Você está na página 1de 50

Trabalho

Portuário
Luiz Fabre
I. Introdução: temas, importância,
glossário, história do porto brasileiro
II. Base normativa

Roteiro III. Conceito de trabalhador avulso


III. O porto organizado

de aula IV. As relações de trabalho no porto


organizado
V. Direitos trabalhistas do
trabalhador portuário avulso (TPA)
VI. Trabalho avulso fora do porto
I. INTRODUÇÃO
1. Temas:
- Implementação da multifuncionalidade
- Implementação de escala rodiziaria do trabalhador portuário avulso
- Impactos dos terminais de uso privativo na demanda pelo trabalho avulso
- Questões sobre cadastro e registro de trabalhador portuário avulso no Órgão de Gestão
da Mão de Obra (OGMO)
- Garantia de exclusividade de trabalhadores registrados no OGMO na contratação com
vínculo empregatício a prazo indeterminado dentro do porto organizado.
2. Importância da matéria
2. Glossário

• Faina
• Terno
•Estiva
Capatazia
Conferência
de carga
3. A história do porto brasileiro

A) Nascimento de um porto –
oportunidades de trabalho para a
população costeira - sistema
B) Organização em sindicatos – Sistema de parede
C) Entrada do Estado

• Portobrás, Companhia Docas, Estatais


• Sistema de dualidade de responsabilidades – estiva
x capatazia
• Surgimento da conferência de cargas
• Elevada burocratização, tarifas padronizadas
D) Lei de Modernização dos
Portos
• Lei 8.630/1993 (revogada)
• Privatização dos portos organizados
• OGMO
• Escalas rodiziárias
• Multifuncionalidade
• Defesa do sistema
E) Lei 12.815/2013
• Portos: clandestinos, “públicos” (portos organizados),
“privados” (terminais de uso privativo)
• Supressão das expressões “misto” e “exclusivo” quanto aos
terminais de uso privativo
• Reconhecimento do “fracasso” da multifuncionalidade e do
“porto público”?
II. Base Normativa
• CF, art. 7º, XXXIV
• Convenção 137 OIT
• Lei 4.890/65 – Adicional de risco portuário e hora noturna portuária
• Lei 8.630/93 (Lei de Modernização dos Portos, revogada)
• Lei 9.719/98 – Direitos trabalhistas dos TPAs
• Lei 12.023/2009 – Trabalho avulso fora do porto
• Lei 12.815/2013 – Lei portuária vigente
III. Conceito de Trabalhador Avulso
• Avulso é o trabalhador que, sem se fixar definitivamente a uma única
fonte tomadora de seus serviços, coloca sua força de trabalho por
curtos períodos à disposição de diferentes tomadores em mercado
específico e por intermédio de um órgão gestor da mão de obra (no
caso de avulso dentro do porto) ou de um sindicato (no caso do
avulso fora do porto).

• Trabalhador portuário avulso (TPA): para a Lei 9.719/98, é tanto o


trabalhador portuário registrado como o cadastrado no OGMO; para
a Lei 12.815/2013, é o trabalhador portuário registrado no OGMO.
IV. O Porto Organizado
1. Autoridade Portuária
• Porto organizado é o porto sob “jurisdição” de uma autoridade
portuária
• Expressão sinônima de Administração do Porto
• CF, art. 21, XII, f – Compete à União explorar, diretamente ou
mediante autorização, concessão ou permissão: os portos marítimos,
fluviais e lacustres;
• Convênios – delegação a Estados, Municípios, consórcios públicos
Lei 12.815/2013, Art. 17. A administração do porto é exercida diretamente pela União, pela delegatária ou
pela entidade concessionária do porto organizado.
§ 1º Compete à administração do porto organizado, denominada autoridade portuária:
I - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos e os contratos de concessão; (...)
III - pré-qualificar os operadores portuários, de acordo com as normas estabelecidas pelo poder concedente;
IV - arrecadar os valores das tarifas relativas às suas atividades;
V - fiscalizar ou executar as obras de construção, reforma, ampliação, melhoramento e conservação das
instalações portuárias;
VI - fiscalizar a operação portuária, zelando pela realização das atividades com regularidade, eficiência,
segurança e respeito ao meio ambiente; (...)
VIII - autorizar a entrada e saída, inclusive atracação e desatracação, o fundeio e o tráfego de embarcação na
área do porto, ouvidas as demais autoridades do porto;
IX - autorizar a movimentação de carga das embarcações, ressalvada a competência da autoridade marítima
em situações de assistência e salvamento de embarcação, ouvidas as demais autoridades do porto; (...)
XIII - prestar apoio técnico e administrativo ao conselho de autoridade portuária e ao órgão de gestão de mão
de obra;
XIV - estabelecer o horário de funcionamento do porto, observadas as diretrizes da Secretaria de Portos da
Presidência da República, e as jornadas de trabalho no cais de uso público; e
XV - organizar a guarda portuária, em conformidade com a regulamentação expedida pelo poder concedente.
• Conselho de Autoridade Portuária (CAP) – órgão consultivo com representantes do poder
público (50%), classe empresarial (25%) e trabalhadores (25%) – homologar horário de
funcionamento, valores de tarifas, pensar em mecanismos para atração de cargas.
• Operadores portuários:
Art. 25. A pré-qualificação do operador portuário será efetuada perante a administração
do porto, conforme normas estabelecidas pelo poder concedente.
§ 1º As normas de pré-qualificação devem obedecer aos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
§ 2º A administração do porto terá prazo de 30 (trinta) dias, contado do pedido do
interessado, para decidir sobre a pré-qualificação.
§ 3º Em caso de indeferimento do pedido mencionado no § 2º , caberá recurso, no prazo
de 15 (quinze) dias, dirigido à Secretaria de Portos da Presidência da República, que deverá
apreciá-lo no prazo de 30 (trinta) dias, nos termos do regulamento.
§ 4º Considera-se pré-qualificada como operador portuário a administração do porto.
Art. 29. As cooperativas formadas por trabalhadores portuários avulsos, registrados de
acordo com esta Lei, poderão estabelecer-se como operadores portuários.
4) Usuários – importadores, exportadores, proprietários de
mercadorias
5) Terminal retroportuário
6) Estaleiros
7) Sindicatos
Art. 40. O trabalho portuário de capatazia, estiva, conferência de
carga, conserto de carga, bloco e vigilância de embarcações, nos
portos organizados, será realizado por trabalhadores portuários com
vínculo empregatício por prazo indeterminado e por trabalhadores
portuários avulsos.
§ 4º As categorias previstas no caput constituem categorias
profissionais diferenciadas.
8 – Órgão de Gestão de Mão de Obra
(OGMO)
Art. 32. Os operadores portuários devem constituir em cada porto organizado um órgão de gestão de mão de
obra do trabalho portuário, destinado a:
I - administrar o fornecimento da mão de obra do trabalhador portuário e do trabalhador portuário avulso;
II - manter, com exclusividade, o cadastro do trabalhador portuário e o registro do trabalhador portuário
avulso;
III - treinar e habilitar profissionalmente o trabalhador portuário, inscrevendo-o no cadastro;
IV - selecionar e registrar o trabalhador portuário avulso;
V - estabelecer o número de vagas, a forma e a periodicidade para acesso ao registro do trabalhador
portuário avulso;
VI - expedir os documentos de identificação do trabalhador portuário; e
VII - arrecadar e repassar aos beneficiários os valores devidos pelos operadores portuários relativos à
remuneração do trabalhador portuário avulso e aos correspondentes encargos fiscais, sociais e previdenciários.
Parágrafo único. Caso celebrado contrato, acordo ou convenção coletiva de trabalho entre trabalhadores e
tomadores de serviços, o disposto no instrumento precederá o órgão gestor e dispensará sua intervenção nas
relações entre capital e trabalho no porto.
OGMO
Art. 33. Compete ao órgão de gestão de mão de obra do trabalho portuário avulso:
I - aplicar, quando couber, normas disciplinares previstas em lei, contrato, convenção ou acordo coletivo de trabalho, no caso de
transgressão disciplinar, as seguintes penalidades:
a) repreensão verbal ou por escrito;
b) suspensão do registro pelo período de 10 (dez) a 30 (trinta) dias; ou
c) cancelamento do registro;
II - promover:
a) a formação profissional do trabalhador portuário e do trabalhador portuário avulso, adequando-a aos modernos processos de
movimentação de carga e de operação de aparelhos e equipamentos portuários;
b) o treinamento multifuncional do trabalhador portuário e do trabalhador portuário avulso; e
c) a criação de programas de realocação e de cancelamento do registro, sem ônus para o trabalhador;
III - arrecadar e repassar aos beneficiários contribuições destinadas a incentivar o cancelamento do registro e a aposentadoria
voluntária;
IV - arrecadar as contribuições destinadas ao custeio do órgão;
V - zelar pelas normas de saúde, higiene e segurança no trabalho portuário avulso; e
VI - submeter à administração do porto propostas para aprimoramento da operação portuária e valorização econômica do porto.
OGMO
§ 1º O órgão não responde por prejuízos causados pelos trabalhadores
portuários avulsos aos tomadores dos seus serviços ou a terceiros.
§ 2º O órgão responde, solidariamente com os operadores portuários, pela
remuneração devida ao trabalhador portuário avulso e pelas indenizações
decorrentes de acidente de trabalho .
§ 3º O órgão pode exigir dos operadores portuários garantia prévia dos
respectivos pagamentos, para atender a requisição de trabalhadores
portuários avulsos.
§ 4º As matérias constantes nas alíneas a e b do inciso II deste artigo serão
discutidas em fórum permanente, composto, em caráter paritário, por
representantes do governo e da sociedade civil.
§ 5º A representação da sociedade civil no fórum previsto no § 4º será
paritária entre trabalhadores e empresários.
OGMO
Art. 35. O órgão de gestão de mão de obra pode ceder trabalhador portuário
avulso, em caráter permanente, ao operador portuário.

Art. 40. O trabalho portuário de capatazia, estiva, conferência de carga, conserto de


carga, bloco e vigilância de embarcações, nos portos organizados, será realizado
por trabalhadores portuários com vínculo empregatício por prazo indeterminado
e por trabalhadores portuários avulsos. (...)
§ 2º A contratação de trabalhadores portuários de capatazia, bloco, estiva,
conferência de carga, conserto de carga e vigilância de embarcações com vínculo
empregatício por prazo indeterminado será feita exclusivamente dentre
trabalhadores portuários avulsos registrados.
§ 3º O operador portuário, nas atividades a que alude o caput , não poderá locar
ou tomar mão de obra sob o regime de trabalho temporário de que trata a Lei nº
6.019, de 3 de janeiro de 1974.
OGMO
Art. 36. A gestão da mão de obra do trabalho portuário avulso deve observar as
normas do contrato, convenção ou acordo coletivo de trabalho.
Art. 37. Deve ser constituída, no âmbito do órgão de gestão de mão de obra,
comissão paritária para solucionar litígios decorrentes da aplicação do disposto
nos arts. 32, 33 e 35.
§ 1º Em caso de impasse, as partes devem recorrer à arbitragem de ofertas finais.
§ 2º Firmado o compromisso arbitral, não será admitida a desistência de qualquer
das partes.
§ 3º Os árbitros devem ser escolhidos de comum acordo entre as partes, e o laudo
arbitral proferido para solução da pendência constitui título executivo extrajudicial.
§ 4º As ações relativas aos créditos decorrentes da relação de trabalho avulso
prescrevem em 5 (cinco) anos até o limite de 2 (dois) anos após o cancelamento do
registro ou do cadastro no órgão gestor de mão de obra.
OBS
OJ-SDI1-391. PORTUÁRIOS. SUBMISSÃO PRÉVIA DE DEMANDA A
COMISSÃO PARITÁRIA. LEI N.º 8.630, DE 25.02.1993. INEXIGIBILIDADE.
(DEJT divulgado em 09, 10 e 11.06.2010)
A submissão prévia de demanda a comissão paritária, constituída nos
termos do art. 23 da Lei nº 8.630, de 25.02.1993 (Lei dos Portos), não é
pressuposto de constituição e desenvolvimento válido e regular do
processo, ante a ausência de previsão em lei.
OGMO
Art. 38. O órgão de gestão de mão de obra terá obrigatoriamente 1 (um) conselho de supervisão e 1
(uma) diretoria executiva.
§ 1º O conselho de supervisão será composto por 3 (três) membros titulares e seus suplentes,
indicados na forma do regulamento, e terá como competência:
I - deliberar sobre a matéria contida no inciso V do caput do art. 32;
II - editar as normas a que se refere o art. 42; e
III - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros e papéis do órgão e
solicitar informações sobre quaisquer atos praticados pelos diretores ou seus prepostos.
§ 2º A diretoria executiva será composta por 1 (um) ou mais diretores, designados e destituíveis na
forma do regulamento, cujo prazo de gestão será de 3 (três) anos, permitida a redesignação.
§ 3º Até 1/3 (um terço) dos membros do conselho de supervisão poderá ser designado para cargos
de diretores.
§ 4º No silêncio do estatuto ou contrato social, competirá a qualquer diretor a representação do
órgão e a prática dos atos necessários ao seu funcionamento regular.

Art. 39. O órgão de gestão de mão de obra é reputado de utilidade pública, sendo-lhe vedado ter
fins lucrativos, prestar serviços a terceiros ou exercer qualquer atividade não vinculada à gestão
de mão de obra.
9) Estiva: atividade de movimentação de mercadorias nos conveses ou nos
porões das embarcações principais ou auxiliares, incluindo o transbordo,
arrumação, peação e despeação, bem como o carregamento e a descarga,
quando realizados com equipamentos de bordo.
10) Capatazia - Atividade de movimentação de mercadorias nas instalações
dentro do porto, compreendendo o recebimento, conferência, transporte
interno, abertura de volumes para a conferência aduaneira, manipulação,
arrumação e entrega, bem como o carregamento e descarga de
embarcações, quando efetuados por aparelhamento portuário.
11) Conferência de cargas: contagem de volumes, anotação de suas
características, procedência ou destino, verificação do estado das
mercadorias, assistência à pesagem, conferência do manifesto e demais
serviços correlatos, nas operações de carregamento e descarga de
embarcações;
12) Conserto de carga: reparo e restauração das embalagens de
mercadorias, nas operações de carregamento e descarga de
embarcações, reembalagem, marcação, remarcação, carimbagem,
etiquetagem, abertura de volumes para vistoria e posterior
recomposição;
13) Vigilância de embarcações: atividade de fiscalização da entrada e
saída de pessoas a bordo das embarcações atracadas ou fundeadas
ao largo, bem como da movimentação de mercadorias nos portalós,
rampas, porões, conveses, plataformas e em outros locais da
embarcação.
14) Bloco: atividade de limpeza e conservação de embarcações
mercantes e de seus tanques, incluindo batimento de ferrugem,
pintura, reparos de pequena monta e serviços correlatos.
15, 16 – Rebocadores, práticos –
trabalhadores aquaviários

17 – Guarda portuária – ISPS Code


(Organização Marítima
Internacional)
Instalações portuárias
• Máquinas, equipamentos, guindastes, portainers, galpões, piers, cais,
eclusas, quebra-mares, área de fundeio, terminais, etc.
A) Instalações e terminais de uso público
B e C) Instalações e terminais de uso privado dentro do porto
organizado – contrato de arrendamento
D e E – Instalações e terminais de uso privado fora do porto organizado
– autorização pela ANTAQ.
Porto de Santos
Itajaí x Navegantes
Lei 12.815/2013
• Art. 44. É facultada aos titulares de instalações portuárias sujeitas a
regime de autorização a contratação de trabalhadores a prazo
indeterminado, observado o disposto no contrato, convenção ou
acordo coletivo de trabalho.
IV. As relações de trabalho no porto
organizado
1. Princípio geral de hermenêutica: “in dubio pro sistemae”

Convenção 137 da OIT, art. 2º:


1. Incumbe á política nacional estimular todos os setores interessados
para que assegurem aos portuários, na medida do possível, um
emprego permanente ou regular.
2. Em todo caso, um mínimo de períodos de emprego ou um mínimo
de renda deve ser assegurado aos portuários, sendo que sua extensão
e natureza dependerão da situação econômica e social do país ou do
porto de que se tratar.
Lei 12.815/2013
Art. 43. A remuneração, a definição das funções, a composição dos
ternos, a multifuncionalidade e as demais condições do trabalho avulso
serão objeto de negociação entre as entidades representativas dos
trabalhadores portuários avulsos e dos operadores portuários.
Parágrafo único. A negociação prevista no caput contemplará a
garantia de renda mínima inserida no item 2 do Artigo 2 da
Convenção no 137 da Organização Internacional do Trabalho - OIT.
2. Formas de trabalho portuário dentro do
Porto Organizado
• Art. 40. O trabalho portuário de capatazia, estiva,
conferência de carga, conserto de carga, bloco e
vigilância de embarcações, nos portos organizados,
será realizado por trabalhadores portuários com
vínculo empregatício por prazo indeterminado e
por trabalhadores portuários avulsos.
• § 3º O operador portuário, nas atividades a que alude o
caput, não poderá locar ou tomar mão de obra sob o
regime de trabalho temporário de que trata a Lei nº 6.019,
de 3 de janeiro de 1974.
Contratação por prazo indeterminado no porto
organizado para as 6 fainas típicas
Art. 41, § 2º A contratação de trabalhadores portuários de capatazia, bloco, estiva, conferência
de carga, conserto de carga e vigilância de embarcações com vínculo empregatício por prazo
indeterminado será feita exclusivamente dentre trabalhadores portuários avulsos
registrados.

Lei 9.719/98, art. 3º, § 2o É vedado ao órgão gestor de mão-de-obra ceder trabalhador
portuário avulso cadastrado a operador portuário, em caráter permanente.

Conv. 137 OIT


Artigo 3
1. Registros serão estabelecidos e mantidos em dia para todas as categorias profissionais de portuários na
forma determinada pela legislação ou a prática nacionais.
2. Os portuários matriculados terão prioridade para a obtenção de trabalho nos portos.
3. Os portuários matriculados deverão estar prontos para trabalhar de acordo com o que for determinado
pela legislação ou a prática nacionais.
Orientação 1 CONATPA
• 1) CONTRATAÇÃO. PRAZO INDETERMINADO. Em regra, a contratação
por prazo indeterminado de trabalhadores portuários, inclusive de
capatazia e bloco, far-se-á entre os TPAs registrados no OGMO. Após
exaustivas tratativas e negociações, será possível, excepcionalmente,
a contratação de TPAs cadastrados. Em casos excepcionalíssimos,
comprovada a ausência de interesse de registrados e cadastrados,
poderá haver contratação de trabalhadores externos ao sistema,
sempre por intermédio do OGMO e após treinamento pelo OGMO.
Em todos os casos, a contratação deverá observar a média salarial da
categoria e poderá ser aceita mediante negociação coletiva
(ACT/CCT ou termo aditivo)
3. O cadastro e o registro
Art. 41. O órgão de gestão de mão de obra:
I - organizará e manterá cadastro de trabalhadores portuários habilitados ao desempenho das
atividades referidas no § 1º do art. 40; e
II - organizará e manterá o registro dos trabalhadores portuários avulsos.
§ 1º A inscrição no cadastro do trabalhador portuário dependerá
exclusivamente de prévia habilitação profissional do trabalhador
interessado, mediante treinamento realizado em entidade indicada
pelo órgão de gestão de mão de obra.

Lei 9.719/1998, Art. 4o É assegurado ao trabalhador portuário


avulso cadastrado no órgão gestor de mão-de-obra o direito de
concorrer à escala diária complementando a equipe de trabalho
do quadro dos registrados.
Registro
Art. 41
§ 2º O ingresso no registro do trabalhador portuário avulso depende de
prévia seleção e inscrição no cadastro de que trata o inciso I do caput ,
obedecidas a disponibilidade de vagas e a ordem cronológica de inscrição
no cadastro.

§ 3º A inscrição no cadastro e o registro do trabalhador portuário


extinguem-se por morte ou cancelamento. (obs: ADIs 1.770 e 1.721 -
aposentadoria não é causa automática de extinção do contrato de trabalho).

Art. 42. A seleção e o registro do trabalhador portuário avulso serão feitos


pelo órgão de gestão de mão de obra avulsa, de acordo com as normas
estabelecidas em contrato, convenção ou acordo coletivo de trabalho.
Registro - suspensão
Lei 9.719/1998
Art. 3o O órgão gestor de mão-de-obra manterá o registro do
trabalhador portuário avulso que:
I - for cedido ao operador portuário para trabalhar em caráter
permanente;
II - constituir ou se associar a cooperativa formada para se estabelecer
como operador portuário, na forma do art. 17 da Lei nº 8.630, de 1993.
§ 1o Enquanto durar a cessão ou a associação de que tratam os incisos
I e II deste artigo, o trabalhador deixará de concorrer à escala como
avulso.
4. Escalação do TPA -
Lei 9.719/98
Art. 5o A escalação do trabalhador portuário
avulso, em sistema de rodízio, será feita pelo
órgão gestor de mão-de-obra.
§ 1º O órgão gestor de mão de obra fará a
escalação de trabalhadores portuários avulsos
por meio eletrônico, de modo que o trabalhador
possa habilitar-se sem comparecer ao posto de
escalação. (Incluído pela Lei nº 14.047, de
2020)
§ 2º O meio eletrônico adotado para a escalação
de trabalhadores portuários avulsos deverá ser
inviolável e tecnicamente seguro. (Incluído
pela Lei nº 14.047, de 2020)
§ 3º Fica vedada a escalação presencial de
trabalhadores portuários.
Escala
Art. 6o Cabe ao operador portuário e ao órgão gestor de mão-de-obra verificar a presença, no local
de trabalho, dos trabalhadores constantes da escala diária.
Parágrafo único. Somente fará jus à remuneração o trabalhador avulso que, constante da escala
diária, estiver em efetivo serviço.

Art. 7o O órgão gestor de mão-de-obra deverá, quando exigido pela fiscalização do Ministério do
Trabalho e do INSS, exibir as listas de escalação diária dos trabalhadores portuários avulsos, por
operador portuário e por navio.
Parágrafo único. Caberá exclusivamente ao órgão gestor de mão-de-obra a responsabilidade pela
exatidão dos dados lançados nas listas diárias referidas no caput deste artigo, assegurando que não
haja preterição do trabalhador regularmente registrado e simultaneidade na escalação.

Art. 8o Na escalação diária do trabalhador portuário avulso deverá sempre ser observado um
intervalo mínimo de onze horas consecutivas entre duas jornadas, salvo em situações
excepcionais, constantes de acordo ou convenção coletiva de trabalho.
V. Direitos trabalhistas do trabalhador
portuário avulso (TPA)
CF, art. 7º, XXXIV – paridade

1. Sistemática remuneratória
Lei 9.719/98, Art. 2o Para os fins previstos no art. 1o desta Lei:
I - cabe ao operador portuário recolher ao órgão gestor de mão-de-obra os valores
devidos pelos serviços executados, referentes à remuneração por navio, acrescidos dos
percentuais relativos a décimo terceiro salário, férias, Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço - FGTS, encargos fiscais e previdenciários, no prazo de vinte e quatro horas da
realização do serviço, para viabilizar o pagamento ao trabalhador portuário avulso;

II - cabe ao órgão gestor de mão-de-obra efetuar o pagamento da remuneração pelos


serviços executados e das parcelas referentes a décimo terceiro salário e férias,
diretamente ao trabalhador portuário avulso.
§ 1o O pagamento da remuneração pelos serviços executados será feito no prazo de quarenta e
oito horas após o término do serviço.
§ 2o Para efeito do disposto no inciso II, o órgão gestor de mão-de-obra depositará as parcelas
referentes às férias e ao décimo terceiro salário, separada e respectivamente, em contas
individuais vinculadas, a serem abertas e movimentadas às suas expensas, especialmente para este
fim, em instituição bancária de sua livre escolha, sobre as quais deverão incidir rendimentos
mensais com base nos parâmetros fixados para atualização dos saldos dos depósitos de poupança.
§ 3o Os depósitos a que se refere o parágrafo anterior serão efetuados no dia 2 do mês seguinte ao
da prestação do serviço, prorrogado o prazo para o primeiro dia útil subseqüente se o vencimento
cair em dia em que não haja expediente bancário.
§ 4o O operador portuário e o órgão gestor de mão-de-obra são solidariamente responsáveis pelo
pagamento dos encargos trabalhistas, das contribuições previdenciárias e demais obrigações,
inclusive acessórias, devidas à Seguridade Social, arrecadadas pelo Instituto Nacional do Seguro
Social - INSS, vedada a invocação do benefício de ordem.
§ 5o Os prazos previstos neste artigo podem ser alterados mediante convenção coletiva firmada
entre entidades sindicais representativas dos trabalhadores e operadores portuários, observado o
prazo legal para recolhimento dos encargos fiscais, trabalhistas e previdenciários.
§ 6o A liberação das parcelas referentes à décimo terceiro salário e férias, depositadas nas contas
individuais vinculadas, e o recolhimento do FGTS e dos encargos fiscais e previdenciários serão
efetuados conforme regulamentação do Poder Executivo.
2. Duração do trabalho
• Lei 9.719/1998
Art. 8o Na escalação diária do trabalhador portuário avulso deverá sempre ser observado um
intervalo mínimo de onze horas consecutivas entre duas jornadas, salvo em situações excepcionais,
constantes de acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Lei 4.860/1965 – hora noturna: entre 19h e 7h.

OJ-SDI1-60 PORTUÁRIOS. HORA NOTURNA. HORAS EXTRAS. (LEI Nº 4.860/65, ARTS. 4º E 7º, § 5º).
(nova redação em decorrência da incorporação da Orientação Jurisprudencial nº 61 da SBDI-1, DJ
20.04.2005)
I - A hora noturna no regime de trabalho no porto, compreendida entre dezenove horas e sete horas
do dia seguinte, é de sessenta minutos.
II - Para o cálculo das horas extras prestadas pelos trabalhadores portuários, observar-se-á somente
o salário básico percebido, excluídos os adicionais de risco e produtividade. (ex-OJ nº 61 da SBDI-1 -
inserida em 14.03.94)
3. Adicional de risco portuário
OJ-SDI1-316 PORTUÁRIOS. ADICIONAL DE RISCO. LEI Nº 4.860/65. DJ
11.08.03. O adicional de risco dos portuários, previsto no art. 14 da Lei
nº 4.860/65, deve ser proporcional ao tempo efetivo no serviço
considerado sob risco e apenas concedido àqueles que prestam
serviços na área portuária.
4. Relações de trabalho portuário fora do
porto organizado
• SUM-309 VIGIA PORTUÁRIO. TERMINAL PRIVATIVO. NÃO
OBRIGATORIEDADE DE REQUISIÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19,
20 e 21.11.2003 Tratando-se de terminais privativos destinados à
navegação de cabotagem ou de longo curso, não é obrigatória a
requisição de vigia portuário indicado por sindicato.

• Lei 12.815/2013, Art. 44. É facultada aos titulares de instalações


portuárias sujeitas a regime de autorização a contratação de
trabalhadores a prazo indeterminado, observado o disposto no
contrato, convenção ou acordo coletivo de trabalho.
VI. Trabalho avulso fora do porto
• Leitura da Lei 12.023/09
• Intermediação pelo sindicato
• Negociação coletiva define remuneração, terno, etc
• Escalas segundo critérios objetivos, independentemente de filiação sindical
• O sindicato deve repassar aos trabalhadores, em 72 horas do arrecadamento, os valores
relativos à remuneração dos avulsos. Quanto aos tomadores de serviço, estes devem
efetuar o repasse do valor da mão de obra em 72 horas do encerramento do serviço e
recolher os valores devidos a título de FGTS, 13º (conta vinculada), férias (conta
vinculada), encargos fiscais, sociais e previdenciários, observados os prazos legais.
• Empresas tomadoras respondem solidariamente com os sindicatos pela efetiva
remuneração do trabalho contratado e são responsáveis pelo recolhimento dos encargos
fiscais e sociais, no limite do uso que fizerem do trabalho avulso intermediado pelo
sindicato. São responsáveis pelo fornecimento dos Equipamentos de Proteção Individual
e por zelar pelo cumprimento das normas de segurança no trabalho.

Você também pode gostar