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CFS

Curso de Formação de Sargentos

JL048-2018
DADOS DA OBRA

Título da obra: curso de Formação de Sargentos - CFS

Cargo: Curso de Formação de Sargentos

• Língua Portuguesa
• Matemática
• Direitos Humanos
• Direito Penal
• Direito Processual Penal
• Leis Especiais
• Direito Penal Militar
• Direito Processual Penal Militar
• Regulamento e Instruções

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Diagramação/ Editoração Eletrônica


Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Thais Regis
Ana Luiza Cesário

Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Julia Antoneli

Capa
Joel Ferreira dos Santos
SUMÁRIO

Língua Portuguesa

Literatura e interpretação de diversos tipos de textos (literário e não literários............................................................................. 01


Sinônimos e antônimos......................................................................................................................................................................................... 04
Sentido próprio e figurado das palavras......................................................................................................................................................... 04
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................... 12
Classe de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e sen-
tido que imprimem às relações que estabelecem....................................................................................................................................... 15
Concordância verbal e nominal.......................................................................................................................................................................... 52
Regência verbal e nominal.................................................................................................................................................................................... 58
Colocação pronominal........................................................................................................................................................................................... 63
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 65
Regras de acentuação (nova ortografia)......................................................................................................................................................... 67

Matemática

Operações com números reais. ......................................................................................................................................................................... 01


Mínimo múltiplo comum e máximo divisor comum.................................................................................................................................. 06
Razão e proporção................................................................................................................................................................................................... 10
Porcentagem.............................................................................................................................................................................................................. 14
Regra de três simples e composta..................................................................................................................................................................... 18
Média aritmética simples e ponderada........................................................................................................................................................... 21
Juros simples.............................................................................................................................................................................................................. 27
Equação do 1º e 2º graus. Sistema de equação do 1º grau.................................................................................................................... 30
Relação entre grandezas: tabelas e gráficos.................................................................................................................................................. 36
Sistemas de medidas usuais................................................................................................................................................................................. 43
Noções de geometria: forma, perímetro, área, volume, ângulo, teorema de Pitágoras.............................................................. 47
Raciocínio lógico....................................................................................................................................................................................................... 66
Estruturas lógicas;..................................................................................................................................................................................................... 66
Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões;....................................................................................... 66
Lógica sentencial ou proposicional: ................................................................................................................................................................. 66
Proposições simples e compostas;.................................................................................................................................................................... 66
Tabelas-verdade........................................................................................................................................................................................................ 77
Equivalências;............................................................................................................................................................................................................. 77
Leis de Morgan;......................................................................................................................................................................................................... 81
Diagramas lógicos;................................................................................................................................................................................................... 84
Lógica de primeira ordem; .................................................................................................................................................................................. 84
Princípios de contagem e probabilidade;....................................................................................................................................................... 90
Operações com conjuntos; .................................................................................................................................................................................. 97
Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos e geométricos. .............................................................................................103
Resolução de soluções problema....................................................................................................................................................................103

Direitos Humanos

Declaração Universal dos Direitos do Homem............................................................................................................................................. 01


Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica, 1969); ............................................................ 02
Constituição Federal de 1988: artigos 1º ao 5º, 37 e 144......................................................................................................................... 14
SUMÁRIO

Direito Penal

Definição de crime e contravenção penal...................................................................................................................................................... 01


Lei penal no tempo; tempo do crime; lugar do crime............................................................................................................................... 01
Crime tentado e crime consumado................................................................................................................................................................... 09
Definição de dolo e culpa; ................................................................................................................................................................................... 09
Exclusão de ilicitude................................................................................................................................................................................................ 09
Imputabilidade penal; ............................................................................................................................................................................................ 09
Ação penal; ................................................................................................................................................................................................................ 21
Crimes contra a pessoa; ........................................................................................................................................................................................ 22
Crimes contra o patrimônio; ............................................................................................................................................................................... 30
Crimes contra a dignidade sexual; .................................................................................................................................................................... 40
Crimes contra a fé pública; .................................................................................................................................................................................. 43
Crimes contra a administração pública; ......................................................................................................................................................... 46

Direito Processual Penal

Do Inquérito Policial; .............................................................................................................................................................................................. 01


Código de Processo Penal: .................................................................................................................................................................................. 04
Da prova: disposições gerais (art. 155 a 157); .............................................................................................................................................. 04
Do exame do corpo de delito e das periciais em geral (art. 158 a 184); ........................................................................................... 04
Da confissão (art. 197 a 200); .............................................................................................................................................................................. 04
Das testemunhas (art. 202 a 225); ..................................................................................................................................................................... 04
Dos documentos (art. 231 a 238);...................................................................................................................................................................... 04
Da busca e apreensão (art. 240 a 250). ........................................................................................................................................................... 04
Da Prisão em Flagrante; ........................................................................................................................................................................................ 10
Da Prisão Preventiva................................................................................................................................................................................................ 10

Leis Especiais

Tráfico ilícito e uso indevido de substâncias entorpecentes (Lei nº 11.343/2006);........................................................................ 01


Violência doméstica e familiar contra a mulher (Lei 11.340/06); .......................................................................................................... 16
Crimes hediondos (Lei nº 8.072/1990); ........................................................................................................................................................... 25
Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor (Lei nº 7.716/1989); .................................................................................... 29
Crimes de tortura (Lei nº 9.455/1997) ............................................................................................................................................................. 34
Estatuto do desarmamento (Lei nº 10.826/2003); ...................................................................................................................................... 37
Estatuto da criança e do adolescente (Lei nº 8.069/1990) – Art. 225 a 258-B; ............................................................................... 45
Abuso de autoridade (Lei nº 4.898/65). .......................................................................................................................................................... 50
Infrações penais de menor potencial ofensivo (artigo 60 ao 92 da Lei 9.099/95); ........................................................................ 56
Código de trânsito brasileiro - crimes de trânsito (artigos 302 ao 312-A da Lei n.º 9.503/97)................................................. 60

Direito Penal Militar

Critérios do crime militar; hipóteses de crime militar (Art. 9º do CPM).............................................................................................. 01


Crimes militares em tempo de paz: motim e revolta, recusa de obediência, deserção, abandono de posto, dormir em
serviço, violência contra inferior ou superior, oposição a ordem de sentinela, desrespeito a superior, embriaguez em
serviço, desacato a superior; ............................................................................................................................................................................... 01
SUMÁRIO

Direito Processual Penal Militar

Autoridades para exercício de Polícia Judiciária Militar (Art. 7º do CPPM);...................................................................................... 01


Competência da Polícia Judiciária Militar (artigo 8º do CPPM);............................................................................................................. 01
Inquérito Policial Militar (Art. 9º ao 28 do CPPM); ..................................................................................................................................... 01
Dos Atos Probatórios: da qualificação e do interrogatório do acusado (artigo 302 ao 306 do CPPM), da confissão (artigo
307 a 310), das perguntas ao ofendido (artigo 311 a 313 do CPPM), das testemunhas (artigo 347 ao 364 do CPPM), das
pericias e exames (artigo 314 a 346 do CPPM);........................................................................................................................................... 03
Da Prisão em Flagrante Delito e da Prisão Preventiva............................................................................................................................... 08

Regulamentos e Instruções
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar (RDPM) - Lei Complementar nº 893/01 e Portarias do Comandante
Geral; .............................................................................................................................................................................................................01
I-7-PM - Instruções para correspondência na Polícia Militar, publicadas no Bol G PM 169/06 e alterações
posteriores.....................................................................................................................................................................................................14
I-21-PM - Instruções para continências, honras, sinais de respeito e cerimonial militar na Polícia Militar; ....................... 27
I-30-PM - Instruções para Utilização da Rede Mundial de Computadores (internet) e Rede Interna (intranet) pela PMESP,
publicadas no Bol G PM 138/14 e alteração posterior; Capítulo III - das normas de segurança para a utilização da
internet; ....................................................................................................................................................................................................................... 42
I-31-PM - Instruções para Utilização do Correio Eletrônico (E-Mail) na PMESP, publicadas no Bol G PM 168/14 e
alteração posterior; Capítulo IV - Segurança na utilização dos correios eletrônicos e Capítulo V - Da elaboração da
mensagem; ...........................................................................................................................................................................................................43
R-5-PM - Regulamento de Uniformes da Polícia Militar - Título I e Título VIII, Capítulo I, II e IX............................................. 45
Policiamento Ostensivo (a pé e motorizado): ............................................................................................................................................224
Formulários de serviço; .......................................................................................................................................................................................224
Noções de radiopatrulhamento e polícia comunitária;...........................................................................................................................224
Programas de policiamento: ANEXO AO BOL G PM 121, DE 2 DE JULHO DE 2018. 13 ...........................................................224
Diretriz PM3-5/02/05 - Programa de Policiamento com Motocicletas no Estado de São Paulo - Programa ROCAM -
parcialmente alterada pela Ordem Complementar PM3-1/02/07; ..................................................................................................225
Diretriz PM3-7/02/05 - Programa de Força Tática - parcialmente alterada pela Ordem Complementar PM3-
1/02/13; ..................................................................................................................................................................................................... 232
Diretriz PM3-14/02/05 - Programa de Policiamento Escolar - parcialmente alterado pela Nota de Instrução PM3-
2/02/08; ....................................................................................................................................................................................................................237
Diretriz PM3-15/02/05 - Programa de Policiamento Comunitário - alterada pela Ordem Complementar PM3-3/02/11 e
Ordem de Serviço PM3-1/02/15; ...................................................................................................................................................................247
Diretriz PM3-1/02/07 - Policiamento de Trânsito - parcialmente alterado pela Ordem Complementar PM3-2/02/07 .260
LÍNGUA PORTUGUESA

Literatura e interpretação de diversos tipos de textos (literário e não literários............................................................................. 01


Sinônimos e antônimos.......................................................................................................................................................................................... 04
Sentido próprio e figurado das palavras......................................................................................................................................................... 04
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................... 12
Classe de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e sen-
tido que imprimem às relações que estabelecem....................................................................................................................................... 15
Concordância verbal e nominal.......................................................................................................................................................................... 52
Regência verbal e nominal.................................................................................................................................................................................... 58
Colocação pronominal............................................................................................................................................................................................ 63
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 65
Regras de acentuação (nova ortografia)......................................................................................................................................................... 67
LÍNGUA PORTUGUESA

Interpretar / Compreender
LITERATURA E INTERPRETAÇÃO DE
DIVERSOS TIPOS DE TEXTOS (LITERÁRIO E Interpretar significa:
NÃO LITERÁRIOS - Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
- O autor permite concluir que...
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar Compreender significa
e decodificar). - entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. - o texto diz que...
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com - é sugerido pelo autor que...
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interli- ção...
gação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre - o narrador afirma...
as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu
contexto original e analisada separadamente, poderá ter Erros de interpretação
um significado diferente daquele inicial.
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- - Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
rências diretas ou indiretas a outros autores através de cita- contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
ções. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. quer por conhecimento prévio do tema quer pela imagi-
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação nação.
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir - Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
daí, localizam-se as ideias secundárias - ou fundamenta- ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um
ções -, as argumentações - ou explicações -, que levam ao conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o en-
esclarecimento das questões apresentadas na prova. tendimento do tema desenvolvido.
Normalmente, numa prova, o candidato deve:
- Contradição = às vezes o texto apresenta ideias con-
trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
1- Identificar os elementos fundamentais de uma ar-
cadas e, consequentemente, errar a questão.
gumentação, de um processo, de uma época (neste caso,
Observação - Muitos pensam que existem a ótica do
procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa
tempo).
prova de concurso, o que deve ser levado em consideração
2- Comparar as relações de semelhança ou de diferen-
é o que o autor diz e nada mais.
ças entre as situações do texto.
3- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com
uma realidade. Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
4- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si.
5- Parafrasear = reescrever o texto com outras pala- Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
vras. pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono-
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se
Condições básicas para interpretar vai dizer e o que já foi dito.

Fazem-se necessários: Observação – São muitos os erros de coesão no dia


- Conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e
literários, estrutura do texto), leitura e prática; do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer
texto) e semântico; também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante-
Observação – na semântica (significado das palavras) cedente.
incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conota- Os pronomes relativos são muito importantes na in-
ção, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua- terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de
gem, entre outros. coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
- Capacidade de observação e de síntese; existe um pronome relativo adequado a cada circunstância,
- Capacidade de raciocínio. a saber:
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden-
te, mas depende das condições da frase.
- qual (neutro) idem ao anterior.
- quem (pessoa)

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LÍNGUA PORTUGUESA

- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois Questões


o objeto possuído.
- como (modo) 1-) (SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
- onde (lugar) BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM ELETRÔ-
- quando (tempo) NICA – IADES/2014)
- quanto (montante)
Gratuidades
Exemplo: Crianças com até cinco anos de idade e adultos com
Falou tudo QUANTO queria (correto) mais de 65 anos de idade têm acesso livre ao Metrô-DF.
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria Para os menores, é exigida a certidão de nascimento e, para
aparecer o demonstrativo O). os idosos, a carteira de identidade. Basta apresentar um
documento de identificação aos funcionários posicionados
Dicas para melhorar a interpretação de textos no bloqueio de acesso.
Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/estacoes/
- Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do gratuidades.html> Acesso em: 3/3/2014, com adaptações.
assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candidatos
na disputa, portanto, quanto mais informação você absorver Conforme a mensagem do primeiro período do texto,
com a leitura, mais chances terá de resolver as questões. assinale a alternativa correta.
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa (A) Apenas as crianças com até cinco anos de idade
a leitura. e os adultos com 65 anos em diante têm acesso livre ao
- Leia, leia bem, leia profundamente, ou seja, leia o tex- Metrô-DF.
to, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias. (B) Apenas as crianças de cinco anos de idade e os
- Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma adultos com mais de 65 anos têm acesso livre ao Metrô-DF.
conclusão). (C) Somente crianças com, no máximo, cinco anos de
- Volte ao texto quantas vezes precisar. idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre
- Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as ao Metrô-DF.
do autor. (D) Somente crianças e adultos, respectivamente, com
- Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor cinco anos de idade e com 66 anos em diante, têm acesso
compreensão. livre ao Metrô-DF.
- Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de (E) Apenas crianças e adultos, respectivamente, com
cada questão. até cinco anos de idade e com 65 anos em diante, têm
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. acesso livre ao Metrô-DF.
- Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo
geralmente mantém com outro uma relação de continua- 1-) Dentre as alternativas apresentadas, a única que
ção, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem condiz com as informações expostas no texto é “Somente
essas relações. crianças com, no máximo, cinco anos de idade e adultos
- Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF”.
a ideia mais importante. RESPOSTA: “C”.
- Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou
“incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da 2-) (SUSAM/AM – TÉCNICO (DIREITO) – FGV/2014 -
resposta – o que vale não somente para Interpretação de adaptada) “Se alguém que é gay procura Deus e tem boa
Texto, mas para todas as demais questões! vontade, quem sou eu para julgá‐lo?” a declaração do
- Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia princi- Papa Francisco, pronunciada durante uma entrevista à im-
pal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão. prensa no final de sua visita ao Brasil, ecoou como um
- Olhe com especial atenção os pronomes relativos, trovão mundo afora. Nela existe mais forma que substância
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., cha- – mas a forma conta”. (...)
mados vocábulos relatores, porque remetem a outros vo- (Axé Silva, O Mundo, setembro 2013)
cábulos do texto.
O texto nos diz que a declaração do Papa ecoou como
Fontes de pesquisa: um trovão mundo afora. Essa comparação traz em si mes-
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu- ma dois sentidos, que são
gues/como-interpretar-textos (A) o barulho e a propagação.
http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-me- (B) a propagação e o perigo.
lhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas (C) o perigo e o poder.
http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-pa- (D) o poder e a energia.
ra-voce-interpretar-melhor-um.html (E) a energia e o barulho.  
http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques-
tao-117-portugues.htm

2
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre alguém
trovão, provavelmente a intenção do autor foi a de mostrar que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nessas
o “barulho” que ela causou e sua propagação mundo afora. situações corriqueiras que classificamos os nossos textos
Você pode responder à questão por eliminação: a segun- naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dis-
da opção das alternativas relaciona-se a “mundo afora”, ou sertação.
seja, que se propaga, espalha. Assim, sobraria apenas a al-
ternativa A! As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspec-
RESPOSTA: “A”. tos de ordem linguística
Os tipos textuais designam uma sequência definida
3-) (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚ- pela natureza linguística de sua composição. São observa-
BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM CONTABI- dos aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações
LIDADE – IADES/2014 - adaptada) lógicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argu-
Concha Acústica mentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.
Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de - Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação
Clubes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de demarcados no tempo do universo narrado, como também
Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada de advérbios, como é o caso de antes, agora, depois, entre
por Oscar Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969 outros: Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. De-
e doada pela Terracap à Fundação Cultural de Brasília (hoje pois de muita conversa, resolveram...
Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre. - Textos descritivos – como o próprio nome indica,
Foi o primeiro grande palco da cidade. descrevem características tanto físicas quanto psicológicas
Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa- acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos
-cultura/concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito
com adaptações. imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a asa da
Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem graúna...”
compatível com o texto. - Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um
(A) A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Os- assunto ou uma determinada situação que se almeje de-
car Niemeyer, está localizada às margens do Lago Paranoá, senvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela aconte-
no Setor de Clubes Esportivos Norte. cer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02
(B) Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena
em 1969. de perder o benefício.
(C) Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que - Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma
hoje é a Secretaria de Cultura do DF. modalidade na qual as ações são prescritas de forma se-
(D) A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura quencial, utilizando-se de verbos expressos no imperativo,
do DF. infinitivo ou futuro do presente: Misture todos os ingredien-
(E) A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília. te e bata no liquidificador até criar uma massa homogênea.

3-) Recorramos ao texto: “Localizada às margens do - Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam-


Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao -se pelo predomínio de operadores argumentativos, reve-
lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha lados por uma carga ideológica constituída de argumentos
Acústica do DF. Projetada por Oscar Niemeyer”. As infor- e contra-argumentos que justificam a posição assumida
mações contidas nas demais alternativas são incoerentes acerca de um determinado assunto: A mulher do mundo
com o texto. contemporâneo luta cada vez mais para conquistar seu es-
RESPOSTA: “A”. paço no mercado de trabalho, o que significa que os gêneros
estão em complementação, não em disputa.
TIPOLOGIA TEXTUAL
GÊNEROS TEXTUAIS
A todo o momento nos deparamos com vários textos,
sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença São os textos materializados que encontramos em
do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo nosso cotidiano; tais textos apresentam características só-
que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes cio-comunicativas definidas por seu estilo, função, com-
interlocutores são as peças principais em um diálogo ou posição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita
em um texto escrito. culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial,
É de fundamental importância sabermos classificar os piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc.
textos com os quais travamos convivência no nosso dia a A escolha de um determinado gênero discursivo de-
dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais pende, em grande parte, da situação de produção, ou seja,
e gêneros textuais. a finalidade do texto a ser produzido, quem são os locu-
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um tores e os interlocutores, o meio disponível para veicular o
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opi- texto, etc.
nião sobre determinado assunto, descrevemos algum lugar

3
LÍNGUA PORTUGUESA

Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a es- Homônimos e Parônimos


feras de circulação. Assim, na esfera jornalística, por exem-
plo, são comuns gêneros como notícias, reportagens, edito- - Homônimos = palavras que possuem a mesma grafia
riais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação científica ou a mesma pronúncia, mas significados diferentes. Podem
são comuns gêneros como verbete de dicionário ou de enci- ser
clopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência.
a) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife-
Fontes de pesquisa: rentes na pronúncia:
http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-tex- rego (subst.) e rego (verbo);
tual.htm colher (verbo) e colher (subst.);
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- jogo (subst.) e jogo (verbo);
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: denúncia (subst.) e denuncia (verbo);
Saraiva, 2010. providência (subst.) e providencia (verbo).
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa b) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di-
Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. ferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir);
concertar (harmonizar) e consertar (reparar);
SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS cela (compartimento) e sela (arreio);
SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS censo (recenseamento) e senso ( juízo);
PALAVRAS paço (palácio) e passo (andar).
c) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou
perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia:
caminho (subst.) e caminho (verbo);
cedo (verbo) e cedo (adv.);
Semântica é o estudo da significação das palavras e livre (adj.) e livre (verbo).
das suas mudanças de significação através do tempo ou
em determinada época. A maior importância está em dis- - Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po-
tinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e rém de formas relativamente próximas. São palavras pa-
homônimos e parônimos (homonímia / paronímia). recidas na escrita e na pronúncia: cesta (receptáculo de
vime; cesta de basquete/esporte) e sesta (descanso após o
Sinônimos almoço), eminente (ilustre) e iminente (que está para ocor-
rer), osso (substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimento
- abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. (medida) e cumprimento (saudação), autuar (processar) e
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), deferir
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara (atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e soar (emi-
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando, tir som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar; apro-
ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra, priar-se de), tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo a
em determinado enunciado (aguardar e esperar). movimento, trânsito), mandato (procuração) e mandado
(ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mergulhar,
Observação: A contribuição greco-latina é responsá- afundar).
vel pela existência de numerosos pares de sinônimos: ad-
versário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e Hiperonímia e Hiponímia
hemiciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e
diálogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese. Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem
a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o hipô-
Antônimos nimo uma palavra de sentido mais específico; o hiperôni-
mo, mais abrangente.
São palavras que se opõem através de seu significado: O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipôni-
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar; mo, criando, assim, uma relação de dependência semânti-
mal - bem. ca. Por exemplo: Veículos está numa relação de hiperoní-
mia com carros, já que veículos é uma palavra de significa-
Observação: A antonímia pode se originar de um pre- do genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. Veículos é
fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; um hiperônimo de carros.
simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis- Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em
córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e an- quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili-
ticomunista; simétrico e assimétrico. zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita a
repetição desnecessária de termos.

4
LÍNGUA PORTUGUESA

Fontes de pesquisa: A conotação tem como finalidade provocar sentimen-


http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an- tos no receptor da mensagem, através da expressividade e
tonimos,-homonimos-e-paronimos afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios pu-
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- blicitários, entre outros. Exemplos:
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Você é o meu sol!
Saraiva, 2010. Minha vida é um mar de tristezas.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Você tem um coração de pedra!
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua Por- * Dica: Procure associar Denotação com Dicionário:
tuguesa – 2ªed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000. trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado
com o sentido que consta no dicionário.
Denotação e Conotação
Fontes de pesquisa:
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota-
Exemplos de variação no significado das palavras:
cao/
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido li-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
teral)
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
figurado) Saraiva, 2010.
Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)
As variações nos significados das palavras ocasionam Polissemia
o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
(conotação) das palavras. Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
Denotação um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
mas que abarca um grande número de significados dentro
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando de seu próprio campo semântico.
apresenta seu significado original, independentemente Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconheci- algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em
do e muitas vezes associado ao primeiro significado que consideração as situações de aplicabilidade. Há uma infini-
aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da dade de exemplos em que podemos verificar a ocorrência
palavra. da polissemia:
A denotação tem como finalidade informar o receptor O rapaz é um tremendo gato.
da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um ca- O gato do vizinho é peralta.
ráter prático. É utilizada em textos informativos, como jor- Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
nais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medi- Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
camentos, textos científicos, entre outros. A palavra “pau”, sobrevivência
por exemplo, em seu sentido denotativo é apenas um pe- O passarinho foi atingido no bico.
daço de madeira. Outros exemplos:
O elefante é um mamífero. Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em
As estrelas deixam o céu mais bonito!
comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido
de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
Conotação
que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou
“jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando formato quadriculado que têm.
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes in-
terpretações, dependendo do contexto em que esteja inse- Polissemia e homonímia
rida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que vão
além do sentido original da palavra, ampliando sua signifi- A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
cação mediante a circunstância em que a mesma é utiliza- comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi-
da, assumindo um sentido figurado e simbólico. Como no cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado,
exemplo da palavra “pau”: em seu sentido conotativo ela quando duas ou mais palavras com origens e significados
pode significar castigo (dar-lhe um pau), reprovação (tomei distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho-
pau no concurso). monímia.

5
LÍNGUA PORTUGUESA

A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode Figura de Linguagem, Pensamento e Construção
significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
polissemia porque os diferentes significados para a palavra Figura de Palavra
“manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra po-
lissêmica: pode significar o elemento básico do alfabeto, o A figura de palavra consiste na substituição de uma
texto de uma canção ou a caligrafia de um determinado in- palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico,
divíduo. Neste caso, os diferentes significados estão interli- seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja
gados porque remetem para o mesmo conceito, o da escrita. por uma associação, uma comparação, uma similaridade.
Estes dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade -
Polissemia e ambiguidade permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras:
a metáfora e a metonímia.
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na
interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode Metáfora
ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpretação.
Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação espe- Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em
cífica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em uma lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em vir-
frase. Vejamos a seguinte frase: tude da circunstância de que o nosso espírito as associa
Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequen- e percebe entre elas certas semelhanças. É o emprego da
temente são felizes. palavra fora de seu sentido normal.
Neste caso podem existir duas interpretações diferentes: Observação: toda metáfora é uma espécie de compa-
As pessoas têm alimentação equilibrada porque são feli- ração implícita, em que o elemento comparativo não apa-
zes ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada. rece.
Seus olhos são como luzes brilhantes.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela O exemplo acima mostra uma comparação evidente,
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre- através do emprego da palavra como.
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importante Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes.
saber qual o contexto em que a frase é proferida. Neste exemplo não há mais uma comparação (note a
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja,
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, co- qualidade do que é semelhante.
micidade. Repare na figura abaixo: Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta
é a verdadeira metáfora.

Observe outros exemplos:


1) “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando
Pessoa)
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a
fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).

2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar


algum.
(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto-ca- Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase
belo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, mas indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente
duas seriam: inútil), há uma comparação subentendida: Minha alma é
Corte e coloração capilar tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de
ou terra que leva a lugar algum.
Faço corte e pintura capilar
A Amazônia é o pulmão do mundo.
Fontes de pesquisa: Em sua mente povoa só inveja.
http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.htm
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- Metonímia
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010. É a substituição de um nome por outro, em virtude de
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. pode acontecer dos seguintes modos:

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LÍNGUA PORTUGUESA

1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (= Observação: quando a perífrase indica uma pessoa,
Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis). recebe o nome de antonomásia. Exemplos:
2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (=
As lâmpadas iluminam o mundo). O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida pratican-
3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes do o bem.
da cruz. (= Não te afastes da religião). O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jo-
4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso vem.
Havana. (= Fumei um saboroso charuto). O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.
5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Só-
crates tomou veneno). Sinestesia
6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu
trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que pro- Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen-
duzo). sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (= cruzamento de sensações distintas.
Bebeu todo o líquido que estava no cálice). Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = au-
8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfo- ditivo; áspero = tátil)
nes foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte-
dos jogadores). cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual)
9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apres- Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil)
sadamente. (= Várias pessoas passavam apressadamente).
10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e so- Fontes de pesquisa:
frem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.
mundo). php
11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
chamadas, não apenas uma mulher). Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
(= Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone). Saraiva, 2010.
13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (=
Alguns astronautas foram à Lua). Antítese
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança pen-
derá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado). Consiste no emprego de palavras que se opõem quan-
to ao sentido. O contraste que se estabelece serve, essen-
Saiba que: Sinédoque se relaciona com o conceito de cialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos
extensão (como nos exemplos 9, 10 e 11, acima), enquanto que não se conseguiria com a exposição isolada dos mes-
que a metonímia abrange apenas os casos de analogia ou mos. Observe os exemplos:
de relação. Não há necessidade, atualmente, de se fazer “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
distinção entre ambas as figuras. O corpo é grande e a alma é pequena.
“Quando um muro separa, uma ponte une.”
Catacrese Não há gosto sem desgosto.

Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, Paradoxo ou oximoro
cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por
falta de um termo específico para designar um conceito, É a associação de ideias, além de contrastantes, contra-
toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar ditórias. Seria a antítese ao extremo.
algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
“asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da Ouvimos as vozes do silêncio.
mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.
Eufemismo
Perífrase ou Antonomásia
É o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre
Trata-se de uma expressão que designa um ser através ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera,
de alguma de suas características ou atributos, ou de um desagradável ou chocante.
fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor.
outro ou por uma expressão que facilmente o identifique: (= morreu)
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
atraindo visitantes do mundo todo. Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
A Cidade-Luz (=Paris) Faltar à verdade. (= mentir)
O rei das selvas (=o leão)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Ironia “Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu


amor”. (Olavo Bilac)
É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que “O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-
as palavras ou frases expressam, geralmente apresentando -se.” (Padre Antônio Vieira)
intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem construí-
da para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode Fontes de pesquisa:
passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emis- http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil5.
sor. php
Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota mí- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
nima. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
estão por perto. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
O governador foi sutil como um elefante. Saraiva, 2010.

Hipérbole As figuras de construção (ou sintática, de sintaxe)


ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade
É a expressão intencionalmente exagerada com o intui- ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela
to de realçar uma ideia. maior expressividade que se dá ao sentido.
Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
“Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac) Elipse
O concurseiro quase morre de tanto estudar!
Prosopopeia ou Personificação Consiste na omissão de um ou mais termos numa ora-
ção e que podem ser facilmente identificados, tanto por
É a atribuição de ações ou qualidades de seres anima- elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto
dos a seres inanimados, ou características humanas a seres
pelo contexto.
não humanos. Observe os exemplos:
A catedral da Sé. (a igreja catedral)
As pedras andam vagarosamente.
Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao está-
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um
dio)
cego que guia.
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra.
Zeugma
Chora, violão.
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita
Apóstrofe
a omissão de um termo já mencionado anteriormente.
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de
personificada, de acordo com o objetivo do discurso, que português)
pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só mo-
chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginá- dernos. (só havia móveis)
rio ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)
pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade
a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidên- Silepse
cia com tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo.
Exemplos: A silepse é a concordância que se faz com o termo que
Moça, que fazes aí parada? não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. É uma
“Pai Nosso, que estais no céu” concordância anormal, psicológica, porque se faz com um
Deus, ó Deus! Onde estás? termo oculto, facilmente identificado. Há três tipos de si-
lepse: de gênero, número e pessoa.
Gradação
Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e femi-
Apresentação de ideias por meio de palavras, sinôni- nino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se
mas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou descenden- faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos:
te (anticlímax). Observe este exemplo:
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana 1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor
com seus olhos claros e brincalhões... intenso.
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando
olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se refere ao com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence
céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus olhos. ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a
Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem decres- cidade de Porto Velho).
cente de intensidade. Outros exemplos:

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LÍNGUA PORTUGUESA

2) Vossa Excelência está preocupado. Pleonasmo


O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pes-
soa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as
Excelência. mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é real-
çar a ideia, torná-la mais expressiva.
Silepse de Número - Os números são singular e plural. O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo.
A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não
concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas Nesta oração, os termos “o problema da violência” e
com a ideia que nele está contida. Exemplos: “lo” exercem a mesma função sintática: objeto direto. As-
A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade sim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pro-
de Salvador. nome “lo” classificado como objeto direto pleonástico. Ou-
O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto. tro exemplo:
Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto
gritavam não concordam gramaticalmente com os sujei-
tos das orações (que se encontram no singular, procissão
e povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o
contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto pleo-
isso que os verbos estão no plural. nástico.

Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quan-
eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as do confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um
três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um pleonasmo vicioso:
desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não con- Vi aquela cena com meus próprios olhos.
corda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que Vamos subir para cima.
está inscrita no sujeito. Exemplos: Ele desceu pra baixo.
O que não compreendo é como os brasileiros persista-
mos em aceitar essa situação. Anáfora
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
É a repetição de uma ou mais palavras no início de vá-
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins
rias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coe-
públicos.” (Machado de Assis)
rência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é
posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar de-
Observe que os verbos persistamos, temos e somos não
terminado elemento textual. Os termos anafóricos podem
concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasilei-
muitas vezes ser substituídos por pronomes.
ros, agricultores e cariocas, que estão na terceira pessoa),
Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhe-
mas com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, cia.
os agricultores e os cariocas). “Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca-
ba.” (Padre Vieira)
Polissíndeto / Assíndeto
Anacoluto
Para estudarmos as duas figuras de construção é ne-
cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre Consiste na mudança da construção sintática no meio
período composto. No período composto por coordena- da frase, ficando alguns termos desligados do resto do pe-
ção, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A ríodo. É a quebra da estrutura normal da frase para a intro-
oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo) dução de uma palavra ou expressão sem nenhuma ligação
é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assin- sintática com as demais.
dética. Recordado esse conceito, podemos definir as duas Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
figuras de construção: Morrer, todo haveremos de morrer.
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
1) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repe-
tição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: O meni- A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
no resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada. deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma
interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não exer-
2) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên- cendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é
cia, pela omissão das conjunções coordenativas, resultando chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma in-
no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos: terrupção na sequência lógica do pensamento.
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família.
“Vim, vi, venci.” (Júlio César) Observação: o anacoluto deve ser usado com finalida-
de expressiva em casos muito especiais. Em geral, evite-o.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Hipérbato / Inversão

É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o sujeito
venha depois do predicado:
Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor venceu ao ódio)
Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria: Eu cuido dos meus problemas)

* Observação da Zê!
O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já que, na ordem direta, teríamos:
“As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico”.

Figuras de Som

Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.

Assonância - Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos:


“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”

Onomatopéia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade:


Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

Questões

1-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIOTECO-
NOMIA – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo de linguagem
figurada denominada
(A) metonímia.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) metáfora.
(E) catacrese.

1-) A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo
campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.htm)
RESPOSTA: “D”.

2-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS – CONPASS/2014) Identifique a


figura de linguagem presente na tira seguinte:

10
LÍNGUA PORTUGUESA

A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia

2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar alguma
coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” no lugar de
“que morreram por nós”.
RESPOSTA: “D”.

3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/UFAL/2014)


Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, horário
do dia em que o calor é mais intenso, a temperatura do asfalto, medida com um termômetro de contato, chegou a 65ºC.
Para fritar um ovo, seria preciso que o local alcançasse aproximadamente 90ºC.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso em: 22 jan. 2014.

O texto cita que o dito popular “está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de lingua-
gem. O autor do texto refere-se a qual figura de linguagem?
A) Eufemismo.
B) Hipérbole.
C) Paradoxo.
D) Metonímia.
E) Hipérbato.

3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para representar o calor excessivo que está fazendo. A figura que é
utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a hipérbole.
RESPOSTA: “B”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Dois pontos (:)


PONTUAÇÃO
1- Antes de uma citação
Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que 2- Antes de um aposto


servem para compor a coesão e a coerência textual, além Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. tarde e calor à noite.
Um texto escrito adquire diferentes significados quando
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
depende, em certos momentos, da intenção do autor do Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente a rotina de sempre.
relacionados ao contexto e ao interlocutor.
4- Em frases de estilo direto
Principais funções dos sinais de pontuação
Maria perguntou:
- Por que você não toma uma decisão?
Ponto (.)

1- Indica o término do discurso ou de parte dele, en- Ponto de Exclamação (!)


cerrando o período.
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com- susto, súplica, etc.
panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de pe- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
ríodo, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto
de abreviatura marca, também, o fim de período. Exemplo: 2- Depois de interjeições ou vocativos
Estudei português, matemática, constitucional, etc. (e não Ai! Que susto!
“etc..”) João! Há quanto tempo!

3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do Ponto de Interrogação (?)


ponto, assim como após o nome do autor de uma citação:
Haverá eleições em outubro Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) vedo)

4- Os números que identificam o ano não utilizam pon- Reticências (...)


to nem devem ter espaço a separá-los, bem como os nú-
meros de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250. 1- Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis,
canetas, cadernos...
Ponto e Vírgula ( ; )
2- Indica interrupção violenta da frase.
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos
dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este
pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...”
mal... pega doutor?
(VIEIRA)
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa,
2- Separa partes de frases que já estão separadas por
vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, mon- depois, o coração falar...
tanhas, frio e cobertor.
Vírgula (,)
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
tivos, decreto de lei, etc. Não se usa vírgula
Ir ao supermercado;
Pegar as crianças na escola; * separando termos que, do ponto de vista sintático,
Caminhada na praia; ligam-se diretamente entre si:
Reunião com amigos. - entre sujeito e predicado:
Todos os alunos da sala foram advertidos.
Sujeito predicado

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LÍNGUA PORTUGUESA

- entre o verbo e seus objetos: Fontes de pesquisa:


O trabalho custou sacrifício aos http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
realizadores. http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu-
V.T.D.I. O.D. O.I. la.htm
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere-
Usa-se a vírgula: ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Para marcar intercalação: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun- coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
dância, vem caindo de preço.
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão Questões
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús- 1-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014)
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
querem abrir mão dos lucros altos.

- Para marcar inversão:


a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe-
chadas.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
maio de 1982.

- Para separar entre si elementos coordenados (dis-


postos em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.

- Para marcar elipse (omissão) do verbo:


Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.

- Para isolar: (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) Se-


- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei- gundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontuação
ra, possui um trânsito caótico. está correta em:
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. A) Hagar disse, que não iria.
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bi-
Observações: fes e lagostas, aos vizinhos.
- Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres- C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas:
são latina et cetera, que significa “e outras coisas”, seria dis- para Hagar e Helga
pensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Ha-
ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. gar à Helga.
precedido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer, etc. E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
- As perguntas que denotam surpresa podem ter com-
binados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você 1-) Correções realizadas:
falou isso para ela?! A) Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre ver-
bo e seu complemento (objeto)
- Temos, ainda, sinais distintivos: B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir bi-
1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa- fes e lagostas aos vizinhos. = não há vírgula entre verbo e
ração de siglas (IOF/UPC); seu complemento (objeto)
2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas C) Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção para Hagar e Helga.
aos parênteses, principalmente na matemática; D) “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Ha-
3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a gar à Helga.
uma nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
nome que não se quer mencionar. los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
RESPOSTA: “E”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRABALHO – CESPE/2014 - adaptada)


A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns em todo o mundo”
seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula logo após a palavra “vinhos”.
( ) CERTO ( ) ERRADO

2-) Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predicado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo do sujeito
(2), ou algum termo que requeira estar separado entre pontuações. Exemplos:
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa!
Os meninos, ansiosos (2), chegaram!
RESPOSTA: “CERTO”.

3-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014) Em apenas uma das opções a vírgula foi corretamente empregada.
Assinale-a.
A) No dia seguinte, estavam todos cansados.
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas.
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas perplexas.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fundamental.
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em pequena parte do território.

3-)
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não se separa sujeito do predicado (o sujeito está no final).
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas perplexas = não se separa sujeito do predicado.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fundamental = não se separa sujeito do predicado.
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em pequena parte do território. = não se separa sujeito do predicado
RESPOSTA: “A”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

de inverno hibernal ou invernal


CLASSE DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO,
ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, de lago lacustre
ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO E CONJUNÇÃO: de leão leonino
EMPREGO E SENTIDO QUE IMPRIMEM ÀS de lebre leporino
RELAÇÕES QUE ESTABELECEM de lua lunar ou selênico
de madeira lígneo
de mestre magistral
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
característica do ser e se relaciona com o substantivo, con- de ouro áureo
cordando com este em gênero e número. de paixão passional
As praias brasileiras estão poluídas.
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de pâncreas pancreático
(plural e feminino, pois concordam com “praias”). de porco suíno ou porcino
dos quadris ciático
Locução adjetiva
Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne- de rio fluvial
cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma de sonho onírico
coisa, tem-se uma locução. Às vezes, uma preposição + de velho senil
substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locu-
ção Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo). Por de vento eólico
exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio de vidro vítreo ou hialino
(paixão desenfreada).
de virilha inguinal
Observe outros exemplos: de visão óptico ou ótico

* Observação: nem toda locução adjetiva possui um


de águia aquilino
adjetivo correspondente, com o mesmo significado. Por
de aluno discente exemplo: Vi as alunas da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.
de anjo angelical
Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
de ano anual
de aranha aracnídeo O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
de boi bovino dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
de cabelo capilar ou do objeto).
de cabra caprino
de campo campestre ou rural Adjetivo Pátrio (ou gentílico)

de chuva pluvial Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.


de criança pueril Observe alguns deles:
de dedo digital
Estados e cidades brasileiras:
de estômago estomacal ou gástrico
de falcão falconídeo Alagoas alagoano
de farinha farináceo Amapá amapaense
de fera ferino Aracaju aracajuano ou aracajuense
de ferro férreo Amazonas amazonense ou baré
de fogo ígneo Belo Horizonte belo-horizontino
de garganta gutural Brasília brasiliense
de gelo glacial Cabo Frio cabo-friense
de guerra bélico Campinas campineiro ou campinense
de homem viril ou humano
de ilha insular

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Pátrio Composto

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:

África afro- / Cultura afro-americana


Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.

Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:

Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano, a
moça norte-americana.

* Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino: conflito político-social e desavença político-social.

Número dos Adjetivos

Plural dos adjetivos simples

Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substan-
tivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que
estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra
cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, en-
tão, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.

Veja outros exemplos:


Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Composto Observe que:


a) As formas menor e pior são comparativos de supe-
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res-
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas pectivamente.
o último elemento concorda com o substantivo a que se b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei-
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se
um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais grande
invariável. Por exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, e mais pequeno. Por exemplo:
um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemen- Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
to, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra pala- mentos.
vra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará duas qualidades de um mesmo elemento.
invariável. Veja:
Camisas rosa-claro. Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Infe-
Ternos rosa-claro.
rioridade
Olhos verde-claros.
Sou menos passivo (do) que tolerante.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Superlativo
* Observação:
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer O superlativo expressa qualidades num grau muito ele-
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre in- vado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou relativo e
variáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, vestidos apresenta as seguintes modalidades:
cor-de-rosa. Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
- O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele- um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre-
mentos flexionados: crianças surdas-mudas. senta-se nas formas:
1-) Analítica: a intensificação é feita com o auxílio
Grau do Adjetivo de palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por
exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a inten- 2-) Sintética: nesta, há o acréscimo de sufixos. Por
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
o comparativo e o superlativo.
Observe alguns superlativos sintéticos:
Comparativo
benéfico - beneficentíssimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
buída a dois ou mais seres ou duas ou mais características bom - boníssimo ou ótimo
atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igual- comum - comuníssimo
dade, de superioridade ou de inferioridade.
cruel - crudelíssimo
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade difícil - dificílimo
No comparativo de igualdade, o segundo termo da doce - dulcíssimo
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
quão. fácil - facílimo
fiel - fidelíssimo
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
rioridade Analítico Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de
No comparativo de superioridade analítico, entre os um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres.
dois substantivos comparados, um tem qualidade supe- Essa relação pode ser:
rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do 1-) De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
que” ou “mais...que”. todas.
2-) De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe-
todas.
rioridade Sintético

Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de * Note bem:


superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São 1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, an-
grande/maior, baixo/inferior. tepostos ao adjetivo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2) O superlativo absoluto sintético se apresenta sob - de inferioridade: menos + advérbio + que (do que):
duas formas: uma erudita - de origem latina - outra po- Renato fala menos alto do que João.
pular - de origem vernácula. A forma erudita é constituída - de superioridade:
pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, 1-) Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
-imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma fala mais alto do que João.
popular é constituída do radical do adjetivo português + o 2-) Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala
sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. melhor que João.
3-) Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- Grau Superlativo
nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio
– cheíssimo. O superlativo pode ser analítico ou sintético:
- Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato
Fontes de pesquisa: fala muito alto.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32. muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de
php modo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: - Sintético: formado com sufixos: Renato fala altíssimo.
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- * Observação: as formas diminutivas (cedinho, perti-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. nho, etc.) são comuns na língua popular.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. A criança levantou cedinho. (muito cedo)

Advérbio Classificação dos Advérbios

Compare estes exemplos: De acordo com a circunstância que exprime, o advér-


bio pode ser de:
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
O ônibus chegou.
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo,
O ônibus chegou ontem.
aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro,
afora, alhures, aquém, embaixo, externamente, a distância,
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sen-
à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à es-
tido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de tempo,
querda, ao lado, em volta.
de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e do próprio Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
advérbio. amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en-
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio fim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes,
(bem) imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessiva-
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um adje- mente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
tivo (claros) vez em quando, de quando em quando, a qualquer momen-
to, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescen- Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa,
tar ideia de: acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à
Tempo: Ela chegou tarde. toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse
Lugar: Ele mora aqui. modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado,
Modo: Eles agiram mal. a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em
Negação: Ela não saiu de casa. “-mente”: calmamente, tristemente, propositadamente, pa-
Dúvida: Talvez ele volte. cientemente, amorosamente, docemente, escandalosamen-
te, bondosamente, generosamente.
Flexão do Advérbio Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efeti-
vamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre- Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
porém, admitem a variação em grau. Observe: Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel-
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Grau Comparativo Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso,
bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, as-
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo saz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo,
que o comparativo do adjetivo: de muito, por completo, extremamente, intensamente, gran-
- de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Re- demente, bem (quando aplicado a propriedades graduá-
nato fala tão alto quanto João. veis).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somen- Locução Adverbial


te, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Brando, o
vento apenas move a copa das árvores. Quando há duas ou mais palavras que exercem função
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. de advérbio, temos a locução adverbial, que pode expres-
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a sar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordinaria-
adolescência. mente por uma preposição. Veja:
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus dentro, por aqui, etc.
amigos por comparecerem à festa. afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em
* Saiba que: geral, frente a frente, etc.
- Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde, hoje
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei em dia, nunca mais, etc.
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
tarde possível. * Observações:
- Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, - tanto a locução adverbial como o advérbio modifi-
em geral sufixamos apenas o último: Por exemplo: O aluno cam o verbo, o adjetivo e outro advérbio:
respondeu calma e respeitosamente. Chegou muito cedo. (advérbio)
Joana é muito bela. (adjetivo)
Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido De repente correram para a rua. (verbo)

Há palavras como muito, bastante, que podem apare- - Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
cer como advérbio e como pronome indefinido. mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e - O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér-
sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. bio: Cheguei primeiro.

* Dica: Como saber se a palavra bastante é advérbio - Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
(não varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia, adverbial desempenham na oração a função de adjunto
sofre flexão)? Se der, na frase, para substituir o “bastante” adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân-
por “muito”, estamos diante de um advérbio; se der para cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio.
substituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja: Exemplo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
1-) Estudei bastante para o concurso. (estudei muito, verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
pois “muitos” não dá!). = advérbio Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
dade e de tempo, respectivamente.
2-) Estudei bastantes capítulos para o concurso. (estudei
muitos capítulos) = pronome indefinido Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf75.
Advérbios Interrogativos php
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes Saraiva, 2010.
às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Interrogação Direta Interrogação Indireta SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
Onde mora? Indaguei onde morava. Artigo
Por que choras? Não sei por que choras.
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
Aonde vai? Perguntei aonde ia. -se como o termo variável que serve para individualizar ou
Donde vens? Pergunto donde vens. generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
Quando voltas? Pergunto quando voltas. (masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns”).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Artigos definidos – São aqueles usados para indicar Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-
seres determinados, expressos de forma individual: sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela
O concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam Roma.
muito.
- antes de pronomes de tratamento:
Artigos indefinidos – São aqueles usados para indicar Vossa Senhoria sairá agora?
seres de modo vago, impreciso: Exceção: O senhor vai à festa?
Uma candidata foi aprovada! Umas candidatas foram
aprovadas! - após o pronome relativo “cujo” e suas variações:
Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?
Circunstâncias em que os artigos se manifestam: Este é o candidato cuja nota foi a mais alta.

* Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do Fontes de pesquisa:


numeral “ambos”: http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm
Ambos os concursos cobrarão tal conteúdo. Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
* Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso Saraiva, 2010.
do artigo, outros não: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SACCO-
NI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed.
* Quando indicado no singular, o artigo definido pode Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
indicar toda uma espécie: Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho dignifica o homem. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
* No caso de nomes próprios personativos, denotando
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso Conjunção
do artigo:
Marcela é a mais extrovertida das irmãs. Além da preposição, há outra palavra também invariá-
O Pedro é o xodó da família. vel que, na frase, é usada como elemento de ligação: a con-
junção. Ela serve para ligar duas orações ou duas palavras
* No caso de os nomes próprios personativos estarem de mesma função em uma oração:
no plural, são determinados pelo uso do artigo: O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
Os Maias, os Incas, Os Astecas... São Paulo.
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito.
* Usa-se o artigo depois do pronome indefinido to-
do(a) para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele Morfossintaxe da Conjunção
(o artigo), o pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
Toda classe possui alunos interessados e desinteressa- cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
dos. (qualquer classe)
Classificação da Conjunção
* Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é
facultativo: De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
Preparei o meu curso. Preparei meu curso. conjunções podem ser classificadas em coordenativas e
subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
* A utilização do artigo indefinido pode indicar uma pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse iso-
ideia de aproximação numérica: lamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos. sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo
caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção de-
* O artigo também é usado para substantivar palavras pende da existência do outro. Veja:
pertencentes a outras classes gramaticais:
Não sei o porquê de tudo isso. Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
Podemos separá-las por ponto:
* Há casos em que o artigo definido não pode ser Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
usado:
- antes de nomes de cidade e de pessoas conhecidas: Temos acima um exemplo de conjunção (e, conse-
O professor visitará Roma. quentemente, orações coordenadas) coordenativa – “mas”.
Já em:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Espero que eu seja aprovada no concurso! As conjunções subordinativas subdividem-se em inte-


Não conseguimos separar uma oração da outra, pois a grantes e adverbiais:
segunda “completa” o sentido da primeira (da oração prin-
cipal): 1. Integrantes - Indicam que a oração subordinada por
Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período temos uma elas introduzida completa ou integra o sentido da principal.
oração subordinada substantiva objetiva direta (ela exerce Introduzem orações que equivalem a substantivos, ou seja,
a função de objeto direto do verbo da oração principal). as orações subordinadas substantivas. São elas: que, se.
Quero que você volte. (Quero sua volta)
Conjunções Coordenativas
2. Adverbiais - Indicam que a oração subordinada
São aquelas que ligam orações de sentido completo exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acor-
e independente ou termos da oração que têm a mesma do com a circunstância que expressam, classificam-se em:
a) Causais: introduzem uma oração que é causa da
função gramatical. Subdividem-se em:
ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como
1) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
(= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e não),
que, porquanto, já que, desde que, etc.
não só... mas também, não só... como também, bem como, Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
não só... mas ainda.
A sua pesquisa é clara e objetiva. b) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
Não só dança, mas também canta. ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua
realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se
2) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, ex- bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto,
pressando ideia de contraste ou compensação. São elas: etc.
mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
obstante.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui. c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a
hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São
3) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressan- elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde
do ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se que, a menos que, sem que, etc.
realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez.
** Dica: você deve ter percebido que a conjunção con-
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
dicional “se” também é conjunção integrante. A diferença é
clara ao ler as orações que são introduzidas por ela. Acima,
4) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
ela nos dá a ideia da condição para que recebamos um
que expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas: telefonema (se for preciso ajuda). Já na oração:
logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por Não sei se farei o concurso...
isso, assim. Não há ideia de condição alguma, há? Outra coisa: o
Marta estava bem preparada para o teste, portanto não verbo da oração principal (sei) pede complemento (objeto
ficou nervosa. direto, já que “quem não sabe, não sabe algo”). Portanto,
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão. a oração em destaque exerce a função de objeto direto da
oração principal, sendo classificada como oração subordi-
5) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração nada substantiva objetiva direta.
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: d) Conformativas: introduzem uma oração que expri-
que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. me a conformidade de um fato com outro. São elas: confor-
Não demore, que o filme já vai começar. me, como (= conforme), segundo, consoante, etc.
Falei muito, pois não gosto do silêncio! O passeio ocorreu como havíamos planejado.

Conjunções Subordinativas e) Finais: introduzem uma oração que expressa a fina-


lidade ou o objetivo com que se realiza a oração principal.
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas São elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que),
que, etc.
dependente da outra. A oração dependente, introduzida
Toque o sinal para que todos entrem no salão.
pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de ora-
ção subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado f) Proporcionais: introduzem uma oração que expres-
quando ela chegou. sa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência do
O baile já tinha começado: oração principal expresso na principal. São elas: à medida que, à proporção
quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal) que, ao passo que e as combinações quanto mais... (mais),
ela chegou: oração subordinada quanto menos... (menos), quanto menos... (mais), quanto
menos... (menos), etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

O preço fica mais caro à medida que os produtos escas- Fontes de pesquisa:
seiam. http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
php
* Observação: são incorretas as locuções proporcio- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
nais à medida em que, na medida que e na medida em que. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
g) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração Saraiva, 2010.
principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que, Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
que, agora que, mal (= assim que), etc. Interjeição
A briga começou assim que saímos da festa.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
h) Comparativas: introduzem uma oração que expres- ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin-
sa ideia de comparação com referência à oração principal. guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de
São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)... como, maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim
a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor-
tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual,
rente de uma situação particular, um momento ou um con-
que nem, que (combinado com menos ou mais), etc.
texto específico. Exemplos:
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.
Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo hum: expressão de um pensamento súbito = interjei-
que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que ção
(tendo como antecedente na oração principal uma palavra
como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. O significado das interjeições está vinculado à maneira
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o senti-
exame. do que a expressão vai adquirir em cada contexto em que
for utilizada. Exemplos:
Atenção: Muitas conjunções não têm classificação úni- Psiu!
ca, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acor- contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua
do com o sentido que apresentam no contexto (grifo ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando!
da Zê!). Ei, espere!”

O bom relacionamento entre as conjunções de um Psiu!


texto garante a perfeita estruturação de suas frases e pa- contexto: alguém pronunciando em um hospital; sig-
rágrafos, bem como a compreensão eficaz de seu conteú- nificado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!”
do. Interagindo com palavras de outras classes gramaticais
essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
textos - como os pronomes, preposições, alguns advérbios puxa: interjeição; tom da fala: euforia
e numerais -, as conjunções fazem parte daquilo a que se
pode chamar de “a arquitetura textual”, isto é, o con- Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
junto das relações que garantem a coesão do enunciado. puxa: interjeição; tom da fala: decepção
O sucesso desse conjunto de relações depende do conhe-
cimento do valor relacional das conjunções, uma vez que As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
estas interferem semanticamente no enunciado.
tristeza, dor, etc.
Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às con-
Ah, deve ser muito interessante!
junções tanto na leitura como na produção de textos. Nos
textos narrativos, elas estão muitas vezes ligadas à expres-
b) Sintetizar uma frase apelativa.
são de circunstâncias fundamentais à condução da história, Cuidado! Saia da minha frente.
como as noções de tempo, finalidade, causa e consequên-
cia. Nos textos dissertativos, evidenciam muitas vezes a li- As interjeições podem ser formadas por:
nha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso das a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
exposições e argumentações construídas por meio de con- b) palavras: Oba! Olá! Claro!
trastes e oposições, que implicam o uso das adversativas e c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!
concessivas. Ora bolas!

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das Interjeições 3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-


-frase” porque sozinha pode constituir uma mensagem.
Comumente, as interjeições expressam sentido de: Por exemplo:
Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Aten- Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique quieto!
ção! Olha! Alerta!
Afugentamento: Fora! Passa! Rua! 4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: Miau!
Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-
Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem! Âni- -quá!, etc.
mo! Adiante!
Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva! 5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente! tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do “oh!” exclamativo
Essa não! Chega! Basta! e não a fazemos depois do “ó” vocativo. Por exemplo:
Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Deus! Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Desculpa: Perdão!
Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! Fontes de pesquisa:
Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! Quê! php
Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! Pô! coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Ora! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade! – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa
Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva! Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
Adeus! Olá! Alô! Ei! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus! Numeral
Silêncio: Psiu! Silêncio!
Numeral é a palavra variável que indica quantidade
Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes-
soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa determi-
* Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis,
nada sequência.
isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau
como os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo,
* Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso espe-
os números indicam em relação aos seres. Assim, quando
cífico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Não
se trata de um processo natural desta classe de palavra, a expressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se
mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite. trata de numerais, mas sim de algarismos.
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho. Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala-
Locução Interjetiva vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma dúzia, par, ambos(as), novena.
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus! Classificação dos Numerais
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exclama-
tivo torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise - Cardinais: indicam quantidade exata ou determina-
dos termos que a compõem: Macacos me mordam!, Valha- da de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais têm
-me Deus!, Quem me dera! sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia, dé-
cada, bimestre.
* Observações:
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. - Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém ou
Por exemplo: alguma coisa ocupa numa determinada sequência: primei-
Ué! (= Eu não esperava por essa!) ro, segundo, centésimo, etc.
Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe.)
* Observação importante:
2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes final e penúltimo também indicam posição dos seres, mas
gramaticais podem aparecer como interjeições. Por exem- são classificadas como adjetivos, não ordinais.
plo:
Viva! Basta! (Verbos) - Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou
Fora! Francamente! (Advérbios) seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação - Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au- tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral
venha depois do substantivo;
Flexão dos numerais
Ordinais Cardinais
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du- João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro- D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
são invariáveis. Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
- Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido
primeiro segundo milésimo como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)
primeira segunda milésima
** Dica: Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
primeiros segundos milésimos associação. Ficará mais fácil!
primeiras segundas milésimas - Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o
ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
e conseguiram o triplo de produção. Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses tri- - Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se
plas do medicamento. refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empregados
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/ para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
duas terças partes. Sua utilização exige a presença do artigo posposto: Ambos
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O arti-
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. go só é dispensado caso haja um pronome demonstrativo:
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau Ambos esses ministros falarão à imprensa.
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
sentido. É o que ocorre em frases como: Função sintática do Numeral
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade! O numeral tem mais de uma função sintática:
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= - se na oração analisada seu papel é de adjetivo, o
segunda divisão de futebol) numeral assumirá a função de adjunto adnominal; se fizer
papel de substantivo, pode ter a função de sujeito, objeto
Emprego e Leitura dos Numerais direto ou indireto.
- Os numerais são escritos em conjunto de três alga- Visitamos cinco casas, mas só gostamos de duas.
rismos, contados da direita para a esquerda, em forma de Objeto direto = cinco casas
centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma Núcleo do objeto direto = casas
separação através de ponto ou espaço correspondente a Adjunto adnominal = cinco
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456. Objeto indireto = de duas
- Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
Núcleo do objeto indireto = duas
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
- No português contemporâneo, não se usa a conjun-
ção “e” após “mil”, seguido de centena:
Nasci em mil novecentos e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

* Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por


dois zeros, usa-se o “e”:
Seu salário será de mil e quinhentos reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

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LÍNGUA PORTUGUESA

fontes de pesquisa: Dicas sobre preposição


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.
php - O “a” pode funcionar como preposição, pronome
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a”
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. seja um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- para determiná-lo como um substantivo singular e femi-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: nino.
Saraiva, 2010. A matéria que estudei é fácil!
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
Preposição termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Preposição é uma palavra invariável que serve para Irei à festa sozinha.
ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, Entregamos a flor à professora!
normalmente há uma subordinação do segundo termo em *o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição.
relação ao primeiro. As preposições são muito importantes
na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
e possuem valores semânticos indispensáveis para a com- lugar e/ou a função de um substantivo.
preensão do texto. Nós trouxemos a apostila. = Nós a trouxemos.

Tipos de Preposição Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas


por meio das preposições:
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusi-
vamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, Destino = Irei a Salvador.
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, Modo = Saiu aos prantos.
Lugar = Sempre a seu lado.
atrás de, dentro de, para com.
Assunto = Falemos sobre futebol.
Tempo = Chegarei em instantes.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes
Causa = Chorei de saudade.
gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja,
Fim ou finalidade = Vim para ficar.
formadas por uma derivação imprópria: como, durante, ex-
Instrumento = Escreveu a lápis.
ceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
Posse = Vi as roupas da mamãe.
Autoria = livro de Machado de Assis
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras va-
Companhia = Estarei com ele amanhã.
lendo como uma preposição, sendo que a última palavra é Matéria = copo de cristal.
uma (preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado Meio = passeio de barco.
de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, Origem = Nós somos do Nordeste.
em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por Conteúdo = frascos de perfume.
causa de, por cima de, por trás de. Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
A preposição é invariável, no entanto pode unir-se a
outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gê- * Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas lo-
nero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela. cuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução pre-
positiva por trás de.
* Essa concordância não é característica da preposição,
mas das palavras às quais ela se une. Fontes de pesquisa:
Esse processo de junção de uma preposição com outra http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
palavra pode se dar a partir dos processos de: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1. Combinação: união da preposição “a” com o artigo Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
“o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocá- ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
bulos não sofrem alteração. Saraiva, 2010.
2. Contração: união de uma preposição com outra pa- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
lavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de + ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
o = do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = da- Pronome
quele, em + isso = nisso. Pronome é a palavra variável que substitui ou acom-
3. Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” prepo- panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma
sição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do forma.
pronome “aquilo”). O homem julga que é superior à natureza, por isso o
homem destrói a natureza...

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LÍNGUA PORTUGUESA

Utilizando pronomes, teremos: Pronome Reto


O homem julga que é superior à natureza, por isso ele
a destrói... Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na senten-
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de termos ça, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos flores.
(homem e natureza).
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
Grande parte dos pronomes não possuem significados nero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos gurado:
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro-
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes - 1.ª pessoa do singular: eu
têm por função principal apontar para as pessoas do dis- - 2.ª pessoa do singular: tu
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação - 3.ª pessoa do singular: ele, ela
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, - 1.ª pessoa do plural: nós
- 2.ª pessoa do plural: vós
os pronomes apresentam uma forma específica para cada
- 3.ª pessoa do plural: eles, elas
pessoa do discurso.
* Atenção: esses pronomes não costumam ser usa-
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. dos como complementos verbais na língua-padrão. Frases
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
fala] mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem -me até aqui”.
se fala]
* Observação: frequentemente observamos a omissão
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras do pronome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- as próprias formas verbais marcam, através de suas desi-
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência nências, as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto:
através do pronome seja coerente em termos de gênero Fizemos boa viagem. (Nós)
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. Pronome Oblíquo

Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos- Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
sa escola neste ano. tença, exerce a função de complemento verbal (objeto
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
adequada]
[neste: pronome que determina “ano” = concordância * Observação: o pronome oblíquo é uma forma va-
adequada] riante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação in-
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- dica a função diversa que eles desempenham na oração:
dância inadequada] pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
marca o complemento da oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
tônicos.
Pronomes Pessoais Pronome Oblíquo Átono
São aqueles que substituem os substantivos, indicando São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os pronomes fraca: Ele me deu um presente.
“tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se di- Tabela dos pronomes oblíquos átonos
rige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à - 1.ª pessoa do singular (eu): me
pessoa ou às pessoas de quem se fala. - 2.ª pessoa do singular (tu): te
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- - 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto - 1.ª pessoa do plural (nós): nos
ou do caso oblíquo. - 2.ª pessoa do plural (vós): vos
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes

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LÍNGUA PORTUGUESA

* Observações: - As preposições essenciais introduzem sempre prono-


- O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en- reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da
tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
acompanhar diretamente uma preposição, o pronome forma:
“lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na oração. Não há mais nada entre mim e ti.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
diretos como objetos indiretos. Não há nenhuma acusação contra mim.
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como Não vá sem mim.
objetos diretos.
* Atenção: Há construções em que a preposição, ape-
- Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem com- sar de surgir anteposta a um pronome, serve para introdu-
binar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- zir uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos,
mas como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. pronome, deverá ser do caso reto.
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem: Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Trouxeste o pacote? Não vá sem eu mandar.
Sim, entreguei-to ainda há pouco.
Não contaram a novidade a vocês? * A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”
Não, no-la contaram. está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”.
A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para
No Brasil, essas combinações não são usadas; até mes- mim!
mo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
- A combinação da preposição “com” e alguns prono-
* Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
especiais depois de certas terminações verbais.
conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
- Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome
quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a
companhia.
terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
Ele carregava o documento consigo.
fiz + o = fi-lo
fazeis + o = fazei-lo
- A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
dizer + a = dizê-la
Ela veio até mim, mas nada falou.
Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de)
- Quando o verbo termina em som nasal, o pronome
assume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo: inclusão, usaremos as formas retas:
viram + o: viram-no Todos foram bem na prova, até eu! (=inclusive eu)
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na - As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
tem + as = tem-nas por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
Pronome Oblíquo Tônico todos, ambos ou algum numeral.
Você terá de viajar com nós todos.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos Estávamos com vós outros quando chegaram as más
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. notícias.
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função Ele disse que iria com nós três.
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica
forte. Pronome Reflexivo
Quadro dos pronomes oblíquos tônicos:
- 1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
- 2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
- 1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco expressa pelo verbo.
- 2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Quadro dos pronomes reflexivos:
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas - 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Eu não me lembro disso.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tô-
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As - 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti.
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. Conhece a ti mesmo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo. * Observações:


Guilherme já se preparou. * Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
Ela deu a si um presente. tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados em
Antônio conversou consigo mesmo. relação à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Se-
nhor Ministro, compareça a este encontro.
- 1.ª pessoa do plural (nós): nos.
Lavamo-nos no rio. ** Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua
- 2.ª pessoa do plural (vós): vos. Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com pro-
Vós vos beneficiastes com esta conquista. priedade.

- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. - Os pronomes de tratamento representam uma for-
Eles se conheceram. ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
Elas deram a si um dia de folga. tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
* O pronome é reflexivo quando se refere à mesma supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu me arrumei e saí.
** É pronome recíproco quando indica reciprocidade - 3.ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri-
de ação: jam-se à 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita
Nós nos amamos. com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi-
Olhamo-nos calados. vos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles
devem ficar na 3.ª pessoa.
Pronomes de Tratamento Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro-
messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portan-
nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo
to, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pes-
do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente.
soa. Alguns exemplos:
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
“você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
sos em geral
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
teus cabelos. (errado)
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais, Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
governadores, secretários de Estado, presidente da Repú- seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
blica (sempre por extenso) ou
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi-
dades Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de Pronomes Possessivos
igual categoria São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Meritíssima (sempre por extenso) = para juízes (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
de direito (coisa possuída).
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do
cerimonioso singular)
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
NÚMERO PESSOA PRONOME
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se-
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empre- singular primeira meu(s), minha(s)
gados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tra- singular segunda teu(s), tua(s)
tamento familiar. Você e vocês são largamente empregados
singular terceira seu(s), sua(s)
no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma plural primeira nosso(s), nossa(s)
vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou plural segunda vosso(s), vossa(s)
literária.
plural terceira seu(s), sua(s)

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LÍNGUA PORTUGUESA

* Note que: A forma do possessivo depende da pessoa *Em relação ao tempo:


gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam - Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em
com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribui- relação à pessoa que fala:
ção naquele momento difícil. Esta manhã farei a prova do concurso!

* Observações: - Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po-


- A forma “seu” não é um possessivo quando resultar rém relativamente próximo à época em que se situa a pes-
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado, soa que fala:
seu José. Essa noite dormi mal; só pensava no concurso!

- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afasta-


- Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos-
mento no tempo, referido de modo vago ou como tempo
se. Podem ter outros empregos, como:
remoto:
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. Naquele tempo, os professores eram valorizados.
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 *Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se fala-
anos. rá ou escreverá):
- Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará:
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, or-
tografia, concordância.
- Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Excelência - Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende
trouxe sua mensagem? fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais deseja-
- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi- mos!
vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e
anotações. - Este e aquele são empregados quando se quer fa-
zer referência a termos já mencionados; aquele se refere
ao termo referido em primeiro lugar e este para o referido
- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblí-
por último:
quos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-lhe
os passos. (= Vou seguir seus passos) Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
este está mais bem colocado que aquele. (= este [São Paulo],
- O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró- aquele [Palmeiras])
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, para ou
que não ocorra redundância: Coloque tudo nos respectivos
lugares. Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Paulo],
Pronomes Demonstrativos aquele [Palmeiras])

São utilizados para explicitar a posição de certa palavra - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ser invariáveis, observe:
de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
la(s).
*Em relação ao espaço: Invariáveis: isto, isso, aquilo.
- Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
* Também aparecem como pronomes demonstrativos:
pessoa que fala:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
Este material é meu.
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
- Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
pessoa com quem se fala: indiquei.)
Esse material em sua carteira é seu?
- mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam em
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está dis- gênero quando têm caráter reforçativo:
tante tanto da pessoa que fala como da pessoa com quem Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
se fala: Eu mesma refiz os exercícios.
Aquele material não é nosso. Elas mesmas fizeram isso.
Vejam aquele prédio! Eles próprios cozinharam.
Os próprios alunos resolveram o problema.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- semelhante(s): Não tenha semelhante atitude. Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
riáveis e invariáveis. Observe:
- tal, tais: Tal absurdo eu não comenteria.
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário,
* Note que: tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca,
- Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, alguns, ne-
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou en- nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
tão: este solteiro, aquele casado) - este se refere à pessoa algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas,
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em outras, quantas.
primeiro lugar.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação algo, cada.
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
*
Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que-
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plu-
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, ral é feito em seu interior).
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
= naquilo) - Todo e toda no singular e junto de artigo significa
inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Pronomes Indefinidos Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quan- Trabalho todo dia. (= todos os dias)
tidade indeterminada.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém- São locuções pronominais indefinidas: cada qual,
-plantadas. cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que),
seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (=
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
Cada um escolheu o vinho desejado.
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu-
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des-
Indefinidos Sistemáticos
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu-
percebemos que existem alguns grupos que criam oposi-
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin- ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm
guém, outrem, quem, tudo. sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm
sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
Algo o incomoda? afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade
Quem avisa amigo é. negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser e qualquer, que generaliza.
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade Essas oposições de sentido são muito importantes na
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
Cada povo tem seus costumes. tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
Certas pessoas exercem várias profissões. pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
de que fazem parte:
* Note que: Ora são pronomes indefinidos substanti- Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
vos, ora pronomes indefinidos adjetivos: prático.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, pessoas quaisquer.
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), *Nenhum é contração de nem um, forma mais enfática,
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. que se refere à unidade. Repare:
Nenhum candidato foi aprovado.
Menos palavras e mais ações. Nem um candidato foi aprovado. (um, nesse caso, é nu-
Alguns se contentam pouco. meral)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes Relativos - O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com


o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o conse-
São aqueles que representam nomes já mencionados quente (o ser possuído, com o qual concorda em gênero
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem e número); não se usa artigo depois deste pronome; “cujo”
as orações subordinadas adjetivas. equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de Existem pessoas cujas ações são nobres.
um grupo racial sobre outros. (antecedente) (consequente)
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros
= oração subordinada adjetiva). *interpretação do pronome “cujo” na frase acima: ações
das pessoas. É como se lêssemos “de trás para frente”. Ou-
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” tro exemplo:
e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra Comprei o livro cujo autor é famoso. (= autor do livro)
“sistema” é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o prono- ** se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pro-
me demonstrativo o, a, os, as. nome:
Não sei o que você está querendo dizer. O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu-se
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem a)
expresso.
Quem casa, quer casa. - “Quanto” é pronome relativo quando tem por an-
tecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e
Observe: tudo:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os Emprestei tantos quantos foram necessários.
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, (antecedente)
quantas. Ele fez tudo quanto havia falado.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. (antecedente)

Note que: - O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sem-


- O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, pre precedido de preposição.
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser subs- É um professor a quem muito devemos.
tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu (preposição)
antecedente for um substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) - “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an-
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
qual) casa onde morava foi assaltada.
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
quais) - Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as ou em que.
quais) Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
no exterior.
- O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente - Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa-
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que lavras:
podem ter várias classificações) são pronomes relativos. To- - como (= pelo qual) – desde que precedida das pala-
dos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por vras modo, maneira ou forma:
motivo de clareza ou depois de determinadas preposições: Não me parece correto o modo como você agiu semana
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual passada.
me deixou encantado. O uso de “que”, neste caso, geraria
ambiguidade. Veja: Regressando de São Paulo, visitei o sítio - quando (= em que) – desde que tenha como antece-
de minha tia, que me deixou encantado (quem me deixou dente um nome que dê ideia de tempo:
encantado: o sítio ou minha tia?). Bons eram os tempos quando podíamos jogar videoga-
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas me.
dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utiliza-
-se o qual / a qual) - Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
numa só frase.
- O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste es-
se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou porte.
de ser poeta, que era a sua vocação natural. = O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

32
LÍNGUA PORTUGUESA

- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode -lugares: Alemanha, Portugal


ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de -sentimentos: amor, saudade
gente que conversava, (que) ria, observava. -estados: alegria, tristeza
-qualidades: honestidade, sinceridade...
Pronomes Interrogativos -ações: corrida, pescaria...

São usados na formulação de perguntas, sejam elas di- Morfossintaxe do substantivo


retas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo impreciso. Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções
São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações), diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo
quanto (e variações). do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou
Com quem andas?
indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, funcio-
Qual seu nome?
nar como núcleo do complemento nominal ou do aposto,
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto ou como
Sobre os pronomes: núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos
como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos ad-
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função verbiais - quando essas funções são desempenhadas por
de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo grupos de palavras.
quando desempenha função de complemento.
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. Classificação dos Substantivos
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
lhe ajudar. Substantivos Comuns e Próprios

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” Observe a definição:


exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce função Cidade: s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas ca-
de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo. sas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso. sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em
O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para oposição aos bairros).
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se
devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo
diferentemente dos segundos, que são sempre precedidos comum.
de preposição. Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
eu estava fazendo. homem, mulher, país, cachorro.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim Estamos voando para Barcelona.
o que eu estava fazendo.
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
Fontes de pesquisa: pécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio – aquele
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42. que designa os seres de uma mesma espécie de forma par-
php ticular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Substantivos Concretos e Abstratos
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que
Saraiva, 2010. existe, independentemente de outros seres.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observação: os substantivos concretos designam se-
res do mundo real e do mundo imaginário.
Substantivo
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, Brasília.
as quais denominam todos os seres que existem, sejam Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas-
reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e fenôme- ma.
nos, os substantivos também nomeiam:

33
LÍNGUA PORTUGUESA

Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que enxoval roupas


dependem de outros para se manifestarem ou existirem.
Por exemplo: a beleza não existe por si só, não pode falange soldados, anjos
ser observada. Só podemos observar a beleza numa pes- fauna animais de uma região
soa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser
feixe lenha, capim
para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um subs-
tantivo abstrato. flora vegetais de uma região
Os substantivos abstratos designam estados, qualida- frota navios mercantes, ônibus
des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
girândola fogos de artifício
abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado),
rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento). horda bandidos, invasores
médicos, bois, credores,
Substantivos Coletivos junta
examinadores

Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, ou- júri jurados
tra abelha, mais outra abelha. legião soldados, anjos, demônios
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. leva presos, recrutas
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
malta malfeitores ou desordeiros
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- manada búfalos, bois, elefantes,
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, matilha cães de raça
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan- molho chaves, verduras
tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de multidão pessoas em geral
seres da mesma espécie (abelhas).
insetos (gafanhotos,
nuvem
mosquitos, etc.)
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
penca bananas, chaves
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, pinacoteca pinturas, quadros
mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
quadrilha ladrões, bandidos
da mesma espécie.
ramalhete flores
Substantivo coletivo Conjunto de: rebanho ovelhas
assembleia pessoas reunidas repertório peças teatrais, obras musicais
alcateia lobos réstia alhos ou cebolas
acervo livros romanceiro poesias narrativas
antologia trechos literários selecionados revoada pássaros
arquipélago ilhas sínodo párocos
banda músicos talha lenha
bando desordeiros ou malfeitores tropa muares, soldados
banca examinadores turma estudantes, trabalhadores
batalhão soldados vara porcos
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas
concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas
elenco atores de uma peça ou filme
esquadra navios de guerra

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LÍNGUA PORTUGUESA

Formação dos Substantivos Substantivos Uniformes: apresentam uma única forma,


Substantivos Simples e Compostos que serve tanto para o masculino quanto para o feminino.
Classificam-se em:
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a
terra. - Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo se
O substantivo chuva é formado por um único elemento faz mediante a utilização das palavras “macho” e “fêmea”: a
ou radical. É um substantivo simples. cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
- Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes a
Substantivo Simples: é aquele formado por um único pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemunha, a víti-
elemento. ma, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja - Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: in-
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele- dicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega e a
colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou
Saiba que: Substantivos de origem grega terminados
mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
em ema ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sis-
tema, o sintoma, o teorema.
Substantivos Primitivos e Derivados
- Existem certos substantivos que, variando de gênero,
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de ne- variam em seu significado:
nhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O subs- o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz)
tantivo limoeiro, por exemplo, é derivado, pois se originou o cabeça (líder) e a cabeça (parte do corpo)
a partir da palavra limão. o capital (dinheiro) e a capital (cidade)
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de ou- o coma (sono mórbido) e a coma (cabeleira, juba)
tra palavra. o lente (professor) e a lente (vidro de aumento)
o moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclusão)
Flexão dos substantivos o praça (soldado raso) e a praça (área pública)
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora)
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
exemplo, pode sofrer variações para indicar:
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: - Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
meninão / Diminutivo: menininho - aluna.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
Flexão de Gênero masculino: freguês - freguesa
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino
Gênero é um princípio puramente linguístico, não de- de três formas:
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito 1- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram 2- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
a seres animais providos de sexo, quer designem apenas 3- troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
* Exceções: barão – baronesa, ladrão- ladra, sultão -
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e
sultana
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos
que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja - Substantivos terminados em -or:
estes títulos de filmes: acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
O velho e o mar troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
Um Natal inesquecível
Os reis da praia - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn-
sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que - duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
A história sem fim - Substantivos que formam o feminino trocando o -e
Uma cidade sem passado final por -a: elefante - elefanta
As tartarugas ninjas
- Substantivos que têm radicais diferentes no masculi-
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes no e no feminino: bode – cabra / boi - vaca

Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam - Substantivos que formam o feminino de maneira es-
uma forma para cada gênero: gato – gata, homem – mulher, pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
poeta – poetisa, prefeito - prefeita czar – czarina, réu - ré

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LÍNGUA PORTUGUESA

Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
Epicenos: a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
para indicar o masculino e o feminino. telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha-
ma, o hematoma.
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
macho e fêmea. * Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Gênero dos Nomes de Cidades: Com raras exceções,
nomes de cidades são femininos.
Sobrecomuns: A histórica Ouro Preto.
Entregue as crianças à natureza. A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas- Uma Londres imensa e triste.
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: Gênero e Significação
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe:
Outros substantivos sobrecomuns: o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à
criatura.
frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), a
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
Marcela faleceu baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibi-
ção de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do cor-
Comuns de Dois Gêneros: po), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza
(resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital (ci-
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? dade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração
A distinção de gênero pode ser feita através da análise da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vege-
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- tação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (documento,
cês - repórter francesa pena grande das asas das aves), o grama (unidade de peso),
a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (re-
- A palavra personagem é usada indistintamente nos cipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente
dois gêneros. (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
os personagens dos contos de carochinha.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini- a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-
aceitam a personagem. ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga
(remador), a voga (moda).
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. Flexão de Número do Substantivo

Observe o gênero dos substantivos seguintes: Em português, há dois números gramaticais: o singular,
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o do plural é o “s” final.
proclama, o pernoite, o púbis.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Substantivos Simples - Flexionam-se os dois elementos, quando formados


de:
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon feitos
- cânones. adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
mens
- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
em “ns”: homem - homens.
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu- formados de:
ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e al-
to-falantes
* Atenção: O plural de caráter é caracteres.
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-re-
cos
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
-se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; ca-
- Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
racol – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul formados de:
e cônsules. substantivo + preposição clara + substantivo = água-
-de-colônia e águas-de-colônia
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
duas maneiras: lo-vapor e cavalos-vapor
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis substantivo + substantivo que funciona como determi-
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. nante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do
termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba-re-
Observação: a palavra réptil pode formar seu plural de lógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã, peixe-espa-
duas maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). da - peixes-espada.

- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de - Permanecem invariáveis, quando formados de:
duas maneiras: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
1- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses ca-rolhas
2- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. * Casos Especiais

- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural o louva-a-deus e os louva-a-deus


de três maneiras.
o bem-te-vi e os bem-te-vis
1- substituindo o -ão por -ões: ação - ações
2- substituindo o -ão por -ães: cão - cães o bem-me-quer e os bem-me-queres
3- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos o joão-ninguém e os joões-ninguém.

- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: Plural das Palavras Substantivadas


o látex - os látex.
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
Plural dos Substantivos Compostos classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
no plural, as flexões próprias dos substantivos.
- A formação do plural dos substantivos compostos Pese bem os prós e os contras.
depende da forma como são grafados, do tipo de palavras O aluno errou na prova dos noves.
que formam o composto e da relação que estabelecem en- Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
como os substantivos simples: aguardente/aguardentes, * Observação: numerais substantivados terminados
girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malme- em “s” ou “z” não variam no plural: Nas provas mensais con-
queres. segui muitos seis e alguns dez.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:

37
LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Diminutivos Singular Plural


Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final Corpo (ô) corpos (ó)
e acrescenta-se o sufixo diminutivo. esforço esforços
fogo fogos
pãe(s) + zinhos = pãezinhos forno fornos
animai(s) + zinhos = animaizinhos fosso fossos
botõe(s) + zinhos = botõezinhos imposto impostos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos olho olhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos osso (ô) ossos (ó)
tren(s) + zinhos = trenzinhos ovo ovos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas poço poços
flore(s) + zinhas = florezinhas porto portos
mão(s) + zinhas = mãozinhas posto postos
papéi(s) + zinhos = papeizinhos tijolo tijolos
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
funi(s) + zinhos = funizinhos Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
pai(s) + zinhos = paizinhos * Observação: distinga-se molho (ô) = caldo (molho
pé(s) + zinhos = pezinhos de carne), de molho (ó) = feixe (molho de lenha).
pé(s) + zitos = pezitos
Particularidades sobre o Número dos Substantivos
Plural dos Nomes Próprios Personativos
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
sempre que a terminação preste-se à flexão. - Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
Os Napoleões também são derrotados. - Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
As Raquéis e Esteres. singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
bom nome) e honras (homenagem, títulos).
Plural dos Substantivos Estrangeiros - Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas
com sentido de plural:
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es- Aqui morreu muito negro.
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz. improvisadas.

Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor- Flexão de Grau do Substantivo


do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os ré- Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
quiens. as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:

Observe o exemplo: - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera-


Este jogador faz gols toda vez que joga. do normal. Por exemplo: casa
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
Plural com Mudança de Timbre
do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje-
Certos substantivos formam o plural com mudança de
tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
fonético chamado metafonia (plural metafônico).
cador de aumento. Por exemplo: casarão.

38
LÍNGUA PORTUGUESA

- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho Classificação dos Verbos


do ser. Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo Classificam-se em:
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi- - Regulares: são aqueles que apresentam o radical
cador de diminuição. Por exemplo: casinha. inalterado durante a conjugação e desinências idênticas às
de todos os verbos regulares da mesma conjugação. Por
Fontes de pesquisa: exemplo: comparemos os verbos “cantar” e “falar”, conju-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12.php gados no presente do Modo Indicativo:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- canto falo
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: cantas falas
Saraiva, 2010.
canta falas
Verbo cantamos falamos
cantais falais
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, núme-
ro, tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o cantam falam
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre * Dica: Observe que, retirando os radicais, as desi-
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno nências modo-temporal e número-pessoal mantiveram-se
(choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer). idênticas. Tente fazer com outro verbo e perceberá que se
repetirá o fato (desde que o verbo seja da primeira conju-
Estrutura das Formas Verbais gação e regular!). Faça com o verbo “andar”, por exemplo.
Substitua o radical “cant” e coloque o “and” (radical do ver-
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar bo andar). Viu? Fácil!
os seguintes elementos:
- Radical: é a parte invariável, que expressa o significa- - Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera-
do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. ções no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse.
(radical fal-) * Observação: alguns verbos sofrem alteração no ra-
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que in- dical apenas para que seja mantida a sonoridade. É o caso
dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: de: corrigir/corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo.
fala-r. São três as conjugações: Tais alterações não caracterizam irregularidade, porque o
1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática - fonema permanece inalterado.
E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
- Desinência modo-temporal: é o elemento que de- - Defectivos: são aqueles que não apresentam conju-
signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo: gação completa. Os principais são adequar, precaver, com-
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo) putar, reaver, abolir, falir.
/ falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo)
- Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
- Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, nor-
signa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número (sin-
gular ou plural): malmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam (in- principais verbos impessoais são:
dica a 3.ª pessoa do plural.)
* haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-
* Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados -se ou fazer (em orações temporais).
(compor, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação, pois a Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = Exis-
forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar tiam)
de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
formas do verbo: põe, pões, põem, etc. Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
* fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura Faz invernos rigorosos na Europa.
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce- Era primavera quando o conheci.
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento Estava frio naquele dia.
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, por
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai
no radical, mas sim na terminação verbal (fora do radical):
opinei, aprenderão, amaríamos.

39
LÍNGUA PORTUGUESA

* Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado. Qual-
quer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá conjugação
completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

* São impessoais, ainda:


- o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis.

- os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição “de”, indicando suficiência:


Basta de tolices.
Chega de promessas.

- os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem referência a
sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético,
tornando-se, tais verbos, pessoais.

- o verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?

- Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. São
unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar,
miar, latir, piar).

* Observação: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando?

Principais verbos unipessoais:

1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário):


Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)

* Observação: todos os sujeitos apontados são oracionais.

- Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é em-
pregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular


Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso

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LÍNGUA PORTUGUESA

Eleger Elegido Eleito


Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

* Importante:
- estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escrever/
escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui) e
ir (fui, ia, vades).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das
formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar todos!


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

* Observação: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

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LÍNGUA PORTUGUESA

SER - Modo Subjuntivo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro
que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo


Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.doPreté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

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LÍNGUA PORTUGUESA

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais


Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio
haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo


Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

43
LÍNGUA PORTUGUESA

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já
está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mes-
ma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante
do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia refle-
xiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem

2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto repre-
sentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em
geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados,
formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: A garota
penteou-me.

* Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do
sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular

Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. Existem
três modos:

Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso.


Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega!

Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo,
advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

44
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Infinitivo
1.1-) Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substan-
tivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.

1.2-) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

2-) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)

Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

* Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1- Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2 – Sim, senhora! Vou estar verificando!

Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.

3-) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o resul-
tado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos
saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.

45
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Tempos do Modo Indicativo


- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
- Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

2. Tempos do Modo Subjuntivo


- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.

Observação: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou de-
sejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

Observação: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se
ele vier à loja, levará as encomendas.
** Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Modo Indicativo

Presente do Indicativo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo


1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

46
LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

47
LÍNGUA PORTUGUESA

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de nú-
mero e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

48
LÍNGUA PORTUGUESA

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles
Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

* Observações:
- o verbo parecer admite duas construções:
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

- o verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

49
LÍNGUA PORTUGUESA

fontes de pesquisa: 3-) (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54. – VUNESP/2014) Considere o trecho a seguir.
php Já __________ alguns anos que estudos a respeito da
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- utilização abusiva dos smartphones estão sendo desen-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. volvidos. Os especialistas acreditam _________ motivos para
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- associar alguns comportamentos dos adolescentes ao uso
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: prolongado desses aparelhos, e _________ alertado os pais
Saraiva, 2010. para que avaliem a necessidade de estabelecer limites aos
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- seus filhos.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
pectivamente, com:
Questões sobre Verbo (A) faz … haver … têm
(B) fazem … haver … tem
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – (C) faz … haverem … têm
2014) A assertiva correta quanto à conjugação verbal é: (D) fazem … haverem … têm
A) Houveram eleições em outros países este ano. (E) faz … haverem … tem
B) Se eu vir você por aí, acabou.
C) Tinha chego atrasado vinte minutos. 3-) Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns
D) Fazem três anos que não tiro férias. anos que estudos a respeito da utilização abusiva dos
E) Esse homem possue muitos bens. smartphones estão sendo desenvolvidos. Os especialistas
acreditam HAVER (sentido de existir: não varia) motivos
1-) Correções à frente: para associar alguns comportamentos dos adolescentes ao
A) Houveram eleições em outros países este ano = uso prolongado desses aparelhos, e TÊM (concorda com o
houve termo “os especialistas”) alertado os pais para que avaliem
C) Tinha chego atrasado vinte minutos = tinha chegado a necessidade de estabelecer limites aos seus filhos.
D) Fazem três anos que não tiro férias = faz três anos Temos: faz, haver, têm.
RESPOSTA: “A”.
E) Esse homem possue muitos bens = possui
RESPOSTA: “B”.
Vozes do Verbo
2-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a
FE/2014) Complete as lacunas com os verbos, tempos e
ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
modos indicados entre parênteses, fazendo a devida con-
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar
cordância.
que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três
• O juiz agrário ainda não _________ no conflito porque
as vozes verbais:
surgiram fatos novos de ontem para hoje. (intervir - preté-
rito perfeito do indicativo) - Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
• Uns poucos convidados ___________-se com os vídeos ação expressa pelo verbo:
postados no facebook. (entreter - pretérito imperfeito do
indicativo) Ele fez o tra-
• Representantes do PCRT somente serão aceitos na balho.
composição da chapa quando se _________ de criticar a sujeito agente ação objeto
atual diretoria do clube, (abster-se - futuro do subjuntivo) (paciente)
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A-) interveio - entretinham - abstiverem - Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a
B-) interviu - entretiveram - absterem ação expressa pelo verbo:
C-) intervém - entreteram - abstêm
D-) interviera - entretêm - abstiverem O trabalho foi feito p o r
E-) intervirá - entretenham - abstiveram ele.
sujeito paciente ação agente
da passiva
2-) O verbo “intervir” deve ser conjugado como o ver-
bo “vir”. Este, no pretérito perfeito do Indicativo fica “veio”, - Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
portanto, “interveio” (não existe “interviu”, já que ele não agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
deriva do verbo “ver”). Descartemos a alternativa B. Como
não há outro item com a mesma opção, chegamos à res-
posta rapidamente!
RESPOSTA: “A”.

50
LÍNGUA PORTUGUESA

O menino feriu-se. Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva

* Observação: não confundir o emprego reflexivo do Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
verbo com a noção de reciprocidade: tancialmente o sentido da frase.
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro) O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto
Formação da Voz Passiva
A apostila foi comprada pelo concurseiro.
A voz passiva pode ser formada por dois processos: (Voz Passiva)
analítico e sintético. Sujeito da Passiva Agente da Passi-
va
1- Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte ma-
neira: Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; o
sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ativo
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo: assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os Observe:
alunos pintarão a escola) - Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho) nos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
* Observação: o agente da passiva geralmente é acom- mestres.
panhado da preposição por, mas pode ocorrer a constru-
ção com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada - Eu o acompanharei.
de soldados. Ele será acompanhado por mim.
- Pode acontecer de o agente da passiva não estar ex- * Observação: quando o sujeito da voz ativa for inde-
plícito na frase: A exposição será aberta amanhã. terminado, não haverá complemento agente na passiva.
Por exemplo: Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma-
** Saiba que:
ção das frases seguintes:
- com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)
porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per-
ou agente-paciente.
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz
ativa)
Fontes de pesquisa:
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica- php
tivo) SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) Questões

2- Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICIÁ-
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, segui- RIO – FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida pelo
do do pronome apassivador “se”. Por exemplo: instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a:
Abriram-se as inscrições para o concurso. (A) que o instituto Endeavor traz;
Destruiu-se o velho prédio da escola. (B) que o instituto Endeavor trouxe;
(C) trazida pelo instituto Endeavor;
* Observação: o agente não costuma vir expresso na (D) que é trazida pelo instituto Endeavor;
voz passiva sintética. (E) que traz o instituto Endeavor.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa tere- Concordância Verbal
mos um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o tem-
po verbal no pretérito – assim como na passiva). É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
RESPOSTA: “B”. seu sujeito.

a) Sujeito Simples - Regra Geral


2-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014 - O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
adaptada) Ao passarmos a frase “...e É CONSIDERADO por em número e pessoa. Veja os exemplos:
muitos o maior maratonista de todos os tempos” para a A prova para ambos os cargos será aplicada
voz ativa, encontramos a seguinte forma verbal: às 13h.
A) consideravam. 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
B) consideram.
C) considerem. Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
D) considerarão. 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
E) considerariam.
Casos Particulares
2-) É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista
de todos os tempos = dois verbos na voz passiva, então na 1) Quando o sujeito é formado por uma expressão par-
ativa teremos UM: muitos o consideram o maior marato- titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a
nista de todos os tempos. maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de
RESPOSTA: “B”. um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar
no singular ou no plural.
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
3-) (TRT-16ª REGIÃO/MA - ANALISTA JUDICIÁRIO – Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2014) proposta.
Transpondo-se para a voz passiva a frase “vou glosar
uma observação de Machado de Assis”, a forma verbal re- Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
sultante deverá ser dos coletivos, quando especificados: Um bando de vânda-
(A) terei glosado los destruiu / destruíram o monumento.
(B) seria glosada
(C) haverá de ser glosada Observação: nesses casos, o uso do verbo no singular
(D) será glosada enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere
(E) terá sido glosada destaque aos elementos que formam esse conjunto.

3-) “vou glosar uma observação de Machado de Assis” 2) Quando o sujeito é formado por expressão que in-
– “vou glosar” expressa “glosarei”, então teremos na pas- dica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de,
siva: uma observação de Machado de Assis será glosada perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo con-
por mim. corda com o substantivo.
RESPOSTA: “D”. Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas
Olimpíadas.
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
Observação: quando a expressão “mais de um” asso-
ciar-se a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é
obrigatório: Mais de um colega se ofenderam na discussão.
Os concurseiros estão apreensivos. (ofenderam um ao outro)
Concurseiros apreensivos.
3) Quando se trata de nomes que só existem no plu-
No primeiro exemplo, o verbo estar encontra-se na ral, a concordância deve ser feita levando-se em conta a
terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve
os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreen- ficar no singular; com artigo no plural, o verbo deve ficar
sivos” está concordando em gênero (masculino) e núme- o plural.
ro (plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros. Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gê- Estados Unidos possui grandes universidades.
nero correspondem-se. Alagoas impressiona pela beleza das praias.
A correspondência de flexão entre dois termos é a con- As Minas Gerais são inesquecíveis.
cordância, que pode ser verbal ou nominal. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.

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LÍNGUA PORTUGUESA

4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou *Quando “um dos que” vem entremeada de substanti-
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, vo, o verbo pode:
quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de vós”, o verbo a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pes- o Estado de São Paulo. ( já que não há outro rio que faça o
soa do plural) ou com o pronome pessoal. mesmo).
Quais de nós são / somos capazes? b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? poluídos (noção de que existem outros rios na mesma con-
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino- dição).
vadoras.
8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
Observação: veja que a opção por uma ou outra forma verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém Vossa Excelência está cansado?
diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize- Vossas Excelências renunciarão?
mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não
ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo e 9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de
nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia. acordo com o numeral.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver Deu uma hora no relógio da sala.
no singular, o verbo ficará no singular. Deram cinco horas no relógio da sala.
Qual de nós é capaz? Soam dezenove horas no relógio da praça.
Algum de vós fez isso. Baterão doze horas daqui a pouco.

5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que Observação: caso o sujeito da oração seja a palavra re-
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve lógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
concordar com o substantivo. O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
25% do orçamento do país será destinado à Educação. Soa quinze horas o relógio da matriz.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do
prefeito. 10) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
1% do eleitorado aceita a mudança. sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular. São
1% dos alunos faltaram à prova. verbos impessoais: Haver no sentido de existir; Fazer indi-
cando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da nature-
Quando a expressão que indica porcentagem não é za. Exemplos:
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o nú- Havia muitas garotas na festa.
mero. Faz dois meses que não vejo meu pai.
25% querem a mudança. Chovia ontem à tarde.
1% conhece o assunto.
b) Sujeito Composto
Se o número percentual estiver determinado por artigo
ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com eles: 1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo,
Os 30% da produção de soja serão exportados. a concordância se faz no plural:
Esses 2% da prova serão questionados. Pai e filho conversavam longamente.
Sujeito
6) O pronome “que” não interfere na concordância; já o
“quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do singular. Pais e filhos devem conversar com frequência.
Fui eu que paguei a conta. Sujeito
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida. 2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra-
Sou eu quem faz a prova. maticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte ma-
Não serão eles quem será aprovado. neira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece sobre a
segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece sobre a
7) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu- terceira (eles). Veja:
mir a forma plural. Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan- Primeira Pessoa do Plural (Nós)
taram os poetas.
Este candidato é um dos que mais estudaram! Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós)
Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos
que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular: Pais e filhos precisam respeitar-se.
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Nem uma das que me escreveram mora aqui.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observação: quando o sujeito é composto, formado 5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”,
por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um
(ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do mesmo grau de importância e a palavra “com” tem sentido
plural (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no muito próximo ao de “e”.
lugar de “tomaríeis”. O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, para o próximo semestre.
passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em O professor com o aluno questionaram as regras.
vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o
verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do su- Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a
jeito mais próximo. ideia é enfatizar o primeiro elemento.
Faltaram coragem e competência. O pai com o filho montou o brinquedo.
Faltou coragem e competência. O governador com o secretariado traçou os planos para
Compareceram todos os candidatos e o banca. o próximo semestre.
O professor com o aluno questionou as regras.
Compareceu o banca e todos os candidatos.
Observação: com o verbo no singular, não se pode
4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân-
falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez
cia é feita no plural. Observe:
que as expressões “com o filho” e “com o secretariado” são
Abraçaram-se vencedor e vencido. adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. houvesse uma inversão da ordem. Veja:
“O pai montou o brinquedo com o filho.”
Casos Particulares “O governador traçou os planos para o próximo semes-
tre com o secretariado.”
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos “O professor questionou as regras com o aluno.”
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular.
Descaso e desprezo marca seu comportamento. *Casos em que se usa o verbo no singular:
A coragem e o destemor fez dele um herói. Café com leite é uma delícia!
O frango com quiabo foi receita da vovó.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
dispostos em gradação, verbo no singular: 6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segun- pressões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não so-
do me satisfaz. mente”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o
verbo ficará no plural.
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de acor- Nordeste.
do com o valor semântico das conjunções: Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a no-
Drummond ou Bandeira representam a essência da poe- tícia.
sia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. 7) Quando os elementos de um sujeito composto são
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi- feita com esse termo resumidor.
ção”. Já em: Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Juca ou Pedro será contratado.
na vida das pessoas.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim-
píada.
Outros Casos
* Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no 1) O Verbo e a Palavra “SE”
singular. Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas
de particular interesse para a concordância verbal:
4) Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. b) quando é partícula apassivadora.
Um ou outro compareceu à festa. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
Nem um nem outro saiu do colégio. acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e
de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na ter-
Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no ceira pessoa do singular:
singular: Um e outro farão/fará a prova. Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver- c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito,
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular:
verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Construiu-se um posto de saúde. Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Construíram-se novos postos de saúde. Duas semanas de férias é muito para mim.
Aqui não se cometem equívocos
Alugam-se casas. d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o
** Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivadora verbo.
ou índice de indeterminação do sujeito, tente transformar No meu setor, eu sou a única mulher.
a frase para a voz passiva. Se a frase construída for “com- Aqui os adultos somos nós.
preensível”, estaremos diante de uma partícula apassivado-
ra; se não, o “se” será índice de indeterminação. Veja: Observação: sendo ambos os termos (sujeito e pre-
Precisa-se de funcionários qualificados. dicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo
Tentemos a voz passiva: concorda com o pronome sujeito.
Funcionários qualificados são precisados (ou precisos)? Eu não sou ela.
Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de inde- Ela não é eu.
terminação do sujeito.
Agora: e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido par-
Vendem-se casas. titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta! SER concordará com o predicativo.
Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu A grande maioria no protesto eram jovens.
passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per- O resto foram atitudes imaturas.
cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).
2) O Verbo “Ser” 3) O Verbo “Parecer”
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- a) Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.
sujeito.
b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
Quando o sujeito ou o predicativo for: sofre flexão:
As crianças parece gostarem do desenho.
a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho as
concorda com a pessoa gramatical: crianças)
Ele é forte, mas não é dois.
Fernando Pessoa era vários poetas. Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
A esperança dos pais são eles, os filhos. CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração
b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no subordinada substantiva subjetiva).
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural: Concordância Nominal
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros! A concordância nominal se baseia na relação entre
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
Quando o verbo SER indicar ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
a) horas e distâncias, concordará com a expressão normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
numérica: termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
É uma hora. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
São quatro horas. seguintes regras gerais:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilôme- 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando
tros. se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas denun-
ciavam o que sentia.
b) datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
estar expressa ou subentendida: 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a
Hoje é dia 26 de agosto. concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
Hoje são 26 de agosto. xão nos seguintes casos:

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LÍNGUA PORTUGUESA

a) Adjetivo anteposto aos substantivos: ** Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se
- O adjetivo concorda em gênero e número com o a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de advérbio,
substantivo mais próximo. portanto, invariável; se houver coerência com o segundo,
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. função de adjetivo, então varia:
Encontramos caída a roupa e os prendedores. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Encontramos caído o prendedor e a roupa. Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad-
vérbio
- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa-
rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. ** Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descansan-
do)
b) Adjetivo posposto aos substantivos: 7) Quando um único substantivo é modificado por dois
- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as cons-
ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural se truções:
houver substantivo feminino e masculino). a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espanhola
A indústria oferece atendimento e localização perfeita. e a portuguesa.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e portu-
Observação: os dois últimos exemplos apresentam guesa.
maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se
refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi Casos Particulares
flexionado no plural masculino, que é o gênero predomi-
nante quando há substantivos de gêneros diferentes. É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
mitido
- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
jetivo fica no singular ou plural. a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um
A beleza e a inteligência feminina(s). adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem
O carro e o iate novo(s). possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo).
É proibido entrada de crianças.
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: Em certos momentos, é necessário atenção.
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substan- No verão, melancia é bom.
tivo não for acompanhado de nenhum modificador: Água É preciso cidadania.
é bom para saúde. Não é permitido saída pelas portas laterais.

b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for b) Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
modificado por um artigo ou qualquer outro determinati- minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
vo: Esta água é boa para saúde. como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os Esta salada é ótima.
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as A educação é necessária.
muito felizes. São precisas várias medidas na educação.

5) Nas expressões formadas por pronome indefinido Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Qui-
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + te
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino sin-
gular: Os jovens tinham algo de misterioso. Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun- Seguem anexas as documentações requeridas.
ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a que A menina agradeceu: - Muito obrigada.
se refere: Muito obrigadas, disseram as senhoras.
Cristina saiu só. Seguem inclusos os papéis solicitados.
Cristina e Débora saíram sós. Estamos quites com nossos credores.

Observação: quando a palavra “só” equivale a “somen-


te” ou “apenas”, tem função adverbial, ficando, portanto,
invariável: Eles só desejam ganhar presentes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Bastante - Caro - Barato - Longe Questões

Estas palavras são invariáveis quando funcionam como 1-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA
advérbios. Concordam com o nome a que se referem quan- E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINIS-
do funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou nu- TRATIVO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar
merais. satisfeita com os resultados das negociações”, o adjetivo
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) estará corretamente empregado se dirigido a ministro de
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pro- Estado do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve
nome adjetivo) concordar com a locução pronominal de tratamento “Vossa
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) Excelência”.
As casas estão caras. (adjetivo) ( ) CERTO ( ) ERRADO
Achei barato este casaco. (advérbio)
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) 1-) Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo femi-
nino (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo
Meio - Meia masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O
pronome de tratamento é apenas a maneira de como tratar
a) A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, a autoridade, não concordando com o gênero (o pronome
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi de tratamento, apenas).
meia porção de polentas. RESPOSTA: “ERRADO”.
b) Quando empregada como advérbio permanece in- 2-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO
variável: A candidata está meio nervosa. RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IA-
DES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos destacados
** Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no elevador”,
saberei que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A
fossem empregados, respectivamente, Esquecer e gostar, a
candidata está um pouco nervosa”.
nova redação, de acordo com as regras sobre regência ver-
bal e concordância nominal prescritas pela norma-padrão,
Alerta - Menos
deveria ser
(A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador.
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
(B) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador.
sempre invariáveis.
(C) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no eleva-
Os concurseiros estão sempre alerta.
dor.
Não queira menos matéria!
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no eleva-
* Tome nota! dor.
Não variam os substantivos que funcionam como ad- (E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no elevador.
jetivos:
Bomba – notícias bomba 2-) O verbo “esquecer” pede objeto direto; “gostar”, in-
Chave – elementos chave direto (com preposição): Esqueço os filmes dos quais não
Monstro – construções monstro gosto.
Padrão – escola padrão RESPOSTA: “E”.

Fontes de pesquisa: 3-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) Considerada a


http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49. substituição do segmento grifado pelo que está entre pa-
php rênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá perma-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- necer no singular está em:
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: (A) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pes-
Saraiva, 2010. quisadores)
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- (B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. ruína dessa sociedade... (as mudanças do clima)
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- (C) No sistema havia também uma estação... (várias es-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. tações)
(D) ... a civilização maia da América Central tinha um
método sustentável de gerenciamento da água. (os povos
que habitavam a América Central)
(E) Um estudo publicado recentemente mostra que a
civilização maia... (Estudos como o que acabou de ser pu-
blicado).

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LÍNGUA PORTUGUESA

3-) 1-) Verbos Intransitivos


(A) ... disse (disseram) (os pesquisadores)
(B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu (con- Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
tribuíram) (as mudanças do clima) importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
(C) No sistema havia (várias estações) = permanecerá aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
no singular - Chegar, Ir
(D) ... a civilização maia da América Central tinha (ti- Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
nham) (os povos que habitavam a América Central) biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
(E) Um estudo publicado recentemente mostra (mos- indicar destino ou direção são: a, para.
tram) (Estudos como o que acabou de ser publicado). Fui ao teatro.
RESPOSTA: “C”. Adjunto Adverbial de Lugar

Ricardo foi para a Espanha.


Adjunto Adverbial de Lugar
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
- Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
em ou a.
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome último jogo.
(regência nominal) e seus complementos.
2-) Verbos Transitivos Diretos
Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
Os verbos transitivos diretos são complementados por
A regência verbal estuda a relação que se estabelece objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
entre os verbos e os termos que os complementam (obje- para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos
adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regência, o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes
o que corresponde à diversidade de significados que estes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver-
verbos podem adquirir dependendo do contexto em que bais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
forem empregados. formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, con- lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
tentar. São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agra- donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar,
do ou prazer”, satisfazer. admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar,
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agra- castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender,
dar a alguém”. eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar,
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Saiba que: Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
O conhecimento do uso adequado das preposições é como o verbo amar:
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver- Amo aquele rapaz. / Amo-o.
bal (e também nominal). As preposições são capazes de Amo aquela moça. / Amo-a.
modificar completamente o sentido daquilo que está sen- Amam aquele rapaz. / Amam-no.
do dito. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô. Observação: os pronomes lhe, lhes só acompanham
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se- esses verbos para indicar posse (caso em que atuam como
gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. adjuntos adnominais):
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
A voluntária distribuía leite às crianças. Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car-
A voluntária distribuía leite com as crianças. reira)
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (obje- mor)
to indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto
(objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial). 3-) Verbos Transitivos Indiretos

Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos Os verbos transitivos indiretos são complementados
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes gem uma preposição para o estabelecimento da relação de
formas em frases distintas. regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-

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LÍNGUA PORTUGUESA

ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são Informar
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- Informe os novos preços aos clientes.
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos preços)
lhe, lhes.
- Na utilização de pronomes como complementos, veja
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: as construções:
- Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo- Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
iguais para todos. bre eles)
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complemen- Observação: a mesma regência do verbo informar é
tos introduzidos pela preposição “a”:
usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientifi-
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
car, prevenir.
Eles desobedeceram às leis do trânsito.

- Responder - Tem complemento introduzido pela pre- Comparar


posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
quem” ou “ao que” se responde. preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
Respondi ao meu patrão. indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de
Respondemos às perguntas. uma criança.
Respondeu-lhe à altura.
Pedir
Observação: o verbo responder, apesar de transitivo Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
voz passiva analítica: pessoa.
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. Pedi-lhe favores.
Objeto Indireto Objeto Direto
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
tos introduzidos pela preposição “com”. Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
Antipatizo com aquela apresentadora.
Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
Simpatizo com os que condenam os políticos que gover-
tantiva Objetiva Direta
nam para uma minoria privilegiada.

4-) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos Saiba que:


- A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa- gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua
nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta- culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra
que, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São verbos licença estiver subentendida.
que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
indireto relacionado a pessoas.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
Agradeço aos ouvintes a audiência. uma oração subordinada adverbial final reduzida de infiniti-
Objeto Indireto Objeto Direto vo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).

Paguei o débito ao cobrador. Preferir


Objeto Direto Objeto Indireto Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in-
direto introduzido pela preposição “a”:
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
com particular cuidado:
Prefiro trem a ônibus.
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. Observação: na língua culta, o verbo “preferir” deve
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito,
Paguei minhas contas. / Paguei-as. antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Mudança de Transitividade - Mudança de Signifi- CHAMAR


cado - Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
solicitar a atenção ou a presença de.
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi- Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha-
dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen- má-la.
to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin- Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
guístico muito importante, pois além de permitir a correta
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades - Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predi-
estão: cativo preposicionado ou não.
A torcida chamou o jogador mercenário.
AGRADAR A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário.
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
nhos, acariciar, fazer as vontades de.
Sempre agrada o filho quando.
- Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
Aquele comerciante agrada os clientes.
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar CUSTAR
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento in- - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
troduzido pela preposição “a”. valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
O cantor não agradou aos presentes. Frutas e verduras não deveriam custar muito.
O cantor não lhes agradou.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
*O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto: ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração re-
O cantor desagradou à plateia. duzida de infinitivo.

ASPIRAR Muito custa viver tão longe da família.


- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi- Verbo Intransitivo Oração Subordinada
rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Custou-me (a mim) crer nisso.
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi- Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
rávamos a ele) tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

* Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes- *A Gramática Normativa condena as construções que
soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. pessoa: Custei para entender o problema. = Forma
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= As- correta: Custou-me entender o problema.
piravam a ela)
IMPLICAR
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
ASSISTIR
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
implicavam um firme propósito.
tar assistência a, auxiliar.
b) ter como consequência, trazer como consequência,
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
- Como transitivo direto e indireto, significa compro-
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
ciar, estar presente, caber, pertencer. econômicas.
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões. * No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
Essa lei assiste ao inquilino. indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem
não trabalhasse arduamente.
*No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in-
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de NAMORAR
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa - Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
conturbada cidade. anos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

OBEDECER - DESOBEDECER Há uma construção em que a coisa esquecida ou lem-


- Sempre transitivo indireto: brada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
Todos obedeceram às regras. alteração de sentido. É uma construção muito rara na lín-
Ninguém desobedece às leis. gua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de
*Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
PROCEDER Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter momentos é sujeito)
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto SIMPATIZAR - ANTIPATIZAR
adverbial de modo. - São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
As afirmações da testemunha procediam, não havia Não simpatizei com os jurados.
como refutá-las. Simpatizei com os alunos.
Você procede muito mal.
Importante: A norma culta exige que os verbos e ex-
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo- pressões que dão ideia de movimento sejam usados com
sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido a preposição “a”:
pela preposição “a”) é transitivo indireto. Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
O avião procede de Maceió. Cláudia desceu ao segundo andar.
Procedeu-se aos exames. Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
O delegado procederá ao inquérito.
Regência Nominal
QUERER
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter É o nome da relação existente entre um nome (subs-
vontade de, cobiçar. tantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
Querem melhor atendimento. nome. Essa relação é sempre intermediada por uma prepo-
Queremos um país melhor. sição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
estimar, amar: Quero muito aos meus amigos. um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos
nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
VISAR nomes correspondentes: todos regem complementos in-
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi- troduzidos pela preposição a. Veja:
rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo. Obedecer a algo/ a alguém.
O gerente não quis visar o cheque. Obediente a algo/ a alguém.

- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como Se uma oração completar o sentido de um nome, ou
objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”. seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
O ensino deve sempre visar ao progresso social. completiva nominal (subordinada substantiva).
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
público.

ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi-
nal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,


exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e
exigem complemento com a preposição “de”. São, portan-
to, transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: para-
lela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Questões

1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta da
língua quanto à regência verbal.
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
B) Eu esqueci do seu nome.
C) Você assistiu à cena toda?
D) Ele chegou na oficina pela manhã.
E) Sempre obedeço as leis de trânsito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1-) 2) Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem


A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. = prefiro viajar lhe disse isso?
de ônibus a dirigir
B) Eu esqueci do seu nome. = Eu me esqueci do seu 3) Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto
nome se ofendem!
C) Você assistiu à cena toda? = correta
D) Ele chegou na oficina pela manhã. = Ele chegou à 4) Orações que exprimem desejo (orações optativas):
oficina pela manhã Que Deus o ajude.
E) Sempre obedeço as leis de trânsito. = Sempre obe-
deço às leis de trânsito 5) A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome
RESPOSTA: “C”. reto ou sujeito expresso:
Eu lhe entregarei o material amanhã.
2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP – Tu sabes cantar?
MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia o se-
guinte trecho para responder à questão. Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com verbo. A mesóclise é usada:
baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imuno-
lógica melhor a essa medida, similar _______________ . Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
A alternativa que completa, corretamente, o texto é: turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
(A) das mulheres precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
(B) às mulheres Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento
(C) com das mulheres em prol da paz no mundo.
(D) à das mulheres Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
(E) ao das mulheres lizará”:
realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma palavra
2-) Similar significa igual; sua regência equivale à da que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria. Veja:
palavra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (su- Não se realizará...
bentendido: resposta imunológica) das mulheres. Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
nessa viagem.
RESPOSTA: “D”.
(com presença de palavra que justifique o uso de pró-
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompanha-
ria nessa viagem).
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. A
ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem
possíveis:
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos
pronomes oblíquos átonos na frase. 1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
Quando eu avisar, silenciem-se todos.
* Dica: Pronome Oblíquo é aquele que exerce a função
de complemento verbal (objeto). Por isso, memorize: 2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não
OBlíquo = OBjeto! era minha intenção machucá-la.
Embora na linguagem falada a colocação dos prono-
mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas de- 3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se
vem ser observadas na linguagem escrita. inicia período com pronome oblíquo).
Vou-me embora agora mesmo.
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. A Levanto-me às 6h.
próclise é usada:
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que 4) Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: no concurso, mudo-me hoje mesmo!
a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém,
jamais, etc.: Não se desespere! 5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a pro-
b) Advérbios: Agora se negam a depor. posta fazendo-se de desentendida.
c) Conjunções subordinativas: Espero que me expliquem
tudo! Colocação pronominal nas locuções verbais
d) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se es- - após verbo no particípio = pronome depois do verbo
forçou. auxiliar (e não depois do particípio):
e) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportuni- Tenho me deliciado com a leitura!
dade. Eu tenho me deliciado com a leitura!
f) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. Eu me tenho deliciado com a leitura!

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LÍNGUA PORTUGUESA

- não convém usar hífen nos tempos compostos e nas 1-) Primeiramente identifiquemos se temos objeto di-
locuções verbais: reto ou indireto. Reconhece o quê? Resposta: a informali-
Vamos nos unir! dade. Pergunta e resposta sem preposição, então: objeto
Iremos nos manifestar. direto. Não utilizaremos “lhe” – que é para objeto indireto.
Como temos a presença do “que” – independente de sua
- quando há um fator para próclise nos tempos com- função no período (pronome relativo, no caso!) – a regra
postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pronome pede próclise (pronome oblíquo antes do verbo): que a re-
oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos preocupar conhecem.
(e não: “não nos vamos preocupar”). RESPOSTA: “A”.

Observações importantes: 2-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) A substitui-


ção do elemento grifado pelo pronome correspondente foi
Emprego de o, a, os, as realizada de modo INCORRETO em:
1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu
pronomes: o, a, os, as não se alteram. (B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os
Chame-o agora. (C) para fazer a dragagem = para fazê-la
Deixei-a mais tranquila. (D) que desviava a água = que lhe desviava
(E) supriam a necessidade = supriam-na
2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes
finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos: 2-)
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho. (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu = cor-
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa. reta
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os = correta
3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, (C) para fazer a dragagem = para fazê-la = correta
ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na, (D) que desviava a água = que lhe desviava = que a
nos, nas. desviava
Chamem-no agora. (E) supriam a necessidade = supriam-na = correta
Põe-na sobre a mesa. RESPOSTA: “D”.

* Dica: 3-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)


Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que significa cruzando os desertos do oeste da China − que con-
“antes”! Pronome antes do verbo! tornam a Índia − adotam complexas providências
Ênclise – “en”... lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, em In- Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
glês – que significa “fim, final!). Pronome depois do verbo! grifados acima foram corretamente substituídos por um
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do verbo pronome, respectivamente, em:
Pronome Oblíquo – função de objeto (A) os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as
(B) cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam
Fontes de pesquisa: (C) cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes
http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao- (D) cruzando-os - que a contornam - adotam-nas
-pronominal-.html (E) lhes cruzando - que contornam-a - as adotam
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. 3-) Não podemos utilizar “lhes”, que corresponde ao
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- objeto indireto (verbo “cruzar” pede objeto direto: cruzar
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: o quê?), portanto já desconsideramos as alternativas “B”
Saraiva, 2010. e “D”. Ao iniciarmos um parágrafo ( já que no enunciado
temos uma oração assim) devemos usar ênclise: (cruzan-
Questões do-os); na segunda oração temos um pronome relativo (dá
para substituirmos por “o qual”), o que nos obriga a usar
1-) (IBGE - SUPERVISOR DE PESQUISAS – ADMINIS- a próclise (que a contorna); “adotam” exige objeto direto
TRAÇÃO - CESGRANRIO/2014) Em “Há políticas que reco- (adotam quem ou o quê?), chegando à resposta: adotam-
nhecem a informalidade”, ao substituir o termo destacado -nas (quando o verbo terminar em “m” e usarmos um pro-
por um pronome, de acordo com a norma-padrão da lín- nome oblíquo direto, lembre-se do alfabeto: jklM – N!).
gua, o trecho assume a formulação apresentada em: RESPOSTA: “D”.
A) Há políticas que a reconhecem.
B) Há políticas que reconhecem-a.
C) Há políticas que reconhecem-na.
D) Há políticas que reconhecem ela.
E) Há políticas que lhe reconhecem.

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LÍNGUA PORTUGUESA

** Dica: Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou


CRASE A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Campinas. =
Volto de Campinas. (crase pra quê?)
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!)

A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especifica-
idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com do, ocorrerá crase. Veja:
o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos pro- Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
nomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais). Irei à Salvador de Jorge Amado.
Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo
acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às * A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s),
quais. aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re-
O uso do acento indicativo de crase está condicionado gente exigir complemento regido da preposição “a”.
aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e no- Entregamos a encomenda àquela menina.
minal, mais precisamente ao termo regente e termo regido. (preposição + pronome demonstrativo)
Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que exige
complemento regido pela preposição “a”, e o termo regido Iremos àquela reunião.
é aquele que completa o sentido do termo regente, admi- (preposição + pronome demonstrativo)
tindo a anteposição do artigo a(s).
Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela con- Sua história é semelhante às que eu ouvia quando crian-
tratada recentemente. ça. (àquelas que eu ouvia quando criança)
Após a junção da preposição com o artigo (destacados (preposição + pronome demonstrativo)
entre parênteses), temos: * A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave:
recentemente. - locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pres-
sas, à vontade...
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, clas- - locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura
sifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referi- de...
mos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o - locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome
demonstrativo aquela (àquela). * Cuidado: quando as expressões acima não exerce-
rem a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
Observação importante: Alguns recursos servem de Eu adoro a noite!
ajuda para que possamos confirmar a ocorrência ou não da Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
crase. Eis alguns: objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina preposição.
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a crase
está confirmada. Casos passíveis de nota:
Os dados foram solicitados à diretora.
Os dados foram solicitados ao diretor. *a crase é facultativa diante de nomes próprios femini-
nos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expres- *também é facultativa diante de pronomes possessivos
são “voltar da”, há a confirmação da crase. femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa.
Faremos uma visita à Bahia.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) *facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja ficará
aberta até as (às) dezoito horas.
Não me esqueço da viagem a Roma.
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja- * Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
mais vividos. tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão por
Atenção: Nas situações em que o nome geográfico se comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
apresentar modificado por um adjunto adnominal, a crase
está confirmada. * Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, observamos
praias. a queima de fogos a distância.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento
locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo,
arremessado à distância de cem metros. o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede, no
caso de o termo regente exigir a preposição.
- De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade -, Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia.
faz-se necessário o emprego da crase. *não ocorre crase antes de nome feminino utilizado em
Ensino à distância. sentido genérico ou indeterminado:
Ensino a distância. Estamos sujeitos a críticas.
Refiro-me a conversas paralelas.
* Em locuções adverbiais formadas por palavras repeti-
das, não há ocorrência da crase. Fontes de pesquisa:
Ela ficou frente a frente com o agressor. http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-.
Eu o seguirei passo a passo. html
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Casos em que não se admite o emprego da crase: coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere-
* Antes de vocábulos masculinos. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
As produções escritas a lápis não serão corrigidas. Saraiva, 2010.
Esta caneta pertence a Pedro.
Questões
* Antes de verbos no infinitivo.
Ele estava a cantar. 1-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
Começou a chover. FE/2014) Assinale a alternativa que preenche corretamente
as lacunas da frase a seguir.
* Antes de numeral. Quando________ três meses disse-me que iria _________
O número de aprovados chegou a cem. Grécia para visitar ___ sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-
Faremos uma visita a dez países. -la _______ resgatar as milhas _________ quais tinha direito.
A-) a - há - à - à - às
Observação: B-) há - à - a - a – às
- Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio- C-) há - a - há - à - as
nando como uma locução adverbial feminina – ocorrerá D-) a - à - a - à - às
crase: Os passageiros partirão às dezenove horas. E-) a - a - à - há – as
- Diante de numerais ordinais femininos a crase está 1-) Quando HÁ (sentido de tempo) três meses disse-
confirmada, visto que estes não podem ser empregados
-me que iria À (“vou a, volto da, crase há!”) Grécia para
sem o artigo: As saudações foram direcionadas à primeira
visitar A (artigo) sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-la A
aluna da classe.
(ajudar “ela” a fazer algo) resgatar as milhas ÀS quais tinha
direito (tinha direito a quê? às milhas – regência nominal).
- Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quan-
Teremos: há, à, a, a, às.
do essa não se apresentar determinada: Chegamos todos
RESPOSTA: “B”.
exaustos a casa.
2-) (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO –
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto ad-
nominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos exaus- VUNESP/2014)
tos à casa de Marcela. A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de tra-
balho para proceder _____ medidas necessárias _____ exu-
- não há crase antes da palavra “terra”, quando essa mação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart,
indicar chão firme: Quando os navegantes regressaram a sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exumação de
terra, já era noite. Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente morreu
de causas naturais, ou seja, devido ____ uma parada cardía-
Contudo, se o termo estiver precedido por um deter- ca – que tem sido a versão considerada oficial até hoje –, ou
minante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. se sua morte se deve ______ envenenamento.
Paulo viajou rumo à sua terra natal. (http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,-
O astronauta voltou à Terra. governo-cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jan-
go,1094178,0.htm 07. 11.2013. Adaptado)
- não ocorre crase antes de pronomes que requerem o
uso do artigo. Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as la-
Os livros foram entregues a mim. cunas da frase devem ser completadas, correta e respecti-
Dei a ela a merecida recompensa. vamente, por

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LÍNGUA PORTUGUESA

(A) a ... à ... a ... a


(B) as ... à ... a ... à REGRAS DE ACENTUAÇÃO (NOVA
(C) às ... a ... à ... a ORTOGRAFIA)
(D) à ... à ... à ... a
(E) a ... a ... a ... à

2-) A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de ACENTUAÇÃO


trabalho para proceder a medidas (palavra no plural, ge-
neralizando) necessárias à (regência nominal pede prepo- Quanto à acentuação, observamos que algumas pala-
sição) exumação dos restos mortais do ex-presidente João vras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se
Goulart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exu- dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por
mação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presi- isso, vamos às regras!
dente morreu de causas naturais, ou seja, devido a uma
(artigo indefinido) parada cardíaca – que tem sido a versão Regras básicas – Acentuação tônica
considerada oficial até hoje –, ou se sua morte se deve a
(regência verbal) envenenamento. A / à / a / a A acentuação tônica está relacionada à intensidade
RESPOSTA: “A”. com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela
que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sí-
3-) (SABESP/SP – ADVOGADO – FCC/2014) laba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fizeram intensidade, são denominadas de átonas.
uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga cidade
de Tikal, na Guatemala. De acordo com a tonicidade, as palavras são classifica-
O a empregado na frase acima, imediatamente depois das como:
de chegar, deverá receber o sinal indicativo de crase caso o
segmento grifado seja substituído por: Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
(A) Uma tal ilação. a última sílaba. Ex.: café – coração – Belém – atum – caju –
(B) Afirmações como essa. papel
(C) Comprovação dessa assertiva.
(D) Emitir uma opinião desse tipo. Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai
(E) Semelhante resultado. na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – sapato
– passível
3-)
(A) Uma tal ilação – chegar a uma (não há acento grave Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está
antes de artigo) na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano
(B) Afirmações como essa – chegar a afirmações (antes – médico – ônibus
de palavra no plural e o “a” no singular)
(C) Comprovação dessa assertiva – chegar à compro- Há vocábulos que possuem mais de uma sílaba, mas
vação em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente:
(D) Emitir uma opinião desse tipo – chegar a emitir são os chamados monossílabos.
(verbo no infinitivo)
(E) Semelhante resultado – chegar a semelhante (pala- Os acentos
vra masculina)
RESPOSTA: “C”. acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e “i”,
“u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras represen-
tam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público.
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre
aberto: herói – médico – céu (ditongos abertos).
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”,
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: tâma-
ra – Atlântico – pêsames – supôs .
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a”
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmen-
te abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em
palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülle-
riano (de Müller)
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo-
gais nasais: oração – melão – órgão – ímã

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LÍNGUA PORTUGUESA

Regras fundamentais Os demais casos de acento diferencial não são mais


utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substantivo),
Palavras oxítonas: pelo (preposição). Seus significados e classes gramaticais
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, são definidos pelo contexto.
“o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci- Polícia para o trânsito para realizar blitz. = o primeiro
pó(s) – Belém. “para” é verbo; o segundo, preposição (com relação de fi-
nalidade).
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos: ** Quando, na frase, der para substituir o “por” por
- Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se- “colocar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
guidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há “pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: Faço isso por
- Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, você. / Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo
Regra do Hiato:
Paroxítonas:
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, for a se-
- i, is: táxi – lápis – júri gunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá
- us, um, uns: vírus – álbuns – fórum acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
- l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax – Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan-
fórceps do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, Lu-iz,
- ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos sa-ir, ju-iz
- ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estive-
não de “s”: água – pônei – mágoa – memória rem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
** Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Re-
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
pare que esta palavra apresenta as terminações das paro-
xítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =
fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização! Observação importante:

Regras especiais: Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos abertos), hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas):
que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com
a nova regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas. Antes Agora
** Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos esti-
verem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) bocaiúva bocaiuva
ainda são acentuados: dói, escarcéu. feiúra feiura
Sauípe Sauipe
Antes Agora
assembléia assembleia O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abo-
lido:
idéia ideia
geléia geleia
Antes Agora
jibóia jiboia
crêem creem
apóia (verbo apoiar) apoia
lêem leem
paranóico paranoico
vôo voo
Acento Diferencial enjôo enjoo

Representam os acentos gráficos que, pelas regras de ** Dica: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos
acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para di- que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais
ferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras e/ acento como antes: CRER, DAR, LER e VER.
ou tempos verbais. Por exemplo:
Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito Repare:
de Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indicati- 1-) O menino crê em você. / Os meninos creem em você.
vo do mesmo verbo). 2-) Elza lê bem! / Todas leem bem!
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas: 3-) Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que os
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada, garotos deem o recado!
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
4-) Rubens vê tudo! / Eles veem tudo!
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à 2-) (SEFAZ/RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL
tarde! – FUNDATEC/2014 - adaptada)
As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, Analise as afirmações que são feitas sobre acentuação
com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou gráfica.
“i” não serão mais acentuadas: I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
portuguesa.
Antes Depois
II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vários’
apazigúe (apaziguar) apazigue e ‘país’ não é a mesma.
averigúe (averiguar) averigue III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente.
IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em si-
argúi (arguir) argui tuação de uso, quanto à flexão de número.
Quais estão corretas?
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa A) Apenas I e III.
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo B) Apenas II e IV.
vir) C) Apenas I, II e IV.
D) Apenas II, III e IV.
A regra prevalece também para os verbos conter, obter, E) I, II, III e IV.
reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles
obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm. 2-)
I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
Fontes de pesquisa: seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao. portuguesa = teremos “transito” e “especifico” – serão ver-
htm bos (correta)
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vários’
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. e ‘país’ não é a mesma = vários é paroxítona terminada em
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- ditongo; país é a regra do hiato (correta)
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente = há um
Saraiva, 2010. hiato, por isso a acentuação (da - í) = incorreta.
IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em si-
Questões tuação de uso, quanto à flexão de número = “vêm” é utiliza-
do para a terceira pessoa do plural (correta)
1-) (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – AUDITOR FISCAL RESPOSTA: “C”.
TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – CETRO/2014 - adaptada) Assina-
le a alternativa que contém duas palavras acentuadas con- ORTOGRAFIA
forme a mesma regra.
(A) “Hambúrgueres” e “repórter”. A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta
(B) “Inacreditáveis” e “repórter”. grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem ter
(C) “Índice” e “dólares”. as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são gra-
(D) “Inacreditáveis” e “atribuídos”. fados segundo acordos ortográficos.
(E) “Atribuídos” e “índice”. A maneira mais simples, prática e objetiva de apren-
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras,
1-) familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é
(A) “Hambúrgueres” = proparoxítona / “repórter” = pa- necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e,
roxítona em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti-
(B) “Inacreditáveis” = paroxítona / “repórter” = paroxí- mologia (origem da palavra).
tona
(C) “Índice” = proparoxítona / “dólares” = proparoxítona Regras ortográficas
(D) “Inacreditáveis” = paroxítona / “atribuídos” = regra
do hiato O fonema s
(E) “Atribuídos” = regra do hiato / “índice” = proparo-
xítona S e não C/Ç
RESPOSTA: “B”.
palavras substantivadas derivadas de verbos com radi-
cais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pretensão /
expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inver-
são / aspergir - aspersão / submergir - submersão / divertir
- diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório /
repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
sentir - sensível / consentir – consensual.

69
LÍNGUA PORTUGUESA

SS e não C e Ç Exceção: lápis + inho – lapisinho.

nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem O fonema j


em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou
-meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir G e não J
- admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir -
percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / com- palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, ges-
prometer - compromisso / submeter – submissão. so.
estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim.
*quando o prefixo termina com vogal que se junta com terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com pou-
a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé- cas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge.
trico / re + surgir – ressurgir.
*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem- Exceção: pajem.
plos: ficasse, falasse.
terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio,
C ou Ç e não S e SS litígio, relógio, refúgio.
verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir,
vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar. mugir.
vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Ju- depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur-
çara, caçula, cachaça, cacique.
gir.
sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
depois da letra “a”, desde que não seja radical termina-
uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,
do com j: ágil, agente.
esperança, carapuça, dentuço.
nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / de-
ter - detenção / ater - atenção / reter – retenção. J e não G
após ditongos: foice, coice, traição.
palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r): palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção. palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia,
manjerona.
O fonema z palavras terminadas com aje: ultraje.

S e não Z O fonema ch

sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs- X e não CH


tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa. palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi,
sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamor- xucro.
fose. palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, lagar-
formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, qui- tixa.
seste. depois de ditongo: frouxo, feixe.
nomes derivados de verbos com radicais terminados depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval.
em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender -
empresa / difundir – difusão. Exceção: quando a palavra de origem não derive de
diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Lui- outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
sinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho. CH e não X
após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa.
verbos derivados de nomes cujo radical termina com palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi,
“s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar – pesquisar. mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
Z e não S
As letras “e” e “i”
sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo:
Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com
macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza.
sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori- “i”, só o ditongo interno cãibra.
gem não termine com s): final - finalizar / concreto – con- verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são
cretizar. escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos com
consoante de ligação se o radical não terminar com “s”: “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói,
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal possui, contribui.

70
LÍNGUA PORTUGUESA

* Atenção para as palavras que mudam de sentido 2. Em palavras compostas por espécies botânicas e
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (super- zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora-
fície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) -menina, erva-doce, feijão-verde.
/ emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estân-
cia, que anda a pé), pião (brinquedo). 3. Nos compostos com elementos além, aquém, re-
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém-
* Dica: -casado.
- Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à ortografia
de uma palavra, há a possibilidade de consultar o Vocabu- 4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
lário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), elaborado mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo
pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de referência
uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de-
até mesmo para a criação de dicionários, pois traz a grafia
-meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará.
atualizada das palavras (sem o significado). Na Internet, o
endereço é www.academia.org.br.
5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio-
Informações importantes -Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações
- Formas variantes são formas duplas ou múltiplas, equi- históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, etc.
valentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/relampar/
relampadar. 6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su-
- Os símbolos das unidades de medida são escritos sem per- quando associados com outro termo que é iniciado
ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plural, sem por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc.
espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km, 120km/h.
Exceção para litro (L): 2 L, 150 L. 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor,
- Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito.
haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min,
14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
quatro segundos). pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.
- O símbolo do real antecede o número sem espaço:
R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra-
vertical ($).
ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
Fontes de pesquisa:
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/orto- 10. Nas formações em que o prefixo tem como se-
grafia gundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático,
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- geo--história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar,
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. super-homem.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo
Saraiva, 2010. termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro-
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação -ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
** O hífen é suprimido quando para formar outros ter-
Hífen mos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.

O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para Lembrete da Zê!


ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi- Ao separar palavras na translineação (mudança de li-
dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos nha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por
(ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti-
translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se-
-inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima
parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro).
linha escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as linhas).
Uso do hífen que continua depois da Reforma Or-
tográfica: Não se emprega o hífen:

1. Em palavras compostas por justaposição que formam 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
para formarem um novo significado: tio-avô, porto-ale- “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antir-
grense, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda- -fei- religioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia,
ra, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, microrradiografia, etc.
azul-escuro.

71
LÍNGUA PORTUGUESA

2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre- Questões


fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoes- 1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS –
trada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoes- 2014) De acordo com a nova ortografia, assinale o item em
cola, infraestrutura, etc. que todas as palavras estão corretas:
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.
3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos B) supracitado – semi-novo – telesserviço.
“dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” inicial: de- C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
sumano, inábil, desabilitar, etc. D) contrarregra – autopista – semi-aberto.
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.
4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o
segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobriga- 1-) Correção:
ção, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc. A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo
5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi-
de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedis- droelétrica, ultrassom
ta, etc. D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = in-
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei- fraestrutura
to, benquerer, benquerido, etc. RESPOSTA: “A”.
2-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS –
- Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas corres- 2014) De acordo com a nova ortografia, assinale o item em
pondentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte, que todas as palavras estão corretas:
não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado, A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.
pressuposto, propor. B) supracitado – semi-novo – telesserviço.
- Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccio- C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
so, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre- D) contrarregra – autopista – semi-aberto.
-humano, super-realista, alto-mar. E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.
- Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante, 2-) Correção:
ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus, A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta
autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi. B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi-
Fontes de pesquisa: droelétrica, ultrassom
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or- D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto
tografia E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- trutura
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. RESPOSTA: “A”.

72
MATEMÁTICA

Operações com números reais. ......................................................................................................................................................................... 01


Mínimo múltiplo comum e máximo divisor comum.................................................................................................................................. 06
Razão e proporção................................................................................................................................................................................................... 10
Porcentagem.............................................................................................................................................................................................................. 14
Regra de três simples e composta..................................................................................................................................................................... 18
Média aritmética simples e ponderada........................................................................................................................................................... 21
Juros simples.............................................................................................................................................................................................................. 27
Equação do 1º e 2º graus. Sistema de equação do 1º grau.................................................................................................................... 30
Relação entre grandezas: tabelas e gráficos.................................................................................................................................................. 36
Sistemas de medidas usuais................................................................................................................................................................................. 43
Noções de geometria: forma, perímetro, área, volume, ângulo, teorema de Pitágoras.............................................................. 47
Raciocínio lógico....................................................................................................................................................................................................... 66
Estruturas lógicas;..................................................................................................................................................................................................... 66
Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões;....................................................................................... 66
Lógica sentencial ou proposicional: ................................................................................................................................................................. 66
Proposições simples e compostas;.................................................................................................................................................................... 66
Tabelas-verdade........................................................................................................................................................................................................ 77
Equivalências;............................................................................................................................................................................................................. 77
Leis de Morgan;......................................................................................................................................................................................................... 81
Diagramas lógicos;................................................................................................................................................................................................... 84
Lógica de primeira ordem; .................................................................................................................................................................................. 84
Princípios de contagem e probabilidade;....................................................................................................................................................... 90
Operações com conjuntos; .................................................................................................................................................................................. 97
Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos e geométricos. .............................................................................................103
Resolução de soluções problema....................................................................................................................................................................103
MATEMÁTICA

OPERAÇÕES COM NÚMEROS REAIS.


Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x∈R|a<x≤b}
Números Reais INTERVALOS IIMITADOS

Semirreta esquerda, fechada de origem b- números


reais menores ou iguais a b.

Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x∈R|x≤b}

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números


reais menores que b.

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}
Fonte: www.estudokids.com.br
Semirreta direita, fechada de origem a – números reais
Representação na reta maiores ou iguais a a.

Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x≥a}

Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais


maiores que a.
INTERVALOS LIMITADOS
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou
iguais a e menores do que b ou iguais a b.
Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}
Intervalo:[a,b]
Conjunto: {x∈R|a≤x≤b} Potenciação
Multiplicação de fatores iguais
Intervalo aberto – números reais maiores que a e me-
nores que b. 2³=2.2.2=8

Casos
Intervalo:]a,b[ 1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Conjunto:{x∈R|a<x<b}

Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores


que a ou iguais a a e menores do que b.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio


Intervalo:{a,b[ número.
Conjunto {x∈R|a≤x<b}
Intervalo fechado à direita – números reais maiores que
a e menores ou iguais a b.

1
MATEMÁTICA

3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, 4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores eleva-
resulta em um número positivo. dos a um expoente, podemos elevar cada um a esse mes-
mo expoente.
(4.3)²=4².3²

5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente,


4) Todo número negativo, elevado ao expoente ím- podemos elevar separados.
par, resulta em um número negativo.

Radiciação
Radiciação é a operação inversa a potenciação
5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos pas-
sar o sinal para positivo e inverter o número que está na
base.

6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o Técnica de Cálculo
valor do expoente, o resultado será igual a zero. A determinação da raiz quadrada de um número torna-
-se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado em
números primos. Veja:

Propriedades

1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de


mesma base, repete-se a base e soma os expoentes.

Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mes- 64=2.2.2.2.2.2=26


ma base. Conserva-se a base e subtraem os expoentes.
Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “ti-
Exemplos: ra-se” um e multiplica.
96 : 92 = 96-2 = 94

Observe: 1 1
1

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e mul-


3.5 = (3.5) = 3 .5 = 3. 5
2 2 2

tiplica-se os expoentes.
Exemplos: De modo geral, se
(52)3 = 52.3 = 56
a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,
então:

n
a.b = n a .n b

2
MATEMÁTICA

O radical de índice inteiro e positivo de um produto Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.
indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
dos fatores do radicando.

Raiz quadrada de frações ordinárias


1 1
2 2 2 2 2
2
=  = 1 =
3 3 3
Observe: 32

De modo geral, Caso tenha:

a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * ,
se
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.
então:
Racionalização de Denominadores
a na
n = Normalmente não se apresentam números irracionais
b nb com radicais no denominador. Ao processo que leva à eli-
minação dos radicais do denominador chama-se racionali-
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente zação do denominador.
indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi- 1º Caso:Denominador composto por uma só parcela
ce dos termos do radicando.

Raiz quadrada números decimais

Operações

2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

Operações

Multiplicação Devemos multiplicar de forma que obtenha uma dife-


rença de quadrados no denominador:

Exemplo

Divisão

Exemplo

Adição e subtração

3
MATEMÁTICA

QUESTÕES 05. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) As expres-


sões numéricas abaixo apresentam resultados que seguem
01. (Prefeitura de Salvador /BA - Técnico de Nível um padrão específico:
Superior II - Direito – FGV/2017) Em um concurso, há
150 candidatos em apenas duas categorias: nível superior 1ª expressão: 1 x 9 + 2
e nível médio.
Sabe-se que: 2ª expressão: 12 x 9 + 3

• dentre os candidatos, 82 são homens; 3ª expressão: 123 x 9 + 4


• o número de candidatos homens de nível superior é
igual ao de mulheres de nível médio; ...
• dentre os candidatos de nível superior, 31 são mu-
lheres. 7ª expressão: █ x 9 + ▲

O número de candidatos homens de nível médio é Seguindo esse padrão e colocando os números ade-
quados no lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª
(A) 42. expressão será
(B) 45.
(C) 48. (A) 1 111 111.
(D) 50. (B) 11 111.
(E) 52. (C) 1 111.
(D) 111 111.
02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária (E) 11 111 111.
- MSCONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda,
Isabella e José foram a uma prova de hipismo, na qual ga- 06. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Durante um
nharia o competidor que obtivesse o menor tempo final. treinamento, o chefe da brigada de incêndio de um prédio
A cada 1 falta seriam incrementados 6 segundos em seu comercial informou que, nos cinquenta anos de existência
tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria Eduarda fez do prédio, nunca houve um incêndio, mas existiram muitas
1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni fez situações de risco, felizmente controladas a tempo. Segun-
1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a do ele, 1/13 dessas situações deveu-se a ações criminosas,
colocação, é correto afirmar que o vencedor foi: enquanto as demais situações haviam sido geradas por di-
(A) José ferentes tipos de displicência. Dentre as situações de risco
(B) Isabella geradas por displicência,
(C) Maria Eduarda
(D) Raoni − 1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas inade-
quadamente;
03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - − 1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas;
MSCONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é: − 1/3 deveu-se a vazamentos de gás e
(A) 0,2222... − as demais foram geradas por descuidos ao cozinhar.
(B) 0,6666...
(C) 0,1616...
(D) 0,8888...
De acordo com esses dados, ao longo da existência
04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- desse prédio comercial, a fração do total de situações de
NESP/2017) Se, numa divisão, o divisor e o quociente são risco de incêndio geradas por descuidos ao cozinhar cor-
iguais, e o resto é 10, sendo esse resto o maior possível, responde à
então o dividendo é (A) 3/20.
(A) 131. (B) 1/4.
(B) 121. (C) 13/60.
(C) 120. (D) 1/5.
(D) 110. (E) 1/60.
(E) 101.

4
MATEMÁTICA

07. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni- 02. Resposta: D.


co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Assinale a Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o
alternativa que apresenta o valor da expressão vencedor.

03. Resposta: B.
Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração

(A) 1. X=0,4444....
(B) 2. 10x=4,444...
(C) 4. 9x=4
(D) 8.
(E) 16.

08. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV-


GO/2017)

Qual o resultado de ? 04. Resposta: A.


Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número
(A) 3 11 que é igua o quociente.
(B) 3/2 11x11=121+10=131
(C) 5
(D) 5/2 05. Resposta: E.
A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111
09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
sor – FGV/2017) Suponha que a # b signifique a - 2b . 06. Resposta: D.

Se 2#(1#N)=12 , então N é igual a:


(A) 1;
(B) 2;
(C) 3; Gerado por descuidos ao cozinhar:
(D) 4;
(E) 6.

10. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-


sor – FGV/2017) Uma equipe de trabalhadores de deter- Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1-
minada empresa tem o mesmo número de mulheres e de 1/13)
homens. Certa manhã, 3/4 das mulheres e 2/3 dos homens
dessa equipe saíram para um atendimento externo.

Desses que foram para o atendimento externo, a fração


de mulheres é 07.Resposta: C.
(A) 3/4;
(B) 8/9;
(C) 5/7;
(D) 8/13;
(E) 9/17.

RESPOSTAS
08. Resposta: D.
01.Resposta: B.
150-82=68 mulheres
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37
são de nível médio.
Portanto, há 37 homens de nível superior.
82-37=45 homens de nível médio.

5
MATEMÁTICA

09. Resposta: C. - O zero é múltiplo de qualquer número natural.


2-2(1-2N)=12
2-2+4N=12 Máximo Divisor Comum
4N=12 O máximo divisor comum de dois ou mais números natu-
N=3 rais não-nulos é o maior dos divisores comuns desses números.
Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, deve-
10. Resposta: E. mos seguir as etapas:
Como tem o mesmo número de homens e mulheres: • Decompor o número em fatores primos
• Tomar o fatores comuns com o menor expoente
• Multiplicar os fatores entre si.

Exemplo:
Dos homens que saíram:

Saíram no total

O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente.


m.d.c

Mínimo Múltiplo Comum


MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM E MÁXIMO O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais nú-
DIVISOR COMUM meros é o menor número, diferente de zero.
Para calcular devemos seguir as etapas:
• Decompor os números em fatores primos
• Multiplicar os fatores entre si
Múltiplos
Exemplo:
Um número é múltiplo de outro quando ao dividirmos
o primeiro pelo segundo, o resto é zero.
Exemplo

O conjunto de múltiplos de um número natural não-


-nulo é infinito e podemos consegui-lo multiplicando-se o Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos.
número dado por todos os números naturais. Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a
M(3)={0,3,6,9,12,...} divisão com algum dos números, não é necessário que os
dois sejam divisíveis ao mesmo tempo.
Divisores Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido,
continua aparecendo.
Os números 12 e 15 são múltiplos de 3, portanto 3 é
divisor de 12 e 15. Assim, o mmc
D(12)={1,2,3,4,6,12}
D(15)={1,3,5,15} Exemplo
Observações:
O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16
- Todo número natural é múltiplo de si mesmo. m, será revestido com ladrilhos quadrados, de mesma di-
- Todo número natural é múltiplo de 1. mensão, inteiros, de forma que não fique espaço vazio
- Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos entre ladrilhos vizinhos. Os ladrilhos serão escolhidos de
múltiplos. modo que tenham a maior dimensão possível.

6
MATEMÁTICA

Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá QUESTÕES


medir
(A) mais de 30 cm. 01. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-
(B) menos de 15 cm. NESP/2017) No depósito de uma loja de doces, há uma
(C) mais de 15 cm e menos de 20 cm. caixa contendo n bombons. Para serem vendidos, devem
(D) mais de 20 cm e menos de 25 cm. ser repartidos em pacotes iguais, todos com a mesma
(E) mais de 25 cm e menos de 30 cm. quantidade de bombons. Com os bombons dessa caixa,
podem ser feitos pacotes com 5, ou com 6, ou com 7 uni-
Resposta: A. dades cada um, e, nesses casos, não faltará nem sobrará
nenhum bombom. Nessas condições, o menor valor que
pode ser atribuído a n é
(A) 280.
(B) 265.
(C) 245.
(D) 230.
(E) 210.

02. (EMBASA – Agente Administrativo – IBFC/2017)


Considerando A o MDC (maior divisor comum) entre os nú-
Devemos achar o mdc para achar a maior medida pos- meros 24 e 60 e B o MMC (menor múltiplo comum) entre
sível os números 12 e 20, então o valor de 2A + 3B é igual a:
E são os fatores que temos iguais:25=32 (A) 72
(B) 156
Exemplo2 (C) 144
(D) 204
(MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016)
No aeroporto de uma pequena cidade chegam aviões de 03. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPEGO
três companhias aéreas. Os aviões da companhia A chegam /2017) Em um determinado zoológico, a girafa deve comer
a cada 20 minutos, da companhia B a cada 30 minutos e da a cada 4 horas, o leão a cada 5 horas e o macaco a cada
companhia C a cada 44 minutos. Em um domingo, às 7 ho- 3 horas. Considerando que todos foram alimentados às 8
ras, chegaram aviões das três companhias ao mesmo tem- horas da manhã de domingo, é correto afirmar que o fun-
po, situação que voltará a se repetir, nesse mesmo dia, às cionário encarregado deverá servir a alimentação a todos
(A) 16h 30min. concomitantemente às:
(B) 17h 30min. (A) 8 horas de segunda-feira.
(C) 18h 30min. (B) 14 horas de segunda-feira.
(D) 17 horas. (C) 10 horas de terça-feira.
(E) 18 horas. (D) 20 horas de terça-feira.
(E) 9 horas de quarta-feira.

04. (EMBASA – Assistente de Laboratório –


IBFC/2017) Um marceneiro possui duas barras de ferro,
uma com 1,40 metros de comprimento e outra com 2,45
metros de comprimento. Ele pretende cortá-las em barras
de tamanhos iguais, de modo que cada pedaço tenha a
Resposta: E. maior medida possível. Nessas circunstâncias, o total de
pedaços que o marceneiro irá cortar, utilizando as duas de
ferro, é:
Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660 (A) 9
(B) 11
1h---60minutos (C) 12
x-----660 (D) 13
x=660/60=11

Então será depois de 11horas que se encontrarão


7+11=18h

7
MATEMÁTICA

05. (TJM/SP - Escrevente Técnico Judiciário – VU- 09. (PREF. DE JAMBEIRO – Agente Administrativo –
NESP/2017) Em um pequeno mercado, o dono resolveu JOTA CONSULTORIA/2016) O MMC(120, 125, 130) é:
fazer uma promoção. Para tanto, cada uma das 3 caixas re- (A) 39000
gistradoras foi programada para acender uma luz, em inter- (B) 38000
valos de tempo regulares: na caixa 1, a luz acendia a cada (C) 37000
15 minutos; na caixa 2, a cada 30 minutos; e na caixa 3, a luz (D) 36000
acendia a cada 45 minutos. Toda vez que a luz de uma caixa (E) 35000
acendia, o cliente que estava nela era premiado com um des-
conto de 3% sobre o valor da compra e, quando as 3 luzes 10. (MPE/SP – Analista Técnico Científico – VU-
acendiam, ao mesmo tempo, esse desconto era de 5%. Se, NESP/2016) Pretende-se dividir um grupo de 216 pessoas,
exatamente às 9 horas de um determinado dia, as luzes das 3 sendo 126 com formação na área de exatas e 90 com for-
caixas acenderam ao mesmo tempo, então é verdade que o mação na área de humanas, em grupos menores contendo,
número máximo de premiações de 5% de desconto que esse obrigatoriamente, elementos de cada uma dessas áreas, de
mercado poderia ter dado aos seus clientes, das 9 horas às 21 modo que: (1) o número de grupos seja o maior possível;
horas e 30 minutos daquele dia, seria igual a (2) cada grupo tenha o mesmo número x de pessoas com
(A) 8. formação na área de exatas e o mesmo número y de pes-
(B) 10. soas com formação na área de humanas; e (3) cada uma
(C) 21. das 216 pessoas participe de um único grupo. Nessas con-
(D) 27. dições, e sabendo-se que no grupo não há pessoa com
(E) 33. ambas as formações, é correto afirmar que, em cada novo
grupo, a diferença entre os números de pessoas com for-
06. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – Agente Administrati- mação em exatas e em humanas, nessa ordem, será igual a
vo – MSCONCURSOS/2017) Sabendo que a sigla M.M.C. na (A) 1
matemática significa Mínimo Múltiplo Comum e que M.D.C. (B) 2
significa Máximo Divisor Comum, pergunta-se: qual o valor (C) 3
do M.M.C. de 6 e 8 dividido pelo M.D.C. de 30, 36 e 72? (D) 4
(A) 8 (E) 5
(B) 6
(C) 4
(D) 2 RESPOSTAS

07. (CELESC – Assistente Administrativo – FEPE- 01. Resposta: E.


SE/2016) Em uma excursão participam 120 homens e 160
mulheres. Em determinado momento é preciso dividir os
participantes em grupos formados somente por homens
ou somente por mulheres, de maneira que os grupos te-
nham o mesmo número de integrantes.
Neste caso, o número máximo de integrantes em um
grupo é:
(A) 10.
(B) 15.
(C) 20. Mmc(5,6,7)=2⋅3⋅5⋅7=210
(D) 30.
(E) 40. 02. Resposta: E.

08. (PREF. DE GUARULHOS/SP – Assistente de Ges-


tão Escolar – VUNESP/2016) Para iniciar uma visita moni-
torada a um museu, 96 alunos do 8º ano e 84 alunos do 9º
ano de certa escola foram divididos em grupos, todos com
o mesmo número de alunos, sendo esse número o maior
possível, de modo que cada grupo tivesse somente alunos
de um único ano e que não restasse nenhum aluno fora
de um grupo. Nessas condições, é correto afirmar que o Para o cálculo do mdc, devemos multiplicar os comuns:
número total de grupos formados foi MDC(24,60)=2²⋅3=12
(A) 8.
(B) 12.
(C) 13.
(D) 15.
(E) 18.

8
MATEMÁTICA

Mmc(6,8)=24

Mmc(12,20)=2²⋅3⋅5=60 Mdc(30, 36, 72) =2x3=6


2A+3B=24+180=204 Portanto: 24/6=4

03. Resposta: D.
Mmc(3, 4, 5)=60
60/24=2 dias e 12horas
Como foi no domingo às 8h d amanhã, a próxima ali-
mentação será na terça às 20h.

07. Resposta: E.

MDC(120,160)=8x5=40
04. Resposta: B.
08. Resposta:B.
Mdc=5⋅7=35
140/35=4
245/35=7
Portanto, serão 11 pedaços.

05. Resposta: D.

MDC(84,96)=2²x3=12

09. Resposta: A.

Mmc(15, 30, 45)=90 minutos


Ou seja, a cada 1h30 minutos tem premiações.
Das 9 ate as 21h30min=12h30 minutos

9 vezes no total, pois as 9 horas acendeu.


Como são 3 premiações: 9x3=27

06. Resposta: C.
Mmc(120, 125, 130)=2³.3.5³.13=39000

10. Resposta: B.
O cálculo utilizado aqui será o MDC (Máximo Divisor
Comum)

9
MATEMÁTICA

Mdc(90, 125)=2.3²=18

Então teremos
126/18 = 7 grupos de exatas
90/18 = 5 grupos de humanas
A diferença é de 7-5=2

- eles são múltiplos de 2, pois terminam com números pares.


E são múltiplos de 3, lembrando que para ser múltiplo de 3, basta somar os números e ser múltiplo de 3.
36=3+6=9
90=9+0=9
162=1+6+2=9

RAZÃO E PROPORÇÃO

Razão

Chama-se de razão entre dois números racionais a e b, com b 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a para b
por a/b ou a : b.
Exemplo:
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25 moças. Encontre a razão entre o número de rapazes e o número
de moças. (lembrando que razão é divisão)

Proporção

Proporção é a igualdade entre duas razões. A proporção entre A/B e C/D é a igualdade:

Propriedade fundamental das proporções


Numa proporção:

Os números A e D são denominados extremos enquanto os números B e C são os meios e vale a propriedade: o produto
dos meios é igual ao produto dos extremos, isto é:
AxD=BxC

Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8, pois:

Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3 esteja em proporção com 4/6.

Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte forma:

10
MATEMÁTICA

Segunda propriedade das proporções Exemplo


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença Distância percorrida e combustível gasto
dos dois primeiros termos está para o primeiro, ou para
o segundo termo, assim como a soma ou a diferença dos Distância(km) Combustível(litros)
dois últimos termos está para o terceiro, ou para o quarto
termo. Então temos: 13 1
26 2

    39 3
52 4
  ou     
Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?
Diretamente proporcionais
Se eu dobro a distância, dobra o combustível

Ou Grandezas Inversamente Proporcionais

Duas grandezas variáveis dependentes são inversa-


mente proporcionais quando a razão entre os valores da
1ª grandeza é igual ao inverso da razão entre os valores
     ou    correspondentes da 2ª.
Quanto mais....menos...

   Exemplo
velocidadextempo a tabela abaixo:
Terceira propriedade das proporções
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença
Velocidade (m/s) Tempo (s)
dos antecedentes está para a soma ou a diferença dos con-
sequentes, assim como cada antecedente está para o seu 5 200
respectivo consequente. Temos então: 8 125
10 100
     16 62,5
20 50
ou    
Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo??
Inversamente proporcional
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela me-
tade.
Ou
Diretamente Proporcionais
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn di-
    
retamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um
sistema com n equações e n incógnitas, sendo as somas
ou  
X1+X2+...+Xn=M e p1+p2+...+pn=P.
   

Grandezas Diretamente Proporcionais


A solução segue das propriedades das proporções:
Duas grandezas variáveis dependentes são diretamen-
te proporcionais quando a razão entre os valores da 1ª
grandeza é igual a razão entre os valores correspondentes
da 2ª, ou de uma maneira mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais....

11
MATEMÁTICA

Exemplo 02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Em uma


Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. empresa, trabalham oito funcionários, na mesma função,
Carlos entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ga- mas com cargas horárias diferentes: um deles trabalha 32
nhem o prêmio de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada horas semanais, um trabalha 24 horas semanais, um tra-
um, se o combinado entre os dois foi de dividirem o prêmio balha 20 horas semanais, três trabalham 16 horas sema-
de forma diretamente proporcional? nais e, por fim, dois deles trabalham 12 horas semanais.
No final do ano, a empresa distribuirá um bônus total de
R$ 74.000,00 entre esses oito funcionários, de forma que
a parte de cada um seja diretamente proporcional à sua
carga horária semanal.
Dessa forma, nessa equipe de funcionários, a diferença
entre o maior e o menor bônus individual será, em R$, de
(A) 10.000,00.
(B) 8.000,00.
(C) 20.000,00.
Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00. (D) 12.000,00.
(E) 6.000,00.
Inversamente Proporcionais
Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., 03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
Xn inversamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decom- NESP/2017) Para uma pesquisa, foram realizadas entrevis-
por este número M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente tas nos estados da Região Sudeste do Brasil. A amostra foi
proporcionais a 1/p1, 1/p2, ..., 1/pn. composta da seguinte maneira:
A montagem do sistema com n equações e n incógni-
tas, assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso – 2500 entrevistas realizadas no estado de São Paulo;

– 1500 entrevistas realizadas nos outros três estados da


Região Sudeste.

Desse modo, é correto afirmar que a razão entre o nú-


cuja solução segue das propriedades das proporções: mero de entrevistas realizadas em São Paulo e o número
total de entrevistas realizadas nos quatro estados é de
(A) 8 para 5.
(B) 5 para 8.
(C) 5 para 7.
QUESTÕES (D) 3 para 5.
(E) 3 para 8.
01. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário - INSTITU-
TO AOCP/2017) João e Marcos resolveram iniciar uma so- 04. (UNIRV/60 – Auxiliar de Laboratório – UNIRV-
ciedade para fabricação e venda de cachorro quente. João GO/2017) Em relação à prova de matemática de um con-
iniciou com um capital de R$ 30,00 e Marcos colaborou curso, Paula acertou 32 das 48 questões da prova. A razão
com R$ 70,00. No primeiro final de semana de trabalho, a entre o número de questões que ela errou para o total de
arrecadação foi de R$ 240,00 bruto e ambos reinvestiram questões da prova é de
R$ 100,00 do bruto na sociedade, restando a eles R$ 140,00 (A) 2/3
de lucro. De acordo com o que cada um investiu inicial- (B) 1/2
mente, qual é o valor que João e Marcos devem receber (C) 1/3
desse lucro, respectivamente? (D) 3/2
(A) 30 e 110 reais.
(B) 40 e 100 reais. 05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
(C) 42 e 98 reais. GO/2017) José, pai de Alfredo, Bernardo e Caetano, de 2, 5
(D) 50 e 90 reais. e 8 anos, respectivamente, pretende dividir entre os filhos a
(E) 70 e 70 reais. quantia de R$ 240,00, em partes diretamente proporcionais
às suas idades. Considerando o intento do genitor, é possí-
vel afirmar que cada filho vai receber, em ordem crescente
de idades, os seguintes valores:
(A) R$ 30,00, R$ 60,00 e R$150,00.
(B) R$ 42,00, R$ 58,00 e R$ 140,00.
(C) R$ 27,00, R$ 31,00 e R$ 190,00.
(D) R$ 28,00, R$ 84,00 e R$ 128,00.
(E) R$ 32,00, R$ 80,00 e R$ 128,00.

12
MATEMÁTICA

06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- 09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU-
NESP/2017) Sabe-se que 16 caixas K, todas iguais, ou 40 NESP/2017) O transporte de 1980 caixas iguais foi total-
caixas Q, todas também iguais, preenchem totalmente cer- mente repartido entre dois veículos, A e B, na razão direta
to compartimento, inicialmente vazio. Também é possível das suas respectivas capacidades de carga, em toneladas.
preencher totalmente esse mesmo compartimento com- Sabe-se que A tem capacidade para transportar 2,2 t, en-
pletamente vazio utilizando 4 caixas K mais certa quantida- quanto B tem capacidade para transportar somente 1,8 t.
de de caixas Q. Nessas condições, é correto afirmar que o Nessas condições, é correto afirmar que a diferença entre
número de caixas Q utilizadas será igual a o número de caixas carregadas em A e o número de caixas
(A) 10. carregadas em B foi igual a
(B) 28. (A) 304.
(C) 18. (B) 286.
(D) 22. (C) 224.
(E) 30. (D) 216.
(E) 198.
07. (IPRESB/SP – Agente Previdenciário – VU-
NESP/2017) A tabela, onde alguns valores estão substituí- 10. (EMDEC – Assistente Administrativo – IBFC/2016)
dos por letras, mostra os valores, em milhares de reais, que Paulo vai dividir R$ 4.500,00 em partes diretamente pro-
eram devidos por uma empresa a cada um dos três forne- porcionais às idades de seus três filhos com idades de 4, 6
cedores relacionados, e os respectivos valores que foram e 8 anos respectivamente. Desse modo, o total distribuído
pagos a cada um deles. aos dois filhos com maior idade é igual a:
(A) R$2.500,00
Fornecedor A B C (B) R$3.500,00
(C) R$ 1.000,00
Valor pago 22,5 X 37,5 (D) R$3.200,00
Valor devido Y 40 z

Sabe-se que os valores pagos foram diretamente pro- RESPOSTAS


porcionais a cada valor devido, na razão de 3 para 4. Nes-
sas condições, é correto afirmar que o valor total devido a 01. Resposta: C.
esses três fornecedores era, antes dos pagamentos efetua- 30k+70k=140
dos, igual a 100k=140
(A) R$ 90.000,00. K=1,4
(B) R$ 96.500,00. 30⋅1,4=42
(C) R$ 108.000,00. 70⋅1,4=98
(D) R$ 112.500,00.
(E) R$ 120.000,00. 02. Resposta: A.
08. (DPE/RS - Analista - FCC/2017) A razão entre as Vamos dividir o prêmio pelas horas somadas
alturas de dois irmãos era 3/4 e, nessa ocasião, a altura 32+24+20+3⋅16+2⋅12=148
do irmão mais alto era 1,40 m. Hoje, esse irmão mais alto 74000/148=500
cresceu 10 cm. Para que a razão entre a altura do irmão O maior prêmio foi para quem fez 32 horas semanais
mais baixo e a altura do mais alto seja hoje, igual a 4/5 , é 32⋅500=16000
necessário que o irmão mais baixo tenha crescido, nesse 12⋅500=6000
tempo, o equivalente a A diferença é: 16000-6000=10000
(A) 13,5 cm.
(B) 10,0 cm. 03. Resposta:B.
(C) 12,5 cm. 2500+1500=4000 entrevistas
(D) 14,8 cm.
(E) 15,0 cm.

04. Resposta: C.
Se Paula acertou 32, errou 16.

13
MATEMÁTICA

05. Resposta: E. 10. Resposta: B.


2k+5k+8k=240
15k=240
K=16
Alfredo: 2⋅16=32
Bernardo: 5⋅16=80 A+B+C=4500
Caetano: 8⋅16=128 4p+6p+8p=4500
18p=4500
06. Resposta: E. P=250
Se, com 16 caixas K, fica cheio e já foram colocadas 4 B=6p=6x250=1500
caixa, faltam 12 caixas K, mas queremos colocar as caixas Q, C=8p=8x250=2000
então vamos ver o equivalente de 12 caixas K 1500+2000=3500

PORCENTAGEM
Q=30 caixas

07. Resposta: E.
Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100,
seu símbolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que
a encontramos nos meios de comunicação, nas estatísticas,
em máquinas de calcular, etc.
Y=90/3=30
Os acréscimos e os descontos é importante saber por-
que ajuda muito na resolução do exercício.

X=120/4=30 Acréscimo
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um deter-
minado valor, podemos calcular o novo valor apenas multi-
plicando esse valor por 1,10, que é o fator de multiplicação.
Se o acréscimo for de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim
Z=150/3=50 por diante. Veja a tabela abaixo:

Portanto o total devido é de: 30+40+50=120000 Acréscimo ou Lucro Fator de


Multiplicação
08. Resposta: E.
10% 1,10
15% 1,15
20% 1,20
X=1,05 47% 1,47
Se o irmão mais alto cresceu 10cm, está com 1,50 67% 1,67

    Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 te-


mos:
X=1,20

Ele cresceu: 1,20-1,05=0,15m=15cm


Desconto
No caso de haver um decréscimo, o fator de multipli-
09. Resposta: E.
cação será:
2,2k+1,8k=1980
    Fator de Multiplicação =  1 - taxa de desconto (na
4k=1980
forma decimal)
K=495
2,2x495=1089
1980-1089=891
1089-891=198

14
MATEMÁTICA

    Veja a tabela abaixo: QUESTÕES

Desconto Fator de 01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária


Multiplicação - MSCONCURSOS/2017) Um aparelho de televisão que
custa R$1600,00 estava sendo vendido, numa liquidação,
10% 0,90 com um desconto de 40%. Marta queria comprar essa te-
25% 0,75 levisão, porém não tinha condições de pagar à vista, e o
vendedor propôs que ela desse um cheque para 15 dias,
34% 0,66 pagando 10% de juros sobre o valor da venda na liquida-
60% 0,40 ção. Ela aceitou e pagou pela televisão o valor de:
90% 0,10 (A) R$1120,00
(B) R$1056,00
(C) R$960,00
    Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 te-
(D) R$864,00
mos:
02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) A equipe de
segurança de um Tribunal conseguia resolver mensalmen-
te cerca de 35% das ocorrências de dano ao patrimônio
Chamamos de lucro em uma transação comercial de
nas cercanias desse prédio, identificando os criminosos e
compra e venda a diferença entre o preço de venda e o
os encaminhando às autoridades competentes. Após uma
preço de custo.
reestruturação dos procedimentos de segurança, a mes-
Lucro=preço de venda -preço de custo
ma equipe conseguiu aumentar o percentual de resolução
mensal de ocorrências desse tipo de crime para cerca de
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem
63%. De acordo com esses dados, com tal reestruturação,
de duas formas:
a equipe de segurança aumentou sua eficácia no combate
ao dano ao patrimônio em
(A) 35%.
(B) 28%.
(C) 63%.
(D) 41%.
(E) 80%.
(DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala
03. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Três ir-
de aula com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está
mãos, André, Beatriz e Clarice, receberam de uma tia he-
com gripe. Se x% das meninas dessa sala estão com gripe,
rança constituída pelas seguintes joias: um bracelete de
o menor valor possível para x é igual a
ouro, um colar de pérolas e um par de brincos de diamante.
(A) 8.
A tia especificou em testamento que as joias não deveriam
(B) 15.
ser vendidas antes da partilha e que cada um deveria ficar
(C) 10.
com uma delas, mas não especificou qual deveria ser dada
(D) 6.
a quem. O justo, pensaram os irmãos, seria que cada um
(E) 12.
recebesse cerca de 33,3% da herança, mas eles achavam
que as joias tinham valores diferentes entre si e, além disso,
Resolução
tinham diferentes opiniões sobre seus valores. Então, deci-
45------100%
diram fazer a partilha do seguinte modo:
X-------60%
− Inicialmente, sem que os demais vissem, cada um
X=27
deveria escrever em um papel três porcentagens, indican-
O menor número de meninas possíveis para ter gripe
do sua avaliação sobre o valor de cada joia com relação ao
é se todos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2
valor total da herança.
meninas estão.
− A seguir, todos deveriam mostrar aos demais suas
avaliações.
− Uma partilha seria considerada boa se cada um deles
recebesse uma joia que avaliou como valendo 33,3% da
Resposta: C.
herança toda ou mais.
As avaliações de cada um dos irmãos a respeito das
joias foi a seguinte:

15
MATEMÁTICA

Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Clarice recebessem, respectivamente,
(A) o bracelete, os brincos e o colar.
(B) os brincos, o colar e o bracelete.
(C) o colar, o bracelete e os brincos.
(D) o bracelete, o colar e os brincos.
(E) o colar, os brincos e o bracelete.

04. (UTFPR – Técnico de Tecnologia da Informação – UTFPR/2017) Um retângulo de medidas desconhecidas foi
alterado. Seu comprimento foi reduzido e passou a ser 2/ 3 do comprimento original e sua largura foi reduzida e passou a
ser 3/ 4 da largura original.
Pode-se afirmar que, em relação à área do retângulo original, a área do novo retângulo:
(A) foi aumentada em 50%.
(B) foi reduzida em 50%.
(C) aumentou em 25%.
(D) diminuiu 25%.
(E) foi reduzida a 15%.

05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPEGO/2017) Paulo, dono de uma livraria, adquiriu em uma editora um lote
de apostilas para concursos, cujo valor unitário original é de R$ 60,00. Por ter cadastro no referido estabelecimento, ele
recebeu 30% de desconto na compra. Para revender os materiais, Paulo decidiu acrescentar 30% sobre o valor que pagou
por cada apostila. Nestas condições, qual será o lucro obtido por unidade?
(A) R$ 4,20.
(B) R$ 5,46.
(C) R$ 10,70.
(D) R$ 12,60.
(E) R$ 18,00.

06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPEGO/2017) Joana foi fazer compras. Encontrou um vestido de R$ 150,00
reais. Descobriu que se pagasse à vista teria um desconto de 35%. Depois de muito pensar, Joana pagou à vista o tal ves-
tido. Quanto ela pagou?
(A) R$ 120,00 reais
(B) R$ 112,50 reais
(C) R$ 127,50 reais
(D) R$ 97,50 reais
(E) R$ 90 reais

07. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP/2017) A empresa Alfa Sigma elaborou uma previsão de recei-
tas trimestrais para 2018. A receita prevista para o primeiro trimestre é de 180 milhões de reais, valor que é 10% inferior
ao da receita prevista para o trimestre seguinte. A receita prevista para o primeiro semestre é 5% inferior à prevista para o
segundo semestre. Nessas condições, é correto afirmar que a receita média trimestral prevista para 2018 é, em milhões de
reais, igual a
(A) 200.
(B) 203.
(C) 195.
(D) 190.
(E) 198.

16
MATEMÁTICA

08. (CRM/MG – Técnico em Informática- FUN- 04. Resposta: B.


DEP/2017) Veja, a seguir, a oferta da loja Magazine Bom A=b⋅h
Preço:

Aproveite a Promoção!
Forno Micro-ondas
De R$ 720,00 Portanto foi reduzida em 50%
Por apenas R$ 504,00
05. Resposta: D.
Nessa oferta, o desconto é de: Como ele obteve um desconto de 30%, pagou 70% do
(A) 70%. valor:
(B) 50%. 60⋅0,7=42
(C) 30%. Ele revendeu por:
(D) 10%. 42⋅1,3=54,60
Teve um lucro de: 54,60-42=12,60
09 (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) Consi-
dere que uma caixa de bombom custava, em novembro, R$ 06. Resposta: D.
8,60 e passou a custar, em dezembro, R$ 10,75. O aumento Como teve um desconto de 35%. Pagou 65%do vestido
no preço dessa caixa de bombom foi de: 150⋅0,65=97,50
(A) 30%.
(B) 25%. 07. Resposta: C.
(C) 20%. Como a previsão para o primeiro trimestre é de 180
(D) 15% milhões e é 10% inferior, no segundo trimestre temos uma
previsão de
10. (ANP – Técnico em Regulação de Petróleo e De- 180-----90%
rivados – CESGRANRIO/2016) Um grande tanque estava x---------100
vazio e foi cheio de óleo após receber todo o conteúdo de x=200
12 tanques menores, idênticos e cheios.
Se a capacidade de cada tanque menor fosse 50% 200+180=380 milhões para o primeiro semestre
maior do que a sua capacidade original, o grande tanque 380----95
seria cheio, sem excessos, após receber todo o conteúdo x----100
de x=400 milhões
(A) 4 tanques menores
(B) 6 tanques menores Somando os dois semestres: 380+400=780 milhões
(C) 7 tanques menores 780/4trimestres=195 milhões
(D) 8 tanques menores
(E) 10 tanques menores 08. Resposta: C.

RESPOSTAS

01. Resposta:B. Ou seja, ele pagou 70% do produto, o desconto foi de 30%.
Como teve um desconto de 40%, pagou 60% do pro- OBS: muito cuidado nesse tipo de questão, para não
duto. errar conforme a pergunta feita.

1600⋅0,6=960 09. Resposta: B.


Como vai pagar 10% a mais: 8,6(1+x)=10,75
960⋅1,1=1056 8,6+8,6x=10,75
8,6x=10,75-8,6
02. Resposta: E. 8,6x=2,15
63/35=1,80 X=0,25=25%
Portanto teve um aumento de 80%.
10. Resposta: D.
03. Resposta: D. 50% maior quer dizer que ficou 1,5
Clarice obviamente recebeu o brinco. Quantidade de tanque: x
Beatriz recebeu o colar porque foi o único que ficou A quantidade que aumentaria deve ficar igual a 12 tan-
acima de 30% e André recebeu o bracelete. ques
1,5x=12
X=8

17
MATEMÁTICA

Solução: montando a tabela, colocando em cada co-


REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA luna as grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as
grandezas de espécies diferentes que se correspondem:

Horas --------caminhões-----------volume
8↑----------------20↓----------------------160↑
Regra de três simples 5↑------------------x↓----------------------125↑

Regra de três simples é um processo prático para re- A seguir, devemos comparar cada grandeza com aque-
solver problemas que envolvam quatro valores dos quais la onde está o x.
conhecemos três deles. Devemos, portanto, determinar um Observe que:
valor a partir dos três já conhecidos. Aumentando o número de horas de trabalho, pode-
mos diminuir o número de caminhões. Portanto a relação
Passos utilizados numa regra de três simples: é inversamente proporcional (seta para cima na 1ª coluna).
1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o
mesma espécie em colunas e mantendo na mesma linha número de caminhões. Portanto a relação é diretamente
as grandezas de espécies diferentes em correspondência. proporcional (seta para baixo na 3ª coluna). Devemos igua-
2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou in- lar a razão que contém o termo x com o produto das outras
versamente proporcionais. razões de acordo com o sentido das setas.
3º) Montar a proporção e resolver a equação. Montando a proporção e resolvendo a equação temos:
Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de
400Km/h, faz um determinado percurso em 3 horas. Em Horas --------caminhões-----------volume
quanto tempo faria esse mesmo percurso, se a velocidade 8↑----------------20↓----------------------160↓
utilizada fosse de 480km/h? 5↑------------------x↓----------------------125↓

Solução: montando a tabela: Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna fican-
do:
1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)
400-----------------3
480---------------- x Horas --------caminhões-----------volume
5----------------20----------------------160
2) Identificação do tipo de relação: 8------------------x----------------------125
Velocidade----------tempo
400↓-----------------3↑
480↓---------------- x↑

Obs.: como as setas estão invertidas temos que inver-


ter os números mantendo a primeira coluna e invertendo a Logo, serão necessários 25 caminhões
segunda coluna ou seja o que está em cima vai para baixo e
o que está em baixo na segunda coluna vai para cima QUESTÕES

Velocidade----------tempo 01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá-


400↓-----------------X↓ rios- VUNESP/2017) Para imprimir 300 apostilas destina-
480↓---------------- 3↓ das a um curso, uma máquina de fotocópias precisa traba-
lhar 5 horas por dia durante 4 dias. Por motivos administra-
480x=1200 tivos, será necessário imprimir 360 apostilas em apenas 3
X=25 dias. O número de horas diárias que essa máquina terá que
trabalhar para realizar a tarefa é
Regra de três composta (A) 6.
Regra de três composta é utilizada em problemas com (B) 7.
mais de duas grandezas, direta ou inversamente propor- (C) 8.
cionais. (D) 9.
(E) 10.
Exemplos:

1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de


areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão necessários
para descarregar 125m³?

18
MATEMÁTICA

02. (SEPOG – Analista em Tecnologia da Informação 06. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV-
e Comunicação – FGV/2017) Uma máquina copiadora A GO/2017) Quarenta e oito funcionários de uma certa em-
faz 20% mais cópias do que uma outra máquina B, no mes- presa, trabalhando 12 horas por dia, produzem 480 bolsas
mo tempo. por semana. Quantos funcionários a mais, trabalhando 15
A máquina B faz 100 cópias em uma hora. horas por dia, podem assegurar uma produção de 1200
A máquina A faz 100 cópias em bolsas por semana?
(A) 44 minutos. (A) 48
(B) 46 minutos. (B) 96
(C) 48 minutos. (C) 102
(D) 50 minutos. (D) 144
(E) 52 minutos.
07. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária GO/2017) Durante 90 dias, 12 operários constroem uma
- MSCONCURSOS/2017) Para a construção de uma ro- loja. Qual o número mínimo de operários necessários para
dovia, 12 operários trabalham 8 horas por dia durante 14 fazer outra loja igual em 60 dias?
dias e completam exatamente a metade da obra. Porém, a (A) 8 operários.
rodovia precisa ser terminada daqui a exatamente 8 dias, (B) 18 operários.
e então a empresa contrata mais 6 operários de mesma (C) 14 operários.
capacidade dos primeiros. Juntos, eles deverão trabalhar (D) 22 operários.
quantas horas por dia para terminar o trabalho no tempo (E) 25 operários
correto?
(A) 6h 8 min 08. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) A va-
(B) 6h 50min zão de uma torneira é de 50 litros a cada 3 minutos. O tem-
(C) 9h 20 min po necessário para essa torneira encher completamente
(D) 9h 33min um reservatório retangular, cujas medidas internas são 1,5
metros de comprimento, 1,2 metros de largura e 70 centí-
04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU- metros de profundidade é de:
NESP/2017 ) Um restaurante “por quilo” apresenta seus (A) 1h 16min 00s
preços de acordo com a tabela: (B) 1h 15min 36s
(C) 1h 45min 16s
(D) 1h 50min 05s
(E) 1h55min 42s

09. (CRMV/SC – Assistente Administrativo – IE-


Rodolfo almoçou nesse restaurante na última sexta-fei- SES/2017) Trabalhando durante 6 dias, 5 operários produ-
ra. Se a quantidade de alimentos que consumiu nesse al- zem 600 peças. Determine quantas peças serão produzidas
moço custou R$ 21,00, então está correto afirmar que essa por sete operários trabalhando por 8 dias:
quantidade é, em gramas, igual a (A) 1120 peças
(B) 952 peças
(A) 375. (C) 875 peças
(B) 380. (D) 1250 peças
(C) 420.
(D) 425. 10. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU-
(E) 450. NESP/2016) Para organizar as cadeiras em um auditório, 6
funcionários, todos com a mesma capacidade de produção,
05. . (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU- trabalharam por 3 horas. Para fazer o mesmo trabalho, 20
NESP/2017 ) Um carregamento de areia foi totalmente funcionários, todos com o mesmo rendimento dos iniciais,
embalado em 240 sacos, com 40 kg em cada saco. Se fos- deveriam trabalhar um total de tempo, em minutos, igual a
sem colocados apenas 30 kg em cada saco, o número de (A) 48.
sacos necessários para embalar todo o carregamento seria (B) 50.
igual a (C) 46.
(A) 420. (D) 54.
(B) 375. (E) 52.
(C) 370.
(D) 345.
(E) 320.

19
MATEMÁTICA

RESPOSTAS 06. Resposta: A.


↓Funcionários ↑ horas bolsas↓
01. Resposta: C. 48------------------------12-----------480
↑Apostilas ↑ horas dias↓ x-----------------------------15----------1200
300------------------5--------------4 Quanto mais funcionários, menos horas precisam
360-----------------x----------------3 Quanto mais funcionários, mais bolsas feitas

↑Apostilas ↑ horas dias↑


300------------------5--------------3
360-----------------x----------------4
X=96 funcionários
Precisam de mais 48 funcionários

07. Resposta: B.
900x=7200 Operários dias
X=8 12-----------90
x--------------60
02. Resposta: D. Quanto mais operários, menos dias (inversamente pro-
Como a máquina A faz 20% a mais: porcional)
Em 1 hora a máquina A faz 120 cópias.
120------60 minutos
10-------x
X=50 minutos
60x=1080
03. Resposta: C. X=18
↑Operário ↓horas dias↑
12--------------8------------14 08. Resposta: B.
18----------------x------------8 V=1,5⋅1,2⋅0,7=1,26m³=1260litros
Quanto mais horas, menos operários 50litros-----3 min
Quanto mais horas, menos dias 1260--------x
X=3780/50=75,6min
0,6min=36s
75min=60+15=1h15min

8⋅18x=14⋅12⋅8 09. Resposta: A.


X=9,33h ↑Dias ↑ operários peças↑
9 horas e 1/3 da hora 6-------------5---------------600
1/3 de hora é equivalente a 20 minutos 8--------------7---------------x
9horas e 20 minutos

04. Resposta:C.
12,50------250
21----------x 30x=33600
X=5250/12,5=420 gramas X=1120

05. Resposta: E.
Sacos kg
240----40
x----30

Quanto mais sacos, menos areia foi colocada(inversa-


mente)

30x=9600
X=320

20
MATEMÁTICA

10. Resposta: D. Formulação verbal Formulação Formulação


H0 Matemática verbal Ha
Como o exercício pede em minutos, vamos transformar
3 horas em minutos
A média é A média é
3x60=180 minutos ...maior ou igual ...menor que k
↑Funcionários minutos↓ a k.
6------------180 ... abaixo de k
20-------------x ....pelo menos k.
As Grandezas são inversamente proporcionais, pois ...menos que k.
quanto mais funcionários, menos tempo será gasto. ...não menos que
Vamos inverter os minutos k.
↑Funcionários minutos↑
...menor ou igual ..maior que k
6------------x
a k.
20-------------180
20x=6.180 ... acima de k
20x=1040 ....no máximo k.
X=54 minutos ...mais do que
...não mais que k. k.
... igual a k. ... não igual
a k.
MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES E PONDERADA .... k.
.... diferente
...exatamente k. de k.

Teste de Hipóteses ...não k.


Definição: Processo que usa estatísticas amostrais para
testar a afirmação sobre o valor de um parâmetro popula- Exemplo: Um fabricante de torneiras anuncia que o
cional. índice médio de fluxo de água de certo tipo de torneira é
menor que 2,5 galões por minuto.
Para testar um parâmetro populacional, você deve afir-
mar cuidadosamente um par de hipóteses – uma que re-
presente a afirmação e outra, seu complemento. Quando
uma é falsa, a outra é verdadeira.
Uma hipótese nula H0 é uma hipótese estatística que Referências
contém uma afirmação de igualdade, tal como ≤, =, ≥ Larson, Ron. Estatística Aplicada. 4ed – São Paulo: Pear-
A hipótese alternativa Ha é o complemento da hipótese son Prentice Hall, 2010.
nula. Se H0 for falsa, Ha deve ser verdadeira, e contém afir-
mação de desigualdade, como <, ≠, >. Frequências
A primeira fase de um estudo estatístico consiste em
Vamos ver como montar essas hipóteses recolher, contar e classificar os dados pesquisados sobre
Um caso bem simples. uma população estatística ou sobre uma amostra dessa
população.

Frequência Absoluta
É o número de vezes que a variável estatística assume
Assim, fica fácil, se H0 for falsa, Ha é verdadeira um valor.
Há uma regrinha para formular essas hipóteses
Frequência Relativa
É o quociente entre a frequência absoluta e o número
de elementos da amostra.
Na tabela a seguir, temos exemplo dos dois tipos:

21
MATEMÁTICA

Representemos a média aritmética por .


A média pode ser calculada apenas se a variável envol-
vida na pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a
média aritmética para variáveis quantitativas.
Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre
diferentes grupos, se for possível calcular a média, ficará
mais fácil estabelecer uma comparação entre esses grupos
e perceber tendências.
Considerando uma equipe de basquete, a soma das al-
turas dos jogadores é:

Distribuição de frequência sem intervalos de clas-


se: É a simples condensação dos dados conforme as repe-
tições de seu valores. Para um ROL de tamanho razoável Se dividirmos esse valor pelo número total de jogado-
esta distribuição de frequência é inconveniente, já que exi- res, obteremos a média aritmética das alturas:
ge muito espaço. Veja exemplo abaixo:

Dados Frequência
41 3 A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.
42 2
Média Ponderada
43 1 A média dos elementos do conjunto numérico A relati-
44 1 va à adição e na qual cada elemento tem um “determinado
45 1 peso” é chamada média aritmética ponderada.

46 2
50 2
51 1 Mediana (Md)
52 1 Sejam os valores escritos em rol:
54 1
57 1
58 2 1. Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal
que o número de termos da sequência que precedem
60 2 é igual ao número de termos que o sucedem, isto é, é
Total 20 termo médio da sequência ( ) em rol.
2. Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido
Distribuição de frequência com intervalos de classe: pela média aritmética entre os termos e , tais que o
Quando o tamanho da amostra é elevado é mais racional número de termos que precedem é igual ao número de
efetuar o agrupamento dos valores em vários intervalos de termos que sucedem , isto é, a mediana é a média arit-
classe. mética entre os termos centrais da sequência ( ) em rol.

Exemplo 1:
Classes Frequências
Determinar a mediana do conjunto de dados:
41 |------- 45 7 {12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}
45 |------- 49 3
Solução:
49 |------- 53 4 Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se:
53 |------- 57 1 (3, 7, 10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse
rol. Logo: Md=12
57 |------- 61 5
Resposta: Md=12.
Total 20
Exemplo 2:
Média aritmética Determinar a mediana do conjunto de dados:
Média aritmética de um conjunto de números é o valor {10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
que se obtém dividindo a soma dos elementos pelo núme-
ro de elementos do conjunto.

22
MATEMÁTICA

Solução: Jogo Número de pontos


Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-
-se: 1 22
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média arit- 2 18
mética entre os dois termos centrais do rol.
3 13
Logo: 4 24
5 26
Resposta: Md=15
6 20
Moda (Mo) 7 19
Num conjunto de números: , chama-se
moda aquele valor que ocorre com maior frequência. 8 18

Observação: a) Qual a média de pontos por jogo?


A moda pode não existir e, se existir, pode não ser úni- b) Qual a variância do conjunto de pontos?
ca.
Solução:
Exemplo 1: a) A média de pontos por jogo é:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda
igual a 8, isto é, Mo=8.

Exemplo 2:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.

Medidas de dispersão b) A variância é:


Duas distribuições de frequência com medidas de ten-
dência central semelhantes podem apresentar característi-
cas diversas. Necessita-se de outros índices numéricas que
informem sobre o grau de dispersão ou variação dos dados
em torno da média ou de qualquer outro valor de concen-
tração. Esses índices são chamados medidas de dispersão.
Desvio médio
Variância Definição
Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos Medida da dispersão dos dados em relação à média de
de um conjunto de números em relação à sua média arit- uma sequência. Esta medida representa a média das dis-
mética, e que é chamado de variância. Esse índice é assim tâncias entre cada elemento da amostra e seu valor médio.
definido:
Seja o conjunto de números , tal que é
sua média aritmética. Chama-se variância desse conjunto,
e indica-se por , o número:
Desvio padrão
Definição
Seja o conjunto de números , tal que é
Isto é: sua média aritmética. Chama-se desvio padrão desse con-
junto, e indica-se por , o número:

E para amostra

Isto é:

Exemplo 1:
Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresen-
tou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo:

23
MATEMÁTICA

Exemplo: 03. (PREF. GUARULHOS/SP – Assistente de Gestão


As estaturas dos jogadores de uma equipe de basque- Escolar – VUNESP/2016) Certa escola tem 15 classes no
tebol são: 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular: período matutino e 10 classes no período vespertino. O
a) A estatura média desses jogadores. número médio de alunos por classe no período matutino
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas. é 20, e, no período vespertino, é 25. Considerando os dois
períodos citados, a média aritmética do número de alunos
Solução: por classe é
(A) 24,5.
Sendo a estatura média, temos: (B) 23.
(C) 22,5.
(D) 22.
(E) 21.
Sendo o desvio padrão, tem-se:
04. (SEGEP/MA – Técnico da Receita Estadual –
FCC/2016) Para responder à questão, considere as infor-
mações abaixo.
Três funcionários do Serviço de Atendimento ao Clien-
te de uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuí-
ram uma nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido. A
QUESTÕES tabela mostra as notas recebidas por esses funcionários em
um determinado dia.
01. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU-
NESP/2017) Uma empresa tem 120 funcionários no total:
70 possuem curso superior e 50 não possuem curso supe-
rior. Sabe-se que a média salarial de toda a empresa é de
R$ 5.000,00, e que a média salarial somente dos funcioná-
rios que possuem curso superior é de R$ 6.000,00. Desse
modo, é correto afirmar que a média salarial dos funcioná-
rios dessa empresa que não possuem curso superior é de
Considerando a avaliação média individual de cada
(A) R$ 4.000,00.
funcionário nesse dia, a diferença entre as médias mais
(B) R$ 3.900,00.
próximas é igual a
(C) R$ 3.800,00.
(D) R$ 3.700,00. (A) 0,32.
(E) R$ 3.600,00. (B) 0,21.
(C) 0,35.
02. (TJM/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- (D) 0,18.
NESP/2017) Leia o enunciado a seguir para responder a (E) 0,24.
questão.
A tabela apresenta o número de acertos dos 600 candi- 05. (UFES – Assistente em Administração –
datos que realizaram a prova da segunda fase de um con- UFES/2017) Considere n números x1, x2, … , xn, em que
curso, que continha 5 questões de múltipla escolha x1 ≤ x2 ≤ ⋯ ≤ xn . A mediana desses números é igual a x(n
+ 1)/2, se n for ímpar, e é igual à média aritmética de xn
⁄ 2 e x(n + 2)/2, se n for par. Uma prova composta por 5
Número de Número de candidatos questões foi aplicada a uma turma de 24 alunos. A tabela
acertos seguinte relaciona o número de acertos obtidos na prova
5 204 com o número de alunos que obtiveram esse número de
acertos.
4 132
3 96
Número de acertos Número de
2 78 alunos
1 66 0 4
0 24 1 5
2 4
A média de acertos por prova foi de
(A) 3,57. 3 3
(B) 3,43 4 5
(C) 3,32.
(D) 3,25. 5 3
(E) 3,19.

24
MATEMÁTICA

A penúltima linha da tabela acima, por exemplo, indica Utilize essa tabela para responder à questão.
que 5 alunos tiveram, cada um, um total de 4 acertos na O laboratório que apresenta o maior erro padrão é o
prova. A mediana dos números de acertos é igual a de número
(A) 1.
(A) 1,5 (B) 2.
(B) 2 (C) 3.
(C) 2,5 (D) 4.
(D) 3
(E) 3,5 08. (ANAC – Analista Administrativo- ESAF/2016)
Os valores a seguir representam uma amostra
06. (UFAL – Auxiliar de Biblioteca – COPEVE/2016)
A tabela apresenta o número de empréstimos de livros de 331546248
uma biblioteca setorial de um Instituto Federal, no primeiro
semestre de 2016. Então, a variância dessa amostra é igual a
(A) 4,0
Mës Empréstimos (B) 2,5.
(C) 4,5.
Janeiro 15 (D) 5,5
Fevereiro 25 (E) 3,0
Março 22 09. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU-
Abril 30 NESP/2016) A média de salários dos 13 funcionários de
Maio 28 uma empresa é de R$ 1.998,00. Dois novos funcionários
foram contratados, um com o salário 10% maior que o do
Junho 15 outro, e a média salarial dos 15 funcionários passou a ser
R$ 2.013,00. O menor salário, dentre esses dois novos fun-
Dadas as afirmativas, cionários, é igual a
I. A biblioteca emprestou, em média, 22,5 livros por (A)) R$ 2.002,00.
mês. (B) R$ 2.006,00.
II. A mediana da série de valores é igual a 26. (C) R$ 2.010,00.
III. A moda da série de valores é igual a 15. (D) R$ 2.004,00.
(E) R$ 2.008,00.
Verifica-se que está(ão) correta(s)
(A) II, apenas. 10. (PREF. DE NITERÓI – Agente Fazendário –
(B) III, apenas. FGV/2015) Os 12 funcionários de uma repartição da pre-
(C) I e II, apenas. feitura foram submetidos a um teste de avaliação de co-
(D) I e III, apenas. nhecimentos de computação e a pontuação deles, em uma
(E) I, II e III. escala de 0 a 100, está no quadro abaixo.

07. (COSANPA - Químico – FADESP/2017) Algumas 50 55 55 55 55 60


Determinações do teor de sódio em água (em mg L-1) fo- 62 63 65 90 90 100
ram executadas (em triplicata) paralelamente por quatro O número de funcionários com pontuação acima da
laboratórios e os resultados são mostrados na tabela abai- média é:
xo. (A) 3;
(B) 4;
Replicatas Laboratório (C) 5;
(D) 6;
1 2 3 4 (E) 7.
1 30,3 30,9 30,3 30,5
2 30,4 30,8 30,7 30,4
3 30,0 30,6 30,4 30,7
Média 30,20 30,77 30,47 30,53
Desvio 0,20 0,15 0,21 0,15
Padrão

25
MATEMÁTICA

RESPOSTAS 06. Resposta: D.

01. Resposta: E.
S=cursam superior
M=não tem curso superior

Mediana
Vamos colocar os números em ordem crescente
S+M=600000

15,15,22,25,28,30

S=420000 Moda é o número que mais aparece, no caso o 15.


M=600000-420000=180000
07. Resposta: C.
Como o desvio padrão é maior no 3, o erro padrão é
proporcional, portanto também é maior em 3.

02. Resposta:B. 08. Resposta: C.

03. Resposta: D.

M=300

09. Resposta: C.
V=250 Vamos chamar de x a soma dos salários dos 13 funcio-
nários
x/13=1998
X=13.1998
X=25974
04. Resposta: B. Vamos chamar de y o funcionário contratado com me-
nor valor e, portanto, 1,1y o com 10% de salário maior, pois
ele ganha y+10% de y
Y+0,1y=1,1y
(x+y+1,1y)/15=2013
25974+2,1y=15∙2013
2,1y=30195-25974
2,1y=4221
Y=2010

10. Resposta: A.
3,36-3,15=0,21

05.Resposta: B.
Como 24 é um número par, devemos fazer a segunda M=66,67
regra: Apenas 3 funcionários estão acima da média.

26
MATEMÁTICA

A expressão matemática utilizada para o cálculo das


JUROS SIMPLES situações envolvendo juros simples é a seguinte:
J = C i n, onde:
J = juros
C = capital inicial
Matemática Financeira i = taxa de juros
A Matemática Financeira possui diversas aplicações n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, se-
no atual sistema econômico. Algumas situações estão pre- mestre, ano...)
sentes no cotidiano das pessoas, como financiamentos Observação importante: a taxa de juros e o tempo de
de casa e carros, realizações de empréstimos, compras a aplicação devem ser referentes a um mesmo período. Ou
crediário ou com cartão de crédito, aplicações financeiras, seja, os dois devem estar em meses, bimestres, trimestres,
investimentos em bolsas de valores, entre outras situações. semestres, anos... O que não pode ocorrer é um estar em
Todas as movimentações financeiras são baseadas na esti- meses e outro em anos, ou qualquer outra combinação de
pulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um em- períodos.
préstimo a forma de pagamento é feita através de presta- Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das pala-
ções mensais acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação vras “JUROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.
do empréstimo é superior ao valor inicial do empréstimo. A Outro ponto importante é saber que essa fórmula
essa diferença damos o nome de juros. pode ser trabalhada de várias maneiras para se obter cada
um de seus valores, ou seja, se você souber três valores,
Capital poderá conseguir o quarto, ou seja, como exemplo se você
O Capital é o valor aplicado através de alguma operação souber o Juros (J), o Capital Inicial (C) e a Taxa (i), poderá
financeira. Também conhecido como: Principal, Valor Atual, obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para qualquer
Valor Presente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se Present combinação.
Value (indicado pela tecla PV nas calculadoras financeiras).
Exemplo
Taxa de juros e Tempo Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à
    A taxa de juros indica qual remuneração será paga vista. Como não tinha essa quantia no momento e não
ao dinheiro emprestado, para um determinado período. Ela queria perder a oportunidade, aceitou a oferta da loja de
vem normalmente expressa da forma percentual, em segui- pagar duas prestações de R$ 45,00, uma no ato da compra
da da especificação do período de tempo a que se refere: e outra um mês depois. A taxa de juros mensal que a loja
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano). estava cobrando nessa operação era de:
10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre). (A) 5,0%
    Outra forma de apresentação da taxa de juros é a (B) 5,9%
unitária, que é igual a taxa percentual dividida por 100, sem (C) 7,5%
o símbolo %: (D) 10,0%
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês). (E) 12,5%
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre) Resposta Letra “e”.

Montante O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois


Também conhecido como valor acumulado é a soma a primeira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria
do Capital Inicial com o juro produzido em determina- R$40 (85-45) e a parcela a ser paga de R$45.
do tempo. Aplicando a fórmula M = C + J:
Essa fórmula também será amplamente utilizada para 45 = 40 + J
resolver questões. J=5
M=C+J Aplicando a outra fórmula J = C i n:
M = montante 5 = 40 X i X 1
C = capital inicial i = 0,125 = 12,5%
J = juros
M=C+C.i.n Juros Compostos
M=C(1+i.n) o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir
do saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o
Juros Simples juro de cada intervalo de tempo é incorporado ao capital
Chama-se juros simples a compensação em dinheiro inicial e passa a render juros também.
pelo empréstimo de um capital financeiro, a uma taxa com-
binada, por um prazo determinado, produzida exclusiva- Quando usamos juros simples e juros compostos?
mente pelo capital inicial.
Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial A maioria das operações envolvendo dinheiro uti-
aplicado é diretamente proporcional ao seu valor e ao tem- liza juros compostos. Estão incluídas: compras a médio e
po de aplicação. longo prazo, compras com cartão de crédito, empréstimos

27
MATEMÁTICA

bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta 04. (CEGAS – Assistente Técnico – IESES/2017) O
de Poupança e aplicações em fundos de renda fixa, etc. Ra- valor dos juros simples em uma aplicação financeira de $
ramente encontramos uso para o regime de juros simples: 3.000,00 feita por dois trimestres a taxa de 2% ao mês é
é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do processo igual a:
de desconto simples de duplicatas. (A) $ 360,00
O cálculo do montante é dado por: (B) $ 240,00
(C) $ 120,00
(D) $ 480,00
Exemplo
Calcule o juro composto que será obtido na aplicação 05. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá-
de R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses rios- VUNESP/2017) Um capital foi aplicado a juros sim-
C=25000 ples, com taxa de 9% ao ano, durante 4 meses. Após esse
i=25%aa=0,25 período, o montante (capital + juros) resgatado foi de R$
i=72 meses=6 anos 2.018,80. O capital aplicado era de
(A) R$ 2.010,20.
(B) R$ 2.000,00.
(C) R$ 1.980,00.
(D) R$ 1.970,40.
(E) R$ 1.960,00.
M=C+J
J=95367,50-25000=70367,50 06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
GO/2017) Em um investimento no qual foi aplicado o valor
de R$ 5.000,00, em um ano foi resgatado o valor total de R$
QUESTÕES 9.200,00. Considerando estes apontamentos e que o rendi-
mento se deu a juros simples, é verdadeiro afirmar que a
01. (TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017) Uma
taxa mensal foi de:
geladeira está sendo vendida nas seguintes condições:
(A) 1,5%
− Preço à vista = R$ 1.900,00;
(B) 2 %
− Condições a prazo = entrada de R$ 500,00 e pagamento
(C) 5,5%
de uma parcela de R$ 1.484,00 após 60 dias da data da compra.
(D) 6%
A taxa de juros simples mensal cobrada na venda a
prazo é de (E) 7%
(A) 1,06% a.m.
(B) 2,96% a.m. 07. (UFES – Assistente em Administração –
(C) 0,53% a.m. UFES/2017) No regime de juros simples, os juros em cada
(D) 3,00% a.m. período de tempo são calculados sobre o capital inicial. Um
(E) 6,00% a.m. capital inicial C0 foi aplicado a juros simples de 3% ao mês.
Se Cn é o montante quando decorridos n meses, o menor
02. (FUNAPEP - Analista em Gestão Previdenciária- valor inteiro para n, tal que Cn seja maior que o dobro de
-FCC/2017) João emprestou a quantia de R$ 23.500,00 a C0, é
seu filho Roberto. Trataram que Roberto pagaria juros sim- (A) 30
ples de 4% ao ano. Roberto pagou esse empréstimo para (B) 32
seu pai após 3 anos. O valor total dos juros pagos por Ro- (C) 34
berto foi (D) 36
(A) 3.410,00. (E) 38
(B) R$ 2.820,00.
(C) R$ 2.640,00. 08. (PREF. DE NITERÓI/RJ – Agente Fazendário –
(D) R$ 3.120,00. FGV/2016) Para pagamento de boleto com atraso em pe-
(E) R$ 1.880,00. ríodo inferior a um mês, certa instituição financeira cobra,
sobre o valor do boleto, multa de 2% mais 0,4% de juros de
03. (IFBAIANO – Técnico em Contabilidade – mora por dia de atraso no regime de juros simples. Um bo-
FCM/2017) O montante acumulado ao final de 6 meses leto com valor de R$ 500,00 foi pago com 18 dias de atraso.
e os juros recebidos a partir de um capital de 10 mil reais, O valor total do pagamento foi:
com uma taxa de juros de 1% ao mês, pelo regime de capi- (A) R$ 542,00;
talização simples, é de (B) R$ 546,00;
(A) R$ 9.400,00 e R$ 600,00. (C) R$ 548,00;
(B) R$ 9.420,00 e R$ 615,20. (D) R$ 552,00;
(C) R$ 10.000,00 e R$ 600,00. (E) R$ 554,00.
(D) R$ 10.600,00 e R$ 600,00.
(E) R$ 10.615,20 e R$ 615,20.

28
MATEMÁTICA

09. (CASAN – Assistente Administrativo – INSTITU- 14. (IFBAIANO - Técnico em Contabilidade-


TO AOCP/2016) Para pagamento um mês após a data da FCM/2017) A empresa Good Finance aplicou em uma ren-
compra, certa loja cobrava juros de 25%. Se certa merca- da fixa um capital de 100 mil reais, com taxa de juros com-
doria tem preço a prazo igual a R$ 1500,00, o preço à vista postos de 1,5% ao mês, para resgate em 12 meses. O valor
era igual a recebido de juros ao final do período foi de
(A) R$ 1200,00. (A) R$ 10.016,00.
(B) R$ 1750,00. (B) R$ 15.254,24.
(C) R$ 1000,00. (C) R$ 16.361,26.
(D) R$ 1600,00. (D) R$ 18.000,00.
(E) R$ 1250,00. (E) R$ 19.561,82.

10. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO 15. (POLICIA CIENTIFICA – Perito Criminal –
AOCP/2016) A fatura de um certo cartão de crédito cobra IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma empresa
juros de 12% ao mês por atraso no pagamento. Se uma recebeu um empréstimo bancário de R$ 120.000,00 por 1
fatura de R$750,00 foi paga com um mês de atraso, o valor ano, pagando o montante de R$ 180.000,00. A taxa anual
pago foi de de juros desse empréstimo foi de:
(A) R$ 970,00. (A) 0,5% ao ano
(B) R$ 777,00. (B) 5 % ao ano
(C) R$ 762,00. (C) 5,55 % ao ano
(D) R$ 800,00. (D) 150% ao ano
(E) R$ 840,00. (E) 50% ao ano

11. (DPE/PR – Contador – INAZ DO PARÁ/2017) Em


15 de junho de 20xx, Severino restituiu R$ 2.500,00 do seu RESPOSTAS
imposto de renda. Como estava tranquilo financeiramente,
resolveu realizar uma aplicação financeira para retirada em 01. Resposta: D.
15/12/20xx, período que vai realizar as compras de natal. A J=500+1484-1900=84
uma taxa de juros de 3% a.m., qual é o montante do capital, C=1900-500=1400
sabendo-se que a capitalização é mensal: J=Cin
(A) R$ 2.985,13 84=1400.i.2
(B) R$ 2.898,19 I=0,03=3%
(C) R$ 3.074,68
(D) R$ 2.537,36 02. Resposta: B.
(E) R$ 2.575,00 J=Cin
J=23500⋅0,04⋅3
12. (TRE/PR – Analista Judiciário- FCC/2017) A Cia. J= 2820
Escocesa, não tendo recursos para pagar um empréstimo
de R$ 150.000,00 na data do vencimento, fez um acordo 03. Resposta: D.
com a instituição financeira credora para pagá-la 90 dias J=Cin
após a data do vencimento. Sabendo que a taxa de juros J=10000⋅0,01⋅6=600
compostos cobrada pela instituição financeira foi 3% ao M=C+J
mês, o valor pago pela empresa, desprezando-se os cen- M=10000+600=10600
tavos, foi, em reais,
(A) 163.909,00. 04. Resposta: A.
(B) 163.500,00. 2 trimestres=6meses
(C) 154.500,00. J=Cin
(D) 159.135,00. J=3000⋅0,02⋅6
J=360
13. (FUNAPE – Analista em Gestão Previdenciária –
FCC/2017) O montante de um empréstimo de 4 anos da 05. Resposta: E.
quantia de R$ 20.000,00, do qual se cobram juros compos- 4meses=1/3ano
tos de 10% ao ano, será igual a M=C(1+in)
(A) R$ 26.000,00. 2018,80=C(1+0,09⋅1/3)
(B) R$ 28.645,00. 2018,80=C+0,03C
(C) R$ 29.282,00. 1,03C=2018,80
(D) R$ 30.168,00. C=1960
(E) R$ 28.086,00.

29
MATEMÁTICA

06. Resposta: E. 14. Resposta: E.


M=C(1+in) J=Cin
9200=5000(1+12i) J=10000⋅0,015⋅12=18000
9200=5000+60000i
4200=60000i Não, ninguém viu errado.
I=0,07=7% Como ficaria muito difícil de fazer sem calculadora, a
tática é fazer o juro simples, e como sabemos que o com-
07. Resposta: C. posto vai dar maior que esse valor, só nos resta a alterna-
M=C(1+in) tiva E. Você pode se perguntar, e se houver duas alternati-
Cn=Co(1+0,03n) vas com números maiores? Olha pessoal, não creio que a
2Co=Co(1+0,03n) banca fará isso, e sim que eles fizeram mais para usar isso
2=1+0,03n mesmo.
1=0,03n
N=33,33 15. Resposta: E.
Ou seja, maior que 34 M=C(1+i)t
180000=120000(1+i)
08. Resposta: C. 180000=120000+120000i
M=C(1+in) 60000=120000i
C=500+500x0,02=500+10=510 i=0,5=50%
M=510(1+0,004x18)
M=510(1+0,072)=546,72

09. Resposta: A. EQUAÇÃO DO 1º E 2º GRAUS. SISTEMA DE


M=C(1+in) EQUAÇÃO DO 1º GRAU
1500=C(1+0,25x1)
1500=C(1,25)
C=1500/1,25
C=1200 Equação 1º grau
Equação é toda sentença matemática aberta represen-
10. Resposta: E. tada por uma igualdade, em que exista uma ou mais letras
M=C(1+in) que representam números desconhecidos.
M=750(1+0,12) Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação
M=750x1,12=840 redutível à forma ax+b=0, em que a e b são números reais,
chamados coeficientes, com a≠0.
11. Resposta: A. Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor numé-
D junho a dezembro: 6 meses rico de x que, substituindo no 1º membro da equação, tor-
M=C(1+i)t na-se igual ao 2º membro.
M=2500(1+0,03)6
M=2500⋅1,194=2985 Nada mais é que pensarmos em uma balança.

12. Resposta: A.
90 dias=3 meses
M=C(1+i)t
M=150000(1+0,03)3
M=150000⋅1,092727=163909,05
Desprezando os centavos: 163909

13. Resposta: C.
M=C(1+i)t
M=20000(1+0,1)4
M=20000⋅1,4641=29282
A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a
equação também.
No exemplo temos:
3x+300
Outro lado: x+1000+500
E o equilíbrio?
3x+300=x+1500

30
MATEMÁTICA

Quando passamos de um lado para o outro invertemos Equação 2º grau


o sinal
3x-x=1500-300 A equação do segundo grau é representada pela fór-
2x=1200 mula geral:
X=600

Exemplo Onde a, b e c são números reais,


(PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas –
FGV/2015) A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao do- Discussão das Raízes
bro da soma das idades de seus dois filhos, Paulo e Pierre.
Pierre é três anos mais velho do que Paulo. Daqui a dez 1.
anos, a idade de Pierre será a metade da idade que Pedro 1.
tem hoje.

A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje


é:
(A) 72; Se for negativo, não há solução no conjunto dos
(B) 69; números reais.
(C) 66;
(D) 63; Se for positivo, a equação tem duas soluções:
(E) 60.
Resolução
A ideia de resolver as equações é literalmente colocar
na linguagem matemática o que está no texto.
“Pierre é três anos mais velho do que Paulo” Exemplo
Pi=Pa+3
“Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da
idade que Pedro tem hoje.”

, portanto não há solução real.

A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da


soma das idades de seus dois filhos,
Pe=2(Pi+Pa)
Pe=2Pi+2Pa

Lembrando que:
Pi=Pa+3

Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6

Se não há solução, pois não existe raiz quadrada


Pa+3+10=2Pa+3 real de um número negativo.
Pa=10
Pi=Pa+3 Se , há duas soluções iguais:
Pi=10+3=13
Pe=40+6=46
Soma das idades: 10+13+46=69

Resposta: B. Se , há soluções reais diferentes:

31
MATEMÁTICA

Relações entre Coeficientes e Raízes

Dada as duas raízes:

Soma das Raízes Substituindo em A


A=44-26=18
Ou A=44-18=26

Resposta: B.
Produto das Raízes
Inequação
Uma inequação é uma sentença matemática expressa
por uma ou mais incógnitas, que ao contrário da equação
que utiliza um sinal de igualdade, apresenta sinais de desi-
Composição de uma equação do 2ºgrau, conheci- gualdade. Veja os sinais de desigualdade:
das as raízes
>: maior
Podemos escrever a equação da seguinte maneira: <: menor
≥: maior ou igual
x²-Sx+P=0 ≤: menor ou igual

Exemplo O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da


equação, onde temos que organizar os termos semelhan-
Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º grau. tes em cada membro, realizando as operações indicadas.
No caso das inequações, ao realizarmos uma multiplicação
Solução de seus elementos por –1 com o intuito de deixar a parte
S=x1+x2=-2+7=5 da incógnita positiva, invertemos o sinal representativo da
P=x1.x2=-2.7=-14 desigualdade.
Então a equação é: x²-5x-14=0
Exemplo 1
Exemplo 4x + 12 > 2x – 2
(IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015) A 4x – 2x > – 2 – 12
soma das idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e, quando 2x > – 14
somamos os quadrados dessas idades, obtemos 1000. A x > –14/2
mais velha das duas tem: x>–7
(A) 24 anos
(B) 26 anos Inequação-Produto
(C) 31 anos
(D) 33 anos Quando se trata de inequações-produto, teremos uma
desigualdade que envolve o produto de duas ou mais fun-
Resolução ções. Portanto, surge a necessidade de realizar o estudo
A+J=44 da desigualdade em cada função e obter a resposta final
A²+J²=1000 realizando a intersecção do conjunto resposta das funções.
A=44-J Exemplo
(44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000
2J²-88J+936=0
Dividindo por2:
J²-44J+468=0
∆=(-44)²-4.1.468
∆=1936-1872=64
a)(-x+2)(2x-3)<0

32
MATEMÁTICA

Inequação-Quociente
Na inequação-quociente, tem-se uma desigualdade
de funções fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual
uma está dividindo a outra. Diante disso, deveremos nos
atentar ao domínio da função que se encontra no denomi- A “bolinha” é fechada, pois o sinal da inequação é igual.
nador, pois não existe divisão por zero. Com isso, a função
que estiver no denominador da inequação deverá ser dife- S2 = { x R | x ≤ - 1}
rente de zero. Calculando agora o CONJUTO SOLUÇÃO da inequação
O método de resolução se assemelha muito à resolu-
ção de uma inequação-produto, de modo que devemos temos:
analisar o sinal das funções e realizar a intersecção do sinal S = S1 ∩ S2
dessas funções.
Exemplo
Resolva a inequação a seguir:

x-2≠0

Portanto:
S = { x R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1]

Inequação 2º grau
x≠2 Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que
pode ser escrita numa das seguintes formas:
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
Sistema de Inequação do 1º Grau ax²+bx+c<0
Um sistema de inequação do 1º grau é formado por ax²+bx+c<0
duas ou mais inequações, cada uma delas tem apenas uma ax²+bx+c≤0
variável sendo que essa deve ser a mesma em todas as ou- ax²+bx+c≠0
tras inequações envolvidas.
Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º Exemplo
grau: Vamos resolver a inequação 3x² + 10x + 7 < 0.

Resolvendo Inequações
Resolver uma inequação significa determinar os valores
reais de x que satisfazem a inequação dada.
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de x
que tornem a expressão 3x² + 10x +7 negativa.

Vamos achar a solução de cada inequação.

4x + 4 ≤ 0
4x ≤ - 4
x≤-4:4

x≤-1

S1 = {x R | x ≤ - 1}

Fazendo o cálculo da segunda inequação temos:


x+1≤0
x≤-1

33
MATEMÁTICA

04. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni-


co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Considere
a equação dada por 2x² + 12x + 3 = -7. Assinale a alternati-
va que apresenta a soma das duas soluções dessa equação.
(A) 0.
(B) 1.
(C) -1.
(D) 6.
(E) -6.
S = {x ∈ R / –7/3 < x < –1}
05. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV-
GO/2017) Num estacionamento encontram-se 18 motos,
QUESTÕES 15 triciclos e alguns carros. Se Pedrinho contou um total de
269 rodas, quantos carros tem no estacionamento?
01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - (A) 45
MSCONCURSOS/2017) O dobro do quadrado de um nú- (B) 47
mero natural aumentado de 3 unidades é igual a sete vezes (C) 50
esse número. Qual é esse número? (D) 52
(A) 2 06. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV-
(B) 3 GO/2017) O valor de m para que a equação (2m -1) x² - 6x
(C) 4 + 3 = 0 tenha duas raízes reais iguais é
(D) 5 (A) 3
(B) 2
02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- (C) −1
NESP/2017) Um carro parte da cidade A em direção à ci- (D) −6
dade B pela rodovia que liga as duas cidades, percorre 1/3
do percurso total e para no ponto P. Outro carro parte da 07. (IPRESB - Agente Previdenciário – VUNESP/2017)
cidade B em direção à cidade A pela mesma rodovia, per- Em setembro, o salário líquido de Juliano correspondeu a
corre 1/4 do percurso total e para no ponto Q. Se a soma 4/5 do seu salário bruto. Sabe-se que ele destinou 2/5 do
das distâncias percorridas por ambos os carros até os pon- salário líquido recebido nesse mês para pagamento do alu-
tos em que pararam é igual a 28 km, então a distância entre guel, e que poupou 2/5 do que restou. Se Juliano ficou, ain-
os pontos P e Q, por essa rodovia, é, em quilômetros, igual da, com R$ 1.620,00 para outros gastos, então o seu salário
a bruto do mês de setembro foi igual a
(A) 26. (A) R$ 6.330,00.
(B) 24. (B) R$ 5.625,00.
(C) 20. (C) R$ 5.550,00.
(D) 18. (D) R$ 5.125,00.
(E) 16. (E) R$ 4.500,00.

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- 8. (SESAU/RO – Técnico em Informática – FUN-


NESP/2017) Nelson e Oto foram juntos a uma loja de ma- RIO/2017) Daqui a 24 anos, Jovelino terá o triplo de sua
teriais para construção. Nelson comprou somente 10 uni- idade atual. Daqui a cinco anos, Jovelino terá a seguinte
dades iguais do produto P, todas de mesmo preço. Já Oto idade:
comprou 7 unidades iguais do mesmo produto P, e gastou (A) 12.
mais R$ 600,00 na compra de outros materiais. Se os valo- (B) 14.
res totais das compras de ambos foram exatamente iguais, (C) 16.
então o preço unitário do produto P foi igual a (D) 17.
(A) R$ 225,00. (E) 18.
(B) R$ 200,00.
(C) R$ 175,00. 09. (PREF. DE FAZENDA RIO GRANDE/PR – Profes-
(D) R$ 150,00. sor – PUC/2017) A equação 8x² – 28x + 12 = 0 possui raí-
(E) R$ 125,00. zes iguais a x1 e x2. Qual o valor do produto x1 . x2?
(A) 1/2 .
(B) 3.
(C) 3/2 .
(D) 12.
(E) 28.

34
MATEMÁTICA

10 (PREF.DO RIO DE JANEIRO – Agente de Adminis- 05. Resposta:B.


tração – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Ao perguntar Vamos fazer a conta de rodas:
para João qual era a sua idade atual, recebi a seguinte res- Motos tem 2 rodas, triciclos 3 e carros 4
posta: 18⋅2+15⋅3+x⋅4=269
- O quíntuplo da minha idade daqui a oito anos, di- 4x=269-36-45
minuída do quíntuplo da minha idade há três anos atrás 4x=188
representa a minha idade atual. X=47
A soma dos algarismos do número que representa, em
anos, a idade atual de João, corresponde a: 06. Resposta: B
(A) 6 ∆=-(-6)²-4⋅(2m-1) ⋅3=0
(B) 7 36-24m+12=0
(C) 10 -24m=-48
(D) 14 M=2

07. Resposta: B.
RESPOSTAS Salário liquido: x

01. Resposta: B.
2x²+3=7x
2x²-7x+3=0
∆=49-24=25

10x+6x+40500=25x
9x=40500
X=4500

Como tem que ser natural, apenas o número 3 convém. Salario fração
y---------------1
02. Resposta: C. 4500---------4/5

Mmc(3,4)=12

4x+3x=336
7x=336
X=48 08. Resposta: D.
A distância entre A e B é 48km
Como já percorreu 28km Idade atual: x
48-28=20 km entre P e Q. X+24=3x
2x=24
03. Resposta:B. X=12
Sendo x o valor do material P Ele tem agora 12 anos, daqui a 5 anos: 17.
10x=7x+600
3x=600 09. Resposta: C.
X=200 ∆=(-28)²-4.8.12
∆=784-384
04. Resposta: E. ∆=400
2x²+12x+10=0
∆=12²-4⋅2⋅10
∆=144-80=64

A soma das duas é -1-5=-6

35
MATEMÁTICA

10. Resposta: C. Barra horizontal


Atual:x
5(x+8)-5(x-3)=x
5x+40-5x+15=x
X=55
Soma: 5+5=10

RELAÇÃO ENTRE GRANDEZAS: TABELAS E


GRÁFICOS

Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre


dois dados relacionados entre si.
A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre
vão depender do contexto, mas de uma maneira geral um
bom gráfico deve:
-Mostrar a informação de modo tão acurado quanto
possível.
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar claro Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br
o contexto, o conteúdo e a mensagem.
-Complementar ou melhorar a visualização sobre as- Histogramas
pectos descritos ou mostrados numericamente através de
tabelas. São gráfico de barra que mostram a frequência de uma
-Utilizar escalas adequadas. variável específica e um detalhe importante que são faixas
-Mostrar claramente as tendências existentes nos da- de valores em x.
dos.
Tipos de gráficos

Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.

Barra vertical

Fonte: tecnologia.umcomo.com.br

Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e


queremos demonstrar cada parte, separando cada pedaço
como numa pizza.

36
MATEMÁTICA

aparelho quantidade
televisão 3
celular 4
Geladeira 1

Até as tabelas que vimos nos exercícios de raciocínio lógico

QUESTÕES

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na Pes-


quisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, rea-
lizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), foram obtidos os dados da taxa de desocupação da
Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br
população em idade para trabalhar. Esses dados, em por-
centagem, encontram-se indicados na apresentação gráfi-
Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co- ca abaixo, ao longo de trimestres de 2014 a 2017.
mum na representação de tendências e relacionamentos
de variáveis

Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresenta


a melhor aproximação para o aumento percentual da taxa
de desocupação do primeiro trimestre de 2017 em relação
à taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2014.

(A) 15%.
(B) 25%.
Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar mais (C) 50%.
fácil a compreensão de todos sobre um tema. (D) 75%.
(E) 90%.

02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) A tabela seguinte, incompleta, mostra a distri-
buição, percentual e quantitativa, da frota de uma empresa
de ônibus urbanos, de acordo com o tempo de uso destes.

Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visua-


lização de dados e muitas vezes é através dela que vamos
fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente.
O número total de ônibus dessa empresa é
Podem ser tabelas simples: (A) 270.
(B) 250.
Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua casa? (C) 220
(D) 180.
(E) 120.

37
MATEMÁTICA

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- 05. (TCE/PR – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016)
NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros vendi-
dos por uma concessionária nos cinco dias subsequentes à
veiculação de um anúncio promocional.

O número médio de carros vendidos por dia nesse pe-


ríodo foi igual a Tendo como referência o gráfico precedente, que mos-
(A) 10. tra os valores, em bilhões de reais, relativos à arrecadação
(B) 9. de receitas e aos gastos com despesas do estado do Paraná
(C) 8. nos doze meses do ano de 2015, assinale a opção correta.
(D) 7. (A) No ano considerado, o segundo trimestre caracte-
(E) 6. rizou-se por uma queda contínua na arrecadação de recei-
tas, situação que se repetiu no trimestre seguinte.
04. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU- (B) No primeiro quadrimestre de 2015, houve um pe-
NESP/2017) Uma professora elaborou um gráfico de se- ríodo de queda simultânea dos gastos com despesas e da
tores para representar a distribuição, em porcentagem, dos arrecadação de receitas e dois períodos de aumento simul-
cinco conceitos nos quais foram agrupadas as notas obti- tâneo de gastos e de arrecadação.
das pelos alunos de uma determinada classe em uma prova (C) No último bimestre do ano de 2015, foram regis-
de matemática. Observe que, nesse gráfico, as porcenta- trados tanto o maior gasto com despesas quanto a maior
gens referentes a cada conceito foram substituídas por x ou arrecadação de receitas.
por múltiplos e submúltiplos de x. (D) No ano em questão, janeiro e dezembro foram os
únicos meses em que a arrecadação de receitas foi ultra-
passada por gastos com despesas.
(E) A menor arrecadação mensal de receitas e o menor
gasto mensal com despesas foram verificados, respecti-
vamente, no primeiro e no segundo semestre do ano de
2015.

Analisando o gráfico, é correto afirmar que a medida


do ângulo interno correspondente ao setor circular que re-
presenta o conceito BOM é igual a
(A) 144º.
(B) 135º.
(C) 126º
(D) 117º
(E) 108º.

38
MATEMÁTICA

06. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA- 07. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015) A
TEC/2015) Assinale a alternativa que representa a no- distribuição de salários de uma empresa com 30 funcioná-
menclatura dos três gráficos abaixo, respectivamente. rios é dada na tabela seguinte.

Salário (em salários mínimos) Funcionários


1,8 10
2,5 8
3,0 5
5,0 4
8,0 2
15,0 1

Pode-se concluir que


(A) o total da folha de pagamentos é de 35,3 salários.
(B) 60% dos trabalhadores ganham mais ou igual a 3
salários.
(C) 10% dos trabalhadores ganham mais de 10 salários.
(D) 20% dos trabalhadores detêm mais de 40% da ren-
da total.
(E) 60% dos trabalhadores detêm menos de 30% da
renda total.

08. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015)


Considere a tabela de distribuição de frequência seguinte,
em que xi é a variável estudada e fi é a frequência absoluta
dos dados.

xi fi
30-35 4
35-40 12
40-45 10
45-50 8
50-55 6
TOTAL 40
Assinale a alternativa em que o histograma é o que
melhor representa a distribuição de frequência da tabela.

(A)
(A) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de
Linha.
(B) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Tendência.
(C) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de (B)
Linha.
(D) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Barras.
(E) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico
de Linha.

(C)

39
MATEMÁTICA

(D)

(E)

09. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CESPE/2015)

Ministério da Justiça — Departamento Penitenciário Nacional


— Sistema Integrado de Informações Penitenciárias – InfoPen,
Relatório Estatístico Sintético do Sistema Prisional Brasileiro,
dez./2013 Internet:<www.justica.gov.br> (com adaptações)

A tabela mostrada apresenta a quantidade de detentos no sistema penitenciário brasileiro por região em 2013. Nesse
ano, o déficit relativo de vagas — que se define pela razão entre o déficit de vagas no sistema penitenciário e a quantidade
de detentos no sistema penitenciário — registrado em todo o Brasil foi superior a 38,7%, e, na média nacional, havia 277,5
detentos por 100 mil habitantes.
Com base nessas informações e na tabela apresentada, julgue o item a seguir.
Em 2013, mais de 55% da população carcerária no Brasil se encontrava na região Sudeste.

( )certo ( ) errado

40
MATEMÁTICA

10. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CESPE/2015)

A partir das informações e do gráfico apresentados, julgue o item que se segue.


Se os percentuais forem representados por barras verticais, conforme o gráfico a seguir, então o resultado será deno-
minado histograma.

( ) Certo ( ) Errado

RESPOSTAS

01. Resposta: E.
13,7/7,2=1,90
Houve um aumento de 90%.

02. Resposta:D
81+27=108
108 ônibus somam 60%(100-35-5)
108-----60
x--------100
x=10800/60=180

03. Resposta: C.

41
MATEMÁTICA

04. Resposta: A.

X+0,5x+4x+3x+1,5x=360
10x=360
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°

05. Resposta: B.
Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que os dois primeiros meses de receita diminuem e os dois meses
seguintes aumentam, o mesmo acontece com a despesa.

06. Resposta: C.
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores ou pizza e de linha

07. Resposta: D.
(A) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104 salários
(B) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12)
(C)10% de 30=0,1x30=3 funcionários
E apenas 1 pessoa ganha
(D) 40% de 104=0,4x104= 41,6
20% de 30=0,2x30=6
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior.
(E) 60% de 30=0,6x30=18
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20

08. Resposta: A.
Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50, 40-45, 35-40,

09. Resposta: CERTA.


555----100%
x----55%
x=305,25
Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas.

10. Resposta: ERRADO.


Como foi visto na teoria, há uma faixa de valores no eixo x e não simplesmente um dado.

Referências
http://www.galileu.esalq.usp.br

42
MATEMÁTICA

SISTEMAS DE MEDIDAS USUAIS

Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distân-
cias. Para medidas milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m

    Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Exemplos de Transformação

1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m

Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por
10.

Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²).

Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a
unidade imediatamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada.

Unidades de Área
km 2
hm 2
dam 2
m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

Exemplos de Transformação

1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²

Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por
100.

Volume

Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Po-
demos encontrar sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir
volume e capacidade.

43
MATEMÁTICA

Unidades de Volume
km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos
e submúltiplos, unidade de medidas de produtos líquidos.
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³

1L=1dm³

Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Massa

Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg

Tempo

A unidade fundamental do tempo é o segundo(s).


É usual a medição do tempo em várias unidades, por exemplo: dias, horas, minutos

Transformação de unidades

Deve-se saber:
1 dia=24horas
1hora=60minutos
1 minuto=60segundos
1hora=3600s

Adição de tempo

Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu seu recorde de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos. Demorou
30 minutos para chegar em casa. Que horas ela chegou?

44
MATEMÁTICA

QUESTÕES

01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previden-


ciários- VUNESP/2017) Uma gráfica precisa imprimir um
lote de 100000 folhetos e, para isso, utiliza a máquina A,
que imprime 5000 folhetos em 40 minutos. Após 3 horas
Não podemos ter 66 minutos, então temos que trans- e 20 minutos de funcionamento, a máquina A quebra e
ferir para as horas, sempre que passamos de um para o o serviço restante passa a ser feito pela máquina B, que
outro tem que ser na mesma unidade, temos que passar 1 imprime 4500 folhetos em 48 minutos. O tempo que a má-
hora=60 minutos quina B levará para imprimir o restante do lote de folhetos
Então fica: 16h 6 minutos 25segundos é
(A) 14 horas e 10 minutos.
Vamos utilizar o mesmo exemplo para fazer a operação (B) 14 horas e 05 minutos.
inversa. (C) 13 horas e 45 minutos.
(D) 13 horas e 30 minutos.
Subtração (E) 13 horas e 20 minutos.
Vamos dizer que sabemos que ela chegou em casa as
16h 6 minutos 25 segundos e saiu de casa às 15h 35 minu- 02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
tos. Quanto tempo ficou fora? NESP/2017) Renata foi realizar exames médicos em uma
clínica. Ela saiu de sua casa às 14h 45 min e voltou às 17h 15
min. Se ela ficou durante uma hora e meia na clínica, então o
tempo gasto no trânsito, no trajeto de ida e volta, foi igual a
(A) 1/2h.
(B) 3/4h.
Não podemos tirar 6 de 35, então emprestamos, da (C) 1h.
mesma forma que conta de subtração. (D) 1h 15min.
1hora=60 minutos (E) 1 1/2h.

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


NESP/2017) Uma indústria produz regularmente 4500
litros de suco por dia. Sabe-se que a terça parte da produ-
ção diária é distribuída em caixinhas P, que recebem 300
mililitros de suco cada uma. Nessas condições, é correto
Multiplicação afirmar que a cada cinco dias a indústria utiliza uma quan-
tidade de caixinhas P igual a
Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas (A) 25000.
demorou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo? (B) 24500.
(C) 23000.
(D) 22000.
(E) 20500.

04. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-


VGO/2017) Uma empresa farmacêutica distribuiu 14400
litros de uma substância líquida em recipientes de 72 cm3
cada um. Sabe-se que cada recipiente, depois de cheio,
Divisão tem 80 gramas. A quantidade de toneladas que representa
todos os recipientes cheios com essa substância é de
(A) 16
(B) 160
5h 20 minutos :2 (C) 1600
(D) 16000
1h 20 minutos, transformamos para minutos
:60+20=80minutos

45
MATEMÁTICA

05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- 09. (ANP – Técnico Administrativo – CESGRAN-
GO/2017) João estuda à noite e sua aula começa às RIO/2016) Um caminhão-tanque chega a um posto de abas-
18h40min. Cada aula tem duração de 45 minutos, e o tecimento com 36.000 litros de gasolina em seu reservatório.
intervalo dura 15 minutos. Sabendo-se que nessa escola Parte dessa gasolina é transferida para dois tanques de arma-
há 5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afirmar zenamento, enchendo-os completamente. Um desses tanques
que o término das aulas de João se dá às: tem 12,5 m3, e o outro, 15,3 m3, e estavam, inicialmente, vazios.
(A) 22h30min Após a transferência, quantos litros de gasolina resta-
(B) 22h40min ram no caminhão-tanque?
(C) 22h50min (A) 35.722,00
(B) 8.200,00
(D) 23h
(C) 3.577,20
(E) Nenhuma das anteriores
(D) 357,72
(E) 332,20
06. (IBGE – Agente Censitário Administrativo-
FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km 10. (DPE/RR – Auxiliar Administrativo – FCC/2015)
em 1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em Raimundo tinha duas cordas, uma de 1,7 m e outra de 1,45
1h20min. m. Ele precisava de pedaços, dessas cordas, que medissem
40 cm de comprimento cada um. Ele cortou as duas cordas
Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado em pedaços de 40 cm de comprimento e assim conseguiu
com a época em que era jovem, Arquimedes precisa de obter
mais: (A) 6 pedaços.
(A) 10 minutos; (B) 8 pedaços.
(B) 7 minutos; (C) 9 pedaços.
(C) 5 minutos; (D) 5 pedaços.
(D) 3 minutos; (E) 7 pedaços.
(E) 2 minutos.

07. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- RESPOSTAS


FGV/2017) Lucas foi de carro para o trabalho em um
01. Resposta: E.
horário de trânsito intenso e gastou 1h20min. Em um
3h 20 minutos-200 minutos
dia sem trânsito intenso, Lucas foi de carro para o tra-
balho a uma velocidade média 20km/h maior do que no 5000-----40
dia de trânsito intenso e gastou 48min. x----------200
x=1000000/40=25000
A distância, em km, da casa de Lucas até o trabalho
é: Já foram impressos 25000, portanto faltam ainda 75000
(A) 36; 4500-------48
(B) 40; 75000------x
(C) 48; X=3600000/4500=800 minutos
(D) 50; 800/60=13,33h
(E) 60. 13 horas e 1/3 hora
13h e 20 minutos
08. (EMDEC - Assistente Administrativo Jr –
IBFC/2016) Carlos almoçou em certo dia no horário das
12:45 às 13:12. O total de segundos que representa o
tempo que Carlos almoçou nesse dia é:
(A) 1840
(B) 1620
(C) 1780 02. Resposta: C.
(D) 2120 Como ela ficou 1hora e meia na clínica o trajeto de ida
e volta demorou 1 hora.

03. Resposta:A.
4500/3=1500 litros para as caixinhas
1500litros=1500000ml
1500000/300=5000 caixinhas por dia
5000.5=25000 caixinhas em 5 dias

46
MATEMÁTICA

04. Resposta:A. 10.Resposta: E.


14400litros=14400000 ml 1,7m=170cm
1,45m=145 cm
170/40=4 resta 10
145/40=3 resta 25
4+3=7
200000⋅80=16000000 gramas=16 toneladas

05. Resposta: B.
5⋅45=225 minutos de aula NOÇÕES DE GEOMETRIA: FORMA,
225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos PERÍMETRO, ÁREA, VOLUME, ÂNGULO,
de intervalo=4horas TEOREMA DE PITÁGORAS
18:40+4h=22h:40

06. Resposta: D.
1h45min=60+45=105 minutos Ângulos

15km-------105 Denominamos ângulo a região do plano limitada por


1--------------x duas semirretas de mesma origem. As semirretas recebem
X=7 minutos o nome de lados do ângulo e a origem delas, de vértice do
ângulo.
1h20min=60+20=80min

8km----80
1-------x
X=10minutos

A diferença é de 3 minutos

07. Resposta: B.
V------80min
V+20----48 Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do
Quanto maior a velocidade, menor o tempo(inversa- que 90º.
mente)

80v=48V+960
32V=960
V=30km/h

30km----60 min
x-----------80

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do


que 90º.

60x=2400
X=40km

08 Resposta: B.
12:45 até 13:12 são 27 minutos
27x60=1620 segundos

09. Resposta: B.
1m³=1000litros
36000/1000=36 m³
36-12,5-15,3=8,2 m³x1000=8200 litros

47
MATEMÁTICA

Ângulo Raso:

- É o ângulo cuja medida é 180º;


- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

Altura de um triângulo é o segmento que liga um vér-


Ângulo Reto: tice a um ponto da reta suporte do lado oposto e é perpen-
dicular a esse lado.
- É o ângulo cuja medida é 90º;
- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendi- Na figura, é uma altura do .
culares.
Um triângulo tem três alturas.

Triângulo

Elementos Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpen-


dicular a esse segmento pelo seu ponto médio.
Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que Na figura, a reta m é a mediatriz de .
liga um vértice ao ponto médio do lado oposto.
Na figura, é uma mediana do ABC.
Um triângulo tem três medianas.

A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo in-


tercepta o lado oposto
Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do
Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da triângulo que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
bissetriz de um ângulo do triângulo que liga um vértice a Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
um ponto do lado oposto. Um triângulo tem três mediatrizes.
Na figura, é uma bissetriz interna do .
Um triângulo tem três bissetrizes internas.

48
MATEMÁTICA

Classificação Triângulo retângulo:tem um ângulo reto

Quanto aos lados

Triângulo escaleno:três lados desiguais.

Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso

Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais.

Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos


Num triângulo o comprimento de qualquer lado é me-
nor que a soma dos outros dois. Em qualquer triângulo, ao
maior ângulo opõe-se o maior lado, e vice-versa.

QUADRILÁTEROS

Triângulo equilátero: três lados iguais. Quadrilátero é todo polígono com as seguintes pro-
priedades:

- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º

Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos.


Quanto aos ângulos

Triângulo acutângulo:tem os três ângulos agudos

49
MATEMÁTICA

Diagonal de um polígono é um segmento cujas extre-


midades são vértices não-consecutivos desse polígono.

- é paralelo a

- Losango: 4 lados congruentes


- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Número de Diagonais

- Observações:

- No retângulo e no quadrado as diagonais são


congruentes (iguais)
- No losango e no quadrado as diagonais são per-
pendiculares entre si (formam ângulo de 90°) e são bisse-
trizes dos ângulos internos (dividem os ângulos ao meio).
Ângulos Internos
Áreas A soma das medidas dos ângulos internos de um polí-
gono convexo de n lados é (n-2).180
1- Trapézio: , onde B é a medida da base Unindo um dos vértices aos outros n-3, conveniente-
maior, b é a medida da base menor e h é medida da altura. mente escolhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das
2- Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da medidas dos ângulos internos do polígono é igual à soma
base e h é a medida da altura. das medidas dos ângulos internos dos n-2 triângulos.
3- Retângulo: A = b.h

4- Losango: , onde D é a medida da diagonal


maior e d é a medida da diagonal menor.
5- Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.

Polígono
Chama-se polígono a união de segmentos que são
chamados lados do polígono, enquanto os pontos são cha-
mados vértices do polígono.
Ângulos Externos

50
MATEMÁTICA

A soma dos ângulos externos=360° 2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)


Se dois triângulos têm dois lados correspondentes
Teorema de Tales proporcionais e os ângulos compreendidos entre eles con-
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais, gruentes, então esses dois triângulos são semelhantes.
então a razão de dois segmentos quaisquer de uma trans-
versal é igual à razão dos segmentos correspondentes da
outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que
são válidas as seguintes proporções:

Exemplo

3º Caso: LLL(lado-lado-lado)
Se dois triângulos têm os três lado correspondentes
proporcionais, então esses dois triângulos são semelhan-
tes.

Semelhança de Triângulos
Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os
seus ângulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas
medidas, e os lados correspondentes forem proporcionais.
Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo
Casos de Semelhança
1º Caso:AA(ângulo-ângulo) Considerando o triângulo retângulo ABC.
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de
vértices correspondentes, então esses triângulos são con-
gruentes.

51
MATEMÁTICA

Temos: O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos


são:

a: hipotenusa
b e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipo-
tenusa

Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Chamamos relações métricas as relações existentes en-
tre os diversos segmentos desse triângulo. Assim:
Fórmulas Trigonométricas
1. O quadrado de um cateto é igual ao produto da
Relação Fundamental hipotenusa pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.
Existe uma outra importante relação entre seno e cos-
seno de um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.

2. O produto dos catetos é igual ao produto da hipo-


tenusa pela altura relativa à hipotenusa.

3. O quadrado da altura é igual ao produto das pro-


jeções dos catetos sobre a hipotenusa.

Neste triângulo, temos que: c²=a²+b²


Dividindo os membros por c² 4. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos
quadrados dos catetos (Teorema de Pitágoras).

Posições Relativas de Duas Retas


Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo
plano. Nesse caso são chamadas retas coplanares. Podem
também não estar no mesmo plano. Nesse caso, são deno-
Como minadas retas reversas.

Retas Coplanares
a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum

Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado


triangulo retângulo.

52
MATEMÁTICA

QUESTÕES

01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá-


rios- VUNESP/2017) Um terreno retangular ABCD, com 40
m de largura por 60 m de comprimento, foi dividido em
três lotes, conforme mostra a figura.

-Duas retas concorrentes podem ser:

1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.

2. Oblíquas:r e s não são perpendiculares.

Sabendo-se que EF = 36 m e que a área do lote 1 é 864


m², o perímetro do lote 2 é
b) Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são
coincidentes. (A) 100 m.
(B) 108 m.
(C) 112 m.
(D) 116 m.
(E) 120 m.

02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Con-


sidere um triângulo retângulo de catetos medindo 3m e
5m. Um segundo triângulo retângulo, semelhante ao pri-
meiro, cuja área é o dobro da área do primeiro, terá como
medidas dos catetos, em metros:
(A) 3 e 10.
(B) 3√2 e 5√2 .
(C) 3√2 e 10√2 .
(D) 5 e 6.
(E) 6 e 10.

03. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


figura abaixo, encontra-se representada uma cinta esticada
passando em torno de três discos de mesmo diâmetro e
tangentes entre si.

53
MATEMÁTICA

Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o 06. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
comprimento da cinta acima representada é - MSCONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a
(A) 8/3 π + 8 . seguir, de vértices A, B e C, representa uma praça de uma
(B) 8/3 π + 24. cidade. Qual é a área dessa praça?
(C) 8π + 8 .
(D) 8π + 24.
(E) 16π + 24.

04. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


figura abaixo, ABCD é um quadrado de lado 10; E, F, G e H
são pontos médios dos lados do quadrado ABCD e são os
centros de quatro círculos tangentes entre si.
(A) 120 m²
(B) 90 m²
(C) 60 m²
(D) 30 m²

07. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


NESP/2017) A figura, com dimensões indicadas em cen-
tímetros, mostra um painel informativo ABCD, de formato
retangular, no qual se destaca a região retangular R, onde
x > y.

A área da região sombreada, da figura acima apresen-


tada, é
(A) 100 - 5π .
(B) 100 - 10π .
(C) 100 - 15π .
(D) 100 - 20π .
(E) 100 - 25π .

05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) No Sabendo-se que a razão entre as medidas dos lados
cubo de aresta 10, da figura abaixo, encontra-se represen- correspondentes do retângulo ABCD e da região R é igual
tado um plano passando pelos vértices B e C e pelos pon- a 5/2 , é correto afirmar que as medidas, em centímetros,
tos P e Q, pontos médios, respectivamente, das arestas EF e dos lados da região R, indicadas por x e y na figura, são,
HG, gerando o quadrilátero BCQP. respectivamente,

(A) 80 e 64.
(B) 80 e 62.
(C) 62 e 80.
(D) 60 e 80.
(E) 60 e 78.

08. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


NESP/2017) O piso de um salão retangular, de 6 m de
comprimento, foi totalmente coberto por 108 placas qua-
dradas de porcelanato, todas inteiras. Sabe-se que quatro
A área do quadrilátero BCQP, da figura acima, é placas desse porcelanato cobrem exatamente 1 m2 de piso.
Nessas condições, é correto afirmar que o perímetro desse
(A) 25√5. piso é, em metros, igual a
(B) 50√2. (A) 20.
(C) 50√5. (B) 21.
(D) 100√2 . (C) 24.
(E) 100√5. (D) 27.
(E) 30.

54
MATEMÁTICA

09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi- 12. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária –
sor – FGV/2017) O proprietário de um terreno retangular MSCONCURSOS/2017) Fábio precisa comprar arame para
resolveu cercá-lo e, para isso, comprou 26 estacas de ma- cercar um terreno no formato a seguir, retângulo em B e C.
deira. Colocou uma estaca em cada um dos quatro cantos Considerando que ele dará duas voltas com o arame no ter-
do terreno e as demais igualmente espaçadas, de 3 em 3 reno e que não terá perdas, quantos metros ele irá gastar?
metros, ao longo dos quatro lados do terreno. (considere √3 =1,7; sen30º=0,5; cos30º=0,85; tg30º=0,57).
O número de estacas em cada um dos lados maiores
do terreno, incluindo os dois dos cantos, é o dobro do nú-
mero de estacas em cada um dos lados menores, também
incluindo os dois dos cantos.
A área do terreno em metros quadrados é:
(A) 240;
(B) 256;
(C) 324; (A) 64,2 m
(D) 330; (B) 46,2 m
(E) 372. (C) 92,4 m
(D) 128,4 m
10. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário- VU-
NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão in-
dicadas em metros, mostra as regiões R1 e R2 , ambas com RESPOSTAS
formato de triângulos retângulos, situadas em uma praça
e destinadas a atividades de recreação infantil para faixas
etárias distintas. 01. Resposta: D.

Se a área de R1 é 54 m², então o perímetro de R2 é, em


metros, igual a

(A) 54.
(B) 48.
(C) 36.
(D) 40.
(E) 42.

11. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária –


MSCONCURSOS/2017)

96h=1728
Seja a expressão definida em H=18
0< x < π/2 . Ao simplificá-la, obteremos:
Como I é um triângulo:
(A) 1 60-36=24
(B) sen²x X²=24²+18²
(C) cos²x X²=576+324
(D) 0 X²=900
X=30
Como h=18 e AD é 40, EG=22

Perímetro lote 2: 40+22+24+30=116

55
MATEMÁTICA

02. Resposta: B. A área de um círculo é

A sombreada=100-25π

05. Resposta: C.
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25
CQ²=125
CQ=5√5
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC
Lado=3√2 A=5√5⋅10=50√5
Outro lado =5√2
06. Resposta: C
03. Resposta: D. Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.

Observe o triângulo do meio, cada lado é exatamente 17²=x²+8²


a mesma medida da parte reta da cinta. 289=x²+64
Que é igual a 2 raios, ou um diâmetro, portanto o lado X²=225
esticado tem 8x3=24 m X=15
A parte do círculo é igual a 120°, pois é 1/3 do círculo,
como são três partes, é a mesma medida de um círculo. 07. Resposta: A.
O comprimento do círculo é dado por: 2πr=8π
Portanto, a cinta tem 8π+24

04. Resposta: E. 5y=320

Como o quadrado tem lado 10,a área é 100. Y=64

5x=400
X=80

08. Resposta: B.
108/4=27m²
6x=27
X=27/6

O perímetro seria

O ladao AF e AE medem 5, cada um, pois F e E é o


ponto Médio 09. Resposta: C.
X²=5²+5² Número de estacas: x
X²=25+25 X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contan-
X²=50 do duas vezes o canto
X=5√2 6x=30
X é o diâmetro do círculo, como temos 4 semi círculos, X=5
temos 2 círculos inteiros. Temos 5 estacas no lado menor, como são espaçadas
a cada 3m

56
MATEMÁTICA

4 espaços de 3m=12m
Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m
A=12⋅27=324 m² Y=10,2
2 voltas=2(12+18+10,2+6+18)=128,4m
10. Resposta: B.

Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de centro
O contido num deles, e uma reta s concorrente com os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião
de todos os segmentos paralelos a s, com extremidades no
círculo e no outro plano.
9x=108
X=12

Para encontrar o perímetro do triângulo R2:

Classificação
Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando
as geratrizes são perpendiculares às bases.
Y²=16²+12² Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é
Y²=256+144=400 equilátero.
Y=20 Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.

Perímetro: 16+12+20=48

11. Resposta: C.

1-cos²x=sen²x

Área
Área da base: Sb=πr²
12. Resposta: D.

Volume

Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α,
um ponto V que não pertence ao plano.
X=6 A figura geométrica formada pela reunião de todos os
segmentos de reta que tem uma extremidade no ponto V
e a outra num ponto do círculo denomina-se cone circular.

57
MATEMÁTICA

Área e Volume
Classificação Área lateral:
-Reto:eixo VO perpendicular à base; Onde n= quantidade de lados
Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângu-
lo em torno de um de seus catetos. Por isso o cone reto é
também chamado de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é
denominado cone equilátero. Prismas
Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R
contido em α e uma reta r concorrente aos dois.

-Oblíquo: eixo não é perpendicular Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião
de todos os segmentos paralelos a r, com extremidades no
polígono R e no plano β.
Área
Área lateral:
Área da base:
Área total:

Volume

Pirâmides
As pirâmides são também classificadas quanto ao nú-
mero de lados da base.

Assim, um prisma é um poliedro com duas faces con-


gruentes e paralelas cujas outras faces são paralelogramos
obtidos ligando-se os vértices correspondentes das duas
faces paralelas.

58
MATEMÁTICA

Classificação

Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares


às bases
Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.

Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces


quadradas.

Classificação pelo polígono da base

Prisma Regular
Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regu-
lares, o prisma é dito regular.
As faces laterais são retângulos congruentes e as bases
são congruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...)

-Triangular Área
Área cubo:
Área paralelepípedo:
-Quadrangular A área de um prisma:
Onde: St=área total
Sb=área da base
Sl=área lateral, soma-se todas as áreas das faces late-
rais.

Volume
Paralelepípedo:V=a.b.c
Cubo:V=a³
Demais:

E assim por diante...

Paralelepípedos
Os prismas cujas bases são paralelogramos denomi-
nam-se paralelepípedos.

59

-Triangular
MATEMÁTICA

QUESTÕES 04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) A figura mostra cubinhos de madeira, todos
01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Um de mesmo volume, posicionados em uma caixa com a for-
cilindro reto de altura h tem volume V. Para que um cone ma de paralelepípedo reto retângulo.
reto com base igual a desse cilindro tenha volume V, sua
altura deve ser igual a
(A) 1/3h.
(B) 1/2h.
(C) 2/3h.
(D) 2h.
(E) 3h.

02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária –


MSCONCURSOS/2017) Qual é o volume de uma lata de Se cada cubinho tem aresta igual a 5 cm, então o volu-
óleo perfeitamente cilíndrica, cujo diâmetro é 8 cm e a al- me interno dessa caixa é, em cm³ , igual a
tura é 20 cm? (use π=3) (A) 3000.
(A) 3,84 l (B) 4500.
(B) 96 ml (C) 6000.
(C) 384 ml (D) 7500.
(D) 960 ml (E) 9000.

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- 05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
NESP/2017) Inicialmente, um reservatório com formato GO/2017) Frederico comprou um aquário em formato de
de paralelepípedo reto retângulo deveria ter as medidas paralelepípedo, contendo as seguintes dimensões:
indicadas na figura.

Estando o referido aquário completamente cheio, a sua


capacidade em litros é de:
(A) 0,06 litros.
(B) 0,6 litros.
(C) 6 litros.
Em uma revisão do projeto, foi necessário aumentar (D) 0,08 litros.
em 1 m a medida da largura, indicada por x na figura, man- (E) 0,8 litros.
tendo-se inalteradas as demais medidas. Desse modo, o
volume inicialmente previsto para esse reservatório foi au- 06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
mentado em NESP/2017) As figuras seguintes mostram os blocos de
(A) 1 m³ . madeira A, B e C, sendo A e B de formato cúbico e C com
(B) 3 m³ . formato de paralelepípedo reto retângulo, cujos respecti-
(C) 4 m³ . vos volumes, em cm³, são representados por VA, VB e VC.
(D) 5 m³ .
(E) 6 m³ .

60
MATEMÁTICA

Se VA + VB = 1/2 VC , então a medida da altura do 09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2017)


bloco C, indicada por h na figura, é, em centímetros, igual a De um reservatório com formato de paralelepípedo reto re-
(A) 15,5. tângulo, totalmente cheio, foram retirados 3 m³ de água.
(B) 11. Após a retirada, o nível da água restante no reservatório ficou
(C) 12,5. com altura igual a 1 m, conforme mostra a figura.
(D) 14.
(E) 16

07. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPEGO/2017)


Um recipiente na forma de um prisma reto de base quadra-
da, com dimensões internas de 10 cm de aresta da base e
25 cm de altura, está com 20% de seu volume total preen-
chido com água, conforme mostra a figura. (Figura fora de
escala)

Desse modo, é correto afirmar que a medida da altura


total do reservatório, indicada por h na figura, é, em me-
tros, igual a
(A) 1,8.
(B) 1,75.
(C) 1,7.
(D) 1,65.
Para completar o volume total desse recipiente, serão (E) 1,6.
despejados dentro dele vários copos de água, com 200 mL
cada um. O número de copos totalmente cheios necessá- 10. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS-
rios para completar o volume total do prisma será: CONCURSOS/2016) O volume de um cone circular reto,
(A) 8 copos cuja altura é 39 cm, é 30% maior do que o volume de um
(B) 9 copos cilindro circular reto. Sabendo que o raio da base do cone
(C) 10 copos é o triplo do raio da base do cilindro, a altura do cilindro é:
(D) 12 copos (A) 9 cm
(E) 15 copos (B) 30 cm
(C) 60 cm
08. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSU- (D) 90 cm
FG/2017) figura a seguir representa um cubo de aresta a.

RESPOSTAS

01. Resposta:

Volume cilindro=πr²h

Para que seja igual a V, a altura tem que ser igual a 3h


Considerando a pirâmide de base triangular cujos vér-
tices são os pontos B, C, D e G do cubo, o seu volume é
dado por
(A) a³/6
(B) a³/3 02. Resposta: D
(C) a³/3√3 V= πr²h
(D) a³/6√6 V=3⋅4²⋅20=960 cm³=960 ml

03. Resposta:E.
V=2⋅3⋅x=6x
Aumentando 1 na largura
V=2⋅3⋅(x+1)=6x+6
Portanto, o volume aumentou em 6.

61
MATEMÁTICA

04. Resposta:E. Como o volume do cone é 30% maior:


São 6 cubos no comprimento: 6⋅5=30 117πr²=1,3 πr²h
São 4 cubos na largura: 4⋅5=20 H=117/1,3=90
3 cubos na altura: 3⋅5=15
V=30⋅20⋅15=9000
TEOREMA DE PITÁGORAS
05. Resposta: C.
V=20⋅15⋅20=6000cm³=6000ml==6 litros Em todo triângulo retângulo, o quadrado da medida
da hipotenusa é igual à soma dos quadrados da medida
06. Resposta:C. dos catetos.
VA=125cm³

VB=1000cm³

Demonstrando o teorema de Pitágoras


180h=2250
H=12,5 Existem inúmeras maneiras de demonstrar o teorema
de Pitágoras. Veremos uma delas, baseada no cálculo de
07. Resposta: C. áreas de figuras geométricas planas.
V=10⋅10⋅25=2500 cm³ Consideremos o triângulo retângulo da figura.
2500⋅0,2=500cm³ preenchidos.
Para terminar de completar o volume:
2500-500=2000 cm³
2000/200=10 copos

08. Resposta: A.
A base é um triângulo de base a e altura a

a = medida da hipotenusa
b = medida de um cateto
c = medida do outro cateto

Observe, agora, os quadrados MNPQ e DEFG, que têm


a mesma área, pois o lado de cada quadrado mede (b+c).

09. Resposta: E.
V=2,5⋅2⋅1=5m³
Como foi retirado 3m³
5+3=2,5⋅2⋅h
8=5h
H=1,6m

10. Resposta: D.
Cone
- Área do quadrado MNPQ = área do quadrado RSVT
+ (área do triângulo RNS) . 4

- Área do quadrado DEFG = área do quadrado IELJ +


área do quadrado GHJK + (área do retângulo DIJH).2
Cilindro
V=Ab⋅h - Área do quadrado RSVT = a2
V=πr²h

62
MATEMÁTICA

b.c
- Área do triângulo RNS =
2
- Área do quadrado IELJ = c2

- Área do quadrado GHJK = b2

- Área do retângulo DIJK = b.c

Como os quadrados MNPQ e DEFG têm áreas iguais, podemos escrever:

 bc  2 2 2
a2+  . 4 =c +b + (bc) . 2
 2/ 
a2 + 2bc = c2 + b2 + 2bc

Cancelando 2bc, temos:

a2=b2+c2

A demonstração algébrica do teorema de Pitágoras será feita mais adiante.

Pense & Descubra

Um terreno tem a forma de um triângulo retângulo e tem rente para três ruas: Rua 1, Rua 2 e Rua 3, conforme nos
mostra a figura. Calcule, em metros, o comprimento a da frente do terreno voltada para a rua 1.

De acordo com os dados do problema, temos b = 96 m e c = 180 m.

Aplicando o teorema de Pitágoras:


a2 = b2 + c2 a2 = 41616
a2 = (96)2 + (180)2 a = 41616
a2 = 9216 + 32400 a = 204

Então, a frente do terreno para a rua 1 tem 204 m de comprimento.

Teorema de Pitágoras no quadrado

Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabelecer uma relação importante entre a medida d da diagonal e a
medida l do lado de um quadrado.

63
MATEMÁTICA

d= medida da diagonal
l= medida do lado

Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo retângulo ABC, temos:

d2=l2+l2 d= 2l 2
d2=2 l2 d=l 2
Teorema de Pitágoras no triângulo equilátero

Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabelecer uma relação importante entre a medida h da altura e a medida
l do lado de um triângulo equilátero.

l= medida do lado
h= medida da altura

^ e a mediana coincidem. Logo, H é ponto médio do lado BC .


No triângulo equilátero, a altura
No triângulo retângulo AHC, H é ângulo reto. De acordo com o teorema de Pitágoras, podemos escrever:

64
MATEMÁTICA

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS A Incógnita se enganou ao dizer quem era. Para aten-


der ao Teorema de Pitágoras, deveria dar a seguinte res-
1. O valor de x, em cm, no triângulo retângulo abaixo é: posta:
a) “Sou a soma dos catetos. Mas pode me chamar de
Hipotenusa.”
b) “Sou o quadrado da soma dos catetos. Mas pode me
chamar de Hipotenusa.”
c) “Sou o quadrado da soma dos catetos. Mas pode me
chamar de quadrado da Hipotenusa.”
d) “Sou a soma dos quadrados dos catetos. Mas pode
me chamar de quadrado da Hipotenusa.”

a) 10 5. (Fatec) O valor do raio da circunferência da figura é:


b) 11
c) 12
d) 13
e) 14
    
2. Uma empresa de iluminação necessita esticar um
cabo de energia provisório do topo de um edifício, cujo
formato é um retângulo, a um determinado ponto do solo
distante a 6 m, como ilustra a figura a seguir. O compri-
mento desse cabo de energia, em metros, será de:
a) 28
b) 14
c) 12
d) 10
e) 8
a) 7,5
b) 14,4
c) 12,5
d) 9,5
e) 10,0

6. O valor do segmento desconhecido x no triângulo


retângulo a seguir, é:
3. (Fuvest) Um trapézio retângulo tem bases medindo
5 e 2 e altura 4. O perímetro desse trapézio é:
a) 17
b) 16
c) 15
d) 14
e) 13

4. (UERJ) Millôr Fernandes, em uma bela homenagem à


Matemática, escreveu um poema do qual extraímos o frag-
mento abaixo: a) 15
Às folhas tantas de um livro de Matemática, um b) 14
Quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma c) 12
incógnita. d) 10
Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a do ápice à e) 6
base: uma figura ímpar; olhos romboides, boca trapezoide,
corpo retangular, seios esferoides.
Fez da sua uma vida paralela à dela, até que se encon-
traram no infinito.
“Quem és tu” – indagou ele em ânsia radical.
“Sou a soma dos quadrados dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa.”
(Millôr Fernandes – Trinta Anos de Mim
Mesmo)

65
MATEMÁTICA

RESOLUÇÕES

1) Alternativa d
Solução: x é hipotenusa, 12 e 5 são os catetos, então:
x2 = 122 + 52
x2 = 144 + 25
x2 = 169
x=
x = 13 cm

2) Alternativa d
Solução: como podemos observar na figura, temos um Sendo r a hipotenusa, 10 e r – 5 são catetos:
triângulo retângulo cujos catetos medem 8 m e 6 m, cha- r2 = 102 + (r – 5)2
mando o cabo de energia de x, pelo Teorema de Pitágoras: r2 = 100 + r2 – 2.5.r + 52
r2 = 100 + r2 – 10r + 25
x2 = 62 + 82 r2 – r2 + 10r = 125
x2 = 36 + 64 10r = 125
x2 = 100 r = 125 : 10
x= r = 12,5
x = 10 m
6) Alternativa a
3) Alterntiva b Solução: aplicação direta do Teorema de Pitágoras:
Solução: temos que fazer uma figura, um trapézio re- x2 = 122 + 92
tângulo é aquele que tem dois ângulos de 90°. x2 = 144 + 81
x2 = 225
x=
x = 15

RACIOCÍNIO LÓGICO:
ESTRUTURAS LÓGICAS;
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS,
INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES E CONCLUSÕES;
LÓGICA SENTENCIAL OU PROPOSICIONAL:
PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS;

Perímetro é a soma dos quatro lados. Como podemos Proposição


observar na figura acima, temos um triângulo retângulo Definição: Todo o conjunto de palavras ou símbolos
cujos catetos medem 3 e 4 e x é a hipotenusa: que exprimem um pensamento de sentido completo.
x2 = 32 + 44
x2 = 9 + 16 Nossa professora, bela definição!
x2 = 25 Não entendi nada!
x=
x= 5 Vamos pensar que para ser proposição a frase tem que
fazer sentido, mas não só sentido no nosso dia a dia, mas
Perímetro = 5 + 4 + 2 + 5 = 16 também no sentido lógico.
Para uma melhor definição dentro da lógica, para ser
4) Alternativa d proposição, temos que conseguir julgar se a frase é verda-
Solução: de acordo com o Teorema de Pitágoras: “O deira ou falsa.
quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos
catetos.” Exemplos:
(A) A Terra é azul.
5) Alternativa c Conseguimos falar se é verdadeiro ou falso? Então é
Solução: na figura dada podemos observar dois triân- uma proposição.
gulos retângulos iguais e com lados medindo: (B) >2

66
MATEMÁTICA

Proposição composta: combinação de duas ou mais


Como ≈1,41, então a proposição tem valor lógico proposições. Geralmente designadas pelas letras maiúscu-
falso. las P, Q, R, S,...

Todas elas exprimem um fato. Exemplo:


P: Marcelo é engenheiro e Ricardo é estudante.
Agora, vamos pensar em uma outra frase: Q: Marcelo é engenheiro ou Ricardo é estudante.
O dobro de 1 é 2?
Sim, correto? Se quisermos indicar quais proposições simples fazem
Correto. Mas é uma proposição? parte da proposição composta:
Não! Porque sentenças interrogativas, não podemos
declarar se é falso ou verdadeiro. P(p,q)

Bruno, vá estudar. Se pensarmos em gramática, teremos uma proposição


É uma declaração imperativa, e da mesma forma, não composta quando tiver mais de um verbo e proposição
conseguimos definir se é verdadeiro ou falso, portanto, não simples, quando tiver apenas 1. Mas, lembrando que para
é proposição. ser proposição, temos que conseguir definir o valor lógico.

Passei! Conectivos
Ahh isso é muito bom, mas infelizmente, não podemos Agora vamos entrar no assunto mais interessante: o
de qualquer forma definir se é verdadeiro ou falso, porque que liga as proposições.
é uma sentença exclamativa. Antes, estávamos vendo mais a teoria, a partir dos co-
Vamos ver alguns princípios da lógica: nectivos vem a parte prática.

Definição
I. Princípio da não Contradição: uma proposição não
Palavras que se usam para formar novas proposições,
pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
a partir de outras.
II. Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição
“ou” é verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se
Vamos pensar assim: conectivos? Conectam alguma
sempre um desses casos e nunca um terceiro caso.
coisa?
Sim, vão conectar as proposições, mas cada conetivo
Valor Lógico das Proposições terá um nome, vamos ver?
Definição: Chama-se valor lógico de uma proposição a
verdade, se a proposição é verdadeira (V), e a falsidade, se -Negação
a proposição é falsa (F).

Exemplo
p: Thiago é nutricionista.
V(p)= V essa é a simbologia para indicar que o valor Exemplo
lógico de p é verdadeira, ou p: Lívia é estudante.
V(p)= F ~p: Lívia não é estudante.
Basicamente, ao invés de falarmos, é verdadeiro ou fal- q: Pedro é loiro.
so, devemos falar tem o valor lógico verdadeiro, tem valor ¬q: É falso que Pedro é loiro.
lógico falso.
r: Érica lê muitos livros.
Classificação ~r: Não é verdade que Érica lê muitos livros.
Proposição simples: não contém nenhuma outra pro- s: Cecilia é dentista.
posição como parte integrante de si mesma. São geral- ¬s: É mentira que Cecilia é dentista.
mente designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r,s...
E depois da letra colocamos “:” -Conjunção
Exemplo:
p: Marcelo é engenheiro
q: Ricardo é estudante

67
MATEMÁTICA

Nossa, são muitas formas de se escrever com a con- QUESTÕES


junção.
Não precisa decorar todos, alguns são mais usuais: “e”, 01. (IFBAIANO – Assistente em Administração –
“mas”, “porém” FCM/2017) Considere que os valores lógicos de p e q são
V e F, respectivamente, e avalie as proposições abaixo.
Exemplos I- p → ~(p ∨ ~q) é verdadeiro
p: Vinícius é professor. II- ~p → ~p ∧ q é verdadeiro
q: Camila é médica. III- p → q é falso
p∧q: Vinícius é professor e Camila é médica. IV- ~(~p ∨ q) → p ∧ ~q é falso
p∧q: Vinícius é professor, mas Camila é médica.
p∧q: Vinícius é professor, porém Camila é médica. Está correto apenas o que se afirma em:

- Disjunção (A) I e III.


(B) I, II e III.
(C) I e IV.
(D) II e III.
(E) III e IV.
p: Vitor gosta de estudar.
q: Vitor gosta de trabalhar 02. (TERRACAP – Técnico Administrativo – QUA-
DRIX/2017) Sabendo-se que uma proposição da forma
p∨q: Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de traba- “P→Q” — que se lê “Se P, então Q”, em que P e Q são
lhar. proposições lógicas — é Falsa quando P é Verdadeira e Q é
Falsa, e é Verdadeira nos demais casos, assinale a alternati-
- Disjunção Exclusiva va que apresenta a única proposição Falsa.

Extensa: Ou...ou... (A) Se 4 é um número par, então 42 + 1 é um número


Símbolo: ∨ primo.
(B) Se 2 é ímpar, então 22 é par.
p: Vitor gosta de estudar. (C) Se 7 × 7 é primo, então 7 é primo.
q: Vitor gosta de trabalhar (D) Se 3 é um divisor de 8, então 8 é um divisor de 15.
(E) Se 25 é um quadrado perfeito, então 5 > 7.
p∨q Ou Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de tra-
balhar. 03. (IFBAIANO – Assistente Social – FCM/2017)
Segundo reportagem divulgada pela Globo, no dia
-Condicional 17/05/2017, menos de 40% dos brasileiros dizem praticar
Extenso: Se...,então..., É necessário que, Condição ne- esporte ou atividade física, segundo dados da Pesquisa Na-
cessária cional por Amostra de Domicílios (Pnad)/2015. Além disso,
Símbolo: → concluiu-se que o número de praticantes de esporte ou de
atividade física cresce quanto maior é a escolaridade.
Exemplos (Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/me-
p→q: Se chove, então faz frio. nos-de-40-dos-brasileiros-dizem-praticar-esporte-ou-ati-
p→q: É suficiente que chova para que faça frio. vidade-fisica-futebol-e-caminhada-lideram-praticas.ghtml.
p→q: Chover é condição suficiente para fazer frio. Acesso em: 23 abr. 2017).
p→q: É necessário que faça frio para que chova. Com base nessa informação, considere as proposições
p→q: Fazer frio é condição necessária para chover. p e q abaixo:

-Bicondicional p: Menos de 40% dos brasileiros dizem praticar esporte


Extenso: se, e somente se, ... ou atividade física
Símbolo:↔ q: O número de praticantes de esporte ou de atividade
física cresce quanto maior é a escolaridade
p: Lucas vai ao cinema
q: Danilo vai ao cinema. Considerando as proposições p e q como verdadeiras,
avalie as afirmações feitas a partir delas.
p↔q: Lucas vai ao cinema se, e somente se, Danilo vai
ao cinema. I- p ∧ q é verdadeiro
II- ~p ∨ ~q é falso
Referências III- p ∨ q é falso
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemá- IV- ~p ∧ q é verdadeiro
tica – São Paulo: Nobel – 2002.

68
MATEMÁTICA

Está correto apenas o que se afirma em: 08. (DPU – Analista – CESPE/2016) Um estudante de
direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou
(A) I e II. sua própria legenda, na qual identificava, por letras, algu-
(B) II e III. mas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e
(C) III e IV. as vinculava por meio de sentenças (proposições). No seu
(D) I, II e III. vocabulário particular constava, por exemplo:
(E) II, III e IV.
P: Cometeu o crime A.
04. (UFSBA - Administrador – UFMT /2017) Assinale Q: Cometeu o crime B.
a alternativa que NÃO apresenta uma proposição. R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclu-
são no regime fechado.
(A) Jorge Amado nasceu em Itabuna-BA. S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
(B) Antônio é produtor de cacau.
(C) Jorge Amado não foi um grande escritor baiano. Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não re-
(D) Queimem os seus livros. cordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue
05. (EBSERH – Médico – IBFC/2017) Sabe-se que p, o item que se segue.
q e r são proposições compostas e o valor lógico das pro- A proposição “Caso tenha cometido os crimes A e B,
posições p e q são falsos. Nessas condições, o valor lógico não será necessariamente encarcerado nem poderá pagar
da proposição r na proposição composta {[q v (q ^ ~p)] v r} fiança” pode ser corretamente simbolizada na forma (P∧-
cujo valor lógico é verdade, é: Q)→((~R)∨(~S)).

(A) falso ( )Certo ( )Errado


(B) inconclusivo
(C) verdade e falso 09. (PREF. DE RIO DE JANEIRO/RJ – Administrador -
(D) depende do valor lógico de p PREF. DE RIO DE JANEIRO/2016) Considere-se a seguinte
(E) verdade proposição: “Se chove, então Mariana não vai ao deserto”.
Com base nela é logicamente correto afirmar que:
06. (PREF. DE TANGUÁ/RJ – Fiscal de Tributos – MS- (A) Chover é condição necessária e suficiente para Ma-
CONCURSOS/2017) Qual das seguintes sentenças é clas- riana ir ao deserto.
sificada como uma proposição simples? (B) Mariana não ir ao deserto é condição suficiente
para chover.
(A) Será que vou ser aprovado no concurso? (C) Mariana ir ao deserto é condição suficiente para
(B) Ele é goleiro do Bangu. chover.
(C) João fez 18 anos e não tirou carta de motorista. (D) Não chover é condição necessária para Mariana ir
(D) Bashar al-Assad é presidente dos Estados Unidos. ao deserto.

07.(EBSERH – Assistente Administrativo – 10. (PREF. DO RIO DE JANEIRO – Agente de Admi-


IBFC/2017) Assinale a alternativa incorreta com relação nistração – PREF. DE RIO DE JANEIRO/2016) Considere-
aos conectivos lógicos: -se a seguinte proposição:

(A) Se os valores lógicos de duas proposições forem P: João é alto ou José está doente.
falsos, então a conjunção entre elas têm valor lógico falso.
(B) Se os valores lógicos de duas proposições forem O conectivo utilizado na proposição composta P cha-
falsos, então a disjunção entre elas têm valor lógico falso. ma-se:
(C) Se os valores lógicos de duas proposições forem (A) disjunção
falsos, então o condicional entre elas têm valor lógico ver- (B) conjunção
dadeiro. (C) condicional
(D) Se os valores lógicos de duas proposições forem (D) bicondicional
falsos, então o bicondicional entre elas têm valor lógico
falso.
(E) Se os valores lógicos de duas proposições forem
falsos, então o bicondicional entre elas têm valor lógico
verdadeiro.

69
MATEMÁTICA

RESPOSTAS 05. Resposta: E.


Sabemos que p e q são falsas.
01. Resposta: D. q∧~p =F
I- p → ~(p ∨ ~q) q∨( q∧~p)
(V) →~(V∨V) F∨F
V→F F
F Como a proposição é verdadeira, R deve ser verdadeira
para a disjunção ser verdadeira.
II- ~p → ~p ∧ q
F→F∧V 06. Resposta: D.
F→F A única que conseguimos colocar um valor lógico.
V A C é uma proposição composta.

III- p → q 07. Resposta: D.


V→F Observe que as alternativas D e E são contraditórias,
F portanto uma delas é falsa.
Se as duas proposições têm o mesmo valor lógico, a
IV- ~(~p ∨ q) → p ∧ ~q bicondicional é verdadeira.
~(F∨F) →V∧V
V→V 08. Resposta: Errado.
→V “...encarcerado nem poderá pagar fiança”.
“Nem” é uma conjunção(∧)

02. Resposta:.E. 09. Resposta: D.


Vamos fazer por alternativa: Não pode chover para Mariana ir ao deserto.
(A) V→V
V 10. Resposta: A.
O conectivo ou chama-se disjunção e também é repre-
(B) F→V sentado simbolicamente por ∨
V

(C)V→V Tabela-verdade
V Com a tabela-verdade, conseguimos definir o valor
lógico de proposições compostas facilmente, analisando
(D) F→F cada coluna.
V
Se tivermos uma proposição p, ela pode ter V(p)=V ou
(E) V→F V(p)=F
F p
03. Resposta: A. V
p∧q é verdadeiro F
~p∨~q
F∨F Quando temos duas proposições, não basta colocar só
F VF, será mais que duas linhas.
p∨q p q
V∨V V V
V V F
F V
~p∧q F F
F∧V
F Observe, a primeira proposição ficou VVFF
E a segunda intercalou VFVF.
04. Resposta: D. Vamos raciocinar, com uma proposição temos 2 possi-
As frases que você não consegue colocar valor lógico bilidades, com 2 proposições temos 4, tem que haver um
(V ou F) não são proposições. padrão para se tornar mais fácil!
Sentenças abertas, frases interrogativas, exclamativas, As possibilidades serão 2n,
imperativas Onde:
n=número de proposições

70
MATEMÁTICA

p q r -Disjunção Exclusiva
V V V Na disjunção exclusiva é diferente, pois OU comprei
V F V chocolate OU comprei bala.
V V F Ou seja, um ou outro, não posso ter os dois ao mesmo
tempo.
V F F
F V V p q p∨q
F F V V V F
F V F V F V
F F F F V V
F F F
A primeira proposição, será metade verdadeira e me-
-Condicional
tade falsa.
A segunda, vamos sempre intercalar VFVFVF.
Se chove, então faz frio.
E a terceira VVFFVVFF.
Agora, vamos ver a tabela verdade de cada um dos
Se choveu, e fez frio
operadores lógicos?
Estamos dentro da possibilidade.(V)
-Negação
p ~p Choveu e não fez frio
V F Não está dentro do que disse. (F)
F V
Não choveu e fez frio..
Se estamos negando uma coisa, ela terá valor lógico Ahh tudo bem, porque pode fazer frio se não chover,
oposto, faz sentido, não? certo?(V)
- Conjunção Não choveu, e não fez frio
Eu comprei bala e chocolate, só vou me contentar se eu Ora, se não choveu, não precisa fazer frio. (V)
tiver as duas coisas, certo?
Se eu tiver só bala não ficarei feliz, e nem se tiver só p q p →q
chocolate. V V V
E muito menos se eu não tiver nenhum dos dois. V F F
F V V
F F V
p q p ∧q
V V V -Bicondicional
V F F
F V F Ficarei em casa, se e somente se, chover.
F F F
Estou em casa e está chovendo.
-Disjunção A ideia era exatamente essa. (V)
Vamos pensar na mesma frase anterior, mas com o co- Estou em casa, mas não está chovendo.
nectivo “ou”. Você não fez certo, era só pra ficar em casa se choves-
Eu comprei bala ou chocolate. se. (F)
Eu comprei bala e também comprei o chocolate, está
certo pois poderia ser um dos dois ou os dois. Eu sai e está chovendo.
Se eu comprei só bala, ainda estou certa, da mesma Aiaiai não era pra sair se está chovendo. (F)
forma se eu comprei apenas chocolate. Não estou em casa e não está chovendo.
Agora se eu não comprar nenhum dos dois, não dará Sem chuva, você pode sair, ta? (V)
certo.
p q p ↔q
p q p ∨q V V V
V V V V F F
V F V F V F
F F V
F V V
F F F

71
MATEMÁTICA

Tentei deixar de uma forma mais simples, para enten- A coluna inteira da proposição composta deu verda-
der a tabela verdade de cada conectivo, pois sei que será deiro, então é uma tautologia.
difícil para decorar, mas se você lembrar das frases, talvez
fique mais fácil. Bons estudos! Vamos às questões! Exemplo 2
Com as mesmas proposições anteriores:
Tautologia João é estudante ou não é verdade que João é estu-
dante e Mateus é professor.
p∨~(p∧q)
Definição: Chama-se tautologia, toda proposição com-
posta que terá a coluna inteira de valor lógico V. P Q p∧q ~(p∧q) p∨~(p∧q)
Podemos ter proposições SIMPLES que são falsas e se V V V F V
a coluna da proposição composta for verdadeira é tauto- V F F V V
logia. F V F V V
Vamos ver alguns exemplos. F F F V V
A proposição ~(p∧p) é tautologia, pelo Princípio da Novamente, coluna deu inteira com valor lógico verda-
não contradição. Está lembrado? deiro, é tautologia.

Princípio da não Contradição: uma proposição não Exemplo 3


pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo. Se João é estudante ou não é estudante, então Mateus
é professor.
P ~p p∧~p ~(p∧~p)
V F F V P Q ~p p∨~p p∨~p→q
F V F V V V F V V
V F F V F
A proposição p∨ ~p é tautológica, pelo princípio do F V V V V
Terceiro excluído. F F V V F
Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição “ou” é Deu pelo menos uma falsa e agora?
verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se sempre um desses Não é tautologia.
casos e nunca um terceiro caso.

P ~p p∨~p Referências
V F V
F V V ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemá-
tica – São Paulo: Nobel – 2002.
Esses são os exemplos mais simples, mas normalmente
conseguiremos resolver as questões com base na tabela
verdade, por isso insisto que a tabela verdade dos opera- QUESTÕES
dores, têm que estar na “ponta da língua”, quase como a
tabuada da matemática. 01. (UTFPR – Pedagogo – UTFPR/2017) Considere as
seguintes proposições:
Veremos outros exemplos I) p ∧ ~p
II) p → ~p
Exemplo 1 III) p ∨ ~p
IV) p →~q
Vamos pensar nas proposições
P: João é estudante Assinale a alternativa correta.
Q: Mateus é professor (A) Somente I e II são tautologias.
Se João é estudante, então João é estudante ou Mateus (B) Somente II é tautologia.
é professor. (C) Somente III é tautologia.
Em simbologia: p→p∨q (D) Somente III e a IV são tautologias.
(E) Somente a IV é tautologia.
P Q p∨q p→p∨q
V V V V
V F V V
F V V V
F F F V

72
MATEMÁTICA

02 (FUNDAÇÃO HEMOCENTRO DE BRASILIA/DF – Ad- Argumentos inválidos


ministração – IADES/2017) Assinale a alternativa que apre-
senta uma tautologia. Um argumento é dito inválido (ou falácia, ou ilegítimo
ou mal construído), quando as verdades das premissas são
(A) p∨(q∨~p) insuficientes para sustentar a verdade da conclusão. Caso a
(B) (q→p) →(p→q) conclusão seja falsa, decorrente das insuficiências geradas
(C) p→(p→q∧~q) pelas verdades de suas premissas, tem-se como conclusão
(D) p∨~q→(p→~q) uma contradição (F).
(E) p∨q→p∧q Métodos para testar a validade dos argumentos
(IFBA – Administrador – FUNRIO/2016) Ou João é cul-
pado ou Antônio é culpado. Se Antônio é inocente então
RESPOSTAS Carlos é inocente. João é culpado se e somente se Pedro é
inocente. Ora, Pedro é inocente. Logo:
01. Resposta: C.
(A) Pedro e Antônio são inocentes e Carlos e João são
P ou a própria negação é tautologia. culpados.
(B) Pedro e Carlos são inocentes e Antônio e João são
02. Resposta: A. culpados.
(C) Pedro e João são inocentes e Antônio e Carlos são
Antes de entrar em desespero que tenha que fazer to- culpados.
das as tabela verdade, vamos analisar: (D) Antônio e Carlos são inocentes e Pedro e João são
Provavelmente terá uma alternativa que tenha uma culpados.
proposição com conectivo de disjunção e a negação: p∨~p (E) Antônio, Carlos e Pedro são inocentes e João é cul-
Logo na alternativa A, percebemos que temos algo pa- pado.
recido.
Para confirmar, podemos fazer a tabela verdade Resposta: E.
Vamos começar de baixo pra cima.
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO:
Ou João é culpado ou Antônio é culpado.
Argumentos Se Antônio é inocente então Carlos é inocente
João é culpado se e somente se Pedro é inocente
Um argumento é um conjunto finito de premissas (pro- Ora, Pedro é inocente
posições ), sendo uma delas a consequência das demais. (V)
Tal premissa (proposição), que é o resultado dedutivo ou
consequência lógica das demais, é chamada conclusão. Um Sabendo que Pedro é inocente,
argumento é uma fórmula: P1 ∧ P2 ∧ ... ∧ Pn → Q João é culpado se e somente se Pedro é inocente
João é culpado, pois a bicondicional só é verdadeira se
OBSERVAÇÃO: A fórmula argumentativa P1 ∧ P2 ∧ ... ambas forem verdadeiras ou ambas falsas.
∧ Pn → Q, também poderá ser representada pela seguinte
forma: João é culpado se e somente se Pedro é inocente
(V) (V)
Ora, Pedro é inocente
(V)

Sabendo que João é culpado, vamos analisar a primeira


premissa
Ou João é culpado ou Antônio é culpado.
Argumentos válidos Então, Antônio é inocente, pois a disjunção exclusiva só
é verdadeira se apenas uma das proposições for.
Um argumento é válido quando a conclusão é verda-
deira (V), sempre que as premissas forem todas verdadeiras Se Antônio é inocente então Carlos é inocente
(V). Dizemos, também, que um argumento é válido quando Carlos é inocente, pois sendo a primeira verdadeira, a
a conclusão é uma consequência obrigatória das verdades condicional só será verdadeira se a segunda proposição
de suas premissas. também for.

Então, temos:
Pedro é inocente, João é culpado, Antônio é inocente e
Carlos é inocente.

73
MATEMÁTICA

QUESTÕES P2: Aurélia não é ilheense.


C:
01. (PREF. DE SALVADOR – Técnico de Nível Supe-
rior – FGV/2017) Carlos fez quatro afirmações verdadeiras ARGUMENTO 3
sobre algumas de suas atividades diárias: P1: Lucíola é bailarina ou Lucíola é turista.
▪ De manhã, ou visto calça, ou visto bermuda. P2: Lucíola não é bailarina.
▪ Almoço, ou vou à academia. C:
▪ Vou ao restaurante, ou não almoço.
▪ Visto bermuda, ou não vou à academia. ARGUMENTO 4
P1: Se Cecília é baiana, então Cecília gosta de vatapá.
Certo dia, Carlos vestiu uma calça pela manhã. P2: Cecília não gosta de vatapá.
C:
É correto concluir que Carlos:
Pode-se inferir que
(A) almoçou e foi à academia. (A) Lucíola é turista.
(B) foi ao restaurante e não foi à academia. (B) Cecília é baiana.
(C) não foi à academia e não almoçou. (C) Aurélia é produtora de cacau.
(D) almoçou e não foi ao restaurante. (D) Iracema gosta de acarajé.
(E) não foi à academia e não almoçou.
05. (COPERGAS/PE – Auxiliar Administrativo –
02. (TRT 12ª REGIÃO – Analista Judiciário- FCC/2016) Considere verdadeiras as afirmações a seguir:
FGV/2017) Sabe-se que:
I. Laura é economista ou João é contador.
• Se X é vermelho, então Y não é verde. II. Se Dinorá é programadora, então João não é con-
• Se X não é vermelho, então Z não é azul. tador.
• Se Y é verde, então Z é azul. III. Beatriz é digitadora ou Roberto é engenheiro.
IV. Roberto é engenheiro e Laura não é economista.
Logo, deduz-se que:
A partir dessas informações é possível concluir, corre-
(A) X é vermelho; tamente, que :
(B) X não é vermelho;
(C) Y é verde; (A) Beatriz é digitadora.
(D) Y não é verde; (B) João é contador.
(E) Z não é azul. (C) Dinorá é programadora.
(D) Beatriz não é digitadora.
03. (PC/AC – Agente de Polícia Civil – IBADE/2017) (E) João não é contador.
Sabe-se que se Zeca comprou um apontador de lápis azul,
então João gosta de suco de laranja. Se João gosta de suco 06. (MPE/RJ – Analista do Ministério Público –
de laranja, então Emílio vai ao cinema. Considerando que FGV/2016) Sobre as atividades fora de casa no domingo,
Emílio não foi ao cinema, pode-se afirmar que: Carlos segue fielmente as seguintes regras:

(A) Zeca não comprou um apontador de lápis azul. - Ando ou corro.


(B) Emílio não comprou um apontador de lápis azul. - Tenho companhia ou não ando.
(C) Zeca não gosta de suco de laranja. - Calço tênis ou não corro.
(D) João não comprou um apontador de lápis azul. Domingo passado Carlos saiu de casa de sandálias.
(E) Zeca não foi ao cinema. É correto concluir que, nesse dia, Carlos:

04. (UFSBA – Administrador – UFMT/2017) São da- (A) correu e andou;


dos os seguintes argumentos: (B) não correu e não andou;
ARGUMENTO 1 (C) andou e não teve companhia;
(D) teve companhia e andou;
P1: Iracema não gosta de acarajé ou Iracema não é so- (E) não correu e não teve companhia.
teropolitana.
P2: Iracema é soteropolitana.
C:

ARGUMENTO 2
P1: Se Aurélia não é ilheense, então Aurélia não é pro-
dutora de cacau.

74
MATEMÁTICA

07. (PREF. DE SÃO PAULO – Assistente de Gestão de 10. (DPU – Agente Administrativo – CESPE/2016)
Políticas Públicas – CESPE/2016) As proposições seguin- Considere que as seguintes proposições sejam verdadeiras.
tes constituem as premissas de um argumento.
• Quando chove, Maria não vai ao cinema.
• Bianca não é professora. • Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.
• Se Paulo é técnico de contabilidade, então Bianca é • Quando Cláudio sai de casa, não faz frio.
professora. • Quando Fernando está estudando, não chove.
• Se Ana não trabalha na área de informática, então • Durante a noite, faz frio.
Paulo é técnico de contabilidade.
• Carlos é especialista em recursos humanos, ou Ana Tendo como referência as proposições apresentadas,
não trabalha na área de informática, ou Bianca é professora. julgue o item subsecutivo.
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estu-
Assinale a opção correspondente à conclusão que tor- dando.
na esse argumento um argumento válido. ( ) certo ( ) errado

(A) Carlos não é especialista em recursos humanos e


Paulo não é técnico de contabilidade. RESPOSTAS
(B) Ana não trabalha na área de informática e Paulo é
técnico de contabilidade. 01. Resposta: B.
(C) Carlos é especialista em recursos humanos e Ana ▪ De manhã, ou visto calça, ou visto bermuda.
trabalha na área de informática. ▪ Almoço, ou vou à academia.
(D) Bianca não é professora e Paulo é técnico de con- V f
tabilidade. ▪ Vou ao restaurante, ou não almoço.
(E) Paulo não é técnico de contabilidade e Ana não tra- V F
balha na área de informática. ▪ Visto bermuda, ou não vou à academia.
F V
08. (PREF. DE SÃO GONÇALO – Analista de Contabi-
lidade – BIORIO/2016) Se Ana gosta de Beto, então Beto 02. Resposta: D.
ama Carla. Se Beto ama Carla, então Débora não ama Luiz. Vamos tentar fazendo que X é vermelho para ver se
Se Débora não ama Luiz, então Luiz briga com Débora. Mas todos vão ter valor lógico correto.
Luiz não briga com Débora. Assim:
• Se X é vermelho, então Y não é verde.
(A) Ana gosta de Beto e Beto ama Carla. V V
(B) Débora não ama Luiz e Ana não gosta de Beto. • Se Y é verde, então Z é azul.
(C) Débora ama Luiz e Ana gosta de Beto. F F/V
(D) Ana não gosta de Beto e Beto não ama Carla. • Se X não é vermelho, então Z não é azul.
(E) Débora não ama Luiz e Ana gosta de Beto. F F/V

09. (PREF. DE RIO DE JANEIRO – Administrador – Se x não é vermelho:


PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Considerem-se verda- • Se X é vermelho, então Y não é verde.
deiras as seguintes proposições: F V
• Se Y é verde, então Z é azul.
P1: André não gosta de chuchu ou Bruno gosta de be- F F
terraba.
P2: Se Bruno gosta de beterraba, então Carlos não gos- • Se X não é vermelho, então Z não é azul.
ta de jiló. V V
P3: Carlos gosta de jiló e Daniel não gosta de cenoura.
03. Resposta: A.
Assim, uma conclusão necessariamente verdadeira é a Considerando que Emílio não foi ao cinema:
seguinte:
Se João gosta de suco de laranja, então Emílio vai ao
(A) André não gosta de chuchu se, e somente se, Daniel cinema.
gosta de cenoura. F F
(B) Se André não gosta de chuchu, então Daniel gosta Zeca comprou um apontador de lápis azul, então João
de cenoura. gosta de suco de laranja.
(C) Ou André gosta de chuchu ou Daniel não gosta de F F
cenoura.
(D) André gosta de chuchu ou Daniel gosta de cenou-
ra.

75
MATEMÁTICA

04. Resposta: A. Resumindo: ele calçou sandálias, andou e teve com-


Vamos analisar por alternativa, pois fica mais fácil que panhia.
analisar cada argumento.
OBS: Como a alternativa certa é a A, analisarei todas as 07. Resposta: C.
alternativas, para mostrar o porquê de ser essa a correta. • Bianca não é professora.(V)
• Se Paulo é técnico de contabilidade, então Bianca é
(A) Lucíola é turista. professora.
Eu acho mais fácil fazer sempre com as premissas ver- F F
dadeiras. • Se Ana não trabalha na área de informática, então
ARGUMENTO 3 Paulo é técnico de contabilidade.
P1: Lucíola é bailarina ou Lucíola é turista. F F
F V • Carlos é especialista em recursos humanos,
P2: Lucíola não é bailarina.(V) V
ou Ana não trabalha na área de informática, ou Bianca
(B) Cecília é baiana é professora.
P1: Se Cecília é baiana, então Cecília gosta de vatapá. F F
V F
P2: Cecília não gosta de vatapá. 08. Resposta: D.
Sabendo que Luiz não briga com Débora
Mas se Cecília não gosta de vatapá a P2 seria incorreta, Se Débora não ama Luiz, então Luiz briga com Débora.
por isso não é essa alternativa. F F
. Se Beto ama Carla, então Débora não ama Luiz
(C) Aurélia é produtora de cacau F F
P1: Se Aurélia não é ilheense, então Aurélia não é pro- Se Ana gosta de Beto, então Beto ama Carla.
dutora de cacau. F V
F F
P2: Aurélia não é ilheense. 09 Resposta: C.
Aurélia seria ilheense. Vamos começar pela P3, pois é uma conjunção, assim
é mais fácil definirmos o valor lógico de cada proposição.
(D) Iracema gosta de acarajé. Para a conjunção ser verdadeira, as duas proposições
P1: Iracema não gosta de acarajé ou Iracema não é so- devem ser verdadeiras.
teropolitana. Portanto:
F V Carlos gosta de jiló.
P2: Iracema é soteropolitana.(F) Daniel não gosta de cenoura.
Também entrou em contradição. P2: Se Bruno gosta de beterraba, então Carlos não gos-
ta de jiló.
05. Resposta: B. Carlos não gosta de jiló. (F)
Começamos sempre pela conjunção. e par a condicional ser verdadeira a primeira também
IV. Roberto é engenheiro e Laura não é economista. deve ser falsa.
V V Bruno gosta de beterraba. (F)

I. Laura é economista ou João é contador. P1: André não gosta de chuchu ou Bruno gosta de be-
F V terraba.
A segunda é falsa, e para a disjunção ser verdadeira, a
II. Se Dinorá é programadora, então João não é con- primeira é verdadeira.
tador. André não gosta de chuchu. (V).
F F Vamos enumerar as verdadeiras:
1- Carlos gosta de jiló.
III. Beatriz é digitadora ou Roberto é engenheiro. 2-Daniel não gosta de cenoura.
V/F V 3-Bruno não gosta de beterraba
4-André não gosta de chuchu
06. Resposta: D. (A) na bicondicional, as duas deveriam ser verdadeiras,
- Calço tênis ou não corro. ou as duas falsas
F V (B) como a primeira proposição é verdadeira, a segun-
da também deveria ser.
- Ando ou corro. (D) Como a primeira é falsa, a segunda deveria ser ver-
V F dadeira.
- Tenho companhia ou não ando.
V F

76
MATEMÁTICA

10.Resposta: Errado p q p∧q p→p∧q p→q


V V V V V
• Durante a noite, faz frio. V F F F F
V F V F V V
F F F V V
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio.
F F Condicional

• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. Gostaria da sua atenção aqui, pois as condicionais são
V V as mais pedidas nos concursos
A condicional p→q e a disjunção ~p∨q, têm tabelas-
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. -verdades idênticas
F F
p ~p q p∧q p→q ~p∨q
• Quando Fernando está estudando, não chove.
V F V V V V
V/F V
V F F F F F
Portanto, Se Maria foi ao cinema, então Fernando es-
F V V F V V
tava estudando.
F V F F V V
Não tem como ser julgado.
Exemplo
p: Coelho gosta de cenoura
q: Coelho é herbívoro.
TABELAS-VERDADE
EQUIVALÊNCIAS; p→q: Se coelho gosta de cenoura, então coelho é her-
bívoro.
~p∨q: Coelha não gosta de cenoura ou coelho é her-
bívoro
EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS
A condicional ~p→~q é equivalente a disjunção p∨~q
Diz-se que uma proposição P(p,q,r..) é logicamente
equivalente ou equivalente a uma proposição Q(p,r,s..) se as
tabelas-verdade dessas duas proposições são IDÊNTICAS. p q ~p ~q ~p→~q p∨~q
Para indicar que são equivalentes, usaremos a seguinte V V F F V V
notação: V F F V V V
P(p,q,r..) ⇔ Q(p,r,s..) F V V F F F
F F V V V V
Essa parte de equivalência é um pouco mais chatinha,
mas conforme estudamos, vou falando algumas dicas. Equivalência fundamentais (Propriedades Funda-
mentais): a equivalência lógica entre as proposições goza
Regra da Dupla negação das propriedades simétrica, reflexiva e transitiva.
~~p⇔p
1 – Simetria (equivalência por simetria)
p ~p ~~p a) p ∧ q ⇔ q ∧ p
V F V
F V F p q p∧q q∧p
São iguais, então ~~p⇔p V V V V
V F F F
Regra de Clavius F V F F
~p→p⇔p F F F F

p ~p ~p→p b) p ∨ q ⇔ q ∨ p
V F V
F V F p q p∨q q∨ p
V V V V
Regra de Absorção V F V V
p→p∧q⇔p→q F V V V
F F F F

77
MATEMÁTICA

c) p ∨ q ⇔ q p 2 - Associação (equivalência pela associativa)


a) p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r)
p q p∨q q∨p
V V F F q p ∧ (q p (p ∧ q) ∧ (p
p q r p∧q
V F V V ∧r ∧ r) ∧r ∧ r)
V V V V V V V V
F V V V
V V F F F V F F
F F F F
V F V F F F V F
d) p ↔ q ⇔ q ↔ p V F F F F F F F
F V V V F F F F
F V F F F F F F
p q p↔q q↔p
F F V F F F F F
V V V V
F F F F F F F F
V F F F
F V F F b) p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ (p ∨ r)
F F V V
q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∨ (p
Equivalências notáveis: p q r
∨r ∨ r) q ∨r ∨ r)
V V V V V V V V
1 - Distribuição (equivalência pela distributiva)
V V F V V V V V
a) p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
V F V V V V V V
V F F F V V V V
q p ∧ (q p∧ p (p ∧ q) ∨ (p F V V V V V V V
p q r
∨r ∨ r) q ∧r ∧ r) F V F V V V F V
V V V V V V V V F F V V V F V V
V V F V V V F V F F F F F F F F
V F V V V F V V
V F F F F F F F 3 – Idempotência
F V V V F F F F a) p ⇔ (p ∧ p)
F V F V F F F F Para ficar mais fácil o entendimento, vamos fazer duas
F F V V F F F F colunas com p:
F F F F F F F F
p p p∧p
b) p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r) V V V
F F F
q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∧ (p
p q r b) p ⇔ (p ∨ p)
∧r ∧ r) q ∨r ∨ r)
V V V V V V V V
V V F F V V V V p p p ∨p
V F V F V V V V V V V
V F F F V V V V F F F
F V V V V V V V
F V F F F V F F 4 - Pela contraposição: de uma condicional gera-se
F F V F F F V F outra condicional equivalente à primeira, apenas inverten-
F F F F F F F F do-se e negando-se as proposições simples que as com-
põem.

Da mesma forma que vimos na condicional mais acima,


temos outros modos de definir a equivalência da condicio-
nal que são de igual importância

1º caso – (p → q) ⇔ (~q → ~p)


p q ~p ~q p → q ~q → ~p
V V F F V V
V F F V F F
F V V F V V
F F V V V V

78
MATEMÁTICA

2º caso: (~p → q) ⇔ (~q → p) – Proposições recíprocas: p → q: q → p


p q ~p ~p → q ~q ~q → p – Proposição contrária: p → q: ~p → ~q
V V F V F V – Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p
V F F V V V
F V V V F V Observe a tabela verdade dessas quatro proposições:
F F V F V F q
p→ ~p → ~q →
p q ~p ~q →
q ~q ~p
3º caso: (p → ~q) ⇔ (q → ~p) p
V V F F V V V V
p q ~q p → ~q ~p q → ~p
V F F V F V V F
V V F F F F
F V V F V F F V
V F V V F V
F F V V V V V V
F V F V V V
F F V V V V Observamos ainda que a condicional p → q e a sua
recíproca q → p ou a sua contrária ~p → ~q NÃO SÃO
5 - Pela bicondicional
EQUIVALENTES.
a) (p ↔ q) ⇔ (p → q) ∧ (q → p), por definição
p q p ↔ q p → q q → p (p → q) ∧ (q → p)
V V V V V V QUESTÕES
V F F F V F
F V F V F F 01. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - VU-
F F V V V V NESP/2017) Uma afirmação equivalente para “Se estou
feliz, então passei no concurso” é:
b) (p ↔ q) ⇔ (~q → ~p) ∧ (~p → ~q)
p (A) Se passei no concurso, então estou feliz.
~q → ~p → (~q → ~p) ∧
p q ↔ ~q ~p (B) Se não passei no concurso, então não estou feliz.
~p ~q (~p → ~q)
q (C) Não passei no concurso e não estou feliz.
V V V F F V V V (D) Estou feliz e passei no concurso.
V F F V F F V F (E) Passei no concurso e não estou feliz.
F V F F V V F F
F F V V V V V V 02. (UTFPR – Pedagogo – UTFPR/2017) Considere a
frase:
c) (p ↔ q) ⇔ (p ∧ q) ∨ (~p ∧ ~q)
Se Marco treina, então ele vence a competição.
p p A frase equivalente a ela é:
~p ∧ (p ∧ q) ∨ (~p
p q ↔ ∧ ~p ~q
~q ∧ ~q)
q q (A) Se Marco não treina, então vence a competição.
V V V V F F F V
(B) Se Marco não treina, então não vence a competição.
V F F F F V F F
(C) Marco treina ou não vence a competição.
F V F F V F F F
(D) Marco treina se e somente se vence a competição.
F F V F V V V V (E) Marco não treina ou vence a competição.
6 - Pela exportação-importação
03. (TRF 1ª REGIÃO – Cargos de nível médio – CES-
[(p ∧ q) → r] ⇔ [p → (q → r)]
PE/2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, cho-
p q r p ∧ q (p ∧ q) → r q → r p → (q → r) ra menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o
V V V V V V V próximo item.
V V F V F F F Do ponto de vista da lógica sentencial, a proposição P
V F V F V V V é equivalente a “Se pode mais, o indivíduo chora menos”.
V F F F V V V ( ) Certo
F V V F V V V ( ) Errado
F V F F V F V
F F V F V V V
F F F F V V V

Proposições Associadas a uma Condicional (se, en-


tão)

Chama-se proposições associadas a p → q as três pro-


posições condicionadas que contêm p e q:

79
MATEMÁTICA

04. (TRT 12ª REGIÃO – Analista Judiciário – 08. (PREF. DE RIO DE JANEIRO – Administrador –
FGV/2017) Considere a sentença: “Se Pedro é torcedor do PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Uma proposição lo-
Avaí e Marcela não é torcedora do Figueirense, então Joana gicamente equivalente a “se eu não posso pagar um táxi,
é torcedora da Chapecoense”. então vou de ônibus” é a seguinte:
Uma sentença logicamente equivalente à sentença
dada é: (A) se eu não vou de ônibus, então posso pagar um táxi
(B) se eu posso pagar um táxi, então não vou de ônibus
(A) Se Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce- (C) se eu vou de ônibus, então não posso pagar um táxi
dora do Figueirense, então Joana não é torcedora da Cha- (D) se eu não vou de ônibus, então não posso pagar
pecoense. um táxi
(B) Se Pedro não é torcedor do Avaí e Marcela é torce-
dora do Figueirense, então Joana não é torcedora da Cha- 09. (PREF. DO RIO DE JANEIRO – Agente de Admi-
pecoense. nistração – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Uma pro-
(C) Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce- posição logicamente equivalente a “todo ato desonesto é
dora do Figueirense ou Joana é torcedora da Chapecoense. passível de punição” é a seguinte:
(D) Se Joana não é torcedora da Chapecoense, então
Pedro não é torcedor do Avaí e Marcela é torcedora do (A) todo ato passível de punição é desonesto.
Figueirense. (B) todo ato não passível de punição é desonesto.
(E) Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce- (C) se um ato não é passível de punição, então não é
dora do Figueirense e Joana é torcedora da Chapecoense. desonesto.
(D) se um ato não é desonesto, então não é passível
05. (IBGE – Analista Censitário – FGV/2017) Conside- de punição.
re como verdadeira a seguinte sentença: “Se todas as flores
são vermelhas, então o jardim é bonito”. 10. (TJ/PI – Analista Judiciário – FGV/2015) Conside-
É correto concluir que: re a sentença: “Se gosto de capivara, então gosto de javali”.

(A) se todas as flores não são vermelhas, então o jardim Uma sentença logicamente equivalente à sentença
não é bonito; dada é:
(B) se uma flor é amarela, então o jardim não é bonito;
(C) se o jardim é bonito, então todas as flores são ver- (A) Se não gosto de capivara, então não gosto de javali.
melhas; (B) Gosto de capivara e gosto de javali.
(D) se o jardim não é bonito, então todas as flores não (C) Não gosto de capivara ou gosto de javali.
são vermelhas; (D) Gosto de capivara ou não gosto de javali.
(E) se o jardim não é bonito, então pelo menos uma flor (E) Gosto de capivara e não gosto de javali.
não é vermelha.

06. (POLITEC/MT – Papiloscopista – UFMT/2017) RESPOSTAS


Uma proposição equivalente a Se há fumaça, há fogo, é:
01. Resposta: B.
(A) Se não há fumaça, não há fogo. p→q⇔~q→~p
(B) Se há fumaça, não há fogo. p: Estou feliz
(C) Se não há fogo, não há fumaça. q: passei no concurso
(D) Se há fogo, há fumaça. A equivalência ficaria:
Se não passei no concurso, então não estou feliz.
07. (DPE/RR – Técnico em Informática – INAZ DO
PARÁ/2017) Diz-se que duas preposições são equivalen- 02. Resposta: E.
tes entre si quando elas possuem o mesmo valor lógico. A Temos p→q e a equivalência pode ser: “~q→~p” ou
sentença logicamente equivalente a: “ Se Maria é médica, “~p∨q”
então Victor é professor” é: P: Marcos treina
Q: ele vence a competição
(A) Se Victor não é professor então Maria não é médica Marcos não treina ou ele vence a competição
(B) Se Maria não é médica então Victor não é professor
(C) Se Victor é professor, Maria é médica 03. Resposta: Certo.
(D) Se Maria é médica ou Victor é professor Uma dica é que normalmente quando tem vírgula é
(E) Se Maria é médica ou Victor não é professor condicional, não é regra, mas acontece quando você não
acha o conectivo.

80
MATEMÁTICA

04. Resposta: C. Então


Temos p→q e a equivalência pode ser: “~q→~p” ou p: Gosto de capivara
“~p∨q” q: Gosto de javali
~p: Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce-
dora do Figueirense Temos p→q e a equivalência pode ser ~q→~p, mas não
~q→~p: Se Joana não é torcedora da Chapecoense, temos essa opção.
então Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torcedora Portanto, deve ser ~p∨q
do Figueirense Não gosto de capivara ou gosto de javali.
~p∨q: Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é
torcedora do Figueirense ou Joana é torcedora da Chape- Referências
coense. ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemá-
tica – São Paulo: Nobel – 2002.
05. Resposta: E. CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de
Equivalência: p→q⇔~q→~p Abreu - Raciocínio lógico passo a passo – Rio de Janeiro:
Para negar Todos: Elsevier, 2013.
Pelo menos faz o contrário, ou seja, no nosso caso,
pelo menos uma flor não é vermelha
~p: Pelo menos uma flor não é vermelha
Se o jardim não é bonito, então pelo menos uma flor LEIS DE MORGAN;
não é vermelha.

06. Resposta: C.
Nega as duas e troca de lado. Negação de uma proposição composta
Se não há fogo, então não há fumaça. Definição: Quando se nega uma proposição composta
primitiva, gera-se outra proposição também composta e
07. Resposta: A. equivalente à negação de sua primitiva.
Nega as duas e troca de lado. Ou seja, muitas vezes para os exercícios teremos que
Se Victor não é professor, então Maria não é medica. saber qual a equivalência da negação para compor uma
frase, por exemplo.
08. Resposta: A.
Temos p→q e a equivalência pode ser ~q→~p Negação de uma conjunção (Lei de Morgan)
~p∨q Para negar uma conjunção, basta negar as partes e tro-
Nesse caso, como temos apenas condicional nas alter- car o conectivo conjunção pelo conectivo disjunção.
nativas. ~(p ∧ q) ⇔ (~p ∨ ~q)
Nega as duas e troca
p: não posso pagar um táxi p q ~p ~q p∧q ~(p ∧ q) ~p ∨ ~q
q: vou de ônibus V V F F V F F
~p: Posso pagar um táxi V F F V F V V
~q: Não vou de ônibus F V V F F V V
Se não vou de ônibus, então posso pagar um táxi F F V V F V V
09. Resposta: C.
Vamos pensar da seguinte maneira: Negação de uma disjunção (Lei de Morgan)
Se todo ato é desonesto, então é passível de punição Para negar uma disjunção, basta negar as partes e tro-
Temos p→q e a equivalência pode ser: “~q→~p” ou car o conectivo-disjunção pelo conectivo-conjunção.
“~p∨q” ~(p ∨ q) ⇔ (~p ∧ ~q)
Nesse caso, as alternativas nos mostram condicional.
Se um ato não é passível de punição, então não é de- p q ~p ~q p∨q ~(p ∨ q) ~p ∧ ~q
sonesto.
V V F F V F F
V F F V V F F
10. Resposta: C.
F V V F V F F
Lembra da tabela da teoria??
F F V V F V V
p q p→q ~p ~p∨q Resumindo as negações, quando é conjunção nega as
V V V F V duas e troca por “ou”
V F F F F Quando for disjunção, nega tudo e troca por “e”.
F V V V V Negação de uma disjunção exclusiva
F F V V V ~(p ∨ q) ⇔ (p ↔ q)

81
MATEMÁTICA

p q p∨q ~( p∨q) p↔q


V V F V V
V F V F F
F V V F F
F F F V V

Negação de uma condicional


Famoso MANE
Mantém a primeira e nega a segunda.
~(p → q) ⇔ (p ∧ ~q)
p q p→q ~q ~(p → q) p ∧ ~q
V V V F F F
V F F V V V
F V V F F V
F F V V F F

Negação de uma bicondicional


~(p ↔ q) = ~[(p → q) ∧ (q → p)] ⇔ [(p ∧ ~q) ∨ (q ∧ ~p)]
~[(p → q) ∧ [(p ∧ ~q) ∨
P Q p ↔ q p → q q → p p → q) ∧ (q → p)] p ∧ ~q q ∧ ~p
(q → p)] (q ∧ ~p)]
V V V V V V F F F F
V F F F V F V V F V
F V F V F F V F V V
F F V V V V F F F F

Dupla negação (Teoria da Involução)


De uma proposição simples: p ⇔ ~ (~p)

P ~P ~ (~p)
V F V
F V F

b) De uma condicional: Definição: A dupla negação de uma condicional dá-se da seguinte forma: nega-se a 1ª parte da
condicional, troca-se o conectivo-condicional pela disjunção e mantém-se a 2a parte.
Demonstração: Seja a proposição primitiva: p → q nega-se pela 1a vez: ~(p → q) ⇔ p ∧ ~q nega-se pela 2a vez: ~(p
∧ ~q) ⇔ ~p ∨ q
Conclusão: Ao negarmos uma proposição primitiva duas vezes consecutivas, a proposição resultante será equivalente
à sua proposição primitiva. Logo, p → q ⇔ ~p ∨ q

QUESTÕES

01. (CORREIOS – Engenheiro de Segurança do Trabalho Júnior – IADES/2017) Qual é a negação da proposição
“Engenheiros gostam de biológicas e médicos gostam de exatas.”?
(A) Engenheiros não gostam de biológicas ou médicos não gostam de exatas.
(B) Engenheiros não gostam de biológicas e médicos gostam de exatas.
(C) Engenheiros não gostam de biológicas ou médicos gostam de exatas.
(D) Engenheiros gostam de biológicas ou médicos não gostam de exatas.
(E) Engenheiros não gostam de biológicas e médicos não gostam de exatas.

02. (ARTES - Agente de Fiscalização à Regulação de Transporte - Tecnologia de Informação - FCC/2017) A afirma-
ção que corresponde à negação lógica da frase ‘Vendedores falam muito e nenhum estudioso fala alto’ é:
(A) ‘Nenhum vendedor fala muito e todos os estudiosos falam alto’.
(B) ‘Vendedores não falam muito e todos os estudiosos falam alto’.
(C) ‘Se os vendedores não falam muito, então os estudiosos não falam alto’.
(D) ‘Pelo menos um vendedor não fala muito ou todo estudioso fala alto’.
(E) ‘Vendedores não falam muito ou pelo menos um estudioso fala alto’

82
MATEMÁTICA

03. (IGP/RS – Perito Criminal 0 FUNDATEC/2017) A 08. (TRT 7ª REGIÃO – Conhecimentos básicos cargos
negação da proposição “Todos os homens são afetuosos” 1, 2, 7 e 8 – CESPE/2017) Texto CB1A5AAA – Proposição P
é: A empresa alegou ter pago suas obrigações previden-
(A) Toda criança é afetuosa. ciárias, mas não apresentou os comprovantes de paga-
(B) Nenhum homem é afetuoso. mento; o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
(C) Todos os homens carecem de afeto. ex-empregado.
(D) Pelo menos um homem não é afetuoso. Proposição Q: A empresa alegou ter pago suas obriga-
(E) Todas as mulheres não são afetuosas. ções previdenciárias, mas não apresentou os comprovantes
de pagamento.
04. (TRT – Analista Judiciário – FCC/2017) Uma afir- A proposição Q, anteriormente apresentada, está pre-
mação que corresponda à negação lógica da afirmação: sente na proposição P do texto CB1A5AAA.
todos os programas foram limpos e nenhum vírus perma- A negação da proposição Q pode ser expressa por:
neceu, é:
(A) A empresa não alegou ter pago suas obrigações
(A) Se pelo menos um programa não foi limpo, então previdenciárias ou apresentou os comprovantes de paga-
algum vírus não permaneceu. mento.
(B) Existe um programa que não foi limpo ou pelo me- (B) A empresa alegou ter pago suas obrigações previ-
nos um vírus permaneceu. denciárias ou não apresentou os comprovantes de paga-
(C) Nenhum programa foi limpo e todos os vírus per- mento.
maneceram. (C)A empresa alegou ter pago suas obrigações previ-
(D) Alguns programas foram limpos ou algum vírus denciárias e apresentou os comprovantes de pagamento.
não permaneceu. (D) A empresa não alegou ter pago suas obrigações
(E) Se algum vírus permaneceu, então nenhum progra- previdenciárias nem apresentou os comprovantes de pa-
ma foi limpos. gamento.

05. (TRF 1ª REGIÃO – cargos de nível superior – CES-


PE/2017) Em uma reunião de colegiado, após a aprovação 09. (DPE/RS – Analista – FCC/2017) Considere a afir-
de uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos a favor e 5 mação:
contra, um dos 11 presentes fez a seguinte afirmação: “Bas- Ontem trovejou e não choveu.
ta um de nós mudar de ideia e a decisão será totalmente Uma afirmação que corresponde à negação lógica des-
modificada.” ta afirmação é
Considerando a situação apresentada e a proposição (A) se ontem não trovejou, então não choveu.
correspondente à afirmação feita, julgue o próximo item. (B) ontem trovejou e choveu.
A negação da proposição pode ser corretamente ex- (C) ontem não trovejou ou não choveu.
pressa por “Basta um de nós não mudar de ideia ou a deci- (D) ontem não trovejou ou choveu.
são não será totalmente modificada”. (E) se ontem choveu, então trovejou.
Certo Errado
10. (DPE/RS – Analista – FCC/2017) Considere a afir-
06. (TRF 1ª REGIÃO – Cargos de nível médio – CES- mação:
PE/2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, cho- Se sou descendente de italiano, então gosto de macar-
ra menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o rão e gosto de parmesão.
próximo item. Uma afirmação que corresponde à negação lógica des-
A negação da proposição P pode ser expressa por ta afirmação é
“Quem não pode mais, não chora menos” (A) Sou descendente de italiano e, não gosto de macar-
Certo Errado rão ou não gosto de parmesão.
(B) Se não sou descendente de italiano, então não gos-
07. (CFF – Analista de Sistema – INAZ DO PARÁ/2017) to de macarrão e não gosto de parmesão.
Dizer que não é verdade que “Todas as farmácias estão (C) Se gosto de macarrão e gosto de parmesão, então
abertas” é logicamente equivalente a dizer que: não sou descendente de italiano.
(D) Não sou descendente de italiano e, gosto de ma-
(A) “Toda farmácia está aberta”. carrão e não gosto de parmesão.
(B) “Nenhuma farmácia está aberta”. (E) Se não gosto de macarrão e não gosto de parme-
(C) “Todas as farmácias não estão abertas”. são, então não sou descendente de italiano.
(D) “Alguma farmácia não está aberta”.
(E) “Alguma farmácia está aberta”.

83
MATEMÁTICA

RESPOSTAS 10. Resposta: A.


Negação de condicional: mantém a primeira e nega a
01. Resposta: A. segunda.
Nega as duas e muda o conectivo para ou Negação de conjunção: nega as duas e troca “e” por
|Engenheiros não gostam de biológicas OU médicos “ou”
não gostam de exatas. Vamos fazer primeiro a negação da conjunção: gosto
de macarrão e gosto de parmesão.
02. Resposta: E. Não gosto de macarrão ou não gosto de parmesão.
Nega as duas e coloca ou.
Vendedores não falam muito Sou descendente de italiano e não gosto de macarrão
Para negar nenhum, devemos colocar pelo menos e a ou não gosto de parmesão.
afirmativa
Pelo menos um estudioso fala muito.

OBS: Se fosse Todos a negação seria pelo menos 1 es- DIAGRAMAS LÓGICOS;
tudioso não fala muito. LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM;
03. Resposta: D.
Para negar todos, colocamos pelo menos um...
E negamos a frase. As questões de Diagramas lógicos envolvem as pro-
Pelo menos um homem não é afetuoso. posições categóricas (todo, algum, nenhum), cuja solução
requer que desenhemos figuras, os chamados diagramas.
04. Resposta:B.
Negação de Todos: Pelo menos um (existe um, alguns) Definição das proposições
e a negação:
Pelo menos um programa não foi limpo. Todo A é B.
Negação de nenhum : pelo menos um e a afirmação.
Pelo menos um vírus permaneceu. O conjunto A está contido no conjunto B, assim todo
Ou elemento de A também é elemento de B.
Alguns vírus permaneceram.
Podemos representar de duas maneiras:
05. Resposta: Errado.
CUIDADO!
O basta traz sentido de condicional.
Se um de nós mudar de ideia, então a decisão será
totalmente modificada.
Portanto, mantém a primeira e nega a segunda (MANÈ)
Basta um de nós mudar de ideia e a decisão não será
totalmente modificada.

06. Resposta: Errado.


Negação de uma condicional: mantém a primeira e
nega a segunda.
Quando “todo A é B” é verdadeira, vamos ver como
07. Resposta: D. ficam os valores lógicos das outras?
Para negar todos: pelo menos uma, alguma, existe uma Pensemos nessa frase: Toda criança é linda.
Alguma farmácia não está aberta.
Nenhum A é B é necessariamente falsa.
08. Resposta: A. Nenhuma criança é linda, mas eu não acabei de falar
Nega as duas e troca por “e” por “ou” que TODA criança é linda? Por isso é falsa.
A empresa não alegou ter pago suas obrigações previ-
denciárias ou apresentou os comprovantes de pagamento. Algum A é B é necessariamente verdadeira
Alguma Criança é linda, sim, se todas são 1, 2, 3...são
09. Resposta: D. lindas.
Negação de ontem trovejou: ontem não trovejou
Negação de não choveu: choveu Algum A não é B necessariamente falsa, pois A está
Ontem não trovejou ou choveu. contido em B.
Alguma criança não é linda, bem como já vimos impos-
sível, pois todas são.

84
MATEMÁTICA

Nenhum A é B. b) Todos os elementos de A estão em B.

A e B não terão elementos em comum.

c) Todos os elementos de B estão em A.


Quando “nenhum A é B” é verdadeira, vamos ver como
ficam os valores lógicos das outras?

Frase: Nenhum cachorro é gato. (sim, eu sei. Frase ex-


trema, mas assim é bom para entendermos..hehe)

Todo A é B é necessariamente falsa.


Todo cachorro é gato, faz sentido? Nenhum, não é?

Algum A é B é necessariamente falsa.


Algum cachorro é gato, ainda não faz sentido.

Algum A não é B necessariamente verdadeira.


Algum cachorro não é gato, ah sim espero que todos
não sejam mas, se já está dizendo algum vou concordar.
d) O conjunto A é igual ao conjunto B.
Algum A é B.

Quer dizer que há pelo menos 1 elemento de A em


comum com o conjunto B.

Temos 4 representações possíveis:

a) os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-


tos em comum.

Quando “algum A é B” é verdadeira, vamos ver como


ficam os valores lógicos das outras?
Frase: Algum copo é de vidro.

Nenhum A é B é necessariamente falsa


Nenhum copo é de vidro, com frase fica mais fácil né?
Porque assim, conseguimos ver que é falsa, pois acabei de
falar que algum copo é de vidro, ou seja, tenho pelo menos
1 copo de vidro.

Todo A é B , não conseguimos determinar, podendo ser


verdadeira ou falsa (podemos analisar também os diagra-
mas mostrados nas figuras a e c)
Todo copo é de vidro.

85
MATEMÁTICA

Pode ser que sim, ou não. Quando “algum A não é B” é verdadeira, vamos ver
como ficam os valores lógicos das outras?
Algum A não é B não conseguimos determinar, poden- Vamos fazer a frase contrária do exemplo anterior
do ser verdadeira ou falsa(contradiz com as figuras b e d) Frase: Algum copo não é de vidro.
Algum copo não é de vidro, como não sabemos se to-
dos os copos são de vidros, pode ser verdadeira. Nenhum A é B é indeterminada (contradição com as
figuras a e b)
Algum A não é B. Nenhum copo é de vidro, algum não é, mas não sei se
O conjunto A tem pelo menos um elemento que não todos não são de vidro.
pertence ao conjunto B.
Todo A é B , é necessariamente falsa
Aqui teremos 3 modos de representar: Todo copo é de vidro, mas eu disse que algum copo
não era.
a) Os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-
tos em comum Algum A é B é indeterminada
Algum copo é de vidro, não consigo determinar se tem
algum de vidro ou não.

Quantificadores são elementos que, quando associa-


dos às sentenças abertas, permitem que as mesmas sejam
avaliadas como verdadeiras ou falsas, ou seja, passam a ser
qualificadas como sentenças fechadas.

O quantificador universal

O quantificador universal, usado para transformar sen-


tenças (proposições) abertas em proposições fechadas, é
indicado pelo símbolo “∀”, que se lê: “qualquer que seja”,
“para todo”, “para cada”.

b) Todos os elementos de B estão em A. Exemplo:


(∀x)(x + 2 = 6)
Lê-se: “Qualquer que seja x, temos que x + 2 = 6” (fal-
sa).
É falso, pois não podemos colocar qualquer x para a
afirmação ser verdadeira.

O quantificador existencial

O quantificador existencial é indicado pelo símbolo


“∃” que se lê: “existe”, “existe pelo menos um” e “existe
um”.

Exemplos:
(∃x)(x + 5 = 9)
c) Não há elementos em comum entre os dois conjun- Lê-se: “Existe um número x, tal que x + 5 = 9” (verda-
tos deira).
Nesse caso, existe um número, ahh tudo bem...claro
que existe algum número que essa afirmação será verda-
deira.

Ok?? Sem maiores problemas, certo?

Representação de uma proposição quantificada

(∀x)(x ∈ N)(x + 3 > 15)


Quantificador: ∀
Condição de existência da variável: x ∈ N .
Predicado: x + 3 > 15.

86
MATEMÁTICA

(∃x)[(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)] 03. (COPERGAS – Auxiliar Administrativo –


Quantificador: ∃ FCC/2016) É verdade que existem programadores que não
Condição de existência da variável: não há. gostam de computadores. A partir dessa afirmação é cor-
Predicado: “(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)”. reto concluir que:
(A) qualquer pessoa que não gosta de computadores é
Negações de proposições quantificadas ou funcionais um programador.
Seja uma sentença (∀x)(A(x)). (B) todas as pessoas que gostam de computadores não
Negação: (∃x)(~A(x)) são programadores.
(C) dentre aqueles que não gostam de computadores,
Exemplo alguns são programadores.
(∀x)(2x-1=3) (D) para ser programador é necessário gostar de com-
Negação: (∃x)(2x-1≠3) putador.
(E) qualquer pessoa que gosta de computador será um
bom programador.
Seja uma sentença (∃x)(Q(x)).
Negação: (∀x)(~Q(x)). 04. (COPERGAS/PE - Analista Tecnologia da Infor-
(∃x)(2x-1=3) mação
Negação: (∀x)(2x-1≠3) - FCC/2016) É verdade que todo engenheiro sabe ma-
temática. É verdade que há pessoas que sabem matemática
e não são engenheiros. É verdade que existem administra-
QUESTÕES dores que sabem matemática. A partir dessas afirmações é
possível concluir corretamente que:
01. (UFES - Assistente em Administração –
UFES/2017) Em um determinado grupo de pessoas: (A) qualquer engenheiro é administrador.
• todas as pessoas que praticam futebol também pra- (B) todos os administradores sabem matemática.
ticam natação, (C) alguns engenheiros não sabem matemática.
• algumas pessoas que praticam tênis também prati- (D) o administrador que sabe matemática é engenhei-
cam futebol, ro.
• algumas pessoas que praticam tênis não praticam (E) o administrador que é engenheiro sabe matemática.
natação.
05. (CRECI 1ª REGIÃO/RJ – Advogado – MSCON-
É CORRETO afirmar que no grupo CURSOS/2016) Considere como verdadeiras as duas pre-
missas seguintes:
(A) todas as pessoas que praticam natação também I – Nenhum professor é veterinário;
praticam tênis. II – Alguns agrônomos são veterinários.
(B) todas as pessoas que praticam futebol também pra-
ticam tênis. A partir dessas premissas, é correto afirmar que, neces-
(C) algumas pessoas que praticam natação não prati- sariamente:
cam futebol. (A) Nenhum professor é agrônomo.
(D) algumas pessoas que praticam natação não prati- (B) Alguns agrônomos não são professores.
cam tênis. (C) Alguns professores são agrônomos.
(E) algumas pessoas que praticam tênis não praticam (D) Alguns agrônomos são professores.
futebol.
06. (EMSERH - Auxiliar Administrativo – FUN-
02. (TRT - 20ª REGIÃO /SE - Técnico Judiciário – CAB/2016) Considere que as seguintes afirmações são
FCC/2016) que todo técnico sabe digitar. Alguns desses verdadeiras:
técnicos sabem atender ao público externo e outros desses “Algum maranhense é pescador.”
técnicos não sabem atender ao público externo. A partir “Todo maranhense é trabalhador.”
dessas afirmações é correto concluir que:
(A) os técnicos que sabem atender ao público externo Assim pode-se afirmar, do ponto de vista lógico, que:
não sabem digitar.
(B) os técnicos que não sabem atender ao público ex- (A) Algum maranhense pescador não é trabalhador
terno não sabem digitar. (B) Algum maranhense não pescar não é trabalhador
(C) qualquer pessoa que sabe digitar também sabe (C) Todo maranhense trabalhadoré pescador
atender ao público externo. (D) Algum maranhense trabalhador é pescador
(D) os técnicos que não sabem atender ao público ex- (E) Todo maranhense pescador não é trabalhador.
terno sabem digitar.
(E) os técnicos que sabem digitar não atendem ao pú-
blico externo.

87
MATEMÁTICA

07. (PREF. DE RIO DE JANEIRO/RJ – Assistente Ad- 10. (DPE/MT – Assistente Administrativo –
ministrativo – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2015) Em certa FGV/2015) Considere verdadeiras as afirmações a seguir.
comunidade, é verdade que:
• Existem advogados que são poetas.
- todo professor de matemática possui grau de mestre; • Todos os poetas escrevem bem.
- algumas pessoas que possuem grau de mestre gos-
tam de empadão de camarão; Com base nas afirmações, é correto concluir que
- algumas pessoas que gostam de empadão de cama- (A) se um advogado não escreve bem então não é poe-
rão não possuem grau de mestre. ta.
(B) todos os advogados escrevem bem.
Uma conclusão necessariamente verdadeira é: (C) quem não é advogado não é poeta.
(D) quem escreve bem é poeta.
(A) algum professor de matemática gosta de empadão (E) quem não é poeta não escreve bem.
de camarão.
(B) nenhum professor de matemática gosta de empa-
dão de camarão. RESPOSTAS
(C) alguma pessoa que gosta de empadão de camarão
gosta de matemática. 01. Resposta: E.
(D) alguma pessoa que gosta de empadão de camarão
não é professor de matemática.

08. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-


NESP/2015) Se todo estudante de uma disciplina A é tam-
bém estudante de uma disciplina B e todo estudante de
uma disciplina C não é estudante da disciplina B, e ntão é
verdade que:

(A) algum estudante da disciplina A é estudante da dis-


ciplina C.
(B) algum estudante da disciplina B é estudante da dis-
ciplina C.
(C) nenhum estudante da disciplina A é estudante da 02. Resposta: D.
disciplina C. Podemos excluir as alternativas que falam que não sa-
(D) nenhum estudante da disciplina B é estudante da bem digitar, pois todos os técnicos sabem digitar.
disciplina A.
(E) nenhum estudante da disciplina A é estudante da
disciplina B.

09. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-


NESP/2015) Considere verdadeira a seguinte afirmação:
“Todos os primos de Mirian são escreventes”.

Dessa afirmação, conclui­se corretamente que


(A) se Pâmela não é escrevente, então Pâmela não é
prima de Mirian.
(B) se Jair é primo de Mirian, então Jair não é escre-
vente.
(C) Mirian é escrevente
(D) Mirian não é escrevente.
(E) se Arnaldo é escrevente, então Arnaldo é primo de
Mirian

88
MATEMÁTICA

03. Resposta: C. 07. Resposta: D.

Podemos ter esses dois modelos de diagramas:

(A) não está claro se os mestres que gostam de empa-


dão são professores ou não.
(B) podemos ter o primeiro diagrama
04. Resposta: E. (C) pode ser o segundo diagrama.

08. Resposta: C.
O diagrama C deve ficar para fora, pois todo estudante
de C não é da disciplina B, ou seja, não tem ligação nenhu-
ma.

05. Resposta: B.
Alguns agrônomos são veterinários e podem ser só
agrônomos.

Assim, os estudantes da disciplina A, também não fa-


zem disciplina C e vice-versa.

09. Resposta: A.

06. Resposta: D.

Como Pâmela não é escrevente, ela está em um diagra-


ma a parte, então não é prima de Mirian.
Analisando as alternativas erradas:
(B) Todos os primos de primo são escrevente.
(C) e (D) Não sabemos se Mirian é escrevente ou não.
(E) Não necessariamente, pois há pessoas que são es-
creventes, mas não primos de Mirian.

89
MATEMÁTICA

10. Resposta: A. Fatorial


Se o advogado não escreve bem, ele faz parte da área
hachurada, portanto ele não é poeta. É comum nos problemas de contagem, calcularmos o
produto de uma multiplicação cujos fatores são números
naturais consecutivos. Para facilitar adotamos o fatorial.

Arranjo Simples

Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a


p, toda sequência de p elementos distintos de E.

Exemplo
Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números
de 2 algarismos distintos podemos formar?

Referências
Carvalho, S. Raciocínio Lógico Simplificado. Série Pro-
vas e Concursos, 2010.

PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E
PROBABILIDADE;

Análise Combinatória

A Análise Combinatória é a área da Matemática que


trata dos problemas de contagem.

Princípio Fundamental da Contagem Observe que os números obtidos diferem entre si:
Pela ordem dos elementos: 56 e 65
Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrên- Pelos elementos componentes: 56 e 67
cia de um evento composto de duas ou mais etapas. Cada número assim obtido é denominado arranjo sim-
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a ples dos 3 elementos tomados 2 a 2.
decisão E2 pode ser tomada de n2 modos, então o número
de maneiras de se tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2. Indica-se

Exemplo

Permutação Simples
Chama-se permutação simples dos n elementos, qual-
quer agrupamento(sequência) de n elementos distintos de
E.
O número de permutações simples de n elementos é
indicado por Pn.

O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(cal- Exemplo


ças). 3(blusas)=6 maneiras Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO?

90
MATEMÁTICA

Solução Triângulo de Pascal


A palavra tem 8 letras, portanto:

Permutação com elementos repetidos


De modo geral, o número de permutações de n ob-
jetos, dos quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são
iguais a C etc.

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?
Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Per-
mutações. Como temos uma letra repetida, esse número
será menor.
Temos 3P, 2A, 2L e 3 E

Combinação Simples Binômio de Newton


Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distin- Denomina-se binômio de Newton todo binômio da
tos, podemos formar subconjuntos com p elementos. Cada forma , com n∈N. Vamos desenvolver alguns bi-
subconjunto com i elementos é chamado combinação sim- nômios:
ples.

Exemplo
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos
que podemos formar a partir de um grupo de 5 alunos.
Solução
Observe que os coeficientes dos termos formam o
triângulo de Pascal.

Números Binomiais
O número de combinações de n elementos, tomados
p a p, também é representado pelo número binomial .

Binomiais Complementares
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma
dos denominadores é igual ao numerador são iguais:

Relação de Stifel

91
MATEMÁTICA

QUESTÕES 05. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação –


UTFPR/2017) A senha criada para acessar um site da inter-
01. (UFES - Assistente em Administração – net é formada por 5 dígitos. Trata-se de uma senha alfanu-
UFES/2017) Uma determinada família é composta por pai, mérica. André tem algumas informações sobre os números
por mãe e por seis filhos. Eles possuem um automóvel de e letras que a compõem conforme a figura.
oito lugares, sendo que dois lugares estão em dois ban-
cos dianteiros, um do motorista e o outro do carona, e os
demais lugares em dois bancos traseiros. Eles viajarão no
automóvel, e o pai e a mãe necessariamente ocuparão um
dos dois bancos dianteiros. O número de maneiras de dis-
por os membros da família nos lugares do automóvel é
igual a:
(A) 1440 Sabendo que nesta senha as vogais não se repetem e
(B) 1480 também não se repetem os números ímpares, assinale a
(C) 1520 alternativa que indica o número máximo de possibilidades
(D) 1560 que existem para a composição da senha.
(E) 1600 (A) 3125.
(B) 1200.
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) To- (C) 1600.
mando os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, quantos números (D) 1500.
pares de 4 algarismos distintos podem ser formados? (E) 625.
(A) 120.
(B) 210. 06. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSUF-
(C) 360. GO/2017) Uma empresa de limpeza conta com dez faxi-
(D) 630. neiras em seu quadro. Para atender três eventos em dias
(E) 840. diferentes, a empresa deve formar três equipes distintas,
com seis faxineiras em cada uma delas. De quantas manei-
03. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) Seis livros ras a empresa pode montar essas equipes?
diferentes estão distribuídos em uma estante de vidro, con- (A) 210
forme a figura abaixo: (B) 630
(C) 15.120
(D) 9.129.120

07. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/


IAUPE – 2017) No carro de João, tem vaga apenas para
3 dos seus 8 colegas. De quantas formas diferentes, João
pode escolher os colegas aos quais dá carona?
(A) 56
Considerando-se essa mesma forma de distribuição, (B) 84
de quantas maneiras distintas esses livros podem ser orga- (C) 126
nizados na estante? (D) 210
(A) 30 maneiras (E) 120
(B) 60 maneiras
(C) 120 maneiras 08. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/
(D) 360 maneiras IAUPE – 2017) Num grupo de 15 homens e 9 mulheres,
(E) 720 maneiras quantos são os modos diferentes de formar uma comissão
composta por 2 homens e 3 mulheres?
04. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação (A) 4725
– UTFPR/2017) Em um carro que possui 5 assentos, irão (B) 12600
viajar 4 passageiros e 1 motorista. Assinale a alternativa (C) 3780
que indica de quantas maneiras distintas os 4 passageiros (D) 13600
podem ocupar os assentos do carro. (E) 8820
(A) 13.
(B) 26.
(C) 17.
(D) 20.
(E) 24.

92
MATEMÁTICA

09. (SESAU/RO – Enfermeiro – FUNRIO/2017) Um 07. Resposta: A.


torneio de futebol de várzea reunirá 50 equipes e cada
equipe jogará apenas uma vez com cada uma das outras.
Esse torneio terá a seguinte quantidade de jogos:
(A) 320.
(B) 460.
(C) 620. 08. Resposta: E.
(D) 1.225.
(E) 2.450.

10. (IFAP – Engenheiro de Segurança do Trabalho


– FUNIVERSA/2016) Considerando-se que uma sala de
aula tenha trinta alunos, incluindo Roberto e Tatiana, e que
a comissão para organizar a festa de formatura deva ser
composta por cinco desses alunos, incluindo Roberto e Ta- 09. Resposta: D.
tiana, a quantidade de maneiras distintas de se formar essa
comissão será igual a:
(A) 3.272.
(B) 3.274.
(C) 3.276. 10. Resposta: D.
(D) 3.278.
(E) 3.280. Roberto Tatiana __ ___ ___

São 30 alunos, mas vamos tirar Roberto e Tatiana que


RESPOSTAS terão que fazer parte da comissão.
30-2=28
01. Resposta: A.
P2⋅P6=2!⋅6!=2⋅720=1440

02. Resposta: C.
__ ___ __ __
6⋅ 5⋅ 4⋅ 3=360
Experimento Aleatório
03. Resposta: E.
P6=6!=6⋅5⋅4⋅3⋅2⋅1=720 Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é im-
04. Resposta: E. previsível, por depender exclusivamente do acaso, por
P4=4!= 4⋅3⋅2⋅1=24 exemplo, o lançamento de um dado.

05. Resposta: B. Espaço Amostral


Vogais: a, e, i, o, u Num experimento aleatório, o conjunto de todos os
Números ímpares: 1,3,5,7,9 resultados possíveis é chamado espaço amostral, que se
indica por E.
No lançamento de um dado, observando a face volta-
da para cima, tem-se:
E={1,2,3,4,5,6}
No lançamento de uma moeda, observando a face vol-
5⋅5⋅4⋅4⋅3=1200 tada para cima:
E={Ca,Co}
06. Resposta: D.
Evento
É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
No lançamento de um dado, vimos que
Como para os três dias têm que ser diferentes: E={1,2,3,4,5,6}
__ __ __ Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}:
210⋅209⋅208=9129120 Ocorrer um número par, tem-se {2,4,6}.

93
MATEMÁTICA

Exemplo
Considere o seguinte experimento: registrar as faces voltadas para cima em três lançamentos de uma moeda.

a) Quantos elementos tem o espaço amostral?


b) Descreva o espaço amostral.

Solução
a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lançamento, há duas possibilidades.

2x2x2=8
b) E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(C,R,R),(R,R,R)}

Probabilidade
Considere um experimento aleatório de espaço amostral E com n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento com
n(A) amostras.

Eventos complementares
Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A um evento de E. Chama-se complementar de A, e indica-se por
, o evento formado por todos os elementos de E que não pertencem a A.

Note que

Exemplo
Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas coloridas. Sabe-se que a probabilidade de ter sido retirada uma
bola vermelha é Calcular a probabilidade de ter sido retirada uma bola que não seja vermelha.

Solução

são complementares.

Adição de probabilidades
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E, finito e não vazio. Tem-se:

Exemplo
No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de se obter um número par ou menor que 5, na face superior?

Solução
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6

94
MATEMÁTICA

Sejam os eventos 03. (UPE – Técnico em Administração – UPE-


A={2,4,6} n(A)=3 NET/2017) Qual a probabilidade de, lançados simulta-
B={1,2,3,4} n(B)=4 neamente dois dados honestos, a soma dos resultados ser
igual ou maior que 10?
(A) 1/18
(B) 1/36
(C) 1/6
(D) 1/12
(E) ¼

04. (UPE – Técnico em Administração – UPE-


Probabilidade Condicional NET/2017) Uma pesquisa feita com 200 frequentadores
É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que de um parque, em que 50 não praticavam corrida nem ca-
ocorreu o evento B, definido por: minhada, 30 faziam caminhada e corrida, e 80 exercitavam
corrida, qual a probabilidade de encontrar no parque um
entrevistado que pratique apenas caminhada?
(A) 7/20
E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6 (B) 1/2
B={2,4,6} n(B)=3 (C)1/4
A={2} (D) 3/20
(E) 1/5

05. (POLÍCIA CIENTÍFICA/PR – Perito Criminal –


IBFC/2017) A probabilidade de se sortear um número
múltiplo de 5 de uma urna que contém 40 bolas numera-
das de 1 a 40, é:
(A) 0,2
(B) 0,4
Eventos Simultâneos (C) 0,6
Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espa- (D) 0,7
ço amostral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por: (E) 0,8
06. (PREF. DE PIRAUBA/MG – Assistente Social –
MSCONCURSOS/2017) A probabilidade de qualquer uma
das 3 crianças de um grupo soletrar, individualmente, a pa-
lavra PIRAÚBA de forma correta é 70%. Qual a probabili-
QUESTÕES dade das três crianças soletrarem essa palavra de maneira
errada?
01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Em (A) 2,7%
cada um de dois dados cúbicos idênticos, as faces são nu- (B) 9%
meradas de 1 a 6. Lançando os dois dados simultaneamen- (C) 30%
te, cuja ocorrência de cada face é igualmente provável, a (D) 35,7%
probabilidade de que o produto dos números obtidos seja
um número ímpar é de: 07. (UFTM – Tecnólogo – UFTM/2016) Lançam-se si-
(A) 1/4. multaneamente dois dados não viciados, a probabilidade
(B) 1/3. de que a soma dos resultados obtidos seja nove é:
(C) 1/2. (A) 1/36
(D) 2/3. (B) 2/36
(E) 3/4. (C) 3/36
(D) 4/36
02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
- MSCONCURSOS/2017) A uma excursão, foram 48 pes-
soas, entre homens e mulheres. Numa escolha ao acaso, a
probabilidade de se sortear um homem é de 5/12 . Quan-
tas mulheres foram à excursão?
(A) 20
(B) 24
(C) 28
(D) 32

95
MATEMÁTICA

08. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO 03. Resposta: C.


AOCP/2016) Um empresário, para evitar ser roubado, es- P=6x6=36
condia seu dinheiro no interior de um dos 4 pneus de um Pra ser maior ou igual a 10:
carro velho fora de uso, que mantinha no fundo de sua 4+6
casa. Certo dia, o empresário se gabava de sua inteligência 5+5
ao contar o fato para um de seus amigos, enquanto um 5+6
ladrão que passava pelo local ouvia tudo. O ladrão tinha 6+4
tempo suficiente para escolher aleatoriamente apenas um 6+5
dos pneus, retirar do veículo e levar consigo. Qual é a pro- 6+6
babilidade de ele ter roubado o pneu certo?
(A) 0,20.
(B) 0,23.
(C) 0,25.
(D) 0,27. 04. Resposta: A.
(E) 0,30. Praticam apenas corrida: 80-30=50
Apenas caminhada:x
09. (MRE – Oficial de Chancelaria – FGV/2016) Em X+50+30+50=200
uma urna há quinze bolas iguais numeradas de 1 a 15. Re- 70
tiram-se aleatoriamente, em sequência e sem reposição, P=70/200=7/20
duas bolas da urna.
05. Resposta: A.
A probabilidade de que o número da segunda bola re- M5={5,10,15,20,25,30,35,40}
tirada da urna seja par é: P=8/40=1/5=0.2
(A) 1/2;
(B) 3/7; 06. Resposta:A.
(C) 4/7; A probabilidade de uma soletrar errado: 0,3
(D) 7/15; __ __ __
(E) 8/15. 0,3⋅0,3⋅0,3=0,027=2,7%

10. (CASAN – Advogado – INSTITUTO AOCP/2016) 07. Resposta: D.


Lançando uma moeda não viciada por três vezes consecu- Para dar 9, temos 4 possibilidades
tivas e anotando seus resultados, a probabilidade de que a 3+6
face voltada para cima tenha apresentado ao menos uma 6+3
cara e ao menos uma coroa é: 4+5
(A) 0,66. 5+4
(B) 0,75.
(C) 0,80. P=4/36
(D) 0,98.
(E) 0,50. 08. Resposta: C.
A probabilidade é de 1/4, pois o carro tem 4 pneus e o
dinheiro está em 1.
RESPOSTAS 1/4=0,25
09. Resposta: D.
01. Resposta: A. Temos duas possibilidades
Para o produto ser ímpar, a única possibilidade, é que As bolas serem par/par ou ímpar/par
os dois dados tenham ímpar: Ser par/par:

Os números pares são: 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14

02. Resposta: C.
Como para homens é de 5/12, a probabilidade de es-
colher uma mulher é de 7/12 Ímpar/par:

Os números ímpares são: 1, 3, 5, 7, 9, 11 ,13, 15

12x=336
X=28

96
MATEMÁTICA

A probabilida de é par/par OU ímpar/par

10. Resposta: B.
São seis possibilidades:
Cara, coroa, cara

Cara, coroa, coroa

Quando um conjunto não possuir elementos chama-se


Cara, cara, coroa de conjunto vazio: S=∅ ou S={ }.

Igualdade

Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem


Coroa, cara, cara exatamente os mesmos elementos. Em símbolo:

Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisa-


Coroa, coroa, cara mos saber apenas quais são os elementos.
Coroa, cara, coroa Não importa ordem:
A={1,2,3} e B={2,1,3}
Não importa se há repetição:
A={1,2,2,3} e B={1,2,3}

Relação de Pertinência

Relacionam um elemento com conjunto. E a indicação


que o elemento pertence (∈) ou não pertence (∉)
Exemplo: Dado o conjunto A={-3, 0, 1, 5}
OPERAÇÕES COM CONJUNTOS; 0∈A
2∉A

Relações de Inclusão
Representação Relacionam um conjunto com outro conjunto.
-Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, Simbologia: ⊂(está contido), ⊄(não está contido),
2, 3, 4, 5} ⊃(contém), (não contém)
-Simbolicamente: B={x∈ N|2<x<8}, enumerando es-
ses elementos temos: A Relação de inclusão possui 3 propriedades:
B={3,4,5,6,7} Exemplo:
- por meio de diagrama: {1, 3,5}⊂{0, 1, 2, 3, 4, 5}
{0, 1, 2, 3, 4, 5}⊃{1, 3,5}

Aqui vale a famosa regrinha que o professor ensina,


boca aberta para o maior conjunto.

Subconjunto
O conjunto A é subconjunto de B se todo elemento de
A é também elemento de B.
Exemplo: {2,4} é subconjunto de {x∈N|x é par}

97
MATEMÁTICA

Operações

União
Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro
formado pelos elementos que pertencem pelo menos um
dos conjuntos a que chamamos conjunto união e represen-
tamos por: A∪B.
Formalmente temos: A∪B={x|x∈A ou x B} Exemplo:
Exemplo: A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
A={1,2,3,4} e B={5,6} Então os elementos de A – B serão os elementos do
A∪B={1,2,3,4,5,6} conjunto A menos os elementos que pertencerem ao con-
junto B.
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.

Complementar
O complementar do conjunto A( ) é o conjunto for-
mado pelos elementos do conjunto universo que não per-
tencem a A.

Interseção
A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado
pelos elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é
representada por : A∩B.
Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e x∈B}

Fórmulas da união
n(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
n(A ∪B∪C)=n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-
-n(A∩C)-n(B C)

Essas fórmulas muitas vezes nos ajudam, pois ao invés


de fazer todo o diagrama, se colocarmos nessa fórmula,
o resultado é mais rápido, o que na prova de concurso é
Exemplo: interessante devido ao tempo.
A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g} Mas, faremos exercícios dos dois modos para você en-
A∩B={d,e} tender melhor e perceber que, dependendo do exercício é
melhor fazer de uma forma ou outra.
Diferença
Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que (MANAUSPREV – Analista Previdenciário –
a cada par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto FCC/2015) Em um grupo de 32 homens, 18 são altos, 22
definido por: são barbados e 16 são carecas. Homens altos e barbados
A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o que não são carecas são seis. Todos homens altos que são
complementar de B em relação a A. carecas, são também barbados. Sabe-se que existem 5 ho-
A este conjunto pertencem os elementos de A que não mens que são altos e não são barbados nem carecas. Sa-
pertencem a B. be-se que existem 5 homens que são barbados e não são
altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são
A\B = {x : x∈A e x∉B}. carecas e não são altos e nem barbados. Dentre todos es-
ses homens, o número de barbados que não são altos, mas
são carecas é igual a
(A) 4.
(B) 7.
(C) 13.
(D) 5.
(E) 8.

B-A = {x : x∈B e x∉A}.

98
MATEMÁTICA

Primeiro, quando temos 3 diagramas, sempre come-


çamos pela interseção dos 3, depois interseção a cada 2 e
por fim, cada um

Sabemos que 18 são altos

Se todo homem careca é barbado, não teremos apenas


homens carecas e altos.
Homens altos e barbados são 6

Quando somarmos 5+x+6=18


X=18-11=7
Carecas são 16

Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e


não são altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens
que são carecas e não são altos e nem barbados

7+y+5=16
Y=16-12
Y=4

99
MATEMÁTICA

Então o número de barbados que não são altos, mas QUESTÕES


são carecas são 4.
Nesse exercício ficará difícil se pensarmos na fórmula, 01. (CRF/MT - Agente Administrativo – QUA-
ficou grande devido as explicações, mas se você fizer tudo DRIX/2017) Num grupo de 150 jovens, 32 gostam de
no mesmo diagrama, mas seguindo os passos, o resultado música, esporte e leitura; 48 gostam de música e esporte;
sairá fácil. 60 gostam de música e leitura; 44 gostam de esporte e lei-
tura; 12 gostam somente de música; 18 gostam somente
(SEGPLAN/GO – Perito Criminal – FUNIVERSA/2015) de esporte; e 10 gostam somente de leitura. Ao escolher
Suponha que, dos 250 candidatos selecionados ao cargo ao acaso um desses jovens, qual é a probabilidade de ele
de perito criminal: não gostar de nenhuma dessas atividades?
(A) 1/75
1) 80 sejam formados em Física; (B) 39/75
2) 90 sejam formados em Biologia; (C) 11/75
3) 55 sejam formados em Química; (D) 40/75
4) 32 sejam formados em Biologia e Física; (E) 76/75
5) 23 sejam formados em Química e Física;
6) 16 sejam formados em Biologia e Química; 02. (CRMV/SC – Recepcionista – IESES/2017) Sabe-
7) 8 sejam formados em Física, em Química e em Bio- -se que 17% dos moradores de um condomínio tem ga-
logia. tos, 22% tem cachorros e 8% tem ambos (gatos e cachor-
ros). Qual é o percentual de condôminos que não tem
Considerando essa situação, assinale a alternativa cor- nem gatos e nem cachorros?
reta. (A) 53
(B) 69
(A) Mais de 80 dos candidatos selecionados não são (C) 72
físicos nem biólogos nem químicos.
(D) 47
(B) Mais de 40 dos candidatos selecionados são forma-
dos apenas em Física.
03. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPEGO/2017)
(C) Menos de 20 dos candidatos selecionados são for-
Em uma pesquisa sobre a preferência entre dois candida-
mados apenas em Física e em Biologia.
tos, 48 pessoas votariam no candidato A, 63 votariam no
(D) Mais de 30 dos candidatos selecionados são forma-
candidato B, 24 pessoas votariam nos dois; e, 30 pessoas
dos apenas em Química.
não votariam nesses dois candidatos. Se todas as pessoas
(E) Escolhendo-se ao acaso um dos candidatos sele-
responderam uma única vez, então o total de pessoas en-
cionados, a probabilidade de ele ter apenas as duas forma-
ções, Física e Química, é inferior a 0,05. trevistadas foi:
(A) 141.
Resolução (B) 117.
(C) 87.
A nossa primeira conta, deve ser achar o número de (D) 105.
candidatos que não são físicos, biólogos e nem químicos. (E) 112.
n(F ∪B∪Q)=n(F)+n(B)+n(Q)+n(F∩B∩Q)-n(F∩B)-n(F∩-
Q)-n(B∩Q) 04. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário – INSTI-
n(F ∪B∪Q)=80+90+55+8-32-23-16=162 TUTO AOCP/2017) Para realização de uma pesquisa so-
Temos um total de 250 candidatos bre a preferência de algumas pessoas entre dois canais
250-162=88 de TV, canal A e Canal B, os entrevistadores colheram as
seguintes informações: 17 pessoas preferem o canal A, 13
Resposta: A. pessoas assistem o canal B e 10 pessoas gostam dos ca-
nais A e B. Assinale a alternativa que apresenta o total de
pessoas entrevistadas.
(A) 20
(B) 23
(C) 27
(D) 30
(E) 40

100
MATEMÁTICA

05. (SAP/SP – Agente de Segurança Penitenciária – 08. (TRF 2ª REGIÃO – Analista Judiciário – CONSUL-
MSCONCURSOS/2017) Numa sala de 45 alunos, foi feita PLAN/2017) Uma papelaria fez uma pesquisa de mercado
uma votação para escolher a cor da camiseta de formatura. entre 500 de seus clientes. Nessa pesquisa encontrou os
Dentre eles, 30 votaram na cor preta, 21 votaram na cor seguintes resultados:
cinza e 8 não votaram em nenhuma delas, uma vez que • 160 clientes compraram materiais para seus filhos
não farão as camisetas. Quantos alunos votaram nas duas que cursam o Ensino Médio;
cores? • 180 clientes compraram materiais para seus filhos
(A) 6 que cursam o Ensino Fundamental II;
(B) 10 • 190 clientes compraram materiais para seus filhos
(C) 14 que cursam o Ensino Fundamental I;
(D) 18 • 20 clientes compraram materiais para seus filhos que
cursam o Ensino Médio e Fundamental I;
06. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi- • 40 clientes compraram materiais para seus filhos que
sor – FGV/2017) Na assembleia de um condomínio, duas cursam o Ensino Médio e Fundamental II;
questões independentes foram colocadas em votação para • 30 clientes compraram materiais para seus filhos que
aprovação. Dos 200 condôminos presentes, 125 votaram a cursam o Ensino Fundamental I e II; e,
favor da primeira questão, 110 votaram a favor da segunda • 10 clientes compraram materiais para seus filhos que
questão e 45 votaram contra as duas questões. cursam o Ensino Médio, Fundamental I e II.
Não houve votos em branco ou anulados. Quantos clientes da papelaria compraram materiais,
mas os filhos NÃO cursam nem o Ensino Médio e nem o
O número de condôminos que votaram a favor das Ensino Fundamental I e II?
duas questões foi:
(A) 80; (A) 50.
(B) 75; (B) 55.
(C) 70; (C) 60.
(D) 65; (D) 65.
(E) 60.
09. (ANS - Técnico em Regulação de Saúde Suple-
07. (IFBAIANO – Assistente em Administração – mentar – FUNCAB/2016) Foram visitadas algumas resi-
FCM/2017) Em meio a uma crescente evolução da taxa de dências de uma rua e em todas foram encontrados pelo
obesidade infantil, um estudioso fez uma pesquisa com um menos um criadouro com larvas do mosquito Aedes ae-
grupo de 1000 crianças para entender o comportamento gypti. Os criadouros encontrados foram listados na tabela
das mesmas em relação à prática de atividades físicas e aos a seguir:
hábitos alimentares.
Ao final desse estudo, concluiu-se que apenas 200 P. pratinhos com água embaixo de vasos de planta.
crianças praticavam alguma atividade física de forma re- R. ralos entupidos com água acumulada.
gular, como natação, futebol, entre outras, e apenas 400 K. caixas de água destampadas
crianças tinham uma alimentação adequada. Além disso,
apenas 100 delas praticavam atividade física e tinham uma Número de criadouros
alimentação adequada ao mesmo tempo.
Considerando essas informações, a probabilidade de P 103
encontrar nesse grupo uma criança que não tenha alimen- R 124
tação adequada nem pratique atividade física de forma re- K 98
gular é de:
PeR 47
(A) 30%.
(B) 40%. PeK 43
(C) 50%. ReK 60
(D) 60%. P, R e K 25
(E) 70%.
De acordo com a tabela, o número de residências vi-
sitadas foi:
(A) 200.
(B) 150.
(C) 325.
(D) 500.
(E) 455.

101
MATEMÁTICA

10. (DPU – Agente Administrativo – CESPE/2016) Na 03. Resposta: B.


zona rural de um município, 50% dos agricultores cultivam
soja; 30%, arroz; 40%, milho; e 10% não cultivam nenhum
desses grãos. Os agricultores que produzem milho não cul-
tivam arroz e 15% deles cultivam milho e soja.
Considerando essa situação, julgue o item que se se-
gue.
Em exatamente 30% das propriedades, cultiva-se ape-
nas milho.
( )Certo ( )Errado

RESPOSTAS

01. Resposta: C. 24+24+39+30=117

04. Resposta: A.
N(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
N(A∪B)=17+13-10=20

05. Resposta: C.
Como 8 não votaram, tiramos do total: 45-8=37
N(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
37=30+21- n(A∩B)
n(A∩B)=14

06. Resposta: A.
N(A ∪B)==200-45=155
N(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
155=125+110- n(A∩B)
n(A∩B)=80

32+10+12+18+16+28+12+x=150 07. Resposta: C.


X=22 que não gostam de nenhuma dessas atividades Sendo x o número de crianças que não praticam ativi-
P=22/150=11/75 dade física e tem uma alimentação adequada
N(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
02. Resposta: B. 1000-x=200+400-100
X=500
P=500/1000=0,5=50%

08. Resposta:A.
Sendo A=ensino médio
B fundamental I
C=fundamental II
X=quem comprou material e os filhos não cursam en-
sino médio e nem ensino fundamental
n(A∪B∪C) =n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-
-n(A∩C)-n(B∩C)
500-x=160+190+180+10-20-40-30
X=50
9+8+14+x=100
X=100-31
X=69%

102
MATEMÁTICA

09. Resposta: A.
RACIOCÍNIO LÓGICO ENVOLVENDO
PROBLEMAS ARITMÉTICOS E GEOMÉTRICOS.
RESOLUÇÃO DE SOLUÇÕES PROBLEMA

Números Naturais
Os números naturais são o modelo mate-
mático necessário para efetuar uma contagem.
Começando por zero e acrescentando sempre uma unida-
de, obtemos o conjunto infinito dos números naturais.

- Todo número natural dado tem um sucessor


a) O sucessor de 0 é 1.
b) O sucessor de 1000 é 1001.
c) O sucessor de 19 é 20.

Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero.


38+20+42+18+25+22+35=200 residências
Ou fazer direto pela tabela:
P+R+K+(P∩R∩K)-( P∩R)- (R∩K)-(P∩K)
103+124+98+25-60-43-47=200 - Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um
antecessor (número que vem antes do número dado).
10. Resposta: errado Exemplos: Se m é um número natural finito diferente
de zero.
a) O antecessor do número m é m-1.
b) O antecessor de 2 é 1.
c) O antecessor de 56 é 55.
d) O antecessor de 10 é 9.

Expressões Numéricas
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtra-
ções, multiplicações e divisões. Todas as operações podem
acontecer em uma única expressão. Para resolver as ex-
pressões numéricas utilizamos alguns procedimentos:

Se em uma expressão numérica aparecer as quatro


operações, devemos resolver a multiplicação ou a divisão
primeiramente, na ordem em que elas aparecerem e so-
mente depois a adição e a subtração, também na ordem
em que aparecerem e os parênteses são resolvidos primei-
ro.

Exemplo 1
O número de pacientes que apresentaram pelo menos 10 + 12 – 6 + 7
dois desses sintomas é: 22 – 6 + 7
Pois pode ter 2 sintomas ou três. 16 + 7
6+14+26+32=78 23

Exemplo 2
40 – 9 x 4 + 23
40 – 36 + 23
4 + 23
27

103
MATEMÁTICA

Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25

Números Inteiros Representação Fracionária dos Números Decimais


Podemos dizer que este conjunto é composto pelos 1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar
números naturais, o conjunto dos opostos dos números com o denominador seguido de zeros.
naturais e o zero. Este conjunto pode ser representado por: O número de zeros depende da casa decimal. Para uma
casa, um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim
Z-{...,-3,-2,-1,0,1,2,3...} por diante.
Subconjuntos do conjunto :
1)Z*={...-3,-2,-1, 1, 1, 2, 3...}
2) Z+={0,1,2,3,...}
3) Z-={...,-3,-2,-1}

Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que pode
ser expresso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer,
com b≠0
São exemplos de números racionais:
-12/51
-3 2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, en-
-(-3) tão como podemos transformar em fração?
-2,333... Exemplo 1
Transforme a dízima 0, 333... em fração.
As dízimas periódicas podem ser representadas por Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízi-
fração, portanto são consideradas números racionais. ma dada de x, ou seja
Como representar esses números? X=0,333...
Se o período da dízima é de um algarismo, multiplica-
Representação Decimal das Frações mos por 10.
10x=3,333...
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em E então subtraímos:
decimais 10x-x=3,333...-0,333...
1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o nú- 9x=3
mero decimal terá um número finito de algarismos após a X=3/9
vírgula. X=1/3
Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de
período.

Exemplo 2
Seja a dízima 1,1212...
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .
Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
2º) Terá um número infinito de algarismos após a vír- X=111/99
gula, mas lembrando que a dízima deve ser periódica para
ser número racional. Números Irracionais
OBS: período da dízima são os números que se repe- Identificação de números irracionais
tem, se não repetir não é dízima periódica, e sim números - Todas as dízimas periódicas são números racionais.
irracionais, que trataremos mais a frente. - Todos os números inteiros são racionais.
- Todas as frações ordinárias são números racionais.
- Todas as dízimas não periódicas são números irra-
cionais.
- Todas as raízes inexatas são números irracionais.
- A soma de um número racional com um número irra-
cional é sempre um número irracional.

104
MATEMÁTICA

- A diferença de dois números irracionais, pode ser um


número racional.
-Os números irracionais não podem ser expressos na
forma , com a e b inteiros e b≠0.
Intervalo:]a,b[
Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional. Conjunto:{x∈R|a<x<b}
- O quociente de dois números irracionais, pode ser
um número racional. Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores
que a ou iguais a a e menores do que b.
Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.
- O produto de dois números irracionais, pode ser um
número racional.

Exemplo: . = = 7 é um número racional. Intervalo:{a,b[


Conjunto {x∈R|a≤x<b}
Exemplo:radicais( a raiz quadrada de um nú- Intervalo fechado à direita – números reais maiores que
mero natural, se não inteira, é irracional. a e menores ou iguais a b.

Números Reais

Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x∈R|a<x≤b}

INTERVALOS IIMITADOS

Semirreta esquerda, fechada de origem b- números


reais menores ou iguais a b.

Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x∈R|x≤b}

Fonte: www.estudokids.com.br Semirreta esquerda, aberta de origem b – números


reais menores que b
Representação na reta .

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}

Semirreta direita, fechada de origem a – números reais


maiores ou iguais a a.
INTERVALOS LIMITADOS
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou
iguais a e menores do que b ou iguais a b.
Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x≥a}

Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais


Intervalo:[a,b] maiores que a.
Conjunto: {x∈R|a≤x≤b}

Intervalo aberto – números reais maiores que a e me-


nores que b.

105
MATEMÁTICA

Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}

Potenciação Propriedades
Multiplicação de fatores iguais 1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de
2³=2.2.2=8 mesma base, repete-se a base e soma os expoentes.

Casos Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
5) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1. (2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma


base. Conserva-se a base e subtraem os expoentes.

6) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio Exemplos:


número. 96 : 92 = 96-2 = 94

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multi-


plica-se os expoentes.
Exemplos:
7) Todo número negativo, elevado ao expoente par, (52)3 = 52.3 = 56
resulta em um número positivo.

4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores eleva-


dos a um expoente, podemos elevar cada um a esse mes-
mo expoente.

(4.3)²=4².3²
8) Todo número negativo, elevado ao expoente ím- 5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente,
par, resulta em um número negativo. podemos elevar separados.

Radiciação
Radiciação é a operação inversa a potenciação

9) Se o sinal do expoente for negativo, devemos pas-


sar o sinal para positivo e inverter o número que está na
base.

Técnica de Cálculo
A determinação da raiz quadrada de um número torna-
10) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o -se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado em
valor do expoente, o resultado será igual a zero. números primos. Veja:

106
MATEMÁTICA

Operações

Operações

Multiplicação

Exemplo
64=2.2.2.2.2.2=26

Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “ti-


ra-se” um e multiplica. Divisão

1 1 1
Observe: 3.5 = (3.5) = 3 .5 = 3. 5
2 2 2

Exemplo

De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , então:

n
a.b = n a .n b Adição e subtração

O radical de índice inteiro e positivo de um produto


indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
dos fatores do radicando. Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.

Raiz quadrada de frações ordinárias


1 1
2  2 2 22 2
=  = 1 =
Observe: 3 3 3
32

De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * , então:

a na
n = Caso tenha:
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente
indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi- Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.
ce dos termos do radicando.
Racionalização de Denominadores
Raiz quadrada números decimais Normalmente não se apresentam números irracionais
com radicais no denominador. Ao processo que leva à eli-
minação dos radicais do denominador chama-se racionali-
zação do denominador.
1º Caso:Denominador composto por uma só parcela

107
MATEMÁTICA

04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) Se, numa divisão, o divisor e o quociente são
iguais, e o resto é 10, sendo esse resto o maior possível,
então o dividendo é:
2º Caso: Denominador composto por duas parcelas. (A) 131.
(B) 121.
(C) 120.
(D) 110.
(E) 101.
Devemos multiplicar de forma que obtenha uma dife-
rença de quadrados no denominador: 05. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) As expres-
sões numéricas abaixo apresentam resultados que seguem
um padrão específico:

1ª expressão: 1 x 9 + 2

QUESTÕES 2ª expressão: 12 x 9 + 3

01. (Prefeitura de Salvador /BA - Técnico de Nível 3ª expressão: 123 x 9 + 4


Superior II - Direito – FGV/2017) Em um concurso, há
150 candidatos em apenas duas categorias: nível superior ...
e nível médio.
7ª expressão: █ x 9 + ▲
Sabe-se que:
Seguindo esse padrão e colocando os números ade-
• dentre os candidatos, 82 são homens; quados no lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª
• o número de candidatos homens de nível superior é expressão será
igual ao de mulheres de nível médio; (A) 1 111 111.
• dentre os candidatos de nível superior, 31 são mu- (B) 11 111.
lheres. (C) 1 111.
(D) 111 111.
O número de candidatos homens de nível médio é: (E) 11 111 111.
(A) 42.
(B) 45. 06. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Durante um
(C) 48. treinamento, o chefe da brigada de incêndio de um prédio
(D) 50. comercial informou que, nos cinquenta anos de existência
(E) 52. do prédio, nunca houve um incêndio, mas existiram muitas
situações de risco, felizmente controladas a tempo. Segun-
02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária do ele, 1/13 dessas situações deveu-se a ações criminosas,
- MSCONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda, enquanto as demais situações haviam sido geradas por di-
Isabella e José foram a uma prova de hipismo, na qual ga- ferentes tipos de displicência. Dentre as situações de risco
nharia o competidor que obtivesse o menor tempo final. geradas por displicência,
A cada 1 falta seriam incrementados 6 segundos em seu − 1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas inade-
tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria Eduarda fez quadamente;
1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni fez − 1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas;
1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a − 1/3 deveu-se a vazamentos de gás; e
colocação, é correto afirmar que o vencedor foi: − as demais foram geradas por descuidos ao cozinhar.
(A) José De acordo com esses dados, ao longo da existência
(B) Isabella desse prédio comercial, a fração do total de situações de
(C) Maria Eduarda risco de incêndio geradas por descuidos ao cozinhar cor-
(D) Raoni responde à
(A) 3/20.
03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - (B) 1/4.
MSCONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é: (C) 13/60.
(A) 0,2222... (D) 1/5.
(B) 0,6666... (E) 1/60.
(C) 0,1616...
(D) 0,8888...

108
MATEMÁTICA

07. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técnico 03. Resposta: B.


I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Assinale a al- Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração
ternativa que apresenta o valor da expressão X=0,4444....
10x=4,444...
(A) 1. 9x=4
(B) 2.
(C) 4.
(D) 8.
(E) 16.

08. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV-


GO/2017) Qual o resultado de ?

(A) 3 04. Resposta: A.


(B) 3/2 Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número
(C) 5 11 que é igua o quociente.
(D) 5/2 11x11=121+10=131

09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi- 05. Resposta: E.


sor – FGV/2017) Suponha que a # b signifique a - 2b . A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111

Se 2#(1#N)=12 , então N é igual a: 06. Resposta: D.


(A) 1;
(B) 2;
(C) 3; Gerado por descuidos ao cozinhar:
(D) 4;
(E) 6.

10. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-


sor – FGV/2017) Uma equipe de trabalhadores de deter- Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1-
minada empresa tem o mesmo número de mulheres e de 1/13)
homens. Certa manhã, 3/4 das mulheres e 2/3 dos homens
dessa equipe saíram para um atendimento externo.

Desses que foram para o atendimento externo, a fração


de mulheres é 07.Resposta: C.

(A) 3/4;
(B) 8/9;
(C) 5/7;
(D) 8/13;
(E) 9/17.

RESPOSTAS
08. Resposta: D.
01.Resposta: B.
150-82=68 mulheres
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37
são de nível médio.
Portanto, há 37 homens de nível superior.
82-37=45 homens de nível médio. 09. Resposta: C.
2-2(1-2N)=12
02. Resposta: D. 2-2+4N=12
Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o 4N=12
vencedor. N=3

109
MATEMÁTICA

10. Resposta: E.
Como tem o mesmo número de homens e mulheres:

Dos homens que saíram:

Ângulo Raso:
Saíram no total
- É o ângulo cuja medida é 180º;
- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

Ângulo Reto:
Ângulos - É o ângulo cuja medida é 90º;
Denominamos ângulo a região do plano limitada por - É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendi-
duas semirretas de mesma origem. As semirretas recebem culares.
o nome de lados do ângulo e a origem delas, de vértice do
ângulo.

Triângulo

Elementos

Mediana
Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do Mediana de um triângulo é um segmento de reta que
que 90º. liga um vértice ao ponto médio do lado oposto.
Na figura, é uma mediana do ABC.
Um triângulo tem três medianas.

A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo in-


tercepta o lado oposto
Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do
que 90º. Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da
bissetriz de um ângulo do triângulo que liga um vértice a
um ponto do lado oposto.
Na figura, é uma bissetriz interna do .
Um triângulo tem três bissetrizes internas.

110
MATEMÁTICA

Classificação

Quanto aos lados


Triângulo escaleno:três lados desiguais.

Altura de um triângulo é o segmento que liga um vér-


tice a um ponto da reta suporte do lado oposto e é perpen- Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais.
dicular a esse lado.
Na figura, é uma altura do .

Um triângulo tem três alturas.

Triângulo equilátero: três lados iguais.


Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpen-
dicular a esse segmento pelo seu ponto médio.
Na figura, a reta m é a mediatriz de .

Quanto aos ângulos

Triângulo acutângulo: tem os três ângulos agudos

Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do


triângulo que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Um triângulo tem três mediatrizes.

Triângulo retângulo: tem um ângulo reto.

111
MATEMÁTICA

Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso. Áreas

1- Trapézio: , onde B é a medida da base


maior, b é a medida da base menor e h é medida da altura.
2- Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da
base e h é a medida da altura.
3- Retângulo: A = b.h

4- Losango: , onde D é a medida da diagonal


maior e d é a medida da diagonal menor.
5- Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.
Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos
Polígono
Num triângulo o comprimento de qualquer lado é me- Chama-se polígono a união de segmentos que são
nor que a soma dos outros dois. Em qualquer triângulo, ao chamados lados do polígono, enquanto os pontos são cha-
maior ângulo opõe-se o maior lado, e vice-versa. mados vértices do polígono.

QUADRILÁTEROS

Quadrilátero é todo polígono com as seguintes pro-


priedades:

- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º

Trapézio: É todo quadrilátero que tem dois paralelos.


Diagonal de um polígono é um segmento cujas extre-
midades são vértices não-consecutivos desse polígono.

- é paralelo a

- Losango: 4 lados congruentes


- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Número de Diagonais

Ângulos Internos
- Observações: A soma das medidas dos ângulos internos de um polí-
gono convexo de n lados é (n-2).180
- No retângulo e no quadrado as diagonais são con- Unindo um dos vértices aos outros n-3, conveniente-
gruentes (iguais) mente escolhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das
- No losango e no quadrado as diagonais são per- medidas dos ângulos internos do polígono é igual a soma
pendiculares entre si (formam ângulo de 90°) e são bisse- das medidas dos ângulos internos dos n-2 triângulos.
trizes dos ângulos internos (dividem os ângulos ao meio).

112
MATEMÁTICA

Semelhança de Triângulos
Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os
seus ângulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas
medidas, e os lados correspondentes forem proporcionais.

Ângulos Externos Casos de Semelhança


1º Caso:AA(ângulo-ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de
vértices correspondentes, então esses triângulos são con-
gruentes.

A soma dos ângulos externos=360°

Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais,
então a razão de dois segmentos quaisquer de uma trans-
versal é igual à razão dos segmentos correspondentes da
outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que
são válidas as seguintes proporções:
2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes
proporcionais e os ângulos compreendidos entre eles con-
gruentes, então esses dois triângulos são semelhantes.

Exemplo

3º Caso: LLL(lado-lado-lado)
Se dois triângulos têm os três lado correspondentes
proporcionais, então esses dois triângulos são semelhan-
tes.

113
MATEMÁTICA

Fórmulas Trigonométricas

Relação Fundamental
Existe uma outra importante relação entre seno e cos-
seno de um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.

Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo

Considerando o triângulo retângulo ABC.

Neste triângulo, temos que: c²=a²+b²


Dividindo os membros por c²

Como

Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado


triangulo retângulo.
O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos
Temos: são:

a: hipotenusa

114
MATEMÁTICA

b e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipo-
tenusa

Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Chamamos relações métricas as relações existentes en-
tre os diversos segmentos desse triângulo. Assim:

1. O quadrado de um cateto é igual ao produto da


hipotenusa pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa. 2. Oblíquas:r e s não são perpendiculares.

2. O produto dos catetos é igual ao produto da hipo-


tenusa pela altura relativa à hipotenusa.

3. O quadrado da altura é igual ao produto das pro-


jeções dos catetos sobre a hipotenusa.
b) Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são
coincidentes.

4. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos


quadrados dos catetos (Teorema de Pitágoras).

Posições Relativas de Duas Retas


Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo
plano. Nesse caso são chamadas retas coplanares. Podem
também não estar no mesmo plano. Nesse caso, são deno-
minadas retas reversas.

Retas Coplanares

a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum

-Duas retas concorrentes podem ser:

1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.

115
MATEMÁTICA

QUESTÕES Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o


comprimento da cinta acima representada é
01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá- (A) 8/3 π + 8 .
rios- VUNESP/2017) Um terreno retangular ABCD, com 40 (B) 8/3 π + 24.
m de largura por 60 m de comprimento, foi dividido em (C) 8π + 8 .
três lotes, conforme mostra a figura. (D) 8π + 24.
(E) 16π + 24.

04. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


figura abaixo, ABCD é um quadrado de lado 10; E, F, G e H
são pontos médios dos lados do quadrado ABCD e são os
centros de quatro círculos tangentes entre si.

Sabendo-se que EF = 36 m e que a área do lote 1 é 864


m², o perímetro do lote 2 é
(A) 100 m.
(B) 108 m.
(C) 112 m.
(D) 116 m.
(E) 120 m.
A área da região sombreada, da figura acima apresen-
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Con- tada, é
sidere um triângulo retângulo de catetos medindo 3m e (A) 100 - 5π .
5m. Um segundo triângulo retângulo, semelhante ao pri- (B) 100 - 10π .
meiro, cuja área é o dobro da área do primeiro, terá como (C) 100 - 15π .
medidas dos catetos, em metros: (D) 100 - 20π .
(A) 3 e 10. (E) 100 - 25π .
(B) 3√2 e 5√2 .
(C) 3√2 e 10√2 . 05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) No
(D) 5 e 6. cubo de aresta 10, da figura abaixo, encontra-se represen-
(E) 6 e 10. tado um plano passando pelos vértices B e C e pelos pon-
tos P e Q, pontos médios, respectivamente, das arestas EF
03. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na e HG, gerando o quadrilátero BCQP.
figura abaixo, encontra-se representada uma cinta esticada
passando em torno de três discos de mesmo diâmetro e
tangentes entre si.

A área do quadrilátero BCQP, da figura acima, é


(A) 25√5.
(B) 50√2.
(C) 50√5.
(D) 100√2 .
(E) 100√5.

116
MATEMÁTICA

06. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária 08. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
- MSCONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a NESP/2017) O piso de um salão retangular, de 6 m de
seguir, de vértices A, B e C, representa uma praça de uma comprimento, foi totalmente coberto por 108 placas qua-
cidade. Qual é a área dessa praça? dradas de porcelanato, todas inteiras. Sabe-se que quatro
placas desse porcelanato cobrem exatamente 1 m2 de
piso. Nessas condições, é correto afirmar que o perímetro
desse piso é, em metros, igual a
(A) 20.
(B) 21.
(C) 24.
(D) 27.
(E) 30.

09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-


(A) 120 m² sor – FGV/2017) O proprietário de um terreno retangular
(B) 90 m² resolveu cercá-lo e, para isso, comprou 26 estacas de ma-
(C) 60 m² deira. Colocou uma estaca em cada um dos quatro cantos
(D) 30 m² do terreno e as demais igualmente espaçadas, de 3 em 3
metros, ao longo dos quatro lados do terreno.
07. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU- O número de estacas em cada um dos lados maiores
NESP/2017) A figura, com dimensões indicadas em cen- do terreno, incluindo os dois dos cantos, é o dobro do nú-
tímetros, mostra um painel informativo ABCD, de formato mero de estacas em cada um dos lados menores, também
retangular, no qual se destaca a região retangular R, onde incluindo os dois dos cantos.
x > y. A área do terreno em metros quadrados é:
(A) 240;
(B) 256;
(C) 324;
(D) 330;
(E) 372.

10. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário- VU-


NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão in-
dicadas em metros, mostra as regiões R1 e R2 , ambas com
formato de triângulos retângulos, situadas em uma praça
e destinadas a atividades de recreação infantil para faixas
etárias distintas.

Sabendo-se que a razão entre as medidas dos lados


correspondentes do retângulo ABCD e da região R é igual
a 5/2 , é correto afirmar que as medidas, em centímetros,
dos lados da região R, indicadas por x e y na figura, são,
respectivamente,
(A) 80 e 64.
(B) 80 e 62.
(C) 62 e 80.
(D) 60 e 80. Se a área de R1 é 54 m², então o perímetro de R2 é,
(E) 60 e 78. em metros, igual a
(A) 54.
(B) 48.
(C) 36.
(D) 40.
(E) 42.

117
MATEMÁTICA

RESPOSTAS 03. Resposta: D.


Observe o triângulo do meio, cada lado é exatamente
01. Resposta: D. a mesma medida da parte reta da cinta.
Que é igual a 2 raios, ou um diâmetro, portanto o lado
esticado tem 8x3=24 m
A parte do círculo é igual a 120°, pois é 1/3 do círculo,
como são três partes, é a mesma medida de um círculo.
O comprimento do círculo é dado por: 2πr=8π
Portanto, a cinta tem 8π+24

04. Resposta: E.
Como o quadrado tem lado 10,a área é 100.

96h=1728 O ladao AF e AE medem 5, cada um, pois F e E é o


H=18 ponto Médio

Como I é um triângulo: X²=5²+5²


60-36=24 X²=25+25
X²=24²+18² X²=50
X²=576+324 X=5√2
X²=900 X é o diâmetro do círculo, como temos 4 semi círculos,
X=30 temos 2 círculos inteiros.
Como h=18 e AD é 40, EG=22 A área de um círculo é
Perímetro lote 2: 40+22+24+30=116

02. Resposta: B.

A sombreada=100-25π

05. Resposta: C.
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25
CQ²=125
CQ=5√5
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC
A=5√5⋅10=50√5

Lado=3√2
Outro lado =5√2

118
MATEMÁTICA

06. Resposta: C Para encontrar o perímetro do triângulo R2:


Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.

17²=x²+8²
289=x²+64
X²=225
X=15

07. Resposta: A.

Y²=16²+12²
5y=320 Y²=256+144=400
Y=64 Y=20
Perímetro: 16+12+20=48

Cilindros
5x=400 Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de
X=80 centro O contido num deles, e uma reta s concorrente com
os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião
de todos os segmentos paralelos a s, com extremidades no
círculo e no outro plano.

08. Resposta: B.
108/4=27m²
6x=27
X=27/6
O perímetro seria

09. Resposta: C.
Número de estacas: x
X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contan-
do duas vezes o canto Classificação
6x=30 Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando
X=5 as geratrizes são perpendiculares às bases.
Temos 5 estacas no lado menor, como são espaçadas Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é
a cada 3m equilátero.
4 espaços de 3m=12m Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.
Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m
A=12⋅27=324 m²

10. Resposta: B.

9x=108
X=12

119
MATEMÁTICA

Área
Área da base: Sb=πr²

Volume

Área

Cones Área lateral:


Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α,
um ponto V que não pertence ao plano. Área da base:
A figura geométrica formada pela reunião de todos os
segmentos de reta que tem uma extremidade no ponto V Área total:
e a outra num ponto do círculo denomina-se cone circular.
Volume

Pirâmides
As pirâmides são também classificadas quanto ao nú-
mero de lados da base.

Classificação

-Reto:eixo VO perpendicular à base;


Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângu-
lo em torno de um de seus catetos. Por isso o cone reto é
também chamado de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é
denominado cone equilátero.
Área e Volume

Área lateral:

Onde n= quantidade de lados

-Oblíquo: eixo não é perpendicular Prismas


Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R
contido em α e uma reta r concorrente aos dois.

120
MATEMÁTICA

Classificação pelo polígono da base

-Triangular

-Quadrangular

Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião


de todos os segmentos paralelos a r, com extremidades no
polígono R e no plano β.

E assim por diante...

Paralelepípedos
Os prismas cujas bases são paralelogramos denomi-
nam-se paralelepípedos.

Assim, um prisma é um poliedro com duas faces con-


gruentes e paralelas cujas outras faces são paralelogramos
obtidos ligando-se os vértices correspondentes das duas
faces paralelas.

Classificação
Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares
às bases
Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.
Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces
quadradas.

121
MATEMÁTICA

Prisma Regular Em uma revisão do projeto, foi necessário aumentar


Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regu- em 1 m a medida da largura, indicada por x na figura, man-
lares, o prisma é dito regular. tendo-se inalteradas as demais medidas. Desse modo, o
As faces laterais são retângulos congruentes e as bases volume inicialmente previsto para esse reservatório foi au-
são congruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...) mentado em
(A) 1 m³ .
Área (B) 3 m³ .
Área cubo: (C) 4 m³ .
Área paralelepípedo: (D) 5 m³ .
A área de um prisma: (E) 6 m³ .
Onde: St=área total
Sb=área da base 04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-
Sl=área lateral, soma-se todas as áreas das faces late- NESP/2017) A figura mostra cubinhos de madeira, todos
rais. de mesmo volume, posicionados em uma caixa com a for-
Volume ma de paralelepípedo reto retângulo.
Paralelepípedo:V=a.b.c
Cubo:V=a³

Demais:

EXERCÍCIOS

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Um


cilindro reto de altura h tem volume V. Para que um cone
reto com base igual a desse cilindro tenha volume V, sua Se cada cubinho tem aresta igual a 5 cm, então o volu-
altura deve ser igual a me interno dessa caixa é, em cm³ , igual a
(A) 1/3h. (A) 3000.
(B) 1/2h. (B) 4500.
(C) 2/3h. (C) 6000.
(D) 2h. (D) 7500.
(E) 3h. (E) 9000.

02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária – 05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
MSCONCURSOS/2017) Qual é o volume de uma lata de GO/2017) Frederico comprou um aquário em formato de
óleo perfeitamente cilíndrica, cujo diâmetro é 8 cm e a al- paralelepípedo, contendo as seguintes dimensões:
tura é 20 cm? (use π=3)
(A) 3,84 l
(B) 96 ml
(C) 384 ml
(D) 960 ml

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) Inicialmente, um reservatório com formato
de paralelepípedo reto retângulo deveria ter as medidas
indicadas na figura. Estando o referido aquário completamente cheio, a sua
capacidade em litros é de:
(A) 0,06 litros.
(B) 0,6 litros.
(C) 6 litros.
(D) 0,08 litros.
(E) 0,8 litros.

122
MATEMÁTICA

06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- Considerando a pirâmide de base triangular cujos vér-
NESP/2017) As figuras seguintes mostram os blocos de tices são os pontos B, C, D e G do cubo, o seu volume é
madeira A, B e C, sendo A e B de formato cúbico e C com dado por
formato de paralelepípedo reto retângulo, cujos respecti- (A) a³/6
vos volumes, em cm³, são representados por VA, VB e VC. (B) a³/3
(C) a³/3√3
(D) a³/6√6

09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU-


NESP/2017) De um reservatório com formato de parale-
lepípedo reto retângulo, totalmente cheio, foram retirados
3 m³ de água. Após a retirada, o nível da água restante no
reservatório ficou com altura igual a 1 m, conforme mostra
a figura.

Se VA + VB = 1/2 VC , então a medida da altura do


bloco C, indicada por h na figura, é, em centímetros, igual a
(A) 15,5.
(B) 11.
(C) 12,5.
(D) 14.
(E) 16
07. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPEGO/2017)
Um recipiente na forma de um prisma reto de base quadra- Desse modo, é correto afirmar que a medida da altura
da, com dimensões internas de 10 cm de aresta da base e total do reservatório, indicada por h na figura, é, em me-
25 cm de altura, está com 20% de seu volume total preen- tros, igual a
chido com água, conforme mostra a figura. (Figura fora de (A) 1,8.
escala) (B) 1,75.
(C) 1,7.
(D) 1,65.
(E) 1,6.

10. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS-


CONCURSOS/2016) O volume de um cone circular reto,
cuja altura é 39 cm, é 30% maior do que o volume de um
cilindro circular reto. Sabendo que o raio da base do cone
Para completar o volume total desse recipiente, serão é o triplo do raio da base do cilindro, a altura do cilindro é:
despejados dentro dele vários copos de água, com 200 mL (A) 9 cm
cada um. O número de copos totalmente cheios necessá- (B) 30 cm
rios para completar o volume total do prisma será: (C) 60 cm
(A) 8 copos (D) 90 cm
(B) 9 copos
(C) 10 copos
(D) 12 copos RESPOSTAS
(E) 15 copos
01. Resposta:
08. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSU- Volume cilindro=πr²h
FG/2017) figura a seguir representa um cubo de aresta a.

Para que seja igual a V, a altura tem que ser igual a 3h

02. Resposta: D
V= πr²h
V=3⋅4²⋅20=960 cm³=960 ml

123
MATEMÁTICA

03. Resposta:E. 10. Resposta: D.


V=2⋅3⋅x=6x Cone
Aumentando 1 na largura
V=2⋅3⋅(x+1)=6x+6
Portanto, o volume aumentou em 6.

04. Resposta:E.
São 6 cubos no comprimento: 6⋅5=30
São 4 cubos na largura: 4⋅5=20
3 cubos na altura: 3⋅5=15 Cilindro
V=30⋅20⋅15=9000 V=Ab⋅h
V=πr²h
05. Resposta: C. Como o volume do cone é 30% maior:
V=20⋅15⋅20=6000cm³=6000ml==6 litros 117πr²=1,3 πr²h
H=117/1,3=90
06. Resposta:C.
VA=125cm³
VB=1000cm³

180h=2250
H=12,5

07. Resposta: C.

V=10⋅10⋅25=2500 cm³
2500⋅0,2=500cm³ preenchidos.
Para terminar de completar o volume:
2500-500=2000 cm³
2000/200=10 copos

08. Resposta: A.
A base é um triângulo de base a e altura a

09. Resposta: E.
V=2,5⋅2⋅1=5m³
Como foi retirado 3m³
5+3=2,5⋅2⋅h
8=5h
H=1,6m

124
DIREITOS HUMANOS

Declaração Universal dos Direitos do Homem............................................................................................................................................. 01


Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica, 1969); ............................................................ 02
Constituição Federal de 1988: artigos 1º ao 5º, 37 e 144........................................................................................................................ 14
DIREITOS HUMANOS

Art. 11
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS I) Todo o homem acusado de um ato delituoso tem
DIREITOS DO HOMEM o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabi-
lidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julga-
mento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas
as garantias necessárias a sua defesa.
A Assembléia Geral das Nações Unidas proclama a pre- II) Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação
sente “Declaração Universal dos Direitos do Homem” como ou omissão que, no momento, não constituíam delito pe-
o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as rante o di- reito nacional ou internacional. Também não
nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão será imposta pena mais forte do que aquela que, no mo-
da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se mento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
esforce, através do ensino e da educação, por promover Art. 12 Ninguém será sujeito a interferências na sua
o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de vida pri- vada, na sua família, no seu lar ou na sua corres-
medidas progressivas de caráter nacional e inter- nacional, pondência, nem a ataques a sua honra e reputação. Todo
por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância o homem tem direito à proteção da lei contra tais interfe-
universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Es- rências ou ataques.
tados Membros, quanto entre os povos dos territórios sob Art. 13
sua jurisdição. I) Todo homem tem direito à liberdade de locomo-
Art. 1º Todos os homens nascem livres e iguais em ção e re- sidência dentro das fronteiras de cada Estado.
dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência II) Todo o homem tem o direito de deixar qualquer
e devem agir em relação uns aos outros com espírito de país, inclu- sive o próprio, e a este regressar.
fraternidade. Art. 14
Art. 2º I) Todo o homem, vítima de perseguição, tem o di-
I) Todo o homem tem capacidade para gozar os di- reito de procurar e de gozar asilo em outros países.
reitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração sem II) Este direito não pode ser invocado em casos de
distinção de qual- quer espécie, seja de raça, cor, sexo, lín- perse- guição legitimamente motivada por crimes de direi-
gua, religião, opinião polí- tica ou de outra natureza, ori- to comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios
gem nacional ou social, riqueza, nas- cimento, ou qualquer das Nações Unidas.
outra condição. Art. 15
II) Não será também feita nenhuma distinção funda- I) Todo homem tem direito a uma nacionalidade.
da na con- dição política, jurídica ou internacional do país II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua na-
ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de cionalida- de, nem do direito de mudar de nacionalidade.
um território independente, sob tutela, sem governo pró- Art. 16
prio, quer sujeito a qualquer outra li- mitação de soberania. I) Os homens e mulheres de maior idade, sem qual-
Art. 3º Todo o homem tem direito à vida, à liberdade e quer res- trição de raça, nacionalidade ou religião, tem o
à se- gurança pessoal. direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Go-
Art. 4º Ninguém será mantido em escravidão ou ser- zam de iguais direitos em relação ao casamento, sua dura-
vidão; a escravidão e o tráfico de escravos estão proibidos ção e sua dissolução.
em todas as suas formas. II) O casamento não será válido senão com o livre e
Art. 5º Ninguém será submetido a tortura, nem a trata- pleno consentimento dos nubentes.
mento ou castigo cruel, desumano ou degradante. III) A família é o núcleo natural e fundamental da so-
Art. 6º Todo homem tem o direito de ser, em todos os ciedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado.
luga- res, reconhecido como pessoa perante a lei. Art. 17
Art. 7º Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem I) Todo o homem tem direito à propriedade, só ou
qual- quer distinção, a igual proteção da lei. Todos tem di- em so- ciedade com outros.
reito a igual proteção contra qualquer discriminação que II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua pro-
viole a presente De- claração e contra qualquer incitamen- priedade.
to a tal discriminação.
Art. 8º Todo o homem tem direito a receber dos tribu- Art. 18 Todo o homem tem direito à liberdade de pen-
nais na- cionais competentes remédio efetivo para os atos samen- to, consciência e religião; este direito inclui a liber-
que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reco- dade de mudar de religião ou crença e a liberdade de ma-
nhecidos pela constitui- ção ou pela lei. nifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática,
Art. 9º Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em
exi- lado. público ou em particular.
Art. 10 Todo o homem tem direito, em plena igualda- Art. 19 Todo o homem tem direito à liberdade de opi-
de, a uma justa e pública audiência por parte de um tribu- nião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem in-
nal independente e imparcial, para decidir de seus direitos terferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir
e deveres ou do fundamen- to de qualquer acusação cri- informações e ideias por quaisquer meios, independente-
minal contra ele. mente de fronteiras.

1
DIREITOS HUMANOS

Art. 20 são, a tolerância e amizade entre todas as nações e grupos


I) Todo o homem tem direito à liberdade de reunião raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações
e associa- Unidas em prol da manutenção da paz.
ção pacíficas. III) Os pais têm prioridade de direito na escolha do
II) Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.
associa- ção. Art. 27
Art. 21 I) Todo o homem tem o direito de participar livre-
I) Todo o homem tem o direito de tomar parte no mente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e
governo de seu país diretamente ou por intermédio de re- de participar do progresso científico e de fruir de seus be-
presentantes livre- mente escolhidos. nefícios.
II) Todo o homem tem igual direito de acesso ao ser- II) Todo o homem tem direito à proteção dos interes-
viço pú- blico do seu país. ses morais e materiais decorrentes de qualquer produção
III) A vontade do povo será a base da autoridade do científica, literária ou artística da qual seja autor.
governo; esta vontade será expressa em eleições periódi-
cas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou Art. 28 Todo o homem tem direito a uma ordem social
processo equivalente que assegure a liberdade de voto. e inter- nacional em que os direitos e liberdades estabele-
Art. 22 Todo o homem, como membro da sociedade, cidos na presente Declaração possam ser plenamente rea-
tem di- reito à segurança social e à realização, pelo esforço lizados.
nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a Art. 29
organização e recur- sos de cada Estado, dos direitos eco- I) Todo o homem tem deveres para com a comuni-
nômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade dade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua per-
e ao livre desenvolvimento de sua personalidade. sonalidade é possível.
Art. 23 II) No exercício de seus direitos e liberdades, todo o
I) Todo o homem tem direito ao trabalho, à livre es- ho- mem estará sujeito apenas às limitações determinadas
colha de emprego, a condições justas e favoráveis de tra- pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido
balho e à proteção contra o desemprego. reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de ou-
II) Todo o homem, sem qualquer distinção, tem direi- trem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem
to a igual remuneração por igual trabalho. pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
III) Todo o homem que trabalha tem direito a uma re- III) Esses direitos e liberdades não podem, em hipóte-
munera- ção justa e satisfatória, que lhe assegure, assim se algu- ma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e
como a sua família, uma existência compatível com a dig- princípios das Nações Unidas.
nidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, Art. 30 Nenhuma disposição da presente Declaração
outros meios de proteção social. pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer
IV) Todo o homem tem direito a organizar sindicatos Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer
e a neles ingressar para proteção de seus interesses. atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição
Art. 24 Todo o homem tem direito a repouso e lazer, in- de quaisquer di- reitos e liberdades aqui estabelecidos.
clusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias
remuneradas periódicas.
Art. 25 CONVENÇÃO AMERICANA DE
I) Todo o homem tem direito a um padrão de vida DIREITOS HUMANOS (PACTO SÃO JOSÉ DA
capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, COSTA RICA, 1969)
inclusive alimen- tação, vestuário, habitação, cuidados mé-
dicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segu-
rança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez,
velhice ou outros casos de perda de meios de subsistência CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HU-
em circunstâncias fora de seu controle. MANOS
II) A maternidade e a infância tem direito a cuidados
e assis- tência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro (Assinada na Conferência Especializada Interamericana
ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social. sobre Direitos Humanos,
Art. 26 San José, Costa Rica, em 22 de novembro de 1969)
I) Todo o homem tem direito à instrução. A instru-
ção será gra- tuita, pelo menos nos graus elementares e PREÂMBULO
fundamentais. A ins- trução elementar será obrigatória. A
instrução técnico profissional será acessível a todos, bem Os Estados americanos signatários da presente Con-
como a instrução superior, esta baseada no mérito. venção,
II) A instrução será orientada no sentido do pleno Reafirmando seu propósito de consolidar neste Conti-
desenvol- vimento da personalidade humana e do fortale- nente, dentro do quadro das instituições democráticas, um
cimento do respeito pelos direitos do homem e pelas liber- regime de liberdade pessoal e de justiça social, fundado no
dades fundamentais. A instru- ção promoverá a compreen- respeito dos direitos essenciais do homem;

2
DIREITOS HUMANOS

Reconhecendo que os direitos essenciais do homem CAPÍTULO II


não derivam do fato de ser ele nacional de determinado DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS
Estado, mas sim do fato de ter como fundamento os atri-
butos da pessoa humana, razão por que justificam uma Artigo 3. Direito ao reconhecimento da personali-
proteção internacional, de natureza convencional, coadju- dade jurídica
vante ou complementar da que oferece o direito interno
dos Estados americanos; Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua
Considerando que esses princípios foram consagra- personalidade jurídica.
dos na Carta da Organização dos Estados Americanos, na
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem Artigo 4. Direito à vida
e na Declaração Universal dos Direitos do Homem e que
foram reafirmados e desenvolvidos em outros instrumen- 1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua
tos internacionais, tanto de âmbito mundial como regional; vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral,
desde o momento da concepção. Ninguém pode ser priva-
Reiterando que, de acordo com a Declaração Univer- do da vida arbitrariamente.
sal dos Direitos do Homem, só pode ser realizado o ideal 2. Nos países que não houverem abolido a pena de
do ser humano livre, isento do temor e da miséria, se forem morte, esta só poderá ser imposta pelos delitos mais gra-
criadas condições que permitam a cada pessoa gozar dos ves, em cumprimento de sentença final de tribunal compe-
seus direitos econômicos, sociais e culturais, bem como tente e em conformidade com lei que estabeleça tal pena,
dos seus direitos civis e políticos; e promulgada antes de haver o delito sido cometido. Tam-
Considerando que a Terceira Conferência Interame- pouco se estenderá sua aplicação a delitos aos quais não
ricana Extraordinária (Buenos Aires, 1967) aprovou a incor- se aplique atualmente.
poração à própria Carta da Organização de normas mais 3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Es-
amplas sobre direitos econômicos, sociais e educacionais e tados que a hajam abolido.
resolveu que uma convenção interamericana sobre direitos 4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplica-
humanos determinasse a estrutura, competência e proces- da por delitos políticos, nem por delitos comuns conexos
so dos órgãos encarregados dessa matéria, com delitos políticos.
Convieram no seguinte: 5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que,
no momento da perpetração do delito, for menor de de-
PARTE I zoito anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la a mulher em
DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS PROTEGIDOS estado de gravidez.
CAPÍTULO I 6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a so-
ENUMERAÇÃO DE DEVERES licitar anistia, indulto ou comutação da pena, os quais po-
dem ser concedidos em todos os casos. Não se pode exe-
cutar a pena de morte enquanto o pedido estiver pendente
Artigo 1. Obrigação de respeitar os direitos
de decisão ante a autoridade competente.
1. Os Estados Partes nesta Convenção comprometem-
Artigo 5. Direito à integridade pessoal
-se a respeitar os direitos e liberdades nela reconhecidos
e a garantir seu livre e pleno exercício a toda pessoa que
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua
esteja sujeita à sua jurisdição, sem discriminação alguma
integridade física, psíquica e moral.
por motivo de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões po-
líticas ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a pe-
social, posição econômica, nascimento ou qualquer outra nas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda pes-
condição social. soa privada da liberdade deve ser tratada com o respeito
2. Para os efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser devido à dignidade inerente ao ser humano.
humano. 3. A pena não pode passar da pessoa do delinqüente.
4. Os processados devem ficar separados dos conde-
Artigo 2. Dever de adotar disposições de direito in- nados, salvo em circunstâncias excepcionais, e ser subme-
terno tidos a tratamento adequado à sua condição de pessoas
não condenadas.
Se o exercício dos direitos e liberdades mencionados 5. Os menores, quando puderem ser processados,
no artigo 1 ainda não estiver garantido por disposições le- devem ser separados dos adultos e conduzidos a tribunal
gislativas ou de outra natureza, os Estados Partes compro- especializado, com a maior rapidez possível, para seu tra-
metem-se a adotar, de acordo com as suas normas consti- tamento.
tucionais e com as disposições desta Convenção, as medi- 6. As penas privativas da liberdade devem ter por
das legislativas ou de outra natureza que forem necessárias finalidade essencial a reforma e a readaptação social dos
para tornar efetivos tais direitos e liberdades. condenados.

3
DIREITOS HUMANOS

Artigo 6. Proibição da escravidão e da servidão forem ilegais. Nos Estados Partes cujas leis prevêem que
toda pessoa que se vir ameaçada de ser privada de sua
1. Ninguém pode ser submetido a escravidão ou a ser- liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal com-
vidão, e tanto estas como o tráfico de escravos e o tráfico petente a fim de que este decida sobre a legalidade de tal
de mulheres são proibidos em todas as suas formas. ameaça, tal recurso não pode ser restringido nem abolido.
2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho O recurso pode ser interposto pela própria pessoa ou por
forçado ou obrigatório. Nos países em que se prescreve, outra pessoa.
para certos delitos, pena privativa da liberdade acompa- 7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio
nhada de trabalhos forçados, esta disposição não pode ser não limita os mandados de autoridade judiciária compe-
interpretada no sentido de que proíbe o cumprimento da tente expedidos em virtude de inadimplemento de obri-
dita pena, imposta por juiz ou tribunal competente. O tra- gação alimentar.
balho forçado não deve afetar a dignidade nem a capaci-
dade física e intelectual do recluso. Artigo 8. Garantias judiciais
3. Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios
para os efeitos deste artigo: 1. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devi-
a. os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de das garantias e dentro de um prazo razoável, por um juiz
pessoa reclusa em cumprimento de sentença ou resolução ou tribunal competente, independente e imparcial, esta-
formal expedida pela autoridade judiciária competente. belecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer
Tais trabalhos ou serviços devem ser executados sob a vigi- acusação penal formulada contra ela, ou para que se de-
lância e controle das autoridades públicas, e os indivíduos terminem seus direitos ou obrigações de natureza civil,
que os executarem não devem ser postos à disposição de trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza.
particulares, companhias ou pessoas jurídicas de caráter 2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se
privado; presuma sua inocência enquanto não se comprove legal-
mente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem di-
b. o serviço militar e, nos países onde se admite a isen- reito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
ção por motivos de consciência, o serviço nacional que a lei a. direito do acusado de ser assistido gratuitamente
estabelecer em lugar daquele; por tradutor ou intérprete, se não compreender ou não
falar o idioma do juízo ou tribunal;
c. o serviço imposto em casos de perigo ou calamidade b. comunicação prévia e pormenorizada ao acusado
que ameace a existência ou o bem-estar da comunidade; e da acusação formulada;
c. concessão ao acusado do tempo e dos meios ade-
d. o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações quados para a preparação de sua defesa;
cívicas normais.
d. direito do acusado de defender-se pessoalmen-
te ou de ser assistido por um defensor de sua escolha
Artigo 7. Direito à liberdade pessoal
e de comunicar-se, livremente e em particular, com seu
defensor;
1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança
pessoais. e. direito irrenunciável de ser assistido por um defen-
sor proporcionado pelo Estado, remunerado ou não, se-
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, gundo a legislação interna, se o acusado não se defender
salvo pelas causas e nas condições previamente fixadas pe- ele próprio nem nomear defensor dentro do prazo estabe-
las constituições políticas dos Estados Partes ou pelas leis lecido pela lei;
de acordo com elas promulgadas. f. direito da defesa de inquirir as testemunhas presen-
3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou encar- tes no tribunal e de obter o comparecimento, como teste-
ceramento arbitrários. munhas ou peritos, de outras pessoas que possam lançar
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das luz sobre os fatos;
razões da sua detenção e notificada, sem demora, da acu- g. direito de não ser obrigado a depor contra si mes-
sação ou acusações formuladas contra ela. ma, nem a declarar-se culpada;
5. Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, e
sem demora, à presença de um juiz ou outra autoridade h. direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal
autorizada pela lei a exercer funções judiciais e tem direito superior.
a ser julgada dentro de um prazo razoável ou a ser pos- 3. A confissão do acusado só é válida se feita sem
ta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. coação de nenhuma natureza.
Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que asse- 4. O acusado absolvido por sentença passada em jul-
gurem o seu comparecimento em juízo. gado não poderá ser submetido a novo processo pelos
6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a re- mesmos fatos.
correr a um juiz ou tribunal competente, a fim de que este 5. O processo penal deve ser público, salvo no que for
decida, sem demora, sobre a legalidade de sua prisão ou necessário para preservar os interesses da justiça.
detenção e ordene sua soltura se a prisão ou a detenção

4
DIREITOS HUMANOS

Artigo 9. Princípio da legalidade e da retroatividade a. o respeito aos direitos ou à reputação das demais
pessoas; ou
Ninguém pode ser condenado por ações ou omissões b. a proteção da segurança nacional, da ordem públi-
que, no momento em que forem cometidas, não sejam de- ca, ou da saúde ou da moral públicas.
lituosas, de acordo com o direito aplicável. Tampouco se 3. Não se pode restringir o direito de expressão por vias
pode impor pena mais grave que a aplicável no momento ou meios indiretos, tais como o abuso de controles oficiais
da perpetração do delito. Se depois da perpetração do de- ou particulares de papel de imprensa, de freqüências radioe-
lito a lei dispuser a imposição de pena mais leve, o delin- létricas ou de equipamentos e aparelhos usados na difusão
qüente será por isso beneficiado. de informação, nem por quaisquer outros meios destinados
a obstar a comunicação e a circulação de idéias e opiniões.
Artigo 10. Direito a indenização 4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a cen-
sura prévia, com o objetivo exclusivo de regular o acesso
Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a a eles, para proteção moral da infância e da adolescência,
lei, no caso de haver sido condenada em sentença passada sem prejuízo do disposto no inciso 2.
em julgado, por erro judiciário. 5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guer-
ra, bem como toda apologia ao ódio nacional, racial ou
Artigo 11. Proteção da honra e da dignidade religioso que constitua incitação à discriminação, à hosti-
lidade, ao crime ou à violência.
1. Toda pessoa tem direito ao respeito de sua honra e
ao reconhecimento de sua dignidade. Artigo 14. Direito de retificação ou resposta

2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias 1. Toda pessoa atingida por informações inexatas ou
ou abusivas em sua vida privada, na de sua família, em seu ofensivas emitidas em seu prejuízo por meios de difusão le-
domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas ile- galmente regulamentados e que se dirijam ao público em
gais à sua honra ou reputação. geral, tem direito a fazer, pelo mesmo órgão de difusão, sua
3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais retificação ou resposta, nas condições que estabeleça a lei.
ingerências ou tais ofensas. 2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta eximi-
rão das outras responsabilidades legais em que se houver
Artigo 12. Liberdade de consciência e de religião incorrido.
3. Para a efetiva proteção da honra e da reputação, toda
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência publicação ou empresa jornalística, cinematográfica, de rádio
e de religião. Esse direito implica a liberdade de conservar ou televisão, deve ter uma pessoa responsável que não seja
sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de protegida por imunidades nem goze de foro especial.
crenças, bem como a liberdade de professar e divulgar sua
religião ou suas crenças, individual ou coletivamente, tanto Artigo 15. Direito de reunião
em público como em privado.
2. Ninguém pode ser objeto de medidas restritivas É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem
que possam limitar sua liberdade de conservar sua religião armas. O exercício de tal direito só pode estar sujeito às
ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças. restrições previstas pela lei e que sejam necessárias, numa
3. A liberdade de manifestar a própria religião e as sociedade democrática, no interesse da segurança nacio-
próprias crenças está sujeita unicamente às limitações nal, da segurança ou da ordem públicas, ou para proteger
prescritas pela lei e que sejam necessárias para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e liberdades das
a segurança, a ordem, a saúde ou a moral públicas ou os demais pessoas.
direitos ou liberdades das demais pessoas.
4. Os pais, e quando for o caso os tutores, têm direito Artigo 16. Liberdade de associação
a que seus filhos ou pupilos recebam a educação religiosa
e moral que esteja acorde com suas próprias convicções. 1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se livre-
mente com fins ideológicos, religiosos, políticos, econômi-
Artigo 13. Liberdade de pensamento e de expressão cos, trabalhistas, sociais, culturais, desportivos ou de qual-
quer outra natureza.
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamen- 2. O exercício de tal direito só pode estar sujeito às restri-
to e de expressão. Esse direito compreende a liberdade de ções previstas pela lei que sejam necessárias, numa sociedade
buscar, receber e difundir informações e idéias de toda na- democrática, no interesse da segurança nacional, da seguran-
tureza, sem consideração de fronteiras, verbalmente ou por ça ou da ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral
escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por qualquer públicas ou os direitos e liberdades das demais pessoas.
outro processo de sua escolha. 3. O disposto neste artigo não impede a imposição
2. O exercício do direito previsto no inciso precedente
de restrições legais, e mesmo a privação do exercício do
não pode estar sujeito a censura prévia, mas a responsa-
bilidades ulteriores, que devem ser expressamente fixadas direito de associação, aos membros das forças armadas e
pela lei e ser necessárias para assegurar: da polícia.

5
DIREITOS HUMANOS

Artigo 17. Proteção da família Artigo 22. Direito de circulação e de residência

1. A família é o elemento natural e fundamental da 1. Toda pessoa que se ache legalmente no território de
sociedade e deve ser protegida pela sociedade e pelo Es- um Estado tem direito de circular nele e de nele residir em
tado. conformidade com as disposições legais.
2. É reconhecido o direito do homem e da mulher de 2. Toda pessoa tem o direito de sair livremente de
contraírem casamento e de fundarem uma família, se ti- qualquer país, inclusive do próprio.
verem a idade e as condições para isso exigidas pelas leis 3. O exercício dos direitos acima mencionados não
internas, na medida em que não afetem estas o princípio pode ser restringido senão em virtude de lei, na medida
da não-discriminação estabelecido nesta Convenção. indispensável, numa sociedade democrática, para prevenir
3. O casamento não pode ser celebrado sem o livre infrações penais ou para proteger a segurança nacional, a
e pleno consentimento dos contraentes. segurança ou a ordem públicas, a moral ou a saúde públi-
4. Os Estados Partes devem tomar medidas apro- cas, ou os direitos e liberdades das demais pessoas.
priadas no sentido de assegurar a igualdade de direitos e 4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso 1
a adequada equivalência de responsabilidades dos côn- pode também ser restringido pela lei, em zonas determina-
juges quanto ao casamento, durante o casamento e em das, por motivo de interesse público.
caso de dissolução do mesmo. Em caso de dissolução, 5. Ninguém pode ser expulso do território do Estado
serão adotadas disposições que assegurem a proteção do qual for nacional, nem ser privado do direito de nele
necessária aos filhos, com base unicamente no interesse e entrar.
conveniência dos mesmos. 6. O estrangeiro que se ache legalmente no território
5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos fi- de um Estado Parte nesta Convenção só poderá dele ser
lhos nascidos fora do casamento como aos nascidos den- expulso em cumprimento de decisão adotada de acordo
tro do casamento. com a lei.
7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo
Artigo 18. Direito ao nome em território estrangeiro, em caso de perseguição por deli-
tos políticos ou comuns conexos com delitos políticos e de
Toda pessoa tem direito a um prenome e aos nomes acordo com a legislação de cada Estado e com os convê-
de seus pais ou ao de um destes. A lei deve regular a nios internacionais.
forma de assegurar a todos esse direito, mediante nomes 8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso ou
fictícios, se for necessário. entregue a outro país, seja ou não de origem, onde seu di-
reito à vida ou à liberdade pessoal esteja em risco de viola-
Artigo 19. Direitos da criança ção por causa da sua raça, nacionalidade, religião, condição
social ou de suas opiniões políticas.
Toda criança tem direito às medidas de proteção que 9. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros.
a sua condição de menor requer por parte da sua família,
da sociedade e do Estado. Artigo 23. Direitos políticos

Artigo 20. Direito à nacionalidade 1. Todos os cidadãos devem gozar dos seguintes direi-
tos e oportunidades:
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. a. de participar na direção dos assuntos públicos, dire-
2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado tamente ou por meio de representantes livremente eleitos;
em cujo território houver nascido, se não tiver direito a b. de votar e ser eleitos em eleições periódicas autên-
outra. ticas, realizadas por sufrágio universal e igual e por voto
3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua secreto que garanta a livre expressão da vontade dos elei-
nacionalidade nem do direito de mudá-la. tores; e
  c. de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às
Artigo 21. Direito à propriedade privada funções públicas de seu país.
2. A lei pode regular o exercício dos direitos e opor-
1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo dos seus tunidades a que se refere o inciso anterior, exclusivamente
bens. A lei pode subordinar esse uso e gozo ao interesse por motivos de idade, nacionalidade, residência, idioma,
social. instrução, capacidade civil ou mental, ou condenação, por
2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, juiz competente, em processo penal.
salvo mediante o pagamento de indenização justa, por
motivo de utilidade pública ou de interesse social e nos Artigo 24. Igualdade perante a lei
casos e na forma estabelecidos pela lei.
3. Tanto a usura como qualquer outra forma de ex- Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por conse-
ploração do homem pelo homem devem ser reprimidas guinte, têm direito, sem discriminação, a igual proteção
pela lei. da lei.

6
DIREITOS HUMANOS

Artigo 25. Proteção judicial 3. Todo Estado Parte que fizer uso do direito de sus-
pensão deverá informar imediatamente os outros Estados
1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rá- Partes na presente Convenção, por intermédio do Secre-
pido ou a qualquer outro recurso efetivo, perante os juí- tário-Geral da Organização dos Estados Americanos, das
zes ou tribunais competentes, que a proteja contra atos disposições cuja aplicação haja suspendido, dos motivos
que violem seus direitos fundamentais reconhecidos pela determinantes da suspensão e da data em que haja dado
constituição, pela lei ou pela presente Convenção, mesmo por terminada tal suspensão.
quando tal violação seja cometida por pessoas que estejam
atuando no exercício de suas funções oficiais. Artigo 28. Cláusula federal
2. Os Estados Partes comprometem-se:
a. a assegurar que a autoridade competente prevista 1. Quando se tratar de um Estado Parte constituí-
pelo sistema legal do do como Estado federal, o governo nacional do aludido
Estado decida sobre os direitos de toda pessoa que in- Estado Parte cumprirá todas as disposições da presente
terpuser tal recurso; Convenção, relacionadas com as matérias sobre as quais
b. a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; e exerce competência legislativa e judicial.
c. a assegurar o cumprimento, pelas autoridades com- 2. No tocante às disposições relativas às matérias
petentes, de toda decisão em que se tenha considerado
que correspondem à competência das entidades com-
procedente o recurso.
ponentes da federação, o governo nacional deve tomar
imediatamente as medidas pertinente, em conformidade
CAPÍTULO III
DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS com sua constituição e suas leis, a fim de que as autorida-
des competentes das referidas entidades possam adotar
Artigo 26. Desenvolvimento progressivo as disposições cabíveis para o cumprimento desta Con-
venção.
Os Estados Partes comprometem-se a adotar provi- 3. Quando dois ou mais Estados Partes decidirem
dências, tanto no âmbito interno como mediante coope- constituir entre eles uma federação ou outro tipo de asso-
ração internacional, especialmente econômica e técnica, ciação, diligenciarão no sentido de que o pacto comuni-
a fim de conseguir progressivamente a plena efetividade tário respectivo contenha as disposições necessárias para
dos direitos que decorrem das normas econômicas, sociais que continuem sendo efetivas no novo Estado assim or-
e sobre educação, ciência e cultura, constantes da Carta ganizado as normas da presente Convenção.
da Organização dos Estados Americanos, reformada pelo
Protocolo de Buenos Aires, na medida dos recursos dispo- Artigo 29. Normas de interpretação
níveis, por via legislativa ou por outros meios apropriados.
Nenhuma disposição desta Convenção pode ser in-
CAPÍTULO IV terpretada no sentido de:
SUSPENSÃO DE GARANTIAS, INTERPRETAÇÃO E a. permitir a qualquer dos Estados Partes, grupo ou
APLICAÇÃO pessoa, suprimir o gozo e exercício dos direitos e liberda-
des reconhecidos na Convenção ou limitá-los em maior
Artigo 27. Suspensão de garantias medida do que a nela prevista;
b. limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou
1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra liberdade que possam ser reconhecidos de acordo com
emergência que ameace a independência ou segurança do as leis de qualquer dos Estados Partes ou de acordo com
Estado Parte, este poderá adotar disposições que, na me- outra convenção em que seja parte um dos referidos Es-
dida e pelo tempo estritamente limitados às exigências da tados;
situação, suspendam as obrigações contraídas em virtude
c. excluir outros direitos e garantias que são inerentes
desta Convenção, desde que tais disposições não sejam in-
ao ser humano ou que decorrem da forma democrática
compatíveis com as demais obrigações que lhe impõe o
representativa de governo; e
Direito Internacional e não encerrem discriminação alguma
fundada em motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião ou d. excluir ou limitar o efeito que possam produzir a
origem social. Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem
2. A disposição precedente não autoriza a suspen- e outros atos internacionais da mesma natureza.
são dos direitos determinados seguintes artigos: 3 (Direito
ao reconhecimento da personalidade jurídica); 4 (Direito Artigo 30. Alcance das restrições
à vida); 5 (Direito à integridade pessoal); 6 (Proibição da
escravidão e servidão); 9 (Princípio da legalidade e da re- As restrições permitidas, de acordo com esta Con-
troatividade); 12 (Liberdade de consciência e de religião); venção, ao gozo e exercício dos direitos e liberdades nela
17 (Proteção da família); 18 (Direito ao nome); 19 (Direitos reconhecidos, não podem ser aplicadas senão de acordo
da criança); 20 (Direito à nacionalidade) e 23 (Direitos po- com leis que forem promulgadas por motivo de interesse
líticos), nem das garantias indispensáveis para a proteção geral e com o propósito para o qual houverem sido esta-
de tais direitos. belecidas.

7
DIREITOS HUMANOS

Artigo 31. Reconhecimento de outros direitos 2. Cada um dos referidos governos pode propor até
três candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou
Poderão ser incluídos no regime de proteção desta de qualquer outro Estado membro da Organização dos Es-
Convenção outros direitos e liberdades que forem reco- tados Americanos. Quando for proposta uma lista de três
nhecidos de acordo com os processos estabelecidos nos candidatos, pelo menos um deles deverá ser nacional de
artigos 76 e 77. Estado diferente do proponente.

CAPÍTULO V Artigo 37
DEVERES DAS PESSOAS
1. Os membros da Comissão serão eleitos por quatro
Artigo 32. Correlação entre deveres e direitos anos e só poderão ser reeleitos uma vez, porém o mandato
de três dos membros designados na primeira eleição expi-
1. Toda pessoa tem deveres para com a família, a co- rará ao cabo de dois anos. Logo depois da referida eleição,
serão determinados por sorteio, na Assembléia Geral, os
munidade e a humanidade.
nomes desses três membros.
2. Não pode fazer parte da Comissão mais de um na-
2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos di-
cional de um mesmo Estado.
reitos dos demais, pela segurança de todos e pelas justas
exigências do bem comum, numa sociedade democrática. Artigo 38
PARTE II As vagas que ocorrerem na Comissão, que não se de-
MEIOS DA PROTEÇÃO vam à expiração normal do mandato, serão preenchidas
CAPÍTULO VI pelo Conselho Permanente da Organização, de acordo com
ÓRGÃOS COMPETENTES o que dispuser o Estatuto da Comissão.

Artigo 33 Artigo 39

São competentes para conhecer dos assuntos relacio- A Comissão elaborará seu estatuto e submetê-lo-á à
nados com o cumprimento dos compromissos assumidos aprovação da Assembléia Geral e expedirá seu próprio re-
pelos Estados Partes nesta Convenção: gulamento.
a. a Comissão Interamericana de Direitos Humanos,
doravante denominada a Comissão; e Artigo 40
b. a Corte Interamericana de Direitos Humanos, dora-
vante denominada a Corte. Os serviços de secretaria da Comissão devem ser de-
sempenhados pela unidade funcional especializada que faz
CAPÍTULO VII parte da Secretaria-Geral da Organização e devem dispor
COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HU- dos recursos necessários para cumprir as tarefas que lhe
MANOS forem confiadas pela Comissão.
Seção 1 — Organização
Seção 2 — Funções
Artigo 34
Artigo 41
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos
A Comissão tem a função principal de promover a ob-
compor-se-á de sete membros, que deverão ser pessoas
servância e a defesa dos direitos humanos e, no exercício
de alta autoridade moral e de reconhecido saber em ma-
do seu mandato, tem as seguintes funções e atribuições:
téria de direitos humanos.
a. estimular a consciência dos direitos humanos nos
povos da América;
Artigo 35 b. formular recomendações aos governos dos Estados
membros, quando o considerar conveniente, no sentido
A Comissão representa todos os membros da Organi- de que adotem medidas progressivas em prol dos direitos
zação dos Estados Americanos. humanos no âmbito de suas leis internas e seus preceitos
constitucionais, bem como disposições apropriadas para
Artigo 36 promover o devido respeito a esses direitos;
c. preparar os estudos ou relatórios que considerar
1. Os membros da Comissão serão eleitos a título convenientes para o desempenho de suas funções;
pessoal, pela Assembléia Geral da Organização, de uma d. solicitar aos governos dos Estados membros que lhe
lista de candidatos propostos pelos governos dos Estados proporcionem informações sobre as medidas que adota-
membros. rem em matéria de direitos humanos;

8
DIREITOS HUMANOS

e. atender às consultas que, por meio da Secretaria- 4. As declarações serão depositadas na Secretaria-Ge-
-Geral da Organização dos Estados Americanos, lhe formu- ral da Organização dos Estados Americanos, a qual encami-
larem os Estados membros sobre questões relacionadas nhará cópia das mesmas aos Estados membros da referida
com os direitos humanos e, dentro de suas possibilidades, Organização.
prestar-lhes o assessoramento que eles lhe solicitarem;
f. atuar com respeito às petições e outras comunica- Artigo 46
ções, no exercício de sua autoridade, de conformidade com
o disposto nos artigos 44 a 51 desta Convenção; e 1. Para que uma petição ou comunicação apresentada
g. apresentar um relatório anual à Assembléia Geral da de acordo com os artigos 44 ou 45 seja admitida pela Co-
Organização dos Estados Americanos. missão, será necessário:
a. que hajam sido interpostos e esgotados os recursos
Artigo 42 da jurisdição interna, de acordo com os princípios de direi-
to internacional geralmente reconhecidos;
Os Estados Partes devem remeter à Comissão cópia b. que seja apresentada dentro do prazo de seis me-
dos relatórios e estudos que, em seus respectivos campos, ses, a partir da data em que o presumido prejudicado em
submetem anualmente às Comissões Executivas do Conse- seus direitos tenha sido notificado da decisão definitiva;
lho Interamericano Econômico e Social e do Conselho In- c. que a matéria da petição ou comunicação não esteja
teramericano de Educação, Ciência e Cultura, a fim de que pendente de outro processo de solução internacional; e
aquela vele por que se promovam os direitos decorrentes d. que, no caso do artigo 44, a petição contenha o
das normas econômicas, sociais e sobre educação, ciência nome, a nacionalidade, a profissão, o domicílio e a assina-
e cultura, constantes da Carta da Organização dos Estados tura da pessoa ou pessoas ou do representante legal da
Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires. entidade que submeter a petição.
2. As disposições das alíneas a e b do inciso 1 deste
Artigo 43 artigo não se aplicarão quando:
a. não existir, na legislação interna do Estado de que se
Os Estados Partes obrigam-se a proporcionar à Comis- tratar, o devido processo legal para a proteção do direito
são as informações que esta lhes solicitar sobre a maneira ou direitos que se alegue tenham sido violados;
pela qual o seu direito interno assegura a aplicação efetiva b. não se houver permitido ao presumido prejudicado
de quaisquer disposições desta Convenção. em seus direitos o acesso aos recursos da jurisdição inter-
na, ou houver sido ele impedido de esgotá-los; e
Seção 3 — Competência
c. houver demora injustificada na decisão sobre os
Artigo 44 mencionados recursos.

Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade Artigo 47


não-governamental legalmente reconhecida em um ou
mais Estados membros da Organização, pode apresentar A Comissão declarará inadmissível toda petição ou co-
à Comissão petições que contenham denúncias ou queixas municação apresentada de acordo com os artigos 44 ou
de violação desta Convenção por um Estado Parte. 45 quando:
a. não preencher algum dos requisitos estabelecidos
Artigo 45 no artigo 46;
b. não expuser fatos que caracterizem violação dos
1. Todo Estado Parte pode, no momento do depósito direitos garantidos por esta
do seu instrumento de ratificação desta Convenção ou de Convenção;
adesão a ela, ou em qualquer momento posterior, declarar c. pela exposição do próprio peticionário ou do Esta-
que reconhece a competência da Comissão para receber e do, for manifestamente infundada a petição ou comunica-
examinar as comunicações em que um Estado Parte alegue ção ou for evidente sua total improcedência; ou
haver outro Estado Parte incorrido em violações dos direi- d. for substancialmente reprodução de petição ou
tos humanos estabelecidos nesta Convenção. comunicação anterior, já examinada pela Comissão ou por
2. As comunicações feitas em virtude deste artigo só outro organismo internacional.
podem ser admitidas e examinadas se forem apresentadas
por um Estado Parte que haja feito uma declaração pela Seção 4 — Processo
qual reconheça a referida competência da Comissão. A Co-
missão não admitirá nenhuma comunicação contra um Es- Artigo 48
tado Parte que não haja feito tal declaração.
3. As declarações sobre reconhecimento de compe- 1. A Comissão, ao receber uma petição ou comuni-
tência podem ser feitas para que esta vigore por tempo cação na qual se alegue violação de qualquer dos direitos
indefinido, por período determinado ou para casos espe- consagrados nesta Convenção, procederá da seguinte ma-
cíficos. neira:

9
DIREITOS HUMANOS

a. se reconhecer a admissibilidade da petição ou co- 2. O relatório será encaminhado aos Estados interes-
municação, solicitará informações ao Governo do Estado sados, aos quais não será facultado publicá-lo.
ao qual pertença a autoridade apontada como responsável 3. Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode formu-
pela violação alegada e transcreverá as partes pertinentes lar as proposições e recomendações que julgar adequadas.
da petição ou comunicação. As referidas informações de-
vem ser enviadas dentro de um prazo razoável, fixado pela Artigo 51
Comissão ao considerar as circunstâncias de cada caso;
b. recebidas as informações, ou transcorrido o prazo 1. Se no prazo de três meses, a partir da remessa aos
fixado sem que sejam elas recebidas, verificará se existem Estados interessados do relatório da Comissão, o assunto
ou subsistem os motivos da petição ou comunicação. No não houver sido solucionado ou submetido à decisão da
caso de não existirem ou não subsistirem, mandará arquivar Corte pela Comissão ou pelo Estado interessado, aceitando
o expediente; sua competência, a Comissão poderá emitir, pelo voto da
c. poderá também declarar a inadmissibilidade ou a maioria absoluta dos seus membros, sua opinião e conclu-
improcedência da petição ou comunicação, com base em sões sobre a questão submetida à sua consideração.
informação ou prova supervenientes; 2. A Comissão fará as recomendações pertinentes e
d. se o expediente não houver sido arquivado, e com fixará um prazo dentro do qual o Estado deve tomar as me-
o fim de comprovar os fatos, a Comissão procederá, com didas que lhe competirem para remediar a situação exami-
conhecimento das partes, a um exame do assunto exposto nada.
na petição ou comunicação. Se for necessário e conveniente, 3. Transcorrido o prazo fixado, a Comissão decidirá,
a Comissão procederá a uma investigação para cuja eficaz pelo voto da maioria absoluta dos seus membros, se o Esta-
realização solicitará, e os Estados interessados lhes propor- do tomou ou não medidas adequadas e se publica ou não
cionarão todas as facilidades necessárias; seu relatório.
e. poderá pedir aos Estados interessados qualquer in-
formação pertinente e receberá, se isso lhe for solicitado, as CAPÍTULO VIII
exposições verbais ou escritas que apresentarem os interes- CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
sados; e
f. pôr-se-á à disposição das partes interessadas, a fim de Seção 1 — Organização
chegar a uma solução amistosa do assunto, fundada no res-
peito aos direitos humanos reconhecidos nesta Convenção. Artigo 52
2. Entretanto, em casos graves e urgentes, pode ser
realizada uma investigação, mediante prévio consentimento 1. A Corte compor-se-á de sete juízes, nacionais dos
do Estado em cujo território se alegue haver sido cometida Estados membros da Organização, eleitos a título pessoal
a violação, tão somente com a apresentação de uma petição dentre juristas da mais alta autoridade moral, de reconhe-
ou comunicação que reúna todos os requisitos formais de cida competência em matéria de direitos humanos, que
admissibilidade. reúnam as condições requeridas para o exercício das mais
elevadas funções judiciais, de acordo com a lei do Estado do
Artigo 49 qual sejam nacionais, ou do Estado que os propuser como
candidatos.
Se se houver chegado a uma solução amistosa de acor-
do com as disposições do inciso 1, f, do artigo 48, a Comissão 2. Não deve haver dois juízes da mesma nacionalidade.
redigirá um relatório que será encaminhado ao peticionário
e aos Estados Partes nesta Convenção e, posteriormente, Artigo 53
transmitido, para sua publicação, ao Secretário-Geral da Or-
ganização dos Estados Americanos. O referido relatório con- 1. Os juízes da Corte serão eleitos, em votação secreta
terá uma breve exposição dos fatos e da solução alcançada. e pelo voto da maioria absoluta dos Estados Partes na Con-
Se qualquer das partes no caso o solicitar, ser-lhe-á propor- venção, na Assembléia Geral da Organização, de uma lista
cionada a mais ampla informação possível. de candidatos propostos pelos mesmos Estados.
2. Cada um dos Estados Partes pode propor até três
Artigo 50 candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou de
qualquer outro Estado membro da Organização dos Es-
1. Se não se chegar a uma solução, e dentro do prazo tados Americanos. Quando se propuser uma lista de três
que for fixado pelo Estatuto da Comissão, esta redigirá um candidatos, pelo menos um deles deverá ser nacional de
relatório no qual exporá os fatos e suas conclusões. Se o Estado diferente do proponente.
relatório não representar, no todo ou em parte, o acordo
unânime dos membros da Comissão, qualquer deles poderá Artigo 54
agregar ao referido relatório seu voto em separado. Também
se agregarão ao relatório as exposições verbais ou escritas 1. Os juízes da Corte serão eleitos por um período de
que houverem sido feitas pelos interessados em virtude do seis anos e só poderão ser reeleitos uma vez. O mandato de
inciso 1, e, do artigo 48. três dos juízes designados na primeira eleição expirará ao

10
DIREITOS HUMANOS

cabo de três anos. Imediatamente depois da referida elei- Artigo 59


ção, determinar-se-ão por sorteio, na Assembléia Geral, os
nomes desses três juízes. A Secretaria da Corte será por esta estabelecida e fun-
2. O juiz eleito para substituir outro cujo mandato não cionará sob a direção do Secretário da Corte, de acordo
haja expirado, completará o período deste. com as normas administrativas da Secretaria-Geral da Or-
ganização em tudo o que não for incompatível com a in-
3. Os juízes permanecerão em funções até o término dependência da Corte. Seus funcionários serão nomeados
dos seus mandatos. Entretanto, continuarão funcionando pelo Secretário-Geral da Organização, em consulta com o
nos casos de que já houverem tomado conhecimento e Secretário da Corte.
que se encontrem em fase de sentença e, para tais efeitos,
não serão substituídos pelos novos juízes eleitos. Artigo 60

Artigo 55 A Corte elaborará seu estatuto e submetê-lo-á à apro-


vação da Assembléia Geral e expedirá seu regimento.
1. O juiz que for nacional de algum dos Estados Partes
no caso submetido à Corte, conservará o seu direito de co- Seção 2 — Competência e funções
nhecer do mesmo.
2. Se um dos juízes chamados a conhecer do caso for Artigo 61
de nacionalidade de um dos Estados Partes, outro Estado
Parte no caso poderá designar uma pessoa de sua escolha 1. Somente os Estados Partes e a Comissão têm direito
para fazer parte da Corte na qualidade de juiz ad hoc. de submeter caso à decisão da Corte.
3. Se, dentre os juízes chamados a conhecer do caso,
nenhum for da nacionalidade dos Estados Partes, cada um 2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer caso,
destes poderá designar um juiz ad hoc. é necessário que sejam esgotados os processos previstos
nos artigos 48 a 50.
4. O juiz ad hoc deve reunir os requisitos indicados no
artigo 52.
Artigo 62
5. Se vários Estados Partes na Convenção tiverem o
1. Todo Estado Parte pode, no momento do depósito
mesmo interesse no caso, serão considerados como uma
do seu instrumento de ratificação desta Convenção ou de
só Parte, para os fins das disposições anteriores. Em caso
adesão a ela, ou em qualquer momento posterior, declarar
de dúvida, a Corte decidirá.
que reconhece como obrigatória, de pleno direito e sem
convenção especial, a competência da Corte em todos os
Artigo 56 casos relativos à interpretação ou aplicação desta Conven-
ção.
O quorum para as deliberações da Corte é constituído
por cinco juízes. 2. A declaração pode ser feita incondicionalmente, ou
sob condição de reciprocidade, por prazo determinado ou
Artigo 57 para casos específicos. Deverá ser apresentada ao Secre-
tário-Geral da Organização, que encaminhará cópias da
A Comissão comparecerá em todos os casos perante mesma aos outros Estados membros da Organização e ao
a Corte. Secretário da Corte.

Artigo 58 3. A Corte tem competência para conhecer de qualquer


caso relativo à interpretação e aplicação das disposições
1. A Corte terá sua sede no lugar que for determinado, desta Convenção que lhe seja submetido, desde que os Es-
na Assembléia Geral da Organização, pelos Estados Partes tados Partes no caso tenham reconhecido ou reconheçam
na Convenção, mas poderá realizar reuniões no território a referida competência, seja por declaração especial, como
de qualquer Estado membro da Organização dos Estados prevêem os incisos anteriores, seja por convenção especial.
Americanos em que o considerar conveniente pela maioria
dos seus membros e mediante prévia aquiescência do Es- Artigo 63
tado respectivo. Os Estados Partes na Convenção podem,
na Assembléia Geral, por dois terços dos seus votos, mudar 1. Quando decidir que houve violação de um direito
a sede da Corte. ou liberdade protegidos nesta Convenção, a Corte deter-
2. A Corte designará seu Secretário. minará que se assegure ao prejudicado o gozo do seu di-
3. O Secretário residirá na sede da Corte e deverá as- reito ou liberdade violados. Determinará também, se isso
sistir às reuniões que ela realizar fora da mesma. for procedente, que sejam reparadas as conseqüências da
medida ou situação que haja configurado a violação desses
direitos, bem como o pagamento de indenização justa à
parte lesada.

11
DIREITOS HUMANOS

2. Em casos de extrema gravidade e urgência, e quan- Artigo 69


do se fizer necessário evitar danos irreparáveis às pessoas,
a Corte, nos assuntos de que estiver conhecendo, poderá A sentença da Corte deve ser notificada às partes no
tomar as medidas provisórias que considerar pertinentes. Se caso e transmitida aos Estados Partes na Convenção.
se tratar de assuntos que ainda não estiverem submetidos
ao seu conhecimento, poderá atuar a pedido da Comissão. CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES COMUNS
Artigo 64
Artigo 70
1. Os Estados membros da Organização poderão con-
sultar a Corte sobre a interpretação desta Convenção ou 1. Os juízes da Corte e os membros da Comissão go-
de outros tratados concernentes à proteção dos direitos zam, desde o momento de sua eleição e enquanto durar
humanos nos Estados americanos. Também poderão con- o seu mandato, das imunidades reconhecidas aos agentes
sultá-la, no que lhes compete, os órgãos enumerados no diplomáticos pelo Direito Internacional. Durante o exercício
capítulo X da Carta da Organização dos Estados America- dos seus cargos gozam, além disso, dos privilégios diplo-
nos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires. máticos necessários para o desempenho de suas funções.
2. A Corte, a pedido de um Estado membro da Orga-
nização, poderá emitir pareceres sobre a compatibilidade 2. Não se poderá exigir responsabilidade em tempo al-
entre qualquer de suas leis internas e os mencionados ins- gum dos juízes da Corte, nem dos membros da Comissão,
trumentos internacionais. por votos e opiniões emitidos no exercício de suas funções.

Artigo 65 Artigo 71

A Corte submeterá à consideração da Assembléia Os cargos de juiz da Corte ou de membro da Comissão


Geral da Organização, em cada período ordinário de ses- são incompatíveis com outras atividades que possam afe-
sões, um relatório sobre suas atividades no ano anterior. tar sua independência ou imparcialidade conforme o que
De maneira especial, e com as recomendações pertinentes, for determinado nos respectivos estatutos.
indicará os casos em que um Estado não tenha dado cum-
primento a suas sentenças. Artigo 72

Seção 3 — Procedimento Os juízes da Corte e os membros da Comissão per-


ceberão honorários e despesas de viagem na forma e nas
Artigo 66 condições que determinarem os seus estatutos, levando
em conta a importância e independência de suas funções.
1. A sentença da Corte deve ser fundamentada. Tais honorários e despesas de viagem serão fixados no
orçamento-programa da Organização dos Estados Ameri-
2. Se a sentença não expressar no todo ou em parte canos, no qual devem ser incluídas, além disso, as despe-
a opinião unânime dos juízes, qualquer deles terá direito a sas da Corte e da sua Secretaria. Para tais efeitos, a Corte
que se agregue à sentença o seu voto dissidente ou indi- elaborará o seu próprio projeto de orçamento e subme-
vidual. tê-lo-á à aprovação da Assembléia Geral, por intermédio
da Secretaria-Geral. Esta última não poderá nele introduzir
Artigo 67 modificações.

A sentença da Corte será definitiva e inapelável. Em Artigo 73


caso de divergência sobre o sentido ou alcance da sen-
tença, a Corte interpretá-la-á, a pedido de qualquer das Somente por solicitação da Comissão ou da Corte,
partes, desde que o pedido seja apresentado dentro de conforme o caso, cabe à Assembléia Geral da Organiza-
noventa dias a partir da data da notificação da sentença. ção resolver sobre as sanções aplicáveis aos membros da
Comissão ou aos juízes da Corte que incorrerem nos casos
Artigo 68 previstos nos respectivos estatutos. Para expedir uma re-
solução, será necessária maioria de dois terços dos votos
1. Os Estados Partes na Convenção comprometem-se dos Estados Membros da Organização, no caso dos mem-
a cumprir a decisão da Corte em todo caso em que forem bros da Comissão; e, além disso, de dois terços dos votos
partes. dos Estados Partes na Convenção, se se tratar dos juízes
da Corte.
2. A parte da sentença que determinar indenização
compensatória poderá ser executada no país respectivo
pelo processo interno vigente para a execução de senten-
ças contra o Estado.

12
DIREITOS HUMANOS

PARTE III 2. Cada protocolo deve estabelecer as modalidades de


DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS sua entrada em vigor e será aplicado somente entre os Es-
tados Partes no mesmo.
CAPÍTULO X
ASSINATURA, RATIFICAÇÃO, RESERVA, EMENDA, Artigo 78
PROTOCOLO E DENÚNCIA
1. Os Estados Partes poderão denunciar esta Conven-
Artigo 74 ção depois de expirado um prazo de cinco anos, a partir
da data da entrada em vigor da mesma e mediante aviso
1. Esta Convenção fica aberta à assinatura e à ratifica- prévio de um ano, notificando o Secretário-Geral da Orga-
ção ou adesão de todos os Estados membros da Organiza- nização, o qual deve informar as outras Partes.
ção dos Estados Americanos.
2. Tal denúncia não terá o efeito de desligar o Estado
2. A ratificação desta Convenção ou a adesão a ela Parte interessado das obrigações contidas nesta Conven-
efetuar-se-á mediante depósito de um instrumento de ra- ção, no que diz respeito a qualquer ato que, podendo cons-
tificação ou de adesão na Secretaria-Geral da Organização tituir violação dessas obrigações, houver sido cometido por
dos Estados Americanos. Esta Convenção entrará em vigor ele anteriormente à data na qual a denúncia produzir efeito.
logo que onze Estados houverem depositado os seus res-
pectivos instrumentos de ratificação ou de adesão. Com CAPÍTULO XI
referência a qualquer outro Estado que a ratificar ou que DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
a ela aderir ulteriormente, a Convenção entrará em vigor
na data do depósito do seu instrumento de ratificação ou Seção 1 — Comissão Interamericana de Direitos Hu-
de adesão. manos

Artigo 79
3. O Secretário-Geral informará todos os Estados
membros da Organização sobre a entrada em vigor da
Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário-Geral
Convenção.
pedirá por escrito a cada Estado membro da Organização
que apresente, dentro de um prazo de noventa dias, seus
Artigo 75
candidatos a membro da Comissão Interamericana de Di-
reitos Humanos. O Secretário-Geral preparará uma lista por
Esta Convenção só pode ser objeto de reservas em
ordem alfabética dos candidatos apresentados e a encami-
conformidade com as disposições da Convenção de Viena nhará aos Estados membros da Organização pelo menos
sobre o Direito dos Tratados, assinada em 23 de maio de trinta dias antes da Assembléia Geral seguinte.
1969.
Artigo 80
Artigo 76
A eleição dos membros da Comissão far-se-á dentre
1. Qualquer Estado Parte, diretamente, e a Comissão os candidatos que figurem na lista a que se refere o artigo
ou a Corte, por intermédio do Secretário-Geral, podem 79, por votação secreta da Assembléia Geral, e serão decla-
submeter à Assembléia Geral, para o que julgarem conve- rados eleitos os candidatos que obtiverem maior número
niente, proposta de emenda a esta Convenção. de votos e a maioria absoluta dos votos dos representantes
dos Estados membros. Se, para eleger todos os membros
2. As emendas entrarão em vigor para os Estados que da Comissão, for necessário realizar várias votações, serão
ratificarem as mesmas na data em que houver sido depo- eliminados sucessivamente, na forma que for determinada
sitado o respectivo instrumento de ratificação que corres- pela Assembléia Geral, os candidatos que receberem menor
ponda ao número de dois terços dos Estados Partes nesta número de votos.
Convenção. Quanto aos outros Estados Partes, entrarão em
vigor na data em que depositarem eles os seus respectivos Seção 2 — Corte Interamericana de Direitos Huma-
instrumentos de ratificação. nos

Artigo 77 Artigo 81

1. De acordo com a faculdade estabelecida no artigo Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário-Ge-
31, qualquer Estado Parte e a Comissão podem submeter ral solicitará por escrito a cada Estado Parte que apresente,
à consideração dos Estados Partes reunidos por ocasião da dentro de um prazo de noventa dias, seus candidatos a juiz
Assembléia Geral, projetos de protocolos adicionais a esta da Corte Interamericana de Direitos Humanos. O Secretá-
Convenção, com a finalidade de incluir progressivamente rio-Geral preparará uma lista por ordem alfabética dos can-
no regime de proteção da mesma outros direitos e liber- didatos apresentados e a encaminhará aos Estados Partes
dades. pelo menos trinta dias antes da Assembléia Geral seguinte.

13
DIREITOS HUMANOS

Artigo 82 render o suficiente da sua liberdade natural, permitindo


que esta autoridade possa assegurar a paz interna e a de-
A eleição dos juízes da Corte far-se-á dentre os candi- fesa comum. Este soberano, que à época da escrita da obra
datos que figurem na lista a que se refere o artigo 81, por de Hobbes se consolidava no monarca, deveria ser o Levia-
votação secreta dos Estados Partes, na Assembléia Geral, tã, uma autoridade inquestionável.
e serão declarados eleitos os candidatos que obtiverem No mesmo direcionamento se encontra a obra de Ma-
maior número de votos e a maioria absoluta dos votos dos quiavel2, que rejeitou a concepção de um soberano que
representantes do Estados Partes. Se, para eleger todos os deveria ser justo e ético para com o seu povo, desde que
juízes da Corte, for necessário realizar várias votações, se- sempre tivesse em vista a finalidade primordial de manter
rão eliminados sucessivamente, na forma que for determi- o Estado íntegro: “na conduta dos homens, especialmente
nada pelos Estados Partes, os candidatos que receberem dos príncipes, contra a qual não há recurso, os fins justi-
menor número de votos. ficam os meios. Portanto, se um príncipe pretende con-
quistar e manter o poder, os meios que empregue serão
sempre tidos como honrosos, e elogiados por todos, pois
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: o vulgo atenta sempre para as aparências e os resultados”.
ARTIGOS 1º AO 5º, 37 E 144 A concepção de soberania inerente ao monarca se
quebrou numa fase posterior, notadamente com a ascen-
são do ideário iluminista. Com efeito, passou-se a enxergar
a soberania como um poder que repousa no povo. Logo, a
1) Fundamentos da República autoridade absoluta da qual emana o poder é o povo e a
O título I da Constituição Federal trata dos princípios legitimidade do exercício do poder no Estado emana deste
fundamentais do Estado brasileiro e começa, em seu arti- povo.
go 1º, trabalhando com os fundamentos da República Fe- Com efeito, no Estado Democrático se garante a sobe-
derativa brasileira, ou seja, com as bases estruturantes do rania popular, que pode ser conceituada como “a qualidade
Estado nacional. máxima do poder extraída da soma dos atributos de cada
Neste sentido, disciplina: membro da sociedade estatal, encarregado de escolher os
seus representantes no governo por meio do sufrágio uni-
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela versal e do voto direto, secreto e igualitário”3.
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Fe- Neste sentido, liga-se diretamente ao parágrafo úni-
deral, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem co do artigo 1º, CF, que prevê que “todo o poder emana
como fundamentos: do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
I - a soberania; ou diretamente, nos termos desta Constituição”. O povo é
II - a cidadania; soberano em suas decisões e as autoridades eleitas que
III - a dignidade da pessoa humana; decidem em nome dele, representando-o, devem estar
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; devidamente legitimadas para tanto, o que acontece pelo
V - o pluralismo político. exercício do sufrágio universal.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o Por seu turno, a soberania nacional é princípio geral da
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, atividade econômica (artigo 170, I, CF), restando demons-
nos termos desta Constituição. trado que não somente é guia da atuação política do Esta-
do, mas também de sua atuação econômica. Neste senti-
Vale estudar o significado e a abrangência de cada qual do, deve-se preservar e incentivar a indústria e a economia
destes fundamentos. nacionais.

1.1) Soberania 1.2) Cidadania


Soberania significa o poder supremo que cada nação Quando se afirma no caput do artigo 1º que a Repú-
possui de se autogovernar e se autodeterminar. Este con- blica Federativa do Brasil é um Estado Democrático de Di-
ceito surgiu no Estado Moderno, com a ascensão do ab- reito, remete-se à ideia de que o Brasil adota a democracia
solutismo, colocando o reina posição de soberano. Sendo como regime político.
assim, poderia governar como bem entendesse, pois seu Historicamente, nota-se que por volta de 800 a.C. as
poder era exclusivo, inabalável, ilimitado, atemporal e divi- comunidades de aldeias começaram a ceder lugar para
no, ou seja, absoluto. unidades políticas maiores, surgindo as chamadas cidades-
Neste sentido, Thomas Hobbes1, na obra Leviatã, de- -estado ou polis, como Tebas, Esparta e Atenas. Inicialmen-
fende que quando os homens abrem mão do estado na- te eram monarquias, transformaram-se em oligarquias e,
tural, deixa de predominar a lei do mais forte, mas para a por volta dos séculos V e VI a.C., tornaram-se democracias.
consolidação deste tipo de sociedade é necessária a pre- Com efeito, as origens da chamada democracia se encon-
sença de uma autoridade à qual todos os membros devem 2 MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Tradução Pietro
1 MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã. Tra- Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2007, p. 111.
dução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. 3 BULOS, Uadi Lammêngo. Constituição federal
[s.c]: [s.n.], 1861. anotada. São Paulo: Saraiva, 2000.

14
DIREITOS HUMANOS

tram na Grécia antiga, sendo permitida a participação dire- direitos e obrigações, de modo a assegurar, sob o foco de
ta daqueles poucos que eram considerados cidadãos, por condições existenciais mínimas, a participação saudável e
meio da discussão na polis. ativa nos destinos escolhidos, sem que isso importe des-
Democracia (do grego, demo+kratos) é um regime po- tilação dos valores soberanos da democracia e das liber-
lítico em que o poder de tomar decisões políticas está com dades individuais. O processo de valorização do indivíduo
os cidadãos, de forma direta (quando um cidadão se reúne articula a promoção de escolhas, posturas e sonhos, sem
com os demais e, juntos, eles tomam a decisão política) ou olvidar que o espectro de abrangência das liberdades in-
indireta (quando ao cidadão é dado o poder de eleger um dividuais encontra limitação em outros direitos fundamen-
representante). tais, tais como a honra, a vida privada, a intimidade, a ima-
Portanto, o conceito de democracia está diretamente gem. Sobreleva registrar que essas garantias, associadas ao
ligado ao de cidadania, notadamente porque apenas quem princípio da dignidade da pessoa humana, subsistem como
possui cidadania está apto a participar das decisões políti- conquista da humanidade, razão pela qual auferiram pro-
cas a serem tomadas pelo Estado. teção especial consistente em indenização por dano moral
Cidadão é o nacional, isto é, aquele que possui o vín- decorrente de sua violação”5.
culo político-jurídico da nacionalidade com o Estado, que Para Reale6, a evolução histórica demonstra o domínio
goza de direitos políticos, ou seja, que pode votar e ser de um valor sobre o outro, ou seja, a existência de uma
votado (sufrágio universal). ordem gradativa entre os valores; mas existem os valores
Destacam-se os seguintes conceitos correlatos: fundamentais e os secundários, sendo que o valor fonte
a) Nacionalidade: é o vínculo jurídico-político que liga é o da pessoa humana. Nesse sentido, são os dizeres de
um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que ele Reale7: “partimos dessa ideia, a nosso ver básica, de que a
passe a integrar o povo daquele Estado, desfrutando assim pessoa humana é o valor-fonte de todos os valores. O ho-
de direitos e obrigações. mem, como ser natural biopsíquico, é apenas um indivíduo
b) Povo: conjunto de pessoas que compõem o Estado, entre outros indivíduos, um ente animal entre os demais
unidas pelo vínculo da nacionalidade. da mesma espécie. O homem, considerado na sua obje-
c) População: conjunto de pessoas residentes no Esta- tividade espiritual, enquanto ser que só realiza no sentido
do, nacionais ou não. de seu dever ser, é o que chamamos de pessoa. Só o ho-
Depreende-se que a cidadania é um atributo conferido mem possui a dignidade originária de ser enquanto deve
aos nacionais titulares de direitos políticos, permitindo a ser, pondo-se essencialmente como razão determinante do
consolidação do sistema democrático. processo histórico”.
Quando a Constituição Federal assegura a dignidade
1.3) Dignidade da pessoa humana da pessoa humana como um dos fundamentos da Repúbli-
A dignidade da pessoa humana é o valor-base de inter- ca, faz emergir uma nova concepção de proteção de cada
pretação de qualquer sistema jurídico, internacional ou na- membro do seu povo. Tal ideologia de forte fulcro huma-
cional, que possa se considerar compatível com os valores nista guia a afirmação de todos os direitos fundamentais
éticos, notadamente da moral, da justiça e da democracia. e confere a eles posição hierárquica superior às normas
Pensar em dignidade da pessoa humana significa, acima de organizacionais do Estado, de modo que é o Estado que
tudo, colocar a pessoa humana como centro e norte para está para o povo, devendo garantir a dignidade de seus
qualquer processo de interpretação jurídico, seja na elabo- membros, e não o inverso.
ração da norma, seja na sua aplicação.
Sem pretender estabelecer uma definição fechada ou 1.4) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
plena, é possível conceituar dignidade da pessoa humana Quando o constituinte coloca os valores sociais do tra-
como o principal valor do ordenamento ético e, por con-
balho em paridade com a livre iniciativa fica clara a percep-
sequência, jurídico que pretende colocar a pessoa humana
ção de necessário equilíbrio entre estas duas concepções.
como um sujeito pleno de direitos e obrigações na or-
De um lado, é necessário garantir direitos aos trabalhado-
dem internacional e nacional, cujo desrespeito acarreta a
res, notadamente consolidados nos direitos sociais enume-
própria exclusão de sua personalidade.
rados no artigo 7º da Constituição; por outro lado, estes
Aponta Barroso4: “o princípio da dignidade da pessoa
direitos não devem ser óbice ao exercício da livre iniciativa,
humana identifica um espaço de integridade moral a ser
mas sim vetores que reforcem o exercício desta liberdade
assegurado a todas as pessoas por sua só existência no
dentro dos limites da justiça social, evitando o predomínio
mundo. É um respeito à criação, independente da crença
que se professe quanto à sua origem. A dignidade rela- do mais forte sobre o mais fraco.
ciona-se tanto com a liberdade e valores do espírito como 5 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Recurso
com as condições materiais de subsistência”. de Revista n. 259300-59.2007.5.02.0202. Relator: Alberto
O Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, do Luiz Bresciani de Fontan Pereira. Brasília, 05 de setembro de
Tribunal Superior do Trabalho, trouxe interessante conceito 2012j1. Disponível em: www.tst.gov.br. Acesso em: 17 nov.
numa das decisões que relatou: “a dignidade consiste na 2012.
percepção intrínseca de cada ser humano a respeito dos 6 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São
4 BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplica- Paulo: Saraiva, 2002, p. 228.
ção da Constituição. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 382. 7 Ibid., p. 220.

15
DIREITOS HUMANOS

Por livre iniciativa entenda-se a liberdade de iniciar 2) Separação dos Poderes


a exploração de atividades econômicas no território bra- A separação de Poderes é inerente ao modelo do Es-
sileiro, coibindo-se práticas de truste (ex.: monopólio). O tado Democrático de Direito, impedindo a monopolização
constituinte não tem a intenção de impedir a livre iniciativa, do poder e, por conseguinte, a tirania e a opressão. Resta
até mesmo porque o Estado nacional necessita dela para garantida no artigo 2º da Constituição Federal com o se-
crescer economicamente e adequar sua estrutura ao aten- guinte teor:
dimento crescente das necessidades de todos os que nele
vivem. Sem crescimento econômico, nem ao menos é pos- Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmôni-
sível garantir os direitos econômicos, sociais e culturais afir- cos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
mados na Constituição Federal como direitos fundamentais.
No entanto, a exploração da livre iniciativa deve se dar 3) Objetivos fundamentais
de maneira racional, tendo em vista os direitos inerentes O constituinte trabalha no artigo 3º da Constituição Fe-
aos trabalhadores, no que se consolida a expressão “valores deral com os objetivos da República Federativa do Brasil,
sociais do trabalho”. A pessoa que trabalha para aquele que nos seguintes termos:
explora a livre iniciativa deve ter a sua dignidade respeitada
em todas as suas dimensões, não somente no que tange Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
aos direitos sociais, mas em relação a todos os direitos fun- Federativa do Brasil:
damentais afirmados pelo constituinte. I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
A questão resta melhor delimitada no título VI do texto II - garantir o desenvolvimento nacional;
constitucional, que aborda a ordem econômica e financeira: III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do desigualdades sociais e regionais;
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegu- IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de ori-
rar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça gem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de dis-
social, observados os seguintes princípios [...]”. Nota-se no criminação.
caput a repetição do fundamento republicano dos valores
sociais do trabalho e da livre iniciativa. 3.1) Construir uma sociedade livre, justa e solidária
Por sua vez, são princípios instrumentais para a efetiva- O inciso I do artigo 3º merece destaque ao trazer a ex-
ção deste fundamento, conforme previsão do artigo 1º e do pressão “livre, justa e solidária”, que corresponde à tríade
artigo 170, ambos da Constituição, o princípio da livre con- liberdade, igualdade e fraternidade. Esta tríade consolida as
corrência (artigo 170, IV, CF), o princípio da busca do pleno três dimensões de direitos humanos: a primeira dimensão,
emprego (artigo 170, VIII, CF) e o princípio do tratamento voltada à pessoa como indivíduo, refere-se aos direitos civis
favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas e políticos; a segunda dimensão, focada na promoção da
sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administra- igualdade material, remete aos direitos econômicos, sociais
ção no País (artigo 170, IX, CF). Ainda, assegurando a livre e culturais; e a terceira dimensão se concentra numa pers-
iniciativa no exercício de atividades econômicas, o parágra- pectiva difusa e coletiva dos direitos fundamentais.
fo único do artigo 170 prevê: “é assegurado a todos o livre Sendo assim, a República brasileira pretende garantir a
exercício de qualquer atividade econômica, independente- preservação de direitos fundamentais inatos à pessoa hu-
mente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos mana em todas as suas dimensões, indissociáveis e inter-
previstos em lei”. conectadas. Daí o texto constitucional guardar espaço de
destaque para cada uma destas perspectivas.
1.5) Pluralismo político
A expressão pluralismo remete ao reconhecimento da 3.2) Garantir o desenvolvimento nacional
multiplicidade de ideologias culturais, religiosas, econômi- Para que o governo possa prover todas as condições
cas e sociais no âmbito de uma nação. Quando se fala em necessárias à implementação de todos os direitos funda-
pluralismo político, afirma-se que mais do que incorporar mentais da pessoa humana mostra-se essencial que o país
esta multiplicidade de ideologias cabe ao Estado nacional se desenvolva, cresça economicamente, de modo que cada
fornecer espaço para a manifestação política delas. indivíduo passe a ter condições de perseguir suas metas.
Sendo assim, pluralismo político significa não só respei-
tar a multiplicidade de opiniões e ideias, mas acima de tudo 3.3) Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir
garantir a existência dela, permitindo que os vários grupos as desigualdades sociais e regionais
que compõem os mais diversos setores sociais possam se Garantir o desenvolvimento econômico não basta para
fazer ouvir mediante a liberdade de expressão, manifesta- a construção de uma sociedade justa e solidária. É necessá-
ção e opinião, bem como possam exigir do Estado substra- rio ir além e nunca perder de vista a perspectiva da igual-
to para se fazerem subsistir na sociedade. dade material. Logo, a injeção econômica deve permitir o
Pluralismo político vai além do pluripartidarismo ou investimento nos setores menos favorecidos, diminuindo as
multipartidarismo, que é apenas uma de suas consequên- desigualdades sociais e regionais e paulatinamente erradi-
cias e garante que mesmo os partidos menores e com pou- cando a pobreza.
cos representantes sejam ouvidos na tomada de decisões O impacto econômico deste objetivo fundamental é tão
políticas, porque abrange uma verdadeira concepção de relevante que o artigo 170 da Constituição prevê em seu
multiculturalidade no âmbito interno. inciso VII a “redução das desigualdades regionais e sociais”

16
DIREITOS HUMANOS

como um princípio que deve reger a atividade econômica. 4.1) Independência nacional
A menção deste princípio implica em afirmar que as polí- A formação de uma comunidade internacional não
ticas públicas econômico-financeiras deverão se guiar pela significa a eliminação da soberania dos países, mas ape-
busca da redução das desigualdades, fornecendo incentivos nas uma relativização, limitando as atitudes por ele to-
específicos para a exploração da atividade econômica em madas em prol da preservação do bem comum e da paz
zonas economicamente marginalizadas. mundial. Na verdade, o próprio compromisso de respeito
aos direitos humanos traduz a limitação das ações esta-
3.4) Promover o bem de todos, sem preconceitos de tais, que sempre devem se guiar por eles. Logo, o Brasil é
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas um país independente, que não responde a nenhum ou-
de discriminação tro, mas que como qualquer outro possui um dever para
Ainda no ideário de justiça social, coloca-se o princípio com a humanidade e os direitos inatos a cada um de seus
da igualdade como objetivo a ser alcançado pela República membros.
brasileira. Sendo assim, a república deve promover o princí-
pio da igualdade e consolidar o bem comum. Em verdade, a 4.2) Prevalência dos direitos humanos
promoção do bem comum pressupõe a prevalência do prin-
O Estado existe para o homem e não o inverso. Por-
cípio da igualdade.
tanto, toda normativa existe para a sua proteção como
Sobre o bem de todos, isto é, o bem comum, o filósofo
pessoa humana e o Estado tem o dever de servir a este
Jacques Maritain8 ressaltou que o fim da sociedade é o seu
bem comum, mas esse bem comum é o das pessoas hu- fim de preservação. A única forma de fazer isso é adotan-
manas, que compõem a sociedade. Com base neste ideário, do a pessoa humana como valor-fonte de todo o ordena-
apontou as características essenciais do bem comum: redis- mento, o que somente é possível com a compreensão de
tribuição, pela qual o bem comum deve ser redistribuído às que os direitos humanos possuem uma posição prioritária
pessoas e colaborar para o desenvolvimento delas; respeito no ordenamento jurídico-constitucional.
à autoridade na sociedade, pois a autoridade é necessária Conceituar direitos humanos é uma tarefa complicada,
para conduzir a comunidade de pessoas humanas para o mas, em síntese, pode-se afirmar que direitos humanos
bem comum; moralidade, que constitui a retidão de vida, são aqueles inerentes ao homem enquanto condição para
sendo a justiça e a retidão moral elementos essenciais do sua dignidade que usualmente são descritos em docu-
bem comum. mentos internacionais para que sejam mais seguramente
garantidos. A conquista de direitos da pessoa humana é,
4) Princípios de relações internacionais (artigo 4º) na verdade, uma busca da dignidade da pessoa humana.
O último artigo do título I trabalha com os princípios
que regem as relações internacionais da República brasileira: 4.3) Autodeterminação dos povos
A premissa dos direitos políticos é a autodetermina-
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas ção dos povos. Neste sentido, embora cada Estado tenha
relações internacionais pelos seguintes princípios: obrigações de direito internacional que deve respeitar
I - independência nacional; para a adequada consecução dos fins da comunidade in-
II - prevalência dos direitos humanos; ternacional, também tem o direito de se autodeterminar,
III - autodeterminação dos povos; sendo que tal autodeterminação é feita pelo seu povo.
IV - não-intervenção; Se autodeterminar significa garantir a liberdade do
V - igualdade entre os Estados; povo na tomada das decisões políticas, logo, o direito à
VI - defesa da paz; autodeterminação pressupõe a exclusão do colonialismo.
VII - solução pacífica dos conflitos; Não se aceita a ideia de que um Estado domine o outro,
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
tirando a sua autodeterminação.
IX - cooperação entre os povos para o progresso da hu-
manidade;
4.4) Não-intervenção
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará Por não-intervenção entenda-se que o Estado bra-
a integração econômica, política, social e cultural dos povos sileiro irá respeitar a soberania dos demais Estados na-
da América Latina, visando à formação de uma comunidade cionais. Sendo assim, adotará práticas diplomáticas e res-
latino-americana de nações. peitará as decisões políticas tomadas no âmbito de cada
Estado, eis que são paritários na ordem internacional.
De maneira geral, percebe-se na Constituição Federal a
compreensão de que a soberania do Estado nacional bra- 4.5) Igualdade entre os Estados
sileiro não permite a sobreposição em relação à soberania Por este princípio se reconhece uma posição de pari-
dos demais Estados, bem como de que é necessário respei- dade, ou seja, de igualdade hierárquica, na ordem interna-
tar determinadas práticas inerentes ao direito internacional cional entre todos os Estados. Em razão disso, cada Estado
dos direitos humanos. possuirá direito de voz e voto na tomada de decisões polí-
8 MARITAIN, Jacques. Os direitos do homem e a lei ticas na ordem internacional em cada organização da qual
natural. 3. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, faça parte e deverá ter sua opinião respeitada.
1967, p. 20-22.

17
DIREITOS HUMANOS

4.6) Defesa da paz Racismo é a prática de atos discriminatórios baseados


O direito à paz vai muito além do direito de viver num em diferenças étnico-raciais, que podem consistirem vio-
mundo sem guerras, atingindo o direito de ter paz social, lência física ou psicológica direcionada a uma pessoa ou a
de ver seus direitos respeitados em sociedade. Os direitos um grupo de pessoas pela simples questão biológica her-
e liberdades garantidos internacionalmente não podem dada por sua raça ou etnia.
ser destruídos com fundamento nas normas que surgiram Sendo o Brasil um país que prega o pacifismo e que é
para protegê-los, o que seria controverso. Em termos de assumidamente pluralista, ambas práticas são considera-
relações internacionais, depreende-se que deve ser sem- das vis e devem ser repudiadas pelo Estado nacional.
pre priorizada a solução amistosa de conflitos.
4.9) Cooperação entre os povos para o progresso
4.7) Solução pacífica dos conflitos da humanidade
Decorrendo da defesa da paz, este princípio remete A cooperação internacional deve ser especialmente
à necessidade de diplomacia nas relações internacionais. econômica e técnica, a fim de conseguir progressivamente
Caso surjam conflitos entre Estados nacionais, estes deve- a plena efetividade dos direitos humanos fundamentais in-
rão ser dirimidos de forma amistosa. ternacionalmente reconhecidos.
Os países devem colaborar uns com os outros, o que é
Negociação diplomática, serviços amistosos, bons ofí-
possível mediante a integração no âmbito de organizações
cios, mediação, sistema de consultas, conciliação e inqué-
internacionais específicas, regionais ou globais.
rito são os meios diplomáticos de solução de controvérsias
Em relação a este princípio, o artigo 4º se aprofunda
internacionais, não havendo hierarquia entre eles. Somen-
em seu parágrafo único, destacando a importância da coo-
te o inquérito é um procedimento preliminar e facultativo peração brasileira no âmbito regional: “A República Fede-
à apuração da materialidade dos fatos, podendo servir de rativa do Brasil buscará a integração econômica, política,
base para qualquer meio de solução de conflito9. Concei- social e cultural dos povos da América Latina, visando à for-
tua Neves10: mação de uma comunidade latino-americana de nações”.
- “Negociação diplomática é a forma de autocompo- Neste sentido, o papel desempenhado no MERCOSUL.
sição em que os Estados oponentes buscam resolver suas
divergências de forma direta, por via diplomática”; 4.10) Concessão de asilo político
- “Serviços amistosos é um meio de solução pacífica Direito de asilo é o direito de buscar abrigo em outro
de conflito, sem aspecto oficial, em que o governo designa país quando naquele do qual for nacional estiver sofren-
um diplomada para sua conclusão”; do alguma perseguição. Tal perseguição não pode ter mo-
- “Bons ofícios constituem o meio diplomático de so- tivos legítimos, como a prática de crimes comuns ou de
lução pacífica de controvérsia internacional, em que um atos atentatórios aos princípios das Nações Unidas, o que
Estado, uma organização internacional ou até mesmo um subverteria a própria finalidade desta proteção. Em suma,
chefe de Estado apresenta-se como moderador entre os o que se pretende com o direito de asilo é evitar a con-
litigantes”; solidação de ameaças a direitos humanos de uma pessoa
- “Mediação define-se como instituto por meio do por parte daqueles que deveriam protegê-los – isto é, os
qual uma terceira pessoa estranha à contenda, mas acei- governantes e os entes sociais como um todo –, e não pro-
ta pelos litigantes, de forma voluntária ou em razão de teger pessoas que justamente cometeram tais violações.
estipulação anterior, toma conhecimento da divergência e “Sendo direito humano da pessoa refugiada, é obriga-
dos argumentos sustentados pelas partes, e propõe uma ção do Estado asilante conceder o asilo. Entretanto, preva-
solução pacífica sujeita à aceitação destas”; lece o entendimento que o Estado não tem esta obrigação,
- “Sistema de Consultas constitui-se em meio diplo- nem de fundamentar a recusa. A segunda parte deste ar-
mático de solução de litígios em que os Estados ou or- tigo permite a interpretação no sentido de que é o Estado
ganizações internacionais sujeitam-se, sem qualquer in- asilante que subjetivamente enquadra o refugiado como
asilado político ou criminoso comum”11.
terferência pessoal externa, a encontros periódicos com o
O título II da Constituição Federal é intitulado “Direitos
objetivo de compor suas divergências”.
e Garantias fundamentais”, gênero que abrange as seguin-
tes espécies de direitos fundamentais: direitos individuais e
4.8) Repúdio ao terrorismo e ao racismo
coletivos (art. 5º, CF), direitos sociais (genericamente pre-
Terrorismo é o uso de violência através de ataques lo- vistos no art. 6º, CF), direitos da nacionalidade (artigos 12 e
calizados a elementos ou instalações de um governo ou 13, CF) e direitos políticos (artigos 14 a 17, CF).
da população civil, de modo a incutir medo, terror, e assim Em termos comparativos à clássica divisão tridimen-
obter efeitos psicológicos que ultrapassem largamente o sional dos direitos humanos, os direitos individuais (maior
círculo das vítimas, incluindo, antes, o resto da população parte do artigo 5º, CF), os direitos da nacionalidade e os
do território. direitos políticos se encaixam na primeira dimensão (direi-
9 NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional 11 SANTOS FILHO, Oswaldo de Souza. Comentários
Público & Direito Internacional Privado. 3. ed. São Paulo: aos artigos XIII e XIV. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comen-
Atlas, 2009, p. 123. tários à Declaração Universal dos Direitos do Homem.
10 Ibid., p. 123-126. Brasília: Fortium, 2008, p. 83.

18
DIREITOS HUMANOS

tos civis e políticos); os direitos sociais se enquadram na se- em outro: a liberdade de locomoção, direito, é colocada
gunda dimensão (direitos econômicos, sociais e culturais) e no artigo 5º, XV, ao passo que o dever de relaxamento da
os direitos coletivos na terceira dimensão. Contudo, a enu- prisão ilegal de ofício pelo juiz, garantia, se encontra no
meração de direitos humanos na Constituição vai além dos artigo 5º, LXV12.
direitos que expressamente constam no título II do texto Em caso de ineficácia da garantia, implicando em vio-
constitucional. lação de direito, cabe a utilização dos remédios constitu-
Os direitos fundamentais possuem as seguintes carac- cionais.
terísticas principais: Atenção para o fato de o constituinte chamar os remé-
a) Historicidade: os direitos fundamentais possuem dios constitucionais de garantias, e todas as suas fórmulas
antecedentes históricos relevantes e, através dos tempos, de direitos e garantias propriamente ditas apenas de di-
adquirem novas perspectivas. Nesta característica se en- reitos.
quadra a noção de dimensões de direitos.
b) Universalidade: os direitos fundamentais perten- Direitos e deveres individuais e coletivos
cem a todos, tanto que apesar da expressão restritiva do
O capítulo I do título II é intitulado “direitos e deveres
caput do artigo 5º aos brasileiros e estrangeiros residentes
individuais e coletivos”. Da própria nomenclatura do capí-
no país tem se entendido pela extensão destes direitos, na
tulo já se extrai que a proteção vai além dos direitos do
perspectiva de prevalência dos direitos humanos. indivíduo e também abrange direitos da coletividade. A
c) Inalienabilidade: os direitos fundamentais não maior parte dos direitos enumerados no artigo 5º do texto
possuem conteúdo econômico-patrimonial, logo, são in- constitucional é de direitos individuais, mas são incluídos
transferíveis, inegociáveis e indisponíveis, estando fora do alguns direitos coletivos e mesmo remédios constitucionais
comércio, o que evidencia uma limitação do princípio da próprios para a tutela destes direitos coletivos (ex.: manda-
autonomia privada. do de segurança coletivo).
d) Irrenunciabilidade: direitos fundamentais não po-
dem ser renunciados pelo seu titular devido à fundamenta- 1) Brasileiros e estrangeiros
lidade material destes direitos para a dignidade da pessoa O caput do artigo 5º aparenta restringir a proteção
humana. conferida pelo dispositivo a algumas pessoas, notadamen-
e) Inviolabilidade: direitos fundamentais não podem te, “aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País”.
deixar de ser observados por disposições infraconstitucio- No entanto, tal restrição é apenas aparente e tem sido in-
nais ou por atos das autoridades públicas, sob pena de nu- terpretada no sentido de que os direitos estarão protegi-
lidades. dos com relação a todas as pessoas nos limites da sobera-
f) Indivisibilidade: os direitos fundamentais compõem nia do país.
um único conjunto de direitos porque não podem ser ana- Em razão disso, por exemplo, um estrangeiro pode in-
lisados de maneira isolada, separada. gressar com habeas corpus ou mandado de segurança, ou
g) Imprescritibilidade: os direitos fundamentais não então intentar ação reivindicatória com relação a imóvel
se perdem com o tempo, não prescrevem, uma vez que são seu localizado no Brasil (ainda que não resida no país).
sempre exercíveis e exercidos, não deixando de existir pela Somente alguns direitos não são estendidos a todas as
falta de uso (prescrição). pessoas. A exemplo, o direito de intentar ação popular exi-
h) Relatividade: os direitos fundamentais não po- ge a condição de cidadão, que só é possuída por nacionais
dem ser utilizados como um escudo para práticas ilícitas titulares de direitos políticos.
ou como argumento para afastamento ou diminuição da
2) Relação direitos-deveres
responsabilidade por atos ilícitos, assim estes direitos não
O capítulo em estudo é denominado “direitos e garan-
são ilimitados e encontram seus limites nos demais direitos
tias deveres e coletivos”, remetendo à necessária relação
igualmente consagrados como humanos.
direitos-deveres entre os titulares dos direitos fundamen-
tais. Acima de tudo, o que se deve ter em vista é a premissa
Vale destacar que a Constituição vai além da proteção reconhecida nos direitos fundamentais de que não há di-
dos direitos e estabelece garantias em prol da preservação reito que seja absoluto, correspondendo-se para cada di-
destes, bem como remédios constitucionais a serem utili- reito um dever. Logo, o exercício de direitos fundamentais é
zados caso estes direitos e garantias não sejam preserva- limitado pelo igual direito de mesmo exercício por parte de
dos. Neste sentido, dividem-se em direitos e garantias as outrem, não sendo nunca absolutos, mas sempre relativos.
previsões do artigo 5º: os direitos são as disposições de- Explica Canotilho13 quanto aos direitos fundamentais:
claratórias e as garantias são as disposições assecuratórias. “a ideia de deveres fundamentais é suscetível de ser enten-
O legislador muitas vezes reúne no mesmo dispositivo dida como o ‘outro lado’ dos direitos fundamentais. Como
o direito e a garantia, como no caso do artigo 5º, IX: “é livre ao titular de um direito fundamental corresponde um de-
a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de 12 FARIA, Cássio Juvenal. Notas pessoais tomadas
comunicação, independentemente de censura ou licença” em teleconferência.
– o direito é o de liberdade de expressão e a garantia é a 13 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito cons-
vedação de censura ou exigência de licença. Em outros ca- titucional e teoria da constituição. 2. ed. Coimbra: Almedi-
sos, o legislador traz o direito num dispositivo e a garantia na, 1998, p. 479.

19
DIREITOS HUMANOS

ver por parte de um outro titular, poder-se-ia dizer que o tos e deveres. Trata-se de um aspecto relacionado à igual-
particular está vinculado aos direitos fundamentais como dade enquanto liberdade, tirando o homem do arbítrio dos
destinatário de um dever fundamental. Neste sentido, um demais por meio da equiparação. Basicamente, estaria se
direito fundamental, enquanto protegido, pressuporia um falando na igualdade perante a lei.
dever correspondente”. Com efeito, a um direito funda- No entanto, com o passar dos tempos, se percebeu que
mental conferido à pessoa corresponde o dever de respei- não bastava igualar todos os homens em direitos e deveres
to ao arcabouço de direitos conferidos às outras pessoas. para torná-los iguais, pois nem todos possuem as mesmas
condições de exercer estes direitos e deveres. Logo, não
3) Direitos e garantias em espécie é suficiente garantir um direito à igualdade formal, mas
Preconiza o artigo 5º da Constituição Federal em seu é preciso buscar progressivamente a igualdade material.
caput: No sentido de igualdade material que aparece o direito à
igualdade num segundo momento, pretendendo-se do Es-
Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem tado, tanto no momento de legislar quanto no de aplicar e
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- executar a lei, uma postura de promoção de políticas go-
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade vernamentais voltadas a grupos vulneráveis.
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à Assim, o direito à igualdade possui dois sentidos notá-
propriedade, nos termos seguintes [...]. veis: o de igualdade perante a lei, referindo-se à aplicação
uniforme da lei a todas as pessoas que vivem em socieda-
O caput do artigo 5º, que pode ser considerado um de; e o de igualdade material, correspondendo à necessi-
dos principais (senão o principal) artigos da Constituição dade de discriminações positivas com relação a grupos vul-
Federal, consagra o princípio da igualdade e delimita as neráveis da sociedade, em contraponto à igualdade formal.
cinco esferas de direitos individuais e coletivos que me-
recem proteção, isto é, vida, liberdade, igualdade, segu- Ações afirmativas
rança e propriedade. Os incisos deste artigos delimitam Neste sentido, desponta a temática das ações afirmati-
vários direitos e garantias que se enquadram em alguma vas,que são políticas públicas ou programas privados cria-
destas esferas de proteção, podendo se falar em duas es- dos temporariamente e desenvolvidos com a finalidade de
feras específicas que ganham também destaque no texto reduzir as desigualdades decorrentes de discriminações ou
constitucional, quais sejam, direitos de acesso à justiça e de uma hipossuficiência econômica ou física, por meio da
direitos constitucionais-penais. concessão de algum tipo de vantagem compensatória de
tais condições.
- Direito à igualdade Quem é contra as ações afirmativas argumenta que,
Abrangência em uma sociedade pluralista, a condição de membro de
Observa-se, pelo teor do caput do artigo 5º, CF, que o um grupo específico não pode ser usada como critério de
constituinte afirmou por duas vezes o princípio da igual- inclusão ou exclusão de benefícios. Ademais, afirma-se que
dade: elas desprivilegiam o critério republicano do mérito (se-
gundo o qual o indivíduo deve alcançar determinado cargo
Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem público pela sua capacidade e esforço, e não por pertencer
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- a determinada categoria); fomentariam o racismo e o ódio;
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade bem como ferem o princípio da isonomia por causar uma
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e discriminação reversa.
à propriedade, nos termos seguintes [...]. Por outro lado, quem é favorável às ações afirmativas
defende que elas representam o ideal de justiça compen-
Não obstante, reforça este princípio em seu primeiro satória (o objetivo é compensar injustiças passadas, dívidas
inciso: históricas, como uma compensação aos negros por tê-los
feito escravos, p. ex.); representam o ideal de justiça dis-
Artigo 5º, I, CF. Homens e mulheres são iguais em di- tributiva (a preocupação, aqui, é com o presente. Busca-
reitos e obrigações, nos termos desta Constituição. -se uma concretização do princípio da igualdade material);
bem como promovem a diversidade.
Este inciso é especificamente voltado à necessidade Neste sentido, as discriminações legais asseguram
de igualdade de gênero, afirmando que não deve haver a verdadeira igualdade, por exemplo, com as ações afir-
nenhuma distinção sexo feminino e o masculino, de modo mativas, a proteção especial ao trabalho da mulher e do
que o homem e a mulher possuem os mesmos direitos e menor, as garantias aos portadores de deficiência, entre
obrigações. outras medidas que atribuam a pessoas com diferentes
Entretanto, o princípio da isonomia abrange muito condições, iguais possibilidades, protegendo e respeitando
mais do que a igualdade de gêneros, envolve uma pers- suas diferenças14. Tem predominado em doutrina e juris-
pectiva mais ampla. prudência, inclusive no Supremo Tribunal Federal, que as
O direito à igualdade é um dos direitos norteadores ações afirmativas são válidas.
de interpretação de qualquer sistema jurídico. O primeiro 14 SANFELICE, Patrícia de Mello. Comentários aos
enfoque que foi dado a este direito foi o de direito civil, artigos I e II. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários
enquadrando-o na primeira dimensão, no sentido de que a à Declaração Universal dos Direitos do Homem. Brasília:
todas as pessoas deveriam ser garantidos os mesmos direi- Fortium, 2008, p. 08.

20
DIREITOS HUMANOS

- Direito à vida Pena - reclusão, de dois a oito anos.


Abrangência § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a prote- presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico
ção do direito à vida. A vida humana é o centro gravitacio- ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em
nal em torno do qual orbitam todos os direitos da pessoa lei ou não resultante de medida legal.
humana, possuindo reflexos jurídicos, políticos, econômi- § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quan-
cos, morais e religiosos. Daí existir uma dificuldade em con- do tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de
ceituar o vocábulo vida. Logo, tudo aquilo que uma pessoa detenção de um a quatro anos.
possui deixa de ter valor ou sentido se ela perde a vida. § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gra-
Sendo assim, a vida é o bem principal de qualquer pessoa, víssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta
é o primeiro valor moral inerente a todos os seres huma- morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
nos15. § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
No tópico do direito à vida tem-se tanto o direito de I - se o crime é cometido por agente público;
nascer/permanecer vivo, o que envolve questões como II – se o crime é cometido contra criança, gestante, porta-
pena de morte, eutanásia, pesquisas com células-tronco e dor de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
aborto; quanto o direito de viver com dignidade, o que III - se o crime é cometido mediante sequestro.
engloba o respeito à integridade física, psíquica e moral, § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função
incluindo neste aspecto a vedação da tortura, bem como ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo
a garantia de recursos que permitam viver a vida com dig- dobro do prazo da pena aplicada.
nidade. § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de
Embora o direito à vida seja em si pouco delimitado graça ou anistia.
nos incisos que seguem o caput do artigo 5º, trata-se de § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a
um dos direitos mais discutidos em termos jurisprudenciais hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime
e sociológicos. É no direito à vida que se encaixam polêmi- fechado.
cas discussões como: aborto de anencéfalo, pesquisa com
- Direito à liberdade
células tronco, pena de morte, eutanásia, etc.
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a proteção
do direito à liberdade, delimitada em alguns incisos que o
Vedação à tortura
seguem.
De forma expressa no texto constitucional destaca-se
a vedação da tortura, corolário do direito à vida, conforme
Liberdade e legalidade
previsão no inciso III do artigo 5º:
Prevê o artigo 5º, II, CF:
Artigo 5º, III, CF. Ninguém será submetido a tortura nem
Artigo 5º, II, CF. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar
a tratamento desumano ou degradante. de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
A tortura é um dos piores meios de tratamento de- O princípio da legalidade se encontra delimitado neste
sumano, expressamente vedada em âmbito internacional, inciso, prevendo que nenhuma pessoa será obrigada a fazer
como visto no tópico anterior. No Brasil, além da disciplina ou deixar de fazer alguma coisa a não ser que a lei assim de-
constitucional, a Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997 define termine. Assim, salvo situações previstas em lei, a pessoa tem
os crimes de tortura e dá outras providências, destacando- liberdade para agir como considerar conveniente.
-se o artigo 1º: Portanto, o princípio da legalidade possui estrita relação
com o princípio da liberdade, posto que, a priori, tudo à pes-
Art. 1º Constitui crime de tortura: soa é lícito. Somente é vedado o que a lei expressamente
I - constranger alguém com emprego de violência ou estabelecer como proibido. A pessoa pode fazer tudo o que
grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: quiser, como regra, ou seja, agir de qualquer maneira que a
a) com o fim de obter informação, declaração ou confis- lei não proíba.
são da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza crimi- Liberdade de pensamento e de expressão
nosa; O artigo 5º, IV, CF prevê:
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autori- Artigo 5º, IV, CF. É livre a manifestação do pensamento,
dade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sendo vedado o anonimato.
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo
pessoal ou medida de caráter preventivo. Consolida-se a afirmação simultânea da liberdade de
15 BARRETO, Ana Carolina Rossi; IBRAHIM, Fábio pensamento e da liberdade de expressão.
Zambitte. Comentários aos Artigos III e IV. In: BALERA, Wag- Em primeiro plano tem-se a liberdade de pensamento.
ner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos Di- Afinal, “o ser humano, através dos processos internos de
reitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 15. reflexão, formula juízos de valor. Estes exteriorizam nada

21
DIREITOS HUMANOS

mais do que a opinião de seu emitente. Assim, a regra Cada pessoa tem liberdade para professar a sua fé
constitucional, ao consagrar a livre manifestação do pensa- como bem entender dentro dos limites da lei. Não há uma
mento, imprime a existência jurídica ao chamado direito de crença ou religião que seja proibida, garantindo-se que a
opinião”16. Em outras palavras, primeiro existe o direito de profissão desta fé possa se realizar em locais próprios.
ter uma opinião, depois o de expressá-la. Nota-se que a liberdade de religião engloba 3 tipos
No mais, surge como corolário do direito à liberdade distintos, porém intrinsecamente relacionados de liberda-
de pensamento e de expressão o direito à escusa por con- des: a liberdade de crença; a liberdade de culto; e a liberda-
vicção filosófica ou política: de de organização religiosa.
Consoante o magistério de José Afonso da Silva17, entra
Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por na liberdade de crença a liberdade de escolha da religião,
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou a liberdade de aderir a qualquer seita religiosa, a liberdade
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação (ou o direito) de mudar de religião, além da liberdade de
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação al- não aderir a religião alguma, assim como a liberdade de
ternativa, fixada em lei. descrença, a liberdade de ser ateu e de exprimir o agnos-
ticismo, apenas excluída a liberdade de embaraçar o livre
Trata-se de instrumento para a consecução do direito exercício de qualquer religião, de qualquer crença. A liber-
assegurado na Constituição Federal – não basta permitir dade de culto consiste na liberdade de orar e de praticar
que se pense diferente, é preciso respeitar tal posiciona- os atos próprios das manifestações exteriores em casa ou
mento. em público, bem como a de recebimento de contribuições
Com efeito, este direito de liberdade de expressão é para tanto. Por fim, a liberdade de organização religiosa
limitado. Um destes limites é o anonimato, que consiste na refere-se à possibilidade de estabelecimento e organização
garantia de atribuir a cada manifestação uma autoria cer- de igrejas e suas relações com o Estado.
ta e determinada, permitindo eventuais responsabilizações Como decorrência do direito à liberdade religiosa, as-
por manifestações que contrariem a lei. segurando o seu exercício, destaca-se o artigo 5º, VII, CF:
Tem-se, ainda, a seguinte previsão no artigo 5º, IX, CF:
Artigo 5º, VII, CF. É assegurada, nos termos da lei, a pres-
Artigo 5º, IX, CF. É livre a expressão da atividade inte- tação de assistência religiosa nas entidades civis e mili-
lectual, artística, científica e de comunicação, indepen- tares de internação coletiva.
dentemente de censura ou licença.
O dispositivo refere-se não só aos estabelecimentos
Consolida-se outra perspectiva da liberdade de expres- prisionais civis e militares, mas também a hospitais.
são, referente de forma específica a atividades intelectuais, Ainda, surge como corolário do direito à liberdade reli-
artísticas, científicas e de comunicação. Dispensa-se, com giosa o direito à escusa por convicção religiosa:
relação a estas, a exigência de licença para a manifestação
do pensamento, bem como veda-se a censura prévia. Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por
A respeito da censura prévia, tem-se não cabe impe- motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou po-
dir a divulgação e o acesso a informações como modo de lítica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal
controle do poder. A censura somente é cabível quando a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alterna-
necessária ao interesse público numa ordem democrática, tiva, fixada em lei.
por exemplo, censurar a publicação de um conteúdo de
exploração sexual infanto-juvenil é adequado. Sempre que a lei impõe uma obrigação a todos, por
O direito à resposta (artigo 5º, V, CF) e o direito à in- exemplo, a todos os homens maiores de 18 anos o alis-
denização (artigo 5º, X, CF) funcionam como a contrapar- tamento militar, não cabe se escusar, a não ser que tenha
tida para aquele que teve algum direito seu violado (no- fundado motivo em crença religiosa ou convicção filosó-
tadamente inerentes à privacidade ou à personalidade) fica/política, caso em que será obrigado a cumprir uma
em decorrência dos excessos no exercício da liberdade de prestação alternativa, isto é, uma outra atividade que não
expressão. contrarie tais preceitos.

Liberdade de crença/religiosa Liberdade de informação


Dispõe o artigo 5º, VI, CF: O direito de acesso à informação também se liga a uma
dimensão do direito à liberdade. Neste sentido, prevê o ar-
Artigo 5º, VI, CF. É inviolável a liberdade de consciên- tigo 5º, XIV, CF:
cia e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção Artigo 5º, XIV, CF. É assegurado a todos o acesso à in-
aos locais de culto e a suas liturgias. formação e resguardado o sigilo da fonte, quando neces-
sário ao exercício profissional.
16 ARAÚJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vi-
dal Serrano. Curso de direito constitucional. 10. ed. São 17 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitu-
Paulo: Saraiva, 2006. cional positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.

22
DIREITOS HUMANOS

Trata-se da liberdade de informação, consistente na Dentro do espectro do direito de petição se insere, por
liberdade de procurar e receber informações e ideias por exemplo, o direito de solicitar esclarecimentos, de solicitar
quaisquer meios, independente de fronteiras, sem interfe- cópias reprográficas e certidões, bem como de ofertar de-
rência. núncias de irregularidades. Contudo, o constituinte, talvez
A liberdade de informação tem um caráter passivo, ao na intenção de deixar clara a obrigação dos Poderes Pú-
passo que a liberdade de expressão tem uma caracterís- blicos em fornecer certidões, trouxe a letra b) do inciso, o
tica ativa, de forma que juntas formam os aspectos ativo que gera confusões conceituais no sentido do direito de
e passivo da exteriorização da liberdade de pensamento: obter certidões ser dissociado do direito de petição.
não basta poder manifestar o seu próprio pensamento, é Por fim, relevante destacar a previsão do artigo 5º,
preciso que ele seja ouvido e, para tanto, há necessidade LX, CF:
de se garantir o acesso ao pensamento manifestado para
a sociedade. Artigo 5º, LX, CF. A lei só poderá restringir a publici-
Por sua vez, o acesso à informação envolve o direito de dade dos atos processuais quando a defesa da intimidade
todos obterem informações claras, precisas e verdadeiras a ou o interesse social o exigirem.
respeito de fatos que sejam de seu interesse, notadamente
pelos meios de comunicação imparciais e não monopoli-
Logo,o processo, em regra, não será sigiloso. Apenas
zados (artigo 220, CF). No entanto, nem sempre é possível
o será quando a intimidade merecer preservação (ex: pro-
que a imprensa divulgue com quem obteve a informação
cesso criminal de estupro ou causas de família em geral)
divulgada, sem o que a segurança desta poderia ficar pre-
judicada e a informação inevitavelmente não chegaria ao ou quando o interesse social exigir (ex: investigações que
público. possam ser comprometidas pela publicidade). A publici-
Especificadamente quanto à liberdade de informação dade é instrumento para a efetivação da liberdade de in-
no âmbito do Poder Público, merecem destaque algumas formação.
previsões.
Primeiramente, prevê o artigo 5º, XXXIII, CF: Liberdade de locomoção
Outra faceta do direito à liberdade encontra-se no ar-
Artigo 5º, XXXIII, CF. Todos têm direito a receber dos tigo 5º, XV, CF:
órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no pra- Artigo 5º, XV, CF. É livre a locomoção no território
zo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
do Estado. bens.

A respeito, a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 A liberdade de locomoção é um aspecto básico do


regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do direito à liberdade, permitindo à pessoa ir e vir em todo o
art. 5º, CF, também conhecida como Lei do Acesso à Infor- território do país em tempos de paz (em tempos de guer-
mação. ra é possível limitar tal liberdade em prol da segurança).
Não obstante, estabelece o artigo 5º, XXXIV, CF: A liberdade de sair do país não significa que existe um
direito de ingressar em qualquer outro país, pois caberá
Artigo 5º, XXXIV, CF. São a todos assegurados, indepen- à ele, no exercício de sua soberania, controlar tal entrada.
dentemente do pagamento de taxas: Classicamente, a prisão é a forma de restrição da li-
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa berdade. Neste sentido, uma pessoa somente poderá ser
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; presa nos casos autorizados pela própria Constituição
b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
Federal. A despeito da normativa específica de natureza
para defesa de direitos e esclarecimento de situações de in-
penal, reforça-se a impossibilidade de se restringir a liber-
teresse pessoal.
dade de locomoção pela prisão civil por dívida.
Prevê o artigo 5º, LXVII, CF:
Quanto ao direito de petição, de maneira prática, cum-
pre observar que o direito de petição deve resultar em uma
manifestação do Estado, normalmente dirimindo (resol- Artigo 5º, LXVII, CF. Não haverá prisão civil por dívi-
vendo) uma questão proposta, em um verdadeiro exercí- da, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário
cio contínuo de delimitação dos direitos e obrigações que e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário
regulam a vida social e, desta maneira, quando “dificulta a infiel.
apreciação de um pedido que um cidadão quer apresen-
tar” (muitas vezes, embaraçando-lhe o acesso à Justiça); Nos termos da Súmula Vinculante nº 25 do Supre-
“demora para responder aos pedidos formulados” (admi- mo Tribunal Federal, “é ilícita a prisão civil de depositário
nistrativa e, principalmente, judicialmente) ou “impõe res- infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito”. Por
trições e/ou condições para a formulação de petição”, traz isso, a única exceção à regra da prisão por dívida do orde-
a chamada insegurança jurídica, que traz desesperança e namento é a que se refere à obrigação alimentícia.
faz proliferar as desigualdades e as injustiças.

23
DIREITOS HUMANOS

Liberdade de trabalho O artigo 5º, XVIII, CF, preconiza:


O direito à liberdade também é mencionado no artigo
5º, XIII, CF: Artigo 5º, XVIII, CF. A criação de associações e, na for-
ma da lei, a de cooperativas independem de autorização,
Artigo 5º, XIII, CF. É livre o exercício de qualquer tra- sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.
balho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer. Neste sentido, associações são organizações resultan-
tes da reunião legal entre duas ou mais pessoas, com ou
O livre exercício profissional é garantido, respeitados sem personalidade jurídica, para a realização de um obje-
os limites legais. Por exemplo, não pode exercer a profissão tivo comum; já cooperativas são uma forma específica de
de advogado aquele que não se formou em Direito e não associação, pois visam a obtenção de vantagens comuns
foi aprovado no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil; em suas atividades econômicas.
não pode exercer a medicina aquele que não fez faculdade Ainda, tem-se o artigo 5º, XIX, CF:
de medicina reconhecida pelo MEC e obteve o cadastro no
Conselho Regional de Medicina. Artigo 5º, XIX, CF. As associações só poderão ser com-
pulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas
Liberdade de reunião por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
Sobre a liberdade de reunião, prevê o artigo 5º, XVI, CF: em julgado.

Artigo 5º, XVI, CF. Todos podem reunir-se pacificamen- O primeiro caso é o de dissolução compulsória, ou
te, sem armas, em locais abertos ao público, independen- seja, a associação deixará de existir para sempre. Obvia-
temente de autorização, desde que não frustrem outra re- mente, é preciso o trânsito em julgado da decisão judicial
união anteriormente convocada para o mesmo local, sendo que assim determine, pois antes disso sempre há possibi-
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. lidade de reverter a decisão e permitir que a associação
continue em funcionamento. Contudo, a decisão judicial
Pessoas podem ir às ruas para reunirem-se com de- pode suspender atividades até que o trânsito em julgado
mais na defesa de uma causa, apenas possuindo o dever ocorra, ou seja, no curso de um processo judicial.
de informar tal reunião. Tal dever remonta-se a questões de Em destaque, a legitimidade representativa da as-
segurança coletiva. Imagine uma grande reunião de pes- sociação quanto aos seus filiados, conforme artigo 5º,
soas por uma causa, a exemplo da Parada Gay, que chega XXI, CF:
a aglomerar milhões de pessoas em algumas capitais: seria
absurdo tolerar tal tipo de reunião sem o prévio aviso do Artigo 5º, XXI, CF. As entidades associativas, quando ex-
poder público para que ele organize o policiamento e a as- pressamente autorizadas, têm legitimidade para represen-
sistência médica, evitando algazarras e socorrendo pessoas tar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
que tenham algum mal-estar no local. Outro limite é o uso
de armas, totalmente vedado, assim como de substâncias Trata-se de caso de legitimidade processual extraordi-
ilícitas (Ex: embora a Marcha da Maconha tenha sido auto- nária, pela qual um ente vai a juízo defender interesse de
rizada pelo Supremo Tribunal Federal, vedou-se que nela outra(s) pessoa(s) porque a lei assim autoriza.
tal substância ilícita fosse utilizada). A liberdade de associação envolve não somente o di-
reito de criar associações e de fazer parte delas, mas tam-
Liberdade de associação bém o de não associar-se e o de deixar a associação, con-
No que tange à liberdade de reunião, traz o artigo 5º, forme artigo 5º, XX, CF:
XVII, CF:
Artigo 5º, XX, CF. Ninguém poderá ser compelido a
Artigo 5º, XVII, CF. É plena a liberdade de associação associar-se ou a permanecer associado.
para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.
- Direitos à privacidade e à personalidade
A liberdade de associação difere-se da de reunião por
sua perenidade, isto é, enquanto a liberdade de reunião é Abrangência
exercida de forma sazonal, eventual, a liberdade de asso- Prevê o artigo 5º, X, CF:
ciação implica na formação de um grupo organizado que
se mantém por um período de tempo considerável, dotado Artigo 5º, X, CF. São invioláveis a intimidade, a vida
de estrutura e organização próprias. privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
Por exemplo, o PCC e o Comando vermelho são asso- direito a indenização pelo dano material ou moral decor-
ciações ilícitas e de caráter paramilitar, pois possuem armas rente de sua violação.
e o ideal de realizar sua própria justiça paralelamente à es-
tatal. O legislador opta por trazer correlacionados no mes-
O texto constitucional se estende na regulamentação mo dispositivo legal os direitos à privacidade e à perso-
da liberdade de associação. nalidade.

24
DIREITOS HUMANOS

Reforçando a conexão entre a privacidade e a intimi- Personalidade jurídica e gratuidade de registro


dade, ao abordar a proteção da vida privada – que, em resu- Quando se fala em reconhecimento como pessoa pe-
mo, é a privacidade da vida pessoal no âmbito do domicílio rante a lei desdobra-se uma esfera bastante específica dos
e de círculos de amigos –, Silva18 entende que “o segredo da direitos de personalidade, consistente na personalidade ju-
vida privada é condição de expansão da personalidade”, mas rídica. Basicamente, consiste no direito de ser reconhecido
não caracteriza os direitos de personalidade em si. como pessoa perante a lei.
A união da intimidade e da vida privada forma a privacidade, Para ser visto como pessoa perante a lei mostra-se
sendo que a primeira se localiza em esfera mais estrita. É possí- necessário o registro. Por ser instrumento que serve como
vel ilustrar a vida social como se fosse um grande círculo no qual pressuposto ao exercício de direitos fundamentais, asse-
há um menor, o da vida privada, e dentro deste um ainda mais gura-se a sua gratuidade aos que não tiverem condição de
restrito e impenetrável, o da intimidade. Com efeito, pela “Teoria com ele arcar.
das Esferas” (ou “Teoria dos Círculos Concêntricos”), importada Aborda o artigo 5º, LXXVI, CF:
do direito alemão, quanto mais próxima do indivíduo, maior a
proteção a ser conferida à esfera (as esferas são representadas
Artigo 5º, LXXVI, CF. São gratuitos para os reconheci-
pela intimidade, pela vida privada, e pela publicidade).
damente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nas-
“O direito à honra distancia-se levemente dos dois anteriores,
cimento; b) a certidão de óbito.
podendo referir-se ao juízo positivo que a pessoa tem de si (honra
subjetiva) e ao juízo positivo que dela fazem os outros (honra ob-
jetiva), conferindo-lhe respeitabilidade no meio social. O direito à O reconhecimento do marco inicial e do marco final
imagem também possui duas conotações, podendo ser entendi- da personalidade jurídica pelo registro é direito individual,
do em sentido objetivo, com relação à reprodução gráfica da pes- não dependendo de condições financeiras. Evidente, seria
soa, por meio de fotografias, filmagens, desenhos, ou em sentido absurdo cobrar de uma pessoa sem condições a elabora-
subjetivo, significando o conjunto de qualidades cultivadas pela ção de documentos para que ela seja reconhecida como
pessoa e reconhecidas como suas pelo grupo social”19. viva ou morta, o que apenas incentivaria a indigência dos
menos favorecidos.
Inviolabilidade de domicílio e sigilo de correspon-
dência Direito à indenização e direito de resposta
Correlatos ao direito à privacidade, aparecem a inviola- Com vistas à proteção do direito à privacidade, do di-
bilidade do domicílio e o sigilo das correspondências e co- reito à personalidade e do direito à imagem, asseguram-se
municações. dois instrumentos, o direito à indenização e o direito de
Neste sentido, o artigo 5º, XI, CF prevê: resposta, conforme as necessidades do caso concreto.
Com efeito, prevê o artigo 5º, V, CF:
Artigo 5º, XI, CF. A casa é asilo inviolável do indivíduo,
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do mo- Artigo 5º, V, CF. É assegurado o direito de resposta,
rador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para proporcional ao agravo, além da indenização por dano ma-
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. terial, moral ou à imagem.

O domicílio é inviolável, razão pela qual ninguém pode “A manifestação do pensamento é livre e garantida
nele entrar sem o consentimento do morador, a não ser EM em nível constitucional, não aludindo a censura prévia em
QUALQUER HORÁRIO no caso de flagrante delito (o mora- diversões e espetáculos públicos. Os abusos porventura
dor foi flagrado na prática de crime e fugiu para seu do- ocorridos no exercício indevido da manifestação do pensa-
micílio) ou desastre (incêndio, enchente, terremoto...) ou
mento são passíveis de exame e apreciação pelo Poder Ju-
para prestar socorro (morador teve ataque do coração, está
diciário com a consequente responsabilidade civil e penal
sufocado, desmaiado...), e SOMENTE DURANTE O DIA por
de seus autores, decorrentes inclusive de publicações inju-
determinação judicial.
riosas na imprensa, que deve exercer vigilância e controle
Quanto ao sigilo de correspondência e das comunica-
ções, prevê o artigo 5º, XII, CF: da matéria que divulga”20.
O direito de resposta é o direito que uma pessoa
Artigo 5º, XII, CF. É inviolável o sigilo da correspondência tem de se defender de críticas públicas no mesmo meio
e das comunicações telegráficas, de dados e das comunica- em que foram publicadas garantida exatamente a mes-
ções telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas ma repercussão. Mesmo quando for garantido o direito
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de inves- de resposta não é possível reverter plenamente os da-
tigação criminal ou instrução processual penal. nos causados pela manifestação ilícita de pensamento,
razão pela qual a pessoa inda fará jus à indenização.
O sigilo de correspondência e das comunicações está A manifestação ilícita do pensamento geralmente cau-
melhor regulamentado na Lei nº 9.296, de 1996. sa um dano, ou seja, um prejuízo sofrido pelo agente, que
18 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitu- pode ser individual ou coletivo, moral ou material, econô-
cional positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. mico e não econômico.
19 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de di- 20 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucio-
reito constitucional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. nal. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2011.

25
DIREITOS HUMANOS

Dano material é aquele que atinge o patrimônio (ma- § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o
terial ou imaterial) da vítima, podendo ser mensurado fi- seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aque-
nanceiramente e indenizado. les cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou con-
“Dano moral direto consiste na lesão a um interesse dição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
que visa a satisfação ou gozo de um bem jurídico extra- § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão
patrimonial contido nos direitos da personalidade (como judicial de que já não caiba recurso.
a vida, a integridade corporal, a liberdade, a honra, o
decoro, a intimidade, os sentimentos afetivos, a própria - Direito à propriedade
imagem) ou nos atributos da pessoa (como o nome, a O caput do artigo 5º da Constituição assegura a prote-
capacidade, o estado de família)”21. ção do direito à propriedade, tanto material quanto intelec-
Já o dano à imagem é delimitado no artigo 20 do tual, delimitada em alguns incisos que o seguem.
Código Civil:
Função social da propriedade material
O artigo 5º, XXII, CF estabelece:
Artigo 20, CC. Salvo se autorizadas, ou se necessárias
à administração da justiça ou à manutenção da ordem pú-
Artigo 5º, XXII, CF. É garantido o direito de proprie-
blica, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra,
dade.
ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de
uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e A seguir, no inciso XXIII do artigo 5º, CF estabelece o
sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a principal fator limitador deste direito:
honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destina-
rem a fins comerciais. Artigo 5º, XXIII, CF. A propriedade atenderá a sua fun-
ção social.
- Direito à segurança
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a pro- A propriedade, segundo Silva23, “[...] não pode mais ser
teção do direito à segurança. Na qualidade de direito in- considerada como um direito individual nem como institui-
dividual liga-se à segurança do indivíduo como um todo, ção do direito privado. [...] embora prevista entre os direitos
desde sua integridade física e mental, até a própria segu- individuais, ela não mais poderá ser considerada puro di-
rança jurídica. reito individual, relativizando-se seu conceito e significado,
No sentido aqui estudado, o direito à segurança pes- especialmente porque os princípios da ordem econômica
soal é o direito de viver sem medo, protegido pela soli- são preordenados à vista da realização de seu fim: assegu-
dariedade e liberto de agressões, logo, é uma maneira de rar a todos existência digna, conforme os ditames da jus-
garantir o direito à vida. tiça social. Se é assim, então a propriedade privada, que,
Nesta linha, para Silva22, “efetivamente, esse conjun- ademais, tem que atender a sua função social, fica vincula-
to de direitos aparelha situações, proibições, limitações da à consecução daquele princípio”.
e procedimentos destinados a assegurar o exercício e o Com efeito, a proteção da propriedade privada está li-
gozo de algum direito individual fundamental (intimida- mitada ao atendimento de sua função social, sendo este o
de, liberdade pessoal ou a incolumidade física ou moral)”. requisito que a correlaciona com a proteção da dignidade
Especificamente no que tange à segurança jurídica, da pessoa humana. A propriedade de bens e valores em
tem-se o disposto no artigo 5º, XXXVI, CF: geral é um direito assegurado na Constituição Federal e,
como todos os outros, se encontra limitado pelos demais
Artigo 5º, XXXVI, CF. A lei não prejudicará o direito princípios conforme melhor se atenda à dignidade do ser
humano.
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
A Constituição Federal delimita o que se entende por
função social:
Pelo inciso restam estabelecidos limites à retroativi-
dade da lei.
Art. 182, caput, CF. A política de desenvolvimento urba-
Define o artigo 6º da Lei de Introdução às Normas do no, executada pelo Poder Público municipal, conforme dire-
Direito Brasileiro: trizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o
Artigo 6º, LINDB. A Lei em vigor terá efeito imediato e bem-estar de seus habitantes.
geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido
e a coisa julgada. Artigo 182, § 1º, CF. O plano diretor, aprovado pela Câ-
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado mara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. mil habitantes, é o instrumento básico da política de desen-
21 ZANNONI, Eduardo. El daño en la responsabili- volvimento e de expansão urbana.
dad civil. Buenos Aires: Astrea, 1982.
22 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitu- 23 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitu-
cional positivo... Op. Cit., p. 437. cional positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.

26
DIREITOS HUMANOS

Artigo 182, § 2º, CF. A propriedade urbana cumpre sua Artigo 184, § 1º, CF. As benfeitorias úteis e necessárias
função social quando atende às exigências fundamentais de serão indenizadas em dinheiro.
ordenação da cidade expressas no plano diretor24.
No que tange à desapropriação por necessidade ou
Artigo 186, CF. A função social é cumprida quando a pro- utilidade pública, prevê o artigo 5º, XXIV, CF:
priedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e
graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: Artigo 5º, XXIV, CF. A lei estabelecerá o procedimento
I - aproveitamento racional e adequado; para desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
II - utilização adequada dos recursos naturais disponí- ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização
veis e preservação do meio ambiente; em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constitui-
III - observância das disposições que regulam as relações ção.
de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprie- Ainda, prevê o artigo 182, § 3º, CF:
tários e dos trabalhadores.
Artigo 182, §3º, CF. As desapropriações de imóveis urba-
Desapropriação
nos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
No caso de desrespeito à função social da proprieda-
de cabe até mesmo desapropriação do bem, de modo que
pode-se depreender do texto constitucional duas possibili- Tem-se, ainda o artigo 184, §§ 2º e 3º, CF:
dades de desapropriação: por desrespeito à função social e
por necessidade ou utilidade pública. Artigo 184, §2º, CF. O decreto que declarar o imóvel
A Constituição Federal prevê a possibilidade de desa- como de interesse social, para fins de reforma agrária, auto-
propriação por desatendimento à função social: riza a União a propor a ação de desapropriação.

Artigo 182, § 4º, CF. É facultado ao Poder Público mu- Artigo 184, §3º, CF. Cabe à lei complementar estabelecer
nicipal, mediante lei específica para área incluída no plano procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do processo judicial de desapropriação.
solo urbano não edificado, subutilizado ou não utiliza-
do, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, A desapropriação por utilidade ou necessidade pública
sucessivamente, de: deve se dar mediante prévia e justa indenização em dinhei-
I - parcelamento ou edificação compulsórios; ro. O Decreto-lei nº 3.365/1941 a disciplina, delimitando
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial ur- o procedimento e conceituando utilidade pública, em seu
bana progressivo no tempo; artigo 5º:
III - desapropriação com pagamento mediante títulos
da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Artigo 5º, Decreto-lei n. 3.365/1941. Consideram-se ca-
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em sos de utilidade pública:
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real a) a segurança nacional;
da indenização e os juros legais25. b) a defesa do Estado;
c) o socorro público em caso de calamidade;
Artigo 184, CF. Compete à União desapropriar por inte- d) a salubridade pública;
resse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que
e) a criação e melhoramento de centros de população,
não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia
seu abastecimento regular de meios de subsistência;
e justa indenização em títulos da dívida agrária, com
cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas
de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e minerais, das águas e da energia hidráulica;
cuja utilização será definida em lei26. g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração,
casas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes medici-
24 Instrumento básico de um processo de planejamen-
to municipal para a implantação da política de desenvolvimen-
nais;
to urbano, norteando a ação dos agentes públicos e privados h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos;
(Lei n. 10.257/2001 - Estatuto da cidade). i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou
25 Nota-se que antes de se promover a desapropria- logradouros públicos; a execução de planos de urbanização;
ção de imóvel urbano por desatendimento à função social é o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua
necessário tomar duas providências, sucessivas: primeiro, o melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a cons-
parcelamento ou edificação compulsórios; depois, o estabe- trução ou ampliação de distritos industriais;
lecimento de imposto sobre a propriedade predial e territorial j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;
urbana progressivo no tempo. Se ambas medidas restarem que a desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ineficazes, parte-se para a desapropriação por desatendimen- já que na primeira há violação do ordenamento constitucional
to à função social. pelo proprietário, mas na segunda não. Por isso, indeniza-se
26 A desapropriação em decorrência do desatendimen- em títulos da dívida agrária, que na prática não são tão valori-
to da função social é indenizada, mas não da mesma maneira zados quanto o dinheiro.

27
DIREITOS HUMANOS

k) a preservação e conservação dos monumentos históri- Como a finalidade da reforma agrária é transformar
cos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos terras improdutivas e grandes propriedades em atinentes à
ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes função social, alguns imóveis rurais não podem ser abrangi-
e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e, dos pela reforma agrária:
ainda, a proteção de paisagens e locais particularmente do-
tados pela natureza; Art. 185, CF. São insuscetíveis de desapropriação para fins
l) a preservação e a conservação adequada de arquivos, de reforma agrária:
documentos e outros bens moveis de valor histórico ou ar- I - a pequena e média propriedade rural, assim definida
tístico; em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
m) a construção de edifícios públicos, monumentos co- II - a propriedade produtiva.
memorativos e cemitérios; Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à pro-
n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pou- priedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos
so para aeronaves; requisitos relativos a sua função social.
o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natu-
reza científica, artística ou literária; Sobre as diretrizes da política agrícola, prevê o artigo
p) os demais casos previstos por leis especiais. 187:

Um grande problema que faz com que processos que Art. 187, CF. A política agrícola será planejada e execu-
tenham a desapropriação por objeto se estendam é a in- tada na forma da lei, com a participação efetiva do setor de
devida valorização do imóvel pelo Poder Público, que ge- produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem
ralmente pretende pagar valor muito abaixo do devido, ne- como dos setores de comercialização, de armazenamento e de
cessitando o Judiciário intervir em prol da correta avaliação. transportes, levando em conta, especialmente:
Outra questão reside na chamada tredestinação, pela I - os instrumentos creditícios e fiscais;
qual há a destinação de um bem expropriado (desapropria- II - os preços compatíveis com os custos de produção e a
ção) a finalidade diversa da que se planejou inicialmente. garantia de comercialização;
A tredestinação pode ser lícita ou ilícita. Será ilícita quan- III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
do resultante de desvio do propósito original; e será líci- IV - a assistência técnica e extensão rural;
V - o seguro agrícola;
ta quando a Administração Pública dê ao bem finalidade
VI - o cooperativismo;
diversa, porém preservando a razão do interesse público.
VII - a eletrificação rural e irrigação;
VIII - a habitação para o trabalhador rural.
Política agrária e reforma agrária
§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades
Enquanto desdobramento do direito à propriedade
agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais.
imóvel e da função social desta propriedade, tem-se ainda
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola
o artigo 5º, XXVI, CF: e de reforma agrária.
Artigo 5º, XXVI, CF. A pequena propriedade rural, as- As terras devolutas e públicas serão destinadas confor-
sim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não me a política agrícola e o plano nacional de reforma agrária
será objeto de penhora para pagamento de débitos decor- (artigo 188, caput, CF). Neste sentido, “a alienação ou a con-
rentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os cessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior
meios de financiar o seu desenvolvimento. a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica,
ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia apro-
Assim, se uma pessoa é mais humilde e tem uma pe- vação do Congresso Nacional”, salvo no caso de alienações
quena propriedade será assegurado que permaneça com ou concessões de terras públicas para fins de reforma agrária
ela e a torne mais produtiva. (artigo 188, §§ 1º e 2º, CF).
A preservação da pequena propriedade em detrimento Os que forem favorecidos pela reforma agrária (homens,
dos grandes latifúndios improdutivos é uma das diretrizes- mulheres, ambos, qualquer estado civil) não poderão nego-
-guias da regulamentação da política agrária brasileira, que ciar seus títulos pelo prazo de 10 anos (artigo 189, CF).
tem como principal escopo a realização da reforma agrária. Consta, ainda, que “a lei regulará e limitará a aquisição
Parte da questão financeira atinente à reforma agrária ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou
se encontra prevista no artigo 184, §§ 4º e 5º, CF: jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão
de autorização do Congresso Nacional” (artigo 190, CF).
Artigo 184, §4º, CF. O orçamento fixará anualmente
o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o Usucapião
montante de recursos para atender ao programa de reforma Usucapião é o modo originário de aquisição da proprie-
agrária no exercício. dade que decorre da posse prolongada por um longo tem-
po, preenchidos outros requisitos legais. Em outras palavras,
Artigo 184, §5º, CF. São isentas de impostos federais, es- usucapião é uma situação em que alguém tem a posse de
taduais e municipais as operações de transferência de imó- um bem por um tempo longo, sem ser incomodado, a pon-
veis desapropriados para fins de reforma agrária. to de se tornar proprietário.

28
DIREITOS HUMANOS

A Constituição regulamenta o acesso à propriedade Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja
mediante posse prolongada no tempo – usucapião – em pública, pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os
casos específicos, denominados usucapião especial urbana seguintes requisitos específicos:
e usucapião especial rural. a) Imóvel rural
O artigo 183 da Constituição regulamenta a usucapião b) 50 hectares, no máximo – há também legislação que
especial urbana: estabelece um limite mínimo, o módulo rural (Estatuto da
Terra). É possível usucapir áreas menores que o módulo ru-
Art. 183, CF. Aquele que possuir como sua área urba- ral? Tem prevalecido o entendimento de que pode, mas é
na de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco assunto muito controverso.
anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para c) 5 anos – pode ser considerado o prazo antes 05 de
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, des- outubro de 1988 (Constituição Federal)? Depende. Se a
de que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. área é de até 25 hectares sim, pois já havia tal possibilidade
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão antes da CF/88. Se área for maior (entre 25 ha e 50 ha) não.
conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, indepen-
d) Moradia sua ou de sua família – a pessoa deve morar
dentemente do estado civil.
na área rural.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo pos-
e) Nenhum outro imóvel.
suidor mais de uma vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usu- f) O usucapiente, com seu trabalho, deve ter tornado
capião. a área produtiva. Por isso, é chamado de usucapião “pro
labore”. Dependerá do caso concreto.
Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja
pública, pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os Uso temporário
seguintes requisitos específicos: No mais, estabelece-se uma terceira limitação ao di-
a) Área urbana – há controvérsia. Pela teoria da localiza- reito de propriedade que não possui o caráter definitivo
ção, área urbana é a que está dentro do perímetro urbano. Pela da desapropriação, mas é temporária, conforme artigo 5º,
teoria da destinação, mais importante que a localização é a sua XXV, CF:
utilização. Ex.: se tem fins agrícolas/pecuários e estiver dentro
do perímetro urbana, o imóvel é rural. Para fins de usucapião a Artigo 5º, XXV, CF. No caso de iminente perigo públi-
maioria diz que prevalece a teoria da localização. co, a autoridade competente poderá usar de propriedade
b) Imóveis até 250 m² – Pode dentro de uma posse particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior,
maior isolar área de 250m² e ingressar com a ação? A juris- se houver dano.
prudência é pacífica que a posse desde o início deve ficar
restrita a 250m². Predomina também que o terreno deve ter Se uma pessoa tem uma propriedade, numa situação
250m², não a área construída (a área de um sobrado, por de perigo, o poder público pode se utilizar dela (ex: montar
exemplo, pode ser maior que a de um terreno). uma base para capturar um fugitivo), pois o interesse da
c) 5 anos – houve controvérsia porque a Constituição coletividade é maior que o do indivíduo proprietário.
Federal de 1988 que criou esta modalidade. E se antes de
05 de outubro de 1988 uma pessoa tivesse há 4 anos dentro Direito sucessório
do limite da usucapião urbana? Predominou que só corria o O direito sucessório aparece como uma faceta do direi-
prazo a partir da criação do instituto, não só porque antes to à propriedade, encontrando disciplina constitucional no
não existia e o prazo não podia correr, como também não artigo 5º, XXX e XXXI, CF:
se poderia prejudicar o proprietário.
d) Moradia sua ou de sua família – não basta ter posse,
Artigo 5º, XXX, CF. É garantido o direito de herança;
é preciso que a pessoa more, sozinha ou com sua família, ao
longo de todo o prazo (não só no início ou no final). Logo,
Artigo 5º, XXXI, CF. A sucessão de bens de estrangei-
não cabe acessio temporis por cessão da posse.
e) Nenhum outro imóvel, nem urbano, nem rural, no ros situados no País será regulada pela lei brasileira em be-
Brasil. O usucapiente não prova isso, apenas alega. Se al- nefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não
guém não quiser a usucapião, prova o contrário. Este re- lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
quisito é verificado no momento em que completa 5 anos.
Em relação à previsão da usucapião especial rural, des- O direito à herança envolve o direito de receber – seja
taca-se o artigo 191, CF: devido a uma previsão legal, seja por testamento – bens
de uma pessoa que faleceu. Assim, o patrimônio passa
Art. 191, CF. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel ru- para outra pessoa, conforme a vontade do falecido e/ou
ral ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem a lei determine. A Constituição estabelece uma disciplina
oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta específica para bens de estrangeiros situados no Brasil, as-
hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua famí- segurando que eles sejam repassados ao cônjuge e filhos
lia, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. brasileiros nos termos da lei mais benéfica (do Brasil ou do
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiri- país estrangeiro).
dos por usucapião.

29
DIREITOS HUMANOS

Direito do consumidor O artigo 7° do referido diploma considera como obras


Nos termos do artigo 5º, XXXII, CF: intelectuais que merecem a proteção do direito do autor
os textos de obras de natureza literária, artística ou científi-
Artigo 5º, XXXII, CF. O Estado promoverá, na forma da lei, ca; as conferências, sermões e obras semelhantes; as obras
a defesa do consumidor. cinematográficas e televisivas; as composições musicais;
fotografias; ilustrações; programas de computador; coletâ-
O direito do consumidor liga-se ao direito à propriedade neas e enciclopédias; entre outras.
a partir do momento em que garante à pessoa que irá adqui- Os direitos morais do autor, que são imprescritíveis,
rir bens e serviços que estes sejam entregues e prestados da inalienáveis e irrenunciáveis, envolvem, basicamente, o di-
forma adequada, impedindo que o fornecedor se enrique- reito de reivindicar a autoria da obra, ter seu nome divul-
ça ilicitamente, se aproveite de maneira indevida da posição gado na utilização desta, assegurar a integridade desta ou
menos favorável e de vulnerabilidade técnica do consumidor. modificá-la e retirá-la de circulação se esta passar a afron-
O Direito do Consumidor pode ser considerado um ramo tar sua honra ou imagem.
recente do Direito. No Brasil, a legislação que o regulamen- Já os direitos patrimoniais do autor, nos termos dos ar-
tou foi promulgada nos anos 90, qual seja a Lei nº 8.078, de tigos 41 a 44 da Lei nº 9.610/98, prescrevem em 70 anos
11 de setembro de 1990, conforme determinado pela Cons- contados do primeiro ano seguinte à sua morte ou do
tituição Federal de 1988, que também estabeleceu no artigo falecimento do último coautor, ou contados do primeiro
48 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias: ano seguinte à divulgação da obra se esta for de natureza
audiovisual ou fotográfica. Estes, por sua vez, abrangem,
Artigo 48, ADCT. O Congresso Nacional, dentro de cento e basicamente, o direito de dispor sobre a reprodução, edi-
vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código ção, adaptação, tradução, utilização, inclusão em bases de
de defesa do consumidor. dados ou qualquer outra modalidade de utilização; sendo
que estas modalidades de utilização podem se dar a título
A elaboração do Código de Defesa do Consumidor foi oneroso ou gratuito.
um grande passo para a proteção da pessoa nas relações de “Os direitos autorais, também conhecidos como co-
consumo que estabeleça, respeitando-se a condição de hi- pyright (direito de cópia), são considerados bens móveis,
possuficiente técnico daquele que adquire um bem ou faz podendo ser alienados, doados, cedidos ou locados. Res-
uso de determinado serviço, enquanto consumidor. salte-se que a permissão a terceiros de utilização de cria-
ções artísticas é direito do autor. [...] A proteção consti-
Propriedade intelectual tucional abrange o plágio e a contrafação. Enquanto que
Além da propriedade material, o constituinte protege o primeiro caracteriza-se pela difusão de obra criada ou
também a propriedade intelectual, notadamente no artigo produzida por terceiros, como se fosse própria, a segunda
5º, XXVII, XXVIII e XXIX, CF: configura a reprodução de obra alheia sem a necessária
permissão do autor”27.
Artigo 5º, XXVII, CF. Aos autores pertence o direito exclusi-
vo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, - Direitos de acesso à justiça
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; A formação de um conceito sistemático de acesso à
justiça se dá com a teoria de Cappelletti e Garth, que apon-
Artigo 5º, XXVIII, CF. São assegurados, nos termos da lei: taram três ondas de acesso, isto é, três posicionamentos
a) a proteção às participações individuais em obras básicos para a realização efetiva de tal acesso. Tais ondas
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, in- foram percebidas paulatinamente com a evolução do Di-
clusive nas atividades desportivas; reito moderno conforme implementadas as bases da onda
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econô- anterior, quer dizer, ficou evidente aos autores a emergên-
mico das obras que criarem ou de que participarem aos cria- cia de uma nova onda quando superada a afirmação das
dores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais premissas da onda anterior, restando parcialmente imple-
e associativas; mentada (visto que até hoje enfrentam-se obstáculos ao
pleno atendimento em todas as ondas).
Artigo 5º, XXIX, CF. A lei assegurará aos autores de inven- Primeiro, Cappelletti e Garth28 entendem que surgiu
tos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem uma onda de concessão de assistência judiciária aos po-
como proteção às criações industriais, à propriedade das mar- bres, partindo-se da prestação sem interesse de remunera-
cas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo ção por parte dos advogados e, ao final, levando à criação
em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e de um aparato estrutural para a prestação da assistência
econômico do País. pelo Estado.
27 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fun-
Assim, a propriedade possui uma vertente intelectual damentais: teoria geral, comentários aos artigos 1º a 5º da
que deve ser respeitada, tanto sob o aspecto moral quanto Constituição da República Federativa do Brasil, doutrina e ju-
sob o patrimonial. No âmbito infraconstitucional brasileiro, risprudência. São Paulo: Atlas, 1997.
a Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, regulamenta os 28 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à
direitos autorais, isto é, “os direitos de autor e os que lhes Justiça. Tradução Ellen Grace Northfleet. Porto Alegre: Sér-
são conexos”. gio Antônio Fabris Editor, 1998, p. 31-32.

30
DIREITOS HUMANOS

Em segundo lugar, no entender de Cappelletti e Garth29, Com o tempo se percebeu que não bastava garantir
veio a onda de superação do problema na representação o acesso à justiça se este não fosse célere e eficaz. Não
dos interesses difusos, saindo da concepção tradicional de significa que se deve acelerar o processo em detrimento
processo como algo restrito a apenas duas partes indivi- de direitos e garantias assegurados em lei, mas sim que
dualizadas e ocasionando o surgimento de novas institui- é preciso proporcionar um trâmite que dure nem mais e
ções, como o Ministério Público. nem menos que o necessário para a efetiva realização da
Finalmente, Cappelletti e Garth30 apontam uma terceira justiça no caso concreto.
onda consistente no surgimento de uma concepção mais
ampla de acesso à justiça, considerando o conjunto de ins- - Direitos constitucionais-penais
tituições, mecanismos, pessoas e procedimentos utilizados:
“[...] esse enfoque encoraja a exploração de uma ampla
Juiz natural e vedação ao juízo ou tribunal de ex-
variedade de reformas, incluindo alterações nas formas de
procedimento, mudanças na estrutura dos tribunais ou a ceção
criação de novos tribunais, o uso de pessoas leigas ou pa- Quando o artigo 5º, LIII, CF menciona:
raprofissionais, tanto como juízes quanto como defensores,
modificações no direito substantivo destinadas a evitar li- Artigo 5º, LIII, CF. Ninguém será processado nem sen-
tígios ou facilitar sua solução e a utilização de mecanismos tenciado senão pela autoridade competente”, consolida
privados ou informais de solução dos litígios. Esse enfoque, o princípio do juiz natural que assegura a toda pessoa o
em suma, não receia inovações radicais e compreensivas, direito de conhecer previamente daquele que a julgará no
que vão muito além da esfera de representação judicial”. processo em que seja parte, revestindo tal juízo em juris-
Assim, dentro da noção de acesso à justiça, diversos dição competente para a matéria específica do caso antes
aspectos podem ser destacados: de um lado, deve criar-se mesmo do fato ocorrer.
o Poder Judiciário e se disponibilizar meios para que todas
as pessoas possam buscá-lo; de outro lado, não basta ga- Por sua vez, um desdobramento deste princípio en-
rantir meios de acesso se estes forem insuficientes, já que contra-se no artigo 5º, XXXVII, CF:
para que exista o verdadeiro acesso à justiça é necessário
que se aplique o direito material de maneira justa e célere. Artigo 5º, XXXVII, CF. Não haverá juízo ou tribunal de
Relacionando-se à primeira onda de acesso à justiça, exceção.
prevê a Constituição em seu artigo 5º, XXXV:
Juízo ou Tribunal de Exceção é aquele especialmente
Artigo 5º, XXXV, CF. A lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. criado para uma situação pretérita, bem como não reco-
nhecido como legítimo pela Constituição do país.
O princípio da inafastabilidade da jurisdição é o princí-
pio de Direito Processual Público subjetivo, também cunha- Tribunal do júri
do como Princípio da Ação, em que a Constituição garante A respeito da competência do Tribunal do júri, prevê
a necessária tutela estatal aos conflitos ocorrentes na vida o artigo 5º, XXXVIII, CF:
em sociedade. Sempre que uma controvérsia for levada ao
Poder Judiciário, preenchidos os requisitos de admissibili- Artigo 5º, XXXVIII. É reconhecida a instituição do júri,
dade, ela será resolvida, independentemente de haver ou com a organização que lhe der a lei, assegurados:
não previsão específica a respeito na legislação. a) a plenitude de defesa;
Também se liga à primeira onda de acesso à justiça, b) o sigilo das votações;
no que tange à abertura do Judiciário mesmo aos menos c) a soberania dos veredictos;
favorecidos economicamente, o artigo 5º, LXXIV, CF: d) a competência para o julgamento dos crimes dolo-
sos contra a vida.
Artigo 5º, LXXIV, CF. O Estado prestará assistência jurí-
dica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiên- O Tribunal do Júri é formado por pessoas do povo,
cia de recursos.
que julgam os seus pares. Entende-se ser direito fun-
damental o de ser julgado por seus iguais, membros da
O constituinte, ciente de que não basta garantir o aces-
so ao Poder Judiciário, sendo também necessária a efeti- sociedade e não magistrados, no caso de determinados
vidade processual, incluiu pela Emenda Constitucional nº crimes que por sua natureza possuem fortes fatores de
45/2004 o inciso LXXVIII ao artigo 5º da Constituição: influência emocional.
Plenitude da defesa envolve tanto a autodefesa
Artigo 5º, LXXVIII, CF. A todos, no âmbito judicial e ad- quanto a defesa técnica e deve ser mais ampla que a de-
ministrativo, são assegurados a razoável duração do pro- nominada ampla defesa assegurada em todos os proce-
cesso e os meios que garantam a celeridade de sua trami- dimentos judiciais e administrativos.
tação. Sigilo das votações envolve a realização de votações
29 Ibid., p. 49-52 secretas, preservando a liberdade de voto dos que com-
30 Ibid., p. 67-73 põem o conselho que irá julgar o ato praticado.

31
DIREITOS HUMANOS

A decisão tomada pelo conselho é soberana. Contu- Artigo 5º, XLII, CF. A prática do racismo constitui crime
do, a soberania dos veredictos veda a alteração das deci- inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos
sões dos jurados, não a recorribilidade dos julgamentos do termos da lei.
Tribunal do Júri para que seja procedido novo julgamento
uma vez cassada a decisão recorrida, haja vista preservar A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 define os crimes
o ordenamento jurídico pelo princípio do duplo grau de resultantes de preconceito de raça ou de cor. Contra eles não
jurisdição. cabe fiança (pagamento de valor para deixar a prisão provisória)
Por fim, a competência para julgamento é dos crimes e não se aplica o instituto da prescrição (perda de pretensão de
dolosos (em que há intenção ou ao menos se assume o se processar/punir uma pessoa pelo decurso do tempo).
risco de produção do resultado) contra a vida, que são: ho- Não obstante, preconiza ao artigo 5º, XLIII, CF:
micídio, aborto, induzimento, instigação ou auxílio a sui-
cídio e infanticídio. Sua competência não é absoluta e é Artigo 5º, XLIII, CF. A lei considerará crimes inafiançáveis e
mitigada, por vezes, pela própria Constituição (artigos 29, insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico
X / 102, I, b) e c) / 105, I, a) / 108, I). ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
Anterioridade e irretroatividade da lei executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.
O artigo 5º, XXXIX, CF preconiza:
Anistia, graça e indulto diferenciam-se nos seguintes ter-
Artigo5º, XXXIX, CF. Não há crime sem lei anterior que mos: a anistia exclui o crime, rescinde a condenação e extingue
o defina, nem pena sem prévia cominação legal. totalmente a punibilidade, a graça e o indulto apenas extin-
guem a punibilidade, podendo ser parciais; a anistia, em regra,
É a consagração da regra do nullum crimen nulla poena atinge crimes políticos, a graça e o indulto, crimes comuns; a
sine praevia lege. Simultaneamente, se assegura o princípio anistia pode ser concedida pelo Poder Legislativo, a graça e o in-
da legalidade (ou reserva legal), na medida em que não há dulto são de competência exclusiva do Presidente da República;
crime sem lei que o defina, nem pena sem prévia comina- a anistia pode ser concedida antes da sentença final ou depois
da condenação irrecorrível, a graça e o indulto pressupõem o
ção legal, e o princípio da anterioridade, posto que não há
trânsito em julgado da sentença condenatória; graça e o indulto
crime sem lei anterior que o defina.
apenas extinguem a punibilidade, persistindo os efeitos do cri-
Ainda no que tange ao princípio da anterioridade, tem-
me, apagados na anistia; graça é em regra individual e solicitada,
-se o artigo 5º, XL, CF:
enquanto o indulto é coletivo e espontâneo.
Não cabe graça, anistia ou indulto (pode-se considerar que
Artigo 5º, XL, CF. A lei penal não retroagirá, salvo para
o artigo o abrange, pela doutrina majoritária) contra crimes de
beneficiar o réu.
tortura, tráfico, terrorismo (TTT) e hediondos (previstos na Lei nº
8.072 de 25 de julho de 1990). Além disso, são crimes que não
O dispositivo consolida outra faceta do princípio da aceitam fiança.
anterioridade: se, por um lado, é necessário que a lei tenha Ainda, prevê o artigo 5º, XLIV, CF:
definido um fato como crime e dado certo tratamento pe-
nal a este fato (ex.: pena de detenção ou reclusão, tempo Artigo 5º, XLIV, CF. Constitui crime inafiançável e impres-
de pena, etc.) antes que ele ocorra; por outro lado, se vier critível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
uma lei posterior ao fato que o exclua do rol de crimes ou ordem constitucional e o Estado Democrático.
que confira tratamento mais benéfico (diminuindo a pena
ou alterando o regime de cumprimento, notadamente), ela Por fim, dispõe a CF sobre a possibilidade de extradição de
será aplicada. Restam consagrados tanto o princípio da ir- brasileiro naturalizado caso esteja envolvido com tráfico ilícito
retroatividade da lei penal in pejus quanto o da retroativi- de entorpecentes:
dade da lei penal mais benéfica.
Artigo 5º, LI, CF. Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
Menções específicas a crimes naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da na-
O artigo 5º, XLI, CF estabelece: turalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.
Artigo 5º, XLI, CF. A lei punirá qualquer discriminação
atentatória dos direitos e liberdades fundamentais. Personalidade da pena
A personalidade da pena encontra respaldo no artigo 5º,
Sendo assim confere fórmula genérica que remete ao XLV, CF:
princípio da igualdade numa concepção ampla, razão pela
qual práticas discriminatórias não podem ser aceitas. No Artigo 5º, XLV, CF. Nenhuma pena passará da pessoa do
entanto, o constituinte entendeu por bem prever tratamen- condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a de-
to específico a certas práticas criminosas. cretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, esten-
Neste sentido, prevê o artigo 5º, XLII, CF: didas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do
valor do patrimônio transferido.

32
DIREITOS HUMANOS

O princípio da personalidade encerra o comando de o Artigo 5º, L, CF. Às presidiárias serão asseguradas con-
crime ser imputado somente ao seu autor, que é, por seu dições para que possam permanecer com seus filhos duran-
turno, a única pessoa passível de sofrer a sanção. Seria fla- te o período de amamentação.
grante a injustiça se fosse possível alguém responder pelos
atos ilícitos de outrem: caso contrário, a reação, ao invés de Preserva-se a individualização da pena porque é to-
restringir-se ao malfeitor, alcançaria inocentes. Contudo, se mada a condição peculiar da presa que possui filho no
uma pessoa deixou patrimônio e faleceu, este patrimônio período de amamentação, mas também se preserva a
responderá pelas repercussões financeiras do ilícito. dignidade da criança, não a afastando do seio materno
de maneira precária e impedindo a formação de vínculo
Individualização da pena pela amamentação.
A individualização da pena tem por finalidade concre-
tizar o princípio de que a responsabilização penal é sempre
Vedação de determinadas penas
pessoal, devendo assim ser aplicada conforme as peculia-
O constituinte viu por bem proibir algumas espécies
ridades do agente.
de penas, consoante ao artigo 5º, XLVII, CF:
A primeira menção à individualização da pena se en-
contra no artigo 5º, XLVI, CF:
Artigo 5º, XLVII, CF. não haverá penas:
Artigo 5º, XLVI, CF. A lei regulará a individualização da a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
pena e adotará, entre outras, as seguintes: termos do art. 84, XIX;
a) privação ou restrição da liberdade; b) de caráter perpétuo;
b) perda de bens; c) de trabalhos forçados;
c) multa; d) de banimento;
d) prestação social alternativa; e) cruéis.
e) suspensão ou interdição de direitos.
Em resumo, o inciso consolida o princípio da humani-
Pelo princípio da individualização da pena, a pena deve dade, pelo qual o “poder punitivo estatal não pode apli-
ser individualizada nos planos legislativo, judiciário e exe- car sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana
cutório, evitando-se a padronização a sanção penal. A in- ou que lesionem a constituição físico-psíquica dos con-
dividualização da pena significa adaptar a pena ao conde- denados”31 .
nado, consideradas as características do agente e do delito. Quanto à questão da pena de morte, percebe-se que
A pena privativa de liberdade é aquela que restringe, o constituinte não estabeleceu uma total vedação, au-
com maior ou menor intensidade, a liberdade do condena-
torizando-a nos casos de guerra declarada. Obviamente,
do, consistente em permanecer em algum estabelecimento
deve-se respeitar o princípio da anterioridade da lei, ou
prisional, por um determinado tempo.
A pena de multa ou patrimonial opera uma diminuição seja, a legislação deve prever a pena de morte ao fato
do patrimônio do indivíduo delituoso. antes dele ser praticado. No ordenamento brasileiro, este
A prestação social alternativa corresponde às penas papel é cumprido pelo Código Penal Militar (Decreto-Lei
restritivas de direitos, autônomas e substitutivas das penas nº 1.001/1969), que prevê a pena de morte a ser execu-
privativas de liberdade, estabelecidas no artigo 44 do Có- tada por fuzilamento nos casos tipificados em seu Livro
digo Penal. II, que aborda os crimes militares em tempo de guerra.
Por seu turno, a individualização da pena deve também Por sua vez, estão absolutamente vedadas em quais-
se fazer presente na fase de sua execução, conforme se de- quer circunstâncias as penas de caráter perpétuo, de tra-
preende do artigo 5º, XLVIII, CF: balhos forçados, de banimento e cruéis.
No que tange aos trabalhos forçados, vale destacar
Artigo 5º, XLVIII, CF. A pena será cumprida em estabe- que o trabalho obrigatório não é considerado um trata-
lecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, mento contrário à dignidade do recluso, embora o traba-
a idade e o sexo do apenado. lho forçado o seja. O trabalho é obrigatório, dentro das
condições do apenado, não podendo ser cruel ou me-
A distinção do estabelecimento conforme a natureza nosprezar a capacidade física e intelectual do condenado;
do delito visa impedir que a prisão se torne uma faculdade como o trabalho não existe independente da educação,
do crime. Infelizmente, o Estado não possui aparato sufi-
cabe incentivar o aperfeiçoamento pessoal; até mesmo
ciente para cumprir tal diretiva, diferenciando, no máximo,
porque o trabalho deve se aproximar da realidade do
o nível de segurança das prisões. Quanto à idade, desta-
mundo externo, será remunerado; além disso, condições
cam-se as Fundações Casas, para cumprimento de medida
por menores infratores. Quanto ao sexo, prisões costumam de dignidade e segurança do trabalhador, como descan-
ser exclusivamente para homens ou para mulheres. so semanal e equipamentos de proteção, deverão ser res-
Também se denota o respeito à individualização da peitados.
pena nesta faceta pelo artigo 5º, L, CF: 31 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito
penal. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1.

33
DIREITOS HUMANOS

Respeito à integridade do preso Provas ilícitas, por força da nova redação dada ao arti-
Prevê o artigo 5º, XLIX, CF: go 157 do CPP, são as obtidas em violação a normas cons-
titucionais ou legai, ou seja, prova ilícita é a que viola regra
Artigo 5º, XLIX, CF. É assegurado aos presos o respeito à de direito material, constitucional ou legal, no momento da
integridade física e moral. sua obtenção. São vedadas porque não se pode aceitar o
descumprimento do ordenamento para fazê-lo cumprir: se-
Obviamente, o desrespeito à integridade física e moral ria paradoxal.
do preso é uma violação do princípio da dignidade da pes-
soa humana. Presunção de inocência
Dois tipos de tratamentos que violam esta integridade Prevê a Constituição no artigo 5º, LVII:
estão mencionados no próprio artigo 5º da Constituição Fe-
deral. Em primeiro lugar, tem-se a vedação da tortura e de Artigo 5º, LVII, CF. Ninguém será considerado culpado
tratamentos desumanos e degradantes (artigo 5º, III, CF), o até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
que vale na execução da pena.
No mais, prevê o artigo 5º, LVIII, CF: Consolida-se o princípio da presunção de inocência,
pelo qual uma pessoa não é culpada até que, em definitivo,
Artigo 5º, LVIII, CF. O civilmente identificado não será o Judiciário assim decida, respeitados todos os princípios e
submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses pre- garantias constitucionais.
vistas em lei.
Ação penal privada subsidiária da pública
Se uma pessoa possui identificação civil, não há por- Nos termos do artigo 5º, LIX, CF:
que fazer identificação criminal, colhendo digitais, fotos, etc.
Pensa-se que seria uma situação constrangedora desneces- Artigo 5º, LIX, CF. Será admitida ação privada nos cri-
sária ao suspeito, sendo assim, violaria a integridade moral. mes de ação pública, se esta não for intentada no prazo le-
gal.
Devido processo legal, contraditório e ampla defesa
Estabelece o artigo 5º, LIV, CF: A chamada ação penal privada subsidiária da pública
encontra respaldo constitucional, assegurando que a omis-
são do poder público na atividade de persecução criminal
Artigo 5º, LIV, CF. Ninguém será privado da liberdade ou
não será ignorada, fornecendo-se instrumento para que o
de seus bens sem o devido processo legal.
interessado a proponha.
Pelo princípio do devido processo legal a legislação
Prisão e liberdade
deve ser respeitada quando o Estado pretender punir al-
O constituinte confere espaço bastante extenso no ar-
guém judicialmente. Logo, o procedimento deve ser livre de tigo 5º em relação ao tratamento da prisão, notadamente
vícios e seguir estritamente a legislação vigente, sob pena de por se tratar de ato que vai contra o direito à liberdade. Ob-
nulidade processual. viamente, a prisão não é vedada em todos os casos, porque
Surgem como corolário do devido processo legal o con- práticas atentatórias a direitos fundamentais implicam na
traditório e a ampla defesa, pois somente um procedimento tipificação penal, autorizando a restrição da liberdade da-
que os garanta estará livre dos vícios. Neste sentido, o artigo quele que assim agiu.
5º, LV, CF: No inciso LXI do artigo 5º, CF, prevê-se:
Artigo 5º, LV, CF. Aos litigantes, em processo judicial ou Artigo 5º, LXI, CF. Ninguém será preso senão em flagran-
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o te delito ou por ordem escrita e fundamentada de autori-
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a dade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão
ela inerentes. militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.

O devido processo legal possui a faceta formal, pela qual Logo, a prisão somente se dará em caso de flagrante
se deve seguir o adequado procedimento na aplicação da lei delito (necessariamente antes do trânsito em julgado), ou
e, sendo assim, respeitar o contraditório e a ampla defesa. em caráter temporário, provisório ou definitivo (as duas pri-
Não obstante, o devido processo legal tem sua faceta mate- meiras independente do trânsito em julgado, preenchidos
rial que consiste na tomada de decisões justas, que respei- requisitos legais e a última pela irreversibilidade da conde-
tem os parâmetros da razoabilidade e da proporcionalidade. nação).
Aborda-se no artigo 5º, LXII o dever de comunicação ao
Vedação de provas ilícitas juiz e à família ou pessoa indicada pelo preso:
Conforme o artigo 5º, LVI, CF:
Artigo 5º, LXII, CF. A prisão de qualquer pessoa e o local
Artigo 5º, LVI, CF. São inadmissíveis, no processo, as pro- onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
vas obtidas por meios ilícitos. competente e à família do preso ou à pessoa por ele indi-
cada.

34
DIREITOS HUMANOS

Não obstante, o preso deverá ser informado de todos Daí se depreende que os direitos ou garantias podem
os seus direitos, inclusive o direito ao silêncio, podendo estar expressos ou implícitos no texto constitucional. Sen-
entrar em contato com sua família e com um advogado, do assim, o rol enumerado nos incisos do artigo 5º é ape-
conforme artigo 5º, LXIII, CF: nas exemplificativo, não taxativo.

Artigo 5º, LXIII, CF. O preso será informado de seus direi- 5) Tratados internacionais incorporados ao ordena-
tos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe asse- mento interno
gurada a assistência da família e de advogado. Estabelece o artigo 5º, § 2º, CF que os direitos e garan-
tias podem decorrer, dentre outras fontes, dos “tratados in-
Estabelece-se no artigo 5º, LXIV, CF: ternacionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte”.
Artigo 5º, LXIV, CF. O preso tem direito à identificação Para o tratado internacional ingressar no ordenamen-
dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório to jurídico brasileiro deve ser observado um procedimento
policial. complexo, que exige o cumprimento de quatro fases: a ne-
gociação (bilateral ou multilateral, com posterior assinatura
Por isso mesmo, o auto de prisão em flagrante e a ata do Presidente da República), submissão do tratado assina-
do depoimento do interrogatório são assinados pelas auto- do ao Congresso Nacional (que dará referendo por meio
ridades envolvidas nas práticas destes atos procedimentais. do decreto legislativo), ratificação do tratado (confirmação
Ainda, a legislação estabelece inúmeros requisitos para da obrigação perante a comunidade internacional) e a pro-
que a prisão seja validada, sem os quais cabe relaxamento, mulgação e publicação do tratado pelo Poder Executivo32.
tanto que assim prevê o artigo 5º, LXV, CF: Notadamente, quando o constituinte menciona os tratados
internacionais no §2º do artigo 5º refere-se àqueles que te-
Artigo 5º, LXV, CF. A prisão ilegal será imediatamente nham por fulcro ampliar o rol de direitos do artigo 5º, ou
relaxada pela autoridade judiciária. seja, tratado internacional de direitos humanos.
O §1° e o §2° do artigo 5° existiam de maneira originá-
Desta forma, como decorrência lógica, tem-se a previ- ria na Constituição Federal, conferindo o caráter de primazia
são do artigo 5º, LXVI, CF: dos direitos humanos, desde logo consagrando o princípio
da primazia dos direitos humanos, como reconhecido pela
Artigo 5º, LXVI, CF. Ninguém será levado à prisão ou nela doutrina e jurisprudência majoritários na época. “O princípio
mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com
da primazia dos direitos humanos nas relações internacionais
ou sem fiança.
implica em que o Brasil deve incorporar os tratados quanto
ao tema ao ordenamento interno brasileiro e respeitá-los.
Mesmo que a pessoa seja presa em flagrante, devido
Implica, também em que as normas voltadas à proteção da
ao princípio da presunção de inocência, entende-se que ela
dignidade em caráter universal devem ser aplicadas no Brasil
não deve ser mantida presa quando não preencher os re-
em caráter prioritário em relação a outras normas”33.
quisitos legais para prisão preventiva ou temporária.
Regra geral, os tratados internacionais comuns ingres-
sam com força de lei ordinária no ordenamento jurídico bra-
Indenização por erro judiciário
A disciplina sobre direitos decorrentes do erro judiciário sileiro porque somente existe previsão constitucional quanto
encontra-se no artigo 5º, LXXV, CF: à possibilidade da equiparação às emendas constitucionais
se o tratado abranger matéria de direitos humanos. Antes
Artigo 5º, LXXV, CF. O Estado indenizará o condenado da emenda alterou o quadro quanto aos tratados de direitos
por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do humanos, era o que acontecia, mas isso não significa que
tempo fixado na sentença. tais direitos eram menos importantes devido ao princípio da
primazia e ao reconhecimento dos direitos implícitos.
Trata-se do erro em que incorre um juiz na apreciação e Por seu turno, com o advento da Emenda Constitucional
julgamento de um processo criminal, resultando em conde- nº 45/04 se introduziu o §3º ao artigo 5º da Constituição
nação de alguém inocente. Neste caso, o Estado indenizará. Federal, de modo que os tratados internacionais de direitos
Ele também indenizará uma pessoa que ficar presa além do humanos foram equiparados às emendas constitucionais,
tempo que foi condenada a cumprir. desde que houvesse a aprovação do tratado em cada Casa
do Congresso Nacional e obtivesse a votação em dois tur-
4) Direitos fundamentais implícitos nos e com três quintos dos votos dos respectivos membros:
Nos termos do § 2º do artigo 5º da Constituição Fede-
ral: 32 VICENTE SOBRINHO, Benedito. Direitos
Fundamentais e Prisão Civil. Porto Alegre: Sérgio An-
Artigo 5º, §2º, CF. Os direitos e garantias expressos nesta tonio Fabris Editor, 2008.
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos 33 PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais Internacional Público e Privado. Salvador: JusPodi-
em que a República Federativa do Brasil seja parte. vm, 2009.

35
DIREITOS HUMANOS

Art. 5º, § 3º, CF. Os tratados e convenções interna- nacionais, violação tortura, apartheid, escravidão sexual,
cionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em prostituição forçada, esterilização, etc. São crimes de guer-
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três ra: homicídio internacional, destruição de bens não justifi-
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalen- cada pela guerra, deportação, forçar um prisioneiro a servir
tes às emendas constitucionais. nas forças inimigas, etc.”.

Logo, a partir da alteração constitucional, os tratados 1) Princípios da Administração Pública


de direitos humanos que ingressarem no ordenamento ju- Os valores éticos inerentes ao Estado, os quais permi-
rídico brasileiro, versando sobre matéria de direitos huma- tem que ele consolide o bem comum e garanta a preser-
nos, irão passar por um processo de aprovação semelhante vação dos interesses da coletividade, se encontram exte-
ao da emenda constitucional. riorizados em princípios e regras. Estes, por sua vez, são
Contudo, há posicionamentos conflituosos quanto à estabelecidos na Constituição Federal e em legislações in-
possibilidade de considerar como hierarquicamente cons- fraconstitucionais, a exemplo das que serão estudadas nes-
titucional os tratados internacionais de direitos humanos te tópico, quais sejam: Decreto n° 1.171/94, Lei n° 8.112/90
que ingressaram no ordenamento jurídico brasileiro ante- e Lei n° 8.429/92.
riormente ao advento da referida emenda. Tal discussão se Todas as diretivas de leis específicas sobre a ética no
deu com relação à prisão civil do depositário infiel, prevista setor público partem da Constituição Federal, que estabe-
como legal na Constituição e ilegal no Pacto de São José lece alguns princípios fundamentais para a ética no setor
da Costa Rica (tratado de direitos humanos aprovado antes público. Em outras palavras, é o texto constitucional do ar-
da EC nº 45/04), sendo que o Supremo Tribunal Federal tigo 37, especialmente o caput, que permite a compreen-
firmou o entendimento pela supralegalidade do tratado de são de boa parte do conteúdo das leis específicas, porque
direitos humanos anterior à Emenda (estaria numa posição possui um caráter amplo ao preconizar os princípios fun-
que paralisaria a eficácia da lei infraconstitucional, mas não damentais da administração pública. Estabelece a Consti-
revogaria a Constituição no ponto controverso). tuição Federal:

6) Tribunal Penal Internacional Artigo 37, CF. A administração pública direta e indireta
Preconiza o artigo 5º, CF em seu § 4º: de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legali-
Artigo 5º, §4º, CF. O Brasil se submete à jurisdição de dade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifes- também, ao seguinte: [...]
tado adesão.
São princípios da administração pública, nesta ordem:
O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional foi Legalidade
promulgado no Brasil pelo Decreto nº 4.388 de 25 de se- Impessoalidade
tembro de 2002. Ele contém 128 artigos e foi elaborado em Moralidade
Roma, no dia 17 de julho de 1998, regendo a competência Publicidade
e o funcionamento deste Tribunal voltado às pessoas res- Eficiência
ponsáveis por crimes de maior gravidade com repercussão Para memorizar: veja que as iniciais das palavras for-
internacional (artigo 1º, ETPI). mam o vocábulo LIMPE, que remete à limpeza esperada da
“Ao contrário da Corte Internacional de Justiça, cuja ju- Administração Pública. É de fundamental importância um
risdição é restrita a Estados, ao Tribunal Penal Internacional olhar atento ao significado de cada um destes princípios,
compete o processo e julgamento de violações contra indi- posto que eles estruturam todas as regras éticas prescritas
víduos; e, distintamente dos Tribunais de crimes de guerra no Código de Ética e na Lei de Improbidade Administrativa,
da Iugoslávia e de Ruanda, criados para analisarem crimes tomando como base os ensinamentos de Carvalho Filho36
cometidos durante esses conflitos, sua jurisdição não está e Spitzcovsky37:
restrita a uma situação específica”34. a) Princípio da legalidade: Para o particular, legali-
Resume Mello35: “a Conferência das Nações Unidas so- dade significa a permissão de fazer tudo o que a lei não
bre a criação de uma Corte Criminal Internacional, reunida proíbe. Contudo, como a administração pública representa
em Roma, em 1998, aprovou a referida Corte. Ela é perma- os interesses da coletividade, ela se sujeita a uma relação
nente. Tem sede em Haia. A corte tem personalidade inter- de subordinação, pela qual só poderá fazer o que a lei ex-
nacional. Ela julga: a) crime de genocídio; b) crime contra pressamente determina (assim, na esfera estatal, é preciso
a humanidade; c) crime de guerra; d) crime de agressão. lei anterior editando a matéria para que seja preservado o
Para o crime de genocídio usa a definição da convenção princípio da legalidade). A origem deste princípio está na
de 1948. Como crimes contra a humanidade são citados: criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio
assassinato, escravidão, prisão violando as normas inter- Estado deve respeitar as leis que dita.
34 NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional 36 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
Público & Direito Internacional Privado. 3. ed. São Paulo: direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris,
Atlas, 2009. 2010.
35 MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito 37 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13.
Internacional Público. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2000. ed. São Paulo: Método, 2011.

36
DIREITOS HUMANOS

b) Princípio da impessoalidade: Por força dos interes- Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de par-
ses que representa, a administração pública está proibida ticipação do usuário na administração pública direta e
de promover discriminações gratuitas. Discriminar é tratar indireta, regulando especialmente:
alguém de forma diferente dos demais, privilegiando ou I - as reclamações relativas à prestação dos serviços
prejudicando. Segundo este princípio, a administração pú- públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de
blica deve tratar igualmente todos aqueles que se encon- atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
trem na mesma situação jurídica (princípio da isonomia ou interna, da qualidade dos serviços;
igualdade). Por exemplo, a licitação reflete a impessoalida- II - o acesso dos usuários a registros administrativos e
de no que tange à contratação de serviços. O princípio da a informações sobre atos de governo, observado o disposto
impessoalidade correlaciona-se ao princípio da finalidade, no art. 5º, X e XXXIII;
pelo qual o alvo a ser alcançado pela administração públi- III - a disciplina da representação contra o exercício ne-
ca é somente o interesse público. Com efeito, o interesse gligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na admi-
particular não pode influenciar no tratamento das pessoas, nistração pública.
já que deve-se buscar somente a preservação do interesse
coletivo. e) Princípio da eficiência: A administração pública
c) Princípio da moralidade: A posição deste princí- deve manter o ampliar a qualidade de seus serviços com
pio no artigo 37 da CF representa o reconhecimento de controle de gastos. Isso envolve eficiência ao contratar pes-
uma espécie de moralidade administrativa, intimamente soas (o concurso público seleciona os mais qualificados ao
relacionada ao poder público. A administração pública não exercício do cargo), ao manter tais pessoas em seus cargos
atua como um particular, de modo que enquanto o des- (pois é possível exonerar um servidor público por ineficiên-
cumprimento dos preceitos morais por parte deste parti- cia) e ao controlar gastos (limitando o teto de remunera-
cular não é punido pelo Direito (a priori), o ordenamento ção), por exemplo. O núcleo deste princípio é a procura
jurídico adota tratamento rigoroso do comportamento por produtividade e economicidade. Alcança os serviços
imoral por parte dos representantes do Estado. O princípio públicos e os serviços administrativos internos, se referindo
da moralidade deve se fazer presente não só para com os diretamente à conduta dos agentes.
administrados, mas também no âmbito interno. Está indis- Além destes cinco princípios administrativo-constitu-
sociavelmente ligado à noção de bom administrador, que cionais diretamente selecionados pelo constituinte, podem
não somente deve ser conhecedor da lei, mas também dos ser apontados como princípios de natureza ética relaciona-
princípios éticos regentes da função administrativa. TODO dos à função pública a probidade e a motivação:
ATO IMORAL SERÁ DIRETAMENTE ILEGAL OU AO MENOS a) Princípio da probidade: um princípio constitucio-
IMPESSOAL, daí a intrínseca ligação com os dois princípios nal incluído dentro dos princípios específicos da licitação,
anteriores. é o dever de todo o administrador público, o dever de ho-
d) Princípio da publicidade: A administração pública nestidade e fidelidade com o Estado, com a população, no
é obrigada a manter transparência em relação a todos seus desempenho de suas funções. Possui contornos mais defi-
atos e a todas informações armazenadas nos seus ban- nidos do que a moralidade. Diógenes Gasparini38 alerta que
cos de dados. Daí a publicação em órgãos da imprensa e alguns autores tratam veem como distintos os princípios
a afixação de portarias. Por exemplo, a própria expressão da moralidade e da probidade administrativa, mas não há
concurso público (art. 37, II, CF) remonta ao ideário de que características que permitam tratar os mesmos como pro-
todos devem tomar conhecimento do processo seletivo de cedimentos distintos, sendo no máximo possível afirmar
servidores do Estado. Diante disso, como será visto, se ne- que a probidade administrativa é um aspecto particular da
gar indevidamente a fornecer informações ao administrado moralidade administrativa.
caracteriza ato de improbidade administrativa. b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida ao
No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que administrador de motivar todos os atos que edita, gerais
o princípio da publicidade seja deturpado em propaganda ou de efeitos concretos. É considerado, entre os demais
político-eleitoral: princípios, um dos mais importantes, uma vez que sem a
motivação não há o devido processo legal, uma vez que a
Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas, fundamentação surge como meio interpretativo da decisão
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter que levou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro
caráter educativo, informativo ou de orientação social, meio de viabilização do controle da legalidade dos atos da
dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que Administração.
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servido- Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicá-
res públicos. vel ao caso concreto e relacionar os fatos que concreta-
mente levaram à aplicação daquele dispositivo legal. Todos
Somente pela publicidade os indivíduos controlarão os atos administrativos devem ser motivados para que o
a legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os Judiciário possa controlar o mérito do ato administrativo
instrumentos para proteção são o direito de petição e as quanto à sua legalidade. Para efetuar esse controle, devem
certidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e - resi- ser observados os motivos dos atos administrativos.
dualmente - do mandado de segurança. Neste viés, ainda, 38 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª
prevê o artigo 37, CF em seu §3º: ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

37
DIREITOS HUMANOS

Em relação à necessidade de motivação dos atos admi- Destaca-se a exceção ao inciso I do artigo 5° da Lei nº
nistrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta um único 8.112/1990 e do inciso I do artigo 37, CF, prevista no artigo
comportamento possível) e dos atos discricionários (aque- 207 da Constituição, permitindo que estrangeiros assumam
les que a lei, dentro dos limites nela previstos, aponta um cargos no ramo da pesquisa, ciência e tecnologia.
ou mais comportamentos possíveis, de acordo com um juízo
de conveniência e oportunidade), a doutrina é uníssona na Artigo 37, II, CF. A investidura em cargo ou emprego pú-
determinação da obrigatoriedade de motivação com relação blico depende de aprovação prévia em concurso público de
aos atos administrativos vinculados; todavia, diverge quanto à provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
referida necessidade quanto aos atos discricionários. complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
Meirelles39 entende que o ato discricionário, editado sob ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
os limites da Lei, confere ao administrador uma margem de em lei de livre nomeação e exoneração.
liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportunida-
de, não sendo necessária a motivação. No entanto, se houver Preconiza o artigo 10 da Lei nº 8.112/1990:
tal fundamentação, o ato deverá condicionar-se a esta, em
razão da necessidade de observância da Teoria dos Moti-
Artigo 10, Lei nº 8.112/90. A nomeação para cargo de car-
vos Determinantes. O entendimento majoritário da doutrina,
reira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de pré-
porém, é de que, mesmo no ato discricionário, é necessária
via habilitação em concurso público de provas ou de provas e
a motivação para que se saiba qual o caminho adotado pelo
administrador. Gasparini40, com respaldo no art. 50 da Lei títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua
n. 9.784/98, aponta inclusive a superação de tais discussões validade.
doutrinárias, pois o referido artigo exige a motivação para Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o
todos os atos nele elencados, compreendendo entre estes, desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção,
tanto os atos discricionários quanto os vinculados. serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de
carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos.
2) Regras mínimas sobre direitos e deveres dos ser-
vidores No concurso de provas o candidato é avaliado apenas
O artigo 37 da Constituição Federal estabelece os princí- pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos concur-
pios da administração pública estudados no tópico anterior, sos de provas e títulos o seu currículo em toda sua atividade
aos quais estão sujeitos servidores de quaisquer dos Pode- profissional também é considerado. Cargo em comissão é o
res em qualquer das esferas federativas, e, em seus incisos, cargo de confiança, que não exige concurso público, sendo
regras mínimas sobre o serviço público: exceção à regra geral.

Artigo 37, I, CF. Os cargos, empregos e funções públicas Artigo 37, III, CF. O prazo de validade do concurso público
são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual pe-
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma ríodo.
da lei.
Artigo 37, IV, CF. Durante o prazo improrrogável previsto
Aprofundando a questão, tem-se o artigo 5º da Lei nº no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público
8.112/1990, que prevê: de provas ou de provas e títulos será convocado com priorida-
de sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego,
Artigo 5º, Lei nº 8.112/1990. São requisitos básicos para na carreira.
investidura em cargo público:
I - a nacionalidade brasileira; Prevê o artigo 12 da Lei nº 8.112/1990:
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; Artigo 12, Lei nº 8.112/1990. O concurso público terá vali-
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do dade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única
cargo; vez, por igual período.
V - a idade mínima de dezoito anos; §1º O prazo de validade do concurso e as condições de
VI - aptidão física e mental. sua realização serão fixados em edital, que será publicado no
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigên- Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
cia de outros requisitos estabelecidos em lei. [...] § 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver can-
§ 3º As universidades e instituições de pesquisa cientí- didato aprovado em concurso anterior com prazo de validade
fica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com não expirado.
professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo
com as normas e os procedimentos desta Lei. O edital delimita questões como valor da taxa de ins-
39 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo crição, casos de isenção, número de vagas e prazo de vali-
brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993. dade. Havendo candidatos aprovados na vigência do prazo
40 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª do concurso, ele deve ser chamado para assumir eventual
ed. São Paulo: Saraiva, 2004. vaga e não ser realizado novo concurso.

38
DIREITOS HUMANOS

Destaca-se que o §2º do artigo 37, CF, prevê:

Artigo 37, §2º, CF. A não-observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autori-
dade responsável, nos termos da lei.

Com efeito, há tratamento rigoroso da responsabilização daquele que viola as diretrizes mínimas sobre o ingresso no
serviço público, que em regra se dá por concurso de provas ou de provas e títulos.

Artigo 37, V, CF. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os car-
gos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos
em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

Observa-se o seguinte quadro comparativo41:

Função de Confiança Cargo em Comissão


Exercidas exclusivamente por servidores ocupan- Qualquer pessoa, observado o percentual mínimo
tes de cargo efetivo. reservado ao servidor de carreira.
Com concurso público, já que somente pode exer- Sem concurso público, ressalvado o percentual
cê-la o servidor de cargo efetivo, mas a função em mínimo reservado ao servidor de carreira.
si não prescindível de concurso público.
Somente são conferidas atribuições e responsabi- É atribuído posto (lugar) num dos quadros da
lidade Administração Pública, conferida atribuições e
responsabilidade àquele que irá ocupá-lo
Destinam-se apenas às atribuições de direção, Destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento chefia e assessoramento
De livre nomeação e exoneração no que se refere De livre nomeação e exoneração
à função e não em relação ao cargo efetivo.

Artigo 37, VI, CF. É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.

A liberdade de associação é garantida aos servidores públicos tal como é garantida a todos na condição de direito
individual e de direito social.

Artigo 37, VII, CF. O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica.

O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores públicos possuem o direito de greve, devendo se atentar pela
preservação da sociedade quando exercê-lo. Enquanto não for elaborada uma legislação específica para os funcionários
públicos, deverá ser obedecida a lei geral de greve para os funcionários privados, qual seja a Lei n° 7.783/89 (Mandado de
Injunção nº 20).

Artigo 37, VIII, CF. A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiên-
cia e definirá os critérios de sua admissão.

Neste sentido, o §2º do artigo 5º da Lei nº 8.112/1990:

Artigo 5º, Lei nº 8.112/90. Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público
para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas
serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

Prossegue o artigo 37, CF:

Artigo 37, IX, CF. A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade tempo-
rária de excepcional interesse público.

41 http://direitoemquadrinhos.blogspot.com.br/2011/03/quadro-comparativo-funcao-de-confianca.html

39
DIREITOS HUMANOS

A Lei nº 8.745/1993 regulamenta este inciso da Cons- Ademais, enquanto a Lei Fundamental pátria preceitua
tituição, definindo a natureza da relação estabelecida en- que a educação e a saúde são “direitos de todos e dever
tre o servidor contratado e a Administração Pública, para do Estado”, fala, por outro lado, que a segurança pública,
atender à “necessidade temporária de excepcional interesse antes mesmo de ser direito de todos, é um “dever do Esta-
público”. do”. Com isso, isto é, ao colocar a segurança pública antes
“Em se tratando de relação subordinada, isto é, de rela- de tudo como um dever do Estado, e só depois como um
ção que comporta dependência jurídica do servidor perante direito do todos, denota o compromisso dos agentes esta-
o Estado, duas opções se ofereciam: ou a relação seria traba- tais em prevenir a desordem, e, consequencialmente, evitar
lhista, agindo o Estado iure gestionis, sem usar das prerroga- a justiça por próprias mãos.
tivas de Poder Público, ou institucional, estatutária, prepon- Neste prumo, no art. 144, caput, da Constituição Fede-
derando o ius imperii do Estado. Melhor dizendo: o sistema ral, se afirma que “a segurança pública, dever do Estado,
preconizado pela Carta Política de 1988 é o do contrato, que direito e responsabilidade de todos, é exercida para a pre-
tanto pode ser trabalhista (inserindo-se na esfera do Direito servação da ordem pública e da incolumidade das pessoas
Privado) quanto administrativo (situando-se no campo do e do patrimônio [...]”. Conforme enumera o próprio artigo
Direito Público). [...] Uma solução intermediária não deixa, 144, CF em seus incisos, os órgãos responsáveis pela ga-
entretanto, de ser legítima. Pode-se, com certeza, abonar um rantia da segurança pública, compondo sua estrutura, são:
sistema híbrido, eclético, no qual coexistam normas traba- polícia federal; polícia rodoviária federal; polícia ferroviária
lhistas e estatutárias, pondo-se em contiguidade os vínculos federal; polícias civis; e polícias militares e corpos de bom-
privado e administrativo, no sentido de atender às exigências beiros militares.
do Estado moderno, que procura alcançar os seus objetivos Os parágrafos do artigo 144 regulamentam cada um
com a mesma eficácia dos empreendimentos não-governa- destes órgãos que devem garantir a segurança pública,
mentais”42. com suas respectivas competências:

Artigo 37, X, CF. A remuneração dos servidores públi- Artigo 144, § 1º, CF. A polícia federal, instituída por lei
cos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente como órgão permanente, organizado e mantido pela União
poderão ser fixados ou alterados por lei específica, obser- e estruturado em carreira, destina-se a:
vada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão I - apurar infrações penais contra a ordem política e so-
geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índi- cial ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União
ces. ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, as-
sim como outras infrações cuja prática tenha repercussão
Artigo 37, XV, CF. O subsídio e os vencimentos dos ocu- interestadual ou internacional e exija repressão uniforme,
pantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, res- segundo se dispuser em lei;
salvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e
39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da
ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas
Artigo 37, §10, CF. É vedada a percepção simultânea áreas de competência;
de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuá-
dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, empre- ria e de fronteiras;
go ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia
forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em judiciária da União.
comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
Artigo 144, § 2º, CF. A polícia rodoviária federal, órgão
SEGURANÇA PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. permanente, organizado e mantido pela União e estruturado
em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
A segurança tem um duplo aspecto na Constituição ostensivo das rodovias federais.
Federal, a saber, o aspecto de direito e garantia individual
e coletivo, por estar prevista no caput, do artigo 5º, da Cons- Artigo 144, § 3º, CF. A polícia ferroviária federal, ór-
tituição Federal (ao lado do direito à vida, da liberdade, da gão permanente, organizado e mantido pela União e estru-
igualdade, e da propriedade), bem como o aspecto de direito turado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulha-
social, por estar prevista no artigo 6º, da Constituição Fede- mento ostensivo das ferrovias federais.
ral. A segurança do caput, do artigo 5º, CF, todavia, se refere à
“segurança jurídica”. Já a segurança do artigo 6º, CF, se refere Artigo 144, § 4º, CF. Às polícias civis, dirigidas por de-
à “segurança pública”, a qual encontra disciplinamento no legados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a com-
artigo 144, da Constituição da República. petência da União, as funções de polícia judiciária e a
42 VOGEL NETO, Gustavo Adolpho. Contratação de apuração de infrações penais, exceto as militares.
servidores para atender a necessidade temporária de ex- Artigo 144, § 1º, CF. Às polícias militares cabem a po-
cepcional interesse público. Disponível em: <http://www. lícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos
planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_39/Artigos/Art_Gustavo. de bombeiros militares, além das atribuições definidas em
htm>. Acesso em: 23 dez. 2014. lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.

40
DIREITOS HUMANOS

Artigo 144, § 6º, CF. As polícias militares e corpos de QUESTÕES


bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército,
subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Gover- (Vunesp - Sargento PM/SP-2014)
nadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios”. 1) A Declaração Universal dos Direitos do Homem
Sendo que, nos termos do artigo 42, CF, “os membros das deter- mina que:
Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, institui- (A) toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião
ções organizadas com base na hierarquia e disciplina, são e de as- sociação pacíficas. (B) é assegurado o direito de
militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territó- resposta, propor- cional ao agravo.
rios. § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito (C) a propriedade atenderá a sua função social.
Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, (D) a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, nela po- dendo penetrar sem consentimento do morador.
§§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as
matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos 2) Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
oficiais conferidas pelos respectivos governadores. § 2º Aos qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos es-
pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e trangeiros residen- tes no País a inviolabilidade do direito à
dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do vida, à liberdade, à igual- dade, à segurança e à proprieda-
respectivo ente estatal. de, nos termos seguintes:
Artigo 144, § 7º, CF. A lei disciplinará a organização e o (A) não haverá juízo ou tribunal de exceção, salvo nos
funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pú- casos de crimes militares. (B) é livre a locomoção no terri-
blica, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades. tório nacio- nal em tempo de paz ou de guerra, podendo
Artigo 144, § 8º, CF. Os Municípios poderão constituir qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer
guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, ou dele sair com seus bens.
serviços e instalações, conforme dispuser a lei. (C) a lei considerará crimes inafiançáveis, imprescrití-
Artigo 144, § 9º, CF. A remuneração dos servidores po- vel e in- suscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura,
liciais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terroris-
fixada na forma do § 4º do art. 39. mo.
Artigo 144, § 10, CF. A segurança viária, exercida para (D) ninguém será preso senão em flagrante delito ou
a preservação da ordem pública e da incolumidade das pes- por or- dem escrita e fundamentada de autoridade judiciá-
soas e do seu patrimônio nas vias públicas: ria competente, salvo nos casos de transgressão militar ou
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização crime propriamente mi- litar, definidos em lei.
de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que (Cetro - CAS - PM/SP-2012)
assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficien-
te; e 3) Em relação à Declaração Universal dos Direitos do
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal Ho- mem, analise as assertivas abaixo.
e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades exe- I. Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou
cutivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, exilado.
na forma da lei. II. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em
sociedade com outros.
III. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
IV. Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito
de pro- curar e de gozar asilo em outros países.
É correto o que se afirma em:
(A) II e III, apenas.
(B) I e IV, apenas.
(C) I, II e III, apenas.
(D) I, II, III e IV.

Gabarito. 01 A, 02 D, 03 D,

41
DIREITOS HUMANOS

ANOTAÇÕES

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42
DIREITO PENAL

Definição de crime e contravenção penal...................................................................................................................................................... 01


Lei penal no tempo; tempo do crime; lugar do crime............................................................................................................................... 01
Crime tentado e crime consumado................................................................................................................................................................... 09
Definição de dolo e culpa; ................................................................................................................................................................................... 09
Exclusão de ilicitude................................................................................................................................................................................................ 09
Imputabilidade penal; ........................................................................................................................................................................................... 09
Ação penal; ................................................................................................................................................................................................................ 21
Crimes contra a pessoa; ....................................................................................................................................................................................... 22
Crimes contra o patrimônio; ............................................................................................................................................................................... 30
Crimes contra a dignidade sexual; ................................................................................................................................................................... 40
Crimes contra a fé pública; . ................................................................................................................................................................................ 43
Crimes contra a administração pública; ......................................................................................................................................................... 46
DIREITO PENAL

estar previstas em leis ordinárias ou complementares.


DEFINIÇÃO DE CRIME E CONTRAVENÇÃO Admitem-se, no entanto, fontes secundárias ou mediatas:
PENAL; LEI PENAL NO TEMPO; são os costumes, ou seja um conjunto de regras sociais a
TEMPO DO CRIME; LUGAR DO CRIME; que pessoas obedecem de maneira uniforme e constante
pela convicção de sua obrigatoriedade, de acordo com
cada sociedade e cultura específica, os princípios gerais de
direito premissas do direito, e a analogia in bonam partem.
Características e Fontes do Direito Penal Estas fontes somente podem servir como base para
Conforme lecionam André Estefam e Victor Eduardo normas penais permissivas; jamais como fundamento de
Rios Gonçalves as Fontes do direito são a origem das criação ou agravamento de normas penais incriminadoras
normas jurídicas. (CF, art. 5º, XXXIX, e CP, art. 1º).
As Dividem-se em: fontes materiais, substanciais Os princípios gerais do direito e os costumes, portanto,
ou de produção, as quais indicam o órgão encarregado somente incidem na seara da licitude penal, ampliando-a.
da produção do Direito Penal; e fontes formais, de
Os costumes, além disso, representam importante recurso
conhecimento ou de cognição, correspondem às espécies
interpretativo, sobretudo no tocante aos elementos
normativas (em sentido lato) que podem conter normas
normativos presentes em alguns tipos penais. Anote-se,
penais.
por derradeiro, que os costumes não revogam lei penal
Fontes materiais, substanciais ou de produção (art. 2º, § 1º, da LINDB[5] — Decreto-lei n. 4.657/42).
No ordenamento jurídico brasileiro , somente a União
possui competência legislativa para criar normas penais Princípios
(CF, art. 22, I). O Direito Penal moderno se assenta em determinados
A Carta Magna, em seu parágrafo único, ao dispor que princípios fundamentais, próprios do Estado de Direito
“lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar democrático, entre os quais sobreleva o da legalidade dos
sobre questões específicas das matérias relacionadas delitos e das penas, da reserva legal ou da intervenção
neste artigo” trouxe uma inovação ao nosso ordenamento legalizada, que tem base constitucional expressa. A sua
jurídico. dicção legal tem sentido amplo: não há crime (infração
Trata-se de competência legislativa suplementar, penal), nem pena ou medida de segurança (sanção penal)
de ordem facultativa, que poderá ser instituída a critério sem prévia lei (stricto sensu).
da União. Conforme já destacamos nesta obra, desde a Assim, o princípio da legalidade tem quatro funções
promulgação da Carta Política vigente não se fez uso dessa fundamentais:
prerrogativa. Se isto vier a ocorrer, diversos limites deverão a) Proibir a retroatividade da lei penal (nullum crimen
ser observados, não só formais, como a necessidade de nulla poena sine lege praevia);
edição de lei complementar autorizadora, fixando as b) Proibir a criação de crimes e penas pelo costume
questões específicas a serem abordadas, senão também (nullum crimen nulla poena sine lege scripta);
materiais. c) Proibir o emprego da analogia para criar crimes,
Aos Estados (e ao Distrito Federal, a quem igualmente fundamentar ou agravar penas (nullum crimen nulla poena
socorre a competência suplementar), será vedado disciplinar sine lege stricta);
temas fundamentais de Direito Penal, notadamente aqueles d) Proibir incriminações vagas e indeterminadas
ligados à Parte Geral. A lei local, ainda, deverá manter- (nullum crimen nulla poena sine lege certa);
se em harmonia com a federal, estabelecendo-se entre
ambas uma relação de regra e exceção, cumprindo que Irretroatividade da lei penal
esta seja plenamente justificada diante de peculiaridades
Consagra-se aqui o princípio da irretroatividade da lei
regionais. Os Estados e o Distrito Federal poderão, para
penal, ressalvada a retroatividade favorável ao acusado.
regular temas específicos, definir condutas como infrações
Fundamentam-se a regra geral nos princípios da reserva
penais e impor-lhes a respectiva pena, sem jamais afrontar
legal, da taxatividade e da segurança jurídica - princípio
a lei federal, inovando apenas no que se refere às suas
particularidades. do favor libertatis -, e a hipótese excepcional em razões de
política criminal ( justiça). Trata-se de restringir o arbítrio
Fontes formais, de conhecimento ou de cognição legislativo e judicial na elaboração e aplicação de lei
As fontes formais referem-se às espécies normativas retroativa prejudicial.
(em sentido lato) que podem conter normas penais A regra constitucional (art. 5°, XL) é no sentido da
(incriminadoras ou não incriminadoras). Subdividem-se em irretroatividade da lei penal; a exceção é a retroatividade,
imediatas (ou primárias) e mediatas (ou secundárias). desde que seja para beneficiar o réu. Com essa vertente do
Somente a lei (em sentido estrito) pode servir como princípio da legalidade tem-se a certeza de que ninguém
fonte primária e imediata do direito penal, em face do será punido por um fato que, ao tempo da ação ou
princípio constitucional da reserva legal, embutido no omissão, era tido como um indiferente penal, haja vista a
art. 5º, XXXIX, da CF e reiterado no art. 1º do CP. Frise- inexistência de qualquer lei penal incriminando-o.
se, que normas incriminadoras deverão obrigatoriamente

1
DIREITO PENAL

Taxatividade ou da determinação (nullum crimen O princípio da intervenção mínima é o responsável


sine lege scripta et stricta) não só pelos bens de maior relevo que merecem a especial
Diz respeito à técnica de elaboração da lei penal, que proteção do Direito Penal, mas se presta, também, a
deve ser suficientemente clara e precisa na formulação do fazer com que ocorra a chamada descriminalização. Se é
conteúdo do tipo legal e no estabelecimento da sanção com base neste princípio que os bens são selecionados
para que exista real segurança jurídica. Tal assertiva para permanecer sob a tutela do Direito Penal, porque
constitui postulado indeclinável do Estado de direito considerados como de maior importância, também
material - democrático e social. será com fundamento nele que o legislador, atento às
O princípio da reserva legal implica a máxima mutações da sociedade, que com sua evolução deixa de
determinação e taxatividade dos tipos penais, impondo-se dar importância a bens que, no passado, eram da maior
ao Poder Legislativo, na elaboração das leis, que redija tipo relevância, fará retirar do ordenamento jurídico-penal
penais com a máxima precisão de seus elementos, bem certos tipos incriminadores.
como ao Judiciário que as interprete restritivamente, de
modo a preservar a efetividade do princípio. Fragmentariedade
A função maior de proteção dos bens jurídicos atribuída
Princípio da culpabilidade à lei penal não é absoluta. O que faz com que só devem
eles ser defendidos penalmente frente a certas formas
O princípio da culpabilidade possui três sentidos
de agressão, consideradas socialmente intoleráveis. Isto
fundamentais:
quer dizer que apenas as ações ou omissões mais graves
• Culpabilidade como elemento integrante da
endereçadas contra bens valiosos podem ser objeto de
teoria analítica do crime – a culpabilidade é a terceira
criminalização.
característica ou elemento integrante do conceito analítico O caráter fragmentário do Direito Penal aparece
de crime, sendo estudada, sendo Welzel, após a análise sob uma tríplice forma nas atuais legislações penais: a)
do fato típico e da ilicitude, ou seja, após concluir que o defendendo o bem jurídico somente contra ataques de
agente praticou um injusto penal; especial gravidade, exigindo determinadas intenções e
• Culpabilidade como princípio medidor da pena tendências, excluindo a punibilidade da ação culposa em
– uma vez concluído que o fato praticado pelo agente é alguns casos etc; b) tipificando somente uma parte do
típico, ilícito e culpável, podemos afirmar a existência da que nos demais ramos do ordenamento jurídico se estima
infração penal. Deverá o julgador, após condenar o agente, como antijurídico; c) deixando, em princípio, sem castigo,
encontrar a pena correspondente à infração praticada, as ações meramente imorais, como a homossexualidade e
tendo sua atenção voltada para a culpabilidade do agente a mentira.
como critério regulador;
• Culpabilidade como princípio impedidor Princípio da pessoalidade da pena (da
da responsabilidade penal objetiva, ou seja, da responsabilidade pessoal ou da intranscendência da
responsabilidade penal sem culpa – o princípio da pena)
culpabilidade impõe a subjetividade da responsabilidade Impede-se a punição por fato alheio, vale dizer, só
penal. Isso significa que a imputação subjetiva de um o autor da infração penal pode ser apenado (CF, art. 5°,
resultado sempre depende de dolo, ou quando previsto, XLV). Havendo falecimento do condenado, a pena que
de culpa, evitando a responsabilização por caso fortuito lhe fora infligida, mesmo que seja de natureza pecuniária,
ou força maior. não poderá ser estendida a ninguém, tendo em vista seu
caráter personalíssimo, quer dizer, somente o autor do
Princípio da exclusiva proteção dos bens jurídicos delito é que pode submeter-se às sanções penais a ele
O pensamento jurídico moderno reconhece que o aplicadas.
escopo imediato e primordial do Direito Penal reside na Todavia, se estivermos diante de uma responsabilidade
proteção de bens jurídicos - essenciais ao individuo e à não penal, como a obrigação de reparar o dano, nada
impede que, no caso de morte do condenado e tendo
comunidade -, dentro do quadro axiológico constitucional
havido bens para transmitir aos seus sucessores, estes
ou decorrente da concepção de Estado de Direito
respondem até as forças da herança. A pena de multa,
democrático (teoria constitucional eclética).
apesar de ser considerada agora dívida de valor, não deixou
de ter caráter penal e, por isso, continua obedecendo a
Princípio da intervenção mínima (ou da este princípio.
subsidiariedade)
Estabelece que o Direito Penal só deve atuar na defesa Individualização da pena
dos bens jurídicos imprescindíveis à coexistência pacífica A individualização da pena ocorre em três momentos:
das pessoas e que não podem ser eficazmente protegidos a) Cominação – a primeira fase de individualização
de forma menos gravosa. Desse modo, a lei penal só da pena se inicia com a seleção feita pelo legislador,
deverá intervir quando for absolutamente necessário para quando escolhe para fazer parte do pequeno âmbito de
a sobrevivência da comunidade, como ultima ratio. abrangência do Direito Penal aquelas condutas, positivas

2
DIREITO PENAL

ou negativas, que atacam nossos bens mais importantes. O princípio da adequação social possui dupla função.
Uma vez feita essa seleção, o legislador valora as condutas, Uma delas é a de restringir o âmbito de abrangência do
cominando-lhe penas de acordo com a importância do tipo penal, limitando a sua interpretação, e dele excluindo
bem a ser tutelado. as condutas consideradas socialmente adequadas e aceitas
b) Aplicação – tendo o julgador chegado à conclusão pela sociedade. A segunda função é dirigida ao legislador
de que o fato praticado é típico, ilícito e culpável, dirá qual em duas vertentes. A primeira delas o orienta quando
a infração praticada e começará, agora, a individualizar a da seleção das condutas que deseja proibir ou impor,
pena a ele correspondente, observando as determinações com a finalidade de proteger os bens considerados mais
contidas no art. 59 do Código Penal (método trifásico).c) importantes. Se a conduta que está na mira do legislador
Execução penal – a execução não pode igual para todos os for considerada socialmente adequada, não poderá ele
presos, justamente porque as pessoas não são iguais, mas reprimi-la valendo-se do Direito Penal. A segunda vertente
sumamente diferentes, e tampouco a execução pode ser destina-se a fazer com que o legislador repense os tipos
homogênea durante todo período de seu cumprimento. penais e retire do ordenamento jurídico a proteção sobre
Individualizar a pena, na execução consiste em dar a cada aqueles bens cujas condutas já se adaptaram perfeitamente
preso as oportunidades para lograr a sua reinserção social, à evolução da sociedade.
posto que é pessoa, ser distinto.
Princípio da insignificância (ou da bagatela)
Proporcionalidade da pena Relacionado o axioma minima non cura praeter,
Deve existir sempre uma medida de justo equilíbrio enquanto manifestação contrária ao uso excessivo da
entre a gravidade do fato praticado e a sanção imposta. A sanção penal, postula que devem ser tidas como atípicas
pena deve ser proporcionada ou adequada à magnitude da
as ações ou omissões que afetam muito infimamente
lesão ao bem jurídico representada pelo delito e a medida
a um bem jurídico-penal. A irrelevante lesão do bem
de segurança à periculosidade criminal do agente.
O princípio da proporcionalidade rechaça, portanto, o jurídico protegido não justifica a imposição de uma pena,
estabelecimento de cominações legais (proporcionalidade devendo-se excluir a tipicidade em caso de danos de pouca
em abstrato) e a imposição de penas (proporcionalidade importância.
em concreto) que careçam de relação valorativa com o “A insignificância da afetação [do bem jurídico]
fato cometido considerado em seu significado global. exclui a tipicidade, mas só pode ser estabelecida através
Tem assim duplo destinatário: o poder legislativo (que da consideração conglobada da norma: toda ordem
tem de estabelecer penas proporcionadas, em abstrato, normativa persegue uma finalidade, tem um sentido, que
à gravidade do delito) e o juiz (as penas que os juízes é a garantia jurídica para possibilitar uma coexistência
impõem ao autor do delito tem de ser proporcionais à sua que evite a guerra civil (a guerra de todos contra todos).
concreta gravidade). A insignificância só pode surgir à luz da finalidade geral
que dá sentido à ordem normativa, e, portanto, à norma
Princípio da humanidade (ou da limitação das em particular, e que nos indica que essas hipóteses estão
penas) excluídas de seu âmbito de proibição, o que não pode ser
Em um Estado de Direito democrático veda-se a criação, estabelecido à luz de sua consideração isolada”. (Zaffaroni
a aplicação ou a execução de pena, bem como de qualquer e Pierangeli)
outra medida que atentar contra a dignidade humana.
Apresenta-se como uma diretriz garantidora de ordem
Princípio da lesividade
material e restritiva da lei penal, verdadeira salvaguarda da
Os princípios da intervenção mínima e da lesividade
dignidade pessoal, relaciona-se de forma estreita com os
princípios da culpabilidade e da igualdade. são como duas faces da mesma moeda. Se, de um lado,
Está previsto no art. 5°, XLVII, que proíbe as seguintes a intervenção mínima somente permite a interferência
penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada; do Direito Penal quando estivermos diante de ataques a
b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de bens jurídicos importantes, o princípio da lesividade nos
banimento; e) cruéis. “Um Estado que mata, que tortura, esclarecerá, limitando ainda mais o poder do legislador,
que humilha o cidadão não só perde qualquer legitimidade, quais são as condutas que deverão ser incriminadas pela
senão que contradiz sua razão de ser, colocando-se ao lei penal. Na verdade, nos esclarecerá sobre quais são as
nível dos mesmos delinquentes” (Ferrajoli). condutas que não poderão sofrer os rigores da lei penal.
O mencionado princípio proíbe a incriminação de:
Princípio da adequação social a) uma atitude interna (pensamentos ou sentimentos
Apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal pessoais); b) uma conduta que não exceda o âmbito do
não será tida como típica se for socialmente adequada ou próprio autor (condutas não lesivas a bens de terceiros);
reconhecida, isto é, se estiver de acordo da ordem social c) simples estados ou condições existenciais (aquilo que
da vida historicamente condicionada. Outro aspecto é o se é, não o que se fez); d) condutas desviadas (reprovadas
de conformidade ao Direito, que prevê uma concordância moralmente pela sociedade) que não afetem qualquer bem
com determinações jurídicas de comportamentos já jurídico.
estabelecidos.

3
DIREITO PENAL

Princípio da extra-atividade da lei penal Alternatividade


A lei penal, mesmo depois de revogada, pode continuar Ocorre quando a norma descreve várias formas de
a regular fatos ocorridos durante a vigência ou retroagir realização da figura típica, em que a realização de uma ou
para alcançar aqueles que aconteceram anteriormente à sua de todas configura um único crime. São os chamados tipos
entrada em vigor. Essa possibilidade que é dada á lei penal mistos alternativos, os quais descrevem crimes de ação
de se movimentar no tempo é chamada de extra-atividade. múltipla ou de conteúdo variado. Não há propriamente
A regra geral é a da irretroatividade in pejus; a exceção é a conflito entre normas, mas conflito interno na própria
retroatividade in melius. norma.

Princípio da territorialidade Princípio da mera legalidade ou da lata legalidade


O CP determina a aplicação da lei brasileira, sem prejuízo Exige a lei como condição necessária da pena e do
de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao delito. A lei é condicionante. A simples legalidade da
crime cometido no território nacional. O Brasil não adotou forma e da fonte é condição da vigência ou da existência
uma teoria absoluta da territorialidade, mas sim uma teoria das normas que prevêem penas e delitos, qualquer que
conhecida como temperada, haja vista que o Estado, mesmo seja seu conteúdo. O princípio convencionalista da mera
sendo soberano, em determinadas situações, pode abrir mão legalidade é norma dirigida aos juízes, aos quais prescreve
da aplicação de sua legislação, em virtude de convenções, que considera delito qualquer fenômeno livremente
tratados e regras de direito internacional. qualificado como tal na lei.

Princípio da extraterritorialidade Princípio da legalidade estrita


Ao contrário do princípio da territorialidade, cuja regra Exige todas as demais garantias como condições
geral é a aplicação da lei brasileira àqueles que praticarem necessárias da legalidade penal. A lei é condicionada. A
infrações dentro do território nacional, incluídos aqui os casos legalidade estrita ou taxatividade dos conteúdos resulta de
considerados fictamente como sua extensão, o princípio sua conformidade com as demais garantias e, por hipótese
da extraterritorialidade se preocupa com a aplicação da lei de hierarquia constitucional, é condição de validade ou
brasileira além de nossas fronteiras, em países estrangeiros. legitimidade das leis vigentes.
O pressuposto necessário da verificabilidade ou
Princípios que solucionam o conflito aparente de da falseabilidade jurídica é que as definições legais
normas
que estabeleçam as conotações das figuras abstratas
de delito e, mais em geral, dos conceitos penais sejam
Especialidade
suficientemente precisas para permitir, no âmbito de
Especial é a norma que possui todos os elementos da
aplicação da lei, a denotação jurídica (ou qualificação,
geral e mais alguns, denominados especializantes, que
classificação ou subsunção judicial) de fatos empíricos
trazem um minus ou um plus de severidade. A lei especial
exatamente determinados.
prevalece sobre a geral. Afasta-se, dessa forma, o bis in idem,
pois o comportamento do sujeito só é enquadrado na norma
Princípio da necessidade ou da economia do Direito
incriminadora especial, embora também estivesse descrito
na geral. Penal
Nulla lex (poenalis) sine necessitate. Justamente
Subsidiariedade porque a intervenção punitiva é a técnica de controle social
Subsidiária é aquela norma que descreve um graus mais gravosamente lesiva da dignidade e da dignidade
menor de violação do mesmo bem jurídico, isto é, um fato dos cidadãos , o princípio da necessidade exige que se
menos amplo e menos grave, o qual, embora definido como recorra a ela apenas como remédio extremo. Se o Direito
delito autônomo, encontra-se também compreendido em Penal responde somente ao objetivo de tutelar os cidadãos
outro tipo como fase normal de execução do crime mais e minimizar a violência, as únicas proibições penais
grave. Define, portanto, como delito independente, conduta justificadas por sua “absoluta necessidade” são, por sua
que funciona como parte de um crime maior. vez, as proibições mínimas necessárias.

Consunção Princípio da lesividade ou da ofensividade do


É o princípio segundo o qual um fato mais grave e mais evento
amplo consome, isto é, absorve, outros fatos menos amplos Nulla necessitas sine injuria. A lei penal tem o dever
e graves, que funcionam como fase normal de preparação de prevenir os mais altos custos individuais representados
ou execução ou como mero exaurimento. Hipóteses em que pelos efeitos lesivos das ações reprováveis e somente
se verifica a consunção: crime progressivo (ocorre quando eles podem justificar o custo das penas e das proibições.
o agente, objetivando desde o início, produzir o resultado O princípio axiológico da separação entre direito e moral
mais grave, pratica, por meio de atos sucessivos, crescentes veta, por sua vez, a proibição de condutas meramente
violações ao bem jurídico); crime complexo (resulta da fusão imorais ou de estados de ânimo pervertidos, hostis, ou,
de dois ou mais delitos autônomos, que passam a funcionar inclusive, perigosos.
como elementares ou circunstâncias no tipo complexo).

4
DIREITO PENAL

Princípio da materialidade ou da exterioridade da Lei excepcional ou temporária


ação Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora
Nulla injuria sine actione. Nenhum dano, por mais decorrido o período de sua duração ou cessadas as
grave que seja, pode-se estimar penalmente relevante, circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
senão como efeito de uma ação. Em consequência, os praticado durante sua vigência.
delitos, como pressupostos da pena não podem consistir
em atitudes ou estados de ânimo interiores, nem sequer, Tempo do crime
genericamente, em fatos, senão que devem se concretizar Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento
em ações humanas – materiais, físicas ou externas, quer da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do
dizer, empiricamente observáveis – passíveis de serem resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
descritas, enquanto tais, pelas leis penais.
Territorialidade
Princípio da culpabilidade ou da responsabilidade Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de
pessoal convenções, tratados e regras de direito internacional, ao
Nulla actio sine culpa. crime cometido no território nacional. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 1984)
Princípio de utilidade § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como
As proibições não devem só ser dirigidas à tutela extensão do território nacional as embarcações e aeronaves
de bens jurídicos como, também, devem ser idôneas. brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo
Obriga a considerar injustificada toda proibição da brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as
qual, previsivelmente, não derive a desejada eficácia aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de
intimidatória, em razão dos profundos motivos – propriedade privada, que se achem, respectivamente, no
individuais, econômicos e sociais – de sua violação; e isso espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação
à margem do que se pense sobre a moralidade e, inclusive, dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
sobre a lesividade da ação proibida. § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes
praticados a bordo de aeronaves ou embarcações
Princípio axiológico de separação entre direito e estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas
moral em pouso no território nacional ou em vôo no espaço
A valorização da interiorização da moral e da autonomia aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial
da consciência é traço distintivo da ética laica moderna, do Brasil.
a reivindicação da absoluta licitude jurídica dos atos
internos e, mais ainda, de um direito natural à imoralidade Lugar do crime
é o princípio mais autenticamente revolucionário do Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em
liberalismo moderno. que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem
como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
A APLICAÇÃO DA LEI PENAL
Extraterritorialidade
Dispõe o Código Penal: Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora
cometidos no estrangeiro:
PARTE GERAL I - os crimes:
TÍTULO I a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do
Anterioridade da Lei Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia
Não há pena sem prévia cominação legal. ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu
Lei penal no tempo serviço;
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou
lei posterior deixa de considerar crime, cessando em domiciliado no Brasil;
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença II - os crimes:
condenatória. a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer a reprimir;
modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, b) praticados por brasileiro;
ainda que decididos por sentença condenatória transitada c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras,
em julgado. mercantes ou de propriedade privada, quando em território
estrangeiro e aí não sejam julgados.

5
DIREITO PENAL

§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo Na interpretação, há lei para regular o caso em concreto,
a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no assim, apenas deverá ser extraído do conteúdo normativo
estrangeiro. sua vontade e seu alcance para que possa regular o fato
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira jurídico.
depende do concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional; 1. Interpretação quanto ao sujeito
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; Autêntica ou legislativa- aquela fornecida pela
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei própria lei (exemplo: o art. 327 do CP define quem pode
brasileira autoriza a extradição; ser considerado funcionário público para fins penais);
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não doutrinária ou científica- aquela aduzida pelo jurista por
ter aí cumprido a pena; meio de sua doutrina;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por Jurisprudencial- é o significado da lei dado pelos
outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei Tribunais (exemplo: súmulas) Ressalte-se que a Exposição
mais favorável. dos Motivos do Código Penal configura uma interpretação
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido doutrinária, pois foi elaborada pelos doutos que criaram o
por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as Código, ao passo que a Exposição de Motivos do Código
condições previstas no parágrafo anterior: de Processo Penal é autêntica ou legislativa, pois foi criada
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; por lei.2. Interpretação quanto ao modo
b) houve requisição do Ministro da Justiça. - gramatical, filológica ou literal- considera o sentido
literal das palavras;
Pena cumprida no estrangeiro - teleológica- se refere à intenção objetivada pela lei
(exemplo: proibir a entrada de acessórios de celular, mesmo
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena que a lei se refira apenas ao aparelho);
imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou - histórica- indaga a origem da lei;
nela é computada, quando idênticas. - sistemática- interpretação em conjunto com a
legislação em vigor e com os princípios gerais do direito;
- progressiva ou evolutiva- busca o significado legal
Eficácia de sentença estrangeira
de acordo com o progresso da ciência.
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da
lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências,
Interpretação quanto ao resultado
pode ser homologada no Brasil para:
declarativa ou declaratória- é aquela em que a letra
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a
da lei corresponde exatamente àquilo que a ela quis dizer,
restituições e a outros efeitos civis;
sem restringir ou estender seu sentido;
II - sujeitá-lo a medida de segurança. restritiva- a interpretação reduz o alcance das palavras
Parágrafo único - A homologação depende: a) para os da lei para corresponder à intenção do legislador;
efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; extensiva- amplia o alcance das palavras da lei para
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de corresponder à sua vontade.
extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou
a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro Interpretação sui generis
da Justiça. A interpretação sui generis pode ser exofórica ou
endofórica. Veja-se:
Contagem de prazo exofórica- o significado da norma interpretativa não
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do está no ordenamento normativo (exemplo: erro de tipo);
prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário endofórica- o texto normativo interpretado empresta o
comum. sentido de outros textos do próprio ordenamento jurídico
(muito usada nas normas penais em branco).
Frações não computáveis da pena
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade Interpretação conforme a Constituição
e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de
multa, as frações de cruzeiro. A Constituição Federal informa e conforma as normas
hierarquicamente inferiores. Esta é uma importante forma
Legislação especial de interpretação no Estado Democrático de Direito.
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos
fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de Distinção entre interpretação extensiva e interpretação
modo diverso. analógica
Enquanto a interpretação extensiva amplia o alcance
Interpretação da Lei Penal das palavras, a analógica fornece exemplos encerrados
A interpretação é medida necessária para que de forma genérica, permitindo ao juiz encontrar outras
compreendamos o verdadeiro sentido da norma e seu hipóteses, funcionando como uma analogia in malan
alcance. partem admitida pela lei.

6
DIREITO PENAL

Rogério Greco fala em interpretação extensiva em LEI PENAL NO TEMPO


sentido amplo, a qual abrange a interpretação extensiva A lei penal não pode retroagir, o que é denominado
em sentido estrito e interpretação analógica. como irretroatividade da lei penal. Contudo, exceção à
norma, a Lei poderá retroagir quando trouxer benefício
Analogia ao réu.
Analogia não é forma de interpretação, mas de Em regra, aplica-se a lei penal a fatos ocorridos
integração de lacuna, ou seja, sendo omissa a lei acerca durante sua vigência, porém, por vezes, verificamos a
do tema, ou ainda em caso da Lei não tratar do tema “extratividade” da lei penal.
em específico o magistrado irá recorrer ao instituto. São A extratividade da lei penal se manifesta de duas
pressupostos da analogia: certeza de que sua aplicação maneiras, ou pela ultratividade da lei ou retroatividade
será favorável ao réu; existência de uma efetiva lacuna a da lei.
Assim, considerando que a extra atividade da lei penal
ser preenchida (omissão involuntária do legislador).
é o seu poder de regular situações fora de seu período
de vigência, podendo ocorrer seja em relação a situações
Irretroatividade da Lei Penal passadas, seja em relação a situações futuras.
Dita o Código Penal em seu artigo 2º: Quando a lei regula situações passadas, fatos
Art. 2.“Ninguém pode ser punido por fato que anteriores a sua vigência, ocorre a denominada
lei posterior deixa de considerar crime, cessando em retroatividade. Já, se sua aplicação se der para fatos após
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença a cessação de sua vigência, será chamada ultratividade.
condenatória”. Em se tratando de extra-atividade da lei penal,
observa-se a ocorrência das seguintes situações:
O parágrafo único do artigo trata da exceção a regra a) “Abolitio criminis” – trata-se da supressão da
da irretroatividade da Lei, ou seja, nos casos de benefício figura criminosa;
ao réu, ainda que os fatos já tenham sidos decididos por b) “Novatio legis in melius” ou “lex mitior” – é a
sentença condenatória transitada em julgado. lei penal mais benigna;
Outrossim, o Código dispõe que a Lei Penal só Tanto a “abolitio criminis” como a “novatio legis in
retroagirá em benefício do réu. melius”, aplica-se o principio da retroatividade da Lei
Frise-se todavia que tal regra restringe-se somente às penal mais benéfica.
normas penais. A Lei nº 11.106 de 28 de março de 2006 descriminalizou
os artigos 217 e 240, do Código Penal, respectivamente,
os crimes de “sedução” e “adultério”, de modo que o
Do Princípio da Legalidade
sujeito que praticou uma destas condutas em fevereiro
de 2006, por exemplo, não será responsabilizado na
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não esfera penal.
há pena sem prévia cominação legal. Segundo a maior parte da doutrina, a Lei nº 11.106
Princípio: Nullum crimen, nulla poena sine praevia lege de 28 de março de 2006, não descriminalizou o crime de
Constituição Federal, art. 5º, XXXIX. rapto, previsto anteriormente no artigo 219 e seguintes
Princípio da legalidade: a maioria dos nossos autores do Código Penal, mas somente deslocou sua tipicidade
considera o princípio da legalidade sinônimo de reserva para o artigo 148 e seguintes (“sequestro” e “cárcere
legal. privado”), houve, assim, uma continuidade normativa
A doutrina, orienta-se maciçamente no sentido de não atípica.
haver diferença conceitual entre legalidade e reserva legal. A “abolitio criminis” faz cessar a execução da pena e
Dissentindo desse entendimento o professor Fernando todos os efeitos penais da sentença.
Capez diz que o princípio da legalidade é gênero que A Lei 9.099/99 trouxe novas formas de substituição
compreende duas espécies: reserva legal e anterioridade da de penas e, por consequência, considerando que se trata
lei penal. Com efeito, o princípio da legalidade corresponde de “novatio legis in melius” ocorreu retroatividade de sua
aos enunciados dos arts. 5º, XXXIX, da Constituição Federal vigência a fatos anteriores a sua publicação.
e 1º do Código Penal (“não há crime sem lei anterior que o c) “Novatio legis in pejus” – é a lei posterior que
defina, nem pena sem prévia cominação legal”) e contém, agrava a situação;
d) “Novatio legis incriminadora” – é a lei posterior
nele embutidos, dois princípios diferentes: o da reserva
que cria um tipo incriminador, tornando típica a conduta
legal, reservando para o estrito campo da lei a existência
antes considerada irrelevante pela lei penal.
do crime e sua correspondente pena (não há crime sem A lei posterior não retroage para atingir os
lei que o defina, nem pena sem prévia cominação legal), fatos praticados na vigência da lei mais benéfica
e o da anterioridade, exigindo que a lei esteja em vigor (“Irretroatividade da lei penal”). Contudo, haverá
no momento da prática da infração penal (lei anterior e extratividade da lei mais benéfica, pois será válida mesmo
prévia cominação). Assim, a regra do art. 1º, denominada após a cessação da vigência (Ultratividade da Lei Penal).
princípio da legalidade, compreende os princípios da Ressalta-se, por fim, que aos crimes permanentes e
reserva legal e da anterioridade. continuados, aplica-se a lei nova ainda que mais grave,
nos termos da Súmula 711 do STF.

7
DIREITO PENAL

Do Tempo Do Crime c) Princípio da territorialidade temperada. A lei nacional


Artigo 4º, do Código Penal se aplica aos fatos praticados em seu território, mas,
A respeito do tempo do crime, existem três teorias: excepcionalmente, permite-se a aplicação da lei estrangeira,
a) Teoria da Atividade – O tempo do crime consiste no quando assim estabelecer algum tratado ou convenção
momento em que ocorre a conduta criminosa; internacional. Foi este o princípio adotado pelo art. 5º do
b) Teoria do Resultado – O tempo do crime consiste Código Penal: Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de
no momento do resultado advindo da conduta criminosa; convenções, tratados e regras de direito internacional, ao
c) Teoria da Ubiquidade ou Mista – O tempo do crime crime cometido no território nacional.
consiste no momento tanto da conduta como do resultado O Território nacional abrange todo o espaço em que
que adveio da conduta criminosa. o Estado exerce sua soberania: o solo, rios, lagos, mares
O Artigo 4º do Código Penal dispõe que: interiores, baías, faixa do mar exterior ao longo da costa (12
Artigo 4º: Considera-se praticado o crime no momento milhas) e espaço aéreo.
da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do Os § 1º e 2º do art. 5ºdo Código Penal esclarecem ainda
resultado (Tempus regit actum). Assim, aplica-se a teoria que:
da atividade, nos termos do sistema jurídico instituído pelo “Para os efeitos penais, consideram-se como extensão
Código Penal. do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras,
O Código Penal vigente seguiu os moldes do Código de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro
Penal português em que também é adotada a Teoria da onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e
Atividade para o tempo do crime. Em decorrência disso, as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
aquele que praticou o crime no momento da vigência da privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo
lei anterior terá direito a aplicação da lei mais benéfica. correspondente ou em alto-mar” (§ 1º).
O menor de 18 anos, por exemplo, não será considerado “É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados
imputável mesmo que a consumação ocorrer quando a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de
tiver completado idade equivalente a maioridade penal. E, propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no
também, o deficiente mental será imputável, se na época território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente,
da ação era consciente, tendo sofrido moléstia mental tão e estas em porto ou mar territorial do Brasil” (§ 2º).
somente na época do resultado.
Novamente, observa-se a respeito dos crimes Extraterritorialidade
permanentes, tal como o sequestro, nos quais a ação
(art. 7º do Código Penal)
se prolonga no tempo, de modo que em se tratando de
É a possibilidade de aplicação da lei penal brasileira a
“novatio legis in pejus”, nos termos da Súmula 711 do STF,
fatos criminosos ocorridos no exterior.
a lei mais grave será aplicada.
Princípios norteadores:
Lei Excepcional ou Temporária
a) Princípio da nacionalidade ativa. Aplica-se a lei
(art. 3º do Código Penal)
Lei excepcional é aquela feita para vigorar em épocas nacional do autor do crime, qualquer que tenha sido o local
es¬peciais, como guerra, calamidade etc. É aprovada para da infração.
vigorar enquanto perdurar o período excepcional. b) Princípio da nacionalidade passiva. A lei nacional do
Lei temporária é aquela feita para vigorar por autor do crime aplica-se quando este for praticado contra
determinado tempo, estabelecido previamente na própria bem jurídico de seu próprio Estado ou contra pessoa de sua
lei. Assim, a lei traz em seu texto a data de cessação de sua nacionalidade.
vigência. c) Princípio da defesa real. Prevalece a lei referente à
Nessas hipóteses, determina o art. 3º do Código Penal nacionalidade do bem jurídico lesado, qualquer que tenha
que, embora cessadas as circunstâncias que a determinaram sido o local da infração ou a nacionalidade do autor do delito.
(lei excepcional) ou decorrido o período de sua duração (lei É também chamado de princípio da proteção.
temporária), aplicam-se elas aos fatos praticados durante d) Princípio da justiça universal. Todo Estado tem o
sua vigência. São, portanto, leis ultra-ativas, pois regulam direito de punir qualquer crime, seja qual for a nacionalidade
atos praticados durante sua vigência, mesmo após sua do sujeito ativo e passivo, e o local da infração, desde que o
revogação. agente esteja dentro de seu território (que tenha voltado a
seu país, p. ex.).
LEI PENAL NO ESPAÇO e) Princípio da representação. A lei nacional é aplicável
Territorialidade aos crimes cometidos no estrangeiro em aeronaves e
(art. 5º do Código Penal) embarcações privadas, desde que não julgados no local do
Há várias teorias para fixar o âmbito de aplicação da crime.
norma penal a fatos cometidos no Brasil: Já vimos que o princípio da territorialidade temperada é
a) Princípio da territorialidade. A lei penal só tem a regra em nosso direito, cujas exceções se iniciam no próprio
aplicação no território do Estado que a editou, pouco art. 5º (decorrentes de tratados e convenções, nas quais a
importando a nacionalidade do sujeito ativo ou passivo. lei estrangeira pode ser aplicada a fato cometido no Brasil).
b) Princípio da territorialidade absoluta. Só a lei O art. 7º, por sua vez, traça as seguintes regras referentes à
nacional é aplicável a fatos cometidos em seu território. aplicação da lei nacional a fatos ocorridos no exterior:

8
DIREITO PENAL

O art. 7º, por sua vez, traça as seguintes regras


referentes à aplicação da lei nacional a fatos ocorridos no CRIME TENTADO E CRIME CONSUMADO;.
exterior: DEFINIÇÃO DE DOLO E CULPA; EXCLUSÃO DE
Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no ILICITUDE; IMPUTABILIDADE PENAL;
estrangeiro:

I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; O ato ilícito penal é tipificado pelo Direito Penal, ou seja,
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do só pratica o ato ilícito penal gerador da responsabilidade
Distri¬to Federal, de Estado, de Território, de Município, de penal o indivíduo que contraria o tipo penal específico.
empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou Não podemos esquecer que tipo penal é a descrição legal
fundação instituída pelo Poder Público; de uma conduta definida como crime. Quem diz que um
c) contra a administração pública, por quem está a fato é crime e estabelece uma pena para a prática deste é
seuservIço; o legislador.
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou No Brasil é adotada formalmente, a teoria bipartida do
domiciliado no Brasil; crime.
II - os crimes: Destarte, conforme dispõe a Lei de Introdução ao
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a Código Penal, crime é a infração penal a que a Lei comine
reprimir; pena de reclusão ou detenção e multa, alternativa,
b) praticados por brasileiro; cumulativa ou isoladamente. Já contravenção é a infração a
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, que a Lei comine pena de prisão simples e multa, alternativa,
mercantes ou de propriedade privada, quando em território cumulativa ou isoladamente.
es¬trangeiro e aí não sejam julgados.
Entretanto, tal conceito é extremamente precário,
§ 1 Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei
cabendo à doutrina seu desenvolvimento.
brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro
O crime possui três conceitos principais, material,
§ 2 Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira
depende do concurso das seguintes condições: formal e analítico.
a) entrar o agente no território nacional; a) Conceito material: crime seria toda a ação ou omissão
b) ser o fato punível também no país em que foi humana que lesa ou expõe a perigo de lesão bens jurídicos
praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais protegidos pelo Direito Penal, ou penalmente tutelados.
a lei brasileira autoriza a extradição; b) Conceito formal ou jurídico: é aquilo que a Lei chama
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não de crime. Está definido no art. 1º da Lei de Introdução do
ter aí cumprido a pena; Código Penal. Crime é toda infração a que a Lei comina
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por pena de reclusão ou detenção e multa, isolada, cumulativa
outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei ou alternativamente. De acordo com este conceito, a
mais favorável. diferença seria apenas quantitativa, relativa à quantidade
§ 3º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido da pena;
por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as c) Conceito analítico: aqui se analisa todos os
condições previstas no parágrafo anterior: elementos que integram o crime. Crime é todo fato típico,
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; antijurídico (é melhor utilizar o termo ilícito, apesar de não
b) houve requisição do Ministro da Justiça. fazer tanta diferença, já que fica mais fácil manejar o CP
e as leis especiais quando há excludentes de ilicitude) e
Percebe-se, portanto, que: culpável (alguns autores não consideram a culpabilidade
a) no art. 72, I, a, b e c, foi adotado o princípio da defesa como elemento do crime, e sim como pressuposto da
real; pena). Apesar de ser indivisível, o crime é estudado de
b) no art. 72, 11, a, foi adotado o princípio da justiça acordo com essas três características para facilitar sua
universal compreensão. Elas serão analisadas mais adiante, após
c) no art. 72, 11, b, foi adotado o princípio da nacionalidade vermos as classificações de crime existentes.
ativa;
d) no art. 72, c, adotou-se o princípio da representação; CRIME DOLOSO, CULPOSO OU PRETERDOLOSO (ou
e) no art. 72, § 32, foi também adotado o princípio da
Preterintencional) e de Ímpeto
defe¬sa real ou proteção;
a) Crime doloso: é o crime em que o agente quis ou
Dos dispositivos analisados, pode-se perceber que a
assumiu o risco de produzir o resultado. A regra geral é que
extraterritorialidade pode ser incondicionada (quando a
lei brasileira é aplicada a fatos ocorridos no exterior, sem todo crime seja doloso.
que sejam exigidas condições) ou condicionada (quando b) Crime preterdoloso: é o crime em que o resultado
a aplicação da lei pátria a fatos ocorridos fora de nosso delitivo é mais grave do que o querido pelo agente. Ele
território depende da existência de certos requisitos). A praticou uma conduta dolosa, entretanto o resultado final é
extraterritorialidade é condicionada nas hipóteses do art. culposo. Não se admite tentativa em crimes preterdolosos.
7º, II e § 3º. Há dolo na ação e culpa na consequência. Deve haver uma

9
DIREITO PENAL

expressa previsão legal do resultado culposo mais grave. Poder agir: o agente precisa ter a possibilidade física
Se não houver, punir-se-á apenas o crime doloso ou, se de agir.
houver crime culposo após, haverá concurso formal, se este Evitabilidade do resultado: a conduta omitida pelo
estiver previsto em Lei. agente deve ser causa do resultado. Caso, mesmo com a
Todos os crimes preterdolosos são qualificados pelo conduta, o resultado tivesse se verificado, não haveria que
resultado, porém, nem todo crime qualificado pelo resultado se falar em evitabilidade.
é preterdoloso (visto que o resultado qualificador pode ter Dever de impedir o resultado: aqui surge a figura
sido desejado). do garantidor: além de poder agir e da evitabilidade do
São elementos do crime preterdoloso: resultado, é necessário que o agente tenha o dever de agir
i. Conduta dolosa visando determinado resultado (lesão que surgirá nos seguintes casos:
corporal); a. Ter, por Lei, obrigação de cuidado, proteção ou
ii. Resultado culposo mais grave que o desejado (seguida vigilância, como no caso do dever do policial, do dever de
de morte); mútua assistência entre os cônjuges.
iii. Nexo causal (artigo 129, § 3, CP); b. Quando o agente, de outra forma, assumir a
iv. Previsão na norma das elementares do consequente responsabilidade de impedir o resultado de forma
culposo. voluntária.
Quando o resultado mais grave advém de caso fortuito c. Quando o agente cria, com seu comportamento
ou força maior não se imputa a agravação ao agente. O
anterior, o risco da ocorrência do resultado, ou agrava um
resultado mais grave tem que ser pelo menos culposo.
risco já existente, e não o evita.
c) Crime culposo: é o crime ao qual o agente deu causa
por imprudência, negligência ou imperícia, não havendo
em si qualquer desejo de praticar o resultado juridicamente Crime Instantâneo, Permanente, Instantâneo de Efeitos
reprovável. O crime culposo só é possível em tipos penais que Permanentes, Eventualmente Permanente e de Fusão
expressamente o prevejam, como no homicídio. Quase de a) Crime instantâneo: é o crime que se consuma num
forma absoluta, não se admite a tentativa nos crimes culposos. momento único e determinado do tempo, sem se protrair.
d) Crime de ímpeto: é o praticado sem premeditação. V.g, invasão de domicílio, injúria etc.
A vontade delituosa é repentina, sem preceder deliberação, b) Crime permanente: são os crimes que se perpetuam,
como ocorre com o homicídio praticado sob domínio de protraem durante o tempo, mesmo que seja curto, como
violenta emoção. no caso do sequestro, estelionato previdenciário praticado
pelo próprio segurado etc. Admitem flagrante enquanto
Relevância da omissão não interrompida a consumação.
Crime Comissivo, Omissivo Próprio ou Comissivo por c) Crime instantâneo de efeitos permanentes: é aquele
Omissão crime que se consuma num momento determinado, mas
a) Crime comissivo: crime comissivo é aquele em que seus efeitos perduram no tempo .
o agente realiza uma ação positiva visando a um resultado d) Crime eventualmente permanente: é o delito
ilícito. Crime comissivo não se confunde, por evidente, com instantâneo que, em caráter excepcional, pode realizar-se
crime material, já que pode não haver qualquer resultado de modo a lesionar o bem jurídico de maneira permanente.
naturalístico. Por exemplo, é comissivo o crime de injúria, mas e) Crime de fusão: é o crime que pressupõe a prática de
não é material. O importante é uma conduta da pessoa livre e outro, como nos casos dos crimes de lavagem de dinheiro
consciente que lhe retire do estado de inércia. e de receptação.
b) Crime omissivo próprio ou puro: são crimes em que
a própria omissão já é prevista no tipo penal, sendo ela uma Crime de Dano e de Perigo
elementar, a única forma de se realizar a conduta criminosa. a) Crime de dano: crime em que é necessário haver
Nesses crimes omissivos basta a abstenção, é suficiente a uma efetiva lesão ao bem jurídico (lesão perceptível no
desobediência ao dever de agir para que o delito se consume. mundo fático) para se caracterizar, como no caso do furto.
O resultado que eventualmente surgir dessa omissão será
b) Crime de perigo: crime em que a simples ameaça
irrelevante para a consumação do crime, podendo apenas
ao bem jurídico já é abominada, justificando, assim, sua
configurar uma majorante ou qualificadora. O agente
penalização.
desobedece a uma norma mandamental, norma esta que
determina a prática de uma conduta subentendida no tipo, Subdivide-se em crime de perigo concreto, crime de
que não é realizada. perigo abstrato e crime de perigo concreto-abstrato.
c) Crime comissivo por omissão, omissivo impróprio ou i. Crimes de perigo abstrato: Nos crimes de perigo
impuro: são os crimes em que o agente produz o resultado abstrato, como o perigo não é elemento do tipo, não se
pela própria omissão, após ter assumido o dever de evitá- precisa provar. Só se tem de provar o que é elementar do
lo ou outras das causas previstas no CP. É previsto no § 2º crime e o perigo não é elementar do crime porque ele não
do artigo 13 do Código Penal, segundo o qual “a omissão é requerido no tipo pelo legislador. Consequência: basta
é penalmente relevante quando o agente devia e podia agir praticar a ação e se presume que ela é sempre perigosa.
para evitar o resultado. Poderão ser tanto dolosos quanto Haveria então uma presunção iure et de iure de perigo pela
culposos, admitem tentativa etc. São pressupostos do simples realização da conduta tipificada na norma. É o caso
crime omissivo impróprio: de dirigir embriagado em via pública.

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DIREITO PENAL

ii. Crimes de perigo concreto: e os crimes de perigo Crime Material, Formal e de Mera Conduta ou de
concreto? Neles o legislador faz referência no tipo ao Atividade
perigo. Normalmente a forma de redigir um tipo de perigo a) Crime material: é o crime cujo tipo penal descreve
concreto é assim: “expor a perigo iminente”. uma conduta e um resultado, o qual necessariamente deve
O perigo então é elementar do tipo e, por isso, tem que ser verificado, sob pena de se constituir em mera tentativa.
ser provado. Nesses crimes será possível que a conduta se Exemplo: homicídio. A conduta é matar; o resultado é a
realize e o perigo não seja causado. morte. Caso a vítima não morra, não existe homicídio.
iii. Crimes de perigo abstrato-concreto crimes de b) Crime formal ou de consumação antecipada: é
inidoneidade crimes de perigo idôneo crimes de perigo o crime em que, mesmo sendo possível um resultado
hipotético: são aqueles em que a conduta analisada ex naturalístico que lese o bem jurídico, o tipo penal adianta
ante pelo legislador é considerada perigosa ao bem a punição aos atos de consumação. Exemplo: extorsão: a
jurídico segundo um juízo de probabilidade do dano. Não simples prática da constrição já faz o delito se consumar,
exige demonstração de risco ao bem. Também não coloca independentemente da pessoa auferir ou não a vantagem
como elementar no tipo incriminador. Não coloca no tipo indevida.
incriminador a exigência de perigo. Não se diferencia c) Crime de mera conduta ou de atividade: nesses
muito cabalmente dos crimes de perigo abstrato. Nos dois crimes, não só não há resultado naturalístico como é
há ponto comum: periculosidade geral. impossível que este aconteça. O tipo penal descreve
a conduta proibida, quase sempre de perigo abstrato.
Crimes de Perigo Abstrato: Aprofundamentos Exemplo clássico é o porte de arma sem autorização. O
Apesar da existência de ampla controvérsia doutrinária, simples portar arma em nada modifica o mundo real.
os crimes de perigo abstrato podem ser identificados como
aqueles em que não se exige nem a efetiva lesão ao bem Crime Unissubjetivo e Plurissubjetivo
jurídico protegido pela norma nem a configuração do a) Crime unissubjetivo: é o crime que pode ser praticado
perigo em concreto a esse bem jurídico. por qualquer pessoa, sozinha, sem auxílio. Em regra, todo
Nessa espécie de delito, o legislador penal não toma crime é unissubjetivo.
como pressuposto da criminalização a lesão ou o perigo
b) Crime plurissubjetivo: é o crime para cuja realização
de lesão concreta a determinado bem jurídico. Baseado em
necessita-se de pelo menos duas pessoas, como a
dados empíricos, o legislador seleciona grupos ou classes
bigamia e a formação de quadrilha. Pode ser de condutas
de ações que geralmente levam consigo o indesejado
convergentes, contrapostas ou paralelas.
perigo ao bem jurídico.
Assim, os tipos de perigo abstrato descrevem ações que,
Crime Unissubsistente, Plurissubsistente e Pluriofensivo
segundo a experiência, produzem efetiva lesão ou perigo
de lesão a um bem jurídico digno de proteção penal, ainda a) Crime unissubsistente: é o crime cuja consumação
que concretamente essa lesão ou esse perigo de lesão ocorre mediante um único ato, não sendo admitido seu
não venham a ocorrer. O legislador, dessa forma, formula fracionamento, sendo impossível a tentativa. A conduta
uma presunção absoluta a respeito da periculosidade de se esgota com a concretização do delito. V.g., injúria,
determinada conduta em relação ao bem jurídico que calúnia e difamação na forma verbal. Neles não há um
pretende proteger. O perigo, nesse sentido, não é concreto, iter criminis perfeito, a pessoa não tem a possibilidade de
mas apenas abstrato. Não é necessário, portanto, que, no arrependimento eficaz.
caso concreto, a lesão ou o perigo de lesão venham a se b) Crime plurissubsistente: é o crime para cuja
efetivar. O delito estará consumado com a mera conduta consumação podem ser realizados mais de um ato, como
descrita no tipo. no homicídio. Entretanto, esse crime poderá ser realizado
A atividade legislativa de produção de tipos de perigo com apenas um ato. A diferença para o unissubsistente
abstrato, por isso, deve ser objeto de rígida fiscalização é que aquele somente poderá, necessariamente, ser
a respeito da sua constitucionalidade; especificamente, realizado apenas com um ato. Logo, em regra os crimes são
sobre sua adequação ao princípio da proporcionalidade. A plurissubsistentes. Exatamente por isso, a conduta pode ser
criação de crimes de perigo abstrato não representa, por si fracionada, permitindo a tentativa.
só, comportamento inconstitucional por parte do legislador c) Crime pluriofensivo: é o que lesa ou expõe a perigo
penal. A tipificação de condutas que geram perigo em de dano mais de um bem jurídico.
abstrato, muitas vezes, acaba sendo a melhor alternativa,
ou a medida mais eficaz, para proteção de bens jurídico- Crime Comum, Próprio, Próprio Impuro, Bipróprio, de
penais supraindividuais ou de caráter coletivo, como o Mão Própria e de Acumulação
meio ambiente, por exemplo. A antecipação da proteção a) Crime comum: é o crime que pode ser praticado
penal em relação à efetiva lesão torna mais eficaz, em por qualquer pessoa, independentemente de alguma
muitos casos, a proteção do bem jurídico. Portanto, pode qualidade especial que ela tenha.
o legislador, dentro de suas amplas margens de avaliação b) Crime próprio: é o crime que somente pode ser
e de decisão, definir quais as medidas mais adequadas e praticado por uma pessoa que detenha determinada
necessárias para a efetiva proteção de determinado bem característica, como no caso do peculato, em que o agente
jurídico, o que lhe permite escolher espécies de tipificação deve, necessariamente, ser servidor público. Também
próprias de um direito penal preventivo. se analisa a propriedade do crime com base numa

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DIREITO PENAL

característica especial do sujeito passivo. Essa classificação não se consiga produzi-lo. Ou seja, em tese, no caso da
também é chamada de crimes especiais próprios. Se for teoria objetiva temperada, só seria de se reconhecer o
exigida característica especial tanto do agente quanto da crime impossível, por exemplo, após a arma utilizada para
vítima, fala-se em crime duplamente próprio. um roubo ser periciada. Se chegar à conclusão de que a
c) Crime próprio impuro: o crime próprio impuro é arma que foi acionada não disparou e nunca dispararia por
aquele que, se desaparecer a qualidade particular do ser defeituosa, seria caso de crime impossível. Porém, se
agente (que é exigida para configuração do crime próprio), essa arma, uma vez apreendida e submetida à perícia, for
desaparece também o crime especial. Entretanto, ocorrerá revelada como apta a produzir disparos, tendo o insucesso
a desclassificação da conduta para outro delito, que terá do roubo decorrido unicamente de seu emperramento
natureza diversa. Assim, a falta de uma elementar torna o episódico, o meio será relativamente ineficaz, merecendo
crime próprio puro absolutamente atípico, enquanto o crime o agente, pois, punição pela tentativa. Essa foi a opção
próprio impuro, relativamente atípico. Essa classificação adotada pelo legislador brasileiro.
também é chamada de crimes especiais impróprios .
d) Crime bipróprio: aquele que exige uma especial Teoria sintomática ou subjetiva: defende que o agente
qualidade, tanto do sujeito ativo como do sujeito passivo deve ser punido, mesmo em caso de crime impossível,
do delito. porque demonstrou periculosidade, disposição para
e) Crime de mão própria: é o crime em que o agente agredir um bem jurídico. Nesse caso, ele seria punido pela
deve praticar a execução diretamente, não se admitindo a intenção, e não por algum fato. Não é adotada no Brasil.
prática por interposta pessoa. V.g., bigamia, prática de atos b) Crime putativo (delito de alucinação): no crime
obscenos, falso testemunho. putativo, o agente pratica uma conduta acreditando estar
d) Crimes de acumulação: fruto de uma controversa praticando um ilícito penal, quando, de fato, sua ação não
tendência de política criminal voltada à prevenção de está tipificada.
ilícitos. Neles, o legislador incrimina uma conduta que, O crime putativo pode ocorrer nas seguintes hipóteses:
individualmente considerada, não encerra um risco -Crime putativo por erro de proibição: o agente
jurídico ao bem tutelado, mas se vier a ser praticada por acredita ofender uma lei penal que não existe realmente.
um conjunto grande de indivíduos, efetivamente lesará tal A existência da lei incriminadora só existe na mente do
bem. agente, recaindo o erro, portanto, sobre a ilicitude do fato.
-Crime putativo por erro de tipo: o crime imaginário
Crime Impossível e Putativo se verifica quando o autor acredita ofender uma lei penal
a) Crime impossível, quase-crime, tentativa inidônea incriminadora, mas os fatos revelam faltar uma elementar
ou tentativa inadequada: ocorre quando o agente se utiliza do tipo. Ou seja, a lei penal existe, entretanto o fato não foi
de meio absolutamente ineficaz ou objeto absolutamente típico. Aqui, há um erro sobre uma circunstância fática, e
impróprio para consumar o crime. É o caso da tentativa não sobre uma questão jurídica.
de homicídio dando-se um copo de água à vítima na -Crime putativo por obra do agente provocador:
expectativa de que ela venha a morrer (meio absolutamente denominado crime de ensaio, crime de experiência
ineficaz) ou quando se tenta furtar a honra da vítima (objeto ou flagrante provocado, ocorre quando uma pessoa
absolutamente impróprio, honra não pode ser furtada). induz o agente a cometer uma conduta criminosa
A relativa ineficácia do meio e a relativa impropriedade e, simultaneamente, adota medidas para impedir a
do objeto não afastam a configuração do crime. O crime consumação. Aqui, incide a súmula 145 do STF: “Não há
impossível deve ser analisado após a realização do fato, crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna
visto que algo aparentemente inofensivo pode ter o efeito impossível a sua consumação”.
de efetivamente gerar o crime.
Crime Vago, Remetido, Exaurido, Habitual e
Acerca do crime impossível há três teorias: Habitualidade Criminosa
Teoria objetiva pura: não distingue entre absoluta ou a) Crime vago, multivitimários ou de vítimas difusas:
relativa impropriedade do objeto ou ineficácia do meio. A crime praticado contra uma coletividade sem personalidade
teoria dispõe que, não importa saber, por exemplo, se a jurídica. Por exemplo, o crime de racismo.
arma não funcionou porque nunca funcionaria, ou a arma b) Crime remetido: ocorre quando a sua definição
não funcionou naquele caso porque, por azar do autor, se remete a outros crimes, que passam a integrá-lo (v.g.,
ela emperrou, uma vez que em ambos os casos se estaria art. 304 - fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou
diante de um crime impossível. alterados a que se referem os arts. 297 a 302).
c) Crime exaurido : é aquele já consumado nos termos
Teoria objetiva temperada: prima pela distinção entre da lei, embora possa ter desdobramentos posteriores que
absoluta ou relativa impropriedade do objeto ou ineficácia não influenciam no fato típico. Nele, o agente, mesmo
do meio. Essa teoria sustenta que só há perigo ao bem após ter consumado o delito, o leva a consequências mais
jurídico apto a fundamentar a punibilidade do crime lesivas. Ocorre o exaurimento, v.g., na extorsão, quando o
tentado quando o objeto ou o meio forem, em tese, aptos agente obtém a vantagem indevida, o que é um indiferente
à produção do resultado, ainda que circunstancialmente penal (exceto para a reparação do dano).

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DIREITO PENAL

d) Crime habitual: é aquele crime que exige uma Crime Acessório ou Parasitário
sequência de atos para se consumar, tem uma duração É o crime que pressupõe, para a consumação, a prática
contínua, geralmente indefinida e casuística, no tempo. de outro, como a receptação, o favorecimento real e a
Crimes habituais não se confundem com crimes continuados. lavagem de dinheiro.
Caso a habitualidade cesse antes de findo o resultado, os
fatos praticados não serão considerados crimes, podendo, Crime Transeunte e Não Transeunte
no máximo, haver punição por tentativa. Ao contrário Transeunte vem da palavra transitar; passa a ideia de
do que se defendo por aí, esses crimes admitem sim o algo que permanece ou não.
flagrante, quando a prisão é feita após já se ter verificado É classificação adotada para os crimes que deixam ou
o implemento da habitualidade e a configuração criminosa. não vestígios. Se deixarem vestígios, é não transeunte;
Exemplo o rufianismo. não deixando, é transeunte. Como exemplo de crimes não
-Habitual próprio: habitual próprio é aquele crime cuja transeuntes tem-se a apropriação indébita previdenciária,
tipicidade depende da reiteração de condutas. No habitual cujo vestígio é exatamente a diminuição da arrecadação de
próprio um único ato não é suficiente a dar tipicidade à contribuição previdenciária do empregado.
conduta, pois a tipicidade decorrerá do somatório dos atos
típicos praticados. Crime transeunte clássico é a invasão de domicílio.
-Habitual impróprio ou acidentalmente habitual: é Crime de Consumação Atípica Impunível
aquele crime que, não obstante a regra seja sua perpetuação È aquele quando o fato consumado é indiferente penal
no tempo para se configurar, permite que um único ato seja e a forma tentada é punida pelo ordenamento jurídico.
suficiente para a consumação, em casos extremos, como
ocorre no crime de gestão fraudulenta. Não constituirá Superveniência de causa independente
pluralidade de crimes a repetição de atos.
e) Habitualidade criminosa: a habitualidade criminosa (...)
ocorre quando o agente faz do delito seu meio de vida, sem § 1º - A superveniência de causa relativamente
que ele queira necessariamente e tenha em mente que um
independente exclui a imputação quando, por si só,
crime seja tido por continuação do outro, caso contrário
produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,
haveria continuidade delitiva. Inclusive, o STJ reiteradamente
imputam-se a quem os praticou.
tem decidido que a habitualidade criminosa impede o
As Novas Causas podem ser absolutamente ou
reconhecimento do benefício da continuidade delitiva, já
relativamente independentes da conduta do agente.
que totalmente incompatível com o comportamento social
Se as Novas Causas forem absolutamente
do réu, que merece maior reprimenda. Nesse sentido:
independentes da conduta do agente, não importando a
conduta do agente, o resultado ocorreria do mesmo jeito,
Crime de Espaço Mínimo, Crime de Espaço Máximo ou
Plurilocal e Crime à Distância o agente responde apenas pela conduta que praticou,
a) Crime de espaço mínimo: aquele que é cometido e mas não pelo resultado. Podemos citar como exemplo,
consumado em um mesmo lugar. o seguinte caso: X quer se suicidar e ingere veneno.
b) Crime de espaço máximo ou plurilocal: aqueles Posteriormente, Y quer matar X e dá-lhe um tiro. X morre.
cometidos em território de duas ou mais comarcas ou seções Contudo, X morreria de qualquer jeito por ter tomado
judiciárias de um mesmo país. A comarca responsável pelo veneno. Y responde pela conduta (tentativa de homicídio)
julgamento será, em regra, aquela onde ocorreu o resultado e não pelo resultado (homicídio consumado)
(teoria prevalente no processo penal), salvo se o crime for Se as Novas Causas forem relativamente independentes,
de menor potencial ofensivo ou tentado, caso em que a em regra o agente responde pelo resultado (i.e., se a
competência é fixada pelo local da conduta. conduta do agente não tivesse ocorrido, o resultado
c) Crime à distância: relacionado ao direito internacional, também deixaria de ocorrer). Há que se analisar se a Nova
é aquele em que se pratica a conduta num país e ocorre o Causa é anterior, concomitante ou posterior aos fatos.
resultado num outro.
Consumação e Tentativa
Crimes de Tendência (Intenção Especial) e Crimes de
Intenção Crime Consumado
Crimes de tendência ou de intenção especial: neles, o Fundamentado no artigo. 14, inciso I do Código Penal,
tipo penal requer o ânimo de realizar a própria conduta o crime consumado é o tipo penal integralmente realizado,
legalmente prevista, sem necessidade de transcender tal ou seja, quando o tipo concreto amolda-se perfeitamente
conduta, como ocorre nos delitos de intenção. É aquele que ao tipo abstrato. De acordo com o artigo 14, I do Código
condiciona a sua existência à intenção do sujeito, devendo Penal, diz-se consumado o crime quando nele se reúnem
necessariamente ser analisado um aspecto subjetivo. Em todos os elementos de sua definição legal. No homicídio,
outras palavras, não se exige que o autor do crime deseje por exemplo, o tipo penal consiste em “matar alguém”
um resultado ulterior ao previsto no tipo penal, mas, apenas, (artigo 121 do CP), assim o crime restará consumado com
que confira à ação típica um sentido subjetivo não previsto a morte da vítima.
expressamente no tipo, mas dedutível da natureza do delito.

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DIREITO PENAL

Crime Tentado de crime. A conduta do agente não precisa ser espontânea


O crime tentado tem fundamentação no artigo 14, (ele teve a ideia de desistir ou impedir o resultado), mas
inciso II do Código Penal ocorre quando o agente inicia apenas voluntária (há vontade própria, ainda advenha da
a execução do delito mas este não se consuma por sugestão de terceiros).
circunstâncias alheias à sua vontade. De acordo com
o parágrafo único do art. 14, do Código Penal, “salvo Considerações Gerais Acerca da Desistência Voluntária
disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena e do Arrependimento Eficaz
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a
dois terços”. Para fixar a pena, o magistrado deve usar como Intenção do Agente
critério a maior ou menor proximidade da consumação, de A aplicação prática desses institutos independe de
forma que quanto mais o agente percorrer o “iter criminis”, considerações acerca de intenção nobre ou não do agente.
maior será sua punição. Não é necessário que ele tenha atuado com nobreza, ou
com desprendimento, no momento em que ele praticou
Pena de Crime Consumado e Crime Tentado a nova ação, ou no momento em que ele se absteve
de praticar novas ações. Logo, não se exige sequer a
Para a punição da tentativa se considera a extensão da espontaneidade na desistência, ou a espontaneidade na
conduta do autor até o momento em que foi interrompida. nova ação, no caso do arrependimento eficaz. Se exige, tão
Quanto mais próxima da consumação, menor deve ser a somente, a voluntariedade no desistir. Ou a voluntariedade
redução (1/3). no atuar novamente. Isso para se resguardar o bem jurídico.
De outro lado, quanto mais longe a conduta do autor
ficou da consumação delitiva, maior deve ser a redução Finalidade dos Institutos
da pena (2/3). O Juiz deve fixar a redução dentro desses Esses institutos existem para que não seja frustrada a
limites, de modo justificado. expectativa do Direito Penal como um todo, que é a de
proteger o bem jurídico. O Direito Penal opta por não
Desistência Voluntária ou Tentativa Abandonada punir, desde que a pessoa cesse a sua atividade, no caso da
(Art. 15, CP) desistência voluntária, ou pratique uma nova atividade, no
caso do arrependimento eficaz. E, com isso, ao cessar ou
Ocorre quando, após iniciados os atos executórios, mas
praticar uma nova atividade, evite a lesão ao bem jurídico,
antes de esgotá-los, o agente interrompe a prática criminosa
evite a produção do resultado.
voluntariamente, ainda que por motivos egoísticos. Deve-
se pensar da seguinte forma: “posso prosseguir, mas não
Natureza Jurídica dos Institutos
quero”. Se isso se configurar, haverá desistência voluntária.
Há três principais correntes sobre a natureza jurídica:
Somente é possível na tentativa imperfeita ou inacabada.
a) Causa de exclusão de tipicidade: O fato praticado
Além disso, não é cabível no crime unissubsistente ( já que
é atípico, visto que o crime visado pelo agente não foi
não admite tentativa).
praticado, por ter sido evitado. Trata-se da tese dominante.
De fato, nos crimes unissubsistentes não se admite a Somente responderá o agente pelos atos já praticados,
desistência voluntária (agente interrompe voluntariamente desde que típicos, evidentemente.
a execução do crime) porque se praticado o primeiro b) Causa de extinção da punibilidade: tese sustentada
ato ocorre o fim da execução. E, por outro lado, se não por Nelson Hungria. No caso de homicídio tentado, a
praticado o primeiro ato, o crime simplesmente não sai da evitação do resultado praticada pelo agente faz surgir uma
cabeça do agente, não sendo a cogitação punível. causa de extinção da punibilidade pelo homicídio tentado,
A Fórmula de Frank define a desistência voluntária de ao mesmo tempo em que faz surgir uma tipicidade pelos
forma lapidar. Ela consiste na seguinte expressão: Posso, atos já praticados, se existir correspondência típica.
mas não quero continuar. Isso é importantíssimo porque, c) Causa de isenção de pena: defendida por Rogério
por exemplo, se foram outros fatores que não a própria Greco. Ele adota esse entendimento sob o argumento de
vontade do agente que o impediu de continuar, como fica? que, se o ato foi praticado pelo agente, por exemplo, se um
A desistência voluntária, está ligada a uma omissão na tiro foi dado na vítima com a intenção de matá-la, não há
prática de atos complementares que seriam praticados, como um ato posterior tornar atípico um ato que foi típico,
segundo o plano e que poderiam ter sido praticados, dadas como se apagasse acontecimentos passados. Não, para ele
as circunstâncias. o ato praticado é típico, porém o Direito Penal, com vistas a
resguardar o bem jurídico, evitando maiores danos, não faz
Arrependimento Eficaz incidir pena ao agente.
(art. 15, CP)
Aqui, o agente exaure a execução do crime, entretanto, Arrependimento Posterior
arrepende-se e atua de forma a evitar o resultado. possui (Art. 16, CP)
natureza jurídica de causa geradora da atipicidade. Tem natureza jurídica de causa geral de diminuição
Considerando que apenas crimes materiais exigem a de pena. Ele se dá quando, nos crimes cometidos sem
ocorrência do resultado para consumação, somente tem violência ou grave ameaça à pessoa, o agente repare
sentido em falar de arrependimento eficaz nesta categoria voluntariamente o dano até o recebimento da denúncia

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DIREITO PENAL

ou queixa pelo juiz (não é oferecimento pelo MP), sendo- Crime Impossível
lhe reduzida a pena de um a dois terços (se a reparação Crime impossível, quase-crime, tentativa inidônea
se der após o recebimento, haverá apenas uma atenuante ou tentativa inadequada: ocorre quando o agente se
genérica). utiliza de meio ABSOLUTAMENTE INEFICAZ ou objeto
De acordo com Von Liszt, enquanto o art. 15 (o ABSOLUTAMENTE IMPRÓPRIO para consumar o crime. É o
arrependimento eficaz e desistência voluntária) configura caso da tentativa de homicídio dando-se um copo de água
uma ponte de ouro que o Direito Penal oferece ao à vítima na expectativa de que ela venha a morrer (meio
delinquente, o art. 16 configura a ponte de prata, porque absolutamente ineficaz) ou quando se tenta furtar a honra
agora ele vai responder pelo crime. Mas, igualmente, aqui da vítima (objeto absolutamente impróprio, honra não
a razão do instituto é entre punir completamente e punir pode ser furtada). A relativa ineficácia do meio e a relativa
menos de acordo com a restituição da esfera jurídica alheia. impropriedade do objeto não afastam a configuração do
Com o arrependimento posterior, já fracassou o objetivo crime, geralmente dando azo à forma tentada. O crime
preventivo do Direito Penal. O bem jurídico já foi lesionado. impossível deve ser analisado após a realização do fato,
Porém, ainda resta como alternativa a sua recomposição. E visto que algo aparentemente inofensivo pode ter o efeito
aí o Direito Penal oferece para o agente: “olha meu amigo, de efetivamente gerar o crime, v.g., quando se dá açúcar
aqui você já tem que ser punido, porque o bem jurídico a pessoa com diabetes. Sobre o crime impossível há três
alheio já foi lesionado. No art. 15 não. Sua ação impediu teorias:
a lesão efetiva. Aqui, a lesão já ocorreu. Mas você pode i. Teoria objetiva pura: não distingue entre absoluta
responder inteiramente, ou você pode responder com ou relativa impropriedade do objeto ou ineficácia do
a diminuição de pena, desde que repare a esfera jurídica meio. Segundo a teoria objetiva pura, não interessa saber,
lesionada. E aí eu vou diminuir a sua pena. Porém, pena eu por exemplo, se a arma não funcionou porque nunca
tenho que aplicar”. funcionaria, ou a arma não funcionou naquele caso porque,
São, então, requisitos para seu reconhecimento: por azar do autor, ela emperrou. Tanto um, quanto em
a) A conduta tem que ter produzido o resultado (caso outro caso, se estaria diante de um crime impossível.
contrário será arrependimento eficaz); ii. Teoria objetiva temperada: prima pela distinção
b) Voluntariedade; entre absoluta ou relativa impropriedade do objeto ou
c) Crimes sem violência ou grave ameaça (tem-se ineficácia do meio. Essa teoria sustenta que só há perigo ao
admitido o arrependimento posterior nos crimes com bem jurídico apto a fundamentar a punibilidade do crime
violência culposos); tentado quando o objeto ou o meio forem, em tese, aptos
d) Arrependimento antes de recebida a denúncia pelo à produção do resultado, ainda que circunstancialmente
juiz; não se consiga produzi-lo. Ou seja, em tese, no caso da
e) Reparação do dano seja completa (requisito teoria objetiva temperada, só seria de se reconhecer o
mitigado. Vide julgado abaixo). crime impossível, por exemplo, após a arma utilizada para
um roubo ser periciada. Se chegar à conclusão de que a
Presentes os requisitos acima elencados, a incidência arma que foi acionada não disparou e nunca dispararia por
da causa de diminuição de pena é direito subjetivo do réu, ser defeituosa, seria caso de crime impossível. Porém, se
e não uma faculdade do juiz. essa arma, uma vez apreendida e submetida à perícia, for
O agente será beneficiado pelo arrependimento revelada como apta a produzir disparos, tendo o insucesso
posterior mesmo que somente repare o dano por ter sido do roubo decorrido unicamente de seu emperramento
descoberto pela polícia. Isso visa resguardar a vítima, episódico, o meio será relativamente ineficaz, merecendo o
melhorar sua condição enquanto ofendida. agente, pois, punição pela tentativa. Essa foi claramente a
Os coautores de crimes também serão beneficiados opção adotada pelo legislador brasileiro.
caso um dos agentes repare o dano, mesmo que aqueles iii. Teoria sintomática ou subjetiva: defende que
não quiseram a reparação ou dela não participaram. Isso o agente deve ser punido, mesmo em caso de crime
porque é circunstância de caráter objetivo. impossível, porque demonstrou periculosidade, disposição
Nos crimes submetidos ao Juizado Especial Criminal, para agredir um bem jurídico. Nesse caso, ele seria punido
caso o agente repare o dano (se houver composição civil), pela intenção, e não por algum fato. Não é adotada no
mesmo após o recebimento da queixa ou da representação, Brasil.
e mesmo que o crime tenha sido com violência ou grave b) Crime putativo (delito de alucinação): no crime
ameaça, o agente será beneficiado, não somente com putativo, o agente pratica uma conduta acreditando estar
a diminuição de pena, mas sim com a extinção de sua praticando um ilícito penal, quando, de fato, sua ação não
punibilidade e a renúncia legal pela vítima do direito de está tipificada. V.g., quando o agente adultera com o fito de
ingressar em juízo. cometer crime (o adultério não é mais considerado ilícito
No crime de emissão de cheque sem fundo, o penal em nosso ordenamento, logo, não há crime). O crime
pagamento até o recebimento da denúncia ou queixa putativo pode ocorrer nas seguintes hipóteses:
extingue a punibilidade (Súmula 554, STF). i. Crime putativo por erro de proibição: o agente
No peculato culposo, se a reparação do dano precede acredita ofender uma lei penal que não existe realmente.
à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é A existência da lei incriminadora só existe na mente do
posterior, reduz em metade a pena imposta. agente, recaindo o erro, portanto, sobre a ilicitude do fato.

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DIREITO PENAL

ii. Crime putativo por erro de tipo: o crime imaginário Dispõe o Código Penal:
se verifica quando o autor acredita ofender uma lei penal
incriminadora, mas os fatos revelam faltar uma elementar Extinção da punibilidade
do tipo. Ou seja, a lei penal existe, entretanto o fato não foi Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
típico. Aqui, há um erro sobre uma circunstância fática, e não I - pela morte do agente;
sobre uma questão jurídica. Por exemplo, o agente quer II - pela anistia, graça ou indulto;
cometer um crime tributário declarando erroneamente III - pela retroatividade de lei que não mais considera o
dados na DCTF; porém, ao invés de preencher a DCTF, ele fato como criminoso;
preenche um formulário de cadastro no show do milhão. IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
iii. Crime putativo por obra do agente provocador: V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão
denominado crime de ensaio, crime de experiência aceito, nos crimes de ação privada;
ou flagrante provocado, ocorre quando uma pessoa VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei
induz o agente a cometer uma conduta criminosa a admite;
e, simultaneamente, adota medidas para impedir a VII - (Revogado)
consumação. Aqui, incide a súmula 145 do STF: “Não VIII - (Revogado)
há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
torna impossível a sua consumação”.
Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que
é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância
Causas de exclusão da culpabilidade
agravante de outro não se estende a este. Nos crimes
O Código Penal prevê causas que excluem a
conexos, a extinção da punibilidade de um deles não
culpabilidade pela ausência de um de seus elementos, impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante
ficando o sujeito isento de pena, ainda que tenha da conexão.
praticado um fato típico e antijurídico.
(...)
a) inimputabilidade: a incapacidade de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com O excesso Punível
esse entendimento. Ao reagir à agressão injusta que está sofrendo, ou em
- doença mental, desenvolvimento mental incompleto vias de sofrê-la, em relação ao meio usado o agente pode
ou retardado (art. 26); encontrar-se em três situações diferentes:
- desenvolvimento mental incompleto por presunção - usa de um meio moderado e dentro do necessário
legal, do menor de 18 anos (art. 27); para repelir à agressão;
- embriaguez completa, proveniente de caso fortuito Haverá necessariamente o reconhecimento da legítima
ou força maior (art. 28, § 1º). defesa.
- de maneira consciente emprega um meio
b) inexistência da possibilidade de conhecimento da desnecessário ou usa imoderadamente o meio necessário;
ilicitude: A legítima defesa fica afastada por excluído um dos
- erro de proibição (art. 21). seus requisitos essenciais.
- após a reação justa (meio e moderação)
c) inexigibilidade de conduta diversa: por imprevidência ou conscientemente continua
- coação moral irresistível (art. 22, 1ª parte); desnecessariamente na ação.
- obediência hierárquica (art. 22, 2ª parte). No terceiro agirá com excesso, o agente que intensifica
demasiada e desnecessariamente a reação inicialmente
Punibilidade justificada. O excesso poderá ser doloso ou culposo. O
A punibilidade é uma das condições para o exercício agente responderá pela conduta constitutiva do excesso.
da ação penal (CPP, art. 43, II) e pode ser definida como a
Ilicitude
possibilidade jurídica de o Estado aplicar a sanção penal
Ilícito penal, é o crime ou delito. Ou seja, é o
(pena ou medida de segurança) ao autor do ilícito.
descumprimento de um dever jurídico imposto por normas
A Punibilidade, portanto, é consequência do crime.
de direito público, sujeitando o agente a uma pena.
Assim, é punível a conduta que pode receber pena. Na ilicitude penal, a antijuridicidade é a contradição
entre uma conduta e o ordenamento jurídico. O fato típico,
Extinção da Punibilidade até prova em contrário, é um fato que, ajustando-se a um
A extinção da punibilidade é a perda do direito do tipo penal, é antijurídico.
Estado de punir o agente autor de fato típico e ilícito,
ou seja, é a perda do direito de impor sanção penal. As Excludente de ilicitude
causas de extinção da punibilidade estão espalhadas no Excludente de ilicitude é uma causa excepcional que
ordenamento jurídico brasileiro. retira o caráter antijurídico de uma conduta tipificada como
criminosa (fato típico).

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DIREITO PENAL

Art. 23 - Exclusão da ilicitude Culpabilidade


Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: Culpabilidade é um elemento integrante do conceito
I - em estado de necessidade; definidor de uma infração penal. A motivação e objetivos
II - em legítima defesa; subjetivos do agente praticante da conduta ilegal. A
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no culpabilidade aufere, a princípio, se o agente da conduta
exercício regular de direito. ilícita é penalmente culpável, isto é, se ele agiu com dolo
(intenção), ou pelo menos com imprudência, negligência
Excesso punível ou imperícia, nos casos em que a lei prever como puníveis
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses tais modalidades
deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
A ação do homem será típica sob o aspecto criminal Causas de exclusão da culpabilidade
quando a lei penal a descreve como sendo um delito. Numa O Código Penal prevê causas que excluem a
primeira compreensão, isso também basta para se afirmar culpabilidade pela ausência de um de seus elementos,
que ela está em desacordo com a norma, que se trata de ficando o sujeito isento de pena, ainda que tenha praticado
uma conduta ilícita ou, noutros termos, antijurídica. um fato típico e antijurídico.
Essa ilicitude ou antijuridicidade, contudo, consistente
na relação de contrariedade entre a conduta típica do autor a) inimputabilidade: a incapacidade de entender o
e o ordenamento jurídico, pode ser suprimida, desde que, caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
no caso concreto, estejam presentes uma das hipóteses esse entendimento.
previstas no artigo 23 do Código Penal: o estado de - doença mental, desenvolvimento mental incompleto
necessidade, a legítima defesa, o estrito cumprimento do ou retardado (art. 26);
dever legal ou o exercício regular de direito. - desenvolvimento mental incompleto por presunção
O estado de necessidade e a legítima defesa são legal, do menor de 18 anos (art. 27);
conceituados nos artigos 24 e 25 do Código Penal, - embriaguez completa, proveniente de caso fortuito
merecendo destaque, neste tópico, apenas o estrito
ou força maior (art. 28, § 1º).
cumprimento do dever legal e o exercício regular de um
direito, como excludentes da ilicitude ou da antijuridicidade.
b) inexistência da possibilidade de conhecimento da
A expressão estrito cumprimento do dever legal, por si
ilicitude:
só, basta para justificar que tal conduta não é ilícita, ainda
- erro de proibição (art. 21).
que se constitua típica. Isso porque, se a ação do homem
decorre do cumprimento de um dever legal, ela está de
c) inexigibilidade de conduta diversa:
acordo com a lei, não podendo, por isso, ser contrária
- coação moral irresistível (art. 22, 1ª parte);
a ela. Noutros termos, se há um dever legal na ação do
autor, esta não pode ser considerada ilícita, contrária ao - obediência hierárquica (art. 22, 2ª parte).
ordenamento jurídico.
Um exemplo possível de estrito cumprimento do dever Agravação pelo resultado
legal pode restar configurado no crime de homicídio, em Atos cujo resultado extrapola a vontade do agente só o
que, durante tiroteio, o revide dos policiais, que estavam responsabilizam penalmente quando forem praticados ao
no cumprimento de um dever legal, resulta na morte do menos culposamente, quando ele agiu sem observar um
marginal. Neste sentido - RT 580/447. dever de cuidado, atuando com imprudência, negligência
O exercício regular de um direito, como excludente ou imperícia.
da ilicitude, também quer evitar a antinomia nas relações Uma responsabilização que extrapola a órbita do dolo
jurídicas, posto que, se a conduta do autor decorre do e da culpa, por sua vez, torna-se objetiva, por escapar,
exercício regular de um direito, ainda que ela seja típica, inclusive, da previsibilidade do resultado, que na hipótese
não poderá ser considerada antijurídica, já que está de de culpa não é almejado, muito embora previsível. A
acordo com o direito. responsabilidade objetiva, contudo, é rejeitada pela norma
Um exemplo de exercício regular de um direito, como penal, que aceita apenas o dolo ou a culpa. O dispositivo
excludente da ilicitude, é o desforço imediato, empregado penal em análise contempla tal entendimento.
pela vítima da turbação ou do esbulho possessório, Acerca dos crimes preterdolosos, constantes no
enquanto possuidor que pretende reaver a posse da coisa Código Penal, caracterizam-se eles por preverem uma
para si (RT - 461/341). conduta inicial dolosa e um resultado adicional culposo,
A incidência da excludente da ilicitude, conduto, não que justifica o agravamento da sanção.
pode servir de salvo conduto para eventuais excessos do Para exemplificarmos ,podemos citar a lesão corporal
autor, que venham a extrapolar os limites do necessário seguida de morte (art. 129, §.3.º, do Código Penal), na qual
para a defesa do bem jurídico, do cumprimento de um se pode falar em dolo na lesão corporal e culpa no evento
dever legal ou do exercício regular de um direito. Havendo morte. Mesmo que a morte não tenha sido o objetivo
excesso, o autor do fato será responsável por ele, caso pretendido pelo autor, está previsto como resultado
restem verificados seu dolo ou sua culpa. Nesse sentido é culposo, razão pela qual incide responsabilidade penal
a regra do parágrafo único do artigo 23 do Código Penal. sobre ele.

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DIREITO PENAL

Dita o Código Penal, que a responsabilidade do autor Com relação à suspensão condicional do processo, a
não poderia ir além da culpa, justamente porque se tornaria regra é que seja feito o somatório das penas, se a mínima
objetiva. Deste modo, a lesão corporal seguida de morte, for igual ou inferior a um ano, esta será possível. Portanto,
assim como outros delitos preterdolosos, versa sobre a aplicação não é individual.
hipótese na qual o dolo e a culpa estão previstos no tipo
penal, sendo o resultado plenamente oponível ao autor, Concurso Formal
porque previsto também a título de culpa. O concurso formal é aquele em que o agente mediante
uma única ação ou omissão, comete dois ou mais crimes.
Dispõe o Código Penal: Este pode se dividir em formal próprio ou impróprio.
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a No próprio, era querido apenas um resultado, mas
pena, só responde o agente que o houver causado ao menos por erro na execução ou por acidente, dois ou mais são
culposamente. atingidos. É o exemplo do assassino que atira em seu
inimigo, mas por ocasião o disparo além de atingi-lo,
Concurso de Crimes também atinge outra pessoa. Neste caso é utilizado o
O concurso de crimes acontece quando o agente comete sistema da exasperação, que é quando apenas a pena de
mais de um crime mediante uma ou mais ação ou omissão. um dos crimes é aplicada se forem iguais, ou a maior deles
No direito brasileiro, por questões de política criminal, cada se diversos, sendo em qualquer dos casos elevada de um
forma de concurso tem uma maneira distinta no sistema de sexto até metade.
aplicação e cálculo das penas. No impróprio, o agente mediante uma única ação ou
Os tipos de concurso admitidos no direito brasileiro são o omissão produz mais de um resultado, tendo vontade de
material, que pode se dividir em homogênio e heterogêneo; produzi-los ou sendo indiferente quanto a estes, neste
o formal, que pode ser dividido em próprio e impróprio; além caso, acontece o que a doutrina chama de desígnios
do crime continuado. autônomos, que é quando se quer todos os resultados
As formas adotadas para aplicação das penas a cada produzidos, mesmo a título de dolo eventual. Para que não
tipo de concurso são os sistemas do cúmulo material e o torne benéfica a prática de mais de um crime por uma única
da exasperação, em alguns casos, também encontramos o ação, no concurso formal impróprio, é utilizado o sistema
cúmulo material benéfico, sendo este um desdobramento de cúmulo material das penas, o mesmo que é utilizado
para evitar um prejuízo maior ao agente, sempre que o no concurso material. Havendo apenas a soma das penas
sistema de exasperação for menos benéfico que o cúmulo aplicadas aos diversos crimes.
material. Ainda no caso do concurso formal, quando as penas
aplicadas por o sistema de exasperação superarem as que
Concurso Material por ventura fossem aplicadas por o sistema do cúmulo
O concurso material de crimes acontece quando o
material, para que o apenado não saia prejudicado, sua
agente comete dois ou mais crimes mediante mais de uma
pena será computada como se desta forma fosse, este é o
ação ou omissão. Ele pode ser tanto homogêneo, quando os
chamado cúmulo material benéfico. Exemplificando, caso o
crimes cometidos são idênticos (dois homicídios simples, por
agente cometa um homicídio simples e uma lesão corporal
exemplo), ou heterogêneo, quando os crimes são de natureza
em concurso formal próprio, sua pena seria a do homicídio
diversa (Um homicídio qualificado e lesões corporais). Esta
(por ser maior) acrescida de um terço até metade, o que
distinção em homogêneo e heterogêneo é apenas doutrinária,
poderia, dependendo do aumento aplicado, ser maior que
não importando na forma de aplicação da pena.
a do homicídio e das lesões corporais somadas. Assim caso
Havendo concurso material, a forma de aplicação das
penas será o cúmulo material, que é aquele onde as penas dos a pena aplicada pelo sistema da exasperação seja maior
diversos crimes são somadas umas as outras, não havendo que a que fosse aplicada pelo cúmulo material, este será
benefício ao agente. Desta forma, o agente que mediante o aplicado.
duas condutas, cometeu o crime de furto simples e recebeu O aumento de pena no concurso formal deve ser
pena de quatro anos de reclusão, e um homicídio qualificado, fundamentado pelo juiz, devendo, segundo a maioria dos
tendo recebido pena de doze anos de reclusão, terá as penas doutrinadores, ser aplicado levando em consideração o
destes crimes somadas para questões de cumprimento. número de vítimas ou a quantidade de crimes praticados.
Em caso as espécies de penas não sejam iguais, cumpre- Para a aplicação da suspensão condicional do processo,
se primeiro a mais grave, assim, a reclusão deve ser cumprida é necessário que se faça primeiro o cálculo da pena com o
primeiro que a detenção. acréscimo de um terço até metade, para só assim fixar os
Apesar dos prazos prescricionais serem considerados novos limites mínimos.
individualmente para cada crime, o mesmo não acontece
com a aplicação das penas restritivas de direitos, que só Erro
são permitidas, caso em um dos crimes seja permitida a O erro pode ser tanto falsa representação da
concessão do sursis (suspensão condicional da pena). Mas realidade, como falso ou equivocado conhecimento de
caso sejam aplicadas, as penas restritivas serão cumpridas um determinado objeto. Vale dizer que este difere da
simultaneamente quando compatíveis, ou sucessivamente, ignorância, uma vez que é a falta de representação da
quando houver incompatibilidade entre as mesmas. realidade ou total desconhecimento do objeto – sendo um

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DIREITO PENAL

estado negativo, enquanto o erro é um estado positivo. a) Quem determina dolosamente o erro responde
Entretanto, apesar de didática e teoricamente diferentes, a por crime doloso, se a provocação é culposa, responde por
legislação penal brasileira trata de forma idêntica tanto erro crime culposo.
como ignorância, com as mesmas consequências. b) Quem determina o erro é o autor mediato do
crime;
Erro de Tipo c) Quem pratica a conduta pratica fato atípico por
O erro é considerado o falso entendimento da realidade, falta de dolo.
a concepção errônea do que acontece, seja quanto à pessoa
ou quanto ao objeto, podendo recair sobre circunstâncias Erro de proibição
ou elementares. No erro de tipo, a pessoa acha que não Normatizado no direito penal brasileiro pelo artigo 21
está cometendo um crime não por julgar seu ato permitido, do Código Penal, o erro de proibição é erro do agente que
mas por compreender mal o que se passa. Logo, ele sempre acredita ser sua conduta admissível no direito, quando, na
afastará o dolo, já que não estão presentes os elementos verdade ela é proibida. Sem discussão, o autor, aqui, sabe
constitutivos do dolo “vontade” e “consciência”. Logo, o que tipicamente faz, porém, desconhece sua ilegalidade.
se ausente o dolo, o fato é atípico, não sendo passível de Concluímos, então, que o erro de proibição recai sobre a
punição, salvo se prevista a conduta como crime culposo. O consciência de ilicitude do fato. O erro de proibição é um
agente poderá ou não responder pela modalidade culposa, juízo contrário aos preceitos emanados pela sociedade,
de acordo com os seguintes casos. que chegam ao conhecimento de outrem na forma de usos
e costumes, da escolaridade, da tradição, família etc.
Descriminantes Putativas Erro de proibição não se confunde com erro de tipo.
(Art. 20, § 1º) O erro de tipo ocorre quanto a alguma circunstância
Descriminantes putativas são as situações nas quais o fática. Os erros de proibição estão ligados ao direito, ao
agente, diante de um fato, acreditando erroneamente estar conhecimento ou não da realidade do que pratica o agente,
diante de uma das causas excludentes de ilicitude, pratica um determinado por algum engano justificável que recai sobre
ato. Não se confunde com erro de proibição indireto (erro de o juízo pessoal de licitude ou ilicitude do fato. O agente
permissão), o qual se situa no âmbito da má interpretação atua conscientemente, sem errar sobre as circunstâncias
da extensão da norma permissiva.
fáticas que o cercam, apesar de as avaliar mal, de supor ter,
Se o erro for plenamente escusável em função das
perante o caso, um direito que na verdade inexiste.
circunstâncias, o agente será isento de pena pelos seus
Cezar Roberto Bitencourt leciona que o erro de proibição
atos praticados dolosamente. Entretanto, se o agente atua
“é o que incide sobre a ilicitude de um comportamento. O
com erro que não seja plenamente escusável, exagerando
agente supõe, por erro, ser lícita a sua conduta. O objeto
na reação a uma situação de fato, responderá pela forma
do erro não é, pois, nem a lei, nem o fato, mas a ilicitude,
culposa, se prevista em Lei (art. 20, § 1º).
O Código Penal adota a Teoria Limitada da Culpabilidade, isto é, a contrariedade do fato em relação à lei.”
somente podendo se reconhecer a descriminante putativa O agente não pensa errado avaliando o direito aplicável
como erro de tipo quando se está diante de uma situação à espécie, mas erra na avaliação do desvalor de sua
fática. Ou seja, o agente atua em função da situação, não conduta, desvalor esse advindo das instâncias formais de
se questionando se a causa de justificação existe ou sobre controle social. Ele entende bem o fato que pratica, mas o
os limites dela (pois isso seria um erro de proibição). Ele pratica com a tranquila consciência de que atua desprovido
realmente acredita que ela está presente. a descriminante de ilicitude material.
putativa é espécie de erro de tipo . Erro de proibição é hipótese que exclui a culpabilidade
É o caso, em outro exemplo, de alguém que acredita será do agente, por interferir diretamente no elemento da
assassinado por desafeto seu, que espalhou na comunidade culpabilidade “potencial consciência da ilicitude”. Porém,
a notícia de que na primeira oportunidade iria matá-lo. essa exclusão somente ocorrerá se o erro for invencível ou
Transitando pela rua, essa pessoa encontra seu desafeto, escusável. Se vencível (ou culposo), ou seja, se o agente
o qual põe a mão no bolso para tirar, aparentemente, tivesse agido com um pouco mais de cuidado, será uma
uma arma. A pessoa se adianta, saca seu revólver e mata causa de diminuição de pena.
o desafeto. Depois, descobre-se que este estava apenas
pegando o celular. Existem três espécies de erro de proibição:
Aqui há culpa imprópria, já que o agente atua com dolo, a) Erro de proibição direto (art. 21): ocorre quando
mas responde como se tivesse cometido um delito culposo. o erro do agente recai sobre o conteúdo proibitivo de
uma norma penal, não acreditando o agente que face o
Erro Determinado por Terceiros conteúdo, significado ou amplitude da norma, realiza uma
(Art. 20, § 2º) conduta proibida. O sujeito não sabe que a conduta que
No erro de tipo o agente erra por conta própria, por praticou era típica. O erro recai sobre a própria tipicidade
si só. Já no erro determinado por terceiro, existe alguém da ação ou omissão praticada. No momento em que
induzindo a erro outrem para praticar o crime (ERRO NÃO agiu, ele desconhecia o caráter típico, isto é, a proibição
ESPONTÂNEO). V.g., médico, querendo matar o paciente em si. É muito improvável que surja, na prática jurídica, o
engana a enfermeira fazendo com que esta ministre a reconhecimento desta espécie de erro de proibição (direto),
droga letal. Tem como consequências: em algum crime previsto no Código Penal, visto que ao

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DIREITO PENAL

Código foram reservados os crimes mais cotidianos, cujo Dispõe o Código Penal:
desvalor são ensinados no dia a dia da sociedade. Exemplo
de erro de proibição seria o do estrangeiro que tenta sair (...)
do Brasil portando vinte mil dólares em uma pochete, sem TÍTULO III
regular declaração. Trata-se de crime contra o SFN (evasão DA IMPUTABILIDADE PENAL
de divisas) no Brasil. Porém, no país dele pode não ser, seja
porque o valor era baixo, seja porque não há proibição de Inimputáveis
deixar o país levando dinheiro. Assim, nenhum erro houve Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença
na situação fática, ele sabia exatamente o que estava mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
fazendo, mas não conhecia a proibição jurídica interna. retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
b) Erro de proibição indireto ou erro de permissão inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato
ou excesso exculpante (art. 21): aqui há uma suposição ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
equivocada da existência de uma causa de justificação,
ou seja, de exclusão da ilicitude, que o ordenamento não Redução de pena
prevê ou que até prevê, mas em limites mais restritos do Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a
que o que era imaginado pelo agente. Não se confunde dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de
com descriminante putativa, pois nesta o agente realiza o saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto
ato em face de um fato. Naquele, ele vai além dos poderes ou retardado não era inteiramente capaz de entender o
da excludente por má avaliação da norma, errando quanto caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
à ilicitude, e não quanto à tipicidade. esse entendimento.
É exemplo de erro de proibição o agente que está
sendo roubado e, no exercício da legítima defesa, reage Menores de dezoito anos
e espanca o roubador até a beira da morte, por acreditar Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são
que está agindo legitimamente, amparado pelo direito. penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas
Outro exemplo seria de um professor de uma tradicional estabelecidas na legislação especial.
cidade interiorana que, supondo estar no exercício regular
de direito, usa moderadamente palmatória para disciplinar Emoção e paixão
seus alunos. Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
c) Erro mandamental (art. 21): é o erro que recai sobre I - a emoção ou a paixão;
mandamentos contidos nos crimes omissivos, sejam eles
próprios ou impróprios. Ocorre, v.g., quando uma pessoa vê Embriaguez
outra se afogando, mas não faz nada por acreditar que não II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou
estava obrigada a tal (erro sobre a condição de garante); substância de efeitos análogos.
ou quando o médico deixa de atender paciente em seu § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez
intervalo por achar que não tem o dever jurídico para tal. completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era,
O erro de proibição excluirá a pena se for inevitável ou ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
escusável. Esse é aquele em que o agente não tinha como entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
conhecer a ilicitude do fato, em face do caso concreto. No acordo com esse entendimento.
entanto, se for evitável ou inescusável, aquele em que o § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se
agente desconheça o fato ilícito, embora tinha condições o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou
de saber que contrariava o ordenamento jurídico, poderá força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão,
diminuí-la de um sexto a um terço (art. 21) (Isso porque a a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou
culpabilidade do agente será menor). de determinar-se de acordo com esse entendimento.
A imputabilidade é a possibilidade de atribuir a um
indivíduo a responsabilidade por uma infração. Segundo
prescreve o artigo 26, do Código Penal, podemos, também, AÇÃO PENAL;
definir a imputabilidade como a capacidade do agente
entender o caráter ilícito do fato por ele perpetrado ou, de
determinar-se de acordo com esse entendimento. Ação Penal
È portanto a possibilidade de se estabelecer o nexo Trata-se do direito público subjetivo de pedir ao
entre a ação e seu agente, imputando a alguém a realização Estado-juízo a aplicação do direito penal objetivo ao caso
de um determinado ato. concreto.
Quando existe algum agravo à saúde mental, os Ação não é pretensão. Ação é simplesmente o direito
indivíduos podem ser considerados inimputáveis – se não de provocar a tutela jurisdicional do Estado. Absolutamente
tiverem discernimento sobre os seus atos ou não possuírem errado falar, por exemplo, que ação penal é o exercício da
autocontrole, são isentos de pena. pretensão punitiva estatal, visto que se estaria ligando
Os semi-imputáveis são aqueles que, sem ter o ao conceito de ação o objeto que se pede, vinculando
discernimento ou autocontrole abolidos, têm-nos reduzidos direito abstrato com direito material, como faz a doutrina
ou prejudicados por doença ou transtorno mental. imanentista.

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DIREITO PENAL

Ação penal, repito, é o direito de provocar a jurisdição Legitimidade


penal. Por isso que o direito de ação é exercido contra A ação só pode ser proposta por quem é titular do
o Estado, pois o Estado é quem possui, única e interesse que se quer realizar e contra aquele cujo interesse
exclusivamente, o poder-dever de dizer o direito. deve ficar subordinado ao do autor.
Assim, erram promotores e Procuradores da República A pessoa jurídica tem legitimidade para figurar no
que, na denúncia, escrevem: “ofereço ação penal pública polo passivo da demanda penal nos casos previstos em
incondicionada contra fulano de tal...” A ação não é contra lei, devendo a ação também ser movida contra a pessoa
fulano. A ação é contra o Estado (provocando o Estado), física responsável por sua administração (teoria da dupla
para dizer o direito substantivo penal aplicável EM FACE de imputação). Também poderá figurar no polo ativo, devendo
um indivíduo. ser representada por aqueles designados nos contratos ou
estatutos sociais.
Características
a) Autônoma: ela não se confunde com o direito Réu Menor no Processo Penal: Ilegitimidade ou
material. Preexiste à pretensão punitiva. Incompetência?
b) Abstração: independe do resultado do processo. Se o réu for menor, não deverá o processo ser extinto
Mesmo que a demanda seja julgada improcedente, o por impossibilidade jurídica do pedido ou por ilegitimidade
direito de ação terá sido exercido. da parte, mas sim por ausência de competência do juiz
c) Subjetiva: o titular do direito é especificado na penal para apreciar o feito.
própria legislação. Em geral, é o MP, excepcionalmente
sendo um particular. Casos de Inimputabilidade (que não a Menoridade):
d) Pública: a atividade provocada é de natureza Recebimento da Denúncia
pública, sendo a ação exercida pelo próprio Estado. Se o sujeito for inimputável, deverá a denúncia ser
e) Instrumental: é um meio para se alcançar a recebida? Obviamente que sim, visto que ele pode sofrer
efetividade do direito material. absolvição imprópria com consequente aplicação de
medida de segurança. Inclusive, o CPP expressamente veda
Condições da Ação ou Condições de Procedibilidade a absolvição sumária em caso de inimputabilidade:
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art.
Conceito 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver
Trata-se dos requisitos necessários e condicionantes sumariamente o acusado quando verificar:
ao regular exercício do direito de ação. II - a existência manifesta de causa excludente da
Condição da ação (ou de procedibilidade) é uma culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;
condição que deve estar presente para que o processo
penal possa ter início. Justa Causa ou Aptidão Material da Denúncia
Trata-se do lastro probatório mínimo de autoria e
Possibilidade Jurídica do Pedido materialidade delitivas necessário à propositura da ação
O pedido deve ser legalmente amparável na seara do penal.
Direito Penal ou não deve ser vedado. Por exemplo, ao se A justa causa é compreendida como conjunto de provas
denunciar um membro de um corpo diplomático, o juiz sobre o fato criminoso, suas circunstâncias e respectiva autoria
deve intimar a representação do país de origem para ver ser capaz de alicerçar, embasar a acusação contida na denúncia.
eles abrem mão da imunidade diplomática. Caso negativo, Esse conjunto de provas, de elementos informativos serve
deve o juiz extinguir o processo por impossibilidade jurídica para dar verossimilhança à acusação. Evidentemente, não
do pedido. se exige para a instauração da ação penal prova completa,
plena ou cabal (induvidosa); este tipo de prova é exigido para
Interesse de Agir fundamentar a sentença condenatória. Para a instauração da
Subdivide-se e materializa-se no trinômio necessidade/ ação penal basta que haja alguma prova idônea, lícita, que
adequação/utilidade. demonstre a verossimilhança da acusação. Deve haver prova
O interesse-necessidade objetiva identificar se a lide da materialidade e indícios de autoria.
pode ou não ser resolvida na seara judicial. Ela é presumida, E se o juiz, malgrado a ausência de justa causa, recebe
em função da proibição da autotutela, tendo como exceção a denúncia? Haverá constrangimento ilegal porquanto
a transação penal. injustificável a ausência de justa causa. Cabe recurso contra
O interesse-adequação se manifesta com a utilização esta decisão? Não, não há recurso contra a decisão de
do instrumento adequado para a manifestação da recebimento da denúncia. Possível, no entanto, a impetração
pretensão. V.g., não pode a parte pleitear trancar com de habeas corpus para trancar a ação penal. Ou em uma
HC ação penal cuja sanção máxima cominada à conduta linguagem mais técnica, habeas corpus para extinguir o
seja de multa, já que seu direito à livre locomoção não se processo penal sem resolução de mérito, com fundamento
encontra ameaçado. no artigo 648, I do CPP.
Já o interesse-utilidade se manifesta quando o Lembrar que a falta de justa causa é motivo de rejeição
exercício do direito de ação possa resultar na realização da denúncia ou queixa, havendo um dispositivo específico
do jus puniendi estatal. Daqui decorre justificativa para se que separa este tema da rejeição por inépcia formal (diz-se
acatar a prescrição da pena em perspectiva. que a falta de justa causa é causa de inépcia material):

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DIREITO PENAL

Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: Decadência do direito de queixa ou de representação
[...] Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. ofendido decai do direito de queixa ou de representação
Não há justa causa para a ação penal quando a se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado
demonstração da autoria ou da materialidade do crime do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou,
decorrer APENAS DE PROVA ILÍCITA (assim como ocorre no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se
com a denúncia fundada apenas em Inquérito Policial esgota o prazo para oferecimento da denúncia.
viciado)
Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa
Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido
Síntese sobre a justa causa:
quando renunciado expressa ou tacitamente.
1. Trata-se do lastro probatório mínimo de
Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito
materialidade e autoria necessário para o recebimento da
de queixa a prática de ato incompatível com a vontade
inicial; de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o
2. Inexistindo justa causa, a denúncia deve ser ofendido a indenização do dano causado pelo crime.
rejeitada com fulcro no art. 395, III, do CPP (diz-se que há
inépcia material); Perdão do ofendido
3. Somente cabe HC para trancar o processo penal Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em
(extinguir sem julgamento do mérito) se houver evidente que somente se procede mediante queixa, obsta ao
atipicidade da conduta, causa extintiva de punibilidade ou prosseguimento da ação.
ausência total de indícios de autoria; Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso
4. Não há justa causa se a ação penal decorrer ou tácito:
apenas de prova ilícita ou de IP viciado. I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos
aproveita;
Dita o Código Penal: II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica
o direito dos outros;
(...) III - se o querelado o recusa, não produz efeito.
TÍTULO VII § 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato
DA AÇÃO PENAL incompatível com a vontade de prosseguir na ação.
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em
julgado a sentença condenatória.
Ação pública e de iniciativa privada
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante queixa.
expressamente a declara privativa do ofendido.
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério
Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação CRIMES CONTRA A PESSOA;
do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.
§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida
mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade Crimes.
para representá-lo. Dos crimes contra a pessoa - crimes contra a vida
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos
crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece HOMICÍDIO
denúncia no prazo legal. De forma geral, o homicídio é o ato de destruição da
§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido vida de um homem por outro homem. De forma objetiva,
declarado ausente por decisão judicial, o direito de é o ato cometido ou omitido que resulta na eliminação da
oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, vida do ser humano.
ascendente, descendente ou irmão. Homicídio simples – Artigo 121 do CPB – É a conduta
típica limitada a “matar alguém”. Esta espécie de homicídio
não possui características de qualificação, privilégio
A ação penal no crime complexo
ou atenuação. É o simples ato da prática descrita na
Art. 101 - Quando a lei considera como elemento
interpretação da lei, ou seja, o ato de trazer a morte a uma
ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos,
pessoa.
constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, Homicídio privilegiado - Artigo 121 - parágrafo
desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder primeiro – É a conduta típica do homicídio que recebe o
por iniciativa do Ministério Público. benefício do privilégio, sempre que o agente comete o
crime impelido por motivo de relevante valor social ou
Irretratabilidade da representação moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo após a
Art. 102 - A representação será irretratável depois de injusta provocação da vítima, podendo o juiz reduzir a pena
oferecida a denúncia. de um sexto a um terço.

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DIREITO PENAL

Homicídio qualificado - Artigo 121 - parágrafo segundo Aborto necessário - Não se pune o aborto praticado por
– É a conduta típica do homicídio onde se aumenta a pena médico: se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
pela prática do crime, pela sua ocorrência nas seguintes e se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido
condições: mediante paga ou promessa de recompensa, de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu
ou por outro motivo torpe; por motivo fútil, com emprego representante legal.
de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou do qual possa resultar perigo comum; Lesões corporais
por traição, emboscada, ou mediante dissimulação ou
outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa Lesão corporal - Ofensa à integridade corporal ou a
do ofendido; e para assegurar a execução, a ocultação, a saúde de outra pessoa.
impunidade ou a vantagem de outro crime.
Homicídio Culposo - Artigo 121- parágrafo terceiro – É Lesão corporal de natureza grave - Artigo 129 - parágrafo
a conduta típica do homicídio que se dá pela imprudência, primeiro - Se resulta: incapacidade para as ocupações
negligência ou imperícia do agente, o qual produz um habituais, por mais de trinta dias; perigo de vida; debilidade
resultado não pretendido, mas previsível, estando claro que permanente de membro, sentido ou função; ou aceleração
o resultado poderia ter sido evitado. de parto.
No homicídio culposo a pena é aumentada de um
terço, se o crime resulta de inobservância de regra técnica Lesão corporal de natureza gravíssima - Artigo 129 -
de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar parágrafo primeiro - Se resulta: incapacidade permanente
imediato socorro à vítima. O mesmo ocorre se não procura para o trabalho; enfermidade incurável; perda ou inutilização
diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar do membro, sentido ou função; deformidade permanente;
prisão em flagrante. Sendo o homicídio doloso, a pena é ou aborto.
aumentada de um terço se o crime é praticado contra pessoa
menor de quatorze ou maior de sessenta anos. Lesão corporal seguida de morte - Se resulta morte
Perdão Judicial - Na hipótese de homicídio culposo, o e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o
juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo (é o homicídio
infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que preterintencional).
torne desnecessária a sanção penal.
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio - Artigo 122 do Diminuição de pena - Se o agente comete o crime impelido
CPB – Ato pelo qual o agente induz ou instiga alguém a se suicidar por motivo de relevante valor social ou moral, ou ainda sob o
ou presta-lhe auxílio para que o faça. Reclusão de dois a seis anos, domínio de violenta emoção, seguida de injusta provocação
se o suicídio se consumar, ou reclusão de um a três anos, se da da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
tentativa de suicídio resultar lesão corporal de natureza grave.
A pena é duplicada se o crime é praticado por motivo Lesão corporal culposa – Se o agente não queria o
egoístico, se a vítima é menor ou se tem diminuída, por resultado do ato praticado, mesmo sabendo que tal resultado
qualquer causa, a capacidade de resistência. Neste crime não era previsível.
se pune a tentativa.
Infanticídio - Artigo 123 – Homicídio praticado pela mãe Violência doméstica - Se a lesão for praticada contra
contra o filho, sob condições especiais (em estado puerperal, ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro,
isto é, logo pós o parto). ou com quem conviva ou tenha convivido; ou ainda
Aborto - Artigo 124 – Ato pelo qual a mulher interrompe prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de
a gravidez de forma a trazer destruição do produto da coabitação ou de hospitalidade. Pena: detenção, de três
concepção. No auto-aborto ou no aborto com consentimento meses a três anos.
da gestante, esta sempre será o sujeito ativo do ato, e o feto, o
sujeito passivo. No aborto sem o consentimento da gestante,
os sujeitos passivos serão o feto e a gestante. PARTE ESPECIAL
Aborto provocado por terceiro – É o aborto provocado TÍTULO I
sem o consentimento da gestante. Pena: reclusão, de três a DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
dez anos. CAPÍTULO I
Aborto provocado com o consentimento da gestante – DOS CRIMES CONTRA A VIDA
Reclusão, de um a quatro anos. A pena pode ser aumentada
para reclusão de três a dez anos, se a gestante for menor de Homicídio simples
quatorze anos, se for alienada ou débil mental, ou ainda se Art. 121. Matar alguém:
o consentimento for obtido mediante fraude, grave ameaça Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
ou violência.
Forma qualificada - As penas são aumentadas de um terço Caso de diminuição de pena
se, em consequência do aborto ou dos meios empregados § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de
para provocá-lo, a gestante sofrer lesão corporal de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta
natureza grave. São duplicadas se, por qualquer dessas emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o
causas, lhe sobrevém a morte. juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

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DIREITO PENAL

Homicídio qualificado § 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um


§ 2° Se o homicídio é cometido: terço) até a metade se o crime for praticado: (Incluído pela
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por Lei nº 13.104, de 2015)
outro motivo torpe; I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores
II - por motivo fútil; ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa 60 (sessenta) anos ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº
resultar perigo comum; 13.104, de 2015)
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação III - na presença de descendente ou de ascendente da
ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa vítima. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
impunidade ou vantagem de outro crime: Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se
Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) Parágrafo único - A pena é duplicada:
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts.
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema Aumento de pena
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até causa, a capacidade de resistência.
terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído pela Lei
nº 13.142, de 2015) Infanticídio
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal,
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de o próprio filho, durante o parto ou logo após:
sexo feminino quando o crime envolve: (Incluído pela Lei Pena - detenção, de dois a seis anos.
nº 13.104, de 2015)
I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº Aborto provocado pela gestante ou com seu
13.104, de 2015)
consentimento
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir
(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
que outrem lho provoque: (Vide ADPF 54)
Pena - detenção, de um a três anos.
Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de
Aborto provocado por terceiro
1965)
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da
Pena - detenção, de um a três anos.
gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
Aumento de pena
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da
1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de gestante: (Vide ADPF 54)
regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente Pena - reclusão, de um a quatro anos.
deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior,
diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada
prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante
aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra fraude, grave ameaça ou violência
pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta)
anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Forma qualificada
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos
deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração anteriores são aumentadas de um terço, se, em
atingirem o próprio agente de forma tão grave que a consequência do aborto ou dos meios empregados para
sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza
6.416, de 24.5.1977) grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a sobrevém a morte.
metade se o crime for praticado por milícia privada, sob Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por (Vide ADPF 54)
grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012)

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DIREITO PENAL

Aborto necessário Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)


I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente,
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de
de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
representante legal. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três)
anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
CAPÍTULO II § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo,
DAS LESÕES CORPORAIS se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo,
aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº
Lesão corporal 10.886, de 2004)
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será
outrem: aumentada de um terço se o crime for cometido contra
Pena - detenção, de três meses a um ano. pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº
11.340, de 2006)
Lesão corporal de natureza grave § 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou
§ 1º Se resulta: agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
de trinta dias; Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou
II - perigo de vida; em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
IV - aceleração de parto: dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços.
Pena - reclusão, de um a cinco anos. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho; CAPÍTULO III
II - enfermidade incuravel; DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
Perigo de contágio venéreo
V - aborto:
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea,
Lesão corporal seguida de morte
de que sabe ou deve saber que está contaminado:
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
que o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
produzí-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º - Somente se procede mediante representação.
Diminuição de pena
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de Perigo de contágio de moléstia grave
relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de
juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. produzir o contágio:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Substituição da pena
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda Perigo para a vida ou saúde de outrem
substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo
réis a dois contos de réis: direto e iminente:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não
II - se as lesões são recíprocas. constitui crime mais grave.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a
Lesão corporal culposa um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a
§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação
Pena - detenção, de dois meses a um ano. de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza,
em desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei nº
Aumento de pena 9.777, de 1998)
§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer
qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código. Abandono de incapaz
(Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012) Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado,
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo,
art. 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:

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DIREITO PENAL

Pena - detenção, de seis meses a três anos. Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza
natureza grave: grave:
Pena - reclusão, de um a cinco anos. Pena - reclusão, de um a quatro anos.
§ 2º - Se resulta a morte: § 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime
Aumento de pena é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990)
de um terço:
I - se o abandono ocorre em lugar ermo; CAPÍTULO IV
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, DA RIXA
irmão, tutor ou curador da vítima.
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído Rixa
pela Lei nº 10.741, de 2003) Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os
contendores:
Exposição ou abandono de recém-nascido Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para multa.
ocultar desonra própria: Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.
grave:
Pena - detenção, de um a três anos. CAPÍTULO V
§ 2º - Se resulta a morte: DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Calúnia
Omissão de socorro Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando
fato definido como crime:
possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a
ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos,
imputação, a propala ou divulga.
o socorro da autoridade pública:
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Exceção da verdade
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade,
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação
triplicada, se resulta a morte.
privada, o ofendido não foi condenado por sentença
Condicionamento de atendimento médico- irrecorrível;
hospitalar emergencial (Incluído pela Lei nº 12.653, de II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas
2012). indicadas no nº I do art. 141;
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória III - se do crime imputado, embora de ação pública, o
ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
de formulários administrativos, como condição para o Difamação
atendimento médico-hospitalar emergencial: (Incluído pela Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato
Lei nº 12.653, de 2012). ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
multa. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012). Exceção da verdade
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro Parágrafo único - A exceção da verdade somente se
se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é
natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. (Incluído relativa ao exercício de suas funções.
pela Lei nº 12.653, de 2012). Injúria
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade
Maus-tratos ou o decoro:
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou
privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, diretamente a injúria;
quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, II - no caso de retorsão imediata, que consista em
quer abusando de meios de correção ou disciplina: outra injúria.

26
DIREITO PENAL

§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do


fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141
considerem aviltantes: deste Código, e mediante representação do ofendido, no
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do
além da pena correspondente à violência. § 3o do art. 140 deste Código. (Redação dada pela Lei nº
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos 12.033. de 2009)
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição
de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação CAPÍTULO VI
dada pela Lei nº 10.741, de 2003) DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído SEÇÃO I
pela Lei nº 9.459, de 1997) DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL

Disposições comuns Constrangimento ilegal


Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência
aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por
cometido: qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
de governo estrangeiro; Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
II - contra funcionário público, em razão de suas
funções; Aumento de pena
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que § 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em
facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou de três pessoas, ou há emprego de armas.
portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. (Incluído § 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as
pela Lei nº 10.741, de 2003) correspondentes à violência.
Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante § 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o
dobro. consentimento do paciente ou de seu representante legal,
Exclusão do crime se justificada por iminente perigo de vida;
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: II - a coação exercida para impedir suicídio.
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa,
pela parte ou por seu procurador; Ameaça
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou
ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal
ou difamar; injusto e grave:
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
público, em apreciação ou informação que preste no Parágrafo único - Somente se procede mediante
cumprimento de dever do ofício. representação.
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde
pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade. Sequestro e cárcere privado
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante
Retratação sequestro ou cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de 2002)
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se Pena - reclusão, de um a três anos.
retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
de pena. I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos;
praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar II - se o crime é praticado mediante internação da
o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a vítima em casa de saúde ou hospital;
ofensa. (Incluído pela Lei nº 13.188, de 2015) III - se a privação da liberdade dura mais de quinze
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere dias.
calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode IV – se o crime é praticado contra menor de 18
pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)
ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela V – se o crime é praticado com fins libidinosos.
ofensa. (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou
se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. Pena - reclusão, de dois a oito anos.

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DIREITO PENAL

Redução a condição análoga à de escravo IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do


Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à território nacional. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados (Vigência)
ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições § 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente
degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer for primário e não integrar organização criminosa. (Incluído
meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
o empregador ou preposto: (Redação dada pela Lei nº
10.803, de 11.12.2003) SEÇÃO II
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO
pena correspondente à violência. (Redação dada pela Lei nº DOMICÍLIO
10.803, de 11.12.2003)
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Violação de domicílio
Lei nº 10.803, de 11.12.2003) Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de
parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
trabalho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em
ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do
lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma,
trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.
ou por duas ou mais pessoas:
(Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da
cometido: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) pena correspondente à violência.
I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº § 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é
10.803, de 11.12.2003) cometido por funcionário público, fora dos casos legais,
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou com inobservância das formalidades estabelecidas em
ou origem. (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) lei, ou com abuso do poder.
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência
Tráfico de Pessoas (Incluído pela Lei nº 13.344, de em casa alheia ou em suas dependências:
2016) (Vigência) I - durante o dia, com observância das formalidades
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum
grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser.
a finalidade de: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) § 4º - A expressão «casa» compreende:
(Vigência) I - qualquer compartimento habitado;
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; II - aposento ocupado de habitação coletiva;
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) III - compartimento não aberto ao público, onde
II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de alguém exerce profissão ou atividade.
escravo; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) § 5º - Não se compreendem na expressão «casa»:
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; (Incluído I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação
pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do
IV - adoção ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 13.344, de parágrafo anterior;
2016) (Vigência) II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
V - exploração sexual. (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016) (Vigência) SEÇÃO III
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
DOS CRIMES CONTRA A
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA
§ 1o A pena é aumentada de um terço até a metade se:
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Violação de correspondência
I - o crime for cometido por funcionário público no
exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las; Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) correspondência fechada, dirigida a outrem:
II - o crime for cometido contra criança, adolescente Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
ou pessoa idosa ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº
13.344, de 2016) (Vigência) Sonegação ou destruição de correspondência
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, § 1º - Na mesma pena incorre:
domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de I - quem se apossa indevidamente de correspondência
dependência econômica, de autoridade ou de superioridade alheia, embora não fechada e, no todo ou em parte, a
hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou sonega ou destrói;
função; ou (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

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DIREITO PENAL

Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica Invasão de dispositivo informático (Incluído pela Lei
ou telefônica nº 12.737, de 2012) Vigência
II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio,
ou utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou conectado ou não à rede de computadores, mediante
radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim
entre outras pessoas; de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem
III - quem impede a comunicação ou a conversação autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo
referidas no número anterior; ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:
IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
radioelétrico, sem observância de disposição legal. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e
§ 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano multa. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
para outrem. § 1o Na mesma pena incorre quem produz, oferece,
§ 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de
função em serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou computador com o intuito de permitir a prática da conduta
telefônico: definida no caput. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
Pena - detenção, de um a três anos. Vigência
§ 4º - Somente se procede mediante representação, § 2o Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da
salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º. invasão resulta prejuízo econômico. (Incluído pela Lei nº
12.737, de 2012) Vigência
Correspondência comercial § 3o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de
Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais
de estabelecimento comercial ou industrial para, no ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em
todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo
correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo: invadido: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Pena - detenção, de três meses a dois anos. Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
Parágrafo único - Somente se procede mediante e multa, se a conduta não constitui crime mais grave.
representação. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um
SEÇÃO IV
a dois terços se houver divulgação, comercialização ou
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS
transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou
SEGREDOS
informações obtidos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
Vigência
Divulgação de segredo
§ 5o Aumenta-se a pena de um terço à metade se o
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de
crime for praticado contra: (Incluído pela Lei nº 12.737, de
documento particular ou de correspondência confidencial,
2012) Vigência
de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa
I - Presidente da República, governadores e prefeitos;
produzir dano a outrem:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 1º Somente se procede mediante II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído
representação. (Parágrafo único renumerado pela Lei nº pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
9.983, de 2000) III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado
§ 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara
ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou
nos sistemas de informações ou banco de dados da (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Administração Pública: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) IV - dirigente máximo da administração direta e
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.
multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 2o Quando resultar prejuízo para a Administração
Pública, a ação penal será incondicionada. (Incluído pela Ação penal (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
Lei nº 9.983, de 2000) Vigência
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A,
Violação do segredo profissional somente se procede mediante representação, salvo se o
Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de crime é cometido contra a administração pública direta ou
que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito
profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. de serviços públicos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
Parágrafo único - Somente se procede mediante Vigência
representação.

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DIREITO PENAL

CAPÍTULO II
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO; DO ROUBO E DA EXTORSÃO

Roubo
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para
outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa,
TÍTULO II ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO impossibilidade de resistência:
CAPÍTULO I Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
DO FURTO § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de
subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou
Furto grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
móvel: § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.654, de
praticado durante o repouso noturno. 2018)
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de III - se a vítima está em serviço de transporte de valores
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente e o agente conhece tal circunstância.
a pena de multa. IV - se a subtração for de veículo automotor que venha
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
qualquer outra que tenha valor econômico. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
V - se o agente mantém a vítima em seu poder,
Furto qualificado
restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa,
1996)
se o crime é cometido:
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à
de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem
subtração da coisa;
sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela Lei
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada
nº 13.654, de 2018)
ou destreza;
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
III - com emprego de chave falsa;
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego
anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato de arma de fogo; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº II – se há destruição ou rompimento de obstáculo
13.654, de 2018) mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de
a subtração for de veículo automotor que venha a ser 2018)
transportado para outro Estado ou para o exterior. (Incluído § 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº
pela Lei nº 9.426, de 1996) 13.654, de 2018)
§ 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7
subtração for de semovente domesticável de produção, ainda (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído pela Lei nº
que abatido ou dividido em partes no local da subtração. 13.654, de 2018)
(Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016) II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos (trinta) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
e multa, se a subtração for de substâncias explosivas ou de
acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua Extorsão
fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela Lei nº Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou
13.654, de 2018) grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para
outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que
Furto de coisa comum se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Art. 156 - Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas,
comum: ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. até metade.
§ 1º - Somente se procede mediante representação. § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, o disposto no § 3º do artigo anterior. Vide Lei nº 8.072, de
cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente. 25.7.90

30
DIREITO PENAL

§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da Supressão ou alteração de marca em animais


liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em
obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de
de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão propriedade:
corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº
11.923, de 2009) CAPÍTULO IV
DO DANO
Extorsão mediante sequestro
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para Dano
si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Vide Lei nº Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
10.446, de 2002)
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.. (Redação dada Dano qualificado
pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) Parágrafo único - Se o crime é cometido:
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior II - com emprego de substância inflamável ou explosiva,
de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando se o fato não constitui crime mais grave
ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 III - contra o patrimônio da União, de Estado, do
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza pública, empresa pública, sociedade de economia mista
grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 ou empresa concessionária de serviços públicos; (Redação
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. dada pela Lei nº 13.531, de 2017)
§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. para a vítima:
(Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa,
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente além da pena correspondente à violência.
que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do
sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. Introdução ou abandono de animais em propriedade
(Redação dada pela Lei nº 9.269, de 1996) alheia
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade
Extorsão indireta alheia, sem consentimento de quem de direito, desde que
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, o fato resulte prejuízo:
abusando da situação de alguém, documento que pode Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.
dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou
contra terceiro: Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. histórico
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa
CAPÍTULO III tombada pela autoridade competente em virtude de valor
DA USURPAÇÃO artístico, arqueológico ou histórico:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Alteração de limites
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou Alteração de local especialmente protegido
qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade
apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia: competente, o aspecto de local especialmente protegido
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. por lei:
§ 1º - Na mesma pena incorre quem: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Usurpação de águas Ação penal


I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu
outrem, águas alheias; parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante
queixa.
Esbulho possessório
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, CAPÍTULO V
ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na Apropriação indébita
pena a esta cominada. Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego tem a posse ou a detenção:
de violência, somente se procede mediante queixa. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

31
DIREITO PENAL

Aumento de pena Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou


§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o força da natureza
agente recebeu a coisa: Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda
I - em depósito necessário; ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
II -na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
III - em razão de ofício, emprego ou profissão. Apropriação de tesouro
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria,
Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei no todo ou em parte, da quota a que tem direito o
nº 9.983, de 2000) proprietário do prédio;
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social
as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e Apropriação de coisa achada
forma legal ou convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria,
de 2000) total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) competente, dentro no prazo de quinze dias.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) se o disposto no art. 155, § 2º.
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra
CAPÍTULO VI
importância destinada à previdência social que tenha
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a
terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela Lei nº
Estelionato
9.983, de 2000)
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem
II – recolher contribuições devidas à previdência
ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém
social que tenham integrado despesas contábeis ou custos
em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio
relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços;
fraudulento:
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de
III - pagar benefício devido a segurado, quando as
quinhentos mil réis a dez contos de réis.
respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à § 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor
empresa pela previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto
de 2000) no art. 155, § 2º.
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, § 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento
das contribuições, importâncias ou valores e presta Disposição de coisa alheia como própria
as informações devidas à previdência social, na forma I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou
definida em lei ou regulamento, antes do início da ação em garantia coisa alheia como própria;
fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia
aplicar somente a de multa se o agente for primário e de coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa,
bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante
de 2000) pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes dessas circunstâncias;
de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição
social previdenciária, inclusive acessórios; ou (Incluído pela Defraudação de penhor
Lei nº 9.983, de 2000) III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo
II – o valor das contribuições devidas, inclusive credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando
acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela tem a posse do objeto empenhado;
previdência social, administrativamente, como sendo o Fraude na entrega de coisa
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) coisa que deve entregar a alguém;
§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não Fraude para recebimento de indenização ou valor de
se aplica aos casos de parcelamento de contribuições seguro
cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa
estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as
para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver
Lei nº 13.606, de 2018) indenização ou valor de seguro;

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DIREITO PENAL

Fraude no pagamento por meio de cheque Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos multa.
em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento. Parágrafo único - Somente se procede mediante
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime representação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias,
é cometido em detrimento de entidade de direito público deixar de aplicar a pena.
ou de instituto de economia popular, assistência social ou
beneficência. Fraudes e abusos na fundação ou administração de
sociedade por ações
Estelionato contra idoso Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações,
§ 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido fazendo, em prospecto ou em comunicação ao público
contra idoso. (Incluído pela Lei nº 13.228, de 2015) ou à assembleia, afirmação falsa sobre a constituição da
sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela
Duplicata simulada relativo:
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o
não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou fato não constitui crime contra a economia popular.
qualidade, ou ao serviço prestado. (Redação dada pela Lei § 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui
nº 8.137, de 27.12.1990) crime contra a economia popular: (Vide Lei nº 1.521, de
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 1951)
(Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele ações, que, em prospecto, relatório, parecer, balanço ou
que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de comunicação ao público ou à assembleia, faz afirmação
Registro de Duplicatas. (Incluído pela Lei nº 5.474. de 1968) falsa sobre as condições econômicas da sociedade, ou
oculta fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas
Abuso de incapazes relativo;
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por
necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da qualquer artifício, falsa cotação das ações ou de outros
alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo títulos da sociedade;
qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à
sociedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiro,
jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:
dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
assembleia geral;
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por
Induzimento à especulação
conta da sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da
a lei o permite;
inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental
V - o diretor ou o gerente que, como garantia de
de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou
crédito social, aceita em penhor ou em caução ações da
à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou
própria sociedade;
devendo saber que a operação é ruinosa: VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. desacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui
lucros ou dividendos fictícios;
Fraude no comércio VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta
Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, pessoa, ou conluiado com acionista, consegue a aprovação
o adquirente ou consumidor: de conta ou parecer;
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
falsificada ou deteriorada; IX - o representante da sociedade anônima
II - entregando uma mercadoria por outra: estrangeira, autorizada a funcionar no País, que pratica os
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao
§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a Governo.
qualidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo § 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a
caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor dois anos, e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem
valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações de
precioso, metal de ou outra qualidade: assembleia geral.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º. Emissão irregular de conhecimento de depósito ou
“warrant”
Outras fraudes Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant,
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em em desacordo com disposição legal:
hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
recursos para efetuar o pagamento:

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DIREITO PENAL

Fraude à execução CAPÍTULO VIII


Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, DISPOSIÇÕES GERAIS
destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer
Parágrafo único - Somente se procede mediante dos crimes previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº
queixa. 10.741, de 2003)
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
CAPÍTULO VII II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco
DA RECEPTAÇÃO legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.

Receptação Art. 182 - Somente se procede mediante representação,


Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo:
ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
a adquira, receba ou oculte: II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

Receptação qualificada Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, anteriores:
ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral,
expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito quando haja emprego de grave ameaça ou violência à
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou pessoa;
industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: II - ao estranho que participa do crime.
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. III – se o crime é praticado contra pessoa com idade
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular
ou clandestino, inclusive o exercício em residência. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza
ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela O Título II da parte especial do Código Penal Brasileiro,
condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por faz referências aos Crimes Contra o Patrimônio.
meio criminoso: Considera-se patrimônio de uma pessoa, os bens,
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou o poderio econômico, a universalidade de direitos que
ambas as penas. tenham expressão econômica para a pessoa. Considera-
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido se em geral, o patrimônio como universalidade de
direitos. Vale dizer como uma unidade abstrata, distinta,
ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa.
diferente dos elementos que a compõem isoladamente
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário,
considerados.
pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias,
Além desse conceito jurídico, que é próprio do
deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o
direito privado, há uma noção econômica de patrimônio
disposto no § 2º do art. 155.
e, segundo a qual, ele consiste num complexo de bens,
§ 6o Tratando-se de bens do patrimônio da União, de
através dos quais o homem satisfaz suas necessidades.
Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia,
Cabe lembrar, que o direito penal em relação ao direito
fundação pública, empresa pública, sociedade de
civil, ao direito econômico, ele é autônomo e constitutivo,
economia mista ou empresa concessionária de serviços
e por isso mesmo quando tutela bens e interesses jurídicos
públicos, aplica-se em dobro a pena prevista no caput já tutelados por outros ramos do direito, ele o faz com
deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.531, de 2017) autonomia e de um modo peculiar.
A tutela jurídica do patrimônio no âmbito do Código
Receptação de animal Penal Brasileiro, é sem duvida extensamente realizada,
Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, mas não se pode perder jamais em conta, a necessidade
ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade de de que no conceito de patrimônio esteja envolvida uma
produção ou de comercialização, semovente domesticável noção econômica, um noção de valor material econômico
de produção, ainda que abatido ou dividido em partes, do bem.
que deve saber ser produto de crime: (Incluído pela Lei nº
13.330, de 2016) FURTO
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. O primeiro é o crime de furto descrito no artigo 155
(Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016) do Código Penal Brasileiro, em sua forma básica: “subtrair,
para si ou para outrem, coisa alheia móvel: pena – reclusão,
de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa”.

34
DIREITO PENAL

O conceito de furto pode ser expresso nas seguintes Furto é crime material, não existindo sem que haja
palavras: furto é a subtração de coisa alheia móvel para desfalque do patrimônio alheio. Coisa alheia é a que não
si ou para outrem sem a pratica de violência ou de grave pertence ao agente, nem mesmo parcialmente. Por essa
ameaça ou de qualquer espécie de constrangimento físico razão não comete furto e sim o crime contido no artigo 346
ou moral à pessoa. Significa, pois o assenhoramento da (Subtração ou Dano de Coisa Própria em Poder de Terceiro)
coisa com fim de apoderar-se dela com ânimo definitivo. do Código Penal Brasileiro, o proprietário que subtrai coisa
Quanto a objetividade jurídica do furto é preciso sua que está em poder legitimo de outro.
ressaltar uma divergência na doutrina: entende-se que O crime de furto é cometido através do dolo que é
é protegida diretamente a posse e indiretamente a a vontade livre e consciente de subtrair, acrescido do
propriedade ou, em sentido contrário, que a incriminação elemento subjetivo do injusto também chamado de “dolo
no caso de furto, visa essencial ou principalmente a tutela específico”, que no crime de furto está representado pela
da propriedade e não da posse. É inegável que o dispositivo ideia de finalidade do agente, contida da expressão “para
protege não só a propriedade como a posse, seja ela direta si ou para outrem”. Independe, todavia de intuito, objetivo
ou indireta além da própria detenção. de lucro por parte do agente, que pode atuar por vingança,
Devemos si ter primeiro o bem jurídico daquele que é capricho, liberalidade.
afetado imediatamente pela conduta criminosa. Vale dizer O consentimento da vítima na subtração elide o crime,
que a vítima de furto não é necessariamente o proprietário já que o patrimônio é um bem disponível, mas se ele ocorre
da coisa subtraída, podendo recair a sujeição passiva sobre depois da consumação, é evidente que sobrevivi o ilícito
o mero detentor ou possuidor da coisa. penal.
Qualquer pessoa pode praticar o crime de furto, não O delito de furto também pode ser praticado entre:
exige além do sujeito ativo qualquer circunstância pessoal cônjuges, ascendentes e descendentes, tios e sobrinhos,
específica. Vale a mesma coisa para o sujeito passivo do entre irmãos.
crime, sendo ela física ou jurídica, titular da posse, detenção O direito romano não admitia, nesses casos, a ação
ou da propriedade. penal. Já o direito moderno não proíbe o procedimento
O núcleo do tipo é subtrair, que significa tirar, retirar, penal, mas isenta de pena, como elemento de preservação
abrangendo mesmo o apossamento à vista do possuidor da vida familiar.
ou proprietário.
O crime de furto pode ser praticado também através Para se definir o momento da consumação, existem
de animais amestrados, instrumentos etc. Esse crime será duas posições:
de apossamento indireto, devido ao emprego de animais, 1) atinge a consumação no momento em que o objeto
caso contrário é de apossamento direto. material é retirado de posse e disponibilidade do sujeito
Reina uma única controvérsia, tendo em vista o passivo, ingressando na livre disponibilidade do autor,
desenvolvimento da tecnologia, quanto a subtração ainda que não obtenha a posse tranquila;
praticada com o auxílio da informática, se ela resultaria de 2) quando exige-se a posse tranquila, ainda que por
furto ou crime de estelionato. Tenho para mim, que não breve tempo.
podemos “aprioristicamente” ter o uso da informática como
meio de cometimento de furto ou mesmo estelionato, pois Temos a seguinte classificação para o crime de furto:
comum quanto ao sujeito, doloso, de forma livre, comissivo
é preciso analisar, a cada conduta, não apenas a intenção
de dano, material e instantâneo.
do agente, mas o modo de operação do agente através da
A ação penal é pública incondicionada, exceto nas
informática.
hipóteses do artigo 182 do Código Penal Brasileiro, que é
O objeto material do furto é a coisa alheia móvel. Coisa
condicionada à representação.
em direito penal representa qualquer substância corpórea,
O crime de furto pode ser de quatro espécies: furto
seja ela material ou materializável, ainda que não tangível,
simples, furto noturno, furto privilegiado e furto qualificado
suscetível de apreciação e transporte, incluindo aqui os
corpos gasosos, os instrumentos , os títulos, etc. FURTO DE USO
O homem não pode ser objeto material de furto, Furto de uso é a subtração de coisa apenas para
conforme o fato, o agente pode responder por sequestro usufruí-la momentaneamente, está prevista no art. 155 do
ou cárcere privado, conforme artigo 148 do Código Penal Código Penal Brasileiro, para que seja reconhecível o furto
Brasileiro, ou subtração de incapazes. de uso e não o furto comum, é necessário que a coisa seja
Afirma-se na doutrina que somente pode ser objeto de restituída, devolvida, ao possuidor, proprietário ou detentor
furto a coisa que tiver relevância econômica, ou seja, valor de que foi subtraída, isto é, que seja reposta no lugar, para
de troca, incluindo no conceito, a ideia de valor afetivo que o proprietário exerça o poder de disposição sobre a
(o que eu acho que não tem validade jurídica penal). Já coisa subtraída. Fora daí a exclusão do “animus furandi”
a jurisprudência invoca o princípio da insignificância, dependerá de prova plena a ser oferecida pelo agente.
considerando que se a coisa furtada tem valor monetário Os tribunais tem subordinado o reconhecimento do
irrisório, ficará eliminada a antijuridicidade do delito e, furto de uso a efetiva devolução ou restituição, afirmando
portanto, não ficará caracterizado o crime. que há furto comum se a coisa é abandonada em local
distante ou diverso ou se não é recolocada na esfera

35
DIREITO PENAL

de vigilância de seu dono. Há ainda entendimentos que - O primeiro requisito para que ocorra o privilégio é
exigem que a devolução da coisa, além de ser feita no ser o agente primário, ou seja, que não tenha sofrido em
mesmo lugar da subtração seja feita em condições de razão de outro crime condenação anterior transitada em
restituição da coisa em sua integridade e aparência interna julgado.
e externa, assim como era no momento da subtração. - O segundo requisito é ser de pequeno valor a coisa
Vale dizer a coisa devolvida assemelha-se em tudo subtraída.
e por tudo em sua aparência interna e externa à coisa A doutrina e a jurisprudência têm exigido além
subtraída. desses dois requisitos já citados, que o agente não revele
personalidade ou antecedentes comprometedores,
FURTO NOTURNO indicativos da existência de probabilidade, de voltar a
delinquir.
O Furto Noturno, está previsto no § 1º do artigo 155: A pena pode-se substituir a de reclusão pela de
“apena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar
durante o repouso noturno”. somente a multa.
É furto agravado ou qualificado o praticado durante O § 3º do artigo 155 faz menção à igualdade entre
o repouso noturno, aumenta-se de 1/3 artigo 155 §1º, a energia elétrica, ou qualquer outra que tenha valor
razão da majorante está ligada ao maior perigo que está econômico à coisa móvel, também a caracterizando como
submetido o bem jurídico diante da precariedade de crime.
vigilância por parte de seu titular. A jurisprudência considera essa modalidade de furto
Basta que ocorra a cessação da vigilância da vítima, como crime permanente, pois o agente pratica uma só
que, dormindo, não poderá efetivá-la com a segurança e ação, que se prolonga no tempo.
a amplitude com que a faria, caso estivesse acordada, para
que se configure a agravante do repouso noturno. FURTO QUALIFICADO
Repouso noturno é o tempo em que a cidade repousa,
é variável, dependendo do local e dos costumes. Em determinadas circunstâncias são destacadas o §4º
É discutida pela doutrina e pela jurisprudência a cerca do art. 155, para configurar furto qualificado, ao qual é
da necessidade do lugar, ser habitado ou não, para se dar cominada pena autônoma sensivelmente mais grave:
a agravante. A jurisprudência dominante nos tribunais é no “reclusão de 2 à 8 anos seguida de multa”.
sentido de excluir a agravante, se o furto é praticado em São as seguintes as hipóteses de furto qualificado:
lugar desabitado, pois evidente se praticado desta forma Se o crime é cometido com destruição ou rompimento
não haveria, mesmo durante a época o momento do não de obstáculos à subtração da coisa; está hipótese trata da
repouso, a possibilidade de vigilância que continuaria a ser destruição, isto é, fazer desaparecer em sua individualidade
tão precária quanto este momento de repouso. ou romper, quebrar, rasgar, qualquer obstáculo móvel ou
Porém, como diz o mestre Magalhães Noronha “para imóvel a apreensão e subtração da coisa.
nós, existe a agravante quando o furto se dá durante A destruição ou rompimento deve dar-se em qualquer
o tempo em que a cidade ou local repousa, o que não momento da execução do crime e não apenas para
importa necessariamente seja a casa habitada ou estejam apreensão da coisa. Porém é imprescindível que seja
seus moradores dormido. Podem até estar ausente, ou comprovada pericialmente, nem mesmo a confissão do
desabitado o lugar do furto”. acusado supre a falta da perícia.
A exposição de motivos como a do mestre Noronha, Trata-se de circunstância objetiva e comunicável
é a que se iguala ao meu parecer, pois é prevista como no caso de concurso de pessoas, desde que o seu
agravante especial do furto a circunstância de ser o crime conteúdo haja ingressado na esfera do conhecimento dos
praticado durante o período do sossego noturno8, seja participantes.
ou não habitada a casa, estejam ou não seus moradores A segunda hipótese é quando o crime é cometido
dormindo, cabe a majoração se o delito ocorreu naquele com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou
período. destreza.
Furto em garagem de residência, também há duas Há abuso de confiança quando o agente se prevalece
posições, uma em que incide a qualificadora, da qual o de qualidade ou condição pessoal que lhe facilite à pratica
Professor Damásio é partidário, e outra na qual não incide do furto. Qualifica o crime de furto quando o agente se
a qualificadora. serve de algum artifício para fazer a subtração.
Mediante fraude é o meio enganoso capaz de iludir
FURTO PRIVILEGIADO ou mínimo a vigilância do ofendido e permitir maior facilidade
O furto privilegiado está expresso no § 2º do artigo na subtração do objeto material. O furto mediante
155: “Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a fraude distingue-se do estelionato, naquele a fraude é
coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela empregada para iludir a atenção e vigilância do ofendido,
de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar que nem percebe que a coisa lhe está sendo subtraída; no
somente a pena de multa”. estelionato, ao contrário, a fraude antecede o apossamento
Vale dizer que é uma forma de causa especial de da coisa e é a causa de sua entrega ao agente pela vítima;
diminuição de pena. Existem requisitos para que se dê essa esta entrega a coisa iludida, pois a fraude motivou seu
causa especial: consentimento.

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DIREITO PENAL

É ainda qualificadora a penetração no local do furto FURTO DE COISA COMUM


por via que normalmente não se usa para o acesso, Este crime está definido no art. 156 do Código Penal
sendo necessário o emprego de meio artificial, é no caso Brasileiro, que diz: “Subtrair o condômino, coerdeiro, ou
de escalada, que não se relaciona necessariamente com a sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a
ação de galgar ou subir. Também deve ser comprovada por detém, a coisa comum: pena – detenção, de 6 (seis) meses
meio de perícia, assim como o rompimento de obstáculo. à 2 (dois) anos, ou multa”.
A razão da incriminação é de que o agente subtraia
Tentativa, é admissível. Via de regra, a prisão em coisa que pertença também a outrem. Este crime constitui
flagrante indica delito tentado nos casos de furto, por não caso especial de furto, distinguindo-se dele apenas as
chegar o agente a ter a posse tranquila da coisa subtraída, relações existentes entre o agente e o lesado ou os lesados.
que não ultrapassa a esfera de vigilância da vítima. Sujeito ativo, somente pode ser o condômino,
coproprietário, coerdeiro ou o sócio. Esta condição é
Há ainda a tentativa frustrada. Exemplo A, segue uma indispensável e chega a ser uma elementar do crime e por
pessoa durante vários dias e subtrai do bolso interno do tanto é transmitido ao partícipe estranho nos termos do
paletó da vítima, envelope que acredita conter dinheiro. artigo 29 do Código Penal Brasileiro.
Furtado o envelope, A é apanhado, todavia ao chegar na Sujeito passivo será sempre o condomínio,
Delegacia, verifica-se que o envelope estava vazio, pois, a coproprietário, coerdeiro ou o sócio, não podendo excluir-
vítima havia esquecido o dinheiro em casa. O agente será se o terceiro possuidor legítimo da coisa.
responsabilizado pelo crime nesse exemplo? Não, pois a A vontade de subtrair configura o momento subjetivo,
ausência do objeto material do delito faz do evento um fala-se em dolo específico na doutrina, na expressão “para
crime impossível. si ou para outrem”.
Por fim, há a qualificadora da destreza, que se dá A pena culminada para furto de coisa comum é
quando a subtração se dá dissimuladamente com especial alternativa de detenção de 6 (seis) meses à 2 (dois) anos
habilidade por parte do agente, onde a ação, sem emprego ou multa. Dá-se ao juiz a margem para individualização da
de violência, em situação em que a vítima, embora pena tendo em vista as circunstâncias do caso concreto.
consciente e alerta, não percebe que está tendo os bens
furtados. O arrebatamento violento ou inopinado não a ROUBO
configura. A ação penal é pública, porém depende de
representação da parte.
A terceira hipótese é o emprego de chave falsa. Como expresso no artigo 157 do Código Penal
Brasileiro: “Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para
Constitui chave falsa qualquer instrumento ou engenho
outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa,
de que se sirva o agente para abrir fechadura e que tenha
ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
ou não o formato de uma chave, podendo ser grampo,
impossibilidade de resistência: pena – reclusão, de 4
pedaço de arame, pinça, gancho, etc. O exame pericial
(quatro) a 10 (dez) anos, e multa”.
da chave ou desse instrumento é indispensável para a
Trata-se de crime contra o patrimônio, em que é
caracterização da qualificadora
atingido também a integridade física ou psíquica da vítima.
A Quarta e última hipótese é quando ocorre mediante
É um crime complexo, onde o objeto jurídico imediato
concurso de duas ou mais pessoas, quando praticado nestas
do crime é o patrimônio, e tutela-se também a integridade
circunstâncias, pois isto revela uma maior periculosidade corporal, a saúde, a liberdade e na hipótese de latrocínio a
dos agentes, que unem seus esforços para o crime. vida do sujeito passivo.
No caso de furto cometido por quadrilha, responde O Roubo também é um delito comum, podendo ser
por quadrilha pelo artigo 288 do Código Penal Brasileiro cometido por qualquer pessoa, dando-se o mesmo com
seguido de furto simples, ficando excluída a qualificadora, o sujeito passivo. Pode ocorrer a hipótese de dois sujeitos
Concurso de qualificadoras, o agente incidindo em passivos: um que sofre a violência e o titular do direito de
duas qualificadoras, apenas uma qualifica, podendo servir propriedade.
a outra como agravante comum. Como no Furto, a conduta é subtrair, tirar a coisa
Frise-se, outrossim que, fora incluída uma nova móvel alheia, mas faça-se necessário que o agente se
hipótese de furto qualificado (§4º-A) com uma pena de 4 utilize de violência, lesões corporais, ou vias de fato, como
a 10 anos. Nesse caso, essa pena mais elevada decorre da grave ameaça ou de qualquer outro meio que produza a
forma de execução (emprego de explosivo ou de artefato possibilidade de resistência do sujeito passivo.
análogo) e do perigo criado. A vontade de subtrair com emprego de violência, grave
O §7º prevê ainda uma figura qualificada que depende ameaça ou outro recurso análogo é o dolo do delito de
do objeto subtraído (e não da forma de execução), isto é, roubo. Exige-se porém, o elemento subjetivo do tipo, o
será aplicada a pena mais elevada se a subtração for de chamado dolo específico, idêntico ao do furto, para si ou
“substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou para outrem, é que se dá a subtração.
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou Há uma figura denominada roubo impróprio que vem
emprego”. definido no art.157 §1º do Código Penal Brasileiro: “na
mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a

37
DIREITO PENAL

coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, ROUBO E LESÃO CORPORAL GRAVE
a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção Nos termos do artigo 157 § 3º do Código Penal
da coisa para si ou para terceiro”. Nesse caso a violência ou Brasileira primeira parte, é qualificado roubo quando: “da
a grave ameaça ocorre após a consumação da subtração, violência resulta lesão corporal de natureza grave, fixando-
visando o agente assegurar a posse da coisa subtraída ou a se a pena num patamar superior ao fixado anteriormente,
impunidade do crime. aqui reclusão de 5 (cinco) à 15 (quinze) anos, além da multa”.
A violência posterior ou roubo para assegurar a sua É indispensável que a lesão seja causada pela violência,
impunidade, deve ser imediato para caracterização do não estando o agente, sujeito às penas previstas pelo
roubo impróprio. dispositivo em estudo, se o evento decorra de grave ameaça,
A consumação do roubo impróprio ocorre com como enfarte, choque ou do emprego de narcóticos.
a violência ou grave ameaça desde que já ocorrido a Haverá no caso roubo simples seguido de lesões corporais
subtração, não se consumando esta, tem se entendido que de natureza grave em concurso formal.
o agente deverá ser responsabilizado por tentativa de furto A lesão poderá ser sofrida pelo titular do direito ou em
em concurso com o crime de lesões corporais. um terceiro.
Consuma-se no momento em que o agente retira o O § 3º do artigo 157 também sofreu modificação
objeto material da esfera de disponibilidade da vítima, significativa. Agora as hipóteses de violência são tratadas
mesmo que não haja a posse tranquila. em dois incisos.
A Lei nº 13.654, de 2018 mudou a redação do § 2º do No inciso I, se da violência resulta lesão corporal grave,
artigo 157,dispondo que a pena no roubo é aumentada de a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa.
1/3 (um terço) até metade, revogando ainda o inciso I do Por aqui houve modificação na pena máxima, que deixa de
referido artigo. ser de 15 anos e passa a ser de 18 anos de reclusão.
A referida Lei incluiu o inciso VI o qual dispõe que, “se No § 3º, inciso II, se da violência resulta morte, a pena
a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. Desse
que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, modo, nota-se que o latrocínio é tratado no § 3º, inciso II,
montagem ou emprego.” do Código Penal.
Sobre este inciso, destaca-se que foi criada uma causa
de aumento de pena (majorante) que, no caso de furto,
ROUBO SEGUIDO DE MORTE - LATROCÍNIO
consiste em qualificadora, como já referido.
Comina-se pena de reclusão de 20 à 30 anos se resulta
a morte, as mesmas considerações referentes aos crimes
A Lei incluiu ainda o seguinte texto:
qualificados pelo resultado, podem ser aqui aplicadas.
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído
O artigo da Lei 8072/90 (Lei dos Crimes Hediondos), em
pela Lei nº 13.654, de 2018)
conformidade com o artigo 5º XLIII, da Constituição Federal
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego
de arma de fogo; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) Brasileira, considera crime de latrocínio Hediondo.
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo Nos termos legais o Latrocínio não exige que o evento
mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que morte seja desejado pelo agente, basta que ele empregue
cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) violência para roubar e que dela resulte a morte para que se
§ 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº tenha caracterizado o delito.
13.654, de 2018) É indiferente, porém, que a violência tenha sido exercida
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) para o fim da subtração ou para garantir, depois desta, a
a 18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído pela Lei nº 13.654, de impunidade do crime ou a detenção da coisa subtraída.
2018) Ocorre latrocínio ainda que a violência atinja pessoa
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 diversa daquela que sofre o desapossamento da coisa.
(trinta) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) Haverá, no entanto um só crime com dois sujeitos passivos.
O presente parágrafo traz causa de aumento de pena A consumação do latrocínio ocorre com a efetiva
para o crime de roubo se a violência ou ameaça é exercida subtração e a morte da vítima, embora no latrocínio haja
com emprego de arma de fogo, deslocada que foi para morte da vítima, ele é um crime contra o patrimônio, sendo
este parágrafo inovador, deixando de aumentar a pena em Juiz singular e não do Tribunal do Júri, essa é a posição
fração variável de 1/3 até a metade para uma fração fixa da válida.
ordem de 2/3 (dois terços). Pena: reclusão de vinte a trinta anos, sem prejuízo da
Acerca da tentativa, quanto ao roubo próprio ela é multa, conforme alteração do artigo 6º da Lei n.º. 8072/90.
admitida, visto podendo ocorrer quando o sujeito, após Conforme o artigo 9º dessa lei, a pena é agravada de metade
empregar a violência ou grave ameaça contra a pessoa, quando a vítima se encontra nas condições do artigo 224
por motivos alheios a sua vontade, não consegue efetuar do Código Penal Brasileiro: “presunção de violência”.
a subtração.
Já a tentativa para o crime de roubo impróprio temos EXTORSÃO
duas correntes: O crime de extorsão é formal e consuma-se no
Sua classificação doutrinária é de crime comum quanto momento e no local em que ocorre o constrangimento
ao sujeito, doloso, de forma livre, de dano, material e para que se faça ou se deixe de fazer alguma coisa. Súmula
instantâneo. Tendo ação penal pública incondicionada. nº 96 do Superior Tribunal de Justiça.

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Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou Tentativa


grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para Admite-se quer considerando o crime formal ou
outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que material. Surge quando a vítima mesmo constrangida,
se faça ou deixar fazer alguma coisa: mediante violência ou grave ameaça, não realiza a condita
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. por circunstâncias alheias à vontade do agente. A vítima,
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, então não se intimida, vence o medo e denuncia o fato a
ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço polícia.
até metade.
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO (art. 159)
o disposto no § 3º do artigo anterior. Na extorsão mediante sequestro, diferentemente da
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da extorsão do art. 158, a vantagem pode ser qualquer uma
liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a (inclusive econômica). Trata-se de crime hediondo em todas
obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, as suas modalidades, havendo privação da liberdade da
de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão vítima para se obter a vantagem. É crime complexo, resultante
corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no da extorsão + sequestro ou cárcere privado (é o que diz a
art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº doutrina, mas eu não concordo, visto que a extorsão exige
11.923, de 2009) finalidade de obter vantagem econômica indevida).
É um crime comum, formal ou material, de forma livre, Se o sequestro for para obtenção de qualquer vantagem
devida, haverá o crime de exercício arbitrário das próprias
instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente, comissivo,
razões em concurso material com o sequestro ou cárcere
doloso, de dano, complexo e admite tentativa.
privado.
A conduta consiste em constranger (obrigar, forcar,
Apesar de o tipo se referir a “qualquer vantagem”,
coagir), mediante violência (física: vias de fato ou lesão
não haverá o crime se a vantagem não tiver algum valor
corporal) ou grave ameaça (moral: intimidação idônea
econômico. Isso se depreende da interpretação sistêmica do
explicita ou explicita que incute medo no ofendido) com o
tipo, que está inserido no Título II, relativo aos crimes contra
objetivo de obter para si ou para outrem indevida (injusta,
o patrimônio.
ilícita) vantagem econômica (qualquer vantagem seja de
Não influi na caracterização do crime o fato de a vítima ser
coisa móvel ou imóvel). transportada para algum lugar ou ser retida em sua própria
Haverá constrangimento ilegal se a vantagem não for casa. Ademais, o sequestro deve se dar como condição ou
econômica e exercício arbitrário das próprias razoes se a preço do resgate.
vantagem for devida.
Sujeito passivo
Tipo subjetivo Pode ser qualquer pessoa, inclusive pessoa jurídica, que
O tipo é composto de dolo duplo: o primeiro pode ter, v.g., um de seus sócios sequestrados para que seja
constituído pela vontade livre e consciente de constranger efetuado o pagamento. Determina-se o sujeito passivo de
alguém mediante violência ou grave ameaça, dolo acordo com a pessoa que terá o patrimônio lesado.
genérico; o segundo exige o elemento subjetivo do tipo Se a pessoa que sofre a privação da liberdade for
específico na expressão “com intuito de”. diferente daquela que terá seu patrimônio diminuído, haverá
apenas um crime, não obstante existirem duas vítimas.
Consumação
Discute-se na doutrina se o crime de extorsão é Consumação e tentativa
formal ou material. Para os que o consideram formal, a Ocorre a consumação quando o agente pratica a conduta
consumação ocorre independentemente do resultado. prevista no núcleo do tipo, quando realiza o sequestro
Basta ser idôneo ao constrangimento imposto à vítima, privando a vítima da liberdade por tempo juridicamente
sendo irrelevante a enfeitava obtenção da vantagem relevante, ainda que não aufira a vantagem qualquer e ainda
econômica indevida. que nem tenha sido pedido o resgate. Logo, o crime é formal.
O comportamento da vítima nesse caso é fundamental “A extorsão mediante sequestro, como crime formal
para a consumação do delito. É a indispensabilidade da ou de consumação antecipada, opera-se com a simples
conduta do sujeito passivo para a consumação do crime, privação da liberdade de locomoção da vítima, por tempo
se o constrangimento for sério, idôneo o suficiente para juridicamente relevante. Ainda que o sequestrado não tenha
ensejar a ação ou omissão da vítima em detrimento do seu sido conduzido ao local de destino, o crime está consumado”
patrimônio, perfaz-se o tipo penal do art. 168 do CP. (MIRABETE, Julio Fabbrini. Código Penal Interpretado. 6ª
Da outra parte, se entendido como crime material, a edição. São Paulo: Atlas. 2007, pág. 1.476).
consumação se dará com obtenção de indevida vantagem Perfeitamente possível a tentativa, já que a execução do
econômica. Seguimos esse entendimento, para nós o crime requer um iter criminis desdobrado em vários atos.
crime de extorsão é material consumando-se com a efetiva Porém, difícil de se configurar. Hipótese seria aquela em que
obtenção indevida vantagem econômica. os agentes são flagrados logo após colocarem a vítima no
carro, pois aí não teriam privado sua liberdade por tempo
juridicamente relevante.

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EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO QUALIFICADA Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.


Se o sequestro dura mais de 24h, se o sequestrado
é menor de 18 e maior que 60 anos, ou se o crime é Classificação doutrinária
cometido por bando ou quadrilha a pena será de reclusão Crime comum, doloso, de dano, formal (exigir) e material
de 12 a 20 anos. Quanto maior o tempo em que a vítima (receber), instantâneo, comissivo, de forma vinculada,
estiver em poder do criminoso, maior será o dano à saúde unissubjetivo, unissubsistente (exigir) ou plurissubsistente
e integridade física. (receber) e admite tentativa.
Quanto ao crime cometido por bando ou quadrilha, A conduta recai sobre o documento que pode dar
entende-se como a reunião permanente de mais de três causa a um procedimento criminal contra o devedor, como
pessoas para cometer e não uma reunião ocasional para a confissão de um crime, a falsificação de um título de
cometer o sequestro crédito, uma duplicata fria etc.
A conduta consiste ainda em exigir (obrigar, ordenar)
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO COM LESÃO ou receber (aceitar) um documento que pode dar causa a
CORPORAL GRAVE. procedimento criminal contra a vítima ou terceiro. É abusar
Se o fato resulta lesão corporal de natureza grave a pena da situação daquele que necessita urgentemente de auxílio
será de reclusão de 16 a 24 anos; se resulta a morte a pena financeiro. Necessário para a configuração do delito que o
será de reclusão de 24 a 30 anos. Observa-se de imediato documento exigido ou recebido pelo agente, que pode ser
a diferença deste delito com o de roubo qualificado pelo
público ou particular, se preste a instauração de inquérito
resultado. No art. 157 do CP a lei diz: “se da violência resultar
policial contra o ofendido. Não se exige a instauração do
lesão grave ou morte”; logo, num roubo em que vítima
procedimento criminal, basta que o documento em poder
cardíaca diante de uma ameaça vem a falecer, haverá roubo
do credor seja potencialmente apto a iniciar o processo.
em concurso material com homicídio e não latrocínio. O
tipo exige o emprego da violência. Na extorsão mediante
sequestro a lei menciona: “se dos ato resultar lesão grave Consumação
ou morte”, pouco importando para qualificar o delito que Na ação de exigir, crime formal, a consumação ocorre
a lesão grave seja culposa ou dolosa.. Evidentemente, se com a simples exigência do documento pelo extorsionário.
a lesão grave ou morte resultar de caso fortuito ou força A iniciativa aqui é do agente, na conduta de receber, crime
maior, o resultado agravados não poderá ser imputado ao material, a consumação ocorre com o efetivo recebimento
agente. do documento. Nesse caso a iniciativas provém da vítima.

EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO E TORTURA Tentativa


Entendemos que os institutos possuem objetividades Na modalidade exigir, entendemos não ser possível
jurídicas distintas e autônomas. Na extorsão são mediante sua configuração, embora uma parcela da doutrina a
sequestro ofende-se o patrimônio, a liberdade de ir e admita com o sovado exemplo, também oferecido nos
vir e a vida. Na tortura atinge-se a dignidade humana, crimes contra a honra, de a exigência ser reduzida por
consubstanciada na integridade física e mental. Com efeito, escrito, mas não chegar ao conhecimento do ofendido. Na
a nosso, juízo, nada impede o reconhecimento do concurso de receber, no entanto, é perfeitamente possível, podendo
material de infrações. o iter criminis ser interrompido por circunstâncias alheias à
vontade do agente.
DELAÇÃO PREMIADA
O benefício somente se aplica quando o crime for
cometido em concurso de pessoas, devendo o acusado
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL;
fornecer às autoridades elementos capazes de facilitar a
resolução do crime. Causa obrigatória de diminuição de pena
se preenchidos os requisitos estabelecidos pelo parágrafo 4º TÍTULO VI
do art. 159, qual seja, denúncia à autoridade ( juiz, delegado DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
ou promotor) feita por um dos concorrentes, e esta facilitar
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
a libertação da vítima. Faz-se mister salientar que, se não
CAPÍTULO I
houver a libertação do sequestrado, mesmo havendo
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
delação do coautor, não haverá diminuição de pena.
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Não se confunde com a confissão espontânea, pois
nesta o agente garante confessa sua participação no crime,
sem incriminar outrem. Estupro
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou
EXTORSÃO INDIRETA grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou per-
Art. 160. Exigir ou receber, como garantia de dívida, mitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Reda-
abusando da situação de alguém, documento que pode dar ção dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação
terceiro: dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

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DIREITO PENAL

§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza § 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de § 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza
14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) grave: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído
pela Lei nº 12.015, de 2009) pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº § 4o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº
12.015, de 2009) 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. (Incluí-
pela Lei nº 12.015, de 2009) do pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 214 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
Corrupção de menores
Violação sexual mediante fraude (Redação dada pela Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a
Lei nº 12.015, de 2009) satisfazer a lascívia de outrem: (Redação dada pela Lei nº
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato li- 12.015, de 2009)
bidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Redação
impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da víti-
dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
ma: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação
12.015, de 2009)
dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de
obter vantagem econômica, aplica-se também multa. (Re- Satisfação de lascívia mediante presença de criança
dação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) ou adolescente (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 216. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de
14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção car-
Assédio sexual (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de nal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia pró-
2001) pria ou de outrem: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de ob- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. (Incluído
ter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o pela Lei nº 12.015, de 2009)
agente da sua condição de superior hierárquico ou ascen-
dência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. Favorecimento da prostituição ou de outra forma
(Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) de exploração sexual de criança ou adolescente ou de
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído vulnerável. (Redação dada pela Lei nº 12.978, de 2014)
pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.224, ou outra forma de exploração sexual alguém menor de
de 15 de 2001) 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência
§ 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima mental, não tem o necessário discernimento para a prática
é menor de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:
de 2009) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído
CAPÍTULO II pela Lei nº 12.015, de 2009)
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL § 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vanta-
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) gem econômica, aplica-se também multa. (Incluído pela
Lei nº 12.015, de 2009)
Sedução § 2o Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei nº
Art. 217 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
12.015, de 2009)
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidi-
Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de
noso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14
2009)
(catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Lei nº 12.015, de 2009) II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído local em que se verifiquem as práticas referidas no ca-
pela Lei nº 12.015, de 2009) put deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações § 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito
descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou obrigatório da condenação a cassação da licença de loca-
deficiência mental, não tem o necessário discernimento lização e de funcionamento do estabelecimento. (Incluído
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, pela Lei nº 12.015, de 2009)
não pode oferecer resistência. (Incluído pela Lei nº 12.015,
de 2009)

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DIREITO PENAL

CAPÍTULO III Pena - reclusão, de dois a cinco anos.


DO RAPTO § 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência,
grave ameaça ou fraude:
Rapto violento ou mediante fraude Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena
Art. 219 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) correspondente à violência.
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-
Rapto consensual se também multa.
Art. 220 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Favorecimento da prostituição ou outra forma de
Diminuição de pena exploração sexual (Redação dada pela Lei nº 12.015, de
Art. 221 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) 2009)
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou ou-
Concurso de rapto e outro crime tra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou difi-
Art. 222 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) cultar que alguém a abandone: (Redação dada pela Lei nº
CAPÍTULO IV 12.015, de 2009)
DISPOSIÇÕES GERAIS Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 223 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) § 1o Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta,
Art. 224 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador,
preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei
Ação penal ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilân-
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste cia: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Título, procede-se mediante ação penal pública condicio- Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. (Redação
nada à representação. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
2009) § 2º - Se o crime, é cometido com emprego de
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação violência, grave ameaça ou fraude:
penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena
(dezoito) anos ou pessoa vulnerável. (Incluído pela Lei nº correspondente à violência.
12.015, de 2009)
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-
se também multa.
Aumento de pena
Art. 226. A pena é aumentada: (Redação dada pela Lei
Casa de prostituição
nº 11.106, de 2005)
Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, es-
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o con-
tabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou
curso de 2 (duas) ou mais pessoas; (Redação dada pela Lei
não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou
nº 11.106, de 2005)
II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou gerente: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro
título tem autoridade sobre ela; (Redação dada pela Lei nº Rufianismo
11.106, de 2005) Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, partici-
III - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) pando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar,
no todo ou em parte, por quem a exerça:
CAPÍTULO V Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA § 1o Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14
FIM DE (catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente,
PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companhei-
EXPLORAÇÃO SEXUAL ro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima,
ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) cuidado, proteção ou vigilância: (Redação dada pela Lei nº
Mediação para servir a lascívia de outrem 12.015, de 2009)
Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de ou- Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Re-
trem: dação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de um a três anos. § 2o Se o crime é cometido mediante violência, grave
§ 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a li-
18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, vre manifestação da vontade da vítima: (Redação dada pela
descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou Lei nº 12.015, de 2009)
curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo
educação, de tratamento ou de guarda: (Redação dada pela da pena correspondente à violência. (Redação dada pela
Lei nº 11.106, de 2005) Lei nº 12.015, de 2009)

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DIREITO PENAL

Tráfico internacional de pessoa para fim de explo- CAPÍTULO VII


ração sexual (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 231. (Revogado pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vi-
gência) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 231-A. (Revogado pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vi- Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
gência) Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é
Art. 232 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) aumentada: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
I – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Promoção de migração ilegal II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de III - de metade, se do crime resultar gravidez; e (Incluído
obter vantagem econômica, a entrada ilegal de estrangei- pela Lei nº 12.015, de 2009)
ro em território nacional ou de brasileiro em país estran- IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite
geiro: Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência à vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. deveria saber ser portador. (Incluído pela Lei nº 12.015, de
Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência 2009)
§ 1º Na mesma pena incorre quem promover, por Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes defi-
qualquer meio, com o fim de obter vantagem econômica, nidos neste Título correrão em segredo de justiça. (Incluído
a saída de estrangeiro do território nacional para ingres- pela Lei nº 12.015, de 2009)
sar ilegalmente em país estrangeiro. Incluído pela Lei nº Art. 234-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.015, de
13.445, de 2017 Vigência 2009)
§ 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um
terço) se: Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência
I - o crime é cometido com violência; ou Incluído pela CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA;
Lei nº 13.445, de 2017 Vigência
II - a vítima é submetida a condição desumana ou de-
gradante. Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência
§ 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem Crimes Contra a Fé Pública
prejuízo das correspondentes às infrações conexas. Incluí- Os crimes contra a fé pública são crimes de perigo
do pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência abstrato, porque neles o tipo não faz referência ao perigo.
Assim, há de se questionar, por exemplo, o seguinte:
CAPÍTULO VI alguém falsificou uma cédula, mas é uma cédula de três
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR reais, existiu o crime de falso de moeda?
Poderia se levar a pensar que sim, o legislador não fala
Ato obsceno que a moeda tenha que ser essencialmente correspondente
a uma que exista. Mas a resposta seria não, inclusive a súmula
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou
73 do STJ nos auxiliaria a dizer isto. A súmula 73 diz assim: o
aberto ou exposto ao público:
papel moeda grosseiramente falsificado não configura crime
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
de moeda falsa, mas sim estelionato em tese, de competência
da JE. Qual o raciocínio que se emprega?
Escrito ou objeto obsceno
Malgrado seja um crime de perigo abstrato, a
Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob
conduta praticada não dispensa a idoneidade para a
sua guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de
demonstração da possibilidade de o perigo acontecer.
exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou
As condutas têm que ter idoneidade suficiente a produzir
qualquer objeto obsceno: perigo, o que não significa dizer que o perigo seja exigido,
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. são coisas diversas. Há como descaracterizar a idoneidade
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem: em termos abstratos, e não concretos, como seria o caso.
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público Uma cédula de três reais pode expor a risco a fé pública?
qualquer dos objetos referidos neste artigo; Não, nem em abstrato.
II - realiza, em lugar público ou acessível ao público,
representação teatral, ou exibição cinematográfica de ca- Moeda Falsa (art. 289)
ráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a,
mesmo caráter; moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país
III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou no estrangeiro:
ou pelo rádio, audição ou recitação de caráter obsceno. Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
A fabricação é ação conhecida como contrafação;
nela, se insere materialmente o objeto em circulação. Já
a alteração pressupõe a existência de um suporte, o qual
o agente modifica de alguma forma, geralmente para que
valha mais.

43
DIREITO PENAL

O bem jurídico protegido é a fé pública, ou seja, a segurança Concurso de Crimes


da sociedade em relação à moeda, ao meio circulante e à Se o agente introduz em circulação várias cédulas ou
circulação monetária. moedas, no mesmo contexto, há crime único.
Moeda de curso legal é aquela de recebimento Se ele introduz moedas em locais próximos, num
obrigatório, por força de lei, que não pode ser recusada no mesmo contexto, há entendimento de ser crime único e
comércio. Ela pode se referir tanto a moeda metálica quanto crime continuado.
ao papel-moeda. Se o aceite de outra moeda for meramente Se o agente obtém vantagem econômica indevida,
convencional, não restará caracterizado o crime (pode haver, O ESTELIONATO É ABSORVIDO PELO DELITO DE MOEDA
em tese, o estelionato). FALSA, por aplicação do princípio da consunção ou da
O crime se consuma com a simples contrafação ou especialidade.
alteração, sendo indiferente se houve ou não a efetiva
introdução das moedas falsificadas em circulação; tampouco Competência
se exige dano a terceiro. É da Justiça Federal, já que afeta a fé pública da União,
A ação penal é pública incondicionada, de competência ainda que tenha por objeto moeda estrangeira.
da Justiça Federal. Como o crime deixa vestígios, exige-se A competência para processar e julgar esses crimes de
proa pericial. moeda falsa é da JF, desde que haja idoneidade, desde que
Não se admite, predominantemente, a aplicação do se trate de crime de moeda falsa.
princípio da insignificância, sendo irrelevante o número de Se não houver idoneidade haverá o falso inócuo. A
cédulas, seu valor ou o número de pessoas eventualmente figura do falso inócuo, então, é aquela em que a falsificação
lesadas. existiu, mas com as características dela não se apresenta
Não se aplica o princípio da insignificância ao crime de capaz a iludir um número indeterminado de agentes.
moeda falsa, pois se trata de delito contra a fé pública, logo
não há que falar em desinteresse estatal à sua repressão Forma Privilegiada (art. 289, § 2º)
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como
Circulação de Moeda Falsa (art. 289, § 1º) verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação,
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de
ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, seis meses a dois anos, e multa.
empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa. Adquirir a moeda falsa sem ter conhecimento do vício
Nesse caso, não se exige que a moeda falsa seja a de curso não é crime. Entretanto, o é o fato de colocar novamente
legal no país, podendo ser moeda estrangeira. em circulação após conhecer da falsidade.
O autor pode ser qualquer pessoa, menos o autor Esse crime somente se consuma com a reintrodução da
da falsificação. É um tipo subsidiário, podendo o agente moeda à circulação. Logo, é material, admitindo a tentativa.
responder por uma destas condutas caso não seja determinada
a autoria da falsificação. Forma Qualificada (art. 289, § 3º)
O tipo se caracteriza por ser misto alternativo. § 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e
Evidentemente que se o agente falsifica a moeda e a faz multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal
circular, responderá por um só crime, já que a circulação é mero de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a
exaurimento. fabricação ou emissão:
O agente precisa ter conhecimento da falsidade. Se ele I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado
recebe a moeda e a faz circular sem saber, não responde pelo em lei;
crime. II - de papel-moeda em quantidade superior à
O Dolo é muito difícil de se comprovar nesses crimes, pois autorizada.
o agente sempre nega a autoria, alegando que desconhecia a § 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz
falsidade. O juiz, por sua vez, deve se atentar para as máximas da circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.
experiência, para o modus operandi do agente, a fim de captar a
prática do crime. É o que ocorre, por exemplo, quando o agente Falsificação de Documento Público (art. 297)
utiliza a moeda na calada da noite, com pessoas humildes, Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento
quando já tenha tentado trocar a moeda anteriormente etc. público, ou alterar documento público verdadeiro:
Baltazar sugere que se atente para os seguintes dados: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Quantidade de cédulas encontradas com o agente; São requisitos da falsificação:
Modo de introdução em circulação; Que ela seja idônea: é a falsificação apta a iludir, capaz
Existência de outras cédulas de menor valor em poder do de enganar qualquer pessoa normal; para a jurisprudência,
agente; a falsificação grosseira não constitui crime, pois não é capaz
Verossimilhança da versão do réu para a origem das de enganar as pessoas em geral. Poderia ser, no máximo,
cédulas; estelionato;
Grau de instrução do agente; Que tenha capacidade de causar prejuízo a alguém:
Local onde guarda as cédulas. Disquete, cd, xerox etc. não são documentos.
Trata-se de crime formal e de perigo abstrato, sendo Documento é toda peça escrita que condensa o pensamento
irrelevantes, para a consumação, a obtenção da vantagem de alguém, capaz de provar um fato ou a realização de um
indevida para o agente ou de prejuízo para terceiros. ato de relevância jurídica.

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DIREITO PENAL

Requisitos do Documento Público Falsidade Ideológica (art. 299)


Deve ser elaborado por agente público; Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular,
O agente público deve estar no exercício da função, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer
tendo atribuição para tanto; inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita,
Deve obedecer às formalidades legais exigidas para a com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou
validade do documento. alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pode um documento estrangeiro ser considerado Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o
público? Sim, desde que seja considerado público no documento é público, e reclusão de um a três anos, e
país de origem e que satisfaça os requisitos de validade multa, se o documento é particular.
previstos no ordenamento brasileiro. Trata-se de um crime formal, bastando a possibilidade
de dano para ser punível.
Documentos Públicos por Equiparação (art. 297, § 2º) A falsidade ideológica é voltada para a declaração que
Trata-se de documentos particulares que, pela sua compõe o documento, para o conteúdo do que se quer
importância, foram equiparados pela lei a documento falsificar. Nela, o documento é formalmente perfeito e
público. São eles: falso seu conteúdo intelectual. O agente declara e faz
Documentos emitidos por entidade paraestatal; constar no documento algo que sabe não ser verdadeiro.
Título ao portador ou transmissível por endosso; Na falsidade material o vício incide sobre a parte exterior
Livros mercantis; do documento, recaindo sobre o elemento físico do papel
Testamento particular. escrito e verdadeiro. O sujeito modifica as características
originais do objeto material por meio de rasuras, borrões,
Consumação e Tentativa emendas, substituição de palavras ou letras, números, etc.
A consumação ocorre quando realizada a falsificação Na falsidade ideológica (ou pessoa) o vício incide sobre as
ou alteração. É um crime formal, bastando o resultado declarações que o objeto material deveria possuir, sobre o
jurídico, sendo perfeitamente possível a tentativa. conteúdo das ideias. Inexistem rasuras, emendas, omissões
ou acréscimos. O documento, sob o aspecto material é
Concurso de Crimes
verdadeiro; falsa é a ideia que ele contém. Daí também
Falsificação de documento público e estelionato: para
chamar-se ideal
o STF, ambos os crimes coexistiriam, mas em concurso
formal. Para o STJ:
Requisitos para a Configuração, Conforme
Falsificação e uso de documento falso (art. 304): o uso
Jurisprudência
será absorvido, já que é mero pós fato impunível. Isso,
Que a declaração tenha valor por si mesma: se a
entretanto, se o falsário for a mesma pessoa que usa o
declaração tiver de ser investigada pela autoridade pública,
documento
não há crime (v.g., declaração de pobreza falsa). Nesse
Causas de Aumento de Pena (art. 297, 13º) sentido:
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o Que a declaração faça parte do objeto do documento: as
crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de declarações irrelevantes, como o endereço da testemunha
sexta parte. num contrato, não caracterizam o crime

Falsidade de Documento e Sonegação Fiscal Casuísticas


Nos crimes de sonegação fiscal há causas extintivas de Se alguém pega a assinatura de um amigo em uma
punibilidade, assim como também há o entendimento do folha em branco e preenche como confissão de dívida,
STF no sentido de que eles são sujeitos a uma condição pratica o crime de falsidade ideológica;
objetiva de punibilidade, que significa o esgotamento da Pegar uma folha e falsificar a assinatura de outrem é
via administrativa. falsidade material;
Se, em um B.O., o escrivão inserir fatos que não foram
Falsificação de Documento Particular (art. 298) narrados, haverá falsidade ideológica;
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento A cópia sem autenticação não pode ser considerada
particular ou alterar documento particular verdadeiro: documento para fins penais.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
O conceito de documento particular é dado por Elemento Subjetivo, Consumação e Tentativa
exclusão. Particular é todo documento que não é público. O crime exige o especial fim de prejudicar direito ou
São exemplos: criar obrigação, ou ainda, alterar a verdade sobre fato
Cheque devolvido pelo banco: é documento particular, juridicamente relevante.
pois após devolvido o cheque, não mais poderá ser Na MODALIDADE OMISSIVA, consuma-se com a
transmitido por endosso. omissão e não cabe tentativa.
Documento endereçado à autoridade pública: não é Na comissiva, ocorre quando o agente insere ou faz
documento público, já que não foi feito por autoridade terceiro inserir, sendo a tentativa perfeitamente possível.
pública.

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DIREITO PENAL

Causa de Aumento de Pena


Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a PÚBLICA.
falsificação ou alteração é de assentamento de registro
civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

Uso de Documento Falso (art. 304) O Capítulo I do Título XI do Código Penal trata dos
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados crimes funcionais, praticados por determinado grupo de
ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: pessoas no exercício de sua função, associado ou não com
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. pessoa alheia aos quadros administrativos, prejudicando o
Trata-se de crime com preceito penal secundário correto funcionamento dos órgãos do Estado.
remetido. A Administração Pública deste modo, em geral direta,
Fazer uso é utilizar documento falso como se verdadeiro indireta e empresas privadas prestadoras de serviços
fosse. O uso deve ser efetivo, não bastando mencionar que públicos, contratadas ou conveniadas será vítima primária
possui o documento. Se o agente falsifica e usa documento, e constante, podendo, secundariamente, figurar no polo
há simplesmente progressão criminosa, e o uso se torna passivo eventual administrado prejudicado.
um post factum impunível. O agente, representante de um poder estatal, tem
Não haverá o crime se o documento for encontrado por função principal cumprir regularmente seus deveres,
pela autoridade em revista pessoal do agente; se o
confiados pelo povo. A traição funcional faz com que todos
documento é apresentado mediante solicitação ou
tenhamos interesse na sua punição, até porque, de certa
exigência da autoridade policial, há controvérsia.
forma, somos afetados por elas. Dentro desse espírito,
mesmo quando praticado no estrangeiro, logo, fora do
Competência
Se o documento utilizado for passaporte, a competência alcance da soberania nacional, o delito funcional será
será da Justiça Federal do lugar onde apresentado: alcançado, obrigatoriamente, pela lei penal.

Falsa Identidade (art. 307) Não bastasse, a Lei 10.763, de 12 de novembro de


Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa 2003, condicionou a progressão de regime prisional nos
identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou crimes contra a Administração Pública à prévia reparação
alheio, ou para causar dano a outrem: do dano causado, ou à devolução do produto do ilícito
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se praticado, com os acréscimos legais.
o fato não constitui elemento de crime mais grave.
Trata-se de um delito formal e expressamente A lei em comento não impede a progressão aos
subsidiário. crimes funcionais, mas apenas acrescenta uma nova
Identidade se refere às características que uma pessoa condição objetiva, de cumprimento obrigatório para que o
possui capazes de a individualizarem na sociedade. Está reeducando conquiste o referido benefício.
ligada intimamente à noção de estado civil.
A falsidade tem de ser idônea e deve haver relevância Crimes Funcionais
jurídica na imputação falsa, capacidade de causar dano. Espécies
O silêncio não pode configurar falsa identidade, já que Os delitos funcionais são divididos em duas espécies:
o crime é comissivo. próprios e impróprios.
Nos crimes funcionais próprios, na qualidade de
Falsa Identidade e Autodefesa funcionário público ao autor, o fato passa a ser tratado
Para concursos de Defensoria Pública, o preso em como um tipo penal descrito.
flagrante ou interrogado em juízo que se dá outro nome Já nos impróprios desaparecendo a qualidade de
para se eximir da condenação simplesmente exerce a servidor publico, desaparece também o crime funcional,
autodefesa, em seu sentido mais amplo, aplicando-se o desclassificando a conduta para outro delito, de natureza
brocardo nemo tenetur se detegere.
diversa.
Para o MP, evidentemente que não se trata de
autodefesa, já que a conduta do agente é comissiva,
Conceito de Funcionário Público para Efeitos Penais
tentando enganar a autoridade pública, se afastando em
Art. 327. Considera-se funcionário público, para os
muito do simples direito à não autoincriminação
efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce
cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem
trabalha para empresa prestadora de serviço contratada
ou conveniada para a execução de atividade típica da
Administração Pública.

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DIREITO PENAL

§ 2º A pena será aumentada da terça parte quando Peculato mediante Erro de Outrem
os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem Art. 313 C.P., o seu objeto jurídico é a probidade
ocupantes de cargos em comissão ou de função de administrativa. Sujeito ativo: funcionário público; sujeito
direção ou assessoramento de órgão da administração passivo: Estado e o particular lesado. A modalidade
direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou de peculato mediante erro de outrem, é um peculato
fundação instituída pelo poder público. estelionato, onde a pessoa é induzida a erro. Ex: Um fiscal
Contudo, ao considerar o que seja funcionário público vai aplicar uma multa a um determinado contribuinte e esse
para fins penais, nosso Código Penal nos dá um conceito contribuinte paga o valor direto a esse fiscal, que embolsa
unitário, sem atender aos ensinamentos do Direito o dinheiro. Só que na verdade nunca existiu multa alguma
Administrativo, tomando a expressão no sentido amplo. e esse dinheiro não tinha como destino os cofres públicos e
Dessa forma, para os efeitos penais, considera-se sim o favorecimento pessoal do agente. É um crime doloso
funcionário público não apenas o servidor legalmente e sua consumação se dá quando ele passa a ser o titular da
investido em cargo público, mas também o que servidor coisa. Admite-se a tentativa.
publico efetivo ou temporário.
Concussão
Tipos penais Contra Administração Pública Art. 316 C.P., é uma espécie de extorsão praticada
O crime de Peculato, Peculato apropriação, Peculato pelo servidor público com abuso de autoridade. O objeto
desvio, Peculato furto, Peculato culposo, Peculato mediante jurídico é a probidade da administração pública. Sujeito
erro de outrem, Concussão, Excesso de exação, Corrupção ativo: Crime próprio praticado pelo servidor e o seu jeito
passiva e Prevaricação, são os crimes tipificado com passivo é o Estado e a pessoa lesada. A conduta é exigir.
praticados por agentes públicos. Trata-se de crime formal pois consuma-se com a exigência,
se houver entrega de valor há exaurimento do crime e
Peculato a vítima não responde por corrupção ativa porque foi
Previsto no artigo 312 do C.P., a objetividade jurídica obrigada a agir dessa maneira.
do peculato é a probidade da administração pública. É um
crime próprio onde o sujeito ativo será sempre o funcionário Excesso de Exação
público e o sujeito passivo o Estado e em alguns casos o A exigência vai para os cofres públicos, isto é, recolhe
particular. Admite-se a participação. aos cofres valor não devido, ou era para recolher aos cofres
públicos, porém o funcionário se apropria do valor.
Peculato Apropriação
Corrupção Passiva
É uma apropriação indébita e o objeto pode ser
Art. 317 C.P., o Objeto jurídico é a probidade
dinheiro, valor ou bem móvel. É de extrema importância
administrativa. Sujeito ativo: funcionário público. A vítima é
que o funcionário tenha a posse da coisa em razão do seu
o Estado e apenas na conduta solicitar é que a vítima será,
cargo. Consumação: Se dá no momento da apropriação,
além do Estado a pessoa ao qual foi solicitada.
em que ele passa a agir como o titular da coisa apropriada.
Admite-se a tentativa.
Condutas: Solicitar, receber e aceitar promessa,
aumenta-se a pena se o funcionário retarda ou deixa de
Peculato Desvio
praticar atos de ofício. Não admite-se a tentativa, é no caso
O servidor desvia a coisa em vez de apropriar-se. Aqui de privilegiado, onde cede ao pedido ou influência de 3a
o sujeito ativo além do servidor pode tem participação de pessoa. Só se consuma pela prática do ato do servidor
uma 3a pessoa. Consumação: No momento do desvio e público.
admite-se a tentativa.
Prevaricação
Peculato Furto Art. 319 C.P., aqui também tutela-se a probidade
Previsto no Art. 312 CP., aqui o funcionário público administrativa. É um crime próprio, cometido por
não detêm a posse, mas consegue deter a coisa em razão funcionário público e a vítima é o Estado. A conduta
da facilidade de ser servidor público. Ex: Diretor de escola é: retardar ou deixar de praticar ato de ofício. O Crime
pública que tem a chave de todas as salas da escola, consuma-se com o retardamento ou a omissão, é doloso
aproveita-se da sua função e facilidade e subtrai algo que e o objetivo do agente é buscar satisfação ou vantagem
não estava sob sua posse, tem-se o peculato furto. pessoal.

Peculato Culposo Os crimes contra a Administração Pública é


Aproveitando o exemplo da escola, neste caso o demasiadamente prejudicial, pois refletem e afetam a todos
diretor esquece a porta aberta e alguém entra no colégio e os cidadãos dependentes do serviço publico, colocando em
subtrai um bem. A consumação se dá no momento em que crédito e a prova a credibilidade das instituições públicas,
o 3o subtrai a coisa. Não admite-se a tentativa. para apenas satisfazer o egoísmo e egocentrismo desses
agentes corruptos.

47
DIREITO PENAL

Tais mecanismos de combate devem ser aplicas com Parágrafo único. As penas são aumentadas de um
rigor e aperfeiçoados para que estes desviantes do serviço terço até a metade se da modificação ou alteração resulta
publico, tenham suas praticas de errôneas coibidas e dano para a Administração Pública ou para o administrado.
extintas, podem assim fortalecer as instituições publica e (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
valorizar os servidores.
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou do-
TÍTULO XI cumento
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLI- Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documen-
CA to, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou
CAPÍTULO I inutilizá-lo, total ou parcialmente:
DOS CRIMES PRATICADOS Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO constitui crime mais grave.
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Peculato Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de di- diversa da estabelecida em lei:
nheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou par- Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
ticular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-
-lo, em proveito próprio ou alheio: Concussão
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indi-
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário retamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou mas em razão dela, vantagem indevida:
bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que
lhe proporciona a qualidade de funcionário. Excesso de exação
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição
Peculato culposo social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso,
crime de outrem: que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
Pena - detenção, de três meses a um ano. 27.12.1990)
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Re-
do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a dação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou
imposta. de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos
cofres públicos:
Peculato mediante erro de outrem Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilida-
de que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Corrupção passiva
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes
Inserção de dados falsos em sistema de informa- de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
ções (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) aceitar promessa de tal vantagem:
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e mul-
a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamen- ta. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
te dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em
de dados da Administração Pública com o fim de obter
conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário
vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar
retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o
dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000))
pratica infringindo dever funcional.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e mul-
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou
ta. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
retarda ato de ofício, com infração de dever funcional,
cedendo a pedido ou influência de outrem:
Modificação ou alteração não autorizada de siste-
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
ma de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema
de informações ou programa de informática sem autori- Facilitação de contrabando ou descaminho
zação ou solicitação de autoridade competente: (Incluído Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a
pela Lei nº 9.983, de 2000) prática de contrabando ou descaminho (art. 334):
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e mul-
multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) ta. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)

48
DIREITO PENAL

Prevaricação § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre


Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamen- quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
te, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa I – permite ou facilita, mediante atribuição, forneci-
de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: mento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informa-
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou ções ou banco de dados da Administração Pública; (Incluí-
agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o do pela Lei nº 9.983, de 2000)
acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que per- II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (In-
mita a comunicação com outros presos ou com o ambiente cluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007). § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (In-
Condescendência criminosa cluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de res-
ponsabilizar subordinado que cometeu infração no exercí- Violação do sigilo de proposta de concorrência
cio do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência
fato ao conhecimento da autoridade competente: pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.

Advocacia administrativa Funcionário público


Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interes- Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os
se privado perante a administração pública, valendo-se da efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem re-
qualidade de funcionário: muneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da trabalha para empresa prestadora de serviço contratada
multa. ou conveniada para a execução de atividade típica da
Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Violência arbitrária § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem
a pretexto de exercê-la: ocupantes de cargos em comissão ou de função de
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da direção ou assessoramento de órgão da administração
pena correspondente à violência. direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou
fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei
Abandono de função nº 6.799, de 1980)
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos
permitidos em lei: CAPÍTULO II
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. DOS CRIMES PRATICADOS POR
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. GERAL
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa
de fronteira: Usurpação de função pública
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou pro-
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vanta-
longado
gem:
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la,
sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exo-
Resistência
nerado, removido, substituído ou suspenso:
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
violência ou ameaça a funcionário competente para execu-
tá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Violação de sigilo funcional Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe Pena - reclusão, de um a três anos.
a revelação: § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, das correspondentes à violência.
se o fato não constitui crime mais grave.

49
DIREITO PENAL

Desobediência IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou


Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mer-
público: cadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de do-
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. cumentação legal ou acompanhada de documentos que sabe
serem falsos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Desacato § 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular
da função ou em razão dela: ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. exercido em residências. (Redação dada pela Lei nº 13.008,
de 26.6.2014)
Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, § 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho
de 1995) é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Reda-
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou ção dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pre-
texto de influir em ato praticado por funcionário público Contrabando
no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:
de 1995) (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e mul- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído pela
ta. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se § 1o Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei nº
o agente alega ou insinua que a vantagem é também des- 13.008, de 26.6.2014)
tinada ao funcionário. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;
1995) (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que
dependa de registro, análise ou autorização de órgão público
Corrupção ativa
competente; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a
III - reinsere no território nacional mercadoria brasilei-
funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou
ra destinada à exportação; (Incluído pela Lei nº 13.008, de
retardar ato de ofício:
26.6.2014)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e mul-
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de
ta. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exer-
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço,
cício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida
se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário re-
pela lei brasileira; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
tarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou
funcional. alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mer-
cadoria proibida pela lei brasileira. (Incluído pela Lei nº 13.008,
Descaminho de 26.6.2014)§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular
direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o
consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008, exercido em residências. (Incluído pela Lei nº 4.729, de
de 26.6.2014) 14.7.1965)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação § 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando
dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Incluído
§ 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos Impedimento, perturbação ou fraude de concor-
permitidos em lei; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de rência
26.6.2014) Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pú-
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descami- blica ou venda em hasta pública, promovida pela administra-
nho; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) ção federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraes-
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, tatal; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por
de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de
no exercício de atividade comercial ou industrial, merca- vantagem:
doria de procedência estrangeira que introduziu clandes- Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa,
tinamente no País ou importou fraudulentamente ou que além da pena correspondente à violência.
sabe ser produto de introdução clandestina no território Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abs-
nacional ou de importação fraudulenta por parte de ou- tém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem ofere-
trem; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) cida.

50
DIREITO PENAL

Inutilização de edital ou de sinal CAPÍTULO II-A


Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou (Incluído pela Lei nº 10.467, de 11.6.2002)
conspurcar edital afixado por ordem de funcionário público; DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CON-
violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determina- TRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA
ção legal ou por ordem de funcionário público, para identifi-
car ou cerrar qualquer objeto: Corrupção ativa em transação comercial interna-
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. cional
Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indire-
Subtração ou inutilização de livro ou documento tamente, vantagem indevida a funcionário público estran-
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, geiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a praticar,
livro oficial, processo ou documento confiado à custódia de omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transação
funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço comercial internacional: (Incluído pela Lei nº 10467, de
público: 11.6.2002)
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não cons- Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (In-
titui crime mais grave. cluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um ter-
Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído ço), se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário
pela Lei nº 9.983, de 2000) público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social pre- o pratica infringindo dever funcional. (Incluído pela Lei nº
videnciária e qualquer acessório, mediante as seguintes con- 10467, de 11.6.2002)
dutas: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de do- Tráfico de influência em transação comercial inter-
cumento de informações previsto pela legislação previden- nacional (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
ciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou
ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe pres- para outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou pro-
tem serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) messa de vantagem a pretexto de influir em ato praticado
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios por funcionário público estrangeiro no exercício de suas
da contabilidade da empresa as quantias descontadas dos funções, relacionado a transação comercial internacio-
segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador nal: (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e mul-
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros au- ta. (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
feridos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o
geradores de contribuições sociais previdenciárias: (Incluído agente alega ou insinua que a vantagem é também desti-
nada a funcionário estrangeiro. (Incluído pela Lei nº 10467,
pela Lei nº 9.983, de 2000)
de 11.6.2002)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (In-
cluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Funcionário público estrangeiro (Incluído pela Lei nº
§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente,
10467, de 11.6.2002)
declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores
Art. 337-D. Considera-se funcionário público estran-
e presta as informações devidas à previdência social, na
geiro, para os efeitos penais, quem, ainda que transitoria-
forma definida em lei ou regulamento, antes do início da
mente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) função pública em entidades estatais ou em representa-
§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar ções diplomáticas de país estrangeiro. (Incluído pela Lei nº
somente a de multa se o agente for primário e de bons 10467, de 11.6.2002)
antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Parágrafo único. Equipara-se a funcionário públi-
I – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) co estrangeiro quem exerce cargo, emprego ou função
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessó- em empresas controladas, diretamente ou indiretamente,
rios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdên- pelo Poder Público de país estrangeiro ou em organiza-
cia social, administrativamente, como sendo o mínimo para ções públicas internacionais. (Incluído pela Lei nº 10467,
o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº de 11.6.2002)
9.983, de 2000)
§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha CAPÍTULO III
de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA
quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um JUSTIÇA
terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. (Incluído
pela Lei nº 9.983, de 2000) Reingresso de estrangeiro expulso
§ 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será Art. 338 - Reingressar no território nacional o estran-
reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do geiro que dele foi expulso:
reajuste dos benefícios da previdência social. (Incluído pela Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de
Lei nº 9.983, de 2000) nova expulsão após o cumprimento da pena.

51
DIREITO PENAL

Denunciação caluniosa Coação no curso do processo


Art. 339. Dar causa à instauração de investigação Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o
policial, de processo judicial, instauração de investigação fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra auto-
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade ridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de chamada a intervir em processo judicial, policial ou admi-
que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, nistrativo, ou em juízo arbitral:
de 2000) Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. pena correspondente à violência.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente
se serve de anonimato ou de nome suposto. Exercício arbitrário das próprias razões
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para sa-
é de prática de contravenção. tisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o
permite:
Comunicação falsa de crime ou de contravenção Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa,
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comuni- além da pena correspondente à violência.
cando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que Parágrafo único - Se não há emprego de violência, so-
sabe não se ter verificado: mente se procede mediante queixa.
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. própria, que se acha em poder de terceiro por determina-
Auto-acusação falsa ção judicial ou convenção:
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
inexistente ou praticado por outrem:
Fraude processual
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de
processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa
Falso testemunho ou falsa perícia
ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir
intérprete em processo judicial, ou administrativo, inqué-
efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas
rito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei
aplicam-se em dobro.
nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e mul- Favorecimento pessoal
ta. (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência) Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão:
se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em § 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
processo penal, ou em processo civil em que for parte Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
entidade da administração pública direta ou indireta. § 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente,
(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença de pena.
no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata
ou declara a verdade.(Redação dada pela Lei nº 10.268, Favorecimento real
de 28.8.2001) Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qual- -autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar segu-
quer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tra- ro o proveito do crime:
dutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradu- Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar
ção ou interpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268, ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunica-
de 28.8.2001) ção móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Reda- estabelecimento prisional. (Incluído pela Lei nº 12.012, de
ção dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 2009).
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluí-
um terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova do pela Lei nº 12.012, de 2009).
destinada a produzir efeito em processo penal ou em pro-
cesso civil em que for parte entidade da administração pú- Exercício arbitrário ou abuso de poder
blica direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de
de 28.8.2001) liberdade individual, sem as formalidades legais ou com
abuso de poder:

52
DIREITO PENAL

Pena - detenção, de um mês a um ano. Sonegação de papel ou objeto de valor probatório


Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcioná- Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de
rio que: restituir autos, documento ou objeto de valor probatório,
I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou que recebeu na qualidade de advogado ou procurador:
a estabelecimento destinado a execução de pena privativa Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
de liberdade ou de medida de segurança;
II - prolonga a execução de pena ou de medida de Exploração de prestígio
segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer
executar imediatamente a ordem de liberdade; outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão
III - submete pessoa que está sob sua guarda ou cus- do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradu-
tódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei; tor, intérprete ou testemunha:
IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência. Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço,
Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade
segurança também se destina a qualquer das pessoas referidas neste
Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa le- artigo.
galmente presa ou submetida a medida de segurança de-
tentiva: Violência ou fraude em arrematação judicial
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação
§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante,
mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena por meio de violência, grave ameaça, fraude ou ofereci-
é de reclusão, de dois a seis anos. mento de vantagem:
§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa,
aplica-se também a pena correspondente à violência. além da pena correspondente à violência.
§ 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o
crime é praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda Desobediência a decisão judicial sobre perda ou
está o preso ou o internado. suspensão de direito
§ 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autorida-
custódia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três de ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão
meses a um ano, ou multa. judicial:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Evasão mediante violência contra a pessoa
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o CAPÍTULO IV
indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS
usando de violência contra a pessoa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da
pena correspondente à violência. Contratação de operação de crédito
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de
Arrebatamento de preso crédito, interno ou externo, sem prévia autorização legisla-
Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do tiva: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
poder de quem o tenha sob custódia ou guarda: Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído
Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena pela Lei nº 10.028, de 2000)
correspondente à violência. Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena,
autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou exter-
Motim de presos no: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a or- I – com inobservância de limite, condição ou montan-
dem ou disciplina da prisão: te estabelecido em lei ou em resolução do Senado Fede-
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da ral; (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
pena correspondente à violência. II – quando o montante da dívida consolidada ultra-
passa o limite máximo autorizado por lei. (Incluído pela Lei
Patrocínio infiel nº 10.028, de 2000)
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou pro-
curador, o dever profissional, prejudicando interesse, cujo Inscrição de despesas não empenhadas em restos a
patrocínio, em juízo, lhe é confiado: pagar (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos
a pagar, de despesa que não tenha sido previamente em-
Patrocínio simultâneo ou tergiversação penhada ou que exceda limite estabelecido em lei: (Incluí-
Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advo- do pela Lei nº 10.028, de 2000)
gado ou procurador judicial que defende na mesma causa, Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (In-
simultânea ou sucessivamente, partes contrárias. cluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

53
DIREITO PENAL

Assunção de obrigação no último ano do mandato EXERCÍCIOS


ou legislatura (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obri- QUESTÕES
gação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do
mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga 01. (DPE/MA - Defensor Público – 2015 - FCC) A
no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser proscrição de penas cruéis e infamantes, a proibição de tortura e
paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida maus-tratos nos interrogatórios policiais e a obrigação imposta
suficiente de disponibilidade de caixa: (Incluído pela Lei nº ao Estado de dotar sua infraestrutura carcerária de meios e
10.028, de 2000) recursos que impeçam a degradação e a dessocialização dos
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído condenados são desdobramentos do princípio da
pela Lei nº 10.028, de 2000) (A) proporcionalidade.
(B) intervenção mínima do Estado.
Ordenação de despesa não autorizada (Incluído pela (C) fragmentariedade do Direito Penal.
Lei nº 10.028, de 2000) (D) humanidade.
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por (E) adequação social.
lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído 02. (DPE/MA - Defensor Público – 2015 - FCC) Para
pela Lei nº 10.028, de 2000) o Direito Penal no Estado Social e Democrático de Direito,
modelo de atuação do poder previsto na Constituição
Prestação de garantia graciosa (Incluído pela Lei nº Federal, é correto afirmar que
10.028, de 2000) (A) o poder do Estado é ilimitado e os direitos
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito fundamentais têm concretização discricionária.
sem que tenha sido constituída contragarantia em valor (B) o poder do Estado é limitado pelo princípio da
igual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma legalidade e, aos cidadãos, está assegurada a plena garantia
da lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) e juridicidade dos direitos fundamentais.
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (In- (C) o poder do Estado é limitado pela legalidade
formal, mas não exerce a posição de garante dos direitos
cluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
fundamentais muito embora haja sua juridicidade.
(D) o poder do Estado é ilimitado e os direitos
Não cancelamento de restos a pagar (Incluído pela
fundamentais têm natureza cogente.
Lei nº 10.028, de 2000)
(E) o poder do Estado é limitado pelo princípio da
Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de pro-
legalidade e os direitos fundamentais têm efetividade
mover o cancelamento do montante de restos a pagar ins-
condicionada.
crito em valor superior ao permitido em lei: (Incluído pela
Lei nº 10.028, de 2000) 03. (TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário - Informática
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (In- (+ provas) - 2014 - FCC)
cluído pela Lei nº 10.028, de 2000) No que concerne aos crimes contra o patrimônio,
(A) se o agente obteve vantagem ilícita, em prejuízo da
Aumento de despesa total com pessoal no últi- vítima, mediante fraude, responderá pelo delito de extorsão.
mo ano do mandato ou legislatura (Incluído pela Lei nº (B) se, no crime de roubo, em razão da violência
10.028, de 2000) empregada pelo agente, a vítima sofreu lesões corporais
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que leves, a pena aumenta-se de um terço.
acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos cento (C) se configura o crime de receptação mesmo se a coisa
e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legisla- tiver sido adquirida pelo agente sabendo ser produto de
tura: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)) crime não classificado como de natureza patrimonial.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído (D) não comete infração penal quem se apropria de coisa
pela Lei nº 10.028, de 2000) alheia vinda a seu poder por erro, caso fortuito ou força da
natureza.
Oferta pública ou colocação de títulos no merca- (E) o corte e a subtração de eucaliptos de propriedade
do (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) alheia não configura, em tese, o crime de furto por não se
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta tratar de bem móvel.
pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos da
dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem 04. (PC-SP - Investigador de Polícia - 2014 - VUNESP)
que estejam registrados em sistema centralizado de liqui- Nos termos do Código Penal, assinale a alternativa que
dação e de custódia: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) contenha apenas crimes contra o patrimônio.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído (A) Homicídio; estelionato; extorsão
pela Lei nº 10.028, de 2000) (B) Estelionato; furto; roubo.
(C) Dano; estupro; homicídio
(D) Furto; roubo; lesão corporal.
(E) Extorsão; lesão corporal; dano.

54
DIREITO PENAL

05. (PC-TO - Delegado de Polícia – 2014 - Aroeira) 09. (TJ-PB - Juiz Substituto – 2015 - CESPE) Constitui
É crime contra o patrimônio, em que somente se procede causa de aumento de pena o fato de o crime de incêndio
mediante representação, ser praticado
(A) o furto de coisa comum. (A) mediante utilização de explosivos.
(B) a alteração de limites. (B) em situação de violência doméstica ou familiar
(C) o dano simples. contra a mulher
(D) a fraude à execução. (C) em estaleiro, fábrica ou oficina.
(D) em canteiro de obras em área de grande densidade
06. (CAIP-IMES - Câmara Municipal de São Caetano demográfica e populacional.
do Sul – SP - Procurador – CAIP – 2014 - IMES) A (E) por motivo fútil ou torpe.
respeito do concurso de agentes (ou de pessoas), assinale
a alternativa correta. 10. (TJ/SP - Juiz – 2014- VUNESP) Assinale a opção
(A) Se a participação for de menor importância, a pena verdadeira. No Direito brasileiro posto, é elemento do tipo
pode ser diminuída de um sexto até metade. penal da Associação Criminosa:
(B) Se algum dos concorrentes quis participar de crime (A) Voltar-se à prática de delitos cuja pena máxima
menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena supera cinco anos.
será aumentada em até um terço, na hipótese de ter sido (B) Possuir ao menos três pessoas.
previsível o resultado mais grave (C) Estruturação hierarquizada, com divisão de tarefas
(C) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime entre os seus membros.
incide nas penas a este cominadas, na medida de sua (D) Possuir ao menos quatro pessoas.
culpabilidade.
(D) Se algum dos concorrentes quis participar de crime mais 11. (PM/DF - Soldado da Polícia Militar –
grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada Combatente – 2013 –FUNIVERSA) De acordo com a Lei
até o triplo, na hipótese de ter sido previsível o resultado almejado. das Contravenções Penais (Decreto-Lei n.º 3.688/1941), a
tentativa de contravenção do jogo do bicho
07. (UFES - Assistente em Administração – 2012 - (A) possui como penas principais a prisão simples e a
UFES) São crimes contra a Administração Pública, EXCETO: multa.
(A) Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de (B) possibilita a aplicação do sursis, desde que o
informações ou programa de informática sem autorização contraventor preencha as condições legais.
ou solicitação de autoridade competente. (C) não enseja o perdão judicial, ainda que haja
(B) Constranger alguém, mediante violência ou grave ignorância ou errada compreensão da lei pelo contraventor.
ameaça, a exercer, ou não exercer, arte, ofício, profissão ou (D) é apurável mediante ação pública condicionada.
indústria, ou a trabalhar, ou não trabalhar, durante certo (E) não é punida.
período, ou em determinados dias.
(C) Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, 12. (DPE/PB - Defensor Público – 2014 - FCC) O
no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem. Estatuto do Idoso define o idoso como aquele com idade
(D) Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, igual ou superior a
valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, (A) 60 (sessenta) anos, garantindo a ele todos os
de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em direitos previstos no respectivo diploma legal.
proveito próprio ou alheio. (B) 65 (sessenta e cinco) anos, garantindo a ele todos
(E) Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que os direitos previstos no respectivo diploma legal.
tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, (C) 70 (setenta) anos, garantindo a ele todos os direitos
total ou parcialmente. previstos no respectivo diploma legal.
(D) 60 (sessenta) anos, mas estabelecendo idades e
08. (TRF - 3ª REGIÃO - Técnico Judiciário - circunstâncias diferenciadas para o exercício pleno de
Informática (+ provas) -2016- FCC A respeito dos Crimes todos os direitos previstos no respectivo diploma legal.
contra a Administração pública, (E) 65 (sessenta e cinco) anos, mas estabelecendo
(A) o crime de resistência não se configura se a idades e circunstâncias diferenciadas para o exercício pleno
oposição do agente, mediante violência ou grave ameaça, de todos os direitos previstos no respectivo diploma legal.
não obstar a execução do ato legal do funcionário público.
(B) o não atendimento a ordem ilegal de funcionário 13. (DPE/AM - Defensor Público – 2013 - FCC) O
público caracteriza o crime de desobediência. Estatuto do Idoso define a violência contra o idoso como
(C) no crime de denunciação caluniosa, o uso do sendo
anonimato agrava a pena a ser aplicada. (A) o atentado contra a pessoa do idoso, nos termos
(D) quem esconde em sua residência autor de crime de da lei penal.
roubo para evitar a sua prisão em flagrante comete o crime (B) a prática dos crimes contra a vida, de lesões
de favorecimento real. corporais, de periclitação da vida e da saúde e contra a
(E) o empréstimo de sacola para permitir o transporte liberdade individual do idoso.
e ocultação de objetos furtados por outrem configura o (C) o crime que envolver violência doméstica e familiar
crime de favorecimento pessoal. contra o idoso.

55
DIREITO PENAL

(D) o atentado contra os direitos fundamentais do 05. A.


idoso. Furto de coisa comum
(E) a ação ou omissão praticada em local público ou Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio,
privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a
psicológico. coisa comum:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou
14. (TJ/RJ - Comissário da Infância e da Juventude multa.
– 2012 - FCC) Segundo prevê o Estatuto do Idoso, é § 1º - Somente se procede mediante representação.
obrigação da entidade de atendimento ao idoso § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum
(A) comunicar ao juiz as situações de abandono moral fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito
ou material por parte dos familiares. o agente.
(B) celebrar contrato escrito ou verbal de prestação de Embora o direito de punir continue sendo estatal,
serviço com o idoso. a iniciativa se transfere ao ofendido quando os delitos
(C) elaborar e remeter ao Ministério Público plano atingem sua intimidade, de forma que pode optar por não
individual de atendimento para cada caso com vistas à levar a questão a juízo, assim a legitimidade ativa é do
reintegração familiar. próprio particular ofendido.
(D) administrar os rendimentos financeiros de seus
06. C.
usuários.
Código Penal:
(E) proporcionar cuidados à saúde, conforme a
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o
necessidade do idoso.
crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade
RESPOSTAS
07. B.
01. D. Constrangimento ilegal, Código Penal:
O princípio da humanidade relaciona-se com os direitos Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência
humanos, garantindo a dignidade da pessoa. O direito ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por
penal tem que ser humanitário quando aplica suas penas. qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não
Assim, este princípio determina a inconstitucionalidade fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda.
de qualquer pena ou consequência do delito que crie
uma deficiência física (morte, amputação, castração ou 08. C.
esterilização, intervenção neurológica etc.), como também Código Penal:
qualquer consequência jurídica inapagável do delito. Denunciação caluniosa
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação
02. B. policial, de processo judicial, instauração de investigação
O princípio da legalidade trata-se de real limitação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade
ao poder estatal de interferir na esfera de liberdades administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que
individuais, daí sua inclusão na Constituição entre os o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)
direitos e garantias fundamentais. Considerando tal (...)
prerrogativa, o legislador constitucional fez expressa § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente
previsão desse princípio em duas oportunidades: art. 5, II, se serve de anonimato ou de nome suposto.
CF/88: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa, senão em virtude de lei”; art. 5, XXXIX, CF/88: 09. C.
“Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem Código Penal:
prévia cominação legal”. Art. 250, § 1º são causas que aumentam de um terço a
03. C. pena de quem pratica o crime de incêndio:
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou
pecuniária em proveito próprio ou alheio;
ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser
II - se o incêndio é:
produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
adquira, receba ou oculte:
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. obra de assistência social ou de cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de
04. B. transporte coletivo;
Código Penal: d) em estação ferroviária ou aeródromo;
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
depois de havê-la, por qualquer meio, g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.

56
DIREITO PENAL

10. B.
Código Penal: ANOTAÇÕES
Artigo 288: Associação Criminosa: Associarem-se 3
(três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer
crimes.

11. E.
Nos termos do que dispõe o artigo 4º da Lei de ————————————————————————
Contravenções Penais, não é punível a tentativa de ————————————————————————
contravenção.
————————————————————————
12. D.
A resposta correta é a alternativa “D”, pois está de ————————————————————————
acordo com o artigo 1º, do Estatuto do Idoso: ————————————————————————
Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a
regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ————————————————————————
ou superior a 60 (sessenta) anos.
————————————————————————
13. E.
————————————————————————
De acordo com o artigo 19, §1º do Estatuto do Idoso,
considera-se violência contra o idoso: ————————————————————————
Art. 19. (...)
§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violência ————————————————————————
contra o idoso qualquer ação ou omissão praticada em
————————————————————————
local público ou privado que lhe cause morte, dano ou
sofrimento físico ou psicológico. ————————————————————————
(...)
————————————————————————
14. E.
————————————————————————
De acordo com o artigo 50, inciso VIII, do Estatuto do
Idoso: ————————————————————————
Art. 50. Constituem obrigações das entidades de
atendimento: ————————————————————————
(...)
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a ————————————————————————
necessidade do idoso; ————————————————————————
(...)
————————————————————————
————————————————————————
————————————————————————
————————————————————————
————————————————————————
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57
DIREITO PENAL

ANOTAÇÕES

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58
DIREITO PROCESSUAL PENAL

Do Inquérito Policial; .............................................................................................................................................................................................. 01


Código de Processo Penal: .................................................................................................................................................................................. 04
Da prova: disposições gerais (art. 155 a 157); .............................................................................................................................................. 04
Do exame do corpo de delito e das periciais em geral (art. 158 a 184); ........................................................................................... 04
Da confissão (art. 197 a 200); ............................................................................................................................................................................. 04
Das testemunhas (art. 202 a 225); .................................................................................................................................................................... 04
Dos documentos (art. 231 a 238);...................................................................................................................................................................... 04
Da busca e apreensão (art. 240 a 250). ........................................................................................................................................................... 04
Da Prisão em Flagrante; ........................................................................................................................................................................................ 10
Da Prisão Preventiva................................................................................................................................................................................................ 10
DIREITO PROCESSUAL PENAL

tigação onde ocorreu o crime. A atribuição do delegado


DO INQUÉRITO POLICIAL; será definida pela sua circunscrição policial, com exceção
das delegacias especializadas, como a delegacia da mulher
e de tóxicos, dentre outras.

Inquérito Policial Os destinatários do IP são os autores da Ação Penal,


ou seja, o Ministério Público ( no caso de ação Penal de
O Inquérito Policial é o procedimento administrativo Iniciativa Pública) ou o querelante (no caso de Ação Penal
persecutório, informativo, prévio e preparatório da Ação de Iniciativa Privada). Excepcionalmente o juiz poderá ser
Penal. É um conjunto de atos concatenados, com unidade destinatário do Inquérito, quando este estiver diante de
e fim de perseguir a materialidade e indícios de autoria de cláusula de reserva de jurisdição.
um crime. O inquérito Policial averígua determinado crime
e precede a ação penal, sendo considerado, portanto como O inquérito policial não é indispensável para a proposi-
pré-processual. tura da ação penal. Este será dispensável quando já se tiver
Composto de provas de autoria e materialidade de cri- a materialidade e indícios de autoria do crime. Entretanto,
me, que, comumente são produzidas por Investigadores de se não se tiver tais elementos, o IP será indispensável, con-
Polícia e Peritos Criminais, o inquérito policial é organizado forme disposição do artigo 39, § 5º do Código de Processo
e numerado pelo Escrivão de Polícia, e presidido pelo De- Penal.
legado de Polícia.
Importante esclarecer que não há litígio no Inquérito A sentença condenatória será nula, quando fundamen-
Policial, uma vez que inexistem autor e réu. Apenas figura a tada exclusivamente nas provas produzidas no inquérito
presença do investigado ou acusado. policial. Conforme o artigo 155 do CPP, o Inquérito serve
Do mesmo modo, há a ausência do contraditório e da apenas como reforço de prova.
ampla defesa, em função de sua natureza inquisitória e em
razão d a polícia exercer mera função administrativa e não O inquérito deve ser escrito, sigiloso, unilateral e inqui-
jurisdicional. sitivo. A competência de instauração poderá ser de ofício
(Quando se tratar de ação penal pública incondicionada),
Sob a égide da constituição federal, Aury Lopes Jr. de- por requisição da autoridade judiciária ou do Ministério
fine: Público, a pedido da vítima ou de seu representante legal
ou mediante requisição do Ministro da Justiça.
“Inquérito é o ato ou efeito de inquirir, isto é, procurar
informações sobre algo, colher informações acerca de um O Inquérito Policial se inicia com a notitia criminis, ou
fato, perquirir”. (2008, p. 241). seja, com a notícia do crime. O Boletim de Ocorrência (BO)
não é uma forma técnica de iniciar o Inquérito, mas este se
Em outras palavras, o inquérito policial é um proce- destina às mãos do delegado e é utilizado para realizar a
dimento administrativo preliminar, de caráter inquisitivo, Representação, se o crime for de Ação de Iniciativa Penal
presidido pela autoridade policial, que visa reunir elemen- Pública condicionada à Representação, ou para o requeri-
tos informativos com objetivo de contribuir para a forma- mento, se o crime for de Ação Penal da Iniciativa Privada.
ção da “opinio delicti” do titular da ação penal.
No que concerne à delacio criminis inautêntica, ou seja,
A Polícia ostensiva ou de segurança (Polícia Militar) a delação ou denúncia anônima, apesar de a Constituição
tem por função evitar a ocorrência de crimes. Já a Polícia Federal vedar o anonimato, o Supremo Tribunal de Justiça
Judiciária (Civil e Federal) se incumbe se investigar a ocor- se manifestou a favor de sua validade, desde que utilizada
rência de infrações penais. Desta forma, a Polícia Judiciária, com cautela.
na forma de seus delegados é responsável por presidir o
Inquérito Policial. As peças inaugurais do inquérito policial são a Portaria
Entretanto, conforme o artigo 4º do Código de Pro- (Ato de ofício do delegado, onde ele irá instaurar o inqué-
cesso Penal Brasileiro, em seu parágrafo único, outras au- rito), o Auto de prisão em flagrante (Ato pelo qual o dele-
toridades também poderão presidir o inquérito, como nos gado formaliza a prisão em flagrante), o Requerimento do
casos de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI’s), ofendido ou de seu representante legal (Quando a vítima
Inquéritos Policiais Militares (IPM’s) e investigadores par- ou outra pessoa do povo requer, no caso de Ação Penal
ticulares. Este último exemplo é aceito pela jurisprudência, de Iniciativa Privada), a Requisição do Ministério Público
desde que respeite as garantias constitucionais e não utili- ou do Juiz.
ze provas ilícitas.
No IP a decretação de incomunicabilidade (máximo
A atribuição para presidir o inquérito se dá em função de três dias) é exclusiva do juiz, a autoridade policial não
da competência ratione loci, ou seja, em razão do lugar poderá determiná-la de ofício. Entretanto, o advogado po-
onde se consumou o crime. Desta forma, ocorrerá a inves- derá comunicar-se com o preso, conforme dispõe o artigo
21 do Código de Processo Penal, em seu parágrafo único.

1
DIREITO PROCESSUAL PENAL

Concluídas as investigações, a autoridade policial en- requisição de diligências mitigaria a discricionariedade do


caminha o ofício ao juiz, desta forma, depois de saneado o delegado? Não, pois a requisição no processo penal é tra-
juiz o envia ao promotor, que por sua vez oferece a denún- tada como ordem, ou seja, uma imposição legal. O dele-
cia ou pede arquivamento. gado responderia pelo crime de prevaricação (art. 319 do
Código Penal), segundo a doutrina majoritária.
O prazo para a conclusão do inquérito, conforme o ar-
tigo 10 caput e § 3º do Código de Processo Penal, será de Procedimento sigiloso:
dez dias se o réu estiver preso, e de trinta dias se estiver O inquérito policial tem o sigilo natural como caracte-
solto. Entretanto, se o réu estiver solto, o prazo poderá ser rística em razão de duas finalidades: 1) Eficiência das inves-
prorrogado se o delegado encaminhar seu pedido ao juiz, tigações; 2) Resguardar imagem do investigado. O sigilo é
e este para o Ministério Público. intrínseco ao IP, diferente da ação penal, uma vez que não
é necessária a declaração de sigilo no inquérito. Apesar de
Na Polícia Federal, o prazo é de quinze dias se o in- sigiloso, deve-se considerar a relativização do mesmo, uma
diciado estiver preso (prorrogável por mais quinze). Nos vez que alguns profissionais possuem acesso ao mesmo,
crimes de tráfico ilícito de entorpecentes o prazo é de trinta como é o exemplo do juiz, do promotor de justiça e do
dias se o réu estiver preso e noventa dias se estiver solto, advogado do ofendido, vide Estatuto da OAB, lei 8.906/94,
esse prazo é prorrogável por igual período, conforme dis- art. 7º, XIX. O advogado tem o direito de consultar os autos
posição da Lei 11.343 de 2006. dos IP, ainda que sem procuração para tal.

O arquivamento do inquérito consiste da paralisação Nesse sentido, a súmula vinculante nº 14, do STF: “É direi-
das investigações pela ausência de justa causa (materia- to do defensor, no interesse do representado, ter acesso am-
lidade e indícios de autoria), por atipicidade ou pela ex- plo aos elementos de prova, que já documentados em proce-
tinção da punibilidade. Este deverá ser realizado pelo Mi- dimento investigatório realizado por órgão com competência
nistério Público. O juiz não poderá determinar de ofício, o de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de
defesa.” Em observação mais detalhada, conclui-se que o que
arquivamento do inquérito, sem a manifestação do Minis-
está em andamento não é de direito do advogado, mas so-
tério Público
mente o que já fora devidamente documentado. Diante disso,
faz-se necessária a seguinte reflexão: Qual o real motivo da
O desarquivamento consiste na retomada das investi-
súmula? O Conselho federal da OAB, - indignado pelo não
gações paralisadas, pelo surgimento de uma nova prova.
cumprimento do que disposto no Estatuto da OAB - decidiu
provocar o STF para edição da súmula vinculante visando ga-
Procedimento inquisitivo:
rantir ao advogado acesso aos autos. Como precedentes da
Todas as funções estão concentradas na mão de única súmula: HC 87827 e 88190 – STF; HC 120.132 – STJ.
pessoa, o delegado de polícia.
Recordando sobre sistemas processuais, suas modali- Importante ressaltar que quanto ao sigilo, a súmula nº
dades são: inquisitivo, acusatório e misto. O inquisitivo pos- 14 não garante ao advogado o direito de participar nas
sui funções concentradas nas mãos de uma pessoa. O juiz diligências. O sigilo é dividido em interno e externo. Sigilo
exerce todas as funções dentro do processo. No acusatório interno: possui duas vertentes, sendo uma positiva e ou-
puro, as funções são muito bem definidas. O juiz não busca tra negativa. A positiva versa sobre a possibilidade do juiz/
provas. O Brasil adota o sistema acusatório não-ortodoxo. MP acessarem o IP. A negativa, sobre a não possibilidade
No sistema misto: existe uma fase investigatória, presidida de acesso aos autos pelo advogado e investigado (em al-
por autoridade policial e uma fase judicial, presidida pelo gumas diligências). E na eventualidade do delegado negar
juiz inquisidor. vista ao advogado? Habeas corpus preventivo (profilático);
mandado de segurança (analisado pelo juiz criminal).
Discricionariedade:
Existe uma margem de atuação do delegado que atua- Procedimento escrito:
rá de acordo com sua conveniência e oportunidade. A ma- Os elementos informativos produzidos oralmente de-
terialização dessa discricionariedade se dá, por exemplo, vem ser reduzidos a termo. O termo “eventualmente dati-
no indeferimento de requerimentos. O art. 6º do Código lografado” deve ser considerado, através de uma interpre-
de Processo Penal, apesar de trazer diligências, não retira tação analógica, como “digitado”. A partir de 2009, a lei
a discricionariedade do delegado. Diante da situação apre- 11.900/09 passou a autorizar a documentação e captação
sentada, poderia o delegado indeferir quaisquer diligên- de elementos informativos produzidos através de som e
cias? A resposta é não, pois há exceção. Não cabe ao de- imagem (através de dispositivos de armazenamento).
legado de polícia indeferir a realização do exame de corpo
de delito, uma vez que o ordenamento jurídico veda tal Indisponível:
prática. Caso o delegado opte por indeferir o exame, duas A autoridade policial não pode arquivar o inquérito po-
serão as possíveis saídas: a primeira, requisitar ao Ministé- licial. O delegado pode sugerir o arquivamento, enquanto
rio Público. A segunda, segundo Tourinho Filho, recorrer o MP pede o arquivamento. O sistema presidencialista é o
ao Chefe de Polícia (analogia ao art. 5º, §2º, CPP). Outra que vigora para o trâmite do IP, ou seja, deve passar pelo
importante observação: O fato de o MP e juiz realizarem magistrado.

2
DIREITO PROCESSUAL PENAL

Importante ilustrar que poderá o delegado deixar de PROCEDIMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL


instaurar o inquérito nas seguintes hipóteses:
1) se o fato for atípico (atipicidade material); 1ª fase: Instauração;
2) não ocorrência do fato; 2º fase: Desenvolvimento/evolução;
3) se estiverem presentes causas de extinção de puni- 3ª fase: Conclusão
bilidade, como no caso da prescrição.
Contudo o delegado não poderá invocar o princípio da 1ª fase: Instaurado por peças procedimentais:
insignificância com o objetivo de deixar de lavrar o auto de
prisão em flagrante ou de instaurar inquérito policial. No 1ª peça: Portaria;
que tange à excludente de ilicitude, a doutrina majoritária 2ª peça: APFD (auto de prisão em flagrante delito);
entende que o delegado deve instaurar o inquérito e ratifi- 3ª peça: Requisição do juiz/MP/ministro da justiça;
car o auto de prisão em flagrante, uma vez que a função da 4ª peça: Requerimento da vítima
autoridade policial é subsunção do fato à norma.
CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
Dispensável:
Dita o art. 12 do CPP: A peça de encerramento chama-se relatório, definido
como uma prestação de contas daquilo que foi realizado
Art. 12 - O inquérito policial acompanhará a denúncia durante todo o inquérito policial ao titular da ação penal.
ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. Em outras palavras, é a síntese das principais diligências
realizadas no curso do inquérito. O mesmo só passa pelo
O termo “sempre que servir” corresponde ao fato de juiz devido ao fato de o Código de Processo Penal adotar o
que, possuindo o titular da ação penal, elementos para sistema presidencialista, já citado anteriormente. Entretan-
propositura, lastro probatório idôneo de fontes diversas, to, apesar dessa adoção, este caminho adotado pela auto-
por exemplo, o inquérito poderá ser dispensado. ridade policial poderia ser capaz de ferir o sistema acusa-
tório, que é adotado pelo CPP (pois ainda não há relação
Segundo o art. 46, §1º do mesmo dispositivo legal: jurídica processual penal).

“Art. 46 - O prazo para oferecimento da denúncia, es- Os estados do Rio de Janeiro e Bahia adotaram a Cen-
tando o réu preso, será de 5 (cinco) dias, contado da data tral de inquéritos policiais, utilizada para que a autoridade
em que o órgão do Ministério Público receber os autos do policial remetesse os autos à central gerida pelo Ministério
inquérito policial, e de 15 (quinze) dias, se o réu estiver sol- Público. Os respectivos tribunais reagiram diante da situa-
to ou afiançado. No último caso, se houver devolução do ção.
inquérito à autoridade policial (Art. 16), contar-se-á o prazo
da data em que o órgão do Ministério Público receber no- INDICIAMENTO
vamente os autos.
§ 1º - Quando o Ministério Público dispensar o inqué- O indiciamento é a individualização do investigado/
rito policial, o prazo para o oferecimento da denúncia con- suspeito. Há a transição do plano da possibilidade para o
tar-se-á da data em que tiver recebido as peças de infor- campo da probabilidade, ou seja, da potencialização do
mações ou a representação.” suspeito. Na presente hipótese, deve o delegado comuni-
car os órgãos de identificação e estatística. Sobre o mo-
OUTRAS FORMAS DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL mento do indiciamento, o CPP não prevê de forma exata,
podendo ser realizado em todas as fases do inquérito poli-
a) CPIs: Inquérito parlamentar. Infrações ou faltas fun- cial (instauração, curso e conclusão).
cionais e aqueles crimes de matéria de alta relevância; Não é possível desindiciar o indivíduo uma vez que
b) IPM: Inquérito policial militar. Instrumento para in- representa uma espécie de arquivamento subjetivo em re-
vestigação de infrações militares próprias; lação ao indiciado. Em contrapartida, há posicionamento
c) Crimes cometidos pelo magistrado: investigação diverso, com assentamento na idéia de que o desindicia-
presidida pelo juiz presidente do tribunal; mento é possível pelo fato de o IP ser um procedimento
d) MP: PGR/PGJ; administrativo. Assim sendo, a autoridade policial goza
e) Crimes cometidos por outras autoridades com foro de autotutela, ou seja, da capacidade de rever os próprios
privilegiado: ministro ou desembargador do respectivo tri- atos.
bunal.
Com relação às espécies de desindiciamento, o mesmo
Os elementos informativos colhidos durante a fase do pode ser de ofício, ou seja, realizado pela própria autorida-
inquérito policial não poderão ser utilizados para funda- de policial e coato/coercitivo, que decorre do deferimento
mentar sentença penal condenatória. O valor de tais ele- de ordem de habeas corpus.
mentos é relativo, uma vez que os mesmos servem para
fundamentar o recebimento de uma inicial, mas não são
suficientes para fundamentar eventual condenação.

3
DIREITO PROCESSUAL PENAL

PRAZOS PARA ENCERRAMENTO DO INQUÉRITO PO- A importância do inquérito policial se materializa do


LICIAL ponto de vista de uma garantia contra apressados juízos,
formados quando ainda não há exata visão do conjunto de
No caso da justiça estadual, 10 dias se acusado preso; todas as circunstâncias de determinado fato. Daí a deno-
30 dias se acusado solto. Os 10 dias são improrrogáveis, os minação de instituto pré-processual, que de certa forma,
30 dias são prorrogáveis por “n” vezes. No caso da justiça protege o acusado de ser jogado aos braços de uma Justiça
federal, 15 dias se o acusado estiver preso; 30 dias se o apressada e talvez, equivocada. O erro faz parte da essên-
acusado estiver solto. Os 15 dias são prorrogáveis por uma cia humana e nem mesmo a autoridade policial, por mais
vez, enquanto os 30 dias são prorrogáveis por “n” vezes. competente que seja, está isenta de equívocos e falsos
juízos. Delegados e advogados devem trabalhar em prol
No caso da lei de drogas (11.343/2006), o prazo é di- de um bom comum, qual seja, a efetivação da justiça. Im-
verso: 30 dias se o acusado estiver preso, 90 dias se estiver prescindível a participação do advogado, dentro dos limi-
solto. Nessa modalidade, os prazos podem ser duplicados. tes estabelecidos pela lei, na participação da defesa de seu
Com relação aos crimes contra a economia popular (lei cliente. Diante disso, é de imensa importância que o inqué-
1.521/51, art. 10, §1º), o prazo para conclusão do IP é de rito policial seja desenvolvido sob a égide constitucional,
10 dias, independente se o acusado estiver preso ou solto. respeitando os direitos, garantias fundamentais do acusa-
do e, principalmente, o princípio da dignidade da pessoa
MEIOS DE AÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO humana, norteador do ordenamento jurídico brasileiro.
1) Primeiramente, oferecer denúncia, caso haja justa
causa. Em regra, o procedimento é o ordinário. (Sumário:
cabe Recurso em sentido estrito, vide art. 581, I, CPP). Do
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL;
recebimento da denúncia, cabe habeas corpus. Da rejeição
da denúncia no procedimento sumaríssimo, cabe apelação. DA PROVA: DISPOSIÇÕES GERAIS
(JESPCRIM, prazo de 10 dias); (ART. 155 A 157);
DO EXAME DO CORPO DE DELITO E DAS
2) O MP pode requisitar novas diligências, mas deve PERICIAIS EM GERAL (ART. 158 A 184);
especificá-las. No caso do indeferimento pelo magistrado, DA CONFISSÃO (ART. 197 A 200);
cabe a correição parcial; DAS TESTEMUNHAS (ART. 202 A 225);
DOS DOCUMENTOS (ART. 231 A 238);
3) MP pode defender o argumento de que não tem DA BUSCA E APREENSÃO (ART. 240 A 250).
atribuição para atuar naquele caso e que o juiz não tem
competência. Nesse caso, o juiz pode concordar ou não
com o MP. No caso de não concordar, o juiz fará remessa
do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral,
e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Mi- Prova, é o ato ou o complexo de atos que visam a es-
nistério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de tabelecer a veracidade de um fato ou da prática de um ato
arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a tendo como finalidade a formação da convicção da enti-
atender, como menciona o art. 28 do CPP; dade decidente - juiz ou tribunal - acerca da existência ou
inexistência de determinada situação factual. Em regra, é
4) MP pode pedir arquivamento. Se o juiz homologa, produzida na fase judicial com a participação dialética das
encerra-se o mesmo. Trata-se de ato complexo, ou seja, partes (contraditório real e ampla defesa que são elabora-
que depende de duas vontades. dos perante o juiz).

A natureza jurídica do arquivamento é de ato adminis- Destarte a prova é o elemento fundamental para a de-
trativo judicial, procedimento que deriva de jurisdição vo- cisão de uma lide. Tem como objeto fato jurídico relevante,
luntária. É ato judicial, mas não jurisdicional. Com relação isto é, aquele que possa influenciar no julgamento do feito.
ao art. 28 do CPP e a obrigação do outro membro do Mi- Assim, não é qualquer fato que carece ser provado, mas
nistério Público ser ou não obrigado a oferecer a denúncia, sim, aquele que, no processo penal, possa influenciar na ti-
existem duas correntes sobre o tema. A primeira corrente, pificação do fato delituoso ou na exclusão de culpabilidade
representada por Cláudio Fontelis, defende o argumento de ou de antijuridicidade.
que o promotor não é obrigado a oferecer denúncia porque
o termo deve ser interpretado como designação, com base Convém lembrar, ainda, que o objeto da prova é fato
na independência funcional. A segunda corrente, majoritá- e não opinião, muito embora, em alguns casos (especial-
ria, defende o ponto de que o termo deve ser interpretado mente quando se trata de dosar a pena) a opinião da tes-
como delegação, atuando o promotor como “longa manus” temunha pode ter relevo para a fixação da pena quando
do Procurador Geral de Justiça. Diante da questão trazida, ela afirma, por exemplo, que o réu é honesto, trabalhador
estaria a independência funcional comprometida? Não, pois e bom pai de família.
o novo promotor pode pedir a absolvição/condenação, uma
vez que o mesmo possui tal liberdade.

4
DIREITO PROCESSUAL PENAL

Objeto de prova Ônus da prova

Tem a prova um objeto, que são os fatos da causa. O De acordo com a primeira parte do art. 156, CPP o ônus
objeto da prova consiste nos fatos cuja evidenciação se da prova é a prova da alegação por quem a fizer. Cabe
torne imprescindível, no processo, para o juiz convencer-se ao autor da ação penal (MP ou querelante) o exercício da
de sua veracidade. Em outras palavras, objeto da prova é o atividade probatória principal. Incumbe-lhe demonstrar a
fato ilícito alegado na peça acusatória. existência dos fatos constitutivos afirmados na pretensão,
devendo provar a existência do ilícito penal e sua autoria.
Em toda ação penal, deve-se provar dois pontos cru-
ciais, a saber: a materialidade e a autoria do fato criminoso. Por outro lado, sobre o acusado só recai o ônus de
Além disso, é preciso dar conhecimento ao juiz de todas provas o álibi que apresentar. Contudo, se apresentar fatos
as circunstâncias objetivas (aspectos externos do crime) e impeditivos, modificativos ou extintivos, relacionados com
subjetivas (motivos do crime e aspectos pessoais do agen- a pretensão acusatória, ele será obrigado a prová-los. Nes-
te) que possam determinar a certeza de sua convicção so- se caso, inverte-se o ônus da prova. Exemplo: alegação de
bre a responsabilidade criminal. As circunstâncias que cer- legítima defesa.
cam o caso concreto devem ser provadas, ainda, em razão
de serem relevantes no momento de fixação da pena. Segundo o princípio da comunhão da prova, quando a
prova ingressa no processo deixa de ser exclusiva da parte
Contudo, a atividade probatória deve restringir-se aos que a produziu. O juiz examina todo o contexto da prova
fatos relevantes, aqueles que são pertinentes e úteis ao podendo inclusive valorá-la de modo prejudicial a quem a
julgamento da ação penal. Observe-se portanto que, que apresentou. Ou seja, a utilização das provas por qualquer
existe um critério para a produção de provas numa ação das partes é de ser plenamente aceita, independentemente
penal. de quem a tenha produzido, porque interessa ao juiz des-
cobrir a verdade.
Desnecessidade da prova
Já na segunda parte e incisos do art. 156, CPP é fa-
De acordo com a redação do art. 400, § 1o, CPP diz que cultado ao juiz, de ofício, ordenar a produção de provas
o juiz poderá “indeferir (as provas) consideradas irrelevan- e determinar a realização de diligências. Vê-se aqui que o
tes, impertinentes ou protelatórias”. juiz tem poderes para influir na produção de provas unila-
teralmente.
Temos, então, que será o juiz quem estabelecerá o que
deve ser provado, de acordo com o que julgar relevante No inciso I identificamos os poderes inquisitórios, que
para a formação do seu convencimento. permitem ao juiz influir livremente nas provas. O legisla-
dor permitiu ao juiz ordenar a produção de provas antes
Entretanto, existe a desnecessidade de se provar al- do oferecimento da denúncia e, ao fazer isso, o magistra-
guns fatos, quais sejam: os evidentes, os notórios e as pre- do substitui a autoridade policial ou o promotor (MP) – e
sunções legais. isso fere o princípio da imparcialidade do juiz. Esse é um
dispositivo amplamente criticado. (Crítica: o ato unilateral
Evidentes são os fatos que prescindem de prova para (sem provocação) do juiz pode ser considerado parcial, na
serem tidos como verdadeiros. São fatos incontroversos, prática?)
evidentes por si mesmos, intuitivos, axiomáticos.
No inciso II identificamos os poderes instrutórios,
Notórios são fatos que também prescindem de prova. onde o juiz pode interferir na prova para resolver ponto
São os acontecimentos ou situações de conhecimento ge- relevantes, independente de requerimento das partes. Esse
ral, como as datas histórias, os fatos políticos ou sociais de dispositivo está relacionado à instrução do processo e é
conhecimento público – ou seja, fatos que pertencem ao plenamente aceito. O inciso II está intimamente ligado com
patrimônio cultural do cidadão médio. o descobrimento da verdade, uma vez que o juizpode soli-
citar a produção de provas para formação do seu conven-
Já as presunções legais são os fatos presumidos verda- cimento.
deiros pela própria lei, que podem ser duas ordens: abso-
luta e relativa. A presunção absoluta (“juris et de jure”) não Princípio do juiz natural
admite fato em contrário. Exemplo disso é o art. 27, CP que
diz que menor de 18 anos é inimputável. Já a presunção No art. 5º, LIII, CF tem-se que “ninguém será processa-
relativa (“juris tantum”) admite prova em contrário, como do nem sentenciado senão pela autoridade competente”.
no caso do art. 217-A, CP que diz que a vulnerabilidade do Em seu inciso XXXVII, tem-se que “não haverá juízo ou tri-
menor de 14 anos é relativa. Essa flexibilidade justifica-se bunal de exceção”.
diante da possibilidade de se prejudicar o réu.
Esse princípios constitucionais relacionam-se com a
produção de provas, conforme veremos a seguir.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

O art. 399, §2o, CPP dita que “o juiz que presidiu a ins- Prova pericial
trução deverá proferir a sentença”,evidenciando a aplica-
ção princípio da identidade física do juiz. No Código de Processo Penal a prova pericial é tratada
nos arts. 158 usque 184.
No processo civil, o art. 132, CPC dita que, caso o juiz A perícia é a diligência realizada ou executada por peri-
não possa julgar a lide (por motivos como aposentadoria, to, a fim de esclarecer ou evidenciar certos fatos, de forma
afastamento ou convocação), os autos passarão para o seu científica e técnica. Perito é aquele que tem conhecimento
sucessos. Ocorre que o CPP silencia quanto a essa questão. técnico sobre determinada área e sua função é a da verifi-
Assim, valendo-nos do seu art. 3o, é possível que aplique- cação da verdade ou da realidade de certos fatos.
-se as disposições do art. 132, CPC. No processo penal, a perícia é, via de regra, realizada
por perito oficial, ligado ao Estado, sendo que cada estado
A Lei 8.038/90 estabelece os procedimentos nos casos da federação possui seu próprio instituto de criminalística.
em que uma pessoa é processada nos casos de competên- O perito é um auxiliar da justiça, não está subordinado a
cia originária do STF ou STJ. Em seu art. 3o, III temos a exce- autoridade policia, estando sua autonomia garantida.
ção ao princípio da identidade física do juiz a medida que Conforme o art. 184, CPP a prova pericial cabe somen-
juízes e desembargadores serão convocados para auxiliar te quando for útil para o descobrimento da verdade.
na coleta de provas. Portanto, a lei autoriza essa exceção No art. 159, CPP temos que o laudo pode ser subscrito
ao princípio da identidade física do juiz. por apenas um perito. A conclusão do perito pode ou não
ser subjetiva. (Ex: perícia psicológica x perícia toxicológica)
Momentos probatórios A defesa pode formular quesitos ao perito. No proces-
so penal, isso não é comum porque geralmente a perícia
Para podermos adentrar a discussão acerca dos mo- é realizada logo depois do acontecimento do crime. Por-
mentos probatórios, é necessário que façamos as seguintes tanto, essa perícia pode ser questionada em juízo porque
considerações iniciais: as provas só podem ser produzidas à época de sua realização não havia defensor constituído.
no processo, que é quando haverá o contraditório. São su- Isso é o que se chama de contraditório diferido (posterga-
jeitos processuais principais no processo penal a acusação do, transferido).
(MP ou querelante), defesa (réu e defensor) e o juiz. De acordo com o art. 5o, LVIII, CF o criminoso “civil-
mente identificado não será submetido a identificação cri-
Compreendido isso, são 4 os momentos para produ- minal”. A Lei 12.037/09, em seus arts. 2o, 3o e 5o apresen-
ção de provas: ta esclarecimentos e requisitos quando a identificação do
criminoso.
Propositura da prova, que se dá na fase postulatória. A realização do exame de DNA (ácido desoxirribonu-
Para a acusação, isso dar-se-á na peça acusatória (denúncia cléico) também é um meio eficaz de identificação do cri-
ou queixa-crime), enquanto que para o acusado, será na minoso. O DNA constitui parte dos cromossomos, sendo
sua resposta, na sua defesa. encontrado no núcleo das células dos seres vivos. São
Admissibilidade das provas, que é o deferimento ju- transmitidos de geração em geração, sendo 50% do pai e
dicial dos requerimentos formulados pelas partes, ou seja, 50% da mãe.
quando o juiz estabelece quais provas serão apresentadas Na realização do exame de DNA temos a prova invasiva
ou não (no processo civil é o despacho saneador). e a prova não invasiva. A primeira é aquela que necessita de
Produção da prova, que, em regra, se dá na audiência intervenção no organismo humano. A segunda é aquela onde
de instrução e julgamento, na qual todos os sujeitos parti- não há necessidade de se penetrar no organismo humano.
cipam. Nesse momento, serão tomadas as declarações do Para a produção da prova invasiva é absolutamente
ofendido, haverá o interrogatório do acusado, inquirição das necessária a obtenção do consentimento. Na produção da
testemunhas arroladas, esclarecimentos dos peritos etc. prova não invasiva não depende do contato físico. É o juiz
Valoração da prova, que significa dizer que o julgador, que decide a validade da prova não invasiva. (ex.: fio de
ao fundamentar a sentença, deve manifestar-se sobre to- cabelo, saliva no copo)
das as provas produzidas.
Vale dizer que, havendo recurso, a prova será sempre Exame de corpo de delito
substancial, i.e., será reavaliada.
Em relação aos crimes que deixarem vestígios, será in-
Os Meios de Prova dispensável a realização do exame de corpo de delito (art.
158, CPP)
Desde o princípio desse debate vale a ressalva: meio de Corpo de delito é o conjunto dos vestígios que carac-
prova é diferente de objeto de prova. Meio de prova pode terizam a existência do crime. Não se confunde corpo de
ser todo fato, documento ou alegação que sirva, direta delito com o exame das lesões da vitima. O primeiro é gê-
ou indiretamente, ao descobrimento da verdade. Ou seja, nero do qual o segundo é espécie.
meio de prova é todo instrumento que se destina a levar O exame de corpo de delito envolve inclusive o proces-
ao processo um elemento, uma informação a ser utilizada samento da cena do crime e pode ser tanto direto (art. 161)
pelo juiz para formar a sua convicção acerca das alegações. quanto indireto (art. 167, CPP).

6
DIREITO PROCESSUAL PENAL

A materialidade dos fatos muitas vezes deve ser com- Documento eletrônico
provada por meio de exame pericial. Nesse sentido, po-
demos ter 3 situações: exame de lesões corporais, exame Consiste em uma seqüência de bytes, e em determina-
necroscópico e exumação. Analisaremos cada uma dessas do programa de computador se torna a representação de
situações a seguir. um fato. Os crimes que são praticados por meio da internet
ou por outros meios cibernéticos têm conseqüências no
Exame de lesões corporais que dizem respeitos à provas.

Esse é um meio de prova relacionado a um tipo penal Um dos meios para combater esse tipo de ilícito penal
(lesão corporal, art. 129, CP), que visa estabelecer a natu- é recrutar os crackers para trabalharem a favor da polícia.
reza da gravidade da lesão provocada na vitima. O proce-
dimento (art. 394, CPP) depende da gravidade da lesão, e, Importante ressaltar a distinção entre os hackers e os
portanto, da pena. Contudo, temos duas exceções a aplica- crackers: os primeiros ultrapassam barreiras de segurança
ção desse exame. para se gabar, enquanto que os segundos invadem siste-
A primeira refere-se ao caso de lesão corporal de natu- mas para causarem prejuízo, visando lucro.
reza leve, quando o juízo competente será o JECRIM. Nessa
hipótese, o procedimento será sumaríssimo, que é célere e Sigilo telemático
informal. Assim, não será exigido o exame de lesões cor-
porais. A lei 9.099, art. 77, §1o diz que essa prova pode ser É um mecanismo de proteção do usuário do aparelho,
substituída pelo boletim medico ou prova equivalente. o que gera certa dificuldade para obter informações e mui-
A segunda exceção trata dos crimes domésticos, so- tas vezes será necessária autorização judicial para o acesso
bretudo os praticados contra a mulher, que estão discipli- de dados. Quando se tratar de crime em que a polícia tem
nados na Lei 11.340/06. No art. 12, §3o, temos que as pro- o dever e a obrigação de apurar, tem-se as delegacias que
vas podem ser laudos ou prontuários médicos. Isso porque, estão incumbidas de investigar crimes cibernéticos
na prática, o Ministério Público pode atuar exofficio em ca-
Ata notarial
sos graves.
Constatação de um fato ou de um ato que é atestada pelo
Exame necroscópico
tabelião, com fé publica. Feito isso, e apresentado ao delega-
do, teremos uma prova pré-constituída e com fé-pública. Isso
O cadáver aqui é o objeto da prova. Sua finalidade é
é bom para as provas nos meio eletrônico que podem ser apa-
estabelecer a causa mortis (art. 162). Esse exame será rea-
gadas instantaneamente. Estamos diante de uma presunção
lizado sempre que a morte estiver relacionada a um fato de verdade relativa, podendo, portanto, ser impugnada. Pode
criminoso. Do texto do Parágrafo Único do dispositivo ex- servir como prova tanto na esfera penal quanto na esfera civil.
trai-se que esse exame é desnecessário nos casos de morte
violenta e não haja infração penal a ser apurada (como é Prova emprestada
o caso, por exemplo, dos acidentes automobilísticos) ou
quando as lesões externas permitirem precisar a causa Prova emprestada é aquela que é transladada em for-
mortis. ma de documento para um processo penal no qual se dis-
cutirá a sua validade e o seu valor probante.
Exumação
Geralmente a prova emprestada no processo penal se
Com previsão no art. 163, CPP, a exumação tem como relaciona com depoimento de vítima ou uma declaração
objeto da prova o cadáver já sepultado. A exumação só que foi dada em um caso e a testemunha após um tempo
pode ser feita mediante autorização judicial e em dois ca- morreu, desapareceu, etc.
sos: a) caso deva ter sido realizado o exame necroscópi-
co e não foi, gerando, depois do sepultamento, dúvidas a Do ponto de vista da acusação é interessante que a
respeito da causa da morte; e b) casos que coloquem em prova seja emprestada de tempo que foi dada, e que seja
duvida o laudo necroscópico. encarada como uma prova testemunhal, de inteiro teor, e
não apenas como um documento. Do ponto de vista da
Prova documental defesa, o que se alega é que o princípio da ampla defesa
não foi respeitado pois se caso o réu morreu, não teve tem-
Documento é todo objeto material que condense em si po de contestar, ou caso de testemunha desaparecida, que
a manifestação de um pensamento ou fato a ser reproduzi- não houve possibilidade de perguntas da defesa para tal.
do em juízo. Considera-se objeto material todo material vi-
sual, auditivo, audiovisual, bem como o registrado em meios São requisitos para a utilização da prova emprestada:
mecânicos óticos ou magnéticos de armazenamento. a) que no processo anterior tenha sido respeitado o prin-
cípio do contraditório;b) que a prova no processo anterior
A prova documental está disciplinada no CPP nos arts. tenha sido produzida pelo juiz natural; e c) que o réu tenha
231 usque 238. comparecido no outro processo.

7
DIREITO PROCESSUAL PENAL

Prova oral No procedimento ordinário (art. 394, CPP), é possível


arrolar até 8 testemunhas (art. 401, caput, CPP). No proce-
A prova oral, prevista no art. 201, CPP, refere-se princi- dimento comum sumário, podem ser arroladas até 5 teste-
palmente às declarações do ofendido. munhas (art. 532, CPP). Já no procedimento comum suma-
ríssimo, não há referência expressa. O art. 81 da Lei 9.099
Os sujeitos processuais podem ser principais ou secun- diz que pode-se arrolar de 3 a 5 testemunhas.
dários. Os principais são o Ministério Público, o querelante,
o réu e o juiz. Os secundários são a testemunha, o perito e Para entendermos a questão das testemunhas no Tri-
o escrivão. O ofendido é tradicionalmente esquecido. bunal do Júri, é preciso entender seu procedimento bifási-
co. Na primeira fase se encerra por meio de uma decisão,
Com a Lei 9.099/95, o Estado passa a olhar para a víti- que pode ser: decisão de absolvição sumaria, decisão de
ma de modo distinto. Essa lei trata do procedimento suma- desclassificação, decisão de impronúncia (efeito semelhan-
ríssimo, que tem como característica principal o surgimen- te ao arquivamento) ou decisão de pronúncia. Caso haja
to da transação penal entre o autor do fato e o ofendido pronúncia, prossegue-se para a próxima fase. Essa segunda
para que seja tentado ao menos a auto composição das fase cuida da preparação do julgamento e do julgamento
partes. Em 2008 o legislador altera o art. 201, CPP. A partir em plenário.
dai, o ofendido é o sujeito passivo da infração penal.
Superada a explicação, temos o seguinte: na primeira
A oitiva da vítima na ação penal não é obrigatória. Se fase os atos seguem a sequência do procedimento comum
a vítima for intimada a comparecer em juízo e não o fizer, ordinário, ou seja, até 8 testemunhas podem ser arroladas
poderá ser conduzida à presença da autoridade. A vítima (art. 406, §2o e 3o, CPP). Na segunda fase podem ser arro-
não presta o compromisso de dizer a verdade. Parte-se do ladas até 5 testemunhas (art. 422, CPP).
princípio que a vítima está dizendo a verdade porque tem
interesse na sentença condenatória e numa eventual repa- A Lei 11.3434, em seu art. 34, trata do tráfico de drogas.
Esse crime admite procedimento especial, podendo arrolar
ração do dano.
até 5 testemunhas, com previsão no art. 54, III, e 55, §1o.
Quanto se tratar do querelante, ele estará obrigado
Por fim, nos casos complexos o juiz pode intervir para
com a verdade. Caso contrário, poderá responder pelo cri-
que sejam arroladas mais do que 8 testemunhas. As teste-
me de denunciação caluniosa.
munhas excedentes são inquiridas como testemunhas do
juízo.
Prova testemunhal
A desobrigação de testemunhar
Testemunha é a pessoa que atesta a veracidade de um
fato. Portanto, a testemunha presta o compromisso de di- Em princípio, toda pessoa pode ser testemunha, até
zer a verdade (art. 203, CPP). mesmo um menor. Porém, uma vez que a testemunha é
intimada a depor, esta não pode deixar de depor, sob pena
Uma das mais inseguras do processo, a prova teste- de ser conduzida coercitivamente, ou até mesmo de res-
munhal está prevista no CPP nos arts. 202 usque 255. Do ponder criminalmente por desobediência.
ponto de vista quantitativo, é uma prova interessante. Do
ponto de vista qualitativo, não. Existem alguma pessoas que se tornam desobrigadas,
pela lei, a prestar o testemunho, segundo disposição dos
Diz-se isso porque a testemunha pode não se lembrar arts. 206 e 208, CPP. Se o juiz, mesmo assim, quiser ouvir as
com exatidão dos fatos. Ou então, aliada ao critério subje- declarações desta pessoa, tal testemunha não estará obri-
tivo das convicções pessoais da vítima, pode influenciar no gada em prestar compromisso com a verdade. Neste caso,
depoimento da testemunha. Ainda, há também o temor da será ouvida na condição de informante.De acordo com o
testemunha sofrer repressões em virtude de suas declara- art. 207, serão proibidas de depor aquelas que em razão de
ções. função, ofício ou profissão devam guardar segredo, salvo
se desobrigadas pela parte interessada, quiserem prestar
O número de testemunhas testemunho.

O nosso sistema processual penal é regido por proce- Interrogatório


dimento. Dependendo do crime, ele deve obedecer deter-
minado procedimento, podendo arrolar ou não testemu- Quando tratamos de interrogatório como meio de pro-
nhas, tendo que obedecer ao número permitido. va, é importante observar que três correntes se formaram.

O número de testemunhas depende do procedimento, A primeira corrente, no princípio, entendia como o in-
conforme passaremos a demonstrar. terrogatório sendo um meio de prova. A segunda, por sua
vez, dizia que o interrogatório era um meio de defesa. Já a

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

terceira e mais aceita corrente afirma que o interrogatório De acordo com o princípio da obrigatoriedade da ação
é predominantemente um meio de defesa, mas não deixa penal, o membro do Ministério Público não pode simples-
de ser um meio de prova, pois o juiz pode levar em conta o mente alocar o delator como testemunha. Em verdade,
que o réu está falando para formular a sua convicção. deve admitir o delator como co-réu e, posteriormente,
considerar sua redução de pena ou perdão judicial por ter
Ressalte-se que o interrogatório é um ato pessoal do colaborado com suas importantes declarações.
juiz, não podendo delegar para qualquer outra pessoa.
Além disso, deve ser realizado na presença de um defensor, Instrumentos do crime
inclusive no JECRIM, sob pena de nulidade, e cada réu tem
que ser ouvido separadamente. Todos os objetos usados para a consumação do cri-
me deverão ser analisados e periciados, com o fim de lhes
No tocante ao procedimento, o art. 400, CPP dita que o réu verificar a natureza e a eficiência. Além da necessidade de
será o último a ser interrogado, para que possa ter conhecimento se examinar o instrumento utilizado na atividade crimino-
de toda as provas produzidas contra ele. Já no Tribunal do Júri o sa, deve-se também elaborar o auto de avaliação (art. 172,
réu será interrogado duas vezes, a saber: pela polícia e na plenária. CPP)
A realização do interrogatório é obrigatória. Contudo, Indícios
é previsto o direito de o sujeito interrogado manter-se ca-
lado, vez que ninguém pode ser obrigado a produzir pro- Disciplinados no art. 239, CPP, os indícios não são con-
vas contra si mesmo. siderados como provas diretas, mas sim fazem parte do
contexto de prova indireta (ou prova circunstancial).
Confissão
Os indícios podem ser utilizados para efeitos de forma-
Confissão é o ato de reconhecimento, pelo acusado, da ção do convencimento do juiz, mas não pode haver conde-
imputação que lhe é feita. Alguns doutrinadores entendem
nação apenas com base neles. Essa regra aplica-se apenas
que a confissão é um meio atípico de prova, uma vez que
ao julgador togado, vez que os jurados do Tribunal do Júri
seria declaração de vontade do réu em sua defesa.
podem convencer-se através de indícios, considerando-os
suficientes para condenação.
Na Idade Média, a confissão era considerada a rainha
das provas (“Regina probatorium”), válida ainda que obtida
Para a utilização de indícios no convencimento do juiz,
por meio de tortura.
impõe-se que eles sejam graves, precisos e concordantes
De acordo com as disposições do Código de Processo com o fato que se quer provar.
Penal a confissão deve ser corroborada por outras provas.
No processo penal não predomina a idéia do fato incontro- Busca e apreensão
verso, como no processo civil.
Com previsão legal nos arts. 240 usque 250, CPP, a
A confissão não supre o exame pericial a medida que é busca e apreensão depende de autorização judicial. Tra-
necessário confirmar a materialidade do delito. O valor da ta-se, em verdade, de uma medida cautelar, sendo con-
confissão é o mesmo que das outras provas. siderada um meio atípico de prova – diz-se, então, que é
instrumento de obtenção da prova.
Delação premiada
Considerando a previsão constitucional de inviolabili-
Esse é um instituto que está ligado ao réu. A delação dade da privacidade, da intimidade, do domicilio, a decre-
premiada ocorre quando o acusado admite a prática do tação da busca e apreensão é medida só pode ser auto-
crime e delata a participação de outrem ou de outras pes- rizada pelo juiz competente e em decisão fundamentada.
soas, fazendo-o em troca da redução da pena ou até mes-
mo da obtenção do perdão judicial. Por se tratar de medida assecuratória (ou cautelar),o juiz
só pode deferi-la se ficar convencido de que naquele caso
A delação premiada somente pode ser apresentada específico que lhe é apresentado existem elementos de que o
por um co-réu, posto que irá delatar para se beneficiar. que está sendo alegado possui verossimilhança e que há ne-
Caso não tenha benefício será apenas uma testemunha. cessidade da urgência (fumus boni juris e periculum in mora).
Não há garantia de que co-réu seja beneficiado, pois não
existe nenhum diploma disciplinando tal instituto. Na prática, a busca e apreensão pode ser pleiteada
pelo delegado ao juiz por meio de uma representação. Em
Essa delação não tem o mesmo valor que o depoimen- sua manifestação, o promotor de justiça pode reforçar a
to de testemunha. Isso se explica à medida que as teste- necessidade ou se opor a isso. A busca e apreensão pode
munhas prestam o compromisso de dizer a verdade, e o ser requerida antes do inquérito, durante a investigação ou
co-réu está numa posição de mero informante, devendo no curso da ação penal. Pode ainda ser requerida pela de-
suas alegações serem confirmadas. fesa, se lhe for interessante.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

A busca e apreensão também pode ser determinada todefesa da sociedade, facultando-se a qualquer do povo
de ofício pelo juiz, segundo o art. 242, CPP. Contudo, não é a sua realização, sendo que os posteriores atos de docu-
conveniente que o juiz o faça, vez que isso pode compro- mentação ocorrerão normalmente na delegacia de polícia.
meter sua imparcialidade. Relativamente à proteção ao lar, a pessoa pode ser
presa em flagrante delito a qualquer tempo, de acordo
Pode-se buscar e apreender aquilo que estiver previsto com o art. 5º, XI, da CR/88.
no art. 240, mas o rol não é taxativo. Tudo que estiver rela-
cionado com a elucidação de um crime pode ser objeto de Espécies de Flagrante
busca e apreensão.
Flagrante Próprio, Propriamente Dito, Real ou Verda-
Com base no art. 5o, XI, CF, temos que, mesmo sendo deiro (art. 302, I e II, CPP)
expedido o mandado de busca e apreensão, a autoridade Nele, o agente é surpreendido com a mão na massa,
policial não poderá ingressar o domicílio alheio durante cometendo a infração penal ou quando acaba de cometê-
o período de repouso noturno. Assim, o cumprimento do -la. A prisão deve ocorrer de imediato, sem o decurso de
mandado judicial deverá aguardar até a manhã. qualquer intervalo de tempo.

Se no flagrante delito forem apreendidos objetos rela- Flagrante Impróprio, Irreal ou Quase-Flagrante (art.
tivos a outros crimes, a jurisprudência diz que a apreensão 302, III)
será convalidada mesmo sem mandado de busca e apreen- Flagrante em que o agente é perseguido logo após a
são específico para isso. infração, em situação que faça presumir ser o autor do fato.
Não existe prazo certo para a expressão logo após, sendo
Ainda, é possível que haja a busca pessoal como medi- equivocada a doutrina que aponta o prazo de 24 horas.
da preventiva, como por exemplo a revista da pessoa, sem Não havendo solução de continuidade, isto é, se a per-
a exigência de mandado para tanto. seguição não for interrompida, mesmo que dure dias ou
até mesmo semanas, em havendo êxito na captura do per-
seguido, estar-se-á diante de flagrante delito.

DA PRISÃO EM FLAGRANTE; Flagrante Presumido, Ficto ou Assimilado (art. 302, IV)


DA PRISÃO PREVENTIVA. Flagrante em que o agente é preso após cometer a in-
fração, quando encontrado com instrumentos ou produtos
do crime, armas, objetos ou papéis que permitam presumir
ser ele o autor da infração.
Nessa espécie de flagrante não se exige perseguição.
A Prisão pode ser significa o cerceamento da liberdade Exige-se, entretanto, que a autoridade ponha-se a procurar
de locomoção. É o restrição do direito de ir, vir ou ficar. o agente logo após ter notícia do acontecimento do crime.
È uma medida restritiva de liberdade, de natureza cau-
telar e caráter eminentemente administrativo, que não exi- Flagrante Compulsório ou Obrigatório
ge ordem escrita do juiz, porque o fato ocorre de inopino Alcança a atuação das forças de segurança engloban-
(art. 5º, LXI, CR/88). A invasão do lar é permitida pela Cons- do as polícias civis, militares, federal, rodoviárias, ferroviá-
tituição Federal em caso de flagrante. rias e o corpo de bombeiros. Elas têm o dever de, enquanto
Pode se originar da decisão condenatória transitada em serviço, efetuar a prisão em flagrante.
em julgado, chamada de prisão-pena, a qual possui cará-
ter satisfatório; pode ocorrer durante a persecução penal, Flagrante Facultativo
antes do marco final do processo, ao se demonstrar a exis- É a permissão constitucional de que qualquer do povo
tência de risco face a permanência em liberdade do agente. efetue a prisão em flagrante. Ela abrange também as auto-
É conhecida como prisão sem pena, prisão cautelar, prisão ridades policiais fora de serviço.
provisória ou prisão processual.
Prisões: Flagrante Esperado
a) Prisão decorrente de flagrante delito; Não está disciplinado na legislação, sendo uma idealiza-
b) Prisão temporária; ção doutrinária. Ocorre quando a polícia, sabendo que um cri-
c) Prisão preventiva; me irá se consumar, fica de tocaia, realizando a prisão quando
d) Prisão decorrente de sentença (ou acórdão) con- os atos executórios são deflagrados. Apesar de não indicado, o
denatória transitada em julgado. particular também poderá efetuar o flagrante esperado.

Prisão em Flagrante (arts. 301 a 310) Flagrante Preparado ou Provocado


Flagrante em que o agente é induzido ou instigado a
É uma medida restritiva de liberdade, de natureza cau- cometer o delito, sendo preso no ato. É artifício onde ver-
telar e caráter eminentemente administrativo, que não exi- dadeira armadilha é maquinada no intuito de prender em
ge ordem escrita do juiz, porque o fato ocorre de inopino flagrante aquele que cede à tentação e acaba praticando
(art. 5º, LXI, CR/88). É uma forma de autopreservação e au- a infração.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Súmula 145, STF: “Não há crime quando a preparação compromisso de comparecer ao Juizado, a ele não será
do flagrante pela polícia torna impossível a sua consuma- imposta a prisão em flagrante (será elaborado o Termo
ção”. Circunstanciado). Assim, praticamente, todas as hipóteses
em que o réu se livra solto estão abrangidas pelo concei-
A súmula para o STF, com a preparação do flagrante e to de crime de menor potencial ofensivo (por isso que
consequente realização da prisão, existiria crime só na apa- caiu em desuso). A jurisprudência majoritariamente (STJ e
rência, já que o resultado da prática supostamente delituo- STF) entende que os crimes de menor potencial ofensivo
sa já era conhecido pela polícia de antemão e ela já estaria são os crimes com pena máxima de até 02 anos. Assim,
com toda a estrutura montada para prender o agente logo a hipótese de incidência do artigo 323 será aplicada na
após a conduta. Assim, haveria verdadeiro crime impossí- hipótese excepcional de o indivíduo não assumir o com-
vel, por absoluta ineficácia do meio ou absoluta improprie- promisso (aliás, o descumprimento do compromisso de
dade do objeto criminoso. comparecimento não traz qualquer consequência para o
Entretanto, se, preparando o flagrante, o agente con- indivíduo, mesmo se ele não comparecer).
segue consumar o delito e fugir, o crime restará plenamen- 2. A Lei nº 9.503/97 (CTB) (artigo 301) prevê que ao
te caracterizado. condutor por delito de trânsito NÃO se imporá a prisão
Não é flagrante preparado o caso de se prender al- em flagrante se ele prestar pronto e integral socorro à
guém, que adentra no território nacional portando drogas, vítima.
após o recebimento de notícias sobre esse fato. A polícia 3. No caso do art. 28 da Lei de Drogas.
esperará a pessoa chegar e efetuará a prisão. Note-se que
o indivíduo já estava com o crime em andamento. Flagrante nas Várias Espécies de Crime
a) Crimes permantentes: enquanto não cessada a
Flagrante Prorrogado, Retardado, Diferido, Postergado permanência poderá haver flagrante a qualquer tempo.
ou Ação Controlada b) Crime habitual: de acordo com Tourinho, não é
Ocorre quando a polícia deixa de efetuar a prisão, mes- possível o flagrante no crime habitual, já que este ocorre
mo presenciando o crime, pois do ponto de vista estratégi-
somente quando a conduta típica se integra com a prática
co seria a melhor opção.
de diversas açoes. Se houver o flagrante antes da consu-
Previsto no art. 2º, II, da Lei nº 9.034/95 (Lei de Comba-
mação, os atos realizados serão indiferentes penais, não
te às Organizações Criminosas). Não é necessária autoriza-
passíveis de configurar qualquer crime.
ção judicial nem prévia oitiva do MP, cabendo à autoridade
c) Crime de ação penal privada e ação pública con-
policial administrar a conveniência ou não da postergação.
dicionada: nada impede a realizaçao do flagrante nestes
Ela não pode ser utilizada para abarcar atividades de qua-
crimes. Porém, para a lavratura do APFD, deverá haver
drilhas ou bandos, apenas de organizações criminosas.
manifestação de vontade da pessoa legitimada a pro-
Já no flagrante diferido previsto na Lei nº 11.343/06, é por a ação ou a representar. Caso a vítima não possa
necessária autorização judicial e prévia oitiva do MP, além ir imediatamente à delegacia, por ter sido conduzida ao
do conhecimento do provável itinerário da droga e dos hospital ou por qualquer outro motivo relevante, poderá
eventuais agentes do delito ou colaboradores. fazê-lo no prazo de entrega da nota de culpa. Caso preso
o agente em flagrante e a vítima não autorize, não poderá
Flagrante Forjado ser lavrado o auto, devendo o agente ser liberado.
É o flagrante armado, fabricado para incriminar pessoa d) Crime continuado: o flagrante se dará de forma
inocente. Evidentemente é ilícito, sendo o único infrator fracionada, já que as várias ações são independentes en-
aqui o agente executor da prisão. tre si, somente havendo a continuidade para fins de dimi-
nuição da pena quando da dosimetria penal. O flagrante
Flagrante por Apresentação é possível para cada crime isoladamente.
Não é flagrante propriamente dito, pois quem se en- e) Infração de menor potencial ofensivo: não haverá
trega à polícia não se enquadra em nenhuma das hipóteses lavratura de APFD, e sim de TCO (Termo Circunstanciado
legais autorizadoras do flagrante. Assim, não será lavrado de Ocorrência), desde que o infrator seja imediatamente
APFD, apesar de poder o agente ter sua prisão preventiva enaminhado ao JECrim ou assuma o compromisso de lá
decretada pela autoridade policial. comparecer na data designada pela autoridade policial.
Entretanto, se ele se negar a tanto, lavra-se o APFD,
Flagrante Vedado recolhendo-se o infrator ao cárcere, salvo se for ad-
São hipóteses em que a autoridade não pode, de for- mitida e paga a fiança. Lembrar que, no crime do art. 28
ma alguma, decretar o flagrante delito, sob pena de ilega- da Lei nº 11.343/06, é absolutamente impossível a prisão.
lidade manifesta. Nos crimes particados com violência doméstica con-
Assim, não se decreta a prisão em flagrante, ou seja, se tra a mulher, não se aplica a Lei nº 9.099/95; assim, me-
decretada, deverá ser relaxada: diante uma infraçao de menor potencial ofensivo, ao in-
1. Com o advento da lei dos juizados especiais cri- vés de TCO será lavrado APFD (art. 41, lei nº 11.340/06).
minais, aquele que for capturado em flagrante pela prá-
tica de crimes de menor potencial ofensivo, e assumir o

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Sujeitos do Flagrante Deve ser dada especial atenção ao aspecto formal


do ato, com a documentação da prisão efetuada em razão
Sujeito Ativo da captura. Deve-se, pois, seguir os seguintes passos:
É aquele que efetua a prisão. Pode ser qualquer pes- a) Comunicação à família do preso ou pessoa por ele in-
soa, policial ou não. Não se confunde o sujeito ativo com o dicada sobre a prisão, antes de lavrar o auto (art. 5º, LXIII, CR/88).
condutor, que é a pessoa que apresenta o preso à polícia b) Oitiva do condutor: quem apresentou o “melian-
(evidentemente, poderão ser a mesma pessoa). te” na delegacia deverá ser ouvido, sendo suas declarações
reduzidas a termo, colhida sua assinatura e entregue cópia
Sujeito Passivo do termo e recibo de entrega do preso (esse recibo tem
É aquele detido na situação de flagrância. Em regra, função acautelatória para o próprio condutor).
pode ser qualquer pessoa, respeitadas as exceções de de- c) Oitiva das testemunhas: suas declarações serão
terminados indivíduos, quais sejam: reduzidas a termo e assinadas. Devem ser, no mínimo, duas
a) Presidente da República: nunca poderá ser pre- testemunhas para o flagrante ser regular, ainda que uma
so em flagrante ou por outra prisão cautelar (art. 86, § 3º, ou ambas sejam meramente instrumentárias, aquelas sim-
CR/88). plesmente presentes na delegacia e que são convidadas a
b) Diplomatas estrangeiros: podem não ser presos assinar como testemunha o ato de ver a entrega do agente.
em flagrante, a depender de tratados e convenções inter- d) Oitiva da vítima: não é requisito imposto pela lei,
nacionais. mas é prática corrente no procedimento, até mesmo para
c) Membros do Congresso Nacional e Assembleias fortalecer o valor probatório.
Legislativas: só podem ser presos em flagrante delito por e) Oitiva do conduzido: o preso será ouvido, poden-
prática de crime inafiançável, devendo os autos, no caso, do, entretanto, calar-se. Admite-se a presença do advogado, o
ser remetidos à respectiva Casa para que, mediante provo- qual, entretanto não é imprescindível. Lembrar que o procedi-
cação de partido e pelo voto da maioria de seus membros, mento pré-processual não é contraditório. Se o interrogatório
resolva sobre a prisão (art. 53, § 2º, CR/88). não for realizado por força maior, o ato não restará viciado.
d) Magistrados: só poderão ser presos em flagran- f) Decisão da autoridade: se a autoridade estiver
te por crime inafiançável, devendo os autos serem enca- convencida de que o flagrante é legítimo, determinará ao
minhados ao Presidente do respectivo Tribunal (art. 33, II, escrivão que lavre e encerre o auto de flagrante. Porém,
LOMAN). também poderá liberar o detido caso verifique ilegalidade.
e) Membros do MP: idem, devendo os autos serem Assim, o policial também pode efetuar o relaxamento
encaminhados ao respectivo Procurador-Geral (art. 40, III, de prisão. Decorre do princípio administrativo da autotu-
LONMP). tela, pelo qual a administração deve anular seus próprios
f) Advogados: somente poderá ser preso em fla- atos quando ilegais.
grante, por motivo de exercício da profissão, em caso de
crime inafiançável, sendo necessária a presença de repre- Nota de Culpa
sentante da OAB para se lavrar o auto, sob pena de nulida- A nota de culpa se presta a informar ao preso os res-
de (art. 7º, § 3º, EOAB). ponsáveis por sua prisão e os motivos de fato da mesma,
g) Menores de 18 anos: penalmente inimputáveis, contendo o nome do condutor e das tetemunhas, sendo
somente poderão ser privados da liberdade, mediante de- assinada pela autoridade (art. 306, § 2º, CPP).
terminação escrita e fundamentada do juiz ou mediante Será entregue em 24 horas da realização da prisão,
flagrante de prática de ato infracional (art. 106, ECA). mediante recibo. Se o preso se negar a assinar, 02 teste-
h) Motoristas: no caso de crime de trânsito, se pres- munhas suprirão o ato.
tarem pronto e integral socorro à vítima de acidente de A entrega da nota de culpa é de vital importância
trânsito no qual se envolveu, não poderá ser preso em para a validade da prisão. Com a nota de culpa, a garantia
flagrante nem poderá ser-lhe exigida fiança (art. 301, da informação é assegurada, tendo o preso a cientificação
CTB). formal dos motivos pelo qual foi encarcerado, com a indi-
cação de seus responsáveis.
Autoridade Competente
Via de regra, é competente para presidir a lavratura do Remessa à Autoridade e Manifestação sobre o Flagrante
auto a autoridade policial da circunscrição onde foi efetua- Em 24 horas da realização da prisão, será encaminhado
da a prisão (art. 290, CPP). à autoridade judicial competente o APFD acompanhado de
todas as oitivas colhidas e demais documentos e, caso o
Procedimentos e Formalidades Legais autuado não indique advogado, será remetida cópia inte-
De acordo com Luís Flávio Gomes, a prisão em flagran- gral à defensoria pública (art. 306, § 1º).
te conta com quatro momentos distintos: Recebidos os autos, o juiz poderá relaxar a prisão, se
a) Captura do agente; tiver sido ilegal, concederá a liberdade provisória com ou
b) Condução coercitiva até a presença da autoridade sem medida cautelar, ou decretará a prisão preventiva, se
policial ou judicial; presentes alguma das situações do art. 312 e se não se re-
c) Lavratura do auto de prisão em flagrante; velarem adequadas ou suficientes as medidas cautelares
d) Recolhimento ao cárcere. previstas no art. 319.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Tudo isso terá que ser feito de forma fundamentada.

Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:


I - relaxar a prisão ilegal; ou
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código,
e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições cons-
tantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá,
fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os
atos processuais, sob pena de revogação.
O art. 310 impede que ocorra as situações do sujeito ficar preso indefinidamente em flagrante. Ou ele é solto, ou é
decretada sua prisão preventiva ou alguma medida cautelar. A não adoção de alguma dessas determinações constituirá
flagrante ilegalidade por desrespeito à lei processual.

Prisão em Flagrante: Réu Preso e Excesso de Prazo


É muito comum de ocorrer a manutenção do flagrante sem decretação da prisão preventiva, o que não deveria se
dar. Logo que recebe os autos, o juiz teria que, necessariamente, se manifestar sobre o cabimento ou não.
Logo, a prisao em flagrante deve ocorrer pelo tempo suficiente para análise dos autos pelo juiz, e não como justifica-
tiva para o condenado ficar encarcerado até seu julgamento, o que é ilegal.
Às vezes a ilegalidade ocorre até mesmo em função da demora da remessa dos autos do flagrante da repartição poli-
cial para o juízo.

Passemos a analisar a seguinte tabela:

Prisão em Flagrante
Flagrante Próprio,
Cometendo a infração penal ou quando acaba de cometê-la. A prisão deve ocorrer
Propriamente Dito, Real ou
de imediato, sem o decurso de qualquer intervalo de tempo.
Verdadeiro
Flagrante em que o agente é perseguido logo após a infração, em situação que faça
Flagrante Impróprio, presumir ser o autor do fato. Ele não é visto praticando a infração, mas é perseguido.
Irreal ou Quase-Flagrante Não existe prazo certo para a expressão logo após, sendo equivocada a doutrina que
aponta o prazo de 24 horas.
Caso em que o agente é preso após cometer a infração, quando encontrado
Flagrante Presumido, com instrumentos ou produtos do crime, armas, objetos ou papéis que permitam
Ficto ou Assimilado presumir ser ele o autor da infração.
Nessa espécie de flagrante não se exige perseguição.
Alcança a atuação das forças de segurança englobando as polícias civis, militares,
Flagrante Compulsório
federal, rodoviárias, ferroviárias e o corpo de bombeiros. Elas têm o dever de, enquanto
ou Obrigatório
em serviço, efetuar a prisão em flagrante.
É a permissão constitucional de que qualquer pessoa efetue a prisão em flagrante,
Flagrante Facultativo
incluindo as autoridades policiais fora de serviço.
Quando a polícia, sabendo que um crime irá se consumar, fica de tocaia, realizando
Flagrante Esperado
a prisão quando os atos executórios são deflagrados.
Flagrante em que o agente é induzido ou instigado a cometer o delito, sendo preso
Flagrante Preparado ou
no ato. É artifício onde verdadeira armadilha é maquinada no intuito de prender em
Provocado
flagrante aquele que cede à tentação e acaba praticando a infração.
Flagrante Prorrogado, Ocorre quando a polícia deixa de efetuar a prisão, mesmo presenciando o crime,
Retardado, Diferido, pois do ponto de vista estratégico seria a melhor opção. Organizações criminosas: não
Postergado precisa de autorização judicial e oitiva do MP. Drogas: precisa.
É o flagrante armado, fabricado para incriminar pessoa inocente. Evidentemente é
Flagrante Forjado
ilícito, sendo o único infrator aqui o agente executor da prisão.

13
DIREITO PROCESSUAL PENAL

Não é flagrante propriamente dito, pois quem se entrega à polícia não se enquadra
Flagrante por em nenhuma das hipóteses legais autorizadoras do flagrante. Assim, não será lavrado
Apresentação APFD, apesar de poder o agente ter sua prisão preventiva decretada pela autoridade
policial.
São hipóteses em que a autoridade não pode, de forma alguma, decretar o flagrante
Flagrante Vedado
delito, sob pena de ilegalidade manifesta.
Procedimento: deverá ser o agente conduzido à delegacia, identificados e ouvidos os condutores, as testemunhas,
a vítima e, por fim, o agente. Se não relaxada a prisão ou se não arbitrada fiança, deve ser entregue ao condutor a
nota de culpa. Assim, no prazo máximo de 24 horas, devem os autos serem remetidos ao juiz, que deverá relaxar
a prisão, conceder liberdade provisória com ou sem medida cautelar, ou decretar a prisão preventiva presentes os
pressupostos.

Prisão Preventiva

A prisão preventiva é uma espécie de prisão cautelar de natureza processual, consistente na medida restritiva de liber-
dade, em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, a ser decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da
ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade
policial.
A prisão preventiva somente poderá ser decretada quando houver prova da existência do crime e indícios suficientes
de autoria.
Note-se que a prisão preventiva, nos termos do artigo 313, do Código Processual Penal, somente poderá ser decretada
nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; se tiver sido condenado
por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado. Contrário a isso, o disposto no inciso I do caput do art. 64 do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; se o crime envolver violência doméstica e familiar contra
a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas
de urgência; quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes
para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese
recomendar a manutenção da medida.

Fundamentação:
Arts. 311 a 316 do CPP

A prisão preventiva não é uma pena aplicada antecipadamente ao trânsito em julgado, é uma medida cautelar. Por
esse motivo, não viola a garantia constitucional depresunção de inocência se a decisão for devidamente motivada e a prisão
estritamente necessária.
É uma prisão cautelar que tem o objetivo de evitar que o réu cometa novos crimes ou ainda que em liberdade prejudi-
que a colheita de provas ou fuja. De acordo com o processualista Paulo Rangel, « se o indiciado ou acusado em liberdade
continuar a praticar ilícitos penais, haverá perturbação da ordem pública, e a medida extrema é necessária se estiverem
presentes os demais requisitos legais» (RANGEL, Paulo. Direito processual penal. 12. ed. rev. atual. ampl. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2007, p. 613).
Pode ser decretada inclusive na fase investigatória da persecução criminal, ou seja, durante o inquérito policial.

É prisão provisória na medida em que ainda não pesa condenação contra o possível criminoso; medida cautelar, pois
tenta resguardar a harmonia social da ordem pública ou da ordem econômica; excepcional, decorrente do poder geral de
cautela dado ao magistrado; subsidiária, muito mais após a promulgação da lei 12.403/2011, sendo somente permitida
quando a lei não assegurar outra medida cautelar substitutiva.

Enfoque constitucional
É cediço pelo artigo 5º, LVII, da CF/88 que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória.
Aos adeptos da corrente garantista extremada, a interpretação gramatical desta regra supra, poderia mergulhar em
conclusões no sentido de que qualquer prisão cautelar seria inconstitucional.
Para quase a maioria esmagadora da doutrina, contudo, não se trata de um instituto que atenta a Carta Política de 1988,
mas sim, uma medida indispensável para a manutenção da ordem social e para administração da justiça.
Segundo CLAUS ROXIN, “ entre as medidas que asseguram o procedimento penal, a prisão preventiva é a ingerência
mais grave na liberdade individual; por outra parte, ela é indispensável em alguns casos para a administração da justiça
penal eficiente.” [02]

14
DIREITO PROCESSUAL PENAL

Bases legais Caso exista a necessidade, a prisão preventiva pode ser


Tendo por base o artigo 312 do CPP, para que se de- decretada inclusive na fase inicial do inquérito policial, e
crete a preventiva é necessária à demonstração de prova não dá ao acusado o direito de defesa prévia.
da existência do crime, trazendo à tela a materialidade e A prisão preventiva é a prisão de natureza cautelar mais
indícios suficientes da autoria ou de participação no fato ampla existente, sendo uma eficiente ferramenta de encar-
típico. ceramento durante toda a persecução penal, já que pode
Interessante notar que o delito deve ter ocorrido in- ser decretada tanto durante o IP quanto na fase processual.
contestavelmente, e sua comprovação pode ser feita pelos A prisão preventiva, por ser medida de natureza caute-
diversos meios de prova admitidos em direito, entretanto, lar, só se sustenta se presentes o lastro probatório mínimo
no que toca a autoria, apenas se tem a necessidade de indí- a indicar a ocorrência da infração e os eventuais envolvi-
cios de vinculação do individuo à prática do crime. dos, além de algum motivo legal que fundamente a neces-
Ainda nesse pensamento, há de se ressaltar os pressu- sidade de encarceramento.
postos da preventiva e esses formam exatamente ofumus Admite-se a decretação da preventiva até mesmo sem
commissi delicti, que oferece o básico de segurança para a a instauração do IP, desde que o atendimento aos requi-
decretação da medida. sitos legais seja demonstrado por outros elementos indi-
Pelo entendimento do artigo 313 do CPP, a preventiva ciários.
somente possui envergadura em crimes dolosos, cuja pena, Ela é medida de exceção e deve ser aplicada restritiva-
via de regra, ultrapasse quatro anos. Logo, crimes culposos mente, a fim de compatibilizá-la com o princípio constitu-
e contravenções parecem ser rechaçados pelo instituto. cional da presunção de inocência (art. 5º, LVII, CR/88).
É de se observar que caso o réu seja reincidente e com Se a prisão em flagrante busca sua justificativa e fun-
respeito ao que reza o artigo 64, I do Código Penal, pode- damentação, primeiro, na proteção do ofendido, e, depois,
-se aplicar a prisão preventiva ainda que o novo crime não na garantia da qualidade probatória, a prisão preventiva
tenha pena maior que quatro anos. revela a sua cautelaridade na tutela da persecução penal,
Com ressalva de parte da doutrina, pode ser decreta- objetivando impedir que eventuais condutas praticadas
pelo alegado autor e/ou por terceiros possam colocar em
da a medida cautelar de segregação da liberdade em tela
risco a efetividade do processo.
também quando da dúvida sobre a identidade civil do
Referida modalidade de prisão, por trazer como conse-
agente e ele não forneça elementos de comprovação de
quência a privação da liberdade antes do trânsito em jul-
esclarecimentos. A doutrina que vê como medida extrema
gado, somente se justifica enquanto e na medida em que
excepcional revela cabimento na hipótese do acusado se
puder realizar a proteção da persecução penal, em todo o
recusar a se submeter a identificação criminal.
seu iter procedimental, e, mais, quando se mostrar a única
maneira de satisfazer tal necessidade.
No artigo 311 do CPP reside determinação no sentido
A prisão preventiva, somente deve ser aplicando,
de se permanecer viva a possibilidade de decretação da como regra, quando as outras medidas cautelares não
preventiva em qualquer fase da investigação policial ou do forem suficientes.
processo penal. Assim, é medida que tem alicerce em qual- Em razão da sua gravidade, e como decorrência do sis-
quer fase da persecução criminal. tema de garantias individuais constitucionais, somente se
Necessário notar que apesar de reclamar maior cuida- decretará a prisão preventiva “por ordem escrita e funda-
do, a decretação da preventiva ainda no inquérito policial mentada da autoridade judiciária competente”, conforme
é fato costumeiro na prática penal cotidiana, onde quase se observa com todas as letras no art. 5º, LXI, da Carta de
sempre há a segregação cautelar da liberdade sem a devi- 1988.
da preocupação.
Observação importante é que não mais se faz presente É possível a decretação da preventiva, não só na pre-
no ordenamento jurídico após a lei 12.403/2011 qualquer sença das circunstâncias fáticas do art. 312, cpp, mas sem-
opção de prisão preventiva obrigatória. Frise-se que ape- pre que for necessário para garantir a execução de outra
nas autoridade judiciária competente, em consonância com medida cautelar, diversa da prisão (art. 282, § 4º, cpp).
artigo 5º, LXI, da CF/88 pode decretar a prisão preventiva.
A prisão preventiva, apresenta duas características bem
Pressupostos definidas, a saber:
A prisão preventiva não é uma punição aplicada ante- a) autônoma, podendo ser decretada independente-
cipadamente, inclusive porque a legislação brasileira proí- mente de qualquer outra providência cautelar anterior;
be a ocorrência de qualquer sanção antes da condenação b) subsidiária, a ser decretada em razão do descum-
judicial. primento de medida cautelar anteriormente imposta.
Essa modalidade de prisão é determinada pela Justiça
para impedir que o acusado (réu) atrapalhe a investigação, Existem ainda quatro situações claras em que poderá
a ordem pública ou econômica e aplicação da lei. ser imposta a prisão preventiva:
O réu pode ser mantido preso preventivamente até o a) A qualquer momento da fase de investigação ou
seu julgamento ou pelo período necessário para não atra- do processo, de modo autônomo e independente (art. 311,
palhar as investigações. CPP);

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

b) Como conversão da prisão em flagrante, quando § 4o No caso de descumprimento de qualquer das obri-
insuficientes ou inadequadas outras medidas cautelares gações impostas, o juiz, de ofício ou mediante requerimen-
(art. 310, II, CPP); to do Ministério Público, de seu assistente ou do querelan-
c) Em substituição à medida cautelar eventualmente te, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação,
descumprida (art. 282, § 4º, CPP); ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312,
d) Quando houver fundadas dúvidas sobre a identi- parágrafo único).
dade do acusado, devendo ele ser imediatamente liberado § 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substi-
assim que confirmada for. tuí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista,
bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que
De outro modo, não será cabível a preventiva: a justifiquem.
a) Para os crimes culposos, contravenção penal ou se § 6o A prisão preventiva será determinada quando não
no caso concreto está presente qualquer causa excludente for cabível a sua substituição por outra medida cautelar
de ilicitude, isso decorre do postulado da proporcionali- (art. 319).” (NR)
dade, na perspectiva da proibição do excesso, a impedir “Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em fla-
que uma medida cautelar seja mais grave e onerosa que o grante delito ou por ordem escrita e fundamentada da
resultado final do processo condenatório; autoridade judiciária competente, em decorrência de sen-
b) Quando não for prevista pena privativa da li- tença condenatória transitada em julgado ou, no curso da
berdade para o delito (art. 283,§ 1º, CPP). investigação ou do processo, em virtude de prisão tempo-
rária ou prisão preventiva.
LEI Nº 12.403, DE 4 DE MAIO DE 2011. § 1o As medidas cautelares previstas neste Título não
se aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou
Altera dispositivos do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de alternativamente cominada pena privativa de liberdade.
outubro de 1941 - Código de Processo Penal, relativos § 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a
à prisão processual, fiança, liberdade provisória, demais qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à inviola-
bilidade do domicílio.” (NR)
medidas cautelares, e dá outras providências.
“Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacio-
nal, fora da jurisdição do juiz processante, será deprecada
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
do mandado.
§ 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a pri-
Art. 1o Os arts. 282, 283, 289, 299, 300, 306, 310, 311,
são por qualquer meio de comunicação, do qual deverá
312, 313, 314, 315, 317, 318, 319, 320, 321, 322, 323, 324,
constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança se
325, 334, 335, 336, 337, 341, 343, 344, 345, 346, 350 e 439
arbitrada.
do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código § 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará
de Processo Penal, passam a vigorar com a seguinte reda- as precauções necessárias para averiguar a autenticidade
ção: da comunicação.
“TÍTULO IX § 3o O juiz processante deverá providenciar a remoção
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LI- do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da
BERDADE PROVISÓRIA” efetivação da medida.” (NR)
“Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de
“Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título mandado judicial, por qualquer meio de comunicação,
deverão ser aplicadas observando-se a: tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição,
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a in- as precauções necessárias para averiguar a autenticidade
vestigação ou a instrução criminal e, nos casos expressa- desta.” (NR)
mente previstos, para evitar a prática de infrações penais; “Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão
II - adequação da medida à gravidade do crime, cir- separadas das que já estiverem definitivamente condena-
cunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou das, nos termos da lei de execução penal.
acusado. Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito,
§ 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isola- após a lavratura dos procedimentos legais, será recolhido a
da ou cumulativamente. quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso à
§ 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, disposição das autoridades competentes.” (NR)
de ofício ou a requerimento das partes ou, quando no curso “Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se
da investigação criminal, por representação da autoridade encontre serão comunicados imediatamente ao juiz com-
policial ou mediante requerimento do Ministério Público. petente, ao Ministério Público e à família do preso ou à
§ 3o Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de pessoa por ele indicada.
ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida § 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização
cautelar, determinará a intimação da parte contrária, acom- da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de
panhada de cópia do requerimento e das peças necessá- prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome
rias, permanecendo os autos em juízo. de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, median- “CAPÍTULO IV


te recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o DA PRISÃO DOMICILIAR”
motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemu-
nhas.” (NR) “Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento
“Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo
juiz deverá fundamentadamente: dela ausentar-se com autorização judicial.” (NR)
I - relaxar a prisão ilegal; ou “Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, pela domiciliar quando o agente for:
quando presentes os requisitos constantes do art. 312 des- I - maior de 80 (oitenta) anos;
te Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as II - extremamente debilitado por motivo de doença
medidas cautelares diversas da prisão; ou grave;
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;
em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições IV - gestante a partir do 7o (sétimo) mês de gravidez
constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do De- ou sendo esta de alto risco.
creto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá pro-
Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado va idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo.” (NR)
liberdade provisória, mediante termo de comparecimento
a todos os atos processuais, sob pena de revogação.” (NR) “CAPÍTULO V
“Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES”
do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada
pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a reque- “Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:
rimento do Ministério Público, do querelante ou do assis- I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas
tente, ou por representação da autoridade policial.” (NR) condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar ati-
“Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada
vidades;
como garantia da ordem pública, da ordem econômica,
II - proibição de acesso ou frequência a determinados
por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a
lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato,
aplicação da lei penal, quando houver prova da existência
deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses
do crime e indício suficiente de autoria.
locais para evitar o risco de novas infrações;
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá
III - proibição de manter contato com pessoa deter-
ser decretada em caso de descumprimento de qualquer
minada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato,
das obrigações impostas por força de outras medidas cau-
deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;
telares (art. 282, § 4o).” (NR)
“Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a
admitida a decretação da prisão preventiva: permanência seja conveniente ou necessária para a inves-
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de tigação ou instrução;
liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em dias de folga quando o investigado ou acusado tenha re-
sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no sidência e trabalho fixos;
inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de VI - suspensão do exercício de função pública ou de
dezembro de 1940 - Código Penal; atividade de natureza econômica ou financeira quando
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar houver justo receio de sua utilização para a prática de in-
contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou frações penais;
pessoa com deficiência, para garantir a execução das me- VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de
didas protetivas de urgência; crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando
IV - (revogado). os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável
Parágrafo único. Também será admitida a prisão pre- (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
ventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para asse-
pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes gurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obs-
para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imedia- trução do seu andamento ou em caso de resistência injus-
tamente em liberdade após a identificação, salvo se outra tificada à ordem judicial;
hipótese recomendar a manutenção da medida.” (NR) IX - monitoração eletrônica.
“Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será de- § 1o (Revogado).
cretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos § 2o (Revogado).
ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos § 3o (Revogado).
incisos I, II e III do caputdo art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, § 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposi-
de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.” (NR) ções do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada
“Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar com outras medidas cautelares.” (NR)
a prisão preventiva será sempre motivada.” (NR)

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

“Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será co- “Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade po-
municada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscali- licial a concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele,
zar as saídas do território nacional, intimando-se o indicia- poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o juiz
do ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.”
(vinte e quatro) horas.” (NR) (NR)
“Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a de- “Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fian-
cretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liber- ça servirão ao pagamento das custas, da indenização do
dade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cau- dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for con-
telares previstas no art. 319 deste Código e observados os denado.
critérios constantes do art. 282 deste Código. Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda
I - (revogado) no caso da prescrição depois da sentença condenatória
II - (revogado).” (NR) (art. 110 do Código Penal).” (NR)
“Art. 322. A autoridade policial somente poderá con- “Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou pas-
ceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de sar em julgado sentença que houver absolvido o acusado
liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. ou declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir,
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será reque- atualizado, será restituído sem desconto, salvo o disposto
rida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.” no parágrafo único do art. 336 deste Código.” (NR)
(NR) “Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acu-
“Art. 323. Não será concedida fiança: sado:
I - nos crimes de racismo; I - regularmente intimado para ato do processo, deixar
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecen- de comparecer, sem motivo justo;
tes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao an-
hediondos; damento do processo;
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis III - descumprir medida cautelar imposta cumulativa-
ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado De- mente com a fiança;
mocrático; IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;
IV - (revogado); V - praticar nova infração penal dolosa.” (NR)
V - (revogado).” (NR) “Art. 343. O quebramento injustificado da fiança im-
“Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: portará na perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou,
fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo se for o caso, a decretação da prisão preventiva.” (NR)
justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. “Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor
327 e 328 deste Código; da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar para
II - em caso de prisão civil ou militar; o início do cumprimento da pena definitivamente impos-
III - (revogado); ta.” (NR)
IV - quando presentes os motivos que autorizam a de- “Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, de-
cretação da prisão preventiva (art. 312).” (NR) duzidas as custas e mais encargos a que o acusado estiver
“Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário, na forma
que a conceder nos seguintes limites: da lei.” (NR)
a) (revogada); “Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as
b) (revogada); deduções previstas no art. 345 deste Código, o valor res-
c) (revogada). tante será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se lei.” (NR)
tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau “Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, veri-
máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; ficando a situação econômica do preso, poderá conceder-
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, -lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações cons-
quando o máximo da pena privativa de liberdade comina- tantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas
da for superior a 4 (quatro) anos. cautelares, se for o caso.
§ 1o Se assim recomendar a situação econômica do Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem mo-
preso, a fiança poderá ser: tivo justo, qualquer das obrigações ou medidas impostas,
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; aplicar-se-á o disposto no § 4o do art. 282 deste Código.”
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (NR)
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. “Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado cons-
§ 2o (Revogado): tituirá serviço público relevante e estabelecerá presunção
I - (revogado); de idoneidade moral.” (NR)
II - (revogado);
III - (revogado).” (NR) Art. 2o O Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941
“Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não - Código de Processo Penal, passa a vigorar acrescido do
transitar em julgado a sentença condenatória.” (NR) seguinte art. 289-A:

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

“Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato Destarte dispõe o Código Processual Penal as pessoas
registro do mandado de prisão em banco de dados mantido que possuem esse privilégio:
pelo Conselho Nacional de Justiça para essa finalidade.
§ 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão espe-
determinada no mandado de prisão registrado no Conse- cial, à disposição da autoridade competente, quando sujei-
lho Nacional de Justiça, ainda que fora da competência ter- tos a prisão antes de condenação definitiva:
ritorial do juiz que o expediu. I - os ministros de Estado;
§ 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão II - os governadores ou interventores de Estados ou
decretada, ainda que sem registro no Conselho Nacional Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respecti-
de Justiça, adotando as precauções necessárias para averi- vos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e
guar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz os chefes de Polícia; (Redação dada pela Lei nº 3.181, de
que a decretou, devendo este providenciar, em seguida, o 11.6.1957)
registro do mandado na forma do caput deste artigo. III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho
§ 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz de Economia Nacional e das Assembleias Legislativas dos
do local de cumprimento da medida o qual providenciará Estados;
a certidão extraída do registro do Conselho Nacional de IV - os cidadãos inscritos no “Livro de Mérito”;
Justiça e informará ao juízo que a decretou. V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Es-
§ 4o O preso será informado de seus direitos, nos ter- tados, do Distrito Federal e dos Territórios; (Redação dada
mos do inciso LXIII do art. 5o da Constituição Federal e, pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
caso o autuado não informe o nome de seu advogado, será VI - os magistrados;
comunicado à Defensoria Pública. VII - os diplomados por qualquer das faculdades supe-
§ 5o Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a riores da República;
legitimidade da pessoa do executor ou sobre a identidade VIII - os ministros de confissão religiosa;
do preso, aplica-se o disposto no § 2o do art. 290 deste IX - os ministros do Tribunal de Contas;
Código. X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a
§ 6o O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o função de jurado, salvo quando excluídos da lista por moti-
registro do mandado de prisão a que se refere o caput des- vo de incapacidade para o exercício daquela função;
te artigo.” XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Es-
tados e Territórios, ativos e inativos. (Redação dada pela Lei
Art. 3o Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após a nº 5.126, de 20.9.1966)
data de sua publicação oficial. § 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em ou-
tras leis, consiste exclusivamente no recolhimento em local
Art. 4o São revogados o art. 298, o inciso IV do art. 313, distinto da prisão comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de
os §§ 1o a 3o do art. 319, os incisos I e II do art. 321, os inci- 11.7.2001)
sos IV e V do art. 323, o inciso III do art. 324, o § 2o e seus § 2o Não havendo estabelecimento específico para
incisos I, II e III do art. 325 e os arts. 393 e595, todos do o preso especial, este será recolhido em cela distinta do
Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de mesmo estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 10.258, de
Processo Penal. 11.7.2001)
§ 3o A cela especial poderá consistir em alojamento co-
Brasília, 4 de maio de 2011; 190o da Independência e letivo, atendidos os requisitos de salubridade do ambien-
123o da República. te, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e
DILMA ROUSSEFF condicionamento térmico adequados à existência humana.
(Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
Princípio da necessidade § 4o O preso especial não será transportado juntamen-
te com o preso comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de
Princípio da menor ingerência possível. Princípio se- 11.7.2001)
gundo o qual, nas suas relações, a administração pública § 5o Os demais direitos e deveres do preso especial
deve adotar os meios menos onerosos para os particulares. serão os mesmos do preso comum.

Prisão Especial Não havendo estabelecimento adequado para se efe-


tivar a prisão especial, O PRESO PODERÁ SER COLOCADO
É o direito conferido a determinadas pessoas em razão EM PRISÃO PROVISÓRIA DOMICILIAR, por deliberação do
da função desempenhada, enquanto estiverem na condi- magistrado, ouvido o MP (Lei nº 5.256/67).
ção de presos provisórios.
O status de preso especial confere ao detento o direito Prisão Temporária
de ser recolhido em local distinto da prisão comum, e não
havendo estabelecimento específico para o preso especial, A prisão temporária é a única prisão de natureza cau-
o mesmo ficará em cela separada dentro do estabeleci- telar com prazo de duração preestabelecido, cabível, ex-
mento penal comum. clusivamente, na fase pré-processual, durante o inquérito

19
DIREITO PROCESSUAL PENAL

policial, cujo objetivo é o encarceramento em razão das A corrente majoritária admite a prisão temporária des-
infrações seletamente indicadas na legislação, para possi- de que esteja obrigatoriamente presente uma das hipó-
bilitar uma investigação policial eficiente e sem obstáculos teses da letra “c” conjugada com as das letras “a” ou “b”,
que poderiam ser opostos pelo investigado. alternativamente.
É espécie de prisão cautelar com prazo determinado Decretação da prisão temporária requer: inciso III+ in-
decretada no curso das investigações quando a prisão for cisos I ou II
indispensável para a colheita de elementos probatórios re- Não é apenas o indiciado, sujeito formalmente apon-
lativos às infrações do artigo 1, III, da Lei nº 7.960/89 e de tado pela autoridade policial como autor da infração penal,
crimes hediondos e equiparados. que estará sujeito à prisão temporária, mas também outras
Originou-se da medida provisória nº 101, de 1989. pessoas que influam na investigação criminal.
Hoje MP não pode versar sobre Direito Processual Penal,
conforme EC 32/01, o que fez com que muitos discutissem Prazos
a constitucionalidade da prisão temporária. a) Regra geral: 05 dias, prorrogável por mais 05 em
a) Paulo Rangel entende que seria inconstitucional. caso de extrema e comprovada necessidade. Se o pedido
Para ele teria um vício de inconstitucionalidade formal, mas de prorrogação vier da polícia, o MP necessariamente de-
esta posição não é majoritária. verá ser ouvido.
b) O STF julgou a ADI 162 sobre o assunto e rejeitou a b) Crimes hediondos e equiparados: prazo de 30 dias,
tese, entendendo pela constitucionalidade da lei a prisão prorrogável por mais 30, em caso de comprovada e extre-
temporária. ma necessidade.
São prazos limites, não sendo o juiz obrigado a decre-
Decretação tar sempre por 30 dias. Se ele entender que 10 dias são
Ela está adstrita à cláusula de reserva jurisdicional, so- suficientes, basta.
mente podendo ser decretada pela autoridade judiciária, a) Se pessoa se apresenta às 23 horas já vale como um
mediante representação da autoridade policial ou a reque- dia.
b) Decorrido o prazo da prisão temporária, o preso de-
rimento do MP.
verá ser colocado em liberdade, salvo se tiver sido decreta-
A prisão temporária nunca poderá ser decretada de
da sua prisão preventiva.
ofício pelo juiz, assim como não poderá a vítima requerer a
A prorrogação, se pedida pela autoridade policial, de-
sua decretação. Evidencia isso a própria natureza da medi-
verá ser precedida obrigatoriamente da oitiva do MP. En-
da, já que, se ela visa a uma efetividade do procedimento
tretanto, ela sempre deverá ser fundamentada, devendo o
investigatório, somente quem investiga (MP ou polícia ju-
legitimado demonstrar ao juiz o que fez no primeiro perío-
diciária) poderia saber sobre sua necessidade ou não.
do e o que pretende fazer no segundo.
O prazo da prisão temporária será acrescentado ao
Cabimento prazo que a autoridade policial possui para concluir o IP.
É essencial a presença do fumus comissi delicti (mate-
rialidade) e do periculum libertatis para sua decretação. Ou Procedimento
seja, o fumus boni iuris seria a materialidade, enquanto o a) Representação policial ou requerimento do MP;
periculum in mora seria o perigo representado pela liber- b) Despacho fundamentado do juiz, em 24 horas, de-
dade do investigado para as investigações. Além disso, o cidindo sobre a temporária, ouvindo o MP se tiver havido
art. 1º da Lei nº 7.960/89 exige: representação;
i. Imprescindibilidade para as investigações do inquéri- c) Expedição de mandado de prisão em duas vias, sen-
to policial: deve haver elementos suficientes que demons- do uma entregue ao preso como nota de culpa;
trem que a liberdade do indiciado poderá frustrar as inves- d) Durante o prazo da temporária, pode o juiz, de ofício
tigações. ou a requerimento do MP ou do defensor, determinar que
ii. Indiciado não ter residência fixa ou não fornecer ele- o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e escla-
mentos para sua identificação: aqui, é necessário que haja recimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de
um risco efetivo do indivíduo fugir. Não basta a ausência corpo de delito;
de residência fixa. Relativamente à identificação, a autori- e) Decorrido o prazo legal, o preso deve ser posto ime-
dade deve proceder a identificação criminal caso não seja diatamente em liberdade, salvo se decretada a prisão pre-
possível a identificação civil, permanecendo o indiciado em ventiva;
liberdade. f) Como a liberdade é imediata, é desnecessário ao de-
iii. Quanto houver fundada suspeita de autoria ou par- legado receber o alvará de soltura para liberar o investi-
ticipação nos seguintes crimes (taxativos): homicídio dolo- gado, salvo se para soltar antes do prazo fixado pelo juiz,
so, sequestro ou cárcere privado, roubo, extorsão, extorsão hipótese em que deve haver o alvará de soltura expedido
mediante sequestro, estupro, atentado violento ao puder, pelo juiz.
epidemia com resultado morte, envenenamento de água Por fim, lembrar que o preso temporariamente deve
potável, quadrilha ou bando, genocídio, tráfico de drogas, permanecer obrigatoriamente separado dos demais deten-
crime contra o sistema financeiro, crimes hediondos ou tos.
equiparados.

20
DIREITO PROCESSUAL PENAL

LEI FEDERAL Nº 7.960/1989 (PRISÃO TEMPORÁ- § 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á man-
RIA). dado de prisão, em duas vias, uma das quais será entregue
ao indiciado e servirá como nota de culpa.
Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989. § 5° A prisão somente poderá ser executada depois da
expedição de mandado judicial.
Dispõe sobre prisão temporária. § 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará
o preso dos direitos previstos no art. 5° da Constituição
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con- Federal.
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: § 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o
preso deverá ser posto imediatamente em liberdade, salvo
Art. 1° Caberá prisão temporária: se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.
I - quando imprescindível para as investigações do in-
quérito policial; Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer,
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não obrigatoriamente, separados dos demais detentos.
fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua
identidade; Art. 4° O art. 4° da Lei n° 4.898, de 9 de dezembro de
III - quando houver fundadas razões, de acordo com 1965, fica acrescido da alínea i, com a seguinte redação:
qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou
participação do indiciado nos seguintes crimes: “Art. 4° ...............................................................
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena
§§ 1° e 2°); ou de medida de segurança, deixando de expedir em tem-
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); po oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de li-
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); berdade;”
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus
§§ 1°, 2° e 3°); Art. 5° Em todas as comarcas e seções judiciárias ha-
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. verá um plantão permanente de vinte e quatro horas do
223, caput, e parágrafo único); Poder Judiciário e do Ministério Público para apreciação
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua dos pedidos de prisão temporária.
combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. Art. 6° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
223 caput, e parágrafo único);
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.
j) envenenamento de água potável ou substância ali-
mentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, Brasília, 21 de dezembro de 1989; 168° da Indepen-
caput, combinado com art. 285); dência e 101° da República.
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; JOSÉ SARNEY
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de
outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas; Medidas Cautelares e Liberdade e Provisória
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de
outubro de 1976); A Lei nº 12.403/11 modificou completamente o capí-
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de tulo sobre liberdade provisória. Ela substituiu quase por
16 de junho de 1986). completo o capítulo V, extinguindo uma série de institutos
então previstos.
Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em As medidas cautelares são aquelas que visam a res-
face da representação da autoridade policial ou de reque- guardar a persecução penal. Entre elas há uma série de
rimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) possibilidades, inclusive a decretação da liberdade pro-
dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e visória com fiança, que passou a ser uma modalidade de
comprovada necessidade. medida cautelar na nova redação do CPP.
§ 1° Na hipótese de representação da autoridade po-
licial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público. Sobre as modificações, podemos sintetizá-las:
§ 2° O despacho que decretar a prisão temporária de- a) Embora a Lei nº 12.403/11 mantenha a distinção
verá ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24 conceitual entre prisões, medidas cautelares e liberdade
(vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da provisória, é bem de ver que todas elas exercem o mesmo
representação ou do requerimento. papel e a mesma função processual de acautelamento dos
§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Mi- interesses da jurisdição criminal;
nistério Público e do Advogado, determinar que o preso lhe b) As medidas cautelares, quando diversas da prisão,
seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da podem ser impostas independentemente de prévia prisão
autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito. em flagrante (art. 282, § 2º, CPP), ao contrário da legisla-

21
DIREITO PROCESSUAL PENAL

ção anterior, que somente previa a concessão de liberdade Liberdade Provisória


provisória para aquele que fosse aprisionado em flagrante
delito. Por isso, podem ser impostas tanto na fase de in- A liberdade provisória é instituto que se presta a com-
vestigação quanto na do processo, com exceção da prisão bater a prisão em flagrante legal. Ela poderia ser, na antiga
domiciliar; redação, obrigatória, permitida ou vedada. Este o motivo
c) As referidas medidas cautelares, diversas da prisão, pelo qual pode ela ser condicionada. Somente não poderá
poderão também substituir a prisão em flagrante (art. 310, o juiz impor condições no caso de relaxamento de prisão,
II, e art. 321, CPP), quando não for cabível e adequada a já que este é o remédio para combater a prisão ilegal.
prisão preventiva (art. 310, II, CPP); A liberdade provisória é uma “moeda de troca”, conce-
d) A liberdade provisória, agora, passa a significar ape- dida mediante determinados requisitos, com ônus ao acu-
nas a diversidade de modalidades de restituição da liberda- sado para que se livre da prisão cautelar.
de, após a prisão em flagrante. O art. 321, CPP (ausentes os Agora, entretanto, a liberdade provisória passou a con-
requisitos que autorizam a prisão preventiva, o juiz deverá correr com as outras medidas cautelares. Ademais, a Lei
conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as nº 11.403/11 corrigiu uma falha do sistema, que permitia
medidas cautelares previstas no art. 319...) deve ser entendi- que a pessoa fosse presa em flagrante e continuasse nesse
do nesse sentido (de restituição da liberdade do aprisiona- estado indefinidamente.
do) e não como fundamento para a decretação de medidas Isso não mais ocorre. Efetivada a prisão em flagrante
cautelares sem anterior prisão em flagrante. A base legal delito, os autos devem ser imediatamente encaminhados
para estas últimas providências reside no art. 282, § 2º, CPP; para o juiz, o qual ou relaxará a prisão da pessoa se hou-
e) A prisão preventiva tanto poderá ser decretada inde- ver ilegalidade, ou decretará a prisão preventiva ou alguma
pendentemente da anterior imposição de alguma medida medida cautelar, ou então concederá a liberdade provisó-
cautelar (art. 282, § 6º, art. 311, art. 312 e art. 313, CPP), ria, com ou sem fiança.
quanto em substituição àquelas (cautelares) previamente
impostas e eventualmente descumpridas (art. 282, § 4º, art. Fiança
312, parágrafo único, CPP);
f) Poderá, do mesmo modo, ser decretada como con- A fiança é uma garantia do cumprimento das obrigações
versão da prisão em flagrante, quando presentes os seus do réu durante todo o processo penal, sendo também um
requisitos (art. 310, II, CPP), e forem insuficientes as demais direito inerente ao mesmo previsto constitucionalmente.
cautelares;
g) A prisão preventiva poderá também ser substituída A Liberdade provisória será concedida sem a fiança no
por medida cautelar menos gravosa, quando esta se reve- caso em que a infração praticada for um crime de menor
lar mais adequada e suficiente para a efetividade do pro- potencial ofensivo, consoante disposição do artigo 69, Pa-
cesso (art. 282, § 5º, CPP); rágrafo Único da Lei 9099 de 1995; se a pena aplicada à
h) Quando decretada autonomamente, ou seja, como infração praticada não for de prisão ou se for, que esta não
medida independente do flagrante, ou, ainda, como con- seja superior a seis meses, de acordo com o artigo 321 do
versão deste, a prisão preventiva submete-se às exigências Código de Processo Penal; se o agente praticou o crime
do art. 312 e do art. 313, ambos do CPP; quando, porém, acobertado por uma das excludentes da ilicitude previstas
for decretada subsidiariamente, isto é, como substitutiva no artigo 23 do Código Penal Brasileiro, mesmo sendo o
de outra cautelar descumprida, não se exigirá a presença crime inafiançável, como prevê o artigo 310 do Código de
das situações do art. 313, CPP; Processo Penal; e por finalmente se o juiz verificar a ausên-
i) Nenhuma medida cautelar (prisão ou outra qualquer) cia dos requisitos da Prisão Preventiva, em qualquer crime.
poderá ser imposta quando não for cominada à infração,
objeto de investigação ou de processo, pena privativa da li- A Liberdade concedida com o pagamento de fiança,
berdade, cumulativa ou isoladamente (art. 283, § 3º, CPP); do como dito anteriormente, é a liberdade concedida ao réu
mesmo modo, não se admitirá a imposição de cautelares e, mediante o pagamento de uma caução em dinheiro como
menos ainda, da prisão preventiva, aos crimes para os quais uma garantia de que este irá cumprir com suas obrigações
seja cabível a transação penal, bem como nos casos em que processuais.
seja proposta e aceita a suspensão condicional do processo,
conforme previsto na Lei 9.099/95, que cuida dos Juizados Es- A Constituição Federal, dispõe em seu texto os crimes
peciais Criminais e das infrações de menor potencial ofensivo; inafiançáveis existentes no nosso ordenamento jurídico,
j) Em se tratando de crimes culposos, a imposição de são eles: os crimes de Racismo, Ação de Grupos Terroris-
medida cautelar, em princípio, não será admitida, em face tas Armados e os Crimes Hediondos. Contudo, o Código
do postulado da proporcionalidade; contudo, quando – e Processual Penal, diz serem inafiançáveis os crimes punidos
somente quando – se puder antever a possibilidade con- com reclusão e com pena mínima superior a dois anos.
creta de imposição de pena privativa da liberdade ao fi- Frise-se que não será concedida fiança se o réu for re-
nal do processo, diante das condições pessoais do agente, incidente em crime doloso; se em qualquer caso, for ocio-
serão cabíveis, excepcionalmente para os crimes culposos, so; nos crimes punidos com reclusão, que provoquem cla-
as cautelares do art. 319 e art. 320, segundo a respectiva mor público ou que tenham sido cometidos com violência
necessidade e fundamentação. ou grave ameaça contra a pessoa.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

QUESTÕES 04. (MPDFT - Promotor de Justiça – 2013 - MPDFT)


Sobre o Tribunal do Júri, é INCORRETO afirmar:
01. (TJ-BA - Técnico Judiciário - Escrevente - Área (A) Seu procedimento desdobra-se em juízo da acusa-
Judiciária – 2015 - FGV) Durante os debates orais no Tri- ção, que analisa a admissibilidade da pretensão punitiva,
bunal do Júri: e juízo da causa, que diz respeito ao mérito da acusação.
(A) se houver mais de um acusador, caberá ao juiz (B) Se o acusado houver permanecido preso duran-
disciplinar a divisão do tempo, independentemente da te a instrução criminal, a pronúncia do juiz importará em
combinação entre eles; automática manutenção da cautela extrema, sendo, por
(B) havendo mais de um acusado, o tempo para acu- outro lado, necessária a motivação do decreto de prisão
sação não sofrerá acréscimo algum; na hipótese de o pronunciado encontrar-se solto.
(C) se houver mais de um defensor, caberá ao juiz dis- (C) A decisão de impronúncia não faz coisa julgada
ciplinar a divisão do tempo, independentemente da com- formal e material.
binação entre eles; (D) Se o advogado do acusado, regularmente intima-
(D) o assistente de acusação também deve ser consul- do, não comparecer à sessão de julgamento, e não houver
tado se deseja ou não fazer uso da réplica; escusa legítima, o julgamento será adiado uma única vez,
(E) os apartes deverão ser coibidos pelo Juiz Presiden- cabendo ao juiz-presidente intimar a Defensoria Pública
te, já que não regulamentados por lei. para o novo julgamento.
(E) Nos termos da lei, o sistema de colheita de depoi-
02. (TJ-CE - Analista Judiciário - Execução de Man- mentos em plenário é, para as partes, o do exame direto
dados - 2014 – CESPE) e cruzado, ao passo que, para os jurados, o sistema é o
(A) Não há previsão de recurso acerca da admissibili- indireto, ou presidencialista.
dade ou não do desaforamento, admitindo-se a possibili-
dade de impetração de mandado de segurança. 05. (DPE-MA - Defensor Público - Ano: 2015 - FCC)
(B) Se um secretário de Estado, com foro por prerro- O inquérito policial
gativa de função estabelecido pela Constituição estadual, (A) após seu arquivamento, poderá ser desarquivado
cometer um crime doloso contra a vida, ele terá de ser a qualquer momento para possibilitar novas investiga-
julgado pelo tribunal do júri. ções, desde que haja concordância do Ministério Público.
(C) A audiência da defesa é prescindível para o desa- (B) em curso poderá ser avocado por superior por
foramento de processo da competência do tribunal júri. motivo de interesse público.
(D) O desaforamento pode ocorrer na pendência de (C) poderá ser instaurado por requisição judicial, a
recurso contra a decisão de pronúncia, de tal modo que depender da análise de conveniência e oportunidade do
o pronunciamento pela instância superior dar-se-á após a delegado de polícia.
remessa dos autos para a outra jurisdição. (D) nos casos de ação penal privada e ação penal pú-
(E) O desaforamento não pode ser decretado simples- blica condicionada poderá ser instaurado mesmo sem a
mente para se assegurar a segurança pessoal do réu, sen- representação da vítima ou seu representante legal, des-
do imprescindível que exista dúvida sobre a imparcialida- de que se trate de crime hediondo.
de do júri ou que o interesse da ordem pública o reclame. (E) independentemente do crime investigado deverá
ser impreterivelmente concluído no prazo de 30 dias se o
03. (MPE-SC - Promotor de Justiça – 2013 - MPE- investigado estiver solto.
-SC) No procedimento relativo aos processos de compe-
tência do Tribunal do Júri, apresentada a defesa, o juiz 06. (PC-CE - Escrivão de Polícia Civil de 1ª Classe
ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre prelimi- – 2015 - VUNESP) A Lei nº 7.960/89 estabelece, em seu
nares e documentos, em 10 (dez) dias. art. 1º, inciso III, o rol de crimes para os quais é cabível a
decretação da prisão temporária quando imprescindível
( ) Certo ( ) Errado para as investigações do inquérito policial. Esse rol inclui
(A) o crime de assédio sexual.
(B) o crime de receptação qualificada.
(C) o crime de estelionato.
(D) o crime de furto qualificado.
(E) os crimes contra o sistema financeiro.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

07. (MPE-SE - Analista – Direito - 2013 - FCC) Em 11. (SEDS-TO - Analista Socioeducador – Direito
relação ao inquérito policial, - 2014 - FUNCAB) Considerando os temas inquérito po-
(A) o ofendido, ou seu representante legal, e o indicia- licial e ação penal, assinale a alternativa correta.
do poderão requerer qualquer diligência, que será realiza- (A) A autoridade policial não poderá mandar arquivar
da, ou não, a juízo da autoridade. autos de inquérito.
(B) nos crimes de ação penal de iniciativa pública, so- (B) O inquérito deverá terminar no prazo de 30 dias,
mente pode ser iniciado de ofício. se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver
(C) a autoridade policial poderá mandar arquivar os au- preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese,
tos de inquérito policial em caso de evidente atipicidade da a partir do dia em que se executar a ordem de prisão.
conduta investigada. (C) O Ministério Público poderá desistir da ação pe-
(D) se o indiciado estiver preso em flagrante, o inquéri- nal.
to policial deverá terminar no prazo máximo de cinco dias, (D) O prazo para oferecimento da denúncia, estando
salvo disposição em contrário. o réu preso, será de 30 dias, contado da data em que o
(E) é indispensável à propositura da ação penal de ini- órgão do Ministério Público receber os autos do inqué-
ciativa pública. rito policial.

08. (MPE-SP - Analista de Promotoria - 2015 – VU- 12. (PC-SP - Investigador de Polícia – 2014 - VU-
NESP) A prisão em flagrante, cautelar, realiza-se NESP) A prisão preventiva
(A) sem necessidade de avaliação posterior por autori- (A) é decretada pelo juiz.
dade judiciária, porque pode ser relaxada, a qualquer tem- (B) somente poderá ser decretada como garantia da
po, pela autoridade policial. ordem pública.
(B) diante de aparente tipicidade (fumus boni juris), (C) não poderá ser revogada pelo juiz.
mas confirmados ilicitude e culpabilidade. (D) poderá ser decretada pelo delegado de polícia.
(C) no momento em que está ocorrendo ou termina de (E) é admitida para qualquer crime ou contravenção.
ocorrer o crime.
(D) mediante expedição de mandado de prisão pela
13. (PC-GO - Delegado de Polícia – 2013 - UEG)
autoridade judiciária.
Sobre a prisão em flagrante, tem-se o seguinte:
(E) única e tão somente pela polícia judiciária.
(A) o auto de prisão em flagrante deverá ser lavrado
pela autoridade do local do crime onde foi efetivada a
09. (PC-SP -Investigador de Polícia – 2014 - VU-
captura, sob pena de nulidade absoluta.
NESP) O inquérito policial
(B) em até 24 (vinte e quatro) horas da realização da
(A) somente será instaurado por determinação do juiz
prisão, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota
competente.
(B) pode ser arquivado por determinação da Autorida- de culpa, assinada pelo juiz, sendo que a errônea capitu-
de Policial. lação dos fatos no mencionado documento gera nulida-
(C) estando o indiciado solto, deverá ser concluído no de do flagrante.
máximo em 10 dias. (C) o reconhecimento da nulidade do auto de prisão
(D) nos crimes de ação pública poderá ser iniciado de em flagrante atinge unicamente o seu valor como ins-
ofício. trumento de coação cautelar, não tendo repercussão no
(E) não poderá ser iniciado por requisição do Ministério processo-crime.
Público. (D) a falta de comunicação, no prazo legal, da prisão
em flagrante à autoridade judiciária nulifica-a, devendo o
10. (TJ-SE - Titular de Serviços de Notas e de Regis- magistrado, após oitiva do Ministério Público, determinar
tros – Provimento - 2014 - CESPE) No curso da tramita- seu imediato relaxamento.
ção do inquérito policial, o delegado de polícia,
(A) nos crimes em que a pena máxima cominada não
extrapole oito anos de reclusão, poderá conceder liberda-
de provisória, independentemente de fiança.
(B) independentemente de pronunciamento do juiz
competente, deverá proceder à instauração de incidente
de insanidade mental do indiciado, desde que este apre-
sente indícios dessa insanidade.
(C) a requerimento de qualquer pessoa, poderá deferir
a interceptação das comunicações telefônicas de indiciado.
(D) quando verificada a inexistência de indícios de au-
toria, deverá arquivar os autos do inquérito policial.
(E) ao ter conhecimento da infração penal, deverá pro-
ceder ao reconhecimento de pessoas e coisas e providen-
ciar a realização de acareações.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

14. (TRE-RS - Analista Judiciário – Administrativa – 03. Errado.


2015 - CESPE) Foi recebida pelo juiz denúncia oferecida Código Processual Penal:
pelo MP contra Pedro e João, imputando-lhes a prática de Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministé-
crime de extorsão realizada dentro de uma universidade. rio Público ou o querelante sobre preliminares e documen-
Uma das vítimas resolveu intervir no processo, como assis- tos, em 5 (cinco) dias.
tente de acusação.
Tendo como referência a situação hipotética apresen- 04. B.
tada, assinale a opção correta. A Alternativa B está incorreta, pois a decisão precisa
(A) Deferida a habilitação, o assistente de acusação re- ser motivada.
ceberá a causa desde a petição inicial e, conforme o caso, Senão vejamos:
deverão ser repetidos os atos anteriores a sua habilitação. Código Processual Penal:
(B) Da decisão que admitir ou denegar a intervenção Art. 413, § 3º. O juiz decidirá, motivadamente, no caso
da vítima caberá recurso em sentido estrito ao juízo de se- de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou
gundo grau. medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e,
(C) Ao assistente de acusação será permitido propor tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da de-
meios de provas, tais como perícias e acareações, participar cretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas
de debates orais e aditar articulados, e também arrazoar os previstas no Título IX do Livro I deste Código.
recursos interpostos pelo MP.
(D) A vítima poderá habilitar-se como assistente de 05. B.
acusação na fase preliminar das investigações, após a ins- De acordo com a Lei n. 12.830/13
tauração do inquérito policial. Art. 2.
(E) O assistente de acusação poderá arrolar testemu- (...)
nhas e aditar a denúncia oferecida pelo MP. § 4º O inquérito policial ou outro procedimento pre-
visto em lei em curso somente poderá ser avocado ou re-
15. (TRE-RS - Analista Judiciário – Administrativa – distribuído por superior hierárquico, mediante despacho
2015 - CESPE) No que se refere a intimações e citações no fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hi-
processo penal, assinale a opção correta. póteses de inobservância dos procedimentos previstos em
(A) A citação ou a intimação do militar da ativa será regulamento da corporação que prejudique a eficácia da
feita mediante a expedição pelo juízo processante de um investigação.
ofício, que será remetido ao chefe do serviço, cabendo ao
oficial de justiça a citação do acusado. 06. E.
(B) Na hipótese de expedição de carta precatória para De acordo com a Legislação:
a citação, se o acusado não se encontrar na comarca do Art. 1° Caberá prisão temporária:
juiz deprecado e estiver em local conhecido, a precatória (...)
deverá ser devolvida ao juiz deprecante para uma nova ex- III - quando houver fundadas razões, de acordo com
pedição. qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou
(C) A citação ficta ou presumida será realizada por edi- participação do indiciado nos seguintes crimes:
tal, pelo correio ou por email. (...)
(D) Na hipótese de o réu estar no estrangeiro, em local o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de
sabido, será sempre citado por carta rogatória, mesmo que 16 de junho de 1986).
a infração penal seja afiançável.
(E) De acordo com o CPP, será pessoal a intimação do 07. A.
MP, do defensor constituído, do advogado do querelante e Código Processual Penal:
do advogado do assistente de acusação. Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o
indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será
RESPOSTAS: realizada, ou não, a juízo da autoridade.

1. D. 08. C.
A Alternativa D está CORRETA: Consoante Código Pro- Código Processual Penal:
cessual Penal: Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
Art. 476, § 1º “O assistente falará depois do Ministério I - está cometendo a infração penal;
Público”, do mesmo modo deverá ser consultado quando II - acaba de cometê-la;
à réplica. III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça
02. B. presumir ser autor da infração;
Súmula 721 STF: A competência constitucional do Tri- IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, ar-
bunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de mas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor
função estabelecido exclusivamente pela Constituição es- da infração.
tadual.

25
DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o 15. D.


agente em flagrante delito enquanto não cessar a perma- Acerca da citação, na hipótese de o réu estar no estran-
nência. geiro, em local sabido, será sempre citado por carta roga-
tória, mesmo que a infração penal seja afiançável. Sobre a
09. D. citação, dispõe o CPP:
A) ERRADA: O IP pode ser instaurado por diversas for- Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar
mas (de ofício, por requisição do MP, etc.). sabido, será citado mediante carta rogatória, suspenden-
B) ERRADA: A autoridade policial NUNCA poderá man- do-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumpri-
dar arquivar autos de IP, nos termos do art. 17 do CPP. mento.
C) ERRADA: Estando o indiciado solto o prazo para a
conclusão do IP é de 30 dias, prorrogáveis.
D) CORRETA: Item correto, pois nos crimes de ação pe-
nal pública o IP pode ser instaurado de ofício, ainda que
seja necessário, no caso de crimede ação penal pública
condicionada à representação, que a autoridade já dispo-
nha de manifestação inequívoca da vítima (representação)
no sentido de que deseja a persecução penal.
e) ERRADA: Item errado, pois o IP pode ser instaurado
por requisição do MP.

10. E.
CPP - Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática
da infração penal, a autoridade policial deverá:
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e
a acareações;

11. A.
Dispõe o artigo 17 do CPP: A autoridade policial não
poderá mandar arquivar autos de inquérito.

12. A.
Conforme o Art. 238 do CPP:
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagran-
te delito ou por ordem escrita e fundamentada da autori-
dade judiciária competente, em decorrência de sentença
condenatória transitada em julgado ou, no curso da inves-
tigação ou do processo, em virtude de prisão temporária
ou prisão preventiva.

13. C.
Código Processual Penal:
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz com-
petente, ao Ministério Público e à família do preso ou à
pessoa por ele indicada
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização
da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de
prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome
de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.

14. C.
A presente questão está embasada no artigo 271 do
Código Processual Penal que dita:
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de
prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o libelo
e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os re-
cursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele pró-
prio, nos casos dos arts. 584, § 1o, e 598.

26
LEIS ESPECIAIS

Tráfico ilícito e uso indevido de substâncias entorpecentes (Lei nº 11.343/2006);........................................................................ 01


Violência doméstica e familiar contra a mulher (Lei 11.340/06); ......................................................................................................... 16
Crimes hediondos (Lei nº 8.072/1990); .......................................................................................................................................................... 25
Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor (Lei nº 7.716/1989); ................................................................................... 29
Crimes de tortura (Lei nº 9.455/1997) ............................................................................................................................................................ 34
Estatuto do desarmamento (Lei nº 10.826/2003); ..................................................................................................................................... 37
Estatuto da criança e do adolescente (Lei nº 8.069/1990) – Art. 225 a 258-B; ............................................................................... 45
Abuso de autoridade (Lei nº 4.898/65). ......................................................................................................................................................... 50
Infrações penais de menor potencial ofensivo (artigo 60 ao 92 da Lei 9.099/95); ....................................................................... 56
Código de trânsito brasileiro - crimes de trânsito (artigos 302 ao 312-A da Lei n.º 9.503/97)................................................. 60
LEIS ESPECIAIS

A ressalva da norma quanto às autorizações legais e re-


TRÁFICO ILÍCITO E USO INDEVIDO DE gulamentares é relevante porque muitos dos vegetais que
SUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES (LEI podem ser empregados para a produção de drogas igual-
11.343/06); mente podem servir de matéria-prima para a elaboração
de remédios ou serem usados em experimentos científicos.
Caberá ao Ministério da Saúde autorizar e fiscalizar o em-
prego destas substâncias de forma lícita.
Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre O artigo 32, 4 da Convenção de Viena prevê: “O Esta-
Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso do em cujo território cresçam plantas silvestres que con-
indevido, atenção e reinserção social de usuários e depen- tenham substâncias psicotrópicas dentre as incluídas na
dentes de drogas; estabelece normas para repressão à pro- Lista I, e que são tradicionalmente utilizadas por pequenos
dução não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define grupos, nitidamente caracterizados, em rituais mágicos ou
crimes e dá outras providências. religiosos, poderão, no momento da assinatura, ratificação
ou adesão, formular reservas, em relação a tais plantas,
TÍTULO I com respeito às disposições do art. 7º, exceto quanto às
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES disposições relativas ao comércio internacional”. Um exem-
plo que pode ser dado de ritual religioso é o da seita Santo
Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Daime, cujo uso do chá de ayahuasca é incorporado aos
Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para ritos corriqueiros em suas celebrações (o CONAD, órgão do
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de SISNAD, autorizou o uso da substância, que tem proprie-
usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para dades alucinógenas, pela Resolução nº 04, de 04.11.2004).
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de
drogas e define crimes. TÍTULO II
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS
como drogas as substâncias ou os produtos capazes de SOBRE DROGAS
causar dependência, assim especificados em lei ou re-
lacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Art. 3o O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar,
Poder Executivo da União. organizar e coordenar as atividades relacionadas com:
A lei tem três escopos: cria o SISNAD, fixa medidas de I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a rein-
prevenção e de reinserção social e estabelece normas de serção social de usuários e dependentes de drogas;
repressão.
II - a repressão da produção não autorizada e do
Se a Lei é de Drogas, a pergunta que se faz é: o que são
tráfico ilícito de drogas.
drogas? No linguajar técnico, drogas são substâncias en-
O Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas
torpecentes ou que causam dependência física ou psíquica.
– SISNAD veio para substituir o Sistema Nacional Antidro-
Substância = Matéria-prima (ex.: folha de coca).
Produto = substância manipulada pelo homem (ex.: cocaína). gas. O aspecto punitivo associado ao preventivo fica evi-
O parágrafo único traz uma norma penal em branco, dente na previsão de competências do SISNAD.
prevendo que a lei ou listas atualizadas do Executivo fede- Basicamente, compete ao SISNAD a prescrição de me-
ral (portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998) irão didas para a prevenção do uso indevido de drogas, tra-
determinar quais são estas drogas abrangidas pela Lei no tamento e reinserção social dos usuários e dependentes,
11.343/2006. Basicamente, significa que uma norma diver- além do estabelecimento de normas e mecanismos para
sa que estabelecerá as substâncias abrangidas pela lei de o combate ao narcotráfico. Também é de sua atribuição a
drogas – se a substância não estiver listada, então não é proposta de criação de normas penais incriminadoras ao
abrangida pela lei e o fato é atípico, mesmo que a substân- Poder Legislativo.
cia cause dependência (ex.: álcool).
CAPÍTULO I
Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território nacional, DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DO SISTEMA
as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser
extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese Art. 4o São princípios do Sisnad:
de autorização legal ou regulamentar, bem como o que I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa
estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua
Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de liberdade;
uso estritamente ritualístico-religioso. II - o respeito à diversidade e às especificidades po-
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a pulacionais existentes;
cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste III - a promoção dos valores éticos, culturais e de ci-
artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, dadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores
em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, de proteção para o uso indevido de drogas e outros compor-
respeitadas as ressalvas supramencionadas.
tamentos correlacionados;

1
LEIS ESPECIAIS

IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla O SISNAD é o órgão responsável pela orientação cen-
participação social, para o estabelecimento dos funda- tral e execução descentralizada de suas políticas no âmbito
mentos e estratégias do Sisnad; Federal, Estadual e Municipal.
V - a promoção da responsabilidade compartilhada
entre Estado e Sociedade, reconhecendo a importância da Art. 8o (VETADO)
participação social nas atividades do Sisnad;
VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fa- CAPÍTULO III
tores correlacionados com o uso indevido de drogas, com (VETADO)
a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito; (não é
apenas um fator que leva alguém a usar ou traficar drogas, Art. 9o a 14. (VETADO)
mas uma série de fatores conjugados)
VII - a integração das estratégias nacionais e inter- O fundamento para tantos vetos consiste no fato de
nacionais de prevenção do uso indevido, atenção e reinser- que o Poder Executivo entendeu que o Poder Legislativo
ção social de usuários e dependentes de drogas e de repres- havia excedido suas atribuições ao regulamentar o SISNAD.
são à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito; Afinal, quando o legislador normatiza a criação de um ór-
VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Pú- gão no âmbito do Poder Executivo, deve se limitar a regras
blico e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à gerais, como princípios e atribuições, preservando o poder
cooperação mútua nas atividades do Sisnad; de auto-organização do Executivo. Neste sentido, suprindo
IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reco- os dispositivos vetados, o Poder Executivo Federal instituiu
nheça a interdependência e a natureza complementar das o Decreto nº 5.912/2006, que regulamentou o SISNAD e os
atividades de prevenção do uso indevido, atenção e rein- órgãos que o compõem.
serção social de usuários e dependentes de drogas, repressão
da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas; CAPÍTULO IV
X - a observância do equilíbrio entre as atividades de DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFOR-
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social
MAÇÕES SOBRE DROGAS
de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua
produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a
Art. 15. (VETADO)
garantir a estabilidade e o bem-estar social;
XI - a observância às orientações e normas emanadas
Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da aten-
do Conselho Nacional Antidrogas - Conad.
ção à saúde e da assistência social que atendam usuários
ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão
Art. 5o O Sisnad tem os seguintes objetivos:
I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visan- competente do respectivo sistema municipal de saúde
do a torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a
de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e identidade das pessoas, conforme orientações emanadas da
outros comportamentos correlacionados; União.
II - promover a construção e a socialização do conhe-
cimento sobre drogas no país; Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão
III - promover a integração entre as políticas de pre- ao tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de informa-
venção do uso indevido, atenção e reinserção social de ções do Poder Executivo.
usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua pro- Será adotado um mecanismo de integração de dados,
dução não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas públi- mas cada município manterá suas próprias estatísticas a
cas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, partir das informações das instituições de saúde e assis-
Distrito Federal, Estados e Municípios; tência social.
IV - assegurar as condições para a coordenação, a in-
tegração e a articulação das atividades de que trata o art. TÍTULO III
3o desta Lei. DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVI-
DO, ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E
CAPÍTULO II DEPENDENTES DE DROGAS
DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO DO SISTE- CAPÍTULO I
MA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DRO- DA PREVENÇÃO
GAS
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso
Art. 6o (VETADO) indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcio-
nadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e
Art. 7o A organização do Sisnad assegura a orientação risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores
central e a execução descentralizada das atividades de proteção.
realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital,
estadual e municipal e se constitui matéria definida no regu- Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de
lamento desta Lei. drogas devem observar os seguintes princípios e diretrizes:

2
LEIS ESPECIAIS

I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como CAPÍTULO II


fator de interferência na qualidade de vida do indiví- DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO
duo e na sua relação com a comunidade à qual pertence; SOCIAL DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS
II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamenta-
ção científica como forma de orientar as ações dos serviços Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário
públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e dependente de drogas e respectivos familiares, para
e estigmatização das pessoas e dos serviços que as aten- efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualida-
dam; de de vida e à redução dos riscos e dos danos associados
III - o fortalecimento da autonomia e da responsa- ao uso de drogas.
bilidade individual em relação ao uso indevido de drogas;
IV - o compartilhamento de responsabilidades e a Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do
colaboração mútua com as instituições do setor privado usuário ou do dependente de drogas e respectivos familiares,
e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua inte-
dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio do gração ou reintegração em redes sociais.
estabelecimento de parcerias;
V - a adoção de estratégias preventivas diferencia- Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção
das e adequadas às especificidades socioculturais das social do usuário e do dependente de drogas e respectivos
diversas populações, bem como das diferentes drogas uti- familiares devem observar os seguintes princípios e dire-
lizadas; trizes:
VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retarda- I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas,
mento do uso” e da redução de riscos como resultados independentemente de quaisquer condições, observados os
desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e di-
da definição dos objetivos a serem alcançados; retrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de
VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais Assistência Social;
vulneráveis da população, levando em consideração as
II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção
suas necessidades específicas;
e reinserção social do usuário e do dependente de dro-
VIII - a articulação entre os serviços e organizações
gas e respectivos familiares que considerem as suas peculia-
que atuam em atividades de prevenção do uso indevido de
ridades socioculturais;
drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de dro-
III - definição de projeto terapêutico individualizado,
gas e respectivos familiares;
orientado para a inclusão social e para a redução de riscos e
IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais,
de danos sociais e à saúde;
artísticas, profissionais, entre outras, como forma de inclu-
IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos
são social e de melhoria da qualidade de vida;
X - o estabelecimento de políticas de formação con- respectivos familiares, sempre que possível, de forma multi-
tinuada na área da prevenção do uso indevido de drogas disciplinar e por equipes multiprofissionais;
para profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino; V - observância das orientações e normas emanadas
XI - a implantação de projetos pedagógicos de pre- do Conad;
venção do uso indevido de drogas, nas instituições de en- VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de con-
sino público e privado, alinhados às Diretrizes Curriculares trole social de políticas setoriais específicas.
Nacionais e aos conhecimentos relacionados a drogas;
XII - a observância das orientações e normas emana- Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos
das do Conad; Estados, do Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão
XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle programas de atenção ao usuário e ao dependente de
social de políticas setoriais específicas. drogas, respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e
Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso os princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a
indevido de drogas dirigidas à criança e ao adolescente previsão orçamentária adequada.
deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas
pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adoles- Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
cente - Conanda. nicípios poderão conceder benefícios às instituições pri-
vadas que desenvolverem programas de reinserção no
O combate às drogas não se faz apenas com a punição, mercado de trabalho, do usuário e do dependente de drogas
pois há necessidade da prevenção, sendo que a prevenção encaminhados por órgão oficial.
depende de políticas públicas que a almejem, o que fica
claro no artigo 18. O artigo seguinte descreve as diretrizes Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins
e os princípios de prevenção, que vão desde o tratamento lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da
adequado dos dependentes até a inserção de temas afe- assistência social, que atendam usuários ou dependentes de
tos à área de interesse nos currículos escolares, conferindo drogas poderão receber recursos do Funad, condicionados
atenção às repercussões sociais e econômicas no âmbito à sua disponibilidade orçamentária e financeira.
do tema das drogas.

3
LEIS ESPECIAIS

Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em Elemento normativo: sem autorização ou em desacor-
razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo do com determinação legal ou regulamentar.
pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de Ação penal: pública incondicionada.
segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua
saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário. I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
A lei pretende inserir nas atividades de atenção não III - medida educativa de comparecimento a progra-
apenas os usuários, mas também os familiares, integran- ma ou curso educativo.
do-os em redes sociais que ofertem assistência integral à O artigo 27 já afirma que as penas podem ser aplicadas
saúde física e psicológica, mediante atendimento multidis- de forma isolada ou cumulativa e não o serão necessaria-
ciplinar. Evidentemente que estas políticas públicas exigem mente nesta ordem dos incisos (o juiz analisará a culpabi-
recursos orçamentários, que devem contar com dotação lidade caso a caso).
própria. Além disso, serão prestadas tanto pelo setor públi- Advertência: o sujeito comparece em cartório e assina
co quanto por instituições privadas em parceria. um termo em que constam os efeitos deletérios que o uso
da droga pode causar.
CAPÍTULO III Pena restritiva de direitos: deverá ser cumprida em
DOS CRIMES E DAS PENAS programas comunitários, entidades educacionais ou assis-
tenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferen-
ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como cialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação
substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Pú- de usuários e dependentes de drogas. A intenção é que o
blico e o defensor. usuário perceba os efeitos danosos que as drogas podem
Os crimes descritos neste capítulo, que não são os pra- causar.
ticados por traficantes, mas sim por usuários, não possuem Medida educativa de comparecimento a programa ou
uma pena taxativa aplicável. O artigo 28 descreve três tipos curso educativo: aqui também a intenção é que o usuário
de penas, nenhuma delas privativa de liberdade, as quais perceba os efeitos danosos das drogas, sob o viés educativo.
poderão ser aplicadas cumulativamente. Em que pese a não mais aplicação de pena privativa de
liberdade, o entendimento majoritário é de que legislador
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, optou por manter a criminalização das condutas. Há quem
transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, diga que como o artigo 1o da Lei de Introdução ao Código
drogas sem autorização ou em desacordo com determi- Penal prevê que crime é a infração penal a que a lei comi-
nação legal ou regulamentar será submetido às seguintes ne pena de reclusão ou detenção, não sendo o caso deste
penas: artigo 28, então não se estaria diante de crime. O enten-
O crime é de perigo abstrato e coletivo, não se exigin- dimento não predomina (STF e STJ já se manifestaram no
do a produção de dano. sentido de que não houve descriminalização, embora no
Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a STF o tema ainda esteja sendo debatido), sendo mais cor-
saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con- reto falar em despenalização e não em descriminalização.
sideradas (secundário). Atenção: O debate sobre a descriminalização de pe-
Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado quenas quantidades de entorpecentes é feito no STF no
por qualquer pessoa. Recurso Extraordinário 635.659, que tem repercussão geral
Sujeito passivo: coletividade. reconhecida. Até o momento foram proferidos três votos
Objeto material: droga. nesse caso – suspenso por pedido de vista do ministro
Tipo objetivo: adquirir significa obter ou conseguir o Teori Zavascki (morto em janeiro de 2017) –, todos pela
objeto material de forma onerosa ou gratuita; guardar tem inconstitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas (Lei
o sentido de conservar ou manter o objeto material consigo 11.343/2006), que criminaliza o porte de drogas para con-
para uso próprio futuro, mas longe das vistas; ter em depó- sumo pessoal. Luís Roberto Barroso e Edson Fachin enten-
sito é praticamente sinônimo de guardar; transportar tem deram que a descriminalização apenas atingiria a maconha
o sentido de levar a droga de um local para outro que não e Gilmar Mendes que atingiria todas drogas.
seja por meio pessoal, que caracteriza a conduta de trazer
consigo; trazer consigo significa portar, ter ou manter o ob- § 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu
jeto material consigo ou ao alcance para seu pronto uso. consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas des-
A conduta de fazer uso da droga, pura e simplesmente, é tinadas à preparação de pequena quantidade de subs-
fato atípico. O tipo objetivo é misto ou de conteúdo varia- tância ou produto capaz de causar dependência física ou
do, o que significa que na prática de mais de uma conduta psíquica.
simultânea o crime é único. Admite-se a tentativa em todos Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a
os verbos, teoricamente, mas devido à diversidade de con- saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con-
dutas previstas no tipo raramente ocorrerá. sideradas (secundário).
Elemento subjetivo: dolo, que deve atender ao intuito Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado
específico de consumo pessoal. por qualquer pessoa.

4
LEIS ESPECIAIS

Sujeito passivo: coletividade. nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um,
Objeto material: plantas. segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um
Tipo objetivo: semear é o ato de lançar sementes a trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário
terra para que possam germinar, cultivar significa manter mínimo.
plantação, colher tem o sentido de apanhar as plantas. Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição
Sendo tipo misto alternativo ou de conteúdo variado, a da multa a que se refere o § 6o do art. 28 serão creditados à
prática simultânea das três condutas no mesmo contexto conta do Fundo Nacional Antidrogas.
caracteriza crime único. É cabível a tentativa. A multa apenas será aplicada se o apenado se recu-
Elemento subjetivo: dolo, que deve atender ao intuito sar a prestar os serviços à comunidade ou a comparecer
específico de consumo pessoal. a curso ou programa educativo. No caso, será de 40 a 100
Ação penal: pública incondicionada. dias-multa, sendo que cada dia-multa terá o valor mínimo
de 1/30 do salário mínimo e o valor máximo de 3x o salário
§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consu- mínimo.
mo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da
substância apreendida, ao local e às condições em que Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e
se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, a execução das penas, observado, no tocante à interrup-
bem como à conduta e aos antecedentes do agente. ção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código
Não se trata de circunstâncias taxativas, mas exemplifi- Penal.
cativas. Outras poderão ser somadas para que o juiz possa
decidir sobre qual o crime praticado. TÍTULO IV
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA
§ 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) CAPÍTULO I
meses. DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos in-
cisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo Art. 31. É indispensável a licença prévia da autorida-
máximo de 10 (dez) meses. de competente para produzir, extrair, fabricar, transformar,
Se a conduta é crime, evidente que pode gerar rein- preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar,
cidência, caso em que dobra o prazo máximo de duração reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, com-
da pena. Tal reincidência deve ser específica, nas mesmas prar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou
condutas descritas neste artigo 28. matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as
demais exigências legais.
§ 5o A prestação de serviços à comunidade será cum- Embora a regra seja a proibição, excepciona-se me-
prida em programas comunitários, entidades educacionais diante licença prévia da autoridade competente, obser-
ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, pú- vadas as exigências legais. Trata-se de exceção necessária
blicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, prefe- porque muitas drogas são empregadas pela indústria far-
rencialmente, da prevenção do consumo ou da recupe- macêutica para a produção de remédios, dentre eles anes-
ração de usuários e dependentes de drogas. tésicos e potentes analgésicos.
§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas edu-
cativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente
injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz sub- destruídas pelo delegado de polícia na forma do art.
metê-lo, sucessivamente a: 50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame peri-
I - admoestação verbal; cial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições
II - multa. encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as
Se o não comparecimento deve ser injustificado, é pre- medidas necessárias para a preservação da prova.
ciso conferir oportunidade para que o apenado justifique § 1o e § 2o (Revogados).
sua ausência. § 3o Em caso de ser utilizada a queimada para destruir
a plantação, observar-se-á, além das cautelas necessárias
§ 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto no
disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a
saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamen- autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacio-
to especializado. nal do Meio Ambiente - Sisnama.
O infrator tem direito a tratamento médico gratuito § 4o As glebas cultivadas com plantações ilícitas se-
para livrá-lo do vício ou do uso de drogas. rão expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da Cons-
tituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se A destruição das plantações ilícitas deve ser imediata,
refere o inciso II do § 6o do art. 28 (multa), o juiz, atenden- apenas armazenando-se o suficiente para perícia, essen-
do à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias- cial para a demonstração de culpabilidade nos autos. Se a
-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) destruição for se dar por queimada, providências de pre-

5
LEIS ESPECIAIS

servação ambiental devem ser tomadas, mas dispensa-se Atenção - Muitas das condutas aqui previstas também
autorização do órgão competente do Sisnama. As terras constam do artigo 28, o que diferencia é o dolo específico
serão desapropriadas (art. 243, CF). daquele tipo, pois no tipo de tráfico de drogas a intenção
não é o consumo pessoal.
CAPÍTULO II Elemento subjetivo: dolo.
DOS CRIMES Elemento normativo: sem autorização ou em desacor-
do com determinação legal ou regulamentar.
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, pro- Ação penal: pública incondicionada.
duzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer,
ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, § 1o Nas mesmas penas incorre quem:
prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire,
drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito,
desacordo com determinação legal ou regulamentar: transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamen-
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e paga- te, sem autorização ou em desacordo com determinação le-
mento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias- gal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto
-multa. químico destinado à preparação de drogas;
Tipicamente, trata-se do delito de tráfico de drogas. Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a
Os tipos dos artigos art. 33, § 1º, 34 e 36 são equiparados saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con-
a este, sendo subespécies de tráfico de drogas. Tanto este sideradas (secundário).
quanto os apontados como equiparados são considerados Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado
crimes equiparados a hediondos (art. 2o, Lei no 8.072/1990). por qualquer pessoa.
Crime de perigo abstrato e coletivo. Sujeito passivo: coletividade.
Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a Tipo objetivo: Os tipos objetivos descritos se asseme-
saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con- lham ao do caput, sendo relevante observar que o tráfico
sideradas (secundário). ocorre mesmo quando o objeto material não é a droga. Da
Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado mesma forma, em tese, cabe tentativa.
por qualquer pessoa, exceto na conduta de prescrever, que Objeto material: não é a droga, mas uma matéria-pri-
somente pode ser praticada por médico ou dentista (crime ma (substância original e básica), insumo (substância ou
próprio). insumo necessário, mas não indispensável) ou produto
Sujeito passivo: coletividade. Eventualmente, poderá químico (produto resultante de composição química), que
ser sujeito passivo secundário a criança, o adolescente ou a sejam destinados ou possam vir a ser empregados em pro-
pessoa que tem suprimida a capacidade de entendimento dução de drogas.
ou de autodeterminação (art. 40, VI), que recebam a droga Elemento subjetivo: dolo, com o fim específico de que
para usá-la. a matéria-prima, o insumo ou o produto sejam destinados
Objeto material: droga. à produção de droga.
Tipo objetivo: importar significa fazer entrar em terri- Elemento normativo: sem autorização ou em desacor-
tório nacional; exportar significa fazer sair do território na- do com determinação legal ou regulamentar.
cional; remeter significa mandar ou enviar de um local para Ação penal: pública incondicionada.
outro; preparar é misturar substâncias para fazer surgir a
espécie de droga; produzir é elaborar uma nova espécie II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização
de droga; fabricar significa preparar ou produzir em lar- ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar,
ga escala; adquirir implica em obter ou conseguir o obje- de plantas que se constituam em matéria-prima para a
to material de forma onerosa ou gratuita; vender é alienar preparação de drogas;
onerosamente; expor a venda é exibir com o intuito de que Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a
possa ser comprado; oferecer é sugerir a aquisição, mesmo saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con-
por gestos ou palavras; ter em depósito é a retenção ou sideradas (secundário).
manutenção do objeto material para sua disponibilidade, Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado
ou seja, para a venda ou fornecimento; transportar significa por qualquer pessoa.
levar de um lugar ao outro; ter ou manter o objeto material Sujeito passivo: coletividade.
consigo ou ao seu alcance para sua pronta disponibilidade; Tipo objetivo: Semear é o ato de lançar sementes na
guardar é reter consigo em nome de terceiro; prescrever terra para que possam germinar. Cultivar significa manter
é receitar; ministrar é introduzir no organismo de outrem; plantação. Fazer a colheita tem o sentido de apanhar as
entregar a consumo é a regra genérica que vale para toda plantas. Em tese, cabe tentativa. Sendo praticada mais de
conduta de disponibilizar; fornecer significa entregar, de uma conduta no mesmo contexto, o crime é único.
forma onerosa ou gratuita. O tipo descreve múltiplas con- Objeto material: plantas (ex.: folha de coca, cannabis).
dutas e a prática de mais de uma delas no mesmo contexto Elemento subjetivo: dolo.
implica em crime único. Por isso mesmo, é difícil ocorrer a Ação penal: pública incondicionada.
tentativa, embora teoricamente seja viável.

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LEIS ESPECIAIS

III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de Elemento subjetivo: dolo.


que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vi- Elemento normativo: o uso deve ser indevido, se a lei
gilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda apoiar o uso então o fato é atípico.
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com Ação penal: pública incondicionada.
determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito
de drogas. § 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo
Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a
saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con- consumirem:
sideradas (secundário). Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e paga-
Sujeito ativo: O crime é próprio, pois exige a condi- mento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-
ção especial de possuir propriedade, posse, administração, -multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
guarda ou vigilância do local ou do bem. Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a
Sujeito passivo: coletividade. saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con-
Tipo objetivo: Na utilização do local (coisa imóvel) ou sideradas (secundário).
bem (coisa móvel), o próprio sujeito ativo utiliza o local Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado
ou bem para o tráfico de drogas (como a utilização efetiva por qualquer pessoa, mas exige-se que a pessoa seja do
pode ou não ocorrer, admite tentativa). No consentimento mesmo círculo de relacionamento (ex.: amigo, parente, na-
para a utilização do local ou bem, não é o sujeito ativo morado, colega de trabalho).
que emprega o local ou bem para o tráfico de drogas, mas Sujeito passivo: coletividade. Eventualmente, poderá
terceiro por ele autorizado, o qual poderá responder por ser sujeito passivo secundário a criança, o adolescente ou a
tráfico de drogas (noutro tipo do art. 33) (como o consenti- pessoa que tem suprimida a capacidade de entendimento
mento é ato unissubsistente, não se admite tentativa). ou de autodeterminação (art. 40, VI), que recebam a droga
Elemento subjetivo: dolo, específico pois exige-se a es- para usá-la.
pecial finalidade de emprego do local ou bem para o trá- Objeto material: droga.
Tipo objetivo: oferecer significa sugerir a aquisição,
fico de drogas.
que deve ser gratuita, entendendo-se que a conduta de
Elemento normativo: sem autorização ou em desacor-
fornecer gratuitamente a pessoa de seu círculo está aqui
do com determinação legal ou regulamentar.
amparada. Cabe tentativa, mas não é preciso que se aceite
Ação penal: pública incondicionada.
a droga ofertada ou fornecida.
Elemento subjetivo: dolo, sendo que o propósito deve
§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso in-
ser de uso eventual e compartilhado com pessoa de seu
devido de droga:
relacionamento.
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de
Ação penal: pública incondicionada.
100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a § 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste arti-
saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con- go, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois
sideradas (secundário). terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos,
Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado desde que o agente seja primário, de bons antecedentes,
por qualquer pessoa. não se dedique às atividades criminosas nem integre
Sujeito passivo: coletividade. Eventualmente, poderá organização criminosa.
ser sujeito passivo secundário a criança, o adolescente ou a Fixa-se aqui uma causa de diminuição de pena.
pessoa que tem suprimida a capacidade de entendimento A Resolução nº 5/2012 suspendeu o dispositivo no que
ou de autodeterminação (art. 40, VI), que recebam a droga tange à vedação à aplicação de penas restritivas de direitos
para usá-la. porque a expressão foi declarada inconstitucional por de-
Objeto material: droga. cisão definitiva do Supremo Tribunal Federal nos autos do
Tipo objetivo: induzir é incutir ou criar na mente a von- Habeas Corpus nº 97.256/RS.
tade do uso indevido de droga; instigar é alimentar uma
ideia pré-existente de tal uso; auxiliar é prestar colaboração Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer,
material (ex.: levar a pessoa na boca de fumo). Em tese cabe vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar
tentativa, quando nas condutas de induzir ou instigar não ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, apare-
se produz no outro a vontade de usar a droga. Não há ten- lho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabri-
tativa na modalidade de auxílio. cação, preparação, produção ou transformação de dro-
Segundo o STF, a tipificação deve excluir qualquer sig- gas, sem autorização ou em desacordo com determinação
nificado que enseje a proibição de manifestações e deba- legal ou regulamentar:
tes públicos acerca da descriminalização ou legalização do Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento
uso de drogas ou de qualquer substância que leve o ser de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
humano ao entorpecimento episódico, ou então viciado, Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a
das suas faculdades psicofísicas – “Marcha da Maconha” saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con-
(ADI 4274, Rel. Min. Ayres Britto, v. u., j. 23.11.2011). sideradas (secundário).

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LEIS ESPECIAIS

Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a
por qualquer pessoa. saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con-
Sujeito passivo: coletividade. sideradas (secundário).
Tipo objetivo: Os tipos objetivos descritos se asseme- Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado
lham bastante aos do caput do art. 33, mudando o objeto por qualquer pessoa, mas exige no mínimo duas pessoas
material. Da mesma forma, em tese, cabe tentativa (sal- (crime plurissubjetivo).
vo na oferta quando verbal e no fornecimento habitual), Sujeito passivo: coletividade.
mas sendo tipo misto de conteúdo variado ela dificilmente Tipo objetivo: Consiste em associarem-se para a prática
ocorrerá. reiterada do crime de financiamento ou custeio para o trá-
Objeto material: maquinários, aparelhos, instrumentos fico de drogas (art. 36). Enquanto o caput define a conduta
ou quaisquer objetos destinados à fabricação, prepara- de associação para o tráfico de drogas, o tipo em questão
ção, produção ou transformação de drogas. Maquinário é criou a associação destinada a financiar ou custear a prática
o conjunto de peças ou uma máquina. Aparelho é o con- de um dos crimes descritos nos artigos 33, caput, §1º, ou 34
junto de mecanismos ou engenho. Instrumento é o objeto (tráfico de drogas). Há necessidade de vínculo psicológico
empregado para a execução de um trabalho. Traz-se uma para a prática do delito do art. 36 por tempo indetermina-
fórmula genérica de que se incluem quaisquer outros ob- do. Aqui, a associação tem que ser habitual, não eventual.
jetos semelhantes aos anteriores. Os objetos devem ser Devido à habitualidade, não há possibilidade de tentativa.
destinados à fabricação, produção, preparação ou trans- Elemento subjetivo: dolo, com a finalidade especial de
formação de drogas. Preparação é a reunião de elementos praticar o crime descrito no art. 36 por tempo indetermi-
para a elaboração de uma droga já conhecida. Produção nado.
significa elaborar uma nova espécie de droga. Fabricação Ação penal: pública incondicionada.
significa a preparação ou produção de droga em larga es-
cala. Transformação tem o sentido de mudar a natureza da Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer
droga para outra. dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta
Elemento subjetivo: dolo, que deve abranger o conhe- Lei:
cimento de o objeto material ser destinado à fabricação, Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e paga-
preparação, produção ou transformação de drogas. mento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-
Elemento normativo: sem autorização ou em desacor- -multa.
do com determinação legal ou regulamentar. Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a
Ação penal: pública incondicionada. saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con-
sideradas (secundário).
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado
fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos por qualquer pessoa.
crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Sujeito passivo: coletividade.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento Tipo objetivo: Financiar ou custear são termos sinôni-
de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa. mos, que significam prover as despesas com dinheiro ou
Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a bens. O objeto da conduta é qualquer dos crimes descritos
saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con- nos artigos 33, caput, § 1º, ou 34, i. e., delitos considerados
sideradas (secundário). como tráfico de drogas.
Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado Elemento subjetivo: dolo.
por qualquer pessoa, mas exige no mínimo duas pessoas Ação penal: pública incondicionada.
(crime plurissubjetivo).
Sujeito passivo: coletividade. Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, or-
Tipo objetivo: O verbo “associarem-se” significa a reu- ganização ou associação destinados à prática de qualquer
nião com vínculo estável e permanente (tempo indetermi- dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta
nado), no caso, de duas ou mais pessoas. A associação não Lei:
precisa ser reiterada, ou seja, habitual. Há necessidade de Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento
vínculo psicológico para a prática dos delitos por tempo de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.
indeterminado. O tipo é autônomo e aplica-se de forma Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a
cumulada com o tráfico se ele também ocorrer ou isola- saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con-
damente. sideradas (secundário).
Elemento subjetivo: dolo, com a finalidade especial de Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado
praticar os crimes descritos nos artigos 33, caput, § 1º, ou por qualquer pessoa.
34, por tempo indeterminado. Sujeito passivo: coletividade.
Ação penal: pública incondicionada. Tipo objetivo: Financiar ou custear Tipo objetivo: a con-
duta é de colaborar, como informante, com grupo, organi-
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste zação ou associação destinada à prática de qualquer dos
artigo incorre quem se associa para a prática reiterada crimes previstos nos artigos 33, caput, § 1º, e 34. Colaborar
do crime definido no art. 36 desta Lei. tem o sentido de ajudar ou prestar auxílio. Ex.: soltar rojão,

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LEIS ESPECIAIS

sinal de luz, mandar mensagem de celular avisando da che- transporte utilizado para navegação. Aeronave é qualquer
gada de policiais. A tentativa só é possível se a colabora- aparelho que possa voar. No caso de automóvel, o delito
ção for por escrito, não cabendo em comunicação oral ou está tipificado no Código de Trânsito em seu art. 306. O
gestos. Há exceção à teoria monista, pois aquele que seria tipo objetivo exige que a condução se dê por influência
partícipe nos crimes dos arts. 33, caput e §1o, e 34, respon- de droga, se for de álcool há contravenção penal do art.
de por tipo autônomo. 34, LCP. Não aceita tentativa.
Elemento subjetivo: dolo. Elemento subjetivo: dolo, direto ou eventual.
Ação penal: pública incondicionada. Ação penal: pública incondicionada.

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, dro- Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei
gas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em são aumentadas de um sexto a dois terços, se:
doses excessivas ou em desacordo com determinação I - a natureza, a procedência da substância ou do pro-
legal ou regulamentar: duto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pa- transnacionalidade do delito;
gamento de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) dias-multa. II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de fun-
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao ção pública ou no desempenho de missão de educação,
Conselho Federal da categoria profissional a que pertença poder familiar, guarda ou vigilância;
o agente. III - a infração tiver sido cometida nas dependências
Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensi-
saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con- no ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, so-
sideradas (secundário). ciais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficen-
Objeto material: drogas. tes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se
Sujeito ativo: O crime é próprio e somente pode ser realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza,
praticado por quem pode prescrever, notadamente, médi- de serviços de tratamento de dependentes de drogas
co ou dentista.
ou de reinserção social, de unidades militares ou poli-
Sujeito passivo: coletividade e, secundariamente, o pa-
ciais ou em transportes públicos;
ciente.
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave
Tipo objetivo: Prescrever é receitar, ministrar é introdu-
ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer pro-
zir no organismo. Sem necessidade – o paciente não pre-
cesso de intimidação difusa ou coletiva;
cisava da droga. Doses acima do necessário – o paciente
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federa-
necessita, mas em menor quantidade. Em desacordo com
ção ou entre estes e o Distrito Federal;
determinação legal ou regulamentar – medicamento não
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou
autorizado pela ANVISA.
Elemento subjetivo: apenas culpa, por negligência, im- adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, dimi-
prudência ou imperícia. Por ser crime culposo, não admite nuída ou suprimida a capacidade de entendimento e
tentativa. determinação;
Ação penal: pública incondicionada. VII - o agente financiar ou custear a prática do cri-
me.
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o São causas de aumento de pena, aplicáveis aos crimes
consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumi- descritos do art. 33 ao 37, no montante de 1/6 a 2/3 (se
dade de outrem: presente mais de uma, aplica-se um único aumento, de no
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além máximo 2/3), podendo ocorrer fixação de pena abaixo do
da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva mínimo e acima do máximo:
ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa 1 – Transnacionalidade: condutas que objetivem im-
de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 portação e exportação.
(quatrocentos) dias-multa. 2 – Condição do agente: função pública ou desempe-
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplica- nho de missão em educação, poder familiar, guarda ou
das cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) vigilância.
a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) 3 – Local: imediações (proximidade) ou no próprio
dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de local – estabelecimentos prisionais, de ensino, hospitala-
transporte coletivo de passageiros. res ou policiais/militares; espaços de lazer ou recreação;
Objeto jurídico: incolumidade pública (segurança pú- onde se prestem serviços de tratamento de dependentes
blica). de drogas ou de reinserção social.
Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado 4 – Violência, grave ameaça, arma de fogo ou intimi-
por qualquer pessoa. dação: comum quando o tráfico é exercido por organiza-
Sujeito passivo: coletividade. ções criminosas.
Tipo objetivo: Conduzir tem o sentido de dirigir ou 5 – Tráfico interestadual: dispensável a efetiva trans-
pilotar (exige movimento). O objeto da conduta é a em- posição de fronteiras (STF, HC nº 99452/MS, j. 21.09.2010).
barcação ou a aeronave. Embarcação é qualquer meio de

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LEIS ESPECIAIS

6 – Condição do sujeito passivo: criança e adolescen- Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e
te (no confronto com o art. 243, ECA, prevalece a Lei de 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sur-
Drogas, servindo o ECA para bebidas alcóolicas e outras sis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a
substâncias que causem dependência não consideradas conversão de suas penas em restritivas de direitos.
drogas), pessoa com capacidade diminuída ou suprimida. Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste
7 – Financiamento ou custeio: Se houver prática de um artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumpri-
dos delitos previstos nos artigos 33, 34, 35 e 37 e o agente mento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao re-
o prover com dinheiro ou bens, haverá o aumento da pena. incidente específico.
Praticado o crime previsto no artigo 36, não se aplica a cau- No HC nº 104.339/SP o STF julgou inconstitucional a
sa de aumento, pois caracterizaria bis in idem. expressão liberdade provisória neste artigo. A negação da
liberdade provisória e a conversão da prisão em flagrante
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar volun- em preventiva deve se calcar em motivos concretos expres-
tariamente com a investigação policial e o processo crimi- samente previstos em lei. O juiz só pode negar a liberdade
nal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do provisória quando couber prisão preventiva (art. 312, CPP),
crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, devendo analisar o caso concreto e não sendo a gravidade
no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a do delito argumento suficiente.
dois terços. A jurisprudência se firma no sentido de que não cabe
Delação premiada: A norma estabelece dois requisitos realmente suspensão condicional da pena. Não cabe tam-
para a redução da pena, notadamente, colaboração volun- bém indulto, graça ou anistia.
tária e eficiência, esta consubstanciada na identificação dos No HC nº 97.256/RS, o STF julgou inconstitucional a
demais coautores ou partícipes do crime e na recupera- previsão de impossibilidade de conversão da pena privati-
ção total ou parcial do produto do delito. Para que seja va de liberdade em pena restritiva de direitos.
possível essa barganha ao menos um dos integrantes deve
ser identificado. Além disso, as provas a ele apresentadas Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da
devem ser substanciais de modo que haja chance real ou dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso for-
mesmo a certeza da condenação a severas sanções. Sem tuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação
isso, não haverá estímulo para o acordo. Produzindo fruto ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal
o acordo, reduz-se a pena de 1/3 a 2/3. praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilí-
cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse enten-
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com dimento.
preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Pe- Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhe-
nal, a natureza e a quantidade da substância ou do pro- cendo, por força pericial, que este apresentava, à época do
duto, a personalidade e a conduta social do agente. fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput
Art. 59, CP. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos ante- deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu
cedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos encaminhamento para tratamento médico adequado.
motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a
seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do dois terços se, por força das circunstâncias previstas no art.
crime. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou
da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 entendimento.
desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo O agente é inimputável quando praticar um dos cri-
a cada um, segundo as condições econômicas dos acusados, mes descritos do artigo 33 ao 39 e for inteiramente incapaz
valor não inferior a um trinta avos nem superior a 5 de compreender as consequências dos seus atos, seja em
(cinco) vezes o maior salário-mínimo. razão de dependência química (a dependência clama por
Parágrafo único. As multas, que em caso de concur- uma constância do vício, não para o uso eventual), seja em
so de crimes serão impostas sempre cumulativamente, razão da pessoa estar sob efeito de droga por caso fortuito
podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da ou força maior (é o caso da vítima do crime do artigo 38). O
situação econômica do acusado, considerá-las o juiz inefica- agente é imputável, mas terá a pena reduzida, em caso de
zes, ainda que aplicadas no máximo. semi-imputabilidade (o caráter ilícito do fato é compreen-
Cada dispositivo fixa uma margem mínima e máxima dido e existe o poder de determinação, mas de forma limi-
para a fixação de dias-multa, sendo que cada qual terá no tada) nas mesmas circunstâncias.
mínimo o valor de 1/30 do salário mínimo e no máximo o
valor de 5 salários mínimos. O juiz pode fixar o valor do Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em
dia-multa em até 50 salários mínimos se a situação econô- avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento do
mica do apenado indicar que o valor máximo de 5 salários agente para tratamento, realizada por profissional de saúde
é insignificante. com competência específica na forma da lei, determinará que a
tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei.

10
LEIS ESPECIAIS

CAPÍTULO III Seção I


DO PROCEDIMENTO PENAL Da Investigação

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por cri- Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade
mes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capí- de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação
tulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado,
Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal. do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público,
§ 1o O agente de qualquer das condutas previstas no em 24 (vinte e quatro) horas.
art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes § 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em fla-
previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e jul- grante e estabelecimento da materialidade do delito, é sufi-
gado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099, ciente o laudo de constatação da natureza e quantidade
de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por
Especiais Criminais. pessoa idônea.
§ 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta § 2o O perito que subscrever o laudo a que se refere
Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor o § 1o deste artigo não ficará impedido de participar da
do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo compe- elaboração do laudo definitivo.
tente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele § 3o Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o
comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providen- juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularida-
ciando-se as requisições dos exames e perícias necessários. de formal do laudo de constatação e determinará a des-
§ 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências truição das drogas apreendidas, guardando-se amostra
previstas no § 2o deste artigo serão tomadas de imediato necessária à realização do laudo definitivo.
pela autoridade policial, no local em que se encontrar, ve- § 4o A destruição das drogas será executada pelo de-
dada a detenção do agente. legado de polícia competente no prazo de 15 (quinze)
§ 4o Concluídos os procedimentos de que trata o § 2o dias na presença do Ministério Público e da autoridade sa-
deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo nitária.
de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judi- § 5o O local será vistoriado antes e depois de efetiva-
ciária entender conveniente, e em seguida liberado. da a destruição das drogas referida no § 3o, sendo lavrado
§ 5o Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no 9.099, auto circunstanciado pelo delegado de polícia, certificando-
de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, -se neste a destruição total delas.
o Ministério Público poderá propor a aplicação ime-
diata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser espe- Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem
cificada na proposta. a ocorrência de prisão em flagrante será feita por inci-
• Os crimes com pena máxima inferior a 2 anos são neração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado
infrações de menor potencial ofensivo e sujeitam-se ao da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à
procedimento sumaríssimo da Lei no 9.099/95 (arts. 77 a realização do laudo definitivo, aplicando-se, no que cou-
83), no que for cabível devido às peculiaridades das penas ber, o procedimento dos §§ 3o a 5o do art. 50.
aplicáveis. Caberá a suspensão condicional do processo
nos crimes em que a pena mínima comentada for igual ou Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo
inferior a 1 ano. de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90
São infrações de menor potencial ofensivo: (noventa) dias, quando solto.
- Porte de drogas (art. 28, caput e §1º); Parágrafo único. Os prazos a que se refere este arti-
- Compartilhamento (art. 33, §3º); go podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério
- Prescrição culposa (art. 38). Público, mediante pedido justificado da autoridade de
• Nos crimes do artigo 28, aos quais não se comi- polícia judiciária.
na pena privativa de liberdade, não é cabível prisão em
flagrante. Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta
Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os au-
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. tos do inquérito ao juízo:
33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato,
circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos justificando as razões que a levaram à classificação do de-
protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na lito, indicando a quantidade e natureza da substância ou
Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999. do produto apreendido, o local e as condições em que se
Envolvem-se os mecanismos de proteção de colabo- desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão,
radores e testemunhas. a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou
II - requererá sua devolução para a realização de di-
ligências necessárias.
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem pre-
juízo de diligências complementares:

11
LEIS ESPECIAIS

I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, Conclusão do inquérito


cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente • O inquérito será remetido ao juízo, com o relato
até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamen- sumário dos fatos (circunstâncias do crime e da prisão, jus-
to; tificativas para a classificação do delito, quantidade e na-
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, di- tureza da substância/produto, local e condições da ação,
reitos e valores de que seja titular o agente, ou que figu- conduta/qualificação/antecedentes do agente) ou um pe-
rem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado dido de devolução dos autos apara realização de audiência.
ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de • Mesmo após a remessa do inquérito é possível
instrução e julgamento. continuar efetuando diligências necessárias ou úteis para
elucidar fatos e para indicar bens, direitos e valores de titu-
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relati- laridade ou propriedade do agente, encaminhando-as ao
va aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos juízo competente até 3 dias antes da audiência de instru-
previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido ção e julgamento.
o Ministério Público, os seguintes procedimentos inves-
tigatórios: Investigação
I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de • Agente infiltrado e ação controlada: Além das me-
investigação, constituída pelos órgãos especializados perti- didas de investigação tradicionais, é possível a infiltração
nentes; de agentes e a não-atuação imediata sobre portadores de
II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas com o fim de persegui-los para a identificação de
drogas, seus precursores químicos ou outros produtos um número maior de agentes/colaboradores.
utilizados em sua produção, que se encontrem no terri-
tório brasileiro, com a finalidade de identificar e respon- Seção II
sabilizar maior número de integrantes de operações de Da Instrução Criminal
tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a
Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial,
autorização será concedida desde que sejam conhecidos
de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de informa-
o itinerário provável e a identificação dos agentes do
ção, dar-se-á vista ao Ministério Público para, no prazo
delito ou de colaboradores.
de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes providências:
I - requerer o arquivamento;
Flagrante
II - requisitar as diligências que entender necessárias;
• Prisão em flagrante – Delegado deve comunicar
III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas
imediatamente ao juiz, remetendo auto e conferindo vista
e requerer as demais provas que entender pertinentes.
ao MP, em 24hs.
• Para que o auto da prisão não demore para ser en-
viado, aceita-se que no laudo de constatação se fixe ape- Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a no-
nas a natureza e quantidade da droga, assinado por perito tificação do acusado para oferecer defesa prévia, por
oficial ou, na falta deste, de pessoa idônea. escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
• O juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a re- § 1o Na resposta, consistente em defesa preliminar e
gularidade formal do laudo de constatação e determinará exceções, o acusado poderá arguir preliminares e invocar
a destruição. todas as razões de defesa, oferecer documentos e justi-
ficações, especificar as provas que pretende produzir e, até
Destruição o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.
• Guarda-se amostra da droga para o futuro laudo § 2o As exceções serão processadas em apartado, nos
definitivo, destruindo-se o restante. termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de
• A destruição deve ser executada na presença do outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
MP e da autoridade sanitária. § 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz
• No caso de prisão em flagrante, a destruição se nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, con-
dará no prazo de 15 dias da determinação do juiz para a cedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.
destruição. § 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco)
• Não havendo flagrante, a destruição se dará em dias.
até 30 dias da data de apreensão. § 5o Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máxi-
mo de 10 (dez) dias, determinará a apresentação do pre-
Prazo para conclusão do inquérito so, realização de diligências, exames e perícias.
• Réu preso – 30 dias.
• Réu solto – 90 dias. Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e
• Juiz pode duplicar a pedido justificado da autori- hora para a audiência de instrução e julgamento, orde-
dade judiciária, ouvido o MP. nará a citação pessoal do acusado, a intimação do Minis-
tério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os
laudos periciais.

12
LEIS ESPECIAIS

§ 1o Tratando-se de condutas tipificadas como infração • Se necessário, nomeia-se defensor dativo para
do disposto nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o apresentá-la no caso de omissão do acusado.
juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento • Apresentada, o juiz decidirá em 5 dias, mas se não
cautelar do denunciado de suas atividades, se for fun- possuir elementos para decidir, poderá pedir no prazo de
cionário público, comunicando ao órgão respectivo. 10 dias a apresentação do preso, a realização de diligên-
§ 2o A audiência a que se refere o caput deste artigo cias, exames e perícias.
será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao
recebimento da denúncia, salvo se determinada a realiza- Providências após o recebimento da denúncia
ção de avaliação para atestar dependência de drogas, • Se o juiz receber a denúncia, deve motivar sua de-
quando se realizará em 90 (noventa) dias. cisão.
• Apesar da lei de drogas não fazer referência à pos-
Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após sibilidade de absolvição sumária, esta pode ser aplicada a
o interrogatório do acusado e a inquirição das testemu- quaisquer processos penais. Logo após o recebimento da
nhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao represen- denúncia, o juiz deve analisar se é possível a absolvição su-
tante do Ministério Público e ao defensor do acusado, mária. Não faria sentido determinar-se a citação do acusa-
para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos do para comparecer à audiência de instrução e julgamento
para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do se o juiz já está convencido acerca da presença de uma
juiz. das hipóteses que autorizam a absolvição sumária. Caso
Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o o acusado não seja absolvido sumariamente, o procedi-
juiz indagará das partes se restou algum fato para ser mento seguirá seu curso normal (designação de audiência
esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o e citação).
entender pertinente e relevante. • O acusado será citado. A citação deve ser pessoal.
Se o acusado não for encontrado, deve ser citado por edi-
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença tal. No caso do réu revel citado por edital nomeia-se defen-
de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que sor dativo e, como não houve ato de comunicação dando
os autos para isso lhe sejam conclusos. ciência pessoal ao acusado, impõe-se a aplicação do art.
§ 1o Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido con- 366 do CPP (suspensão do processo e da prescrição).
trovérsia, no curso do processo, sobre a natureza ou quanti- • O Ministério Público será intimado, tal como assis-
dade da substância ou do produto, ou sobre a regularidade tente, se houver.
do respectivo laudo, determinará que se proceda na forma • O juiz também requisitará laudos periciais, se o
do art. 32, § 1o, desta Lei, preservando-se, para eventual con- caso.
traprova, a fração que fixar. • Nas infrações de tráfico e equiparadas, o juiz pode
§ 2o Igual procedimento poderá adotar o juiz, em decisão afastar das funções o acusado funcionário público.
motivada e, ouvido o Ministério Público, quando a quanti- • O juiz designará audiência de instrução e julga-
dade ou valor da substância ou do produto o indicar, prece- mento, no prazo de 30 dias do recebimento da denúncia,
dendo a medida a elaboração e juntada aos autos do laudo ou em 90 dias se for preciso avaliação de dependência de
toxicológico. drogas.
Obs.: Há controvérsia se na lei de drogas há respos-
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, ta à acusação. Parte da doutrina entende inaplicável a res-
e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem reco- posta à acusação na lei de drogas. Para Renato Brasileiro,
lher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antece- o ideal é entender que não pode haver 2 manifestações da
dentes, assim reconhecido na sentença condenatória. defesa, logo, o acusado deveria apresentar a defesa preli-
minar e a resposta à acusação no mesmo momento. Num
Providências iniciais primeiro momento, o sujeito pediria a rejeição da peça
• Recebidos os autos, dar-se-á vistas ao Ministério acusatória, num segundo momento, buscaria sua absolvi-
Público, no prazo de 10 dias, que poderá: requerer arquiva- ção sumária.
mento, requisitar diligências ou oferecer denúncia.
• Na denúncia, poderá arrolar até 10 testemunhas e Ordem da oitiva na audiência
requerer outras provas. • 1o: Interrogatório do acusado;
• 2o: Oitiva das testemunhas.
Defesa prévia
• A defesa prévia é uma especificidade da lei de dro- Debates orais
gas, permitindo ao acusado se defender antes mesmo do • A sustentação oral será de 20 minutos, para cada
recebimento da denúncia – por isso será notificado e não parte, prorrogáveis, a critério do juiz, por mais 10 minutos.
citado.
• Consiste na apresentação de defesa escrita no Sentença
prazo de 10 dias pelo acusado, com todas razões de de- • Encerrados os debates, o juiz proferirá sentença
fesa, preliminares e exceções, apresentando documentos de imediato, ou o fará em 10 dias, ordenando que os autos
e justificações. para isso lhe sejam conclusos.

13
LEIS ESPECIAIS

Apelação e prisão za, utilizados para a prática dos crimes definidos nesta
• A lei diz que o réu não poderá apelar sem recolher- Lei, após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia
-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, da autoridade de polícia judiciária, excetuadas as armas,
assim reconhecido na sentença condenatória. Contudo, a que serão recolhidas na forma de legislação específica.
súmula 347 do STJ diz que “o conhecimento de recurso § 1o Comprovado o interesse público na utilização de
de apelação do réu independe de sua prisão”. No mesmo qualquer dos bens mencionados neste artigo, a autoridade
sentido tem decidido o STF. de polícia judiciária poderá deles fazer uso, sob sua respon-
sabilidade e com o objetivo de sua conservação, mediante
CAPÍTULO IV autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO § 2o Feita a apreensão a que se refere o caput deste arti-
DE BENS DO ACUSADO go, e tendo recaído sobre dinheiro ou cheques emitidos como
ordem de pagamento, a autoridade de polícia judiciária que
Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério presidir o inquérito deverá, de imediato, requerer ao juízo
Público ou mediante representação da autoridade de polí- competente a intimação do Ministério Público.
cia judiciária, ouvido o Ministério Público, havendo indícios § 3o Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao
suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da juízo, em caráter cautelar, a conversão do numerário apreen-
ação penal, a apreensão e outras medidas assecurató- dido em moeda nacional, se for o caso, a compensação dos
rias relacionadas aos bens móveis e imóveis ou valores cheques emitidos após a instrução do inquérito, com cópias
consistentes em produtos dos crimes previstos nesta Lei, autênticas dos respectivos títulos, e o depósito das corres-
ou que constituam proveito auferido com sua prática, pro- pondentes quantias em conta judicial, juntando-se aos autos
cedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei no o recibo.
3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal. § 4o Após a instauração da competente ação penal, o
§ 1o Decretadas quaisquer das medidas previstas neste Ministério Público, mediante petição autônoma, requererá
artigo, o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5 ao juízo competente que, em caráter cautelar, proceda à
(cinco) dias, apresente ou requeira a produção de pro- alienação dos bens apreendidos, excetuados aqueles que a
vas acerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto
União, por intermédio da Senad, indicar para serem coloca-
da decisão.
dos sob uso e custódia da autoridade de polícia judiciária, de
§ 2o Provada a origem lícita do produto, bem ou va-
órgãos de inteligência ou militares, envolvidos nas ações de
lor, o juiz decidirá pela sua liberação.
prevenção ao uso indevido de drogas e operações de repres-
§ 3o Nenhum pedido de restituição será conhecido sem
são à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas,
o comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz de-
exclusivamente no interesse dessas atividades.
terminar a prática de atos necessários à conservação de
§ 5o Excluídos os bens que se houver indicado para os
bens, direitos ou valores.
§ 4o A ordem de apreensão ou sequestro de bens, di- fins previstos no § 4o deste artigo, o requerimento de aliena-
reitos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o ção deverá conter a relação de todos os demais bens apreen-
Ministério Público, quando a sua execução imediata possa didos, com a descrição e a especificação de cada um deles, e
comprometer as investigações. informações sobre quem os tem sob custódia e o local onde
se encontram.
Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da § 6o Requerida a alienação dos bens, a respectiva petição
prova dos fatos e comprovado o interesse público ou so- será autuada em apartado, cujos autos terão tramitação au-
cial, ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante tônoma em relação aos da ação penal principal.
autorização do juízo competente, ouvido o Ministério § 7o Autuado o requerimento de alienação, os autos se-
Público e cientificada a Senad, os bens apreendidos rão conclusos ao juiz, que, verificada a presença de nexo de
poderão ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades instrumentalidade entre o delito e os objetos utilizados para
que atuam na prevenção do uso indevido, na atenção e a sua prática e risco de perda de valor econômico pelo decur-
reinserção social de usuários e dependentes de drogas e na so do tempo, determinará a avaliação dos bens relacionados,
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de cientificará a Senad e intimará a União, o Ministério Público
drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades. e o interessado, este, se for o caso, por edital com prazo de
Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veículos, 5 (cinco) dias.
embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de § 8o Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências
trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a ex- sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o
pedição de certificado provisório de registro e licenciamento, valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em
em favor da instituição à qual tenha deferido o uso, ficando leilão.
esta livre do pagamento de multas, encargos e tributos an- § 9o Realizado o leilão, permanecerá depositada em con-
teriores, até o trânsito em julgado da decisão que decretar o ta judicial a quantia apurada, até o final da ação penal res-
seu perdimento em favor da União. pectiva, quando será transferida ao Funad, juntamente com
os valores de que trata o § 3o deste artigo.
Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e § 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos inter-
quaisquer outros meios de transporte, os maquinários, postos contra as decisões proferidas no curso do procedi-
utensílios, instrumentos e objetos de qualquer nature- mento previsto neste artigo.

14
LEIS ESPECIAIS

§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4o deste II - intercâmbio de inteligência policial sobre pro-
artigo, recaindo a autorização sobre veículos, embarcações dução e tráfico de drogas e delitos conexos, em especial
ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de pre-
ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de cursores químicos;
certificado provisório de registro e licenciamento, em favor III - intercâmbio de informações policiais e judiciais
da autoridade de polícia judiciária ou órgão aos quais tenha sobre produtores e traficantes de drogas e seus precur-
deferido o uso, ficando estes livres do pagamento de multas, sores químicos.
encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da
decisão que decretar o seu perdimento em favor da União. TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá
sobre o perdimento do produto, bem ou valor apreendi- Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art.
do, sequestrado ou declarado indisponível. 1o desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista
§ 1o Os valores apreendidos em decorrência dos crimes mencionada no preceito, denominam-se drogas substân-
tipificados nesta Lei e que não forem objeto de tutela cau- cias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras
telar, após decretado o seu perdimento em favor da União, sob controle especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12
serão revertidos diretamente ao Funad. de maio de 1998.
§ 2o Compete à Senad a alienação dos bens apreendidos
e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento já te- Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei no 7.560,
nha sido decretado em favor da União. de 19 de dezembro de 1986, em favor de Estados e do Distrito
§ 3o A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a Federal, dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes bá-
fim de dar imediato cumprimento ao estabelecido no § 2o sicas contidas nos convênios firmados e do fornecimento
deste artigo. de dados necessários à atualização do sistema previsto no art.
§ 4o Transitada em julgado a sentença condenatória, o 17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.
juiz do processo, de ofício ou a requerimento do Ministério
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
Público, remeterá à Senad relação dos bens, direitos e valo-
nicípios poderão criar estímulos fiscais e outros, destina-
res declarados perdidos em favor da União, indicando, quan-
dos às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na pre-
to aos bens, o local em que se encontram e a entidade ou o
venção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção
órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua destinação
social de usuários e dependentes e na repressão da produ-
nos termos da legislação vigente.
ção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá fir-
Art. 69. No caso de falência ou liquidação extraju-
mar convênio com os Estados, com o Distrito Federal e dicial de empresas ou estabelecimentos hospitalares,
com organismos orientados para a prevenção do uso de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim como nos
indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de serviços de saúde que produzirem, venderem, adquirirem,
usuários ou dependentes e a atuação na repressão à consumirem, prescreverem ou fornecerem drogas ou de
produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com qualquer outro em que existam essas substâncias ou pro-
vistas na liberação de equipamentos e de recursos por ela dutos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:
arrecadados, para a implantação e execução de programas I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou
relacionados à questão das drogas. liquidação, sejam lacradas suas instalações;
II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgen-
TÍTULO V te adoção das medidas necessárias ao recebimento e
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL guarda, em depósito, das drogas arrecadadas;
III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para
Art. 65. De conformidade com os princípios da não-in- acompanhar o feito.
tervenção em assuntos internos, da igualdade jurídica e do § 1o Da licitação para alienação de substâncias ou produ-
respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e aos tos não proscritos referidos no inciso II do caput deste artigo, só
regulamentos nacionais em vigor, e observado o espírito das podem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas
Convenções das Nações Unidas e outros instrumentos jurí- na área de saúde ou de pesquisa científica que comprovem a
dicos internacionais relacionados à questão das drogas, de destinação lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.
que o Brasil é parte, o governo brasileiro prestará, quan- § 2o Ressalvada a hipótese de que trata o § 3o deste ar-
do solicitado, cooperação a outros países e organismos tigo, o produto não arrematado será, ato contínuo à hasta
internacionais e, quando necessário, deles solicitará a pública, destruído pela autoridade sanitária, na presença dos
colaboração, nas áreas de: Conselhos Estaduais sobre Drogas e do Ministério Público.
I - intercâmbio de informações sobre legislações, § 3o Figurando entre o praceado e não arrematadas es-
experiências, projetos e programas voltados para ativida- pecialidades farmacêuticas em condições de emprego tera-
des de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinser- pêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Ministério
ção social de usuários e dependentes de drogas; da Saúde, que as destinará à rede pública de saúde.

15
LEIS ESPECIAIS

Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos 2. (CESPE/2017 - DPU - Defensor Público Federal)
nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito transna- Tendo como referência as disposições da Lei de Drogas (Lei
cional, são da competência da Justiça Federal. nº 11.343/2006) e a jurisprudência pertinente, julgue o item
Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios subsecutivo.
que não sejam sede de vara federal serão processados e jul- Situação hipotética: Com o intuito de vender maconha
gados na vara federal da circunscrição respectiva. em bairro nobre da cidade onde mora, Mário utilizou o
transporte público para transportar 3 kg dessa droga. An-
Art. 71. (VETADO) tes de chegar ao destino, Mário foi abordado por policiais
militares, que o prenderam em flagrante. Assertiva: Nessa
Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o situação, Mário responderá por tentativa de tráfico, já que
inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante representação não chegou a comercializar a droga.
do delegado de polícia ou a requerimento do Ministério Pú-
blico, determinará a destruição das amostras guardadas R: Errado. O tipo do artigo 33 descreve múltiplas con-
para contraprova, certificando isso nos autos. dutas e a prática de mais de uma delas no mesmo contexto
implica em crime único. Por isso mesmo, é difícil ocorrer a
Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os tentativa, embora teoricamente seja viável.
Estados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção
e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de dro-
gas, e com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso
indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
de usuários e dependentes de drogas. CONTRA A MULHER (LEI 11.340/06);

Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco)


dias após a sua publicação.
Na abertura deste material, apresentamos um resumo
Art. 75. Revogam-se a Lei no 6.368, de 21 de outubro de das considerações da doutrinadora Maria Berenice Dias1
1976, e a Lei no 10.409, de 11 de janeiro de 2002. sobre a Lei Maria da Penha. Se trabalho contribui por le-
vantar a discussão sobre a efetividade do referido diploma,
demonstrando-a por meio de uma explicação detalhada
EXERCÍCIOS sobre o procedimento que deve ser seguido nas ações pe-
nais que envolvem a violência doméstica. Neste ponto é
1. (IBADE/2017 - PC-AC - Agente de Polícia Civil) A esclarecedor, a partir do momento no qual explica de ma-
pena prevista no crime de tráfico de drogas, previsto no art. neira suficiente e breve os papeis da autoridade policial,
33 da Lei n° 11.343/2006 (Lei de Drogas), é aumentada de do Ministério Público, do magistrado, dos advogados, da
um sexto a dois terços, se: vítima e do agressor em se tratando de crimes no âmbito
a) a natureza, a procedência cia substância ou do pro- da relação familiar.
duto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem Contribui ao destacar a importância da figura do tra-
a intermunicipalidade do delito. tamento psicológico e hospitalar do agressor, o que pode
b) a infração tiver sido cometida por funcionários de contribuir para o aumento de denúncias e para a diminui-
serviço hospitalar, tais como médicos e enfermeiros. ção da violência doméstica. De fato, muitas vezes a vítima
c) sua prática envolver ou visar a atingir idoso ou ges- deixa de fazer a denúncia porque o agressor é o responsá-
tante. vel pelo sustento do lar.
d) a infração tiver sido cometida nas dependências ou Por outro lado, é de se considerar que o artigo traz
imediações de estabelecimentos prisionais. apenas a posição da autora no tocante à espécie de ação
e) o autor for reincidente na prática do crime de tráfico penal aplicável no caso de lesões corporais leves ou cul-
de drogas. posas cometidas no âmbito da relação familiar. Para Dias,
a ação penal em tais casos será sempre incondicionada,
R: D. É o que prevê a Lei de Drogas: “Art. 40. As penas diante do afastamento da Lei n. 9.099/95. Referido entendi-
previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um mento tem sido abarcado nas principais cortes brasileiras,
sexto a dois terços, se: [...] III - a infração tiver sido cometida inclusive resultando em súmula do STJ:
nas dependências ou imediações de estabelecimentos pri-
sionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades Súmula 542, STJ. A ação penal relativa ao crime de
estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou be- lesão corporal resultante de violência doméstica contra
neficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde a mulher é pública incondicionada.
se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza,
de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou
de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou 1 DIAS, Maria Berenice. A efetividade da lei Maria da
em transportes públicos”. Penha. Revista Brasileira de Ciências Criminais, São
Paulo, n. 64, ano 14, p. 297-312, jan./fev. 2007.

16
LEIS ESPECIAIS

Em que pesem as controvérsias, a Lei Maria da Penha 3) Sua constitucionalidade


foi fundamental para uma mudança no modo pelo qual a Há quem sustente a inconstitucionalidade da lei, sob
sociedade encarava a violência doméstica contra a mulher, dois argumentos principais:
que muitas vezes era vista com indiferença. Anteriormen- a) afronta ao princípio da igualdade porque o homem
te, a denúncia da violência poucas vezes gerava a punição não pode ser sujeito passivo;
efetiva do agressor, o que levava aos constantes casos de b) definição de competências, transbordando os limi-
reincidência. tes da lei, porque tal definição deve ser feita pelo Poder
A Lei Maria da Penha trouxe instrumentos importantes Judiciário.
para uma postura proativa do Estado perante o problema O primeiro argumento não se justifica porque, sob
da violência doméstica contra a mulher, dando-lhe instru- um aspecto histórico, a mulher sempre foi colocada em
mentos de atuação mais eficientes para a realização da jus- posição menos favorável que o homem, o que levou ao
tiça em seu significado mais profundo, não apenas como a contexto de inferioridade e submissão que leva à violência
aplicação fria e cega de regras, mas como instrumentos de doméstica, sendo, portanto, necessárias ações afirmativas
mudança social em prol da emancipação do ser humano. para promover a efetividade do princípio da igualdade.
Já o segundo deve ser afastado porque não é a primei-
1) Uma justificativa ra vez que o legislador cria competências específicas (no
A Lei Maria da Penha foi recebida pelos juristas com caso, estabeleceu a criação dos JVDFM e a competência
desconfiança, constituindo objeto de várias críticas, que em cível e criminal das Varas Criminais até que esta ocorra) e,
geral buscam desqualificá-la, suscitando dúvidas, apontan- como houve o afastamento da aplicação da Lei n. 9.099/95,
do erros, identificando imprecisões e até mesmo procla- a definição de competência deixou de pertencer exclusiva-
mando inconstitucionalidades, tudo isto servindo de moti- mente à esfera do Judiciário.
vo para impedir sua efetividade. O STF julgou nas ADI 4424 e ADC 19:
No entanto, todas estas críticas apenas demonstram - o artigo 1º da Lei é constitucional, logo ela não fere
uma injustificável resistência às mudanças na postura de en- os princípios constitucionais da igualdade e proporciona-
frentamento da violência doméstica, que sempre foi alvo de lidade (não é desproporcional ou ilegítimo o uso do sexo
absoluto descaso por parte do ordenamento jurídico, princi- como critério de diferenciação, visto que a mulher é emi-
palmente a partir do momento no qual a lesão corporal leve nentemente vulnerável no tocante a constrangimentos fí-
passou a ser considerada como crime de pequeno potencial sicos, morais e psicológicos sofridos em âmbito privado);
ofensivo (podendo os conflitos ser solucionados de forma - o artigo 33 da Lei da mesma forma é constitucional,
consensual). Além disso, tornou-se popular a punição com portanto, enquanto não forem organizados os Juizados de
o pagamento de cestas básicas, o que banalizou ainda mais Violência Doméstica e Familiar, compete às varas criminais
a violência doméstica e a integridade física da vítima. A Lei o julgamento destas causas;
Maria da Penha veio para mudar esta perspectiva. - também é constitucional o artigo 44 da Lei, assim,
aos crimes praticados com violência doméstica e familiar
2) Os avanços contra a mulher, não se aplica a Lei 9.099/95 (Precedente
A Lei Maria da Penha trouxe benefícios significativos STF, HC 106.212/MS, Plenário, 24/03/2011);
e de efeito imediato. O maior avanço foi a criação dos Jui- - os artigos 12, I; 16 e 41 da Lei Maria da Penha foram
zados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher interpretados conforme a Constituição para assentar a na-
(JVDFM), com competência cível e criminal (artigo 14). tureza incondicionada da ação penal em caso de crime de
O ideal seria que os JVDFM fossem instalados em to- lesão corporal, praticado mediante violência doméstica e
das as comarcas imediatamente, com especialistas ( juízes, familiar contra a mulher.
promotores e defensores) no atendimento das demandas,
equipes de atendimento multidisciplinar integrada por 4) Competência
profissionais das áreas psicossocial, jurídica e de saúde (ar- A violência doméstica está fora do âmbito dos Juizados
tigo 29) e serviço de assistência judiciária (artigo 34). No Especiais Criminais, e estes não poderão mais apreciar tal
entanto, até que isto ocorra foi atribuída às Varas Criminais matéria. A instalação dos JDFM é imprescindível e deve ser
competência cível e criminal (artigos 11 e 33), o que se jus- feita logo que possível.
tifica diante do afastamento da aplicação da Lei 9.099/95 Destaca-se que cada denúncia de violência domésti-
(Juizados Especiais Cíveis e Criminais) (artigo 41). ca pode gerar duas demandas, porque tanto o expediente
Outro avanço se encontra no artigo 27, que garante para a adoção de medidas protetivas de urgência quanto o
à vítima o acesso aos serviços da Defensoria Pública e à inquérito policial são enviados pela autoridade policial ao
assistência judiciária tanto na fase policial como na judicial. juiz e ao Ministério Público.
A Lei Maria da Penha criou ainda nova hipótese de pri-
são preventiva, visando garantir a execução das medidas 5) Fase policial
de urgência (artigo 42). Com isso, a prisão preventiva dei- Anteriormente, o único meio de afastar o agressor do
xou de ser restrita aos crimes apenados com reclusão. Ela lar era a ação cautelar de separação de corpos.
pode ser decretada de ofício pelo juiz, a requerimento do Com a Lei Maria da Penha, passaram a ser necessá-
Ministério Público ou mediante representação da autorida- rias diversas providências quando comunicada a violência
de policial (artigo 20). doméstica: registra-se a ocorrência, com oitiva da vítima

17
LEIS ESPECIAIS

(artigo 12, I), oportunidade na qual esta é informada dos Após, esgota-se a atividade do JVDFM ou da Vara Cri-
direitos e serviços disponíveis existentes (artigo 11, V), in- minal no tocante às medidas de urgência. Controvérsias
clusive medidas protetivas disponíveis (artigo. 12, §1°); a quanto ao adimplemento do acordo no toante a matéria
vítima é encaminhada ao hospital com transporte seguro e cível ou de Direito de Família devem ser discutidas nas va-
acompanhamento para retirar seus pertences do lar (artigo ras Cíveis ou de Família.
11); instaura-se o inquérito policial (artigo 12, VII); a polícia O inquérito policial continua independente do defe-
toma por termo o pedido de medidas urgentes (artigo 12, rimento de medida protetiva ou de acordo realizado em
§1°), formalizando-se a representação na mesma ocasião juízo, devendo ser remetido à justiça quando encerrado e
(artigo 12, I); a autoridade policial pode solicitar a prisão do distribuído ao mesmo juízo que apreciou a medida caute-
agressor (artigo 20). lar, que será a este apensada. Em seguida, os autos serão
Para a busca de medidas protetivas faz-se necessária remetidos ao Ministério Público para oferecimento de de-
somente a ouvida da ofendida, anexadas apenas as provas núncia.
que estiverem disponíveis e em sua posse (artigo 12, §2°).
Logo, não é preciso tomar depoimento do agressor ou de 7) Ministério Público
testemunhas e nem realizar exame de corpo de delito, pro- A participação do Ministério Público é indispensável e
vidências que devem instruir exclusivamente o inquérito ele tem legitimidade para agir como parte, intervindo nas
policial. ações cíveis e criminais (artigo 25). Pode, ainda, exercer a
No inquérito policial é determinada a realização do defesa dos interesses e direitos transindividuais (artigo 37).
exame de corpo de delito e outros que se fizerem necessá- Devem ser comunicadas ao promotor as medidas adotadas
rios (artigo 12, IV) e são colhidos os depoimentos do agres- (artigo 22, §1°), podendo ele requerer outras providências
sor e das testemunhas (artigo 12, VI). ou a substituição das medidas (artigo 19), bem como a pri-
são do agressor (artigo 20).
6) Procedimento judicial Quando a vítima manifestar o interesse em desistir da
O pedido de medidas de urgência é encaminhado à ação, o Ministério Público deverá estar presente (artigo 16).
justiça em até 48 horas, quando é autuado e distribuído às
Varas Criminais, enquanto não existir juízo especializado na 8) A polêmica sobre o delito de lesão corporal
comarca. A Lei n. 9.099/95 estabeleceu que a lesão corporal leve
O juiz pode deferir medidas cautelares em sede de li- a lesão culposa são delitos de menor potencial ofensivo
minar (tenham ela sido requeridas pela ofendida ou pelo (artigo 88), restando condicionadas à representação. Entre-
Ministério Público ou não, conforme os artigos 12, III; 18; tanto, não houve modificação no Código Penal.
19 e 19, §3°), designar audiência de justificação ou inde- Já a Lei n. 11.340 (Lei Maria da Penha), em seu artigo
feri-las de plano. Assim, o juiz pode determinar de ofício 41, afastou a aplicação da Lei n. 9.099/95 aos crimes prati-
as medidas que entender de direito (artigos 20, 22, §4°, 23 cados com violência doméstica e familiar contra a mulher,
e 24), por exemplo, afastamento do agressor do lar, im- independente da pena prevista.
pedimento de que este se aproxime da casa, vedação de Desta forma, não é possível falar em ação penal pú-
comunicação com a família, suspensão de visitas, encami- blica condicionada à representação nas lesões corporais
nhamento da mulher e dos filhos a lugar seguro, fixação de leves cometidas no âmbito das relações familiares, diante
alimentos provisórios ou provisionais, restituição de bens do afastamento por lei posterior da lei que prevê nestes
da ofendida, suspensão de procuração por esta outorgada termos.
ao agressor, proibição temporária da venda de bens co- Além disso, o aumento da pena do delito de lesão
muns etc. corporal para 3 anos (artigo 44) afasta a possibilidade de
Para garantir a efetividade destas medidas, o juiz pode, aplicação de medidas de despenalização e suspensão con-
a qualquer momento, utilizar força policial (artigo 22, §3°) dicional do processo, somente cabíveis em delitos que te-
ou decretar a prisão preventiva do agressor (artigo 20). nham por pena mínima cominada igual ou inferior a 1 ano.
O magistrado pode, ainda, determinar a inclusão da O entendimento foi consolidado na súmula 542 do Su-
vítima em programas assistenciais (artigo 9°, §1°). À ofendi- perior Tribunal da Justiça: “A ação penal relativa ao crime
da é assegurado o acesso prioritário à remoção, se ela for de lesão corporal resultante de violência doméstica contra
funcionária pública, e, se trabalhar na iniciativa privada, a a mulher é pública incondicionada”.
manutenção do vínculo empregatício por até seis meses de
for necessário o afastamento do local de trabalho (artigo 9) Necessidade de representação e possibilidade de
9°, §2°). renúncia
Deferida ou não a medida protetiva, é recomendável Pela Lei Maria da Penha, nos crimes de ação penal pú-
a designação de audiência para se ouvir o agressor e para blica condicionada, a vítima pode renunciar à representa-
tentar resolver consensualmente os temas como guarda ção (artigo 16). Esta representação é tomada por termo
dos filhos, regulamentação de visitas, definição dos ali- pela autoridade policial quando ela registra a ocorrência
mentos. Realizado o acordo, prossegue o inquérito policial, (artigo 12, I). No entanto, só há esta possibilidade nos de-
pois o acordo não significa a renúncia à representação. Na litos que o Código Penal classifica como de ação pública
audiência estarão o Ministério Público (artigo 25) e as par- condicionada à representação, por exemplo, nos crimes
tes com seus advogados (artigo 27). contra a liberdade sexual e no de ameaça.

18
LEIS ESPECIAIS

A vontade de desistir deve ser comunicada pela ofen- Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e
dida ao cartório da Vara na qual foi distribuída a medida de outros tratados internacionais ratificados pela República
protetiva de urgência, comunicando-se ao juiz que realiza- Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados
rá audiência, o mais rápido possível, na qual deverá estar de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e esta-
presente o Ministério Público. Após a renúncia, deverá ha- belece medidas de assistência e proteção às mulheres em
ver comunicação à autoridade policial para que arquive o situação de violência doméstica e familiar.
inquérito policial. Se o inquérito já tiver sido remetido ao
juízo, a extinção somente pode ocorrer até o recebimento Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe,
da denúncia. raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educa-
cional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais
10) Dos delitos e das penas inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as
A Lei Maria da Penha não fez alterações relevantes no oportunidades e facilidades para viver sem violência, pre-
Código Penal, limitando-se a aumentar a pena máxima e servar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento mo-
diminuir a pena mínima do delito de lesão corporal: de seis ral, intelectual e social.
meses a um ano para de três meses a três anos. Além dis-
so, estabeleceu uma majorante (artigo 129, §9°, CP) e uma Art. 3o Serão asseguradas às mulheres as condições
agravante (artigo 61, II, CP). para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança,
Não deve ser considerado como de ação penal públi- à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia,
ca condicionada à representação os crimes de lesões cor- ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cida-
porais leves ou culposas, diante do afastamento da Lei n. dania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência
9.099/95. Assim, são crimes de ação penal pública incondi- familiar e comunitária.
cionada, motivo pelo qual não é possível a renúncia ou a § 1o O poder público desenvolverá políticas que visem
desistência. garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das
Não incidindo a Lei n. 9.099/95 também não há possi- relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-
bilidade de suspensão condicional do processo, composi- -las de toda forma de negligência, discriminação, explora-
ção de danos ou aplicação imediata de pena não-privativa ção, violência, crueldade e opressão.
de liberdade. Neste sentido, reforça o artigo 17 da Lei Ma- § 2o Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar
ria da Penha. as condições necessárias para o efetivo exercício dos di-
Igualmente, por conta do afastamento da Lei dos Jui- reitos enunciados no caput.
zados Especiais, não pode o Ministério Público propor
transação penal ou aplicar imediatamente a pena restritiva Art. 4o Na interpretação desta Lei, serão considerados
de direito ou multa. os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as con-
Entretanto, é possível a suspensão condicional da pena dições peculiares das mulheres em situação de violência
(artigo 77, CP) e a sua substituição por medida restritiva de doméstica e familiar.
direitos (artigo 43, CP), isto porque tais benefícios estão
previstos no Código Penal, aplicável na Lei Maria da Penha. TÍTULO II
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. MULHER
CAPÍTULO I
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica DISPOSIÇÕES GERAIS
e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226
da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência
de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou
da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradi- omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, so-
car a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos frimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; patrimonial:
altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida
Execução Penal; e dá outras providências. como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agrega-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: das;
II - no âmbito da família, compreendida como a comu-
TÍTULO I nidade formada por indivíduos que são ou se consideram
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por
vontade expressa;
Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e preve- III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o
nir a violência doméstica e familiar contra a mulher, agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, inde-
nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da pendentemente de coabitação.
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Vio- Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste
lência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para artigo independem de orientação sexual.

19
LEIS ESPECIAIS

Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher cias e à frequência da violência doméstica e familiar contra a
constitui uma das formas de violação dos direitos humanos. mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados
nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das
CAPÍTULO II medidas adotadas;
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMI- III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos
LIAR CONTRA A MULHER valores éticos e sociais da pessoa e da família, de forma
a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou exa-
Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar cerbem a violência doméstica e familiar, de acordo com o
contra a mulher, entre outras: estabelecido no inciso III do art. 1o, no inciso IV do art. 3o e
I - a violência física, entendida como qualquer conduta no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal;
que ofenda sua integridade ou saúde corporal; IV - a implementação de atendimento policial espe-
II - a violência psicológica, entendida como qualquer cializado para as mulheres, em particular nas Delegacias
conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da de Atendimento à Mulher;
auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno de- V - a promoção e a realização de campanhas educati-
senvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas vas de prevenção da violência doméstica e familiar con-
ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante amea- tra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em
ça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção
vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chanta- aos direitos humanos das mulheres;
gem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes,
vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde termos ou outros instrumentos de promoção de parce-
psicológica e à autodeterminação; ria entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades
III - a violência sexual, entendida como qualquer não-governamentais, tendo por objetivo a implementação
conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a de programas de erradicação da violência doméstica e fami-
participar de relação sexual não desejada, mediante in- liar contra a mulher;
timidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e
a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos
sexualidade, que a impeça de usar qualquer método con- profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas enunciados
traceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao no inciso I quanto às questões de gênero e de raça ou etnia;
aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, su- VIII - a promoção de programas educacionais que disse-
borno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício minem valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pes-
de seus direitos sexuais e reprodutivos; soa humana com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os
conduta que configure retenção, subtração, destruição níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos hu-
parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, manos, à equidade de gênero e de raça ou etnia e ao proble-
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos ma da violência doméstica e familiar contra a mulher.
econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas neces-
sidades; CAPÍTULO II
V - a violência moral, entendida como qualquer con- DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE
duta que configure calúnia, difamação ou injúria. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

TÍTULO III Art. 9o A assistência à mulher em situação de violência


DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE doméstica e familiar será prestada de forma articulada e
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgâ-
nica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no
CAPÍTULO I Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando
for o caso.
Art. 8o A política pública que visa coibir a violência do- § 1o O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da
méstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um mulher em situação de violência doméstica e familiar no
conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do cadastro de programas assistenciais do governo federal,
Distrito Federal e dos Municípios e de ações não-gover- estadual e municipal.
namentais, tendo por diretrizes: § 2o O juiz assegurará à mulher em situação de vio-
I - a integração operacional do Poder Judiciário, do lência doméstica e familiar, para preservar sua integridade
Ministério Público e da Defensoria Pública com as áreas de física e psicológica:
segurança pública, assistência social, saúde, educação, tra- I - acesso prioritário à remoção quando servidora
balho e habitação; pública, integrante da administração direta ou indireta;
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e II - manutenção do vínculo trabalhista, quando ne-
outras informações relevantes, com a perspectiva de gêne- cessário o afastamento do local de trabalho, por até seis
ro e de raça ou etnia, concernentes às causas, às consequên- meses.

20
LEIS ESPECIAIS

§ 3o A assistência à mulher em situação de violência § 1o O pedido da ofendida será tomado a termo pela
doméstica e familiar compreenderá o acesso aos benefícios autoridade policial e deverá conter:
decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, I - qualificação da ofendida e do agressor;
incluindo os serviços de contracepção de emergência, a II - nome e idade dos dependentes;
profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e III - descrição sucinta do fato e das medidas proteti-
da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros vas solicitadas pela ofendida.
procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de § 2o A autoridade policial deverá anexar ao documen-
violência sexual. to referido no § 1o o boletim de ocorrência e cópia de
todos os documentos disponíveis em posse da ofendida.
CAPÍTULO III § 3o Serão admitidos como meios de prova os laudos
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL ou prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos
de saúde.
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de vio-
lência doméstica e familiar contra a mulher, a autoridade TÍTULO IV
policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de DOS PROCEDIMENTOS
imediato, as providências legais cabíveis. CAPÍTULO I
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste DISPOSIÇÕES GERAIS
artigo ao descumprimento de medida protetiva de ur-
gência deferida. Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das
causas cíveis e criminais decorrentes da prática de violência
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de vio- doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão as nor-
lência doméstica e familiar, a autoridade policial deverá, en- mas dos Códigos de Processo Penal e Processo Civil e da
tre outras providências: legislação específica relativa à criança, ao adolescente e
I - garantir proteção policial, quando necessário, co- ao idoso que não conflitarem com o estabelecido nesta Lei.
municando de imediato ao Ministério Público e ao Poder
Judiciário;
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Fami-
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de
liar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com
saúde e ao Instituto Médico Legal;
competência cível e criminal, poderão ser criados pela
III - fornecer transporte para a ofendida e seus depen-
União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados,
dentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco
para o processo, o julgamento e a execução das causas de-
de vida;
correntes da prática de violência doméstica e familiar con-
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegu-
tra a mulher.
rar a retirada de seus pertences do local da ocorrência
ou do domicílio familiar; Parágrafo único. Os atos processuais poderão reali-
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos zar-se em horário noturno, conforme dispuserem as nor-
nesta Lei e os serviços disponíveis. mas de organização judiciária.

Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e fa- Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para
miliar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deve- os processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:
rá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes I - do seu domicílio ou de sua residência;
procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;
de Processo Penal: III - do domicílio do agressor.
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e
tomar a representação a termo, se apresentada; Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à
II - colher todas as provas que servirem para o esclare- representação da ofendida de que trata esta Lei, só será
cimento do fato e de suas circunstâncias; admitida a renúncia à representação perante o juiz, em
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ex- audiência especialmente designada com tal finalidade, an-
pediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a tes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Pú-
concessão de medidas protetivas de urgência; blico.
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo
de delito da ofendida e requisitar outros exames periciais Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência
necessários; doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta
V - ouvir o agressor e as testemunhas; básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar substituição de pena que implique o pagamento isolado de
aos autos sua folha de antecedentes criminais, indican- multa.
do a existência de mandado de prisão ou registro de outras
ocorrências policiais contra ele;
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito po-
licial ao juiz e ao Ministério Público.

21
LEIS ESPECIAIS

CAPÍTULO II I - suspensão da posse ou restrição do porte de ar-


DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA mas, com comunicação ao órgão competente, nos termos
Seção I da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
Disposições Gerais II - afastamento do lar, domicílio ou local de convi-
vência com a ofendida;
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofen- III - proibição de determinadas condutas, entre as
dida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) quais:
horas: a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir so- testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre
bre as medidas protetivas de urgência; estes e o agressor;
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao ór- b) contato com a ofendida, seus familiares e testemu-
gão de assistência judiciária, quando for o caso; nhas por qualquer meio de comunicação;
III - comunicar ao Ministério Público para que adote c) frequentação de determinados lugares a fim de pre-
as providências cabíveis. servar a integridade física e psicológica da ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependen-
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão tes menores, ouvida a equipe de atendimento multidiscipli-
ser concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério Pú- nar ou serviço similar;
blico ou a pedido da ofendida. V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
§ 1o As medidas protetivas de urgência poderão ser § 1o As medidas referidas neste artigo não impedem a
concedidas de imediato, independentemente de audiên- aplicação de outras previstas na legislação em vigor, sem-
cia das partes e de manifestação do Ministério Público, pre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exi-
devendo este ser prontamente comunicado. girem, devendo a providência ser comunicada ao Ministério
§ 2o As medidas protetivas de urgência serão aplica- Público.
das isolada ou cumulativamente, e poderão ser subs- § 2o Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-
tituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia, -se o agressor nas condições mencionadas no caput e inci-
sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem amea- sos do art. 6o da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003,
çados ou violados. o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou ins-
§ 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Pú- tituição as medidas protetivas de urgência concedidas e
blico ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas determinará a restrição do porte de armas, ficando o su-
protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se en- perior imediato do agressor responsável pelo cumprimento
tender necessário à proteção da ofendida, de seus familiares da determinação judicial, sob pena de incorrer nos crimes de
e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público. prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.
§ 3o Para garantir a efetividade das medidas protetivas
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento,
instrução criminal, caberá a prisão preventiva do agres- auxílio da força policial.
sor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Mi- § 4o Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no
nistério Público ou mediante representação da autoridade que couber, o disposto no caput e nos §§ 5o e 6º do art.
policial. 461 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão pre- Processo Civil).
ventiva se, no curso do processo, verificar a falta de motivo
para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobre- Seção III
vierem razões que a justifiquem. Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida

Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos pro- Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo
cessuais relativos ao agressor, especialmente dos pertinen- de outras medidas:
tes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intima- I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a progra-
ção do advogado constituído ou do defensor público. ma oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento;
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar inti- II - determinar a recondução da ofendida e a de seus
mação ou notificação ao agressor. dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento do
agressor;
Seção II III - determinar o afastamento da ofendida do lar,
Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos
o Agressor e alimentos;
IV - determinar a separação de corpos.
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e
familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da so-
aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separada- ciedade conjugal ou daqueles de propriedade particular
mente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as se-
outras: guintes medidas, entre outras:

22
LEIS ESPECIAIS

I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de vio-
agressor à ofendida; lência doméstica e familiar o acesso aos serviços de De-
II - proibição temporária para a celebração de atos e fensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita,
contratos de compra, venda e locação de propriedade em nos termos da lei, em sede policial e judicial, mediante aten-
comum, salvo expressa autorização judicial; dimento específico e humanizado.
III - suspensão das procurações conferidas pela ofen-
dida ao agressor; TÍTULO V
IV - prestação de caução provisória, mediante depó- DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR
sito judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da
prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida. Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Fa-
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório com- miliar contra a Mulher que vierem a ser criados poderão
petente para os fins previstos nos incisos II e III deste artigo. contar com uma equipe de atendimento multidiscipli-
nar, a ser integrada por profissionais especializados nas
Seção IV áreas psicossocial, jurídica e de saúde.
Do Crime de Descumprimento de Medidas Proteti-
vas de Urgência Descumprimento de Medidas Proteti- Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidis-
vas de Urgência ciplinar, entre outras atribuições que lhe forem reservadas
pela legislação local, fornecer subsídios por escrito ao juiz,
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere ao Ministério Público e à Defensoria Pública, mediante lau-
medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei: dos ou verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. de orientação, encaminhamento, prevenção e outras me-
§ 1o A configuração do crime independe da competên- didas, voltados para a ofendida, o agressor e os familiares,
cia civil ou criminal do juiz que deferiu as medidas. com especial atenção às crianças e aos adolescentes.
§ 2o Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a
Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avalia-
autoridade judicial poderá conceder fiança.
ção mais aprofundada, o juiz poderá determinar a manifes-
§ 3o O disposto neste artigo não exclui a aplicação de
tação de profissional especializado, mediante a indicação
outras sanções cabíveis.
da equipe de atendimento multidisciplinar.
CAPÍTULO III
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua pro-
DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
posta orçamentária, poderá prever recursos para a cria-
ção e manutenção da equipe de atendimento multidis-
Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não
ciplinar, nos termos da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes da vio-
lência doméstica e familiar contra a mulher. TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo
de outras atribuições, nos casos de violência doméstica e Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Vio-
familiar contra a mulher, quando necessário: lência Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas cri-
I - requisitar força policial e serviços públicos de minais acumularão as competências cível e criminal
saúde, de educação, de assistência social e de segurança, para conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de
entre outros; violência doméstica e familiar contra a mulher, observadas
II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e parti- as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação
culares de atendimento à mulher em situação de violên- processual pertinente.
cia doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas Parágrafo único. Será garantido o direito de preferên-
administrativas ou judiciais cabíveis no tocante a quaisquer cia, nas varas criminais, para o processo e o julgamento das
irregularidades constatadas; causas referidas no caput.
III - cadastrar os casos de violência doméstica e fami-
liar contra a mulher. TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS
CAPÍTULO IV
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Do-
méstica e Familiar contra a Mulher poderá ser acompa-
Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, nhada pela implantação das curadorias necessárias e do
a mulher em situação de violência doméstica e familiar de- serviço de assistência judiciária.
verá estar acompanhada de advogado, ressalvado o pre-
visto no art. 19 desta Lei. Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Mu-
nicípios poderão criar e promover, no limite das respectivas
competências:

23
LEIS ESPECIAIS

I - centros de atendimento integral e multidiscipli- IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar


nar para mulheres e respectivos dependentes em situação contra a mulher, nos termos da lei específica, para garantir a
de violência doméstica e familiar; execução das medidas protetivas de urgência.” (NR)
II - casas-abrigos para mulheres e respectivos depen-
dentes menores em situação de violência doméstica e fami- Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei
liar; no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa
III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços a vigorar com a seguinte redação:
de saúde e centros de perícia médico-legal especializados no “Art. 61. ..................................................
atendimento à mulher em situação de violência doméstica .................................................................
e familiar; II - ............................................................
IV - programas e campanhas de enfrentamento da .................................................................
violência doméstica e familiar; f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de rela-
V - centros de educação e de reabilitação para os ções domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com
agressores. violência contra a mulher na forma da lei específica;
........................................................... ” (NR)
Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
nicípios promoverão a adaptação de seus órgãos e de seus Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
programas às diretrizes e aos princípios desta Lei. dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as
seguintes alterações:
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais “Art. 129. ..................................................
previstos nesta Lei poderá ser exercida, concorrentemente, ..................................................................
pelo Ministério Público e por associação de atuação na § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, des-
área, regularmente constituída há pelo menos um ano, cendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem
nos termos da legislação civil. conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o
Parágrafo único. O requisito da pré-constituição po- agente das relações domésticas, de coabitação ou de hos-
derá ser dispensado pelo juiz quando entender que não pitalidade:
há outra entidade com representatividade adequada para o Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
ajuizamento da demanda coletiva. ..................................................................
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será
Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e aumentada de um terço se o crime for cometido contra
familiar contra a mulher serão incluídas nas bases de dados pessoa portadora de deficiência.” (NR)
dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e Segurança a fim
de subsidiar o sistema nacional de dados e informações re- Art. 45. O art. 152 da Lei no 7.210, de 11 de julho de
lativo às mulheres. 1984 (Lei de Execução Penal), passa a vigorar com a seguin-
Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública te redação:
dos Estados e do Distrito Federal poderão remeter suas in- “Art. 152. ...................................................
formações criminais para a base de dados do Ministério da Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica con-
Justiça. tra a mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento
obrigatório do agressor a programas de recuperação e ree-
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu- ducação.” (NR)
nicípios, no limite de suas competências e nos termos das
respectivas leis de diretrizes orçamentárias, poderão estabe- Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco)
lecer dotações orçamentárias específicas, em cada exer- dias após sua publicação.
cício financeiro, para a implementação das medidas estabe-
lecidas nesta Lei. Brasília, 7 de agosto de 2006; 185o da Independência
e 118o da República.
Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem
outras decorrentes dos princípios por ela adotados.

Art. 41. Aos crimes praticados com violência domésti-


ca e familiar contra a mulher, independentemente da pena
prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de
1995.

Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de ou-


tubro de 1941 (Código de Processo Penal), passa a vigorar
acrescido do seguinte inciso IV:
“Art. 313. .................................................
................................................................

24
LEIS ESPECIAIS

EXERCÍCIOS 3. (FUNDATEC/2017 - FHGV - Assistente Adminis-


trativo) Na interpretação da Lei nº 11.340/2006, serão con-
1. (FMP/2017 - MPE-RO - Promotor de Justiça siderados os fins sociais a que ela se destina e, especial-
Substituto) Em relação à Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da mente, as condições peculiares das mulheres em situação
Penha), assinale a alternativa CORRETA. de:
a) Os crimes de ameaça e de lesões corporais leves pra- a) Vulnerabilidade.
ticados no contexto de violência doméstica e familiar são b) Incapacidade.
de ação penal pública incondicionada. c) Violência doméstica e familiar.
b) A mulher pode ser sujeito ativo de crime praticado d) Abandono.
no contexto de violência doméstica e familiar. e) Risco e perigo.
c) A ação penal no crime de lesões corporais leves é
pública condicionada, segundo a jurisprudência do Supre- R: C. Preconiza o art. 4o da Lei Maria da Penha: “Na
mo Tribunal Federal. interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais
d) Admite-se a aplicação da suspensão condicional do a que ela se destina e, especialmente, as condições pecu-
processo aos autores de crimes praticados no contexto de liares das mulheres em situação de violência doméstica e
violência doméstica e familiar. familiar”.
e) As medidas protetivas de urgência vigem durante o
prazo decadencial da representação da vítima, ou seja, 6
(seis) meses.
CRIMES HEDIONDOS (LEI 8.072/90);
R: B. A violência deve ser dirigida contra mulher, mas
não necessariamente deve partir de homem, pois o deter-
minante é o contexto da prática de violência – âmbito do-
méstico, familiar ou afetivo – e não quem a perpetrou. A LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990
alternativa “a” está errada porque apenas o crime de lesões
é de ação incondicionada (estando “c” errada). Não cabe Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art.
suspensão condicional do processo e nem transação penal 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras
(súmula 536, STJ). Não se fixa na lei prazo mínimo e máxi- providências.
mo de duração das medidas punitivas.
Hediondo é o crime bárbaro, asqueroso, repugnante.
2. (VUNESP/2017 - TJ-SP - Psicólogo Judiciário) A Não é subjetivo o critério de definir quais são os crimes
Lei n° 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, hediondos, pois a lei cumpre este papel. O artigo 1o desta
em casos de prática de violência doméstica contra a mu- lei traz o rol de crimes hediondos. Estes crimes são inafian-
lher, çáveis e insuscetíveis de graça, anistia ou indulto (artigo 5o,
a) determina que seja delegada à mulher a responsa- XLIII, CF). O mesmo artigo 5o, XLIII, CF estabelece que se
bilidade pela entrega de intimações e notificações judiciais equiparam aos hediondos o tráfico (apenas no que tange
ao agressor. aos crimes descritos nos artigos 33 a 36 da Lei de Drogas
b) prevê a aplicação de penas ao agressor como multas – Lei no 11.343/2006), o terrorismo (Lei no 13.260/2016) e a
e distribuição de determinado número de cestas básicas. tortura (Lei no 9.455/1997).
c) limita-se à violência na relação homem-mulher, ig-
norando os novos arranjos conjugais e familiares da con- Art. 1o São considerados hediondos os seguintes cri-
temporaneidade. mes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de de-
d) prevê a restrição de visitas do agressor aos depen- zembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados:
dentes menores, ouvida a equipe de atendimento multidis- I – homicídio (art. 121), quando praticado em ativi-
ciplinar ou serviço similar. dade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido
e) ignora a violência patrimonial, por não implicar ris- por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o,
co iminente à integridade física, moral ou psicológica da incisos I, II, III, IV, V, VI e VII);
mulher. Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
R: D. Trata-se de previsão do art. 22, IV da Lei Maria Não é qualquer homicídio simples, mas apenas aquele
da Penha. praticado em atividade de grupo de extermínio (por um
agente ou mais).
Art. 121, § 2°, Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por
outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia,
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa
resultar perigo comum;

25
LEIS ESPECIAIS

IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação IV - extorsão mediante sequestro e na forma quali-


ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa ficada (art. 159, caput, e §§ 1o, 2o e 3o);
do ofendido; Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunida- si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou
de ou vantagem de outro crime; preço do resgate:
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
feminino: § 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) ho-
VII - contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 ras, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de
e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisio- 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou
nal e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício quadrilha.
da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
razão dessa condição: Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. § 3º - Se resulta a morte:
No caso dos homicídios qualificados, todos eles são Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
abrangidos. Abrangem-se todas as modalidades de extorsão me-
Obs.: No caso de homicídio privilegiado (art. 121, §1o, diante sequestro.
CP), mesmo que cometido com instrumentos materiais tí-
picos de homicídio qualificado, tem-se o que a doutrina V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);
chama de homicídio qualificado-privilegiado. Quanto a Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou
este, a doutrina diz não se caracterizar crime hediondo. grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou per-
mitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
(art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. § 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza
129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agen- grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14
te descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, (catorze) anos:
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Se- Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
gurança Pública, no exercício da função ou em decorrên- § 2o Se da conduta resulta morte:
cia dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;
Art. 129, § 2° Se resulta: VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o,
I - Incapacidade permanente para o trabalho; 2 , 3o e 4o);
o

II - enfermidade incurável; Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
IV - deformidade permanente; Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
V - aborto: § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações des-
Pena - reclusão, de dois a oito anos. critas no caput com alguém que, por enfermidade ou defi-
Art. 129, § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evi- ciência mental, não tem o necessário discernimento para a
denciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode
risco de produzi-lo: oferecer resistência.
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. § 2o (VETADO).
Não é qualquer lesão gravíssima ou seguida de mor- § 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza
te, mas apenas praticado contra autoridade ou agente do grave:
sistema de segurança pública, no exercício ou em razão da Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
função, ou então seu parente até 3o grau/cônjuge/compa- § 4o Se da conduta resulta morte:
nheiro, em razão da função. Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.

II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o);
Art. 157, § 3º [...] se resulta morte, a reclusão é de vinte Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de
a trinta anos, sem prejuízo da multa. germes patogênicos:
Trata-se do roubo seguido de morte. Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); dobro.
Art. 157, § 2º Aplica-se à extorsão praticada mediante
violência o disposto no § 3º do artigo anterior. VII-A - (VETADO);
Trata-se de extorsão da qual resultou morte, aplican- VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alte-
do-se pena de reclusão de 20 a 30 anos, tal como a do ração de produto destinado a fins terapêuticos ou medi-
latrocínio. cinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação
dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998);

26
LEIS ESPECIAIS

Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar pro- c) submeter intencionalmente o grupo a condições de
duto destinado a fins terapêuticos ou medicinais: existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. ou parcial;
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, ven- d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos
de, expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de no seio do grupo;
qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo
falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. para outro grupo;
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere Será punido:
este artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insu- Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso
mos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de da letra a;
uso em diagnóstico. Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b;
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica Com as penas do art. 270, no caso da letra c;
Com as penas do art. 125, no caso da letra d;
as ações previstas no § 1º em relação a produtos em qual-
Com as penas do art. 148, no caso da letra e;
quer das seguintes condições:
Art. 2º Associarem-se mais de 3 (três) pessoas para prá-
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância
tica dos crimes mencionados no artigo anterior:
sanitária competente;
Pena: Metade da cominada aos crimes ali previstos.
II - em desacordo com a fórmula constante do registro Art. 3º Incitar, direta e publicamente alguém a cometer
previsto no inciso anterior; qualquer dos crimes de que trata o art. 1º:
III - sem as características de identidade e qualidade ad- Pena: Metade das penas ali cominadas.
mitidas para a sua comercialização; § 1º A pena pelo crime de incitação será a mesma de
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua crime incitado, se este se consumar.
atividade; § 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço), quando
V - de procedência ignorada; a incitação for cometida pela imprensa.
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da auto-
ridade sanitária competente. Lei no 10.826/2003
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber,
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra for- ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamen-
ma de exploração sexual de criança ou adolescente ou te, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou
de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou ou restrito, sem autorização e em desacordo com determina-
outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (de- ção legal ou regulamentar:
zoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
não tem o necessário discernimento para a prática do ato, Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
§ 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem II – modificar as características de arma de fogo, de for-
econômica, aplica-se também multa. ma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido
§ 2o Incorre nas mesmas penas: ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidino- induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explo-
so com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (cator-
sivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com
ze) anos na situação descrita no caput deste artigo;
determinação legal ou regulamentar;
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer
em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste
arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro si-
artigo. nal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuita-
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o mente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a
crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no criança ou adolescente; e
2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de posse ou porte VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização le-
ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. gal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.
16 da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos
tentados ou consumados. Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terro-
Lei no 2.889/1956 rismo são insuscetíveis de:
Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em I - anistia, graça e indulto;
parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal: II - fiança.
a) matar membros do grupo; Repete-se a disciplina constitucional do artigo 5o, XLIII,
b) causar lesão grave à integridade física ou mental de CF. O dispositivo constitucional não menciona o indulto, mas
membros do grupo; o STF já firmou entendimento de que a vedação é extensível.

27
LEIS ESPECIAIS

O STF julgou no Habeas Corpus 104339 que embora “Art. 157. [...]
não seja cabível fiança, é cabível liberdade provisória, sem- § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena
pre que ausentes os requisitos do art. 312, CPP. é de reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se
resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem pre-
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumpri- juízo da multa.
da inicialmente em regime fechado. Art. 159. [...]
O STF julgou no Habeas Corpus 111.840 que o dispo- Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
sitivo é inconstitucional e cabe, conforme o caso, o início § 1º [...]
do cumprimento da pena em regime diverso do fechado. Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
§ 2º [...]
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumpri- § 3º [...]
mento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. Art. 213. [...]
2/5 – apenado primário Pena - reclusão, de seis a dez anos.
3/5 – apenado reincidente Art. 214. [...]
Pena - reclusão, de seis a dez anos.
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz deci- Art. 223. [...]
dirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em Pena - reclusão, de oito a doze anos.
liberdade. Parágrafo único. [...]
Havendo condenação de primeira instância, o juiz de- Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
verá decidir se o réu poderá ou não apelar em liberdade. Art. 267. [...]
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no Art. 270. [...]
7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos nes- Pena - reclusão, de dez a quinze anos”.
te artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por
igual período em caso de extrema e comprovada neces- Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o se-
sidade. guinte parágrafo:
A Lei no 7.960/1989 prevê prazo máximo de 5 dias “Art. 159. [...]
(prorrogável por mais 5), que é ampliado para os crimes § 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o
hediondos, chegando a 30 dias (prorrogável por mais 30). coautor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a liberta-
ção do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de terços”.
segurança máxima, destinados ao cumprimento de pe-
nas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena
permanência em presídios estaduais ponha em risco a or- prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de
dem ou incolumidade pública. crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
Art. 4º (Vetado). Parágrafo único. O participante e o associado que de-
nunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois
inciso: terços.
Art. 288, CP. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas,
“Art. 83. [...] V - cumprido mais de dois terços da pena, para o fim específico de cometer crimes:
nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tor- Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
tura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terro- Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a
rismo, se o apenado não for reincidente específico em associação é armada ou se houver a participação de criança
crimes dessa natureza.” ou adolescente.
Trata-se de requisito para o livramento condicional Redução da pena – delação premiada – 1/3 a 2/3.
para os casos de crimes hediondos. Cabe o livramento
após 2/3 da pena cumpridos, exceto se o apenado for rein- Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capi-
cidente em crime hediondo ou equiparado. tulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º,
2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e e parágrafo único, 214 e sua combinação com o art. 223,
3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acresci-
270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a das de metade, respeitado o limite superior de trinta anos de
seguinte redação: reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses referi-
das no art. 224 também do Código Penal.

28
LEIS ESPECIAIS

O art. 224, CP foi revogado, logo, o dispositivo em co- 2. (INSTITUTO AOCP/2017 - SEJUS - Agente Pe-
mento perde efeito. nitenciário) Constitui crime hediondo, previsto na Lei
8.072/1990,
Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de a) o favorecimento da prostituição ou de outra forma
1976, passa a vigorar acrescido de parágrafo único, com a de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vul-
seguinte redação: nerável.
“Art. 35. [...] b) constranger alguém, mediante violência ou grave
Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capí- ameaça e com o intuito de obter para si ou para outrem
tulo serão contados em dobro quando se tratar dos crimes indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça
previstos nos arts. 12, 13 e 14”. ou deixar de fazer alguma coisa.
c) lesão corporal leve quando cometida contra agente
Art. 11. (Vetado). do sistema prisional.
d) homicídio simples praticado por qualquer cidadão.
Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publica-
ção. R: A. Trata-se de tipo descrito no art. 1o, VIII da lei de
crimes hediondos.
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e


102º da República. CRIMES RESULTANTES DE PRECONCEITOS
DE RAÇA OU DE COR (LEI 7.716/89);
EXERCÍCIOS

1. (VUNESP/2015 - MPE-SP - Analista de Promoto-


ria) A Lei n° 8.072/90 (crimes hediondos) Previsão constitucional
a) define no seu artigo 1° os crimes considerados he- Um dos objetivos da República Federativa do Brasil é,
diondos, todos previstos no Código Penal, sem prejuízo, nos termos do artigo 3º, IV, CF: “promover o bem de to-
contudo, de outros delitos considerados hediondos pela dos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
Legislação Penal Especial. quaisquer outras formas de discriminação”. A intenção de
b) não permite a interposição de apelação antes do re- construir uma sociedade livre de preconceitos de qualquer
colhimento do condenado à prisão, em razão do disposto espécie, na verdade, já desponta no próprio preâmbulo do
no seu artigo 2°, § 1° (a pena será cumprida em regime texto constitucional: “Nós, representantes do povo brasi-
inicial fechado). leiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para
c) prevê progressão de regime para os condenados instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o
pela prática de crime hediondo após o cumprimento de exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a se-
1/6 da pena se o apenado for primário e 2/5 se for reinci- gurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a
dente. justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna,
d) traz no rol do seu art. 1° o crime de roubo impróprio pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social
(art. 157, § 1°, CP), o roubo circunstanciado (art. 157, § 2°, I, e comprometida, na ordem interna e internacional, com
II, III, IV e V, CP) e o roubo qualificado pelo resultado (art. a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a
157, § 3o, CP). proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLI-
e) estabelece o prazo de 30 (trinta) dias (podendo ser CA FEDERATIVA DO BRASIL”. Neste sentido, no artigo 5º da
prorrogado por mais 30 dias) da prisão temporária decre- CF destacam-se: “ XLI - a lei punirá qualquer discriminação
tada nas investigações pela prática de crime hediondo. atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; XLII - a
prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescri-
R: E. O prazo de 30 dias de prisão temporária é fixado tível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”.
no artigo 2o, §4o. O rol da lei é taxativo. Para o STF, o regime A Lei nº 7.716/1989, uma decorrência das previsões
inicial de cumprimento de pena não necessariamente deve constitucionais, tutela a igualdade prevista como bem ju-
ser fechado. O regime de progressão é de 2/5 para apena- rídico, sendo que se deve levar em conta não apenas as
do primário e de 3/5 para apenado reincidente. Roubo não características próprias do discriminado, mas também os
é hediondo, salvo se resultar em morte (latrocínio). motivos que levam à discriminação, os quais, se lícitos,
afastam a incidência da lei.

Incidência da Lei
A lei de discriminação e preconceito apresenta diversas
formas de condutas criminosas que constituem atos de se-
gregação tendo por base, dentre outros aspectos, o racial.
Todos eles apresentam uma conexão com seu artigo pri-
meiro, onde afirma que ‘serão punidos, na forma desta Lei,

29
LEIS ESPECIAIS

os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de blico; a entradas sociais de edifícios, incluindo-se o uso de
raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional’. Isso sig- elevadores; a transporte público nas mais diversas formas;
nifica que todas as condutas incriminadas devem ocorrer às forças armadas; ao casamento.
com orientação desse artigo. Todos os delitos dessa legislação são dolosos, admi-
tem concurso de pessoas na forma de coautoria e parti-
Etimologia cipação e são crimes de ação penal pública incondicio-
Discriminação é sinônimo de distinção. Na lei tem a nada, independem da vontade da vítima para investigação
conotação de discriminação social, no sentido de propiciar e consequente processo. Possuem ainda o mesmo objeto
a exclusão social de uma pessoa pelo mero fato de perten- jurídico, que é a igualdade constitucional.
cer a uma raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Preconceito significa um conceito pré-estabelecido, Crimes em espécie
que existe antes mesmo de se conhecer especificadamente
o objeto do preconceito, no caso, uma pessoa. Assim, pelo Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devida-
simples fato de alguém ser de certa raça, cor, etnia, religião mente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta
ou precedência nacional a outra pessoa a maltrata e a ex- ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços pú-
clui, sem nem ao menos conhecê-la. blicos.
Vale, ainda, distinguir as espécies de discriminações e Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por
preconceitos coibidos pela lei: motivo de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou pro-
- Raça - termo biológico referente a aspectos morfo- cedência nacional, obstar a promoção funcional.
lógicos como cor da pele e composição física, que perde Pena: reclusão de dois a cinco anos.
cada vez mais força, notadamente pela forte miscigenação Assim, todas as pessoas, independentemente de raça,
social. cor, etnia, religião ou procedência nacional, concorrem
- Cor - termo biológico ainda mais estrito que o de igualmente a cargos públicos na administração direta ou
raça, aplicando-se apenas à cor da pele. indireta, além das prestadoras de serviços públicos, ava-
- Etnia - termo sociológico, aplicando-se a grupos com liando-se apenas sua capacidade. Da mesma forma, o mais
afinidades linguísticas e culturais. competente é o que deve ser promovido. Comete o crime
- Religião - crença espiritual adotada pela pessoa, por o servidor público que for responsável pela avaliação dos
exemplo, catolicismo, judaísmo, umbanda, etc. candidatos num concurso público e/ou o que controlar o
- Procedência nacional - país de origem. quadro de funcionários da instituição.

Discriminações lícitas Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.


Contudo, é preciso se atentar ao fato de que a lei apli- § 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de dis-
ca-se às discriminações ilícitas, não às lícitas. Um exemplo criminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do
de motivo lícito seria negar emprego a um negro ou a um preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica:
oriental, em uma empresa teatral, para o papel de D. Pedro I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao
I, assim como seria absurdo na mesma empresa dar a um empregado em igualdade de condições com os demais tra-
branco o emprego de um dos escravos do país. Nota-se balhadores;
que nos dois exemplos não houve preconceito, mas apenas II - impedir a ascensão funcional do empregado ou
respeito ao interesse artístico envolvido. Diferente seria se obstar outra forma de benefício profissional;
uma empresa como um banco ou uma fábrica qualquer se III - proporcionar ao empregado tratamento diferencia-
recusasse a contratar o candidato mais qualificado apenas do no ambiente de trabalho, especialmente quanto ao sa-
pela cor de sua pele ou pela sua raça. lário.
§ 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação
Classificação dos crimes de serviços à comunidade, incluindo atividades de promo-
Citada lei apresentou diversas formas de discrimina- ção da igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer
ção e preconceito, nenhuma delas, no entanto, teve a vida outra forma de recrutamento de trabalhadores, exigir
como objetivo a tutelar, sendo que talvez fossem suficien- aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para em-
tes as relacionadas ao trabalho, à obtenção de serviços, à prego cujas atividades não justifiquem essas exigências.
livre locomoção, à educação, à convivência familiar e social, Pena: reclusão de dois a cinco anos.
quer no setor público ou privado, abrangendo a raça, cor, Obviamente, nas empresas privadas há maior liberdade
religião, etnia e procedência nacional. de contratação, mas isso não significa que seja permitido
Os crimes envolvem de forma geral atos de segrega- o preconceito injustificado, deixando de contratar alguém
ção racial que decorrem dos seguintes atos de impedimen- por um motivo preconceituoso ou discriminatório. Se ficar
to ou obstáculo: a cargo da administração pública; a em- provada tal intenção, a pessoa responsável pelo processo
prego em empresas privadas; a estabelecimento comercial, seletivo cometerá o crime do artigo 4º, caput. Por isso mes-
ou no atendimento de quem lá tenha entrado; ao ensino mo que o §2º proíbe que anúncios de recrutamento men-
público ou privado; a hotel ou outras formas de hospeda- cionem aspectos físicos de certa raça ou etnia (como neste
gem; a restaurantes e bares; estabelecimento esportivos, caso não se atingiu diretamente uma pessoa, a pena é mais
de diversão ou clubes sociais, desde que abertos ao pú- branda, de prestação de serviços à comunidade).

30
LEIS ESPECIAIS

Além disso, como se extrai dos incisos do §1º, o funcio- Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edi-
nário não pode ser discriminado no exercício de suas fun- fícios públicos ou residenciais e elevadores ou escada de
ções, seja pelas condições de segurança, seja quanto à pro- acesso aos mesmos:
moção no quadro funcional, seja quanto à remuneração. Pena: reclusão de um a três anos.
É proibido selecionar elevadores ou escadas para pes-
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento soas de etnia, raça, cor ou procedência nacional diferen-
comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ciados.
ou comprador.
Pena: reclusão de um a três anos. Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes pú-
O funcionário de uma loja não pode deixar de atender blicos, como aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens,
uma pessoa por sua aparência, por exemplo, por achar que metrô ou qualquer outro meio de transporte concedido.
ela não tem condições de ali comprar, praticando o crime Pena: reclusão de um a três anos.
do artigo 5º. Responde não só o funcionário que se negue a Basta que a pessoa pague, se for o caso, pelo uso do
atender, mas eventual superior que assim tenha determinado. transporte que poderá fazê-lo, não cabendo impedir o
acesso apenas pela etnia, raça, cor, religião ou procedência
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou in- nacional.
gresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou
privado de qualquer grau. Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao servi-
Pena: reclusão de três a cinco anos. ço em qualquer ramo das Forças Armadas.
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor Pena: reclusão de dois a quatro anos.
de dezoito anos a pena é agravada de 1/3 (um terço). Podem se alistar todos os brasileiros com condições
Não significa que processos seletivos sejam proibidos, físicas e psicológicas objetivamente estabelecidas para ser-
mas que nestes não se pode impedir o ingresso de uma vir. Não importa de qual raça, cor, etnia, religião ou pro-
pessoa capacitada apenas por sua raça ou etnia. O crime cedência nacional a pessoa seja, desde que seja brasileiro.
é mais grave se o preconceito é cometido contra criança
e adolescente, sendo majorado, ante o natural constrangi- Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma,
mento pelo qual esta pessoa em formação e que ainda não o casamento ou convivência familiar e social.
tem plena compreensão da vida em sociedade irá passar. Pena: reclusão de dois a quatro anos.
É garantida a liberdade para o casamento ou constituir
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em família entre pessoas de qualquer raça, cor, etnia, religião
hotel, pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento si- ou procedência nacional.
milar.
Pena: reclusão de três a cinco anos. Art. 20, § 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicu-
Se uma pessoa pode pagar para se hospedar, não lar símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propa-
pode ser impedida de fazê-lo por mero preconceito ou ganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de
discriminação. divulgação do nazismo.
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em O nazismo é uma das práticas de preconceito mais
restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes condenáveis, que defende a existência de uma raça supe-
abertos ao público. rior, a ariana, em relação às demais pessoas, notadamente
Pena: reclusão de um a três anos. judeus, negros, homossexuais, etc. O nazismo foi a ideolo-
Locais voltados à alimentação que são abertos ao pú- gia por trás de uma das maiores tragédias da humanidade,
blico não podem selecionar os clientes apenas pela etnia, a 2ª Guerra Mundial, sendo pregado pelo regime alemão
cor ou raça. Tanto o funcionário que o fizer quanto o dono durante este período.
que assim tiver orientado responde pelo crime.
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em es- ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedên-
tabelecimentos esportivos, casas de diversões, ou clubes cia nacional.
sociais abertos ao público. Pena: reclusão de um a três anos e multa.
Pena: reclusão de um a três anos. Em seu artigo 20, caput, a Lei nº 7.716/1989 apresenta
Parques e clubes abertos ao público não podem sele- uma fórmula genérica e de maior abrangência ao dispor
cionar frequentadores pela raça ou etnia. como crime ‘praticar, induzir ou incitar a discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência na-
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em cional’, de forma a abranger qualquer ato caracterizador de
salões de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de discriminação ou preconceito, e de certo modo englobar
massagem ou estabelecimento com as mesmas finalidades. todos os artigos anteriores que descrevem atos de segre-
Pena: reclusão de um a três anos. gação. Isto garante a efetividade da lei, pois alguma falha
Também não é aceitável a seleção de clientes em esta- no tipo específico permite o enquadramento neste tipo
belecimentos voltados à estética. genérico.

31
LEIS ESPECIAIS

Vale lembrar, no entanto, que um crime mais grave Art. 2º (Vetado).


previsto na legislação comum que seja praticado por mo-
tivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou proce- Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devida-
dência nacional não se enquadra no artigo 20, caput, mas mente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta
sim no tipo mais grave. Afinal, crime mais grave absorve o ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços pú-
crime menos grave. blicos.
Por exemplo, pensemos num homicídio de uma pessoa Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por
negra praticado por um grupo de neonazistas ou num in- motivo de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou pro-
dígena assassinado por um grupo semelhante. Obviamen- cedência nacional, obstar a promoção funcional.
te, eles praticaram uma discriminação de raça/etnia. No Pena: reclusão de dois a cinco anos.
entanto, não faria sentido responderem pelo preconceito,
crime muito mais brando que o de homicídio. Por isso, res- Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.
ponderão pelo homicídio qualificado por um motivo torpe § 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de dis-
(art. 121, §2º, I, CP), sujeitando-se à pena de reclusão de 12 criminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do
a 30 anos, pois o preconceito é um motivo torpe. preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica:
Assim, sempre que o preconceito gerar um crime mais I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao
grave previsto na legislação, não será utilizada a fórmula empregado em igualdade de condições com os demais tra-
mais ampla do artigo 20, caput. balhadores;
[...] II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obs-
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é come- tar outra forma de benefício profissional;
tido por intermédio dos meios de comunicação social ou III - proporcionar ao empregado tratamento diferencia-
publicação de qualquer natureza: do no ambiente de trabalho, especialmente quanto ao sa-
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa. lário.
A pena se amplia devido à maior repercussão do ilícito. § 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de
serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá de-
da igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra
terminar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste,
forma de recrutamento de trabalhadores, exigir aspectos
ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência:
de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas
I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos
atividades não justifiquem essas exigências.
exemplares do material respectivo;
Pena: reclusão de dois a cinco anos.
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas,
televisivas, eletrônicas ou da publicação por qualquer meio;
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento co-
III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas mercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou
de informação na rede mundial de computadores. comprador.
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condena- Pena: reclusão de um a três anos.
ção, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do
material apreendido. Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso
de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado
Efeitos da condenação de qualquer grau.
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do Pena: reclusão de três a cinco anos.
cargo ou função pública, para o servidor público, e a sus- Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor
pensão do funcionamento do estabelecimento particular por de dezoito anos a pena é agravada de 1/3 (um terço).
prazo não superior a três meses.
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em ho-
Lei não são automáticos, devendo ser motivadamente de- tel, pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento similar.
clarados na sentença. Pena: reclusão de três a cinco anos.
Além de ser condenado à pena privativa de liberdade,
o servidor público perderá o cargo ou função pública, as- Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em res-
sim como o estabelecimento particular em que o crime foi taurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes abertos
praticado não funcionará por um prazo de até 3 meses. É ao público.
preciso que a sentença seja expressa neste sentido. Pena: reclusão de um a três anos.

Legislação seca Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em es-


tabelecimentos esportivos, casas de diversões, ou clubes so-
Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou ciais abertos ao público.
de cor. Pena: reclusão de um a três anos.

Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes re- Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em sa-
sultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, lões de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de massa-
religião ou procedência nacional. gem ou estabelecimento com as mesmas finalidades.

32
LEIS ESPECIAIS

Pena: reclusão de um a três anos. § 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condena-


ção, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios material apreendido.
públicos ou residenciais e elevadores ou escada de acesso
aos mesmos: Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário.
Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos,
como aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência e
qualquer outro meio de transporte concedido. 101º da República.
Pena: reclusão de um a três anos.
EXERCÍCIOS
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço
1. (IBFC/2013 - PC-RJ - Oficial de Cartório) A Lei nº
em qualquer ramo das Forças Armadas.
7.716/1989, que “Define os crimes resultantes de precon-
Pena: reclusão de dois a quatro anos.
ceitos de raça ou de cor”, dispõe que constitui discrimina-
ção ou preconceito punível:
Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, a) Recursar ou impedir acesso a estabelecimento co-
o casamento ou convivência familiar e social. mercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou
Pena: reclusão de dois a quatro anos. comprador em decorrência das vestes ousadas que utiliza.
b) Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o
Art. 15. (Vetado). casamento ou convivência familiar e social em decorrência
da classe social do indivíduo.
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo c) Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço
ou função pública, para o servidor público, e a suspensão do em qualquer ramo das Forças Armadas em decorrência da
funcionamento do estabelecimento particular por prazo não orientação sexual do candidato.
superior a três meses. d) Negar ou obstar emprego em empresa privada à
pessoa portadora de necessidades especiais.
Art. 17. (Vetado). e) Obstar promoção funcional de servidor da Adminis-
tração Pública em decorrência de raça, cor, etnia, religião
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta ou procedência nacional.
Lei não são automáticos, devendo ser motivadamente decla-
rados na sentença. R: E. Prevê a Lei nº 7.716/89: “Art. 3º Impedir ou obstar
o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer
Art. 19. (Vetado). cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das
concessionárias de serviços públicos. Parágrafo único. In-
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou corre na mesma pena quem, por motivo de discriminação
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência na- de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, obstar
cional. a promoção funcional”.
Pena: reclusão de um a três anos e multa.
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular sím- 2. (IBFC/2014 - PC-SE - Escrivão Substituto) A Lei n°
7.716/89 pune criminalmente algumas formas de precon-
bolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda
ceito e discriminação praticados contra a pessoa humana.
que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divul-
NÃO serão punidos criminalmente por esta lei o preconcei-
gação do nazismo.
to e a discriminação decorrente de:
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa. a) Religião.
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é come- b) Procedência nacional.
tido por intermédio dos meios de comunicação social ou c) Etnia.
publicação de qualquer natureza: d) Orientação sexual
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá de- R: D. Prevê a Lei nº 7.716/89: “Art. 1º Serão punidos,
terminar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação
ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediên- ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
cia: nacional”.
I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos MACETE: A Lei nº 7.716/8 se aplica “RACO REPRO”:
exemplares do material respectivo; RAcismo
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, COr
televisivas, eletrônicas ou da publicação por qualquer meio; Religião
III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas Etnia
de informação na rede mundial de computadores. PROcedência nacional

33
LEIS ESPECIAIS

3. (IBFC/2015 - EMBASA - Analista de Saneamen- 5. (IBFC/2015 - SAEB-BA - Analista de Registro de


to - Enfermeiro do Trabalho) Assinale a alternativa corre- Comércio) Assinale a alternativa correta sobre a pena pre-
ta considerando as disposições da lei federal n° 7.716, de vista para quem “Impedir o acesso ou recusar atendimento
05/01/1989, que define os crimes resultantes de preconcei- em salões de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de
to de raça ou de cor. massagem ou estabelecimento com as mesmas finalidades”
a) Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, nos termos da Lei Federal n° 7.716, de 05/01/1989 que de-
pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento similar é fine os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.
crime punível com detenção de dois a cinco anos. a) Pena de reclusão de dois a quatro anos.
b) Impedir o acesso ou recusar atendimento em res- b) Pena de detenção de um a três anos.
taurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes aber- c) Pena de serviços comunitários.
tos ao público é crime punível com reclusão de um a três d) Pena de pagamento de indenização por dano ma-
anos. terial.
c) Impedir o acesso ou recusar atendimento em esta- e) Pena de suspensão do funcionamento do estabele-
belecimentos esportivos, casas de diversões, ou clubes so- cimento particular por até três meses.
ciais abertos ao público é crime punível com reclusão de
um a dois anos. R: E. Conforme o art. 10 da lei, é crime: “Impedir o aces-
d) Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões so ou recusar atendimento em salões de cabeleireiros, bar-
de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de massagem bearias, termas ou casas de massagem ou estabelecimento
ou estabelecimento com as mesmas finalidades é crime com as mesmas finalidades. Pena: reclusão de um a três
punível com detenção de um a cinco anos. anos”. Contudo, nenhuma das alternativas trouxe a pena
de reclusão de um a três anos. Por seu turno, prevê o artigo
R: B. Neste sentido, prevê o artigo 8º da Lei nº 16 da lei que “constitui EFEITO DA CONDENAÇÃO (...) sus-
7.716/1989: “Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendi- pensão do funcionamento do estabelecimento particular
mento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais se- por prazo não superior a três meses”. Por isso o gabarito é
melhantes abertos ao público. Pena: reclusão de um a a letra “e”. Entretanto, a questão é bastante criticável, pois
três anos”. Vale destacar que todos os crimes da Lei nº o examinador confundiu pena com efeito da condenação.
7.716/1989 são punidos com reclusão, o que já permite ex-
cluir desde logo as duas alternativas que falam em pena de
detenção.
CRIMES DE TORTURA (LEI 9.455/97);
4. (IBFC/2015 - EMBASA - Assistente de Saneamen-
to - Técnico em Segurança do Trabalho) Assinale a alter-
nativa correta considerando as disposições da lei federal n°
7.716, de 05/01/1989, que define os crimes resultantes de No Brasil, o uso da tortura - seja como meio de obten-
preconceito de raça ou de cor. ção de provas através da confissão, seja como forma de
a) Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente castigo a prisioneiros - data dos tempos da Colônia. Le-
habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou In- gado da Inquisição, a tortura nunca deixou de ser aplicada
direta, bem como das concessionárias de serviços públicos durante os 322 anos de período colonial e nem posterior-
é crime punível com reclusão de dois a cinco anos. mente - nos 67 anos do Império e no período republicano.
b) Obstar a promoção funcional por motivo de discri- Durante os chamados anos de chumbo, assim como na
minação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacio- ditadura Vargas (período denominado Estado Novo ou Re-
nal é crime punível com reclusão de três a seis anos. pública Nova, em alusão à República Velha, que se findava),
c) Recusar ou impedir acesso a estabelecimento co- houve a prática sistemática da tortura contra presos políti-
mercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou cos - aqueles considerados subversivos, que alegadamente
comprador é crime punível com detenção de um a dois ameaçavam a segurança nacional. Durante o regime militar
anos. de 1964, os torturadores brasileiros eram em sua grande
d) Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de maioria militares das forças armadas, em especial do exér-
aluno em estabelecimento de ensino público ou privado cito. Os principais centros de tortura no Brasil, nesta época,
de qualquer grau é crime punível com reclusão de um a eram os DOI/CODI, órgãos militares de defesa interna.
três anos. No final dos anos 1960 e início dos anos 1970, as ditadu-
ras militares do Brasil e de outros países da América do Sul
R: A. A propósito, prevê o artigo 3º da Lei nº 7.716/1989: criaram a chamada Operação Condor, para perseguir, torturar
“Art. 3º Impedir ou abstar o acesso de alguém, devidamen- e eliminar opositores. Receberam o suporte de especialistas
te habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta militares norte-americanos, ligados à CIA, que ensinaram no-
ou Indireta, nem como das concessionárias de serviços vas técnicas de tortura para obtenção de informações.
públicos. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, Com a redemocratização, em 1985, cessou a prática da
por motivo de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou tortura com fins políticos. Mas as técnicas foram incorpo-
procedência nacional, obstar a promoção funcional. Pena: radas por muitos policiais, que passaram a aplicá-las contra
reclusão de dois a cinco anos”. os presos comuns, “suspeitos” ou detentos.

34
LEIS ESPECIAIS

O artigo V da Declaração de 1948 prevê que “ninguém da Declaração traz uma fórmula genérica para a finalida-
será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo de da tortura consistente em qualquer motivo baseado
cruel, desumano ou degradante”, previsão repetida no ar- em discriminação de qualquer natureza. Não obstante,
tigo 7º do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos exclui as sanções legítimas e lembra que se a lei nacional
e no artigo 5º da Convenção Americana sobre os Direitos ou internacional trouxer conceito mais amplo este preva-
Humanos. Vale lembrar que a tortura é o clássico tipo de lecerá.
tratamento cruel. No Brasil, a Constituição de 1988 prevê no artigo 5o, III
Há uma preocupação especial da comunidade interna- que “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento
cional de vedar tais práticas. Neste sentido, na esfera das desumano ou degradante” e considera a prática de tortura
Nações Unidas, tem-se a Declaração sobre a Proteção de como crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia
Todas as Pessoas contra a Tortura e Outras Penas ou Trata- (para o STF, a proibição se estende ao indulto).
mentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes, adotada pela Pela lei infraconstitucional, a tortura é disciplinada pela
Assembleia Geral em 9 de dezembro de 1975, e a Conven- Lei no 9.455, de 07 de abril de 1997, que tipifica o crime de
ção contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, tortura em seu artigo 1o, com pena de reclusão de 2 a 8 anos.
Desumanos ou Degradantes, adotada pela Assembleia Ge- Diferentemente da disciplina internacional, a tortu-
ral em 10 de dezembro de 1984 e ratificada pelo Brasil em ra não é ato exclusivamente praticado por funcionário
28 de setembro de 1989. público ou terceiro particular às suas ordens (seria crime
Na referida Declaração, o artigo 1º traz um conceito próprio) e sim ato que pode ser praticado, em regra, por
de tortura: “1. Sob os efeitos da presente declaração, será qualquer pessoa. Desta feita, o que distinguirá a tortura de
entendido por tortura todo ato pelo qual um funcionário outros tipos penais não será a condição do agente, mas sim
público, ou outra pessoa a seu poder, inflija intencional- a finalidade do ato ou mesmo a intensidade do sofrimen-
mente a uma pessoa penas ou sofrimentos graves, sendo to causado (esse é o critério para distinguir da prática de
eles físicos ou mentais, com o fim de obter dela ou de maus-tratos, art. 136, CP).
um terceiro informação ou uma confissão, de castigá-la
por um ato que tenha cometido ou seja suspeita de que LEI NO 9.455, DE 07 DE ABRIL DE 1997
tenha cometido, ou de intimidar a essa pessoa ou a outras.
[...]”. No documento o conceito de tortura pode ser assim Define os crimes de tortura e dá outras providências.
subdividido: a) ação, não omissão; b) praticada por funcio-
nário público ou alguém sob sua autoridade; c) com dolo Art. 1º Constitui crime de tortura:
(intenção); d) contra uma pessoa; e) consistente em penas I - constranger alguém com emprego de violência
ou sofrimentos graves, físicos ou mentais; f) visando - ob- ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou
tenção de informação ou confissão, castigo ou intimidação. mental:
Pelo mesmo dispositivo, a pena privativa de liberdade a) com o fim de obter informação, declaração ou
que seja aplicada em obediência à lei, ou seja, sem arbi- confissão da vítima ou de terceira pessoa;
trariedade, em respeito aos direitos humanos consagrados Tortura-prova ou tortura-persecutória
nas Regras Mínimas para o Tratamento dos Reclusos, não é
tortura. O que constitui tortura é “[...] uma forma agravada b) para provocar ação ou omissão de natureza cri-
e deliberada de tratamento ou de pena cruel, desumana ou minosa;
degradante”. Tortura para a prática de crime ou tortura-crime
Merece evidência, ainda, o artigo 3º da Declaração:
“Nenhum Estado poderá tolerar a tortura ou tratos ou c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
penas cruéis, desumanos ou degradantes. Não poderão Tortura discriminatória ou tortura-racismo
ser invocadas circunstâncias excepcionais tais como es-
tado de guerra ou ameaça de guerra, instabilidade política Sujeito ativo: crime comum, qualquer pessoa.
interna ou qualquer outra emergência pública como justi- Sujeito passivo: qualquer pessoa.
ficativa da tortura ou outros tratamentos ou penas cruéis, Elemento subjetivo: dolo, específico, variando para
desumanos ou degradantes”. A tortura é uma ofensa ta- cada um dos três tipos.
manha à dignidade da pessoa humana que em nenhuma Tipo objetivo: constranger alguém mediante violência
hipótese pode ser praticada, suspendendo ou excetuando ou grave ameaça, gerando sofrimento físico ou mental, é
as garantias que a envolvem. conduta plurissubsistente, logo, admite tentativa.
Os outros artigos da Declaração tratam dos deveres
estatais de criminalização e punição da tortura, bem como II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou au-
de conscientização em treinamento de seus agentes a res- toridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a
peito de sua vedação e de reparação dos danos causados, intenso sofrimento físico ou mental, como forma de apli-
encerrando com a invalidação de qualquer declaração ou car castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
confissão proferida nestas condições. Tortura-castigo
Em geral, a Convenção mencionada apenas amplia as Sujeito ativo: crime próprio, pois a pessoa deve ter atri-
questões protetivas tratadas na Declaração, merecendo buto especial consistente em guarda, poder ou autoridade
destaque o seu artigo 1º, que diferente do primeiro artigo sobre a outra.

35
LEIS ESPECIAIS

Sujeito passivo: qualquer pessoa que esteja sob guar- II – se o crime é cometido contra criança, gestante,
da, poder ou autoridade de outrem. portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
Elemento subjetivo: dolo, específico pois deve ser for- (sessenta) anos;
ma de castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. III - se o crime é cometido mediante sequestro.
Tipo objetivo: a conduta de submeter alguém a violên- Causas de aumento de pena
cia ou grave ameaça, intenso sofrimento físico ou mental, é Se aplicam a todos os tipos anteriores.
plurissubsistente e, como tal, admite tentativa. Se houver mais de uma causa presente, o juiz apenas
aumenta a pena uma vez, no montante máximo de 1/3.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, fun-
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa ção ou emprego público e a interdição para seu exercí-
presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento fí- cio pelo dobro do prazo da pena aplicada.
sico ou mental, por intermédio da prática de ato não pre- Se o sujeito ativo for funcionário público, perderá o
visto em lei ou não resultante de medida legal. cargo, função ou emprego; se não for, ficará impedido de
Tortura de preso ou de pessoa sujeita a medida de obtê-lo ou de tentar retornar a cargo diverso, pelo dobro
segurança do prazo da pena empregada.
Sujeito ativo: crime comum, qualquer pessoa, mas na
prática será comumente cometido por quem tenha pode- § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível
res no âmbito da detenção, como carcereiro ou agente pri- de graça ou anistia.
sional, ou da medida de segurança, como enfermeiro. Também é insuscetível de indulto.
Sujeito passivo: apenas pode ser pessoa presa ou sujei-
ta a medida de segurança. § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo
Elemento subjetivo: dolo. a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em
Tipo objetivo: submeter a sofrimento físico ou men- regime fechado.
Salvo no caso de omissão para a prática de tortura, o
tal diverso de ato típico previsto em lei ou resultante de
regime inicial de cumprimento da pena seria fechado. En-
medida legal, que é plurissubsistente, admitindo tentativa.
tretanto, o STF afastou a obrigatoriedade de início de pena
Evidente que a pena e a medida de segurança tipicamente
em regime fechado para crimes hediondos e equiparados
geram um tipo de sofrimento, não é este abrangido pela
(HC 111.840/ES). Caberá ao juiz individualizar a pena, inclu-
conduta típica.
sive quanto ao regime de cumprimento.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas,
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o
quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na
crime não tenha sido cometido em território nacional,
pena de detenção de um a quatro anos. sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente
Omissão perante a tortura em local sob jurisdição brasileira.
Sujeito ativo: pessoa que tivesse autoridade para evitar Trata-se de hipótese de extraterritorialidade incondi-
ou apurar as condutas. cionada da lei penal. O legislador quis garantir a punição
Sujeito passivo: qualquer pessoa. da prática repulsiva da tortura independentemente da lo-
Elemento subjetivo: dolo. calização da vítima (sendo ela brasileira) ou da nacionalida-
Tipo objetivo: tratando-se de conduta omissiva, não de do agente (estando ele sob jurisdição brasileira).
admite tentativa.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou ção.
gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se
resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de
Tortura qualificada julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
Tortura + lesão grave ou gravíssima = reclusão, 4 a 10
anos. Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e
Tortura + morte = reclusão, 8 a 16 anos. 109º da República.
Em ambos casos, vai se verificar se o autor da condu-
ta realmente não quis nem assumiu o risco de produzir o
resultado da lesão grave/gravíssima ou da morte, ou seja,
a lesão grave/gravíssima ou a morte não podem ter sido
almejadas pelo autor, se forem, há concurso formal entre a
tortura e a lesão (art. 129, §§ 1o e 2o, CP) ou então homicídio
qualificado pela tortura (art. 121, §2o, III, CP).

§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:


I - se o crime é cometido por agente público;

36
LEIS ESPECIAIS

EXERCÍCIOS
ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI
1. (UECE-CEV/2017 - SEAS - CE - Assistente Social / 10.826/03);
Pedagogo / Psicólogo) O disposto na Lei Federal nº 9.455
de 1997 (Lei da Tortura)
a) aplica-se quando o crime não tenha sido cometido
em território nacional, sendo a vítima estrangeira, ainda “As regras para se comprar uma arma e os mecanismos
que o agente não se encontre em local sob jurisdição bra- de controle destas no Brasil sempre foram falhos ou pra-
sileira. ticamente inexistentes. Isto gerou, por muitos anos, uma
b) não se aplica quando o crime não tenha sido come- grande entrada de armas em circulação no país. O fácil
tido em território nacional. acesso às armas de fogo sempre transformou os conflitos
c) aplica-se quando o crime não tenha sido cometido existentes na sociedade brasileira em tragédias.
em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encon- Em 1997, apareceram os primeiros movimentos pró-
trando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. -desarmamento no Brasil e o controle de armas de fogo
d) não se aplica quando o crime tenha sido cometido começou a entrar na pauta de preocupações nacional.
em território nacional, mas a vítima seja estrangeira. Neste mesmo ano, houve a primeira mudança na legisla-
ção, ainda bastante insipiente frente à realidade brasileira.
R: C. Prevê a Lei de Tortura (Lei no 9.455/97): “art. 2º. Afinal, mais de 80% dos crimes eram cometidos por armas
O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não de fogo.
tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima Os movimentos não pararam. Organizações passaram
brasileira ou encontrando-se o agente em local sob juris- a realizar eventos e atos públicos chamando a atenção da
dição brasileira”. população brasileira. Somando-se a isso, os dados e pes-
quisas que apareciam mostravam relação direta entre o
2. (CONSULPLAN/2017 - TRF - 2ª REGIÃO - Técnico fácil acesso às armas de fogo e o aumento do número de
Judiciário - Segurança e Transporte) Os crimes previstos homicídios, comprovando que quanto mais armas em cir-
na Lei de Tortura (Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997) NÃO culação, mais morte.
terão a sua pena aumentada de um sexto até um terço se Em junho de 2003, foi organizada uma Marcha Silen-
o crime for cometido ciosa, com sapatos de vítimas de armas de fogo em frente
a) por agente público. ao congresso nacional. Este fato chamou bastante atenção
b) mediante sequestro. da mídia e da opinião pública. Os legisladores tomaram
c) contra vítima de 55 anos. para si o tema e criaram uma comissão mista, com deputa-
d) contra portador de deficiência. dos federais e senadores para formular uma nova lei. Esta
comissão analisou todos os projetos que falavam sobre o
R: C. Preconiza o art. 1o em seu §4o: “Aumenta-se a tema nas duas casas e reescreveram uma lei conjunta: o
pena de um sexto até um terço: I - se o crime é cometido Estatuto do Desarmamento.
por agente público; II - se o crime é cometido contra crian- Depois de redigido, faltava a aprovação, tanto no Se-
ça, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior nado quanto na Câmara dos Deputados. O Estatuto foi fa-
de 60 (sessenta) anos; III - se o crime é cometido mediante cilmente aprovado no Senado, mas logo em seguida ficou,
sequestro”. mais de 3 meses parado esperando a aprovação na Câmara
dos Deputados. Lá enfrentou o poderosíssimo lobby das
armas, ou seja, deputados federais que na sua maioria tive-
ram as campanhas financiadas pelas indústrias de armas e
munições, a chamada Bancada da Bala.
No entanto, a pressão popular foi mais forte e o Es-
tatuto foi aprovado em outubro de 2004 na Câmara dos
Deputados. Voltou para o Senado novamente onde outra
vez foi aprovado rapidamente. No dia 23 de Dezembro o
Estatuto do Desarmamento foi sancionado pelo presidente
Luis Inácio Lula da Silva”2.
Alguns pontos essenciais do Estatuto merecem desta-
que em separado:

1) Armas
O estatuto do desarmamento se aplica apenas às ar-
mas de fogo, munições e acessórios. Não se aplica às ar-
mas brancas.

2 http://www.deolhonoestatuto.org.br/

37
LEIS ESPECIAIS

As armas podem ser próprias quando fabricadas para O tipo do artigo 16 se aplica tanto ao porte quanto
serem armas desde a sua origem, ou impróprias quando à posse de arma de uso restrito (mesma classificação do
não tem como finalidade ser arma mas ser usada como tal. artigo 14). O parágrafo único traz 6 ações diferentes que
constituem crimes autônomos.
2) Registro
Posse ou guarda - artigo 5º. 5) Prazo de regularização da arma ou entrega - ar-
A finalidade é autorizar o proprietário a manter a arma tigos 30 a 32
de fogo exclusivamente no interior de sua casa, domicílio O prazo limite foi prorrogado e já se encerrou em 31
ou local de trabalho. de dezembro de 2009 - artigo 20 (Lei nº 11706/08). Tra-
A falta de registro leva à criminalização - artigo 12. ta-se de abolitio criminis temporária: o fato deixa de ser
Posse irregular de arma: delito previsto no artigo 12. considerado crime por algum tempo.
A posse irregular é a posse sem registro. Trata-se de crime Os artigos 30 a 32 se aplicam só à posse, não ao porte.
comum (qualquer pessoa pode praticar), de perigo abstra- O artigo 30 fala que só se aplica à arma de uso permitido. O
to (presume-se o perigo), de conteúdo múltiplo ou variado artigo 31 fala em arma regularmente adquirida, presumin-
(mais de um verbo no tipo - possuir ou guardar), unissub- do-se logicamente que só se aplica às armas de uso permi-
jetivo (pode ser praticado por uma só pessoa), doloso, para tido, porque não é possível adquirir regularmente arma de
o qual não se admite tentativa. uso proibido. Já o artigo 32 não é expresso quanto à apli-
cação restrita às armas de uso permitido. Isto criou uma di-
3) SINARM vergência nos tribunais, que majoritariamente (inclusive STJ)
As armas de fogo possuem algumas características têm decidido que não se aplica às armas de uso proibido.
como: marca, calibre, quantidade de cartuchos (balas), e
outras mais complexas, como tipo da coronha, raias, etc. 6) Exame pericial
Existem ainda as armas comuns como garruchas e revol- Posição amplamente majoritária diz que o exame peri-
veres, que se diferenciam das armas automáticas, como cial é indispensável. A minoritária parte do pressuposto de
pistolas, metralhadoras e outras impróprias para o uso co- que o que a polícia diz que é arma, é arma. O laudo é nulo
mum, que são utilizadas pelas policias em operações espe- se o exame pericial for feito pelos policiais que fizeram a
ciais. Cabe ao SINARM catalogar e registrar todas as armas prisão em flagrante.
em circulação no Brasil.
Assim, o Sistema Nacional de Armas (SINARM), instituí- 7) Arma com defeito
do no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, Se o defeito existia e não era possível disparar a arma, a
com circunscrição em todo o território nacional, é respon- doutrina majoritária diz que não há crime, porque não exis-
sável pelo controle de armas de fogo em poder da popu- te arma de fogo; a doutrina minoritária diz que há crime,
lação, conforme previsto na Lei nº 10.826/03 (Estatuto do porque o objetivo da lei é proteger a segurança pública.
Desarmamento).
8) Arma sem munição
4) Porte Existem 3 posições: exige munição, porque não há cri-
Autoriza a pessoa a ter a arma consigo fora de casa ou me sem potencialidade lesiva; no se exige munição, desde
do trabalho. Para ter porte, precisa ter posse. que ela esteja ao alcance (ex: arma no porta-malas e mu-
O porte de uso para pessoas comuns em regra não é nição no bolso); não interessa se a arma está com munição
permitido - artigo 10. ou não por causa da objetividade jurídica, que é proteger
O porte para funcionários de segurança e colecionado- a segurança e a incolumidade (majoritária, recomendável
res que participam de eventos esportivos é eventual, ou seja, para o concurso da PRF).
somente é aceito em algumas situações - artigos 6º e 9º.
Magistratura e Ministério Público possuem porte fun- 9) Concurso de crimes
cional, assegurado nas respectivas leis orgânicas. - Posse de mais de 1 arma: jurisprudência diz que é um
No porte ilegal não interessa se a arma é permitida ou só crime.
de uso restrito, se há registro ou não. Significa ter a arma - Posse de 1 arma e de munição de calibre diferente: 2
consigo fora dos limites do trabalho e da residência, sem crimes em concurso formal.
autorização para isso, o que já constitui ato ilícito. Logo, - Posse só de munição: 1 só crime independente da
uma pessoa pode ter a posse legal ou regular (arma regis- quantidade.
trada) e praticar o crime de porte ilegal, previsto no artigo
14. Caso a posse seja ilegal, o delito é o do artigo 16. 10) Disparo
O porte ilegal de arma do artigo 14 é um crime co- Previsto no artigo 15. Trata-se de crime comum, de
mum (qualquer pessoa pode cometer), de merda conduta mera conduta, unissubjetivo, de perigo abstrato. Seu ob-
(não depende de resultado), de perigo abstrato (não pre- jeto jurídico é a proteção da incolumidade pública. Seu
cisa sacar a arma), conteúdo múltiplo (13 núcleos de tipo), objeto material é a arma de fogo ou munição. O crime é
unissubjetivo (basta ser praticado por 1 pessoa). Seu objeto subsidiário, pois é preciso que não se tenha como finali-
material é a arma ou acessório de uso permitido devida- dade a prática de outro crime (ex: tentativa de homicídio).
mente numerado. Consuma-se com o disparo.

38
LEIS ESPECIAIS

Dispõe sobre registro, posse e comercialização de I – comprovação de idoneidade, com a apresentação


armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de de certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas
Armas – Sinarm, define crimes e dá outras providências. pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não es-
tar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal,
CAPÍTULO I que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos;
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS II – apresentação de documento comprobatório de ocu-
pação lícita e de residência certa;
Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, ins- III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão
tituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na
Federal, tem circunscrição em todo o território nacional. forma disposta no regulamento desta Lei.
§ 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de
Art. 2º Ao Sinarm compete: arma de fogo após atendidos os requisitos anteriormente
I – identificar as características e a propriedade de ar- estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indi-
mas de fogo, mediante cadastro; cada, sendo intransferível esta autorização.
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas § 2º A aquisição de munição somente poderá ser fei-
e vendidas no País; ta no calibre correspondente à arma registrada e na quan-
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo tidade estabelecida no regulamento desta Lei.
e as renovações expedidas pela Polícia Federal; § 3º A empresa que comercializar arma de fogo em
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extra- território nacional é obrigada a comunicar a venda à au-
vio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar toridade competente, como também a manter banco de
os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento dados com todas as características da arma e cópia dos do-
de empresas de segurança privada e de transporte de va- cumentos previstos neste artigo.
lores; § 4º A empresa que comercializa armas de fogo, aces-
V – identificar as modificações que alterem as caracte- sórios e munições responde legalmente por essas merca-
dorias, ficando registradas como de sua propriedade en-
rísticas ou o funcionamento de arma de fogo;
quanto não forem vendidas.
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já exis-
§ 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios
tentes;
e munições entre pessoas físicas somente será efetivada
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusi-
mediante autorização do Sinarm.
ve as vinculadas a procedimentos policiais e judiciais;
§ 6º A expedição da autorização a que se refere o § 1º
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem
será concedida, ou recusada com a devida fundamentação,
como conceder licença para exercer a atividade;
no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do re-
IX – cadastrar mediante registro os produtores, ataca-
querimento do interessado.
distas, varejistas, exportadores e importadores autorizados § 7º O registro precário a que se refere o § 4º prescinde
de armas de fogo, acessórios e munições; do cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as ca- artigo.
racterísticas das impressões de raiamento e de microestria- § 8º Estará dispensado das exigências constantes do
mento de projétil disparado, conforme marcação e testes inciso III do caput deste artigo, na forma do regulamento, o
obrigatoriamente realizados pelo fabricante; interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido que
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas
Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações características daquela a ser adquirida.
de porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem
como manter o cadastro atualizado para consulta. Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo,
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcan- com validade em todo o território nacional, autoriza o seu
çam as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no in-
como as demais que constem dos seus registros próprios. terior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses,
ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titu-
CAPÍTULO II lar ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.
DO REGISTRO § 1º O certificado de registro de arma de fogo será ex-
pedido pela Polícia Federal e será precedido de autori-
Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no zação do Sinarm.
órgão competente. § 2º Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão do art. 4º deverão ser comprovados periodicamente, em
registradas no Comando do Exército, na forma do regula- período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do
mento desta Lei. estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação do
Certificado de Registro de Arma de Fogo.
Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido § 3º O proprietário de arma de fogo com certificados
o interessado deverá, além de declarar a efetiva neces- de registro de propriedade expedido por órgão estadual
sidade, atender aos seguintes requisitos: ou do Distrito Federal até a data da publicação desta Lei

39
LEIS ESPECIAIS

que não optar pela entrega espontânea prevista no art. 32 seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exercício
desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente registro de funções de segurança, na forma de regulamento a ser
federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresen- emitido pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Con-
tação de documento de identificação pessoal e compro- selho Nacional do Ministério Público - CNMP.
vante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento § 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do
de taxas e do cumprimento das demais exigências constan- caput deste artigo terão direito de portar arma de fogo de
tes dos incisos I a III do caput do art. 4º desta Lei. propriedade particular ou fornecida pela respectiva corpo-
§ 4º Para fins do cumprimento do disposto no § 3º ração ou instituição, mesmo fora de serviço, nos termos do
deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional
no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro para aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI.
provisório, expedido na rede mundial de computadores - § 1o-A (Revogado)
internet, na forma do regulamento e obedecidos os proce- § 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e
dimentos a seguir: guardas prisionais poderão portar arma de fogo de pro-
I - emissão de certificado de registro provisório pela priedade particular ou fornecida pela respectiva corpora-
internet, com validade inicial de 90 (noventa) dias; e ção ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que es-
II - revalidação pela unidade do Departamento de tejam:
Polícia Federal do certificado de registro provisório pelo I - submetidos a regime de dedicação exclusiva;
prazo que estimar como necessário para a emissão definitiva II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regu-
do certificado de registro de propriedade. lamento; e
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de
CAPÍTULO III controle interno.
DO PORTE § 1º-C. (VETADO).
§ 2º A autorização para o porte de arma de fogo aos
Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e
o território nacional, salvo para os casos previstos em
X do caput deste artigo está condicionada à comprovação
legislação própria e para:
do requisito a que se refere o inciso III do caput do art.
I – os integrantes das Forças Armadas;
4º desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento
II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III,
desta Lei.
IV e V do caput do art. 144 da Constituição Federal e os
§ 3º A autorização para o porte de arma de fogo das
da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP);
guardas municipais está condicionada à formação funcio-
III – os integrantes das guardas municipais das ca-
nal de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de
pitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000
atividade policial, à existência de mecanismos de fiscaliza-
(quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no
regulamento desta Lei; ção e de controle interno, nas condições estabelecidas no
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municí- regulamento desta Lei, observada a supervisão do Ministé-
pios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 rio da Justiça.
(quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; § 4º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como os
Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem
do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência o direito descrito no art. 4º, ficam dispensados do cumpri-
da República; mento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no forma do regulamento desta Lei.
art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal; § 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e (vinte e cinco) anos que comprovem depender do empre-
guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos e go de arma de fogo para prover sua subsistência alimen-
as guardas portuárias; tar familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de
VIII – as empresas de segurança privada e de trans- arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de
porte de valores constituídas, nos termos desta Lei; uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou
IX – para os integrantes das entidades de desporto 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a
legalmente constituídas, cujas atividades esportivas de- 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva
mandem o uso de armas de fogo, na forma do regula- necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados
mento desta Lei, observando-se, no que couber, a legislação os seguintes documentos:
ambiental. I - documento de identificação pessoal;
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita II - comprovante de residência em área rural; e
Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, car- III - atestado de bons antecedentes.
gos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. § 6º O caçador para subsistência que der outro uso à
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. sua arma de fogo, independentemente de outras tipifica-
92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da ções penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal
União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de ou por disparo de arma de fogo de uso permitido.

40
LEIS ESPECIAIS

§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos Mu- § 5º As instituições de que trata este artigo são obri-
nicípios que integram regiões metropolitanas será autori- gadas a registrar ocorrência policial e a comunicar à Polícia
zado porte de arma de fogo, quando em serviço. Federal eventual perda, furto, roubo ou outras formas de
extravio de armas de fogo, acessórios e munições que este-
Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos empregados jam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas
das empresas de segurança privada e de transporte de depois de ocorrido o fato.
valores, constituídas na forma da lei, serão de proprieda-
de, responsabilidade e guarda das respectivas empre- Art. 8º As armas de fogo utilizadas em entidades despor-
sas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, tivas legalmente constituídas devem obedecer às condições
devendo essas observar as condições de uso e de armaze- de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão com-
nagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o cer- petente, respondendo o possuidor ou o autorizado a portar
tificado de registro e a autorização de porte expedidos pela a arma pela sua guarda na forma do regulamento desta Lei.
Polícia Federal em nome da empresa.
§ 1º O proprietário ou diretor responsável de empre- Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a autoriza-
sa de segurança privada e de transporte de valores res- ção do porte de arma para os responsáveis pela segu-
ponderá pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 rança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados
desta Lei, sem prejuízo das demais sanções administrativas no Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos do re-
e civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de comu- gulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte de
nicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas trânsito de arma de fogo para colecionadores, atira-
de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que dores e caçadores e de representantes estrangeiros em
estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) competição internacional oficial de tiro realizada no terri-
horas depois de ocorrido o fato. tório nacional.
§ 2º A empresa de segurança e de transporte de va-
lores deverá apresentar documentação comprobatória do Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo
de uso permitido, em todo o território nacional, é de com-
preenchimento dos requisitos constantes do art. 4º desta
petência da Polícia Federal e somente será concedida
Lei quanto aos empregados que portarão arma de fogo.
após autorização do Sinarm.
§ 3º A listagem dos empregados das empresas refe-
§ 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser
ridas neste artigo deverá ser atualizada semestralmente
concedida com eficácia temporária e territorial limitada,
junto ao Sinarm.
nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o re-
querente:
Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício
das instituições descritas no inciso XI do art. 6º serão de
de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua inte-
propriedade, responsabilidade e guarda das respecti- gridade física;
vas instituições, somente podendo ser utilizadas quando II – atender às exigências previstas no art. 4º desta Lei;
em serviço, devendo estas observar as condições de uso e de III – apresentar documentação de propriedade de arma
armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo de fogo, bem como o seu devido registro no órgão compe-
o certificado de registro e a autorização de porte expedidos tente.
pela Polícia Federal em nome da instituição. § 2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista
§ 1º A autorização para o porte de arma de fogo de neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o
que trata este artigo independe do pagamento de taxa. portador dela seja detido ou abordado em estado de em-
§ 2º O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério briaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou aluci-
Público designará os servidores de seus quadros pessoais nógenas.
no exercício de funções de segurança que poderão portar
arma de fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cin- Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores
quenta por cento) do número de servidores que exerçam constantes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviços
funções de segurança. relativos:
§ 3º O porte de arma pelos servidores das instituições I – ao registro de arma de fogo;
de que trata este artigo fica condicionado à apresenta- II – à renovação de registro de arma de fogo;
ção de documentação comprobatória do preenchimento III – à expedição de segunda via de registro de arma de
dos requisitos constantes do art. 4º desta Lei, bem como fogo;
à formação funcional em estabelecimentos de ensino de IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
atividade policial e à existência de mecanismos de fiscali- V – à renovação de porte de arma de fogo;
zação e de controle interno, nas condições estabelecidas VI – à expedição de segunda via de porte federal de
no regulamento desta Lei. arma de fogo.
§ 4º A listagem dos servidores das instituições de que § 1º Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e
trata este artigo deverá ser atualizada semestralmente no à manutenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal
Sinarm. e do Comando do Exército, no âmbito de suas respectivas
responsabilidades.

41
LEIS ESPECIAIS

§ 2º São isentas do pagamento das taxas previstas Disparo de arma de fogo


neste artigo as pessoas e as instituições a que se referem Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em
os incisos I a VII e X e o § 5º do art. 6º desta Lei. lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou
em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma finalidade a prática de outro crime:
e as condições do credenciamento de profissionais pela Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Polícia Federal para comprovação da aptidão psicológica Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafian-
e da capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo. çável. (Vide Adin 3.112-1)
§ 1º Na comprovação da aptidão psicológica, o valor
cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor mé- Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
dio dos honorários profissionais para realização de avalia- Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber,
ção psicológica constante do item 1.16 da tabela do Con- ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamen-
selho Federal de Psicologia. te, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou
§ 2º Na comprovação da capacidade técnica, o valor ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido
cobrado pelo instrutor de armamento e tiro não poderá ou restrito, sem autorização e em desacordo com determina-
exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da mu- ção legal ou regulamentar:
nição. Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 3º A cobrança de valores superiores aos previstos Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
nos §§ 1º e 2º deste artigo implicará o descredenciamento I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer
do profissional pela Polícia Federal. sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de for-
CAPÍTULO IV ma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido
DOS CRIMES E DAS PENAS ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo
induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explo-
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, sivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com
acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
determinação legal ou regulamentar, no interior de sua re- IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer
sidência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro si-
trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do nal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
estabelecimento ou empresa: V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuita-
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. mente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a
criança ou adolescente; e
Omissão de cautela VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização le-
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para gal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.
impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora
de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja Comércio ilegal de arma de fogo
sob sua posse ou que seja de sua propriedade: Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir,
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adul-
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o pro- terar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar,
prietário ou diretor responsável de empresa de segurança e em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade co-
transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência mercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição,
policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo sem autorização ou em desacordo com determinação legal
ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou ou regulamentar:
munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vin- Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
te quatro) horas depois de ocorrido o fato. Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou
industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de pres-
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido tação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clan-
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em destino, inclusive o exercido em residência.
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, em-
prestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar Tráfico internacional de arma de fogo
arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do
autorização e em desacordo com determinação legal ou re- território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório
gulamentar: ou munição, sem autorização da autoridade competente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafian-
çável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é
nome do agente. (Vide Adin 3.112-1) aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou mu-
nição forem de uso proibido ou restrito.

42
LEIS ESPECIAIS

Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e § 1º As armas de fogo encaminhadas ao Comando do
18, a pena é aumentada da metade se forem praticados por Exército que receberem parecer favorável à doação, obe-
integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º decidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou
e 8º desta Lei. órgão de segurança pública, atendidos os critérios de prio-
ridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são in- o Comando do Exército, serão arroladas em relatório re-
suscetíveis de liberdade provisória. (Adin 3.112-1 – declarou servado trimestral a ser encaminhado àquelas instituições,
inconstitucional a vedação de liberdade provisória) abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse.
§ 2º O Comando do Exército encaminhará a relação
CAPÍTULO V das armas a serem doadas ao juiz competente, que deter-
DISPOSIÇÕES GERAIS minará o seu perdimento em favor da instituição benefi-
ciada.
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convê- § 3º O transporte das armas de fogo doadas será de
nios com os Estados e o Distrito Federal para o cumprimento responsabilidade da instituição beneficiada, que procederá
do disposto nesta Lei. ao seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma
§ 4º (VETADO)
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem § 5º O Poder Judiciário instituirá instrumentos para
como a definição das armas de fogo e demais produtos con- o encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se
trolados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos trate de arma de uso permitido ou de uso restrito, semes-
e de valor histórico serão disciplinadas em ato do chefe do tralmente, da relação de armas acauteladas em juízo, men-
Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do cionando suas características e o local onde se encontram.
Exército.
§ 1º Todas as munições comercializadas no País deve- Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a co-
rão estar acondicionadas em embalagens com sistema de mercialização e a importação de brinquedos, réplicas
código de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam
identificação do fabricante e do adquirente, entre outras confundir.
informações definidas pelo regulamento desta Lei. Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e
§ 2º Para os órgãos referidos no art. 6º, somente serão os simulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou
expedidas autorizações de compra de munição com identi- à coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo
ficação do lote e do adquirente no culote dos projéteis, na Comando do Exército.
forma do regulamento desta Lei.
§ 3º As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar,
da data de publicação desta Lei conterão dispositivo intrín- excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso
seco de segurança e de identificação, gravado no corpo da restrito.
arma, definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às
os órgãos previstos no art. 6º. aquisições dos Comandos Militares.
§ 4º As instituições de ensino policial e as guardas
municipais referidas nos incisos III e IV do caput do art. 6º Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco)
desta Lei e no seu § 7º poderão adquirir insumos e máqui- anos adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes
nas de recarga de munição para o fim exclusivo de supri- das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do
mento de suas atividades, mediante autorização concedida caput do art. 6º desta Lei.
nos termos definidos em regulamento.
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a publica-
2º desta Lei, compete ao Comando do Exército autorizar e ção desta Lei.
fiscalizar a produção, exportação, importação, desem- Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo
baraço alfandegário e o comércio de armas de fogo e de validade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la,
demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4º, 6º e 10
de trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação,
caçadores. sem ônus para o requerente.

Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elabo- Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo
ração do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando de uso permitido ainda não registrada deverão solicitar seu
não mais interessarem à persecução penal serão enca- registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apre-
minhadas pelo juiz competente ao Comando do Exér- sentação de documento de identificação pessoal e compro-
cito, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para vante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de
destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou compra ou comprovação da origem lícita da posse, pelos
às Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei. meios de prova admitidos em direito, ou declaração firmada
na qual constem as características da arma e a sua condição

43
LEIS ESPECIAIS

de proprietário, ficando este dispensado do pagamento de Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
taxas e do cumprimento das demais exigências constantes
dos incisos I a III do caput do art. 4º desta Lei. Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182º da Independên-
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto cia e 115º da República.
no caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo po-
derá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado EXERCÍCIOS
de registro provisório, expedido na forma do § 4º do art. 5º
desta Lei. 1. (CESPE/2018 - ABIN - Agente de Inteligência) À
luz do disposto no Estatuto do Desarmamento — Lei n.º
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo 10.826/2003 —, julgue o item que se segue.
adquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo, É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão
entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indeni- competente, sendo o comando do Exército o responsável
zação, nos termos do regulamento desta Lei. pelo registro de armas de uso restrito.

Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo R: Certo. O art. 3o do Estatuto disciplina: “É obrigatório
poderão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, o registro de arma de fogo no órgão competente. Parágrafo
e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no
do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei”.
posse irregular da referida arma.
2. (CESPE/2018 - ABIN - Agente de Inteligência) À
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil luz do disposto no Estatuto do Desarmamento — Lei n.º
reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme espe- 10.826/2003 —, julgue o item que se segue.
cificar o regulamento desta Lei: O interessado em adquirir arma de fogo de uso per-
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviá- mitido deve atender a alguns requisitos, como idoneidade,
rio, marítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente, por ocupação lícita, residência certa, capacidade técnica e ap-
qualquer meio, faça, promova, facilite ou permita o trans- tidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, bem
porte de arma ou munição sem a devida autorização ou com como declarar a efetiva necessidade da aquisição.
inobservância das normas de segurança;
II – à empresa de produção ou comércio de armamen- R: Certo. Preconiza o art. 4o do Estatuto: “Para adquirir
tos que realize publicidade para venda, estimulando o uso arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além
indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações es- de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes
pecializadas. requisitos: I - comprovação de idoneidade, com a apre-
sentação de certidões negativas de antecedentes criminais
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fecha- fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral
dos, com aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas, e de não estar respondendo a inquérito policial ou a pro-
adotarão, sob pena de responsabilidade, as providências cesso criminal, que poderão ser fornecidas por meios ele-
necessárias para evitar o ingresso de pessoas armadas, trônicos; II – apresentação de documento comprobatório
ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5º da de ocupação lícita e de residência certa; III – comprovação
Constituição Federal. de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o ma-
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela presta- nuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no
ção dos serviços de transporte internacional e interestadual regulamento desta Lei”.
de passageiros adotarão as providências necessárias para
evitar o embarque de passageiros armados. 3. (CESPE/2018 - ABIN - Agente de Inteligência)
Ainda conforme o disposto no Estatuto do Desarmamento,
CAPÍTULO VI julgue o próximo item.
DISPOSIÇÕES FINAIS O mero disparo de arma de fogo nas adjacências de
lugar habitado é crime punido com reclusão, estando seu
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de autor sujeito a um aumento de pena se for integrante dos
fogo e munição em todo o território nacional, salvo para órgãos elencados na lei.
as entidades previstas no art. 6º desta Lei.
§ 1º Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá R: Certo. Prevê o Estatuto do Desarmamento: “Art. 15.
de aprovação mediante referendo popular, a ser realizado Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habi-
em outubro de 2005. tado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção
§ 2º Em caso de aprovação do referendo popular, o a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade
disposto neste artigo entrará em vigor na data de publica- a prática de outro crime: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4
ção de seu resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral. (quatro) anos, e multa. [...] Art. 20. Nos crimes previstos nos
arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade
Art. 36. É revogada a Lei nº 9.437, de 20 de fevereiro de se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas
1997. referidas nos arts. 6o, 7o e 8o desta Lei”.

44
LEIS ESPECIAIS

Pena - detenção de seis meses a dois anos.


ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
(LEI 8.069/90 - ART. 225 A 258-C); Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua au-
toridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangi-
mento:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Título VII
Dos Crimes e Das Infrações Administrativas Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa
Capítulo I causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou ado-
Dos Crimes lescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da
Seção I apreensão:
Disposições Gerais Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado
contra a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem nesta Lei em benefício de adolescente privado de liberdade:
prejuízo do disposto na legislação penal. Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade
normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao     pro- judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do
cesso, as pertinentes ao Código de Processo Penal. Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pú-
blica incondicionada. Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de
quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judi-
Seção II cial, com o fim de colocação em lar substituto:
Dos Crimes em Espécie Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pu-
de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de man- pilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
ter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à par-
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece
turiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica,
ou efetiva a paga ou recompensa.
declaração de nascimento, onde constem as intercorrências
do parto e do desenvolvimento do neonato:
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato des-
Parágrafo único. Se o crime é culposo: tinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. com inobservância das formalidades legais ou com o fito de
obter lucro:
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de identifi- Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave
car corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do ameaça ou fraude:
parto, bem como deixar de proceder aos exames referidos no Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena
art. 10 desta Lei: correspondente à violência.
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo: Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou
pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:  
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liber- Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
dade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante § 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, faci-
de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autorida- lita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a
de judiciária competente: participação de criança ou adolescente nas cenas referidas
Pena - detenção de seis meses a dois anos. no caputdeste artigo, ou ainda quem com esses contrace-
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que pro- na.  
cede à apreensão sem observância das formalidades legais. § 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente
comete o crime:  
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto
apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata co- de exercê-la;  
municação à autoridade judiciária competente e à família II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabita-
do apreendido ou à pessoa por ele indicada: ção ou de hospitalidade; ou  

45
LEIS ESPECIAIS

III – prevalecendo-se de relações de parentesco consan- Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
güíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tu- Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem ven-
tor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, de, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga
a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material
seu consentimento.   produzido na forma do caput deste artigo.

Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger,
outro registro que contenha cena de sexo explícito ou porno- por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de
gráfica envolvendo criança ou adolescente: com ela praticar ato libidinoso:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, I – facilita ou induz o acesso à criança de material con-
distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive tendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de
por meio de sistema de informática ou telemático, fotogra- com ela praticar ato libidinoso;
fia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo ex- II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo
plícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:   com o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográ-
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. fica ou sexualmente explícita.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei,
das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” com-
artigo; preende qualquer situação que envolva criança ou adoles-
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de cente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas,
computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adoles-
o caput deste artigo. cente para fins primordialmente sexuais.
§ 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do §
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou
1o deste artigo são puníveis quando o responsável legal
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma,
pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa
munição ou explosivo:
de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.
o caput deste artigo.
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar,
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qual-
ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou
quer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolven- produtos cujos componentes possam causar dependência fí-
do criança ou adolescente: sica ou psíquica:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se
§ 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois ter- o fato não constitui crime mais grave.
ços) se de pequena quantidade o material a que se refere
o caput deste artigo. Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou
§ 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos
tem a finalidade de comunicar às autoridades competentes de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu
a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241- reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer
A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por: dano físico em caso de utilização indevida:
I – agente público no exercício de suas funções; Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
II – membro de entidade, legalmente constituída, que
inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais
o processamento e o encaminhamento de notícia dos cri- definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à
mes referidos neste parágrafo; exploração sexual:
III – representante legal e funcionários responsáveis de Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da
provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede perda de bens e valores utilizados na prática criminosa em
de computadores, até o recebimento do material relativo à favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da
notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou unidade da Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi
ao Poder Judiciário. cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé.
§ 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão § 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o ge-
manter sob sigilo o material ilícito referido. rente ou o responsável pelo local em que se verifique a
submissão de criança ou adolescente às práticas referidas
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adoles- no caputdeste artigo.
cente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de § 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cas-
adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo sação da licença de localização e de funcionamento do es-
ou qualquer outra forma de representação visual: tabelecimento.

46
LEIS ESPECIAIS

Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deve-
de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou res inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou
induzindo-o a praticá-la: guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. ou Conselho Tutelar:
§ 1o Incorre nas penas previstas no caput deste arti- Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli-
go quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de cando-se o dobro em caso de reincidência.
quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da
internet. Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompa-
§ 2o As penas previstas no caput deste artigo são au- nhado dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita
mentadas de um terço no caso de a infração cometida ou desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel
induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de ou congênere:
25 de julho de 1990. Pena – multa.
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de
Capítulo II multa, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha-
Das Infrações Administrativas mento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias.
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente
estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamen- fechado e terá sua licença cassada.
tal, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade com-
petente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qual-
suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou quer meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e
adolescente: 85 desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli-
cando-se o dobro em caso de reincidência. cando-se o dobro em caso de reincidência.

Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de enti- Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetá-
dade de atendimento o exercício dos direitos constantes nos culo público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à
incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei: entrada do local de exibição, informação destacada sobre a
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- natureza da diversão ou espetáculo e a faixa etária especifi-
cando-se o dobro em caso de reincidência. cada no certificado de classificação:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli-
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autoriza- cando-se o dobro em caso de reincidência.
ção devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato
ou documento de procedimento policial, administrativo ou Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer re-
judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua presentações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade
ato infracional: a que não se recomendem:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- Pena - multa de três a vinte salários de referência, du-
cando-se o dobro em caso de reincidência. plicada em caso de reincidência, aplicável, separadamente,
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou par- à casa de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publi-
cialmente, fotografia de criança ou adolescente envolvido cidade.
em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga res-
peito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espe-
a permitir sua identificação, direta ou indiretamente. táculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou classificação:
emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista neste Pena - multa de vinte a cem salários de referência; du-
artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a apreen- plicada em caso de reincidência a autoridade judiciária po-
são da publicação ou a suspensão da programação da emis- derá determinar a suspensão da programação da emissora
sora até por dois dias, bem como da publicação do periódico por até dois dias.
até por dois números. (Expressão declarada inconstitucional
pela ADIN 869-2). Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congêne-
re classificado pelo órgão competente como inadequado às
Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária de crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
seu domicílio, no prazo de cinco dias, com o fim de regula- Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na rein-
rizar a guarda, adolescente trazido de outra comarca para a cidência, a autoridade poderá determinar a suspensão do espe-
prestação de serviço doméstico, mesmo que autorizado pe- táculo ou o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
los pais ou responsável:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita
cando-se o dobro em caso de reincidência, independente- de programação em vídeo, em desacordo com a classificação
mente das despesas de retorno do adolescente, se for o caso. atribuída pelo órgão competente:

47
LEIS ESPECIAIS

Pena - multa de três a vinte salários de referência; em Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos
caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá deter- Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional,
minar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias. distrital, estaduais ou municipais, devidamente comprova-
das, sendo essas integralmente deduzidas do imposto de
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e renda, obedecidos os seguintes limites:
79 desta Lei: I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido
Pena - multa de três a vinte salários de referência, du- apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lu-
plicando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de cro real; e
apreensão da revista ou publicação. II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apu-
rado pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual,
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o observado o disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de
empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso dezembro de 1997.
de criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre § 1º - (Revogado)
sua participação no espetáculo: § 1o-A. Na definição das prioridades a serem atendidas
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em com os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais
caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá deter- e municipais dos direitos da criança e do adolescente, serão
minar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias. consideradas as disposições do Plano Nacional de Promo-
ção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes
Art. 258-A.  Deixar a autoridade competente de provi- à Convivência Familiar e Comunitária e as do Plano Nacio-
denciar a instalação e operacionalização dos cadastros pre- nal pela Primeira Infância.  
vistos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei: § 2o Os conselhos nacional, estaduais e municipais
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 dos direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de
(três mil reais). utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autori- subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamen-
dade que deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de te percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma
adolescentes em condições de serem adotadas, de pessoas de guarda, de crianças e adolescentes e para programas de
ou casais habilitados à adoção e de crianças e adolescentes atenção integral à primeira infância em áreas de maior ca-
em regime de acolhimento institucional ou familiar.   rência socioeconômica e em situações de calamidade.  
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministé-
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de rio da Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar a comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos
imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso deste artigo.
de que tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada § 4º O Ministério Público determinará em cada comar-
em entregar seu filho para adoção:   ca a forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Muni-
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 cipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos incen-
(três mil reais). tivos fiscais referidos neste artigo.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário § 5o Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei no
de programa oficial ou comunitário destinado à garantia do 9.249, de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que trata
direito à convivência familiar que deixa de efetuar a comu- o inciso I do caput:
nicação referida no caput deste artigo. I - será considerada isoladamente, não se submetendo a
limite em conjunto com outras deduções do imposto; e
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no in- II - não poderá ser computada como despesa operacio-
ciso II do art. 81: nal na apuração do lucro real.
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$
10.000,00 (dez mil reais); Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calen-
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento dário de 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de
comercial até o recolhimento da multa aplicada. que trata o inciso II do caput do art. 260 diretamente em sua
Declaração de Ajuste Anual.
Disposições Finais e Transitórias § 1o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida
até os seguintes percentuais aplicados sobre o imposto apu-
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da rado na declaração:
publicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo I - (VETADO);
sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da II - (VETADO);
política de atendimento fixadas no art. 88 e ao que estabele- III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.
ce o Título V do Livro II. § 2o A dedução de que trata o caput:
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios pro- I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do impos-
moverem a adaptação de seus órgãos e programas às dire- to sobre a renda apurado na declaração de que trata o inciso
trizes e princípios estabelecidos nesta Lei. II do caput do art. 260;
II - não se aplica à pessoa física que:

48
LEIS ESPECIAIS

a) utilizar o desconto simplificado; Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador


b) apresentar declaração em formulário; ou deverá:
c) entregar a declaração fora do prazo; I - comprovar a propriedade dos bens, mediante docu-
III - só se aplica às doações em espécie; e mentação hábil;
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções II - baixar os bens doados na declaração de bens e direi-
em vigor. tos, quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, no
§ 3o O pagamento da doação deve ser efetuado até a caso de pessoa jurídica; e
data de vencimento da primeira quota ou quota única do III - considerar como valor dos bens doados:
imposto, observadas instruções específicas da Secretaria a) para as pessoas físicas, o valor constante da última
da Receita Federal do Brasil. declaração do imposto de renda, desde que não exceda o
§ 4o O não pagamento da doação no prazo estabeleci- valor de mercado;
do no § 3o implica a glosa definitiva desta parcela de dedu- b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens.
ção, ficando a pessoa física obrigada ao recolhimento da di- Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não
ferença de imposto devido apurado na Declaração de Ajuste será considerado na determinação do valor dos bens doados,
Anual com os acréscimos legais previstos na legislação. exceto se o leilão for determinado por autoridade judiciária.
§ 5o A pessoa física poderá deduzir do imposto apu-
rado na Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts.
respectivo ano-calendário, aos fundos controlados pelos 260-D e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um
Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente mu- prazo de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da dedu-
nicipais, distrital, estaduais e nacional concomitantemente ção perante a Receita Federal do Brasil.
com a opção de que trata o caput, respeitado o limite pre-
visto no inciso II do art. 260. Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração
das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adoles-
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 cente nacional, estaduais, distrital e municipais devem:
poderá ser deduzida:
I - manter conta bancária específica destinada exclusi-
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurí-
vamente a gerir os recursos do Fundo;
dicas que apuram o imposto trimestralmente; e
II - manter controle das doações recebidas; e
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual,
III - informar anualmente à Secretaria da Receita Fede-
para as pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmen-
ral do Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando
te.
os seguintes dados por doador:
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro
a) nome, CNPJ ou CPF;
do período a que se refere a apuração do imposto.
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei ou em bens.
podem ser efetuadas em espécie ou em bens.
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie de- Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações
vem ser depositadas em conta específica, em instituição fi- previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do
nanceira pública, vinculadas aos respectivos fundos de que Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério Público.
trata o art. 260.
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais divul-
das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adoles- garão amplamente à comunidade:
cente nacional, estaduais, distrital e municipais devem emitir I - o calendário de suas reuniões;
recibo em favor do doador, assinado por pessoa competente II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de
e pelo presidente do Conselho correspondente, especificando: atendimento à criança e ao adolescente;
I - número de ordem; III - os requisitos para a apresentação de projetos a se-
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) rem beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da
e endereço do emitente; Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) municipais;
do doador; IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-ca-
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e lendário e o valor dos recursos previstos para implementa-
V - ano-calendário a que se refere a doação. ção das ações, por projeto;
§ 1o O comprovante de que trata o caput deste artigo V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destina-
pode ser emitido anualmente, desde que discrimine os valo- ção, por projeto atendido, inclusive com cadastramento na
res doados mês a mês. base de dados do Sistema de Informações sobre a Infância e
§ 2o No caso de doação em bens, o comprovante a Adolescência; e
deve conter a identificação dos bens, mediante descrição VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados
em campo próprio ou em relação anexa ao comprovante, com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Ado-
informando também se houve avaliação, o nome, CPF ou lescente nacional, estaduais, distrital e municipais.
CNPJ e endereço dos avaliadores.

49
LEIS ESPECIAIS

Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Pena - reclusão de quatro a dez anos.
Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos incenti- 5) Art. 214 (...)
vos fiscais referidos no art. 260 desta Lei. Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos Pena - reclusão de três a nove anos.”
arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por
ação judicial proposta pelo Ministério Público, que poderá Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro
atuar de ofício, a requerimento ou representação de qual- de 1973, fica acrescido do seguinte item:
quer cidadão. “Art. 102 (...)
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder.”
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Pre-
sidência da República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da
da Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, União, da administração direta ou indireta, inclusive funda-
arquivo eletrônico contendo a relação atualizada dos Fundos ções instituídas e mantidas pelo poder público federal pro-
dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, moverão edição popular do texto integral deste Estatuto, que
estaduais e municipais, com a indicação dos respectivos nú- será posto à disposição das escolas e das entidades de aten-
meros de inscrição no CNPJ e das contas bancárias especí- dimento e de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
ficas mantidas em instituições financeiras públicas, destina-
das exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. Art. 265-A. O poder público fará periodicamente am-
pla divulgação dos direitos da criança e do adolescente nos
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil ex- meios de comunicação social.
pedirá as instruções necessárias à aplicação do disposto nos Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput
arts. 260 a 260-K. será veiculada em linguagem clara, compreensível e ade-
quada a crianças e adolescentes, especialmente às crianças
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da com idade inferior a 6 (seis) anos.
criança e do adolescente, os registros, inscrições e alterações
a que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua
serão efetuados perante a autoridade judiciária da comarca publicação.
a que pertencer a entidade. Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos ser promovidas atividades e campanhas de divulgação e es-
estados e municípios, e os estados aos municípios, os recur- clarecimentos acerca do disposto nesta Lei.
sos referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei,
tão logo estejam criados os conselhos dos direitos da criança Art. 267. Revogam-se as Leis nº 4.513, de 1964, e 6.697,
e do adolescente nos seus respectivos níveis. de 10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e as demais
disposições em contrário.
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tute-
lares, as atribuições a eles conferidas serão exercidas pela Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e
autoridade judiciária. 102º da República.

Art. 263. O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de


1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alte-
rações: ABUSO DE AUTORIDADE (LEI 4.898/65);
1) Art. 121 (...)
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um
terço, se o crime resulta de inobservância de regra técnica
de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar Regula o Direito de Representação e o processo de
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conse- Responsabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos
quências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. de abuso de autoridade.
Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de um terço,
se o crime é praticado contra pessoa menor de catorze anos. Art. 1º O direito de representação e o processo de res-
2) Art. 129 (...) ponsabilidade administrativa civil e penal, contra as auto-
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qual- ridades que, no exercício de suas funções, cometerem
quer das hipóteses do art. 121, § 4º. abusos, são regulados pela presente lei.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do Objeto da lei: direito de representação e processo de
art. 121. responsabilidade contra autoridades que cometam abusos
3) Art. 136 (...) ao exercer suas funções.
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é prati-
cado contra pessoa menor de catorze anos. Art. 2º O direito de representação será exercido por
4) Art. 213 (...) meio de petição:
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:

50
LEIS ESPECIAIS

a) dirigida à autoridade superior que tiver competência d) à liberdade de consciência e de crença;


legal para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a e) ao livre exercício do culto religioso;
respectiva sanção; Artigo 5º, VI, CF. É inviolável a liberdade de consciên-
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver cia e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
competência para iniciar processo-crime contra a autorida- cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
de culpada. aos locais de culto e a suas liturgias.
Parágrafo único. A representação será feita em duas
vias e conterá a exposição do fato constitutivo do abuso f) à liberdade de associação;
de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a quali- Artigo 5º, XVII, CF. É plena a liberdade de associação
ficação do acusado e o rol de testemunhas, no máximo para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.
de três, se as houver.
Direito de representação consiste na prerrogativa de g) aos direitos e garantias legais assegurados ao
apresentar denúncias administrativas contra pessoa determi-
exercício do voto;
nada, no caso, contra autoridade que tenha cometido abuso.
Art. 14, CF. A soberania popular será exercida pelo sufrá-
O instrumento para seu exercício é a petição, em duas
gio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual
vias, com os seguintes elementos formais:
- Exposição do fato que caracterizou o abuso e suas para todos, e, nos termos da lei, mediante: [...]
circunstâncias;
- Qualificação do acusado; h) ao direito de reunião;
- Rol de até 3 testemunhas. Artigo 5º, XVI, CF. Todos podem reunir-se pacificamen-
A petição será dirigida à autoridade superior daquela te, sem armas, em locais abertos ao público, independen-
que cometeu o abuso denunciado (pode ser um delegado temente de autorização, desde que não frustrem outra re-
ou outra autoridade policial, no caso de abuso cometido união anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
por policial; ou o juiz, no caso de abuso cometido por ser- apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.
ventuário; ou ainda a corregedoria de justiça, no caso de
abuso cometido por juiz; etc...) ou ao órgão do Ministé- i) à incolumidade física do indivíduo;
rio Público competente para a investigação. Nota-se que, Art. 5o, caput, CF – Garante o direito à vida – Abrange
diferente das infrações comuns, não se representa pura e incolumidade física.
simplesmente direto em delegacia – o motivo é que a auto- Artigo 5º, III, CF. Ninguém será submetido a tortura nem
ridade que cometeu o abuso, muitas vezes, poderá ser um a tratamento desumano ou degradante.
policial ou o próprio delegado.
A garantia do direito à representação não significa que j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exer-
a ação penal seja condicionada à representação. Todos cício profissional.
crimes de abuso de autoridade são de ação penal pública Artigo 5º, XIII, CF. É livre o exercício de qualquer tra-
incondicionada. O objetivo do direito de representação é balho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
meramente informativo do ocorrido. profissionais que a lei estabelecer.
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
atentado: Colacionam-se aqui condutas atentatórias a direitos
Colacionam-se aqui condutas atentatórias a direitos fun- fundamentais sagrados no texto constitucional e que ve-
damentais sagrados no texto constitucional e que venham a nham a ser cometidas por autoridade que exceda seus po-
ser cometidas por autoridade que exceda seus poderes.
deres, em teor especificamente voltado às práticas de abu-
so de autoridade de detenção ilegal e excesso nos poderes
a) à liberdade de locomoção;
de captura e detenção.
Artigo 5º, XV, CF. É livre a locomoção no território na-
cional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos ter-
mos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens. a) ordenar ou executar medida privativa da liberda-
de individual, sem as formalidades legais ou com abuso
b) à inviolabilidade do domicílio; de poder;
Artigo 5º, XI, CF. A casa é asilo inviolável do indivíduo, Artigo 5º, LXI, CF. Ninguém será preso senão em fla-
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do mo- grante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
rador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para autoridade judiciária competente, salvo nos casos de trans-
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. gressão militar ou crime propriamente militar, definidos em
lei.
c) ao sigilo da correspondência;
Artigo 5º, XII, CF. É inviolável o sigilo da correspon- b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a
dência e das comunicações telegráficas, de dados e das vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem Artigo 5º, XLIX, CF. É assegurado aos presos o respeito
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para à integridade física e moral.
fins de investigação criminal ou instrução processual penal.

51
LEIS ESPECIAIS

c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz com- excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilida-
petente a prisão ou detenção de qualquer pessoa; de disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e
Artigo 5º, LXII, CF. A prisão de qualquer pessoa e o lo- de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere,
cal onde se encontre serão comunicados imediatamente ao sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado”.
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada. Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta
lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e
ou detenção ilegal que lhe seja comunicada; sem remuneração.
Artigo 5º, LXV, CF. A prisão ilegal será imediatamente O sujeito ativo de todos os crimes descritos nesta lei é
relaxada pela autoridade judiciária. pessoa que exerça posição de autoridade, embora seja ad-
missível coautoria e participação de terceiros particulares.
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se pro- Assim, o particular jamais pode agir sozinho cometendo
ponha a prestar fiança, permitida em lei; abuso de autoridade, precisa estar em concurso com fun-
Artigo 5º, LXVI, CF. Ninguém será levado à prisão ou cionário público.
nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, A autoridade será qualquer pessoa que exerça cargo,
com ou sem fiança. emprego ou função pública, civil ou militar, de forma per-
manente ou transitória, de forma gratuita ou remunerada.
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade poli-
cial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer ou- Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à
tra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em sanção administrativa civil e penal.
lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor; § 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade po- com a gravidade do abuso cometido e consistirá em:
licial recibo de importância recebida a título de carce- a) advertência;
ragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra des- b) repreensão;
pesa; c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de
Custas, emolumentos e outras despesas – Somente cinco a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos
podem ser cobradas nos casos previstos em lei e, carac- e vantagens;
terizando-se um destes casos, o carcereiro ou o agente de d) destituição de função;
autoridade policial têm o dever de receber as importâncias e) demissão;
devidas. f) demissão, a bem do serviço público.
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pes- do dano, consistirá no pagamento de uma indenização de
soa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou quinhentos a dez mil cruzeiros.
desvio de poder ou sem competência legal; § 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as
Artigo 5º, LIV, CF. Ninguém será privado da liberdade ou regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em:
de seus bens sem o devido processo legal. a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
b) detenção por dez dias a seis meses;
i) prolongar a execução de prisão temporária, de c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de
pena ou de medida de segurança, deixando de expedir qualquer outra função pública por prazo até três anos.
em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente or- § 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão
dem de liberdade. ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.
Caracterizando-se excesso de prazo de prisão tempo- § 5º Quando o abuso for cometido por agente de au-
rária, pena ou medida de seguraná, a pessoa deve ser li- toridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria,
bertada. poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de
Artigo 5º, LXI, CF. Ninguém será preso senão em fla- não poder o acusado exercer funções de natureza poli-
grante delito ou por ordem escrita e fundamentada de cial ou militar no município da culpa, por prazo de um a
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de trans- cinco anos.
gressão militar ou crime propriamente militar, definidos em Sanção administrativa
lei. - Advertência – verbal.
Artigo 5º, LXVI, CF. Ninguém será levado à prisão ou - Repreensão – escrita.
nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, - Suspensão do cargo, função ou posto por prazo de
com ou sem fiança. cinco a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e
vantagens – o agente não exercerá o cargo por um período
O uso de algemas em contrariedade à súmula vincu- determinado, sem receber remuneração.
lante no 11 do STF caracteriza abuso de autoridade: “Só é - Destituição de função – o agente será destituído de
lícito o uso de algemas em casos de resistência e de funda- função de confiança ou cargo em comissão.
do receio de fuga ou de perigo à integridade física própria - Demissão – o servidor será desvinculado dos quadros
ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a da Administração.

52
LEIS ESPECIAIS

- Demissão, a bem do serviço público – o servidor será Determinadas decisões na esfera penal geram exclusão
desvinculado dos quadros da Administração. da responsabilidade nas esferas civil e administrativa, quais
Sanção civil sejam: absolvição por inexistência do fato ou negativa de
Indenização – danos morais + danos materiais. Como o autoria. A absolvição criminal por falta de provas não gera
valor está desatualizado, em cruzeiros, o juiz arbitrará caso exclusão da responsabilidade civil e administrativa.
a caso. A absolvição proferida na ação penal, em regra, nada
Sanção penal prejudica a pretensão de reparação civil do dano ex delicto,
- Multa – o juiz utilizará os critérios do Código Penal conforme artigos 65, 66 e 386, IV do CPP: “art. 65. Faz coisa
para fixar o valor; julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o
- Detenção, de 10 dias a 6 meses; ato praticado em estado de necessidade, em legítima defe-
- Perda do cargo e inabilitação ao exercício de função sa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício
por até 3 anos. regular de direito” (excludentes de antijuridicidade); “art.
66. não obstante a sentença absolutória no juízo criminal,
Podem ser aplicadas as três penas ou apenas uma de-
a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, ca-
las isoladamente.
tegoricamente, reconhecida a inexistência material do
Se a autoridade que cometeu o abuso for policial, será
fato”; “art. 386, IV – estar provado que o réu não concor-
possível aplicar a pena de proibição do exercício de fun-
reu para a infração penal”.
ções policiais no município em que o ato foi praticado, por Entendem Fuller, Junqueira e Machado3: “a absolvição
1 a 5 anos. dubitativa (motivada por juízo de dúvida), ou seja, por falta
de provas, (art. 386, II, V e VII, na nova redação conferida ao
Art. 7º Recebida a representação em que for solicitada CPP), não empresta qualquer certeza ao âmbito da jurisdi-
a aplicação de sanção administrativa, a autoridade civil ou ção civil, restando intocada a possibilidade de, na ação civil
militar competente determinará a instauração de inquéri- de conhecimento, ser provada e reconhecida a existência
to para apurar o fato. do direito ao ressarcimento, de acordo com o grau de cog-
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas nição e convicção próprios da seara civil (na esfera penal,
estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou federais, a decisão de condenação somente pode ser lastreada em
civis ou militares, que estabeleçam o respectivo processo. juízo de certeza, tendo em vista o princípio constitucional
§ 2º Não existindo no município no Estado ou na le- do estado de inocência)”.
gislação militar normas reguladoras do inquérito adminis- A responsabilidade civil e a penal são passíveis de apu-
trativo serão aplicadas supletivamente, as disposições dos ração perante a justiça. No caso, em regra, a competên-
arts. 219 a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 cia será da justiça estadual, salvo se forem afetados bens,
(Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União). serviços ou interesses da União ou de suas autarquias e
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobres- fundações públicas (art. 109, CF).
tado para o fim de aguardar a decisão da ação penal Em se tratando de funcionário público federal – civil ou
ou civil. militar que pratique o abuso contra civil – a competência é
Exercido o direito de representação, instaura-se in- da justiça federal para a apuração penal. (súmula 172, STJ).
quérito no âmbito administrativo para apurar o fato. Não
havendo regra específica sobre o inquérito administrativo, Art. 10. (Vetado).
aplica-se a legislação federal, no caso, o Estatuto dos Ser-
vidores Públicos Civis Federais – Lei no 8.112/1990 e a Lei Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Có-
digo de Processo Civil.
do Processo Administrativo – Lei no 9.784/1999. O proces-
Sendo a ação civil, aplicam-se as normas processuais
so administrativo corre independente dos processos cível
civis, que são regidas pelo CPC.
e penal, justamente devido à independência das esferas.
Art. 12. A ação penal será iniciada, independente-
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha fun- mente de inquérito policial ou justificação por denúncia
cional da autoridade civil ou militar. do Ministério Público, instruída com a representação da
A sanção aplicada será anotada na ficha funcional. vítima do abuso.
Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a repre-
autoridade administrativa ou independentemente dela, po- sentação da vítima, aquele, no prazo de quarenta e
derá ser promovida pela vítima do abuso, a responsa- oito horas, denunciará o réu, desde que o fato narrado
bilidade civil ou penal ou ambas, da autoridade culpada. constitua abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a sua
Destaca-se aqui a independência entre as esferas pe- citação, e, bem assim, a designação de audiência de ins-
nal, civil e administrativa, sendo cabível a punição da au- trução e julgamento.
toridade que cometeu o abuso nas três esferas, cumulati-
vamente. Se as responsabilidades se cumularem, também 3 FULLER, Paulo Henrique Aranda; JUNQUEIRA, Gus-
as sanções serão cumuladas. Daí afirmar-se que tais res- tavo Octaviano Diniz; MACHADO, Angela C. Cangiano.
ponsabilidades são independentes, ou seja, não dependem Processo Penal. 9. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
uma da outra. 2010. (Coleção Elementos do Direito)

53
LEIS ESPECIAIS

§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro
em duas vias. dos auditórios ou o oficial de justiça declare aberta a au-
diência, apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de auto- perito, o representante do Ministério Público ou o advogado
ridade houver deixado vestígios o ofendido ou o acusado que tenha subscrito a queixa e o advogado ou defensor do
poderá: réu.
a) promover a comprovação da existência de tais vestí- Parágrafo único. A audiência somente deixará de reali-
gios, por meio de duas testemunhas qualificadas; zar-se se ausente o Juiz.
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da
audiência de instrução e julgamento, a designação de um Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada
perito para fazer as verificações necessárias. o Juiz não houver comparecido, os presentes poderão
§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de termos de
e prestarão seus depoimentos verbalmente, ou o apresen- audiência.
tarão por escrito, querendo, na audiência de instrução e
julgamento. Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pú-
§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo a repre- blica, se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á
sentação poderá conter a indicação de mais duas testemu- em dia útil, entre dez (10) e dezoito (18) horas, na sede
nhas. do Juízo ou, excepcionalmente, no local que o Juiz designar.

Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e
apresentar a denúncia requerer o arquivamento da repre- o interrogatório do réu, se estiver presente.
sentação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes as Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu ad-
razões invocadas, fará remessa da representação ao Procu- vogado, o Juiz nomeará imediatamente defensor para fun-
rador-Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará outro cionar na audiência e nos ulteriores termos do processo.
órgão do Ministério Público para oferecê-la ou insistirá no
arquivamento, ao qual só então deverá o Juiz atender. Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o peri-
to, o Juiz dará a palavra sucessivamente, ao Ministério
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a Público ou ao advogado que houver subscrito a queixa e
denúncia no prazo fixado nesta lei, será admitida ação ao advogado ou defensor do réu, pelo prazo de quinze
privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém, adi- minutos para cada um, prorrogável por mais dez (10), a cri-
tar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva tério do Juiz.
e intervir em todos os termos do processo, interpor recursos
e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, reto- Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediata-
mar a ação como parte principal. mente a sentença.

Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no
de quarenta e oito horas, proferirá despacho, recebendo livro próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá, em resu-
ou rejeitando a denúncia. mo, os depoimentos e as alegações da acusação e da defesa,
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz os requerimentos e, por extenso, os despachos e a sentença.
designará, desde logo, dia e hora para a audiência de
instrução e julgamento, que deverá ser realizada, impror- Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante
rogavelmente, dentro de cinco dias. do Ministério Público ou o advogado que houver subscrito a
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até jul- queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão.
gamento final e para comparecer à audiência de ins-
trução e julgamento, será feita por mandado sucinto que, Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte
será acompanhado da segunda via da representação e da forem difíceis e não permitirem a observância dos prazos
denúncia. fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá-los, sempre moti-
vadamente, até o dobro.
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa pode-
rão ser apresentadas em juízo, independentemente de inti- Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas
mação. do Código de Processo Penal, sempre que compatíveis com
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de pre- o sistema de instrução e julgamento regulado por esta lei.
catória para a audiência ou a intimação de testemunhas ou, Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças,
salvo o caso previsto no artigo 14, letra “b”, requerimentos caberão os recursos e apelações previstas no Código de Pro-
para a realização de diligências, perícias ou exames, a não cesso Penal.
ser que o Juiz, em despacho motivado, considere indispen-
sáveis tais providências. Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário.

54
LEIS ESPECIAIS

Procedimento penal EXERCÍCIOS


- Denúncia do MP, em 48hs do recebimento de repre-
sentação que efetivamente relate abuso de autoridade, em 1. (FCC/2017 - DPE-RS - Técnico - Segurança) Um
duas vias, instruída com representação da vítima; agente público de natureza civil, no exercício de seu cargo,
Obs.: O MP pode pedir arquivamento, cabendo ao Juiz executou medida privativa da liberdade individual para um
homologar ou então remeter ao Procurador-Geral de Jus- cidadão, sem as formalidades legais. De acordo com a Lei
tiça para que ofereça denúncia ou designe quem o faça ou n° 4.898/1965, esse agente público está sujeito à sanção
então para que insista no arquivamento. administrativa que
Obs.: Desrespeitado o prazo de 48hs, cabe ação priva- a) consistirá em multa de valor fixado pela legislação
da subsidiária da pública. O MP poderá neste caso aditar a vigente; detenção por dez dias a seis meses; perda do car-
queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e inter- go e a inabilitação para o exercício de qualquer outra fun-
vir nos autos. ção pública por prazo até três anos.
- Apuração de vestígios, por testemunhas ou perito, se b) consistirá no pagamento de uma indenização com
existentes, conforme indicação na representação; valor pré-fixado pela legislação vigente, caso não seja pos-
- Recebida a denúncia, o juiz em 48hs decidirá, rece- sível fixar o valor do dano.
bendo ou rejeitando. Se receber, já designará a audiência c) será aplicada de acordo com a gravidade do abuso
de instrução e julgamento para os próximos 5 dias; cometido, que poderá consistir em advertência; repreensão;
- Citação do réu para comparecer à audiência; suspensão do cargo, função ou posto por prazo de 5 a 180
- Na audiência, as testemunhas podem ser apresenta- dias, com perda de vencimentos e vantagens; destituição de
das independente de intimação e, salvo se indispensável, função; demissão; demissão, a bem do serviço público.
não caberá oitiva por carta precatória; d) poderá ser cominada a pena autônoma ou acessó-
- Audiência: declarada aberta e apregoada; podendo ria, de não poder o acusado exercer funções de natureza
as partes se retirarem se o juiz atrasar por mais de 30 mi- policial ou militar no município em questão, por prazo de
nutos; será pública; em dia útil e horário das 10hs às 18hs; um a cinco anos.
e) consistirá, dentre outros, em detenção de dez dias a um
o primeiro ato é a qualificação e o interrogatório do réu;
ano, pagamento de uma indenização com valor pré-fixado
possível a nomeação de defensor dativo; segue-se com
pela legislação vigente e demissão, a bem do serviço público.
oitiva de testemunhas e peritos e memoriais – ouve-se a
acusação, ouve-se a defesa, 15 minutos cada, prorrogáveis
R: C. O art. 6o, § 1º da Lei de Abuso de Autoridade pre-
por mais 10 – e encerra-se com a sentença imediatamente
vê: “A sanção administrativa será aplicada de acordo com
proferida pelo juiz; o escrivão lavrará termo, subscrito pelos
a gravidade do abuso cometido e consistirá em: a) adver-
presentes;
tência; b) repreensão; c) suspensão do cargo, função ou
- Possível flexibilização de prazos; posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com perda
- Aplica-se a Lei no 9.099/1995; de vencimentos e vantagens; d) destituição de função; e)
- Aplicação subsidiária do CPP. demissão; f) demissão, a bem do serviço público”.
Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º da Independência 2. (FCC/2017 - TRF - 5ª REGIÃO - Técnico Judiciário
e 77º da República. - Segurança e Transporte) Genival, Delegado de Polícia
Civil do Estado X, prende em flagrante delito Marcos, pelo
crime de estupro. Ao encarcerá-lo junto a outros detentos
determina que Marcos passe a noite despido, devolvendo-
-lhe suas vestes somente na manhã seguinte. De acordo
com a Lei n° 4.898 de 1965, sem prejuízo de outras sanções
penais, Genival estará sujeito a sanções
a) penal e disciplinar, sendo vedada a sanção civil.
b) administrativa, somente, por não ter observado as
determinações em vigor para encarceramento de detento.
c) civil, eximindo-se as demais sanções com a efetiva
reparação dos danos morais provocados.
d) penal, somente, que absorverá as sanções das de-
mais esferas.
e) administrativa, penal e civil.

R: E. O ato consiste em abuso de autoridade, confor-


me o art. 4º, “b” da Lei de Abuso de Autoridade: “Constitui
também abuso de autoridade: [...] b) submeter pessoa sob
sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento
não autorizado em lei”. Quanto à cumulação de esferas,
prevê o art. 6º da lei: “O abuso de autoridade sujeitará o
seu autor à sanção administrativa civil e penal”.

55
LEIS ESPECIAIS

§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que


INFRAÇÕES PENAIS DE MENOR POTENCIAL tenha havido prejuízo.
OFENSIVO (ARTIGO 60 AO 92 DA LEI § 2º A prática de atos processuais em outras comarcas po-
9.099/95); derá ser solicitada por qualquer meio hábil de comunicação.
§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os
atos havidos por essenciais. Os atos realizados em audiên-
cia de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita
magnética ou equivalente.
Capítulo III
Dos Juizados Especiais Criminais
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio
Disposições Gerais
Juizado, sempre que possível, ou por mandado.
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes
citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo co-
togados ou togados e leigos, tem competência para a con-
mum para adoção do procedimento previsto em lei.
ciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de
menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de cone-
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com
xão e continência.
aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o
jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarre-
juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplica-
gado da recepção, que será obrigatoriamente identificado,
ção das regras de conexão e continência, observar-se-ão
ou, sendo necessário, por oficial de justiça, independente-
os institutos da transação penal e da composição dos da-
mente de mandado ou carta precatória, ou ainda por qual-
nos civis.
quer meio idôneo de comunicação.
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor po-
considerar-se-ão desde logo cientes as partes, os interes-
tencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções
sados e defensores.
penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não
superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do
mandado de citação do acusado, constará a necessidade
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orien-
de seu comparecimento acompanhado de advogado, com
tar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, infor-
a advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á designado de-
malidade, economia processual e celeridade, objetivando,
fensor público.
sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela
vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade.
Comentário art. 67 e 68: As intimações ou notifica-
(Redação dada pela Lei nº 13.603, de 2018)
ções são permitidas por qualquer meio válido (princípio da
informalidade). Assim, a intimação pode ser feita por cor-
Comentários aos artigos 60, 61 e 62: Fica a cargo da
respondência com A. R., por oficial de justiça, fax, telefone,
Lei de Organização Judiciária de cada Estado fazer a opção
e-mail etc.
pela inclusão de leigos no âmbito dos Juizados. Esses juízes
leigos jamais terão competência para o julgamento, limi-
Seção II
tam- se à conciliação. A homologação de eventual acordo
Da Fase Preliminar
deve ser feita exclusivamente pelo juiz togado.
- Ainda que a competência dos JECrim para o processo
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento
e julgamento de infrações de menor potencial ofensivo de-
da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encami-
rive do art. 98, I, da CF/88, ela admite modificações, sendo,
nhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a
portanto, COMPETÊNCIARELATIVA
vítima, providenciando-se as requisições dos exames peri-
ciais necessários.
Seção I
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura
Da Competência e dos Atos Processuais
do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou
assumir o compromisso de a ele comparecer, não se impo-
Art. 63. A competência do Juizado será determinada
rá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de
pelo lugar em que foi praticada a infração penal.
violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medi-
da de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de
Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão
convivência com a vítima.
realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da se-
mana, conforme dispuserem as normas de organização
Comentário: Termo circunstanciado: a autoridade po-
judiciária.
licial lavrará o termo e encaminhará ao Juizado o autor do
fato e a vítima, requisitando os exames periciais necessá-
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que
rios. Direito Público Subjetivo (art. 69, parágrafo único). É
preencherem as finalidades para as quais foram realizados,
vedada a prisão em flagrante ou exigência de fiança se o
atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.
autor do fato comprometer-se a comparecer ao Juizado.

56
LEIS ESPECIAIS

Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será
não sendo possível a realização imediata da audiência pre- dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exer-
liminar, será designada data próxima, da qual ambos sairão cer o direito de representação verbal, que será reduzida a
cientes. termo.
Parágrafo único. O não oferecimento da representação
Comentário: Pode ocorrer de uma das partes, ou até na audiência preliminar não implica decadência do direito,
ambas as partes não comparecerem à audiência por algum que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.
motivo, sendo ele particular ou por força maior, e acon-
tecer desta audiência ser designada para um outro dia. Comentário: Caso não haja composição civil a vítima
Quando isso acontece, as partes têm que ser devidamente pode exercer a representação/queixa oral Na audiência,
intimadas para a próxima audiência que se fará realizar. que será reduzida a termo.
Importante ilustrar que a representação pode ser ofe-
Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos recida perante a autoridade policial, o MP ou o juízo (art.
envolvidos, a Secretaria providenciará sua intimação e, se 39 do CPP), não necessariamente após a composição civil
for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e não obtida.
68 desta Lei. A representação não exige formalismo, bastando que
fique evidenciado o interesse da vítima na persecução pe-
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o represen- nal.
tante do Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se
possível, o responsável civil, acompanhados por seus advo- Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de cri-
gados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da compo- me de ação penal pública incondicionada, não sendo caso
sição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a
imediata de pena não privativa de liberdade. aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas,
a ser especificada na proposta.
Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por § 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única apli-
conciliador sob sua orientação. cável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.
Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Jus- § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
tiça, recrutados, na forma da lei local, preferentemente en- I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática
tre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença de-
na administração da Justiça Criminal. finitiva;
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no
Comentário: A conciliação entre as partes será reali- prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou
zada por um juiz titular do Juizado, ou ainda por um Con- multa, nos termos deste artigo;
ciliador. O conciliador é uma pessoa nomeada perante o III - não indicarem os antecedentes, a conduta social
juiz, que tenha um conhecimento breve perante as normas, e a personalidade do agente, bem como os motivos e as
mas não obrigatoriamente precisa ter o curso superior em circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da me-
bacharel em Direito. Este Conciliador é considerado, den- dida.
tro da classificação dos entes atuantes no judiciário, como § 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu de-
auxiliares da Justiça, assim como os Oficiais de Justiça e fensor, será submetida à apreciação do Juiz.
Comissários de Menor. § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita
pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a direitos ou multa, que não importará em reincidência, sen-
escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irre- do registrada apenas para impedir novamente o mesmo
corrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil benefício no prazo de cinco anos.
competente. § 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de inicia- a apelação referida no art. 82 desta Lei.
tiva privada ou de ação penal pública condicionada à re- § 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste
presentação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao artigo não constará de certidão de antecedentes criminais,
direito de queixa ou representação. salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não
terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação
Comentário: Na composição civil dos danos, o foco cabível no juízo cível.
são os interesses patrimoniais e, portanto, de natureza in-
dividual disponível. Não há necessidade de intervenção do Comentário: Havendo representação ou tratando-se
MP, a não ser que se trate de causa em que haja interesse de crime de ação penal pública incondicionada, poderá
de incapazes. ocorrer a transação penal, a qual é acordo celebrado entre
Ocorrendo a composição de danos civis, o acordo será o MP (ou querelante, nos crimes de ação privada) e o autor
reduzido a escrito e homologado pelo juiz mediante sen- do fato delituoso, por meio da qual é proposta a aplicação
tença irrecorrível, que terá eficácia de título a ser executado imediata de pena restritiva de direitos ou multa, evitando-
no juízo cível competente. -se, assim, a instauração do processo. Quando se trata de

57
LEIS ESPECIAIS

infração de menor potencial ofensivo, ainda que haja las- Caso o autor dos fatos não compareça à audiência pre-
tro probatório suficiente para o oferecimento de denúncia, liminar ou não ocorra as hipóteses previstas no artigo 76
desde que o autor do fato preencha os requisitos objetivos da Lei, o Ministério Público oferecerá, oralmente, denúncia,
e subjetivos do art. 76, ao invés do MP oferecer denúncia, se não houver a necessidade da realização de diligência
deve propor a transação penal, com a aplicação imediata imprescindível.
de penas restritivas de direito ou multa. O MP em caso de complexidade, poderá requerer o
encaminhamento das peças existentes, pois sua denuncia
Seção III se baseará nos relatos do Termo Circunstanciado elabora-
Do Procedimento Sumaríssimo do pela Autoridade Policial.
Em caso de ação penal de inciativa privada, a queixa
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não também poderá ser oral, sendo que a denuncia ou queixa
houver aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, oral serão reduzidas a escrito e uma cópia será entregue ao
ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 des- autor dos fatos ficando citado e imediatamente cientifica-
ta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, do da data da audiência de instrução e julgamento, deven-
denúncia oral, se não houver necessidade de diligências do apresentar suas testemunhas. O ofendido será intimado
imprescindíveis. da data e hora da referida audiência.
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elabo- Sendo a denúncia recebida, ouvir-se-á a vítima, as tes-
rada com base no termo de ocorrência referido no art. 69 temunhas de acusação, as testemunhas de defesa, o acusa-
desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir- do será interrogado, passando-se aos debates orais.
-se-á do exame do corpo de delito quando a materialida-
de do crime estiver aferida por boletim médico ou prova Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz,
equivalente. quando imprescindível, a condução coercitiva de quem
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não deva comparecer.
permitirem a formulação da denúncia, o Ministério Público
poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças exis-
Comentário: Como a autodefesa é renunciável, tendo
tentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei.
o acusado o direito de permanecer em silêncio, prevale-
§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá
ce que não é possível que o juiz determine sua condução
ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a
coercitiva, salvo se necessária para eventual reconhecimen-
complexidade e as circunstâncias do caso determinam a
to de pessoas, meio de prova que não está protegido pelo
adoção das providências previstas no parágrafo único do
princípio que veda a autoincriminação.
art. 66 desta Lei.
A Lei 9.099 confere à defesa a oportunidade de se ma-
Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a nifestar oralmente antes de haver o recebimento da peça
termo, entregando-se cópia ao acusado, que com ela ficará acusatória (defesa preliminar oral).
citado e imediatamente cientificado da designação de dia
e hora para a audiência de instrução e julgamento, da qual Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao de-
também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, fensor para responder à acusação, após o que o Juiz rece-
o responsável civil e seus advogados. berá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento,
§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e
forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado da data da defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente,
audiência de instrução e julgamento, devendo a ela trazer passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação
suas testemunhas ou apresentar requerimento para inti- da sentença.
mação, no mínimo cinco dias antes de sua realização. § 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de
§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável instrução e julgamento, podendo o Juiz limitar ou excluir as
civil, serão intimados nos termos do art. 67 desta Lei para que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.
comparecerem à audiência de instrução e julgamento. § 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado
§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na for- termo, assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo breve
ma prevista no art. 67 desta Lei. resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a
sentença.
Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de § 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os
instrução e julgamento, se na fase preliminar não tiver ha- elementos de convicção do Juiz.
vido possibilidade de tentativa de conciliação e de ofereci-
mento de proposta pelo Ministério Público, proceder-se-á Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa
nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei. e da sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por
turma composta de três Juízes em exercício no primeiro
Comentários aos artigos 77, 78 e 79: O rito sumarís- grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
simo é adotado para julgamento das infrações penais de § 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias,
menor potencial ofensivo, quais sejam, as contravenções contados da ciência da sentença pelo Ministério Público,
penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual cons-
superior a 2 anos, cumulada ou não com multa. tarão as razões e o pedido do recorrente.

58
LEIS ESPECIAIS

§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta No caso da suspensão do processo, expirado o prazo,
escrita no prazo de dez dias. o Juiz declarará extinta a punibilidade. Caso a multa não
§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da gra- seja paga, a procuradoria fiscal deverá proceder à execução
vação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 65 desta da pena de multa.
Lei.
§ 4º As partes serão intimadas da data da sessão de Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita
julgamento pela imprensa. a conversão em pena privativa da liberdade, ou restritiva de
§ 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios fun- direitos, nos termos previstos em lei.
damentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.
Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade
Comentários aos artigos 81 e 82: Caso a denúncia e restritivas de direitos, ou de multa cumulada com estas,
ou queixa sejam rejeitadas, caberá apelação da decisão no será processada perante o órgão competente, nos termos
prazo de 10 dias, contados da ciência da sentença pelo MP, da lei.
réu e defensor. Ainda, caberá apelação da sentença em que
absolver ou condenar o acusado. Seção V
O recurso de apelação deverá ser apresentado por pe- Das Despesas Processuais
tição escrita, constando dessa as razões e os pedidos do
recorrente. Frise- se que o recorrido terá 10 dias para apre- Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e
sentar suas contrarrazões. aplicação de pena restritiva de direitos ou multa (arts. 74 e
A apelação poderá ser julgada por turma composta 76, § 4º), as despesas processuais serão reduzidas, confor-
por 3 juízes em exercício 1º grau de jurisdição, reunidos na me dispuser lei estadual.
sede do Juizado.
Seção VI
Art. 83. Caberão embargos de declaração quando, em Disposições Finais
sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição,
omissão ou dúvida. (Vide Lei nº 13.105, de 2015) Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da le-
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por es- gislação especial, dependerá de representação a ação pe-
crito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da nal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões
ciência da decisão. culposas.
§ 2º Quando opostos contra sentença, os embargos de
declaração suspenderão o prazo para o recurso. (Vide Lei Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada
nº 13.105, de 2015) for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta
§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício. Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá
propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos,
Comentário: os embargos de declaração serão opos- desde que o acusado não esteja sendo processado ou não
tos no prazo de 5 dias, contados da ciência da decisão. Este tenha sido condenado por outro crime, presentes os de-
caberá quando houver obscuridade, contradição, omissão mais requisitos que autorizariam a suspensão condicional
ou dúvida acerca da sentença. Deverão ser opostos por es- da pena (art. 77 do Código Penal).
crito ou oralmente. § 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor,
Os Embargos de Declaração contra sentença SUSPEN- na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá
DEM o prazo para interpor outro recurso. Já os Embargos suspender o processo, submetendo o acusado a período
de Declaração contra Acórdão da Turma Recursal, INTER- de prova, sob as seguintes condições:
ROMPEM o prazo para interpor out I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II - proibição de frequentar determinados lugares;
Seção IV III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside,
Da Execução sem autorização do Juiz;
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,
Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
cumprimento far-se-á mediante pagamento na Secretaria § 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que
do Juizado. fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao
Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declara- fato e à situação pessoal do acusado.
rá extinta a punibilidade, determinando que a condenação § 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo,
não fique constando dos registros criminais, exceto para o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não
fins de requisição judicial. efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado
Comentário: O presente artigo dispõe que, sendo a vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção,
pena de multa aplicada exclusivamente sem cumprimento ou descumprir qualquer outra condição imposta.
se dará mediante o seu pagamento, quando o Juiz declara- § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará
rá extinta a punibilidade do autor. extinta a punibilidade.

59
LEIS ESPECIAIS

§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de sus- Fique Atento!:


pensão do processo. - 48 horas: é o prazo que o réu terá, para entregar a
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação, após o
artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos. trânsito em julgado da sentença condenatória,
Durante a investigação ou ação penal, o juiz poderá
Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos determinar de forma motivada decretar, em decisão mo-
processos penais cuja instrução já estiver iniciada. (Vide tivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para
ADIN nº 1.719-9) dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção
(art. 294 CTB).
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no Circunstâncias que sempre agravam as penalidades
âmbito da Justiça Militar. dos crimes de trânsito (art. 298 CTB):
I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou
Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir re- com grande risco de grave dano patrimonial a terceiros;
presentação para a propositura da ação penal pública, o II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas
ofendido ou seu representante legal será intimado para ou adulteradas;
oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de decadência. III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de
Habilitação;
Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilita-
dos Códigos Penal e de Processo Penal, no que não forem ção de categoria diferente da do veículo;
incompatíveis com esta Lei. V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados
especiais com o transporte de passageiros ou de carga;
VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados
equipamentos ou características que afetem a sua segu-
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO - CRIMES rança ou o seu funcionamento de acordo com os limites
DE TRÂNSITO (ARTIGOS 302 AO 312-A DA LEI de velocidade prescritos nas especificações do fabricante;
N.º 9.503/97). VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanen-
temente destinada a pedestres
O condutor que se envolver em acidente de trânsito
com vítima não será preso em flagrante e nem poderá lhe
Crimes de Trânsito. ser imposta fiança, desde que preste imediato e integral
Nos crimes de trânsito serão aplicadas as normas ge- socorro à vítima (art. 301 CTB).
rais do Código Penal e do Código de Processo Penal, bem Os crimes de trânsito estão previstos nos artigos 302 à
como a Lei 9.099/95. 312-A do Código de Trânsito Brasileiro.
Quando se tratar de crime de trânsito em que ocorrer A Lei 13.614 promulgada em 11 de janeiro de 2018 tem
lesão corporal culposa poderão ser aplicadas a composição por objetivo a criação do Plano Nacional de Redução de
de danos; aplicação imediata de penas restritivas de direi- Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans).
tos e multa; suspensão condicional do processo. Assim, foram acrescentados, por força da referida lei,
Tratam-se de benefícios estabelecidos em lei que po- dispositivos à Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Có-
derão ser oferecidos ao réu. digo de Trânsito Brasileiro), para estabelecer regras sobre o
Porém, não fará jus a referidos benefícios aquele que regime de metas de redução de índice de mortos no trân-
houver praticado o crime nas seguintes circunstâncias (art. sito por grupos de habitantes e de índice de mortos no
291, § 1º CTB): trânsito por grupos de veículos.
- sob a influência de álcool ou qualquer outra substân- É de conhecimento notório que as mortes de trânsito,
cia psicoativa que determine dependência; nos últimos anos, atingiram níveis muito altos em virtude
- participando, em via pública, de corrida, disputa ou da inobservância das regras de trânsito, bem como impru-
competição automobilística, de exibição ou demonstração dência dos motoristas na condução de veículos automo-
de perícia em manobra de veículo automotor, não autori- tores motivada também pelo uso de álcool e substâncias
zada pela autoridade competente; ilícitas.
- transitando em velocidade superior à máxima per- Assim, foi criado o Plano Nacional de Redução de Mor-
mitida para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por tes e Lesões no Trânsito (Pnatrans). O art. 326-A inserido no
hora). Código de Trânsito Brasileiro preceitua que os integrantes
As penalidades de suspensão ou a proibição de se ob- do SINETRAN devem objetivar o cumprimento de metas
ter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo auto- anuais para a redução de índice de mortos por grupos de
motor poderão ser impostas isolada ou cumulativamente veículos e também por grupo de habitantes.
com outras penalidades (art. 292 CTB). Art. 326-A. A atuação dos integrantes do Sistema Na-
A penalidade de suspensão ou de proibição de se ob- cional de Trânsito, no que se refere à política de segurança
ter a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo auto- no trânsito, deverá voltar-se prioritariamente para o cum-
motor, tem a duração de dois meses a cinco anos (art. 293 primento de metas anuais de redução de índice de mortos
CTB). por grupo de veículos e de índice de mortos por grupo de

60
LEIS ESPECIAIS

habitantes, ambos apurados por Estado e por ano, deta- Em setembro de cada ano, durante a Semana Nacio-
lhando-se os dados levantados e as ações realizadas por nal de Trânsito, as metas serão divulgadas, juntamente
vias federais, estaduais e municipais. com o relatório referente ao trabalho de cada Estado no
§ 1o  O objetivo geral do estabelecimento de metas ano anterior para redução dos índices de mortes.
é, ao final do prazo de dez anos, reduzir à metade, no mí- § 8o   O Contran, ouvidos o Departamento de Polícia
nimo, o índice nacional de mortos por grupo de veículos Rodoviária Federal e demais órgãos do Sistema Nacional
e o índice nacional de mortos por grupo de habitantes, de Trânsito, definirá as fórmulas para apuração dos índices
relativamente aos índices apurados no ano da entrada em de que trata este artigo, assim como a metodologia para a
vigor da lei que cria o Plano Nacional de Redução de Mor- coleta e o tratamento dos dados estatísticos necessários para
tes e Lesões no Trânsito (Pnatrans).      a composição dos termos das fórmulas.
Conforme se verifica do § 1º, o objetivo geral do Plano § 9o  Os dados estatísticos coletados em cada Estado e
é a redução pela metade do número de mortos por grupo no Distrito Federal serão tratados e consolidados pelo res-
de veículos e o índice nacional de mortos por grupos de pectivo órgão ou entidade executivos de trânsito, que os
habitantes no prazo já determinado de dez anos.     repassará ao órgão máximo executivo de trânsito da União
§ 2o   As metas expressam a diferença a menor, em até o dia 1o de março, por meio do sistema de registro na-
base percentual, entre os índices mais recentes, oficial- cional de acidentes e estatísticas de trânsito.
mente apurados, e os índices que se pretende alcançar. § 10. Os dados estatísticos sujeitos à consolidação pelo
§ 3o  A decisão que fixar as metas anuais estabelecerá órgão ou entidade executivos de trânsito do Estado ou do
as respectivas margens de tolerância. Distrito Federal compreendem os coletados naquela circuns-
§ 4o  As metas serão fixadas pelo Contran para cada crição:
um dos Estados da Federação e para o Distrito Federal, I - pela Polícia Rodoviária Federal e pelo órgão executivo
mediante propostas fundamentadas dos Cetran, do Con- rodoviário da União;
trandife e do Departamento de Polícia Rodoviária Federal, II - pela Polícia Militar e pelo órgão ou entidade executi-
no âmbito das respectivas circunscrições.    vos rodoviários do Estado ou do Distrito Federal;
Ademais, o § 4º acima mencionado, informa que se- III - pelos órgãos ou entidades executivos rodoviários e
rão fixadas metas no âmbito dos Estados e do Distrito pelos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Muni-
Federal pelo CONTRAN de cada um destes.       cípios.
§ 11. O cálculo dos índices, para cada Estado e para o
§ 5o  Antes de submeterem as propostas ao Contran,
Distrito Federal, será feito pelo órgão máximo executivo de
os Cetran, o Contrandife e o Departamento de Polícia Ro-
trânsito da União, ouvidos o Departamento de Polícia Ro-
doviária Federal realizarão consulta ou audiência pública
doviária Federal e demais órgãos do Sistema Nacional de
para manifestação da sociedade sobre as metas a serem
Trânsito.
propostas.
§ 12. Os índices serão divulgados oficialmente até o dia
Por sua vez, o § 5º afirma que antes de definirem tais
31 de março de cada ano.
metas no âmbito dos Estados, o Departamento de Polícia
§ 13. Com base em índices parciais, apurados no de-
Rodoviária Federal deverá realizar consultas públicas para
correr do ano, o Contran, os Cetran e o Contrandife poderão
que a sociedade possa participar no intuito de manifes- recomendar aos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito
tar-se sobre as metas propostas. alterações nas ações, projetos e programas em desenvolvi-
§ 6o   As propostas dos Cetran, do Contrandife e do mento ou previstos, com o fim de atingir as metas fixadas
Departamento de Polícia Rodoviária Federal serão enca- para cada um dos Estados e para o Distrito Federal.
minhadas ao Contran até o dia 1o de agosto de cada ano, § 14. A partir da análise de desempenho a que se re-
acompanhadas de relatório analítico a respeito do cum- fere o § 7o deste artigo, o Contran elaborará e divulgará,
primento das metas fixadas para o ano anterior e de ex- também durante a Semana Nacional de Trânsito:
posição de ações, projetos ou programas, com os respec- I - duas classificações ordenadas dos Estados e do Distri-
tivos orçamentos, por meio dos quais se pretende cumprir to Federal, uma referente ao ano analisado e outra que con-
as metas propostas para o ano seguinte. sidere a evolução do desempenho dos Estados e do Distrito
§ 7o  As metas fixadas serão divulgadas em setembro, Federal desde o início das análises;
durante a Semana Nacional de Trânsito, assim como o de- II - relatório a respeito do cumprimento do objetivo geral
sempenho, absoluto e relativo, de cada Estado e do Dis- do estabelecimento de metas previsto no § 1o deste artigo.
trito Federal no cumprimento das metas vigentes no ano Os índices serão acompanhados e com base nas par-
anterior, detalhados os dados levantados e as ações rea- ciais informadas anualmente, o Contran, os Cetrans e o
lizadas por vias federais, estaduais e municipais, devendo Contrandife poderão recomendar aos integrantes no SINE-
tais informações permanecer à disposição do público na TRAN, alterações nas ações, projetos e programas, sempre
rede mundial de computadores, em sítio eletrônico do ór- com o objetivo de alcance das metas fixadas para cada um
gão máximo executivo de trânsito da União dos Estados e Distrito Federal.
As propostas para fixação das metas deverão ser en-
caminhadas anualmente até 1º de agosto, acompanhadas
de relatório que informe os avanços obtidos no ano an-
terior.

61
LEIS ESPECIAIS

EXERCÍCIOS 2. (Alternative Concursos/2017 - Prefeitura de Sul


Brasil/SC - Agente Educativo) De acordo com o Estatu-
1. (FCC/2014 - Prefeitura de Recife/PE - Procura- to da Criança e do Adolescente, Lei n.º 8.069/90, art. 60, é
dor) Nos termos do art. 226 da Constituição Federal, “a proibido qualquer trabalho a menores:
família, base da sociedade, tem especial proteção do Esta- a) De quatorze anos de idade, inclusive na condição de
do”. Entre os aspectos abrangidos pelo direito à proteção aprendiz.
especial, segundo o texto constitucional, encontram-se os b) De quatorze anos de idade, salvo na condição de
seguintes: aprendiz.
a) garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; e c) De dezesseis anos de idade, salvo na condição de
obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade aprendiz.
e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvi- d) De dezesseis anos de idade, inclusive na condição
mento, quando da aplicação de qualquer medida privati- de aprendiz.
va da liberdade. e) De dezessete anos de idade, inclusive na condição
b) garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; e de aprendiz.
acesso universal à educação infantil, em creche e pré-es-
cola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade. R: B. Em que pese o teor do art. 64 do ECA, que pode-
c) erradicação do analfabetismo; e estímulo do Poder ria dar a entender que um menor de 14 anos pode traba-
Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e lhar, prevalece o que diz o texto da Constituição Federal:
subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma “Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abando- além de outros que visem à melhoria de sua condição so-
nado. cial: [...] XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou
d) punição severa ao abuso, à violência e à exploração insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a
sexual da criança e do adolescente; e garantia às presidiá- menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz,
rias de condições para que possam permanecer com seus a partir de quatorze anos”. Logo, o menor pode trabalhar
em qualquer serviço, desde que não seja noturno, perigoso
filhos durante o período de amamentação.
e insalubre, dos 16 aos 18 anos; e entre 14 e 16 anos ape-
e) punição severa ao abuso, à violência e à exploração
nas pode trabalhar como aprendiz.
sexual da criança e do adolescente; e estímulo do Poder
Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e
3. (FCC/2016 - AL-MS - Agente de Polícia Legislati-
subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma
vo) Sobre a adoção, nos termos preconizados pelo Estatu-
de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abando-
to da Criança e do Adolescente,
nado.
a) o adotante deve ser, no mínimo, 18 anos mais velho
que o adotando.
R: A. O artigo 227, §3º, CF fixa os aspectos que abran- b) é permitida a adoção por procuração.
gem a proteção especial da criança e do adolescente: “I c) se um dos cônjuges adota o filho do outro, mantêm-
- idade mínima de quatorze anos para admissão ao tra- -se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge do
balho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII; II - garantia adotante e os respectivos parentes.
de direitos previdenciários e trabalhistas; III - garantia de d) é vedada a adoção conjunta pelos divorciados, se-
acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; IV - parados judicialmente e pelos ex-companheiros.
garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição e) o estágio de convivência que precede a adoção não
de ato infracional, igualdade na relação processual e de- poderá, em nenhuma hipótese, ser dispensado pela auto-
fesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser ridade judiciária.
a legislação tutelar específica; V - obediência aos princí-
pios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condi- R: C. Neste sentido, disciplina o art. 41, § 1º, ECA: “Se
ção peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro,
aplicação de qualquer medida privativa da liberdade; VI - mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o côn-
estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, juge ou concubino do adotante e os respectivos parentes”.
incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhi- A alternativa “a” está errada porque o adotante deve ser,
mento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente pelo menos, 16 anos mais velho que o adotado e possuir
órfão ou abandonado; VII - programas de prevenção e pelo menos 18 anos (art. 42, § 3º, ECA); a alternativa “b”
atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao está incorreta porque é vedada a adoção por procuração,
jovem dependente de entorpecentes e drogas afins”. pois a adoção é ato personalíssimo (art. 39, § 2º, ECA); a
alternativa “d” está incorreta porque é possível a adoção
conjunta desde que preencha os requisitos de serem casa-
dos civilmente ou mantenham união estável, comprovada
a estabilidade da família (art. 42, § 1º, ECA); e a alternativa
“e” está incorreta porque pode ser dispensado o estágio de
convivência quando o adotando já estiver sob a tutela ou
guarda do adotante (art. 46, § 1º, ECA).

62
LEIS ESPECIAIS

4. (FCC/2016 - AL-MS - Agente de Polícia Legislati- outro pretexto, por parte dos pais, de integrantes da fa-
vo) Sobre a prática de ato infracional à luz do Estatuto da mília ampliada, dos responsáveis, dos agentes públicos
Criança e do Adolescente, é INCORRETO afirmar que a executores de medidas socioeducativas ou por qualquer
a) medida socioeducativa de internação pode ser de- pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los
terminada por descumprimento reiterado e injustificável ou protegê-los.
da medida anteriormente imposta. d) de serem criados e educados no seio de sua famí-
b) internação, antes da sentença, poderá ser determi- lia biológica, não se admitindo a sua inserção em família
nada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. substituta, assegurada a convivência familiar e comunitá-
c) medida socioeducativa de internação não pode- ria, em ambiente que garanta seu desenvolvimento inte-
rá exceder em nenhuma hipótese três anos, liberando-se gral.
compulsoriamente o menor infrator aos vinte e um anos
de idade. R: C. Nestes termos, preconiza o artigo 18-A do ECA:
d) medida socioeducativa de liberdade assistida será “A criança e o adolescente têm o direito de ser educados
fixada pelo prazo mínimo de trinta dias, podendo a qual- e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento
quer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina,
outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos
o defensor. integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos
e) remissão não implica necessariamente o reconhe- agentes públicos executores de medidas socioeducativas
cimento ou comprovação da responsabilidade, nem pre- ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tra-
valece para efeito de antecedentes, podendo incluir even- tá-los, educá-los ou protegê-los”. A alternativa “a” está
tualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas errada porque o artigo 16 do ECA fixa que o direito à li-
em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e berdade envolve os seguintes aspectos: “I - ir, vir e estar
a internação. nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressal-
vadas as restrições legais; II - opinião e expressão; III -
R: D. A lei exige como prazo mínimo de medida so-
crença e culto religioso; IV - brincar, praticar esportes
cioeducativa o período de 6 meses, conforme art. 118, § 2º,
e divertir-se; V - participar da vida familiar e comunitária,
ECA, não 30 dias conforme a alternativa “d”, razão pela qual
sem discriminação; VI - participar da vida política, na
está incorreta. A alternativa “a” está prevista no art. 122, §
forma da lei; VII - buscar refúgio, auxílio e orientação”.
1º, ECA; a alternativa “b” está prevista no art. 108 do ECA;
A alternativa “b” está errada porque o artigo 17 do ECA
a alternativa “c” está prevista no art. 121, §§ 3º e 5º, ECA; a
prevê que “o direito ao respeito consiste na inviolabilida-
alternativa “e” está prevista no art. 127 ECA.
de da integridade física, psíquica e moral da criança e do
adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da
5. (COMPERVE/2016 - Câmara de Natal/RN - Guar-
da Legislativo) As crianças e os adolescentes, qualificados identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças,
pelo direito hoje vigente como pessoas em desenvolvimen- dos espaços e objetos pessoais”. A alternativa “d” está
to, receberam do direito positivo brasileiro, tutela especial errada porque o artigo 18 do ECA assegura que “é direito
através da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, mais conhe- da criança e do adolescente ser criado e educado no seio
cida como Estatuto da Criança e do Adolescente. Seguindo de sua família e, excepcionalmente, em família substituta,
as diretrizes traçadas pela Constituição de 1988, o Estatuto assegurada a convivência familiar e comunitária, em am-
da Criança e do Adolescente trouxe a previsão normativa biente que garanta seu desenvolvimento integral”.
da absoluta prioridade e de variados direitos fundamentais.
Em tal seara, foi determinado que as crianças e os adoles- 6. (FUNRIO/2016 - IF-PA - Assistente de Alunos)
centes têm direito, Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
a) à liberdade, de forma a compreender a liberdade de 8.069/90), é considerado criança
ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitá- a) a pessoa até seis anos incompletos de idade.
rios, ressalvadas as restrições legais; a liberdade de opinião b) a pessoa até oito anos incompletos de idade.
e de expressão; a liberdade de brincar e de praticar espor- c) a pessoa até 12 anos incompletos de idade.
tes, a liberdade de participar da vida familiar e comunitária; d) a pessoa até 18 anos incompletos de idade.
a liberdade de buscar refúgio, auxílio e orientação, exce- e) a pessoa até 14 anos incompletos, desde que não
tuadas dessa tutela a liberdade de crença e culto religioso tenha cometido nenhum crime.
e de participar da vida política.
b) ao respeito, consistente na inviolabilidade da sua R: C. O Estatuto da Criança e do Adolescente opta por
integridade física, psíquica e moral, abrangendo a preser- categorizar separadamente estas duas categorias de me-
vação da imagem, da identidade, da autonomia, de seus nores. Criança é aquele que tem até 12 anos de idade (na
valores, ideias e crenças, excluída a tutela dos seus espaços data de aniversário de 12 anos, passa a ser adolescente),
e objetos pessoais. adolescente é aquele que tem entre 12 e 18 anos (na data
c) de serem educados e cuidados sem o uso de cas- de aniversário de 18 anos, passa a ser maior), conforme o
tigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como artigo 2º do ECA.
formas de correção, disciplina, educação ou a qualquer

63
LEIS ESPECIAIS

7. (FUNRIO/2016 - IF-PA - Assistente de Alunos) 9. (FUNDAÇÃO CASA - Agente Administrativo -


A intenção principal do Estatuto da Criança e do Adoles- VUNESP/2010) Relativamente às Disposições Prelimina-
cente (Lei nº 8.069/90) é res do Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a
a) prover uma boa escola para que crianças e adoles- alternativa correta.
centes possam trabalhar o mais cedo possível. a) Considera-se criança a pessoa com até doze anos
b) questionar políticas sociais que venham a proteger completos, e adolescente aquela entre treze e dezoito
quem não merece. anos de idade incompletos.
c) distribuir renda entre os mais empobrecidos da b) Nos casos em que a lei determinar, deverá ser
população. constantemente aplicado o Estatuto da Criança e do
d) proteger integralmente crianças e adolescentes, Adolescente às pessoas entre dezenove e vinte anos de
garantindo políticas públicas neste sentido. idade.
e) proteger crianças e adolescentes da prisão. c) A garantia de prioridade para o adolescente com-
preende a primazia na formulação das políticas sociais
R: D. Conforme o artigo 1º do ECA, “esta Lei dispõe públicas para o lazer.
sobre a proteção integral à criança e ao adolescente”. O d) Na aplicação dessa Lei, deverão ser levados em
princípio da proteção integral se associa ao princípio da conta os fins políticos a que ela se destina.
prioridade absoluta, colacionado no artigo 4º do ECA e e) Destinação privilegiada de recursos públicos nas
no artigo 227, CF. De uma doutrina da situação irregular, áreas relacionadas com a proteção à infância e à juven-
o direito evoluiu e passou a contemplar uma noção de tude.
proteção mais ampla da criança e do adolescente, que
não apenas abordasse situações de irregularidade (em- R: E. Conforme o artigo 4º, parágrafo único, ECA, “a
bora ainda o fizesse), mas que abrangesse todo o arca- garantia de prioridade compreende: [...] d) destinação
bouço jurídico protetivo da criança e do adolescente, que privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas
é a doutrina da proteção integral. com a proteção à infância e à juventude”.

8. (Prefeitura de Cruzeiro - SP - Auxiliar de De- 10. (Prefeitura de Cruzeiro - SP - Auxiliar de De-


senvolvimento Infantil - Instituto Excelência/2016) senvolvimento Infantil - Instituto Excelência/2016)
O Estatuto da Criança e do Adolescente em seu art. 4º, Assinale a alternativa CORRETA conforme o artigo 15 do
parágrafo único fixa a garantia de prioridade. Assinale a ECA:
alternativa CORRETA que compreende uma dessas prio- a) na dignidade da criança e do adolescente, pondo-
ridades: -os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento,
a) Nenhuma criança ou adolescente será objeto de aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
qualquer forma de negligência, descriminação e explo- b) no direito de ser educados e cuidados sem o uso
ração. de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradan-
b) É assegurado atendimento integral á saúde da te, como formas de correção, disciplina, educação ou
criança e do adolescente por intermédio do sistema úni- qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes
co de saúde. da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes
c) Precedência de atendimento, nos serviços públicos públicos executores de medidas socioeducativas ou por
ou de relevância pública. qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los,
d) Manter alojamento conjunto, possibilitando ao educá-los ou protegê-los.
neonato a permanência junto á mãe. c) no direito à liberdade, ao respeito e à dignidade
como pessoas humanas em processo de desenvolvimen-
R: C. Conforme o artigo 4º, parágrafo único, ECA, “a to e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais
garantia de prioridade compreende: [...] b) precedência garantidos na Constituição e nas leis.
de atendimento nos serviços públicos ou de relevância d) na inviolabilidade da integridade física, psíquica e
pública”. moral da criança e do adolescente, abrangendo a pre-
servação da imagem, da identidade, da autonomia, dos
valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.

R: D. Dispõe o ECA em seu artigo 15: “A criança e


o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à
dignidade como pessoas humanas em processo de de-
senvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos
e sociais garantidos na Constituição e nas leis”.

64
LEIS ESPECIAIS

11. (TRT - 1ª REGIÃO - Juiz do Trabalho Substituto


- FCC/2016) Sobre o trabalho da criança e do adolescente, ANOTAÇÕES
é correto afirmar:
a) É proibido o trabalho de adolescentes em atividades
lúdicas. __________________________________________________
b) É proibido para os menores de 16, salvo na condição
de aprendizes. ___________________________________________________
c) É proibido o trabalho noturno de menores de 16
anos, salvo na condição de aprendizes. ___________________________________________________
d) É proibido o trabalho de adolescentes em hospitais, ___________________________________________________
salvo na condição de aprendizes de enfermagem.
e) É proibido o trabalho de crianças em peças teatrais e ___________________________________________________
atividades cinematográficas.
___________________________________________________
R: B. Nos termos do artigo 60, ECA, “é proibido qual-
quer trabalho a menores de quatorze anos de idade, sal- ___________________________________________________
vo na condição de aprendiz”. Aceita-se o trabalho como
___________________________________________________
aprendiz entre 14 e 16 anos. A partir dos 16 anos, o adoles-
cente pode trabalhar, não necessariamente como aprendiz, ___________________________________________________
embora a lei fixe outras restrições.
___________________________________________________
12. (TRT - 1ª REGIÃO - Juiz do Trabalho Substituto -
FCC/2016) A formação técnico-profissional do adolescen- ___________________________________________________
te NÃO deverá obedecer a
___________________________________________________
a) horário especial, estabelecido em lei.
b) horário especial, de acordo com a atividade. ___________________________________________________
c) peculiaridades do seu desenvolvimento pessoal.
d) adequação ao mercado de trabalho. ___________________________________________________
e) prevalência das atividades educativas sobre as produtivas.
___________________________________________________
R: A. Dispõe o ECA: “Art. 63. A formação técnico-pro-
___________________________________________________
fissional obedecerá aos seguintes princípios: [...] III - horário
especial para o exercício das atividades”. Especificamente, ___________________________________________________
o horário deve ser fixado sem prejudicar a frequência à es-
cola (artigo 67, IV, ECA) e é proibido o trabalho noturno. ___________________________________________________
Entretanto, a lei não fixa com precisão o horário de traba-
lho permitido ao adolescente. ___________________________________________________

___________________________________________________
13. (IDECAN/2016 - UFPB - Auxiliar em Assuntos
Educacionais) Considerando a prática de ato infracional ___________________________________________________
por adolescentes e os direitos individuais assegurados,
nessa situação, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente ___________________________________________________
(ECA), assinale a alternativa correta.
a) Considera-se ato infracional a conduta descrita como ___________________________________________________
crime e não a estabelecida como contravenção penal.
b) O adolescente não pode ser privado de sua liberda- ___________________________________________________
de senão em flagrante de ato infracional ou por ordem es- ___________________________________________________
crita e fundamentada da autoridade judiciária competente.
c) O adolescente que comete ato infracional perde o ___________________________________________________
direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão,
devendo, contudo, ser informado acerca de seus direitos. ___________________________________________________
d) O adolescente civilmente identificado será subme-
tido à identificação compulsória pelos órgãos policiais, de ___________________________________________________
proteção e judiciais, independente se para efeito de con- ___________________________________________________
frontação em caso de dúvida fundada.
___________________________________________________
R: B. Conforme preconiza o art. 106, “nenhum adoles-
cente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ___________________________________________________
ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente”. ___________________________________________________

65
LEIS ESPECIAIS

ANOTAÇÕES

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66
DIREITO PENAL MILITAR

Critérios do crime militar; hipóteses de crime militar (Art. 9º do CPM).............................................................................................. 01


Crimes militares em tempo de paz: motim e revolta, recusa de obediência, deserção, abandono de posto, dormir em
serviço, violência contra inferior ou superior, oposição a ordem de sentinela, desrespeito a superior, embriaguez em
serviço, desacato a superior; .............................................................................................................................................................................. 01
DIREITO PENAL MILITAR

d) ainda que fora do lugar sujeito à administração


militar, contra militar em função de natureza militar, ou
DIREITO PENAL MILITAR: CRITÉRIOS DO
no desempenho de serviço de vigilância, garantia e pre-
CRIME MILITAR;
servação da ordem pública, administrativa ou judiciária,
CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ: quando legalmente requisitado para aquêle fim, ou em
MOTIM E REVOLTA, RECUSA DE OBEDIÊNCIA, obediência a determinação legal superior.
DESERÇÃO, ABANDONO DE POSTO, DORMIR § 1o Os crimes de que trata este artigo, quando do-
EM SERVIÇO, VIOLÊNCIA CONTRA INFERIOR losos contra a vida e cometidos por militares contra civil,
OU SUPERIOR, OPOSIÇÃO A ORDEM DE serão da competência do Tribunal do Júri. (Redação dada
SENTINELA, DESRESPEITO A SUPERIOR, pela Lei nº 13.491, de 2017)
EMBRIAGUEZ EM SERVIÇO, DESACATO A § 2o Os crimes de que trata este artigo, quando do-
SUPERIOR. losos contra a vida e cometidos por militares das Forças
Armadas contra civil, serão da competência da Justiça
Militar da União, se praticados no contexto: (Incluído pela
Lei nº 13.491, de 2017)
HIPÓTESES DE CRIME MILITAR (ART. 9º DO I – do cumprimento de atribuições que lhes forem
CPM); estabelecidas pelo Presidente da República ou pelo Mi-
nistro de Estado da Defesa; (Incluído pela Lei nº 13.491,
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de de 2017)
paz: II – de ação que envolva a segurança de instituição
I - os crimes de que trata este Código, quando defi- militar ou de missão militar, mesmo que não beligerante;
nidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela não ou (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)
previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição es- III – de atividade de natureza militar, de operação de
pecial; paz, de garantia da lei e da ordem ou de atribuição sub-
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na sidiária, realizadas em conformidade com o disposto no
legislação penal, quando praticados: (Redação dada pela art. 142 da Constituição Federal e na forma dos seguintes
Lei nº 13.491, de 2017) diplomas legais: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)
a) por militar em situação de atividade ou assemelha- a) Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código
do, contra militar na mesma situação ou assemelhado; Brasileiro de Aeronáutica; (Incluída pela Lei nº 13.491, de
b) por militar em situação de atividade ou assemelha- 2017)
do, em lugar sujeito à administração militar, contra militar b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999;
da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)
c) por militar em serviço ou atuando em razão da fun- c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 -
ção, em comissão de natureza militar, ou em formatura, Código de Processo Penal Militar; e (Incluída pela Lei nº
ainda que fora do lugar sujeito à administração militar con- 13.491, de 2017)
tra militar da reserva, ou reformado, ou civil; (Redação dada d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Elei-
pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996) toral. (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)
d) por militar durante o período de manobras ou exer-
cício, contra militar da reserva, ou reformado, ou asseme- Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de
lhado, ou civil; guerra:
e) por militar em situação de atividade, ou assemelha- I os especialmente previstos neste Código para o
do, contra o patrimônio sob a administração militar, ou a tempo de guerra;
ordem administrativa militar;
f) revogada. (Redação dada pela Lei nº 9.299, de II os crimes militares previstos para o tempo de
8.8.1996) paz;
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou re- III os crimes previstos neste Código, embora tam-
formado, ou por civil, contra as instituições militares, consi- bém o sejam com igual definição na lei penal comum ou
derando-se como tais não só os compreendidos no inciso especial, quando praticados, qualquer que seja o agente:
I, como os do inciso II, nos seguintes casos: a) em território nacional, ou estrangeiro, militar-
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou mente ocupado;
contra a ordem administrativa militar; b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem
b) em lugar sujeito à administração militar contra mi- comprometer a preparação, a eficiência ou as operações
litar em situação de atividade ou assemelhado, ou contra militares ou, de qualquer outra forma, atentam contra a
funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no segurança externa do País ou podem expô-la a perigo;
exercício de função inerente ao seu cargo; IV os crimes definidos na lei penal comum ou espe-
c) contra militar em formatura, ou durante o período cial, embora não previstos neste Código, quando pratica-
de prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício, dos em zona de efetivas operações militares ou em terri-
acampamento, acantonamento ou manobras; tório estrangeiro, militarmente ocupado.

1
DIREITO PENAL MILITAR

O Estudo da disciplina de direito penal militar com- A primeira, chamada de Teoria Quadripartida, entende
preende conceitos cuja fonte é o direito penal tido por que para ocorrência do crime é necessária a presença de
comum, aplicável ao chamado “homem médio”, homem quatro elementos: fato típico, ilicitude, culpabilidade e pu-
comum, qualquer do povo. Nesse sentido, buscaremos tais nibilidade. Essa teoria é adotada por um número mínimo
conceitos diretamente na fonte, amparado pela doutrina de doutrinadores – justificam que a punibilidade não pode
sobre o tema além de jurisprudência e artigos específicos ser elemento do crime posto que é consequência da sua
da seara penal militar. prática. Para essa teoria um homicídio praticado em legíti-
Antes de entendermos o que vem a ser crime militar ma defesa não é crime já que o agente teria diante de uma
precisamos compreender desde já o que vem a ser crime. excludente de ilicitude. No entanto, o que deixa de existir é a
O que crime, segundo doutrina clássica pode ser concei- punição, mas não o crime.
tuado levando em conta três aspectos: material, formal e A teoria tripartida considera que para que exista o crime
analítico. é necessária a presença de três elementos: fato típico, ilicitude
e culpabilidade. Por fim, existe a teoria bipartida, que exclui
- Aspecto material a culpabilidade dos elementos que compõe o crime, ficando
Considera-se crime toda ação praticada pelo homem apenas o fato típico e a ilicitude. Segundo Cléber Masson
(ser humano) que causa lesão ou exponha a perigo deter- (obra já citada) “para os seguidores dessa teoria bipartida,
minado bem jurídico penalmente protegido pela lei penal. a culpabilidade deve ser excluída da composição do crime,
Como exemplo, podemos afirmar que a vida humana é um uma vez que se trata de pressuposto de aplicação da pena.
bem jurídico penalmente protegido; logo, aquele que “ti- Destarte, para a configuração do delito bastam o fato típico e
rar” a vida de alguém ou expor alguém ao perigo de vida, a ilicitude, ao passo que a presença ou não da culpabilidade
estará cometendo um crime. (ressalvados os casos onde a importará na possibilidade ou não de a pena ser imposta”.
conduta delitiva está protegida pela lei penal – Ex: policial
que acaba praticando homicídio no estrito cumprimento Definição de Crime Militar
do dever legal). Apresentados os aspectos, podemos então afirmar que
Segundo Cléber Masson em sua obra “Direito Penal Es- o direito penal militar adotou o critério formal, ou seja, quem
quematizado – Vol. 01”, o conceito de crime apresentado define o que vem a ser um crime militar é o legislador pela
acima “serve como fator de legitimação do Direito Penal edição de leis que assim os definem.
em um Estado Democrático de Direito. O mero atendi- A parte geral do código penal militar apresenta duas for-
mento do princípio da reserva legal se mostra insuficiente. mas iniciais de crime praticado pelo militar; crime praticado
Não basta uma lei para qualquer conduta ser considerada em tempo de paz e crime praticado em tempo de guerra.
penalmente ilícita. Imagine um tipo penal com o seguinte Essa diferenciação é bastante interessante posto que em
conteúdo: “Sorrir por mais de 10 minutos, ininterruptamen- tempos de guerra a atuação militar é diferenciada; a atuação
te. Pena: reclusão, de 2 a 8 anos, e multa”. Nesta situação, do militar em situações extremas demanda analisar sua con-
o princípio da reserva legal ou estrita legalidade seria obe- duta também de forma diversa de quando esteja em tempos
decido. Contudo, somente se legitima o crime quando a de paz.
conduta proibida apresentar relevância jurídico-penal, me- Os crimes praticados por militares em tempo de paz po-
diante a provocação de dano ou ao menos exposição à si- dem ser definidos em três grupos, a saber:
tuação de perigo em relação a bens jurídicos penalmente I os crimes de que trata o Código Penal Militar, quando
relevantes”. definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela não
previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição es-
- Aspecto formal pecial;
Para que exista determinado crime é necessário que II os crimes previstos no Código penal Militar, embora
o legislador forneça o conceito; ou seja, pelo critério legal também o sejam com igual definição na lei penal comum,
o conceito de crime será aquele fornecido pelo legislador. quando praticados:
O código penal brasileiro não apresenta definição ao a) por militar em situação de atividade ou assemelha-
que vem a ser crime, no entanto, no artigo 1º da Lei de do, contra militar na mesma situação ou assemelhado;
Introdução ao código penal esse conceito se apresenta de b) por militar em situação de atividade ou assemelha-
forma cristalina: do, em lugar sujeito à administração militar, contra militar da
“Considera-se crime a infração penal a que a lei comi- reserva, ou
na pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, reformado, ou assemelhado, ou civil;
quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; c) por militar em serviço ou atuando em razão da fun-
contravenção, a infração penal a que a lei comina, isola- ção, em comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda
damente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, que fora do lugar sujeito à administração militar contra mili-
alternativa ou cumulativamente”. tar da reserva, ou reformado, ou civil;
d) por militar durante o período de manobras ou exer-
- Aspecto analítico cício, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelha-
Dentro do aspecto formal existem três teorias doutri- do, ou civil;
nárias que discutem o tema. Por essa razão não se pode e) por militar em situação de atividade, ou assemelha-
responder seguramente qual das três teorias nosso código do, contra o patrimônio sob a administração militar, ou a
penal adotou. ordem administrativa militar;

2
DIREITO PENAL MILITAR

III os crimes praticados por militar da reserva, ou re- - PUNIBILIDADE DA TENTATIVA. Enquanto o Códi-
formado, ou por civil, contra as instituições militares. go Penal comum brasileiro adotou a teoria objetiva em seu
Os crimes praticados por militares em tempo de guerra art.14, II, punindo a tentativa com uma pena reduzida de 1 a
estão definidos no artigo 10 do Código Penal Militar e po- 2 terços, o Código Penal Militar, no parágrafo único do seu
dem ser divididos em quatro grupos, a saber: art.30, previu a punibilidade da tentativa pela teoria subjetiva
I os especialmente previstos no Código Penal Mili- ( mesma pena do crime consumado ), sendo que a excepcio-
tar para o tempo de guerra; nal gravidade ali referida, fica a critério do arbítrio do Juiz.
II os crimes militares previstos para o tempo de paz; - TRATAMENTO MAIS SEVERO AO ERRO DE DIREITO.
III os crimes previstos no Código Penal Militar, embo- O erro é tratado de forma diversa nos dois Códigos, va-
ra também o sejam com igual definição na lei penal comum lendo anotar que não há correspondência exata ente o erro
ou especial, quando praticados, qualquer que seja o agen- de direito e o erro sobre a ilicitude do fato. Assim, o Código
te: Penal comum trata em seu art.21 do erro sobre a ilicitude
a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmen- do fato, o qual se inevitável, ou invencível, exclui o dolo e,
te ocupado; portanto, o autor fica isento de pena. Definiuse, conforme
b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem o item nº 17 da Exposição de Motivos do CP, a evitabilidade
comprometer a preparação, a eficiência ou as operações do erro em função da potencial consciência da ilicitude. Já
militares ou, de qualquer outra forma, atentam contra a se- o Código Penal Militar tratou do erro de direito de forma
gurança externa do País ou podem expô-la a perigo; duplamente severa em seu art.35, se o agente supõe lícito
IV os crimes definidos na lei penal comum ou espe- o fato, por ignorância ou errada compreensão da lei, se es-
cial, embora não previstos no Código Peal Militar, quando cusáveis (ou invencíveis) sua pena poderá ser atenuada ou
praticados em zona de efetivas operações militares ou em substituída por outra menos grave e, se for crime contra o
território estrangeiro, militarmente ocupado. dever militar, o erro de direito não lhe aproveita.
- Crime propriamente militar - PREVISÃO DO ESTADO DE NECESSIDADE JUSTIFI-
O termo crime propriamente militar vem inserido no CANTE ESPECÍFICO DO COMANDANTE. Previsto no pa-
artigo 5º inciso LXI da Constituição Federal segundo o qual, rágrafo único do art. 42, o qual permite que o Comandante
ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or- de navio, aeronave, ou praça de guerra, na iminência de
dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária com- perigo ou grave calamidade possa compelir os subalternos,
petente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime por meios violentos, a executar serviços e manobras urgen-
propriamente militar, definidos em lei”. (grifo nosso). Sobre tes, para salvar a unidade ou vidas, ou evitar o desânimo,
tal expressão, discorre Jorge César de Assis em sua obra o terror, a desordem, a rendição, a revolta ou o saque. Não
“Crime Comum e Crime Comum”, “que crime propriamente se pode esquecer que ao Comandante é imposto o dever
militar é aquele que só está previsto no Código Penal Mili- de manter sua tropa controlada, destinando o CPM inclusi-
tar, e que só poderá ser cometido por militar, como aqueles ve algumas figuras típicas de modo a punir aquele que se
contra a autoridade ou disciplina militar ou contra o serviço omite em manter a força sob seu comando em estado de
militar e o dever militar. Já o crime impropriamente militar eficiência (art.198) e mesmo aquele que se omite de tomar
está previsto ao mesmo tempo, tanto no Código Penal Mi- providências para salvar seus comandados (art.200).
litar como na legislação penal comum, ainda que de forma - TRATAMENTO DUPLO AO ESTADO DE NECESSIDA-
um pouco diversa (roubo, homicídio, estelionato, estupro, DE. Enquanto o Código Penal comum previu apenas
etc.) e via de regra, poderá ser cometido por civil. o estado de necessidade justificante como excludente da
Podemos então concluir que crime propriamente mili- ilicitude no seu art. 24, o CPM previu igualmente tanto o
tar são aqueles que não podem ser praticados pelo homem estado de necessidade justificante (art.42, I e 43), quanto
comum, já que os mesmos foram trazidos pelo legislador o estado de necessidade exculpante como excludente da
como forma de proteger a instituição militar. Como exem- culpabilidade (art.39), desde que o direito alheio a ser pro-
plo, podemos citar o crime definido no artigo 195 do Códi- tegido, seja, nesse caso, de pessoa a quem o agente está
go Penal Militar – abandono de posto – tal crime só poderá ligado por estreitas relações de parentesco ou afeição. No-
ser praticado por militares e assemelhados, já que ocupa te-se que no estado de necessidade como excludente da
determinado posto (na esfera militar) aquele que está li- culpabilidade, o bem sacrificado pode ser inclusive maior
gado ao bem protegido.
a corporação militar. - PREVISÃO DA PENA DE MORTE EM TEMPO DE
- Diferenças entre crime militar e crime comum GUER-
Para apresentação das diferenças entre crime militar e RA. A legislação militar brasileira sempre previu a pena
crime comum utilizaremos artigo de autoria de Jorge César de morte. Existe uma previsão constitucional do inciso XL-
de Assis, sob o título “CRIME MILITAR E CRIME COMUM. VII do art.5º, o qual ressalvou-a para o caso de guerra de-
CONCEITOS clarada.
E DIFERENÇAS”, publicado em http://www.jusmilitaris. - PREVISÃO DE PENAS INFAMANTES. Dentre as pe-
com.br/ novo/uploads/docs/crimemilitarecomum.pdf. To- nas acessórias previstas no art. 98 do CPM, destacamos a
das as diferenças a seguir expostas foram extraídas na ínte- declaração de indignidade para com o oficialato e a decla-
gra de referido artigo, razão pela qual deixa-se de expô-las ração de incompatibilidade para com o oficialato, já que
da forma tecnicamente correta, entre aspas. ambas, por mandamento constitucional, implicam na perda

3
DIREITO PENAL MILITAR

do posto e da patente dos oficiais, declarada pelo Tribunal Especial Criminal tem competência para a conciliação,
competente em tempo de paz. Por ora, suficiente que se julgamento e a execução das infrações penais de menor
diga que fica sujeito à declaração de indignidade, qual- potencial ofensivo. Todavia, a Lei dos Juizados Especiais
quer que seja a pena, o militar condenado nos crimes Criminais não se aplica à Justiça Militar. De pronto, o Su-
de traição, espionagem ou cobardia e, também nos de perior Tribunal Militar rechaçou-a, inclusive sumulando a
desrespeito a símbolo nacional, pederastia ou outro ato questão em se Verbete nº 9: A Lei nº 9099/95 não se apli-
de libidinagem; furto simples; roubo simples; extorsão ca na Justiça Militar da União. A Suprema Corte Brasileira,
simples; extorsão mediante seqüestro; chantagem; este- em meio à intensa discussão, pacificou que somente eram
lionato; abuso de pessoa; peculato; peculato mediante aplicáveis à Justiça Militar, os institutos da exigência de re-
aproveitamento de outrem; falsificação de documento e; presentação nas lesões culposas e nas lesões leves dolosas
falsidade ideológica. Da mesma forma, será declarado e, o instituto da suspensão condicional do processo.
incompatível com o oficialato, o militar condenado pela
prática dos crimes previstos nos artigos 141 (entendi- QUESTÕES
mento para gerar conflito ou divergência com o Brasil) e
142 (tentativa contra a soberania do Brasil). Anota José 1) CESPE - 2013 - MPU – Analista. Julgue os itens
Júlio Pedrosa que o oficial declarado indigno ou incom- seguintes, relativos ao direito penal militar. Considere que
patível com o oficialato, por decisão do Superior Tribunal militares do Exér- cito brasileiro, reunidos em alojamento
Militar, perde, obrigatoriamente, o posto e patente, nos militar, tenham criado uma coreografia ao som de uma ver-
termos do art. 142, § 3º, inciso VI, da Constituição Fede- são funk do Hino Nacional, além de terem filmado a dança
ral. Perdendo o posto e patente será demitido ex officio e divulgado o vídeo na Internet. Nessa situa- ção, segun-
sem direito a qualquer remuneração ou indenização e do entendimento do Superior Tribunal Militar, a conduta
receberá a certidão de situação militar prevista na le- dos militares não constitui crime de desrespeito a símbolo
gislação que trata o serviço militar. Deixa de ser militar nacional, devendo ser tratada, na esfera disciplinar, como
e oficial. É o que estabelece o art. 119 do Estatuto dos brincadeira desres- peitosa.
Militares. (a) Certo
- MAIOR SEVERIDADE AO TRATAMENTO DADO (b) Errado
À SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA SURSIS. En-
quanto no
2) FUNIVERSA - 2013 - PM-DF - Soldado da Polícia
Direito Penal comum exige-se que o condenado não
Militar. Acerca dos crimes militares em tempo de paz, assi-
seja reincidente em crime doloso, art. 77, I (podendo ser
nale a alternativa correta.
reincidente em crime culposo), no Direito Penal castren-
a) A prática de ato de violência contra superior hie-
se exige-se que o sentenciado não seja reincidente em
rárquico é crime militar, enquanto praticar violência contra
crime punido com pena privativa de liberdade, art.84, I,
(que tanto pode ser doloso como culposo), o que implica inferior consiste apenas em falta disciplinar.
em um plus de severidade. Da mesma forma, a conces- b) Os policiais militares que recebem pagamento de
são do benefício está vetada ao condenado por crime comercian- te para concentrarem a sua patrulha na região
cometido em tempo de guerra e, em tempo de paz, aos do estabelecimento comercial dele não praticam corrup-
condenados pelos crimes de aliciação e incitamento, de ção passiva, pois o mencionado crime só ocorre quando o
violência contra o superior de dia, oficial de dia, de ser- recebimento de vantagem indevida tiver como finalidade a
viço ou de quarto, sentinela, vigia ou plantão; de des- prática de ato ilícito.
respeito ao superior, de insubordinação ou de deserção, c) O policial militar que, ao atender ocorrência de
além dos crimes de desrespeito a superior, desrespeito trânsito, se apropria de arma que recolhera do interior de
a símbolo nacional, despojamento desprezível, pederas- um dos veículos en- volvidos na ocorrência não pratica pe-
tia ou outro ato de libidinagem, de receita ilegal e seus culato.
assimilados. d) Embriagar-se o militar, quando em serviço, carac-
- TRATAMENTO MAIS SEVERO AO CRIME CONTI- teriza cri- me militar, mas apresentar-se embriagado para
NUA- prestá-lo caracteriza apenas infração disciplinar.
DO. Tratando da hipótese do crime continuado em e) O militar que se ausentar, sem licença, da unidade
seu art.80 o Código Penal Militar adotou, da mesma for- em que serve, pelo período de cinco dias, não pratica crime
ma que a legislação penal comum, a teoria da ficção ju- de deserção.
rídica, pela qual presume-se a existência de um só crime.
Fá-lo, entretanto, de forma mais severa, pois equipara o 3) VUNESP - 2011 - TJM-SP - Escrevente Técnico Ju-
crime continuado ao concurso de crimes, exasperando, diciário. Sobre os crimes militares em tempo de paz, assi-
sobremaneira, a aplicação da pena. nale a alternativa correta.
- INAPLICABILIDADE DO JUIZADO ESPECIAL CRIMI- a) Todos os crimes dolosos contra a vida serão da
NAL AOS CRIMES MILITARES. A Lei nº 9099, de 26.09.1995, competência da justiça comum.
instituiu os Juizados Especiais Criminais, regulamentando b) Os crimes dolosos contra a vida, cometidos contra
assim o art. 98, I, da Carta Magna, fonte geradora dos refe- civil, se- rão da competência da justiça comum.
ridos Juizados Especiais da Justiça do Distrito Federal e dos c) Os crimes dolosos contra a vida, cometidos contra
Estados. O Juizado militar, serão da competência da justiça comum.

4
DIREITO PENAL MILITAR

d) Os crimes dolosos contra a vida, cometidos contra 7) NUCEPE - 2012 - PM-PI - Agente de Polícia – Cabo.
civil, se- rão da competência da justiça militar. São crimes propriamente militares, previstos no Código Pe-
e) Todos os crimes dolosos contra a vida serão da nal Militar.
competência da justiça militar. a) Motim, violência contra superior, desacato, recusa
de obe- diência.
4) CESPE - 2009 - PM-DF - Soldado da Polícia Militar. b) Motim, desacato a superior, deserção, abandono
Julgue os itens subsequentes, de acordo com a doutrina e a de posto.
jurisprudência dominantes no âmbito do direito penal mili- c) Motim, desacato a superior, desacato, desobe-
tar. Os crimes militares, em tempo de paz, somente podem diência.
ter como sujeito ativo um militar, não compreendendo, em d) Motim, deserção, desacato, embriaguez em servi-
tais situações, o civil. ço.
(a) Certo e) Motim, desacato, embriaguez em serviço, aban-
(b) Errado dono de posto.

05) CRSP - PMMG - 2013 - PM-MG - Oficial da Polí- 8) UPENET - 2014 - PM-PE - Oficial da Polícia Mili-
cia Mi- litar. Dos crimes a seguir relacionados, marque a tar. Sobre o inquérito policial militar previsto no Código de
alternativa COR- RETA que descreve os crimes existentes Processo Penal Militar, analise as afirmativas a seguir:
somente no Código Penal Militar: I. O inquérito deverá terminar no prazo de quinze
a) reunião ilícita, desobediência, desacato, motim e dias, se o indiciado estiver preso, contado esse prazo a par-
deserção. tir do dia em que se executar a ordem de prisão.
b) reunião ilícita, recusa de obediência, insubmissão II. O inquérito deverá terminar no prazo de trinta
e estupro de vulnerável. dias, quando o indiciado estiver solto, contado a partir da
c) reunião ilícita, recusa de obediência, rigor excessi- data em que se instaurar o inquérito.
vo e aten- tado violento ao pudor. III. A autoridade militar não poderá mandar arquivar
d) atentado violento ao pudor, violência contra infe- autos de inquérito, embora conclusivo da inexistência de
rior, furto de uso e supressão de documento. crime ou de inim- putabilidade do indiciado.
IV. O arquivamento de inquérito não obsta a instaura-
6) NUCEPE - 2012 - PM-PI - Agente de Polícia – Sar- ção de ou- tro, se novas provas aparecerem em relação ao
gento. Dentre os crimes militares, temos o crime de motim, fato, ao indiciado ou à terceira pessoa, ressalvados o caso
previsto no art. 149 do Código Penal Militar. Sobre este tipo julgado e os casos de extinção da punibilidade.
delituoso podemos afirmar, EXCETO. Está CORRETO o que se afirma em
a) É um crime propriamente militar, previsto apenas a) III e IV, apenas.
no Código Penal Militar, que tem, dentre outras caracterís- b) I, II e IV, apenas.
ticas, a reunião de militares em ação contra a ordem rece- c) II e III, apenas.
bida de superior, ou negando-a cumpri-la. d) I, III e IV, apenas.
b) É um crime propriamente militar, previsto apenas e) I, II, III e IV.
no Có- digo Penal Militar, que tem, dentre outras caracte-
rísticas, a recusa conjunta de obediência, ou em resistência 9) FUMARC - 2011 - PM-MG - Oficial da Polícia Mi-
ou violência, em comum, contra superior. litar.
c) É um crime propriamente militar, previsto apenas Em se tratando do Inquérito Policial Militar, é impor-
no Código Penal Militar, praticado contra a autoridade e a tante saber que
disciplina militar. a) o posto do indiciado induz a competência para
d) É um crime propriamente militar, previsto apenas instauração do procedimento, mas não a delegação de ins-
no Código Penal Militar, que tem, dentre outras caracterís- trução.
ticas, a reunião de militares em ação contra a ordem rece- b) em regra, o Poder de Polícia Judiciária Militar é
bida de superior, ou negando-a cumpri-la, praticado contra exercido pelos Ofciais e eventualmente pode ser delegado
a administração militar. às praças.
e) É um crime propriamente militar previsto apenas c) ainda que a delegação para a instrução não tenha
no Código Penal Militar, que tem, dentre outras caracterís- ocorrido, os Ofciais responsáveis pelo Comando quando
ticas, a reunião de militares em ação contra a ordem rece- da inci- dência de crime militar devem proceder de ofício
bida de superior, ou negando-a cumpri-la, praticado contra as providências preliminares de investigação.
a autoridade e disciplina militar. d) a solução do Inquérito é providência essencial
para que a autoridade instauradora possa prolatar o Rela-
tório do IPM.

5
DIREITO PENAL MILITAR

10) EsFCEx - 2009 - EsFCEx - Aluno - EsFCEx – Direito. O


Inquérito Policial Militar (IPM) deverá ser concluído, estan- ANOTAÇÕES
do o in- diciado preso, no prazo a ser contado do dia em
que for executada a ordem de prisão em:
a) 5 dias.
b) 10 dias.
c) 15 dias.
d) 20 dias. ————————————————————————
e) 30 dias. ————————————————————————
GABARITO ————————————————————————

01 B ————————————————————————
02 E ————————————————————————
03 B
04 B ————————————————————————
05 C
06 D ————————————————————————
07 B ————————————————————————
08 A
09 C ————————————————————————
10 D
————————————————————————
————————————————————————
————————————————————————
————————————————————————
————————————————————————
————————————————————————
————————————————————————
————————————————————————
————————————————————————
————————————————————————
————————————————————————
————————————————————————
————————————————————————
————————————————————————
————————————————————————
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————————————————————————
————————————————————————
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————————————————————————
————————————————————————
————————————————————————

6
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

Autoridades para exercício de Polícia Judiciária Militar (Art. 7º do CPPM);...................................................................................... 01


Competência da Polícia Judiciária Militar (artigo 8º do CPPM);............................................................................................................. 01
Inquérito Policial Militar (Art. 9º ao 28 do CPPM); ..................................................................................................................................... 01
Dos Atos Probatórios: da qualificação e do interrogatório do acusado (artigo 302 ao 306 do CPPM), da confissão (artigo
307 a 310), das perguntas ao ofendido (artigo 311 a 313 do CPPM), das testemunhas (artigo 347 ao 364 do CPPM), das
pericias e exames (artigo 314 a 346 do CPPM);........................................................................................................................................... 03
Da Prisão em Flagrante Delito e da Prisão Preventiva............................................................................................................................... 08
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

b) por determinação ou delegação da autoridade mi-


AUTORIDADES PARA EXERCÍCIO DE POLÍCIA litar superior;
JUDICIÁRIA MILITAR (ART. 7º DO CPPM); c) por requisição do Ministério Público;
COMPETÊNCIA DA POLÍCIA JUDICIÁRIA d) por decisão do Superior Tribunal Militar (STM);
e) a requerimento da parte ofendida ou de seu repre-
MILITAR (ARTIGO 8º DO CPPM);
sentante legal; e
f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdi-
ção militar, resulte indício da existência de infração penal
militar.
Territorialidade, Extraterritorialidade
Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de
Fique atento: na letra “d”, por decisão do Superior Tri-
convenções, tratados e regras de direito internacional, ao
bunal Militar (STM), deve ser entendido que nos casos dos
crime cometido, no todo ou em parte no território nacional,
Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul,
ou fora dele, ainda que, neste caso, o agente esteja sendo
processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira. onde existe Tribunal de Justiça Militar, os TJM podem deci-
Territorialidade, Extraterritorialidade dir pela instauração de inquérito policial militar.
Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de É importante observar que várias providências podem
convenções, tratados e regras de direito internacional, ao fazer-se necessárias antes da instauração do IPM.
crime cometido, no todo ou em parte no território nacional, O oficial responsável por comando, direção ou chefia,
ou fora dele, ainda que, neste caso, o agente esteja sendo de serviço ou de quarto, logo que tiver conhecimento da
processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira. prática de infração penal militar deve tomar, ou determinar
Território nacional por extensão que sejam tomadas, imediatamente, as providências pre-
§ 1° Para os efeitos da lei penal militar consideram- vistas no art. 12 do CPPM:
-se como extensão do território nacional as aeronaves e a) dirigir-se ao local, providenciando para que não al-
os navios brasileiros, onde quer que se encontrem, sob terem o estado e a situação das coisas, quando necessário;
comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados b) apreender os instrumentos e todos os objetos que
por ordem legal de autoridade competente, ainda que de tenham relação com o fato;
propriedade privada. c) efetuar a prisão do infrator (desde que se verifique a
Ampliação a aeronaves ou navios estrangeiros observância de todos os requisitos que autorizam tal medida);
§ 2º É também aplicável a lei penal militar ao crime d) colher todas as provas que sirvam para o esclareci-
praticado a bordo de aeronaves ou navios estrangeiros, mento do fato e suas circunstâncias.
desde que em lugar sujeito à administração militar, e o cri- Deve-se, ainda, observar a hipótese de a infração evi-
me atente contra as instituições militares. dentemente não ser de natureza militar. Neste caso, co-
Conceito de navio municar-se-á a autoridade policial competente, a quem a
§ 3º Para efeito da aplicação deste Código, considera- autoridade militar fará apresentar o infrator. Tratando-se
-se navio toda embarcação sob comando militar. de civil, menor de dezoito anos, a apresentação será feita
Pena cumprida no estrangeiro ao Juizado da Infância e da Adolescência.
Art. 8° A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena Por vezes o Auto de Prisão em Flagrante é suficiente
imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou para a elucidação do fato e sua autoria. Neste caso, confor-
nela é computada, quando idênticas. me o art. 27 do Código de Processo Penal Militar, o próprio
auto constitui o inquérito, dispensando outras diligências,
salvo o Exame de Corpo de Delito no crime que deixe ves-
tígios, a identificação da coisa e sua avaliação, quando seu
INQUÉRITO POLICIAL MILITAR (ART. 9º AO valor influir na aplicação da pena.
28 DO CPPM); Além desta, há outras hipóteses de dispensa do inqué-
rito (art. 28):
a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos
por documentos ou outras provas materiais;
O Inquérito Policial Militar é “a apuração sumária de fatos b) nos crimes contra a honra (calúnia, difamação e in-
que nos termos legais, configure crime militar, e de sua autoria” júria), quando decorrerem de escrito ou publicação, cujo
(art. 9º, CPPM). É o conjunto de diligências realizadas pela Po- autor esteja identificado; e
lícia Judiciária Militar para apuração de infração penal militar, c) nos crimes previstos nos artigos 341 (desacato) e 349
materialidade, e de sua autoria, sendo somente instruído para (desobediência à decisão judicial) do Código Penal Militar.
fatos praticados subsumidos no Código Penal Militar. O IPM tem caráter sigiloso. Contudo, sigiloso não sig-
O inquérito policial militar é instaurado por meio de nifica secreto. Apesar de o código dispor, em seu artigo
Portaria, obedecendo aos casos enunciados no art. 10 do 16 que “o inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode
Código de Processo Penal Militar (CPPM): permitir que dele tome conhecimento o advogado do in-
a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de diciado”, por força do Estatuto da Ordem dos Advogados,
jurisdição ou comando haja ocorrida a infração penal, aten- qualquer advogado, mesmo sem procuração nos autos,
dida a hierarquia do infrator; pode examiná-los, copiar peças e tomar apontamentos.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

Fique atento: antes da Constituição da República de indício de crime, pronunciando-se, neste último caso, justi-
1988, o oficial encarregado do inquérito possuía a facul- ficadamente, sobre a conveniência da prisão preventiva do
dade de manter incomunicável o indiciado que estivesse indiciado nos termos legais.
legalmente preso por até três dias. Entretanto, o artigo No caso de ter sido delegada a atribuição de polí-
136, § 3º, inciso IV da Constituição afirma: “É vedada a cia judiciária, o encarregado do inquérito deverá enviar
incomunicabilidade do preso”. à autoridade de que recebeu a designação, para que lhe
As testemunhas e o indiciado, exceto caso de urgên- homologue ou não a solução, aplique penalidades, no
cia inadiável, devem ser ouvidos durante o dia, entre as caso de ter sido apurada infração disciplinar, ou determi-
sete e dezoito horas. As testemunhas não serão inqui- ne novas diligências, se as julgar necessárias.
ridas por mais de quatro horas seguidas, podendo ter Discordando da solução, a autoridade que o delegou
intervalo de trinta minutos sempre que tiver de prestar poderá avocá-lo e dar solução diferente.
declarações além daquele tempo. As inquirições que não O IPM pode ser arquivado no caso de o Ministério
ficarem concluídas até as dezoito horas serão encerradas Público Militar não encontrar elementos suficientes de
para prosseguir no dia seguinte. autoria e materialidade. A autoridade militar não poderá
O Encarregado é a autoridade de polícia judiciária mandar arquivar autos de IPM, embora conclusivo da ine-
militar responsável por instruir o inquérito policial (IPM), xistência de crime ou de inimputabilidade do indiciado.
responsável por todos os atos e deliberações do procedi- Competente à autoridade judiciária determinar o ar-
mento até a remessa à autoridade delegante. quivamento do IPM, a requerimento do Ministério Pú-
Nos termos do art. 15 do CPPM: “Será encarregado blico.
do inquérito, sempre que possível, oficial de posto não O arquivamento do IPM não obsta a instauração de
inferior ao de capitão ou capitão-tenente; e em se tra- outro, se novas provas aparecerem em relação ao fato,
tando de infração penal contra a segurança nacional, sê- ao indiciado ou a terceira pessoa, ressalvados o caso de
-lo-á, sempre que possível, oficial superior, atendida em julgado e os casos de extinção da punibilidade.
cada caso, a sua hierarquia, se oficial o indiciado. ” É importante lembrar que terminado o inquérito, se-
O escrivão do IPM é responsável por toda a parte ma- rão os autos remetidos ao juízo da Circunscrição Judiciá-
terial e apresentação do feito, tudo sob estrita supervisão ria Militar onde ocorreu a infração penal, acompanhados
do encarregado. dos instrumentos desta, bem como dos objetos que inte-
Por não haver no âmbito militar escrivão de ofício, ressarem à sua prova.
aquele que é designado para tal atividade, presta com- Os autos do IPM não poderão ser devolvidos a auto-
promisso de manter o sigilo do inquérito e de cumprir ridade policial militar, exceto se:
fielmente as determinações do CPPM no exercício de a) mediante requisição do Ministério Público, para
suas atribuições. O descumprimento caracteriza crime diligências por ele consideradas imprescindíveis ao ofe-
de violação de sigilo funcional (art. 326 do Código Penal recimento da denúncia; e
Militar). b) por determinação do juiz, antes da denúncia, para
Fique atento: para não confundir os prazos do In- o preenchimento de formalidades previstas no CPPM, ou
quérito Policial Militar com o prazo do inquérito policial. para complemento de prova que julgue necessária.
Nos termos do artigo 20 do CPPM, o IPM deverá ter- Nestas hipóteses, o juiz marcará prazo, não exceden-
minar dentro de vinte dias a contar da data da prisão, se te de vinte dias, para a restituição dos autos.
o indiciado estiver preso, ou no prazo de quarenta dias,
se o indiciado estiver solto, contados a partir da data da (STM - Analista Judiciário/Área: Judiciária - UNB/CES-
portaria de instauração do inquérito. PE - 2004) Acerca da polícia judiciária militar, do inqué-
O prazo para conclusão no caso de réu preso é im- rito policial militar, da ação penal militar, do juiz e seus
prorrogável, mas o CPPM admite a prorrogação do prazo, auxiliares, julgue os itens a seguir.
pela autoridade militar superior, por vinte dias quando o 77 O inquérito policial militar é a apuração sumária
indiciado não estiver preso, desde que não estejam con- de fato, em tese, criminoso e de sua autoria, não tendo,
cluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja necessi- no entanto, valor jurídico os exames e as perícias reali-
dade de diligências indispensáveis para a elucidação do zados que não forem repetidos em juízo, durante o pro-
fato criminoso. cesso.
É admissível apenas uma prorrogação além dos 20
dias, isso quando o indiciado estiver solto, salvo no caso 77 E Comentário: as provas produzidas na fase de in-
de dificuldades insuperáveis, a juízo do Comandante da quérito que não tem viabilidade em se repetir na fase da
Força singular (Marinha, Exército ou Aeronáutica). ação penal não terá prejuízo e possui pleno valor jurídico.
O inquérito policial militar é concluído por meio de
um relatório. Dispõe o artigo 22 do CPPM:
O inquérito será encerrado com minucioso relatório,
em que o seu encarregado mencionará as diligências fei-
tas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos, com indi-
cação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato delituoso.
Em conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

b) se conhece a pessoa ofendida e as testemunhas ar-


DOS ATOS PROBATÓRIOS: DA roladas na denúncia, desde quando e se tem alguma coisa
QUALIFICAÇÃO E DO INTERROGATÓRIO DO a alegar contra elas;
ACUSADO (ARTIGO 302 AO 306 DO CPPM), c) se conhece as provas contra ele apuradas e se tem
alguma coisa a alegar a respeito das mesmas;
DA CONFISSÃO (ARTIGO 307 A 310),
d) se conhece o instrumento com que foi praticada a
DAS PERGUNTAS AO OFENDIDO (ARTIGO
infração, ou qualquer dos objetos com ela relacionados e
311 A 313 DO CPPM), DAS TESTEMUNHAS que tenham sido apreendidos;
(ARTIGO 347 AO 364 DO CPPM), e) se é verdadeira a imputação que lhe é feita;
DAS PERICIAS E EXAMES (ARTIGO 314 A 346 f) se, não sendo verdadeira a imputação, sabe de al-
DO CPPM); gum motivo particular a que deva atribuí-la ou conhece a
pessoa ou pessoas a que deva ser imputada a prática do
crime e se com elas esteve antes ou depois desse fato;
CAPÍTULO II g) se está sendo ou já foi processado pela prática de
DA QUALIFICAÇÃO E DO INTERROGATÓRIO DO outra infração e, em caso afirmativo, em que juízo, se foi
ACUSADO condenado, qual a pena imposta e se a cumpriu;
h) se tem quaisquer outras declarações a fazer.
Tempo e lugar do interrogatório Nomeação de defensor ou curador
Art. 302. O acusado será qualificado e interrogado § 1º Se o acusado declarar que não tem defensor, o
num só ato, no lugar, dia e hora designados pelo juiz, após juiz dar-lhe-á um, para assistir ao interrogatório. Se menor
o recebimento da denúncia; e, se presente à instrução cri- de vinte e um anos, nomear-lhe-á curador, que poderá ser
minal ou preso, antes de ouvidas as testemunhas. o próprio defensor.
Comparecimento no curso do processo Caso de confissão
Parágrafo único. A qualificação e o interrogatório do § 2º Se o acusado confessar a infração, será especial-
acusado que se apresentar ou for preso no curso do pro- mente interrogado:
cesso, serão feitos logo que ele comparecer perante o juiz. a ) sobre quais os motivos e as circunstâncias da in-
Interrogatório pelo juiz fração;
Art. 303. O interrogatório será feito, obrigatoriamen- b) sobre se outras pessoas concorreram para ela, quais
te, pelo juiz, não sendo nele permitida a intervenção de foram e de que modo agiram.
qualquer outra pessoa. Negativa da imputação
Questões de ordem § 3º Se o acusado negar a imputação no todo ou em
Parágrafo único. Findo o interrogatório, poderão as parte, será convidado a indicar as provas da verdade de
partes levantar questões de ordem, que o juiz resolverá suas declarações.
de plano, fazendo-as consignar em ata com a respectiva
CAPÍTULO III
solução, se assim lhe for requerido.
DA CONFISSÃO
Interrogatório em separado
Art. 304. Se houver mais de um acusado, será cada um
Validade da confissão
deles interrogado separadamente.
Art. 307. Para que tenha valor de prova, a confissão
Observações ao acusado
deve:
Art. 305. Antes de iniciar o interrogatório, o juiz ob-
a) ser feita perante autoridade competente;
servará ao acusado que, embora não esteja obrigado a
b) ser livre, espontânea e expressa;
responder às perguntas que lhe forem formuladas, o seu c) versar sobre o fato principal;
silêncio poderá ser interpretado em prejuízo da própria d) ser verossímil;
defesa. e) ter compatibilidade e concordância com as demais
Perguntas não respondidas provas do processo.
Parágrafo único. Consignar-se-ão as perguntas que o Silêncio do acusado
acusado deixar de responder e as razões que invocar para Art. 308. O silêncio do acusado não importará confis-
não fazê-lo. são, mas poderá constituir elemento para a formação do
Forma e requisitos do interrogatório convencimento do juiz.
Art. 306. O acusado será perguntado sobre o seu Retratabilidade e divisibilidade
nome, naturalidade, estado, idade, filiação, residência, Art. 309. A confissão é retratável e divisível, sem prejuí-
profissão ou meios de vida e lugar onde exerce a sua ati- zo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das
vidade, se sabe ler e escrever e se tem defensor. Respon- provas em conjunto.
didas essas perguntas, será cientificado da acusação pela Confissão fora do interrogatório
leitura da denúncia e estritamente interrogado da seguin- Art. 310. A confissão, quando feita fora do interroga-
te forma: tório, será tomada por termo nos autos, observado o dis-
a) onde estava ao tempo em que foi cometida a infra- posto no art. 304.
ção e se teve notícia desta e de que forma;

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

CAPÍTULO IV Esclarecimento de ordem técnica


DAS PERGUNTAS AO OFENDIDO § 2º Ainda que o quesito não permita resposta decisiva
do perito, poderá ser formulado, desde que tenha por fim
Qualificação do ofendido. Perguntas esclarecimento indispensável de ordem técnica, a respeito
Art. 311. Sempre que possível, o ofendido será qua- de fato que é objeto da perícia.
lificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, Número dos peritos e habilitação
quem seja ou presuma ser seu autor, as provas que possa Art. 318. As perícias serão, sempre que possível, feitas
indicar, tomando-se por termo as suas declarações. por dois peritos, especializados no assunto ou com habili-
Falta de comparecimento tação técnica, observado o disposto no art. 48.
Parágrafo único. Se, notificado para esse fim, deixar Resposta aos quesitos
de comparecer sem motivo justo, poderá ser conduzido Art. 319. Os peritos descreverão minuciosamente o
à presença da autoridade, sem ficar sujeito, entretanto, a que examinarem e responderão com clareza e de modo
qualquer sanção. positivo aos quesitos formulados, que serão transcritos no
Presença do acusado laudo.
Art. 312. As declarações do ofendido serão feitas na Fundamentação
presença do acusado, que poderá contraditá-las no todo Parágrafo único. As respostas poderão ser fundamen-
ou em parte, após a sua conclusão, bem como requerer tadas, em sequência a cada quesito.
ao juiz que o ofendido esclareça ou torne mais precisa Apresentação de pessoas e objetos
qualquer das suas declarações, não podendo, entretanto, Art. 320. Os peritos poderão solicitar da autoridade
reperguntá-lo. competente a apresentação de pessoas, instrumentos ou
Isenção de resposta objetos que tenham relação com crime, assim como os es-
Art. 313. O ofendido não está obrigado a respon- clarecimentos que se tornem necessários à orientação da
der pergunta que possa incriminá-lo, ou seja estranha ao perícia.
processo. Requisição de perícia ou exame
Art. 321. A autoridade policial militar e a judiciária po-
CAPÍTULO V derão requisitar dos institutos médico-legais, dos labora-
DAS PERÍCIAS E EXAMES tórios oficiais e de quaisquer repartições técnicas, militares
ou civis, as perícias e exames que se tornem necessários ao
Objeto da perícia processo, bem como, para o mesmo fim, homologar os que
Art. 314. A perícia pode ter por objeto os vestígios neles tenham sido regularmente realizados.
materiais deixados pelo crime ou as pessoas e coisas, Divergência entre os peritos
que, por sua ligação com o crime, possam servir-lhe de Art. 322. Se houver divergência entre os peritos, serão
prova. consignadas no auto de exame as declarações e respostas
Determinação de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o
Art 315. A perícia pode ser determinada pela autori- seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro. Se este di-
dade policial militar ou pela judiciária, ou requerida por vergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a
qualquer das partes. novo exame por outros peritos.
Negação Suprimento do laudo
Parágrafo único. Salvo no caso de exame de corpo Art. 323. No caso de inobservância de formalidade ou
de delito, o juiz poderá negar a perícia, se a reputar des- no caso de omissão, obscuridade ou contradição, a autori-
necessária ao esclarecimento da verdade. dade policial militar ou judiciária mandará suprir a forma-
Formulação de quesitos lidade, ou completar ou esclarecer o laudo. Poderá igual-
Art 316. A autoridade que determinar perícia for- mente, sempre que entender necessário, ouvir os peritos,
mulará os quesitos que entender necessários. Poderão, para qualquer esclarecimento.
igualmente, fazê-lo: no inquérito, o indiciado; e, durante Procedimento de novo exame
a instrução criminal, o Ministério Público e o acusado, em Parágrafo único. A autoridade poderá, também, orde-
prazo que lhes for marcado para aquele fim, pelo auditor. nar que se proceda a novo exame, por outros peritos, se
Requisitos julgar conveniente.
Art 317. Os quesitos devem ser específicos, simples e Ilustração dos laudos
de sentido inequívoco, não podendo ser sugestivos nem Art. 324. Sempre que conveniente e possível, os lau-
conter implícita a resposta. dos de perícias ou exames serão ilustrados com fotografias,
Exigência de especificação e esclarecimento microfotografias, desenhos ou esquemas, devidamente ru-
§ 1º O juiz, de ofício ou a pedido de qualquer dos bricados.
peritos, poderá mandar que as partes especifiquem os Prazo para apresentação do laudo
quesitos genéricos, dividam os complexos ou esclareçam Art. 325. A autoridade policial militar ou a judiciária,
os duvidosos, devendo indeferir os que não sejam per- tendo em atenção a natureza do exame, marcará prazo ra-
tinentes ao objeto da perícia, bem como os que sejam zoável, que poderá ser prorrogado, para a apresentação
sugestivos ou contenham implícita a resposta. dos laudos.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

Vista do laudo Realização pelos mesmos peritos


Parágrafo único. Do laudo será dada vista às partes, § 4º O exame complementar pode ser feito pelos mes-
pelo prazo de três dias, para requererem quaisquer esclare- mos peritos que procederam ao de corpo de delito.
cimentos dos peritos ou apresentarem quesitos suplemen- Exame de sanidade mental
tares para esse fim, que o juiz poderá admitir, desde que Art. 332. Os exames de sanidade mental obedecerão,
pertinentes e não infrinjam o art. 317 e seu § 1º. em cada caso, no que for aplicável, às normas prescritas no
Liberdade de apreciação Capítulo II, do Título XII.
Art. 326. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo Autópsia
aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. Art 333. Haverá autópsia:
Perícias em lugar sujeito à administração militar ou a) quando, por ocasião de ser feito o corpo de delito,
repartição os peritos a julgarem necessária;
Art. 327. As perícias, exames ou outras diligências que, b) quando existirem fundados indícios de que a morte
resultou, não da ofensa, mas de causas mórbidas anterio-
para fins probatórios, tenham que ser feitos em quartéis,
res ou posteriores à infração;
navios, aeronaves, estabelecimentos ou repartições, mili-
c) nos casos de envenenamento.
tares ou civis, devem ser precedidos de comunicações aos
Ocasião da autópsia
respectivos comandantes, diretores ou chefes, pela autori-
Art. 334. A autópsia será feita pelo menos seis horas
dade competente. depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos si-
Infração que deixa vestígios nais da morte, julgarem que possa ser feita antes daquele
Art. 328. Quando a infração deixar vestígios, será in- prazo, o que declararão no auto.
dispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, Impedimento de médico
não podendo supri-lo a confissão do acusado. Parágrafo único. A autópsia não poderá ser feita por
Corpo de delito indireto médico que haja tratado o morto em sua última doença.
Parágrafo único. Não sendo possível o exame de cor- Casos de morte violenta
po de delito direto, por haverem desaparecido os vestígios Art. 335. Nos casos de morte violenta, bastará o sim-
da infração, supri-lo-á a prova testemunhal. ples exame externo do cadáver, quando não houver infra-
Oportunidade do exame ção penal que apurar, ou quando as lesões externas permi-
Art. 329. O exame de corpo de delito poderá ser feito tirem precisar a causa da morte e não houver necessidade
em qualquer dia e a qualquer hora. de exame interno, para a verificação de alguma circunstân-
Exame nos crimes contra a pessoa cia relevante.
Art. 330. Os exames que tiverem por fim comprovar a Fotografia de cadáver
existência de crime contra a pessoa abrangerão: Art. 336. Os cadáveres serão, sempre que possível, fo-
a) exames de lesões corporais; tografados na posição em que forem encontrados.
b) exames de sanidade física; Identidade do cadáver
c) exames de sanidade mental; Art. 337. Havendo dúvida sobre a identidade do ca-
d) exames cadavéricos, precedidos ou não de exuma- dáver, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de
ção; Identificação e Estatística, ou repartição congênere, pela
e) exames de identidade de pessoa; inquirição de testemunhas ou outro meio de direito, la-
f) exames de laboratório; vrando-se auto de reconhecimento e identidade, no qual
g) exames de instrumentos que tenham servido à prá- se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.
tica do crime. Arrecadação de objetos
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados
Exame pericial incompleto
e autenticados todos os objetos que possam ser úteis para
Art. 331. Em caso de lesões corporais, se o primeiro
a identificação do cadáver.
exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exa-
Exumação
me complementar, por determinação da autoridade poli- Art. 338. Haverá exumação, sempre que esta for neces-
cial militar ou judiciária, de ofício ou a requerimento do in- sária ao esclarecimento do processo.
diciado, do Ministério Público, do ofendido ou do acusado. Designação de dia e hora
Suprimento de deficiência § 1º A autoridade providenciará para que, em dia e
§ 1º No exame complementar, os peritos terão presen- hora prèviamente marcados, se realize a diligência e o exa-
te o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiên- me cadavérico, dos quais se lavrará auto circunstanciado.
cia ou retificá-lo. Indicação de lugar
Exame de sanidade física § 2º O administrador do cemitério ou por ele respon-
§ 2º Se o exame complementar tiver por fim verificar a sável indicará o lugar da sepultura, sob pena de desobe-
sanidade física do ofendido, para efeito da classificação do diência.
delito, deverá ser feito logo que decorra o prazo de trinta Pesquisas
dias, contado da data do fato delituoso. § 3º No caso de recusa ou de falta de quem indique
Suprimento do exame complementar a sepultura, ou o lugar onde esteja o cadáver, a autorida-
§ 3º A falta de exame complementar poderá ser supri- de mandará proceder às pesquisas necessárias, o que tudo
da pela prova testemunhal. constará do auto.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

Conservação do local do crime Precatória


Art. 339. Para o efeito de exame do local onde houver Art. 346. Se a perícia ou exame tiver de ser feito em
sido praticado o crime, a autoridade providenciará imedia- outra jurisdição, policial militar ou judiciária, expedir-se-
tamente para que não se altere o estado das coisas, até a -á precatória, que obedecerá, no que lhe for aplicável, às
chegada dos peritos. (Vide Lei nº 6.174, de 1974) prescrições dos artigos 283, 359, 360 e 361.
Perícias de laboratório Parágrafo único. Os quesitos da autoridade deprecan-
Art. 340. Nas perícias de laboratório, os peritos guarda- te e os das partes serão transcritos na precatória.
rão material suficiente para a eventualidade de nova perícia.
Danificação da coisa CAPÍTULO VI
Art. 341. Nos crimes em que haja destruição, danifica- DAS TESTEMUNHAS
ção ou violação da coisa, ou rompimento de obstáculo ou
escalada para fim criminoso, os peritos, além de descre- Notificação de testemunhas
ver os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que Art. 347. As testemunhas serão notificadas em decor-
meios e em que época presumem ter sido o fato praticado. rência de despacho do auditor ou deliberação do Conselho
Avaliação direta de Justiça, em que será declarado o fim da notificação e o
Art. 342. Proceder-se-á à avaliação de coisas destruí- lugar, dia e hora em que devem comparecer.
das, deterioradas ou que constituam produto de crime. Comparecimento obrigatório
Avaliação indireta § 1º O comparecimento é obrigatório, nos têrmos da
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os notificação, não podendo dele eximir-se a testemunha, sal-
peritos procederão à avaliação por meio dos elementos vo motivo de força maior, devidamente justificado.
existentes nos autos e dos que resultem de pesquisas ou Falta de comparecimento
diligências. § 2º A testemunha que, notificada regularmente, dei-
Caso de incêndio xar de comparecer sem justo motivo, será conduzida por
Art. 343. No caso de incêndio, os peritos verificarão oficial de justiça e multada pela autoridade notificante na
a causa e o lugar em que houver começado, o perigo que
quantia de um vigésimo a um décimo do salário mínimo vi-
dele tiver resultado para a vida e para o patrimônio alheio,
gente no lugar. Havendo recusa ou resistência à condução,
e, especialmente, a extensão do dano e o seu valor, quan-
o juiz poderá impor-lhe prisão até quinze dias, sem prejuí-
do atingido o patrimônio sob administração militar, bem
zo do processo penal por crime de desobediência.
como quaisquer outras circunstâncias que interessem à
Oferecimento de testemunhas
elucidação do fato. Será recolhido no local o material que
Art. 348. A defesa poderá indicar testemunhas, que
os peritos julgarem necessário para qualquer exame, por
eles ou outros peritos especializados, que o juiz nomeará, deverão ser apresentadas independentemente de intima-
se entender indispensáveis. ção, no dia e hora designados pelo juiz para inquirição, res-
Reconhecimento de escritos salvado o disposto no art. 349.
Art. 344. No exame para o reconhecimento de escritos, Requisição de militar ou funcionário
por comparação de letra, observar-se-á o seguinte: Art. 349. O comparecimento de militar, assemelhado,
a) a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o ou funcionário público será requisitado ao respectivo che-
escrito, será intimada para o ato, se for encontrada; fe, pela autoridade que ordenar a notificação.
b) para a comparação, poderão servir quaisquer do- Militar de patente superior
cumentos que ela reconhecer ou já tiverem sido judicial- Parágrafo único. Se a testemunha for militar de pa-
mente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja tente superior à da autoridade notificante, será compelida
autenticidade não houver dúvida; a comparecer, sob as penas do § 2º do art. 347, por inter-
Requisição de documentos médio da autoridade militar a que estiver imediatamente
c) a autoridade, quando necessário, requisitará, para subordinada.
o exame, os documentos que existirem em arquivos ou re- Dispensa de comparecimento
partições públicas, ou neles realizará a diligência, se dali Art. 350. Estão dispensados de comparecer para de-
não puderem ser retirados; por:
d) quando não houver escritos para a comparação ou a) o presidente e o vice-presidente da República, os
forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que governadores e interventores dos Estados, os ministros de
a pessoa escreva o que lhe for ditado; Estado, os senadores, os deputados federais e estaduais,
Ausência da pessoa os membros do Poder Judiciário e do Ministério Público, o
e) se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta prefeito do Distrito Federal e dos Municípios, os secretá-
última diligência poderá ser feita por precatória, em que rios dos Estados, os membros dos Tribunais de Contas da
se consignarão as palavras a que a pessoa será intimada a União e dos Estados, o presidente do Instituto dos Advoga-
responder. dos Brasileiros e os presidentes do Conselho Federal e dos
Exame de instrumentos do crime Conselhos Secionais da Ordem dos Advogados do Brasil,
Art. 345. São sujeitos a exame os instrumentos empre- os quais serão inquiridos em local, dia e hora prèviamente
gados para a prática de crime, a fim de se lhes verificar a ajustados entre eles e o juiz;
natureza e a eficiência e, sempre que possível, a origem e b) as pessoas impossibilitadas por enfermidade ou por
propriedade. velhice, que serão inquiridas onde estiverem.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

Capacidade para ser testemunha Testemunha não computada


Art. 351. Qualquer pessoa poderá ser testemunha. § 2º Não será computada como testemunha a pessoa
Declaração da testemunha que nada souber que interesse à decisão da causa.
Art. 352. A testemunha deve declarar seu nome, ida- Manifestação de opinião pessoal
de, estado civil, residência, profissão e lugar onde exerce Art. 357. O juiz não permitirá que a testemunha mani-
atividade, se é parente, e em que grau, do acusado e do feste suas apreciações pessoais, salvo quando inseparáveis
ofendido, quais as suas relações com qualquer deles, e re- da narrativa do fato.
latar o que sabe ou tem razão de saber, a respeito do fato Caso de constrangimento da testemunha
delituoso narrado na denúncia e circunstâncias que com Art. 358. Se o juiz verificar que a presença do acusado,
o mesmo tenham pertinência, não podendo limitar o seu pela sua atitude, poderá influir no ânimo de testemunha,
depoimento à simples declaração de que confirma o que de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará
prestou no inquérito. Sendo numerária ou referida, presta- retirá-lo, prosseguindo na inquirição, com a presença do
rá o compromisso de dizer a verdade sobre o que souber e seu defensor. Neste caso, deverá constar da ata da sessão
lhe for perguntado. a ocorrência e os motivos que a determinaram.
Dúvida sobre a identidade da testemunha Expedição de precatória
§ 1º Se ocorrer dúvida sobre a identidade da teste- Art. 359. A testemunha que residir fora da jurisdição
munha, o juiz procederá à verificação pelos meios ao seu do juízo poderá ser inquirida pelo auditor do lugar da sua
alcance, podendo, entretanto, tomar-lhe o depoimento residência, expedindo-se, para êsse fim, carta precatória,
desde logo. nos têrmos do art. 283, com prazo razoável, intimadas as
Não deferimento de compromisso partes, que formularão quesitos, a fim de serem respondi-
§ 2º Não se deferirá o compromisso aos doentes e dos pela testemunha.
deficientes mentais, aos menores de quatorze anos, nem Sem efeito suspensivo
às pessoas a que se refere o art. 354. § 1º A expedição da precatória não suspenderá a ins-
Contradita de testemunha antes do depoimento trução criminal.
§ 3º Antes de iniciado o depoimento, as partes pode- Juntada posterior
§ 2º Findo o prazo marcado, e se não for prorrogado,
rão contraditar a testemunha ou arguir circunstâncias ou
poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo tempo, a car-
defeitos que a tornem suspeita de parcialidade ou indigna
ta precatória, uma vez devolvida, será junta aos autos.
de fé. O juiz fará consignar a contradita ou arguição e a res-
Precatória a juiz do foro comum
posta da testemunha, mas só não lhe deferirá compromis-
Art. 360. Caso não seja possível, por motivo relevante,
so ou a excluirá, nos casos previstos no parágrafo anterior
o comparecimento da testemunha perante auditor, a carta
e no art. 355.
precatória poderá ser expedida a juiz criminal de comarca
Após o depoimento onde resida a testemunha ou a esta seja acessível, observa-
§ 4º Após a prestação do depoimento, as partes po- do o disposto no artigo anterior.
derão contestá-lo, no todo ou em parte, por intermédio do Precatória a autoridade militar
juiz, que mandará consignar a arguição e a resposta da tes- Art. 361. No curso do inquérito policial militar, o seu
temunha, não permitindo, porém, réplica a essa resposta. encarregado poderá expedir carta precatória à autoridade
Inquirição separada militar superior do local onde a testemunha estiver servindo
Art. 353. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per ou residindo, a fim de notificá-la e inquiri-la, ou designar
si , de modo que uma não possa ouvir o depoimento da outra. oficial que a inquira, tendo em atenção as normas de hierar-
Obrigação e recusa de depor quia, se a testemunha for militar. Com a precatória, enviará
Art. 354. A testemunha não poderá eximir-se da obri- cópias da parte que deu origem ao inquérito e da portaria
gação de depor. Excetuam-se o ascendente, o descenden- que lhe determinou a abertura, e os quesitos formulados,
te, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, para serem respondidos pela testemunha, além de outros
e o irmão de acusado, bem como pessoa que, com ele, dados que julgar necessários ao esclarecimento do fato.
tenha vínculo de adoção, salvo quando não for possível, Inquirição deprecada do ofendido
por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e Parágrafo único. Da mesma forma, poderá ser ouvido
de suas circunstâncias. o ofendido, se o encarregado do inquérito julgar desneces-
Proibição de depor sário solicitar-lhe a apresentação à autoridade competente.
Art. 355. São proibidas de depor as pessoas que, em Mudança de residência da testemunha
razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam Art. 362. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro
guardar segrêdo, salvo se, desobrigadas pela parte interes- de um ano, qualquer mudança de residência, sujeitando-se,
sada, quiserem dar o seu testemunho. pela simples omissão, às penas do não comparecimento.
Testemunhas suplementares Antecipação de depoimento
Art. 356. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir Art. 363. Se qualquer testemunha tiver de ausentar-se
outras testemunhas, além das indicadas pelas partes. ou, por enfermidade ou idade avançada, inspirar receio de
Testemunhas referidas que, ao tempo da instrução criminal, esteja impossibilitado
§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, ainda que não haja de depor, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de
requerimento das partes, serão ouvidas as pessoas a que as qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoi-
testemunhas se referirem. mento.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

Afirmação falsa de testemunha Desdobramento do mandado


Art. 364. Se o Conselho de Justiça ou o Superior Tri- Art. 227. Para cumprimento do mandado, a autori-
bunal Militar, ao pronunciar sentença final, reconhecer que dade policial militar ou a judiciária poderá expedir tantos
alguma testemunha fêz afirmação falsa, calou ou negou a outros quantos necessários às diligências, devendo em
verdade, remeterá cópia do depoimento à autoridade poli- cada um dêles ser fielmente reproduzido o teor do ori-
cial competente, para a instauração de inquérito. ginal.
Expedição de precatória ou ofício
Art. 228. Se o capturando estiver em lugar estranho
à jurisdição do juiz que ordenar a prisão, mas em territó-
DA PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO E DA rio nacional, a captura será pedida por precatória, da qual
PRISÃO PREVENTIVA. constará o mesmo que se contém nos mandados de prisão;
no curso do inquérito policial militar a providência será so-
licitada pelo seu encarregado, com os mesmos requisitos,
mas por meio de ofício, ao comandante da Região Militar,
CAPÍTULO III Distrito Naval ou Zona Aérea, respectivamente.
DAS PROVIDÊNCIAS QUE RECAEM SÔBRE PESSOAS Via telegráfica ou radiográfica
SEÇÃO I Parágrafo único. Havendo urgência, a captura poderá
Da prisão provisória ser requisitada por via telegráfica ou radiográfica, auten-
DISPOSIÇÕES GERAIS ticada a firma da autoridade requisitante, o que se men-
Definição cionará no despacho.
Art. 220. Prisão provisória é a que ocorre durante o Captura no estrangeiro
inquérito, ou no curso do processo, antes da condenação Art. 229. Se o capturando estiver no estrangeiro, a au-
definitiva. toridade judiciária se dirigirá ao Ministro da Justiça para
Legalidade da prisão que, por via diplomática, sejam tomadas as providências
Art. 221. Ninguém será prêso senão em flagrante deli-
que no caso couberem.
to ou por ordem escrita de autoridade competente.
Art. 230. A captura se fará:
Comunicação ao juiz
Caso de flagrante
Art. 222. A prisão ou detenção de qualquer pessoa será
a) em caso de flagrante, pela simples voz de prisão;
imediatamente levada ao conhecimento da autoridade judi-
Caso de mandado
ciária competente, com a declaração do local onde a mesma
b) em caso de mandado, pela entrega ao capturando
se acha sob custódia e se está, ou não, incomunicável.
de uma das vias e conseqüente voz de prisão dada pelo
Prisão de militar
executor, que se identificará.
Art 223. A prisão de militar deverá ser feita por outro
militar de pôsto ou graduação superior; ou, se igual, mais Recaptura
antigo. Parágrafo único. A recaptura de indiciado ou acusado
Relaxamento da prisão evadido independe de prévia ordem da autoridade, e po-
Art. 224. Se, ao tomar conhecimento da comunicação, derá ser feita por qualquer pessoa.
a autoridade judiciária verificar que a prisão não é legal, Captura em domicílio
deverá relaxá-la imediatamente. Art. 231. Se o executor verificar que o capturando se
Expedição de mandado encontra em alguma casa, ordenará ao dono dela que o
Art. 225. A autoridade judiciária ou o encarregado do entregue, exibindo-lhe o mandado de prisão.
inquérito que ordenar a prisão fará expedir em duas vias o Caso de busca
respectivo mandado, com os seguintes requisitos: Parágrafo único. Se o executor não tiver certeza da
Requisitos presença do capturando na casa, poderá proceder à bus-
a) será lavrado pelo escrivão do processo ou do inqué- ca, para a qual, entretanto, será necessária a expedição
rito, ou ad hoc , e assinado pela autoridade que ordenar a do respectivo mandado, a menos que o executor seja a
expedição; própria autoridade competente para expedi-lo.
b) designará a pessoa sujeita a prisão com a respectiva Recusa da entrega do capturando
identificação e moradia, se possível; Art. 232. Se não fôr atendido, o executor convocará
c) mencionará o motivo da prisão; duas testemunhas e procederá da seguinte forma:
d) designará o executor da prisão. a) sendo dia, entrará à fôrça na casa, arrombando-lhe
Assinatura do mandado a porta, se necessário;
Parágrafo único. Uma das vias ficará em poder do prêso, b) sendo noite, fará guardar tôdas as saídas, tornan-
que assinará a outra; e, se não quiser ou não puder fazê-lo, do a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrom-
certificá-lo-á o executor do mandado, na própria via dêste. bar-lhe-á a porta e efetuará a prisão.
Tempo e lugar da captura Parágrafo único. O morador que se recusar à entrega
Art. 226. A prisão poderá ser efetuada em qualquer do capturando será levado à presença da autoridade, para
dia e a qualquer hora, respeitadas as garantias relativas à que contra êle se proceda, como de direito, se sua ação
inviolabilidade do domicílio. configurar infração penal.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

Flagrante no interior de casa Separação de prisão


Art. 233. No caso de prisão em flagrante que se deva Art. 239. As pessoas sujeitas a prisão provisória de-
efetuar no interior de casa, observar-se-á o disposto no ar- verão ficar separadas das que estiverem definitivamente
tigo anterior, no que fôr aplicável. condenadas.
Emprêgo de fôrça Local da prisão
Art. 234. O emprego de fôrça só é permitido quan- Art. 240. A prisão deve ser em local limpo e arejado,
do indispensável, no caso de desobediência, resistência ou onde o detento possa repousar durante a noite, sendo
tentativa de fuga. Se houver resistência da parte de tercei- proibido o seu recolhimento a masmorra, solitária ou cela
ros, poderão ser usados os meios necessários para vencê-la onde não penetre a luz do dia.
ou para defesa do executor e auxiliares seus, inclusive a Respeito à integridade do prêso e assistência
prisão do ofensor. De tudo se lavrará auto subscrito pelo Art. 241. Impõe-se à autoridade responsável pela cus-
executor e por duas testemunhas. tódia o respeito à integridade física e moral do detento,
Emprêgo de algemas que terá direito a presença de pessoa da sua família e a
§ 1º O emprêgo de algemas deve ser evitado, desde assistência religiosa, pelo menos uma vez por semana, em
que não haja perigo de fuga ou de agressão da parte do dia prèviamente marcado, salvo durante o período de inco-
prêso, e de modo algum será permitido, nos presos a que municabilidade, bem como à assistência de advogado que
se refere o art. 242. indicar, nos têrmos do art. 71, ou, se estiver impedido de
Uso de armas fazê-lo, à do que fôr indicado por seu cônjuge, ascendente
§ 2º O recurso ao uso de armas só se justifica quan- ou descendente.
do absolutamente necessário para vencer a resistência ou Parágrafo único. Se o detento necessitar de assistência para
proteger a incolumidade do executor da prisão ou a de tratamento de saúde ser-lhe-á prestada por médico militar.
auxiliar seu. Prisão especial
Captura fora da jurisdição Art. 242. Serão recolhidos a quartel ou a prisão espe-
Art. 235. Se o indiciado ou acusado, sendo persegui- cial, à disposição da autoridade competente, quando sujei-
do, passar a território de outra jurisdição, observar-se-á, no
tos a prisão, antes de condenação irrecorrível:
que fôr aplicável, o disposto nos arts. 186, 187 e 188.
a) os ministros de Estado;
Cumprimento de precatória
b) os governadores ou interventores de Estados, ou
Art. 236. Ao receber precatória para a captura de al-
Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos
guém, cabe ao auditor deprecado:
secretários e chefes de Polícia;
a) verificar a autenticidade e a legalidade do docu-
c) os membros do Congresso Nacional, dos Conselhos
mento;
b) se o reputar perfeito, apor-lhe o cumpra-se e expe- da União e das Assembléias Legislativas dos Estados;
dir mandado de prisão; d) os cidadãos inscritos no Livro de Mérito das ordens
c) cumprida a ordem, remeter a precatória e providen- militares ou civis reconhecidas em lei;
ciar a entrega do prêso ao juiz deprecante. e) os magistrados;
Remessa dos autos a outro juiz f) os oficiais das Fôrças Armadas, das Polícias e dos
Parágrafo único. Se o juiz deprecado verificar que o Corpos de Bombeiros, Militares, inclusive os da reserva, re-
capturando se encontra em território sujeito à jurisdição de munerada ou não, e os reformados;
outro juiz militar, remeter-lhe-á os autos da precatória. Se g) os oficiais da Marinha Mercante Nacional;
não tiver notícia do paradeiro do capturando, devolverá os h) os diplomados por faculdade ou instituto superior
autos ao juiz deprecante. de ensino nacional;
Entrega de prêso. Formalidades i) os ministros do Tribunal de Contas;
Art. 237. Ninguém será recolhido à prisão sem que j) os ministros de confissão religiosa.
ao responsável pela custódia seja entregue cópia do res- Prisão de praças
pectivo mandado, assinada pelo executor, ou apresentada Parágrafo único. A prisão de praças especiais e a de
guia expedida pela autoridade competente, devendo ser graduados atenderá aos respectivos graus de hierarquia.
passado recibo da entrega do prêso, com declaração do
dia, hora e lugar da prisão. SEÇÃO II
Recibo Da prisão em flagrante
Parágrafo único. O recibo será passado no próprio
exemplar do mandado, se êste fôr o documento exibido. Pessoas que efetuam prisão em flagrante
Transferência de prisão Art. 243. Qualquer pessoa poderá e os militares de-
Art. 238. Nenhum prêso será transferido de prisão sem verão prender quem fôr insubmisso ou desertor, ou seja
que o responsável pela transferência faça a devida comu- encontrado em flagrante delito.
nicação à autoridade judiciária que ordenou a prisão, nos Sujeição a flagrante delito
têrmos do art. 18. Art. 244. Considera-se em flagrante delito aquêle que:
Recolhimento a nova prisão a) está cometendo o crime;
Parágrafo único. O prêso transferido deverá ser reco- b) acaba de cometê-lo;
lhido à nova prisão com as mesmas formalidades previstas c) é perseguido logo após o fato delituoso em situação
no art. 237 e seu parágrafo único. que faça acreditar ser êle o seu autor;

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

d) é encontrado, logo depois, com instrumentos, obje- da pessoa conduzida, relaxará a prisão. Em se tratando de
tos, material ou papéis que façam presumir a sua participa- infração penal comum, remeterá o prêso à autoridade civil
ção no fato delituoso. competente.
Infração permanente Registro das ocorrências
Parágrafo único. Nas infrações permanentes, conside- Art. 248. Em qualquer hipótese, de tudo quanto ocor-
ra-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a rer será lavrado auto ou têrmo, para remessa à autoridade
permanência. judiciária competente, a fim de que esta confirme ou infir-
Lavratura do auto me os atos praticados.
Art. 245. Apresentado o prêso ao comandante ou ao Fato praticado em presença da autoridade
oficial de dia, de serviço ou de quarto, ou autoridade cor- Art. 249. Quando o fato fôr praticado em presença da
respondente, ou à autoridade judiciária, será, por qualquer autoridade, ou contra ela, no exercício de suas funções,
dêles, ouvido o condutor e as testemunhas que o acompa- deverá ela própria prender e autuar em flagrante o infra-
nharem, bem como inquirido o indiciado sôbre a imputa- tor, mencionando a circunstância.
ção que lhe é feita, e especialmente sôbre o lugar e hora Prisão em lugar não sujeito à administração militar
em que o fato aconteceu, lavrando-se de tudo auto, que Art. 250. Quando a prisão em flagrante fôr efetuada
será por todos assinado. em lugar não sujeito à administração militar, o auto po-
§ 1º Em se tratando de menor inimputável, será apre- derá ser lavrado por autoridade civil, ou pela autoridade
sentado, imediatamente, ao juiz de menores. militar do lugar mais próximo daquele em que ocorrer a
Ausência de testemunhas prisão.
§ 2º A falta de testemunhas não impedirá o auto de pri- Remessa do auto de flagrante ao juiz
são em flagrante, que será assinado por duas pessoas, pelo Art. 251. O auto de prisão em flagrante deve ser reme-
menos, que hajam testemunhado a apresentação do preso. tido imediatamente ao juiz competente, se não tiver sido
Recusa ou impossibilidade de assinatura do auto lavrado por autoridade judiciária; e, no máximo, dentro em
§ 3º Quando a pessoa conduzida se recusar a assinar, cinco dias, se depender de diligência prevista no art. 246.
não souber ou não puder fazê-lo, o auto será assinado por
Passagem do prêso à disposição do juiz
duas testemunhas, que lhe tenham ouvido a leitura na pre-
Parágrafo único. Lavrado o auto de flagrante delito, o
sença do indiciado, do condutor e das testemunhas do fato
prêso passará imediatamente à disposição da autoridade
delituoso.
judiciária competente para conhecer do processo.
Designação de escrivão
Devolução do auto
§ 4º Sendo o auto presidido por autoridade militar,
Art. 252. O auto poderá ser mandado ou devolvido à
designará esta, para exercer as funções de escrivão, um ca-
autoridade militar, pelo juiz ou a requerimento do Minis-
pitão, capitão-tenente, primeiro ou segundo-tenente, se o
tério Público, se novas diligências forem julgadas necessá-
indiciado fôr oficial. Nos demais casos, poderá designar um
subtenente, suboficial ou sargento. rias ao esclarecimento do fato.
Falta ou impedimento de escrivão Concessão de liberdade provisória
§ 5º Na falta ou impedimento de escrivão ou das pes- Art. 253. Quando o juiz verificar pelo auto de prisão
soas referidas no parágrafo anterior, a autoridade desig- em flagrante que o agente praticou o fato nas condições
nará, para lavrar o auto, qualquer pessoa idônea, que, para dos arts. 35, 38, observado o disposto no art. 40, e dos
êsse fim, prestará o compromisso legal. arts. 39 e 42, do Código Penal Militar, poderá conceder ao
Recolhimento a prisão. Diligências indiciado liberdade provisória, mediante têrmo de com-
Art. 246. Se das respostas resultarem fundadas sus- parecimento a todos os atos do processo, sob pena de
peitas contra a pessoa conduzida, a autoridade mandará revogar a concessão.
recolhê-la à prisão, procedendo-se, imediatamente, se fôr
o caso, a exame de corpo de delito, à busca e apreensão SEÇÃO III
dos instrumentos do crime e a qualquer outra diligência Da prisão preventiva
necessária ao seu esclarecimento.
Nota de culpa Competência e requisitos para a decretação
Art. 247. Dentro em vinte e quatro horas após a prisão, Art 254. A prisão preventiva pode ser decretada pelo
será dada ao prêso nota de culpa assinada pela autorida- auditor ou pelo Conselho de Justiça, de ofício, a requeri-
de, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das mento do Ministério Público ou mediante representação
testemunhas. da autoridade encarregada do inquérito policial-militar,
Recibo da nota de culpa em qualquer fase dêste ou do processo, concorrendo os
§ 1º Da nota de culpa o prêso passará recibo que será requisitos seguintes:
assinado por duas testemunhas, quando êle não souber, a) prova do fato delituoso;
não puder ou não quiser assinar. b) indícios suficientes de autoria.
Relaxamento da prisão No Superior Tribunal Militar
§ 2º Se, ao contrário da hipótese prevista no art. 246, Parágrafo único. Durante a instrução de processo ori-
a autoridade militar ou judiciária verificar a manifesta ine- ginário do Superior Tribunal Militar, a decretação compete
xistência de infração penal militar ou a não participação ao relator.

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Casos de decretação EXERCÍCIOS


Art. 255. A prisão preventiva, além dos requisitos do
artigo anterior, deverá fundar-se em um dos seguintes ca- 1 - A respeito do Processo Penal Militar, do Inquérito
sos: Policial Militar, do exercício da Polícia Judiciária Militar e
a) garantia da ordem pública; do exercício da Ação Penal Militar, considerando as dispo-
b) conveniência da instrução criminal; sições do Código de Processo Penal Militar (CPPM), assi-
c) periculosidade do indiciado ou acusado; nale a alternativa correta.
d) segurança da aplicação da lei penal militar; (A) A legislação de processo penal comum não pode
e) exigência da manutenção das normas ou princípios ser aplicada aos casos omissos no CPPM.
de hierarquia e disciplina militares, quando ficarem amea- (B) Compete à Polícia Judiciária Militar apurar os cri-
çados ou atingidos com a liberdade do indiciado ou acu- mes militares, bem como os que, por lei especial, estão
sado. sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria.
Fundamentação do despacho (C) A designação de escrivão para o inquérito caberá
Art. 256. O despacho que decretar ou denegar a prisão somente ao respectivo encarregado e recairá sempre em
preventiva será sempre fundamentado; e, da mesma forma, sargento, subtenente ou suboficial.
o seu pedido ou requisição, que deverá preencher as con- (D) Caso o Inquérito Policial Militar conclua pela ine-
dições previstas nas letras a e b , do art. 254. xistência de crime, a autoridade militar poderá mandar
Desnecessidade da prisão arquivar os autos do inquérito.
Art. 257. O juiz deixará de decretar a prisão preventiva, (E) A Ação Penal Militar é sempre condicionada à re-
quando, por qualquer circunstância evidente dos autos, ou presentação do ofendido e pode ser promovida tanto por
pela profissão, condições de vida ou interesse do indiciado denúncia do Ministério Público Militar quanto mediante
ou acusado, presumir que este não fuja, nem exerça in- queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para re-
fluência em testemunha ou perito, nem impeça ou pertur- presentá-lo.
be, de qualquer modo, a ação da justiça.
Modificação de condições
2 - Acerca da aplicação do direito penal processual
Parágrafo único. Essa decisão poderá ser revogada a
militar e considerando o Código de Processo Penal Mili-
todo o tempo, desde que se modifique qualquer das con-
tar, assinale a alternativa correta.
dições previstas neste artigo.
(A) Quando desfigurar de plano os fundamentos da
Proibição
acusação que deram origem ao processo, de regra, não é
Art. 258. A prisão preventiva em nenhum caso será
admitida a interpretação extensiva ou restritiva.
decretada se o juiz verificar, pelas provas constantes dos
(B) A lei de processo penal militar deve ser interpre-
autos, ter o agente praticado o fato nas condições dos arts.
tada no sentido figurado de suas expressões, conforme
35, 38, observado o disposto no art. 40, e dos arts. 39 e 42,
do Código Penal Militar. jargões populares. Os termos técnicos hão de ser enten-
Revogação e nova decretação didos em sua acepção especial, salvo se evidentemente
Art. 259. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, empregados com outra significação.
no curso do processo, verificar a falta de motivos para que (C) Admitir-se-á a interpretação extensiva ou a in-
subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem ra- terpretação restritiva quando for manifesto, no primeiro
zões que a justifiquem. caso, que a expressão da lei é mais ampla e, no segundo,
Parágrafo único. A prorrogação da prisão preventiva que é mais restrita do que sua intenção.
dependerá de prévia audiência do Ministério Público. (D) Os casos omissos no referido Código serão su-
Execução da prisão preventiva pridos pela legislação de processo penal comum, quan-
Art. 260. A prisão preventiva executar-se-á por man- do aplicável ao caso concreto e sem prejuízo da índole
dado, com os requisitos do art. 225. Se o indiciado ou acu- do processo penal militar, pela analogia, pela equidade e
sado já se achar detido, será notificado do despacho que a pelo bom senso.
decretar pelo escrivão do inquérito, ou do processo, que o (E) Nos casos concretos, se houver divergência entre
certificará nos autos. as normas processuais penais militares e as de convenção
Passagem à disposição do juiz ou tratado de que o Brasil seja signatário, prevalecerão as
Art. 261. Decretada a prisão preventiva, o preso pas- normas processuais penais militares.
sará à disposição da autoridade judiciária, observando-se o
disposto no art. 237.

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3 - A prisão provisória: 7 - São tipos de prisão:


(A) A prisão em flagrante, no caso de perseguição não (A) penal.
interrompida, poderá ser realizada em qualquer lugar onde (B) civil.
o perseguidor alcance o capturando; (C) administrativa.
(B) Em qualquer fase do inquérito ou processo, estan- (D) todas as alternativas estão corretas.
do o capturando militar em jurisdição diversa do juiz que
determinar a prisão, o mandado será encaminhado à auto- 8 - Comprovada legítima defesa:
ridade militar da localidade onde estiver, observada a anti- (A) não poderá ser decretada prisão preventiva.
guidade de posto ou graduação; (B) poderá ser decretada prisão preventiva se o autor
(C) A recaptura independe de mandado e pode ser rea- utilizou arma de fogo.
lizada por qualquer pessoa; (C) poderá ser decretada prisão preventiva se o autor
(D) Em face da ordem constitucional e da interpretação confessar o crime.
jurisprudencial, a prisão em crime militar próprio dispensa (D) poderá ser decretada prisão preventiva, se for o
o controle da autoridade judiciária. caso de crime inafiançável.

4 - Nos termos do Código de Processo Penal Militar, o 9 - No que diz respeito ao juiz, aos auxiliares da justiça
instituto da liberdade provisória: e às partes do processo militar, à organização da justiça
(A) Não poderá ser aplicado aos crimes culposos con- militar da União e sua competência e à prisão preventiva,
tra a segurança externa do país. julgue o item que se segue.
(B) Poderá ser aplicado a todos os crimes culposos pre- O capitão que, por designação, conduzir IPM para apu-
vistos no Código Penal Militar. rar suposto crime militar praticado por um soldado poderá,
(C) Poderá ser aplicado ao crime militar de desrespeito no curso do inquérito, representar à autoridade judiciária
a superior quando a infração for punida com pena de de- militar para que seja decretada a prisão preventiva do in-
tenção não superior a dois anos. diciado.
(D) Poderá ser aplicado ao crime militar de publicação
ou crítica indevida quando a infração for punida com pena ( ) CERTO
de detenção não superior a dois anos. ( ) ERRADO
(E) Tem sua aplicação vedada em razão dos valores,
hierarquia e disciplina, prestigiados pelo Direito Penal Mi- 10 - Julgue o  próximo  item, a respeito das prisões e
litar. da liberdade provisória no direito processual penal militar.
Para serem mantidas, as prisões provisórias dependem, em
5 - Em relação à menagem, é correto afirmar que: regra, de imediata apresentação do preso à autoridade ju-
(A) Somente poderá ser aplicada ao militar, ativo ou diciária militar competente para que esta delibere acerca
inativo, sendo vedada a sua aplicação aos civis. da custódia, em particular no que se refere à necessidade,
(B) A sua concessão deve observar como requisito sub- utilidade e manutenção desta e à integridade física e men-
jetivo, que o crime seja apenado com pena privativa de li- tal do aprisionado, medida comumente denominada pela
berdade de reclusão ou detenção. moderna doutrina processual de audiência de custódia,
(C) A sua concessão deve observar como requisito ob- prevista de forma expressa no CPPM.
jetivo, que o acusado não seja reincidente.
(D) Haverá detração na pena do período, salvo se con- ( ) CERTO
cedida em residência ou cidade. ( ) ERRADO
(E) Poderá ser concedida pela autoridade de polícia ju-
diciária militar. 11 - Julgue o  próximo  item, a respeito das prisões e
da liberdade provisória no direito processual penal militar.
6 – De acordo com o CPPM, os casos nele omissos po- A liberdade provisória mediante o pagamento de fiança
derão ser suprimidos: é concedida somente aos civis, pois, para os militares, há
(A) Pelas normas do Código de Processo Penal comum, outros instrumentos jurídicos que obstam a custódia des-
sem adoção de leis extravagantes, em face do princípio da necessária, como a menagem, por exemplo.
especialidade;
(B) Pelos princípios gerais de direito e pela analogia; ( ) CERTO
(C) Pela analogia e pelos usos e costumes militares es- ( ) ERRADO
tabelecidos pelos respectivos regulamentos;
(D) Em tempo de guerra ou de conflito armado pelas
normas do Estatuto de Roma e pelas Convenções de Ge-
nebra.

12
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

12 - Em caso de concessão da menagem a militar da


reserva ou reformado, o cumprimento deverá ocorrer no ANOTAÇÕES
interior do estabelecimento castrense coincidente com a
sede do juízo de apuração do crime, devendo o militar fi-
car subordinado às normas de caráter geral da caserna e __________________________________________________
sendo vedado seu afastamento dos limites do estabeleci-
mento militar. ___________________________________________________

___________________________________________________
( ) CERTO
( ) ERRADO ___________________________________________________

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GABARITO
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1–B ___________________________________________________
2–A
3–C ___________________________________________________
4–A
5–D ___________________________________________________
6–A
7–D ___________________________________________________
8–A ___________________________________________________
9 – CERTO
10 – ERRADO ___________________________________________________
11 – ERRADO
12 – ERRADO ___________________________________________________

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13
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

ANOTAÇÕES

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14
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Regulamento Disciplinar da Polícia Militar (RDPM) - Lei Complementar nº 893/01 e Portarias do Comandante
Geral; .............................................................................................................................................................................................................01
I-7-PM - Instruções para correspondência na Polícia Militar, publicadas no Bol G PM 169/06 e alterações
posteriores.....................................................................................................................................................................................................14
I-21-PM - Instruções para continências, honras, sinais de respeito e cerimonial militar na Polícia Militar; ....................... 27
I-30-PM - Instruções para Utilização da Rede Mundial de Computadores (internet) e Rede Interna (intranet) pela PMESP,
publicadas no Bol G PM 138/14 e alteração posterior; Capítulo III - das normas de segurança para a utilização da
internet; ....................................................................................................................................................................................................................... 42
I-31-PM - Instruções para Utilização do Correio Eletrônico (E-Mail) na PMESP, publicadas no Bol G PM 168/14 e
alteração posterior; Capítulo IV - Segurança na utilização dos correios eletrônicos e Capítulo V - Da elaboração da
mensagem; ...........................................................................................................................................................................................................43
R-5-PM - Regulamento de Uniformes da Polícia Militar - Título I e Título VIII, Capítulo I, II e IX............................................. 45
Policiamento Ostensivo (a pé e motorizado): ............................................................................................................................................224
Formulários de serviço; .......................................................................................................................................................................................224
Noções de radiopatrulhamento e polícia comunitária;...........................................................................................................................224
Programas de policiamento: ANEXO AO BOL G PM 121, DE 2 DE JULHO DE 2018. 13 ...........................................................224
Diretriz PM3-5/02/05 - Programa de Policiamento com Motocicletas no Estado de São Paulo - Programa ROCAM -
parcialmente alterada pela Ordem Complementar PM3-1/02/07; ...................................................................................................225
Diretriz PM3-7/02/05 - Programa de Força Tática - parcialmente alterada pela Ordem Complementar PM3-
1/02/13; ..................................................................................................................................................................................................... 232
Diretriz PM3-14/02/05 - Programa de Policiamento Escolar - parcialmente alterado pela Nota de Instrução PM3-
2/02/08; ....................................................................................................................................................................................................................237
Diretriz PM3-15/02/05 - Programa de Policiamento Comunitário - alterada pela Ordem Complementar PM3-3/02/11 e
Ordem de Serviço PM3-1/02/15; ...................................................................................................................................................................247
Diretriz PM3-1/02/07 - Policiamento de Trânsito - parcialmente alterado pela Ordem Complementar PM3-2/02/07 .260
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

CAPÍTULO II
REGULAMENTO DISCIPLINAR DA POLÍCIA Da Deontologia Policial-Militar SEÇÃO I
MILITAR (RDPM) LEI COMPLEMENTAR Nº Disposições Preliminares
893/01 E PORTARIAS DO COMANDANTE
GERAL; Artigo 6º A deontologia policial-militar é constituída
pelos valores e deveres éticos, traduzidos em normas de
conduta, que se impõem para que o exercício da profissão
policial-militar atinja plenamente os ideais de realização do
LEI COMPLEMENTAR Nº 893, DE 09 DE MARÇO DE bem comum, mediante a preservação da ordem pública.
2001 § 1º Aplicada aos componentes da Polícia Militar, in-
dependentemente de posto ou graduação, a deontologia
Institui o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar policial-militar reúne valores úteis e lógicos a valores espi-
rituais superiores, destinados a elevar a profissão policial-
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: -militar à condição de missão.
Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu § 2º O militar do Estado prestará compromisso de hon-
promulgo a seguinte lei complementar: ra, em caráter solene, afirmando a consciente aceitação dos
valores e deveres policiais-militares e a firme disposição de
CAPÍTULO I bem cumpri-los.
Das Disposições Gerais
SEÇÃO II
Artigo 1º A hierarquia e a disciplina são as bases da Dos Valores Policiais-Militares
organização da Polícia Militar.
Artigo 7º Os valores fundamentais, determinantes da
Artigo 2º Estão sujeitos ao Regulamento Disciplinar da moral policial-militar, são os seguintes:
Polícia Militar os militares do Estado do serviço ativo, da I o patriotismo; II o civismo; III a hierarquia; IV a disci-
reserva remunerada, os reformados e os agregados, nos plina;
termos da legislação vigente. V o profissionalismo;
Parágrafo único O disposto neste artigo não se aplica: VI a lealdade;
1 aos militares do Estado, ocupantes de cargos públi- VII a constância; VIII a verdade real; IX a honra;
cos ou eletivos; X a dignidade humana;
2 aos Magistrados da Justiça Militar. XI a honestidade;
Artigo 3º Hierarquia policial-militar é a ordenação pro- XII a coragem.
gressiva da autoridade, em graus diferentes, da qual de-
corre a obediência, dentro da estrutura da Polícia Militar,
SEÇÃO III
culminando no Governador do Estado, Chefe Supremo da
Dos Deveres Policiais-Militares
Polícia Militar.
§ 1º A ordenação da autoridade se faz por postos e
Artigo 8º Os deveres éticos, emanados dos valores po-
graduações, de acordo com o escalonamento hierárquico,
liciais-militares e que conduzem a atividade profissional
a antiguidade e a precedência funcional.
sob o signo da retidão moral, são os seguintes:
§ 2º Posto é o grau hierárquico dos oficiais, conferido
I cultuar os símbolos e as tradições da Pátria, do Estado
por ato do Governador do Estado e confirmado em Carta
de São Paulo e da Polícia Militar e zelar por sua inviolabi-
Patente ou Folha de Apostila.
§ 3º Graduação é o grau hierárquico das praças, confe- lidade;
rida pelo Comandante Geral da Polícia Militar. II cumprir os deveres de cidadão;
Artigo 4º A antiguidade entre os militares do Estado, III preservar a natureza e o meio ambiente;
em IV servir à comunidade, procurando, no exercício da
igualdade de posto ou graduação, será definida pela: suprema missão de preservar a ordem pública, promover,
I data da última promoção; sempre, o bem estar comum, dentro da estrita observância
II prevalência sucessiva dos graus hierárquicos anterio- das normas jurídicas e das disposições deste Regulamento;
res; V atuar com devotamento ao interesse público, colo-
III classificação no curso de formação ou habilitação; cando-o acima dos anseios particulares;
IV data de nomeação ou admissão; VI atuar de forma disciplinada e disciplinadora, com
V maior idade. respeito mútuo de superiores e subordinados, e preocu-
Parágrafo único Nos casos de promoção a aspirante-a- pação com a integridade física, moral e psíquica de todos
-oficial, a aluno-oficial, a 3º sargento, a cabo ou nos casos os militares do Estado, inclusive dos agregados, envidando
de nomeação de oficiais, alunos-oficiais ou admissão de esforços para bem encaminhar a solução dos problemas
soldados prevalecerá, para efeito de antiguidade, a ordem apresentados;
de classificação obtida nos respectivos cursos ou concur- VII ser justo na apreciação de atos e méritos dos su-
sos. bordinados;

1
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

VIII cumprir e fazer cumprir, dentro de suas atribuições XXVI respeitar a integridade física, moral e psíquica da
legalmente definidas, a Constituição, as leis e as ordens pessoa do preso ou de quem seja objeto de incriminação;
legais das autoridades competentes, exercendo suas ativi- XXVII observar as normas de boa educação e ser discreto
dades com responsabilidade, incutindo-a em seus subor- nas atitudes, maneiras e na linguagem escrita ou falada;
dinados; XXVIII não solicitar ou provocar publicidade visando a
IX dedicar-se integralmente ao serviço policial-militar, própria promoção pessoal;
buscando, com todas as energias, o êxito e o aprimora- XXIX observar os direitos e garantias fundamentais,
mento técnico-profissional e moral; agindo com isenção, equidade e absoluto respeito pelo ser
X estar sempre preparado para as missões que desem- humano, não usando sua condição de autoridade pública
penhe; para a prática de arbitrariedade;
XI exercer as funções com integridade e equilíbrio, se- XXX exercer a função pública com honestidade, não
gundo os princípios que regem a administração pública, aceitando vantagem indevida, de qualquer espécie;
não sujeitando o cumprimento do dever a influências in- XXXI não usar meio ilícito na produção de trabalho in-
devidas; telectual ou em avaliação profissional, inclusive no âmbito
XII procurar manter boas relações com outras catego- do ensino;
rias profissionais, conhecendo e respeitando-lhes os limites XXXII não abusar dos meios do Estado postos à sua
de competência, mas elevando o conceito e os padrões da disposição, nem distribuí-los a quem quer que seja, em de-
própria profissão, zelando por sua competência e autori- trimento dos fins da administração pública, coibindo ainda
dade; a transferência, para fins particulares, de tecnologia própria
XIII ser fiel na vida policial-militar, cumprindo os com- das funções policiais;
promissos relacionados às suas atribuições de agente pú- XXXIII atuar com eficiência e probidade, zelando pela
blico; economia e conservação dos bens públicos, cuja utilização
XIV manter ânimo forte e fé na missão policial-militar, lhe for confiada;
mesmo diante das dificuldades, demonstrando persistên- XXXIV proteger as pessoas, o patrimônio e o meio am-
cia no trabalho para solucioná-las; biente com abnegação e desprendimento pessoal;
XV zelar pelo bom nome da Instituição Policial-Militar e XXXV atuar onde estiver, mesmo não estando em ser-
de seus componentes, aceitando seus valores e cumprindo viço, para preservar a ordem pública ou prestar socorro,
seus deveres éticos e legais; desde que não exista, naquele momento, força de serviço
XVI manter ambiente de harmonia e camaradagem na suficiente.
vida profissional, solidarizando-se nas dificuldades que es- § 1º Ao militar do Estado em serviço ativo é vedado
teja ao seu alcance minimizar e evitando comentários de- exercer atividade de segurança particular, comércio ou to-
sairosos sobre os componentes das Instituições Policiais; mar parte da administração ou gerência de sociedade co-
XVII não pleitear para si, por meio de terceiros, cargo mercial ou dela ser sócio ou participar, exceto como acio-
ou função que esteja sendo exercido por outro militar do nista, cotista ou comanditário.
Estado; § 2º Compete aos Comandantes de Unidade e de Su-
XVIII proceder de maneira ilibada na vida pública e par- bunidade destacada fiscalizar os subordinados que apre-
ticular; sentarem sinais exteriores de riqueza, incompatíveis com a
XIX conduzir-se de modo não subserviente sem ferir os remuneração do respectivo cargo, fazendo-os comprovar
princípios de respeito e decoro; a origem de seus bens, mediante instauração de procedi-
XX abster-se do uso do posto, graduação ou cargo mento administrativo, observada a legislação específica.
para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou § 3º Aos militares do Estado da ativa são proibidas ma-
para encaminhar negócios particulares ou de terceiros; nifestações coletivas sobre atos de superiores, de caráter
XXI abster-se, ainda que na inatividade, do uso das de- reivindicatório e de cunho político-partidário, sujeitando-
signações hierárquicas em: -se as manifestações de caráter individual aos preceitos
a) atividade político-partidária, salvo quando candida- deste Regulamento.
to a cargo eletivo; § 4º É assegurado ao militar do Estado inativo o direito
b) atividade comercial ou industrial; de opinar sobre assunto político e externar pensamento e
c) pronunciamento público a respeito de assunto poli- conceito ideológico, filosófico ou relativo a matéria perti-
cial, salvo os de natureza técnica; nente ao interesse público, devendo observar os preceitos
d) exercício de cargo ou função de natureza civil; da ética policial-militar e preservar os valores policiais-mili-
XXII prestar assistência moral e material ao lar, condu- tares em suas manifestações essenciais.
zindo-
-o como bom chefe de família; CAPÍTULO III
XXIII considerar a verdade, a legalidade e a responsabi- Da Disciplina Policial-Militar
lidade como fundamentos de dignidade pessoal;
XXIV exercer a profissão sem discriminações ou res- Artigo 9º A disciplina policial-militar é o exato cumpri-
trições de ordem religiosa, política, racial ou de condição mento dos deveres, traduzindo-se na rigorosa observância
social; e acatamento integral das leis, regulamentos, normas e or-
XXV atuar com prudência nas ocorrências policiais, evi- dens, por parte de todos e de cada integrante da Polícia
tando exacerbá-las; Militar.

2
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º São manifestações essenciais da disciplina: SEÇÃO II


1 a observância rigorosa das prescrições legais e regu- Da Transgressão Disciplinar
lamentares;
2 a obediência às ordens legais dos superiores; Artigo 12 Transgressão disciplinar é a infração admi-
3 o emprego de todas as energias em benefício do nistrativa caracterizada pela violação dos deveres policiais-
serviço; -militares, cominando ao infrator as sanções previstas nes-
4 a correção de atitudes; te Regulamento.
5 as manifestações espontâneas de acatamento dos § 1º As transgressões disciplinares compreendem:
valores e deveres éticos; 1 todas as ações ou omissões contrárias à disciplina
6 a colaboração espontânea na disciplina coletiva e na policial-
eficiência da Instituição. -militar, especificadas no artigo 13 deste Regulamento;
§ 2º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser 2 todas as ações ou omissões não especificadas no
mantidos, permanentemente, pelos militares do Estado, artigo 13 deste Regulamento, mas que também violem os
tanto no serviço ativo, quanto na inatividade. valores e deveres policiais-militares.
§ 3º A camaradagem é indispensável à formação e ao § 2º As transgressões disciplinares previstas nos itens 1
convívio na Polícia Militar, incumbindo aos comandantes
e 2 do § 1º, deste artigo, serão classificadas como graves,
incentivar e manter a harmonia e a solidariedade entre os
desde que venham a ser:
seus comandados, promovendo estímulos de aproximação
1 atentatórias às instituições ou ao Estado;
e cordialidade.
2 atentatórias aos direitos humanos fundamentais;
§ 4º A civilidade é parte integrante da educação poli-
cial-militar, cabendo a superiores e subordinados atitudes 3 de natureza desonrosa.
de respeito e deferência mútuos. § 3º As transgressões previstas no item 2 do § 1º e não
Artigo 10 As ordens legais devem ser prontamente enquadráveis em algum dos itens do § 2º, deste artigo,
executadas, cabendo inteira responsabilidade à autoridade serão classificadas pela autoridade competente como mé-
que as determinar. dias ou leves, consideradas as circunstâncias do fato.
§ 1º Quando a ordem parecer obscura, compete ao § 4º Ao militar do Estado, aluno de curso da Polícia
subordinado, ao recebê-la, solicitar os esclarecimentos ne- Militar, aplica-se, no que concerne à disciplina, além do
cessários ao seu total entendimento. previsto neste Regulamento, subsidiariamente, o disposto
§ 2º Cabe ao executante que exorbitar no cumprimento nos regulamentos próprios dos estabelecimentos de ensi-
da ordem recebida a responsabilidade pelo abuso ou ex- no onde estiver matriculado.
cesso que cometer. § 5º A aplicação das penas disciplinares previstas nes-
te Regulamento independe do resultado de eventual ação
CAPÍTULO IV penal.
Da Violação dos Valores, dos Deveres e da Discipli- Artigo 13 As transgressões disciplinares são classifica-
na das de acordo com sua gravidade em graves (G), médias
SEÇÃO I (M) e leves (L).
Disposições Preliminares Parágrafo único As transgressões disciplinares são:
1 desconsiderar os direitos constitucionais da pessoa
Artigo 11 A ofensa aos valores e aos deveres vulnera a no ato da prisão (G);
disciplina policial-militar, constituindo 2 usar de força desnecessária no atendimento de
infração administrativa, penal ou civil, isolada ou cumu- ocorrência ou no ato de efetuar prisão (G);
lativamente. 3 deixar de providenciar para que seja garantida a in-
§ 1º O militar do Estado é responsável pelas decisões tegridade física das pessoas que prender ou detiver (G);
ou atos que praticar, inclusive nas missões expressamente 4 agredir física, moral ou psicologicamente preso sob
determinadas, bem como pela não-observância ou falta de
sua guarda ou permitir que outros o faça (G);
exação no cumprimento de seus deveres.
5 permitir que o preso, sob sua guarda, conserve em
§ 2º O superior hierárquico responderá solidariamente,
seu poder instrumentos ou outros objetos proibidos, com
na esfera administrativa disciplinar, incorrendo nas mesmas
que possa ferir a si próprio ou a outrem (G);
sanções da transgressão praticada por seu subordinado
quando: 6 reter o preso, a vítima, as testemunhas ou partes não
1 presenciar o cometimento da transgressão deixando definidas por mais tempo que o necessário para a solução
de atuar para fazê-la cessar imediatamente; do procedimento policial, administrativo ou penal (M);
2 concorrer diretamente, por ação ou omissão, para o 7 faltar com a verdade (G);
cometimento da transgressão, mesmo não estando pre- 8 ameaçar, induzir ou instigar alguém para que não
sente no local do ato. declare a verdade em procedimento administrativo, civil
§ 3º A violação da disciplina policial-militar será tão ou penal (G);
mais grave quanto mais elevado for o grau hierárquico de 9 utilizar-se do anonimato para fins ilícitos (G);
quem a cometer. 10 envolver, indevidamente, o nome de outrem para
esquivar-se de responsabilidade (G);

3
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

11 publicar, divulgar ou contribuir para a divulgação ir- 29 não cumprir, sem justo motivo, a execução de qual-
restrita de fatos, documentos ou assuntos administrativos quer ordem legal recebida (G);
ou técnicos de natureza policial, militar ou judiciária, que 30 retardar, sem justo motivo, a execução de qualquer
possam concorrer para o desprestígio da Polícia Militar, fe- ordem legal recebida (M);
rir a hierarquia ou a disciplina, comprometer a segurança 31 dar, por escrito ou verbalmente, ordem manifesta-
da sociedade e do Estado ou violar a honra e a imagem de mente ilegal que possa acarretar responsabilidade ao su-
pessoa (G); bordinado, ainda que não chegue a ser cumprida (G);
12 espalhar boatos ou notícias tendenciosas em prejuí- 32 deixar de assumir a responsabilidade de seus atos
zo da boa ordem civil ou policial-militar ou do bom nome ou pelos praticados por subordinados que agirem em cum-
da Polícia Militar (M); primento de sua ordem (G);
13 provocar ou fazer-se, voluntariamente, causa ou ori- 33 aconselhar ou concorrer para não ser cumprida
gem qualquer ordem legal de autoridade competente, ou servi-
de alarmes injustificados (M); ço, ou para que seja retardada, prejudicada ou embaraçada
14 concorrer para a discórdia, desarmonia ou cultivar a sua execução (G);
inimizade entre companheiros (M); 34 interferir na administração de serviço ou na exe-
15 liberar preso ou detido ou dispensar parte de ocor- cução de ordem ou missão sem ter a devida competência
rência sem competência legal para tanto (G); para tal (M);
16 entender-se com o preso, de forma velada, ou dei- 35 deixar de comunicar ao superior a execução de or-
xar que alguém o faça, sem autorização de autoridade dem dele recebida, no mais curto prazo possível (L);
competente (M); 36 dirigir-se, referir-se ou responder a superior de
17 receber vantagem de pessoa interessada no caso modo desrespeitoso (G);
de furto, roubo, objeto achado ou qualquer outro tipo de 37 recriminar ato legal de superior ou procurar des-
ocorrência ou procurá-la para solicitar vantagem (G); considerá-
-lo (G);
18 receber ou permitir que seu subordinado receba,
38 ofender, provocar ou desafiar superior ou subor-
em razão da função pública, qualquer objeto ou valor, mes-
dinado
mo quando oferecido pelo proprietário ou responsável (G);
hierárquico (G);
19 apropriar-se de bens pertencentes ao patrimônio
39 promover ou participar de luta corporal com supe-
público ou particular (G);
rior, igual, ou subordinado hierárquico (G);
20 empregar subordinado ou servidor civil, ou desviar
40 procurar desacreditar seu superior ou subordinado
qualquer meio material ou financeiro sob sua responsabi- hierárquico (M);
lidade ou não, para a execução de atividades diversas da- 41 ofender a moral e os bons costumes por atos, pala-
quelas para as quais foram destinadas, em proveito próprio vras ou gestos (G);
ou de outrem (G); 42 desconsiderar ou desrespeitar, em público ou pela
21 provocar desfalques ou deixar de adotar providên- imprensa, os atos ou decisões das autoridades civis ou dos
cias, na esfera de suas atribuições, para evitá-los (G); órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário ou de
22 utilizar-se da condição de militar do Estado para ob- qualquer de seus representantes (G);
ter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para enca- 43 desrespeitar, desconsiderar ou ofender pessoa por
minhar negócios particulares ou de terceiros (G); palavras, atos ou gestos, no atendimento de ocorrência po-
23 dar, receber ou pedir gratificação ou presente com licial ou em outras situações de serviço (G);
finalidade de retardar, apressar ou obter solução favorável 44 deixar de prestar a superior hierárquico continência
em qualquer ato de serviço (G); ou outros sinais de honra e respeito previstos em regula-
24 contrair dívida ou assumir compromisso superior às mento (M);
suas possibilidades, desde que venha a expor o nome da 45 deixar de corresponder a cumprimento de seu su-
Polícia Militar (M); bordinado (M);
25 fazer, diretamente ou por intermédio de outrem, 46 deixar de exibir, estando ou não uniformizado, do-
agiotagem ou transação pecuniária envolvendo assunto de cumento de identidade funcional ou recusar-se a declarar
serviço, bens da administração pública ou material cuja co- seus dados de identificação quando lhe for exigido por au-
mercialização seja proibida (G); toridade competente (M);
26 exercer ou administrar, o militar do Estado em servi- 47 evadir-se ou tentar evadir-se de escolta, bem como
ço ativo, a função de segurança particular ou qualquer ati- resistir a ela (G);
vidade estranha à Instituição Policial-Militar com prejuízo 48 retirar-se da presença do superior hierárquico sem
do serviço ou com emprego de meios do Estado (G); obediência às normas regulamentares (L);
27 exercer, o militar do Estado em serviço ativo, o co- 49 deixar, tão logo seus afazeres o permitam, de apre-
mércio ou tomar parte na administração ou gerência de sentar-se ao seu superior funcional, conforme prescrições
sociedade comercial com fins lucrativos ou dela ser sócio, regulamentares (L);
exceto como acionista, cotista ou comanditário (G); 50 deixar, nas solenidades, de apresentar-se ao supe-
28 deixar de fiscalizar o subordinado que apresentar rior hierárquico de posto ou graduação mais elevada e de
sinais exteriores de riqueza incompatíveis com a remune- saudar os demais, de acordo com as normas regulamen-
ração do cargo (G); tares (L);

4
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

51 deixar de fazer a devida comunicação disciplinar (M); 75 faltar ao expediente ou ao serviço para o qual esteja
52 tendo conhecimento de transgressão disciplinar, nominalmente escalado (G);
deixar de apurá-la (G); 76 faltar a qualquer ato em que deva tomar parte ou
53 deixar de punir o transgressor da disciplina, salvo se assistir, ou ainda, retirar-se antes de seu encerramento sem a
houver causa de justificação (M); devida autorização (M);
54 não levar fato ilegal ou irregularidade que presen- 77 afastar-se, quando em atividade policial-militar com
ciar ou de que tiver ciência, e não lhe couber reprimir, ao veículo automotor, aeronave, embarcação ou a pé, da área
conhecimento da autoridade para isso competente (M); em que deveria permanecer ou não cumprir roteiro de pa-
55 deixar de comunicar ao superior imediato ou, na au- trulhamento predeterminado (G);
sência deste, a qualquer autoridade superior toda informa- 78 afastar-se de qualquer lugar em que deva estar por
ção que tiver sobre iminente perturbação da ordem pública força de dispositivo ou ordem legal (M);
ou grave alteração do serviço ou de sua marcha, logo que 79 chegar atrasado ao expediente, ao serviço para o
tenha conhecimento (G); qual esteja nominalmente escalado ou a qualquer ato em
56 deixar de manifestar-se nos processos que lhe fo- que deva tomar parte ou assistir (L);
80 deixar de comunicar a tempo, à autoridade compe-
rem encaminhados, exceto nos casos de suspeição ou im-
tente, a impossibilidade de comparecer à Organização Poli-
pedimento, ou de absoluta falta de elementos, hipótese em
cial Militar (OPM) ou a qualquer ato ou serviço de que deva
que essas circunstâncias serão fundamentadas (M);
participar ou a que deva assistir (L);
57 deixar de encaminhar à autoridade competente, no
81 permutar serviço sem permissão da autoridade com-
mais curto prazo e pela via hierárquica, documento ou pro- petente (M);
cesso que receber, se não for de sua alçada a solução (M); 82 simular doença para esquivar-se ao cumprimento do
58 omitir, em boletim de ocorrência, relatório ou qual- dever (M);
quer documento, dados indispensáveis ao esclarecimento 83 deixar de se apresentar às autoridades competentes
dos fatos (G); nos casos de movimentação ou quando designado para co-
59 subtrair, extraviar, danificar ou inutilizar documentos missão ou serviço extraordinário (M);
de interesse da administração pública ou de terceiros (G); 84 não se apresentar ao seu superior imediato ao término
60 trabalhar mal, intencionalmente ou por desídia, em de qualquer afastamento do serviço ou, ainda, logo que sou-
qualquer serviço, instrução ou missão (M); ber que o mesmo tenha sido interrompido ou suspenso (M);
61 deixar de assumir, orientar ou auxiliar o atendimen- 85 dormir em serviço de policiamento, vigilância ou se-
to de ocorrência, quando esta, por sua natureza ou ampli- gurança de pessoas ou instalações (G);
tude, assim o exigir (G); 86 dormir em serviço, salvo quando autorizado (M);
62 retardar ou prejudicar o serviço de polícia judiciária 87 permanecer, alojado ou não, deitado em horário de
militar que deva promover ou em que esteja investido (M); expediente no interior da OPM, sem autorização de quem
63 desrespeitar medidas gerais de ordem policial, ju- de direito (L);
diciária ou administrativa, ou embaraçar sua execução (M); 88 fazer uso, estar sob ação ou induzir outrem ao uso
64 não ter, pelo preparo próprio ou de seus subordina- de substância proibida, entorpecente ou que determine de-
dos ou instruendos, a dedicação imposta pelo sentimento pendência física ou psíquica, ou introduzi-las em local sob
do dever (M); administração policial-militar (G);
65 causar ou contribuir para a ocorrência de acidente 89 embriagar-se quando em serviço ou apresentar-se
de serviço ou instrução (M); embriagado para prestá-lo (G);
66 consentir, o responsável pelo posto de serviço ou a 90 ingerir bebida alcoólica quando em serviço ou apre-
sentinela, na formação de grupo ou permanência de pes- sentar-se alcoolizado para prestá-lo (M);
soas junto ao seu posto (L); 91 introduzir bebidas alcoólicas em local sob adminis-
tração policial-militar, salvo se devidamente autorizado (M);
67 içar ou arriar, sem ordem, bandeira ou insígnia de
92 fumar em local não permitido (L);
autoridade (L);
93 tomar parte em jogos proibidos ou jogar a dinheiro
68 dar toques ou fazer sinais, previstos nos regulamen-
os permitidos, em local sob administração policial-militar, ou
tos, sem ordem de autoridade competente (L); em qualquer outro, quando uniformizado (L);
69 conversar ou fazer ruídos em ocasiões ou lugares 94 portar ou possuir arma em desacordo com as normas
impróprios (L); vigentes (G);
70 deixar de comunicar a alteração de dados de qua- 95 andar ostensivamente armado, em trajes civis, não se
lificação pessoal ou mudança de endereço residencial (L); achando de serviço (G);
71 apresentar comunicação disciplinar ou representa- 96 disparar arma por imprudência, negligência, imperí-
ção sem fundamento ou interpor recurso disciplinar sem cia, ou desnecessariamente (G);
observar as prescrições regulamentares (M); 97 não obedecer às regras básicas de segurança ou não
72 dificultar ao subordinado o oferecimento de repre- ter cautela na guarda de arma própria ou sob sua responsa-
sentação ou o exercício do direito de petição (M); bilidade (G); 98 ter em seu poder, introduzir, ou distribuir em
73 passar a ausente (G); local sob administração policial-militar, substância ou mate-
74 abandonar serviço para o qual tenha sido designa- rial inflamável ou explosivo sem permissão da autoridade
do ou recusar-se a executá-lo na forma determinada (G); competente (M);

5
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

99 dirigir viatura policial com imprudência, imperícia, 118 ter em seu poder, introduzir ou distribuir, em local
negligência, ou sem habilitação legal (G); sob administração policial-militar, publicações, estampas
100 desrespeitar regras de trânsito, de tráfego aéreo ou jornais que atentem contra a disciplina, a moral ou as
ou de navegação marítima, lacustre ou fluvial (M); instituições (L);
101 autorizar, promover ou executar manobras peri- 119 apresentar-se, em qualquer situação, mal unifor-
gosas com viaturas, aeronaves, embarcações ou animais mizado, com o uniforme alterado ou diferente do previsto,
(M); contrariando o Regulamento de Uniformes da Polícia Mili-
102 conduzir veículo, pilotar aeronave ou embarca- tar ou norma a respeito (M);
ção oficial, sem autorização do órgão competente da Po- 120 usar no uniforme, insígnia, medalha, condecora-
lícia Militar, mesmo estando habilitado (L); ção ou distintivo, não regulamentares ou de forma inde-
103 transportar na viatura, aeronave ou embarcação vida (M);
que esteja sob seu comando ou responsabilidade, pes- 121 usar vestuário incompatível com a função ou des-
soal ou material, sem autorização da autoridade compe- curar do asseio próprio ou prejudicar o de outrem (L);
tente (L); 122 estar em desacordo com as normas regulamenta-
104 andar a cavalo, a trote ou galope, sem necessida- res de apresentação pessoal (L);
de, pelas ruas da cidade ou castigar inutilmente a mon- 123 recusar ou devolver insígnia, salvo quando a regu-
tada (L); lamentação o permitir (L);
105 não ter o devido zelo, danificar, extraviar ou inu- 124 comparecer, uniformizado, a manifestações ou re-
tilizar, por ação ou omissão, bens ou animais pertencen- uniões de caráter político-partidário, salvo por motivo de
tes ao patrimônio público ou particular, que estejam ou serviço (M);
não sob sua responsabilidade (M); 125 frequentar ou fazer parte de sindicatos, associa-
106 negar-se a utilizar ou a receber do Estado farda- ções profissionais com caráter de sindicato, ou de associa-
mento, armamento, equipamento ou bens que lhe sejam ções cujos estatutos não estejam de conformidade com a
destinados ou devam ficar em seu poder ou sob sua res- lei (G);
ponsabilidade (M); 126 autorizar, promover ou participar de petições ou
107 retirar ou tentar retirar de local sob administração manifestações de caráter reivindicatório, de cunho políti-
policial-militar material, viatura, aeronave, embarcação ou co-partidário, religioso, de crítica ou de apoio a ato de su-
animal, ou mesmo deles servir-se, sem ordem do respon- perior, para tratar de assuntos de natureza policial-militar,
sável ou proprietário (G); ressalvados os de natureza técnica ou científica havidos em
108 entrar, sair ou tentar fazê-lo, de OPM, com tro- razão do exercício da função policial (M);
pa, sem prévio conhecimento da autoridade competente, 127 aceitar qualquer manifestação coletiva de subordi-
salvo para fins de instrução autorizada pelo comando (G); nados, com exceção das demonstrações de boa e sã cama-
109 deixar o responsável pela segurança da OPM de radagem e com prévio conhecimento do homenageado (L);
cumprir as prescrições regulamentares com respeito a en- 128 discutir ou provocar discussão, por qualquer veí-
trada, saída e permanência de pessoa estranha (M); culo de comunicação, sobre assuntos políticos, militares
110 permitir que pessoa não autorizada adentre pré- ou policiais, excetuando-se os de natureza exclusivamente
dio ou local interditado (M); técnica, quando devidamente autorizado (L);
111 deixar, ao entrar ou sair de OPM onde não sirva, 129 frequentar lugares incompatíveis com o decoro
de dar ciência da sua presença ao Oficial-de-Dia ou de ser- social ou policial-militar, salvo por motivo de serviço (M);
viço e, em seguida, se oficial, de procurar o comandante 130 recorrer a outros órgãos, pessoas ou instituições,
ou o oficial de posto mais elevado ou seu substituto legal exceto ao Poder Judiciário, para resolver assunto de inte-
para expor a razão de sua presença, salvo as exceções re- resse pessoal relacionados com a Polícia Militar (M);
gulamentares previstas (M); 131 assumir compromisso em nome da Polícia Militar,
112 adentrar, sem permissão ou ordem, aposentos ou representá-la em qualquer ato, sem estar devidamente
destinados a superior ou onde este se encontre, bem como autorizado (M);
qualquer outro lugar cuja entrada lhe seja vedada (M); 132 deixar de cumprir ou fazer cumprir as normas le-
113 abrir ou tentar abrir qualquer dependência da gais ou regulamentares, na esfera de suas atribuições (M).
OPM, desde que não seja a autoridade competente ou
sem sua ordem, salvo em situações de emergência (M); CAPÍTULO V
114 permanecer em dependência de outra OPM ou lo- Das Sanções Administrativas Disciplinares
cal de serviço sem consentimento ou ordem da autoridade SEÇÃO I
competente (L); Disposições Gerais
115 permanecer em dependência da própria OPM ou
local de serviço, desde que a ele estranho, sem consenti- Artigo 14 As sanções disciplinares aplicáveis aos mili-
mento ou ordem da autoridade competente (L); tares do Estado, independentemente do posto, graduação
116 entrar ou sair, de qualquer OPM, por lugares que ou função que ocupem, são:
não sejam para isso designados (L); I advertência;
117 deixar de exibir a superior hierárquico, quando II repreensão;
por ele solicitado, objeto ou volume, ao entrar ou sair de III permanência disciplinar;
qualquer OPM (M); IV detenção;

6
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

V reforma administrativa disciplinar; § 1º O limite máximo de conversão da permanência


VI demissão; disciplinar em serviço extraordinário é de 5 (cinco) dias.
VII expulsão; § 2º O militar do Estado, punido com período superior
VIII proibição do uso do uniforme. a 5 (cinco) dias de permanência disciplinar, somente pode-
Parágrafo único Todo fato que constituir transgressão rá pleitear a conversão até o limite previsto no parágrafo
deverá ser levado ao conhecimento da autoridade compe- anterior, a qual, se concedida, será sempre cumprida na
tente para as providências disciplinares. fase final do período de punição.
§ 3º A prestação do serviço extraordinário não poderá
SEÇÃO II ser executada imediatamente após o término de um ser-
Da Advertência viço ordinário.

Artigo 15 A advertência, forma mais branda de sanção, SEÇÃO V


é aplicada verbalmente ao transgressor, podendo ser feita Da Detenção
particular ou ostensivamente, sem constar de publicação
ou dos assentamentos individuais. Artigo 20 A detenção consiste na retenção do militar
Parágrafo único A sanção de que trata o “caput” aplica- do Estado no âmbito de sua OPM, sem participar de qual-
-se exclusivamente às faltas de natureza leve. quer serviço, instrução ou atividade.
§ 1º Nos dias em que o militar do Estado permanecer
SEÇÃO III detido perderá todas as vantagens e direitos decorren-
Da Repreensão tes do exercício do posto ou graduação, tempo esse não
computado para efeito algum, nos termos da legislação
Artigo 16 A repreensão é a sanção feita por escrito ao vigente.
transgressor, publicada de forma reservada ou ostensiva, § 2º A detenção somente poderá ser aplicada quando
devendo sempre ser averbada nos assentamentos indivi- da reincidência no cometimento de transgressão discipli-
duais.
nar de natureza grave.
Parágrafo único A sanção de que trata o “caput” aplica-
Artigo 21 A detenção será aplicada pelo Secretário da
-se às faltas de natureza leve e média.
Segurança Pública, pelo Comandante Geral e pelos demais
oficiais ocupantes de funções próprias do posto de coro-
SEÇÃO IV
nel.
Da Permanência Disciplinar
§ 1º A autoridade que entender necessária a aplicação
desta sanção disciplinar providenciará para que a docu-
Artigo 17 A permanência disciplinar é a sanção em que
mentação alusiva à respectiva transgressão seja remetida
o transgressor ficará na OPM, sem estar circunscrito a de-
terminado compartimento. à autoridade competente.
Parágrafo único O militar do Estado nesta situação § 2º Ao Governador do Estado compete conhecer des-
comparecerá a todos os atos de instrução e serviço, inter- ta sanção disciplinar em grau de recurso, quando tiver sido
nos e externos. aplicada pelo Secretário da Segurança Pública.
Artigo 18 A pedido do transgressor, o cumprimento da
sanção de permanência disciplinar poderá, a juízo devida- SEÇÃO VI
mente motivado, da autoridade que aplicou a punição, ser Da Reforma Administrativa Disciplinar
convertido em prestação de serviço extraordinário, desde
que não implique prejuízo para a manutenção da hierar- Artigo 22 A reforma administrativa disciplinar poderá
quia e da disciplina. ser aplicada, mediante processo regular:
§ 1º Na hipótese da conversão, a classificação do com- I ao oficial julgado incompatível ou indigno profissio-
portamento do militar do Estado será feita com base na nalmente para com o oficialato, após sentença passada
sanção de permanência disciplinar. em julgado no tribunal competente, ressalvado o caso de
§ 2º Considerar-se-á 1 (um) dia de prestação de serviço demissão;
extraordinário equivalente ao cumprimento de 1 (um) dia II à praça que se tornar incompatível com a função
de permanência. policialmilitar, ou nociva à disciplina, e tenha sido julgada
§ 3º O prazo para o encaminhamento do pedido de passível de reforma.
conversão será de 3 (três) dias, contados da data da publi- Parágrafo único O militar do Estado que sofrer reforma
cação da sanção de permanência. administrativa disciplinar receberá remuneração propor-
§ 4º O pedido de conversão elide o pedido de recon- cional ao tempo de serviço policial-militar.
sideração de ato.
Artigo 19 A prestação do serviço extraordinário, nos SEÇÃO VII
termos do “caput” do artigo anterior, consiste na realização Da Demissão
de atividades, internas ou externas, por período nunca infe-
rior a 6 (seis) ou superior a 8 (oito) horas, nos dias em que Artigo 23 A demissão será aplicada ao militar do Esta-
o militar do Estado estaria de folga. do na seguinte forma:

7
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

I ao oficial quando: § 1º São autoridades competentes para determinar o


a) for condenado a pena restritiva de liberdade supe- recolhimento disciplinar aquelas elencadas no artigo 31
rior a 2 (dois) anos, por sentença passada em julgado; deste Regulamento.
b) for condenado a pena de perda da função pública, § 2º A condução do militar do Estado à autoridade
por sentença passada em julgado; competente para determinar o recolhimento somente po-
c) for considerado moral ou profissionalmente inidô- derá ser efetuada por superior hierárquico.
neo para a promoção ou revelar incompatibilidade para o § 3º As decisões de aplicação do recolhimento discipli-
exercício da função policial-militar, por sentença passada nar serão sempre fundamentadas e comunicadas ao Juiz
em julgado no tribunal competente; Corregedor da polícia judiciária militar.
II à praça quando: § 4º O militar do Estado preso nos termos deste artigo
a) for condenada, por sentença passada em julgado, a poderá permanecer nessa situação pelo prazo máximo de
pena restritiva de liberdade por tempo superior a 2 (dois) 5 (cinco) dias.
anos;
b) for condenada, por sentença passada em julgado, a CAPÍTULO VII
pena de perda da função pública; Do Procedimento Disciplinar
c) praticar ato ou atos que revelem incompatibilidade SEÇÃO I
com a função policial-militar, comprovado mediante pro- Da Comunicação Disciplinar
cesso regular;
d) cometer transgressão disciplinar grave, estando há
Artigo 27 A comunicação disciplinar dirigida à autori-
mais de 2 (dois) anos consecutivos ou 4 (quatro) anos al-
dade policial-militar competente destina-se a relatar uma
ternados no mau comportamento, apurado mediante pro-
transgressão disciplinar cometida por subordinado hierár-
cesso regular;
e) houver cumprido a pena consequente do crime de quico.
deserção; Artigo 28 A comunicação disciplinar deve ser clara,
f) considerada desertora e capturada ou apresentada, concisa e precisa, contendo os dados capazes de identificar
tendo sido submetida a exame de saúde, for julgada inca- as pessoas ou coisas envolvidas, o local, a data e a hora do
paz definitivamente para o serviço policial-militar. fato, além de caracterizar as circunstâncias que o envolve-
Parágrafo único O oficial demitido perderá o posto e a ram, bem como as alegações do faltoso, quando presente e
patente, e a praça, a graduação. ao ser interpelado pelo signatário das razões da transgres-
são, sem tecer comentários ou opiniões pessoais.
SEÇÃO VIII § 1º A comunicação disciplinar deverá ser apresenta-
Da Expulsão da no prazo de 5 (cinco) dias, contados da constatação ou
conhecimento do fato, ressalvadas as disposições relativas
Artigo 24 A expulsão será aplicada, mediante processo ao recolhimento disciplinar, que deverá ser feita imediata-
regular, à praça que atentar contra a segurança das institui- mente.
ções nacionais ou praticar atos desonrosos ou ofensivos ao § 2º A comunicação disciplinar deve ser a expressão da
decoro profissional. verdade, cabendo à autoridade competente encaminhá-la
ao acusado para que, por escrito, manifeste-se preliminar-
SEÇÃO IX mente sobre os fatos, no prazo de 3 (três) dias.
Da Proibição do Uso de Uniformes § 3º Conhecendo a manifestação preliminar e conside-
rando praticada a transgressão, a autoridade competente
Artigo 25 A proibição do uso de uniformes policiais- elaborará termo acusatório motivado, com as razões de
-militares será aplicada, nos termos deste Regulamento, fato e de direito, para que o militar do Estado possa exerci-
temporariamente, ao inativo que atentar contra o decoro tar, por escrito, o seu direito a ampla defesa e ao contradi-
ou a dignidade policial-militar, até o limite de 1 (um) ano. tório, no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 4º Estando a autoridade convencida do cometimento
da transgressão, providenciará o enquadramento discipli-
CAPÍTULO VI
nar, mediante nota de culpa ou, se determinar outra solu-
Do Recolhimento Disciplinar
ção, deverá fundamentá-la por despacho nos autos.
Artigo 26 O recolhimento de qualquer transgressor à § 5º Poderá ser dispensada a manifestação preliminar
prisão, sem nota de punição publicada em boletim, poderá quando
ocorrer quando: a autoridade competente tiver elementos de convicção
I houver indício de autoria de infração penal e for ne- suficientes
cessário ao bom andamento das investigações para sua para a elaboração do termo acusatório, devendo esta
apuração; circunstância constar do respectivo termo.
II for necessário para a preservação da ordem e da dis- Artigo 29 A solução do procedimento disciplinar é da
ciplina policial-militar, especialmente se o militar do Estado inteira responsabilidade da autoridade competente, que
mostrar-se agressivo, embriagado ou sob ação de substân- deverá aplicar sanção ou justificar o fato, de acordo com
cia entorpecente. este Regulamento.

8
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º A solução será dada no prazo de 30 (trinta) dias, § 2º Aos oficiais, quando no exercício interino das fun-
contados a partir do recebimento da defesa do acusado, ções de posto igual ou superior ao de capitão, ficará atri-
prorrogável no máximo por mais 15 (quinze) dias, median- buída a competência prevista no inciso IV deste artigo.
te declaração de motivos no próprio enquadramento.
§ 2º No caso de afastamento regulamentar do trans- SEÇÃO II
gressor, os prazos supracitados serão interrompidos, reini- Dos Limites de Competência das Autoridades
ciada a contagem a partir da sua reapresentação.
§ 3º Em qualquer circunstância, o signatário da comuni- Artigo 32 O Governador do Estado é competente para
cação deverá ser notificado da respectiva solução, no prazo aplicar todas as sanções disciplinares previstas neste Re-
máximo de 90 (noventa) dias da data da comunicação. gulamento, cabendo às demais autoridades as seguintes
§ 4º No caso de não cumprimento do prazo do pará- competências:
grafo anterior, poderá o signatário da comunicação solici- I ao Secretário da Segurança Pública e ao Comandante
tar, obedecida a via hierárquica, providências a respeito da Geral: todas as sanções disciplinares exceto a demissão de
solução. oficiais;
II ao Subcomandante da Polícia Militar: as sanções dis-
SEÇÃO II ciplinares de advertência, repreensão, permanência disci-
Da Representação plinar, detenção e proibição do uso de uniformes de até os
limites máximos previstos;
Artigo 30 Representação é toda comunicação que se III aos oficiais do posto de coronel: as sanções discipli-
referir a ato praticado ou aprovado por superior hierárqui- nares de advertência, repreensão, permanência disciplinar
co ou funcional, que se repute irregular, ofensivo, injusto de até 20 (vinte) dias e detenção de até 15 (quinze) dias;
ou ilegal. IV aos oficiais do posto de tenente-coronel: as sanções
§ 1º A representação será dirigida à autoridade funcio- disciplinares de advertência, repreensão e permanência
nal imediatamente superior àquela contra a qual é atribuí- disciplinar de até 20 (vinte) dias;
da a prática do ato irregular, ofensivo, injusto ou ilegal. V aos oficiais do posto de major: as sanções disciplina-
§ 2º A representação contra ato disciplinar será feita
res de advertência, repreensão e permanência disciplinar
somente após solucionados os recursos disciplinares pre-
de até 15 (quinze) dias;
vistos neste Regulamento e desde que a matéria recorrida
VI aos oficiais do posto de capitão: as sanções discipli-
verse sobre a legalidade do ato praticado.
nares de advertência, repreensão e permanência disciplinar
§ 3º A representação nos termos do parágrafo anterior
será exercida no prazo estabelecido no § 1º, do artigo 62. de até 10 (dez) dias.
§ 4º O prazo para o encaminhamento de representação
será de 5 (cinco) dias contados da data do ato ou fato que SEÇÃO III
o motivar. Do Julgamento

CAPÍTULO VIII Artigo 33 Na aplicação das sanções disciplinares serão


Da Competência, do Julgamento, da Aplicação e sempre considerados a natureza, a gravidade, os motivos
do Cumprimento das Sanções Disciplinares determinantes, os danos causados, a personalidade e os
SEÇÃO I antecedentes do agente, a intensidade do dolo ou o grau
Da Competência da culpa.
Artigo 34 Não haverá aplicação de sanção disciplinar
Artigo 31 A competência disciplinar é inerente ao car- quando for reconhecida qualquer das seguintes causas de
go, função ou posto, sendo autoridades competentes para justificação:
aplicar sanção disciplinar: I motivo de força maior ou caso fortuito, plenamente
I o Governador do Estado: a todos os militares do Esta- comprovados;
do sujeitos a este Regulamento; II benefício do serviço, da preservação da ordem públi-
II o Secretário da Segurança Pública e o Comandante ca ou do interesse público;
Geral: a todos os militares do Estado sujeitos a este Regu- III legítima defesa própria ou de outrem;
lamento, exceto ao Chefe da Casa Militar; IV obediência a ordem superior, desde que a ordem
III o Subcomandante da Polícia Militar: a todos os in- recebida não seja manifestamente ilegal;
tegrantes de seu comando e das unidades subordinadas e V uso de força para compelir o subordinado a cumprir
às praças inativas; rigorosamente o seu dever, no caso de perigo, necessidade
IV os oficiais da ativa da Polícia Militar do posto de co- urgente, calamidade pública ou manutenção da ordem e
ronel a capitão: aos militares do Estado que estiverem sob da disciplina.
seu comando ou integrantes das OPM subordinadas.
VI ter praticado a falta por motivo de relevante valor
§ 1º Ao Secretário da Segurança Pública e ao Coman-
social;
dante Geral da Polícia Militar compete conhecer das san-
VII não possuir prática no serviço;
ções disciplinares aplicadas aos inativos, em grau de recur-
VIII colaborar na apuração da transgressão disciplinar.
so, respectivamente, se oficial ou praça.

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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Artigo 36 São circunstâncias agravantes: Artigo 39 A publicação é a divulgação oficial do ato


I mau comportamento; administrativo referente à aplicação da sanção disciplinar
II prática simultânea ou conexão de duas ou mais ou à sua justificação, e dá início a seus efeitos.
transgressões; Parágrafo único A advertência não deverá constar de
III reincidência específica; publicação em boletim, figurando, entretanto, no registro
IV conluio de duas ou mais pessoas; de informações de punições para os oficiais, ou na nota de
V ter sido a falta praticada durante a execução do ser- corretivo das praças.
viço; Artigo 40 As sanções de oficiais, aspirantes-a-oficial,
VI ter sido a falta praticada em presença de subordina- alunos-oficiais, subtenentes e sargentos serão publicadas
do, de tropa ou de civil; somente para conhecimento dos integrantes dos seus
VII ter sido a falta praticada com abuso de autoridade respectivos círculos e superiores hierárquicos, podendo
hierárquica ou funcional. ser dadas ao conhecimento geral se as circunstâncias ou
§ 1º Não se aplica a circunstância agravante prevista a natureza da transgressão e o bem da disciplina assim o
no inciso V quando, pela sua natureza, a transgressão seja recomendarem.
inerente à execução do serviço. Artigo 41 Na aplicação das sanções disciplinares pre-
§ 2º Considera-se reincidência específica o enquadra- vistas neste Regulamento, serão rigorosamente observa-
mento da falta praticada num mesmo item dos previstos dos os seguintes limites:
no artigo 13 ou no item II do § 1º do artigo 12. I quando as circunstâncias atenuantes preponderarem,
a sanção não será aplicada em seu limite máximo;
SEÇÃO IV II quando as circunstâncias agravantes preponderarem,
Da Aplicação poderá ser aplicada a sanção até o seu limite máximo;
III pela mesma transgressão não será aplicada mais de
Artigo 37 A aplicação da sanção disciplinar abrange a uma sanção disciplinar.
análise do fato, nos termos do artigo 33 deste Regulamen- Artigo 42 A sanção disciplinar será proporcional à gra-
to, a análise das circunstâncias que determinaram a trans- vidade
gressão, o enquadramento e a decorrente publicação. e natureza da infração, observados os seguintes limites:
I as faltas leves são puníveis com advertência ou re-
Artigo 38 O enquadramento disciplinar é a descrição preensão e, na reincidência específica, com permanência
da transgressão cometida, dele devendo constar, resumi- disciplinar de até 5 (cinco) dias;
damente, o seguinte: II as faltas médias são puníveis com permanência disci-
I indicação da ação ou omissão que originou a trans- plinar de até 8 (oito) dias e, na reincidência específica, com
gressão; permanência disciplinar de até 15 (quinze) dias;
II tipificação da transgressão disciplinar; III as faltas graves são puníveis com permanência de
III discriminação, em incisos e artigos, das causas de até 10 (dez) dias ou detenção de até 8 (oito) dias e, na rein-
justificação ou das circunstâncias atenuantes e ou agravan- cidência específica, com permanência de até 20 (vinte) dias
tes; ou detenção de até 15 (quinze) dias, desde que não caiba
IV decisão da autoridade impondo, ou não, a sanção; demissão ou expulsão.
V classificação do comportamento policial-militar em Artigo 43 O início do cumprimento da sanção disci-
que o plinar dependerá de aprovação do ato pelo Comandante
punido permaneça ou ingresse; da Unidade ou pela autoridade funcional imediatamente
VI alegações de defesa do transgressor; superior, quando a sanção for por ele aplicada, e prévia pu-
VII observações, tais como: blicação em boletim, salvo a necessidade de recolhimento
a) data do início do cumprimento da sanção disciplinar; disciplinar previsto neste Regulamento.
b) local do cumprimento da sanção, se for o caso; Artigo 44 A sanção disciplinar não exime o punido da
c) determinação para posterior cumprimento, se o responsabilidade civil e criminal emanadas do mesmo fato.
transgressor estiver baixado, afastado do serviço ou à dis- Parágrafo único A instauração de inquérito ou ação cri-
posição de outra autoridade; minal não impede a imposição, na esfera administrativa,
d) outros dados que a autoridade competente julgar de sanção pela prática de transgressão disciplinar sobre o
necessários; mesmo fato.
Artigo 35 São circunstâncias atenuantes: Artigo 45 Na ocorrência de mais de uma transgressão,
I estar, no mínimo, no bom comportamento; sem conexão entre elas, serão impostas as sanções corres-
II ter prestado serviços relevantes; pondentes isoladamente; em caso contrário, quando forem
III ter admitido a transgressão de autoria ignorada ou, praticadas de forma conexa, as de menor gravidade serão
se conhecida, imputada a outrem; consideradas como circunstâncias agravantes da transgres-
IV ter praticado a falta para evitar mal maior; são principal.
V ter praticado a falta em defesa de seus próprios direi- Artigo 46 Na ocorrência de transgressão disciplinar
tos ou dos de outrem; envolvendo militares do Estado de mais de uma Unidade,
VIII assinatura da autoridade. caberá ao comandante do policiamento da área territorial

10
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

onde ocorreu o fato apurar ou determinar a apuração e, ao CAPÍTULO IX


final, se necessário, remeter os autos à autoridade funcional Do Comportamento
superior comum aos envolvidos.
Artigo 47 Quando duas autoridades de níveis hierárqui- Artigo 53 O comportamento da praça policial-militar
cos diferentes, ambas com ação disciplinar sobre o trans- demonstra o seu procedimento na vida profissional e par-
gressor, conhecerem da transgressão disciplinar, competirá ticular, sob o ponto de vista disciplinar.
à de maior hierarquia apurá-la ou determinar que a menos Artigo 54 Para fins disciplinares e para outros efeitos, o
graduada o faça. comportamento policial-militar classifica-se em:
Parágrafo único Quando a apuração ficar sob a incum- I excelente quando, no período de 10 (dez) anos, não
bência da autoridade menos graduada, a punição resultante lhe tenha sido aplicada qualquer sanção disciplinar;
será aplicada após a aprovação da autoridade superior, se II ótimo quando, no período de 5 (cinco) anos, lhe te-
esta assim determinar. nham sido aplicadas até 2 repreensões;
Artigo 48 A expulsão será aplicada, em regra, quando a III bom quando, no período de 2 (dois) anos, lhe te-
praça policial-militar, independentemente da graduação ou nham sido aplicadas até 2 (duas) permanências disciplina-
função que ocupe, for condenado judicialmente por crime res;
que também constitua infração disciplinar grave e que de- IV regular quando, no período de 1 (um) ano, lhe te-
note incapacidade moral para a continuidade do exercício nham sido aplicadas até 2 (duas) permanências disciplina-
de suas funções. res ou 1 (uma) detenção;
V mau quando, no período de 1 (um) ano, lhe tenham
SEÇÃO V sido aplicadas mais de 2 (duas) permanências disciplinares
Do Cumprimento e da Contagem de Tempo ou mais de 1 (uma) detenção.
§ 1º A contagem de tempo para melhora do comporta-
Artigo 49 A autoridade que tiver de aplicar sanção a mento se fará automaticamente, de acordo com os prazos
subordinado que esteja a serviço ou à disposição de outra estabelecidos neste artigo.
autoridade requisitará a apresentação do transgressor. § 2º Bastará uma única sanção disciplinar acima dos
Parágrafo único Quando o local determinado para o
limites estabelecidos neste artigo para alterar a categoria
cumprimento da sanção não for a respectiva OPM, a auto-
do comportamento.
ridade indicará o local designado para a apresentação do
§ 3º Para a classificação do comportamento fica esta-
policial.
belecido
Artigo 50 Nenhum militar do Estado será interrogado
que duas repreensões equivalerão a uma permanência
ou ser-lhe-á aplicada sanção se estiver em estado de em-
disciplinar.
briaguez, ou sob a ação de substância entorpecente ou que
§ 4º Para efeito de classificação, reclassificação ou me-
determine dependência física ou psíquica, devendo se ne-
lhoria do comportamento, ter-se-ão como base as datas
cessário, desde logo, recolhido disciplinarmente.
Artigo 51 O cumprimento da sanção disciplinar, por mi- em que as sanções foram publicadas.
litar do Estado afastado do serviço, deverá ocorrer após a Artigo 55 Ao ser admitida na Polícia Militar, a praça
sua apresentação na OPM, pronto para o serviço policial- policial-militar será classificada no comportamento “bom”.
-militar, salvo nos casos de interesse da preservação da or-
dem e da disciplina. CAPÍTULO X
Parágrafo único A interrupção de afastamento regula- Dos Recursos Disciplinares
mentar, para cumprimento de sanção disciplinar, somente
ocorrerá quando determinada pelo Governador do Estado, Artigo 56 O militar do Estado, que considere a si pró-
Secretário da Segurança Pública ou pelo Comandante Geral. prio, a subordinado seu ou a serviço sob sua responsabili-
Artigo 52 O início do cumprimento da sanção discipli- dade prejudicado, ofendido ou injustiçado por ato de su-
nar deverá ocorrer no prazo máximo de 5 (cinco) dias após perior hierárquico, poderá interpor recursos disciplinares.
a ciência, pelo punido, da sua publicação. Parágrafo único São recursos disciplinares:
§ 1º A contagem do tempo de cumprimento da sanção 1 pedido de reconsideração de ato;
começa no momento em que o militar do Estado iniciá-lo, 2 recurso hierárquico.
computando- Artigo 57 O pedido de reconsideração de ato é recurso
-se cada dia como período de 24 (vinte e quatro) horas. interposto, mediante parte ou ofício, à autoridade que pra-
§ 2º Não será computado, como cumprimento de san- ticou, ou aprovou, o ato disciplinar que se reputa irregular,
ção disciplinar, o tempo em que o militar do Estado passar ofensivo, injusto ou ilegal, para que o reexamine.
em gozo de afastamentos regulamentares, interrompendo- § 1º O pedido de reconsideração de ato deve ser en-
-se a contagem a partir do momento de seu afastamento caminhado, diretamente, à autoridade recorrida e por uma
até o seu retorno. única vez.
§ 3º O afastamento do militar do Estado do local de § 2º O pedido de reconsideração de ato, que tem efeito
cumprimento da sanção e o seu retorno a esse local, após suspensivo, deve ser apresentado no prazo máximo de 5
o afastamento regularmente previsto no § 2º, deverão ser (cinco) dias, a contar da data em que o militar do Estado
objeto de publicação. tomar ciência do ato que o motivou.

11
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 3º A autoridade a quem for dirigido o pedido de re- Artigo 60 Solucionados os recursos disciplinares e ha-
consideração de ato deverá, saneando se possível o ato vendo sanção disciplinar a ser cumprida, o militar do Esta-
praticado, dar solução ao recurso, no prazo máximo de 10 do iniciará o seu cumprimento dentro do prazo de 3 (três)
(dez) dias, a contar da data de recebimento do documento, dias:
dando conhecimento ao interessado, mediante despacho I desde que não interposto recurso hierárquico, no
fundamentado que deverá ser publicado. caso de solução do pedido de reconsideração;
§ 4º O subordinado que não tiver oficialmente conhe- II após solucionado o recurso hierárquico.
cimento da solução do pedido de reconsideração, após 30 Artigo 61 Os prazos para a interposição dos recursos
(trinta) dias contados da data de sua solicitação, poderá de que trata este Regulamento são decadenciais.
interpor recurso hierárquico no prazo previsto no item 1 do
§ 3º, do artigo 58. CAPÍTULO XI
§ 5º O pedido de reconsideração de ato deve ser redi- Da Revisão dos Atos Disciplinares
gido de forma respeitosa, precisando o objetivo e as razões
que o fundamentam, sem comentários ou insinuações, po- Artigo 62 As autoridades competentes para aplicar
dendo ser acompanhado de documentos comprobatórios. sanção disciplinar, exceto as ocupantes do posto de major
§ 6º Não será conhecido o pedido de reconsideração e capitão, quando tiverem conhecimento, por via recursal
intempestivo, procrastinador ou que não apresente fatos ou de ofício, da possível existência de irregularidade ou ile-
novos que modifiquem a decisão anteriormente tomada, galidade na aplicação da sanção imposta por elas ou pelas
devendo este ato ser publicado, obedecido o prazo do § autoridades subordinadas, podem praticar um dos seguin-
3º deste artigo. tes atos:
Artigo 58 O recurso hierárquico, interposto por uma I retificação; II atenuação; III agravação;
única vez, terá efeito suspensivo e será redigido sob a for- IV anulação.
ma de parte ou ofício e endereçado diretamente à autori- § 1º A anulação de sanção administrativa disciplinar so-
dade imediatamente superior àquela que não reconsiderou mente poderá ser feita no prazo de 5 (cinco) anos, a contar
o ato tido por irregular, ofensivo, injusto ou ilegal. da data da publicação do ato que se pretende invalidar.
§ 1º A interposição do recurso de que trata este artigo, § 2º Os atos previstos neste artigo deverão ser motiva-
a qual deverá ser precedida de pedido de reconsideração dos e publicados.
do ato, somente poderá ocorrer depois de conhecido o re-
Artigo 63 A retificação consiste na correção de irregula-
sultado deste pelo requerente, exceto na hipótese prevista
ridade formal sanável, contida na sanção disciplinar aplica-
pelo § 4º do artigo anterior.
da pela própria autoridade ou por autoridade subordinada.
§ 2º A autoridade que receber o recurso hierárquico
Artigo 64 Atenuação é a redução da sanção proposta
deverá comunicar tal fato, por escrito, àquela contra a qual
ou aplicada, para outra menos rigorosa ou, ainda, a redu-
está sendo interposto.
ção do número de dias da sanção, nos limites do artigo 42,
§ 3º Os prazos referentes ao recurso hierárquico são:
se assim o exigir o interesse da disciplina e a ação educativa
1 para interposição: 5 (cinco) dias, a contar do conhe-
sobre o militar do Estado.
cimento da solução do pedido de reconsideração pelo in-
teressado ou do vencimento do prazo do § 4º do artigo Artigo 65 Agravação é a ampliação do número dos dias
anterior; propostos para uma sanção disciplinar ou a aplicação de
2 para comunicação: 3 (três) dias, a contar do protocolo sanção mais rigorosa, nos limites do artigo 42, se assim o
da OPM da autoridade destinatária; exigir o interesse da disciplina e a ação educativa sobre o
3 para solução: 10 (dez) dias, a contar do recebimento militar do Estado.
da interposição do recurso no protocolo da OPM da auto- Parágrafo único Não caberá agravamento da sanção
ridade destinatária. em razão da interposição de recurso disciplinar.
§ 4º O recurso hierárquico, em termos respeitosos, pre- Artigo 66 Anulação é a declaração de invalidade da
cisará o objeto que o fundamenta de modo a esclarecer o sanção disciplinar aplicada pela própria autoridade ou por
ato ou fato, podendo ser acompanhado de documentos autoridade subordinada, quando, na apreciação do recur-
comprobatórios. so, verificar a ocorrência de ilegalidade, devendo retroagir
§ 5º O recurso hierárquico não poderá tratar de assun- à data do ato.
to estranho ao ato ou fato que o tenha motivado, nem ver-
sar sobre matéria impertinente ou fútil. CAPÍTULO XII
§ 6º Não será conhecido o recurso hierárquico intem- Das Recompensas Policiais-Militares
pestivo, procrastinador ou que não apresente fatos novos
que modifiquem a decisão anteriormente tomada, deven- Artigo 67 As recompensas policiais-militares consti-
do ser cientificado o interessado, e publicado o ato em bo- tuem reconhecimento dos bons serviços prestados pelo
letim, no prazo de 10 (dez) dias. militar do Estado e consubstanciam-se em prêmios conce-
Artigo 59 Solucionado o recurso hierárquico, encer- didos por atos meritórios e serviços relevantes.
ra-se para o recorrente a possibilidade administrativa de Artigo 68 São recompensas policiais-militares:
revisão do ato disciplinar sofrido, exceto nos casos de re- I elogio;
presentação previstos nos §§ 3º e 4º do artigo 30. II cancelamento de sanções.

12
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Parágrafo único O elogio individual, ato administrativo I afastado das suas funções e adido à Unidade que lhe
que coloca em relevo as qualidades morais e profissionais for designada;
do militar, poderá ser formulado independentemente da II proibido de usar uniforme;
classificação de seu comportamento e será registrado nos III percebendo 1/3 (um terço) da remuneração;
assentamentos. IV mantido no respectivo Quadro, sem número, não
Artigo 69 A dispensa do serviço não é uma recompensa concor-rendo à promoção.
policial-militar e somente poderá ser concedida quando hou- Artigo 75 Ao Conselho de Justificação aplica-se o pre-
ver, a juízo do Comandante da Unidade, motivo de força maior. visto na legislação específica, complementarmente ao dis-
Parágrafo único A concessão de dispensas do serviço, ob- posto neste Regulamento.
servado o disposto neste artigo, fica limitada ao máximo de 6
(seis) dias por ano, sendo sempre publicada em boletim. SEÇÃO III
Artigo 70 O cancelamento de sanções disciplinares Do Conselho de Disciplina
consiste na retirada dos registros realizados nos assenta-
mentos individuais do militar do Estado, relativos às penas Artigo 76 O Conselho de Disciplina destina-se a de-
disciplinares que lhe foram aplicadas. clarar a incapacidade moral da praça para permanecer no
§ 1º O cancelamento de sanções é ato do Comandante serviço ativo da Polícia Militar e será instaurado:
Geral, praticado a pedido do interessado, e o seu deferi- I por portaria do Comandante da Unidade a que per-
mento deverá atender aos bons serviços por ele prestados, tencer o acusado;
comprovados em seus assentamentos, e depois de decor- II por ato de autoridade superior à mencionada no in-
ridos 10 (dez) anos de efetivo serviço, sem qualquer outra ciso anterior.
sanção, a contar da data da última pena imposta. Parágrafo único A instauração do Conselho de Disci-
§ 2º O cancelamento de sanções não terá efeito re- plina poderá ser feita durante o cumprimento de sanção
troativo e não motivará o direito de revisão de outros atos disciplinar.
administrativos decorrentes das sanções canceladas. Artigo 77 As autoridades referidas no artigo anterior
podem, com base na natureza da falta ou na inconsistência
CAPÍTULO XIII dos fatos apontados, considerar, desde logo, insuficiente a
Do Processo Regular acusação e, em consequência, deixar de instaurar o Conse-
lho de Disciplina, sem prejuízo de novas diligências.
SEÇÃO I
Artigo 78 O Conselho será composto por 3 (três) ofi-
Disposições Gerais
ciais da ativa.
§ 1º O mais antigo do Conselho, no mínimo um capi-
Artigo 71 O processo regular a que se refere este Regu-
tão, é o presidente, e o que lhe seguir em antiguidade ou
lamento, para os militares do Estado, será:
precedência funcional é o interrogante, sendo o relator e
I para oficiais: o Conselho de Justificação;
escrivão o mais moderno.
II para praças com 10 (dez) ou mais anos de serviço § 2º Entendendo necessário, o presidente poderá no-
policial- mear um subtenente ou sargento para funcionar como es-
-militar: o Conselho de Disciplina; crivão no processo, o qual não integrará o Conselho.
III para praças com menos de 10 (dez) anos de serviço Artigo 79 O Conselho poderá ser instaurado, indepen-
policial-militar: o Processo Administrativo Disciplinar. dentemente da existência ou da instauração de inquérito
Artigo 72 O militar do Estado submetido a processo policial comum ou militar, de processo criminal ou de sen-
regular deverá, quando houver possibilidade de prejuízo tença criminal transitada em julgado.
para a hierarquia, disciplina ou para a apuração do fato, ser Parágrafo único Se no curso dos trabalhos do Conselho
designado para o exercício de outras funções, enquanto surgirem indícios de crime comum ou militar, o presidente
perdurar o processo, podendo ainda a autoridade instaura- deverá extrair cópia dos autos, remetendo-os por ofício à
dora proibir-lhe o uso do uniforme, como medida cautelar. autoridade competente para início do respectivo inquérito
policial ou da ação penal cabível.
SEÇÃO II Artigo 80 Será instaurado apenas um processo quan-
Do Conselho de Justificação do o ato ou atos motivadores tenham sido praticados em
concurso de agentes.
Artigo 73 O Conselho de Justificação destina-se a apu- § 1º Havendo dois ou mais acusados pertencentes a
rar, na forma da legislação específica, a incapacidade do OPM diversas, o processo será instaurado pela autoridade
oficial para permanecer no serviço ativo da Polícia Militar. imediatamente superior, comum aos respectivos coman-
Parágrafo único O Conselho de Justificação aplica-se dantes das OPM dos acusados.
também ao oficial inativo presumivelmente incapaz de per- § 2º Existindo concurso ou continuidade infracional,
manecer na situação de inatividade. deverão todos os atos censuráveis constituir o libelo acu-
Artigo 74 O oficial submetido a Conselho de Justifica- satório da portaria.
ção e considerado culpado, por decisão unânime, poderá § 3º Surgindo, após a elaboração da portaria, elemen-
ser agregado disciplinarmente mediante ato do Coman- tos de autoria e materialidade de infração disciplinar co-
dante Geral, até decisão final do tribunal competente, fi- nexa, em continuidade ou em concurso, esta poderá ser
cando: aditada, abrindo-se novos prazos para a defesa.

13
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Artigo 81 A decisão da autoridade instauradora, de- CAPÍTULO IV SEÇÃO II


vidamente fundamentada, será aposta nos autos, após a
apreciação do Conselho e de toda a prova produzida, das Artigo 13 .......
razões de defesa e do relatório, no prazo de 15 (quinze) Parágrafo único .114 ....., na 3ª linha:
dias a contar do seu recebimento. Onde se lê: autoridade competente (L); leia-se: autori-
dade competente (M);...........
SEÇÃO IV Artigo 30 ...........
Do Processo Administrativo Disciplinar
CAPÍTULO VII SEÇÃO II
Artigo 84 O Processo Administrativo Disciplinar seguirá
rito próprio ao qual se aplica o disposto nos incisos I, II e Artigo 5º É dever de todo policial militar zelar por seus
parágrafo único do artigo 76 e os artigos 79, 80 e 82 deste uniformes, pela correta apresentação pessoal, e pela de
Regulamento. seus subordinados em geral.
Parágrafo único Recebido o Processo, o Comandante § 4º ....., na 3ª linha: onde se lê: ato ou fato que o mo-
Geral tivar, leia-se: conhecimento do ato ou fato que a moti-
emitirá a decisão final. var..............

CAPÍTULO XIV CAPÍTULO VIII SEÇÃO V


Disposições Finais
Artigo 6º Ao Comandante Geral compete a:
Artigo 85 A ação disciplinar da Administração prescre- I criação, modificação ou extinção de uniformes espe-
verá em 5 (cinco) anos, contados da data do cometimento ciais, básicos e específicos, peças complementares e equi-
da transgressão disciplinar. pamentos;
§ 1º A punibilidade da transgressão disciplinar também II criação, modificação ou extinção de distintivos, es-
prevista como crime prescreve nos prazos estabelecidos tandartes e bandeiras-insígnias de comando; e Artigo 49 .
para o tipo previsto na legislação penal, salvo se esta pres- Parágrafo único ., na 4ª linha: onde se lê: a apresenta-
crição ocorrer em prazo inferior a 5 (cinco) anos. ção do policial, Leia-se: a apresentação do punido.
§ 2º A interposição de recurso disciplinar interrompe a Artigo 50 ........, na 5ª linha: onde se lê: devendo se ne-
prescrição da punibilidade até a solução final do recurso. cessário, desde logo, leia-se: devendo, se necessário, ser,
desde logo.
Artigo 86 Para os efeitos deste Regulamento, conside-
ra-se Comandante de Unidade o oficial que estiver exer-
cendo funções privativas dos postos de coronel e de te-
nente-coronel. I-7-PM INSTRUÇÕES PARA
Parágrafo único As expressões diretor, corregedor e
CORRESPONDÊNCIA NA POLÍCIA MILITAR,
chefe têm o mesmo significado de Comandante de Uni-
dade.
PUBLICADAS NO BOL G PM 169/06 E
Artigo 87 Aplicam-se, supletivamente, ao Conselho de ALTERAÇÕES POSTERIORES;
Disciplina as disposições do Código de Processo Penal Mi-
litar.
Artigo 88 O Comandante Geral baixará instruções INSTRUÇÕES PARA CORRESPONDÊNCIA NA POLÍCIA
complementares, necessárias à interpretação, orientação e MILITAR
fiel aplicação do disposto neste Regulamento.
Artigo 89 Esta lei complementar entra em vigor na data CAPÍTULO I
de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Das Finalidades
Artigo 82 A autoridade instauradora, na sua decisão,
considerará a acusação procedente, procedente em parte Artigo 1º Estas Instruções têm por finalidade estabe-
ou improcedente, devendo propor ao Comandante Geral, lecer normas gerais para a correspondência oficial em uso
conforme o caso, a aplicação das sanções administrativas na Polícia Militar e visam sua padronização e simplificação.
cabíveis.
Parágrafo único A decisão da autoridade instauradora CAPÍTULO II
será publicada em boletim. Dos Conceitos Básicos
Artigo 83 Recebidos os autos, o Comandante Geral,
dentro do prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, fundamen- Artigo 2º Para os efeitos destas Instruções, considera-
tando seu despacho, emitirá a decisão final sobre o Conse- -se correspondência oficial todos os meios de comunica-
lho, que será publicada em boletim e transcrita nos assen- ção escrita que constituem os diversos tipos de documen-
tamentos da praça. tos, pondo em ligação duas ou mais pessoas, servidores
Retificações do D.O. de 11-3-2001 públicos ou não, que tenham a obrigação, a intenção ou o
Na Lei Complementar 893, de 9-3-2001, que institui o interesse direto na prática de atos próprios dos órgãos da
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar administração pública.

14
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Artigo 3º Correspondência policial-militar são todos os I ATESTADO documento firmado por autoridade poli-
meios de comunicação escrita que visam estabelecer uma cial-militar, na esfera de suas atribuições, por meio do qual
ligação entre militares, ou entre estes e civis ou autoridades afirma a veracidade de certo ato ou fato de que tenha co-
públicas, e constituem-se em tipos de correspondência ofi- nhecimento (Anexo 1);
cial que apresentam peculiaridades específicas da vivência II CARTA ou CARTÃO documento que encerra forma
policial militar. especial de manifestação de pensamento, destinado ao
encaminhamento de assunto de cunho pessoal, em geral
CAPÍTULO III elaborado ou expedido pela autoridade por motivo social;
Da Classificação da Correspondência III CERTIDÃO documento revestido de formalidades
legais, podendo constituir-se em cópia autêntica, firmado
Artigo 4º A correspondência oficial em uso na Polícia pela autoridade policial-militar no âmbito de suas atribui-
Militar classifica-se: ções, no qual são descritos de maneira clara e precisa, os
I quanto ao TRÂNSITO: interna ou externa; fatos consignados em registros oficiais (Anexo 1);
II quanto à NATUREZA: ostensiva ou sigilosa, podendo IV DESPACHO documento redigido de forma simplifi-
esta ser secreta, confidencial ou reservada; cada e sucinta, que solicita ou determina providências ou
III quanto à TRAMITAÇÃO: normal ou urgente; complementação de documento em trânsito (Anexo 2);
IV quanto ao DESTINATÁRIO: funcional ou pessoal. V INFORMAÇÃO documento no qual são fornecidos
por solicitação, ordem ou iniciativa própria, elementos in-
CAPÍTULO IV formativos ou esclarecimentos cuja veracidade possa ser
Dos Conceitos Específicos comprovada ou confrontada com a realidade do assunto
abordado (Anexo 2);
Artigo 5º Correspondência policial-militar externa é a VI MEMORANDO documento elaborado de forma sim-
que tramita entre autoridades da Polícia Militar e o público plificada para uso restrito no âmbito do órgão, no qual é
externo. dada ciência de ordens, instruções, decisões, recomenda-
Artigo 6º Correspondência policial-militar interna é a ções, esclarecimentos ou informações rotineiras (Anexo 2);
que tramita no âmbito da Instituição. VII MENSAGEM documento elaborado de forma sim-
Artigo 7º Correspondência sigilosa é aquela que trata plificada para uso restrito nos canais técnicos e de Estado-
de assuntos que, por sua natureza, devem ser de conheci- -Maior.
mento restrito e, portanto, requerem medidas especiais de VIII NOTA PARA BOLETIM documento elaborado e ex-
salvaguarda para a sua custódia e divulgação. pedido obedecendo características próprias e instruções
Parágrafo único A especificação dos assuntos classifi- específicas, destinado à publicação, extrato ou transcrição
cados nos diferentes graus de sigilo (secreto, confidencial e
de atos administrativos em Boletim Interno ou Geral (Ane-
reservado) e as normas para o seu trato estão estabelecidas
xo 16);
em legislação específica, relacionada na bibliografia destas
IX OFÍCIO documento destinado a tramitar entre as au-
Instruções.
toridades da Instituição e entre estas e o público externo,
Artigo 9º Correspondência normal é a que tem sua tra-
no qual são fornecidos por solicitação ou iniciativa própria,
mitação realizada de forma habitual, dentro da realidade,
elementos informativos ou esclarecimentos cuja veracida-
das características e das rotinas do órgão onde deva ser
de possa ser comprovada ou confrontada com a realidade
processada.
do assunto abordado (Anexo 2);
Artigo 10 Correspondência urgente é a que, em face da
natureza do assunto, considerado indispensável ou impres- X ORDEM DE SERVIÇO documento por meio do qual
cindível, tem tratamento preferencial sobre a correspon- a autoridade policial-militar competente determina a seus
dência normal, exigindo que sua tramitação se faça com subordinados a adoção de providências de seus misteres
rapidez e no menor prazo possível. ou a execução de atividades ou serviços (Anexo 2);
Artigo 11 Correspondência funcional é a destinada ao XI PARTE documento por meio do qual o policial-mili-
conhecimento da pessoa ou autoridade que esteja no exer- tar comunica, relata ou informa atos ou fatos, ou solicita a
cício, efetivo ou interino, do cargo ou função do órgão des- adoção de providências à autoridade policial-militar a que
tinatário ou respondendo pelo cargo ou função. estiver diretamente subordinado (Anexo 2);
Artigo 12 Correspondência pessoal é a que, por estar XII REQUERIMENTO documento por meio do qual o
indicando o nome da pessoa a quem se destina, deve ser do signatário solicita à autoridade policial-militar competente,
conhecimento restrito ou exclusivo desta, cujo nome cons- observadas as formalidades legais, a satisfação de alguma
tará no envelope e no cabeçalho do documento elaborado. pretensão ou o reconhecimento de um direito (Anexo 3).
Artigo 14 Obedecerão normas e instruções próprias os
CAPÍTULO V seguintes documentos:
Do Tipo e da Conceituação de Documentos I apostilas; II atas;
III atos;
Artigo 13 Os documentos comumente utilizados na IV boletins;
correspondência oficial da Polícia Militar são denomina- V boletins de ocorrências;
dos de: VI contratos e licitações;

15
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

VII convênios; Artigo 20 Compete ao comandante, diretor ou chefe


VIII documentos de Estado-Maior; I de OPM, no âmbito de suas atribuições, fixar prazo para
X editais; a adoção das providências solicitadas ou determinadas,
X escalas de serviço; desde que este não esteja estipulado na correspondência
XI publicações policiais-militares; recebida ou em legislação pertinente ao assunto.
XII outros, de acordo com a necessidade e não espe- Artigo 21 A contagem do prazo tem início com o regis-
cificados. tro de entrada da correspondência na OPM e término no
ato de sua expedição.
CAPÍTULO VI Artigo 22 O prazo poderá ser ampliado quando o as-
Do Fluxo da Correspondência sunto exigir maior tempo para ser estudado, mediante es-
tipulação expressa no próprio texto da correspondência ou
Artigo 15 A correspondência interna na Instituição tra- quando solicitado pelo interessado.
mitará pelos seguintes canais de comunicação: Artigo 23 Na tramitação de correspondência classifi-
I canal de comando via de tramitação de correspon- cada como urgente, sempre que possível, far-se-á uso dos
dência interna que permite a ligação entre autoridades da meios de telecomunicações disponíveis na Instituição (te-
Polícia Militar, observada a cadeia de comando; lefone, rádio, “fac-símile”, “e-mail”, etc.).
II canal técnico via de tramitação de correspondência
interna que permite a ligação entre autoridades dos sis- CAPÍTULO VIII
temas de administração, em razão do assunto técnico es- Das Regras de Redação
pecífico, entre si ou com as demais autoridades da Polícia
Militar; Artigo 24 A redação da correspondência policial-mi-
III canal de estado-maior via de tramitação de corres- litar deve ser clara, sóbria, precisa e concisa, utilizando-se
pondência interna que permite a ligação entre autoridades linguagem corrente tão completa quanto possível, desta-
integrantes de Estados-Maiores. cando-se os seguintes aspectos:
§ 1º A tramitação de correspondência por meio dos ca- I clareza: necessária ao seu perfeito entendimento;
nais referidos neste artigo obedecerá às normas previstas II sobriedade: redação simples, sem ser vulgar;
nos Regulamentos e Manuais de Comando e Estado-Maior. III precisão: emprego exato dos vocábulos para evitar
§ 2º A utilização dos canais técnicos ou de Estado- diferentes interpretações;
-Maior importará na ligação direta, em ambos os sentidos, IV concisão: a redação deve ater-se a fatos, eliminan-
do-se aspectos subjetivos.
entre as autoridades interessadas.
Artigo 25 Todas as decisões devem ser fundamentadas
Artigo 16 Compete a cada comandante, diretor ou che-
com suas razões de fato e de direito, indicando com clareza
fe regular, na esfera de suas atribuições, o fluxo da cor-
o seu caráter afirmativo ou negativo, evitando-se expres-
respondência, com o objetivo de, sempre que possível,
sões redundantes ou evasivas.
simplificar e racionalizar a rotina de trabalho, observado o
Artigo 26 Na correspondência com autoridades es-
disposto no parágrafo 1º do artigo anterior.
trangeiras, usar-se-á o idioma Português, devendo, quan-
Parágrafo único Para atender ao disposto neste arti-
do possível, fazê-la acompanhar de versão do respectivo
go, poderão ser emitidos despachos manuscritos nos do-
idioma do destinatário, realizada por tradutor habilitado.
cumentos em trânsito, os quais serão redigidos de forma
Artigo 27 Na correspondência que só deva tramitar na
simplificada e sucinta, determinando ou solicitando pro- Instituição e nas Forças Armadas dispensam-se as fórmu-
vidências ou complementação de dados ou informações las de pura cortesia e outras cuja ausência, não denotando
imprescindíveis à resolução do assunto. desatenção pessoal, tornam mais simples e sucinta a ex-
Artigo 17 A correspondência classificada como urgente posição.
deverá, sempre que possível, ser encaminhada diretamente
à autoridade responsável pela sua solução, dando-se ciên- CAPÍTULO IX
cia, concomitantemente, aos demais órgãos interessados. Do Tratamento
Artigo 18 A cópia de correspondência, expedida para
simples conhecimento e que não demande nenhuma ou- Artigo 28 O tratamento usado na correspondência po-
tra providência, deverá conter o carimbo “PARA CONHECI- licial-
MENTO”, carimbado ou impresso (Anexo 12). -militar é o da terceira pessoa, sendo empregados os
pronomes
CAPÍTULO VII Vossa Senhoria (V. S.ª), Senhora (Sr.ª) e Senhor (Sr.).
Dos Prazos § 1º Utilizar-se-á o tratamento de Vossa Excelência ou
Excelentíssimo Senhor quando a correspondência se des-
Artigo 19 O prazo para a tramitação da correspondên- tinar às autoridades que, de acordo com a legislação em
cia na Polícia Militar varia em decorrência da urgência e da vigor, a essas formas tenham direito.
complexidade dos assuntos tratados, conforme dispõem § 2º Em se tratando de correspondência externa, a ex-
os artigos 9º e 10 destas Instruções. pressão de tratamento será escrita por extenso.

16
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 3º As autoridades eclesiásticas serão tratadas de: VII a indicação prevista no inciso anterior terá margem
1. “Vossa Eminência” para os cardeais; superior de 2 espaços verticais e deverá terminar no alinha-
2. “Vossa Excelência Reverendíssima” para os arcebis- mento previsto para a margem direita (Anexo 4);
pos e bispos; VIII a continuação do texto, nas folhas de continuação
3. “Vossa Reverência” para os demais eclesiásticos. do documento, será iniciada a dois espaços verticais abaixo
§ 4º As autoridades não referidas nos parágrafos ante- da indicação de que trata o inciso anterior (Anexo 4);
riores, se civis, receberão o tratamento de Ilustríssimo Se- IX o verso dos documentos de que tratam estas ins-
nhor; se militares, de Senhor (Sr.). truções não deve ser utilizado para continuação do texto;
§ 5º Em se tratando de Juiz de Direito, utilizar-se-á o X o verso da folha única ou da última do documento
termo Meritíssimo (a) antes da palavra Juiz (a), sem prejuízo poderá ser utilizada para os despachos manuscritos ou ca-
do tratamento de Excelentíssimo (a) a que tem direito. rimbos, apostos em ordem cronológica;
Artigo 29 Nas referências às autoridades no texto da XI os impressos utilizados na correspondência da Polí-
correspondência emprega-se apenas o título do cargo ou cia Militar serão, sempre que possível, de cor branca para
função. a primeira via dos documentos, podendo ter cor diferente
Parágrafo único O título de representante diplomático para as demais; terão também cores diferentes os impres-
deve seguir-se ao nome pessoal. sos específicos de EM, os envelopes de processo ou de cor-
respondência volumosa, bem como os formulários desen-
CAPÍTULO X volvidos de acordo com as regras contidas nas Instruções
Das Regras de Apresentação e Cabeçalho para os Impressos Policiais-Militares (I-11-PM);
XII as dimensões dos impressos oficiais serão estabele-
Artigo 30 Constará no cabeçalho dos documentos, cidas pela Diretoria de Telemática, considerando-se, inclu-
abaixo do Brasão do Estado, na correspondência interna e sive, a utilização em impressoras;
externa, o endereço eletrônico da página da Polícia Militar XIII as folhas de documentos da correspondência se-
na Internet e o endereço de “e-mail” da OPM, com fonte rão confeccionados nos impressos citados no caput ou em
“Times New Roman”, de tamanho 8 (oito), (Anexos 1, 2, 4, tamanho A4.
Parágrafo único Nos documentos manuscritos utilizar-
6, 7, 8, 9, 10, 11, 14 e 15).
-se-á folha de papel almaço adaptando, no que couber, a
Parágrafo único Na correspondência externa, abaixo
definição referente à máquina de escrever.
do endereço de “e-mail” constará o endereço e telefone
Artigo 32 A forma do cabeçalho varia conforme a es-
da OPM responsável pela confecção do documento, com
pécie do documento, devendo a sua redação obedecer às
fonte “Times New Roman”, de tamanho 8 (oito).
seguintes regras para elaboração de documentos com má-
quinas de escrever, salvo as peculiaridades constantes nos
SEÇÃO I respectivos anexos a estas Instruções:
Dos Documentos Elaborados em Máquinas de Es- I primeira linha SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓ-
crever CIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA, já impressa;
II segunda linha POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO
Artigo 31 A correspondência policial-militar deve ser PAULO, já impressa;
apresentada de forma estética, utilizando-se os impressos III terceira linha o nome da localidade (município, sepa-
PM C-35, 36 e 37, obedecendo às seguintes regras para rado por vírgula do dia, mês (por extenso) e ano em que o
elaboração de documentos com máquinas de escrever documento foi elaborado) e ponto final;
(Anexo 4): IV quarta linha a designação do tipo do documento em
I o entrelinhamento (espaço vertical entre as linhas) letras maiúsculas, seguindo-se-lhe:
deverá ser de 5 (cinco) mm, no mínimo, e de 8 (oito) mm, a) a abreviatura de número maiúscula;
no máximo, o que corresponde, normalmente, ao espaço 2 b) a sigla da OPM, que deverá ser aquela estabelecida
(dois) nas máquinas manuais e elétricas; na legislação vigente sem indicação de sinal gráfico (hífen,
II a margem esquerda deverá observar o limite de um barra inclinada, etc.), seguida de hífen;
espaço horizontal da linha impressa na margem esquerda. c) o número do documento separado por barra;
Caso inexista, a 3 (três) cm ou 13 (treze) espaços horizontais; d) o prefixo numérico do órgão elaborador separado
III a margem direita deverá estar a um espaço horizon- por barra;
tal da linha de margem direita impressa. Caso inexista, a 1,5 e) os dois últimos algarismos do ano;
(um e meio) cm ou 6 (seis) espaços horizontais; f) a palavra CIRCULAR, quando for o caso, separado do
IV para a margem inferior deverá ser observado o limi- ano por hífen e sem ponto final;
te de 3 (três) cm ou 5 (cinco) espaços verticais; V quinta linha a palavra “Do”, seguida do cargo do sig-
V o documento será datilografado utilizando-se fita natário e da denominação da OPM remetente, abreviada-
preta ou azul; mente na correspondência interna, e por extenso na exter-
VI nos documentos em que o texto, pela sua extensão, na, sem ponto final. Deve-se evitar a redundância (Coman-
não couber na primeira folha, serão as demais numeradas, dante do Comando, Diretor da Diretoria) (Anexo 17);
sucessivamente, no canto superior direito e conterão ape- VI sexta linha a palavra “Ao”, seguida da expressão de
nas esta indicação após a abreviatura do vocábulo folha tratamento adequada, da denominação do cargo do des-
“fl.” (Anexo 4); tinatário e do nome da organização a que é dirigido o

17
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

documento, abreviadamente na correspondência interna, SEÇÃO II


e por extenso na externa, e ponto final. Deve-se evitar a Dos Documentos Elaborados em Editores de Texto
redundância (Comandante do Comando, Diretor da Dire-
toria) (Anexo 17); Artigo 33 A correspondência policial-militar deve ser
VII sétima linha a palavra “Assunto”, seguida de dois apresentada de forma estética, utilizando-se o papel A4,
pontos e de um breve resumo, tão exato quanto possível, obedecendo as seguintes regras para elaboração de docu-
do que se trata, iniciando com letra maiúscula e terminan- mentos em editores de textos (Anexo 2):
do com ponto final; VIII oitava linha quando for o caso, a I o entrelinhamento (espaço vertical entre as linhas)
palavra “Referência”, seguida de dois pontos e da menção será de 1,5 (um e meio);
à peça ou documento que se quer referenciar terminando II a margem superior será de 20 (vinte) mm;
com um ponto final: III a margem inferior será de 17 (dezessete) mm;
a) sempre que possível deverão ser citados o tipo, o IV a margem esquerda será de 30 (trinta) mm;
número, a classificação e a data da correspondência refe- V a margem direita será de 15 (quinze) mm;
renciada; VI o cabeçalho ficará à 11 (onze) mm do Brasão;
b) quando houver mais de uma referência, estas de- VII o rodapé ficará à 9 (nove) mm;
vem ser colocadas em ordem cronológica e designadas por
VIII o documento será, sempre que possível, impresso
números, seguido do sinal de fechar parêntese e ponto e
com tinta preta ou azul;
vírgula ao final da indicação, não devendo ser colocada a
IX nos documentos em que o texto, pela sua extensão,
conjunção aditiva ‘e’ após o penúltimo documento referen-
não couber na primeira folha, serão as demais numeradas,
ciado;
IX nona linha quando for o caso, a palavra “Anexo”, sucessivamente, no canto superior direito e conterão ape-
seguida de dois pontos e da menção da correspondência nas esta indicação após a abreviatura do vocábulo folha
anexada, devendo ser especificado o tipo, o número, a clas- “fl.” (Anexo 2);
sificação e a data da correspondência anexada; X a indicação prevista no inciso anterior terá margem
a) quando houver mais de uma correspondência, estas superior de 11 (onze) mm e deverá terminar no alinhamen-
devem ser colocadas em ordem cronológica e designadas to previsto para a margem direita (Anexo 2);
por números, seguidos do sinal de fechar parêntese e pon- XI a continuação do texto, nas folhas de continuação
to e vírgula ao final da indicação, não devendo ser colocada do documento, será iniciada com observância das medidas
a conjunção aditiva ‘e’ após o penúltimo documento rela- estabelecidas no inciso II (Anexo 2);
cionado ao anexo; XII o verso dos documentos oficiais não deve ser utili-
X décima linha quando for o caso, a palavra “Interes- zado para continuação do texto;
sado”, seguida de dois pontos e a menção do posto ou XIII o verso da folha única ou da última do documento
graduação, Registro Estatístico (RE), nome, apenas com as poderá ser utilizado para os despachos manuscritos ou ca-
iniciais em letras maiúsculas, e OPM do policial militar que rimbos, apostos em ordem cronológica;
será diretamente afetado pelas decisões tomadas a partir XIV o BRASÃO DO ESTADO será impresso em preto,
de tal documentação; no canto superior esquerdo da página a 20 (vinte) mm da
a) quando houver mais de um interessado acrescen- borda superior e a 17 (dezessete) mm da borda lateral es-
tar-se-á, após a qualificação do mais antigo, a frase “e ou- querda, com as medidas de 26 (vinte e seis) mm de largura
tro(s)”. e 30 (trinta) mm de altura;
§ 1º Anexo é o documento apresentado juntamente XV nos cartões ou cartas o BRASÃO DO ESTADO, será
com o documento elaborado no próprio órgão ou pelo in- impresso em preto, no canto superior esquerdo.
teressado que estiver prestando a informação, ou esclareci- XVI as OPM certificadas nos critérios de excelência de
mento, ou cumprindo a determinação recebida. Gestão da Polícia Militar poderão imprimir, em preto, em
§ 2º O documento relacionado como anexo deve, obri- seus documentos o selo do Prêmio Polícia Militar da Quali-
gatoriamente, estar logo após ao documento que o indica,
dade, correspondente ao grau da certificação, com as me-
de modo a integrar o processo elaborado.
didas de 15 mm de largura e 20 mm de altura, abaixo do
§ 3º Referência é a menção feita no cabeçalho indi-
Brasão e endereços da OPM, observando o período corres-
cando documento que tenha relação com a informação ou
pondente à validade da certificação.
esclarecimento prestado, ou estudo realizado, pela pessoa
ou órgão interessado. Artigo 34 A forma do cabeçalho varia conforme a es-
§ 4º O documento referenciado, sendo original e es- pécie do documento, devendo a sua redação obedecer às
sencial para o entendimento do processo, deverá integrá- seguintes regras para elaboração de documentos com edi-
-lo como documento inicial, portanto, não deverá ser rela- tor de texto (Anexo 2);
cionado ou tratado como sendo documento anexo. I primeira linha SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓ-
CIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA; com tipo de fonte Times
New Roman, de tamanho 11 (onze), negrito;
II segunda linha POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO
PAULO; com tipo de fonte Times New Roman, de tamanho
14 (quatorze), negrito;

18
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

III terceira linha o nome da localidade (município, sepa- a) quando houver mais de um interessado acrescen-
rado por vírgula do dia, mês (por extenso) e ano em que o tar-se-á, após a qualificação do mais antigo, a frase “e ou-
documento foi elaborado) e ponto final; tro(s)”.
IV quarta linha a designação do tipo do documento em § 1º A fonte utilizada na confecção do item III ao X,
letras maiúsculas, seguindo-se-lhe: deverá ser Times New Roman, tamanho 12 (doze).
a) a abreviatura de número maiúscula; § 2º O alinhamento vertical do cabeçalho é estabeleci-
b) a sigla da OPM, que deverá ser aquela estabelecida do pela primeira letra da expressão «SECRETARIA DE ESTA-
na legislação vigente sem indicação de sinal gráfico (hífen, DO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA», que deve
barra inclinada, etc.), seguida de hífen; estar grafada à 30 (trinta) mm da margem esquerda, de
c) o número do documento separado por barra; acordo com a descrição do Artigo 33.
d) o prefixo numérico do órgão elaborador separado § 3º Anexo é o documento apresentado juntamente
por barra; com o documento elaborado no próprio órgão ou pelo in-
e) os dois últimos algarismos do ano; teressado que estiver prestando a informação, ou esclareci-
f) a palavra CIRCULAR, quando for o caso, separado do mento, ou cumprindo a determinação recebida.
ano por hífen e sem ponto final; § 4º O documento relacionado como anexo deve, obri-
V quinta linha a palavra “Do”, seguida do cargo do sig- gatoriamente, estar logo após ao documento que o indica,
natário e da denominação da OPM remetente, abreviada- de modo a integrar o processo elaborado.
mente na correspondência interna e por extenso na exter- § 5º Referência é a menção feita no cabeçalho indi-
na, sem ponto final. Deve-se evitar a redundância (Coman- cando documento que tenha relação com a informação ou
dante do Comando, Diretor da Diretoria) (Anexo 17); esclarecimento prestado, ou estudo realizado, pela pessoa
VI sexta linha a palavra “Ao”, seguida da expressão de ou órgão interessado.
tratamento adequada, da denominação do cargo do des- § 6º O documento referenciado, sendo original e es-
tinatário e do nome da organização a que é dirigido o do- sencial para o entendimento do processo, deverá integrá-
cumento, abreviadamente na correspondência interna e -lo como documento inicial, portanto, não deverá ser rela-
por extenso na externa e ponto final, devendo-se evitar a cionado ou tratado como sendo documento anexo.
redundância (Comandante do Comando, Diretor da Direto-
ria) (Anexo 17); CAPÍTULO XI
VII sétima linha a palavra “Assunto”, seguida de dois Do Texto
pontos e de um breve resumo, tão exato quanto possível
do que se trata e ponto final; Artigo 35 A elaboração do texto do documento deverá
VIII oitava linha quando for o caso, a palavra “Referên-
obedecer às seguintes regras:
cia”, por extenso, seguida de dois pontos e da menção à
I o texto poderá ser desdobrado em itens, subitens e
peça que se quer referenciar e ponto final:
divisões destes, de modo que as idéias se apresentem defi-
a) sempre que possível deverão ser citados o tipo, o
nidas em cada um deles e em correlação com as anteriores
número, a classificação e a data da correspondência refe-
(Anexo 2);
renciada;
II o primeiro item deve ser destinado à exposição con-
b) quando houver mais de uma referência, estas de-
cisa e precisa do fato, apresentação do problema ou comu-
vem ser colocadas em ordem cronológica e designadas por
nicação de uma situação existente;
números, seguido do sinal de fechar parêntese e ponto e
vírgula ao final da indicação, não devendo ser colocada a III os textos terão itens numerados em algarismos ará-
conjunção aditiva ‘e’ após o penúltimo documento referen- bicos, seguidos de ponto e espaço em branco, após o que
ciado”. será grafada a primeira letra da linha, em letra maiúscula,
IX nona linha quando for o caso, a palavra “Anexo”, sendo facultativo o uso dessa numeração para documentos
seguida de dois pontos e da menção da correspondên- externos à Instituição:
cia anexada, devendo ser especificado o tipo, o número, a a) quando o item for único dispensa-se a numeração;
classificação e a data da correspondência anexada e ponto porém, se o item único for composto de vários subitens,
final: então receberá o numero 1.
a) quando houver mais de uma correspondência, estas IV os subitens serão designados por dois algarismos
devem ser colocadas em ordem cronológica e designadas arábicos, sendo o primeiro igual ao do item a que está vin-
por números, seguidos do sinal de fechar parêntese e pon- culado, seguido de ponto e do segundo algarismo arábico
to e vírgula ao final da indicação, não devendo ser colocada que indicará o número do subitem, seguido de ponto e
a conjunção aditiva ‘e’ após a menção do penúltimo docu- espaço em branco;
mento anexado; V a primeira divisão do subitem será designada por
X décima linha quando for o caso, a palavra “Interes- três algarismos arábicos, sendo os dois primeiros, respecti-
sado”, seguida de dois pontos e a menção do posto ou vamente iguais ao do item e do subitem a que estão vincu-
graduação, Registro Estatístico (RE), nome, apenas com as lados, conforme descrito no item anterior, seguido de pon-
iniciais em letras maiúsculas, e OPM do policial militar que to e do terceiro algarismo arábico, que indicará o número
será diretamente afetado pelas decisões tomadas a partir dessa primeira divisão a que refere, seguido de ponto e
de tal documentação: espaço em branco;

19
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

VI a segunda divisão do subitem será designada por I a assinatura será aposta à distância equivalente a 2
quatro algarismos arábicos, sendo os três primeiros, res- (dois) espaços verticais da última linha do texto;
pectivamente iguais ao do item, do subitem e da primeira II a assinatura deverá situar-se na metade direita do
divisão a que estão vinculados, conforme descrito no item documento;
anterior, seguido de ponto e do quarto algarismo arábico, III sob a assinatura deverá ser grafado, em letras maiús-
que indicará o número dessa segunda divisão a que se re- culas, o nome do signatário, em uma linha; em outra, logo
fere, seguindo de ponto e espaço em branco; abaixo, a abreviatura do posto ou graduação, seguida da
VII a terceira divisão do subitem será designada por função ou cargo por extenso, sem citação da OPM;
cinco algarismos arábicos, sendo os quatro primeiros, res- IV nas correspondências manuscritas, poder-se-á usar
pectivamente iguais ao do item, do subitem, da primeira e o carimbo com o nome completo e função ou cargo do
da segunda divisão a que estão vinculados, conforme des- signatário;
crito no item anterior, seguido de ponto e do quinto alga- V quando o substituto assumir interinamente as fun-
rismo arábico, que indicará o número dessa terceira divisão ções de comandante, diretor ou chefe, o seu nome será
a que se refere, seguindo de ponto e espaço em branco; escrito em letras maiúsculas, em uma linha; em outra, logo
VIII os subitens e divisões de subitens terão seus textos abaixo, as abreviaturas do seu posto e da função ou cargo
iniciados com letras minúsculas; que substitui, seguida da expressão “Interino”;
IX a letra inicial da primeira linha dos itens, subitens e
VI a assinatura deverá ser feita utilizando-se caneta
suas divisões, deverá ser grafada após o ponto e espaço em
com tinta de cor preta ou azul.
branco existente após a numeração;
Artigo 39 Quando o substituto responder pelas fun-
X a letra inicial da segunda e demais linhas dos itens,
ções de comandante, diretor ou chefe, o seu nome será
subitens e suas divisões deverá ser grafada na distância es-
tabelecida para a margem esquerda; escrito em letras maiúsculas em uma linha; em outra, logo
XI os textos dos subitens e divisões de subitens serão abaixo, a abreviatura do posto e a abreviatura da expressão
encerrados por ponto e vírgula (;), não devendo ser coloca- “respondendo pelo” (Resp p/), acrescidas do cargo ou da
da a conjunção aditiva “e” no penúltimo subitem e devendo função.
o último subitem ou divisão ser encerrado por um ponto. Artigo 40 Na ausência fortuita do comandante, diretor
§ 1º O tipo de fonte utilizada para a confecção do cor- ou chefe, a correspondência urgente, observado o disposto
po do documento será Times New Roman de tamanho 12, no § 1º do artigo 42, poderá ser assinada pelo substituto
devendo o primeiro item ficar 3 espaços verticais da última daquela autoridade, que lhe apresentará na primeira opor-
linha do cabeçalho nos documentos elaborados nos edito- tunidade cópia do respectivo documento, com observância
res de textos. das seguintes regras:
§ 2º Nos documentos elaborados a máquina de escre- I empregar-se-á a expressão “No impedimento de”,
ver ficará a 4 espaços verticais da última linha do cabeçalho manuscrita no local em que deveria assinar a autoridade
(Anexo 4). titular do cargo ou função;
§ 3º A citação literal de texto de obras, decisões ou II a assinatura do substituto deverá situar-se na metade
pareceres que ultrapasse 3 linhas será feita, sem aspas, uti- direita do documento e será aposta a distância equivalente
lizando a fonte “Times New Roman”, de tamanho 11, e à a 2 (dois) espaços verticais da última linha com os dados da
distancia de 40 mm da margem esquerda. autoridade titular e do cargo;
§ 4º Quando a citação literal for de até três linhas será III sob a assinatura deverá ser grafado, em letras maiús-
disposta sequencialmente no texto, entre aspas, na mesma culas, o nome do substituto, em uma linha; em outra, logo
fonte, “Times New Roman” de tamanho 12. abaixo a abreviatura do posto, seguida da função ou cargo
§ 5º No rodapé haverá a inscrição ‘Nós, Policiais Mili- por extenso, sem citação da OPM; ou ainda, admitir-se-á
tares, estamos compromissados com a Defesa da Vida, da a utilização de carimbo ou manuscrito em letra de forma.
Integridade Física e da Dignidade da Pessoa Humana.’, com Artigo 41 No documento que tiver mais de uma fo-
fonte “Times New Roman”, de tamanho 8, em negrito, itáli- lha, o signatário deverá lançar rubricas no ângulo superior
co, centralizado, entre aspas e sob um traço, sendo inserida
direito de cada uma, a exceção da última, que conterá o
apenas na última folha (Anexo 1).
fecho e a assinatura.
Parágrafo único A assinatura ou despacho do signatá-
CAPÍTULO XII
rio não pode estar em folha que não contenha pelo menos
Do Fecho e Assinatura
parte do conteúdo do documento.
Artigo 36 A correspondência, em todos os escalões, é
da responsabilidade dos respectivos comandantes, direto- CAPÍTULO XIII
res ou chefes e deve por eles ser assinada. Da Delegação
Artigo 37 A correspondência dirigida a autoridades
externas deverá conter frase de cortesia, respeitando, em Artigo 42 Os comandantes, diretores ou chefes de
cada caso, as regras previstas no Cerimonial Público. OPM poderão delegar a Oficiais subordinados atribuições
Artigo 38 O fecho dos documentos deverá obedecer às relativas à prática de atos de expediente que originaria-
seguintes regras: mente lhes competiam.

20
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º Não será objeto de delegação de competência a Artigo 48 O emprego de data deverá obedecer às se-
expedição de documentos relativos a assuntos doutriná- guintes regras:
rios, de política do órgão, de justiça e disciplina e outros I o nome dos meses será abreviado com as três primei-
que impliquem tomada de posição ou decisão, bem como ras letras, todas maiúsculas;
os que devam ser remetidos a autoridade superior do de- II o ano será representado pelos algarismos da dezena
legante ou de natureza pessoal. e unidade;
§ 2º Toda a delegação de competência deverá ser for- III o dia será representado por dois algarismos;
malizada em documento próprio do órgão, no qual se de- IV a data será escrita na seguinte ordem: dia, mês e
fina com precisão o que e a quem deve ser delegado, pu- ano;
blicando-se sempre que possível o ato em boletim interno. V a hora será indicada utilizando-se número de 4 (qua-
§ 3º O documento expedido por delegação produzirá tro) algarismos, dos quais os dois primeiros correspondem
os efeitos decorrentes como se emanado da própria auto- às horas e os dois últimos aos minutos;
ridade delegante, e quando der lugar a qualquer resposta VI o grupo data-hora deve ser escrito da seguinte ma-
ou solução, esta será dirigida à autoridade responsável pela neira: 060830JUN02 (dia seis, oito horas e trinta minutos,
delegação. junho do ano de 2002).
§ 4º Deverá ser utilizada a forma inicial «Incumbiu-me o Parágrafo único No texto da documentação externa a
. ..(comandante, diretor ou chefe) . . . de solicitar de V.S.ª.....” indicação de datas será feita por extenso e na documenta-
§ 5º O documento será assinado pela autoridade de- ção interna a essa indicação será pelo grupo data ou data-
legada naforma prevista nos incisos I, II e III do artigo 38 -hora, conforme o caso.
destas Instruções.
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XIV Da Numeração
Das Abreviaturas
Artigo 49 Os documentos são identificados pelo con-
Artigo 43 Abreviaturas são representações reduzidas junto de caracteres estabelecidos nas alíneas do inciso IV
de uma palavra ou expressão e devem obedecer às regras dos artigos 32 e 34 destas Instruções:
ortográficas estabelecidas para a Língua Portuguesa. Parágrafo único A sigla da OPM deverá ser grafada de
Parágrafo único As abreviaturas militares não se flexio- conformidade com a que estiver estabelecida na legisla-
nam ção vigente, com supressão da denominação própria pelas
no plural e serão grafadas sem pontos. OPM que a possuírem.
Artigo 44 Siglas são abreviaturas formadas pelas letras Artigo 50 A numeração do documento obedece às se-
iniciais das palavras de um nome ou título. Devem obede- guintes regras:
cer às seguintes regras de emprego: I cada tipo de documento do órgão (OFÍCIO, INFOR-
I são grafadas sem pontos, não se flexionando no plu- MAÇÃO, PARTE etc.) recebe uma numeração;
ral; II a numeração segue a ordem crescente dos números
II utilizam-se letras maiúsculas se compostas unica- naturais.
mente das iniciais dos nomes dos órgãos; Artigo 51 O prefixo numérico identificador da fração
III apenas a inicial será grafada maiúscula se compostas ou subfração da OPM é fixado pelos comandantes, dire-
por outras letras dos nomes dos órgãos. tores ou chefes e conterá dois ou três algarismos, sendo
Artigo 45 Na correspondência da Polícia Militar empre- vedada a utilização de letras.
gar--se-ão as abreviaturas e siglas constantes: Artigo 52 A numeração de processos que tramitarem
I no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa; pelo Protocolo Geral será procedida pela Seção de Correio
II nas leis, decretos e resoluções; e Arquivo do DSA/CG, obedecendo-se as regras dos arti-
III nos regulamentos e manuais. gos 62, § 2º; 77 e 78.
Parágrafo único Impõem-se aos policiais militares, em
todos os níveis hierárquicos, utilizarem-se das abreviaturas CAPÍTULO XVI
e siglas em conformidade com as indicações constantes Das Cópias
das leis, decretos e demais atos normativos expedidos pe-
las autoridades competentes (Anexo 17). Artigo 53 De toda correspondência expedida dever-se-
Artigo 46 As abreviaturas e siglas podem ser empre- -á tirar cópia a carbono de cor preta ou azul, ou reprográ-
gadas livremente no texto da correspondência interna ou fica, ou impressão de 2a via destinada ao arquivo da OPM.
com outras Polícias Militares, Bombeiros Militares e com as Artigo 54 Pode-se enviar cópia dos expedientes às au-
Forças Armadas. toridades que, embora não sendo as destinatárias, tenham
Artigo 47 É vedado o uso de abreviaturas na corres- interesse direto no assunto neles tratados.
pondência externa podendo, entretanto, empregarem-se Parágrafo único Neste caso, a cópia deverá conter a
as siglas, desde que, na primeira vez em que forem utili- expressão PARA CONHECIMENTO, datilografada, impressa
zadas, venham precedidas de seu significado por extenso. ou carimbada no alto da folha.

21
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Artigo 55 Ao lado esquerdo, 2 (dois) espaços abaixo da § 3º Os requerimentos não devem receber carimbos ou
assinatura, deve ser grafada a palavra DISTRIBUIÇÃO, onde despachos dos órgãos, no espaço compreendido entre a
serão indicados os destinatários que devem recebê-las e a última linha do cabeçalho e o texto.
quantidade de cópias remetidas a cada um (Anexo 5). Artigo 63 A correspondência que tramitar pelos ór-
§ 1º Nessa indicação devem constar todas as cópias, gãos de Direção e entre os Comandos de Policiamento e
incluindo as destinadas a arquivo, para conhecimento e de Bombeiros, mesmo aquela trazida em mão, deverá ser
distribuição interna. protocolada pela Seção de Correio e Arquivo do DSA/CG.
§ 2º No caso de documento destinado a autoridade Artigo 64 Todos os órgãos deverão designar pessoas
estranha à Instituição, a relação das cópias não constará do em sua organização para o trato de documentos, visando o
documento a ela expedido. recebimento, controle, registro, expedição e arquivo.
Artigo 56 Na correspondência designada como “CIR- § 1º A correspondência permanecerá com essas pes-
CULAR”, a relação de difusão só integrará a cópia, sendo soas apenas o tempo necessário para o seu registro.
vedado para tal indicação o uso de colagem para definir os § 2º A correspondência URGENTE terá precedência
destinatários. para registro e andamento imediato.
Artigo 57 Os ofícios e outros documentos circulares, § 3º Os recibos, após preenchidos e assinados pelo
exceto os documentos de Estado-Maior, reproduzidos por destinatário, serão devolvidos à autoridade expedidora.
qualquer processo de cópia, deverão ter assinatura de pró- Artigo 65 A correspondência expedida por meio de
prio punho do signatário quando tal correspondência for serviço postal deve ser relacionada e entregue à agência
dirigida à autoridade de posto superior ao do signatário. local da empresa utilizada, atendendo à sistemática por ela
Artigo 58 A autoridade signatária da correspondência, estabelecida.
quando comandante, diretor ou chefe de OPM, ressalva- Artigo 66 Em todo órgão haverá um arquivo onde será
das as disposições do artigo 57, poderá limitar-se a assinar guardada, ao término de sua tramitação, a correspondên-
apenas os originais dos documentos, delegando compe- cia oficial que lhe disser respeito.
tência para a rubrica das cópias e anexos a uma ou mais § 1º Os documentos serão arquivados na sede do des-
autoridades subordinadas. tinatário ou da autoridade que emitir o despacho final.
Artigo 59 As cópias que não estejam acompanhadas § 2º Os processos registrados no Protocolo Geral, exce-
dos correspondentes anexos ao documento, terão este fato to os que tenham regulamentação própria, serão arquiva-
indicado com a expressão SEM ANEXOS, grafada entre pa- dos na Seção de Correio e Arquivo Geral do DSA/CG.
rênteses, após a indicação do destino da cópia correspon- Artigo 67 Para o arquivamento, a correspondência de-
dente (Anexo 5). verá conter o despacho final decisório, indicando a solução
Artigo 60 As cópias de correspondência podem ser: adotada antes desse ato, seguida da expressão ARQUIVE-
I simples quando reproduzidas por qualquer meio de -SE em letras maiúsculas.
copiagem, eletrônica ou não, contendo o carimbo ou im- § 1º No despacho final, deverá constar a data e a as-
pressão da palavra “CÓPIA” no seu alto; sinatura
II autenticada quando reproduzida por copiagem ele- da autoridade que determinou o arquivamento.
trônica contendo o carimbo de autenticação de cópias de § 2º O responsável pelo protocolo e arquivo poderá ser
documento, datado e assinado (Anexo 12); responsabilizado pelo arquivamento de documentos sem o
III autêntica quando o documento for datilografado ou respectivo despacho.
digitado em “inteiro teor” (Anexo 6). Artigo 68 Serão responsáveis pelos danos causados
Artigo 61 O fornecimento de cópia ou informação de à Administração, as autoridades que determinarem o ar-
qualquer documento singular ou assunto pertinente ao quivamento de documentos ainda pendentes de solução
órgão, deverá ser precedido de autorização do Chefe da administrativa.
respectiva repartição a que se refere o tema. Artigo 69 As cópias dos documentos serão arquivadas
segundo os seus tipos; os documentos recebidos, segundo
CAPÍTULO XVII a natureza do assunto ou por órgão de origem.
Do Registro, Controle e Arquivo e da Destruição de § 1º O arquivo de documentos far-se-á em ordem cro-
Documentos e Processos nológica e em pastas próprias, contendo em suas lomba-
das a designação de seu tipo ou a indicação do órgão de
Artigo 62 Toda correspondência deverá ser convenien- origem.
temente registrada e controlada nos órgãos em que tra- § 2º A correspondência sigilosa terá um protocolo e
mitar. arquivo especial a cargo do Oficial de Informações ou, na
§ 1º Consiste o registro em apor no documento o ca- inexistência deste, do Oficial especialmente designado e na
rimbo de registro, que deverá conter as seguintes anota- forma estabelecida em legislação específica.
ções: número de registro, data de entrada, destino e rubri- § 3º A correspondência será conservada em móveis
ca do protocolista. adequados, sob a guarda e responsabilidade dos respec-
§ 2º O canto superior direito do documento não deve tivos detentores.
receber carimbos ou despachos dos órgãos, ficando reser- § 4º A correspondência arquivada somente poderá sair
vado para uso exclusivo da Seção de Correio e Arquivo do do arquivo mediante requisição regular ou para juntada de
DSA/CG. quaisquer documentos a ela referentes.

22
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Artigo 70 Os documentos ostensivos, não referentes a IV as folhas serão numeradas seguidamente no canto
finanças, material permanente, justiça e disciplina, instru- superior direito, em algarismos arábicos, e, logo abaixo, ru-
ção, operações e históricos, já solucionados e que dispen- bricadas pela autoridade que organizar o processo ou por
sem ulteriores consultas, poderão ser descarregados, de- quem tiver recebido delegação para fazê-lo;
corridos 1 (um) ano de seu arquivamento, obedecendo-se V os processos serão presos em dois pontos iguais e
ao seguinte: distantes 8 (oito) centímetros um do outro, equidistantes
I compete ao comandante, diretor ou chefe do órgão dos lados superior e inferior esquerdo do papel, usando-se
julgar da conveniência ou não da descarga; para tal fim colchetes de metal, sendo que as pontas serão
II documentos serão descarregados de acordo com as dobradas de maneira a ficarem cobertas pela folha inferior
disposições da legislação em vigor. da capa;
Artigo 71 A descarga dos documentos referentes a fi- VI o documento de encaminhamento de um processo,
nanças, material permanente, justiça e disciplina, depende depois de numerado e rubricado, será incluído em seu cor-
de autorização da autoridade superior, provocada pelo co- po, na ordem cronológica;
mandante, diretor ou chefe do órgão. VII cada volume de processo terá no máximo 200 (du-
Parágrafo único Os documentos descarregados deve- zentas) folhas, abrindo-se novo volume e lavrando-se os
rão ser incinerados. competentes Termos de Abertura e Encerramento, ao atin-
Artigo 72 Os documentos de natureza sigilosa serão gir este limite;
destruídos, obedecidas as precauções de segurança esta- VIII os volumes de processo só poderão tramitar con-
belecidas na legislação específica. juntamente;
Artigo 73 Os documentos que não possam ser descar- IX no Termo de Encerramento do último volume deve-
regados, após a permanência de cinco anos no arquivo do rá constar, obrigatoriamente, quantos volumes compõem
órgão, poderão ser relacionados e recolhidos ao arquivo o processo;
central da Instituição, de acordo com suas normas. X a frente das capas não poderá ser carimbada, receber
Parágrafo único Permanecerão obrigatoriamente no notas ou escritas de qualquer natureza, salvo para a indica-
arquivo da OPM, os boletins e documentos relativos a ope- ção de urgente e novos protocolos;
rações, instrução e histórico. XI o processo que receber juntada ou apensamento de
Artigo 74 Os documentos descarregados serão publi- documento catalogado pela legislação específica, deverá
obedecer, em seu trâmite, à natureza de sua classificação.
cados em Boletim Interno, procedendo-se as anotações
Artigo 79 A correspondência de tramitação interna de
nos respectivos livros de registro.
um órgão será organizada em conformidade com o dispos-
to nesta Seção e, embora também constitua um processo,
CAPÍTULO XVIII
fica facultada a colocação de capa.
Dos Processos SEÇÃO I
Do Início
SEÇÃO II
Do Fichamento dos Processos
Artigo 75 Entende-se por processo a sucessão sistemá-
tica de procedimentos em uma direção definida, que for- Artigo 80 Todo processo que se enquadrar no artigo 63
mam um conjunto de peças destinadas a instruir a decisão será fichado pela Seção de Correio e Arquivo do DSA/CG
da autoridade competente para pôr termo à questão. para efeito de controle e tramitação.
Artigo 76 O processo deve ser iniciado com o expe- Artigo 81 A ficha de controle será elaborada em fun-
diente que a ele deu origem, sendo que os demais docu- ção do número de registro e do nome do interessado ou
mentos que o instruem devem ser juntados na sequência, procedência, segundo a classificação numérica e alfabética.
com observância da ordem cronológica. Artigo 82 Quando o processo tiver que ser referencia-
Artigo 77 Toda autoridade ao receber expediente, mes- do, citar-se-á sempre o número atribuído pela Seção de
mo que uma simples parte, que tramitará nos diversos es- Correio e Arquivo do DSA/CG ou, na sua falta, o seu con-
calões da Instituição ou entre os órgãos que compõem a junto de identificação.
OPM, e nele se manifestar, dará início ao processo, obser-
vando as disposições dos §§ 3º e 4º do artigo 32, e dos §§ SEÇÃO III
5º e 6º do artigo 34. Da Correspondência Referenciada
Artigo 78 Toda correspondência policial-militar que se
constituir num processo deverá obedecer ao seguinte: Artigo 83 A correspondência que se referir a processo
I o órgão cuja autoridade primeiro se manifestar no anterior, versando sobre o mesmo assunto, não constituirá
documento dará início ao processo, que receberá capa, novo processo, devendo ser juntada ao já existente.
conforme formulário PM C-3, devendo ser preenchidos os § 1º A correspondência de outros órgãos públicos será
itens referentes ao interessado, procedência e assunto; apensada ao processo e, quando solucionado o assunto,
II a folha número 1 (um) constituirá a capa do processo; será desapensada e restituída, conforme o caso, à reparti-
III os documentos serão colocados em ordem crono- ção de origem, lavrando-se termo deste ato.
lógica crescente, respeitando a ordem do documento mo- § 2º As informações que forem prestadas no processo
tivador; serão anexadas, por cópia, à correspondência apensa.

23
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

SEÇÃO IV § 2º A autenticação de cópia por servidor será feita me-


Da Instrução do Processo diante cotejo da cópia com o original pelo próprio servidor
a quem o documento deva ser apresentado.
Artigo 84 Os documentos que se fizerem necessários § 3º A transcrição em órgão oficial deverá ser juntada
à instrução do processo serão datilografados ou digitados, em páginas inteiras, podendo ser apresentada cópia auten-
salvo motivo de força maior plenamente justificável. ticada, nos termos do § 1º, ou a ser autenticada, nos termos
Parágrafo único Os documentos de informações sub- do § 2º deste artigo.
sidiárias juntados aos processos de outros órgãos públicos Artigo 95 A exigência da juntada de documento origi-
serão desapensados pelo órgão responsável pela provi- nal restringe-se aos casos expressamente previstos em lei.
dência solicitada, no ato de devolução. Artigo 96 O desentranhamento de documentos só po-
Artigo 85 Todas as referências feitas a documentos derá ser feito após o despacho final e mediante ordem da
constantes de um processo devem indicar o número da fo- autoridade competente, expressa no corpo do processo
lha respectiva. (Anexo 8).
Artigo 86 A correspondência que instruir um processo Artigo 97 Da juntada e desentranhamento de docu-
limitar-se-á ao seu assunto e quando fizer menção à legis- mentos lavrar-se-ão os termos constantes nos Anexos 7 e
lação, ou outro documento, será instruída com a transcri- 8, respectivamente.
ção do texto invocado ou cópia deste. Artigo 98 Os documentos indispensáveis ao processo
Artigo 87 Será obrigatória a total utilização da folha não serão, em regra, desentranhados, cabendo à parte in-
(frente e verso) para informações e despachos, salvo quan- teressada requerê-los por certidão ou cópia.
do ocorrer prejuízos à clareza do texto. Parágrafo único A certidão ou cópia, se convier, poderá
Artigo 88 Caso seja necessário dar-se-á destaque a de- ficar no processo, substituindo o original; nesse caso, la-
terminadas partes do texto dos documentos, devendo tal vrar-se-á o respectivo termo.
procedimento ser feito por meio de sublinhamento, evitan-
do-se a inutilização destes para fins de reprodução, como SEÇÃO VII
ocorre quando da aplicação de caneta com tinta lumines- Da Incorporação e Desincorporação de Processos
cente.
Artigo 89 Os processos com capas dilaceradas não po- Artigo 99 Entende-se por incorporação de processo a
derão circular, devendo ser sobreposta uma nova capa. juntada de um processo ao outro quando ambos versarem
Artigo 90 As retificações na capa de um processo serão sobre o mesmo assunto e o interessado for o mesmo, ob-
procedidas pelo órgão de origem. servada a ordem cronológica, prevalecendo, para todos os
Artigo 91 Os processos incompletos, ou que exijam re- efeitos, o número do processo mais antigo; extinto assim o
processo, que em outro se integra, serão suas folhas remu-
tificações, serão devolvidos aos órgãos responsáveis para
neradas e rubricadas (Anexo 9).
as devidas providências.
Artigo 100 Sob o número do processo que receber a
juntada, na capa, será posto à tinta e de maneira legível,
SEÇÃO V
separado por um traço horizontal, o número do processo
Do Fornecimento de Cópias Reprográficas e Certi-
juntado.
dões
Artigo 101 Havendo necessidade de um processo ser
desincorporado, por juntada indevida, lavrar-se-ão os ter-
Artigo 92 As cópias reprográficas e certidões referentes mos constantes no Anexo 10.
a processos serão fornecidas mediante requerimento do Parágrafo único No caso do presente artigo, a numera-
interessado, após deferimento da autoridade competente ção das folhas de ambos os processos obedecerá à ordem
e recolhimento da taxa de prestação de serviço respectivo, original.
se for o caso. Artigo 102 Da incorporação e desincorporarão de pro-
Parágrafo único O órgão responsável pela expedição cessos serão lavrados os termos constantes nos Anexos 9 e
requisitará o processo e fará entrega do requerido. 10, respectivamente.
SEÇÃO VI SEÇÃO VIII
Da Juntada e Desentranhamento de Documentos Do Apensamento e Desapensamento de Processos

Artigo 93 A juntada de documentos ao processo obe- Artigo 103 Apensamento é a união de um processo ao
decerá à ordem da data de apresentação e será precedida outro em caráter temporário (Anexo 11).
do Termo de Juntada (Anexo 7). § 1º Será feito o apensamento quando o processo
Artigo 94 A juntada de prova documental, quando de- apensado contiver matéria útil ao exame do que estiver
corrente de dispositivo legal expresso, poderá ser feita em sendo estudado.
seu original, cópia autenticada por tabelião, cópia autenti- § 2º Não se fará o apensamento quando desse ato re-
cada por militar ou servidor público ou, ainda, pela trans- sultar prejuízo para a marcha do processo que deverá ser
crição ou cópia da publicação em órgão oficial. apensado ou quando a juntada da cópia dessas peças for
§ 1º A cópia autenticada por tabelião dispensa qual- suficiente para esclarecimentos do assunto objeto de es-
quer conferência com o documento original. tudo.

24
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 3º Todas as informações prestadas no processo origi- § 1º O OFÍCIO será usado quando o documento for
nal deverão ser reproduzidas nos apensados. encaminhado a autoridade estranha à Instituição e, even-
Artigo 104 Solucionado o assunto do processo princi- tualmente, entre os órgãos.
pal os demais serão desapensados. § 2º A INFORMAÇÃO será usada para encaminhar RE-
Artigo 105 Do apensamento e desapensamento de QUERIMENTOS, ao mesmo tempo em que se prestam ele-
processos lavrar-se-ão os termos constantes no Anexo 11. mentos informativos sobre o requerido.
§ 3º A PARTE será usada para o encaminhamento de
SEÇÃO IX expediente de subordinado para superior, dentro de um
Da Requisição de Processos mesmo órgão.
§ 4º O DESPACHO será usado para o encaminhamento
Artigo 106 Quando um órgão tiver necessidade de um de expediente entre órgãos de direção, destes para os de-
processo para juntada de documentos, apensamento ou mais órgãos e de superior para subordinado, dentro de um
consulta, conservará o processo ou documento que tiver mesmo órgão.
em seu poder, requisitando o que se achar em andamento
Artigo 113 Será dispensado o encaminhamento de
ou arquivado, cuja localização será obtida por meio da Se-
correspondência por meio dos documentos mencionados
ção de Correio e Arquivo do DSA/CG.
no artigo 112 quando:
§ 1º Os processos serão requisitados e devolvidos, ob-
I não couber a determinação ou a solicitação de qual-
servando-se o disposto nos artigos 15 a 18.
§ 2º Cada requisição efetuada por meio de ofício ou quer providência na correspondência encaminhada, servin-
parte fará referência apenas a um processo. do esta apenas para conhecimento, controle e arquivo do
§ 3º O órgão que estiver de posse do processo e re- destinatário;
ceber requisição, caso não haja impedimento, remeterá o II se tratar de encaminhamento de impressos oficiais.
processo, solicitando a sua oportuna devolução, se assim Parágrafo único O encaminhamento da correspondên-
exigirem as necessidades do serviço. cia mencionada nos incisos I e II deste artigo será efetuado
Artigo 107 Nenhum processo em andamento poderá por meio de GUIA DE DOCUMENTOS.
permanecer em poder do órgão requisitante por mais de Artigo 114 Os DESPACHOS poderão ser revestidos das
5 (cinco) dias úteis, salvo se lei, decreto ou regulamento seguintes formas:
prever outro prazo. I DESPACHO: impresso próprio (PM C-36) no qual é
grafado livremente o seu texto (artigo 13, inciso IV);
SEÇÃO X II CARIMBO-DESPACHO: carimbo efetuado na conti-
Do Extravio de Processo e sua Restauração nuação ou no verso do documento, no qual o signatário
grafa a complementação do seu texto.
Artigo 108 Todo processo extraviado, ou mesmo des- Artigo 115 O encaminhamento da correspondência
truído, será obrigatoriamente restaurado, com observância interna da OPM, sempre que possível, deve ser feito me-
das seguintes normas: diante DESPACHO, por meio da aplicação de carimbo ou
I a restauração far-se-á por determinação do coman- manuscrito.
dante, diretor ou chefe do órgão interessado; Artigo 116 Os DESPACHOS podem ser:
II se existir certidão ou cópia autenticada do processo I decisório ou final quando põe termo à questão;
será uma ou outra considerada como original; II interlocutório ou parcial quando não resolve definiti-
III em existindo informações prestadas por qualquer vamente a questão;
OPM, serão requisitadas as necessárias cópias. III ordenatório quando concernente ao andamento do
Artigo 109 Localizados os autos originais durante o processo.
curso do processo de restauração, este será arquivado na
Artigo 117 Os DESPACHOS poderão ser manuscritos e
OPM restauradora.
firmados no documento ou em sua continuação.
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XX
Do Encaminhamento
Do Requerimento
Artigo 110 O recebimento de correspondência que
ensejar resposta à origem deverá ser restituído informado, Artigo 118 Os REQUERIMENTOS (Anexo 3) obedecerão
juntamente com todos os documentos originais que com- às seguintes prescrições:
ponham o protocolizado. I devem ser feitos em papel sulfite A4;
Artigo 111 Deve-se atentar para o exato encaminha- II podem ser digitados ou datilografados conforme o
mento à autoridade competente, evitando-se assim a per- Anexo 3;
da de tempo pelo encaminhamento indevido a órgãos que III é permitido o uso de modelo de requerimento im-
não tenham atribuição para manifestar-se sobre o assunto. presso, específico para determinados assuntos;
Artigo 112 O encaminhamento da correspondência IV todo REQUERIMENTO já deve sair da OPM de ori-
poderá ser feito, conforme o caso, por meio de OFÍCIO, IN- gem devidamente instruído, com as informações ou docu-
FORMAÇÃO, PARTE ou DESPACHO. mentos necessários ao seu estudo e decisão;

25
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

V o REQUERIMENTO assinado por procurador deverá Parágrafo único Não deverão ser transmitidos via fax
ser acompanhado do respectivo instrumento de mandato documentos cujo prazo para manifestação ou outras provi-
e, o assinado pelos herdeiros de pessoa falecida, por com- dências possibilita o uso normal da correspondência.
provantes dessa condição; Artigo 123 A OPM recebedora não deve utilizar a cópia
VI todo REQUERIMENTO que satisfizer as exigências recebida para instrução em processos.
legais deve ser encaminhado à autoridade que deve exarar Artigo 124 Para as cópias recebidas via fax, em papel
o despacho final, mesmo que não tenha parecer favorável termo-sensível, serão observadas as seguintes prescrições:
das autoridades intermediárias; I não devem ficar expostas ao sol, a fontes de calor,
VII constará de cabeçalho, texto e fecho; claridade ou locais úmidos;
VIII o REQUERIMENTO de civil ou inativo deverá conter II não se deve escrever ou colocar objetos pesados so-
o endereço do interessado e o número de telefone para bre eles;
facilitar a comunicação. III não devem ter contato com material adesivo (fita
Artigo 119 O cabeçalho do REQUERIMENTO constará crepe, adesiva, etc), destacador de texto, canetas com tintas
de: I primeira linha: tratamento e cargo da autoridade a luminescentes ou à base de álcool.
quem é dirigido, por extenso e em letras maiúsculas, a 4
(quatro) espaços CAPÍTULO XXII
verticais abaixo da margem superior; Do Envelopamento
II segunda linha: a palavra “OBJETO”, em letras maiús-
culas, seguida de dois pontos e da menção resumida do
Artigo 125 A correspondência deve ser envelopada
que se requer, em letras minúsculas.
quando: I for externa;
Artigo 120 O texto do REQUERIMENTO obedecerá às
seguintes regras: II for remetida por meio do serviço postal;
I deve começar a 12 (doze) espaços verticais da última III for remetida por meio de estafeta ou mensageiro; IV
linha do cabeçalho; for sigilosa.
II o tratamento é sempre o da terceira pessoa do singu- Artigo 126 A frente do envelope deve ter impresso, em
lar e a forma é a do discurso indireto; sua parte superior, o Brasão do Estado, seguido da expres-
III deverá conter nome completo do requerente, em são SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGU-
letras maiúsculas, registro estatístico, posto ou graduação, RANÇA PÚBLICA, abaixo POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE
quadro a que pertence, órgão em que se encontra ou en- SÃO PAULO.
contrava servindo, o que requer e os dispositivos legais em Artigo 127 Na frente do envelope devem ser grafados
que se julga amparado e baseia sua pretensão; os seguintes sobrescritos:
IV no caso de requerente civil deverão ser menciona- I abaixo da expressão POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE
dos o SÃO PAULO:
nome, registro de identidade, a filiação e a residência; a) a expressão URGENTE, se for o caso;
V o texto comportará itens, conforme a necessidade da b) o conjunto de identificação do documento, nos ter-
exposição, sendo que, no último item, o requerente deverá mos do artigo 49 destas Instruções;
declarar se é a primeira vez que requer e, em caso contrá- c) a expressão RESERVADO ou CONFIDENCIAL, se for
rio, o despacho dado nos requerimentos anteriores, bem o caso.
como as datas e onde está publicado; II no endereçamento:
VI quando o texto for longo, não cabendo em uma só a) a forma de tratamento;
página, serão anexadas outras folhas. b) posto ou graduação, cargo ou função do destina-
Artigo 121 O fecho dos requerimentos obedecerá às tário;
seguintes regras: c) endereço, quando for o caso;
I a localidade e a data na primeira linha e a dois espa- d) cidade e Estado;
ços e) o código de endereçamento postal, no campo cor-
verticais do final do texto;
respondente.
II a assinatura do requerente a dois espaços verticais da
III nos documentos de caráter pessoal, o nome do des-
primeira linha do fecho, por baixo da qual deve vir o nome
tinatário deve constar logo após o posto ou graduação, fi-
completo e, abaixo deste, o seu posto ou graduação ou o
registro de identidade, para os civis. cando o cargo ou a função em continuação, ou em outra
linha;
CAPÍTULO XXI IV o envelope e o documento de caráter pessoal deve-
Da Tramitação Via Fax rão também conter o termo “PESSOAL” e outros relativos à
classificação de sua natureza, se for o caso;
Artigo 122 A transmissão via fax se presta ao envio de V os envelopes classificados como pessoal somente se-
cópia de documento original para conhecimento do órgão rão abertos pelo destinatário.
interessado, de modo a possibilitar que este venha, an- Artigo 128 O verso do envelope deve ter impresso,
tecipada e imediatamente, iniciar as providências de sua em sua parte inferior, as expressões remetente e endereço,
competência, enquanto aguarda a chegada do documento bem como o campo para o código de endereçamento pos-
original (Anexo 15). tal, sendo facultativa a utilização de carimbo (Anexo 12).

26
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Parágrafo único No verso do envelope devem ser gra- Artigo 138 Estas Instruções apresentam anexos, exem-
fados: I posto, graduação, cargo ou função do remetente; plos e modelos de documentos de correspondência e de
II endereço, quando for o caso; carimbos (Anexo
III o código de endereçamento postal. 12) de uso mais frequentes na Instituição.
Artigo 129 Os documentos secretos serão encerrados Artigo 139 Compete à 1ª EM/PM o desenvolvimento
em envelopes duplos, observando-se as seguintes condi- de estudos necessários à atualização destas Instruções,
ções previstas na legislação específica: bem como a apreciação de casos omissos ou duvidosos e
I no envelope interno serão grafados o cargo ou a fun- sua remessa para publicação e disponibilização na Intranet
ção e o endereço do destinatário e, claramente marcada, a da Polícia Militar.
classificação do documento, de modo a ser visto logo que
removido o envelope externo;
II o envelope externo conterá apenas o nome, função I-21-PM INSTRUÇÕES PARA
ou cargo e endereço do destinatário, não devendo constar CONTINÊNCIAS, HONRAS, SINAIS DE
anotação que indique a classificação do conteúdo; RESPEITO E CERIMONIAL MILITAR NA
III o envelope interno será lacrado após receber o do- POLÍCIA MILITAR;
cumento acompanhado de recibo.
Artigo 130 Ao se envelopar um documento, este de-
verá ser dobrado o menos possível e o lado que contém o
texto deverá estar voltado para a parte interna da dobra e INSTRUÇÕES PARA CONTINÊNCIAS, HONRAS, SI-
não do envelope. NAIS DE RESPEITO E CERIMONIAL NA POLÍCIA MILITAR

CAPÍTULO XXIII
Das Disposições Gerais CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Artigo 131 Todos os integrantes da Polícia Militar, na Seção I
esfera de suas atribuições, são responsáveis pela fiel obser- Da Finalidade
vância destas Instruções.
Artigo 132 O cancelamento de despachos apostos em Artigo 1º - As presentes Instruções destinam-se a ado-
qualquer documento será feito com dois riscos transversais tar e regulamentar a aplicação do Regulamento de Conti-
sobre o seu texto, com a expressão “CANCELADO” entre nências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial Militar das
eles e a rubrica abaixo (Anexo 12). Forças Armadas (R Cont), publicado na Portaria Normativa
Artigo 133 Em documentos oficiais não serão permiti- nº 660/MD, de 19 de maio de 2009, alterada pela Portaria
dos rasuras, rabiscos ou outros artifícios destinados a alte- Normativa nº 849 do Ministério da Defesa, de 4 de abril de
rar o texto. 2013, no âmbito da Polícia Militar do Estado de São Paulo
Artigo 134 Os processos que tenham tratamento espe- (PMESP).
cial, decorrente de normas particulares e sistemas definido Parágrafo único - As prescrições destas Instruções apli-
por órgãos externos à Instituição, obedecerão às prescri- cam-se às situações diárias da vida castrense, estando o
ções a eles atinentes. policial militar de serviço ou não em área militar ou em so-
Artigo 135 A divulgação, pela imprensa, de assuntos ciedade, nas cerimônias e solenidades de natureza militar
constantes da correspondência policial-militar obedecerá ou cívica.
às prescrições particulares do Comando Geral.
Artigo 136 É facultada a utilização de carimbos para a Seção II
lavratura dos termos mencionados nestas Instruções (Ane- Das Generalidades
xo 12).
Parágrafo único Com exceção do carimbo de classi- Artigo 2º - O cerimonial militar tem por objetivo de-
ficação de grau de sigilo do documento, que deverá ser senvolver o sentimento de disciplina, a coesão e o espírito
posicionado na margem superior e inferior do documento, de corpo, pela execução em conjunto de movimentos que
os demais carimbos deverão ser posicionados na margem exijam energia, precisão e marcialidade.
superior distribuídos e alinhados ao lado do carimbo de Artigo 3º - Para continências e honras, visando à uni-
grau de sigilo. formidade de entendimento, são as seguintes as definições
Artigo 137 O nome de personalidade ou vulto históri- das expressões e termos constantes no R Cont:
co que homenageia OPM somente constará dos documen- I - “superior”, “mais antigo” ou “de maior antigui-
tos elaborados pela própria OPM homenageada, dispen- dade” - designação comum aplicada ao militar de maior
sando-se sua inserção nos documentos elaborados pelas precedência hierárquica;
demais OPM, bem como, nos atos dos Órgãos de Direção II - “pares” - militares cujos postos ou graduações
publicados em Diário Oficial e Boletim Geral. estão situados no mesmo grau hierárquico;
Parágrafo único A forma de apresentação do nome III - “subordinado”, “mais moderno” ou “de menor
que homenageia OPM será a constante no Decreto de Or- antiguidade” - designação comum aplicada ao militar de
ganização da Policia Militar. menor precedência hierárquica;

27
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

IV - “autoridade” - pessoa civil ou militar, exercen- CAPÍTULO IV -


do quaisquer dos cargos citados no artigo 15 do R Cont; DA APRESENTAÇÃO DOS OFICIAIS DA ORGANIZA-
V - “comandante ou comando de Organização Po- ÇÃO POLICIAL-MILITAR
licial-Militar (OPM)” - designação genérica aplicada a oficial
que exerce o cargo de comandante, chefe ou diretor de Artigo 9º - Para a apresentação solene à autoridade
OPM. visitante, estando os oficiais da OPM formados num dispo-
Artigo 4º - Para falar, formalmente, ao Comandante sitivo em “U”, o comandante da OPM dará início ao evento,
Geral, o tratamento é “Vossa Excelência”. chamando nominalmente o subcomandante. Os demais
Parágrafo único - Para falar, formalmente, com o Co- oficiais seguir-se-ão, dentro de suas frações constituídas
mandante, Diretor ou Chefe de OPM, o tratamento é “Se- (Exemplo: oficial de recursos humanos, oficial de informa-
nhor Comandante”, “Senhor Diretor”, “Senhor Chefe”, con- ções, oficial de planejamento e operações, comandante da
forme o caso; nas relações correntes de serviço é admitido 1ª Companhia…).
o tratamento de “Comandante”, “Diretor” ou “Chefe”. § 1º - Os oficiais tomarão, individualmente, a posição
de “sentido” em seu próprio local, darão um passo à frente,
CAPÍTULO II com o pé esquerdo, e, encarando energicamente a autori-
DA CONTINÊNCIA dade, apresentar-se-ão, sem fazer a continência individual,
declarando seu posto, nome de guerra e função principal.
Artigo 5º - Além das autoridades mencionadas no arti- § 2º - Feita a apresentação, cada oficial retornará ao
go 15 do R Cont, têm direito à continência as autoridades lugar de origem, independentemente de qualquer ordem,
civis do Estado de São Paulo, abaixo discriminados: dando um passo à retaguarda, com o pé esquerdo, e reto-
I - o Vice-Governador; mando a posição de “descansar”.
II - o Presidente da Assembleia Legislativa; III - o Artigo 10º - Ao final das palavras da autoridade visi-
Presidente do Tribunal de Justiça; tante ou dos seus cumprimentos, o subcomandante ou
IV - o Presidente do Tribunal de Justiça Militar; V - o equivalente comanda a voz: “OFICIAIS, SENTIDO!”, “APRE-
SENTAR ARMA!” (se for o caso); após, desloca-
Secretário da Segurança Pública.
se até a frente da autoridade inspecionadora e apre-
§ 1° - Autoridades equivalentes de outro Estado, de
senta-se à mesma, anunciando: “OFICIAIS PRONTOS POR
Territórios Federais e do Distrito Federal, quando em visita
TÉRMINO DE APRESENTAÇÃO”, e, autorizado pela autori-
de caráter oficial ao Estado de São Paulo, terão tratamento
dade, comanda: “OFICIAIS, DESCANSAR ARMA!” (se for o
à semelhança das enumeradas acima.
caso), permanecendo no local até que a autoridade inspe-
§ 2° - No caso de autoridades não especificadas no
cionadora e a sua comitiva se retirem ou que seja liberado
“caput” deste artigo, o Comando Geral estabelecerá a con-
pela autoridade.
tinência devida;
Artigo 11 - Os procedimentos descritos neste capítulo
Artigo 6º - O militar fardado descobre-se ao entrar em são prerrogativas da autoridade visitante, cabendo a esta
um recinto coberto, observadas as prescrições contidas nos dispensá-los, devendo a assessoria de relações públicas da
§ 1º e § 2º do artigo 35 do R Cont. OPM entrar em contato com a assessoria da autoridade
Parágrafo único - No interior dos aquartelamentos, fica visitante, informando dos procedimentos, para fins de de-
a critério do comandante, chefe ou diretor a definição das liberação.
áreas consideradas recintos cobertos para efeitos do pre-
visto no caput deste artigo. CAPÍTULO V
Artigo 7º - Os Aspirantes a Oficial são equiparados aos DA CONTINÊNCIA DA TROPA
oficiais subalternos para efeito de continência individual.
Artigo 12 - Para os símbolos e as autoridades enume-
CAPÍTULO III - radas no artigo 43 do R Cont, a continência da tropa será
DA APRESENTAÇÃO PESSOAL a prescrita nas seções II, III e IV do capítulo V do título II
daquele regulamento.
Artigo 8º - Para efeito da apresentação individual, o § 1º - A apresentação ao Chefe da Casa Militar, ao Co-
policial militar além do que está prescrito no artigo 41 do R mandante Geral e às autoridades mencionadas no artigo
Cont, declinará ao superior hierárquico: 5º destas Instruções será realizada sempre na posição de
I - quando de sua OPM: “apresentar-arma”, mesmo que a tropa esteja formada sem
a cobertura.
a) posto ou graduação, nome de guerra e sua Cia ou § 2º - Para a continência da tropa a pé firme a ser pres-
Seção; II - quando de outra OPM: tada a uma praça, o comandante da tropa, obedecida a
a) posto ou graduação, nome de guerra e sua OPM; precedência hierárquica, comandará “sentido” e prestará a
III - de outra Corporação: continência individual.
a) posto ou graduação, nome de guerra e “da Polícia § 3º O policial militar não enquadrado na tropa, no ato
Militar do Estado de São Paulo”. da continência, volta-se para a autoridade que preside a
cerimônia e presta a saudação policial-militar quando da
execução do seu exórdio.

28
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Artigo 13 - No caso da continência ser prestada à Ban- Parágrafo único - Procedimento análogo será seguido
deira de outro país ou a uma autoridade estrangeira, a ban- quando a autoridade superior chegar a uma OPM, já acom-
da de música, se houver, tocará o Hino do respectivo país, panhada do seu comandante, cabendo ao oficial de dia re-
seguido do Hino Nacional Brasileiro. cepcioná-la no interior do aquartelamento, permanecendo
Artigo 14 - Quando uma tropa armada estiver prestan- o comandante da OPM junto da autoridade.
do a continência regulamentar na posição de “apresentar- Artigo 21 - Para efeito de continência consideram-se
-arma”, o comando para desfazer a continência deverá ser funções equivalentes a de sentinela aquelas exercidas por
o de “ombro-arma”. policiais militares de “permanência” ou serviço similar, apli-
cando-se, no que couber, o contido na seção VII do capí-
Artigo 15 - Para os desfiles de tropa a pé, a cadência tulo V do R Cont.
será de 116 passos por minuto e deverá ser obedecido o
previsto no Manual de Ordem Unida a Pé (M-12-PM). CAPÍTULO VII
DOS TOQUES DE CORNETA OU DE CLARIM
§ 1º - Na continência da tropa em desfile, regulada na
seção IV, capítulo V do título II do RCont, padronizar-se-á 1
Artigo 22 - Os toques de corneta ou de clarim, em uso
(um) metro a medida de um passo.
na Polícia Militar do Estado de São Paulo, são os constantes
§ 2º - A demarcação de um local para o desfile de uma
do Manual de Toques do Exército (C 20-5).
tropa obedecerá à figura 1 do anexo 1 a estas Instruções. § 1º - Os toques de corneta ou de clarim podem ser
Artigo 16 - A continência da tropa nos desfiles obe- compostos por duas ou mais partituras, conforme o pre-
decerá às prescrições do M-12-PM, além da seção IV do visto no C 20-5, para anunciar a presença de símbolos e
capítulo V do título II do R Cont. de autoridades, ou para continências, cerimônias e outras
Artigo 17 - Nos desfiles, após a continência da tropa, atividades militares.
estando ou não a Bandeira Nacional incorporada, o seu co- § 2º - Nas OPM de cavalaria, todos os toques deverão
mandante e o Estado-Maior seguirão destino sem aguar- ser executados por clarim, conforme o previsto no C 20-5.
dar o seu escoamento. Artigo 23 - Quando a autoridade retirar-se do local da
solenidade ou formatura, após o desfile da tropa, e for per-
CAPÍTULO VI manecer na OPM, não será executado o toque para indicar
DA CONTINÊNCIA DA GUARDA E DA SENTINELA que deixará o palanque, devendo as honras ser prestadas
por ocasião de sua saída do quartel.
Artigo 18 - A guarda formada prestará continência aos
símbolos, às autoridades e à tropa formada, mencionados Artigo 24 - Após o toque indicativo do posto e função
no artigo 70 do R Cont, ao Chefe da Casa Militar, ao Co- da autoridade, a banda de música ou a de corneteiros ou a
mandante Geral e às autoridades mencionadas nos incisos de clarins executará a marcha prevista no C 20-5.
do artigo 5º destas Instruções.
§ 1º - A guarda não formará no período compreendido CAPÍTULO VIII
entre o arriar da Bandeira Nacional e o toque de alvorada DOS HINOS, CANÇÕES E DOBRADOS
do dia seguinte, exceto para prestar continência à Bandei-
ra Nacional, ao Hino Nacional, ao Presidente da República, Artigo 25 - As marchas e dobrados para bandas de
às bandeiras e hinos de outras nações e à tropa formada, corneteiros ou de clarins, para fanfarras e para bandas de
quando comandada por oficial. música, utilizados na PMESP, são os constantes do Manual
de Toques do Exército (C 20-5) e outros eventualmente re-
§ 2º - Estando presente, em uma OPM, o seu coman-
ferentes à Instituição.
dante, a guarda só formará para prestar continência a ofi-
§ 1º - Outras marchas e dobrados poderão ser executa-
cial de posto superior ao desta autoridade.
dos, em cerimônias militares, pelas bandas de música, des-
Artigo 19 - A continência da guarda para autoridade
de que sejam músicas marciais e não resultem de arranjos
inspecionadora ou visitante será executada da seguinte ou de adaptações de canções populares.
forma: o comandante da guarda toma a posição de senti- § 2º - Nas formaturas solenes, deverá ser dada a priori-
do, executa ombro-arma e comanda: “GUARDA, SENTIDO!, dade à execução de música e de dobrado nacionais, com o
OMBRO-ARMA!”; o corneteiro ou clarim tocará o indicativo objetivo de valorizar e estimular nossa cultura.
do posto e função da autoridade; caso a autoridade seja o § 3º - Nas solenidades com a presença de público ex-
Chefe da Casa Militar, Comandante-Geral, ou Oficial-Gene- terno, deverá ser cantado, preferencialmente, o Hino Na-
ral, após o toque indicativo do posto e função, o coman- cional para permitir maior participação dos convidados.
dante da guarda comandará á voz: “APRESENTAR-ARMA!,
OLHAR A DIREITA!” e executará os movimentos conjunta- Artigo 26 - No canto do Hino Nacional pela tropa ou
mente com sua guarda, sendo então executado o exórdio. público, acompanhado de execução instrumental, as ban-
Artigo 20 - Quando da saída de autoridade superior ao das e as fanfarras deverão obedecer ao andamento metro-
comandante da OPM, este deverá posicionar-se dentro do nômico de uma semínima igual a 120, conforme determina
quartel, à esquerda e um passo à retaguarda do local onde o artigo 24, inciso I, da Lei federal nº 5.700, de 1º de setem-
a autoridade receberá a continência da guarda, acompa- bro de 1971, que dispõe sobre a forma e a apresentação
nhando-a por ocasião da revista. dos símbolos nacionais.

29
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

CAPÍTULO IX § 3º - Nos desfiles o estandarte é abatido em continên-


DAS BANDEIRAS HISTÓRICAS E ESTANDARTES cia à autoridade, obedecendo ao prescrito no M- 12-PM.

Artigo 27 - Com o intuito de cultuar as nossas tradi- CAPÍTULO X


ções, as bandeiras históricas do Brasil poderão ser condu- DAS HONRAS MILITARES
zidas nos desfiles, participar de solenidades e ser apresen-
tadas em panóplia no salão de honra ou no gabinete do Artigo 29 - Além das autoridades previstas no artigo
comandante da OPM. 100 do R Cont, têm direito às honras militares aquelas
§ 1º - As bandeiras históricas deverão obedecer os constantes do artigo 5° destas Instruções, bem como os
movimentos previstos para os estandartes históricos das integrantes da Polícia Militar.
OPM, tendo em vista o destaque a ser atribuído à Bandeira Parágrafo único - Excepcionalmente, o Governador do
Nacional. Estado ou o Secretário da Segurança Pública, podem de-
§ 2º - As bandeiras históricas não serão hasteadas. terminar que sejam prestadas Honras Militares às outras
autoridades não especificadas neste artigo.
Artigo 28 - Quanto ao estandarte, à adoção, guarda e Artigo 30 - Ao chegar ao local em que será prestada
condução, em quaisquer solenidades, formaturas ou even- as Honras Militares, conforme subseção I do capítulo IV
tos, deverá seguir: do título III do R Cont, a autoridade homenageada será
I - a OPM que pretender adotar estandarte pode- recebida pelo comandante da OPM visitada.
rá, conjuntamente, ter aprovado o seu cântico representa- Artigo 31 - Durante a continência, a autoridade ho-
tivo de seus valores e ideais; menageada e os demais militares, não pertencentes ao
II - o estandarte poderá ser guardado no gabinete dispositivo formado, permanecerão na posição de sentido
do comandante da unidade, juntamente com a Bandeira; e prestarão a continência individual, até o fim do exórdio,
III - exceto o porta-bandeira, o porta-estandarte quando deverão desfazê-la.
será o oficial com CFO ou Aspirante a Oficial mais moder- Artigo 32 - A autoridade anfitriã ou seu representante
no da unidade; o Comandante da OPM poderá determinar
poderá acompanhar a autoridade homenageada, colocan-
que seja outro oficial, em caso de impossibilidade; na APM-
do-se à sua direita e à retaguarda.
BB será o aluno 1º colocado do último ano do CFO;
Parágrafo único - Os acompanhantes da autoridade
IV - em todas as formaturas em que tomar parte a
homenageada e demais integrantes da comitiva deverão
unidade completa, formando com a Bandeira, o estandarte
ser conduzidos antecipadamente para o local de onde será
também deverá formar, neste caso, formará à esquerda da
assistido o desfile ou deslocar-se pela retaguarda do dis-
Bandeira;
positivo.
V - o comandante da escolta da Bandeira é o porta
bandeira mais antigo; VI - o estandarte não tomará parte
das formaturas parciais da unidade; Seção I
VII - na data de aniversário da unidade, haverá uma Das Comissões de Cumprimentos
formatura geral, dela tomando parte o estandarte, cuja guar-
da é idêntica à da Bandeira; nesse dia, a Bandeira não forma- Artigo 33 - Excepcionalmente, pode ser determinado
rá e será cantado, na solenidade, o Hino Nacional ou cântico pelo Comandante Geral, Subcomandante PM, e pelos ofi-
da OPM; nas OPM que não possuírem cântico próprio, será ciais do posto de Cel PM, cumprimentos mencionados na
cantado o Hino Nacional ou a Canção da PMESP; seção I capítulo III do título III do R Cont, às autoridades
VIII - quando formar apenas o estandarte, o oficial em dias não especificados naquele regulamento.
(Aspirante a Oficial) mais moderno o conduzirá;
IX - nas solenidades esportivas em que a unida- Artigo 34 - Na posse do Governador do Estado de São
de desfilar em uniforme de educação física, o estandarte Paulo, a oficialidade da Polícia Militar, representada por
deverá formar com o porta-estandarte e sua guarda nesse comissões de cumprimentos compostas por Cel PM, em
uniforme; princípio aqueles que servem na Grande São Paulo, po-
§ 1º - O estandarte, quando em forma, tem direito à dem fazer a visita de apresentação àquela autoridade, sob
continência de todos os oficiais de igual posto do coman- a direção do Secretário da Segurança Pública ou Coman-
dante da unidade que o conduz, embora mais antigos do dante Geral, sendo observada a precedência estabelecida
que ele. O estandarte não corresponde à continência indi- nas “Normas do Cerimonial Público e Ordem Geral da Pre-
vidual que lhe fazem os policiais militares; o porta-estan- cedência”.
darte, sim, tomando a posição de sentido; Parágrafo único - Essas visitas poderão ser realizadas
§ 2º - No caso da tropa estar prestando continência à em idênticas condições na posse do Secretário da Segu-
autoridade que vai passar revista, ou que assume o coman- rança Pública, ficando a apresentação a cargo do Coman-
do do dispositivo que faz parte, ou ainda nas grandes para- dante Geral, ou, por motivo de força maior, a cargo do
das, a Bandeira se mantém perfilada e desfraldada, durante Subcomandante PM.
a continência, ao passo que o estandarte é abatido; quan-
do a tropa, após essa continência, faz ombro-arma, a Ban-
deira e o estandarte executam também esse movimento;

30
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

CAPÍTULO XI - Parágrafo único - Para sua execução observar-se-á o


DAS SOLENIDADES EM GERAL que segue, além do previsto no R Cont:
I - a realização do Teto de Aço/Teto de Honra está
Artigo 35 - Deverão ser evitadas a execução repetida condicionada à autorização do Comandante, Chefe ou Di-
de movimentos, evoluções e citações desnecessárias, bem retor, ao qual esteja subordinado;
como alocuções extensas, para não tornar a cerimônia ex- II - o Teto de Aço/Teto de Honra é executado ex-
cessivamente longa, monótona e cansativa, particularmen- clusivamente para a passagem de nubentes. Quando estes
te quando houver a presença de convidados civis. deixarem o local da cerimônia acompanhados dos padri-
Artigo 36 - Deverão também ser evitados não só o ex- nhos, a estes se estenderá;
cesso de citações de autoridade, por ocasião da chegada III - o Teto de Aço/Teto de Honra será realizado por
ao palanque principal, mas também a repetição sistemática ocasião de cerimônia religiosa ou civil;
dos termos “excelentíssimo senhor”.
§ 1º - Se a citação de outras autoridades for imperio- IV - a participação dos policiais militares convi-
sa, deverá ocorrer antes do início da formatura, como por dados para a realização do Teto de Aço/Teto de Honra é
exemplo: voluntária e deve ser do conhecimento dos respectivos
I - “a presente cerimônia destina-se a comemorar Comandantes, Chefes ou Diretores, aos quais estejam su-
a Revolução Constitucionalista. Encontram-se presentes as bordinados;
seguintes autoridades...”; V - a participação dos policiais militares para a
II - “chega ao local da cerimônia o Excelentíssimo realização do Teto de Aço/Teto de Honra deve ser corres-
Senhor Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado de pondente aos nubentes, sendo: se oficial, por oficiais e As-
São Paulo...”. pirantes a Oficial, se praça-especial, por alunos-oficiais e, se
§ 2º - Após o início da solenidade, somente deverá ser praça, por praças;
anunciado autoridade com precedência a que se faz presente. VI - o policial militar nubente masculino deverá
Artigo 37 - Os eventos da solenidade poderão ser usar uniforme de Gala, conforme prescrito no Regulamento
anunciados e realçados, de modo a orientar os convidados,
de Uniformes (R-5-PM) da PMESP;
contudo seus tópicos não deverão ser mencionados; por
VII - o policial militar nubente feminino, poderá
exemplo: o locutor, ao invés de dizer: “canto da Canção
usar o vestido tradicional de noiva ou o uniforme, confor-
da Polícia Militar” e em seguida repetir “a tropa cantará a
me prescrito no R-5-PM da PMESP (túnica branca);
Canção da Polícia Militar, letra de Guilherme de Almeida,
VIII - os oficiais participantes do Teto de Aço de-
música do Maj PM Mus Alcides Jacomo Degobbi”, dirá
verão usar o uniforme Gala, Rigor ou Social, desde de que
apenas: “a tropa cantará a Canção da Polícia Militar, letra
padronizado, de acordo com o preconizado no R-5-PM da
de Guilherme de Almeida, música do Maj PM Mus Alcides
Jacomo Degobbi”. PMESP, além da espada, fiador e luvas (não portarão co-
Artigo 38 - Nas solenidades, formaturas e eventos si- bertura);
milares, deverão ser enunciados os numerais ordinais cor- IX - os alunos-oficiais participantes do Teto de Aço
respondentes às OPM citadas nos roteiros das respectivas deverão usar o uniforme Gala, Rigor ou Social, desde de
cerimônias, como por exemplo: “Quinquagésimo Primeiro que padronizado, de acordo com o preconizado no R-5-
Batalhão de Polícia Militar Metropolitano”. PM da PMESP, além do espadim e luvas (não portarão co-
Artigo 39 - Na apresentação à autoridade, a altura da voz bertura);
deverá ser compatível com o local da cerimônia e com a dis- X - os praças participantes do Teto de Honra deve-
tância em que se encontra a autoridade, evitando-se exageros. rão usar o uniforme Social ou Passeio, desde que padroni-
Artigo 40 - Não deverão ser usadas expressões des- zado, de acordo com o preconizado no R-5-PM;
necessárias, por exemplo: “devidamente autorizado pelo XI - o Teto de Aço/Teto de Honra será comanda-
Senhor Comandante da Polícia Militar do Estado de São do pelo policial militar integrante mais antigo, responsável
Paulo”, uma vez que não seria autorizado indevidamente. pela verificação da apresentação individual dos integran-
Artigo 41 - Mesmo com o intuito de alertar a tropa tes;
e prevenir eventuais erros na execução dos movimentos, XII - o Teto de Aço/Teto de Honra será constituído
não deverão ser anunciados pelo locutor da cerimônia os de, mínimo 10 (dez) policiais militares, dispostos em duas
toques a serem dados. colunas, com o mesmo número de policiais militares de
Artigo 42 - Serão adotados, unicamente, os comandos cada lado, postadas na entrada principal do local da ceri-
previstos nos regulamentos e manuais. mônia, devidamente alinhada. O intervalo entre cada po-
licial militar deverá ser ajustada em função do local e da
CAPÍTULO XII - quantidade de participantes;
DO TETO DE AÇO/TETO DE HONRA XIII - mediante comandamento do policial militar
mais antigo, os oficiais entrarão em forma, à retaguarda da
Artigo 43 - O Teto de Aço, para oficiais da ativa ou da noiva, coluna por dois, desembainharão suas espadas, to-
reserva remunerada, e o Teto de Honra, para as praças da marão a posição de descansar. Instantes antes da entrada
ativa, da reserva ou reformados, consistem em homena- da noiva, os oficiais tomarão posição de sentido e perfila-
gens aos nubentes, a fim de dar boas-vindas à família poli- rão suas espadas. Após a entrada da noiva, tendo alcança-
cial-militar por conta das cerimônias de enlace matrimonial. do o local principal da cerimônia e já acolhida pelo noivo,

31
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

os policiais militares adentrarão ao local percorrendo o CAPÍTULO XIII


mesmo itinerário da noiva, e, ao atingir o limite máximo do DA BANDEIRAS
corredor que dá acesso ao local de onde será conduzida a Seção I
cerimônia, farão auto, descansarão as armas, e tomarão a Da Bandeira Nacional
posição de descansar, de onde assistirão a cerimônia. Ao
finalizar a cerimônia, momentos antes da saída dos noivos, Artigo 44 - A Bandeira Nacional será hasteada, diaria-
os policiais militares, até então formados em colunas, to- mente, quando da assunção do serviço administrativo ou
marão a posição de sentido, voltar-se-ão ao centro (duas operacional. Em princípio, a solenidade de hasteamento da
fileiras), perfilarão suas espadas e executarão, simultanea- bandeira deverá ser realizada com formatura da guarda do
mente, acerca de 3 (três) passos de distância dos noivos, quartel, e constará dos seguintes atos:
os movimentos do Teto de Aço, na seguinte conformidade: I - formatura de efetivo de serviço;
a) após o comandamento do policial militar mais II - toque de “sentido”, “ombro-armas”;
antigo – “PARA O TETO DE AÇO, APRESENTAR- ARMA!”: III - o policial militar designado, em regra, o Sar-
os oficiais executarão o 1º tempo (a mão direita trará a gento Adjunto, ladeado por outros dois militares, con-
espada a frente do rosto, com o copo à altura do queixo duzirá, respeitosamente, a Bandeira Nacional, dobrada 6
e lâmina na vertical); o 2º tempo (braço direito distendi- vezes, sobre os braços à frente do corpo, e em passo ordi-
do para cima); o 3º tempo (o braço distendido baixará a nário até o mastro principal;
lâmina à frente até tocar na lâmina do oficial que estiver IV - o policial militar afixará a Bandeira nas adriças;
a sua frente (as espadas formarão um “V” invertido). As V - ao comando do Oficial de Dia, ou do respon-
lâminas serão tocadas repetidas vezes até que os cônjuges sável pela revista, ou do comandante do dispositivo, será
concluam o percurso; dado o comando de “em continência à Bandeira, APRE-
b) caso os noivos estejam acompanhados dos pa- SENTAR-ARMA”; o efetivo e todos os presentes obedecem
drinhos à retaguarda, estes também passarão pelo Teto ao comando e, em ato contínuo, olham energicamente à
de Aço. Quando a saída dos padrinhos ocorrer em tempo Bandeira Nacional;
VI - o policial militar designado executa o hastea-
diverso a dos noivos, não ocorrerá o Teto de Aço, opor-
mento lentamente ao som da “marcha batida” ou do Hino
tunidade em que os policiais militares permanecerão em
Nacional, se houver banda de música, sendo que neste
perfilar espadas;
caso a banda tocará a primeira parte do Hino Nacional, e
XIV - à medida que os cônjuges ou o último casal
o hasteamento deverá se iniciar após o prelúdio, junto ao
de padrinhos, (caso da alínea b – subitem acima) passar
início do toque da primeira estrofe, sendo executado len-
pelas duplas de policiais militares, estes perfilarão (dois-
tamente, de forma que atinja o topo do mastro ao término
-a-dois) suas espadas e iniciarão marcha, sempre partindo
da execução do Hino.
dos dois mais antigos, pelo centro das fileiras, iniciando-se
§ 1º - Para arriação da Bandeira Nacional idêntica ceri-
duas colunas, de maneira sucessiva até a última dupla de mônia deve ser observada, sendo admissível o compareci-
policiais militares, em direção à saída. Ao deixarem o local mento de apenas parte da guarda.
da cerimônia, descansarão suas espadas e sairão de for- § 2º - Nos Órgãos de Apoio de Ensino Superior (OAES),
ma. Já fora de forma, individualmente, embainharão suas pelo menos uma vez por semana, a cerimônia de hasteamento
espadas, colocando-as nas respectivas guias, quando des- da Bandeira Nacional deverá coincidir com a formatura geral.
calçarão suas luvas; § 3º - Quando for hasteada em solenidade ou forma-
XV- as praças-especiais, a fim de realizarem o Teto de tura geral da OPM, a Bandeira Nacional poderá ser previa-
Aço, deverão proceder, no que couber, conforme descrito mente afixada nas adriças, quando da tomada do dispositi-
acima, utilizando o espadim. vo, antecedendo ao início da solenidade.
XVI - as praças, a fim de realizarem o Teto de Artigo 45 - Para a arriação diária da Bandeira Nacional,
Honra, deverão proceder, no que couber, conforme des- normalmente às 18h00min, idêntica cerimônia deverá ser
crito no Teto de Aço. Em virtude de a espada ser a arma do observada, sendo admissível o comparecimento de apenas
oficial, para o Teto de Honra será observado: uma parte do pessoal de serviço.
a) ao ser dado o comandamento, pelo militar mais Parágrafo único - Terminada a arriação, a Bandeira Na-
antigo, - “PARA O TETO DE HONRA, POSIÇÃO!” - as pra- cional será retirada das adriças, dobrada e transportada so-
ças executarão o 1º tempo (a mão direita segura a aba do bre os braços à frente do corpo, em regra, pelo Sargento
quepe); o 2º tempo (braço direito distendido para cima; o Adjunto, ladeado por outros dois militares, respeitosamen-
3º tempo (o braço distendido abaixará o quepe à frente te, em passo ordinário, até o local em que será guardada.
sem tocar no quepe da praça que estiver a sua frente); Artigo 46 - A cerimônia para o culto à Bandeira Nacio-
XVII - durante todo o processo do Teto de Aço/ nal, realizada no dia 19 de novembro, constará dos atos
Teto de Honra os militares integrantes deverão manter a prescritos pela Seção II do Capítulo III do Título IV do R
marcialidade e a postura militar; Cont, e ocorrerá de acordo com a seguinte sequência:
XVIII- a extensão do Teto de Aço/Teto de Honra será I - hasteamento da Bandeira Nacional pelo coman-
variável e dependerá do espaço disponível. dante da OPM;
II - incineração da Bandeira Nacional e o canto do
Hino à Bandeira:

32
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

a) tomada do dispositivo pela tropa; c) após uma ligeira interrupção na execução da


b) incineração das Bandeiras se for o caso; Canção do Expedicionário, seguida de um solo de pratos,
c) canto do Hino à Bandeira, conduzido pelo re- haverá uma forte batida de bombo, sinal convencional para
gente da banda de música, com toda a tropa na posição a guarda-bandeira seguir em frente, na cadência oficial de
de sentido e armas descansadas, realizado ao final da in- 100 passos por minuto;
cineração; d) a banda continuará executando a Canção do
d) tomada do dispositivo para o desfile em conti- Expedicionário e, nos dois últimos compassos, haverá uma
nência à Bandeira Nacional. III - desfile em continência à ponte modulante que conduzirá ao Hino à Bandeira, onde
Bandeira Nacional; terá início a coda do refrão;
IV – a solenidade poderá ser conduzida em logradou- e) ao atingir a posição em que a Bandeira Nacio-
ro público com a presença da comunidade. nal deverá deixar a sua guarda, esta marcará passo e fará
Parágrafo único - A Bandeira Nacional será hasteada alto ao término do refrão, permanecendo na posição de
ombro-arma;
às 12h00min, de acordo com o que prescreve o § 2º do
f) o porta-bandeira sairá de forma e conduzirá a
artigo 152 do R Cont.
Bandeira Nacional de volta ao seu relicário.
§ 1º Caso as condições de execução da solenidade im-
Seção II
possibilitem que a banda faça parte da desincorporação da
Da Incorporação da Bandeira Nacional Bandeira, deverá ser feito os procedimentos de posiciona-
mento e continência por conta da desincorporação.
Artigo 47 - Nos atos solenes de incorporação e desin- § 2º Nas formaturas gerais e grandes solenidades, o
corporação, a aproximação e a retirada da Bandeira Na- procedimento de desincorporação da bandeira poderá ser
cional do local em que deva receber a continência da tro- feito por parte do efetivo, respeitado o limite mínimo de
pa, serão executadas com o acompanhamento do refrão uma subunidade (companhia).
previsto no dispositivo constante da figura 2 do anexo 1 a § 3º - Nas OPM que não dispuserem de banda de mú-
estas Instruções bem como às normas da seção IV do ca- sica, a execução musical, para os atos de incorporação e de
pítulo III do título IV do R Cont e as prescrições seguintes, desincorporação, poderá ser feita com sonorização gravada.
com as adaptações necessárias: Artigo 48 - Por ocasião da continência, a pé firme ou
I - por ocasião da aproximação: em marcha, ao desfraldar a Bandeira Nacional, o porta-
a) a Bandeira Nacional deverá ser retirada do re- -bandeira empunhará apenas a lança, deixando o pano
licário pelo porta-bandeira e conduzida até uma posição completamente solto.
de espera, à frente e à esquerda da tropa, onde se encon-
tra a sua guarda, entrando em forma no local previsto; Seção III
b) durante a execução da Alvorada de Lo Schia- Da Bandeira Estadual
vo, a guarda-bandeira permanecerá imóvel, em ombro-
arma, ainda na posição de espera; Artigo 49 - O culto à Bandeira Estadual reger-se-á na
c) ao iniciar a Canção do Expedicionário, a guar- conformidade do artigo 18 do Decreto Estadual 11.074, de
da-bandeira marcará passo; 5 de janeiro de 1978 (Normas do Cerimonial Público do Es-
d) após uma ligeira interrupção na execução da tado de São Paulo) devendo ser hasteada diariamente nas
Canção do Expedicionário, seguida de um solo de pratos, sedes das OPM de escalão até Companhia.
haverá uma forte batida de bumbo, sinal convencional Artigo 50 - A Bandeira Paulista será hasteada ao lado
do Pavilhão Nacional, observando-se o cerimonial previs-
para a guarda-bandeira seguir em frente, na cadência ofi-
to na legislação federal que rege o uso desta última, bem
cial de 100 passos por minuto;
como o disposto nas presentes instruções sobre o assunto.
e) a banda continuará executando a Canção do
Artigo 51 - No dia 19 de Novembro, dia da Bandei-
Expedicionário e, nos dois últimos compassos, haverá
ra, o hasteamento da Bandeira Paulista será realizado às
uma ponte modulante que conduzirá ao Hino à Bandeira, 12h00min, simultaneamente com as solenidades especiais
onde terá início a coda do refrão; para o hasteamento da Bandeira Nacional.
f) ao atingir a posição em que deverá ser presta- Artigo 52 - Qualquer policial militar de serviço poderá
da a continência à Bandeira Nacional, a sua guarda deverá hastear o Pavilhão Paulista.
fazer conversão à direita até ficar de frente para a tropa, Artigo 53 - A Bandeira Paulista será conduzida nas for-
marcar passo, fazer alto ao término do refrão, permane- maturas juntamente com a Bandeira Nacional e o Estandar-
cendo na posição de ombro-arma; te da OPM, por oficial QOPM ou Aspirante a Oficial.
g) após a continência, deverá formar junto à tro- Artigo 54 - A Bandeira Paulista é recebida pela tropa
pa, conforme figura 2 do anexo 1; II - por ocasião da re- juntamente com o Pavilhão Nacional; retirando-se da mes-
tirada: ma forma, sendo obedecido o cerimonial prescrito no R
a) terminada a continência à Bandeira Nacional, Cont para a Bandeira Nacional.
sua guarda permanecerá em ombro-arma, à frente da tro- Artigo 55 - A Bandeira Paulista, quando conduzida por
pa, durante a execução da Alvorada de Lo Schiavo; tropa, no território do Estado, não será abatida, sendo des-
b) ao iniciar a Canção do Expedicionário, a guar- fraldada nas situações em que o R Cont prever este proce-
da-bandeira marcará passo e fará conversão à esquerda; dimento à Bandeira Nacional.

33
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Seção IV CAPÍTULO XIV


Das Datas Comemorativas DOS COMPROMISSOS
Seção I
Artigo 56 - Além das datas previstas no inciso I do Do Uso do Primeiro Uniforme
artigo 166 do R Cont, são consideradas datas comemora-
tivas as que seguem abaixo, quando o hasteamento dos Artigo 59 - A solenidade de compromisso do uso do
Pavilhões Nacional e Paulista ocorrerá com maior gala e primeiro uniforme, seguirá, no que couber, o disposto na
de forma obrigatória: Seção I do Capítulo IV do Título IV do R Cont.
I - 21 de Abril - Dia das Polícias Militares; Parágrafo único - Compromisso do primeiro uso do
II - 12 de Maio - Morte do Cap PM Alberto Men- uniforme:
des Júnior - dia do Herói Policial-Militar; III - 2 de Julho
- Dia do Bombeiro Brasileiro; “Ao envergar pela primeira vez / o uniforme da Polícia
IV - 9 de Julho - Revolução Constitucionalista de 32; Militar do Estado de São Paulo / prometo solenemente /
V - 25 de Agosto - Dia do Soldado; honrá-lo e dignificá-lo / zelar pelas tradições e pela autori-
VI - 4 de Outubro - Nascimento do Brigadeiro Rafael dade que ele representa / e dele fazer sempre / um instru-
Tobias de Aguiar; VII - 19 de Novembro - Dia da Bandeira; mento da lei / da ordem / e da justiça”.
VIII - 15 de Dezembro - Data de criação da PMESP;
IX - por ocasião do aniversário da OPM. Seção II
Artigo 57 - As comemorações poderão ter caráter cí- Da Conclusão de Curso de Formação
vico-militar, visando à integração de todo o pessoal da
Polícia Militar e poderão compreender: Artigo 60 - Os policiais militares ao concluírem o Curso
I - apoio a solicitações externas; de Formação de Oficiais, Curso de Formação de Sargen-
II - atos sociais de confraternização; tos ou o Curso de Formação de Soldados, deverão prestar
III - canto do Hino Nacional, do Hino à Bandei- compromisso perante a Bandeira Nacional, seguindo, no
que couber, o disposto na seção I do capítulo IV do título
ra, do Hino da Independência, do Hino da Proclamação
IV do R Cont, exceto o inciso V do artigo 176.
da República, Canção da Polícia Militar ou da Canção da
§ 1º - Compromisso de conclusão do curso:
OPM;
“Declarado (Aspirante a Oficial, 3º Sargento, Soldado)
IV - competições desportivas;
da Polícia Militar do Estado de São Paulo / prometo em-
V - compromisso dos novos policiais militares ou
penhar todos os meus esforços / para garantir o cumpri-
do primeiro posto; VI - concursos;
mento da lei / a preservação da ordem pública / a defesa
VII - demonstrações;
da vida / da integridade física / e da dignidade da pessoa
VIII - desfile militar na OPM;
humana / com honra / coragem / e se necessário / com o
IX - divulgação alusiva às datas; sacrifício da própria vida”.
X - entrega de condecorações e diplomas; XI - ex- § 2º - Os policiais militares que prestarem o compro-
posições; misso por conta da conclusão do Curso de Formação de
XII - formatura da tropa; Oficiais o farão armados de espada e com esta desem-
XIII - hasteamento da Bandeira Nacional; bainhada.
XIV - leitura da ordem do dia ou boletim alusivo à
data; XV - ofícios religiosos; Seção III
XVI - palestras; Do Oficial Promovido ao Primeiro Posto
XVII - participação de ex-combatentes, de auto-
ridades locais, estudantes e convidados; XVIII - recepção Artigo 61 - Todo oficial recém-nomeado ou recém-
aos conscritos e familiares; -promovido ao primeiro posto será obrigado a prestar o
XIX - solenidades cívico-militares; XX - visitas às ins- compromisso de oficial, em cerimônia revestida de especial
talações da OPM. gala que comportará os atos que seguem abaixo, além do
constante da seção III do capítulo IV do título IV do R Cont,
Seção V no que couber:
Da Apresentação da Bandeira Nacional aos Novos I - formatura geral da OPM;
Policiais Militares II - canto do Hino Nacional;
III - leitura de tópico do boletim alusivo ao ato;
Artigo 58 - A apresentação da Bandeira Nacional aos IV - desfile da tropa em continência à maior auto-
novos policiais militares dar-se-á logo após a posse, em ridade.
data oportuna e deliberada pelo comandante da respec- § 1º - Compromisso do oficial promovido e/ou nomea-
tiva OPM, observando-se os artigos 170 e 171 do R Cont. do ao primeiro porto:
“Perante a Bandeira do Brasil / e pela minha Honra /
prometo cumprir os deveres de Oficial da Polícia Militar do
Estado de São Paulo / e dedicar-me inteiramente ao serviço
da Sociedade”.

34
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 2º - Os policiais militares que prestarem o compro- Artigo 69 - A inauguração do retrato do comandante


misso por conta da promoção e/ou nomeação ao primei- sucedido na galeria de retratos dos comandantes, chefes ou
ro posto o farão armados de espada e com esta desem- diretores da OPM, poderá ser conduzida pelo comandante
bainhada. sucessor, em ambiente reservado e apropriado, devendo
ocorrer antes da solenidade de passagem de comando, em
CAPÍTULO XV intervalo não inferior a 45 minutos do horário previsto para
DA PASSAGEM DE COMANDO início do ato formal.
Artigo 70 - A solenidade constará dos seguintes even-
Artigo 62 - Nas passagens de comando de OPM, o tos:
evento de transmissão do cargo será conduzido pela auto- I - recepção à mais alta autoridade e apresentação da
ridade imediatamente superior na cadeia de comando, que tropa; II - canto da Canção da Polícia Militar;
fixará a data e hora da solenidade, determinando a publi- III - exoneração do comandante sucedido; IV - nomea-
cação, em boletim, dos atos de exoneração e nomeação de ção do comandante sucessor; V - transmissão do cargo;
comandante, da data, hora e local da solenidade e do com- VI - apresentação dos comandantes sucedido e
parecimento dos comandantes das OPM subordinadas. sucessor à autoridade que conduz o evento de trans-
Parágrafo único - Para maior destaque da solenidade e missão do cargo;
oportunidade de congraçamento, o comandante sucedido VII - revista da tropa, nas passagens de comando
convidará as pessoas de suas relações e as indicadas pelo de unidade e subunidade isolada; VIII - discurso de posse
comandante sucessor, além de personalidades da socieda- do comandante sucessor;
de local. IX - pronunciamento da autoridade que preside a ceri-
Artigo 63 - A passagem de comando será realizada em mônia; X - desfile da tropa em continência ao comandante
local amplo, no interior de OPM ou em logradouro próxi- sucessor;
mo, podendo, ainda, ser realizada no salão de honra ou no XI - saída da autoridade do local da solenidade, caso a
gabinete do comandante. mesma for se retirar do aquartelamento.
Artigo 64 - Para a passagem do Comando Geral da Parágrafo único - O canto será facultativo, na passa-
Corporação, formará, em princípio, um grupamento de gem de comando, quando realizada no salão de honra ou
tropa a pé, comandado por oficial superior, com a seguinte no gabinete do comandante da OPM.
constituição: Artigo 71 - O evento de exoneração do comandante
I - banda de música; sucedido constará de: I - leitura do ato oficial de exonera-
II - comando da tropa constituído pelo comandan- ção;
te, corneteiro, porta-símbolo e estado-maior; III - Bandeira II - leitura de elogio consignado ao comandante suce-
Nacional com sua guarda; dido.
IV - uma subunidade de Guarda de Honra; V - subuni- Parágrafo único - Na leitura do ato oficial de exone-
dades representativas da PMESP; VI - Estandartes das OPM. ração deverá ser eliminada a citação de artigos, itens, pa-
Parágrafo único - Nos demais escalões formará, no mí- rágrafos e demais prescrições legais de enquadramento
nimo, um pelotão por unidade subordinada, com a Bandei- daquele ato.
ra Nacional, Paulista e Estandarte e sua guarda, ao coman- Artigo 72 - A leitura do elogio concedido ao coman-
do de oficial superior. dante sucedido poderá ser realizada pelo comandante
Artigo 65 - A Bandeira Nacional será incorporada pela imediato ou por um oficial do estado-maior do comandan-
tropa em forma dez minutos antes da hora prevista para te imediatamente superior.
o início da solenidade, e deslocar-se á para o seu local no Artigo 73 - O evento de nomeação do comandante su-
dispositivo da passagem de comando, conforme a figura 3 cessor constará da: I - leitura do ato oficial de nomeação;
do anexo 1 a estas Instruções. II - leitura do curriculum vitae do comandante sucessor.
Artigo 66 - A tropa poderá formar com todos os meios § 1º - Na leitura do ato oficial de nomeação deverão
materiais, a fim de proporcionar maior brilhantismo à so- ser cumpridas as observações referentes ao ato de exone-
lenidade. ração.
Artigo 67 - Quando estiver impossibilitada de conduzir § 2º - Poderão constar do curriculum vitae: posto e
o evento de transmissão do cargo, a autoridade prevista nome completo; procedência (OPM onde servia); data
no artigo 62 destas Instruções deverá solicitar ao coman- e local de nascimento; filiação; data de inclusão na For-
do superior a indicação de uma autoridade militar da ativa ça, se oriundo das fileiras; data de declaração de Aspirante
para fazê-lo. a Oficial; data da última promoção; cursos que possui com
Artigo 68 - A maior autoridade e as da cadeia de co- os respectivos anos de conclusão;
mando deverão ser recebidas por aquela que irá conduzir medalhas e condecorações recebidas de uso autoriza-
o evento de transmissão do cargo e pelos comandantes do; funções mais expressivas desempenhadas; estado civil
sucedido e sucessor. e nome do cônjuge, se for o caso, e outros dados relevan-
Parágrafo único - A autoridade que conduzirá o evento tes.
de transmissão do cargo e as demais autoridades serão re- Artigo 74 - O evento de transmissão do cargo seguirá
cebidas pelos comandantes sucedido e sucessor. as seguintes prescrições:

35
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

I - ao ser convidada, juntamente com os coman- III - o comandante sucessor, com sua espada per-
dantes sucessor e sucedido, para tomar o dispositivo, a au- filada, deslocar-se-á pela frente da tropa acompanhado
toridade que conduzirá o evento deverá solicitar permissão do comandante sucedido, este à sua direita com a espada
para iniciá-lo à autoridade que preside a cerimônia; embainhada, simbolizando o cumprimento de sua missão;
II - o comandante sucedido e seu sucessor, este IV - ao atingirem a altura onde estiver postada a
à esquerda daquele, acompanharão a autoridade que irá Bandeira Nacional, os dois comandantes farão alto, presta-
conduzir o evento e colocar-se-ão em seus lugares, volta- rão a continência individual à Bandeira Nacional e, depois,
dos para a Bandeira Nacional e para a tropa, distanciados prosseguirão na revista;
de três metros, de modo que a autoridade fique no centro, V - para a continência deverá ser observado, no
três metros à retaguarda da linha dos dois oficiais, confor- que couber, o artigo 53 do R Cont; e para passagem de Co-
me figura 3 do anexo 1 a estas Instruções; mando Geral deverá ser observado ainda o § 1º artigo 12;
III - ocupados os locais previstos, a autoridade que VI - a banda tocará a marcha correspondente do
comandante sucessor, enquanto durar o deslocamento dos
conduzirá o evento e os comandantes sucedido e suces-
dois oficiais.
sor desembainharão suas espadas e seguirão os toques de
Artigo 79 - Terminada a revista, os comandantes cum-
“sentido” e de “ombro-arma” determinados à tropa;
primentar-se-ão e deslocar-se-ão para o local destinado
IV - o ato será realizado conforme o previsto no
às autoridades e convidados, quando o novo Comandante
artigo 185, inciso II, do R Cont; fará o uso da palavra. Após o pronunciamento da autori-
V - os comandantes sucedido e sucessor, voltan- dade que preside à cerimônia, caso ocorra, o comandante
do-se um para o outro, abaterão as espadas; enquanto que sucessor ocupará lugar de destaque, a frente do palanque,
autoridade que conduz o evento, permanecerá com a es- para receber a continência da tropa em desfile, retornando
pada perfilada; ao palanque após este evento.
VI - banda de música executará o exórdio corres- Artigo 80 - A apresentação formal dos oficiais da OPM
pondente ao comando que acaba de ser assumido; ao comandante sucessor será conduzida pelo comandante
VII - após a continência, os dois oficiais perfilarão sucedido, no salão de honra, em ato restrito, adotando-se
as espadas, voltar-se-ão para a Bandeira Nacional e em- o procedimento mencionado no capítulo IV destas Instru-
bainharão as espadas, mantendo-se com as luvas calçadas; ções, podendo ser realizada antes da passagem de coman-
VIII - a autoridade que conduz o evento, se militar, do ou após a retirada dos convidados.
embainhará a espada simultaneamente com os comandan- Artigo 81 - Em caso de mau tempo, luto nacional ou
tes sucedido e sucessor, mantendo-se com as luvas calça- se a OPM estiver com seu efetivo reduzido, a solenidade,
das. que seria realizada ao ar livre, poderá ocorrer em recinto
Parágrafo único - No caso de repartições militares, coberto, devendo ser adotado, em princípio, o dispositivo
após a passagem da chefia ou direção, os dois oficiais vol- constante da figura 3 do anexo 1 a estas Instruções.
tar-se-ão um para o outro e prestarão, simultaneamente, a § 1º - A presença dos símbolos das OPM subordinadas
continência individual, cumprimentando-se com um aper- e da Bandeira Nacional, esta sem a sua guarda, nas sole-
to de mão e, após o cumprimento, retornarão à posição nidades em recinto coberto, será fixada a critério da au-
inicial. toridade que conduzir o evento de transmissão do cargo,
Artigo 75 - Encerrada a transmissão do cargo, a Ban- quando for possível a execução dos movimentos previstos.
deira Nacional, acompanhada de sua guarda, retornará ao § 2º - Nas solenidades em recinto coberto o substituto e o
seu local no dispositivo para desfile, após o que serão da- substituído estarão armados de espadas, que permanecerão
embainhadas; a Bandeira Nacional formará sem sua guarda.
dos os toques de “DESCANSAR-ARMA” e “DESCANSAR”.
Artigo 82 - Na assunção interina e substituição tem-
Artigo 76 - Após o evento mencionado no artigo an-
porária, em que o oficial for responder pela função, não
terior, os comandantes sucedido e sucessor, nesta ordem,
ocorrerá solenidade de passagem de comando.
apresentar-se-ão à autoridade que conduz o evento, por
Artigo 83 - O comandante sucedido deverá expedir
haverem entregado e assumido, respectivamente, o cargo. nota de serviço regulando detalhadamente a solenidade,
Artigo 77 - Terminada a apresentação, a autoridade com as adaptações necessárias.
que conduz o evento de transmissão do cargo retirar- se-á Artigo 84 - A autoridade que conduzirá o evento de
para o local destinado às autoridades e os comandantes transmissão do cargo e os comandantes sucessor e sucedi-
sucessor e sucedido deslocar-se-ão para a revista à tropa. do formarão, de preferência, com o mesmo uniforme.
Parágrafo único - No caso de não haver revista, o co-
mandante sucedido retornará ao palanque, acompanhan- CAPÍTULO XVI -
do a autoridade que conduz o evento de transmissão do CERIMÔNIA MENSAL DE VALORIZAÇÃO PROFIS-
cargo, e o novo Comandante fará o uso da palavra. SIONAL
Artigo 78 - A revista à tropa seguirá as seguintes pres-
crições: Artigo 85 - A fim de motivar, reconhecer e incentivar o
I - será realizada apenas nas passagens de coman- engajamento dos policiais militares ao trabalho profícuo,
do de unidade; cada Cmt/Ch/Dir, deverá realizar mensalmente um evento
II - serão ordenados os toques de “sentido” e “om- destinado a enaltecer os méritos dos integrantes de sua
bro-arma”; Unidade, contemplando, no mínimo:

36
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

I - a premiação ao “PM do Mês” no âmbito de sua CAPÍTULO XVII


competência; DAS CONDECORAÇÕES
II - a equipe escolhida pela Ocorrência de Desta-
que do Mês, dentre as OPM sob seu comando; III - home- Artigo 90 - Obedecido o que prescreve o capítulo VII
nagem aos aniversariantes do mês em que a cerimônia é do título IV do R Cont, as cerimônias para entrega de con-
realizada, quando houver; IV - homenagem de despedida decorações, no âmbito da PMESP, deverão ser realizadas
aos novos veteranos, quando houver; observado o dispositivo constante da figura 4 do anexo 1 a
V - outras menções de destaque sazonais ou que se estas Instruções, com as adaptações necessárias devido ao
fizerem necessárias deverão ser realizadas na cerimônia local e às circunstâncias.
mensal. Artigo 91 - A OPM que indicar a autoridade não per-
Parágrafo único - A cerimônia mensal é obrigatória tencente aos quadros da corporação para receber conde-
e deverá contar com registros audiovisuais com recursos coração, deverá obter aquiescência do Subcomandante da
próprios, a fim de compor memorial histórico da OPM, po- Polícia Militar.
dendo ainda ser objeto de divulgação à sociedade pelas Artigo 92 - A condecoração à Bandeira Nacional ou ao
diversas mídias sociais ou cobertura jornalística, com o fito Estandarte, na conformidade do disposto no artigo 197 do
de fortalecer a imagem institucional diante das ações re- R Cont, proceder-se-á em data comemorativa estabelecida
conhecidas. nos incisos I e II do artigo 166 do R Cont e no artigo 59
destas Instruções.
Seção I Artigo 93 - O cerimonial para entrega de condecora-
Da Homenagem de Despedida aos Novos Veteranos ções obedece ao prescrito nos artigos 195 e 196 do R Cont,
e na figura 4 do anexo 1 destas Instruções.
Artigo 86 - Na ocorrência de passagem para a inativi-
dade mediante ato formal publicado, a justa homenagem CAPÍTULO XVIII
em reconhecimento pelos relevantes serviços prestados ao DOS DIAS DE LUTO
policial militar que deixa a missão ativa, será realizada na Seção I
própria OPM do homenageado, na cerimônia mensal de Dos Dias de Luto Oficial e Finados
valorização profissional.
Artigo 87 - A homenagem será presidida pelo coman- Artigo 94 - As seguintes medidas devem ser tomadas
dante, chefe ou diretor da OPM, que poderá designar um nos dias de Luto Nacional e no dia de Finados (dia 2 de
oficial mais antigo que o homenageado para representá-lo, novembro):
a quem competirá à coordenação da cerimônia de despe- I - a Bandeira Nacional é mantida a meio mastro:
dida, inclusive a formalização do convite ao Veterano para a) por ocasião do hasteamento, a Bandeira Nacio-
o comparecimento à cerimônia, se possível, acompanhado nal é conduzida ao topo do mastro, descendo em seguida
de seus familiares mais próximos. até a meio mastro;
Artigo 88 - A homenagem de despedida aos novos ve- b) no momento da arriação, a Bandeira Nacional
teranos, quando houver tais circunstâncias, será realizada sobe ao topo do mastro, e em seguida arriada; II - os sím-
na cerimônia mensal de valorização profissional, prevista bolos e as insígnias de comando permanecem também a
no Capítulo XVI destas instruções, contando com a partici- meio mastro;
pação de tropa formada e obedecerá ao seguinte sequên- III - as bandas de música permanecem em silêncio, ex-
cia: ceto para marcação de cadência por tarol e bumbo; IV -
I - leitura da síntese histórica das OPM em que ser- o corneteiro realiza todos os toques previstos, inclusive a
viu o Veterano homenageado, principais funções desem- marcha batida;
penhadas e condecorações recebidas; V - a Bandeira Nacional, transportada por tropa,
II - leitura da publicação de passagem para a inati- tem como sinal de luto um laço de crepe negro colocado
vidade do homenageado; na lança;
III – mensagem breve do comandante, chefe ou di- VI - a tropa não cantará hinos ou canções militares;
retor da OPM em que serve o homenageado; IV - entrega VII - não deverá ser executada salva de gala;
de certificado de agradecimento ao Veterano homenagea- VIII - a guarda de honra e a escolta de honra poderão
do; ser realizadas, porém com as restrições descritas anterior-
V - desfile militar, em caso de boas condições cli- mente.
máticas ou apresentação da tropa para o encerramento da
cerimônia; Seção II
VI - encerramento. Do Luto Policial-Militar
Artigo 83 - O militar que deixa o serviço ativo poderá
dispensar as homenagens que lhe seriam prestadas, ca- Artigo 95 - Nos casos de morte de policial militar em
bendo-lhe, nesse caso, notificar previamente, o comandan- serviço e/ou no cumprimento do dever, será decretado por
te, chefe ou diretor da OPM. oficial, do posto de Coronel, o “Luto Policial” de 3 (três) dias
no âmbito da Unidade a qual pertencia o policial militar
falecido, nos seguintes termos:

37
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

I - suspensão de solenidade, paradas, eventos festivos e comemorativos próprios da Polícia Militar;


II - suspensão da apresentação da Banda de Música e Regimental, exceto os já citados na seção anterior;
III - hasteamento do estandarte da Unidade em meio mastro, permanecendo nesta posição durante o “Luto Poli-
cial-Militar”, sem prejuízo dos hasteamentos do Pavilhão Nacional e Paulista.
Artigo 96 - Fica autorizado o uso do sinal de luto nos uniformes operacionais e uniformes de passeio, quando do fale-
cimento de policial militar em serviço, observando-se as seguintes regras:
I - seu uso será facultativo e somente os policiais militares da unidade a que pertencia o PM falecido e os policiais
militares em representação poderão prestar tal homenagem;
II - o policial militar poderá ostentar o sinal de luto desde a comunicação oficial do óbito até a data do sepultamen-
to, de modo a fortalecer o sentimento de companheirismo e de valorização da atividade policial- militar;
III - o sinal de luto será constituído de uma faixa de tecido elástico, na cor preta, medindo 4 cm (quatro centíme-
tros) de largura, para ser disposto em toda a circunferência do braço esquerdo do portador, sem sobrepor a logomarca da
PMESP.

Seção III -
Do Minuto De Sirene

Artigo 97 - Trata-se de homenagem póstuma prestada pela tropa aos policiais tombados no cumprimento do dever,
que tem por objetivo demonstrar publicamente o sentimento de pesar.
Parágrafo único - Concomitantemente ao horário de sepultamento do herói policial-militar, todos os policiais militares
de serviço no patrulhamento motorizado, que não estiverem no atendimento de ocorrências, deverão estacionar seu veícu-
lo em local seguro e bem visível, e acionar os dispositivos luminosos e sonoros da viatura por um minuto.
Artigo 98 - Durante a homenagem a equipe deverá desembarcar da viatura, permanecer na posição de sentido e pres-
tar continência.
Artigo 99 - As viaturas que estiverem no Serviço de Dia das OPM, Bases e Postos Policiais também deverão prestar a
homenagem.

CAPÍTULO XIX -
DAS PRESCRIÇÕES DIVERSAS

Artigo 100 - Além das pessoas consideradas como autoridades no artigo 15 do R Cont e as mencionadas no artigo 5º
destas Instruções, nenhuma outra, ainda que esteja enumerada nas Normas para o Cerimonial Público e Ordem Geral de
Precedência, terá direito ao preito da tropa.
Artigo 101 - Além das autoridades previstas no artigo 34 do R Cont, todo policial militar é obrigado a conhecer o Go-
vernador, Vice-Governador do Estado, o Secretário da Segurança Pública, assim como o Subcomandante da Polícia Militar.
Artigo 102 - A interpretação do artigo 35 do R Cont é restritiva, devendo entender-se por recintos cobertos: gabinetes
de trabalho, salas em geral, salões sociais, auditórios em recinto coberto, refeitórios, vestiários, alojamentos, cabinas de
aeronaves civis e de veículos civis de transporte coletivo não-urbano.
Parágrafo único - Somente para instalações de uso militar, exceto as escolares, consideram-se como extensões das
dependências previstas neste artigo, estritamente, os seus meios de ligação (corredores, escadarias, rampas), desde que
fechados e cobertos.
Artigo 103 - Para fins de aplicação dos artigos 51 e 78 do R Cont, nas visitas e inspeções de autoridades e para os ofi-
ciais da OPM, as continências serão prestadas a partir do toque de alvorada.
Artigo 104 - Não se admitem, em lugar sujeito à administração militar, ou por parte de militar fardado, qualquer que
seja o local, cumprimentos constituídos de gestos de intimidade como beijos e carícias faciais.
Parágrafo único - Excluem-se desta proibição os gestos afetuosos de militar para com civis a si ligados por estreitos
laços familiares. Também é admissível, somente em ocasiões informais, o abraço fraternal, discreto, entre iguais, ou quando
a iniciativa parte de superior.
Artigo 105 - Os casos omissos nestas Instruções serão submetidos à apreciação do Comandante-Geral da Polícia Militar
do Estado de São Paulo a quem caberá disciplinar o assunto.
Artigo 106 - Ficam revogadas todas as demais publicações referentes ao assunto.

38
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

ANEXO - I

Figura 1 - Demarcação de um Local para Desfile

Figura 2 - Incorporação da Bandeira

39
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Figura 3 - Dispositivo para Passagem de Comando

40
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Figura 4 - Dispositivo para Entrega de Condecorações e Medalhas

41
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

IX o CSM/MTel executará os procedimentos voltados


I-30-PM INSTRUÇÕES PARA UTILIZAÇÃO para a interação entre a Intranet corporativa e a Internet,
DA REDE MUNDIAL DE COMPUTADORES em particular no tocante às estruturas físicas e lógicas uti-
lizadas para interconexão e controle de acesso, de forma a
(INTERNET) E REDE INTERNA (INTRANET)
preservar a segurança das informações.
PELA PMESP, PUBLICADAS NO BOL G PM Artigo 9º Não são permitidas ligações remotas aos
138/14 E ALTERAÇÃO POSTERIOR; CAPÍTULO equipamentos da rede interna da OPM, oriundas de pontos
III DAS NORMAS DE SEGURANÇA PARA A externos à rede corporativa da PMESP, mesmo que para
UTILIZAÇÃO DA INTERNET; fins de administração por parte do responsável pela gerên-
cia da rede, exceto nos casos de acesso por meio VPN e/
ou nos demais casos devidamente autorizados pela D Tel.
Artigo 10 A fim de controlar a utilização do sistema
INSTRUÇÕES PARA UTILIZAÇÃO DA REDE MUNDIAL informatizado da PMESP, todos os usuários devem possuir
DE COMPUTADORES (INTERNET) E REDE INTERNA (INTR- senha de acesso individual corporativa.
NET) PELA PMESP Artigo 11 Compete ao usuário:
I observar rigorosamente os procedimentos de segu-
CAPÍTULO III rança estabelecidos quanto à confidencialidade da sua se-
DAS NORMAS DE SEGURANÇA nha, a qual é pessoal e intransferível, através da qual pode
efetuar operações a ele designadas nos recursos computa-
Artigo 8º Quanto às normas de segurança para a utili- cionais que acesse;
zação da Internet pelas OPM, deverá ser observado: II não divulgar a sua senha a outras pessoas, manten-
I visando conscientizar o público interno quanto ao do-a em segurança;
contido nestas Instruções, devem ser realizadas palestras III de maneira alguma ou sobre qualquer pretexto, pro-
ou outras atividades afins pelos Oficiais de Telemática, res- curar descobrir as senhas de outros usuários;
saltando-se a necessidade de comprometimento de todos IV somente utilizar o seu acesso para os fins relacio-
os integrantes da OPM quanto à segurança na utilização nados
da Internet; com o serviço policial militar e para os quais estiver
II em havendo suspeição da ocorrência de violação da devidamente autorizado, em razão de suas funções;
segurança, por motivos direta ou indiretamente ligados V responder em todas as instâncias, pelas consequên-
à Internet, os serviços baseados naquela rede devem ser cias das ações ou omissões de sua parte que possam pôr
imediatamente suspensos e o fato comunicado ao escalão em risco ou comprometer a exclusividade de conhecimen-
superior e à DTel para as providências cabíveis; to de sua senha ou das transações que tenha acesso;
III mediante planejamento da DTel, por meio do CPD, VI utilizar as informações as quais tenha acesso somen-
devem ocorrer, a atualização de versões e a eventual cor- te em razão do serviço;
reção de sistemas operacionais e aplicativos, respeitadas VII reportar imediatamente à sua Chefia ou ao Oficial
as restrições impostas pela legislação em vigor quanto à de Telemática, em caso de violação, acidental ou não, da
necessidade de licenças de uso de programas (softwares); sua senha, e providenciar a sua substituição;
VIII solicitar o cancelamento de sua senha quando ces-
IV qualquer obtenção de arquivos da Internet limitar-
sar a necessidade de sua utilização
-se-á aos casos de interesse da Instituição;
V todo usuário é responsável pela segurança da infor-
mação que manipular, bem como pelos recursos de infor-
mática ou de comunicação que utilizar;
VI é vedado o uso de recursos de criptografia (hardwa-
res e/ ou softwares) não homologados pela PMESP, sendo
que a regulamentação desses sistemas, assim como a de-
finição dos parâmetros, deve ser de responsabilidade da
DTel, cabendo ao CPD e ao CSM/ MTel, a aquisição, implan-
tação e treinamento;
VII sistemas de proteção e controle de fluxo de dados e
detecção de intrusão, denominado firewall, além de outros
similares, quando utilizados, devem ser projetados, adqui-
ridos, implementados e mantidos segundo requisitos míni-
mos definidos pelo CSM/ MTel;
VIII as informações eletrônicas disponíveis ao público
interno e externo e deles recebidas devem ser submetidas
a processos de detecção e remoção de códigos maléficos,
tais como vírus de computador, por meio de programas,
homologados pelo CPD e constantemente atualizados;

42
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

X regras para a exclusão da mensagem;


I-31-PM INSTRUÇÕES PARA UTILIZAÇÃO XI regras de uso e manuseio do correio eletrônico.
DO CORREIO ELETRÔNICO (E-MAIL) NA
PMESP, PUBLICADAS NO BOL G PM 168/14 CAPÍTULO II
E ALTERAÇÃO POSTERIOR; CAPÍTULO DOS CONCEITOS E DA CLASSIFICAÇÃO
IV SEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO DOS Seção I
Dos Conceitos
CORREIOS ELETRÔNICOS E CAPÍTULO V DA
ELABORAÇÃO DA MENSAGEM; I a imediata apreensão, lacre do equipamento e remes-
sa ao CPD para emissão de laudo;
II o bloqueio da(s) senha(s) correspondente(s);
III histórico de acesso a sistemas e serviços.
INSTRUÇÕES PARA UTILIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS
ELETRÔNICAS DE COMUNICAÇÃO NA POLÍCIA MILITAR CAPÍTULO IV
DA SEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO DOS CORREIOS
CAPÍTULO I – ELETRÔNICOS
DAS GENERALIDADES Seção I
Da Criptografia
Artigo 1° Estas Instruções têm por finalidade regular
as condições de utilização das ferramentas eletrônicas de Artigo 4º Compreende-se como ativo de TIC, para os
comunicação no âmbito da Polícia Militar do Estado de São efeitos destas Instruções, todo e qualquer equipamento
Paulo (PMESP), no que diz respeito à correição dos proce- eletrônico ou software que processe ou armazene dados,
dimentos do usuário, no desempenho de suas funções, em colocados à disposição dos usuários, para uso exclusivo
particular ao utilizar recursos de Tecnologia da Informação como ferramenta de trabalho.
e Comunicação (TIC), de propriedade da PMESP, colocados
sob a responsabilidade desses servidores, em consonância Seção II
com o Decreto Federal nº 4.553 de 27DEZ02, com as alte- Da Classificação
rações do Decreto Federal nº 5.301, de 09DEZ04 e normas
contidas no Bol G PM nº 142/09, de 04AGO09. Artigo 5º O e-mail corporativo classifica-se em Orga-
§ 1º Todo Policial Militar deverá ser usuário da ferra- nizacional, Funcional e Pessoal, obedecendo aos seguintes
menta de comunicação determinada pela Corporação, vi- padrões:
sando o acesso rápido e universalizado às informações de I Organizacional: próprio da Organização Policial Mili-
caráter Institucional. tar (OPM);
§ 2º são consideradas ferramentas eletrônicas Ex: dtel@policiamilitar.sp.gov.br.
de comunicação: II Funcional: próprio da função ou atividade exercida;
I e-mail corporativo; Ex: 13bpmmcmt@policiamilitar.sp.gov.br.
II serviço de mensageria instantânea. III Pessoal: de uso individualizado; Ex: jose@policiami-
Artigo 2º Para a elaboração do texto, fluxo de transmis- litar.sp.gov.br.
são, prazos e regras de redação, deverão ser observadas,
no que couberem, as Instruções para Correspondência na CAPÍTULO III
Polícia Militar (I-7-PM). DA PROIBIÇÃO E DA AUDITORIA
Artigo 3º Constitui objetivo destas Instruções, regular Seção I
o conteúdo das informações ou dados armazenados ou Da Proibição
veiculados em pastas, arquivos ou mensagens, utilizando
ativos de TIC de propriedade da PMESP, de modo a coibir Artigo 6º É expressamente proibido manter, distribuir
a inserção de assunto ou matéria considerada ilícita, con- ou veicular arquivos contendo matéria considerada ilícita,
trária à disciplina militar, à moral e bons costumes, bem contrária à disciplina militar, à moral e bons costumes, bem
como atentatória à ordem pública ou que viole qualquer como atentatória à ordem pública, ou que viole qualquer
direito de terceiros, buscando a utilização mais adequada direito de terceiros.
daqueles ativos, abrangendo ainda a padronização do cor-
reio eletrônico, nos seguintes itens: Seção II
I formatação do cabeçalho e da mensagem numerada; Da Auditoria
II criptografia da mensagem e anexos;
III assinatura e certificação digital; Artigo 7º Compete ao Comandante, Chefe ou Diretor
IV controle do fluxo; de OPM realizar pessoalmente, ou por delegação, a audito-
V confirmação, recebimento e leitura; ria dos arquivos hospedados em ativos de TIC, de proprie-
VI controle e padronização de anexos; dade da PMESP, sob a responsabilidade de usuário sob seu
VII compactação (regras/ferramentas); comando, sempre que necessário, atentando após para os
VIII e-mail pessoal, funcional e organizacional; procedimentos cabíveis, no caso de constatação de alguma
IX normas para abertura e encerramento de contas; infração.

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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Artigo 8º Como medida cautelar, diante do surgimento V sempre que possível deverá ser evitada a anexação
de indício substancial de cometimento de infração, obser- de arquivos, dando-se preferência à inserção do texto na
vado o princípio de direito da proporcionalidade, poderão composição da mensagem;
ser providenciados: VI em sendo necessário o envio de anexos, estes po-
Artigo 9º Para a transmissão de documentos por meio derão estar compactados, de acordo com o tamanho do
do correio eletrônico e, conforme o grau de sigilo, o Centro arquivo a ser enviado.
de Processamento de Dados (CPD) proverá forma de crip-
tografia específica e homologada para toda PMESP, garan- Seção II –
tido a segurança das mensagens. Da Formatação das mensagens

Seção II – Artigo 16 As mensagens enviadas por meio de correio


Da Assinatura digital eletrônico são divididas em:
I mensagem numerada, que deve seguir o rito de for-
Artigo 10 O CPD proverá a assinatura digital nas fer- matação do Artigo 17 destas Instruções;
ramentas de correio eletrônico da Instituição, garantido a II mensagem não numerada, que mesmo não possuin-
integridade das mensagens. do rito específico deverá atentar para os critérios de ló-
gica e pertinência, observando o conteúdo e assunto
Seção III – tratados.
Da Conta do usuário, senha e segurança Parágrafo único Os e-mails organizacionais e fun-
cionais deverão utilizar mensagem numerada, sendo
Artigo 11 Será conferido ao usuário somente uma con- que, os e-mails pessoais, dentro dos critérios de conve-
ta com senha, pessoal e intransferível, para acesso aos ser- niência e oportunidade do usuário, poderão utilizar as
viços de correio eletrônico. mensagens não numeradas.
Artigo 12 O usuário, ao receber sua conta de correio, Artigo 17 As mensagens numeradas deverão seguir
deverá imediata e obrigatoriamente alterar sua senha pa- o seguinte trâmite de formatação, observados em con-
drão, obedecendo aos critérios alfanuméricos de cada Sis- junto aos critérios estabelecidos pela I-7-PM:
tema, em relação à quantidade mínima de caracteres.
I primeira linha: a designação do termo MENSAGEM
Artigo 13 O usuário é inteiramente responsável pela
em letras maiúsculas, seguindo:
confidencialidade de sua conta e senha, bem como de
a) a abreviatura de número maiúscula;
qualquer atividade que ocorra na utilização da sua conta.
b) a sigla da OPM, que deverá ser aquela estabeleci-
Artigo 14 O usuário deverá notificar imediatamente o
Oficial de Telemática de sua OPM, para que este adote as da na legislação vigente sem indicação de sinal gráfico,
providências necessárias junto ao CPD referente a qualquer seguida de hífen;
uso não autorizado de sua conta ou qualquer violação de c) o número do documento separado por barra;
segurança que seja ou não de seu conhecimento. d) o prefixo numérico do órgão elaborador separa-
§ 1º As contas de correio eletrônico da PMESP são para do por barra;
uso exclusivo e em função do trabalho realizado. e) os dois últimos algarismos do ano;
§ 2º Caso seja recebida alguma mensagem de caráter f) a palavra CIRCULAR, quando for o caso, separado
pornográfico, ofensiva ou discriminatória o usuário deve- do ano por hífen e sem ponto final:
rá informar de imediato seu Cmt/Ch/Dir para que sejam Exemplo: “MENSAGEM nº DTel-001/01/02, de 10SE-
adotadas as devidas providências, sendo terminantemente T02--CIRCULAR”.
proibida a sua propagação. g) a classificação quanto à tramitação, normal ou
urgente:
CAPÍTULO V Exemplos:
DA ELABORAÇÃO DA MENSAGEM 1) normal: “MENSAGEM nº DTel-001/01/02, de
Seção I – 10SET02”;
Das Regras gerais 2) urgente: “MENSAGEM nº DTel-001/01/02, de
10SET02-
Artigo 15 Na elaboração da mensagem do correio ele- -URGENTE”.
trônico deverão ser observadas as seguintes regras: h) a classificação quanto à natureza, ostensiva ou
I não deverá ter plano de fundo, papel de carta, temas sigilosa, conforme legislação vigente.
ou figuras; Exemplo: 1) reservada: “MENSAGEM nº DTel-
II a fonte a ser utilizada é “Arial”, tamanho 12; 001/01/02, de 10SET02-RESERVADA”.
III a opção de incluir o texto original na resposta deverá II segunda linha: a palavra “Do”, seguida do cargo do
ser utilizada preferencialmente, para tornar ágil e precisa a signatário e da denominação da OPM remetente, abre-
sequência das mensagens e/ou despachos;
viadamente na correspondência interna e por extenso
IV a opção de solicitar a confirmação de envio e leitura
na externa, sem ponto final. Deve-se evitar a redundân-
deverá estar habilitada, e caberá ao destinatário confirmar
cia (Comandante do Comando, Diretor da Diretoria);
o recebimento em qualquer circunstância;

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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

I terceira linha: a palavra “Ao”, seguida da expres- Exemplo:


são de tratamento adequada, da denominação do cargo Nome do PM (com nome de guerra em letras maiús-
do destinatário e do nome da organização a que é di- culas)
rigido à mensagem, abreviadamente na correspondência Posto/Graduação e Função Identificação da OPM En-
interna e por extenso na externa e ponto final, devendo-se dereço Completo da OPM Fone da OPM
evitar a redundância (Comandante do Comando, Diretor da E-mail funcional
Diretoria);
II quarta linha a palavra “Assunto”, seguida de dois
pontos e de um breve resumo, tão exato quanto possível
do que se trata e ponto final;
III quinta linha: quando for o caso, a palavra “Referên-
cia”, por extenso, seguida de dois pontos e da menção à
peça que se quer referenciar e ponto final:
a) sempre que possível deverão ser citados o tipo, o
R-5-PM REGULAMENTO DE UNIFORMES DA
número, a
classificação e a data da correspondência referenciada; POLÍCIA MILITAR TÍTULO I E TÍTULO VIII,
b) quando houver mais de uma referência, estas de- CAPÍTULO I, II E IX.
vem ser colocadas em ordem cronológica e designadas
por números, seguido do sinal de fechar parêntese e pon-
to e vírgula ao final da indicação, não devendo ser coloca- REGULAMENTO DE UNIFORMES DA POLÍCIA MILITAR
da a conjunção aditiva „e‟ após o penúltimo documento DO ESTADO DE SÃO PAULO
referenciado”.
IV sexta linha: quando for o caso, a palavra “Anexo”, CAPÍTULO I-
seguida de dois pontos e da menção da correspondên- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
cia anexada, devendo ser especificado o tipo, o número, a
classificação e a data da correspondência anexada e ponto Artigo 1º - O presente Regulamento contém as prescri-
final: ções sobre os uniformes da Polícia Militar do Estado de São
a) quando houver mais de uma correspondência, estas Paulo (PMESP), peças complementares, insígnias, distinti-
devem ser colocadas em ordem cronológica e designadas vos e condecorações, regulando, no que couber, sua posse,
por números, seguidos do sinal de fechar parêntese e pon- composição, uso e descrição geral.
to e vírgula ao final da indicação, não devendo ser colo- § 1º - Fica estabelecida como cor padrão da Polícia
cada a conjunção aditiva „e‟ após a menção do penúltimo Militar, o “Cinza-Bandeirante”, devendo os tecidos utiliza-
documento anexado. dos obedecer ao tingimento em fio, com as características
constantes do anexo.
V sétima linha: quando for o caso, a palavra “Inte-
§ 2º - Os anexos a este Regulamento visam propiciar
ressado”, seguida de dois pontos e a menção do posto ou
ao usuário um instrumento para ilustrar a composição dos
graduação, Registro Estatístico (RE), nome, apenas com as uniformes e principais aspectos das peças que os com-
iniciais em letras maiúsculas, e OPM do policial militar que põem, adotados por Organizações Policiais Militares (OPM)
será diretamente afetado pelas decisões tomadas a partir do Estado de São Paulo.
de tal documentação: Artigo 2º - O uniforme é o símbolo da autoridade e seu
a) quando houver mais de um interessado acrescen- uso correto é fator primordial na apresentação individual
tar-se-á, após a qualificação do mais antigo, a frase “e ou- e coletiva do policial militar, contribuindo para o fortale-
tro(s)”. cimento da disciplina e para a boa imagem da Instituição.
§ 1º A fonte utilizada na confecção da mensagem, de- Artigo 3º - Os uniformes estabelecidos neste Regula-
verá ser “Arial”, tamanho 12 (doze). mento têm por finalidade principal caracterizar o policial
§ 2º O alinhamento vertical do cabeçalho é estabele- militar, permitindo, à primeira vista, distinguir o exercício
cido pela primeira letra da expressão «MENSAGEM», que da missão constitucional de polícia ostensiva e de preser-
deve estar alinhada a esquerda da caixa de digitação. vação da ordem pública, bem como seus postos e gradua-
Artigo 18 A elaboração do texto deverá obedecer às ções, nos Quadros e Qualificações a que pertencem.
regras previstas pelas I-7-PM, no que diz respeito aos itens, Artigo 4º - Os uniformes estabelecidos neste Regula-
seus desdobramentos em subitens, tratamento, etc. mento são de uso exclusivo da PMESP.
Artigo 19 O fecho da mensagem deverá indicar o § 1º - Fica vedado a quaisquer pessoas, empresas ou
nome do signatário e, logo abaixo, a abreviatura do posto instituições o uso de insígnias, distintivos, uniformes ou
ou graduação, seguida da função, endereço e telefone da peças complementares cujas cores formas ou modelos se
OPM, bem como e-mail funcional do remetente, tudo em assemelhem ou se confundam com os da PMESP.
letra “Arial” tamanho 12, finalizando com a imagem padrão § 2º - É facultado ao policial militar, na inatividade, o uso
para correio eletrônico da PMESP. dos uniformes para comparecer a solenidades militares e,
quando autorizados, a cerimônias cívicas comemorativas de
datas nacionais ou de atos sociais solenes de caráter particular.

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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 3º - Ao militar do Estado, inativo ou não, detentor de Artigo 9º - É vedado ao policial militar o uso de peças
cargo eletivo do Poder Legislativo Municipal, poderá ser ou uniformes das Forças Armadas, Forças Auxiliares ou pa-
autorizado, o uso do uniforme SM-1 ou SF-1, durante suas ramilitares.
atividades ou nas sessões da respectiva Casa Legislativa, Artigo 10 - O policial militar que comparecer a soleni-
desde que compatível com o traje exigido pelo Regimento dades militares deverá fazê-lo no uniforme previsto e, nos
Interno. eventos civis, deverá observar a regra de correspondência
§ 4º - A autorização de que trata os parágrafos an- prevista no artigo 283.
teriores é dada pela maior autoridade policial- militar do Artigo 11 - Compete à autoridade policial-militar que
local onde resida o interessado e, caso ela seja de posto autorizar a realização de solenidade ou atos militares de-
ou graduação inferior ao do inativo, este deverá solicitar a signar o uniforme a ser usado.
autorização à autoridade hierarquicamente superior, mais Artigo 12 - As declarações de não semelhança de uni-
próxima. formes, fornecidas às empresas particulares que exploram
§ 5º - No caso de cargo eletivo do Poder Legislativo serviços de vigilância, de transporte de valores, às corpo-
Estadual ou Federal, o uso do uniforme SM-1 ou SF-1, pelo rações e organizações de qualquer natureza que usam
militar do Estado, inativo ou não, poderá ser autorizado uniformes, como requisito de autorização para seu funcio-
pelo Subcomandante PM, durante suas atividades e ses- namento, conforme legislação que regulamenta suas ati-
sões da respectiva Casa Legislativa, também, desde que vidades, serão fornecidas pela Diretoria de Logística (DL),
compatível com o traje exigido pelo Regimento Interno. com base na edição atualizada deste Regulamento e no
Artigo 5º - Constitui obrigação de todo policial mili- memorial descritivo das peças dos uniformes da PMESP.
tar zelar por seus uniformes, pela sua correta apresentação Parágrafo único - No caso de semelhança de peça(s) de
pessoal, de seus subordinados e dos que lhe são de menor uniforme policial-militar (fardamento), insígnia de posto/
hierarquia. graduação ou distintivo em uso pelos integrantes da Polí-
Parágrafo único - O zelo e o capricho do policial mi- cia Militar, a empresa será notificada para correção de tal
litar com as peças dos uniformes são uma demonstração situação.
de respeito e amor à farda que veste e, mais do que isso, Artigo 13 - Cabe ao Cmt G baixar os atos complemen-
externam o seu ânimo profissional e o seu entusiasmo com tares a este Regulamento, relativamente aos seguintes as-
a carreira policial-militar. suntos:
Artigo 6º - Ao Comandante Geral da Polícia Militar do I - descrição das peças dos uniformes e especificação
Estado de São Paulo (Cmt G) compete: do material usado na sua confecção, no sentido de obter a
I - a criação, modificação ou extinção de uniformes máxima uniformidade de cores e qualidade;
formais, especiais, administrativos, operacionais básicos, II - uniformes e peças para as atividades especializadas;
específicos, de treinamento físico, de serviços gerais e de III - insígnias, distintivos e condecorações;
Aluno-Oficial de Polícia Militar (Al Of PM) e alunos do Cur- IV - complementação dos uniformes e designação de
so de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais de Polícia peças e equipamentos não previstos neste Regulamento,
Militar (CHQAOPM), peças complementares, peças substi- mas necessários aos policiais militares quando emprega-
tutivas e equipamentos; dos em situações especiais;
II - a criação, modificação ou extinção de distintivos, V - regulamentação do uso de traje civil para os po-
estandartes e bandeiras-insígnias de comando; liciais militares, quando no desempenho de função que re-
III - a modificação de detalhes dos uniformes e do queira esse traje.
material de confecção, de acordo com a evolução tecnoló-
gica ou as disponibilidades de mercado. Artigo 14 - Para os fins deste Regulamento, estendem-
Artigo 7º - A fiscalização das lojas de confecções e es- -se aos Aspirantes a Oficial de Polícia Militar (Asp Of PM)
tabelecimentos congêneres que comercializam os unifor- as prescrições referentes aos Oficiais, salvo disposição ex-
mes da Polícia Militar (peças, acessórios, agasalhos, distin- pressa em contrário.
tivos, insígnias e condecorações), será regulamentada em
norma específica. CAPÍTULO II
Artigo 8º - É vedado alterar as características dos uni- DOS UNIFORMES
formes ou sobrepor, a estes, peças, artigos, insígnias ou Seção I
distintivos, de quaisquer naturezas, não previstos neste Re- Da Classificação e Identificação
gulamento.
§ 1º - Excetuam-se os equipamentos de proteção in- Artigo 15 - A presente Seção trata da classificação e
dividual, aprovados pelo Cmt G, que poderão ser usados, identificação dos uniformes.
exclusivamente, em operações em que se faça necessário Artigo 16 - A classificação dos uniformes dar-se-á de
seu uso. acordo com sua formalidade e finalidade. Artigo 17 - Os
§ 2º - O policial militar, fora do território do Estado, uniformes poderão ser:
quando o indicarem as condições particulares de sua área I - Formais:
de operação, poderá utilizar peças de uniformes não pre- a) Gala;
vistas neste Regulamento, mediante autorização expressa b) Rigor.
do Cmt G.

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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

II - Especiais:
a) Ornamental;
b) Histórico.
III - Administrativos:
a) Social (Passeio Completo);
b) Passeio.
IV - Operacionais Básicos:
a) Policiamento Motorizado Quatro Rodas e Atividades com Moto;
b) Policiamento Montado;
c) Controle de Distúrbios Civis;
d) Policiamento a Pé no Litoral, com Bicicleta e/ou Quadriciclo. V - Específicos:
a) Comando de Policiamento Rodoviário (CPRv);
b) Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran);
c) Comando do Corpo de Bombeiros (CCB);
d) Comando de Policiamento de Choque (CPChq);
e) Comando de Policiamento Ambiental (CPAmb);
f) Grupamento de Radiopatrulha Aérea (GRPAe);
g) Centro de Capacitação Policial - Escola de Educação Física (CeCaP-EEF);
h) Quadro de Saúde;
i) Gestantes;
j) Presídio Militar Romão Gomes (PMRG). VI - de Treinamento Físico;
VII - de Serviços Gerais;
VIII - de Al Of PM e alunos do CHQAOPM.
Artigo 18 - A identificação do tipo de uniforme observa a construção de um código alfanumérico de até 4 (quatro)
caracteres, em que:
I - o primeiro caractere, indicado por uma letra, codifica o formalismo do uniforme:
1º caractere Formalismo do uniforme
G Gala
R Rigor
O Especial Ornamental
H Especial Histórico
S Social (Passeio Completo)
P Passeio
B Operacional Básico
E Específico
T Treinamento Físico
D Serviços Gerais
II - o segundo caractere, indicado por uma letra, codifica o gênero do policial que utiliza o uniforme:
2º caractere Gênero do policial militar
M Masculino
F Feminino
III - o terceiro caractere, separado dos demais por um hífen e indicado por um número cardinal, codifica o número
do uniforme:
3º caractere Número do uniforme
1 Uniforme número 1
2 Uniforme número 2
3 Uniforme número 3

IV - o quarto caractere, indicado pela letra “A”, codifica os uniformes usados pelos Al Of PM e alunos do CHQAOPM.
Artigo 19 - Quando a composição do uniforme permitir seu uso tanto por homens como por mulheres (unissex) o se-
gundo caractere não será indicado.
Artigo 20 - Todos os uniformes possuem uma composição básica que o caracteriza, podendo esta ser alterada, por
meio de peças complementares e ou substitutivas, dependendo do caso, levando-se em consideração a necessidade do
usuário ou a modalidade da atividade.
Artigo 21 - As peças complementares, de uso facultativo ou obrigatório, conforme o caso, serão usadas de acordo
com a necessidade ou a situação, a atividade ou quando o serviço a ser executado exigir, como a jaqueta, o capote, a capa
impermeável, o cachecol, as luvas (todas de uso facultativo), e o braçal, de uso obrigatório no Tático Ostensivo Rodoviário
(TOR), na Força Tática, na Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (ROCAM), Patrulhamento Disciplinar Ostensivo
(PDO), Rondas Ostensivas “Tobias de Aguiar” (ROTA), etc.

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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Artigo 22 - As peças substitutivas, como o próprio nome diz, são usadas em substituição às peças da composição bá-
sica, a fim de se adequar à atividade que será realizada.
Parágrafo único - As peças substitutivas específicas são aquelas usadas em substituição às peças da composição básica
que caracterizam as atividades, as modalidades ou os programas de policiamento específicos, como as boinas, em substi-
tuição ao gorro com pala, para a Força Tática (boina cinza-bandeirante) ou PDO (boina azul-celeste), o gorro com pala em
substituição ao capacete de motociclista, o coturno, em substituição à bota preta cano curto, a saia cinza- bandeirante em
substituição a calça cinza-bandeirante no SF-1 [Social (Passeio Completo) Feminino – 1] e etc.
Artigo 23 - A posse dos uniformes poderá ser facultativa ou obrigatória, condicionada ao Posto ou Graduação do po-
licial militar, à atividade que desempenha e à OPM em que serve.

Seção II
Da Composição, da Posse e do Uso dos Uniformes Formais

Artigo 24 - A presente Seção trata da composição e posse dos uniformes Formais.

Subseção I
Dos Uniformes Formais Gala

Artigo 25 - A composição, a posse e o uso do uniforme GM-1 (Gala Masculino - 1) obedecem às seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será obrigatória para o Cmt G, Subcomandante da Polícia Militar (Subcmt PM), Oficiais da Casa Militar
(C Mil), Diretor de Ensino e Cultura (Dir Ens Cul), Oficiais da Academia de Polícia Militar do Barro Branco (APMBB), Assesso-
rias Militares e Ajudantes de Ordem, e facultativo para os demais Oficiais.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - quepe branco;
2 - sobrecasaca azul-ferrete;
3 - calça azul-ferrete;
4 - cinto cinza-bandeirante;
5 - meias pretas;
6 - sapatos pretos;
7 - cinturão encarnado com galões dourados;
8 - platinas de galões dourados.

§ 3º - São peças complementares:


1 - pelerine azul-ferrete;
2 - luvas pretas;

48
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

3 - espada;
4 - fiador dourado;
5 - guia de espada encarnada;
6 - vestimenta de inverno.

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - sobrecasaca branca;
2 - luvas brancas (com a sobrecasaca branca).

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - insígnia: galão;
2 - distintivo da atividade policial-militar ou função, bordado nas platinas e nas golas, na medida normal;
3 - medalhas e ordens honoríficas (obrigatório).

§ 6º - Seu uso dar-se-á em solenidades oficiais de recepção de gala, visitas ou representações de Chefes de Estado, nas
reuniões ou cerimônias em que seja exigido o uso de casaca ou fraque e/ou quando autorizado, em ato solene de caráter
particular.
§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.

Artigo 26 - A composição, a posse e o uso do uniforme GF-1 (Gala Feminino - 1) obedecem às seguintes prescrições:

49
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será obrigatória para a Cmt G, Subcmt PM, Oficiais da C Mil, Dir Ens Cul, Oficiais da APMBB, Assessorias
Militares e Ajudantes de Ordem, e facultativa para as demais Oficiais;

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - quepe feminino branco;
2 - jaqueta feminina azul-ferrete;
3 - blusa branca com peitilho;
4 - fita em laço azul-ferrete;
5 - saia longa azul-ferrete;
6 - meias cor natural;
7 - sapatos pretos de salto;
8 - cinturão encarnado com galões dourados;
9 - platinas de galões dourados.

§ 3º - São peças complementares:


1 - pelerine azul-ferrete;
2 - luvas pretas;
3 - espada;
4 - fiador dourado;
5 - guia de espada encarnada;
6 - vestimenta de inverno;
7 - carteira preta.

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - jaqueta feminina branca;
2 - saia curta azul-ferrete;
3 - luvas brancas (com a jaqueta feminina branca).

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - insígnia: galão;
2 - distintivo da atividade policial-militar, bordado nas platinas e nas golas, na medida normal;
3 - medalhas e ordens honoríficas (obrigatório).

§ 6º - Seu uso dar-se-á em solenidades oficiais de recepção de gala, visitas ou representações de Chefes de Estado, nas
reuniões ou cerimônias em que seja exigido o uso de casaca ou fraque e/ou quando autorizado, em ato solene de caráter
particular.
§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.

Artigo 27 - A composição, a posse e o uso do uniforme G-2 (Gala Masculino e Feminino - 2) obedecem às seguintes
prescrições:

50
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será para Oficiais da APMBB e para a Praça da APMBB na função de corneteiro.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - barretina;
2 - sobrecasaca azul-ferrete;
3 - calça azul-ferrete;
4 - cinto cinza-bandeirante;
5 - meias pretas;
6 - botas pretas cano curto;
7 - talabarte branco;

8 - platinas de galões dourados.


§ 3º - São peças complementares:
1 - luvas pretas;
2 - polainas brancas;
3 - espada;
4 - fiador dourado;
5 - guia de espada branca;
6 - vestimenta de inverno.

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - sobrecasaca branca;
2 - luvas brancas (com sobrecasaca branca);
3 - calça branca (com sobrecasaca azul-ferrete);
4 - cinto encarnado (uso com quepe);
5 - quepe branco (uso com cinto encarnado).

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - insígnia:

a) para Oficiais: galão;


b) para Praça na função de corneteiro: divisas e a platina será lisa, sem galões.
2 - distintivo da atividade policial-militar, bordado nas platinas e nas golas, na medida normal; 3 - medalhas e ordens
honoríficas (obrigatório).
§ 6º - Seu uso dar-se-á em formaturas e desfiles.
§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.

Subseção II
Dos Uniformes Formais Rigor

Artigo 28 - A composição, a posse e o uso do uniforme RM-1 (Rigor Masculino - 1) obedecem às seguintes prescrições:

51
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será para os Oficiais e, mediante autorização do Comandante da Organização Policial-Militar (Cmt
OPM), para as Praças.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - quepe cinza-bandeirante;
2 - túnica cinza-bandeirante;
3 - platinas removíveis azul-ferrete;
4 - camisa branca;
5 - gravata horizontal azul-ferrete;
6 - calça cinza-bandeirante;
7 - cinto cinza-bandeirante;
8 - meias pretas;
9 - sapatos pretos.

§ 3º - São peças complementares:


1 - pelerine azul-ferrete;
2 - luvas pretas;
3 - espada;
4 - fiador preto;
5 - guia de espada azul-ferrete;
6 - vestimenta de inverno.

§ 4º - A gravata vertical azul-ferrete é peça substitutiva;


§ 5º - Seus acessórios consistirão em:
1 - insígnia:
a) para Oficiais e Subtenente de Polícia Militar (Subten PM): bordada em fio metálico nas platinas removíveis, em
medida normal;
b) para Sargento de Polícia Militar (Sgt PM), Aluno-Sargento, Cabo de Polícia Militar (Cb PM) e Soldado de Polícia
Militar 1ª Classe (Sd PM 1ª Cl): bordada sobre um fundo pentagonal azul- ferrete, nas mangas, em medida normal.
2 - distintivo, moldado em metal (e bordado, em fio prateado, para o Cmt G, Chefe da Casa Militar (Ch C Mil) e Juiz
Militar), da atividade policial-militar, em ambas as golas da túnica, na medida normal.
3 - distintivo, moldado em metal, de curso de formação, habilitação ou aperfeiçoamento [obrigatório, com exceção
do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (CAO)];
4 - distintivo do CAO, bordado a 30 mm do canhão da manga (obrigatório);

52
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

5 - distintivo, moldado em metal, de curso de especialização (facultativo); 6 - medalhas e ordens honoríficas (obri-
gatório);
7 - bandeira paulista no braço direito;
8 - Logomarca da PMESP no braço esquerdo, exceto integrantes do CCB que utilizarão o Símbolo de Bombeiro.

§ 6º - Seu uso dar-se-á em atividades sociais, onde for exigido o rigor.

§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.
Artigo 29 - A composição, a posse e o uso do uniforme RM-2 (Rigor Masculino - 2) obedecem às seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será obrigatória para Oficiais e Praças do Corpo Musical (CMus).

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - quepe cinza-bandeirante;
2 - túnica branca;
3 - platinas removíveis azul-ferrete;
4 - camisa branca;
5 - gravata horizontal azul-ferrete;
6 - calça cinza-bandeirante;
7 - cinto cinza-bandeirante;
8 - meias pretas;
9 - sapatos pretos.

§ 3º - São peças complementares:


1 - pelerine azul-ferrete;
2 - luvas pretas;
3 - espada;
4 - fiador preto;
5 - guia de espada azul-ferrete;
6 - vestimenta de inverno.

§ 4º - A gravata vertical azul-ferrete é peça substitutiva.

53
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - insígnia:
a) para Oficiais e Subten PM: bordada em fio metálico nas platinas removiveis, em medida
normal;
b) para Sgt PM, Aluno-Sargento, Cb PM e Sd PM 1ª Cl: bordada sobre um fundo pentagonal azul-ferrete, nas mangas,
em medida normal.
2 - distintivo, moldado em metal, da atividade policial-militar, em ambas as golas da túnica, na medida normal;
3 - distintivo, moldado em metal, de curso de formação, ou habilitação ou aperfeiçoamento (obrigatório, com exce-
ção do CAO);
4 - distintivo do CAO bordado a 30 mm do canhão da manga (obrigatório);
5 - distintivo, moldado em metal, de curso de especialização (facultativo); 6 - medalhas e ordens honoríficas (obriga-
tório).

§ 6º - Seu uso dar-se-á em concertos e representações especiais para os integrantes do CMus.

§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.

Artigo 30 - A composição, a posse e o uso do uniforme RM-3 (Rigor Masculino - 3) obedecem às seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será facultativa para os Oficiais e, mediante autorização do Cmt OPM, para os Al Of PM e para as Praças.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - quepe branco;
2 - túnica branca;
3 - platinas removíveis azul-ferrete;
4 - camisa branca;
5 - gravata horizontal azul-ferrete;
6 - calça branca;
7 - cinto branco;
8 - meias brancas;
9 - sapatos brancos.

§ 3º - São peças complementares:


1 - pelerine azul-ferrete;
2 - luvas brancas;

54
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

3 - espada;
4 - fiador preto;
5 - guia de espada azul-ferrete;
6 - vestimenta de inverno.

§ 4º - A gravata vertical azul-ferrete é peça substitutiva.

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - insígnia:
a) Oficiais e Subten PM: bordada em fio metálico nas platinas removiveis, em medida normal;
b) para Sgt PM, Aluno-Sargento, Cb PM e Sd PM 1ª Cl: bordada sobre um fundo pentagonal azul-ferrete, nas mangas,
em medida normal.
2 - distintivo, moldado em metal (e bordado, em fio dourado, para o Cmt G, Ch C Mil e Juiz Militar), da atividade
policial-militar, em ambas as golas da túnica, na medida normal;
3 - distintivo, moldado em metal, de curso de formação, ou habilitação ou aperfeiçoamento (obrigatório, com exce-
ção do CAO);
4 - distintivo do CAO bordado a 30 mm do canhão da manga (obrigatório); 5 - distintivo, moldado em metal, de
curso de especialização (facultativo); 6 - medalhas e ordens honoríficas (obrigatório).

§ 6º - Seu uso dar-se-á nas formaturas militares (pelos formandos) e em cerimônias matrimoniais (pelos noivos).

§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.
Artigo 31 - A composição, a posse e o uso do uniforme RF-1 (Rigor Feminino - 1) obedecem às seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será facultativa para as Oficiais e, mediante autorização do Cmt OPM, para as Praças.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - quepe feminino cinza-bandeirante;
2 - túnica cinza-bandeirante;
3 - platinas removíveis azul-ferrete;
4 - camisa branca;
5 - fita em laço azul-ferrete;
6 - saia longa cinza-bandeirante;
7 - cinto cinza-bandeirante;
8 - meias cor natural;
9 - sapatos pretos de salto.

§ 3º - São peças complementares:


1 - carteira preta;

55
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

2 - pelerine azul-ferrete;
3 - luvas pretas;
4 - espada;
5 - fiador preto;
6 - guia de espada azul-ferrete;
7 - vestimenta de inverno.

§ 4º - A saia curta cinza-bandeirante é peça substitutiva.

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - insígnia:
a) Oficiais e Subten PM: bordada em fio metálico nas platinas removíveis, em medida normal;
b) Sgt PM, Aluno-Sargento, Cb PM e Sd PM 1ª Cl: bordada sobre um fundo pentagonal azul- ferrete, nas mangas, em
medida normal.
2 - distintivo, moldado em metal (e bordado, em fio prateado, para o Cmt G, Ch C Mil e Juiz Militar), da atividade
policial-militar, em ambas as golas da túnica, na medida normal;
3 - distintivo, moldado em metal, de curso de formação, ou habilitação ou aperfeiçoamento (obrigatório, com exce-
ção do CAO);
4 - distintivo do CAO bordado a 30 mm do canhão da manga (obrigatório); 5 - distintivo, moldado em metal, de
curso de especialização (facultativo); 6 - medalhas e ordens honoríficas (obrigatório);
7 - bandeira paulista no braço direito;
8 - Logomarca da PMESP no braço esquerdo, exceto integrantes do CCB que utilizarão o Símbolo de Bombeiro.

§ 6º - Seu uso dar-se-á em atividades sociais, onde for exigido rigor.

§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.
Artigo 32 - A composição, a posse e o uso do uniforme RF-2 (Rigor Feminino - 2) obedecem às seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será obrigatória para as Oficiais e Praças do Corpo Musical (CMus).

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - quepe feminino cinza-bandeirante;
2 - túnica branca;
3 - platinas removíveis azul-ferrete;
4 - camisa branca;
5 - fita em laço azul-ferrete;
6 - saia longa cinza-bandeirante;
7 - cinto cinza-bandeirante;
8 - meias cor natural;

56
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

9 - sapatos pretos de salto.

§ 3º - São peças complementares:


1 - carteira preta;
2 - pelerine azul-ferrete;
3 - luvas pretas;
4 - espada;
5 - fiador preto;
6 - guia de espada azul ferrete;
7 - vestimenta de inverno.

§ 4º - A saia curta cinza-bandeirante é peça substitutiva.


§ 5º - seus acessórios consistirão em: 1 - insígnia:
a) Oficiais e Subten PM: bordada em fio metálico nas platinas removíveis, em medida normal;
b) para Sgt PM, Aluna-sargento, Cb PM e Sd PM 1ª Cl: bordada sobre um fundo pentagonal azul-ferrete, nas mangas,
em medida normal.
2 - distintivo, moldado em metal, da atividade policial-militar, em ambas as golas da túnica, na medida normal;
3 - distintivo, moldado em metal, de curso de formação, ou habilitação ou aperfeiçoamento (obrigatório, com exce-
ção do CAO);
4 - distintivo do CAO bordado a 30 mm do canhão da manga (obrigatório);
5 - distintivo, moldado em metal, de curso de especialização (facultativo); 6 - medalhas e ordens honoríficas (obri-
gatório).

§ 6º - Seu uso dar-se-á em concertos e representações especiais para os integrantes do CMus.

§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.
Artigo 33 - A composição, a posse e o uso do uniforme RF-3 (Rigor Feminino - 3) obedecem às seguintes prescrições:

§ 1° - Sua posse será facultativa para as Oficiais e, mediante autorização do Cmt OPM, para as Al Of PM e Praças.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - quepe feminino branco;
2 - túnica branca;
3 - platinas removíveis azul-ferrete;
4 - saia longa branca;
5 - meias cor natural;
6 - sapatos brancos de salto;
7 - cinto branco.

57
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 3º - São peças complementares:


1 - carteira branca;
2 - luvas brancas;
3 - espada;
4 - fiador preto;
5 - guia de espada azul-ferrete;
6 - vestimenta de inverno.

§ 4º - Seus acessórios consistirão em:


1 - insígnia:
a) para Oficiais e Subten PM: bordada em fio metálico nas platinas removíveis, em medida normal;
b) para Sgt PM, Alunos-sargentos, Cb PM e Sd PM 1ª Cl: bordada sobre um fundo pentagonal azul-ferrete, nas man-
gas, em medida normal.
2 - distintivo, moldado em metal, de curso de formação, ou habilitação ou aperfeiçoamento (obrigatório, com exce-
ção do CAO);
3 - distintivo do CAO bordado a 30 mm do canhão da manga (obrigatório); 4 - distintivo, moldado em metal, de
curso de especialização (facultativo).
§ 5º - Seu uso dar-se-á nas formaturas militares (pelos formandos) e em cerimônias matrimoniais (pelos noivos).
§ 6º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.

Seção III
Da Composição, Da Posse e Do Uso dos Uniformes Especiais

Artigo 34 - A presente Seção trata da composição e posse dos uniformes Especiais.

Subseção I
Do Uniforme Especial Ornamental

Artigo 35 - A composição, a posse e o uso do uniforme O-1 (Especial Ornamental Masculino e Feminino - 1) obedecem
às seguintes prescrições:

§ 1° - Sua posse será para Oficiais e Praças do Regimento de Polícia Montada “9 de Julho” (RPMon).

58
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - capacete com penacho de crina;
2 - sobrecasaca azul-ferrete;
3 - culote de cavalaria encarnado;
4 - cinto cinza-bandeirante;
5 - luvas brancas;
6 - meias pretas;
7 - botas de cavalaria pretas.

§ 3º - São peças complementares:


1 - poncho azul-ferrete;
2 - dragonas (de uso obrigatório para Oficiais, Subten PM e Sgt PM);
3 - charlateiras [de uso obrigatório para Cb PM e Soldado de Polícia Militar (Sd PM)];
4 - talim de couro branco (obrigatório);
5 - correia em couro branco, com canana preta;
6 - fiador dourado (Oficiais) ou fiador de couro preto (Praças);
7 - guia de espada branca;
8 - espada;
9 - esporas;
10 - peitilho de pano encarnado (escoltas, banda de clarins e lanceiros).

§ 4º - A sobrecasaca branca é peça substitutiva.

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - insígnia:
a) para Oficiais: galão;
b) para Praças: divisas.
2 - distintivo da atividade policial-militar bordado, em ambas as golas, na medida normal:
3 - medalhas e ordens honoríficas (obrigatório).

§ 6º - Seu uso dar-se-á em formaturas, desfiles, guardas especiais, guardas ornamentais e escoltas de honra.
Artigo 36 - A composição, a posse e o uso do uniforme OM-2 (Especial Ornamental Masculino -
2) obedecem às seguintes prescrições;

§ 1° - Sua posse será para Oficiais e Praças do RPMon.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - quepe azul-ferrete;

59
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

2 - túnica azul-ferrete;
3 - platinas removíveis azul-ferrete;
4 - camisa branca;
5 - gravata vertical azul-ferrete;
6 - culote de cavalaria branco;
7 - cinto cinza-bandeirante;
8 - meias pretas;
9 - botas pretas de cavalaria.

§ 3º - São peças complementares:


1 - luvas pretas;
2 - espada (Oficiais);
3 - fiador preto (Oficiais);
4 - guia de espada azul-ferrete (Oficiais);
5 - esporas;
6 - vestimenta de inverno.

§ 4º - Seus acessórios consistirão em:


1 - insígnia:
a) Oficiais e Subten PM: bordada em fio metálico nas platinas removíveis, em medida normal;
b) Sgt PM, Cb PM e Sd PM 1ª Cl: bordada sobre um fundo pentagonal azul-ferrete, nas mangas, em medida normal.
2 - distintivo, moldado em metal (e bordado, em fio prateado, para o Cmt G, Ch C Mil e Juiz Militar), da atividade
policial-militar, em ambas as golas da túnica, na medida normal;
3 - distintivo, moldado em metal, de curso de formação, ou habilitação ou aperfeiçoamento (facultativo);
4 - distintivo, moldado em metal, de curso de especialização (facultativo);
5 - barretas (facultativo);
6 - Láurea do Mérito Pessoal (facultativo);
7 - bandeira paulista no braço direito;
8 - Logomarca da PMESP no braço esquerdo.

§ 5º - seu uso dar-se-á em provas de equitação onde for exigido o rigor.

§ 6º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.

Artigo 37 - A composição, a posse e o uso do uniforme O-3 (Especial Ornamental Masculino e Feminino - 3) obedecem
às seguintes prescrições:

60
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças da C Mil.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - barretina;
2 - sobrecasaca encarnada;
3 - calça preta;
4 - cinto cinza-bandeirante;
5 - meias pretas;
6 - botas pretas cano curto;
7 - platinas de galões dourados (Oficiais) e prateados (Praças).

§ 3º - São peças complementares:


1 - talabarte branco;
2 - luvas brancas;
3 - espada (Oficiais);
4 - fiador dourado (Oficiais);
5 - guia de espada branca (Oficiais).

§ 4º - A sobrecasaca branca é peça substitutiva.

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - insígnia:
a) para os Oficiais: galão;
b) para as praças: divisas.
2 - distintivo da atividade policial-militar bordado, em ambas as golas da túnica, na medida normal, e nas platinas,
na medida normal;
3 - medalhas e ordens honoríficas (obrigatório).

§ 6º - Seu uso dar-se-á em formaturas, desfiles e guardas especiais do Palácio do Governo.


Artigo 38 - A composição, a posse e o uso do uniforme O-4 (Especial Ornamental Masculino e Feminino - 4) obedecem
às seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será para as Praças do Destacamento Montado de Campos do Jordão.


§ 2º - Sua composição consistirá em:
1 - chapéu encarnado;
2 - sobrecasaca azul-ferrete;
3 - culote de cavalaria encarnado;
4 - cinto cinza-bandeirante;

61
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

5 - meias pretas;
6 - botas pretas de cavalaria.

§ 3º - São peças complementares:


1 - poncho azul-ferrete;
2 - alamar branco;
3 - cinturão de couro branco com complementos;
4 - luvas brancas;
5 - esporas cromadas;
6 - colete de proteção balística, obrigatório, sob a sobrecasaca azul-ferrete, quando utilizado na atividade de guarda
especial do Palácio;
7 - fiel retrátil branco.

§ 4º - Seus acessórios consistirão em:


1 - insígnia: divisas;
2 - medalhas e ordens honoríficas (obrigatório).

§ 5º Seu uso dar-se-á em formaturas, desfiles e guardas especiais do Palácio do Governo em Campos do Jordão.
Artigo 39 - A composição, a posse e o uso do uniforme O-5 (Especial Ornamental Masculino e Feminino - 5) obedecem
às seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças do CMus.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - barretina;
2 - sobrecasaca azul-ferrete;
3 - calça encarnada;
4 - cinto cinza-bandeirante;
5 - meias pretas;
6 - botas pretas cano curto;
7 - platinas de galões dourados (Oficiais) e prateados (Praças);
8 - peitilho dourado (Oficiais) e prateado (Praças);
9 - cinto de galões, dourado (Oficiais) e prateado (Praças).

62
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 3º - São peças complementares:


1 - luvas brancas (Oficiais);
2 - espada (Oficiais);
3 - fiador dourado (Oficiais);
4 - guia de espada encarnada (Oficiais).

§ 4º - A sobrecasaca branca é peça substitutiva.

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - insígnia:
a) para Oficiais: galão;
b) para Praças: divisas.
2 - distintivo Básico da Polícia Militar bordado nas platinas, na medida normal;
3 - medalhas e ordens honoríficas (obrigatório).
§ 6º - Seu uso dar-se-á em formaturas, desfiles, concertos (sem a barretina) e representações especiais.

Subseção II
Dos Uniformes Históricos

Artigo 40 - Os Uniformes Históricos são os fardamentos utilizados em épocas anteriores, já ultrapassados, de posse dos
Oficiais e Praças do RPMon e Órgãos de Apoio (OA) subordinados à DEC, compostos conforme constam nos Regulamentos
ou nas normas de sua época, ou ainda, conforme se mostram em arquivos ou em imagens históricas e seu uso dar-se-á em
formaturas, desfiles, representações especiais e datas comemorativas.

Seção IV
Da Composição, Da Posse e Do Uso dos Uniformes Administrativos

Artigo 41 - A presente Seção trata da composição e posse dos uniformes Administrativos.

Subseção I
Dos Uniformes Administrativos Social (Passeio Completo)

Artigo 42 - A composição, a posse e o uso do uniforme SM-1 [Social (Passeio Completo) Masculino - 1] obedecem às
seguintes prescrições:

63
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será obrigatória para os Oficiais e facultada para as Praças.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - quepe cinza-bandeirante;
2 - túnica cinza-bandeirante;
3 - platinas removíveis cinza-bandeirante;
4 - camisa cinza-claro;
5 - gravata vertical cinza-bandeirante;
6 - calça cinza-bandeirante;
7 - cinto cinza-bandeirante;
8 - meias pretas;
9 - sapatos pretos.

§ 3º - São peças complementares:


1 - cachecol cinza-bandeirante;
2 - capa impermeável;
3 - luvas pretas;
4 - coldre, porta carregador e passador portátil em polímero para pistola;
5 - espada;
6 - fiador preto;
7 - guia de espada preta;
8 - esporas (RPMon);
9 - vestimenta de inverno.

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - culote de cavalaria cinza-bandeirante (RPMon);
2 - botas de cavalaria pretas (RPMon);
3 - capote cinza-bandeirante (substitui a túnica);
4 - jaqueta cinza-bandeirante de passeio (substitui a túnica).

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - na túnica:
a) insígnia: para Oficiais e Subten PM, bordada em fio metálico nas platinas removíveis,em medida normal; para Sgt
PM, Aluno-sargento, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, bordada sobre um fundo pentagonal azul-ferrete, nas mangas, também, em
medida normal;
b) distintivo, moldado em metal (e bordado, em fio prateado, para o Cmt G, Ch C Mil e Juiz Militar), da atividade po-
licial-militar, em ambas as golas da túnica, na medida normal;
c) distintivo, moldado em metal, de curso de formação, ou habilitação ou aperfeiçoamento (obrigatório, com exceção
do CAO);
d) distintivo do CAO bordado a 30 mm do canhão da manga (obrigatório);
e) distintivo, moldado em metal, de curso de especialização (facultativo);
f) barreta (obrigatório);
g) Láurea do Mérito Pessoal (facultativo, vedado seu uso juntamente com o colete de proteção balística);
h) medalhas e ordens honoríficas (conforme estabelece o item 2, do §3º, do artigo 255);
i) bandeira paulista, no braço direito;
j) Logomarca da PMESP, no braço esquerdo, exceto integrantes do CCB que utilizarão o Símbolo de Bombeiro.
2 - na camisa cinza-claro de manga comprida, para Oficiais e Praças:
a) insígnia, moldada em metal, disposta na gola esquerda, na medida miniatura;
b) distintivo, moldada em metal, da atividade policial-militar disposto na gola direita, na medida reduzida.
3 - no capote:
a) insígnia: para Oficiais e Subten PM, moldada em metal, disposta diretamente nas platinas fixas, na medida normal;
para Sgt PM, Alunos-Sargentos, Cb PM e Sd PM 1ª Cl a identificação será por meio de divisas bordadas nas mangas;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) Logomarca da PMESP no braço esquerdo, exceto integrantes do CCB que utilizarão o Símbolo de Bombeiro.
4 - na jaqueta cinza-bandeirante de passeio:
a) insígnia: para Oficiais e Subten PM, bordada em fio metálico nas platinas removíveis, em medida normal; para Sgt
PM, Aluno-sargento, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, bordada sobre um fundo pentagonal azul-ferrete, nas mangas, também, em
medida normal;
b) bandeira paulista no braço direito;

64
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

c) logomarca PMESP no braço esquerdo, exceto integrantes do CCB que utilizarão o Símbolo de Bombeiro.
§ 6º - Seu uso dar-se-á em trânsito, nos serviços, nas representações, quando não for determinado outro uniforme, e
nas convocações como membro militar do Tribunal de Justiça Militar.
§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.
Artigo 43 - A composição, a posse e o uso do uniforme SF-1 [Social (Passeio Completo) Feminino – 1] obedecem às
seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será obrigatória para as Oficiais e facultada para as Praças.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - quepe feminino cinza-bandeirante;
2 - túnica cinza-bandeirante;
3 - platinas removíveis cinza-bandeirante;
4 - camisa cinza-claro;
5 - fita em laço cinza-bandeirante;
6 - calça cinza-bandeirante;
7 - cinto cinza-bandeirante;
8 - meias cor natural;

65
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

9 - sapatos pretos de salto.

§ 3º - São peças complementares:


1 - cachecol cinza-bandeirante;
2 - capa impermeável;
3 - luvas pretas;
4 - coldre, porta carregador e passador portátil em polímero para pistola;
5 - espada;
6 - fiador preto;
7 - guia de espada preta;
8 - esporas (RPMon);
9 - vestimenta de inverno.

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - saia curta cinza-bandeirante;
2 - culote de cavalaria cinza-bandeirante (RPMon); 3 - capote cinza-bandeirante (substitui a túnica);
4 - botas de cano longo pretas (somente em conjunto com a saia cinza-bandeirante e capote);
5 - botas de cavalaria pretas (RPMon, somente com culote);
6 - botas pretas em couro, de cano curto e salto (uso somente com a calça);
7 - jaqueta cinza-bandeirante de passeio (substitui a túnica);
8 - meias pretas (uso somente com bota pretas de cano curto).

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - na túnica:
a) insígnia: para Oficiais e Subten PM bordada em fio metálico nas platinas removíveis, em medida normal; para Sgt
PM, Aluna-sargento, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, bordada sobre um fundo pentagonal azul-ferrete, nas mangas, também, em
medida normal;
b) distintivo, moldado em metal (e bordado, em fio prateado, para a Cmt G, Ch C Mil e Juiz Militar), da atividade po-
licial-militar, na medida normal, disposto em ambas as golas;
c) distintivo, moldado em metal, de curso de formação, ou habilitação ou aperfeiçoamento (obrigatório, com exce-
ção do CAO);
d) distintivo do CAO bordado a 30 mm do canhão da manga (obrigatório);
e) distintivo, moldado em metal, de curso de especialização (facultativo);
f) barreta (obrigatório);
g) Láurea do Mérito Pessoal (facultativo, vedado seu uso juntamente com o colete de proteção balística);
h) medalhas e ordens honoríficas (conforme estabelece o item 2, do §3º, do artigo 255);
i) bandeira paulista, no braço direito;
j) Logomarca da PMESP, no braço esquerdo, exceto integrantes do CCB que utilizarão o Símbolo de Bombeiro.
2 - na camisa cinza-claro de manga comprida, para Oficiais e Praças:
a) insígnia, moldada em metal, disposta na gola esquerda, na medida miniatura;
b) distintivo, moldada em metal, da atividade policial-militar disposto na gola direita, na medida reduzida.
3 - no capote:
a) insígnia: para Oficiais e Subten PM, moldada em metal, disposta diretamente nas platinas fixas, na medida normal;
para Sgt PM, Alunas-sargentos, Cb PM e Sd PM 1ª Cl a identificação será por meio de divisas bordadas nas mangas;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) Logomarca da PMESP no braço esquerdo, exceto integrantes do CCB que utilizarão o Símbolo de Bombeiro.
4 - na jaqueta cinza-bandeirante de passeio:
a) insígnia: para Oficiais e Subten PM, bordada em fio metálico nas platinas removíveis, em medida normal; para Sgt
PM, Aluna-sargento, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, bordada sobre um fundo pentagonal azul-ferrete, nas mangas, também, em
medida normal;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) logomarca PMESP no braço esquerdo, exceto integrantes do CCB que utilizarão o Símbolo de Bombeiro.
§ 6º - Seu uso dar-se-á em trânsito, nos serviços, nas representações, quando não for determinado outro uniforme, e
nas convocações como membro militar do Tribunal de Justiça Militar.
§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.

66
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Subseção II
Dos Uniformes Administrativos Passeio

Artigo 44 - A composição, a posse e o uso do uniforme PM-1 (Passeio Masculino - 1) obedecem às seguintes pres-
crições:

§ 1º - Sua posse será obrigatória para os Oficiais e facultada para as Praças.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - quepe cinza-bandeirante;
2 - camisa cinza-claro meia manga;
3 - camiseta gola careca cinza-bandeirante;
4 - calça cinza-bandeirante;
5 - cinto cinza-bandeirante;
6 - meias pretas;
7 - sapatos pretos.

§ 3º - São peças complementares:


1 - capote cinza-bandeirante;
2 - jaqueta cinza-bandeirante de passeio;

67
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

3 - cachecol cinza-bandeirante;
4 - capa impermeável;
5 - platinas removíveis cinza-bandeirante (Oficiais e Subten PM);
6 - luvas pretas;
7 - espada;
8 - fiador preto;
9 - guia de espada preta;
10 - colete de proteção balística;
11 - cinturão preto com complementos;
12 - esporas (RPMon).

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - casquete;
2 - culote de cavalaria cinza-bandeirante (RPMon);
3 - botas de cavalaria pretas (RPMon);
4 - cinto vermelho (CCB);
5 - camiseta gola careca vermelha (CCB);
6 - coldre, porta carregador e passador portátil em polímero para pistola.

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - na camisa cinza-bandeirante:
a) insígnia: para Oficiais e Subten PM, bordada em fio metálico nas platinas removíveis, em medida normal; para Sgt
PM, Alunos-Sargentos, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, moldada em metal, na medida miniatura, disposta na gola esquerda;
b) distintivo, moldado em metal, da atividade policial-militar: para Oficiais e Subten PM em ambas as golas e para Sgt
PM, Alunos-Sargentos, Cb PM e Sd PM 1ª Cl na gola direita, na medida reduzida;
c) distintivo, moldado em metal, de curso de formação, ou habilitação ou aperfeiçoamento (obrigatório);
d) distintivo, moldado em metal, de curso de especialização (facultativo);
e) barretas (obrigatório);
f) Láurea do Mérito Pessoal (facultativo, vedado seu uso juntamente com o colete de proteção balística);
g) bandeira paulista no braço direito;
h) Logomarca da PMESP no braço esquerdo, exceto integrantes do CCB que utilizarão Símbolo de Bombeiro;
i) brasão da OPM no braço direito.
2 - no capote:
a) insígnia: para Oficiais e Subten PM, moldada em metal, disposta diretamente nas platinas fixas, na medida normal;
para Sgt PM, Alunos-Sargentos, Cb PM e Sd PM 1ª Cl a identificação será bordada nas mangas;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) Logomarca da PMESP no braço esquerdo, exceto integrantes do CCB que utilizarão o Símbolo de Bombeiro.
3 - na jaqueta cinza-bandeirante:
a) insígnia: para Oficiais e Subten PM bordada em fio metálico nas platinas removíveis, em medida normal; para Sgt
PM, Aluno-sargento, Cb PM e Sd PM 1ª Cl e bordada sobre um fundo pentagonal azul-ferrete, nas mangas, também, em
medida normal;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) logomarca PMESP no braço esquerdo, exceto integrantes do CCB que utilizarão o Símbolo do Bombeiro.
§ 6º - O uniforme administrativo Passeio deverá ser utilizado em representações, quando assim determinado, e, facul-
tativamente, no serviço administrativo pelos integrantes dos Órgãos de Direção, Órgãos de Apoio e Órgãos de Assessoria,
ou, ainda, em trânsito e no deslocamento da residência para o serviço e vice-versa, não podendo ser usado em serviços
técnicos ou de manutenção que demandem o uso de uniformes específicos.
§ 7º - As camisetas gola careca poderão ser usadas sem a sobreposição da camisa cinza- claro meia manga do uniforme
Passeio nas atividades administrativas e em instrução interna, a critério do Comandante, Chefe ou Diretor.
§ 8º - No uniforme de passeio, o colete de proteção balística é de uso facultativo, podendo ser usado com capa cin-
za-claro de forma dissimulada, sendo que, quando usado com jaqueta ou capote, este deve estar sob as respectivas vesti-
mentas.

Artigo 45 - A composição, a posse e o uso do uniforme PF-1 (Passeio Feminino - 1) obedecem às seguintes prescrições:

68
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será obrigatória para as Oficiais e facultada para as Praças.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - quepe feminino cinza-bandeirante;
2 - camisa cinza-claro meia manga;
3 - camiseta gola careca cinza-bandeirante;
4 - calça cinza-bandeirante;
5 - cinto cinza-bandeirante;
6 - meias cor natural;
7 - sapatos pretos de salto.

§ 3º - São peças complementares:


1 - capote cinza-bandeirante;
2 - jaqueta cinza-bandeirante de passeio;
3 - cachecol cinza-bandeirante;
4 - capa impermeável;
5 - platinas removíveis cinza-bandeirante (Oficiais e Subten PM);

69
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

6 - luvas pretas; b) bandeira paulista no braço direito;


7 - espada; c) logomarca PMESP no braço esquerdo, exceto in-
8 - fiador preto; tegrantes do CCB que utilizarão o Símbolo de Bombeiro.
9 - guia de espada preta; § 6º - O uniforme administrativo Passeio deverá ser uti-
10 - colete de proteção balística; lizado em representações, quando assim
11 - cinturão preto com complementos; determinado, e, facultativamente, no serviço adminis-
12 - esporas (RPMon). trativo pelos integrantes dos Órgãos de Direção, Órgãos
de Apoio e Órgãos de Assessoria, ou, ainda, em trânsito e
§ 4º - São peças substitutivas: no deslocamento da residência para o serviço e vice-versa,
1 - casquete; não podendo ser usado em serviços técnicos ou de ma-
2 - saia curta cinza-bandeirante; nutenção que demandem o uso de uniformes específicos.
3 - culote de cavalaria cinza-bandeirante (RPMon); § 7º - As camisetas gola careca poderão ser usadas sem
4 - botas de cavalaria pretas (RPMon); a sobreposição da camisa cinza- claro meia manga do uni-
5 - botas de cano longo pretas (somente com saia e forme Passeio nas atividades administrativas e em instru-
capote); ção interna, a critério do Comandante, Chefe ou Diretor.
6 - botas pretas em couro, de cano curto e salto (uso § 8º - No uniforme de passeio, o colete de proteção
somente com a calça); balística é de uso facultativo, podendo ser usado com capa
7 - cinto vermelho (CCB); cinza-claro de forma dissimulada, sendo que, quando usa-
8 - camiseta gola careca vermelha (CCB); do com jaqueta ou capote, este deve estar sob as respec-
9 - coldre, porta carregador e passador portátil em tivas vestimentas.
polímero para pistola;
10 - meias pretas (uso somente com bota pretas de Seção V
cano curto). Da Composição, Da Posse e Do Uso dos Uniformes
Operacionais Básico
§ 5º - Seus acessórios consistirão em:
1 - na camisa cinza-bandeirante: Artigo 46 - A presente Seção trata da composição e
a) insígnia: para Oficiais e Subten PM, bordada em fio posse dos uniformes Operacionais Básico.
metálico nas platinas removíveis, em medida normal; para Artigo 47 - Os Uniformes Operacionais Básico deverão
Sgt PM, Alunas-sargentos, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, moldada ser utilizados, obrigatoriamente, no serviço operacional de
em metal, na medida miniatura, disposta na gola esquerda; policiamento com as composições adequadas às modali-
b) distintivo, moldado em metal, da atividade poli- dades, atividades ou programas de policiamento abaixo
cial-militar: para Oficiais e Subten PM em ambas as golas especificados.
e para Sgt PM, Alunas-Sargentos, Cb PM e Sd PM 1ª Cl na Artigo 48 - O uniforme Operacional Básico (B-1) deverá
gola direita, na medida reduzida; ser utilizado sem as peças complementares ou substituti-
c) distintivo, moldado em metal, de curso de forma- vas específicas nas seguintes situações:
ção, ou habilitação ou aperfeiçoamento (obrigatório); I - em trânsito e no deslocamento da residência
d) distintivo, moldado em metal, de curso de espe- para o serviço e vice-versa pelos integrantes dos Órgãos
cialização (facultativo); de Direção, de Apoio, de Execução (com exceção do CPRv,
e) barretas (obrigatório); CPTran e do CCB) e de Assessoria;
f) Láurea do Mérito Pessoal (facultativo, vedado seu II - na frequência de cursos e estágios que não exi-
uso juntamente com o colete de proteção balística); jam outro uniforme específico;
g) bandeira paulista no braço direito; III - no serviço administrativo pelos integrantes dos Ór-
h) Logomarca da PMESP no braço esquerdo, ex- gãos de Execução;
ceto integrantes do CCB que utilizarão Símbolo de Bombeiro; IV - no serviço de atividade delegada de policiamen-
i) brasão da OPM no braço direito. to ou na jornada extraordinária de trabalho policial-mili-
2 - no capote: tar, por todos os integrantes da Instituição, exceção feita
a) insígnia: para Oficiais e Subten PM, moldada em me- quando essas atividades forem de natureza especializada
tal, disposta diretamente nas platinas fixas, na medida normal, e, conforme normas próprias, seja necessário o uso de Uni-
para Sgt PM, Alunas-Sargentos, Cb PM e Sd PM 1ª Cl a identi- forme Específico (Ex. CCB).
ficação será por meio de divisas bordadas nas mangas; Parágrafo único - Os policiais militares integrantes de
b) bandeira paulista no braço direito; OPM especializadas cujos uniformes contemplam o uso do
c) Logomarca da PMESP no braço esquerdo, exceto coturno preto e ou da bota tática, totalmente pretos, pode-
integrantes do CCB que utilizarão o Símbolo do Bombeiro. rão utilizá-los com a calça cinza-bandeirante do uniforme
3 - na jaqueta cinza-bandeirante de passeio: B-1 sem a bombacha em trânsito, no serviço de atividade
a) insígnia: para Oficiais e Subten PM, bordada em fio delegada ou na jornada extraordinária de trabalho que exi-
metálico nas platinas removíveis, em medida normal; para gir o uniforme.
Sgt PM, Aluna-sargento, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, bordada
sobre um fundo pentagonal azul-ferrete, nas mangas, tam-
bém, em medida normal;

70
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Artigo 49 - Nas atividades administrativas (exceto para função de estafeta) o uso do colete de proteção balística é fa-
cultativo e as camisetas gola careca poderão ser usadas sem a sobreposição da camisa cinza-bandeirante meia manga do
uniforme Operacional Básico e em instrução interna, a critério do Comandante, Chefe ou Diretor.

Subseção I
Do Uniforme de Policiamento Motorizado Quatro Rodas e a Pé e Atividades com Moto

Artigo 50 - A composição, a posse e o uso do uniforme B-1 (Operacional Básico Masculino e Feminino – 1 “Policiamento
Motorizado Quatro Rodas e a Pé”) obedecem às seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será obrigatória para Oficiais e Praças.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - gorro com pala cinza-bandeirante;
2 - camisa cinza-bandeirante meia manga;
3 - camiseta gola careca cinza-bandeirante;
4 - calça cinza-bandeirante;
5 - cinto cinza-bandeirante;
6 - meias pretas;
7 - botas pretas cano curto;

71
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

8 - cinturão preto com complementos;


9 - colete de proteção balística.

§ 3º - São peças complementares:


1 - jaqueta cinza-bandeirante;
2 - capote cinza-bandeirante;
3 - cachecol cinza-bandeirante;
4 - luvas pretas;
5 - capa impermeável; 6 - colete refletivo;
7 - espada (para Oficiais em desfiles e formaturas);
8 - fiador preto (para Oficiais em desfiles e formaturas);
9 - guia de espada preta (para Oficiais em desfiles e formaturas).

§ 4º - O casquete é peça substitutiva geral para atividades administrativas.

§ 5º - São peças complementares e substitutivas específicas:


1 - Policiamento de Força Tática, BAEP e CAEP:
a) boina cinza-bandeirante;
b) braçal de Força Tática, BAEP e CAEP.
c) calça cinza-bandeirante com uso de bombacha (somente para os BAEP e CAEP);
d) coturno preto (somente para os BAEP e CAEP). 2 - Policiamento de Choque (CPChq):
a) calça cinza-bandeirante (com o uso de bombacha);
b) capote azul-ferrete [1º Batalhão de Policiamento de Choque (1º BPChq)];
c) camiseta gola careca preta para todas as OPM subordinadas ao CPChq, exceto para o Comando e Operações Es-
peciais (COE) do 4º Batalhão de Policiamento de Choque (4º BPChq);
d) camiseta gola careca verde (COE);
e) boina preta (1º BPChq);
f) boina verde (COE);
g) boina cinza-bandeirante;
h) braçal (1º BPChq);
i) bota tática preta;
j) coturno de selva (COE);
k) capacete preto de choque.
3 - Patrulhamento Disciplinar Ostensivo (PDO):
a) calça cinza-bandeirante (com o uso de bombacha);
b) braçal azul-royal;
c) boina azul-celeste;
d) coturno preto.
4 - Para as atividades de Policiamento em Eventos Desportivos, Culturais e Artísticos (Órgãos de Execução) o capa-
cete branco de policiamento é peça substitutiva.
5 - Policiamento de Guarda, Guardas Ornamentais, Desfiles e Representações Especiais:
a) boina cinza-bandeirante;
b) capacete branco de policiamento;
c) braçal;
d) cachecol ornamental branco;
e) cinturão branco com complementos;
f) luvas brancas de cano longo;
g) calça cinza-bandeirante (com o uso de bombacha);
h) coturno preto;
i) guia da espada branco (para Oficiais em desfiles e formaturas);
j) fiel da espada branco (para Oficiais em desfiles e formaturas).
6 - instrução interna, com suas peças substitutivas, conforme a necessidade didática exigir.
§ 6º - Seus acessórios consistirão em: 1 - camisa cinza-bandeirante:

a) insígnia: confeccionada em Policloreto de Polivinila (PVC), disposta na gola esquerda;


b) distintivo da atividade policial-militar, confeccionado em PVC, disposto na gola direita;
c) distintivo, bordado em fio correspondente ao metal, de curso de formação, ou habilitação ou aperfeiçoamento
(facultativo);
d) distintivo, bordado em fio correspondente ao metal, de curso de especialização (facultativo);

72
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

e) Láurea do Mérito Pessoal (facultativo), vedado seu uso juntamente com o colete de proteção balística;
f) barretas (facultativo) por sua representação heráldica, bordada nas medidas e cores
originais, fixada por meio de velcro ou bordada diretamente sobre o tecido, no limite máximo de 3 (três) barretas em
uma fileira, respeitando-se as regras de uso já estabelecidas, ou em metal (vedado seu uso juntamente com o colete de
proteção balística);
g) bandeira paulista no braço direito;
h) Logomarca da PMESP no braço esquerdo;
i) brasão da OPM no braço direito. 2 - nos capotes:
a) insígnia: para Oficiais e Subten PM, moldada em metal, disposta diretamente nas platinas fixas, na medida normal,
para Sgt PM, Alunos-Sargentos, Cb PM e Sd PM 1ª Cl a identificação será por meio de divisas bordadas nas mangas;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) Logomarca da PMESP no braço esquerdo. 3 - na jaqueta cinza-bandeirante:
a) insígnia: para Oficial e Subten PM, por luvas do mesmo tecido da peça, com as insígnias
bordadas, em fio correspondente ao metal, em medida normal; para Sgt PM, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, por divisas bordadas
em fio de prata sobre um fundo pentagonal azul-ferrete, em medida normal, fixadas em ambas as mangas;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) logomarca PMESP no braço esquerdo.
§ 7º - Seu uso dar-se-á, obrigatoriamente, no serviço operacional de policiamento, com as composições adequadas às
modalidades, atividades ou programas de policiamento acima especificados.

Artigo 51 - A composição, a posse e o uso do uniforme B-2 (Operacional Básico Masculino e Feminino – 2 “Policiamento
Motorizado Duas Rodas e estafeta com Moto”) obedecem às seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - capacete de motociclista;
2 - camisa cinza-bandeirante meia manga;
3 - camiseta gola careca cinza-bandeirante;
4 - culote de motociclista cinza-bandeirante;
5 - cinto cinza-bandeirante;
6 - meias pretas;
7 - botas pretas de motociclista;
8 - cinturão preto com complementos;
9 - colete de proteção balística.

§ 3º - São peças complementares:


1 - conjunto impermeável de motociclista;
2 - luvas pretas meio-dedo para motociclista;

73
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

3 - cachecol cinza-bandeirante;
4 - colete refletivo;
5 - braçal preto (ROCAM);
6 - espada (para Oficiais em desfiles e formaturas);
7 - fiador preto (para Oficiais em desfiles e formaturas);
8 - guia de espada preta (para Oficiais em desfiles e formaturas);
9 - jaqueta de motociclista.

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - camiseta gola careca preta [exclusivamente para ROCAM do 2º Batalhão de Policiamento de Choque (2º BPChq)];
2 - gorro com pala cinza-bandeirante (exceto do CPChq);
3 - gorro com pala preto (ROCAM do 2º BPChq); 4 - luvas pretas.

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - camisa cinza-bandeirante meia manga:
a) insígnia: confeccionada em PVC, disposta na gola esquerda;
b) distintivo da atividade policial-militar, confeccionado em PVC, disposto na gola direita;
c) distintivo, bordado em fio correspondente ao metal, de curso de formação, ou habilitação ou aperfeiçoamento
(facultativo);
d) distintivo, bordado em fio correspondente ao metal, de curso de especialização (facultativo);
e) Láurea do Mérito Pessoal (facultativo), vedado seu uso juntamente com o colete de proteção balística;
f) barretas (facultativo) por sua representação heráldica, bordada nas medidas e cores originais, fixada por meio de
velcro ou bordada diretamente sobre o tecido, no limite máximo de 3 (três) barretas em uma fileira, respeitando-se as regras
de uso já estabelecidas, ou em metal (vedado seu uso juntamente com o colete de proteção balística);
g) bandeira paulista no braço direito;
h) logomarca PMESP no braço esquerdo;
i) brasão da OPM no braço direito; 2 - na jaqueta de motociclista:
a) insígnia: para Oficial e Subten PM, por luvas do mesmo tecido da peça, com as insígnias
bordadas, em fio correspondente ao metal, em medida normal; para Sgt PM, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, por divisas bordadas
em fio de prata sobre um fundo pentagonal na mesma cor e material da jaqueta, em medida normal, fixadas em ambas as
mangas;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) logomarca PMESP no braço esquerdo.
§ 6º - Seu uso dar-se-á no serviço operacional de policiamento com motos ROCAM e RPM e no serviço de estafeta.

Subseção II
Do Uniforme de Policiamento Montado

Artigo 52 - A composição, a posse e o uso do uniforme B-3 (Operacional Básico Masculino e Feminino – 3 “Policiamento
Montado”) obedecem às seguintes prescrições:

74
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - capacete branco multiuso;
2 - camisa cinza-bandeirante meia manga;
3 - camiseta gola careca cinza-bandeirante;
4 - culote de cavalaria cinza-bandeirante;
5 - cinto cinza-bandeirante;
6 - meias pretas;
7 - botas pretas de cavalaria;
8 - cinturão preto com complementos;
9 - colete de proteção balística.

§ 3º - São peças complementares:


1 - jaqueta cinza-bandeirante;
2 - luvas pretas;
3 - cachecol cinza-bandeirante;
4 - colete refletivo.
5 - poncho cinza-bandeirante;
6 - capa de chuva tipo poncho;
7 - capa impermeável;
8 - espada (para Oficiais em desfiles e formaturas);
9 - fiador preto (para Oficiais em desfiles e formaturas);
10 - guia de espada preta (para Oficiais em desfiles e formaturas).

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - boina cinza-bandeirante;
2 - camiseta gola careca preta (somente para o RPMon).

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - camisa cinza-bandeirante meia manga:
a) insígnia: confeccionada em PVC, disposta na gola esquerda;
b) distintivo da atividade policial-militar, confeccionado em PVC, disposto na gola direita;
c) distintivo, bordado em fio correspondente ao metal, de curso de formação, ou habilitação ou aperfeiçoamento
(facultativo);
d) distintivo, bordado em fio correspondente ao metal, de curso de especialização (facultativo);
e) Láurea do Mérito Pessoal (facultativo), vedado seu uso juntamente com o colete de proteção balística;
f) barretas (facultativo) por sua representação heráldica, bordada nas medidas e cores originais, fixada por meio de
velcro ou bordada diretamente sobre o tecido, no limite máximo de 3 (três) barretas em uma fileira, respeitando-se as regras
de uso já estabelecidas, ou em metal (vedado seu uso juntamente com o colete de proteção balística);
g) bandeira paulista no braço direito;
h) logomarca PMESP no braço esquerdo;
i) brasão da OPM no braço direito;
2 - na jaqueta cinza bandeirante:
a) insígnia: para Oficial e Subten PM, por luvas do mesmo tecido da peça, com as insígnias bordadas, em fio corres-
pondente ao metal, em medida normal; para Sgt PM, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, por divisas bordadas em fio de prata sobre um
fundo pentagonal azul-ferrete, em medida normal, fixadas em ambas as mangas;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) logomarca PMESP no braço esquerdo.

§ 6º - Seu uso dar-se-á no serviço operacional de policiamento.

Subseção III
Do Uniforme de Controle de Distúrbios Civis

Artigo 53 - A composição, a posse e o uso do uniforme B-4 (Operacional Básico Masculino e Feminino – 4 “Controle de
Distúrbios Civis, para Órgãos de Execução subordinados ao CPC, CPM e CPI) obedecem às seguintes prescrições:

75
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - capacete de choque;
2 - gandola cinza-bandeirante manga comprida;
3 - camiseta gola careca cinza-bandeirante;
4 - calça cinza-bandeirante (com o uso de bombacha); 5 - cinto cinza-bandeirante;
6 - meias pretas;
7 - coturno preto;
8 - cinturão preto com complementos;
9 - colete de proteção balística.

§ 3º - São peças complementares:


1 - capote cinza-bandeirante;
2 - cachecol cinza-bandeirante;
3 - luvas pretas;
4 - capa impermeável.

§ 4º - A boina cinza-bandeirante é peça substitutiva.

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - na gandola cinza-bandeirante manga comprida:
a) - insígnia: confeccionada em PVC, disposta na gola esquerda;
b) - distintivo da atividade policial-militar, confeccionado em PVC, disposto na gola direita;
c) bandeira paulista no braço direito;
d) logomarca PMESP no braço esquerdo;
e) brasão da OPM no braço direito;
2 - no capote:
a) insígnia: para Oficiais e Subten PM, moldada em metal, disposta diretamente nas platinas fixas, na medida normal,
para Sgt PM, Alunos-sargentos, Cb PM e Sd PM 1ª Cl a identificação será por meio de divisas bordadas nas mangas;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) logomarca PMESP no braço esquerdo.
§ 6º - Seu uso dar-se-á no serviço operacional de policiamento, em operações de Controle de Distúrbios Civis.

76
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Subseção IV
Do Uniforme de Policiamento a Pé no Litoral, com Bicicleta e/ou Quadriciclo

Artigo 54 - A composição, a posse e o uso do uniforme B-5 (Operacional Básico Masculino e Feminino – 5 “Policiamento
a Pé no Litoral, com Bicicleta e/ou Quadriciclo”) obedecem às seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - gorro com pala cinza-bandeirante;
2 - camisa polo cinza-bandeirante;
3 - bermuda cinza-bandeirante;
4 - cinto cinza-bandeirante;
5 - meias cinza-bandeirante;
6 - calçado esportivo preto;
7 - cinturão preto com complementos;
8 - colete de proteção balística.

§ 3º - São peças complementares:


1 - capa impermeável;
2 - jaqueta cinza-bandeirante;
3 - colete refletivo;
4 - abrigo cinza-bandeirante (policiamento com bicicleta).

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - capacete de motociclista (policiamento com quadriciclo);
2 - capacete branco multiuso (policiamento com bicicleta);
3 - luvas pretas meio-dedo.

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - na camisa polo cinza-bandeirante:
a) bandeira paulista no braço direito;
b) logomarca PMESP no braço esquerdo;
2 - na jaqueta cinza-bandeirante:
a) insígnia: para Oficial e Subten PM, por luvas do mesmo tecido da peça, com as insígnias
bordadas, em fio correspondente ao metal, em medida normal; para Sgt PM, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, por divisas bordadas
em fio de prata sobre um fundo pentagonal azul-ferrete, em medida normal, fixadas em ambas as mangas;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) logomarca PMESP no braço esquerdo.

§ 6º - Seu uso dar-se-á no serviço operacional de policiamento.

77
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Seção VI
Da Composição, Da Posse e Do Uso dos Uniformes Específicos

Artigo 55 - A presente Seção trata da composição e posse dos uniformes Específicos.


Parágrafo único - O colete de proteção balística será de uso obrigatório nos uniformes específicos de policiamento,
e facultativo para as atividades administrativas (exceto para o estafeta), devendo ser usado nas seguintes conformidades:
1 - sobre a camisa, gandola, macacão, ou camiseta;
2 - quando usado com jaqueta, japona ou capote, deverá estar sob as respectivas vestimentas.

Subseção l
Comando de Policiamento Rodoviário (CPRv)

Artigo 56 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-1 (Específico Masculino e Feminino – 1 “Policiamento Rodo-
viário”) obedecem às seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças do efetivo do CPRv.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - quepe rodoviário cinza-bandeirante;
2 - camisa cinza-claro meia manga;
3 - camiseta gola careca cinza-bandeirante;
4 - culote de motociclista cinza-bandeirante;
5 - cinto preto de couro com ilhós;
6 - meias pretas;
7 - botas pretas de policiamento rodoviário;
8 - cinturão preto com complementos;
9 - colete de proteção balística.

§ 3º - São peças complementares:


1 - conjunto impermeável amarelo-ouro;
2 - jaqueta de couro preta;
3 - cachecol cinza-bandeirante;
4 - colete refletivo;
5 - luvas pretas;
6 - braçal preto (TOR);
7 - espada (para Oficiais em desfiles e formaturas);
8 - fiador preto (para Oficiais em desfiles e formaturas);
9 - guia de espada preta (para Oficiais em desfiles e formaturas).

78
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - capacete para motociclista;
2 - casquete (atividades internas);
3 - luvas pretas meio-dedo para motociclista.

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - na camisa cinza-claro meia manga:
a) insígnias moldadas em metal, na medida miniatura, dispostas na gola esquerda;
b) distintivo da atividade policial-militar, moldado em metal, na medida reduzida, disposto na gola direita;
c) distintivo, bordado em fio correspondente ao metal, de curso de formação, ou habilitação ou
aperfeiçoamento (facultativo);
d) distintivo, bordado em fio correspondente ao metal, de curso de especialização (facultativo);
e) Láurea do Mérito Pessoal (facultativo), vedado seu uso juntamente com o colete de proteção balística;
f) barretas (facultativo) por sua representação heráldica, bordada nas medidas e cores originais, fixada por meio de
velcro ou bordada diretamente sobre o tecido, no limite máximo de 3 (três) barretas em uma fileira, respeitando-se as regras
de uso já estabelecidas, ou em metal (vedado seu uso juntamente com o colete de proteção balística);
g) bandeira paulista no braço direito;
h) logomarca PMESP no braço esquerdo;
i) brasão da OPM no braço direito;
2 - na jaqueta de couro preto:
a) insígnia: para Oficiais e Subten PM, moldada em metal, fixadas em luvas da mesma cor e material da jaqueta, na
medida normal; para Sgt PM, Alunos-sargentos, Cb PM e Sd PM 1ª Cl por divisas bordadas em fio de prata sobre um fundo
pentagonal na mesma cor e material da jaqueta, em medida normal, fixadas em ambas as mangas;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) logomarca PMESP no braço esquerdo.
§ 6º - Seu uso dar-se-á no serviço operacional de policiamento, no serviço administrativo, em instrução, em trânsito e
no deslocamento da residência para o serviço e vice-versa.
§ 7º - As camisetas gola careca poderão ser usadas sem a sobreposição das camisas e gandolas dos uniformes especí-
ficos nas atividades administrativas e em instrução interna.

Subseção ll
Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran)

Artigo 57 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-2 (Específico Masculino e Feminino – 2 “Policiamento de
Trânsito”) obedecem às seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças do efetivo do CPTran.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - gorro com pala branco;

79
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

2 - camisa cinza-claro meia manga;


3 - camiseta gola careca cinza-bandeirante;
4 - culote de motociclista cinza-bandeirante;
5 - cinto cinza-bandeirante;
6 - meias pretas;
7 - botas pretas de motociclista;
8 - cinturão preto com complementos;
9 - colete de proteção balística.

§ 3º - São peças complementares:


1 - conjunto impermeável amarelo-ouro;
2 - capa impermeável amarelo-ouro;
3 - braçal branco (Trânsito);
4 - luvas pretas;
5 - cachecol cinza-bandeirante;
6 - colete refletivo.
7 - espada (para Oficiais em desfiles e formaturas);
8 - fiador preto (para Oficiais em desfiles e formaturas);
9 - guia de espada preta (para Oficiais em desfiles e formaturas);
10 - jaqueta de motociclista.

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - capacete para motociclista;
2 - luvas pretas meio-dedo para motociclista.

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - na camisa cinza-claro meia manga:
a) insígnias moldadas em metal, na medida miniatura, dispostas na gola esquerda;
b) distintivo da atividade policial-militar, moldado em metal, na medida reduzida, disposto na gola direita;
c) distintivo, bordado em fio correspondente ao metal, de curso de formação, ou habilitação ou aperfeiçoamento
(facultativo);
d) distintivo, bordado em fio correspondente ao metal, de curso de especialização (facultativo);
e) Láurea do Mérito Pessoal (facultativo), vedado seu uso juntamente com o colete de proteção balística;
f) barretas (facultativo) por sua representação heráldica, bordada nas medidas e cores originais, fixada por meio de
velcro ou bordada diretamente sobre o tecido, no limite máximo de 3 (três) barretas em uma fileira, respeitando-se as regras
de uso já estabelecidas, ou em metal (vedado seu uso juntamente com o colete de proteção balística);
g) bandeira paulista no braço direito;
h) logomarca PMESP no braço esquerdo;
i) brasão da OPM no braço direito. 2 - na jaqueta de motociclista:
a) insígnia: para Oficial e Subten PM, por luvas do mesmo tecido da peça, com as insígnias
bordadas, em fio correspondente ao metal, em medida normal; para Sgt PM, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, por divisas bordadas
em fio de prata sobre um fundo pentagonal na mesma cor e material da jaqueta, em medida normal, fixadas em ambas as
mangas;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) logomarca PMESP no braço esquerdo.
§ 6º - Seu uso dar-se-á no serviço operacional de policiamento, no serviço administrativo, em instrução, em trânsito e
no deslocamento da residência para o serviço e vice-versa.
§ 7º - As camisetas gola careca poderão ser usadas sem a sobreposição das camisas e gandolas dos uniformes especí-
ficos nas atividades administrativas e em instrução interna.

Subseção lIl
Comando do Corpo de Bombeiros (CCB)

Artigo 58 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-3 (Específico Masculino e Feminino – 3 “Operacional do CCB”)
obedecem às seguintes prescrições:

80
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças do efetivo do CCB.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - gorro com pala cinza-bandeirante;
2 - gandola tipo parca cinza-bandeirante de mangas compridas;
3 - camiseta gola careca vermelha;
4 - calça cinza-bandeirante;
5 - cinto vermelho;
6 - meias pretas;
7 - botas pretas.

§ 3º - São peças complementares:


1 - japona cinza-bandeirante;
2 - cinto preto com complementos (para o serviço de guarda e para Oficiais em desfiles e formaturas)
3 - espada (para Oficiais em desfiles e formaturas);
4 - fiador preto (para Oficiais em desfiles e formaturas);
5 - guia de espada preta (para Oficiais em desfiles e formaturas).

§ 4º - São peças substitutivas para o serviço motorizado duas rodas:


1 - capacete para motociclista;
2 - jaqueta de motociclista;
3 - luvas pretas meio-dedo;
4 - bota de motociclista.

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - na gandola tipo parca cinza-bandeirante de mangas compridas:
a) insígnia: confeccionada em PVC, disposta na gola esquerda;
b) distintivo da atividade policial-militar, confeccionado em PVC, disposto na gola direita;
c) distintivo, bordado em fio correspondente ao metal, de curso de formação, ou habilitação ou aperfeiçoamento
(facultativo);
d) distintivo, bordado em fio correspondente ao metal, de curso de especialização (facultativo);
e) Láurea do Mérito Pessoal (facultativo);
f) barretas (facultativo) por sua representação heráldica, bordada nas medidas e cores originais, fixada por meio de
velcro ou bordada diretamente sobre o tecido, no limite máximo de 3 (três) barretas em uma fileira, respeitando-se as regras
de uso já estabelecidas;
g) bandeira paulista no braço direito;
h) Símbolo de Bombeiro no braço esquerdo;
i) brasão da OPM no braço direito.

81
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

2 - na jaqueta de motociclista:
a) insígnia: para Oficial e Subten PM, por luvas do mesmo tecido da peça, com as insígnias bordadas, em fio corres-
pondente ao metal, em medida normal; para Sgt PM, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, por divisas bordadas em fio de prata sobre um
fundo pentagonal na mesma cor e material da jaqueta, em medida normal, fixadas em ambas as mangas;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) Símbolo de Bombeiro no braço esquerdo.
3 - na japona cinza-bandeirante:
a) insígnia: confeccionada em PVC, disposta na gola esquerda;
b) distintivo da atividade policial-militar, confeccionado em PVC, disposto na gola direita;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) Símbolo de Bombeiro no braço esquerdo.

§ 6º - Seu uso dar-se-á no serviço operacional, no serviço administrativo, em instrução, em trânsito e no deslocamento
da residência para o serviço e vice-versa.
§ 7º - As camisetas gola careca poderão ser usadas sem a sobreposição das camisas e gandolas dos uniformes especí-
ficos nas atividades administrativas e em instrução interna.
Artigo 59 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-4 (Específico Masculino e Feminino – 4 “Guarda vidas”) obe-
decem às seguintes prescrições:

82
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças do efetivo do CCB.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - gorro com pala vermelho;
2 - camiseta amarela meia manga;
3 - calção vermelho;
4 - maiô vermelho (masculino);
5 - maiô vermelho “tipo olímpico” (feminino);
6 - sandálias com tiras pretas.

§ 3º - São peças complementares:


1 - abrigo vermelho;
2 - calçado esportivo preto;
3 - meias brancas;
4 - conjunto neoprene;
5 - capa impermeável amarela; 6 - óculos de sol.

§ 4º - A camiseta amarela de manga longa é peça substitutiva.

§ 5º - Seu uso dar-se-á nos serviços de proteção a banhistas, sendo proibido seu uso “in itinere”.
Artigo 60 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-5 (Específico Masculino e Feminino – 5 “Educação Física CCB”)
obedecem às seguintes prescrições:

83
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças do efetivo do CCB.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - camiseta vermelha gola careca;
2 - calção vermelho (listra branca para Oficiais, azul para Subten PM e Sgt PM e preta para Cb PM e Sd PM;
3 - meias brancas;
4 - calçado esportivo preto.

§ 3º - São peças complementares:


1 - abrigo vermelho;
2 - bermuda térmica vermelha;
3 - gorro com pala vermelho.

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - sandálias com tiras pretas;
2 - maiô vermelho (Masculino);
3 - maiô vermelho “tipo olímpico” (Feminino);
4 - touca vermelha [exceto para o Grupamento de Bombeiros Marítimo (GBMar)];
5 - touca amarela (para o GBMar)

§ 5º - Seu uso dar-se-á no treinamento físico, práticas desportivas e instruções relacionadas, nas representações, nas
paradas e nos desfiles esportivos, sendo, expressamente, proibido o uso como traje civil, “in itinere” e fora das dependên-
cias do quartel para atividade outra, exceto quando na operação enchente.

§ 6º - Exclusivamente nas atividades de treinamento físico, prática desportiva e respectivas instruções relacionadas,
poderão ser usados calçados esportivos de cores diversas, adequado ergonomicamente a estas atividades; nas demais
atividades mantem-se a obrigatoriedade do uso do calçado esportivo preto;

§ 7º - O uso da bermuda térmica é obrigatório para os docentes e discentes em instrução de educação física ou demais
instruções com a utilização deste uniforme.

Subseção lV
Comando de Policiamento de Choque (CPChq)

Artigo 61 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-6 (Específico Masculino e Feminino – 6 “Escolta de motoci-
clistas) obedecem às seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças do CPChq (2º BPChq, ROCAM).

84
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - capacete de motociclista;
2 - camisa cinza-claro meia manga;
3 - camiseta gola careca preta;
4 - culote de couro preto;
5 - cinto preto de couro;
6 - meias pretas;
7 - botas pretas de motociclista;
8 - cinturão preto com complementos;
9 - colete de proteção balística.

§ 3º - São peças complementares:


1 - jaqueta de couro preto;
2 - conjunto impermeável preto;
3 - cachecol cinza-bandeirante;
4 - luvas pretas de cano longo;
5 - braçal preto (Escolta);
6 - espada (para Oficiais em desfiles e formaturas);
7 - fiador preto (para Oficiais em desfiles e formaturas);
8 - guia de espada preta (para Oficiais em desfiles e formaturas).

§ 4º - O gorro com pala preto é peça substitutiva.

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - na camisa cinza-claro meia manga:
a) insígnias moldadas em metal, na medida miniatura, dispostas na gola esquerda;
b) distintivo da atividade policial-militar, moldado em metal, na medida reduzida, disposto na gola direita;
c) distintivo, bordado em fio correspondente ao metal, de curso de formação, ou habilitação ou
aperfeiçoamento (facultativo);
d) distintivo, bordado em fio correspondente ao metal, de curso de especialização (facultativo);
e) Láurea do Mérito Pessoal (facultativo), vedado seu uso juntamente com o colete de proteção balística;
f) barretas (facultativo) por sua representação heráldica, bordada nas medidas e cores
originais, fixada por meio de velcro ou bordada diretamente sobre o tecido, no limite máximo de 3 (três) barretas em
uma fileira, respeitando-se as regras de uso já estabelecidas, ou em metal (vedado seu uso juntamente com o colete de
proteção balística);
g) bandeira paulista no braço direito;
h) logomarca PMESP no braço esquerdo;
i) brasão da OPM no braço direito; 2 - na jaqueta de couro preto:
a) insígnia: para Oficiais e Subten PM, moldada em metal, fixadas em luvas da mesma cor e material da jaqueta, na
medida normal; para Sgt PM, Cb PM e Sd PM 1ª Cl por divisas bordadas em fio de prata sobre um fundo pentagonal na
mesma cor e material da jaqueta, em medida normal, fixadas em ambas as mangas;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) logomarca PMESP no braço esquerdo.

§ 6º - Seu uso dar-se-á nos serviços de escolta, com motocicletas, realizados pela ROCAM do 2º BPChq.

Artigo 62 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-7 (Específico Masculino e Feminino – 7 “Ações Táticas Espe-
ciais”) obedecem às seguintes prescrições:

85
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças do CPChq [4º BPChq, Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE)];

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - gorro com pala preto;
2 - gandola camuflada urbana;
3 - calça camuflada urbana;
4 - cinto preto;
5 - camiseta gola careca preta;
6 - meias pretas;
7 - calçado preto especial.

§ 3º - São peças complementares:


1 - cinturão de guarnição especial preto com complementos;
2 - colete tático balístico;
3 - colete tático preto;
4 - capuz anti-chama preto;
5 - luvas anti-chama pretas.
6 - japona camuflada urbana;
7 - espada (para Oficiais em desfiles e formaturas);
8 - fiador preto (para Oficiais em desfiles e formaturas);
9 - guia de espada preta (para Oficiais em desfiles e formaturas).

§ 4º - Seus acessórios consistirão em:


1 - na gandola camuflada urbana:
a) insígnia: confeccionada em PVC, disposta na gola esquerda;
b) distintivo da atividade policial-militar, confeccionado em PVC, disposto na gola direita;
c) bandeira paulista no braço direito, terá o fundo no mesmo tecido do uniforme e será bordada com linhas nos tons
de cinza e preto;
d) logomarca PMESP no braço esquerdo, terá o fundo na mesmo tecido e será bordada em linhas nos tons de cinza
e preto;
e) brasão da OPM no braço direito, terá o fundo no mesmo tecido do uniforme e será bordado com linhas nos tons
de cinza e preto.
2 - na japona camuflada urbana:
a) insígnia: para Oficial e Subten PM, por luvas do mesmo tecido da peça, com as insígnias bordadas, em fio corres-
pondente ao metal, em medida normal; para Sgt PM, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, por divisas bordadas em fio de prata sobre um
fundo pentagonal na mesma cor e material da jaqueta, em medida normal, fixadas em ambas as mangas;
b) bandeira paulista no braço direito, terá o fundo no mesmo tecido do uniforme e será bordada com linhas nos tons
de cinza e preto;

86
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

c) logomarca PMESP no braço esquerdo, terá o fundo na mesmo tecido e será bordada em linhas nos tons de cinza
e preto.
§ 5º - Seu uso dar-se-á em ações específicas ou em treinamento próprio, sendo vedado o uso em trânsito e nos deslo-
camentos da residência para o serviço e vice-versa.
Artigo 63 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-8 (Específico Masculino e Feminino –
8 “Controle de Distúrbio Civis, para OPM subordinadas ao CPChq”) obedecem às seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças do CPChq [2º BPChq, 3º Batalhão de Policiamento de Choque (3º
BPChq) e RPMon];

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - capacete preto de choque;
2 - gandola camuflada urbana;
3 - calça camuflada urbana;
4 - cinto preto;
5 - camiseta gola careca preta;
6 - meias pretas;
7 - coturno preto;
8 - colete de proteção balística.

§ 3º - São peças complementares:


1 - boina cinza-bandeirante;
2 - japona camuflada urbana;
3 - cinturão de guarnição preto com complementos;
4 - colete tático preto;
5 - capuz anti-chama preto;
6 - luvas anti-chama pretas;
7 - espada (para Oficiais em desfiles e formaturas);
8 - fiador preto (para Oficiais em desfiles e formaturas);
9 - guia de espada preta (para Oficiais em desfiles e formaturas).

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - culote de cavalaria camuflado urbano (RPMon);
2 - botas pretas de cavalaria (RPMon).

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - na gandola camuflada urbana:
a) insígnia: confeccionada em PVC, disposta na gola esquerda;
b) distintivo da atividade policial-militar, confeccionado em PVC, disposto na gola direita;

87
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

c) bandeira paulista no braço direito, terá o fundo no mesmo tecido do uniforme e será bordada com linhas nos tons
de cinza e preto;
d) logomarca PMESP no braço esquerdo, terá o fundo na mesmo tecido e será bordada em linhas nos tons de cinza
e preto;
e) brasão da OPM no braço direito, terá o fundo no mesmo tecido do uniforme e será bordado com linhas nos tons
de cinza e preto.
2 - na japona camuflada urbana:
a) insígnia: para Oficial e Subten PM, por luvas do mesmo tecido da peça, com as insígnias bordadas, em fio corres-
pondente ao metal, em medida normal; para Sgt PM, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, por divisas bordadas em fio de prata sobre um
fundo pentagonal na mesma cor e material da jaqueta, em medida normal, fixadas em ambas as mangas;
b) bandeira paulista no braço direito, terá o fundo no mesmo tecido do uniforme e será bordada com linhas nos tons
de cinza e preto;
c) logomarca PMESP no braço esquerdo, terá o fundo na mesmo tecido e será bordada em linhas nos tons de cinza
e preto.
§ 6º - Seu uso dar-se-á em ações específicas ou em treinamento próprio, sendo vedado o uso em trânsito e nos deslo-
camentos da residência para o serviço e vice-versa.

Artigo 64 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-9 (Específico Masculino e Feminino – 9 “Operações Especiais”)
obedecem às seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças do CPChq (4º BPChq, COE).

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - boina verde;
2 - gandola camuflada rural;
3 - camiseta gola careca verde-oliva;
4 - calça camuflada rural;
5 - cinto verde;
6 - meias verdes;
7 - coturno de selva.

§ 3º - São peças complementares:


1 - chapéu militar camuflado rural;
2 - cachecol verde;
3 - japona camuflada rural;
4 - cinturão de guarnição especial verde com complementos;
5 - colete tático verde;
6 - colete tático balístico multiuso;
7 - capuz anti-chama verde; 8 - luvas anti-chama verdes;
9 - espada (para Oficiais em desfiles e formaturas);

88
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

10 - fiador preto (para Oficiais em desfiles e formaturas);


11 - guia de espada preta (para Oficiais em desfiles e formaturas).

§ 4º - Seus acessórios consistirão em:


1 - na gandola camuflada rural:
a) insígnia: confeccionada em PVC, disposta na gola esquerda;
b) distintivo da atividade policial-militar, confeccionado em PVC, disposto na gola direita;
c) bandeira paulista no braço direito, terá o fundo no mesmo tecido do uniforme e será bordada com linhas no tom
de verde-musgo;
d) logomarca PMESP no braço esquerdo, terá o fundo na mesmo tecido e será bordada em linhas no tom de verde-
-musgo;
e) brasão da OPM no braço direito, terá o fundo no mesmo tecido do uniforme e será bordado com linhas no tom de
verde-musgo.
2 - na japona camuflada rural:
a) insígnia: para Oficial e Subten PM, por luvas do mesmo tecido da peça, com as insígnias bordadas, em fio corres-
pondente ao metal, em medida normal; para Sgt PM, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, por divisas bordadas em fio de prata sobre um
fundo pentagonal na mesma cor e material da jaqueta, em medida normal, fixadas em ambas as mangas;
b) bandeira paulista no braço direito, terá o fundo no mesmo tecido do uniforme e será bordada com linhas no tom
de verde-musgo;
c) logomarca PMESP no braço esquerdo, terá o fundo na mesmo tecido e será bordada em linhas no tom de verde-
-musgo.
§ 5º - Seu uso dar-se-á em ações específicas ou em treinamento próprio, sendo vedado o uso em trânsito e nos deslo-
camentos da residência para o serviço e vice-versa.

Subseção V
Comando de Policiamento Ambiental (CPAmb)

Artigo 65 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-10 (Específico Masculino e Feminino – 10 “Policiamento
Ambiental”) obedecem às seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças do CPAmb;

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - chapéu tipo selva com aba flexível camuflado rural;
2 - gandola camuflada rural;
3 - camiseta gola careca verde-oliva;
4 - calça camuflada rural;
5 - cinto verde;

89
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

6 - meias pretas;
7 - coturno preto;
8 - cinturão de guarnição preto com complementos e coldre aberto com prolongador;
9 - colete de proteção balística camuflado.

§ 3º - São peças complementares:


1 - cachecol verde;
2 - japona camuflada rural;
3 - suspensório preto;
4 - luvas verdes;
5 - espada (para Oficiais em desfiles e formaturas);
6 - fiador preto (para Oficiais em desfiles e formaturas);
7 - guia de espada preta (para Oficiais em desfiles e formaturas).

§ 4º - Seus acessórios consistirão em:


1 - na gandola camuflada rural:
a) insígnia: confeccionada em PVC, disposta na gola esquerda;
b) distintivo da atividade policial-militar, confeccionado em PVC, disposto na gola direita;
c) bandeira paulista no braço direito, terá o fundo no mesmo tecido do uniforme e será bordada com linhas no tom
de verde- musgo;
d) logomarca PMESP no braço esquerdo, terá o fundo na mesmo tecido e será bordada em linhas no tom de verde-
musgo;
e) brasão da OPM no braço direito, terá o fundo no mesmo tecido do uniforme e será bordado com linhas no tom
de verde- musgo.
2 - na japona camuflada rural:
a) insígnia: para Oficial e Subten PM, por luvas do mesmo tecido da peça, com as insígnias bordadas, em fio corres-
pondente ao metal, em medida normal; para Sgt PM, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, por divisas bordadas em fio de prata sobre um
fundo pentagonal na mesma cor e material da jaqueta, em medida normal, fixadas em ambas as mangas;
b) bandeira paulista no braço direito, terá o fundo no mesmo tecido do uniforme e será bordada com linhas no tom
de verde- musgo;
c) logomarca PMESP no braço esquerdo, terá o fundo na mesmo tecido e será bordada em linhas no tom de verde-
musgo.

§ 5º - Seu uso dar-se-à somente quando em ações específicas ou em treinamento próprio, sendo vedado o uso em
trânsito e nos deslocamentos da residência para o serviço e vice-versa.

Artigo 66 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-11 (Específico Masculino e Feminino - 11 “Policiamento Am-
biental em embarcações”) obedecem às seguintes prescrições:

90
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças do CPAmb.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - chapéu com aba flexível cinza-bandeirante;
2 - camisa polo cinza-bandeirante;
3 - bermuda cinza-bandeirante;
4 - cinto cinza-bandeirante;
5 - meias cinza-bandeirante;
6 - calçado esportivo preto;
7 - cinturão de guarnição de nylon preto com complementos;
8 - colete de proteção balística.

§ 3º - São peças complementares:


1 - abrigo cinza-bandeirante;
2 - conjunto impermeável;
3 - capa de chuva;
4 - colete refletivo.

§ 4º - Na camisa polo cinza-bandeirante os acessórios consistirão em:


1 - bandeira paulista no braço direito;
2 - Logomarca da PMESP no braço esquerdo.

§ 5º - Seu uso dar-se-á somente quando em ações específicas ou em treinamento próprio, sendo vedado o uso em
trânsito e nos deslocamentos da residência para o serviço e vice-versa.

Subseção VI
Grupamento de Radipatrulha Aérea (GRPAe)

Artigo 67 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-12 (Específico Masculino e Feminino – 12 “Operações
com Aeronaves”) obedecem às seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças do GRPAe.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - capacete de voo verde;
2 - macacão de voo verde;
3 - camiseta gola careca verde;
4 - meias pretas;
5 - botas pretas de voo;

91
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

6 - cinturão de guarnição especial preto com complementos;


7 - colete de proteção balística (sobreposto ao macacão de voo).

§ 3º - São peças complementares:


1 - blusão verde para voo;
2 - coldre para voo;
3 - óculos de voo;
4 - luvas de voo verdes.

§ 4º - O casquete é peça substitutiva.

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - no macacão de voo verde:
a) placa de identificação em couro preto;
b) insígnia: bordada em tecido, disposta na gola esquerda;
c) distintivo da atividade policial-militar, bordado em tecido, disposto na gola direita;
d) bandeira paulista braço direito;
e) logomarca PMESP braço esquerdo. 2 - no blusão verde para voo:
a) bandeira paulista no braço direito;
b) logomarca PMESP no braço esquerdo.

§ 6º - Seu uso dar-se-á em operações com aeronaves, sendo vedado o uso em trânsito e nos deslocamentos da resi-
dência para o serviço e vice-versa.

§ 7º - O uso do gorro com pala será obrigatório quando fora da área de operação ou de manobra de aeronaves.

Subseção VII
Centro de Capacitação Profissional “Escola de Educação Física” (CeCaP-EEF)

Artigo 68 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-13 (Específico Masculino e Feminino - 13 “Escola de Educação
Física”) obedecem às seguintes prescrições:

92
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças do CeCaP-EEF.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - camiseta branca meia manga (golas azuis para Oficiais, vermelhas para Subten PM e Sgt PM e pretas para Cb PM
e Sd PM);
2 - calção branco [policiais militares com Curso de Bacharel em Educação Física (CBEF) ou com Curso de Gestão de
Treinamento, com listras azuis para Oficiais, vermelhas para Subten PM e Sgt PM e pretas para Cb PM e Sd PM];
3 - meias brancas;
4 - calçado esportivo branco (policiais militares com CBEF ou com Curso de Gestão de Treinamento).

§ 3º - São peças complementares:


1 - abrigo azul-royal com listra única (listra branca para Oficiais, vermelha para Subten PM e Sgt PM e preta para Cb
PM e Sd PM);
2 - abrigo de gala;
3 - camiseta de gala;
4 - japona impermeável azul-royal;
5 - bermuda térmica branca; (policiais militares com CBEF ou com Curso de Gestão de Treinamento)
6 - gorro com pala azul-royal.

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - calção azul-royal (policiais militares sem o CBEF ou sem o Curso de Gestão de Treinamento, sendo listras brancas
para Oficiais, vermelhas para Subten PM e Sgt PM e pretas para Cb PM e Sd PM);
2 - bermuda térmica azul-royal (com o calção azul-royal);
3 - calçado esportivo preto (com o calção azul-royal);
4 - maiô azul-royal (masculino, com listra branca para Oficiais, vermelha para Subten PM e SgtPM e preta para Cb
PM e Sd PM);
5 - maiô azul-royal “tipo olímpico” (feminino, com listra branca para Oficiais, vermelha para Subten PM e Sgt PM e
preta para Cb PM e Sd PM);
6 - sandálias com tiras pretas;
7 - touca (azul para Oficiais, vermelha para Subten PM e Sgt PM e preta para Cb PM e Sd PM).

§ 5º - Seu uso dar-se-á:


1 - nas atividades de treinamento físico, prática desportiva e respectivas instruções relacionadas e ao ministrar ins-
trução de Educação Física;
2 - no âmbito interno da CeCaP-EEF, exclusivamente pelos Oficiais e Praças da CeCaP-EEF;
3 - nos desfiles, paradas e representações, sendo vedado os deslocamentos como traje civil ou “in itinere”;
4 - o abrigo e a camiseta de gala serão usados exclusivamente nos desfiles, paradas, representações e em eventos
especiais, mormente nas apresentações dos tradicionais e históricos: “Bailado Joinville Lê-pont” e do “Boxe Savat”, sendo
vedado para quaisquer outras atividades;
5 - exclusivamente nas atividades de treinamento físico, prática desportiva e respectivas instruções relacionadas,
poderão ser usados calçados esportivos de cores diversas, adequado ergonomicamente a estas atividades; nas demais
atividades mantem-se a obrigatoriedade do uso do calçado esportivo branco ou preto;
§ 6º - O uso do gorro com pala azul-royal é de uso facultativo nas atividades de treinamento físico, prática desportiva
e respectivas instruções relacionadas;
§ 7º - O uso da bermuda térmica é obrigatório para os docentes e discentes em instrução de educação física ou demais
instruções com a utilização deste uniforme.

Subseção VIII
Quadro de Saúde

Artigo 69 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-14 (Específico Masculino e Feminino - 14 “Quadro de Saúde”)
obedecem às seguintes prescrições:

93
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será para Oficiais do Quadro de Saúde.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - casquete;
2 - camisa branca meia manga;
3 - camiseta gola careca branca;
4 - calça branca;
5 - cinto branco;
6 - meias brancas;
7 - sapatos brancos.

§ 3º - São peças complementares:


1 - jaqueta cinza-bandeirante de passeio;
2 - quepe cinza-bandeirante (utilização nos deslocamentos previstos nas regras de uso desse uniforme);
3 - porta-carregador e coldre de polímero para pistola.

§ 4º - A camiseta branca meia manga do uniforme T-1 (Treinamento Físico) é peça substitutiva:

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - na camisa branca meia manga:
a) insígnia bordada em fio metálico nas platinas removíveis, em medida normal;
b) distintivo, moldado em metal, da atividade policial-militar, em medida reduzida, em ambas as golas;
c) distintivo, moldado em metal, de curso de formação, ou habilitação ou aperfeiçoamento (obrigatório);
d) distintivo, moldado em metal, de curso de especialização (facultativo);
e) barretas (facultativo);
f) Láurea do Mérito Pessoal (facultativo);
g) bandeira paulista no braço direito;
h) Logomarca da PMESP no braço esquerdo;
i) brasão da OPM no braço direito.
2 - na jaqueta cinza-bandeirante de passeio:
a) insígnia bordada em fio metálico nas platinas removíveis, em medida normal;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) Logomarca da PMESP no braço esquerdo.

§ 6º - Seu uso será restrito aos serviços internos atinentes à área de saúde na respectiva OPM;

§ 7 - A camiseta branca meia manga, do uniforme T-1 (treinamento Físico), poderá ser usada internamente, sendo ve-
dado seu uso fora das dependências do Quartel ou como traje civil;

94
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 8º - Excepcionalmente e mediante autorização, o policial poderá deslocar-se trajando o uniforme E-14 para o exercício
de suas atribuições em outra OPM, ou durante o cumprimento de ordem, para participação em ações conjuntas externas,
sendo vedado seu uso “in itinere”.

Subseção IX
Gestante

Artigo 70 - A composição, a posse e o uso do uniforme EF-15 (Específico Feminino – 15 “Gestante”) obedecem às se-
guintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças gestantes.


§ 2º - Sua composição consistirá em:
1 - quepe cinza-bandeirante;
2 - jumper cinza-bandeirante;
3 - camisa cinza-claro meia manga;
4 - camiseta gola careca cinza-bandeirante;
5 - meia cor natural;
6 - sapatos pretos.

§ 3º - A jaqueta cinza-bandeirante de passeio é peça complementar.

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - casquete cinza-bandeirante;
2 - jumper branco (Oficiais do Quadro de Saúde);
3 - camisa branca meia manga (Oficiais do Quadro de Saúde);
4 - camiseta gola careca branca (Oficiais do Quadro de Saúde);
5 - sapato branco (Oficiais do Quadro de Saúde).

§ 5º - seus acessórios consistirão em:


1- nas camisas cinza-claro meia manga:
a) insígnia: para Oficiais e Subten PM bordada em fio metálico nas platinas removíveis, em medida normal, sobre as
alças do jumper; para Sgt PM, Alunas-Sargentos, Cb PM e Sd PM 1ª Cl moldada em metal, na medida miniatura, disposta
na gola esquerda;
b) distintivo: para Oficiais e Subten PM moldado em metal, da atividade policial-militar em ambas as golas; para Sgt
PM, Aluna-Sargento, Cb PM e Sd PM 1ª Cl moldado em metal, na gola direita, na medida reduzida;
c) bandeira paulista no braço direito;
d) logomarca PMESP no braço esquerdo, exceto integrantes do CCB que utilizarão o Símbolo de Bombeiro;
e) brasão da OPM no braço direito.
2 - na jaqueta cinza-bandeirante de passeio:

95
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

a) insígnia: para Oficiais e Subten PM, bordada em fio metálico nas platinas removíveis, em medida normal; para Sgt
PM, Aluna-Sargento, Cb PM e Sd PM 1ª Cl bordada sobre um fundo pentagonal azul-ferrete, nas mangas, também, em
medida normal;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) logomarca PMESP no braço esquerdo, exceto integrantes do CCB que utilizarão o Símbolo de Bombeiro.
3 - para as Al Of PM e alunas do CHQAOPM os assessórios obedecerão as regras do uniforme PF-1A;
4 - na camisa branca meia manga (somente para Oficiais):
a) insígnia: bordada em fio metálico nas platinas removíveis, em medida normal, sobre as alças do jumper;
b) distintivo: moldado em metal, da atividade policial-militar em ambas as golas;
c) bandeira paulista no braço direito;
d) logomarca PMESP no braço esquerdo;
e) brasão da OPM no braço direito.

§ 6º - Deverá ser utilizado no serviço interno e em representações, quando assim determinado.

Subseção X
Presídio Militar “Romão Gomes” (PMRG)

Artigo 71 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-16 (Específico Masculino e Feminino - 16 “Presídio Militar)
obedecem às seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será para Internos do PMRG.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - calça bege;
2 - camiseta gola careca amarela;
3 - meias pretas;
4 - botinas pretas sem cadarço.

§ 3º - A japona bege é peça complementar.

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - blusa de frio bege;
2 - bermuda bege;
3 - meias brancas;
4 - calçado esportivo preto sem cadarço.

§ 5º - Deverá ser utilizado pelos internos do PMRG.

96
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Seção VII
Da Composição, Da Posse e Do Uso dos Uniformes Treinamento Físico

Artigo 72 - A presente Seção trata da composição e posse dos uniformes Treinamento Físico.

Artigo 73 - A composição, a posse e o uso do uniforme T-1 (Treinamento Físico Masculino e Feminino - 1) obedecem
às seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - camiseta branca meia manga (golas azuis para Oficiais, vermelhas para Subten PM e Sgt PM e pretas para Cb PM
e Sd PM);
2 - calção azul-royal (listras brancas para Oficiais, vermelhas para Subten PM e Sgt PM e pretas para Cb PM e Sd PM);
3 - meias brancas;
4 - calçado esportivo preto.

§ 3º - São peças complementares:


1 - abrigo azul-royal (listras brancas para Oficiais, vermelhas para Subten PM e Sgt PM e pretas para Cb PM e Sd PM);
2 - gorro com pala azul-royal;
3 - bermuda térmica azul-royal.

97
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - calção branco (policiais militares com CBEF ou com Curso de Gestão de Treinamento - com listras azuis para Ofi-
ciais, vermelhas para Subten PM e Sgt PM e pretas para Cb PM e Sd PM);
2 - bermuda térmica branca (policiais militares com CBEF ou com Curso de Gestão de Treinamento);
3 - calçado esportivo branco (policiais militares com CBEF ou com Curso de Gestão de Treinamento);
4 - maiô azul-royal (masculino, com listra branca para Oficiais, vermelha para Subten PM e Sgt PM e preta para Cb
PM e Sd PM);
5 - maiô azul-royal “tipo olímpico” (feminino, com listra branca para Oficiais, vermelha para Subten PM e Sgt PM e
preta para Cb PM e Sd PM);
6 - sandálias com tiras pretas.

§ 5º - Seu uso dar-se-á:


a) na prática de educação física;
b) no âmbito interno do Centro de Reabilitação da Polícia Militar, exclusivamente pelas Praças daquele OAS, que
exercem as atividades de fisioterapeutas e educadores físicos;
c) nos desfiles, paradas e representações, sendo vedados os deslocamentos do serviço para a residência e vice-versa;
d) o uso do calção branco, da bermuda térmica branca e do calçado esportivo branco é
obrigatório e exclusivo dos Oficiais e Praças com CBEF ou com Curso de Gestão de Treinamento em instrução de edu-
cação física;
e) nas práticas desportivas e instruções relacionadas.

§ 6º - O uso do gorro com pala azul-royal é facultativo nas atividades de treinamento físico, prática desportiva e res-
pectivas instruções relacionadas.

§ 7º - Exclusivamente nas atividades de treinamento físico, prática desportiva e respectivas instruções relacionadas,
poderão ser usados calçados esportivos de cores diversas, adequado ergonomicamente a estas atividades; nas demais
atividades mantem-se a obrigatoriedade do uso do calçado esportivo preto.

§ 8º - O uso da bermuda térmica é obrigatório para os docentes e discentes em instrução de educação física ou demais
instruções com a utilização deste uniforme.

§ 9º - Seu uso dar-se-á nas atividades de treinamento físico, práticas desportivas e instruções relacionadas, nas repre-
sentações, nas paradas e nos desfiles esportivos, sendo proibido o uso “in itinere”, como traje civil e fora das dependências
do quartel para atividade diversa.

Seção VIII
Dos Uniformes Serviços Gerais

Artigo 74 - A presente Seção trata da composição e posse dos uniformes Serviços Gerais.

Artigo 75 - A composição, a posse e o uso do uniforme D-1 (Serviços Gerais Masculino e Feminino – 1 “Manutenção”)
obedecem às seguintes prescrições:

98
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - gorro com pala cinza-bandeirante;
2 - macacão cinza-bandeirante;
3 - meias pretas;
4 - botas pretas cano curto.

§ 3º - São peças complementares:


1 - capa impermeável;
2 - jaqueta cinza-bandeirante;
3 - cinturão preto com complementos;
4 - avental;
5 - luvas especiais;
6 - botas impermeáveis;
7 - colete de proteção balística;
8 - japona cinza-bandeirante (efetivo do CCB).

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - gorro branco (serviço de cozinha);
2 - botas brancas de borracha (serviço de cozinha);
3 - tamanco (serviço de cozinha).

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - no macacão cinza-bandeirante:
a) insígnia: confeccionada em PVC, disposta na gola esquerda;
b) distintivo da atividade policial-militar, confeccionado em PVC, disposto na gola direita;
c) distintivo, bordado em fio correspondente ao metal, de curso de formação, ou habilitação ou aperfeiçoamento
(facultativo);
d) distintivo, bordado em fio correspondente ao metal, de curso de especialização (facultativo);
e) Láurea do Mérito Pessoal (vedado seu uso juntamente com o colete de proteção balística), ou sua representação
heráldica, bordada nas medidas e cores originais, fixada por meio de velcro ou bordada diretamente sobre o tecido, respei-
tando-se as regras de uso já estabelecidas (uso facultativo);
f) representação heráldica da barreta, bordada nas medidas e cores originais, fixada por meio de velcro ou bordada
diretamente sobre o tecido, no limite máximo de 3 (três) barretas em fileira única, respeitando-se as regras de uso já esta-
belecidas (uso facultativo);
c) bandeira paulista no braço direito;
d) logomarca PMESP no braço esquerdo, exceto integrantes do CCB que utilizarão o Símbolo de Bombeiro;
e) brasão da OPM no braço direito. 3 - na jaqueta cinza-bandeirante:
a) insígnia: para Oficial e Subten PM, por luvas do mesmo tecido da peça, com as insígnias bordadas, em fio corres-
pondente ao metal, em medida normal; para Sgt PM, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, por divisas bordadas em fio de prata sobre um
fundo pentagonal azul-ferrete, em medida normal, fixadas em ambas as mangas;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) logomarca PMESP no braço esquerdo.
3 - na japona cinza-bandeirante (efetivo do CCB):
a) insígnia: confeccionada em PVC, disposta na gola esquerda;
b) distintivo da atividade policial-militar, confeccionado em PVC, disposto na gola direita;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) Símbolo de Bombeiro no braço esquerdo.

§ 6º - seu uso dar-se-á:


1) pelos Oficiais, quando na execução e direção dos serviços de oficinas e de rancho;
2) pelas Praças, quando na execução dos mesmos serviços, assim como nos serviços de obras, telefonia, faxina, con-
servação, cozinha, guincheiros e abastecedores.

Artigo 76 - A composição, a posse e o uso do uniforme DM-2 (Serviços Gerais Masculino –2 “Garçom e Maître”) obe-
decem às seguintes prescrições:

99
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será para Praças.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - paletó branco (garçom);
2 - camisa branca;
3 - gravata horizontal preta;
4 - calça preta;
5 - cinto preto;
6 - meias pretas;
7 - sapatos pretos.

§ 3º - São peças substitutivas:


1 - paletó preto (maître).

§ 4º - Seu uso dar-se-á nos serviços de garçom e maître.

Seção IX
Da Composição, Da Posse e Do Uso dos Uniformes dos Alunos-Oficiais e Alunos do CHQAOPM

Artigo 77 - A presente Seção trata da composição e posse dos uniformes dos Al Of PM e alunos do CHQAOPM.

Subseção I
Dos Uniformes Formais Gala

Artigo 78 - A composição, a posse e o uso do uniforme GM-1A (Gala Masculino - 1 Aluno) obedecem às seguintes
prescrições:

100
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será para Al Of PM.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - quepe branco;
2 - sobrecasaca azul-ferrete;
3 - calça azul-ferrete;
4 - cinto cinza-bandeirante;
5 - meias pretas;
6 - sapatos pretos;
7 - talim de verniz preto;
8 - platinas removíveis azul-ferrete.

§ 3º - São peças complementares:


1 - pelerine azul-ferrete;
2 - luvas pretas;
3 - espadim;
4 - vestimenta de inverno.

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - sobrecasaca branca;
2 - luvas brancas.

§ 5º - seus acessórios consistirão em:


1 - insígnia: forragê;
2 - distintivo de atividade de ensino e instrução, em metal nas platinas e nas golas, na medida normal;
3 - platinas azul-ferrete de galões prateados;
4 - medalhas e ordens honoríficas (mediante autorização do Cmt da OPM).

§ 6º - Seu uso dar-se-á em solenidades oficiais de recepção de gala, visitas ou representações de Chefes de Estado, nas
reuniões ou cerimônias em que seja exigido o uso de casaca ou fraque ou, quando autorizado pelo Comandante imediato,
em ato solene de caráter particular.

§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.

Artigo 79 - A composição, a posse e o uso do uniforme GF-1A (Gala Feminino - 1 Aluna) obedecem às seguintes pres-
crições:

101
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será para Al Of PM.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - quepe feminino branco;
2 - jaqueta feminina azul-ferrete;
3 - platinas azul-ferrete;
4 - blusa branca (com peitilho);
5 - fita em laço azul-ferrete;
6 - saia longa azul-ferrete;
7 - meias cor natural;
8 - sapatos pretos de salto;
9 - talim de verniz preto.

§ 3º - São peças complementares:


1 - carteira preta;
2 - pelerine azul-ferrete;
3 - luvas pretas;
4 - espadim;
5 - vestimenta de inverno.

102
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - saia curta azul-ferrete;
2 - jaqueta feminina branca;
3 - luvas brancas.

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - insígnia: forragê;
2 - distintivo de atividade de Ensino e Instrução, em metal nas platinas e nas golas, na medida normal;
3 - platinas azul-ferrete de galões prateados;
4 - medalhas e ordens honoríficas (mediante autorização do Cmt da OPM).

§ 6º - Seu uso dar-se-á em solenidades oficiais de recepção de gala, visitas ou representações de Chefes de Estado, nas
reuniões ou cerimônias em que seja exigido o uso de casaca ou fraque ou, quando autorizado pelo Comandante imediato,
em ato solene de caráter particular.

§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.

Artigo 80 - A composição, a posse e o uso do uniforme G-2A (Gala Masculino e Feminino - 2 Aluno) obedecem às
seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será para Al Of PM.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - barretina;
2 - sobrecasaca azul-ferrete;
3 - calça azul-ferrete;
4 - cinto cinza-bandeirante;
5 - meias pretas;
6 - bota preta de cano curto;
7 - cinturão de couro branco; 8 - platinas azul-ferrete.

§ 3º - São peças complementares:


1 - luvas pretas;
2 - polainas brancas;
3 - vestimenta de inverno;
4 - forrage (uso com talim).

103
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - sobrecasaca branca;
2 - luvas brancas;
3 - talim (uso com quepe);
4 - quepe branco (uso com talim).

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - platinas azul-ferrete de galões prateados;
2 - distintivo da atividade de Ensino e Instrução, em metal nas platinas e nas golas, na medida normal;
3 - medalhas e ordens honoríficas (mediante autorização do Cmt da OPM).

§ 6º - Seu uso dar-se-á em formaturas e desfiles;

§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.

Subseção II
Dos Uniformes Formais Rigor

Artigo 81 - A composição, a posse e o uso do uniforme RM-1A (Rigor Masculino - 1 Aluno) obedecem às seguintes
prescrições:

§ 1º - Sua posse será para Al Of PM e alunos do CHQAOPM.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - quepe cinza-bandeirante;
2 - túnica cinza-bandeirante;
3 - platinas removíveis azul-ferrete;
4 - escudetes azul-ferrete;
5 - camisa branca;
6 - gravata horizontal azul-ferrete;
7 - calça cinza-bandeirante;
8 - cinto cinza-bandeirante;
9 - meias pretas;
10 - sapatos pretos.

§ 3º - São peças complementares:


1 - pelerine azul-ferrete;
2 - luvas pretas;

104
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

3 - espadim (Al Of PM);


4 - vestimenta de inverno;
5 - guia de espada azul-ferrete.

§ 4º - A gravata vertical azul-ferrete é peça substitutiva.

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - insígnias em metal, na medida miniatura, dispostas em escudetes, em ambas as mangas da túnica;
2 - distintivo de atividade de ensino e instrução, bordado na mesma cor do metal, disposto nas
platinas removíveis, na medida normal;
3 - distintivo de atividade de Policiamento, em metal, em ambas as golas da túnica, na medida normal;
4 - distintivo, moldado em metal, de curso de especialização (mediante autorização do Cmt OPM);
5 - medalhas e ordens honoríficas (mediante autorização do Cmt OPM); 6 - bandeira paulista no braço direito;
7 - Logomarca da PMESP no braço esquerdo.

§ 6º - Seu uso dar-se-á em atividades sociais, onde for exigido o rigor.

§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.

Artigo 82 - A composição, a posse e o uso do uniforme RF-1A (Rigor Feminino - 1 Aluna) obedecem às seguintes pres-
crições:

§ 1º - Sua posse será para Al Of PM e alunas do CHQAOPM.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - quepe feminino cinza-bandeirante;
2 - túnica cinza-bandeirante;
3 - platinas removíveis azul-ferrete;
4 - escudetes azul-ferrete;
5 - camisa branca;
6 - fita em laço azul-ferrete;
7 - saia longa cinza-bandeirante;
8 - cinto cinza-bandeirante;
9 - meias cor natural;
10 - sapatos pretos de salto.

§ 3º - São peças complementares:


1 - carteira preta;
2 - pelerine azul-ferrete;

105
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

3 - luvas pretas; § 2º - Sua composição consistirá em:


4 - espadim (Al Of PM); 1 - quepe cinza-bandeirante;
5 - vestimenta de inverno; 2 - túnica cinza-bandeirante;
6 - guia de espada azul-ferrete. 3 - platinas removíveis cinza-bandeirante;
4 - escudetes azul-ferrete;
§ 4º - A saia curta cinza-bandeirante é peça substitu- 5 - camisa cinza-claro;
tiva. 6 - gravata vertical cinza-bandeirante;
7 - calça cinza-bandeirante;
§ 5º - Seus acessórios consistirão em: 8 - cinto cinza-bandeirante;
1 - insígnias em metal, na medida miniatura, dispos- 9 - meias pretas;
tas em escudetes, em ambas as mangas da túnica; 10 - sapatos pretos.
2 - distintivo de atividade de ensino e instrução,
bordado na mesma cor do metal, disposto nas platinas re- § 3º - São peças complementares:
movíveis, na medida normal; 1 - cachecol cinza-bandeirante;
3 - distintivo de atividade de Policiamento, em me- 2 - capa impermeável; 3 - luvas pretas;
tal, em ambas as golas da túnica, na medida normal; 4 - espadim (Al Of PM - somente nas representações);
4 - distintivo, moldado em metal, de curso de espe- 5 - vestimenta de inverno;
cialização (mediante autorização do Cmt OPM); 6 - guia de espada preto;
5 - medalhas e ordens honoríficas (mediante autori- 7 - coldre, porta carregador e passador portátil em
zação do Cmt OPM); 6 - bandeira paulista no braço direito; polímero para pistola.
7 - Logomarca da PMESP no braço esquerdo.
§ 4º - São peças substitutivas:
§ 6º - Seu uso dar-se-á em atividades sociais, onde for 1 - capote cinza-bandeirante (substitui a túnica);
exigido o rigor. 2 - jaqueta cinza-bandeirante de passeio (substitui a
túnica).
§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de ma-
neira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias § 5º - Seus acessórios consistirão em: 1 - na túnica:
de baixa temperatura. a) insígnias em metal, na medida miniatura, dispos-
tas em escudetes, em ambas as mangas;
Subseção III b) distintivo de atividade de ensino e instrução, bor-
Do Uniforme Administrativo Social (Passeio Com- dado na mesma cor do metal, disposto nas platinas remo-
pleto) víveis, na medida normal;
c) distintivo de atividade de Policiamento, em metal,
Artigo 83 - A composição, a posse e o uso do unifor- em ambas as golas, na medida normal;
me SM-1A [Social (Passeio Completo) Masculino - 1 Aluno] d) distintivo, moldado em metal, de curso de
obedecem às seguintes prescrições: especialização (mediante autorização do comandante da
OPM);
e) barreta (mediante autorização do comandante da
OPM);
f) Láurea do Mérito Pessoal (facultativo, mediante
autorização do comandante da OPM, vedado seu uso jun-
tamente com o colete de proteção balística);
g) medalhas e ordens honoríficas (conforme estabe-
lece o item 2, do §3º, do artigo 255);
h) bandeira paulista no braço direito;
i) Logomarca da PMESP no braço esquerdo; 2 - na
camisa cinza-claro de manga comprida:
a) insígnia, moldada em metal, disposta na gola es-
querda, na medida miniatura;
b) distintivo da atividade de ensino e instrução, mol-
dado em metal, disposto na gola direita, na medida minia-
tura.
3 - no capote:
a) insígnias em metal, na medida miniatura, dispos-
tas em escudetes, em ambas as mangas;
b) distintivo de atividade de ensino e instrução, em
metal, disposto diretamente nas platinas fixas, na medida
§ 1º - Sua posse será para Al Of PM e alunos do CH- normal;
QAOPM. c) bandeira paulista no braço direito;

106
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

d) Logomarca da PMESP no braço esquerdo. 4 - na jaqueta cinza-bandeirante de passeio:


a) insígnias em metal, na medida miniatura, dispostas em escudetes, em ambas as mangas;
b) distintivo de atividade de Ensino e instrução, bordado na mesma cor do metal, disposto nas platinas removíveis, na
medida normal;
c) bandeira paulista no braço direito;
d) Logomarca PMESP no braço esquerdo.
§ 6º - Seu uso dar-se-á em trânsito, nos serviços e nas representações quando não for determinado outro uniforme.
§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.

Artigo 84 - A composição, a posse e o uso do uniforme SF-1A [Social (Passeio Completo) Feminino - 1 Aluna] obedecem
às seguintes prescrições:

§ 1º - Sua posse será para Al Of PM e alunas do CHQAOPM.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - quepe feminino cinza-bandeirante;
2 - túnica cinza-bandeirante;
3 - platinas removíveis cinza-bandeirante;
4 - escudetes azul-ferrete;
5 - camisa cinza-claro;
6 - fita em laço cinza-bandeirante;
7 - calça cinza-bandeirante;
8 - cinto cinza-bandeirante;
9 - meias cor natural;
10 - sapatos pretos de salto.

§ 3º - São peças complementares:


1 - cachecol cinza-bandeirante;
2 - capa impermeável;
3 - luvas pretas;
4 - espadim (Al Of PM - somente nas representações);
5 - guia de espada preta;
6 - coldre, porta carregador e passador portátil em polímero para pistola.

§ 4º - São peças substitutivas:


1 - botas de cano longo pretas (somente em conjunto com a saia cinza-bandeirante e capote);
2 - capote cinza-bandeirante (substitui a túnica);
3 - saia cinza-bandeirante;

107
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

4 - botas pretas em couro, de cano curto e salto


(uso somente com a calça); 5 - jaqueta cinza-bandeirante
de passeio (substitui a túnica);
6 - meias pretas (uso somente com bota pretas de cano
curto).
§ 5º - Seus acessórios consistirão em:
1 - na túnica:
a) insígnias em metal, na medida miniatura, dispos-
tas em escudetes, em ambas as mangas;
b) distintivo de atividade de ensino e instrução, bor-
dado na mesma cor do metal, disposto nas platinas remo-
víveis, na medida normal;
c) distintivo de atividade de Policiamento, em metal,
em ambas as golas, na medida normal;
d) distintivo, moldado em metal, de curso de
especialização (mediante autorização do comandante da
OPM);
e) barreta (mediante autorização do comandante da
OPM);
f) Láurea do Mérito Pessoal (facultativo, mediante
autorização do comandante da OPM, vedado seu uso jun- § 1º - Sua posse será para Al Of PM e alunos do CH-
tamente com o colete de proteção balística); QAOPM.
g) medalhas e ordens honoríficas (somente quando
determinado); § 2º - Sua composição consistirá em:
h) bandeira paulista no braço direito; 1 - quepe cinza-bandeirante;
i) Logomarca da PMESP no braço esquerdo. 2 - camisa cinza-claro meia manga;
2 - na camisa cinza-claro de manga comprida: 3 - platinas removíveis cinza-bandeirante;
a) insígnia, moldada em metal, disposta na gola es- 4 - camiseta gola careca cinza-bandeirante;
querda, na medida miniatura; 5 - calça cinza-bandeirante;
b) distintivo, moldado em metal, da atividade de en- 6 - cinto cinza-bandeirante;
sino e instrução disposto na gola direita, na medida minia- 7 - meias pretas;
tura. 8 - sapatos pretos.
3 - no capote:
a) insígnias em metal, na medida miniatura, dispos- § 3º - São peças complementares:
tas em escudetes, em ambas as mangas; 1 - capote cinza-bandeirante;
b) distintivo de atividade policial-militar, em metal, 2 - jaqueta cinza-bandeirante de passeio;
disposto diretamente nas platinas fixas, na medida normal; 3 - cachecol cinza-bandeirante;
c) bandeira paulista no braço direito; 4 - capa impermeável;
d) Logomarca da PMESP no braço esquerdo. 5 - colete de proteção balística;
4 - na jaqueta cinza-bandeirante: 6 - cinturão preto com complementos;
a) insígnias em metal, na medida miniatura, dispos- 7 - luvas pretas.
tas em escudetes, em ambas as mangas;
b) distintivo de atividade de Ensino e Instrução, bor- § 4º - São peças substitutivas:
dado na mesma cor do metal, disposto nas platinas remo- 1 - casquete;
víveis, na medida normal; 2 - coldre para pistola, porta carregador e passador
c) bandeira paulista no braço direito; portátil em polímero.
d) logomarca PMESP no braço esquerdo.
§ 6º - Seu uso dar-se-á em trânsito, nos serviços e nas § 5º - Seus acessórios consistirão em:
representações quando não for determinado outro uniforme. 1 - na camisa cinza-claro:
§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de ma- a) distintivo de atividade de Ensino e Instrução, bor-
neira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias dado na mesma cor do metal, disposto nas platinas remo-
de baixa temperatura. víveis, na medida normal;
b) insígnias, em metal, dispostas na gola esquerda,
Subseção IV na medida miniatura;
Dos Uniformes Administrativos Passeio c) distintivo da atividade de Ensino e Instrução, molda-
do em metal, disposto na gola direita, na medida miniatura;
Artigo 85 - A composição, a posse e o uso do uniforme d) distintivo, moldado em metal, de curso de
PM-1A (Passeio Masculino - 1 Aluno) obedecem às seguin- especialização (mediante autorização do comandante da
tes prescrições: OPM);

108
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

e) barretas (mediante autorização do comandante da § 1º - Sua posse será para Al Of PM e alunas do CH-
OPM); QAOPM.
f) Láurea do Mérito Pessoal (facultativo, mediante § 2º - Sua composição consistirá em:
autorização do comandante da OPM, vedado seu uso jun- 1 - quepe feminino cinza-bandeirante;
tamente com o colete de proteção balística); 2 - camisa cinza-claro meia manga;
g) bandeira paulista no braço direito; 3 - platinas removíveis cinza-bandeirante;
h) Logomarca da PMESP no braço esquerdo; 4 - camiseta gola careca cinza-bandeirante;
i) brasão de OPM no braço direito. 5 - calça cinza-bandeirante;
2 - no capote: 6 - cinto cinza-bandeirante;
a) insígnias em metal, na medida miniatura, dispos- 7 - meias cor natural;
tas na gola esquerda em escudetes, em 8 - sapatos pretos de salto.
ambas as mangas;
b) distintivo de atividade de Ensino e Instrução, em § 3º - São peças complementares:
metal, disposto diretamente nas platinas fixas, na medida 1 - capote cinza-bandeirante;
normal; 2 - jaqueta cinza-bandeirante de passeio;
c) bandeira paulista no braço direito; 3 - cachecol cinza-bandeirante;
d) Logomarca da PMESP no braço esquerdo. 4 - capa impermeável;
3 - na jaqueta cinza-bandeirante de passeio: 5 - luvas pretas;
a) insígnias em metal, na medida miniatura, dispos- 6 - bolsa preta;
tas em escudetes, em ambas as mangas; 7 - cinturão preto com complementos;
b) distintivo de atividade de Ensino e Instrução, bor- 8 - colete de proteção balística.
dado na mesma cor do metal, disposto nas platinas remo-
víveis, na medida normal; § 4º - São peças substitutivas:
c) bandeira paulista no braço direito; 1 - casquete;
d) Logomarca da PMESP no braço esquerdo. 2 - botas pretas de cano longo (somente em conjunto
com a saia cinza-bandeirante e capote ).
§ 6º - Seu uso dar-se-á em: 3 - saia curta cinza-bandeirante;
a) representações, quando assim determinado; 4 - coldre para pistola, porta carregador e passador
b) trânsito e no deslocamento da residência para o portátil em polímero;
serviço e vice-versa (mediante autorização do comandante 5 - botas pretas em couro, de cano curto e salto (uso
da OPM). somente com a calça); 6 - meias pretas (uso somente com
§ 7º - No uniforme de passeio, o colete de proteção bota pretas de cano curto).
balística é de uso facultativo, podendo ser usado com capa
cinza-claro de forma dissimulada, sendo que, quando usa- § 5º - Seus acessórios consistirão em:
do com jaqueta ou capote, este deve estar sob as respec- 1 - na camisa cinza-bandeirante:
tivas vestimentas. a) distintivo de atividade de Ensino e Instrução, bor-
dado na mesma cor do metal, disposto nas platinas remo-
Artigo 86 - A composição, a posse e o uso do uniforme víveis, na medida normal;
PF-1A (Passeio Feminino - 1 Aluna) obedecem às seguintes b) insígnias, em metal, dispostas na gola esquerda,
prescrições: na medida miniatura;
c) distintivo da atividade de Ensino e Instrução, mol-
dado em metal, disposto na gola direita, na medida minia-
tura;
d) distintivo, moldado em metal, de curso de
especialização (mediante autorização do comandante da
OPM);
e) barretas (mediante autorização do comandante
da OPM);
f) Láurea do Mérito Pessoal (facultativo, mediante
autorização do comandante da OPM, vedado seu uso jun-
tamente com o colete de proteção balística);
g) bandeira paulista no braço direito;
h) Logomarca da PMESP no braço esquerdo;
i) brasão de OPM no braço direito. 2 - no capote:
a) insígnias em metal, na medida miniatura, dispos-
tas em escudetes, em ambas as mangas;
b) distintivo de atividade de Ensino e Instrução, em
metal, disposto diretamente nas platinas fixas, na medida
normal;

109
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

c) bandeira paulista no braço direito;


d) Logomarca da PMESP no braço esquerdo.
3 - na jaqueta cinza-bandeirante de passeio:
a) insígnias em metal, na medida miniatura, dispostas em escudetes, em ambas as mangas;
b) distintivo de atividade policial-militar, bordado na mesma cor do metal, disposto nas platinas removíveis, na medi-
da normal;
c) bandeira paulista no braço direito;
d) Logomarca da PMESP no braço esquerdo.

§ 6º - Seu uso dar-se-á em:


a) representações, quando assim determinado;
b) trânsito e no deslocamento da residência para o serviço e vice-versa (mediante autorização do comandante da
OPM).

§ 7º - No uniforme de passeio, o colete de proteção balística é de uso facultativo, podendo ser usado com capa cin-
za-claro de forma dissimulada, sendo que, quando usado com jaqueta ou capote, este deve estar sob as respectivas vesti-
mentas.

Subseção V
Do Uniforme Operacional Básico

Artigo 87 - A composição, a posse e o uso do uniforme B-1A (Operacional Básico Masculino e Feminino – 1 Aluno “Po-
liciamento Motorizado Quatro Rodas e a Pé, Cavalaria e Instrução) obedecem às seguintes prescrições:

110
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será para Al Of PM e alunos do CHQAOPM.

§ 2º - Sua composição consistirá em:


1 - gorro com pala cinza-bandeirante;
2 - camisa cinza-bandeirante meia manga;
3 - camiseta gola careca cinza-bandeirante;
4 - calça cinza-bandeirante;
5 - cinto cinza-bandeirante;
6 - meias pretas;
7 - botas pretas cano curto;
8 - cinturão preto com complementos;
9 - colete de proteção balística.

§ 3º - São peças complementares:


1 - jaqueta cinza-bandeirante;
2 - capote cinza-bandeirante;
3 - cachecol cinza-bandeirante;
4 - luvas pretas;
5 - capa impermeável;
6 - colete refletivo.

§ 4º - São peças substitutivas para Instrução:


1 - casquete;
2 - capacete de cavalaria preto
3 - gandola cinza-bandeirante manga comprida;
4 - calça cinza-bandeirante (com o uso de bombacha);
5 - culote de cavalaria cinza-bandeirante (Al Of PM);
6 - coturno preto;
7 - bota de cavalaria (Al Of PM);
8 - capacete branco de policiamento;
9 - boina cinza-bandeirante.

§ 5º - Seus acessórios consistirão em:


1 - na camisa cinza-bandeirante meia manga:
a) insígnia: confeccionada em PVC, disposta na gola esquerda;
b) distintivo da atividade policial-militar, confeccionado em PVC, disposto na gola direita;
c) distintivo, bordado em fio correspondente ao metal, de curso de especialização (mediante autorização do coman-
dante da OPM);
d) Láurea do Mérito Pessoal, de uso facultativo, mediante autorização do Comandante da OPM (vedado seu uso jun-
tamente com o colete de proteção balística);
e) barretas, de uso facultativo, mediante autorização do comandante da OPM, por sua representação heráldica, bor-
dada nas medidas e cores originais, fixada por meio de velcro ou bordada diretamente sobre o tecido, no limite máximo de
3 (três) barretas em uma fileira, respeitando-se as regras de uso já estabelecidas, ou em metal (vedado seu uso juntamente
com o colete de proteção balística);
f) bandeira paulista no braço direito;
g) logomarca PMESP no braço esquerdo;
h) brasão da OPM no braço direito. 2 - no capote:
a) insígnias em metal, na medida miniatura, dispostas em escudetes, em ambas as mangas;
b) distintivo de atividade Ensino e Instrução, em metal, disposto diretamente nas platinas fixas, na medida normal;
c) bandeira paulista no braço direito;
d) logomarca PMESP no braço esquerdo.
3 - na jaqueta cinza-bandeirante:
a) insígnias bordadas, na medida miniatura, dispostas em escudetes de mesmo tecido da jaqueta, em ambas as man-
gas;
b) distintivo de atividade de Ensino e Instrução, por luvas do mesmo tecido da peça, com as insígnias bordadas, em
fio correspondente ao metal, em medida normal
b) bandeira paulista no braço direito;
c) Logomarca PMESP no braço esquerdo.

111
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 6º - Seu uso dar-se-á, somente, em atividades escolares da APMBB e de instrução, podendo o gorro com pala ser
substituído pelos capacetes, de acordo com a necessidade.

§ 7º - O colete de proteção balística será de uso obrigatório nos uniformes operacionais, em especial nas atividades
externas à APMBB, devendo ser usado nas seguintes conformidades:
1 - sobre a camisa, gandola, ou camiseta;
2 - quando usado com jaqueta ou capote, deverá estar sob as respectivas vestimentas.

§ 8º - Desde que os estágios exijam, os alunos poderão utilizar os uniformes específicos deste regulamento.

Subseção VI
Do Uniforme de Treinamento Físico

Artigo 88 - A composição, a posse e o uso do uniforme T-1A (Treinamento Físico Masculino e Feminino - 1 Aluno)
obedecem às seguintes prescrições:

112
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

§ 1º - Sua posse será para Al Of PM e alunos do CH- Parágrafo único - poderão ser entregues condecorações
QAOPM. a civis, na conformidade da respectiva regulamentação.
§ 2º - Sua composição consistirá em: Artigo 237 - Ordem honorífica é uma escala de hono-
1 - camiseta branca meia manga com gola careca azul- rificências em que se ingressa pelo grau mais baixo e se
-ferrete; pode ascender na escala, até o mais alto. Possui um nú-
2 - calção azul-ferrete, com listra branca; mero limitado de agraciados e que, nos dias modernos,
3 - meias brancas; corresponde, também, à retribuição por relevantes serviços
4 - calçado esportivo preto. prestados, como ocorre com as demais condecorações.
§ 3º - São peças complementares: Artigo 238 - Medalha Militar é a instituída por organi-
1 - abrigo azul-ferrete; zações militares com os mais diversos objetivos.
2 - bermuda térmica azul-ferrete; Artigo 239 - Medalha policial-militar é a instituída por
3 - vestimenta de inverno, autorizado o uso, sob o OPM com os mais diversos objetivos. Artigo 240 - Meda-
abrigo, nos dias de baixa temperatura; lha-Prêmio é a outorgada com o objetivo de enaltecer a
4 - gorro com pala azul royal. atividade escolar.
§ 4º - São peças substitutivas: Artigo 241 - Medalha condecorativa é a que patenteia
1 - maiô azul-ferrete (masculino); o reconhecimento pelos bons serviços prestados, podendo
2 - maiô azul-ferrete tipo “olímpico” (feminino); ser de qualquer natureza.
3 - sandálias com tiras pretas; Artigo 242 - A Láurea do Mérito Pessoal objetiva distin-
4 - touca azul-ferrete. guir o policial militar por suas qualidades pessoais.
§ 5º - Seu uso dar-se-á: Artigo 243 - O Estado-Maior da Polícia Militar publicará
a) na prática de educação física; relação das condecorações de uso permitido nos unifor-
b) nas paradas, representações e nos desfiles espor- mes, a qual irá compor o Anexo VI deste Regulamento.
tivos, sendo vedado o uso do abrigo fora de OPM; Parágrafo único - Constarão na relação, condecora-
c) nas práticas desportivas e instruções relacionadas. ções instituídas pela PMESP, pelo Governo do Estado de
§ 6º - Exclusivamente nas atividades de treinamento São Paulo, pelas Forças Armadas ou reconhecidas por es-
físico, prática desportiva e respectivas instruções relaciona- tas, pelo Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário de nível
das, poderão ser usados calçados esportivos de cores di- federal, estadual, distrital e municipal.
versas, adequado ergonomicamente a estas atividades; nas Artigo 244 - As medalhas-prêmio, de uso permitido,
demais atividades mantem-se a obrigatoriedade do uso do serão somente aquelas conferidas a policiais militares, nos
calçado esportivo preto. termos do artigo 236 deste regulamento.
§ 7º - O uso do gorro com pala azul-royal é facultativo Artigo 245 - Nas cerimônias de entrega de condeco-
nas atividades de treinamento físico, prática desportiva e rações, o agraciado deverá usar apenas a que lhe for en-
respectivas instruções relacionadas. tregue.
§ 8º - O uso da bermuda térmica é obrigatório para os Artigo 246 - O direito ao uso de condecorações de
discentes em instrução de educação física ou demais ins- qualquer natureza ou grau extingue-se pelas superveniên-
truções com a utilização deste uniforme. cias dos seguintes eventos:
I - condenação irrecorrível por crime de deserção;
CAPÍTULO IX II - condenação irrecorrível por qualquer crime de
DAS CONDECORAÇÕES natureza desonrosa, ou ofensiva à dignidade profissional;
III - fato ou evento, praticado pela entidade civil que
Artigo 235 - Este Capítulo trata da conceituação e clas- instituiu a condecoração, que vá de encontro aos valores
sificação relativas às condecorações usadas nos uniformes da Instituição.
masculinos e femininos.
Seção II
Seção I Das Definições Particulares
Da Conceituação e Classificação
Artigo 247 - Para efeito deste regulamento ficam ado-
tadas as seguintes definições particulares:
Artigo 236 - As condecorações constituem o reconhe-
I - medalha é a condecoração composta de venera e fita;
cimento público de instituições governamentais ou priva-
das, civis, militares ou policiais-militares, a integrantes da
Polícia Militar do Estado de São Paulo, como prêmio por
feitos que mereçam destaque, compreendendo:
I - ordem honorífica;
II - medalha militar;
III - medalha policial-militar;
IV - medalha-prêmio;
V - medalha condecorativa de outros órgãos;
VI - Láurea do Mérito Pessoal.

113
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

II - venera é a medalha propriamente dita, ou insíg- VIII - colar é uma dupla corrente ornada com os ele-
nia da condecoração, em metal, na cor dourado, prateada mentos alegóricos ou uma fita larga colocada em volta do
ou de bronze; pescoço da qual pende a venera;
III - fita é uma faixa estreita de tecido de onde pende,
geralmente, a venera;
IV - passador é uma peça de metal, integrante de al-
gumas condecorações, por onde se atravessa a fita. Pode
simbolizar, em alguns casos, honrarias e tempo de serviço
ou outros aspectos relevantes do portador;
V - banda é uma fita larga de tecido, usada a tiraco-
lo, destinada a prender a venera de certas ordens honorífi-
cas, geralmente no grau de Grã-Cruz;

IX - Comenda é uma venera, usada pendente de uma


fita representativa, em certas ordens honoríficas, nos graus
de Comendador ou Grande-Oficial.

VI - barreta é uma peça confeccionada em metal, re-


vestida ou não de um ou mais pedaços de fita, ou esmalta-
da correspondente a determinada condecoração. Terá me- Seção III
didas estabelecidas na regulamentação da condecoração e, Das Precedências das Medalhas
na sua falta, será confeccionada com 36 mm de largura por
11 mm de altura; Artigo 248 - A disposição de medalhas nos uniformes,
obedecerá às seguintes regras de precedência:
I - condecorações nacionais de:
a) bravura;
b) ferimento em ação;
c) campanha, cumprimento de missões e operações
de guerra ou policiais militares;
VII – placa é uma chapa de metal esmaltado sobre- d) prêmio a atos pessoais de abnegação e destemor,
posta a uma peça de metal dourado ou prateado, usada com risco de vida, em tempo de paz, ou no cumprimento
por condecorados com certas ordens honoríficas, geral- do dever;
mente nos graus de Grande-Oficial e de Grã-Cruz; e) mérito;
f) serviços relevantes;
g) bons serviços militares;
h) esforço nacional de guerra;
i) serviços prestados às Forças Armadas ou Auxilia-
res;
j) serviços extraordinários;
k) mérito cívico;
l) aplicação aos estudos policiais-militares. II - outras
condecorações de nível estadual;
III - outras condecorações de nível municipal;
IV - condecorações estrangeiras.
Parágrafo único - Em solenidades sujeitas a cerimonial
de outros países, as regras acima alternam-se cabendo o
destaque principal às condecorações do país promotor da
solenidade. Em qualquer caso, ressalvado o disposto no
Artigo 245, é proibido o uso exclusivo de condecorações
estrangeiras.

114
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Artigo 249 - As condecorações de mérito obedecerão à seguinte precedência: I - militares: por ordem de recebimento,
independentemente de grau;
II - civis: por ordem de recebimento, independentemente de grau.
Artigo 250 - As condecorações militares de mesma natureza terão a seguinte precedência: I - das Forças Armadas: por
ordem de recebimento independentemente de seu grau;
II - da Polícia Militar do Estado de São Paulo: por ordem de grau e por ordem de recebimento; III - de outras Forças
Auxiliares: por ordem de recebimento, independentemente de seu grau.
Artigo 251 - As condecorações do mérito militar ou policial-militar, quando outorgadas como prêmio à bravura pessoal
ou coletiva em missões de guerra ou policiais militares, precederão a todas as demais.
Artigo 252 - Nas solenidades do Dia do Soldado, o uso de condecorações nacionais será exclusivo.
Artigo 253 - Nas solenidades da Marinha, do Exército, da Aeronáutica e de outras Forças Auxiliares, o policial militar
deverá ostentar com destaque, se as possuir, condecorações da Instituição anfitriã.
Artigo 254 - Mesmo dentro dos limites numéricos aqui estabelecidos, não é obrigatória a ostentação pelo policial
militar, de todas as condecorações que possua, cabendo-lhe opção pelas de sua preferência, respeitadas as regras acima
estabelecidas.

Seção IV
Das Regras de Uso das Condecorações

Artigo 255 - O uso das condecorações está condicionado ao modelo de uniforme e ao tipo de condecoração.
§ 1º - Nos uniformes com sobrecasaca e jaqueta feminina deverá ser observado: 1 - obrigatório o uso das medalhas e
ordens honoríficas;
2 - as medalhas serão usadas do lado esquerdo do peito, respeitando-se o limite de três fileiras de medalhas;
3 - as fileiras serão dispostas entre o primeiro e o quarto botões, segundo a ordem de precedência, da direita para
a esquerda e de cima para baixo. As medalhas, quando as fileiras estiverem completas, ficarão parcialmente superpostas,
exceto a mais próxima à linha de botões, e, nas jaquetas femininas, na altura correspondente;
4 - as fileiras serão distanciadas 20 mm entre si e serão formadas como segue:

115
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

a) até cinco medalhas: uma só fileira, alinhada com o a) lado esquerdo: a primeira placa, que será corres-
segundo botão; pondente à banda ou comenda, quando for usada, posi-
ciona-se com sua parte superior alinhada ao quarto botão,
em relação ao eixo horizontal. A segunda, posiciona-se em
pala, ou seja, abaixo da primeira e com seu ponto inferior
coincidindo com a intersecção da vertical da primeira placa
e alinhada com a intersecção horizontal do sexto botão.
Havendo três placas, a disposição é em formato de triângu-
lo, ficando os pontos mais elevados da segunda e da tercei-
ra tangentes à horizontal do quinto botão. Havendo quatro
placas, a quarta compõe-se, simetricamente, ao triângulo,
formando uma cruz;
b) lado direito: a primeira placa alinha-se com o
quinto botão. A segunda (sexta placa) ficará disposta na
b) de seis a dez medalhas: uma fileira de cinco, ali- mesma vertical a 10 mm abaixo da primeira (quinta placa).
nhada com o segundo botão, e uma de cinco ou menos,
acima desta;
c) de onze a quinze medalhas: uma fileira de cinco,
alinhada com o segundo botão, outra de cinco, abaixo des-
ta, e a terceira, de cinco ou menos, acima da primeira.
5 - as comendas serão usadas em um máximo de
três, quando isoladas, e somente uma
quando usada em conjunto com medalhas, como se-
gue:
a) dispor-se-ão ao longo da linha de botões, a pri-
meira junto à gola e as demais saindo do 1º e 2º botões. As
fitas deverão ficar encobertas e as comendas poderão ficar
parcialmente superpostas;
b) o uso da comenda obriga ao uso da respectiva
placa.
6 - as Bandas serão usadas de maneira singela, ou
seja, somente poderá ser usada uma única banda, na se-
guinte conformidade:
a) colocada a tiracolo do ombro direito para o qua-
dril esquerdo, passando por sob a platina e por sob o cinto,
quando houver;
b) o ajuste da faixa deve ser feito de maneira que o
laço fique 30 mm abaixo da cintura;
c) o uso da placa respectiva é obrigatório.

7 - as placas terão seu uso, quando fizer parte de


bandas ou comendas, em conjunto com as mesmas. Caso
contrário, em consonância com a regulamentação própria 8 - o colar poderá ser usado somente um em torno
da condecoração, seu uso será limitado a quatro do lado do pescoço. 9 - é proibido o uso de barretas e da Láurea do
esquerdo e duas do lado direito, totalizando seis placas, Mérito Pessoal.
iniciando sua colocação pelo lado esquerdo, passando de- § 2º - Na túnica do uniforme Rigor (com exceção do
pois para o lado direito, como segue: RF-3) deverá ser observado:

116
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

1 - o uso das medalhas e ordens honoríficas é obrigatório; b) lado direito, a primeira placa (quinta placa) posi-
2 - as medalhas serão usadas do lado esquerdo do ciona-se a 10 mm abaixo do bolso, alinhada com a vertical
peito, respeitando-se o limite de três fileiras de medalhas; formada a partir do botão do bolso. A segunda (sexta pla-
3 - a fileira base deverá se alinhar de maneira que a ca) coloca-se na mesma vertical, a 10 mm abaixo da primei-
extremidade inferior das veneras tangencie o bordo infe- ra (quinta placa).
rior da pestana do bolso esquerdo; 8 - o colar poderá ser usado somente um em torno
do pescoço; 9 - é proibido o uso de barretas e da Láurea do
Mérito Pessoal.
§ 3º - Na túnica do uniforme Administrativo Social e
OM-2 deverá ser observado: 1 - é obrigatório o uso das
barretas e:
a) o número máximo de uso permitido será de quin-
ze barretas;
b) as barretas serão alinhadas em fileiras de três,
obedecendo às demais regras de formação e de precedên-
cia estabelecidas para as medalhas respectivas;
c) a fileira mais inferior deverá ficar tangente à linha
superior da pestana do bolso esquerdo.
4 - as demais fileiras, se houver, serão colocadas aci-
ma da descrita, distanciadas 20 mm entre si, e serão forma-
das como segue:
a) até cinco medalhas: uma só fileira, sendo esta a
fileira base;
b) de seis a dez medalhas: uma fileira de cinco me-
dalhas (fileira base) e uma fileira de cinco ou menos, acima
desta;
c) de onze a quinze medalhas: uma fileira de cinco
medalhas (fileira base), uma fileira de cinco
medalhas, abaixo desta, e a terceira fileira, de cinco ou
menos medalhas, acima da primeira (fileira base).
5 - as comendas serão usadas de maneira singela,
ou seja, uma única comenda por cima da gravata, ficando
a fita por baixo do colarinho da camisa, sendo que seu uso
obriga o uso da respectiva placa.
6 - as Bandas também serão usadas de maneira sin- 2 - o uso das medalhas e ordens honoríficas é obri-
gela, uma única banda, colocada a tiracolo do ombro direi- gatório somente em paradas e desfiles militares comemo-
to para o quadril esquerdo, passando por sob a platina e rativos das grandes datas nacionais ou, mediante ordem,
por sob o cinto, quando houver, devendo o ajuste da faixa em atos e solenidades específicas, e obedecerão as mes-
ser feito de maneira que o laço fique 30 mm abaixo da cin- mas regras estabelecidas para os uniformes Rigor, indica-
tura, sendo o uso da placa respectiva obrigatório. das no parágrafo 2º deste artigo, sendo proibido seu uso,
7 - as placas terão seu uso, quando fizer parte de simultaneamente, com barretas;
3 - é facultativo o uso da Láurea do Mérito Pessoal
bandas ou comendas, em conjunto com as mesmas. Caso
conforme segue:
contrário, em consonância com a regulamentação própria
a) a Láurea do Mérito Pessoal será posicionada sobre
da condecoração, seu uso será limitado a quatro do lado
o bolso esquerdo, preso ao seu botão, por baixo da res-
esquerdo e duas do lado direito, totalizando seis placas,
pectiva pestana, através da tira de couro que a sustenta ou,
iniciando sua colocação pelo lado esquerdo, passando de-
quando de fixação, no centro do bolso esquerdo;
pois para o lado direito como segue:
b) quando for usada placa, que deverá ser coloca-
a) lado esquerdo, a primeira placa, que será corres-
da em posição coincidente à sua posição normal, o uso da
pondente à banda ou comenda, quando for usada, posi- Láurea do Mérito Pessoal é proibido.
ciona-se sobre o bolso esquerdo, em correspondência aos § 4º - Na camisa do uniforme Administrativo Passeio e
distintivos de curso usados sobre o bolso direito. A segun- Específico E-15 (Quadro de Saúde) deverá ser observado:
da posiciona-se em pala, ou seja, abaixo da primeira e com 1 - é obrigatório o uso das barretas e:
seu ponto mais elevado coincidindo com a intersecção da a) o número máximo de uso permitido será de seis
vertical da primeira placa alinhada com a intersecção hori- barretas;
zontal do terceiro botão. Havendo três placas, a disposição b) as barretas serão alinhadas em fileiras de três,
é em formato de triângulo, ficando os pontos mais eleva- obedecendo às demais regras de formação e de precedên-
dos da segunda e da terceira, tangentes à horizontal do se- cia estabelecidas para as medalhas respectivas;
gundo botão. Havendo quatro placas, a quarta compõe-se, c) a fileira mais inferior deverá ficar tangente à linha
simetricamente, ao triângulo, formando uma cruz. superior da pestana do bolso esquerdo.

117
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

2 - é facultativo o uso da Láurea do Mérito Pessoal,


quando disposta, será posicionada sobre o bolso esquerdo, POLICIAMENTO OSTENSIVO
preso ao seu botão, por baixo da respectiva pestana, atra- (A PÉ E MOTORIZADO):
vés da tira de couro que a sustenta ou, quando de fixação, FORMULÁRIOS DE SERVIÇO;
no centro do bolso esquerdo.
NOÇÕES DE RADIOPATRULHAMENTO E
3 - é proibido o uso de medalhas e ordens honorífi-
POLÍCIA COMUNITÁRIA;
cas;
4 - é proibido o uso de qualquer acessório, láurea ou
medalha quando utilizando o colete de proteção balística.
Policiamento ostensivo
Compõe-se das ações de fiscalização de polícia, sobre
matéria de segurança pública, em cujo emprego o policial mi-
litar ou a fração de tropa é identificado de relance, quer pela
farda, quer pelo equipamento, armamento ou viatura. É modo
de atuar do Poder de Polícia. Divide-se em tipos, que são:

Policiamento Ostensivo Geral (Urbano e Rural)

Policiamento ostensivo executado pelas OPM Terri-


toriais, objetivando satisfazer as necessidades básicas de
segurança pública inerentes a qualquer comunidade ou a
§ 5º - Na camisa do uniforme Operacional Básico (B-1, qualquer cidadão.
B-2 e B-3) e Específico (E-1, E-2, E-3 e E-6):
1 - é facultativo o uso da Láurea do Mérito Pessoal, Policiamento Ostensivo de Trânsito (Urbano ou Rodo-
disposta sobre o bolso esquerdo em seu centro; (vedado viário) Policiamento ostensivo executado em vias terres-
seu uso quando utilizando colete de proteção balística); tres abertas à livre circulação, com o objetivo de prevenir
2 - é proibido o uso da Láurea do Mérito Pessoal em e reprimir atos contrários à segurança pública e de garantir
metal com a utilização do colete de proteção; obediência às normas relativas à segurança de trânsito, as-
3 - é facultativo o uso da representação heráldica da segurando a livre circulação e evitando acidentes.
barreta, bordada nas medidas e cores originais, fixada por
meio de velcro ou bordada diretamente sobre o tecido, no Policiamento Ostensivo Ambiental
limite máximo de 3 (três) barretas em uma fileira de três, Policiamento Ostensivo executado para a preservação
tangente à linha superior da pestana do bolso esquerdo, da ordem pública em ações de policiamento relacionadas
ou em metal, neste caso, sendo vedado seu uso com o co- com a salvaguarda dos recursos naturais do Estado e pela
lete balístico. prevenção e repressão das infrações cometidas contra o
§ 6º - O uso das condecorações nos demais uniformes meio ambiente.
e circunstâncias é proibido.
§ 7º - O uso da Láurea do Mérito Pessoal é proibido nos Policiamento Ostensivo de Choque
abrigos de frio dos uniformes e em trajes civis. Policiamento ostensivo executado por força reserva do
§ 8º - O uso de colar, banda ou comenda, da mesma Comando Geral para emprego em missões extraordinárias
condecoração, é mutuamente exclusivo. Cada uma delas de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública no
poderá, no entanto, ser usada em conjunto com a respec- território estadual.
tiva medalha.
§ 9º - O uso de barretas da mesma condecoração é Policiamento Velado
mutuamente exclusivo. Forma de atuação do policiamento, complementar e
em apoio ao policiamento ostensivo, com o emprego de
policiais militares em trajes civis, possuindo características,
princípios e variantes próprias.

Policiamento Comunitário
Conjunto de todas as ações e medidas táticas ou ope-
racionais voltadas à consecução dos objetivos estratégicos
delineados pela Instituição Policial-Militar, no sentido de
preservar a ordem pública, obter o nível de segurança pú-
blica desejado e aceitável, bem como proporcionar a me-
lhoria da qualidade de vida, levadas a efeito em conjunto
com as comunidades em que se desenvolve, por meio do
respaldo, cooperação, parceria, participação e informações
nelas angariados.

118
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Programa de Policiamento Comunitário


PROGRAMAS DE POLICIAMENTO: Programa que tem por objetivo organizar o policia-
ANEXO AO BOL G PM 121, DE 2 DE JULHO mento realizado mediante o uso de BCS, PPM, BCSD, B Op
DE 2018. 13 e BCM, considerando ainda as viaturas de apoio a este Pro-
grama (destinadas às BCS e às BCSD).

Programa de Radiopatrulha – Atendimento “190”


Programas de Policiamento Programa de policiamento que tem por finalidade rea-
São subdivisões dos tipos de policiamento ostensivo lizar patrulhamento nos subsetores determinados e dar
voltados para determinados objetivos, constituídos por atendimento à demanda do telefone 190.
conjuntos de diretrizes e projetos de implantação duradou-
ra, ajustáveis ao longo do tempo, que traduzem a estratégia Programa Policiamento com Motocicletas no Estado de
operacional da Instituição. A organização do policiamento São
em Programas define melhor os padrões de execução e fa- Paulo – Programa ROCAM
cilita o planejamento orçamentário para sua manutenção.
O êxito dos Programas depende da combinação das dire- Programa de policiamento voltado ao aprimoramento
trizes, da logística e do empenho dos Comandantes (em do emprego desse processo de policiamento na prevenção
todos os escalões) em cumpri-los. São eles: de ilícitos penais, principalmente nos grandes corredores
de trânsito dos municípios mais populosos, bem como nas
Programa de Policiamento Escolar Áreas de Interesse de Segurança Pública dos municípios do
Programa de policiamento cuja atividade policial os- Estado, segundo a análise e estudo das variáveis indicado-
tensiva está voltada à segurança dos estabelecimentos de ras de criminalidade (INFOCRIM, FOTOCRIM, COPOM ON-
ensino, visando cumprir o estabelecido no Programa de -LINE e outras, como reportagens vinculadas na imprensa,
Segurança Escolar, de modo a satisfazer as necessidades informações obtidas junto à comunidade etc.), de forma a
de segurança da comunidade escolar. É realizado por meio permitir o acompanhamento e mensuração da sua eficácia
da Ronda Escolar. em períodos pré-estabelecidos.

Programa de Policiamento Integrado


Programa de policiamento em que há um policial mi- DIRETRIZ PM3-5/02/05 PROGRAMA DE
litar em uma viatura, inserido em um sistema de policia- POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS NO
mento ostensivo capaz de assegurar-lhe condições míni- ESTADO DE SÃO PAULO PROGRAMA ROCAM
mas de segurança, que atua, básica e eminentemente, de PARCIALMENTE ALTERADA PELA ORDEM
forma preventiva, em pontos de estacionamento determi- COMPLEMENTAR PM3-1/02/07;
nados em um subsetor de baixa expectativa de ocorrências
e numa faixa de horário considerada adequada para sua
finalidade preventiva e que permita ser visto e ser encon-
DIRETRIZ Nº PM3-005/02/05
trado facilmente pelo cidadão, atingindo o objetivo orga-
nizacional de acessibilidade e visibilidade.
Referência: Diretriz nº PM3-001/02/05, de 09MAI05
(NORSOP).
Programa de Forças Táticas
Programa de policiamento cujo efetivo é fixado em
1. FINALIDADE
QPO em razão de certas peculiaridades da região onde
Disciplinar a implantação do Programa de Policiamen-
atua e do índice de criminalidade, considerados os homicí- to com Motocicletas no Estado de São Paulo.
dios e os roubos.
Força Tática, por sua vez, é a denominação que rece- 2. SITUAÇÃO
be a fração da F Ptr reforçada, treinada para ações táticas 2.1. o aprimoramento do emprego do policiamento
de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública, com motocicletas visa torná-lo mais eficaz, a fim de que
tais como: a prevenção setorizada, com intensificação ou atenda às expectativas atuais da comunidade, aumentando
saturação localizada de policiamento, repressão ao crime sua segurança e diminuindo os índices criminais, principal-
organizado ou em locais com alto índice de crimes violen- mente dos crimes mais comuns nas vias de tráfego intenso,
tos, ocorrências de vulto, eventos de importância, controle como roubo de veículos e dos pertences dos seus ocupan-
de tumultos e ações para restauração da ordem pública de tes, e em locais onde este processo de policiamento seja
maior magnitude. Realiza o patrulhamento tático motoriza- mais indicado;
do, executado com viatura de maior porte e com reforço de 2.2. nas cidades com mais de 500.000 habitantes, as
armamento e equipamento, empregado segundo as nor- estatísticas apontam os grandes corredores de trânsito,
mas em vigor, isoladamente ou em conjunto, e coordenado mormente em seus cruzamentos, onde há lentidão e con-
com os demais programas do policiamento ostensivo. gestionamentos, como os locais indicados para a atuação
desse policiamento, pelas suas características de agilidade

119
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

e acessibilidade, o que motivou a implantação de um pro- penais, principalmente nos grandes corredores de trân-
jeto-piloto na cidade de São Paulo, que surtiu bons resul- sito dos municípios mais populosos, bem como nas AISP
tados; dos municípios do Estado, segundo a análise e estudo das
2.3. pode-se esperar que, em outros municípios, com variáveis indicadoras de criminalidade (INFOCRIM, FOTO-
características urbanas semelhantes às da Capital, as con- CRIM, COPOM ON-LINE e outras, como reportagens veicu-
dições quanto à criminalidade em grandes corredores con- ladas na imprensa, informações obtidas junto à comunida-
gestionados sejam também muito próximas, o que reco- de etc.), de forma a permitir o acompanhamento e mensu-
menda a aplicação do policiamento com motocicletas em ração da sua eficácia em períodos pré-estabelecidos.
moldes semelhantes ao que está sendo desenvolvido no 5.3. Desenvolvimento do Programa ROCAM
Município de São Paulo; 5.3.1. o Programa ROCAM será desenvolvido em três
2.4. por outro lado, nos demais municípios, ainda os modos de atuação, determinados em função da demogra-
menores, o policiamento com motocicletas, quando em- fia e urbanização do município, conforme segue:
pregado em áreas previamente selecionadas, segundo cri- 5.3.1.1. Patrulha dedicada à via:
térios técnico-policiais, é igualmente produtivo, permitin- Policiamento realizado nos grandes corredores de
do, ainda, que seja melhor controlado e distribuído, para trânsito, caracterizados pelo elevado índice de roubos, nas
comprovação de sua eficácia; cidades com população acima de 500.000 (quinhentos mil)
2.5. a esse conjunto de policiamento com motocicle- habitantes.
ta dedicado aos corredores ou atuando por áreas dá-se o 5.3.1.2. Patrulha atuando por área:
nome de Programa ROCAM. Policiamento efetuado por AISP do Batalhão ou do
3. OBJETIVOS município que seja, no mínimo, sede de Cia PM, com frota
3.1. diminuir os índices criminais nos grandes corredo- fixada mínima de 04 (quatro) motocicletas.
res de trânsito dos municípios do Estado, caracterizados 5.3.1.3. Patrulhamento integrado com motocicleta: Po-
pelo elevado índice de roubos a veículos e transeuntes; liciamento efetuado por um policial militar, devidamente
3.2. fazer com a que a comunidade constate efetiva- inserido em um sistema de policiamento ostensivo capaz
mente a ação dirigida e intensificada do policiamento com de assegurar-lhe condições mínimas de segurança, nas ci-
motocicletas, em razão da sua capacidade de diminuição dades que possuam, no mínimo, OPM de nível Gp ou Pel
da criminalidade nessas vias; PM e frota fixada máxima de 03 (três) motocicletas. Embora
3.3. permitir a mensuração da eficácia do Programa se utilize da denominação, estas motos não fazem parte do
na prevenção de delitos, principalmente os de roubo de Programa de Policiamento Integrado.
veículos e dos pertences dos seus ocupantes, nos grandes 5.4. Mensuração:
corredores de trânsito e em seus cruzamentos, bem como 5.4.1. a mensuração da eficácia do Programa será feita
em outras áreas consideradas críticas, denominadas Áreas a cada três meses, a contar da implantação do programa,
de Interesse de Segurança Pública (AISP); com o acompanhamento mensal dos resultados, de manei-
3.4. divulgar o policiamento com motocicletas à co- ra a permitir os ajustes necessários, com base nos seguintes
munidade, aumentando sua confiança na prestação desse mecanismos de acompanhamento (Anexo “D”):
serviço de polícia ostensiva e, consequentemente, aumen- 5.4.1.1. mapa do município com corredores e pontos
tando a sensação de segurança. de estacionamento, devidamente plotados;
4. MISSÃO 5.4.1.2. mapas por região do município, com corredo-
As OPM territoriais da Polícia Militar que possuam mo- res e ou AISP e pontos de estacionamento plotados;
tocicletas no seu Quadro de Fixação de Frota (QFF), en- 5.4.1.3. Mapa-força, constando prefixo, (cadastro ope-
racional), identificação dos patrulheiros (Nome/Gradua-
quadrando-se nos parâmetros desta Dtz, deverão realizar
ção/RE), o corredor ou AISP patrulhado(s) e o número do
o policiamento ostensivo e preventivo com motocicletas,
respectivo CPP e Quadro Geral de Controle de motocicletas
de forma concentrada nos grandes corredores de trânsito,
em operação;
bem como nas AISP dos municípios, para diminuir os índi-
5.4.1.4. relação de corredores ou AISP com delimitação
ces criminais nesses locais.
e responsabilidade de atuação;
5. EXECUÇÃO
5.4.1.5. Cartão de Prioridade de Patrulhamento (CPP);
5.1. Conceito de Programa de Policiamento:
5.4.1.6. relatório mensal comparativo de delitos em
São subdivisões dos tipos de policiamento ostensivo, cada corredor ou AISP;
voltados para determinados objetivos, constituídos por 5.4.1.7. relatório mensal de indicadores operacionais:
conjuntos de diretrizes e projetos de implantação duradou- veículos vistoriados, AIIP e AIT lavrados, flagrantes, armas
ra, ajustáveis ao longo do tempo, que traduzem a estratégia apreendidas etc.
operacional da Instituição. A organização do policiamento 5.4.2. após o prazo de três meses, a contar da implan-
em programas define melhor os padrões de execução e fa- tação, poderão ser alterados os corredores ou AISP objetos
cilita o planejamento orçamentário para sua manutenção. do Programa, conforme análise dos resultados.
5.2. Conceito da Operação: 5.5. Emprego
O Programa de Policiamento com Motocicletas – Pro- 5.5.1. as OPM territoriais que atuarem nos corredo-
grama ROCAM – é voltado ao aprimoramento do emprego res (subitem “5.3.1.1.”) e nas AISP dos batalhões (subitem
desse processo de policiamento na prevenção de ilícitos “5.3.1.2.”) observarão o seguinte:

120
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

5.5.1.1. com base no COPOM ON-LINE, INFOCRIM e ser usadas em último caso e parcialmente, sem, contudo,
outras fontes, indicarão ao Grande Comando [G Cmdo cessar o policiamento com motocicletas no corredor, de
(CPC, CPM ou CPI)] os corredores de trânsito ou AISP, ba- tudo dando ciência ao COPOM, para atualização do Qua-
seando sua escolha nos seguintes critérios: dro Geral de motocicletas em operação;
5.5.1.1.1. cruzamentos ou áreas com maiores índices 5.5.2.5. desenvolverá o policiamento conforme previsto
dos delitos de roubo a veículo e a transeuntes; no subitem “5.5.1.3.”.
5.5.1.1.2. extensões com maiores índices de roubo a 5.5.3. O 2º BPChq-ROCAM (somente na Capital):
veículos e a transeuntes; 5.5.3.1. efetuará patrulhamento com motocicletas nos
5.5.1.1.3. pontos de lentidão e congestionamentos nas grandes corredores da Capital indicados pelo CPC, man-
tendo acompanhamento diário do emprego do policia-
vias com maior nível de tráfego;
mento com motocicletas, das ocorrências atendidas e dos
5.5.1.1.4. áreas urbanas (por subsetores) em que o em-
índices criminais neles constatados, mormente os de roubo
prego de motocicletas seja mais indicado para a prevenção
de veículos e transeuntes;
dos delitos de roubo de veículos e a transeuntes. 5.5.3.2. encaminhará, diariamente, ao CPC, via Divisão de
5.5.1.2. além da indicação dos corredores e AISP, rela- Administração e de Operações, preferencialmente por meio
cionarão os pontos para estacionamento de motocicletas eletrônico, o Mapa-força descrito no subitem “5.4.1.3.”;
mais indicados para a atuação preventiva e as extensões a 5.5.3.3. informará, diretamente à 4ª EM/PM, as necessi-
serem percorridas por patrulha, sem superposição de itine- dades relativas a motocicletas, uniformes, EPI e armamento
rários, para conhecimento do G Cmdo; para execução do Programa;
5.5.1.3. o patrulhamento deve dar-se por 40 (quarenta 5.5.3.4. no caso de operações extraordinárias, lançará
minutos), intercalados por 20 (vinte) minutos de estaciona- mão da sua reserva de motocicletas até esgotá-la e, caso
mento nos pontos pré-determinados; seja insuficiente, poderá completá-la com as Ptr dos corre-
5.5.1.4. quando conveniente e necessário, empregarão dores, sem, contudo, cessar completamente o seu policia-
o Pol Velado, a fim de fornecer orientações às Ptr ostensi- mento, notificando o COPOM para atualização do Quadro
vas sobre a ação de infratores para repressão imediata; Geral de controle de motocicletas em operação;
5.5.1.5. planejarão os apoios táticos necessários para as 5.5.3.5. executar o patrulhamento conforme previsto
Ptr de motocicleta, com vistas à previsível migração de in- no subitem “5.5.1.3.”.
fratores para as vias próximas do corredor ou da AISP, além 5.5.4. nos municípios que se enquadrem na situação
da possibilidade de as Ptr necessitarem de apoio; descrita no subitem “5.3.1.3.”, o policiamento será realizado
conforme segue:
5.5.1.6. manterão acompanhamento diário do empre-
5.5.4.1. mediante rondas nas AISP, preferencialmente
go do policiamento com motocicletas, das ocorrências
onde houver maior concentração de pessoas e/ou veículos;
atendidas e dos índices criminais constatados, mormente
5.5.4.2. o policial militar escalado deve ser aquele mais
os de roubo de veículos e transeuntes;
experiente, que tenha conhecimento da filosofia de poli-
5.5.1.7. encaminharão, diariamente, ao G Cmdo, via Di-
ciamento comunitário e das técnicas não-letais de inter-
visão de Administração e de Operações, preferencialmente
venção policial;
por meio eletrônico, o Mapa-força constante no subitem 5.5.4.3. deve ser empregado em subsetores com bai-
“5.4.1.3.”; xa expectativa de crimes violentos, com baixos índices de
5.5.1.8. informarão, à 4ª EM/PM, as necessidades rela- ocorrências, levando-se em conta, ainda, o aspecto qualita-
tivas a motocicletas, uniformes, EPI e armamento para exe- tivo dessas ocorrências, sendo contra-indicado aqueles em
cução do Programa. que haja histórico de crimes como homicídio, latrocínio, es-
5.5.2. O 34º BPM/M (somente na Capital): tupro, lesão corporal, extorsão mediante sequestro, roubo
5.5.2.1. efetuará patrulhamento com motocicletas nos a banco, tráfico de entorpecentes e onde exista presunção
grandes corredores da Capital indicados pelo CPC, man- de ação do crime organizado.
tendo acompanhamento diário do emprego do policia- 5.6. Regime e horário de serviço
mento com motocicletas, das ocorrências atendidas e dos 5.6.1. no modo de atuar que se enquadre no subitem
índices criminais neles constatados, mormente os de roubo “5.3.1.1.”
de veículos e transeuntes; 5.6.1.1. o regime de serviço das Ptr de motociclistas
5.5.2.2. encaminhará, diariamente, ao CPC, via Divi- será o de 12X36, com dois turnos diários, das 0630 às 1830
são de Administração e de Operações, preferencialmente e das 1100 às 2300 horas, obedecido o previsto na Portaria
por meio eletrônico, o Mapa-força descrito no subitem do Cmt G que disciplina o regime de trabalho policial-mili-
“5.4.1.3.”; tar, disponível na home page da 1ª EM/PM;
5.5.2.3. informará, diretamente à 4ª EM/PM, as necessi- 5.6.1.2. o início do serviço dar-se-á às 0630 horas, para
dades relativas a motocicletas, uniformes, EPI e armamento o primeiro turno, com revista e preleção, com início do pa-
para execução do Programa; trulhamento no corredor às 0700 e término às 1830 horas,
5.5.2.4. no caso de operações extraordinárias, lançará sendo para o segundo turno fixados os horários de 1100
mão da sua reserva de motocicletas até esgotá-la e, caso horas, para revista e preleção, e início e término do patru-
seja insuficiente, poderá completá-la com as Vtr 04 rodas lhamento no corredor às 1130 e 2300 horas, respectiva-
disponíveis, sendo que as Ptr dos corredores só poderão mente;

121
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

5.6.1.3. as Ptr serão empregadas no policiamento dos 5.8.1.1. plotar, por meio do Setor de Cartografia, os
grandes corredores e nas AISP escolhidas, em princípio, de corredores e AISP onde será realizado o policiamento com
segunda a sábado. O emprego aos domingos, a critério do motocicletas e os pontos de estacionamento, adotando co-
Coord Op PM e do G Cmdo, deverá levar em consideração res distintas para as OPM territoriais, o 34º BPM/M e o 2º
a necessidade do cumprimento das 40 (quarenta) horas BPChq (ROCAM), no caso da Capital;
semanais previstas na Portaria citada no subitem “5.6.1.1.”. 5.8.1.2. desenvolver o modelo estatístico para o Pro-
5.6.2. nos modos de atuar que se enquadrem nos su- grama ROCAM na Capital, a partir da respectiva Ordem de
bitens Operações do CPC;
“5.3.1.2.” e “5.3.1.3.” 5.8.1.3. providenciar, por meio das Agências de Área:
O horário de serviço será determinado pelo Cmt da 5.8.1.3.1. os levantamentos necessários para orientação
OPM, em um único turno de 12X36, de 2ª feira a sábado, do planejamento do emprego das Ptr ostensivas e do Pol
ou nos regimes 5X2 ou 6X1, se necessário, considerando a Velado pelo P/3 das OPM;
5.8.1.3.2. o acompanhamento da eventual migração
Portaria do Cmt G que disciplina o regime de trabalho poli-
de infratores para localidades próximas dos corredores ou
cial-militar, disponível na home page da 1ª EM/PM.
AISP onde será realizado o policiamento com motocicletas,
5.7. Composição das Ptr de Motocicletas (para as OPM
a fim de orientar o planejamento de medidas pelo P/3;
que enquadrem nos subitens “5.3.1.1.” e “5.3.1.2.”) e super-
5.8.1.3.3 o mesmo procedimento previsto no subitem
visão “5.8.1.1.” para as OPM que desenvolvam os modos de atuar
5.7.1. as Ptr de motocicletas serão compostas por dois previstos nos subitens “5.3.1.1.” e “5.3.1.2.”.
PM; 5.8.2. 3ª EM/PM
5.7.2. se, na formação das patrulhas, sobrar um moto- Manter e atualizar, semestralmente, o Plano ROCAM,
ciclista, este deverá acompanhar o CGP, sendo vedada pa- para fins de controle e análise de seu desenvolvimento.
trulha com três integrantes; 5.8.3. 4ª EM/PM
5.7.3. os efetivos serão divididos em turnos, respeita- 5.8.3.1. planejar o completamento dos QFF de moto-
do o Quadro de Fixação de Frota (QFF) de motocicletas de cicletas das OPM territoriais, do 34º BPM/M e do 2º BP-
cada OPM, conforme segue: Chq (ROCAM) e também o fornecimento de uniformes, EPI,
5.7.3.1. OPM territoriais: equipamento de radiocomunicação e armamento, de acor-
5.7.3.1.1. patrulhas no turno das 0630 às 1830 horas; do com as necessidades levantadas pelas referidas Unida-
5.7.3.1.2. patrulhas no turno das 1100 às 2300 horas; des, a serem transmitidas à DL, e outros dados;
5.7.3.1.3. no horário das 1100 às 1830 horas haverá su- 5.8.3.2. manter e atualizar, semestralmente, o Plano
perposição de turnos; ROCAM, para fins de controle e análise de seu desenvol-
5.7.3.1.4. se as características do município, exceto a vimento;
Capital, assim o recomendarem, poderá haver apenas 01 5.8.3.3. criar frota de reserva para o Programa na Capi-
turno de 12 horas ou ser implantado o regime 5X2 ou 6X1. tal e eventualmente em outros G Cmdo, mediante ordem
5.7.3.2. 34º BPMM (Capital): do Subcmt PM.
5.7.3.2.1. 24 patrulhas no turno das 0630 às 1830 horas; 5.8.4. 5ª EM/PM
5.7.3.2.2. 30 patrulhas no turno das 1100 às 2300 horas; Planejar, mantendo contato com os G Cmdo e a As-
5.7.3.2.3. no horário das 1100 às 1830 horas (superpo- sessoria de Imprensa da SSP, a divulgação do Programa de
sição de turnos), haverá o emprego de 54 patrulhas. Policiamento com Motocicletas – Programa ROCAM, a ser
5.7.3.3. 2º BPChq-ROCAM (Capital): iniciada mediante ordem do Subcmt PM.
5.7.3.3.1. 12 patrulhas no turno das 0630 às 1830 horas; 5.8.5. DL
5.7.3.3.2. 16 patrulhas no turno das 1100 às 2300 horas; 5.8.5.1. providenciar a aquisição de motocicletas, far-
5.7.3.3.3. no horário das 1100 às 1830 horas (superpo- damento, EPI e armamento, conforme planejamento da 4ª
sição de turnos), haverá o emprego de 28 patrulhas. EM/PM, distribuindo-os segundo as necessidades aponta-
5.7.4. na Capital, nas OPM Territoriais, haverá um CGP das pelas OPM territoriais, 34º BPM/M, e 2º BPChq e a prio-
por Btl, encarregado de fiscalizar especificamente o Progra- ridade determinada pelo Subcmt PM;
ma, em especial quanto à efetividade e o posicionamento 5.8.5.2. providenciar, por meio do CSM/MM/SAT, avalia-
das patrulhas, o qual emitirá relatório diário nos termos da ção de policiais militares apresentados pelos comandantes
Ordem de Operações; de OPM para fins de autorização à condução de viaturas
5.7.5. o CGP ROCAM operará com um auxiliar no mes- duas rodas.
mo regime de serviço das patrulhas, no horário das 1100 5.8.6. DTel
às 2300 horas; Providenciar a aquisição e distribuição de equipamen-
5.7.6. na Grande São Paulo e no Interior, a fiscalização tos de radiocomunicação segundo o planejamento da 4ª
será feita pelo CFP e CGP do Programa de Radiopatrulha; EM/PM e a prioridade determinada pelo Subcmt PM.
5.7.7. havendo Cmt Pel FT, o CGP ROCAM a ele se su- 5.8.7. DF
bordinará e, na ausência daquele, a subordinação passa ao Providenciar para que as UGE dos G Cmdo e dos CPA,
CFP local. no caso dos CPC e CPM, recebam verba para manutenção
5.8. Atribuições Particulares das motocicletas a serem empregadas no Programa.
5.8.1. 2ª EM/PM e Agências de Informações 5.8.8. Coord Op PM

122
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Acompanhar, por meio do Quadro Geral de Controle de Anexo “D”) para cada local deve ser fixado confor-
Motocicletas em Operação (Anexo “B” desta Dtz) e outros me previsto na Ordem de Operações e encaminhado ao
mecanismos, o desenvolvimento do Programa, analisando G Cmdo, mantendo-se inalterado enquanto esta não for
seus resultados e mantendo o Subcmt PM informado. modificada. No caso da Capital, o modelo estatístico será
5.8.9. G Cmdo (CPC, CPM e CPI) desenvolvido pela 2ª EM/PM;
5.8.9.1. planejar e coordenar o Programa ROCAM to- 5.9.3. na data de início do Programa, já deverão estar
mando por base as informações obtidas no INFOCRIM, CO- analisadas as informações criminais dos corredores e AISP
POM ONLINE, SIOPM, reportagens veiculadas na imprensa incluídos no Programa;
em geral etc, e considerando as sugestões apresentadas pe- 5.9.4. para fins de avaliação, os resultados deverão ser
las OPM envolvidas no Programa de Policiamento com Mo- comparados ao trimestre idêntico do ano anterior, evitan-
tocicletas, encaminhando ao Cmdo G os corredores e áreas do possíveis desvios provocados por sazonalidade;
escolhidos para seu início, com os mapas e subsetores, na 5.9.5. as Ptr de motociclistas devem permanecer na via
forma dos subitens “5.5.1.1.” e suas divisões e “5.5.1.2.”; ou área em que forem escaladas e na extensão que lhes
5.8.9.2. receber e gerenciar as informações contidas no forem designadas pelo planejamento da OPM, mesmo que
Mapa-força (Anexo “A” desta Dtz), elaborando e encaminhan- aquela esteja congestionada, e principalmente nos pontos
do, diariamente, ao Coord Op PM, o Quadro Geral de Con- de congestionamento, ficando proibido às patrulhas saí-
trole de Motocicletas em Operação (Anexo “B” desta Dtz); rem para as vias paralelas ou transversais, ou, ainda, sair
5.8.9.3. encaminhar ao Cmdo G, via 3ª EM/PM, trimes- da(s) AISP para as quais estiverem designadas;
tralmente, após a avaliação do Programa, a Ordem de Ope- 5.9.6. a Ptr de motocicletas somente poderá se afastar
rações atualizada e respectivos anexos. da via ou área em que estiver escalada mediante ordem
5.8.10. CPChq expressa do Cmt Pel FT ou CFP, para atender emergência,
5.8.10.1. colocar à disposição do CPC, para fins de em- retornando, após, imediatamente;
prego operacional no Programa de Policiamento com Mo- 5.9.7. nos pontos de estacionamento, as motocicletas
tocicletas, a 3ª Cia PCHq do 2º BPChq (ROCAM); devem ser estacionadas nos locais e posições mais visíveis
5.8.10.2. por meio do 2º BPChq (3ª Cia PCHq ROCAM) possível;
Providenciar para que o Mapa-força (Anexo “A”) seja en- 5.9.8. fica proibido o agrupamento de patrulhas em um
caminhado à Divisão de Administração e de Operações do mesmo ponto de estacionamento;
CPC até uma hora após o início de cada turno. 5.9.9. em caso de baixa da motocicleta, esta deverá ser
5.8.11. Cmt OPM territorial reposta por outra da frota reserva, onde houver;
5.8.11.1. providenciar o levantamento das necessidades 5.9.10. quando atuando nas AISP (subitem “5.3.1.2.”), as
de viaturas e equipamentos de sua OPM, encaminhando-as ações do Programa ROCAM poderão ser combinadas com
à 4ª EM/PM, via canal hierárquico; as da Força Tática:
5.8.11.2. passar, nas OPM enquadradas nos subitens 5.9.11. o conjunto dos dados organizacionais (Ordem
“5.3.1.1.” e “5.3.1.2.” em que o município sediar Btl, o efetivo de Operações) do Programa ROCAM por município consti-
de motociclistas e respectivas motocicletas à disposição do tuirá o Plano ROCAM, a saber:
P/3, para fins de controle operacional do Programa; 5.9.11.1. tidade de motocicletas e de patrulhas;
5.8.11.3. planejar o emprego de sua F Ptr A, de maneira 5.9.11.2. modos de atuação: por corredores, por áreas
a evitar sobreposição com os demais Programas de Policia- e integrado;
mento em execução nos grandes corredores ou AISP sob 5.9.11.3. relação de corredores com as denominações e
sua atribuição onde o Programa esteja sendo desenvolvi- extensão de cada subsetor a ser patrulhado (CPP);
do, mantendo apoios e policiamento nas vias ou circunvi- 5.9.11.4. horário de atuação.
zinhança próximas, visando coibir a atuação de eventuais 5.9.12. o Plano ROCAM deverá ser mantido e atualiza-
infratores migrantes desses locais; do semestralmente pelas 3ª e 4ª EM/PM para fins de con-
5.8.11.4. providenciar para que o Mapa-força (Anexo trole e análise de seu desenvolvimento;
“A”) seja encaminhado à Divisão de Administração e de 5.9.13. para implantação do Programa ROCAM, cada G
Operações do G Cmdo até uma hora após o início de cada Cmdo baixará Ordem de Operações feita com base nesta
turno; Dtz, incluindo seus anexos preenchidos e mapa de cada
5.8.11.5. providenciar, caso necessário, a apresentação cidade onde o Programa seja implantado, por corredor ou
de policiais militares habilitados a dirigirem motocicletas AISP, de tudo remetendo cópia à 3ª EM/PM;
ao SAT para autorização a conduzir viaturas da Polícia Mi- 5.9.14. nos corredores somados os dois turnos, a OPM
litar. empregará, no máximo, 2/3 da frota de motos previstas no
5.9. Prescrições Diversas QFF para o município, mantendo flexibilidade para atuar
5.9.1. o Programa ROCAM será monitorado pelo G por área;
Cmdo, a contar da sua implantação e a cada três meses 5.9.15. no total dos modos de atuação o Programa RO-
será avaliado quanto a sua eficácia na prevenção dos deli- CAM deverá empregar entre 75% e 85% da frota de motos
tos nos grandes corredores e nas AISP selecionados, princi- previstas no QFF para o município, permitindo a manuten-
palmente quanto a roubo de veículos e a transeuntes; ção de 15% a 25% da frota, devendo ser priorizado sempre
5.9.2. o modelo estatístico (Quadro de Dados Quan- o modo de atuar por corredores para efeito de completa-
mento;
titativos

123
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

5.9.16. para implantação e depois, no máximo a cada 6 5.9.17.4.8. adotar todos os procedimentos de seguran-
meses, o Cmt do G Cmdo ou o Cmt Pol Área (CPC ou CPM) ça da guarnição e dos transeuntes, quando efetuar o cerco
reunirá todos os PM integrantes do Programa ROCAM para para abordar o veículo e seus ocupantes;
troca de informações, sugestões, avaliações e orientações; 5.9.17.4.9. a busca pessoal, a abordagem e a vistoria
5.9.17. são normas básicas para o patrulhamento com em veículos não devem ser feitas por PM isolado, nem em
motocicletas: inferioridade numérica, buscando-se sempre o apoio de
5.9.17.1 o patrulhamento será desenvolvido a uma ve- outras guarnições, se for o caso;
locidade compatível com a estabelecida para a via (o Có- 5.9.17.4.10. a ação de abordagem deve ser a mais téc-
digo de Trânsito Brasileiro fixa a velocidade mínima como nica e segura possível.
igual à metade da velocidade máxima da via) e com a ati- 5.9.18. para avaliação, os G Cmdo convocarão os P/3
vidade; das OPM envolvidas até 10 dias após o trimestre de de-
5.9.17.2. no patrulhamento, os componentes da patru- senvolvimento do Programa, devendo os Oficiais trazer os
lha devem postar-se em fila indiana (onde passar a primei- dados comparativos de suas áreas e os resultados obtidos,
ra moto deverá passar a segunda, sempre uma atrás da para confrontação com os do G Cmdo;
outra), mantendo uma distância de segurança que permita 5.9.19. as Ptr de motocicletas, em princípio, não aten-
reação segura em caso de frenagem ou manobra, com o derão ocorrências por despacho do COPOM, permanecen-
Comandante da Patrulha sempre à frente, controlando a do em STATUS 03, sendo certo, entretanto, que darão o
velocidade e orientando o destino a ser seguido; primeiro atendimento a qualquer solicitante ou fato policial
5.9.17.3 nos deslocamentos observar o contido na Or- com o qual depararem, providenciando a continuação por
dem de Serviço Nº PM3-013/02/01-CIRCULAR, de 04JUN01, outra Vtr do patrulhamento, quando não se tratar de prisão
conforme Anexo “E” desta Dtz, mantendo sempre o dispo- em flagrante delito;
sitivo luminoso de emergência (“giroflex”) e farol ligados, a 5.9.20. as Ptr deverão lavrar o BO/PM-TC nas ocorrên-
fim de aumentar a ostensividade do policiamento; cias que atenderem até seu término, constando no Relató-
5.9.17.4. é proibida a perseguição a outros veículos, rio de Serviço Operacional (RSO) aquelas que se limitarem
sendo permitido apenas o acompanhamento para fins de
a repassar a outros segmentos operacionais;
fornecimento de dados que propiciem o cerco e a inter-
5.9.21. durante o patrulhamento, principalmente nos
venção de outras guarnições motorizadas, adotando-se as
cruzamentos com semáforos, quando a patrulha deparar:
seguintes cautelas:
5.9.21.1. com crianças e/ou adolescentes, com vende-
5.9.17.4.1. somente fazer uso de arma de fogo como
dores ambulantes, pessoas que realizam limpeza de pára-
meio necessário para defender-se ou para vencer resistên-
-brisa de veículos, pedintes, e outros, orientá-los a que não
cia armada (legítima defesa), atentando para nunca expor
permaneçam naqueles locais, que podem oferecer riscos
a vida, a saúde e a integridade física de terceiros não en-
à vida e à integridade física delas, devendo ser elaborado,
volvidos;
quando couber, o Relatório de Averiguação de Indício de
5.9.17.4.2. consultar, via rádio, se o veículo é produto
Infração Administrativa – RAIIA, nos termos da Portaria nº
de roubo/furto ou está envolvido em alguma ocorrência, PM3-001/02/04, de 01SET04, publicada no DOE nº 169, de
se já não houver certeza dessa situação; 04SET04, e O Sv nº PM3-047/02/04, de 08SET04, disponí-
5.9.17.4.3. cientificar o COPOM quando do início do
veis na home page da 3ª EM/PM;
acompanhamento, fornecendo características do veículo
5.9.21.2. com a prática de ato infracional, adotar as me-
e de seus ocupantes para que outras guarnições possam
didas cabíveis previstas no Estatuto da Criança e do Ado-
fazer o cerco;
lescente (ECA), observando o anexo “F” desta Diretriz;
5.9.17.4.4. informar os locais por onde se desenvolve o
5.9.21.3. com a prática de delitos cometidos pelas de-
acompanhamento e a direção tomada pelo veículo acom-
mais pessoas citadas no subitem “5.9.21.1.” retro, adotar as
panhado;
medidas policiais iniciais decorrentes, acionando a viatura
5.9.17.4.5. procurar manter o veículo em seu campo de
do subsetor para prosseguir no atendimento da ocorrência,
visão, permanecendo atento ao trânsito, aos demais veícu-
quando não se tratar de prisão em flagrante delito, cons-
los e aos pedestres, respeitando o limite de habilidade de
todos os integrantes da patrulha (domínio da motocicleta) tando tal fato no RSO.
e o tipo de terreno. A patrulha não deve se dispersar; 5.9.22. fica liberado o canal técnico entre as OPM para
5.9.17.4.6. buscar o máximo cuidado nos deslocamen- cumprimento do disposto nesta Dtz;
tos, evitando riscos desnecessários, lembrando sempre que 5.9.23. as OPM que receberem esta Dtz, conforme lista
a prioridade deve ser a defesa da vida e da integridade de distribuição abaixo relacionada, deverão redistribuí-la a
física da patrulha e dos transeuntes, mesmo que essa pos- suas Unidades subordinadas que dela devam tomar conhe-
sibilite a fuga momentânea do veículo acompanhado; cimento;
5.9.17.4.7. o acompanhamento deverá ser feito sempre 5.9.24. os integrantes deste Programa deverão usar o
com todos os sistemas de alerta da viatura acionados, sen- braçal “ROCAM”, com as especificações previstas nas nor-
do fundamental que todas as mensagens sejam transmiti- mas de uniforme;
das com voz clara, sem afobação, permitindo que o apoio 5.9.25. cópia desta Dtz pode ser obtida na home page
das demais viaturas se dê rápida e efetivamente; da 3ª EM/PM, na Intranet;

124
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

5.9.26. esta Dtz revoga a Diretriz nº PM3-007/02/02, de 4.2. fazer com que a comunidade constate efetivamen-
27OUT02 (Policiamento com Motocicletas), a Ordem Com- te a ação dirigida e intensificada do policiamento com mo-
plementar nº PM3-003/02/03, de 05JUN03, e a Diretriz nº tocicletas, em razão da sua capacidade de diminuição da
PM3003/02/05, de 11ABR05 (Projeto ROCAM). criminalidade nessas vias;
4.3. permitir a mensuração da eficácia do Programa
ELIZEU ECLAIR TEIXEIRA BORGES na prevenção de delitos, principalmente os de roubo de
Cel PM Comandante Geral veículos e de pertences de seus ocupantes, nos grandes
Exemplar N.º de cópias. corredores de trânsito e em seus cruzamentos, bem como
MUNICÍPIO SP em AISP onde o processo seja recomendado;
210000OUT05 4.4. divulgar o policiamento com motocicletas à co-
PROGRAMA DE POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS munidade, aumentando sua confiança na prestação desse
NA ÁREA DO (CPC, CPM, CPI) PROGRAMA ROCAM. serviço de polícia ostensiva e, consequentemente, sua sen-
sação de segurança.
ORDEM DE OPERAÇÕES Nº CXX-000/00/05 5. MISSÃO
1. REFERÊNCIAS As OPM territoriais do Comando Policiamento (da Ca-
1.1. Diretriz nº PM3-001/02/05, de 09MAI05 Normas pital, Metropolitano ou do Interior – X) deverão, a partir de
para o Sistema Operacional de Policiamento PM (NORSOP); XXNOV05, realizar o policiamento ostensivo e preventivo
1.2. Diretriz nº PM3-005/02/05, de 10OUT05 – Progra- com motocicletas em suas áreas de atribuição segundo os
ma de Policiamento com Motocicletas no Estado de São parâmetros desta Ordem de Operações.
Paulo – Programa ROCAM. 6. EXECUÇÃO
2. FINALIDADE 6.1. Conceito de Programa de Policiamento
Disciplinar a implantação do Programa de Policiamen- É subdivisão dos tipos de policiamento ostensivo, vol-
to com Motocicletas na área do Comando de Policiamento tado para determinados objetivos, constituído por con-
(da Capital, Metropolitano, do Interior – X). juntos de diretrizes e projetos de implantação duradoura,
3. SITUAÇÃO ajustáveis ao longo do tempo, que traduzem a estratégia
3.1. o aprimoramento do emprego do policiamento operacional da Instituição. A organização do policiamento
com motocicletas visa torná-lo mais eficaz, a fim de que em programas define melhor os padrões de execução e fa-
atenda às expectativas atuais da comunidade, aumentando cilita o planejamento orçamentário para sua manutenção.
sua segurança e diminuindo os índices criminais, principal- 6.2. Conceito da Operação
mente dos crimes mais comuns nas vias de tráfego intenso, O Programa de Policiamento com Motocicletas – Pro-
como roubo de veículos e dos pertences de seus ocupan- grama ROCAM – é voltado ao aprimoramento do emprego
tes, e em áreas onde este processo de policiamento seja desse processo de policiamento na prevenção de ilícitos
mais indicado; penais, principalmente nos grandes corredores do(s) Mu-
3.2. na cidade de XXXXXXX, que possui mais de 500.000 nicípio(s) de XXXXXX, bem como nas AISP dos municípios
habitantes, as estatísticas apontam os grandes corredores de XXXXX, YYYYY, ZZZZZ, segundo a análise e estudo das
de trânsito, mormente em seus cruzamentos, onde há len- variáveis indicadoras de criminalidade (INFOCRIM, FOTO-
tidão e congestionamentos, como os locais indicados para CRIM, COPOM ON-LINE e outras, como reportagens veicu-
a atuação desse policiamento, pelas suas características de ladas na imprensa, informações obtidas junto à comunida-
agilidade e acessibilidade; de etc.), de forma a permitir o acompanhamento e mensu-
3.3. por outro lado, nos demais municípios do CPI ração da sua eficácia em períodos pré-estabelecidos.
X (ou, no caso do CPC ou CPM, em outras Áreas de 6.3. Desenvolvimento do Programa ROCAM na área do
Interesse de Segurança Pública – AISP), o policiamento C(PC, PM, PI-X)
com motocicletas, quando empregado em AISP previa- 6.3.1. o Programa ROCAM será desenvolvido na
mente selecionadas, segundo critérios técnico-policiais, é área do C(PC, PM, PI-X) conforme segue:
igualmente produtivo, permitindo, ainda, que seja melhor 6.3.1.1. no Município de XXXX:
controlado e distribuído, para comprovação de sua eficácia; 6.3.1.1.1. Patrulha dedicada à via:
3.4. (para os Comandos onde houver), esse processo 6.3.1.1.1.1. na Avenida XXXXXXXX, do nº 000000 ao nº
também pode ser aplicado para o Policiamento Integrado, 000000, dividida em X subsetores, conforme Anexo “A”;
permitindo uma atuação junto à comunidade em conjunto 6.3.1.1.1.2. na Avenida YYYYYYYY, do nº 000000 ao nº
com os demais processos de policiamento; 000000, dividida em Y subsetores, conforme Anexo “B”;
3.5. a esse conjunto de policiamento com motocicle-
6.3.1.1.1.N. na Avenida ZZZZZZZZZZ, do nº 000000 ao
tas, dedicado a corredores (onde houver), AISP e Integrado
nº 000000, dividida em Z subsetores, conforme Anexo “N”.
(idem), dá-se o nome de Programa ROCAM.
6.3.1.1.2. Patrulha atuando por área:
4. OBJETIVOS
6.3.1.1.2.1. no Bairro (Vila etc.) XXXXXXXX, abrangendo
4.1. diminuir os índices criminais nos grandes corredo-
os subsetores X, Y, Z, conforme Anexo “D”;
res de trânsito do(s) Município(s) de XXXXXXX, caracteriza-
6.3.1.1.2.2. no Bairro YYYYYYYYY, abrangendo os sub-
dos pelo elevado índice de roubos a veículos e transeuntes;
setores Z,X,Y, conforme Anexo “E”;

125
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

6.3.1.1.2.N. no Bairro ZZZZZZZZZ, abrangendo os sub- 6.5.3. o patrulhamento deve ser realizado por 40 (qua-
setores Y,Z,X, conforme Anexo “N”. renta) minutos, intercalados por 20 (vinte) minutos de es-
6.3.1.2. no Município de YYYYYYY: tacionamento nos PE;
6.3.1.2.1. Patrulha dedicada à via: 6.5.4. os Cmt Cia deverão apoiar taticamente as Ptr
6.3.1.2.1.1. na Avenida XXXXXXXX, do nº 000000 ao nº ROCAM, com vistas à migração de infratores para as áreas
000000, dividida em X subsetores, conforme Anexo “A”; próximas dos corredores (ou AISP);
6.3.1.2.1.2. na Avenida YYYYYYYY, do nº 000000 ao nº 6.5.5. diariamente, o Mapa-força do Programa (Anexo
000000, dividida em Y subsetores, conforme Anexo “B”; “N”) deverá ser encaminhado à Divisão de Operações e de
6.3.1.2.1.N. na Avenida ZZZZZZZZZZ, do nº 000000 ao Administração do C(PC, PM, PI-X) até 01 (uma) hora após
nº 000000, dividida em Z subsetores, conforme Anexo “N”. o início de cada turno;
6.3.1.2.2. Patrulha atuando por área: 6.5.6. no caso de baixa de motocicleta durante o turno
6.3.1.2.2.1. no Bairro (Vila etc.) XXXXXXXX, abrangendo de serviço, deverá ser substituída por outra da reserva de
os subsetores X, Y, Z, conforme Anexo “D”; motocicletas (onde houver);
6.3.1.2.2.2. no Bairro YYYYYYYYY, abrangendo os sub-
6.5.N. outras peculiaridades que o Comando necessite
setores Z,X,Y, conforme Anexo “E”;
explicitar para suas OPM onde será executado o Progra-
6.3.1.2.2.N. no Bairro ZZZZZZZZZ, abrangendo os sub-
ma.
setores Y,Z,X, conforme Anexo “N”.
6.6. Regime e horário de serviço
6.3.1.3. nos Municípios de XXXX, YYYYYY, ZZZZZZ será
executado o Policiamento Integrado com Motocicleta, nos Neste item devem ser indicados os regimes de ser-
moldes da Dtz de referência “2”. viço em cada município, de acordo com o planejamento
6.4. Mensuração realizado.
6.4.1. a mensuração da eficácia do Programa será feita 6.7. Composição das Ptr ROCAM
a cada três meses, a contar da implantação do Programa, Indicar o número de Ptr para cada corredor ou AISP,
com o acompanhamento mensal dos resultados pelo C(PC, segundo os turnos, por município, esclarecendo os perío-
PM, PI-X), de maneira a permitir os ajustes necessários, com dos de sobreposição, onde houver.
base nos seguintes mecanismos de acompanhamento: 6.8. Atribuições Particulares
6.4.1.1. mapa do município com corredores e pontos Cada Comando deve particularizar as atribuições dos
de estacionamento devidamente plotados; Cmt de OPM, Ch Div Op e de Adm, AR e AA, P/3, CFP e
6.4.1.2. mapa por região do município, com corredores CGP (CGP ROCAM – onde houver), conforme o planeja-
e AISP (ou só AISP, quando for o caso) com os pontos de mento realizado.
estacionamento plotados; 7. Prescrições Diversas
6.4.1.3. Mapa-força, constando prefixo (cadastro ope- Idem, quanto a determinações gerais.
racional) identificação dos patrulheiros (nome/graduação/ XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
RE), o corredor (ou AISP) patrulhado e o respectivo CPP, Cel PM Cmt
conforme os anexos a esta Ordem de Operações;
6.4.1.4. Quadro Geral de Controle de Motocicletas em ANEXOS:
Operação, conforme Dtz de referência “2”; A) Subsetores e CPP da Avenida XXXXXXXX;
6.4.1.5. relação de corredores (ou AISP) com delimi- B) Subsetores e CPP da Avenida YYYYYYYY;
tação e responsabilidade de atuação, de acordo com o C) Subsetores e CPP da Avenida ZZZZZZZZZ;
Anexo “Z”; N) Subsetores e CPP da Avenida NNNNNNN;
6.4.1.6. Cartões de Prioridade de Patrulhamento, con- U) Subsetores e CPP da AISP XXXXXXXXXX;
forme os Anexos “A” a “N” desta Ordem de Operações; Y) Subsetores e CPP da AISP ZZZZZZZZZZZ;
6.4.1.7. relatório mensal comparativo de delitos em N) Susetores e CPP da AISP NNNNNNNN;
cada corredor (ou AISP); Q) Mapa do Município de XXXXXXXX com corredores
6.4.1.8. relatório mensal de indicadores operacionais: plotados;
veículos vistoriados, AIIP e AIT lavrados, flagrantes, armas R) Mapa do Município de YYYYYYYY com corredores
apreendidas etc.. plotados;
6.4.2. o C(PC, PM, PIX), a cada três meses, a contar da T) Mapa do Município de XXXXXXXX com corredores e
implantação Programa, avaliará, em conjunto com os Cmt AISP plotados
de OPM territoriais, os resultados do policiamento, para N) Mapa-força (idem Anexo “A” da Dtz de referência
verificar a necessidade de reformulação ou ajustes. “1.2.”);
6.5. Emprego V) Quadro Geral de Controle de Emprego de Motoci-
6.5.1. as Patrulhas de motocicletas (Ptr ROCAM) serão cletas (idem Anexo “B” da Dtz de referência “1.2.”);
compostas por dois PM, não podendo haver Ptr formada Z) Relação de corredores e AISP com delimitação e res-
com três PM; ponsabilidade de atuação.
6.5.2. se houver um PM sobrando na formação das
Ptr, este deverá ser incorporado à guarnição do CGP (RO-
CAM, no caso do CPC);

126
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

tempo, traduzindo a estratégia operacional da Instituição.


DIRETRIZ PM3-7/02/05 PROGRAMA DE A organização do policiamento em programas define me-
FORÇA TÁTICA PARCIALMENTE ALTERADA lhor os padrões de execução e facilita o planejamento or-
PELA ORDEM COMPLEMENTAR PM3- çamentário para sua manutenção.
6.1.2. Ação Tática
1/02/13;
É a ação de polícia ostensiva de caráter especializado,
executada por efetivo com treinamento específico para
atuar em situações que, por sua natureza, vulto ou grau de
risco, o policiamento comunitário não seja suficiente para
DIRETRIZ Nº PM3-007/02/05 a resolução, não podendo prescindir de equipamento es-
1. REFERÊNCIA pecial.
Diretriz nº PM3-001/02/05, de 09MAI05, Normas para 6.1.3. Programa de Força Tática
o Sistema Operacional de Policiamento PM (NORSOP), dis- Programa de policiamento cujo efetivo é fixado em
ponível na home page da 3ª EM/PM. QPO em razão de certas peculiaridades da região onde
2. FINALIDADE atua e do índice de criminalidade, considerados os homicí-
Disciplinar o Programa de Força Tática (F T) nas OPM dios e os roubos.
Territoriais. 6.1.4. Força Tática
3. SITUAÇÃO É a denominação que recebe a fração F Ptr reforçada,
3.1. há situações que exigem um efetivo com treina- treinada para ações táticas de polícia ostensiva e de preser-
mento específico para atuação em ocorrências mais graves, vação da ordem pública, tais como a prevenção setorizada,
como sequestros, roubos e aquelas envolvendo o crime or- com intensificação ou saturação localizada de policiamen-
ganizado etc.; to, repressão ao crime organizado ou em locais com alto
3.2. há, também, ações de polícia ostensiva que, por índice de crimes violentos, ocorrências
voltarem-se à prevenção de crimes violentos ou à sua re- de vulto, eventos de importância, controle de tumultos
pressão imediata, em pontos de alta incidência, onde a e ações para restauração da ordem pública de maior mag-
atuação do policiamento comunitário não seja suficiente, nitude. Realiza o patrulhamento tático motorizado, execu-
demandam patrulhas reforçadas em efetivo e armamento, tado com viatura de maior porte e com reforço de arma-
com treinamento tático diferenciado; mento e equipamento, empregado segundo as normas em
3.3. por vezes, apresentam-se ainda situações relativas vigor, isoladamente ou em conjunto, e coordenado com os
ao policiamento de eventos com grande público ou mani- demais programas de policiamento ostensivo.
festações públicas (controle de tumultos, passeatas etc.), 6.2. Organização e Constituição
reintegrações de posse etc., que exigem ações limitadas de 6.2.1. as Forças Táticas são previstas nos Quadros Parti-
tropa de choque; culares de Organização (QPO) das Unidades Territoriais, em
3.4. diante da edição das I-28-PM, publicadas no Bol municípios que sediem, no mínimo, uma Cia PM, confor-
G PM nº 75, de 22ABR03, que estabelece instruções para a me necessidades estabelecidas em decorrência dos crité-
distribuição e o completamento do efetivo policial-militar rios disciplinados pelas I-28- -PM, organizada nos escalões
territorial, e da Portaria nº PM3-008/01/03, publicada no Cmpanhia Força Tática (Cia F T), Pelotão Força Tática (Pel F
Bol G PM nº 10, de 16JAN04, que define matrizes organi- T) ou Grupo Força Tática (Gp F T);
zacionais para as administrações das OPM de execução e 6.2.2. as Cia F T ficarão subordinadas ao Chefe do P/3
orienta a distribuição das OPM no território, há necessi- do Btl, que responderá, também, pela função de Cmt Cia F T;
dade de se disciplinar o emprego do Programa de Força 6.2.3. os Pel F T e Gp F T ficarão subordinados ao Cmt
Tática em consonância com as aludidas normas. da Cia PM sediada no respectivo município. Excepcional-
4. OBJETIVO mente, poderão subordinar-se ao P/3 do Btl, quando este
Fornecer ao Cmt de OPM Territorial condições de, com estiver sediado no mesmo município;
seus próprios meios, agir preventiva ou repressivamente, 6.2.4. poderão ser integrados ao Escalão de F T os se-
dentro da competência constitucional da Polícia Militar, nas guintes efetivos:
situações mais graves e/ou em locais de maior incidência 6.2.4.1. do policiamento montado e dos canis setoriais,
criminal da respectiva área que demandem maior poder de constituindo frações específicas (Pel P Mon ou Gp P Mon e
reação, de modo ágil, específico e localizado. Pel Canil ou Gp Canil);
5.MISSÃO 6.2.4.2. excepcionalmente, mediante estudo específico,
As OPM territoriais da Polícia Militar deverão, a partir o efetivo de reforço destinado a determinado município,
da edição desta Diretriz, operar suas Forças Táticas, onde em razão da existência de presídio, poderá integrar o efe-
houver, conforme nela disposto. tivo de OPM F T de cidade maior, localizada, no máximo, a
6. EXECUÇÃO 60 (sessenta) quilômetros de distância.
6.1. Conceitos 6.2.5. para fins de controle operacional do Programa
6.1.1. Programa de Policiamento ROCAM, nas OPM em que o município sediar Btl, o efetivo
É uma subdivisão dos tipos de policiamento ostensivo, de motociclistas e respectivas motocicletas ficarão à dispo-
voltada para determinado objetivo, constituído por diretriz sição do P/3;
e projeto de implantação duradoura, ajustável ao longo do

127
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

6.2.6. a F T é uma F Ptr reforçada com terceiro PM, des- 6.4.1. o regime de serviço da Força Tática será determi-
tinada às finalidades previstas nesta Dtz; nado pelo Cmt da UOp, segundo as necessidades de em-
6.2.7. na função habitual de patrulha, a guarnição será prego em ações táticas de polícia ostensiva de sua área,
de 03 (três) PM, podendo ser alterada para 04 (quatro) ou obedecendo o previsto na Portaria n° PM1-2-2-95, publica-
até 05 (cinco) apenas quando for usada no controle de dis- da no DOE n° 198, de 17OUT95, e transcrita no Bol G PM n°
túrbios civis (ações de choque), retornando a 03 (três) PM 202, de 20OUT95, e eventuais alterações posteriores;
tão logo cesse esta ação; 6.4.2. o horário será fixado pelo Cmt da UOp, em função
6.2.8. a composição básica da guarnição será de 01 das peculiaridades e características criminógenas da área,
(um) Subten/Sgt PM encarregado, 01 (um) Cb/Sd PM au- bem como de eventos que demandem este policiamento.
xiliar e 01 (um) Sd PM motorista, não podendo o encarre- 6.5. Emprego
gado ser Cb PM na falta de Sgt PM para cumprir a missão. 6.5.1. a F T será empregada:
6.3. Treinamento e Instrução 6.5.1.1. cotidianamente, no seu município sede, em
6.3.1. a Força Tática deverá receber, mensalmente, trei- ações táticas de polícia ostensiva, sempre devidamente co-
namento de operações de controle de tumultos; mandada pelo respectivo Cmt F T, Cmt Pel F T ou Cmt F Ptr,
6.3.2. as frações de Força Tática devem receber instru- em apoio às demais variáveis e programas de policiamento
ção específica sobre seu emprego nas operações a serem ostensivo ou em operações específicas e localizadas, se-
desencadeadas e outros assuntos de interesse, com dura- gundo as informações estatístico-criminais disponibiliza-
ção mínima de sessenta minutos; das pelos Sistemas Inteligentes (COPOM ON-
6.3.3. a instrução deve englobar, dentre outros, os se- -LINE, FOTOCRIM E INFOCRIM), P/3 e P/2 do Btl, pela
guintes assuntos: Coordenadoria de Análise e Planejamento da Secretaria da
6.3.3.1. princípios básicos de polícia comunitária; Segurança Pública ou outras fontes de interesse;
6.3.3.2.estudos de caso; 6.5.1.2. mediante aplicação de Plano de Policiamento
6.3.3.3. abordagem de indivíduos e veículos em situa- Inteligente (PPI), instituído pelas NORSOP e de preparação
ção de fundada suspeita; semanal, a partir de:
6.3.3.4. cautela nos deslocamentos de emergência e
6.5.1.2.1. análise dos indicadores de homicídio e roubo,
proibição de perseguições (Resolução SSP-21, de 11ABR90);
além de outros eventos que demandem a F T na área do
6.3.3.5. Procedimento Operacional Padrão “Acompa-
município ou Btl;
nhamento e cerco de auto”;
6.5.1.2.2. identificação das Áreas de Interesse de Segu-
6.3.3.6. trato com o cidadão e direitos humanos;
rança Pública (AISP) e estabelecimento das prioridades de
6.3.3.7. Estatuto da Criança e do Adolescente ECA;
intervenção da F T;
6.3.3.8. Lei dos Crimes de Tortura;
6.5.1.2.3. acompanhamento da execução e avaliação.
6.3.3.9. montagem de operações tipo polícia (bloqueio,
6.5.2. a F T de determinado município poderá ser, even-
saturação, táxi etc.);
6.3.3.10. modus operandi de delinquentes da área; tualmente, empregada pelo Cmt da UOp em outra parte do
6.3.3.11. do crime organizado; território do Btl, quando for o caso, buscando atender às
6.3.3.12. legislação penal; necessidades de ações táticas da OPM para diminuição dos
6.3.3.13. poder de polícia; índices de criminalidade, podendo utilizá-la no horário em
6.3.3.14. direção defensiva; que for mais indicado o seu emprego;
6.3.3.15. emergência e socorros de urgência; 6.5.3. os Cmt de G Cmdo e de Btl poderão, extraordi-
6.3.3.16. ocorrências de grande vulto e/ou com reféns; nariamente, agrupar as F T dos municípios sob sua circuns-
6.3.3.17. preparação básica (condicionamento físico, crição, inclusive formando escalões matriciais, para empre-
defesa pessoal, ordem unida, armamento e tiro com exer- go conjunto ou para desenvolver operações especiais de
cícios práticos etc.); maior envergadura;
6.3.3.18. outros, segundo a conveniência, necessidade 6.5.4. o emprego da Força Tática precederá, em princí-
pio, o das OPM Pol Chq.
e peculiaridades locais da área da OPM.
6.6. Atribuições Particulares
6.3.4. a instrução deve ser coordenada pelo Oficial P/3,
6.6.1 2ª EM/PM
que centralizará a orientação doutrinária das Forças Táticas,
6.6.1.1. intensificar, por meio das Agências de Informa-
e deverá ser transmitida pelo Cmt Cia F T, Cmt Pel F T ou
ções e do policiamento velado, o fluxo de informações so-
Cmt Gp F T, conforme o caso, podendo ser ministrada por bre ações do crime organizado, de crimes de homicídio e
outros oficiais e praças possuidores de cursos ou especia- roubo e outras de interesse para as Forças Táticas;
lizações de interesse, sempre acompanhados dos Cmt de 6.6.1.2. produzir mapa do Estado por municípios, assi-
fração Tática; nalados aqueles que dispõem do Programa de F T, reme-
6.3.5. a critério do Cmt da UOp, membros da comuni- tendo cópia à 3ª EM/PM.
dade científica ou da sociedade poderão ser convidados a 6.6.2. 3ª EM/PM
ministrar palestras sobre assuntos de interesse para a Força 6.6.2.1. providenciar as atualizações necessárias nos
Tática, sendo, neste caso, acompanhados pelo Cmt F T no Quadros Particulares de Organização (QPO) das OPM em
seu respectivo nível, pelo menos. que serão criados os escalões F T, conforme diretrizes do
6.4. Regime e horário de serviço Cmdo G;

128
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

6.6.2.2. consolidar as Ordens de Operações encami- 6.6.9.1. zelar pela instrução da F T, acompanhando a
nhadas pelos G Cmdo no Plano de Forças Táticas, juntan- evolução e avaliando a aprendizagem;
do-se a ele os seguintes anexos: 6.6.9.2. elaborar programa de assuntos e cronograma
6.6.2.2.1. relação de municípios/OPM que dispõem do para instrução, zelando para que seja cumprido, bem como
Programa de F T, com escalão, efetivo e frota fixada; pela proficiência e dedicação dos instrutores;
6.6.2.2.2. mapa do Estado por municípios, assinalados 6.6.9.3. promover e canalizar o fluxo de informações de
aqueles que dispõem do Programa de F T; caráter estatístico-criminal de interesse para o emprego da
6.6.2.2.3. Plano de Viaturas de F T, a ser produzido pela F T, em estreita colaboração com o Oficial de Informações
4ª EM/PM. da OPM.
6.6.3. 4ª EM/PM 6.6.10. Oficial P/2
6.6.3.1. adotar as medidas necessárias no tocante à 6.6.10.1. colaborar para manter a F T informada sobre
distribuição de viaturas, coletes, equipamento de choque, as características da criminalidade e modus operandi dos
armamento, munição balística e química, equipamentos de delinquentes;
telecomunicações e outros para as Forças Táticas, conforme 6.6.10.2. participar da instrução da F T, oferecendo sub-
diretrizes do Cmdo G; sídios, sugestões e ministrando assuntos da sua área de
6.6.3.2. elaborar o Plano de Viaturas de F T por G Cmdo especialização.
e geral, remetendo cópia à 3ª EM/PM. 6.7. Prescrições Diversas
6.6.4. DE 6.7.1. para o ajuste do Programa de Força Tática, nos
Revisar e preparar vídeos-treinamento (NI n° moldes desta Dtz, cada G Cmdo baixará Ordem de Ope-
DEI001/42.2/98, de 26FEV98) sobre assuntos de interesse, rações (O Op), incluindo seus anexos, da qual será enviada
com a colaboração do CPChq, para fins de preparo e trei- cópia à 3ª EM/PM, que as consolidará num conjunto deno-
namento das Forças Táticas. minado Plano de Forças Táticas;
6.6.5. Coord Op PM 6.7.2. baixada a O Op para ajuste do Programa a esta
Acompanhar, por meio do Quadro Geral de Controle Dtz, a cada 06 (meses), o Cmt do G Cmdo ou o Cmt Pol
de Viaturas do Programa de F T (Anexo “B”) e outros meca- Área (CPC e CPM) reunirá todos os integrantes do Progra-
ma para sua avaliação (troca de informações, apresentação
nismos, o desenvolvimento do Programa, analisando seus
de sugestões, orientações, ajustes etc.), devendo encami-
resultados e mantendo o Subcmt PM informado.
nhar cópia da nova O Op e respectivos anexos à 3ª EM/PM,
6.6.6. CPC, CPM e CPI
se houver modificações;
6.6.6.1. adotar as medidas necessárias para implanta-
6.7.3. o Pel F T e o Gp F T, em princípio, dedicar-se-ão
ção dos escalões F T nas OPM subordinadas, obedecidas
às principais ocorrências de roubo e homicídio, sendo cer-
as prescrições desta Dtz e de acordo com os QPO das res-
to, entretanto, que darão o primeiro atendimento a qual-
pectivas Unidades;
quer solicitante, providenciando a continuação por outra
6.6.6.2. receber e gerenciar as informações das OPM Vtr do patrulhamento, se for o caso;
subordinadas, contidas no Mapa-força (Anexo “A”), elabo- 6.7.4. as guarnições do Pel F T e do Gp F T deverão
rando e encaminhando, diariamente, ao Coord Op PM, o elaborar o BO/PM-TC nas ocorrências que atenderem até
Quadro Geral de Controle de Viaturas do Programa de F T seu término, constando no Relatório de Serviço Operacio-
(Anexo “B”). nal RSO aquelas em que meramente apoiarem os outros
6.6.7. CPChq segmentos operacionais do Btl;
6.6.7.1. colaborar com a DE na elaboração de material 6.7.5. na falta de viatura de Força Tática ou de Subt/
de vídeo-treinamento sobre operações de choque, utiliza- Sgt para comandar a guarnição, o seu efetivo só poderá
ção de armamento e munição química e outros aspectos ser distribuído nas demais viaturas de Força Tática até o li-
de interesse para as F T;
mite estabelecido no subitem “6.2.7”, sendo os excedentes
6.6.7.2. designar Oficiais para ministrar palestras sobre
remanejados para os demais Programas de Policiamento
os assuntos do subitem anterior às F T, mediante solicita-
(Programa de Radiopatrulha, Programa de Viaturas Comu-
ção dos Cmt de OPM.
6.6.8. Cmt Btl (BPM/M e BPM/I) nitárias etc.);
6.6.8.1. adotar as medidas necessárias para implanta- 6.7.6. a rendição dos turnos de F T será obrigatoria-
ção do Programa e consolidação dos escalões F T nas OPM mente na sede do Btl ou, no caso de F T descentralizada, na
em que forem criados; sede da respectiva Cia;
6.6.8.2 buscar, através do G Cmdo respectivo, agendar 6.7.7. os componentes das guarnições deverão sofrer
palestras, inclusive junto ao CPChq, para aprimoramento rodízio periódico, não superior a 03 (três) meses, de forma
da F T; que os PM sejam permutados entre as guarnições das Vtr F
6.6.8.3. estimular o trabalho conjunto dos Oficiais P/2 e T, inclusive a do Cmt F T.
P/3 para o planejamento das missões da F T; 6.7.8. o Cmt da Força Tática, quanto ao seu emprego
6.6.8.4. providenciar para que o Mapa-força (Anexo “A”) e atuação, deverá observar necessariamente, o contido na
seja encaminhado à Divisão de Administração e de Opera- NI nº PM3001/02/96, de 14MAR96 Ocorrências de Gran-
ções do G Cmdo até uma hora após o início de cada turno. de Vulto e/ou com Reféns e alterações posteriores, Dtz
6.6.9. Oficial P/3 n° PM3-005/02/97, de 04DEZ97 Emprego Operacional da

129
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

PMESP e Dtz nº PM3001/02/05, de 09MAI05 – NORSOP, 13. Baixada a O Op, a cada 06 (seis) meses, o Cmt do G
além de outros documentos que, por sua natureza, possam Cmdo ou o Cmt Pol Área (CPC/CPM) reunirá todos os integran-
nortear as ações táticas de polícia ostensiva; tes do Programa para sua avaliação (troca de informações, apre-
6.7.9. o Programa de Força Tática não deverá realizar sentação de sugestões, orientações, ajustes etc.), elaborando
escolta de presos, para o que já se reservou efetivo em nova O Op, se for o caso vide subitem “6.7.2.” da Dtz.
QPO; 14. O conjunto de Ordem de Operações que ajustarem
6.7.10. fica liberado o canal técnico entre as OPM en- o Programa formará o Plano de Forças Táticas, juntando-se
volvidas para cumprimento do disposto nesta Dtz; a este, como anexos, a Relação de municípios/OPM que
6.7.11. as OPM constantes da distribuição deverão di- dispõem de F T, o mapa do Estado com municípios/OPM
vulgar esta Dtz a todos seus órgãos subordinados; que dispõem de F T e o Plano de Viaturas de F T.
6.7.12. esta Dtz encontra-se disponível na home page 15. Elaboração de BO/PM-TC pelas guarnições de FT
da 3ª EM/PM; vide subitem “6.7.4.” da Dtz.
6.7.13. fica revogada a Dtz nº PM3-005/02/04, de 16. Na falta de de viatura de F T ou de Subt/Sgt PM
22MAR04 (FORÇA TÁTICA). para comandar a guarnição, seu efetivo deverá ser distri-
buído conforme previsto no subitem “6.7.5.” da Dtz.
SÃO PAULO SP 071700NOV05 17. A rendição dos turnos de F T será obrigatoriamente
PROGRAMA DE FORÇA TÁTICA na sede do Btl ou, no caso de F T descentralizada, na sede
ANEXO “D” à Diretriz nº PM3-007/02/05 RESUMO da respectiva Cia PM vide subitem “6.7.6.” da Dtz.
1. Tem por objetivo prender criminosos habituais, es- 18. Os componentes das guarnições de F T deverão so-
pecialmente ladrões e homicidas, atuar nas AISP, realizar frer rodízio periódico, não superior a 03 (três) meses, con-
ações de controle de distúrbios civis, policiamento em forme disposto no subitem “6.7.7.” da Dtz.
eventos etc. 19. A Força Tática não deverá realizar escolta de presos
2. A guarnição de F T, quando acionada, dará o pronto -vide subitem “6.7.9.” da Dtz.
atendimento a qualquer ocorrência, providenciando, se for 20. Controle: Mapa-força diário e Quadro Geral de
o caso, a continuação por outra viatura de patrulhamento. Controle de Viaturas do Programa.
3. Realizado por viatura média (perua) com guarnição 21. Total de viaturas de F T por G Cmdo: .
Exemplar N.º de cópias.
de 03 (três) PM, comandada por Subten PM ou Sgt PM,
podendo ser alterada para 04 (quatro) ou até 05 (cinco) PM
MUNICÍPIO SP
apenas quando for usada no controle de distúrbios civis
071700NOV05
(ações de choque), retornando a 03 (três) PM tão logo ces-
PROGRAMA DE FORÇA TÁTICA NA ÁREA DO (CPC,
se esta ação vide subitem “6.2.7.” da Dtz.
CPM, CPI).
4. Atua orientada pelo Plano de Policiamento Inteligen-
ORDEM DE OPERAÇÕES Nº CXX-000/00/05
te PPI (vide definição constante nas NORSOP), elaborado a
1. REFERÊNCIA
partir de informações dos Sistemas Inteligentes (COPOM
1.1. Diretriz nº PM3-001/02/05, de 09MAI05 Normas
ON-LINE, INFOCRIM e FOTOCRIM) vide subitem “6.5.1.2.” e para o Sistema Operacional de Policiamento PM (NORSOP);
suas divisões da Dtz. 1.2. Diretriz nº PM3-007/02/05, de 07NOV05 Programa
5. Dimensionada por município e Btl, a partir dos cri- de Força Tática.
térios de criminalidade e peculiaridades locais fixados nas 2. FINALIDADE
I-28-PM. Disciplinar o Programa de Força Tática (F T) nas OPM
6. Horário flexível, amoldável ao PPI, observando o Territoriais do Comando de Policiamento (da Capital, Me-
contido no subitem “6.4.” da Dtz. tropolitano, do Interior – X).
7. Poderão ser integrados ao Escalão de F T os efetivos 3. SITUAÇÃO
do policiamento montado e dos canis setoriais vide subi- 3.1. há situações que exigem um efetivo com treina-
tem “6.2.4.” da Dtz. mento específico para atuação em ocorrências mais gra-
8. Para fins de controle operacional do Programa RO- ves, como sequestros, roubos e aquelas envolvendo o cri-
CAM, nas OPM em que o município sediar Btl, o efetivo de
me organizado etc.;
motociclistas e respectivas motocicletas ficarão à disposi-
3.2. há, também, ações de polícia ostensiva que, por
ção do P/3 vide subitem “6.2.5.” da Dtz.
voltarem-se à prevenção de crimes violentos ou à sua re-
9. O treinamento e instrução do efetivo da F T deverá
pressão imediata, em pontos de alta incidência, onde a
ser realizado conforme disposto no subitem “6.3.” da Dtz.
10. Características de emprego da F T (sempre devida- atuação do policiamento comunitário não seja suficiente,
mente comandada, precede, em princípio, o emprego das demandam patrulhas reforçadas em efetivo e armamento,
OPM Pol Chq etc.) vide subitem “6.5.” e suas divisões da Dtz. com treinamento tático diferenciado;
11. Responsabilidades gerais dos Cmt Btl (BPM/M e 3.3. por vezes, apresentam-se ainda situações relati-
BPM/I) vide subitem “6.6.8.” da Dtz. vas ao policiamento de eventos com grande público ou
12. O ajuste do Programa às normas previstas na Dire- manifestações públicas (controle de tumultos, passeatas
triz deve ser feito mediante Ordem de Operações (O Op), etc.), reintegrações de posse etc., que exigem ações limi-
a ser elaborada pelo G Cmdo vide subitem “6.7.1.” da Dtz. tadas de tropa de choque;

130
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

3.4. em decorrência da edição das I-28-PM e das Ma- 6.3. Organização e Constituição
trizes Organizacionais, há necessidade de se disciplinar o (Com base nas Diretrizes referenciadas, cada G Cmdo
emprego do Programa de Força Tática no âmbito deste complementará esta parte da O Op, de acordo com as par-
Cmdo, em consonância com as aludidas normas; ticularidades de suas OPM subordinadas).
3.5. [...] – outros (a critério de cada G Cmdo). 6.4. Treinamento e Instrução
4. OBJETIVOS (Com base nas Diretrizes referenciadas, cada G Cmdo
4.1. agir, de forma preventiva ou repressivamente, complementará esta parte da O Op, de acordo com as par-
dentro da competência constitucional da Polícia Militar, ticularidades de suas OPM subordinadas).
nas situações mais graves e/ou em locais de maior inci- 6.5. Regime e horário de serviço
dência criminal da área deste Comando de Policiamento (O determinado pelo Cmt da OPM, com base nas dire-
(da Capital, Metropolitano ou do Interior-X), que deman- trizes referenciadas).
dem maior poder de reação, de modo ágil, específico e 6.6. Emprego
(Com base nas Diretrizes referenciadas, cada G Cmdo
localizado;
complementará esta parte da O Op, de acordo com as par-
4.2. [...] – outros (a critério de cada G Cmdo).
ticularidades de suas OPM subordinadas).
5. MISSÃO
6.7. Atribuições Particulares
As OPM territoriais do Comando de Policiamento (da
(Cada G Cmdo deve particularizar as atribuições de seu
Capital, Metropolitano ou do Interior – X), a partir de XX- âmbito de Comando).
NOV05, deverão operar suas Forças Táticas, onde houver, 6.8. Prescrições Diversas
conforme disposto nesta O Op. (Com base nas Diretrizes referenciadas, cada G Cmdo,
6. EXECUÇÃO se julgar necessário, complementará esta parte da O Op).
6.1. Conceitos
6.2.1. Programa de Policiamento XXXXXXXXXXXXXXXXXX
É subdivisão dos tipos de policiamento ostensivo, vol- Cel PM Cmt
tado para determinados objetivos, constituído por con-
juntos de diretrizes e projetos de implantação duradoura, ANEXOS:
ajustáveis ao longo do tempo, que traduzem a estratégia A) Modelo de Mapa-força;
operacional da Instituição. A organização do policiamento B) Quadro Geral do Controle de Viatura do Programa;
em programas define melhor os C) Outros (a critério de cada G Cmdo).
padrões de execução e facilita o planejamento orça-
mentário para sua manutenção.
6.2.2. Ação Tática
É a ação de polícia ostensiva de caráter especializado, DIRETRIZ PM3-14/02/05 PROGRAMA DE
executada por efetivo com treinamento específico para POLICIAMENTO ESCOLAR PARCIALMENTE
atuar em situações que, por sua natureza, vulto ou grau ALTERADO PELA NOTA DE INSTRUÇÃO PM3-
de risco, o policiamento comunitário não seja suficiente 2/02/08;
para a resolução, não podendo prescindir de equipamen-
to especial.
6.2.3. Programa de Força Tática
Programa de policiamento cujo efetivo é fixado em DIRETRIZ Nº PM3-014/02/05
Referência:
QPO em razão de certas peculiaridades da região onde
1) Decreto N° 28.642, de 03AGO88 Institui o Programa
atua e do índice de criminalidade, considerados os homicí-
de Segurança Escolar;
dios e os roubos.
2) Decreto N° 28.643, de 03AGO88 Dispõe sobre o esta-
6.2.4. Força Tática
belecimento de perímetro escolar de segurança;
É a denominação que recebe a fração F Ptr reforçada,
3) Lei Federal N° 8.069, de 13JUL90 Dispõe sobre o Es-
treinada para ações táticas de polícia ostensiva e de preser-
tatuto da Criança e do Adolescente (ECA);
vação da ordem pública, tais como a prevenção setorizada,
4) Diretriz de Operações Nº PM3-002/2/90, de
com intensificação ou saturação localizada de policiamen- 01OUT90 Fixa orientações e normas gerais para aplicação,
to, repressão ao crime organizado ou em locais com alto pela PMESP, dentro de sua esfera de atribuições, da Lei Fe-
índice de crimes violentos, ocorrências de vulto, eventos deral Nº 8.069/90, que dispõe sobre o ECA;
de importância, controle de tumultos e ações para restau- 5) Resolução SSP-50, de 03MAR95 Dispõe sobre perí-
ração da ordem pública de maior magnitude. Realiza o pa- metro escolar de segurança, estabelecido pelo Decreto N°
trulhamento tático motorizado, executado com viatura de 28.643/88;
maior porte e com reforço de armamento e equipamento, 6) Decreto N° 41.552, de 15JAN97 Altera o Programa
empregado segundo as normas em vigor, isoladamente ou de Segurança Escolar instituído pelo Decreto N° 28.642/88;
em conjunto, e coordenado com os demais programas de 7) Diretriz Nº PM3-005/02/97, de 04DEZ97 Emprego
policiamento ostensivo. Operacional da PMESP;

131
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

8) Nota de Instrução Nº PM3-004/02/97, de 10DEZ97 4. MISSÃO


Polícia Comunitária (parcialmente alterada pela Ordem O CPC, o CPM e os CPI, por meio de suas OPM subor-
Complementar Nº PM3-013/02/98, de 24NOV98); dinadas, deverão executar o Programa de Policiamento Es-
9) Nota de Instrução Nº DAMCo-001/51/98, de colar, nos termos desta Dtz, destinando meios específicos
25SET98 (PROERD) Reestrutura o Programa Educacional de para a realização de policiamento nos estabelecimentos de
Resistência às Drogas e à Violência (alterada pelas Ordens ensino e no chamado perímetro escolar de segurança, por
Complementares Nº DAMCo-001/60/99, de 20OUT99 e Nº meio da RE.
DAMCo-002/300/01, de 18ABR01;
10) Nota de Instrução Nº PM3-001/02/99, de 05JAN99 5. EXECUÇÃO
Disciplina a atuação da PMESP junto a bares, “fliperamas” 5.1. Conceitos
e vendedores ambulantes, localizados ou posicionados a 5.1.1. Programa de Policiamento
menos de 100 (cem) metros das escolas públicas e parti- É uma subdivisão dos tipos de policiamento ostensivo,
culares; voltada para determinado objetivo, constituído por diretriz
11) Diretriz nº PM3-001/02/05, de 09MAI05 (Normas e projeto de implantação duradoura, ajustável ao longo do
para o Sistema Operacional de Policiamento PM – NOR- tempo, traduzindo a estratégia operacional da Instituição.
SOP. A organização do policiamento em programas define me-
lhor os padrões de execução e facilita o planejamento or-
1. FINALIDADE çamentário para sua manutenção.
Disciplinar o Programa de Policiamento Escolar no Es- 5.1.2. Perímetro Escolar de Segurança
tado de São Paulo. Área contígua aos estabelecimentos de ensino da rede
pública estadual que tem prioridade especial nas ações
2. SITUAÇÃO de prevenção e repressão policial, objetivando garantir a
2.1. o Programa de Segurança Escolar foi implantado tranquilidade de professores, pais e alunos, de modo a evi-
no Estado de São Paulo em 1988, criado pelo Decreto Nº tar o mau uso das cercanias das escolas por parte de ven-
28.642/88, cujo objetivo era, basicamente, orientar, preve- dedores ambulantes e de pessoas estranhas à comunidade
nir delitos e proteger as unidades escolares da rede esta- escolar.
dual de ensino na Região Metropolitana; 5.1.3. Policiamento Escolar
2.2. o Estado, por intermédio da Polícia Militar, deve Atividade policial ostensiva voltada à segurança dos
buscar fornecer um nível aceitável de segurança às esco- estabelecimentos de ensino, visando cumprir o estabeleci-
las. Para atingir esse objetivo, o Comando Geral (Cmdo G) do no Programa de Segurança Escolar, de modo a satisfa-
aperfeiçoou o Programa de Segurança Escolar, transfor- zer as necessidades de segurança da comunidade escolar.
mando-o no Programa de Policiamento Escolar, composto É realizado por meio da RE.
basicamente pelas viaturas de Ronda Escolar (RE), que são 5.2. Desenvolvimento
responsáveis por determinado número de escolas na área 5.2.1. o Programa será implantado nos municípios que
da OPM. possuam, no mínimo, 15.000 (quinze) mil habitantes;
3. OBJETIVOS 5.2.2. o efetivo a ser empregado na RE pode ser de 01
3.1. consolidar a realização do policiamento escolar (um) ou 02 (dois) policiais militares (PM), em viatura, em
nos estabelecimentos de ensino; cada turno de serviço (de 02 a 04 PM por dia), designada
3.2. desenvolver ações policiais permanentes, quer para policiar determinado número de escolas, realizando,
preventivas, quer repressivas imediatas, no chamado “pe- no seu turno de serviço, tantas passagens quantas forem
rímetro escolar de segurança”, observando-se o disposto possíveis em cada estabelecimento de ensino relacionado
nesta Dtz e em suas referências, em especial a NI nº PM3- em seu Cartão de Prioridade de Patrulhamento (CPP), de-
001/02/99; vendo seguir as seguintes recomendações:
3.3. aproximar os Comandos de Policiamento de Área 5.2.2.1. atuar com prejuízo do atendimento de ocor-
(Capital e Grande São Paulo) e os Comandos de Policia- rências, exceto quanto às geradas nas escolas e/ou nos
mento do Interior, por meio de suas OPM subordinadas, respectivos perímetros escolares de segurança, bem como
das Delegacias Regionais de Ensino (DRE), possibilitando quando se tratar de casos de flagrante delito;
o levantamento de prioridades, a aferição de resultados, a 5.2.2.2. na guarnição de 02 (dois) PM, um pode desem-
correção de planos e a perfeita interação do policiamento barcar e permanecer na escola, enquanto o outro se deslo-
com a comunidade escolar, objetivo intrínseco da Polícia ca para cobrir outras escolas com a viatura, aumentando a
Comunitária; capacidade de cobertura da RE;
3.4. promover permanente treinamento de Oficiais e 5.2.2.3. os PM devem estar munidos de EPI completo,
Praças que desempenham funções relacionadas ao poli- bem como, se possível, de HT;
ciamento escolar; 5.2.2.4. quando houver apenas 01 (um) PM na RE, deve
3.5. manter o Cmdo G atualizado quanto à evolução estar também provido de HT.
do policiamento escolar, fornecendo dados e informações 5.2.3. as OPM subordinadas aos CPA/M e as subordina-
que permitam a constante avaliação da segurança dos es- das aos CPI deverão providenciar a instrução necessária ao
efetivo que atua no policiamento escolar, a qual deve ser
tabelecimentos de ensino localizados no Estado.
permanente e voltada ao trato com a criança e o adoles-

132
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

cente, principalmente visando a orientação e prevenção à ções e verificando eventuais mudanças nas necessidades
criminalidade, observando-se o disposto no ECA e na Dire- de segurança dos estabelecimentos de ensino, coletando
triz de referência “4”; dados que possam ser úteis ao planejamento do policia-
5.2.4. o policiamento escolar deve ser devidamente mento, fazendo com que cheguem aos respectivos Cmt Cia
planejado até o nível de Cia PM e, no CPM e CPI, por muni- PM onde os estabelecimentos estão localizados;
cípio (em nível de Pel PM); 5.2.10.1.1.2. manter contatos com os diretores de es-
5.2.5. o planejamento deverá seguir os seguintes pa- colas da rede pública municipal, estimulando-os a solici-
râmetros: tarem às respectivas guardas municipais de suas cidades
5.2.5.1. uma viatura de RE deve cobrir, em média, 08 a prestação de serviços de segurança em tais estabeleci-
(oito) escolas; mentos.
5.2.5.2. uma vez por semana, no mínimo, a guarnição 5.3. Atribuições Particulares
(ou o PM) que compõe a RE deverá adentrar à escola e 5.3.1. 2ª EM/PM
contatar sua direção; 5.3.1.1. fornecer, por meio do Sistema de Informações
5.2.5.3. a RE, ao passar pela escola, deverá estacionar, da Polícia Militar (SIOPM), informações úteis ao planeja-
permanecendo ali o tempo conveniente, de acordo com as mento do policiamento escolar, principalmente sobre tráfi-
informações disponíveis sobre o local (indicadores crimi- co de drogas, homicídios, roubos, furtos, lesões corporais,
nais, denúncias etc.); e outros delitos relacionados aos estabelecimentos de en-
5.2.5.4. o comandamento do Programa caberá às Cia sino;
PM territoriais ou OPM de menor escalão nos municípios 5.3.1.2. elaborar o mapa do Programa de Policiamento
menores, sendo vedado centralizá-lo no Btl; Escolar da Capital e assessorar o mapeamento dos demais
5.2.5.5. a meta de emprego de viatura no Programa de G Cmdo, por meio do SIOPM;
Policiamento Escolar é de 100 % (cem por cento); 5.3.1.3. elaborar mapa do Estado, assinalando todos os
5.2.5.6. dentro do possível, todas as escolas existentes municípios que possuam o Programa implantado (em folha
na subárea deverão receber o policiamento escolar, obser- de maior tamanho), sendo que, no caso da Capital, deverá
vando a seguinte prioridade: escolas de 1º e 2º grau esta- ser particularizado por Btl, remetendo cópia à 3ª EM/PM
duais, municipais e particulares. (vide subitem “5.3.2.2.2.”).
5.2.6. integração com o Programa Educacional de Re- 5.3.2. 3ª EM/PM
sistência às Drogas e à Violência – PROERD: 5.3.2.1. atualizar, semestralmente, o Plano de Policia-
5.2.6.1. os PM instrutores do PROERD deverão ter ple- mento Escolar, para fins de controle e análise de seu de-
no conhecimento do desenvolvimento deste Programa, senvolvimento;
bem como; 5.3.2.2. consolidar as Ordens de Operações encami-
5.2.6.1.1. deverão participar da reunião semestral do nhadas pelos G Cmdo no Plano de Policiamento Escolar,
Programa de Policiamento Escolar, cujo objetivo é promo- juntando-se a ele os seguintes anexos:
ver um intercâmbio de informações e apresentação de su- 5.3.2.2.1. relação de municípios/Btl que têm o Progra-
gestões para seu aperfeiçoamento; ma implantado;
5.2.6.1.2. poderão ser transportados para as escolas 5.3.2.2.2. mapa do Estado assinalando os municípios/
nas viaturas de RE; Btl que têm o Programa implantado;
5.2.7. para supervisionar o Programa de Policiamento 5.3.2.2.3. Plano de Viaturas do Programa de Policia-
Escolar, poderá ser designado um Oficial por Btl, subordi- mento Escolar, por G Cmdo e geral.
nado ao Subcmt OPM, o qual acumulará, também, a su- 5.3.3. 4ª EM/PM
pervisão dos Programas de Policiamento Integrado e de 5.3.3.1. planejar o completamento dos Quadros de Fi-
Policiamento Comunitário; xação de Frotas de viaturas de RE e demais recursos mate-
5.2.8. esse Oficial, Supervisor de Programas de Poli- riais necessários ao desenvolvimento deste Programa pelas
ciamento (SPP), cumprirá o regime de 12X36h ou de 5X2 OPM territoriais;
(cinco dias trabalhados por dois de descanso), somente no 5.3.3.2. elaborar o Plano de Viaturas do Programa de
período diurno; Policiamento Escolar, por G Cmdo e geral, para fins de con-
5.2.9. na falta desse Oficial, suas funções serão exerci- trole e análise do desenvolvimento do Programa, manten-
das pelo Cmt F Ptr; do-o atualizado;
5.2.10. o CPC, o CPM e os CPI deverão: 5.3.3.3. remeter à 3ª EM/PM, semestralmente, cópia do
5.2.10.1. determinar a suas OPM subordinadas, no nível Plano citado no subitem anterior (vide subitens “5.3.2.1.” e
de Btl, que designem um Oficial Coordenador do Programa “5.3.2.2.” e suas divisões).
de Policiamento Escolar (com o posto mínimo de Cap PM), 5.3.4. DE
escolhido pelo Cmt de Btl. No âmbito do CPM e dos CPI, 5.3.4.1. elaborar e/ou atualizar vídeo-treinamento con-
tais Oficiais Coordenadores poderão ser os próprios Cmt tendo orientações relativas ao policiamento escolar, de
Cia PM, observando-se os seguintes procedimentos: acordo com o disposto nesta Dtz, observando, também, o
5.2.10.1.1. o Oficial Coordenador deverá: contido na NI Nº PM3001/02/99;
5.2.10.1.1.1. manter contatos e reunir-se com os res- 5.3.4.2. adotar providências para que, nos Estágios de
ponsáveis pelas DRE e/ou com os Diretores das escolas, Especialização de Praças (EEP) Policiamento Escolar, tam-
sempre que necessário, visando o intercâmbio de informa- bém haja vagas destinadas aos PM dos CPI, bem como au-

133
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

mentar o número dessas vagas, se necessário, vez que todo 5.4.1.2.1. de segunda-feira à sexta-feira, em dois tur-
PM que for designado para o policiamento escolar deverá nos, das 0645 às 1445h e das 1530 às 2330h, perfazendo as
possuir este Estágio; 40 (quarenta) horas semanais; ou
5.3.4.3. manter, nos EAP de Cb e Sd, matéria que abor- 5.4.1.2.2. de segunda-feira à sexta-feira, também em
de aspectos gerais relativos ao policiamento escolar. dois turnos, das 0645 às 1400h e das 1615 às 2330h, per-
5.3.5. Coord Op PM fazendo 36 (trinta e seis) horas e 15 (quinze) minutos, que
Acompanhar, por meio do Quadro Geral de Controle deverão ser complementadas com o período necessário
de Viaturas (Anexo “B”) e outros mecanismos, o desenvol- para atingir 40 (quarenta) horas semanais, caso haja ativi-
vimento do Programa, analisando seus resultados e man- dades na escola ou a necessidade da presença ostensiva da
tendo o Subcmt PM informado. polícia nos sábados e/ou nos domingos.
5.3.6. CPC, CPM e CPI 5.4.1.3. é vedado o horário de 12h X 36h (doze horas
5.3.6.1. destinar recursos humanos e materiais para de trabalho por trinta e seis de descanso), bem como o so-
execução do policiamento escolar; matório de turnos (acúmulo de turnos), o regime alternado
5.3.6.2. designar Oficial Coordenador do Programa, nos (trabalha um dia e folga outro) ou qualquer outro diferente
termos do disposto no subitem “5.2.10.1.” desta Dtz; do ora estabelecido nesta Dtz;
5.3.6.3. adotar providências para que todos os PM que 5.4.1.4. é permitida a adequação dos turnos (flexibili-
trabalham no policiamento escolar mantenham-se atua- dade quanto aos horários de início e término do serviço),
lizados sobre as peculiaridades desta função, nos termos desde que seja necessária para atender situações especí-
desta Dtz, assistindo ao vídeo-treinamento a ser fornecido ficas de determinadas escolas, bem como siga as demais
pela DE a respeito do assunto e, ainda, segundo planeja- orientações definidas nesta Dtz.
mento a ser feito pelo Cmt Cia PM, realizem o EEP Policia- 5.5. Prescrições Diversas
mento Escolar; 5.5.1. para ajuste do Programa de Policiamento Esco-
5.3.6.4. adotar providências, por meio do Oficial Coor- lar, nos moldes desta Dtz, cada G Cmdo baixará Ordem
denador do Programa, para que o conteúdo desta Dtz seja de Operações (O Op), que deverá conter, como anexos, os
do conhecimento de todos os órgãos públicos interessa- documentos descritos nos subitens “5.3.1.2.” e “5.3.2.2.1.”,
dos na proteção à criança e ao adolescente, em especial remetendo cópia à 3ª EM/PM, que as consolidará no Plano
daqueles previstos no ECA; de Policiamento Escolar;
5.3.6.5. por meio de suas OPM subordinadas: 5.5.2. baixada a O Op para ajuste do Programa a esta
5.3.6.5.1. executar o policiamento escolar nos termos Dtz, a cada 06 (seis) meses, o Cmt do G Cmdo ou o Cmt Pol
desta Dtz; Área (CPC/ CPM) reunirá todos os integrantes do Programa
5.3.6.5.2. procurar manter entendimentos com as Guar- para sua avaliação (troca de informações, apresentação de
das Municipais, visando que estas executem a segurança sugestões, orientações, ajustes etc.), devendo encaminhar
das escolas municipais de seus respectivos municípios, cópia da nova O Op e respectivos anexos à 3ª EM/PM, se
servindo-se, para tal, da figura do Oficial Coordenador do houver modificações;
Programa; 5.5.3. para os policiais militares que atuarem especifica-
5.3.6.5.3. determinar que os Cmt Cia PM realizem re- mente no policiamento escolar, deverão ser obedecidas as
uniões periódicas com os diretores dos estabelecimentos seguintes prescrições:
de ensino localizados em suas subáreas, visando aferir o 5.5.3.1. não poderão ser desviados para outras missões,
desempenho do Programa. devendo estar voltados exclusivamente para essa atividade;
5.3.6.6. receber e gerenciar as informações das OPM su- 5.5.3.2. suas férias deverão ser compatibilizadas com as
bordinadas, contidas no Mapa-força (Anexo “A”), elaboran- férias e recessos escolares, vez que o policiamento escolar
do e encaminhando, diariamente, ao Coord Op PM, o Qua- não poderá ser desfalcado em razão de afastamentos de
dro Geral de Controle de Viaturas do Programa (Anexo “B”). quaisquer natureza;
5.4. Regime de trabalho 5.5.3.3. deverão ser substituídos por outro PM, nos ca-
5.4.1. para os policiais militares que atuarem no Pro- sos de impedimentos.
grama de Policiamento Escolar, o regime de trabalho deve- 5.5.4. nos CPP da RE, deverão constar as seguintes
rá seguir as seguintes orientações: orientações aos PM:
5.4.1.1. deverão trabalhar de cinco (mínimo) a seis (má- 5.5.4.1. acompanhar as entradas e saídas dos turnos
ximo) dias por semana, perfazendo as 40 (quarenta) horas das escolas que apresentem quadro de maior delinquência;
semanais exigidas nas normas vigentes; 5.5.4.2. durante as rondas, em contato com a direção e
5.4.1.2. considerando-se que o expediente letivo vai de demais funcionários das escolas, coletar informações úteis
segunda-feira à sexta-feira e que, no final de semana (sá- ao policiamento escolar, repassando-as a seu Cmt Cia PM,
bado e/ou domingo), podem ser desenvolvidas atividades a fim de que sejam feitos os ajustes necessários no CPP.
na escola (Jovens Construindo a Cidadania, Campeonatos 5.5.5. para o planejamento, deve ser levada em conta a
Desportivos etc.), bem como, naqueles estabelecimentos realidade dos estabelecimentos de ensino, principalmente
considerados mais críticos (alvos de depredações, inva- daqueles localizados em regiões periféricas, onde não haja
sões, atos de vandalismo, reunião de pessoas em atitudes a infra-estrutura necessária ou que estejam depredados,
suspeitas etc.), pode ser necessária a presença ostensiva da não iluminados adequadamente, não cercados, ou que se-
polícia, os turnos de serviço serão conforme segue: jam em pontos de concentração de desocupados etc.;

134
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

5.5.6. deverão ser procedidos levantamentos das con- 5.5.9.1.1. realizar levantamento do número de escolas
dições em que se encontram as instalações das escolas da que possuem em sua base territorial e que se recomende
rede pública estadual e suas respectivas áreas adjacentes, serem adotadas por OPM administrativas ou por efetivo
devendo as OPM, quando couber, lavrar o Relatório de administrativo das OPM operacionais, por estarem locali-
Averiguação de Indício de Infração Administrativa – RAIIA, zadas a menos de 500 (quinhentos) metros da OPM;
nos termos da Portaria nº PM3001/02/04, de 01SET04, pu- 5.5.9.1.2. manter entendimentos com as OPM adotan-
blicada no DOE nº 169, de 04SET04, e Ordem de Serviço nº tes, a fim de supervisionar e apoiar os PM que forem desig-
PM3-047/02/04, de 08SET04, disponíveis na home page da nados para o policiamento nessas escolas, observando os
3ª EM/PM, além de realizar gestões junto às DRE e a outros seguintes critérios: facilidade de acesso, baixo índice de cri-
órgãos competentes solicitando as providências necessá- minalidade (em relação às demais escolas da região), em-
rias para a melhoria das instalações e das áreas circunvi- prego mínimo de dois PM e prioridade aos horários mais
zinhas aos estabelecimentos de ensino, observando-se os críticos (horários de entrada e saída de alunos).
seguintes requisitos principais: 5.5.9.2. as OPM administrativas, dentro do possível, de-
5.5.6.1. instalações internas: verão atender as solicitações dos Cmt Pol Área e/ou dos
5.5.6.1.1. existência de muro, tela de arame ou cerca; Cmt Pol Int, “adotando” as escolas situadas nas proximida-
5.5.6.1.2. iluminação adequada, sem pontos de penum- des (até 500 metros) de seus quartéis, planejando o empre-
bra; go de seus PM e instruindo-os de acordo com o disposto
5.5.6.1.3. existência de entulhos, matos ou quaisquer nesta Dtz.
lugaresonde alguém possa homiziar-se; 5.5.10. missões básicas dos PM que atuam no Progra-
5.5.6.1.4. controle dos portões que dão acesso ao in- ma de Policiamento Escolar:
terior das escolas, para os quais recomenda-se permane- 5.5.10.1. prevenção e repressão imediata às infrações
cerem fechados durante o horário letivo, restringindo-se a penais, em especial àquelas relacionadas ao tráfico de dro-
entrada e saída pela secretaria da escola; gas e à corrupção de crianças e adolescentes;
5.5.6.1.5. existência de gradis nas janelas; 5.5.10.2. prevenção de atos de vandalismo e invasões
5.5.6.1.6. existência de telas nas luminárias para evitar a aos estabelecimentos escolares;
quebra das lâmpadas; 5.5.10.3. travessia de escolares e orientação de tráfego
5.5.6.1.7. outras observações gerais. nos horários de entrada e saída;
5.5.6.2. áreas externas (adjacentes): 5.5.10.4. prevenção e repressão imediata aos atos infra-
5.5.6.2.1. existência de iluminação pública adequada cionais, de acordo com o prescrito no Estatuto da Criança
na rua, acessos, vielas, passarelas e pontos de parada de e do Adolescente;
ônibus; 5.5.10.5. verificação de indivíduos encontrados em ati-
5.5.6.2.2. existência de terrenos baldios e construções/ tudes suspeitas no perímetro escolar de segurança;
prédios abandonados nas circunvizinhanças (caso existam, 5.5.10.6. levantamento quanto a existência de bares,
se estão devidamente murados); “fliperamas” e vendedores ambulantes, localizados ou po-
5.5.6.2.3. existência de pavimentação na rua; sicionados a menos de 100 (cem) metros das escolas, ob-
5.5.6.2.4. existência de entulhos nas proximidades do servando e adotando os procedimentos contidos na NI de
estabelecimento; referência “10” , bem como, quando for o caso, os contidos
5.5.6.2.5. necessidade de faixas de travessia de pedes- no subitem “5.5.6.” desta Dtz (RAIIA).
tres, semáforos ou redutores de velocidade; 5.5.11. todas as medidas policiais e assistenciais deve-
5.5.6.2.6. necessidade de poda de árvores e limpeza de rão ser adotadas de acordo com as normas legais em vigor
ruas, terrenos etc.; e com as normas vigentes na Polícia Militar para o trato
5.5.6.2.7. outras observações gerais. com a criança e o adolescente;
5.5.7. para os estabelecimentos de ensino em que 5.5.12. o efetivo deve ser exaustivamente orientado
perdurarem situações crônicas de precariedade, quer das quanto à missão, sobre o público a que vai atender e os
instalações quer das áreas externas, mesmo após a ado- tipos de ocorrências com que pode se deparar, bem como
ção das medidas citadas no subitem anterior, deverá ser sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (Anexo “C”);
elaborado e encaminhado ao Cmdo G, via Coord Op PM, 5.5.13. deve ainda o efetivo ser orientado no sentido
relatório circunstanciado para outras providências; de evitar:
5.5.8. nos estabelecimentos de ensino situados nas 5.5.13.1. distrair-se em conversas fúteis ou com pes-
proximidades das OPM, poderá ser empregada a “adoção soas sem interesse para o serviço;
de escolas”, com o emprego de efetivo da administração 5.5.13.2. permanecer desatento ao que ocorre ao seu
efetuando policiamento nos horários de entrada e saída de redor, como, por exemplo, de costas para o movimento,
alunos, desde que haja facilidade de acesso e baixo índice embarcado quando a viatura estiver estacionada etc.;
de criminalidade local, observando-se o emprego de, no 5.5.13.3. o uso de gírias, palavras de baixo calão, gritos,
mínimo, 02 (dois) policiais militares; fumar, cruzar os braços etc.;
5.5.9. para os estabelecimentos de ensino abrangidos 5.5.13.4. manusear ou manipular desnecessariamente
por meio da “adoção”, devem ser observados os seguintes sua arma, em qualquer situação.
procedimentos: 5.5.14. os PM, sempre que possível, deverão procurar
5.5.9.1. os Cmt Pol A e os Cmt Pol Int deverão: manter contato com os responsáveis pelas escolas, não

135
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

devendo, entretanto, se imiscuir nos assuntos de ordem 5.5.25. fica liberado o contato direto entre as OPM en-
interna do estabelecimento, nem realizar funções que não volvidas para a elaboração dos planejamentos e detalha-
sejam de sua competência, direcionando suas ações para o mentos necessários;
exercício do policiamento ostensivo e para a preservação 5.5.26. as OPM que receberem esta Dtz deverão redis-
da ordem pública; tribuí-la a suas Unidades subordinadas;
5.5.15. os PM deverão participar, esporadicamente, de
reuniões que ocorrerem nos estabelecimentos de ensino, 5.5.27. esta Dtz encontra-se disponível na home page
colhendo informações sobre possíveis problemas nessas da 3ª EM/PM.
escolas e imediações, buscando soluções conjuntas para as ELIZEU ECLAIR TEIXEIRA BORGES
questões. Deverão, ainda, elaborar relatórios, constando as Cel PM Comandante Geral
solicitações e contatos feitos durante o serviço, as consta-
tações e encaminhamento de problemas, as atividades rea- SÃO PAULO SP 071700NOV05
lizadas, além de propostas e sugestões de ordem geral que PROGRAMA DE POLICIAMENTO ESCOLAR
possam contribuir para a melhoria da eficácia do serviço; ANEXO “E” à Diretriz nº PM3-014/02/05 RESUMO
5.5.16. os PM que atuam no policiamento escolar não 1. Tem por objetivo proteger as escolas e cercanias (pe-
devem receber ocorrências despachadas pelo Centro de rímetro escolar de segurança), propiciando segurança aos
Operações que não sejam relativas às respectivas escolas professores, pais e alunos.
onde atuam, e, ao se depararem com uma ocorrência poli- 2. Conceito de perímetro escolar de segurança vide su-
cial, após efetuarem o primeiro atendimento, deverão acio- bitem “5.1.2.” da Dtz.
nar a viatura do respectivo subsetor para eventual prosse- 3. Será implantado nos municípios que possuam, no
guimento, de forma a ficarem liberados para a continuida- mínimo, 15.000 (quinze) mil habitantes.
de do serviço; 4. Atua com prejuízo do atendimento de ocorrências,
5.5.17. nos casos onde não houver possibilidade de exceto quanto às geradas nas escolas e/ou nos respectivos
adoção da medida prevista no subitem anterior (casos de perímetros escolares de segurança, bem como quando se
flagrante, por exemplo), o Cmt F Ptr, tendo possibilidade de tratar de casos de flagrante delito.
meios, poderá substituir o efetivo policial-militar responsá- 5. Realizado por viatura com 01 (um) ou 02 (dois) PM,
vel pelo policiamento escolar, para que não haja solução de denominada Ronda Escolar (RE), cobrindo, em média, 08
continuidade do serviço; (oito) escolas.
5.5.18. deve ser evitada, ao máximo, a rotatividade dos 6. PM munidos de EPI completo e, se possível, de HT -
PM empenhados no policiamento escolar; vide subitem “5.2.2.3.” da Dtz.
5.5.19. nas Cia PM, devem existir registros eletrônicos 7. Planejamento até o nível de Cia PM e, no CPM e CPI,
específicos para cada escola da subárea, contendo todo o por município (em nível de Pel PM).
histórico de interesse, anotação dos problemas e respec- 8. Parâmetros gerais para o planejamento vide subi-
tivas soluções, as ocorrências havidas no estabelecimento tem “5.2.5.” da Dtz.
e outros dados julgados importantes. Tal registro deve ser 9. Comandamento pela Cia PM territorial ou OPM de
um “espelho” da escola, de modo a possibilitar fácil avalia- menor escalão no caso de municípios menores, sendo ve-
ção dos critérios e procedimentos empregados, permitindo dado centralizá-lo no Btl.
que a tomada de decisões ocorra de forma fundamentada, 10. A meta de emprego das viaturas do Programa é de
bem como facilitando a transmissão de orientações aos PM 100% (cem por cento).
que atuam nas referidas escolas; 11. Dentro do possível, todas as escolas existentes na
5.5.20. tendo em vista que um dos objetivos do Pro- subárea devem receber o policiamento escolar, conforme
grama de Policiamento Escolar consiste na realização da prioridade definida no subitem “5.2.5.6.” da Dtz.
travessia de escolares, os PM que atuam no policiamento 12. Integração com o PROERD vide subitem “5.2.6.” da
escolar devem ser orientados, naquilo que for necessário, 13. Para supervisionar o Programa, poderá ser desig-
quanto às normas de trânsito em vigor, observando-se o nado um Oficial por Btl, subordinado ao Subcmt OPM, o
disposto na legislação específica; qual acumulará, também, a supervisão dos Programas de
5.5.21. dentro do possível, os PM designados para tra- Policiamento Integrado e de Policiamento Comunitário
balhar no policiamento escolar deverão ser selecionados (Supervisor de Programas de Policiamento) vide subitem
dentre aqueles que sejam voluntários para a função, que “5.2.7.” da Dtz.
possuam boa conduta disciplinar e demonstrem facilidade 14. No nível Btl, seus respectivos Cmt deverão desig-
para o trato com crianças e adolescentes; nar um Oficial para exercer a função de Coordenador do
5.5.22. quanto ao previsto na Resolução SSP-50, de Programa (com o posto mínimo de Cap M). No âmbito do
03MAR95, que estabelece o perímetro escolar de seguran- CPM e dos CPI, tais Oficiais poderão ser os próprios Cmt
ça, observar o disposto na NI de referência “10”; Cia PM vide subitem “5.2.10.1.” da Dtz.
5.5.23. na execução do Programa, deve-se primar pela 15. Instrução dos PM do Programa vide subitens
economia de meios e pelo emprego racional dos recursos; “5.2.3.”, “5.3.6.3.” e “5.5.12.” da Dtz.
5.5.24. ficam revogados todos os dispositivos que 16. Regime de trabalho: definido no subitem “5.4.” da
contrariarem o contido nesta Dtz, especificamente a NI nº
Dtz, destacando-se que, via de regra, o horário de emprego
PM3-001/02/02, de 17JUL02;

136
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

do Programa é das 0645 às 2330h, com turnos flexíveis, 2. FINALIDADE


perfazendo 40 horas semanais, sendo vedado o regime de Disciplinar o Programa de Policiamento Escolar no âm-
12X36h. bito do Comando de Policiamento (da Capital, Metropolita-
17. O ajuste do Programa às normas previstas na Dire- no, do Interior X).
triz deve ser feito mediante Ordem de Operações (O Op),
a ser elaborada pelo G Cmdo vide subitem “5.5.1.” da Dtz. 3. SITUAÇÃO
18. Baixada a O Op, a cada 06 (seis) meses, o Cmt do G 3.1. conforme prescrições contidas na Diretriz de refe-
Cmdo ou o Cmt Pol Área (CPC/CPM) reunirá todos os inte- rência “1.2.”, o Programa de Policiamento Escolar do Estado
de São Paulo, buscando fornecer um nível aceitável de se-
grantes do Programa para sua avaliação (troca de informa-
gurança às escolas, é composto, basicamente, por viaturas
ções, apresentação de sugestões, orientações, ajustes etc.),
de Ronda Escolar (RE), responsáveis por determinado nú-
elaborando nova O Op, se for o caso vide subitem “5.5.2.”
mero de escolas na área de sua respectiva OPM;
da Dtz. 3.2. conforme definido pelo Cmdo G, o Programa deve
19. O conjunto de Ordens de Operações que implanta- ser implantado nos municípios que possuam, no mínimo,
rem o Programa formará o Plano de Policiamento Escolar, 15.000 (quinze) mil habitantes;
juntando-se a ele os seguintes anexos: 3.3. no âmbito deste Comando, o Programa foi implan-
19.1. relação de municípios/Btl que têm o Programa tado nos municípios de [...];
implantado; 3.4. [...] outros (a critério de cada G Cmdo).
19.2. mapa do Estado assinalando os municípios/Btl
que têm o Programa implantado; 4. OBJETIVOS
19.3. Plano de Viaturas do Programa de Policiamento 4.1. consolidar a realização do policiamento escolar nos es-
Escolar, por G Cmdo e geral. tabelecimentos de ensino localizados no âmbito do Comando
20. Férias dos PM do Programa e necessidade de suas de Policiamento (da Capital, Metropolitano, do Interior X).
substituições, nos casos de impedimentos, para evitar in- 4.2. divulgar os objetivos e implementar as normas pre-
terrupção do Programa vide subitem “5.5.3.” e respectivas vistas no Programa de Policiamento Escolar do Estado de
divisões da Dtz. São Paulo (Diretriz de referência “1.2.”), complementando-
21. Orientações que devem constar nos CPP da RE vide -as com as peculiaridades de cada município existente na
subitem “5.5.4.” da Dtz. área deste Comando;
4.3. disciplinar a forma de acompanhamento da evo-
22. Possibilidade de “adoção de escolas” vide subitens
lução do Programa nas Unidades subordinadas a este Co-
“5.5.8.” e “5.5.9.” da Dtz.
mando, possibilitando manter o Comando Geral atualizado
23. Missões básicas dos PM que atuam no Programa quanto a seu desenvolvimento;
vide subitem “5.5.10.” da Dtz. 4.4. [...] outros (a critério de cada G Cmdo).
24. Condutas a serem evitadas pelos PM que atuam no 5. MISSÃO
Programa vide subitem “5.5.13.” da Dtz. As OPM subordinadas a este Comando deverão execu-
25. As RE voltam-se precipuamente para a segurança tar o Programa de Policiamento Escolar nos termos desta
escolar, não devendo receber do COPOM ocorrências que O Op e da Dtz de referência “1.2.”, destinando meios es-
não sejam relativas às escolas vide subitem “5.5.16.” da Dtz. pecíficos para a realização de policiamento nos estabele-
26. Dentro do possível, empregar no Programa os PM que cimentos de ensino e no chamado perímetro escolar de
sejam voluntários para a função, possuam boa conduta discipli- segurança, por meio de RE.
nar e tenham facilidade no trato com crianças e adolescentes,
bem como estejam devidamente treinados para a missão. 6. EXECUÇÃO
27. Controle: Mapa-força diário e Quadro Geral de Con- 6.1. Conceitos
trole das Viaturas do Programa. 6.1.1. Programa de Policiamento
28. Total de viaturas do Programa de Policiamento Es- É uma subdivisão dos tipos de policiamento ostensivo,
colar por G Cmdo: . voltada para determinado objetivo, constituído por diretriz
e projeto de implantação duradoura, ajustável ao longo do
PAULO MARINO LOPES tempo, traduzindo a estratégia operacional da Instituição.
A organização do policiamento em programas define me-
Exemplar Nº de cópias. lhor os padrões de execução e facilita o planejamento or-
çamentário para sua manutenção.
PROGRAMA DE POLICIAMENTO ESCOLAR NA ÁREA
6.1.2. Perímetro Escolar de Segurança
DO (CPC, CPM, CPI).
Área contígua aos estabelecimentos de ensino da rede
pública estadual que tem prioridade especial nas ações de
ORDEM DE OPERAÇÕES Nº CXX-000/00/05
prevenção e repressão policial, objetivando garantir a tran-
quilidade de professores, pais e alunos, de modo a evitar o
1. REFERÊNCIAS
1.1. Diretriz nº PM3-001/02/05, de 09MAI05 NORSOP; mau uso das cercanias das escolas por parte de vendedores
1.2. Diretriz n° PM3-014/02/05, de 07NOV05 Programa ambulantes e de pessoas estranhas à comunidade escolar.
de Policiamento Escolar no Estado de São Paulo.

137
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

6.1.3. Policiamento Escolar PAULO MARINO LOPES


Atividade policial ostensiva voltada à segurança dos
estabelecimentos de ensino, visando cumprir o estabeleci- Cel PM Subcomandante
do no Programa de Segurança Escolar, de modo a satisfa- SÃO PAULO SP 071700NOV05
zer as necessidades de segurança da comunidade escolar.
É realizado por meio de RE. PROGRAMA DE POLICIAMENTO ESCOLAR
ANEXO “C” à Diretriz nº PM3-014/02/05
6.2. Desenvolvimento
[Com base nas Diretrizes referenciadas, cada G Cmdo ORIENTAÇÕES PARA O TRATO COM CRIANÇAS E/ OU
complementará esta parte da O Op, de acordo com as par- ADOLESCENTES
ticularidades de suas OPM subordinadas (seguem-se al- 1. Para o trato com crianças e/ou adolescentes, devem
guns exemplos)]: ser seguidas as prescrições constantes na Lei Federal nº
6.2.1. as OPM que empregarem 01 (um) PM na RE de- 8.069, de 13JUL90, e alterações posteriores – ESTATUTO DA
verão (orientações quanto a cautelas necessárias, procedi- CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.
mentos específicos do PM etc.): 2. Do referido Estatuto, destacam-se as seguintes pres-
6.2.1.1. [...]; crições:
6.2.1.2. [...]. 2.1. a criança e o adolescente têm direito à liberdade,
6.2.2. o Oficial responsável pela Supervisão do Progra- ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em pro-
ma (caso haja Oficial designado para esta função) deverá: cesso de desenvolvimento e como sujeitos de direitos ci-
6.2.2.1. [...]; vis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis
6.2.2.2. [...]. (Artigo 15);
6.2.3. o Oficial Coordenador do Programa deverá: 2.2. o direito à liberdade compreende, dentre outros
6.2.3.1. [...]; aspectos, o de ir, vir e estar nos logradouros públicos e es-
6.2.3.2. [...]. paços comunitários, ressalvadas as restrições legais (inciso
6.2.4. o Mapa-força (Anexo “A”) deverá ser remetido I do Artigo 16);
diariamente a este G Cmdo, observando-se as seguintes 2.3. o direito ao respeito consiste na inviolabilidade da
orientações; integridade física, psíquica e moral da criança e do adoles-
6.2.4.1. [...]; cente, abrangendo a preservação da imagem e da identi-
6.2.4.2. [...]. dade pessoais (Artigo 17);
[...]; 2.4. é dever de todos velar pela dignidade da criança e
6.2.X. o [...] outras normas (a critério de cada G Cmdo). do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento
6.3. Atribuições Particulares desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constran-
[Cada G Cmdo deve particularizar as atribuições de seu gedor (Artigo 18);
âmbito de Comando]. 2.5. é dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou
6.4. Regime de trabalho violação dos direitos da criança e do adolescente (Artigo 70);
[Com base nas Diretrizes referenciadas, cada G Cmdo, 2.6. o Poder Público, através do órgão competente,
se julgar necessário, complementará esta parte da O Op]. regulará as diversões e espetáculos públicos, informan-
6.5. Prescrições Diversas do sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se
[Com base nas Diretrizes referenciadas, cada G Cmdo, recomendem, locais e horários em que sua apresentação
se julgar necessário, complementará esta parte da O Op]. se mostre inadequada (caput do Artigo 74). Os responsá-
veis pelas diversões e espetáculos públicos deverão afi-
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX xar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local
Cel PM Cmt de exibição, informação destacada sobre a natureza do
espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de
Anexos: classificação (Parágrafo único do Artigo 74);
A) Modelo de Mapa-força; 2.7. toda criança ou adolescente terá acesso às diver-
B) Mapa do Programa de Policiamento Escolar do Co-
sões e espetáculos públicos classificados como adequados
mando de Policiamento (da Capital, Metropolitano, do In-
a sua faixa etária (caput do Artigo 75). As crianças menores
terior-X);
de dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos
C) Relação de municípios/Btl que têm o Programa im-
locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas
plantado;
D) Outros (a critério de cada G Cmdo). dos pais ou responsável (Parágrafo único do Artigo 75);
2.8. considera-se ato infracional a conduta descrita
DISTRIBUIÇÃO: como crime ou contravenção penal (Artigo 103);
01 2.9. ao ato infracional praticado por criança corres-
3ª EM/PM 01 ponderão as medidas específicas de proteção previstas
01 no Artigo 101 do ECA (Artigo 105), que serão determi-
01 nadas pelo Conselho Tutelar (Artigo 136) ou, a sua falta,
Total XX pela autoridade judiciária (Artigo 262);

138
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

2.10. nenhum adolescente será privado de sua liber- 3. Considerando que as Secretarias da Segurança Pú-
dade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem blica e da Educação, em parceria, estão implantando o Li-
escrita e fundamentada da autoridade judiciária compe- vro de Controle da Ronda Escolar, cuja finalidade é registrar
tente. (caput do Artigo 106). O adolescente tem direito à as rondas realizadas pelas viaturas de RE, bem como as no-
identificação dos responsáveis pela sua apreensão, de- vidades havidas nos estabelecimentos de ensinos;
vendo ser informado acerca de seus direitos (Parágrafo
único do Artigo 106); 4. Considerando a necessidade de se estabelecer roti-
2.11.o adolescente civilmente identificado não será nas para preenchimento e distribuição desses Livros, DE-
VERÁ V.S.ª:
submetido a identificação compulsória pelos órgãos po-
4.1. no âmbito do CPC e CPM: determinar para que os
liciais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de con-
Cmt Pol Área subordinados providenciem a retirada dos
frontação, havendo dúvida fundada (Artigo 109);
exemplares, conforme quantidade descrita no expediente
2.12. nenhum adolescente será privado de sua liber- anexo, diretamente no departamento de distribuição da
dade sem o devido processo legal (Artigo 110); Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), sito
2.13. o adolescente apreendido por força de ordem à Avenida Presidente Kennedy, nº 4033/4043, Vila dos Re-
judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade ju- médios – Osasco/SP [contato: Sr. Luiz Augusto Miranda de
diciária (Artigo 171) e o apreendido em flagrante de ato Oliveira – Telefone: (11) 3696-5542];
infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade 4.2. no âmbito do CPI: aguardar o recebimento dos
policial competente (caput do Artigo 172); exemplares, que serão entregues diretamente pelo depar-
2.14. havendo repartição policial especializada para aten- tamento de distribuição da FDE em suas respectivas sedes,
dimento de adolescente e, em se tratando de ato infracional na quantidade mencionada no anexo;
praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição 4.3. providenciar para que:
da repartição especializada, que, após as providências neces- 4.3.1. as OPM subordinadas realizem a distribuição dos
sárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição Livros às unidades de ensino da rede pública estadual loca-
policial própria (Parágrafo único do Artigo 172); lizadas nas respectivas áreas de atuação;
2.15. à falta de repartição policial especializada, o 4.3.2. os policiais militares integrantes do PPE, além das
adolescente deverá ser encaminhado à repartição policial missões básicas constantes no Programa (subitem “5.5.10.”):
comum, onde aguardará a apresentação ao Ministério 4.3.2.1. realizem, durante seu turno de serviço, tantas
passagens quantas forem possíveis em cada estabeleci-
Público em dependência separada da destinada a maio-
mento de ensino relacionado em seu Cartão de Prioridade
res (§ 2º do Artigo 175);
de Patrulhamento (CPP);
2.16. o adolescente a quem se atribua autoria de 4.3.2.2. preencham o Livro de Ronda no mínimo em
ato infracional não poderá ser conduzido ou transpor- uma das passagens referidas acima. Havendo a necessida-
tado em compartimento fechado de veículo policial, em de, o preenchimento poderá ocorrer mais de uma vez no
condições atentatórias a sua dignidade, ou que impliquem mesmo turno de serviço;
risco a sua integridade física ou mental, sob pena de res- 4.3.2.3. durante as rondas, efetuem levantamentos das
ponsabilidade (Artigo 178). condições em que se encontram as instalações das esco-
las da rede pública estadual, mormente àquelas que direta
PAULO MARINO LOPES ou indiretamente possam afetar a segurança do estabele-
Cel PM Subcomandante cimento, apresentando sugestões em campo próprio do
Referência: Livro de Ronda (Providências sugeridas/encaminhadas ...); e
4.3.2.4. preencham, independentemente da providên-
1) Diretriz nº PM3-014/02/05, de 07NOV05 cia contida no subitem anterior, quando julgar necessário,
(Programa de Policiamento Escolar); o Relatório de Averiguação de Indício de Infração Adminis-
2) NI nº PM3-002/02/08, de 24DEZ08 (Assessor de Se- trativa – RAIIA.
gurança Escolar). 4.3.3. o Cmt F Ptr vistorie periodicamente o Livro de
Anexo: Tabela de Distribuição dos Livros de Controle Controle da Ronda Escolar, cientificando-se das novidades
da Ronda Escolar. havidas e comunicando-as ao Cmt Cia PM e Oficial Coorde-
1. Considerando a necessidade de se intensificar as re- nador do PPE para a adoção das providências decorrentes;
lações entre o Programa de Policiamento Escolar (PPE) e a 4.3.4. o Oficial Coordenador do PPE, de posse das in-
direção das escolas visando à definição de estratégias efi- formações consubstanciadas no Livro de Ronda, adote as
cientes para garantir a segurança de todos e evitar atitudes medidas cabíveis visando o intercâmbio de informações e
que ameacem a integridade da comunidade escolar, bem verificando eventuais mudanças nas necessidades de segu-
como às instalações dos estabelecimentos de ensinos. rança dos estabelecimentos de ensino, conforme subitem
2. Considerando que a NI referenciada determina ao “5.2.10.1.1.1.” da Dtz;
Assessor de Segurança Escolar (Ass Seg Esc) a missão de 4.3.5. nos municípios em que não houver especifica-
proceder ao acompanhamento do desenvolvimento do mente a viatura de RE, as RP realizem tais rondas preen-
PPE, monitorando, em tempo real e integral, os fatos havi- chendo, nos termos desta Ordem de Serviço, o citado Livro
dos nos estabelecimentos de ensino localizados no Estado de Controle da Ronda Escolar.
e em seus respectivos perímetros escolares de segurança.

139
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

RESOLUÇÃO SSP-50, de 3-3-95 – (transcrição) n) EEPG Pastor Vereador Grotkowski


o) EEPG Professor Sírio Barreiro
Dispõe sobre perímetro escolar de segurança, estabe- p) EEPG Professor Salim Mud
lecido pelo Decreto 28.643, de 3-8-88 q) EEPG Professor Maurício Nasser
r) EEPG Prof. Pascoal Maiomane Filho
O Secretário da Segurança Pública, considerando que s) EEPG Oswaldo Sampaio Alves
a comunidade escolar deve receber tratamento prioritário, t) EEPG Guilhermino Rodrigues de Lima
no tocante à segurança; considerando que a Resolução u) EEPG Profa. Teresinha Close Eleotino
SSP-100, de 11-10-91, determinou como perímetro esco- V – Mogi das Cruzes
lar de segurança a área contígua aos estabelecimentos de a) – EEPG Profa. Doraci B. de Campos Pereira
ensino da rede pública estadual, ali indicados e localizados b) – EEPG Frei Thimoteo Van Den Broeck
em cidades da Grande São Paulo e do Interior; conside- c) – EEPSG Francisco Ferreira Lopes
rando que a edição da referida Resolução remonta há 3 d) EEPG Coronel Almeida
anos e, durante esse tempo, a realidade das regiões trans- IV Suzano
formaram-se; considerando que as transformações regio- a) – EEPSG Osvaldo de Oliveira Lima
nais elegeram como prioritários outros estabelecimentos b) – Vereador Antonio Garcia
de ensino; considerando que essa transformação é cons- c) – Professora Jandira Coutinho
tatada pela própria observação dos policiais militares que d) – EEPG Anderson da Silva Soares
trabalham nesses locais, o que é reforçado pelo elevado e) – EEPSG Prof. Geraldo J. de Rezende Silva
número de solicitações da Polícia Militar em tais escolas, f) – EEPSG Antonio Rodrigues de Almeida
normalmente atendendo a pedido dos seus Diretores, face g) – EEPSG Professora Alice Romanos
o afloramento dos problemas de segurança, RESOLVE: h) – EEPSG Profa. Maria Eliza de A. Cintra
Artigo 1º Fica determinado como perímetro escolar de i) – EEPG Prof. Joviano Satler de Lima
segurança a área contígua aos seguintes estabelecimentos j) – EEPG Prof. Rui Ferreira Guimarães
de ensino, na rede pública estadual, localizados nas cida- k) – EEPG (“A”) Conjunto Residencial Graziela
des infrarelacionadas: VII – Franco da Rocha
I – São Caetano do Sul
a) – EEPG Isaura de Miranda Botto
a) EEPG Maria Trujilo Trioni
b) – EEPSG Donald Savazoni
b) EEPSG Bonifácio de Carvalho
c) – EEPSG Elvira Parada Manga
c) EEPG Alexandre Grigoli
d) – EEPSG Nilza Dias Mathias
d) EEPG Professor Ângelo Vaqueiro
e) EEPG Professor Senador Flaquer e) – EEPSG Egídio José Porto
f) EEPG Professor Edgar Alves da Cunha f) – EEPSG Iraci Sartori V. da Silva
g) EEPG Professor Alfredo Bukart g) – EEPG Arhur Weingrill
II – São Bernardo do Campo VII – Mairiporã
a) EEPG Walter da Costa Barbosa a) – EEPSG Nide Zaim Cardoso
b) EEPG Professor Carlos Pezzolo b) – EEPSG Hermelinda de Albuquerque Passarela
c) EEPG Professora Cinira Pires Santos c) – EEPSG Pietro Petri
d) EEPG Professor Paulo Teixeira de Camargo d) – EEPSG José Roberto Melchior
III – Santo André IX – Osasco
a) EEPG Waldomiro Guimarães a) – EEPG Benedito Alves Turíbio
b) EEPSG Fioravante Zampol b) – EEPG Dr. Francisco M.L. de Sá Carneiro
c) EEPG Ênio Mario Basalho de Andrade c) – EEPG Alípio da Silva Lavoura
d) EEPG Nagib Miguel Elchmer d) – EEPG Walter Negrelle
e) EEPSG Padre Agnaldo Sebastião Vieira e) – EEPG Rosa Bonfiglioli
f) EEPG Odilo Costa Filho f) – Dr. Ivan Fleury Meirelles
g) EEPG Wanda Bento Gonçalves g) – EEPSG Dep. Guilherme de Oliveira Gomes
IV – Guarulhos h) – EEPG Anésio Cabral
a) EEPG Rotary Artigo 2º O Perímetro de segurança tem prioridade es-
b) EEPG Jair Miranda pecial nas ações de prevenção e repressão policial, objetivan-
c) EEPG Anita Saraceni do a tranquilidade de professores, pais e alunos, de modo a
d) EEPG Professora Izabel Ferreira dos Santos evitar o mau uso das cercanias das escolas por parte de:
e) EEPG Professor Flávio Xavier Arantes I vendedor ambulante.
f) EEPG Professor Milton Cernach II pessoa estranha à comunidade escolar.
g) EEPG Comandante João Ribeiro de Barros Artigo 3º O Comando Geral da Polícia Militar e a Dele-
h) EEPSG Francisco Antunes Filho gacia Geral de Polícia enviarão diretamente à Coordenadoria
i) EEPSG Professor Leopoldo Gentil Júnior de Análise e Planejamento (CAP) deste Gabinete, por meio de
j) EEPG José da Costa Boucinha “fax”, “telex”, ou outro meio célere, até o dia 10 de cada mês,
l) EEPG José Lemes Lopes relatório sobre as atividades desenvolvidas pelas unidades
m) EEPG Rafael Thomeu subordinadas, no mês imediatamente anterior, em relação

140
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

aos estabelecimentos de ensino elencados no artigo 1º, na cial do Código Penal)


forma do modelo anexo, que faz parte integrante da presen- II – Roubo (artigo 157 do Código Penal).
te Resolução. III Tráfico e uso de entorpecentes (artigos 12 e 16 da Lei
Artigo 4º Os esforços da Polícia Civil e da Polícia Militar 6.368, de 21-10-76).
voltar-se-ão, ainda, para o atendimento das demais escolas, IV – Dano contra o patrimônio público (artigo 163, III
embora não abrangidas no rol filiado no artigo 1º. do Código Penal).
Artigo 5º A Coordenadoria de Análise e Planejamento V – Perigo para a vida ou saúde de outrem (artigo 132
(CAP) analisará os dados fornecidos, apresentando relatório do Código Penal).
crítico e conclusivo, mensalmente ou extraordinariamente, VI – Desobediência (artigo 330 do Código Penal).
caso necessário. VII – Exercício ilegal de profissão ou atividade (artigo
Parágrafo único – Os dados recebidos serão analisados 47 das Contravenções Penais).
conjuntamente com outros disponíveis, em especial aqueles IX – Direção perigosa de veículo na via pública (artigo
emanados da Secretaria de Estado da Educação. 34 da Lei das Contravenções Penais).
Artigo 6º As Delegacias Seccionais de Polícia e os Bata- X – Perturbação do Trabalho ou do sossego alheios (ar-
lhões Policiais Militares deverão estreitar os contatos com a tigo 42 da Lei das Contravenções Penais).
comunidade escolar, objetivando melhor atender às diretri- XI – Importunação ofensiva ao pudor (artigo 61 da Lei
zes fixadas nesta Resolução. das Contravenções Penais).
Artigo 7º As mesmas unidades policiais, em relação a XII – Perturbação da tranquilidade (artigo 65 da Lei das
toda e qualquer atividade ambulante, manterão entendimen- Contravenções Penais).
to com as Prefeituras Municipais respectivas, visando discipli- Artigo 10 – Esta Resolução entrará em vigor na data
nar, onde não houver regra estabelecida, a proibição de: de sua publicação, revogadas as disposições em contrário,
I fixação a menos de 100 metros de qualquer portão de especialmente a Resolução SSP-100, de 4-10-99. C183.
acesso a estabelecimento de ensino.
II pessoa física capaz de estabelecer-se com ponto fixo
de comércio.
III – exercer o comércio sem a competente credencial. DIRETRIZ PM3-15/02/05 PROGRAMA DE
IV – comércio com: POLICIAMENTO COMUNITÁRIO ALTERADA
a) – medicamentos, qualquer produtos farmacêuticos PELA ORDEM COMPLEMENTAR PM3-3/02/11
e ervas medicinais. E ORDEM DE SERVIÇO PM3-1/02/15;
b) – gasolina, querosene ou qualquer substância infla-
mável ou explosiva.
c) – fogos de artifício.
d) – bebidas com qualquer teor alcoólico.
DIRETRIZ Nº PM3-015/02/05
e) – animais vivos ou embalsamados.
f) – pastéis, churrasquinhos, linguiças e carnes de
1.REFERÊNCIAS
quaisquer espécies.
1.1. Instruções sobre Imóveis;
g) – embutidos e laticínios.
1.2. Diretriz nº PM3-005/02/97, de 04DEZ97 Empre-
h) – doces e guloseimas que não estejam devidamente
embalados, com indicação visível de sua origem na emba- go Operacional da Polícia Militar do Estado de São Paulo
lagem. (PMESP);
i) – frutas retalhadas. 1.3. Nota de Instrução nº PM3-004/02/97, de 10DEZ97
j) – relógios e óculos. Polícia Comunitária, parcialmente alterada pela Ordem
Artigo 8º As Circunscrições Regionais de Trânsito – Ci- Complementar nº PM3-013/02/98, de 24NOV98;
retrans, em colaboração com as Prefeituras Municipais res- 1.4. Resolução SSP-439, de 11OUT99 Estabelece as di-
pectivas, adotarão as providências atinentes ao fiel cumpri- retrizes e condições para instalação de BCS (transcrita no
mento do Código Nacional de Trânsito e seu Regulamento, Boletim Geral PM nº 199, de 19OUT99);
especialmente quanto a regulamentação do uso de vias 1.5. Diretriz nº PM3-003/02/03, de 04FEV03 Integração
Públicas, objetivando: com Centrais de Videomonitorização;
I – instruir sentido único de trânsito, quando possível. 1.6. Decreto Estadual nº 48.260, de 25NOV03 Autori-
II – estabelecer limites de velocidade. e za a Secretaria da Segurança Pública a celebrar convênios
III – determinar restrições de uso de vias ou parte delas, com municípios do Estado de São Paulo, objetivando a mú-
mediante fixação de locais, horários e períodos destinados tua cooperação em atividades de segurança pública;
ao estacionamento, embarque ou desembarque de passa- 1.7. Diretriz nº PM3-001/02/05, de 09MAI05 Normas
geiros. para o Sistema Operacional de Policiamento PM (NORSOP);
Artigo 9º As atividades de Policiamento Preventivo e 1.8. os documentos relacionados nos subitens “1.2.”,
de Polícia Judiciária, referentes ao assunto objeto desta Re- “1.3.”, “1.5.” e “1.7.” encontram-se disponíveis na home page
solução, conterão especial atenção à prevenção e repres- da 3ª EM/ PM.
são às seguintes infrações penais:
I – Crimes contra os costumes (título VI da Parte Espe-

141
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

2. FINALIDADE 6.1.2.3. possui uma viatura de apoio a sua disposição;


Regular a organização e os procedimentos relativos ao 6.1.2.4. o efetivo da BCS pode variar de 10 (dez) a 20
Programa de Policiamento Comunitário, especialmente no (vinte) policiais militares (PM), incluídas as patrulhas comu-
tocante às Bases Comunitárias de Segurança (BCS) e sua nitárias, que podem operar a Vtr de apoio;
variante [Base Comunitária de Segurança Distrital (BCSD) 6.1.2.5. a BCS pode ser instalada no mesmo prédio sede
Chuzaishô vide subitem “6.1.5.”], Bases Operacionais (B Op), de OPM (Btl, Cia, Pel ou Gp PM), porém, para efeito de plane-
Postos Policiais-Militares (PPM) e viaturas (Vtr) de apoio ao jamento, seu efetivo será contado conforme prevê esta Dtz;
Programa, bem como ao emprego de Bases Comunitárias 6.1.2.6. o efetivo que nela presta serviços atua no atendi-
Móveis (BCM). mento ao público que a ela se dirige, inclusive lavrando BO/PM-
-TC, e nos contatos com a população das suas redondezas;
3. SITUAÇÃO 6.1.2.7. deve possuir, no mínimo, dependências para
3.1. a compilação das normas relativas à instalação e acomodação do efetivo nela lotado, conforme prevêem as
desativação de BCS, BCSD, B Op e PPM, bem como a me- instruções para edificações da Polícia Militar, bem como lo-
lhor definição de suas formas de funcionamento visam cal próprio para atendimento ao público e vaga para a Vtr.
otimizar a utilização dessas instalações e do efetivo nelas 6.1.3. Posto Policial-Militar (PPM)
empregado; 6.1.3.1. edificação policial-militar fixa e simples, instala-
3.2. a atualização das normas relativas às BCM e viatura da em local de grande movimento de pessoas, segundo os
de apoio ao Programa objetiva o alcance do melhor custo/ critérios de acessibilidade e visibilidade, visando atender ao
benefício no emprego dessas Vtr e respectivas guarnições. público que a ela se dirige, inclusive lavrando BO/PM-TC;
6.1.3.2. não possui Vtr de apoio;
4. OBJETIVOS 6.1.3.3. o regime de funcionamento é predominante-
4.1. padronizar a organização e os procedimentos rela- mente diurno, correspondendo aos horários de maior mo-
tivos à instalação e desativação de BCS, BCSD, B Op e PPM, vimento de pessoas e com turno mínimo de 12 (doze) horas;
bem como disciplinar seu funcionamento; 6.1.3.4. o efetivo que nele presta serviços atua na mo-
4.2. atualizar as normas que regulam a forma de em- dalidade de permanência e pode variar entre 04 (quatro) e
prego de BCM, garantindo a continuidade da eficácia dos 08 (oito) PM;
serviços prestados pelo efetivo que atua nessas Vtr; 6.1.3.5. possui dependências mínimas (vestiário, sani-
4.3. acentuar o caráter de visibilidade e acessibilidade tário e local para atendimento ao público);
da Polícia Militar por meio da otimização do emprego das 6.1.3.6. posto de policiamento a pé e supedâneos não
instalações e viaturas tratadas nesta Dtz. se enquadram no conceito de PPM, devendo ser conside-
rados policiamento a pé.
5. MISSÃO 6.1.4. Base Operacional (B Op) Instalação policial-mi-
Os Cmt de OPM deverão cumprir as normas estabele- litar fixa, típica das OPM subordinadas ao CPRv ou ao
cidas nesta Dtz para a instalação, inauguração, funciona- CPAmb, cujas características de funcionamento atendam,
mento e desativação de BCS, BCSD, B Op e PPM e para respectivamente, às peculiaridades do policiamento osten-
o emprego de BCM e das Vtr de apoio ao Programa de sivo rodoviário ou ambiental.
Policiamento Comunitário, visando à eficácia na prestação 6.1.5. Base Comunitária de Segurança Distrital (BCSD)
dos serviços a serem oferecidos à população pelo efetivo no modelo japonês denominado “Chuzaishô”:
empregado nessas instalações e viaturas. 6.1.5.1. variante de BCS aplicável aos Distritos Municipais
do Interior, consistindo em 01 (um) PM que reside no local
6. EXECUÇÃO e presta atendimento ao público, a partir de sua residência;
6.1.Conceituação 6.1.5.2. possui uma Vtr de apoio a sua disposição.
6.1.1. Programa de Policiamento 6.1.6. Base Comunitária Móvel (BCM)
É uma subdivisão dos tipos de policiamento ostensivo, Constitui-se em um trailer ou Vtr tipo perua “VAN”,
voltado para determinado objetivo, constituído por diretriz com adaptação para emprego no policiamento comuni-
e projeto de implantação duradoura, ajustável ao longo do tário, visando fazer frente a circunstâncias que necessitem
tempo, traduzindo a estratégia operacional da Instituição. de presença policial não permanente, sendo empregada,
A organização do policiamento em programas define me- após criteriosa avaliação do Comando da OPM, onde haja
lhor os padrões de execução e facilita o planejamento or- necessidade ocasional ou transitória, ainda que periódica
çamentário para sua manutenção. (exemplos: dias de pagamento, espetáculos públicos, com-
6.1.2. Base Comunitária de Segurança (BCS) petições desportivas, festas religiosas ou típicas, movimen-
6.1.2.1. edificação policial-militar fixa, instalada segun- to comercial etc.), com guarnição básica de 03 (três) PM,
do os critérios de acessibilidade, visibilidade e existência que pode ser reforçada em casos de cobertura de eventos.
de comunidade que necessite de atendimento diuturno, 6.1.7. Patrulha Comunitária (Ptr Com)
servindo como ícone de referência da Polícia Militar para É o efetivo policial-militar designado para realizar o
prestação do policiamento comunitário; Policiamento Comunitário nas áreas ao redor de uma BCS,
6.1.2.2. seu funcionamento é diuturno, ou seja, pelas 24 por meio de patrulhamento a pé e/ou de outro processo
(vinte e quatro) horas do dia; de policiamento (motorizado, usando a Vtr de apoio; em
bicicleta etc.).

142
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

6.1.8. Viaturas Comunitárias (Vtr Com) 6.2.1.1.2.4.1.1.2. comunicará o fato ao Subcmt PM, via
6.1.8.1. são aquelas utilizadas no Programa de Policia- 3ª EM/PM, informando todos os dados relativos à solici-
mento Comunitário (BCM, Vtr de apoio às BCS e Vtr de tação [dados completos do solicitante, endereço do local
apoio às BCSD); indicado para a instalação da Base (citando em qual Cia
6.1.8.2. as normas referentes ao emprego das Vtr Com PM e BPM está situado), fundamentação do parecer des-
encontram-se no subitem “6.7.8.” e suas divisões. favorável etc.];
6.1.9. Fixação do Policial Militar Comunitário 6.2.1.1.2.4.1.1.3. arquivará o processo na OPM de ori-
Princípio de Polícia Comunitária cujo fundamento de- gem. 6.2.1.1.2.4.1.2. quando o pedido tiver sido protoco-
manda que o efetivo policial nele empregado disponha de lado no Comando Geral, restituirá o processo ao Subcmt
tempo suficiente para conquistar a confiança e desenvol- PM, via 3ª EM/PM.
ver parceria com a comunidade, sendo desaconselhável a 6.2.1.1.2.4.2. a 3ª EM/PM registrará o pedido em seu
substituição constante desses policiais militares, sob pena banco de dados e, em seguida, encaminhará o processo
de comprometer a qualidade do resultado pretendido (par- ao Gab Cmt G.
ceria da polícia com a comunidade e a consequente dimi- 6.2.1.1.2.4.3 o Gab Cmt G instruirá resposta ao solici-
nuição da criminalidade). tante. 6.2.1.1.2.5. sendo o parecer favorável à instalação da
6.1.10. os PM recém formados serão prioritariamente BCS: 6.2.1.1.2.5.1. o CPC, CPM ou CPI encaminhará o pro-
empregados no Programa de Policiamento Comunitário, cesso à DL para que o CSM/O realize a avaliação técnica;
em funções fixas, para atendimento ao público. 6.2.1.1.2.5.2. a DL, após juntar o parecer elaborado
6.2. Instalação, trâmite do processo, inauguração e de- pelo CSM/O, remeterá o processo:
sativação 6.2.1.1.2.5.2.1. ao CPC, CPM ou CPI, caso haja necessi-
6.2.1. BCS dade de realização de alterações na edificação ou no pro-
6.2.1.1. Instalação jeto para viabilizar sua aprovação (o processo vai à OPM
6.2.1.1.1. Critérios a serem avaliados de origem e retorna ao CSM/O para nova avaliação téc-
6.2.1.1.1.1. existência de comunidade que necessite de nica);
atendimento diuturno por parte da Polícia Militar; 6.2.1.1.2.5.2.2. ao Subcmt PM, via 3ª EM/PM, quando
6.2.1.1.1.2. local que atenda aos critérios de acessibili- o parecer do CSM/O indicar a aprovação ou reprovação
dade e visibilidade; do pedido.
6.2.1.1.1.3. existência de apoio comunitário (lideranças 6.2.1.1.2.5.3. a 3ª EM/PM registrará o pedido em seu
associações de bairros, CONSEG etc.); banco de dados e:
6.2.1.1.1.4. disponibilidade de meios materiais e huma- 6.2.1.1.2.5.3.1. encaminhará o processo ao Gab Cmt G,
nos, de modo que haja equilíbrio com os demais Progra- quando o parecer do CSM/O indicar:
mas de Policiamento. 6.2.1.1.2.5.3.1.1. a aprovação do pedido;
6.2.1.1.2. Trâmite do processo 6.2.1.1.2.5.3.1.2. a reprovação do pedido, desde que
6.2.1.1.2.1. todo processo contendo pedido para ins- o processo tenha sido inicialmente protocolado naquele
talação de BCS deverá ser encaminhado ao Cmt do BPM Gabinete.
em cuja área pretende-se que seja instalada, o qual deverá 6.2.1.1.2.5.3.2. remeterá o processo ao CPC, CPM ou
manifestar-se favoravelmente ou não ao atendimento do CPI, quando o parecer do CSM/O indicar a reprovação do
pleiteado, fundamentando sua opinião, observando o con-
pedido, desde que o processo tenha sido inicialmente pro-
tido no subitem “6.2.1.1.1.” anterior;
tocolado naquelas OPM, que instruirão resposta ao solici-
6.2.1.1.2.2. a manifestação deverá conter exposição de
motivos e justificativas, dados sobre a participação da co- tante e determinarão o arquivamento dos autos na OPM
munidade, esclarecimentos acerca dos meios necessários de origem;
e, se favorável, conterá, também, projeto estrutural, crono- 6.2.1.1.2.5.3.3. na hipótese de aprovação do pedido,
grama de obras, previsão de inauguração e outras infor- notificará a 4ª EM/PM, para que seja providenciada a Vtr
mações de interesse, observadas, se for o caso, as normas de apoio, e a 5ª EM/PM, para registro no DPCDH.
de procedimentos para recebimento de doações de imóvel; 6.2.1.1.2.5.4. o Gab Cmt G:
6.2.1.1.2.3. o processo, elaborado de acordo com as 6.2.1.1.2.5.4.1. quando o parecer do CSM/O indicar a
prescrições contidas nas Instruções para Correspondência aprovação do pedido:
na Polícia Militar (I-7-PM), deverá ser encaminhado, via canal 6.2.1.1.2.5.4.1.1. encaminhará o processo à Secretaria
de comando, ao Cmt Pol Cap, Cmt Pol Metropol ou Cmt Pol da Segurança Pública (SSP), conforme disposto na Resolu-
Int, que ratificará ou não a manifestação apresentada pelo(s) ção SSP-439, de 11OUT99;
Cmt(s) anterior(res), justificando sua decisão (parecer); 6.2.1.1.2.5.4.1.2. acompanhará o desfecho do proces-
6.2.1.1.2.4. sendo o parecer desfavorável à instalação so, dando ciência ao Subcmt PM, por meio da 3ª EM/PM,
da BCS: e ao solicitante, acerca da decisão do Secretário da Segu-
6.2.1.1.2.4.1. o CPC, CPM ou CPI: rança Pública (autorizando ou não a instalação da Base).
6.2.1.1.2.4.1.1. quando o pedido tiver sido protocolado 6.2.1.1.2.5.4.2. quando o parecer do CSM/O indicar a
em sua OPM ou nas que lhes são subordinadas:
reprovação do pedido, instruirá resposta ao solicitante,
6.2.1.1.2.4.1.1.1 providenciará que o solicitante seja in-
desde que o processo tenha sido inicialmente protocolado
formado de sua decisão;
naquele Gabinete.

143
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

6.2.1.1.2.6. quando a instalação da BCS depender de 6.2.2. PPM


convênio com prefeituras municipais ou com outros ór- 6.2.2.1. Autoridades competentes para autorizar a instala-
gãos, os Cmt de OPM devem observar, no que couber, os ção e/ou a desativação:
procedimentos estabelecidos nas Instruções sobre Imóveis 6.2.2.1.1. obedecidas as prescrições contidas nesta Dtz, o
(subitem “1.1.” desta Dtz). Cmt Pol Cap, o Cmt Pol Metropol ou os Cmt Pol Int são auto-
6.2.1.2. Inauguração ridades competentes, em suas respectivas circunscrições, para
6.2.1.2.1. quando dos preparativos para a inauguração, autorizar a instalação e/ou desativação de PPM.
o Cmt da OPM responsável pela cerimônia (BPM em cuja 6.2.2.2. Instalação
área a BCS será instalada) deverá: 6.2.2.2.1. Razões estratégicas:
6.2.1.2.1.1. encaminhar proposta de data para a reali- Implantar em locais caracterizados pelo grande movimen-
zação do evento, se possível com três alternativas, direta- to de pessoas, a fim de aumentar a presença da Polícia Militar
mente ao Gab Cmt G, no mínimo com 30 (trinta) dias de e a sensação de segurança da população local, atendendo aos
antecedência; objetivos institucionais de visibilidade e acessibilidade.
6.2.1.2.1.2. manter a 5ª EM/PM informada sobre a evo- 6.2.2.2.2. Critérios a serem avaliados:
lução dos preparativos. 6.2.2.2.2.1. local onde haja:
6.2.1.2.2. definida a data junto à SSP e ao Comando 6.2.2.2.2.1.1. boa acessibilidade e visibilidade;
Geral, tal fato será comunicado, de imediato, pelo Gab Cmt 6.2.2.2.2.1.2. necessidade de se oferecer fácil identificação
G, à referida OPM, para adoção das demais providências da presença ostensiva da Polícia Militar, com endereço certo,
visando à realização da solenidade de inauguração; fixo, podendo ser facilmente encontrado para oferecer auxílio
6.2.1.2.3. em sendo confirmada a presença do Cmt G, à população e que possibilite boa observação dos passantes,
a OPM responsável pela solenidade deverá remeter para o de forma a intensificar o policiamento nos locais com gran-
Gab Cmt G, com cópia à 5ª EM/PM, até o início do expedien- de movimento de pessoas, propiciando maior interação
te do último dia útil anterior ao evento, informações sobre: com o cidadão usuário;
6.2.1.2.3.1. programação do evento; 6.2.2.2.2.1.3. proximidade com outros serviços de uti-
6.2.1.2.3.2. relação de autoridades externas convidadas e, lidade pública, como caixas automáticos de bancos, caixas
se possível, as confirmadas; de correio, telefones públicos etc.;
6.2.1.2.3.3. outras informações julgadas importantes ao 6.2.2.2.2.1.4. praças e vias com grande movimentação
conhecimento do Cmt G. de pessoas e/ou veículos que estejam chegando ou saindo
6.2.1.2.4. para confecção de convite, a OPM responsável da localidade.
pela solenidade deverá manter contato com a 5ª EM/PM, a fim 6.2.2.2.2.2. indicação para que a presença ostensiva da
de cientificar-se dos itens que nele devem constar. Polícia Militar seja intensificada, a fim de otimizar sua ação
6.2.1.3. Desativação preventiva;
6.2.1.3.1. o pedido de desativação de BCS deve ser devi- 6.2.2.2.2.3. disponibilidade de meios materiais e huma-
damente fundamentado pelo Cmt do BPM em cuja área se nos, de modo que haja equilíbrio com o radio patrulha-
encontra instalada, que deverá reunir a documentação perti- mento e os demais Programas de Policiamento.
nente e elaborar, seguindo as normas estabelecidas nas I-7- 6.2.2.2.3. mediante convênio, os PPM poderão ser ins-
PM, o respectivo processo; talados, também, nas principais e mais movimentadas esta-
6.2.1.3.2. o processo, via canal de comando, deverá ser re- ções de transportes urbanos (municipais e intermunicipais),
metido ao Cmt Pol Cap, Cmt Pol Metropol ou Cmt Pol Int, que de Metrô e do sistema de trens urbanos da Região Metro-
concordará ou não com o pedido, justificando sua deliberação; politana de São Paulo, devendo a respectiva UOp territorial
6.2.1.3.3. sendo a deliberação favorável à manutenção da guarnecer seus postos.
Base em funcionamento, o processo deverá ser restituído e ar- 6.2.2.2.4. Trâmite do processo:
quivado na OPM de origem; 6.2.2.2.4.1. todo processo contendo pedido para ins-
6.2.1.3.4. sendo a deliberação favorável à desativação da talação de PPM deverá ser encaminhado ao Cmt do BPM
Base, o Cmt Pol Cap, Cmt Pol Metropol ou Cmt Pol Int encami- em cuja área pretende-se que seja instalado, o qual deverá
nhará o processo ao Subcmt PM, via 3ª EM/PM; manifestar-se favorável ou não ao atendimento do pleitea-
6.2.1.3.5. a 3ª EM/PM registrará o pedido em seu banco de do, fundamentando sua opinião, com base no disposto nos
dados e remeterá o processo ao Gab Cmt G; subitens “6.2.2.2.1.” e “6.2.2.2.2.”;
6.2.1.3.6. o Gab Cmt G enviará o processo à SSP, acompa- 6.2.2.2.4.2. a manifestação deverá conter exposição
nhará seu desfecho e informará ao Subcmt PM, via 3ª EM/PM, de motivos e justificativas, dados sobre a eventual partici-
a decisão adotada pelo Secretário da SSP; pação da comunidade, esclarecimentos acerca dos meios
6.2.1.3.7. a 3ª EM/PM informará o CPC, CPM ou CPI do necessários e, se favorável, conterá, também, projeto es-
desfecho do processo, bem como dará ciência à 4ª e à 5ª EM/ trutural, cronograma de obras, previsão de inauguração e
PM, para as respectivas providências de cada Seção; outras informações de interesse, observadas, se for o caso,
6.2.1.3.8. o CPC, CPM ou CPI, quando o Secretário da Se- as normas e procedimentos para recebimento de doações,
gurança Pública decidir pela desativação da Base, determinará contidas na Diretriz nº PM4-001/3.0/96, de 29MAR96;
ao Cmt da OPM local que participe à comunidade interessada 6.2.2.2.4.3. o processo, elaborado de acordo com as
o fundamento da decisão. normas previstas nas I-7-PM, deverá ser encaminhado:

144
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

6.2.2.2.4.3.1. ao Cmt Pol A que, após juntar sua mani- 6.2.2.2.4.5.4.3. quando o pedido tiver sido protocolado
festação, o encaminhará ao Cmt Pol Cap ou ao Cmt Pol em sua OPM ou nas que lhe são subordinadas, adotará as
Metropol, que deliberará pela instalação ou não do posto, providências necessárias para que o solicitante seja infor-
justificando sua decisão; mado do desfecho do processo.
6.2.2.2.4.3.2. ao Cmt Pol Int, que deliberará pela instala- 6.2.2.3. Inauguração:
ção ou não do posto, justificando sua decisão. Deverá ser seguido o mesmo rito estabelecido no su-
6.2.2.2.4.4. sendo a decisão desfavorável à instalação bitem “6.2.1.2.” desta Dtz, esclarecendo-se que a data será
do PPM: definida pelo Comando Geral.
6.2.2.2.4.4.1 o CPC, CPM ou CPI: 6.2.2.4. Desativação
6.2.2.2.4.4.1.1. quando o pedido tiver sido protocolado 6.2.2.4.1. o pedido de desativação de PPM deve ser de-
em sua OPM ou nas que lhe são subordinadas: vidamente fundamentado pelo Cmt do BPM em cuja área
6.2.2.2.4.4.1.1.1. providenciará que o solicitante seja in- se encontra instalado, que deverá reunir a documentação
formado de sua decisão; pertinente e elaborar, seguindo as normas estabelecidas
6.2.2.2.4.4.1.1.2. comunicará o fato ao Subcmt PM, via nas I-7-PM, o respectivo processo;
3ª EM/PM, informando todos os dados relativos à solici- 6.2.2.4.2. o processo deverá ser remetido:
tação [dados completos do solicitante, endereço do local 6.2.2.4.2.1. ao Cmt Pol A que, após juntar sua mani-
indicado para a instalação do posto (citando em qual Cia festação, o encaminhará ao Cmt Pol Cap ou ao Cmt Pol
PM e BPM está situado), fundamentação da decisão desfa- Metropol, que deliberará pela desativação ou não do pos-
vorável etc.]; to, justificando sua decisão; 6.2.2.4.2.2. ao Cmt Pol Int, que
6.2.2.2.4.4.1.1.3. arquivará o processo na OPM de ori- deliberará pela desativação ou não do posto, justificando
gem. 6.2.2.2.4.4.1.2 quando o pedido tiver sido protocola- sua decisão.
do no Comando Geral, restituirá o processo ao Subcmt PM, 6.2.2.4.3. sendo a decisão favorável à manutenção do
via 3ª EM/PM. posto em funcionamento, o processo deverá ser restituído
6.2.2.2.4.4.2. a 3ª EM/PM registrará o pedido em seu e arquivado na OPM de origem;
banco de dados e, quando for o caso, restituirá o processo 6.2.2.4.4. sendo a decisão favorável à desativação do
ao Gab Cmt G; 6.2.2.2.4.4.3. o Gab Cmt G, recebendo o re- posto, o Cmt Pol Cap, Cmt Pol Metropol ou Cmt Pol Int
ferido processo, instruirá resposta ao solicitante. adotará as seguintes providências:
6.2.2.2.4.5. sendo a decisão favorável à instalação do 6.2.2.4.4.1. restituirá o processo para arquivo na OPM
PPM: 6.2.2.2.4.5.1. o CPC, CPM ou CPI encaminhará o pro- de origem, que efetivará a desativação, sendo que seu Cmt,
cesso à DL para que o CSM/O realize sua avaliação técnica; julgando necessário, participará à comunidade local os mo-
6.2.2.2.4.5.2. a DL, após juntar o parecer elaborado pelo tivos da decisão; 6.2.2.4.4.2. comunicará o fato ao Subcmt
CSM/O, remeterá o processo: PM, via 3ª EM/PM, informando todos os dados relativos ao
6.2.2.2.4.5.2.1. ao CPC, CPM ou CPI, caso haja necessi- posto desativado [endereço completo (citando em qual Cia
dade de realização de alterações na edificação ou no pro- PM e BPM estava instalado), motivos da desativação etc.].
jeto para viabilizar sua aprovação (o processo vai à OPM de 6.2.2.4.5. a 3ª EM/PM registrará a desativação em seu
origem e retorna ao CSM/O para nova avaliação técnica); banco de dados e informará a 5ª EM/PM, para registro no
6.2.2.2.4.5.2.2. ao Subcmt PM, via 3ª EM/PM, quando o DPCDH.
parecer do CSM/O indicar a aprovação ou reprovação do 6.2.3. B Op
pedido. 6.2.3.1. Autoridades competentes para autorizar a ins-
6.2.2.2.4.5.3. a 3ª EM/PM registrará o pedido em seu talação e/ou a desativação:
banco de dados e: 6.2.3.1.1. obedecidas as prescrições contidas nesta Dtz,
6.2.2.2.4.5.3.1. quando o pedido tiver sido protocolado são autoridades competentes, em suas respectivas circuns-
no Gab Cmt G, encaminhará o processo ao referido órgão, crições, para autorizar a instalação e/ou desativação:
que instruirá resposta ao solicitante e remeterá o processo 6.2.3.1.1.1. no âmbito do CPRv, o Cmt Pol Rv; 6.2.3.1.1.2.
ao CPC, CPM ou CPI; no âmbito do CPAmb, o Cmt Pol Amb.
6.2.2.2.4.5.3.2. quando o pedido tiver sido protocolado 6.2.3.2. Instalação
no CPC, CPM ou CPI, encaminhará o processo às referidas 6.2.3.2.1. Razões estratégicas: Implantar em locais que
OPM; atendam aos objetivos institucionais de visibilidade e aces-
6.2.2.2.4.5.3.3. dará ciência à 5ª EM/PM sobre o desfe- sibilidade, bem como às necessidades operacionais da
cho do processo, para registro no DPCDH. OPM.
6.2.2.2.4.5.4. o CPC, CPM ou CPI: 6.2.3.2.2. Critérios a serem avaliados: serão definidos
6.2.2.2.4.5.4.1. quando o parecer do CSM/O indicar a pelo Cmt Pol Rv ou pelo Cmt Pol Amb, de acordo com as
aprovação do pedido, adotará as medidas decorrentes ne- peculiaridades e as necessidades de cada tipo de policia-
cessárias à instalação do posto; mento, bem como a disponibilidade de meios humanos e
6.2.2.2.4.5.4.2. quando o parecer do CSM/O indicar a materiais das OPM;
reprovação do pedido, determinará o arquivamento do 6.2.3.2.3. Trâmite do processo: recebendo as necessá-
processo na OPM de origem; rias adaptações, o processo para instalação de B Op deve
seguir o mesmo rito estabelecido para PPM;

145
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

6.2.3.3. Inauguração: deve seguir o mesmo rito estabe- 6.3.3.1. sua construção, eventuais reformas e outras
lecido para PPM; alterações devem ser precedidas de avaliação técnica do
6.2.3.4. Desativação: deve seguir o mesmo rito estabe- CSM/O;
lecido para PPM. 6.3.3.2. deve estar inserida no sistema de policiamento
6.2.4. BCSD da OPM, com apoio de outros processos, de acordo com
6.2.4.1. Autoridades competentes para autorizar a ins- planejamento específico a ser definido pelo Cmt Pol Rv ou
talação e/ou a desativação: Cmt Pol Amb.
6.2.4.1.1. obedecidas as prescrições contidas nesta Dtz, 6.3.4. BCSD
os Cmt Pol Int são autoridades competentes, em suas res- As características relativas à edificação a ser des-
pectivas circunscrições, para autorizar a instalação e/ou de- tinada à BCSD encontram-se estabelecidas no Anexo “H”.
sativação da BCSD. 6.4. Efetivo e regime de trabalho 6.4.1. BCS
6.2.4.2. Observações gerais 6.2.4.2.1. Razões estraté- 6.4.1.1. cada Base:
gicas: Implantar em Distritos Municipais cuja distância do 6.4.1.1.1. contará com 01 (uma) viatura (Vtr) do grupo
Município sede dificulte o acesso rápido e pronto da OPM 21 (vinte e um), designada, exclusivamente, para permane-
responsável pelo território, de modo a atender ao objetivo cer em seu apoio;
institucional de acessibilidade aos serviços prestados pela 6.4.1.1.2. deverá ser composta:
PMESP. 6.4.1.1.2.1. preferencialmente por 01 (um) Sgt PM como
6.2.4.2.2. Critérios a serem seguidos: Comandante da Base, ou Cb PM;
6.2.4.2.2.1. para instalação da BCSD, devem ser obser- 6.4.1.1.2.2. pelo mínimo de 10 (dez) e máximo de 20
vados os seguintes parâmetros: (vinte) PM, na seguinte conformidade:
6.2.4.2.2.1.1. população mínima de 2.000 (dois mil) ha- 6.4.1.1.2.2.1. parte do efetivo fixo na Base e parte com-
bitantes; pondo as Ptr Com, sendo que a fixação deste efetivo será
6.2.4.2.2.1.2. distância mínima de 15 (quinze) quilôme- feita pelo respectivo Cmt de Btl, de acordo com as peculia-
tros (Km) do Município sede; ridades e possibilidades de sua área;
6.2.4.2.2.1.3. peculiaridades locais, como criminalida-
6.4.1.2. a jornada de trabalho, de forma a perfazer, no
de e atividade produtiva do Distrito.
mínimo, 40 (quarenta) horas semanais, conforme previsto
6.2.4.2.2.2. o passo inicial para instalação da BCSD é a
na Portaria nº PM1-2/2/95, publicada no DOE n° 198, de
obtenção do imóvel previsto no Anexo “H” [Imóvel funcio- 17OUT95, e transcrita no Bol G PM n° 202, de 20OUT95,
nal e residencial (onde o PM e sua família irão residir)]; e eventuais alterações posteriores, deverá ser a seguinte:
6.2.4.2.2.3. Instalação, Trâmite do processo, Inaugura- 6.4.1.2.1. de expediente administrativo para o Cmt da
ção e Desativação: conforme estabelecido no Anexo “H”. Base;
6.3. Edificação/Instalação 6.4.1.2.2. de escala de serviço operacional para os de-
6.3.1. BCS mais policiais militares integrantes da Base.
6.3.1.1. sua construção, eventuais reformas e outras 6.4.1.3. o efetivo designado, principalmente seu coman-
alterações devem ser precedidas de avaliação técnica do dante, deverá ser, em princípio, fixado pelo tempo mínimo
CSM/O, conforme previsto no subitem “6.2.1.1.2.5.1.”; de dois anos, a fim de possibilitar que os objetivos propostos
6.3.1.2. possuir logomarca da PMESP que ofereça boa pelo policiamento comunitário sejam alcançados;
visibilidade, observadas as normas em vigor; 6.4.1.4. os PM deverão ser providos de EPI completo.
6.3.1.3. inserir-se no sistema de policiamento da OPM, 6.4.2. PPM
com apoio de patrulhas a pé, com bicicleta e/ou motori- 6.4.2.1. em cada Posto, deverá ser empregado, por tur-
zadas; no de serviço:
6.3.1.4. mesmo quando instalada junto a OPM (Btl, Cia, 6.4.2.1.1. durante o dia: 01 (um) ou 02 (dois) PM;
Pel e Gp PM), deve ser tratada particularmente, cumprindo- 6.4.2.1.2. durante a noite: 02 (dois) PM.
-se os parâmetros previstos nesta Dtz. 6.4.2.2. a jornada de trabalho, a ser fixada pelos Cmt de
6.3.2. PPM OPM, de acordo com as peculiaridades de sua área, deverá
6.3.2.1. sua construção, eventuais reformas e outras perfazer, no mínimo, 40 (quarenta) horas semanais, confor-
alterações devem ser precedidas de avaliação técnica do me previsto na Portaria referenciada no subitem “6.4.1.2.”;
CSM/O, conforme previsto no subitem “6.2.2.2.4.5.1.”; 6.4.2.3. os PM deverão ser providos de EPI completo.
6.3.2.2. deve ser edificado em alvenaria; 6.4.3. B Op
6.3.2.3. sua edificação deverá seguir os seguintes pa- 6.4.3.1. decorrente das peculiaridades atinentes à exe-
râmetros: cução do policiamento ostensivo rodoviário e do policia-
mento ostensivo ambiental, o efetivo e o regime de traba-
6.3.2.3.1. ser em plano mais elevado que a via, pelo me-
lho das B Op serão fixados, respectivamente, pelo Cmt Pol
nos 50 (cinqüenta) centímetros, com logomarca da PMESP
Rv e pelo Cmt Pol Amb;
que ofereça boa visibilidade, observadas as normas em vi-
6.4.3.2. a jornada de trabalho, de forma a perfazer, no
gor;
mínimo, 40 (quarenta) horas semanais, deverá ser estabele-
6.3.2.3.2. inserir-se no sistema de policiamento da OPM. cida de acordo com o previsto na Portaria referenciada no
6.3.3. B Op subitem “6.4.1.2.”.

146
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

6.4.4. BCM 6.5.1.3.3. primar pela excelência na prestação dos ser-


6.4.4.1. deverá ser empregado o efetivo mínimo de 03 viços policiais comunitários, o que exige postura receptiva
(três) PM (encarregado, motorista e auxiliar), cabendo ao a críticas e sugestões apresentadas pela comunidade, que
policial militar que desempenhar a função de motorista devem ser encaminhadas ao escalão superior para avalia-
realizar a segurança da BCM quando esta estiver estacio- ção e providências decorrentes, quando fugirem à compe-
nada; tência de resolução dos policiais militares lotados na Base.
6.4.4.2. a jornada de trabalho, de forma a perfazer, no 6.5.2. PPM
mínimo, 40 (quarenta) horas semanais, deverá ser estabele- 6.5.2.1. não tem Patrulha Comunitária vinculada;
cida de acordo com o previsto na Portaria referenciada no 6.5.2.2. de acordo com o planejamento operacional do
subitem “6.4.1.2.”; Cmt da OPM, deve estar sempre guarnecido nos horários
6.4.4.3. os PM deverão ser providos de EPI completo, de grande fluxo de pessoas;
devendo haver pelo menos um HT para uso dos PM da 6.5.2.3. o efetivo empregado, dentre outras medidas
patrulha. policiais pertinentes, deve:
6.4.5. BCSD 6.5.2.3.1. manter acurada observação a tudo que ocor-
6.4.5.1. a jornada de trabalho do PM será de, no míni- re em seu Posto e circunvizinhança, especialmente para
mo, 40 (quarenta) horas semanais, conforme previsto na detectar quaisquer anomalias que possam comprometer a
Portaria referenciada no subitem “6.4.1.2.”, ficando a crité- normalidade pública;
rio do Cmt Cia PM definir os turnos de serviço; 6.5.2.3.2. realizar o atendimento e encaminhamento de
6.4.5.2. para afastar-se do Distrito Municipal, o PM ocorrências;
deverá pedir autorização ao seu Cmt Cia PM, pelo canal 6.5.2.3.3. estar em condições de prestar informações
hierárquico; gerais sobre as características da localidade e da comuni-
6.4.5.3. o patrulhamento nas áreas rurais pertencentes dade na qual o Posto está inserido [endereços dos órgãos
ao Distrito não é considerado afastamento, devendo, po- prestadores de serviços públicos (hospitais, Cia PM, Dele-
rém, ser comunicado ao COPOM. gacia de Polícia etc.), conhecimento sobre as características
6.5. Princípios básicos de funcionamento criminais da localidade etc.];
6.5.1. BCS 6.5.2.3.4. ser preparado para realizar primeiros socor-
6.5.1.1. possui Patrulha Comunitária e viatura de apoio ros e/ou os primeiros atendimentos quando de ocorrên-
a sua disposição, permitindo que seu efetivo atue nas re- cias de trânsito e outras de caráter policial, adotando as
dondezas, fazendo o trabalho de patrulhamento comuni- demais medidas decorrentes necessárias ao desfecho da
tário e interagindo com a população local, dando orienta- ocorrência;
ções, coletando informações etc. 6.5.2.3.5. estar receptivo a críticas e sugestões apresen-
6.5.1.2. quanto à forma de atuação, os policiais milita- tadas pela comunidade, remetendo-as ao escalão superior
res lotados na Base deverão ser orientados nos termos pre- para avaliação e providências decorrentes.
vistos na Nota de Instrução nº PM3-004/02/97 (referência 6.5.3. B Op
“1.3.”), que versa sobre a filosofia de Polícia Comunitária e Os PM lotados nas B Op seguirão as normas e orienta-
define, de maneira minuciosa, as atividades diárias afetas ções específicas estabelecidas para a realização do policia-
mento ostensivo de trânsito ou do policiamento ostensivo
ao efetivo que atua na execução do Policiamento Comu-
ambiental, a serem fixadas, respectivamente, pelo Cmt Pol
nitário;
Rv ou pelo Cmt Pol Amb.
6.5.1.3. complementarmente, o efetivo deve ainda ser
6.5.4. BCM
orientado a:
6.5.4.1. a BCM deverá ser empregada em locais onde o
6.5.1.3.1. conhecer as características da comunidade Cmt da OPM tenha, após criteriosa avaliação, decidido pela
em que atua, estreitando vínculos com os cidadãos e com instalação oportuna de uma BCS ou naqueles onde, apesar
as lideranças comunitárias locais de forma contínua e per- de haver justificativa para instalação de uma BCS, não haja
manente, de modo que não haja solução de continuidade demanda para seu funcionamento pelas 24 (vinte e quatro)
na interação entre a polícia e a comunidade; horas do dia, em razão das características da comunidade;
6.5.1.3.2. manter postura pró-ativa, atuando com ini- 6.5.4.2. a mobilidade da BCM deve ser restrita aos des-
ciativa na busca de soluções para quaisquer problemas que locamentos entre a OPM e seu(s) ponto(s) de estaciona-
prejudiquem a qualidade de vida da comunidade em que mento, excetuando, apenas, eventual situação de emer-
está inserido e possam afetar a ordem pública, incluindo-se gência para socorro médico, sendo vedado seu uso em
aqui a adoção das providências cabíveis quando da consta- patrulhamento motorizado, operações de controle de dis-
tação da existência de indícios de infrações administrativas, túrbios civis, operações de bloqueio, preservação de local
observando e cumprindo as normas e orientações contidas de crime e deslocamento para atendimento de ocorrências,
na Portaria do Cmt G nº PM3-001/02/04, de 01SET04 (pu- devendo, neste caso, ser acionada guarnição de outro Pro-
blicada no DOE nº 169, de 04SET04) e na Ordem de Servi- grama de Policiamento;
ço nº PM3-047/02/04-CIRCULAR, de 08SET04, que versam 6.5.4.3. qualquer atendimento de ocorrência deve ser
sobre o RAIIA (Relatório sobre Averiguação de Indício de priorizado pelos PM a pé, solicitando-se o apoio das de-
Infração Administrativa); mais guarnições do policiamento motorizado;

147
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

6.5.4.4. as BCM devem ser fixadas no(s) Ponto(s) de 6.5.5.8. o policial militar, além da Vtr, deverá ser pro-
Estacionamento (PE), escolhido(s) conforme disposto no vido do EPI completo, ficando proibida a guarda de ar-
subitem “6.5.4.1.”, a fim de permitir que o vínculo entre mas de porte ou portáteis e munição da Instituição na
comunidade e polícia seja facilitado e estimulado, sendo BCSD.
obrigatório, a cada Base, cobrir no mínimo 02 (dois) PE por 6.5.6. Postura do policial militar empregado em
turno de serviço; BCS, PPM, B Op, BCSD e BCM
6.5.4.5. excepcionalmente, caso haja PE que demande 6.5.6.1. não permanecer no interior da Base, do Posto
esta providência, a BCM poderá cobri-lo pelo turno completo; ou na via pública em “rodinhas”;
6.5.4.6. o efetivo empregado nas BCM deve estar:
6.5.6.2. não ler jornais, revistas, livros, assistir televi-
6.5.4.6.1. em condições de prestar informações, primei-
são etc., durante o turno de serviço, devendo manter-se
ros socorros e os primeiros atendimentos quando de ocor-
sempre atento e prestativo para com a comunidade;
rências de trânsito e outras de caráter policial, solicitando
apoio para o encaminhamento da ocorrência, buscando 6.5.6.3. não fumar nem comer quando estiver aten-
atender o cidadão o mais rápido e eficientemente possível; dendo ao público;
6.5.4.6.2. ser receptivo a críticas e sugestões apresen- 6.5.6.4. zelar pelas condições de higiene próprias e do
tadas pela comunidade, encaminhando-as ao escalão su- seu local de trabalho;
perior para avaliação e providências decorrentes, quando 6.5.6.5. não atender ao público sentado ou encostado
fugirem à sua competência. em qualquer anteparo.
6.5.5. BCSD 6.6. Atribuições Particulares
6.5.5.1. a BCSD só deverá ser instalado nos Distritos em 6.6.1. Coord Op PM
que o Comando da respectiva OPM tenha, após criteriosa Acompanhar, por meio do Quadro Geral de Controle
avaliação técnica, considerado segura a manutenção da fa- de Viaturas Comunitárias (Anexo “B”) e outros mecanismos,
mília do policial militar conjuntamente à Base; o desenvolvimento do Programa, analisando seus resulta-
6.5.5.2. para escolha do PM que atuará na BCSD, deve- dos e mantendo o Subcmt PM informado.
-se observar o seguinte: 6.6.2. 2ª EM/PM
6.5.5.2.1. ele deve contar com, no mínimo, 05 (cinco) e, 6.6.2.1. apoiar, por meio de suas agências de área e do
no máximo, de 25 (vinte e cinco) anos de serviço; Policiamento Velado, o policiamento comunitário com os
6.5.5.2.2. deve ter boa conduta (estar, no mínimo, no conhecimentos necessários para a sistematização e execu-
comportamento bom) e ser voluntário, manifestando-se ção das ações de prevenção;
por escrito, a seu Cmt imediato, que tem interesse em pres- 6.6.2.2. estabelecer canal de ligação ágil e dinâmico
tar serviços na BCSD; com o efetivo empregado no policiamento comunitário
6.5.5.2.3. excepcionalmente, sob criteriosa avaliação do (BCS, PPM, B Op, BCSD e BCM), visando processar os dados
Cmt da OPM, poderá ser escolhido PM com menos de 05 criminais e sociais obtidos, transformando-os em conheci-
(cinco) e mais de 02 (dois) anos. mentos úteis à prevenção de novos delitos;
6.5.5.3. a OPM, após a devida comunicação feita à Pre- 6.6.2.3. adotar providências, por meio de suas agên-
feitura local, suspenderá a permanência do PM na moradia cias de área, para plotagem, no COPOM ON-LINE, das BCS,
funcional, em até 30 (trinta) dias, quando ele: PPM, B Op e BCSD, bem como dos PE de BCM;
6.5.5.3.1. for exonerado, demitido ou expulso das fi- 6.6.2.4. apoiar o CPC na elaboração dos mapas relati-
leiras da Polícia Militar; vos a este Programa, cabendo às Agências de Informações
6.5.5.3.2. falecer; fazê-lo no âmbito dos demais Comandos;
6.5.5.3.3. for transferido de OPM; 6.6.2.5. elaborar os mapas abaixo, remetendo cópias à
6.5.5.3.4. ingressar no comportamento mau. 3ª EM/PM:
6.5.5.4. após o período de 05 (cinco) anos, o Cmt da 6.6.2.5.1. mapa de BCS/Vtr de apoio, por Município/Btl;
OPM deverá avaliar se o PM apresenta condições de per- 6.6.2.5.2. mapa de PPM, por Município/Btl;
manecer na BCSD ou se deve ser substituído, se outra 6.6.2.5.3. mapa de BCSD/Vtr de apoio, por Município/Btl;
circunstância não o exigir antes; 6.6.2.5.4. mapa de B Op, por Município/Btl;
6.5.5.5. quando de afastamentos regulares do PM, o 6.6.2.5.5. mapa com os PE das BCM, por Município/Btl.
Cmt de Cia deverá designar um substituto, adotando os 6.6.3. 3ª EM/PM
critérios do subitem “6.5.5.2.” e suas divisões para sua es- 6.6.3.1. adotar, no que respeitar a suas atribuições,
colha, devendo apresentá-lo à comunidade do Distrito, a medidas para consolidar e fortalecer a doutrina de Polícia
fim de não haver solução de continuidade da prestação Comunitária como estratégia da Polícia Militar;
de serviços; 6.6.3.2. participar dos processos de instalação e de
6.5.5.6. somente será enviada Vtr de apoio à BCSD desativação de BCS, BCSD, B Op e PPM, nos termos es-
depois de obtida a moradia e definido o PM que irá atuar tabelecidos no subitem “6.2.” e em suas respectivas divi-
na localidade; sões;
6.5.5.7. é proibida a participação de civis nas ativida- 6.6.3.3. manter controle dos pedidos de instalação e
des administrativas ou operacionais da BCSD, inclusive desativação de BCS, BCSD, PPM e B Op, bem como dos
a prestação de serviços, salvo se contratados pelo ente PE de BCM;
municipal para tal mister;

148
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

6.6.3.4. consolidar e atualizar as Ordens de Operações ríodo mínimo de 02 (dois) anos, quando lotados em BCS e/
encaminhadas pelos G Cmdo no Plano de Policiamento ou BCSD, de modo a viabilizar a sedimentação do trabalho
Comunitário, juntando-se a ele os seguintes anexos: de policiamento comunitário desenvolvido junto à comu-
6.6.3.4.1. relação de BCS/Vtr de apoio, por Município/ nidade.
Btl; 6.6.7. DL
6.6.3.4.2. relação de PPM, por Município/Btl; 6.6.7.1. adotar as medidas para aquisição dos meios
6.6.3.4.3. relação de BCSD/Vtr de apoio, por Municí- materiais necessários às BCS, BCSD, B Op, PPM e BCM, con-
pio/Btl; forme planejamento realizado pela 4ª EM/PM;
6.6.3.4.4. relação de B Op, por Município/Btl; 6.6.7.2. providenciar, por meio do CSM/O, respeitadas
6.6.3.4.5. relação das BCM e respectivos PE, por Mu- as normas em vigor:
nicípio/Btl; 6.6.7.2.1. a aplicação das Instruções sobre edificações
6.6.3.4.6. os mapas elaborados pela 2ª EM/PM (vide da Polícia Militar;
subitem “6.6.2.5.” e suas divisões); 6.6.7.2.2. a apreciação, correção, aprovação ou repro-
6.6.3.4.7. o Plano de Vtr Comunitárias elaborado pela vação, encaminhamento de projetos, visitas e orientações
4ª EM/ PM (vide subitem “6.6.4.2.”). técnicas às OPM, acompanhamento da execução de proje-
6.6.4. 4ª EM/PM tos, controle e o que mais couber, no tocante às instalações
6.6.4.1. providenciar o levantamento das necessi- físicas de BCS, BCSD, B Op e PPM;
dades de recursos materiais e o planejamento para sua 6.6.7.3. adotar as providências de caráter contábil e
aquisição, priorizando, dentro da política de suporte lo- administrativo necessárias ao Registro Cadastral da BCSD
gístico, a provisão de meios necessários ao desenvolvi- junto ao Controle Imobiliário da Polícia Militar, bem como à
mento do policiamento comunitário, com ênfase às Vtr incorporação patrimonial de bens móveis, quando couber.
de apoio (Comunitárias), equipamentos de proteção indi- 6.6.8. DTel
vidual, especialmente colete a prova de balas e material de 6.6.8.1. adotar as medidas para aquisição dos equipa-
comunicação, de sorte a propiciar maior segurança e per- mentos necessários às BCS, BCSD, B Op, PPM e BCM, con-
mitir a racionalização do emprego de efetivo;
forme planejamento realizado pela 4ª EM/PM;
6.6.4.2. elaborar o Plano de Viaturas Comunitárias, por
6.6.8.2. adotar, por meio do CSM/MTel, respeitadas as
G Cmdo e geral, remetendo cópia à 3ª EM/PM;
normas em vigor, as providências necessárias à apreciação,
6.6.4.3. elaborar relação de BCM, por Município/Btl, re-
correção, aprovação, encaminhamento de projetos, visitas
metendo cópia à 3ª EM/PM.
e orientações técnicas às OPM, acompanhamento da exe-
6.6.5. 5ª EM/PM
cução de projetos, controle e o que mais couber, no tocan-
6.6.5.1. estabelecer programa de difusão das atividades
te à parte de telemática das BCS, BCSD, B Op, PPM e BCM,
de Polícia Comunitária desenvolvidas pela Polícia Militar;
propondo, se for o caso, normatização complementar a
6.6.5.2. assessorar o Gab Cmt G, no âmbito de sua
competência, por ocasião da realização de solenidades de respeito;
inauguração de BCS, BCSD, B Op e PPM, bem como de en- 6.6.8.3. na parte relativa à telemática, proceder à avalia-
trega de BCM (vide subitens “6.2.1.2.”, “6.2.2.3.” e “6.2.3.3.” ção dos projetos, bem como a verificação periódica quanto
desta Dtz e suas respectivas divisões, bem como item “3.” à orientação técnica às OPM que possuam terminais de vi-
do Anexo “H” ); deomonitorização instalados em BCS, BCSD, B Op e PPM,
6.6.5.3. elaborar material informativo sobre segurança expedindo, se for o caso, orientações específicas, conforme
comunitária e prevenção criminal, distribuindo-o às OPM preconizado pela Dtz nº PM3003/02/03, de 04FEV03.
que possuam BCS, BCSD, PPM, B Op e BCM; 6.6.9. DE
6.6.5.4. adotar as medidas necessárias para confecção Dar seqüência aos estágios específicos sobre Polícia
e impressão de Cartilha de Policiamento Comunitário, vol- Comunitária para capacitação dos graduados Comandan-
tada para instrução do efetivo integrante das BCS, BCSD, B tes de BCS, preparando-os para atuarem como agentes
Op, PPM e BCM; multiplicadores responsáveis pela orientação e instrução
6.6.5.5. por meio do DPCDH: contínua dos policiais militares a eles subordinados, e res-
6.6.5.5.1. em conjunto com a 3ª EM/PM, manter cadas- pectivo cronograma de realização;
tro atualizado das BCS, BCSD, B Op e PPM em funciona- 6.6.10. CPC, CPM, CPI, CPRv e CPAmb
mento, bem como daqueles que forem desativados; 6.6.10.1. receber e gerenciar as informações das OPM
6.6.5.5.2. elaborar programa padrão de palestras a se- subordinadas contidas no Mapa-força (Anexo “A”), elabo-
rem desenvolvidas junto à comunidade (CONSEG, CONSEB, rando e encaminhando, diariamente, ao Coord Op PM, o
escolas etc.) pelos policiais militares lotados nas BCS; Quadro Geral de Controle de Viaturas Comunitárias do
6.6.5.5.3. conceber mecanismos de aferição da sensa- Programa (Anexo “B”);
ção de segurança da população em relação à implementa- 6.6.10.2. promover a instalação de BCS, BCSD, B Op e
ção das BCS, BCSD, PPM e BCM. PPM, bem como o emprego de BCM, de forma racional e
6.6.6. DP técnica, no que lhe competir, respeitadas as limitações de
Priorizar, dentro da política de movimentação de Pra- efetivo das Cia Operacionais, o equilíbrio com os demais
ças, a permanência dos graduados e dos Sd PM nas OPM Programas de Policiamento e os requisitos e premissas pre-
de policiamento em que estejam classificados por um pe- vistos nesta Dtz;

149
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

6.6.10.3. providenciar para que os PM sob seu coman- 6.7.4. buscar constantemente o apoio da população,
do preencham as condições necessárias para o desenvol- formando laços de estreita colaboração e de respeito mú-
vimento de atividades dentro dos fundamentos da Polícia tuo, tendo sempre em vista que o sucesso da prevenção
Comunitária; criminal tende a ser mais eficaz na medida em que puder
6.6.10.4. organizar e direcionar as informações policiais contar com a efetiva participação da comunidade;
de forma a atender, com rapidez e confiabilidade, as neces- 6.7.5. atuar no sentido de angariar a confiança e for-
sidades do policiamento comunitário; talecer as relações com a população, buscando aumentar
6.6.10.5. determinar às OPM subordinadas que realizem a sensação de segurança e melhorar a imagem da Polícia
seus planejamentos específicos, respeitadas as peculiarida- Militar;
des locais, mantendo o Coord Op PM informado sobre o 6.7.6. intensificar a realização de patrulhamento a pé,
andamento do Programa de Policiamento Comunitário; integrado aos demais processos de policiamento, de ma-
6.6.10.6. providenciar as informações estatísticas ne- neira a possibilitar completa interação do policial militar
cessárias ao planejamento das ações de policiamento; com a comunidade em que está inserido;
6.6.10.7. providenciar a adequação dos PE das guarni- 6.7.7. fixar o PM em área geográfica limitada e definida,
ções policiais-militares e das BCM, conforme prevê esta Dtz; onde atuará como elo entre a comunidade e o poder pú-
6.6.10.8. indicar à 4ª EM/PM as necessidades de meios blico, de forma a sempre dar a resposta mais adequada ao
materiais; problema do cidadão ou da comunidade, indicando, sem-
6.6.10.9. providenciar instrução/treinamento aos po- pre que possível, o órgão ou instituição competente para
liciais militares designados para BCS, BCSD, B Op, PPM e adoção de medidas;
BCM, conforme cronograma de estágio a ser fixado pela 6.7.8. Normas para emprego das Vtr Com
DE, antes do emprego na atividade, bem como aos demais 6.7.8.1. as OPM territoriais, onde houver BCS e/ou BCSD
policiais militares das OPM subordinadas, instruindo-os e BCM, a partir da edição desta Dtz, deverão empregá-las
quanto à importância do apoio ao efetivo empregado nas em observância aos preceitos estabelecidos nesta norma;
referidas instalações, bem como nas BCM; 6.7.8.2. a Vtr Com:
6.6.10.10. distribuir a Cartilha de Policiamento Comu-
6.7.8.2.1. deve operar diariamente, observando-se o
nitário aos policiais militares designados para BCS, BCSD, B
seguinte: 6.7.8.2.1.1. BCM período diurno, com meta de
Op, PPM e BCM;
100%; 6.7.8.2.1.2. Vtr de apoio à BCS e/ou à BCSD período
6.6.10.11. após o recebimento desta Dtz, encaminhar
diuturno, com meta de 100%.
ao Subcmt PM, via 3ª EM/PM, para o endereço eletrôni-
6.7.8.2.2. será empregada, rotineiramente, nas seguin-
co 3empmssoper@polmil.sp.gov.br, relação atualizada das
tes situações:
BCS, BCSD, B Op e PPM em funcionamento e dos PE de
6.7.8.2.2.1. patrulhamento pela área de atuação da BCS
BCM e, após, trimestralmente, até o décimo dia útil dos
e/ou da BCSD;
meses de abril, julho, outubro e janeiro de cada ano, as
eventuais alterações e novas informações, observando-se 6.7.8.2.2.2. realização de visitas comunitárias; 6.7.8.2.2.3.
o seguinte: estacionamento junto da BCS e/ou da BCSD;
6.6.10.11.1. a relação deve ser atualizada pela OPM nível 6.7.8.2.2.4. atendimento de ocorrências levadas à BCS
BPM (BPRv ou BPAmb), pelo envio de outro arquivo completo, e/ou à BCSD;
com as respectivas alterações, que substituirá o anterior; 6.7.8.2.2.5. atendimento de ocorrências emergenciais
6.6.10.11.2. para fins de padronização, deve-se utilizar não geradas na BCS, excepcionalmente, como último re-
a planilha constante no Anexo “C” desta Dtz. curso, quando não houver Vtr de outro Programa de Poli-
6.6.11. CCB, CPChq e GRPAe ciamento disponível.
Instruir o efetivo sob seu comando acerca da impor- 6.7.8.2.3. quanto ao horário de emprego, acompanhará
tância do apoio aos policiais militares empregados em BCS, aquele da BCS e/ou da BCSD;
BCSD, B Op, PPM e BCM. 6.7.8.2.4. sua guarnição ficará sob comando imediato
6.7. Premissas gerais do Comandante da BCS ou sob responsabilidade do PM
6.7.1. a decisão, favorável ou não à instalação de uma que atua na BCSD;
BCS, BCSD, B Op, e PPM, deve obedecer a critérios eminen- 6.7.8.2.5. só será empregada área de atribuição da BCS
temente técnicos e isentos de influências político-partidá- ou da BCSD a que estiver vinculada, sendo proibido o seu
rias, para evitar a decepção da comunidade com a criação emprego para missões distintas das do policiamento co-
ou alimentação de falsas expectativas; munitário ou em outro subsetor;
6.7.2. atuar de modo a estimular e maximizar o de- 6.7.8.2.6. quando em deslocamento, deve ser conduzi-
sempenho dos CONSEG, Associações de Bairro, Centros de da em velocidade compatível com aquela mínima exigida
Integração da Cidadania (CIC) e outras entidades onde a para trânsito na via (metade da velocidade máxima);
interface Polícia Militar x Polícia Civil x lideranças locais para 6.7.8.2.7. deve ser estacionada de acordo com as nor-
a resolução dos problemas comunitários seja propícia; mas de trânsito, sendo que o PM, ao estacioná-la junto à
6.7.3. racionalizar os meios e integrar os esforços para BCS e/ou à BCSD, deverá comunicar ao COPOM.
a solução dos problemas, partindo do pressuposto de que, 6.7.8.2.8. quanto ao grafismo, deverá seguir as normas
com o comprometimento das lideranças locais, o emprego previstas nas I-15-PM.
do policiamento será mais eficiente; 6.8. Prescrições diversas

150
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

6.8.1. para ajuste do Programa de Policiamento Comu- 6.8.12. o efetivo empregado nas BCS, BCSD, PPM e BCM
nitário, nos moldes desta Dtz, cada G Cmdo baixará Ordem não deverá atuar na área de averiguação criminal, mas sim
de Operações (O Op), que deverá conter, como anexos, o canalizar ao Policiamento Velado e/ou Agência de Área os
contido nos subitens “6.6.3.4.1.” a “6.6.3.4.5.”, da qual será dados obtidos junto à comunidade;
enviada cópia à 3ª EM/PM, que as consolidará no Plano de 6.8.13. o efetivo a ser fixado nas BCS e BCM, princi-
Policiamento Comunitário; palmente o comandante da BCS, deverá ser mantido pelo
6.8.2. baixada a O Op para ajuste do Programa a esta tempo necessário à consecução dos objetivos propostos,
Dtz, a cada 06 (seis) meses, o Cmt do G Cmdo ou o Cmt Pol evitando-se a rotatividade.
Área (CPC/ CPM) reunirá todos os integrantes do Programa Considera-se como ideal o tempo mínimo de 02 (dois) anos;
para sua avaliação (troca de informações, apresentação de 6.8.14. deverá ser promovida pelas OPM, no nível de
sugestões, orientações, ajustes etc.), devendo encaminhar Btl, orientação e acompanhamento permanente do efeti-
cópia da nova O Op e respectivos anexos à 3ª EM/PM, se vo, sem prejuízo das reuniões extraordinárias de ajustes de
houver modificações;
procedimentos, sobre as normas e princípios que regem o
6.8.3. a filosofia de Polícia Comunitária transcende o
policiamento comunitário;
Programa de Policiamento Comunitário e se aplica a todo
6.8.15. é fundamental que as várias atividades desen-
o policiamento ostensivo;
volvidas pela Polícia Militar estejam sintonizadas com a fi-
6.8.4. o efetivo destacado para atuar nas BCS, BCSD, B
Op, PPM e BCM, dever ser constantemente instruído sobre losofia de Polícia Comunitária, de forma a não comprome-
as normas e princípios que regem suas atividades, em par- ter a operacionalização do policiamento comunitário;
ticular os de Polícia Comunitária; 6.8.16. o uso de aparelhos intercomunicadores (“bips”,
6.8.5. o comandamento de BCS, BCSD, B Op, PPM e telefone celular, “pager” etc.) somente poderá ocorrer em
BCM é das Cias PM Territoriais ou PRv/PAmb, conforme o conformidade com o determinado nas normas específicas
caso, devendo seus Cmt zelar para que estas instalações e sobre este assunto;
Vtr: 6.8.17. mediante autorização expressa do Cmt Pol Cap,
6.8.5.1. sejam utilizados em conformidade com o pre- Cmt Pol Metropol, Cmt Pol Int, Cmt Pol Rv ou Cmt Pol Amb,
visto nesta Dtz, mantendo seus efetivos orientados quanto as BCS, BCSD, B Op e/ou PPM, poderão possuir terminal de
às normas que a eles se aplicam; videomonitorização instalado nas suas edificações, desde
6.8.5.2. não sejam utilizados como reserva de armas ou que sejam cumpridas as prescrições contidas na Diretriz nº
depósito de material bélico ou de equipamento individual PM3-003/02/03, de 04FEV03;
de segurança, mantendo-se neles somente o equipamento 6.8.18. as OPM que receberem esta Dtz, conforme dis-
referente aos policiais militares que estiverem de serviço, a tribuição abaixo discriminada, deverão redistribuí-la a suas
fim de evitar que se tornem focos de ação de infratores em Unidades subordinadas que dela devam tomar ciência;
busca de armas ou munição. 6.8.19. a operacionalização das BCS, BCSD, B Op, PPM e
6.8.6. para supervisionar o Programa de Policiamento BCM deve adequar-se aos parâmetros estabelecidos nesta
Comunitário, poderá ser designado um Oficial por Btl, su- Dtz em até 30 (trinta) dias, contados da data de seu rece-
bordinado ao Subcmt OPM, o qual acumulará, também, a bimento;
supervisão dos Programas de Policiamento Integrado e de 6.8.20. ficam revogadas todas as disposições que con-
trariarem o disposto nesta Dtz, e, em especial:
Policiamento Escolar;
6.8.21.1. a Diretriz nº DIPLAN-010/02/94, de 10MAI94
6.8.7. esse Oficial, Supervisor de Programas de Policia-
(Postos Policiais-Militares), e o contido no item “1” da 1ª
mento (SPP), cumprirá o regime de 12X36h ou 5X2 (cinco
parte do Bol G PM nº 127, de 03JUL96;
dias trabalhados por dois de descanso), somente no perío-
6.8.21.2. a Diretriz nº 3EMPM-002/02/95, de 23FEV95
do diurno; (Programa Integrado de Segurança Comunitária), e a Or-
6.8.8. na falta desse Oficial, suas funções serão exerci- dem Complementar nº PM3-008/02/97, de 24OUT97;
das pelo Cmt F Ptr; 6.8.21.3. a Ordem de Serviço nº PM3-063/02/99-CIR-
6.8.9. os pontos de estacionamento (PE) de viaturas CULAR, de 27OUT99 (Instalação de BCS);
não precisam coincidir com as instalações policiais comu- 6.8.21.4. a Ordem de Serviço nº PM5-001/51/00-CIR-
nitárias, tendo, porém, que haver comunicação, via rádio, CULAR, de 11FEV00 (Inauguração de BCS, Destacamentos
entre eles para auxílio e complemento das ações policiais, e PPM);
não implicando isso proibição de guarnições PM pararem 6.8.21.5. a Ordem de Serviço nº PM3-023/02/00-CIR-
junto a essas instalações para receberem informações ou CULAR, de 05JUL00 (Equipamento em BCS);
prestarem apoio (Sistema de Policiamento); 6.8.21.6. as Ordens de Serviço nº PM3-005/02/01-CIR-
6.8.10. quando das paradas nos PE, as BCM devem ficar CULAR, de 07FEV01, e 038/02/01-CIRCULAR, de 01NOV01
dispostas de maneira a buscar a ostensividade mais ampla, (Nor- mas para emprego de BCM);
sempre obedecendo ao Código de Trânsito Brasileiro; 6.8.21.7. a Ordem de Serviço nº SUBCMTPM-187/02,
6.8.11. os Cmt de BCS devem portar HT para contato de 01ABR02 (Desativação de BCS);
com a BCS, COPOM e a respectiva Cia PM, bem como, se 6.8.21.8. a Ordem de Serviço nº PM3-036/02/02-CIR-
possível, esse equipamento deve ser distribuído também às CULAR, de 26JUL02 (distribuição geográfica do policia-
Patrulhas Comunitárias; mento ostensivo).

151
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

6.8.22. esta Diretriz está disponível na home page da 8. O conjunto de O Op que ajustarem o Programa for-
3ª EM/PM. mará o Plano de Policiamento Comunitário, juntando-se a
este, como anexos:
SÃO PAULO SP 071700NOV05 8.1. relações de BCS/vtr de apoio; PPM; BCSD/vtr de
PROGRAMA DE POLICIAMENTO COMUNITÁRIO apoio; B Op e BCM por Município/Btl;
ANEXO “J” à Diretriz nº PM3-015/02/05 8.2. mapas de BCS/vtr de apoio; PPM; BCSD/vtr de
apoio; BOp e BCM por Município/Btl;
RESUMO
8.3. Plano de Viaturas Comunitárias do Programa, por
1. Tem por objetivo organizar o policiamento realizado G Cmdo e geral.
mediante o uso de Bases Comunitárias de Segurança (BCS), 9. Instalação, trâmite do processo, inauguração e de-
Postos Policiais-Militares (PPM), Bases Comunitárias de Se- sativação vide subitens da Dtz: “6.2.1.” (BCS); “6.2.2.” (PPM);
gurança Distritais (BCSD), Bases Operacionais (B Op) e Bases “6.2.3.” (B Op); “6.2.4.” (BCSD).
Comunitárias Móveis (BCM), considerando ainda as viaturas 10. Efetivo e Regime de Trabalho vide subitens da Dtz:
de apoio ao Programa (destinadas às BCS e às BCSD). “6.4.1.” (BCS); “6.4.2.” (PPM); “6.4.3.” (B Op); “6.4.4.” (BCM);
2. O Programa reúne aspectos organizacionais e proce- “6.4.5.” (BCSD).
dimentais de policiamento comunitário, conceituando: 11. Princípios básicos de funcionamento vide subitens
BCS: instalação fixa, de funcionamento diuturno, com da Dtz: “6.5.1.” (BCS); “6.5.2.” (PPM); “6.5.3.” (B Op); “6.5.4.”
Vtr própria, efetivo de 10 (dez) a 20 (vinte) PM, para atendi- (BCM); “6.5.5.” (BCSD).
mento ao público (inclusive lavrando BO/PM-TC) e fazendo 12. Postura do PM empregado em BCS, PPM, B Op,
patrulhamento comunitário. Instalação vide Fluxogramas BCSD e BCM vide subitem “6.5.6.” da Dtz.
contidos nos Anexos “D” e “E” da Dtz. 13. Planilha de controle do Programa (remessa ao Sub-
PPM: instalação fixa, que pode ou não funcionar 24 comando, via 3ª EM/PM) vide subitem “6.6.10.11.” e Anexo
(vinte e quatro) horas por dia, sem Vtr própria e com efe- “C” da Dtz.
tivo de 04 (quatro) a 08 (oito) PM, para atendimento ao 14. Normas para emprego das Vtr Com vide subi-
público (inclusive lavrando BO/PM-TC). Instalação vide Flu- tem “6.7.8.” da Dtz.
xogramas contidos nos Anexos “F” e “G” da Dtz. 15. Instrução ao efetivo do Programa vide subitens
BCSD: destinada aos Distritos Municipais do Interior, “6.6.10.9.” e “6.8.4.” da Dtz.
com 01 (um) PM residindo e atendendo no mesmo local, 16. As BCS, BCSD, B Op, PPM e BCM não devem ser
tendo Vtr própria, nos termos desta Dtz. Instalação vide utilizadas como reserva de armas ou depósito de material
normas específicas contidas no Anexo “H” da Dtz. bélico ou de equipamento individual de segurança vide su-
BCM: Vtr Tipo perua “VAN” ou “trailer”, com guarnição bitem “6.8.5.2.” da Dtz.
básica de 03 (três) PM, que estaciona em pontos de visibilida- 17. O efetivo a ser fixado nas BCS e BCM (principalmen-
de a grande público ou no apoio a policiamento de eventos te o Cmt da BCS) deve ser mantido pelo tempo mínimo de
[mínimo de 02 (dois) pontos de estacionamento por Vtr]. 02 (dois) anos vide subitem “6.8.13.” da Dtz.
B Op: Instalação policial-militar fixa, típica das OPM 18. A adequação das BCS, BCSD, B Op, PPM e BCM às
subordinadas ao CPRv ou ao CPAmb, cujas características
normas da Diretriz deve ser feita em até 30 (trinta) dias,
de funcionamento atendam, respectivamente, às peculiari-
contados da data de seu recebimento vide subitem “6.8.19.”
dades do policiamento ostensivo rodoviário ou ambiental.
da Dtz.
3. Comandamento pelas Cia PM territoriais (ou PRv/
19. Controle: Mapa-força diário; Quadro Geral de Con-
PAmb)
ou OPM de menor escalão, no caso dos municípios trole de Viaturas Comunitárias; e Planilha de controle tri-
menores. mestral de BCS, BCSD, PPM, B Op e BCM (Anexo “C” da
4. A meta para emprego das Vtr Com é de 100% (cem Dtz).
por cento) vide subitem “6.7.8.” da Dtz.. 20. Total de BCS/Vtr de apoio; BCSD/Vtr de apoio; PPM;
5. Para supervisão do Programa, poderá ser designado BOp e BCM, por G Cmdo: .
um Oficial por Btl, subordinado ao Subcmt OPM, que acu- 21. Os PM recém formados serão, prioritariamente,
mulará, também, a supervisão dos Programas de Policia- empregados no Programa, em funções fixas de atendimen-
mento Integrado e de Policiamento Escolar (Supervisor de to ao público.
Programas de Policiamento). 22. A filosofia de Polícia Comunitária transcende o Pro-
6. O ajuste do Programa às normas previstas na Diretriz grama de Policiamento Comunitário e se aplica a todo o
deve ser feito mediante Ordem de Operações (O Op), a ser policiamento ostensivo.
elaborada pelo G Cmdo vide subitem “6.8.1.” da Dtz.
7. Baixada a O Op, a cada 06 (seis) meses, o Cmt do G PAULO MARINO LOPES
Cmdo ou o Cmt Pol Área (CPC/CPM) reunirá todos os inte- Cel PM Subcomandante
grantes do Programa para sua avaliação (troca de informa- Exemplar N.º de cópias.
ções, apresentação de sugestões, orientações, ajustes etc.), MUNICÍPIO SP
elaborando nova O Op, se for o caso vide subitem “6.8.2.” 071700NOV05
da Dtz.

152
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

PROGRAMA DE POLICIAMENTO COMUNITÁRIO NA 6.2. Conceito da aplicação do Programa de Policia-


ÁREA DO (CPC, CPM, CPI, CPRv, CPAmb) mento Comunitário O Programa será executado na área
do Comando de Policiamento (da Capital, Metropolitano,
ORDEM DE OPERAÇÕES Nº CXX-000/00/05 do Interior – X, Rodoviário, Ambiental) por meio das BCS,
1. REFERÊNCIAS BCSD, BCM e/ou PPM [B Op], buscando-se ampliar e solidi-
1.1. Diretriz nº PM3-001/02/05, de 09MAI05 Normas ficar este policiamento junto às comunidades, por meio de
para o Sistema Operacional de Policiamento PM (NORSOP); ações de prevenção primária, prioritariamente, e de repres-
1.2. Diretriz nº PM3-015/02/05, de 07NOV05 – Progra- são imediata, quando necessário.
ma de Policiamento Comunitário. 6.3. Desenvolvimento do Programa de Policiamento
Comunitário na área do Comando de Policiamento (da Ca-
2. FINALIDADE pital, Metropolitano, do Interior – X, Rodoviário, Ambiental)
Regular a organização e os procedimentos relativos ao 6.3.1. o Programa será desenvolvido na área do Co-
Programa de Policiamento Comunitário, especialmente no mando de Policiamento (da Capital, Metropolitano, do In-
tocante às Bases Comunitárias de Segurança (BCS), Bases terior
Comunitárias de Segurança Distritais (BCSD), Bases Opera- – X, Rodoviário, Ambiental) conforme segue:
cionais (B Op) [só para o CPRv e CPAmb], Postos Policiais- 6.3.1.1. no Município [Btl, na Capital e Gde São Paulo]
-Militares (PPM) e viaturas (Vtr) de apoio ao Programa, bem de XXXX:
como o emprego de Bases Comunitárias Móveis (BCM) na 6.3.1.1.1. Bases Comunitárias:
área do Comando de Policiamento (da Capital, Metropoli- 6.3.1.1.1.1. da Avenida [Rua, Praça etc.], com o efetivo
tano, do Interior – X, Rodoviário ou do Ambiental). de [discriminar graduação e RE], com atuação sobre a re-
gião do(s) Bairro(s) de [indicar a área que ficará sob respon-
3. SITUAÇÃO sabilidade da BCS];
6.3.1.1.1.2. idem;
3.1. a Diretriz de referência “1.2” regulou a organização
6.3.1.1.1.N. ibidem.
e os procedimentos relativos ao Programa de Policiamento
6.3.1.1.2. BCM:
Comunitário do Estado de São Paulo;
6.3.1.1.2.1. prefixo [cadastro operacional], com o efeti-
3.2. há necessidade de adequar as/os [BCS, B Op, PPM]
vo de [discriminar], com estacionamento nos PE W,X,Y e Z
e iniciar a implantação de BCSD [quando for o caso] na área
[indicar os endereços preferenciais];
do Comando de Policiamento (da Capital, Metropolitano,
6.3.1.1.2.2. idem;
do Interior – X, Rodoviário, Ambiental), conforme determi-
na a Diretriz citada. 6.3.1.1.2.N. ibidem.
6.3.1.1.3. PPM [B Op]:
4. OBJETIVOS 6.3.1.1.3.1. da Avenida [Rua, Praça, Rodovia etc.], com o
4.1. uniformizar os procedimentos para as/os [BCS, efetivo de [discriminar graduação e RE], com atuação sobre
BCSD, B Op, BCM, PPM]; a região do(s) Bairro(s) [Km, região] de [indicar a área que
4.2. oferecer às comunidades dos distritos mais distan- ficará sob responsabilidade do PPM ou B Op];
tes dos municípios da área de atribuição deste Comando 6.3.1.1.3.2. idem;
serviços de polícia ostensiva equivalentes aos das demais 6.3.1.1.3.N. ibidem;
cidades [quando for o caso]; 6.3.1.1.4. BCSD [onde houver]:
4.3. outros, que o Comando pretenda alcançar. 6.3.1.1.4.1. no Distrito de XXXXXXXX, com o [identificar
o PM];
5. MISSÃO 6.3.1.1.4.2. idem;
As OPM territoriais [Rv ou Amb] do Comando de Po- 6.3.1.1.4.N. ibidem.
liciamento (da Capital, Metropolitano, do Interior – X, Ro- 6.3.1.2. no Município [Btl, idem] de YYYYYYY: [repetir
doviário, Ambiental) deverão, a partir de XXNOV05, realizar quantas vezes for necessário]
o policiamento comunitário em suas áreas de atribuição 6.4. Regime e horário de serviço Neste item devem ser
segundo os parâmetros da Dtz de referência “1.2” e desta indicados os regimes de serviço em cada município (Btl), de
Ordem de Operações. acordo com o planejamento realizado.
6.5. Atribuições Particulares
6. EXECUÇÃO Cada Comando deve particularizar as atribuições dos
6.1. Conceito de Programa de Policiamento Cmt de OPM, Ch Div Op e de Adm, AR e AA, P/3, Supervisor
É subdivisão dos tipos de policiamento ostensivo, vol- do Programa (onde houver), CFP e CGP e policiais militares
tado para determinados objetivos, constituído por con- de BCS, BCSD (onde houver), BCM, B Op e PPM, conforme
juntos de diretrizes e projetos de implantação duradoura, o planejamento realizado e Dtz de referência “2”.
ajustáveis ao longo do tempo, que traduzem a estratégia 7. Prescrições Diversas Idem, quanto a determinações
operacional da Instituição. A organização do policiamento gerais.
em programas define melhor os padrões de execução e fa-
cilita o planejamento orçamentário para sua manutenção. XXXXXXXXXXXXXXX

153
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

Cel PM Cmt 2.1.2.2. deverá ficar definido que o Município será o


responsável por todas as despesas relativas à propriedade
ANEXOS:A) Mapa-força; do imóvel, especialmente impostos e taxas.
B) Planilha de Controle Trimestral de BCS, BCSD, BCM, 2.2. Trâmite do processo: recebendo as necessárias
B Op e PPM em funcionamento; adaptações, o processo para instalação da BCSD deve se-
C) Mapa do Programa de Policiamento Comunitário do guir o mesmo rito estabelecido para os PPM.
[CPC, CPM, CPI-X, CPRv, CPAmb];
D) Relação de BCS[BCSD]/Vtr Comunitária por muni- 3. INAUGURAÇÃO: deve seguir o mesmo rito estabe-
cípio/Btl; lecido para PPM.
E) Relação de PPM, por município/Btl;
F) Relação de B Op, por município/Btl [somente para 4. DESATIVAÇÃO: deve seguir o mesmo rito previsto
o CPRv para PPM.
e CPAmb];
G) Relação de BCM e respectivos PE, por município/Btl; 5. PRESCRIÇÕES DIVERSAS
H) outros, a critério do G Cmdo. 5.1. as OPM interessadas na instalação de BCSD de-
verão:
PAULO MARINO LOPES 5.1.1. realizar levantamento do imóvel que atenda às
Cel PM Subcomandante necessidades indicadas para viabilização do pretendido;
SÃO PAULO SP 071700NOV05 5.1.2. cadastrar os PM interessados em prestar servi-
PROGRAMA DE POLICIAMENTO COMUNITÁRIO ços nas BCSD, que deverão:
ANEXO “H” à Diretriz nº PM3-015/02/05 5.1.2.1. manifestar-se por escrito sobre esta pretensão
a seus respectivos Cmt imediatos;
Normas relativas às Bases Comunitárias de Segurança 5.1.2.2. por meio de assinatura de Termo de Responsa-
Distritais (BCSD) bilidade, comprometer-se a ressarcir os danos que venham,
eventualmente, a ser causados à BCSD, por sua parte ou
1. REFERÊNCIAS de seus familiares, bem como pela quitação dos serviços
1.1. Instruções sobre Imóveis; contratados e prestados de forma particular a sua pessoa
1.2. Decreto Estadual nº 40.722, de 20MAR96 Dispõe ou família (energia, gás, água, telefone, TV por assinatura,
sobre a exigência de autorização do Governador do Estado internet etc.).
previamente à celebração de convênios no âmbito da Ad- 5.1.3. apresentar relatório detalhado, via canal de co-
ministração Centralizada e Autárquica e sobre a instrução mando, sobre os municípios que possuam interesse na ins-
dos processos respectivos; talação de BCSD;
1.3. Decreto Estadual nº 48.260, de 25NOV03 Auto- 5.1.4. solicitar à DL que o CSM/O faça vistoria técnica
riza a Secretaria da Segurança Pública a celebrar convê- e elabore memorial descritivo sobre o estado do imóvel,
nios com municípios do Estado de São Paulo, objetivando especialmente sobre as instalações elétricas e hidráulicas,
a mútua cooperação em atividades de segurança pública; com expressa referência a eventuais defeitos existentes.
1.4. I-23-PM Instruções para Administração Logística e 5.2. à luz da legislação vigente, a Polícia Militar não
Patrimonial da Polícia Militar; pode obrigar os policiais militares ao exercício de ativida-
1.5. I-27-PM Instrução Policial-Militar sobre Convênios. des extras para atendimento de interesses municipais, o
que somente pode ocorrer excepcionalmente, por conta
2. INSTALAÇÃO de eventos não previsíveis, mas sempre para atender o in-
2.1. para instalação da BCSD (variante de BCS), devem teresse de preservação da ordem pública, dentro das carac-
ser observados os seguintes procedimentos: terísticas de totalidade e universalidade do policiamento
2.1.1. há necessidade: ostensivo.
2.1.1.1. de prévia celebração de convênio com a Prefei-
tura local, que deve ser elaborado obedecendo ao previsto
na documentação referenciada;
2.1.1.2. de autorização legislativa que permita ao Po-
der Público Municipal celebrar o convênio pretendido;
2.1.1.3. de que a Prefeitura interessada disponibilize
uma edificação para a instalação da BCSD (Imóvel funcio-
nal e residencial).
2.1.2. no convênio:
2.1.2.1. deverá ser indicado o endereço do imóvel dis-
ponibilizado pelo Município para uso da Polícia Militar,
bem como deve ficar definido que os encargos e as despe-
sas decorrentes da instalação e manutenção da edificação
ficarão, integralmente, por conta do ente municipal;

154
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

4.2. fixar normas e procedimentos técnicos visando à


DIRETRIZ PM3-1/02/07 padronização para a execução de atividades de trânsito;
4.3. sistematizar o fluxo permanente de informações
POLICIAMENTO DE TRÂNSITO
relativas à legislação de trânsito, proporcionando adequa-
PARCIALMENTE ALTERADO PELA ORDEM
ções necessárias de forma imediata para que não haja pre-
COMPLEMENTAR PM3-2/02/07 juízo ao Sistema de Trânsito;

4.4. definir ações específicas e necessárias buscando


alcançar os propósitos fixados na Política Nacional de Trân-
SÃO PAULO SP 261130JUL07 sito;
PROGRAMA DE POLICIAMENTO DE TRÂNSITO DIRE- 4.5. atuar com vistas à fluidez viária, buscando minimi-
TRIZ Nº PM3-001/02/07 zar a lentidão do trânsito, os congestionamentos e, con-
sequentemente, prevenir a ocorrência de ações delituosas,
1. REFERÊNCIAS aumentando a sensação de segurança da comunidade.
1.1. Lei nº 9.503, de 23SET97 – Código de Trânsito Bra-
sileiro (CTB); 5. MISSÃO
1.2. Decreto Estadual n º 43.133, de 01JUN98 – Dispõe Os Grandes Comandos desencadearão o Programa de
sobre autorização para celebração de convênio com Muni- Policiamento de Trânsito, nos termos desta Diretriz, sem
cípios, objetivando a execução dos serviços de Engenharia, prejuízo das atividades específicas dos demais Programas
Fiscalização, Policiamento e Controle de Tráfego e Trânsito previstos na Matriz Operacional.
nas vias terrestres municipais;
1.3. Diretriz nº PM3-008/02/06 Normas para o Sistema 6. EXECUÇÃO
Operacional de Policiamento PM(NORSOP); 6.1. Conceito de Policiamento Ostensivo de Trânsito
1.4. M-2-PM – Manual de Policiamento de Trânsito Ur- Função exercida pela Polícia Militar com o objetivo de pre-
bano.
venir e reprimir atos relacionados com a segurança pública
e de garantir obediência às normas relativas à segurança
2. FINALIDADE
nas vias, assegurando a livre circulação e evitando aciden-
Estabelecer as bases administrativas, doutrinárias e
tes.
operacionais para a estruturação e o desenvolvimento do
6.2. Princípios do Policiamento de Trânsito
Programa de Policiamento de Trânsito.
6.2.1. Princípio da proteção prioritária à vida e a inco-
lumidade física das pessoas: a ordem, o consentimento, a
3. SITUAÇÃO
fiscalização, as medidas administrativas e coercitivas ado-
3.1. a competência da Polícia Militar para o policiamen-
to ostensivo de trânsito urbano e rodoviário, prevista no tadas pelo policial militar, terão por objetivo prioritário a
art. 3º do Decreto-lei nº 667, de 02JUL69, nos números 21 proteção à vida e à incolumidade física das pessoas. A se-
e 27 do art. 2º do Decreto Federal nº 88.777, de 30SET83 gurança deve sempre prevalecer, mesmo sobre a fluidez do
(R-200), e no art. 3º, parágrafo único, números 2 e 7 da Lei tráfego de veículos, cabendo especial atenção à segurança
Estadual nº 616, de 17DEZ74, foi reafirmada pelo CTB, que, e à mobilidade dos pedestres;
em seu Anexo I, definiu Policiamento Ostensivo de Trânsito 6.2.2. Princípio da predominância do caráter educativo-
como função exercida pelas Polícias Militares; -preventivo: as ações do policiamento ostensivo de trânsito
3.2. a criação dos Programas de Policiamento propor- devem objetivar, com prioridade, a orientação aos usuários
cionou uma nova perspectiva para emprego dos meios da via quanto à correta utilização desta, de maneira segura
humanos e materiais da Polícia Militar, otimizando estes e livre de interferências, constituindo as medidas de natu-
reza repressiva providência complementar, adotadas toda
recursos para mais eficientemente cumprir a atribuição
vez em que se constatar o descumprimento intencional da
constitucional de policiamento ostensivo e preservação da
legislação de trânsito;
ordem pública, na qual se insere a atividade de policiamen-
6.2.3. Princípio da obrigatoriedade: uma vez consta-
to ostensivo de trânsito como um de seus tipos;
tada a inobservância de qualquer regra da Legislação de
3.3. para que a Polícia Militar realize fiscalização de
Trânsito, caracterizada como infração de trânsito, é obri-
trânsito referente ao uso da via, há necessidade de que seja
gatória a autuação, observada a competência legal, que,
firmado convênio com o município, em conformidade com
apenas por motivo de força maior, plenamente justificado,
o Decreto nº 43.133, de 01JUN98.
ou impossibilidade absoluta, determinada pela necessida-
de de adoção de medida destinada a garantir a segurança
4. OBJETIVOS
do trânsito, poderá deixar de ser efetuada. O exercício do
4.1. prevenir e reprimir atos relacionados com a segu-
poder de polícia é discricionário, sim, mas apenas e tão so-
rança pública, garantindo a obediência às normas relativas
mente quando a lei, fonte única desse poder, de maneira
à segurança de trânsito, assegurando a livre circulação e
implícita ou explícita, proporcionar essa atuação discricio-
evitando acidentes;
nária, o que não ocorre em relação à autuação de infrações
de trânsito, que é ato vinculado.

155
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

6.3. Desenvolvimento da uniformização dos Boletins de Ocorrência da Polícia Mili-


6.3.1. a PMESP, em cumprimento às suas atribuições le- tar, utilizando-se do software BOPM informatizado. 6.6.2. 3ª
gais e conforme as necessidades que se lhe imponham, de- EM/PM 6.6.2.1. receber e consolidar as Notas de Instruções
sencadeará o Programa de Policiamento de Trânsito, na con- encaminhadas pelos G Cmdo, registrando e analisando para
formidade abaixo: fins de assessoramento do Cmdo G; 6.6.2.2. analisar e ado-
6.3.1.1. CPC: por intermédio de efetivo e de meios pró- tar as providências necessárias à aprovação dos currículos de
prios de suas OPM territoriais subordinadas, e do 34º BPM/M; cursos e estágios que venham a ser propostos, no sentido
6.3.1.2. CPM e CPI: de acordo com a realidade operacio- de atender as necessidades desencadeadas pela presente
nal de cada área, implementarão o presente Programa uti- Dtz; 6.6.2.3. manter atualizadas as normas internas que re-
lizando de recursos da Matriz Operacional, desde que não gem o Policiamento Ostensivo de Trânsito; 6.6.2.4. apresen-
haja prejuízo ao desenvolvimento das atividades essenciais. tar proposta para uniformização dos boletins de ocorrência
6.4. Emprego da Polícia Militar de forma a garantir a captação de dados
6.4.1. a guarnição do Programa de Policiamento de Trân- estatísticos quantitativos e qualitativos sobre trânsito, deter-
sito poderá ser composta por 1 (um) ou 2 (dois) policiais mi- minando a alteração necessária do software BOPM informa-
litares, e deverá possuir colete balístico, armamento, colete tizado. 6.6.3. 4ª EM/PM Providenciar o levantamento das ne-
refletivo, bissaca e apito; cessidades de recursos materiais das OPM para implantação
6.4.1.1. a guarnição integrada por 1 (um) PM, além dos do Programa de Policiamento de Trânsito, planejando sua
equipamentos acima descritos, deve portar radiocomuni- disponibilização, mantendo os contatos necessários. 6.6.4.
cador portátil e, preferencialmente, pistola cal. .40; 6.4.2. as DE Desenvolver, em conjunto com o CCFO e 34º BPM/M e
guarnições do Programa de Policiamento de Trânsito, da- ouvindo os G Cmdos, o planejamento da prática pedagógica
rão atendimento prioritário às ocorrências de trânsito, bem adequada ao treinamento dos efetivos a serem empenha-
como, no âmbito operacional, àquelas com que se depara- dos na missão estabelecida nesta Dtz, dando preferência ao
rem, além das inerentes atribuições relativas às autuações e Programa Complementar de Ensino (PCE), em razão de se
apreensões de veículos; 6.4.3. o efetivo deverá ser devida- tratar de recurso que possibilita atender os seus propósitos
mente preparado e instruído para execução da fiscalização de maneira mais simples e célere. 6.6.5. Coord Op Adotar
de trânsito e fluidez viária, nos termos da competência do providências visando incluir os dados de efetivo e vtrs do
Estado e das competências delegadas pelo município no Programa de Policiamento de Trânsito no mapa-força, man-
respectivo convênio; 6.4.4. o comando operacional do Pro- tendo o Cmdo G informado. 6.6.6. CPC 6.6.6.1. implementar
grama de Policiamento de Trânsito será do Oficial Supervisor o Programa de Policiamento de Trânsito, movimentando o
de Programas e, na falta deste, do Comando de Força de Pa- efetivo e os meios necessários (viaturas HT, coletes balísticos,
trulha; 6.4.5. a fim de atender de forma técnica as deman- fardamento, armamento, etc.) para a Cia de Força Tática dos
das relativas à fiscalização para melhor fluidez do trânsito, Btl, regulando as missões particulares por meio de Nota de
sobretudo nos horários de maior fluxo (manhã e noite), e nos Instrução própria, que entre outras disposições deverá pre-
principais corredores, devem ser criados pontos de estacio- ver: 6.6.6.1.1. que o 34º BPM/M responsabilizar-se-á também:
namento (PE), onde as viaturas devem permanecer e o poli- 6.6.6.1.1.1. pela execução do policiamento tático de trânsito,
cial militar, desembarcado, desenvolverá as ações descritas voltado prioritariamente para o Centro Expandido, as margi-
nos enunciados dos subitens “6.1” e “6.2” da presente norma. nais e as vias de grande tráfego; 6.6.6.1.1.2. pelo policiamento
6.5. Regime e horário de serviço 6.5.1. o regime de serviço de trânsito nos grandes eventos, espetáculos, manifestações
deste programa será, principalmente, de 12X36, podendo, públicas, operações especiais de trânsito e atividades con-
mediante planejamento, ser alterado para o 5X2 ou 6X1, a gêneres, planejadas pelo CPC. 6.6.6.2. por meio de sua Div
fim de atender à realidade operacional da OPM, dispondo de Op, auxiliar as OPM subordinadas para o planejamento do
maior efetivo nos horários de pico de demanda de trânsito, policiamento de trânsito, de forma a garantir sua destinação
porém, em qualquer caso, deverá obedecer ao previsto na precípua às ações voltadas à fluidez viária, proporcionando
Portaria do Cmt G nº PM1002/02/95, Publicada no DOE nº às pessoas maior sensação de segurança, atentando espe-
198, de 17OUT95, e no Bol G PM nº 202, de 20OUT95, que cialmente para: 6.6.6.2.1. as áreas comerciais, terminais de
disciplina o regime de trabalho policial-militar, disponível na ônibus e outras de grande concentração de pessoas (Ex.:
home page da 1ª EM/PM; 6.5.2. no período noturno, mesmo feiras livres, festividades, locais de espetáculo, eventos, etc.);
em função das características do trânsito, em regra, apresen- 6.6.6.2.2. os perímetros escolares, mormente dos estabeleci-
tarem acentuada diminuição de fluxo, deverá ser mantido um mentos de ensino atendidos pelo Programa de Policiamento
grupo de policiais militares do policiamento de trânsito para Escolar no período de entrada e saída dos alunos, visando
atender as demandas necessárias; 6.6. Atribuições Particula- principalmente à segurança dos pedestres, coordenando a
res 6.6.1. 2ª EM/PM 6.6.1.1. elaborar mapa do Estado, assi- travessia das vias, prevenindo, impedindo e coibindo as in-
nalando todos os municípios que possuam o Programa im- frações de trânsito; 6.6.6.2.3. as cercanias dos locais de crime
plantado (em folha de maior tamanho), remetendo cópia à 3ª e/ou de acidente de trânsito, preservando se necessário, nos
EM/PM; 6.6.1.2. elaborar, semanalmente, relatório estatístico, termos da regulamentação vigente, evitando a aglomeração
com base nas informações prestadas pelas OPM (Anexo “B”), de veículos e pessoas.
processando os dados e transmitindo-os ao Subcmt PM e 6.6.6.3. atuar como ligação junto ao órgão executivo de
Coord Op; 6.6.1.3. em conjunto com a 3ª EM/PM criar meca- trânsito do Município, a fim de solucionar problemas rela-
nismo para coleta de dados estatísticos do programa, através tivos ao Convênio, assessorando o Comando Geral; 6.6.6.4.

156
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

receber e consolidar as informações contidas no Mapa-força de veículos, identificando as práticas contrárias à legislação
(Anexo “A”), encaminhando de forma única, diariamente, ao de trânsito, autuando-as, sempre que possível fazê-lo, sem
Coord Op até 0900 h; 6.6.6.5. remeter à 2ª EM/PM (Sala de comprometimento das atividades precedentes e da seguran-
Situação) até 2300 h do dia de serviço a planilha de resul- ça própria e de terceiros;
tados (Anexo “B”); 6.6.6.6. estabelecer e manter atualizadas 6.6.8.2.4. orientar os usuários da via quanto aos seus des-
as normas necessárias à regulação das ações decorrentes da locamentos, observadas as condições de segurança própria
missão fixada nesta Dtz, respeitadas a legislação e as nor- destes, especialmente quando na condição de pedestres,
mas gerais baixadas pelo Cmdo G; 6.6.6.7. por intermédio buscando informar-se previamente sobre as principais vias
de suas OPM subordinadas: 6.6.6.7.1. manter atualizados os de acesso do subsetor;
levantamentos estatísticos necessários ao planejamento do 6.6.8.2.5. as condições das vias e da sinalização, providen-
emprego dos policiais militares no policiamento de trânsi- ciando o acionamento dos órgãos responsáveis por eventuais
to; 6.6.6.7.2. manter estreito contato com os dirigentes das reparos que se façam necessários, por meio do COPOM/CAD,
repartições dos órgãos de trânsito que atuem na respectiva elaborando o respectivo RAIIA. 6.6.8.3. ao equipamento do
área; 6.6.6.7.3. fiscalizar a elaboração dos documentos pró- policial militar empregado no Programa de Policiamento de
prios do policiamento de trânsito (AI, AIT, CRR, BO/PM-TC, Trânsito devem ser acrescentados, os talonários de Autos de
RAIIA, etc.), zelando pela rigorosa observância das regras de Infração (AI) e de Comprovante de Remoção e de Recolhi-
preenchimento, bem como pelo correto e tempestivo enca- mento (CRR), o apito para sinalização sonora e um guia de
minhamento. 6.6.7. CPM e CPI-1 a 9 6.6.7.1. implementar, nos ruas da cidade, devendo ser providenciados ainda coletes
municípios que tiverem firmado ou que vierem firmar con- refletivos e cones de sinalização; 6.6.8.4. para a execução das
vênio de trânsito, o Programa de Policiamento de Trânsito, condutas próprias do policiamento de trânsito, deve ser ob-
regulando as missões por meio de Nota de Instrução própria, servado o disposto no M-2-PM; 6.6.8.5. a rotina contendo os
que entre outras disposições deverá prever: 6.6.7.1.1. que as trâmites, prazos e a forma de retirada dos talonários de Auto
OPM Territoriais desencadearão o Programa de Policiamen- de Infração (AI) e Comprovante de Recolhimento e Remoção
to de Trânsito com o emprego, onde houver, dos recursos (CRR), bem como aquela que disciplina o encaminhamento
que atualmente já estejam destinados para tal atividade, e destes e dos Certificados de Licenciamento Anual (CLA), Car-
de outros da Matriz Operacional, desde que não haja pre- teira Nacional de Habilitação (CNH), Placa de Veículo, etc.,
juízo ao desenvolvimento das atividades essenciais, respei- aos órgãos executivos de trânsito competentes, deverá ser
tados o QPO e QFF; 6.6.7.1.2. que não deverá ocorrer des- disciplinada na Nota de Instrução dos G Cmdo; 6.6.8.6. na
caracterização ou desvio de finalidade de qualquer um dos composição das viaturas necessárias para a estruturação do
Programas de Policiamento, zelando pelo fiel cumprimento Programa de Policiamento de Trânsito, tanto as de 2 (duas)
de cada Dtz; 6.6.7.1.3. da necessidade de se cumprir as atri- como as de 4 (quatro) rodas, deverá adotar medidas visando
buições particulares contidas nos subitens 6.6.6.2. a 6.6.6.7. e alterar o grafismo, de acordo com as normas em vigor.
suas respectivas divisões desta Dtz, adequando-as de acordo 6.6.8.7. para o ajuste do Programa de Policiamento de
com a realidade operacional própria de cada G Cmdo. 6.6.8. Trânsito, a Nota de Instrução a ser editada pelos G Cmdo
Prescrições Diversas 6.6.8.1. o Conselho Nacional de Trânsito deverá ser encaminhada ao Subcmt PM, via 3ª EM/PM, no
(CONTRAN), pela Resolução Nº 66, de 23SET98, publicada no prazo de 30 (trinta) dias após a edição desta Diretriz; 6.6.8.8.
DOU Nº 184, de 25SET98, definiu competências entre Esta- o Programa de Policiamento de Trânsito será monitorado
pelo G Cmdo, a contar de sua implantação e a cada 6 (seis)
dos e Municípios, quanto à aplicação de dispositivos do CTB
meses deverá ser avaliado quanto a sua eficácia, comparan-
referentes a infrações cometidas em áreas urbanas, portanto,
do-se e analisando-se os resultados obtidos visando propor
o efetivo deverá ser devidamente preparado e instruído para
as alterações necessárias ao constante aperfeiçoamento,
execução das ações de fiscalização de trânsito, bem como de
para melhoria dos serviços prestados; 6.6.8.9. revogam-se as
operação de tráfego, no sentido de promover a segurança
disposições em contrário, especialmente a Diretriz nº PM3-
viária e a livre circulação dos veículos, nos termos da compe-
004/02/01, de 27SET01 – Policiamento de Trânsito e Diretriz
tência do Estado e das competências delegadas por Convê-
nº PM3013/02/03, de 16JUL03 – Policiamento de Trânsito na
nio, quando celebrados, entre Estado e Município para essa Capital;
atividade; 6.6.8.2. nos deslocamentos, paradas e em pontos 6.6.8.10. esta Diretriz está disponível na Intranet da Cor-
de estacionamento, além das atividades previstas em normas poração, na Home Page da 3ª EM/PM. ROBERTO ANTONIO
específicas, o policial militar do Programa de Policiamento DINIZ Cel PM Comandante Geral
de Trânsito deverá permanecer atento ao fluxo de veículos e 6. EXECUÇÃO
pedestres nas vias públicas, observando: 6.6.8.2.1. potenciais [...]
situações de risco à vida e à incolumidade física das pessoas, 6.4. Emprego
intervindo imediatamente, sempre que possível; 6.6.8.2.2. 6.4.1. a guarnição do Programa de Policiamento de Trân-
potenciais situações de prejuízo à livre circulação de veícu- sito deverá ser composta, preferencialmente, por 02 (dois)
los, sejam as determinadas por obstáculos à livre circulação, policiais militares (PM).
sejam as decorrentes de comportamentos inadequados de Cada PM deverá estar armado e equipado com colete
condutores e pedestres, atuando, na remoção do obstáculo, balístico, colete refletivo, bissaca e apito.
ou na orientação do tráfego, de maneira a garantir a fluidez Se possível, a guarnição deverá portar ainda um radioco-
com segurança; 6.6.8.2.3. o comportamento dos condutores municador portátil; [...]

157
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES

6.4.5. a fim de atender de forma técnica as demandas 1.1.5. ao se dirigir às pessoas, não utilizar gírias nem pa-
relativas à fiscalização para melhor fluidez do trânsito, sobre- lavras de baixo calão;
tudo nos horários de maior fluxo (manhã e noite), e nos prin- 1.1.6. não fumar nem fazer refeições enquanto perma-
cipais corredores, devem ser criados pontos de estaciona- necer no PE;
mento (PE), onde as viaturas devem permanecer e os policiais 1.1.7. no atendimento de ocorrências, não se envolver
militares, desembarcados (observar as prescrições dispostas emocionalmente nem tomar partido de qualquer das partes,
no Anexo “C” e em seus respectivos Apêndices), desenvolve- mantendo atitude serena e imparcial;
rão as ações descritas nesta Diretriz. [...] 1.1.8. jamais manusear a arma desnecessariamente;
6.6. Atribuições Particulares [...] 1.1.9. cuidar da apresentação pessoal;
6.6.5. Coord Op 1.1.10. não se reunir com outros PM para permanecer,
Acompanhar, por meio do Quadro Geral de Controle de em grupo(s), conversando de forma alheia ao serviço;
Viaturas (Anexo “D”) e de outros mecanismos, o desenvolvi- 1.1.11. conhecer detalhadamente o PE e suas adjacên-
mento do Programa, analisando seus resultados e mantendo cias, identificando os pontos de interesse para a segurança
o Subcmt PM informado. (agências bancárias, casas lotéricas, comércio em geral, hos-
6.6.6. CPC [...] pitais etc.).
6.6.6.4. receber e gerenciar as informações das OPM su- 1.2. Para o policiamento de trânsito:
bordinadas contidas no Mapa-força (Anexo 1.2.1. naquilo que concerne à segurança viária, explorar
“A”), elaborando e encaminhando, diariamente, ao Coord minuciosamente o PE e suas adjacências, de maneira a iden-
Op, o Quadro Geral de Controle de Viaturas do Programa tificar e conhecer:
(Anexo “D”); [...] 1.2.1.1. possíveis interferências à livre circulação de veí-
6.6.7. CPM e CPI-1 a 9 culos (buracos na via, saliências, lama ou areia na pista etc.);
[...] 1.2.1.2. a sinalização existente no local;
6.6.7.2. receber e gerenciar as informações das OPM su- 1.2.1.3. caso o PE seja cruzamento, os tempos de funcio-
bordinadas que implantarem o Programa [contidas no Ma- namento do semáforo ao longo de sua permanência (exceto
pa-força (Anexo “A”)], elaborando e encaminhando, diaria- em relação aos semáforos “inteligentes”, cuja programação é
mente, ao Coord Op, o Quadro Geral de Controle de Viaturas feita em tempo real, conforme o fluxo de veículos), de manei-
do Programa (Anexo “D”). ra a tornar possível a disciplina das correntes de tráfego, me-
6.6.8. Prescrições Diversas [...] diante gestos e sons de apito, no caso de pane do sistema;
6.6.8.2. nos deslocamentos, paradas e em PE (observar 1.2.1.4. as vias que podem ser utilizadas como desvio,
as prescrições contidas no Anexo “C” e em seus respectivos em caso de necessidade de bloqueio do cruzamento em que
Apêndices), além das atividades previstas em normas espe- se situa o PE (se for o caso);
cíficas, os policiais militares do Programa de Policiamento de 1.2.1.5. qualquer outro aspecto que facilite o cumpri-
Trânsito deverão permanecer atentos ao fluxo de veículos e mento de sua missão.
pedestres nas vias públicas, observando: 1.2.2. adotar os procedimentos necessários para promo-
ver e ou manter a boa fluidez do trânsito local;
ANEXO “C” à Diretriz nº PM3-001/02/07, de 26JUL07 1.2.3. auxiliar na travessia de pedestres, principalmente
ORIENTAÇÕES SOBRE OS PROCEDIMENTOS DOS POLICIAIS nas localidades onde essa ação seja necessária para garantir
MILITARES NOS PONTOS DE ESTACIONAMENTO a segurança dos transeuntes;
1. Os policiais militares (PM) em serviço nos pontos de 1.2.4. havendo obstáculos à livre circulação capazes de
estacionamento (PE) deverão adotar os seguintes procedi- causar perigo iminente, providenciar imediatamente a sina-
mentos: lização do local, recorrendo aos meios disponíveis (triângulo
1.1. Gerais – comuns ao desenvolvimento da atividade de da viatura, cones, cavaletes ou meios de fortuna), e, em se-
permanência em qualquer outro programa de policiamento guida, por meio do COPOM/CAD, acionar o órgão compe-
(reiteração): tente para os reparos emergenciais necessários;
1.1.1. permanecer do lado de fora da viatura, sem se 1.2.5. relatar, mediante RAIIA, os obstáculos à livre circu-
apoiar nela ou se esconder atrás de anteparos, mantendo-se lação não-capazes de causar perigo iminente, bem como as
em posição que lhe permita ver e ser visto pelo maior núme- deficiências de sinalização constatadas no PE.
ro possível de pessoas, incrementando a ostensividade e a 2. Posicionamento da viatura:
visibilidade da guarnição; 2.1. o motorista deve estacionar a viatura da forma que
1.1.2. permanecer atento a tudo o que ocorre no ponto cause o menor prejuízo possível à fluidez e à segurança do
de estacionamento e adjacências, pois a demonstração de trânsito local, pautando-se pelo disposto no Código de Trân-
permanente atenção tende a ser um fator inibidor do come- sito Brasileiro;
timento de infrações; 2.2. deverão ser adotados os esquemas de disposição de
1.1.3. manter constante contato visual com seu compa- viaturas e PM contidos nos Apêndices, ressalvadas as adap-
nheiro de guarnição, em condições de zelar pela segurança tações decorrentes das circunstâncias locais, devidamente
dele; justificadas.
1.1.4. não se distrair com leituras (jornais, revistas etc.)
nem com conversas que possam desviar sua atenção para o
serviço;

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