor. Os locais onde fica armazenados os reagentes para as suas adições são
mostrados nas figuras a seguir.
Figura 12 – Adição de cal e carvão
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Fonte: Autor (2023)


A figura 12, mostra os recipientes que são armazenados para colocar os
reagentes como cal e carvão. Esses reagentes são misturados com água tradada e
posteriormente são injetados na água bruta.

Figura 13 – Adição de sulfato de alumínio

Fonte: Autor (2023)


A figura 13 mostra a adição do sulfato de alumínio que caí direto na tubulação
que vai para a água bruta.

Figura 14 – Armazenamento dos cilindros de cloro

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Fonte: Autor (2023)


Legenda: 1 – recipientes para armazenar cal, sulfato de alumínio; 2 – cilindros que armazenam o
cloro
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Depois de ter visto toda etapa de tratamento da água, a visita continuou com
os tanques que armazenam a água e o lodo que são retirados dos poços de
decantação. Esse lodo, é mostrado na figura 15.

Figura 15 – Água com lodo e água da lavagem dos filtros

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Fonte: Autor (2023)


Legenda: 1 – tanques que armazenam o lodo dos poços de decantação; 2 – água que foi utilizada
para lavar os filtros e que vai ser trada novamente

A água com lodo é armazenada desses dois tanques. Posteriormente, passam


por uma centrífuga para eliminar a água e deixar o lodo mais viscoso/sólido como se
fosse uma argila. Esse lodo por fim, é levado para compostagem, porém, antigamente
era depositado em aterros sanitários.
A seguir a figura 16 mostra todos as etapas na companhia para o tratamento
de água potável.
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Figura 16 – Corsan

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Fonte: Corsan
Legenda: 1 – chegada da água bruta e adição de reagentes (sulfato de alumínio e cloro); 2 –
agitação até os poços de floculação; 3 – poços de floculação; 4 – poços de decantação; 5 – salas
para os equipamentos com reagentes; 6 – tanques para armazenar os reagentes; 7 – tanques para
armazenar água limpa para a lavagem dos filtros

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