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TAREFA 7 | MÓDULO 3C - REVENDO BORDADO

Por: Marta Graciela Souza da Silva

A Carne
Elza Soares
A carne mais barata do mercado é a carne negra

(Tá ligado que não é facil, né, mano?)


(Né, mano? Vixe!)
(Se liga aí!)

A carne mais barata do mercado é a carne negra


A carne mais barata do mercado é a carne negra
A carne mais barata do mercado é a carne negra
A carne mais barata do mercado é a carne negra
(Só serve o não preto)

Que vai de graça pro presídio


E para debaixo do plástico
Que vai de graça pro subemprego
E pros hospitais psiquiátricos

A carne mais barata do mercado é a carne negra (diz aí!)


A carne mais barata do mercado é a carne negra
A carne mais barata do mercado é a carne negra
A carne mais barata do mercado é a carne negra

Que fez e faz história


Segurando esse país no braço, mermão
O cabra aqui não se sente revoltado
Porque o revólver já está engatilhado

E o vingador é lento
Mas muito bem intencionado
E esse país vai deixando todo mundo preto
E o cabelo esticado

Mas, mesmo assim


Ainda guardo o direito de algum antepassado da cor
Brigar sutilmente por respeito
Brigar bravamente por respeito

Brigar por justiça e por respeito (pode acreditar)


De algum antepassado da cor
Brigar, brigar, brigar, brigar, brigar
(Se liga aí!)

A carne mais barata do mercado é a carne negra


(Na cara dura, só serve o não preto)
A carne mais barata do mercado é a carne negra
A carne mais barata do mercado é a carne negra
(Na cara dura, só serve o não preto)
A carne mais barata do mercado é a carne negra

(Tá ligado que não é fácil, né, mano?)

Negra
Negra
Carne negra (pode acreditar)
A carne negra.
Através da letra da música “A carne negra” de Elza Soares é possível avaliar o
contexto de desigualdade que historicamente estão associados os negros na
sociedade brasileira. - Pensar, a partir das canções, o peso da escravidão na
vida dos negros na atualidade.
As dicotomias classistas e racistas provenientes do modo de vida eurocêntrico
constituem um desafio diário na prática da sala de aula, haja vista, essas
dicotomias tentam separar o trabalho intelectual e manual, corpo e mente.

É preciso romper com a colonialidade do poder, do saber e do ser. E caminhar


para a desconstrução/problematização do pensamento racional eurocêntrico que
se afirmou historicamente como o único parâmetro de saber e de sociedade e
tem permeado o ambiente acadêmico das universidades, das legislações, do
espaço escolar, da mídia, enfim, do sistema educativo e social em múltiplas
dimensões.
Para se superar efetivamente a colonialidade nos sistemas públicos e privados
de ensino e efetivar a implementação da lei 10.639/2003 e uma efetiva educação
para as relações étnicoraciais devemos descolonizar os currículos (GOMES,
2012). Para tal precisamos trazer para o cenário educacional as histórias e
culturas africanas, afro-brasileiras e indígenas e consequentemente por meio
desses temas debater e problematizar o histórico racismo presente em nossa
sociedade. Neste sentido, faz-se urgente e necessário que os pressupostos da
interculturalidade rompam com as epistemologias eurocentradas e que seja
acompanhado por novos procedimentos didático-metodológicos.

Nossos currículos, nossos planos de ensino, nossas aulas compartimentadas


ainda privilegiam um tipo de estudante, um tipo de organização curricular que
ainda é de matriz colonial eurocêntrica autoritária, patriarcal, heteronormativa e
cristã.
É preciso pensar nas possibilidades de levar para sala de aulas explicações de
determinados temas históricos numa perspectiva negra ou indígena; trazer
referenciais de mulheres negras e indígenas como um dos pressupostos da
decolonialidade para as aulas; utilizar como fontes diversos textos e gênero
literários para além do livro didático como romances de época, textos de jornais,
poesias, narrativas orais do passado e de pessoas do presente como os
remanescentes de quilombos, entre outras.

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