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Agente Penitenciário
OT075-2018
DADOS DA OBRA
• Língua Portuguesa
• Matemática
• Atualidades
• Direitos Humanos
• Lei de Execução Penal
• Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis do Estado do Espírito
Santo (lei complementar estadual n.° 046, De 31/01/1994).
• Definição dos crimes de tortura
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Emanuela Amaral de Souza
Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Leandro Filho
Capa
Joel Ferreira dos Santos
APRESENTAÇÃO
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SUMÁRIO
Língua Portuguesa
Matemática
Atualidades
Questões relacionadas a fatos políticos, econômicos, sociais e culturais, nacionais e internacionais, ocorridos a partir do
1º semestre de 2012, divulgados na mídia local e/ou nacional.................................................................................................................01
Direitos Humanos
Declaração Universal dos Direitos Humanos (adotada e proclamada pela Resolução 217-A (III) – da Assembleia Geral
das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948)..................................................................................................................................... 01
Os Direitos Humanos na Constituição Federal de 1988 (artigos 5.º ao 15.º)................................................................................... 10
Regras mínimas para o tratamento de pessoas presas, da ONU.......................................................................................................... 43
Capítulos I, II e IX; Título III: Capítulos I e II; Título IV: Capítulos I, II, III, V, VI; Títulos V: Capítulo Único Título VII; Título
VIII: Capítulos I e II; Título IX: Capítulos I, II, IV, V; Títulos X: Capítulos I, II e III; Títulos XII.......................................................... 01
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LÍNGUA PORTUGUESA
(A) não pode ser considerado literário, visto que a lin- A cana-de-açúcar
guagem aí utilizada não está adequada à norma culta for-
mal. Originária da Ásia, a cana-de-açúcar foi introduzida no
(B) não pode ser considerado literário, pois nele não Brasil pelos colonizadores portugueses no século XVI. A re-
se percebe a preservação do patrimônio cultural brasileiro. gião que durante séculos foi a grande produtora de cana-de
(C) não é um texto consagrado pela crítica literária. -açúcar no Brasil é a Zona da Mata nordestina, onde os férteis
(D) trata-se de um texto literário, porque, no processo solos de massapé, além da menor distância em relação ao
criativo da Literatura, o trabalho com a linguagem pode mercado europeu, propiciaram condições favoráveis a esse
aparecer de várias formas: cômica, lúdica, erótica, popular cultivo. Atualmente, o maior produtor nacional de cana-de
etc -açúcar é São Paulo, seguido de Pernambuco, Alagoas, Rio
(E) a pobreza vocabular – palavras erradas – não permi- de Janeiro e Minas Gerais. Além de produzir o açúcar, que em
te que o consideremos um texto literário. parte é exportado e em parte abastece o mercado interno, a
cana serve também para a produção de álcool, importante
Leia os fragmentos abaixo para responder às questões nos dias atuais como fonte de energia e de bebidas. A imen-
que seguem: sa expansão dos canaviais no Brasil, especialmente em São
Paulo, está ligada ao uso do álcool como combustível.
TEXTO I
O açúcar 2-) Para que um texto seja literário:
O branco açúcar que adoçará meu café a) basta somente a correção gramatical; isto é, a expres-
nesta manhã de Ipanema são verbal segundo as leis lógicas ou naturais.
não foi produzido por mim b) deve prescindir daquilo que não tenha correspondên-
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. cia na realidade palpável e externa.
Vejo-o puro c) deve fugir do inexato, daquilo que confunda a capaci-
e afável ao paladar dade de compreensão do leitor.
como beijo de moça, água d) deve assemelhar-se a uma ação de desnudamento. O
na pele, flor escritor revela, ao escrever, o mundo, e, em especial, revela o
que se dissolve na boca. Mas este açúcar Homem aos outros homens.
não foi feito por mim. e) deve revelar diretamente as coisas do mundo: senti-
Este açúcar veio mentos, ideias, ações.
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia. 3-) Ainda com relação ao textos I e II, assinale a opção
Este açúcar veio incorreta
de uma usina de açúcar em Pernambuco a) No texto I, em lugar de apenas informar sobre o real,
ou no Estado do Rio ou de produzi-lo, a expressão literária é utilizada principal-
e tampouco o fez o dono da usina. mente como um meio de refletir e recriar a realidade.
Este açúcar era cana b) No texto II, de expressão não literária, o autor informa
e veio dos canaviais extensos o leitor sobre a origem da cana-de-açúcar, os lugares onde é
que não nascem por acaso produzida, como teve início seu cultivo no Brasil, etc.
no regaço do vale. c) O texto I parte de uma palavra do domínio comum
Em lugares distantes, onde não há hospital – açúcar – e vai ampliando seu potencial significativo, explo-
nem escola, rando recursos formais para estabelecer um paralelo entre o
homens que não sabem ler e morrem de fome açúcar – branco, doce, puro – e a vida do trabalhador que o
aos 27 anos produz – dura, amarga, triste.
plantaram e colheram a cana d) No texto I, a expressão literária desconstrói hábitos
que viraria açúcar. de linguagem, baseando sua recriação no aproveitamento de
Em usinas escuras, novas formas de dizer.
homens de vida amarga e) O texto II não é literário porque, diferentemente do lite-
e dura rário, parte de um aspecto da realidade, e não da imaginação.
produziram este açúcar
branco e puro Gabarito
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
1-) D
Fonte: “O açúcar” (Ferreira Gullar. Toda poesia. Rio de
Janeiro, Civilização Brasileira, 1980, pp.227-228) 2-) D – Esta alternativa está correta, pois ela remete ao
caráter reflexivo do autor de um texto literário, ao passo
em que ele revela às pessoas o “seu mundo” de maneira
peculiar.
2
LÍNGUA PORTUGUESA
3-) E – o texto I também fala da realidade, mas com um Condições básicas para interpretar
cunho diferente do texto II. No primeiro há uma colocação
diferenciada por parte do autor em que o objetivo não é Fazem-se necessários:
unicamente passar informação, existem outros “motiva- a) Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros
dores” por trás desta escrita. literários, estrutura do texto), leitura e prática;
b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
É muito comum, entre os candidatos a um cargo pú- texto) e semântico;
blico, a preocupação com a interpretação de textos. Isso Observação – na semântica (significado das palavras)
acontece porque lhes faltam informações específicas a incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e cono-
respeito desta tarefa constante em provas relacionadas tação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
a concursos públicos. gem, entre outros.
Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão aju- c) Capacidade de observação e de síntese e
dar no momento de responder às questões relacionadas d) Capacidade de raciocínio.
a textos.
Interpretar X compreender
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e rela-
cionadas entre si, formando um todo significativo capaz Interpretar significa
de produzir interação comunicativa (capacidade de co- - explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
dificar e decodificar ). - Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
Contexto – um texto é constituído por diversas fra- - O autor permite concluir que...
ses. Em cada uma delas, há uma certa informação que a - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando
condições para a estruturação do conteúdo a ser trans- Compreender significa
mitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. - intelecção, entendimento, atenção ao que realmente
Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão está escrito.
grande que, se uma frase for retirada de seu contexto - o texto diz que...
original e analisada separadamente, poderá ter um sig- - é sugerido pelo autor que...
nificado diferente daquele inicial. - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
ção...
Intertexto - comumente, os textos apresentam re- - o narrador afirma...
ferências diretas ou indiretas a outros autores através
de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Erros de interpretação
Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia de erros de interpretação. Os mais frequentes são:
principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias,
ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, a) Extrapolação (viagem)
que levem ao esclarecimento das questões apresentadas Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias
na prova. que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do
tema quer pela imaginação.
Normalmente, numa prova, o candidato é convi-
dado a: b) Redução
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a
1. Identificar – é reconhecer os elementos funda- um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de
mentais de uma argumentação, de um processo, de uma ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendi-
época (neste caso, procuram-se os verbos e os advér- mento do tema desenvolvido.
bios, os quais definem o tempo).
2. Comparar – é descobrir as relações de semelhança c) Contradição
ou de diferenças entre as situações do texto. Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do can-
3. Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado didato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, conse-
com uma realidade, opinando a respeito. quentemente, errando a questão.
4. Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou se-
cundárias em um só parágrafo. Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor
5. Parafrasear – é reescrever o texto com outras pa- e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova
lavras. de concurso, o que deve ser levado em consideração é o
que o autor diz e nada mais.
3
LÍNGUA PORTUGUESA
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que - Falante não pode negar que tenha querido transmitir
relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre a informação expressa pelo pressuposto, mas pode negar
si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de que tenha desejado transmitir a informação expressa pelo
um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pro- subentendido.
nome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se - Negação da informação não nega o pressuposto.
vai dizer e o que já foi dito. - Pressuposto não verdadeiro – informação explícita
absurda.
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia - Principais marcadores de pressupostos: a) adjetivos;
-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e b) verbos; c) advérbios; d) orações adjetivas; e) conjunções.
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do
verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer QUESTÕES
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- (Agente Estadual de Trânsito – DETRAN - SP – Vu-
cedente. nesp/2013)
Os pronomes relativos são muito importantes na in-
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de O uso da bicicleta no Brasil
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, A utilização da bicicleta como meio de locomoção no
a saber: Brasil ainda conta com poucos adeptos, em comparação
com países como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos
que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente,
quais a bicicleta é um dos principais veículos nas ruas. Ape-
mas depende das condições da frase.
sar disso, cada vez mais pessoas começam a acreditar que
qual (neutro) idem ao anterior.
a bicicleta é, numa comparação entre todos os meios de
quem (pessoa)
cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois transporte, um dos que oferecem mais vantagens.
o objeto possuído. A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicle-
como (modo) tas e a outros veículos que, por lei, devem andar na via e
onde (lugar) jamais na calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são
quando (tempo) todos considerados veículos, com direito de circulação pe-
quanto (montante) las ruas e prioridade sobre os automotores.
Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à
Exemplo: bicicleta no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade,
Falou tudo QUANTO queria (correto) pois as bikes não emitem gases nocivos ao ambiente, não
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria consomem petróleo e produzem muito menos sucata de
aparecer o demonstrativo O ). metais, plásticos e borracha; a diminuição dos congestio-
Dicas para melhorar a interpretação de textos namentos por excesso de veículos motorizados, que atin-
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do gem principalmente as grandes cidades; o favorecimento
assunto; da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito bom; e
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a economia no combustível, na manutenção, no seguro e,
a leitura; claro, nos impostos.
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto No Brasil, está sendo implantado o sistema de com-
pelo menos duas vezes;
partilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, por exemplo,
- Inferir;
o BikePOA é um projeto de sustentabilidade da Prefeitu-
- Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do ra, em parceria com o sistema de Bicicletas SAMBA, com
autor; quase um ano de operação. Depois de Rio de Janeiro, São
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor Paulo, Santos, Sorocaba e outras cidades espalhadas pelo
compreensão; país aderirem a esse sistema, mais duas capitais já estão
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de com o projeto pronto em 2013: Recife e Goiânia. A ideia do
cada questão; compartilhamento é semelhante em todas as cidades. Em
- O autor defende ideias e você deve percebê-las; Porto Alegre, os usuários devem fazer um cadastro pelo
site. O valor do passe mensal é R$10 e o do passe diário,
Segundo Fiorin: R$5, podendo-se utilizar o sistema durante todo o dia, das
-Pressupostos – informações implícitas decorrentes 6h às 22h, nas duas modalidades. Em todas as cidades que
necessariamente de palavras ou expressões contidas na já aderiram ao projeto, as bicicletas estão espalhadas em
frase. pontos estratégicos.
- Subentendidos – insinuações não marcadas clara- A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção
mente na linguagem. não está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda
- Pressupostos – verdadeiros ou admitidos como tal. não sabem que a bicicleta já é considerada um meio de
- Subentendidos – de responsabilidade do ouvinte. transporte, ou desconhecem as leis que abrangem a bike.
4
LÍNGUA PORTUGUESA
Na confusão de um trânsito caótico numa cidade grande, não são apenas maus motoristas, sem condições de dirigir,
carros, motocicletas, ônibus e, agora, bicicletas, misturam- mas também se engajam num comportamento de risco –
se, causando, muitas vezes, discussões e acidentes que po- algumas até agem especificamente para irritar o outro mo-
deriam ser evitados. torista ou impedir que este chegue onde precisa.
Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. Essa é a evolução de pensamento que alguém poderá
A verdade é que, quando expostos nas vias públicas, eles ter antes de passar para a ira de trânsito de fato, levando
estão totalmente vulneráveis em cima de suas bicicletas. um motorista a tomar decisões irracionais.
Por isso é tão importante usar capacete e outros itens de Dirigir pode ser uma experiência arriscada e emocio-
segurança. A maior parte dos motoristas de carros, ônibus, nante. Para muitos de nós, os carros são a extensão de
motocicletas e caminhões desconhece as leis que abran- nossa personalidade e podem ser o bem mais valioso que
gem os direitos dos ciclistas. Mas muitos ciclistas também possuímos. Dirigir pode ser a expressão de liberdade para
ignoram seus direitos e deveres. Alguém que resolve in- alguns, mas também é uma atividade que tende a aumen-
tegrar a bike ao seu estilo de vida e usá-la como meio de tar os níveis de estresse, mesmo que não tenhamos cons-
locomoção precisa compreender que deverá gastar com ciência disso no momento.
alguns apetrechos necessários para poder trafegar. De Dirigir é também uma atividade comunitária. Uma vez
acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, as bicicletas que entra no trânsito, você se junta a uma comunidade
devem, obrigatoriamente, ser equipadas com campainha, de outros motoristas, todos com seus objetivos, medos e
sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, habilidades ao volante. Os psicólogos Leon James e Diane
além de espelho retrovisor do lado esquerdo. Nahl dizem que um dos fatores da ira de trânsito é a ten-
(Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net. dência de nos concentrarmos em nós mesmos, descartan-
Adaptado) do o aspecto comunitário do ato de dirigir.
Como perito do Congresso em Psicologia do Trânsito,
01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como o Dr. James acredita que a causa principal da ira de trânsi-
meio de locomoção nas metrópoles brasileiras to não são os congestionamentos ou mais motoristas nas
(A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra ruas, e sim como nossa cultura visualiza a direção agressi-
devido à falta de regulamentação. va. As crianças aprendem que as regras normais em relação
(B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido ao comportamento e à civilidade não se aplicam quando
incentivado em várias cidades. dirigimos um carro. Elas podem ver seus pais envolvidos
(C) tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela em comportamentos de disputa ao volante, mudando de
maioria dos moradores. faixa continuamente ou dirigindo em alta velocidade, sem-
(D) é uma alternativa dispendiosa em comparação com pre com pressa para chegar ao destino.
os demais meios de transporte. Para complicar as coisas, por vários anos psicólogos
(E) tem sido rejeitado por consistir em uma atividade sugeriam que o melhor meio para aliviar a raiva era des-
arriscada e pouco salutar. carregar a frustração. Estudos mostram, no entanto, que a
descarga de frustrações não ajuda a aliviar a raiva. Em uma
02. A partir da leitura, é correto concluir que um dos situação de ira de trânsito, a descarga de frustrações pode
objetivos centrais do texto é transformar um incidente em uma violenta briga.
(A) informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do Com isso em mente, não é surpresa que brigas vio-
ciclista. lentas aconteçam algumas vezes. A maioria das pessoas
(B) convencer o leitor de que circular em uma bicicleta está predisposta a apresentar um comportamento irracio-
é mais seguro do que dirigir um carro. nal quando dirige. Dr. James vai ainda além e afirma que a
(C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bi- maior parte das pessoas fica emocionalmente incapacitada
cicleta no Brasil. quando dirige. O que deve ser feito, dizem os psicólogos,
(D) explicar de que maneira o uso da bicicleta como é estar ciente de seu estado emocional e fazer as escolhas
meio de locomoção se consolidou no Brasil. corretas, mesmo quando estiver tentado a agir só com a
(E) defender que, quando circular na calçada, o ciclista emoção.
deve dar prioridade ao pedestre. (Jonathan Strickland. Disponível em: http://carros.hsw.
uol.com.br/furia-no-transito1 .htm. Acesso em: 01.08.2013.
(Oficial Estadual de Trânsito - DETRAN-SP - Vunesp Adaptado)
2013) Leia o texto para responder às questões de 3 a 5
3-) Tomando por base as informações contidas no tex-
Propensão à ira de trânsito to, é correto afirmar que
(A) os comportamentos de disputa ao volante aconte-
Dirigir um carro é estressante, além de inerentemente cem à medida que os motoristas se envolvem em decisões
perigoso. Mesmo que o indivíduo seja o motorista mais se- conscientes.
guro do mundo, existem muitas variáveis de risco no trân- (B) segundo psicólogos, as brigas no trânsito são cau-
sito, como clima, acidentes de trânsito e obras nas ruas. E sadas pela constante preocupação dos motoristas com o
com relação a todas as outras pessoas nas ruas? Algumas aspecto comunitário do ato de dirigir.
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LÍNGUA PORTUGUESA
(C) para Dr. James, o grande número de carros nas ruas 6-) Considere:
é o principal motivo que provoca, nos motoristas, uma di- I. Segundo o texto, na ficção científica abordam-se,
reção agressiva. com distanciamento de tempo e espaço, questões con-
(D) o ato de dirigir um carro envolve uma série de ex- troversas e moralmente incômodas da sociedade atual, de
periências e atividades não só individuais como também modo que a solução oferecida pela fantasia possa ser apli-
sociais. cada para resolver os problemas da realidade.
(E) dirigir mal pode estar associado à falta de controle II. Parte do poder de convencimento da ficção cientí-
das emoções positivas por parte dos motoristas. fica deriva do fato de serem apresentados ao espectador
objetos imaginários que, embora não existam na vida real,
4. A ira de trânsito estão, de algum modo, conectados à realidade.
A) aprimora uma atitude de reconhecimento de regras. III. A ficção científica extrapola os limites da realidade,
(B) implica tomada de decisões sem racionalidade. mas baseia-se naquilo que, pelo menos em teoria, acredi-
(C) conduz a um comportamento coerente. ta-se que seja possível.
(D) resulta do comportamento essencialmente comu- Está correto o que se afirma APENAS em
nitário dos motoristas. (A) III.
(E) decorre de imperícia na condução de um veículo. (B) I e II.
(C) I e III.
5. De acordo com o perito Dr. James, (D) II e III.
(A) os congestionamentos representam o principal fa- (E) II.
tor para a ira no trânsito.
(B) a cultura dos motoristas é fator determinante para 7-) Sem prejuízo para o sentido original e a correção
o aumento de suas frustrações. gramatical, o termo sonhar, em ... a sociedade se permite
(C) o motorista, ao dirigir, deve ser individualista em sonhar seus piores problemas... (2o parágrafo), pode ser
suas ações, a fim de expressar sua liberdade e garantir que substituído por:
outros motoristas não o irritem. (A) descansar.
(D) a principal causa da direção agressiva é o desco- (B) desprezar.
nhecimento das regras de trânsito. (C) esquecer.
(E) o comportamento dos pais ao dirigirem com ira (D) fugir.
contradiz o aprendizado das crianças em relação às regras (E) imaginar.
de civilidade.
(TRF 3ª região/2014) Atenção: Para responder às ques-
(TRF 3ª região/2014) Para responder às questões de tões de números 8 a 10 considere o texto abaixo.
números 6 e 7 considere o texto abaixo. Texto I
Toda ficção científica, de Metrópolis ao Senhor dos O canto das sereias é uma imagem que remonta às
anéis, baseia-se, essencialmente, no que está acontecen-
mais luminosas fontes da mitologia e da literatura gregas.
do no mundo no momento em que o filme foi feito. Não
As versões da fábula variam, mas o sentido geral da trama
no futuro ou numa galáxia distante, muitos e muitos anos
é comum.
atrás, mas agora mesmo, no presente, simbolizado em pro-
As sereias eram criaturas sobre-humanas. Ninfas de
jeções que nos confortam e tranquilizam ao nos oferecer
extraordinária beleza, viviam sozinhas numa ilha do Medi-
uma adequada distância de tempo e espaço.
terrâneo, mas tinham o dom de chamar a si os navegantes,
Na ficção científica, a sociedade se permite sonhar seus
graças ao irresistível poder de sedução do seu canto. Atraí-
piores problemas: desumanização, superpopulação, totali-
dos por aquela melodia divina, os navios batiam nos recifes
tarismo, loucura, fome, epidemias. Não se imita a realida-
submersos da beira-mar e naufragavam. As sereias então
de, mas imagina-se, sonha-se, cria-se outra realidade onde
possamos colocar e resolver no plano da imaginação tudo devoravam impiedosamente os tripulantes.
o que nos incomoda no cotidiano. O elemento essencial Doce o caminho, amargo o fim. Como escapar com
para guiar a lógica interna do gênero, cuja quebra implica vida do canto das sereias? A literatura grega registra duas
o fim da magia, é a ciência. Por isso, tecnologia é essen- soluções vitoriosas. Uma delas foi a saída encontrada por
cial ao gênero. Parte do poder desse tipo de magia cine- Orfeu, o incomparável gênio da música e da poesia.
matográfica está em concretizar, diante dos nossos olhos, Quando a embarcação na qual ele navegava entrou
objetos possíveis, mas inexistentes: carros voadores, robôs inadvertidamente no raio de ação das sereias, ele conse-
inteligentes. Como parte dessas coisas imaginadas acaba guiu impedir a tripulação de perder a cabeça tocando uma
se tornando realidade, o gênero reforça a sensação de que música ainda mais sublime do que aquela que vinha da
estamos vendo na tela projeções das nossas possibilidades ilha. O navio atravessou incólume a zona de perigo.
coletivas futuras. A outra solução foi a de Ulisses. Sua principal arma
(Adaptado de: BAHIANA, Ana Maria. Como ver um fil- para vencer as sereias foi o reconhecimento franco e cora-
me. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012. formato ebook.) joso da sua fraqueza e da sua falibilidade − a aceitação dos
seus inescapáveis limites humanos.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
Seus olhos são como luzes brilhantes. 10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e so-
O exemplo acima mostra uma comparação evidente, frem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse
através do emprego da palavra como. mundo).
Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes. 11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para
Neste exemplo não há mais uma comparação (note a ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram
ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja, chamadas, não apenas uma mulher).
qualidade do que é semelhante. 12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me. (= Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone).
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta 13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (=
é a verdadeira metáfora. Alguns astronautas foram à Lua).
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança pen-
Observe outros exemplos: derá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado).
1) “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando Saiba que: Sinédoque se relaciona com o conceito de
Pessoa) extensão (como nos exemplos 9, 10 e 11, acima), enquan-
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que to que a metonímia abrange apenas os casos de analogia
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio ou de relação. Não há necessidade, atualmente, de se fa-
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando zer distinção entre ambas as figuras.
a fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).
Catacrese
2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar
algum. Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contí-
Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na fra- nuo, cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando,
se acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão por falta de um termo específico para designar um con-
que indica uma alma rústica e abandonada (e angustiada- ceito, toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a
mente inútil), há uma comparação subentendida: Minha empregar algumas palavras fora de seu sentido original.
alma é tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma es- Exemplos: “asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do ros-
trada de terra que leva a lugar algum. to”, “pé da mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.
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LÍNGUA PORTUGUESA
É a expressão intencionalmente exagerada com o in- As figuras de construção (ou sintática, de sintaxe)
tuito de realçar uma ideia. ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade
Faria isso milhões de vezes se fosse preciso. ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela
“Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac) maior expressividade que se dá ao sentido.
O concurseiro quase morre de tanto estudar!
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LÍNGUA PORTUGUESA
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita Observe que os verbos persistamos, temos e somos
a omissão de um termo já mencionado anteriormente. não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos
Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de (brasileiros, agricultores e cariocas, que estão na terceira
português) pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós, os
Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só brasileiros, os agricultores e os cariocas).
modernos. (só havia móveis)
Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de) Polissíndeto / Assíndeto
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LÍNGUA PORTUGUESA
* Observação da Zê!
O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já
que, na ordem direta, teríamos:
“As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado re-
tumbante de um povo heroico”.
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LÍNGUA PORTUGUESA
A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia
2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar algu-
ma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” no
lugar de “que morreram por nós”.
RESPOSTA: “D”.
O texto cita que o dito popular “está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de lingua-
gem. O autor do texto refere-se a qual figura de linguagem?
A) Eufemismo.
B) Hipérbole.
C) Paradoxo.
D) Metonímia.
E) Hipérbato.
3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para representar o calor excessivo que está fazendo. A figura que é
utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a hipérbole.
RESPOSTA: “B”.
PONTUAÇÃO.
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem para compor a coesão e a coerência textual, além de
ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Um texto escrito adquire diferentes significados quando pontuado
de formas diversificadas. O uso da pontuação depende, em certos momentos, da intenção do autor do discurso. Assim,
os sinais de pontuação estão diretamente relacionados ao contexto e ao interlocutor.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Para isolar:
- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasi-
leira, possui um trânsito caótico.
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
Observações:
- Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres-
são latina et cetera, que significa “e outras coisas”, seria
dispensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o
acordo ortográfico em vigor no Brasil exige que empre- (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) Se-
guemos etc. precedido de vírgula: Falamos de política, fu-
gundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontua-
tebol, lazer, etc.
ção está correta em:
A) Hagar disse, que não iria.
- As perguntas que denotam surpresa podem ter
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir,
combinados o ponto de interrogação e o de exclamação:
bifes e lagostas, aos vizinhos.
Você falou isso para ela?!
C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas:
para Hagar e Helga
- Temos, ainda, sinais distintivos:
D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse,
1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa-
ração de siglas (IOF/UPC); Hagar à Helga.
2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas E) Helga chegou com o recado: fomos convidados,
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção pelos Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
aos parênteses, principalmente na matemática;
3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a 1-) Correções realizadas:
uma nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um A) Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre
nome que não se quer mencionar. verbo e seu complemento (objeto)
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir bi-
Fontes de pesquisa: fes e lagostas aos vizinhos. = não há vírgula entre verbo e
http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/ seu complemento (objeto)
http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-vir- C) Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas
gula.htm para Hagar e Helga.
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- D) “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Ha-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São gar à Helga.
Paulo: Saraiva, 2010. E) Helga chegou com o recado: fomos convidados,
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa pelos Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. RESPOSTA: “E”.
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LÍNGUA PORTUGUESA
2-) Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predi- Observe outros exemplos:
cado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo
do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separa- de águia aquilino
do entre pontuações. Exemplos: de aluno discente
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa!
Os meninos, ansiosos (2), chegaram! de anjo angelical
RESPOSTA: “CERTO”. de ano anual
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LÍNGUA PORTUGUESA
* Observação: nem toda locução adjetiva possui um adjetivo correspondente, com o mesmo significado. Por exem-
plo: Vi as alunas da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como
adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).
Alagoas alagoano
Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense
Amazonas amazonense ou baré
Belo Horizonte belo-horizontino
Brasília brasiliense
Cabo Frio cabo-friense
Campinas campineiro ou campinense
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:
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LÍNGUA PORTUGUESA
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mas- Grau do Adjetivo
culino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no fe- Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a in-
minino somente o último elemento: o moço norte-america- tensidade da qualidade do ser. São dois os graus do adje-
no, a moça norte-americana. tivo: o comparativo e o superlativo.
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
como para o feminino: homem feliz e mulher feliz. buída a dois ou mais seres ou duas ou mais característi-
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no cas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de
feminino: conflito político-social e desavença político-social. igualdade, de superioridade ou de inferioridade.
Número dos Adjetivos
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da
Plural dos adjetivos simples
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
quão.
Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo
com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
substantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
boa e boas. rioridade Analítico
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça No comparativo de superioridade analítico, entre os
função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a pala- dois substantivos comparados, um tem qualidade supe-
vra que estiver qualificando um elemento for, originalmente, rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...
um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: do que” ou “mais...que”.
a palavra cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se
estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Su-
Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza. perioridade Sintético
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
De acordo com a circunstância que exprime, o advér- Há palavras como muito, bastante, que podem apare-
bio pode ser de: cer como advérbio e como pronome indefinido.
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro
atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito.
abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo
adentro, afora, alhures, aquém, embaixo, externamente, a e sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros.
distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à
direita, à esquerda, ao lado, em volta. * Dica: Como saber se a palavra bastante é advérbio
Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, (não varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia,
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, sofre flexão)? Se der, na frase, para substituir o “bastante”
por “muito”, estamos diante de um advérbio; se der para
doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já,
substituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja:
enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes,
imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessi-
1-) Estudei bastante para o concurso. (estudei muito,
vamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente,
pois “muitos” não dá!). = advérbio
de vez em quando, de quando em quando, a qualquer mo-
mento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia. 2-) Estudei bastantes capítulos para o concurso. (estu-
Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, dei muitos capítulos) = pronome indefinido
acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à
toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse Advérbios Interrogativos
modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado,
a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como?
“-mente”: calmamente, tristemente, propositadamente, pa- por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes
cientemente, amorosamente, docemente, escandalosamen- às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja:
te, bondosamente, generosamente.
Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efeti- Interrogação Direta Interrogação Indireta
vamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum. Onde mora? Indaguei onde morava.
Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel- Por que choras? Não sei por que choras.
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Aonde vai? Perguntei aonde ia.
Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso,
bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, Donde vens? Pergunto donde vens.
assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de Quando voltas? Pergunto quando voltas.
todo, de muito, por completo, extremamente, intensamen-
te, grandemente, bem (quando aplicado a propriedades Locução Adverbial
graduáveis).
Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, so- Quando há duas ou mais palavras que exercem fun-
mente, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Bran- ção de advérbio, temos a locução adverbial, que pode
do, o vento apenas move a copa das árvores. expressar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordi-
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. nariamente por uma preposição. Veja:
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para
adolescência. dentro, por aqui, etc.
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em
meus amigos por comparecerem à festa. geral, frente a frente, etc.
tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde,
hoje em dia, nunca mais, etc.
* Saiba que:
- Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-
* Observações:
se ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Fi-
- tanto a locução adverbial como o advérbio modifi-
carei o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o
cam o verbo, o adjetivo e outro advérbio:
menos tarde possível. Chegou muito cedo. (advérbio)
- Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, Joana é muito bela. (adjetivo)
em geral sufixamos apenas o último: Por exemplo: O alu- De repente correram para a rua. (verbo)
no respondeu calma e respeitosamente.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais * Quando indicado no singular, o artigo definido pode
mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio: indicar toda uma espécie:
Essa matéria é mais bem interessante que aquela. O trabalho dignifica o homem.
Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
- O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér- * No caso de nomes próprios personativos, denotando a
bio: Cheguei primeiro. ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do
artigo:
- Quanto a sua função sintática: o advérbio e a lo- Marcela é a mais extrovertida das irmãs.
cução adverbial desempenham na oração a função de O Pedro é o xodó da família.
adjunto adverbial, classificando-se de acordo com as cir-
cunstâncias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao * No caso de os nomes próprios personativos estarem
advérbio. Exemplo: no plural, são determinados pelo uso do artigo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad- Os Maias, os Incas, Os Astecas...
verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi- * Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a)
dade e de tempo, respectivamente. para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o arti-
go), o pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Fontes de pesquisa:
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
(qualquer classe)
morf75.php
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- * Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São cultativo:
Paulo: Saraiva, 2010. Preparei o meu curso. Preparei meu curso.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. * A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa de aproximação numérica:
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. O máximo que ele deve ter é uns vinte anos.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a i) Consecutivas: introduzem uma oração que ex-
hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São pressa a consequência da principal. São elas: de sorte que,
elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde de modo que, sem que (= que não), de forma que, de jeito
que, a menos que, sem que, etc. que, que (tendo como antecedente na oração principal uma
Se precisar de minha ajuda, telefone-me. palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc.
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do
** Dica: você deve ter percebido que a conjunção exame.
condicional “se” também é conjunção integrante. A di-
ferença é clara ao ler as orações que são introduzidas Atenção: Muitas conjunções não têm classificação
por ela. Acima, ela nos dá a ideia da condição para que única, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de
recebamos um telefonema (se for preciso ajuda). Já na acordo com o sentido que apresentam no contexto
oração: (grifo da Zê!).
Não sei se farei o concurso...
Não há ideia de condição alguma, há? Outra coisa: O bom relacionamento entre as conjunções de um
o verbo da oração principal (sei) pede complemento texto garante a perfeita estruturação de suas frases e pa-
rágrafos, bem como a compreensão eficaz de seu conteú-
(objeto direto, já que “quem não sabe, não sabe algo”).
do. Interagindo com palavras de outras classes gramaticais
Portanto, a oração em destaque exerce a função de ob-
essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e
jeto direto da oração principal, sendo classificada como
textos - como os pronomes, preposições, alguns advérbios
oração subordinada substantiva objetiva direta.
e numerais -, as conjunções fazem parte daquilo a que se
d) Conformativas: introduzem uma oração que ex- pode chamar de “a arquitetura textual”, isto é, o conjun-
prime a conformidade de um fato com outro. São elas: to das relações que garantem a coesão do enunciado. O
conforme, como (= conforme), segundo, consoante, etc. sucesso desse conjunto de relações depende do conhe-
O passeio ocorreu como havíamos planejado. cimento do valor relacional das conjunções, uma vez que
estas interferem semanticamente no enunciado.
e) Finais: introduzem uma oração que expressa a fi- Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às con-
nalidade ou o objetivo com que se realiza a oração prin- junções tanto na leitura como na produção de textos. Nos
cipal. São elas: para que, a fim de que, que, porque (= textos narrativos, elas estão muitas vezes ligadas à expres-
para que), que, etc. são de circunstâncias fundamentais à condução da histó-
Toque o sinal para que todos entrem no salão. ria, como as noções de tempo, finalidade, causa e conse-
quência. Nos textos dissertativos, evidenciam muitas vezes
f) Proporcionais: introduzem uma oração que ex- a linha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso
pressa um fato relacionado proporcionalmente à ocor- das exposições e argumentações construídas por meio de
rência do expresso na principal. São elas: à medida que, contrastes e oposições, que implicam o uso das adversati-
à proporção que, ao passo que e as combinações quanto vas e concessivas.
mais... (mais), quanto menos... (menos), quanto menos...
(mais), quanto menos... (menos), etc. Fontes de pesquisa:
O preço fica mais caro à medida que os produtos es- http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
casseiam. php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
* Observação: são incorretas as locuções proporcio- Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
nais à medida em que, na medida que e na medida em Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
que. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
g) Temporais: introduzem uma oração que acres-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
centa uma circunstância de tempo ao fato expresso na
oração principal. São elas: quando, enquanto, antes que,
Interjeição
depois que, logo que, todas as vezes que, desde que, sem-
pre que, assim que, agora que, mal (= assim que), etc. Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
A briga começou assim que saímos da festa. ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin-
guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de
h) Comparativas: introduzem uma oração que ex- maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim
pressa ideia de comparação com referência à oração a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor-
principal. São elas: como, assim como, tal como, como se, rente de uma situação particular, um momento ou um
(tão)... como, tanto como, tanto quanto, do que, quanto, contexto específico. Exemplos:
tal, qual, tal qual, que nem, que (combinado com menos Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ou mais), etc. ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem. Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
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LÍNGUA PORTUGUESA
O significado das interjeições está vinculado à manei- Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade!
ra como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva!
sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto em Adeus! Olá! Alô! Ei! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus!
que for utilizada. Exemplos: Silêncio: Psiu! Silêncio!
Psiu! Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
contexto: alguém pronunciando esta expressão na
rua ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te cha- * Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis,
mando! Ei, espere!” isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau
como os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo,
Psiu! aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso espe-
contexto: alguém pronunciando em um hospital; sig- cífico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Não
nificado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silên- se trata de um processo natural desta classe de palavra,
cio!” mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite.
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
Locução Interjetiva
puxa: interjeição; tom da fala: euforia
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
puxa: interjeição; tom da fala: decepção
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus!
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exclama-
As interjeições cumprem, normalmente, duas fun- tivo torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise
ções: dos termos que a compõem: Macacos me mordam!, Valha-
a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo ale- me Deus!, Quem me dera!
gria, tristeza, dor, etc.
Ah, deve ser muito interessante! * Observações:
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas.
b) Sintetizar uma frase apelativa. Por exemplo:
Cuidado! Saia da minha frente. Ué! (= Eu não esperava por essa!)
Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe.)
As interjeições podem ser formadas por:
a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô 2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o
b) palavras: Oba! Olá! Claro! seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes gra-
c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu maticais podem aparecer como interjeições. Por exemplo:
Deus! Ora bolas! Viva! Basta! (Verbos)
Fora! Francamente! (Advérbios)
Classificação das Interjeições 3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-
frase” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Por
Comumente, as interjeições expressam sentido de: exemplo:
Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique quieto!
Atenção! Olha! Alerta!
Afugentamento: Fora! Passa! Rua! 4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: Miau!
Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-
Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah!
quá!, etc.
Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem!
Ânimo! Adiante!
5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva!
a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do “oh!” exclamativo
Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente! e não a fazemos depois do “ó” vocativo. Por exemplo:
Essa não! Chega! Basta! “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Deus!
Desculpa: Perdão! Fontes de pesquisa:
Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.php
Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramá-
Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! tica – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus
Pô! Ora! Barbosa Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
25
LÍNGUA PORTUGUESA
- Cardinais: indicam quantidade exata ou determina- - Os numerais são escritos em conjunto de três alga-
da de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais têm rismos, contados da direita para a esquerda, em forma de
sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia, dé- centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma
cada, bimestre. separação através de ponto ou espaço correspondente a
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456.
- Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém - Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
ou alguma coisa ocupa numa determinada sequência: pri-
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
meiro, segundo, centésimo, etc.
- No português contemporâneo, não se usa a conjun-
ção “e” após “mil”, seguido de centena:
* Observação importante:
Nasci em mil novecentos e noventa e dois.
As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.
final e penúltimo também indicam posição dos seres, mas
são classificadas como adjetivos, não ordinais.
* Mas, se a centena começa por “zero” ou termina
por dois zeros, usa-se o “e”:
- Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou Seu salário será de mil e quinhentos reais. (R$1.500,00)
seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc. Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)
- Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação - Para designar papas, reis, imperadores, séculos e
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au- partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais
mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. até décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o nume-
ral venha depois do substantivo;
Flexão dos numerais
26
LÍNGUA PORTUGUESA
- Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e
outra”, “as duas”) e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência. Sua utilização
exige a presença do artigo posposto: Ambos os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O artigo só é dispensado
caso haja um pronome demonstrativo: Ambos esses ministros falarão à imprensa.
27
LÍNGUA PORTUGUESA
fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Preposição
Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, nor-
malmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na
estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão
do texto.
Tipos de Preposição
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com,
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja, for-
madas por uma derivação imprópria: como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma
(preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente
a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.
A preposição é invariável, no entanto pode unir-se a outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gênero
ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela.
* Essa concordância não é característica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir dos processos de:
1. Combinação: união da preposição “a” com o artigo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocábulos
não sofrem alteração.
2. Contração: união de uma preposição com outra palavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de + o =
do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = daquele, em + isso = nisso.
3. Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” preposição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do pronome
“aquilo”).
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Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
por meio das preposições: [minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala]
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
Destino = Irei a Salvador. [tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se
Modo = Saiu aos prantos. fala]
Lugar = Sempre a seu lado. A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
Assunto = Falemos sobre futebol. [dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem
Tempo = Chegarei em instantes.
se fala]
Causa = Chorei de saudade.
Fim ou finalidade = Vim para ficar.
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
Instrumento = Escreveu a lápis.
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme-
Posse = Vi as roupas da mamãe.
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência
Autoria = livro de Machado de Assis
através do pronome seja coerente em termos de gênero
Companhia = Estarei com ele amanhã.
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
Matéria = copo de cristal.
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.
Meio = passeio de barco.
Origem = Nós somos do Nordeste.
Conteúdo = frascos de perfume. Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso. nossa escola neste ano.
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais. [nossa: pronome que qualifica “escola” = concordân-
cia adequada]
* Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas lo- [neste: pronome que determina “ano” = concordância
cuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução pre- adequada]
positiva por trás de. [ele: pronome que faz referência à “Roberta” = con-
cordância inadequada]
Fontes de pesquisa:
http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/ Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- Pronomes Pessoais
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010. São aqueles que substituem os substantivos, indi-
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação cando diretamente as pessoas do discurso. Quem fala
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. ou escreve assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os
pronomes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a
Pronome quem se dirige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer
Pronome é a palavra variável que substitui ou acom- referência à pessoa ou às pessoas de quem se fala.
panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun-
forma. ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto
O homem julga que é superior à natureza, por isso o ou do caso oblíquo.
homem destrói a natureza...
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Observe que as únicas formas próprias do pronome - 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti.
tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). Conhece a ti mesmo.
As demais repetem a forma do pronome pessoal do caso
reto. - 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.
Guilherme já se preparou.
- As preposições essenciais introduzem sempre pro- Ela deu a si um presente.
nomes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do Antônio conversou consigo mesmo.
caso reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso
da língua formal, os pronomes costumam ser usados des- - 1.ª pessoa do plural (nós): nos.
ta forma: Lavamo-nos no rio.
Não há mais nada entre mim e ti.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. - 2.ª pessoa do plural (vós): vos.
Não há nenhuma acusação contra mim. Vós vos beneficiastes com esta conquista.
Não vá sem mim.
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.
* Atenção: Há construções em que a preposição, Eles se conheceram.
apesar de surgir anteposta a um pronome, serve para in- Elas deram a si um dia de folga.
troduzir uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses
casos, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito * O pronome é reflexivo quando se refere à mesma
for um pronome, deverá ser do caso reto. pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu me arrumei e saí.
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar. ** É pronome recíproco quando indica reciprocidade
Não vá sem eu mandar. de ação:
Nós nos amamos.
* A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!” Olhamo-nos calados.
está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”.
Pronomes de Tratamento
A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para
mim!
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portan-
- A combinação da preposição “com” e alguns pro-
to, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pes-
nomes originou as formas especiais comigo, contigo, con-
soa. Alguns exemplos:
sigo, conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
frequentemente exercem a função de adjunto adverbial Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
de companhia. Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
Ele carregava o documento consigo. sos em geral
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
- A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas: à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
Ela veio até mim, mas nada falou. sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais,
Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido governadores, secretários de Estado, presidente da Repú-
de) inclusão, usaremos as formas retas: blica (sempre por extenso)
Todos foram bem na prova, até eu! (=inclusive eu) Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi-
dades
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores
por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
são reforçados por palavras como outros, mesmos, pró- até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de
prios, todos, ambos ou algum numeral. igual categoria
Você terá de viajar com nós todos. Vossa Meritíssima (sempre por extenso) = para juízes
Estávamos com vós outros quando chegaram as más de direito
notícias. Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento
Ele disse que iria com nós três. cerimonioso
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
Pronome Reflexivo
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se-
São pronomes pessoais oblíquos que, embora fun- nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são emprega-
cionem como objetos direto ou indireto, referem-se ao dos no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no trata-
sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe mento familiar. Você e vocês são largamente empregados
a ação expressa pelo verbo. no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
Quadro dos pronomes reflexivos: de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma
- 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim. vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou
Eu não me lembro disso. literária.
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- Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, - tal, tais: Tal absurdo eu não comenteria.
porém relativamente próximo à época em que se situa a
pessoa que fala: * Note que:
Essa noite dormi mal; só pensava no concurso! - Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou en-
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afasta- tão: este solteiro, aquele casado) - este se refere à pessoa
mento no tempo, referido de modo vago ou como tempo mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em
remoto: primeiro lugar.
Naquele tempo, os professores eram valorizados.
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação
*Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se fala- irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
rá ou escreverá):
- Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer - Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em
fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará: com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta,
Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, or- disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
tografia, concordância. = naquilo)
* Também aparecem como pronomes demonstrativos: Cada povo tem seus costumes.
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e Certas pessoas exercem várias profissões.
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) * Note que: Ora são pronomes indefinidos substanti-
Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te vos, ora pronomes indefinidos adjetivos:
indiquei.) algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, mui-
tos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, ne-
- mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam em nhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s),
gênero quando têm caráter reforçativo: qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal,
Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem. tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vá-
Eu mesma refiz os exercícios. rios, várias.
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- O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda - Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
com o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o con- ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de
sequente (o ser possuído, com o qual concorda em gêne- gente que conversava, (que) ria, observava.
ro e número); não se usa artigo depois deste pronome;
“cujo” equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais. Pronomes Interrogativos
Existem pessoas cujas ações são nobres.
(antecedente) (consequente) São usados na formulação de perguntas, sejam elas
diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefini-
*interpretação do pronome “cujo” na frase acima: dos, referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo im-
ações das pessoas. É como se lêssemos “de trás para fren- preciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e
te”. Outro exemplo: variações), quanto (e variações).
Comprei o livro cujo autor é famoso. (= autor do livro) Com quem andas?
Qual seu nome?
** se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pro- Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
nome:
O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu- Sobre os pronomes:
se a)
O pronome pessoal é do caso reto quando tem fun-
- “Quanto” é pronome relativo quando tem por an- ção de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblí-
tecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) quo quando desempenha função de complemento.
e tudo: 1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
Emprestei tantos quantos foram necessários. 2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
(antecedente) lhe ajudar.
Ele fez tudo quanto havia falado.
(antecedente) Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
- O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sem- reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce fun-
pre precedido de preposição. ção de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo.
É um professor a quem muito devemos. Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discur-
(preposição) so. O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta
para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não
- “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an- sabia se devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
casa onde morava foi assaltada.
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição,
diferentemente dos segundos, que são sempre precedi-
- Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
dos de preposição.
ou em que.
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que
Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
eu estava fazendo.
no exterior.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para
mim o que eu estava fazendo.
- Podem ser utilizadas como pronomes relativos as
palavras: Fontes de pesquisa:
- como (= pelo qual) – desde que precedida das pala- http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
vras modo, maneira ou forma: morf42.php
Não me parece correto o modo como você agiu sema- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
na passada. Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
- quando (= em que) – desde que tenha como antece- reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
dente um nome que dê ideia de tempo: Paulo: Saraiva, 2010.
Bons eram os tempos quando podíamos jogar video- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
game. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
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-lugares: Alemanha, Portugal Por exemplo: a beleza não existe por si só, não pode
-sentimentos: amor, saudade ser observada. Só podemos observar a beleza numa pes-
-estados: alegria, tristeza soa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro
-qualidades: honestidade, sinceridade... ser para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um
-ações: corrida, pescaria... substantivo abstrato.
Os substantivos abstratos designam estados, qualida-
Morfossintaxe do substantivo des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (es-
Nas orações, geralmente o substantivo exerce fun- tado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sen-
ções diretamente relacionadas com o verbo: atua como timento).
núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto di-
reto ou indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, Substantivos Coletivos
funcionar como núcleo do complemento nominal ou do
aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do ob- Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha,
jeto ou como núcleo do vocativo. Também encontramos outra abelha, mais outra abelha.
substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
adjuntos adverbiais - quando essas funções são desem- Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
penhadas por grupos de palavras.
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne-
Classificação dos Substantivos cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha,
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
Substantivos Comuns e Próprios palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan-
tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de
Observe a definição: seres da mesma espécie (abelhas).
Cidade: s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas ca- O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
sas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda
a sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que,
(em oposição aos bairros). mesmo estando no singular, designa um conjunto de se-
res da mesma espécie.
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada Substantivo coletivo Conjunto de:
cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substan-
tivo comum. assembleia pessoas reunidas
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de alcateia lobos
uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
acervo livros
homem, mulher, país, cachorro.
Estamos voando para Barcelona. antologia trechos literários selecionados
arquipélago ilhas
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da
banda músicos
espécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio –
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de bando desordeiros ou malfeitores
forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. banca examinadores
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- Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: in- Formação do Feminino dos Substantivos Unifor-
dicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega e mes
a colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
Epicenos:
Saiba que: Substantivos de origem grega termina- Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
dos em ema ou oma são masculinos: o fonema, o poema,
o sistema, o sintoma, o teorema. Não é possível saber o sexo do jacaré em questão.
Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma
- Existem certos substantivos que, variando de gêne- forma para indicar o masculino e o feminino.
ro, variam em seu significado: Alguns nomes de animais apresentam uma só for-
o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz) ma para designar os dois sexos. Esses substantivos são
o cabeça (líder) e a cabeça (parte do corpo) chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando
o capital (dinheiro) e a capital (cidade) houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se
o coma (sono mórbido) e a coma (cabeleira, juba) palavras macho e fêmea.
o lente (professor) e a lente (vidro de aumento) A cobra macho picou o marinheiro.
o moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclu- A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
são)
o praça (soldado raso) e a praça (área pública) Sobrecomuns:
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emis- Entregue as crianças à natureza.
sora)
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo
Formação do Feminino dos Substantivos Bifor- masculino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso,
mes nem o artigo nem um possível adjetivo permitem identi-
ficar o sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja:
- Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno A criança chorona chamava-se João.
- aluna. A criança chorona chamava-se Maria.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a
ao masculino: freguês - freguesa Outros substantivos sobrecomuns:
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma
de três formas: boa criatura.
1- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
2- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã Marcela faleceu
3- troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
Comuns de Dois Gêneros:
* Exceções: barão – baronesa, ladrão- ladra, sultão Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
- sultana
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
- Substantivos terminados em -or:
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.
troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
A distinção de gênero pode ser feita através da análi-
se do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o subs-
- Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa:
tantivo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante;
cônsul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa /
um jovem - uma jovem; artista famoso - artista famosa;
duque - duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
repórter francês - repórter francesa
- Substantivos que formam o feminino trocando o -e
final por -a: elefante - elefanta - A palavra personagem é usada indistintamente nos
dois gêneros.
- Substantivos que têm radicais diferentes no mascu- a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
lino e no feminino: bode – cabra / boi - vaca preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nu-
vens os personagens dos contos de carochinha.
- Substantivos que formam o feminino de maneira b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femi-
especial, isto é, não seguem nenhuma das regras ante- nino: O problema está nas mulheres de mais idade, que
riores: czar – czarina, réu - ré não aceitam a personagem.
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Gênero dos Nomes de Cidades: Com raras exceções, * Atenção: O plural de caráter é caracteres.
nomes de cidades são femininos.
A histórica Ouro Preto. - Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
A dinâmica São Paulo. se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara-
A acolhedora Porto Alegre. col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul
Uma Londres imensa e triste. e cônsules.
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de
duas maneiras:
Gênero e Significação
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
Muitos substantivos têm uma significação no mascu-
lino e outra no feminino. Observe: Observação: a palavra réptil pode formar seu plural de
o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os duas maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai
à frente de um bloco carnavalesco, manejando um bas- - Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de
tão), a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou duas maneiras:
proibição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do 1- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o
corpo), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
(ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a 2- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capi- riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
tal (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabelei-
ra), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral - Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural
(cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na admi- de três maneiras.
nistração da crisma e de outros sacramentos), a crisma 1- substituindo o -ão por -ões: ação - ações
(sacramento da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato 2- substituindo o -ão por -ães: cão - cães
de curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta 3- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
planície de vegetação), o guia (pessoa que guia outras), a
- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis:
guia (documento, pena grande das asas das aves), o grama
o látex - os látex.
(unidade de peso), a grama (relva), o caixa (funcionário da
caixa), a caixa (recipiente, setor de pagamentos), o lente Plural dos Substantivos Compostos
(professor), a lente (vidro de aumento), o moral (ânimo), a
moral (honestidade, bons costumes, ética), o nascente (lado - A formação do plural dos substantivos compostos
onde nasce o Sol), a nascente (a fonte), o maria-fumaça depende da forma como são grafados, do tipo de palavras
(trem como locomotiva a vapor), maria-fumaça (locomoti- que formam o composto e da relação que estabelecem en-
va movida a vapor), o pala (poncho), a pala (parte anterior tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
do boné ou quepe, anteparo), o rádio (aparelho receptor), a como os substantivos simples: aguardente/aguardentes,
rádio (emissora), o voga (remador), a voga (moda). girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malme-
queres.
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Particularidades sobre o Número dos Substanti- Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar
vos os seguintes elementos:
- Radical: é a parte invariável, que expressa o sig-
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o nificado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava;
norte, o leste, o oeste, a fé, etc. fal-am. (radical fal-)
- Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsa- - Tema: é o radical seguido da vogal temática que
mes, as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes. indica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo:
- Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do fala-r. São três as conjugações:
singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probida- 1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática -
de, bom nome) e honras (homenagem, títulos). E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
- Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas - Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
com sentido de plural: signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
Aqui morreu muito negro. falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicati-
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em cape- vo) / falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo)
las improvisadas. - Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
signa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número
Flexão de Grau do Substantivo (singular ou plural):
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir (indica a 3.ª pessoa do plural.)
as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
* Observação: o verbo pôr, assim como seus deriva-
- Grau Normal - Indica um ser de tamanho conside- dos (compor, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação,
rado normal. Por exemplo: casa pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”,
apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc.
do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um ad- Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
jetivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo in- Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura
dicador de aumento. Por exemplo: casarão. dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce-
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acen-
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LÍNGUA PORTUGUESA
to tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, * Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza
por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, ama-
não cai no radical, mas sim na terminação verbal (fora do nhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Ama-
radical): opinei, aprenderão, amaríamos. nheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido
figurado. Qualquer verbo impessoal, empregado em sen-
Classificação dos Verbos tido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou
seja, terá conjugação completa.
Classificam-se em: Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
- Regulares: são aqueles que apresentam o radical Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
inalterado durante a conjugação e desinências idênticas
às de todos os verbos regulares da mesma conjugação. * São impessoais, ainda:
Por exemplo: comparemos os verbos “cantar” e “falar”, - o verbo passar (seguido de preposição), indicando
conjugados no presente do Modo Indicativo: tempo: Já passa das seis.
- Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, 1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser
normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. (preciso, necessário):
Os principais verbos impessoais são: Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos
bastante)
* haver, quando sinônimo de existir, acontecer, reali- Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
zar-se ou fazer (em orações temporais). É preciso que chova. (Sujeito: que chova)
Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia =
Existiam) 2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, se-
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram) guidos da conjunção que.
Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão) Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz) à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a
* fazer, ser e estar (quando indicam tempo) vejo. (Sujeito: que não a vejo)
Faz invernos rigorosos na Europa.
Era primavera quando o conheci. * Observação: todos os sujeitos apontados são ora-
Estava frio naquele dia. cionais.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é
empregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:
* Importante:
- estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escre-
ver/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.
- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui)
e ir (fui, ia, vades).
- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa
das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
* Observação: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês
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LÍNGUA PORTUGUESA
Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam
- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita
no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:
1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade
já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.
(Ziraldo)
Tempos Verbais
Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos
tempos.
Observação: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou
desejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele
vier à loja, levará as encomendas.
Observação: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se
ele vier à loja, levará as encomendas.
** Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)
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Modo Indicativo
Presente do Indicativo
Pretérito mais-que-perfeito
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M
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LÍNGUA PORTUGUESA
Presente do Subjuntivo
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).
1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M
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LÍNGUA PORTUGUESA
Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de
número e pessoa correspondente.
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M
Futuro do Subjuntivo
Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número
e pessoa correspondente.
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM
Modo Imperativo
Imperativo Afirmativo
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:
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LÍNGUA PORTUGUESA
Imperativo Negativo
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.
Infinitivo Pessoal
* Observações:
- o verbo parecer admite duas construções:
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) A assertiva correta quanto à conjugação verbal é:
A) Houveram eleições em outros países este ano.
B) Se eu vir você por aí, acabou.
C) Tinha chego atrasado vinte minutos.
D) Fazem três anos que não tiro férias.
E) Esse homem possue muitos bens.
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LÍNGUA PORTUGUESA
2-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA- Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a
FE/2014) Complete as lacunas com os verbos, tempos e ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
modos indicados entre parênteses, fazendo a devida con- se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar
cordância. que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três
• O juiz agrário ainda não _________ no conflito porque as vozes verbais:
surgiram fatos novos de ontem para hoje. (intervir - pre-
térito perfeito do indicativo) - Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
• Uns poucos convidados ___________-se com os vídeos ação expressa pelo verbo:
postados no facebook. (entreter - pretérito imperfeito do
indicativo) Ele fez o tra-
• Representantes do PCRT somente serão aceitos na balho.
composição da chapa quando se _________ de criticar a sujeito agente ação objeto
atual diretoria do clube, (abster-se - futuro do subjuntivo) (paciente)
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A-) interveio - entretinham - abstiverem - Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a
B-) interviu - entretiveram - absterem ação expressa pelo verbo:
C-) intervém - entreteram - abstêm
D-) interviera - entretêm - abstiverem O trabalho foi feito p o r
E-) intervirá - entretenham - abstiveram ele.
sujeito paciente ação agen-
te da passiva
2-) O verbo “intervir” deve ser conjugado como o
verbo “vir”. Este, no pretérito perfeito do Indicativo fica - Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
“veio”, portanto, “interveio” (não existe “interviu”, já que agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
ele não deriva do verbo “ver”). Descartemos a alternativa
B. Como não há outro item com a mesma opção, chega- O menino feriu-se.
mos à resposta rapidamente!
RESPOSTA: “A”. * Observação: não confundir o emprego reflexivo do
3-) (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO verbo com a noção de reciprocidade:
– VUNESP/2014) Considere o trecho a seguir. Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Já __________ alguns anos que estudos a respeito da Nós nos amamos. (um ama o outro)
utilização abusiva dos smartphones estão sendo desen-
volvidos. Os especialistas acreditam _________ motivos Formação da Voz Passiva
para associar alguns comportamentos dos adolescentes
ao uso prolongado desses aparelhos, e _________ alertado A voz passiva pode ser formada por dois processos:
os pais para que avaliem a necessidade de estabelecer analítico e sintético.
limites aos seus filhos.
De acordo com a norma-padrão da língua portugue- 1- Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte
sa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e maneira:
respectivamente, com:
(A) faz … haver … têm Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exem-
(B) fazem … haver … tem plo:
(C) faz … haverem … têm A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos:
(D) fazem … haverem … têm os alunos pintarão a escola)
(E) faz … haverem … tem O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho)
3-) Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns * Observação: o agente da passiva geralmente é
anos que estudos a respeito da utilização abusiva dos smar- acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a
tphones estão sendo desenvolvidos. Os especialistas acre- construção com a preposição de. Por exemplo: A casa fi-
ditam HAVER (sentido de existir: não varia) motivos para cou cercada de soldados.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Pode acontecer de o agente da passiva não estar * Observação: quando o sujeito da voz ativa for inde-
explícito na frase: A exposição será aberta amanhã. terminado, não haverá complemento agente na passiva.
Por exemplo: Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma- ** Saiba que:
ção das frases seguintes: - com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo) porque o sujeito não pode ser visto como agente, pacien-
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per- te ou agente-paciente.
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz
ativa) Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) morf54.php
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
tivo) Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) Paulo: Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assu- ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
me o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz
ativa. Observe a transformação da frase seguinte: Questões
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICIÁ-
RIO – FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida pelo
2- Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a:
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, se- (A) que o instituto Endeavor traz;
guido do pronome apassivador “se”. Por exemplo: (B) que o instituto Endeavor trouxe;
Abriram-se as inscrições para o concurso. (C) trazida pelo instituto Endeavor;
Destruiu-se o velho prédio da escola. (D) que é trazida pelo instituto Endeavor;
(E) que traz o instituto Endeavor.
* Observação: o agente não costuma vir expresso na
voz passiva sintética. 1-) Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa te-
remos um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva tempo verbal no pretérito – assim como na passiva).
RESPOSTA: “B”.
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar
substancialmente o sentido da frase.
2-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014 -
O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa) adaptada) Ao passarmos a frase “...e É CONSIDERADO por
Sujeito da Ativa objeto Direto muitos o maior maratonista de todos os tempos” para a
voz ativa, encontramos a seguinte forma verbal:
A apostila foi comprada pelo concurseiro. A) consideravam.
(Voz Passiva) B) consideram.
Sujeito da Passiva Agente da Passi- C) considerem.
va D) considerarão.
E) considerariam.
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva;
o sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo 2-) É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista
ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo de todos os tempos = dois verbos na voz passiva, então
tempo. Observe: na ativa teremos UM: muitos o consideram o maior mara-
- Os mestres têm constantemente aconselhado os alu- tonista de todos os tempos.
nos. RESPOSTA: “B”.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pe-
los mestres. 3-) (TRT-16ª REGIÃO/MA - ANALISTA JUDICIÁRIO –
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2014)
- Eu o acompanharei. Transpondo-se para a voz passiva a frase “vou glosar
Ele será acompanhado por mim. uma observação de Machado de Assis”, a forma verbal
resultante deverá ser
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
Quando a expressão que indica porcentagem não é 10) Verbos Impessoais: por não se referirem a ne-
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o nhum sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do sin-
número. gular. São verbos impessoais: Haver no sentido de existir;
25% querem a mudança. Fazer indicando tempo; Aqueles que indicam fenômenos
1% conhece o assunto. da natureza. Exemplos:
Havia muitas garotas na festa.
Se o número percentual estiver determinado por ar- Faz dois meses que não vejo meu pai.
tigo ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com Chovia ontem à tarde.
eles:
Os 30% da produção de soja serão exportados. b) Sujeito Composto
Esses 2% da prova serão questionados.
1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao ver-
6) O pronome “que” não interfere na concordância; bo, a concordância se faz no plural:
Pai e filho conversavam longamente.
já o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do
Sujeito
singular.
Fui eu que paguei a conta.
Pais e filhos devem conversar com frequência.
Fomos nós que pintamos o muro. Sujeito
És tu que me fazes ver o sentido da vida.
Sou eu quem faz a prova. 2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas
Não serão eles quem será aprovado. gramaticais diferentes, a concordância ocorre da seguin-
te maneira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece
7) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve as- sobre a segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece
sumir a forma plural. sobre a terceira (eles). Veja:
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan- Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
taram os poetas. Primeira Pessoa do Plural (Nós)
Este candidato é um dos que mais estudaram!
Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos Segunda Pessoa do Plural (Vós)
que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular:
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Pais e filhos precisam respeitar-se.
Nem uma das que me escreveram mora aqui. Terceira Pessoa do Plural (Eles)
*Quando “um dos que” vem entremeada de substan-
tivo, o verbo pode: Observação: quando o sujeito é composto, formado
a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atra- por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira
vessa o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio que (ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do
faça o mesmo). plural (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no
b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão lugar de “tomaríeis”.
poluídos (noção de que existem outros rios na mesma
condição). 3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo,
passa a existir uma nova possibilidade de concordância:
em vez de concordar no plural com a totalidade do sujei-
8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
to, o verbo pode estabelecer concordância com o núcleo
verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
do sujeito mais próximo.
Vossa Excelência está cansado?
Faltaram coragem e competência.
Vossas Excelências renunciarão? Faltou coragem e competência.
Compareceram todos os candidatos e o banca.
9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se Compareceu o banca e todos os candidatos.
de acordo com o numeral.
Deu uma hora no relógio da sala. 4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concor-
Deram cinco horas no relógio da sala. dância é feita no plural. Observe:
Soam dezenove horas no relógio da praça. Abraçaram-se vencedor e vencido.
Baterão doze horas daqui a pouco. Ofenderam-se o jogador e o árbitro.
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LÍNGUA PORTUGUESA
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos 6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
dispostos em gradação, verbo no singular: pressões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não so-
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um se- mente”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o
gundo me satisfaz. verbo ficará no plural.
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
3) Quando os núcleos do sujeito composto são uni- Nordeste.
dos por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a
acordo com o valor semântico das conjunções: notícia.
Drummond ou Bandeira representam a essência da
poesia brasileira. 7) Quando os elementos de um sujeito composto são
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância
é feita com esse termo resumidor.
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apa-
“adição”. Já em: tia.
Juca ou Pedro será contratado. Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim- na vida das pessoas.
píada.
Outros Casos
* Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam
no singular. 1) O Verbo e a Palavra “SE”
Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há
4) Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem duas de particular interesse para a concordância verbal:
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
Um ou outro compareceu à festa. b) quando é partícula apassivadora.
Nem um nem outro saiu do colégio. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos
Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na
singular: Um e outro farão/fará a prova.
terceira pessoa do singular:
Precisa-se de funcionários.
5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por
Confia-se em teses absurdas.
“com”, o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos re-
Quando pronome apassivador, o “se” acompanha
cebem um mesmo grau de importância e a palavra “com”
verbos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e in-
tem sentido muito próximo ao de “e”.
diretos (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nes-
O pai com o filho montaram o brinquedo.
se caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração.
O governador com o secretariado traçaram os planos
Exemplos:
para o próximo semestre.
O professor com o aluno questionaram as regras. Construiu-se um posto de saúde.
Construíram-se novos postos de saúde.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se Aqui não se cometem equívocos
a ideia é enfatizar o primeiro elemento. Alugam-se casas.
O pai com o filho montou o brinquedo.
O governador com o secretariado traçou os planos para ** Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivado-
o próximo semestre. ra ou índice de indeterminação do sujeito, tente trans-
O professor com o aluno questionou as regras. formar a frase para a voz passiva. Se a frase construída
for “compreensível”, estaremos diante de uma partícula
Observação: com o verbo no singular, não se pode apassivadora; se não, o “se” será índice de indetermina-
falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez ção. Veja:
que as expressões “com o filho” e “com o secretariado” Precisa-se de funcionários qualificados.
são adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é Tentemos a voz passiva:
como se houvesse uma inversão da ordem. Veja: Funcionários qualificados são precisados (ou preci-
“O pai montou o brinquedo com o filho.” sos)? Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice
“O governador traçou os planos para o próximo semes- de indeterminação do sujeito.
tre com o secretariado.” Agora:
“O professor questionou as regras com o aluno.” Vendem-se casas.
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta!
*Casos em que se usa o verbo no singular: Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu
Café com leite é uma delícia! passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per-
O frango com quiabo foi receita da vovó. cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).
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LÍNGUA PORTUGUESA
Quando o sujeito ou o predicativo for: b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infini-
tivo sofre flexão:
a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER As crianças parece gostarem do desenho.
concorda com a pessoa gramatical: (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho as
Ele é forte, mas não é dois. crianças)
Fernando Pessoa era vários poetas.
A esperança dos pais são eles, os filhos. Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração
b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no
subordinada substantiva subjetiva).
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural:
Concordância Nominal
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros! A concordância nominal se baseia na relação entre
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles
Quando o verbo SER indicar se ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
a) horas e distâncias, concordará com a expressão normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
numérica: termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
É uma hora. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
São quatro horas. seguintes regras gerais:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilô- 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando
metros. se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas de-
nunciavam o que sentia.
b) datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
estar expressa ou subentendida: 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a
Hoje é dia 26 de agosto. concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
Hoje são 26 de agosto. xão nos seguintes casos:
c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade a) Adjetivo anteposto aos substantivos:
e for seguido de palavras ou expressões como pouco, mui- - O adjetivo concorda em gênero e número com o
to, menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular: substantivo mais próximo.
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso. Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido. Encontramos caída a roupa e os prendedores.
Duas semanas de férias é muito para mim. Encontramos caído o prendedor e a roupa.
d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) - Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de
parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
o verbo.
Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
No meu setor, eu sou a única mulher.
Aqui os adultos somos nós. b) Adjetivo posposto aos substantivos:
- O adjetivo concorda com o substantivo mais pró-
Observação: sendo ambos os termos (sujeito e pre- ximo ou com todos eles (assumindo a forma masculina
dicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo plural se houver substantivo feminino e masculino).
concorda com o pronome sujeito. A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
Eu não sou ela. A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
Ela não é eu. A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.
e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido
partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o Observação: os dois últimos exemplos apresentam
verbo SER concordará com o predicativo. maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente
A grande maioria no protesto eram jovens. se refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo
O resto foram atitudes imaturas. foi flexionado no plural masculino, que é o gênero predo-
minante quando há substantivos de gêneros diferentes.
58
LÍNGUA PORTUGUESA
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o subs- adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se refe-
tantivo não for acompanhado de nenhum modificador: rem possuir sentido genérico (não vier precedido de ar-
Água é bom para saúde. tigo).
É proibido entrada de crianças.
b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for Em certos momentos, é necessário atenção.
modificado por um artigo ou qualquer outro determina- No verão, melancia é bom.
tivo: Esta água é boa para saúde. É preciso cidadania.
Não é permitido saída pelas portas laterais.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os
b) Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as
minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
muito felizes.
como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
5) Nas expressões formadas por pronome indefinido
Esta salada é ótima.
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + A educação é necessária.
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino São precisas várias medidas na educação.
singular: Os jovens tinham algo de misterioso.
Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso -
6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem Quite
função adjetiva e concorda normalmente com o nome a
que se refere: Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
Cristina saiu só. mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
Cristina e Débora saíram sós. Seguem anexas as documentações requeridas.
A menina agradeceu: - Muito obrigada.
Observação: quando a palavra “só” equivale a “so- Muito obrigadas, disseram as senhoras.
mente” ou “apenas”, tem função adverbial, ficando, por- Seguem inclusos os papéis solicitados.
tanto, invariável: Eles só desejam ganhar presentes. Estamos quites com nossos credores.
** Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”.
Se a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de ad- Bastante - Caro - Barato - Longe
vérbio, portanto, invariável; se houver coerência com o
segundo, função de adjetivo, então varia: Estas palavras são invariáveis quando funcionam
Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo como advérbios. Concordam com o nome a que se refe-
Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad- rem quando funcionam como adjetivos, pronomes adje-
vérbio tivos, ou numerais.
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)
** Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho.
de “só”, haverá, novamente, um adjetivo: (pronome adjetivo)
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)
Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descan-
As casas estão caras. (adjetivo)
sando)
Achei barato este casaco. (advérbio)
7) Quando um único substantivo é modificado por
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)
dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as
construções: Meio - Meia
a) O substantivo permanece no singular e coloca-se
o artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espa- a) A palavra “meio”, quando empregada como adjeti-
nhola e a portuguesa. vo, concorda normalmente com o nome a que se refere:
Pedi meia porção de polentas.
b) O substantivo vai para o plural e omite-se o ar-
tigo antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e b) Quando empregada como advérbio permanece in-
portuguesa. variável: A candidata está meio nervosa.
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LÍNGUA PORTUGUESA
2-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO A regência verbal estuda a relação que se estabelece
RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IA- entre os verbos e os termos que os complementam (obje-
DES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos destacados tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos
no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no elevador”, adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regên-
fossem empregados, respectivamente, Esquecer e gostar, a cia, o que corresponde à diversidade de significados que
nova redação, de acordo com as regras sobre regência ver- estes verbos podem adquirir dependendo do contexto
bal e concordância nominal prescritas pela norma-padrão, em que forem empregados.
deveria ser A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar,
(A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador. contentar.
(B) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador. A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar
(C) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no elevador. agrado ou prazer”, satisfazer.
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no elevador. Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
(E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no eleva- “agradar a alguém”.
dor.
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LÍNGUA PORTUGUESA
ASSISTIR IMPLICAR
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres- - Como transitivo direto, esse verbo tem dois senti-
tar assistência a, auxiliar. dos:
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
As empresas de saúde negam-se a assisti-los. implicavam um firme propósito.
b) ter como consequência, trazer como consequência,
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, pre- acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
senciar, estar presente, caber, pertencer.
Assistimos ao documentário. - Como transitivo direto e indireto, significa compro-
Não assisti às últimas sessões. meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
Essa lei assiste ao inquilino. econômicas.
*No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in- * No sentido de antipatizar, ter implicância, é transiti-
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de vo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa quem não trabalhasse arduamente.
conturbada cidade.
NAMORAR
CHAMAR - Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há
- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, dois anos.
solicitar a atenção ou a presença de.
Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha- OBEDECER - DESOBEDECER
má-la. - Sempre transitivo indireto:
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. Todos obedeceram às regras.
Ninguém desobedece às leis.
- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere pre- *Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem
dicativo preposicionado ou não. “lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas.
A torcida chamou o jogador mercenário.
A torcida chamou ao jogador mercenário. PROCEDER
A torcida chamou o jogador de mercenário. - Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
A torcida chamou ao jogador de mercenário. cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto
adverbial de modo.
- Chamar com o sentido de ter por nome é pronomi-
As afirmações da testemunha procediam, não havia
nal: Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
como refutá-las.
Você procede muito mal.
CUSTAR
- Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo-
valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adver-
sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzi-
bial: Frutas e verduras não deveriam custar muito.
do pela preposição “a”) é transitivo indireto.
O avião procede de Maceió.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransiti- Procedeu-se aos exames.
vo ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração O delegado procederá ao inquérito.
reduzida de infinitivo.
QUERER
Muito custa viver tão longe da - Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
família. vontade de, cobiçar.
Verbo Intransitivo Oração Subordinada Querem melhor atendimento.
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo Queremos um país melhor.
Custou-me (a mim) crer nisso. - Querer é transitivo indireto no sentido de ter afei-
Objeto Indireto Oração Subordinada ção, estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
VISAR
*A Gramática Normativa condena as construções que - Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi-
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
pessoa: Custei para entender o problema. = Forma O homem visou o alvo.
correta: Custou-me entender o problema. O gerente não quis visar o cheque.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.
ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)
No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alte-
ração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos
tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (= momentos é sujeito)
SIMPATIZAR - ANTIPATIZAR
Importante: A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a
preposição “a”:
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
Cláudia desceu ao segundo andar.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
Regência Nominal
É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que
vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo
significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes corres-
pondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será com-
pletiva nominal (subordinada substantiva).
64
LÍNGUA PORTUGUESA
Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de
Advérbios
Longe de Perto de
Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados:
paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.
Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Questões
1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta
da língua quanto à regência verbal.
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
B) Eu esqueci do seu nome.
C) Você assistiu à cena toda?
D) Ele chegou na oficina pela manhã.
E) Sempre obedeço as leis de trânsito.
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LÍNGUA PORTUGUESA
2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP – 4) Orações que exprimem desejo (orações optativas):
MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia o se- Que Deus o ajude.
guinte trecho para responder à questão.
A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com 5) A próclise é obrigatória quando se utiliza o prono-
baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imu- me reto ou sujeito expresso:
nológica melhor a essa medida, similar _______________ . Eu lhe entregarei o material amanhã.
A alternativa que completa, corretamente, o texto é: Tu sabes cantar?
(A) das mulheres
(B) às mulheres Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
(C) com das mulheres verbo. A mesóclise é usada:
(D) à das mulheres
(E) ao das mulheres Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
2-) Similar significa igual; sua regência equivale à da precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento
palavra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (su-
em prol da paz no mundo.
bentendido: resposta imunológica) das mulheres.
Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
RESPOSTA: “D”.
lizará”:
realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma pa-
lavra que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria.
Veja: Não se realizará...
COLOCAÇÃO PRONOMINAL. Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
nessa viagem.
(com presença de palavra que justifique o uso de pró-
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompa-
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos nharia nessa viagem).
pronomes oblíquos átonos na frase.
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo.
* Dica: Pronome Oblíquo é aquele que exerce a fun- A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não
ção de complemento verbal (objeto). Por isso, memorize: forem possíveis:
OBlíquo = OBjeto!
1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
Embora na linguagem falada a colocação dos pro- Quando eu avisar, silenciem-se todos.
nomes não seja rigorosamente seguida, algumas normas
devem ser observadas na linguagem escrita. 2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal:
Não era minha intenção machucá-la.
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo.
A próclise é usada: 3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não
se inicia período com pronome oblíquo).
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que Vou-me embora agora mesmo.
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: Levanto-me às 6h.
a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém,
jamais, etc.: Não se desespere! 4) Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
no concurso, mudo-me hoje mesmo!
b) Advérbios: Agora se negam a depor.
c) Conjunções subordinativas: Espero que me expli-
5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a
quem tudo!
proposta fazendo-se de desentendida.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Entretanto, se o termo vier determinado, teremos Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento
uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo,
foi arremessado à distância de cem metros. o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede,
no caso de o termo regente exigir a preposição.
- De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia.
-, faz-se necessário o emprego da crase.
Ensino à distância. *não ocorre crase antes de nome feminino utilizado
Ensino a distância. em sentido genérico ou indeterminado:
Estamos sujeitos a críticas.
* Em locuções adverbiais formadas por palavras repe- Refiro-me a conversas paralelas.
tidas, não há ocorrência da crase.
Ela ficou frente a frente com o agressor. Fontes de pesquisa:
Eu o seguirei passo a passo. http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-cra-
se-.html
Casos em que não se admite o emprego da crase: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
* Antes de vocábulos masculinos. Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
As produções escritas a lápis não serão corrigidas. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Esta caneta pertence a Pedro. Paulo: Saraiva, 2010.
* Antes de verbos no infinitivo. Questões
Ele estava a cantar.
Começou a chover.
1-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
FE/2014) Assinale a alternativa que preenche corretamen-
* Antes de numeral.
te as lacunas da frase a seguir.
O número de aprovados chegou a cem.
Quando________ três meses disse-me que iria _________
Faremos uma visita a dez países.
Grécia para visitar ___ sua tia, vi-me na obrigação de ajudá
-la _______ resgatar as milhas _________ quais tinha direito.
Observação:
A-) a - há - à - à - às
- Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio-
B-) há - à - a - a – às
nando como uma locução adverbial feminina – ocorrerá
crase: Os passageiros partirão às dezenove horas. C-) há - a - há - à - as
D-) a - à - a - à - às
- Diante de numerais ordinais femininos a crase está E-) a - a - à - há – as
confirmada, visto que estes não podem ser empregados
sem o artigo: As saudações foram direcionadas à primeira 1-) Quando HÁ (sentido de tempo) três meses disse-
aluna da classe. me que iria À (“vou a, volto da, crase há!”) Grécia para
visitar A (artigo) sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-la
- Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando A (ajudar “ela” a fazer algo) resgatar as milhas ÀS quais
essa não se apresentar determinada: Chegamos todos tinha direito (tinha direito a quê? às milhas – regência no-
exaustos a casa. minal). Teremos: há, à, a, a, às.
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto RESPOSTA: “B”.
adnominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos
exaustos à casa de Marcela. 2-) (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO –
VUNESP/2014)
- não há crase antes da palavra “terra”, quando essa A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de
indicar chão firme: Quando os navegantes regressaram a trabalho para proceder _____ medidas necessárias _____
terra, já era noite. exumação dos restos mortais do ex-presidente João Gou-
Contudo, se o termo estiver precedido por um de- lart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exu-
terminante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. mação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-pre-
Paulo viajou rumo à sua terra natal. sidente morreu de causas naturais, ou seja, devido ____
O astronauta voltou à Terra. uma parada cardíaca – que tem sido a versão considerada
oficial até hoje –, ou se sua morte se deve ______ envene-
- não ocorre crase antes de pronomes que requerem namento.
o uso do artigo. (http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,-
Os livros foram entregues a mim. governo-cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jan-
Dei a ela a merecida recompensa. go,1094178,0.htm 07. 11.2013. Adaptado)
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LÍNGUA PORTUGUESA
___________________________________________________
3-)
(A) Uma tal ilação – chegar a uma (não há acento gra- ___________________________________________________
ve antes de artigo)
(B) Afirmações como essa – chegar a afirmações (an- ___________________________________________________
tes de palavra no plural e o “a” no singular)
(C) Comprovação dessa assertiva – chegar à compro- ___________________________________________________
vação ___________________________________________________
(D) Emitir uma opinião desse tipo – chegar a emitir
(verbo no infinitivo) ___________________________________________________
(E) Semelhante resultado – chegar a semelhante (pa-
lavra masculina) ___________________________________________________
RESPOSTA: “C”.
___________________________________________________
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___________________________________________________
___________________________________________________
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___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
70
MATEMÁTICA
Números inteiros e racionais: operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação); expressões numéricas;
Frações e operações com frações..................................................................................................................................................................... .01
Múltiplos e divisores, Máximo divisor comum e Mínimo divisor comum ........................................................................................ 07
Números e grandezas proprocionais: Razões e proporções; Divisão em partes proporcionais............................................... 11
Regra de três.............................................................................................................................................................................................................. 15
Sistema métrico decimal........................................................................................................................................................................................ 19
Equações e inequações.......................................................................................................................................................................................... 23
Funções ....................................................................................................................................................................................................................... 29
Gráficos e tabelas..................................................................................................................................................................................................... 37
Estatística Descritiva, Amostragem, Teste de Hipóteses e Análise de Regressão ........................................................................... 43
Geometria.................................................................................................................................................................................................................... 48
Matriz, determinantes e sistemas lineares...................................................................................................................................................... 62
Sequências, progressão aritmética e geométrica........................................................................................................................................ 70
Porcentagem.............................................................................................................................................................................................................. 74
Juros simples e compostos................................................................................................................................................................................... 77
Taxas de Juros, Desconto, Equivalência de Capitais, Anuidades e Sistemas de Amortização.................................................... 80
Lógica: proposições, valor-verdade negação, conjunção, disjunção, implicação, equivalência, proposições
compostas..........................................................................................................................................................................................................95
Equivalências lógicas. ........................................................................................................................................................................................95
Problemas de raciocínio: deduzir informações de relações arbitrárias entre objetos, lugares, pessoas e/ou eventos
fictícios dados. ......................................................................................................................................................................................................95
Diagramas lógicos, tabelas e gráficos....................................................................................................................................................... 112
Princípios de contagem e noção de probabilidade.............................................................................................................................. 117
MATEMÁTICA
Exemplo 2
NÚMEROS INTEIROS E RACIONAIS:
OPERAÇÕES (ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, 40 – 9 x 4 + 23
MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, 40 – 36 + 23
4 + 23
POTENCIAÇÃO); EXPRESSÕES
27
NUMÉRICAS; FRAÇÕES E OPERAÇÕES COM
FRAÇÕES. Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25
Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um pode ser expresso na forma , onde a e b são inteiros
antecessor (número que vem antes do número dado). quaisquer, com b≠0
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente São exemplos de números racionais:
de zero. -12/51
a) O antecessor do número m é m-1. -3
b) O antecessor de 2 é 1. -(-3)
c) O antecessor de 56 é 55. -2,333...
d) O antecessor de 10 é 9.
As dízimas periódicas podem ser representadas por
Expressões Numéricas fração, portanto são consideradas números racionais.
Como representar esses números?
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtra- Representação Decimal das Frações
ções, multiplicações e divisões. Todas as operações podem
acontecer em uma única expressão. Para resolver as ex- Temos 2 possíveis casos para transformar frações em
pressões numéricas utilizamos alguns procedimentos: decimais
Se em uma expressão numérica aparecer as quatro 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o nú-
operações, devemos resolver a multiplicação ou a divisão mero decimal terá um número finito de algarismos após a
primeiramente, na ordem em que elas aparecerem e so- vírgula.
mente depois a adição e a subtração, também na ordem
em que aparecerem e os parênteses são resolvidos primei-
ro.
Exemplo 1
10 + 12 – 6 + 7
22 – 6 + 7
16 + 7
23
1
MATEMÁTICA
Números Irracionais
Identificação de números irracionais
10x=3,333...
E então subtraímos:
10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
X=1/3
2
MATEMÁTICA
Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x≥a}
INTERVALOS LIMITADOS
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou
iguais a e menores do que b ou iguais a b. Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}
Intervalo:[a,b] Potenciação
Conjunto: {x∈R|a≤x≤b} Multiplicação de fatores iguais
INTERVALOS IIMITADOS
4) Todo número negativo, elevado ao expoente ím-
Semirreta esquerda, fechada de origem b- números par, resulta em um número negativo.
reais menores ou iguais a b.
Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x∈R|x≤b} 5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos pas-
sar o sinal para positivo e inverter o número que está na
Semirreta esquerda, aberta de origem b – números base.
reais menores que b.
Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}
3
MATEMÁTICA
6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o Técnica de Cálculo
valor do expoente, o resultado será igual a zero. A determinação da raiz quadrada de um número tor-
na-se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado
em números primos. Veja:
Propriedades
Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27
Observe: 1 1
1
n
a.b = n a .n b
4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores eleva-
dos a um expoente, podemos elevar cada um a esse mes- O radical de índice inteiro e positivo de um produto
mo expoente. indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
(4.3)²=4².3² dos fatores do radicando.
a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * ,
se
então:
a na
n =
b nb
4
MATEMÁTICA
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente 1º Caso:Denominador composto por uma só parcela
indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi-
ce dos termos do radicando.
Operações
2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.
Operações
Devemos multiplicar de forma que obtenha uma dife-
Multiplicação rença de quadrados no denominador:
Exemplo
QUESTÕES
5
MATEMÁTICA
03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - De acordo com esses dados, ao longo da existência
MSCONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é: desse prédio comercial, a fração do total de situações de
(A) 0,2222... risco de incêndio geradas por descuidos ao cozinhar cor-
(B) 0,6666... responde à
(C) 0,1616... (A) 3/20.
(D) 0,8888... (B) 1/4.
(C) 13/60.
04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- (D) 1/5.
NESP/2017) Se, numa divisão, o divisor e o quociente são (E) 1/60.
iguais, e o resto é 10, sendo esse resto o maior possível,
então o dividendo é 07. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni-
(A) 131. co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Assinale a
(B) 121. alternativa que apresenta o valor da expressão
(C) 120.
(D) 110.
(E) 101.
6
MATEMÁTICA
RESPOSTAS
X=0,4444....
10x=4,444... Dos homens que saíram:
9x=4
Saíram no total
04. Resposta: A.
Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número
11 que é igua o quociente.
11x11=121+10=131
05. Resposta: E.
A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111
06. Resposta: D.
MÚLTIPLOS E DIVISORES, MÁXIMO
DIVISOR COMUM E MÍNIMO MÚLTIPLO
COMUM.
Gerado por descuidos ao cozinhar:
Múltiplos
Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1- Um número é múltiplo de outro quando ao dividirmos
1/13) o primeiro pelo segundo, o resto é zero.
Exemplo
07.Resposta: C.
O conjunto de múltiplos de um número natural não-
-nulo é infinito e podemos consegui-lo multiplicando-se o
número dado por todos os números naturais.
M(3)={0,3,6,9,12,...}
Divisores
7
MATEMÁTICA
D(12)={1,2,3,4,6,12}
D(15)={1,3,5,15} Assim, o mmc
Observações:
Exemplo
- Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
- Todo número natural é múltiplo de 1. O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16
- Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos m, será revestido com ladrilhos quadrados, de mesma di-
múltiplos. mensão, inteiros, de forma que não fique espaço vazio
- O zero é múltiplo de qualquer número natural. entre ladrilhos vizinhos. Os ladrilhos serão escolhidos de
modo que tenham a maior dimensão possível.
Máximo Divisor Comum Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá
O máximo divisor comum de dois ou mais números medir
naturais não-nulos é o maior dos divisores comuns desses (A) mais de 30 cm.
números. (B) menos de 15 cm.
Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, deve- (C) mais de 15 cm e menos de 20 cm.
mos seguir as etapas: (D) mais de 20 cm e menos de 25 cm.
• Decompor o número em fatores primos (E) mais de 25 cm e menos de 30 cm.
• Tomar o fatores comuns com o menor expoente
• Multiplicar os fatores entre si. Resposta: A.
Exemplo:
Resposta: E.
Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660
1h---60minutos
Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos. x-----660
Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a x=660/60=11
divisão com algum dos números, não é necessário que os
dois sejam divisíveis ao mesmo tempo. Então será depois de 11horas que se encontrarão
Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido, 7+11=18h
continua aparecendo.
8
MATEMÁTICA
9
MATEMÁTICA
05. Resposta: D.
RESPOSTAS
01. Resposta: E.
Mmc(5,6,7)=2⋅3⋅5⋅7=210
06. Resposta: C.
10
MATEMÁTICA
Mdc(90, 125)=2.3²=18
Então teremos
126/18 = 7 grupos de exatas
90/18 = 5 grupos de humanas
A diferença é de 7-5=2
Mmc(6,8)=24
- eles são múltiplos de 2, pois terminam com números
Mdc(30, 36, 72) =2x3=6 pares.
Portanto: 24/6=4 E são múltiplos de 3, lembrando que para ser múltiplo
de 3, basta somar os números e ser múltiplo de 3.
36=3+6=9
90=9+0=9
162=1+6+2=9
NÚMEROS E GRANDEZAS
PROPORCIONAIS: RAZÕES E
07. Resposta: E.
PROPORÇÕES; DIVISÃO EM PARTES
MDC(120,160)=8x5=40 PROPORCIONAIS
08. Resposta:B.
Razão
09. Resposta: A.
Proporção
10. Resposta: B.
O cálculo utilizado aqui será o MDC (Máximo Divisor
Comum) Os números A e D são denominados extremos enquan-
to os números B e C são os meios e vale a propriedade: o
produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto é:
AxD=BxC
11
MATEMÁTICA
ou
Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3
esteja em proporção com 4/6.
Grandezas Diretamente Proporcionais
Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte for-
Duas grandezas variáveis dependentes são diretamen-
ma:
te proporcionais quando a razão entre os valores da 1ª
grandeza é igual a razão entre os valores correspondentes
da 2ª, ou de uma maneira mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais....
.
Exemplo
Distância percorrida e combustível gasto
Segunda propriedade das proporções
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença
dos dois primeiros termos está para o primeiro, ou para Distância(km) Combustível(litros)
o segundo termo, assim como a soma ou a diferença dos 13 1
dois últimos termos está para o terceiro, ou para o quarto
termo. Então temos: 26 2
39 3
52 4
Exemplo
velocidadextempo a tabela abaixo:
Ou Diretamente Proporcionais
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn di-
retamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um
sistema com n equações e n incógnitas, sendo as somas
X1+X2+...+Xn=M e p1+p2+...+pn=P.
12
MATEMÁTICA
QUESTÕES
13
MATEMÁTICA
04. (UNIRV/60 – Auxiliar de Laboratório – UNIRV- 08. (DPE/RS - Analista - FCC/2017) A razão entre as al-
GO/2017) Em relação à prova de matemática de um con- turas de dois irmãos era 3/4 e, nessa ocasião, a altura do irmão
curso, Paula acertou 32 das 48 questões da prova. A razão mais alto era 1,40 m. Hoje, esse irmão mais alto cresceu 10 cm.
entre o número de questões que ela errou para o total de Para que a razão entre a altura do irmão mais baixo e a altura
questões da prova é de do mais alto seja hoje, igual a 4/5 , é necessário que o irmão
(A) 2/3 mais baixo tenha crescido, nesse tempo, o equivalente a
(B) 1/2 (A) 13,5 cm.
(C) 1/3 (B) 10,0 cm.
(D) 3/2 (C) 12,5 cm.
(D) 14,8 cm.
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- (E) 15,0 cm.
GO/2017) José, pai de Alfredo, Bernardo e Caetano, de 2, 5
e 8 anos, respectivamente, pretende dividir entre os filhos a 09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2017)
quantia de R$ 240,00, em partes diretamente proporcionais O transporte de 1980 caixas iguais foi totalmente repartido
às suas idades. Considerando o intento do genitor, é possí- entre dois veículos, A e B, na razão direta das suas respectivas
vel afirmar que cada filho vai receber, em ordem crescente capacidades de carga, em toneladas. Sabe-se que A tem capa-
de idades, os seguintes valores: cidade para transportar 2,2 t, enquanto B tem capacidade para
(A) R$ 30,00, R$ 60,00 e R$150,00. transportar somente 1,8 t. Nessas condições, é correto afirmar
(B) R$ 42,00, R$ 58,00 e R$ 140,00. que a diferença entre o número de caixas carregadas em A e o
(C) R$ 27,00, R$ 31,00 e R$ 190,00. número de caixas carregadas em B foi igual a
(D) R$ 28,00, R$ 84,00 e R$ 128,00. (A) 304.
(E) R$ 32,00, R$ 80,00 e R$ 128,00. (B) 286.
(C) 224.
06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- (D) 216.
NESP/2017) Sabe-se que 16 caixas K, todas iguais, ou 40 (E) 198.
caixas Q, todas também iguais, preenchem totalmente cer-
to compartimento, inicialmente vazio. Também é possível 10. (EMDEC – Assistente Administrativo – IBFC/2016)
preencher totalmente esse mesmo compartimento com- Paulo vai dividir R$ 4.500,00 em partes diretamente propor-
pletamente vazio utilizando 4 caixas K mais certa quantida- cionais às idades de seus três filhos com idades de 4, 6 e 8
de de caixas Q. Nessas condições, é correto afirmar que o anos respectivamente. Desse modo, o total distribuído aos
número de caixas Q utilizadas será igual a dois filhos com maior idade é igual a:
(A) 10. (A) R$2.500,00
(B) R$3.500,00
(B) 28.
(C) R$ 1.000,00
(C) 18.
(D) R$3.200,00
(D) 22.
(E) 30.
RESPOSTAS
07. (IPRESB/SP – Agente Previdenciário – VU-
NESP/2017) A tabela, onde alguns valores estão substituí-
01. Resposta: C.
dos por letras, mostra os valores, em milhares de reais, que 30k+70k=140
eram devidos por uma empresa a cada um dos três forne- 100k=140
cedores relacionados, e os respectivos valores que foram K=1,4
pagos a cada um deles. 30⋅1,4=42
70⋅1,4=98
Fornecedor A B C
02. Resposta: A.
Valor pago 22,5 X 37,5
Vamos dividir o prêmio pelas horas somadas
Valor devido Y 40 z 32+24+20+3⋅16+2⋅12=148
74000/148=500
Sabe-se que os valores pagos foram diretamente propor- O maior prêmio foi para quem fez 32 horas semanais
cionais a cada valor devido, na razão de 3 para 4. Nessas con- 32⋅500=16000
dições, é correto afirmar que o valor total devido a esses três 12⋅500=6000
fornecedores era, antes dos pagamentos efetuados, igual a A diferença é: 16000-6000=10000
(A) R$ 90.000,00.
(B) R$ 96.500,00. 03. Resposta:B.
(C) R$ 108.000,00. 2500+1500=4000 entrevistas
(D) R$ 112.500,00.
(E) R$ 120.000,00.
14
MATEMÁTICA
REGRA DE TRÊS
Q=30 caixas
07. Resposta: E.
Regra de três simples
15
MATEMÁTICA
Velocidade----------tempo QUESTÕES
400↓-----------------X↓
480↓---------------- 3↓ 01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá-
rios- VUNESP/2017) Para imprimir 300 apostilas destina-
480x=1200 das a um curso, uma máquina de fotocópias precisa traba-
X=25 lhar 5 horas por dia durante 4 dias. Por motivos administra-
tivos, será necessário imprimir 360 apostilas em apenas 3
Regra de três composta dias. O número de horas diárias que essa máquina terá que
Regra de três composta é utilizada em problemas com trabalhar para realizar a tarefa é
mais de duas grandezas, direta ou inversamente propor- (A) 6.
cionais. (B) 7.
(C) 8.
Exemplos: (D) 9.
(E) 10.
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de
areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão necessários 02. (SEPOG – Analista em Tecnologia da Informação
para descarregar 125m³? e Comunicação – FGV/2017) Uma máquina copiadora A
faz 20% mais cópias do que uma outra máquina B, no mes-
Solução: montando a tabela, colocando em cada co- mo tempo.
luna as grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as A máquina B faz 100 cópias em uma hora.
grandezas de espécies diferentes que se correspondem: A máquina A faz 100 cópias em
(A) 44 minutos.
Horas --------caminhões-----------volume (B) 46 minutos.
8↑----------------20↓----------------------160↑ (C) 48 minutos.
5↑------------------x↓----------------------125↑ (D) 50 minutos.
(E) 52 minutos.
A seguir, devemos comparar cada grandeza com aque-
la onde está o x. 03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
Observe que: - MSCONCURSOS/2017) Para a construção de uma ro-
Aumentando o número de horas de trabalho, pode- dovia, 12 operários trabalham 8 horas por dia durante 14
mos diminuir o número de caminhões. Portanto a relação dias e completam exatamente a metade da obra. Porém, a
é inversamente proporcional (seta para cima na 1ª coluna). rodovia precisa ser terminada daqui a exatamente 8 dias,
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o e então a empresa contrata mais 6 operários de mesma
número de caminhões. Portanto a relação é diretamente capacidade dos primeiros. Juntos, eles deverão trabalhar
proporcional (seta para baixo na 3ª coluna). Devemos igua- quantas horas por dia para terminar o trabalho no tempo
lar a razão que contém o termo x com o produto das outras correto?
razões de acordo com o sentido das setas. (A) 6h 8 min
Montando a proporção e resolvendo a equação temos: (B) 6h 50min
(C) 9h 20 min
Horas --------caminhões-----------volume (D) 9h 33min
8↑----------------20↓----------------------160↓
5↑------------------x↓----------------------125↓ 04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
NESP/2017 ) Um restaurante “por quilo” apresenta seus
Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna fican- preços de acordo com a tabela:
do:
Horas --------caminhões-----------volume
5----------------20----------------------160
8------------------x----------------------125 Rodolfo almoçou nesse restaurante na última sexta-fei-
ra. Se a quantidade de alimentos que consumiu nesse al-
moço custou R$ 21,00, então está correto afirmar que essa
quantidade é, em gramas, igual a
(A) 375.
Logo, serão necessários 25 caminhões (B) 380.
(C) 420.
(D) 425.
(E) 450.
16
MATEMÁTICA
05. . (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU- 10. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU-
NESP/2017 ) Um carregamento de areia foi total- NESP/2016) Para organizar as cadeiras em um auditório, 6
mente embalado em 240 sacos, com 40 kg em cada funcionários, todos com a mesma capacidade de produção,
saco. Se fossem colocados apenas 30 kg em cada trabalharam por 3 horas. Para fazer o mesmo trabalho, 20
saco, o número de sacos necessários para embalar funcionários, todos com o mesmo rendimento dos iniciais,
todo o carregamento seria igual a deveriam trabalhar um total de tempo, em minutos, igual a
(A) 420. (A) 48.
(B) 375. (B) 50.
(C) 370. (C) 46.
(D) 345. (D) 54.
(E) 320. (E) 52.
17
MATEMÁTICA
05. Resposta: E.
Sacos kg
240----40
x----30
30x=9600
X=320
06. Resposta: A.
↓Funcionários ↑ horas bolsas↓
48------------------------12-----------480
x-----------------------------15----------1200
Quanto mais funcionários, menos horas precisam
Quanto mais funcionários, mais bolsas feitas
X=96 funcionários
Precisam de mais 48 funcionários
07. Resposta: B.
Operários dias
12-----------90
x--------------60
Quanto mais operários, menos dias (inversamente proporcional)
60x=1080
X=18
08. Resposta: B.
V=1,5⋅1,2⋅0,7=1,26m³=1260litros
50litros-----3 min
1260--------x
X=3780/50=75,6min
0,6min=36s
75min=60+15=1h15min
09. Resposta: A.
↑Dias ↑ operários peças↑
6-------------5---------------600
8--------------7---------------x
30x=33600
X=1120
18
MATEMÁTICA
10. Resposta: D.
3x60=180 minutos
↑Funcionários minutos↓
6------------180
20-------------x
As Grandezas são inversamente proporcionais, pois quanto mais funcionários, menos tempo será gasto.
Vamos inverter os minutos
↑Funcionários minutos↑
6------------x
20-------------180
20x=6.180
20x=1040
X=54 minutos
Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m
Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distân-
cias. Para medidas milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:
Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km
Exemplos de Transformação
1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m
Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por
10.
Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²).
Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a
unidade imediatamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada.
Unidades de Área
km 2
hm 2
dam 2
m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2
19
MATEMÁTICA
Exemplos de Transformação
1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²
Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por
100.
Volume
Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Po-
demos encontrar sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir
volume e capacidade.
Unidades de Volume
km 3
hm 3
dam 3
m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3
Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos
e submúltiplos, unidade de medidas de produtos líquidos.
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³
1L=1dm³
Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l
Massa
Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg
Tempo
20
MATEMÁTICA
Deve-se saber:
1 dia=24horas
1hora=60minutos 5h 20 minutos :2
1 minuto=60segundos
1hora=3600s 1h 20 minutos, transformamos para minutos
:60+20=80minutos
Adição de tempo
Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas 04. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-
demorou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo? VGO/2017) Uma empresa farmacêutica distribuiu 14400
litros de uma substância líquida em recipientes de 72 cm3
cada um. Sabe-se que cada recipiente, depois de cheio,
tem 80 gramas. A quantidade de toneladas que representa
todos os recipientes cheios com essa substância é de
(A) 16
(B) 160
(C) 1600
(D) 16000
21
MATEMÁTICA
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- 09. (ANP – Técnico Administrativo – CESGRAN-
GO/2017) João estuda à noite e sua aula começa às RIO/2016) Um caminhão-tanque chega a um posto de abas-
18h40min. Cada aula tem duração de 45 minutos, e o tecimento com 36.000 litros de gasolina em seu reservatório.
intervalo dura 15 minutos. Sabendo-se que nessa escola Parte dessa gasolina é transferida para dois tanques de arma-
há 5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afirmar que zenamento, enchendo-os completamente. Um desses tanques
o término das aulas de João se dá às: tem 12,5 m3, e o outro, 15,3 m3, e estavam, inicialmente, vazios.
(A) 22h30min Após a transferência, quantos litros de gasolina resta-
(B) 22h40min ram no caminhão-tanque?
(C) 22h50min (A) 35.722,00
(D) 23h (B) 8.200,00
(E) Nenhuma das anteriores (C) 3.577,20
(D) 357,72
06. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- (E) 332,20
FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km
10. (DPE/RR – Auxiliar Administrativo – FCC/2015)
em 1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em
Raimundo tinha duas cordas, uma de 1,7 m e outra de 1,45
1h20min.
m. Ele precisava de pedaços, dessas cordas, que medissem
40 cm de comprimento cada um. Ele cortou as duas cordas
Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado em pedaços de 40 cm de comprimento e assim conseguiu
com a época em que era jovem, Arquimedes precisa de obter
mais: (A) 6 pedaços.
(A) 10 minutos; (B) 8 pedaços.
(B) 7 minutos; (C) 9 pedaços.
(C) 5 minutos; (D) 5 pedaços.
(D) 3 minutos; (E) 7 pedaços.
(E) 2 minutos.
03. Resposta:A.
4500/3=1500 litros para as caixinhas
1500litros=1500000ml
1500000/300=5000 caixinhas por dia
5000.5=25000 caixinhas em 5 dias
22
MATEMÁTICA
05. Resposta: B.
5⋅45=225 minutos de aula EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos
de intervalo=4horas
18:40+4h=22h:40
Equação 1º grau
06. Resposta: D. Equação é toda sentença matemática aberta represen-
1h45min=60+45=105 minutos tada por uma igualdade, em que exista uma ou mais letras
que representam números desconhecidos.
15km-------105 Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação
1--------------x redutível à forma ax+b=0, em que a e b são números reais,
X=7 minutos chamados coeficientes, com a≠0.
Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor numé-
1h20min=60+20=80min rico de x que, substituindo no 1º membro da equação, tor-
na-se igual ao 2º membro.
8km----80
1-------x Nada mais é que pensarmos em uma balança.
X=10minutos
A diferença é de 3 minutos
07. Resposta: B.
V------80min
V+20----48
Quanto maior a velocidade, menor o tempo(inversa-
mente)
23
MATEMÁTICA
Lembrando que:
Pi=Pa+3
Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6
Equação 2º grau
A equação do segundo grau é representada pela fór- Relações entre Coeficientes e Raízes
mula geral:
Dada as duas raízes:
24
MATEMÁTICA
Inequação-Quociente
Na inequação-quociente, tem-se uma desigualdade
de funções fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual
uma está dividindo a outra. Diante disso, deveremos nos
atentar ao domínio da função que se encontra no denomi-
nador, pois não existe divisão por zero. Com isso, a função
que estiver no denominador da inequação deverá ser dife-
Substituindo em A rente de zero.
A=44-26=18 O método de resolução se assemelha muito à resolu-
Ou A=44-18=26 ção de uma inequação-produto, de modo que devemos
analisar o sinal das funções e realizar a intersecção do sinal
Resposta: B. dessas funções.
25
MATEMÁTICA
Exemplo
Resolva a inequação a seguir:
x-2≠0
Portanto:
S = { x R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1]
Inequação 2º grau
Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que
x≠2 pode ser escrita numa das seguintes formas:
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
ax²+bx+c<0
Sistema de Inequação do 1º Grau ax²+bx+c<0
Um sistema de inequação do 1º grau é formado por ax²+bx+c≤0
duas ou mais inequações, cada uma delas tem apenas uma ax²+bx+c≠0
variável sendo que essa deve ser a mesma em todas as
outras inequações envolvidas. Exemplo
Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º Vamos resolver a inequação 3x² + 10x + 7 < 0.
grau:
Resolvendo Inequações
Resolver uma inequação significa determinar os valo-
res reais de x que satisfazem a inequação dada.
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de
x que tornem a expressão 3x² + 10x +7 negativa.
4x + 4 ≤ 0
4x ≤ - 4
x≤-4:4
x≤-1
S1 = {x R | x ≤ - 1}
S2 = { x R | x ≤ - 1}
Calculando agora o CONJUTO SOLUÇÃO da inequação S = {x ∈ R / –7/3 < x < –1}
temos:
S = S1 ∩ S2
26
MATEMÁTICA
27
MATEMÁTICA
10x+6x+40500=25x
9x=40500
X=4500
Como tem que ser natural, apenas o número 3 convém.
Salario fração
02. Resposta: C. y---------------1
4500---------4/5
Mmc(3,4)=12
4x+3x=336
7x=336
X=48
A distância entre A e B é 48km 08. Resposta: D.
Como já percorreu 28km
48-28=20 km entre P e Q. Idade atual: x
X+24=3x
03. Resposta:B. 2x=24
Sendo x o valor do material P X=12
10x=7x+600 Ele tem agora 12 anos, daqui a 5 anos: 17.
3x=600
X=200 09. Resposta: C.
∆=(-28)²-4.8.12
04. Resposta: E. ∆=784-384
2x²+12x+10=0 ∆=400
∆=12²-4⋅2⋅10
∆=144-80=64
06. Resposta: B
∆=-(-6)²-4⋅(2m-1) ⋅3=0
36-24m+12=0
-24m=-48
M=2
28
MATEMÁTICA
Exemplo
Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}
criamos a função f: A→B.definida por f(x) = x + 5 que tam-
bém pode ser representada por y = x + 5. A representação,
utilizando conjuntos, desta função, é:
Gráfico Cartesiano
29
MATEMÁTICA
Raiz da função
Função 1 grau Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor
A função do 1° grau relacionará os valores numéricos em que a reta cruza o eixo x, para isso consideremos o
obtidos de expressões algébricas do tipo (ax + b), consti- valor de y igual a zero, pois no momento em que a reta
tuindo, assim, a função f(x) = ax + b. intersecta o eixo x, y = 0. Observe a representação gráfica
a seguir:
Estudo dos Sinais
Definimos função como relação entre duas grandezas
representadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau,
sua lei de formação possui a seguinte característica: y = ax
+ b ou f(x) = ax + b, onde os coeficientes a e b pertencem
aos reais e diferem de zero. Esse modelo de função possui
como representação gráfica a figura de uma reta, portanto,
as relações entre os valores do domínio e da imagem cres-
cem ou decrescem de acordo com o valor do coeficiente a.
Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente, Podemos estabelecer uma formação geral para o cál-
e caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente. culo da raiz de uma função do 1º grau, basta criar uma ge-
neralização com base na própria lei de formação da função,
Função Crescente: a > 0 considerando y = 0 e isolando o valor de x (raiz da função).
De uma maneira bem simples, podemos olhar no grá- X=-b/a
fico que os valores de y vão crescendo.
Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema
com duas equações para acharmos o valor de a e b.
Exemplo:
Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função.
F(1)=1a+b
3=a+b
F(3)=3a+b
5=3a+b
Isolando a em I
a=3-b
Função Decrescente: a < 0 Substituindo em II
Nesse caso, os valores de y, caem.
3(3-b)+b=5
9-3b+b=5
-2b=-4
b=2
30
MATEMÁTICA
Portanto, Raízes
a=3-b
a=3-2=1
Assim, f(x)=x+2
Veja os gráficos:
Discriminante(∆)
∆=b²-4ac
∆>0
A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois
pontos distintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da
equação ax²+bx+c=0
∆=0
Quando , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao
eixo x, no ponto
∆<0
31
MATEMÁTICA
Equação Exponencial
É toda equação cuja incógnita se apresenta no expoente de uma ou mais potências de bases positivas e diferentes de 1.
Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.
Solução
Função exponencial
A expressão matemática que define a função exponencial é uma potência. Nesta potência, a base é um número real
positivo e diferente de 1 e o expoente é uma variável.
Função crescente
Se temos uma função exponencial crescente, qualquer que seja o valor real de x.
No gráfico da função ao lado podemos observar que à medida que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Graficamen-
te vemos que a curva da função é crescente.
Função decrescente
Se temos uma função exponencial decrescente em todo o domínio da função.
Neste outro gráfico podemos observar que à medida que x aumenta, y diminui. Graficamente observamos que a cur-
va da função é decrescente.
32
MATEMÁTICA
A Constante de Euler
É definida por :
e = exp(1)
O número e é um número irracional e positivo e em função da definição da função exponencial, temos que:
Ln(e) = 1
Este número é denotado por e em homenagem ao matemático suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primeiros a
estudar as propriedades desse número.
O valor deste número expresso com 10 dígitos decimais, é:
e = 2,7182818284
Se x é um número real, a função exponencial exp(.) pode ser escrita como a potência de base e com expoente x, isto é:
ex = exp(x)
Logaritmo
Considerando-se dois números N e a reais e positivos, com a ≠1, existe um número c tal que:
Exemplo
Consequências da Definição
33
MATEMÁTICA
34
MATEMÁTICA
05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) No 09. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) O gráfico
sistema de coordenadas cartesianas da figura abaixo, en- que melhor representa a função y = 2x , para o domínio
contram-se representados o gráfico da função de segundo em R+ é:
grau f, definida por f(x), e o gráfico da função de primeiro
grau g, definida por g(x). (A)
(B)
(C)
35
MATEMÁTICA
RESPOSTAS
01. Resposta: D.
90+0,4x=120
0,4x=30 A soma das coordenadas é igual a 8
X=75km
07. Resposta: D.
02. Resposta: A.
6%=0,06
Como valor total é x, então 0,06x
E mais a parte fixa de 1300
0,06x+1300
03. Resposta: A.
2x=36
X=18 -2x=-12
X=6
04.Resposta: B. Substituindo em g(x)
F(x)=12+25x G(6)=6²-4(6)+5=36-24+5=17
X=hora de trabalho
08. Resposta: D.
168,25=12+25x Para assumir valor 1, o expoente deve ser igual a zero.
25x=156,25 X²+4x-60=0
X=6,25 horas ∆=4²-4.1.(-60)
1hora---60 minutos ∆=16+240
0,25-----x ∆=256
X=15 minutos
05. Resposta: E.
Como a função do segundo grau, tem raízes -2 e 2:
(x-2)(x+2)=x²-4
A função do primeiro grau, tem o ponto (0, -1) e (2,3)
Y=ax+b
-1=b
3=2a-1 A base pode ser igual a 1:
2a=4 X²-5x+5=1
A=2 X²-5x+4=0
Y=2x-1 ∆=25-16=9
36
MATEMÁTICA
∆=25-24=1
09. Resposta: A.
Um gráfico de função exponencial não começa do zero, é é uma curva.
10. Resposta: E.
Kx=(x+3)²
Kx=x²+6x+9
X²+(6-k)x+9=0
Para ter uma raiz, ∆=0
∆=b²-4ac
, ∆=(6-k)²-36=0
36-12k+k²-36=0
k²-12k=0
k=0 ou k=12
11. Resposta:C.
GRÁFICOS E TABELAS
Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre dois dados relacionados entre si.
A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre vão depender do contexto, mas de uma maneira geral um
bom gráfico deve:
-Mostrar a informação de modo tão acurado quanto possível.
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar claro o contexto, o conteúdo e a mensagem.
-Complementar ou melhorar a visualização sobre aspectos descritos ou mostrados numericamente através de tabelas.
-Utilizar escalas adequadas.
-Mostrar claramente as tendências existentes nos dados.
37
MATEMÁTICA
Tipos de gráficos
Barra vertical
Fonte: tecnologia.umcomo.com.br
Barra horizontal
Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br
Histogramas
Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br
São gráfico de barra que mostram a frequência de uma
variável específica e um detalhe importante que são faixas Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co-
de valores em x. mum na representação de tendências e relacionamentos
de variáveis
38
MATEMÁTICA
QUESTÕES
(A) 15%.
(B) 25%.
(C) 50%.
(D) 75%.
Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visua- (E) 90%.
lização de dados e muitas vezes é através dela que vamos
fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente. 02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-
NESP/2017) A tabela seguinte, incompleta, mostra a distri-
Podem ser tabelas simples: buição, percentual e quantitativa, da frota de uma empresa
de ônibus urbanos, de acordo com o tempo de uso destes.
Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua casa?
aparelho quantidade
televisão 3
celular 4
Geladeira 1
Até as tabelas que vimos nos exercícios de raciocínio O número total de ônibus dessa empresa é
lógico
(A) 270.
(B) 250.
(C) 220
(D) 180.
(E) 120.
39
MATEMÁTICA
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- 05. (TCE/PR – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016)
NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros vendi-
dos por uma concessionária nos cinco dias subsequentes à
veiculação de um anúncio promocional.
40
MATEMÁTICA
06. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA- 07. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015) A
TEC/2015) Assinale a alternativa que representa a no- distribuição de salários de uma empresa com 30 funcioná-
menclatura dos três gráficos abaixo, respectivamente. rios é dada na tabela seguinte.
xi fi
30-35 4
35-40 12
40-45 10
45-50 8
50-55 6
TOTAL 40
Assinale a alternativa em que o histograma é o que
melhor representa a distribuição de frequência da tabela.
(A)
(A) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de
Linha.
(B) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Tendência.
(C) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de (B)
Linha.
(D) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Barras.
(E) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico
de Linha.
(C)
41
MATEMÁTICA
(D)
(E)
42
MATEMÁTICA
04. Resposta: A.
ESTATÍSTICA DESCRITIVA, AMOSTRAGEM,
X+0,5x+4x+3x+1,5x=360 TESTE DE HIPÓTESES E ANÁLISE DE
10x=360
REGRESSÃO
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°
05. Resposta: B.
Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que os Teste de Hipóteses
dois primeiros meses de receita diminuem e os dois meses Definição: Processo que usa estatísticas amostrais para
seguintes aumentam, o mesmo acontece com a despesa. testar a afirmação sobre o valor de um parâmetro popula-
cional.
06. Resposta: C.
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores
ou pizza e de linha
Assim, fica fácil, se H0 for falsa, Ha é verdadeira
07. Resposta: D. Há uma regrinha para formular essas hipóteses
(A) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104 sa-
lários
(B) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem Formulação verbal Formulação Formulação
ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12) H0 Matemática verbal Ha
(C)10% de 30=0,1x30=3 funcionários
E apenas 1 pessoa ganha A média é A média é
(D) 40% de 104=0,4x104= 41,6 ...maior ou igual ...menor que k
20% de 30=0,2x30=6 a k.
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior. ... abaixo de k
(E) 60% de 30=0,6x30=18 ....pelo menos k.
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20
...menos que k.
...não menos que k.
08. Resposta: A.
Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50, ...menor ou igual ..maior que k
40-45, 35-40, a k.
... acima de k
09. Resposta: CERTA. ....no máximo k.
555----100% ...mais do que
x----55% ...não mais que k. k.
x=305,25
Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas. ... igual a k. ... não igual
a k.
10. Resposta: ERRADO. .... k.
Como foi visto na teoria, há uma faixa de valores no .... diferente
eixo x e não simplesmente um dado. ...exatamente k. de k.
...não k.
Referências
http://www.galileu.esalq.usp.br
43
MATEMÁTICA
Dados Frequência
41 3
42 2 A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.
43 1 Média Ponderada
44 1 A média dos elementos do conjunto numérico A relati-
va à adição e na qual cada elemento tem um “determinado
45 1
peso” é chamada média aritmética ponderada.
46 2
50 2
51 1
52 1 Mediana (Md)
Sejam os valores escritos em rol:
54 1
57 1
44
MATEMÁTICA
1. Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal Seja o conjunto de números , tal que é
que o número de termos da sequência que precedem é
igual ao número de termos que o sucedem, isto é, é termo sua média aritmética. Chama-se variância desse conjunto,
médio da sequência ( ) em rol.
e indica-se por , o número:
2. Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido
pela média aritmética entre os termos e , tais que o
Isto é:
número de termos que precedem é igual ao número de
termos que sucedem , isto é, a mediana é a média arit-
mética entre os termos centrais da sequência ( ) em rol.
E para amostra
Exemplo 1:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}
Solução:
Exemplo 1:
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se: (3,
Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresen-
7, 10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse rol.
tou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo:
Logo: Md=12
Resposta: Md=12.
Jogo Número de pontos
Exemplo 2: 1 22
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}. 2 18
3 13
Solução:
Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-se: 4 24
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média aritmé- 5 26
tica entre os dois termos centrais do rol.
6 20
Logo: 7 19
8 18
Resposta: Md=15
a) Qual a média de pontos por jogo?
Moda (Mo) b) Qual a variância do conjunto de pontos?
Num conjunto de números: , chama-se
moda aquele valor que ocorre com maior frequência.
Solução:
a) A média de pontos por jogo é:
Observação:
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser única.
Exemplo 1:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda igual
a 8, isto é, Mo=8.
Exemplo 2: b) A variância é:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.
Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de ten-
dência central semelhantes podem apresentar característi-
cas diversas. Necessita-se de outros índices numéricas que
informem sobre o grau de dispersão ou variação dos dados Desvio médio
em torno da média ou de qualquer outro valor de concen- Definição
tração. Esses índices são chamados medidas de dispersão. Medida da dispersão dos dados em relação à média de
uma sequência. Esta medida representa a média das dis-
Variância tâncias entre cada elemento da amostra e seu valor médio.
Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos de
um conjunto de números em relação à sua média aritmética,
e que é chamado de variância. Esse índice é assim definido:
45
MATEMÁTICA
46
MATEMÁTICA
06. (UFAL – Auxiliar de Biblioteca – COPEVE/2016) Então, a variância dessa amostra é igual a
A tabela apresenta o número de empréstimos de livros de (A) 4,0
uma biblioteca setorial de um Instituto Federal, no primeiro (B) 2,5.
semestre de 2016. (C) 4,5.
(D) 5,5
Mës Empréstimos (E) 3,0
47
MATEMÁTICA
06. Resposta: D.
RESPOSTAS
15,15,22,25,28,30
07. Resposta: C.
Como o desvio padrão é maior no 3, o erro padrão é
S=420000 proporcional, portanto também é maior em 3.
M=600000-420000=180000
08. Resposta: C.
02. Resposta:B.
03. Resposta: D.
09. Resposta: C.
M=300 Vamos chamar de x a soma dos salários dos 13 funcio-
nários
x/13=1998
X=13.1998
V=250 X=25974
Vamos chamar de y o funcionário contratado com me-
nor valor e, portanto, 1,1y o com 10% de salário maior, pois
ele ganha y+10% de y
Y+0,1y=1,1y
04. Resposta: B. (x+y+1,1y)/15=2013
25974+2,1y=15∙2013
2,1y=30195-25974
2,1y=4221
Y=2010
10. Resposta: A.
3,36-3,15=0,21 M=66,67
Apenas 3 funcionários estão acima da média.
48
MATEMÁTICA
Ângulo Reto:
Ângulos
Triângulo
Elementos
Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que
liga um vértice ao ponto médio do lado oposto.
Na figura, é uma mediana do ABC.
Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do Um triângulo tem três medianas.
que 90º.
Ângulo Raso:
49
MATEMÁTICA
Classificação
50
MATEMÁTICA
Áreas
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º
- é paralelo a
Número de Diagonais
- Observações:
51
MATEMÁTICA
Ângulos Externos
2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes
proporcionais e os ângulos compreendidos entre eles con-
gruentes, então esses dois triângulos são semelhantes.
Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais, en-
tão a razão de dois segmentos quaisquer de uma transversal
é igual à razão dos segmentos correspondentes da outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que
são válidas as seguintes proporções:
3º Caso: LLL(lado-lado-lado)
Se dois triângulos têm os três lado correspondentes pro-
porcionais, então esses dois triângulos são semelhantes.
Exemplo
52
MATEMÁTICA
Como
a: hipotenusa
b e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipo-
tenusa
Relação Fundamental
Existe uma outra importante relação entre seno e cos-
seno de um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.
2. O produto dos catetos é igual ao produto da hipo-
tenusa pela altura relativa à hipotenusa.
53
MATEMÁTICA
Retas Coplanares
a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum
-Duas retas concorrentes podem ser: Sabendo-se que EF = 36 m e que a área do lote 1 é
864 m², o perímetro do lote 2 é
1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.
(A) 100 m.
(B) 108 m.
2. Oblíquas:r e s não são perpendiculares. (C) 112 m.
(D) 116 m.
(E) 120 m.
54
MATEMÁTICA
Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o 06. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
comprimento da cinta acima representada é - MSCONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a
(A) 8/3 π + 8 . seguir, de vértices A, B e C, representa uma praça de uma
(B) 8/3 π + 24. cidade. Qual é a área dessa praça?
(C) 8π + 8 .
(D) 8π + 24.
(E) 16π + 24.
55
MATEMÁTICA
09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi- 12. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária –
sor – FGV/2017) O proprietário de um terreno retangular MSCONCURSOS/2017) Fábio precisa comprar arame para
resolveu cercá-lo e, para isso, comprou 26 estacas de ma- cercar um terreno no formato a seguir, retângulo em B e C.
deira. Colocou uma estaca em cada um dos quatro cantos Considerando que ele dará duas voltas com o arame no ter-
do terreno e as demais igualmente espaçadas, de 3 em 3 reno e que não terá perdas, quantos metros ele irá gastar?
metros, ao longo dos quatro lados do terreno. (considere √3 =1,7; sen30º=0,5; cos30º=0,85; tg30º=0,57).
O número de estacas em cada um dos lados maiores
do terreno, incluindo os dois dos cantos, é o dobro do nú-
mero de estacas em cada um dos lados menores, também
incluindo os dois dos cantos.
A área do terreno em metros quadrados é:
(A) 240;
(B) 256;
(C) 324; (A) 64,2 m
(D) 330; (B) 46,2 m
(E) 372. (C) 92,4 m
(D) 128,4 m
10. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário- VU-
NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão in-
dicadas em metros, mostra as regiões R1 e R2 , ambas com
formato de triângulos retângulos, situadas em uma praça
e destinadas a atividades de recreação infantil para faixas
etárias distintas.
Respostas
01. Resposta: D.
(A) 54.
(B) 48.
(C) 36.
(D) 40.
(E) 42.
(A) 1
(B) sen²x
(C) cos²x
(D) 0
96h=1728
H=18
56
MATEMÁTICA
A sombreada=100-25π
05. Resposta: C.
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25
CQ²=125
CQ=5√5
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC
A=5√5⋅10=50√5
Lado=3√2
Outro lado =5√2 06. Resposta: C
Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.
03. Resposta: D.
17²=x²+8²
Observe o triângulo do meio, cada lado é exatamente 289=x²+64
a mesma medida da parte reta da cinta. X²=225
Que é igual a 2 raios, ou um diâmetro, portanto o lado X=15
esticado tem 8x3=24 m
A parte do círculo é igual a 120°, pois é 1/3 do círculo, 07. Resposta: A.
como são três partes, é a mesma medida de um círculo.
O comprimento do círculo é dado por: 2πr=8π
Portanto, a cinta tem 8π+24
5y=320
04. Resposta: E.
Y=64
Como o quadrado tem lado 10,a área é 100.
5x=400
X=80
08. Resposta: B.
108/4=27m²
6x=27
X=27/6
O perímetro seria
57
MATEMÁTICA
09. Resposta: C.
Número de estacas: x
X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contan-
do duas vezes o canto
6x=30
X=5 X=6
Temos 5 estacas no lado menor, como são espaçadas
a cada 3m
4 espaços de 3m=12m
Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m
A=12⋅27=324 m²
Y=10,2
10. Resposta: B. 2 voltas=2(12+18+10,2+6+18)=128,4m
Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de
centro O contido num deles, e uma reta s concorrente com
os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião
9x=108 de todos os segmentos paralelos a s, com extremidades no
X=12 círculo e no outro plano.
Classificação
Y²=16²+12² Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando
Y²=256+144=400 as geratrizes são perpendiculares às bases.
Y=20 Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é
equilátero.
Perímetro: 16+12+20=48 Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.
11. Resposta: C.
1-cos²x=sen²x
58
MATEMÁTICA
Volume Pirâmides
As pirâmides são também classificadas quanto ao nú-
mero de lados da base.
Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α,
um ponto V que não pertence ao plano.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os
segmentos de reta que tem uma extremidade no ponto V
e a outra num ponto do círculo denomina-se cone circular.
Área e Volume
Área lateral:
Onde n= quantidade de lados
Classificação Prismas
-Reto:eixo VO perpendicular à base; Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R
Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângu- contido em α e uma reta r concorrente aos dois.
lo em torno de um de seus catetos. Por isso o cone reto é
também chamado de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é
denominado cone equilátero.
Área
Área lateral:
Área da base:
Área total:
Volume
59
MATEMÁTICA
Classificação
Área
Área cubo:
Área paralelepípedo:
A área de um prisma:
-Triangular Onde: St=área total
Sb=área da base
Sl=área lateral, soma-se todas as áreas das faces late-
-Quadrangular rais.
Volume
Paralelepípedo:V=a.b.c
Cubo:V=a³
Demais:
QUESTÕES
60
MATEMÁTICA
02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária – 05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
MSCONCURSOS/2017) Qual é o volume de uma lata de GO/2017) Frederico comprou um aquário em formato de
óleo perfeitamente cilíndrica, cujo diâmetro é 8 cm e a al- paralelepípedo, contendo as seguintes dimensões:
tura é 20 cm? (use π=3)
(A) 3,84 l
(B) 96 ml
(C) 384 ml
(D) 960 ml
61
MATEMÁTICA
Para completar o volume total desse recipiente, serão 10. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS-
despejados dentro dele vários copos de água, com 200 mL CONCURSOS/2016) O volume de um cone circular reto,
cada um. O número de copos totalmente cheios necessá- cuja altura é 39 cm, é 30% maior do que o volume de um
rios para completar o volume total do prisma será: cilindro circular reto. Sabendo que o raio da base do cone
(A) 8 copos é o triplo do raio da base do cilindro, a altura do cilindro é:
(B) 9 copos (A) 9 cm
(C) 10 copos (B) 30 cm
(D) 12 copos (C) 60 cm
(E) 15 copos (D) 90 cm
Volume cilindro=πr²h
05. Resposta: C.
V=20⋅15⋅20=6000cm³=6000ml==6 litros
06. Resposta:C.
VA=125cm³
62
MATEMÁTICA
Forma abreviada
A matriz A é dada por (aij)m x n e por uma lei que fornece
aij em função de i e j.
A=(aij)2 x 2, onde aij=2i+j
09. Resposta: E.
V=2,5⋅2⋅1=5m³
Como foi retirado 3m³
5+3=2,5⋅2⋅h
8=5h
H=1,6m
Matriz linha
Diagonais
Diagonal principal é a sequência tais que i=j, ou seja,
(a11, a22, a33,..)
Diagonal secundária é a sequência dos elementos tais
que i+j=n+1, ou seja, (a1n, a2 n-1,...)
63
MATEMÁTICA
portanto
Propriedades da adição
Comutativa: A + B = B + A
Matriz diagonal Associativa: (A + B) + C = A + (B + C)
Elemento neutro: A + O = O + A = A
Uma matriz quadrada de ordem n(n>1) é chamada de Elemento Oposto: A + (-A) = (-A) + A = O
matriz diagonal se, e somente se, todos os elementos que Transposta da soma: (A + B)t = At + Bt
não pertencem à diagonal principal são iguais a zero.
Subtração de matrizes
Adição de Matrizes
64
MATEMÁTICA
Exemplo: Regra 2
Determine a matriz inversa de A.
Solução
Seja
detA= a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a32 a21 a13 - a31 a22 a13 -a12
a21 a33 - a32 a23 a11
Logo,
Determinante
Dada uma matriz quadrada, chama-se determinante o
número real a ela associado.
a1 x + b1 y = c1
a2 + b2 y = c2
65
MATEMÁTICA
Sistema 3x3
Matriz incompleta A primeira equação tem três coeficientes não-nulos, a
segunda tem dois e a terceira, apenas um.
Sistema 2x3
Classificação
3. Sistema Impossível
66
MATEMÁTICA
Quando o sistema linear apresenta nº de equações Substituindo esse valor de y na 1ª equação de (*) e
igual ao nº de incógnitas, para discutirmos o sistema, ini-
cialmente calculamos o determinante D da matriz dos coe- considerando a matriz , cujo determinante é
ficientes (incompleta), e:
- Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado. indicado por Dx = ed – bf, obtemos , D ≠ 0.
- Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou
impossível.
QUESTÕES
Para identificarmos se o sistema é possível, indetermi-
nado ou impossível, devemos conseguir um sistema esca- 01. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –
lonado equivalente pelo método de eliminação de Gauss. IBFC/2017)
Dadas a matriz e a
Exemplos
matriz , assinale a alternativa que apre-
- Discutir, em função de a, o sistema: senta a matriz C que representa a soma da matriz A e B, ou
seja, C = A + B:
x + 3 y = 5
2 x + ay = 1
Resolução
1 3
D= = a−6
2 a
D = 0⇒ a−6 = 0⇒ a = 6
02. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –
Assim, para a ≠ 6, o sistema é possível e determinado. IBFC/2017)
Para a ≠ 6, temos:
Dadas a matriz e a matriz ,
x + 3 y = 5
assinale a alternativa que apresenta a matriz C que repre-
x + 3 y = 5 senta a subtração da matriz A e B, ou seja, C = A - B.
2 x + 6 y = 1 ~
← −2 0 x + 0 y = −9
Regra de Cramer
Consideramos os sistema .
03. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –
Suponhamos que a ≠ 0. Observamos que a matriz in IBFC/2017)
67
MATEMÁTICA
(A) A + B = 20
. (B) A - 3B2 = -51
(C) √2A + 1- 5 = -2
A matriz A-B é igual a (D) A/B +1 =23
(E) 3A -2B + 9 = 25
Dada a matriz
06. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS- 10. (PREF. DE SANTO ANDRÉ – Assistente Econômi-
CONCURSOS/2016) Sabendo que o determinante da co Financeiro – IBAM/2015) Considere as seguintes ma-
trizes:
68
MATEMÁTICA
é: detB=0+40-y-0-12y+6=72
-13y=26
(A) S={(0,2,-5)} Y=-2
(B) S={(1,4,1)}
(C) S={(4,0,6)} X²-2xy+y²=0²-0+4=4
(D) S={(3/2 ,6, -7/2)}
(E) Sistema sem solução. 06. Resposta: A.
Observe a primeira coluna: foi multiplicado por 2.
12. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA- Observe a segunda coluna: foi multiplicada por -1
TEC/2015) A solução do sistema linear Portanto, fazemos as mesmas operações com o deter-
minante: 10.2.-1=-20
é: 07. Resposta: B.
Da primeira matriz, para fazer o determinante, basta
(A) S={(4, ¼)} multiplicar os números da diagonal principal:
(B) S={(3, 3/2 )} detA=-1⋅3⋅2⋅-4=24
(C) S={(3/2 ,3 )}
(D) S={(3,− 3/2 )} A matriz B, devemos multiplicar os números da dia-
(E) S={(1,3/2 )} gonal secundária e multiplicar ainda por -1(pois, quando
fazemos determinante, sempre colocamos o menos antes
13. (SEDUC/PI – Professor – Matemática – NUCE- de fazer a diagonal secundária)
PE/2015) O sistema linear detB=-(-1/2⋅1⋅10⋅-1)=-5
Fazendo por alternativa:
A-A+B=20
24-5=20
é possível e indeterminado se: 19=20(F)
09. Resposta: D.
02. Resposta: E.
03. Resposta: E.
10. Resposta: A.
04. Resposta: A.
69
MATEMÁTICA
m=1/2
a+2=9
a=7
(n-4+9)-(-3+6+2n)=0
11. Resposta: D. n+5-2n-3=0
Da II equação tiramos: -n=-2
X=5+z n=2
Da III equação:
Y=13+2z
SEQUÊNCIAS, PROGRESSÃO
Substituindo na I ARITMÉTICA E GEOMÉTRICA
5+z+2(13+2z)+z=10
5+z+26+4z+z=10
6z=10-31
6z=-21 Sequências
Z=-21/6 Sempre que estabelecemos uma ordem para os ele-
Z=-7/2 mentos de um conjunto, de tal forma que cada elemento
seja associado a uma posição, temos uma sequência.
X=5+z O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o se-
gundo por a2, e o n-ésimo por an.
Progressão Aritmética
Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência
em que cada termo, a partir do segundo, é obtido adicio-
nando-se uma constante r ao termo anterior. Essa constan-
te r chama-se razão da PA.
-x+28y=3
-x+7=3
-x=3-7
X=4 Classificação
As progressões aritméticas podem ser classificadas de
13. Resposta: D. acordo com o valor da razão r.
Para ser possível e indeterminado, D=Dx=Dy=Dz=0 r<0, PA decrescente
r>0, PA crescente
r=0 PA constante
70
MATEMÁTICA
Termo Geral da PA
Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...)
da seguinte forma:
Assim sendo:
Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.
primeiro número de razões r igual à posição do termo me-
nos uma unidade. Progressão Geométrica
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência
em que se obtém cada termo, a partir do segundo, multi-
Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética plicando o anterior por uma constante q, chamada razão
Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34). da PG.
6 e 34 são extremos, cuja soma é 40 Exemplo
Dada a sequência: (4, 8, 16)
Sabemos também que a soma de dois termos equidis- Portanto, o termo geral é:
tantes dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos
seus extremos. Como esta P.A. tem um número ímpar de
termos, então o termo central tem exatamente o valor de
metade da soma dos extremos.
71
MATEMÁTICA
(A)2014;
Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica (B) 2016;
Infinita (C) 2018;
1º Caso:-1<q<1 (D) 2020;
(E) 2022.
Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a
série é convergente. 04. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) Consi-
dere a equação do 1º grau: 2(x - 2) = 3(x/3 + 4) . A raiz da
2º Caso: equação é o segundo termo de uma Progressão Aritmética
A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a sé- (P.A.). O primeiro termo da P.A. corresponde aos 3/4 da raiz
rie é divergente da equação. O valor do décimo termo da P.A. é:
(A) 48
3º Caso: (B) 36
Também não possui soma finita, portanto divergente (C) 32
(D) 28
Produto dos termos de uma PG finita (E) 24
72
MATEMÁTICA
04. Resposta: A.
Raiz da equação:
2x-4=x+12
X=16 é 0 segundo termo da PA
Primeiro termo:
73
MATEMÁTICA
PA
(12,16,...) PORCENTAGEM
R=16-12=4
=48
Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100,
05. Resposta: E.
seu símbolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que
a encontramos nos meios de comunicação, nas estatísticas,
em máquinas de calcular, etc.
A1=374-320
Os acréscimos e os descontos é importante saber por-
A1=54
que ajuda muito na resolução do exercício.
06. Resposta: B.
Acréscimo
Observe os números em negrito:
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um deter-
9, 11, 13, 15,...
minado valor, podemos calcular o novo valor apenas multi-
São os números ímpares, a partir do 9 e a cada 5 nú-
plicando esse valor por 1,10, que é o fator de multiplicação.
meros.
Se o acréscimo for de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim
Ou seja, o 9 está na posição 5
por diante. Veja a tabela abaixo:
O 11 está na posição 10 e assim por diante.
O 19º termo, já temos na sequência que é o 14
Seguindo os termos: Acréscimo ou Lucro Fator de
25º termo é o 17 Multiplicação
30º termo é 19 10% 1,10
Como o número seguinte a esses, abaixa duas unida-
des 15% 1,15
O 31º termo é o 17. 20% 1,20
14+17=31
47% 1,47
07. Resposta: D. 67% 1,67
Observe a razão: 29-23=6
A83=a1+82r Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 te-
A83=23+82⋅6 mos:
A83=23+492
A83=515
74
MATEMÁTICA
Chamamos de lucro em uma transação comercial de 02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) A equipe de
compra e venda a diferença entre o preço de venda e o segurança de um Tribunal conseguia resolver mensalmen-
preço de custo. te cerca de 35% das ocorrências de dano ao patrimônio
Lucro=preço de venda -preço de custo nas cercanias desse prédio, identificando os criminosos e
os encaminhando às autoridades competentes. Após uma
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem reestruturação dos procedimentos de segurança, a mes-
de duas formas: ma equipe conseguiu aumentar o percentual de resolução
mensal de ocorrências desse tipo de crime para cerca de
63%. De acordo com esses dados, com tal reestruturação,
a equipe de segurança aumentou sua eficácia no combate
ao dano ao patrimônio em
(A) 35%.
(B) 28%.
(C) 63%.
(DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala (D) 41%.
de aula com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está (E) 80%.
com gripe. Se x% das meninas dessa sala estão com gripe,
o menor valor possível para x é igual a 03. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Três ir-
(A) 8. mãos, André, Beatriz e Clarice, receberam de uma tia he-
(B) 15. rança constituída pelas seguintes joias: um bracelete de
(C) 10. ouro, um colar de pérolas e um par de brincos de diamante.
(D) 6. A tia especificou em testamento que as joias não deveriam
(E) 12. ser vendidas antes da partilha e que cada um deveria ficar
com uma delas, mas não especificou qual deveria ser dada
Resolução a quem. O justo, pensaram os irmãos, seria que cada um
45------100% recebesse cerca de 33,3% da herança, mas eles achavam
X-------60% que as joias tinham valores diferentes entre si e, além disso,
X=27 tinham diferentes opiniões sobre seus valores. Então, deci-
O menor número de meninas possíveis para ter gripe diram fazer a partilha do seguinte modo:
é se todos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2 − Inicialmente, sem que os demais vissem, cada um
meninas estão. deveria escrever em um papel três porcentagens, indican-
do sua avaliação sobre o valor de cada joia com relação ao
valor total da herança.
− A seguir, todos deveriam mostrar aos demais suas
Resposta: C. avaliações.
− Uma partilha seria considerada boa se cada um deles
recebesse uma joia que avaliou como valendo 33,3% da
QUESTÕES herança toda ou mais.
As avaliações de cada um dos irmãos a respeito das
01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária joias foi a seguinte:
- MSCONCURSOS/2017) Um aparelho de televisão que
custa R$1600,00 estava sendo vendido, numa liquidação,
com um desconto de 40%. Marta queria comprar essa te-
levisão, porém não tinha condições de pagar à vista, e o
vendedor propôs que ela desse um cheque para 15 dias,
pagando 10% de juros sobre o valor da venda na liquida-
ção. Ela aceitou e pagou pela televisão o valor de: Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Clari-
(A) R$1120,00 ce recebessem, respectivamente,
(B) R$1056,00 (A) o bracelete, os brincos e o colar.
(C) R$960,00 (B) os brincos, o colar e o bracelete.
(D) R$864,00 (C) o colar, o bracelete e os brincos.
(D) o bracelete, o colar e os brincos.
(E) o colar, os brincos e o bracelete.
75
MATEMÁTICA
04. (UTFPR – Técnico de Tecnologia da Informação 08. (CRM/MG – Técnico em Informática- FUN-
– UTFPR/2017) Um retângulo de medidas desconhecidas DEP/2017) Veja, a seguir, a oferta da loja Magazine Bom
foi alterado. Seu comprimento foi reduzido e passou a ser Preço:
2/ 3 do comprimento original e sua largura foi reduzida e
passou a ser 3/ 4 da largura original. Aproveite a Promoção!
Pode-se afirmar que, em relação à área do retângulo Forno Micro-ondas
original, a área do novo retângulo: De R$ 720,00
(A) foi aumentada em 50%. Por apenas R$ 504,00
(B) foi reduzida em 50%.
(C) aumentou em 25%. Nessa oferta, o desconto é de:
(D) diminuiu 25%. (A) 70%.
(E) foi reduzida a 15%. (B) 50%.
(C) 30%.
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- (D) 10%.
GO/2017) Paulo, dono de uma livraria, adquiriu em uma
editora um lote de apostilas para concursos, cujo valor uni- 09 (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) Consi-
tário original é de R$ 60,00. Por ter cadastro no referido dere que uma caixa de bombom custava, em novembro, R$
estabelecimento, ele recebeu 30% de desconto na compra. 8,60 e passou a custar, em dezembro, R$ 10,75. O aumento
Para revender os materiais, Paulo decidiu acrescentar 30% no preço dessa caixa de bombom foi de:
sobre o valor que pagou por cada apostila. Nestas condi- (A) 30%.
ções, qual será o lucro obtido por unidade? (B) 25%.
(A) R$ 4,20. (C) 20%.
(B) R$ 5,46. (D) 15%
(C) R$ 10,70.
(D) R$ 12,60. 10. (ANP – Técnico em Regulação de Petróleo e De-
(E) R$ 18,00. rivados – CESGRANRIO/2016) Um grande tanque estava
vazio e foi cheio de óleo após receber todo o conteúdo de
06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- 12 tanques menores, idênticos e cheios.
GO/2017) Joana foi fazer compras. Encontrou um vestido Se a capacidade de cada tanque menor fosse 50% maior
de R$ 150,00 reais. Descobriu que se pagasse à vista teria do que a sua capacidade original, o grande tanque seria
um desconto de 35%. Depois de muito pensar, Joana pa- cheio, sem excessos, após receber todo o conteúdo de
gou à vista o tal vestido. Quanto ela pagou? (A) 4 tanques menores
(A) R$ 120,00 reais (B) 6 tanques menores
(B) R$ 112,50 reais (C) 7 tanques menores
(C) R$ 127,50 reais (D) 8 tanques menores
(D) R$ 97,50 reais (E) 10 tanques menores
(E) R$ 90 reais
76
MATEMÁTICA
04. Resposta: B.
A=b⋅h JUROS SIMPLES E COMPOSTOS
Matemática Financeira
Portanto foi reduzida em 50%
A Matemática Financeira possui diversas aplicações
no atual sistema econômico. Algumas situações estão pre-
05. Resposta: D.
sentes no cotidiano das pessoas, como financiamentos
Como ele obteve um desconto de 30%, pagou 70% do
de casa e carros, realizações de empréstimos, compras a
valor:
crediário ou com cartão de crédito, aplicações financeiras,
60⋅0,7=42
investimentos em bolsas de valores, entre outras situações.
Ele revendeu por:
Todas as movimentações financeiras são baseadas na esti-
42⋅1,3=54,60
pulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um em-
Teve um lucro de: 54,60-42=12,60
préstimo a forma de pagamento é feita através de presta-
ções mensais acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação
06. Resposta: D.
do empréstimo é superior ao valor inicial do empréstimo. A
Como teve um desconto de 35%. Pagou 65%do vestido
essa diferença damos o nome de juros.
150⋅0,65=97,50
Capital
07. Resposta: C.
O Capital é o valor aplicado através de alguma opera-
Como a previsão para o primeiro trimestre é de 180
ção financeira. Também conhecido como: Principal, Valor
milhões e é 10% inferior, no segundo trimestre temos uma
Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se
previsão de
Present Value (indicado pela tecla PV nas calculadoras fi-
180-----90%
nanceiras).
x---------100
x=200
Taxa de juros e Tempo
A taxa de juros indica qual remuneração será paga
200+180=380 milhões para o primeiro semestre
ao dinheiro emprestado, para um determinado período.
380----95
Ela vem normalmente expressa da forma percentual, em
x----100
seguida da especificação do período de tempo a que se
x=400 milhões
refere:
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano).
Somando os dois semestres: 380+400=780 milhões
10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre).
780/4trimestres=195 milhões
Outra forma de apresentação da taxa de juros é a
unitária, que é igual a taxa percentual dividida por 100, sem
08. Resposta: C.
o símbolo %:
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês).
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre)
Montante
Ou seja, ele pagou 70% do produto, o desconto foi de 30%.
Também conhecido como valor acumulado é a soma
OBS: muito cuidado nesse tipo de questão, para não
do Capital Inicial com o juro produzido em determina-
errar conforme a pergunta feita.
do tempo.
Essa fórmula também será amplamente utilizada para
09. Resposta: B.
resolver questões.
8,6(1+x)=10,75
M=C+J
8,6+8,6x=10,75
M = montante
8,6x=10,75-8,6
C = capital inicial
8,6x=2,15
J = juros
X=0,25=25%
M=C+C.i.n
M=C(1+i.n)
10. Resposta: D.
50% maior quer dizer que ficou 1,5
Juros Simples
Quantidade de tanque: x
Chama-se juros simples a compensação em dinheiro
A quantidade que aumentaria deve ficar igual a 12 tan-
pelo empréstimo de um capital financeiro, a uma taxa com-
ques
binada, por um prazo determinado, produzida exclusiva-
1,5x=12
mente pelo capital inicial.
X=8
77
MATEMÁTICA
Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial A maioria das operações envolvendo dinheiro uti-
aplicado é diretamente proporcional ao seu valor e ao tem- liza juros compostos. Estão incluídas: compras a médio e
po de aplicação. longo prazo, compras com cartão de crédito, empréstimos
A expressão matemática utilizada para o cálculo das bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta
situações envolvendo juros simples é a seguinte: de Poupança e aplicações em fundos de renda fixa, etc. Ra-
J = C i n, onde: ramente encontramos uso para o regime de juros simples:
J = juros é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do processo
C = capital inicial de desconto simples de duplicatas.
i = taxa de juros O cálculo do montante é dado por:
n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, se-
mestre, ano...)
Observação importante: a taxa de juros e o tempo de Exemplo
aplicação devem ser referentes a um mesmo período. Ou Calcule o juro composto que será obtido na aplicação
seja, os dois devem estar em meses, bimestres, trimestres, de R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses
semestres, anos... O que não pode ocorrer é um estar em C=25000
meses e outro em anos, ou qualquer outra combinação de i=25%aa=0,25
períodos. i=72 meses=6 anos
Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das pala-
vras “JUROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.
Outro ponto importante é saber que essa fórmula
pode ser trabalhada de várias maneiras para se obter cada
um de seus valores, ou seja, se você souber três valores,
poderá conseguir o quarto, ou seja, como exemplo se você M=C+J
souber o Juros (J), o Capital Inicial (C) e a Taxa (i), poderá J=95367,50-25000=70367,50
obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para qualquer
combinação.
QUESTÕES
Exemplo
Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à 01. (TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017) Uma
vista. Como não tinha essa quantia no momento e não geladeira está sendo vendida nas seguintes condições:
queria perder a oportunidade, aceitou a oferta da loja de − Preço à vista = R$ 1.900,00;
pagar duas prestações de R$ 45,00, uma no ato da compra − Condições a prazo = entrada de R$ 500,00 e paga-
e outra um mês depois. A taxa de juros mensal que a loja mento de uma parcela de R$ 1.484,00 após 60 dias da data
estava cobrando nessa operação era de: da compra.
(A) 5,0% A taxa de juros simples mensal cobrada na venda a
(B) 5,9% prazo é de
(C) 7,5% (A) 1,06% a.m.
(D) 10,0% (B) 2,96% a.m.
(E) 12,5% (C) 0,53% a.m.
Resposta Letra “e”. (D) 3,00% a.m.
(E) 6,00% a.m.
O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois
a primeira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria 02. (FUNAPEP - Analista em Gestão Previdenciária-
R$40 (85-45) e a parcela a ser paga de R$45. -FCC/2017) João emprestou a quantia de R$ 23.500,00 a
Aplicando a fórmula M = C + J: seu filho Roberto. Trataram que Roberto pagaria juros sim-
45 = 40 + J ples de 4% ao ano. Roberto pagou esse empréstimo para
J=5 seu pai após 3 anos. O valor total dos juros pagos por Ro-
Aplicando a outra fórmula J = C i n: berto foi
5 = 40 X i X 1 (A) 3.410,00.
i = 0,125 = 12,5% (B) R$ 2.820,00.
(C) R$ 2.640,00.
Juros Compostos (D) R$ 3.120,00.
o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir (E) R$ 1.880,00.
do saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o
juro de cada intervalo de tempo é incorporado ao capital
inicial e passa a render juros também.
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MATEMÁTICA
79
MATEMÁTICA
80
MATEMÁTICA
Taxa Nominal
A taxa nominal de juros relativa a uma operação finan- iq = 0,009489 a.m ou iq = 0,949 % a.m.
ceira pode ser calculada pela expressão:
Taxa nominal = Juros pagos / Valor nominal do emprés- 3) Cálculo do montante pedido, utilizando a taxa efe-
timo tiva mensal
81
MATEMÁTICA
82
MATEMÁTICA
1
Amortiza- Saldo de- 3.000,00 32.353,04 35.353,04 67.646,96
n Juros Prestação
ção vedor
2
2.029,41 33.323,63 35.353,04 34.323,33
0 - - -
100.000,00
3 -
1.029,71 34.323,33 35.353,04
1 - -
3.000,00 103.000,00
83
MATEMÁTICA
1 67.156,81
3.000,00 32.843,19 35.843,19
2 33.828,32
2.014,70 33.328,49 35.343,19
3 -
1.014,87 33.828,32 34.843,19
Sistema Alemão
Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momen-
to “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são definidas
pelas três seguintes fórmulas:
PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período
An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período
84
MATEMÁTICA
OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do
cálculo e serão desconsiderados.
Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês
(em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12
meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:
Saldo
Nº Pres- Presta- Amortiza-
Juros Deve-
tação ção ção
dor
0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000
9 10400 400 10000 30000
10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
12 10100 100 10000 0
85
MATEMÁTICA
Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.
Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.
As várias formas de amortização utilizadas pelo mercado brasileiro, em sua maioria, consideram o regime de capitali-
zação por juros compostos. A comparação entre estas, por meio do VPL (vide item 6.2), demonstra que o custo entre elas
se equivale. Vejam: no nosso exemplo, todos, exceto no sistema alemão, os juros efetivos cobrados foram de 3% ao mês
(regime de juros compostos) ou 9,27% no acumulado dos três meses.
86
MATEMÁTICA
OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 3% ao mês.
Considerando o custo de oportunidade de 2% ao mês, isto é, abaixo do valor do empréstimo, teríamos a tabela abaixo.
Isso seria uma situação mais comum: juros do empréstimo mais caro que uma aplicação no mercado. Neste caso, quanto
menor (em módulo) o VPL, melhor para o tomador do empréstimo, ou seja, o sistema SAC seria o melhor sob o ponto de
vista financeiro.
OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 2% ao mês.
Outra situação seria considerarmos um empréstimo com taxa de juros abaixo do mercado. Neste exemplo a seguir,
teremos como custo de oportunidade a taxa de 4% ao mês. Isso, na vida real, não será comum: juros do empréstimo mais
barato do que uma aplicação no mercado. Assim, como no exemplo anterior, quanto maior o VPL, melhor para o tomador
do empréstimo, ou seja, o sistema de pagamento único, sob o ponto de vista financeiro, é o melhor, como no caso abaixo.
OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 4% ao mês.
Referências
Passei Direto. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/1599335/exercicios_matematica_finaceiraexercicios_
matematica_finaceiraNos juros compostos:
M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período
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MATEMÁTICA
Saldo deve-
n Juros Amortização Prestação
dor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - - 103.000,00
2 3.000,00 - - 106.000,00
3 3.000,00 100.000,00 109.000,00 -
Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do período do desembolso das prestações. A fórmula para
encontrarmos a prestação é dada a seguir:
PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1
A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitalização por juros compostos. O resultado é listado a seguir:
É a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela fórmula:
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MATEMÁTICA
Sistema Alemão
Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momen-
to “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são definidas
pelas três seguintes fórmulas:
PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período
An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período
OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do
cálculo e serão desconsiderados.
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MATEMÁTICA
Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês
(em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12
meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:
Saldo
Nº Prestação Prestação Juros Amortização
Devedor
0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000
9 10400 400 10000 30000
10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
12 10100 100 10000 0
Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.
Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.
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MATEMÁTICA
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MATEMÁTICA
Concessionária 2
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MATEMÁTICA
2! + 8 ∙ 1700 + 10 ∙ 1200
!é!"# =
20
2! + 8 ∙ 1700 + 10 ∙ 1200
1490 =
20
RESPOSTA: “C”.
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MATEMÁTICA
!" X1+x2+x3+x4+x5
= 4000!!!!" = 4000! + 40000 X1+x2=4000
!!!"
X3+x4+x5=12000
!"
! ! = 3500!!!!!" = 3500! x2+x3+x4=9000
RESPOSTA: “C”.
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MATEMÁTICA
Exemplo
p: Thiago é nutricionista.
V(p)= V essa é a simbologia para indicar que o valor
Proposição lógico de p é verdadeira, ou
Definição: Todo o conjunto de palavras ou símbolos V(p)= F
que exprimem um pensamento de sentido completo.
Basicamente, ao invés de falarmos, é verdadeiro ou fal-
Nossa professora, bela definição! so, devemos falar tem o valor lógico verdadeiro, tem valor
Não entendi nada! lógico falso.
Vamos pensar que para ser proposição a frase tem que Classificação
fazer sentido, mas não só sentido no nosso dia a dia, mas
também no sentido lógico. Proposição simples: não contém nenhuma outra pro-
Para uma melhor definição dentro da lógica, para ser posição como parte integrante de si mesma. São geral-
proposição, temos que conseguir julgar se a frase é verda- mente designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r,s...
deira ou falsa. E depois da letra colocamos “:”
Exemplos: Exemplo:
(A) A Terra é azul. p: Marcelo é engenheiro
Conseguimos falar se é verdadeiro ou falso? Então é q: Ricardo é estudante
uma proposição.
(B) >2
Proposição composta: combinação de duas ou mais
proposições. Geralmente designadas pelas letras maiúscu-
Como ≈1,41, então a proposição tem valor lógico
las P, Q, R, S,...
falso.
Passei! Conectivos
Ahh isso é muito bom, mas infelizmente, não podemos Agora vamos entrar no assunto mais interessante: o
de qualquer forma definir se é verdadeiro ou falso, porque que liga as proposições.
é uma sentença exclamativa. Antes, estávamos vendo mais a teoria, a partir dos co-
Vamos ver alguns princípios da lógica: nectivos vem a parte prática.
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MATEMÁTICA
-Condicional
Extenso: Se...,então..., É necessário que, Condição ne-
Exemplo cessária
p: Lívia é estudante. Símbolo: →
~p: Lívia não é estudante.
Exemplos
q: Pedro é loiro. p→q: Se chove, então faz frio.
¬q: É falso que Pedro é loiro. p→q: É suficiente que chova para que faça frio.
p→q: Chover é condição suficiente para fazer frio.
r: Érica lê muitos livros. p→q: É necessário que faça frio para que chova.
~r: Não é verdade que Érica lê muitos livros. p→q: Fazer frio é condição necessária para chover.
Exemplos
p: Vinícius é professor.
q: Camila é médica. Questões
p∧q: Vinícius é professor e Camila é médica.
p∧q: Vinícius é professor, mas Camila é médica. 01. (IFBAIANO – Assistente em Administração –
p∧q: Vinícius é professor, porém Camila é médica. FCM/2017) Considere que os valores lógicos de p e q são
V e F, respectivamente, e avalie as proposições abaixo.
- Disjunção I- p → ~(p ∨ ~q) é verdadeiro
II- ~p → ~p ∧ q é verdadeiro
III- p → q é falso
IV- ~(~p ∨ q) → p ∧ ~q é falso
p: Vitor gosta de estudar.
Está correto apenas o que se afirma em:
q: Vitor gosta de trabalhar
96
MATEMÁTICA
02. (TERRACAP – Técnico Administrativo – QUA- 05. (EBSERH – Médico – IBFC/2017) Sabe-se que p,
DRIX/2017) Sabendo-se que uma proposição da forma q e r são proposições compostas e o valor lógico das pro-
“P→Q” — que se lê “Se P, então Q”, em que P e Q são pro- posições p e q são falsos. Nessas condições, o valor lógico
posições lógicas — é Falsa quando P é Verdadeira e Q é Fal- da proposição r na proposição composta {[q v (q ^ ~p)] v r}
sa, e é Verdadeira nos demais casos, assinale a alternativa cujo valor lógico é verdade, é:
que apresenta a única proposição Falsa.
(A) falso
(A) Se 4 é um número par, então 42 + 1 é um número (B) inconclusivo
primo. (C) verdade e falso
(B) Se 2 é ímpar, então 22 é par. (D) depende do valor lógico de p
(C) Se 7 × 7 é primo, então 7 é primo. (E) verdade
(D) Se 3 é um divisor de 8, então 8 é um divisor de 15.
(E) Se 25 é um quadrado perfeito, então 5 > 7. 06. (PREF. DE TANGUÁ/RJ – Fiscal de Tributos – MS-
CONCURSOS/2017) Qual das seguintes sentenças é clas-
03. (IFBAIANO – Assistente Social – FCM/2017) sificada como uma proposição simples?
Segundo reportagem divulgada pela Globo, no dia
17/05/2017, menos de 40% dos brasileiros dizem praticar (A) Será que vou ser aprovado no concurso?
esporte ou atividade física, segundo dados da Pesquisa Na- (B) Ele é goleiro do Bangu.
cional por Amostra de Domicílios (Pnad)/2015. Além disso, (C) João fez 18 anos e não tirou carta de motorista.
concluiu-se que o número de praticantes de esporte ou de (D) Bashar al-Assad é presidente dos Estados Unidos.
atividade física cresce quanto maior é a escolaridade.
(Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/me-
07.(EBSERH – Assistente Administrativo –
nos-de-40-dos-brasileiros-dizem-praticar-esporte-ou-ati-
IBFC/2017) Assinale a alternativa incorreta com relação
vidade-fisica-futebol-e-caminhada-lideram-praticas.ghtml.
aos conectivos lógicos:
Acesso em: 23 abr. 2017).
Com base nessa informação, considere as proposições
p e q abaixo: (A) Se os valores lógicos de duas proposições forem
falsos, então a conjunção entre elas têm valor lógico falso.
p: Menos de 40% dos brasileiros dizem praticar esporte (B) Se os valores lógicos de duas proposições forem
ou atividade física falsos, então a disjunção entre elas têm valor lógico falso.
q: O número de praticantes de esporte ou de atividade (C) Se os valores lógicos de duas proposições forem
física cresce quanto maior é a escolaridade falsos, então o condicional entre elas têm valor lógico ver-
dadeiro.
Considerando as proposições p e q como verdadeiras, (D) Se os valores lógicos de duas proposições forem
avalie as afirmações feitas a partir delas. falsos, então o bicondicional entre elas têm valor lógico
falso.
I- p ∧ q é verdadeiro (E) Se os valores lógicos de duas proposições forem
II- ~p ∨ ~q é falso falsos, então o bicondicional entre elas têm valor lógico
III- p ∨ q é falso verdadeiro.
IV- ~p ∧ q é verdadeiro
08. (DPU – Analista – CESPE/2016) Um estudante de
Está correto apenas o que se afirma em: direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou
sua própria legenda, na qual identificava, por letras, algu-
(A) I e II. mas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e
(B) II e III. as vinculava por meio de sentenças (proposições). No seu
(C) III e IV. vocabulário particular constava, por exemplo:
(D) I, II e III.
(E) II, III e IV. P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
04. (UFSBA - Administrador – UFMT /2017) Assinale R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclu-
a alternativa que NÃO apresenta uma proposição.
são no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
(A) Jorge Amado nasceu em Itabuna-BA.
(B) Antônio é produtor de cacau.
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não re-
(C) Jorge Amado não foi um grande escritor baiano.
(D) Queimem os seus livros. cordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue
o item que se segue.
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MATEMÁTICA
98
MATEMÁTICA
Quando temos duas proposições, não basta colocar só Vamos pensar na mesma frase anterior, mas com o co-
nectivo “ou”.
VF, será mais que duas linhas.
Eu comprei bala ou chocolate.
p q Eu comprei bala e também comprei o chocolate, está
V V certo pois poderia ser um dos dois ou os dois.
V F Se eu comprei só bala, ainda estou certa, da mesma
F V forma se eu comprei apenas chocolate.
F F Agora se eu não comprar nenhum dos dois, não dará
certo.
Observe, a primeira proposição ficou VVFF
E a segunda intercalou VFVF.
Vamos raciocinar, com uma proposição temos 2 possi- p q p ∨q
bilidades, com 2 proposições temos 4, tem que haver um V V V
padrão para se tornar mais fácil! V F V
As possibilidades serão 2n,
F V V
Onde:
n=número de proposições F F F
p q r -Disjunção Exclusiva
V V V
V F V Na disjunção exclusiva é diferente, pois OU comprei
chocolate OU comprei bala.
V V F
Ou seja, um ou outro, não posso ter os dois ao mesmo
V F F tempo.
F V V
F F V p q p∨q
V V F
F V F
V F V
F F F F V V
F F F
A primeira proposição, será metade verdadeira e me-
tade falsa.
A segunda, vamos sempre intercalar VFVFVF.
E a terceira VVFFVVFF.
Agora, vamos ver a tabela verdade de cada um dos
operadores lógicos?
99
MATEMÁTICA
100
MATEMÁTICA
Exemplo 3
Se João é estudante ou não é estudante, então Mateus
é professor.
P Q ~p p∨~p p∨~p→q
V V F V V
V F F V F
F V V V V
F F V V V
01. (TRT 7ªREGIÃO – Conhecimentos Básicos – CES- 03. (UTFPR – pedagogo – UTFPR/2017) A operação
PE/2017) Texto CB1A5AAA – Proposição P lógica descrita pela tabela verdade da função Z, cujos ope-
A empresa alegou ter pago suas obrigações previden- randos são p e q, é:
ciárias, mas não apresentou os comprovantes de paga-
mento; o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
ex-empregado.
A quantidade mínima de linhas necessárias na tabela-
-verdade para representar todas as combinações possíveis
para os valores lógicos das proposições simples que com-
põem a proposição P do texto CB1A5AAA é igual a:
(A) 32.
(A) Conjunção.
(B) 4.
(B) Disjunção.
(C) 8.
(C) Disjunção exclusiva.
(D) 16. (D) Implicação.
(E) Bicondicional.
02. (SERES/PE – Agente de Segurança Penitenciária 04. (POLITEC/MT – Papiloscopista – UFMT/2017)
– CESPE/2017) A partir das proposições simples P: “Sandra Considere a tabela-verdade abaixo, em que nas duas pri-
foi passear no centro comercial Bom Preço”, Q: “As lojas meiras colunas encontram-se os valores-verdade de duas
do centro comercial Bom Preço estavam realizando liquida- proposições A e B. Considere que V é usado para proposi-
ção” e R: “Sandra comprou roupas nas lojas do Bom Preço” ção verdadeira e F para proposição falsa.
é possível formar a proposição composta S: “Se Sandra foi
passear no centro comercial Bom Preço e se as lojas desse
centro estavam realizando liquidação, então Sandra com-
prou roupas nas lojas do Bom Preço ou Sandra foi passear
no centro comercial Bom Preço”. Considerando todas as
possibilidades de as proposições P, Q e R serem verdadei-
ras (V) ou falsas (F), é possível construir a tabela-verdade da
proposição S, que está iniciada na tabela mostrada a seguir.
101
MATEMÁTICA
Assinale a sequência que completa correta e respecti- 08. A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre ver-
vamente a tabela com os valores-verdade de x, y, z, t. dadeira, independentemente das valorações de P e Q como
verdadeiras ou falsas.
(A) V, F, V, V ( )certo ( )errado
(B) V, F, F, F
(C) F, V, V, F
(D) F, V, F, V 09. Tendo como referência essa situação hipotética,
julgue o item que se segue.
05. (AGREBRA – Técnico em Regulação – IBFC/2017)
A sentença P→S é verdadeira.
Assinale a alternativa correta. O valor lógico do bicondicio-
nal entre duas proposições é falso se:
( )certo ( )errado
(A) os valores lógicos das duas proposições forem fal-
sos .
(B) o valor lógico de cada uma das proposições for ver- 10. Tendo como referência essa situação hipotética,
dade. julgue o item que se segue.
(C) o valor lógico da primeira proposição for falso.
(D) o valor lógico da segunda proposição for falso. A sentença Q→R é falsa.
(E) somente uma das proposições tiver valor lógico fal- ( )certo ( )errado
so.
06. (PREF. DE SÃO JOSÉ DO CERRITO/SC – Assitente 11. (UTFPR – Pedagogo – UTFPR/2017) Considere as
Social – IESES/2017) Assinale a alternativa INCORRETA so- seguintes proposições:
bre lógica proposicional:
I) p ∧ ~p
(A) A disjunção inclusiva é falsa apenas quando ambas II) p → ~p
as proposições são falsas. III) p ∨ ~p
(B) A negação de uma proposição é falsa se ela for ver-
IV) p →~q
dadeira, e vice-versa.
(C) A conjunção é verdadeira apenas quando ambas as
proposições são verdadeiras. Assinale a alternativa correta.
(D) A implicação ou condicional é falsa quando ambas
as proposições são falsas. (A) Somente I e II são tautologias.
(B) Somente II é tautologia.
07. (PREF. DE TANGUÁ/RJ – Fiscal de Tributos – MS- (C) Somente III é tautologia.
CONCURSOS/2017) A tabela-verdade da proposição (p (D) Somente III e a IV são tautologias.
->q) ^r <->(p^~r) possui: (E) Somente a IV é tautologia.
(A) 4 linhas
(B) 8 linhas 12 (FUNDAÇÃO HEMOCENTRO DE BRASILIA/DF – Ad-
(C) 16 linhas ministração – IADES/2017) Assinale a alternativa que apre-
(D) 32 linhas senta uma tautologia.
P: Cometeu o crime A.
Respostas
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclu-
são no regime fechado. 01. Resposta: C.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança. P: A empresa alegou ter pago suas obrigações previ-
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não denciárias.
recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafian- Q: apresentou os comprovantes de pagamento.
çável. R: o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
ex-empregado.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue Número de linhas: 2³=8.
os itens que se seguem.
102
MATEMÁTICA
-Condicional
p ~p ~~p
p q p →q V F V
V V V F V F
V F F
F V V São iguais, então ~~p⇔p
F F V
103
MATEMÁTICA
Regra de Clavius b) p ∨ q ⇔ q ∨ p
~p→p⇔p p q p∨q q∨ p
V V V V
p ~p ~p→p V F V V
V F V F V V V
F V F F F F F
Regra de Absorção c) p ∨ q ⇔ q p
p→p∧q⇔p→q p q p∨q q∨p
V V F F
p q p∧q p→p∧q p→q V F V V
V V V V V F V V V
V F F F F F F F F
F V F V V
F F F V V d) p ↔ q ⇔ q ↔ p
p q p↔q q↔p
Condicional V V V V
V F F F
Gostaria da sua atenção aqui, pois as condicionais são F V F F
as mais pedidas nos concursos F F V V
A condicional p→q e a disjunção ~p∨q, têm tabelas-
-verdades idênticas Equivalências notáveis:
Exemplo V V V V V V V V
p: Coelho gosta de cenoura V V F V V V F V
q: Coelho é herbívoro. V F V V V F V V
V F F F F F F F
p→q: Se coelho gosta de cenoura, então coelho é her- F V V V F F F F
bívoro. F V F V F F F F
~p∨q: Coelha não gosta de cenoura ou coelho é her- F F V V F F F F
bívoro F F F F F F F F
p q ~p ~q ~p→~q p∨~q q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∧ (p
p q r
V V F F V V ∧r ∧ r) q ∨r ∨ r)
V V V V V V V V
V F F V V V
V V F F V V V V
F V V F F F
V F V F V V V V
F F V V V V
V F F F V V V V
Equivalência fundamentais (Propriedades Funda- F V V V V V V V
mentais): a equivalência lógica entre as proposições goza F V F F F V F F
das propriedades simétrica, reflexiva e transitiva. F F V F F F V F
F F F F F F F F
1 – Simetria (equivalência por simetria)
a) p ∧ q ⇔ q ∧ p 2 - Associação (equivalência pela associativa)
p q p∧q q∧p a) p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r)
V V V V q p ∧ (q p (p ∧ q) ∧ (p
V F F F p q r p∧q
∧r ∧ r) ∧r ∧ r)
F V F F V V V V V V V V
F F F F V V F F F V F F
V F V F F F V F
104
MATEMÁTICA
105
MATEMÁTICA
Observe a tabela verdade dessas quatro proposições: 05. (IBGE – Analista Censitário – FGV/2017) Considere
como verdadeira a seguinte sentença: “Se todas as flores são
q vermelhas, então o jardim é bonito”.
p→ ~p → ~q → É correto concluir que:
p q ~p ~q →
q ~q ~p
p
V V F F V V V V (A) se todas as flores não são vermelhas, então o jardim
V F F V F V V F não é bonito;
F V V F V F F V (B) se uma flor é amarela, então o jardim não é bonito;
F F V V V V V V (C) se o jardim é bonito, então todas as flores são ver-
melhas;
Observamos ainda que a condicional p → q e a sua (D) se o jardim não é bonito, então todas as flores não
recíproca q → p ou a sua contrária ~p → ~q NÃO SÃO são vermelhas;
EQUIVALENTES. (E) se o jardim não é bonito, então pelo menos uma flor
não é vermelha.
Questões
06. (POLITEC/MT – Papiloscopista – UFMT/2017)
01. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - VU- Uma proposição equivalente a Se há fumaça, há fogo, é:
NESP/2017) Uma afirmação equivalente para “Se estou fe-
liz, então passei no concurso” é: (A) Se não há fumaça, não há fogo.
(A) Se passei no concurso, então estou feliz. (B) Se há fumaça, não há fogo.
(B) Se não passei no concurso, então não estou feliz.
(C) Se não há fogo, não há fumaça.
(C) Não passei no concurso e não estou feliz.
(D) Estou feliz e passei no concurso. (D) Se há fogo, há fumaça.
(E) Passei no concurso e não estou feliz.
07. (DPE/RR – Técnico em Informática – INAZ DO
02. (UTFPR – Pedagogo – UTFPR/2017) Considere a PARÁ/2017) Diz-se que duas preposições são equivalen-
frase: tes entre si quando elas possuem o mesmo valor lógico. A
Se Marco treina, então ele vence a competição. sentença logicamente equivalente a: “ Se Maria é médica,
A frase equivalente a ela é: então Victor é professor” é:
(A) Se Marco não treina, então vence a competição.
(B) Se Marco não treina, então não vence a competição. (A) Se Victor não é professor então Maria não é médica
(C) Marco treina ou não vence a competição.
(B) Se Maria não é médica então Victor não é professor
(D) Marco treina se e somente se vence a competição.
(E) Marco não treina ou vence a competição. (C) Se Victor é professor, Maria é médica
(D) Se Maria é médica ou Victor é professor
03. (TRF 1ª REGIÃO – Cargos de nível médio – CES- (E) Se Maria é médica ou Victor não é professor
PE/2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, cho-
ra menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o 08. (PREF. DE RIO DE JANEIRO – Administrador –
próximo item. PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Uma proposição lo-
Do ponto de vista da lógica sentencial, a proposição P é gicamente equivalente a “se eu não posso pagar um táxi,
equivalente a “Se pode mais, o indivíduo chora menos”. então vou de ônibus” é a seguinte:
( ) Certo
( ) Errado
(A) se eu não vou de ônibus, então posso pagar um táxi
04. (TRT 12ª REGIÃO – Analista Judiciário – FGV/2017) (B) se eu posso pagar um táxi, então não vou de ônibus
Considere a sentença: “Se Pedro é torcedor do Avaí e Marce- (C) se eu vou de ônibus, então não posso pagar um táxi
la não é torcedora do Figueirense, então Joana é torcedora (D) se eu não vou de ônibus, então não posso pagar
da Chapecoense”. um táxi
Uma sentença logicamente equivalente à sentença dada é:
(A) Se Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce- 09. (PREF. DO RIO DE JANEIRO – Agente de Admi-
dora do Figueirense, então Joana não é torcedora da Cha- nistração – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Uma pro-
pecoense. posição logicamente equivalente a “todo ato desonesto é
(B) Se Pedro não é torcedor do Avaí e Marcela é torce- passível de punição” é a seguinte:
dora do Figueirense, então Joana não é torcedora da Cha-
pecoense.
(C) Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torcedora (A) todo ato passível de punição é desonesto.
do Figueirense ou Joana é torcedora da Chapecoense. (B) todo ato não passível de punição é desonesto.
(D) Se Joana não é torcedora da Chapecoense, então (C) se um ato não é passível de punição, então não é
Pedro não é torcedor do Avaí e Marcela é torcedora do Fi- desonesto.
gueirense. (D) se um ato não é desonesto, então não é passível
(E) Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torcedora de punição.
do Figueirense e Joana é torcedora da Chapecoense.
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MATEMÁTICA
107
MATEMÁTICA
Exemplo 1 Galo=4
Pato=4
(UFPB – Administrador – IDECAN/2016) Considere a Carneiro=8
sequência numérica a seguir: Cobra=4
3, 6, 3, 3, 2, 5/3, 11/9. . . Jacaré=6
Não tem um padrão
Sabendo-se que essa sequência obedece uma regra de
formação a partir do terceiro termo, então o denominador Número de sílabas
do próximo termo da sequência é: Está dividido em 2 e 3 e sem padrões
108
MATEMÁTICA
Portanto, 2016 será a letra B, pois resta 0, será equiva- (5, 9, 17, 33, 65, 129...)
lente a última letra
O décimo segundo termo da sequência anterior é um
E 2017 será a letra I, pois resta 1 e é igual a primeira
número
letra.
(A) menor que 8.000.
Sequência de Figuras (B) maior que 10.000.
(C) compreendido entre 8.100 e 9.000.
Do mesmo modo que a sequência de letras, é um tema (D) compreendido entre 9.000 e 10.000.
abrangente, pois a banca pode pedir a figura que convém.
02. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário - INSTITU-
(FACEPE – Assistente em Gestão de Ciência e Tecno- TO AOCP/2017) Uma máquina foi programada para dis-
logia – UPENET/2015) Assinale a alternativa que contém a tribuir senhas para atendimento em uma agência bancária
próxima figura da sequência. alternando algarismos e letras do alfabeto latino, no qual
estão inclusas as letras K, W e Y, sendo a primeira senha
o número 2, a segunda a letra A, e sucessivamente na se-
guinte forma: (2; A; 5; B; 8; C; ...). Com base nas informações
mencionadas, é correto afirmar que a 51ª e a 52ª senhas,
respectivamente, são:
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MATEMÁTICA
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MATEMÁTICA
111
MATEMÁTICA
Nenhum A é B.
A e B não terão elementos em comum.
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MATEMÁTICA
c) Todos os elementos de B estão em A. a) Os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-
tos em comum
Algum A não é B não conseguimos determinar, poden- Quando “algum A não é B” é verdadeira, vamos ver
do ser verdadeira ou falsa(contradiz com as figuras b e d) como ficam os valores lógicos das outras?
Algum copo não é de vidro, como não sabemos se to- Vamos fazer a frase contrária do exemplo anterior
dos os copos são de vidros, pode ser verdadeira. Frase: Algum copo não é de vidro.
113
MATEMÁTICA
114
MATEMÁTICA
04. (COPERGAS/PE - Analista Tecnologia da Infor- (C) alguma pessoa que gosta de empadão de camarão
mação gosta de matemática.
- FCC/2016) É verdade que todo engenheiro sabe ma- (D) alguma pessoa que gosta de empadão de camarão
temática. É verdade que há pessoas que sabem matemática não é professor de matemática.
e não são engenheiros. É verdade que existem administra-
dores que sabem matemática. A partir dessas afirmações é
possível concluir corretamente que: 08. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
NESP/2015) Se todo estudante de uma disciplina A é tam-
(A) qualquer engenheiro é administrador. bém estudante de uma disciplina B e todo estudante de
(B) todos os administradores sabem matemática. uma disciplina C não é estudante da disciplina B, e ntão é
(C) alguns engenheiros não sabem matemática. verdade que:
(D) o administrador que sabe matemática é engenhei-
(A) algum estudante da disciplina A é estudante da dis-
ro. ciplina C.
(E) o administrador que é engenheiro sabe matemática. (B) algum estudante da disciplina B é estudante da dis-
ciplina C.
05. (CRECI 1ª REGIÃO/RJ – Advogado – MSCON- (C) nenhum estudante da disciplina A é estudante da
CURSOS/2016) Considere como verdadeiras as duas pre- disciplina C.
missas seguintes: (D) nenhum estudante da disciplina B é estudante da
disciplina A.
I – Nenhum professor é veterinário; (E) nenhum estudante da disciplina A é estudante da
II – Alguns agrônomos são veterinários. disciplina B.
(A) Algum maranhense pescador não é trabalhador 10. (DPE/MT – Assistente Administrativo –
(B) Algum maranhense não pescar não é trabalhador FGV/2015) Considere verdadeiras as afirmações a seguir.
(C) Todo maranhense trabalhadoré pescador
(D) Algum maranhense trabalhador é pescador • Existem advogados que são poetas.
(E) Todo maranhense pescador não é trabalhador. • Todos os poetas escrevem bem.
07. (PREF. DE RIO DE JANEIRO/RJ – Assistente Ad- Com base nas afirmações, é correto concluir que
ministrativo – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2015) Em certa
(A) se um advogado não escreve bem então não é poe-
comunidade, é verdade que:
ta.
(B) todos os advogados escrevem bem.
- todo professor de matemática possui grau de mestre;
(C) quem não é advogado não é poeta.
- algumas pessoas que possuem grau de mestre gos-
(D) quem escreve bem é poeta.
tam de empadão de camarão;
(E) quem não é poeta não escreve bem.
- algumas pessoas que gostam de empadão de cama-
rão não possuem grau de mestre.
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MATEMÁTICA
01. Resposta: E.
06. Resposta: D.
03. Resposta: C.
07. Resposta: D.
116
MATEMÁTICA
08. Resposta: C.
O diagrama C deve ficar para fora, pois todo estudante
de C não é da disciplina B, ou seja, não tem ligação nenhuma.
Referências
Carvalho, S. Raciocínio Lógico Simplificado. Série Pro-
vas e Concursos, 2010.
Análise Combinatória
A Análise Combinatória é a área da Matemática que
trata dos problemas de contagem.
Fatorial
É comum nos problemas de contagem, calcularmos o
produto de uma multiplicação cujos fatores são números
naturais consecutivos. Para facilitar adotamos o fatorial.
117
MATEMÁTICA
Combinação Simples
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos,
podemos formar subconjuntos com p elementos. Cada sub-
conjunto com i elementos é chamado combinação simples.
Exemplo
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos
que podemos formar a partir de um grupo de 5 alunos.
Solução
Binomiais Complementares
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma
dos denominadores é igual ao numerador são iguais:
Permutação Simples
Chama-se permutação simples dos n elementos, qual-
quer agrupamento(sequência) de n elementos distintos de E.
O número de permutações simples de n elementos é
indicado por Pn. Relação de Stifel
Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO? Triângulo de Pascal
Solução
A palavra tem 8 letras, portanto:
118
MATEMÁTICA
119
MATEMÁTICA
Respostas
01. Resposta: A.
P2⋅P6=2!⋅6!=2⋅720=1440
Experimento Aleatório
02. Resposta: C.
__ ___ __ __ Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é im-
6⋅ 5⋅ 4⋅ 3=360 previsível, por depender exclusivamente do acaso, por
exemplo, o lançamento de um dado.
03. Resposta: E.
P6=6!=6⋅5⋅4⋅3⋅2⋅1=720
04. Resposta: E.
P4=4!= 4⋅3⋅2⋅1=24
05. Resposta: B.
Vogais: a, e, i, o, u
120
MATEMÁTICA
Probabilidade
Considere um experimento aleatório de espaço amos-
tral E com n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento
com n(A) amostras.
Probabilidade Condicional
Eventos complementares É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que
Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A ocorreu o evento B, definido por:
um evento de E. Chama-se complementar de A, e indica-se
por , o evento formado por todos os elementos de E que
não pertencem a A.
E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}
121
MATEMÁTICA
02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária 08. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO
- MSCONCURSOS/2017) A uma excursão, foram 48 pes- AOCP/2016) Um empresário, para evitar ser roubado, es-
soas, entre homens e mulheres. Numa escolha ao acaso, a condia seu dinheiro no interior de um dos 4 pneus de um
probabilidade de se sortear um homem é de 5/12 . Quan- carro velho fora de uso, que mantinha no fundo de sua
tas mulheres foram à excursão? casa. Certo dia, o empresário se gabava de sua inteligência
(A) 20 ao contar o fato para um de seus amigos, enquanto um
(B) 24 ladrão que passava pelo local ouvia tudo. O ladrão tinha
(C) 28 tempo suficiente para escolher aleatoriamente apenas um
(D) 32 dos pneus, retirar do veículo e levar consigo. Qual é a pro-
babilidade de ele ter roubado o pneu certo?
03. (UPE – Técnico em Administração – UPE- (A) 0,20.
NET/2017) Qual a probabilidade de, lançados simulta- (B) 0,23.
neamente dois dados honestos, a soma dos resultados ser (C) 0,25.
igual ou maior que 10? (D) 0,27.
(A) 1/18 (E) 0,30.
(B) 1/36
(C) 1/6 09. (MRE – Oficial de Chancelaria – FGV/2016) Em
(D) 1/12 uma urna há quinze bolas iguais numeradas de 1 a 15. Re-
(E) ¼ tiram-se aleatoriamente, em sequência e sem reposição,
duas bolas da urna.
04. (UPE – Técnico em Administração – UPE-
NET/2017) Uma pesquisa feita com 200 frequentadores
A probabilidade de que o número da segunda bola re-
de um parque, em que 50 não praticavam corrida nem ca-
tirada da urna seja par é:
minhada, 30 faziam caminhada e corrida, e 80 exercitavam
corrida, qual a probabilidade de encontrar no parque um (A) 1/2;
entrevistado que pratique apenas caminhada? (B) 3/7;
(A) 7/20 (C) 4/7;
(B) 1/2 (D) 7/15;
(C)1/4 (E) 8/15.
(D) 3/20
(E) 1/5 10. (CASAN – Advogado – INSTITUTO AOCP/2016)
Lançando uma moeda não viciada por três vezes consecu-
05. (POLÍCIA CIENTÍFICA/PR – Perito Criminal – tivas e anotando seus resultados, a probabilidade de que a
IBFC/2017) A probabilidade de se sortear um número face voltada para cima tenha apresentado ao menos uma
múltiplo de 5 de uma urna que contém 40 bolas numera- cara e ao menos uma coroa é:
das de 1 a 40, é: (A) 0,66.
(A) 0,2 (B) 0,75.
(B) 0,4 (C) 0,80.
(C) 0,6 (D) 0,98.
(D) 0,7 (E) 0,50.
(E) 0,8
122
MATEMÁTICA
02. Resposta: C.
Como para homens é de 5/12, a probabilidade de es- Ímpar/par:
colher uma mulher é de 7/12
Os números ímpares são: 1, 3, 5, 7, 9, 11 ,13, 15
12x=336
X=28
A probabilida de é par/par OU ímpar/par
03. Resposta: C.
P=6x6=36
Pra ser maior ou igual a 10:
4+6
5+5
5+6 10. Resposta: B.
6+4
São seis possibilidades:
6+5
Cara, coroa, cara
6+6
05. Resposta: A.
M5={5,10,15,20,25,30,35,40}
P=8/40=1/5=0.2
Coroa, cara, cara
06. Resposta:A.
A probabilidade de uma soletrar errado: 0,3
__ __ __
0,3⋅0,3⋅0,3=0,027=2,7%
Coroa, coroa, cara
07. Resposta: D. Coroa, cara, coroa
Para dar 9, temos 4 possibilidades
3+6
6+3
4+5
5+4
P=4/36
08. Resposta: C.
A probabilidade é de 1/4, pois o carro tem 4 pneus e o
dinheiro está em 1.
1/4=0,25
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MATEMÁTICA
ANOTAÇÕES
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MATEMÁTICA
ANOTAÇÕES
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ANOTAÇÕES
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126
ATUALIDADES
1 Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como segurança, transportes, política, economia, sociedade, educa-
ção, saúde, cultura, tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável e ecologia....................... 01
ATUALIDADES
#FicaDica
FIQUE ATENTO!
Um dos pontos de mais destaque na mídia,
quando se trata de febre amarela, é a falta de Não é difícil de imaginar que algumas questões
vacinas nos postos de saúde, devido à alta previstas em concursos relacionem o tema a
procura pela vacina, em janeiro de 2018. Na Donald Trump, que claramente se mostrou
ocasião, as vacinas foram fracionadas para favorável a ao direito de armar a população.
conter a alta demanda pelo serviço, por parte da Além disso, é possível que seja relacionado
população. ainda a polêmica de envolve a indústria de
armas, ou seja, para os críticos da flexibilidade
de armamento, manter as atuais leis interessa
FIQUE ATENTO! esse mercado milionário, que vive um bom
momento em 2018.
As provas em concursos públicos podem tratar
sobre a alta procura pela vacina, motivada pela
escassez, em meio à euforia popular em se
vacinar, por conta dos índices de mortes. Vale
também manter atenção quanto às formas de
transmissão e de que a vacina, de fato, é melhor
forma de se prevenir.
1
ATUALIDADES
FIQUE ATENTO!
Pode haver questões de atualidades com
FIQUE ATENTO! enunciados que requerem atenção e
interpretação de texto. Uma boa compreensão
É importante manter atenção quanto à do enunciado pode ser fundamental para
influência desse tema em relação ao Brasil. chegar à resposta correta.
Há quem defenda que a situação favorece
a comercialização de commodities para o
mercado chinês.
2
ATUALIDADES
#FicaDica
Nos últimos anos, gigantes como Google e
Facebook são acusados de não criarem limites FIQUE ATENTO!
para bloquearem a onda de fake news. Porém Nos países ao Norte e mais desenvolvidos,
em 2018, o Facebook anunciou a compra de o desmatamento é causado principalmente
uma startup empenhada em combater as por incêndios florestais. Na porção mais ao
notícias falsas na rede. Sul, entre as nações em desenvolvimento, a
produção de commodities e a agricultura têm
impacto no desmatamento.
FIQUE ATENTO!
E na batalha contra as notícias falsas surgem
diversas agências de notícias no mundo
especializadas em checar a procedência das
informações (fact-checking). No Brasil, um dos
nomes mais conhecidos é a Agência Lupa, a
primeira empresa do gênero.
3
ATUALIDADES
#FicaDica
A política de imigração nos Estados Unidos de- #FicaDica
monstra uma tendência por parte de nações O caso do Facebook põe em discussão a segu-
ricas quanto aos imigrantes, em meio à intole- rança dos usuários e garantia de que seus dados
rância que pode culminar em xenofobia. Na Eu- e privacidade sejam resguardados. E o desafio
ropa, por exemplo, destino de milhões de imi- para as empresas e a sociedade é criar mecanis-
grantes de várias partes do planeta, a aversão mos que minimizam acessos indevidos e sem
ao estrangeiro, sobretudo em relação a países autorização na internet.
pobres e marginalizados, tem aumentado signi-
ficativamente.
FIQUE ATENTO!
Pode haver questões com abordagem da crise
FIQUE ATENTO! enfrentada pelo Facebook, que minou sua
Quando se fala de imigração e xenofobia, é reputação diante da opinião pública, mas
importante ressaltar que mesmo mantendo também é preciso se atentar a questões sobre
historicamente uma cultura que recebe todos, privacidade, vazamentos e violações nas redes.
o Brasil tem registrado casos dessa natureza
nos últimos anos, como hostilização e
preconceitos em relação a haitianos, bolivianos
e venezuelanos.
4
ATUALIDADES
9 - Inteligência artificial cada vez mais presente na 10 - Cuba aprova projeto reforma constitucional
sociedade A aprovação do projeto da reforma constitucional em
Num mundo cada vez mais conectado e imerso nas Cuba, em 22 de julho de 2018, representa um processo de
redes sociais, as inovações tecnológicas estabelecem no- mudança significativa na ilha depois de décadas. Um dos
vas configurações nas relações sociais e de trabalho. A in- pontos destaque é a substituição do termo comunismo
teligência artificial se constitui num mecanismo que traz por construção do socialismo, a ser citado na Constituição
mudanças nas formas como as pessoas se relacionam e do país. Além disso, fica estabelecido o reconhecimento
nas funções que exercem. da propriedade privada e medidas que podem viabilizar a
No campo profissional, por exemplo, a inteligência união entre homossexuais.
artificial – por meio de máquinas ou robôs –, já realiza de O país hoje é governado por Miguel Díaz- Canel. Raul
forma automatizada funções anteriormente exercidas por Castro ficou no poder entre 2008 a 2018, sucedendo Fidel
pessoas. Hoje, por exemplo, softwares e máquinas reali- Castro, seu irmão que esteve no poder entre 1976 e 2008.
zam relatórios e análises que eram feitas por profissionais O conteúdo aprovado passará por consulta popular
preparados para essa função. até novembro de 2018, depois o projeto será discutido
Outro exemplo é o uso de atendentes virtuais em novamente com atualizações impostas pela consulta po-
chats de relacionamento com clientes. A GOL Linhas Aé- pular. Em seguida, o objetivo é levar a medida para apro-
reas mantém uma atendente- robô em sua página para vação e referendo com participação dos cidadãos, por
esclarecer dúvidas mais frequentes do usuários. meio de voto.
Uma das questões mais complexas quando se fala
nessa tecnologia, é a perda de profissões que passam a
ser exercidas por máquinas. Num futuro nem tão distante #FicaDica
assim a tendência é essa. E de certa forma, as carreiras No governo de Barack Obama, Cuba e Estados
profissionais vão se adaptando à tecnologia e passam por Unidos vivenciaram uma aproximação histórica
transformações intensas para saber lidar com essas mu- depois de décadas de afastamento e hostilida-
danças. de entre as nações. O presidente estadunidense
prometeu melhorar a relação entre os países e
encerrar o embargo econômico sofrido por Ha-
#FicaDica vana.
Em julho de 2018, uma equipe de cientistas es-
trangeiros assinou um acordo em que se com-
prometiam a não criar máquinas e robôs que
possam ameaçar a vida e integridade da raça FIQUE ATENTO!
humana. A reaproximação dos países aconteceu
por mediação do Papa Francisco, que teria
articulado internamente para promover um
encontro entre Obama e Raul Castro, que estava
FIQUE ATENTO! no poder na época, em 2016.
Inteligência artificial é um tema bem
contemporâneo e está ligado à realidade das
pessoas, à medida que interfere nas atividades
profissionais e formas de se relacionar. Por isso,
é um assunto bem relevante.
5
ATUALIDADES
FIQUE ATENTO!
Hoje, é a lei 7.802, de 1989 que regulamenta
o uso desses produtos. Para os órgãos que
defendem a manutenção das atuais práticas, é
preciso realizar pequenos ajustes, mas a lei atual
é considerada adequada.
6
ATUALIDADES
13 - Morte de Jonh McCain e saia-justa para Trump 14 - Acordo para reconstrução da Síria
Antes de falecer, o senador norte-americano Jonh Desde 2011, a Síria enfrenta uma intensa guerra civil
McCain, que morreu aos 81 anos no dia 25 de agosto, que já deixou milhões de mortos e refugiados. O país hoje
deixou bem claro que não queria a presença do colega de vive um cenário de miséria em meio à devastação. Dados
partido e presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. da Organização das Nações Unidas (ONU) citam que o
O senador era um crítico ferrenho às políticas implantadas conflito custou mais de US$ 380 bilhões de dólares.
pelo presidente estadunidense. Na época das eleições Em 2018, a sociedade mundial tem discutido a im-
em 2016, disse que não votaria em Trump. plantação de um plano para a reconstrução da Síria. Mas
McCain enfrentava um câncer e decidiu suspender o a atrair investimentos externos tem sido desafiante para a
tratamento dias antes de morrer. Em carta de despedi- nação, tendo em vista as sanções impostas pelos Estados
da póstuma, afirmou aos norte-americanos que era uma Unidos, por conta de denúncias de violações de direitos
pessoa de sorte, mesmo se preparando para se despedir humanos sob a gestão de Bashar al-Assad, o presidente
da vida que tanto amava. do país. Atualmente, Rússia, China e Irã investiram na na-
Após a morte do senador, a Casa Branca emitiu nota ção nos últimos e são os países aliados do governo.
oficial que evitou citar McCain como “herói”, o que teria Com as sanções, a Síria fica impedida de exportar e
sido um pedido de Trump, segundo a imprensa interna- até receber investimentos estadunidenses. Na opinião de
cional. Durante a Guerra do Vietnã (1955 – 1975), o sena- especialistas em relações internacionais, executar um pla-
dor foi preso e torturado. no de reconstrução depende da exclusão das sanções e
Em seu Twitter, Trump apenas publicou uma mensa- participações de mais nações que possam investir no país.
gem simples e curta, a qual presta solidariedade à família
de McCain.
#FicaDica
Em mais de sete anos de guerra civil, mais de 5,6
#FicaDica milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas
Em 2008, o senador perdeu as eleições presi- casas em busca de uma vida melhor em outros
denciais para Barack Obama, mas ambos man- países. Além disso, mais de 500 mil pessoas vi-
tiveram boas relações. Ao contrário de Trump, vem deslocadas dentro país.
Obama esteve no funeral de McCain. George W.
Bush, ex-presidente dos Estados Unidos, tam-
bém compareceu.
FIQUE ATENTO!
De acordo com a ONU, a maioria dos refugiados
que vive nos países vizinhos se encontra abaixo
FIQUE ATENTO! da linha da pobreza em situação de miséria.
Obama e Bush discursaram durante o funeral e
prestaram tributo à família de McCain em clima
de cordialidade.
7
ATUALIDADES
#FicaDica
O ebola é transmitido por meio de secreção #FicaDica
ou sangue. A doença é de alto risco e de difícil María Fernanda Espinosa também afirmou que
cura. Um dos principais sintomas é a febre pretende incentivar debate e buscar soluções
hemorrágica. para a questão ambiental e também a desigual-
dade de gênero.
FIQUE ATENTO!
Com a descoberta atual, pela primeira vez, a FIQUE ATENTO!
doença é identificada em hospedeiro antes que
ocorra um surto. A gestão de Espinosa dura apenas um ano
e em seu mandato terá a função de propor
debates e discussões, sem imposições, mas com
propostas de diálogo e até votações em questões
importantes.
8
ATUALIDADES
#FicaDica
Uma das causas do cenário, segundo pesquisa- #FicaDica
dores, é o uso excessivo da terra e extração de Outras pesquisas já indicaram que a Lua teria
madeira. A ação humana tem contribuído deci- tido condições de ser habitada há bilhões de
sivamente quanto aos índices citados. anos.
FIQUE ATENTO!
Animais como onças pintadas e pardas sofre- FIQUE ATENTO!
ram com 79% de perda, de acordo com os dados Porém pesquisadores admitem que para
apontados. conhecer a fundo se realmente o satélite abrigou
vidas ou desenvolveu organismos, será preciso
investimento maciço em pesquisas e exploração
por lá.
9
ATUALIDADES
FIQUE ATENTO!
FIQUE ATENTO! Em resposta à ação, a deputada emitiu uma nota
O canal 180 foi criado em 2005 pela então em que cita ter sido “vítima de machismo e sem
Secretaria de Políticas para as Mulheres da a chance de se defender” do caso.
Presidência da República (SPM-PR), no governo
Lula, com intuito de orientar as mulheres
quanto a direitos e serviços. E em 2014, o canal
se transformou em um dique-denúncia.
10
ATUALIDADES
PF- Escrivão – CESPE/2013 Resposta: Certo. Esses temas foram uma das deman-
No dia 6 de junho, os protestos começaram no centro das pedidas nas ruas naquela ocasião. Por isso, a resposta
de São Paulo, com cerca de cento e cinquenta pessoas. As está correta.
quatro manifestações seguintes atraíram a atenção nacio-
nal. No dia 17, manifestantes de outras capitais aderiram
às manifestações. Também começam atos em Viçosa e
Votuporanga.
O dia 20 de junho foi o auge dos protestos. Logo de-
pois, as autoridades começam a baixar as tarifas de trans-
porte. Seis dias depois, as maiores manifestações se con-
centraram nas cidades que receberam jogos da Copa das
Confederações, como Belo Horizonte.
O Estado de S.Paulo, 30/6/2013, p. A10 (com adapta-
ções).
11
ATUALIDADES
O Estado de S.Paulo, 30/6/2013, p. A10 (com adapta- O Estado de S.Paulo, 30/6/2013, p. A10 (com adapta-
ções). ções).
Considerando o texto acima e a amplitude do tema Nas duas maiores cidades brasileiras — São Paulo e
por ele focalizado, julgue os itens. Rio de Janeiro —, o problema das tarifas do transporte
A convocação, pelo Poder Executivo, de uma assem- público permanece insolúvel visto que a fixação desses
bleia constituinte exclusiva para promover uma ampla re- valores depende de lei a ser votada pelas respectivas câ-
forma política foi uma evidente resposta do governo bra- maras municipais e assembleias legislativas estaduais.
sileiro às manifestações que tomaram conta de centenas ( ) certo
de cidades brasileiras. ( ) errado
( ) certo
( ) errado Resposta: Errado. Na ocasião, os governos de ambas
as cidades mantiveram o preço da tarifa estável, conforme
Resposta: Errado. A implantação da assembleia reivindicação defendida nas manifestações.
constituinte não aprovada nessa ocasião. Uma das justifi-
cativas do governo federal na época era de que não havia PF- Perito Criminal – CESPE/2013
tempo hábil para essa mudança. No dia 6 de junho, os protestos começaram no centro
de São Paulo, com cerca de cento e cinquenta pessoas. As
PF- Perito Criminal – CESPE/2009 quatro manifestações seguintes atraíram a atenção nacio-
Com relação à Usina Hidrelétrica de Itaipu e ao acor- nal. No dia 17, manifestantes de outras capitais aderiram
do firmado entre Brasil e Paraguai, em julho de 2009, no às manifestações. Também começam atos em Viçosa e
qual são revistas cláusulas do Tratado de Itaipu, julgue os Votuporanga.
itens que se seguem O dia 20 de junho foi o auge dos protestos. Logo de-
Por esse acordo, o Paraguai tornou-se sócio minori- pois, as autoridades começam a baixar as tarifas de trans-
tário da Usina Hidrelétrica de Itaipu, com 30% de parti- porte. Seis dias depois, as maiores manifestações se con-
cipação nos lucros advindos da distribuição de energia centraram nas cidades que receberam jogos da Copa das
elétrica, em razão de as águas da represa terem inundado Confederações, como Belo Horizonte.
parte do território paraguaio. O Estado de S.Paulo, 30/6/2013, p. A10 (com adapta-
( ) certo ções).
( ) errado
A condenação dos gastos feitos pelo Brasil para se-
Resposta: Errado. A usina pertence a ambos países diar duas grandes competições promovidas pela FIFA, a
de forma igualitária. Copa das Confederações e a Copa do Mundo, tornou-se
bandeira presente em muitas das manifestações a que o
texto alude, algumas das quais transformadas em atos de
violência e vandalismo.
( ) certo
( ) errado
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ATUALIDADES
13
ATUALIDADES
ANOTAÇÕES
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14
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal dos Direitos Humanos (adotada e proclamada pela Resolução 217-A (III) – da Assembleia Geral
das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948)..................................................................................................................................... 01
Os Direitos Humanos na Constituição Federal de 1988 (artigos 5.º ao 15.º)................................................................................... 10
Regras mínimas para o tratamento de pessoas presas, da ONU.......................................................................................................... 43
DIREITOS HUMANOS
1
DIREITOS HUMANOS
A Assembleia Geral é o principal órgão deliberativo das sim, desde logo a Declaração estabelece seus parâmetros
Nações Unidas, no qual há representatividade de todos os fundamentais, com esteio na Declaração dos Direitos do
membros e por onde passam inúmeros tratados interna- Homem e do Cidadão de 1789 e na Constituição Francesa
cionais. de 1791, quais sejam igualdade, liberdade e fraternidade.
Embora os direitos de 1ª, 2ª e 3ª dimensão, que se baseiam
Artigo I nesta tríade, tenham surgido de forma paulatina, devem
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade ser considerados em conjunto proporcionando a plena
e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir realização do homem4.
em relação umas às outras com espírito de fraternidade. Na primeira parte do artigo estatui-se que não basta a
O primeiro artigo da Declaração é altamente represen- igualdade formal perante a lei, mas é preciso realizar esta
tativo, trazendo diversos conceitos chaves de todo o do- igualdade de forma a ser possível que todo homem atinja
cumento: um grau satisfatório de dignidade.
a) Princípios da universalidade, presente na palavra Neste sentido, as discriminações legais asseguram a
todos, que se repete no documento inteiro, pelo qual os verdadeira igualdade, por exemplo, com as ações afirmati-
direitos humanos pertencem a todos e por isso se encon- vas, a proteção especial ao trabalho da mulher e do menor,
tram ligados a um sistema global (ONU), o que impede o as garantias aos portadores de deficiência, entre outras
retrocesso. medidas que atribuam a pessoas com diferentes condi-
Na primeira parte do artigo estatui-se que não basta a ções, iguais possibilidades, protegendo e respeitando suas
igualdade formal perante a lei, mas é preciso realizar esta diferenças.
igualdade de forma a ser possível que todo homem atinja
um grau satisfatório de dignidade. Neste sentido, as dis- Artigo II
criminações legais asseguram a verdadeira igualdade, por Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as
exemplo, com as ações afirmativas, a proteção especial ao liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção
trabalho da mulher e do menor, as garantias aos porta- de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, reli-
dores de deficiência, entre outras medidas que atribuam gião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional
a pessoas com diferentes condições, iguais possibilidades, ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
protegendo e respeitando suas diferenças.2 Reforça-se o princípio da igualdade, bem como o da digni-
b) Princípio da dignidade da pessoa humana: a dig- dade da pessoa humana, de forma que todos seres humanos são
nidade é um atributo da pessoa humana, segundo o qual iguais independentemente de qualquer condição, possuindo os
ela merece todo o respeito por parte dos Estados e dos mesmos direitos visando a preservação de sua dignidade.
demais indivíduos, independentemente de qualquer fator O dispositivo traz um aspecto da igualdade que impede
como aparência, religião, sexualidade, condição financeira. a distinção entre pessoas pela condição do país ou território a
Todo ser humano é digno e, por isso, possui direitos que que pertença, o que é importante sob o aspecto de proteção
visam garantir tal dignidade. dos refugiados, prisioneiros de guerra, pessoas perseguidas po-
c) Dimensões de direitos humanos: tradicionalmente, liticamente, nacionais de Estados que não cumpram os preceitos
os direitos humanos dividem-se em três dimensões, cada das Nações Unidas. Não obstante, a discriminação não é proibi-
qual representativa de um momento histórico no qual se da apenas quanto a indivíduos, mas também quanto a grupos
evidenciou a necessidade de garantir direitos de certa ca- humanos, sejam formados por classe social, etnia ou opinião em
tegoria. A primeira dimensão, presente na expressão livres, comum5.
refere-se aos direitos civis e políticos, os quais garantem a “A Declaração reconhece a capacidade de gozo indistinto
liberdade do homem no sentido de não ingerência esta- dos direitos e liberdades assegurados a todos os homens, e não
tal e de participação nas decisões políticas, evidenciados apenas a alguns setores ou atores sociais. Garantir a capacidade
historicamente com as Revoluções Americana e Francesa. de gozo, no entanto, não é suficiente para que este realmente se
A segunda dimensão, presente na expressão iguais, refere- efetive. É fundamental aos ordenamentos jurídicos próprios dos
-se aos direitos econômicos, sociais e culturais, os quais Estados viabilizar os meios idôneos a proporcionar tal gozo, a
garantem a igualdade material entre os cidadãos exigindo fim de que se perfectibilize, faticamente, esta garantia. Isto se dá
prestações positivas estatais nesta direção, por exemplo, não somente com a igualdade material diante da lei, mas tam-
assegurando direitos trabalhistas e de saúde, possuindo bém, e principalmente, através do reconhecimento e respeito
como antecedente histórico a Revolução Industrial. A ter- das desigualdades naturais entre os homens, as quais devem ser
ceira dimensão, presente na expressão fraternidade, refere- resguardadas pela ordem jurídica, pois é somente assim que será
-se ao necessário olhar sobre o mundo como um lugar de possível propiciar a aludida capacidade de gozo a todos”6.
todos, no qual cada qual deve reconhecer no outro seu
semelhante, digno de direitos, olhar este que também se ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
lança para as gerações futuras, por exemplo, com a preser-
4 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração
vação do meio ambiente e a garantia da paz social, sendo Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
o marco histórico justamente as Guerras Mundiais.3 As- 5 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração
2 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. 6 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração
3 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução Celso Lafer. 9. Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
2
DIREITOS HUMANOS
3
DIREITOS HUMANOS
4
DIREITOS HUMANOS
5
DIREITOS HUMANOS
anos, durante o florescimento dos antigos grandes impé- multiplicaram, incluindo agora as catástrofes naturais ou
rios do Oriente Médio, como o Hitita, Babilônico, Assírio e ecológicas e a extrema pobreza. Daí que muitos dos atuais
Egípcio antigo. refugiados não se enquadrem na definição da Convenção
Mais de três milênios depois, a proteção de refugiados relativa ao Estatuto dos Refugiados. Esta Convenção refe-
foi estabelecida como missão principal da agência de refu- re-se a vítimas de perseguição por razões de raça, religião,
giados da ONU, que foi constituída para assistir, entre ou- nacionalidade, pertença a um grupo social determinado
tros, os refugiados que esperavam para retornar aos seus ou convicções políticas. [...]
países de origem no final da II Guerra Mundial.
A Convenção de Refugiados de 1951, que estabeleceu Existe uma relação evidente entre o problema dos re-
o ACNUR, determina que um refugiado é alguém que ‘te- fugiados e a questão dos direitos humanos. As violações
mendo ser perseguida por motivos de raça, religião, na- dos direitos humanos constituem não só uma das princi-
cionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se encontra pais causas dos êxodos maciços, mas afastam também a
fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em opção do repatriamento voluntário enquanto se verifica-
virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse rem. As violações dos direitos das minorias e os conflitos
país’. étnicos encontram-se cada vez mais na origem quer dos
êxodos maciços, quer das deslocações internas. [...]
Desde então, o ACNUR tem oferecido proteção e assis-
Na sua segunda sessão, no final de 1946, a Assembleia
tência para dezenas de milhões de refugiados, encontran-
Geral criou a Organização Internacional para os Refugia-
do soluções duradouras para muitos deles. Os padrões da
dos (OIR), que assumiu as funções da Agência das Nações
migração se tornaram cada vez mais complexos nos tem- Unidas para a Assistência e a Reabilitação (ANUAR). Foi
pos modernos, envolvendo não apenas refugiados, mas investida no mandato temporário de registrar, proteger,
também milhões de migrantes econômicos. Mas refugia- instalar e repatriar refugiados. [...] Cedo se tornou evidente
dos e migrantes, mesmo que viajem da mesma forma com que a responsabilidade pelos refugiados merecia um
frequência, são fundamentalmente distintos, e por esta maior esforço da comunidade internacional, a desenvolver
razão são tratados de maneira muito diferente perante o sob os auspícios da própria Organização das Nações
direito internacional moderno. Unidas. Assim, muito antes de terminar o mandato da
Migrantes, especialmente migrantes econômicos, de- OIR, iniciaram-se as discussões sobre a criação de uma
cidem deslocar-se para melhorar as perspectivas para si organização que lhe pudesse suceder.
mesmos e para suas famílias. Já os refugiados necessitam O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Re-
deslocar-se para salvar suas vidas ou preservar sua liber- fugiados (ACNUR) Na sua Resolução 319 A (IV) de 3 de
dade. Eles não possuem proteção de seu próprio Estado e Dezembro de 1949, a Assembleia Geral decidiu criar o Alto
de fato muitas vezes é seu próprio governo que ameaça Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. O
persegui-los. Se outros países não os aceitarem em seus Alto Comissariado foi instituído em 1 de Janeiro de 1951,
territórios, e não os auxiliarem uma vez acolhidos, pode- como órgão subsidiário da Assembleia Geral, com um
rão estar condenando estas pessoas à morte ou à uma vida mandato inicial de três anos. Desde então, o mandato do
insuportável nas sombras, sem sustento e sem direitos”19. ACNUR tem sido renovado por períodos sucessivos de cin-
As Nações Unidas20 descrevem sua participação no co anos [...]”.
histórico do direito dos refugiados no mundo:
“Desde a sua criação, a Organização das Nações Uni- Artigo XV
das tem dedicado os seus esforços à proteção dos refu- 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
giados no mundo. Em 1951, data em que foi criado o Alto 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua na-
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (AC- cionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.
NUR), havia um milhão de refugiados sob a sua responsa- Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga um
indivíduo a determinado Estado, fazendo com que ele pas-
bilidade. Hoje este número aumentou para 17,5 milhões,
se a integrar o povo daquele Estado, desfrutando assim de
para além dos 2,5 milhões assistidos pelo Organismo das
direitos e obrigações. Não é aceita a figura do apátrida ou
Nações Unidas das Obras Públicas e Socorro aos Refugia-
heimatlos, o indivíduo que não possui nenhuma naciona-
dos da Palestina, no Próximo Oriente (ANUATP), e ainda lidade.
mais de 25 milhões de pessoas deslocadas internamente. É possível mudar de nacionalidade nas situações
Em 1951, a maioria dos refugiados eram Europeus. Hoje, a previstas em lei, naturalizando-se como nacional de outro
maior parte é proveniente da África e da Ásia. Atualmente, Estado que não aquele do qual originalmente era nacional.
os movimentos de refugiados assumem cada vez mais a Geralmente, a permanência no território do pais por um
forma de êxodos maciços, diferentemente das fugas indi- longo período de tempo dá direito à naturalização, abrin-
viduais do passado. Hoje, oitenta por cento dos refugiados do mão da nacionalidade anterior para incorporar a nova.
são mulheres e crianças. Também as causas dos êxodos se
Artigo XVI
19 http://www.acnur.org/t3/portugues/a-quem-ajudamos/
refugiados/
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer
restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito
20 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. Direitos
Humanos e Refugiados. Ficha normativa nº 20. Disponível em: <http://
de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam
www.gddc.pt/direitos-humanos/Ficha_Informativa_20.pdf >. Acesso em: de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e
13 jun. 2013. sua dissolução.
6
DIREITOS HUMANOS
2. O casamento não será válido senão com o livre e concretiza a liberdade de ter ou não ter religião, ter ou não
pleno consentimento dos nubentes. ter opinião político-partidária ou qualquer outra manifes-
O casamento, como todas as instituições sociais, varia tação positiva ou negativa da consciência24.
com o tempo e os povos, que evoluem e adquirem novas No que tange à exteriorização da liberdade de religião,
culturas. Há quem o defina como um ato, outros como um ou seja, à liberdade de expressão religiosa, não é devida
contato. Basicamente, casamento é a união, devidamente nenhuma perseguição, assim como é garantido o direito de
formalizada conforme a lei, com a finalidade de construir praticá-la em grupo ou individualmente.
família. A principal finalidade do casamento é estabele-
cer a comunhão plena de vida, impulsionada pelo amor e Artigo XIX
afeição existente entre o casal e baseada na igualdade de Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e ex-
direitos e deveres dos cônjuges e na mútua assistência.21 pressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência,
Não é aceitável o casamento que se estabeleça à força ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações
para algum dos nubentes, sendo exigido o livre e pleno e ideias por quaisquer meios e independentemente de fron-
consentimento de ambos. Não obstante, é coerente que a teiras.
lei traga limitações como a idade, pois o casamento é uma Silva25 entende que a liberdade de expressão pode ser
instituição séria, base da família, e somente a maturidade vista sob diversos enfoques, como o da liberdade de comu-
pode permitir compreender tal importância. nicação, ou liberdade de informação, que consiste em um
conjunto de direitos, formas, processos e veículos que viabi-
Artigo XVII lizam a coordenação livre da criação, expressão e difusão da
1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em so- informação e do pensamento. Contudo, o a manifestação do
ciedade com outros. pensamento não pode ocorrer de forma ilimitada, devendo
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua pro- se pautar na verdade e no respeito dos direitos à honra, à
priedade. intimidade e à imagem dos demais membros da sociedade.
“Toda pessoa [...] tem direito à propriedade, podendo
o ordenamento jurídico estabelecer suas modalidades de
Artigo XX
aquisição, perda, uso e limites. O direito de propriedade,
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e
constitucionalmente assegurado, garante que dela nin-
associação pacíficas.
guém poderá ser privado arbitrariamente [...]”22. O direito
O direito de reunião pode ser exercido independente-
à propriedade se insere na primeira dimensão de direitos
mente de autorização estatal, mas deve se dar de maneira
humanos, garantindo que cada qual tenha bens materiais
pacífica, por exemplo, sem utilização de armas.
justamente adquiridos, respeitada a função social.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma
associação.
Artigo XVIII
Por sua vez, “a liberdade de associação para fins lí-
Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento,
consciência e religião; este direito inclui a liberdade de citos, vedada a de caráter paramilitar, é plena. Portanto,
mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar ninguém poderá ser compelido a associar-se e, uma vez
essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto associado, será livre, também, para decidir se permanece
e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou associado ou não”26.
em particular.
Silva23 aponta que a liberdade de pensamento, que Artigo XXI
também pode ser chamada de liberdade de opinião, é 1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no gover-
considerada pela doutrina como a liberdade primária, eis no de seu país, diretamente ou por intermédio de repre-
que é ponto de partida de todas as outras, e deve ser en- sentantes livremente escolhidos.
tendida como a liberdade da pessoa adotar determinada 2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço
atitude intelectual ou não, de tomar a opinião pública que público do seu país.
crê verdadeira. Tal opinião pública se refere a diversos as- 3. A vontade do povo será a base da autoridade do
pectos, entre eles religião e crença. A liberdade de religião governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas
atrela-se à liberdade de consciência e à liberdade de pen- e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou pro-
samento, mas o inverso não ocorre, porque é possível exis- cesso equivalente que assegure a liberdade de voto.
tir liberdade de pensamento e consciência desvinculada de “Na sociedade moderna, nascida de transformações
cunho religioso. Aliás, a liberdade de consciência também que culminaram na Revolução Francesa, o indivíduo é vis-
to como homem (pessoa privada) e como cidadão (pes-
21 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. 6. ed.
São Paulo: Saraiva, 2009. v. 6. 24 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração
22 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais: Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
teoria geral, comentários aos artigos 1º a 5º da Constituição da República 25 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo.
Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. São Paulo: Atlas, 1997. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
23 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 26 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado.
25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
7
DIREITOS HUMANOS
soa pública). O termo cidadão designava originalmente 2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a
o habitante da cidade. Com a consolidação da sociedade igual remuneração por igual trabalho.
burguesa, passa a indicar a ação política e a participação 3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remune-
do sujeito na vida da sociedade”27. ração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à
Democracia (do grego, demo+kratos) é um regime de sua família, uma existência compatível com a dignidade hu-
governo em que o poder de tomar decisões políticas está mana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios
de proteção social.
com os cidadãos, de forma direta (quando um cidadão se 4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e ne-
reúne com os demais e, juntos, eles tomam a decisão po- les ingressar para proteção de seus interesses.
lítica) ou indireta (quando ao cidadão é dado o poder de O trabalho é um instrumento fundamental para asse-
eleger um representante). Uma democracia pode existir gurar a todos uma existência digna: de um lado por pro-
num sistema presidencialista ou parlamentarista, republi- porcionar a remuneração com a qual a pessoa adquirirá
cano ou monárquico - somente importa que seja dado aos bens materiais para sua subsistência, de outro por gerar
cidadãos o poder de tomar decisões políticas (por si só ou por si só o sentimento de importância para a sociedade por
por seu representante eleito), nos termos que este artigo parte daquele que faz algo útil nela. No entanto, a geração
da Declaração prevê. A principal classificação das demo- de empregos não se dá automaticamente, cabendo aos
cracias é a que distingue a direta da indireta - a) direta, Estados desenvolverem políticas econômicas para diminuir
os índices de desemprego o máximo possível.
também chamada de pura, na qual o cidadão expressa sua
A remuneração é a retribuição financeira pelo trabalho
vontade por voto direto e individual em casa questão re- realizado. Nesta esfera também é necessário o respeito ao
levante; b) indireta, também chamada representativa, em princípio da igualdade, por não ser justo que uma pessoa
que os cidadãos exercem individualmente o direito de voto que desempenhe as mesmas funções que a outra receba
para escolher representante(s) e aquele(s) que for(em) mais menos por um fator externo, característico dela, como sexo
escolhido(s) representa(m) todos os eleitores. ou raça. No âmbito do serviço público é mais fácil con-
Não obstante, se introduz a dimensão do Estado So- trolar tal aspecto, mas são inúmeras as empresas privadas
cial, de forma que ao cidadão é garantida a prestação de que pagam menor salário a mulheres e que não chegam a
serviços públicos. Isto se insere na segunda dimensão de ser levadas à justiça por isso. Não obstante, a remuneração
direitos humanos, referentes aos direitos econômicos, so- deve ser suficiente para proporcionar uma existência dig-
na, com o necessário para manter assegurados ao menos
ciais e culturais - sem os quais não se consolida a igualdade
minimamente todos os direitos humanos previstos na De-
material. claração.
Os sindicatos são bastante comuns na seara trabalhista
Artigo XXII e, como visto, a todos é garantida a liberdade de associa-
Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à ção, não podendo ninguém ser impedido ou forçado a in-
segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela gressar ou sair de um sindicato.
cooperação internacional e de acordo com a organização e
recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais Artigo XXIV
e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desen- Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a
volvimento da sua personalidade. limitação razoável das horas de trabalho e férias perió-
dicas remuneradas.
Direitos econômicos, sociais e culturais compõem a
Por mais que o trabalho seja um direito humano, nem
segunda dimensão de direitos fundamentais. O Pacto in- somente dele é feita a vida de uma pessoa. Desta forma,
ternacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de assegura-se horários livres para que a pessoa desfrute de
1966 é o documento que especifica e descreve tais direi- momentos de lazer e descanso, bem como impede-se a
tos. de uma maneira geral, são direitos que não dependem fixação de uma jornada de trabalho muito exaustiva. São
puramente do indivíduo para a implementação, exigindo medidas que asseguram isto a previsão de descanso se-
prestações positivas estatais, geralmente externadas por manal remunerado, a limitação do horário de trabalho, a
políticas públicas (escolhas políticas a respeito de áreas concessão de férias remuneradas anuais, entre outras.
que necessitam de investimento maior ou menos para pro- Quanto aos artigos XXIII e XXIV, tem-se que é forneci-
porcionar um bom índice de desenvolvimento social, dimi- do “[...] um conjunto mínimo de direitos dos trabalhadores.
De forma geral, os dispositivos em comento versam so-
nuindo desigualdades). Entre outros direitos, envolvem o
bre o direito ao trabalho, principal meio de sobrevivência
trabalho, a educação, a saúde, a alimentação, a moradia, o dos indivíduos que ‘vendem’ força de trabalho em troca de
lazer, etc. Como são inúmeras as áreas que necessitam de uma remuneração justa. Ademais, estabelecem a liberdade
investimento estatal, naturalmente o atendimento a estes do cidadão de escolher o trabalho e, uma vez obtido o em-
direitos se dá de maneira gradual. prego, o direito de nele encontrar condições justas, tanto
no tocante à remuneração, como no que diz respeito ao
Artigo XXIII limite de horas trabalhadas e períodos de repouso (dispo-
1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre esco- sição constante do artigo XXIV da Declaração). Garantem
lha de emprego, a condições justas e favoráveis de tra- ainda o direito dos trabalhadores de se unirem em associa-
balho e à proteção contra o desemprego. ção, com o objetivo de defesa de seus interesses”28.
27 SCHLESENER, Anita Helena. Cidadania e política. In: 28 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração
CARDI, Cassiano; et. al. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2000. Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
8
DIREITOS HUMANOS
9
DIREITOS HUMANOS
Como já destacado, o sistema de proteção dos direitos Nenhum direito humano é ilimitado: se o fossem, seria
humanos tem caráter global e cada Estado que assumiu impossível garantir um sistema no qual todas as pessoas
compromisso perante a ONU ao integrá-la deve garantir o tivessem tais direitos plenamente respeitados, afinal, es-
respeito a estes direitos no âmbito de seu território. Com tes necessariamente colidiriam com os direitos das outras
isso, a pessoa estará numa ordem social e internacional na pessoas, os quais teriam que ser violados. Este é um dos
qual seus direitos humanos sejam assegurados, preservan- sentidos do princípio da relatividade dos direitos huma-
do-se sua dignidade. Em outras palavras, “devidamente nos - os direitos humanos não podem ser utilizados como
emparelhadas, portanto, a ordem social e a ordem inter- um escudo para práticas ilícitas ou como argumento para
nacional se manifestam, a seu modo, como as duas faces afastamento ou diminuição da responsabilidade por atos
das instituições humanitárias, tanto estatais quanto parti- ilícitos, assim os direitos humanos não são ilimitados e
culares, orientando seus passos a serviço da comunidade encontram seus limites nos demais direitos igualmente
humana”32. consagrados como humanos. Isto vale tanto para os in-
divíduos, numa atitude perante os demais, quanto para
Artigo XXIX os Estados, ao externar o compromisso global assumido
1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, perante a ONU.
em que o livre e pleno desenvolvimento de sua personalida-
de é possível.
OS DIREITOS HUMANOS NA
2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
estará sujeita apenas às limitações determinadas pela lei,
(ARTIGOS 5.º AO 15.º).
exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhe-
cimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de
satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública e
do bem-estar de uma sociedade democrática.
O título II da Constituição Federal é intitulado “Direitos
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese e Garantias fundamentais”, gênero que abrange as seguin-
alguma, ser exercidos contrariamente aos propósitos e prin- tes espécies de direitos fundamentais: direitos individuais e
cípios das Nações Unidas. coletivos (art. 5º, CF), direitos sociais (genericamente pre-
Explica Canotilho33 que “a ideia de deveres fundamentais vistos no art. 6º, CF), direitos da nacionalidade (artigos 12 e
é suscetível de ser entendida como o ‘outro lado’ dos direi- 13, CF) e direitos políticos (artigos 14 a 17, CF).
tos fundamentais. Como ao titular de um direito fundamental Em termos comparativos à clássica divisão tridimen-
corresponde um dever por parte de um outro titular, poder- sional dos direitos humanos, os direitos individuais (maior
-se-ia dizer que o particular está vinculado aos direitos funda- parte do artigo 5º, CF), os direitos da nacionalidade e os
mentais como destinatário de um dever fundamental. Neste direitos políticos se encaixam na primeira dimensão (direi-
sentido, um direito fundamental, enquanto protegido, pres- tos civis e políticos); os direitos sociais se enquadram na se-
suporia um dever correspondente”. Esta é a ideia que a De- gunda dimensão (direitos econômicos, sociais e culturais) e
claração de 1948 busca trazer: não será assegurada nenhuma os direitos coletivos na terceira dimensão. Contudo, a enu-
liberdade que contrarie a lei ou os demais direitos de outras meração de direitos humanos na Constituição vai além dos
pessoas, isto é, os preceitos universais consagrados pelas Na- direitos que expressamente constam no título II do texto
ções Unidas. constitucional.
Os direitos fundamentais possuem as seguintes carac-
Artigo XXX terísticas principais:
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser a) Historicidade: os direitos fundamentais possuem
interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, antecedentes históricos relevantes e, através dos tempos,
grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer ativida- adquirem novas perspectivas. Nesta característica se en-
de ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quadra a noção de dimensões de direitos.
quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos. b) Universalidade: os direitos fundamentais perten-
“A colidência entre os direitos afirmados na Declara- cem a todos, tanto que apesar da expressão restritiva do
ção é natural. Busca-se com o presente artigo evitar que, caput do artigo 5º aos brasileiros e estrangeiros residentes
no país tem se entendido pela extensão destes direitos, na
no eventual choque entre duas normas garantistas, os su-
perspectiva de prevalência dos direitos humanos.
jeitos nela mencionados se valham de uma interpretação
c) Inalienabilidade: os direitos fundamentais não
tendente a infirmar qualquer das disposições da Declara-
possuem conteúdo econômico-patrimonial, logo, são in-
ção ao argumento de que estão respeitando um direito
transferíveis, inegociáveis e indisponíveis, estando fora do
em detrimento de outro”34.
comércio, o que evidencia uma limitação do princípio da
32 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração autonomia privada.
Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. d) Irrenunciabilidade: direitos fundamentais não po-
33 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e dem ser renunciados pelo seu titular devido à fundamenta-
teoria da constituição. 2. ed. Coimbra: Almedina, 1998. lidade material destes direitos para a dignidade da pessoa
34 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração humana.
Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
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DIREITOS HUMANOS
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DIREITOS HUMANOS
12
DIREITOS HUMANOS
incluindo neste aspecto a vedação da tortura, bem como § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo
a garantia de recursos que permitam viver a vida com dig- a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em
nidade. regime fechado.
Embora o direito à vida seja em si pouco delimitado
nos incisos que seguem o caput do artigo 5º, trata-se de - Direito à liberdade
um dos direitos mais discutidos em termos jurisprudenciais O caput do artigo 5º da Constituição assegura a pro-
e sociológicos. É no direito à vida que se encaixam polêmi- teção do direito à liberdade, delimitada em alguns incisos
cas discussões como: aborto de anencéfalo, pesquisa com que o seguem.
células tronco, pena de morte, eutanásia, etc.
Liberdade e legalidade
Vedação à tortura Prevê o artigo 5º, II, CF:
De forma expressa no texto constitucional destaca-se
a vedação da tortura, corolário do direito à vida, conforme Artigo 5º, II, CF. Ninguém será obrigado a fazer ou dei-
previsão no inciso III do artigo 5º: xar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
Artigo 5º, III, CF. Ninguém será submetido a tortura nem O princípio da legalidade se encontra delimitado nes-
a tratamento desumano ou degradante. te inciso, prevendo que nenhuma pessoa será obrigada a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa a não ser que a lei
A tortura é um dos piores meios de tratamento de- assim determine. Assim, salvo situações previstas em lei,
sumano, expressamente vedada em âmbito internacional, a pessoa tem liberdade para agir como considerar conve-
como visto no tópico anterior. No Brasil, além da disciplina niente.
constitucional, a Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997 define Portanto, o princípio da legalidade possui estrita rela-
os crimes de tortura e dá outras providências, destacando- ção com o princípio da liberdade, posto que, a priori, tudo
-se o artigo 1º: à pessoa é lícito. Somente é vedado o que a lei expres-
samente estabelecer como proibido. A pessoa pode fazer
Art. 1º Constitui crime de tortura: tudo o que quiser, como regra, ou seja, agir de qualquer
I - constranger alguém com emprego de violência ou maneira que a lei não proíba.
grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confis- Liberdade de pensamento e de expressão
são da vítima ou de terceira pessoa; O artigo 5º, IV, CF prevê:
b) para provocar ação ou omissão de natureza crimi-
Artigo 5º, IV, CF. É livre a manifestação do pensamen-
nosa;
to, sendo vedado o anonimato.
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autori-
Consolida-se a afirmação simultânea da liberdade de
dade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso
pensamento e da liberdade de expressão.
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo
Em primeiro plano tem-se a liberdade de pensamento.
pessoal ou medida de caráter preventivo.
Afinal, “o ser humano, através dos processos internos de
Pena - reclusão, de dois a oito anos. reflexão, formula juízos de valor. Estes exteriorizam nada
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa mais do que a opinião de seu emitente. Assim, a regra
presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico constitucional, ao consagrar a livre manifestação do pensa-
ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto mento, imprime a existência jurídica ao chamado direito de
em lei ou não resultante de medida legal. opinião”39. Em outras palavras, primeiro existe o direito de
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, ter uma opinião, depois o de expressá-la.
quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na No mais, surge como corolário do direito à liberdade
pena de detenção de um a quatro anos. de pensamento e de expressão o direito à escusa por con-
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou vicção filosófica ou política:
gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se
resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
I - se o crime é cometido por agente público; política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, por- legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação al-
tador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) ternativa, fixada em lei.
anos;
III - se o crime é cometido mediante sequestro. Trata-se de instrumento para a consecução do direito
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função assegurado na Constituição Federal – não basta permitir
ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo que se pense diferente, é preciso respeitar tal posiciona-
dobro do prazo da pena aplicada. mento.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de 39 ARAÚJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano.
graça ou anistia. Curso de direito constitucional. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
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DIREITOS HUMANOS
Com efeito, este direito de liberdade de expressão é para tanto. Por fim, a liberdade de organização religiosa
limitado. Um destes limites é o anonimato, que consiste na refere-se à possibilidade de estabelecimento e organização
garantia de atribuir a cada manifestação uma autoria cer- de igrejas e suas relações com o Estado.
ta e determinada, permitindo eventuais responsabilizações Como decorrência do direito à liberdade religiosa, as-
por manifestações que contrariem a lei. segurando o seu exercício, destaca-se o artigo 5º, VII, CF:
Tem-se, ainda, a seguinte previsão no artigo 5º, IX, CF:
Artigo 5º, VII, CF. É assegurada, nos termos da lei, a pres-
Artigo 5º, IX, CF. É livre a expressão da atividade inte- tação de assistência religiosa nas entidades civis e mili-
lectual, artística, científica e de comunicação, indepen- tares de internação coletiva.
dentemente de censura ou licença.
O dispositivo refere-se não só aos estabelecimentos
Consolida-se outra perspectiva da liberdade de expres- prisionais civis e militares, mas também a hospitais.
são, referente de forma específica a atividades intelectuais, Ainda, surge como corolário do direito à liberdade reli-
artísticas, científicas e de comunicação. Dispensa-se, com giosa o direito à escusa por convicção religiosa:
relação a estas, a exigência de licença para a manifestação
do pensamento, bem como veda-se a censura prévia. Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por
A respeito da censura prévia, tem-se não cabe impe- motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou po-
dir a divulgação e o acesso a informações como modo de lítica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal
controle do poder. A censura somente é cabível quando a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alterna-
necessária ao interesse público numa ordem democrática, tiva, fixada em lei.
por exemplo, censurar a publicação de um conteúdo de
exploração sexual infanto-juvenil é adequado. Sempre que a lei impõe uma obrigação a todos, por
O direito à resposta (artigo 5º, V, CF) e o direito à in- exemplo, a todos os homens maiores de 18 anos o alis-
denização (artigo 5º, X, CF) funcionam como a contrapar- tamento militar, não cabe se escusar, a não ser que tenha
tida para aquele que teve algum direito seu violado (no- fundado motivo em crença religiosa ou convicção filosó-
fica/política, caso em que será obrigado a cumprir uma
tadamente inerentes à privacidade ou à personalidade)
prestação alternativa, isto é, uma outra atividade que não
em decorrência dos excessos no exercício da liberdade de
contrarie tais preceitos.
expressão.
Liberdade de informação
Liberdade de crença/religiosa
O direito de acesso à informação também se liga a uma
Dispõe o artigo 5º, VI, CF:
dimensão do direito à liberdade. Neste sentido, prevê o
artigo 5º, XIV, CF:
Artigo 5º, VI, CF. É inviolável a liberdade de consciên-
cia e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos Artigo 5º, XIV, CF. É assegurado a todos o acesso à in-
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção formação e resguardado o sigilo da fonte, quando neces-
aos locais de culto e a suas liturgias. sário ao exercício profissional.
Cada pessoa tem liberdade para professar a sua fé Trata-se da liberdade de informação, consistente na
como bem entender dentro dos limites da lei. Não há uma liberdade de procurar e receber informações e ideias por
crença ou religião que seja proibida, garantindo-se que a quaisquer meios, independente de fronteiras, sem interfe-
profissão desta fé possa se realizar em locais próprios. rência.
Nota-se que a liberdade de religião engloba 3 tipos A liberdade de informação tem um caráter passivo, ao
distintos, porém intrinsecamente relacionados de liberda- passo que a liberdade de expressão tem uma caracterís-
des: a liberdade de crença; a liberdade de culto; e a liber- tica ativa, de forma que juntas formam os aspectos ativo
dade de organização religiosa. e passivo da exteriorização da liberdade de pensamento:
Consoante o magistério de José Afonso da Silva40, entra não basta poder manifestar o seu próprio pensamento, é
na liberdade de crença a liberdade de escolha da religião, preciso que ele seja ouvido e, para tanto, há necessidade
a liberdade de aderir a qualquer seita religiosa, a liberdade de se garantir o acesso ao pensamento manifestado para
(ou o direito) de mudar de religião, além da liberdade de a sociedade.
não aderir a religião alguma, assim como a liberdade de Por sua vez, o acesso à informação envolve o direito de
descrença, a liberdade de ser ateu e de exprimir o agnos- todos obterem informações claras, precisas e verdadeiras a
ticismo, apenas excluída a liberdade de embaraçar o livre respeito de fatos que sejam de seu interesse, notadamente
exercício de qualquer religião, de qualquer crença. A liber- pelos meios de comunicação imparciais e não monopoli-
dade de culto consiste na liberdade de orar e de praticar zados (artigo 220, CF). No entanto, nem sempre é possível
os atos próprios das manifestações exteriores em casa ou que a imprensa divulgue com quem obteve a informação
em público, bem como a de recebimento de contribuições divulgada, sem o que a segurança desta poderia ficar pre-
40 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional po- judicada e a informação inevitavelmente não chegaria ao
sitivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. público.
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DIREITOS HUMANOS
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DIREITOS HUMANOS
Pessoas podem ir às ruas para reunirem-se com de- Em destaque, a legitimidade representativa da associa-
mais na defesa de uma causa, apenas possuindo o dever ção quanto aos seus filiados, conforme artigo 5º, XXI, CF:
de informar tal reunião. Tal dever remonta-se a questões de
segurança coletiva. Imagine uma grande reunião de pes- Artigo 5º, XXI, CF. As entidades associativas, quando ex-
soas por uma causa, a exemplo da Parada Gay, que chega pressamente autorizadas, têm legitimidade para represen-
a aglomerar milhões de pessoas em algumas capitais: seria tar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
absurdo tolerar tal tipo de reunião sem o prévio aviso do
poder público para que ele organize o policiamento e a as- Trata-se de caso de legitimidade processual extraordi-
sistência médica, evitando algazarras e socorrendo pessoas nária, pela qual um ente vai a juízo defender interesse de
que tenham algum mal-estar no local. Outro limite é o uso outra(s) pessoa(s) porque a lei assim autoriza.
de armas, totalmente vedado, assim como de substâncias A liberdade de associação envolve não somente o di-
ilícitas (Ex: embora a Marcha da Maconha tenha sido auto- reito de criar associações e de fazer parte delas, mas tam-
rizada pelo Supremo Tribunal Federal, vedou-se que nela bém o de não associar-se e o de deixar a associação, con-
tal substância ilícita fosse utilizada). forme artigo 5º, XX, CF:
Liberdade de associação Artigo 5º, XX, CF. Ninguém poderá ser compelido a
No que tange à liberdade de reunião, traz o artigo 5º, associar-se ou a permanecer associado.
XVII, CF:
- Direitos à privacidade e à personalidade
Artigo 5º, XVII, CF. É plena a liberdade de associação
para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar. Abrangência
Prevê o artigo 5º, X, CF:
A liberdade de associação difere-se da de reunião por
sua perenidade, isto é, enquanto a liberdade de reunião é Artigo 5º, X, CF. São invioláveis a intimidade, a vida
exercida de forma sazonal, eventual, a liberdade de asso- privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
ciação implica na formação de um grupo organizado que direito a indenização pelo dano material ou moral decorren-
se mantém por um período de tempo considerável, dotado te de sua violação.
de estrutura e organização próprias.
Por exemplo, o PCC e o Comando vermelho são asso- O legislador opta por trazer correlacionados no mes-
ciações ilícitas e de caráter paramilitar, pois possuem ar- mo dispositivo legal os direitos à privacidade e à persona-
mas e o ideal de realizar sua própria justiça paralelamente lidade.
à estatal. Reforçando a conexão entre a privacidade e a intimida-
O texto constitucional se estende na regulamentação de, ao abordar a proteção da vida privada – que, em resu-
da liberdade de associação. mo, é a privacidade da vida pessoal no âmbito do domicílio
O artigo 5º, XVIII, CF, preconiza: e de círculos de amigos –, Silva41 entende que “o segredo
da vida privada é condição de expansão da personalidade”,
Artigo 5º, XVIII, CF. A criação de associações e, na for- mas não caracteriza os direitos de personalidade em si.
ma da lei, a de cooperativas independem de autorização, A união da intimidade e da vida privada forma a pri-
sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento. vacidade, sendo que a primeira se localiza em esfera mais
estrita. É possível ilustrar a vida social como se fosse um
Neste sentido, associações são organizações resultan- grande círculo no qual há um menor, o da vida privada, e
tes da reunião legal entre duas ou mais pessoas, com ou dentro deste um ainda mais restrito e impenetrável, o da
sem personalidade jurídica, para a realização de um obje- intimidade. Com efeito, pela “Teoria das Esferas” (ou “Teoria
tivo comum; já cooperativas são uma forma específica de dos Círculos Concêntricos”), importada do direito alemão,
associação, pois visam a obtenção de vantagens comuns quanto mais próxima do indivíduo, maior a proteção a ser
em suas atividades econômicas. conferida à esfera (as esferas são representadas pela inti-
Ainda, tem-se o artigo 5º, XIX, CF: midade, pela vida privada, e pela publicidade).
“O direito à honra distancia-se levemente dos dois an-
Artigo 5º, XIX, CF. As associações só poderão ser com- teriores, podendo referir-se ao juízo positivo que a pessoa
pulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas tem de si (honra subjetiva) e ao juízo positivo que dela fa-
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito zem os outros (honra objetiva), conferindo-lhe respeitabi-
em julgado. lidade no meio social. O direito à imagem também pos-
sui duas conotações, podendo ser entendido em sentido
O primeiro caso é o de dissolução compulsória, ou seja, objetivo, com relação à reprodução gráfica da pessoa, por
a associação deixará de existir para sempre. Obviamente, é meio de fotografias, filmagens, desenhos, ou em sentido
preciso o trânsito em julgado da decisão judicial que as- subjetivo, significando o conjunto de qualidades cultivadas
sim determine, pois antes disso sempre há possibilidade pela pessoa e reconhecidas como suas pelo grupo social”42.
de reverter a decisão e permitir que a associação continue
41 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional po-
em funcionamento. Contudo, a decisão judicial pode sus-
sitivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
pender atividades até que o trânsito em julgado ocorra, ou 42 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de direito cons-
seja, no curso de um processo judicial. titucional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
16
DIREITOS HUMANOS
Artigo 5º, XI, CF. A casa é asilo inviolável do indivíduo, Artigo 5º, V, CF. É assegurado o direito de resposta,
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do mo- proporcional ao agravo, além da indenização por dano ma-
rador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para terial, moral ou à imagem.
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
“A manifestação do pensamento é livre e garantida
O domicílio é inviolável, razão pela qual ninguém pode em nível constitucional, não aludindo a censura prévia em
nele entrar sem o consentimento do morador, a não ser diversões e espetáculos públicos. Os abusos porventura
EM QUALQUER HORÁRIO no caso de flagrante delito (o ocorridos no exercício indevido da manifestação do pensa-
morador foi flagrado na prática de crime e fugiu para seu mento são passíveis de exame e apreciação pelo Poder Ju-
domicílio) ou desastre (incêndio, enchente, terremoto...) ou diciário com a consequente responsabilidade civil e penal
para prestar socorro (morador teve ataque do coração, está de seus autores, decorrentes inclusive de publicações inju-
sufocado, desmaiado...), e SOMENTE DURANTE O DIA por riosas na imprensa, que deve exercer vigilância e controle
determinação judicial. da matéria que divulga”43.
Quanto ao sigilo de correspondência e das comunica- O direito de resposta é o direito que uma pessoa tem
ções, prevê o artigo 5º, XII, CF: de se defender de críticas públicas no mesmo meio em
que foram publicadas garantida exatamente a mesma
Artigo 5º, XII, CF. É inviolável o sigilo da correspondência repercussão. Mesmo quando for garantido o direito de
e das comunicações telegráficas, de dados e das comunica- resposta não é possível reverter plenamente os danos
ções telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, causados pela manifestação ilícita de pensamento,
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de razão pela qual a pessoa inda fará jus à indenização.
investigação criminal ou instrução processual penal. A manifestação ilícita do pensamento geralmente cau-
sa um dano, ou seja, um prejuízo sofrido pelo agente, que
O sigilo de correspondência e das comunicações está pode ser individual ou coletivo, moral ou material, econô-
melhor regulamentado na Lei nº 9.296, de 1996. mico e não econômico.
Dano material é aquele que atinge o patrimônio
Personalidade jurídica e gratuidade de registro (material ou imaterial) da vítima, podendo ser mensurado
Quando se fala em reconhecimento como pessoa pe- financeiramente e indenizado.
rante a lei desdobra-se uma esfera bastante específica dos “Dano moral direto consiste na lesão a um interesse
direitos de personalidade, consistente na personalidade ju- que visa a satisfação ou gozo de um bem jurídico extrapa-
rídica. Basicamente, consiste no direito de ser reconhecido trimonial contido nos direitos da personalidade (como a
como pessoa perante a lei. vida, a integridade corporal, a liberdade, a honra, o decoro,
Para ser visto como pessoa perante a lei mostra-se a intimidade, os sentimentos afetivos, a própria imagem)
necessário o registro. Por ser instrumento que serve como ou nos atributos da pessoa (como o nome, a capacidade, o
pressuposto ao exercício de direitos fundamentais, asse- estado de família)”44.
gura-se a sua gratuidade aos que não tiverem condição de Já o dano à imagem é delimitado no artigo 20 do Có-
com ele arcar. digo Civil:
Aborda o artigo 5º, LXXVI, CF:
Artigo 20, CC. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à
Artigo 5º, LXXVI, CF. São gratuitos para os reconheci- administração da justiça ou à manutenção da ordem públi-
damente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nas- ca, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a
cimento; b) a certidão de óbito. publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma
pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem pre-
O reconhecimento do marco inicial e do marco final juízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra,
da personalidade jurídica pelo registro é direito individual, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins
não dependendo de condições financeiras. Evidente, seria comerciais.
absurdo cobrar de uma pessoa sem condições a elabora-
ção de documentos para que ela seja reconhecida como 43 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucio-
viva ou morta, o que apenas incentivaria a indigência dos nal. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2011.
menos favorecidos. 44 ZANNONI, Eduardo. El daño en la responsabili-
dad civil. Buenos Aires: Astrea, 1982.
17
DIREITOS HUMANOS
- Direito à segurança A propriedade, segundo Silva46, “[...] não pode mais ser
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a pro- considerada como um direito individual nem como institui-
teção do direito à segurança. Na qualidade de direito in- ção do direito privado. [...] embora prevista entre os direi-
dividual liga-se à segurança do indivíduo como um todo, tos individuais, ela não mais poderá ser considerada puro
desde sua integridade física e mental, até a própria segu- direito individual, relativizando-se seu conceito e significa-
rança jurídica. do, especialmente porque os princípios da ordem econô-
No sentido aqui estudado, o direito à segurança pes- mica são preordenados à vista da realização de seu fim:
soal é o direito de viver sem medo, protegido pela soli- assegurar a todos existência digna, conforme os ditames
dariedade e liberto de agressões, logo, é uma maneira de da justiça social. Se é assim, então a propriedade privada,
garantir o direito à vida. que, ademais, tem que atender a sua função social, fica vin-
culada à consecução daquele princípio”.
Nesta linha, para Silva45, “efetivamente, esse conjunto
Com efeito, a proteção da propriedade privada está li-
de direitos aparelha situações, proibições, limitações e pro-
mitada ao atendimento de sua função social, sendo este o
cedimentos destinados a assegurar o exercício e o gozo de requisito que a correlaciona com a proteção da dignidade
algum direito individual fundamental (intimidade, liberda- da pessoa humana. A propriedade de bens e valores em
de pessoal ou a incolumidade física ou moral)”. geral é um direito assegurado na Constituição Federal e,
Especificamente no que tange à segurança jurídica, como todos os outros, se encontra limitado pelos demais
tem-se o disposto no artigo 5º, XXXVI, CF: princípios conforme melhor se atenda à dignidade do ser
humano.
Artigo 5º, XXXVI, CF. A lei não prejudicará o direito ad- A Constituição Federal delimita o que se entende por
quirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. função social:
Pelo inciso restam estabelecidos limites à retroativida- Art. 182, caput, CF. A política de desenvolvimento urba-
de da lei. no, executada pelo Poder Público municipal, conforme dire-
Define o artigo 6º da Lei de Introdução às Normas do trizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno
Direito Brasileiro: desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o
bem-estar de seus habitantes.
Artigo 6º, LINDB. A Lei em vigor terá efeito imediato e
Artigo 182, § 1º, CF. O plano diretor, aprovado pela Câ-
geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido
mara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
e a coisa julgada.
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desen-
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado volvimento e de expansão urbana.
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que Artigo 182, § 2º, CF. A propriedade urbana cumpre sua
o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como função social quando atende às exigências fundamentais de
aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou ordenação da cidade expressas no plano diretor47.
condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão Artigo 186, CF. A função social é cumprida quando a
judicial de que já não caiba recurso. propriedade rural atende, simultaneamente, segundo crité-
rios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes
- Direito à propriedade requisitos:
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a pro- I - aproveitamento racional e adequado;
teção do direito à propriedade, tanto material quanto inte- II - utilização adequada dos recursos naturais disponí-
lectual, delimitada em alguns incisos que o seguem. veis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as rela-
Função social da propriedade material ções de trabalho;
O artigo 5º, XXII, CF estabelece: IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprie-
tários e dos trabalhadores.
Artigo 5º, XXII, CF. É garantido o direito de proprie-
Desapropriação
dade. No caso de desrespeito à função social da proprieda-
de cabe até mesmo desapropriação do bem, de modo que
A seguir, no inciso XXIII do artigo 5º, CF estabelece o pode-se depreender do texto constitucional duas possibi-
principal fator limitador deste direito: lidades de desapropriação: por desrespeito à função social
e por necessidade ou utilidade pública.
Artigo 5º, XXIII, CF. A propriedade atenderá a sua fun-
ção social. 46 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional po-
sitivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
47 Instrumento básico de um processo de planejamento mu-
nicipal para a implantação da política de desenvolvimento urbano,
45 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional po- norteando a ação dos agentes públicos e privados (Lei n. 10.257/2001
sitivo... Op. Cit., p. 437. - Estatuto da cidade).
18
DIREITOS HUMANOS
A Constituição Federal prevê a possibilidade de desa- Artigo 184, §3º, CF. Cabe à lei complementar estabelecer
propriação por desatendimento à função social: procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o
processo judicial de desapropriação.
Artigo 182, § 4º, CF. É facultado ao Poder Público mu-
nicipal, mediante lei específica para área incluída no plano A desapropriação por utilidade ou necessidade pública
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do deve se dar mediante prévia e justa indenização em dinhei-
solo urbano não edificado, subutilizado ou não utiliza- ro. O Decreto-lei nº 3.365/1941 a disciplina, delimitando
do, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, o procedimento e conceituando utilidade pública, em seu
sucessivamente, de: artigo 5º:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial ur- Artigo 5º, Decreto-lei n. 3.365/1941. Consideram-se ca-
bana progressivo no tempo; sos de utilidade pública:
III - desapropriação com pagamento mediante títulos a) a segurança nacional;
da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo b) a defesa do Estado;
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em c) o socorro público em caso de calamidade;
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real d) a salubridade pública;
da indenização e os juros legais48. e) a criação e melhoramento de centros de população,
seu abastecimento regular de meios de subsistência;
Artigo 184, CF. Compete à União desapropriar por in- f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas
teresse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural minerais, das águas e da energia hidráulica;
que não esteja cumprindo sua função social, mediante g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração,
prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, casas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes medici-
com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no nais;
prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos;
emissão, e cuja utilização será definida em lei49. i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou
logradouros públicos; a execução de planos de urbanização;
Artigo 184, § 1º, CF. As benfeitorias úteis e necessárias o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua
serão indenizadas em dinheiro. melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a cons-
trução ou ampliação de distritos industriais;
No que tange à desapropriação por necessidade ou j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;
utilidade pública, prevê o artigo 5º, XXIV, CF: k) a preservação e conservação dos monumentos históri-
cos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos
Artigo 5º, XXIV, CF. A lei estabelecerá o procedimento ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes
para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e,
ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização ainda, a proteção de paisagens e locais particularmente do-
em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constitui- tados pela natureza;
ção. l) a preservação e a conservação adequada de arquivos,
documentos e outros bens moveis de valor histórico ou ar-
Ainda, prevê o artigo 182, § 3º, CF: tístico;
m) a construção de edifícios públicos, monumentos co-
Artigo 182, §3º, CF. As desapropriações de imóveis urba- memorativos e cemitérios;
nos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro. n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pou-
so para aeronaves;
Tem-se, ainda o artigo 184, §§ 2º e 3º, CF: o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natu-
reza científica, artística ou literária;
Artigo 184, §2º, CF. O decreto que declarar o imóvel p) os demais casos previstos por leis especiais.
como de interesse social, para fins de reforma agrária, auto-
riza a União a propor a ação de desapropriação. Um grande problema que faz com que processos que
tenham a desapropriação por objeto se estendam é a in-
48 Nota-se que antes de se promover a desapropriação de
imóvel urbano por desatendimento à função social é necessário to-
devida valorização do imóvel pelo Poder Público, que ge-
mar duas providências, sucessivas: primeiro, o parcelamento ou edi- ralmente pretende pagar valor muito abaixo do devido,
ficação compulsórios; depois, o estabelecimento de imposto sobre a necessitando o Judiciário intervir em prol da correta ava-
propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo. Se am- liação.
bas medidas restarem ineficazes, parte-se para a desapropriação por Outra questão reside na chamada tredestinação, pela
desatendimento à função social. qual há a destinação de um bem expropriado (desapro-
49 A desapropriação em decorrência do desatendimento da priação) a finalidade diversa da que se planejou inicial-
função social é indenizada, mas não da mesma maneira que a desa-
mente. A tredestinação pode ser lícita ou ilícita. Será ilícita
propriação por necessidade ou utilidade pública, já que na primeira
há violação do ordenamento constitucional pelo proprietário, mas na
quando resultante de desvio do propósito original; e será
segunda não. Por isso, indeniza-se em títulos da dívida agrária, que na lícita quando a Administração Pública dê ao bem finalidade
prática não são tão valorizados quanto o dinheiro. diversa, porém preservando a razão do interesse público.
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DIREITOS HUMANOS
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DIREITOS HUMANOS
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DIREITOS HUMANOS
Artigo 48, ADCT. O Congresso Nacional, dentro de cento audiovisual ou fotográfica. Estes, por sua vez, abrangem,
e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará có- basicamente, o direito de dispor sobre a reprodução, edi-
digo de defesa do consumidor. ção, adaptação, tradução, utilização, inclusão em bases de
dados ou qualquer outra modalidade de utilização; sendo
A elaboração do Código de Defesa do Consumidor foi que estas modalidades de utilização podem se dar a título
um grande passo para a proteção da pessoa nas relações oneroso ou gratuito.
de consumo que estabeleça, respeitando-se a condição de “Os direitos autorais, também conhecidos como copyri-
hipossuficiente técnico daquele que adquire um bem ou ght (direito de cópia), são considerados bens móveis, po-
faz uso de determinado serviço, enquanto consumidor. dendo ser alienados, doados, cedidos ou locados. Ressalte-
-se que a permissão a terceiros de utilização de criações
Propriedade intelectual artísticas é direito do autor. [...] A proteção constitucional
Além da propriedade material, o constituinte protege abrange o plágio e a contrafação. Enquanto que o primei-
também a propriedade intelectual, notadamente no artigo ro caracteriza-se pela difusão de obra criada ou produzida
5º, XXVII, XXVIII e XXIX, CF: por terceiros, como se fosse própria, a segunda configura
a reprodução de obra alheia sem a necessária permissão
Artigo 5º, XXVII, CF. Aos autores pertence o direito ex- do autor”50.
clusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; - Direitos de acesso à justiça
A formação de um conceito sistemático de acesso à
Artigo 5º, XXVIII, CF. São assegurados, nos termos da lei: justiça se dá com a teoria de Cappelletti e Garth, que apon-
a) a proteção às participações individuais em obras taram três ondas de acesso, isto é, três posicionamentos
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, in- básicos para a realização efetiva de tal acesso. Tais ondas
clusive nas atividades desportivas; foram percebidas paulatinamente com a evolução do Di-
b) o direito de fiscalização do aproveitamento eco- reito moderno conforme implementadas as bases da onda
nômico das obras que criarem ou de que participarem aos anterior, quer dizer, ficou evidente aos autores a emergên-
criadores, aos intérpretes e às respectivas representações cia de uma nova onda quando superada a afirmação das
sindicais e associativas; premissas da onda anterior, restando parcialmente imple-
mentada (visto que até hoje enfrentam-se obstáculos ao
Artigo 5º, XXIX, CF. A lei assegurará aos autores de in- pleno atendimento em todas as ondas).
ventos industriais privilégio temporário para sua utiliza- Primeiro, Cappelletti e Garth51 entendem que surgiu
ção, bem como proteção às criações industriais, à proprie- uma onda de concessão de assistência judiciária aos po-
dade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos bres, partindo-se da prestação sem interesse de remunera-
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvi- ção por parte dos advogados e, ao final, levando à criação
mento tecnológico e econômico do País. de um aparato estrutural para a prestação da assistência
pelo Estado.
Assim, a propriedade possui uma vertente intelectual Em segundo lugar, no entender de Cappelletti e Gar-
que deve ser respeitada, tanto sob o aspecto moral quanto th52, veio a onda de superação do problema na representa-
sob o patrimonial. No âmbito infraconstitucional brasileiro, ção dos interesses difusos, saindo da concepção tradicional
a Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, regulamenta os de processo como algo restrito a apenas duas partes indi-
direitos autorais, isto é, “os direitos de autor e os que lhes vidualizadas e ocasionando o surgimento de novas institui-
são conexos”. ções, como o Ministério Público.
O artigo 7° do referido diploma considera como obras Finalmente, Cappelletti e Garth53 apontam uma terceira
intelectuais que merecem a proteção do direito do autor onda consistente no surgimento de uma concepção mais
os textos de obras de natureza literária, artística ou científi- ampla de acesso à justiça, considerando o conjunto de ins-
ca; as conferências, sermões e obras semelhantes; as obras tituições, mecanismos, pessoas e procedimentos utilizados:
cinematográficas e televisivas; as composições musicais; “[...] esse enfoque encoraja a exploração de uma ampla va-
fotografias; ilustrações; programas de computador; coletâ- riedade de reformas, incluindo alterações nas formas de
neas e enciclopédias; entre outras. procedimento, mudanças na estrutura dos tribunais ou a
Os direitos morais do autor, que são imprescritíveis, criação de novos tribunais, o uso de pessoas leigas ou pa-
inalienáveis e irrenunciáveis, envolvem, basicamente, o di- raprofissionais, tanto como juízes quanto como defensores,
reito de reivindicar a autoria da obra, ter seu nome divul-
gado na utilização desta, assegurar a integridade desta ou 50 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais:
modificá-la e retirá-la de circulação se esta passar a afron- teoria geral, comentários aos artigos 1º a 5º da Constituição da Repú-
blica Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. São Paulo: Atlas,
tar sua honra ou imagem.
1997.
Já os direitos patrimoniais do autor, nos termos dos 51 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça.
artigos 41 a 44 da Lei nº 9.610/98, prescrevem em 70 anos Tradução Ellen Grace Northfleet. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris
contados do primeiro ano seguinte à sua morte ou do Editor, 1998, p. 31-32.
falecimento do último coautor, ou contados do primeiro 52 Ibid., p. 49-52
ano seguinte à divulgação da obra se esta for de natureza 53 Ibid., p. 67-73
22
DIREITOS HUMANOS
modificações no direito substantivo destinadas a evitar li- de conhecer previamente daquele que a julgará no processo
tígios ou facilitar sua solução e a utilização de mecanismos em que seja parte, revestindo tal juízo em jurisdição com-
privados ou informais de solução dos litígios. Esse enfoque, petente para a matéria específica do caso antes mesmo do
em suma, não receia inovações radicais e compreensivas, fato ocorrer.
que vão muito além da esfera de representação judicial”.
Assim, dentro da noção de acesso à justiça, diversos Por sua vez, um desdobramento deste princípio encon-
aspectos podem ser destacados: de um lado, deve criar-se tra-se no artigo 5º, XXXVII, CF:
o Poder Judiciário e se disponibilizar meios para que todas
as pessoas possam buscá-lo; de outro lado, não basta ga- Artigo 5º, XXXVII, CF. Não haverá juízo ou tribunal de
rantir meios de acesso se estes forem insuficientes, já que exceção.
para que exista o verdadeiro acesso à justiça é necessário
que se aplique o direito material de maneira justa e célere. Juízo ou Tribunal de Exceção é aquele especialmente
Relacionando-se à primeira onda de acesso à justiça, criado para uma situação pretérita, bem como não reco-
prevê a Constituição em seu artigo 5º, XXXV: nhecido como legítimo pela Constituição do país.
Artigo 5º, XXXV, CF. A lei não excluirá da apreciação do Tribunal do júri
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. A respeito da competência do Tribunal do júri, prevê o
artigo 5º, XXXVIII, CF:
O princípio da inafastabilidade da jurisdição é o prin-
cípio de Direito Processual Público subjetivo, também Artigo 5º, XXXVIII. É reconhecida a instituição do júri,
cunhado como Princípio da Ação, em que a Constituição com a organização que lhe der a lei, assegurados:
garante a necessária tutela estatal aos conflitos ocorrentes a) a plenitude de defesa;
na vida em sociedade. Sempre que uma controvérsia for b) o sigilo das votações;
levada ao Poder Judiciário, preenchidos os requisitos de c) a soberania dos veredictos;
admissibilidade, ela será resolvida, independentemente de
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos
haver ou não previsão específica a respeito na legislação.
contra a vida.
Também se liga à primeira onda de acesso à justiça,
no que tange à abertura do Judiciário mesmo aos menos
O Tribunal do Júri é formado por pessoas do povo, que
favorecidos economicamente, o artigo 5º, LXXIV, CF:
julgam os seus pares. Entende-se ser direito fundamental
o de ser julgado por seus iguais, membros da sociedade e
Artigo 5º, LXXIV, CF. O Estado prestará assistência jurí-
dica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiên- não magistrados, no caso de determinados crimes que por
cia de recursos. sua natureza possuem fortes fatores de influência emocio-
nal.
O constituinte, ciente de que não basta garantir o aces- Plenitude da defesa envolve tanto a autodefesa quanto
so ao Poder Judiciário, sendo também necessária a efeti- a defesa técnica e deve ser mais ampla que a denominada
vidade processual, incluiu pela Emenda Constitucional nº ampla defesa assegurada em todos os procedimentos judi-
45/2004 o inciso LXXVIII ao artigo 5º da Constituição: ciais e administrativos.
Sigilo das votações envolve a realização de votações
Artigo 5º, LXXVIII, CF. A todos, no âmbito judicial e ad- secretas, preservando a liberdade de voto dos que com-
ministrativo, são assegurados a razoável duração do pro- põem o conselho que irá julgar o ato praticado.
cesso e os meios que garantam a celeridade de sua trami- A decisão tomada pelo conselho é soberana. Contudo,
tação. a soberania dos veredictos veda a alteração das decisões
dos jurados, não a recorribilidade dos julgamentos do Tri-
Com o tempo se percebeu que não bastava garantir bunal do Júri para que seja procedido novo julgamento
o acesso à justiça se este não fosse célere e eficaz. Não uma vez cassada a decisão recorrida, haja vista preservar
significa que se deve acelerar o processo em detrimento o ordenamento jurídico pelo princípio do duplo grau de
de direitos e garantias assegurados em lei, mas sim que é jurisdição.
preciso proporcionar um trâmite que dure nem mais e nem Por fim, a competência para julgamento é dos crimes
menos que o necessário para a efetiva realização da justiça dolosos (em que há intenção ou ao menos se assume o
no caso concreto. risco de produção do resultado) contra a vida, que são: ho-
micídio, aborto, induzimento, instigação ou auxílio a sui-
- Direitos constitucionais-penais cídio e infanticídio. Sua competência não é absoluta e é
mitigada, por vezes, pela própria Constituição (artigos 29,
Juiz natural e vedação ao juízo ou tribunal de ex- X / 102, I, b) e c) / 105, I, a) / 108, I).
ceção
Quando o artigo 5º, LIII, CF menciona: Anterioridade e irretroatividade da lei
O artigo 5º, XXXIX, CF preconiza:
Artigo 5º, LIII, CF. Ninguém será processado nem sen-
tenciado senão pela autoridade competente”, consolida o Artigo5º, XXXIX, CF. Não há crime sem lei anterior que
princípio do juiz natural que assegura a toda pessoa o direito o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
23
DIREITOS HUMANOS
É a consagração da regra do nullum crimen nulla poena apenas extinguem a punibilidade, podendo ser parciais; a
sine praevia lege. Simultaneamente, se assegura o princípio anistia, em regra, atinge crimes políticos, a graça e o in-
da legalidade (ou reserva legal), na medida em que não há dulto, crimes comuns; a anistia pode ser concedida pelo
crime sem lei que o defina, nem pena sem prévia comina- Poder Legislativo, a graça e o indulto são de competência
ção legal, e o princípio da anterioridade, posto que não há exclusiva do Presidente da República; a anistia pode ser
crime sem lei anterior que o defina. concedida antes da sentença final ou depois da condena-
Ainda no que tange ao princípio da anterioridade, tem- ção irrecorrível, a graça e o indulto pressupõem o trânsito
-se o artigo 5º, XL, CF: em julgado da sentença condenatória; graça e o indulto
apenas extinguem a punibilidade, persistindo os efeitos do
Artigo 5º, XL, CF. A lei penal não retroagirá, salvo para crime, apagados na anistia; graça é em regra individual e
beneficiar o réu. solicitada, enquanto o indulto é coletivo e espontâneo.
Não cabe graça, anistia ou indulto (pode-se considerar
O dispositivo consolida outra faceta do princípio da que o artigo o abrange, pela doutrina majoritária) contra
anterioridade: se, por um lado, é necessário que a lei tenha crimes de tortura, tráfico, terrorismo (TTT) e hediondos
definido um fato como crime e dado certo tratamento pe- (previstos na Lei nº 8.072 de 25 de julho de 1990). Além
nal a este fato (ex.: pena de detenção ou reclusão, tempo disso, são crimes que não aceitam fiança.
de pena, etc.) antes que ele ocorra; por outro lado, se vier Ainda, prevê o artigo 5º, XLIV, CF:
uma lei posterior ao fato que o exclua do rol de crimes ou
que confira tratamento mais benéfico (diminuindo a pena
Artigo 5º, XLIV, CF. Constitui crime inafiançável e im-
ou alterando o regime de cumprimento, notadamente), ela
prescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
será aplicada. Restam consagrados tanto o princípio da ir-
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
retroatividade da lei penal in pejus quanto o da retroativi-
dade da lei penal mais benéfica.
Por fim, dispõe a CF sobre a possibilidade de extradi-
ção de brasileiro naturalizado caso esteja envolvido com
Menções específicas a crimes
tráfico ilícito de entorpecentes:
O artigo 5º, XLI, CF estabelece:
Artigo 5º, XLI, CF. A lei punirá qualquer discriminação Artigo 5º, LI, CF. Nenhum brasileiro será extraditado,
atentatória dos direitos e liberdades fundamentais. salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento
Sendo assim confere fórmula genérica que remete ao em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na for-
princípio da igualdade numa concepção ampla, razão pela ma da lei.
qual práticas discriminatórias não podem ser aceitas. No
entanto, o constituinte entendeu por bem prever trata- Personalidade da pena
mento específico a certas práticas criminosas. A personalidade da pena encontra respaldo no artigo
Neste sentido, prevê o artigo 5º, XLII, CF: 5º, XLV, CF:
Artigo 5º, XLII, CF. A prática do racismo constitui crime Artigo 5º, XLV, CF. Nenhuma pena passará da pessoa
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
nos termos da lei. decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, es-
tendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite
A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 define os crimes do valor do patrimônio transferido.
resultantes de preconceito de raça ou de cor. Contra eles
não cabe fiança (pagamento de valor para deixar a prisão O princípio da personalidade encerra o comando de o
provisória) e não se aplica o instituto da prescrição (perda crime ser imputado somente ao seu autor, que é, por seu
de pretensão de se processar/punir uma pessoa pelo de- turno, a única pessoa passível de sofrer a sanção. Seria fla-
curso do tempo). grante a injustiça se fosse possível alguém responder pelos
Não obstante, preconiza ao artigo 5º, XLIII, CF: atos ilícitos de outrem: caso contrário, a reação, ao invés de
restringir-se ao malfeitor, alcançaria inocentes. Contudo, se
Artigo 5º, XLIII, CF. A lei considerará crimes inafian- uma pessoa deixou patrimônio e faleceu, este patrimônio
çáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da responderá pelas repercussões financeiras do ilícito.
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles Individualização da pena
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo A individualização da pena tem por finalidade concre-
evitá-los, se omitirem. tizar o princípio de que a responsabilização penal é sempre
pessoal, devendo assim ser aplicada conforme as peculia-
Anistia, graça e indulto diferenciam-se nos seguintes ridades do agente.
termos: a anistia exclui o crime, rescinde a condenação e A primeira menção à individualização da pena se en-
extingue totalmente a punibilidade, a graça e o indulto contra no artigo 5º, XLVI, CF:
24
DIREITOS HUMANOS
Artigo 5º, XLVI, CF. A lei regulará a individualização da Artigo 5º, XLVII, CF. não haverá penas:
pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
a) privação ou restrição da liberdade; termos do art. 84, XIX;
b) perda de bens; b) de caráter perpétuo;
c) multa; c) de trabalhos forçados;
d) prestação social alternativa; d) de banimento;
e) suspensão ou interdição de direitos. e) cruéis.
Pelo princípio da individualização da pena, a pena deve Em resumo, o inciso consolida o princípio da humani-
ser individualizada nos planos legislativo, judiciário e exe- dade, pelo qual o “poder punitivo estatal não pode aplicar
cutório, evitando-se a padronização a sanção penal. A in- sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana ou que
dividualização da pena significa adaptar a pena ao conde- lesionem a constituição físico-psíquica dos condenados”54 .
nado, consideradas as características do agente e do delito. Quanto à questão da pena de morte, percebe-se que o
A pena privativa de liberdade é aquela que restringe, constituinte não estabeleceu uma total vedação, autorizan-
do-a nos casos de guerra declarada. Obviamente, deve-se
com maior ou menor intensidade, a liberdade do condena-
respeitar o princípio da anterioridade da lei, ou seja, a le-
do, consistente em permanecer em algum estabelecimento
gislação deve prever a pena de morte ao fato antes dele ser
prisional, por um determinado tempo.
praticado. No ordenamento brasileiro, este papel é cumpri-
A pena de multa ou patrimonial opera uma diminuição
do pelo Código Penal Militar (Decreto-Lei nº 1.001/1969),
do patrimônio do indivíduo delituoso. que prevê a pena de morte a ser executada por fuzilamento
A prestação social alternativa corresponde às penas nos casos tipificados em seu Livro II, que aborda os crimes
restritivas de direitos, autônomas e substitutivas das penas militares em tempo de guerra.
privativas de liberdade, estabelecidas no artigo 44 do Có- Por sua vez, estão absolutamente vedadas em quais-
digo Penal. quer circunstâncias as penas de caráter perpétuo, de traba-
Por seu turno, a individualização da pena deve também lhos forçados, de banimento e cruéis.
se fazer presente na fase de sua execução, conforme se No que tange aos trabalhos forçados, vale destacar
depreende do artigo 5º, XLVIII, CF: que o trabalho obrigatório não é considerado um trata-
mento contrário à dignidade do recluso, embora o trabalho
Artigo 5º, XLVIII, CF. A pena será cumprida em estabe- forçado o seja. O trabalho é obrigatório, dentro das condi-
lecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, ções do apenado, não podendo ser cruel ou menosprezar
a idade e o sexo do apenado. a capacidade física e intelectual do condenado; como o
trabalho não existe independente da educação, cabe in-
A distinção do estabelecimento conforme a natureza centivar o aperfeiçoamento pessoal; até mesmo porque o
do delito visa impedir que a prisão se torne uma faculdade trabalho deve se aproximar da realidade do mundo exter-
do crime. Infelizmente, o Estado não possui aparato sufi- no, será remunerado; além disso, condições de dignidade e
ciente para cumprir tal diretiva, diferenciando, no máximo, segurança do trabalhador, como descanso semanal e equi-
o nível de segurança das prisões. Quanto à idade, desta- pamentos de proteção, deverão ser respeitados.
cam-se as Fundações Casas, para cumprimento de medida
por menores infratores. Quanto ao sexo, prisões costumam Respeito à integridade do preso
ser exclusivamente para homens ou para mulheres. Prevê o artigo 5º, XLIX, CF:
Também se denota o respeito à individualização da
pena nesta faceta pelo artigo 5º, L, CF: Artigo 5º, XLIX, CF. É assegurado aos presos o respeito
à integridade física e moral.
Artigo 5º, L, CF. Às presidiárias serão asseguradas con-
Obviamente, o desrespeito à integridade física e mo-
dições para que possam permanecer com seus filhos duran-
ral do preso é uma violação do princípio da dignidade da
te o período de amamentação.
pessoa humana.
Dois tipos de tratamentos que violam esta integridade
Preserva-se a individualização da pena porque é toma- estão mencionados no próprio artigo 5º da Constituição
da a condição peculiar da presa que possui filho no perío- Federal. Em primeiro lugar, tem-se a vedação da tortura
do de amamentação, mas também se preserva a dignidade e de tratamentos desumanos e degradantes (artigo 5º, III,
da criança, não a afastando do seio materno de maneira CF), o que vale na execução da pena.
precária e impedindo a formação de vínculo pela amamen- No mais, prevê o artigo 5º, LVIII, CF:
tação.
Artigo 5º, LVIII, CF. O civilmente identificado não será
Vedação de determinadas penas submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
O constituinte viu por bem proibir algumas espécies de previstas em lei.
penas, consoante ao artigo 5º, XLVII, CF: 54 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal. 16.
ed. São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1.
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DIREITOS HUMANOS
Se uma pessoa possui identificação civil, não há por- Ação penal privada subsidiária da pública
que fazer identificação criminal, colhendo digitais, fotos, Nos termos do artigo 5º, LIX, CF:
etc. Pensa-se que seria uma situação constrangedora des-
necessária ao suspeito, sendo assim, violaria a integridade Artigo 5º, LIX, CF. Será admitida ação privada nos cri-
moral. mes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal.
Devido processo legal, contraditório e ampla defesa
Estabelece o artigo 5º, LIV, CF: A chamada ação penal privada subsidiária da pública
encontra respaldo constitucional, assegurando que a omis-
Artigo 5º, LIV, CF. Ninguém será privado da liberdade ou são do poder público na atividade de persecução criminal
de seus bens sem o devido processo legal. não será ignorada, fornecendo-se instrumento para que o
interessado a proponha.
Pelo princípio do devido processo legal a legislação
deve ser respeitada quando o Estado pretender punir al- Prisão e liberdade
guém judicialmente. Logo, o procedimento deve ser livre O constituinte confere espaço bastante extenso no ar-
de vícios e seguir estritamente a legislação vigente, sob tigo 5º em relação ao tratamento da prisão, notadamente
pena de nulidade processual. por se tratar de ato que vai contra o direito à liberdade.
Surgem como corolário do devido processo legal o Obviamente, a prisão não é vedada em todos os casos,
contraditório e a ampla defesa, pois somente um procedi- porque práticas atentatórias a direitos fundamentais impli-
mento que os garanta estará livre dos vícios. Neste sentido, cam na tipificação penal, autorizando a restrição da liber-
o artigo 5º, LV, CF: dade daquele que assim agiu.
No inciso LXI do artigo 5º, CF, prevê-se:
Artigo 5º, LV, CF. Aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o Artigo 5º, LXI, CF. Ninguém será preso senão em fla-
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a
grante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
ela inerentes.
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de trans-
gressão militar ou crime propriamente militar, definidos em
O devido processo legal possui a faceta formal, pela
lei.
qual se deve seguir o adequado procedimento na aplica-
ção da lei e, sendo assim, respeitar o contraditório e a am-
Logo, a prisão somente se dará em caso de flagrante
pla defesa. Não obstante, o devido processo legal tem sua
delito (necessariamente antes do trânsito em julgado), ou
faceta material que consiste na tomada de decisões justas,
em caráter temporário, provisório ou definitivo (as duas
que respeitem os parâmetros da razoabilidade e da pro-
porcionalidade. primeiras independente do trânsito em julgado, preen-
chidos requisitos legais e a última pela irreversibilidade da
Vedação de provas ilícitas condenação).
Conforme o artigo 5º, LVI, CF: Aborda-se no artigo 5º, LXII o dever de comunicação
ao juiz e à família ou pessoa indicada pelo preso:
Artigo 5º, LVI, CF. São inadmissíveis, no processo, as pro-
vas obtidas por meios ilícitos. Artigo 5º, LXII, CF. A prisão de qualquer pessoa e o lo-
cal onde se encontre serão comunicados imediatamente ao
Provas ilícitas, por força da nova redação dada ao arti- juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
go 157 do CPP, são as obtidas em violação a normas cons- indicada.
titucionais ou legai, ou seja, prova ilícita é a que viola regra
de direito material, constitucional ou legal, no momento Não obstante, o preso deverá ser informado de todos
da sua obtenção. São vedadas porque não se pode aceitar os seus direitos, inclusive o direito ao silêncio, podendo
o descumprimento do ordenamento para fazê-lo cumprir: entrar em contato com sua família e com um advogado,
seria paradoxal. conforme artigo 5º, LXIII, CF:
Presunção de inocência Artigo 5º, LXIII, CF. O preso será informado de seus di-
Prevê a Constituição no artigo 5º, LVII: reitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado.
Artigo 5º, LVII, CF. Ninguém será considerado culpado
até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Estabelece-se no artigo 5º, LXIV, CF:
Consolida-se o princípio da presunção de inocência, Artigo 5º, LXIV, CF. O preso tem direito à identificação
pelo qual uma pessoa não é culpada até que, em definitivo, dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
o Judiciário assim decida, respeitados todos os princípios e policial.
garantias constitucionais.
26
DIREITOS HUMANOS
Por isso mesmo, o auto de prisão em flagrante e a ata Para o tratado internacional ingressar no ordenamen-
do depoimento do interrogatório são assinados pelas au- to jurídico brasileiro deve ser observado um procedimento
toridades envolvidas nas práticas destes atos procedimen- complexo, que exige o cumprimento de quatro fases: a ne-
tais. gociação (bilateral ou multilateral, com posterior assinatura
Ainda, a legislação estabelece inúmeros requisitos para do Presidente da República), submissão do tratado assina-
que a prisão seja validada, sem os quais cabe relaxamento, do ao Congresso Nacional (que dará referendo por meio
tanto que assim prevê o artigo 5º, LXV, CF: do decreto legislativo), ratificação do tratado (confirmação
da obrigação perante a comunidade internacional) e a pro-
Artigo 5º, LXV, CF. A prisão ilegal será imediatamente mulgação e publicação do tratado pelo Poder Executivo55.
relaxada pela autoridade judiciária. Notadamente, quando o constituinte menciona os tratados
internacionais no §2º do artigo 5º refere-se àqueles que
Desta forma, como decorrência lógica, tem-se a previ- tenham por fulcro ampliar o rol de direitos do artigo 5º, ou
são do artigo 5º, LXVI, CF: seja, tratado internacional de direitos humanos.
O §1° e o §2° do artigo 5° existiam de maneira originá-
ria na Constituição Federal, conferindo o caráter de prima-
Artigo 5º, LXVI, CF. Ninguém será levado à prisão ou
zia dos direitos humanos, desde logo consagrando o prin-
nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória,
cípio da primazia dos direitos humanos, como reconhecido
com ou sem fiança.
pela doutrina e jurisprudência majoritários na época. “O
princípio da primazia dos direitos humanos nas relações
Mesmo que a pessoa seja presa em flagrante, devido internacionais implica em que o Brasil deve incorporar os
ao princípio da presunção de inocência, entende-se que tratados quanto ao tema ao ordenamento interno brasilei-
ela não deve ser mantida presa quando não preencher os ro e respeitá-los. Implica, também em que as normas vol-
requisitos legais para prisão preventiva ou temporária. tadas à proteção da dignidade em caráter universal devem
ser aplicadas no Brasil em caráter prioritário em relação a
Indenização por erro judiciário outras normas”56.
A disciplina sobre direitos decorrentes do erro judiciá- Regra geral, os tratados internacionais comuns ingres-
rio encontra-se no artigo 5º, LXXV, CF: sam com força de lei ordinária no ordenamento jurídico
brasileiro porque somente existe previsão constitucional
Artigo 5º, LXXV, CF. O Estado indenizará o condenado quanto à possibilidade da equiparação às emendas consti-
por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tucionais se o tratado abranger matéria de direitos huma-
tempo fixado na sentença. nos. Antes da emenda alterou o quadro quanto aos trata-
dos de direitos humanos, era o que acontecia, mas isso não
Trata-se do erro em que incorre um juiz na apreciação significa que tais direitos eram menos importantes devido
e julgamento de um processo criminal, resultando em con- ao princípio da primazia e ao reconhecimento dos direitos
denação de alguém inocente. Neste caso, o Estado inde- implícitos.
nizará. Ele também indenizará uma pessoa que ficar presa Por seu turno, com o advento da Emenda Constitucio-
além do tempo que foi condenada a cumprir. nal nº 45/04 se introduziu o §3º ao artigo 5º da Consti-
tuição Federal, de modo que os tratados internacionais de
4) Direitos fundamentais implícitos direitos humanos foram equiparados às emendas consti-
Nos termos do § 2º do artigo 5º da Constituição Fe- tucionais, desde que houvesse a aprovação do tratado em
deral: cada Casa do Congresso Nacional e obtivesse a votação
em dois turnos e com três quintos dos votos dos respecti-
vos membros:
Artigo 5º, §2º, CF. Os direitos e garantias expressos nesta
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
Art. 5º, § 3º, CF. Os tratados e convenções interna-
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacio-
cionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em
nais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalen-
Daí se depreende que os direitos ou garantias podem tes às emendas constitucionais.
estar expressos ou implícitos no texto constitucional. Sen-
do assim, o rol enumerado nos incisos do artigo 5º é ape- Logo, a partir da alteração constitucional, os tratados
nas exemplificativo, não taxativo. de direitos humanos que ingressarem no ordenamento ju-
rídico brasileiro, versando sobre matéria de direitos huma-
5) Tratados internacionais incorporados ao ordena- nos, irão passar por um processo de aprovação semelhante
mento interno ao da emenda constitucional.
Estabelece o artigo 5º, § 2º, CF que os direitos e garan-
55 VICENTE SOBRINHO, Benedito. Direitos Fundamentais e
tias podem decorrer, dentre outras fontes, dos “tratados
Prisão Civil. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris Editor, 2008.
internacionais em que a República Federativa do Brasil 56 PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacio-
seja parte”. nal Público e Privado. Salvador: JusPodivm, 2009.
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DIREITOS HUMANOS
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DIREITOS HUMANOS
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DIREITOS HUMANOS
ro depósito. O saldo da conta vinculada é formado pelos Artigo 7º, VIII, CF. Décimo terceiro salário com base na
depósitos mensais efetivados pelo empregador, equivalen- remuneração integral ou no valor da aposentadoria.
tes a 8,0% do salário pago ao empregado, acrescido de
atualização monetária e juros. Com o FGTS, o trabalhador Também conhecido como gratificação natalina, foi ins-
tem a oportunidade de formar um patrimônio, que pode tituída no Brasil pela Lei nº 4.090/1962 e garante que o tra-
ser sacado em momentos especiais, como o da aquisição balhador receba o correspondente a 1/12 (um doze avos)
da casa própria ou da aposentadoria e em situações de da remuneração por mês trabalhado, ou seja, consiste no
dificuldades, que podem ocorrer com a demissão sem justa pagamento de um salário extra ao trabalhador e ao apo-
causa ou em caso de algumas doenças graves. sentado no final de cada ano.
Artigo 7º, IV, CF. Salário mínimo, fixado em lei, nacio- Artigo 7º, IX, CF. Remuneração do trabalho noturno
nalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades superior à do diurno.
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimenta-
ção, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, trans- O adicional noturno é devido para o trabalho exercido
porte e previdência social, com reajustes periódicos que durante a noite, de modo que cada hora noturna sofre a re-
lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vincula- dução de 7 minutos e 30 segundos, ou ainda, é feito acrés-
ção para qualquer fim. cimo de 12,5% sobre o valor da hora diurna. Considera-se
T noturno, nas atividades urbanas, o trabalho realizado entre
rata-se de uma visível norma programática da Cons- as 22:00 horas de um dia às 5:00 horas do dia seguinte; nas
tituição que tem por pretensão um salário mínimo que atividades rurais, é considerado noturno o trabalho execu-
atenda a todas as necessidades básicas de uma pessoa e tado na lavoura entre 21:00 horas de um dia às 5:00 horas
de sua família. Em pesquisa que tomou por parâmetro o do dia seguinte; e na pecuária, entre 20:00 horas às 4:00
preceito constitucional, detectou-se que “o salário mínimo horas do dia seguinte.
do trabalhador brasileiro deveria ter sido de R$ 2.892,47
em abril para que ele suprisse suas necessidades básicas e Artigo 7º, X, CF. Proteção do salário na forma da lei,
da família, segundo estudo divulgado nesta terça-feira, 07, constituindo crime sua retenção dolosa.
pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese)”61. Quanto ao possível crime de retenção de salário, não
há no Código Penal brasileiro uma norma que determina a
Artigo 7º, V, CF. Piso salarial proporcional à extensão e ação de retenção de salário como crime. Apesar do artigo
à complexidade do trabalho. 7º, X, CF dizer que é crime a retenção dolosa de salário,
o dispositivo é norma de eficácia limitada, pois depende
Cada trabalhador, dentro de sua categoria de empre- de lei ordinária, ainda mais porque qualquer norma penal
go, seja ele professor, comerciário, metalúrgico, bancário, incriminadora é regida pela legalidade estrita (artigo 5º,
construtor civil, enfermeiro, recebe um salário base, cha- XXXIX, CF).
mado de Piso Salarial, que é sua garantia de recebimento
dentro de seu grau profissional. O Valor do Piso Salarial é Artigo 7º, XI, CF. Participação nos lucros, ou resul-
estabelecido em conformidade com a data base da cate- tados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,
goria, por isso ele é definido em conformidade com um participação na gestão da empresa, conforme definido em
acordo, ou ainda com um entendimento entre patrão e lei.
trabalhador.
A Participação nos Lucros e Resultado (PLR), que é
Artigo 7º, VI, CF. Irredutibilidade do salário, salvo o conhecida também por Programa de Participação nos Re-
disposto em convenção ou acordo coletivo. sultados (PPR), está prevista na Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) desde a Lei nº 10.101, de 19 de dezembro
O salário não pode ser reduzido, a não ser que anão de 2000. Ela funciona como um bônus, que é ofertado pelo
redução implique num prejuízo maior, por exemplo, de- empregador e negociado com uma comissão de trabalha-
missão em massa durante uma crise, situações que devem dores da empresa. A CLT não obriga o empregador a forne-
ser negociadas em convenção ou acordo coletivo. cer o benefício, mas propõe que ele seja utilizado.
Artigo 7º, VII, CF. Garantia de salário, nunca inferior Artigo 7º, XII, CF. Salário-família pago em razão do
ao mínimo, para os que percebem remuneração variável. dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei.
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DIREITOS HUMANOS
MF nº 19, de 10/01/2014, valor do salário-família será de Artigo 7º, XVII, CF. Gozo de férias anuais remuneradas
R$ 35,00, por filho de até 14 anos incompletos ou inválido, com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal.
para quem ganhar até R$ 682,50. Já para o trabalhador que
receber de R$ 682,51 até R$ 1.025,81, o valor do salário- O salário das férias deve ser superior em pelo menos
-família por filho de até 14 anos de idade ou inválido de um terço ao valor da remuneração normal, com todos os
qualquer idade será de R$ 24,66. adicionais e benefícios aos quais o trabalhador tem direi-
to. A cada doze meses de trabalho – denominado período
Artigo 7º, XIII, CF. duração do trabalho normal não su- aquisitivo – o empregado terá direito a trinta dias corridos
perior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, de férias, se não tiver faltado injustificadamente mais de
facultada a compensação de horários e a redução da jorna- cinco vezes ao serviço (caso isso ocorra, os dias das férias
da, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. serão diminuídos de acordo com o número de faltas).
Artigo 7º, XVI, CF. Remuneração do serviço extraor- Artigo 7º, XVIII, CF. Licença à gestante, sem prejuízo
dinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte
normal. dias.
A legislação trabalhista vigente estabelece que a du- O salário da trabalhadora em licença é chamado de
ração normal do trabalho, salvo os casos especiais, é de salário-maternidade, é pago pelo empregador e por ele
8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, descontado dos recolhimentos habituais devidos à Previ-
no máximo. Todavia, poderá a jornada diária de trabalho dência Social. A trabalhadora pode sair de licença a partir
dos empregados maiores ser acrescida de horas suple- do último mês de gestação, sendo que o período de licen-
mentares, em número não excedentes a duas, no máximo, ça é de 120 dias. A Constituição também garante que, do
para efeito de serviço extraordinário, mediante acordo in- momento em que se confirma a gravidez até cinco meses
dividual, acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença após o parto, a mulher não pode ser demitida.
normativa. Excepcionalmente, ocorrendo necessidade im-
periosa, poderá ser prorrogada além do limite legalmente Artigo 7º, XIX, CF. Licença-paternidade, nos termos fi-
permitido. A remuneração do serviço extraordinário, des- xados em lei.
de a promulgação da Constituição Federal, deverá cons-
tar, obrigatoriamente, do acordo, convenção ou sentença O homem tem direito a 5 dias de licença-paternidade
normativa, e será, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) para estar mais próximo do bebê recém-nascido e ajudar a
superior à da hora normal. mãe nos processos pós-operatórios.
Artigo 7º, XIV, CF. Jornada de seis horas para o traba- Artigo 7º, XX, CF. Proteção do mercado de trabalho da
lho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei.
salvo negociação coletiva.
Embora as mulheres sejam maioria na população de
O constituinte ao estabelecer jornada máxima de 6 ho- 10 anos ou mais de idade, elas são minoria na população
ras para os turnos ininterruptos de revezamento, expres- ocupada, mas estão em maioria entre os desocupados.
samente ressalvando a hipótese de negociação coletiva, Acrescenta-se ainda, que elas são maioria também na po-
objetivou prestigiar a atuação da entidade sindical. Entre- pulação não economicamente ativa. Além disso, ainda há
tanto, a jurisprudência evoluiu para uma interpretação res- relevante diferença salarial entre homens e mulheres, sen-
tritiva de seu teor, tendo como parâmetro o fato de que do que os homens recebem mais porque os empregadores
o trabalho em turnos ininterruptos é por demais desgas- entendem que eles necessitam de um salário maior para
tante, penoso, além de trazer malefícios de ordem fisio- manter a família. Tais disparidades colocam em evidência
lógica para o trabalhador, inclusive distúrbios no âmbito que o mercado de trabalho da mulher deve ser protegido
psicossocial já que dificulta o convívio em sociedade e com de forma especial.
a própria família.
Artigo 7º, XXI, CF. Aviso prévio proporcional ao tem-
Artigo 7º, XV, CF. Repouso semanal remunerado, pre- po de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos
ferencialmente aos domingos. da lei.
O Descanso Semanal Remunerado é de 24 (vinte e Nas relações de emprego, quando uma das partes de-
quatro) horas consecutivas, devendo ser concedido prefe- seja rescindir, sem justa causa, o contrato de trabalho por
rencialmente aos domingos, sendo garantido a todo traba- prazo indeterminado, deverá, antecipadamente, notificar à
lhador urbano, rural ou doméstico. Havendo necessidade outra parte, através do aviso prévio. O aviso prévio tem
de trabalho aos domingos, desde que previamente auto- por finalidade evitar a surpresa na ruptura do contrato de
rizados pelo Ministério do Trabalho, aos trabalhadores é trabalho, possibilitando ao empregador o preenchimento
assegurado pelo menos um dia de repouso semanal re- do cargo vago e ao empregado uma nova colocação no
munerado coincidente com um domingo a cada período, mercado de trabalho, sendo que o aviso prévio pode ser
dependendo da atividade (artigo 67, CLT). trabalhado ou indenizado.
31
DIREITOS HUMANOS
Artigo 7º, XXII, CF. Redução dos riscos inerentes ao Artigo 7º, XXV, CF. Assistência gratuita aos filhos e
trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segu- dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de ida-
rança. de em creches e pré-escolas.
Trata-se ao direito do trabalhador a um meio ambiente Todo estabelecimento com mais de 30 funcionárias
do trabalho salubre. Fiorillo62 destaca que o equilíbrio do com mais de 16 anos tem a obrigação de oferecer um es-
meio ambiente do trabalho está sedimentado na salubri- paço físico para que as mães deixem o filho de 0 a 6 meses,
dade e na ausência de agentes que possam comprometer enquanto elas trabalham. Caso não ofereçam esse espaço
a incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores. aos bebês, a empresa é obrigada a dar auxílio-creche a mu-
lher para que ela pague uma creche para o bebê de até 6
Artigo 7º, XXIII, CF. Adicional de remuneração para as meses. O valor desse auxílio será determinado conforme
atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da negociação coletiva na empresa (acordo da categoria ou
lei. convenção). A empresa que tiver menos de 30 funcionárias
registradas não tem obrigação de conceder o benefício. É
Penoso é o trabalho acerbo, árduo, amargo, difícil, mo- facultativo (ela pode oferecer ou não). Existe a possibilida-
lesto, trabalhoso, incômodo, laborioso, doloroso, rude, que de de o benefício ser estendido até os 6 anos de idade e
não é perigoso ou insalubre, mas penosa, exigindo atenção incluir o trabalhador homem. A duração do auxílio-creche
e vigilância acima do comum. Ainda não há na legislação e o valor envolvido variarão conforme negociação coletiva
específica previsão sobre o adicional de penosidade. na empresa.
São consideradas atividades ou operações insalubres
as que se desenvolvem excesso de limites de tolerância Artigo 7º, XXVI, CF. Reconhecimento das convenções e
para: ruído contínuo ou intermitente, ruídos de impacto, acordos coletivos de trabalho.
exposição ao calor e ao frio, radiações, certos agentes quí-
micos e biológicos, vibrações, umidade, etc. O exercício de Neste dispositivo se funda o direito coletivo do traba-
trabalho em condições de insalubridade assegura ao traba- lho, que encontra regulamentação constitucional nos ar-
lhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário tigo 8º a 11 da Constituição. Pelas convenções e acordos
base do empregado (súmula 228 do TST), ou previsão mais coletivos, entidades representativas da categoria dos
benéfica em Convenção Coletiva de Trabalho, equivalen- trabalhadores entram em negociação com as empresas na
te a 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau
defesa dos interesses da classe, assegurando o respeito aos
máximo; 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau
direitos sociais;
médio; 10% (dez por cento), para insalubridade de grau
mínimo.
Artigo 7º, XXVII, CF. Proteção em face da automação,
O adicional de periculosidade é um valor devido ao
na forma da lei.
empregado exposto a atividades perigosas. São conside-
radas atividades ou operações perigosas, aquelas que, por
Trata-se da proteção da substituição da máquina pelo
sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco
acentuado em virtude de exposição permanente do tra- homem, que pode ser feita, notadamente, qualificando o
balhador a inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; e a profissional para exercer trabalhos que não possam ser de-
roubos ou outras espécies de violência física nas atividades sempenhados por uma máquina (ex.: se criada uma má-
profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. O valor quina que substitui o trabalhador, deve ser ele qualificado
do adicional de periculosidade será o salário do empre- para que possa operá-la).
gado acrescido de 30%, sem os acréscimos resultantes de
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da em- Artigo 7º, XXVIII, CF. Seguro contra acidentes de tra-
presa. balho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização
O Tribunal Superior do Trabalho ainda não tem enten- a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
dimento unânime sobre a possibilidade de cumulação des-
tes adicionais. Atualmente, é a Lei nº 8.213/91 a responsável por tra-
tar do assunto e em seus artigos 19, 20 e 21 apresenta a
Artigo 7º, XXIV, CF. Aposentadoria. definição de doenças e acidentes do trabalho. Não se trata
de legislação específica sobre o tema, mas sim de uma nor-
A aposentadoria é um benefício garantido a todo tra- ma que dispõe sobre as modalidades de benefícios da pre-
balhador brasileiro que pode ser usufruído por aquele que vidência social. Referida Lei, em seu artigo 19 da preceitua
tenha contribuído ao Instituto Nacional de Seguridade So- que acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do
cial (INSS) pelos prazos estipulados nas regras da Previ- trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do traba-
dência Social e tenha atingido as idades mínimas previstas. lho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional
Aliás, o direito à previdência social é considerado um direi- que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
to social no próprio artigo 6º, CF. temporária, da capacidade para o trabalho.
Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) é uma contri-
62 FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Am- buição com natureza de tributo que as empresas pagam
biental brasileiro. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 21. para custear benefícios do INSS oriundos de acidente de
32
DIREITOS HUMANOS
trabalho ou doença ocupacional, cobrindo a aposentadoria Os trabalhos manuais, técnicos e intelectuais são igual-
especial. A alíquota normal é de um, dois ou três por cen- mente relevantes e contribuem todos para a sociedade,
to sobre a remuneração do empregado, mas as empresas não cabendo a desvalorização de um trabalho apenas por
que expõem os trabalhadores a agentes nocivos químicos, se enquadrar numa ou outra categoria.
físicos e biológicos precisam pagar adicionais diferencia-
dos. Assim, quanto maior o risco, maior é a alíquota, mas Artigo 7º, XXXIII, CF. proibição de trabalho noturno,
atualmente o Ministério da Previdência Social pode alterar perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qual-
a alíquota se a empresa investir na segurança do trabalho. quer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
Neste sentido, nada impede que a empresa seja res- condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
ponsabilizada pelos acidentes de trabalho, indenizando
o trabalhador. Na atualidade entende-se que a possibi- Trata-se de norma protetiva do adolescente, estabele-
lidade de cumulação do benefício previdenciário, assim cendo-se uma idade mínima para trabalho e proibindo-se
compreendido como prestação garantida pelo Estado ao o trabalho em condições desfavoráveis.
trabalhador acidentado (responsabilidade objetiva) com
a indenização devida pelo empregador em caso de culpa Artigo 7º, XXXIV, CF. Igualdade de direitos entre o tra-
(responsabilidade subjetiva), é pacífica, estando ampla- balhador com vínculo empregatício permanente e o tra-
mente difundida na jurisprudência do Tribunal Superior do balhador avulso.
Trabalho;
Avulso é o trabalhador que presta serviço a várias em-
Artigo 7º, XXIX, CF. Ação, quanto aos créditos resultan- presas, mas é contratado por sindicatos e órgãos gestores
tes das relações de trabalho, com prazo prescricional de de mão-de-obra, possuindo os mesmos direitos que um
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o trabalhador com vínculo empregatício permanente.
limite de dois anos após a extinção do contrato de tra- A Emenda Constitucional nº 72/2013, conhecida como
balho. PEC das domésticas, deu nova redação ao parágrafo único
do artigo 7º:
Prescrição é a perda da pretensão de buscar a tutela
Artigo 7º, parágrafo único, CF. São assegurados à cate-
jurisdicional para assegurar direitos violados. Sendo assim,
goria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos
há um período de tempo que o empregado tem para re-
nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI,
querer seu direito na Justiça do Trabalho. A prescrição tra-
XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições
balhista é sempre de 2 (dois) anos a partir do término do
estabelecidas em lei e observada a simplificação do cum-
contrato de trabalho, atingindo as parcelas relativas aos 5
primento das obrigações tributárias, principais e acessórias,
(cinco) anos anteriores, ou de 05 (cinco) anos durante a
decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os
vigência do contrato de trabalho.
previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como
a sua integração à previdência social.
Artigo 7º, XXX, CF. Proibição de diferença de salários,
de exercício de funções e de critério de admissão por motivo 5) Direito coletivo do trabalho
de sexo, idade, cor ou estado civil. Os artigos 8º a 11 trazem os direitos sociais coletivos
dos trabalhadores, que são os exercidos pelos trabalha-
Há uma tendência de se remunerar melhor homens dores, coletivamente ou no interesse de uma coletivida-
brancos na faixa dos 30 anos que sejam casados, sendo de, quais sejam: associação profissional ou sindical, greve,
patente a diferença remuneratória para com pessoas de substituição processual, participação e representação clas-
diferente etnia, faixa etária ou sexo. Esta distinção atenta sista63.
contra o princípio da igualdade e não é aceita pelo consti- A liberdade de associação profissional ou sindical tem
tuinte, sendo possível inclusive invocar a equiparação sala- escopo no artigo 8º, CF:
rial judicialmente.
Art. 8º, CF. É livre a associação profissional ou sindi-
Artigo 7º, XXXI, CF. Proibição de qualquer discrimina- cal, observado o seguinte:
ção no tocante a salário e critérios de admissão do trabalha- I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para
dor portador de deficiência. a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a
A pessoa portadora de deficiência, dentro de suas li- intervenção na organização sindical;
mitações, possui condições de ingressar no mercado de II - é vedada a criação de mais de uma organização
trabalho e não pode ser preterida meramente por conta de sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
sua deficiência. profissional ou econômica, na mesma base territorial, que
será definida pelos trabalhadores ou empregadores interes-
Artigo 7º, XXXII, CF. Proibição de distinção entre traba- sados, não podendo ser inferior à área de um Município;
lho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais 63 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional
respectivos. esquematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
33
DIREITOS HUMANOS
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interes- Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga
ses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que
questões judiciais ou administrativas; ele passe a integrar o povo daquele Estado, desfrutando
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em assim de direitos e obrigações.
se tratando de categoria profissional, será descontada em Povo é o conjunto de nacionais. Por seu turno, povo
folha, para custeio do sistema confederativo da representa- não é a mesma coisa que população. População é o con-
ção sindical respectiva, independentemente da contribuição junto de pessoas residentes no país – inclui o povo, os es-
prevista em lei; trangeiros residentes no país e os apátridas.
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se
filiado a sindicato; 1) Nacionalidade como direito humano fundamen-
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas tal
negociações coletivas de trabalho; Os direitos humanos internacionais são completamen-
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser vo- te contrários à ideia do apátrida – ou heimatlos –, que é o
tado nas organizações sindicais; indivíduo que não possui o vínculo da nacionalidade com
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicali- nenhum Estado. Logo, a nacionalidade é um direito da pes-
zado a partir do registro da candidatura a cargo de direção soa humana, o qual não pode ser privado de forma arbitrá-
ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, ria. Não há privação arbitrária quando respeitados os crité-
até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta rios legais previstos no texto constitucional no que tange à
grave nos termos da lei. perda da nacionalidade. Em outras palavras, o constituinte
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se brasileiro não admite a figura do apátrida.
à organização de sindicatos rurais e de colônias de pes- Contudo, é exatamente por ser um direito que a na-
cadores, atendidas as condições que a lei estabelecer. cionalidade não pode ser uma obrigação, garantindo-se à
pessoa o direito de deixar de ser nacional de um país e
O direito de greve, por seu turno, está previsto no ar- passar a sê-lo de outro, mudando de nacionalidade, por
um processo conhecido como naturalização.
tigo 9º, CF:
Prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos em
seu artigo 15: “I) Todo homem tem direito a uma nacio-
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos
nalidade. II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e
nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade”.
sobre os interesses que devam por meio dele defender.
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais
aprofunda-se em meios para garantir que toda pessoa te-
e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis nha uma nacionalidade desde o seu nascimento ao adotar
da comunidade. o critério do jus solis, explicitando que ao menos a pessoa
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às terá a nacionalidade do território onde nasceu, quando não
penas da lei. tiver direito a outra nacionalidade por previsões legais di-
versas.
A respeito, conferir a Lei nº 7.783/89, que dispõe sobre “Nacionalidade é um direito fundamental da pessoa
o exercício do direito de greve, define as atividades essen- humana. Todos a ela têm direito. A nacionalidade de um
ciais, regula o atendimento das necessidades inadiáveis indivíduo não pode ficar ao mero capricho de um governo,
da comunidade, e dá outras providências. Enquanto não de um governante, de um poder despótico, de decisões
for disciplinado o direito de greve dos servidores públicos, unilaterais, concebidas sem regras prévias, sem o contra-
esta é a legislação que se aplica, segundo o STF. ditório, a defesa, que são princípios fundamentais de todo
O direito de participação é previsto no artigo 10, CF: sistema jurídico que se pretenda democrático. A questão
não pode ser tratada com relativismos, uma vez que é mui-
Artigo 10, CF. É assegurada a participação dos traba- to séria”64.
lhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos pú- Não obstante, tem-se no âmbito constitucional e in-
blicos em que seus interesses profissionais ou previdenciá- ternacional a previsão do direito de asilo, consistente no
rios sejam objeto de discussão e deliberação. direito de buscar abrigo em outro país quando naquele do
qual for nacional estiver sofrendo alguma perseguição. Tal
Por fim, aborda-se o direito de representação classista perseguição não pode ter motivos legítimos, como a práti-
no artigo 11, CF: ca de crimes comuns ou de atos atentatórios aos princípios
das Nações Unidas, o que subverteria a própria finalidade
Artigo 11, CF. Nas empresas de mais de duzentos em- desta proteção. Em suma, o que se pretende com o direi-
pregados, é assegurada a eleição de um representante to de asilo é evitar a consolidação de ameaças a direitos
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o enten- humanos de uma pessoa por parte daqueles que deve-
dimento direto com os empregadores. riam protegê-los – isto é, os governantes e os entes sociais
como um todo –, e não proteger pessoas que justamente
Nacionalidade cometeram tais violações.
O capítulo III do Título II aborda a nacionalidade, que 64 VALVERDE, Thiago Pellegrini. Comentários aos artigos XV e
vem a ser corolário dos direitos políticos, já que somente XVI. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Univer-
um nacional pode adquirir direitos políticos. sal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 87-88.
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DIREITOS HUMANOS
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DIREITOS HUMANOS
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DIREITOS HUMANOS
a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou per- Os símbolos, por sua vez, representam a imagem da
manência no Brasil; nação e permitem o seu reconhecimento nacional e inter-
b) havendo entrado no território nacional com infração nacionalmente.
à lei, dele não se retirar no prazo que lhe for determinado Por esta intrínseca relação com a nacionalidade, a pre-
para fazê-lo, não sendo aconselhável a deportação; visão é feito dentro do capítulo do texto constitucional que
c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou aborda o tema.
d) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei
Direitos políticos
para estrangeiro.
Como mencionado, a nacionalidade é corolário dos di-
reitos políticos, já que somente um nacional pode adquirir
A entrega (ou surrender) consiste na submissão de um direitos políticos. No entanto, nem todo nacional é titular
nacional a um tribunal internacional do qual o próprio país de direitos políticos. Os nacionais que são titulares de direi-
faz parte. É o que ocorreria, por exemplo, se o Brasil en- tos políticos são denominados cidadãos. Significa afirmar
tregasse um brasileiro para julgamento pelo Tribunal Penal que nem todo nacional brasileiro é um cidadão brasileiro,
Internacional (competência reconhecida na própria Consti- mas somente aquele que for titular do direito de sufrágio
tuição no artigo 5º, §4º). universal.
37
DIREITOS HUMANOS
Na iniciativa popular confere-se à população o poder Artigo 14, § 4º, CF. São inelegíveis os inalistáveis e os
de apresentar projeto de lei à Câmara dos Deputados, analfabetos.
mediante assinatura de 1% do eleitorado nacional, distri-
buído por 5 Estados no mínimo, com não menos de 0,3% Dos incisos I a III denotam-se requisitos correlatos à
dos eleitores de cada um deles. Em complemento, prevê o nacionalidade e à titularidade de direitos políticos. Logo,
artigo 61, §2°, CF: para ser eleito é preciso ser cidadão.
O domicílio eleitoral é o local onde a pessoa se alista
Art. 61, § 2º, CF. A iniciativa popular pode ser exercida como eleitor e, em regra, é no município onde reside, mas
pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei pode não o ser caso analisados aspectos como o vínculo
subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacio- de afeto com o local (ex.: Presidente Dilma vota em Porto
nal, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não me- Alegre – RS, embora resida em Brasília – DF). Sendo assim,
nos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. para se candidatar a cargo no município, deve ter domicílio
eleitoral nele; para se candidatar a cargo no estado, deve
3) Obrigatoriedade do alistamento eleitoral e do ter domicílio eleitoral em um de seus municípios; para se
voto candidatar a cargo nacional, deve ter domicílio eleitoral
O alistamento eleitoral e o voto para os maiores de de- em uma das unidades federadas do país. Aceita-se a trans-
zoito anos são, em regra, obrigatórios. Há facultatividade ferência do domicílio eleitoral ao menos 1 ano antes das
para os analfabetos, os maiores de setenta anos e os eleições.
maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. A filiação partidária implica no lançamento da candi-
datura por um partido político, não se aceitando a filiação
Artigo 14, § 1º, CF. O alistamento eleitoral e o voto são: avulsa.
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; Finalmente, o §3º do artigo 14, CF, coloca o requisi-
II - facultativos para: to etário, com faixa etária mínima para o desempenho de
a) os analfabetos; cada uma das funções, a qual deve ser auferida na data da
b) os maiores de setenta anos;
posse.
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
5) Inelegibilidade
No mais, esta obrigatoriedade se aplica aos nacionais
Atender às condições de elegibilidade é necessário
brasileiros, já que, nos termos do artigo 14, §2º, CF:
para poder ser eleito, mas não basta. Além disso, é preciso
não se enquadrar em nenhuma das hipóteses de inelegi-
Artigo 14, §2º, CF. Não podem alistar-se como eleitores
bilidade.
os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obri-
A inelegibilidade pode ser absoluta ou relativa. Na
gatório, os conscritos.
absoluta, são atingidos todos os cargos; nas relativas, são
Quanto aos conscritos, são aqueles que estão prestan- atingidos determinados cargos.
do serviço militar obrigatório, pois são necessárias tropas
disponíveis para os dias da eleição. Artigo 14, § 4º, CF. São inelegíveis os inalistáveis e os
analfabetos.
4) Elegibilidade
O artigo 14, §§ 3º e 4º, CF, descrevem as condições de O artigo 14, §4º, CF traz duas hipóteses de inelegibili-
elegibilidade, ou seja, os requisitos que devem ser preen- dade, que são absolutas, atingem todos os cargos. Para ser
chidos para que uma pessoa seja eleita, no exercício de sua elegível é preciso ser alfabetizado (os analfabetos têm a
capacidade passiva do sufrágio universal. faculdade de votar, mas não podem ser votados) e é preci-
so possuir a capacidade eleitoral ativa – poder votar (inalis-
Artigo 14, § 3º, CF. São condições de elegibilidade, na táveis são aqueles que não podem tirar o título de eleitor,
forma da lei: portanto, não podem votar, notadamente: os estrangeiros
I - a nacionalidade brasileira; e os conscritos durante o serviço militar obrigatório).
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral; Artigo 14, §5º, CF. O Presidente da República, os
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos
V - a filiação partidária; e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos
VI - a idade mínima de: mandatos poderão ser reeleitos para um único período sub-
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente sequente.
da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Descreve-se no dispositivo uma hipótese de inelegibili-
Estado e do Distrito Federal; dade relativa. Se um Chefe do Poder Executivo de qualquer
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado das esferas for substituído por seu vice no curso do man-
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; dato, este vice somente poderá ser eleito para um período
d) dezoito anos para Vereador. subsequente.
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DIREITOS HUMANOS
Ex.: Governador renuncia ao mandato no início do seu Artigo 14, §9º, CF. Lei complementar estabelecerá ou-
último ano de governo para concorrer ao Senado Federal e tros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a
é substituído pelo seu vice-governador. Se este se candida- fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade
tar e for eleito, não poderá ao final deste mandato se ree- para exercício de mandato considerada vida pregressa do
leger. Isto é, se o mandato o candidato renuncia no início candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições con-
de 2010 o seu mandato de 2007-2010, assumindo o vice tra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício
em 2010, poderá este se candidatar para o mandato 2011- de função, cargo ou emprego na administração direta ou
2014, mas caso seja eleito não poderá se reeleger para o indireta.
mandato 2015-2018 no mesmo cargo. Foi o que aconteceu
com o ex-governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, O rol constitucional de inelegibilidades dos parágrafos
que assumiu em 2010 no lugar de Aécio Neves o governo do artigo 14 não é taxativo, pois lei complementar pode
do Estado de Minas Gerais e foi eleito governador entre estabelecer outros casos, tanto de inelegibilidades absolu-
2011 e 2014, mas não pode se candidatar à reeleição, con- tas como de inelegibilidades relativas. Neste sentido, a Lei
correndo por isso a uma vaga no Senado Federal. Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, estabelece
casos de inelegibilidade, prazos de cessação, e determina
Artigo 14, §6º, CF. Para concorrerem a outros cargos, outras providências. Esta lei foi alterada por aquela que fi-
o Presidente da República, os Governadores de Estado e do cou conhecida como Lei da Ficha Limpa, Lei Complementar
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respecti- nº 135, de 04 de junho de 2010, principalmente em seu
vos mandatos até seis meses antes do pleito. artigo 1º, que segue.
São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos, Art. 1º, Lei Complementar nº 64/1990. São inelegíveis:
os chefes do Executivo que não renunciarem aos seus man- I - para qualquer cargo:
datos até seis meses antes do pleito eleitoral, antes das a) os inalistáveis e os analfabetos;
eleições. Ex.: Se a eleição aconteceu em 05/10/2014, neces- b) os membros do Congresso Nacional, das Assembleias
sário que tivesse renunciado até 04/04/2014. Legislativas, da Câmara Legislativa e das Câmaras Munici-
pais, que hajam perdido os respectivos mandatos por infrin-
gência do disposto nos incisos I e II do art. 55 da Consti-
Artigo 14, §7º, CF. São inelegíveis, no território de ju-
tuição Federal, dos dispositivos equivalentes sobre perda de
risdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos
mandato das Constituições Estaduais e Leis Orgânicas dos
ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presiden-
Municípios e do Distrito Federal, para as eleições que se rea-
te da República, de Governador de Estado ou Território, do
lizarem durante o período remanescente do mandato para o
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído
qual foram eleitos e nos oito anos subsequentes ao término
dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular
da legislatura;
de mandato eletivo e candidato à reeleição.
d) os que tenham contra sua pessoa representação jul-
gada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada
São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos, em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de
cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o se- apuração de abuso do poder econômico ou político, para a
gundo grau ou por adoção, dos Chefes do Executivo ou eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem
de quem os tenha substituído ao final do mandato, a não como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;
ser que seja já titular de mandato eletivo e candidato à (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
reeleição. e) os que forem condenados, em decisão transitada em
julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a
Artigo 14, §8º, CF. O militar alistável é elegível, condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após
atendidas as seguintes condições: o cumprimento da pena, pelos crimes: (Redação dada pela
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afas- Lei Complementar nº 135, de 2010)
tar-se da atividade; 1. contra a economia popular, a fé pública, a administra-
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado ção pública e o patrimônio público; (Incluído pela Lei Com-
pela autoridade superior e, se eleito, passará automatica- plementar nº 135, de 2010)
mente, no ato da diplomação, para a inatividade. 2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o
mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falên-
São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos, cia; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
os militares que não podem se alistar ou os que podem, 3. contra o meio ambiente e a saúde pública; (Incluído
mas não preenchem as condições do §8º do artigo 14, CF, pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
ou seja, se não se afastar da atividade caso trabalhe há me- 4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de
nos de 10 anos, se não for agregado pela autoridade supe- liberdade; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
rior (suspenso do exercício das funções por sua autoridade 5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver
sem prejuízo de remuneração) caso trabalhe há mais de condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exer-
10 anos (sendo que a eleição passa à condição de inativo). cício de função pública; (Incluído pela Lei Complementar nº
135, de 2010)
39
DIREITOS HUMANOS
6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; l) os que forem condenados à suspensão dos direitos
(Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida
7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade
tortura, terrorismo e hediondos; administrativa que importe lesão ao patrimônio público e
8. de redução à condição análoga à de escravo; (Incluído enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em
pela Lei Complementar nº 135, de 2010) julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o
9. contra a vida e a dignidade sexual; e (Incluído pela Lei cumprimento da pena; (Incluído pela Lei Complementar nº
Complementar nº 135, de 2010) 135, de 2010)
10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por
bando; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) decisão sancionatória do órgão profissional competente, em
f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou decorrência de infração ético-profissional, pelo prazo de 8
com ele incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos; (Redação (oito) anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso
dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010) pelo Poder Judiciário; (Incluído pela Lei Complementar nº
g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de 135, de 2010)
cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade in- n) os que forem condenados, em decisão transitada em
sanável que configure ato doloso de improbidade adminis- julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, em razão
trativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou
se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judi- de união estável para evitar caracterização de inelegibilida-
ciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos de, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão que reconhecer
seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se a fraude; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a o) os que forem demitidos do serviço público em decor-
todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de manda- rência de processo administrativo ou judicial, pelo prazo de
tários que houverem agido nessa condição; (Redação dada 8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido
pela Lei Complementar nº 135, de 2010) suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário; (Incluído pela Lei
h) os detentores de cargo na administração pública di- Complementar nº 135, de 2010)
reta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a ter- p) a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas res-
ceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem ponsáveis por doações eleitorais tidas por ilegais por decisão
condenados em decisão transitada em julgado ou proferida transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da
por órgão judicial colegiado, para a eleição na qual concor- Justiça Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão,
rem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se observando-se o procedimento previsto no art. 22; (Incluído
realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; (Redação dada pela pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
Lei Complementar nº 135, de 2010) q) os magistrados e os membros do Ministério Público
i) os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento que forem aposentados compulsoriamente por decisão san-
ou seguro, que tenham sido ou estejam sendo objeto de pro- cionatória, que tenham perdido o cargo por sentença ou que
cesso de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, tenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na
nos 12 (doze) meses anteriores à respectiva decretação, car- pendência de processo administrativo disciplinar, pelo prazo
go ou função de direção, administração ou representação, de 8 (oito) anos; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de
enquanto não forem exonerados de qualquer responsabili- 2010)
dade; II - para Presidente e Vice-Presidente da República:
j) os que forem condenados, em decisão transitada em a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente
julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, de seus cargos e funções:
por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por 1. os Ministros de Estado:
doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha 2. os chefes dos órgãos de assessoramento direto, civil e
ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas militar, da Presidência da República;
eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diplo- 3. o chefe do órgão de assessoramento de informações
ma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição; (Incluído da Presidência da República;
pela Lei Complementar nº 135, de 2010) 4. o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
k) o Presidente da República, o Governador de Estado e 5. o Advogado-Geral da União e o Consultor-Geral da
do Distrito Federal, o Prefeito, os membros do Congresso Na- República;
cional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa, 6. os chefes do Estado-Maior da Marinha, do Exército e
das Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos da Aeronáutica;
desde o oferecimento de representação ou petição capaz de 7. os Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica;
autorizar a abertura de processo por infringência a dispositi- 8. os Magistrados;
vo da Constituição Federal, da Constituição Estadual, da Lei 9. os Presidentes, Diretores e Superintendentes de autar-
Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Muni- quias, empresas públicas, sociedades de economia mista e
cípio, para as eleições que se realizarem durante o período fundações públicas e as mantidas pelo poder público;
remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos 8 10. os Governadores de Estado, do Distrito Federal e de
(oito) anos subsequentes ao término da legislatura; (Incluído Territórios;
pela Lei Complementar nº 135, de 2010) 11. os Interventores Federais;
40
DIREITOS HUMANOS
41
DIREITOS HUMANOS
§ 1° Para concorrência a outros cargos, o Presidente da O inciso III refere-se a um dos possíveis efeitos da con-
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal denação criminal, que é a suspensão de direitos políticos.
e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos O inciso IV trata da recusa em cumprir a obrigação mi-
até 6 (seis) meses antes do pleito. litar ou a prestação substitutiva imposta em caso de escusa
§ 2° O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o moral ou religiosa.
Vice-Prefeito poderão candidatar-se a outros cargos, O inciso V se refere à ação de improbidade administra-
preservando os seus mandatos respectivos, desde que, nos tiva, que tramita para apurar a prática dos atos de improbi-
últimos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, não tenham su- dade administrativa, na qual uma das penas aplicáveis é a
cedido ou substituído o titular. suspensão dos direitos políticos.
§ 3° São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, Os direitos políticos somente são perdidos em dois
o cônjuge e os parentes, consanguíneos ou afins, até o
casos, quais sejam cancelamento de naturalização por
segundo grau ou por adoção, do Presidente da República,
sentença transitada em julgado (o indivíduo naturalizado
de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal,
volta à condição de estrangeiro) e perda da nacionalidade
de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos
6 (seis) meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de brasileira em virtude da aquisição de outra (brasileiro se
mandato eletivo e candidato à reeleição. naturaliza em outro país e assim deixa de ser considera-
§ 4º A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I do um cidadão brasileiro, perdendo direitos políticos). Nos
deste artigo não se aplica aos crimes culposos e àqueles demais casos, há suspensão. Nota-se que não há perda de
definidos em lei como de menor potencial ofensivo, direitos políticos pela prática de atos atentatórios contra a
nem aos crimes de ação penal privada. (Incluído pela Lei Administração Pública por parte do servidor, mas apenas
Complementar nº 135, de 2010) suspensão.
§ 5º A renúncia para atender à desincompatibilização A cassação de direitos políticos, consistente na retirada
com vistas a candidatura a cargo eletivo ou para assunção dos direitos políticos por ato unilateral do poder público,
de mandato não gerará a inelegibilidade prevista na sem observância dos princípios elencados no artigo 5º, LV,
alínea k, a menos que a Justiça Eleitoral reconheça fraude CF (ampla defesa e contraditório), é um procedimento que
ao disposto nesta Lei Complementar. (Incluído pela Lei só existe nos governos ditatoriais e que é absolutamente
Complementar nº 135, de 2010). vedado pelo texto constitucional.
42
DIREITOS HUMANOS
Público não pode financiar campanhas eleitorais; prestação dos sistemas contemporâneos mais adequados - os princí-
de contas à Justiça Eleitoral, notadamente para resguardar pios e as regras de uma boa organização penitenciária e da
a mencionada vedação; e funcionamento parlamentar de prática relativa ao tratamento de prisioneiros.
acordo com a lei. Ainda, a lei veda a utilização de organi-
zação paramilitar por parte dos partidos políticos (artigo 2. É evidente que devido a grande variedade de condi-
17, §4º, CF). ções jurídicas, sociais, econômicas e geográficas existentes
O respeito a estes ditames permite o exercício do par- no mundo, todas estas regras não podem ser aplicadas in-
tidarismo de forma autônoma em termos estruturais e or- distintamente em todas as partes e a todo tempo. Devem,
ganizacionais, conforme o §1º do artigo 17, CF: contudo, servir para estimular o esforço constante com
vistas à superação das dificuldades práticas que se opõem
Art. 17, §1º, CF. É assegurada aos partidos políticos auto- a sua aplicação, na certeza de que representam, em seu
nomia para definir sua estrutura interna, organização e fun- conjunto, as condições mínimas admitidas pelas Nações
cionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime Unidas.
de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vincu-
lação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, 3. Por outro lado, os critérios que se aplicam às ma-
distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer térias referidas nestas regras evoluem constantemente e,
normas de disciplina e fidelidade partidária. portanto, não tendem a excluir a possibilidade de expe-
riências e práticas, sempre que as mesmas se ajustem aos
Os estatutos que tecem esta regulamentação devem princípios e propósitos que emanam do texto das regras.
ser registrados no Tribunal Superior Eleitoral (artigo 17, §2º, De acordo com esse espírito, a administração penitenciá-
CF). ria central sempre poderá autorizar qualquer exceção às
Quanto ao financiamento das campanhas e o acesso à regras.
mídia, prevê o §3º do artigo 17 da CF:
4.
Art. 17, §3º, CF. Os partidos políticos têm direito a re- 1.A primeira parte das regras trata das matérias relati-
cursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à vas à administração geral dos estabelecimentos peniten-
televisão, na forma da lei. ciários e é aplicável a todas as categorias de prisioneiros,
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de criminais ou civis, em regime de prisão preventiva ou já
organização paramilitar. condenados, incluindo aqueles que tenham sido objeto de
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os medida de segurança ou de medida de reeducação orde-
requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o nada por um juiz.
mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato,
a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa 2.A segunda parte contém as regras que são aplicáveis
filiação considerada para fins de distribuição dos recursos somente às categorias de prisioneiros a que se refere cada
do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio seção. Entretanto, as regras da seção A, aplicáveis aos pre-
e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº sos condenados, serão igualmente aplicáveis às categorias
97, de 2017) de presos a que se referem as seções B, C e D, sempre que
não sejam contraditórias com as regras específicas dessas
seções e sob a condição de que sejam proveitosas para tais
prisioneiros.
REGRAS MÍNIMAS PARA O TRATAMENTO
DE PESSOAS PRESAS, DA ONU. 5.
1.Estas regras não estão destinadas a determinar a or-
ganização dos estabelecimentos para delinquentes juvenis
(estabelecimentos Borstal, instituições de reeducação etc.).
Adotadas pelo 1º Congresso das Nações Unidas sobre Todavia, de um modo geral, pode-se considerar que a pri-
Prevenção do Crime e Tratamento de Delinquentes, rea- meira parte destas regras mínimas também é aplicável a
lizado em Genebra, em 1955, e aprovadas pelo Conselho esses estabelecimentos.
Econômico e Social da ONU através da sua resolução 663
C I (XXIV), de 31 de julho de 1957, aditada pela resolução 2.A categoria de prisioneiros juvenis deve compreen-
2076 (LXII) de 13 de maio de 1977. Em 25 de maio de 1984, der, em qualquer caso, os menores sujeitos à jurisdição de
através da resolução 1984/47, o Conselho Econômico e So- menores. Como norma geral, os delinquentes juvenis não
cial aprovou treze procedimentos para a aplicação efetiva deveriam ser condenados a penas de prisão.
das Regras Mínimas (anexo).
Observações preliminares PARTE I
1. O objetivo das presentes regras não é descrever de- Regras de aplicação geral
talhadamente um sistema penitenciário modelo, mas ape-
nas estabelecer - inspirando-se em conceitos geralmente Princípio Fundamental
admitidos em nossos tempos e nos elementos essenciais
43
DIREITOS HUMANOS
2.Ao contrário, é necessário respeitar as crenças reli- 10. Todas os locais destinados aos presos, especial-
giosas e os preceitos morais do grupo a que pertença o mente aqueles que se destinam ao alojamento dos pre-
preso. sos durante a noite, deverão satisfazer as exigências da
higiêne, levando-se em conta o clima, especialmente no
Registro que concerne ao volume de ar, espaço mínimo, iluminação,
aquecimento e ventilação. 11. Em todos os locais onde os
7. presos devam viver ou trabalhar:
1.Em todos os lugares em que haja pessoas detidas,
deverá existir um livro oficial de registro, atualizado, con-
a.As janelas deverão ser suficientemente grandes para
tendo páginas numeradas, no qual serão anotados, relati-
que os presos possam ler e trabalhar com luz natural, e
vamente a cada preso:
deverão estar dispostas de modo a permitir a entrada de ar
a.A informação referente a sua identidade; fresco, haja ou não ventilação artificial.
b.As razões da sua detenção e a autoridade competen- b.A luz artificial deverá ser suficiente para os presos
te que a ordenou; poderem ler ou trabalhar sem prejudicar a visão.
c.O dia e a hora da sua entrada e da sua saída.
12. As instalações sanitárias deverão ser adequadas
2.Nenhuma pessoa deverá ser admitida em um esta- para que os presos possam satisfazer suas necessidades
belecimento prisional sem uma ordem de detenção válida, naturais no momento oportuno, de um modo limpo e de-
cujos dados serão previamente lançados no livro de regis- cente.
tro.
13. As instalações de banho deverão ser adequadas
Separação de categorias para que cada preso possa tomar banho a uma tempera-
tura adaptada ao clima, tão frequentemente quanto neces-
8. As diferentes categorias de presos deverão ser man- sário à higiene geral, de acordo com a estação do ano e a
tidas em estabelecimentos prisionais separados ou em di- região geográfica, mas pelo menos uma vez por semana
ferentes zonas de um mesmo estabelecimento prisional, em um clima temperado.
levando-se em consideração seu sexo e idade, seus ante-
cedentes, as razões da detenção e o tratamento que lhes 14. Todos os locais de um estabelecimento penitenciá-
deve ser aplicado. Assim é que: rio frequentados regularmente pelos presos deverão ser
mantidos e conservados escrupulosamente limpos.
a.Quando for possível, homens e mulheres deverão fi-
car detidos em estabelecimentos separados; em estabele- Higiene pessoal
cimentos que recebam homens e mulheres, o conjunto dos
locais destinados às mulheres deverá estar completamente 15. Será exigido que todos os presos mantenham-se
separado; limpos; para este fim, ser-lhes-ão fornecidos água e os arti-
b.As pessoas presas preventivamente deverão ser
gos de higiene necessários à sua saúde e limpeza.
mantidas separadas dos presos condenados;
c.Pessoas presas por dívidas ou por outras questões de
16. Serão postos à disposição dos presos meios para
natureza civil deverão ser mantidas separadas das pessoas
presas por infração penal; cuidarem do cabelo e da barba, a fim de que possam se
d.Os presos jovens deverão ser mantidos separados apresentar corretamente e conservem o respeito por si
dos presos adultos. mesmos; os homens deverão poder barbear-se com regu-
laridade.
Locais destinados aos presos
Roupas de vestir, camas e roupas de cama
9.
1.As celas ou quartos destinados ao isolamento no- 17.
turno não deverão ser ocupadas por mais de um preso. 1.Todo preso a quem não seja permitido vestir suas
Se, por razões especiais, tais como excesso temporário da próprias roupas, deverá receber as apropriadas ao clima e
população carcerária, for indispensável que a administra- em quantidade suficiente para manter-se em boa saúde.
ção penitenciária central faça exceções a esta regra, deverá Ditas roupas não poderão ser, de forma alguma, degradan-
evitar-se que dois reclusos sejam alojados numa mesma tes ou humilhantes.
cela ou quarto individual.
44
DIREITOS HUMANOS
2.Todas as roupas deverão estar limpas e mantidas em cilidades hospitalares em um estabelecimento prisional, o
bom estado. A roupa de baixo será trocada e lavada com a respectivo equipamento, mobiliário e produtos farmacêuti-
frequência necessária à manutenção da higiêne. cos serão adequados para o tratamento médico dos presos
doentes, e deverá haver pessoal devidamente qualificado.
3.Em circunstâncias excepcionais, quando o preso ne-
cessitar afastar-se do estabelecimento penitenciário para 3.Cada preso poderá servir-se dos trabalhos de um
fins autorizados, ele poderá usar suas próprias roupas, que dentista qualificado.
não chamem atenção sobre si.
23.
18. Quando um preso for autorizado a vestir suas pró- 1.Nos estabelecimentos prisionais para mulheres de-
prias roupas, deverão ser tomadas medidas para se asse- vem existir instalações especiais para o tratamento de pre-
gurar que, quando do seu ingresso no estabelecimento pe- sas grávidas, das que tenham acabado de dar à luz e das
nitenciário, as mesmas estão limpas e são utilizáveis. convalescentes. Desde que seja possível, deverão ser toma-
das medidas para que o parto ocorra em um hospital civil.
19. Cada preso disporá, de acordo com os costumes Se a criança nascer num estabelecimento prisional, tal fato
locais ou nacionais, de uma cama individual e de roupa de não deverá constar no seu registro de nascimento.
cama suficiente e própria, mantida em bom estado de con-
servação e trocada com uma frequência capaz de garantir 2.Quando for permitido às mães presas conservar as
sua limpeza. respectivas crianças, deverão ser tomadas medidas para
organizar uma creche, dotada de pessoal qualificado, onde
Alimentação as crianças possam permanecer quando não estejam ao
cuidado das mães.
20.
1.A administração fornecerá a cada preso, em horas 24. O médico deverá ver e examinar cada preso o mais
determinadas, uma alimentação de boa qualidade, bem depressa possível após a sua admissão no estabelecimen-
preparada e servida, cujo valor nutritivo seja suficiente para to prisional e depois, quando necessário, com o objetivo
a manutenção da sua saúde e das suas forças. de detectar doenças físicas ou mentais e de tomar todas
as medidas necessárias para o respectivo tratamento; de
2.Todo preso deverá ter a possibilidade de dispor de separar presos suspeitos de doenças infecciosas ou con-
água potável quando dela necessitar. tagiosas; de anotar deformidades físicas ou mentais que
possam constituir obstáculos à reabilitação dos presos, e
Exercícios físicos de determinar a capacidade de trabalho de cada preso.
21. 25.
1.O preso que não trabalhar ao ar livre deverá ter, se 1.O médico deverá tratar da saúde física e mental dos
o tempo permitir, pelo menos uma hora por dia para fazer presos e deverá diariamente observar todos os presos
exercícios apropriados ao ar livre. doentes e os que se queixam de dores ou mal-estar, e qual-
quer preso para o qual a sua atenção for chamada.
2.Os presos jovens e outros cuja idade e condição físi-
ca o permitam, receberão durante o período reservado ao 2.O médico deverá informar o diretor quando consi-
exercício uma educação física e recreativa. Para este fim, derar que a saúde física ou mental de um preso tenha sido
serão colocados à disposição dos presos o espaço, as ins- ou venha a ser seriamente afetada pelo prolongamento da
talações e os equipamentos necessários. situação de detenção ou por qualquer condição específica
dessa situação de detenção.
Serviços médicos
26.
22. 1.O médico deverá regularmente inspecionar e acon-
1.Cada estabelecimento penitenciário terá à sua dispo- selhar o diretor sobre:
sição os serviços de pelo menos um médico qualificado, a.A quantidade, qualidade, preparação e serviço da ali-
que deverá ter certos conhecimentos de psiquiatria. Os mentação;
serviços médicos deverão ser organizados em estreita li- b.A higiene e limpeza do estabelecimento prisional e
gação com a administração geral de saúde da comunidade dos presos;
ou nação. Deverão incluir um serviço de psiquiatria para o c.As condições sanitárias, aquecimento, iluminação e
diagnóstico, e em casos específicos, para o tratamento de ventilação do estabelecimento prisional;
estados de anomalia. d.A adequação e limpeza da roupa de vestir e de cama
dos presos;
2.Os presos doentes que necessitem tratamento espe- e.A observância das regras concernentes à educação
cializado deverão ser transferidos para estabelecimentos física e aos desportos, quando não houver pessoal técnico
especializados ou para hospitais civis. Quando existam fa- encarregado destas atividades.
45
DIREITOS HUMANOS
2.O diretor levará em consideração os relatórios e os b.O mesmo se aplicará a qualquer outra punição que
pareceres que o médico lhe apresentar, de acordo com as possa ser prejudicial à saúde física ou mental de um preso.
regras 25(2) e 26, e no caso de concordar com as reco- Em nenhum caso deverá tal punição contrariar ou divergir
mendações apresentadas tomará imediatamente medidas do princípio estabelecido na regra 31.
no sentido de pôr em prática essas recomendações; se as
mesmas não estiverem no âmbito da sua competência, ou c.O médico visitará diariamente os presos sujeitos a tais
caso não concorde com elas, deverá imediatamente enviar punições e aconselhará o diretor caso considere necessário
o seu próprio relatório e o parecer do médico a uma auto- terminar ou alterar a punição por razões de saúde física ou
ridade superior. mental.
27. A disciplina e a ordem serão mantidas com firme- 33. A sujeição a instrumentos tais como algemas, cor-
za, mas sem impor mais restrições do que as necessárias à rentes, ferros e coletes de força nunca deve ser aplicada
manutenção da segurança e da boa organização da vida como punição. Correntes e ferros também não serão usa-
comunitária. dos como instrumentos de coação. Quaisquer outros ins-
trumentos de coação não serão usados, exceto nas seguin-
28. tes circunstâncias:
1.Nenhum preso pode ser utilizado em serviços que
lhe sejam atribuídos em consequência de medidas disci- a.Como precaução contra fuga durante uma transfe-
plinares. rência, desde que sejam retirados quando o preso com-
parecer perante uma autoridade judicial ou administrativa;
2.Esta regra, contudo, não impedirá o conveniente b.Por razões médicas e sob a supervisão do médico;
funcionamento de sistemas baseados na autogestão, nos c.Por ordem do diretor, se outros métodos de contro-
quais atividades ou responsabilidades sociais, educacionais le falharem, a fim de evitar que o preso se moleste a si
ou esportivas específicas podem ser confiadas, sob ade- mesmo, a outros ou cause estragos materiais; nestas cir-
quada supervisão, a presos reunidos em grupos com obje- cunstâncias, o diretor consultará imediatamente o médico
tivos terapêuticos. e informará à autoridade administrativa superior.
29. A lei ou regulamentação emanada da autoridade 34. As normas e o modo de utilização dos instrumen-
administrativa competente determinará, para cada caso: tos de coação serão decididos pela administração prisional
central.
a.O comportamento que constitua falta disciplinar; Tais instrumentos não devem ser impostos senão pelo
b.Os tipos e a duração da punição a aplicar; tempo estritamente necessário.
c.A autoridade competente para impor tal punição.
Informação e direito de queixa dos presos
30.
1.Nenhum preso será punido senão de acordo com a 35.
lei ou regulamento, e nunca duas vezes pelo mesmo crime. 1.Quando for admitido, cada preso receberá informa-
ção escrita sobre o regime prisional para a sua categoria,
2.Nenhum preso será punido a não ser que tenha sido sobre os regulamentos disciplinares do estabelecimento
informado do crime de que é acusado e lhe seja dada uma e os métodos autorizados para obter informações e para
oportunidade adequada para apresentar defesa. A au- formular queixas; e qualquer outra informação necessá-
toridade competente examinará o caso exaustivamente. ria para conhecer os seus direitos e obrigações, e para se
adaptar à vida do estabelecimento.
3) Quando necessário e possível, o preso será autoriza-
do a defender-se por meio de um intérprete. 2.Se o preso for analfabeto, tais informações ser-lhe-ão
comunicadas oralmente.
31. Serão absolutamente proibidos como punições por
faltas disciplinares os castigos corporais, a detenção em 36.
cela escura e todas as penas cruéis, desumanas ou degra- 1.Todo preso terá, em cada dia de trabalho, a oportuni-
dantes. dade de apresentar pedidos ou queixas ao diretor do esta-
belecimento ou ao funcionário autorizado a representá-lo.
32.
a.As penas de isolamento e de redução de alimentação 2.As petições ou queixas poderão ser apresentadas ao
não deverão nunca ser aplicadas, a menos que o médico inspetor de prisões durante sua inspeção. O preso poderá
tenha examinado o preso e certificado por escrito que ele falar com o inspetor ou com qualquer outro funcionário
está apto para as suportar. encarregado da inspeção sem que o diretor ou qualquer
outro membro do estabelecimento se faça presente.
46
DIREITOS HUMANOS
3.Todo preso deve ter autorização para encaminhar, 3.Não será recusado o acesso de qualquer preso a um
pelas vias prescritas, sem censura quanto às questões de representante qualificado de qualquer religião. Por outro
mérito mas na devida forma, uma petição ou queixa à ad- lado, se qualquer preso levantar objeções à visita de qual-
ministração penitenciária central, à autoridade judicial ou a quer representante religioso, sua posição será inteiramente
qualquer outra autoridade competente. respeitada.
4.A menos que uma solicitação ou queixa seja eviden- 42. Tanto quanto possível, cada preso será autorizado a
temente temerária ou desprovida de fundamento, a mes- satisfazer as necessidades de sua vida religiosa, assistindo
ma deverá ser examinada sem demora, dando-se uma res- aos serviços ministrados no estabelecimento ou tendo em
posta ao preso no seu devido tempo. sua posse livros de rito e prática religiosa da sua crença.
47
DIREITOS HUMANOS
2.A administração penitenciária esforçar-se-á constan- 3.O diretor deverá residir no estabelecimento prisional
temente por despertar e manter no espírito do pessoal e na ou perto dele.
opinião pública a convicção de que a função penitenciária
constitui um serviço social de grande importância e, sendo 4.Quando dois ou mais estabelecimentos estejam sob
assim, utilizará todos os meios apropriados para ilustrar o a autoridade de um único diretor, este os visitará com fre-
público. quência. Cada um desses estabelecimentos estará dirigido
por um funcionário responsável residente no local.
3.Para lograr tais fins, será necessário que os membros
trabalhem com exclusivadade como funcionários peniten- 51.
ciários profissionais, tenham a condição de funcionários 1.O diretor, o subdiretor e a maioria do pessoal do
públicos e, portanto, a segurança de que a estabilidade em estabelecimento prisional deverão falar a língua da maior
seu emprego dependerá unicamente da sua boa conduta, parte dos reclusos ou uma língua compreendida pela maior
da eficácia do seu trabalho e de sua aptidão física. A remu- parte deles.
neração do pessoal deverá ser adequada, a fim de se obter
e conservar os serviços de homens e mulheres capazes. De- 2.Recorrer-se-á aos serviços de um intérprete toda vez
terminar-se-á os benefícios da carreira e as condições do que seja necessário.
serviço tendo em conta o caráter penoso de suas funções.
52.
47. 1.Nos estabelecimentos prisionais cuja importância
1.Os membros do pessoal deverão possuir um nível in- exija o serviço contínuo de um ou vários médicos, pelo
telectual satisfatório. menos um deles residirá no estabelecimento ou nas suas
proximidades.
2.Os membros do pessoal deverão fazer, antes de in-
gressarem no serviço, um curso de formação geral e es- 2.Nos demais estabelecimentos, o médico visitará dia-
pecial, e passar satisfatoriamente pelas provas teóricas e riamente os presos e residirá próximo o bastante do es-
práticas. tabelecimento para acudir sem demora toda vez que se
apresente um caso urgente.
3.Após seu ingresso no serviço e durante a carreira, os
membros do pessoal deverão manter e melhorar seus co- 53.
nhecimentos e sua capacidade profissionais fazendo cursos 1.Nos estabelecimentos mistos, a seção das mulheres
de aperfeiçoamento, que se organizarão periodicamente. estará sob a direção de um funcionário responsável do
sexo feminino, a qual manterá sob sua guarda todas as
chaves de tal seção.
48
DIREITOS HUMANOS
2.Nenhum funcionário do sexo masculino ingressará 58. O fim e a justificação de uma pena de prisão ou de
na seção feminina desacompanhado de um membro femi- qualquer medida privativa de liberdade é, em última ins-
nino do pessoal. tância, proteger a sociedade contra o crime. Este fim so-
mente pode ser atingido se o tempo de prisão for aprovei-
3.A vigilância das presas será exercida exclusivamente tado para assegurar, tanto quanto possível, que depois do
por funcionários do sexo feminino. Contudo, isto não ex- seu regresso à sociedade o delinquente não apenas queira
cluirá que funcionários do sexo masculino, especialmente respeitar a lei e se auto-sustentar, mas também que seja
os médicos e o pessoal de ensino, desempenhem suas fun- capaz de fazê-lo.
ções profissionais em estabelecimentos ou seções reserva-
das às mulheres. 59. Para alcançar esse propósito, o sistema peniten-
ciário deve empregar, tratando de aplicá-los conforme as
54. necessidades do tratamento individual dos delinquentes,
1.Os funcionários dos estabelecimentos prisionais não todos os meios curativos, educativos, morais, espirituais e
usarão, nas suas relações com os presos, de força, exceto de outra natureza, e todas as formas de assistência de que
em legítima defesa ou em casos de tentativa de fuga, ou pode dispor.
de resistência física ativa ou passiva a uma ordem funda-
mentada na lei ou nos regulamentos. Os funcionários que 60.
tenham que recorrer à força, não devem usar senão a es- 1.O regime do estabelecimento prisional deve tentar
tritamente necessária, e devem informar imediatamente o reduzir as diferenças existentes entre a vida na prisão e a
incidente ao diretor do estabelecimento prisional. vida livre quando tais diferenças contribuirem para debili-
tar o sentido de responsabilidade do preso ou o respeito à
2.Será dado aos guardas da prisão treinamento físico dignidade da sua pessoa.
especial, a fim de habilitá-los a dominarem presos agres-
sivos. 2.É conveniente que, antes do término do cumprimen-
to de uma pena ou medida, sejam tomadas as providências
3.Exceto em circunstâncias especiais, os funcionários, necessárias para assegurar ao preso um retorno progressi-
no cumprimento de funções que impliquem contato direto
vo à vida em sociedade. Este propósito pode ser alcançado,
com os presos, não deverão andar armados. Além disso,
de acordo com o caso, com a adoção de um regime prepa-
não será fornecida arma a nenhum funcionário sem que o
ratório para a liberação, organizado dentro do mesmo es-
mesmo tenha sido previamente adestrado no seu manejo.
tabelecimento prisional ou em outra instituição apropria-
da, ou mediante libertação condicional sob vigilância não
Inspeção
confiada à polícia, compreendendo uma assistência social
eficaz.
55. Haverá uma inspeção regular dos estabelecimen-
tos e serviços prisionais por inspetores qualificados e ex-
perientes, nomeados por uma autoridade competente. É 61. No tratamento, não deverá ser enfatizada a ex-
seu dever assegurar que estes estabelecimentos estão sen- clusão dos presos da sociedade, mas, ao contrário, o fato
do administrados de acordo com as leis e regulamentos de que continuam a fazer parte dela. Com esse objetivo
vigentes, para prosseguimento dos objetivos dos serviços deve-se recorrer, na medida ao possível, à cooperação de
prisionais e correcionais. organismos comunitários que ajudem o pessoal do estabe-
lecimento prisional na sua tarefa de reabilitar socialmente
PARTE II os presos. Cada estabelecimento penitenciário deverá con-
Regras aplicáveis a categorias especiais tar com a colaboração de assistentes sociais encarregados
A. Presos condenados de manter e melhorar as relações dos presos com suas fa-
Princípios mestres mílias e com os organismos sociais que possam lhes ser
úteis. Também deverão ser feitas gestões visando proteger,
56. Os princípios mestres enumerados a seguir têm por desde que compatível com a lei e com a pena imposta, os
objetivo definir o espírito segundo o qual devem ser admi- direitos relativos aos interesses civis, os benefícios dos di-
nistrados os sistemas penitenciários e os objetivos a serem reitos da previdência social e outros benefícios sociais dos
buscados, de acordo com a declaração constante no ítem presos.
1 das
Observações preliminares das presentes regras. 62. Os serviços médicos do estabelecimento prisional
se esforçarão para descobrir e deverão tratar todas as de-
57. A prisão e outras medidas cujo efeito é separar um ficiências ou enfermidades físicas ou mentais que consti-
delinquente do mundo exterior são dolorosas pelo próprio tuam um obstáculo à readaptação do preso. Com vistas
fato de retirarem do indivíduo o direito à auto-determina- a esse fim, deverá ser realizado todo tratamento médico,
ção, privando-o da sua liberdade. Logo, o sistema prisional cirúrgico e psiquiátrico que for julgado necessário.
não deverá, exceto por razões justificáveis de segregação
ou para a manutenção da disciplina, agravar o sofrimento
inerente a tal situação.
49
DIREITOS HUMANOS
2.Ditos estabelecimentos não devem adotar as mes- 3.Os informes e demais documentos pertinentes for-
mas medidas de segurança com relação a todos os grupos. marão um arquivo individual. Estes arquivos serão manti-
É conveniente estabelecer diversos graus de segurança dos atualizados e serão classificados de modo que o pes-
conforme a que seja necessária para cada um dos diferen- soal responsável possa consultá-los sempre que seja ne-
tes grupos. Os estabelecimentos abertos - nos quais inexis- cessário.
tem meios de segurança física contra a fuga e se confia na
autodisciplina dos presos - proporcionam, a presos cuida- Classificação e individualização
dosamente escolhidos, as condições mais favoráveis para a
sua readaptação. 67. Os objetivos da classificação deverão ser:
3.É conveniente evitar que nos estabelecimentos fe- a.Separar os presos que, por seu passado criminal ou
chados o número de presos seja tão elevado que constitua sua má disposição, exerceriam uma influência nociva sobre
um obstáculo à individualização do tratamento. Em alguns os companheiros de detenção;
países, estima-se que o número de presos em tais esta-
belecimentos não deve passar de quinhentos. Nos estabe- b.Repartir os presos em grupos, a fim de facilitar o tra-
lecimentos abertos, o número de presos deve ser o mais tamento destinado à sua readaptação social.
reduzido possível.
68. Haverá, se possível, estabelecimentos prisionais se-
4.Ao contrário, também não convém manter estabe-
parados ou seções separadas dentro dos estabelecimentos
lecimentos demasiadamente pequenos para que se possa
para os distintos grupos de presos.
organizar neles um regime apropriado.
69. Tão logo uma pessoa condenada a uma pena ou
64. O dever da sociedade não termina com a libertação
medida de certa duração ingresse em um estabelecimen-
do preso. Deve-se dispor, por conseguinte, dos serviços de
to prisional, e depois de um estudo da sua personalidade,
organismos governamentais ou privados capazes de pres-
será criado um programa de tratamento individual, tendo
tar à pessoa solta uma ajuda pós-penitenciária eficaz, que
tenda a diminuir os preconceitos para com ela e permitam em vista os dados obtidos sobre suas necessidades indivi-
sua readaptação à comunidade. duais, sua capacidade e suas inclinações.
Tratamento Privilégios
65. O tratamento dos condenados a uma punição ou 70. Em cada estabelecimento prisional será instituído
medida privativa de liberdade deve ter por objetivo, en- um sistema de privilégios adaptado aos diferentes grupos
quanto a duração da pena o permitir, inspirar-lhes a von- de presos e aos diferentes métodos de tratamento, a fim
tade de viver conforme a lei, manter-se com o produto do de estimular a boa conduta, desenvolver o sentido de res-
seu trabalho e criar neles a aptidão para fazê-lo. Tal trata- ponsabilidade e promover o interesse e a cooperação dos
mento estará direcionado a fomentar-lhes o respeito por presos no que diz respeito ao seu tratamento.
si mesmos e a desenvolver seu senso de responsabilidade.
Trabalho
66.
1.Para lograr tal fim, deverá se recorrer, em particular, à 71.
assistência religiosa, nos países em que ela seja possível, à 1.O trabalho na prisão não deve ser penoso.
instrução, à orientação e à formação profissionais,
aos métodos de assistência social individual, ao assesso- 2.Todos os presos condenados deverão trabalhar, em
ramento relativo ao emprego, ao desenvolvimento físico conformidade com as suas aptidões física e mental, de
e à educação do caráter moral, em conformidade com as acordo com a determinação do médico.
necessidades individuais de cada preso. Deverá ser levado
em conta seu passado social e criminal, sua capacidade e 3.Trabalho suficiente de natureza útil será dado aos
aptidão físicas e mentais, suas disposições pessoais, a du- presos de modo a conservá-los ativos durante um dia nor-
ração de sua condenação e as perspectivas depois da sua mal de trabalho.
libertação.
50
DIREITOS HUMANOS
6.Dentros dos limites compatíveis com uma seleção 3.O regulamento deverá, igualmente, prever que a
profissional apropriada e com as exigências da administra- administração reservará uma parte da remuneração para
ção e disciplina prisionais, os presos poderão escolher o a constituição de um fundo, que será entregue ao preso
tipo de trabalho que querem fazer.
quando ele for posto em liberdade.
72.
Educação e recreio
1.A organização e os métodos de trabalho peniten-
ciário deverão se assemelhar o mais possível aos que se
aplicam a um trabalho similar fora do estabelecimento pri- 77.
sional, a fim de que os presos sejam preparados para as 1.Serão tomadas medidas para melhorar a educação
condições normais de trabalho livre. de todos os presos em condições de aproveitá-la, incluindo
instrução religiosa nos países em que isso for possível. A
2.Contudo, o interesse dos presos e de sua formação educação de analfabetos e presos jovens será obrigatória,
profissional não deverão ficar subordinados ao desejo de prestando-lhe a administração especial atenção.
se auferir benefícios pecuniários de uma indústria peniten-
ciária. 2.Tanto quanto possível, a educação dos presos estará
integrada ao sistema educacional do país, para que depois
73. da sua libertação possam continuar, sem dificuldades, a
1.As indústrias e granjas penitenciárias deverão ser di- sua educação.
rigidas preferencialmente pela administração e não por
empreiteiros privados. 78. Atividades de recreio e culturais serão proporciona-
das em todos os estabelecimentos prisionais em benefício
2.Os presos que se empregarem em algum trabalho
da saúde física e mental dos presos.
não fiscalizado pela administração estarão sempre sob a
vigilância
Relações sociais e assistência pós-prisional
do pessoal penitenciário. A menos que o trabalho seja
feito para outros setores do governo, as pessoas por ele
beneficiadas pagarão à administração o salário nor- 79. Será prestada especial atenção à manutenção e
malmente exigido para tal trabalho, levando-se em conta o melhora das relações entre o preso e sua família, que se
rendimento do preso. mostrem de maior vantagem para ambos.
51
DIREITOS HUMANOS
2.Os representantes oficiais dessas organizações terão 86. Os presos não julgados dormirão sós, em quartos
todo o acesso necessário ao estabelecimento prisional e separados.
aos presos, sendo consultados sobre o futuro do preso
desde o início do cumprimento da pena. 87. Dentro dos limites compatíveis com a boa ordem
do estabelecimento prisional, os presos não julgados po-
3.É recomendável que as atividades dessas organiza- dem, se assim o desejarem, mandar vir alimentação do ex-
ções estejam centralizadas ou sejam coordenadas, tanto terior às expensas próprias, quer através da administração,
quanto possível, a fim de garantir a melhor utilização dos quer através da sua família ou amigos. Caso contrário, a
seus esforços. administração fornecer-lhes-á alimentação.
52
DIREITOS HUMANOS
Comentário:
Procedimento 1 Para se alcançar o objetivo das Regras Mínimas, é
Todos os Estados cujas normas de proteção a todas necessário que as Regras, assim como as leis e as regula-
as pessoas submetidas a qualquer forma de detenção ou mentações nacionais destinadas a dar-lhes aplicação, se-
prisão não estiverem à altura das Regras Mínimas para o jam postas à disposição dos presos e de todas as pessoas
Tratamento de Prisioneiros, adotarão essas regras mínimas. detidas (regra 95), a fim de que todos eles saibam que as
Regras representam as condições mínimas aceitas pelas
Comentário: Nações Unidas. Assim, este procedimento complementa o
A Assembléia Geral, em sua Resolução 2.858 (XXVI), de disposto no procedimento 3. Um requisito análogo - que
20 de dezembro de 1971, chamou a atenção dos Estados as Regras sejam colocadas à disposição das pessoas para
membros para as Regras Mínimas e recomendou que eles cuja proteção foram elaboradas - figura já nos quatro Con-
as aplicassem na administração das instituições penais e vênios de Genebra, de 12 de agosto de 1949, cujos artigos
correcionais e que considerassem favoravelmente a pos- 47 do primeiro Convênio, 48 do segundo, 127 do tercei-
sibilidade de incorporá-las em sua legislação nacional. É ro e 144 do quarto contêm a mesma disposição: “As Altas
possível que alguns Estados tenham normas mais avança- Partes contratantes comprometem-se a difundir, o mais
das que as Regras e, portanto, não se pede aos mesmos amplamente possível, em tempo de paz e em tempo de
que as adotem. guerra, o texto do presente Convênio em seus respectivos
Quando os Estados considerarem que as Regras ne- países, e especialmente a incorporar seu estudo aos pro-
cessitam ser harmonizadas com seus sistemas jurídicos e gramas de instrução militar e, em sendo possível, também
adaptadas à sua cultura, devem ressaltar a intenção e não civil, de modo que seus princípios sejam conhecidos pelo
a letra fria das Regras. conjunto da população, particularmente das forças arma-
das combatentes, do pessoal da saúde e dos capelães.”
Procedimento 2
Adaptadas, se necessário, às leis e à cultura existentes, Procedimento 5
mas sem distanciar-se do seu espírito e do seu objetivo, as Os Estados informarão a cada cinco anos, ao Secretá-
Regras Mínimas serão incorporadas à legislação nacional e rio-Geral das Nações Unidas, em que medida cumpriram as
demais regulamentos. Regras Mínimas e os progressos que se realizaram em sua
aplicação, assim como os fatores e inconvenientes, se exis-
Comentário: tirem, que afetam sua aplicação, respondendo a questioná-
Este procedimento ressalta a necessidade de se incor- rio do Secretário Geral. Tal questionário, que se baseará em
porar as Regras Mínimas à legislação e aos regulamentos um programa específico, deveria ser seletivo e limitar-se a
nacionais, com o que se abrange também alguns aspectos perguntas concretas visando permitir o estudo e o exame
do procedimento 1. aprofundado dos problemas selecionados. O Secretário-
-Geral, levando em conta os informes dos governos, assim
Procedimento 3 como todas as demais informações pertinentes, disponíveis
As Regras Mínimas serão postas à disposição de to- dentro do sistema das Nações Unidas, preparará um infor-
das as pessoas interessadas, em particular dos funcionários me periódico independente sobre os progressos realizados
responsáveis pela aplicação da lei e do pessoal penitenciá- na aplicação das Regras Mínimas. Na preparação desses
rio, a fim de permitir sua aplicação e execução dentro do informes, o Secretário-Geral também poderá obter a coo-
sistema de justiça penal. peração de organismos especializados das organizações
53
DIREITOS HUMANOS
54
DIREITOS HUMANOS
55
DIREITOS HUMANOS
56
LEI DE EXECUÇÃO PENAL
TÍTULO II
LEI N.º 7.210/84 Do Condenado e do Internado
CAPÍTULO I
Da Classificação
1
LEI DE EXECUÇÃO PENAL
2
LEI DE EXECUÇÃO PENAL
§ 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no exer- I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
cício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento,
penais. os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido;
§ 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local III - acompanhar o resultado das permissões de saídas
apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor Pú- e das saídas temporárias;
blico.( IV - promover, no estabelecimento, pelos meios dispo-
§ 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão imple- níveis, a recreação;
mentados Núcleos Especializados da Defensoria Pública V - promover a orientação do assistido, na fase final do
para a prestação de assistência jurídica integral e gratuita cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar
aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus fami- o seu retorno à liberdade;
liares, sem recursos financeiros para constituir advogado. VI - providenciar a obtenção de documentos, dos be-
nefícios da Previdência Social e do seguro por acidente no
trabalho;
Comentários aos artigos 15 e 16: A Assistência Ju-
VII - orientar e amparar, quando necessário, a família
rídica visa assegurar aos presos e internados as garantias
do preso, do internado e da vítima.
do contraditório, ampla defesa, duplo grau de jurisdição,
imparcialidade do juiz, devido processo legal, direito à pro-
SEÇÃO VII
dução de provas no curso do procedimento, direito de pe- Da Assistência Religiosa
tição e autodefesa.
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto,
SEÇÃO V será prestada aos presos e aos internados, permitindo-se-
Da Assistência Educacional -lhes a participação nos serviços organizados no estabele-
cimento penal, bem como a posse de livros de instrução
Art. 17. A assistência educacional compreenderá a ins- religiosa.
trução escolar e a formação profissional do preso e do in- § 1º No estabelecimento haverá local apropriado para
ternado. os cultos religiosos.
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integran- a participar de atividade religiosa.
do-se no sistema escolar da Unidade Federativa.
Comentários aos artigos 12 a 24: Os presentes arti-
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível gos aqui tratados dizem respeito aos tipos de assistência,
de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico. quais sejam: Material (art. 12 e 13 da Lep), à saúde (art. 14
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino pro- da Lep), jurídica (arts. 15 e 16 da Lep), educacional (arts.
fissional adequado à sua condição. 17/21 da Lep), social (arts. 22 e 23 da Lep) e religiosa (art.
24 da Lep);
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto
de convênio com entidades públicas ou particulares, que SEÇÃO VIII
instalem escolas ou ofereçam cursos especializados. Da Assistência ao Egresso
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se- Art. 25. A assistência ao egresso consiste:
-á cada estabelecimento de uma biblioteca, para uso de to- I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em
liberdade;
das as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos,
II - na concessão, se necessário, de alojamento e ali-
recreativos e didáticos.
mentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de
2 (dois) meses.
Comentários aos artigos 17, 18, 19, 20 e 21: A Assis-
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II po-
tência Educacional diz respeito ao acesso do preso à ins- derá ser prorrogado uma única vez, comprovado, por de-
trução escolar e formação profissional e tem fundamento claração do assistente social, o empenho na obtenção de
no direito à educação constante na Constituição Federal. emprego.
3
LEI DE EXECUÇÃO PENAL
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei: - Situações que autorizam a entrega do saldo do pecú-
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a lio ao preso: Arts. 29, § 2º e 138, todos da Lep;
contar da saída do estabelecimento;
II - o liberado condicional, durante o período de prova. Art. 30. As tarefas executadas como prestação de servi-
ço à comunidade não serão remuneradas.
Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o
egresso para a obtenção de trabalho. Comentário: As referidas tarefas executadas como
prestação de serviço serão devidamente pagas.
CAPÍTULO III
Do Trabalho SEÇÃO II
SEÇÃO I Do Trabalho Interno
Disposições Gerais
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e
condição de dignidade humana, terá finalidade educativa capacidade.
e produtiva. Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de não é obrigatório e só poderá ser executado no interior do
trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene. estabelecimento.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da
Consolidação das Leis do Trabalho. Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas
em conta a habilitação, a condição pessoal e as necessida-
Comentário: O condenado está obrigado ao trabalho; des futuras do preso, bem como as oportunidades ofereci-
das pelo mercado.
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, median-
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o
te prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quar-
artesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões de
tos) do salário mínimo.
turismo.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar
atender:
ocupação adequada à sua idade.
a) à indenização dos danos causados pelo crime, des-
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente
de que determinados judicialmente e não reparados por
exercerão atividades apropriadas ao seu estado.
outros meios;
b) à assistência à família;
c) a pequenas despesas pessoais; Comentários aos artigos 31 e 32: O condenado estará
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas obrigado a trabalhar na medida de sua capacidade e com-
com a manutenção do condenado, em proporção a ser fi- petência para o trabalho. Os maiores de 60 anos, doentes
xada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras an- e deficientes físicos, exercerão ocupação adequada a sua
teriores. idade e ao seu estado.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será
depositada a parte restante para constituição do pecúlio, Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior
em Caderneta de Poupança, que será entregue ao a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos
condenado quando posto em liberdade. domingos e feriados.
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial
Comentário: O trabalho do preso será sempre remu- de trabalho aos presos designados para os serviços de con-
nerado (art. 39 do CP e 29 da Lep); servação e manutenção do estabelecimento penal.
- Valor da remuneração (2ª parte do art. 29 da Lep):
Nunca inferior a ¾ do Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por funda-
salário mínimo; ção, ou empresa pública, com autonomia administrativa, e
- Prestação de serviço à comunidade (pena restritiva de terá por objetivo a formação profissional do condenado.
direitos): Não é § 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerencia-
remunerado; dora promover e supervisionar a produção, com critérios e
- Direitos trabalhista e Previdenciário: Embora não su- métodos empresariais, encarregar-se de sua comercializa-
jeito ao regime da CLT ção, bem como suportar despesas, inclusive pagamento de
(art. 28, § 2º da Lep), tem direito à previdência social remuneração adequada.
(arts. 41, III da Lep e 39 do CP); § 2o Os governos federal, estadual e municipal poderão
- Destinação da remuneração do preso: § 1º do art. 29 celebrar convênio com a iniciativa privada, para implanta-
da Lep; ção de oficinas de trabalho referentes a setores de apoio
- Pecúlio: Parte da remuneração que deve ser deposita- dos presídios.
da em caderneta de poupança;
4
LEI DE EXECUÇÃO PENAL
Comentário aos artigos 36 e 37: Trabalho Externo Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito
é permitido no regime fechado (somente em serviços ou à integridade física e moral dos condenados e dos presos
obras públicas, com cautelas de segurança) e no semiaber- provisórios.
to (podendo também frequentar cursos profissionalizantes,
de 2º grau ou superior). Requisitos para o trabalho externo: Art. 41 - Constituem direitos do preso:
Será deferida pela administração prisional (direito ad- I - alimentação suficiente e vestuário;
ministrativo), após o cumprimento de 1/6 da pena, aptidão, II - atribuição de trabalho e sua remuneração;
disciplina e responsabilidade. Carga horária: Não inferior a III - Previdência Social;
6, nem superior a 8 horas, com descanso aos domingos e IV - constituição de pecúlio;
feriados, salvo aquele que for prestado na manutenção ou V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o
conservação do estabelecimento prisional; trabalho, o descanso e a recreação;
Crime hediondo e trabalho externo: A Lei n. 8.072, de VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais,
25/7/90 que dispõe sobre os crimes hediondos, não veda artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis
o exercício de trabalho externo, nem o direito à remição com a execução da pena;
da pena, desde que preenchidos todos os requisitos legais; VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional,
- Horário especial de trabalho (§ único do art. 33 da social e religiosa;
Lep): Permitido aos presos que trabalham na manutenção VIII - proteção contra qualquer forma de sensaciona-
e conservação do estabelecimento prisional; lismo;
5
LEI DE EXECUÇÃO PENAL
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado; § 1º As sanções não poderão colocar em perigo a
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e integridade física e moral do condenado.
amigos em dias determinados; § 2º É vedado o emprego de cela escura.
XI - chamamento nominal; § 3º São vedadas as sanções coletivas.
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigên-
cias da individualização da pena; Comentário: Princípio da anterioridade da lei, pois
XIII - audiência especial com o diretor do estabeleci- somente haverá sanção disciplinar com expressa previsão
mento; legal.
XIV - representação e petição a qualquer autoridade, É expressamente proibido a aplicação de sanções
em defesa de direito; disciplinares ilegais.
XV - contato com o mundo exterior por meio de cor-
respondência escrita, da leitura e de outros meios de infor- Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da exe-
mação que não comprometam a moral e os bons costumes. cução da pena ou da prisão, será cientificado das normas
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmen- disciplinares.
te, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária
competente. Comentário: Ao entrar no estabelecimento prisional o
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X condenado ou o preso provisório deve ser cientificado das
e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato normas disciplinares a que está sujeito;
motivado do diretor do estabelecimento.
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena priva-
Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido tiva de liberdade, será exercido pela autoridade administra-
à medida de segurança, no que couber, o disposto nesta tiva conforme as disposições regulamentares.
Seção.
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o
Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico poder disciplinar será exercido pela autoridade administra-
de confiança pessoal do internado ou do submetido a tra- tiva a que estiver sujeito o condenado.
tamento ambulatorial, por seus familiares ou dependentes,
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade repre-
a fim de orientar e acompanhar o tratamento.
sentará ao Juiz da execução para os fins dos artigos 118,
Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial
inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei.
e o particular serão resolvidas pelo Juiz da execução.
Comentário art. 47 e 48: No que diz respeito à execu-
Comentário aos artigos 40, 41, 42 e 43: O presente
ção das penas privativas de liberdade, caberá à autoridade
artigo dispõe sobre os direito dos condenados e presos
administrativa indicada;
provisórios e ainda ao submetido à medida de segurança,
Já nas penas restritivas de direitos, caberá à autoridade
devendo, portanto, todas as autoridades o respeito à inte-
gridade física e moral dos mesmos. O artigo 41 especifica administrativa responsável pelo condenado;
os direitos a fim de esclarece-los de forma clara e cabal.
O artigo 43 Traz o direito ao internado ou submetido SUBSEÇÃO II
a tratamento a contratar médico de confiança pessoa para Das Faltas Disciplinares
realizar seu tratamento.
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves,
SEÇÃO III médias e graves. A legislação local especificará as leves e
Da Disciplina médias, bem assim as respectivas sanções.
SUBSEÇÃO I Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção cor-
Disposições Gerais respondente à falta consumada.
Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a or- Comentário: As faltas disciplinares são classificadas
dem, na obediência às determinações das autoridades e em: Leves, médias e graves. Frise-se que a pena disciplinar
seus agentes e no desempenho do trabalho. pelo cometimento de falta disciplinar tentada, será a mes-
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condena- ma aplicada à falta consumada.
do à pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos e
o preso provisório. Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena priva-
tiva de liberdade que:
Comentário: Ao ingressar no estabelecimento prisio- I - incitar ou participar de movimento para subverter a
nal o condenado ou o preso provisório deve ser cientifica- ordem ou a disciplina;
do das normas disciplinares a que está sujeito; II - fugir;
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem ofender a integridade física de outrem;
expressa e anterior previsão legal ou regulamentar. IV - provocar acidente de trabalho;
6
LEI DE EXECUÇÃO PENAL
V - descumprir, no regime aberto, as condições impos- IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado,
tas; nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo,
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, observado o disposto no artigo 88 desta Lei.
do artigo 39, desta Lei. V - inclusão no regime disciplinar diferenciado.
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho
telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão
com outros presos ou com o ambiente externo. (Incluído aplicadas por ato motivado do diretor do estabelecimento
pela Lei nº 11.466, de 2007) e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no juiz competente.
que couber, ao preso provisório. § 1o A autorização para a inclusão do preso em regi-
me disciplinar dependerá de requerimento circunstanciado
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restri- elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra auto-
tiva de direitos que: ridade administrativa.
I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta; § 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em re-
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da gime disciplinar será precedida de manifestação do Minis-
obrigação imposta; tério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, quinze dias.
do artigo 39, desta Lei.
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom compor-
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso tamento reconhecido em favor do condenado, de sua co-
constitui falta grave e, quando ocasione subversão da or- laboração com a disciplina e de sua dedicação ao trabalho.
dem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou
condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disci- Art. 56. São recompensas:
plinar diferenciado, com as seguintes características: I - o elogio;
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem II - a concessão de regalias.
prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos
mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; estabelecerão a natureza e a forma de concessão de rega-
II - recolhimento em cela individual; lias.
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as
Comentários aos artigos 53 a 56: As sanções disci-
crianças, com duração de duas horas;
plinares serão aplicadas pelo diretor do estabelecimento,
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas
por meio de Advertência verbal, repreensão; suspensão ou
diárias para banho de sol.
restrição de direitos, por até 30 dias; e, isolamento na pró-
§ 1o O regime disciplinar diferenciado também pode-
pria cela, por até 30 dias, ressalvada a hipótese do regime
rá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou
disciplinar diferenciado, devidamente comunicado ao juiz
estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a
da execução.
segurança do estabelecimento penal ou da sociedade.
As sanções serão aplicadas por prévio e fundamentado
§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar di-
despacho do juiz competente.
ferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual O artigo 56 trata das recompensas existentes as quais
recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participa- consistem no elogio e concessão de regalias, em razão do
ção, a qualquer título, em organizações criminosas, quadri- bom comportamento, colaboração com a disciplina e de-
lha ou bando. dicação ao trabalho.
Comentários aos artigos 50, 51 e 52: Faltas graves SUBSEÇÃO IV
praticadas pelo condenado à pena privativa de liberdade Da Aplicação das Sanções
O artigo 50 dispõe acerca das faltas graves praticadas
pelo condenado à pena restritiva de direitos. O cometi- Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-
mento de crime doloso pelo sentenciado, constitui falta -se-ão em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e
grave, sem prejuízo da sanção penal correspondente as consequências do fato, bem como a pessoa do faltoso e
seu tempo de prisão.
SUBSEÇÃO III Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as san-
Das Sanções e das Recompensas ções previstas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei.
Art. 53. Constituem sanções disciplinares: Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de di-
I - advertência verbal; reitos não poderão exceder a trinta dias, ressalvada a hipó-
II - repreensão; tese do regime disciplinar diferenciado.
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, pa- Parágrafo único. O isolamento será sempre comunica-
rágrafo único); do ao Juiz da execução.
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LEI DE EXECUÇÃO PENAL
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LEI DE EXECUÇÃO PENAL
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a III - interpor recursos de decisões proferidas pela auto-
substituição da pena por medida de segurança; ridade judiciária, durante a execução.
e) a revogação da medida de segurança; Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visita-
f) a desinternação e o restabelecimento da situação rá mensalmente os estabelecimentos penais, registrando a
anterior; sua presença em livro próprio.
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança
em outra comarca; Comentários aos artigos 67 e 68: O Ministério Públi-
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § co tem como função primordial a fiscalização. Assim, giza o
1º, do artigo 86, desta Lei. art. 67 da Lei de Execução Penal que tal órgão “fiscalizará a
i) (VETADO); execução da pena e da medida de segurança, oficiando no
VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da me- processo executivo e nos incidentes da execução”.
dida de segurança; Outrossim, a título exemplificativo, incumbi-lhe ainda,
VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos dentre outras atividades, o rol disposto no art. 68 da LEP,
penais, tomando providências para o adequado funciona- vez que o mesmo não é taxativo.
mento e promovendo, quando for o caso, a apuração de
CAPÍTULO V
responsabilidade;
Do Conselho Penitenciário
VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento
penal que estiver funcionando em condições inadequadas Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e
ou com infringência aos dispositivos desta Lei; fiscalizador da execução da pena.
IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade. § 1º O Conselho será integrado por membros
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. nomeados pelo Governador do Estado, do Distrito Federal
e dos Territórios, dentre professores e profissionais da área
Comentários aos artigos 65 e 66: A competência do do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências
juiz da execução se inicia, em regra, com a possibilidade correlatas, bem como por representantes da comunidade. A
de que se execute a pena, seja pelo trânsito em julgado da legislação federal e estadual regulará o seu funcionamento.
sentença condenatória. § 2º O mandato dos membros do Conselho Penitenciário
A competência do Juiz da Execução Penal encontra-se terá a duração de 4 (quatro) anos.
no artigo 66 da presente Lei, rol que por sua vez, é mera-
mente exemplificativo, vez que na Lei de Execução Penal Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:
é possível encontrar outras competências e atribuições do I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena,
juiz da execução criminal que não estão inseridas no art. 66. excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no
Dentre as competências do juiz da execução criminal estado de saúde do preso;
está a de efetivar a lei penal mais benéfica, mesmo que II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;
esta tenha sido publicada após o trânsito em julgado da III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano,
sentença condenatória. ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária,
relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior;
CAPÍTULO IV IV - supervisionar os patronatos, bem como a assistên-
Do Ministério Público cia aos egressos.
Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da Comentários aos artigos 69 e 70: O Conselho Peni-
pena e da medida de segurança, oficiando no processo tenciário é órgão consultivo e fiscalizador da execução da
pena, devendo emitir parecer sobre livramento condicio-
executivo e nos incidentes da execução.
nal, indulto, comutação de pena e inspecionar os estabele-
cimentos penais.
Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:
O Conselho Penitenciário é integrado por profissionais
I - fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhi- da área do Direito Penal, Processo Penal, Penitenciário e
mento e de internamento; ciências correlatas, nomeados pelo governador do Estado,
II - requerer: cabendo a legislação federal e estadual regular seu funcio-
a) todas as providências necessárias ao desenvolvi- namento.
mento do processo executivo;
b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio CAPÍTULO VI
de execução; Dos Departamentos Penitenciários
c) a aplicação de medida de segurança, bem como a SEÇÃO I
substituição da pena por medida de segurança; Do Departamento Penitenciário Nacional
d) a revogação da medida de segurança;
e) a conversão de penas, a progressão ou regressão Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, su-
nos regimes e a revogação da suspensão condicional da bordinado ao Ministério da Justiça, é órgão executivo da
pena e do livramento condicional; Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e
f) a internação, a desinternação e o restabelecimento financeiro do Conselho Nacional de Política Criminal e Pe-
da situação anterior. nitenciária.
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LEI DE EXECUÇÃO PENAL
Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário I - ser portador de diploma de nível superior de Direito,
Nacional: ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Servi-
I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execu- ços Sociais;
ção penal em todo o Território Nacional; II - possuir experiência administrativa na área;
II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabele- III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o
cimentos e serviços penais; desempenho da função.
III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabele-
implementação dos princípios e regras estabelecidos nesta cimento, ou nas proximidades, e dedicará tempo integral à
Lei; sua função.
IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante
convênios, na implantação de estabelecimentos e serviços Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será orga-
penais; nizado em diferentes categorias funcionais, segundo as
V - colaborar com as Unidades Federativas para a rea- necessidades do serviço, com especificação de atribuições
lização de cursos de formação de pessoal penitenciário e relativas às funções de direção, chefia e assessoramento do
de ensino profissionalizante do condenado e do internado. estabelecimento e às demais funções.
VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades
federativas, o cadastro nacional das vagas existentes em Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especia-
estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de lizado, de instrução técnica e de vigilância atenderá a vo-
penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de ou- cação, preparação profissional e antecedentes pessoais do
tra unidade federativa, em especial para presos sujeitos a candidato.
regime disciplinar. § 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a
Parágrafo único. Incumbem também ao Departamento progressão ou a ascensão funcional dependerão de cursos
a coordenação e supervisão dos estabelecimentos penais e específicos de formação, procedendo-se à reciclagem
de internamento federais. periódica dos servidores em exercício.
§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se
Comentários aos artigos 71 e 72: Departamento Pe- permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo
nitenciário Nacional, subordinado ao Ministério da Justiça, quando se tratar de pessoal técnico especializado.
é órgão executivo da Política Penitenciária Nacional e de
apoio administrativo e financeiro do CNPCP. É um órgão Comentários aos artigos 75, 76 e 77: Os artigos desta
superior de controle, destinado a instrumentar a aplicação seção tratam da Direção e do Pessoal dos Estabelecimen-
da LEP e das diretrizes da política criminal adotadas pelo tos Penais. O Diretor de estabelecimentos penais deverá
Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. obedecer aos requisitos do artigo 75, devendo ainda residir
A finalidade do Departamento é viabilizar condições no estabelecimento penal ou nas proximidades, com dedi-
para que se possa implantar um ordenamento adminis- cação exclusiva à função.
trativo e técnico, harmônico e homogênico, capaz de de- O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado em
diferentes categorias funcionais, segundo as necessidades
senvolver bem a política penitenciária. O referido Conse-
do serviço, conforme disposto nos artigos 76 e 77 desta Lei.
lho realiza dentre suas atribuições, o acompanhamento da
aplicação das normas de execução penal em todo o Terri-
CAPÍTULO VII
tório Nacional, a inspeção dos estabelecimentos prisionais,
Do Patronato
e assistência técnica as Unidades Federativas.
Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a
SEÇÃO II
prestar assistência aos albergados e aos egressos (artigo
Do Departamento Penitenciário Local 26).
Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento Art. 79. Incumbe também ao Patronato:
Penitenciário ou órgão similar, com as atribuições que es- I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos;
tabelecer. II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação
de serviço à comunidade e de limitação de fim de semana;
Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão III - colaborar na fiscalização do cumprimento das con-
similar, tem por finalidade supervisionar e coordenar os dições da suspensão e do livramento condicional.
estabelecimentos penais da Unidade da Federação a que
pertencer. Comentários aos artigos 78 e 79: O Patronato é uma
instituição indispensável ao exercício da execução penal,
SEÇÃO III que tem como função precípua prestar assistência jurídica
Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Pe- integral e gratuita aos presos e egressos[5], conforme art.
nais 78 da Lei n.º 7.210/84 – Lei de Execução Penal, exercendo
suas atividades tanto na fase cautelar, quanto na fase exe-
Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabeleci- cutória. O patronato pode ser público ou privado.
mento deverá satisfazer os seguintes requisitos:
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LEI DE EXECUÇÃO PENAL
Dentre suas atribuições estão a assistência aos alber- g) a aplicação de medida de segurança e sua revoga-
gados e egressos, bem como à orientação sobre as penas ção, bem como a substituição da pena por medida de se-
restritivas de direito, a fiscalização do cumprimento das pe- gurança;
nas de prestação de serviço à comunidade, das condições h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a
da suspensão, do livramento condicional e limitação de fim suspensão condicional da pena, o livramento condicional,
de semana. a comutação de pena e o indulto;
i) a autorização de saídas temporárias;
CAPÍTULO VIII j) a internação, a desinternação e o restabelecimento
Do Conselho da Comunidade da situação anterior;
k) o cumprimento de pena ou medida de segurança
Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da Co- em outra comarca;
munidade composto, no mínimo, por 1 (um) representan- l) a remoção do condenado na hipótese prevista no §
te de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado 1o do art. 86 desta Lei;
indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do Brasil,
II - requerer a emissão anual do atestado de pena a
1 (um) Defensor Público indicado pelo Defensor Público
cumprir;
Geral e 1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia
III - interpor recursos de decisões proferidas pela au-
Seccional do Conselho Nacional de Assistentes Sociais.
toridade judiciária ou administrativa durante a execução;
Parágrafo único. Na falta da representação prevista
neste artigo, ficará a critério do Juiz da execução a escolha IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade
dos integrantes do Conselho. administrativa para instauração de sindicância ou proce-
dimento administrativo em caso de violação das normas
Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade: referentes à execução penal;
I - visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimen- V - visitar os estabelecimentos penais, tomando pro-
tos penais existentes na comarca; vidências para o adequado funcionamento, e requerer,
II - entrevistar presos; quando for o caso, a apuração de responsabilidade;
III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução VI - requerer à autoridade competente a interdição, no
e ao Conselho Penitenciário; todo ou em parte, de estabelecimento penal.
IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e hu- Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará
manos para melhor assistência ao preso ou internado, em periodicamente os estabelecimentos penais, registrando a
harmonia com a direção do estabelecimento. sua presença em livro próprio.
Comentários aos artigos 80 e 81: Os Conselhos da Comentários aos artigos 81-A e 81B: A Defensoria
Comunidade têm como atribuições legais visitar, pelo me- Pública (a) é instituição permanente, essencial à função ju-
nos mensalmente, os estabelecimentos penais existentes risdicional do Estado, sendo expressão e instrumento da
na comarca; entrevistar os presos; apresentar relatórios democracia cuja atribuição precípua é a orientação jurídica,
mensais ao juiz da execução e ao Conselho Penitenciário a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos
e diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos fundamentais de forma integral e gratuita aos vulneráveis.
para melhor assistência ao preso ou internado, em harmo- Todos esses conceitos foram estampados com a Emenda
nia com a direção do respectivo estabelecimento prisional. Constitucional nº 80 no artigo 134 da Constituição Federal
de 1988.
CAPÍTULO IX A Defensoria na LEP atua na defesa dos interesses do
DA DEFENSORIA PÚBLICA
hipossuficiente diante da demanda individual atua na Exe-
cução Penal junto às Varas de Execução Penal, funcionando
Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular exe-
como órgão que realiza a defesa processual necessária dos
cução da pena e da medida de segurança, oficiando, no
indivíduos que não possuam condições de arcar com as
processo executivo e nos incidentes da execução, para a
defesa dos necessitados em todos os graus e instâncias, de custas de um Advogado. Essa forma de atividade exercida
forma individual e coletiva. pela Defensoria Pública se relaciona com a proteção dos
hipossuficientes, prestando a assistência jurídica gratuita,
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: nos moldes da atuação tradicional do órgão. As incumbên-
I - requerer: cias da Defensoria pública estão elencadas no artigo 81-B.
a) todas as providências necessárias ao desenvolvi-
mento do processo executivo; TÍTULO IV
b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que Dos Estabelecimentos Penais
de qualquer modo favorecer o condenado; CAPÍTULO I
c) a declaração de extinção da punibilidade; Disposições Gerais
d) a unificação de penas;
e) a detração e remição da pena; Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao
f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio condenado, ao submetido à medida de segurança, ao pre-
de execução; so provisório e ao egresso.
11
LEI DE EXECUÇÃO PENAL
§ 1° A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, A definição dos tipos de estabelecimentos penais ba-
serão recolhidos a estabelecimento próprio e adequado à sicamente é a finalidade original das unidades. De acordo
sua condição pessoal. com a presente Lei, penitenciária é a unidade prisional des-
§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá tinada aos condenados a cumprir pena no regime fechado,
abrigar estabelecimentos de destinação diversa desde que enquanto as colônias agrícolas, industriais ou similares são
devidamente isolados. destinadas aos presos do regime semiaberto e a casa do al-
bergado, aqueles em regime aberto. Detentos provisórios
Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua na- devem aguardar o julgamento em cadeia pública. Há ainda
tureza, deverá contar em suas dependências com áreas e os hospitais de custódia, onde deve cumprir medida de se-
serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho, gurança quem cometeu crime por algum problema mental
recreação e prática esportiva. e foi, por isso, considerado inimputável ou semi-imputável.
§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de
estudantes universitários. CAPÍTULO II
§ 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulheres Da Penitenciária
serão dotados de berçário, onde as condenadas possam
cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à
até 6 (seis) meses de idade. pena de reclusão, em regime fechado.
§ 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste arti- Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distri-
go deverão possuir, exclusivamente, agentes do sexo femi- to Federal e os Territórios poderão construir Penitenciárias
nino na segurança de suas dependências internas. destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios e con-
§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos denados que estejam em regime fechado, sujeitos ao regi-
do ensino básico e profissionalizante. me disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei.
§ 5o Haverá instalação destinada à Defensoria Pública.
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual
Art. 84. O preso provisório ficará separado do conde- que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório.
nado por sentença transitada em julgado. Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade ce-
§ 1° O preso primário cumprirá pena em seção distinta lular:
daquela reservada para os reincidentes. a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fa-
§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da tores de aeração, insolação e condicionamento térmico
Administração da Justiça Criminal ficará em dependência adequado à existência humana;
separada. b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a peni-
compatível com a sua estrutura e finalidade. tenciária de mulheres será dotada de seção para gestante
Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Cri- e parturiente e de creche para abrigar crianças maiores de
minal e Penitenciária determinará o limite máximo de ca- 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos, com a finalidade
pacidade do estabelecimento, atendendo a sua natureza e de assistir a criança desamparada cuja responsável estiver
peculiaridades. presa.
Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da
Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela creche referidas neste artigo:
Justiça de uma Unidade Federativa podem ser executadas I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo
em outra unidade, em estabelecimento local ou da União. com as diretrizes adotadas pela legislação educacional e
§ 1o A União Federal poderá construir estabelecimento em unidades autônomas; e
penal em local distante da condenação para recolher os II – horário de funcionamento que garanta a melhor
condenados, quando a medida se justifique no interesse da assistência à criança e à sua responsável.
segurança pública ou do próprio condenado.
§ 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em
poderão trabalhar os liberados ou egressos que se local afastado do centro urbano, à distância que não res-
dediquem a obras públicas ou ao aproveitamento de terras trinja a visitação.
ociosas.
§ 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da au- Comentários sobre os artigos 87, 88, 89 e 90: Peni-
toridade administrativa definir o estabelecimento prisional tenciária terá uma cela individual com dormitório, aparelho
adequado para abrigar o preso provisório ou condenado, sanitário e lavatório, com área mínima de 6 metros qua-
em atenção ao regime e aos requisitos estabelecidos. drados;
A União Federal, os Estados e o Distrito Federal po-
Comentários aos artigos 82 a 86: Os estabelecimen- derão construir penitenciária exclusivamente para presos
tos penais são destinados aos condenados (regime fecha- provisórios e aos presos em regime fechado, sujeitos ao
do, semiaberto e aberto), aos submetidos à medida de se- Regime Disciplinar Diferenciado.
gurança, ao preso provisório e ao egresso
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LEI DE EXECUÇÃO PENAL
Comentários sobre os artigos 91 e 92: Colônia agrí- Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames
cola, industrial ou similar para pena de reclusão ou deten- necessários ao tratamento são obrigatórios para todos os
ção em regime semi-aberto: Alojamento coletivo, dentre internados.
outros requisitos;
Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo
CAPÍTULO IV 97, segunda parte, do Código Penal, será realizado no Hos-
Da Casa do Albergado pital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro
local com dependência médica adequada.
Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumpri-
mento de pena privativa de liberdade, em regime aberto, e Comentários aos artigos 99, 100, 101. O Hospital de
da pena de limitação de fim de semana. custódia e tratamento psiquiátrico é Destinado aos doen-
tes mentais, aos portadores de desenvolvimento mental in-
Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, completo ou retardado e aos que manifestam perturbação
separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se das faculdades mentais. O referido estabelecimento possui
pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga. os mesmos requisitos da Penitenciária;
Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa CAPÍTULO VII
do Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos Da Cadeia Pública
para acomodar os presos, local adequado para cursos e
palestras. Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento
Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações de presos provisórios.
para os serviços de fiscalização e orientação dos conde-
nados. Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) ca-
deia pública a fim de resguardar o interesse da Administra-
Comentários aos artigos 93, 94 e 95: Casa do alber- ção da Justiça Criminal e a permanência do preso em local
gado é destinada ao cumprimento do regime aberto e à próximo ao seu meio social e familiar.
pena de limitação de fim de semana. O Prédio é desprovido
de obstáculos para fuga. Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo
será instalado próximo de centro urbano, observando-se
CAPÍTULO V na construção as exigências mínimas referidas no artigo 88
Do Centro de Observação e seu parágrafo único desta Lei.
Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os Comentários acerca dos artigos 102, 103 e 104. A
exames gerais e o criminológico, cujos resultados serão cadeia pública destina-se ao recolhimento de presos pro-
encaminhados à Comissão Técnica de Classificação. visórios. Acerca da Cadeia pública que é destinada ao pre-
Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas so provisório, haverá, pelo menos, uma em cada Comarca,
pesquisas criminológicas. com os mesmos requisitos da penitenciária;
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LEI DE EXECUÇÃO PENAL
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LEI DE EXECUÇÃO PENAL
Comentário: Os requisitos para progressão de regi- Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade fi-
me são: o cumprimento de, pelo menos, 1/6 da pena no cará sujeita à forma regressiva, com a transferência para
regime anterior, ostentar bom comportamento carcerário, qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condena-
comprovado pelo diretor do estabelecimento, ouvidos o do:
Ministério Público e o defensor; I - praticar fato definido como crime doloso ou falta
grave;
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena,
supõe a aceitação de seu programa e das condições im- somada ao restante da pena em execução, torne incabível
postas pelo Juiz. o regime (artigo 111).
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se,
Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar
o condenado que: os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa
I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de cumulativamente imposta.
fazê-lo imediatamente; § 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior,
II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resul- deverá ser ouvido previamente o condenado.
tado dos exames a que foi submetido, fundados indícios de
que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsa- Comentário: A execução da pena está sujeita a forma
bilidade, ao novo regime. regressiva quando o apenado praticar fato definido como
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho crime doloso ou falta grave. Nesse caso, antes da regressão
as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei. de regime deverá ser ouvido, previamente, o apenado – art.
118, § 2° - audiência de justificativa. * quando o apenado
Comentários aos artigos 113 e 144: Progressão para sofrer condenação, por crime anterior, cuja soma da pena
o regime aberto. Requisitos: Além dos previstos no caput restante com a nova condenação torne impossível a manu-
do art. 112 da Lep e seu § 1º, o condenado deve estar tenção do regime (art. 111).
trabalhando ou comprovar que poderá fazê-lo imediata- É importante ilustrar que é nula a decisão que regride o
regime prisional sem a prévia oitiva do apenado nos casos
mente, devendo aceitar o seu programa e as condições im-
do inciso I do artigo 118 da LEP.
postas na sentença.
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais
complementares para o cumprimento da pena privativa de
para a concessão de regime aberto, sem prejuízo das se-
liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do Código Pe-
guintes condições gerais e obrigatórias:
nal).
I - permanecer no local que for designado, durante o
repouso e nos dias de folga;
SEÇÃO III
II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados; Das Autorizações de Saída
III - não se ausentar da cidade onde reside, sem auto- SUBSEÇÃO I
rização judicial; Da Permissão de Saída
IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as
suas atividades, quando for determinado. Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regi-
me fechado ou semi-aberto e os presos provisórios pode-
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabe- rão obter permissão para sair do estabelecimento, median-
lecidas, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da te escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:
autoridade administrativa ou do condenado, desde que as I - falecimento ou doença grave do cônjuge, compa-
circunstâncias assim o recomendem. nheira, ascendente, descendente ou irmão;
II - necessidade de tratamento médico (parágrafo úni-
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do bene- co do artigo 14).
ficiário de regime aberto em residência particular quando Parágrafo único. A permissão de saída será concedida
se tratar de: pelo diretor do estabelecimento onde se encontra o preso.
I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
II - condenado acometido de doença grave; Art. 121. A permanência do preso fora do estabeleci-
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mento terá a duração necessária à finalidade da saída.
mental;
IV - condenada gestante. Comentários aos artigos 120 e 121: Permissão de
saída é autorização concedida pelo diretor do estabeleci-
Comentário: Para cumprir a pena em residência parti- mento penal aos presos em regime fechado, semi-aberto e
cular o preso deverá estar em regime aberto e se enqua- provisório, para saírem do estabelecimento prisional, com
drar em uma das quatro hipóteses do artigo 117 da pre- escolta, pelo tempo necessário para: falecimento ou doen-
sente Lei. ça grave do cônjuge, companheira, ascendente, descen-
dente ou irmão; ou, para tratamento médico;
15
LEI DE EXECUÇÃO PENAL
Art. 123. A autorização será concedida por ato motiva- Comentário: O presente artigo trata da revogação da
do do Juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a saída temporária e da Recuperação do benefício.
administração penitenciária e dependerá da satisfação dos
seguintes requisitos: SEÇÃO IV
I - comportamento adequado; Da Remição
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena,
se o condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se reinci- Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime
dente; fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por
III - compatibilidade do benefício com os objetivos da estudo, parte do tempo de execução da pena. .
pena. § 1o A contagem de tempo referida no caput será feita
à razão de:
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de fre-
superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 4 quência escolar - atividade de ensino fundamental, médio,
(quatro) vezes durante o ano. inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de re-
§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao qualificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três)
beneficiário as seguintes condições, entre outras que en- dias;
tender compatíveis com as circunstâncias do caso e a situa- II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.
ção pessoal do condenado: § 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste
I - fornecimento do endereço onde reside a família a artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou
ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo por metodologia de ensino a distância e deverão ser cer-
do benefício; tificadas pelas autoridades educacionais competentes dos
II - recolhimento à residência visitada, no período no- cursos frequentados.
turno; § 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as
III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e es- horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de
tabelecimentos congêneres. forma a se compatibilizarem.
§ 2o Quando se tratar de frequência a curso profis- § 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosse-
sionalizante, de instrução de ensino médio ou superior, o guir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se
tempo de saída será o necessário para o cumprimento das com a remição.
atividades discentes. § 5o O tempo a remir em função das horas de estudo
§ 3o Nos demais casos, as autorizações de saída so- será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do
mente poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45 ensino fundamental, médio ou superior durante o cumpri-
(quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra. mento da pena, desde que certificada pelo órgão compe-
tente do sistema de educação.
Comentários aos artigos 122, 123 e 124: Os referi- § 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto
dos artigos tratam da possibilidade dos condenados que ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional po-
cumprem pena em regime semi-aberto poderão obter au- derão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou
torização para saída temporária do estabelecimento, sem de educação profissional, parte do tempo de execução da
vigilância direta. A saída temporária é própria do regime pena ou do período de prova, observado o disposto no
semi-aberto, a ser deferida pelo Juiz da execução, em 5 inciso I do § 1o deste artigo.
oportunidades de 7 dias (total de 35 dias), para visita à § 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de
família, frequência a curso supletivo ou profissionalizan- prisão cautelar.
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LEI DE EXECUÇÃO PENAL
§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
ouvidos o Ministério Público e a defesa. c) não mudar do território da comarca do Juízo da exe-
cução, sem prévia autorização deste.
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar § 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional,
até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto entre outras obrigações, as seguintes:
no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e
infração disciplinar. à autoridade incumbida da observação cautelar e de pro-
teção;
Art. 128. O tempo remido será computado como pena b) recolher-se à habitação em hora fixada;
cumprida, para todos os efeitos. c) não frequentar determinados lugares.
d) (VETADO)
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará
mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de Comentário: Condições estabelecidas pelo magistrado
todos os condenados que estejam trabalhando ou estu- na sentença concessiva do livramento condicional obriga-
dando, com informação dos dias de trabalho ou das horas tórias:
de frequência escolar ou de atividades de ensino de cada - Obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável, se
um deles. for apto para o trabalho;
§ 1o O condenado autorizado a estudar fora do estabe- - Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação; e,
lecimento penal deverá comprovar mensalmente, por meio - Não mudar do território da Comarca do Juízo da Exe-
de declaração da respectiva unidade de ensino, a frequên- cução, sem autorização prévia.
cia e o aproveitamento escolar.
§ 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias re- Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da
midos. comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da sen-
tença do livramento ao Juízo do lugar para onde ele se
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código houver transferido e à autoridade incumbida da observa-
Penal declarar ou atestar falsamente prestação de serviço ção cautelar e de proteção.
para fim de instruir pedido de remição.
Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de
Comentário aos artigos 126, 127, 128, 129 e 130: A apresentar-se imediatamente às autoridades referidas no
Remição é o desconto de 1 dia da pena a cada 3 dias tra- artigo anterior.
balhados para os condenados em regime fechado e semi-
-aberto. O condenado em regime aberto, em livramento Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livra-
condicional e à pena restritiva de direitos, não tem direito mento, os autos baixarão ao Juízo da execução, para as
à remição; providências cabíveis.
A remição será para o preso impossibilitado de traba-
lhar por doença (§ 2º do art. 126 da Lep): Tem direito à Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a car-
remição de pena: o preso que não trabalha por não ter sido ta de livramento com a cópia integral da sentença em 2
atribuído trabalho pelo estabelecimento penal; a remição (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade administrativa
pelo estudo: Alguns tribunais de justiça estaduais têm con- incumbida da execução e outra ao Conselho Penitenciário.
cedido o benefício. A utilização do tempo remido ocorre
não apenas para o livramento e indulto, mas também, para Comentário: A carta de livramento citada no presente
progressão prisional. artigo, corresponde a guia de recolhimento.
Frise-se por fim que a prática de falta grave gera a per-
da de todo o tempo remido por sentença. Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será
realizada solenemente no dia marcado pelo Presidente do
SEÇÃO V Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde está sen-
Do Livramento Condicional do cumprida a pena, observando-se o seguinte:
I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos
Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedi- demais condenados, pelo Presidente do Conselho Peniten-
do pelo Juiz da execução, presentes os requisitos do artigo ciário ou membro por ele designado, ou, na falta, pelo Juiz;
83, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o II - a autoridade administrativa chamará a atenção do
Ministério Público e Conselho Penitenciário. liberando para as condições impostas na sentença de li-
vramento;
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as con- III - o liberando declarará se aceita as condições.
dições a que fica subordinado o livramento. § 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as subscrito por quem presidir a cerimônia e pelo liberando,
obrigações seguintes: ou alguém a seu rogo, se não souber ou não puder escrever.
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se § 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da
for apto para o trabalho; execução.
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LEI DE EXECUÇÃO PENAL
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, modificar as condições especificadas na sentença, devendo
ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu pecúlio e do que o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por uma das
lhe pertencer, uma caderneta, que exibirá à autoridade ju- autoridades ou funcionários indicados no inciso I do caput
diciária ou administrativa, sempre que lhe for exigida. do art. 137 desta Lei, observado o disposto nos incisos II e
§ 1º A caderneta conterá: III e §§ 1o e 2o do mesmo artigo.
a) a identificação do liberado;
b) o texto impresso do presente Capítulo; Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal,
c) as condições impostas. o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho Pe-
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado nitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do
um salvo-conduto, em que constem as condições do livramento condicional, cuja revogação, entretanto, ficará
livramento, podendo substituir-se a ficha de identificação dependendo da decisão final.
ou o seu retrato pela descrição dos sinais que possam
identificá-lo. Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do interes-
§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver sado, do Ministério Público ou mediante representação do
espaço para consignar-se o cumprimento das condições Conselho Penitenciário, julgará extinta a pena privativa de
referidas no artigo 132 desta Lei. liberdade, se expirar o prazo do livramento sem revogação.
Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas Comentário: O presente artigo trata do prazo do Li-
por serviço social penitenciário, Patronato ou Conselho da vramento condicional sem causa de revogação, da extinção
Comunidade terão a finalidade de: da punibilidade.
I - fazer observar o cumprimento das condições espe-
cificadas na sentença concessiva do benefício; Seção VI
II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução Da Monitoração Eletrônica
de suas obrigações e auxiliando-o na obtenção de ativida-
de laborativa.
Art. 146-A. (VETADO).
Parágrafo único. A entidade encarregada da observa-
ção cautelar e da proteção do liberado apresentará relató-
Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio
rio ao Conselho Penitenciário, para efeito da representação
da monitoração eletrônica quando:
prevista nos artigos 143 e 144 desta Lei.
I - (VETADO);
II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto;
Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-
III - (VETADO);
-se-á nas hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do Código
IV - determinar a prisão domiciliar;
Penal.
Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na V - (VETADO);
hipótese da revogação facultativa, o Juiz deverá advertir o Parágrafo único. (VETADO).
liberado ou agravar as condições.
Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cui-
Art. 141. Se a revogação for motivada por infração pe- dados que deverá adotar com o equipamento eletrônico e
nal anterior à vigência do livramento, computar-se-á como dos seguintes deveres:
tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo I - receber visitas do servidor responsável pela moni-
permitida, para a concessão de novo livramento, a soma do toração eletrônica, responder aos seus contatos e cumprir
tempo das 2 (duas) penas. suas orientações;
II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de
Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração
se computará na pena o tempo em que esteve solto o libe- eletrônica ou de permitir que outrem o faça;
rado, e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, III - (VETADO);
novo livramento. Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres
previstos neste artigo poderá acarretar, a critério do juiz da
Art. 143. A revogação será decretada a requerimento execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa:
do Ministério Público, mediante representação do Conse- I - a regressão do regime;
lho Penitenciário, ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado. II - a revogação da autorização de saída temporária;
III - (VETADO);
Comentário: Acerca do presente artigo, é preciso ilus- IV - (VETADO);
trar que o liberado deverá sempre ser ouvido antes da re- V - (VETADO);
vogação do livramento condicional. VI - a revogação da prisão domiciliar;
VII - advertência, por escrito, para todos os casos em
Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério que o juiz da execução decida não aplicar alguma das me-
Público, da Defensoria Pública ou mediante representação didas previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo.
do Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá
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LEI DE EXECUÇÃO PENAL
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LEI DE EXECUÇÃO PENAL
§ 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do § 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar
Código Penal, o Juízo da execução determinará a apreensão imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins legais,
dos documentos, que autorizam o exercício do direito qualquer fato capaz de acarretar a revogação do benefício,
interditado. a prorrogação do prazo ou a modificação das condições.
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será
Art. 155. A autoridade deverá comunicar imediatamen- feita comunicação ao Juiz e à entidade fiscalizadora do
te ao Juiz da execução o descumprimento da pena. local da nova residência, aos quais o primeiro deverá
Parágrafo único. A comunicação prevista neste artigo apresentar-se imediatamente.
poderá ser feita por qualquer prejudicado.
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for
concedida por Tribunal, a este caberá estabelecer as condi-
Comentários aos artigos 154 e 155: Interdição tem-
ções do benefício.
porária de direitos, consiste na proibição do exercício de § 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal
cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato modificar as condições estabelecidas na sentença recorrida.
eletivo; proibição do exercício de profissão, atividade ou § 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional
ofício que dependam de habilitação, de licença ou autori- da pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo da execução a
zação do poder público e a suspensão de autorização de incumbência de estabelecer as condições do benefício, e,
habilitação para dirigir veículo em qualquer caso, a de realizar a audiência admonitória.
Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com
condições a que fica sujeito o condenado, pelo prazo fi- a nota de suspensão em livro especial do Juízo a que cou-
xado, começando este a correr da audiência prevista no ber a execução da pena.
artigo 160 desta Lei. § 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o
fato averbado à margem do registro.
§ 1° As condições serão adequadas ao fato e à situação
§ 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para
pessoal do condenado, devendo ser incluída entre as
efeito de informações requisitadas por órgão judiciário ou
mesmas a de prestar serviços à comunidade, ou limitação pelo Ministério Público, para instruir processo penal.
de fim de semana, salvo hipótese do artigo 78, § 2º, do
Código Penal. Comentários aos artigos 156 a 163: O Sursis ou Sus-
§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a pensão Condicional da Pena, é aplicada à execução da
requerimento do Ministério Público ou mediante proposta pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos,
do Conselho Penitenciário, modificar as condições e regras podendo ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde
estabelecidas na sentença, ouvido o condenado. que: o condenado não seja reincidente em crime doloso; a
§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições, culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e persona-
reguladas nos Estados, Territórios e Distrito Federal lidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias
por normas supletivas, será atribuída a serviço social autorizem a concessão do benefício; e não seja indicada ou
penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou cabível a substituição por penas restritivas de direitos.
instituição beneficiada com a prestação de serviços,
CAPÍTULO IV
inspecionados pelo Conselho Penitenciário, pelo Ministério
Da Pena de Multa
Público, ou ambos, devendo o Juiz da execução suprir, por
ato, a falta das normas supletivas. Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à com trânsito em julgado, que valerá como título executivo
entidade fiscalizadora, para comprovar a observância das judicial, o Ministério Público requererá, em autos aparta-
condições a que está sujeito, comunicará, também, a sua dos, a citação do condenado para, no prazo de 10 (dez)
ocupação e os salários ou proventos de que vive. dias, pagar o valor da multa ou nomear bens à penhora.
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LEI DE EXECUÇÃO PENAL
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LEI DE EXECUÇÃO PENAL
Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de se- Os artigos tratam também das espécies de medidas de
gurança, naquilo que couber, o disposto nos artigos 8° e segurança com Internação em Hospital de custódia e tra-
9° desta Lei. tamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento
adequado e tratamento ambulatorial em hospital de cus-
CAPÍTULO II tódia e tratamento psiquiátrico ou em outro local com de-
Da Cessação da Periculosidade pendência adequada.
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LEI DE EXECUÇÃO PENAL
Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser conver- mento deste depois da prisão, emitindo seu parecer sobre
tido em internação se o agente revelar incompatibilidade o mérito do pedido e esclarecendo qualquer formalidade
com a medida. ou circunstâncias omitidas na petição.
Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de
internação será de 1 (um) ano. Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com do-
cumentos e o relatório do Conselho Penitenciário, a petição
Comentário: O presente artigo trata da conversão do será submetida a despacho do Presidente da República, a
tratamento ambulatorial em internação em hospital de quem serão presentes os autos do processo ou a certidão
custódia e tratamento psiquiátrico pelo prazo mínimo de de qualquer de suas peças, se ele o determinar.
um ano. Este ocorrerá caso o agente revele incompatibili-
dade com a medida, como p.ex., deixar de comparecer ao Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos có-
tratamento prescrito e revele periculosidade. pia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajustará
a execução aos termos do decreto, no caso de comutação.
CAPÍTULO II
Do Excesso ou Desvio Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto
coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado,
Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sem- do Ministério Público, ou por iniciativa do Conselho Peni-
pre que algum ato for praticado além dos limites fixados na tenciário ou da autoridade administrativa, providenciará de
sentença, em normas legais ou regulamentares. acordo com o disposto no artigo anterior.
Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou des- Comentário aos artigos 187 a 193: A Anistia é me-
vio de execução: dida de interesse coletivo, em regra inspirada por motivos
I - o Ministério Público; políticos, concedida pelo Congresso Nacional, atendendo
II - o Conselho Penitenciário; pedido de parte interessada (art. 48, VIII, da CF);
III - o sentenciado; O indulto é denominado ato de clemência do Poder
IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal. Público de competência exclusiva do Presidente da Repú-
blica (art. 84, XII da CF) em favor de um réu condenado (in-
Comentários aos artigos 185 e 186: Direitos preser- dulto individual) ou de natureza coletiva (indulto coletivo),
vados ao condenado e ao internado: O condenado tem o quando abrange vários condenados, desde que satisfeitos
direito de cumprir sua pena, tal como lhe foi imposta, no os requisitos do decreto presidencial.
regime fixado e pelo prazo determinado. Quem possui legitimidade para requerer a anistia ou
Haverá excesso quando ocorre violação de direito do indulto é o condenado; o Ministério Público; o Conselho
sentenciado e desvio quando ela se afasta dos parâmetros Penitenciário; ou a autoridade administrativa.
legais estabelecidos. O artigo 186 traz os legitimados para
suscitar o excesso ou desvio de execução. TÍTULO VIII
Do Procedimento Judicial
CAPÍTULO III
Da Anistia e do Indulto Art. 194. O procedimento correspondente às situações
previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-se perante
Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a reque- o Juízo da execução.
rimento do interessado ou do Ministério Público, por pro-
posta da autoridade administrativa ou do Conselho Peni-
tenciário, declarará extinta a punibilidade. Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício,
a requerimento do Ministério Público, do interessado, de
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por quem o represente, de seu cônjuge, parente ou descen-
petição do condenado, por iniciativa do Ministério Público, dente, mediante proposta do Conselho Penitenciário, ou,
do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrati- ainda, da autoridade administrativa.
va.
Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos do- -se, em 3 (três) dias, o condenado e o Ministério Público,
cumentos que a instruírem, será entregue ao Conselho Pe- quando não figurem como requerentes da medida.
nitenciário, para a elaboração de parecer e posterior enca- § 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz
minhamento ao Ministério da Justiça. decidirá de plano, em igual prazo.
§ 2º Entendendo indispensável a realização de prova
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos pericial ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a
do processo e do prontuário, promoverá as diligências que produção daquela ou na audiência designada.
entender necessárias e fará, em relatório, a narração do ilí-
cito penal e dos fundamentos da sentença condenatória, a Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá re-
exposição dos antecedentes do condenado e do procedi- curso de agravo, sem efeito suspensivo.
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LEI DE EXECUÇÃO PENAL
Comentário aos artigos 194 a 197: Será competente § 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades
para execução penal o juiz indicado na lei de organização Federativas, em convênio com o Ministério da Justiça,
judiciária local e, na sua ausência, o da sentença conde- projetar a adaptação, construção e equipamento de
natória, salvo cumprimento da pena em local diverso da estabelecimentos e serviços penais previstos nesta Lei.
condenação. § 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser
O procedimento judicial perante o juízo da execução providenciada a aquisição ou desapropriação de prédios
penal será iniciado de ofício, a requerimento do Ministé- para instalação de casas de albergados.
rio Público; do interessado; de quem o represente; de seu § 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo poderá
cônjuge; parente ou descendente; mediante proposta do ser ampliado, por ato do Conselho Nacional de Política
Conselho Penitenciário; ou, da autoridade administrativa. Criminal e Penitenciária, mediante justificada solicitação,
Frise-se que a portaria ou petição será autuada ouvin- instruída com os projetos de reforma ou de construção de
do-se, em 3 (três) dias, o condenado e o Ministério Pú- estabelecimentos.
blico, quando não figurem como requerentes da medida. § 4º O descumprimento injustificado dos deveres
O procedimento judicial previsto na execução penal terá estabelecidos para as Unidades Federativas implicará na
início pela autuação da portaria ou petição. O Recurso ca- suspensão de qualquer ajuda financeira a elas destinada
bível das decisões proferidas pelo Juiz da execução penal pela União, para atender às despesas de execução das pe-
será o recurso de agravo no prazo de cinco dias, sem efeito nas e medidas de segurança.
suspensivo, com o processamento do recurso em sentido
estrito. Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente
com a lei de reforma da Parte Geral do Código Penal, revo-
TÍTULO IX gadas as disposições em contrário, especialmente a Lei nº
Das Disposições Finais e Transitórias 3.274, de 2 de outubro de 1957.
Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execu- Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da Independência e
ção penal, e ao servidor, a divulgação de ocorrência que 96º da República.
perturbe a segurança e a disciplina dos estabelecimentos, JOÃO FIGUEIREDO
bem como exponha o preso à inconveniente notoriedade, Ibrahim Abi-Ackel
durante o cumprimento da pena.
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REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Capítulos I, II e IX; Título III: Capítulos I e II; Título IV: Capítulos I, II, III, V, VI; Títulos V: Capítulo Único Título VII; Título VIII:
Capítulos I e II; Título IX: Capítulos I, II, IV, V; Títulos X: Capítulos I, II e III; Títulos XII.................................................................. 01
REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
1
REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
§ 2º - Nas autarquias e fundações públicas, os concursos § 6º - Só poderá ser empossado aquele que, em
públicos serão realizados pelas próprias entidades sob a inspeção médica oficial, for julgado apto física e mental-
supervisão e acompanhamento da Secretaria de Estado mente para o exercício do cargo.
responsável pela administração de pessoal. § 7º - O prazo para posse em cargo de carreira, de
§ 3º - É assegurada ao sindicato ou, na falta deste, à concursado investido em mandato eletivo, ou licenciado,
entidade representativa de servidores públicos, a indicação será contado a partir do término do impedimento, exceto
de um membro para integrar as comissões responsáveis no caso de licença para tratar de interesses particulares ou
pela realização de concursos. por motivo de deslocamento do cônjuge, quando a posse
§ 4º - (Aplicabilidade suspensa pela Adin nº 1568-1, deverá ocorrer no prazo previsto no § 4º.
Plenário, 26.05.97 § 8º - A posse será formalizada, no âmbito do Poder
Redação Anterior: Executivo:
§ 4º - A inscrição para concurso público destinado ao a) na secretaria responsável pela administração de pes-
provimento de cargos nos órgãos da administração direta, soal, quando se tratar de cargo de provimento efetivo da
indireta ou fundacional do estado do Espírito Santo, não administração direta;
terá custo superior a vinte por cento do salário mínimo b) nos demais órgãos, quando se tratar de cargo de
e será gratuita para quem esteja desempregado ou não provimento em comissão;
possuir renda familiar superior a dois salários mínimos, c) nas autarquias e fundações públicas, quanto aos
comprovadamente. (Parágrafo inserido pela LC nº 66/95, seus respectivos cargos.
- D.O.E. 14/11/200) . § 9º - Nos demais Poderes a posse será formalizada no
respectivo setor de pessoal.
Seção III § 10 - Será tornada sem efeito a nomeação, quando a
Da Posse posse não se verificar no prazo legal.
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REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
§ 2º - A jornada dos servidores públicos estaduais do Art. 28 A fixação do horário de trabalho do servidor
Poder Executivo em regime de teletrabalho equivalerá ao público será feita pela autoridade competente, podendo
cumprimento das metas de desempenho estabelecidas. ser alterada por conveniência da administração.
(Parágrafo incluído pela LC nº 880/2017 – DOE 27.12.2017). Art. 29 O servidor público perderá:
Art. 21 Poderá haver prorrogação da duração normal I - a remuneração do dia em que faltar injustificada-
do trabalho, por necessidade do serviço ou por motivo de mente ao serviço ou deixar de participar do programa de
força maior. formação, especialização ou aperfeiçoamento em horário
§ 1º - A prorrogação de que trata este artigo, será de expediente;
remunerada na forma do art. 101 e não poderá exceder II - um terço do vencimento diário, quando compare-
o limite de duas horas diárias, salvo nos casos de jornada cer ao serviço dentro da hora seguinte à marcada para o
especial ou regime de turnos. início dos trabalhos ou quando se retirar dentro da hora
§ 2º - Em situações excepcionais e de necessidade anterior à fixada para o término do expediente, computan-
imediata as horas que excederem a jornada normal serão do- se nesse horário a compensação a que se refere o art.
compensadas pela correspondente diminuição em dias
26, parágrafo único;
subsequentes.
III - o vencimento correspondente a um dia, quando o
Art. 22 Atendida a conveniência do serviço, ao servidor
comparecimento ao serviço ultrapassar o horário previsto
público que seja estudante, será concedido horário espe-
no inciso anterior;
cial de trabalho, sem prejuízo de sua remuneração e de-
mais vantagens, observadas as seguintes condições: IV - um terço da remuneração durante os afastamen-
I - comprovação da incompatibilidade dos horários tos por motivo de prisão em flagrante ou decisão judicial
das aulas e do serviço, mediante atestado fornecido pela provisória, com direito à diferença, se absolvido a final.
instituição de ensino onde esteja matriculado; § 1º - O servidor público que for afastado em virtude
II - apresentação de atestado de frequência mensal, de condenação por sentença definitiva, a pena que não
fornecido pela instituição de ensino. resulte em demissão ou perda do cargo, terá suspensa a
Parágrafo único - O horário especial a que se refere sua remuneração e seus dependentes passarão a perceber
este artigo importará compensação da jornada normal auxílio- reclusão, na forma definida no art. 219.
com a prestação de serviço em horário antecipado ou pror- § 2º - No caso de falta injustificada ao serviço os dias
rogado, ou no período correspondente às férias escolares. imediatamente anteriores e posteriores aos sábados,
Art. 23 Entre duas jornadas de trabalho haverá um pe- domingos e feriados ou aqueles entre eles intercalados
ríodo mínimo de onze horas consecutivas para descanso. serão também computados como falta.
Art. 24 Nos serviços permanentes de datilografia, digi- § 3º - Na hipótese de não-comparecimento do servidor
tação, operações de telex, escriturações ou cálculo, a cada público ao serviço ou escala de plantão, o número total de
período de noventa minutos de trabalho consecutivo cor- faltas abrangerá, para todos os efeitos legais, o período
responderá um repouso de dez minutos não deduzidos da destinado ao descanso.
duração normal do trabalho. Art. 30 Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor pú-
Art. 25 A frequência do servidor público será apurada blico ausentar-se do serviço:
por meio de registros a serem definidos pela administra- I - por um dia, para apresentação obrigatória em ór-
ção, pelos quais se verificarão, diariamente, as entradas e gão militar;
saídas, excetuando-se aqueles servidores que atuam em II - por um dia, a cada três meses, para doação de
regime de teletrabalho, aplicando-se a estes o previsto na sangue;
Lei Complementar específica que trata desta matéria. (Re- III - até oito dias consecutivos, por motivo de casa-
dação dada pela LC nº 874/2017 – DOE 15.12.2017).
mento;
Art. 26 O registro de frequência deverá ser efetuado
IV - por cinco dias consecutivos, por motivo de faleci-
dentro do horário determinado para o início do expediente,
mento do cônjuge, companheiro, pais, filhos, irmãos;
com uma tolerância máxima de quinze minutos, no limite
V - pelos dias necessários à:
de uma vez por semana e no máximo três ao mês, salvo em
relação aos cargos em comissão ou funções gratificadas, a) realização de provas ou exames finais, quando
cuja frequência obedecerá ao que dispuser o regulamento. estudante matriculado em estabelecimento de ensino ofi-
Parágrafo único - O atraso no registro da frequência, cial ou reconhecido;
com a utilização da tolerância prevista neste artigo, terá b) participação de júri e outros serviços obrigatórios
que ser obrigatoriamente compensado no mesmo dia. por lei;
Art. 27 Compete ao chefe imediato do servidor público c) prestação de concurso público.
o controle e a fiscalização de sua frequência, sob pena de Art. 31 Em qualquer das hipóteses previstas no artigo
responsabilidade funcional e perda de confiança, passível anterior caberá ao servidor público comprovar, perante a
de exoneração ou dispensa. chefia imediata, o motivo da ausência.
Parágrafo único - A falta de registro de frequência ou Art. 32 Pelo não-comparecimento do servidor público
a prática de ações que visem à sua burla, pelo servidor ao serviço, para tratar de assuntos de seu interesse pessoal,
público, implicarão adoção obrigatória, pela chefia serão abonadas até seis faltas, em cada ano civil, desde que
imediata, das providências necessárias à aplicação da pena o mesmo não tenha, no exercício anterior, nenhuma falta
disciplinar cabível. injustificada.
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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
§ 1º - Os abonos não poderão ser acumulados, devendo Parágrafo único - Na hipótese do servidor público
sua utilização ocorrer, no máximo, uma vez a cada mês, encontrar-se afastado pelos motivos previstos no art. 30
respeitado o limite anual previsto neste artigo. ou licença prevista no art. 122, I a IV e X, o prazo a que
§ 2º - A comunicação das faltas será feita se refere este artigo será contado a partir do término do
antecipadamente, salvo motivo relevante devidamente afastamento.
comprovado. Art. 37 Ao servidor público estudante que for localiza-
do ex officio e a seus dependentes, é assegurada na locali-
Seção VI dade de nova residência ou na mais próxima, matrícula em
Da Lotação e da Localização instituição de ensino público em qualquer época, indepen-
dentemente de vaga.
Art. 33 Os servidores públicos dos Poderes Legislativo Parágrafo único - Não havendo, na nova localidade,
e Judiciário e das autarquias e fundações públicas serão lo- instituição de ensino público ou o curso frequentado pelo
tados nos referidos órgãos ou entidades, e a localização ca- servidor público ou por seus dependentes, o Estado arcará
berá à autoridade competente de cada órgão ou entidade. com o ônus do ensino, em estabelecimento particular, na
§ 1º - O servidor público da administração direta
mesma localidade.
do Poder Executivo será lotado na Secretaria de Estado
responsável pela administração de pessoal, onde ficarão
Seção VII
centralizados todos os cargos, ressalvados os casos
Do Estágio Probatório
previstos em lei.
§ 2º - A Secretaria de Estado referida no parágrafo
anterior alocará às demais secretarias e órgãos de hierar- Art. 38 Estágio probatório é o período de 3 (três) anos
quia equivalente os servidores públicos necessários à exe- em que o servidor público nomeado para cargo de pro-
cução dos seus serviços, passando os mesmos a ter neles vimento efetivo ficará em avaliação, a contar da data do
o seu exercício. início de seu exercício e, durante o qual, serão apuradas
§ 3º - As autarquias e fundações públicas referidas sua aptidão e capacidade para permanecer no exercício do
neste artigo informarão permanentemente à Secretaria cargo. (Redação dada pela LC nº 500, de 26.10.2009 – DOE
de Estado responsável pela administração de pessoal as de 29.10.2009).
alterações de seus respectivos quadros. § 1º Ficam os Poderes do Estado autorizados a
Art. 34 A mudança de um para outro setor da mes- regulamentar a matéria e a instituir Comissão de Avaliação
ma Secretaria de Estado, em localidade diversa ou não da de Estágio Probatório.
anterior, será promovida pela autoridade competente de § 2º O servidor público, ao ser investido em novo
cada órgão ou entidade em que o servidor público tenha cargo de provimento efetivo, não estará dispensado do
sido alocado, mediante ato de localização publicado no cumprimento integral do período de 3 (três) anos de
Diário Oficial do Estado. estágio probatório no novo cargo.
Art. 35 A localização do servidor público dar-se-á: § 3º Na hipótese de acumulação legal, o estágio
I - a pedido; probatório deverá ser cumprido em relação a cada cargo
II - de ofício. para o qual o servidor público tenha sido nomeado.
§ 1º - A localização por permuta será processada à vista Redação Anterior: Art. 38 Estágio probatório é o perío-
do pedido conjunto dos interessados, desde que ocupantes do inicial de até dois anos de efetivo exercício do servidor
do mesmo cargo. público nomeado em virtude de concurso público, quando
§ 2º - Se de ofício e fundada na necessidade de pessoal, a sua aptidão e capacidade para permanecer no cargo se-
a escolha da localização recairá, preferencialmente, sobre o rão objeto de avaliação.
servidor público: Parágrafo único - O servidor público estadual já está-
a) de menor tempo de serviço;
vel ficará sujeito ao estágio probatório, quando nomeado
b) residente em localidade mais próxima;
ou ascendido para outro cargo, por período de seis meses,
c) menos idoso.
durante o qual o cargo de origem não poderá ser provido.
§ 3º - É vedada, de ofício, a localização de servidor
Art. 39 Durante o período de estágio probatório será
público:
I - licenciado para atividade política, no período entre observado, pelo servidor público, o cumprimento dos
o registro da candidatura perante a Justiça Eleitoral e o dia seguintes requisitos, a serem disciplinados em regula-
seguinte ao do resultado oficial da eleição; mento: (Redação dada pela LC nº 500, de 26.10.2009 – DOE
II - investido em mandato eletivo, desde a expedição de 29.10.2009).
do diploma até o término do mandato; I - idoneidade moral e ética;
III - à disposição de entidade de classe. II - disciplina;
Art. 36 Quando a assunção de exercício implicar mu- III - dedicação ao serviço;
dança de localidade, o servidor público fará jus a um pe- IV - eficiência.
ríodo de trânsito de até oito dias exceto se a mudança for 1º Os requisitos, de que trata o caput deste artigo, se-
para Municípios integrantes da Região Metropolitana da rão avaliados semestralmente, conforme procedimento a
Grande Vitória. ser estabelecido em regulamento.
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IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o Parágrafo único - A reposição de que trata este artigo
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será não será procedida quando a exoneração decorrer da no-
contado para todos os efeitos legais, exceto para promo- meação para outro cargo público estadual.
ção por merecimento; Art. 65 Para exonerar, são competentes as autoridades
V - para efeito de benefício previdenciário, nos casos dirigentes dos órgãos ou entidades referidos no art. 16, §§
de afastamento, os valores de contribuição serão determi- 8º e 9º, salvo delegação de competência.
nados como se o servidor público em exercício estivesse.
TÍTULO IV: CAPÍTULOS I, II, III, V, VI;
Art. 59 Preso preventivamente, denunciado por crime
funcional, ou condenado por crime inafiançável, em pro-
Título IV
cesso no qual não haja pronúncia, o servidor público efeti-
vo será afastado do exercício de seu cargo, até decisão final Dos Direitos e Vantagens
transitada em julgado. Capítulo I
Do Vencimento e da Remuneração
TÍTULO III: CAPÍTULOS I E II;
Art. 66 Vencimento é a retribuição pecuniária mensal
Capítulo I devida ao servidor público civil pelo efetivo exercício do
Das Disposições Gerais cargo, fixada em lei.
Art. 67 Os vencimentos do servidor público, acrescidos
Art. 60 A vacância de cargo público decorrerá de: das vantagens de caráter permanente, e os proventos são
I - exoneração; irredutíveis, observarão o princípio da isonomia, e terão
II - demissão; reajustes periódicos que preservem seu poder aquisitivo.
III - ascensão; NOTA: declarada a inconstitucionalidade § 1º - O princípio da isonomia objetiva assegurar
pela Adin nº 1345-9, Plenário, 20.09.95 - DJ 25.04.2003.
o mesmo tratamento, a equivalência e a igualdade de
IV - aposentadoria;
remuneração entre os cargos de atribuições iguais ou
V - falecimento;
VI - declaração de perda de cargo; assemelhadas.
VII - destituição de cargo em comissão. § 2º - Na avaliação da ocorrência da isonomia serão
levados em consideração a escolaridade, as atribuições tí-
Capítulo II Da Exoneração picas do cargo, a jornada de trabalho e demais requisitos
exigidos para o exercício do cargo.
Art. 61 A exoneração do servidor público dar-se-á: Art. 68 Os vencimentos dos servidores públicos dos
a) de ofício; Poderes Executivo,
b) a pedido.
§ 1º - Se de ofício, a exoneração do servidor público Legislativo e Judiciário são idênticos para cargo de atri-
efetivo será aplicada: buições iguais ou
a) quando não satisfeitas as condições do estágio pro-
batório; assemelhadas, observando-se como parâmetro aque-
b) quando, tendo tomado posse, o servidor público
les atribuídos aos servidores do Poder Executivo.
não assumir o exercício do cargo no prazo previsto no art.
17, § 1º. Art. 69 Remuneração é o vencimento do cargo, acresci-
§ 2º - A exoneração de cargo em comissão dar-se-á: do das vantagens pecuniárias estabelecidas em lei.
a) a juízo da autoridade competente; Art. 70 A revisão geral da remuneração dos servido-
b) a pedido do próprio servidor público. res públicos da administração direta, das autarquias e das
Art. 62 O servidor público ocupante de cargo em co- fundações públicas far-se-á sempre na mesma data e nos
missão, se exonerado durante o período de licença mé- mesmos índices.
dica ou férias, fará jus ao recebimento da remuneração § 1º - Os vencimentos e os proventos dos servidores
respectiva, até o prazo final do afastamento. públicos estaduais deverão ser pagos até o último dia
Art. 63 O servidor público que solicitar exoneração útil do mês de trabalho, corrigindo-se os seus valores, se
deverá conservar-se em exercício, até quinze dias após a tal prazo ultrapassar o décimo dia do mês subsequente
apresentação do pedido. ao vencido, com base nos índices oficiais de variação da
Parágrafo único - Não havendo prejuízo para o serviço, economia do país. (Redação dada pela LC nº 80/96 – DOE
a critério do chefe da repartição, a permanência do servi-
1.3.2013)
dor público em exercício poderá ser dispensada.
Art. 64 Não será concedida exoneração ao servidor pú- Redação Anterior:
blico efetivo que, tendo se afastado para frequentar curso § 1º - Os vencimentos e os proventos dos servidores
especializado, não houver promovido a reposição das im- públicos estaduais deverão ser pagos até o último dia útil
portâncias recebidas, durante o período do afastamento, do mês de trabalho, corrigindo-se os seus valores, se tal
em valores atualizados, caso em que será demitido, após prazo ultrapassar o décimo dia útil do mês subsequente
trinta dias, por abandono do cargo, sendo a importância ao vencido, com base nos índices oficiais de variação da
devida inscrita em dívida ativa. economia do país.
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§ 2º - As vantagens pecuniárias devidas ao servidor Art. 75 A remuneração ou provento que o servidor pú-
público serão pagas com base nos valores vigentes no mês blico falecido tenha deixado de receber será pago ao côn-
de pagamento inclusive quanto às parcelas em atraso. juge ou companheiro sobrevivente ou à pessoa a quem o
Art. 71 Nenhum servidor público poderá perceber, alvará judicial determinar.
mensalmente, a título de remuneração ou provento, im-
portância superior à soma dos valores fixados como re- Capítulo II
muneração, em espécie, a qualquer título, por membro da Das Vantagens Pecuniárias
Assembléia Legislativa, Desembargadores e Secretários de Seção I
Estado, respectivamente, de acordo com o Poder a cujo Da Especificação
quadro de pessoal pertença, observado o disposto no art.
69. Art. 76 Juntamente com o vencimento, serão pagas ao
§ 1º - Excluem-se do teto da remuneração os adicionais servidor público as seguintes vantagens pecuniárias:
e gratificações constantes do art. 93, I, c a i, II, a, b e c, e III, I - indenização;
o décimo terceiro vencimento, as indenizações e os auxílios II - auxílios financeiros;
pecuniários previstos nesta Lei. III - gratificações e adicionais;
§ 2º - O menor vencimento atribuído aos cargos de IV - décimo terceiro vencimento.
carreira não poderá ser inferior a um trinta avos do maior § 1º - As indenizações e os auxílios financeiros não
vencimento, na forma deste artigo, incluída a gratificação se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer
de representação, quando houver. efeito.
Art. 72 O servidor público efetivo enquanto em exercí- § 2º - As vantagens pecuniárias não serão computadas
cio de cargo em comissão deixará de perceber o vencimen- nem acumuladas para efeito de concessão de quaisquer
to ou remuneração do cargo efetivo, ressalvado o direito outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo
de opção, na forma do art. 96. título ou idêntico fundamento.
Art. 73 O vencimento, a remuneração e os proventos § 3º - As gratificações e os adicionais incorporam-
não sofrerão descontos além dos previstos em lei, nem se- se ao vencimento ou provento, nos casos e condições
rão objeto de arresto, sequestro ou penhora, salvo quando indicados em lei.
se tratar de: § 4º - Nenhuma vantagem pecuniária poderá ser
I - prestação de alimentos, resultante de decisão judi- concedida sem autorização específica na lei de diretrizes
cial; orçamentárias.
II - reposição de valores pagos indevidamente pela Fa-
zenda Pública estadual, hipótese em que o desconto será
Seção II
promovido em parcelas mensais não excedentes a vinte
Das Indenizações
por cento da remuneração, ou provento.
§ 1º - Caso os valores recebidos a maior sejam
Art. 77 Constituem indenizações ao servidor público:
superiores à cinquenta por cento da remuneração que de-
I - ajuda de custo;
veria receber, fica o servidor público obrigado a devolvê-lo
II - diária;
de uma só vez no prazo de setenta e duas horas.
III - transporte.
§ 2º - A indenização de prejuízo causado à Fazenda
Pública Estadual em virtude de alcance, desfalque, remissão
Subseção I
ou omissão em efetuar recolhimentos ou entradas
nos prazos legais será feita de uma só vez, em valores Da Ajuda de Custo
atualizados.
§ 3º - O servidor público em débito com o erário, que Art. 78 A ajuda de custo é a retribuição concedida ao
for demitido, exonerado ou que tiver a sua aposentadoria servidor público estadual para compensar as despesas de
ou disponibilidade cassadas, terá o prazo de até sessenta sua mudança para novo local, em caráter permanente, no
dias, a partir da publicação do ato, para quitá-lo. interesse do serviço, pelo afastamento referido no art. 83,
§ 4º - A não-quitação do débito no prazo previsto por prazo superior a 15 (quinze) dias e pelo afastamento
no parágrafo anterior implicará sua inscrição em dívida previsto nos arts. 57, II e 128 devendo ser paga adianta-
ativa, sendo o mesmo tratamento observado nas hipóteses damente. (Redação dada pela LC nº 80/96 – DOE 1.3.2013)
previstas no § 2º. § 1º - Correrão à conta da administração pública as
Art. 74 Mediante autorização do servidor público, po- despesas com transporte do servidor público e de sua
derá haver consignação em folha de pagamento, a favor de família, inclusive um empregado.
terceiros, custeada pela entidade correspondente, a critério § 2º - Nos casos de serviço ou cumprimento de missão
da administração, na forma definida em regulamento. em outro Estado ou no estrangeiro, a ajuda de custo será
Parágrafo único - A soma das consignações facultativas paga para fazer face às despesas extraordinárias.
e compulsórias não poderá ultrapassar setenta por cento § 3º - À família do servidor público que falecer na nova
do vencimento e vantagens permanentes atribuídos ao sede são assegurados ajuda de custo e transporte para a
servidor público. localidade de origem.
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de 5% (cinco por cento), limitado a 35% (trinta e cinco por Redação Anterior dada pela LC nº 92/96 - DOE
cento) e calculado sobre o valor do respectivo vencimento. 30.12.19/96: Art. 108 Após cada decênio ininterrupto de
(Caput do artigo com redação dada pela LC nº 92/96 - DOE efetivo exercício prestado à administração direta, autar-
30.12.1996). quias e fundações do Estado do Espírito Santo, o servidor
Art. 1º Para os servidores públicos nomeados até 08 de público em atividade terá direito a um adicional de assidui-
janeiro de 1997, o adicional de tempo de serviço previsto dade, em caráter.
no artigo 106 da Lei Complementar 46, de 31 de janeiro § 1º - A gratificação de assiduidade para o decênio em
de 1994, com as alterações introduzidas pela Lei Comple- curso na data de promulgação desta Lei Complementar
mentar nº 92, de 30 de dezembro de 1996, será concedido será calculada proporcionalmente e de forma mista. (§ 1º
a cada 05 (cinco) anos de efetivo exercício, limitado a 60% reinserido pela LC nº 141/99 - DOE 18.1.1999).
(sessenta por cento) e calculado sobre o vencimento básico § 2º - Para aplicação do disposto no § 1º será
do cargo, nas seguintes bases: considerado percentual de 5 % (cinco por cento) para os
I - do primeiro ao décimo quinto ano de serviço, 5% anos já trabalhados e de 2 % (dois por cento) para os anos
(cinco por cento); a serem trabalhados até a complementação do decênio. (§
II - do décimo sexto ao trigésimo ano de serviço, 10% 2º reinserido pela LC nº 141/99 - DOE 18.1.1999).
(dez por cento); Art. 109 Interrompem a contagem do tempo de ser-
III - do trigésimo primeiro ao trigésimo quinto ano de viço, para efeito de cômputo de decênio previsto no “ca-
serviço, 15% (quinze por cento). put” deste artigo, os seguintes afastamentos: (Art. 109 e
seus dispositivos com redação dada pela LC n 80/96 - DOE
Redação Anterior: 1.3.1996).
Art. 106 - O Adicional de Tempo de Serviço, respeitado I - licença para trato de interesses particulares;
o disposto no art. 166, será concedido anualmente ao ser- II - licença por motivo de deslocamento do cônjuge ou
vidor público, mediante aplicação de um percentual variá- companheiro, quando superiores a 30 (trinta) dias ininter-
vel, calculado sobre o valor do respectivo vencimento, nas ruptos ou não;
seguintes bases: III - licença por motivo de doença em pessoa da
I - do primeiro até o décimo ano de serviço, um por família, quando superiores a 30 (trinta) dias ininterruptos
cento ao ano; ou não;
II - do décimo primeiro até o décimo quinto ano de IV - licença para tratamento da própria saúde, quando
serviço, um e meio por cento ao ano; superiores a 60 (sessenta) dias, ininterruptos ou não;
III - do décimo sexto ao vigésimo ano de serviço, dois V - faltas injustificadas;
por cento ao ano; IV - do vigésimo primeiro ano em diante, VI - suspensão disciplinar, decorrente de conclusão de
dois e meio por cento ao ano, até o limite máximo de ses- processo administrativo disciplinar;
senta e cinco por cento. VII - prisão mediante sentença judicial, transitada em
Parágrafo único - Em caso de acumulação legal, o adi- julgado.
cional de tempo de serviço será devido em razão do tempo § 1º - A interrupção do exercício de que trata o “caput”
prestado em cada cargo. deste artigo, determinará o reinício da contagem do tempo
de serviço para efeito de aquisição do benefício, a contar
Subseção XII da data do término do afastamento.
Do Adicional de Férias § 2º - Excetuam-se do disposto no inciso IV deste
artigo os afastamentos decorrentes de licença por acidente
Art. 107 Por ocasião das férias do servidor público, ser- em serviço ou doença profissional e aqueles superiores a
-lhe-á devido um adicional de um terço da remuneração 60 (sessenta) dias ininterruptos de licença concedidos por
percebida no mês em que se iniciar o período de fruição. junta médica oficial.
Parágrafo único - O adicional de férias será devido § 3º - A exceção constante do parágrafo anterior
apenas uma vez em cada exercício. aplica-se à hipótese de afastamento determinado por
junta médica oficial para tratamento de doenças graves
Subseção XIII especificadas no art. 131, independente do período de
Do Adicional de Assiduidade licença concedido.
§ 4º - As licenças concedidas em decorrência de
Art. 108 Após cada decênio ininterrupto de efetivo acidente em serviço após o período no § 2º desde que
exercício prestado à administração direta, autarquias e fun- necessárias ao prosseguimento de tratamento terapêutico,
dações do Estado do Espírito Santo, o servidor público em serão consideradas como de efetivo exercício para a
atividade terá direito a um adicional de assiduidade, em concessão do adicional de assiduidade.
caráter permanente, correspondente a 2 % (dois por cento) § 5º - As licenças da natureza gravídica da servidora
do vencimento básico do cargo, respeitando o limite de 15 concedidas antes ou após a licença de gestação, serão
% (quinze por cento) com integração da mesma vantagem também consideradas como de efetivo exercício para a
concedida anteriormente sob regime jurídico diverso. (Re- concessão do adicional de assiduidade.
dação dada pela LC nº 141/99 - DOE 18.1.1999).
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§ 11 - As férias somente poderão ser interrompidas § 3º - As licenças previstas nos incisos V a X serão
por motivo de calamidade pública, convocação para júri, concedidas, no âmbito de cada Poder e, pela autoridade
serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço responsável pela administração de pessoal.
declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade. § 4º - A licença prevista no inciso IV deste artigo, somente
(§ 11 incluído pela LC nº 148 – DOE 18.5.1999) será concedida ao servidor ocupante exclusivamente de
§ 12 - O período de férias interrompido será gozado cargo de provimento em comissão pelo prazo máximo
de uma só vez, observando o disposto no artigo 115. (§ 12 de 15 (quinze) dias. (Redação dada pela LC nº 880 – DOE
incluído pela LC nº 148 – DOE 18.5.1999) 27.12.2017)
§ 13 - As férias regulamentares de servidores públicos Art. 123 Finda a licença, o servidor público deverá reas-
cônjuges poderão ser usufruídas no mesmo mês, desde sumir imediatamente o exercício do cargo, salvo prorroga-
que requeridas, ainda que os servidores estejam lotados ção por determinação constante de laudo médico.
em órgãos distintos da Administração Pública Estadual, § 1º - A prorrogação dar-se-á de ofício ou a pedido.
e que não tragam prejuízos para o funcionamento da
§ 2º - O pedido de prorrogação deverá ser apresentado
máquina administrativa. (§ 13 incluído pela LC nº 792 – DOE
antes de findo o prazo da licença.
18.11.2014).
§ 3º - Caso seja indeferido o pedido de prorrogação
§ 14 - As férias regulamentares de servidores públicos
da licença, o servidor público terá considerados como
poderão ser fracionadas para serem gozadas em dois
de licença para trato de interesses particulares os dias a
períodos de 15 (quinze) dias cada, a pedido do servidor e descoberto.
no interesse da administração pública. (§ 13 incluído pela Art. 124 O servidor público que se encontrar fora do
LC nº 792 – DOE 18.11.2014). Estado deverá, para fins de concessão ou prorrogação de
Art. 116 Os afastamentos por motivo de licença para licença, dirigir-se à autoridade a que estiver subordinado
o trato de interesses particulares e para frequentar cursos diretamente, juntando laudo médico do serviço oficial de
com duração superior a doze meses, suspendem o período saúde do local em que se encontre e indicando o seu en-
aquisitivo para efeito de férias, reiniciando-se a contagem dereço.
a partir do retorno do servidor público. Parágrafo único - A licença concedida na forma deste
Art. 117 O servidor público que opere direta e perma- artigo não poderá ser superior a trinta dias nem prorrogá-
nentemente com Raios X e substâncias radioativas goza- vel por mais de duas vezes.
rá, obrigatoriamente, vinte dias consecutivos de férias, por Art. 125 O servidor público licenciado na forma do art.
semestre de atividade profissional, proibida, em qualquer 122, I, II, III e IV, não poderá dedicar-se a qualquer atividade
hipótese, a acumulação. de que aufira vantagem pecuniária, sob pena de cassação
imediata da licença, com perda total da remuneração, até
Capítulo V que reassuma o exercício do cargo.
Das Licenças Art. 126 Em se tratando de licença para tratamento da
Seção I própria saúde, de ocupante de dois cargos públicos em re-
Das Disposições Gerais gime de acumulação legal, a licença poderá ser concedida
em apenas um deles, quando o motivo prender-se, exclusi-
Art. 122 Conceder-se-á licença ao servidor público em vamente, ao exercício de um dos cargos.
decorrência de: Art. 127 O servidor público em licença médica, não será
I - tratamento da própria saúde; obrigado a interrompê-la em decorrência dos atos de pro-
II - acidente em serviço ou doença profissional; vimento de que trata o art. 8º.
III - gestação, à lactação e adoção; Art. 128 Ao licenciado para tratamento de saúde que
se deslocar do Estado para outro ponto do território nacio-
IV - motivo de doença em pessoa da família;
nal, por exigência de laudo médico oficial, será concedido
V - motivo de deslocamento do cônjuge ou compa-
transporte, por conta do Estado, inclusive para uma pessoa
nheiro;
da família.
VI - serviço militar obrigatório;
VII - atividade política; Seção II
VIII - trato de interesses particulares e licença es- Da Licença para Tratamento da Própria Saúde
pecial; (Inciso com redação dada pela LC nº 137- DOE
13.1.1999). Art. 129 A licença para tratamento da própria saúde
IX - desempenho de mandato classista; será concedida a pedido ou de ofício, com base em perí-
X - paternidade. cia médica, sem prejuízo da remuneração a que o servidor
§ 1º As licenças previstas nos incisos V, VI, VII, VIII e IX público fizer jus.
não se aplicam aos ocupantes exclusivamente de cargos Art. 130 As inspeções médicas para concessão de licen-
em comissão. (§ 1º com redação dada pela LC nº 80 – DOE ças serão feitas:
1.3.1996). I - pela unidade central de perícias médicas, para as
§ 2º - As licenças previstas nos incisos I, II, III e IV serão licenças por qualquer período e em prorrogação;
concedidas pelo setor de perícias médicas. II - pelas unidades regionais de saúde, para:
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REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Art. 157 O prazo da prescrição contar-se-á da data da público estadual e o exercício em outro cargo público tam-
publicação oficial do ato impugnado ou, da data da ciência, bém estadual, quando o interregno se constituir de dias
pelo interessado, quando não publicado. não úteis;
§ 1º - Para a revisão do processo administrativo-dis- XIV - afastamento preventivo, se inocentado a final;
ciplinar, a prescrição contar-se-á da data em que forem XV - férias-prêmio;
conhecidos os atos, fatos ou circunstâncias que deram mo- XVI - prisão por ordem judicial, quando vier a ser con-
tivo ao pedido de revisão. siderado inocente.
§ 2º - Em se tratando de evento punível, o curso da XVII - licença para tratamento da própria saúde de
prescrição começa a fluir da data do referido evento e até sessenta dias, ininterruptos ou não, por ano de efetivo
interrompe-se pela abertura da sindicância ou do processo exercício. (Inciso incluído pela LC nº 880 – DOE 27.12.2017)
administrativo-disciplinar. Art. 167 O tempo de afastamento do servidor público
Art. 158 A falta também prevista na lei penal como cri- para o exercício de mandato eletivo será computado para
me ou contravenção prescreverá juntamente com este. todos os efeitos legais, exceto para promoção por mereci-
Art. 159 O requerimento, o pedido de reconsideração mento.
e o recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição. Art. 168 É contado para efeito de aposentadoria e dis-
Art. 160 Para o exercício do direito de petição, é asse- ponibilidade, o tempo de serviço público prestado à União,
gurada ao servidor público ou a procurador por ele consti- aos demais Estados, aos Municípios, Territórios e suas Au-
tuído, vista, na repartição, do processo ou documento. tarquias e Fundações Públicas.
Parágrafo único - O tempo de serviço a que se refere
TÍTULOS V: CAPÍTULO ÚNICO este artigo não poderá ser contado com quaisquer acrésci-
Título V Capítulo Único mos ou em dobro. (Redação dada pela LC nº 89/96 - DOE
Do Tempo De Serviço 30.12..1996).
Art. 169 Contar-se-á para efeito de aposentadoria e
Art. 165 É computado para todos os efeitos o tempo disponibilidade:
de serviço público efetivamente prestado ao Estado do Es- I - licença para tratamento da própria saúde e de pes-
soa da família;
pírito Santo, desde que remunerado.
II - serviço prestado sob qualquer forma de admis-
Art. 166 São considerados como de efetivo exercício,
são, desde que remunerado pelos Cofres do Estado;
salvo nos casos expressamente definidos em norma espe-
III - afastamento por aposentadoria ou disponibilidade;
cífica, os afastamentos e as ausências ao serviço em virtude IV - serviço militar obrigatório e outros encargos de
de: segurança nacional;
I - férias; V - serviço prestado à instituição de caráter privado
II - exercício em órgãos de outro Poder ou em autar- que tiver sido transformada em estabelecimento ou órgão
quias e fundações públicas, do próprio Estado; do serviço público estadual;
III - freqüência a curso de formação inicial e participa- VI - período de serviço militar ativo prestado durante
ção em programa de treinamento regularmente instituído; a paz, computando- se pelo dobro o tempo em operação
IV - desempenho de mandato eletivo federal, estadual de guerra;
e municipal; VII - licença para atividade política nos termos do art.
V - abonos previstos nos arts. 30 e 32; 145;
VI - licenças; VIII - o tempo correspondente ao desempenho de
a) por gestação, adoção, lactação e paternidade; mandato eletivo federal, estadual ou municipal anterior ao
b) por motivo de acidente em serviço ou doença pro- ingresso no serviço público estadual.
fissional; Art. 170 É vedada a contagem cumulativa de tempo
c) por convocação para o serviço militar obrigatório; de serviço prestado concomitantemente em mais de um
d) para atividade política, quando remunerada; cargo, emprego ou função em órgãos ou entidades dos
e) para desempenho de mandato classista; Poderes da União, Estados, Distrito Federal, Territórios, Mu-
VII - deslocamento para nova sede, conforme previsto nicípios e suas autarquias, fundações públicas, sociedades
no art. 36; de economia mista e empresas públicas.
VIII - participação em competição desportiva oficial Art. 171 Em caso de aposentadoria por um dos cargos
ou convocação para integrar representação desportiva, no exercidos em regime de acumulação, as parcelas de tem-
país ou no exterior, conforme dispuser o regulamento; po de serviço não concomitantes que não forem utilizadas,
IX - participação em congressos e outros certames cul- poderão sê-lo em relação ao outro cargo, para idêntico fim.
turais, técnicos e científicos; Art. 172 A apuração do tempo de serviço será feita em
dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano
X - cumprimento de missão de interesse de serviço;
como de trezentos e sessenta e cinco dias, salvo quando
XI - freqüência a curso de aperfeiçoamento, atualiza-
bissexto.
ção ou especialização que se relacione com as atribuições Art. 173. Revogado (LC nº 80/96 – DOE 1.3.1996).
do cargo efetivo de que seja titular; Art. 174 O tempo de serviço público estadual será
XII - convênio em que o Estado se comprometa a par- computado a vista de registros próprios que comprovem a
ticipar com pessoal; XIII - interregno entre a exoneração freqüência do servidor público.
de um cargo, dispensa ou rescisão de contrato com órgão
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REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Art. 175 O tempo de serviço prestado a outros Poderes VI - o livre acesso, na qualidade de dirigente sin-
do próprio Estado, a órgãos da administração indireta, à dical, aos locais de trabalho de seus filiados.
União, a outros Estados, aos Municípios e Territórios, e em Art. 184 Ao sindicato representativo de categoria de
atividade privada será computado à vista de certidão pas- servidores públicos é assegurado:
sada pela autoridade competente. I - a participação obrigatória nas negociações coletivas;
§ 1º - A averbação de tempo de serviço será requerida II - a obtenção, junto à administração pública, de
em formulário próprio, acompanhado das respectivas informações de interesse geral da categoria;
certidões, não sendo admitidas outras formas de III - o direito de requerer, pedir reconsideração ou re-
comprovação de tempo de serviço. correr de decisões, para defesa de direitos e interesses co-
§ 2º - A certidão de tempo de serviço deverá conter a letivos ou individuais da categoria de servidores públicos
finalidade, os atos de admissão e dispensa, os afastamentos que representa;
e seus motivos, as penalidades porventura aplicadas, a IV - representar contra atos de autoridades, lesivos aos
conversão do tempo de serviço em anos, meses e dias, des- interesses dos servidores públicos;
contadas as faltas, ausências ou afastamentos não conside- V - o desconto em folha de pagamento, quanto aos
radas como de efetivo exercício e qual o regime jurídico do seus filiados, do valor das mensalidades e da contribuição
servidor público. para custeio do sistema confederativo da representação
Art. 176 A ausência de elementos comprobatórios de sindical respectiva.
tempo de serviço poderá ser suprida mediante justificação Art. 185 A taxa de fortalecimento sindical ou asseme-
judicial, quando não houver a possibilidade de apresenta- lhada em favor da entidade sindical representativa do ser-
ção de certidão de tempo de serviço, desde que funda- vidor público, deliberada em assembléia geral da categoria,
mentada em um indício razoável de prova material, não será descontada em folha de pagamento.
sendo admitida prova exclusivamente testemunhal. Parágrafo único - A taxa referida neste artigo incidirá
§ 1º - A justificação judicial somente poderá ser aceita sobre o vencimento ou remuneração dos servidores pú-
quando, em virtude de roubo, incêndio ou destruição, blicos integrantes da categoria profissional, independen-
desaparecerem os documentos necessários à extração de temente de filiação, desde que o benefício resultante da
certidão de tempo de serviço. atuação da entidade sindical seja extensivo a estes servido-
§ 2º - A justificação judicial deverá ser instruída com res, na forma definida em assembléia geral.
certidão negativa da inexistência de registros funcionais, Art. 186 A devolução das contribuições ou taxas previs-
não sendo suficiente a declaração de que nada foi tas nos arts. 184 e 185, indevidamente descontadas do ser-
encontrado nos livros de ponto e folhas de pagamento. vidor público será de inteira responsabilidade da entidade
sindical respectiva.
§ 3º - Não será objeto de averbação a justificação judicial
Art. 187 Os descontos previstos nos arts. 184, V, e 185
que não for processada com a assistência de representante
serão efetuados sem qualquer custo, e repassados à enti-
legal do Estado, que deverá ser obrigatoriamente citado.
dade sindical respectiva no prazo de até dez dias.
§ 4º - Poderá ser também averbado o tempo apurado
Art. 188 Compete aos servidores públicos civis decidir
mediante justificação judicial, relativo a serviços que não
sobre a oportunidade de exercer o direito de greve e sobre
tenham sido prestados ao próprio Estado, desde que
os interesses que devam por meio dela defender.
tenha sido o respectivo tempo reconhecido pela unidade
federativa competente ou pelo órgão previdenciário TÍTULO VIII: CAPÍTULOS I E II;
federal, que deverá fornecer a certidão referente ao mesmo.
Título VIII
TÍTULO VII; Da Seguridade Social
Título VII Capítulo I
Capítulo Único Das Disposições Gerais
Da Livre Associação Sindical
Art. 189 O Estado instituirá, mediante contribuição, pla-
. 183 Ao servidor público civil é assegurado, nos termos nos e programas únicos de previdência e assistência social
da Constituição Federal, o direito à livre associação sindical, para seus servidores ativos e inativos e respectivos depen-
garantindo-se-lhe: dentes, neles incluída, entre outros benefícios, a assistência
I - o direito à greve, que será exercido nos termos e nos médica, odontológica, psicológica, hospitalar, ambulatorial
limites definidos em lei complementar; e jurídica, além de serviços de creche.
II - a inamovibilidade, desde o registro de sua candida- Art. 190 A previdência, sob a forma de benefícios e
tura à direção de órgão sindical até um ano após o final do serviços, será prestada pelo instituto de previdência e as-
mandato, exceto se a pedido; sistência estadual, ao qual será obrigatoriamente filiado o
III - licença para desempenho de mandato classista na servidor público, mediante contribuição do servidor públi-
forma do art. 147; IV - a percepção do vencimento, bene- co e do Estado.
fícios e vantagens a que fizer jus, quando afastado para Art. 191 A assistência médica, odontológica, psicológi-
cargo de direção de entidade sindical; ca, hospitalar e ambulatorial poderá ser prestada mediante
V - a liberação para participar de fóruns e discussões convênio ou concessão de auxílio financeiro destinado es-
sindicais, quando indicado pela entidade a que pertença; pecificamente a este fim, quando julgado conveniente.
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REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Art. 192 Nenhum benefício ou serviço de previdência § 2º - O salário-família será devido a partir do mês
social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a cor- em que tiver ocorrido o fato ou ato que lhe der origem e
respondente fonte de custeio total. deixará de ser devido no mês seguinte ao ato ou fato que
Art. 193 Os benefícios de que trata o art. 194, I e alíneas determinar sua supressão.
e II, alínea b, serão concedidos pela autoridade competen- § 3º - Em caso de falecimento do servidor público, o
te, no âmbito de cada Poder ou entidade. salário-família continuará a ser pago aos seus beneficiários
diretamente ou através de seus representantes legais, até
Capítulo II as idades-limite.
Dos Benefícios Previdenciários Art. 212 O valor do salário-família corresponderá à me-
tade do valor atribuído à Unidade Padrão Fiscal do Espírito
Art. 194 Os benefícios decorrentes do plano e progra- Santo - UPFES.
ma único de previdência são: Parágrafo único - O valor do salário-família por depen-
I - quanto aos servidores: dente incapaz corresponde ao dobro do valor estabelecido
a) Revogado (pela LC nº 282, DOE 26.4.2004): Redação neste artigo.
Anterior: Art. 213 O salário-família não está sujeito a qualquer
a) aposentadoria; tributo, nem servirá de base para qualquer contribuição,
b) Revogado (pela LC nº 282, DOE 26.4.2004) Redação inclusive para a previdência social.
Anterior:
b) auxílio-natalidade; Seção IV
c) salário-família; Do Auxílio-Doença
d) auxílio-doença;
II - Revogado (pela LC nº 282, DOE 26.4.2004) Art. 214 O auxílio-doença será concedido ao servidor
público ativo após o período de doze meses consecutivos
Seção I em gozo de licença, em conseqüência das doenças es-
Revogada (pela LC nº 282, D.O.E 26/04/2004) pecificadas no art. 131. (Revogado pela LC nº 880 – DOE
27.12.2017)
Seção I
Parágrafo único - O auxílio-doença terá o valor equiva-
Do Auxílio-Natalidade
lente a um mês de remuneração do beneficiário.
Art. 207 Revogado (LC nº 282, DOE 26.4.2004)
TÍTULO IX: CAPÍTULOS I, II, IV, V;
Art. 208 Revogado (LC nº 282, DOE 26.4.2004)
Título IX
Do Regime Disciplinar
Seção III
Capítulo I
Do Salário-Família
Dos Deveres do Servidor Público
Art. 209 O salário-família é devido ao servidor público
ativo ou inativo, por dependente econômico. Art. 220 São deveres do servidor público:
Parágrafo único - Consideram-se dependentes econô- I - ser assíduo e pontual ao serviço;
micos, para efeito de percepção do salário-família: II - guardar sigilo sobre assuntos da repartição;
I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, de qualquer III - tratar com urbanidade os demais servidores públi-
condição, inclusive os enteados, os adotivos e o menor que cos e o público em geral;
viva sob a tutela, a guarda e sustento do servidor público IV - ser leal às instituições constitucionais e administra-
mediante autorização judicial, até vinte e um anos de idade tivas a que servir;
ou, se estudante, até vinte e quatro anos ou, ainda, se invá- V - exercer com zelo e dedicação as atribuições do car-
lido com qualquer idade; go ou função;
II - a mãe, o pai, a madrasta e o padrasto se inválidos. VI - observar as normas legais e regulamentares;
Art. 210 Não se configura a dependência econômica VII - obedecer às ordens superiores, exceto quando
quando o dependente do salário-família perceber rendi- manifestamente ilegais;
mento do trabalho de qualquer fonte, inclusive pensão ou VIII - levar ao conhecimento da autoridade as irregula-
provento de aposentadoria, em valor igual ou superior ao ridades de que tiver ciência em razão do cargo ou função;
salário mínimo. IX - zelar pela economia do material e conservação do
Art. 211 O pagamento do salário-família ao servidor patrimônio público; X - providenciar para que esteja sem-
público far-se-á: pre em ordem no assentamento individual, a sua declara-
I - a um dos pais, quando viverem em comum; ção de família;
XI - atender com presteza e correção:
II a pai ou mãe, quando separados, e conforme a guar- a) ao público em geral, prestando as informações
da dos dependentes. requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
§ 1º - Equiparam-se ao pai e à mãe, o padrasto e a b) à expedição de certidões requeridas para defesa de
madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos direito ou esclarecimentos de situações de interesse pes-
incapazes. soal;
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REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública es- XVIII - solicitar ou receber propinas, presentes, emprés-
tadual; timos pessoais ou vantagens de qualquer espécie, para si
XII - manter conduta compatível com a moralidade pú- ou para outrem, em razão do cargo; XIX - participar, na
blica; qualidade de proprietário, sócio ou administrador, de em-
XIII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso presa fornecedora de bens e serviços, executora de obras
de poder, de que tenha tomado conhecimento, indicando ou que realize qualquer modalidade de contrato, de ajus-
elementos de prova para efeito de apuração em processo te ou compromisso com o Estado; XX - praticar usura sob
apropriado; qualquer de suas formas;
XIV - comunicar no prazo de quarenta e oito horas ao XXI - falsificar, extraviar, sonegar ou inutilizar livro ofi-
setor competente, a existência de qualquer valor indevida- cial ou documento ou usá-los sabendo-os falsificados;
mente creditado em sua conta bancária. XXII - retardar ou deixar de praticar indevidamente ato
de ofício ou praticá- lo contra disposição expressa de lei,
Capítulo II Das Proibições para satisfazer interesse ou sentimento pessoal;
XXIII - dar causa, mediante ação ou omissão, ao não
Art. 221 Ao servidor público é proibido:
recolhimento, no todo ou em parte, de tributos, ou contri-
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem
buições devidas ao Estado;
prévia autorização do chefe imediato;
XXIV - facilitar a prática de crime contra a Fazenda Pú-
II - recusar fé a documentos públicos;
III - referir-se de modo depreciativo ou desrespeitoso a blica estadual;
autoridades públicas ou a atos do poder público, ou outro, XXV - valer-se ou permitir dolosamente que terceiros
admitindo-se a crítica em trabalho assinado; tirem proveito de informação, prestígio ou influência ob-
IV - manter, sob sua chefia imediata, cônjuge, compa- tidas em função do cargo, para lograr, direta ou indireta-
nheira ou parente até o segundo grau civil; mente proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da
V - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição dignidade da função pública;
em serviços ou atividades particulares; XXVI - exercer quaisquer atividades incompatíveis com
VI - opor resistência injustificada ao andamento de do- o exercício do cargo ou função, ou ainda, com o horário de
cumento e processo ou à realização de serviços; trabalho.
VII - retirar, sem prévia anuência da autoridade compe-
tente, qualquer documento ou objeto do local de trabalho; Capítulo IV
VIII - cometer a outro servidor público atribuições es- Das Responsabilidades
tranhas às do cargo que ocupa, exceto em situações de
emergência e transitórias ou nas hipóteses previstas nesta Art. 225 O servidor público responde civil, penal e ad-
Lei; ministrativamente, pelo exercício irregular de suas atribui-
IX - compelir ou aliciar outro servidor público a filiar-se ções.
a associação profissional ou sindical ou a partido político; Parágrafo único - A exoneração, aposentadoria ou dis-
X - cometer a pessoa estranha ao serviço, fora dos ca- ponibilidade do servidor público não extingue a responsa-
sos previstos em lei, o desempenho de encargo que lhe bilidade civil, penal ou administrativa oriunda de atos ou
competir ou a seu subordinado; omissões no desempenho de suas atribuições.
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a Art. 226 A responsabilidade civil decorre de ato omissi-
órgãos públicos estaduais, salvo quando se tratar de be- vo ou comissivo, doloso ou culposo, que importe prejuízo
nefícios previdenciários ou assistenciais e percepção de à Fazenda Pública estadual ou a terceiros.
remuneração ou proventos de cônjuge, companheiro e pa- § 1º - A indenização de prejuízo causado à Fazenda
rentes até terceiro grau civil;
Pública estadual deverá ser liquidada na forma prevista no
XII - fazer afirmação falsa, como testemunha ou perito,
art. 73, § 2º.
em processo administrativo-disciplinar;
§ 2º - Tratando-se de dano causado a terceiros,
XIII - dar causa a sindicância ou processo administra-
tivo-disciplinar, imputando a qualquer servidor público in- responderá o servidor público perante a Fazenda Pública
fração de que o sabe inocente; estadual, em ação regressiva.
XIV - praticar o comércio de bens ou serviços, no local § 3º - A obrigação de reparar o dano estende-se aos
de trabalho, ainda que fora do horário normal do expe- sucessores e contra eles será executada, até o limite do
diente; valor da herança recebida.
XV - representar em contrato de obras, de serviços, de Art. 227 A responsabilidade penal abrange os crimes e
compra, de arrendamento e de alienação sem a devida rea- contravenções imputados ao servidor público, nessa qua-
lização do processo de licitação pública competente; lidade.
XVI - praticar violência no exercício da função ou a Art. 228 A responsabilidade administrativa resulta de
pretexto de exercê-la; XVII - entrar no exercício de fun- ato ou omissão, ocorrido no desempenho do cargo ou fun-
ção pública antes de satisfeitas as exigências legais ou ção.
continuar a exercê-las sem autorização, depois de saber Art. 229 As cominações civis, penais e administrativas
oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou poderão cumular-se, sendo independentes entre si, bem
suspenso; assim as instâncias.
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REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Art. 230 A absolvição criminal só afasta a responsabili- Art. 237 Será cassada a aposentadoria ou disponibili-
dade civil ou administrativa do servidor público, se concluir dade do servidor público que houver praticado, na ativida-
pela inexistência do fato ou lhe negar a autoria. de, falta punível com demissão.
Art. 238 A destituição de função de confiança ou de
Capítulo V cargo em comissão dar- se-á nos casos de violação das
Das Penalidades proibições constantes do art. 221, IV a XXVI, pelo não-cum-
primento das disposições contidas no art. 220, I a XIV.
Art. 231 São penas disciplinares: Parágrafo único - Em se tratando de servidor público
I - advertência verbal ou escrita; ocupante de cargo efetivo, além da pena prevista neste ar-
II - suspensão; tigo, ficará o mesmo sujeito à aplicação das penas de sus-
III - demissão; pensão ou demissão.
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; Art. 239 O ato de imposição da penalidade mencionará
V - destituição de função de confiança ou de cargo em sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.
comissão. Art. 240 A demissão e a destituição de função de con-
Art. 232 A advertência será aplicada verbalmente ou fiança ou de cargo em comissão incompatibilizam o ex-ser-
por escrito nos casos de violação de proibição constante
vidor público para nova investidura em cargo ou função
do art. 221, I a III, e de inobservância de dever funcional
pública estadual, por prazo não inferior a dois e nem
previsto nesta Lei, que não justifique imposição de penali-
superior a cinco anos.
dade mais grave.
Art. 233 A suspensão será aplicada em caso de reinci- Art. 241 A demissão e destituição de função de con-
dência das faltas punidas com advertência e nos casos de fiança ou de cargo em comissão, nos casos do art. 234, IV,
violação das proibições constantes do art. 221, IV a XVIII, VIII, XI e XII, implicam indisponibilidade dos bens e no res-
não podendo exceder noventa dias. sarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível.
Parágrafo único - A aplicação da penalidade de sus- Art. 242 Deverão constar do assentamento individual
pensão acarreta o cancelamento automático do pagamen- todas as penas disciplinares impostas ao servidor público,
to da remuneração do servidor público, durante o período devendo ser oficialmente publicadas as previstas no art.
de sua vigência. 231, II a V.
Art. 234 A demissão será aplicada nos seguintes casos: Art. 243 Na aplicação das penalidades serão conside-
I - crime contra a administração pública; radas a natureza e a gravidade da infração cometida, os
II - abandono de cargo; danos que dela provierem para o serviço público e os an-
III - inassiduidade habitual; tecedentes funcionais.
IV - improbidade administrativa; Art. 244 São circunstâncias agravantes:
V - incontinência pública; I - premeditação;
VI - insubordinação grave em serviço; II - reincidência;
VII - ofensa física, em serviço, a servidor público ou a III - conluio;
particular, salvo em legítima defesa, própria ou de outrem; IV - dissimulação ou outro recurso que dificulte a ação
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; disciplinar;
IX - procedimento desidioso, entendido como tal V - prática continuada de ato ilícito;
a falta ao dever de diligência no cumprimento de suas VI - cometimento do ilícito com abuso de poder.
funções; Art. 245 São circunstâncias atenuantes:
X - revelação de segredo apropriado em razão do car- I- haver sido mínima a cooperação do servidor público
go; no cometimento da infração;
XI - lesão aos Cofres do Estado e dilapidação do patri- II - ter o servidor público:
mônio estadual;
a) procurado espontaneamente e com eficiência, logo
XII - corrupção;
após o cometimento da infração, evitar-lhe ou minorar-lhe
XIII - acumulação remunerada de cargos, empregos ou
as conseqüências, ou ter reparado o dano civil antes do
funções públicas, ressalvadas as hipóteses do permissivo
julgamento;
constitucional;
XIV - transgressões previstas no art. 221, XIX a XXVI. b) cometido a infração sob coação irresistível de supe-
Parágrafo único - Dependendo da gravidade dos fatos rior hierárquico ou sob influência de violenta emoção pro-
apurados a pena de demissão poderá também ser aplicada vocada por ato injusto de terceiros;
nas transgressões tipificadas no art. 221, IV a XVIII, hipótese c) confessado espontaneamente a autoria da infração,
em que ficará afastada a aplicação da pena de suspensão. ignorada ou imputada a outro;
Art. 235 Configura abandono de cargo a ausência in- d) ter mais de cinco anos de serviço, com bom compor-
tencional e injustificada ao serviço por mais de trinta dias tamento, antes da infração;
consecutivos. III - quaisquer outras causas que hajam concorrido
Art. 236 Entende-se por inassiduidade habitual a falta para a prática do ilícito, revestidas do princípio de justiça
ao serviço sem causa justificada, por quarenta dias interpo- e de boa-fé.
ladamente, durante o período de doze meses. Art. 246 As penas disciplinares serão aplicadas por:
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REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Redação Anterior dada pela LC nº 151, DOE 1.6.1999: Parágrafo único - O incidente de sanidade mental será
Art. 258 O prazo para a conclusão do inquérito admi- processado em auto apartado e apenso ao processo prin-
nistrativo não excederá 30 (trinta) dias, contados da data cipal, após a expedição do laudo pericial.
da publicação do ato de sua instauração, admitida sua Art. 265 Tipificada a infração disciplinar, será elaborada
prorrogação por 15 (quinze) dias, quando as circunstâncias a peça de instrução do processo, com a indiciação do ser-
o exigirem. vidor público.
Redação Anterior Original: § 1º - O indiciado será citado por mandado expedido
Art. 258 O prazo para a conclusão do inquérito admi- pelo presidente da comissão para apresentar defesa escrita,
nistrativo não excederá sessenta dias, contados da data da no prazo de dez dias, assegurando-se-lhe vista do proces-
publicação do ato de sua instauração, admitida sua pror- so na repartição.
rogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigi- § 2º - Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será
rem.” comum. (§ 2º dada pela LC nº 151, DOE 1.6.1999)
Art. 259 Na fase do inquérito administrativo, a comis- Redação Anterior:
são promoverá a tomada de depoimento, acareações, in- § 2º - Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será
vestigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de de vinte dias.
prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, § 3º - O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo
de modo a permitir a completa elucidação dos fatos. dobro, para diligências reputadas indispensáveis.
Art. 260 É assegurado ao servidor público o direi- § 4º - No caso de recusa do indiciado em apor o ciente
to de acompanhar o processo administrativo-disciplinar, na cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data
pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e declarada em termo próprio, pelo membro da comissão
reinquirir testemunhas, produzir provas e contra-provas e que procedeu à citação.
formular quesitos quando se tratar de prova pericial. Art. 266 O indiciado que mudar de residência fica obri-
§ 1º - O presidente da comissão poderá denegar pedidos gado a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser en-
considerados impertinentes, meramente protelatórios ou contrado.
de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos. Art. 267 Achando-se o indiciado em lugar incerto e não
§ 2º - Será indeferido o pedido de prova pericial, quando sabido, será, para apresentar defesa, citado por edital, pu-
a comprovação do fato independer de conhecimento blicado no Diário Oficial do Estado, por três vezes.
especial de perito.
Parágrafo único - Na hipótese deste artigo, o prazo
Art. 261 As testemunhas serão convidadas para depor
para defesa será de quinze dias, a partir da última publica-
mediante mandado ou Aviso de Recepção - AR - expedido
ção do edital.
pelo presidente da comissão, devendo a segunda via ser
Art. 268 Considerar-se-á revel o indiciado que, regular-
anexada aos autos.
mente citado, não apresentar defesa no prazo legal.
Parágrafo único - Se a testemunha for servidor público,
§ 1º - A revelia será declarada por termo, nos autos do
a expedição do mandado será imediatamente comunicada
processo e devolverá o prazo para a defesa.
ao chefe da repartição onde serve, com indicação do dia e
§ 2º - Para defender o indiciado revel, o presidente da
hora marcados para a inquirição.
Art. 262 O depoimento será prestado oralmente e re- comissão designará um defensor dativo, recaindo a escolha
duzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por em servidor público de igual nível e grau do indiciado, ou
escrito. superior.
§ 1º - As testemunhas serão inquiridas separadamente. Art. 269 Apreciada a defesa, a comissão elaborará rela-
§ 2º - Na hipótese de depoimentos contraditórios tório minucioso, onde resumirá as peças principais dos au-
ou que se infirmem, proceder-se-á à acareação entre os tos e mencionará as provas em que se baseou para formar
depoentes. a sua convicção.
Art. 263 Concluída a inquirição das testemunhas, a co- § 1º - O relatório será sempre conclusivo quanto à
missão promoverá o interrogatório do denunciado, obser- inocência ou à responsabilidade do servidor público.
vados os procedimentos previstos nos arts. 261 e 262. § 2º - Reconhecida a responsabilidade do servidor
§ 1º - No caso de mais de um denunciado, cada um público, a comissão indicará o dispositivo legal ou
deles será ouvido separadamente, e sempre que divergirem regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias
em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será agravantes ou atenuantes.
promovida a acareação entre eles. Art. 270 O processo administrativo-disciplinar, com o
§ 2º - O procurador do denunciado poderá assistir ao relatório da comissão, será remetido à autoridade que de-
interrogatório, bem como a inquirição das testemunhas, terminou a sua instauração, para julgamento.
sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas,
facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las por intermédio do Seção III
presidente da comissão. Do Julgamento
Art. 264 Quando houver dúvida sobre a sanidade men-
tal do denunciado, a comissão proporá à autoridade com- Art. 271 No prazo de sessenta dias, contados do rece-
petente que ele seja submetido a exame por junta médica bimento do processo administrativo-disciplinar, a autori-
oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra. dade julgadora proferirá a sua decisão.
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REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
§ 1º - Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada Art. 282 A revisão correrá em apenso ao processo ori-
da autoridade instauradora do processo administrativo- ginário.
disciplinar, este será encaminhado à autoridade Parágrafo único - Na petição inicial, o requerente pe-
competente, que decidirá em igual prazo. dirá dia e hora para a produção de provas e inquirição das
§ 2º - Havendo mais de um indiciado e diversidade de testemunhas que arrolar.
sanções, o julgamento caberá à autoridade competente Art. 283 A comissão revisora terá até sessenta dias para
para a imposição da pena mais grave. a conclusão dos trabalhos, prorrogável por igual prazo,
Art. 272 No julgamento, quando o relatório da comis- quando as circunstâncias o exigirem.
são contrariar as provas dos autos, a autoridade julgadora Art. 284 Aplicam-se aos trabalhos da comissão revi-
poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, sora, no que couber, as normas e procedimentos próprios
abrandá-la, ou isentar o servidor público de responsabi- aplicados ao inquérito administrativo.
lidade. Art. 285 O julgamento caberá à autoridade que aplicou
Art. 273 Verificada a existência de vício insanável, a au- a penalidade, nos termos do art. 246.
toridade julgadora declarará a nulidade total ou parcial Art. 286 Julgada procedente a revisão, será declarada
do processo administrativo-disciplinar e ordenará instau- sem efeito a penalidade aplicada, ou reintegrado o servi-
ração de um novo processo. dor público, restabelecendo-se todos os direitos atingidos,
Art. 274 Extinta a punibilidade pela prescrição, a auto- exceto em relação à destituição de cargo em comissão
ridade julgadora determinará o registro do fato nos assen- ou função gratificada, hipótese em que ocorrerá apenas a
tamentos individuais do servidor público.
conversão da penalidade em exoneração.
Art. 275 Quando a infração estiver capitulada como cri-
Parágrafo único - Da revisão do processo não poderá
me, o processo administrativo-disciplinar será remetido ao
resultar agravamento de penalidade.
Ministério Público, para instauração da ação penal, ficando
traslado na repartição.
Art. 276 O servidor público que responder a processo TÍTULOS XII.
administrativo- disciplinar só poderá ser exonerado a pedi-
do, ou aposentado voluntariamente, após sua conclusão e Título XI Capítulo Único
o cumprimento da penalidade, caso aplicada. Das Contratações Temporárias de Excepcional
Art. 277 Serão assegurados transporte e diárias: Interesse Público
I - ao servidor público convocado para prestar depoi-
mento fora da sede de sua repartição, na condição de tes- Art. 287 Revogado (pela LC nº 193 – DOE 1.12.2000).
temunha, denunciado ou indiciado; Redação Anterior:
II - aos membros da comissão de inquérito administra- Art. 287 Para atender a necessidades temporárias de
tivo e ao secretário, quando obrigados a se deslocarem da excepcional interesse público, poderá o Estado celebrar
sede dos trabalhos para a realização de missão essencial ao contrato administrativo de prestação de serviços, por
esclarecimento dos fatos. tempo determinado.
Art. 288 As contratações a que se refere o artigo
Seção IV anterior somente poderão ocorrer nos seguintes casos:
Da Revisão do Processo I - calamidade pública;
II - combate a surtos epidêmicos;
Art. 278 O processo administrativo-disciplinar poderá III - atendimento de serviços essenciais, em casos de
ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quan- vacância ou afastamento do titular do cargo, quando não
do se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis seja possível a redistribuição de tarefas.
de justificar a inocência do punido ou a inadequação da § 1º - As contratações previstas neste artigo terão
penalidade aplicada. dotação específica e não poderão ultrapassar o prazo de
Parágrafo único - A revisão de que trata este artigo po- seis meses que será improrrogável.
derá ser requerida: § 2º - As contratações serão autorizadas pelo chefe
I - em caso de falecimento, ausência ou desapareci-
do Poder competente e, na administração indireta pelos
mento do servidor público, por qualquer pessoa da família;
dirigentes das autarquias e fundações públicas, após prévia
II - em caso de incapacidade mental do servidor públi-
manifestação do Conselho Estadual de Política de Pessoal
co, pelo respectivo curador.
Art. 279 No processo revisional, o ônus da prova cabe - CEPP.
ao requerente. § 3º - O contratado não poderá ser ocupante de cargo
Art. 280 A simples alegação de injustiça da penalidade público, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade da
não constitui fundamento para revisão, que requer elemen- autoridade solicitante da admissão, exceto as acumulações
tos novos, ainda não apreciados no processo originário. permitidas constitucionalmente.
Art. 281 O requerimento de revisão do processo será § 4º - O contratado na forma do art. 287 não poderá,
dirigido ao chefe do Poder competente, o qual, se autori- findo o prazo do contrato original, ser novamente
zar a revisão, encaminhará o pedido ao órgão processante contratado, sujeitando-se a penalidades legais a autoridade
da entidade onde se originou o processo administrativo- responsável pela contratação.
-disciplinar.
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REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO
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ANOTAÇÕES
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DEFINIÇÃO DOS CRIMES DE TORTURA
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DEFINIÇÃO DOS CRIMES DE TORTURA
Pena - reclusão, de dois a oito anos. § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, fun-
ção ou emprego público e a interdição para seu exercí-
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa cio pelo dobro do prazo da pena aplicada.
Se o sujeito ativo for funcionário público, perderá o
presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento fí-
cargo, função ou emprego; se não for, ficará impedido de
sico ou mental, por intermédio da prática de ato não pre-
obtê-lo ou de tentar retornar a cargo diverso, pelo dobro
visto em lei ou não resultante de medida legal. do prazo da pena empregada.
Tortura de preso ou de pessoa sujeita a medida de
segurança § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível
Sujeito ativo: crime comum, qualquer pessoa, mas na de graça ou anistia.
prática será comumente cometido por quem tenha pode- Também é insuscetível de indulto.
res no âmbito da detenção, como carcereiro ou agente pri-
sional, ou da medida de segurança, como enfermeiro. § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo
Sujeito passivo: apenas pode ser pessoa presa ou sujei- a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em
ta a medida de segurança. regime fechado.
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DEFINIÇÃO DOS CRIMES DE TORTURA
Salvo no caso de omissão para a prática de tortura, o pena de um sexto até um terço: I - se o crime é cometido
regime inicial de cumprimento da pena seria fechado. En- por agente público; II - se o crime é cometido contra crian-
tretanto, o STF afastou a obrigatoriedade de início de pena ça, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior
em regime fechado para crimes hediondos e equiparados de 60 (sessenta) anos; III - se o crime é cometido mediante
(HC 111.840/ES). Caberá ao juiz individualizar a pena, inclu- sequestro”.
sive quanto ao regime de cumprimento.
EXERCÍCIOS
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DEFINIÇÃO DOS CRIMES DE TORTURA
ANOTAÇÕES
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