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Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá

do Estado de Mato Grosso

SME-MT
Técnico em Desenvolvimento Infantil
Nº 03/2018/GS/SME

JH075-2018
DADOS DA OBRA

Título da obra: Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá do Estado de Mato Grosso

Cargo: Técnico em Desenvolvimento Infantil

(Baseado no Nº 03/2018/GS/SME)

• Língua Portuguesa
• Raciocínio Lógico - Matemática
• Legislação Específica
• Conhecimentos Específicos

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Diagramação/ Editoração Eletrônica


Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Thais Regis

Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Julia Antoneli

Capa
Joel Ferreira dos Santos
SUMÁRIO

Língua Portuguesa

Leitura, compreensão e interpretação de textos. ........................................................................................................................................ 83


Estruturação do texto e dos parágrafos. ........................................................................................................................................................ 04
Articulação do texto: pronomes e expressões referenciais, nexo, operadores sequenciais. ...................................................... 07
Significação contextual de palavras e expressões. ..................................................................................................................................... 76
Equivalência e transformação de estruturas. ................................................................................................................................................ 88
Sintaxe: processos de coordenação e subordinação. Emprego de tempos e modos verbais. .................................................. 63
Pontuação. .................................................................................................................................................................................................................. 50
Estrutura e formação de palavras. .................................................................................................................................................................... 04
Funções das classes de palavras. .....................................................................................................................................................................100
Flexão nominal e verbal. ....................................................................................................................................................................................... 07
Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação. ...................................................................................................................... 07
Concordância nominal e verbal. ........................................................................................................................................................................ 52
Regência nominal e verbal. .................................................................................................................................................................................. 58
Ortografia oficial....................................................................................................................................................................................................... 44
Acentuação gráfica (Novo Acordo Ortográfico)........................................................................................................................................... 47

Raciocínio Lógico - Matemática

Operações com conjuntos.................................................................................................................................................................................... 01


Raciocínio lógico numérico: problemas envolvendo operações com números reais e raciocínio sequencial. .................. 42
Conceito de proposição: valores lógicos das proposições; conectivos, negação e tabela-verdade. ..................................... 01
Tautologias. ................................................................................................................................................................................................................ 01
Condição necessária e suficiente. ..................................................................................................................................................................... 09
Argumentação lógica, estruturas lógicas ....................................................................................................................................................... 09
Diagramas lógicos. .................................................................................................................................................................................................. 13
Equivalências e implicações lógicas. ................................................................................................................................................................ 19
Quantificadores universal e existencial. .......................................................................................................................................................... 01
Problemas de Contagem: Princípio Aditivo e Princípio Multiplicativo. .............................................................................................. 30
Arranjos, combinações e permutações. .......................................................................................................................................................... 30
Noções de Probabilidade...................................................................................................................................................................................... 30

Legislação Específica

Lei Orgânica do Município de Cuiabá, ............................................................................................................................................................ 01


Lei no 220 de 22 de dezembro de 2010(dispõe sobre a carreira dos profissionais da Educação e posteriores altera-
ções). ............................................................................................................................................................................................................................ 26
Lei Complementar no 093/2003 (dispõe sobre o estatuto dos servidores públicos da Administração Pública direta, au-
tárquica e fundacional do Município de Cuiabá). ....................................................................................................................................... 34
Ética, organização e cidadania............................................................................................................................................................................ 54
SUMÁRIO

Conhecimentos Específicos

Pedagogia da infância, o processo de cuidar e educar, as diferentes dimensões humanas, fases de desenvolvimento da
criança, direitos da infância, didática e metodologia do ensino na Educação Infantil. ............................................................... 01
Linguagem verbal, escrita e corporal, manifestações e tradições culturais brasileiras, linguagem matemática, literatura
infantil no Brasil. ...................................................................................................................................................................................................... 27
Conceitos metodológicos específicos das áreas do conhecimento de português, matemática, história, geografia, ciências
e artes da Educação Básica, com foco na vivência infantil, no conhecimento do espaço voltados para a construção de
habilidade de segurança e autonomia. ........................................................................................................................................................... 43
Processos cognitivos na alfabetização. A construção e desenvolvimento da leitura e escrita. ................................................ 86
A formação do pensamento logico da criança. ........................................................................................................................................... 88
O ambiente alfabetizador e as dificuldades de aprendizagem. ............................................................................................................ 89
A alfabetização nos diferentes momentos históricos. .............................................................................................................................. 95
A função social da alfabetização. ....................................................................................................................................................................103
A intencionalidade da avaliação no processo de apropriação e produção do conhecimento. ..............................................105
Desenvolvimento linguístico e desenvolvimento cognitivo. ................................................................................................................106
As etapas do processo de alfabetização. .....................................................................................................................................................109
A importância da consciência fonológica na alfabetização. .................................................................................................................109
A tecnologia a favor da alfabetização. ..........................................................................................................................................................111
A perspectiva infantil na fase da alfabetização. .........................................................................................................................................114
Teorias da aprendizagem. ..................................................................................................................................................................................114
Avaliação. ..................................................................................................................................................................................................................121
Planejamento docente: dinâmica e processos. ..........................................................................................................................................125
Currículo e didática: histórico, teorias e tendências atuais. ..................................................................................................................130
Interdisciplinaridade. ............................................................................................................................................................................................153
Projeto Político Pedagógico: princípios e finalidades. ............................................................................................................................158
Tendências e concepções pedagógicas da educação brasileira..........................................................................................................165
A função social da escola pública contemporânea...................................................................................................................................171
LÍNGUA PORTUGUESA

Letra e Fonema.......................................................................................................................................................................................................... 01
Estrutura das Palavras............................................................................................................................................................................................. 04
Classes de Palavras e suas Flexões..................................................................................................................................................................... 07
Ortografia.................................................................................................................................................................................................................... 44
Acentuação................................................................................................................................................................................................................. 47
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................... 50
Concordância Verbal e Nominal......................................................................................................................................................................... 52
Regência Verbal e Nominal................................................................................................................................................................................... 58
Frase, oração e período.......................................................................................................................................................................................... 63
Sintaxe da Oração e do Período......................................................................................................................................................................... 63
Termos da Oração.................................................................................................................................................................................................... 63
Coordenação e Subordinação............................................................................................................................................................................. 63
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 71
Colocação Pronominal............................................................................................................................................................................................ 74
Significado das Palavras......................................................................................................................................................................................... 76
Interpretação Textual............................................................................................................................................................................................... 83
Tipologia Textual....................................................................................................................................................................................................... 85
Gêneros Textuais....................................................................................................................................................................................................... 86
Coesão e Coerência................................................................................................................................................................................................. 86
Reescrita de textos/Equivalência de Estruturas............................................................................................................................................. 88
Estrutura Textual........................................................................................................................................................................................................ 90
Redação Oficial.......................................................................................................................................................................................................... 91
Funções do “que” e do “se”................................................................................................................................................................................100
Variação Linguística...............................................................................................................................................................................................101
O processo de comunicação e as funções da linguagem......................................................................................................................103
LÍNGUA PORTUGUESA

PROF. ZENAIDE AUXILIADORA PACHEGAS BRANCO

Graduada pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Adamantina. Especialista pela Universidade Estadual Paulista
– Unesp

LETRA E FONEMA

A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”). Significa
literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que estuda os sons da lín-
gua quanto à sua função no sistema de comunicação linguística, quanto à sua organização e classificação. Cuida, também,
de aspectos relacionados à divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da forma correta de pronunciar certas
palavras. Lembrando que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar estes sons no ato da fala. Particularidades na
pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética.
Na língua falada, as palavras se constituem de fonemas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas por meio de
símbolos gráficos, chamados de letras ou grafemas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de esta-
belecer uma distinção de significado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção
entre os pares de palavras:
amor – ator / morro – corro / vento - cento

Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que
você - como falante de português - guarda de cada um deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este forma
os significantes dos signos linguísticos. Geralmente, aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.

Fonema e Letra
- O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por
exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê).
- Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que
pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento, exílio.

- Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar:
- o fonema /sê/: texto
- o fonema /zê/: exibir
- o fonema /che/: enxame
- o grupo de sons /ks/: táxi

- O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas.


Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o
1234567 12 3 45 6

Galho = fonemas: /g/a/lh/o/ letras: ga lho


1 2 3 4 12345

- As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta. Nestas
palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema; dança: o
“n” não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”.

- A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema.


Hoje = fonemas: ho / j / e / letras: h o j e
1 2 3 1234

Classificação dos Fonemas


Os fonemas da língua portuguesa são classificados em:

1) Vogais
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua,
desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma única vogal.

1
LÍNGUA PORTUGUESA

Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entrea- 1) Ditongo


berta. As vogais podem ser:
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-
- Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
/o/, /u/. - Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal:
sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
- Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na- - Decrescente: quando a vogal vem antes da semivo-
sais. gal: pai (a = vogal, i = semivogal)
/ã/: fã, canto, tampa - Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
/ ẽ /: dente, tempero - Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na-
/ ĩ/: lindo, mim sais: mãe
/õ/: bonde, tombo
/ ũ /: nunca, algum 2) Tritongo

- Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até, É a sequência formada por uma semivogal, uma vo-
bola. gal e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba.
Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tri-
- Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, tongo nasal.
bola.
3) Hiato
Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
- Abertas: pé, lata, pó É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que
- Fechadas: mês, luta, amor pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais
- Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das pa- de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia
lavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”). (po-e-si-a).

2) Semivogais Encontros Consonantais

Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vo-
Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma gal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal.
só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas Existem basicamente dois tipos:
são chamados de semivogais. A diferença fundamental en- 1-) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r”
tre vogais e semivogais está no fato de que estas não de- e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no,
sempenham o papel de núcleo silábico. a-tle-ta, cri-se.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: 2-) os que resultam do contato de duas consoantes
pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão Há ainda grupos consonantais que surgem no início
forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade, dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo,
história, série. psi-có-lo-go.

3) Consoantes Dígrafos

Para a produção das consoantes, a corrente de ar expi- De maneira geral, cada fonema é representado, na es-
rada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela ca- crita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e
vidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam verda- quatro letras.
deiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos.
Seu nome provém justamente desse fato, pois, em portu- Há, no entanto, fonemas que são representados, na es-
guês, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos: crita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco
/b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc. letras.

Encontros Vocálicos Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ fo-


ram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas
semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante para representar um único fonema (di = dois + grafo = le-
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em tra). Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos
sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o triton- que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos:
go e o hiato. consonantais e vocálicos.

2
RACIOCÍNIO LÓGICO

1 Conceitos básicos de raciocínio lógico: proposições; valores lógicos das proposições; sentenças abertas; número de
linhas da tabela verdade; conectivos; proposições simples; proposições compostas. 2 Tautologia....................................... 01
Lógica de argumentação....................................................................................................................................................................................... 09
Diagramas lógicos e lógica de primeira ordem............................................................................................................................................ 13
Equivalências.............................................................................................................................................................................................................. 19
Leis de demorgan..................................................................................................................................................................................................... 23
Sequëncia lógica....................................................................................................................................................................................................... 26
Princípios de contagem e probabilidade........................................................................................................................................................ 30
Operações com conjunto...................................................................................................................................................................................... 37
Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais............................................................................ 42
Porcentagem.............................................................................................................................................................................................................. 63
RACIOCÍNIO LÓGICO

PROF. EVELISE LEIKO UYEDA AKASHI Vamos ver alguns princípios da lógica:
Especialista em Lean Manufacturing pela Pontifícia
Universidade Católica- PUC Engenheira de Alimentos pela
I. Princípio da não Contradição: uma proposição não
Universidade Estadual de Maringá – UEM. Graduanda em
pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
Matemática pelo Claretiano.
II. Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição
“ou” é verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se
sempre um desses casos e nunca um terceiro caso.
1 CONCEITOS BÁSICOS DE RACIOCÍNIO
LÓGICO: PROPOSIÇÕES; VALORES LÓ- Valor Lógico das Proposições
GICOS DAS PROPOSIÇÕES; Definição: Chama-se valor lógico de uma proposição a
SENTENÇAS ABERTAS; NÚMERO DE verdade, se a proposição é verdadeira (V), e a falsidade, se
LINHAS DA TABELA VERDADE; CONECTIVOS; a proposição é falsa (F).
PROPOSIÇÕES SIMPLES; PROPOSIÇÕES
COMPOSTAS. 2 TAUTOLOGIA. Exemplo
p: Thiago é nutricionista.
V(p)= V essa é a simbologia para indicar que o valor
lógico de p é verdadeira, ou
Proposição V(p)= F
Definição: Todo o conjunto de palavras ou símbolos
que exprimem um pensamento de sentido completo. Basicamente, ao invés de falarmos, é verdadeiro ou fal-
so, devemos falar tem o valor lógico verdadeiro, tem valor
Nossa professora, bela definição! lógico falso.
Não entendi nada!
Classificação
Vamos pensar que para ser proposição a frase tem que
fazer sentido, mas não só sentido no nosso dia a dia, mas Proposição simples: não contém nenhuma outra pro-
também no sentido lógico. posição como parte integrante de si mesma. São geral-
Para uma melhor definição dentro da lógica, para ser mente designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r,s...
proposição, temos que conseguir julgar se a frase é verda- E depois da letra colocamos “:”
deira ou falsa.
Exemplo:
Exemplos: p: Marcelo é engenheiro
(A) A Terra é azul. q: Ricardo é estudante
Conseguimos falar se é verdadeiro ou falso? Então é
uma proposição. Proposição composta: combinação de duas ou mais
(B) >2 proposições. Geralmente designadas pelas letras maiúscu-
las P, Q, R, S,...
Como ≈1,41, então a proposição tem valor lógico
falso. Exemplo:
P: Marcelo é engenheiro e Ricardo é estudante.
Todas elas exprimem um fato. Q: Marcelo é engenheiro ou Ricardo é estudante.

Agora, vamos pensar em uma outra frase: Se quisermos indicar quais proposições simples fazem
O dobro de 1 é 2? parte da proposição composta:
Sim, correto?
Correto. Mas é uma proposição? P(p,q)
Não! Porque sentenças interrogativas, não podemos
declarar se é falso ou verdadeiro. Se pensarmos em gramática, teremos uma proposição
composta quando tiver mais de um verbo e proposição
Bruno, vá estudar. simples, quando tiver apenas 1. Mas, lembrando que para
É uma declaração imperativa, e da mesma forma, não ser proposição, temos que conseguir definir o valor lógico.
conseguimos definir se é verdadeiro ou falso, portanto, não
é proposição. Conectivos
Agora vamos entrar no assunto mais interessante: o
Passei! que liga as proposições.
Ahh isso é muito bom, mas infelizmente, não podemos Antes, estávamos vendo mais a teoria, a partir dos co-
de qualquer forma definir se é verdadeiro ou falso, porque nectivos vem a parte prática.
é uma sentença exclamativa.

1
RACIOCÍNIO LÓGICO

Definição - Disjunção Exclusiva


Palavras que se usam para formar novas proposições,
a partir de outras. Extensa: Ou...ou...
Símbolo: ∨
Vamos pensar assim: conectivos? Conectam alguma
coisa? p: Vitor gosta de estudar.
Sim, vão conectar as proposições, mas cada conetivo q: Vitor gosta de trabalhar
terá um nome, vamos ver?
p∨q Ou Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de tra-
-Negação
balhar.

-Condicional
Extenso: Se...,então..., É necessário que, Condição ne-
Exemplo cessária
p: Lívia é estudante. Símbolo: →
~p: Lívia não é estudante.
Exemplos
q: Pedro é loiro. p→q: Se chove, então faz frio.
¬q: É falso que Pedro é loiro. p→q: É suficiente que chova para que faça frio.
p→q: Chover é condição suficiente para fazer frio.
r: Érica lê muitos livros. p→q: É necessário que faça frio para que chova.
~r: Não é verdade que Érica lê muitos livros. p→q: Fazer frio é condição necessária para chover.

s: Cecilia é dentista. -Bicondicional


¬s: É mentira que Cecilia é dentista. Extenso: se, e somente se, ...
Símbolo:↔
-Conjunção
p: Lucas vai ao cinema
q: Danilo vai ao cinema.

p↔q: Lucas vai ao cinema se, e somente se, Danilo vai


ao cinema.
Nossa, são muitas formas de se escrever com a con-
junção. Referências
Não precisa decorar todos, alguns são mais usuais: “e”, ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica mate-
“mas”, “porém” mática – São Paulo: Nobel – 2002.

Exemplos
p: Vinícius é professor.
q: Camila é médica. Questões
p∧q: Vinícius é professor e Camila é médica.
p∧q: Vinícius é professor, mas Camila é médica. 01. (IFBAIANO – Assistente em Administração –
p∧q: Vinícius é professor, porém Camila é médica. FCM/2017) Considere que os valores lógicos de p e q são
V e F, respectivamente, e avalie as proposições abaixo.
- Disjunção I- p → ~(p ∨ ~q) é verdadeiro
II- ~p → ~p ∧ q é verdadeiro
III- p → q é falso
IV- ~(~p ∨ q) → p ∧ ~q é falso
p: Vitor gosta de estudar.
q: Vitor gosta de trabalhar Está correto apenas o que se afirma em:

p∨q: Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de traba- (A) I e III.


lhar. (B) I, II e III.
(C) I e IV.
(D) II e III.
(E) III e IV.

2
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Lei Orgânica do Município de Cuiabá, ............................................................................................................................................................ 01


Lei no 220 de 22 de dezembro de 2010(dispõe sobre a carreira dos profissionais da Educação e posteriores altera-
ções). ............................................................................................................................................................................................................................ 26
Lei Complementar no 093/2003 (dispõe sobre o estatuto dos servidores públicos da Administração Pública direta, au-
tárquica e fundacional do Município de Cuiabá). ....................................................................................................................................... 34
Ética, organização e cidadania............................................................................................................................................................................ 54
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

d) disciplinar os serviços de carga e descarga e fixar


tonelagem máxima permitida a veículos que circulem em
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CUIABÁ vias públicas municipais;
e) definir e regulamentar a execução dos serviços e
atividades desenvolvidas nas vias urbanas;
11. sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais,
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CUIABA/MT. bem como regulamentar e fiscalizar sua utilização;
12. prover sobre limpeza das vias e logradouros
TÍTULO I públicos, remoção e destino do lixo domiciliar e de outros
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES resíduos de qualquer natureza;
Capítulo I 13. ordenar as atividades urbanas, fixando condições
DO MUNICÍPIO e horários para funcionamento de estabelecimentos
industriais, comerciais e similares, observadas as normas
Art. 1º O Município de Cuiabá, Capital do Estado de federais pertinentes;
Mato Grosso, é pessoa jurídica de direito público interno, 14. dispor sobre o serviço funerário e dos cemitérios,
dotada de autonomia política, administrativa, financeira encarregando-se da administração daqueles que forem
e legislativa, nos termos consagrados pelas Constituições públicos e fiscalizando os pertencentes a atividades
Federal, Estadual e por esta Lei. privadas;
Art. 2º São poderes do Município, independentes e 15. prestar serviços de atendimento à saúde da
harmônicos entre si, o Legislativo e o Executivo. população;
Art. 3º São símbolos do Município de Cuiabá: o Brasão, 16. manter programas de educação pré-escolar e de
o Hino e a Bandeira, representativos da cultura, da história ensino fundamental;
e tradição do seu povo. 17. regulamentar, autorizar e fiscalizar a afixação de
cartazes e anúncios, bem como a utilização de quaisquer
Capítulo II outros meios de publicidade e propaganda, nos locais
DA COMPETÊNCIA sujeitos ao poder de polícia municipal;
18. dispor sobre depósito e destino de animais e
Art. 4º Ao Município de Cuiabá compete: mercadorias apreendidas, em decorrência de transgressão
I - dispor sobre assunto de interesse local, cabendo- da legislação municipal;
lhe, entre outras, as seguintes atribuições: 19. dispor sobre registro, vacinação e captura de
1. elaborar o plano plurianual, as diretrizes
animais, com a finalidade de erradicação da raiva e de outras
orçamentárias e os orçamentos anuais, nos termos da
moléstias de que possam ser portadoras ou transmissoras;
seção II, do título IV, da Constituição Federal;
20. constituir guardas-municipais destinadas à
2. Instituir e arrecadar tributos de sua competência,
proteção das instalações, bens e serviços municipais,
bem como prestar contas e publicar balancetes;
conforme dispuser a lei;
3. arrecadar e aplicar rendas que lhe pertencerem, na
21. promover a guarda da Documentação Pública e
forma da lei;
4. organizar e prestar, diretamente ou sob regime de Histórica do Município e franquear sua consulta a quem
concessão ou permissão, os seus serviços públicos; delas necessitar;
5. dispor sobre administração, utilização e alienação de 22. promover e incentivar o turismo local, como fator
seus bens; de desenvolvimento social e econômico;
6. adquirir bens, inclusive através de desapropriação 23. quanto aos estabelecimentos industriais, comerciais
por necessidade, utilidade pública ou por interesse social; e similares, agir dentro dos seguintes critérios:
7. elaborar o seu Plano Diretor, através do Instituto de a) conceder ou renovar licença para localização,
Planejamento e Pesquisa Urbana; instalação e funcionamento;
8. promover o adequado ordenamento territorial, b) revogar a licença daqueles cujas atividades se
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento tornarem prejudiciais à saúde, à higiene, ao bem-estar, à
e da ocupação do solo urbano; recreação, ao sossego público ou aos bons costumes;
9. estabelecer as servidões necessárias aos seus c) promover o fechamento daqueles que funcionarem
serviços; sem licença ou em desacordo com a lei;
10. regulamentar a utilização dos logradouros públicos, 24. estabelecer e impor penalidades por infração das
especialmente no perímetro urbano, tomando providências leis e regulamentos pertinentes;
quanto a: 25. apoiar as entidades representativas comunitárias,
a) prover o transporte coletivo urbano, que poderá ser materializando, se legais e necessárias, as reivindicações
operado através de concessão ou permissão, ou de forma que forem apresentadas;
direta; 26. criar, juntamente com outros Municípios, programas
b) prover o transporte individual de passageiros; através de consórcios para promoverem o desenvolvimento
c) fixar e sinalizar os locais de estacionamentos de e superar limitações de problemas comuns.
veículos, os limites das “zonas de silêncio” e de trânsito e II - suplementar a legislação federal e a estadual no
tráfego em condições especiais; que couber.

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Art. 5º Ao município de Cuiabá cabe, sem prejuízo da Art. 8º A Câmara Municipal reunir-se-á anualmente, na
competência da União e do Estado, observando normas de sede do Município, de 15 de fevereiro a 30 de junho e de
cooperação estabelecidas por lei complementar federal: 1º de agosto a 15 de dezembro.
I - zelar pela guarda da Constituição, das Leis e das § 1º As reuniões para essas datas serão transferidas
Instituições Democráticas e conservar o patrimônio público; para o primeiro dia útil subseqüente, quando recaírem em
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e sábados, domingos e feriados.
garantia das pessoas portadoras de deficiência; § 2º A Câmara se reunirá em sessões ordinárias,
III - proteger os documentos, as obras e outros bens extraordinárias ou solenes, conforme dispuser o seu
de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos e as Regimento Interno.
paisagens naturais notáveis, e os sítios arqueológicos; § 3º A convocação extraordinária da Câmara Municipal
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização far-se-á:
de obras de arte e de outros bens de valor histórico, I - pelo Prefeito, em caso de urgência ou interesse
artístico e cultural público relevante;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à II - pelo Presidente da Câmara ou a requerimento da
educação, à ciência e à pesquisa; maioria dos membros da Casa, em caso de urgência ou
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição interesse público relevante.
em qualquer de suas formas; § 4º Na sessão legislativa extraordinária, a Câmara
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; Municipal somente deliberará sobre a matéria para a qual
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o for convocada.
abastecimento alimentar; § 5º As sessões serão públicas, salvo deliberação em
IX - promover programas de construção de moradias contrário de 2/3 (dois terços) dos Vereadores, para casos
e a melhoria das condições habitacionais e do saneamento especificados no Regimento Interno.
básico; Art. 9º As deliberações da Câmara serão tomadas por
X - combater as causas da pobreza e os fatores de maioria de votos, presente a maioria absoluta de seus
marginalização, promovendo a integração dos setores membros, salvo disposição em contrário constante na
desfavorecidos; Constituição Federal e nesta Lei Orgânica.
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de Art. 10 O Ano Legislativo não será encerrado
direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e sem a deliberação sobre o projeto de lei de diretrizes
minerais em seu território; orçamentárias.
XII - estabelecer e implantar política de educação para Art. 11 Compete privativamente à Câmara Municipal,
a segurança do trânsito. dentre outras, as seguintes atribuições:
I - eleger sua Mesa Diretora, bem como destituí-la na
TÍTULO II forma desta Lei Orgânica e do Regimento Interno;
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES II - elaborar e votar o Regimento Interno;
Capítulo I III - organizar os seus serviços administrativos e prover
DO PODER LEGISLATIVO os respectivos cargos;
SEÇÃO I IV - criar, alterar ou extinguir cargos dos serviços
DA CÂMARA MUNICIPAL administrativos e fixar os respectivos vencimentos;
V - conceder licença ao Prefeito, ao Vice-Prefeito e aos
Art. 6º O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Vereadores para afastamento do cargo;
Municipal, composta de Vereadores, eleitos através do VI - apreciar e julgar as contas do Prefeito, deliberando
sistema proporcional, representando o povo, com mandato sobre o parecer do Tribunal de Contas do Estado, no prazo
de quatro anos. máximo de 60 (sessenta) dias após seu recebimento,
§ 1º Cada legislatura terá a duração de quatro anos, observados os seguintes preceitos:
compreendendo a cada sessão, dois períodos legislativos. a) o parecer do Tribunal somente deixará de prevalecer
§ 2º O número de Vereadores será fixado pela Justiça por decisão de dois terços (2/3) dos membros da Câmara;
Eleitoral, tendo em vista a população do Município e b) rejeitadas as contas, serão estas, imediatamente,
observados os limites estabelecidos na Constituição remetidas ao Ministério Público, para os fins de direito;
Federal e Estadual. VII - julgar e decretar a perda do mandato do Prefeito,
Art. 7º São condições de elegibilidade para o mandato Vice-Prefeito e dos Vereadores, nos casos indicados na
de Vereador, na forma da Lei Federal, em especial: Constituição Federal e nesta Lei Orgânica;
I - a nacionalidade brasileira; VIII - autorizar a realização de empréstimos, operação
II - o pleno exercício dos direitos políticos; ou acordo externo de qualquer natureza, de interesse do
III - o alistamento eleitoral; Município;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; IX - proceder a tomada de contas do Prefeito, através
V - a filiação partidária; de Comissão Especial, quando não apresentada à Câmara,
VI - a idade mínima de dezoito anos e; dentro de 60 (sessenta) dias após a abertura da sessão
VII - ser alfabetizado. legislativa;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Técnico em Desenvolvimento Infantil
Pedagogia da infância, o processo de cuidar e educar, as diferentes dimensões humanas, fases de desenvolvimento da
criança, direitos da infância, didática e metodologia do ensino na Educação Infantil. ............................................................... 01
Linguagem verbal, escrita e corporal, manifestações e tradições culturais brasileiras, linguagem matemática, literatura
infantil no Brasil. ...................................................................................................................................................................................................... 27
Conceitos metodológicos específicos das áreas do conhecimento de português, matemática, história, geografia, ciên-
cias e artes da Educação Básica, com foco na vivência infantil, no conhecimento do espaço voltados para a construção
de habilidade de segurança e autonomia. .................................................................................................................................................... 43
Processos cognitivos na alfabetização. A construção e desenvolvimento da leitura e escrita. ................................................ 86
A formação do pensamento logico da criança. ........................................................................................................................................... 88
O ambiente alfabetizador e as dificuldades de aprendizagem. ............................................................................................................ 89
A alfabetização nos diferentes momentos históricos. .............................................................................................................................. 95
A função social da alfabetização. ....................................................................................................................................................................103
A intencionalidade da avaliação no processo de apropriação e produção do conhecimento. ..............................................105
Desenvolvimento linguístico e desenvolvimento cognitivo. ................................................................................................................106
As etapas do processo de alfabetização. .....................................................................................................................................................109
A importância da consciência fonológica na alfabetização. .................................................................................................................109
A tecnologia a favor da alfabetização. ..........................................................................................................................................................111
A perspectiva infantil na fase da alfabetização. .........................................................................................................................................114
Teorias da aprendizagem. ..................................................................................................................................................................................118
Avaliação. ..................................................................................................................................................................................................................125
Planejamento docente: dinâmica e processos. ..........................................................................................................................................128
Currículo e didática: histórico, teorias e tendências atuais. ..................................................................................................................134
Interdisciplinaridade. ............................................................................................................................................................................................157
Projeto Político Pedagógico: princípios e finalidades. ............................................................................................................................162
Tendências e concepções pedagógicas da educação brasileira..........................................................................................................169
A função social da escola pública contemporânea...................................................................................................................................175
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Técnico em Desenvolvimento Infantil
No Brasil, a década de 1980 marca a virada do processo
PEDAGOGIA DA INFÂNCIA, O PROCESSO de valorização da infância porque, desde então, o enfoque
DE CUIDAR E EDUCAR, AS DIFERENTES sai da tutela da família e recai sobre o direito. A criança passa
DIMENSÕES HUMANAS, FASES DE a ser sujeito de direitos, fruto da mobilização da sociedade
civil organizada, do movimento de mulheres e pesquisado-
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA, DIREITOS
res da educação, em especial da Educação Infantil que, por
DA INFÂNCIA, DIDÁTICA E METODOLOGIA DO meio de intensas lutas e discussões sobre a necessidade da
ENSINO NA EDUCAÇÃO INFANTIL. educação formal culminou com os avanços registrados na
Constituição de 1988 que passa a considerar a criança como
sujeito de direitos: direito à vida, saúde, alimentação, educa-
ção, lazer, cultura, dignidade, respeito, liberdade, convivência
PEDAGOGIA DA INFÂNCIA familiar e comunitária.
Uma das consequências da valorização da infância é o
Crianças e infâncias (com)vivendo na Educação In- reconhecimento da Educação Infantil como dever do Estado
fantil e direito da criança. Se a promulgação do Estatuto da Criança
e do Adolescente em 1990 foi um dos primeiros marcos nes-
Um sobrevoo sobre a história da infância e da criança sa direção, é a LDB, promulgada em dezembro de 1996, que
sacrifica as muitas inferências que poderiam advir de um firma o elo entre o atendimento das crianças de zero a seis
anos e a educação.
aprofundamento acerca deste tópico. Para o Currículo, im-
Todavia, para Sarmento (2005) ainda existe uma invisibi-
porta lembrar que a criança é sujeito da história e da cultu-
lidade inerente à infância, obscurecendo suas potencialida-
ra, que as infâncias são plurais em suas expressões étnicas,
des. Ao encontro desse debate, Ariès (1986) descreve que a
estéticas e éticas. Se sempre existirão crianças, nem sempre própria etimologia da palavra infância se reveste da ideia de
existiu infância. Ou pelo menos, o “sentimento de infância”. criança como não-falante, criança que está em processo de
Guimarães (2008) apresenta-nos uma síntese sobre criação, de dependência, de transição. Significa dizer que a
essa história. Somente a partir do século XVIII, a infância infância assumiu por muitos anos uma negatividade que não
começa a ser objeto de novos olhares e preocupações. Os lhe era inerente ao considerar que a criança não tinha racio-
estudos de Ariès (1986) são um marco nesse campo por- nalidade, não tinha capacidade de expressão e comunicação.
que o autor localiza na Modernidade o surgimento do que No entanto, essa perspectiva vai de encontro ao lugar ocu-
ele denomina como “sentimento de infância”, ao contrário pado pelas crianças nas sociedades contemporâneas, como
do que vigorava na Idade Média, período em que adultos sujeito de direito, além dos atuais pressupostos teóricos, me-
e crianças se misturavam e estas eram consideradas ape- todológicos e epistemológicos que estão solidificados pelos
nas seres biológicos. As pobres cresciam para atender ao pesquisadores que estudam as crianças e a infância.
mundo do trabalho e as ricas eram vistas como miniaturas Certo é que muitas concepções sobre criança e infância
dos adultos. convivem no imaginário social. Uns valorizam a criança pelo
Na família burguesa da Modernidade, duas posturas que ela é e pelo que faz; outros enfatizam suas carências ou
materializaram o reconhecimento das crianças como dife- seu futuro. Para alguns, importa protege-la das vicissitudes
rentes dos adultos: a paparicação - que aparece na família, do mundo; para outros, é preciso inseri-la desde já na vida
identificando a criança à ingenuidade, graça, pureza - e a adulta. É um miniadulto ou um adulto incompleto. De modo
moralização - que se funda em meio aos eclesiásticos e geral, a criança e a infância são vistas como um “mal a ser
às ciências emergentes, enxergando a criança como ser da superado” e “semente do bem” ou uma “tábula rasa”. Essas
desrazão, incompleto, em falta, alvo da disciplina. distintas concepções também permeiam o campo pedagó-
Nos séculos XIX e XX, há uma inflexão na direção dos gico quando identificamos práticas pedagógicas orientadas
direitos das crianças, prerrogativas de cidadania, teorias do às crianças pequenas ora baseadas em um pensamento es-
desenvolvimento, periodicidade da vida infantil, iniciati- pontaneísta, desprovidas de intencionalidade educativa, ora
vas da Medicina, da Psicologia e da Pedagogia formulam apoiadas em uma concepção ambientalista na qual se vale
de métodos coercitivos e de avaliações comportamentais,
discursos e sustentam práticas através das quais se forma
nos quais os prêmios e castigos ocupam lugar de destaque
um ideal de criança. São divulgadas normas de higiene e
para a obtenção do comportamento desejado. Isso ocorre,
cuidados com as crianças, investe-se em campanhas de
portanto, quando o educador não acredita nas potencialida-
amamentação, criam-se instituições de atendimento, como des da criança, desconsiderando-a como sujeito ativo, parti-
as creches e jardins da infância. Elabora-se um modelo de cipativo e produtor de cultura.
infância, um modo de ser criança na cultura ocidental. A linearidade e a generalização são aspectos relevantes a
Assim, começa a ganhar corpo um ideário sobre a in- serem evitados para se falar em uma concepção de infância.
fância que atribui à criança o estatuto de sujeito de direi- Entre tantos aspectos, podemos pontuar que a concepção de
tos, estendendo-se na elaboração de dispositivos legais e criança é construída dentro de cada contexto social específi-
documentos internacionais, entre os quais a Declaração co, pois cada sociedade que existiu e existe tem delineamen-
de Genebra (1923), a Declaração Universal dos Direitos tos e culturas próprias. A infância pode ser arquitetada de
da Criança (1959) e a Convenção dos Direitos da Criança modos diferentes dentro de diversas sociedades, no mes-
(1989). mo período histórico.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Técnico em Desenvolvimento Infantil

Além disso, temos muitos estudos que dizem respeito saltar, bater palmas, movimentar-se de lá para cá, conhe-
às crianças burguesas, enquanto crianças de classes me- cer o ambiente a sua volta, interagir amplamente com seus
nos favorecidas foram esquecidas ao longo da história. A pares, memorizar cantigas, dividir o lanche, escrever seu
concepção de infância e, consequentemente de educação, nome, ouvir música, dançar, contar, entre outras ações.
deve ser engendrada na perspectiva da superação de desi- A instituição de Educação Infantil é um lugar privile-
gualdades e da guarida da alteridade, para a transformação giado para que as crianças tenham acesso a oportunida-
históricosocial da humanidade. Destaque-se, então, que a des de compartilhar saberes, de reorganizar e recriar suas
concepção de infância(s) que norteia a primeira etapa da experiências, de favorecer vivências provocativas, inovar e
Educação Básica decorre de determinações sociais mais criar a cultura de ter contato e incorporar os bens culturais
amplas de âmbito político, econômico, social, histórico e produzidos pela humanidade.
cultural, ou seja, consiste em considerar a criança, no con- Todavia, crianças de mesma idade podem apresentar
texto das práticas pedagógicas, como aquela que tem ne- desenvolvimento distinto. Cresce em importância o papel
cessidades próprias, que manifesta opiniões e desejos, de da instituição educacional que constitui, assim, os lócus
acordo com seu contexto social e sua história de vida. onde as conquistas já efetivadas levam àquilo que deve
O ponto de vista que norteia este Currículo aposta jus- ser alcançado, à “emergência do novo”, às aprendizagens e,
tamente nas imensas possibilidades e potencialidades das portanto, ao desenvolvimento.
crianças e das infâncias, conhece-las em seus fazeres, lin- Como afirma Sarmento (2005), é plausível dizer que a
guagens, invenções, imaginações, brincadeiras e cuidados. escola pode pouco contra a exclusão. Entretanto, a escola
Assim, a Educação Infantil precisa oferecer as melhores ainda é insubstituível por ser um contraponto à exclusão
condições e os recursos construídos historicamente para
social e por ser um espaço de produção de uma socieda-
a criança porque ela é um ser que se humaniza por estar
de de afirmação de direitos sociais, insubstituível para uma
aberta ao mundo, por portar desejos, por interagir com
cidadania ativa, tendo crianças e comunidade como parcei-
outras pessoas, por significar e atuar sobre o mundo, por
ras de seus próprios processos de emancipação.
fazer história e cultura, por ser memória, presente e futuro,
por ser um corpo que fala, por ser um novo começo para
a humanidade. Um ser que vai constituindo-se nas e pelas Bebês e crianças pequenas – O que precisamos consi-
relações objetivas e subjetivas de sua trajetória no mundo. derar?
Desse modo, as crianças, para além da filiação a um
grupo etário próprio, é um sujeito ativo, que pertence a Os bebês e as crianças pequenas possuem semelhan-
uma classe social, a um gênero, a uma etnia, a uma origem ças e diferenças. Muitas características estão presentes de
geográfica. São sujeitos sociais e históricos, marcados, por- maneira comum, outras são específicas de cada idade ou
tanto, pelas condições das sociedades em que estão inseri- faixa etária. De qualquer maneira, é essencial, ao lidar com
das. Significa dizer que são cidadãs, pessoas detentoras de esses seres humanos, ter em conta:
direitos, produtoras de cultura, mas também influenciadas - as diferentes infâncias, a história da infância e da Edu-
pela cultura adulta. Conceber a criança por essa lente favo- cação Infantil no mundo, no país, no DF e em cada insti-
rece enxergá-la a partir de seu ponto de vista, de modo a tuição;
entender que a infância não se resume a um determinado - a diferença entre o atendimento escolar e o de outros
estágio de desenvolvimento, mas reverte-se em uma ca- espaços coletivos como família, igrejas, etc.;
tegoria social própria, impondo na recusa de olhares uni- - a influência da instituição escolar na vida dos peque-
formes e homogêneos, desafiando o respeito pelas mais nos cidadãos; a necessidade de imprimir intencionalidades
diversas infâncias. educativas em suas práticas;
Entre as várias concepções, o Currículo requer um po- - as peculiaridades e o perfil sociopolítico e econômico
sicionamento sobre qual é a visão que a Educação Infantil distintos dos atendidos;
assume em relação às crianças, qual seja: “(...) um ser hu- - a faixa etária e sua dependência em relação às famí-
mano em construção, em processo de humanização, pois lias e suas características;
a natureza humana é fruto de nossa história social”. Ao - o período de desenvolvimento físico, social, cogniti-
apropriar-se da cultura acumulada ao longo da história, a vo, motor e emocional de cada criança;
criança (re) nasce como ser social: - a maneira como a criança aprende e apreende o
As crianças, por serem capazes, aprendem e desenvol-
mundo;
vem-se nas relações com seus pares e com adultos, explo-
- a importância de uma relação cotidiana com as famí-
rando os materiais e os ambientes, participando de situa-
lias, suas vivências e seu acervo cultural.
ções de aprendizagem interessantes, envolvendo-se em
atividades desafiadoras, enfim, vivendo a infância. Quando elegemos duas faixas etárias, a saber: bebês da
Por serem competentes, aprendem e desenvolvem-se creche e crianças pequenas da pré-escola, alertamos para
ao cantar, correr, brincar, ouvir histórias, descobrir e obser- o fato de que esses marcos cronológicos são referências
var objetos, manipular massinha e outros materiais, de- gerais, pois nenhuma criança é idêntica à outra. Entretanto,
senhar, pintar, dramatizar, imitar, construir com pecinhas, não obstante as diferenças quantitativas e qualitativas, as
jogar, mexer com água, empilhar blocos, passear, recortar, crianças pertencem a uma mesma época do desenvolvi-
mento.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Técnico em Desenvolvimento Infantil
Reitera-se que o desenvolvimento não é “um somató- A criança não deixa de lado a manipulação de objetos e
rio de experiências que se sucedem de modo linear e me- a produção de trabalhos manuais, como modelagem e de-
cânico com o passar dos anos”. O desenvolvimento requer senhos. Entretanto, os jogos e a representação simbólica,
o entendimento da dinâmica das atividades mediadas so- a brincadeira de papéis sociais são preponderantes nesse
cialmente e situadas historicamente. As aprendizagens sis- período, sendo fundamental a intervenção dos adultos na
tematizadas orientam e intervêm diretamente no processo ampliação das experiências. Por ser criativa, comunicativa
de desenvolvimento infantil. e competente, tanto quanto era quando bebê, a criança
A periodização do desenvolvimento infantil foi e é ob- desenvolve-se consideravelmente, de modo a ampliar sua
jeto de estudo de várias correntes teóricas. Apresentamos, percepção do corpo, suas possibilidades motoras, seu co-
de forma bastante sumária, o que propõe Leontiev a partir nhecimento de mundo. Apresenta possibilidades de cons-
da ideia de atividade principal, concebida por Elkonin. A truir a noção de espaço e de tempo, sendo capaz de evocar
atividade principal caracteriza a passagem de um período sujeitos e objetos que lhe são ausentes. Verifica-se também
a ampliação da linguagem oral e diferentes formas de ex-
de desenvolvimento para outro, ou seja, consiste na ativi-
pressão, entre elas o desenho, outros meios de comunica-
dade que interfere o desenvolvimento psíquico da criança
ção e a construção de hipóteses sobre a leitura e escrita.
para que estabeleça relações com a realidade externa, a fim
Considerando o exposto, o papel da Educação Infantil,
de satisfazer suas necessidades, a ponto de, dependendo
entre outros, é também o de constituir-se como uma etapa
das transformações e aprendizados fundamentais de dado onde a criança pode desenvolver-se plenamente ao brincar
período evolutivo, aperfeiçoar e impulsionar os progressos e ser feliz.
anteriores.
Ao adotar a concepção da atividade principal, Elkonin Quais são os princípios que orientam nosso trabalho?
elaborou uma periodização pela qual o sujeito passa. As-
sim, cada período tem uma atividade dominante com uma Na perspectiva da integralidade, ao considerar a crian-
função central na relação desse sujeito com o mundo, na ça como um ser indivisível, inteiro e único, o trabalho em
qual se verifica que: do nascimento a aproximadamente 1 Educação Infantil deve basear-se em princípios. Os princí-
ano de idade ocorre a comunicação emocional direta do pios éticos, políticos e estéticos, destacados pelas DCNEIs,
bebê com o adulto; entre 1 e 3 anos verifica-se a presença orientam as aprendizagens a serem promovidas com as
de brincadeiras de papéis sociais; dos 3 aos 6 anos, apro- crianças. Afinal, o que são princípios?
ximadamente, acontecem as atividades de estudo; já a co- Ora, princípios são regras, códigos de (boa) conduta
municação íntima, pessoal se dará durante a adolescência, que governam nossa vida e atitudes. São acepções funda-
entre os 12 e 18 anos e, por fim, a atividade profissional/ mentais que derivam e ou se tornam base para outras. O
estudo que é identificada na idade adulta. trabalho educativo na Educação Infantil assenta-se sobre
Ressalve-se que nos bebês de até 3 (três anos) a intera- estes princípios:
ção emocional com os adultos não é substituída pela ma-
nipulação dos objetos, pois a atividade anterior não deixa - Princípios éticos – referem-se à valorização da auto-
de existir, apenas outra se torna protagonista. nomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito
Esse período é um tempo de descobrimento de si mes- ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas,
mo e do mundo físico e social. Os bebês vão adquirindo o identidades e singularidades.
controle da marcha e dos esfíncteres e o gradual autocon- O trabalho educativo organiza-se e estrutura-se de
trole corporal. Utilizam o corpo para a comunicação e a ex- modo a assegurar às crianças a manifestação de seus in-
pressão, e o choro é uma linguagem. E, na ânsia de explorar teresses, desejos e curiosidades, a valorização de suas pro-
duções, o apoio à conquista da autonomia na escolha de
e conhecer o mundo, mordem, batem, apertam objetos e
brincadeiras e de atividades, de modo a viabilizar:
até seus coleguinhas.
- ampliação das possibilidades de aprendizado e de
Passam da anomia para heteronomia e, progressiva-
compreensão de mundo e de si próprio;
mente, caminham para a autonomia. Para tanto, é impor-
- construção de atitudes de respeito e solidariedade,
tante uma rotina estruturada, prevendo os momentos de fortalecendo a autoestima e os vínculos afetivos;
alimentação, sono e banho. Nesse período do desenvol- - combate aos preconceitos, discriminações negativas
vimento, as crianças “(...) gostam e precisam de cuidado, e bullying;
segurança, socialização, afeto e respeito, brincar, descobrir - conquista da independência, inclusive nos cuidados
e explorar o ambiente, serem questionadas, repetir ativida- pessoais diários; • aprendizado sobre o valor de cada pes-
des e situações, ouvir e contar histórias, explorar a textura, soa e dos diferentes grupos culturais;
os sons, os movimentos ao brincar com água, terra, pedri- - aquisição dos valores, como os da inviolabilidade
nhas, gravetos, entre outros”. da vida humana, a liberdade e a integridade individuais,
As crianças pequenas de 03 a 06 anos avançam na a igualdade de direitos de todas as pessoas, a igualdade
construção da identidade e da autonomia, diferenciam a si entre homens e mulheres, assim como a solidariedade a
e ao outro, que já é considerado nas relações. Consolidam- grupos vulneráveis política e economicamente;
-se as finalidades (para quê) e os motivos (porquê), o que - respeito à diversidade religiosa e cultural e combate
as leva a refletir sobre suas ações. a toda forma de racismo, machismo, sexismo e homofobia;

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