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O mesmo se dá com as chamadas “regiões” de purgação ou sofrimento, tais como o
famigerado “umbral” (descrito em Nosso Lar e sequências), onde, diz-se, os Espíritos tomam
formas animalescas e onde se chega a beber lama!... Isso nada tem de novo, encontra-se coisa
semelhante nas crenças primitivas dos povos mesopotâmicos sobre a vida depois da morte:
“Segundo as crenças mesopotâmicas, os mortos precisavam atravessar um deserto,
montanhas e um rio e depois descer, passando pelas sete portas do mundo inferior. Embora
descrito na literatura mesopotâmica como um lugar de escuridão onde os habitantes se
vestiam de penas de aves e comiam terra, relatos mais amenos também eram comuns.”
(Walton, J; Mathews, V.; Chavalas, M. Comentário Bíblico Atos: Antigo Testamento. Belo
Horizonte: Atos, 2003, p. 625.)
e comparações, para estabelecer a concordância dos Espíritos, permanecem
ainda inigualadas:
Aqui, vimos que Kardec, sim, conheceu bem esse tema. Sabia que essa
era a matriz de pensamento americana. Mais que isso, sabia que era a maneira
pagã e cristã de pensar a “materialidade” das penas, aliás, comentada e refutada
por ele em O Céu e o Inferno, primeira parte.
Kardec recebeu diversas comunicações sobre o assunto, mas, com base na
razão e no controle universal, recusou esse “ensinamento”, mostrando, para
tanto, os problemas que o envolvem. Vejamos como o codificador trata do
assunto, em algumas de suas passagens brilhantes.
Kardec comenta as impressões do Espírito Voltaire acerca de construções
espirituais, recusando-as como um caso de “influência das ideias terrestres”
sobre as ideias espirituais:
Oh! decerto, não sou mais de vosso mundo. (...) Sou Espírito;
minha pátria é o espaço. (Allan Kardec, O Céu e o Inferno, 2ª
parte, cap. II, “Sr. Sanson”, nº 2.)
Eles ficam no espaço; mas também ficam por aqui, entre nós, sem
obstrução.