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Disciplina
Administração e Economia na Atividade Cafeeira
Professor Autor
João Paulo Rezende Maciel
Diagramação
Igor Xavier de Magalhães Silva Brasil
Diagramação da Capa
Igor Xavier de Magalhães Silva Brasil
Muzambinho | MG
2013
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 4
1.1 Administração Rural.................................................................................. 8
1.2 Agronegócio.............................................................................................. 9
1.3 A Realidade Sócio-Econômica do Setor Primário ................................... 11
1.3.1 Ambiente Interno .............................................................................. 12
1.3.2 Ambiente Externo ............................................................................. 14
1.4 Ambiente Onde está Inserida a Empresa Rural ...................................... 17
1.4.1 Ambiente Operacional ...................................................................... 19
1.4.2 Ambiente Geral ................................................................................ 20
2. EMPRESA RURAL ....................................................................................... 22
2.1 A Empresa Rural e a Empresa Industrial/Comercial ............................... 29
2.2 Diversificação e Especialização .............................................................. 30
2.3 Vantagens e Desvantagens .................................................................... 32
2.3.1 Parcerias .......................................................................................... 32
2.4 O Empresário Rural ................................................................................ 36
3. PLANEJAMENTO – PARTE 1...................................................................... 43
3.1 Planejamento na Empresa Rura ............................................................. 45
3.2 Processo de Tomada de Decisões ......................................................... 46
3.2.1 Níveis Decisórios.............................................................................. 46
3.2.2 Fases da Decisão............................................................................. 47
3.2.3 Fatores que Afetam a Tomada de Decisão ...................................... 48
3.3 Princípios básicos ................................................................................... 49
3.4 Análise do Ambiente Empresarial ........................................................... 50
3.5 Organização na Empresa Rural .............................................................. 52
3.5.1 Recursos Físicos e Materiais ........................................................... 52
3.5.2 Recursos Humanos .......................................................................... 53
3.6 Direção na Empresa Rural...................................................................... 54
3.6.1 Comunicação ................................................................................... 55
3.6.2 Liderança ......................................................................................... 55
3.6.3 Motivação ......................................................................................... 56
3.7 Controles na Empresa Rural................................................................... 57
3.8 Fundamentos Importantes para o Empresário Rural .............................. 59
3.8.1 Legislação Trabalhista ..................................................................... 59
3.8.2 Política Agrícola ............................................................................... 59
4. PLANEJAMENTO – PARTE 2..................................................................... 62
4.1 Elaborando um Planejamento ................................................................. 64
4.1.1 Padronização dos Processos e Tarefas ........................................... 65
4.1.2 Melhorias de processos ................................................................... 66
4.1.3 Simulando com lavouras existentes ................................................. 69
4.1.4 Simulando com lavouras potenciais ................................................. 70
4.1.5 Definindo o processo produtivo ........................................................ 73
4.1.6 Apresentando o planejamento ......................................................... 81
4.1.7 Revisando o planejamento ............................................................... 81
5. CONTABILIDADE RURAL ........................................................................... 87
5.1. Fluxo de Caixa ....................................................................................... 89
5.2 Objetivo do Fluxo De Caixa .................................................................... 90
5.3 Medidas de Saneamento Financeiro ...................................................... 91
5.4 Capital de Giro ........................................................................................ 92
5.5 Estimativas de Capital de Giro ................................................................ 93
5.6 Fatores Redutores e Geradores de Capital de Giro ............................... 93
5.7 Custo de Produção ................................................................................. 94
6. COMERCIALIZAÇÃO ................................................................................. 104
6.1 Economia na Atividade Cafeeira ........................................................... 106
6.1.1 Importância da Comercialização .................................................... 107
6.1.2 O Conceito de Cadeias Produtivas ................................................ 111
6.1.3 Comercialização – Um Novo Enfoque............................................ 113
6.2 Instituições Envolvidas na Comercialização ......................................... 116
6.2.1 Intermediários Comerciantes ......................................................... 116
6.2.2 Intermediários Agentes .................................................................. 118
6.2.3 Organizações Auxiliares ................................................................. 118
6.3 Características e Vantagens do Processo de Intermediação ............... 120
6.4 Planejamento Financeiro e de Comercialização ................................... 121
6.4.1 Introdução ...................................................................................... 121
6.4.2 Fluxo de Caixa ............................................................................... 121
6.4.3 Mercado ......................................................................................... 122
6.5 Estruturas de Mercado.......................................................................... 125
6.5.1 Concorrência Perfeita..................................................................... 125
6.5.2 Mercado Monopolizado .................................................................. 126
6.5.3 Mercado Oligopolizado ................................................................... 127
6.6 Canais de Comercialização .................................................................. 128
6.7 Análise de Mercados ............................................................................ 130
1
INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO
Fonte: http://ucho.info/brasil-comemora-o-dia-nacional-do-cafe
4 1. INTRODUÇÃO
Palavra do Professor-autor
Caro estudante!
Uma coisa podemos ter certeza: de nada adianta querer apressar as
coisas. Tudo vem ao seu tempo, dentro do prazo que lhe foi previsto. Mas a
natureza humana não é muito paciente.
Temos pressa em tudo! Aí acontecem os atropelos do destino, aquela
situação que você mesmo provoca, por pura ansiedade de não aguardar o tempo
certo. Mas alguém poderia dizer: Mas qual é esse tempo certo?
Bom, basta observar os sinais. Geralmente quando alguma coisa está
para acontecer ou chegar até sua vida, pequenas manifestações do cotidiano,
enviarão sinais indicando o caminho certo.
Pode ser a palavra de um amigo, um texto lido, uma observação
qualquer. Mas com certeza, o sincronismo se encarregará de colocar você no
lugar certo, na hora certa, no momento certo, diante da situação ou da pessoa
certa! Basta você acreditar que nada acontece por acaso!
E talvez seja por isso que você esteja agora lendo essas linhas. Tente
observar melhor o que está a sua volta. Com certeza alguns desses sinais já
estão por perto, e você nem os notou ainda.
Lembre-se que o universo, sempre conspira a seu favor, quando você
possui um objetivo claro e uma disponibilidade de crescimento.
E agora chegou o momento de compartilhar os novos desafios da
Cafeicultura Moderna, através da difusão de tecnologia, da explosão da
informação e do reconhecimento dos trabalhadores como seres humanos.
Grande Abraço
1. INTRODUÇÃO 5
Apresentação da Disciplina
Devido à importância nas políticas desenvolvimentistas, a cafeicultura foi
marcada por um período protecionista, que visava, principalmente, à
sustentação do preço, o que estimulou a entrada de novos países, aumentando,
assim, a oferta de café no mercado mundial. Essas políticas também preteriram
por longo tempo a gestão eficiente das empresas cafeeiras, bem como seus
planejamentos em longo prazo.
Nas duas últimas décadas, as políticas regulamentadoras vêm se
alterando, os acordos são mais indiretos e a intervenção estatal não mais é
significativa como em outros tempos. A extinção das cláusulas econômicas da
organização Internacional do Café (OIC), em 1989 e do Instituto Brasileiro do
Café (IBC), em 1990, acabaram com os mecanismos e políticas de proteção e
garantia dos preços. Essas e outras mudanças ocorridas nos âmbitos político,
econômico e institucional brasileiro e mundial expuseram a cafeicultura nacional
a um ambiente de elevada competitividade. A retirada do governo desse setor
da economia conduziu a uma maior instabilidade dos mercados e,
consequentemente, à exposição do setor a algo mais próximo do livre comércio.
Completando a conjuntura cafeeira atual, adiciona-se o fato de o café
ser, entre outras commodities negociadas, uma das que apresentam maior
volatilidade. Essa característica é vista como um dos maiores problemas
enfrentados pelos produtores. Ademais, a imprevisibilidade das variáveis
climáticas, a existência de pragas e doenças e outros fatores são fontes de
incerteza.
A incerteza inerente a essa atividade torna o processo de tomada de
decisões mais complexo. O planejamento, seja no âmbito operacional, seja
relacionado à comercialização, tanto de insumos quanto da produção, direciona
melhor as análises e, consequentemente, as tarefas e as atividades terão
maiores possibilidades de convergir para resultados mais favoráveis.
Nesse novo contexto, a cafeicultura deverá se transformar, tanto em sua
estrutura quanto em sua dinâmica. Essa transformação deve objetivar maior
competitividade e desenvolvimento sustentado. Esses objetivos devem ser
alcançados em todos os elos da cadeia produtiva do café.
Objetivos
6 1. INTRODUÇÃO
Ao final desta aula, você, aluno (a) do curso Técnico em Cafeicultura, deverá
ser capaz de:
Identificar o conceito sobre administração rural e suas finalidades
Buscar a resolução dos problemas que surgem na condução da
fazenda
1. INTRODUÇÃO 7
1.1 Administração Rural
ATENÇÃO!!!
Administração é a tomada de decisão sobre recursos disponíveis,
trabalhando com e através de pessoas para atingir objetivos, é o gerenciamento
de uma organização, levando em conta as informações fornecidas por outros
profissionais e também pensando previamente as consequências de suas
decisões. É também a ciência social que estuda e sistematiza as práticas usadas
para administrar.
Fonte: http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=32402
8 1. INTRODUÇÃO
1.2 Agronegócio
PRESTE BASTANTE ATENÇÃO!
Agronegócio também chamado de agribusiness, é o conjunto de
negócios relacionados à agricultura dentro do ponto de vista econômico.
Costuma-se dividir o estudo do agronegócio em três partes. A primeira parte trata
dos negócios agropecuários propriamente ditos (ou de "dentro da porteira") que
representam os produtores rurais, sejam eles pequenos, médios ou grandes
produtores, constituídos na forma de pessoas físicas (fazendeiros ou
camponeses) ou de pessoas jurídicas (empresas).
Na segunda parte, os negócios à montante (ou "da pré-porteira") aos da
agropecuária, representados pelas indústrias e comércios que fornecem
insumos para a produção rural. Por exemplo, os fabricantes de fertilizantes,
defensivos químicos, equipamentos, etc. E, na terceira parte, estão os negócios
à jusante dos negócios agropecuários, ou de "pós-porteira", onde estão a
compra, transporte, beneficiamento e venda dos produtos agropecuários, até
chegar ao consumidor final. Enquadram-se nesta definição os frigoríficos, as
indústrias têxteis e calçadistas, empacotadores, supermercados e distribuidores
de alimentos.
VAMOS ENTENDER!!
A definição correta de agronegócio é muito mais antiga do que se
imagina e incorpora qualquer tipo de empresa rural. Em 1957, dois
pesquisadores americanos reconheceram que não seria mais adequado analisar
a economia nos moldes tradicionais, com setores isolados que fabricavam
insumos, processavam os produtos e os comercializavam.
Fonte: http://logisticaetransportes.blogspot.com
1. INTRODUÇÃO 9
O agronegócio é um conjunto de empresas que produzem insumos
agrícolas, as propriedades rurais, as empresas de processamento e toda a
distribuição. No Brasil o termo é usado quando se refere a um tipo especial de
produção agrícola, caracterizada pela agricultura em grande escala, baseada no
plantio ou na criação de rebanhos e em grandes extensões de terra. Estes
negócios, via de regra, se fundamentam na propriedade latifundiária bem como
na prática de arrendamentos.
O termo inclui todos os setores relacionados às plantações e às criações
de animais, como comércio de sementes e de máquinas e equipamentos, as
indústrias agrícolas, os abatedouros, o transporte da produção e as atividades
voltadas à distribuição. Este tipo de produção agrícola também é chamada de
agribusiness ou agrobusiness. ( WIKIPÉDIA, 2009).
10 1. INTRODUÇÃO
Davis e Goldberg (1957) definem, o agronegócio como sendo 'a soma
total das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas; das
operações de produção na fazenda; do armazenamento, processamento e
distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles'. Este
conceito procura abarcar todos os vínculos intersetoriais do setor agrícola,
deslocando o centro de análise de dentro para fora da fazenda, substituindo a
análise parcial dos estudos sobre economia agrícola pela análise sistêmica da
agricultura.
Fonte: br.olhares.com/antiga
1. INTRODUÇÃO 11
Fonte:eliabesilvapb.blogspot.co Fonte:prestesaressurgir.blogspot.com
CURIOSIDADE!
Fonte: www.revistacafeicultura.com.br
12 1. INTRODUÇÃO
Fonte: quiprona.wordpress.com
VAMOS ESTUDAR?
A) DESCAPITALIZAÇÃO
Refere-se à perda do poder aquisitivo. Comparando o que se comprava
em anos anteriores com o que se compra hoje, mantida a mesma produção, é a
perda do valor do patrimônio, em função da falta de investimentos.
E) ÊXODO RURAL
O homem, proprietário ou trabalhador rural, desmotivado com sua
atividade e resultados econômicos obtidos, sem compreensão do cenário atual
para o setor, é atraído para as cidades, levando consigo a ilusão de melhoria de
1. INTRODUÇÃO 13
vida. As consequências são o inchaço das cidades e a falta de mão de obra no
setor rural, ocasionando graves problemas sociais, principalmente nos grandes
centros.
F) INDIVIDUALISMO
Fonte: familias-online.blogspot.com
14 1. INTRODUÇÃO
Fonte: g1.globo.com/Noticias/Economia
MUITA ATENÇÃO!!
O consumo de café no Brasil em 2009 aumentou 740 mil sacas e saltou
de 17,65 milhões, em 2008, para 18,39 milhões de sacas. Esse crescimento de
4,15% superou até mesmo as expectativas iniciais da ABIC – Associação
Brasileira da Indústria de Café, que eram de uma elevação de 3%.
1. INTRODUÇÃO 15
B) POLÍTICAS PÚBLICAS
Normalmente estas não atendem ou não estão voltadas para os
objetivos do produtor rural, como consequência da desorganização política do
próprio setor, que não consegue uma participação ativa em suas elaborações.
C) CONCENTRAÇÃO DE CAPITAL
Há uma transferência permanente de recursos do setor rural para o setor
urbano, o que acentua a dependência ao capital externo.
D) MERCADO
Os subsídios, as restrições e o protecionismo de mercado têm dificultado
o setor agropecuário. Produtos vindos de mercados altamente subsidiados têm
impacto sobre o produtor brasileiro, gerando uma competição desigual, em
benefício de produtores de outros países.
E) TECNOLOGIAS
A geração e difusão de tecnologias não estão atingindo de forma
adequada o produtor rural. A assistência técnica e os órgãos de geração e
difusão de tecnologias deveriam repensar seus modelos de atuação para serem
mais eficazes.
F) BLOCOS ECONÔMICOS
A formação de blocos econômicos é hoje uma realidade com a qual
todos os setores terão que conviver. Encontrar formas de se integrar é de
fundamental importância para que o produtor rural saiba se localizar no contexto
dos referidos blocos.
G) AGROINDÚSTRIA
A agroindústria é um passo importante, para que a atividade rural se
viabilize, através da agregação de valor ao produto.
H) CADEIA AGROINDUSTRIAL
Devido à falta de representação política, ineficiência na atividade e
formas de comercialização deficitárias dentre outras, o produtor rural vem se
16 1. INTRODUÇÃO
tornando o elo mais fraco desta cadeia. Precisa conhecer e entender melhor a
cadeia produtiva de sua atividade.
Fonte: www.galizacig.com/actualidade
1. INTRODUÇÃO 17
viver. Não há uma resposta certa, mas muitas áreas da ciência têm tentado
buscar respostas.
Sob o ponto de vista da ciência da administração, as pessoas estão
organizadas em grupos, formando comunidades, instituições, organizações,
empresas, times, equipes etc. Esses grupos se organizam, normalmente, em um
espaço com um endereço, sob determinadas regras e normas e expressas em
escrituras, consórcios, contratos, alvarás, cadastros de pessoas físicas ou
jurídicas, inscrições estaduais, estatutos, regimentos dentre outros. Com um
nome e uma razão social, esse grupo de organiza para prestar serviços, que
pode ser direto para uma outra pessoa, caracterizando como uma prestação de
serviço, ou prestando seus serviços junto a um objeto ou matéria, o que
caracteriza como produção de um determinado produto, ou agregando valor a
uma matéria ou um produto já acabado.
Produzindo coisas, ou prestando serviços, os grupos criam algo de valor
para outras pessoas, com as quais efetivam trocas e têm suas necessidades,
interesses e desejos atendidos. Em tempo remotos os grupos tentavam ser auto-
suficientes, consumindo apenas o que produziam, mas após o século XVI era do
renascimento e dos descobrimentos, o sistema cartesiano permitiu o maior
aproveitamento dos talentos em suas competências e intensificaram suas trocas.
No mundo moderno, onde a população dobra a cada 35 anos, a
competição para prestar serviços e criar valor de troca aumentou
significativamente. Atualmente, trabalhador produz alimento para oitenta
pessoas e, há um século, produzia para quatro pessoas.
Hoje na era da informação, o consumidor passou a entender mais sobre
os produtos e serviços e a exigir mais qualidade e baixo custo o que obriga as
pessoas, enquanto grupos prestadores de serviços, serem mais competentes,
eficientes e eficazes.
Essa obrigação não é diferente para as organizações que se propõem a
produzir alimentos e demais produtos do setor rural. As organizações, empresas
ou propriedades rurais que se propõem a produzir café também estão obrigadas
a produzir com competência de forma eficiente e eficaz, ou correm o risco de
não de encontrarem pessoas que estejam dispostas a pagarem os custos que
tiveram para produzir.
18 1. INTRODUÇÃO
Nesse sentido, para que possamos ser competentes precisamos,
primeiro, conhecer o contexto ou o mundo em que nossa empresa ou
propriedade está inserida. Vamos denominar este mundo como sendo o
ambiente da nossa propriedade.
Ambiente é todo universo que envolve externamente a empresa. É a
sociedade, constituída de outras empresas, grupos sócias, população, o
ecossistema, as regras, as normas e as leis. É do ambiente que as empresas
obtêm recursos e informações para o seu funcionamento, e é nele que colocam
os produtos resultantes de suas operações.
Fonte: www.ruralcentro.com.br/analises/1580/administracao-rural
1. INTRODUÇÃO 19
Regulamentadores: são os órgãos de governo, associações e
sindicatos que impõem controles, limitações ou restrições às
atividades da empresa rural.
Fonte: http://cidadesaopaulo.olx.com.br/ambiente-operacional-iid-162391439
20 1. INTRODUÇÃO
Variáveis demográficas: referem-se às características da
população, tais como, taxa de crescimento, raça, religião,
distribuição geográfica, sexo e idade. As variáveis demográficas se
revestem de importância, no que se refere à oferta e demanda de
mão-de-obra;
Variáveis ecológicas: referem-se ao ecossistema, que é
composto pelo solo, vegetação, clima e recursos hídricos, entre
outras, que para o setor rural se revestem de primordial
importância, uma vez que determinam e condicionam todo o
processo produtivo.
RESUMINDO
AVALIAÇÃO
1. INTRODUÇÃO 21
2
EMPRESA RURAL
2. EMPRESA RURAL
Fonte: excelenciacafe.simi.org.br
22 2. EMPRESA RURAL
Objetivos
Ao final desta aula, você, aluno (a) do curso Técnico em Cafeicultura,
deverá ser capaz de:
Identificar que a empresa rural exige tomada de decisões e que o
empresário rural eficaz é aquele que busca resolver tanto
problemas corriqueiros, do dia-a-dia, quanto os de grande
repercussão.
2. EMPRESA RURAL 23
ATENÇÃO!
Empresa Rural é uma unidade produtiva que combina fatores de
produção: terra, trabalho e capital. Os fatores, geridos pela administração, visam
atingir os objetivos empresariais, como a sobrevivência, o crescimento, o
desenvolvimento, o prestígio e o lucro.
Fonte:www1.caseih.com/brazil
24 2. EMPRESA RURAL
Fonte: portal.mda.gov.br Fonte: www.sarpa.com.br
2. EMPRESA RURAL 25
se fosse o elo de uma grande corrente interligada. As ações de qualquer um dos
elos repercutem na corrente como um todo.
Cada cadeia produtiva tem suas peculiaridades e características, o que
não é diferente no agronegócio. Com um grande número de unidades produtivas
no setor rural, o agronegócio é dependente de uma série de fatores, alguns
controláveis e outros totalmente incontroláveis. Administradores precisam
conhecer esses fatores e tomar decisões no sentido de aproveitar as
oportunidades, ou minimizar os efeitos das ameaças que podem representar.
A seguir, descreveremos uma série de fatores de devem ser
constantemente considerados nos processos de tomadas de decisões dos
administradores que atuam no setor rural e, em especial, nas propriedades
cafeeiras.
Características, como dependência do clima, estacionalidade da
produção, perecibilidade dos produtos, dependência de condições biológicas e
tempo de produção maior que o tempo de trabalho, requerem do administrador
uma análise cuidadosa de seus efeitos nas organizações do agronegócio e,
consequentemente, do uso dos instrumentos da administração.
26 2. EMPRESA RURAL
conseguindo espécies animais e variedades vegetais mais precoces e
produtivas, mas ainda assim, sujeitas às condições biológicas.
Tempo de produção maior que o tempo de trabalho: o processo
produtivo agropecuário se desenvolve, em algumas de suas fases,
independentemente da existência da prestação de serviços. Depois de plantar e
fazer os tratos culturais é preciso esperar para que, naturalmente, as plantas
cresçam e produzam, não necessitando nenhum serviço até a colheita. Na
maioria dos outros setores, somente o trabalho modifica a produção, e assim,
pode se dizer que o tempo de produção de um determinado bem é igual ao tempo
de trabalho consumido na obtenção do produto final. Essa característica gera um
tempo se ocioso na propriedade, o que depende de serviços temporários ou
diversificação de atividades para ocupação da mão-de-obra.
Produtos perecíveis: diversos produtos agrícolas e pecuários são
perecíveis, o que condiciona a utilização de técnicas específicas de conservação
e de planejamento da produção e da distribuição.
Terra como participante da produção: na agropecuária a terra não é
apenas um suporte para o estabelecimento de atividades produtivas, ao
contrário, na maioria das explorações agropecuárias, participa diretamente do
ciclo produtivo. Assim é importante conhecê-la e analisá-la em suas condições
químicas, físicas, biológicas e topográficas.
Trabalho disperso e ao ar livre: no setor rural, normalmente, não existe
um fluxo contínuo de produção, como na indústria, e uma tarefa pode não
depender da outra. As atividades estão dispersas por toda a empresa, podendo
ocorrer em locais distantes um do outro. Não há relação direta, por exemplo,
entre o trabalho executado por uma equipe que reforma as cercas da
propriedade com outra que faz a colheita do café. Essas situações exigem do
empresário rigorosas ações de planejamento, organização, direção e controle.
Outra característica que se constata no setor rural é o trabalho ao ar livre.
Positiva sob certos aspectos esta característica se reveste de aspectos
negativos, como a sujeição ao frio, ao calor e às chuvas. O trabalho disperso e
ao ar livre induzem a uma menor produtividade do trabalhador rural.
Incidência de riscos: toda e qualquer atividade econômica está sujeita
a riscos, na agropecuária os riscos assumem maiores proporções, pois as
explorações podem ser afetadas por problemas causados pelo clima (seca,
2. EMPRESA RURAL 27
geada e granizo), pelo ataque de pragas e moléstias e pelas flutuações dos
preços de seus produtos. São os riscos climáticos, biológicos e econômicos.
Sistema de competição econômica: a agropecuária apresenta um
sistema de competição muito peculiar, com a existência de um grande número
de produtores e consumidores; a quantidade produzida, em cada Unidade de
produção, é relativamente pequena, se confrontada entre si, uma camisa, por
exemplo pode se apresentar de vários modelos, estampas e cores, já o café tipo
6, bebida dura, tem as mesmas características; a entrada e saída, no negócio,
pouco altera a oferta total. A consequência da conjugação desses fatores é que,
isoladamente, o empresário rural não consegue colocar preços em seus
produtos, os quais são ditados pelo mercado, e que podem ser até inferiores aos
custos de produção.
Produtos não uniformes: na agropecuária, ao contrário da indústria, há
dificuldades em se obter produtos uniformes quanto à forma, tamanho e
qualidade. Esse fato decorre das condições biológicas e climáticas e acarreta,
para o empresário rural, custos adicionais com classificação e padronização,
além de receitas mais baixas, em razão do menor valor dos produtos não
padronizados.
Alto custo de saída e/ou entrada no negócio agrícola: algumas
explorações exigem altos investimentos em benfeitorias e máquinas e, portanto,
condições adversas de preço e mercado devem ser suportadas a curto prazo,
pois o prejuízo, ao abandonar a exploração, poderá ser maior. A cultura de café
e a pecuária leiteira podem ser consideradas como explorações de custo alto de
entrada/saída, enquanto que, culturas anuais – milho e soja, por exemplo – são
condições de menor custo entrada/saída.
Por meio da análise dessas características observa-se que seus
defeitos, isolados ou não, são mais prejudiciais que benéficos em se tratando de
administração ou propriedades rurais. Dessa forma, o cafeicultor deve assumir
ações administrativas eficazes, para atenuar e modificar os efeitos prejudiciais
de cada característica, ajustando as decisões às condições peculiares do setor.
Levantados os aspectos favoráveis e desfavoráveis, a propriedade rural
deve ser considerada como uma opção de investimento. De qualquer forma,
antes de tomar qualquer decisão, o investidor deve analisar suas preferências
pessoais. Investir em um negócio sem atrativo pessoal é um obstáculo ao
28 2. EMPRESA RURAL
sucesso. Outro aspecto a se considerar é identificar a propriedade rural como
um agente econômico, distinta do produtor. A forma pela qual a maioria das
propriedades é obtida no Brasil – herança – faz com que os empresários percam
este sentido de duplicidade, entre eles e suas propriedades.
2. EMPRESA RURAL 29
O administrador de uma empresa rural deve ter conhecimentos
amplos sobre a atividade que desenvolve ou pretende desenvolver;
O administrador deve, necessariamente, estar em contato direto
com a sua empresa rural.
30 2. EMPRESA RURAL
Os fatores que podem determinar a especialização ou a diversificação
são:
Fatores físicos: solo, clima, topografia, geografia, etc;
Fatores biológicos: variedades de plantas ou raças de animais,
pragas, doenças, plantas daninhas, etc;
Fatores econômicos: número de explorações, preço e custo, renda
e preferência de consumidores, etc;
Fonte:www.facadiferente.sebrae.com.br
2. EMPRESA RURAL 31
2.3 Vantagens e Desvantagens
Maior Maior
Menor risco dificuldade facilidade Maior risco
administrativa administrativa
2.3.1 Parcerias
A parceria é uma cooperação formal ou informal entre empresários
rurais, em busca de aperfeiçoar a utilização dos recursos disponíveis, elevando
assim a produção e a produtividade.
Diversos motivos ainda dificultam a adoção de parcerias rurais em maior
escala e em níveis empresariais, sendo a maioria deles relacionados com a falta
32 2. EMPRESA RURAL
de conhecimento de como utilizá-las, resistência, desconfiança e
tradicionalismo.
Um exemplo de parceria ocorre em algumas empresas rurais do Sul e
Zona da Mata de Minas Gerais, onde o processo produtivo da cafeicultura é
dividido em duas partes. O proprietário entrega ao parceiro a responsabilidade
pela operacionalização da produção, que arca com 50% dos insumos e
despesas com secagem, beneficiamento e armazenagem do produto, ficando
com 40% da produção. O proprietário, por sua vez, fica com 60% da produção e
os outros 50% das despesas. Outras formas importantes de parceria são o
associativismo e o cooperativismo.
Fonte: geotecnologias.wordpress.com
2. EMPRESA RURAL 33
Fonte:a2comunicacao.wordpress.com
34 2. EMPRESA RURAL
desenvolvimento dos países do chamado Primeiro Mundo se deva ao
subdesenvolvimento em outras áreas. É preciso, portanto, a adoção de um
projeto político nacional coordenado, baseado na disseminação de experiências
fundamentadas no desenvolvimento humano e nas potencialidades locais, que
visem tirar da exclusão social a população marginalizada, incorporando-a ao
processo produtivo.
A agroecologia, na medida em que possui como premissa básica uma
produção agrícola que não agrida o meio ambiente, resgata a lógica da
complexidade presente nas sociedades camponesas tradicionais, integrando
propostas agroecológicas com outras voltadas ao desenvolvimento da
agricultura familiar, a qual, em função da escala, favorece a conciliação entre a
complexidade desejada e a supervisão e controle do processo de trabalho
necessários.
Essa integração reforça a proposta de ação local como alternativa para
o desenvolvimento sustentável, pois, tendo em vista que os agricultores
familiares possuem um envolvimento local, viabilizam-se os mercados locais a
partir de uma aproximação e orquestramento de interesses entre produtores,
comerciantes e consumidores locais.
Isso é relevante na medida em que o processo de adoção de
sistemas agroecológicos de produção não pode ser considerado como
dependente exclusivamente da decisão do agricultor, devendo ser levado
em consideração o contexto sócio-político em que o processo ocorre.
Assim, a aproximação entre produtores, comerciantes e consumidores
locais, ao revelar interesses comuns, amplia o espectro de pessoas
envolvidas e comprometidas com a proposta de desenvolvimento
sustentável anteriormente comentada.
2. EMPRESA RURAL 35
Fonte: gouvealobato.wordpress.com
36 2. EMPRESA RURAL
Fonte: agrogestao.com
2. EMPRESA RURAL 37
métodos e procedimentos práticos e de conduzir pessoas, visando
o alcance dos objetivos planejados. A facilidade em se relacionar
determina a capacidade de convivência e de comunicação entre as
pessoas, e são vitais no exercício da liderança;
Espírito empreendedor – o empresário rural de sucesso deve
possuir capacidade de transformar ideias em ações concretas;
Otimismo – é a capacidade que o empresário rural deve possuir
de enxergar, transmitir e operacionalizar sucesso.
Desenvolvimento Humano
Fonte: www.rc.unesp.br
38 2. EMPRESA RURAL
Fonte: www.pi10.com.br
PRESTE ATENÇÃO!
As principais razões de insolvências e falências das empresas rurais são:
2. EMPRESA RURAL 39
investimentos, controle de contas a pagar e a receber, demonstrativos de
resultados, balanço patrimonial, etc.
O diário, conforme o nome está dizendo, é um lugar para registrar todas
as operações realizadas no dia. Numa grande empresa isso é de
responsabilidade do chefe de escritório e pode ser realizado por meio eletrônico.
Em uma pequena e média propriedade o diário pode ser realizado em um
caderno, ou livro caixa, onde devem ser registradas a data, a operação realizada
e as respectivas quantidades e valores. O diário é fundamental para que todas
as operações sejam registradas e é de fonte de informações para o fluxo de
caixa e os demonstrativos de resultados.
O fluxo de caixa é um instrumento para registrar as entradas e saídas de
recursos financeiros na empresa e deve ser usado como instrumento de
planejamento e de controle. Deve-se sempre fazer uma previsão do caixa para,
pelo menos, os próximos três meses e acompanhar a realidade do caixa no dia-
a-dia. O controle do fluxo de caixa permite verificar a necessidade de
suprimentos de caixa, prevendo a necessidade de empréstimos e
financiamentos, os quais devem ser negociados com antecedência para maior
poder de negociação.
Um plano de contas bem estruturado é um instrumento que em muito
auxilia o tomador de decisões. Deve ser planejado com centros de lucro, que se
relacionam às atividades que geram receitas e despesas, como café, milho, leite,
com centros de custos para os setores que só geram custos, como os tratores,
escritórios e as unidades de processamentos. Receitas são as entradas de
dinheiros provenientes da venda de produtos e subprodutos agropecuários como
leite, café, esterco, vacas de descarte, entre outros, da prestação de serviços
como aluguel de máquinas e equipamentos, do arrendamento de áreas e da
aplicação de recursos financeiros no mercado de capitais. Algumas atividades
apresentam estacionalidade de receitas, em razão das épocas de safras, e
outras, apresentam receitas distribuídas ao longo do ano.
40 2. EMPRESA RURAL
Fonte: www.gxp.com.br/2010/12/08/olavo-barbosa-e-capa-da-globo-rural
2. EMPRESA RURAL 41
empresa uma serie de condicionantes, possíveis apenas para grandes
empresas.
No mundo de hoje, onde a competição é acirrada, o mercado exigente,
taxas de juros elevadas e possibilidades de lucro cada vez menores, uma gestão
financeira profissionalizante é determinante para o sucesso ou fracasso de uma
propriedade rural. Planejamentos e controles financeiros são indispensáveis
para o sucesso de qualquer empreendimento.
RESUMINDO...
A empresa rural é a unidade de produção que possui elevado nível de
capital de exploração e alto grau de comercialização, tendo como objetivos
técnicos a sobrevivência, o crescimento e a busca do lucro, sendo que os
riscos, fenômeno inerente a todas atividades econômicas, porém assumem
maiores proporções nas atividades agropecuárias, tendo como exemplos
a seca, chuva em excesso, o granizo, a geada, o ataque de pragas e
moléstias e principalmente a dependência das oscilações de preços no
mercado.
AVALIAÇÃO
1) Para você aluno (a), cite 4 qualidades de um empresário de sucesso.
42 2. EMPRESA RURAL
3
PLANEJAMENTO
PARTE 1
3. PLANEJAMENTO – PARTE 1
3. PLANEJAMENTO – PARTE 1 43
Objetivos
44 3. PLANEJAMENTO – PARTE 1
QUERIDOS ALUNOS VAMOS APRENDER A PLANEJAR
3. PLANEJAMENTO – PARTE 1 45
Fonte: www.objetivos.pro.br Fonte: www.simplessolucoes.com.br
46 3. PLANEJAMENTO – PARTE 1
além e aquém da porteira. Essas ações ocupam-se de “o que
produzir, quanto produzir e o que preservar”;
Gerencial: são ações que dependem das decisões técnicas, e do
uso adequado de tecnologia. Ocupam-se com o “como produzir”;
Operacional: essas ações ocupam-se de “quando produzir”,
“onde produzir” e “quem produzirá”. São ações realizadas na
empresa rural, e são de responsabilidade exclusiva do empresário
rural.
Fonte: www.negocios-oportunidades.com.br
3. PLANEJAMENTO – PARTE 1 47
3.2.3 Fatores que Afetam a Tomada de Decisão
Fonte: www.blogdosantinha.com
VAMOS ESTUDAR!!
Fonte: www.abic.com.br
Conhecimento do Negócio
Devido ao vínculo das empresas rurais com o mercado, torna-se
indispensável aos empresários o pleno conhecimento do seu negócio. É
importante o conhecimento das novas tecnologias, através de estudos e
48 3. PLANEJAMENTO – PARTE 1
pesquisas desenvolvidas em cada área e, acima de tudo, o total domínio dos
processos de produção e gestão utilizados em sua empresa e as possíveis
interligações entre as atividades desenvolvidas.
Recursos Naturais
Os recursos naturais existentes na empresa e seu bom conhecimento
permite ao empresário saber quais atividades se adaptam ao clima, solo,
vegetação e recursos hídricos existentes. Também permitirão a programação de
infraestrutura e tecnologias para superar as deficiências existentes.
Infraestrutura
A infraestrutura de produção existente na empresa rural pode se
constituir em um dos maiores entraves para possíveis mudanças no
direcionamento dos objetivos da empresa.
Recursos Humanos
É de fundamental importância, na tomada de decisão, a participação e
comprometimento de todas as pessoas ligadas à empresa, considerando seu
grau de conhecimento e responsabilidade. As pessoas
encarregadas da execução de tarefas devem possuir
qualificação adequada e/ou serem treinadas para
desempenhá-las.
Fonte: alinedornelas.blogspot.com
Fonte: sagaz.wordpress.com
3. PLANEJAMENTO – PARTE 1 49
VAMOS APRENDER MAIS!
Definição dos objetivos: os objetivos devem ser claros, pois a função
do planejamento é determinar como os objetivos poderão ser alcançados.
Unidade: o planejamento deve ser composto por planos específicos.
Continuidade: o planejamento é um processo contínuo, pois permite
que se programe uma atividade por um tempo superior ao seu ciclo de produção.
Flexibilidade: o planejamento é flexível para se moldar às novas
situações. Toda e qualquer atividade planejada não deve ser executada segundo
normas rígidas, pois acontecimentos posteriores ao planejamento inicial devem
ser considerados porque influenciarão nos resultados da atividade.
Precisão: o planejamento deverá atingir ao máximo a precisão. Deve-
se estar sempre atento para intervenções, a qualquer tempo, visando corrigir
possíveis falhas.
Período de planejamento: o planejamento deve ser elaborado
previamente ao primeiro evento a ser executado.
50 3. PLANEJAMENTO – PARTE 1
ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
Estratégia é a mobilização de todos os recursos da empresa rural,
visando o alcance de seus objetivos. É definida no nível mais elevado da
empresa, baseando-se no crescimento do ambiente empresarial e no ambiente
interno da empresa (recursos humanos, tecnologia, estrutura e habilidades
administrativas).
Para estabelecer estratégias deve-se identificar e analisar as
oportunidades e ameaças do ambiente e os pontos fortes e fracos da
propriedade rural.
Modelo geral de formulação de estratégias, feita a identificação e análise
da empresa rural, pode-se destacar quatro estratégias básicas relacionadas ao
ambiente:
Estratégia de Sobrevivência
Caracteriza-se por uma postura defensiva que se limita ao
conhecimento dos pontos fracos da empresa, das ameaças do
ambiente e na minimização desses fatores no seu desempenho.
Seus desdobramentos são, por exemplo:
- Parar de crescer;
- Parar as atividades deficitárias;
- Vender os recursos que não estão sendo utilizados
adequadamente, inclusive a terra;
- Focalizar atividades rentáveis;
- Adequar a produção a novos sistemas produtivos.
Estratégia de Crescimento
Caracteriza-se por uma postura cautelosa que se dedica à
exploração das oportunidades do ambiente e ao conhecimento dos
pontos fracos da empresa e na minimização dos seus efeitos.
Estratégia de Manutenção
3. PLANEJAMENTO – PARTE 1 51
Caracteriza-se por uma postura cautelosa que se dedica à
exploração dos pontos fortes da empresa e ao conhecimento das
ameaças do ambiente e na minimização dos seus efeitos.
Estratégia de Desenvolvimento:
Caracteriza-se por uma postura ofensiva que se dedica à
exploração dos pontos fortes da empresa e das oportunidades do
ambiente e a maximização dos seus efeitos.
Fonte: www.figueiradigital.com
52 3. PLANEJAMENTO – PARTE 1
Materiais do mesmo tipo devem ser mantidos no mesmo lugar;
A manutenção e conservação de benfeitorias, máquinas e
equipamentos, visando aumentar sua vida útil.
Fonte: laertemaues.wordpress.com
Fonte: vilamulher.terra.com.br
3. PLANEJAMENTO – PARTE 1 53
MUITO IMPORTANTE!
Os organogramas das empresas rurais evidenciam a estrutura e
hierarquia dos diversos cargos existentes nas empresas.
Empresas rurais com pequeno número de empregados, sob a ordem
direta do proprietário, podem ser representadas por organogramas simples,
conforme o exemplo a seguir:
Proprietário
Administrador
Fonte: clubefisica-esct.forumeiros.co
54 3. PLANEJAMENTO – PARTE 1
Fonte: informecorporativo.wordpress.com
3.6.1 Comunicação
ATENÇÃO! VAMOS SEMPRE COMUNICAR
A troca de informações e transmissão de ordens entre pessoas constitui-
se em comunicação.
A comunicação deve ser clara, com mensagens simples, que possam
ser bem compreendidas. As pessoas que se comunicam devem saber ouvir e
evitar que formas de expressão e emissão de conceitos prejudiquem os objetivos
da comunicação.
Na transmissão das informações necessárias para a realização da
tarefa, deve-se primar pela objetividade sem atingir a rispidez.
3.6.2 Liderança
A influência exercida sobre as pessoas visando atingir os objetivos
definidos, caracteriza-se como liderança.
São características de um líder:
Visão do ambiente e do negócio;
Comprometimento;
Comunicação;
Integridade;
Intuição;
3. PLANEJAMENTO – PARTE 1 55
Conhecimento da realidade;
Legitimidade, em caso de liderança formal.
Líder Chefão
1. Diz “nós, fazemos” 1. Diz “eu, faço”
2. Sugere, orienta 2.Manda, comanda
3. Inspira confiança 3. Inspira medo
4. Está com o grupo 4. Isola-se do grupo
5. Confia 5. Desconfia
6. Assiste 6. Compete
7. Tem interesse pelas pessoas 7. Tem interesse exclusivo para o
trabalho
8. É disposto a escutar 8. É pouco disposto a escutar
9. Leva em consideração as 9. Não considera as diferenças
diferenças individuais individuais
10. É educado 10. É grosseiro
11. Analisa as causas do problema, 11. Não analisa as causas do
para formar sua opinião problema, para formar sua opinião
12. Ouve o grupo antes de tomar 12. Toma decisões sem escutar o
decisões grupo.
3.6.3 Motivação
VAMOS ESTUDAR!
O despertar do interesse e entusiasmo das pessoas para a execução de
trabalho é a motivação. As pessoas são diferentes entre si e reagem de forma
distinta frente a uma mesma situação, portanto, a direção deve levar em conta.
A motivação é um aspecto interno de cada um. As pessoas é que se
motivam para a realização das tarefas, em função de suas necessidades.
As necessidades das pessoas podem ser hierarquizadas da seguinte
forma:
56 3. PLANEJAMENTO – PARTE 1
Realização
Auto Estima
Sociais
Segurança
Fisiológicas
ENTENDENDO MELHOR
Fonte: blog.marcomendes.com
Necessidades Características
Fisiológicas Básicas para a sobrevivência (sede, fome, sono)
Segurança Proteção contra o perigo, ameaça, privação
Sociais Comportamento (amigos, time de futebol)
Auto Estima Reconhecimento, elogios
Auto-desenvolvimento (competência, confiança,
Realização
status, reputação)
3. PLANEJAMENTO – PARTE 1 57
desempenhadas corretamente e se os resultados obtidos estão de acordo com
o planejado, é denominada controle. É uma atividade contínua e que deve propor
correções no tempo devido, sendo necessário a observância das seguintes
etapas:
Acompanhamento, coleta e registros – consiste em fazer coleta
e registro de dados através de fichas e planilhas apropriadas;
Estabelecimento de padrões – nesta etapa são estabelecidos
padrões de desempenho a serem atingidos;
Checagem de resultados – compara-se, nesta fase, os padrões
estabelecidos com os resultados obtidos;
Medidas de correção – devem ser feitas, se necessário, após a
comparação dos dados com os padrões, para se eliminar possíveis
erros.
58 3. PLANEJAMENTO – PARTE 1
Fonte: salvaterraefixe.info/blogue/archives/587
3. PLANEJAMENTO – PARTE 1 59
uma orientação para a produção agrícola. Esta orientação visa a garantia da
segurança alimentar da população (abastecimento), a regulação, a exportação
e importação dos produtos agropecuários.
Os principais instrumentos de política agrícola adotados no país,
atualmente, são:
Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) que objetiva
garantir crédito para retenção do produto, objetivando a
possibilidade de alcance de preços mais compensadores,
estabelecer preço e facilitar a venda da produção pelo empresário
rural, para o governo manter seus estoques reguladores e
estratégicos.
Crédito Rural que é um instrumento básico que busca fornecer
recursos financeiros para investimentos, custeio das atividades e
comercialização dos produtos. O produtor deve analisar se o custo
do empréstimo (correção + juros) não excede o incremento do
preço do produto no período do empréstimo.
Preço de Liberação de Estoques que é a média dos últimos 48
ou 60 meses dos preços reais, de um produto, em nível de atacado,
na cidade de São Paulo. Se o preço de atacado no mercado atual,
ultrapassar esse preço médio, o governo pode intervir, liberando
seu estoque ou importando o produto. Abaixo deste preço médio,
o governo não pode intervir no mercado, a não ser se o preço de
mercado estiver abaixo do preço mínimo, então o governo passa a
comprar a produção, ainda na mão dos empresários rurais, para
permitir a regularização dos preços no mercado.
Tarifa Compensatória – Imposto sobre a importação de produtos
agrícolas. Visa proteger os produtos brasileiros da concorrência
desleal de produtos estrangeiros e que são subsidiados na sua
origem.
Seguro Agrícola – Instrumento de política agrícola que assegura
o valor da produção, em casos de perda da safra, pela ação de
variáveis naturais e outros imprevistos
60 3. PLANEJAMENTO – PARTE 1
RESUMINDO...
AVALIAÇÃO
3. PLANEJAMENTO – PARTE 1 61
4
PLANEJAMENTO
PARTE 2
4. PLANEJAMENTO – PARTE 2
Fonte:portaldealtojatibocas.blogspot.com
62 4. PLANEJAMENTO – PARTE 2
Objetivos
4. PLANEJAMENTO – PARTE 2 63
4.1 Elaborando um Planejamento
CAROS ALUNOS PARTICIPEM!!
Definição e padronização dos processos
Processos, aqui, serão considerados como o conjunto de ações e
recursos necessários para a produção de bens ou serviços.
Ações devem ser entendidas como atividades ou tarefas que exigem um
movimento para e execução e, consequentemente, exigem a presença de uma
pessoa ou uma máquina consumindo energia.
Recursos são ingredientes para a realização de um bem ou serviço.
Podem ser devidos em recursos de transformação e de utilização. De
transformação são aqueles que participam do processo produtivo, mas que não
incorporam ou não são consumidos pelos mesmos. Incluem-se as pessoas,
terras, as benfeitorias, lavouras, animais, máquinas e equipamentos. E os de
utilização são aqueles que, aplicados ao processo produtivo, se transformam e
se incorporam aos produtos ou serviços. Constituem exemplos, as sementes,
adubos e corretivos, defensivos, combustíveis, energia elétrica.
A atividade de produção de café, dependendo do sistema
tecnológico proposto, pode ser realizada por meio de 28 a 35 processos.
São considerados processos produtivos do café:
Capinas
Adubação de solo
Adubação foliar
Arruação
Colheita
64 4. PLANEJAMENTO – PARTE 2
Fonte: bethcafe.blogspot.com/2011/04/exportacoes-brasileiras-de-cafe-crescem.html
4. PLANEJAMENTO – PARTE 2 65
4.1.2 Melhorias de processos
ENTENDENDO A DINÂMICA
Cada talhão e cada propriedade têm suas padronizações e são definidas
em função das condições existentes no momento. À medida que as tarefas vão
sendo executadas, e agora sob a influência de um planejamento, melhorias
podem ser observadas, em função da aprendizagem, ou da melhor definição dos
procedimentos, com possibilidades de verificação e controle dos processos.
Esses fatores associados podem resultar em reduções significativas dos
custos, em função de melhores adequações das máquinas, da mão-de-obra, uso
mais adequado dos insumos e com grandes possibilidades de eliminação de
desperdícios.
Observa-se, em propriedades planejadas, que, no primeiro ano de
implantação, as melhorias são expressivas em função de uma série de fatores,
mas principalmente pela melhor preparação para realização das tarefas, melhor
definição e percepção da tarefa por parte do operador, proporcionando
motivação e aprendizagem. Convém esclarecer que as melhorias obtidas,
quando percebidas pelo produtor, provocam, além de reduções de custos,
satisfação pessoal dos funcionários e proprietário.
À medida que essas tarefas vão sendo repetidas, essas melhorias vão
sendo incorporadas e o processo vai cada vez tornado mais eficiente. Com
processos eficientes a propriedade pode ser otimizada, ou seja, trabalhar com
todos os processos, sendo executados de forma eficientes e assim se tornar uma
propriedade altamente eficiente, competitiva e com garantia de sustentabilidade.
O exemplo que vamos apresentar relata passo a passo como é realizado
um planejamento por meio de simulações, usando um software desenvolvido
especialmente para a aplicação em lavouras cafeeiras.
Este software realiza o planejamento com informações oriundas dos três
níveis de decisão, estratégico, técnico / gerencial e operacional e, portanto, ele
faz as escolhas do como faz e, finalmente, mostrando as melhores épocas, as
qualidades de insumos, serviços necessários para uma produção que maximize
os resultados propostos e esperados.
IMPORTÂNCIA DO TÉCNICO
66 4. PLANEJAMENTO – PARTE 2
A aplicação do programa exige dois técnicos qualificados, um na área
técnica agronômica e outro na área gerencial.
O trabalho é composto de 8 partes:
Diagnóstico.
Identificação dos objetos dos dirigentes.
Simulação considerando as lavouras atuais da propriedade.
Simulação considerando todas as disponibilidades e
potencialidades de recursos da propriedade.
Definição do processo produtivo.
Cálculo dos custos.
Cronograma físico financeiro.
Relatório
Diagnosticando
PARE E PENSE!!
4. PLANEJAMENTO – PARTE 2 67
Identificar os espaçamentos, variedades, idades, produções e
produtividades obtidas nos mais variados talhões;
Identificar as condições do solo, fertilidade, declividade, e
pedregosidade, em cada talhão.
Levantar as condições e possibilidades de mecanização dos
talhões;
Identificar a disponibilidade de mão-de-obra na fazenda e região;
Identificar os cargos, funções e salários dos funcionários;
Fonte: samaritarian.com/BoletinNov.htm
68 4. PLANEJAMENTO – PARTE 2
Para a segunda etapa do processo de simulação, os seguintes
dados devem ser levantados:
Área da lavoura;
Número de pés;
Produção colhida nos últimos anos;
Valor dos serviços de máquinas, tratores e veículos;
Valor dos diversos insumos;
Valor dos gastos com telefonia, energia elétrica, taxas e impostos,
administração, arrendamentos e outros, se houver;
Valor dos investimentos;
Preços de venda do café.
Definindo objetivos
A segunda parte do trabalho trata da definição dos objetivos. De posse
das informações da propriedade, identificam-se os objetivos dos dirigentes e
mostram as diversas alternativas de resultados possíveis na propriedade,
considerando as lavouras atuais e as possíveis de serem implantadas.
4. PLANEJAMENTO – PARTE 2 69
Fonte: www.samimaquinas.com.br/k3-k4.asp
70 4. PLANEJAMENTO – PARTE 2
possíveis alternativas de produção até encontrar a que mais se aproxima dos
objetivos estabelecidos e desejados, para o período de tempo definido.
Importante destacar que, na primeira etapa da simulação, onde se
determinam os aspectos produtivos, o primeiro parâmetro a definir é o tamanho
e o volume da produção, definição área, espaçamento e tecnologias
empregadas para as diferentes produtividades. Pelas simulações, o fator que
mais influência e tem maior poder de alavancagem nos resultados é o
espaçamento. Ele exerce forte influência no volume de produção, no uso dos
fatores indivisíveis e, consequentemente, na produtividade e nos resultados.
Com base no parâmetro de produção, definido ano a ano para o período
de analise, incluem-se os dados e informações para a simulação dos custos de
produção.
Quanto mais realista os dados fornecidos, maior confiança terá nos
resultados obtidos. Tentar trabalhar sempre com os dados mais prováveis,
alternativas otimistas ou pessimistas devem ser evitadas. A tabela 3, mostra as
projeções com lavouras potencias.
Fonte: excelenciacafe.simi.org.br/2011/07/page/2/
4. PLANEJAMENTO – PARTE 2 71
Tabela 3. Projeção de produção e produtividade com lavouras potenciais.
Nº
Área em Litros/ Total de Total de Produtividade
Talhão plantas
Hectares planta litros sacas Média SC/ha
vivas
A 1,40 4.681 5 23.405 55,73 39,69
B 1,18 5.897 4 23.588 56,16 47,59
C 0,60 3.000 4 12.000 28,57 47,62
D 1,37 5.463 3 16.389 39,02 28,48
E 1,80 5.990 4 23.960 57,05 31,69
F 1,20 5.986 4 23.944 57,01 47,51
G 1,18 11.815 2 23.630 56,26 47,68
H 1,15 11.524 2 23.048 54,88 47,72
I 1,25 12.500 2 25.000 59,52 47,62
J 0,97 8.151 6 48.906 116,44 120,04
K 3,26 33.958 4,5 152.811 363,84 111,61
L 0,69 5.800 6 34.800 82,86 120,08
M 1,46 6.525 9 58.725 139,82 95,77
N 2,00 20.833 4,5 93.749 223,21 111,61
O 2,71 13.546 3 40.638 96,76 35,70
P 0,97 4,831 3 14.493 34,51 35,57
Recepado
Q 1,18 5.896 0 0 0,00 0,00
R 0,60 3.000 0 0 0,00 0,00
Irrigado
S 1,63 13.697 9 123.273 293,51 180,07
T 1,63 13.697 6 82.182 195,67 120,04
U 2,60 27.083 4,5 121.874 290,18 111,61
V 1,25 8.315 8 66.520 158,38 126,70
X 0,97 8.151 9 73.359 174,66 180,07
Y 0,69 5.800 9 52.200 124,29 180,12
Z 3,20 14.303 9 128.727 306,49 95,78
Totais 36,944 260.442 1.287.220 3.064,81 80,42
*420 litros por saca
72 4. PLANEJAMENTO – PARTE 2
Tabela 4. Custos de produção por talhão
Custo por saca em R$
Talhão
2004 2005 2006 2007 2008
A 118,93 204,47 113,08 196,73 196,56
B 193,34 246,57 160,30 360,64
C 192,43 243,98 156,59 360,39
D 140,70 378,84 185,01 277,37 197,12
E 130,79 194,67 139,27 247,62 137,13
F 276,64 152,98 130,27 218,82 206,50
G 276,32 153,40 129,01 219,17 206,36
H 215,60 153,93 129,08 219,10 206,81
I 106,89 84,77 86,59
J 108,22 84,77 86,52
K 291,55 342,44 172,76 119,10 104,86
L 106,50 84,52 86,41
Recepado
M 450,48 173,46 134,82
N 440,09 173,42 134,78
O 108,57 180,28 133,80
P 239,96 96,91 70,45
Q 526,54 96,67 69,44
R 179,72 95,79 69,05
S 614,70 286,93 221,97 197,50
T 292,07 222,53 220,50
Irrigado
U 274,01 100,76 76,58 80,43
V 122,25 93,94 155,29 96,00 135,87
X 302,05 104,68 76,40 84,21
Y 357,56 141,40 103,14 100,31
Z 291,97 102,48 76,61 82,39
Média
215,25 274,22 175,52 174,80 148,29
Custo/saca
4. PLANEJAMENTO – PARTE 2 73
Importante salientar que o ponto chave e determinante do sucesso desse
planejamento é a padronização dos procedimentos para realização das tarefas.
As simulações são realizadas com base em diferentes padronizações,
mas uma vez definido o processo, aquele procedimento passa a ser padrão e
tem que ser seguido na execução das tarefas.
As simulações vão mostrar uma série de alternativas de processo
produtivo com os seus diferentes resultados. Com base nos conhecimentos
agronômicos e nos dados econômicos financeiros utilizados para a simulação
dos resultados, escolhe-se o processo que tem maior probabilidade de acontecer
e que garanta os resultados esperados.
Muitas tarefas podem ser desenvolvidas por meio de deferentes
processos, resultando em diferentes procedimentos com diferentes recursos,
diferentes equipamentos e diferentes resultados econômicos financeiros e
impactos ecológicos. Uma capina pode ser realizada por meio dos seguintes
processos:
Capina manual com enxada:
Capina química com pulverizadores costais;
Capina química com tratores;
Roçagem manual com alfanje:
Roçagem mecanizada com roçadeira costal;
Roçagem mecanizada com trator;
74 4. PLANEJAMENTO – PARTE 2
profissionalmente embasados, com recomendações técnicas pertinentes,
procurando minimizar os custos e maximizar a produção.
Posteriormente, esses procedimentos padrão se tornarão um manual de
operações, que deverão ser escritos em linguagem adequada aos operadores,
constituindo numa rotina de trabalho a ser utilizada no dia-a-dia.
Tabela 6. Previsão de horas/máquinas por talhão, por safra, para aplicação mecânica de
herbicidas.
Horas Quantidade Total de
Área em Velocidade em
Talhões trabalhadas/ de horas
m2 metros/horas
talhão aplicações trabalhadas
A 14.000 2.500 2,33 2 4,67
B 16.300 3.800 3,15 1 3,15
C 16.300 3.800 3,15 1 3,15
D 26.00 3.800 2,14 2 4,28
E 13.700 2.500 2,74 2 5,48
F 18.000 2.500 3,00 2 6,00
G 9.700 3.800 1,88 1 1,88
H 32.600 3.800 3,57 1 3,57
I 6.900 3.800 1,34 1 1,34
J 6.900 3.800 1,34 1 1,34
K 20.00 3.800 1,88 2 3,76
Totais 61,54
4. PLANEJAMENTO – PARTE 2 75
Elaborando resultados e custos
Os custos são elaborados com base na padronização dos
procedimentos. Existem procedimentos muito complexos de serem
padronizados por sofrerem influência do clima, crescimento vegetativo e outros,
como é o caso da determinação de quantas plantas ou quantas medidas por
dia/homem serão colhidas manualmente. Esse indicador tem consequência
direta no preço a pagar por unidade de medida utilizada na região. É preciso,
além de uma boa experiência, muito diálogo com administradores da fazenda.
Muito importante é a presença do produtor ou proprietário, nessas discussões,
pois o comprometimento do mesmo quanto aos resultados ou estabelecimentos
de objetivos e metas será fundamental.
Cria-se uma planilha para cada talhão, contendo as informações:
Quantidade de plantas vivas;
Área;
Espaçamento
Quantidade de falhas.
76 4. PLANEJAMENTO – PARTE 2
Análise sobre os custos devem ser realizadas com o objetivo de tentar
minimizá-los. Para isso, pode ser utilizado o diagrama de Pareto, que consta de
selecionar os itens de despesas que mais contribuem para a formação dos
custos e hierarquizá-los, identificando os mais significativos. Deve-se então,
analisar em cada um dos processos as causas dos pesos desses itens. Quando
se trata de procedimentos padronizados, novas padronizações podem ser
tentadas na tentativa de reduzir os custos. No caso de produtos e serviços, os
preços devem ser pesquisados e negociados.
Várias tentativas de reduzir os custos. No caso de produtos e serviços,
novos preços devem ser pesquisados e negociados.
Várias tentativas e simulações devem ser realizadas até encontrar
aquela que minimize os custos e atenda aos objetivos e metas inicialmente
traçadas.
O cálculo por talhão permite o acompanhamento sistemático e a
comparação contínua, um com o outro, o que permite correções rápidas e maior
probabilidade de acertos.
Instrumentos, procedimentos e equipamentos são fundamentais na
execução dos planejamentos produtivos e gerenciais, mas a conformidade e
confiabilidade dos dados e informações é que vão determinar a qualidade do
planejamento. Conhecimentos técnicos e gerenciais são necessários para a
elaboração de planejamentos, mas aliados à experiência e à vivencia é que
garantirão a qualidade e o sucesso na implementação dos planejamentos.
Importante salientar que, para efeito da elaboração do planejamento de
custos, trabalha-se com custos diretos e indiretos. Diretos são aqueles
específicos de um talhão ou uma atividade, como tratos culturais, adubos
corretivos e defensivos e indiretos aqueles não específicos para cada talhão,
mas cada talhão tem que absorver uma parcela dele. São exemplos de custos
indiretos: energia elétrica, administração, custos com telefonia, deslocamento
gerais de veículos, manutenção de casa sede, manutenção de construções, etc.
4. PLANEJAMENTO – PARTE 2 77
Tabela 7. Despesas planejadas para um talhão de café.
Despesas Despesa %
Processo Recursos (%)
(R$) Total (R$) Total
Adubação Mão-de Homens dias 6.755,22 2,29 64.439,28 21,85
de solo obra
Produtos Adubos 57.684,03 19,5
Capinas Manual Homens dias 4.857,50 1,64 15.464,42 5,25
Roçadeira Homens dias 2.587,00 0,87
Química Homens dias 4.333,00 1,47
Herbicida 3.686,92 1,25
Arruação Mão-de Homens dia 1.933,50 0,65 1.933,50 0,65
Obra
78 4. PLANEJAMENTO – PARTE 2
necessidade de mão-de-obra para cada mês do ano, auxiliando na previsão de
contração de mão-de-obra extra. O mesmo é realizado para necessidade de
máquinas e para insumos e produtos.
4. PLANEJAMENTO – PARTE 2 79
Tabela 10. Cronograma financeiro de uma lavoura
Valores em R$
Atividade
SET OUT NOV DEZ JAN
Adubação de solo 12.887,86 12.887,86 12.887,86 12.887,86
Adubação Foliar 2.371,17 2.371,17
Defensivos agrícolas 3.350,00 3.350,00 3.350,18
Capinas 2.428,75 2.428,75 4.009,96 2.587,00
Corretivos de solo 2.671,68
Combustíveis e Lubrificantes 419,23 419,23 419,23 419,23 419,23
Energia Elétrica 700,00 250,00 250,00 250,00 250,00
Manutenção de Construções 250,00 250,00 250,00 250,00
Administração 1.280,77 1.280,77 1.280,77 1.280,77 1.280,77
Ferramentas e Utensílios 250,00 250,00
Outros Produtos 200,00 250,00 250,00
Outros Serviços manuais 125,00 125,00 125,00 125,00 125,00
Laboratório de análise 400,00 500,00
Manutenção de casa sede 350,00 350,00 350,00 350,00 350,00
Caminhões e utilitários 150,00 150,00 150,00 150,00 150,00
Recepas e desbrotas
Despesas de Viagens 250,00 250,00 250,00 250,00 250,00
Consultorias diversas 4.000,00 1.500,00 1.500,00 6.000,00 3.500,00
Impostos 400,00
Telecomunicação 123,08 123,08 123,08 123,08 123,08
E.P.I 200,00 200,00 200,00 200,00
Fretes diversos 300,00
Total Planejado 15.469,68 21.614,68 28.017,07 28.522,94 23.135,94
Acumulado planejado (A) 15.469,68 37.084,36 65.101,43 93.624,37 116.760,31
Realizado 79.677,28 9.325,44 10.186,83 13.952,22 7.386,89
Acumulado realizado (B) 79.677,28 89.002,72 99.189,55 113.141,77 120.528,66
Diferença B-A 64.207,60 51.918,36 34.090,95 19.520,06 3.770,84
Realizado (B) / 415% 140% 52% 20% 3%
Realizado (A) (%)
80 4. PLANEJAMENTO – PARTE 2
4.1.6 Apresentando o planejamento
O planejamento deve ser apresentado na forma de um relatório contendo
os seguintes itens:
Caracterização da propriedade: um breve relato deve identificar a
propriedade e especificar a localização, área, número de talhões,
etc.
Descrição dos objetivos, metas e o período determinado para o
planejamento;
Estimativa da produção anual de todos os talhões existentes e a
serem plantados no período do planejamento;
Projeções anuais das receitas, despesas e resultados financeiros;
Projeções dos custos consolidados de toda a propriedade e os
custos de cada talhão; Projeção dos investimentos anuais
necessários no período;
Descrição dos processos e procedimentos agronômicos
programados;
Demanda de mão-de-obra em dias / homens para todos os
processos e procedimentos.
Demanda de serviços de máquinas em horas/máquina para todas
as atividades dos processos, com identificação dessas máquinas e
implementos;
Demanda de deslocamentos de veículos em KM rodados.
Descrição dos preços considerando para todos os produtos e
serviços utilizados nas simulações e no planejamento como um
todo.
4. PLANEJAMENTO – PARTE 2 81
observar, quando o realizado não está ocorrendo conforme o planejado é rever
os métodos e processos produtivos propostos. É comum novos estudos e novas
propostas surgirem em função de novas situações, novos fatos que venham
acontecer no decorrer em função da aplicação do planejamento.
Mudanças são propostas, principalmente, em função de diferentes
resultados de análise foliares e de solos, mudanças nos preços de produtos e
serviços, diferentes desempenhos da mão-de-obra e das máquinas.
Muitas padronizações são modificadas em função de melhorias de
processos, o que podem favorecer os resultados.
82 4. PLANEJAMENTO – PARTE 2
disposição das benfeitorias, comandos inadequados, exigindo
retrabalhos.
4. PLANEJAMENTO – PARTE 2 83
deve ir aumentando ao logo do tempo, à medida que os dirigentes forem
aprendendo a trabalhar com as informações.
Necessário se faz identificar e priorizar as informações mais importantes
para o dirigente. No planejamento, devemos destacar os processos
considerados críticos, ou seja, àqueles aos quais atenção deve ser dada em
função das consequências que podem causar por uma ação indevida, ou não
planejada.
Toda e qualquer atividade produtiva, seja ela rural ou urbana, possui
vários elementos formadores de custo. Funcionam assim nas pequenas e nas
mais complexas fábricas. Na cafeicultura, como atividade produtiva não é
diferente. Em qualquer atividade existirá sempre um processo que tenha maior
peso na composição, ou formação de custos. A mão-de-obra faz parte de,
praticamente, todos os processos produtivos, em alguns com maior participação
e em outros com menor.
A interpretação dos dados e resultados do planejamento são
fundamentais para as tomadas de decisões. É comum na cafeicultura ouvir dizer
que mão-de-obra é o fator que mais contribui para a elevação dos custos. Essa
informação induz o cafeicultor a mecanizar sua lavoura, ou a usar mão-de-obra
mais barata na tentativa de reduzir custos. E nem sempre é a melhor alternativa.
Análises detalhadas devem ser realizadas nesses casos e a decomposição dos
custos por processos ajuda a verificar e interpretar essas informações.
O mesmo cuidado destinado à mão-de-obra deve ser dado à
mecanização. Os tempos modernos valorizam sobremaneira a mecanização. A
mecanização tem um significado e transmite uma imagem de uso de tecnologias
modernas e de um fazendeiro atualizado. Esta imagem é grande interesse da
indústria fornecedora de máquinas e equipamentos e da indústria fornecedora
de adubos, corretivos e defensivos.
Estudos detalhados devem ser realizados para decidir sobre a
substituição da mão-de-obra pelas máquinas. Além dos fatores econômicos, os
sociais e ecológicos devem ser analisados na tomada de decisões sobre o
emprego da mecanização. Economicamente, uma máquina exige investimento
inicial que deve ser depreciado ao longo do tempo. Dependendo do volume de
negócio, uma máquina proporciona maiores custos do que a mão-de-obra.
Exemplo: Comprar uma colheitadeira para colher 1000 sacas de café por anos,
84 4. PLANEJAMENTO – PARTE 2
o custo da colheita por saca será muito mais caro do que a colheita manual. Só
o custo de depreciação vai chegar a cerca de R$ 100,00 por saca. Outro ponto
a considerar é que as maquinas devem ser usadas em todo o seu potencial,
máquinas paradas geram altos custos. Se for fazer uso de máquinas, a lavoura
deve ser segmentada de acordo com o tamanho e número de máquina. Por
exemplo, se uma máquina é capaz de cultivar 20 hectares de lavoura, suas
lavouras devem ser planejadas para terem múltiplos de 20 hectares, para
justificar a compra de uma segunda, terceira e quarta máquina. O
dimensionamento de todas as máquinas pode reduzir significativamente os
custos de produção.
Um trator deve ser programado para trabalhar em torno de 200 horas
mensais, se trabalhar menos o custo da sua hora trabalhada é maior do que o
preço de aluguel no mercado. Isto significa que em muitas condições seria
preferível, economicamente, alugar os equipamentos, ao invés de possuí-los.
Como já foi dito, diferentes custos para diferentes propósitos. Mais
importante do que planejar custos ou verificar o custo real é interpretar os dados
e informações contidos nesses custos. Critérios têm que ser utilizados na
elaboração de qualquer custo e, jamais, existirá consenso no uso dos critérios,
pois eles dependem de diferentes pontos-de-vista. Interpretar os custos com os
critérios adotados é o que há de mais importante para a tomada de decisões
corretas.
O valor do custo de produção de uma saca de café, anunciado por
muitos meios de comunicação, deve ser visto com muita cautela. Primeiro,
precisamos saber quais os critérios que foram utilizados para o cálculo dos
custos. Depois quais os propósitos daquele custo. De posse dessas informações
é que poderemos fazer análises e julgamentos das informações dos custos, do
contrário, poderemos estar cometendo grandes erros de interpretação.
Depois de elaborado o planejamento, torna-se necessário criar
elementos facilitadores entre o produtor, o administrador e os demais
funcionários. A participação, nem que seja mínima, dos funcionários líderes no
planejamento é fundamental para diminuir a resistências ás mudanças na hora
da implantação. Quanto mais os funcionários se sentirem participantes da
elaboração do planejamento, mais comprometidos estarão com o sucesso da
sua implantação.
4. PLANEJAMENTO – PARTE 2 85
Se as resistências forem previstas e evitadas, a implantação passa a ser
sem traumas e uma nova rotina de trabalho vai sendo implantada na
propriedade.
Mensalmente, deverá ser realizada uma visita técnica, relativa às áreas
agronômicas e gerenciais, para verificação do andamento do cronograma físico,
bem como, acompanhar o efeito das padronizações e procedimentos nos
processos. Coletam-se todos os dados necessários para fazer as devidas
checagem e verificar se o que está sendo realizado está de acordo com o que
foi planejado.
RESUMINDO...
AVALIAÇÃO
86 4. PLANEJAMENTO – PARTE 2
5
CONTABILIDADE RURAL
5. CONTABILIDADE RURAL
5. CONTABILIDADE RURAL 87
Objetivos
88 5. CONTABILIDADE RURAL
VAMOS APRENDER SOBRE OS NÚMEROS!
Contabilidade é a ciência que estuda, interpreta e registra os fenômenos
que afetam o patrimônio de uma empresa.
Toda empresa, seja rural ou urbana, necessita administrar bem o seu
negócio. Para isso, são necessárias informações sobre os contextos internos e
externos à empresa. Tradicionalmente, as empresas se preocupam com a
produção e comercialização de seus produtos, mas, quase sempre, trabalham
com números imprecisos em relação a sua produtividade e, principalmente, a
seus custos de produção.
Nesta Aula – Contabilidade Rural – serão abordados quatro elementos
principais: a análise do Balanço Patrimonial, o Fluxo de Caixa, o Capital de giro
e os Custos de Produção.
5. CONTABILIDADE RURAL 89
Para a montagem do Fluxo de Caixa, são necessários os seguintes
dados básicos:
Entradas: referentes às diversas fontes de recursos financeiros da
empresa;
Saídas: referentes às diversas despesas da empresa.
Entradas Saídas
Recebimentos referentes a: Pagamentos a:
Vendas à vista Fornecedores
Vendas a prazo Empréstimos
Empréstimos Compras à vista
Financiamentos Pessoal
Dinheiro dos sócios Outras despesas
90 5. CONTABILIDADE RURAL
Fonte: ezecutivos.wordpress.com Fonte: www.videiracuritiba.com.br
VAMOS ESTUDAR!
Fluxo de Caixa
Itens Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia... Dia 30 Total
1. Saldo inicial (500) 0,00 (50) 50 (300) (800)
2. Entradas
2.1 vendas a vista 800 500 800 500 600 3.200
2.2 recebimentos 1.700 1600 1.400 1.400 3.000 9.100
2.3 outras entradas 300 300 300 300 200 1.400
Todas entradas 2.800 2.400 2.500 2.200 3.800 13.700
3. Saídas
3.1 Fornecedores 1.600 1.700 1.300 1.300 1.000 6.900
3.2 Despesas 600 700 1.200 1.200 1.500 5.200
3.3 outras saídas 100 50 50 50 200 450
Total de Saídas 2.300 2.450 2.550 2.550 2.700 12.550
4. Saldo Final (1+2- 0,00 (50) (300) (300) 800 350
3)
Tabela 1 – Valores expressos em Reais
5. CONTABILIDADE RURAL 91
Mudança de atividades;
Adequação do nível de operação ao nível de recursos disponíveis;
Contenção dos custos e despesas operacionais;
Desmobilização dos recursos ociosos;
Planejamento financeiro.
Fonte: www.fluxo-de-caixa.com
92 5. CONTABILIDADE RURAL
5.5 Estimativas de Capital de Giro
VAMOS REFLETIR!
Quando as saídas de caixa acontecem antes das entradas, ocorre a
necessidade de recursos para manter as atividades da empresa durante este
espaço de tempo. Quanto maior for este espaço entre as entradas e as saídas,
maior será a necessidade de capital de giro.
O inverso, isto é, quando as entradas acontecem antes das saídas de
caixa, a necessidade de capital de giro é nula, pois o que ocorre é a formação
de um fundo de recursos para a empresa.
A cobertura do capital de giro pode vir de créditos de fornecedores,
empréstimos e outras coberturas.
Reduzir Aumentar
Imobilização em excesso Vendas à vista
Comprar à vista Cobranças eficientes
Distribuição de lucros Vendas de imobilizações
Atividade em excesso Aumento de capital com recursos próprios
Níveis elevados de estoques Aumento dos prazos de compra
Perdas e ineficiência Redução de ciclo produtivo
Prazos de vendas muito longos Redução do estoque a níveis aceitáveis
5. CONTABILIDADE RURAL 93
Fonte: www.guiaderivera.com
CUSTO DE PRODUÇÃO
94 5. CONTABILIDADE RURAL
custo dos recursos com duração superior ao ciclo de produção, ou seja, não se
incorpora totalmente ao produto em curto prazo, fazendo-o em tantos ciclos
quanto o permitir sua vida útil. É o resultado das somas dos custos de terra,
benfeitorias, máquinas e equipamentos, lavouras permanentes, animais
produtivos e de trabalho, impostos e taxas fixas.
Quando se divide o custo fixo total pela quantidade produzida,
obtém-se o custo fixo médio (CFMe), que representa o custo fixo de uma
unidade de produto.
Fonte: cyberteca.wordpress.com
Custo Total
Custo total, ou CT, é a soma de todos os custos com recursos de
produção para determinada atividade produzir um bem ou serviço. É fornecido
pela soma do custo fixo total com custo variável total.
Cálculo do Custo de Produção
5. CONTABILIDADE RURAL 95
VAMOS APRENDER JUNTOS!!
A empresa analisada é especializada em café, com 100% de sua renda
proveniente dessa atividade. Possui 50ha. de lavouras em produção, com
produtividade média de 35 sacas por ha e produção total de 1.750 sacas
Benfeitorias
M² Valor R$
Tulha e armazém de café 160 60.000
Galpões de máquinas, implementos e garagem 196 40.000
Armazém de fertilizantes 70 15.000
Casa de colono 50 25.000
Casa de colono 80 30.000
Terreiro de café 4000 60.000
Instalação elétrica 50.000
Represa -
Sistema de comunicação -
Total 280.000,00
Máquinas, equipamentos e
Quantidade Valor ( R$)
veículo
Trator cafeeiro 2 70.000,00
Roçadora 1 5.000,00
Capinadora 2 8.000,00
Carreta 2 10.000,00
Pulverizador - 400 L 1 9.500,00
Adubadora 2 8.000,00
Subsolador 1 8.000,00
Distribuidor de calcário 1 6.000,00
Secador 1 29.000,00
Máquina de beneficiar 1 32.000,00
Caminhões 2 80.000,00
Automóvel 1 15.000,00
Ferramentas diversas - 10.000,00
Total 290.500,00
96 5. CONTABILIDADE RURAL
colheita, terreiro, adubação, capina, conservação de cercas e
controle fitossanitário atingiu a cifra de R$ 2.900,00 ha X 50ha =
145.000,00
Máquinas, equipamentos e veículos: os gastos com óleo diesel
para tratores e caminhões, gasolina, graxas e óleos lubrificantes,
serviços mecânicos e peças somaram R$ 30.000,00.
Insumos: fertilizantes, sacaria, material de colheita, defensivos,
R$ 85.000,00
Energia elétrica: R$ 6.000,00
Despesas gerais: R$ 10.000,00
Juros, taxas e acessórios para custeio do café R$ 12.000,00
Despesas com conservação de benfeitorias R$ 4.000,00
5. CONTABILIDADE RURAL 97
alternativo, o valor de arrendamento regional, que no caso é de 20% sobre a
produtividade, ou seja, 30 sacas x 285,00 x 50(há) x 20% = 85.500,00
O valor da lavoura é dado pelo seu custo de formação até o terceiro ano,
cerca de R$ 3,00/Planta.
Custo Fixo:
Custo
Valor atual Vida Depreciação Custo fixo Porcentagem do
Especificações alternativo
(R$) Útil parcial custo fixo total
(12% aa)
98 5. CONTABILIDADE RURAL
o custo alternativo.
6ª etapa: são os valores descritos em percentual.
Custo Variável:
Especificações Valor (R$) %
Mão-de-obra 145.000,00 47,11
Máquinas, equipamentos e veículos. 30.000,00 9,74
Insumos 85.000,00 27,61
Energia elétrica 6.000,00 1,94
Juros de financiamentos 12.000,00 3,89
Conservação de benfeitorias 4.000,00 1,29
Despesas gerais 10.000,00 3,24
Subtotal 292.000,00 94,82
Custo alternativo (6%) 17.520,00 5,18
Custo Variável Total 307.780,00 100,00
CT = CFT +CVT
CT = 273.510,00+307.780,00 = 581.290,00
5. CONTABILIDADE RURAL 99
CVMe = CVT / Q = 307.780,00 / 1750 = R$ 175,90
CTMe = CT / Q = 581.290,00/1750 = 332,00
RESUMINDO...
AVALIAÇÃO
Benfeitorias
M² Valor R$
Tulha e armazém de café 180 45.000,00
Galpões de máquinas, implementos e garagem 200 50.000,00
Armazém de fertilizantes 70 14.000,00
Casa de colono 50 20.000,00
Casa de colono 80 25.000,00
Terreiro de café 5000 80.000,00
Instalação elétrica
Represa -
Sistema de comunicação -
Total 234.000,00
6. COMERCIALIZAÇÃO
Fonte: www.ahtrine.com.br
104 6. COMERCIALIZAÇÃO
Objetivos
6. COMERCIALIZAÇÃO 105
6.1 Economia na Atividade Cafeeira
106 6. COMERCIALIZAÇÃO
Busca-se ao longo desta etapa do projeto, aproximar o Produtor Rural
de todo o cenário mercadológico que o envolve, identificando formas e
alternativas que possibilitem maior segurança e lucratividade na
comercialização. Para atender ao objetivo proposto, o participante será
estimulado a buscar novas fontes de informações que, bem exploradas,
possibilitarão ao produtor condições de melhoria no relacionamento e
acompanhamento do mercado.
Fonte: www.flickr.com/photos
6. COMERCIALIZAÇÃO 107
Projeção de Volumes e Participações de Negócios
Cadeia Alimentar – US$ Bilhões
Ano
1980 1990 2028
Setores
Antes da Porteira 375 (12%) 500 (09%) 700 (07%)
Dentro da Porteira 750 (24%) 1.115 (20%) 1.465 (14%)
Depois da Porteira 2.000 (64%) 4.000 (71%) 8.000 (79%)
TOTAIS 3.125 (100%) 5.615 (100%) 10.165 (100%)
Tabela 1
Conceito
PRESTE BASTANTE ATENÇÃO!
A comercialização pode ser entendida, como uma série de funções ou
atividades de transformação e adição de utilidade onde bens e serviços são
transferidos dos produtores aos consumidores. O que é mais importante analisar
é o aspecto produtivo da atividade comercial que transforma bens e produtos
capazes de proporcionar satisfação ao consumidor. As transformações que
ocorrem durante o processo de comercialização são basicamente de quatro
tipos:
Transferência de propriedade do produto entre os agentes que operam
entre a produção e o consumo final, ou seja, o produto passa de mão em mão
até chegar ao consumidor final.
Alteração de forma do produto, onde se emprega recursos produtivos
para transformar o produto agrícola da sua forma bruta (soja em grãos, por
exemplo) em produtos processados e em condições de serem consumidos e
proporcionarem satisfação ao consumidor (óleo de soja refinado, por exemplo);
A terceira forma de transformação ocorre em função da sazonalidade da
produção, ou seja, geralmente a produção se dá em épocas ou estações do ano
bem definidas. Sendo o consumo contínuo – durante todo o ano – existe a
necessidade de armazenamento para estocagem e conservação do alimento
para consumo fora da época da safra; e,
Finalmente, a produção se dá em local diferente do consumo, implicando
numa necessidade de transporte do produto da região produtora até o local de
consumo.
108 6. COMERCIALIZAÇÃO
Fonte: www.revistaportuaria.com.br
CURIOSIDADE!
Um fator importante a ser destacado é que nem sempre um produto
passa por todas as quatro formas de transformações. Por exemplo, quando o
queijo é produzido em Minas Gerais em fevereiro e consumido em São Paulo em
julho, ocorrem alterações de forma (leite para queijo), de tempo (fevereiro para
julho), de espaço (de Minas Gerais para São Paulo) e de posse (do pecuarista
mineiro para o consumidor paulista).
Fonte: www.iapar.br
6. COMERCIALIZAÇÃO 109
MUITO IMPORTANTE!
Por outro lado, uma hortaliça produzida no Município de Belo Horizonte
e consumida na forma in natura no varejo da mesma cidade, no mesmo dia da
colheita, passa apenas por transformações de posse (produtor para o
consumidor) e no espaço (do sítio para a cidade).
A comercialização é, portanto, o conjunto de atividades realizadas por
instituições/ empresas que operam na transferência de seus serviços desde a
produção até o consumidor final. É um processo onde a demanda por bens e
serviços econômicos é antecipada, ampliada e satisfeita através da promoção,
intercâmbio e distribuição física de tais bens e serviços.
No Brasil, como em qualquer economia do mundo, há uma demanda
latente pelos serviços adicionados aos produtos agrícolas. Nosso mercado tem
aumentado em complexidade e diversificação, e as indústrias ligadas à
agricultura hoje respondem por cerca de um terço do valor adicionado na
indústria de transformação (MARQUES e AGUIAR, 1993).
A eficiência do sistema de comercialização pode ser medida a partir de
sua capacidade de atender os centros consumidores com um fluxo equilibrado
de produtos agropecuários a preços estáveis e acessíveis. Dentro do processo
mercadológico, a comercialização assume um papel delicado e dos mais
importantes, pois o alimento é um dos instrumentos mais poderosos que uma
nação pode controlar.
Fonte: oglobo.globo.com/economia
110 6. COMERCIALIZAÇÃO
6.1.2 O Conceito de Cadeias Produtivas
No setor agrícola, observa-se uma grande movimentação de produtos,
insumos e serviços, formando uma rede complexa e muito forte nos seus
relacionamentos. A palavra cadeia refere-se ao conceito de rede, onde
diferentes setores são acionados, motivados pelo interesse econômico de fazer
chegar um alimento ao consumidor final.
Segundo um estudo realizado na Universidade de Harvard – USA, a
cadeia do agronegócio tem a seguinte definição:
São todos os participantes envolvidos na produção,
processamento e marketing de um produto específico. Inclui o suprimento
das fazendas, operações de estocagens, processamento, atacado e varejo
envolvidos em um fluxo desde a produção de insumos até o consumidor
final.
Inclui as instituições que afetam e coordenam os estágios
sucessivos do fluxo do produto, tais como Governo, associações e
mercados futuros.
Fonte: www.trigo.com.br
6. COMERCIALIZAÇÃO 111
CONSUMIDOR
PROCESSADOR
112 6. COMERCIALIZAÇÃO
e a análise das estratégias das firmas e das associações. Seus limites são
definidos a partir da interação com outras cadeias, não sendo facilmente
identificáveis.
Fonte: cspblog.blogspot.com
Processamento/
Produção Consumidor
Distribuição
FIQUE ATENTO!
O ato de Comercializar foi com o passar dos tempos, se transformando
e adquirindo novas estratégias e, principalmente, novo enfoque. Isto, porém,
ainda não foi assimilado pela maioria dos produtores, face ao lento processo de
transição das informações que ocorre no setor agrícola.
Contudo, é evidente a nova orientação do mercado. Empresas que
operam dentro da cadeia do agronegócio, principalmente aquelas que atuam nos
segmentos situados após a porteira da fazenda, já estão utilizando esta nova
orientação para competir no mercado. Visando o melhor entendimento da nova
6. COMERCIALIZAÇÃO 113
ótica, procurou-se desenvolver aqui dois conceitos:
VAMOS ATUALIZAR!
O quadro a seguir sintetiza as visões da comercialização ontem e
hoje.
Comercialização
Ontem Hoje
Foco Produto. Consumidor.
Meio Técnicas de venda. Marketing.
Fim Lucro com um maior volume Lucro com maior volume de
num curtíssimo prazo. vendas a longo prazo, com a
satisfação do consumidor
Objetivo Influenciar pessoas. Servir pessoas.
114 6. COMERCIALIZAÇÃO
Fonte: evistaespresso.uol.com.br
VAMOS APRENDER!
Reconhecimento da demanda (ou demanda potencial);
Estímulo da demanda pela promoção e venda;
Satisfação da demanda: em grande parte, pelo produto em si mesmo e
pelos meios de distribuição que o torne disponível.
6. COMERCIALIZAÇÃO 115
Ilustração da Marcha pelo Café, realizada em Varginha 2009.
Fonte: blogmercadodecafe.blogspot.com
116 6. COMERCIALIZAÇÃO
comercializar, pois para este problema, a melhor alternativa é a prevenção.
A seguir, uma lista de verificações que poderão ser utilizadas nos
períodos de comercialização, e que pode ser facilmente adaptada de acordo com
a característica de cada região a fim de se conhecer a real situação da empresa
ou indivíduo com os quais os produtores estarão dispostos a comercializar seus
produtos.
Conhecendo um comprador
Verificações
Fonte: www.newscomex.com.br
6. COMERCIALIZAÇÃO 117
6.2.2 Intermediários Agentes
São aqueles que não adquirem para si os produtos que comercializam.
Atuam como representantes e recebem comissões em troca de seus serviços.
São os corretores e comissários.
No mercado agropecuário é comum encontrarmos tais agentes,
principalmente no caso específico da pecuária de corte onde os compradores
realizam negócios em nome dos frigoríficos.
Os negócios à vista, não acontecem com freqüência, o que justifica uma
análise profunda da empresa compradora para evitar problemas pós venda.
118 6. COMERCIALIZAÇÃO
A CONAB tem por objetivos básicos:
6. COMERCIALIZAÇÃO 119
Foto Ilustrando O Ceasa de São Paulo.
Fonte: www.brasil-fihav.com
120 6. COMERCIALIZAÇÃO
fazendo com que suas informações sejam mais apuradas, diferente
do produtor que só vai ao mercado eventualmente.
Natureza do Mercado e do Produto: a fim de atender mercados
que exigem regularidades de entrega, é necessário montar uma
eficiente infra-estrutura de comercialização. Com isso, fatores
como a informação de mercado, transporte, armazenagem,
processamento e distribuição podem ser melhor gerenciados.
6.4.1 Introdução
A comercialização da produção deve-se iniciar bem
Fonte: controle-financeiro.blogspot.com
antes do produto estar pronto. O planejamento deve ter início
a partir da decisão de produzir, definindo atividades a serem
exploradas bem como os recursos necessários para custear
todo o processo de produção. Devido à agilidade do
mercado, é necessário que o produtor adote instrumentos gerenciais que
possibilitem, permanentemente, acompanhar o fluxo financeiro da propriedade,
visando o controle orçamentário. Para o orçamento global ser completo e
uniforme, deverá haver o planejamento de todas as atividades destinadas à
comercialização.
6. COMERCIALIZAÇÃO 121
ficar ociosos.
A existência de possíveis excedentes financeiros possibilitará ao
produtor dar um destino mais eficaz a esses recursos, assim como a escassez
de caixa determinará a busca, em fontes menos onerosas, dos recursos
necessários.
6.4.3 Mercado
ESTRATÉGIAS MERCADOLÓGICAS!
O mercado agropecuário, os canais de comercialização dos produtos
agrícolas e fazer uma breve discussão de como analisar o mercado.
Os mercados estão no centro da atividade econômica, e muitas das
questões e temas mais interessantes na economia do país são relacionados com
o modo de funcionamento dos mercados. Por exemplo, por que apenas um
pequeno número de empresas concorre entre si em alguns mercados, enquanto
em outros um grande número de empresas estão concorrendo? Será que os
consumidores estarão em melhores condições se existirem muitas empresas?
Em caso afirmativo, o governo deveria intervir em mercados que tenham apenas
algumas empresas? Por que será que os preços em alguns mercados têm
subido ou caído rapidamente, enquanto em outros os preços dificilmente sofrem
alguma alteração?
Fonte: www.expresioncomercial.com
Quais serão os mercados que oferecem melhores oportunidades para
122 6. COMERCIALIZAÇÃO
um empreendedor que esteja pensando em entrar no mundo dos negócios?
Define-se também “Mercado” como sendo o lugar onde compradores e
vendedores se encontram para realizar seus negócios.
O mercado agropecuário é por demais diferenciado de outros mercados
(comercial e urbano), em função, principalmente, das características dos
produtos comercializados.
No trajeto produtor – consumidor, a mercadoria passa por diferentes
níveis de mercado. O nível do produtor é aquele onde os produtores oferecem
sua produção aos intermediários. O nível de atacado é aquele onde ocorrem
transações mais volumosas e a mercadoria passa para o varejista. Uma
característica importante desse nível, é que os atacadistas geralmente são
especializados em um único produto ou num pequeno número deles, o que lhes
permite um maior controle sobre suas informações. O varejo constitui o último
elo da ligação e é aquele que está em contato mais direto com o consumidor.
Fonte: lubedeautores.ning.com
6. COMERCIALIZAÇÃO 123
ao consumidor não soluciona os problemas de comercialização. Qualquer
tentativa de substituição dos canais tradicionais de comercialização
envolve custos financeiros e riscos. Por isso, todas as possíveis
alternativas devem ser avaliadas com muito critério, analisando-se seus
limites e potencialidades, ou seja, sua viabilidade econômica e
operacional.
Nesse sentido, sugere-se que aconteça um maior inter-relacionamento
entre o produtor e o profissional que executa a intermediação. Este procedimento
auxilia a aproximação do produtor às regras e “macetes” do mercado em que ele
estará atuando. Pois, nem todos os agentes econômicos, pessoas ou empresas,
independentemente de seu tamanho ou poder, têm as mesmas oportunidades
no mercado.
124 6. COMERCIALIZAÇÃO
Fonte: eramica-da-ivhe.blogspot.com Fonte:www.jornalmomentos.net
6. COMERCIALIZAÇÃO 125
na análise de preços de produtos agrícolas em vista das possibilidades de
conclusões que apresenta.
Baseado nas premissas do modelo, pode-se tirar várias conclusões
relevantes: a primeira é a de homogeneidade e atomicidade de participação
individual no mercado. Isto torna o produtor um tomador de preços. Neste caso,
se ele tentar vender a um preço acima do de mercado, não conseguirá, pois seu
produto é, por hipótese, igual aos demais; a possibilidade de livre entrada e saída
faz com que qualquer ganho apresentado por um produtor acima do normal,
induza a entrada de novos concorrentes de modo que os lucros permaneçam
próximos de zero. É o caso específico das ‘commodities”. Os preços da saca de
café, ou da soja, ou a arroba do boi são determinados de maneira globalizada,
têm cotações em bolsas internacionais, sugerindo uma homogeneidade de
produto e uma atomicidade de participantes.
126 6. COMERCIALIZAÇÃO
Cobrando preços mais altos do que em competição perfeita;
Produzindo menos;
Operando em escala menor que a ótima;
Sendo beneficiários de barreiras à entrada;
Cobrando preço maior do que o custo marginal para qualquer nível
de produção
6. COMERCIALIZAÇÃO 127
Fonte: www.cidademarketing.com.br Fonte: www.zigwheels.com/
128 6. COMERCIALIZAÇÃO
Fonte: www.revistadaterra.com.br
Agroindústria
Indústria de
Produtor e/ou
insumos
Cooperativas
Mercado Mercado
Distribuidor Consumidor
Figura 2
6. COMERCIALIZAÇÃO 129
Dada à estrutura dos mercados agrícolas atuais, o produtor rural
sozinho será sempre um tomador de preços no momento da compra de
seus insumos para produzir, e no momento em que vende seu produto.
É importante para o produtor, de um lado, buscar mecanismos de gestão
da propriedade para aumentar a eficiência dos recursos produtivos, baixando os
custos de produção e reduzindo as despesas. Por outro lado, deverá conhecer
o comportamento dos mercados e do comércio com os quais interage, a fim de
escolher estratégias empresariais que lhe proporcione a melhor oportunidade de
negócio.
Fonte: www.peabirus.com.br
A) MERCADO INTERNO:
130 6. COMERCIALIZAÇÃO
Série histórica de preços recebidos em todos os níveis de mercado:
produtor, atacado e varejo;
Preços praticados nas principais praças de comercialização;
Comportamento da produção: evolução e perspectivas;
Comportamento da demanda: localização e potencialidade;
Intervenção governamental: preços mínimos, disponibilidades e
custos de financiamentos (juros), volume e localização de
estoques;
Tarifas de transporte e armazenamento;
Cadastro de informações dos agentes do mercado.
B) MERCADO EXTERNO:
Cotação internacional do produto;
Oferta internacional;
Demanda internacional;
Principais exportadores;
Principais importadores;
Políticas protecionistas dos principais países que atuam no
mercado mundial.
6. COMERCIALIZAÇÃO 131
MERCADO FÍSICO
O bom desempenho dos mercados físicos é fundamental ao
desenvolvimento dos mercados de derivativos. Dessa forma, pode-se observar
que, em países detentores de um setor agropecuário mais forte e organizado
como, por exemplo os Estados Unidos, os mercados de derivativos cumprem
melhor as suas funções, que direcionam-se no sentido de proporcionar melhores
condições de comercialização aos produtores, minimizando eventuais
interferências adversas ao setor.
Fonte: www.funep.org.br
Fonte: www.noticiasagricolas.com.br
Códigos de negociação
132 6. COMERCIALIZAÇÃO
As 3 primeiras letras representam a qual ativo este contrato refere.
Fonte: www.noticiasagricolas.com.br
6. COMERCIALIZAÇÃO 133
PREÇOS DO CAFÉ
Os preços do café podem ser afetados por mudanças de legislação,
taxas de câmbio, acordos internacionais sobre commodities, políticas monetária
e fiscal, comportamento do consumidor, níveis gerais de preço, etc. Assim, pode-
se observar que qualquer fator que influencie a economia e os mercados pode
afetar os preços. A questão resume-se ao grau com que cada variável
isoladamente altera os preços. Portanto, o objetivo consiste em identificar e
avaliar os fatores que, provavelmente, exercem maior influência sobre o preço
do café e, conseqüentemente, utilizá-los em suas análises.
Deve - se iniciar com uma visão macro da economia, analisando fatores
como nível e direção geral das taxas de juros e dos preços, condições da
economia, comércio internacional e quadro político interno, entre outros.
O passo seguinte é analisar como o café se enquadra na indústria como
é precificado e qual o seu potencial de substituição relativo a outros produtos.
Por fim, devem-se examinar as condições básicas do mercado: a safra,
os estoques, os padrões de comercialização e os canais de distribuição; as
ameaças potenciais ao plantio (pragas e doenças) e as informações
meteriológicas. Os tipos principais de fatores fundamentalistas que afetam os
preços estão definidos no quadro a seguir.
MICROAMBIENTE
134 6. COMERCIALIZAÇÃO
Fonte: www.nintendoblast.com.br
6. COMERCIALIZAÇÃO 135
A DEMANDA
A demanda tem dois componentes principais: consumo interno e
exportações. As exportações, por serem menos previsíveis, recebem mais
atenção como geradoras de preços. A demanda decorre dos principais usos de
do café no mercado interno, podendo ter natureza sazonal. Os boletins e
relatórios publicados pelas associações de classes e as firmas privadas
constituem as principais fontes de informações. Outras fontes de informação
relevantes são os relatórios do USDA.
A avaliação de perspectivas de exportação exige respostas a duas
perguntas sobre fontes competidoras de café: em primeiro lugar, com relação à
competição, qual será a provável oferta exportável da maioria dos países
exportadores? Em segundo, com relação a clientes potenciais, qual é a situação
da oferta de países importadores que também produzem uma parcela para o
consumo próprio?
Fonte: ww.arianefonseca.com
136 6. COMERCIALIZAÇÃO
Oferta e Procura de um produto agrícola.
Preço
P O Oferta
Estoque
Produção
Importação
Procura
Interna
Exportação
Quantidade
MAIS INFORMAÇÕES
Outra informação relevante é que a oferta será sempre igual a procura.
Assim, se a oferta parecer pequena, os preços subirão, mas toda demanda por
esse preço será atendida. Com efeito, não se pode ficar sem o produto, embora
as vezes, uma comparação entre a oferta indicada e a procura antecipada possa
sugerir tal possibilidade. Por outro lado, se a procura parecer fraca, os cafés
armazenáveis poderão ficar fora do mercado, o que fará com que seus preços
não caiam, ou não caiam tanto quanto esperado.
A visível de café, o nível de estoques certificados, a diferença entre os
preços à vista e a futuro (base) e as relações entre os preços futuros (diferenças
de preço entre meses de vencimento consecutivos) são fatores utilizados para
aprimorar uma análise de considerações econômicas mais abrangentes.
Finalmente, os programas governamentais são igualmente importantes.
Do lado da oferta, a participação nesses programas pode exigir dos produtores
a redução da área de plantio. Do lado da demanda, os programas de incentivo à
exportação aumentam a competitividade das exportações. Os preços mínimos
também podem ser eficazes. Assim, uma compreensão geral de programas
agropecuários é essencial ao aperfeiçoamento da análise de oferta e procura de
commodities produzidas num país.
Políticas Governamentais
6. COMERCIALIZAÇÃO 137
É importante reconhecer que decisões governamentais podem
afetar os preços. Aliás, poucos fatores são mais importantes, por exemplo,
que base monetária e nível global de taxas de juros, que são bastante
influenciadas por medidas tomadas pelo BACEN. Adicionalmente, legislação
e regulamentação podem influenciar os preços por meio de programas, como
subsídios a mercadorias produzidas no mercado interno ou tarifas de
importação. As decisões governamentais, obviamente, determinam os níveis
globais de empréstimos por ele tomados e, portanto, podem afetar moeda e
juros.
O setor agrícola é particularmente afetado por decisões
governamentais. Mudanças na oferta e na demanda, nos últimos anos, têm
chamado a atenção do mercado para políticas de suporte de preços e
incentivos, como subsídios à exportação.
Os objetivos globais de medidas de governo para os mercados
agrícolas são a estabilização de preços, a garantia de ofertas adequadas, a
manutenção de exportações e o fornecimento de renda economicamente
aceitável aos produtores locais.
O conhecimento geral de programas agrícolas, e do quanto as decisões
do governo afetaram os preços de commodities no passado, proporciona uma
visão do impacto potencial da legislação agrícola ou de mudanças nas políticas
de preços das principais commodities negociadas em bolsa.
Fonte:lipbritishcouncil.wordpress.com
138 6. COMERCIALIZAÇÃO
Doenças que afetam a pecuária não apenas empurram os preços para cima
como também podem influenciar adversamente a demanda por rações e
proteínas, caso os rebanhos sejam seriamente atingidos.
O tempo adverso e o desenvolvimento da safra em importantes regiões
mundiais de produção podem afetar os preços de commodities bem antes de
quaisquer quebras reais de safra. Às vezes, esses fatores são inicialmente
negligenciados ou considerados de pouca importância.
A Inflação
A inflação é, às vezes, descrita como muito dinheiro para pouco produto.
O nível de global de preços aumenta porque há muitos consumidores
competindo pela aquisição de uma quantidade limitada de mercadorias. À
medida que escasseia uma fonte de produtos, os consumidores passam a
procurar por outra, assim como a buscar commodities substitutas. Conforme os
fornecedores vêem seus custos crescerem acaba por aumentar seus preços,
embora seus produtos possam não estar diretamente relacionados à alta de
preços original. Esse efeito é estendido aos trabalhadores, que vêem o aumento
do seu custo de vida e insistem em aumentos salariais, os quais, por sua vez,
elevam o custo de produção. Todos esses fatores conduzem os preços da
economia a uma espiral, como todos eles subindo.
Deve-se ressaltar que alterações nas taxas de câmbio também afetam
os preços das commodities, uma vez que as mudanças no câmbio incidem sobre
perspectivas de exportações e importações para todas as commodities.
Fonte:fenixfelipe.blogspot.com Fonte:ainflacao.com
RESUMINDO...
6. COMERCIALIZAÇÃO 139
O Mercado Brasileiro de Café vem se comportando nos últimos anos,
com extremo amadorismo, deixando vazar pelo ralo da incompetência dezenas
de bilhões de dólares (US$), por ineficiência comercial total, ausência de gestão,
correndo numa libertinagem sem precedentes e, o Brasil detentor de 50% do
Mercado Mundial de Café Arábica vem conseguindo a “proeza” de vender nosso
café com deságio de aproximadamente 43% em relação aos cafés lavados, é
por este e por outros motivos que o cafeicultor tem que cada vez mais pensar
em qualidade e profissionalismo para comercializar seu produto.
AVALIAÇÃO
140 6. COMERCIALIZAÇÃO
CONCLUSÃO
O Brasil é o maior produtor mundial de café. Desde sua chegada ao país,
em 1727, o café foi o maior gerador de riquezas e o produto mais importante da
história nacional. Hoje, o café continua sendo um importante gerador de divisas
(US$ 2 bilhões anuais, ou 26 milhões de sacas exportadas ao ano), contribuindo
com mais de 2% do valor total das exportações brasileiras, e respondendo por mais
de um terço da produção mundial. Um mercado ainda em franca expansão, cujo
agronegócio gera, no mundo todo, recursos da ordem de 91 bilhões de dólares ao
comercializar os 115 milhões de sacas que, em média, são produzidos. A atividade
envolve, ainda, meio bilhão de pessoas da produção ao consumo final (8% da
população mundial).
É nesse mercado gigantesco que estão centrados os interesses da cadeia
produtiva do café brasileiro, que contribuiu com mais de 30% da produção mundial
nas últimas safras, gerando mais de 8 milhões de empregos diretos e indiretos no
país (é o setor do agronegócio brasileiro que mais emprega no Brasil). É neste
sentido que administração na cafeicultura tem uma grande importância no
cenário tecnológico, pois é através desta ferramenta que o empresário rural vai
buscar sua sustentabilidade econômica.
BIBLIOGRAFIA
6. COMERCIALIZAÇÃO 141