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Conto LumberPlus
BLOCO 12 DE GEOGRAFIA - IMPACTO AMBIENTAL

Lama Assassina!
Por LumberGeek

No conto "O Gênio do Chuveiro!", falamos sobre como é importante dividir ao máximo cada
bloco para se aprofundar e dominar, detalhadamente, tudo o que pode aparecer na sua prova. Mas as
coisas não são tão simples assim, e você sempre precisa encontrar uma forma de ir além para se
diferenciar. Adicionalmente a esse estudo por partes, é necessário que você enxergue o todo e seja
capaz de interligar diferentes tópicos de diferentes matérias porque, no fundo, tudo está conectado.
Sabendo da dificuldade do aluno em fazer isso, pois nossa educação é extremamente
compartimentalizada, o vestibular coloca questões que só podem ser respondidas com esse olhar
holístico. Por isso, quanto mais o seu conhecimento abranger diversos temas, melhor. Acontece que
uma das maiores catástrofes ambientais do mundo é perfeita para exemplificar esse tipo de habilidade
exigida que, caso você desenvolva para diversos blocos, será ótima para te ajudar em questões
multidisciplinares. O tema de hoje, por exemplo, envolve a Geografia, a Biologia, a Química, a História
e, até, a Literatura.
Em 1984, Carlos Drummond de Andrade escreveu o poema "Lira itabirana". Na obra, é feita uma
denúncia explícita à mineração predatória do Quadrilátero Ferrífero, uma região hoje com exploração
de minério de ferro, mas que, no passado, foi famosa pela retirada de outro metal. O autor, um dos
principais expoentes do modernismo brasileiro, nasceu em Itabira, uma pequena cidade localizada a
cerca de cem quilômetros de Ouro Preto e Mariana. Ouro Preto, uma das principais cidades mineiras
durante o ciclo do ouro brasileiro, é lar de diversas esculturas de Aleijadinho, um dos maiores artistas
do Brasil colonial. Mariana, por sua vez, voltou a ser relembrada em 2015, quando ocorreu a Tragédia
de Mariana - o maior rompimento de barragem da história. O que Drummond não previu, porém, é que
o desastre iria afetar muito mais do que apenas as redondezas de onde ele ocorreria.
A lama liberada pelo rompimento da barragem em Mariana matou pessoas, cobriu cidades,
contaminou o Rio Doce e ainda foi levada por mais de 600 quilômetros até o mar. Além do mais, a
lama era extremamente tóxica, com altos níveis de mercúrio e chumbo, dois metais pesados que são
letais e bioacumuláveis. Ou seja, esse material entrou em contato com peixes e foi absorvido. Como
não são elimináveis, cedo ou tarde, seguindo a cadeia alimentar, estarão em nossos corpos causando
danos irreversíveis. Sem contar que a população de mais de duzentos municípios ficou desabastecida
de água potável, uma vez que utilizavam as águas do Rio Doce. E, como se não fosse suficiente esse
estrago, os contaminantes chegaram ao arquipélago de Abrolhos, a área mais rica em biodiversidade
marinha da América do Sul.
O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos fica no oceano a sessenta quilômetros da costa do sul
da Bahia. Não apenas existem mais de mil espécies aquáticas no local, como também a região é um
berçário natural para várias delas. Soma-se a isso o fato de que parte dessas espécies estão
ameaçadas de extinção e temos uma catástrofe ecológica imensurável. Então, esse assunto deve cair
na sua prova tanto pela magnitude do impacto ambiental causado, como pelo envolvimento de
conceitos e temas de diversas áreas do conhecimento humano.

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