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BLOCO 3 DE HISTÓRIA - ESCOLA DE ATENAS

Nature versus Nurture!


Por LumberGeek

Todos deveriam conhecer a pintura "A Escola de Atenas", de Rafael Sanzio . Não apenas porque
pode cair diretamente na sua prova, mas também porque ela fala um bocado sobre os primórdios da
filosofia ocidental. No centro da obra temos dois homens conversando: um mais velho, apontando para o
céu, e outro mais novo, indicando o chão. São eles Platão e Aristóteles, referindo-se ao mundo das ideias e
ao mundo dos sentidos, respectivamente. Para o primeiro, o conhecimento perfeito só pode ser alcançado
por meio da razão, uma vez que as sensações são enganadoras. Para o segundo, no entanto, nada chega
ao nosso intelecto sem antes passar pelos sentidos - visão, audição, tato, olfato. Longe de acabar, esse
debate gerou várias outras hipóteses referentes à epistemologia (teoria do conhecimento), com defensores
de ambos os lados.
A forma, talvez, mais comum de apresentação dessas ideias é o antagonismo, no século XVII, do
inatismo de Descartes com o empirismo de John Locke. O racionalismo cartesiano parte da premissa de
que o conhecimento nasce com o homem e que ele apenas precisa exercitar seu intelecto para revelar
ideias inatas. Locke, por sua vez, parte do princípio da Tabula Rasa. Nesse caso, a mente humana seria
como uma "folha em branco" que é preenchida durante a vida com as experiências pelas quais a pessoa
passou. Por um lado, nascemos com todo o conhecimento e o revelamos durante a vida. Por outro,
nascemos sem qualquer conhecimento e o adquirimos durante a vida. Mudam-se os nomes das teorias,
porém o cerne da questão é o mesmo: nascemos com ou sem o conhecimento? Desde então, diversos
pensadores discorreram a respeito do assunto, e não apenas dentro da filosofia. Esse tema se tornou
central na evolução das áreas da Psicologia, Biologia, Antropologia, entre outras.
Uma das diferentes versões dessa discussão está na expressão "Nature versus Nurture", que indaga
sobre a origem do comportamento humano. Somos maus por natureza ou nos tornamos maus dependendo
da nossa criação? Em outras palavras: são nossos genes ou fatores ambientais que definem nosso
comportamento? E a resposta, em muitos casos, não é um ou outro - mas ambos.
Estudos com serial killers, por exemplo, demonstraram que há, em muitos casos, um passado comum de
abuso sofrido na infância. Como muitos serial killers são diagnosticados como psicopatas, podemos pensar
que o período formativo tem mais influência na psicopatia do que tendências inatas. Entretanto, foi
identificado em pesquisas um gene que torna a pessoa menos empática. Esse gene não torna ninguém
criminoso, mas ele é mais comumente encontrado entre serial killers do que na população geral, a ponto de
ser descrito como "o gene da psicopatia". Dizemos então que a característica analisada é de natureza
multifatorial (afetada tanto pela genética como pelo ambiente), assim como vários outros hábitos e atitudes
humanas.
Há ainda várias outras situações em que um comportamento pode ter sua causa confundida. Até
porque, muitas vezes, um mesmo comportamento tem causas diferentes entre diferentes seres. Entre
roedores, por exemplo, é comum a presença de um gene "construtor de lar". Existem castores capazes de
redirecionar, com troncos, o fluxo de um rio para construir uma represa, sem nunca ter visto uma antes. Em
oposição, o uso mais complexo de galhos por primatas é culturalmente perpetuado, sendo necessária uma
situação de aprendizado para que ocorra. Os castores, portanto, tem um conhecimento "inato" para essa
dimensão da vida, enquanto que os primatas têm um conhecimento empírico para algo similar.
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