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JL048-2018
DADOS DA OBRA
• Língua Portuguesa
• Matemática
• Direitos Humanos
• Direito Penal
• Direito Processual Penal
• Leis Especiais
• Direito Penal Militar
• Direito Processual Penal Militar
• Regulamento e Instruções
Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza
Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Julia Antoneli
Capa
Joel Ferreira dos Santos
SUMÁRIO
Língua Portuguesa
Matemática
Direitos Humanos
Direito Penal
Leis Especiais
Regulamentos e Instruções
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar (RDPM) - Lei Complementar nº 893/01 e Portarias do Comandante
Geral; .............................................................................................................................................................................................................01
I-7-PM - Instruções para correspondência na Polícia Militar, publicadas no Bol G PM 169/06 e alterações
posteriores.....................................................................................................................................................................................................14
I-21-PM - Instruções para continências, honras, sinais de respeito e cerimonial militar na Polícia Militar; ....................... 27
I-30-PM - Instruções para Utilização da Rede Mundial de Computadores (internet) e Rede Interna (intranet) pela PMESP,
publicadas no Bol G PM 138/14 e alteração posterior; Capítulo III - das normas de segurança para a utilização da
internet; ....................................................................................................................................................................................................................... 42
I-31-PM - Instruções para Utilização do Correio Eletrônico (E-Mail) na PMESP, publicadas no Bol G PM 168/14 e
alteração posterior; Capítulo IV - Segurança na utilização dos correios eletrônicos e Capítulo V - Da elaboração da
mensagem; ...........................................................................................................................................................................................................43
R-5-PM - Regulamento de Uniformes da Polícia Militar - Título I e Título VIII, Capítulo I, II e IX............................................. 45
Policiamento Ostensivo (a pé e motorizado): ............................................................................................................................................224
Formulários de serviço; .......................................................................................................................................................................................224
Noções de radiopatrulhamento e polícia comunitária;...........................................................................................................................224
Programas de policiamento: ANEXO AO BOL G PM 121, DE 2 DE JULHO DE 2018. 13 ...........................................................224
Diretriz PM3-5/02/05 - Programa de Policiamento com Motocicletas no Estado de São Paulo - Programa ROCAM -
parcialmente alterada pela Ordem Complementar PM3-1/02/07; ..................................................................................................225
Diretriz PM3-7/02/05 - Programa de Força Tática - parcialmente alterada pela Ordem Complementar PM3-
1/02/13; ..................................................................................................................................................................................................... 232
Diretriz PM3-14/02/05 - Programa de Policiamento Escolar - parcialmente alterado pela Nota de Instrução PM3-
2/02/08; ....................................................................................................................................................................................................................237
Diretriz PM3-15/02/05 - Programa de Policiamento Comunitário - alterada pela Ordem Complementar PM3-3/02/11 e
Ordem de Serviço PM3-1/02/15; ...................................................................................................................................................................247
Diretriz PM3-1/02/07 - Policiamento de Trânsito - parcialmente alterado pela Ordem Complementar PM3-2/02/07 .260
LÍNGUA PORTUGUESA
Interpretar / Compreender
LITERATURA E INTERPRETAÇÃO DE
DIVERSOS TIPOS DE TEXTOS (LITERÁRIO E Interpretar significa:
NÃO LITERÁRIOS - Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
- O autor permite concluir que...
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar Compreender significa
e decodificar). - entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. - o texto diz que...
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com - é sugerido pelo autor que...
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interli- ção...
gação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre - o narrador afirma...
as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu
contexto original e analisada separadamente, poderá ter Erros de interpretação
um significado diferente daquele inicial.
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- - Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
rências diretas ou indiretas a outros autores através de cita- contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
ções. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. quer por conhecimento prévio do tema quer pela imagi-
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação nação.
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir - Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
daí, localizam-se as ideias secundárias - ou fundamenta- ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um
ções -, as argumentações - ou explicações -, que levam ao conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o en-
esclarecimento das questões apresentadas na prova. tendimento do tema desenvolvido.
Normalmente, numa prova, o candidato deve:
- Contradição = às vezes o texto apresenta ideias con-
trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
1- Identificar os elementos fundamentais de uma ar-
cadas e, consequentemente, errar a questão.
gumentação, de um processo, de uma época (neste caso,
Observação - Muitos pensam que existem a ótica do
procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa
tempo).
prova de concurso, o que deve ser levado em consideração
2- Comparar as relações de semelhança ou de diferen-
é o que o autor diz e nada mais.
ças entre as situações do texto.
3- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com
uma realidade. Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
4- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si.
5- Parafrasear = reescrever o texto com outras pala- Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
vras. pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono-
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se
Condições básicas para interpretar vai dizer e o que já foi dito.
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2-) Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre alguém
trovão, provavelmente a intenção do autor foi a de mostrar que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nessas
o “barulho” que ela causou e sua propagação mundo afora. situações corriqueiras que classificamos os nossos textos
Você pode responder à questão por eliminação: a segun- naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dis-
da opção das alternativas relaciona-se a “mundo afora”, ou sertação.
seja, que se propaga, espalha. Assim, sobraria apenas a al-
ternativa A! As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspec-
RESPOSTA: “A”. tos de ordem linguística
Os tipos textuais designam uma sequência definida
3-) (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚ- pela natureza linguística de sua composição. São observa-
BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM CONTABI- dos aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações
LIDADE – IADES/2014 - adaptada) lógicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argu-
Concha Acústica mentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.
Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de - Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação
Clubes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de demarcados no tempo do universo narrado, como também
Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada de advérbios, como é o caso de antes, agora, depois, entre
por Oscar Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969 outros: Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. De-
e doada pela Terracap à Fundação Cultural de Brasília (hoje pois de muita conversa, resolveram...
Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre. - Textos descritivos – como o próprio nome indica,
Foi o primeiro grande palco da cidade. descrevem características tanto físicas quanto psicológicas
Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa- acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos
-cultura/concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito
com adaptações. imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a asa da
Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem graúna...”
compatível com o texto. - Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um
(A) A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Os- assunto ou uma determinada situação que se almeje de-
car Niemeyer, está localizada às margens do Lago Paranoá, senvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela aconte-
no Setor de Clubes Esportivos Norte. cer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02
(B) Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena
em 1969. de perder o benefício.
(C) Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que - Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma
hoje é a Secretaria de Cultura do DF. modalidade na qual as ações são prescritas de forma se-
(D) A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura quencial, utilizando-se de verbos expressos no imperativo,
do DF. infinitivo ou futuro do presente: Misture todos os ingredien-
(E) A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília. te e bata no liquidificador até criar uma massa homogênea.
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A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode Figura de Linguagem, Pensamento e Construção
significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
polissemia porque os diferentes significados para a palavra Figura de Palavra
“manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra po-
lissêmica: pode significar o elemento básico do alfabeto, o A figura de palavra consiste na substituição de uma
texto de uma canção ou a caligrafia de um determinado in- palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico,
divíduo. Neste caso, os diferentes significados estão interli- seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja
gados porque remetem para o mesmo conceito, o da escrita. por uma associação, uma comparação, uma similaridade.
Estes dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade -
Polissemia e ambiguidade permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras:
a metáfora e a metonímia.
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na
interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode Metáfora
ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpretação.
Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação espe- Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em
cífica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em uma lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em vir-
frase. Vejamos a seguinte frase: tude da circunstância de que o nosso espírito as associa
Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequen- e percebe entre elas certas semelhanças. É o emprego da
temente são felizes. palavra fora de seu sentido normal.
Neste caso podem existir duas interpretações diferentes: Observação: toda metáfora é uma espécie de compa-
As pessoas têm alimentação equilibrada porque são feli- ração implícita, em que o elemento comparativo não apa-
zes ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada. rece.
Seus olhos são como luzes brilhantes.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela O exemplo acima mostra uma comparação evidente,
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre- através do emprego da palavra como.
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importante Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes.
saber qual o contexto em que a frase é proferida. Neste exemplo não há mais uma comparação (note a
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja,
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, co- qualidade do que é semelhante.
micidade. Repare na figura abaixo: Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta
é a verdadeira metáfora.
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1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (= Observação: quando a perífrase indica uma pessoa,
Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis). recebe o nome de antonomásia. Exemplos:
2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (=
As lâmpadas iluminam o mundo). O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida pratican-
3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes do o bem.
da cruz. (= Não te afastes da religião). O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jo-
4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso vem.
Havana. (= Fumei um saboroso charuto). O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.
5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Só-
crates tomou veneno). Sinestesia
6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu
trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que pro- Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen-
duzo). sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (= cruzamento de sensações distintas.
Bebeu todo o líquido que estava no cálice). Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = au-
8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfo- ditivo; áspero = tátil)
nes foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte-
dos jogadores). cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual)
9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apres- Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil)
sadamente. (= Várias pessoas passavam apressadamente).
10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e so- Fontes de pesquisa:
frem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.
mundo). php
11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
chamadas, não apenas uma mulher). Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
(= Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone). Saraiva, 2010.
13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (=
Alguns astronautas foram à Lua). Antítese
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança pen-
derá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado). Consiste no emprego de palavras que se opõem quan-
to ao sentido. O contraste que se estabelece serve, essen-
Saiba que: Sinédoque se relaciona com o conceito de cialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos
extensão (como nos exemplos 9, 10 e 11, acima), enquanto que não se conseguiria com a exposição isolada dos mes-
que a metonímia abrange apenas os casos de analogia ou mos. Observe os exemplos:
de relação. Não há necessidade, atualmente, de se fazer “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
distinção entre ambas as figuras. O corpo é grande e a alma é pequena.
“Quando um muro separa, uma ponte une.”
Catacrese Não há gosto sem desgosto.
Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, Paradoxo ou oximoro
cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por
falta de um termo específico para designar um conceito, É a associação de ideias, além de contrastantes, contra-
toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar ditórias. Seria a antítese ao extremo.
algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
“asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da Ouvimos as vozes do silêncio.
mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.
Eufemismo
Perífrase ou Antonomásia
É o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre
Trata-se de uma expressão que designa um ser através ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera,
de alguma de suas características ou atributos, ou de um desagradável ou chocante.
fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor.
outro ou por uma expressão que facilmente o identifique: (= morreu)
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
atraindo visitantes do mundo todo. Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
A Cidade-Luz (=Paris) Faltar à verdade. (= mentir)
O rei das selvas (=o leão)
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Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quan-
eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as do confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um
três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um pleonasmo vicioso:
desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não con- Vi aquela cena com meus próprios olhos.
corda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que Vamos subir para cima.
está inscrita no sujeito. Exemplos: Ele desceu pra baixo.
O que não compreendo é como os brasileiros persista-
mos em aceitar essa situação. Anáfora
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
É a repetição de uma ou mais palavras no início de vá-
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins
rias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coe-
públicos.” (Machado de Assis)
rência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é
posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar de-
Observe que os verbos persistamos, temos e somos não
terminado elemento textual. Os termos anafóricos podem
concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasilei-
muitas vezes ser substituídos por pronomes.
ros, agricultores e cariocas, que estão na terceira pessoa),
Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhe-
mas com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, cia.
os agricultores e os cariocas). “Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca-
ba.” (Padre Vieira)
Polissíndeto / Assíndeto
Anacoluto
Para estudarmos as duas figuras de construção é ne-
cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre Consiste na mudança da construção sintática no meio
período composto. No período composto por coordena- da frase, ficando alguns termos desligados do resto do pe-
ção, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A ríodo. É a quebra da estrutura normal da frase para a intro-
oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo) dução de uma palavra ou expressão sem nenhuma ligação
é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assin- sintática com as demais.
dética. Recordado esse conceito, podemos definir as duas Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
figuras de construção: Morrer, todo haveremos de morrer.
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
1) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repe-
tição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: O meni- A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
no resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada. deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma
interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não exer-
2) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên- cendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é
cia, pela omissão das conjunções coordenativas, resultando chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma in-
no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos: terrupção na sequência lógica do pensamento.
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família.
“Vim, vi, venci.” (Júlio César) Observação: o anacoluto deve ser usado com finalida-
de expressiva em casos muito especiais. Em geral, evite-o.
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Hipérbato / Inversão
É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o sujeito
venha depois do predicado:
Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor venceu ao ódio)
Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria: Eu cuido dos meus problemas)
* Observação da Zê!
O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já que, na ordem direta, teríamos:
“As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico”.
Figuras de Som
Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.
Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Questões
1-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIOTECO-
NOMIA – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo de linguagem
figurada denominada
(A) metonímia.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) metáfora.
(E) catacrese.
1-) A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo
campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.htm)
RESPOSTA: “D”.
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A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia
2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar alguma
coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” no lugar de
“que morreram por nós”.
RESPOSTA: “D”.
O texto cita que o dito popular “está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de lingua-
gem. O autor do texto refere-se a qual figura de linguagem?
A) Eufemismo.
B) Hipérbole.
C) Paradoxo.
D) Metonímia.
E) Hipérbato.
3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para representar o calor excessivo que está fazendo. A figura que é
utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a hipérbole.
RESPOSTA: “B”.
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2-) Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predicado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo do sujeito
(2), ou algum termo que requeira estar separado entre pontuações. Exemplos:
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa!
Os meninos, ansiosos (2), chegaram!
RESPOSTA: “CERTO”.
3-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014) Em apenas uma das opções a vírgula foi corretamente empregada.
Assinale-a.
A) No dia seguinte, estavam todos cansados.
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas.
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas perplexas.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fundamental.
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em pequena parte do território.
3-)
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não se separa sujeito do predicado (o sujeito está no final).
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas perplexas = não se separa sujeito do predicado.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fundamental = não se separa sujeito do predicado.
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em pequena parte do território. = não se separa sujeito do predicado
RESPOSTA: “A”.
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Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano, a
moça norte-americana.
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino: conflito político-social e desavença político-social.
Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substan-
tivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que
estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra
cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, en-
tão, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.
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2) O superlativo absoluto sintético se apresenta sob - de inferioridade: menos + advérbio + que (do que):
duas formas: uma erudita - de origem latina - outra po- Renato fala menos alto do que João.
pular - de origem vernácula. A forma erudita é constituída - de superioridade:
pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, 1-) Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
-imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma fala mais alto do que João.
popular é constituída do radical do adjetivo português + o 2-) Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala
sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. melhor que João.
3-) Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- Grau Superlativo
nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio
– cheíssimo. O superlativo pode ser analítico ou sintético:
- Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato
Fontes de pesquisa: fala muito alto.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32. muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de
php modo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: - Sintético: formado com sufixos: Renato fala altíssimo.
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- * Observação: as formas diminutivas (cedinho, perti-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. nho, etc.) são comuns na língua popular.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. A criança levantou cedinho. (muito cedo)
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Há palavras como muito, bastante, que podem apare- - Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
cer como advérbio e como pronome indefinido. mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e - O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér-
sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. bio: Cheguei primeiro.
* Dica: Como saber se a palavra bastante é advérbio - Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
(não varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia, adverbial desempenham na oração a função de adjunto
sofre flexão)? Se der, na frase, para substituir o “bastante” adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân-
por “muito”, estamos diante de um advérbio; se der para cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio.
substituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja: Exemplo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
1-) Estudei bastante para o concurso. (estudei muito, verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
pois “muitos” não dá!). = advérbio Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
dade e de tempo, respectivamente.
2-) Estudei bastantes capítulos para o concurso. (estudei
muitos capítulos) = pronome indefinido Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf75.
Advérbios Interrogativos php
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes Saraiva, 2010.
às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Interrogação Direta Interrogação Indireta SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
Onde mora? Indaguei onde morava. Artigo
Por que choras? Não sei por que choras.
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
Aonde vai? Perguntei aonde ia. -se como o termo variável que serve para individualizar ou
Donde vens? Pergunto donde vens. generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
Quando voltas? Pergunto quando voltas. (masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns”).
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Artigos definidos – São aqueles usados para indicar Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-
seres determinados, expressos de forma individual: sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela
O concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam Roma.
muito.
- antes de pronomes de tratamento:
Artigos indefinidos – São aqueles usados para indicar Vossa Senhoria sairá agora?
seres de modo vago, impreciso: Exceção: O senhor vai à festa?
Uma candidata foi aprovada! Umas candidatas foram
aprovadas! - após o pronome relativo “cujo” e suas variações:
Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?
Circunstâncias em que os artigos se manifestam: Este é o candidato cuja nota foi a mais alta.
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O preço fica mais caro à medida que os produtos escas- Fontes de pesquisa:
seiam. http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
php
* Observação: são incorretas as locuções proporcio- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
nais à medida em que, na medida que e na medida em que. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
g) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração Saraiva, 2010.
principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que, Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
que, agora que, mal (= assim que), etc. Interjeição
A briga começou assim que saímos da festa.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
h) Comparativas: introduzem uma oração que expres- ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin-
sa ideia de comparação com referência à oração principal. guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de
São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)... como, maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim
a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor-
tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual,
rente de uma situação particular, um momento ou um con-
que nem, que (combinado com menos ou mais), etc.
texto específico. Exemplos:
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.
Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo hum: expressão de um pensamento súbito = interjei-
que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que ção
(tendo como antecedente na oração principal uma palavra
como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. O significado das interjeições está vinculado à maneira
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o senti-
exame. do que a expressão vai adquirir em cada contexto em que
for utilizada. Exemplos:
Atenção: Muitas conjunções não têm classificação úni- Psiu!
ca, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acor- contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua
do com o sentido que apresentam no contexto (grifo ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando!
da Zê!). Ei, espere!”
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- Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação - Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au- tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral
venha depois do substantivo;
Flexão dos numerais
Ordinais Cardinais
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du- João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro- D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
são invariáveis. Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
- Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido
primeiro segundo milésimo como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)
primeira segunda milésima
** Dica: Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
primeiros segundos milésimos associação. Ficará mais fácil!
primeiras segundas milésimas - Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o
ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
e conseguiram o triplo de produção. Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses tri- - Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se
plas do medicamento. refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empregados
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/ para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
duas terças partes. Sua utilização exige a presença do artigo posposto: Ambos
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O arti-
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. go só é dispensado caso haja um pronome demonstrativo:
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau Ambos esses ministros falarão à imprensa.
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
sentido. É o que ocorre em frases como: Função sintática do Numeral
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade! O numeral tem mais de uma função sintática:
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= - se na oração analisada seu papel é de adjetivo, o
segunda divisão de futebol) numeral assumirá a função de adjunto adnominal; se fizer
papel de substantivo, pode ter a função de sujeito, objeto
Emprego e Leitura dos Numerais direto ou indireto.
- Os numerais são escritos em conjunto de três alga- Visitamos cinco casas, mas só gostamos de duas.
rismos, contados da direita para a esquerda, em forma de Objeto direto = cinco casas
centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma Núcleo do objeto direto = casas
separação através de ponto ou espaço correspondente a Adjunto adnominal = cinco
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456. Objeto indireto = de duas
- Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
Núcleo do objeto indireto = duas
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
- No português contemporâneo, não se usa a conjun-
ção “e” após “mil”, seguido de centena:
Nasci em mil novecentos e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.
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Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos- Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
sa escola neste ano. tença, exerce a função de complemento verbal (objeto
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
adequada]
[neste: pronome que determina “ano” = concordância * Observação: o pronome oblíquo é uma forma va-
adequada] riante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação in-
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- dica a função diversa que eles desempenham na oração:
dância inadequada] pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
marca o complemento da oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
tônicos.
Pronomes Pessoais Pronome Oblíquo Átono
São aqueles que substituem os substantivos, indicando São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os pronomes fraca: Ele me deu um presente.
“tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se di- Tabela dos pronomes oblíquos átonos
rige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à - 1.ª pessoa do singular (eu): me
pessoa ou às pessoas de quem se fala. - 2.ª pessoa do singular (tu): te
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- - 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto - 1.ª pessoa do plural (nós): nos
ou do caso oblíquo. - 2.ª pessoa do plural (vós): vos
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
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- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. - Os pronomes de tratamento representam uma for-
Eles se conheceram. ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
Elas deram a si um dia de folga. tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
* O pronome é reflexivo quando se refere à mesma supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu me arrumei e saí.
** É pronome recíproco quando indica reciprocidade - 3.ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri-
de ação: jam-se à 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita
Nós nos amamos. com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi-
Olhamo-nos calados. vos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles
devem ficar na 3.ª pessoa.
Pronomes de Tratamento Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro-
messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portan-
nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo
to, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pes-
do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente.
soa. Alguns exemplos:
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
“você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
sos em geral
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
teus cabelos. (errado)
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais, Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
governadores, secretários de Estado, presidente da Repú- seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
blica (sempre por extenso) ou
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi-
dades Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de Pronomes Possessivos
igual categoria São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Meritíssima (sempre por extenso) = para juízes (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
de direito (coisa possuída).
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do
cerimonioso singular)
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
NÚMERO PESSOA PRONOME
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se-
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empre- singular primeira meu(s), minha(s)
gados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tra- singular segunda teu(s), tua(s)
tamento familiar. Você e vocês são largamente empregados
singular terceira seu(s), sua(s)
no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma plural primeira nosso(s), nossa(s)
vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou plural segunda vosso(s), vossa(s)
literária.
plural terceira seu(s), sua(s)
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São utilizados para explicitar a posição de certa palavra - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ser invariáveis, observe:
de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
la(s).
*Em relação ao espaço: Invariáveis: isto, isso, aquilo.
- Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
* Também aparecem como pronomes demonstrativos:
pessoa que fala:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
Este material é meu.
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
- Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
pessoa com quem se fala: indiquei.)
Esse material em sua carteira é seu?
- mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam em
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está dis- gênero quando têm caráter reforçativo:
tante tanto da pessoa que fala como da pessoa com quem Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
se fala: Eu mesma refiz os exercícios.
Aquele material não é nosso. Elas mesmas fizeram isso.
Vejam aquele prédio! Eles próprios cozinharam.
Os próprios alunos resolveram o problema.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- semelhante(s): Não tenha semelhante atitude. Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
riáveis e invariáveis. Observe:
- tal, tais: Tal absurdo eu não comenteria.
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário,
* Note que: tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca,
- Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, alguns, ne-
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou en- nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
tão: este solteiro, aquele casado) - este se refere à pessoa algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas,
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em outras, quantas.
primeiro lugar.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação algo, cada.
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
*
Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que-
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plu-
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, ral é feito em seu interior).
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
= naquilo) - Todo e toda no singular e junto de artigo significa
inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Pronomes Indefinidos Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quan- Trabalho todo dia. (= todos os dias)
tidade indeterminada.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém- São locuções pronominais indefinidas: cada qual,
-plantadas. cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que),
seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (=
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
Cada um escolheu o vinho desejado.
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu-
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des-
Indefinidos Sistemáticos
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu-
percebemos que existem alguns grupos que criam oposi-
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin- ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm
guém, outrem, quem, tudo. sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm
sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
Algo o incomoda? afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade
Quem avisa amigo é. negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser e qualquer, que generaliza.
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade Essas oposições de sentido são muito importantes na
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
Cada povo tem seus costumes. tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
Certas pessoas exercem várias profissões. pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
de que fazem parte:
* Note que: Ora são pronomes indefinidos substanti- Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
vos, ora pronomes indefinidos adjetivos: prático.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, pessoas quaisquer.
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), *Nenhum é contração de nem um, forma mais enfática,
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. que se refere à unidade. Repare:
Nenhum candidato foi aprovado.
Menos palavras e mais ações. Nem um candidato foi aprovado. (um, nesse caso, é nu-
Alguns se contentam pouco. meral)
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Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, ou- júri jurados
tra abelha, mais outra abelha. legião soldados, anjos, demônios
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. leva presos, recrutas
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
malta malfeitores ou desordeiros
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- manada búfalos, bois, elefantes,
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, matilha cães de raça
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan- molho chaves, verduras
tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de multidão pessoas em geral
seres da mesma espécie (abelhas).
insetos (gafanhotos,
nuvem
mosquitos, etc.)
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
penca bananas, chaves
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, pinacoteca pinturas, quadros
mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
quadrilha ladrões, bandidos
da mesma espécie.
ramalhete flores
Substantivo coletivo Conjunto de: rebanho ovelhas
assembleia pessoas reunidas repertório peças teatrais, obras musicais
alcateia lobos réstia alhos ou cebolas
acervo livros romanceiro poesias narrativas
antologia trechos literários selecionados revoada pássaros
arquipélago ilhas sínodo párocos
banda músicos talha lenha
bando desordeiros ou malfeitores tropa muares, soldados
banca examinadores turma estudantes, trabalhadores
batalhão soldados vara porcos
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas
concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas
elenco atores de uma peça ou filme
esquadra navios de guerra
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LÍNGUA PORTUGUESA
Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam - Substantivos que formam o feminino de maneira es-
uma forma para cada gênero: gato – gata, homem – mulher, pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
poeta – poetisa, prefeito - prefeita czar – czarina, réu - ré
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LÍNGUA PORTUGUESA
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
Epicenos: a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
para indicar o masculino e o feminino. telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha-
ma, o hematoma.
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
macho e fêmea. * Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Gênero dos Nomes de Cidades: Com raras exceções,
nomes de cidades são femininos.
Sobrecomuns: A histórica Ouro Preto.
Entregue as crianças à natureza. A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas- Uma Londres imensa e triste.
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: Gênero e Significação
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe:
Outros substantivos sobrecomuns: o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à
criatura.
frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), a
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
Marcela faleceu baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibi-
ção de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do cor-
Comuns de Dois Gêneros: po), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza
(resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital (ci-
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? dade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração
A distinção de gênero pode ser feita através da análise da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vege-
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- tação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (documento,
cês - repórter francesa pena grande das asas das aves), o grama (unidade de peso),
a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (re-
- A palavra personagem é usada indistintamente nos cipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente
dois gêneros. (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
os personagens dos contos de carochinha.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini- a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-
aceitam a personagem. ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga
(remador), a voga (moda).
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. Flexão de Número do Substantivo
Observe o gênero dos substantivos seguintes: Em português, há dois números gramaticais: o singular,
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o do plural é o “s” final.
proclama, o pernoite, o púbis.
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- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de - Permanecem invariáveis, quando formados de:
duas maneiras: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
1- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses ca-rolhas
2- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. * Casos Especiais
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* Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado. Qual-
quer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá conjugação
completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
- os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem referência a
sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético,
tornando-se, tais verbos, pessoais.
- o verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?
- Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. São
unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar,
miar, latir, piar).
* Observação: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando?
2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)
- Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é em-
pregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:
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* Importante:
- estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escrever/
escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.
- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui) e
ir (fui, ia, vades).
- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das
formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
* Observação: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.
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- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:
1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já
está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mes-
ma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante
do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia refle-
xiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem
2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto repre-
sentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em
geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados,
formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: A garota
penteou-me.
* Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do
sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular
Modos Verbais
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. Existem
três modos:
Formas Nominais
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo,
advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:
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1-) Infinitivo
1.1-) Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substan-
tivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.
1.2-) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.
2-) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)
Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.
* Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1- Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2 – Sim, senhora! Vou estar verificando!
Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.
3-) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o resul-
tado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos
saíram.
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.
(Ziraldo)
Tempos Verbais
Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.
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Observação: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou de-
sejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.
Observação: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se
ele vier à loja, levará as encomendas.
** Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)
Modo Indicativo
Presente do Indicativo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M
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Pretérito mais-que-perfeito
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M
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Presente do Subjuntivo
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).
1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M
Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de nú-
mero e pessoa correspondente.
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M
Futuro do Subjuntivo
Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM
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Modo Imperativo
Imperativo Afirmativo
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:
Imperativo Negativo
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.
Infinitivo Pessoal
* Observações:
- o verbo parecer admite duas construções:
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).
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* Observação: não confundir o emprego reflexivo do Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
verbo com a noção de reciprocidade: tancialmente o sentido da frase.
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro) O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto
Formação da Voz Passiva
A apostila foi comprada pelo concurseiro.
A voz passiva pode ser formada por dois processos: (Voz Passiva)
analítico e sintético. Sujeito da Passiva Agente da Passi-
va
1- Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte ma-
neira: Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; o
sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ativo
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo: assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os Observe:
alunos pintarão a escola) - Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho) nos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
* Observação: o agente da passiva geralmente é acom- mestres.
panhado da preposição por, mas pode ocorrer a constru-
ção com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada - Eu o acompanharei.
de soldados. Ele será acompanhado por mim.
- Pode acontecer de o agente da passiva não estar ex- * Observação: quando o sujeito da voz ativa for inde-
plícito na frase: A exposição será aberta amanhã. terminado, não haverá complemento agente na passiva.
Por exemplo: Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma-
** Saiba que:
ção das frases seguintes:
- com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)
porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per-
ou agente-paciente.
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz
ativa)
Fontes de pesquisa:
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica- php
tivo) SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) Questões
2- Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICIÁ-
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, segui- RIO – FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida pelo
do do pronome apassivador “se”. Por exemplo: instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a:
Abriram-se as inscrições para o concurso. (A) que o instituto Endeavor traz;
Destruiu-se o velho prédio da escola. (B) que o instituto Endeavor trouxe;
(C) trazida pelo instituto Endeavor;
* Observação: o agente não costuma vir expresso na (D) que é trazida pelo instituto Endeavor;
voz passiva sintética. (E) que traz o instituto Endeavor.
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1-) Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa tere- Concordância Verbal
mos um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o tem-
po verbal no pretérito – assim como na passiva). É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
RESPOSTA: “B”. seu sujeito.
3-) “vou glosar uma observação de Machado de Assis” 2) Quando o sujeito é formado por expressão que in-
– “vou glosar” expressa “glosarei”, então teremos na pas- dica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de,
siva: uma observação de Machado de Assis será glosada perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo con-
por mim. corda com o substantivo.
RESPOSTA: “D”. Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas
Olimpíadas.
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
Observação: quando a expressão “mais de um” asso-
ciar-se a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é
obrigatório: Mais de um colega se ofenderam na discussão.
Os concurseiros estão apreensivos. (ofenderam um ao outro)
Concurseiros apreensivos.
3) Quando se trata de nomes que só existem no plu-
No primeiro exemplo, o verbo estar encontra-se na ral, a concordância deve ser feita levando-se em conta a
terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve
os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreen- ficar no singular; com artigo no plural, o verbo deve ficar
sivos” está concordando em gênero (masculino) e núme- o plural.
ro (plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros. Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gê- Estados Unidos possui grandes universidades.
nero correspondem-se. Alagoas impressiona pela beleza das praias.
A correspondência de flexão entre dois termos é a con- As Minas Gerais são inesquecíveis.
cordância, que pode ser verbal ou nominal. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.
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4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou *Quando “um dos que” vem entremeada de substanti-
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, vo, o verbo pode:
quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de vós”, o verbo a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pes- o Estado de São Paulo. ( já que não há outro rio que faça o
soa do plural) ou com o pronome pessoal. mesmo).
Quais de nós são / somos capazes? b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? poluídos (noção de que existem outros rios na mesma con-
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino- dição).
vadoras.
8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
Observação: veja que a opção por uma ou outra forma verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém Vossa Excelência está cansado?
diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize- Vossas Excelências renunciarão?
mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não
ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo e 9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de
nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia. acordo com o numeral.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver Deu uma hora no relógio da sala.
no singular, o verbo ficará no singular. Deram cinco horas no relógio da sala.
Qual de nós é capaz? Soam dezenove horas no relógio da praça.
Algum de vós fez isso. Baterão doze horas daqui a pouco.
5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que Observação: caso o sujeito da oração seja a palavra re-
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve lógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
concordar com o substantivo. O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
25% do orçamento do país será destinado à Educação. Soa quinze horas o relógio da matriz.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do
prefeito. 10) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
1% do eleitorado aceita a mudança. sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular. São
1% dos alunos faltaram à prova. verbos impessoais: Haver no sentido de existir; Fazer indi-
cando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da nature-
Quando a expressão que indica porcentagem não é za. Exemplos:
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o nú- Havia muitas garotas na festa.
mero. Faz dois meses que não vejo meu pai.
25% querem a mudança. Chovia ontem à tarde.
1% conhece o assunto.
b) Sujeito Composto
Se o número percentual estiver determinado por artigo
ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com eles: 1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo,
Os 30% da produção de soja serão exportados. a concordância se faz no plural:
Esses 2% da prova serão questionados. Pai e filho conversavam longamente.
Sujeito
6) O pronome “que” não interfere na concordância; já o
“quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do singular. Pais e filhos devem conversar com frequência.
Fui eu que paguei a conta. Sujeito
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida. 2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra-
Sou eu quem faz a prova. maticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte ma-
Não serão eles quem será aprovado. neira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece sobre a
segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece sobre a
7) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu- terceira (eles). Veja:
mir a forma plural. Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan- Primeira Pessoa do Plural (Nós)
taram os poetas.
Este candidato é um dos que mais estudaram! Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós)
Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos
que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular: Pais e filhos precisam respeitar-se.
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Nem uma das que me escreveram mora aqui.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Observação: quando o sujeito é composto, formado 5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”,
por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um
(ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do mesmo grau de importância e a palavra “com” tem sentido
plural (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no muito próximo ao de “e”.
lugar de “tomaríeis”. O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, para o próximo semestre.
passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em O professor com o aluno questionaram as regras.
vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o
verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do su- Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a
jeito mais próximo. ideia é enfatizar o primeiro elemento.
Faltaram coragem e competência. O pai com o filho montou o brinquedo.
Faltou coragem e competência. O governador com o secretariado traçou os planos para
Compareceram todos os candidatos e o banca. o próximo semestre.
O professor com o aluno questionou as regras.
Compareceu o banca e todos os candidatos.
Observação: com o verbo no singular, não se pode
4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân-
falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez
cia é feita no plural. Observe:
que as expressões “com o filho” e “com o secretariado” são
Abraçaram-se vencedor e vencido. adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. houvesse uma inversão da ordem. Veja:
“O pai montou o brinquedo com o filho.”
Casos Particulares “O governador traçou os planos para o próximo semes-
tre com o secretariado.”
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos “O professor questionou as regras com o aluno.”
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular.
Descaso e desprezo marca seu comportamento. *Casos em que se usa o verbo no singular:
A coragem e o destemor fez dele um herói. Café com leite é uma delícia!
O frango com quiabo foi receita da vovó.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
dispostos em gradação, verbo no singular: 6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segun- pressões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não so-
do me satisfaz. mente”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o
verbo ficará no plural.
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de acor- Nordeste.
do com o valor semântico das conjunções: Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a no-
Drummond ou Bandeira representam a essência da poe- tícia.
sia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. 7) Quando os elementos de um sujeito composto são
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi- feita com esse termo resumidor.
ção”. Já em: Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Juca ou Pedro será contratado.
na vida das pessoas.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim-
píada.
Outros Casos
* Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no 1) O Verbo e a Palavra “SE”
singular. Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas
de particular interesse para a concordância verbal:
4) Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. b) quando é partícula apassivadora.
Um ou outro compareceu à festa. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
Nem um nem outro saiu do colégio. acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e
de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na ter-
Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no ceira pessoa do singular:
singular: Um e outro farão/fará a prova. Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver- c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito,
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular:
verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Construiu-se um posto de saúde. Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Construíram-se novos postos de saúde. Duas semanas de férias é muito para mim.
Aqui não se cometem equívocos
Alugam-se casas. d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o
** Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivadora verbo.
ou índice de indeterminação do sujeito, tente transformar No meu setor, eu sou a única mulher.
a frase para a voz passiva. Se a frase construída for “com- Aqui os adultos somos nós.
preensível”, estaremos diante de uma partícula apassivado-
ra; se não, o “se” será índice de indeterminação. Veja: Observação: sendo ambos os termos (sujeito e pre-
Precisa-se de funcionários qualificados. dicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo
Tentemos a voz passiva: concorda com o pronome sujeito.
Funcionários qualificados são precisados (ou precisos)? Eu não sou ela.
Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de inde- Ela não é eu.
terminação do sujeito.
Agora: e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido par-
Vendem-se casas. titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta! SER concordará com o predicativo.
Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu A grande maioria no protesto eram jovens.
passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per- O resto foram atitudes imaturas.
cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).
2) O Verbo “Ser” 3) O Verbo “Parecer”
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- a) Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.
sujeito.
b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
Quando o sujeito ou o predicativo for: sofre flexão:
As crianças parece gostarem do desenho.
a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho as
concorda com a pessoa gramatical: crianças)
Ele é forte, mas não é dois.
Fernando Pessoa era vários poetas. Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
A esperança dos pais são eles, os filhos. CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração
b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no subordinada substantiva subjetiva).
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural: Concordância Nominal
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros! A concordância nominal se baseia na relação entre
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
Quando o verbo SER indicar ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
a) horas e distâncias, concordará com a expressão normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
numérica: termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
É uma hora. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
São quatro horas. seguintes regras gerais:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilôme- 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando
tros. se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas denun-
ciavam o que sentia.
b) datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
estar expressa ou subentendida: 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a
Hoje é dia 26 de agosto. concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
Hoje são 26 de agosto. xão nos seguintes casos:
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LÍNGUA PORTUGUESA
a) Adjetivo anteposto aos substantivos: ** Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se
- O adjetivo concorda em gênero e número com o a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de advérbio,
substantivo mais próximo. portanto, invariável; se houver coerência com o segundo,
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. função de adjetivo, então varia:
Encontramos caída a roupa e os prendedores. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Encontramos caído o prendedor e a roupa. Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad-
vérbio
- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa-
rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. ** Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descansan-
do)
b) Adjetivo posposto aos substantivos: 7) Quando um único substantivo é modificado por dois
- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as cons-
ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural se truções:
houver substantivo feminino e masculino). a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espanhola
A indústria oferece atendimento e localização perfeita. e a portuguesa.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e portu-
Observação: os dois últimos exemplos apresentam guesa.
maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se
refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi Casos Particulares
flexionado no plural masculino, que é o gênero predomi-
nante quando há substantivos de gêneros diferentes. É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
mitido
- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
jetivo fica no singular ou plural. a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um
A beleza e a inteligência feminina(s). adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem
O carro e o iate novo(s). possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo).
É proibido entrada de crianças.
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: Em certos momentos, é necessário atenção.
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substan- No verão, melancia é bom.
tivo não for acompanhado de nenhum modificador: Água É preciso cidadania.
é bom para saúde. Não é permitido saída pelas portas laterais.
b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for b) Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
modificado por um artigo ou qualquer outro determinati- minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
vo: Esta água é boa para saúde. como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os Esta salada é ótima.
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as A educação é necessária.
muito felizes. São precisas várias medidas na educação.
5) Nas expressões formadas por pronome indefinido Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Qui-
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + te
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino sin-
gular: Os jovens tinham algo de misterioso. Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun- Seguem anexas as documentações requeridas.
ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a que A menina agradeceu: - Muito obrigada.
se refere: Muito obrigadas, disseram as senhoras.
Cristina saiu só. Seguem inclusos os papéis solicitados.
Cristina e Débora saíram sós. Estamos quites com nossos credores.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Estas palavras são invariáveis quando funcionam como 1-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA
advérbios. Concordam com o nome a que se referem quan- E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINIS-
do funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou nu- TRATIVO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar
merais. satisfeita com os resultados das negociações”, o adjetivo
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) estará corretamente empregado se dirigido a ministro de
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pro- Estado do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve
nome adjetivo) concordar com a locução pronominal de tratamento “Vossa
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) Excelência”.
As casas estão caras. (adjetivo) ( ) CERTO ( ) ERRADO
Achei barato este casaco. (advérbio)
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) 1-) Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo femi-
nino (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo
Meio - Meia masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O
pronome de tratamento é apenas a maneira de como tratar
a) A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, a autoridade, não concordando com o gênero (o pronome
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi de tratamento, apenas).
meia porção de polentas. RESPOSTA: “ERRADO”.
b) Quando empregada como advérbio permanece in- 2-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO
variável: A candidata está meio nervosa. RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IA-
DES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos destacados
** Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no elevador”,
saberei que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A
fossem empregados, respectivamente, Esquecer e gostar, a
candidata está um pouco nervosa”.
nova redação, de acordo com as regras sobre regência ver-
bal e concordância nominal prescritas pela norma-padrão,
Alerta - Menos
deveria ser
(A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador.
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
(B) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador.
sempre invariáveis.
(C) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no eleva-
Os concurseiros estão sempre alerta.
dor.
Não queira menos matéria!
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no eleva-
* Tome nota! dor.
Não variam os substantivos que funcionam como ad- (E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no elevador.
jetivos:
Bomba – notícias bomba 2-) O verbo “esquecer” pede objeto direto; “gostar”, in-
Chave – elementos chave direto (com preposição): Esqueço os filmes dos quais não
Monstro – construções monstro gosto.
Padrão – escola padrão RESPOSTA: “E”.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos Os verbos transitivos indiretos são complementados
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes gem uma preposição para o estabelecimento da relação de
formas em frases distintas. regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-
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LÍNGUA PORTUGUESA
ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são Informar
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- Informe os novos preços aos clientes.
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos preços)
lhe, lhes.
- Na utilização de pronomes como complementos, veja
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: as construções:
- Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo- Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
iguais para todos. bre eles)
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complemen- Observação: a mesma regência do verbo informar é
tos introduzidos pela preposição “a”:
usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientifi-
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
car, prevenir.
Eles desobedeceram às leis do trânsito.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Custou-me (a mim) crer nisso.
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi- Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
rávamos a ele) tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
* Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes- *A Gramática Normativa condena as construções que
soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. pessoa: Custei para entender o problema. = Forma
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= As- correta: Custou-me entender o problema.
piravam a ela)
IMPLICAR
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
ASSISTIR
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
implicavam um firme propósito.
tar assistência a, auxiliar.
b) ter como consequência, trazer como consequência,
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
- Como transitivo direto e indireto, significa compro-
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
ciar, estar presente, caber, pertencer. econômicas.
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões. * No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
Essa lei assiste ao inquilino. indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem
não trabalhasse arduamente.
*No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in-
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de NAMORAR
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa - Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
conturbada cidade. anos.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como Se uma oração completar o sentido de um nome, ou
objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”. seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
O ensino deve sempre visar ao progresso social. completiva nominal (subordinada substantiva).
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
público.
ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi-
nal)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de
Advérbios
Longe de Perto de
Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: para-
lela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.
Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Questões
1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta da
língua quanto à regência verbal.
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
B) Eu esqueci do seu nome.
C) Você assistiu à cena toda?
D) Ele chegou na oficina pela manhã.
E) Sempre obedeço as leis de trânsito.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
- não convém usar hífen nos tempos compostos e nas 1-) Primeiramente identifiquemos se temos objeto di-
locuções verbais: reto ou indireto. Reconhece o quê? Resposta: a informali-
Vamos nos unir! dade. Pergunta e resposta sem preposição, então: objeto
Iremos nos manifestar. direto. Não utilizaremos “lhe” – que é para objeto indireto.
Como temos a presença do “que” – independente de sua
- quando há um fator para próclise nos tempos com- função no período (pronome relativo, no caso!) – a regra
postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pronome pede próclise (pronome oblíquo antes do verbo): que a re-
oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos preocupar conhecem.
(e não: “não nos vamos preocupar”). RESPOSTA: “A”.
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LÍNGUA PORTUGUESA
A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especifica-
idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com do, ocorrerá crase. Veja:
o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos pro- Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
nomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais). Irei à Salvador de Jorge Amado.
Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo
acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às * A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s),
quais. aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re-
O uso do acento indicativo de crase está condicionado gente exigir complemento regido da preposição “a”.
aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e no- Entregamos a encomenda àquela menina.
minal, mais precisamente ao termo regente e termo regido. (preposição + pronome demonstrativo)
Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que exige
complemento regido pela preposição “a”, e o termo regido Iremos àquela reunião.
é aquele que completa o sentido do termo regente, admi- (preposição + pronome demonstrativo)
tindo a anteposição do artigo a(s).
Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela con- Sua história é semelhante às que eu ouvia quando crian-
tratada recentemente. ça. (àquelas que eu ouvia quando criança)
Após a junção da preposição com o artigo (destacados (preposição + pronome demonstrativo)
entre parênteses), temos: * A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave:
recentemente. - locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pres-
sas, à vontade...
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, clas- - locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura
sifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referi- de...
mos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o - locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome
demonstrativo aquela (àquela). * Cuidado: quando as expressões acima não exerce-
rem a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
Observação importante: Alguns recursos servem de Eu adoro a noite!
ajuda para que possamos confirmar a ocorrência ou não da Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
crase. Eis alguns: objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina preposição.
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a crase
está confirmada. Casos passíveis de nota:
Os dados foram solicitados à diretora.
Os dados foram solicitados ao diretor. *a crase é facultativa diante de nomes próprios femini-
nos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expres- *também é facultativa diante de pronomes possessivos
são “voltar da”, há a confirmação da crase. femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa.
Faremos uma visita à Bahia.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) *facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja ficará
aberta até as (às) dezoito horas.
Não me esqueço da viagem a Roma.
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja- * Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
mais vividos. tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão por
Atenção: Nas situações em que o nome geográfico se comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
apresentar modificado por um adjunto adnominal, a crase
está confirmada. * Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, observamos
praias. a queima de fogos a distância.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento
locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo,
arremessado à distância de cem metros. o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede, no
caso de o termo regente exigir a preposição.
- De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade -, Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia.
faz-se necessário o emprego da crase. *não ocorre crase antes de nome feminino utilizado em
Ensino à distância. sentido genérico ou indeterminado:
Ensino a distância. Estamos sujeitos a críticas.
Refiro-me a conversas paralelas.
* Em locuções adverbiais formadas por palavras repeti-
das, não há ocorrência da crase. Fontes de pesquisa:
Ela ficou frente a frente com o agressor. http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-.
Eu o seguirei passo a passo. html
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Casos em que não se admite o emprego da crase: coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere-
* Antes de vocábulos masculinos. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
As produções escritas a lápis não serão corrigidas. Saraiva, 2010.
Esta caneta pertence a Pedro.
Questões
* Antes de verbos no infinitivo.
Ele estava a cantar. 1-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
Começou a chover. FE/2014) Assinale a alternativa que preenche corretamente
as lacunas da frase a seguir.
* Antes de numeral. Quando________ três meses disse-me que iria _________
O número de aprovados chegou a cem. Grécia para visitar ___ sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-
Faremos uma visita a dez países. -la _______ resgatar as milhas _________ quais tinha direito.
A-) a - há - à - à - às
Observação: B-) há - à - a - a – às
- Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio- C-) há - a - há - à - as
nando como uma locução adverbial feminina – ocorrerá D-) a - à - a - à - às
crase: Os passageiros partirão às dezenove horas. E-) a - a - à - há – as
- Diante de numerais ordinais femininos a crase está 1-) Quando HÁ (sentido de tempo) três meses disse-
confirmada, visto que estes não podem ser empregados
-me que iria À (“vou a, volto da, crase há!”) Grécia para
sem o artigo: As saudações foram direcionadas à primeira
visitar A (artigo) sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-la A
aluna da classe.
(ajudar “ela” a fazer algo) resgatar as milhas ÀS quais tinha
direito (tinha direito a quê? às milhas – regência nominal).
- Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quan-
Teremos: há, à, a, a, às.
do essa não se apresentar determinada: Chegamos todos
RESPOSTA: “B”.
exaustos a casa.
2-) (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO –
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto ad-
nominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos exaus- VUNESP/2014)
tos à casa de Marcela. A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de tra-
balho para proceder _____ medidas necessárias _____ exu-
- não há crase antes da palavra “terra”, quando essa mação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart,
indicar chão firme: Quando os navegantes regressaram a sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exumação de
terra, já era noite. Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente morreu
de causas naturais, ou seja, devido ____ uma parada cardía-
Contudo, se o termo estiver precedido por um deter- ca – que tem sido a versão considerada oficial até hoje –, ou
minante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. se sua morte se deve ______ envenenamento.
Paulo viajou rumo à sua terra natal. (http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,-
O astronauta voltou à Terra. governo-cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jan-
go,1094178,0.htm 07. 11.2013. Adaptado)
- não ocorre crase antes de pronomes que requerem o
uso do artigo. Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as la-
Os livros foram entregues a mim. cunas da frase devem ser completadas, correta e respecti-
Dei a ela a merecida recompensa. vamente, por
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LÍNGUA PORTUGUESA
Regras especiais: Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos abertos), hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas):
que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com
a nova regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas. Antes Agora
** Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos esti-
verem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) bocaiúva bocaiuva
ainda são acentuados: dói, escarcéu. feiúra feiura
Sauípe Sauipe
Antes Agora
assembléia assembleia O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abo-
lido:
idéia ideia
geléia geleia
Antes Agora
jibóia jiboia
crêem creem
apóia (verbo apoiar) apoia
lêem leem
paranóico paranoico
vôo voo
Acento Diferencial enjôo enjoo
Representam os acentos gráficos que, pelas regras de ** Dica: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos
acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para di- que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais
ferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras e/ acento como antes: CRER, DAR, LER e VER.
ou tempos verbais. Por exemplo:
Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito Repare:
de Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indicati- 1-) O menino crê em você. / Os meninos creem em você.
vo do mesmo verbo). 2-) Elza lê bem! / Todas leem bem!
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas: 3-) Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que os
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada, garotos deem o recado!
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
4-) Rubens vê tudo! / Eles veem tudo!
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.
68
LÍNGUA PORTUGUESA
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à 2-) (SEFAZ/RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL
tarde! – FUNDATEC/2014 - adaptada)
As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, Analise as afirmações que são feitas sobre acentuação
com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou gráfica.
“i” não serão mais acentuadas: I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
portuguesa.
Antes Depois
II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vários’
apazigúe (apaziguar) apazigue e ‘país’ não é a mesma.
averigúe (averiguar) averigue III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente.
IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em si-
argúi (arguir) argui tuação de uso, quanto à flexão de número.
Quais estão corretas?
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa A) Apenas I e III.
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo B) Apenas II e IV.
vir) C) Apenas I, II e IV.
D) Apenas II, III e IV.
A regra prevalece também para os verbos conter, obter, E) I, II, III e IV.
reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles
obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm. 2-)
I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
Fontes de pesquisa: seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao. portuguesa = teremos “transito” e “especifico” – serão ver-
htm bos (correta)
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vários’
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. e ‘país’ não é a mesma = vários é paroxítona terminada em
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- ditongo; país é a regra do hiato (correta)
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente = há um
Saraiva, 2010. hiato, por isso a acentuação (da - í) = incorreta.
IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em si-
Questões tuação de uso, quanto à flexão de número = “vêm” é utiliza-
do para a terceira pessoa do plural (correta)
1-) (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – AUDITOR FISCAL RESPOSTA: “C”.
TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – CETRO/2014 - adaptada) Assina-
le a alternativa que contém duas palavras acentuadas con- ORTOGRAFIA
forme a mesma regra.
(A) “Hambúrgueres” e “repórter”. A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta
(B) “Inacreditáveis” e “repórter”. grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem ter
(C) “Índice” e “dólares”. as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são gra-
(D) “Inacreditáveis” e “atribuídos”. fados segundo acordos ortográficos.
(E) “Atribuídos” e “índice”. A maneira mais simples, prática e objetiva de apren-
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras,
1-) familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é
(A) “Hambúrgueres” = proparoxítona / “repórter” = pa- necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e,
roxítona em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti-
(B) “Inacreditáveis” = paroxítona / “repórter” = paroxí- mologia (origem da palavra).
tona
(C) “Índice” = proparoxítona / “dólares” = proparoxítona Regras ortográficas
(D) “Inacreditáveis” = paroxítona / “atribuídos” = regra
do hiato O fonema s
(E) “Atribuídos” = regra do hiato / “índice” = proparo-
xítona S e não C/Ç
RESPOSTA: “B”.
palavras substantivadas derivadas de verbos com radi-
cais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pretensão /
expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inver-
são / aspergir - aspersão / submergir - submersão / divertir
- diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório /
repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
sentir - sensível / consentir – consensual.
69
LÍNGUA PORTUGUESA
S e não Z O fonema ch
70
LÍNGUA PORTUGUESA
* Atenção para as palavras que mudam de sentido 2. Em palavras compostas por espécies botânicas e
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (super- zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora-
fície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) -menina, erva-doce, feijão-verde.
/ emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estân-
cia, que anda a pé), pião (brinquedo). 3. Nos compostos com elementos além, aquém, re-
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém-
* Dica: -casado.
- Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à ortografia
de uma palavra, há a possibilidade de consultar o Vocabu- 4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
lário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), elaborado mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo
pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de referência
uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de-
até mesmo para a criação de dicionários, pois traz a grafia
-meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará.
atualizada das palavras (sem o significado). Na Internet, o
endereço é www.academia.org.br.
5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio-
Informações importantes -Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações
- Formas variantes são formas duplas ou múltiplas, equi- históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, etc.
valentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/relampar/
relampadar. 6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su-
- Os símbolos das unidades de medida são escritos sem per- quando associados com outro termo que é iniciado
ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plural, sem por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc.
espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km, 120km/h.
Exceção para litro (L): 2 L, 150 L. 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor,
- Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito.
haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min,
14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
quatro segundos). pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.
- O símbolo do real antecede o número sem espaço:
R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra-
vertical ($).
ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
Fontes de pesquisa:
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/orto- 10. Nas formações em que o prefixo tem como se-
grafia gundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático,
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- geo--história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar,
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. super-homem.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo
Saraiva, 2010. termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro-
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação -ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
** O hífen é suprimido quando para formar outros ter-
Hífen mos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
1. Em palavras compostas por justaposição que formam 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
para formarem um novo significado: tio-avô, porto-ale- “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antir-
grense, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda- -fei- religioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia,
ra, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, microrradiografia, etc.
azul-escuro.
71
LÍNGUA PORTUGUESA
72
MATEMÁTICA
Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x∈R|x≤b}
Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}
Fonte: www.estudokids.com.br
Semirreta direita, fechada de origem a – números reais
Representação na reta maiores ou iguais a a.
Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x≥a}
Casos
Intervalo:]a,b[ 1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Conjunto:{x∈R|a<x<b}
1
MATEMÁTICA
3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, 4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores eleva-
resulta em um número positivo. dos a um expoente, podemos elevar cada um a esse mes-
mo expoente.
(4.3)²=4².3²
Radiciação
Radiciação é a operação inversa a potenciação
5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos pas-
sar o sinal para positivo e inverter o número que está na
base.
6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o Técnica de Cálculo
valor do expoente, o resultado será igual a zero. A determinação da raiz quadrada de um número torna-
-se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado em
números primos. Veja:
Propriedades
Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27
Observe: 1 1
1
tiplica-se os expoentes.
Exemplos: De modo geral, se
(52)3 = 52.3 = 56
a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,
então:
n
a.b = n a .n b
2
MATEMÁTICA
O radical de índice inteiro e positivo de um produto Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.
indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
dos fatores do radicando.
a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * ,
se
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.
então:
Racionalização de Denominadores
a na
n = Normalmente não se apresentam números irracionais
b nb com radicais no denominador. Ao processo que leva à eli-
minação dos radicais do denominador chama-se racionali-
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente zação do denominador.
indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi- 1º Caso:Denominador composto por uma só parcela
ce dos termos do radicando.
Operações
Operações
Exemplo
Divisão
Exemplo
Adição e subtração
3
MATEMÁTICA
O número de candidatos homens de nível médio é Seguindo esse padrão e colocando os números ade-
quados no lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª
(A) 42. expressão será
(B) 45.
(C) 48. (A) 1 111 111.
(D) 50. (B) 11 111.
(E) 52. (C) 1 111.
(D) 111 111.
02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária (E) 11 111 111.
- MSCONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda,
Isabella e José foram a uma prova de hipismo, na qual ga- 06. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Durante um
nharia o competidor que obtivesse o menor tempo final. treinamento, o chefe da brigada de incêndio de um prédio
A cada 1 falta seriam incrementados 6 segundos em seu comercial informou que, nos cinquenta anos de existência
tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria Eduarda fez do prédio, nunca houve um incêndio, mas existiram muitas
1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni fez situações de risco, felizmente controladas a tempo. Segun-
1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a do ele, 1/13 dessas situações deveu-se a ações criminosas,
colocação, é correto afirmar que o vencedor foi: enquanto as demais situações haviam sido geradas por di-
(A) José ferentes tipos de displicência. Dentre as situações de risco
(B) Isabella geradas por displicência,
(C) Maria Eduarda
(D) Raoni − 1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas inade-
quadamente;
03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - − 1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas;
MSCONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é: − 1/3 deveu-se a vazamentos de gás e
(A) 0,2222... − as demais foram geradas por descuidos ao cozinhar.
(B) 0,6666...
(C) 0,1616...
(D) 0,8888...
De acordo com esses dados, ao longo da existência
04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- desse prédio comercial, a fração do total de situações de
NESP/2017) Se, numa divisão, o divisor e o quociente são risco de incêndio geradas por descuidos ao cozinhar cor-
iguais, e o resto é 10, sendo esse resto o maior possível, responde à
então o dividendo é (A) 3/20.
(A) 131. (B) 1/4.
(B) 121. (C) 13/60.
(C) 120. (D) 1/5.
(D) 110. (E) 1/60.
(E) 101.
4
MATEMÁTICA
03. Resposta: B.
Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração
(A) 1. X=0,4444....
(B) 2. 10x=4,444...
(C) 4. 9x=4
(D) 8.
(E) 16.
RESPOSTAS
08. Resposta: D.
01.Resposta: B.
150-82=68 mulheres
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37
são de nível médio.
Portanto, há 37 homens de nível superior.
82-37=45 homens de nível médio.
5
MATEMÁTICA
Exemplo:
Dos homens que saíram:
Saíram no total
6
MATEMÁTICA
7
MATEMÁTICA
05. (TJM/SP - Escrevente Técnico Judiciário – VU- 09. (PREF. DE JAMBEIRO – Agente Administrativo –
NESP/2017) Em um pequeno mercado, o dono resolveu JOTA CONSULTORIA/2016) O MMC(120, 125, 130) é:
fazer uma promoção. Para tanto, cada uma das 3 caixas re- (A) 39000
gistradoras foi programada para acender uma luz, em inter- (B) 38000
valos de tempo regulares: na caixa 1, a luz acendia a cada (C) 37000
15 minutos; na caixa 2, a cada 30 minutos; e na caixa 3, a luz (D) 36000
acendia a cada 45 minutos. Toda vez que a luz de uma caixa (E) 35000
acendia, o cliente que estava nela era premiado com um des-
conto de 3% sobre o valor da compra e, quando as 3 luzes 10. (MPE/SP – Analista Técnico Científico – VU-
acendiam, ao mesmo tempo, esse desconto era de 5%. Se, NESP/2016) Pretende-se dividir um grupo de 216 pessoas,
exatamente às 9 horas de um determinado dia, as luzes das 3 sendo 126 com formação na área de exatas e 90 com for-
caixas acenderam ao mesmo tempo, então é verdade que o mação na área de humanas, em grupos menores contendo,
número máximo de premiações de 5% de desconto que esse obrigatoriamente, elementos de cada uma dessas áreas, de
mercado poderia ter dado aos seus clientes, das 9 horas às 21 modo que: (1) o número de grupos seja o maior possível;
horas e 30 minutos daquele dia, seria igual a (2) cada grupo tenha o mesmo número x de pessoas com
(A) 8. formação na área de exatas e o mesmo número y de pes-
(B) 10. soas com formação na área de humanas; e (3) cada uma
(C) 21. das 216 pessoas participe de um único grupo. Nessas con-
(D) 27. dições, e sabendo-se que no grupo não há pessoa com
(E) 33. ambas as formações, é correto afirmar que, em cada novo
grupo, a diferença entre os números de pessoas com for-
06. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – Agente Administrati- mação em exatas e em humanas, nessa ordem, será igual a
vo – MSCONCURSOS/2017) Sabendo que a sigla M.M.C. na (A) 1
matemática significa Mínimo Múltiplo Comum e que M.D.C. (B) 2
significa Máximo Divisor Comum, pergunta-se: qual o valor (C) 3
do M.M.C. de 6 e 8 dividido pelo M.D.C. de 30, 36 e 72? (D) 4
(A) 8 (E) 5
(B) 6
(C) 4
(D) 2 RESPOSTAS
8
MATEMÁTICA
Mmc(6,8)=24
03. Resposta: D.
Mmc(3, 4, 5)=60
60/24=2 dias e 12horas
Como foi no domingo às 8h d amanhã, a próxima ali-
mentação será na terça às 20h.
07. Resposta: E.
MDC(120,160)=8x5=40
04. Resposta: B.
08. Resposta:B.
Mdc=5⋅7=35
140/35=4
245/35=7
Portanto, serão 11 pedaços.
05. Resposta: D.
MDC(84,96)=2²x3=12
09. Resposta: A.
06. Resposta: C.
Mmc(120, 125, 130)=2³.3.5³.13=39000
10. Resposta: B.
O cálculo utilizado aqui será o MDC (Máximo Divisor
Comum)
9
MATEMÁTICA
Mdc(90, 125)=2.3²=18
Então teremos
126/18 = 7 grupos de exatas
90/18 = 5 grupos de humanas
A diferença é de 7-5=2
RAZÃO E PROPORÇÃO
Razão
Chama-se de razão entre dois números racionais a e b, com b 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a para b
por a/b ou a : b.
Exemplo:
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25 moças. Encontre a razão entre o número de rapazes e o número
de moças. (lembrando que razão é divisão)
Proporção
Proporção é a igualdade entre duas razões. A proporção entre A/B e C/D é a igualdade:
Os números A e D são denominados extremos enquanto os números B e C são os meios e vale a propriedade: o produto
dos meios é igual ao produto dos extremos, isto é:
AxD=BxC
Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3 esteja em proporção com 4/6.
10
MATEMÁTICA
39 3
52 4
ou
Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?
Diretamente proporcionais
Se eu dobro a distância, dobra o combustível
Exemplo
velocidadextempo a tabela abaixo:
Terceira propriedade das proporções
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença
Velocidade (m/s) Tempo (s)
dos antecedentes está para a soma ou a diferença dos con-
sequentes, assim como cada antecedente está para o seu 5 200
respectivo consequente. Temos então: 8 125
10 100
16 62,5
20 50
ou
Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo??
Inversamente proporcional
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela me-
tade.
Ou
Diretamente Proporcionais
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn di-
retamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um
sistema com n equações e n incógnitas, sendo as somas
ou
X1+X2+...+Xn=M e p1+p2+...+pn=P.
11
MATEMÁTICA
12
MATEMÁTICA
06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- 09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU-
NESP/2017) Sabe-se que 16 caixas K, todas iguais, ou 40 NESP/2017) O transporte de 1980 caixas iguais foi total-
caixas Q, todas também iguais, preenchem totalmente cer- mente repartido entre dois veículos, A e B, na razão direta
to compartimento, inicialmente vazio. Também é possível das suas respectivas capacidades de carga, em toneladas.
preencher totalmente esse mesmo compartimento com- Sabe-se que A tem capacidade para transportar 2,2 t, en-
pletamente vazio utilizando 4 caixas K mais certa quantida- quanto B tem capacidade para transportar somente 1,8 t.
de de caixas Q. Nessas condições, é correto afirmar que o Nessas condições, é correto afirmar que a diferença entre
número de caixas Q utilizadas será igual a o número de caixas carregadas em A e o número de caixas
(A) 10. carregadas em B foi igual a
(B) 28. (A) 304.
(C) 18. (B) 286.
(D) 22. (C) 224.
(E) 30. (D) 216.
(E) 198.
07. (IPRESB/SP – Agente Previdenciário – VU-
NESP/2017) A tabela, onde alguns valores estão substituí- 10. (EMDEC – Assistente Administrativo – IBFC/2016)
dos por letras, mostra os valores, em milhares de reais, que Paulo vai dividir R$ 4.500,00 em partes diretamente pro-
eram devidos por uma empresa a cada um dos três forne- porcionais às idades de seus três filhos com idades de 4, 6
cedores relacionados, e os respectivos valores que foram e 8 anos respectivamente. Desse modo, o total distribuído
pagos a cada um deles. aos dois filhos com maior idade é igual a:
(A) R$2.500,00
Fornecedor A B C (B) R$3.500,00
(C) R$ 1.000,00
Valor pago 22,5 X 37,5 (D) R$3.200,00
Valor devido Y 40 z
04. Resposta: C.
Se Paula acertou 32, errou 16.
13
MATEMÁTICA
PORCENTAGEM
Q=30 caixas
07. Resposta: E.
Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100,
seu símbolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que
a encontramos nos meios de comunicação, nas estatísticas,
em máquinas de calcular, etc.
Y=90/3=30
Os acréscimos e os descontos é importante saber por-
que ajuda muito na resolução do exercício.
X=120/4=30 Acréscimo
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um deter-
minado valor, podemos calcular o novo valor apenas multi-
plicando esse valor por 1,10, que é o fator de multiplicação.
Se o acréscimo for de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim
Z=150/3=50 por diante. Veja a tabela abaixo:
14
MATEMÁTICA
15
MATEMÁTICA
Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Clarice recebessem, respectivamente,
(A) o bracelete, os brincos e o colar.
(B) os brincos, o colar e o bracelete.
(C) o colar, o bracelete e os brincos.
(D) o bracelete, o colar e os brincos.
(E) o colar, os brincos e o bracelete.
04. (UTFPR – Técnico de Tecnologia da Informação – UTFPR/2017) Um retângulo de medidas desconhecidas foi
alterado. Seu comprimento foi reduzido e passou a ser 2/ 3 do comprimento original e sua largura foi reduzida e passou a
ser 3/ 4 da largura original.
Pode-se afirmar que, em relação à área do retângulo original, a área do novo retângulo:
(A) foi aumentada em 50%.
(B) foi reduzida em 50%.
(C) aumentou em 25%.
(D) diminuiu 25%.
(E) foi reduzida a 15%.
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPEGO/2017) Paulo, dono de uma livraria, adquiriu em uma editora um lote
de apostilas para concursos, cujo valor unitário original é de R$ 60,00. Por ter cadastro no referido estabelecimento, ele
recebeu 30% de desconto na compra. Para revender os materiais, Paulo decidiu acrescentar 30% sobre o valor que pagou
por cada apostila. Nestas condições, qual será o lucro obtido por unidade?
(A) R$ 4,20.
(B) R$ 5,46.
(C) R$ 10,70.
(D) R$ 12,60.
(E) R$ 18,00.
06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPEGO/2017) Joana foi fazer compras. Encontrou um vestido de R$ 150,00
reais. Descobriu que se pagasse à vista teria um desconto de 35%. Depois de muito pensar, Joana pagou à vista o tal ves-
tido. Quanto ela pagou?
(A) R$ 120,00 reais
(B) R$ 112,50 reais
(C) R$ 127,50 reais
(D) R$ 97,50 reais
(E) R$ 90 reais
07. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP/2017) A empresa Alfa Sigma elaborou uma previsão de recei-
tas trimestrais para 2018. A receita prevista para o primeiro trimestre é de 180 milhões de reais, valor que é 10% inferior
ao da receita prevista para o trimestre seguinte. A receita prevista para o primeiro semestre é 5% inferior à prevista para o
segundo semestre. Nessas condições, é correto afirmar que a receita média trimestral prevista para 2018 é, em milhões de
reais, igual a
(A) 200.
(B) 203.
(C) 195.
(D) 190.
(E) 198.
16
MATEMÁTICA
Aproveite a Promoção!
Forno Micro-ondas
De R$ 720,00 Portanto foi reduzida em 50%
Por apenas R$ 504,00
05. Resposta: D.
Nessa oferta, o desconto é de: Como ele obteve um desconto de 30%, pagou 70% do
(A) 70%. valor:
(B) 50%. 60⋅0,7=42
(C) 30%. Ele revendeu por:
(D) 10%. 42⋅1,3=54,60
Teve um lucro de: 54,60-42=12,60
09 (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) Consi-
dere que uma caixa de bombom custava, em novembro, R$ 06. Resposta: D.
8,60 e passou a custar, em dezembro, R$ 10,75. O aumento Como teve um desconto de 35%. Pagou 65%do vestido
no preço dessa caixa de bombom foi de: 150⋅0,65=97,50
(A) 30%.
(B) 25%. 07. Resposta: C.
(C) 20%. Como a previsão para o primeiro trimestre é de 180
(D) 15% milhões e é 10% inferior, no segundo trimestre temos uma
previsão de
10. (ANP – Técnico em Regulação de Petróleo e De- 180-----90%
rivados – CESGRANRIO/2016) Um grande tanque estava x---------100
vazio e foi cheio de óleo após receber todo o conteúdo de x=200
12 tanques menores, idênticos e cheios.
Se a capacidade de cada tanque menor fosse 50% 200+180=380 milhões para o primeiro semestre
maior do que a sua capacidade original, o grande tanque 380----95
seria cheio, sem excessos, após receber todo o conteúdo x----100
de x=400 milhões
(A) 4 tanques menores
(B) 6 tanques menores Somando os dois semestres: 380+400=780 milhões
(C) 7 tanques menores 780/4trimestres=195 milhões
(D) 8 tanques menores
(E) 10 tanques menores 08. Resposta: C.
RESPOSTAS
01. Resposta:B. Ou seja, ele pagou 70% do produto, o desconto foi de 30%.
Como teve um desconto de 40%, pagou 60% do pro- OBS: muito cuidado nesse tipo de questão, para não
duto. errar conforme a pergunta feita.
17
MATEMÁTICA
Horas --------caminhões-----------volume
8↑----------------20↓----------------------160↑
Regra de três simples 5↑------------------x↓----------------------125↑
Regra de três simples é um processo prático para re- A seguir, devemos comparar cada grandeza com aque-
solver problemas que envolvam quatro valores dos quais la onde está o x.
conhecemos três deles. Devemos, portanto, determinar um Observe que:
valor a partir dos três já conhecidos. Aumentando o número de horas de trabalho, pode-
mos diminuir o número de caminhões. Portanto a relação
Passos utilizados numa regra de três simples: é inversamente proporcional (seta para cima na 1ª coluna).
1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o
mesma espécie em colunas e mantendo na mesma linha número de caminhões. Portanto a relação é diretamente
as grandezas de espécies diferentes em correspondência. proporcional (seta para baixo na 3ª coluna). Devemos igua-
2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou in- lar a razão que contém o termo x com o produto das outras
versamente proporcionais. razões de acordo com o sentido das setas.
3º) Montar a proporção e resolver a equação. Montando a proporção e resolvendo a equação temos:
Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de
400Km/h, faz um determinado percurso em 3 horas. Em Horas --------caminhões-----------volume
quanto tempo faria esse mesmo percurso, se a velocidade 8↑----------------20↓----------------------160↓
utilizada fosse de 480km/h? 5↑------------------x↓----------------------125↓
Solução: montando a tabela: Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna fican-
do:
1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)
400-----------------3
480---------------- x Horas --------caminhões-----------volume
5----------------20----------------------160
2) Identificação do tipo de relação: 8------------------x----------------------125
Velocidade----------tempo
400↓-----------------3↑
480↓---------------- x↑
18
MATEMÁTICA
02. (SEPOG – Analista em Tecnologia da Informação 06. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV-
e Comunicação – FGV/2017) Uma máquina copiadora A GO/2017) Quarenta e oito funcionários de uma certa em-
faz 20% mais cópias do que uma outra máquina B, no mes- presa, trabalhando 12 horas por dia, produzem 480 bolsas
mo tempo. por semana. Quantos funcionários a mais, trabalhando 15
A máquina B faz 100 cópias em uma hora. horas por dia, podem assegurar uma produção de 1200
A máquina A faz 100 cópias em bolsas por semana?
(A) 44 minutos. (A) 48
(B) 46 minutos. (B) 96
(C) 48 minutos. (C) 102
(D) 50 minutos. (D) 144
(E) 52 minutos.
07. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária GO/2017) Durante 90 dias, 12 operários constroem uma
- MSCONCURSOS/2017) Para a construção de uma ro- loja. Qual o número mínimo de operários necessários para
dovia, 12 operários trabalham 8 horas por dia durante 14 fazer outra loja igual em 60 dias?
dias e completam exatamente a metade da obra. Porém, a (A) 8 operários.
rodovia precisa ser terminada daqui a exatamente 8 dias, (B) 18 operários.
e então a empresa contrata mais 6 operários de mesma (C) 14 operários.
capacidade dos primeiros. Juntos, eles deverão trabalhar (D) 22 operários.
quantas horas por dia para terminar o trabalho no tempo (E) 25 operários
correto?
(A) 6h 8 min 08. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) A va-
(B) 6h 50min zão de uma torneira é de 50 litros a cada 3 minutos. O tem-
(C) 9h 20 min po necessário para essa torneira encher completamente
(D) 9h 33min um reservatório retangular, cujas medidas internas são 1,5
metros de comprimento, 1,2 metros de largura e 70 centí-
04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU- metros de profundidade é de:
NESP/2017 ) Um restaurante “por quilo” apresenta seus (A) 1h 16min 00s
preços de acordo com a tabela: (B) 1h 15min 36s
(C) 1h 45min 16s
(D) 1h 50min 05s
(E) 1h55min 42s
19
MATEMÁTICA
07. Resposta: B.
900x=7200 Operários dias
X=8 12-----------90
x--------------60
02. Resposta: D. Quanto mais operários, menos dias (inversamente pro-
Como a máquina A faz 20% a mais: porcional)
Em 1 hora a máquina A faz 120 cópias.
120------60 minutos
10-------x
X=50 minutos
60x=1080
03. Resposta: C. X=18
↑Operário ↓horas dias↑
12--------------8------------14 08. Resposta: B.
18----------------x------------8 V=1,5⋅1,2⋅0,7=1,26m³=1260litros
Quanto mais horas, menos operários 50litros-----3 min
Quanto mais horas, menos dias 1260--------x
X=3780/50=75,6min
0,6min=36s
75min=60+15=1h15min
04. Resposta:C.
12,50------250
21----------x 30x=33600
X=5250/12,5=420 gramas X=1120
05. Resposta: E.
Sacos kg
240----40
x----30
30x=9600
X=320
20
MATEMÁTICA
Frequência Absoluta
É o número de vezes que a variável estatística assume
Assim, fica fácil, se H0 for falsa, Ha é verdadeira um valor.
Há uma regrinha para formular essas hipóteses
Frequência Relativa
É o quociente entre a frequência absoluta e o número
de elementos da amostra.
Na tabela a seguir, temos exemplo dos dois tipos:
21
MATEMÁTICA
Dados Frequência
41 3 A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.
42 2
Média Ponderada
43 1 A média dos elementos do conjunto numérico A relati-
44 1 va à adição e na qual cada elemento tem um “determinado
45 1 peso” é chamada média aritmética ponderada.
46 2
50 2
51 1 Mediana (Md)
52 1 Sejam os valores escritos em rol:
54 1
57 1
58 2 1. Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal
que o número de termos da sequência que precedem
60 2 é igual ao número de termos que o sucedem, isto é, é
Total 20 termo médio da sequência ( ) em rol.
2. Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido
Distribuição de frequência com intervalos de classe: pela média aritmética entre os termos e , tais que o
Quando o tamanho da amostra é elevado é mais racional número de termos que precedem é igual ao número de
efetuar o agrupamento dos valores em vários intervalos de termos que sucedem , isto é, a mediana é a média arit-
classe. mética entre os termos centrais da sequência ( ) em rol.
Exemplo 1:
Classes Frequências
Determinar a mediana do conjunto de dados:
41 |------- 45 7 {12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}
45 |------- 49 3
Solução:
49 |------- 53 4 Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se:
53 |------- 57 1 (3, 7, 10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse
rol. Logo: Md=12
57 |------- 61 5
Resposta: Md=12.
Total 20
Exemplo 2:
Média aritmética Determinar a mediana do conjunto de dados:
Média aritmética de um conjunto de números é o valor {10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
que se obtém dividindo a soma dos elementos pelo núme-
ro de elementos do conjunto.
22
MATEMÁTICA
Exemplo 2:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.
E para amostra
Isto é:
Exemplo 1:
Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresen-
tou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo:
23
MATEMÁTICA
24
MATEMÁTICA
A penúltima linha da tabela acima, por exemplo, indica Utilize essa tabela para responder à questão.
que 5 alunos tiveram, cada um, um total de 4 acertos na O laboratório que apresenta o maior erro padrão é o
prova. A mediana dos números de acertos é igual a de número
(A) 1.
(A) 1,5 (B) 2.
(B) 2 (C) 3.
(C) 2,5 (D) 4.
(D) 3
(E) 3,5 08. (ANAC – Analista Administrativo- ESAF/2016)
Os valores a seguir representam uma amostra
06. (UFAL – Auxiliar de Biblioteca – COPEVE/2016)
A tabela apresenta o número de empréstimos de livros de 331546248
uma biblioteca setorial de um Instituto Federal, no primeiro
semestre de 2016. Então, a variância dessa amostra é igual a
(A) 4,0
Mës Empréstimos (B) 2,5.
(C) 4,5.
Janeiro 15 (D) 5,5
Fevereiro 25 (E) 3,0
Março 22 09. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU-
Abril 30 NESP/2016) A média de salários dos 13 funcionários de
Maio 28 uma empresa é de R$ 1.998,00. Dois novos funcionários
foram contratados, um com o salário 10% maior que o do
Junho 15 outro, e a média salarial dos 15 funcionários passou a ser
R$ 2.013,00. O menor salário, dentre esses dois novos fun-
Dadas as afirmativas, cionários, é igual a
I. A biblioteca emprestou, em média, 22,5 livros por (A)) R$ 2.002,00.
mês. (B) R$ 2.006,00.
II. A mediana da série de valores é igual a 26. (C) R$ 2.010,00.
III. A moda da série de valores é igual a 15. (D) R$ 2.004,00.
(E) R$ 2.008,00.
Verifica-se que está(ão) correta(s)
(A) II, apenas. 10. (PREF. DE NITERÓI – Agente Fazendário –
(B) III, apenas. FGV/2015) Os 12 funcionários de uma repartição da pre-
(C) I e II, apenas. feitura foram submetidos a um teste de avaliação de co-
(D) I e III, apenas. nhecimentos de computação e a pontuação deles, em uma
(E) I, II e III. escala de 0 a 100, está no quadro abaixo.
25
MATEMÁTICA
01. Resposta: E.
S=cursam superior
M=não tem curso superior
Mediana
Vamos colocar os números em ordem crescente
S+M=600000
15,15,22,25,28,30
03. Resposta: D.
M=300
09. Resposta: C.
V=250 Vamos chamar de x a soma dos salários dos 13 funcio-
nários
x/13=1998
X=13.1998
X=25974
04. Resposta: B. Vamos chamar de y o funcionário contratado com me-
nor valor e, portanto, 1,1y o com 10% de salário maior, pois
ele ganha y+10% de y
Y+0,1y=1,1y
(x+y+1,1y)/15=2013
25974+2,1y=15∙2013
2,1y=30195-25974
2,1y=4221
Y=2010
10. Resposta: A.
3,36-3,15=0,21
05.Resposta: B.
Como 24 é um número par, devemos fazer a segunda M=66,67
regra: Apenas 3 funcionários estão acima da média.
26
MATEMÁTICA
27
MATEMÁTICA
bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta 04. (CEGAS – Assistente Técnico – IESES/2017) O
de Poupança e aplicações em fundos de renda fixa, etc. Ra- valor dos juros simples em uma aplicação financeira de $
ramente encontramos uso para o regime de juros simples: 3.000,00 feita por dois trimestres a taxa de 2% ao mês é
é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do processo igual a:
de desconto simples de duplicatas. (A) $ 360,00
O cálculo do montante é dado por: (B) $ 240,00
(C) $ 120,00
(D) $ 480,00
Exemplo
Calcule o juro composto que será obtido na aplicação 05. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá-
de R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses rios- VUNESP/2017) Um capital foi aplicado a juros sim-
C=25000 ples, com taxa de 9% ao ano, durante 4 meses. Após esse
i=25%aa=0,25 período, o montante (capital + juros) resgatado foi de R$
i=72 meses=6 anos 2.018,80. O capital aplicado era de
(A) R$ 2.010,20.
(B) R$ 2.000,00.
(C) R$ 1.980,00.
(D) R$ 1.970,40.
(E) R$ 1.960,00.
M=C+J
J=95367,50-25000=70367,50 06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
GO/2017) Em um investimento no qual foi aplicado o valor
de R$ 5.000,00, em um ano foi resgatado o valor total de R$
QUESTÕES 9.200,00. Considerando estes apontamentos e que o rendi-
mento se deu a juros simples, é verdadeiro afirmar que a
01. (TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017) Uma
taxa mensal foi de:
geladeira está sendo vendida nas seguintes condições:
(A) 1,5%
− Preço à vista = R$ 1.900,00;
(B) 2 %
− Condições a prazo = entrada de R$ 500,00 e pagamento
(C) 5,5%
de uma parcela de R$ 1.484,00 após 60 dias da data da compra.
(D) 6%
A taxa de juros simples mensal cobrada na venda a
prazo é de (E) 7%
(A) 1,06% a.m.
(B) 2,96% a.m. 07. (UFES – Assistente em Administração –
(C) 0,53% a.m. UFES/2017) No regime de juros simples, os juros em cada
(D) 3,00% a.m. período de tempo são calculados sobre o capital inicial. Um
(E) 6,00% a.m. capital inicial C0 foi aplicado a juros simples de 3% ao mês.
Se Cn é o montante quando decorridos n meses, o menor
02. (FUNAPEP - Analista em Gestão Previdenciária- valor inteiro para n, tal que Cn seja maior que o dobro de
-FCC/2017) João emprestou a quantia de R$ 23.500,00 a C0, é
seu filho Roberto. Trataram que Roberto pagaria juros sim- (A) 30
ples de 4% ao ano. Roberto pagou esse empréstimo para (B) 32
seu pai após 3 anos. O valor total dos juros pagos por Ro- (C) 34
berto foi (D) 36
(A) 3.410,00. (E) 38
(B) R$ 2.820,00.
(C) R$ 2.640,00. 08. (PREF. DE NITERÓI/RJ – Agente Fazendário –
(D) R$ 3.120,00. FGV/2016) Para pagamento de boleto com atraso em pe-
(E) R$ 1.880,00. ríodo inferior a um mês, certa instituição financeira cobra,
sobre o valor do boleto, multa de 2% mais 0,4% de juros de
03. (IFBAIANO – Técnico em Contabilidade – mora por dia de atraso no regime de juros simples. Um bo-
FCM/2017) O montante acumulado ao final de 6 meses leto com valor de R$ 500,00 foi pago com 18 dias de atraso.
e os juros recebidos a partir de um capital de 10 mil reais, O valor total do pagamento foi:
com uma taxa de juros de 1% ao mês, pelo regime de capi- (A) R$ 542,00;
talização simples, é de (B) R$ 546,00;
(A) R$ 9.400,00 e R$ 600,00. (C) R$ 548,00;
(B) R$ 9.420,00 e R$ 615,20. (D) R$ 552,00;
(C) R$ 10.000,00 e R$ 600,00. (E) R$ 554,00.
(D) R$ 10.600,00 e R$ 600,00.
(E) R$ 10.615,20 e R$ 615,20.
28
MATEMÁTICA
10. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO 15. (POLICIA CIENTIFICA – Perito Criminal –
AOCP/2016) A fatura de um certo cartão de crédito cobra IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma empresa
juros de 12% ao mês por atraso no pagamento. Se uma recebeu um empréstimo bancário de R$ 120.000,00 por 1
fatura de R$750,00 foi paga com um mês de atraso, o valor ano, pagando o montante de R$ 180.000,00. A taxa anual
pago foi de de juros desse empréstimo foi de:
(A) R$ 970,00. (A) 0,5% ao ano
(B) R$ 777,00. (B) 5 % ao ano
(C) R$ 762,00. (C) 5,55 % ao ano
(D) R$ 800,00. (D) 150% ao ano
(E) R$ 840,00. (E) 50% ao ano
29
MATEMÁTICA
12. Resposta: A.
90 dias=3 meses
M=C(1+i)t
M=150000(1+0,03)3
M=150000⋅1,092727=163909,05
Desprezando os centavos: 163909
13. Resposta: C.
M=C(1+i)t
M=20000(1+0,1)4
M=20000⋅1,4641=29282
A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a
equação também.
No exemplo temos:
3x+300
Outro lado: x+1000+500
E o equilíbrio?
3x+300=x+1500
30
MATEMÁTICA
Lembrando que:
Pi=Pa+3
Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6
31
MATEMÁTICA
Resposta: B.
Produto das Raízes
Inequação
Uma inequação é uma sentença matemática expressa
por uma ou mais incógnitas, que ao contrário da equação
que utiliza um sinal de igualdade, apresenta sinais de desi-
Composição de uma equação do 2ºgrau, conheci- gualdade. Veja os sinais de desigualdade:
das as raízes
>: maior
Podemos escrever a equação da seguinte maneira: <: menor
≥: maior ou igual
x²-Sx+P=0 ≤: menor ou igual
32
MATEMÁTICA
Inequação-Quociente
Na inequação-quociente, tem-se uma desigualdade
de funções fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual
uma está dividindo a outra. Diante disso, deveremos nos
atentar ao domínio da função que se encontra no denomi- A “bolinha” é fechada, pois o sinal da inequação é igual.
nador, pois não existe divisão por zero. Com isso, a função
que estiver no denominador da inequação deverá ser dife- S2 = { x R | x ≤ - 1}
rente de zero. Calculando agora o CONJUTO SOLUÇÃO da inequação
O método de resolução se assemelha muito à resolu-
ção de uma inequação-produto, de modo que devemos temos:
analisar o sinal das funções e realizar a intersecção do sinal S = S1 ∩ S2
dessas funções.
Exemplo
Resolva a inequação a seguir:
x-2≠0
Portanto:
S = { x R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1]
Inequação 2º grau
x≠2 Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que
pode ser escrita numa das seguintes formas:
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
Sistema de Inequação do 1º Grau ax²+bx+c<0
Um sistema de inequação do 1º grau é formado por ax²+bx+c<0
duas ou mais inequações, cada uma delas tem apenas uma ax²+bx+c≤0
variável sendo que essa deve ser a mesma em todas as ou- ax²+bx+c≠0
tras inequações envolvidas.
Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º Exemplo
grau: Vamos resolver a inequação 3x² + 10x + 7 < 0.
Resolvendo Inequações
Resolver uma inequação significa determinar os valores
reais de x que satisfazem a inequação dada.
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de x
que tornem a expressão 3x² + 10x +7 negativa.
4x + 4 ≤ 0
4x ≤ - 4
x≤-4:4
x≤-1
S1 = {x R | x ≤ - 1}
33
MATEMÁTICA
34
MATEMÁTICA
07. Resposta: B.
RESPOSTAS Salário liquido: x
01. Resposta: B.
2x²+3=7x
2x²-7x+3=0
∆=49-24=25
10x+6x+40500=25x
9x=40500
X=4500
Como tem que ser natural, apenas o número 3 convém. Salario fração
y---------------1
02. Resposta: C. 4500---------4/5
Mmc(3,4)=12
4x+3x=336
7x=336
X=48 08. Resposta: D.
A distância entre A e B é 48km
Como já percorreu 28km Idade atual: x
48-28=20 km entre P e Q. X+24=3x
2x=24
03. Resposta:B. X=12
Sendo x o valor do material P Ele tem agora 12 anos, daqui a 5 anos: 17.
10x=7x+600
3x=600 09. Resposta: C.
X=200 ∆=(-28)²-4.8.12
∆=784-384
04. Resposta: E. ∆=400
2x²+12x+10=0
∆=12²-4⋅2⋅10
∆=144-80=64
35
MATEMÁTICA
Barra vertical
Fonte: tecnologia.umcomo.com.br
36
MATEMÁTICA
aparelho quantidade
televisão 3
celular 4
Geladeira 1
QUESTÕES
(A) 15%.
(B) 25%.
Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar mais (C) 50%.
fácil a compreensão de todos sobre um tema. (D) 75%.
(E) 90%.
37
MATEMÁTICA
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- 05. (TCE/PR – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016)
NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros vendi-
dos por uma concessionária nos cinco dias subsequentes à
veiculação de um anúncio promocional.
38
MATEMÁTICA
06. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA- 07. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015) A
TEC/2015) Assinale a alternativa que representa a no- distribuição de salários de uma empresa com 30 funcioná-
menclatura dos três gráficos abaixo, respectivamente. rios é dada na tabela seguinte.
xi fi
30-35 4
35-40 12
40-45 10
45-50 8
50-55 6
TOTAL 40
Assinale a alternativa em que o histograma é o que
melhor representa a distribuição de frequência da tabela.
(A)
(A) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de
Linha.
(B) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Tendência.
(C) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de (B)
Linha.
(D) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Barras.
(E) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico
de Linha.
(C)
39
MATEMÁTICA
(D)
(E)
A tabela mostrada apresenta a quantidade de detentos no sistema penitenciário brasileiro por região em 2013. Nesse
ano, o déficit relativo de vagas — que se define pela razão entre o déficit de vagas no sistema penitenciário e a quantidade
de detentos no sistema penitenciário — registrado em todo o Brasil foi superior a 38,7%, e, na média nacional, havia 277,5
detentos por 100 mil habitantes.
Com base nessas informações e na tabela apresentada, julgue o item a seguir.
Em 2013, mais de 55% da população carcerária no Brasil se encontrava na região Sudeste.
( )certo ( ) errado
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MATEMÁTICA
( ) Certo ( ) Errado
RESPOSTAS
01. Resposta: E.
13,7/7,2=1,90
Houve um aumento de 90%.
02. Resposta:D
81+27=108
108 ônibus somam 60%(100-35-5)
108-----60
x--------100
x=10800/60=180
03. Resposta: C.
41
MATEMÁTICA
04. Resposta: A.
X+0,5x+4x+3x+1,5x=360
10x=360
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°
05. Resposta: B.
Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que os dois primeiros meses de receita diminuem e os dois meses
seguintes aumentam, o mesmo acontece com a despesa.
06. Resposta: C.
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores ou pizza e de linha
07. Resposta: D.
(A) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104 salários
(B) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12)
(C)10% de 30=0,1x30=3 funcionários
E apenas 1 pessoa ganha
(D) 40% de 104=0,4x104= 41,6
20% de 30=0,2x30=6
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior.
(E) 60% de 30=0,6x30=18
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20
08. Resposta: A.
Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50, 40-45, 35-40,
Referências
http://www.galileu.esalq.usp.br
42
MATEMÁTICA
Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m
Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distân-
cias. Para medidas milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:
Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km
Exemplos de Transformação
1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m
Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por
10.
Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²).
Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a
unidade imediatamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada.
Unidades de Área
km 2
hm 2
dam 2
m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2
Exemplos de Transformação
1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²
Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por
100.
Volume
Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Po-
demos encontrar sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir
volume e capacidade.
43
MATEMÁTICA
Unidades de Volume
km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3
Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos
e submúltiplos, unidade de medidas de produtos líquidos.
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³
1L=1dm³
Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l
Massa
Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg
Tempo
Transformação de unidades
Deve-se saber:
1 dia=24horas
1hora=60minutos
1 minuto=60segundos
1hora=3600s
Adição de tempo
Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu seu recorde de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos. Demorou
30 minutos para chegar em casa. Que horas ela chegou?
44
MATEMÁTICA
QUESTÕES
45
MATEMÁTICA
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- 09. (ANP – Técnico Administrativo – CESGRAN-
GO/2017) João estuda à noite e sua aula começa às RIO/2016) Um caminhão-tanque chega a um posto de abas-
18h40min. Cada aula tem duração de 45 minutos, e o tecimento com 36.000 litros de gasolina em seu reservatório.
intervalo dura 15 minutos. Sabendo-se que nessa escola Parte dessa gasolina é transferida para dois tanques de arma-
há 5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afirmar zenamento, enchendo-os completamente. Um desses tanques
que o término das aulas de João se dá às: tem 12,5 m3, e o outro, 15,3 m3, e estavam, inicialmente, vazios.
(A) 22h30min Após a transferência, quantos litros de gasolina resta-
(B) 22h40min ram no caminhão-tanque?
(C) 22h50min (A) 35.722,00
(B) 8.200,00
(D) 23h
(C) 3.577,20
(E) Nenhuma das anteriores
(D) 357,72
(E) 332,20
06. (IBGE – Agente Censitário Administrativo-
FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km 10. (DPE/RR – Auxiliar Administrativo – FCC/2015)
em 1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em Raimundo tinha duas cordas, uma de 1,7 m e outra de 1,45
1h20min. m. Ele precisava de pedaços, dessas cordas, que medissem
40 cm de comprimento cada um. Ele cortou as duas cordas
Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado em pedaços de 40 cm de comprimento e assim conseguiu
com a época em que era jovem, Arquimedes precisa de obter
mais: (A) 6 pedaços.
(A) 10 minutos; (B) 8 pedaços.
(B) 7 minutos; (C) 9 pedaços.
(C) 5 minutos; (D) 5 pedaços.
(D) 3 minutos; (E) 7 pedaços.
(E) 2 minutos.
03. Resposta:A.
4500/3=1500 litros para as caixinhas
1500litros=1500000ml
1500000/300=5000 caixinhas por dia
5000.5=25000 caixinhas em 5 dias
46
MATEMÁTICA
05. Resposta: B.
5⋅45=225 minutos de aula NOÇÕES DE GEOMETRIA: FORMA,
225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos PERÍMETRO, ÁREA, VOLUME, ÂNGULO,
de intervalo=4horas TEOREMA DE PITÁGORAS
18:40+4h=22h:40
06. Resposta: D.
1h45min=60+45=105 minutos Ângulos
8km----80
1-------x
X=10minutos
A diferença é de 3 minutos
07. Resposta: B.
V------80min
V+20----48 Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do
Quanto maior a velocidade, menor o tempo(inversa- que 90º.
mente)
80v=48V+960
32V=960
V=30km/h
30km----60 min
x-----------80
60x=2400
X=40km
08 Resposta: B.
12:45 até 13:12 são 27 minutos
27x60=1620 segundos
09. Resposta: B.
1m³=1000litros
36000/1000=36 m³
36-12,5-15,3=8,2 m³x1000=8200 litros
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MATEMÁTICA
Ângulo Raso:
Triângulo
48
MATEMÁTICA
QUADRILÁTEROS
Triângulo equilátero: três lados iguais. Quadrilátero é todo polígono com as seguintes pro-
priedades:
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º
49
MATEMÁTICA
- é paralelo a
Número de Diagonais
- Observações:
Polígono
Chama-se polígono a união de segmentos que são
chamados lados do polígono, enquanto os pontos são cha-
mados vértices do polígono.
Ângulos Externos
50
MATEMÁTICA
Exemplo
3º Caso: LLL(lado-lado-lado)
Se dois triângulos têm os três lado correspondentes
proporcionais, então esses dois triângulos são semelhan-
tes.
Semelhança de Triângulos
Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os
seus ângulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas
medidas, e os lados correspondentes forem proporcionais.
Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo
Casos de Semelhança
1º Caso:AA(ângulo-ângulo) Considerando o triângulo retângulo ABC.
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de
vértices correspondentes, então esses triângulos são con-
gruentes.
51
MATEMÁTICA
a: hipotenusa
b e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipo-
tenusa
Retas Coplanares
a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum
52
MATEMÁTICA
QUESTÕES
53
MATEMÁTICA
Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o 06. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
comprimento da cinta acima representada é - MSCONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a
(A) 8/3 π + 8 . seguir, de vértices A, B e C, representa uma praça de uma
(B) 8/3 π + 24. cidade. Qual é a área dessa praça?
(C) 8π + 8 .
(D) 8π + 24.
(E) 16π + 24.
05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) No Sabendo-se que a razão entre as medidas dos lados
cubo de aresta 10, da figura abaixo, encontra-se represen- correspondentes do retângulo ABCD e da região R é igual
tado um plano passando pelos vértices B e C e pelos pon- a 5/2 , é correto afirmar que as medidas, em centímetros,
tos P e Q, pontos médios, respectivamente, das arestas EF e dos lados da região R, indicadas por x e y na figura, são,
HG, gerando o quadrilátero BCQP. respectivamente,
(A) 80 e 64.
(B) 80 e 62.
(C) 62 e 80.
(D) 60 e 80.
(E) 60 e 78.
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MATEMÁTICA
09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi- 12. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária –
sor – FGV/2017) O proprietário de um terreno retangular MSCONCURSOS/2017) Fábio precisa comprar arame para
resolveu cercá-lo e, para isso, comprou 26 estacas de ma- cercar um terreno no formato a seguir, retângulo em B e C.
deira. Colocou uma estaca em cada um dos quatro cantos Considerando que ele dará duas voltas com o arame no ter-
do terreno e as demais igualmente espaçadas, de 3 em 3 reno e que não terá perdas, quantos metros ele irá gastar?
metros, ao longo dos quatro lados do terreno. (considere √3 =1,7; sen30º=0,5; cos30º=0,85; tg30º=0,57).
O número de estacas em cada um dos lados maiores
do terreno, incluindo os dois dos cantos, é o dobro do nú-
mero de estacas em cada um dos lados menores, também
incluindo os dois dos cantos.
A área do terreno em metros quadrados é:
(A) 240;
(B) 256;
(C) 324; (A) 64,2 m
(D) 330; (B) 46,2 m
(E) 372. (C) 92,4 m
(D) 128,4 m
10. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário- VU-
NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão in-
dicadas em metros, mostra as regiões R1 e R2 , ambas com RESPOSTAS
formato de triângulos retângulos, situadas em uma praça
e destinadas a atividades de recreação infantil para faixas
etárias distintas. 01. Resposta: D.
(A) 54.
(B) 48.
(C) 36.
(D) 40.
(E) 42.
96h=1728
Seja a expressão definida em H=18
0< x < π/2 . Ao simplificá-la, obteremos:
Como I é um triângulo:
(A) 1 60-36=24
(B) sen²x X²=24²+18²
(C) cos²x X²=576+324
(D) 0 X²=900
X=30
Como h=18 e AD é 40, EG=22
55
MATEMÁTICA
A sombreada=100-25π
05. Resposta: C.
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25
CQ²=125
CQ=5√5
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC
Lado=3√2 A=5√5⋅10=50√5
Outro lado =5√2
06. Resposta: C
03. Resposta: D. Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.
5x=400
X=80
08. Resposta: B.
108/4=27m²
6x=27
X=27/6
O perímetro seria
56
MATEMÁTICA
4 espaços de 3m=12m
Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m
A=12⋅27=324 m² Y=10,2
2 voltas=2(12+18+10,2+6+18)=128,4m
10. Resposta: B.
Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de centro
O contido num deles, e uma reta s concorrente com os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião
de todos os segmentos paralelos a s, com extremidades no
círculo e no outro plano.
9x=108
X=12
Classificação
Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando
as geratrizes são perpendiculares às bases.
Y²=16²+12² Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é
Y²=256+144=400 equilátero.
Y=20 Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.
Perímetro: 16+12+20=48
11. Resposta: C.
1-cos²x=sen²x
Área
Área da base: Sb=πr²
12. Resposta: D.
Volume
Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α,
um ponto V que não pertence ao plano.
X=6 A figura geométrica formada pela reunião de todos os
segmentos de reta que tem uma extremidade no ponto V
e a outra num ponto do círculo denomina-se cone circular.
57
MATEMÁTICA
Área e Volume
Classificação Área lateral:
-Reto:eixo VO perpendicular à base; Onde n= quantidade de lados
Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângu-
lo em torno de um de seus catetos. Por isso o cone reto é
também chamado de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é
denominado cone equilátero. Prismas
Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R
contido em α e uma reta r concorrente aos dois.
-Oblíquo: eixo não é perpendicular Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião
de todos os segmentos paralelos a r, com extremidades no
polígono R e no plano β.
Área
Área lateral:
Área da base:
Área total:
Volume
Pirâmides
As pirâmides são também classificadas quanto ao nú-
mero de lados da base.
58
MATEMÁTICA
Classificação
Prisma Regular
Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regu-
lares, o prisma é dito regular.
As faces laterais são retângulos congruentes e as bases
são congruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...)
-Triangular Área
Área cubo:
Área paralelepípedo:
-Quadrangular A área de um prisma:
Onde: St=área total
Sb=área da base
Sl=área lateral, soma-se todas as áreas das faces late-
rais.
Volume
Paralelepípedo:V=a.b.c
Cubo:V=a³
Demais:
Paralelepípedos
Os prismas cujas bases são paralelogramos denomi-
nam-se paralelepípedos.
59
-Triangular
MATEMÁTICA
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- 05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
NESP/2017) Inicialmente, um reservatório com formato GO/2017) Frederico comprou um aquário em formato de
de paralelepípedo reto retângulo deveria ter as medidas paralelepípedo, contendo as seguintes dimensões:
indicadas na figura.
60
MATEMÁTICA
RESPOSTAS
01. Resposta:
Volume cilindro=πr²h
03. Resposta:E.
V=2⋅3⋅x=6x
Aumentando 1 na largura
V=2⋅3⋅(x+1)=6x+6
Portanto, o volume aumentou em 6.
61
MATEMÁTICA
VB=1000cm³
08. Resposta: A.
A base é um triângulo de base a e altura a
a = medida da hipotenusa
b = medida de um cateto
c = medida do outro cateto
09. Resposta: E.
V=2,5⋅2⋅1=5m³
Como foi retirado 3m³
5+3=2,5⋅2⋅h
8=5h
H=1,6m
10. Resposta: D.
Cone
- Área do quadrado MNPQ = área do quadrado RSVT
+ (área do triângulo RNS) . 4
62
MATEMÁTICA
b.c
- Área do triângulo RNS =
2
- Área do quadrado IELJ = c2
bc 2 2 2
a2+ . 4 =c +b + (bc) . 2
2/
a2 + 2bc = c2 + b2 + 2bc
a2=b2+c2
Um terreno tem a forma de um triângulo retângulo e tem rente para três ruas: Rua 1, Rua 2 e Rua 3, conforme nos
mostra a figura. Calcule, em metros, o comprimento a da frente do terreno voltada para a rua 1.
Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabelecer uma relação importante entre a medida d da diagonal e a
medida l do lado de um quadrado.
63
MATEMÁTICA
d= medida da diagonal
l= medida do lado
d2=l2+l2 d= 2l 2
d2=2 l2 d=l 2
Teorema de Pitágoras no triângulo equilátero
Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabelecer uma relação importante entre a medida h da altura e a medida
l do lado de um triângulo equilátero.
l= medida do lado
h= medida da altura
64
MATEMÁTICA
65
MATEMÁTICA
RESOLUÇÕES
1) Alternativa d
Solução: x é hipotenusa, 12 e 5 são os catetos, então:
x2 = 122 + 52
x2 = 144 + 25
x2 = 169
x=
x = 13 cm
2) Alternativa d
Solução: como podemos observar na figura, temos um Sendo r a hipotenusa, 10 e r – 5 são catetos:
triângulo retângulo cujos catetos medem 8 m e 6 m, cha- r2 = 102 + (r – 5)2
mando o cabo de energia de x, pelo Teorema de Pitágoras: r2 = 100 + r2 – 2.5.r + 52
r2 = 100 + r2 – 10r + 25
x2 = 62 + 82 r2 – r2 + 10r = 125
x2 = 36 + 64 10r = 125
x2 = 100 r = 125 : 10
x= r = 12,5
x = 10 m
6) Alternativa a
3) Alterntiva b Solução: aplicação direta do Teorema de Pitágoras:
Solução: temos que fazer uma figura, um trapézio re- x2 = 122 + 92
tângulo é aquele que tem dois ângulos de 90°. x2 = 144 + 81
x2 = 225
x=
x = 15
RACIOCÍNIO LÓGICO:
ESTRUTURAS LÓGICAS;
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS,
INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES E CONCLUSÕES;
LÓGICA SENTENCIAL OU PROPOSICIONAL:
PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS;
66
MATEMÁTICA
Passei! Conectivos
Ahh isso é muito bom, mas infelizmente, não podemos Agora vamos entrar no assunto mais interessante: o
de qualquer forma definir se é verdadeiro ou falso, porque que liga as proposições.
é uma sentença exclamativa. Antes, estávamos vendo mais a teoria, a partir dos co-
Vamos ver alguns princípios da lógica: nectivos vem a parte prática.
Definição
I. Princípio da não Contradição: uma proposição não
Palavras que se usam para formar novas proposições,
pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
a partir de outras.
II. Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição
“ou” é verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se
Vamos pensar assim: conectivos? Conectam alguma
sempre um desses casos e nunca um terceiro caso.
coisa?
Sim, vão conectar as proposições, mas cada conetivo
Valor Lógico das Proposições terá um nome, vamos ver?
Definição: Chama-se valor lógico de uma proposição a
verdade, se a proposição é verdadeira (V), e a falsidade, se -Negação
a proposição é falsa (F).
Exemplo
p: Thiago é nutricionista.
V(p)= V essa é a simbologia para indicar que o valor Exemplo
lógico de p é verdadeira, ou p: Lívia é estudante.
V(p)= F ~p: Lívia não é estudante.
Basicamente, ao invés de falarmos, é verdadeiro ou fal- q: Pedro é loiro.
so, devemos falar tem o valor lógico verdadeiro, tem valor ¬q: É falso que Pedro é loiro.
lógico falso.
r: Érica lê muitos livros.
Classificação ~r: Não é verdade que Érica lê muitos livros.
Proposição simples: não contém nenhuma outra pro- s: Cecilia é dentista.
posição como parte integrante de si mesma. São geral- ¬s: É mentira que Cecilia é dentista.
mente designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r,s...
E depois da letra colocamos “:” -Conjunção
Exemplo:
p: Marcelo é engenheiro
q: Ricardo é estudante
67
MATEMÁTICA
68
MATEMÁTICA
Está correto apenas o que se afirma em: 08. (DPU – Analista – CESPE/2016) Um estudante de
direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou
(A) I e II. sua própria legenda, na qual identificava, por letras, algu-
(B) II e III. mas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e
(C) III e IV. as vinculava por meio de sentenças (proposições). No seu
(D) I, II e III. vocabulário particular constava, por exemplo:
(E) II, III e IV.
P: Cometeu o crime A.
04. (UFSBA - Administrador – UFMT /2017) Assinale Q: Cometeu o crime B.
a alternativa que NÃO apresenta uma proposição. R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclu-
são no regime fechado.
(A) Jorge Amado nasceu em Itabuna-BA. S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
(B) Antônio é produtor de cacau.
(C) Jorge Amado não foi um grande escritor baiano. Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não re-
(D) Queimem os seus livros. cordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue
05. (EBSERH – Médico – IBFC/2017) Sabe-se que p, o item que se segue.
q e r são proposições compostas e o valor lógico das pro- A proposição “Caso tenha cometido os crimes A e B,
posições p e q são falsos. Nessas condições, o valor lógico não será necessariamente encarcerado nem poderá pagar
da proposição r na proposição composta {[q v (q ^ ~p)] v r} fiança” pode ser corretamente simbolizada na forma (P∧-
cujo valor lógico é verdade, é: Q)→((~R)∨(~S)).
(A) Se os valores lógicos de duas proposições forem P: João é alto ou José está doente.
falsos, então a conjunção entre elas têm valor lógico falso.
(B) Se os valores lógicos de duas proposições forem O conectivo utilizado na proposição composta P cha-
falsos, então a disjunção entre elas têm valor lógico falso. ma-se:
(C) Se os valores lógicos de duas proposições forem (A) disjunção
falsos, então o condicional entre elas têm valor lógico ver- (B) conjunção
dadeiro. (C) condicional
(D) Se os valores lógicos de duas proposições forem (D) bicondicional
falsos, então o bicondicional entre elas têm valor lógico
falso.
(E) Se os valores lógicos de duas proposições forem
falsos, então o bicondicional entre elas têm valor lógico
verdadeiro.
69
MATEMÁTICA
(C)V→V Tabela-verdade
V Com a tabela-verdade, conseguimos definir o valor
lógico de proposições compostas facilmente, analisando
(D) F→F cada coluna.
V
Se tivermos uma proposição p, ela pode ter V(p)=V ou
(E) V→F V(p)=F
F p
03. Resposta: A. V
p∧q é verdadeiro F
~p∨~q
F∨F Quando temos duas proposições, não basta colocar só
F VF, será mais que duas linhas.
p∨q p q
V∨V V V
V V F
F V
~p∧q F F
F∧V
F Observe, a primeira proposição ficou VVFF
E a segunda intercalou VFVF.
04. Resposta: D. Vamos raciocinar, com uma proposição temos 2 possi-
As frases que você não consegue colocar valor lógico bilidades, com 2 proposições temos 4, tem que haver um
(V ou F) não são proposições. padrão para se tornar mais fácil!
Sentenças abertas, frases interrogativas, exclamativas, As possibilidades serão 2n,
imperativas Onde:
n=número de proposições
70
MATEMÁTICA
p q r -Disjunção Exclusiva
V V V Na disjunção exclusiva é diferente, pois OU comprei
V F V chocolate OU comprei bala.
V V F Ou seja, um ou outro, não posso ter os dois ao mesmo
tempo.
V F F
F V V p q p∨q
F F V V V F
F V F V F V
F F F F V V
F F F
A primeira proposição, será metade verdadeira e me-
-Condicional
tade falsa.
A segunda, vamos sempre intercalar VFVFVF.
Se chove, então faz frio.
E a terceira VVFFVVFF.
Agora, vamos ver a tabela verdade de cada um dos
Se choveu, e fez frio
operadores lógicos?
Estamos dentro da possibilidade.(V)
-Negação
p ~p Choveu e não fez frio
V F Não está dentro do que disse. (F)
F V
Não choveu e fez frio..
Se estamos negando uma coisa, ela terá valor lógico Ahh tudo bem, porque pode fazer frio se não chover,
oposto, faz sentido, não? certo?(V)
- Conjunção Não choveu, e não fez frio
Eu comprei bala e chocolate, só vou me contentar se eu Ora, se não choveu, não precisa fazer frio. (V)
tiver as duas coisas, certo?
Se eu tiver só bala não ficarei feliz, e nem se tiver só p q p →q
chocolate. V V V
E muito menos se eu não tiver nenhum dos dois. V F F
F V V
F F V
p q p ∧q
V V V -Bicondicional
V F F
F V F Ficarei em casa, se e somente se, chover.
F F F
Estou em casa e está chovendo.
-Disjunção A ideia era exatamente essa. (V)
Vamos pensar na mesma frase anterior, mas com o co- Estou em casa, mas não está chovendo.
nectivo “ou”. Você não fez certo, era só pra ficar em casa se choves-
Eu comprei bala ou chocolate. se. (F)
Eu comprei bala e também comprei o chocolate, está
certo pois poderia ser um dos dois ou os dois. Eu sai e está chovendo.
Se eu comprei só bala, ainda estou certa, da mesma Aiaiai não era pra sair se está chovendo. (F)
forma se eu comprei apenas chocolate. Não estou em casa e não está chovendo.
Agora se eu não comprar nenhum dos dois, não dará Sem chuva, você pode sair, ta? (V)
certo.
p q p ↔q
p q p ∨q V V V
V V V V F F
V F V F V F
F F V
F V V
F F F
71
MATEMÁTICA
Tentei deixar de uma forma mais simples, para enten- A coluna inteira da proposição composta deu verda-
der a tabela verdade de cada conectivo, pois sei que será deiro, então é uma tautologia.
difícil para decorar, mas se você lembrar das frases, talvez
fique mais fácil. Bons estudos! Vamos às questões! Exemplo 2
Com as mesmas proposições anteriores:
Tautologia João é estudante ou não é verdade que João é estu-
dante e Mateus é professor.
p∨~(p∧q)
Definição: Chama-se tautologia, toda proposição com-
posta que terá a coluna inteira de valor lógico V. P Q p∧q ~(p∧q) p∨~(p∧q)
Podemos ter proposições SIMPLES que são falsas e se V V V F V
a coluna da proposição composta for verdadeira é tauto- V F F V V
logia. F V F V V
Vamos ver alguns exemplos. F F F V V
A proposição ~(p∧p) é tautologia, pelo Princípio da Novamente, coluna deu inteira com valor lógico verda-
não contradição. Está lembrado? deiro, é tautologia.
P ~p p∨~p Referências
V F V
F V V ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemá-
tica – São Paulo: Nobel – 2002.
Esses são os exemplos mais simples, mas normalmente
conseguiremos resolver as questões com base na tabela
verdade, por isso insisto que a tabela verdade dos opera- QUESTÕES
dores, têm que estar na “ponta da língua”, quase como a
tabuada da matemática. 01. (UTFPR – Pedagogo – UTFPR/2017) Considere as
seguintes proposições:
Veremos outros exemplos I) p ∧ ~p
II) p → ~p
Exemplo 1 III) p ∨ ~p
IV) p →~q
Vamos pensar nas proposições
P: João é estudante Assinale a alternativa correta.
Q: Mateus é professor (A) Somente I e II são tautologias.
Se João é estudante, então João é estudante ou Mateus (B) Somente II é tautologia.
é professor. (C) Somente III é tautologia.
Em simbologia: p→p∨q (D) Somente III e a IV são tautologias.
(E) Somente a IV é tautologia.
P Q p∨q p→p∨q
V V V V
V F V V
F V V V
F F F V
72
MATEMÁTICA
Então, temos:
Pedro é inocente, João é culpado, Antônio é inocente e
Carlos é inocente.
73
MATEMÁTICA
ARGUMENTO 2
P1: Se Aurélia não é ilheense, então Aurélia não é pro-
dutora de cacau.
74
MATEMÁTICA
07. (PREF. DE SÃO PAULO – Assistente de Gestão de 10. (DPU – Agente Administrativo – CESPE/2016)
Políticas Públicas – CESPE/2016) As proposições seguin- Considere que as seguintes proposições sejam verdadeiras.
tes constituem as premissas de um argumento.
• Quando chove, Maria não vai ao cinema.
• Bianca não é professora. • Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.
• Se Paulo é técnico de contabilidade, então Bianca é • Quando Cláudio sai de casa, não faz frio.
professora. • Quando Fernando está estudando, não chove.
• Se Ana não trabalha na área de informática, então • Durante a noite, faz frio.
Paulo é técnico de contabilidade.
• Carlos é especialista em recursos humanos, ou Ana Tendo como referência as proposições apresentadas,
não trabalha na área de informática, ou Bianca é professora. julgue o item subsecutivo.
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estu-
Assinale a opção correspondente à conclusão que tor- dando.
na esse argumento um argumento válido. ( ) certo ( ) errado
75
MATEMÁTICA
I. Laura é economista ou João é contador. P1: André não gosta de chuchu ou Bruno gosta de be-
F V terraba.
A segunda é falsa, e para a disjunção ser verdadeira, a
II. Se Dinorá é programadora, então João não é con- primeira é verdadeira.
tador. André não gosta de chuchu. (V).
F F Vamos enumerar as verdadeiras:
1- Carlos gosta de jiló.
III. Beatriz é digitadora ou Roberto é engenheiro. 2-Daniel não gosta de cenoura.
V/F V 3-Bruno não gosta de beterraba
4-André não gosta de chuchu
06. Resposta: D. (A) na bicondicional, as duas deveriam ser verdadeiras,
- Calço tênis ou não corro. ou as duas falsas
F V (B) como a primeira proposição é verdadeira, a segun-
da também deveria ser.
- Ando ou corro. (D) Como a primeira é falsa, a segunda deveria ser ver-
V F dadeira.
- Tenho companhia ou não ando.
V F
76
MATEMÁTICA
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. Gostaria da sua atenção aqui, pois as condicionais são
V V as mais pedidas nos concursos
A condicional p→q e a disjunção ~p∨q, têm tabelas-
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. -verdades idênticas
F F
p ~p q p∧q p→q ~p∨q
• Quando Fernando está estudando, não chove.
V F V V V V
V/F V
V F F F F F
Portanto, Se Maria foi ao cinema, então Fernando es-
F V V F V V
tava estudando.
F V F F V V
Não tem como ser julgado.
Exemplo
p: Coelho gosta de cenoura
q: Coelho é herbívoro.
TABELAS-VERDADE
EQUIVALÊNCIAS; p→q: Se coelho gosta de cenoura, então coelho é her-
bívoro.
~p∨q: Coelha não gosta de cenoura ou coelho é her-
bívoro
EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS
A condicional ~p→~q é equivalente a disjunção p∨~q
Diz-se que uma proposição P(p,q,r..) é logicamente
equivalente ou equivalente a uma proposição Q(p,r,s..) se as
tabelas-verdade dessas duas proposições são IDÊNTICAS. p q ~p ~q ~p→~q p∨~q
Para indicar que são equivalentes, usaremos a seguinte V V F F V V
notação: V F F V V V
P(p,q,r..) ⇔ Q(p,r,s..) F V V F F F
F F V V V V
Essa parte de equivalência é um pouco mais chatinha,
mas conforme estudamos, vou falando algumas dicas. Equivalência fundamentais (Propriedades Funda-
mentais): a equivalência lógica entre as proposições goza
Regra da Dupla negação das propriedades simétrica, reflexiva e transitiva.
~~p⇔p
1 – Simetria (equivalência por simetria)
p ~p ~~p a) p ∧ q ⇔ q ∧ p
V F V
F V F p q p∧q q∧p
São iguais, então ~~p⇔p V V V V
V F F F
Regra de Clavius F V F F
~p→p⇔p F F F F
p ~p ~p→p b) p ∨ q ⇔ q ∨ p
V F V
F V F p q p∨q q∨ p
V V V V
Regra de Absorção V F V V
p→p∧q⇔p→q F V V V
F F F F
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MATEMÁTICA
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MATEMÁTICA
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MATEMÁTICA
04. (TRT 12ª REGIÃO – Analista Judiciário – 08. (PREF. DE RIO DE JANEIRO – Administrador –
FGV/2017) Considere a sentença: “Se Pedro é torcedor do PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Uma proposição lo-
Avaí e Marcela não é torcedora do Figueirense, então Joana gicamente equivalente a “se eu não posso pagar um táxi,
é torcedora da Chapecoense”. então vou de ônibus” é a seguinte:
Uma sentença logicamente equivalente à sentença
dada é: (A) se eu não vou de ônibus, então posso pagar um táxi
(B) se eu posso pagar um táxi, então não vou de ônibus
(A) Se Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce- (C) se eu vou de ônibus, então não posso pagar um táxi
dora do Figueirense, então Joana não é torcedora da Cha- (D) se eu não vou de ônibus, então não posso pagar
pecoense. um táxi
(B) Se Pedro não é torcedor do Avaí e Marcela é torce-
dora do Figueirense, então Joana não é torcedora da Cha- 09. (PREF. DO RIO DE JANEIRO – Agente de Admi-
pecoense. nistração – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Uma pro-
(C) Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce- posição logicamente equivalente a “todo ato desonesto é
dora do Figueirense ou Joana é torcedora da Chapecoense. passível de punição” é a seguinte:
(D) Se Joana não é torcedora da Chapecoense, então
Pedro não é torcedor do Avaí e Marcela é torcedora do (A) todo ato passível de punição é desonesto.
Figueirense. (B) todo ato não passível de punição é desonesto.
(E) Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce- (C) se um ato não é passível de punição, então não é
dora do Figueirense e Joana é torcedora da Chapecoense. desonesto.
(D) se um ato não é desonesto, então não é passível
05. (IBGE – Analista Censitário – FGV/2017) Conside- de punição.
re como verdadeira a seguinte sentença: “Se todas as flores
são vermelhas, então o jardim é bonito”. 10. (TJ/PI – Analista Judiciário – FGV/2015) Conside-
É correto concluir que: re a sentença: “Se gosto de capivara, então gosto de javali”.
(A) se todas as flores não são vermelhas, então o jardim Uma sentença logicamente equivalente à sentença
não é bonito; dada é:
(B) se uma flor é amarela, então o jardim não é bonito;
(C) se o jardim é bonito, então todas as flores são ver- (A) Se não gosto de capivara, então não gosto de javali.
melhas; (B) Gosto de capivara e gosto de javali.
(D) se o jardim não é bonito, então todas as flores não (C) Não gosto de capivara ou gosto de javali.
são vermelhas; (D) Gosto de capivara ou não gosto de javali.
(E) se o jardim não é bonito, então pelo menos uma flor (E) Gosto de capivara e não gosto de javali.
não é vermelha.
80
MATEMÁTICA
06. Resposta: C.
Nega as duas e troca de lado. Negação de uma proposição composta
Se não há fogo, então não há fumaça. Definição: Quando se nega uma proposição composta
primitiva, gera-se outra proposição também composta e
07. Resposta: A. equivalente à negação de sua primitiva.
Nega as duas e troca de lado. Ou seja, muitas vezes para os exercícios teremos que
Se Victor não é professor, então Maria não é medica. saber qual a equivalência da negação para compor uma
frase, por exemplo.
08. Resposta: A.
Temos p→q e a equivalência pode ser ~q→~p Negação de uma conjunção (Lei de Morgan)
~p∨q Para negar uma conjunção, basta negar as partes e tro-
Nesse caso, como temos apenas condicional nas alter- car o conectivo conjunção pelo conectivo disjunção.
nativas. ~(p ∧ q) ⇔ (~p ∨ ~q)
Nega as duas e troca
p: não posso pagar um táxi p q ~p ~q p∧q ~(p ∧ q) ~p ∨ ~q
q: vou de ônibus V V F F V F F
~p: Posso pagar um táxi V F F V F V V
~q: Não vou de ônibus F V V F F V V
Se não vou de ônibus, então posso pagar um táxi F F V V F V V
09. Resposta: C.
Vamos pensar da seguinte maneira: Negação de uma disjunção (Lei de Morgan)
Se todo ato é desonesto, então é passível de punição Para negar uma disjunção, basta negar as partes e tro-
Temos p→q e a equivalência pode ser: “~q→~p” ou car o conectivo-disjunção pelo conectivo-conjunção.
“~p∨q” ~(p ∨ q) ⇔ (~p ∧ ~q)
Nesse caso, as alternativas nos mostram condicional.
Se um ato não é passível de punição, então não é de- p q ~p ~q p∨q ~(p ∨ q) ~p ∧ ~q
sonesto.
V V F F V F F
V F F V V F F
10. Resposta: C.
F V V F V F F
Lembra da tabela da teoria??
F F V V F V V
p q p→q ~p ~p∨q Resumindo as negações, quando é conjunção nega as
V V V F V duas e troca por “ou”
V F F F F Quando for disjunção, nega tudo e troca por “e”.
F V V V V Negação de uma disjunção exclusiva
F F V V V ~(p ∨ q) ⇔ (p ↔ q)
81
MATEMÁTICA
P ~P ~ (~p)
V F V
F V F
b) De uma condicional: Definição: A dupla negação de uma condicional dá-se da seguinte forma: nega-se a 1ª parte da
condicional, troca-se o conectivo-condicional pela disjunção e mantém-se a 2a parte.
Demonstração: Seja a proposição primitiva: p → q nega-se pela 1a vez: ~(p → q) ⇔ p ∧ ~q nega-se pela 2a vez: ~(p
∧ ~q) ⇔ ~p ∨ q
Conclusão: Ao negarmos uma proposição primitiva duas vezes consecutivas, a proposição resultante será equivalente
à sua proposição primitiva. Logo, p → q ⇔ ~p ∨ q
QUESTÕES
01. (CORREIOS – Engenheiro de Segurança do Trabalho Júnior – IADES/2017) Qual é a negação da proposição
“Engenheiros gostam de biológicas e médicos gostam de exatas.”?
(A) Engenheiros não gostam de biológicas ou médicos não gostam de exatas.
(B) Engenheiros não gostam de biológicas e médicos gostam de exatas.
(C) Engenheiros não gostam de biológicas ou médicos gostam de exatas.
(D) Engenheiros gostam de biológicas ou médicos não gostam de exatas.
(E) Engenheiros não gostam de biológicas e médicos não gostam de exatas.
02. (ARTES - Agente de Fiscalização à Regulação de Transporte - Tecnologia de Informação - FCC/2017) A afirma-
ção que corresponde à negação lógica da frase ‘Vendedores falam muito e nenhum estudioso fala alto’ é:
(A) ‘Nenhum vendedor fala muito e todos os estudiosos falam alto’.
(B) ‘Vendedores não falam muito e todos os estudiosos falam alto’.
(C) ‘Se os vendedores não falam muito, então os estudiosos não falam alto’.
(D) ‘Pelo menos um vendedor não fala muito ou todo estudioso fala alto’.
(E) ‘Vendedores não falam muito ou pelo menos um estudioso fala alto’
82
MATEMÁTICA
03. (IGP/RS – Perito Criminal 0 FUNDATEC/2017) A 08. (TRT 7ª REGIÃO – Conhecimentos básicos cargos
negação da proposição “Todos os homens são afetuosos” 1, 2, 7 e 8 – CESPE/2017) Texto CB1A5AAA – Proposição P
é: A empresa alegou ter pago suas obrigações previden-
(A) Toda criança é afetuosa. ciárias, mas não apresentou os comprovantes de paga-
(B) Nenhum homem é afetuoso. mento; o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
(C) Todos os homens carecem de afeto. ex-empregado.
(D) Pelo menos um homem não é afetuoso. Proposição Q: A empresa alegou ter pago suas obriga-
(E) Todas as mulheres não são afetuosas. ções previdenciárias, mas não apresentou os comprovantes
de pagamento.
04. (TRT – Analista Judiciário – FCC/2017) Uma afir- A proposição Q, anteriormente apresentada, está pre-
mação que corresponda à negação lógica da afirmação: sente na proposição P do texto CB1A5AAA.
todos os programas foram limpos e nenhum vírus perma- A negação da proposição Q pode ser expressa por:
neceu, é:
(A) A empresa não alegou ter pago suas obrigações
(A) Se pelo menos um programa não foi limpo, então previdenciárias ou apresentou os comprovantes de paga-
algum vírus não permaneceu. mento.
(B) Existe um programa que não foi limpo ou pelo me- (B) A empresa alegou ter pago suas obrigações previ-
nos um vírus permaneceu. denciárias ou não apresentou os comprovantes de paga-
(C) Nenhum programa foi limpo e todos os vírus per- mento.
maneceram. (C)A empresa alegou ter pago suas obrigações previ-
(D) Alguns programas foram limpos ou algum vírus denciárias e apresentou os comprovantes de pagamento.
não permaneceu. (D) A empresa não alegou ter pago suas obrigações
(E) Se algum vírus permaneceu, então nenhum progra- previdenciárias nem apresentou os comprovantes de pa-
ma foi limpos. gamento.
83
MATEMÁTICA
OBS: Se fosse Todos a negação seria pelo menos 1 es- DIAGRAMAS LÓGICOS;
tudioso não fala muito. LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM;
03. Resposta: D.
Para negar todos, colocamos pelo menos um...
E negamos a frase. As questões de Diagramas lógicos envolvem as pro-
Pelo menos um homem não é afetuoso. posições categóricas (todo, algum, nenhum), cuja solução
requer que desenhemos figuras, os chamados diagramas.
04. Resposta:B.
Negação de Todos: Pelo menos um (existe um, alguns) Definição das proposições
e a negação:
Pelo menos um programa não foi limpo. Todo A é B.
Negação de nenhum : pelo menos um e a afirmação.
Pelo menos um vírus permaneceu. O conjunto A está contido no conjunto B, assim todo
Ou elemento de A também é elemento de B.
Alguns vírus permaneceram.
Podemos representar de duas maneiras:
05. Resposta: Errado.
CUIDADO!
O basta traz sentido de condicional.
Se um de nós mudar de ideia, então a decisão será
totalmente modificada.
Portanto, mantém a primeira e nega a segunda (MANÈ)
Basta um de nós mudar de ideia e a decisão não será
totalmente modificada.
84
MATEMÁTICA
85
MATEMÁTICA
Pode ser que sim, ou não. Quando “algum A não é B” é verdadeira, vamos ver
como ficam os valores lógicos das outras?
Algum A não é B não conseguimos determinar, poden- Vamos fazer a frase contrária do exemplo anterior
do ser verdadeira ou falsa(contradiz com as figuras b e d) Frase: Algum copo não é de vidro.
Algum copo não é de vidro, como não sabemos se to-
dos os copos são de vidros, pode ser verdadeira. Nenhum A é B é indeterminada (contradição com as
figuras a e b)
Algum A não é B. Nenhum copo é de vidro, algum não é, mas não sei se
O conjunto A tem pelo menos um elemento que não todos não são de vidro.
pertence ao conjunto B.
Todo A é B , é necessariamente falsa
Aqui teremos 3 modos de representar: Todo copo é de vidro, mas eu disse que algum copo
não era.
a) Os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-
tos em comum Algum A é B é indeterminada
Algum copo é de vidro, não consigo determinar se tem
algum de vidro ou não.
O quantificador universal
O quantificador existencial
Exemplos:
(∃x)(x + 5 = 9)
c) Não há elementos em comum entre os dois conjun- Lê-se: “Existe um número x, tal que x + 5 = 9” (verda-
tos deira).
Nesse caso, existe um número, ahh tudo bem...claro
que existe algum número que essa afirmação será verda-
deira.
86
MATEMÁTICA
87
MATEMÁTICA
07. (PREF. DE RIO DE JANEIRO/RJ – Assistente Ad- 10. (DPE/MT – Assistente Administrativo –
ministrativo – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2015) Em certa FGV/2015) Considere verdadeiras as afirmações a seguir.
comunidade, é verdade que:
• Existem advogados que são poetas.
- todo professor de matemática possui grau de mestre; • Todos os poetas escrevem bem.
- algumas pessoas que possuem grau de mestre gos-
tam de empadão de camarão; Com base nas afirmações, é correto concluir que
- algumas pessoas que gostam de empadão de cama- (A) se um advogado não escreve bem então não é poe-
rão não possuem grau de mestre. ta.
(B) todos os advogados escrevem bem.
Uma conclusão necessariamente verdadeira é: (C) quem não é advogado não é poeta.
(D) quem escreve bem é poeta.
(A) algum professor de matemática gosta de empadão (E) quem não é poeta não escreve bem.
de camarão.
(B) nenhum professor de matemática gosta de empa-
dão de camarão. RESPOSTAS
(C) alguma pessoa que gosta de empadão de camarão
gosta de matemática. 01. Resposta: E.
(D) alguma pessoa que gosta de empadão de camarão
não é professor de matemática.
88
MATEMÁTICA
08. Resposta: C.
O diagrama C deve ficar para fora, pois todo estudante
de C não é da disciplina B, ou seja, não tem ligação nenhu-
ma.
05. Resposta: B.
Alguns agrônomos são veterinários e podem ser só
agrônomos.
09. Resposta: A.
06. Resposta: D.
89
MATEMÁTICA
Arranjo Simples
Exemplo
Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números
de 2 algarismos distintos podemos formar?
Referências
Carvalho, S. Raciocínio Lógico Simplificado. Série Pro-
vas e Concursos, 2010.
PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E
PROBABILIDADE;
Análise Combinatória
Princípio Fundamental da Contagem Observe que os números obtidos diferem entre si:
Pela ordem dos elementos: 56 e 65
Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrên- Pelos elementos componentes: 56 e 67
cia de um evento composto de duas ou mais etapas. Cada número assim obtido é denominado arranjo sim-
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a ples dos 3 elementos tomados 2 a 2.
decisão E2 pode ser tomada de n2 modos, então o número
de maneiras de se tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2. Indica-se
Exemplo
Permutação Simples
Chama-se permutação simples dos n elementos, qual-
quer agrupamento(sequência) de n elementos distintos de
E.
O número de permutações simples de n elementos é
indicado por Pn.
90
MATEMÁTICA
Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?
Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Per-
mutações. Como temos uma letra repetida, esse número
será menor.
Temos 3P, 2A, 2L e 3 E
Exemplo
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos
que podemos formar a partir de um grupo de 5 alunos.
Solução
Observe que os coeficientes dos termos formam o
triângulo de Pascal.
Números Binomiais
O número de combinações de n elementos, tomados
p a p, também é representado pelo número binomial .
Binomiais Complementares
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma
dos denominadores é igual ao numerador são iguais:
Relação de Stifel
91
MATEMÁTICA
92
MATEMÁTICA
02. Resposta: C.
__ ___ __ __
6⋅ 5⋅ 4⋅ 3=360
Experimento Aleatório
03. Resposta: E.
P6=6!=6⋅5⋅4⋅3⋅2⋅1=720 Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é im-
04. Resposta: E. previsível, por depender exclusivamente do acaso, por
P4=4!= 4⋅3⋅2⋅1=24 exemplo, o lançamento de um dado.
93
MATEMÁTICA
Exemplo
Considere o seguinte experimento: registrar as faces voltadas para cima em três lançamentos de uma moeda.
Solução
a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lançamento, há duas possibilidades.
2x2x2=8
b) E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(C,R,R),(R,R,R)}
Probabilidade
Considere um experimento aleatório de espaço amostral E com n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento com
n(A) amostras.
Eventos complementares
Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A um evento de E. Chama-se complementar de A, e indica-se por
, o evento formado por todos os elementos de E que não pertencem a A.
Note que
Exemplo
Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas coloridas. Sabe-se que a probabilidade de ter sido retirada uma
bola vermelha é Calcular a probabilidade de ter sido retirada uma bola que não seja vermelha.
Solução
são complementares.
Adição de probabilidades
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E, finito e não vazio. Tem-se:
Exemplo
No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de se obter um número par ou menor que 5, na face superior?
Solução
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6
94
MATEMÁTICA
95
MATEMÁTICA
02. Resposta: C.
Como para homens é de 5/12, a probabilidade de es-
colher uma mulher é de 7/12 Ímpar/par:
12x=336
X=28
96
MATEMÁTICA
10. Resposta: B.
São seis possibilidades:
Cara, coroa, cara
Igualdade
Relação de Pertinência
Relações de Inclusão
Representação Relacionam um conjunto com outro conjunto.
-Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, Simbologia: ⊂(está contido), ⊄(não está contido),
2, 3, 4, 5} ⊃(contém), (não contém)
-Simbolicamente: B={x∈ N|2<x<8}, enumerando es-
ses elementos temos: A Relação de inclusão possui 3 propriedades:
B={3,4,5,6,7} Exemplo:
- por meio de diagrama: {1, 3,5}⊂{0, 1, 2, 3, 4, 5}
{0, 1, 2, 3, 4, 5}⊃{1, 3,5}
Subconjunto
O conjunto A é subconjunto de B se todo elemento de
A é também elemento de B.
Exemplo: {2,4} é subconjunto de {x∈N|x é par}
97
MATEMÁTICA
Operações
União
Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro
formado pelos elementos que pertencem pelo menos um
dos conjuntos a que chamamos conjunto união e represen-
tamos por: A∪B.
Formalmente temos: A∪B={x|x∈A ou x B} Exemplo:
Exemplo: A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
A={1,2,3,4} e B={5,6} Então os elementos de A – B serão os elementos do
A∪B={1,2,3,4,5,6} conjunto A menos os elementos que pertencerem ao con-
junto B.
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.
Complementar
O complementar do conjunto A( ) é o conjunto for-
mado pelos elementos do conjunto universo que não per-
tencem a A.
Interseção
A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado
pelos elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é
representada por : A∩B.
Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e x∈B}
Fórmulas da união
n(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
n(A ∪B∪C)=n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-
-n(A∩C)-n(B C)
98
MATEMÁTICA
7+y+5=16
Y=16-12
Y=4
99
MATEMÁTICA
100
MATEMÁTICA
05. (SAP/SP – Agente de Segurança Penitenciária – 08. (TRF 2ª REGIÃO – Analista Judiciário – CONSUL-
MSCONCURSOS/2017) Numa sala de 45 alunos, foi feita PLAN/2017) Uma papelaria fez uma pesquisa de mercado
uma votação para escolher a cor da camiseta de formatura. entre 500 de seus clientes. Nessa pesquisa encontrou os
Dentre eles, 30 votaram na cor preta, 21 votaram na cor seguintes resultados:
cinza e 8 não votaram em nenhuma delas, uma vez que • 160 clientes compraram materiais para seus filhos
não farão as camisetas. Quantos alunos votaram nas duas que cursam o Ensino Médio;
cores? • 180 clientes compraram materiais para seus filhos
(A) 6 que cursam o Ensino Fundamental II;
(B) 10 • 190 clientes compraram materiais para seus filhos
(C) 14 que cursam o Ensino Fundamental I;
(D) 18 • 20 clientes compraram materiais para seus filhos que
cursam o Ensino Médio e Fundamental I;
06. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi- • 40 clientes compraram materiais para seus filhos que
sor – FGV/2017) Na assembleia de um condomínio, duas cursam o Ensino Médio e Fundamental II;
questões independentes foram colocadas em votação para • 30 clientes compraram materiais para seus filhos que
aprovação. Dos 200 condôminos presentes, 125 votaram a cursam o Ensino Fundamental I e II; e,
favor da primeira questão, 110 votaram a favor da segunda • 10 clientes compraram materiais para seus filhos que
questão e 45 votaram contra as duas questões. cursam o Ensino Médio, Fundamental I e II.
Não houve votos em branco ou anulados. Quantos clientes da papelaria compraram materiais,
mas os filhos NÃO cursam nem o Ensino Médio e nem o
O número de condôminos que votaram a favor das Ensino Fundamental I e II?
duas questões foi:
(A) 80; (A) 50.
(B) 75; (B) 55.
(C) 70; (C) 60.
(D) 65; (D) 65.
(E) 60.
09. (ANS - Técnico em Regulação de Saúde Suple-
07. (IFBAIANO – Assistente em Administração – mentar – FUNCAB/2016) Foram visitadas algumas resi-
FCM/2017) Em meio a uma crescente evolução da taxa de dências de uma rua e em todas foram encontrados pelo
obesidade infantil, um estudioso fez uma pesquisa com um menos um criadouro com larvas do mosquito Aedes ae-
grupo de 1000 crianças para entender o comportamento gypti. Os criadouros encontrados foram listados na tabela
das mesmas em relação à prática de atividades físicas e aos a seguir:
hábitos alimentares.
Ao final desse estudo, concluiu-se que apenas 200 P. pratinhos com água embaixo de vasos de planta.
crianças praticavam alguma atividade física de forma re- R. ralos entupidos com água acumulada.
gular, como natação, futebol, entre outras, e apenas 400 K. caixas de água destampadas
crianças tinham uma alimentação adequada. Além disso,
apenas 100 delas praticavam atividade física e tinham uma Número de criadouros
alimentação adequada ao mesmo tempo.
Considerando essas informações, a probabilidade de P 103
encontrar nesse grupo uma criança que não tenha alimen- R 124
tação adequada nem pratique atividade física de forma re- K 98
gular é de:
PeR 47
(A) 30%.
(B) 40%. PeK 43
(C) 50%. ReK 60
(D) 60%. P, R e K 25
(E) 70%.
De acordo com a tabela, o número de residências vi-
sitadas foi:
(A) 200.
(B) 150.
(C) 325.
(D) 500.
(E) 455.
101
MATEMÁTICA
RESPOSTAS
04. Resposta: A.
N(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
N(A∪B)=17+13-10=20
05. Resposta: C.
Como 8 não votaram, tiramos do total: 45-8=37
N(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
37=30+21- n(A∩B)
n(A∩B)=14
06. Resposta: A.
N(A ∪B)==200-45=155
N(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
155=125+110- n(A∩B)
n(A∩B)=80
08. Resposta:A.
Sendo A=ensino médio
B fundamental I
C=fundamental II
X=quem comprou material e os filhos não cursam en-
sino médio e nem ensino fundamental
n(A∪B∪C) =n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-
-n(A∩C)-n(B∩C)
500-x=160+190+180+10-20-40-30
X=50
9+8+14+x=100
X=100-31
X=69%
102
MATEMÁTICA
09. Resposta: A.
RACIOCÍNIO LÓGICO ENVOLVENDO
PROBLEMAS ARITMÉTICOS E GEOMÉTRICOS.
RESOLUÇÃO DE SOLUÇÕES PROBLEMA
Números Naturais
Os números naturais são o modelo mate-
mático necessário para efetuar uma contagem.
Começando por zero e acrescentando sempre uma unida-
de, obtemos o conjunto infinito dos números naturais.
Expressões Numéricas
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtra-
ções, multiplicações e divisões. Todas as operações podem
acontecer em uma única expressão. Para resolver as ex-
pressões numéricas utilizamos alguns procedimentos:
Exemplo 1
O número de pacientes que apresentaram pelo menos 10 + 12 – 6 + 7
dois desses sintomas é: 22 – 6 + 7
Pois pode ter 2 sintomas ou três. 16 + 7
6+14+26+32=78 23
Exemplo 2
40 – 9 x 4 + 23
40 – 36 + 23
4 + 23
27
103
MATEMÁTICA
Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25
Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que pode
ser expresso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer,
com b≠0
São exemplos de números racionais:
-12/51
-3 2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, en-
-(-3) tão como podemos transformar em fração?
-2,333... Exemplo 1
Transforme a dízima 0, 333... em fração.
As dízimas periódicas podem ser representadas por Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízi-
fração, portanto são consideradas números racionais. ma dada de x, ou seja
Como representar esses números? X=0,333...
Se o período da dízima é de um algarismo, multiplica-
Representação Decimal das Frações mos por 10.
10x=3,333...
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em E então subtraímos:
decimais 10x-x=3,333...-0,333...
1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o nú- 9x=3
mero decimal terá um número finito de algarismos após a X=3/9
vírgula. X=1/3
Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de
período.
Exemplo 2
Seja a dízima 1,1212...
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .
Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
2º) Terá um número infinito de algarismos após a vír- X=111/99
gula, mas lembrando que a dízima deve ser periódica para
ser número racional. Números Irracionais
OBS: período da dízima são os números que se repe- Identificação de números irracionais
tem, se não repetir não é dízima periódica, e sim números - Todas as dízimas periódicas são números racionais.
irracionais, que trataremos mais a frente. - Todos os números inteiros são racionais.
- Todas as frações ordinárias são números racionais.
- Todas as dízimas não periódicas são números irra-
cionais.
- Todas as raízes inexatas são números irracionais.
- A soma de um número racional com um número irra-
cional é sempre um número irracional.
104
MATEMÁTICA
Números Reais
Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x∈R|a<x≤b}
INTERVALOS IIMITADOS
Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x∈R|x≤b}
Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}
105
MATEMÁTICA
Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}
Potenciação Propriedades
Multiplicação de fatores iguais 1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de
2³=2.2.2=8 mesma base, repete-se a base e soma os expoentes.
Casos Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
5) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1. (2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27
(4.3)²=4².3²
8) Todo número negativo, elevado ao expoente ím- 5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente,
par, resulta em um número negativo. podemos elevar separados.
Radiciação
Radiciação é a operação inversa a potenciação
Técnica de Cálculo
A determinação da raiz quadrada de um número torna-
10) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o -se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado em
valor do expoente, o resultado será igual a zero. números primos. Veja:
106
MATEMÁTICA
Operações
Operações
Multiplicação
Exemplo
64=2.2.2.2.2.2=26
1 1 1
Observe: 3.5 = (3.5) = 3 .5 = 3. 5
2 2 2
Exemplo
n
a.b = n a .n b Adição e subtração
a na
n = Caso tenha:
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente
indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi- Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.
ce dos termos do radicando.
Racionalização de Denominadores
Raiz quadrada números decimais Normalmente não se apresentam números irracionais
com radicais no denominador. Ao processo que leva à eli-
minação dos radicais do denominador chama-se racionali-
zação do denominador.
1º Caso:Denominador composto por uma só parcela
107
MATEMÁTICA
1ª expressão: 1 x 9 + 2
QUESTÕES 2ª expressão: 12 x 9 + 3
108
MATEMÁTICA
(A) 3/4;
(B) 8/9;
(C) 5/7;
(D) 8/13;
(E) 9/17.
RESPOSTAS
08. Resposta: D.
01.Resposta: B.
150-82=68 mulheres
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37
são de nível médio.
Portanto, há 37 homens de nível superior.
82-37=45 homens de nível médio. 09. Resposta: C.
2-2(1-2N)=12
02. Resposta: D. 2-2+4N=12
Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o 4N=12
vencedor. N=3
109
MATEMÁTICA
10. Resposta: E.
Como tem o mesmo número de homens e mulheres:
Ângulo Raso:
Saíram no total
- É o ângulo cuja medida é 180º;
- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.
Ângulo Reto:
Ângulos - É o ângulo cuja medida é 90º;
Denominamos ângulo a região do plano limitada por - É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendi-
duas semirretas de mesma origem. As semirretas recebem culares.
o nome de lados do ângulo e a origem delas, de vértice do
ângulo.
Triângulo
Elementos
Mediana
Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do Mediana de um triângulo é um segmento de reta que
que 90º. liga um vértice ao ponto médio do lado oposto.
Na figura, é uma mediana do ABC.
Um triângulo tem três medianas.
110
MATEMÁTICA
Classificação
111
MATEMÁTICA
QUADRILÁTEROS
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º
- é paralelo a
Número de Diagonais
Ângulos Internos
- Observações: A soma das medidas dos ângulos internos de um polí-
gono convexo de n lados é (n-2).180
- No retângulo e no quadrado as diagonais são con- Unindo um dos vértices aos outros n-3, conveniente-
gruentes (iguais) mente escolhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das
- No losango e no quadrado as diagonais são per- medidas dos ângulos internos do polígono é igual a soma
pendiculares entre si (formam ângulo de 90°) e são bisse- das medidas dos ângulos internos dos n-2 triângulos.
trizes dos ângulos internos (dividem os ângulos ao meio).
112
MATEMÁTICA
Semelhança de Triângulos
Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os
seus ângulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas
medidas, e os lados correspondentes forem proporcionais.
Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais,
então a razão de dois segmentos quaisquer de uma trans-
versal é igual à razão dos segmentos correspondentes da
outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que
são válidas as seguintes proporções:
2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes
proporcionais e os ângulos compreendidos entre eles con-
gruentes, então esses dois triângulos são semelhantes.
Exemplo
3º Caso: LLL(lado-lado-lado)
Se dois triângulos têm os três lado correspondentes
proporcionais, então esses dois triângulos são semelhan-
tes.
113
MATEMÁTICA
Fórmulas Trigonométricas
Relação Fundamental
Existe uma outra importante relação entre seno e cos-
seno de um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.
Como
a: hipotenusa
114
MATEMÁTICA
b e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipo-
tenusa
Retas Coplanares
115
MATEMÁTICA
116
MATEMÁTICA
06. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária 08. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
- MSCONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a NESP/2017) O piso de um salão retangular, de 6 m de
seguir, de vértices A, B e C, representa uma praça de uma comprimento, foi totalmente coberto por 108 placas qua-
cidade. Qual é a área dessa praça? dradas de porcelanato, todas inteiras. Sabe-se que quatro
placas desse porcelanato cobrem exatamente 1 m2 de
piso. Nessas condições, é correto afirmar que o perímetro
desse piso é, em metros, igual a
(A) 20.
(B) 21.
(C) 24.
(D) 27.
(E) 30.
117
MATEMÁTICA
04. Resposta: E.
Como o quadrado tem lado 10,a área é 100.
02. Resposta: B.
A sombreada=100-25π
05. Resposta: C.
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25
CQ²=125
CQ=5√5
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC
A=5√5⋅10=50√5
Lado=3√2
Outro lado =5√2
118
MATEMÁTICA
17²=x²+8²
289=x²+64
X²=225
X=15
07. Resposta: A.
Y²=16²+12²
5y=320 Y²=256+144=400
Y=64 Y=20
Perímetro: 16+12+20=48
Cilindros
5x=400 Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de
X=80 centro O contido num deles, e uma reta s concorrente com
os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião
de todos os segmentos paralelos a s, com extremidades no
círculo e no outro plano.
08. Resposta: B.
108/4=27m²
6x=27
X=27/6
O perímetro seria
09. Resposta: C.
Número de estacas: x
X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contan-
do duas vezes o canto Classificação
6x=30 Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando
X=5 as geratrizes são perpendiculares às bases.
Temos 5 estacas no lado menor, como são espaçadas Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é
a cada 3m equilátero.
4 espaços de 3m=12m Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.
Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m
A=12⋅27=324 m²
10. Resposta: B.
9x=108
X=12
119
MATEMÁTICA
Área
Área da base: Sb=πr²
Volume
Área
Pirâmides
As pirâmides são também classificadas quanto ao nú-
mero de lados da base.
Classificação
Área lateral:
120
MATEMÁTICA
-Triangular
-Quadrangular
Paralelepípedos
Os prismas cujas bases são paralelogramos denomi-
nam-se paralelepípedos.
Classificação
Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares
às bases
Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.
Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces
quadradas.
121
MATEMÁTICA
Demais:
EXERCÍCIOS
02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária – 05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
MSCONCURSOS/2017) Qual é o volume de uma lata de GO/2017) Frederico comprou um aquário em formato de
óleo perfeitamente cilíndrica, cujo diâmetro é 8 cm e a al- paralelepípedo, contendo as seguintes dimensões:
tura é 20 cm? (use π=3)
(A) 3,84 l
(B) 96 ml
(C) 384 ml
(D) 960 ml
122
MATEMÁTICA
06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- Considerando a pirâmide de base triangular cujos vér-
NESP/2017) As figuras seguintes mostram os blocos de tices são os pontos B, C, D e G do cubo, o seu volume é
madeira A, B e C, sendo A e B de formato cúbico e C com dado por
formato de paralelepípedo reto retângulo, cujos respecti- (A) a³/6
vos volumes, em cm³, são representados por VA, VB e VC. (B) a³/3
(C) a³/3√3
(D) a³/6√6
02. Resposta: D
V= πr²h
V=3⋅4²⋅20=960 cm³=960 ml
123
MATEMÁTICA
04. Resposta:E.
São 6 cubos no comprimento: 6⋅5=30
São 4 cubos na largura: 4⋅5=20
3 cubos na altura: 3⋅5=15 Cilindro
V=30⋅20⋅15=9000 V=Ab⋅h
V=πr²h
05. Resposta: C. Como o volume do cone é 30% maior:
V=20⋅15⋅20=6000cm³=6000ml==6 litros 117πr²=1,3 πr²h
H=117/1,3=90
06. Resposta:C.
VA=125cm³
VB=1000cm³
180h=2250
H=12,5
07. Resposta: C.
V=10⋅10⋅25=2500 cm³
2500⋅0,2=500cm³ preenchidos.
Para terminar de completar o volume:
2500-500=2000 cm³
2000/200=10 copos
08. Resposta: A.
A base é um triângulo de base a e altura a
09. Resposta: E.
V=2,5⋅2⋅1=5m³
Como foi retirado 3m³
5+3=2,5⋅2⋅h
8=5h
H=1,6m
124
DIREITOS HUMANOS
Art. 11
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS I) Todo o homem acusado de um ato delituoso tem
DIREITOS DO HOMEM o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabi-
lidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julga-
mento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas
as garantias necessárias a sua defesa.
A Assembléia Geral das Nações Unidas proclama a pre- II) Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação
sente “Declaração Universal dos Direitos do Homem” como ou omissão que, no momento, não constituíam delito pe-
o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as rante o di- reito nacional ou internacional. Também não
nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão será imposta pena mais forte do que aquela que, no mo-
da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se mento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
esforce, através do ensino e da educação, por promover Art. 12 Ninguém será sujeito a interferências na sua
o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de vida pri- vada, na sua família, no seu lar ou na sua corres-
medidas progressivas de caráter nacional e inter- nacional, pondência, nem a ataques a sua honra e reputação. Todo
por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância o homem tem direito à proteção da lei contra tais interfe-
universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Es- rências ou ataques.
tados Membros, quanto entre os povos dos territórios sob Art. 13
sua jurisdição. I) Todo homem tem direito à liberdade de locomo-
Art. 1º Todos os homens nascem livres e iguais em ção e re- sidência dentro das fronteiras de cada Estado.
dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência II) Todo o homem tem o direito de deixar qualquer
e devem agir em relação uns aos outros com espírito de país, inclu- sive o próprio, e a este regressar.
fraternidade. Art. 14
Art. 2º I) Todo o homem, vítima de perseguição, tem o di-
I) Todo o homem tem capacidade para gozar os di- reito de procurar e de gozar asilo em outros países.
reitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração sem II) Este direito não pode ser invocado em casos de
distinção de qual- quer espécie, seja de raça, cor, sexo, lín- perse- guição legitimamente motivada por crimes de direi-
gua, religião, opinião polí- tica ou de outra natureza, ori- to comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios
gem nacional ou social, riqueza, nas- cimento, ou qualquer das Nações Unidas.
outra condição. Art. 15
II) Não será também feita nenhuma distinção funda- I) Todo homem tem direito a uma nacionalidade.
da na con- dição política, jurídica ou internacional do país II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua na-
ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de cionalida- de, nem do direito de mudar de nacionalidade.
um território independente, sob tutela, sem governo pró- Art. 16
prio, quer sujeito a qualquer outra li- mitação de soberania. I) Os homens e mulheres de maior idade, sem qual-
Art. 3º Todo o homem tem direito à vida, à liberdade e quer res- trição de raça, nacionalidade ou religião, tem o
à se- gurança pessoal. direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Go-
Art. 4º Ninguém será mantido em escravidão ou ser- zam de iguais direitos em relação ao casamento, sua dura-
vidão; a escravidão e o tráfico de escravos estão proibidos ção e sua dissolução.
em todas as suas formas. II) O casamento não será válido senão com o livre e
Art. 5º Ninguém será submetido a tortura, nem a trata- pleno consentimento dos nubentes.
mento ou castigo cruel, desumano ou degradante. III) A família é o núcleo natural e fundamental da so-
Art. 6º Todo homem tem o direito de ser, em todos os ciedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado.
luga- res, reconhecido como pessoa perante a lei. Art. 17
Art. 7º Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem I) Todo o homem tem direito à propriedade, só ou
qual- quer distinção, a igual proteção da lei. Todos tem di- em so- ciedade com outros.
reito a igual proteção contra qualquer discriminação que II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua pro-
viole a presente De- claração e contra qualquer incitamen- priedade.
to a tal discriminação.
Art. 8º Todo o homem tem direito a receber dos tribu- Art. 18 Todo o homem tem direito à liberdade de pen-
nais na- cionais competentes remédio efetivo para os atos samen- to, consciência e religião; este direito inclui a liber-
que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reco- dade de mudar de religião ou crença e a liberdade de ma-
nhecidos pela constitui- ção ou pela lei. nifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática,
Art. 9º Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em
exi- lado. público ou em particular.
Art. 10 Todo o homem tem direito, em plena igualda- Art. 19 Todo o homem tem direito à liberdade de opi-
de, a uma justa e pública audiência por parte de um tribu- nião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem in-
nal independente e imparcial, para decidir de seus direitos terferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir
e deveres ou do fundamen- to de qualquer acusação cri- informações e ideias por quaisquer meios, independente-
minal contra ele. mente de fronteiras.
1
DIREITOS HUMANOS
2
DIREITOS HUMANOS
3
DIREITOS HUMANOS
Artigo 6. Proibição da escravidão e da servidão forem ilegais. Nos Estados Partes cujas leis prevêem que
toda pessoa que se vir ameaçada de ser privada de sua
1. Ninguém pode ser submetido a escravidão ou a ser- liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal com-
vidão, e tanto estas como o tráfico de escravos e o tráfico petente a fim de que este decida sobre a legalidade de tal
de mulheres são proibidos em todas as suas formas. ameaça, tal recurso não pode ser restringido nem abolido.
2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho O recurso pode ser interposto pela própria pessoa ou por
forçado ou obrigatório. Nos países em que se prescreve, outra pessoa.
para certos delitos, pena privativa da liberdade acompa- 7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio
nhada de trabalhos forçados, esta disposição não pode ser não limita os mandados de autoridade judiciária compe-
interpretada no sentido de que proíbe o cumprimento da tente expedidos em virtude de inadimplemento de obri-
dita pena, imposta por juiz ou tribunal competente. O tra- gação alimentar.
balho forçado não deve afetar a dignidade nem a capaci-
dade física e intelectual do recluso. Artigo 8. Garantias judiciais
3. Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios
para os efeitos deste artigo: 1. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devi-
a. os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de das garantias e dentro de um prazo razoável, por um juiz
pessoa reclusa em cumprimento de sentença ou resolução ou tribunal competente, independente e imparcial, esta-
formal expedida pela autoridade judiciária competente. belecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer
Tais trabalhos ou serviços devem ser executados sob a vigi- acusação penal formulada contra ela, ou para que se de-
lância e controle das autoridades públicas, e os indivíduos terminem seus direitos ou obrigações de natureza civil,
que os executarem não devem ser postos à disposição de trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza.
particulares, companhias ou pessoas jurídicas de caráter 2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se
privado; presuma sua inocência enquanto não se comprove legal-
mente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem di-
b. o serviço militar e, nos países onde se admite a isen- reito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
ção por motivos de consciência, o serviço nacional que a lei a. direito do acusado de ser assistido gratuitamente
estabelecer em lugar daquele; por tradutor ou intérprete, se não compreender ou não
falar o idioma do juízo ou tribunal;
c. o serviço imposto em casos de perigo ou calamidade b. comunicação prévia e pormenorizada ao acusado
que ameace a existência ou o bem-estar da comunidade; e da acusação formulada;
c. concessão ao acusado do tempo e dos meios ade-
d. o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações quados para a preparação de sua defesa;
cívicas normais.
d. direito do acusado de defender-se pessoalmen-
te ou de ser assistido por um defensor de sua escolha
Artigo 7. Direito à liberdade pessoal
e de comunicar-se, livremente e em particular, com seu
defensor;
1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança
pessoais. e. direito irrenunciável de ser assistido por um defen-
sor proporcionado pelo Estado, remunerado ou não, se-
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, gundo a legislação interna, se o acusado não se defender
salvo pelas causas e nas condições previamente fixadas pe- ele próprio nem nomear defensor dentro do prazo estabe-
las constituições políticas dos Estados Partes ou pelas leis lecido pela lei;
de acordo com elas promulgadas. f. direito da defesa de inquirir as testemunhas presen-
3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou encar- tes no tribunal e de obter o comparecimento, como teste-
ceramento arbitrários. munhas ou peritos, de outras pessoas que possam lançar
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das luz sobre os fatos;
razões da sua detenção e notificada, sem demora, da acu- g. direito de não ser obrigado a depor contra si mes-
sação ou acusações formuladas contra ela. ma, nem a declarar-se culpada;
5. Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, e
sem demora, à presença de um juiz ou outra autoridade h. direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal
autorizada pela lei a exercer funções judiciais e tem direito superior.
a ser julgada dentro de um prazo razoável ou a ser pos- 3. A confissão do acusado só é válida se feita sem
ta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. coação de nenhuma natureza.
Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que asse- 4. O acusado absolvido por sentença passada em jul-
gurem o seu comparecimento em juízo. gado não poderá ser submetido a novo processo pelos
6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a re- mesmos fatos.
correr a um juiz ou tribunal competente, a fim de que este 5. O processo penal deve ser público, salvo no que for
decida, sem demora, sobre a legalidade de sua prisão ou necessário para preservar os interesses da justiça.
detenção e ordene sua soltura se a prisão ou a detenção
4
DIREITOS HUMANOS
Artigo 9. Princípio da legalidade e da retroatividade a. o respeito aos direitos ou à reputação das demais
pessoas; ou
Ninguém pode ser condenado por ações ou omissões b. a proteção da segurança nacional, da ordem públi-
que, no momento em que forem cometidas, não sejam de- ca, ou da saúde ou da moral públicas.
lituosas, de acordo com o direito aplicável. Tampouco se 3. Não se pode restringir o direito de expressão por vias
pode impor pena mais grave que a aplicável no momento ou meios indiretos, tais como o abuso de controles oficiais
da perpetração do delito. Se depois da perpetração do de- ou particulares de papel de imprensa, de freqüências radioe-
lito a lei dispuser a imposição de pena mais leve, o delin- létricas ou de equipamentos e aparelhos usados na difusão
qüente será por isso beneficiado. de informação, nem por quaisquer outros meios destinados
a obstar a comunicação e a circulação de idéias e opiniões.
Artigo 10. Direito a indenização 4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a cen-
sura prévia, com o objetivo exclusivo de regular o acesso
Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a a eles, para proteção moral da infância e da adolescência,
lei, no caso de haver sido condenada em sentença passada sem prejuízo do disposto no inciso 2.
em julgado, por erro judiciário. 5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guer-
ra, bem como toda apologia ao ódio nacional, racial ou
Artigo 11. Proteção da honra e da dignidade religioso que constitua incitação à discriminação, à hosti-
lidade, ao crime ou à violência.
1. Toda pessoa tem direito ao respeito de sua honra e
ao reconhecimento de sua dignidade. Artigo 14. Direito de retificação ou resposta
2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias 1. Toda pessoa atingida por informações inexatas ou
ou abusivas em sua vida privada, na de sua família, em seu ofensivas emitidas em seu prejuízo por meios de difusão le-
domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas ile- galmente regulamentados e que se dirijam ao público em
gais à sua honra ou reputação. geral, tem direito a fazer, pelo mesmo órgão de difusão, sua
3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais retificação ou resposta, nas condições que estabeleça a lei.
ingerências ou tais ofensas. 2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta eximi-
rão das outras responsabilidades legais em que se houver
Artigo 12. Liberdade de consciência e de religião incorrido.
3. Para a efetiva proteção da honra e da reputação, toda
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência publicação ou empresa jornalística, cinematográfica, de rádio
e de religião. Esse direito implica a liberdade de conservar ou televisão, deve ter uma pessoa responsável que não seja
sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de protegida por imunidades nem goze de foro especial.
crenças, bem como a liberdade de professar e divulgar sua
religião ou suas crenças, individual ou coletivamente, tanto Artigo 15. Direito de reunião
em público como em privado.
2. Ninguém pode ser objeto de medidas restritivas É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem
que possam limitar sua liberdade de conservar sua religião armas. O exercício de tal direito só pode estar sujeito às
ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças. restrições previstas pela lei e que sejam necessárias, numa
3. A liberdade de manifestar a própria religião e as sociedade democrática, no interesse da segurança nacio-
próprias crenças está sujeita unicamente às limitações nal, da segurança ou da ordem públicas, ou para proteger
prescritas pela lei e que sejam necessárias para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e liberdades das
a segurança, a ordem, a saúde ou a moral públicas ou os demais pessoas.
direitos ou liberdades das demais pessoas.
4. Os pais, e quando for o caso os tutores, têm direito Artigo 16. Liberdade de associação
a que seus filhos ou pupilos recebam a educação religiosa
e moral que esteja acorde com suas próprias convicções. 1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se livre-
mente com fins ideológicos, religiosos, políticos, econômi-
Artigo 13. Liberdade de pensamento e de expressão cos, trabalhistas, sociais, culturais, desportivos ou de qual-
quer outra natureza.
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamen- 2. O exercício de tal direito só pode estar sujeito às restri-
to e de expressão. Esse direito compreende a liberdade de ções previstas pela lei que sejam necessárias, numa sociedade
buscar, receber e difundir informações e idéias de toda na- democrática, no interesse da segurança nacional, da seguran-
tureza, sem consideração de fronteiras, verbalmente ou por ça ou da ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral
escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por qualquer públicas ou os direitos e liberdades das demais pessoas.
outro processo de sua escolha. 3. O disposto neste artigo não impede a imposição
2. O exercício do direito previsto no inciso precedente
de restrições legais, e mesmo a privação do exercício do
não pode estar sujeito a censura prévia, mas a responsa-
bilidades ulteriores, que devem ser expressamente fixadas direito de associação, aos membros das forças armadas e
pela lei e ser necessárias para assegurar: da polícia.
5
DIREITOS HUMANOS
1. A família é o elemento natural e fundamental da 1. Toda pessoa que se ache legalmente no território de
sociedade e deve ser protegida pela sociedade e pelo Es- um Estado tem direito de circular nele e de nele residir em
tado. conformidade com as disposições legais.
2. É reconhecido o direito do homem e da mulher de 2. Toda pessoa tem o direito de sair livremente de
contraírem casamento e de fundarem uma família, se ti- qualquer país, inclusive do próprio.
verem a idade e as condições para isso exigidas pelas leis 3. O exercício dos direitos acima mencionados não
internas, na medida em que não afetem estas o princípio pode ser restringido senão em virtude de lei, na medida
da não-discriminação estabelecido nesta Convenção. indispensável, numa sociedade democrática, para prevenir
3. O casamento não pode ser celebrado sem o livre infrações penais ou para proteger a segurança nacional, a
e pleno consentimento dos contraentes. segurança ou a ordem públicas, a moral ou a saúde públi-
4. Os Estados Partes devem tomar medidas apro- cas, ou os direitos e liberdades das demais pessoas.
priadas no sentido de assegurar a igualdade de direitos e 4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso 1
a adequada equivalência de responsabilidades dos côn- pode também ser restringido pela lei, em zonas determina-
juges quanto ao casamento, durante o casamento e em das, por motivo de interesse público.
caso de dissolução do mesmo. Em caso de dissolução, 5. Ninguém pode ser expulso do território do Estado
serão adotadas disposições que assegurem a proteção do qual for nacional, nem ser privado do direito de nele
necessária aos filhos, com base unicamente no interesse e entrar.
conveniência dos mesmos. 6. O estrangeiro que se ache legalmente no território
5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos fi- de um Estado Parte nesta Convenção só poderá dele ser
lhos nascidos fora do casamento como aos nascidos den- expulso em cumprimento de decisão adotada de acordo
tro do casamento. com a lei.
7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo
Artigo 18. Direito ao nome em território estrangeiro, em caso de perseguição por deli-
tos políticos ou comuns conexos com delitos políticos e de
Toda pessoa tem direito a um prenome e aos nomes acordo com a legislação de cada Estado e com os convê-
de seus pais ou ao de um destes. A lei deve regular a nios internacionais.
forma de assegurar a todos esse direito, mediante nomes 8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso ou
fictícios, se for necessário. entregue a outro país, seja ou não de origem, onde seu di-
reito à vida ou à liberdade pessoal esteja em risco de viola-
Artigo 19. Direitos da criança ção por causa da sua raça, nacionalidade, religião, condição
social ou de suas opiniões políticas.
Toda criança tem direito às medidas de proteção que 9. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros.
a sua condição de menor requer por parte da sua família,
da sociedade e do Estado. Artigo 23. Direitos políticos
Artigo 20. Direito à nacionalidade 1. Todos os cidadãos devem gozar dos seguintes direi-
tos e oportunidades:
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. a. de participar na direção dos assuntos públicos, dire-
2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado tamente ou por meio de representantes livremente eleitos;
em cujo território houver nascido, se não tiver direito a b. de votar e ser eleitos em eleições periódicas autên-
outra. ticas, realizadas por sufrágio universal e igual e por voto
3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua secreto que garanta a livre expressão da vontade dos elei-
nacionalidade nem do direito de mudá-la. tores; e
c. de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às
Artigo 21. Direito à propriedade privada funções públicas de seu país.
2. A lei pode regular o exercício dos direitos e opor-
1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo dos seus tunidades a que se refere o inciso anterior, exclusivamente
bens. A lei pode subordinar esse uso e gozo ao interesse por motivos de idade, nacionalidade, residência, idioma,
social. instrução, capacidade civil ou mental, ou condenação, por
2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, juiz competente, em processo penal.
salvo mediante o pagamento de indenização justa, por
motivo de utilidade pública ou de interesse social e nos Artigo 24. Igualdade perante a lei
casos e na forma estabelecidos pela lei.
3. Tanto a usura como qualquer outra forma de ex- Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por conse-
ploração do homem pelo homem devem ser reprimidas guinte, têm direito, sem discriminação, a igual proteção
pela lei. da lei.
6
DIREITOS HUMANOS
Artigo 25. Proteção judicial 3. Todo Estado Parte que fizer uso do direito de sus-
pensão deverá informar imediatamente os outros Estados
1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rá- Partes na presente Convenção, por intermédio do Secre-
pido ou a qualquer outro recurso efetivo, perante os juí- tário-Geral da Organização dos Estados Americanos, das
zes ou tribunais competentes, que a proteja contra atos disposições cuja aplicação haja suspendido, dos motivos
que violem seus direitos fundamentais reconhecidos pela determinantes da suspensão e da data em que haja dado
constituição, pela lei ou pela presente Convenção, mesmo por terminada tal suspensão.
quando tal violação seja cometida por pessoas que estejam
atuando no exercício de suas funções oficiais. Artigo 28. Cláusula federal
2. Os Estados Partes comprometem-se:
a. a assegurar que a autoridade competente prevista 1. Quando se tratar de um Estado Parte constituí-
pelo sistema legal do do como Estado federal, o governo nacional do aludido
Estado decida sobre os direitos de toda pessoa que in- Estado Parte cumprirá todas as disposições da presente
terpuser tal recurso; Convenção, relacionadas com as matérias sobre as quais
b. a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; e exerce competência legislativa e judicial.
c. a assegurar o cumprimento, pelas autoridades com- 2. No tocante às disposições relativas às matérias
petentes, de toda decisão em que se tenha considerado
que correspondem à competência das entidades com-
procedente o recurso.
ponentes da federação, o governo nacional deve tomar
imediatamente as medidas pertinente, em conformidade
CAPÍTULO III
DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS com sua constituição e suas leis, a fim de que as autorida-
des competentes das referidas entidades possam adotar
Artigo 26. Desenvolvimento progressivo as disposições cabíveis para o cumprimento desta Con-
venção.
Os Estados Partes comprometem-se a adotar provi- 3. Quando dois ou mais Estados Partes decidirem
dências, tanto no âmbito interno como mediante coope- constituir entre eles uma federação ou outro tipo de asso-
ração internacional, especialmente econômica e técnica, ciação, diligenciarão no sentido de que o pacto comuni-
a fim de conseguir progressivamente a plena efetividade tário respectivo contenha as disposições necessárias para
dos direitos que decorrem das normas econômicas, sociais que continuem sendo efetivas no novo Estado assim or-
e sobre educação, ciência e cultura, constantes da Carta ganizado as normas da presente Convenção.
da Organização dos Estados Americanos, reformada pelo
Protocolo de Buenos Aires, na medida dos recursos dispo- Artigo 29. Normas de interpretação
níveis, por via legislativa ou por outros meios apropriados.
Nenhuma disposição desta Convenção pode ser in-
CAPÍTULO IV terpretada no sentido de:
SUSPENSÃO DE GARANTIAS, INTERPRETAÇÃO E a. permitir a qualquer dos Estados Partes, grupo ou
APLICAÇÃO pessoa, suprimir o gozo e exercício dos direitos e liberda-
des reconhecidos na Convenção ou limitá-los em maior
Artigo 27. Suspensão de garantias medida do que a nela prevista;
b. limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou
1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra liberdade que possam ser reconhecidos de acordo com
emergência que ameace a independência ou segurança do as leis de qualquer dos Estados Partes ou de acordo com
Estado Parte, este poderá adotar disposições que, na me- outra convenção em que seja parte um dos referidos Es-
dida e pelo tempo estritamente limitados às exigências da tados;
situação, suspendam as obrigações contraídas em virtude
c. excluir outros direitos e garantias que são inerentes
desta Convenção, desde que tais disposições não sejam in-
ao ser humano ou que decorrem da forma democrática
compatíveis com as demais obrigações que lhe impõe o
representativa de governo; e
Direito Internacional e não encerrem discriminação alguma
fundada em motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião ou d. excluir ou limitar o efeito que possam produzir a
origem social. Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem
2. A disposição precedente não autoriza a suspen- e outros atos internacionais da mesma natureza.
são dos direitos determinados seguintes artigos: 3 (Direito
ao reconhecimento da personalidade jurídica); 4 (Direito Artigo 30. Alcance das restrições
à vida); 5 (Direito à integridade pessoal); 6 (Proibição da
escravidão e servidão); 9 (Princípio da legalidade e da re- As restrições permitidas, de acordo com esta Con-
troatividade); 12 (Liberdade de consciência e de religião); venção, ao gozo e exercício dos direitos e liberdades nela
17 (Proteção da família); 18 (Direito ao nome); 19 (Direitos reconhecidos, não podem ser aplicadas senão de acordo
da criança); 20 (Direito à nacionalidade) e 23 (Direitos po- com leis que forem promulgadas por motivo de interesse
líticos), nem das garantias indispensáveis para a proteção geral e com o propósito para o qual houverem sido esta-
de tais direitos. belecidas.
7
DIREITOS HUMANOS
Artigo 31. Reconhecimento de outros direitos 2. Cada um dos referidos governos pode propor até
três candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou
Poderão ser incluídos no regime de proteção desta de qualquer outro Estado membro da Organização dos Es-
Convenção outros direitos e liberdades que forem reco- tados Americanos. Quando for proposta uma lista de três
nhecidos de acordo com os processos estabelecidos nos candidatos, pelo menos um deles deverá ser nacional de
artigos 76 e 77. Estado diferente do proponente.
CAPÍTULO V Artigo 37
DEVERES DAS PESSOAS
1. Os membros da Comissão serão eleitos por quatro
Artigo 32. Correlação entre deveres e direitos anos e só poderão ser reeleitos uma vez, porém o mandato
de três dos membros designados na primeira eleição expi-
1. Toda pessoa tem deveres para com a família, a co- rará ao cabo de dois anos. Logo depois da referida eleição,
serão determinados por sorteio, na Assembléia Geral, os
munidade e a humanidade.
nomes desses três membros.
2. Não pode fazer parte da Comissão mais de um na-
2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos di-
cional de um mesmo Estado.
reitos dos demais, pela segurança de todos e pelas justas
exigências do bem comum, numa sociedade democrática. Artigo 38
PARTE II As vagas que ocorrerem na Comissão, que não se de-
MEIOS DA PROTEÇÃO vam à expiração normal do mandato, serão preenchidas
CAPÍTULO VI pelo Conselho Permanente da Organização, de acordo com
ÓRGÃOS COMPETENTES o que dispuser o Estatuto da Comissão.
Artigo 33 Artigo 39
São competentes para conhecer dos assuntos relacio- A Comissão elaborará seu estatuto e submetê-lo-á à
nados com o cumprimento dos compromissos assumidos aprovação da Assembléia Geral e expedirá seu próprio re-
pelos Estados Partes nesta Convenção: gulamento.
a. a Comissão Interamericana de Direitos Humanos,
doravante denominada a Comissão; e Artigo 40
b. a Corte Interamericana de Direitos Humanos, dora-
vante denominada a Corte. Os serviços de secretaria da Comissão devem ser de-
sempenhados pela unidade funcional especializada que faz
CAPÍTULO VII parte da Secretaria-Geral da Organização e devem dispor
COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HU- dos recursos necessários para cumprir as tarefas que lhe
MANOS forem confiadas pela Comissão.
Seção 1 — Organização
Seção 2 — Funções
Artigo 34
Artigo 41
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos
A Comissão tem a função principal de promover a ob-
compor-se-á de sete membros, que deverão ser pessoas
servância e a defesa dos direitos humanos e, no exercício
de alta autoridade moral e de reconhecido saber em ma-
do seu mandato, tem as seguintes funções e atribuições:
téria de direitos humanos.
a. estimular a consciência dos direitos humanos nos
povos da América;
Artigo 35 b. formular recomendações aos governos dos Estados
membros, quando o considerar conveniente, no sentido
A Comissão representa todos os membros da Organi- de que adotem medidas progressivas em prol dos direitos
zação dos Estados Americanos. humanos no âmbito de suas leis internas e seus preceitos
constitucionais, bem como disposições apropriadas para
Artigo 36 promover o devido respeito a esses direitos;
c. preparar os estudos ou relatórios que considerar
1. Os membros da Comissão serão eleitos a título convenientes para o desempenho de suas funções;
pessoal, pela Assembléia Geral da Organização, de uma d. solicitar aos governos dos Estados membros que lhe
lista de candidatos propostos pelos governos dos Estados proporcionem informações sobre as medidas que adota-
membros. rem em matéria de direitos humanos;
8
DIREITOS HUMANOS
e. atender às consultas que, por meio da Secretaria- 4. As declarações serão depositadas na Secretaria-Ge-
-Geral da Organização dos Estados Americanos, lhe formu- ral da Organização dos Estados Americanos, a qual encami-
larem os Estados membros sobre questões relacionadas nhará cópia das mesmas aos Estados membros da referida
com os direitos humanos e, dentro de suas possibilidades, Organização.
prestar-lhes o assessoramento que eles lhe solicitarem;
f. atuar com respeito às petições e outras comunica- Artigo 46
ções, no exercício de sua autoridade, de conformidade com
o disposto nos artigos 44 a 51 desta Convenção; e 1. Para que uma petição ou comunicação apresentada
g. apresentar um relatório anual à Assembléia Geral da de acordo com os artigos 44 ou 45 seja admitida pela Co-
Organização dos Estados Americanos. missão, será necessário:
a. que hajam sido interpostos e esgotados os recursos
Artigo 42 da jurisdição interna, de acordo com os princípios de direi-
to internacional geralmente reconhecidos;
Os Estados Partes devem remeter à Comissão cópia b. que seja apresentada dentro do prazo de seis me-
dos relatórios e estudos que, em seus respectivos campos, ses, a partir da data em que o presumido prejudicado em
submetem anualmente às Comissões Executivas do Conse- seus direitos tenha sido notificado da decisão definitiva;
lho Interamericano Econômico e Social e do Conselho In- c. que a matéria da petição ou comunicação não esteja
teramericano de Educação, Ciência e Cultura, a fim de que pendente de outro processo de solução internacional; e
aquela vele por que se promovam os direitos decorrentes d. que, no caso do artigo 44, a petição contenha o
das normas econômicas, sociais e sobre educação, ciência nome, a nacionalidade, a profissão, o domicílio e a assina-
e cultura, constantes da Carta da Organização dos Estados tura da pessoa ou pessoas ou do representante legal da
Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires. entidade que submeter a petição.
2. As disposições das alíneas a e b do inciso 1 deste
Artigo 43 artigo não se aplicarão quando:
a. não existir, na legislação interna do Estado de que se
Os Estados Partes obrigam-se a proporcionar à Comis- tratar, o devido processo legal para a proteção do direito
são as informações que esta lhes solicitar sobre a maneira ou direitos que se alegue tenham sido violados;
pela qual o seu direito interno assegura a aplicação efetiva b. não se houver permitido ao presumido prejudicado
de quaisquer disposições desta Convenção. em seus direitos o acesso aos recursos da jurisdição inter-
na, ou houver sido ele impedido de esgotá-los; e
Seção 3 — Competência
c. houver demora injustificada na decisão sobre os
Artigo 44 mencionados recursos.
9
DIREITOS HUMANOS
a. se reconhecer a admissibilidade da petição ou co- 2. O relatório será encaminhado aos Estados interes-
municação, solicitará informações ao Governo do Estado sados, aos quais não será facultado publicá-lo.
ao qual pertença a autoridade apontada como responsável 3. Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode formu-
pela violação alegada e transcreverá as partes pertinentes lar as proposições e recomendações que julgar adequadas.
da petição ou comunicação. As referidas informações de-
vem ser enviadas dentro de um prazo razoável, fixado pela Artigo 51
Comissão ao considerar as circunstâncias de cada caso;
b. recebidas as informações, ou transcorrido o prazo 1. Se no prazo de três meses, a partir da remessa aos
fixado sem que sejam elas recebidas, verificará se existem Estados interessados do relatório da Comissão, o assunto
ou subsistem os motivos da petição ou comunicação. No não houver sido solucionado ou submetido à decisão da
caso de não existirem ou não subsistirem, mandará arquivar Corte pela Comissão ou pelo Estado interessado, aceitando
o expediente; sua competência, a Comissão poderá emitir, pelo voto da
c. poderá também declarar a inadmissibilidade ou a maioria absoluta dos seus membros, sua opinião e conclu-
improcedência da petição ou comunicação, com base em sões sobre a questão submetida à sua consideração.
informação ou prova supervenientes; 2. A Comissão fará as recomendações pertinentes e
d. se o expediente não houver sido arquivado, e com fixará um prazo dentro do qual o Estado deve tomar as me-
o fim de comprovar os fatos, a Comissão procederá, com didas que lhe competirem para remediar a situação exami-
conhecimento das partes, a um exame do assunto exposto nada.
na petição ou comunicação. Se for necessário e conveniente, 3. Transcorrido o prazo fixado, a Comissão decidirá,
a Comissão procederá a uma investigação para cuja eficaz pelo voto da maioria absoluta dos seus membros, se o Esta-
realização solicitará, e os Estados interessados lhes propor- do tomou ou não medidas adequadas e se publica ou não
cionarão todas as facilidades necessárias; seu relatório.
e. poderá pedir aos Estados interessados qualquer in-
formação pertinente e receberá, se isso lhe for solicitado, as CAPÍTULO VIII
exposições verbais ou escritas que apresentarem os interes- CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
sados; e
f. pôr-se-á à disposição das partes interessadas, a fim de Seção 1 — Organização
chegar a uma solução amistosa do assunto, fundada no res-
peito aos direitos humanos reconhecidos nesta Convenção. Artigo 52
2. Entretanto, em casos graves e urgentes, pode ser
realizada uma investigação, mediante prévio consentimento 1. A Corte compor-se-á de sete juízes, nacionais dos
do Estado em cujo território se alegue haver sido cometida Estados membros da Organização, eleitos a título pessoal
a violação, tão somente com a apresentação de uma petição dentre juristas da mais alta autoridade moral, de reconhe-
ou comunicação que reúna todos os requisitos formais de cida competência em matéria de direitos humanos, que
admissibilidade. reúnam as condições requeridas para o exercício das mais
elevadas funções judiciais, de acordo com a lei do Estado do
Artigo 49 qual sejam nacionais, ou do Estado que os propuser como
candidatos.
Se se houver chegado a uma solução amistosa de acor-
do com as disposições do inciso 1, f, do artigo 48, a Comissão 2. Não deve haver dois juízes da mesma nacionalidade.
redigirá um relatório que será encaminhado ao peticionário
e aos Estados Partes nesta Convenção e, posteriormente, Artigo 53
transmitido, para sua publicação, ao Secretário-Geral da Or-
ganização dos Estados Americanos. O referido relatório con- 1. Os juízes da Corte serão eleitos, em votação secreta
terá uma breve exposição dos fatos e da solução alcançada. e pelo voto da maioria absoluta dos Estados Partes na Con-
Se qualquer das partes no caso o solicitar, ser-lhe-á propor- venção, na Assembléia Geral da Organização, de uma lista
cionada a mais ampla informação possível. de candidatos propostos pelos mesmos Estados.
2. Cada um dos Estados Partes pode propor até três
Artigo 50 candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou de
qualquer outro Estado membro da Organização dos Es-
1. Se não se chegar a uma solução, e dentro do prazo tados Americanos. Quando se propuser uma lista de três
que for fixado pelo Estatuto da Comissão, esta redigirá um candidatos, pelo menos um deles deverá ser nacional de
relatório no qual exporá os fatos e suas conclusões. Se o Estado diferente do proponente.
relatório não representar, no todo ou em parte, o acordo
unânime dos membros da Comissão, qualquer deles poderá Artigo 54
agregar ao referido relatório seu voto em separado. Também
se agregarão ao relatório as exposições verbais ou escritas 1. Os juízes da Corte serão eleitos por um período de
que houverem sido feitas pelos interessados em virtude do seis anos e só poderão ser reeleitos uma vez. O mandato de
inciso 1, e, do artigo 48. três dos juízes designados na primeira eleição expirará ao
10
DIREITOS HUMANOS
11
DIREITOS HUMANOS
Artigo 65 Artigo 71
12
DIREITOS HUMANOS
Artigo 79
3. O Secretário-Geral informará todos os Estados
membros da Organização sobre a entrada em vigor da
Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário-Geral
Convenção.
pedirá por escrito a cada Estado membro da Organização
que apresente, dentro de um prazo de noventa dias, seus
Artigo 75
candidatos a membro da Comissão Interamericana de Di-
reitos Humanos. O Secretário-Geral preparará uma lista por
Esta Convenção só pode ser objeto de reservas em
ordem alfabética dos candidatos apresentados e a encami-
conformidade com as disposições da Convenção de Viena nhará aos Estados membros da Organização pelo menos
sobre o Direito dos Tratados, assinada em 23 de maio de trinta dias antes da Assembléia Geral seguinte.
1969.
Artigo 80
Artigo 76
A eleição dos membros da Comissão far-se-á dentre
1. Qualquer Estado Parte, diretamente, e a Comissão os candidatos que figurem na lista a que se refere o artigo
ou a Corte, por intermédio do Secretário-Geral, podem 79, por votação secreta da Assembléia Geral, e serão decla-
submeter à Assembléia Geral, para o que julgarem conve- rados eleitos os candidatos que obtiverem maior número
niente, proposta de emenda a esta Convenção. de votos e a maioria absoluta dos votos dos representantes
dos Estados membros. Se, para eleger todos os membros
2. As emendas entrarão em vigor para os Estados que da Comissão, for necessário realizar várias votações, serão
ratificarem as mesmas na data em que houver sido depo- eliminados sucessivamente, na forma que for determinada
sitado o respectivo instrumento de ratificação que corres- pela Assembléia Geral, os candidatos que receberem menor
ponda ao número de dois terços dos Estados Partes nesta número de votos.
Convenção. Quanto aos outros Estados Partes, entrarão em
vigor na data em que depositarem eles os seus respectivos Seção 2 — Corte Interamericana de Direitos Huma-
instrumentos de ratificação. nos
Artigo 77 Artigo 81
1. De acordo com a faculdade estabelecida no artigo Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário-Ge-
31, qualquer Estado Parte e a Comissão podem submeter ral solicitará por escrito a cada Estado Parte que apresente,
à consideração dos Estados Partes reunidos por ocasião da dentro de um prazo de noventa dias, seus candidatos a juiz
Assembléia Geral, projetos de protocolos adicionais a esta da Corte Interamericana de Direitos Humanos. O Secretá-
Convenção, com a finalidade de incluir progressivamente rio-Geral preparará uma lista por ordem alfabética dos can-
no regime de proteção da mesma outros direitos e liber- didatos apresentados e a encaminhará aos Estados Partes
dades. pelo menos trinta dias antes da Assembléia Geral seguinte.
13
DIREITOS HUMANOS
14
DIREITOS HUMANOS
tram na Grécia antiga, sendo permitida a participação dire- direitos e obrigações, de modo a assegurar, sob o foco de
ta daqueles poucos que eram considerados cidadãos, por condições existenciais mínimas, a participação saudável e
meio da discussão na polis. ativa nos destinos escolhidos, sem que isso importe des-
Democracia (do grego, demo+kratos) é um regime po- tilação dos valores soberanos da democracia e das liber-
lítico em que o poder de tomar decisões políticas está com dades individuais. O processo de valorização do indivíduo
os cidadãos, de forma direta (quando um cidadão se reúne articula a promoção de escolhas, posturas e sonhos, sem
com os demais e, juntos, eles tomam a decisão política) ou olvidar que o espectro de abrangência das liberdades in-
indireta (quando ao cidadão é dado o poder de eleger um dividuais encontra limitação em outros direitos fundamen-
representante). tais, tais como a honra, a vida privada, a intimidade, a ima-
Portanto, o conceito de democracia está diretamente gem. Sobreleva registrar que essas garantias, associadas ao
ligado ao de cidadania, notadamente porque apenas quem princípio da dignidade da pessoa humana, subsistem como
possui cidadania está apto a participar das decisões políti- conquista da humanidade, razão pela qual auferiram pro-
cas a serem tomadas pelo Estado. teção especial consistente em indenização por dano moral
Cidadão é o nacional, isto é, aquele que possui o vín- decorrente de sua violação”5.
culo político-jurídico da nacionalidade com o Estado, que Para Reale6, a evolução histórica demonstra o domínio
goza de direitos políticos, ou seja, que pode votar e ser de um valor sobre o outro, ou seja, a existência de uma
votado (sufrágio universal). ordem gradativa entre os valores; mas existem os valores
Destacam-se os seguintes conceitos correlatos: fundamentais e os secundários, sendo que o valor fonte
a) Nacionalidade: é o vínculo jurídico-político que liga é o da pessoa humana. Nesse sentido, são os dizeres de
um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que ele Reale7: “partimos dessa ideia, a nosso ver básica, de que a
passe a integrar o povo daquele Estado, desfrutando assim pessoa humana é o valor-fonte de todos os valores. O ho-
de direitos e obrigações. mem, como ser natural biopsíquico, é apenas um indivíduo
b) Povo: conjunto de pessoas que compõem o Estado, entre outros indivíduos, um ente animal entre os demais
unidas pelo vínculo da nacionalidade. da mesma espécie. O homem, considerado na sua obje-
c) População: conjunto de pessoas residentes no Esta- tividade espiritual, enquanto ser que só realiza no sentido
do, nacionais ou não. de seu dever ser, é o que chamamos de pessoa. Só o ho-
Depreende-se que a cidadania é um atributo conferido mem possui a dignidade originária de ser enquanto deve
aos nacionais titulares de direitos políticos, permitindo a ser, pondo-se essencialmente como razão determinante do
consolidação do sistema democrático. processo histórico”.
Quando a Constituição Federal assegura a dignidade
1.3) Dignidade da pessoa humana da pessoa humana como um dos fundamentos da Repúbli-
A dignidade da pessoa humana é o valor-base de inter- ca, faz emergir uma nova concepção de proteção de cada
pretação de qualquer sistema jurídico, internacional ou na- membro do seu povo. Tal ideologia de forte fulcro huma-
cional, que possa se considerar compatível com os valores nista guia a afirmação de todos os direitos fundamentais
éticos, notadamente da moral, da justiça e da democracia. e confere a eles posição hierárquica superior às normas
Pensar em dignidade da pessoa humana significa, acima de organizacionais do Estado, de modo que é o Estado que
tudo, colocar a pessoa humana como centro e norte para está para o povo, devendo garantir a dignidade de seus
qualquer processo de interpretação jurídico, seja na elabo- membros, e não o inverso.
ração da norma, seja na sua aplicação.
Sem pretender estabelecer uma definição fechada ou 1.4) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
plena, é possível conceituar dignidade da pessoa humana Quando o constituinte coloca os valores sociais do tra-
como o principal valor do ordenamento ético e, por con-
balho em paridade com a livre iniciativa fica clara a percep-
sequência, jurídico que pretende colocar a pessoa humana
ção de necessário equilíbrio entre estas duas concepções.
como um sujeito pleno de direitos e obrigações na or-
De um lado, é necessário garantir direitos aos trabalhado-
dem internacional e nacional, cujo desrespeito acarreta a
res, notadamente consolidados nos direitos sociais enume-
própria exclusão de sua personalidade.
rados no artigo 7º da Constituição; por outro lado, estes
Aponta Barroso4: “o princípio da dignidade da pessoa
direitos não devem ser óbice ao exercício da livre iniciativa,
humana identifica um espaço de integridade moral a ser
mas sim vetores que reforcem o exercício desta liberdade
assegurado a todas as pessoas por sua só existência no
dentro dos limites da justiça social, evitando o predomínio
mundo. É um respeito à criação, independente da crença
que se professe quanto à sua origem. A dignidade rela- do mais forte sobre o mais fraco.
ciona-se tanto com a liberdade e valores do espírito como 5 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Recurso
com as condições materiais de subsistência”. de Revista n. 259300-59.2007.5.02.0202. Relator: Alberto
O Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, do Luiz Bresciani de Fontan Pereira. Brasília, 05 de setembro de
Tribunal Superior do Trabalho, trouxe interessante conceito 2012j1. Disponível em: www.tst.gov.br. Acesso em: 17 nov.
numa das decisões que relatou: “a dignidade consiste na 2012.
percepção intrínseca de cada ser humano a respeito dos 6 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São
4 BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplica- Paulo: Saraiva, 2002, p. 228.
ção da Constituição. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 382. 7 Ibid., p. 220.
15
DIREITOS HUMANOS
16
DIREITOS HUMANOS
como um princípio que deve reger a atividade econômica. 4.1) Independência nacional
A menção deste princípio implica em afirmar que as polí- A formação de uma comunidade internacional não
ticas públicas econômico-financeiras deverão se guiar pela significa a eliminação da soberania dos países, mas ape-
busca da redução das desigualdades, fornecendo incentivos nas uma relativização, limitando as atitudes por ele to-
específicos para a exploração da atividade econômica em madas em prol da preservação do bem comum e da paz
zonas economicamente marginalizadas. mundial. Na verdade, o próprio compromisso de respeito
aos direitos humanos traduz a limitação das ações esta-
3.4) Promover o bem de todos, sem preconceitos de tais, que sempre devem se guiar por eles. Logo, o Brasil é
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas um país independente, que não responde a nenhum ou-
de discriminação tro, mas que como qualquer outro possui um dever para
Ainda no ideário de justiça social, coloca-se o princípio com a humanidade e os direitos inatos a cada um de seus
da igualdade como objetivo a ser alcançado pela República membros.
brasileira. Sendo assim, a república deve promover o princí-
pio da igualdade e consolidar o bem comum. Em verdade, a 4.2) Prevalência dos direitos humanos
promoção do bem comum pressupõe a prevalência do prin-
O Estado existe para o homem e não o inverso. Por-
cípio da igualdade.
tanto, toda normativa existe para a sua proteção como
Sobre o bem de todos, isto é, o bem comum, o filósofo
pessoa humana e o Estado tem o dever de servir a este
Jacques Maritain8 ressaltou que o fim da sociedade é o seu
bem comum, mas esse bem comum é o das pessoas hu- fim de preservação. A única forma de fazer isso é adotan-
manas, que compõem a sociedade. Com base neste ideário, do a pessoa humana como valor-fonte de todo o ordena-
apontou as características essenciais do bem comum: redis- mento, o que somente é possível com a compreensão de
tribuição, pela qual o bem comum deve ser redistribuído às que os direitos humanos possuem uma posição prioritária
pessoas e colaborar para o desenvolvimento delas; respeito no ordenamento jurídico-constitucional.
à autoridade na sociedade, pois a autoridade é necessária Conceituar direitos humanos é uma tarefa complicada,
para conduzir a comunidade de pessoas humanas para o mas, em síntese, pode-se afirmar que direitos humanos
bem comum; moralidade, que constitui a retidão de vida, são aqueles inerentes ao homem enquanto condição para
sendo a justiça e a retidão moral elementos essenciais do sua dignidade que usualmente são descritos em docu-
bem comum. mentos internacionais para que sejam mais seguramente
garantidos. A conquista de direitos da pessoa humana é,
4) Princípios de relações internacionais (artigo 4º) na verdade, uma busca da dignidade da pessoa humana.
O último artigo do título I trabalha com os princípios
que regem as relações internacionais da República brasileira: 4.3) Autodeterminação dos povos
A premissa dos direitos políticos é a autodetermina-
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas ção dos povos. Neste sentido, embora cada Estado tenha
relações internacionais pelos seguintes princípios: obrigações de direito internacional que deve respeitar
I - independência nacional; para a adequada consecução dos fins da comunidade in-
II - prevalência dos direitos humanos; ternacional, também tem o direito de se autodeterminar,
III - autodeterminação dos povos; sendo que tal autodeterminação é feita pelo seu povo.
IV - não-intervenção; Se autodeterminar significa garantir a liberdade do
V - igualdade entre os Estados; povo na tomada das decisões políticas, logo, o direito à
VI - defesa da paz; autodeterminação pressupõe a exclusão do colonialismo.
VII - solução pacífica dos conflitos; Não se aceita a ideia de que um Estado domine o outro,
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
tirando a sua autodeterminação.
IX - cooperação entre os povos para o progresso da hu-
manidade;
4.4) Não-intervenção
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará Por não-intervenção entenda-se que o Estado bra-
a integração econômica, política, social e cultural dos povos sileiro irá respeitar a soberania dos demais Estados na-
da América Latina, visando à formação de uma comunidade cionais. Sendo assim, adotará práticas diplomáticas e res-
latino-americana de nações. peitará as decisões políticas tomadas no âmbito de cada
Estado, eis que são paritários na ordem internacional.
De maneira geral, percebe-se na Constituição Federal a
compreensão de que a soberania do Estado nacional bra- 4.5) Igualdade entre os Estados
sileiro não permite a sobreposição em relação à soberania Por este princípio se reconhece uma posição de pari-
dos demais Estados, bem como de que é necessário respei- dade, ou seja, de igualdade hierárquica, na ordem interna-
tar determinadas práticas inerentes ao direito internacional cional entre todos os Estados. Em razão disso, cada Estado
dos direitos humanos. possuirá direito de voz e voto na tomada de decisões polí-
8 MARITAIN, Jacques. Os direitos do homem e a lei ticas na ordem internacional em cada organização da qual
natural. 3. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, faça parte e deverá ter sua opinião respeitada.
1967, p. 20-22.
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DIREITOS HUMANOS
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DIREITOS HUMANOS
tos civis e políticos); os direitos sociais se enquadram na se- em outro: a liberdade de locomoção, direito, é colocada
gunda dimensão (direitos econômicos, sociais e culturais) e no artigo 5º, XV, ao passo que o dever de relaxamento da
os direitos coletivos na terceira dimensão. Contudo, a enu- prisão ilegal de ofício pelo juiz, garantia, se encontra no
meração de direitos humanos na Constituição vai além dos artigo 5º, LXV12.
direitos que expressamente constam no título II do texto Em caso de ineficácia da garantia, implicando em vio-
constitucional. lação de direito, cabe a utilização dos remédios constitu-
Os direitos fundamentais possuem as seguintes carac- cionais.
terísticas principais: Atenção para o fato de o constituinte chamar os remé-
a) Historicidade: os direitos fundamentais possuem dios constitucionais de garantias, e todas as suas fórmulas
antecedentes históricos relevantes e, através dos tempos, de direitos e garantias propriamente ditas apenas de di-
adquirem novas perspectivas. Nesta característica se en- reitos.
quadra a noção de dimensões de direitos.
b) Universalidade: os direitos fundamentais perten- Direitos e deveres individuais e coletivos
cem a todos, tanto que apesar da expressão restritiva do
O capítulo I do título II é intitulado “direitos e deveres
caput do artigo 5º aos brasileiros e estrangeiros residentes
individuais e coletivos”. Da própria nomenclatura do capí-
no país tem se entendido pela extensão destes direitos, na
tulo já se extrai que a proteção vai além dos direitos do
perspectiva de prevalência dos direitos humanos. indivíduo e também abrange direitos da coletividade. A
c) Inalienabilidade: os direitos fundamentais não maior parte dos direitos enumerados no artigo 5º do texto
possuem conteúdo econômico-patrimonial, logo, são in- constitucional é de direitos individuais, mas são incluídos
transferíveis, inegociáveis e indisponíveis, estando fora do alguns direitos coletivos e mesmo remédios constitucionais
comércio, o que evidencia uma limitação do princípio da próprios para a tutela destes direitos coletivos (ex.: manda-
autonomia privada. do de segurança coletivo).
d) Irrenunciabilidade: direitos fundamentais não po-
dem ser renunciados pelo seu titular devido à fundamenta- 1) Brasileiros e estrangeiros
lidade material destes direitos para a dignidade da pessoa O caput do artigo 5º aparenta restringir a proteção
humana. conferida pelo dispositivo a algumas pessoas, notadamen-
e) Inviolabilidade: direitos fundamentais não podem te, “aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País”.
deixar de ser observados por disposições infraconstitucio- No entanto, tal restrição é apenas aparente e tem sido in-
nais ou por atos das autoridades públicas, sob pena de nu- terpretada no sentido de que os direitos estarão protegi-
lidades. dos com relação a todas as pessoas nos limites da sobera-
f) Indivisibilidade: os direitos fundamentais compõem nia do país.
um único conjunto de direitos porque não podem ser ana- Em razão disso, por exemplo, um estrangeiro pode in-
lisados de maneira isolada, separada. gressar com habeas corpus ou mandado de segurança, ou
g) Imprescritibilidade: os direitos fundamentais não então intentar ação reivindicatória com relação a imóvel
se perdem com o tempo, não prescrevem, uma vez que são seu localizado no Brasil (ainda que não resida no país).
sempre exercíveis e exercidos, não deixando de existir pela Somente alguns direitos não são estendidos a todas as
falta de uso (prescrição). pessoas. A exemplo, o direito de intentar ação popular exi-
h) Relatividade: os direitos fundamentais não po- ge a condição de cidadão, que só é possuída por nacionais
dem ser utilizados como um escudo para práticas ilícitas titulares de direitos políticos.
ou como argumento para afastamento ou diminuição da
2) Relação direitos-deveres
responsabilidade por atos ilícitos, assim estes direitos não
O capítulo em estudo é denominado “direitos e garan-
são ilimitados e encontram seus limites nos demais direitos
tias deveres e coletivos”, remetendo à necessária relação
igualmente consagrados como humanos.
direitos-deveres entre os titulares dos direitos fundamen-
tais. Acima de tudo, o que se deve ter em vista é a premissa
Vale destacar que a Constituição vai além da proteção reconhecida nos direitos fundamentais de que não há di-
dos direitos e estabelece garantias em prol da preservação reito que seja absoluto, correspondendo-se para cada di-
destes, bem como remédios constitucionais a serem utili- reito um dever. Logo, o exercício de direitos fundamentais é
zados caso estes direitos e garantias não sejam preserva- limitado pelo igual direito de mesmo exercício por parte de
dos. Neste sentido, dividem-se em direitos e garantias as outrem, não sendo nunca absolutos, mas sempre relativos.
previsões do artigo 5º: os direitos são as disposições de- Explica Canotilho13 quanto aos direitos fundamentais:
claratórias e as garantias são as disposições assecuratórias. “a ideia de deveres fundamentais é suscetível de ser enten-
O legislador muitas vezes reúne no mesmo dispositivo dida como o ‘outro lado’ dos direitos fundamentais. Como
o direito e a garantia, como no caso do artigo 5º, IX: “é livre ao titular de um direito fundamental corresponde um de-
a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de 12 FARIA, Cássio Juvenal. Notas pessoais tomadas
comunicação, independentemente de censura ou licença” em teleconferência.
– o direito é o de liberdade de expressão e a garantia é a 13 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito cons-
vedação de censura ou exigência de licença. Em outros ca- titucional e teoria da constituição. 2. ed. Coimbra: Almedi-
sos, o legislador traz o direito num dispositivo e a garantia na, 1998, p. 479.
19
DIREITOS HUMANOS
ver por parte de um outro titular, poder-se-ia dizer que o tos e deveres. Trata-se de um aspecto relacionado à igual-
particular está vinculado aos direitos fundamentais como dade enquanto liberdade, tirando o homem do arbítrio dos
destinatário de um dever fundamental. Neste sentido, um demais por meio da equiparação. Basicamente, estaria se
direito fundamental, enquanto protegido, pressuporia um falando na igualdade perante a lei.
dever correspondente”. Com efeito, a um direito funda- No entanto, com o passar dos tempos, se percebeu que
mental conferido à pessoa corresponde o dever de respei- não bastava igualar todos os homens em direitos e deveres
to ao arcabouço de direitos conferidos às outras pessoas. para torná-los iguais, pois nem todos possuem as mesmas
condições de exercer estes direitos e deveres. Logo, não
3) Direitos e garantias em espécie é suficiente garantir um direito à igualdade formal, mas
Preconiza o artigo 5º da Constituição Federal em seu é preciso buscar progressivamente a igualdade material.
caput: No sentido de igualdade material que aparece o direito à
igualdade num segundo momento, pretendendo-se do Es-
Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem tado, tanto no momento de legislar quanto no de aplicar e
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- executar a lei, uma postura de promoção de políticas go-
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade vernamentais voltadas a grupos vulneráveis.
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à Assim, o direito à igualdade possui dois sentidos notá-
propriedade, nos termos seguintes [...]. veis: o de igualdade perante a lei, referindo-se à aplicação
uniforme da lei a todas as pessoas que vivem em socieda-
O caput do artigo 5º, que pode ser considerado um de; e o de igualdade material, correspondendo à necessi-
dos principais (senão o principal) artigos da Constituição dade de discriminações positivas com relação a grupos vul-
Federal, consagra o princípio da igualdade e delimita as neráveis da sociedade, em contraponto à igualdade formal.
cinco esferas de direitos individuais e coletivos que me-
recem proteção, isto é, vida, liberdade, igualdade, segu- Ações afirmativas
rança e propriedade. Os incisos deste artigos delimitam Neste sentido, desponta a temática das ações afirmati-
vários direitos e garantias que se enquadram em alguma vas,que são políticas públicas ou programas privados cria-
destas esferas de proteção, podendo se falar em duas es- dos temporariamente e desenvolvidos com a finalidade de
feras específicas que ganham também destaque no texto reduzir as desigualdades decorrentes de discriminações ou
constitucional, quais sejam, direitos de acesso à justiça e de uma hipossuficiência econômica ou física, por meio da
direitos constitucionais-penais. concessão de algum tipo de vantagem compensatória de
tais condições.
- Direito à igualdade Quem é contra as ações afirmativas argumenta que,
Abrangência em uma sociedade pluralista, a condição de membro de
Observa-se, pelo teor do caput do artigo 5º, CF, que o um grupo específico não pode ser usada como critério de
constituinte afirmou por duas vezes o princípio da igual- inclusão ou exclusão de benefícios. Ademais, afirma-se que
dade: elas desprivilegiam o critério republicano do mérito (se-
gundo o qual o indivíduo deve alcançar determinado cargo
Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem público pela sua capacidade e esforço, e não por pertencer
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- a determinada categoria); fomentariam o racismo e o ódio;
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade bem como ferem o princípio da isonomia por causar uma
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e discriminação reversa.
à propriedade, nos termos seguintes [...]. Por outro lado, quem é favorável às ações afirmativas
defende que elas representam o ideal de justiça compen-
Não obstante, reforça este princípio em seu primeiro satória (o objetivo é compensar injustiças passadas, dívidas
inciso: históricas, como uma compensação aos negros por tê-los
feito escravos, p. ex.); representam o ideal de justiça dis-
Artigo 5º, I, CF. Homens e mulheres são iguais em di- tributiva (a preocupação, aqui, é com o presente. Busca-
reitos e obrigações, nos termos desta Constituição. -se uma concretização do princípio da igualdade material);
bem como promovem a diversidade.
Este inciso é especificamente voltado à necessidade Neste sentido, as discriminações legais asseguram
de igualdade de gênero, afirmando que não deve haver a verdadeira igualdade, por exemplo, com as ações afir-
nenhuma distinção sexo feminino e o masculino, de modo mativas, a proteção especial ao trabalho da mulher e do
que o homem e a mulher possuem os mesmos direitos e menor, as garantias aos portadores de deficiência, entre
obrigações. outras medidas que atribuam a pessoas com diferentes
Entretanto, o princípio da isonomia abrange muito condições, iguais possibilidades, protegendo e respeitando
mais do que a igualdade de gêneros, envolve uma pers- suas diferenças14. Tem predominado em doutrina e juris-
pectiva mais ampla. prudência, inclusive no Supremo Tribunal Federal, que as
O direito à igualdade é um dos direitos norteadores ações afirmativas são válidas.
de interpretação de qualquer sistema jurídico. O primeiro 14 SANFELICE, Patrícia de Mello. Comentários aos
enfoque que foi dado a este direito foi o de direito civil, artigos I e II. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários
enquadrando-o na primeira dimensão, no sentido de que a à Declaração Universal dos Direitos do Homem. Brasília:
todas as pessoas deveriam ser garantidos os mesmos direi- Fortium, 2008, p. 08.
20
DIREITOS HUMANOS
21
DIREITOS HUMANOS
mais do que a opinião de seu emitente. Assim, a regra Cada pessoa tem liberdade para professar a sua fé
constitucional, ao consagrar a livre manifestação do pensa- como bem entender dentro dos limites da lei. Não há uma
mento, imprime a existência jurídica ao chamado direito de crença ou religião que seja proibida, garantindo-se que a
opinião”16. Em outras palavras, primeiro existe o direito de profissão desta fé possa se realizar em locais próprios.
ter uma opinião, depois o de expressá-la. Nota-se que a liberdade de religião engloba 3 tipos
No mais, surge como corolário do direito à liberdade distintos, porém intrinsecamente relacionados de liberda-
de pensamento e de expressão o direito à escusa por con- des: a liberdade de crença; a liberdade de culto; e a liberda-
vicção filosófica ou política: de de organização religiosa.
Consoante o magistério de José Afonso da Silva17, entra
Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por na liberdade de crença a liberdade de escolha da religião,
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou a liberdade de aderir a qualquer seita religiosa, a liberdade
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação (ou o direito) de mudar de religião, além da liberdade de
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação al- não aderir a religião alguma, assim como a liberdade de
ternativa, fixada em lei. descrença, a liberdade de ser ateu e de exprimir o agnos-
ticismo, apenas excluída a liberdade de embaraçar o livre
Trata-se de instrumento para a consecução do direito exercício de qualquer religião, de qualquer crença. A liber-
assegurado na Constituição Federal – não basta permitir dade de culto consiste na liberdade de orar e de praticar
que se pense diferente, é preciso respeitar tal posiciona- os atos próprios das manifestações exteriores em casa ou
mento. em público, bem como a de recebimento de contribuições
Com efeito, este direito de liberdade de expressão é para tanto. Por fim, a liberdade de organização religiosa
limitado. Um destes limites é o anonimato, que consiste na refere-se à possibilidade de estabelecimento e organização
garantia de atribuir a cada manifestação uma autoria cer- de igrejas e suas relações com o Estado.
ta e determinada, permitindo eventuais responsabilizações Como decorrência do direito à liberdade religiosa, as-
por manifestações que contrariem a lei. segurando o seu exercício, destaca-se o artigo 5º, VII, CF:
Tem-se, ainda, a seguinte previsão no artigo 5º, IX, CF:
Artigo 5º, VII, CF. É assegurada, nos termos da lei, a pres-
Artigo 5º, IX, CF. É livre a expressão da atividade inte- tação de assistência religiosa nas entidades civis e mili-
lectual, artística, científica e de comunicação, indepen- tares de internação coletiva.
dentemente de censura ou licença.
O dispositivo refere-se não só aos estabelecimentos
Consolida-se outra perspectiva da liberdade de expres- prisionais civis e militares, mas também a hospitais.
são, referente de forma específica a atividades intelectuais, Ainda, surge como corolário do direito à liberdade reli-
artísticas, científicas e de comunicação. Dispensa-se, com giosa o direito à escusa por convicção religiosa:
relação a estas, a exigência de licença para a manifestação
do pensamento, bem como veda-se a censura prévia. Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por
A respeito da censura prévia, tem-se não cabe impe- motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou po-
dir a divulgação e o acesso a informações como modo de lítica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal
controle do poder. A censura somente é cabível quando a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alterna-
necessária ao interesse público numa ordem democrática, tiva, fixada em lei.
por exemplo, censurar a publicação de um conteúdo de
exploração sexual infanto-juvenil é adequado. Sempre que a lei impõe uma obrigação a todos, por
O direito à resposta (artigo 5º, V, CF) e o direito à in- exemplo, a todos os homens maiores de 18 anos o alis-
denização (artigo 5º, X, CF) funcionam como a contrapar- tamento militar, não cabe se escusar, a não ser que tenha
tida para aquele que teve algum direito seu violado (no- fundado motivo em crença religiosa ou convicção filosó-
tadamente inerentes à privacidade ou à personalidade) fica/política, caso em que será obrigado a cumprir uma
em decorrência dos excessos no exercício da liberdade de prestação alternativa, isto é, uma outra atividade que não
expressão. contrarie tais preceitos.
22
DIREITOS HUMANOS
Trata-se da liberdade de informação, consistente na Dentro do espectro do direito de petição se insere, por
liberdade de procurar e receber informações e ideias por exemplo, o direito de solicitar esclarecimentos, de solicitar
quaisquer meios, independente de fronteiras, sem interfe- cópias reprográficas e certidões, bem como de ofertar de-
rência. núncias de irregularidades. Contudo, o constituinte, talvez
A liberdade de informação tem um caráter passivo, ao na intenção de deixar clara a obrigação dos Poderes Pú-
passo que a liberdade de expressão tem uma caracterís- blicos em fornecer certidões, trouxe a letra b) do inciso, o
tica ativa, de forma que juntas formam os aspectos ativo que gera confusões conceituais no sentido do direito de
e passivo da exteriorização da liberdade de pensamento: obter certidões ser dissociado do direito de petição.
não basta poder manifestar o seu próprio pensamento, é Por fim, relevante destacar a previsão do artigo 5º,
preciso que ele seja ouvido e, para tanto, há necessidade LX, CF:
de se garantir o acesso ao pensamento manifestado para
a sociedade. Artigo 5º, LX, CF. A lei só poderá restringir a publici-
Por sua vez, o acesso à informação envolve o direito de dade dos atos processuais quando a defesa da intimidade
todos obterem informações claras, precisas e verdadeiras a ou o interesse social o exigirem.
respeito de fatos que sejam de seu interesse, notadamente
pelos meios de comunicação imparciais e não monopoli-
Logo,o processo, em regra, não será sigiloso. Apenas
zados (artigo 220, CF). No entanto, nem sempre é possível
o será quando a intimidade merecer preservação (ex: pro-
que a imprensa divulgue com quem obteve a informação
cesso criminal de estupro ou causas de família em geral)
divulgada, sem o que a segurança desta poderia ficar pre-
judicada e a informação inevitavelmente não chegaria ao ou quando o interesse social exigir (ex: investigações que
público. possam ser comprometidas pela publicidade). A publici-
Especificadamente quanto à liberdade de informação dade é instrumento para a efetivação da liberdade de in-
no âmbito do Poder Público, merecem destaque algumas formação.
previsões.
Primeiramente, prevê o artigo 5º, XXXIII, CF: Liberdade de locomoção
Outra faceta do direito à liberdade encontra-se no ar-
Artigo 5º, XXXIII, CF. Todos têm direito a receber dos tigo 5º, XV, CF:
órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no pra- Artigo 5º, XV, CF. É livre a locomoção no território
zo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
do Estado. bens.
23
DIREITOS HUMANOS
Artigo 5º, XVI, CF. Todos podem reunir-se pacificamen- O primeiro caso é o de dissolução compulsória, ou
te, sem armas, em locais abertos ao público, independen- seja, a associação deixará de existir para sempre. Obvia-
temente de autorização, desde que não frustrem outra re- mente, é preciso o trânsito em julgado da decisão judicial
união anteriormente convocada para o mesmo local, sendo que assim determine, pois antes disso sempre há possibi-
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. lidade de reverter a decisão e permitir que a associação
continue em funcionamento. Contudo, a decisão judicial
Pessoas podem ir às ruas para reunirem-se com de- pode suspender atividades até que o trânsito em julgado
mais na defesa de uma causa, apenas possuindo o dever ocorra, ou seja, no curso de um processo judicial.
de informar tal reunião. Tal dever remonta-se a questões de Em destaque, a legitimidade representativa da as-
segurança coletiva. Imagine uma grande reunião de pes- sociação quanto aos seus filiados, conforme artigo 5º,
soas por uma causa, a exemplo da Parada Gay, que chega XXI, CF:
a aglomerar milhões de pessoas em algumas capitais: seria
absurdo tolerar tal tipo de reunião sem o prévio aviso do Artigo 5º, XXI, CF. As entidades associativas, quando ex-
poder público para que ele organize o policiamento e a as- pressamente autorizadas, têm legitimidade para represen-
sistência médica, evitando algazarras e socorrendo pessoas tar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
que tenham algum mal-estar no local. Outro limite é o uso
de armas, totalmente vedado, assim como de substâncias Trata-se de caso de legitimidade processual extraordi-
ilícitas (Ex: embora a Marcha da Maconha tenha sido auto- nária, pela qual um ente vai a juízo defender interesse de
rizada pelo Supremo Tribunal Federal, vedou-se que nela outra(s) pessoa(s) porque a lei assim autoriza.
tal substância ilícita fosse utilizada). A liberdade de associação envolve não somente o di-
reito de criar associações e de fazer parte delas, mas tam-
Liberdade de associação bém o de não associar-se e o de deixar a associação, con-
No que tange à liberdade de reunião, traz o artigo 5º, forme artigo 5º, XX, CF:
XVII, CF:
Artigo 5º, XX, CF. Ninguém poderá ser compelido a
Artigo 5º, XVII, CF. É plena a liberdade de associação associar-se ou a permanecer associado.
para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.
- Direitos à privacidade e à personalidade
A liberdade de associação difere-se da de reunião por
sua perenidade, isto é, enquanto a liberdade de reunião é Abrangência
exercida de forma sazonal, eventual, a liberdade de asso- Prevê o artigo 5º, X, CF:
ciação implica na formação de um grupo organizado que
se mantém por um período de tempo considerável, dotado Artigo 5º, X, CF. São invioláveis a intimidade, a vida
de estrutura e organização próprias. privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
Por exemplo, o PCC e o Comando vermelho são asso- direito a indenização pelo dano material ou moral decor-
ciações ilícitas e de caráter paramilitar, pois possuem armas rente de sua violação.
e o ideal de realizar sua própria justiça paralelamente à es-
tatal. O legislador opta por trazer correlacionados no mes-
O texto constitucional se estende na regulamentação mo dispositivo legal os direitos à privacidade e à perso-
da liberdade de associação. nalidade.
24
DIREITOS HUMANOS
O domicílio é inviolável, razão pela qual ninguém pode “A manifestação do pensamento é livre e garantida
nele entrar sem o consentimento do morador, a não ser EM em nível constitucional, não aludindo a censura prévia em
QUALQUER HORÁRIO no caso de flagrante delito (o mora- diversões e espetáculos públicos. Os abusos porventura
dor foi flagrado na prática de crime e fugiu para seu do- ocorridos no exercício indevido da manifestação do pensa-
micílio) ou desastre (incêndio, enchente, terremoto...) ou
mento são passíveis de exame e apreciação pelo Poder Ju-
para prestar socorro (morador teve ataque do coração, está
diciário com a consequente responsabilidade civil e penal
sufocado, desmaiado...), e SOMENTE DURANTE O DIA por
de seus autores, decorrentes inclusive de publicações inju-
determinação judicial.
riosas na imprensa, que deve exercer vigilância e controle
Quanto ao sigilo de correspondência e das comunica-
ções, prevê o artigo 5º, XII, CF: da matéria que divulga”20.
O direito de resposta é o direito que uma pessoa
Artigo 5º, XII, CF. É inviolável o sigilo da correspondência tem de se defender de críticas públicas no mesmo meio
e das comunicações telegráficas, de dados e das comunica- em que foram publicadas garantida exatamente a mes-
ções telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas ma repercussão. Mesmo quando for garantido o direito
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de inves- de resposta não é possível reverter plenamente os da-
tigação criminal ou instrução processual penal. nos causados pela manifestação ilícita de pensamento,
razão pela qual a pessoa inda fará jus à indenização.
O sigilo de correspondência e das comunicações está A manifestação ilícita do pensamento geralmente cau-
melhor regulamentado na Lei nº 9.296, de 1996. sa um dano, ou seja, um prejuízo sofrido pelo agente, que
18 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitu- pode ser individual ou coletivo, moral ou material, econô-
cional positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. mico e não econômico.
19 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de di- 20 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucio-
reito constitucional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. nal. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2011.
25
DIREITOS HUMANOS
Dano material é aquele que atinge o patrimônio (ma- § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o
terial ou imaterial) da vítima, podendo ser mensurado fi- seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aque-
nanceiramente e indenizado. les cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou con-
“Dano moral direto consiste na lesão a um interesse dição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
que visa a satisfação ou gozo de um bem jurídico extra- § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão
patrimonial contido nos direitos da personalidade (como judicial de que já não caiba recurso.
a vida, a integridade corporal, a liberdade, a honra, o
decoro, a intimidade, os sentimentos afetivos, a própria - Direito à propriedade
imagem) ou nos atributos da pessoa (como o nome, a O caput do artigo 5º da Constituição assegura a prote-
capacidade, o estado de família)”21. ção do direito à propriedade, tanto material quanto intelec-
Já o dano à imagem é delimitado no artigo 20 do tual, delimitada em alguns incisos que o seguem.
Código Civil:
Função social da propriedade material
O artigo 5º, XXII, CF estabelece:
Artigo 20, CC. Salvo se autorizadas, ou se necessárias
à administração da justiça ou à manutenção da ordem pú-
Artigo 5º, XXII, CF. É garantido o direito de proprie-
blica, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra,
dade.
ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de
uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e A seguir, no inciso XXIII do artigo 5º, CF estabelece o
sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a principal fator limitador deste direito:
honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destina-
rem a fins comerciais. Artigo 5º, XXIII, CF. A propriedade atenderá a sua fun-
ção social.
- Direito à segurança
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a pro- A propriedade, segundo Silva23, “[...] não pode mais ser
teção do direito à segurança. Na qualidade de direito in- considerada como um direito individual nem como institui-
dividual liga-se à segurança do indivíduo como um todo, ção do direito privado. [...] embora prevista entre os direitos
desde sua integridade física e mental, até a própria segu- individuais, ela não mais poderá ser considerada puro di-
rança jurídica. reito individual, relativizando-se seu conceito e significado,
No sentido aqui estudado, o direito à segurança pes- especialmente porque os princípios da ordem econômica
soal é o direito de viver sem medo, protegido pela soli- são preordenados à vista da realização de seu fim: assegu-
dariedade e liberto de agressões, logo, é uma maneira de rar a todos existência digna, conforme os ditames da jus-
garantir o direito à vida. tiça social. Se é assim, então a propriedade privada, que,
Nesta linha, para Silva22, “efetivamente, esse conjun- ademais, tem que atender a sua função social, fica vincula-
to de direitos aparelha situações, proibições, limitações da à consecução daquele princípio”.
e procedimentos destinados a assegurar o exercício e o Com efeito, a proteção da propriedade privada está li-
gozo de algum direito individual fundamental (intimida- mitada ao atendimento de sua função social, sendo este o
de, liberdade pessoal ou a incolumidade física ou moral)”. requisito que a correlaciona com a proteção da dignidade
Especificamente no que tange à segurança jurídica, da pessoa humana. A propriedade de bens e valores em
tem-se o disposto no artigo 5º, XXXVI, CF: geral é um direito assegurado na Constituição Federal e,
como todos os outros, se encontra limitado pelos demais
Artigo 5º, XXXVI, CF. A lei não prejudicará o direito princípios conforme melhor se atenda à dignidade do ser
humano.
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
A Constituição Federal delimita o que se entende por
função social:
Pelo inciso restam estabelecidos limites à retroativi-
dade da lei.
Art. 182, caput, CF. A política de desenvolvimento urba-
Define o artigo 6º da Lei de Introdução às Normas do no, executada pelo Poder Público municipal, conforme dire-
Direito Brasileiro: trizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o
Artigo 6º, LINDB. A Lei em vigor terá efeito imediato e bem-estar de seus habitantes.
geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido
e a coisa julgada. Artigo 182, § 1º, CF. O plano diretor, aprovado pela Câ-
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado mara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. mil habitantes, é o instrumento básico da política de desen-
21 ZANNONI, Eduardo. El daño en la responsabili- volvimento e de expansão urbana.
dad civil. Buenos Aires: Astrea, 1982.
22 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitu- 23 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitu-
cional positivo... Op. Cit., p. 437. cional positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
26
DIREITOS HUMANOS
Artigo 182, § 2º, CF. A propriedade urbana cumpre sua Artigo 184, § 1º, CF. As benfeitorias úteis e necessárias
função social quando atende às exigências fundamentais de serão indenizadas em dinheiro.
ordenação da cidade expressas no plano diretor24.
No que tange à desapropriação por necessidade ou
Artigo 186, CF. A função social é cumprida quando a pro- utilidade pública, prevê o artigo 5º, XXIV, CF:
priedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e
graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: Artigo 5º, XXIV, CF. A lei estabelecerá o procedimento
I - aproveitamento racional e adequado; para desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
II - utilização adequada dos recursos naturais disponí- ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização
veis e preservação do meio ambiente; em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constitui-
III - observância das disposições que regulam as relações ção.
de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprie- Ainda, prevê o artigo 182, § 3º, CF:
tários e dos trabalhadores.
Artigo 182, §3º, CF. As desapropriações de imóveis urba-
Desapropriação
nos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
No caso de desrespeito à função social da proprieda-
de cabe até mesmo desapropriação do bem, de modo que
pode-se depreender do texto constitucional duas possibili- Tem-se, ainda o artigo 184, §§ 2º e 3º, CF:
dades de desapropriação: por desrespeito à função social e
por necessidade ou utilidade pública. Artigo 184, §2º, CF. O decreto que declarar o imóvel
A Constituição Federal prevê a possibilidade de desa- como de interesse social, para fins de reforma agrária, auto-
propriação por desatendimento à função social: riza a União a propor a ação de desapropriação.
Artigo 182, § 4º, CF. É facultado ao Poder Público mu- Artigo 184, §3º, CF. Cabe à lei complementar estabelecer
nicipal, mediante lei específica para área incluída no plano procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do processo judicial de desapropriação.
solo urbano não edificado, subutilizado ou não utiliza-
do, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, A desapropriação por utilidade ou necessidade pública
sucessivamente, de: deve se dar mediante prévia e justa indenização em dinhei-
I - parcelamento ou edificação compulsórios; ro. O Decreto-lei nº 3.365/1941 a disciplina, delimitando
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial ur- o procedimento e conceituando utilidade pública, em seu
bana progressivo no tempo; artigo 5º:
III - desapropriação com pagamento mediante títulos
da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Artigo 5º, Decreto-lei n. 3.365/1941. Consideram-se ca-
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em sos de utilidade pública:
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real a) a segurança nacional;
da indenização e os juros legais25. b) a defesa do Estado;
c) o socorro público em caso de calamidade;
Artigo 184, CF. Compete à União desapropriar por inte- d) a salubridade pública;
resse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que
e) a criação e melhoramento de centros de população,
não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia
seu abastecimento regular de meios de subsistência;
e justa indenização em títulos da dívida agrária, com
cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas
de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e minerais, das águas e da energia hidráulica;
cuja utilização será definida em lei26. g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração,
casas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes medici-
24 Instrumento básico de um processo de planejamen-
to municipal para a implantação da política de desenvolvimen-
nais;
to urbano, norteando a ação dos agentes públicos e privados h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos;
(Lei n. 10.257/2001 - Estatuto da cidade). i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou
25 Nota-se que antes de se promover a desapropria- logradouros públicos; a execução de planos de urbanização;
ção de imóvel urbano por desatendimento à função social é o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua
necessário tomar duas providências, sucessivas: primeiro, o melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a cons-
parcelamento ou edificação compulsórios; depois, o estabe- trução ou ampliação de distritos industriais;
lecimento de imposto sobre a propriedade predial e territorial j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;
urbana progressivo no tempo. Se ambas medidas restarem que a desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ineficazes, parte-se para a desapropriação por desatendimen- já que na primeira há violação do ordenamento constitucional
to à função social. pelo proprietário, mas na segunda não. Por isso, indeniza-se
26 A desapropriação em decorrência do desatendimen- em títulos da dívida agrária, que na prática não são tão valori-
to da função social é indenizada, mas não da mesma maneira zados quanto o dinheiro.
27
DIREITOS HUMANOS
k) a preservação e conservação dos monumentos históri- Como a finalidade da reforma agrária é transformar
cos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos terras improdutivas e grandes propriedades em atinentes à
ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes função social, alguns imóveis rurais não podem ser abrangi-
e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e, dos pela reforma agrária:
ainda, a proteção de paisagens e locais particularmente do-
tados pela natureza; Art. 185, CF. São insuscetíveis de desapropriação para fins
l) a preservação e a conservação adequada de arquivos, de reforma agrária:
documentos e outros bens moveis de valor histórico ou ar- I - a pequena e média propriedade rural, assim definida
tístico; em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
m) a construção de edifícios públicos, monumentos co- II - a propriedade produtiva.
memorativos e cemitérios; Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à pro-
n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pou- priedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos
so para aeronaves; requisitos relativos a sua função social.
o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natu-
reza científica, artística ou literária; Sobre as diretrizes da política agrícola, prevê o artigo
p) os demais casos previstos por leis especiais. 187:
Um grande problema que faz com que processos que Art. 187, CF. A política agrícola será planejada e execu-
tenham a desapropriação por objeto se estendam é a in- tada na forma da lei, com a participação efetiva do setor de
devida valorização do imóvel pelo Poder Público, que ge- produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem
ralmente pretende pagar valor muito abaixo do devido, ne- como dos setores de comercialização, de armazenamento e de
cessitando o Judiciário intervir em prol da correta avaliação. transportes, levando em conta, especialmente:
Outra questão reside na chamada tredestinação, pela I - os instrumentos creditícios e fiscais;
qual há a destinação de um bem expropriado (desapropria- II - os preços compatíveis com os custos de produção e a
ção) a finalidade diversa da que se planejou inicialmente. garantia de comercialização;
A tredestinação pode ser lícita ou ilícita. Será ilícita quan- III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
do resultante de desvio do propósito original; e será líci- IV - a assistência técnica e extensão rural;
V - o seguro agrícola;
ta quando a Administração Pública dê ao bem finalidade
VI - o cooperativismo;
diversa, porém preservando a razão do interesse público.
VII - a eletrificação rural e irrigação;
VIII - a habitação para o trabalhador rural.
Política agrária e reforma agrária
§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades
Enquanto desdobramento do direito à propriedade
agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais.
imóvel e da função social desta propriedade, tem-se ainda
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola
o artigo 5º, XXVI, CF: e de reforma agrária.
Artigo 5º, XXVI, CF. A pequena propriedade rural, as- As terras devolutas e públicas serão destinadas confor-
sim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não me a política agrícola e o plano nacional de reforma agrária
será objeto de penhora para pagamento de débitos decor- (artigo 188, caput, CF). Neste sentido, “a alienação ou a con-
rentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os cessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior
meios de financiar o seu desenvolvimento. a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica,
ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia apro-
Assim, se uma pessoa é mais humilde e tem uma pe- vação do Congresso Nacional”, salvo no caso de alienações
quena propriedade será assegurado que permaneça com ou concessões de terras públicas para fins de reforma agrária
ela e a torne mais produtiva. (artigo 188, §§ 1º e 2º, CF).
A preservação da pequena propriedade em detrimento Os que forem favorecidos pela reforma agrária (homens,
dos grandes latifúndios improdutivos é uma das diretrizes- mulheres, ambos, qualquer estado civil) não poderão nego-
-guias da regulamentação da política agrária brasileira, que ciar seus títulos pelo prazo de 10 anos (artigo 189, CF).
tem como principal escopo a realização da reforma agrária. Consta, ainda, que “a lei regulará e limitará a aquisição
Parte da questão financeira atinente à reforma agrária ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou
se encontra prevista no artigo 184, §§ 4º e 5º, CF: jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão
de autorização do Congresso Nacional” (artigo 190, CF).
Artigo 184, §4º, CF. O orçamento fixará anualmente
o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o Usucapião
montante de recursos para atender ao programa de reforma Usucapião é o modo originário de aquisição da proprie-
agrária no exercício. dade que decorre da posse prolongada por um longo tem-
po, preenchidos outros requisitos legais. Em outras palavras,
Artigo 184, §5º, CF. São isentas de impostos federais, es- usucapião é uma situação em que alguém tem a posse de
taduais e municipais as operações de transferência de imó- um bem por um tempo longo, sem ser incomodado, a pon-
veis desapropriados para fins de reforma agrária. to de se tornar proprietário.
28
DIREITOS HUMANOS
A Constituição regulamenta o acesso à propriedade Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja
mediante posse prolongada no tempo – usucapião – em pública, pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os
casos específicos, denominados usucapião especial urbana seguintes requisitos específicos:
e usucapião especial rural. a) Imóvel rural
O artigo 183 da Constituição regulamenta a usucapião b) 50 hectares, no máximo – há também legislação que
especial urbana: estabelece um limite mínimo, o módulo rural (Estatuto da
Terra). É possível usucapir áreas menores que o módulo ru-
Art. 183, CF. Aquele que possuir como sua área urba- ral? Tem prevalecido o entendimento de que pode, mas é
na de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco assunto muito controverso.
anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para c) 5 anos – pode ser considerado o prazo antes 05 de
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, des- outubro de 1988 (Constituição Federal)? Depende. Se a
de que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. área é de até 25 hectares sim, pois já havia tal possibilidade
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão antes da CF/88. Se área for maior (entre 25 ha e 50 ha) não.
conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, indepen-
d) Moradia sua ou de sua família – a pessoa deve morar
dentemente do estado civil.
na área rural.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo pos-
e) Nenhum outro imóvel.
suidor mais de uma vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usu- f) O usucapiente, com seu trabalho, deve ter tornado
capião. a área produtiva. Por isso, é chamado de usucapião “pro
labore”. Dependerá do caso concreto.
Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja
pública, pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os Uso temporário
seguintes requisitos específicos: No mais, estabelece-se uma terceira limitação ao di-
a) Área urbana – há controvérsia. Pela teoria da localiza- reito de propriedade que não possui o caráter definitivo
ção, área urbana é a que está dentro do perímetro urbano. Pela da desapropriação, mas é temporária, conforme artigo 5º,
teoria da destinação, mais importante que a localização é a sua XXV, CF:
utilização. Ex.: se tem fins agrícolas/pecuários e estiver dentro
do perímetro urbana, o imóvel é rural. Para fins de usucapião a Artigo 5º, XXV, CF. No caso de iminente perigo públi-
maioria diz que prevalece a teoria da localização. co, a autoridade competente poderá usar de propriedade
b) Imóveis até 250 m² – Pode dentro de uma posse particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior,
maior isolar área de 250m² e ingressar com a ação? A juris- se houver dano.
prudência é pacífica que a posse desde o início deve ficar
restrita a 250m². Predomina também que o terreno deve ter Se uma pessoa tem uma propriedade, numa situação
250m², não a área construída (a área de um sobrado, por de perigo, o poder público pode se utilizar dela (ex: montar
exemplo, pode ser maior que a de um terreno). uma base para capturar um fugitivo), pois o interesse da
c) 5 anos – houve controvérsia porque a Constituição coletividade é maior que o do indivíduo proprietário.
Federal de 1988 que criou esta modalidade. E se antes de
05 de outubro de 1988 uma pessoa tivesse há 4 anos dentro Direito sucessório
do limite da usucapião urbana? Predominou que só corria o O direito sucessório aparece como uma faceta do direi-
prazo a partir da criação do instituto, não só porque antes to à propriedade, encontrando disciplina constitucional no
não existia e o prazo não podia correr, como também não artigo 5º, XXX e XXXI, CF:
se poderia prejudicar o proprietário.
d) Moradia sua ou de sua família – não basta ter posse,
Artigo 5º, XXX, CF. É garantido o direito de herança;
é preciso que a pessoa more, sozinha ou com sua família, ao
longo de todo o prazo (não só no início ou no final). Logo,
Artigo 5º, XXXI, CF. A sucessão de bens de estrangei-
não cabe acessio temporis por cessão da posse.
e) Nenhum outro imóvel, nem urbano, nem rural, no ros situados no País será regulada pela lei brasileira em be-
Brasil. O usucapiente não prova isso, apenas alega. Se al- nefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não
guém não quiser a usucapião, prova o contrário. Este re- lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
quisito é verificado no momento em que completa 5 anos.
Em relação à previsão da usucapião especial rural, des- O direito à herança envolve o direito de receber – seja
taca-se o artigo 191, CF: devido a uma previsão legal, seja por testamento – bens
de uma pessoa que faleceu. Assim, o patrimônio passa
Art. 191, CF. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel ru- para outra pessoa, conforme a vontade do falecido e/ou
ral ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem a lei determine. A Constituição estabelece uma disciplina
oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta específica para bens de estrangeiros situados no Brasil, as-
hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua famí- segurando que eles sejam repassados ao cônjuge e filhos
lia, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. brasileiros nos termos da lei mais benéfica (do Brasil ou do
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiri- país estrangeiro).
dos por usucapião.
29
DIREITOS HUMANOS
30
DIREITOS HUMANOS
Em segundo lugar, no entender de Cappelletti e Garth29, Com o tempo se percebeu que não bastava garantir
veio a onda de superação do problema na representação o acesso à justiça se este não fosse célere e eficaz. Não
dos interesses difusos, saindo da concepção tradicional de significa que se deve acelerar o processo em detrimento
processo como algo restrito a apenas duas partes indivi- de direitos e garantias assegurados em lei, mas sim que
dualizadas e ocasionando o surgimento de novas institui- é preciso proporcionar um trâmite que dure nem mais e
ções, como o Ministério Público. nem menos que o necessário para a efetiva realização da
Finalmente, Cappelletti e Garth30 apontam uma terceira justiça no caso concreto.
onda consistente no surgimento de uma concepção mais
ampla de acesso à justiça, considerando o conjunto de ins- - Direitos constitucionais-penais
tituições, mecanismos, pessoas e procedimentos utilizados:
“[...] esse enfoque encoraja a exploração de uma ampla
Juiz natural e vedação ao juízo ou tribunal de ex-
variedade de reformas, incluindo alterações nas formas de
procedimento, mudanças na estrutura dos tribunais ou a ceção
criação de novos tribunais, o uso de pessoas leigas ou pa- Quando o artigo 5º, LIII, CF menciona:
raprofissionais, tanto como juízes quanto como defensores,
modificações no direito substantivo destinadas a evitar li- Artigo 5º, LIII, CF. Ninguém será processado nem sen-
tígios ou facilitar sua solução e a utilização de mecanismos tenciado senão pela autoridade competente”, consolida
privados ou informais de solução dos litígios. Esse enfoque, o princípio do juiz natural que assegura a toda pessoa o
em suma, não receia inovações radicais e compreensivas, direito de conhecer previamente daquele que a julgará no
que vão muito além da esfera de representação judicial”. processo em que seja parte, revestindo tal juízo em juris-
Assim, dentro da noção de acesso à justiça, diversos dição competente para a matéria específica do caso antes
aspectos podem ser destacados: de um lado, deve criar-se mesmo do fato ocorrer.
o Poder Judiciário e se disponibilizar meios para que todas
as pessoas possam buscá-lo; de outro lado, não basta ga- Por sua vez, um desdobramento deste princípio en-
rantir meios de acesso se estes forem insuficientes, já que contra-se no artigo 5º, XXXVII, CF:
para que exista o verdadeiro acesso à justiça é necessário
que se aplique o direito material de maneira justa e célere. Artigo 5º, XXXVII, CF. Não haverá juízo ou tribunal de
Relacionando-se à primeira onda de acesso à justiça, exceção.
prevê a Constituição em seu artigo 5º, XXXV:
Juízo ou Tribunal de Exceção é aquele especialmente
Artigo 5º, XXXV, CF. A lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. criado para uma situação pretérita, bem como não reco-
nhecido como legítimo pela Constituição do país.
O princípio da inafastabilidade da jurisdição é o princí-
pio de Direito Processual Público subjetivo, também cunha- Tribunal do júri
do como Princípio da Ação, em que a Constituição garante A respeito da competência do Tribunal do júri, prevê
a necessária tutela estatal aos conflitos ocorrentes na vida o artigo 5º, XXXVIII, CF:
em sociedade. Sempre que uma controvérsia for levada ao
Poder Judiciário, preenchidos os requisitos de admissibili- Artigo 5º, XXXVIII. É reconhecida a instituição do júri,
dade, ela será resolvida, independentemente de haver ou com a organização que lhe der a lei, assegurados:
não previsão específica a respeito na legislação. a) a plenitude de defesa;
Também se liga à primeira onda de acesso à justiça, b) o sigilo das votações;
no que tange à abertura do Judiciário mesmo aos menos c) a soberania dos veredictos;
favorecidos economicamente, o artigo 5º, LXXIV, CF: d) a competência para o julgamento dos crimes dolo-
sos contra a vida.
Artigo 5º, LXXIV, CF. O Estado prestará assistência jurí-
dica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiên- O Tribunal do Júri é formado por pessoas do povo,
cia de recursos.
que julgam os seus pares. Entende-se ser direito fun-
damental o de ser julgado por seus iguais, membros da
O constituinte, ciente de que não basta garantir o aces-
so ao Poder Judiciário, sendo também necessária a efeti- sociedade e não magistrados, no caso de determinados
vidade processual, incluiu pela Emenda Constitucional nº crimes que por sua natureza possuem fortes fatores de
45/2004 o inciso LXXVIII ao artigo 5º da Constituição: influência emocional.
Plenitude da defesa envolve tanto a autodefesa
Artigo 5º, LXXVIII, CF. A todos, no âmbito judicial e ad- quanto a defesa técnica e deve ser mais ampla que a de-
ministrativo, são assegurados a razoável duração do pro- nominada ampla defesa assegurada em todos os proce-
cesso e os meios que garantam a celeridade de sua trami- dimentos judiciais e administrativos.
tação. Sigilo das votações envolve a realização de votações
29 Ibid., p. 49-52 secretas, preservando a liberdade de voto dos que com-
30 Ibid., p. 67-73 põem o conselho que irá julgar o ato praticado.
31
DIREITOS HUMANOS
A decisão tomada pelo conselho é soberana. Contu- Artigo 5º, XLII, CF. A prática do racismo constitui crime
do, a soberania dos veredictos veda a alteração das deci- inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos
sões dos jurados, não a recorribilidade dos julgamentos do termos da lei.
Tribunal do Júri para que seja procedido novo julgamento
uma vez cassada a decisão recorrida, haja vista preservar A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 define os crimes
o ordenamento jurídico pelo princípio do duplo grau de resultantes de preconceito de raça ou de cor. Contra eles não
jurisdição. cabe fiança (pagamento de valor para deixar a prisão provisória)
Por fim, a competência para julgamento é dos crimes e não se aplica o instituto da prescrição (perda de pretensão de
dolosos (em que há intenção ou ao menos se assume o se processar/punir uma pessoa pelo decurso do tempo).
risco de produção do resultado) contra a vida, que são: ho- Não obstante, preconiza ao artigo 5º, XLIII, CF:
micídio, aborto, induzimento, instigação ou auxílio a sui-
cídio e infanticídio. Sua competência não é absoluta e é Artigo 5º, XLIII, CF. A lei considerará crimes inafiançáveis e
mitigada, por vezes, pela própria Constituição (artigos 29, insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico
X / 102, I, b) e c) / 105, I, a) / 108, I). ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
Anterioridade e irretroatividade da lei executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.
O artigo 5º, XXXIX, CF preconiza:
Anistia, graça e indulto diferenciam-se nos seguintes ter-
Artigo5º, XXXIX, CF. Não há crime sem lei anterior que mos: a anistia exclui o crime, rescinde a condenação e extingue
o defina, nem pena sem prévia cominação legal. totalmente a punibilidade, a graça e o indulto apenas extin-
guem a punibilidade, podendo ser parciais; a anistia, em regra,
É a consagração da regra do nullum crimen nulla poena atinge crimes políticos, a graça e o indulto, crimes comuns; a
sine praevia lege. Simultaneamente, se assegura o princípio anistia pode ser concedida pelo Poder Legislativo, a graça e o in-
da legalidade (ou reserva legal), na medida em que não há dulto são de competência exclusiva do Presidente da República;
crime sem lei que o defina, nem pena sem prévia comina- a anistia pode ser concedida antes da sentença final ou depois
da condenação irrecorrível, a graça e o indulto pressupõem o
ção legal, e o princípio da anterioridade, posto que não há
trânsito em julgado da sentença condenatória; graça e o indulto
crime sem lei anterior que o defina.
apenas extinguem a punibilidade, persistindo os efeitos do cri-
Ainda no que tange ao princípio da anterioridade, tem-
me, apagados na anistia; graça é em regra individual e solicitada,
-se o artigo 5º, XL, CF:
enquanto o indulto é coletivo e espontâneo.
Não cabe graça, anistia ou indulto (pode-se considerar que
Artigo 5º, XL, CF. A lei penal não retroagirá, salvo para
o artigo o abrange, pela doutrina majoritária) contra crimes de
beneficiar o réu.
tortura, tráfico, terrorismo (TTT) e hediondos (previstos na Lei nº
8.072 de 25 de julho de 1990). Além disso, são crimes que não
O dispositivo consolida outra faceta do princípio da aceitam fiança.
anterioridade: se, por um lado, é necessário que a lei tenha Ainda, prevê o artigo 5º, XLIV, CF:
definido um fato como crime e dado certo tratamento pe-
nal a este fato (ex.: pena de detenção ou reclusão, tempo Artigo 5º, XLIV, CF. Constitui crime inafiançável e impres-
de pena, etc.) antes que ele ocorra; por outro lado, se vier critível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
uma lei posterior ao fato que o exclua do rol de crimes ou ordem constitucional e o Estado Democrático.
que confira tratamento mais benéfico (diminuindo a pena
ou alterando o regime de cumprimento, notadamente), ela Por fim, dispõe a CF sobre a possibilidade de extradição de
será aplicada. Restam consagrados tanto o princípio da ir- brasileiro naturalizado caso esteja envolvido com tráfico ilícito
retroatividade da lei penal in pejus quanto o da retroativi- de entorpecentes:
dade da lei penal mais benéfica.
Artigo 5º, LI, CF. Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
Menções específicas a crimes naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da na-
O artigo 5º, XLI, CF estabelece: turalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.
Artigo 5º, XLI, CF. A lei punirá qualquer discriminação
atentatória dos direitos e liberdades fundamentais. Personalidade da pena
A personalidade da pena encontra respaldo no artigo 5º,
Sendo assim confere fórmula genérica que remete ao XLV, CF:
princípio da igualdade numa concepção ampla, razão pela
qual práticas discriminatórias não podem ser aceitas. No Artigo 5º, XLV, CF. Nenhuma pena passará da pessoa do
entanto, o constituinte entendeu por bem prever tratamen- condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a de-
to específico a certas práticas criminosas. cretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, esten-
Neste sentido, prevê o artigo 5º, XLII, CF: didas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do
valor do patrimônio transferido.
32
DIREITOS HUMANOS
O princípio da personalidade encerra o comando de o Artigo 5º, L, CF. Às presidiárias serão asseguradas con-
crime ser imputado somente ao seu autor, que é, por seu dições para que possam permanecer com seus filhos duran-
turno, a única pessoa passível de sofrer a sanção. Seria fla- te o período de amamentação.
grante a injustiça se fosse possível alguém responder pelos
atos ilícitos de outrem: caso contrário, a reação, ao invés de Preserva-se a individualização da pena porque é to-
restringir-se ao malfeitor, alcançaria inocentes. Contudo, se mada a condição peculiar da presa que possui filho no
uma pessoa deixou patrimônio e faleceu, este patrimônio período de amamentação, mas também se preserva a
responderá pelas repercussões financeiras do ilícito. dignidade da criança, não a afastando do seio materno
de maneira precária e impedindo a formação de vínculo
Individualização da pena pela amamentação.
A individualização da pena tem por finalidade concre-
tizar o princípio de que a responsabilização penal é sempre
Vedação de determinadas penas
pessoal, devendo assim ser aplicada conforme as peculia-
O constituinte viu por bem proibir algumas espécies
ridades do agente.
de penas, consoante ao artigo 5º, XLVII, CF:
A primeira menção à individualização da pena se en-
contra no artigo 5º, XLVI, CF:
Artigo 5º, XLVII, CF. não haverá penas:
Artigo 5º, XLVI, CF. A lei regulará a individualização da a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
pena e adotará, entre outras, as seguintes: termos do art. 84, XIX;
a) privação ou restrição da liberdade; b) de caráter perpétuo;
b) perda de bens; c) de trabalhos forçados;
c) multa; d) de banimento;
d) prestação social alternativa; e) cruéis.
e) suspensão ou interdição de direitos.
Em resumo, o inciso consolida o princípio da humani-
Pelo princípio da individualização da pena, a pena deve dade, pelo qual o “poder punitivo estatal não pode apli-
ser individualizada nos planos legislativo, judiciário e exe- car sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana
cutório, evitando-se a padronização a sanção penal. A in- ou que lesionem a constituição físico-psíquica dos con-
dividualização da pena significa adaptar a pena ao conde- denados”31 .
nado, consideradas as características do agente e do delito. Quanto à questão da pena de morte, percebe-se que
A pena privativa de liberdade é aquela que restringe, o constituinte não estabeleceu uma total vedação, au-
com maior ou menor intensidade, a liberdade do condena-
torizando-a nos casos de guerra declarada. Obviamente,
do, consistente em permanecer em algum estabelecimento
deve-se respeitar o princípio da anterioridade da lei, ou
prisional, por um determinado tempo.
A pena de multa ou patrimonial opera uma diminuição seja, a legislação deve prever a pena de morte ao fato
do patrimônio do indivíduo delituoso. antes dele ser praticado. No ordenamento brasileiro, este
A prestação social alternativa corresponde às penas papel é cumprido pelo Código Penal Militar (Decreto-Lei
restritivas de direitos, autônomas e substitutivas das penas nº 1.001/1969), que prevê a pena de morte a ser execu-
privativas de liberdade, estabelecidas no artigo 44 do Có- tada por fuzilamento nos casos tipificados em seu Livro
digo Penal. II, que aborda os crimes militares em tempo de guerra.
Por seu turno, a individualização da pena deve também Por sua vez, estão absolutamente vedadas em quais-
se fazer presente na fase de sua execução, conforme se de- quer circunstâncias as penas de caráter perpétuo, de tra-
preende do artigo 5º, XLVIII, CF: balhos forçados, de banimento e cruéis.
No que tange aos trabalhos forçados, vale destacar
Artigo 5º, XLVIII, CF. A pena será cumprida em estabe- que o trabalho obrigatório não é considerado um trata-
lecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, mento contrário à dignidade do recluso, embora o traba-
a idade e o sexo do apenado. lho forçado o seja. O trabalho é obrigatório, dentro das
condições do apenado, não podendo ser cruel ou me-
A distinção do estabelecimento conforme a natureza nosprezar a capacidade física e intelectual do condenado;
do delito visa impedir que a prisão se torne uma faculdade como o trabalho não existe independente da educação,
do crime. Infelizmente, o Estado não possui aparato sufi-
cabe incentivar o aperfeiçoamento pessoal; até mesmo
ciente para cumprir tal diretiva, diferenciando, no máximo,
porque o trabalho deve se aproximar da realidade do
o nível de segurança das prisões. Quanto à idade, desta-
mundo externo, será remunerado; além disso, condições
cam-se as Fundações Casas, para cumprimento de medida
por menores infratores. Quanto ao sexo, prisões costumam de dignidade e segurança do trabalhador, como descan-
ser exclusivamente para homens ou para mulheres. so semanal e equipamentos de proteção, deverão ser res-
Também se denota o respeito à individualização da peitados.
pena nesta faceta pelo artigo 5º, L, CF: 31 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito
penal. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1.
33
DIREITOS HUMANOS
Respeito à integridade do preso Provas ilícitas, por força da nova redação dada ao arti-
Prevê o artigo 5º, XLIX, CF: go 157 do CPP, são as obtidas em violação a normas cons-
titucionais ou legai, ou seja, prova ilícita é a que viola regra
Artigo 5º, XLIX, CF. É assegurado aos presos o respeito à de direito material, constitucional ou legal, no momento da
integridade física e moral. sua obtenção. São vedadas porque não se pode aceitar o
descumprimento do ordenamento para fazê-lo cumprir: se-
Obviamente, o desrespeito à integridade física e moral ria paradoxal.
do preso é uma violação do princípio da dignidade da pes-
soa humana. Presunção de inocência
Dois tipos de tratamentos que violam esta integridade Prevê a Constituição no artigo 5º, LVII:
estão mencionados no próprio artigo 5º da Constituição Fe-
deral. Em primeiro lugar, tem-se a vedação da tortura e de Artigo 5º, LVII, CF. Ninguém será considerado culpado
tratamentos desumanos e degradantes (artigo 5º, III, CF), o até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
que vale na execução da pena.
No mais, prevê o artigo 5º, LVIII, CF: Consolida-se o princípio da presunção de inocência,
pelo qual uma pessoa não é culpada até que, em definitivo,
Artigo 5º, LVIII, CF. O civilmente identificado não será o Judiciário assim decida, respeitados todos os princípios e
submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses pre- garantias constitucionais.
vistas em lei.
Ação penal privada subsidiária da pública
Se uma pessoa possui identificação civil, não há por- Nos termos do artigo 5º, LIX, CF:
que fazer identificação criminal, colhendo digitais, fotos, etc.
Pensa-se que seria uma situação constrangedora desneces- Artigo 5º, LIX, CF. Será admitida ação privada nos cri-
sária ao suspeito, sendo assim, violaria a integridade moral. mes de ação pública, se esta não for intentada no prazo le-
gal.
Devido processo legal, contraditório e ampla defesa
Estabelece o artigo 5º, LIV, CF: A chamada ação penal privada subsidiária da pública
encontra respaldo constitucional, assegurando que a omis-
são do poder público na atividade de persecução criminal
Artigo 5º, LIV, CF. Ninguém será privado da liberdade ou
não será ignorada, fornecendo-se instrumento para que o
de seus bens sem o devido processo legal.
interessado a proponha.
Pelo princípio do devido processo legal a legislação
Prisão e liberdade
deve ser respeitada quando o Estado pretender punir al-
O constituinte confere espaço bastante extenso no ar-
guém judicialmente. Logo, o procedimento deve ser livre de tigo 5º em relação ao tratamento da prisão, notadamente
vícios e seguir estritamente a legislação vigente, sob pena de por se tratar de ato que vai contra o direito à liberdade. Ob-
nulidade processual. viamente, a prisão não é vedada em todos os casos, porque
Surgem como corolário do devido processo legal o con- práticas atentatórias a direitos fundamentais implicam na
traditório e a ampla defesa, pois somente um procedimento tipificação penal, autorizando a restrição da liberdade da-
que os garanta estará livre dos vícios. Neste sentido, o artigo quele que assim agiu.
5º, LV, CF: No inciso LXI do artigo 5º, CF, prevê-se:
Artigo 5º, LV, CF. Aos litigantes, em processo judicial ou Artigo 5º, LXI, CF. Ninguém será preso senão em flagran-
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o te delito ou por ordem escrita e fundamentada de autori-
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a dade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão
ela inerentes. militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
O devido processo legal possui a faceta formal, pela qual Logo, a prisão somente se dará em caso de flagrante
se deve seguir o adequado procedimento na aplicação da lei delito (necessariamente antes do trânsito em julgado), ou
e, sendo assim, respeitar o contraditório e a ampla defesa. em caráter temporário, provisório ou definitivo (as duas pri-
Não obstante, o devido processo legal tem sua faceta mate- meiras independente do trânsito em julgado, preenchidos
rial que consiste na tomada de decisões justas, que respei- requisitos legais e a última pela irreversibilidade da conde-
tem os parâmetros da razoabilidade e da proporcionalidade. nação).
Aborda-se no artigo 5º, LXII o dever de comunicação ao
Vedação de provas ilícitas juiz e à família ou pessoa indicada pelo preso:
Conforme o artigo 5º, LVI, CF:
Artigo 5º, LXII, CF. A prisão de qualquer pessoa e o local
Artigo 5º, LVI, CF. São inadmissíveis, no processo, as pro- onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
vas obtidas por meios ilícitos. competente e à família do preso ou à pessoa por ele indi-
cada.
34
DIREITOS HUMANOS
Não obstante, o preso deverá ser informado de todos Daí se depreende que os direitos ou garantias podem
os seus direitos, inclusive o direito ao silêncio, podendo estar expressos ou implícitos no texto constitucional. Sen-
entrar em contato com sua família e com um advogado, do assim, o rol enumerado nos incisos do artigo 5º é ape-
conforme artigo 5º, LXIII, CF: nas exemplificativo, não taxativo.
Artigo 5º, LXIII, CF. O preso será informado de seus direi- 5) Tratados internacionais incorporados ao ordena-
tos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe asse- mento interno
gurada a assistência da família e de advogado. Estabelece o artigo 5º, § 2º, CF que os direitos e garan-
tias podem decorrer, dentre outras fontes, dos “tratados in-
Estabelece-se no artigo 5º, LXIV, CF: ternacionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte”.
Artigo 5º, LXIV, CF. O preso tem direito à identificação Para o tratado internacional ingressar no ordenamen-
dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório to jurídico brasileiro deve ser observado um procedimento
policial. complexo, que exige o cumprimento de quatro fases: a ne-
gociação (bilateral ou multilateral, com posterior assinatura
Por isso mesmo, o auto de prisão em flagrante e a ata do Presidente da República), submissão do tratado assina-
do depoimento do interrogatório são assinados pelas auto- do ao Congresso Nacional (que dará referendo por meio
ridades envolvidas nas práticas destes atos procedimentais. do decreto legislativo), ratificação do tratado (confirmação
Ainda, a legislação estabelece inúmeros requisitos para da obrigação perante a comunidade internacional) e a pro-
que a prisão seja validada, sem os quais cabe relaxamento, mulgação e publicação do tratado pelo Poder Executivo32.
tanto que assim prevê o artigo 5º, LXV, CF: Notadamente, quando o constituinte menciona os tratados
internacionais no §2º do artigo 5º refere-se àqueles que te-
Artigo 5º, LXV, CF. A prisão ilegal será imediatamente nham por fulcro ampliar o rol de direitos do artigo 5º, ou
relaxada pela autoridade judiciária. seja, tratado internacional de direitos humanos.
O §1° e o §2° do artigo 5° existiam de maneira originá-
Desta forma, como decorrência lógica, tem-se a previ- ria na Constituição Federal, conferindo o caráter de primazia
são do artigo 5º, LXVI, CF: dos direitos humanos, desde logo consagrando o princípio
da primazia dos direitos humanos, como reconhecido pela
Artigo 5º, LXVI, CF. Ninguém será levado à prisão ou nela doutrina e jurisprudência majoritários na época. “O princípio
mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com
da primazia dos direitos humanos nas relações internacionais
ou sem fiança.
implica em que o Brasil deve incorporar os tratados quanto
ao tema ao ordenamento interno brasileiro e respeitá-los.
Mesmo que a pessoa seja presa em flagrante, devido
Implica, também em que as normas voltadas à proteção da
ao princípio da presunção de inocência, entende-se que ela
dignidade em caráter universal devem ser aplicadas no Brasil
não deve ser mantida presa quando não preencher os re-
em caráter prioritário em relação a outras normas”33.
quisitos legais para prisão preventiva ou temporária.
Regra geral, os tratados internacionais comuns ingres-
sam com força de lei ordinária no ordenamento jurídico bra-
Indenização por erro judiciário
A disciplina sobre direitos decorrentes do erro judiciário sileiro porque somente existe previsão constitucional quanto
encontra-se no artigo 5º, LXXV, CF: à possibilidade da equiparação às emendas constitucionais
se o tratado abranger matéria de direitos humanos. Antes
Artigo 5º, LXXV, CF. O Estado indenizará o condenado da emenda alterou o quadro quanto aos tratados de direitos
por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do humanos, era o que acontecia, mas isso não significa que
tempo fixado na sentença. tais direitos eram menos importantes devido ao princípio da
primazia e ao reconhecimento dos direitos implícitos.
Trata-se do erro em que incorre um juiz na apreciação e Por seu turno, com o advento da Emenda Constitucional
julgamento de um processo criminal, resultando em conde- nº 45/04 se introduziu o §3º ao artigo 5º da Constituição
nação de alguém inocente. Neste caso, o Estado indenizará. Federal, de modo que os tratados internacionais de direitos
Ele também indenizará uma pessoa que ficar presa além do humanos foram equiparados às emendas constitucionais,
tempo que foi condenada a cumprir. desde que houvesse a aprovação do tratado em cada Casa
do Congresso Nacional e obtivesse a votação em dois tur-
4) Direitos fundamentais implícitos nos e com três quintos dos votos dos respectivos membros:
Nos termos do § 2º do artigo 5º da Constituição Fede-
ral: 32 VICENTE SOBRINHO, Benedito. Direitos
Fundamentais e Prisão Civil. Porto Alegre: Sérgio An-
Artigo 5º, §2º, CF. Os direitos e garantias expressos nesta tonio Fabris Editor, 2008.
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos 33 PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais Internacional Público e Privado. Salvador: JusPodi-
em que a República Federativa do Brasil seja parte. vm, 2009.
35
DIREITOS HUMANOS
Art. 5º, § 3º, CF. Os tratados e convenções interna- nacionais, violação tortura, apartheid, escravidão sexual,
cionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em prostituição forçada, esterilização, etc. São crimes de guer-
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três ra: homicídio internacional, destruição de bens não justifi-
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalen- cada pela guerra, deportação, forçar um prisioneiro a servir
tes às emendas constitucionais. nas forças inimigas, etc.”.
6) Tribunal Penal Internacional Artigo 37, CF. A administração pública direta e indireta
Preconiza o artigo 5º, CF em seu § 4º: de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legali-
Artigo 5º, §4º, CF. O Brasil se submete à jurisdição de dade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifes- também, ao seguinte: [...]
tado adesão.
São princípios da administração pública, nesta ordem:
O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional foi Legalidade
promulgado no Brasil pelo Decreto nº 4.388 de 25 de se- Impessoalidade
tembro de 2002. Ele contém 128 artigos e foi elaborado em Moralidade
Roma, no dia 17 de julho de 1998, regendo a competência Publicidade
e o funcionamento deste Tribunal voltado às pessoas res- Eficiência
ponsáveis por crimes de maior gravidade com repercussão Para memorizar: veja que as iniciais das palavras for-
internacional (artigo 1º, ETPI). mam o vocábulo LIMPE, que remete à limpeza esperada da
“Ao contrário da Corte Internacional de Justiça, cuja ju- Administração Pública. É de fundamental importância um
risdição é restrita a Estados, ao Tribunal Penal Internacional olhar atento ao significado de cada um destes princípios,
compete o processo e julgamento de violações contra indi- posto que eles estruturam todas as regras éticas prescritas
víduos; e, distintamente dos Tribunais de crimes de guerra no Código de Ética e na Lei de Improbidade Administrativa,
da Iugoslávia e de Ruanda, criados para analisarem crimes tomando como base os ensinamentos de Carvalho Filho36
cometidos durante esses conflitos, sua jurisdição não está e Spitzcovsky37:
restrita a uma situação específica”34. a) Princípio da legalidade: Para o particular, legali-
Resume Mello35: “a Conferência das Nações Unidas so- dade significa a permissão de fazer tudo o que a lei não
bre a criação de uma Corte Criminal Internacional, reunida proíbe. Contudo, como a administração pública representa
em Roma, em 1998, aprovou a referida Corte. Ela é perma- os interesses da coletividade, ela se sujeita a uma relação
nente. Tem sede em Haia. A corte tem personalidade inter- de subordinação, pela qual só poderá fazer o que a lei ex-
nacional. Ela julga: a) crime de genocídio; b) crime contra pressamente determina (assim, na esfera estatal, é preciso
a humanidade; c) crime de guerra; d) crime de agressão. lei anterior editando a matéria para que seja preservado o
Para o crime de genocídio usa a definição da convenção princípio da legalidade). A origem deste princípio está na
de 1948. Como crimes contra a humanidade são citados: criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio
assassinato, escravidão, prisão violando as normas inter- Estado deve respeitar as leis que dita.
34 NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional 36 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
Público & Direito Internacional Privado. 3. ed. São Paulo: direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris,
Atlas, 2009. 2010.
35 MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito 37 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13.
Internacional Público. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2000. ed. São Paulo: Método, 2011.
36
DIREITOS HUMANOS
b) Princípio da impessoalidade: Por força dos interes- Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de par-
ses que representa, a administração pública está proibida ticipação do usuário na administração pública direta e
de promover discriminações gratuitas. Discriminar é tratar indireta, regulando especialmente:
alguém de forma diferente dos demais, privilegiando ou I - as reclamações relativas à prestação dos serviços
prejudicando. Segundo este princípio, a administração pú- públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de
blica deve tratar igualmente todos aqueles que se encon- atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
trem na mesma situação jurídica (princípio da isonomia ou interna, da qualidade dos serviços;
igualdade). Por exemplo, a licitação reflete a impessoalida- II - o acesso dos usuários a registros administrativos e
de no que tange à contratação de serviços. O princípio da a informações sobre atos de governo, observado o disposto
impessoalidade correlaciona-se ao princípio da finalidade, no art. 5º, X e XXXIII;
pelo qual o alvo a ser alcançado pela administração públi- III - a disciplina da representação contra o exercício ne-
ca é somente o interesse público. Com efeito, o interesse gligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na admi-
particular não pode influenciar no tratamento das pessoas, nistração pública.
já que deve-se buscar somente a preservação do interesse
coletivo. e) Princípio da eficiência: A administração pública
c) Princípio da moralidade: A posição deste princí- deve manter o ampliar a qualidade de seus serviços com
pio no artigo 37 da CF representa o reconhecimento de controle de gastos. Isso envolve eficiência ao contratar pes-
uma espécie de moralidade administrativa, intimamente soas (o concurso público seleciona os mais qualificados ao
relacionada ao poder público. A administração pública não exercício do cargo), ao manter tais pessoas em seus cargos
atua como um particular, de modo que enquanto o des- (pois é possível exonerar um servidor público por ineficiên-
cumprimento dos preceitos morais por parte deste parti- cia) e ao controlar gastos (limitando o teto de remunera-
cular não é punido pelo Direito (a priori), o ordenamento ção), por exemplo. O núcleo deste princípio é a procura
jurídico adota tratamento rigoroso do comportamento por produtividade e economicidade. Alcança os serviços
imoral por parte dos representantes do Estado. O princípio públicos e os serviços administrativos internos, se referindo
da moralidade deve se fazer presente não só para com os diretamente à conduta dos agentes.
administrados, mas também no âmbito interno. Está indis- Além destes cinco princípios administrativo-constitu-
sociavelmente ligado à noção de bom administrador, que cionais diretamente selecionados pelo constituinte, podem
não somente deve ser conhecedor da lei, mas também dos ser apontados como princípios de natureza ética relaciona-
princípios éticos regentes da função administrativa. TODO dos à função pública a probidade e a motivação:
ATO IMORAL SERÁ DIRETAMENTE ILEGAL OU AO MENOS a) Princípio da probidade: um princípio constitucio-
IMPESSOAL, daí a intrínseca ligação com os dois princípios nal incluído dentro dos princípios específicos da licitação,
anteriores. é o dever de todo o administrador público, o dever de ho-
d) Princípio da publicidade: A administração pública nestidade e fidelidade com o Estado, com a população, no
é obrigada a manter transparência em relação a todos seus desempenho de suas funções. Possui contornos mais defi-
atos e a todas informações armazenadas nos seus ban- nidos do que a moralidade. Diógenes Gasparini38 alerta que
cos de dados. Daí a publicação em órgãos da imprensa e alguns autores tratam veem como distintos os princípios
a afixação de portarias. Por exemplo, a própria expressão da moralidade e da probidade administrativa, mas não há
concurso público (art. 37, II, CF) remonta ao ideário de que características que permitam tratar os mesmos como pro-
todos devem tomar conhecimento do processo seletivo de cedimentos distintos, sendo no máximo possível afirmar
servidores do Estado. Diante disso, como será visto, se ne- que a probidade administrativa é um aspecto particular da
gar indevidamente a fornecer informações ao administrado moralidade administrativa.
caracteriza ato de improbidade administrativa. b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida ao
No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que administrador de motivar todos os atos que edita, gerais
o princípio da publicidade seja deturpado em propaganda ou de efeitos concretos. É considerado, entre os demais
político-eleitoral: princípios, um dos mais importantes, uma vez que sem a
motivação não há o devido processo legal, uma vez que a
Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas, fundamentação surge como meio interpretativo da decisão
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter que levou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro
caráter educativo, informativo ou de orientação social, meio de viabilização do controle da legalidade dos atos da
dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que Administração.
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servido- Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicá-
res públicos. vel ao caso concreto e relacionar os fatos que concreta-
mente levaram à aplicação daquele dispositivo legal. Todos
Somente pela publicidade os indivíduos controlarão os atos administrativos devem ser motivados para que o
a legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os Judiciário possa controlar o mérito do ato administrativo
instrumentos para proteção são o direito de petição e as quanto à sua legalidade. Para efetuar esse controle, devem
certidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e - resi- ser observados os motivos dos atos administrativos.
dualmente - do mandado de segurança. Neste viés, ainda, 38 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª
prevê o artigo 37, CF em seu §3º: ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
37
DIREITOS HUMANOS
Em relação à necessidade de motivação dos atos admi- Destaca-se a exceção ao inciso I do artigo 5° da Lei nº
nistrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta um único 8.112/1990 e do inciso I do artigo 37, CF, prevista no artigo
comportamento possível) e dos atos discricionários (aque- 207 da Constituição, permitindo que estrangeiros assumam
les que a lei, dentro dos limites nela previstos, aponta um cargos no ramo da pesquisa, ciência e tecnologia.
ou mais comportamentos possíveis, de acordo com um juízo
de conveniência e oportunidade), a doutrina é uníssona na Artigo 37, II, CF. A investidura em cargo ou emprego pú-
determinação da obrigatoriedade de motivação com relação blico depende de aprovação prévia em concurso público de
aos atos administrativos vinculados; todavia, diverge quanto à provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
referida necessidade quanto aos atos discricionários. complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
Meirelles39 entende que o ato discricionário, editado sob ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
os limites da Lei, confere ao administrador uma margem de em lei de livre nomeação e exoneração.
liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportunida-
de, não sendo necessária a motivação. No entanto, se houver Preconiza o artigo 10 da Lei nº 8.112/1990:
tal fundamentação, o ato deverá condicionar-se a esta, em
razão da necessidade de observância da Teoria dos Moti-
Artigo 10, Lei nº 8.112/90. A nomeação para cargo de car-
vos Determinantes. O entendimento majoritário da doutrina,
reira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de pré-
porém, é de que, mesmo no ato discricionário, é necessária
via habilitação em concurso público de provas ou de provas e
a motivação para que se saiba qual o caminho adotado pelo
administrador. Gasparini40, com respaldo no art. 50 da Lei títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua
n. 9.784/98, aponta inclusive a superação de tais discussões validade.
doutrinárias, pois o referido artigo exige a motivação para Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o
todos os atos nele elencados, compreendendo entre estes, desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção,
tanto os atos discricionários quanto os vinculados. serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de
carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos.
2) Regras mínimas sobre direitos e deveres dos ser-
vidores No concurso de provas o candidato é avaliado apenas
O artigo 37 da Constituição Federal estabelece os princí- pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos concur-
pios da administração pública estudados no tópico anterior, sos de provas e títulos o seu currículo em toda sua atividade
aos quais estão sujeitos servidores de quaisquer dos Pode- profissional também é considerado. Cargo em comissão é o
res em qualquer das esferas federativas, e, em seus incisos, cargo de confiança, que não exige concurso público, sendo
regras mínimas sobre o serviço público: exceção à regra geral.
Artigo 37, I, CF. Os cargos, empregos e funções públicas Artigo 37, III, CF. O prazo de validade do concurso público
são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual pe-
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma ríodo.
da lei.
Artigo 37, IV, CF. Durante o prazo improrrogável previsto
Aprofundando a questão, tem-se o artigo 5º da Lei nº no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público
8.112/1990, que prevê: de provas ou de provas e títulos será convocado com priorida-
de sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego,
Artigo 5º, Lei nº 8.112/1990. São requisitos básicos para na carreira.
investidura em cargo público:
I - a nacionalidade brasileira; Prevê o artigo 12 da Lei nº 8.112/1990:
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; Artigo 12, Lei nº 8.112/1990. O concurso público terá vali-
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do dade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única
cargo; vez, por igual período.
V - a idade mínima de dezoito anos; §1º O prazo de validade do concurso e as condições de
VI - aptidão física e mental. sua realização serão fixados em edital, que será publicado no
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigên- Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
cia de outros requisitos estabelecidos em lei. [...] § 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver can-
§ 3º As universidades e instituições de pesquisa cientí- didato aprovado em concurso anterior com prazo de validade
fica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com não expirado.
professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo
com as normas e os procedimentos desta Lei. O edital delimita questões como valor da taxa de ins-
39 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo crição, casos de isenção, número de vagas e prazo de vali-
brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993. dade. Havendo candidatos aprovados na vigência do prazo
40 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª do concurso, ele deve ser chamado para assumir eventual
ed. São Paulo: Saraiva, 2004. vaga e não ser realizado novo concurso.
38
DIREITOS HUMANOS
Artigo 37, §2º, CF. A não-observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autori-
dade responsável, nos termos da lei.
Com efeito, há tratamento rigoroso da responsabilização daquele que viola as diretrizes mínimas sobre o ingresso no
serviço público, que em regra se dá por concurso de provas ou de provas e títulos.
Artigo 37, V, CF. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os car-
gos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos
em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
Artigo 37, VI, CF. É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.
A liberdade de associação é garantida aos servidores públicos tal como é garantida a todos na condição de direito
individual e de direito social.
Artigo 37, VII, CF. O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica.
O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores públicos possuem o direito de greve, devendo se atentar pela
preservação da sociedade quando exercê-lo. Enquanto não for elaborada uma legislação específica para os funcionários
públicos, deverá ser obedecida a lei geral de greve para os funcionários privados, qual seja a Lei n° 7.783/89 (Mandado de
Injunção nº 20).
Artigo 37, VIII, CF. A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiên-
cia e definirá os critérios de sua admissão.
Artigo 5º, Lei nº 8.112/90. Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público
para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas
serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.
Artigo 37, IX, CF. A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade tempo-
rária de excepcional interesse público.
41 http://direitoemquadrinhos.blogspot.com.br/2011/03/quadro-comparativo-funcao-de-confianca.html
39
DIREITOS HUMANOS
A Lei nº 8.745/1993 regulamenta este inciso da Cons- Ademais, enquanto a Lei Fundamental pátria preceitua
tituição, definindo a natureza da relação estabelecida en- que a educação e a saúde são “direitos de todos e dever
tre o servidor contratado e a Administração Pública, para do Estado”, fala, por outro lado, que a segurança pública,
atender à “necessidade temporária de excepcional interesse antes mesmo de ser direito de todos, é um “dever do Esta-
público”. do”. Com isso, isto é, ao colocar a segurança pública antes
“Em se tratando de relação subordinada, isto é, de rela- de tudo como um dever do Estado, e só depois como um
ção que comporta dependência jurídica do servidor perante direito do todos, denota o compromisso dos agentes esta-
o Estado, duas opções se ofereciam: ou a relação seria traba- tais em prevenir a desordem, e, consequencialmente, evitar
lhista, agindo o Estado iure gestionis, sem usar das prerroga- a justiça por próprias mãos.
tivas de Poder Público, ou institucional, estatutária, prepon- Neste prumo, no art. 144, caput, da Constituição Fede-
derando o ius imperii do Estado. Melhor dizendo: o sistema ral, se afirma que “a segurança pública, dever do Estado,
preconizado pela Carta Política de 1988 é o do contrato, que direito e responsabilidade de todos, é exercida para a pre-
tanto pode ser trabalhista (inserindo-se na esfera do Direito servação da ordem pública e da incolumidade das pessoas
Privado) quanto administrativo (situando-se no campo do e do patrimônio [...]”. Conforme enumera o próprio artigo
Direito Público). [...] Uma solução intermediária não deixa, 144, CF em seus incisos, os órgãos responsáveis pela ga-
entretanto, de ser legítima. Pode-se, com certeza, abonar um rantia da segurança pública, compondo sua estrutura, são:
sistema híbrido, eclético, no qual coexistam normas traba- polícia federal; polícia rodoviária federal; polícia ferroviária
lhistas e estatutárias, pondo-se em contiguidade os vínculos federal; polícias civis; e polícias militares e corpos de bom-
privado e administrativo, no sentido de atender às exigências beiros militares.
do Estado moderno, que procura alcançar os seus objetivos Os parágrafos do artigo 144 regulamentam cada um
com a mesma eficácia dos empreendimentos não-governa- destes órgãos que devem garantir a segurança pública,
mentais”42. com suas respectivas competências:
Artigo 37, X, CF. A remuneração dos servidores públi- Artigo 144, § 1º, CF. A polícia federal, instituída por lei
cos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente como órgão permanente, organizado e mantido pela União
poderão ser fixados ou alterados por lei específica, obser- e estruturado em carreira, destina-se a:
vada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão I - apurar infrações penais contra a ordem política e so-
geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índi- cial ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União
ces. ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, as-
sim como outras infrações cuja prática tenha repercussão
Artigo 37, XV, CF. O subsídio e os vencimentos dos ocu- interestadual ou internacional e exija repressão uniforme,
pantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, res- segundo se dispuser em lei;
salvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e
39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da
ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas
Artigo 37, §10, CF. É vedada a percepção simultânea áreas de competência;
de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuá-
dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, empre- ria e de fronteiras;
go ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia
forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em judiciária da União.
comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
Artigo 144, § 2º, CF. A polícia rodoviária federal, órgão
SEGURANÇA PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. permanente, organizado e mantido pela União e estruturado
em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
A segurança tem um duplo aspecto na Constituição ostensivo das rodovias federais.
Federal, a saber, o aspecto de direito e garantia individual
e coletivo, por estar prevista no caput, do artigo 5º, da Cons- Artigo 144, § 3º, CF. A polícia ferroviária federal, ór-
tituição Federal (ao lado do direito à vida, da liberdade, da gão permanente, organizado e mantido pela União e estru-
igualdade, e da propriedade), bem como o aspecto de direito turado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulha-
social, por estar prevista no artigo 6º, da Constituição Fede- mento ostensivo das ferrovias federais.
ral. A segurança do caput, do artigo 5º, CF, todavia, se refere à
“segurança jurídica”. Já a segurança do artigo 6º, CF, se refere Artigo 144, § 4º, CF. Às polícias civis, dirigidas por de-
à “segurança pública”, a qual encontra disciplinamento no legados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a com-
artigo 144, da Constituição da República. petência da União, as funções de polícia judiciária e a
42 VOGEL NETO, Gustavo Adolpho. Contratação de apuração de infrações penais, exceto as militares.
servidores para atender a necessidade temporária de ex- Artigo 144, § 1º, CF. Às polícias militares cabem a po-
cepcional interesse público. Disponível em: <http://www. lícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos
planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_39/Artigos/Art_Gustavo. de bombeiros militares, além das atribuições definidas em
htm>. Acesso em: 23 dez. 2014. lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
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DIREITOS HUMANOS
Gabarito. 01 A, 02 D, 03 D,
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DIREITOS HUMANOS
ANOTAÇÕES
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ou negativas, que atacam nossos bens mais importantes. O princípio da adequação social possui dupla função.
Uma vez feita essa seleção, o legislador valora as condutas, Uma delas é a de restringir o âmbito de abrangência do
cominando-lhe penas de acordo com a importância do tipo penal, limitando a sua interpretação, e dele excluindo
bem a ser tutelado. as condutas consideradas socialmente adequadas e aceitas
b) Aplicação – tendo o julgador chegado à conclusão pela sociedade. A segunda função é dirigida ao legislador
de que o fato praticado é típico, ilícito e culpável, dirá qual em duas vertentes. A primeira delas o orienta quando
a infração praticada e começará, agora, a individualizar a da seleção das condutas que deseja proibir ou impor,
pena a ele correspondente, observando as determinações com a finalidade de proteger os bens considerados mais
contidas no art. 59 do Código Penal (método trifásico).c) importantes. Se a conduta que está na mira do legislador
Execução penal – a execução não pode igual para todos os for considerada socialmente adequada, não poderá ele
presos, justamente porque as pessoas não são iguais, mas reprimi-la valendo-se do Direito Penal. A segunda vertente
sumamente diferentes, e tampouco a execução pode ser destina-se a fazer com que o legislador repense os tipos
homogênea durante todo período de seu cumprimento. penais e retire do ordenamento jurídico a proteção sobre
Individualizar a pena, na execução consiste em dar a cada aqueles bens cujas condutas já se adaptaram perfeitamente
preso as oportunidades para lograr a sua reinserção social, à evolução da sociedade.
posto que é pessoa, ser distinto.
Princípio da insignificância (ou da bagatela)
Proporcionalidade da pena Relacionado o axioma minima non cura praeter,
Deve existir sempre uma medida de justo equilíbrio enquanto manifestação contrária ao uso excessivo da
entre a gravidade do fato praticado e a sanção imposta. A sanção penal, postula que devem ser tidas como atípicas
pena deve ser proporcionada ou adequada à magnitude da
as ações ou omissões que afetam muito infimamente
lesão ao bem jurídico representada pelo delito e a medida
a um bem jurídico-penal. A irrelevante lesão do bem
de segurança à periculosidade criminal do agente.
O princípio da proporcionalidade rechaça, portanto, o jurídico protegido não justifica a imposição de uma pena,
estabelecimento de cominações legais (proporcionalidade devendo-se excluir a tipicidade em caso de danos de pouca
em abstrato) e a imposição de penas (proporcionalidade importância.
em concreto) que careçam de relação valorativa com o “A insignificância da afetação [do bem jurídico]
fato cometido considerado em seu significado global. exclui a tipicidade, mas só pode ser estabelecida através
Tem assim duplo destinatário: o poder legislativo (que da consideração conglobada da norma: toda ordem
tem de estabelecer penas proporcionadas, em abstrato, normativa persegue uma finalidade, tem um sentido, que
à gravidade do delito) e o juiz (as penas que os juízes é a garantia jurídica para possibilitar uma coexistência
impõem ao autor do delito tem de ser proporcionais à sua que evite a guerra civil (a guerra de todos contra todos).
concreta gravidade). A insignificância só pode surgir à luz da finalidade geral
que dá sentido à ordem normativa, e, portanto, à norma
Princípio da humanidade (ou da limitação das em particular, e que nos indica que essas hipóteses estão
penas) excluídas de seu âmbito de proibição, o que não pode ser
Em um Estado de Direito democrático veda-se a criação, estabelecido à luz de sua consideração isolada”. (Zaffaroni
a aplicação ou a execução de pena, bem como de qualquer e Pierangeli)
outra medida que atentar contra a dignidade humana.
Apresenta-se como uma diretriz garantidora de ordem
Princípio da lesividade
material e restritiva da lei penal, verdadeira salvaguarda da
Os princípios da intervenção mínima e da lesividade
dignidade pessoal, relaciona-se de forma estreita com os
princípios da culpabilidade e da igualdade. são como duas faces da mesma moeda. Se, de um lado,
Está previsto no art. 5°, XLVII, que proíbe as seguintes a intervenção mínima somente permite a interferência
penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada; do Direito Penal quando estivermos diante de ataques a
b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de bens jurídicos importantes, o princípio da lesividade nos
banimento; e) cruéis. “Um Estado que mata, que tortura, esclarecerá, limitando ainda mais o poder do legislador,
que humilha o cidadão não só perde qualquer legitimidade, quais são as condutas que deverão ser incriminadas pela
senão que contradiz sua razão de ser, colocando-se ao lei penal. Na verdade, nos esclarecerá sobre quais são as
nível dos mesmos delinquentes” (Ferrajoli). condutas que não poderão sofrer os rigores da lei penal.
O mencionado princípio proíbe a incriminação de:
Princípio da adequação social a) uma atitude interna (pensamentos ou sentimentos
Apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal pessoais); b) uma conduta que não exceda o âmbito do
não será tida como típica se for socialmente adequada ou próprio autor (condutas não lesivas a bens de terceiros);
reconhecida, isto é, se estiver de acordo da ordem social c) simples estados ou condições existenciais (aquilo que
da vida historicamente condicionada. Outro aspecto é o se é, não o que se fez); d) condutas desviadas (reprovadas
de conformidade ao Direito, que prevê uma concordância moralmente pela sociedade) que não afetem qualquer bem
com determinações jurídicas de comportamentos já jurídico.
estabelecidos.
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DIREITO PENAL
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DIREITO PENAL
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo Na interpretação, há lei para regular o caso em concreto,
a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no assim, apenas deverá ser extraído do conteúdo normativo
estrangeiro. sua vontade e seu alcance para que possa regular o fato
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira jurídico.
depende do concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional; 1. Interpretação quanto ao sujeito
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; Autêntica ou legislativa- aquela fornecida pela
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei própria lei (exemplo: o art. 327 do CP define quem pode
brasileira autoriza a extradição; ser considerado funcionário público para fins penais);
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não doutrinária ou científica- aquela aduzida pelo jurista por
ter aí cumprido a pena; meio de sua doutrina;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por Jurisprudencial- é o significado da lei dado pelos
outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei Tribunais (exemplo: súmulas) Ressalte-se que a Exposição
mais favorável. dos Motivos do Código Penal configura uma interpretação
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido doutrinária, pois foi elaborada pelos doutos que criaram o
por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as Código, ao passo que a Exposição de Motivos do Código
condições previstas no parágrafo anterior: de Processo Penal é autêntica ou legislativa, pois foi criada
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; por lei.2. Interpretação quanto ao modo
b) houve requisição do Ministro da Justiça. - gramatical, filológica ou literal- considera o sentido
literal das palavras;
Pena cumprida no estrangeiro - teleológica- se refere à intenção objetivada pela lei
(exemplo: proibir a entrada de acessórios de celular, mesmo
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena que a lei se refira apenas ao aparelho);
imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou - histórica- indaga a origem da lei;
nela é computada, quando idênticas. - sistemática- interpretação em conjunto com a
legislação em vigor e com os princípios gerais do direito;
- progressiva ou evolutiva- busca o significado legal
Eficácia de sentença estrangeira
de acordo com o progresso da ciência.
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da
lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências,
Interpretação quanto ao resultado
pode ser homologada no Brasil para:
declarativa ou declaratória- é aquela em que a letra
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a
da lei corresponde exatamente àquilo que a ela quis dizer,
restituições e a outros efeitos civis;
sem restringir ou estender seu sentido;
II - sujeitá-lo a medida de segurança. restritiva- a interpretação reduz o alcance das palavras
Parágrafo único - A homologação depende: a) para os da lei para corresponder à intenção do legislador;
efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; extensiva- amplia o alcance das palavras da lei para
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de corresponder à sua vontade.
extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou
a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro Interpretação sui generis
da Justiça. A interpretação sui generis pode ser exofórica ou
endofórica. Veja-se:
Contagem de prazo exofórica- o significado da norma interpretativa não
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do está no ordenamento normativo (exemplo: erro de tipo);
prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário endofórica- o texto normativo interpretado empresta o
comum. sentido de outros textos do próprio ordenamento jurídico
(muito usada nas normas penais em branco).
Frações não computáveis da pena
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade Interpretação conforme a Constituição
e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de
multa, as frações de cruzeiro. A Constituição Federal informa e conforma as normas
hierarquicamente inferiores. Esta é uma importante forma
Legislação especial de interpretação no Estado Democrático de Direito.
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos
fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de Distinção entre interpretação extensiva e interpretação
modo diverso. analógica
Enquanto a interpretação extensiva amplia o alcance
Interpretação da Lei Penal das palavras, a analógica fornece exemplos encerrados
A interpretação é medida necessária para que de forma genérica, permitindo ao juiz encontrar outras
compreendamos o verdadeiro sentido da norma e seu hipóteses, funcionando como uma analogia in malan
alcance. partem admitida pela lei.
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DIREITO PENAL
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DIREITO PENAL
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; O ato ilícito penal é tipificado pelo Direito Penal, ou seja,
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do só pratica o ato ilícito penal gerador da responsabilidade
Distri¬to Federal, de Estado, de Território, de Município, de penal o indivíduo que contraria o tipo penal específico.
empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou Não podemos esquecer que tipo penal é a descrição legal
fundação instituída pelo Poder Público; de uma conduta definida como crime. Quem diz que um
c) contra a administração pública, por quem está a fato é crime e estabelece uma pena para a prática deste é
seuservIço; o legislador.
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou No Brasil é adotada formalmente, a teoria bipartida do
domiciliado no Brasil; crime.
II - os crimes: Destarte, conforme dispõe a Lei de Introdução ao
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a Código Penal, crime é a infração penal a que a Lei comine
reprimir; pena de reclusão ou detenção e multa, alternativa,
b) praticados por brasileiro; cumulativa ou isoladamente. Já contravenção é a infração a
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, que a Lei comine pena de prisão simples e multa, alternativa,
mercantes ou de propriedade privada, quando em território cumulativa ou isoladamente.
es¬trangeiro e aí não sejam julgados.
Entretanto, tal conceito é extremamente precário,
§ 1 Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei
cabendo à doutrina seu desenvolvimento.
brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro
O crime possui três conceitos principais, material,
§ 2 Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira
depende do concurso das seguintes condições: formal e analítico.
a) entrar o agente no território nacional; a) Conceito material: crime seria toda a ação ou omissão
b) ser o fato punível também no país em que foi humana que lesa ou expõe a perigo de lesão bens jurídicos
praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais protegidos pelo Direito Penal, ou penalmente tutelados.
a lei brasileira autoriza a extradição; b) Conceito formal ou jurídico: é aquilo que a Lei chama
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não de crime. Está definido no art. 1º da Lei de Introdução do
ter aí cumprido a pena; Código Penal. Crime é toda infração a que a Lei comina
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por pena de reclusão ou detenção e multa, isolada, cumulativa
outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei ou alternativamente. De acordo com este conceito, a
mais favorável. diferença seria apenas quantitativa, relativa à quantidade
§ 3º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido da pena;
por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as c) Conceito analítico: aqui se analisa todos os
condições previstas no parágrafo anterior: elementos que integram o crime. Crime é todo fato típico,
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; antijurídico (é melhor utilizar o termo ilícito, apesar de não
b) houve requisição do Ministro da Justiça. fazer tanta diferença, já que fica mais fácil manejar o CP
e as leis especiais quando há excludentes de ilicitude) e
Percebe-se, portanto, que: culpável (alguns autores não consideram a culpabilidade
a) no art. 72, I, a, b e c, foi adotado o princípio da defesa como elemento do crime, e sim como pressuposto da
real; pena). Apesar de ser indivisível, o crime é estudado de
b) no art. 72, 11, a, foi adotado o princípio da justiça acordo com essas três características para facilitar sua
universal compreensão. Elas serão analisadas mais adiante, após
c) no art. 72, 11, b, foi adotado o princípio da nacionalidade vermos as classificações de crime existentes.
ativa;
d) no art. 72, c, adotou-se o princípio da representação; CRIME DOLOSO, CULPOSO OU PRETERDOLOSO (ou
e) no art. 72, § 32, foi também adotado o princípio da
Preterintencional) e de Ímpeto
defe¬sa real ou proteção;
a) Crime doloso: é o crime em que o agente quis ou
Dos dispositivos analisados, pode-se perceber que a
assumiu o risco de produzir o resultado. A regra geral é que
extraterritorialidade pode ser incondicionada (quando a
lei brasileira é aplicada a fatos ocorridos no exterior, sem todo crime seja doloso.
que sejam exigidas condições) ou condicionada (quando b) Crime preterdoloso: é o crime em que o resultado
a aplicação da lei pátria a fatos ocorridos fora de nosso delitivo é mais grave do que o querido pelo agente. Ele
território depende da existência de certos requisitos). A praticou uma conduta dolosa, entretanto o resultado final é
extraterritorialidade é condicionada nas hipóteses do art. culposo. Não se admite tentativa em crimes preterdolosos.
7º, II e § 3º. Há dolo na ação e culpa na consequência. Deve haver uma
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DIREITO PENAL
expressa previsão legal do resultado culposo mais grave. Poder agir: o agente precisa ter a possibilidade física
Se não houver, punir-se-á apenas o crime doloso ou, se de agir.
houver crime culposo após, haverá concurso formal, se este Evitabilidade do resultado: a conduta omitida pelo
estiver previsto em Lei. agente deve ser causa do resultado. Caso, mesmo com a
Todos os crimes preterdolosos são qualificados pelo conduta, o resultado tivesse se verificado, não haveria que
resultado, porém, nem todo crime qualificado pelo resultado se falar em evitabilidade.
é preterdoloso (visto que o resultado qualificador pode ter Dever de impedir o resultado: aqui surge a figura
sido desejado). do garantidor: além de poder agir e da evitabilidade do
São elementos do crime preterdoloso: resultado, é necessário que o agente tenha o dever de agir
i. Conduta dolosa visando determinado resultado (lesão que surgirá nos seguintes casos:
corporal); a. Ter, por Lei, obrigação de cuidado, proteção ou
ii. Resultado culposo mais grave que o desejado (seguida vigilância, como no caso do dever do policial, do dever de
de morte); mútua assistência entre os cônjuges.
iii. Nexo causal (artigo 129, § 3, CP); b. Quando o agente, de outra forma, assumir a
iv. Previsão na norma das elementares do consequente responsabilidade de impedir o resultado de forma
culposo. voluntária.
Quando o resultado mais grave advém de caso fortuito c. Quando o agente cria, com seu comportamento
ou força maior não se imputa a agravação ao agente. O
anterior, o risco da ocorrência do resultado, ou agrava um
resultado mais grave tem que ser pelo menos culposo.
risco já existente, e não o evita.
c) Crime culposo: é o crime ao qual o agente deu causa
por imprudência, negligência ou imperícia, não havendo
em si qualquer desejo de praticar o resultado juridicamente Crime Instantâneo, Permanente, Instantâneo de Efeitos
reprovável. O crime culposo só é possível em tipos penais que Permanentes, Eventualmente Permanente e de Fusão
expressamente o prevejam, como no homicídio. Quase de a) Crime instantâneo: é o crime que se consuma num
forma absoluta, não se admite a tentativa nos crimes culposos. momento único e determinado do tempo, sem se protrair.
d) Crime de ímpeto: é o praticado sem premeditação. V.g, invasão de domicílio, injúria etc.
A vontade delituosa é repentina, sem preceder deliberação, b) Crime permanente: são os crimes que se perpetuam,
como ocorre com o homicídio praticado sob domínio de protraem durante o tempo, mesmo que seja curto, como
violenta emoção. no caso do sequestro, estelionato previdenciário praticado
pelo próprio segurado etc. Admitem flagrante enquanto
Relevância da omissão não interrompida a consumação.
Crime Comissivo, Omissivo Próprio ou Comissivo por c) Crime instantâneo de efeitos permanentes: é aquele
Omissão crime que se consuma num momento determinado, mas
a) Crime comissivo: crime comissivo é aquele em que seus efeitos perduram no tempo .
o agente realiza uma ação positiva visando a um resultado d) Crime eventualmente permanente: é o delito
ilícito. Crime comissivo não se confunde, por evidente, com instantâneo que, em caráter excepcional, pode realizar-se
crime material, já que pode não haver qualquer resultado de modo a lesionar o bem jurídico de maneira permanente.
naturalístico. Por exemplo, é comissivo o crime de injúria, mas e) Crime de fusão: é o crime que pressupõe a prática de
não é material. O importante é uma conduta da pessoa livre e outro, como nos casos dos crimes de lavagem de dinheiro
consciente que lhe retire do estado de inércia. e de receptação.
b) Crime omissivo próprio ou puro: são crimes em que
a própria omissão já é prevista no tipo penal, sendo ela uma Crime de Dano e de Perigo
elementar, a única forma de se realizar a conduta criminosa. a) Crime de dano: crime em que é necessário haver
Nesses crimes omissivos basta a abstenção, é suficiente a uma efetiva lesão ao bem jurídico (lesão perceptível no
desobediência ao dever de agir para que o delito se consume. mundo fático) para se caracterizar, como no caso do furto.
O resultado que eventualmente surgir dessa omissão será
b) Crime de perigo: crime em que a simples ameaça
irrelevante para a consumação do crime, podendo apenas
ao bem jurídico já é abominada, justificando, assim, sua
configurar uma majorante ou qualificadora. O agente
penalização.
desobedece a uma norma mandamental, norma esta que
determina a prática de uma conduta subentendida no tipo, Subdivide-se em crime de perigo concreto, crime de
que não é realizada. perigo abstrato e crime de perigo concreto-abstrato.
c) Crime comissivo por omissão, omissivo impróprio ou i. Crimes de perigo abstrato: Nos crimes de perigo
impuro: são os crimes em que o agente produz o resultado abstrato, como o perigo não é elemento do tipo, não se
pela própria omissão, após ter assumido o dever de evitá- precisa provar. Só se tem de provar o que é elementar do
lo ou outras das causas previstas no CP. É previsto no § 2º crime e o perigo não é elementar do crime porque ele não
do artigo 13 do Código Penal, segundo o qual “a omissão é requerido no tipo pelo legislador. Consequência: basta
é penalmente relevante quando o agente devia e podia agir praticar a ação e se presume que ela é sempre perigosa.
para evitar o resultado. Poderão ser tanto dolosos quanto Haveria então uma presunção iure et de iure de perigo pela
culposos, admitem tentativa etc. São pressupostos do simples realização da conduta tipificada na norma. É o caso
crime omissivo impróprio: de dirigir embriagado em via pública.
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DIREITO PENAL
ii. Crimes de perigo concreto: e os crimes de perigo Crime Material, Formal e de Mera Conduta ou de
concreto? Neles o legislador faz referência no tipo ao Atividade
perigo. Normalmente a forma de redigir um tipo de perigo a) Crime material: é o crime cujo tipo penal descreve
concreto é assim: “expor a perigo iminente”. uma conduta e um resultado, o qual necessariamente deve
O perigo então é elementar do tipo e, por isso, tem que ser verificado, sob pena de se constituir em mera tentativa.
ser provado. Nesses crimes será possível que a conduta se Exemplo: homicídio. A conduta é matar; o resultado é a
realize e o perigo não seja causado. morte. Caso a vítima não morra, não existe homicídio.
iii. Crimes de perigo abstrato-concreto crimes de b) Crime formal ou de consumação antecipada: é
inidoneidade crimes de perigo idôneo crimes de perigo o crime em que, mesmo sendo possível um resultado
hipotético: são aqueles em que a conduta analisada ex naturalístico que lese o bem jurídico, o tipo penal adianta
ante pelo legislador é considerada perigosa ao bem a punição aos atos de consumação. Exemplo: extorsão: a
jurídico segundo um juízo de probabilidade do dano. Não simples prática da constrição já faz o delito se consumar,
exige demonstração de risco ao bem. Também não coloca independentemente da pessoa auferir ou não a vantagem
como elementar no tipo incriminador. Não coloca no tipo indevida.
incriminador a exigência de perigo. Não se diferencia c) Crime de mera conduta ou de atividade: nesses
muito cabalmente dos crimes de perigo abstrato. Nos dois crimes, não só não há resultado naturalístico como é
há ponto comum: periculosidade geral. impossível que este aconteça. O tipo penal descreve
a conduta proibida, quase sempre de perigo abstrato.
Crimes de Perigo Abstrato: Aprofundamentos Exemplo clássico é o porte de arma sem autorização. O
Apesar da existência de ampla controvérsia doutrinária, simples portar arma em nada modifica o mundo real.
os crimes de perigo abstrato podem ser identificados como
aqueles em que não se exige nem a efetiva lesão ao bem Crime Unissubjetivo e Plurissubjetivo
jurídico protegido pela norma nem a configuração do a) Crime unissubjetivo: é o crime que pode ser praticado
perigo em concreto a esse bem jurídico. por qualquer pessoa, sozinha, sem auxílio. Em regra, todo
Nessa espécie de delito, o legislador penal não toma crime é unissubjetivo.
como pressuposto da criminalização a lesão ou o perigo
b) Crime plurissubjetivo: é o crime para cuja realização
de lesão concreta a determinado bem jurídico. Baseado em
necessita-se de pelo menos duas pessoas, como a
dados empíricos, o legislador seleciona grupos ou classes
bigamia e a formação de quadrilha. Pode ser de condutas
de ações que geralmente levam consigo o indesejado
convergentes, contrapostas ou paralelas.
perigo ao bem jurídico.
Assim, os tipos de perigo abstrato descrevem ações que,
Crime Unissubsistente, Plurissubsistente e Pluriofensivo
segundo a experiência, produzem efetiva lesão ou perigo
de lesão a um bem jurídico digno de proteção penal, ainda a) Crime unissubsistente: é o crime cuja consumação
que concretamente essa lesão ou esse perigo de lesão ocorre mediante um único ato, não sendo admitido seu
não venham a ocorrer. O legislador, dessa forma, formula fracionamento, sendo impossível a tentativa. A conduta
uma presunção absoluta a respeito da periculosidade de se esgota com a concretização do delito. V.g., injúria,
determinada conduta em relação ao bem jurídico que calúnia e difamação na forma verbal. Neles não há um
pretende proteger. O perigo, nesse sentido, não é concreto, iter criminis perfeito, a pessoa não tem a possibilidade de
mas apenas abstrato. Não é necessário, portanto, que, no arrependimento eficaz.
caso concreto, a lesão ou o perigo de lesão venham a se b) Crime plurissubsistente: é o crime para cuja
efetivar. O delito estará consumado com a mera conduta consumação podem ser realizados mais de um ato, como
descrita no tipo. no homicídio. Entretanto, esse crime poderá ser realizado
A atividade legislativa de produção de tipos de perigo com apenas um ato. A diferença para o unissubsistente
abstrato, por isso, deve ser objeto de rígida fiscalização é que aquele somente poderá, necessariamente, ser
a respeito da sua constitucionalidade; especificamente, realizado apenas com um ato. Logo, em regra os crimes são
sobre sua adequação ao princípio da proporcionalidade. A plurissubsistentes. Exatamente por isso, a conduta pode ser
criação de crimes de perigo abstrato não representa, por si fracionada, permitindo a tentativa.
só, comportamento inconstitucional por parte do legislador c) Crime pluriofensivo: é o que lesa ou expõe a perigo
penal. A tipificação de condutas que geram perigo em de dano mais de um bem jurídico.
abstrato, muitas vezes, acaba sendo a melhor alternativa,
ou a medida mais eficaz, para proteção de bens jurídico- Crime Comum, Próprio, Próprio Impuro, Bipróprio, de
penais supraindividuais ou de caráter coletivo, como o Mão Própria e de Acumulação
meio ambiente, por exemplo. A antecipação da proteção a) Crime comum: é o crime que pode ser praticado
penal em relação à efetiva lesão torna mais eficaz, em por qualquer pessoa, independentemente de alguma
muitos casos, a proteção do bem jurídico. Portanto, pode qualidade especial que ela tenha.
o legislador, dentro de suas amplas margens de avaliação b) Crime próprio: é o crime que somente pode ser
e de decisão, definir quais as medidas mais adequadas e praticado por uma pessoa que detenha determinada
necessárias para a efetiva proteção de determinado bem característica, como no caso do peculato, em que o agente
jurídico, o que lhe permite escolher espécies de tipificação deve, necessariamente, ser servidor público. Também
próprias de um direito penal preventivo. se analisa a propriedade do crime com base numa
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DIREITO PENAL
característica especial do sujeito passivo. Essa classificação não se consiga produzi-lo. Ou seja, em tese, no caso da
também é chamada de crimes especiais próprios. Se for teoria objetiva temperada, só seria de se reconhecer o
exigida característica especial tanto do agente quanto da crime impossível, por exemplo, após a arma utilizada para
vítima, fala-se em crime duplamente próprio. um roubo ser periciada. Se chegar à conclusão de que a
c) Crime próprio impuro: o crime próprio impuro é arma que foi acionada não disparou e nunca dispararia por
aquele que, se desaparecer a qualidade particular do ser defeituosa, seria caso de crime impossível. Porém, se
agente (que é exigida para configuração do crime próprio), essa arma, uma vez apreendida e submetida à perícia, for
desaparece também o crime especial. Entretanto, ocorrerá revelada como apta a produzir disparos, tendo o insucesso
a desclassificação da conduta para outro delito, que terá do roubo decorrido unicamente de seu emperramento
natureza diversa. Assim, a falta de uma elementar torna o episódico, o meio será relativamente ineficaz, merecendo
crime próprio puro absolutamente atípico, enquanto o crime o agente, pois, punição pela tentativa. Essa foi a opção
próprio impuro, relativamente atípico. Essa classificação adotada pelo legislador brasileiro.
também é chamada de crimes especiais impróprios .
d) Crime bipróprio: aquele que exige uma especial Teoria sintomática ou subjetiva: defende que o agente
qualidade, tanto do sujeito ativo como do sujeito passivo deve ser punido, mesmo em caso de crime impossível,
do delito. porque demonstrou periculosidade, disposição para
e) Crime de mão própria: é o crime em que o agente agredir um bem jurídico. Nesse caso, ele seria punido pela
deve praticar a execução diretamente, não se admitindo a intenção, e não por algum fato. Não é adotada no Brasil.
prática por interposta pessoa. V.g., bigamia, prática de atos b) Crime putativo (delito de alucinação): no crime
obscenos, falso testemunho. putativo, o agente pratica uma conduta acreditando estar
d) Crimes de acumulação: fruto de uma controversa praticando um ilícito penal, quando, de fato, sua ação não
tendência de política criminal voltada à prevenção de está tipificada.
ilícitos. Neles, o legislador incrimina uma conduta que, O crime putativo pode ocorrer nas seguintes hipóteses:
individualmente considerada, não encerra um risco -Crime putativo por erro de proibição: o agente
jurídico ao bem tutelado, mas se vier a ser praticada por acredita ofender uma lei penal que não existe realmente.
um conjunto grande de indivíduos, efetivamente lesará tal A existência da lei incriminadora só existe na mente do
bem. agente, recaindo o erro, portanto, sobre a ilicitude do fato.
-Crime putativo por erro de tipo: o crime imaginário
Crime Impossível e Putativo se verifica quando o autor acredita ofender uma lei penal
a) Crime impossível, quase-crime, tentativa inidônea incriminadora, mas os fatos revelam faltar uma elementar
ou tentativa inadequada: ocorre quando o agente se utiliza do tipo. Ou seja, a lei penal existe, entretanto o fato não foi
de meio absolutamente ineficaz ou objeto absolutamente típico. Aqui, há um erro sobre uma circunstância fática, e
impróprio para consumar o crime. É o caso da tentativa não sobre uma questão jurídica.
de homicídio dando-se um copo de água à vítima na -Crime putativo por obra do agente provocador:
expectativa de que ela venha a morrer (meio absolutamente denominado crime de ensaio, crime de experiência
ineficaz) ou quando se tenta furtar a honra da vítima (objeto ou flagrante provocado, ocorre quando uma pessoa
absolutamente impróprio, honra não pode ser furtada). induz o agente a cometer uma conduta criminosa
A relativa ineficácia do meio e a relativa impropriedade e, simultaneamente, adota medidas para impedir a
do objeto não afastam a configuração do crime. O crime consumação. Aqui, incide a súmula 145 do STF: “Não há
impossível deve ser analisado após a realização do fato, crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna
visto que algo aparentemente inofensivo pode ter o efeito impossível a sua consumação”.
de efetivamente gerar o crime.
Crime Vago, Remetido, Exaurido, Habitual e
Acerca do crime impossível há três teorias: Habitualidade Criminosa
Teoria objetiva pura: não distingue entre absoluta ou a) Crime vago, multivitimários ou de vítimas difusas:
relativa impropriedade do objeto ou ineficácia do meio. A crime praticado contra uma coletividade sem personalidade
teoria dispõe que, não importa saber, por exemplo, se a jurídica. Por exemplo, o crime de racismo.
arma não funcionou porque nunca funcionaria, ou a arma b) Crime remetido: ocorre quando a sua definição
não funcionou naquele caso porque, por azar do autor, se remete a outros crimes, que passam a integrá-lo (v.g.,
ela emperrou, uma vez que em ambos os casos se estaria art. 304 - fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou
diante de um crime impossível. alterados a que se referem os arts. 297 a 302).
c) Crime exaurido : é aquele já consumado nos termos
Teoria objetiva temperada: prima pela distinção entre da lei, embora possa ter desdobramentos posteriores que
absoluta ou relativa impropriedade do objeto ou ineficácia não influenciam no fato típico. Nele, o agente, mesmo
do meio. Essa teoria sustenta que só há perigo ao bem após ter consumado o delito, o leva a consequências mais
jurídico apto a fundamentar a punibilidade do crime lesivas. Ocorre o exaurimento, v.g., na extorsão, quando o
tentado quando o objeto ou o meio forem, em tese, aptos agente obtém a vantagem indevida, o que é um indiferente
à produção do resultado, ainda que circunstancialmente penal (exceto para a reparação do dano).
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DIREITO PENAL
d) Crime habitual: é aquele crime que exige uma Crime Acessório ou Parasitário
sequência de atos para se consumar, tem uma duração É o crime que pressupõe, para a consumação, a prática
contínua, geralmente indefinida e casuística, no tempo. de outro, como a receptação, o favorecimento real e a
Crimes habituais não se confundem com crimes continuados. lavagem de dinheiro.
Caso a habitualidade cesse antes de findo o resultado, os
fatos praticados não serão considerados crimes, podendo, Crime Transeunte e Não Transeunte
no máximo, haver punição por tentativa. Ao contrário Transeunte vem da palavra transitar; passa a ideia de
do que se defendo por aí, esses crimes admitem sim o algo que permanece ou não.
flagrante, quando a prisão é feita após já se ter verificado É classificação adotada para os crimes que deixam ou
o implemento da habitualidade e a configuração criminosa. não vestígios. Se deixarem vestígios, é não transeunte;
Exemplo o rufianismo. não deixando, é transeunte. Como exemplo de crimes não
-Habitual próprio: habitual próprio é aquele crime cuja transeuntes tem-se a apropriação indébita previdenciária,
tipicidade depende da reiteração de condutas. No habitual cujo vestígio é exatamente a diminuição da arrecadação de
próprio um único ato não é suficiente a dar tipicidade à contribuição previdenciária do empregado.
conduta, pois a tipicidade decorrerá do somatório dos atos
típicos praticados. Crime transeunte clássico é a invasão de domicílio.
-Habitual impróprio ou acidentalmente habitual: é Crime de Consumação Atípica Impunível
aquele crime que, não obstante a regra seja sua perpetuação È aquele quando o fato consumado é indiferente penal
no tempo para se configurar, permite que um único ato seja e a forma tentada é punida pelo ordenamento jurídico.
suficiente para a consumação, em casos extremos, como
ocorre no crime de gestão fraudulenta. Não constituirá Superveniência de causa independente
pluralidade de crimes a repetição de atos.
e) Habitualidade criminosa: a habitualidade criminosa (...)
ocorre quando o agente faz do delito seu meio de vida, sem § 1º - A superveniência de causa relativamente
que ele queira necessariamente e tenha em mente que um
independente exclui a imputação quando, por si só,
crime seja tido por continuação do outro, caso contrário
produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,
haveria continuidade delitiva. Inclusive, o STJ reiteradamente
imputam-se a quem os praticou.
tem decidido que a habitualidade criminosa impede o
As Novas Causas podem ser absolutamente ou
reconhecimento do benefício da continuidade delitiva, já
relativamente independentes da conduta do agente.
que totalmente incompatível com o comportamento social
Se as Novas Causas forem absolutamente
do réu, que merece maior reprimenda. Nesse sentido:
independentes da conduta do agente, não importando a
conduta do agente, o resultado ocorreria do mesmo jeito,
Crime de Espaço Mínimo, Crime de Espaço Máximo ou
Plurilocal e Crime à Distância o agente responde apenas pela conduta que praticou,
a) Crime de espaço mínimo: aquele que é cometido e mas não pelo resultado. Podemos citar como exemplo,
consumado em um mesmo lugar. o seguinte caso: X quer se suicidar e ingere veneno.
b) Crime de espaço máximo ou plurilocal: aqueles Posteriormente, Y quer matar X e dá-lhe um tiro. X morre.
cometidos em território de duas ou mais comarcas ou seções Contudo, X morreria de qualquer jeito por ter tomado
judiciárias de um mesmo país. A comarca responsável pelo veneno. Y responde pela conduta (tentativa de homicídio)
julgamento será, em regra, aquela onde ocorreu o resultado e não pelo resultado (homicídio consumado)
(teoria prevalente no processo penal), salvo se o crime for Se as Novas Causas forem relativamente independentes,
de menor potencial ofensivo ou tentado, caso em que a em regra o agente responde pelo resultado (i.e., se a
competência é fixada pelo local da conduta. conduta do agente não tivesse ocorrido, o resultado
c) Crime à distância: relacionado ao direito internacional, também deixaria de ocorrer). Há que se analisar se a Nova
é aquele em que se pratica a conduta num país e ocorre o Causa é anterior, concomitante ou posterior aos fatos.
resultado num outro.
Consumação e Tentativa
Crimes de Tendência (Intenção Especial) e Crimes de
Intenção Crime Consumado
Crimes de tendência ou de intenção especial: neles, o Fundamentado no artigo. 14, inciso I do Código Penal,
tipo penal requer o ânimo de realizar a própria conduta o crime consumado é o tipo penal integralmente realizado,
legalmente prevista, sem necessidade de transcender tal ou seja, quando o tipo concreto amolda-se perfeitamente
conduta, como ocorre nos delitos de intenção. É aquele que ao tipo abstrato. De acordo com o artigo 14, I do Código
condiciona a sua existência à intenção do sujeito, devendo Penal, diz-se consumado o crime quando nele se reúnem
necessariamente ser analisado um aspecto subjetivo. Em todos os elementos de sua definição legal. No homicídio,
outras palavras, não se exige que o autor do crime deseje por exemplo, o tipo penal consiste em “matar alguém”
um resultado ulterior ao previsto no tipo penal, mas, apenas, (artigo 121 do CP), assim o crime restará consumado com
que confira à ação típica um sentido subjetivo não previsto a morte da vítima.
expressamente no tipo, mas dedutível da natureza do delito.
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DIREITO PENAL
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DIREITO PENAL
ou queixa pelo juiz (não é oferecimento pelo MP), sendo- Crime Impossível
lhe reduzida a pena de um a dois terços (se a reparação Crime impossível, quase-crime, tentativa inidônea
se der após o recebimento, haverá apenas uma atenuante ou tentativa inadequada: ocorre quando o agente se
genérica). utiliza de meio ABSOLUTAMENTE INEFICAZ ou objeto
De acordo com Von Liszt, enquanto o art. 15 (o ABSOLUTAMENTE IMPRÓPRIO para consumar o crime. É o
arrependimento eficaz e desistência voluntária) configura caso da tentativa de homicídio dando-se um copo de água
uma ponte de ouro que o Direito Penal oferece ao à vítima na expectativa de que ela venha a morrer (meio
delinquente, o art. 16 configura a ponte de prata, porque absolutamente ineficaz) ou quando se tenta furtar a honra
agora ele vai responder pelo crime. Mas, igualmente, aqui da vítima (objeto absolutamente impróprio, honra não
a razão do instituto é entre punir completamente e punir pode ser furtada). A relativa ineficácia do meio e a relativa
menos de acordo com a restituição da esfera jurídica alheia. impropriedade do objeto não afastam a configuração do
Com o arrependimento posterior, já fracassou o objetivo crime, geralmente dando azo à forma tentada. O crime
preventivo do Direito Penal. O bem jurídico já foi lesionado. impossível deve ser analisado após a realização do fato,
Porém, ainda resta como alternativa a sua recomposição. E visto que algo aparentemente inofensivo pode ter o efeito
aí o Direito Penal oferece para o agente: “olha meu amigo, de efetivamente gerar o crime, v.g., quando se dá açúcar
aqui você já tem que ser punido, porque o bem jurídico a pessoa com diabetes. Sobre o crime impossível há três
alheio já foi lesionado. No art. 15 não. Sua ação impediu teorias:
a lesão efetiva. Aqui, a lesão já ocorreu. Mas você pode i. Teoria objetiva pura: não distingue entre absoluta
responder inteiramente, ou você pode responder com ou relativa impropriedade do objeto ou ineficácia do
a diminuição de pena, desde que repare a esfera jurídica meio. Segundo a teoria objetiva pura, não interessa saber,
lesionada. E aí eu vou diminuir a sua pena. Porém, pena eu por exemplo, se a arma não funcionou porque nunca
tenho que aplicar”. funcionaria, ou a arma não funcionou naquele caso porque,
São, então, requisitos para seu reconhecimento: por azar do autor, ela emperrou. Tanto um, quanto em
a) A conduta tem que ter produzido o resultado (caso outro caso, se estaria diante de um crime impossível.
contrário será arrependimento eficaz); ii. Teoria objetiva temperada: prima pela distinção
b) Voluntariedade; entre absoluta ou relativa impropriedade do objeto ou
c) Crimes sem violência ou grave ameaça (tem-se ineficácia do meio. Essa teoria sustenta que só há perigo ao
admitido o arrependimento posterior nos crimes com bem jurídico apto a fundamentar a punibilidade do crime
violência culposos); tentado quando o objeto ou o meio forem, em tese, aptos
d) Arrependimento antes de recebida a denúncia pelo à produção do resultado, ainda que circunstancialmente
juiz; não se consiga produzi-lo. Ou seja, em tese, no caso da
e) Reparação do dano seja completa (requisito teoria objetiva temperada, só seria de se reconhecer o
mitigado. Vide julgado abaixo). crime impossível, por exemplo, após a arma utilizada para
um roubo ser periciada. Se chegar à conclusão de que a
Presentes os requisitos acima elencados, a incidência arma que foi acionada não disparou e nunca dispararia por
da causa de diminuição de pena é direito subjetivo do réu, ser defeituosa, seria caso de crime impossível. Porém, se
e não uma faculdade do juiz. essa arma, uma vez apreendida e submetida à perícia, for
O agente será beneficiado pelo arrependimento revelada como apta a produzir disparos, tendo o insucesso
posterior mesmo que somente repare o dano por ter sido do roubo decorrido unicamente de seu emperramento
descoberto pela polícia. Isso visa resguardar a vítima, episódico, o meio será relativamente ineficaz, merecendo o
melhorar sua condição enquanto ofendida. agente, pois, punição pela tentativa. Essa foi claramente a
Os coautores de crimes também serão beneficiados opção adotada pelo legislador brasileiro.
caso um dos agentes repare o dano, mesmo que aqueles iii. Teoria sintomática ou subjetiva: defende que
não quiseram a reparação ou dela não participaram. Isso o agente deve ser punido, mesmo em caso de crime
porque é circunstância de caráter objetivo. impossível, porque demonstrou periculosidade, disposição
Nos crimes submetidos ao Juizado Especial Criminal, para agredir um bem jurídico. Nesse caso, ele seria punido
caso o agente repare o dano (se houver composição civil), pela intenção, e não por algum fato. Não é adotada no
mesmo após o recebimento da queixa ou da representação, Brasil.
e mesmo que o crime tenha sido com violência ou grave b) Crime putativo (delito de alucinação): no crime
ameaça, o agente será beneficiado, não somente com putativo, o agente pratica uma conduta acreditando estar
a diminuição de pena, mas sim com a extinção de sua praticando um ilícito penal, quando, de fato, sua ação não
punibilidade e a renúncia legal pela vítima do direito de está tipificada. V.g., quando o agente adultera com o fito de
ingressar em juízo. cometer crime (o adultério não é mais considerado ilícito
No crime de emissão de cheque sem fundo, o penal em nosso ordenamento, logo, não há crime). O crime
pagamento até o recebimento da denúncia ou queixa putativo pode ocorrer nas seguintes hipóteses:
extingue a punibilidade (Súmula 554, STF). i. Crime putativo por erro de proibição: o agente
No peculato culposo, se a reparação do dano precede acredita ofender uma lei penal que não existe realmente.
à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é A existência da lei incriminadora só existe na mente do
posterior, reduz em metade a pena imposta. agente, recaindo o erro, portanto, sobre a ilicitude do fato.
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DIREITO PENAL
ii. Crime putativo por erro de tipo: o crime imaginário Dispõe o Código Penal:
se verifica quando o autor acredita ofender uma lei penal
incriminadora, mas os fatos revelam faltar uma elementar Extinção da punibilidade
do tipo. Ou seja, a lei penal existe, entretanto o fato não foi Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
típico. Aqui, há um erro sobre uma circunstância fática, e não I - pela morte do agente;
sobre uma questão jurídica. Por exemplo, o agente quer II - pela anistia, graça ou indulto;
cometer um crime tributário declarando erroneamente III - pela retroatividade de lei que não mais considera o
dados na DCTF; porém, ao invés de preencher a DCTF, ele fato como criminoso;
preenche um formulário de cadastro no show do milhão. IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
iii. Crime putativo por obra do agente provocador: V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão
denominado crime de ensaio, crime de experiência aceito, nos crimes de ação privada;
ou flagrante provocado, ocorre quando uma pessoa VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei
induz o agente a cometer uma conduta criminosa a admite;
e, simultaneamente, adota medidas para impedir a VII - (Revogado)
consumação. Aqui, incide a súmula 145 do STF: “Não VIII - (Revogado)
há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
torna impossível a sua consumação”.
Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que
é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância
Causas de exclusão da culpabilidade
agravante de outro não se estende a este. Nos crimes
O Código Penal prevê causas que excluem a
conexos, a extinção da punibilidade de um deles não
culpabilidade pela ausência de um de seus elementos, impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante
ficando o sujeito isento de pena, ainda que tenha da conexão.
praticado um fato típico e antijurídico.
(...)
a) inimputabilidade: a incapacidade de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com O excesso Punível
esse entendimento. Ao reagir à agressão injusta que está sofrendo, ou em
- doença mental, desenvolvimento mental incompleto vias de sofrê-la, em relação ao meio usado o agente pode
ou retardado (art. 26); encontrar-se em três situações diferentes:
- desenvolvimento mental incompleto por presunção - usa de um meio moderado e dentro do necessário
legal, do menor de 18 anos (art. 27); para repelir à agressão;
- embriaguez completa, proveniente de caso fortuito Haverá necessariamente o reconhecimento da legítima
ou força maior (art. 28, § 1º). defesa.
- de maneira consciente emprega um meio
b) inexistência da possibilidade de conhecimento da desnecessário ou usa imoderadamente o meio necessário;
ilicitude: A legítima defesa fica afastada por excluído um dos
- erro de proibição (art. 21). seus requisitos essenciais.
- após a reação justa (meio e moderação)
c) inexigibilidade de conduta diversa: por imprevidência ou conscientemente continua
- coação moral irresistível (art. 22, 1ª parte); desnecessariamente na ação.
- obediência hierárquica (art. 22, 2ª parte). No terceiro agirá com excesso, o agente que intensifica
demasiada e desnecessariamente a reação inicialmente
Punibilidade justificada. O excesso poderá ser doloso ou culposo. O
A punibilidade é uma das condições para o exercício agente responderá pela conduta constitutiva do excesso.
da ação penal (CPP, art. 43, II) e pode ser definida como a
Ilicitude
possibilidade jurídica de o Estado aplicar a sanção penal
Ilícito penal, é o crime ou delito. Ou seja, é o
(pena ou medida de segurança) ao autor do ilícito.
descumprimento de um dever jurídico imposto por normas
A Punibilidade, portanto, é consequência do crime.
de direito público, sujeitando o agente a uma pena.
Assim, é punível a conduta que pode receber pena. Na ilicitude penal, a antijuridicidade é a contradição
entre uma conduta e o ordenamento jurídico. O fato típico,
Extinção da Punibilidade até prova em contrário, é um fato que, ajustando-se a um
A extinção da punibilidade é a perda do direito do tipo penal, é antijurídico.
Estado de punir o agente autor de fato típico e ilícito,
ou seja, é a perda do direito de impor sanção penal. As Excludente de ilicitude
causas de extinção da punibilidade estão espalhadas no Excludente de ilicitude é uma causa excepcional que
ordenamento jurídico brasileiro. retira o caráter antijurídico de uma conduta tipificada como
criminosa (fato típico).
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DIREITO PENAL
Dita o Código Penal, que a responsabilidade do autor Com relação à suspensão condicional do processo, a
não poderia ir além da culpa, justamente porque se tornaria regra é que seja feito o somatório das penas, se a mínima
objetiva. Deste modo, a lesão corporal seguida de morte, for igual ou inferior a um ano, esta será possível. Portanto,
assim como outros delitos preterdolosos, versa sobre a aplicação não é individual.
hipótese na qual o dolo e a culpa estão previstos no tipo
penal, sendo o resultado plenamente oponível ao autor, Concurso Formal
porque previsto também a título de culpa. O concurso formal é aquele em que o agente mediante
uma única ação ou omissão, comete dois ou mais crimes.
Dispõe o Código Penal: Este pode se dividir em formal próprio ou impróprio.
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a No próprio, era querido apenas um resultado, mas
pena, só responde o agente que o houver causado ao menos por erro na execução ou por acidente, dois ou mais são
culposamente. atingidos. É o exemplo do assassino que atira em seu
inimigo, mas por ocasião o disparo além de atingi-lo,
Concurso de Crimes também atinge outra pessoa. Neste caso é utilizado o
O concurso de crimes acontece quando o agente comete sistema da exasperação, que é quando apenas a pena de
mais de um crime mediante uma ou mais ação ou omissão. um dos crimes é aplicada se forem iguais, ou a maior deles
No direito brasileiro, por questões de política criminal, cada se diversos, sendo em qualquer dos casos elevada de um
forma de concurso tem uma maneira distinta no sistema de sexto até metade.
aplicação e cálculo das penas. No impróprio, o agente mediante uma única ação ou
Os tipos de concurso admitidos no direito brasileiro são o omissão produz mais de um resultado, tendo vontade de
material, que pode se dividir em homogênio e heterogêneo; produzi-los ou sendo indiferente quanto a estes, neste
o formal, que pode ser dividido em próprio e impróprio; além caso, acontece o que a doutrina chama de desígnios
do crime continuado. autônomos, que é quando se quer todos os resultados
As formas adotadas para aplicação das penas a cada produzidos, mesmo a título de dolo eventual. Para que não
tipo de concurso são os sistemas do cúmulo material e o torne benéfica a prática de mais de um crime por uma única
da exasperação, em alguns casos, também encontramos o ação, no concurso formal impróprio, é utilizado o sistema
cúmulo material benéfico, sendo este um desdobramento de cúmulo material das penas, o mesmo que é utilizado
para evitar um prejuízo maior ao agente, sempre que o no concurso material. Havendo apenas a soma das penas
sistema de exasperação for menos benéfico que o cúmulo aplicadas aos diversos crimes.
material. Ainda no caso do concurso formal, quando as penas
aplicadas por o sistema de exasperação superarem as que
Concurso Material por ventura fossem aplicadas por o sistema do cúmulo
O concurso material de crimes acontece quando o
material, para que o apenado não saia prejudicado, sua
agente comete dois ou mais crimes mediante mais de uma
pena será computada como se desta forma fosse, este é o
ação ou omissão. Ele pode ser tanto homogêneo, quando os
chamado cúmulo material benéfico. Exemplificando, caso o
crimes cometidos são idênticos (dois homicídios simples, por
agente cometa um homicídio simples e uma lesão corporal
exemplo), ou heterogêneo, quando os crimes são de natureza
em concurso formal próprio, sua pena seria a do homicídio
diversa (Um homicídio qualificado e lesões corporais). Esta
(por ser maior) acrescida de um terço até metade, o que
distinção em homogêneo e heterogêneo é apenas doutrinária,
poderia, dependendo do aumento aplicado, ser maior que
não importando na forma de aplicação da pena.
a do homicídio e das lesões corporais somadas. Assim caso
Havendo concurso material, a forma de aplicação das
penas será o cúmulo material, que é aquele onde as penas dos a pena aplicada pelo sistema da exasperação seja maior
diversos crimes são somadas umas as outras, não havendo que a que fosse aplicada pelo cúmulo material, este será
benefício ao agente. Desta forma, o agente que mediante o aplicado.
duas condutas, cometeu o crime de furto simples e recebeu O aumento de pena no concurso formal deve ser
pena de quatro anos de reclusão, e um homicídio qualificado, fundamentado pelo juiz, devendo, segundo a maioria dos
tendo recebido pena de doze anos de reclusão, terá as penas doutrinadores, ser aplicado levando em consideração o
destes crimes somadas para questões de cumprimento. número de vítimas ou a quantidade de crimes praticados.
Em caso as espécies de penas não sejam iguais, cumpre- Para a aplicação da suspensão condicional do processo,
se primeiro a mais grave, assim, a reclusão deve ser cumprida é necessário que se faça primeiro o cálculo da pena com o
primeiro que a detenção. acréscimo de um terço até metade, para só assim fixar os
Apesar dos prazos prescricionais serem considerados novos limites mínimos.
individualmente para cada crime, o mesmo não acontece
com a aplicação das penas restritivas de direitos, que só Erro
são permitidas, caso em um dos crimes seja permitida a O erro pode ser tanto falsa representação da
concessão do sursis (suspensão condicional da pena). Mas realidade, como falso ou equivocado conhecimento de
caso sejam aplicadas, as penas restritivas serão cumpridas um determinado objeto. Vale dizer que este difere da
simultaneamente quando compatíveis, ou sucessivamente, ignorância, uma vez que é a falta de representação da
quando houver incompatibilidade entre as mesmas. realidade ou total desconhecimento do objeto – sendo um
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DIREITO PENAL
estado negativo, enquanto o erro é um estado positivo. a) Quem determina dolosamente o erro responde
Entretanto, apesar de didática e teoricamente diferentes, a por crime doloso, se a provocação é culposa, responde por
legislação penal brasileira trata de forma idêntica tanto erro crime culposo.
como ignorância, com as mesmas consequências. b) Quem determina o erro é o autor mediato do
crime;
Erro de Tipo c) Quem pratica a conduta pratica fato atípico por
O erro é considerado o falso entendimento da realidade, falta de dolo.
a concepção errônea do que acontece, seja quanto à pessoa
ou quanto ao objeto, podendo recair sobre circunstâncias Erro de proibição
ou elementares. No erro de tipo, a pessoa acha que não Normatizado no direito penal brasileiro pelo artigo 21
está cometendo um crime não por julgar seu ato permitido, do Código Penal, o erro de proibição é erro do agente que
mas por compreender mal o que se passa. Logo, ele sempre acredita ser sua conduta admissível no direito, quando, na
afastará o dolo, já que não estão presentes os elementos verdade ela é proibida. Sem discussão, o autor, aqui, sabe
constitutivos do dolo “vontade” e “consciência”. Logo, o que tipicamente faz, porém, desconhece sua ilegalidade.
se ausente o dolo, o fato é atípico, não sendo passível de Concluímos, então, que o erro de proibição recai sobre a
punição, salvo se prevista a conduta como crime culposo. O consciência de ilicitude do fato. O erro de proibição é um
agente poderá ou não responder pela modalidade culposa, juízo contrário aos preceitos emanados pela sociedade,
de acordo com os seguintes casos. que chegam ao conhecimento de outrem na forma de usos
e costumes, da escolaridade, da tradição, família etc.
Descriminantes Putativas Erro de proibição não se confunde com erro de tipo.
(Art. 20, § 1º) O erro de tipo ocorre quanto a alguma circunstância
Descriminantes putativas são as situações nas quais o fática. Os erros de proibição estão ligados ao direito, ao
agente, diante de um fato, acreditando erroneamente estar conhecimento ou não da realidade do que pratica o agente,
diante de uma das causas excludentes de ilicitude, pratica um determinado por algum engano justificável que recai sobre
ato. Não se confunde com erro de proibição indireto (erro de o juízo pessoal de licitude ou ilicitude do fato. O agente
permissão), o qual se situa no âmbito da má interpretação atua conscientemente, sem errar sobre as circunstâncias
da extensão da norma permissiva.
fáticas que o cercam, apesar de as avaliar mal, de supor ter,
Se o erro for plenamente escusável em função das
perante o caso, um direito que na verdade inexiste.
circunstâncias, o agente será isento de pena pelos seus
Cezar Roberto Bitencourt leciona que o erro de proibição
atos praticados dolosamente. Entretanto, se o agente atua
“é o que incide sobre a ilicitude de um comportamento. O
com erro que não seja plenamente escusável, exagerando
agente supõe, por erro, ser lícita a sua conduta. O objeto
na reação a uma situação de fato, responderá pela forma
do erro não é, pois, nem a lei, nem o fato, mas a ilicitude,
culposa, se prevista em Lei (art. 20, § 1º).
O Código Penal adota a Teoria Limitada da Culpabilidade, isto é, a contrariedade do fato em relação à lei.”
somente podendo se reconhecer a descriminante putativa O agente não pensa errado avaliando o direito aplicável
como erro de tipo quando se está diante de uma situação à espécie, mas erra na avaliação do desvalor de sua
fática. Ou seja, o agente atua em função da situação, não conduta, desvalor esse advindo das instâncias formais de
se questionando se a causa de justificação existe ou sobre controle social. Ele entende bem o fato que pratica, mas o
os limites dela (pois isso seria um erro de proibição). Ele pratica com a tranquila consciência de que atua desprovido
realmente acredita que ela está presente. a descriminante de ilicitude material.
putativa é espécie de erro de tipo . Erro de proibição é hipótese que exclui a culpabilidade
É o caso, em outro exemplo, de alguém que acredita será do agente, por interferir diretamente no elemento da
assassinado por desafeto seu, que espalhou na comunidade culpabilidade “potencial consciência da ilicitude”. Porém,
a notícia de que na primeira oportunidade iria matá-lo. essa exclusão somente ocorrerá se o erro for invencível ou
Transitando pela rua, essa pessoa encontra seu desafeto, escusável. Se vencível (ou culposo), ou seja, se o agente
o qual põe a mão no bolso para tirar, aparentemente, tivesse agido com um pouco mais de cuidado, será uma
uma arma. A pessoa se adianta, saca seu revólver e mata causa de diminuição de pena.
o desafeto. Depois, descobre-se que este estava apenas
pegando o celular. Existem três espécies de erro de proibição:
Aqui há culpa imprópria, já que o agente atua com dolo, a) Erro de proibição direto (art. 21): ocorre quando
mas responde como se tivesse cometido um delito culposo. o erro do agente recai sobre o conteúdo proibitivo de
uma norma penal, não acreditando o agente que face o
Erro Determinado por Terceiros conteúdo, significado ou amplitude da norma, realiza uma
(Art. 20, § 2º) conduta proibida. O sujeito não sabe que a conduta que
No erro de tipo o agente erra por conta própria, por praticou era típica. O erro recai sobre a própria tipicidade
si só. Já no erro determinado por terceiro, existe alguém da ação ou omissão praticada. No momento em que
induzindo a erro outrem para praticar o crime (ERRO NÃO agiu, ele desconhecia o caráter típico, isto é, a proibição
ESPONTÂNEO). V.g., médico, querendo matar o paciente em si. É muito improvável que surja, na prática jurídica, o
engana a enfermeira fazendo com que esta ministre a reconhecimento desta espécie de erro de proibição (direto),
droga letal. Tem como consequências: em algum crime previsto no Código Penal, visto que ao
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Código foram reservados os crimes mais cotidianos, cujo Dispõe o Código Penal:
desvalor são ensinados no dia a dia da sociedade. Exemplo
de erro de proibição seria o do estrangeiro que tenta sair (...)
do Brasil portando vinte mil dólares em uma pochete, sem TÍTULO III
regular declaração. Trata-se de crime contra o SFN (evasão DA IMPUTABILIDADE PENAL
de divisas) no Brasil. Porém, no país dele pode não ser, seja
porque o valor era baixo, seja porque não há proibição de Inimputáveis
deixar o país levando dinheiro. Assim, nenhum erro houve Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença
na situação fática, ele sabia exatamente o que estava mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
fazendo, mas não conhecia a proibição jurídica interna. retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
b) Erro de proibição indireto ou erro de permissão inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato
ou excesso exculpante (art. 21): aqui há uma suposição ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
equivocada da existência de uma causa de justificação,
ou seja, de exclusão da ilicitude, que o ordenamento não Redução de pena
prevê ou que até prevê, mas em limites mais restritos do Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a
que o que era imaginado pelo agente. Não se confunde dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de
com descriminante putativa, pois nesta o agente realiza o saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto
ato em face de um fato. Naquele, ele vai além dos poderes ou retardado não era inteiramente capaz de entender o
da excludente por má avaliação da norma, errando quanto caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
à ilicitude, e não quanto à tipicidade. esse entendimento.
É exemplo de erro de proibição o agente que está
sendo roubado e, no exercício da legítima defesa, reage Menores de dezoito anos
e espanca o roubador até a beira da morte, por acreditar Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são
que está agindo legitimamente, amparado pelo direito. penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas
Outro exemplo seria de um professor de uma tradicional estabelecidas na legislação especial.
cidade interiorana que, supondo estar no exercício regular
de direito, usa moderadamente palmatória para disciplinar Emoção e paixão
seus alunos. Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
c) Erro mandamental (art. 21): é o erro que recai sobre I - a emoção ou a paixão;
mandamentos contidos nos crimes omissivos, sejam eles
próprios ou impróprios. Ocorre, v.g., quando uma pessoa vê Embriaguez
outra se afogando, mas não faz nada por acreditar que não II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou
estava obrigada a tal (erro sobre a condição de garante); substância de efeitos análogos.
ou quando o médico deixa de atender paciente em seu § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez
intervalo por achar que não tem o dever jurídico para tal. completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era,
O erro de proibição excluirá a pena se for inevitável ou ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
escusável. Esse é aquele em que o agente não tinha como entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
conhecer a ilicitude do fato, em face do caso concreto. No acordo com esse entendimento.
entanto, se for evitável ou inescusável, aquele em que o § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se
agente desconheça o fato ilícito, embora tinha condições o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou
de saber que contrariava o ordenamento jurídico, poderá força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão,
diminuí-la de um sexto a um terço (art. 21) (Isso porque a a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou
culpabilidade do agente será menor). de determinar-se de acordo com esse entendimento.
A imputabilidade é a possibilidade de atribuir a um
indivíduo a responsabilidade por uma infração. Segundo
prescreve o artigo 26, do Código Penal, podemos, também, AÇÃO PENAL;
definir a imputabilidade como a capacidade do agente
entender o caráter ilícito do fato por ele perpetrado ou, de
determinar-se de acordo com esse entendimento. Ação Penal
È portanto a possibilidade de se estabelecer o nexo Trata-se do direito público subjetivo de pedir ao
entre a ação e seu agente, imputando a alguém a realização Estado-juízo a aplicação do direito penal objetivo ao caso
de um determinado ato. concreto.
Quando existe algum agravo à saúde mental, os Ação não é pretensão. Ação é simplesmente o direito
indivíduos podem ser considerados inimputáveis – se não de provocar a tutela jurisdicional do Estado. Absolutamente
tiverem discernimento sobre os seus atos ou não possuírem errado falar, por exemplo, que ação penal é o exercício da
autocontrole, são isentos de pena. pretensão punitiva estatal, visto que se estaria ligando
Os semi-imputáveis são aqueles que, sem ter o ao conceito de ação o objeto que se pede, vinculando
discernimento ou autocontrole abolidos, têm-nos reduzidos direito abstrato com direito material, como faz a doutrina
ou prejudicados por doença ou transtorno mental. imanentista.
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DIREITO PENAL
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DIREITO PENAL
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: Decadência do direito de queixa ou de representação
[...] Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. ofendido decai do direito de queixa ou de representação
Não há justa causa para a ação penal quando a se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado
demonstração da autoria ou da materialidade do crime do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou,
decorrer APENAS DE PROVA ILÍCITA (assim como ocorre no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se
com a denúncia fundada apenas em Inquérito Policial esgota o prazo para oferecimento da denúncia.
viciado)
Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa
Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido
Síntese sobre a justa causa:
quando renunciado expressa ou tacitamente.
1. Trata-se do lastro probatório mínimo de
Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito
materialidade e autoria necessário para o recebimento da
de queixa a prática de ato incompatível com a vontade
inicial; de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o
2. Inexistindo justa causa, a denúncia deve ser ofendido a indenização do dano causado pelo crime.
rejeitada com fulcro no art. 395, III, do CPP (diz-se que há
inépcia material); Perdão do ofendido
3. Somente cabe HC para trancar o processo penal Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em
(extinguir sem julgamento do mérito) se houver evidente que somente se procede mediante queixa, obsta ao
atipicidade da conduta, causa extintiva de punibilidade ou prosseguimento da ação.
ausência total de indícios de autoria; Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso
4. Não há justa causa se a ação penal decorrer ou tácito:
apenas de prova ilícita ou de IP viciado. I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos
aproveita;
Dita o Código Penal: II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica
o direito dos outros;
(...) III - se o querelado o recusa, não produz efeito.
TÍTULO VII § 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato
DA AÇÃO PENAL incompatível com a vontade de prosseguir na ação.
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em
julgado a sentença condenatória.
Ação pública e de iniciativa privada
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante queixa.
expressamente a declara privativa do ofendido.
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério
Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação CRIMES CONTRA A PESSOA;
do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.
§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida
mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade Crimes.
para representá-lo. Dos crimes contra a pessoa - crimes contra a vida
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos
crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece HOMICÍDIO
denúncia no prazo legal. De forma geral, o homicídio é o ato de destruição da
§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido vida de um homem por outro homem. De forma objetiva,
declarado ausente por decisão judicial, o direito de é o ato cometido ou omitido que resulta na eliminação da
oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, vida do ser humano.
ascendente, descendente ou irmão. Homicídio simples – Artigo 121 do CPB – É a conduta
típica limitada a “matar alguém”. Esta espécie de homicídio
não possui características de qualificação, privilégio
A ação penal no crime complexo
ou atenuação. É o simples ato da prática descrita na
Art. 101 - Quando a lei considera como elemento
interpretação da lei, ou seja, o ato de trazer a morte a uma
ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos,
pessoa.
constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, Homicídio privilegiado - Artigo 121 - parágrafo
desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder primeiro – É a conduta típica do homicídio que recebe o
por iniciativa do Ministério Público. benefício do privilégio, sempre que o agente comete o
crime impelido por motivo de relevante valor social ou
Irretratabilidade da representação moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo após a
Art. 102 - A representação será irretratável depois de injusta provocação da vítima, podendo o juiz reduzir a pena
oferecida a denúncia. de um sexto a um terço.
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DIREITO PENAL
Homicídio qualificado - Artigo 121 - parágrafo segundo Aborto necessário - Não se pune o aborto praticado por
– É a conduta típica do homicídio onde se aumenta a pena médico: se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
pela prática do crime, pela sua ocorrência nas seguintes e se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido
condições: mediante paga ou promessa de recompensa, de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu
ou por outro motivo torpe; por motivo fútil, com emprego representante legal.
de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou do qual possa resultar perigo comum; Lesões corporais
por traição, emboscada, ou mediante dissimulação ou
outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa Lesão corporal - Ofensa à integridade corporal ou a
do ofendido; e para assegurar a execução, a ocultação, a saúde de outra pessoa.
impunidade ou a vantagem de outro crime.
Homicídio Culposo - Artigo 121- parágrafo terceiro – É Lesão corporal de natureza grave - Artigo 129 - parágrafo
a conduta típica do homicídio que se dá pela imprudência, primeiro - Se resulta: incapacidade para as ocupações
negligência ou imperícia do agente, o qual produz um habituais, por mais de trinta dias; perigo de vida; debilidade
resultado não pretendido, mas previsível, estando claro que permanente de membro, sentido ou função; ou aceleração
o resultado poderia ter sido evitado. de parto.
No homicídio culposo a pena é aumentada de um
terço, se o crime resulta de inobservância de regra técnica Lesão corporal de natureza gravíssima - Artigo 129 -
de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar parágrafo primeiro - Se resulta: incapacidade permanente
imediato socorro à vítima. O mesmo ocorre se não procura para o trabalho; enfermidade incurável; perda ou inutilização
diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar do membro, sentido ou função; deformidade permanente;
prisão em flagrante. Sendo o homicídio doloso, a pena é ou aborto.
aumentada de um terço se o crime é praticado contra pessoa
menor de quatorze ou maior de sessenta anos. Lesão corporal seguida de morte - Se resulta morte
Perdão Judicial - Na hipótese de homicídio culposo, o e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o
juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo (é o homicídio
infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que preterintencional).
torne desnecessária a sanção penal.
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio - Artigo 122 do Diminuição de pena - Se o agente comete o crime impelido
CPB – Ato pelo qual o agente induz ou instiga alguém a se suicidar por motivo de relevante valor social ou moral, ou ainda sob o
ou presta-lhe auxílio para que o faça. Reclusão de dois a seis anos, domínio de violenta emoção, seguida de injusta provocação
se o suicídio se consumar, ou reclusão de um a três anos, se da da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
tentativa de suicídio resultar lesão corporal de natureza grave.
A pena é duplicada se o crime é praticado por motivo Lesão corporal culposa – Se o agente não queria o
egoístico, se a vítima é menor ou se tem diminuída, por resultado do ato praticado, mesmo sabendo que tal resultado
qualquer causa, a capacidade de resistência. Neste crime não era previsível.
se pune a tentativa.
Infanticídio - Artigo 123 – Homicídio praticado pela mãe Violência doméstica - Se a lesão for praticada contra
contra o filho, sob condições especiais (em estado puerperal, ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro,
isto é, logo pós o parto). ou com quem conviva ou tenha convivido; ou ainda
Aborto - Artigo 124 – Ato pelo qual a mulher interrompe prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de
a gravidez de forma a trazer destruição do produto da coabitação ou de hospitalidade. Pena: detenção, de três
concepção. No auto-aborto ou no aborto com consentimento meses a três anos.
da gestante, esta sempre será o sujeito ativo do ato, e o feto, o
sujeito passivo. No aborto sem o consentimento da gestante,
os sujeitos passivos serão o feto e a gestante. PARTE ESPECIAL
Aborto provocado por terceiro – É o aborto provocado TÍTULO I
sem o consentimento da gestante. Pena: reclusão, de três a DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
dez anos. CAPÍTULO I
Aborto provocado com o consentimento da gestante – DOS CRIMES CONTRA A VIDA
Reclusão, de um a quatro anos. A pena pode ser aumentada
para reclusão de três a dez anos, se a gestante for menor de Homicídio simples
quatorze anos, se for alienada ou débil mental, ou ainda se Art. 121. Matar alguém:
o consentimento for obtido mediante fraude, grave ameaça Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
ou violência.
Forma qualificada - As penas são aumentadas de um terço Caso de diminuição de pena
se, em consequência do aborto ou dos meios empregados § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de
para provocá-lo, a gestante sofrer lesão corporal de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta
natureza grave. São duplicadas se, por qualquer dessas emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o
causas, lhe sobrevém a morte. juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
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Pena - detenção, de seis meses a três anos. Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza
natureza grave: grave:
Pena - reclusão, de um a cinco anos. Pena - reclusão, de um a quatro anos.
§ 2º - Se resulta a morte: § 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime
Aumento de pena é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990)
de um terço:
I - se o abandono ocorre em lugar ermo; CAPÍTULO IV
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, DA RIXA
irmão, tutor ou curador da vítima.
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído Rixa
pela Lei nº 10.741, de 2003) Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os
contendores:
Exposição ou abandono de recém-nascido Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para multa.
ocultar desonra própria: Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.
grave:
Pena - detenção, de um a três anos. CAPÍTULO V
§ 2º - Se resulta a morte: DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Calúnia
Omissão de socorro Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando
fato definido como crime:
possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a
ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos,
imputação, a propala ou divulga.
o socorro da autoridade pública:
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Exceção da verdade
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade,
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação
triplicada, se resulta a morte.
privada, o ofendido não foi condenado por sentença
Condicionamento de atendimento médico- irrecorrível;
hospitalar emergencial (Incluído pela Lei nº 12.653, de II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas
2012). indicadas no nº I do art. 141;
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória III - se do crime imputado, embora de ação pública, o
ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
de formulários administrativos, como condição para o Difamação
atendimento médico-hospitalar emergencial: (Incluído pela Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato
Lei nº 12.653, de 2012). ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
multa. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012). Exceção da verdade
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro Parágrafo único - A exceção da verdade somente se
se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é
natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. (Incluído relativa ao exercício de suas funções.
pela Lei nº 12.653, de 2012). Injúria
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade
Maus-tratos ou o decoro:
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou
privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, diretamente a injúria;
quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, II - no caso de retorsão imediata, que consista em
quer abusando de meios de correção ou disciplina: outra injúria.
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Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica Invasão de dispositivo informático (Incluído pela Lei
ou telefônica nº 12.737, de 2012) Vigência
II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio,
ou utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou conectado ou não à rede de computadores, mediante
radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim
entre outras pessoas; de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem
III - quem impede a comunicação ou a conversação autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo
referidas no número anterior; ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:
IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
radioelétrico, sem observância de disposição legal. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e
§ 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano multa. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
para outrem. § 1o Na mesma pena incorre quem produz, oferece,
§ 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de
função em serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou computador com o intuito de permitir a prática da conduta
telefônico: definida no caput. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
Pena - detenção, de um a três anos. Vigência
§ 4º - Somente se procede mediante representação, § 2o Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da
salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º. invasão resulta prejuízo econômico. (Incluído pela Lei nº
12.737, de 2012) Vigência
Correspondência comercial § 3o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de
Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais
de estabelecimento comercial ou industrial para, no ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em
todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo
correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo: invadido: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Pena - detenção, de três meses a dois anos. Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
Parágrafo único - Somente se procede mediante e multa, se a conduta não constitui crime mais grave.
representação. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um
SEÇÃO IV
a dois terços se houver divulgação, comercialização ou
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS
transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou
SEGREDOS
informações obtidos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
Vigência
Divulgação de segredo
§ 5o Aumenta-se a pena de um terço à metade se o
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de
crime for praticado contra: (Incluído pela Lei nº 12.737, de
documento particular ou de correspondência confidencial,
2012) Vigência
de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa
I - Presidente da República, governadores e prefeitos;
produzir dano a outrem:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 1º Somente se procede mediante II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído
representação. (Parágrafo único renumerado pela Lei nº pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
9.983, de 2000) III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado
§ 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara
ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou
nos sistemas de informações ou banco de dados da (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Administração Pública: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) IV - dirigente máximo da administração direta e
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.
multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 2o Quando resultar prejuízo para a Administração
Pública, a ação penal será incondicionada. (Incluído pela Ação penal (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
Lei nº 9.983, de 2000) Vigência
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A,
Violação do segredo profissional somente se procede mediante representação, salvo se o
Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de crime é cometido contra a administração pública direta ou
que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito
profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. de serviços públicos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
Parágrafo único - Somente se procede mediante Vigência
representação.
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CAPÍTULO II
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO; DO ROUBO E DA EXTORSÃO
Roubo
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para
outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa,
TÍTULO II ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO impossibilidade de resistência:
CAPÍTULO I Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
DO FURTO § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de
subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou
Furto grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
móvel: § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.654, de
praticado durante o repouso noturno. 2018)
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de III - se a vítima está em serviço de transporte de valores
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente e o agente conhece tal circunstância.
a pena de multa. IV - se a subtração for de veículo automotor que venha
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
qualquer outra que tenha valor econômico. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
V - se o agente mantém a vítima em seu poder,
Furto qualificado
restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa,
1996)
se o crime é cometido:
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à
de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem
subtração da coisa;
sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela Lei
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada
nº 13.654, de 2018)
ou destreza;
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
III - com emprego de chave falsa;
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego
anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato de arma de fogo; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº II – se há destruição ou rompimento de obstáculo
13.654, de 2018) mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de
a subtração for de veículo automotor que venha a ser 2018)
transportado para outro Estado ou para o exterior. (Incluído § 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº
pela Lei nº 9.426, de 1996) 13.654, de 2018)
§ 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7
subtração for de semovente domesticável de produção, ainda (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído pela Lei nº
que abatido ou dividido em partes no local da subtração. 13.654, de 2018)
(Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016) II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos (trinta) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
e multa, se a subtração for de substâncias explosivas ou de
acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua Extorsão
fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela Lei nº Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou
13.654, de 2018) grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para
outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que
Furto de coisa comum se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Art. 156 - Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas,
comum: ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. até metade.
§ 1º - Somente se procede mediante representação. § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, o disposto no § 3º do artigo anterior. Vide Lei nº 8.072, de
cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente. 25.7.90
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Fraude no pagamento por meio de cheque Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos multa.
em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento. Parágrafo único - Somente se procede mediante
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime representação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias,
é cometido em detrimento de entidade de direito público deixar de aplicar a pena.
ou de instituto de economia popular, assistência social ou
beneficência. Fraudes e abusos na fundação ou administração de
sociedade por ações
Estelionato contra idoso Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações,
§ 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido fazendo, em prospecto ou em comunicação ao público
contra idoso. (Incluído pela Lei nº 13.228, de 2015) ou à assembleia, afirmação falsa sobre a constituição da
sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela
Duplicata simulada relativo:
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o
não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou fato não constitui crime contra a economia popular.
qualidade, ou ao serviço prestado. (Redação dada pela Lei § 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui
nº 8.137, de 27.12.1990) crime contra a economia popular: (Vide Lei nº 1.521, de
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 1951)
(Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele ações, que, em prospecto, relatório, parecer, balanço ou
que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de comunicação ao público ou à assembleia, faz afirmação
Registro de Duplicatas. (Incluído pela Lei nº 5.474. de 1968) falsa sobre as condições econômicas da sociedade, ou
oculta fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas
Abuso de incapazes relativo;
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por
necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da qualquer artifício, falsa cotação das ações ou de outros
alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo títulos da sociedade;
qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à
sociedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiro,
jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:
dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
assembleia geral;
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por
Induzimento à especulação
conta da sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da
a lei o permite;
inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental
V - o diretor ou o gerente que, como garantia de
de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou
crédito social, aceita em penhor ou em caução ações da
à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou
própria sociedade;
devendo saber que a operação é ruinosa: VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. desacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui
lucros ou dividendos fictícios;
Fraude no comércio VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta
Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, pessoa, ou conluiado com acionista, consegue a aprovação
o adquirente ou consumidor: de conta ou parecer;
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
falsificada ou deteriorada; IX - o representante da sociedade anônima
II - entregando uma mercadoria por outra: estrangeira, autorizada a funcionar no País, que pratica os
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao
§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a Governo.
qualidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo § 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a
caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor dois anos, e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem
valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações de
precioso, metal de ou outra qualidade: assembleia geral.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º. Emissão irregular de conhecimento de depósito ou
“warrant”
Outras fraudes Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant,
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em em desacordo com disposição legal:
hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
recursos para efetuar o pagamento:
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DIREITO PENAL
Receptação qualificada Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, anteriores:
ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral,
expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito quando haja emprego de grave ameaça ou violência à
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou pessoa;
industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: II - ao estranho que participa do crime.
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. III – se o crime é praticado contra pessoa com idade
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular
ou clandestino, inclusive o exercício em residência. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza
ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela O Título II da parte especial do Código Penal Brasileiro,
condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por faz referências aos Crimes Contra o Patrimônio.
meio criminoso: Considera-se patrimônio de uma pessoa, os bens,
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou o poderio econômico, a universalidade de direitos que
ambas as penas. tenham expressão econômica para a pessoa. Considera-
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido se em geral, o patrimônio como universalidade de
direitos. Vale dizer como uma unidade abstrata, distinta,
ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa.
diferente dos elementos que a compõem isoladamente
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário,
considerados.
pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias,
Além desse conceito jurídico, que é próprio do
deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o
direito privado, há uma noção econômica de patrimônio
disposto no § 2º do art. 155.
e, segundo a qual, ele consiste num complexo de bens,
§ 6o Tratando-se de bens do patrimônio da União, de
através dos quais o homem satisfaz suas necessidades.
Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia,
Cabe lembrar, que o direito penal em relação ao direito
fundação pública, empresa pública, sociedade de
civil, ao direito econômico, ele é autônomo e constitutivo,
economia mista ou empresa concessionária de serviços
e por isso mesmo quando tutela bens e interesses jurídicos
públicos, aplica-se em dobro a pena prevista no caput já tutelados por outros ramos do direito, ele o faz com
deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.531, de 2017) autonomia e de um modo peculiar.
A tutela jurídica do patrimônio no âmbito do Código
Receptação de animal Penal Brasileiro, é sem duvida extensamente realizada,
Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, mas não se pode perder jamais em conta, a necessidade
ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade de de que no conceito de patrimônio esteja envolvida uma
produção ou de comercialização, semovente domesticável noção econômica, um noção de valor material econômico
de produção, ainda que abatido ou dividido em partes, do bem.
que deve saber ser produto de crime: (Incluído pela Lei nº
13.330, de 2016) FURTO
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. O primeiro é o crime de furto descrito no artigo 155
(Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016) do Código Penal Brasileiro, em sua forma básica: “subtrair,
para si ou para outrem, coisa alheia móvel: pena – reclusão,
de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa”.
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DIREITO PENAL
O conceito de furto pode ser expresso nas seguintes Furto é crime material, não existindo sem que haja
palavras: furto é a subtração de coisa alheia móvel para desfalque do patrimônio alheio. Coisa alheia é a que não
si ou para outrem sem a pratica de violência ou de grave pertence ao agente, nem mesmo parcialmente. Por essa
ameaça ou de qualquer espécie de constrangimento físico razão não comete furto e sim o crime contido no artigo 346
ou moral à pessoa. Significa, pois o assenhoramento da (Subtração ou Dano de Coisa Própria em Poder de Terceiro)
coisa com fim de apoderar-se dela com ânimo definitivo. do Código Penal Brasileiro, o proprietário que subtrai coisa
Quanto a objetividade jurídica do furto é preciso sua que está em poder legitimo de outro.
ressaltar uma divergência na doutrina: entende-se que O crime de furto é cometido através do dolo que é
é protegida diretamente a posse e indiretamente a a vontade livre e consciente de subtrair, acrescido do
propriedade ou, em sentido contrário, que a incriminação elemento subjetivo do injusto também chamado de “dolo
no caso de furto, visa essencial ou principalmente a tutela específico”, que no crime de furto está representado pela
da propriedade e não da posse. É inegável que o dispositivo ideia de finalidade do agente, contida da expressão “para
protege não só a propriedade como a posse, seja ela direta si ou para outrem”. Independe, todavia de intuito, objetivo
ou indireta além da própria detenção. de lucro por parte do agente, que pode atuar por vingança,
Devemos si ter primeiro o bem jurídico daquele que é capricho, liberalidade.
afetado imediatamente pela conduta criminosa. Vale dizer O consentimento da vítima na subtração elide o crime,
que a vítima de furto não é necessariamente o proprietário já que o patrimônio é um bem disponível, mas se ele ocorre
da coisa subtraída, podendo recair a sujeição passiva sobre depois da consumação, é evidente que sobrevivi o ilícito
o mero detentor ou possuidor da coisa. penal.
Qualquer pessoa pode praticar o crime de furto, não O delito de furto também pode ser praticado entre:
exige além do sujeito ativo qualquer circunstância pessoal cônjuges, ascendentes e descendentes, tios e sobrinhos,
específica. Vale a mesma coisa para o sujeito passivo do entre irmãos.
crime, sendo ela física ou jurídica, titular da posse, detenção O direito romano não admitia, nesses casos, a ação
ou da propriedade. penal. Já o direito moderno não proíbe o procedimento
O núcleo do tipo é subtrair, que significa tirar, retirar, penal, mas isenta de pena, como elemento de preservação
abrangendo mesmo o apossamento à vista do possuidor da vida familiar.
ou proprietário.
O crime de furto pode ser praticado também através Para se definir o momento da consumação, existem
de animais amestrados, instrumentos etc. Esse crime será duas posições:
de apossamento indireto, devido ao emprego de animais, 1) atinge a consumação no momento em que o objeto
caso contrário é de apossamento direto. material é retirado de posse e disponibilidade do sujeito
Reina uma única controvérsia, tendo em vista o passivo, ingressando na livre disponibilidade do autor,
desenvolvimento da tecnologia, quanto a subtração ainda que não obtenha a posse tranquila;
praticada com o auxílio da informática, se ela resultaria de 2) quando exige-se a posse tranquila, ainda que por
furto ou crime de estelionato. Tenho para mim, que não breve tempo.
podemos “aprioristicamente” ter o uso da informática como
meio de cometimento de furto ou mesmo estelionato, pois Temos a seguinte classificação para o crime de furto:
comum quanto ao sujeito, doloso, de forma livre, comissivo
é preciso analisar, a cada conduta, não apenas a intenção
de dano, material e instantâneo.
do agente, mas o modo de operação do agente através da
A ação penal é pública incondicionada, exceto nas
informática.
hipóteses do artigo 182 do Código Penal Brasileiro, que é
O objeto material do furto é a coisa alheia móvel. Coisa
condicionada à representação.
em direito penal representa qualquer substância corpórea,
O crime de furto pode ser de quatro espécies: furto
seja ela material ou materializável, ainda que não tangível,
simples, furto noturno, furto privilegiado e furto qualificado
suscetível de apreciação e transporte, incluindo aqui os
corpos gasosos, os instrumentos , os títulos, etc. FURTO DE USO
O homem não pode ser objeto material de furto, Furto de uso é a subtração de coisa apenas para
conforme o fato, o agente pode responder por sequestro usufruí-la momentaneamente, está prevista no art. 155 do
ou cárcere privado, conforme artigo 148 do Código Penal Código Penal Brasileiro, para que seja reconhecível o furto
Brasileiro, ou subtração de incapazes. de uso e não o furto comum, é necessário que a coisa seja
Afirma-se na doutrina que somente pode ser objeto de restituída, devolvida, ao possuidor, proprietário ou detentor
furto a coisa que tiver relevância econômica, ou seja, valor de que foi subtraída, isto é, que seja reposta no lugar, para
de troca, incluindo no conceito, a ideia de valor afetivo que o proprietário exerça o poder de disposição sobre a
(o que eu acho que não tem validade jurídica penal). Já coisa subtraída. Fora daí a exclusão do “animus furandi”
a jurisprudência invoca o princípio da insignificância, dependerá de prova plena a ser oferecida pelo agente.
considerando que se a coisa furtada tem valor monetário Os tribunais tem subordinado o reconhecimento do
irrisório, ficará eliminada a antijuridicidade do delito e, furto de uso a efetiva devolução ou restituição, afirmando
portanto, não ficará caracterizado o crime. que há furto comum se a coisa é abandonada em local
distante ou diverso ou se não é recolocada na esfera
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DIREITO PENAL
de vigilância de seu dono. Há ainda entendimentos que - O primeiro requisito para que ocorra o privilégio é
exigem que a devolução da coisa, além de ser feita no ser o agente primário, ou seja, que não tenha sofrido em
mesmo lugar da subtração seja feita em condições de razão de outro crime condenação anterior transitada em
restituição da coisa em sua integridade e aparência interna julgado.
e externa, assim como era no momento da subtração. - O segundo requisito é ser de pequeno valor a coisa
Vale dizer a coisa devolvida assemelha-se em tudo subtraída.
e por tudo em sua aparência interna e externa à coisa A doutrina e a jurisprudência têm exigido além
subtraída. desses dois requisitos já citados, que o agente não revele
personalidade ou antecedentes comprometedores,
FURTO NOTURNO indicativos da existência de probabilidade, de voltar a
delinquir.
O Furto Noturno, está previsto no § 1º do artigo 155: A pena pode-se substituir a de reclusão pela de
“apena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar
durante o repouso noturno”. somente a multa.
É furto agravado ou qualificado o praticado durante O § 3º do artigo 155 faz menção à igualdade entre
o repouso noturno, aumenta-se de 1/3 artigo 155 §1º, a energia elétrica, ou qualquer outra que tenha valor
razão da majorante está ligada ao maior perigo que está econômico à coisa móvel, também a caracterizando como
submetido o bem jurídico diante da precariedade de crime.
vigilância por parte de seu titular. A jurisprudência considera essa modalidade de furto
Basta que ocorra a cessação da vigilância da vítima, como crime permanente, pois o agente pratica uma só
que, dormindo, não poderá efetivá-la com a segurança e ação, que se prolonga no tempo.
a amplitude com que a faria, caso estivesse acordada, para
que se configure a agravante do repouso noturno. FURTO QUALIFICADO
Repouso noturno é o tempo em que a cidade repousa,
é variável, dependendo do local e dos costumes. Em determinadas circunstâncias são destacadas o §4º
É discutida pela doutrina e pela jurisprudência a cerca do art. 155, para configurar furto qualificado, ao qual é
da necessidade do lugar, ser habitado ou não, para se dar cominada pena autônoma sensivelmente mais grave:
a agravante. A jurisprudência dominante nos tribunais é no “reclusão de 2 à 8 anos seguida de multa”.
sentido de excluir a agravante, se o furto é praticado em São as seguintes as hipóteses de furto qualificado:
lugar desabitado, pois evidente se praticado desta forma Se o crime é cometido com destruição ou rompimento
não haveria, mesmo durante a época o momento do não de obstáculos à subtração da coisa; está hipótese trata da
repouso, a possibilidade de vigilância que continuaria a ser destruição, isto é, fazer desaparecer em sua individualidade
tão precária quanto este momento de repouso. ou romper, quebrar, rasgar, qualquer obstáculo móvel ou
Porém, como diz o mestre Magalhães Noronha “para imóvel a apreensão e subtração da coisa.
nós, existe a agravante quando o furto se dá durante A destruição ou rompimento deve dar-se em qualquer
o tempo em que a cidade ou local repousa, o que não momento da execução do crime e não apenas para
importa necessariamente seja a casa habitada ou estejam apreensão da coisa. Porém é imprescindível que seja
seus moradores dormido. Podem até estar ausente, ou comprovada pericialmente, nem mesmo a confissão do
desabitado o lugar do furto”. acusado supre a falta da perícia.
A exposição de motivos como a do mestre Noronha, Trata-se de circunstância objetiva e comunicável
é a que se iguala ao meu parecer, pois é prevista como no caso de concurso de pessoas, desde que o seu
agravante especial do furto a circunstância de ser o crime conteúdo haja ingressado na esfera do conhecimento dos
praticado durante o período do sossego noturno8, seja participantes.
ou não habitada a casa, estejam ou não seus moradores A segunda hipótese é quando o crime é cometido
dormindo, cabe a majoração se o delito ocorreu naquele com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou
período. destreza.
Furto em garagem de residência, também há duas Há abuso de confiança quando o agente se prevalece
posições, uma em que incide a qualificadora, da qual o de qualidade ou condição pessoal que lhe facilite à pratica
Professor Damásio é partidário, e outra na qual não incide do furto. Qualifica o crime de furto quando o agente se
a qualificadora. serve de algum artifício para fazer a subtração.
Mediante fraude é o meio enganoso capaz de iludir
FURTO PRIVILEGIADO ou mínimo a vigilância do ofendido e permitir maior facilidade
O furto privilegiado está expresso no § 2º do artigo na subtração do objeto material. O furto mediante
155: “Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a fraude distingue-se do estelionato, naquele a fraude é
coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela empregada para iludir a atenção e vigilância do ofendido,
de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar que nem percebe que a coisa lhe está sendo subtraída; no
somente a pena de multa”. estelionato, ao contrário, a fraude antecede o apossamento
Vale dizer que é uma forma de causa especial de da coisa e é a causa de sua entrega ao agente pela vítima;
diminuição de pena. Existem requisitos para que se dê essa esta entrega a coisa iludida, pois a fraude motivou seu
causa especial: consentimento.
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coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, ROUBO E LESÃO CORPORAL GRAVE
a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção Nos termos do artigo 157 § 3º do Código Penal
da coisa para si ou para terceiro”. Nesse caso a violência ou Brasileira primeira parte, é qualificado roubo quando: “da
a grave ameaça ocorre após a consumação da subtração, violência resulta lesão corporal de natureza grave, fixando-
visando o agente assegurar a posse da coisa subtraída ou a se a pena num patamar superior ao fixado anteriormente,
impunidade do crime. aqui reclusão de 5 (cinco) à 15 (quinze) anos, além da multa”.
A violência posterior ou roubo para assegurar a sua É indispensável que a lesão seja causada pela violência,
impunidade, deve ser imediato para caracterização do não estando o agente, sujeito às penas previstas pelo
roubo impróprio. dispositivo em estudo, se o evento decorra de grave ameaça,
A consumação do roubo impróprio ocorre com como enfarte, choque ou do emprego de narcóticos.
a violência ou grave ameaça desde que já ocorrido a Haverá no caso roubo simples seguido de lesões corporais
subtração, não se consumando esta, tem se entendido que de natureza grave em concurso formal.
o agente deverá ser responsabilizado por tentativa de furto A lesão poderá ser sofrida pelo titular do direito ou em
em concurso com o crime de lesões corporais. um terceiro.
Consuma-se no momento em que o agente retira o O § 3º do artigo 157 também sofreu modificação
objeto material da esfera de disponibilidade da vítima, significativa. Agora as hipóteses de violência são tratadas
mesmo que não haja a posse tranquila. em dois incisos.
A Lei nº 13.654, de 2018 mudou a redação do § 2º do No inciso I, se da violência resulta lesão corporal grave,
artigo 157,dispondo que a pena no roubo é aumentada de a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa.
1/3 (um terço) até metade, revogando ainda o inciso I do Por aqui houve modificação na pena máxima, que deixa de
referido artigo. ser de 15 anos e passa a ser de 18 anos de reclusão.
A referida Lei incluiu o inciso VI o qual dispõe que, “se No § 3º, inciso II, se da violência resulta morte, a pena
a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. Desse
que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, modo, nota-se que o latrocínio é tratado no § 3º, inciso II,
montagem ou emprego.” do Código Penal.
Sobre este inciso, destaca-se que foi criada uma causa
de aumento de pena (majorante) que, no caso de furto,
ROUBO SEGUIDO DE MORTE - LATROCÍNIO
consiste em qualificadora, como já referido.
Comina-se pena de reclusão de 20 à 30 anos se resulta
a morte, as mesmas considerações referentes aos crimes
A Lei incluiu ainda o seguinte texto:
qualificados pelo resultado, podem ser aqui aplicadas.
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído
O artigo da Lei 8072/90 (Lei dos Crimes Hediondos), em
pela Lei nº 13.654, de 2018)
conformidade com o artigo 5º XLIII, da Constituição Federal
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego
de arma de fogo; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) Brasileira, considera crime de latrocínio Hediondo.
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo Nos termos legais o Latrocínio não exige que o evento
mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que morte seja desejado pelo agente, basta que ele empregue
cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) violência para roubar e que dela resulte a morte para que se
§ 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº tenha caracterizado o delito.
13.654, de 2018) É indiferente, porém, que a violência tenha sido exercida
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) para o fim da subtração ou para garantir, depois desta, a
a 18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído pela Lei nº 13.654, de impunidade do crime ou a detenção da coisa subtraída.
2018) Ocorre latrocínio ainda que a violência atinja pessoa
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 diversa daquela que sofre o desapossamento da coisa.
(trinta) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) Haverá, no entanto um só crime com dois sujeitos passivos.
O presente parágrafo traz causa de aumento de pena A consumação do latrocínio ocorre com a efetiva
para o crime de roubo se a violência ou ameaça é exercida subtração e a morte da vítima, embora no latrocínio haja
com emprego de arma de fogo, deslocada que foi para morte da vítima, ele é um crime contra o patrimônio, sendo
este parágrafo inovador, deixando de aumentar a pena em Juiz singular e não do Tribunal do Júri, essa é a posição
fração variável de 1/3 até a metade para uma fração fixa da válida.
ordem de 2/3 (dois terços). Pena: reclusão de vinte a trinta anos, sem prejuízo da
Acerca da tentativa, quanto ao roubo próprio ela é multa, conforme alteração do artigo 6º da Lei n.º. 8072/90.
admitida, visto podendo ocorrer quando o sujeito, após Conforme o artigo 9º dessa lei, a pena é agravada de metade
empregar a violência ou grave ameaça contra a pessoa, quando a vítima se encontra nas condições do artigo 224
por motivos alheios a sua vontade, não consegue efetuar do Código Penal Brasileiro: “presunção de violência”.
a subtração.
Já a tentativa para o crime de roubo impróprio temos EXTORSÃO
duas correntes: O crime de extorsão é formal e consuma-se no
Sua classificação doutrinária é de crime comum quanto momento e no local em que ocorre o constrangimento
ao sujeito, doloso, de forma livre, de dano, material e para que se faça ou se deixe de fazer alguma coisa. Súmula
instantâneo. Tendo ação penal pública incondicionada. nº 96 do Superior Tribunal de Justiça.
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§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza § 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de § 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza
14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) grave: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído
pela Lei nº 12.015, de 2009) pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº § 4o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº
12.015, de 2009) 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. (Incluí-
pela Lei nº 12.015, de 2009) do pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 214 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
Corrupção de menores
Violação sexual mediante fraude (Redação dada pela Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a
Lei nº 12.015, de 2009) satisfazer a lascívia de outrem: (Redação dada pela Lei nº
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato li- 12.015, de 2009)
bidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Redação
impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da víti-
dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
ma: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação
12.015, de 2009)
dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de
obter vantagem econômica, aplica-se também multa. (Re- Satisfação de lascívia mediante presença de criança
dação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) ou adolescente (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 216. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de
14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção car-
Assédio sexual (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de nal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia pró-
2001) pria ou de outrem: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de ob- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. (Incluído
ter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o pela Lei nº 12.015, de 2009)
agente da sua condição de superior hierárquico ou ascen-
dência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. Favorecimento da prostituição ou de outra forma
(Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) de exploração sexual de criança ou adolescente ou de
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído vulnerável. (Redação dada pela Lei nº 12.978, de 2014)
pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.224, ou outra forma de exploração sexual alguém menor de
de 15 de 2001) 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência
§ 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima mental, não tem o necessário discernimento para a prática
é menor de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:
de 2009) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído
CAPÍTULO II pela Lei nº 12.015, de 2009)
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL § 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vanta-
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) gem econômica, aplica-se também multa. (Incluído pela
Lei nº 12.015, de 2009)
Sedução § 2o Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei nº
Art. 217 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
12.015, de 2009)
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidi-
Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de
noso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14
2009)
(catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Lei nº 12.015, de 2009) II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído local em que se verifiquem as práticas referidas no ca-
pela Lei nº 12.015, de 2009) put deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações § 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito
descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou obrigatório da condenação a cassação da licença de loca-
deficiência mental, não tem o necessário discernimento lização e de funcionamento do estabelecimento. (Incluído
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, pela Lei nº 12.015, de 2009)
não pode oferecer resistência. (Incluído pela Lei nº 12.015,
de 2009)
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Uso de Documento Falso (art. 304) O Capítulo I do Título XI do Código Penal trata dos
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados crimes funcionais, praticados por determinado grupo de
ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: pessoas no exercício de sua função, associado ou não com
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. pessoa alheia aos quadros administrativos, prejudicando o
Trata-se de crime com preceito penal secundário correto funcionamento dos órgãos do Estado.
remetido. A Administração Pública deste modo, em geral direta,
Fazer uso é utilizar documento falso como se verdadeiro indireta e empresas privadas prestadoras de serviços
fosse. O uso deve ser efetivo, não bastando mencionar que públicos, contratadas ou conveniadas será vítima primária
possui o documento. Se o agente falsifica e usa documento, e constante, podendo, secundariamente, figurar no polo
há simplesmente progressão criminosa, e o uso se torna passivo eventual administrado prejudicado.
um post factum impunível. O agente, representante de um poder estatal, tem
Não haverá o crime se o documento for encontrado por função principal cumprir regularmente seus deveres,
pela autoridade em revista pessoal do agente; se o
confiados pelo povo. A traição funcional faz com que todos
documento é apresentado mediante solicitação ou
tenhamos interesse na sua punição, até porque, de certa
exigência da autoridade policial, há controvérsia.
forma, somos afetados por elas. Dentro desse espírito,
mesmo quando praticado no estrangeiro, logo, fora do
Competência
Se o documento utilizado for passaporte, a competência alcance da soberania nacional, o delito funcional será
será da Justiça Federal do lugar onde apresentado: alcançado, obrigatoriamente, pela lei penal.
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§ 2º A pena será aumentada da terça parte quando Peculato mediante Erro de Outrem
os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem Art. 313 C.P., o seu objeto jurídico é a probidade
ocupantes de cargos em comissão ou de função de administrativa. Sujeito ativo: funcionário público; sujeito
direção ou assessoramento de órgão da administração passivo: Estado e o particular lesado. A modalidade
direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou de peculato mediante erro de outrem, é um peculato
fundação instituída pelo poder público. estelionato, onde a pessoa é induzida a erro. Ex: Um fiscal
Contudo, ao considerar o que seja funcionário público vai aplicar uma multa a um determinado contribuinte e esse
para fins penais, nosso Código Penal nos dá um conceito contribuinte paga o valor direto a esse fiscal, que embolsa
unitário, sem atender aos ensinamentos do Direito o dinheiro. Só que na verdade nunca existiu multa alguma
Administrativo, tomando a expressão no sentido amplo. e esse dinheiro não tinha como destino os cofres públicos e
Dessa forma, para os efeitos penais, considera-se sim o favorecimento pessoal do agente. É um crime doloso
funcionário público não apenas o servidor legalmente e sua consumação se dá quando ele passa a ser o titular da
investido em cargo público, mas também o que servidor coisa. Admite-se a tentativa.
publico efetivo ou temporário.
Concussão
Tipos penais Contra Administração Pública Art. 316 C.P., é uma espécie de extorsão praticada
O crime de Peculato, Peculato apropriação, Peculato pelo servidor público com abuso de autoridade. O objeto
desvio, Peculato furto, Peculato culposo, Peculato mediante jurídico é a probidade da administração pública. Sujeito
erro de outrem, Concussão, Excesso de exação, Corrupção ativo: Crime próprio praticado pelo servidor e o seu jeito
passiva e Prevaricação, são os crimes tipificado com passivo é o Estado e a pessoa lesada. A conduta é exigir.
praticados por agentes públicos. Trata-se de crime formal pois consuma-se com a exigência,
se houver entrega de valor há exaurimento do crime e
Peculato a vítima não responde por corrupção ativa porque foi
Previsto no artigo 312 do C.P., a objetividade jurídica obrigada a agir dessa maneira.
do peculato é a probidade da administração pública. É um
crime próprio onde o sujeito ativo será sempre o funcionário Excesso de Exação
público e o sujeito passivo o Estado e em alguns casos o A exigência vai para os cofres públicos, isto é, recolhe
particular. Admite-se a participação. aos cofres valor não devido, ou era para recolher aos cofres
públicos, porém o funcionário se apropria do valor.
Peculato Apropriação
Corrupção Passiva
É uma apropriação indébita e o objeto pode ser
Art. 317 C.P., o Objeto jurídico é a probidade
dinheiro, valor ou bem móvel. É de extrema importância
administrativa. Sujeito ativo: funcionário público. A vítima é
que o funcionário tenha a posse da coisa em razão do seu
o Estado e apenas na conduta solicitar é que a vítima será,
cargo. Consumação: Se dá no momento da apropriação,
além do Estado a pessoa ao qual foi solicitada.
em que ele passa a agir como o titular da coisa apropriada.
Admite-se a tentativa.
Condutas: Solicitar, receber e aceitar promessa,
aumenta-se a pena se o funcionário retarda ou deixa de
Peculato Desvio
praticar atos de ofício. Não admite-se a tentativa, é no caso
O servidor desvia a coisa em vez de apropriar-se. Aqui de privilegiado, onde cede ao pedido ou influência de 3a
o sujeito ativo além do servidor pode tem participação de pessoa. Só se consuma pela prática do ato do servidor
uma 3a pessoa. Consumação: No momento do desvio e público.
admite-se a tentativa.
Prevaricação
Peculato Furto Art. 319 C.P., aqui também tutela-se a probidade
Previsto no Art. 312 CP., aqui o funcionário público administrativa. É um crime próprio, cometido por
não detêm a posse, mas consegue deter a coisa em razão funcionário público e a vítima é o Estado. A conduta
da facilidade de ser servidor público. Ex: Diretor de escola é: retardar ou deixar de praticar ato de ofício. O Crime
pública que tem a chave de todas as salas da escola, consuma-se com o retardamento ou a omissão, é doloso
aproveita-se da sua função e facilidade e subtrai algo que e o objetivo do agente é buscar satisfação ou vantagem
não estava sob sua posse, tem-se o peculato furto. pessoal.
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DIREITO PENAL
Tais mecanismos de combate devem ser aplicas com Parágrafo único. As penas são aumentadas de um
rigor e aperfeiçoados para que estes desviantes do serviço terço até a metade se da modificação ou alteração resulta
publico, tenham suas praticas de errôneas coibidas e dano para a Administração Pública ou para o administrado.
extintas, podem assim fortalecer as instituições publica e (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
valorizar os servidores.
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou do-
TÍTULO XI cumento
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLI- Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documen-
CA to, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou
CAPÍTULO I inutilizá-lo, total ou parcialmente:
DOS CRIMES PRATICADOS Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO constitui crime mais grave.
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Peculato Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de di- diversa da estabelecida em lei:
nheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou par- Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
ticular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-
-lo, em proveito próprio ou alheio: Concussão
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indi-
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário retamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou mas em razão dela, vantagem indevida:
bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que
lhe proporciona a qualidade de funcionário. Excesso de exação
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição
Peculato culposo social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso,
crime de outrem: que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
Pena - detenção, de três meses a um ano. 27.12.1990)
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Re-
do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a dação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou
imposta. de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos
cofres públicos:
Peculato mediante erro de outrem Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilida-
de que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Corrupção passiva
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes
Inserção de dados falsos em sistema de informa- de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
ções (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) aceitar promessa de tal vantagem:
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e mul-
a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamen- ta. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
te dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em
de dados da Administração Pública com o fim de obter
conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário
vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar
retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o
dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000))
pratica infringindo dever funcional.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e mul-
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou
ta. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
retarda ato de ofício, com infração de dever funcional,
cedendo a pedido ou influência de outrem:
Modificação ou alteração não autorizada de siste-
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
ma de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema
de informações ou programa de informática sem autori- Facilitação de contrabando ou descaminho
zação ou solicitação de autoridade competente: (Incluído Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a
pela Lei nº 9.983, de 2000) prática de contrabando ou descaminho (art. 334):
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e mul-
multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) ta. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
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05. (PC-TO - Delegado de Polícia – 2014 - Aroeira) 09. (TJ-PB - Juiz Substituto – 2015 - CESPE) Constitui
É crime contra o patrimônio, em que somente se procede causa de aumento de pena o fato de o crime de incêndio
mediante representação, ser praticado
(A) o furto de coisa comum. (A) mediante utilização de explosivos.
(B) a alteração de limites. (B) em situação de violência doméstica ou familiar
(C) o dano simples. contra a mulher
(D) a fraude à execução. (C) em estaleiro, fábrica ou oficina.
(D) em canteiro de obras em área de grande densidade
06. (CAIP-IMES - Câmara Municipal de São Caetano demográfica e populacional.
do Sul – SP - Procurador – CAIP – 2014 - IMES) A (E) por motivo fútil ou torpe.
respeito do concurso de agentes (ou de pessoas), assinale
a alternativa correta. 10. (TJ/SP - Juiz – 2014- VUNESP) Assinale a opção
(A) Se a participação for de menor importância, a pena verdadeira. No Direito brasileiro posto, é elemento do tipo
pode ser diminuída de um sexto até metade. penal da Associação Criminosa:
(B) Se algum dos concorrentes quis participar de crime (A) Voltar-se à prática de delitos cuja pena máxima
menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena supera cinco anos.
será aumentada em até um terço, na hipótese de ter sido (B) Possuir ao menos três pessoas.
previsível o resultado mais grave (C) Estruturação hierarquizada, com divisão de tarefas
(C) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime entre os seus membros.
incide nas penas a este cominadas, na medida de sua (D) Possuir ao menos quatro pessoas.
culpabilidade.
(D) Se algum dos concorrentes quis participar de crime mais 11. (PM/DF - Soldado da Polícia Militar –
grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada Combatente – 2013 –FUNIVERSA) De acordo com a Lei
até o triplo, na hipótese de ter sido previsível o resultado almejado. das Contravenções Penais (Decreto-Lei n.º 3.688/1941), a
tentativa de contravenção do jogo do bicho
07. (UFES - Assistente em Administração – 2012 - (A) possui como penas principais a prisão simples e a
UFES) São crimes contra a Administração Pública, EXCETO: multa.
(A) Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de (B) possibilita a aplicação do sursis, desde que o
informações ou programa de informática sem autorização contraventor preencha as condições legais.
ou solicitação de autoridade competente. (C) não enseja o perdão judicial, ainda que haja
(B) Constranger alguém, mediante violência ou grave ignorância ou errada compreensão da lei pelo contraventor.
ameaça, a exercer, ou não exercer, arte, ofício, profissão ou (D) é apurável mediante ação pública condicionada.
indústria, ou a trabalhar, ou não trabalhar, durante certo (E) não é punida.
período, ou em determinados dias.
(C) Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, 12. (DPE/PB - Defensor Público – 2014 - FCC) O
no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem. Estatuto do Idoso define o idoso como aquele com idade
(D) Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, igual ou superior a
valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, (A) 60 (sessenta) anos, garantindo a ele todos os
de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em direitos previstos no respectivo diploma legal.
proveito próprio ou alheio. (B) 65 (sessenta e cinco) anos, garantindo a ele todos
(E) Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que os direitos previstos no respectivo diploma legal.
tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, (C) 70 (setenta) anos, garantindo a ele todos os direitos
total ou parcialmente. previstos no respectivo diploma legal.
(D) 60 (sessenta) anos, mas estabelecendo idades e
08. (TRF - 3ª REGIÃO - Técnico Judiciário - circunstâncias diferenciadas para o exercício pleno de
Informática (+ provas) -2016- FCC A respeito dos Crimes todos os direitos previstos no respectivo diploma legal.
contra a Administração pública, (E) 65 (sessenta e cinco) anos, mas estabelecendo
(A) o crime de resistência não se configura se a idades e circunstâncias diferenciadas para o exercício pleno
oposição do agente, mediante violência ou grave ameaça, de todos os direitos previstos no respectivo diploma legal.
não obstar a execução do ato legal do funcionário público.
(B) o não atendimento a ordem ilegal de funcionário 13. (DPE/AM - Defensor Público – 2013 - FCC) O
público caracteriza o crime de desobediência. Estatuto do Idoso define a violência contra o idoso como
(C) no crime de denunciação caluniosa, o uso do sendo
anonimato agrava a pena a ser aplicada. (A) o atentado contra a pessoa do idoso, nos termos
(D) quem esconde em sua residência autor de crime de da lei penal.
roubo para evitar a sua prisão em flagrante comete o crime (B) a prática dos crimes contra a vida, de lesões
de favorecimento real. corporais, de periclitação da vida e da saúde e contra a
(E) o empréstimo de sacola para permitir o transporte liberdade individual do idoso.
e ocultação de objetos furtados por outrem configura o (C) o crime que envolver violência doméstica e familiar
crime de favorecimento pessoal. contra o idoso.
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10. B.
Código Penal: ANOTAÇÕES
Artigo 288: Associação Criminosa: Associarem-se 3
(três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer
crimes.
11. E.
Nos termos do que dispõe o artigo 4º da Lei de ————————————————————————
Contravenções Penais, não é punível a tentativa de ————————————————————————
contravenção.
————————————————————————
12. D.
A resposta correta é a alternativa “D”, pois está de ————————————————————————
acordo com o artigo 1º, do Estatuto do Idoso: ————————————————————————
Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a
regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ————————————————————————
ou superior a 60 (sessenta) anos.
————————————————————————
13. E.
————————————————————————
De acordo com o artigo 19, §1º do Estatuto do Idoso,
considera-se violência contra o idoso: ————————————————————————
Art. 19. (...)
§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violência ————————————————————————
contra o idoso qualquer ação ou omissão praticada em
————————————————————————
local público ou privado que lhe cause morte, dano ou
sofrimento físico ou psicológico. ————————————————————————
(...)
————————————————————————
14. E.
————————————————————————
De acordo com o artigo 50, inciso VIII, do Estatuto do
Idoso: ————————————————————————
Art. 50. Constituem obrigações das entidades de
atendimento: ————————————————————————
(...)
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a ————————————————————————
necessidade do idoso; ————————————————————————
(...)
————————————————————————
————————————————————————
————————————————————————
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ANOTAÇÕES
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O arquivamento do inquérito consiste da paralisação Nesse sentido, a súmula vinculante nº 14, do STF: “É direi-
das investigações pela ausência de justa causa (materia- to do defensor, no interesse do representado, ter acesso am-
lidade e indícios de autoria), por atipicidade ou pela ex- plo aos elementos de prova, que já documentados em proce-
tinção da punibilidade. Este deverá ser realizado pelo Mi- dimento investigatório realizado por órgão com competência
nistério Público. O juiz não poderá determinar de ofício, o de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de
defesa.” Em observação mais detalhada, conclui-se que o que
arquivamento do inquérito, sem a manifestação do Minis-
está em andamento não é de direito do advogado, mas so-
tério Público
mente o que já fora devidamente documentado. Diante disso,
faz-se necessária a seguinte reflexão: Qual o real motivo da
O desarquivamento consiste na retomada das investi-
súmula? O Conselho federal da OAB, - indignado pelo não
gações paralisadas, pelo surgimento de uma nova prova.
cumprimento do que disposto no Estatuto da OAB - decidiu
provocar o STF para edição da súmula vinculante visando ga-
Procedimento inquisitivo:
rantir ao advogado acesso aos autos. Como precedentes da
Todas as funções estão concentradas na mão de única súmula: HC 87827 e 88190 – STF; HC 120.132 – STJ.
pessoa, o delegado de polícia.
Recordando sobre sistemas processuais, suas modali- Importante ressaltar que quanto ao sigilo, a súmula nº
dades são: inquisitivo, acusatório e misto. O inquisitivo pos- 14 não garante ao advogado o direito de participar nas
sui funções concentradas nas mãos de uma pessoa. O juiz diligências. O sigilo é dividido em interno e externo. Sigilo
exerce todas as funções dentro do processo. No acusatório interno: possui duas vertentes, sendo uma positiva e ou-
puro, as funções são muito bem definidas. O juiz não busca tra negativa. A positiva versa sobre a possibilidade do juiz/
provas. O Brasil adota o sistema acusatório não-ortodoxo. MP acessarem o IP. A negativa, sobre a não possibilidade
No sistema misto: existe uma fase investigatória, presidida de acesso aos autos pelo advogado e investigado (em al-
por autoridade policial e uma fase judicial, presidida pelo gumas diligências). E na eventualidade do delegado negar
juiz inquisidor. vista ao advogado? Habeas corpus preventivo (profilático);
mandado de segurança (analisado pelo juiz criminal).
Discricionariedade:
Existe uma margem de atuação do delegado que atua- Procedimento escrito:
rá de acordo com sua conveniência e oportunidade. A ma- Os elementos informativos produzidos oralmente de-
terialização dessa discricionariedade se dá, por exemplo, vem ser reduzidos a termo. O termo “eventualmente dati-
no indeferimento de requerimentos. O art. 6º do Código lografado” deve ser considerado, através de uma interpre-
de Processo Penal, apesar de trazer diligências, não retira tação analógica, como “digitado”. A partir de 2009, a lei
a discricionariedade do delegado. Diante da situação apre- 11.900/09 passou a autorizar a documentação e captação
sentada, poderia o delegado indeferir quaisquer diligên- de elementos informativos produzidos através de som e
cias? A resposta é não, pois há exceção. Não cabe ao de- imagem (através de dispositivos de armazenamento).
legado de polícia indeferir a realização do exame de corpo
de delito, uma vez que o ordenamento jurídico veda tal Indisponível:
prática. Caso o delegado opte por indeferir o exame, duas A autoridade policial não pode arquivar o inquérito po-
serão as possíveis saídas: a primeira, requisitar ao Ministé- licial. O delegado pode sugerir o arquivamento, enquanto
rio Público. A segunda, segundo Tourinho Filho, recorrer o MP pede o arquivamento. O sistema presidencialista é o
ao Chefe de Polícia (analogia ao art. 5º, §2º, CPP). Outra que vigora para o trâmite do IP, ou seja, deve passar pelo
importante observação: O fato de o MP e juiz realizarem magistrado.
2
DIREITO PROCESSUAL PENAL
“Art. 46 - O prazo para oferecimento da denúncia, es- Os estados do Rio de Janeiro e Bahia adotaram a Cen-
tando o réu preso, será de 5 (cinco) dias, contado da data tral de inquéritos policiais, utilizada para que a autoridade
em que o órgão do Ministério Público receber os autos do policial remetesse os autos à central gerida pelo Ministério
inquérito policial, e de 15 (quinze) dias, se o réu estiver sol- Público. Os respectivos tribunais reagiram diante da situa-
to ou afiançado. No último caso, se houver devolução do ção.
inquérito à autoridade policial (Art. 16), contar-se-á o prazo
da data em que o órgão do Ministério Público receber no- INDICIAMENTO
vamente os autos.
§ 1º - Quando o Ministério Público dispensar o inqué- O indiciamento é a individualização do investigado/
rito policial, o prazo para o oferecimento da denúncia con- suspeito. Há a transição do plano da possibilidade para o
tar-se-á da data em que tiver recebido as peças de infor- campo da probabilidade, ou seja, da potencialização do
mações ou a representação.” suspeito. Na presente hipótese, deve o delegado comuni-
car os órgãos de identificação e estatística. Sobre o mo-
OUTRAS FORMAS DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL mento do indiciamento, o CPP não prevê de forma exata,
podendo ser realizado em todas as fases do inquérito poli-
a) CPIs: Inquérito parlamentar. Infrações ou faltas fun- cial (instauração, curso e conclusão).
cionais e aqueles crimes de matéria de alta relevância; Não é possível desindiciar o indivíduo uma vez que
b) IPM: Inquérito policial militar. Instrumento para in- representa uma espécie de arquivamento subjetivo em re-
vestigação de infrações militares próprias; lação ao indiciado. Em contrapartida, há posicionamento
c) Crimes cometidos pelo magistrado: investigação diverso, com assentamento na idéia de que o desindicia-
presidida pelo juiz presidente do tribunal; mento é possível pelo fato de o IP ser um procedimento
d) MP: PGR/PGJ; administrativo. Assim sendo, a autoridade policial goza
e) Crimes cometidos por outras autoridades com foro de autotutela, ou seja, da capacidade de rever os próprios
privilegiado: ministro ou desembargador do respectivo tri- atos.
bunal.
Com relação às espécies de desindiciamento, o mesmo
Os elementos informativos colhidos durante a fase do pode ser de ofício, ou seja, realizado pela própria autorida-
inquérito policial não poderão ser utilizados para funda- de policial e coato/coercitivo, que decorre do deferimento
mentar sentença penal condenatória. O valor de tais ele- de ordem de habeas corpus.
mentos é relativo, uma vez que os mesmos servem para
fundamentar o recebimento de uma inicial, mas não são
suficientes para fundamentar eventual condenação.
3
DIREITO PROCESSUAL PENAL
A natureza jurídica do arquivamento é de ato adminis- Destarte a prova é o elemento fundamental para a de-
trativo judicial, procedimento que deriva de jurisdição vo- cisão de uma lide. Tem como objeto fato jurídico relevante,
luntária. É ato judicial, mas não jurisdicional. Com relação isto é, aquele que possa influenciar no julgamento do feito.
ao art. 28 do CPP e a obrigação do outro membro do Mi- Assim, não é qualquer fato que carece ser provado, mas
nistério Público ser ou não obrigado a oferecer a denúncia, sim, aquele que, no processo penal, possa influenciar na ti-
existem duas correntes sobre o tema. A primeira corrente, pificação do fato delituoso ou na exclusão de culpabilidade
representada por Cláudio Fontelis, defende o argumento de ou de antijuridicidade.
que o promotor não é obrigado a oferecer denúncia porque
o termo deve ser interpretado como designação, com base Convém lembrar, ainda, que o objeto da prova é fato
na independência funcional. A segunda corrente, majoritá- e não opinião, muito embora, em alguns casos (especial-
ria, defende o ponto de que o termo deve ser interpretado mente quando se trata de dosar a pena) a opinião da tes-
como delegação, atuando o promotor como “longa manus” temunha pode ter relevo para a fixação da pena quando
do Procurador Geral de Justiça. Diante da questão trazida, ela afirma, por exemplo, que o réu é honesto, trabalhador
estaria a independência funcional comprometida? Não, pois e bom pai de família.
o novo promotor pode pedir a absolvição/condenação, uma
vez que o mesmo possui tal liberdade.
4
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Tem a prova um objeto, que são os fatos da causa. O De acordo com a primeira parte do art. 156, CPP o ônus
objeto da prova consiste nos fatos cuja evidenciação se da prova é a prova da alegação por quem a fizer. Cabe
torne imprescindível, no processo, para o juiz convencer-se ao autor da ação penal (MP ou querelante) o exercício da
de sua veracidade. Em outras palavras, objeto da prova é o atividade probatória principal. Incumbe-lhe demonstrar a
fato ilícito alegado na peça acusatória. existência dos fatos constitutivos afirmados na pretensão,
devendo provar a existência do ilícito penal e sua autoria.
Em toda ação penal, deve-se provar dois pontos cru-
ciais, a saber: a materialidade e a autoria do fato criminoso. Por outro lado, sobre o acusado só recai o ônus de
Além disso, é preciso dar conhecimento ao juiz de todas provas o álibi que apresentar. Contudo, se apresentar fatos
as circunstâncias objetivas (aspectos externos do crime) e impeditivos, modificativos ou extintivos, relacionados com
subjetivas (motivos do crime e aspectos pessoais do agen- a pretensão acusatória, ele será obrigado a prová-los. Nes-
te) que possam determinar a certeza de sua convicção so- se caso, inverte-se o ônus da prova. Exemplo: alegação de
bre a responsabilidade criminal. As circunstâncias que cer- legítima defesa.
cam o caso concreto devem ser provadas, ainda, em razão
de serem relevantes no momento de fixação da pena. Segundo o princípio da comunhão da prova, quando a
prova ingressa no processo deixa de ser exclusiva da parte
Contudo, a atividade probatória deve restringir-se aos que a produziu. O juiz examina todo o contexto da prova
fatos relevantes, aqueles que são pertinentes e úteis ao podendo inclusive valorá-la de modo prejudicial a quem a
julgamento da ação penal. Observe-se portanto que, que apresentou. Ou seja, a utilização das provas por qualquer
existe um critério para a produção de provas numa ação das partes é de ser plenamente aceita, independentemente
penal. de quem a tenha produzido, porque interessa ao juiz des-
cobrir a verdade.
Desnecessidade da prova
Já na segunda parte e incisos do art. 156, CPP é fa-
De acordo com a redação do art. 400, § 1o, CPP diz que cultado ao juiz, de ofício, ordenar a produção de provas
o juiz poderá “indeferir (as provas) consideradas irrelevan- e determinar a realização de diligências. Vê-se aqui que o
tes, impertinentes ou protelatórias”. juiz tem poderes para influir na produção de provas unila-
teralmente.
Temos, então, que será o juiz quem estabelecerá o que
deve ser provado, de acordo com o que julgar relevante No inciso I identificamos os poderes inquisitórios, que
para a formação do seu convencimento. permitem ao juiz influir livremente nas provas. O legisla-
dor permitiu ao juiz ordenar a produção de provas antes
Entretanto, existe a desnecessidade de se provar al- do oferecimento da denúncia e, ao fazer isso, o magistra-
guns fatos, quais sejam: os evidentes, os notórios e as pre- do substitui a autoridade policial ou o promotor (MP) – e
sunções legais. isso fere o princípio da imparcialidade do juiz. Esse é um
dispositivo amplamente criticado. (Crítica: o ato unilateral
Evidentes são os fatos que prescindem de prova para (sem provocação) do juiz pode ser considerado parcial, na
serem tidos como verdadeiros. São fatos incontroversos, prática?)
evidentes por si mesmos, intuitivos, axiomáticos.
No inciso II identificamos os poderes instrutórios,
Notórios são fatos que também prescindem de prova. onde o juiz pode interferir na prova para resolver ponto
São os acontecimentos ou situações de conhecimento ge- relevantes, independente de requerimento das partes. Esse
ral, como as datas histórias, os fatos políticos ou sociais de dispositivo está relacionado à instrução do processo e é
conhecimento público – ou seja, fatos que pertencem ao plenamente aceito. O inciso II está intimamente ligado com
patrimônio cultural do cidadão médio. o descobrimento da verdade, uma vez que o juizpode soli-
citar a produção de provas para formação do seu conven-
Já as presunções legais são os fatos presumidos verda- cimento.
deiros pela própria lei, que podem ser duas ordens: abso-
luta e relativa. A presunção absoluta (“juris et de jure”) não Princípio do juiz natural
admite fato em contrário. Exemplo disso é o art. 27, CP que
diz que menor de 18 anos é inimputável. Já a presunção No art. 5º, LIII, CF tem-se que “ninguém será processa-
relativa (“juris tantum”) admite prova em contrário, como do nem sentenciado senão pela autoridade competente”.
no caso do art. 217-A, CP que diz que a vulnerabilidade do Em seu inciso XXXVII, tem-se que “não haverá juízo ou tri-
menor de 14 anos é relativa. Essa flexibilidade justifica-se bunal de exceção”.
diante da possibilidade de se prejudicar o réu.
Esse princípios constitucionais relacionam-se com a
produção de provas, conforme veremos a seguir.
5
DIREITO PROCESSUAL PENAL
O art. 399, §2o, CPP dita que “o juiz que presidiu a ins- Prova pericial
trução deverá proferir a sentença”,evidenciando a aplica-
ção princípio da identidade física do juiz. No Código de Processo Penal a prova pericial é tratada
nos arts. 158 usque 184.
No processo civil, o art. 132, CPC dita que, caso o juiz A perícia é a diligência realizada ou executada por peri-
não possa julgar a lide (por motivos como aposentadoria, to, a fim de esclarecer ou evidenciar certos fatos, de forma
afastamento ou convocação), os autos passarão para o seu científica e técnica. Perito é aquele que tem conhecimento
sucessos. Ocorre que o CPP silencia quanto a essa questão. técnico sobre determinada área e sua função é a da verifi-
Assim, valendo-nos do seu art. 3o, é possível que aplique- cação da verdade ou da realidade de certos fatos.
-se as disposições do art. 132, CPC. No processo penal, a perícia é, via de regra, realizada
por perito oficial, ligado ao Estado, sendo que cada estado
A Lei 8.038/90 estabelece os procedimentos nos casos da federação possui seu próprio instituto de criminalística.
em que uma pessoa é processada nos casos de competên- O perito é um auxiliar da justiça, não está subordinado a
cia originária do STF ou STJ. Em seu art. 3o, III temos a exce- autoridade policia, estando sua autonomia garantida.
ção ao princípio da identidade física do juiz a medida que Conforme o art. 184, CPP a prova pericial cabe somen-
juízes e desembargadores serão convocados para auxiliar te quando for útil para o descobrimento da verdade.
na coleta de provas. Portanto, a lei autoriza essa exceção No art. 159, CPP temos que o laudo pode ser subscrito
ao princípio da identidade física do juiz. por apenas um perito. A conclusão do perito pode ou não
ser subjetiva. (Ex: perícia psicológica x perícia toxicológica)
Momentos probatórios A defesa pode formular quesitos ao perito. No proces-
so penal, isso não é comum porque geralmente a perícia
Para podermos adentrar a discussão acerca dos mo- é realizada logo depois do acontecimento do crime. Por-
mentos probatórios, é necessário que façamos as seguintes tanto, essa perícia pode ser questionada em juízo porque
considerações iniciais: as provas só podem ser produzidas à época de sua realização não havia defensor constituído.
no processo, que é quando haverá o contraditório. São su- Isso é o que se chama de contraditório diferido (posterga-
jeitos processuais principais no processo penal a acusação do, transferido).
(MP ou querelante), defesa (réu e defensor) e o juiz. De acordo com o art. 5o, LVIII, CF o criminoso “civil-
mente identificado não será submetido a identificação cri-
Compreendido isso, são 4 os momentos para produ- minal”. A Lei 12.037/09, em seus arts. 2o, 3o e 5o apresen-
ção de provas: ta esclarecimentos e requisitos quando a identificação do
criminoso.
Propositura da prova, que se dá na fase postulatória. A realização do exame de DNA (ácido desoxirribonu-
Para a acusação, isso dar-se-á na peça acusatória (denúncia cléico) também é um meio eficaz de identificação do cri-
ou queixa-crime), enquanto que para o acusado, será na minoso. O DNA constitui parte dos cromossomos, sendo
sua resposta, na sua defesa. encontrado no núcleo das células dos seres vivos. São
Admissibilidade das provas, que é o deferimento ju- transmitidos de geração em geração, sendo 50% do pai e
dicial dos requerimentos formulados pelas partes, ou seja, 50% da mãe.
quando o juiz estabelece quais provas serão apresentadas Na realização do exame de DNA temos a prova invasiva
ou não (no processo civil é o despacho saneador). e a prova não invasiva. A primeira é aquela que necessita de
Produção da prova, que, em regra, se dá na audiência intervenção no organismo humano. A segunda é aquela onde
de instrução e julgamento, na qual todos os sujeitos parti- não há necessidade de se penetrar no organismo humano.
cipam. Nesse momento, serão tomadas as declarações do Para a produção da prova invasiva é absolutamente
ofendido, haverá o interrogatório do acusado, inquirição das necessária a obtenção do consentimento. Na produção da
testemunhas arroladas, esclarecimentos dos peritos etc. prova não invasiva não depende do contato físico. É o juiz
Valoração da prova, que significa dizer que o julgador, que decide a validade da prova não invasiva. (ex.: fio de
ao fundamentar a sentença, deve manifestar-se sobre to- cabelo, saliva no copo)
das as provas produzidas.
Vale dizer que, havendo recurso, a prova será sempre Exame de corpo de delito
substancial, i.e., será reavaliada.
Em relação aos crimes que deixarem vestígios, será in-
Os Meios de Prova dispensável a realização do exame de corpo de delito (art.
158, CPP)
Desde o princípio desse debate vale a ressalva: meio de Corpo de delito é o conjunto dos vestígios que carac-
prova é diferente de objeto de prova. Meio de prova pode terizam a existência do crime. Não se confunde corpo de
ser todo fato, documento ou alegação que sirva, direta delito com o exame das lesões da vitima. O primeiro é gê-
ou indiretamente, ao descobrimento da verdade. Ou seja, nero do qual o segundo é espécie.
meio de prova é todo instrumento que se destina a levar O exame de corpo de delito envolve inclusive o proces-
ao processo um elemento, uma informação a ser utilizada samento da cena do crime e pode ser tanto direto (art. 161)
pelo juiz para formar a sua convicção acerca das alegações. quanto indireto (art. 167, CPP).
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
A materialidade dos fatos muitas vezes deve ser com- Documento eletrônico
provada por meio de exame pericial. Nesse sentido, po-
demos ter 3 situações: exame de lesões corporais, exame Consiste em uma seqüência de bytes, e em determina-
necroscópico e exumação. Analisaremos cada uma dessas do programa de computador se torna a representação de
situações a seguir. um fato. Os crimes que são praticados por meio da internet
ou por outros meios cibernéticos têm conseqüências no
Exame de lesões corporais que dizem respeitos à provas.
Esse é um meio de prova relacionado a um tipo penal Um dos meios para combater esse tipo de ilícito penal
(lesão corporal, art. 129, CP), que visa estabelecer a natu- é recrutar os crackers para trabalharem a favor da polícia.
reza da gravidade da lesão provocada na vitima. O proce-
dimento (art. 394, CPP) depende da gravidade da lesão, e, Importante ressaltar a distinção entre os hackers e os
portanto, da pena. Contudo, temos duas exceções a aplica- crackers: os primeiros ultrapassam barreiras de segurança
ção desse exame. para se gabar, enquanto que os segundos invadem siste-
A primeira refere-se ao caso de lesão corporal de natu- mas para causarem prejuízo, visando lucro.
reza leve, quando o juízo competente será o JECRIM. Nessa
hipótese, o procedimento será sumaríssimo, que é célere e Sigilo telemático
informal. Assim, não será exigido o exame de lesões cor-
porais. A lei 9.099, art. 77, §1o diz que essa prova pode ser É um mecanismo de proteção do usuário do aparelho,
substituída pelo boletim medico ou prova equivalente. o que gera certa dificuldade para obter informações e mui-
A segunda exceção trata dos crimes domésticos, so- tas vezes será necessária autorização judicial para o acesso
bretudo os praticados contra a mulher, que estão discipli- de dados. Quando se tratar de crime em que a polícia tem
nados na Lei 11.340/06. No art. 12, §3o, temos que as pro- o dever e a obrigação de apurar, tem-se as delegacias que
vas podem ser laudos ou prontuários médicos. Isso porque, estão incumbidas de investigar crimes cibernéticos
na prática, o Ministério Público pode atuar exofficio em ca-
Ata notarial
sos graves.
Constatação de um fato ou de um ato que é atestada pelo
Exame necroscópico
tabelião, com fé publica. Feito isso, e apresentado ao delega-
do, teremos uma prova pré-constituída e com fé-pública. Isso
O cadáver aqui é o objeto da prova. Sua finalidade é
é bom para as provas nos meio eletrônico que podem ser apa-
estabelecer a causa mortis (art. 162). Esse exame será rea-
gadas instantaneamente. Estamos diante de uma presunção
lizado sempre que a morte estiver relacionada a um fato de verdade relativa, podendo, portanto, ser impugnada. Pode
criminoso. Do texto do Parágrafo Único do dispositivo ex- servir como prova tanto na esfera penal quanto na esfera civil.
trai-se que esse exame é desnecessário nos casos de morte
violenta e não haja infração penal a ser apurada (como é Prova emprestada
o caso, por exemplo, dos acidentes automobilísticos) ou
quando as lesões externas permitirem precisar a causa Prova emprestada é aquela que é transladada em for-
mortis. ma de documento para um processo penal no qual se dis-
cutirá a sua validade e o seu valor probante.
Exumação
Geralmente a prova emprestada no processo penal se
Com previsão no art. 163, CPP, a exumação tem como relaciona com depoimento de vítima ou uma declaração
objeto da prova o cadáver já sepultado. A exumação só que foi dada em um caso e a testemunha após um tempo
pode ser feita mediante autorização judicial e em dois ca- morreu, desapareceu, etc.
sos: a) caso deva ter sido realizado o exame necroscópi-
co e não foi, gerando, depois do sepultamento, dúvidas a Do ponto de vista da acusação é interessante que a
respeito da causa da morte; e b) casos que coloquem em prova seja emprestada de tempo que foi dada, e que seja
duvida o laudo necroscópico. encarada como uma prova testemunhal, de inteiro teor, e
não apenas como um documento. Do ponto de vista da
Prova documental defesa, o que se alega é que o princípio da ampla defesa
não foi respeitado pois se caso o réu morreu, não teve tem-
Documento é todo objeto material que condense em si po de contestar, ou caso de testemunha desaparecida, que
a manifestação de um pensamento ou fato a ser reproduzi- não houve possibilidade de perguntas da defesa para tal.
do em juízo. Considera-se objeto material todo material vi-
sual, auditivo, audiovisual, bem como o registrado em meios São requisitos para a utilização da prova emprestada:
mecânicos óticos ou magnéticos de armazenamento. a) que no processo anterior tenha sido respeitado o prin-
cípio do contraditório;b) que a prova no processo anterior
A prova documental está disciplinada no CPP nos arts. tenha sido produzida pelo juiz natural; e c) que o réu tenha
231 usque 238. comparecido no outro processo.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
O número de testemunhas depende do procedimento, A primeira corrente, no princípio, entendia como o in-
conforme passaremos a demonstrar. terrogatório sendo um meio de prova. A segunda, por sua
vez, dizia que o interrogatório era um meio de defesa. Já a
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
terceira e mais aceita corrente afirma que o interrogatório De acordo com o princípio da obrigatoriedade da ação
é predominantemente um meio de defesa, mas não deixa penal, o membro do Ministério Público não pode simples-
de ser um meio de prova, pois o juiz pode levar em conta o mente alocar o delator como testemunha. Em verdade,
que o réu está falando para formular a sua convicção. deve admitir o delator como co-réu e, posteriormente,
considerar sua redução de pena ou perdão judicial por ter
Ressalte-se que o interrogatório é um ato pessoal do colaborado com suas importantes declarações.
juiz, não podendo delegar para qualquer outra pessoa.
Além disso, deve ser realizado na presença de um defensor, Instrumentos do crime
inclusive no JECRIM, sob pena de nulidade, e cada réu tem
que ser ouvido separadamente. Todos os objetos usados para a consumação do cri-
me deverão ser analisados e periciados, com o fim de lhes
No tocante ao procedimento, o art. 400, CPP dita que o réu verificar a natureza e a eficiência. Além da necessidade de
será o último a ser interrogado, para que possa ter conhecimento se examinar o instrumento utilizado na atividade crimino-
de toda as provas produzidas contra ele. Já no Tribunal do Júri o sa, deve-se também elaborar o auto de avaliação (art. 172,
réu será interrogado duas vezes, a saber: pela polícia e na plenária. CPP)
A realização do interrogatório é obrigatória. Contudo, Indícios
é previsto o direito de o sujeito interrogado manter-se ca-
lado, vez que ninguém pode ser obrigado a produzir pro- Disciplinados no art. 239, CPP, os indícios não são con-
vas contra si mesmo. siderados como provas diretas, mas sim fazem parte do
contexto de prova indireta (ou prova circunstancial).
Confissão
Os indícios podem ser utilizados para efeitos de forma-
Confissão é o ato de reconhecimento, pelo acusado, da ção do convencimento do juiz, mas não pode haver conde-
imputação que lhe é feita. Alguns doutrinadores entendem
nação apenas com base neles. Essa regra aplica-se apenas
que a confissão é um meio atípico de prova, uma vez que
ao julgador togado, vez que os jurados do Tribunal do Júri
seria declaração de vontade do réu em sua defesa.
podem convencer-se através de indícios, considerando-os
suficientes para condenação.
Na Idade Média, a confissão era considerada a rainha
das provas (“Regina probatorium”), válida ainda que obtida
Para a utilização de indícios no convencimento do juiz,
por meio de tortura.
impõe-se que eles sejam graves, precisos e concordantes
De acordo com as disposições do Código de Processo com o fato que se quer provar.
Penal a confissão deve ser corroborada por outras provas.
No processo penal não predomina a idéia do fato incontro- Busca e apreensão
verso, como no processo civil.
Com previsão legal nos arts. 240 usque 250, CPP, a
A confissão não supre o exame pericial a medida que é busca e apreensão depende de autorização judicial. Tra-
necessário confirmar a materialidade do delito. O valor da ta-se, em verdade, de uma medida cautelar, sendo con-
confissão é o mesmo que das outras provas. siderada um meio atípico de prova – diz-se, então, que é
instrumento de obtenção da prova.
Delação premiada
Considerando a previsão constitucional de inviolabili-
Esse é um instituto que está ligado ao réu. A delação dade da privacidade, da intimidade, do domicilio, a decre-
premiada ocorre quando o acusado admite a prática do tação da busca e apreensão é medida só pode ser auto-
crime e delata a participação de outrem ou de outras pes- rizada pelo juiz competente e em decisão fundamentada.
soas, fazendo-o em troca da redução da pena ou até mes-
mo da obtenção do perdão judicial. Por se tratar de medida assecuratória (ou cautelar),o juiz
só pode deferi-la se ficar convencido de que naquele caso
A delação premiada somente pode ser apresentada específico que lhe é apresentado existem elementos de que o
por um co-réu, posto que irá delatar para se beneficiar. que está sendo alegado possui verossimilhança e que há ne-
Caso não tenha benefício será apenas uma testemunha. cessidade da urgência (fumus boni juris e periculum in mora).
Não há garantia de que co-réu seja beneficiado, pois não
existe nenhum diploma disciplinando tal instituto. Na prática, a busca e apreensão pode ser pleiteada
pelo delegado ao juiz por meio de uma representação. Em
Essa delação não tem o mesmo valor que o depoimen- sua manifestação, o promotor de justiça pode reforçar a
to de testemunha. Isso se explica à medida que as teste- necessidade ou se opor a isso. A busca e apreensão pode
munhas prestam o compromisso de dizer a verdade, e o ser requerida antes do inquérito, durante a investigação ou
co-réu está numa posição de mero informante, devendo no curso da ação penal. Pode ainda ser requerida pela de-
suas alegações serem confirmadas. fesa, se lhe for interessante.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
A busca e apreensão também pode ser determinada todefesa da sociedade, facultando-se a qualquer do povo
de ofício pelo juiz, segundo o art. 242, CPP. Contudo, não é a sua realização, sendo que os posteriores atos de docu-
conveniente que o juiz o faça, vez que isso pode compro- mentação ocorrerão normalmente na delegacia de polícia.
meter sua imparcialidade. Relativamente à proteção ao lar, a pessoa pode ser
presa em flagrante delito a qualquer tempo, de acordo
Pode-se buscar e apreender aquilo que estiver previsto com o art. 5º, XI, da CR/88.
no art. 240, mas o rol não é taxativo. Tudo que estiver rela-
cionado com a elucidação de um crime pode ser objeto de Espécies de Flagrante
busca e apreensão.
Flagrante Próprio, Propriamente Dito, Real ou Verda-
Com base no art. 5o, XI, CF, temos que, mesmo sendo deiro (art. 302, I e II, CPP)
expedido o mandado de busca e apreensão, a autoridade Nele, o agente é surpreendido com a mão na massa,
policial não poderá ingressar o domicílio alheio durante cometendo a infração penal ou quando acaba de cometê-
o período de repouso noturno. Assim, o cumprimento do -la. A prisão deve ocorrer de imediato, sem o decurso de
mandado judicial deverá aguardar até a manhã. qualquer intervalo de tempo.
Se no flagrante delito forem apreendidos objetos rela- Flagrante Impróprio, Irreal ou Quase-Flagrante (art.
tivos a outros crimes, a jurisprudência diz que a apreensão 302, III)
será convalidada mesmo sem mandado de busca e apreen- Flagrante em que o agente é perseguido logo após a
são específico para isso. infração, em situação que faça presumir ser o autor do fato.
Não existe prazo certo para a expressão logo após, sendo
Ainda, é possível que haja a busca pessoal como medi- equivocada a doutrina que aponta o prazo de 24 horas.
da preventiva, como por exemplo a revista da pessoa, sem Não havendo solução de continuidade, isto é, se a per-
a exigência de mandado para tanto. seguição não for interrompida, mesmo que dure dias ou
até mesmo semanas, em havendo êxito na captura do per-
seguido, estar-se-á diante de flagrante delito.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Súmula 145, STF: “Não há crime quando a preparação compromisso de comparecer ao Juizado, a ele não será
do flagrante pela polícia torna impossível a sua consuma- imposta a prisão em flagrante (será elaborado o Termo
ção”. Circunstanciado). Assim, praticamente, todas as hipóteses
em que o réu se livra solto estão abrangidas pelo concei-
A súmula para o STF, com a preparação do flagrante e to de crime de menor potencial ofensivo (por isso que
consequente realização da prisão, existiria crime só na apa- caiu em desuso). A jurisprudência majoritariamente (STJ e
rência, já que o resultado da prática supostamente delituo- STF) entende que os crimes de menor potencial ofensivo
sa já era conhecido pela polícia de antemão e ela já estaria são os crimes com pena máxima de até 02 anos. Assim,
com toda a estrutura montada para prender o agente logo a hipótese de incidência do artigo 323 será aplicada na
após a conduta. Assim, haveria verdadeiro crime impossí- hipótese excepcional de o indivíduo não assumir o com-
vel, por absoluta ineficácia do meio ou absoluta improprie- promisso (aliás, o descumprimento do compromisso de
dade do objeto criminoso. comparecimento não traz qualquer consequência para o
Entretanto, se, preparando o flagrante, o agente con- indivíduo, mesmo se ele não comparecer).
segue consumar o delito e fugir, o crime restará plenamen- 2. A Lei nº 9.503/97 (CTB) (artigo 301) prevê que ao
te caracterizado. condutor por delito de trânsito NÃO se imporá a prisão
Não é flagrante preparado o caso de se prender al- em flagrante se ele prestar pronto e integral socorro à
guém, que adentra no território nacional portando drogas, vítima.
após o recebimento de notícias sobre esse fato. A polícia 3. No caso do art. 28 da Lei de Drogas.
esperará a pessoa chegar e efetuará a prisão. Note-se que
o indivíduo já estava com o crime em andamento. Flagrante nas Várias Espécies de Crime
a) Crimes permantentes: enquanto não cessada a
Flagrante Prorrogado, Retardado, Diferido, Postergado permanência poderá haver flagrante a qualquer tempo.
ou Ação Controlada b) Crime habitual: de acordo com Tourinho, não é
Ocorre quando a polícia deixa de efetuar a prisão, mes- possível o flagrante no crime habitual, já que este ocorre
mo presenciando o crime, pois do ponto de vista estratégi-
somente quando a conduta típica se integra com a prática
co seria a melhor opção.
de diversas açoes. Se houver o flagrante antes da consu-
Previsto no art. 2º, II, da Lei nº 9.034/95 (Lei de Comba-
mação, os atos realizados serão indiferentes penais, não
te às Organizações Criminosas). Não é necessária autoriza-
passíveis de configurar qualquer crime.
ção judicial nem prévia oitiva do MP, cabendo à autoridade
c) Crime de ação penal privada e ação pública con-
policial administrar a conveniência ou não da postergação.
dicionada: nada impede a realizaçao do flagrante nestes
Ela não pode ser utilizada para abarcar atividades de qua-
crimes. Porém, para a lavratura do APFD, deverá haver
drilhas ou bandos, apenas de organizações criminosas.
manifestação de vontade da pessoa legitimada a pro-
Já no flagrante diferido previsto na Lei nº 11.343/06, é por a ação ou a representar. Caso a vítima não possa
necessária autorização judicial e prévia oitiva do MP, além ir imediatamente à delegacia, por ter sido conduzida ao
do conhecimento do provável itinerário da droga e dos hospital ou por qualquer outro motivo relevante, poderá
eventuais agentes do delito ou colaboradores. fazê-lo no prazo de entrega da nota de culpa. Caso preso
o agente em flagrante e a vítima não autorize, não poderá
Flagrante Forjado ser lavrado o auto, devendo o agente ser liberado.
É o flagrante armado, fabricado para incriminar pessoa d) Crime continuado: o flagrante se dará de forma
inocente. Evidentemente é ilícito, sendo o único infrator fracionada, já que as várias ações são independentes en-
aqui o agente executor da prisão. tre si, somente havendo a continuidade para fins de dimi-
nuição da pena quando da dosimetria penal. O flagrante
Flagrante por Apresentação é possível para cada crime isoladamente.
Não é flagrante propriamente dito, pois quem se en- e) Infração de menor potencial ofensivo: não haverá
trega à polícia não se enquadra em nenhuma das hipóteses lavratura de APFD, e sim de TCO (Termo Circunstanciado
legais autorizadoras do flagrante. Assim, não será lavrado de Ocorrência), desde que o infrator seja imediatamente
APFD, apesar de poder o agente ter sua prisão preventiva enaminhado ao JECrim ou assuma o compromisso de lá
decretada pela autoridade policial. comparecer na data designada pela autoridade policial.
Entretanto, se ele se negar a tanto, lavra-se o APFD,
Flagrante Vedado recolhendo-se o infrator ao cárcere, salvo se for ad-
São hipóteses em que a autoridade não pode, de for- mitida e paga a fiança. Lembrar que, no crime do art. 28
ma alguma, decretar o flagrante delito, sob pena de ilega- da Lei nº 11.343/06, é absolutamente impossível a prisão.
lidade manifesta. Nos crimes particados com violência doméstica con-
Assim, não se decreta a prisão em flagrante, ou seja, se tra a mulher, não se aplica a Lei nº 9.099/95; assim, me-
decretada, deverá ser relaxada: diante uma infraçao de menor potencial ofensivo, ao in-
1. Com o advento da lei dos juizados especiais cri- vés de TCO será lavrado APFD (art. 41, lei nº 11.340/06).
minais, aquele que for capturado em flagrante pela prá-
tica de crimes de menor potencial ofensivo, e assumir o
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Prisão em Flagrante
Flagrante Próprio,
Cometendo a infração penal ou quando acaba de cometê-la. A prisão deve ocorrer
Propriamente Dito, Real ou
de imediato, sem o decurso de qualquer intervalo de tempo.
Verdadeiro
Flagrante em que o agente é perseguido logo após a infração, em situação que faça
Flagrante Impróprio, presumir ser o autor do fato. Ele não é visto praticando a infração, mas é perseguido.
Irreal ou Quase-Flagrante Não existe prazo certo para a expressão logo após, sendo equivocada a doutrina que
aponta o prazo de 24 horas.
Caso em que o agente é preso após cometer a infração, quando encontrado
Flagrante Presumido, com instrumentos ou produtos do crime, armas, objetos ou papéis que permitam
Ficto ou Assimilado presumir ser ele o autor da infração.
Nessa espécie de flagrante não se exige perseguição.
Alcança a atuação das forças de segurança englobando as polícias civis, militares,
Flagrante Compulsório
federal, rodoviárias, ferroviárias e o corpo de bombeiros. Elas têm o dever de, enquanto
ou Obrigatório
em serviço, efetuar a prisão em flagrante.
É a permissão constitucional de que qualquer pessoa efetue a prisão em flagrante,
Flagrante Facultativo
incluindo as autoridades policiais fora de serviço.
Quando a polícia, sabendo que um crime irá se consumar, fica de tocaia, realizando
Flagrante Esperado
a prisão quando os atos executórios são deflagrados.
Flagrante em que o agente é induzido ou instigado a cometer o delito, sendo preso
Flagrante Preparado ou
no ato. É artifício onde verdadeira armadilha é maquinada no intuito de prender em
Provocado
flagrante aquele que cede à tentação e acaba praticando a infração.
Flagrante Prorrogado, Ocorre quando a polícia deixa de efetuar a prisão, mesmo presenciando o crime,
Retardado, Diferido, pois do ponto de vista estratégico seria a melhor opção. Organizações criminosas: não
Postergado precisa de autorização judicial e oitiva do MP. Drogas: precisa.
É o flagrante armado, fabricado para incriminar pessoa inocente. Evidentemente é
Flagrante Forjado
ilícito, sendo o único infrator aqui o agente executor da prisão.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Não é flagrante propriamente dito, pois quem se entrega à polícia não se enquadra
Flagrante por em nenhuma das hipóteses legais autorizadoras do flagrante. Assim, não será lavrado
Apresentação APFD, apesar de poder o agente ter sua prisão preventiva decretada pela autoridade
policial.
São hipóteses em que a autoridade não pode, de forma alguma, decretar o flagrante
Flagrante Vedado
delito, sob pena de ilegalidade manifesta.
Procedimento: deverá ser o agente conduzido à delegacia, identificados e ouvidos os condutores, as testemunhas,
a vítima e, por fim, o agente. Se não relaxada a prisão ou se não arbitrada fiança, deve ser entregue ao condutor a
nota de culpa. Assim, no prazo máximo de 24 horas, devem os autos serem remetidos ao juiz, que deverá relaxar
a prisão, conceder liberdade provisória com ou sem medida cautelar, ou decretar a prisão preventiva presentes os
pressupostos.
Prisão Preventiva
A prisão preventiva é uma espécie de prisão cautelar de natureza processual, consistente na medida restritiva de liber-
dade, em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, a ser decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da
ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade
policial.
A prisão preventiva somente poderá ser decretada quando houver prova da existência do crime e indícios suficientes
de autoria.
Note-se que a prisão preventiva, nos termos do artigo 313, do Código Processual Penal, somente poderá ser decretada
nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; se tiver sido condenado
por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado. Contrário a isso, o disposto no inciso I do caput do art. 64 do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; se o crime envolver violência doméstica e familiar contra
a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas
de urgência; quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes
para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese
recomendar a manutenção da medida.
Fundamentação:
Arts. 311 a 316 do CPP
A prisão preventiva não é uma pena aplicada antecipadamente ao trânsito em julgado, é uma medida cautelar. Por
esse motivo, não viola a garantia constitucional depresunção de inocência se a decisão for devidamente motivada e a prisão
estritamente necessária.
É uma prisão cautelar que tem o objetivo de evitar que o réu cometa novos crimes ou ainda que em liberdade prejudi-
que a colheita de provas ou fuja. De acordo com o processualista Paulo Rangel, « se o indiciado ou acusado em liberdade
continuar a praticar ilícitos penais, haverá perturbação da ordem pública, e a medida extrema é necessária se estiverem
presentes os demais requisitos legais» (RANGEL, Paulo. Direito processual penal. 12. ed. rev. atual. ampl. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2007, p. 613).
Pode ser decretada inclusive na fase investigatória da persecução criminal, ou seja, durante o inquérito policial.
É prisão provisória na medida em que ainda não pesa condenação contra o possível criminoso; medida cautelar, pois
tenta resguardar a harmonia social da ordem pública ou da ordem econômica; excepcional, decorrente do poder geral de
cautela dado ao magistrado; subsidiária, muito mais após a promulgação da lei 12.403/2011, sendo somente permitida
quando a lei não assegurar outra medida cautelar substitutiva.
Enfoque constitucional
É cediço pelo artigo 5º, LVII, da CF/88 que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória.
Aos adeptos da corrente garantista extremada, a interpretação gramatical desta regra supra, poderia mergulhar em
conclusões no sentido de que qualquer prisão cautelar seria inconstitucional.
Para quase a maioria esmagadora da doutrina, contudo, não se trata de um instituto que atenta a Carta Política de 1988,
mas sim, uma medida indispensável para a manutenção da ordem social e para administração da justiça.
Segundo CLAUS ROXIN, “ entre as medidas que asseguram o procedimento penal, a prisão preventiva é a ingerência
mais grave na liberdade individual; por outra parte, ela é indispensável em alguns casos para a administração da justiça
penal eficiente.” [02]
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b) Como conversão da prisão em flagrante, quando § 4o No caso de descumprimento de qualquer das obri-
insuficientes ou inadequadas outras medidas cautelares gações impostas, o juiz, de ofício ou mediante requerimen-
(art. 310, II, CPP); to do Ministério Público, de seu assistente ou do querelan-
c) Em substituição à medida cautelar eventualmente te, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação,
descumprida (art. 282, § 4º, CPP); ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312,
d) Quando houver fundadas dúvidas sobre a identi- parágrafo único).
dade do acusado, devendo ele ser imediatamente liberado § 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substi-
assim que confirmada for. tuí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista,
bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que
De outro modo, não será cabível a preventiva: a justifiquem.
a) Para os crimes culposos, contravenção penal ou se § 6o A prisão preventiva será determinada quando não
no caso concreto está presente qualquer causa excludente for cabível a sua substituição por outra medida cautelar
de ilicitude, isso decorre do postulado da proporcionali- (art. 319).” (NR)
dade, na perspectiva da proibição do excesso, a impedir “Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em fla-
que uma medida cautelar seja mais grave e onerosa que o grante delito ou por ordem escrita e fundamentada da
resultado final do processo condenatório; autoridade judiciária competente, em decorrência de sen-
b) Quando não for prevista pena privativa da li- tença condenatória transitada em julgado ou, no curso da
berdade para o delito (art. 283,§ 1º, CPP). investigação ou do processo, em virtude de prisão tempo-
rária ou prisão preventiva.
LEI Nº 12.403, DE 4 DE MAIO DE 2011. § 1o As medidas cautelares previstas neste Título não
se aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou
Altera dispositivos do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de alternativamente cominada pena privativa de liberdade.
outubro de 1941 - Código de Processo Penal, relativos § 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a
à prisão processual, fiança, liberdade provisória, demais qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à inviola-
bilidade do domicílio.” (NR)
medidas cautelares, e dá outras providências.
“Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacio-
nal, fora da jurisdição do juiz processante, será deprecada
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
do mandado.
§ 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a pri-
Art. 1o Os arts. 282, 283, 289, 299, 300, 306, 310, 311,
são por qualquer meio de comunicação, do qual deverá
312, 313, 314, 315, 317, 318, 319, 320, 321, 322, 323, 324,
constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança se
325, 334, 335, 336, 337, 341, 343, 344, 345, 346, 350 e 439
arbitrada.
do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código § 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará
de Processo Penal, passam a vigorar com a seguinte reda- as precauções necessárias para averiguar a autenticidade
ção: da comunicação.
“TÍTULO IX § 3o O juiz processante deverá providenciar a remoção
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LI- do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da
BERDADE PROVISÓRIA” efetivação da medida.” (NR)
“Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de
“Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título mandado judicial, por qualquer meio de comunicação,
deverão ser aplicadas observando-se a: tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição,
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a in- as precauções necessárias para averiguar a autenticidade
vestigação ou a instrução criminal e, nos casos expressa- desta.” (NR)
mente previstos, para evitar a prática de infrações penais; “Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão
II - adequação da medida à gravidade do crime, cir- separadas das que já estiverem definitivamente condena-
cunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou das, nos termos da lei de execução penal.
acusado. Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito,
§ 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isola- após a lavratura dos procedimentos legais, será recolhido a
da ou cumulativamente. quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso à
§ 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, disposição das autoridades competentes.” (NR)
de ofício ou a requerimento das partes ou, quando no curso “Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se
da investigação criminal, por representação da autoridade encontre serão comunicados imediatamente ao juiz com-
policial ou mediante requerimento do Ministério Público. petente, ao Ministério Público e à família do preso ou à
§ 3o Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de pessoa por ele indicada.
ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida § 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização
cautelar, determinará a intimação da parte contrária, acom- da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de
panhada de cópia do requerimento e das peças necessá- prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome
rias, permanecendo os autos em juízo. de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.
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“Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será co- “Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade po-
municada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscali- licial a concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele,
zar as saídas do território nacional, intimando-se o indicia- poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o juiz
do ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.”
(vinte e quatro) horas.” (NR) (NR)
“Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a de- “Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fian-
cretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liber- ça servirão ao pagamento das custas, da indenização do
dade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cau- dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for con-
telares previstas no art. 319 deste Código e observados os denado.
critérios constantes do art. 282 deste Código. Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda
I - (revogado) no caso da prescrição depois da sentença condenatória
II - (revogado).” (NR) (art. 110 do Código Penal).” (NR)
“Art. 322. A autoridade policial somente poderá con- “Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou pas-
ceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de sar em julgado sentença que houver absolvido o acusado
liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. ou declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir,
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será reque- atualizado, será restituído sem desconto, salvo o disposto
rida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.” no parágrafo único do art. 336 deste Código.” (NR)
(NR) “Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acu-
“Art. 323. Não será concedida fiança: sado:
I - nos crimes de racismo; I - regularmente intimado para ato do processo, deixar
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecen- de comparecer, sem motivo justo;
tes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao an-
hediondos; damento do processo;
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis III - descumprir medida cautelar imposta cumulativa-
ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado De- mente com a fiança;
mocrático; IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;
IV - (revogado); V - praticar nova infração penal dolosa.” (NR)
V - (revogado).” (NR) “Art. 343. O quebramento injustificado da fiança im-
“Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: portará na perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou,
fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo se for o caso, a decretação da prisão preventiva.” (NR)
justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. “Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor
327 e 328 deste Código; da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar para
II - em caso de prisão civil ou militar; o início do cumprimento da pena definitivamente impos-
III - (revogado); ta.” (NR)
IV - quando presentes os motivos que autorizam a de- “Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, de-
cretação da prisão preventiva (art. 312).” (NR) duzidas as custas e mais encargos a que o acusado estiver
“Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário, na forma
que a conceder nos seguintes limites: da lei.” (NR)
a) (revogada); “Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as
b) (revogada); deduções previstas no art. 345 deste Código, o valor res-
c) (revogada). tante será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se lei.” (NR)
tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau “Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, veri-
máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; ficando a situação econômica do preso, poderá conceder-
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, -lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações cons-
quando o máximo da pena privativa de liberdade comina- tantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas
da for superior a 4 (quatro) anos. cautelares, se for o caso.
§ 1o Se assim recomendar a situação econômica do Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem mo-
preso, a fiança poderá ser: tivo justo, qualquer das obrigações ou medidas impostas,
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; aplicar-se-á o disposto no § 4o do art. 282 deste Código.”
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (NR)
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. “Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado cons-
§ 2o (Revogado): tituirá serviço público relevante e estabelecerá presunção
I - (revogado); de idoneidade moral.” (NR)
II - (revogado);
III - (revogado).” (NR) Art. 2o O Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941
“Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não - Código de Processo Penal, passa a vigorar acrescido do
transitar em julgado a sentença condenatória.” (NR) seguinte art. 289-A:
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
“Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato Destarte dispõe o Código Processual Penal as pessoas
registro do mandado de prisão em banco de dados mantido que possuem esse privilégio:
pelo Conselho Nacional de Justiça para essa finalidade.
§ 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão espe-
determinada no mandado de prisão registrado no Conse- cial, à disposição da autoridade competente, quando sujei-
lho Nacional de Justiça, ainda que fora da competência ter- tos a prisão antes de condenação definitiva:
ritorial do juiz que o expediu. I - os ministros de Estado;
§ 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão II - os governadores ou interventores de Estados ou
decretada, ainda que sem registro no Conselho Nacional Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respecti-
de Justiça, adotando as precauções necessárias para averi- vos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e
guar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz os chefes de Polícia; (Redação dada pela Lei nº 3.181, de
que a decretou, devendo este providenciar, em seguida, o 11.6.1957)
registro do mandado na forma do caput deste artigo. III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho
§ 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz de Economia Nacional e das Assembleias Legislativas dos
do local de cumprimento da medida o qual providenciará Estados;
a certidão extraída do registro do Conselho Nacional de IV - os cidadãos inscritos no “Livro de Mérito”;
Justiça e informará ao juízo que a decretou. V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Es-
§ 4o O preso será informado de seus direitos, nos ter- tados, do Distrito Federal e dos Territórios; (Redação dada
mos do inciso LXIII do art. 5o da Constituição Federal e, pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
caso o autuado não informe o nome de seu advogado, será VI - os magistrados;
comunicado à Defensoria Pública. VII - os diplomados por qualquer das faculdades supe-
§ 5o Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a riores da República;
legitimidade da pessoa do executor ou sobre a identidade VIII - os ministros de confissão religiosa;
do preso, aplica-se o disposto no § 2o do art. 290 deste IX - os ministros do Tribunal de Contas;
Código. X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a
§ 6o O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o função de jurado, salvo quando excluídos da lista por moti-
registro do mandado de prisão a que se refere o caput des- vo de incapacidade para o exercício daquela função;
te artigo.” XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Es-
tados e Territórios, ativos e inativos. (Redação dada pela Lei
Art. 3o Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após a nº 5.126, de 20.9.1966)
data de sua publicação oficial. § 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em ou-
tras leis, consiste exclusivamente no recolhimento em local
Art. 4o São revogados o art. 298, o inciso IV do art. 313, distinto da prisão comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de
os §§ 1o a 3o do art. 319, os incisos I e II do art. 321, os inci- 11.7.2001)
sos IV e V do art. 323, o inciso III do art. 324, o § 2o e seus § 2o Não havendo estabelecimento específico para
incisos I, II e III do art. 325 e os arts. 393 e595, todos do o preso especial, este será recolhido em cela distinta do
Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de mesmo estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 10.258, de
Processo Penal. 11.7.2001)
§ 3o A cela especial poderá consistir em alojamento co-
Brasília, 4 de maio de 2011; 190o da Independência e letivo, atendidos os requisitos de salubridade do ambien-
123o da República. te, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e
DILMA ROUSSEFF condicionamento térmico adequados à existência humana.
(Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
Princípio da necessidade § 4o O preso especial não será transportado juntamen-
te com o preso comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de
Princípio da menor ingerência possível. Princípio se- 11.7.2001)
gundo o qual, nas suas relações, a administração pública § 5o Os demais direitos e deveres do preso especial
deve adotar os meios menos onerosos para os particulares. serão os mesmos do preso comum.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
policial, cujo objetivo é o encarceramento em razão das A corrente majoritária admite a prisão temporária des-
infrações seletamente indicadas na legislação, para possi- de que esteja obrigatoriamente presente uma das hipó-
bilitar uma investigação policial eficiente e sem obstáculos teses da letra “c” conjugada com as das letras “a” ou “b”,
que poderiam ser opostos pelo investigado. alternativamente.
É espécie de prisão cautelar com prazo determinado Decretação da prisão temporária requer: inciso III+ in-
decretada no curso das investigações quando a prisão for cisos I ou II
indispensável para a colheita de elementos probatórios re- Não é apenas o indiciado, sujeito formalmente apon-
lativos às infrações do artigo 1, III, da Lei nº 7.960/89 e de tado pela autoridade policial como autor da infração penal,
crimes hediondos e equiparados. que estará sujeito à prisão temporária, mas também outras
Originou-se da medida provisória nº 101, de 1989. pessoas que influam na investigação criminal.
Hoje MP não pode versar sobre Direito Processual Penal,
conforme EC 32/01, o que fez com que muitos discutissem Prazos
a constitucionalidade da prisão temporária. a) Regra geral: 05 dias, prorrogável por mais 05 em
a) Paulo Rangel entende que seria inconstitucional. caso de extrema e comprovada necessidade. Se o pedido
Para ele teria um vício de inconstitucionalidade formal, mas de prorrogação vier da polícia, o MP necessariamente de-
esta posição não é majoritária. verá ser ouvido.
b) O STF julgou a ADI 162 sobre o assunto e rejeitou a b) Crimes hediondos e equiparados: prazo de 30 dias,
tese, entendendo pela constitucionalidade da lei a prisão prorrogável por mais 30, em caso de comprovada e extre-
temporária. ma necessidade.
São prazos limites, não sendo o juiz obrigado a decre-
Decretação tar sempre por 30 dias. Se ele entender que 10 dias são
Ela está adstrita à cláusula de reserva jurisdicional, so- suficientes, basta.
mente podendo ser decretada pela autoridade judiciária, a) Se pessoa se apresenta às 23 horas já vale como um
mediante representação da autoridade policial ou a reque- dia.
b) Decorrido o prazo da prisão temporária, o preso de-
rimento do MP.
verá ser colocado em liberdade, salvo se tiver sido decreta-
A prisão temporária nunca poderá ser decretada de
da sua prisão preventiva.
ofício pelo juiz, assim como não poderá a vítima requerer a
A prorrogação, se pedida pela autoridade policial, de-
sua decretação. Evidencia isso a própria natureza da medi-
verá ser precedida obrigatoriamente da oitiva do MP. En-
da, já que, se ela visa a uma efetividade do procedimento
tretanto, ela sempre deverá ser fundamentada, devendo o
investigatório, somente quem investiga (MP ou polícia ju-
legitimado demonstrar ao juiz o que fez no primeiro perío-
diciária) poderia saber sobre sua necessidade ou não.
do e o que pretende fazer no segundo.
O prazo da prisão temporária será acrescentado ao
Cabimento prazo que a autoridade policial possui para concluir o IP.
É essencial a presença do fumus comissi delicti (mate-
rialidade) e do periculum libertatis para sua decretação. Ou Procedimento
seja, o fumus boni iuris seria a materialidade, enquanto o a) Representação policial ou requerimento do MP;
periculum in mora seria o perigo representado pela liber- b) Despacho fundamentado do juiz, em 24 horas, de-
dade do investigado para as investigações. Além disso, o cidindo sobre a temporária, ouvindo o MP se tiver havido
art. 1º da Lei nº 7.960/89 exige: representação;
i. Imprescindibilidade para as investigações do inquéri- c) Expedição de mandado de prisão em duas vias, sen-
to policial: deve haver elementos suficientes que demons- do uma entregue ao preso como nota de culpa;
trem que a liberdade do indiciado poderá frustrar as inves- d) Durante o prazo da temporária, pode o juiz, de ofício
tigações. ou a requerimento do MP ou do defensor, determinar que
ii. Indiciado não ter residência fixa ou não fornecer ele- o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e escla-
mentos para sua identificação: aqui, é necessário que haja recimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de
um risco efetivo do indivíduo fugir. Não basta a ausência corpo de delito;
de residência fixa. Relativamente à identificação, a autori- e) Decorrido o prazo legal, o preso deve ser posto ime-
dade deve proceder a identificação criminal caso não seja diatamente em liberdade, salvo se decretada a prisão pre-
possível a identificação civil, permanecendo o indiciado em ventiva;
liberdade. f) Como a liberdade é imediata, é desnecessário ao de-
iii. Quanto houver fundada suspeita de autoria ou par- legado receber o alvará de soltura para liberar o investi-
ticipação nos seguintes crimes (taxativos): homicídio dolo- gado, salvo se para soltar antes do prazo fixado pelo juiz,
so, sequestro ou cárcere privado, roubo, extorsão, extorsão hipótese em que deve haver o alvará de soltura expedido
mediante sequestro, estupro, atentado violento ao puder, pelo juiz.
epidemia com resultado morte, envenenamento de água Por fim, lembrar que o preso temporariamente deve
potável, quadrilha ou bando, genocídio, tráfico de drogas, permanecer obrigatoriamente separado dos demais deten-
crime contra o sistema financeiro, crimes hediondos ou tos.
equiparados.
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LEI FEDERAL Nº 7.960/1989 (PRISÃO TEMPORÁ- § 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á man-
RIA). dado de prisão, em duas vias, uma das quais será entregue
ao indiciado e servirá como nota de culpa.
Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989. § 5° A prisão somente poderá ser executada depois da
expedição de mandado judicial.
Dispõe sobre prisão temporária. § 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará
o preso dos direitos previstos no art. 5° da Constituição
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con- Federal.
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: § 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o
preso deverá ser posto imediatamente em liberdade, salvo
Art. 1° Caberá prisão temporária: se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.
I - quando imprescindível para as investigações do in-
quérito policial; Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer,
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não obrigatoriamente, separados dos demais detentos.
fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua
identidade; Art. 4° O art. 4° da Lei n° 4.898, de 9 de dezembro de
III - quando houver fundadas razões, de acordo com 1965, fica acrescido da alínea i, com a seguinte redação:
qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou
participação do indiciado nos seguintes crimes: “Art. 4° ...............................................................
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena
§§ 1° e 2°); ou de medida de segurança, deixando de expedir em tem-
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); po oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de li-
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); berdade;”
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus
§§ 1°, 2° e 3°); Art. 5° Em todas as comarcas e seções judiciárias ha-
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. verá um plantão permanente de vinte e quatro horas do
223, caput, e parágrafo único); Poder Judiciário e do Ministério Público para apreciação
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua dos pedidos de prisão temporária.
combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. Art. 6° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
223 caput, e parágrafo único);
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.
j) envenenamento de água potável ou substância ali-
mentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, Brasília, 21 de dezembro de 1989; 168° da Indepen-
caput, combinado com art. 285); dência e 101° da República.
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; JOSÉ SARNEY
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de
outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas; Medidas Cautelares e Liberdade e Provisória
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de
outubro de 1976); A Lei nº 12.403/11 modificou completamente o capí-
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de tulo sobre liberdade provisória. Ela substituiu quase por
16 de junho de 1986). completo o capítulo V, extinguindo uma série de institutos
então previstos.
Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em As medidas cautelares são aquelas que visam a res-
face da representação da autoridade policial ou de reque- guardar a persecução penal. Entre elas há uma série de
rimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) possibilidades, inclusive a decretação da liberdade pro-
dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e visória com fiança, que passou a ser uma modalidade de
comprovada necessidade. medida cautelar na nova redação do CPP.
§ 1° Na hipótese de representação da autoridade po-
licial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público. Sobre as modificações, podemos sintetizá-las:
§ 2° O despacho que decretar a prisão temporária de- a) Embora a Lei nº 12.403/11 mantenha a distinção
verá ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24 conceitual entre prisões, medidas cautelares e liberdade
(vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da provisória, é bem de ver que todas elas exercem o mesmo
representação ou do requerimento. papel e a mesma função processual de acautelamento dos
§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Mi- interesses da jurisdição criminal;
nistério Público e do Advogado, determinar que o preso lhe b) As medidas cautelares, quando diversas da prisão,
seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da podem ser impostas independentemente de prévia prisão
autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito. em flagrante (art. 282, § 2º, CPP), ao contrário da legisla-
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07. (MPE-SE - Analista – Direito - 2013 - FCC) Em 11. (SEDS-TO - Analista Socioeducador – Direito
relação ao inquérito policial, - 2014 - FUNCAB) Considerando os temas inquérito po-
(A) o ofendido, ou seu representante legal, e o indicia- licial e ação penal, assinale a alternativa correta.
do poderão requerer qualquer diligência, que será realiza- (A) A autoridade policial não poderá mandar arquivar
da, ou não, a juízo da autoridade. autos de inquérito.
(B) nos crimes de ação penal de iniciativa pública, so- (B) O inquérito deverá terminar no prazo de 30 dias,
mente pode ser iniciado de ofício. se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver
(C) a autoridade policial poderá mandar arquivar os au- preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese,
tos de inquérito policial em caso de evidente atipicidade da a partir do dia em que se executar a ordem de prisão.
conduta investigada. (C) O Ministério Público poderá desistir da ação pe-
(D) se o indiciado estiver preso em flagrante, o inquéri- nal.
to policial deverá terminar no prazo máximo de cinco dias, (D) O prazo para oferecimento da denúncia, estando
salvo disposição em contrário. o réu preso, será de 30 dias, contado da data em que o
(E) é indispensável à propositura da ação penal de ini- órgão do Ministério Público receber os autos do inqué-
ciativa pública. rito policial.
08. (MPE-SP - Analista de Promotoria - 2015 – VU- 12. (PC-SP - Investigador de Polícia – 2014 - VU-
NESP) A prisão em flagrante, cautelar, realiza-se NESP) A prisão preventiva
(A) sem necessidade de avaliação posterior por autori- (A) é decretada pelo juiz.
dade judiciária, porque pode ser relaxada, a qualquer tem- (B) somente poderá ser decretada como garantia da
po, pela autoridade policial. ordem pública.
(B) diante de aparente tipicidade (fumus boni juris), (C) não poderá ser revogada pelo juiz.
mas confirmados ilicitude e culpabilidade. (D) poderá ser decretada pelo delegado de polícia.
(C) no momento em que está ocorrendo ou termina de (E) é admitida para qualquer crime ou contravenção.
ocorrer o crime.
(D) mediante expedição de mandado de prisão pela
13. (PC-GO - Delegado de Polícia – 2013 - UEG)
autoridade judiciária.
Sobre a prisão em flagrante, tem-se o seguinte:
(E) única e tão somente pela polícia judiciária.
(A) o auto de prisão em flagrante deverá ser lavrado
pela autoridade do local do crime onde foi efetivada a
09. (PC-SP -Investigador de Polícia – 2014 - VU-
captura, sob pena de nulidade absoluta.
NESP) O inquérito policial
(B) em até 24 (vinte e quatro) horas da realização da
(A) somente será instaurado por determinação do juiz
prisão, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota
competente.
(B) pode ser arquivado por determinação da Autorida- de culpa, assinada pelo juiz, sendo que a errônea capitu-
de Policial. lação dos fatos no mencionado documento gera nulida-
(C) estando o indiciado solto, deverá ser concluído no de do flagrante.
máximo em 10 dias. (C) o reconhecimento da nulidade do auto de prisão
(D) nos crimes de ação pública poderá ser iniciado de em flagrante atinge unicamente o seu valor como ins-
ofício. trumento de coação cautelar, não tendo repercussão no
(E) não poderá ser iniciado por requisição do Ministério processo-crime.
Público. (D) a falta de comunicação, no prazo legal, da prisão
em flagrante à autoridade judiciária nulifica-a, devendo o
10. (TJ-SE - Titular de Serviços de Notas e de Regis- magistrado, após oitiva do Ministério Público, determinar
tros – Provimento - 2014 - CESPE) No curso da tramita- seu imediato relaxamento.
ção do inquérito policial, o delegado de polícia,
(A) nos crimes em que a pena máxima cominada não
extrapole oito anos de reclusão, poderá conceder liberda-
de provisória, independentemente de fiança.
(B) independentemente de pronunciamento do juiz
competente, deverá proceder à instauração de incidente
de insanidade mental do indiciado, desde que este apre-
sente indícios dessa insanidade.
(C) a requerimento de qualquer pessoa, poderá deferir
a interceptação das comunicações telefônicas de indiciado.
(D) quando verificada a inexistência de indícios de au-
toria, deverá arquivar os autos do inquérito policial.
(E) ao ter conhecimento da infração penal, deverá pro-
ceder ao reconhecimento de pessoas e coisas e providen-
ciar a realização de acareações.
24
DIREITO PROCESSUAL PENAL
1. D. 08. C.
A Alternativa D está CORRETA: Consoante Código Pro- Código Processual Penal:
cessual Penal: Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
Art. 476, § 1º “O assistente falará depois do Ministério I - está cometendo a infração penal;
Público”, do mesmo modo deverá ser consultado quando II - acaba de cometê-la;
à réplica. III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça
02. B. presumir ser autor da infração;
Súmula 721 STF: A competência constitucional do Tri- IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, ar-
bunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de mas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor
função estabelecido exclusivamente pela Constituição es- da infração.
tadual.
25
DIREITO PROCESSUAL PENAL
10. E.
CPP - Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática
da infração penal, a autoridade policial deverá:
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e
a acareações;
11. A.
Dispõe o artigo 17 do CPP: A autoridade policial não
poderá mandar arquivar autos de inquérito.
12. A.
Conforme o Art. 238 do CPP:
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagran-
te delito ou por ordem escrita e fundamentada da autori-
dade judiciária competente, em decorrência de sentença
condenatória transitada em julgado ou, no curso da inves-
tigação ou do processo, em virtude de prisão temporária
ou prisão preventiva.
13. C.
Código Processual Penal:
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz com-
petente, ao Ministério Público e à família do preso ou à
pessoa por ele indicada
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização
da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de
prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome
de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.
14. C.
A presente questão está embasada no artigo 271 do
Código Processual Penal que dita:
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de
prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o libelo
e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os re-
cursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele pró-
prio, nos casos dos arts. 584, § 1o, e 598.
26
LEIS ESPECIAIS
1
LEIS ESPECIAIS
IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla O SISNAD é o órgão responsável pela orientação cen-
participação social, para o estabelecimento dos funda- tral e execução descentralizada de suas políticas no âmbito
mentos e estratégias do Sisnad; Federal, Estadual e Municipal.
V - a promoção da responsabilidade compartilhada
entre Estado e Sociedade, reconhecendo a importância da Art. 8o (VETADO)
participação social nas atividades do Sisnad;
VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fa- CAPÍTULO III
tores correlacionados com o uso indevido de drogas, com (VETADO)
a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito; (não é
apenas um fator que leva alguém a usar ou traficar drogas, Art. 9o a 14. (VETADO)
mas uma série de fatores conjugados)
VII - a integração das estratégias nacionais e inter- O fundamento para tantos vetos consiste no fato de
nacionais de prevenção do uso indevido, atenção e reinser- que o Poder Executivo entendeu que o Poder Legislativo
ção social de usuários e dependentes de drogas e de repres- havia excedido suas atribuições ao regulamentar o SISNAD.
são à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito; Afinal, quando o legislador normatiza a criação de um ór-
VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Pú- gão no âmbito do Poder Executivo, deve se limitar a regras
blico e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à gerais, como princípios e atribuições, preservando o poder
cooperação mútua nas atividades do Sisnad; de auto-organização do Executivo. Neste sentido, suprindo
IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reco- os dispositivos vetados, o Poder Executivo Federal instituiu
nheça a interdependência e a natureza complementar das o Decreto nº 5.912/2006, que regulamentou o SISNAD e os
atividades de prevenção do uso indevido, atenção e rein- órgãos que o compõem.
serção social de usuários e dependentes de drogas, repressão
da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas; CAPÍTULO IV
X - a observância do equilíbrio entre as atividades de DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFOR-
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social
MAÇÕES SOBRE DROGAS
de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua
produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a
Art. 15. (VETADO)
garantir a estabilidade e o bem-estar social;
XI - a observância às orientações e normas emanadas
Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da aten-
do Conselho Nacional Antidrogas - Conad.
ção à saúde e da assistência social que atendam usuários
ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão
Art. 5o O Sisnad tem os seguintes objetivos:
I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visan- competente do respectivo sistema municipal de saúde
do a torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a
de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e identidade das pessoas, conforme orientações emanadas da
outros comportamentos correlacionados; União.
II - promover a construção e a socialização do conhe-
cimento sobre drogas no país; Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão
III - promover a integração entre as políticas de pre- ao tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de informa-
venção do uso indevido, atenção e reinserção social de ções do Poder Executivo.
usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua pro- Será adotado um mecanismo de integração de dados,
dução não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas públi- mas cada município manterá suas próprias estatísticas a
cas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, partir das informações das instituições de saúde e assis-
Distrito Federal, Estados e Municípios; tência social.
IV - assegurar as condições para a coordenação, a in-
tegração e a articulação das atividades de que trata o art. TÍTULO III
3o desta Lei. DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVI-
DO, ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E
CAPÍTULO II DEPENDENTES DE DROGAS
DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO DO SISTE- CAPÍTULO I
MA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DRO- DA PREVENÇÃO
GAS
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso
Art. 6o (VETADO) indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcio-
nadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e
Art. 7o A organização do Sisnad assegura a orientação risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores
central e a execução descentralizada das atividades de proteção.
realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital,
estadual e municipal e se constitui matéria definida no regu- Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de
lamento desta Lei. drogas devem observar os seguintes princípios e diretrizes:
2
LEIS ESPECIAIS
3
LEIS ESPECIAIS
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em Elemento normativo: sem autorização ou em desacor-
razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo do com determinação legal ou regulamentar.
pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de Ação penal: pública incondicionada.
segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua
saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário. I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
A lei pretende inserir nas atividades de atenção não III - medida educativa de comparecimento a progra-
apenas os usuários, mas também os familiares, integran- ma ou curso educativo.
do-os em redes sociais que ofertem assistência integral à O artigo 27 já afirma que as penas podem ser aplicadas
saúde física e psicológica, mediante atendimento multidis- de forma isolada ou cumulativa e não o serão necessaria-
ciplinar. Evidentemente que estas políticas públicas exigem mente nesta ordem dos incisos (o juiz analisará a culpabi-
recursos orçamentários, que devem contar com dotação lidade caso a caso).
própria. Além disso, serão prestadas tanto pelo setor públi- Advertência: o sujeito comparece em cartório e assina
co quanto por instituições privadas em parceria. um termo em que constam os efeitos deletérios que o uso
da droga pode causar.
CAPÍTULO III Pena restritiva de direitos: deverá ser cumprida em
DOS CRIMES E DAS PENAS programas comunitários, entidades educacionais ou assis-
tenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferen-
ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como cialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação
substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Pú- de usuários e dependentes de drogas. A intenção é que o
blico e o defensor. usuário perceba os efeitos danosos que as drogas podem
Os crimes descritos neste capítulo, que não são os pra- causar.
ticados por traficantes, mas sim por usuários, não possuem Medida educativa de comparecimento a programa ou
uma pena taxativa aplicável. O artigo 28 descreve três tipos curso educativo: aqui também a intenção é que o usuário
de penas, nenhuma delas privativa de liberdade, as quais perceba os efeitos danosos das drogas, sob o viés educativo.
poderão ser aplicadas cumulativamente. Em que pese a não mais aplicação de pena privativa de
liberdade, o entendimento majoritário é de que legislador
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, optou por manter a criminalização das condutas. Há quem
transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, diga que como o artigo 1o da Lei de Introdução ao Código
drogas sem autorização ou em desacordo com determi- Penal prevê que crime é a infração penal a que a lei comi-
nação legal ou regulamentar será submetido às seguintes ne pena de reclusão ou detenção, não sendo o caso deste
penas: artigo 28, então não se estaria diante de crime. O enten-
O crime é de perigo abstrato e coletivo, não se exigin- dimento não predomina (STF e STJ já se manifestaram no
do a produção de dano. sentido de que não houve descriminalização, embora no
Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a STF o tema ainda esteja sendo debatido), sendo mais cor-
saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con- reto falar em despenalização e não em descriminalização.
sideradas (secundário). Atenção: O debate sobre a descriminalização de pe-
Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado quenas quantidades de entorpecentes é feito no STF no
por qualquer pessoa. Recurso Extraordinário 635.659, que tem repercussão geral
Sujeito passivo: coletividade. reconhecida. Até o momento foram proferidos três votos
Objeto material: droga. nesse caso – suspenso por pedido de vista do ministro
Tipo objetivo: adquirir significa obter ou conseguir o Teori Zavascki (morto em janeiro de 2017) –, todos pela
objeto material de forma onerosa ou gratuita; guardar tem inconstitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas (Lei
o sentido de conservar ou manter o objeto material consigo 11.343/2006), que criminaliza o porte de drogas para con-
para uso próprio futuro, mas longe das vistas; ter em depó- sumo pessoal. Luís Roberto Barroso e Edson Fachin enten-
sito é praticamente sinônimo de guardar; transportar tem deram que a descriminalização apenas atingiria a maconha
o sentido de levar a droga de um local para outro que não e Gilmar Mendes que atingiria todas drogas.
seja por meio pessoal, que caracteriza a conduta de trazer
consigo; trazer consigo significa portar, ter ou manter o ob- § 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu
jeto material consigo ou ao alcance para seu pronto uso. consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas des-
A conduta de fazer uso da droga, pura e simplesmente, é tinadas à preparação de pequena quantidade de subs-
fato atípico. O tipo objetivo é misto ou de conteúdo varia- tância ou produto capaz de causar dependência física ou
do, o que significa que na prática de mais de uma conduta psíquica.
simultânea o crime é único. Admite-se a tentativa em todos Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a
os verbos, teoricamente, mas devido à diversidade de con- saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con-
dutas previstas no tipo raramente ocorrerá. sideradas (secundário).
Elemento subjetivo: dolo, que deve atender ao intuito Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado
específico de consumo pessoal. por qualquer pessoa.
4
LEIS ESPECIAIS
Sujeito passivo: coletividade. nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um,
Objeto material: plantas. segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um
Tipo objetivo: semear é o ato de lançar sementes a trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário
terra para que possam germinar, cultivar significa manter mínimo.
plantação, colher tem o sentido de apanhar as plantas. Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição
Sendo tipo misto alternativo ou de conteúdo variado, a da multa a que se refere o § 6o do art. 28 serão creditados à
prática simultânea das três condutas no mesmo contexto conta do Fundo Nacional Antidrogas.
caracteriza crime único. É cabível a tentativa. A multa apenas será aplicada se o apenado se recu-
Elemento subjetivo: dolo, que deve atender ao intuito sar a prestar os serviços à comunidade ou a comparecer
específico de consumo pessoal. a curso ou programa educativo. No caso, será de 40 a 100
Ação penal: pública incondicionada. dias-multa, sendo que cada dia-multa terá o valor mínimo
de 1/30 do salário mínimo e o valor máximo de 3x o salário
§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consu- mínimo.
mo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da
substância apreendida, ao local e às condições em que Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e
se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, a execução das penas, observado, no tocante à interrup-
bem como à conduta e aos antecedentes do agente. ção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código
Não se trata de circunstâncias taxativas, mas exemplifi- Penal.
cativas. Outras poderão ser somadas para que o juiz possa
decidir sobre qual o crime praticado. TÍTULO IV
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA
§ 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) CAPÍTULO I
meses. DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos in-
cisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo Art. 31. É indispensável a licença prévia da autorida-
máximo de 10 (dez) meses. de competente para produzir, extrair, fabricar, transformar,
Se a conduta é crime, evidente que pode gerar rein- preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar,
cidência, caso em que dobra o prazo máximo de duração reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, com-
da pena. Tal reincidência deve ser específica, nas mesmas prar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou
condutas descritas neste artigo 28. matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as
demais exigências legais.
§ 5o A prestação de serviços à comunidade será cum- Embora a regra seja a proibição, excepciona-se me-
prida em programas comunitários, entidades educacionais diante licença prévia da autoridade competente, obser-
ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, pú- vadas as exigências legais. Trata-se de exceção necessária
blicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, prefe- porque muitas drogas são empregadas pela indústria far-
rencialmente, da prevenção do consumo ou da recupe- macêutica para a produção de remédios, dentre eles anes-
ração de usuários e dependentes de drogas. tésicos e potentes analgésicos.
§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas edu-
cativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente
injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz sub- destruídas pelo delegado de polícia na forma do art.
metê-lo, sucessivamente a: 50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame peri-
I - admoestação verbal; cial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições
II - multa. encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as
Se o não comparecimento deve ser injustificado, é pre- medidas necessárias para a preservação da prova.
ciso conferir oportunidade para que o apenado justifique § 1o e § 2o (Revogados).
sua ausência. § 3o Em caso de ser utilizada a queimada para destruir
a plantação, observar-se-á, além das cautelas necessárias
§ 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto no
disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a
saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamen- autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacio-
to especializado. nal do Meio Ambiente - Sisnama.
O infrator tem direito a tratamento médico gratuito § 4o As glebas cultivadas com plantações ilícitas se-
para livrá-lo do vício ou do uso de drogas. rão expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da Cons-
tituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se A destruição das plantações ilícitas deve ser imediata,
refere o inciso II do § 6o do art. 28 (multa), o juiz, atenden- apenas armazenando-se o suficiente para perícia, essen-
do à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias- cial para a demonstração de culpabilidade nos autos. Se a
-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) destruição for se dar por queimada, providências de pre-
5
LEIS ESPECIAIS
servação ambiental devem ser tomadas, mas dispensa-se Atenção - Muitas das condutas aqui previstas também
autorização do órgão competente do Sisnama. As terras constam do artigo 28, o que diferencia é o dolo específico
serão desapropriadas (art. 243, CF). daquele tipo, pois no tipo de tráfico de drogas a intenção
não é o consumo pessoal.
CAPÍTULO II Elemento subjetivo: dolo.
DOS CRIMES Elemento normativo: sem autorização ou em desacor-
do com determinação legal ou regulamentar.
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, pro- Ação penal: pública incondicionada.
duzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer,
ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, § 1o Nas mesmas penas incorre quem:
prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire,
drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito,
desacordo com determinação legal ou regulamentar: transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamen-
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e paga- te, sem autorização ou em desacordo com determinação le-
mento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias- gal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto
-multa. químico destinado à preparação de drogas;
Tipicamente, trata-se do delito de tráfico de drogas. Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a
Os tipos dos artigos art. 33, § 1º, 34 e 36 são equiparados saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con-
a este, sendo subespécies de tráfico de drogas. Tanto este sideradas (secundário).
quanto os apontados como equiparados são considerados Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado
crimes equiparados a hediondos (art. 2o, Lei no 8.072/1990). por qualquer pessoa.
Crime de perigo abstrato e coletivo. Sujeito passivo: coletividade.
Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a Tipo objetivo: Os tipos objetivos descritos se asseme-
saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con- lham ao do caput, sendo relevante observar que o tráfico
sideradas (secundário). ocorre mesmo quando o objeto material não é a droga. Da
Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado mesma forma, em tese, cabe tentativa.
por qualquer pessoa, exceto na conduta de prescrever, que Objeto material: não é a droga, mas uma matéria-pri-
somente pode ser praticada por médico ou dentista (crime ma (substância original e básica), insumo (substância ou
próprio). insumo necessário, mas não indispensável) ou produto
Sujeito passivo: coletividade. Eventualmente, poderá químico (produto resultante de composição química), que
ser sujeito passivo secundário a criança, o adolescente ou a sejam destinados ou possam vir a ser empregados em pro-
pessoa que tem suprimida a capacidade de entendimento dução de drogas.
ou de autodeterminação (art. 40, VI), que recebam a droga Elemento subjetivo: dolo, com o fim específico de que
para usá-la. a matéria-prima, o insumo ou o produto sejam destinados
Objeto material: droga. à produção de droga.
Tipo objetivo: importar significa fazer entrar em terri- Elemento normativo: sem autorização ou em desacor-
tório nacional; exportar significa fazer sair do território na- do com determinação legal ou regulamentar.
cional; remeter significa mandar ou enviar de um local para Ação penal: pública incondicionada.
outro; preparar é misturar substâncias para fazer surgir a
espécie de droga; produzir é elaborar uma nova espécie II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização
de droga; fabricar significa preparar ou produzir em lar- ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar,
ga escala; adquirir implica em obter ou conseguir o obje- de plantas que se constituam em matéria-prima para a
to material de forma onerosa ou gratuita; vender é alienar preparação de drogas;
onerosamente; expor a venda é exibir com o intuito de que Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a
possa ser comprado; oferecer é sugerir a aquisição, mesmo saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con-
por gestos ou palavras; ter em depósito é a retenção ou sideradas (secundário).
manutenção do objeto material para sua disponibilidade, Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado
ou seja, para a venda ou fornecimento; transportar significa por qualquer pessoa.
levar de um lugar ao outro; ter ou manter o objeto material Sujeito passivo: coletividade.
consigo ou ao seu alcance para sua pronta disponibilidade; Tipo objetivo: Semear é o ato de lançar sementes na
guardar é reter consigo em nome de terceiro; prescrever terra para que possam germinar. Cultivar significa manter
é receitar; ministrar é introduzir no organismo de outrem; plantação. Fazer a colheita tem o sentido de apanhar as
entregar a consumo é a regra genérica que vale para toda plantas. Em tese, cabe tentativa. Sendo praticada mais de
conduta de disponibilizar; fornecer significa entregar, de uma conduta no mesmo contexto, o crime é único.
forma onerosa ou gratuita. O tipo descreve múltiplas con- Objeto material: plantas (ex.: folha de coca, cannabis).
dutas e a prática de mais de uma delas no mesmo contexto Elemento subjetivo: dolo.
implica em crime único. Por isso mesmo, é difícil ocorrer a Ação penal: pública incondicionada.
tentativa, embora teoricamente seja viável.
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LEIS ESPECIAIS
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LEIS ESPECIAIS
Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a
por qualquer pessoa. saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con-
Sujeito passivo: coletividade. sideradas (secundário).
Tipo objetivo: Os tipos objetivos descritos se asseme- Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado
lham bastante aos do caput do art. 33, mudando o objeto por qualquer pessoa, mas exige no mínimo duas pessoas
material. Da mesma forma, em tese, cabe tentativa (sal- (crime plurissubjetivo).
vo na oferta quando verbal e no fornecimento habitual), Sujeito passivo: coletividade.
mas sendo tipo misto de conteúdo variado ela dificilmente Tipo objetivo: Consiste em associarem-se para a prática
ocorrerá. reiterada do crime de financiamento ou custeio para o trá-
Objeto material: maquinários, aparelhos, instrumentos fico de drogas (art. 36). Enquanto o caput define a conduta
ou quaisquer objetos destinados à fabricação, prepara- de associação para o tráfico de drogas, o tipo em questão
ção, produção ou transformação de drogas. Maquinário é criou a associação destinada a financiar ou custear a prática
o conjunto de peças ou uma máquina. Aparelho é o con- de um dos crimes descritos nos artigos 33, caput, §1º, ou 34
junto de mecanismos ou engenho. Instrumento é o objeto (tráfico de drogas). Há necessidade de vínculo psicológico
empregado para a execução de um trabalho. Traz-se uma para a prática do delito do art. 36 por tempo indetermina-
fórmula genérica de que se incluem quaisquer outros ob- do. Aqui, a associação tem que ser habitual, não eventual.
jetos semelhantes aos anteriores. Os objetos devem ser Devido à habitualidade, não há possibilidade de tentativa.
destinados à fabricação, produção, preparação ou trans- Elemento subjetivo: dolo, com a finalidade especial de
formação de drogas. Preparação é a reunião de elementos praticar o crime descrito no art. 36 por tempo indetermi-
para a elaboração de uma droga já conhecida. Produção nado.
significa elaborar uma nova espécie de droga. Fabricação Ação penal: pública incondicionada.
significa a preparação ou produção de droga em larga es-
cala. Transformação tem o sentido de mudar a natureza da Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer
droga para outra. dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta
Elemento subjetivo: dolo, que deve abranger o conhe- Lei:
cimento de o objeto material ser destinado à fabricação, Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e paga-
preparação, produção ou transformação de drogas. mento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-
Elemento normativo: sem autorização ou em desacor- -multa.
do com determinação legal ou regulamentar. Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a
Ação penal: pública incondicionada. saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con-
sideradas (secundário).
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado
fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos por qualquer pessoa.
crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Sujeito passivo: coletividade.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento Tipo objetivo: Financiar ou custear são termos sinôni-
de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa. mos, que significam prover as despesas com dinheiro ou
Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a bens. O objeto da conduta é qualquer dos crimes descritos
saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con- nos artigos 33, caput, § 1º, ou 34, i. e., delitos considerados
sideradas (secundário). como tráfico de drogas.
Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado Elemento subjetivo: dolo.
por qualquer pessoa, mas exige no mínimo duas pessoas Ação penal: pública incondicionada.
(crime plurissubjetivo).
Sujeito passivo: coletividade. Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, or-
Tipo objetivo: O verbo “associarem-se” significa a reu- ganização ou associação destinados à prática de qualquer
nião com vínculo estável e permanente (tempo indetermi- dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta
nado), no caso, de duas ou mais pessoas. A associação não Lei:
precisa ser reiterada, ou seja, habitual. Há necessidade de Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento
vínculo psicológico para a prática dos delitos por tempo de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.
indeterminado. O tipo é autônomo e aplica-se de forma Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a
cumulada com o tráfico se ele também ocorrer ou isola- saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con-
damente. sideradas (secundário).
Elemento subjetivo: dolo, com a finalidade especial de Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado
praticar os crimes descritos nos artigos 33, caput, § 1º, ou por qualquer pessoa.
34, por tempo indeterminado. Sujeito passivo: coletividade.
Ação penal: pública incondicionada. Tipo objetivo: Financiar ou custear Tipo objetivo: a con-
duta é de colaborar, como informante, com grupo, organi-
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste zação ou associação destinada à prática de qualquer dos
artigo incorre quem se associa para a prática reiterada crimes previstos nos artigos 33, caput, § 1º, e 34. Colaborar
do crime definido no art. 36 desta Lei. tem o sentido de ajudar ou prestar auxílio. Ex.: soltar rojão,
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LEIS ESPECIAIS
sinal de luz, mandar mensagem de celular avisando da che- transporte utilizado para navegação. Aeronave é qualquer
gada de policiais. A tentativa só é possível se a colabora- aparelho que possa voar. No caso de automóvel, o delito
ção for por escrito, não cabendo em comunicação oral ou está tipificado no Código de Trânsito em seu art. 306. O
gestos. Há exceção à teoria monista, pois aquele que seria tipo objetivo exige que a condução se dê por influência
partícipe nos crimes dos arts. 33, caput e §1o, e 34, respon- de droga, se for de álcool há contravenção penal do art.
de por tipo autônomo. 34, LCP. Não aceita tentativa.
Elemento subjetivo: dolo. Elemento subjetivo: dolo, direto ou eventual.
Ação penal: pública incondicionada. Ação penal: pública incondicionada.
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, dro- Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei
gas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em são aumentadas de um sexto a dois terços, se:
doses excessivas ou em desacordo com determinação I - a natureza, a procedência da substância ou do pro-
legal ou regulamentar: duto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pa- transnacionalidade do delito;
gamento de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) dias-multa. II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de fun-
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao ção pública ou no desempenho de missão de educação,
Conselho Federal da categoria profissional a que pertença poder familiar, guarda ou vigilância;
o agente. III - a infração tiver sido cometida nas dependências
Objeto jurídico: saúde pública (principal), e a vida, a ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensi-
saúde e a tranquilidade das pessoas individualmente con- no ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, so-
sideradas (secundário). ciais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficen-
Objeto material: drogas. tes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se
Sujeito ativo: O crime é próprio e somente pode ser realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza,
praticado por quem pode prescrever, notadamente, médi- de serviços de tratamento de dependentes de drogas
co ou dentista.
ou de reinserção social, de unidades militares ou poli-
Sujeito passivo: coletividade e, secundariamente, o pa-
ciais ou em transportes públicos;
ciente.
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave
Tipo objetivo: Prescrever é receitar, ministrar é introdu-
ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer pro-
zir no organismo. Sem necessidade – o paciente não pre-
cesso de intimidação difusa ou coletiva;
cisava da droga. Doses acima do necessário – o paciente
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federa-
necessita, mas em menor quantidade. Em desacordo com
ção ou entre estes e o Distrito Federal;
determinação legal ou regulamentar – medicamento não
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou
autorizado pela ANVISA.
Elemento subjetivo: apenas culpa, por negligência, im- adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, dimi-
prudência ou imperícia. Por ser crime culposo, não admite nuída ou suprimida a capacidade de entendimento e
tentativa. determinação;
Ação penal: pública incondicionada. VII - o agente financiar ou custear a prática do cri-
me.
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o São causas de aumento de pena, aplicáveis aos crimes
consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumi- descritos do art. 33 ao 37, no montante de 1/6 a 2/3 (se
dade de outrem: presente mais de uma, aplica-se um único aumento, de no
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além máximo 2/3), podendo ocorrer fixação de pena abaixo do
da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva mínimo e acima do máximo:
ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa 1 – Transnacionalidade: condutas que objetivem im-
de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 portação e exportação.
(quatrocentos) dias-multa. 2 – Condição do agente: função pública ou desempe-
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplica- nho de missão em educação, poder familiar, guarda ou
das cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) vigilância.
a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) 3 – Local: imediações (proximidade) ou no próprio
dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de local – estabelecimentos prisionais, de ensino, hospitala-
transporte coletivo de passageiros. res ou policiais/militares; espaços de lazer ou recreação;
Objeto jurídico: incolumidade pública (segurança pú- onde se prestem serviços de tratamento de dependentes
blica). de drogas ou de reinserção social.
Sujeito ativo: O crime é comum e pode ser praticado 4 – Violência, grave ameaça, arma de fogo ou intimi-
por qualquer pessoa. dação: comum quando o tráfico é exercido por organiza-
Sujeito passivo: coletividade. ções criminosas.
Tipo objetivo: Conduzir tem o sentido de dirigir ou 5 – Tráfico interestadual: dispensável a efetiva trans-
pilotar (exige movimento). O objeto da conduta é a em- posição de fronteiras (STF, HC nº 99452/MS, j. 21.09.2010).
barcação ou a aeronave. Embarcação é qualquer meio de
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LEIS ESPECIAIS
6 – Condição do sujeito passivo: criança e adolescen- Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e
te (no confronto com o art. 243, ECA, prevalece a Lei de 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sur-
Drogas, servindo o ECA para bebidas alcóolicas e outras sis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a
substâncias que causem dependência não consideradas conversão de suas penas em restritivas de direitos.
drogas), pessoa com capacidade diminuída ou suprimida. Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste
7 – Financiamento ou custeio: Se houver prática de um artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumpri-
dos delitos previstos nos artigos 33, 34, 35 e 37 e o agente mento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao re-
o prover com dinheiro ou bens, haverá o aumento da pena. incidente específico.
Praticado o crime previsto no artigo 36, não se aplica a cau- No HC nº 104.339/SP o STF julgou inconstitucional a
sa de aumento, pois caracterizaria bis in idem. expressão liberdade provisória neste artigo. A negação da
liberdade provisória e a conversão da prisão em flagrante
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar volun- em preventiva deve se calcar em motivos concretos expres-
tariamente com a investigação policial e o processo crimi- samente previstos em lei. O juiz só pode negar a liberdade
nal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do provisória quando couber prisão preventiva (art. 312, CPP),
crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, devendo analisar o caso concreto e não sendo a gravidade
no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a do delito argumento suficiente.
dois terços. A jurisprudência se firma no sentido de que não cabe
Delação premiada: A norma estabelece dois requisitos realmente suspensão condicional da pena. Não cabe tam-
para a redução da pena, notadamente, colaboração volun- bém indulto, graça ou anistia.
tária e eficiência, esta consubstanciada na identificação dos No HC nº 97.256/RS, o STF julgou inconstitucional a
demais coautores ou partícipes do crime e na recupera- previsão de impossibilidade de conversão da pena privati-
ção total ou parcial do produto do delito. Para que seja va de liberdade em pena restritiva de direitos.
possível essa barganha ao menos um dos integrantes deve
ser identificado. Além disso, as provas a ele apresentadas Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da
devem ser substanciais de modo que haja chance real ou dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso for-
mesmo a certeza da condenação a severas sanções. Sem tuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação
isso, não haverá estímulo para o acordo. Produzindo fruto ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal
o acordo, reduz-se a pena de 1/3 a 2/3. praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilí-
cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse enten-
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com dimento.
preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Pe- Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhe-
nal, a natureza e a quantidade da substância ou do pro- cendo, por força pericial, que este apresentava, à época do
duto, a personalidade e a conduta social do agente. fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput
Art. 59, CP. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos ante- deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu
cedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos encaminhamento para tratamento médico adequado.
motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a
seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do dois terços se, por força das circunstâncias previstas no art.
crime. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou
da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 entendimento.
desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo O agente é inimputável quando praticar um dos cri-
a cada um, segundo as condições econômicas dos acusados, mes descritos do artigo 33 ao 39 e for inteiramente incapaz
valor não inferior a um trinta avos nem superior a 5 de compreender as consequências dos seus atos, seja em
(cinco) vezes o maior salário-mínimo. razão de dependência química (a dependência clama por
Parágrafo único. As multas, que em caso de concur- uma constância do vício, não para o uso eventual), seja em
so de crimes serão impostas sempre cumulativamente, razão da pessoa estar sob efeito de droga por caso fortuito
podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da ou força maior (é o caso da vítima do crime do artigo 38). O
situação econômica do acusado, considerá-las o juiz inefica- agente é imputável, mas terá a pena reduzida, em caso de
zes, ainda que aplicadas no máximo. semi-imputabilidade (o caráter ilícito do fato é compreen-
Cada dispositivo fixa uma margem mínima e máxima dido e existe o poder de determinação, mas de forma limi-
para a fixação de dias-multa, sendo que cada qual terá no tada) nas mesmas circunstâncias.
mínimo o valor de 1/30 do salário mínimo e no máximo o
valor de 5 salários mínimos. O juiz pode fixar o valor do Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em
dia-multa em até 50 salários mínimos se a situação econô- avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento do
mica do apenado indicar que o valor máximo de 5 salários agente para tratamento, realizada por profissional de saúde
é insignificante. com competência específica na forma da lei, determinará que a
tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei.
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LEIS ESPECIAIS
Art. 48. O procedimento relativo aos processos por cri- Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade
mes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capí- de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação
tulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado,
Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal. do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público,
§ 1o O agente de qualquer das condutas previstas no em 24 (vinte e quatro) horas.
art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes § 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em fla-
previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e jul- grante e estabelecimento da materialidade do delito, é sufi-
gado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099, ciente o laudo de constatação da natureza e quantidade
de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por
Especiais Criminais. pessoa idônea.
§ 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta § 2o O perito que subscrever o laudo a que se refere
Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor o § 1o deste artigo não ficará impedido de participar da
do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo compe- elaboração do laudo definitivo.
tente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele § 3o Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o
comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providen- juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularida-
ciando-se as requisições dos exames e perícias necessários. de formal do laudo de constatação e determinará a des-
§ 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências truição das drogas apreendidas, guardando-se amostra
previstas no § 2o deste artigo serão tomadas de imediato necessária à realização do laudo definitivo.
pela autoridade policial, no local em que se encontrar, ve- § 4o A destruição das drogas será executada pelo de-
dada a detenção do agente. legado de polícia competente no prazo de 15 (quinze)
§ 4o Concluídos os procedimentos de que trata o § 2o dias na presença do Ministério Público e da autoridade sa-
deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo nitária.
de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judi- § 5o O local será vistoriado antes e depois de efetiva-
ciária entender conveniente, e em seguida liberado. da a destruição das drogas referida no § 3o, sendo lavrado
§ 5o Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no 9.099, auto circunstanciado pelo delegado de polícia, certificando-
de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, -se neste a destruição total delas.
o Ministério Público poderá propor a aplicação ime-
diata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser espe- Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem
cificada na proposta. a ocorrência de prisão em flagrante será feita por inci-
• Os crimes com pena máxima inferior a 2 anos são neração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado
infrações de menor potencial ofensivo e sujeitam-se ao da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à
procedimento sumaríssimo da Lei no 9.099/95 (arts. 77 a realização do laudo definitivo, aplicando-se, no que cou-
83), no que for cabível devido às peculiaridades das penas ber, o procedimento dos §§ 3o a 5o do art. 50.
aplicáveis. Caberá a suspensão condicional do processo
nos crimes em que a pena mínima comentada for igual ou Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo
inferior a 1 ano. de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90
São infrações de menor potencial ofensivo: (noventa) dias, quando solto.
- Porte de drogas (art. 28, caput e §1º); Parágrafo único. Os prazos a que se refere este arti-
- Compartilhamento (art. 33, §3º); go podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério
- Prescrição culposa (art. 38). Público, mediante pedido justificado da autoridade de
• Nos crimes do artigo 28, aos quais não se comi- polícia judiciária.
na pena privativa de liberdade, não é cabível prisão em
flagrante. Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta
Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os au-
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. tos do inquérito ao juízo:
33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato,
circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos justificando as razões que a levaram à classificação do de-
protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na lito, indicando a quantidade e natureza da substância ou
Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999. do produto apreendido, o local e as condições em que se
Envolvem-se os mecanismos de proteção de colabo- desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão,
radores e testemunhas. a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou
II - requererá sua devolução para a realização de di-
ligências necessárias.
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem pre-
juízo de diligências complementares:
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LEIS ESPECIAIS
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LEIS ESPECIAIS
§ 1o Tratando-se de condutas tipificadas como infração • Se necessário, nomeia-se defensor dativo para
do disposto nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o apresentá-la no caso de omissão do acusado.
juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento • Apresentada, o juiz decidirá em 5 dias, mas se não
cautelar do denunciado de suas atividades, se for fun- possuir elementos para decidir, poderá pedir no prazo de
cionário público, comunicando ao órgão respectivo. 10 dias a apresentação do preso, a realização de diligên-
§ 2o A audiência a que se refere o caput deste artigo cias, exames e perícias.
será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao
recebimento da denúncia, salvo se determinada a realiza- Providências após o recebimento da denúncia
ção de avaliação para atestar dependência de drogas, • Se o juiz receber a denúncia, deve motivar sua de-
quando se realizará em 90 (noventa) dias. cisão.
• Apesar da lei de drogas não fazer referência à pos-
Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após sibilidade de absolvição sumária, esta pode ser aplicada a
o interrogatório do acusado e a inquirição das testemu- quaisquer processos penais. Logo após o recebimento da
nhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao represen- denúncia, o juiz deve analisar se é possível a absolvição su-
tante do Ministério Público e ao defensor do acusado, mária. Não faria sentido determinar-se a citação do acusa-
para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos do para comparecer à audiência de instrução e julgamento
para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do se o juiz já está convencido acerca da presença de uma
juiz. das hipóteses que autorizam a absolvição sumária. Caso
Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o o acusado não seja absolvido sumariamente, o procedi-
juiz indagará das partes se restou algum fato para ser mento seguirá seu curso normal (designação de audiência
esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o e citação).
entender pertinente e relevante. • O acusado será citado. A citação deve ser pessoal.
Se o acusado não for encontrado, deve ser citado por edi-
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença tal. No caso do réu revel citado por edital nomeia-se defen-
de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que sor dativo e, como não houve ato de comunicação dando
os autos para isso lhe sejam conclusos. ciência pessoal ao acusado, impõe-se a aplicação do art.
§ 1o Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido con- 366 do CPP (suspensão do processo e da prescrição).
trovérsia, no curso do processo, sobre a natureza ou quanti- • O Ministério Público será intimado, tal como assis-
dade da substância ou do produto, ou sobre a regularidade tente, se houver.
do respectivo laudo, determinará que se proceda na forma • O juiz também requisitará laudos periciais, se o
do art. 32, § 1o, desta Lei, preservando-se, para eventual con- caso.
traprova, a fração que fixar. • Nas infrações de tráfico e equiparadas, o juiz pode
§ 2o Igual procedimento poderá adotar o juiz, em decisão afastar das funções o acusado funcionário público.
motivada e, ouvido o Ministério Público, quando a quanti- • O juiz designará audiência de instrução e julga-
dade ou valor da substância ou do produto o indicar, prece- mento, no prazo de 30 dias do recebimento da denúncia,
dendo a medida a elaboração e juntada aos autos do laudo ou em 90 dias se for preciso avaliação de dependência de
toxicológico. drogas.
Obs.: Há controvérsia se na lei de drogas há respos-
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, ta à acusação. Parte da doutrina entende inaplicável a res-
e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem reco- posta à acusação na lei de drogas. Para Renato Brasileiro,
lher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antece- o ideal é entender que não pode haver 2 manifestações da
dentes, assim reconhecido na sentença condenatória. defesa, logo, o acusado deveria apresentar a defesa preli-
minar e a resposta à acusação no mesmo momento. Num
Providências iniciais primeiro momento, o sujeito pediria a rejeição da peça
• Recebidos os autos, dar-se-á vistas ao Ministério acusatória, num segundo momento, buscaria sua absolvi-
Público, no prazo de 10 dias, que poderá: requerer arquiva- ção sumária.
mento, requisitar diligências ou oferecer denúncia.
• Na denúncia, poderá arrolar até 10 testemunhas e Ordem da oitiva na audiência
requerer outras provas. • 1o: Interrogatório do acusado;
• 2o: Oitiva das testemunhas.
Defesa prévia
• A defesa prévia é uma especificidade da lei de dro- Debates orais
gas, permitindo ao acusado se defender antes mesmo do • A sustentação oral será de 20 minutos, para cada
recebimento da denúncia – por isso será notificado e não parte, prorrogáveis, a critério do juiz, por mais 10 minutos.
citado.
• Consiste na apresentação de defesa escrita no Sentença
prazo de 10 dias pelo acusado, com todas razões de de- • Encerrados os debates, o juiz proferirá sentença
fesa, preliminares e exceções, apresentando documentos de imediato, ou o fará em 10 dias, ordenando que os autos
e justificações. para isso lhe sejam conclusos.
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LEIS ESPECIAIS
Apelação e prisão za, utilizados para a prática dos crimes definidos nesta
• A lei diz que o réu não poderá apelar sem recolher- Lei, após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia
-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, da autoridade de polícia judiciária, excetuadas as armas,
assim reconhecido na sentença condenatória. Contudo, a que serão recolhidas na forma de legislação específica.
súmula 347 do STJ diz que “o conhecimento de recurso § 1o Comprovado o interesse público na utilização de
de apelação do réu independe de sua prisão”. No mesmo qualquer dos bens mencionados neste artigo, a autoridade
sentido tem decidido o STF. de polícia judiciária poderá deles fazer uso, sob sua respon-
sabilidade e com o objetivo de sua conservação, mediante
CAPÍTULO IV autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO § 2o Feita a apreensão a que se refere o caput deste arti-
DE BENS DO ACUSADO go, e tendo recaído sobre dinheiro ou cheques emitidos como
ordem de pagamento, a autoridade de polícia judiciária que
Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério presidir o inquérito deverá, de imediato, requerer ao juízo
Público ou mediante representação da autoridade de polí- competente a intimação do Ministério Público.
cia judiciária, ouvido o Ministério Público, havendo indícios § 3o Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao
suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da juízo, em caráter cautelar, a conversão do numerário apreen-
ação penal, a apreensão e outras medidas assecurató- dido em moeda nacional, se for o caso, a compensação dos
rias relacionadas aos bens móveis e imóveis ou valores cheques emitidos após a instrução do inquérito, com cópias
consistentes em produtos dos crimes previstos nesta Lei, autênticas dos respectivos títulos, e o depósito das corres-
ou que constituam proveito auferido com sua prática, pro- pondentes quantias em conta judicial, juntando-se aos autos
cedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei no o recibo.
3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal. § 4o Após a instauração da competente ação penal, o
§ 1o Decretadas quaisquer das medidas previstas neste Ministério Público, mediante petição autônoma, requererá
artigo, o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5 ao juízo competente que, em caráter cautelar, proceda à
(cinco) dias, apresente ou requeira a produção de pro- alienação dos bens apreendidos, excetuados aqueles que a
vas acerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto
União, por intermédio da Senad, indicar para serem coloca-
da decisão.
dos sob uso e custódia da autoridade de polícia judiciária, de
§ 2o Provada a origem lícita do produto, bem ou va-
órgãos de inteligência ou militares, envolvidos nas ações de
lor, o juiz decidirá pela sua liberação.
prevenção ao uso indevido de drogas e operações de repres-
§ 3o Nenhum pedido de restituição será conhecido sem
são à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas,
o comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz de-
exclusivamente no interesse dessas atividades.
terminar a prática de atos necessários à conservação de
§ 5o Excluídos os bens que se houver indicado para os
bens, direitos ou valores.
§ 4o A ordem de apreensão ou sequestro de bens, di- fins previstos no § 4o deste artigo, o requerimento de aliena-
reitos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o ção deverá conter a relação de todos os demais bens apreen-
Ministério Público, quando a sua execução imediata possa didos, com a descrição e a especificação de cada um deles, e
comprometer as investigações. informações sobre quem os tem sob custódia e o local onde
se encontram.
Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da § 6o Requerida a alienação dos bens, a respectiva petição
prova dos fatos e comprovado o interesse público ou so- será autuada em apartado, cujos autos terão tramitação au-
cial, ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante tônoma em relação aos da ação penal principal.
autorização do juízo competente, ouvido o Ministério § 7o Autuado o requerimento de alienação, os autos se-
Público e cientificada a Senad, os bens apreendidos rão conclusos ao juiz, que, verificada a presença de nexo de
poderão ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades instrumentalidade entre o delito e os objetos utilizados para
que atuam na prevenção do uso indevido, na atenção e a sua prática e risco de perda de valor econômico pelo decur-
reinserção social de usuários e dependentes de drogas e na so do tempo, determinará a avaliação dos bens relacionados,
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de cientificará a Senad e intimará a União, o Ministério Público
drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades. e o interessado, este, se for o caso, por edital com prazo de
Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veículos, 5 (cinco) dias.
embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de § 8o Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências
trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a ex- sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o
pedição de certificado provisório de registro e licenciamento, valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em
em favor da instituição à qual tenha deferido o uso, ficando leilão.
esta livre do pagamento de multas, encargos e tributos an- § 9o Realizado o leilão, permanecerá depositada em con-
teriores, até o trânsito em julgado da decisão que decretar o ta judicial a quantia apurada, até o final da ação penal res-
seu perdimento em favor da União. pectiva, quando será transferida ao Funad, juntamente com
os valores de que trata o § 3o deste artigo.
Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e § 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos inter-
quaisquer outros meios de transporte, os maquinários, postos contra as decisões proferidas no curso do procedi-
utensílios, instrumentos e objetos de qualquer nature- mento previsto neste artigo.
14
LEIS ESPECIAIS
§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4o deste II - intercâmbio de inteligência policial sobre pro-
artigo, recaindo a autorização sobre veículos, embarcações dução e tráfico de drogas e delitos conexos, em especial
ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de pre-
ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de cursores químicos;
certificado provisório de registro e licenciamento, em favor III - intercâmbio de informações policiais e judiciais
da autoridade de polícia judiciária ou órgão aos quais tenha sobre produtores e traficantes de drogas e seus precur-
deferido o uso, ficando estes livres do pagamento de multas, sores químicos.
encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da
decisão que decretar o seu perdimento em favor da União. TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá
sobre o perdimento do produto, bem ou valor apreendi- Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art.
do, sequestrado ou declarado indisponível. 1o desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista
§ 1o Os valores apreendidos em decorrência dos crimes mencionada no preceito, denominam-se drogas substân-
tipificados nesta Lei e que não forem objeto de tutela cau- cias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras
telar, após decretado o seu perdimento em favor da União, sob controle especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12
serão revertidos diretamente ao Funad. de maio de 1998.
§ 2o Compete à Senad a alienação dos bens apreendidos
e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento já te- Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei no 7.560,
nha sido decretado em favor da União. de 19 de dezembro de 1986, em favor de Estados e do Distrito
§ 3o A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a Federal, dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes bá-
fim de dar imediato cumprimento ao estabelecido no § 2o sicas contidas nos convênios firmados e do fornecimento
deste artigo. de dados necessários à atualização do sistema previsto no art.
§ 4o Transitada em julgado a sentença condenatória, o 17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.
juiz do processo, de ofício ou a requerimento do Ministério
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
Público, remeterá à Senad relação dos bens, direitos e valo-
nicípios poderão criar estímulos fiscais e outros, destina-
res declarados perdidos em favor da União, indicando, quan-
dos às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na pre-
to aos bens, o local em que se encontram e a entidade ou o
venção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção
órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua destinação
social de usuários e dependentes e na repressão da produ-
nos termos da legislação vigente.
ção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá fir-
Art. 69. No caso de falência ou liquidação extraju-
mar convênio com os Estados, com o Distrito Federal e dicial de empresas ou estabelecimentos hospitalares,
com organismos orientados para a prevenção do uso de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim como nos
indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de serviços de saúde que produzirem, venderem, adquirirem,
usuários ou dependentes e a atuação na repressão à consumirem, prescreverem ou fornecerem drogas ou de
produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com qualquer outro em que existam essas substâncias ou pro-
vistas na liberação de equipamentos e de recursos por ela dutos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:
arrecadados, para a implantação e execução de programas I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou
relacionados à questão das drogas. liquidação, sejam lacradas suas instalações;
II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgen-
TÍTULO V te adoção das medidas necessárias ao recebimento e
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL guarda, em depósito, das drogas arrecadadas;
III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para
Art. 65. De conformidade com os princípios da não-in- acompanhar o feito.
tervenção em assuntos internos, da igualdade jurídica e do § 1o Da licitação para alienação de substâncias ou produ-
respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e aos tos não proscritos referidos no inciso II do caput deste artigo, só
regulamentos nacionais em vigor, e observado o espírito das podem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas
Convenções das Nações Unidas e outros instrumentos jurí- na área de saúde ou de pesquisa científica que comprovem a
dicos internacionais relacionados à questão das drogas, de destinação lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.
que o Brasil é parte, o governo brasileiro prestará, quan- § 2o Ressalvada a hipótese de que trata o § 3o deste ar-
do solicitado, cooperação a outros países e organismos tigo, o produto não arrematado será, ato contínuo à hasta
internacionais e, quando necessário, deles solicitará a pública, destruído pela autoridade sanitária, na presença dos
colaboração, nas áreas de: Conselhos Estaduais sobre Drogas e do Ministério Público.
I - intercâmbio de informações sobre legislações, § 3o Figurando entre o praceado e não arrematadas es-
experiências, projetos e programas voltados para ativida- pecialidades farmacêuticas em condições de emprego tera-
des de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinser- pêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Ministério
ção social de usuários e dependentes de drogas; da Saúde, que as destinará à rede pública de saúde.
15
LEIS ESPECIAIS
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos 2. (CESPE/2017 - DPU - Defensor Público Federal)
nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito transna- Tendo como referência as disposições da Lei de Drogas (Lei
cional, são da competência da Justiça Federal. nº 11.343/2006) e a jurisprudência pertinente, julgue o item
Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios subsecutivo.
que não sejam sede de vara federal serão processados e jul- Situação hipotética: Com o intuito de vender maconha
gados na vara federal da circunscrição respectiva. em bairro nobre da cidade onde mora, Mário utilizou o
transporte público para transportar 3 kg dessa droga. An-
Art. 71. (VETADO) tes de chegar ao destino, Mário foi abordado por policiais
militares, que o prenderam em flagrante. Assertiva: Nessa
Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o situação, Mário responderá por tentativa de tráfico, já que
inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante representação não chegou a comercializar a droga.
do delegado de polícia ou a requerimento do Ministério Pú-
blico, determinará a destruição das amostras guardadas R: Errado. O tipo do artigo 33 descreve múltiplas con-
para contraprova, certificando isso nos autos. dutas e a prática de mais de uma delas no mesmo contexto
implica em crime único. Por isso mesmo, é difícil ocorrer a
Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os tentativa, embora teoricamente seja viável.
Estados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção
e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de dro-
gas, e com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso
indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
de usuários e dependentes de drogas. CONTRA A MULHER (LEI 11.340/06);
16
LEIS ESPECIAIS
17
LEIS ESPECIAIS
(artigo 12, I), oportunidade na qual esta é informada dos Após, esgota-se a atividade do JVDFM ou da Vara Cri-
direitos e serviços disponíveis existentes (artigo 11, V), in- minal no tocante às medidas de urgência. Controvérsias
clusive medidas protetivas disponíveis (artigo. 12, §1°); a quanto ao adimplemento do acordo no toante a matéria
vítima é encaminhada ao hospital com transporte seguro e cível ou de Direito de Família devem ser discutidas nas va-
acompanhamento para retirar seus pertences do lar (artigo ras Cíveis ou de Família.
11); instaura-se o inquérito policial (artigo 12, VII); a polícia O inquérito policial continua independente do defe-
toma por termo o pedido de medidas urgentes (artigo 12, rimento de medida protetiva ou de acordo realizado em
§1°), formalizando-se a representação na mesma ocasião juízo, devendo ser remetido à justiça quando encerrado e
(artigo 12, I); a autoridade policial pode solicitar a prisão do distribuído ao mesmo juízo que apreciou a medida caute-
agressor (artigo 20). lar, que será a este apensada. Em seguida, os autos serão
Para a busca de medidas protetivas faz-se necessária remetidos ao Ministério Público para oferecimento de de-
somente a ouvida da ofendida, anexadas apenas as provas núncia.
que estiverem disponíveis e em sua posse (artigo 12, §2°).
Logo, não é preciso tomar depoimento do agressor ou de 7) Ministério Público
testemunhas e nem realizar exame de corpo de delito, pro- A participação do Ministério Público é indispensável e
vidências que devem instruir exclusivamente o inquérito ele tem legitimidade para agir como parte, intervindo nas
policial. ações cíveis e criminais (artigo 25). Pode, ainda, exercer a
No inquérito policial é determinada a realização do defesa dos interesses e direitos transindividuais (artigo 37).
exame de corpo de delito e outros que se fizerem necessá- Devem ser comunicadas ao promotor as medidas adotadas
rios (artigo 12, IV) e são colhidos os depoimentos do agres- (artigo 22, §1°), podendo ele requerer outras providências
sor e das testemunhas (artigo 12, VI). ou a substituição das medidas (artigo 19), bem como a pri-
são do agressor (artigo 20).
6) Procedimento judicial Quando a vítima manifestar o interesse em desistir da
O pedido de medidas de urgência é encaminhado à ação, o Ministério Público deverá estar presente (artigo 16).
justiça em até 48 horas, quando é autuado e distribuído às
Varas Criminais, enquanto não existir juízo especializado na 8) A polêmica sobre o delito de lesão corporal
comarca. A Lei n. 9.099/95 estabeleceu que a lesão corporal leve
O juiz pode deferir medidas cautelares em sede de li- a lesão culposa são delitos de menor potencial ofensivo
minar (tenham ela sido requeridas pela ofendida ou pelo (artigo 88), restando condicionadas à representação. Entre-
Ministério Público ou não, conforme os artigos 12, III; 18; tanto, não houve modificação no Código Penal.
19 e 19, §3°), designar audiência de justificação ou inde- Já a Lei n. 11.340 (Lei Maria da Penha), em seu artigo
feri-las de plano. Assim, o juiz pode determinar de ofício 41, afastou a aplicação da Lei n. 9.099/95 aos crimes prati-
as medidas que entender de direito (artigos 20, 22, §4°, 23 cados com violência doméstica e familiar contra a mulher,
e 24), por exemplo, afastamento do agressor do lar, im- independente da pena prevista.
pedimento de que este se aproxime da casa, vedação de Desta forma, não é possível falar em ação penal pú-
comunicação com a família, suspensão de visitas, encami- blica condicionada à representação nas lesões corporais
nhamento da mulher e dos filhos a lugar seguro, fixação de leves cometidas no âmbito das relações familiares, diante
alimentos provisórios ou provisionais, restituição de bens do afastamento por lei posterior da lei que prevê nestes
da ofendida, suspensão de procuração por esta outorgada termos.
ao agressor, proibição temporária da venda de bens co- Além disso, o aumento da pena do delito de lesão
muns etc. corporal para 3 anos (artigo 44) afasta a possibilidade de
Para garantir a efetividade destas medidas, o juiz pode, aplicação de medidas de despenalização e suspensão con-
a qualquer momento, utilizar força policial (artigo 22, §3°) dicional do processo, somente cabíveis em delitos que te-
ou decretar a prisão preventiva do agressor (artigo 20). nham por pena mínima cominada igual ou inferior a 1 ano.
O magistrado pode, ainda, determinar a inclusão da O entendimento foi consolidado na súmula 542 do Su-
vítima em programas assistenciais (artigo 9°, §1°). À ofendi- perior Tribunal da Justiça: “A ação penal relativa ao crime
da é assegurado o acesso prioritário à remoção, se ela for de lesão corporal resultante de violência doméstica contra
funcionária pública, e, se trabalhar na iniciativa privada, a a mulher é pública incondicionada”.
manutenção do vínculo empregatício por até seis meses de
for necessário o afastamento do local de trabalho (artigo 9) Necessidade de representação e possibilidade de
9°, §2°). renúncia
Deferida ou não a medida protetiva, é recomendável Pela Lei Maria da Penha, nos crimes de ação penal pú-
a designação de audiência para se ouvir o agressor e para blica condicionada, a vítima pode renunciar à representa-
tentar resolver consensualmente os temas como guarda ção (artigo 16). Esta representação é tomada por termo
dos filhos, regulamentação de visitas, definição dos ali- pela autoridade policial quando ela registra a ocorrência
mentos. Realizado o acordo, prossegue o inquérito policial, (artigo 12, I). No entanto, só há esta possibilidade nos de-
pois o acordo não significa a renúncia à representação. Na litos que o Código Penal classifica como de ação pública
audiência estarão o Ministério Público (artigo 25) e as par- condicionada à representação, por exemplo, nos crimes
tes com seus advogados (artigo 27). contra a liberdade sexual e no de ameaça.
18
LEIS ESPECIAIS
A vontade de desistir deve ser comunicada pela ofen- Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e
dida ao cartório da Vara na qual foi distribuída a medida de outros tratados internacionais ratificados pela República
protetiva de urgência, comunicando-se ao juiz que realiza- Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados
rá audiência, o mais rápido possível, na qual deverá estar de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e esta-
presente o Ministério Público. Após a renúncia, deverá ha- belece medidas de assistência e proteção às mulheres em
ver comunicação à autoridade policial para que arquive o situação de violência doméstica e familiar.
inquérito policial. Se o inquérito já tiver sido remetido ao
juízo, a extinção somente pode ocorrer até o recebimento Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe,
da denúncia. raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educa-
cional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais
10) Dos delitos e das penas inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as
A Lei Maria da Penha não fez alterações relevantes no oportunidades e facilidades para viver sem violência, pre-
Código Penal, limitando-se a aumentar a pena máxima e servar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento mo-
diminuir a pena mínima do delito de lesão corporal: de seis ral, intelectual e social.
meses a um ano para de três meses a três anos. Além dis-
so, estabeleceu uma majorante (artigo 129, §9°, CP) e uma Art. 3o Serão asseguradas às mulheres as condições
agravante (artigo 61, II, CP). para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança,
Não deve ser considerado como de ação penal públi- à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia,
ca condicionada à representação os crimes de lesões cor- ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cida-
porais leves ou culposas, diante do afastamento da Lei n. dania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência
9.099/95. Assim, são crimes de ação penal pública incondi- familiar e comunitária.
cionada, motivo pelo qual não é possível a renúncia ou a § 1o O poder público desenvolverá políticas que visem
desistência. garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das
Não incidindo a Lei n. 9.099/95 também não há possi- relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-
bilidade de suspensão condicional do processo, composi- -las de toda forma de negligência, discriminação, explora-
ção de danos ou aplicação imediata de pena não-privativa ção, violência, crueldade e opressão.
de liberdade. Neste sentido, reforça o artigo 17 da Lei Ma- § 2o Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar
ria da Penha. as condições necessárias para o efetivo exercício dos di-
Igualmente, por conta do afastamento da Lei dos Jui- reitos enunciados no caput.
zados Especiais, não pode o Ministério Público propor
transação penal ou aplicar imediatamente a pena restritiva Art. 4o Na interpretação desta Lei, serão considerados
de direito ou multa. os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as con-
Entretanto, é possível a suspensão condicional da pena dições peculiares das mulheres em situação de violência
(artigo 77, CP) e a sua substituição por medida restritiva de doméstica e familiar.
direitos (artigo 43, CP), isto porque tais benefícios estão
previstos no Código Penal, aplicável na Lei Maria da Penha. TÍTULO II
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. MULHER
CAPÍTULO I
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica DISPOSIÇÕES GERAIS
e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226
da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência
de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou
da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradi- omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, so-
car a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos frimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; patrimonial:
altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida
Execução Penal; e dá outras providências. como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agrega-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: das;
II - no âmbito da família, compreendida como a comu-
TÍTULO I nidade formada por indivíduos que são ou se consideram
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por
vontade expressa;
Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e preve- III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o
nir a violência doméstica e familiar contra a mulher, agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, inde-
nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da pendentemente de coabitação.
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Vio- Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste
lência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para artigo independem de orientação sexual.
19
LEIS ESPECIAIS
Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher cias e à frequência da violência doméstica e familiar contra a
constitui uma das formas de violação dos direitos humanos. mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados
nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das
CAPÍTULO II medidas adotadas;
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMI- III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos
LIAR CONTRA A MULHER valores éticos e sociais da pessoa e da família, de forma
a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou exa-
Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar cerbem a violência doméstica e familiar, de acordo com o
contra a mulher, entre outras: estabelecido no inciso III do art. 1o, no inciso IV do art. 3o e
I - a violência física, entendida como qualquer conduta no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal;
que ofenda sua integridade ou saúde corporal; IV - a implementação de atendimento policial espe-
II - a violência psicológica, entendida como qualquer cializado para as mulheres, em particular nas Delegacias
conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da de Atendimento à Mulher;
auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno de- V - a promoção e a realização de campanhas educati-
senvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas vas de prevenção da violência doméstica e familiar con-
ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante amea- tra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em
ça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção
vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chanta- aos direitos humanos das mulheres;
gem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes,
vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde termos ou outros instrumentos de promoção de parce-
psicológica e à autodeterminação; ria entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades
III - a violência sexual, entendida como qualquer não-governamentais, tendo por objetivo a implementação
conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a de programas de erradicação da violência doméstica e fami-
participar de relação sexual não desejada, mediante in- liar contra a mulher;
timidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e
a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos
sexualidade, que a impeça de usar qualquer método con- profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas enunciados
traceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao no inciso I quanto às questões de gênero e de raça ou etnia;
aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, su- VIII - a promoção de programas educacionais que disse-
borno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício minem valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pes-
de seus direitos sexuais e reprodutivos; soa humana com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os
conduta que configure retenção, subtração, destruição níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos hu-
parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, manos, à equidade de gênero e de raça ou etnia e ao proble-
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos ma da violência doméstica e familiar contra a mulher.
econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas neces-
sidades; CAPÍTULO II
V - a violência moral, entendida como qualquer con- DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE
duta que configure calúnia, difamação ou injúria. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
20
LEIS ESPECIAIS
§ 3o A assistência à mulher em situação de violência § 1o O pedido da ofendida será tomado a termo pela
doméstica e familiar compreenderá o acesso aos benefícios autoridade policial e deverá conter:
decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, I - qualificação da ofendida e do agressor;
incluindo os serviços de contracepção de emergência, a II - nome e idade dos dependentes;
profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e III - descrição sucinta do fato e das medidas proteti-
da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros vas solicitadas pela ofendida.
procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de § 2o A autoridade policial deverá anexar ao documen-
violência sexual. to referido no § 1o o boletim de ocorrência e cópia de
todos os documentos disponíveis em posse da ofendida.
CAPÍTULO III § 3o Serão admitidos como meios de prova os laudos
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL ou prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos
de saúde.
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de vio-
lência doméstica e familiar contra a mulher, a autoridade TÍTULO IV
policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de DOS PROCEDIMENTOS
imediato, as providências legais cabíveis. CAPÍTULO I
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste DISPOSIÇÕES GERAIS
artigo ao descumprimento de medida protetiva de ur-
gência deferida. Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das
causas cíveis e criminais decorrentes da prática de violência
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de vio- doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão as nor-
lência doméstica e familiar, a autoridade policial deverá, en- mas dos Códigos de Processo Penal e Processo Civil e da
tre outras providências: legislação específica relativa à criança, ao adolescente e
I - garantir proteção policial, quando necessário, co- ao idoso que não conflitarem com o estabelecido nesta Lei.
municando de imediato ao Ministério Público e ao Poder
Judiciário;
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Fami-
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de
liar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com
saúde e ao Instituto Médico Legal;
competência cível e criminal, poderão ser criados pela
III - fornecer transporte para a ofendida e seus depen-
União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados,
dentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco
para o processo, o julgamento e a execução das causas de-
de vida;
correntes da prática de violência doméstica e familiar con-
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegu-
tra a mulher.
rar a retirada de seus pertences do local da ocorrência
ou do domicílio familiar; Parágrafo único. Os atos processuais poderão reali-
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos zar-se em horário noturno, conforme dispuserem as nor-
nesta Lei e os serviços disponíveis. mas de organização judiciária.
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e fa- Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para
miliar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deve- os processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:
rá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes I - do seu domicílio ou de sua residência;
procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;
de Processo Penal: III - do domicílio do agressor.
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e
tomar a representação a termo, se apresentada; Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à
II - colher todas as provas que servirem para o esclare- representação da ofendida de que trata esta Lei, só será
cimento do fato e de suas circunstâncias; admitida a renúncia à representação perante o juiz, em
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ex- audiência especialmente designada com tal finalidade, an-
pediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a tes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Pú-
concessão de medidas protetivas de urgência; blico.
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo
de delito da ofendida e requisitar outros exames periciais Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência
necessários; doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta
V - ouvir o agressor e as testemunhas; básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar substituição de pena que implique o pagamento isolado de
aos autos sua folha de antecedentes criminais, indican- multa.
do a existência de mandado de prisão ou registro de outras
ocorrências policiais contra ele;
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito po-
licial ao juiz e ao Ministério Público.
21
LEIS ESPECIAIS
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos pro- Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo
cessuais relativos ao agressor, especialmente dos pertinen- de outras medidas:
tes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intima- I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a progra-
ção do advogado constituído ou do defensor público. ma oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento;
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar inti- II - determinar a recondução da ofendida e a de seus
mação ou notificação ao agressor. dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento do
agressor;
Seção II III - determinar o afastamento da ofendida do lar,
Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos
o Agressor e alimentos;
IV - determinar a separação de corpos.
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e
familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da so-
aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separada- ciedade conjugal ou daqueles de propriedade particular
mente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as se-
outras: guintes medidas, entre outras:
22
LEIS ESPECIAIS
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de vio-
agressor à ofendida; lência doméstica e familiar o acesso aos serviços de De-
II - proibição temporária para a celebração de atos e fensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita,
contratos de compra, venda e locação de propriedade em nos termos da lei, em sede policial e judicial, mediante aten-
comum, salvo expressa autorização judicial; dimento específico e humanizado.
III - suspensão das procurações conferidas pela ofen-
dida ao agressor; TÍTULO V
IV - prestação de caução provisória, mediante depó- DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR
sito judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da
prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida. Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Fa-
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório com- miliar contra a Mulher que vierem a ser criados poderão
petente para os fins previstos nos incisos II e III deste artigo. contar com uma equipe de atendimento multidiscipli-
nar, a ser integrada por profissionais especializados nas
Seção IV áreas psicossocial, jurídica e de saúde.
Do Crime de Descumprimento de Medidas Proteti-
vas de Urgência Descumprimento de Medidas Proteti- Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidis-
vas de Urgência ciplinar, entre outras atribuições que lhe forem reservadas
pela legislação local, fornecer subsídios por escrito ao juiz,
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere ao Ministério Público e à Defensoria Pública, mediante lau-
medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei: dos ou verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. de orientação, encaminhamento, prevenção e outras me-
§ 1o A configuração do crime independe da competên- didas, voltados para a ofendida, o agressor e os familiares,
cia civil ou criminal do juiz que deferiu as medidas. com especial atenção às crianças e aos adolescentes.
§ 2o Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a
Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avalia-
autoridade judicial poderá conceder fiança.
ção mais aprofundada, o juiz poderá determinar a manifes-
§ 3o O disposto neste artigo não exclui a aplicação de
tação de profissional especializado, mediante a indicação
outras sanções cabíveis.
da equipe de atendimento multidisciplinar.
CAPÍTULO III
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua pro-
DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
posta orçamentária, poderá prever recursos para a cria-
ção e manutenção da equipe de atendimento multidis-
Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não
ciplinar, nos termos da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes da vio-
lência doméstica e familiar contra a mulher. TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo
de outras atribuições, nos casos de violência doméstica e Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Vio-
familiar contra a mulher, quando necessário: lência Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas cri-
I - requisitar força policial e serviços públicos de minais acumularão as competências cível e criminal
saúde, de educação, de assistência social e de segurança, para conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de
entre outros; violência doméstica e familiar contra a mulher, observadas
II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e parti- as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação
culares de atendimento à mulher em situação de violên- processual pertinente.
cia doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas Parágrafo único. Será garantido o direito de preferên-
administrativas ou judiciais cabíveis no tocante a quaisquer cia, nas varas criminais, para o processo e o julgamento das
irregularidades constatadas; causas referidas no caput.
III - cadastrar os casos de violência doméstica e fami-
liar contra a mulher. TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS
CAPÍTULO IV
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Do-
méstica e Familiar contra a Mulher poderá ser acompa-
Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, nhada pela implantação das curadorias necessárias e do
a mulher em situação de violência doméstica e familiar de- serviço de assistência judiciária.
verá estar acompanhada de advogado, ressalvado o pre-
visto no art. 19 desta Lei. Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Mu-
nicípios poderão criar e promover, no limite das respectivas
competências:
23
LEIS ESPECIAIS
24
LEIS ESPECIAIS
25
LEIS ESPECIAIS
II - enfermidade incurável; Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
IV - deformidade permanente; Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
V - aborto: § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações des-
Pena - reclusão, de dois a oito anos. critas no caput com alguém que, por enfermidade ou defi-
Art. 129, § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evi- ciência mental, não tem o necessário discernimento para a
denciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode
risco de produzi-lo: oferecer resistência.
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. § 2o (VETADO).
Não é qualquer lesão gravíssima ou seguida de mor- § 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza
te, mas apenas praticado contra autoridade ou agente do grave:
sistema de segurança pública, no exercício ou em razão da Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
função, ou então seu parente até 3o grau/cônjuge/compa- § 4o Se da conduta resulta morte:
nheiro, em razão da função. Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o);
Art. 157, § 3º [...] se resulta morte, a reclusão é de vinte Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de
a trinta anos, sem prejuízo da multa. germes patogênicos:
Trata-se do roubo seguido de morte. Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); dobro.
Art. 157, § 2º Aplica-se à extorsão praticada mediante
violência o disposto no § 3º do artigo anterior. VII-A - (VETADO);
Trata-se de extorsão da qual resultou morte, aplican- VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alte-
do-se pena de reclusão de 20 a 30 anos, tal como a do ração de produto destinado a fins terapêuticos ou medi-
latrocínio. cinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação
dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998);
26
LEIS ESPECIAIS
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar pro- c) submeter intencionalmente o grupo a condições de
duto destinado a fins terapêuticos ou medicinais: existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. ou parcial;
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, ven- d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos
de, expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de no seio do grupo;
qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo
falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. para outro grupo;
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere Será punido:
este artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insu- Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso
mos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de da letra a;
uso em diagnóstico. Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b;
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica Com as penas do art. 270, no caso da letra c;
Com as penas do art. 125, no caso da letra d;
as ações previstas no § 1º em relação a produtos em qual-
Com as penas do art. 148, no caso da letra e;
quer das seguintes condições:
Art. 2º Associarem-se mais de 3 (três) pessoas para prá-
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância
tica dos crimes mencionados no artigo anterior:
sanitária competente;
Pena: Metade da cominada aos crimes ali previstos.
II - em desacordo com a fórmula constante do registro Art. 3º Incitar, direta e publicamente alguém a cometer
previsto no inciso anterior; qualquer dos crimes de que trata o art. 1º:
III - sem as características de identidade e qualidade ad- Pena: Metade das penas ali cominadas.
mitidas para a sua comercialização; § 1º A pena pelo crime de incitação será a mesma de
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua crime incitado, se este se consumar.
atividade; § 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço), quando
V - de procedência ignorada; a incitação for cometida pela imprensa.
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da auto-
ridade sanitária competente. Lei no 10.826/2003
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber,
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra for- ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamen-
ma de exploração sexual de criança ou adolescente ou te, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou
de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou ou restrito, sem autorização e em desacordo com determina-
outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (de- ção legal ou regulamentar:
zoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
não tem o necessário discernimento para a prática do ato, Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
§ 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem II – modificar as características de arma de fogo, de for-
econômica, aplica-se também multa. ma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido
§ 2o Incorre nas mesmas penas: ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidino- induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explo-
so com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (cator-
sivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com
ze) anos na situação descrita no caput deste artigo;
determinação legal ou regulamentar;
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer
em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste
arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro si-
artigo. nal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuita-
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o mente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a
crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no criança ou adolescente; e
2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de posse ou porte VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização le-
ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. gal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.
16 da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos
tentados ou consumados. Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terro-
Lei no 2.889/1956 rismo são insuscetíveis de:
Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em I - anistia, graça e indulto;
parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal: II - fiança.
a) matar membros do grupo; Repete-se a disciplina constitucional do artigo 5o, XLIII,
b) causar lesão grave à integridade física ou mental de CF. O dispositivo constitucional não menciona o indulto, mas
membros do grupo; o STF já firmou entendimento de que a vedação é extensível.
27
LEIS ESPECIAIS
O STF julgou no Habeas Corpus 104339 que embora “Art. 157. [...]
não seja cabível fiança, é cabível liberdade provisória, sem- § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena
pre que ausentes os requisitos do art. 312, CPP. é de reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se
resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem pre-
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumpri- juízo da multa.
da inicialmente em regime fechado. Art. 159. [...]
O STF julgou no Habeas Corpus 111.840 que o dispo- Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
sitivo é inconstitucional e cabe, conforme o caso, o início § 1º [...]
do cumprimento da pena em regime diverso do fechado. Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
§ 2º [...]
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumpri- § 3º [...]
mento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. Art. 213. [...]
2/5 – apenado primário Pena - reclusão, de seis a dez anos.
3/5 – apenado reincidente Art. 214. [...]
Pena - reclusão, de seis a dez anos.
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz deci- Art. 223. [...]
dirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em Pena - reclusão, de oito a doze anos.
liberdade. Parágrafo único. [...]
Havendo condenação de primeira instância, o juiz de- Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
verá decidir se o réu poderá ou não apelar em liberdade. Art. 267. [...]
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no Art. 270. [...]
7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos nes- Pena - reclusão, de dez a quinze anos”.
te artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por
igual período em caso de extrema e comprovada neces- Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o se-
sidade. guinte parágrafo:
A Lei no 7.960/1989 prevê prazo máximo de 5 dias “Art. 159. [...]
(prorrogável por mais 5), que é ampliado para os crimes § 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o
hediondos, chegando a 30 dias (prorrogável por mais 30). coautor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a liberta-
ção do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de terços”.
segurança máxima, destinados ao cumprimento de pe-
nas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena
permanência em presídios estaduais ponha em risco a or- prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de
dem ou incolumidade pública. crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
Art. 4º (Vetado). Parágrafo único. O participante e o associado que de-
nunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois
inciso: terços.
Art. 288, CP. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas,
“Art. 83. [...] V - cumprido mais de dois terços da pena, para o fim específico de cometer crimes:
nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tor- Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
tura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terro- Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a
rismo, se o apenado não for reincidente específico em associação é armada ou se houver a participação de criança
crimes dessa natureza.” ou adolescente.
Trata-se de requisito para o livramento condicional Redução da pena – delação premiada – 1/3 a 2/3.
para os casos de crimes hediondos. Cabe o livramento
após 2/3 da pena cumpridos, exceto se o apenado for rein- Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capi-
cidente em crime hediondo ou equiparado. tulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º,
2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e e parágrafo único, 214 e sua combinação com o art. 223,
3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acresci-
270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a das de metade, respeitado o limite superior de trinta anos de
seguinte redação: reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses referi-
das no art. 224 também do Código Penal.
28
LEIS ESPECIAIS
O art. 224, CP foi revogado, logo, o dispositivo em co- 2. (INSTITUTO AOCP/2017 - SEJUS - Agente Pe-
mento perde efeito. nitenciário) Constitui crime hediondo, previsto na Lei
8.072/1990,
Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de a) o favorecimento da prostituição ou de outra forma
1976, passa a vigorar acrescido de parágrafo único, com a de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vul-
seguinte redação: nerável.
“Art. 35. [...] b) constranger alguém, mediante violência ou grave
Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capí- ameaça e com o intuito de obter para si ou para outrem
tulo serão contados em dobro quando se tratar dos crimes indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça
previstos nos arts. 12, 13 e 14”. ou deixar de fazer alguma coisa.
c) lesão corporal leve quando cometida contra agente
Art. 11. (Vetado). do sistema prisional.
d) homicídio simples praticado por qualquer cidadão.
Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publica-
ção. R: A. Trata-se de tipo descrito no art. 1o, VIII da lei de
crimes hediondos.
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.
Incidência da Lei
A lei de discriminação e preconceito apresenta diversas
formas de condutas criminosas que constituem atos de se-
gregação tendo por base, dentre outros aspectos, o racial.
Todos eles apresentam uma conexão com seu artigo pri-
meiro, onde afirma que ‘serão punidos, na forma desta Lei,
29
LEIS ESPECIAIS
os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de blico; a entradas sociais de edifícios, incluindo-se o uso de
raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional’. Isso sig- elevadores; a transporte público nas mais diversas formas;
nifica que todas as condutas incriminadas devem ocorrer às forças armadas; ao casamento.
com orientação desse artigo. Todos os delitos dessa legislação são dolosos, admi-
tem concurso de pessoas na forma de coautoria e parti-
Etimologia cipação e são crimes de ação penal pública incondicio-
Discriminação é sinônimo de distinção. Na lei tem a nada, independem da vontade da vítima para investigação
conotação de discriminação social, no sentido de propiciar e consequente processo. Possuem ainda o mesmo objeto
a exclusão social de uma pessoa pelo mero fato de perten- jurídico, que é a igualdade constitucional.
cer a uma raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Preconceito significa um conceito pré-estabelecido, Crimes em espécie
que existe antes mesmo de se conhecer especificadamente
o objeto do preconceito, no caso, uma pessoa. Assim, pelo Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devida-
simples fato de alguém ser de certa raça, cor, etnia, religião mente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta
ou precedência nacional a outra pessoa a maltrata e a ex- ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços pú-
clui, sem nem ao menos conhecê-la. blicos.
Vale, ainda, distinguir as espécies de discriminações e Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por
preconceitos coibidos pela lei: motivo de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou pro-
- Raça - termo biológico referente a aspectos morfo- cedência nacional, obstar a promoção funcional.
lógicos como cor da pele e composição física, que perde Pena: reclusão de dois a cinco anos.
cada vez mais força, notadamente pela forte miscigenação Assim, todas as pessoas, independentemente de raça,
social. cor, etnia, religião ou procedência nacional, concorrem
- Cor - termo biológico ainda mais estrito que o de igualmente a cargos públicos na administração direta ou
raça, aplicando-se apenas à cor da pele. indireta, além das prestadoras de serviços públicos, ava-
- Etnia - termo sociológico, aplicando-se a grupos com liando-se apenas sua capacidade. Da mesma forma, o mais
afinidades linguísticas e culturais. competente é o que deve ser promovido. Comete o crime
- Religião - crença espiritual adotada pela pessoa, por o servidor público que for responsável pela avaliação dos
exemplo, catolicismo, judaísmo, umbanda, etc. candidatos num concurso público e/ou o que controlar o
- Procedência nacional - país de origem. quadro de funcionários da instituição.
30
LEIS ESPECIAIS
Além disso, como se extrai dos incisos do §1º, o funcio- Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edi-
nário não pode ser discriminado no exercício de suas fun- fícios públicos ou residenciais e elevadores ou escada de
ções, seja pelas condições de segurança, seja quanto à pro- acesso aos mesmos:
moção no quadro funcional, seja quanto à remuneração. Pena: reclusão de um a três anos.
É proibido selecionar elevadores ou escadas para pes-
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento soas de etnia, raça, cor ou procedência nacional diferen-
comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ciados.
ou comprador.
Pena: reclusão de um a três anos. Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes pú-
O funcionário de uma loja não pode deixar de atender blicos, como aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens,
uma pessoa por sua aparência, por exemplo, por achar que metrô ou qualquer outro meio de transporte concedido.
ela não tem condições de ali comprar, praticando o crime Pena: reclusão de um a três anos.
do artigo 5º. Responde não só o funcionário que se negue a Basta que a pessoa pague, se for o caso, pelo uso do
atender, mas eventual superior que assim tenha determinado. transporte que poderá fazê-lo, não cabendo impedir o
acesso apenas pela etnia, raça, cor, religião ou procedência
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou in- nacional.
gresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou
privado de qualquer grau. Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao servi-
Pena: reclusão de três a cinco anos. ço em qualquer ramo das Forças Armadas.
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor Pena: reclusão de dois a quatro anos.
de dezoito anos a pena é agravada de 1/3 (um terço). Podem se alistar todos os brasileiros com condições
Não significa que processos seletivos sejam proibidos, físicas e psicológicas objetivamente estabelecidas para ser-
mas que nestes não se pode impedir o ingresso de uma vir. Não importa de qual raça, cor, etnia, religião ou pro-
pessoa capacitada apenas por sua raça ou etnia. O crime cedência nacional a pessoa seja, desde que seja brasileiro.
é mais grave se o preconceito é cometido contra criança
e adolescente, sendo majorado, ante o natural constrangi- Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma,
mento pelo qual esta pessoa em formação e que ainda não o casamento ou convivência familiar e social.
tem plena compreensão da vida em sociedade irá passar. Pena: reclusão de dois a quatro anos.
É garantida a liberdade para o casamento ou constituir
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em família entre pessoas de qualquer raça, cor, etnia, religião
hotel, pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento si- ou procedência nacional.
milar.
Pena: reclusão de três a cinco anos. Art. 20, § 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicu-
Se uma pessoa pode pagar para se hospedar, não lar símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propa-
pode ser impedida de fazê-lo por mero preconceito ou ganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de
discriminação. divulgação do nazismo.
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em O nazismo é uma das práticas de preconceito mais
restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes condenáveis, que defende a existência de uma raça supe-
abertos ao público. rior, a ariana, em relação às demais pessoas, notadamente
Pena: reclusão de um a três anos. judeus, negros, homossexuais, etc. O nazismo foi a ideolo-
Locais voltados à alimentação que são abertos ao pú- gia por trás de uma das maiores tragédias da humanidade,
blico não podem selecionar os clientes apenas pela etnia, a 2ª Guerra Mundial, sendo pregado pelo regime alemão
cor ou raça. Tanto o funcionário que o fizer quanto o dono durante este período.
que assim tiver orientado responde pelo crime.
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em es- ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedên-
tabelecimentos esportivos, casas de diversões, ou clubes cia nacional.
sociais abertos ao público. Pena: reclusão de um a três anos e multa.
Pena: reclusão de um a três anos. Em seu artigo 20, caput, a Lei nº 7.716/1989 apresenta
Parques e clubes abertos ao público não podem sele- uma fórmula genérica e de maior abrangência ao dispor
cionar frequentadores pela raça ou etnia. como crime ‘praticar, induzir ou incitar a discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência na-
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em cional’, de forma a abranger qualquer ato caracterizador de
salões de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de discriminação ou preconceito, e de certo modo englobar
massagem ou estabelecimento com as mesmas finalidades. todos os artigos anteriores que descrevem atos de segre-
Pena: reclusão de um a três anos. gação. Isto garante a efetividade da lei, pois alguma falha
Também não é aceitável a seleção de clientes em esta- no tipo específico permite o enquadramento neste tipo
belecimentos voltados à estética. genérico.
31
LEIS ESPECIAIS
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes re- Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em sa-
sultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, lões de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de massa-
religião ou procedência nacional. gem ou estabelecimento com as mesmas finalidades.
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LEIS ESPECIAIS
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LEIS ESPECIAIS
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LEIS ESPECIAIS
O artigo V da Declaração de 1948 prevê que “ninguém da Declaração traz uma fórmula genérica para a finalida-
será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo de da tortura consistente em qualquer motivo baseado
cruel, desumano ou degradante”, previsão repetida no ar- em discriminação de qualquer natureza. Não obstante,
tigo 7º do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos exclui as sanções legítimas e lembra que se a lei nacional
e no artigo 5º da Convenção Americana sobre os Direitos ou internacional trouxer conceito mais amplo este preva-
Humanos. Vale lembrar que a tortura é o clássico tipo de lecerá.
tratamento cruel. No Brasil, a Constituição de 1988 prevê no artigo 5o, III
Há uma preocupação especial da comunidade interna- que “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento
cional de vedar tais práticas. Neste sentido, na esfera das desumano ou degradante” e considera a prática de tortura
Nações Unidas, tem-se a Declaração sobre a Proteção de como crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia
Todas as Pessoas contra a Tortura e Outras Penas ou Trata- (para o STF, a proibição se estende ao indulto).
mentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes, adotada pela Pela lei infraconstitucional, a tortura é disciplinada pela
Assembleia Geral em 9 de dezembro de 1975, e a Conven- Lei no 9.455, de 07 de abril de 1997, que tipifica o crime de
ção contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, tortura em seu artigo 1o, com pena de reclusão de 2 a 8 anos.
Desumanos ou Degradantes, adotada pela Assembleia Ge- Diferentemente da disciplina internacional, a tortu-
ral em 10 de dezembro de 1984 e ratificada pelo Brasil em ra não é ato exclusivamente praticado por funcionário
28 de setembro de 1989. público ou terceiro particular às suas ordens (seria crime
Na referida Declaração, o artigo 1º traz um conceito próprio) e sim ato que pode ser praticado, em regra, por
de tortura: “1. Sob os efeitos da presente declaração, será qualquer pessoa. Desta feita, o que distinguirá a tortura de
entendido por tortura todo ato pelo qual um funcionário outros tipos penais não será a condição do agente, mas sim
público, ou outra pessoa a seu poder, inflija intencional- a finalidade do ato ou mesmo a intensidade do sofrimen-
mente a uma pessoa penas ou sofrimentos graves, sendo to causado (esse é o critério para distinguir da prática de
eles físicos ou mentais, com o fim de obter dela ou de maus-tratos, art. 136, CP).
um terceiro informação ou uma confissão, de castigá-la
por um ato que tenha cometido ou seja suspeita de que LEI NO 9.455, DE 07 DE ABRIL DE 1997
tenha cometido, ou de intimidar a essa pessoa ou a outras.
[...]”. No documento o conceito de tortura pode ser assim Define os crimes de tortura e dá outras providências.
subdividido: a) ação, não omissão; b) praticada por funcio-
nário público ou alguém sob sua autoridade; c) com dolo Art. 1º Constitui crime de tortura:
(intenção); d) contra uma pessoa; e) consistente em penas I - constranger alguém com emprego de violência
ou sofrimentos graves, físicos ou mentais; f) visando - ob- ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou
tenção de informação ou confissão, castigo ou intimidação. mental:
Pelo mesmo dispositivo, a pena privativa de liberdade a) com o fim de obter informação, declaração ou
que seja aplicada em obediência à lei, ou seja, sem arbi- confissão da vítima ou de terceira pessoa;
trariedade, em respeito aos direitos humanos consagrados Tortura-prova ou tortura-persecutória
nas Regras Mínimas para o Tratamento dos Reclusos, não é
tortura. O que constitui tortura é “[...] uma forma agravada b) para provocar ação ou omissão de natureza cri-
e deliberada de tratamento ou de pena cruel, desumana ou minosa;
degradante”. Tortura para a prática de crime ou tortura-crime
Merece evidência, ainda, o artigo 3º da Declaração:
“Nenhum Estado poderá tolerar a tortura ou tratos ou c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
penas cruéis, desumanos ou degradantes. Não poderão Tortura discriminatória ou tortura-racismo
ser invocadas circunstâncias excepcionais tais como es-
tado de guerra ou ameaça de guerra, instabilidade política Sujeito ativo: crime comum, qualquer pessoa.
interna ou qualquer outra emergência pública como justi- Sujeito passivo: qualquer pessoa.
ficativa da tortura ou outros tratamentos ou penas cruéis, Elemento subjetivo: dolo, específico, variando para
desumanos ou degradantes”. A tortura é uma ofensa ta- cada um dos três tipos.
manha à dignidade da pessoa humana que em nenhuma Tipo objetivo: constranger alguém mediante violência
hipótese pode ser praticada, suspendendo ou excetuando ou grave ameaça, gerando sofrimento físico ou mental, é
as garantias que a envolvem. conduta plurissubsistente, logo, admite tentativa.
Os outros artigos da Declaração tratam dos deveres
estatais de criminalização e punição da tortura, bem como II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou au-
de conscientização em treinamento de seus agentes a res- toridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a
peito de sua vedação e de reparação dos danos causados, intenso sofrimento físico ou mental, como forma de apli-
encerrando com a invalidação de qualquer declaração ou car castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
confissão proferida nestas condições. Tortura-castigo
Em geral, a Convenção mencionada apenas amplia as Sujeito ativo: crime próprio, pois a pessoa deve ter atri-
questões protetivas tratadas na Declaração, merecendo buto especial consistente em guarda, poder ou autoridade
destaque o seu artigo 1º, que diferente do primeiro artigo sobre a outra.
35
LEIS ESPECIAIS
Sujeito passivo: qualquer pessoa que esteja sob guar- II – se o crime é cometido contra criança, gestante,
da, poder ou autoridade de outrem. portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
Elemento subjetivo: dolo, específico pois deve ser for- (sessenta) anos;
ma de castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. III - se o crime é cometido mediante sequestro.
Tipo objetivo: a conduta de submeter alguém a violên- Causas de aumento de pena
cia ou grave ameaça, intenso sofrimento físico ou mental, é Se aplicam a todos os tipos anteriores.
plurissubsistente e, como tal, admite tentativa. Se houver mais de uma causa presente, o juiz apenas
aumenta a pena uma vez, no montante máximo de 1/3.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, fun-
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa ção ou emprego público e a interdição para seu exercí-
presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento fí- cio pelo dobro do prazo da pena aplicada.
sico ou mental, por intermédio da prática de ato não pre- Se o sujeito ativo for funcionário público, perderá o
visto em lei ou não resultante de medida legal. cargo, função ou emprego; se não for, ficará impedido de
Tortura de preso ou de pessoa sujeita a medida de obtê-lo ou de tentar retornar a cargo diverso, pelo dobro
segurança do prazo da pena empregada.
Sujeito ativo: crime comum, qualquer pessoa, mas na
prática será comumente cometido por quem tenha pode- § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível
res no âmbito da detenção, como carcereiro ou agente pri- de graça ou anistia.
sional, ou da medida de segurança, como enfermeiro. Também é insuscetível de indulto.
Sujeito passivo: apenas pode ser pessoa presa ou sujei-
ta a medida de segurança. § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo
Elemento subjetivo: dolo. a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em
Tipo objetivo: submeter a sofrimento físico ou men- regime fechado.
Salvo no caso de omissão para a prática de tortura, o
tal diverso de ato típico previsto em lei ou resultante de
regime inicial de cumprimento da pena seria fechado. En-
medida legal, que é plurissubsistente, admitindo tentativa.
tretanto, o STF afastou a obrigatoriedade de início de pena
Evidente que a pena e a medida de segurança tipicamente
em regime fechado para crimes hediondos e equiparados
geram um tipo de sofrimento, não é este abrangido pela
(HC 111.840/ES). Caberá ao juiz individualizar a pena, inclu-
conduta típica.
sive quanto ao regime de cumprimento.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas,
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o
quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na
crime não tenha sido cometido em território nacional,
pena de detenção de um a quatro anos. sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente
Omissão perante a tortura em local sob jurisdição brasileira.
Sujeito ativo: pessoa que tivesse autoridade para evitar Trata-se de hipótese de extraterritorialidade incondi-
ou apurar as condutas. cionada da lei penal. O legislador quis garantir a punição
Sujeito passivo: qualquer pessoa. da prática repulsiva da tortura independentemente da lo-
Elemento subjetivo: dolo. calização da vítima (sendo ela brasileira) ou da nacionalida-
Tipo objetivo: tratando-se de conduta omissiva, não de do agente (estando ele sob jurisdição brasileira).
admite tentativa.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou ção.
gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se
resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de
Tortura qualificada julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
Tortura + lesão grave ou gravíssima = reclusão, 4 a 10
anos. Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e
Tortura + morte = reclusão, 8 a 16 anos. 109º da República.
Em ambos casos, vai se verificar se o autor da condu-
ta realmente não quis nem assumiu o risco de produzir o
resultado da lesão grave/gravíssima ou da morte, ou seja,
a lesão grave/gravíssima ou a morte não podem ter sido
almejadas pelo autor, se forem, há concurso formal entre a
tortura e a lesão (art. 129, §§ 1o e 2o, CP) ou então homicídio
qualificado pela tortura (art. 121, §2o, III, CP).
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LEIS ESPECIAIS
EXERCÍCIOS
ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI
1. (UECE-CEV/2017 - SEAS - CE - Assistente Social / 10.826/03);
Pedagogo / Psicólogo) O disposto na Lei Federal nº 9.455
de 1997 (Lei da Tortura)
a) aplica-se quando o crime não tenha sido cometido
em território nacional, sendo a vítima estrangeira, ainda “As regras para se comprar uma arma e os mecanismos
que o agente não se encontre em local sob jurisdição bra- de controle destas no Brasil sempre foram falhos ou pra-
sileira. ticamente inexistentes. Isto gerou, por muitos anos, uma
b) não se aplica quando o crime não tenha sido come- grande entrada de armas em circulação no país. O fácil
tido em território nacional. acesso às armas de fogo sempre transformou os conflitos
c) aplica-se quando o crime não tenha sido cometido existentes na sociedade brasileira em tragédias.
em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encon- Em 1997, apareceram os primeiros movimentos pró-
trando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. -desarmamento no Brasil e o controle de armas de fogo
d) não se aplica quando o crime tenha sido cometido começou a entrar na pauta de preocupações nacional.
em território nacional, mas a vítima seja estrangeira. Neste mesmo ano, houve a primeira mudança na legisla-
ção, ainda bastante insipiente frente à realidade brasileira.
R: C. Prevê a Lei de Tortura (Lei no 9.455/97): “art. 2º. Afinal, mais de 80% dos crimes eram cometidos por armas
O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não de fogo.
tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima Os movimentos não pararam. Organizações passaram
brasileira ou encontrando-se o agente em local sob juris- a realizar eventos e atos públicos chamando a atenção da
dição brasileira”. população brasileira. Somando-se a isso, os dados e pes-
quisas que apareciam mostravam relação direta entre o
2. (CONSULPLAN/2017 - TRF - 2ª REGIÃO - Técnico fácil acesso às armas de fogo e o aumento do número de
Judiciário - Segurança e Transporte) Os crimes previstos homicídios, comprovando que quanto mais armas em cir-
na Lei de Tortura (Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997) NÃO culação, mais morte.
terão a sua pena aumentada de um sexto até um terço se Em junho de 2003, foi organizada uma Marcha Silen-
o crime for cometido ciosa, com sapatos de vítimas de armas de fogo em frente
a) por agente público. ao congresso nacional. Este fato chamou bastante atenção
b) mediante sequestro. da mídia e da opinião pública. Os legisladores tomaram
c) contra vítima de 55 anos. para si o tema e criaram uma comissão mista, com deputa-
d) contra portador de deficiência. dos federais e senadores para formular uma nova lei. Esta
comissão analisou todos os projetos que falavam sobre o
R: C. Preconiza o art. 1o em seu §4o: “Aumenta-se a tema nas duas casas e reescreveram uma lei conjunta: o
pena de um sexto até um terço: I - se o crime é cometido Estatuto do Desarmamento.
por agente público; II - se o crime é cometido contra crian- Depois de redigido, faltava a aprovação, tanto no Se-
ça, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior nado quanto na Câmara dos Deputados. O Estatuto foi fa-
de 60 (sessenta) anos; III - se o crime é cometido mediante cilmente aprovado no Senado, mas logo em seguida ficou,
sequestro”. mais de 3 meses parado esperando a aprovação na Câmara
dos Deputados. Lá enfrentou o poderosíssimo lobby das
armas, ou seja, deputados federais que na sua maioria tive-
ram as campanhas financiadas pelas indústrias de armas e
munições, a chamada Bancada da Bala.
No entanto, a pressão popular foi mais forte e o Es-
tatuto foi aprovado em outubro de 2004 na Câmara dos
Deputados. Voltou para o Senado novamente onde outra
vez foi aprovado rapidamente. No dia 23 de Dezembro o
Estatuto do Desarmamento foi sancionado pelo presidente
Luis Inácio Lula da Silva”2.
Alguns pontos essenciais do Estatuto merecem desta-
que em separado:
1) Armas
O estatuto do desarmamento se aplica apenas às ar-
mas de fogo, munições e acessórios. Não se aplica às ar-
mas brancas.
2 http://www.deolhonoestatuto.org.br/
37
LEIS ESPECIAIS
As armas podem ser próprias quando fabricadas para O tipo do artigo 16 se aplica tanto ao porte quanto
serem armas desde a sua origem, ou impróprias quando à posse de arma de uso restrito (mesma classificação do
não tem como finalidade ser arma mas ser usada como tal. artigo 14). O parágrafo único traz 6 ações diferentes que
constituem crimes autônomos.
2) Registro
Posse ou guarda - artigo 5º. 5) Prazo de regularização da arma ou entrega - ar-
A finalidade é autorizar o proprietário a manter a arma tigos 30 a 32
de fogo exclusivamente no interior de sua casa, domicílio O prazo limite foi prorrogado e já se encerrou em 31
ou local de trabalho. de dezembro de 2009 - artigo 20 (Lei nº 11706/08). Tra-
A falta de registro leva à criminalização - artigo 12. ta-se de abolitio criminis temporária: o fato deixa de ser
Posse irregular de arma: delito previsto no artigo 12. considerado crime por algum tempo.
A posse irregular é a posse sem registro. Trata-se de crime Os artigos 30 a 32 se aplicam só à posse, não ao porte.
comum (qualquer pessoa pode praticar), de perigo abstra- O artigo 30 fala que só se aplica à arma de uso permitido. O
to (presume-se o perigo), de conteúdo múltiplo ou variado artigo 31 fala em arma regularmente adquirida, presumin-
(mais de um verbo no tipo - possuir ou guardar), unissub- do-se logicamente que só se aplica às armas de uso permi-
jetivo (pode ser praticado por uma só pessoa), doloso, para tido, porque não é possível adquirir regularmente arma de
o qual não se admite tentativa. uso proibido. Já o artigo 32 não é expresso quanto à apli-
cação restrita às armas de uso permitido. Isto criou uma di-
3) SINARM vergência nos tribunais, que majoritariamente (inclusive STJ)
As armas de fogo possuem algumas características têm decidido que não se aplica às armas de uso proibido.
como: marca, calibre, quantidade de cartuchos (balas), e
outras mais complexas, como tipo da coronha, raias, etc. 6) Exame pericial
Existem ainda as armas comuns como garruchas e revol- Posição amplamente majoritária diz que o exame peri-
veres, que se diferenciam das armas automáticas, como cial é indispensável. A minoritária parte do pressuposto de
pistolas, metralhadoras e outras impróprias para o uso co- que o que a polícia diz que é arma, é arma. O laudo é nulo
mum, que são utilizadas pelas policias em operações espe- se o exame pericial for feito pelos policiais que fizeram a
ciais. Cabe ao SINARM catalogar e registrar todas as armas prisão em flagrante.
em circulação no Brasil.
Assim, o Sistema Nacional de Armas (SINARM), instituí- 7) Arma com defeito
do no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, Se o defeito existia e não era possível disparar a arma, a
com circunscrição em todo o território nacional, é respon- doutrina majoritária diz que não há crime, porque não exis-
sável pelo controle de armas de fogo em poder da popu- te arma de fogo; a doutrina minoritária diz que há crime,
lação, conforme previsto na Lei nº 10.826/03 (Estatuto do porque o objetivo da lei é proteger a segurança pública.
Desarmamento).
8) Arma sem munição
4) Porte Existem 3 posições: exige munição, porque não há cri-
Autoriza a pessoa a ter a arma consigo fora de casa ou me sem potencialidade lesiva; no se exige munição, desde
do trabalho. Para ter porte, precisa ter posse. que ela esteja ao alcance (ex: arma no porta-malas e mu-
O porte de uso para pessoas comuns em regra não é nição no bolso); não interessa se a arma está com munição
permitido - artigo 10. ou não por causa da objetividade jurídica, que é proteger
O porte para funcionários de segurança e colecionado- a segurança e a incolumidade (majoritária, recomendável
res que participam de eventos esportivos é eventual, ou seja, para o concurso da PRF).
somente é aceito em algumas situações - artigos 6º e 9º.
Magistratura e Ministério Público possuem porte fun- 9) Concurso de crimes
cional, assegurado nas respectivas leis orgânicas. - Posse de mais de 1 arma: jurisprudência diz que é um
No porte ilegal não interessa se a arma é permitida ou só crime.
de uso restrito, se há registro ou não. Significa ter a arma - Posse de 1 arma e de munição de calibre diferente: 2
consigo fora dos limites do trabalho e da residência, sem crimes em concurso formal.
autorização para isso, o que já constitui ato ilícito. Logo, - Posse só de munição: 1 só crime independente da
uma pessoa pode ter a posse legal ou regular (arma regis- quantidade.
trada) e praticar o crime de porte ilegal, previsto no artigo
14. Caso a posse seja ilegal, o delito é o do artigo 16. 10) Disparo
O porte ilegal de arma do artigo 14 é um crime co- Previsto no artigo 15. Trata-se de crime comum, de
mum (qualquer pessoa pode cometer), de merda conduta mera conduta, unissubjetivo, de perigo abstrato. Seu ob-
(não depende de resultado), de perigo abstrato (não pre- jeto jurídico é a proteção da incolumidade pública. Seu
cisa sacar a arma), conteúdo múltiplo (13 núcleos de tipo), objeto material é a arma de fogo ou munição. O crime é
unissubjetivo (basta ser praticado por 1 pessoa). Seu objeto subsidiário, pois é preciso que não se tenha como finali-
material é a arma ou acessório de uso permitido devida- dade a prática de outro crime (ex: tentativa de homicídio).
mente numerado. Consuma-se com o disparo.
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LEIS ESPECIAIS
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LEIS ESPECIAIS
que não optar pela entrega espontânea prevista no art. 32 seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exercício
desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente registro de funções de segurança, na forma de regulamento a ser
federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresen- emitido pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Con-
tação de documento de identificação pessoal e compro- selho Nacional do Ministério Público - CNMP.
vante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento § 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do
de taxas e do cumprimento das demais exigências constan- caput deste artigo terão direito de portar arma de fogo de
tes dos incisos I a III do caput do art. 4º desta Lei. propriedade particular ou fornecida pela respectiva corpo-
§ 4º Para fins do cumprimento do disposto no § 3º ração ou instituição, mesmo fora de serviço, nos termos do
deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional
no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro para aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI.
provisório, expedido na rede mundial de computadores - § 1o-A (Revogado)
internet, na forma do regulamento e obedecidos os proce- § 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e
dimentos a seguir: guardas prisionais poderão portar arma de fogo de pro-
I - emissão de certificado de registro provisório pela priedade particular ou fornecida pela respectiva corpora-
internet, com validade inicial de 90 (noventa) dias; e ção ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que es-
II - revalidação pela unidade do Departamento de tejam:
Polícia Federal do certificado de registro provisório pelo I - submetidos a regime de dedicação exclusiva;
prazo que estimar como necessário para a emissão definitiva II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regu-
do certificado de registro de propriedade. lamento; e
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de
CAPÍTULO III controle interno.
DO PORTE § 1º-C. (VETADO).
§ 2º A autorização para o porte de arma de fogo aos
Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e
o território nacional, salvo para os casos previstos em
X do caput deste artigo está condicionada à comprovação
legislação própria e para:
do requisito a que se refere o inciso III do caput do art.
I – os integrantes das Forças Armadas;
4º desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento
II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III,
desta Lei.
IV e V do caput do art. 144 da Constituição Federal e os
§ 3º A autorização para o porte de arma de fogo das
da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP);
guardas municipais está condicionada à formação funcio-
III – os integrantes das guardas municipais das ca-
nal de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de
pitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000
atividade policial, à existência de mecanismos de fiscaliza-
(quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no
regulamento desta Lei; ção e de controle interno, nas condições estabelecidas no
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municí- regulamento desta Lei, observada a supervisão do Ministé-
pios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 rio da Justiça.
(quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; § 4º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como os
Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem
do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência o direito descrito no art. 4º, ficam dispensados do cumpri-
da República; mento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no forma do regulamento desta Lei.
art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal; § 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e (vinte e cinco) anos que comprovem depender do empre-
guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos e go de arma de fogo para prover sua subsistência alimen-
as guardas portuárias; tar familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de
VIII – as empresas de segurança privada e de trans- arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de
porte de valores constituídas, nos termos desta Lei; uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou
IX – para os integrantes das entidades de desporto 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a
legalmente constituídas, cujas atividades esportivas de- 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva
mandem o uso de armas de fogo, na forma do regula- necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados
mento desta Lei, observando-se, no que couber, a legislação os seguintes documentos:
ambiental. I - documento de identificação pessoal;
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita II - comprovante de residência em área rural; e
Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, car- III - atestado de bons antecedentes.
gos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. § 6º O caçador para subsistência que der outro uso à
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. sua arma de fogo, independentemente de outras tipifica-
92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da ções penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal
União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de ou por disparo de arma de fogo de uso permitido.
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LEIS ESPECIAIS
§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos Mu- § 5º As instituições de que trata este artigo são obri-
nicípios que integram regiões metropolitanas será autori- gadas a registrar ocorrência policial e a comunicar à Polícia
zado porte de arma de fogo, quando em serviço. Federal eventual perda, furto, roubo ou outras formas de
extravio de armas de fogo, acessórios e munições que este-
Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos empregados jam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas
das empresas de segurança privada e de transporte de depois de ocorrido o fato.
valores, constituídas na forma da lei, serão de proprieda-
de, responsabilidade e guarda das respectivas empre- Art. 8º As armas de fogo utilizadas em entidades despor-
sas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, tivas legalmente constituídas devem obedecer às condições
devendo essas observar as condições de uso e de armaze- de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão com-
nagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o cer- petente, respondendo o possuidor ou o autorizado a portar
tificado de registro e a autorização de porte expedidos pela a arma pela sua guarda na forma do regulamento desta Lei.
Polícia Federal em nome da empresa.
§ 1º O proprietário ou diretor responsável de empre- Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a autoriza-
sa de segurança privada e de transporte de valores res- ção do porte de arma para os responsáveis pela segu-
ponderá pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 rança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados
desta Lei, sem prejuízo das demais sanções administrativas no Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos do re-
e civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de comu- gulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte de
nicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas trânsito de arma de fogo para colecionadores, atira-
de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que dores e caçadores e de representantes estrangeiros em
estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) competição internacional oficial de tiro realizada no terri-
horas depois de ocorrido o fato. tório nacional.
§ 2º A empresa de segurança e de transporte de va-
lores deverá apresentar documentação comprobatória do Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo
de uso permitido, em todo o território nacional, é de com-
preenchimento dos requisitos constantes do art. 4º desta
petência da Polícia Federal e somente será concedida
Lei quanto aos empregados que portarão arma de fogo.
após autorização do Sinarm.
§ 3º A listagem dos empregados das empresas refe-
§ 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser
ridas neste artigo deverá ser atualizada semestralmente
concedida com eficácia temporária e territorial limitada,
junto ao Sinarm.
nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o re-
querente:
Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício
das instituições descritas no inciso XI do art. 6º serão de
de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua inte-
propriedade, responsabilidade e guarda das respecti- gridade física;
vas instituições, somente podendo ser utilizadas quando II – atender às exigências previstas no art. 4º desta Lei;
em serviço, devendo estas observar as condições de uso e de III – apresentar documentação de propriedade de arma
armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo de fogo, bem como o seu devido registro no órgão compe-
o certificado de registro e a autorização de porte expedidos tente.
pela Polícia Federal em nome da instituição. § 2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista
§ 1º A autorização para o porte de arma de fogo de neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o
que trata este artigo independe do pagamento de taxa. portador dela seja detido ou abordado em estado de em-
§ 2º O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério briaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou aluci-
Público designará os servidores de seus quadros pessoais nógenas.
no exercício de funções de segurança que poderão portar
arma de fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cin- Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores
quenta por cento) do número de servidores que exerçam constantes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviços
funções de segurança. relativos:
§ 3º O porte de arma pelos servidores das instituições I – ao registro de arma de fogo;
de que trata este artigo fica condicionado à apresenta- II – à renovação de registro de arma de fogo;
ção de documentação comprobatória do preenchimento III – à expedição de segunda via de registro de arma de
dos requisitos constantes do art. 4º desta Lei, bem como fogo;
à formação funcional em estabelecimentos de ensino de IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
atividade policial e à existência de mecanismos de fiscali- V – à renovação de porte de arma de fogo;
zação e de controle interno, nas condições estabelecidas VI – à expedição de segunda via de porte federal de
no regulamento desta Lei. arma de fogo.
§ 4º A listagem dos servidores das instituições de que § 1º Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e
trata este artigo deverá ser atualizada semestralmente no à manutenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal
Sinarm. e do Comando do Exército, no âmbito de suas respectivas
responsabilidades.
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LEIS ESPECIAIS
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LEIS ESPECIAIS
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e § 1º As armas de fogo encaminhadas ao Comando do
18, a pena é aumentada da metade se forem praticados por Exército que receberem parecer favorável à doação, obe-
integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º decidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou
e 8º desta Lei. órgão de segurança pública, atendidos os critérios de prio-
ridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são in- o Comando do Exército, serão arroladas em relatório re-
suscetíveis de liberdade provisória. (Adin 3.112-1 – declarou servado trimestral a ser encaminhado àquelas instituições,
inconstitucional a vedação de liberdade provisória) abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse.
§ 2º O Comando do Exército encaminhará a relação
CAPÍTULO V das armas a serem doadas ao juiz competente, que deter-
DISPOSIÇÕES GERAIS minará o seu perdimento em favor da instituição benefi-
ciada.
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convê- § 3º O transporte das armas de fogo doadas será de
nios com os Estados e o Distrito Federal para o cumprimento responsabilidade da instituição beneficiada, que procederá
do disposto nesta Lei. ao seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma
§ 4º (VETADO)
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem § 5º O Poder Judiciário instituirá instrumentos para
como a definição das armas de fogo e demais produtos con- o encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se
trolados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos trate de arma de uso permitido ou de uso restrito, semes-
e de valor histórico serão disciplinadas em ato do chefe do tralmente, da relação de armas acauteladas em juízo, men-
Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do cionando suas características e o local onde se encontram.
Exército.
§ 1º Todas as munições comercializadas no País deve- Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a co-
rão estar acondicionadas em embalagens com sistema de mercialização e a importação de brinquedos, réplicas
código de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam
identificação do fabricante e do adquirente, entre outras confundir.
informações definidas pelo regulamento desta Lei. Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e
§ 2º Para os órgãos referidos no art. 6º, somente serão os simulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou
expedidas autorizações de compra de munição com identi- à coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo
ficação do lote e do adquirente no culote dos projéteis, na Comando do Exército.
forma do regulamento desta Lei.
§ 3º As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar,
da data de publicação desta Lei conterão dispositivo intrín- excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso
seco de segurança e de identificação, gravado no corpo da restrito.
arma, definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às
os órgãos previstos no art. 6º. aquisições dos Comandos Militares.
§ 4º As instituições de ensino policial e as guardas
municipais referidas nos incisos III e IV do caput do art. 6º Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco)
desta Lei e no seu § 7º poderão adquirir insumos e máqui- anos adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes
nas de recarga de munição para o fim exclusivo de supri- das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do
mento de suas atividades, mediante autorização concedida caput do art. 6º desta Lei.
nos termos definidos em regulamento.
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a publica-
2º desta Lei, compete ao Comando do Exército autorizar e ção desta Lei.
fiscalizar a produção, exportação, importação, desem- Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo
baraço alfandegário e o comércio de armas de fogo e de validade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la,
demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4º, 6º e 10
de trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação,
caçadores. sem ônus para o requerente.
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elabo- Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo
ração do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando de uso permitido ainda não registrada deverão solicitar seu
não mais interessarem à persecução penal serão enca- registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apre-
minhadas pelo juiz competente ao Comando do Exér- sentação de documento de identificação pessoal e compro-
cito, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para vante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de
destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou compra ou comprovação da origem lícita da posse, pelos
às Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei. meios de prova admitidos em direito, ou declaração firmada
na qual constem as características da arma e a sua condição
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LEIS ESPECIAIS
de proprietário, ficando este dispensado do pagamento de Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
taxas e do cumprimento das demais exigências constantes
dos incisos I a III do caput do art. 4º desta Lei. Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182º da Independên-
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto cia e 115º da República.
no caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo po-
derá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado EXERCÍCIOS
de registro provisório, expedido na forma do § 4º do art. 5º
desta Lei. 1. (CESPE/2018 - ABIN - Agente de Inteligência) À
luz do disposto no Estatuto do Desarmamento — Lei n.º
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo 10.826/2003 —, julgue o item que se segue.
adquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo, É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão
entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indeni- competente, sendo o comando do Exército o responsável
zação, nos termos do regulamento desta Lei. pelo registro de armas de uso restrito.
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo R: Certo. O art. 3o do Estatuto disciplina: “É obrigatório
poderão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, o registro de arma de fogo no órgão competente. Parágrafo
e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no
do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei”.
posse irregular da referida arma.
2. (CESPE/2018 - ABIN - Agente de Inteligência) À
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil luz do disposto no Estatuto do Desarmamento — Lei n.º
reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme espe- 10.826/2003 —, julgue o item que se segue.
cificar o regulamento desta Lei: O interessado em adquirir arma de fogo de uso per-
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviá- mitido deve atender a alguns requisitos, como idoneidade,
rio, marítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente, por ocupação lícita, residência certa, capacidade técnica e ap-
qualquer meio, faça, promova, facilite ou permita o trans- tidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, bem
porte de arma ou munição sem a devida autorização ou com como declarar a efetiva necessidade da aquisição.
inobservância das normas de segurança;
II – à empresa de produção ou comércio de armamen- R: Certo. Preconiza o art. 4o do Estatuto: “Para adquirir
tos que realize publicidade para venda, estimulando o uso arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além
indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações es- de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes
pecializadas. requisitos: I - comprovação de idoneidade, com a apre-
sentação de certidões negativas de antecedentes criminais
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fecha- fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral
dos, com aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas, e de não estar respondendo a inquérito policial ou a pro-
adotarão, sob pena de responsabilidade, as providências cesso criminal, que poderão ser fornecidas por meios ele-
necessárias para evitar o ingresso de pessoas armadas, trônicos; II – apresentação de documento comprobatório
ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5º da de ocupação lícita e de residência certa; III – comprovação
Constituição Federal. de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o ma-
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela presta- nuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no
ção dos serviços de transporte internacional e interestadual regulamento desta Lei”.
de passageiros adotarão as providências necessárias para
evitar o embarque de passageiros armados. 3. (CESPE/2018 - ABIN - Agente de Inteligência)
Ainda conforme o disposto no Estatuto do Desarmamento,
CAPÍTULO VI julgue o próximo item.
DISPOSIÇÕES FINAIS O mero disparo de arma de fogo nas adjacências de
lugar habitado é crime punido com reclusão, estando seu
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de autor sujeito a um aumento de pena se for integrante dos
fogo e munição em todo o território nacional, salvo para órgãos elencados na lei.
as entidades previstas no art. 6º desta Lei.
§ 1º Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá R: Certo. Prevê o Estatuto do Desarmamento: “Art. 15.
de aprovação mediante referendo popular, a ser realizado Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habi-
em outubro de 2005. tado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção
§ 2º Em caso de aprovação do referendo popular, o a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade
disposto neste artigo entrará em vigor na data de publica- a prática de outro crime: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4
ção de seu resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral. (quatro) anos, e multa. [...] Art. 20. Nos crimes previstos nos
arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade
Art. 36. É revogada a Lei nº 9.437, de 20 de fevereiro de se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas
1997. referidas nos arts. 6o, 7o e 8o desta Lei”.
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LEIS ESPECIAIS
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado
contra a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem nesta Lei em benefício de adolescente privado de liberdade:
prejuízo do disposto na legislação penal. Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade
normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao pro- judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do
cesso, as pertinentes ao Código de Processo Penal. Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pú-
blica incondicionada. Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de
quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judi-
Seção II cial, com o fim de colocação em lar substituto:
Dos Crimes em Espécie Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pu-
de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de man- pilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
ter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à par-
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece
turiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica,
ou efetiva a paga ou recompensa.
declaração de nascimento, onde constem as intercorrências
do parto e do desenvolvimento do neonato:
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato des-
Parágrafo único. Se o crime é culposo: tinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. com inobservância das formalidades legais ou com o fito de
obter lucro:
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de identifi- Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave
car corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do ameaça ou fraude:
parto, bem como deixar de proceder aos exames referidos no Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena
art. 10 desta Lei: correspondente à violência.
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo: Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou
pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liber- Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
dade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante § 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, faci-
de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autorida- lita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a
de judiciária competente: participação de criança ou adolescente nas cenas referidas
Pena - detenção de seis meses a dois anos. no caputdeste artigo, ou ainda quem com esses contrace-
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que pro- na.
cede à apreensão sem observância das formalidades legais. § 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente
comete o crime:
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto
apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata co- de exercê-la;
municação à autoridade judiciária competente e à família II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabita-
do apreendido ou à pessoa por ele indicada: ção ou de hospitalidade; ou
45
LEIS ESPECIAIS
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consan- Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
güíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tu- Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem ven-
tor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, de, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga
a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material
seu consentimento. produzido na forma do caput deste artigo.
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger,
outro registro que contenha cena de sexo explícito ou porno- por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de
gráfica envolvendo criança ou adolescente: com ela praticar ato libidinoso:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, I – facilita ou induz o acesso à criança de material con-
distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive tendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de
por meio de sistema de informática ou telemático, fotogra- com ela praticar ato libidinoso;
fia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo ex- II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo
plícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: com o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográ-
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. fica ou sexualmente explícita.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei,
das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” com-
artigo; preende qualquer situação que envolva criança ou adoles-
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de cente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas,
computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adoles-
o caput deste artigo. cente para fins primordialmente sexuais.
§ 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do §
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou
1o deste artigo são puníveis quando o responsável legal
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma,
pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa
munição ou explosivo:
de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.
o caput deste artigo.
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar,
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qual-
ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou
quer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolven- produtos cujos componentes possam causar dependência fí-
do criança ou adolescente: sica ou psíquica:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se
§ 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois ter- o fato não constitui crime mais grave.
ços) se de pequena quantidade o material a que se refere
o caput deste artigo. Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou
§ 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos
tem a finalidade de comunicar às autoridades competentes de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu
a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241- reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer
A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por: dano físico em caso de utilização indevida:
I – agente público no exercício de suas funções; Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
II – membro de entidade, legalmente constituída, que
inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais
o processamento e o encaminhamento de notícia dos cri- definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à
mes referidos neste parágrafo; exploração sexual:
III – representante legal e funcionários responsáveis de Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da
provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede perda de bens e valores utilizados na prática criminosa em
de computadores, até o recebimento do material relativo à favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da
notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou unidade da Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi
ao Poder Judiciário. cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé.
§ 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão § 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o ge-
manter sob sigilo o material ilícito referido. rente ou o responsável pelo local em que se verifique a
submissão de criança ou adolescente às práticas referidas
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adoles- no caputdeste artigo.
cente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de § 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cas-
adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo sação da licença de localização e de funcionamento do es-
ou qualquer outra forma de representação visual: tabelecimento.
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LEIS ESPECIAIS
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deve-
de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou res inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou
induzindo-o a praticá-la: guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. ou Conselho Tutelar:
§ 1o Incorre nas penas previstas no caput deste arti- Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli-
go quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de cando-se o dobro em caso de reincidência.
quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da
internet. Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompa-
§ 2o As penas previstas no caput deste artigo são au- nhado dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita
mentadas de um terço no caso de a infração cometida ou desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel
induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de ou congênere:
25 de julho de 1990. Pena – multa.
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de
Capítulo II multa, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha-
Das Infrações Administrativas mento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias.
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente
estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamen- fechado e terá sua licença cassada.
tal, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade com-
petente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qual-
suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou quer meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e
adolescente: 85 desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli-
cando-se o dobro em caso de reincidência. cando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de enti- Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetá-
dade de atendimento o exercício dos direitos constantes nos culo público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à
incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei: entrada do local de exibição, informação destacada sobre a
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- natureza da diversão ou espetáculo e a faixa etária especifi-
cando-se o dobro em caso de reincidência. cada no certificado de classificação:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli-
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autoriza- cando-se o dobro em caso de reincidência.
ção devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato
ou documento de procedimento policial, administrativo ou Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer re-
judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua presentações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade
ato infracional: a que não se recomendem:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- Pena - multa de três a vinte salários de referência, du-
cando-se o dobro em caso de reincidência. plicada em caso de reincidência, aplicável, separadamente,
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou par- à casa de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publi-
cialmente, fotografia de criança ou adolescente envolvido cidade.
em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga res-
peito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espe-
a permitir sua identificação, direta ou indiretamente. táculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou classificação:
emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista neste Pena - multa de vinte a cem salários de referência; du-
artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a apreen- plicada em caso de reincidência a autoridade judiciária po-
são da publicação ou a suspensão da programação da emis- derá determinar a suspensão da programação da emissora
sora até por dois dias, bem como da publicação do periódico por até dois dias.
até por dois números. (Expressão declarada inconstitucional
pela ADIN 869-2). Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congêne-
re classificado pelo órgão competente como inadequado às
Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária de crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
seu domicílio, no prazo de cinco dias, com o fim de regula- Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na rein-
rizar a guarda, adolescente trazido de outra comarca para a cidência, a autoridade poderá determinar a suspensão do espe-
prestação de serviço doméstico, mesmo que autorizado pe- táculo ou o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
los pais ou responsável:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita
cando-se o dobro em caso de reincidência, independente- de programação em vídeo, em desacordo com a classificação
mente das despesas de retorno do adolescente, se for o caso. atribuída pelo órgão competente:
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LEIS ESPECIAIS
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos
caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá deter- Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional,
minar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias. distrital, estaduais ou municipais, devidamente comprova-
das, sendo essas integralmente deduzidas do imposto de
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e renda, obedecidos os seguintes limites:
79 desta Lei: I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido
Pena - multa de três a vinte salários de referência, du- apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lu-
plicando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de cro real; e
apreensão da revista ou publicação. II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apu-
rado pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual,
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o observado o disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de
empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso dezembro de 1997.
de criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre § 1º - (Revogado)
sua participação no espetáculo: § 1o-A. Na definição das prioridades a serem atendidas
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em com os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais
caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá deter- e municipais dos direitos da criança e do adolescente, serão
minar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias. consideradas as disposições do Plano Nacional de Promo-
ção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de provi- à Convivência Familiar e Comunitária e as do Plano Nacio-
denciar a instalação e operacionalização dos cadastros pre- nal pela Primeira Infância.
vistos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei: § 2o Os conselhos nacional, estaduais e municipais
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 dos direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de
(três mil reais). utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autori- subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamen-
dade que deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de te percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma
adolescentes em condições de serem adotadas, de pessoas de guarda, de crianças e adolescentes e para programas de
ou casais habilitados à adoção e de crianças e adolescentes atenção integral à primeira infância em áreas de maior ca-
em regime de acolhimento institucional ou familiar. rência socioeconômica e em situações de calamidade.
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministé-
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de rio da Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar a comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos
imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso deste artigo.
de que tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada § 4º O Ministério Público determinará em cada comar-
em entregar seu filho para adoção: ca a forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Muni-
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 cipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos incen-
(três mil reais). tivos fiscais referidos neste artigo.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário § 5o Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei no
de programa oficial ou comunitário destinado à garantia do 9.249, de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que trata
direito à convivência familiar que deixa de efetuar a comu- o inciso I do caput:
nicação referida no caput deste artigo. I - será considerada isoladamente, não se submetendo a
limite em conjunto com outras deduções do imposto; e
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no in- II - não poderá ser computada como despesa operacio-
ciso II do art. 81: nal na apuração do lucro real.
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$
10.000,00 (dez mil reais); Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calen-
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento dário de 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de
comercial até o recolhimento da multa aplicada. que trata o inciso II do caput do art. 260 diretamente em sua
Declaração de Ajuste Anual.
Disposições Finais e Transitórias § 1o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida
até os seguintes percentuais aplicados sobre o imposto apu-
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da rado na declaração:
publicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo I - (VETADO);
sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da II - (VETADO);
política de atendimento fixadas no art. 88 e ao que estabele- III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.
ce o Título V do Livro II. § 2o A dedução de que trata o caput:
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios pro- I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do impos-
moverem a adaptação de seus órgãos e programas às dire- to sobre a renda apurado na declaração de que trata o inciso
trizes e princípios estabelecidos nesta Lei. II do caput do art. 260;
II - não se aplica à pessoa física que:
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LEIS ESPECIAIS
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Pena - reclusão de quatro a dez anos.
Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos incenti- 5) Art. 214 (...)
vos fiscais referidos no art. 260 desta Lei. Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos Pena - reclusão de três a nove anos.”
arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por
ação judicial proposta pelo Ministério Público, que poderá Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro
atuar de ofício, a requerimento ou representação de qual- de 1973, fica acrescido do seguinte item:
quer cidadão. “Art. 102 (...)
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder.”
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Pre-
sidência da República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da
da Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, União, da administração direta ou indireta, inclusive funda-
arquivo eletrônico contendo a relação atualizada dos Fundos ções instituídas e mantidas pelo poder público federal pro-
dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, moverão edição popular do texto integral deste Estatuto, que
estaduais e municipais, com a indicação dos respectivos nú- será posto à disposição das escolas e das entidades de aten-
meros de inscrição no CNPJ e das contas bancárias especí- dimento e de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
ficas mantidas em instituições financeiras públicas, destina-
das exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. Art. 265-A. O poder público fará periodicamente am-
pla divulgação dos direitos da criança e do adolescente nos
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil ex- meios de comunicação social.
pedirá as instruções necessárias à aplicação do disposto nos Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput
arts. 260 a 260-K. será veiculada em linguagem clara, compreensível e ade-
quada a crianças e adolescentes, especialmente às crianças
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da com idade inferior a 6 (seis) anos.
criança e do adolescente, os registros, inscrições e alterações
a que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua
serão efetuados perante a autoridade judiciária da comarca publicação.
a que pertencer a entidade. Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos ser promovidas atividades e campanhas de divulgação e es-
estados e municípios, e os estados aos municípios, os recur- clarecimentos acerca do disposto nesta Lei.
sos referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei,
tão logo estejam criados os conselhos dos direitos da criança Art. 267. Revogam-se as Leis nº 4.513, de 1964, e 6.697,
e do adolescente nos seus respectivos níveis. de 10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e as demais
disposições em contrário.
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tute-
lares, as atribuições a eles conferidas serão exercidas pela Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e
autoridade judiciária. 102º da República.
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LEIS ESPECIAIS
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LEIS ESPECIAIS
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz com- excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilida-
petente a prisão ou detenção de qualquer pessoa; de disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e
Artigo 5º, LXII, CF. A prisão de qualquer pessoa e o lo- de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere,
cal onde se encontre serão comunicados imediatamente ao sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado”.
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada. Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta
lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e
ou detenção ilegal que lhe seja comunicada; sem remuneração.
Artigo 5º, LXV, CF. A prisão ilegal será imediatamente O sujeito ativo de todos os crimes descritos nesta lei é
relaxada pela autoridade judiciária. pessoa que exerça posição de autoridade, embora seja ad-
missível coautoria e participação de terceiros particulares.
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se pro- Assim, o particular jamais pode agir sozinho cometendo
ponha a prestar fiança, permitida em lei; abuso de autoridade, precisa estar em concurso com fun-
Artigo 5º, LXVI, CF. Ninguém será levado à prisão ou cionário público.
nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, A autoridade será qualquer pessoa que exerça cargo,
com ou sem fiança. emprego ou função pública, civil ou militar, de forma per-
manente ou transitória, de forma gratuita ou remunerada.
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade poli-
cial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer ou- Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à
tra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em sanção administrativa civil e penal.
lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor; § 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade po- com a gravidade do abuso cometido e consistirá em:
licial recibo de importância recebida a título de carce- a) advertência;
ragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra des- b) repreensão;
pesa; c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de
Custas, emolumentos e outras despesas – Somente cinco a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos
podem ser cobradas nos casos previstos em lei e, carac- e vantagens;
terizando-se um destes casos, o carcereiro ou o agente de d) destituição de função;
autoridade policial têm o dever de receber as importâncias e) demissão;
devidas. f) demissão, a bem do serviço público.
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pes- do dano, consistirá no pagamento de uma indenização de
soa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou quinhentos a dez mil cruzeiros.
desvio de poder ou sem competência legal; § 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as
Artigo 5º, LIV, CF. Ninguém será privado da liberdade ou regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em:
de seus bens sem o devido processo legal. a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
b) detenção por dez dias a seis meses;
i) prolongar a execução de prisão temporária, de c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de
pena ou de medida de segurança, deixando de expedir qualquer outra função pública por prazo até três anos.
em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente or- § 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão
dem de liberdade. ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.
Caracterizando-se excesso de prazo de prisão tempo- § 5º Quando o abuso for cometido por agente de au-
rária, pena ou medida de seguraná, a pessoa deve ser li- toridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria,
bertada. poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de
Artigo 5º, LXI, CF. Ninguém será preso senão em fla- não poder o acusado exercer funções de natureza poli-
grante delito ou por ordem escrita e fundamentada de cial ou militar no município da culpa, por prazo de um a
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de trans- cinco anos.
gressão militar ou crime propriamente militar, definidos em Sanção administrativa
lei. - Advertência – verbal.
Artigo 5º, LXVI, CF. Ninguém será levado à prisão ou - Repreensão – escrita.
nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, - Suspensão do cargo, função ou posto por prazo de
com ou sem fiança. cinco a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e
vantagens – o agente não exercerá o cargo por um período
O uso de algemas em contrariedade à súmula vincu- determinado, sem receber remuneração.
lante no 11 do STF caracteriza abuso de autoridade: “Só é - Destituição de função – o agente será destituído de
lícito o uso de algemas em casos de resistência e de funda- função de confiança ou cargo em comissão.
do receio de fuga ou de perigo à integridade física própria - Demissão – o servidor será desvinculado dos quadros
ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a da Administração.
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LEIS ESPECIAIS
- Demissão, a bem do serviço público – o servidor será Determinadas decisões na esfera penal geram exclusão
desvinculado dos quadros da Administração. da responsabilidade nas esferas civil e administrativa, quais
Sanção civil sejam: absolvição por inexistência do fato ou negativa de
Indenização – danos morais + danos materiais. Como o autoria. A absolvição criminal por falta de provas não gera
valor está desatualizado, em cruzeiros, o juiz arbitrará caso exclusão da responsabilidade civil e administrativa.
a caso. A absolvição proferida na ação penal, em regra, nada
Sanção penal prejudica a pretensão de reparação civil do dano ex delicto,
- Multa – o juiz utilizará os critérios do Código Penal conforme artigos 65, 66 e 386, IV do CPP: “art. 65. Faz coisa
para fixar o valor; julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o
- Detenção, de 10 dias a 6 meses; ato praticado em estado de necessidade, em legítima defe-
- Perda do cargo e inabilitação ao exercício de função sa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício
por até 3 anos. regular de direito” (excludentes de antijuridicidade); “art.
66. não obstante a sentença absolutória no juízo criminal,
Podem ser aplicadas as três penas ou apenas uma de-
a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, ca-
las isoladamente.
tegoricamente, reconhecida a inexistência material do
Se a autoridade que cometeu o abuso for policial, será
fato”; “art. 386, IV – estar provado que o réu não concor-
possível aplicar a pena de proibição do exercício de fun-
reu para a infração penal”.
ções policiais no município em que o ato foi praticado, por Entendem Fuller, Junqueira e Machado3: “a absolvição
1 a 5 anos. dubitativa (motivada por juízo de dúvida), ou seja, por falta
de provas, (art. 386, II, V e VII, na nova redação conferida ao
Art. 7º Recebida a representação em que for solicitada CPP), não empresta qualquer certeza ao âmbito da jurisdi-
a aplicação de sanção administrativa, a autoridade civil ou ção civil, restando intocada a possibilidade de, na ação civil
militar competente determinará a instauração de inquéri- de conhecimento, ser provada e reconhecida a existência
to para apurar o fato. do direito ao ressarcimento, de acordo com o grau de cog-
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas nição e convicção próprios da seara civil (na esfera penal,
estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou federais, a decisão de condenação somente pode ser lastreada em
civis ou militares, que estabeleçam o respectivo processo. juízo de certeza, tendo em vista o princípio constitucional
§ 2º Não existindo no município no Estado ou na le- do estado de inocência)”.
gislação militar normas reguladoras do inquérito adminis- A responsabilidade civil e a penal são passíveis de apu-
trativo serão aplicadas supletivamente, as disposições dos ração perante a justiça. No caso, em regra, a competên-
arts. 219 a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 cia será da justiça estadual, salvo se forem afetados bens,
(Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União). serviços ou interesses da União ou de suas autarquias e
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobres- fundações públicas (art. 109, CF).
tado para o fim de aguardar a decisão da ação penal Em se tratando de funcionário público federal – civil ou
ou civil. militar que pratique o abuso contra civil – a competência é
Exercido o direito de representação, instaura-se in- da justiça federal para a apuração penal. (súmula 172, STJ).
quérito no âmbito administrativo para apurar o fato. Não
havendo regra específica sobre o inquérito administrativo, Art. 10. (Vetado).
aplica-se a legislação federal, no caso, o Estatuto dos Ser-
vidores Públicos Civis Federais – Lei no 8.112/1990 e a Lei Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Có-
digo de Processo Civil.
do Processo Administrativo – Lei no 9.784/1999. O proces-
Sendo a ação civil, aplicam-se as normas processuais
so administrativo corre independente dos processos cível
civis, que são regidas pelo CPC.
e penal, justamente devido à independência das esferas.
Art. 12. A ação penal será iniciada, independente-
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha fun- mente de inquérito policial ou justificação por denúncia
cional da autoridade civil ou militar. do Ministério Público, instruída com a representação da
A sanção aplicada será anotada na ficha funcional. vítima do abuso.
Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a repre-
autoridade administrativa ou independentemente dela, po- sentação da vítima, aquele, no prazo de quarenta e
derá ser promovida pela vítima do abuso, a responsa- oito horas, denunciará o réu, desde que o fato narrado
bilidade civil ou penal ou ambas, da autoridade culpada. constitua abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a sua
Destaca-se aqui a independência entre as esferas pe- citação, e, bem assim, a designação de audiência de ins-
nal, civil e administrativa, sendo cabível a punição da au- trução e julgamento.
toridade que cometeu o abuso nas três esferas, cumulati-
vamente. Se as responsabilidades se cumularem, também 3 FULLER, Paulo Henrique Aranda; JUNQUEIRA, Gus-
as sanções serão cumuladas. Daí afirmar-se que tais res- tavo Octaviano Diniz; MACHADO, Angela C. Cangiano.
ponsabilidades são independentes, ou seja, não dependem Processo Penal. 9. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
uma da outra. 2010. (Coleção Elementos do Direito)
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LEIS ESPECIAIS
§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro
em duas vias. dos auditórios ou o oficial de justiça declare aberta a au-
diência, apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de auto- perito, o representante do Ministério Público ou o advogado
ridade houver deixado vestígios o ofendido ou o acusado que tenha subscrito a queixa e o advogado ou defensor do
poderá: réu.
a) promover a comprovação da existência de tais vestí- Parágrafo único. A audiência somente deixará de reali-
gios, por meio de duas testemunhas qualificadas; zar-se se ausente o Juiz.
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da
audiência de instrução e julgamento, a designação de um Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada
perito para fazer as verificações necessárias. o Juiz não houver comparecido, os presentes poderão
§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de termos de
e prestarão seus depoimentos verbalmente, ou o apresen- audiência.
tarão por escrito, querendo, na audiência de instrução e
julgamento. Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pú-
§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo a repre- blica, se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á
sentação poderá conter a indicação de mais duas testemu- em dia útil, entre dez (10) e dezoito (18) horas, na sede
nhas. do Juízo ou, excepcionalmente, no local que o Juiz designar.
Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e
apresentar a denúncia requerer o arquivamento da repre- o interrogatório do réu, se estiver presente.
sentação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes as Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu ad-
razões invocadas, fará remessa da representação ao Procu- vogado, o Juiz nomeará imediatamente defensor para fun-
rador-Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará outro cionar na audiência e nos ulteriores termos do processo.
órgão do Ministério Público para oferecê-la ou insistirá no
arquivamento, ao qual só então deverá o Juiz atender. Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o peri-
to, o Juiz dará a palavra sucessivamente, ao Ministério
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a Público ou ao advogado que houver subscrito a queixa e
denúncia no prazo fixado nesta lei, será admitida ação ao advogado ou defensor do réu, pelo prazo de quinze
privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém, adi- minutos para cada um, prorrogável por mais dez (10), a cri-
tar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva tério do Juiz.
e intervir em todos os termos do processo, interpor recursos
e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, reto- Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediata-
mar a ação como parte principal. mente a sentença.
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no
de quarenta e oito horas, proferirá despacho, recebendo livro próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá, em resu-
ou rejeitando a denúncia. mo, os depoimentos e as alegações da acusação e da defesa,
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz os requerimentos e, por extenso, os despachos e a sentença.
designará, desde logo, dia e hora para a audiência de
instrução e julgamento, que deverá ser realizada, impror- Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante
rogavelmente, dentro de cinco dias. do Ministério Público ou o advogado que houver subscrito a
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até jul- queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão.
gamento final e para comparecer à audiência de ins-
trução e julgamento, será feita por mandado sucinto que, Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte
será acompanhado da segunda via da representação e da forem difíceis e não permitirem a observância dos prazos
denúncia. fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá-los, sempre moti-
vadamente, até o dobro.
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa pode-
rão ser apresentadas em juízo, independentemente de inti- Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas
mação. do Código de Processo Penal, sempre que compatíveis com
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de pre- o sistema de instrução e julgamento regulado por esta lei.
catória para a audiência ou a intimação de testemunhas ou, Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças,
salvo o caso previsto no artigo 14, letra “b”, requerimentos caberão os recursos e apelações previstas no Código de Pro-
para a realização de diligências, perícias ou exames, a não cesso Penal.
ser que o Juiz, em despacho motivado, considere indispen-
sáveis tais providências. Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário.
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Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será
não sendo possível a realização imediata da audiência pre- dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exer-
liminar, será designada data próxima, da qual ambos sairão cer o direito de representação verbal, que será reduzida a
cientes. termo.
Parágrafo único. O não oferecimento da representação
Comentário: Pode ocorrer de uma das partes, ou até na audiência preliminar não implica decadência do direito,
ambas as partes não comparecerem à audiência por algum que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.
motivo, sendo ele particular ou por força maior, e acon-
tecer desta audiência ser designada para um outro dia. Comentário: Caso não haja composição civil a vítima
Quando isso acontece, as partes têm que ser devidamente pode exercer a representação/queixa oral Na audiência,
intimadas para a próxima audiência que se fará realizar. que será reduzida a termo.
Importante ilustrar que a representação pode ser ofe-
Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos recida perante a autoridade policial, o MP ou o juízo (art.
envolvidos, a Secretaria providenciará sua intimação e, se 39 do CPP), não necessariamente após a composição civil
for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e não obtida.
68 desta Lei. A representação não exige formalismo, bastando que
fique evidenciado o interesse da vítima na persecução pe-
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o represen- nal.
tante do Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se
possível, o responsável civil, acompanhados por seus advo- Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de cri-
gados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da compo- me de ação penal pública incondicionada, não sendo caso
sição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a
imediata de pena não privativa de liberdade. aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas,
a ser especificada na proposta.
Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por § 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única apli-
conciliador sob sua orientação. cável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.
Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Jus- § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
tiça, recrutados, na forma da lei local, preferentemente en- I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática
tre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença de-
na administração da Justiça Criminal. finitiva;
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no
Comentário: A conciliação entre as partes será reali- prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou
zada por um juiz titular do Juizado, ou ainda por um Con- multa, nos termos deste artigo;
ciliador. O conciliador é uma pessoa nomeada perante o III - não indicarem os antecedentes, a conduta social
juiz, que tenha um conhecimento breve perante as normas, e a personalidade do agente, bem como os motivos e as
mas não obrigatoriamente precisa ter o curso superior em circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da me-
bacharel em Direito. Este Conciliador é considerado, den- dida.
tro da classificação dos entes atuantes no judiciário, como § 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu de-
auxiliares da Justiça, assim como os Oficiais de Justiça e fensor, será submetida à apreciação do Juiz.
Comissários de Menor. § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita
pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a direitos ou multa, que não importará em reincidência, sen-
escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irre- do registrada apenas para impedir novamente o mesmo
corrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil benefício no prazo de cinco anos.
competente. § 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de inicia- a apelação referida no art. 82 desta Lei.
tiva privada ou de ação penal pública condicionada à re- § 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste
presentação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao artigo não constará de certidão de antecedentes criminais,
direito de queixa ou representação. salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não
terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação
Comentário: Na composição civil dos danos, o foco cabível no juízo cível.
são os interesses patrimoniais e, portanto, de natureza in-
dividual disponível. Não há necessidade de intervenção do Comentário: Havendo representação ou tratando-se
MP, a não ser que se trate de causa em que haja interesse de crime de ação penal pública incondicionada, poderá
de incapazes. ocorrer a transação penal, a qual é acordo celebrado entre
Ocorrendo a composição de danos civis, o acordo será o MP (ou querelante, nos crimes de ação privada) e o autor
reduzido a escrito e homologado pelo juiz mediante sen- do fato delituoso, por meio da qual é proposta a aplicação
tença irrecorrível, que terá eficácia de título a ser executado imediata de pena restritiva de direitos ou multa, evitando-
no juízo cível competente. -se, assim, a instauração do processo. Quando se trata de
57
LEIS ESPECIAIS
infração de menor potencial ofensivo, ainda que haja las- Caso o autor dos fatos não compareça à audiência pre-
tro probatório suficiente para o oferecimento de denúncia, liminar ou não ocorra as hipóteses previstas no artigo 76
desde que o autor do fato preencha os requisitos objetivos da Lei, o Ministério Público oferecerá, oralmente, denúncia,
e subjetivos do art. 76, ao invés do MP oferecer denúncia, se não houver a necessidade da realização de diligência
deve propor a transação penal, com a aplicação imediata imprescindível.
de penas restritivas de direito ou multa. O MP em caso de complexidade, poderá requerer o
encaminhamento das peças existentes, pois sua denuncia
Seção III se baseará nos relatos do Termo Circunstanciado elabora-
Do Procedimento Sumaríssimo do pela Autoridade Policial.
Em caso de ação penal de inciativa privada, a queixa
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não também poderá ser oral, sendo que a denuncia ou queixa
houver aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, oral serão reduzidas a escrito e uma cópia será entregue ao
ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 des- autor dos fatos ficando citado e imediatamente cientifica-
ta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, do da data da audiência de instrução e julgamento, deven-
denúncia oral, se não houver necessidade de diligências do apresentar suas testemunhas. O ofendido será intimado
imprescindíveis. da data e hora da referida audiência.
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elabo- Sendo a denúncia recebida, ouvir-se-á a vítima, as tes-
rada com base no termo de ocorrência referido no art. 69 temunhas de acusação, as testemunhas de defesa, o acusa-
desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir- do será interrogado, passando-se aos debates orais.
-se-á do exame do corpo de delito quando a materialida-
de do crime estiver aferida por boletim médico ou prova Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz,
equivalente. quando imprescindível, a condução coercitiva de quem
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não deva comparecer.
permitirem a formulação da denúncia, o Ministério Público
poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças exis-
Comentário: Como a autodefesa é renunciável, tendo
tentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei.
o acusado o direito de permanecer em silêncio, prevale-
§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá
ce que não é possível que o juiz determine sua condução
ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a
coercitiva, salvo se necessária para eventual reconhecimen-
complexidade e as circunstâncias do caso determinam a
to de pessoas, meio de prova que não está protegido pelo
adoção das providências previstas no parágrafo único do
princípio que veda a autoincriminação.
art. 66 desta Lei.
A Lei 9.099 confere à defesa a oportunidade de se ma-
Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a nifestar oralmente antes de haver o recebimento da peça
termo, entregando-se cópia ao acusado, que com ela ficará acusatória (defesa preliminar oral).
citado e imediatamente cientificado da designação de dia
e hora para a audiência de instrução e julgamento, da qual Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao de-
também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, fensor para responder à acusação, após o que o Juiz rece-
o responsável civil e seus advogados. berá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento,
§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e
forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado da data da defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente,
audiência de instrução e julgamento, devendo a ela trazer passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação
suas testemunhas ou apresentar requerimento para inti- da sentença.
mação, no mínimo cinco dias antes de sua realização. § 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de
§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável instrução e julgamento, podendo o Juiz limitar ou excluir as
civil, serão intimados nos termos do art. 67 desta Lei para que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.
comparecerem à audiência de instrução e julgamento. § 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado
§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na for- termo, assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo breve
ma prevista no art. 67 desta Lei. resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a
sentença.
Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de § 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os
instrução e julgamento, se na fase preliminar não tiver ha- elementos de convicção do Juiz.
vido possibilidade de tentativa de conciliação e de ofereci-
mento de proposta pelo Ministério Público, proceder-se-á Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa
nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei. e da sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por
turma composta de três Juízes em exercício no primeiro
Comentários aos artigos 77, 78 e 79: O rito sumarís- grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
simo é adotado para julgamento das infrações penais de § 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias,
menor potencial ofensivo, quais sejam, as contravenções contados da ciência da sentença pelo Ministério Público,
penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual cons-
superior a 2 anos, cumulada ou não com multa. tarão as razões e o pedido do recorrente.
58
LEIS ESPECIAIS
§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta No caso da suspensão do processo, expirado o prazo,
escrita no prazo de dez dias. o Juiz declarará extinta a punibilidade. Caso a multa não
§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da gra- seja paga, a procuradoria fiscal deverá proceder à execução
vação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 65 desta da pena de multa.
Lei.
§ 4º As partes serão intimadas da data da sessão de Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita
julgamento pela imprensa. a conversão em pena privativa da liberdade, ou restritiva de
§ 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios fun- direitos, nos termos previstos em lei.
damentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.
Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade
Comentários aos artigos 81 e 82: Caso a denúncia e restritivas de direitos, ou de multa cumulada com estas,
ou queixa sejam rejeitadas, caberá apelação da decisão no será processada perante o órgão competente, nos termos
prazo de 10 dias, contados da ciência da sentença pelo MP, da lei.
réu e defensor. Ainda, caberá apelação da sentença em que
absolver ou condenar o acusado. Seção V
O recurso de apelação deverá ser apresentado por pe- Das Despesas Processuais
tição escrita, constando dessa as razões e os pedidos do
recorrente. Frise- se que o recorrido terá 10 dias para apre- Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e
sentar suas contrarrazões. aplicação de pena restritiva de direitos ou multa (arts. 74 e
A apelação poderá ser julgada por turma composta 76, § 4º), as despesas processuais serão reduzidas, confor-
por 3 juízes em exercício 1º grau de jurisdição, reunidos na me dispuser lei estadual.
sede do Juizado.
Seção VI
Art. 83. Caberão embargos de declaração quando, em Disposições Finais
sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição,
omissão ou dúvida. (Vide Lei nº 13.105, de 2015) Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da le-
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por es- gislação especial, dependerá de representação a ação pe-
crito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da nal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões
ciência da decisão. culposas.
§ 2º Quando opostos contra sentença, os embargos de
declaração suspenderão o prazo para o recurso. (Vide Lei Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada
nº 13.105, de 2015) for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta
§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício. Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá
propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos,
Comentário: os embargos de declaração serão opos- desde que o acusado não esteja sendo processado ou não
tos no prazo de 5 dias, contados da ciência da decisão. Este tenha sido condenado por outro crime, presentes os de-
caberá quando houver obscuridade, contradição, omissão mais requisitos que autorizariam a suspensão condicional
ou dúvida acerca da sentença. Deverão ser opostos por es- da pena (art. 77 do Código Penal).
crito ou oralmente. § 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor,
Os Embargos de Declaração contra sentença SUSPEN- na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá
DEM o prazo para interpor outro recurso. Já os Embargos suspender o processo, submetendo o acusado a período
de Declaração contra Acórdão da Turma Recursal, INTER- de prova, sob as seguintes condições:
ROMPEM o prazo para interpor out I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II - proibição de frequentar determinados lugares;
Seção IV III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside,
Da Execução sem autorização do Juiz;
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,
Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
cumprimento far-se-á mediante pagamento na Secretaria § 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que
do Juizado. fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao
Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declara- fato e à situação pessoal do acusado.
rá extinta a punibilidade, determinando que a condenação § 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo,
não fique constando dos registros criminais, exceto para o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não
fins de requisição judicial. efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado
Comentário: O presente artigo dispõe que, sendo a vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção,
pena de multa aplicada exclusivamente sem cumprimento ou descumprir qualquer outra condição imposta.
se dará mediante o seu pagamento, quando o Juiz declara- § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará
rá extinta a punibilidade do autor. extinta a punibilidade.
59
LEIS ESPECIAIS
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LEIS ESPECIAIS
habitantes, ambos apurados por Estado e por ano, deta- Em setembro de cada ano, durante a Semana Nacio-
lhando-se os dados levantados e as ações realizadas por nal de Trânsito, as metas serão divulgadas, juntamente
vias federais, estaduais e municipais. com o relatório referente ao trabalho de cada Estado no
§ 1o O objetivo geral do estabelecimento de metas ano anterior para redução dos índices de mortes.
é, ao final do prazo de dez anos, reduzir à metade, no mí- § 8o O Contran, ouvidos o Departamento de Polícia
nimo, o índice nacional de mortos por grupo de veículos Rodoviária Federal e demais órgãos do Sistema Nacional
e o índice nacional de mortos por grupo de habitantes, de Trânsito, definirá as fórmulas para apuração dos índices
relativamente aos índices apurados no ano da entrada em de que trata este artigo, assim como a metodologia para a
vigor da lei que cria o Plano Nacional de Redução de Mor- coleta e o tratamento dos dados estatísticos necessários para
tes e Lesões no Trânsito (Pnatrans). a composição dos termos das fórmulas.
Conforme se verifica do § 1º, o objetivo geral do Plano § 9o Os dados estatísticos coletados em cada Estado e
é a redução pela metade do número de mortos por grupo no Distrito Federal serão tratados e consolidados pelo res-
de veículos e o índice nacional de mortos por grupos de pectivo órgão ou entidade executivos de trânsito, que os
habitantes no prazo já determinado de dez anos. repassará ao órgão máximo executivo de trânsito da União
§ 2o As metas expressam a diferença a menor, em até o dia 1o de março, por meio do sistema de registro na-
base percentual, entre os índices mais recentes, oficial- cional de acidentes e estatísticas de trânsito.
mente apurados, e os índices que se pretende alcançar. § 10. Os dados estatísticos sujeitos à consolidação pelo
§ 3o A decisão que fixar as metas anuais estabelecerá órgão ou entidade executivos de trânsito do Estado ou do
as respectivas margens de tolerância. Distrito Federal compreendem os coletados naquela circuns-
§ 4o As metas serão fixadas pelo Contran para cada crição:
um dos Estados da Federação e para o Distrito Federal, I - pela Polícia Rodoviária Federal e pelo órgão executivo
mediante propostas fundamentadas dos Cetran, do Con- rodoviário da União;
trandife e do Departamento de Polícia Rodoviária Federal, II - pela Polícia Militar e pelo órgão ou entidade executi-
no âmbito das respectivas circunscrições. vos rodoviários do Estado ou do Distrito Federal;
Ademais, o § 4º acima mencionado, informa que se- III - pelos órgãos ou entidades executivos rodoviários e
rão fixadas metas no âmbito dos Estados e do Distrito pelos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Muni-
Federal pelo CONTRAN de cada um destes. cípios.
§ 11. O cálculo dos índices, para cada Estado e para o
§ 5o Antes de submeterem as propostas ao Contran,
Distrito Federal, será feito pelo órgão máximo executivo de
os Cetran, o Contrandife e o Departamento de Polícia Ro-
trânsito da União, ouvidos o Departamento de Polícia Ro-
doviária Federal realizarão consulta ou audiência pública
doviária Federal e demais órgãos do Sistema Nacional de
para manifestação da sociedade sobre as metas a serem
Trânsito.
propostas.
§ 12. Os índices serão divulgados oficialmente até o dia
Por sua vez, o § 5º afirma que antes de definirem tais
31 de março de cada ano.
metas no âmbito dos Estados, o Departamento de Polícia
§ 13. Com base em índices parciais, apurados no de-
Rodoviária Federal deverá realizar consultas públicas para
correr do ano, o Contran, os Cetran e o Contrandife poderão
que a sociedade possa participar no intuito de manifes- recomendar aos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito
tar-se sobre as metas propostas. alterações nas ações, projetos e programas em desenvolvi-
§ 6o As propostas dos Cetran, do Contrandife e do mento ou previstos, com o fim de atingir as metas fixadas
Departamento de Polícia Rodoviária Federal serão enca- para cada um dos Estados e para o Distrito Federal.
minhadas ao Contran até o dia 1o de agosto de cada ano, § 14. A partir da análise de desempenho a que se re-
acompanhadas de relatório analítico a respeito do cum- fere o § 7o deste artigo, o Contran elaborará e divulgará,
primento das metas fixadas para o ano anterior e de ex- também durante a Semana Nacional de Trânsito:
posição de ações, projetos ou programas, com os respec- I - duas classificações ordenadas dos Estados e do Distri-
tivos orçamentos, por meio dos quais se pretende cumprir to Federal, uma referente ao ano analisado e outra que con-
as metas propostas para o ano seguinte. sidere a evolução do desempenho dos Estados e do Distrito
§ 7o As metas fixadas serão divulgadas em setembro, Federal desde o início das análises;
durante a Semana Nacional de Trânsito, assim como o de- II - relatório a respeito do cumprimento do objetivo geral
sempenho, absoluto e relativo, de cada Estado e do Dis- do estabelecimento de metas previsto no § 1o deste artigo.
trito Federal no cumprimento das metas vigentes no ano Os índices serão acompanhados e com base nas par-
anterior, detalhados os dados levantados e as ações rea- ciais informadas anualmente, o Contran, os Cetrans e o
lizadas por vias federais, estaduais e municipais, devendo Contrandife poderão recomendar aos integrantes no SINE-
tais informações permanecer à disposição do público na TRAN, alterações nas ações, projetos e programas, sempre
rede mundial de computadores, em sítio eletrônico do ór- com o objetivo de alcance das metas fixadas para cada um
gão máximo executivo de trânsito da União dos Estados e Distrito Federal.
As propostas para fixação das metas deverão ser en-
caminhadas anualmente até 1º de agosto, acompanhadas
de relatório que informe os avanços obtidos no ano an-
terior.
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LEIS ESPECIAIS
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LEIS ESPECIAIS
4. (FCC/2016 - AL-MS - Agente de Polícia Legislati- outro pretexto, por parte dos pais, de integrantes da fa-
vo) Sobre a prática de ato infracional à luz do Estatuto da mília ampliada, dos responsáveis, dos agentes públicos
Criança e do Adolescente, é INCORRETO afirmar que a executores de medidas socioeducativas ou por qualquer
a) medida socioeducativa de internação pode ser de- pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los
terminada por descumprimento reiterado e injustificável ou protegê-los.
da medida anteriormente imposta. d) de serem criados e educados no seio de sua famí-
b) internação, antes da sentença, poderá ser determi- lia biológica, não se admitindo a sua inserção em família
nada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. substituta, assegurada a convivência familiar e comunitá-
c) medida socioeducativa de internação não pode- ria, em ambiente que garanta seu desenvolvimento inte-
rá exceder em nenhuma hipótese três anos, liberando-se gral.
compulsoriamente o menor infrator aos vinte e um anos
de idade. R: C. Nestes termos, preconiza o artigo 18-A do ECA:
d) medida socioeducativa de liberdade assistida será “A criança e o adolescente têm o direito de ser educados
fixada pelo prazo mínimo de trinta dias, podendo a qual- e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento
quer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina,
outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos
o defensor. integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos
e) remissão não implica necessariamente o reconhe- agentes públicos executores de medidas socioeducativas
cimento ou comprovação da responsabilidade, nem pre- ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tra-
valece para efeito de antecedentes, podendo incluir even- tá-los, educá-los ou protegê-los”. A alternativa “a” está
tualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas errada porque o artigo 16 do ECA fixa que o direito à li-
em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e berdade envolve os seguintes aspectos: “I - ir, vir e estar
a internação. nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressal-
vadas as restrições legais; II - opinião e expressão; III -
R: D. A lei exige como prazo mínimo de medida so-
crença e culto religioso; IV - brincar, praticar esportes
cioeducativa o período de 6 meses, conforme art. 118, § 2º,
e divertir-se; V - participar da vida familiar e comunitária,
ECA, não 30 dias conforme a alternativa “d”, razão pela qual
sem discriminação; VI - participar da vida política, na
está incorreta. A alternativa “a” está prevista no art. 122, §
forma da lei; VII - buscar refúgio, auxílio e orientação”.
1º, ECA; a alternativa “b” está prevista no art. 108 do ECA;
A alternativa “b” está errada porque o artigo 17 do ECA
a alternativa “c” está prevista no art. 121, §§ 3º e 5º, ECA; a
prevê que “o direito ao respeito consiste na inviolabilida-
alternativa “e” está prevista no art. 127 ECA.
de da integridade física, psíquica e moral da criança e do
adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da
5. (COMPERVE/2016 - Câmara de Natal/RN - Guar-
da Legislativo) As crianças e os adolescentes, qualificados identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças,
pelo direito hoje vigente como pessoas em desenvolvimen- dos espaços e objetos pessoais”. A alternativa “d” está
to, receberam do direito positivo brasileiro, tutela especial errada porque o artigo 18 do ECA assegura que “é direito
através da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, mais conhe- da criança e do adolescente ser criado e educado no seio
cida como Estatuto da Criança e do Adolescente. Seguindo de sua família e, excepcionalmente, em família substituta,
as diretrizes traçadas pela Constituição de 1988, o Estatuto assegurada a convivência familiar e comunitária, em am-
da Criança e do Adolescente trouxe a previsão normativa biente que garanta seu desenvolvimento integral”.
da absoluta prioridade e de variados direitos fundamentais.
Em tal seara, foi determinado que as crianças e os adoles- 6. (FUNRIO/2016 - IF-PA - Assistente de Alunos)
centes têm direito, Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
a) à liberdade, de forma a compreender a liberdade de 8.069/90), é considerado criança
ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitá- a) a pessoa até seis anos incompletos de idade.
rios, ressalvadas as restrições legais; a liberdade de opinião b) a pessoa até oito anos incompletos de idade.
e de expressão; a liberdade de brincar e de praticar espor- c) a pessoa até 12 anos incompletos de idade.
tes, a liberdade de participar da vida familiar e comunitária; d) a pessoa até 18 anos incompletos de idade.
a liberdade de buscar refúgio, auxílio e orientação, exce- e) a pessoa até 14 anos incompletos, desde que não
tuadas dessa tutela a liberdade de crença e culto religioso tenha cometido nenhum crime.
e de participar da vida política.
b) ao respeito, consistente na inviolabilidade da sua R: C. O Estatuto da Criança e do Adolescente opta por
integridade física, psíquica e moral, abrangendo a preser- categorizar separadamente estas duas categorias de me-
vação da imagem, da identidade, da autonomia, de seus nores. Criança é aquele que tem até 12 anos de idade (na
valores, ideias e crenças, excluída a tutela dos seus espaços data de aniversário de 12 anos, passa a ser adolescente),
e objetos pessoais. adolescente é aquele que tem entre 12 e 18 anos (na data
c) de serem educados e cuidados sem o uso de cas- de aniversário de 18 anos, passa a ser maior), conforme o
tigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como artigo 2º do ECA.
formas de correção, disciplina, educação ou a qualquer
63
LEIS ESPECIAIS
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LEIS ESPECIAIS
___________________________________________________
13. (IDECAN/2016 - UFPB - Auxiliar em Assuntos
Educacionais) Considerando a prática de ato infracional ___________________________________________________
por adolescentes e os direitos individuais assegurados,
nessa situação, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente ___________________________________________________
(ECA), assinale a alternativa correta.
a) Considera-se ato infracional a conduta descrita como ___________________________________________________
crime e não a estabelecida como contravenção penal.
b) O adolescente não pode ser privado de sua liberda- ___________________________________________________
de senão em flagrante de ato infracional ou por ordem es- ___________________________________________________
crita e fundamentada da autoridade judiciária competente.
c) O adolescente que comete ato infracional perde o ___________________________________________________
direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão,
devendo, contudo, ser informado acerca de seus direitos. ___________________________________________________
d) O adolescente civilmente identificado será subme-
tido à identificação compulsória pelos órgãos policiais, de ___________________________________________________
proteção e judiciais, independente se para efeito de con- ___________________________________________________
frontação em caso de dúvida fundada.
___________________________________________________
R: B. Conforme preconiza o art. 106, “nenhum adoles-
cente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ___________________________________________________
ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente”. ___________________________________________________
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LEIS ESPECIAIS
ANOTAÇÕES
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DIREITO PENAL MILITAR
1
DIREITO PENAL MILITAR
O Estudo da disciplina de direito penal militar com- A primeira, chamada de Teoria Quadripartida, entende
preende conceitos cuja fonte é o direito penal tido por que para ocorrência do crime é necessária a presença de
comum, aplicável ao chamado “homem médio”, homem quatro elementos: fato típico, ilicitude, culpabilidade e pu-
comum, qualquer do povo. Nesse sentido, buscaremos tais nibilidade. Essa teoria é adotada por um número mínimo
conceitos diretamente na fonte, amparado pela doutrina de doutrinadores – justificam que a punibilidade não pode
sobre o tema além de jurisprudência e artigos específicos ser elemento do crime posto que é consequência da sua
da seara penal militar. prática. Para essa teoria um homicídio praticado em legíti-
Antes de entendermos o que vem a ser crime militar ma defesa não é crime já que o agente teria diante de uma
precisamos compreender desde já o que vem a ser crime. excludente de ilicitude. No entanto, o que deixa de existir é a
O que crime, segundo doutrina clássica pode ser concei- punição, mas não o crime.
tuado levando em conta três aspectos: material, formal e A teoria tripartida considera que para que exista o crime
analítico. é necessária a presença de três elementos: fato típico, ilicitude
e culpabilidade. Por fim, existe a teoria bipartida, que exclui
- Aspecto material a culpabilidade dos elementos que compõe o crime, ficando
Considera-se crime toda ação praticada pelo homem apenas o fato típico e a ilicitude. Segundo Cléber Masson
(ser humano) que causa lesão ou exponha a perigo deter- (obra já citada) “para os seguidores dessa teoria bipartida,
minado bem jurídico penalmente protegido pela lei penal. a culpabilidade deve ser excluída da composição do crime,
Como exemplo, podemos afirmar que a vida humana é um uma vez que se trata de pressuposto de aplicação da pena.
bem jurídico penalmente protegido; logo, aquele que “ti- Destarte, para a configuração do delito bastam o fato típico e
rar” a vida de alguém ou expor alguém ao perigo de vida, a ilicitude, ao passo que a presença ou não da culpabilidade
estará cometendo um crime. (ressalvados os casos onde a importará na possibilidade ou não de a pena ser imposta”.
conduta delitiva está protegida pela lei penal – Ex: policial
que acaba praticando homicídio no estrito cumprimento Definição de Crime Militar
do dever legal). Apresentados os aspectos, podemos então afirmar que
Segundo Cléber Masson em sua obra “Direito Penal Es- o direito penal militar adotou o critério formal, ou seja, quem
quematizado – Vol. 01”, o conceito de crime apresentado define o que vem a ser um crime militar é o legislador pela
acima “serve como fator de legitimação do Direito Penal edição de leis que assim os definem.
em um Estado Democrático de Direito. O mero atendi- A parte geral do código penal militar apresenta duas for-
mento do princípio da reserva legal se mostra insuficiente. mas iniciais de crime praticado pelo militar; crime praticado
Não basta uma lei para qualquer conduta ser considerada em tempo de paz e crime praticado em tempo de guerra.
penalmente ilícita. Imagine um tipo penal com o seguinte Essa diferenciação é bastante interessante posto que em
conteúdo: “Sorrir por mais de 10 minutos, ininterruptamen- tempos de guerra a atuação militar é diferenciada; a atuação
te. Pena: reclusão, de 2 a 8 anos, e multa”. Nesta situação, do militar em situações extremas demanda analisar sua con-
o princípio da reserva legal ou estrita legalidade seria obe- duta também de forma diversa de quando esteja em tempos
decido. Contudo, somente se legitima o crime quando a de paz.
conduta proibida apresentar relevância jurídico-penal, me- Os crimes praticados por militares em tempo de paz po-
diante a provocação de dano ou ao menos exposição à si- dem ser definidos em três grupos, a saber:
tuação de perigo em relação a bens jurídicos penalmente I os crimes de que trata o Código Penal Militar, quando
relevantes”. definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela não
previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição es-
- Aspecto formal pecial;
Para que exista determinado crime é necessário que II os crimes previstos no Código penal Militar, embora
o legislador forneça o conceito; ou seja, pelo critério legal também o sejam com igual definição na lei penal comum,
o conceito de crime será aquele fornecido pelo legislador. quando praticados:
O código penal brasileiro não apresenta definição ao a) por militar em situação de atividade ou assemelha-
que vem a ser crime, no entanto, no artigo 1º da Lei de do, contra militar na mesma situação ou assemelhado;
Introdução ao código penal esse conceito se apresenta de b) por militar em situação de atividade ou assemelha-
forma cristalina: do, em lugar sujeito à administração militar, contra militar da
“Considera-se crime a infração penal a que a lei comi- reserva, ou
na pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, reformado, ou assemelhado, ou civil;
quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; c) por militar em serviço ou atuando em razão da fun-
contravenção, a infração penal a que a lei comina, isola- ção, em comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda
damente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, que fora do lugar sujeito à administração militar contra mili-
alternativa ou cumulativamente”. tar da reserva, ou reformado, ou civil;
d) por militar durante o período de manobras ou exer-
- Aspecto analítico cício, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelha-
Dentro do aspecto formal existem três teorias doutri- do, ou civil;
nárias que discutem o tema. Por essa razão não se pode e) por militar em situação de atividade, ou assemelha-
responder seguramente qual das três teorias nosso código do, contra o patrimônio sob a administração militar, ou a
penal adotou. ordem administrativa militar;
2
DIREITO PENAL MILITAR
III os crimes praticados por militar da reserva, ou re- - PUNIBILIDADE DA TENTATIVA. Enquanto o Códi-
formado, ou por civil, contra as instituições militares. go Penal comum brasileiro adotou a teoria objetiva em seu
Os crimes praticados por militares em tempo de guerra art.14, II, punindo a tentativa com uma pena reduzida de 1 a
estão definidos no artigo 10 do Código Penal Militar e po- 2 terços, o Código Penal Militar, no parágrafo único do seu
dem ser divididos em quatro grupos, a saber: art.30, previu a punibilidade da tentativa pela teoria subjetiva
I os especialmente previstos no Código Penal Mili- ( mesma pena do crime consumado ), sendo que a excepcio-
tar para o tempo de guerra; nal gravidade ali referida, fica a critério do arbítrio do Juiz.
II os crimes militares previstos para o tempo de paz; - TRATAMENTO MAIS SEVERO AO ERRO DE DIREITO.
III os crimes previstos no Código Penal Militar, embo- O erro é tratado de forma diversa nos dois Códigos, va-
ra também o sejam com igual definição na lei penal comum lendo anotar que não há correspondência exata ente o erro
ou especial, quando praticados, qualquer que seja o agen- de direito e o erro sobre a ilicitude do fato. Assim, o Código
te: Penal comum trata em seu art.21 do erro sobre a ilicitude
a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmen- do fato, o qual se inevitável, ou invencível, exclui o dolo e,
te ocupado; portanto, o autor fica isento de pena. Definiuse, conforme
b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem o item nº 17 da Exposição de Motivos do CP, a evitabilidade
comprometer a preparação, a eficiência ou as operações do erro em função da potencial consciência da ilicitude. Já
militares ou, de qualquer outra forma, atentam contra a se- o Código Penal Militar tratou do erro de direito de forma
gurança externa do País ou podem expô-la a perigo; duplamente severa em seu art.35, se o agente supõe lícito
IV os crimes definidos na lei penal comum ou espe- o fato, por ignorância ou errada compreensão da lei, se es-
cial, embora não previstos no Código Peal Militar, quando cusáveis (ou invencíveis) sua pena poderá ser atenuada ou
praticados em zona de efetivas operações militares ou em substituída por outra menos grave e, se for crime contra o
território estrangeiro, militarmente ocupado. dever militar, o erro de direito não lhe aproveita.
- Crime propriamente militar - PREVISÃO DO ESTADO DE NECESSIDADE JUSTIFI-
O termo crime propriamente militar vem inserido no CANTE ESPECÍFICO DO COMANDANTE. Previsto no pa-
artigo 5º inciso LXI da Constituição Federal segundo o qual, rágrafo único do art. 42, o qual permite que o Comandante
ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or- de navio, aeronave, ou praça de guerra, na iminência de
dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária com- perigo ou grave calamidade possa compelir os subalternos,
petente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime por meios violentos, a executar serviços e manobras urgen-
propriamente militar, definidos em lei”. (grifo nosso). Sobre tes, para salvar a unidade ou vidas, ou evitar o desânimo,
tal expressão, discorre Jorge César de Assis em sua obra o terror, a desordem, a rendição, a revolta ou o saque. Não
“Crime Comum e Crime Comum”, “que crime propriamente se pode esquecer que ao Comandante é imposto o dever
militar é aquele que só está previsto no Código Penal Mili- de manter sua tropa controlada, destinando o CPM inclusi-
tar, e que só poderá ser cometido por militar, como aqueles ve algumas figuras típicas de modo a punir aquele que se
contra a autoridade ou disciplina militar ou contra o serviço omite em manter a força sob seu comando em estado de
militar e o dever militar. Já o crime impropriamente militar eficiência (art.198) e mesmo aquele que se omite de tomar
está previsto ao mesmo tempo, tanto no Código Penal Mi- providências para salvar seus comandados (art.200).
litar como na legislação penal comum, ainda que de forma - TRATAMENTO DUPLO AO ESTADO DE NECESSIDA-
um pouco diversa (roubo, homicídio, estelionato, estupro, DE. Enquanto o Código Penal comum previu apenas
etc.) e via de regra, poderá ser cometido por civil. o estado de necessidade justificante como excludente da
Podemos então concluir que crime propriamente mili- ilicitude no seu art. 24, o CPM previu igualmente tanto o
tar são aqueles que não podem ser praticados pelo homem estado de necessidade justificante (art.42, I e 43), quanto
comum, já que os mesmos foram trazidos pelo legislador o estado de necessidade exculpante como excludente da
como forma de proteger a instituição militar. Como exem- culpabilidade (art.39), desde que o direito alheio a ser pro-
plo, podemos citar o crime definido no artigo 195 do Códi- tegido, seja, nesse caso, de pessoa a quem o agente está
go Penal Militar – abandono de posto – tal crime só poderá ligado por estreitas relações de parentesco ou afeição. No-
ser praticado por militares e assemelhados, já que ocupa te-se que no estado de necessidade como excludente da
determinado posto (na esfera militar) aquele que está li- culpabilidade, o bem sacrificado pode ser inclusive maior
gado ao bem protegido.
a corporação militar. - PREVISÃO DA PENA DE MORTE EM TEMPO DE
- Diferenças entre crime militar e crime comum GUER-
Para apresentação das diferenças entre crime militar e RA. A legislação militar brasileira sempre previu a pena
crime comum utilizaremos artigo de autoria de Jorge César de morte. Existe uma previsão constitucional do inciso XL-
de Assis, sob o título “CRIME MILITAR E CRIME COMUM. VII do art.5º, o qual ressalvou-a para o caso de guerra de-
CONCEITOS clarada.
E DIFERENÇAS”, publicado em http://www.jusmilitaris. - PREVISÃO DE PENAS INFAMANTES. Dentre as pe-
com.br/ novo/uploads/docs/crimemilitarecomum.pdf. To- nas acessórias previstas no art. 98 do CPM, destacamos a
das as diferenças a seguir expostas foram extraídas na ínte- declaração de indignidade para com o oficialato e a decla-
gra de referido artigo, razão pela qual deixa-se de expô-las ração de incompatibilidade para com o oficialato, já que
da forma tecnicamente correta, entre aspas. ambas, por mandamento constitucional, implicam na perda
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DIREITO PENAL MILITAR
do posto e da patente dos oficiais, declarada pelo Tribunal Especial Criminal tem competência para a conciliação,
competente em tempo de paz. Por ora, suficiente que se julgamento e a execução das infrações penais de menor
diga que fica sujeito à declaração de indignidade, qual- potencial ofensivo. Todavia, a Lei dos Juizados Especiais
quer que seja a pena, o militar condenado nos crimes Criminais não se aplica à Justiça Militar. De pronto, o Su-
de traição, espionagem ou cobardia e, também nos de perior Tribunal Militar rechaçou-a, inclusive sumulando a
desrespeito a símbolo nacional, pederastia ou outro ato questão em se Verbete nº 9: A Lei nº 9099/95 não se apli-
de libidinagem; furto simples; roubo simples; extorsão ca na Justiça Militar da União. A Suprema Corte Brasileira,
simples; extorsão mediante seqüestro; chantagem; este- em meio à intensa discussão, pacificou que somente eram
lionato; abuso de pessoa; peculato; peculato mediante aplicáveis à Justiça Militar, os institutos da exigência de re-
aproveitamento de outrem; falsificação de documento e; presentação nas lesões culposas e nas lesões leves dolosas
falsidade ideológica. Da mesma forma, será declarado e, o instituto da suspensão condicional do processo.
incompatível com o oficialato, o militar condenado pela
prática dos crimes previstos nos artigos 141 (entendi- QUESTÕES
mento para gerar conflito ou divergência com o Brasil) e
142 (tentativa contra a soberania do Brasil). Anota José 1) CESPE - 2013 - MPU – Analista. Julgue os itens
Júlio Pedrosa que o oficial declarado indigno ou incom- seguintes, relativos ao direito penal militar. Considere que
patível com o oficialato, por decisão do Superior Tribunal militares do Exér- cito brasileiro, reunidos em alojamento
Militar, perde, obrigatoriamente, o posto e patente, nos militar, tenham criado uma coreografia ao som de uma ver-
termos do art. 142, § 3º, inciso VI, da Constituição Fede- são funk do Hino Nacional, além de terem filmado a dança
ral. Perdendo o posto e patente será demitido ex officio e divulgado o vídeo na Internet. Nessa situa- ção, segun-
sem direito a qualquer remuneração ou indenização e do entendimento do Superior Tribunal Militar, a conduta
receberá a certidão de situação militar prevista na le- dos militares não constitui crime de desrespeito a símbolo
gislação que trata o serviço militar. Deixa de ser militar nacional, devendo ser tratada, na esfera disciplinar, como
e oficial. É o que estabelece o art. 119 do Estatuto dos brincadeira desres- peitosa.
Militares. (a) Certo
- MAIOR SEVERIDADE AO TRATAMENTO DADO (b) Errado
À SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA SURSIS. En-
quanto no
2) FUNIVERSA - 2013 - PM-DF - Soldado da Polícia
Direito Penal comum exige-se que o condenado não
Militar. Acerca dos crimes militares em tempo de paz, assi-
seja reincidente em crime doloso, art. 77, I (podendo ser
nale a alternativa correta.
reincidente em crime culposo), no Direito Penal castren-
a) A prática de ato de violência contra superior hie-
se exige-se que o sentenciado não seja reincidente em
rárquico é crime militar, enquanto praticar violência contra
crime punido com pena privativa de liberdade, art.84, I,
(que tanto pode ser doloso como culposo), o que implica inferior consiste apenas em falta disciplinar.
em um plus de severidade. Da mesma forma, a conces- b) Os policiais militares que recebem pagamento de
são do benefício está vetada ao condenado por crime comercian- te para concentrarem a sua patrulha na região
cometido em tempo de guerra e, em tempo de paz, aos do estabelecimento comercial dele não praticam corrup-
condenados pelos crimes de aliciação e incitamento, de ção passiva, pois o mencionado crime só ocorre quando o
violência contra o superior de dia, oficial de dia, de ser- recebimento de vantagem indevida tiver como finalidade a
viço ou de quarto, sentinela, vigia ou plantão; de des- prática de ato ilícito.
respeito ao superior, de insubordinação ou de deserção, c) O policial militar que, ao atender ocorrência de
além dos crimes de desrespeito a superior, desrespeito trânsito, se apropria de arma que recolhera do interior de
a símbolo nacional, despojamento desprezível, pederas- um dos veículos en- volvidos na ocorrência não pratica pe-
tia ou outro ato de libidinagem, de receita ilegal e seus culato.
assimilados. d) Embriagar-se o militar, quando em serviço, carac-
- TRATAMENTO MAIS SEVERO AO CRIME CONTI- teriza cri- me militar, mas apresentar-se embriagado para
NUA- prestá-lo caracteriza apenas infração disciplinar.
DO. Tratando da hipótese do crime continuado em e) O militar que se ausentar, sem licença, da unidade
seu art.80 o Código Penal Militar adotou, da mesma for- em que serve, pelo período de cinco dias, não pratica crime
ma que a legislação penal comum, a teoria da ficção ju- de deserção.
rídica, pela qual presume-se a existência de um só crime.
Fá-lo, entretanto, de forma mais severa, pois equipara o 3) VUNESP - 2011 - TJM-SP - Escrevente Técnico Ju-
crime continuado ao concurso de crimes, exasperando, diciário. Sobre os crimes militares em tempo de paz, assi-
sobremaneira, a aplicação da pena. nale a alternativa correta.
- INAPLICABILIDADE DO JUIZADO ESPECIAL CRIMI- a) Todos os crimes dolosos contra a vida serão da
NAL AOS CRIMES MILITARES. A Lei nº 9099, de 26.09.1995, competência da justiça comum.
instituiu os Juizados Especiais Criminais, regulamentando b) Os crimes dolosos contra a vida, cometidos contra
assim o art. 98, I, da Carta Magna, fonte geradora dos refe- civil, se- rão da competência da justiça comum.
ridos Juizados Especiais da Justiça do Distrito Federal e dos c) Os crimes dolosos contra a vida, cometidos contra
Estados. O Juizado militar, serão da competência da justiça comum.
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DIREITO PENAL MILITAR
d) Os crimes dolosos contra a vida, cometidos contra 7) NUCEPE - 2012 - PM-PI - Agente de Polícia – Cabo.
civil, se- rão da competência da justiça militar. São crimes propriamente militares, previstos no Código Pe-
e) Todos os crimes dolosos contra a vida serão da nal Militar.
competência da justiça militar. a) Motim, violência contra superior, desacato, recusa
de obe- diência.
4) CESPE - 2009 - PM-DF - Soldado da Polícia Militar. b) Motim, desacato a superior, deserção, abandono
Julgue os itens subsequentes, de acordo com a doutrina e a de posto.
jurisprudência dominantes no âmbito do direito penal mili- c) Motim, desacato a superior, desacato, desobe-
tar. Os crimes militares, em tempo de paz, somente podem diência.
ter como sujeito ativo um militar, não compreendendo, em d) Motim, deserção, desacato, embriaguez em servi-
tais situações, o civil. ço.
(a) Certo e) Motim, desacato, embriaguez em serviço, aban-
(b) Errado dono de posto.
05) CRSP - PMMG - 2013 - PM-MG - Oficial da Polí- 8) UPENET - 2014 - PM-PE - Oficial da Polícia Mili-
cia Mi- litar. Dos crimes a seguir relacionados, marque a tar. Sobre o inquérito policial militar previsto no Código de
alternativa COR- RETA que descreve os crimes existentes Processo Penal Militar, analise as afirmativas a seguir:
somente no Código Penal Militar: I. O inquérito deverá terminar no prazo de quinze
a) reunião ilícita, desobediência, desacato, motim e dias, se o indiciado estiver preso, contado esse prazo a par-
deserção. tir do dia em que se executar a ordem de prisão.
b) reunião ilícita, recusa de obediência, insubmissão II. O inquérito deverá terminar no prazo de trinta
e estupro de vulnerável. dias, quando o indiciado estiver solto, contado a partir da
c) reunião ilícita, recusa de obediência, rigor excessi- data em que se instaurar o inquérito.
vo e aten- tado violento ao pudor. III. A autoridade militar não poderá mandar arquivar
d) atentado violento ao pudor, violência contra infe- autos de inquérito, embora conclusivo da inexistência de
rior, furto de uso e supressão de documento. crime ou de inim- putabilidade do indiciado.
IV. O arquivamento de inquérito não obsta a instaura-
6) NUCEPE - 2012 - PM-PI - Agente de Polícia – Sar- ção de ou- tro, se novas provas aparecerem em relação ao
gento. Dentre os crimes militares, temos o crime de motim, fato, ao indiciado ou à terceira pessoa, ressalvados o caso
previsto no art. 149 do Código Penal Militar. Sobre este tipo julgado e os casos de extinção da punibilidade.
delituoso podemos afirmar, EXCETO. Está CORRETO o que se afirma em
a) É um crime propriamente militar, previsto apenas a) III e IV, apenas.
no Código Penal Militar, que tem, dentre outras caracterís- b) I, II e IV, apenas.
ticas, a reunião de militares em ação contra a ordem rece- c) II e III, apenas.
bida de superior, ou negando-a cumpri-la. d) I, III e IV, apenas.
b) É um crime propriamente militar, previsto apenas e) I, II, III e IV.
no Có- digo Penal Militar, que tem, dentre outras caracte-
rísticas, a recusa conjunta de obediência, ou em resistência 9) FUMARC - 2011 - PM-MG - Oficial da Polícia Mi-
ou violência, em comum, contra superior. litar.
c) É um crime propriamente militar, previsto apenas Em se tratando do Inquérito Policial Militar, é impor-
no Código Penal Militar, praticado contra a autoridade e a tante saber que
disciplina militar. a) o posto do indiciado induz a competência para
d) É um crime propriamente militar, previsto apenas instauração do procedimento, mas não a delegação de ins-
no Código Penal Militar, que tem, dentre outras caracterís- trução.
ticas, a reunião de militares em ação contra a ordem rece- b) em regra, o Poder de Polícia Judiciária Militar é
bida de superior, ou negando-a cumpri-la, praticado contra exercido pelos Ofciais e eventualmente pode ser delegado
a administração militar. às praças.
e) É um crime propriamente militar previsto apenas c) ainda que a delegação para a instrução não tenha
no Código Penal Militar, que tem, dentre outras caracterís- ocorrido, os Ofciais responsáveis pelo Comando quando
ticas, a reunião de militares em ação contra a ordem rece- da inci- dência de crime militar devem proceder de ofício
bida de superior, ou negando-a cumpri-la, praticado contra as providências preliminares de investigação.
a autoridade e disciplina militar. d) a solução do Inquérito é providência essencial
para que a autoridade instauradora possa prolatar o Rela-
tório do IPM.
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01 B ————————————————————————
02 E ————————————————————————
03 B
04 B ————————————————————————
05 C
06 D ————————————————————————
07 B ————————————————————————
08 A
09 C ————————————————————————
10 D
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Fique atento: antes da Constituição da República de indício de crime, pronunciando-se, neste último caso, justi-
1988, o oficial encarregado do inquérito possuía a facul- ficadamente, sobre a conveniência da prisão preventiva do
dade de manter incomunicável o indiciado que estivesse indiciado nos termos legais.
legalmente preso por até três dias. Entretanto, o artigo No caso de ter sido delegada a atribuição de polí-
136, § 3º, inciso IV da Constituição afirma: “É vedada a cia judiciária, o encarregado do inquérito deverá enviar
incomunicabilidade do preso”. à autoridade de que recebeu a designação, para que lhe
As testemunhas e o indiciado, exceto caso de urgên- homologue ou não a solução, aplique penalidades, no
cia inadiável, devem ser ouvidos durante o dia, entre as caso de ter sido apurada infração disciplinar, ou determi-
sete e dezoito horas. As testemunhas não serão inqui- ne novas diligências, se as julgar necessárias.
ridas por mais de quatro horas seguidas, podendo ter Discordando da solução, a autoridade que o delegou
intervalo de trinta minutos sempre que tiver de prestar poderá avocá-lo e dar solução diferente.
declarações além daquele tempo. As inquirições que não O IPM pode ser arquivado no caso de o Ministério
ficarem concluídas até as dezoito horas serão encerradas Público Militar não encontrar elementos suficientes de
para prosseguir no dia seguinte. autoria e materialidade. A autoridade militar não poderá
O Encarregado é a autoridade de polícia judiciária mandar arquivar autos de IPM, embora conclusivo da ine-
militar responsável por instruir o inquérito policial (IPM), xistência de crime ou de inimputabilidade do indiciado.
responsável por todos os atos e deliberações do procedi- Competente à autoridade judiciária determinar o ar-
mento até a remessa à autoridade delegante. quivamento do IPM, a requerimento do Ministério Pú-
Nos termos do art. 15 do CPPM: “Será encarregado blico.
do inquérito, sempre que possível, oficial de posto não O arquivamento do IPM não obsta a instauração de
inferior ao de capitão ou capitão-tenente; e em se tra- outro, se novas provas aparecerem em relação ao fato,
tando de infração penal contra a segurança nacional, sê- ao indiciado ou a terceira pessoa, ressalvados o caso de
-lo-á, sempre que possível, oficial superior, atendida em julgado e os casos de extinção da punibilidade.
cada caso, a sua hierarquia, se oficial o indiciado. ” É importante lembrar que terminado o inquérito, se-
O escrivão do IPM é responsável por toda a parte ma- rão os autos remetidos ao juízo da Circunscrição Judiciá-
terial e apresentação do feito, tudo sob estrita supervisão ria Militar onde ocorreu a infração penal, acompanhados
do encarregado. dos instrumentos desta, bem como dos objetos que inte-
Por não haver no âmbito militar escrivão de ofício, ressarem à sua prova.
aquele que é designado para tal atividade, presta com- Os autos do IPM não poderão ser devolvidos a auto-
promisso de manter o sigilo do inquérito e de cumprir ridade policial militar, exceto se:
fielmente as determinações do CPPM no exercício de a) mediante requisição do Ministério Público, para
suas atribuições. O descumprimento caracteriza crime diligências por ele consideradas imprescindíveis ao ofe-
de violação de sigilo funcional (art. 326 do Código Penal recimento da denúncia; e
Militar). b) por determinação do juiz, antes da denúncia, para
Fique atento: para não confundir os prazos do In- o preenchimento de formalidades previstas no CPPM, ou
quérito Policial Militar com o prazo do inquérito policial. para complemento de prova que julgue necessária.
Nos termos do artigo 20 do CPPM, o IPM deverá ter- Nestas hipóteses, o juiz marcará prazo, não exceden-
minar dentro de vinte dias a contar da data da prisão, se te de vinte dias, para a restituição dos autos.
o indiciado estiver preso, ou no prazo de quarenta dias,
se o indiciado estiver solto, contados a partir da data da (STM - Analista Judiciário/Área: Judiciária - UNB/CES-
portaria de instauração do inquérito. PE - 2004) Acerca da polícia judiciária militar, do inqué-
O prazo para conclusão no caso de réu preso é im- rito policial militar, da ação penal militar, do juiz e seus
prorrogável, mas o CPPM admite a prorrogação do prazo, auxiliares, julgue os itens a seguir.
pela autoridade militar superior, por vinte dias quando o 77 O inquérito policial militar é a apuração sumária
indiciado não estiver preso, desde que não estejam con- de fato, em tese, criminoso e de sua autoria, não tendo,
cluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja necessi- no entanto, valor jurídico os exames e as perícias reali-
dade de diligências indispensáveis para a elucidação do zados que não forem repetidos em juízo, durante o pro-
fato criminoso. cesso.
É admissível apenas uma prorrogação além dos 20
dias, isso quando o indiciado estiver solto, salvo no caso 77 E Comentário: as provas produzidas na fase de in-
de dificuldades insuperáveis, a juízo do Comandante da quérito que não tem viabilidade em se repetir na fase da
Força singular (Marinha, Exército ou Aeronáutica). ação penal não terá prejuízo e possui pleno valor jurídico.
O inquérito policial militar é concluído por meio de
um relatório. Dispõe o artigo 22 do CPPM:
O inquérito será encerrado com minucioso relatório,
em que o seu encarregado mencionará as diligências fei-
tas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos, com indi-
cação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato delituoso.
Em conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou
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d) é encontrado, logo depois, com instrumentos, obje- da pessoa conduzida, relaxará a prisão. Em se tratando de
tos, material ou papéis que façam presumir a sua participa- infração penal comum, remeterá o prêso à autoridade civil
ção no fato delituoso. competente.
Infração permanente Registro das ocorrências
Parágrafo único. Nas infrações permanentes, conside- Art. 248. Em qualquer hipótese, de tudo quanto ocor-
ra-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a rer será lavrado auto ou têrmo, para remessa à autoridade
permanência. judiciária competente, a fim de que esta confirme ou infir-
Lavratura do auto me os atos praticados.
Art. 245. Apresentado o prêso ao comandante ou ao Fato praticado em presença da autoridade
oficial de dia, de serviço ou de quarto, ou autoridade cor- Art. 249. Quando o fato fôr praticado em presença da
respondente, ou à autoridade judiciária, será, por qualquer autoridade, ou contra ela, no exercício de suas funções,
dêles, ouvido o condutor e as testemunhas que o acompa- deverá ela própria prender e autuar em flagrante o infra-
nharem, bem como inquirido o indiciado sôbre a imputa- tor, mencionando a circunstância.
ção que lhe é feita, e especialmente sôbre o lugar e hora Prisão em lugar não sujeito à administração militar
em que o fato aconteceu, lavrando-se de tudo auto, que Art. 250. Quando a prisão em flagrante fôr efetuada
será por todos assinado. em lugar não sujeito à administração militar, o auto po-
§ 1º Em se tratando de menor inimputável, será apre- derá ser lavrado por autoridade civil, ou pela autoridade
sentado, imediatamente, ao juiz de menores. militar do lugar mais próximo daquele em que ocorrer a
Ausência de testemunhas prisão.
§ 2º A falta de testemunhas não impedirá o auto de pri- Remessa do auto de flagrante ao juiz
são em flagrante, que será assinado por duas pessoas, pelo Art. 251. O auto de prisão em flagrante deve ser reme-
menos, que hajam testemunhado a apresentação do preso. tido imediatamente ao juiz competente, se não tiver sido
Recusa ou impossibilidade de assinatura do auto lavrado por autoridade judiciária; e, no máximo, dentro em
§ 3º Quando a pessoa conduzida se recusar a assinar, cinco dias, se depender de diligência prevista no art. 246.
não souber ou não puder fazê-lo, o auto será assinado por
Passagem do prêso à disposição do juiz
duas testemunhas, que lhe tenham ouvido a leitura na pre-
Parágrafo único. Lavrado o auto de flagrante delito, o
sença do indiciado, do condutor e das testemunhas do fato
prêso passará imediatamente à disposição da autoridade
delituoso.
judiciária competente para conhecer do processo.
Designação de escrivão
Devolução do auto
§ 4º Sendo o auto presidido por autoridade militar,
Art. 252. O auto poderá ser mandado ou devolvido à
designará esta, para exercer as funções de escrivão, um ca-
autoridade militar, pelo juiz ou a requerimento do Minis-
pitão, capitão-tenente, primeiro ou segundo-tenente, se o
tério Público, se novas diligências forem julgadas necessá-
indiciado fôr oficial. Nos demais casos, poderá designar um
subtenente, suboficial ou sargento. rias ao esclarecimento do fato.
Falta ou impedimento de escrivão Concessão de liberdade provisória
§ 5º Na falta ou impedimento de escrivão ou das pes- Art. 253. Quando o juiz verificar pelo auto de prisão
soas referidas no parágrafo anterior, a autoridade desig- em flagrante que o agente praticou o fato nas condições
nará, para lavrar o auto, qualquer pessoa idônea, que, para dos arts. 35, 38, observado o disposto no art. 40, e dos
êsse fim, prestará o compromisso legal. arts. 39 e 42, do Código Penal Militar, poderá conceder ao
Recolhimento a prisão. Diligências indiciado liberdade provisória, mediante têrmo de com-
Art. 246. Se das respostas resultarem fundadas sus- parecimento a todos os atos do processo, sob pena de
peitas contra a pessoa conduzida, a autoridade mandará revogar a concessão.
recolhê-la à prisão, procedendo-se, imediatamente, se fôr
o caso, a exame de corpo de delito, à busca e apreensão SEÇÃO III
dos instrumentos do crime e a qualquer outra diligência Da prisão preventiva
necessária ao seu esclarecimento.
Nota de culpa Competência e requisitos para a decretação
Art. 247. Dentro em vinte e quatro horas após a prisão, Art 254. A prisão preventiva pode ser decretada pelo
será dada ao prêso nota de culpa assinada pela autorida- auditor ou pelo Conselho de Justiça, de ofício, a requeri-
de, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das mento do Ministério Público ou mediante representação
testemunhas. da autoridade encarregada do inquérito policial-militar,
Recibo da nota de culpa em qualquer fase dêste ou do processo, concorrendo os
§ 1º Da nota de culpa o prêso passará recibo que será requisitos seguintes:
assinado por duas testemunhas, quando êle não souber, a) prova do fato delituoso;
não puder ou não quiser assinar. b) indícios suficientes de autoria.
Relaxamento da prisão No Superior Tribunal Militar
§ 2º Se, ao contrário da hipótese prevista no art. 246, Parágrafo único. Durante a instrução de processo ori-
a autoridade militar ou judiciária verificar a manifesta ine- ginário do Superior Tribunal Militar, a decretação compete
xistência de infração penal militar ou a não participação ao relator.
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4 - Nos termos do Código de Processo Penal Militar, o 9 - No que diz respeito ao juiz, aos auxiliares da justiça
instituto da liberdade provisória: e às partes do processo militar, à organização da justiça
(A) Não poderá ser aplicado aos crimes culposos con- militar da União e sua competência e à prisão preventiva,
tra a segurança externa do país. julgue o item que se segue.
(B) Poderá ser aplicado a todos os crimes culposos pre- O capitão que, por designação, conduzir IPM para apu-
vistos no Código Penal Militar. rar suposto crime militar praticado por um soldado poderá,
(C) Poderá ser aplicado ao crime militar de desrespeito no curso do inquérito, representar à autoridade judiciária
a superior quando a infração for punida com pena de de- militar para que seja decretada a prisão preventiva do in-
tenção não superior a dois anos. diciado.
(D) Poderá ser aplicado ao crime militar de publicação
ou crítica indevida quando a infração for punida com pena ( ) CERTO
de detenção não superior a dois anos. ( ) ERRADO
(E) Tem sua aplicação vedada em razão dos valores,
hierarquia e disciplina, prestigiados pelo Direito Penal Mi- 10 - Julgue o próximo item, a respeito das prisões e
litar. da liberdade provisória no direito processual penal militar.
Para serem mantidas, as prisões provisórias dependem, em
5 - Em relação à menagem, é correto afirmar que: regra, de imediata apresentação do preso à autoridade ju-
(A) Somente poderá ser aplicada ao militar, ativo ou diciária militar competente para que esta delibere acerca
inativo, sendo vedada a sua aplicação aos civis. da custódia, em particular no que se refere à necessidade,
(B) A sua concessão deve observar como requisito sub- utilidade e manutenção desta e à integridade física e men-
jetivo, que o crime seja apenado com pena privativa de li- tal do aprisionado, medida comumente denominada pela
berdade de reclusão ou detenção. moderna doutrina processual de audiência de custódia,
(C) A sua concessão deve observar como requisito ob- prevista de forma expressa no CPPM.
jetivo, que o acusado não seja reincidente.
(D) Haverá detração na pena do período, salvo se con- ( ) CERTO
cedida em residência ou cidade. ( ) ERRADO
(E) Poderá ser concedida pela autoridade de polícia ju-
diciária militar. 11 - Julgue o próximo item, a respeito das prisões e
da liberdade provisória no direito processual penal militar.
6 – De acordo com o CPPM, os casos nele omissos po- A liberdade provisória mediante o pagamento de fiança
derão ser suprimidos: é concedida somente aos civis, pois, para os militares, há
(A) Pelas normas do Código de Processo Penal comum, outros instrumentos jurídicos que obstam a custódia des-
sem adoção de leis extravagantes, em face do princípio da necessária, como a menagem, por exemplo.
especialidade;
(B) Pelos princípios gerais de direito e pela analogia; ( ) CERTO
(C) Pela analogia e pelos usos e costumes militares es- ( ) ERRADO
tabelecidos pelos respectivos regulamentos;
(D) Em tempo de guerra ou de conflito armado pelas
normas do Estatuto de Roma e pelas Convenções de Ge-
nebra.
12
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR
___________________________________________________
( ) CERTO
( ) ERRADO ___________________________________________________
___________________________________________________
GABARITO
___________________________________________________
1–B ___________________________________________________
2–A
3–C ___________________________________________________
4–A
5–D ___________________________________________________
6–A
7–D ___________________________________________________
8–A ___________________________________________________
9 – CERTO
10 – ERRADO ___________________________________________________
11 – ERRADO
12 – ERRADO ___________________________________________________
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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR
ANOTAÇÕES
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar (RDPM) - Lei Complementar nº 893/01 e Portarias do Comandante
Geral; .............................................................................................................................................................................................................01
I-7-PM - Instruções para correspondência na Polícia Militar, publicadas no Bol G PM 169/06 e alterações
posteriores.....................................................................................................................................................................................................14
I-21-PM - Instruções para continências, honras, sinais de respeito e cerimonial militar na Polícia Militar; ....................... 27
I-30-PM - Instruções para Utilização da Rede Mundial de Computadores (internet) e Rede Interna (intranet) pela PMESP,
publicadas no Bol G PM 138/14 e alteração posterior; Capítulo III - das normas de segurança para a utilização da
internet; ....................................................................................................................................................................................................................... 42
I-31-PM - Instruções para Utilização do Correio Eletrônico (E-Mail) na PMESP, publicadas no Bol G PM 168/14 e
alteração posterior; Capítulo IV - Segurança na utilização dos correios eletrônicos e Capítulo V - Da elaboração da
mensagem; ...........................................................................................................................................................................................................43
R-5-PM - Regulamento de Uniformes da Polícia Militar - Título I e Título VIII, Capítulo I, II e IX............................................. 45
Policiamento Ostensivo (a pé e motorizado): ............................................................................................................................................224
Formulários de serviço; .......................................................................................................................................................................................224
Noções de radiopatrulhamento e polícia comunitária;...........................................................................................................................224
Programas de policiamento: ANEXO AO BOL G PM 121, DE 2 DE JULHO DE 2018. 13 ...........................................................224
Diretriz PM3-5/02/05 - Programa de Policiamento com Motocicletas no Estado de São Paulo - Programa ROCAM -
parcialmente alterada pela Ordem Complementar PM3-1/02/07; ...................................................................................................225
Diretriz PM3-7/02/05 - Programa de Força Tática - parcialmente alterada pela Ordem Complementar PM3-
1/02/13; ..................................................................................................................................................................................................... 232
Diretriz PM3-14/02/05 - Programa de Policiamento Escolar - parcialmente alterado pela Nota de Instrução PM3-
2/02/08; ....................................................................................................................................................................................................................237
Diretriz PM3-15/02/05 - Programa de Policiamento Comunitário - alterada pela Ordem Complementar PM3-3/02/11 e
Ordem de Serviço PM3-1/02/15; ...................................................................................................................................................................247
Diretriz PM3-1/02/07 - Policiamento de Trânsito - parcialmente alterado pela Ordem Complementar PM3-2/02/07 .260
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
CAPÍTULO II
REGULAMENTO DISCIPLINAR DA POLÍCIA Da Deontologia Policial-Militar SEÇÃO I
MILITAR (RDPM) LEI COMPLEMENTAR Nº Disposições Preliminares
893/01 E PORTARIAS DO COMANDANTE
GERAL; Artigo 6º A deontologia policial-militar é constituída
pelos valores e deveres éticos, traduzidos em normas de
conduta, que se impõem para que o exercício da profissão
policial-militar atinja plenamente os ideais de realização do
LEI COMPLEMENTAR Nº 893, DE 09 DE MARÇO DE bem comum, mediante a preservação da ordem pública.
2001 § 1º Aplicada aos componentes da Polícia Militar, in-
dependentemente de posto ou graduação, a deontologia
Institui o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar policial-militar reúne valores úteis e lógicos a valores espi-
rituais superiores, destinados a elevar a profissão policial-
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: -militar à condição de missão.
Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu § 2º O militar do Estado prestará compromisso de hon-
promulgo a seguinte lei complementar: ra, em caráter solene, afirmando a consciente aceitação dos
valores e deveres policiais-militares e a firme disposição de
CAPÍTULO I bem cumpri-los.
Das Disposições Gerais
SEÇÃO II
Artigo 1º A hierarquia e a disciplina são as bases da Dos Valores Policiais-Militares
organização da Polícia Militar.
Artigo 7º Os valores fundamentais, determinantes da
Artigo 2º Estão sujeitos ao Regulamento Disciplinar da moral policial-militar, são os seguintes:
Polícia Militar os militares do Estado do serviço ativo, da I o patriotismo; II o civismo; III a hierarquia; IV a disci-
reserva remunerada, os reformados e os agregados, nos plina;
termos da legislação vigente. V o profissionalismo;
Parágrafo único O disposto neste artigo não se aplica: VI a lealdade;
1 aos militares do Estado, ocupantes de cargos públi- VII a constância; VIII a verdade real; IX a honra;
cos ou eletivos; X a dignidade humana;
2 aos Magistrados da Justiça Militar. XI a honestidade;
Artigo 3º Hierarquia policial-militar é a ordenação pro- XII a coragem.
gressiva da autoridade, em graus diferentes, da qual de-
corre a obediência, dentro da estrutura da Polícia Militar,
SEÇÃO III
culminando no Governador do Estado, Chefe Supremo da
Dos Deveres Policiais-Militares
Polícia Militar.
§ 1º A ordenação da autoridade se faz por postos e
Artigo 8º Os deveres éticos, emanados dos valores po-
graduações, de acordo com o escalonamento hierárquico,
liciais-militares e que conduzem a atividade profissional
a antiguidade e a precedência funcional.
sob o signo da retidão moral, são os seguintes:
§ 2º Posto é o grau hierárquico dos oficiais, conferido
I cultuar os símbolos e as tradições da Pátria, do Estado
por ato do Governador do Estado e confirmado em Carta
de São Paulo e da Polícia Militar e zelar por sua inviolabi-
Patente ou Folha de Apostila.
§ 3º Graduação é o grau hierárquico das praças, confe- lidade;
rida pelo Comandante Geral da Polícia Militar. II cumprir os deveres de cidadão;
Artigo 4º A antiguidade entre os militares do Estado, III preservar a natureza e o meio ambiente;
em IV servir à comunidade, procurando, no exercício da
igualdade de posto ou graduação, será definida pela: suprema missão de preservar a ordem pública, promover,
I data da última promoção; sempre, o bem estar comum, dentro da estrita observância
II prevalência sucessiva dos graus hierárquicos anterio- das normas jurídicas e das disposições deste Regulamento;
res; V atuar com devotamento ao interesse público, colo-
III classificação no curso de formação ou habilitação; cando-o acima dos anseios particulares;
IV data de nomeação ou admissão; VI atuar de forma disciplinada e disciplinadora, com
V maior idade. respeito mútuo de superiores e subordinados, e preocu-
Parágrafo único Nos casos de promoção a aspirante-a- pação com a integridade física, moral e psíquica de todos
-oficial, a aluno-oficial, a 3º sargento, a cabo ou nos casos os militares do Estado, inclusive dos agregados, envidando
de nomeação de oficiais, alunos-oficiais ou admissão de esforços para bem encaminhar a solução dos problemas
soldados prevalecerá, para efeito de antiguidade, a ordem apresentados;
de classificação obtida nos respectivos cursos ou concur- VII ser justo na apreciação de atos e méritos dos su-
sos. bordinados;
1
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
VIII cumprir e fazer cumprir, dentro de suas atribuições XXVI respeitar a integridade física, moral e psíquica da
legalmente definidas, a Constituição, as leis e as ordens pessoa do preso ou de quem seja objeto de incriminação;
legais das autoridades competentes, exercendo suas ativi- XXVII observar as normas de boa educação e ser discreto
dades com responsabilidade, incutindo-a em seus subor- nas atitudes, maneiras e na linguagem escrita ou falada;
dinados; XXVIII não solicitar ou provocar publicidade visando a
IX dedicar-se integralmente ao serviço policial-militar, própria promoção pessoal;
buscando, com todas as energias, o êxito e o aprimora- XXIX observar os direitos e garantias fundamentais,
mento técnico-profissional e moral; agindo com isenção, equidade e absoluto respeito pelo ser
X estar sempre preparado para as missões que desem- humano, não usando sua condição de autoridade pública
penhe; para a prática de arbitrariedade;
XI exercer as funções com integridade e equilíbrio, se- XXX exercer a função pública com honestidade, não
gundo os princípios que regem a administração pública, aceitando vantagem indevida, de qualquer espécie;
não sujeitando o cumprimento do dever a influências in- XXXI não usar meio ilícito na produção de trabalho in-
devidas; telectual ou em avaliação profissional, inclusive no âmbito
XII procurar manter boas relações com outras catego- do ensino;
rias profissionais, conhecendo e respeitando-lhes os limites XXXII não abusar dos meios do Estado postos à sua
de competência, mas elevando o conceito e os padrões da disposição, nem distribuí-los a quem quer que seja, em de-
própria profissão, zelando por sua competência e autori- trimento dos fins da administração pública, coibindo ainda
dade; a transferência, para fins particulares, de tecnologia própria
XIII ser fiel na vida policial-militar, cumprindo os com- das funções policiais;
promissos relacionados às suas atribuições de agente pú- XXXIII atuar com eficiência e probidade, zelando pela
blico; economia e conservação dos bens públicos, cuja utilização
XIV manter ânimo forte e fé na missão policial-militar, lhe for confiada;
mesmo diante das dificuldades, demonstrando persistên- XXXIV proteger as pessoas, o patrimônio e o meio am-
cia no trabalho para solucioná-las; biente com abnegação e desprendimento pessoal;
XV zelar pelo bom nome da Instituição Policial-Militar e XXXV atuar onde estiver, mesmo não estando em ser-
de seus componentes, aceitando seus valores e cumprindo viço, para preservar a ordem pública ou prestar socorro,
seus deveres éticos e legais; desde que não exista, naquele momento, força de serviço
XVI manter ambiente de harmonia e camaradagem na suficiente.
vida profissional, solidarizando-se nas dificuldades que es- § 1º Ao militar do Estado em serviço ativo é vedado
teja ao seu alcance minimizar e evitando comentários de- exercer atividade de segurança particular, comércio ou to-
sairosos sobre os componentes das Instituições Policiais; mar parte da administração ou gerência de sociedade co-
XVII não pleitear para si, por meio de terceiros, cargo mercial ou dela ser sócio ou participar, exceto como acio-
ou função que esteja sendo exercido por outro militar do nista, cotista ou comanditário.
Estado; § 2º Compete aos Comandantes de Unidade e de Su-
XVIII proceder de maneira ilibada na vida pública e par- bunidade destacada fiscalizar os subordinados que apre-
ticular; sentarem sinais exteriores de riqueza, incompatíveis com a
XIX conduzir-se de modo não subserviente sem ferir os remuneração do respectivo cargo, fazendo-os comprovar
princípios de respeito e decoro; a origem de seus bens, mediante instauração de procedi-
XX abster-se do uso do posto, graduação ou cargo mento administrativo, observada a legislação específica.
para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou § 3º Aos militares do Estado da ativa são proibidas ma-
para encaminhar negócios particulares ou de terceiros; nifestações coletivas sobre atos de superiores, de caráter
XXI abster-se, ainda que na inatividade, do uso das de- reivindicatório e de cunho político-partidário, sujeitando-
signações hierárquicas em: -se as manifestações de caráter individual aos preceitos
a) atividade político-partidária, salvo quando candida- deste Regulamento.
to a cargo eletivo; § 4º É assegurado ao militar do Estado inativo o direito
b) atividade comercial ou industrial; de opinar sobre assunto político e externar pensamento e
c) pronunciamento público a respeito de assunto poli- conceito ideológico, filosófico ou relativo a matéria perti-
cial, salvo os de natureza técnica; nente ao interesse público, devendo observar os preceitos
d) exercício de cargo ou função de natureza civil; da ética policial-militar e preservar os valores policiais-mili-
XXII prestar assistência moral e material ao lar, condu- tares em suas manifestações essenciais.
zindo-
-o como bom chefe de família; CAPÍTULO III
XXIII considerar a verdade, a legalidade e a responsabi- Da Disciplina Policial-Militar
lidade como fundamentos de dignidade pessoal;
XXIV exercer a profissão sem discriminações ou res- Artigo 9º A disciplina policial-militar é o exato cumpri-
trições de ordem religiosa, política, racial ou de condição mento dos deveres, traduzindo-se na rigorosa observância
social; e acatamento integral das leis, regulamentos, normas e or-
XXV atuar com prudência nas ocorrências policiais, evi- dens, por parte de todos e de cada integrante da Polícia
tando exacerbá-las; Militar.
2
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
3
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
11 publicar, divulgar ou contribuir para a divulgação ir- 29 não cumprir, sem justo motivo, a execução de qual-
restrita de fatos, documentos ou assuntos administrativos quer ordem legal recebida (G);
ou técnicos de natureza policial, militar ou judiciária, que 30 retardar, sem justo motivo, a execução de qualquer
possam concorrer para o desprestígio da Polícia Militar, fe- ordem legal recebida (M);
rir a hierarquia ou a disciplina, comprometer a segurança 31 dar, por escrito ou verbalmente, ordem manifesta-
da sociedade e do Estado ou violar a honra e a imagem de mente ilegal que possa acarretar responsabilidade ao su-
pessoa (G); bordinado, ainda que não chegue a ser cumprida (G);
12 espalhar boatos ou notícias tendenciosas em prejuí- 32 deixar de assumir a responsabilidade de seus atos
zo da boa ordem civil ou policial-militar ou do bom nome ou pelos praticados por subordinados que agirem em cum-
da Polícia Militar (M); primento de sua ordem (G);
13 provocar ou fazer-se, voluntariamente, causa ou ori- 33 aconselhar ou concorrer para não ser cumprida
gem qualquer ordem legal de autoridade competente, ou servi-
de alarmes injustificados (M); ço, ou para que seja retardada, prejudicada ou embaraçada
14 concorrer para a discórdia, desarmonia ou cultivar a sua execução (G);
inimizade entre companheiros (M); 34 interferir na administração de serviço ou na exe-
15 liberar preso ou detido ou dispensar parte de ocor- cução de ordem ou missão sem ter a devida competência
rência sem competência legal para tanto (G); para tal (M);
16 entender-se com o preso, de forma velada, ou dei- 35 deixar de comunicar ao superior a execução de or-
xar que alguém o faça, sem autorização de autoridade dem dele recebida, no mais curto prazo possível (L);
competente (M); 36 dirigir-se, referir-se ou responder a superior de
17 receber vantagem de pessoa interessada no caso modo desrespeitoso (G);
de furto, roubo, objeto achado ou qualquer outro tipo de 37 recriminar ato legal de superior ou procurar des-
ocorrência ou procurá-la para solicitar vantagem (G); considerá-
-lo (G);
18 receber ou permitir que seu subordinado receba,
38 ofender, provocar ou desafiar superior ou subor-
em razão da função pública, qualquer objeto ou valor, mes-
dinado
mo quando oferecido pelo proprietário ou responsável (G);
hierárquico (G);
19 apropriar-se de bens pertencentes ao patrimônio
39 promover ou participar de luta corporal com supe-
público ou particular (G);
rior, igual, ou subordinado hierárquico (G);
20 empregar subordinado ou servidor civil, ou desviar
40 procurar desacreditar seu superior ou subordinado
qualquer meio material ou financeiro sob sua responsabi- hierárquico (M);
lidade ou não, para a execução de atividades diversas da- 41 ofender a moral e os bons costumes por atos, pala-
quelas para as quais foram destinadas, em proveito próprio vras ou gestos (G);
ou de outrem (G); 42 desconsiderar ou desrespeitar, em público ou pela
21 provocar desfalques ou deixar de adotar providên- imprensa, os atos ou decisões das autoridades civis ou dos
cias, na esfera de suas atribuições, para evitá-los (G); órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário ou de
22 utilizar-se da condição de militar do Estado para ob- qualquer de seus representantes (G);
ter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para enca- 43 desrespeitar, desconsiderar ou ofender pessoa por
minhar negócios particulares ou de terceiros (G); palavras, atos ou gestos, no atendimento de ocorrência po-
23 dar, receber ou pedir gratificação ou presente com licial ou em outras situações de serviço (G);
finalidade de retardar, apressar ou obter solução favorável 44 deixar de prestar a superior hierárquico continência
em qualquer ato de serviço (G); ou outros sinais de honra e respeito previstos em regula-
24 contrair dívida ou assumir compromisso superior às mento (M);
suas possibilidades, desde que venha a expor o nome da 45 deixar de corresponder a cumprimento de seu su-
Polícia Militar (M); bordinado (M);
25 fazer, diretamente ou por intermédio de outrem, 46 deixar de exibir, estando ou não uniformizado, do-
agiotagem ou transação pecuniária envolvendo assunto de cumento de identidade funcional ou recusar-se a declarar
serviço, bens da administração pública ou material cuja co- seus dados de identificação quando lhe for exigido por au-
mercialização seja proibida (G); toridade competente (M);
26 exercer ou administrar, o militar do Estado em servi- 47 evadir-se ou tentar evadir-se de escolta, bem como
ço ativo, a função de segurança particular ou qualquer ati- resistir a ela (G);
vidade estranha à Instituição Policial-Militar com prejuízo 48 retirar-se da presença do superior hierárquico sem
do serviço ou com emprego de meios do Estado (G); obediência às normas regulamentares (L);
27 exercer, o militar do Estado em serviço ativo, o co- 49 deixar, tão logo seus afazeres o permitam, de apre-
mércio ou tomar parte na administração ou gerência de sentar-se ao seu superior funcional, conforme prescrições
sociedade comercial com fins lucrativos ou dela ser sócio, regulamentares (L);
exceto como acionista, cotista ou comanditário (G); 50 deixar, nas solenidades, de apresentar-se ao supe-
28 deixar de fiscalizar o subordinado que apresentar rior hierárquico de posto ou graduação mais elevada e de
sinais exteriores de riqueza incompatíveis com a remune- saudar os demais, de acordo com as normas regulamen-
ração do cargo (G); tares (L);
4
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
51 deixar de fazer a devida comunicação disciplinar (M); 75 faltar ao expediente ou ao serviço para o qual esteja
52 tendo conhecimento de transgressão disciplinar, nominalmente escalado (G);
deixar de apurá-la (G); 76 faltar a qualquer ato em que deva tomar parte ou
53 deixar de punir o transgressor da disciplina, salvo se assistir, ou ainda, retirar-se antes de seu encerramento sem a
houver causa de justificação (M); devida autorização (M);
54 não levar fato ilegal ou irregularidade que presen- 77 afastar-se, quando em atividade policial-militar com
ciar ou de que tiver ciência, e não lhe couber reprimir, ao veículo automotor, aeronave, embarcação ou a pé, da área
conhecimento da autoridade para isso competente (M); em que deveria permanecer ou não cumprir roteiro de pa-
55 deixar de comunicar ao superior imediato ou, na au- trulhamento predeterminado (G);
sência deste, a qualquer autoridade superior toda informa- 78 afastar-se de qualquer lugar em que deva estar por
ção que tiver sobre iminente perturbação da ordem pública força de dispositivo ou ordem legal (M);
ou grave alteração do serviço ou de sua marcha, logo que 79 chegar atrasado ao expediente, ao serviço para o
tenha conhecimento (G); qual esteja nominalmente escalado ou a qualquer ato em
56 deixar de manifestar-se nos processos que lhe fo- que deva tomar parte ou assistir (L);
80 deixar de comunicar a tempo, à autoridade compe-
rem encaminhados, exceto nos casos de suspeição ou im-
tente, a impossibilidade de comparecer à Organização Poli-
pedimento, ou de absoluta falta de elementos, hipótese em
cial Militar (OPM) ou a qualquer ato ou serviço de que deva
que essas circunstâncias serão fundamentadas (M);
participar ou a que deva assistir (L);
57 deixar de encaminhar à autoridade competente, no
81 permutar serviço sem permissão da autoridade com-
mais curto prazo e pela via hierárquica, documento ou pro- petente (M);
cesso que receber, se não for de sua alçada a solução (M); 82 simular doença para esquivar-se ao cumprimento do
58 omitir, em boletim de ocorrência, relatório ou qual- dever (M);
quer documento, dados indispensáveis ao esclarecimento 83 deixar de se apresentar às autoridades competentes
dos fatos (G); nos casos de movimentação ou quando designado para co-
59 subtrair, extraviar, danificar ou inutilizar documentos missão ou serviço extraordinário (M);
de interesse da administração pública ou de terceiros (G); 84 não se apresentar ao seu superior imediato ao término
60 trabalhar mal, intencionalmente ou por desídia, em de qualquer afastamento do serviço ou, ainda, logo que sou-
qualquer serviço, instrução ou missão (M); ber que o mesmo tenha sido interrompido ou suspenso (M);
61 deixar de assumir, orientar ou auxiliar o atendimen- 85 dormir em serviço de policiamento, vigilância ou se-
to de ocorrência, quando esta, por sua natureza ou ampli- gurança de pessoas ou instalações (G);
tude, assim o exigir (G); 86 dormir em serviço, salvo quando autorizado (M);
62 retardar ou prejudicar o serviço de polícia judiciária 87 permanecer, alojado ou não, deitado em horário de
militar que deva promover ou em que esteja investido (M); expediente no interior da OPM, sem autorização de quem
63 desrespeitar medidas gerais de ordem policial, ju- de direito (L);
diciária ou administrativa, ou embaraçar sua execução (M); 88 fazer uso, estar sob ação ou induzir outrem ao uso
64 não ter, pelo preparo próprio ou de seus subordina- de substância proibida, entorpecente ou que determine de-
dos ou instruendos, a dedicação imposta pelo sentimento pendência física ou psíquica, ou introduzi-las em local sob
do dever (M); administração policial-militar (G);
65 causar ou contribuir para a ocorrência de acidente 89 embriagar-se quando em serviço ou apresentar-se
de serviço ou instrução (M); embriagado para prestá-lo (G);
66 consentir, o responsável pelo posto de serviço ou a 90 ingerir bebida alcoólica quando em serviço ou apre-
sentinela, na formação de grupo ou permanência de pes- sentar-se alcoolizado para prestá-lo (M);
soas junto ao seu posto (L); 91 introduzir bebidas alcoólicas em local sob adminis-
tração policial-militar, salvo se devidamente autorizado (M);
67 içar ou arriar, sem ordem, bandeira ou insígnia de
92 fumar em local não permitido (L);
autoridade (L);
93 tomar parte em jogos proibidos ou jogar a dinheiro
68 dar toques ou fazer sinais, previstos nos regulamen-
os permitidos, em local sob administração policial-militar, ou
tos, sem ordem de autoridade competente (L); em qualquer outro, quando uniformizado (L);
69 conversar ou fazer ruídos em ocasiões ou lugares 94 portar ou possuir arma em desacordo com as normas
impróprios (L); vigentes (G);
70 deixar de comunicar a alteração de dados de qua- 95 andar ostensivamente armado, em trajes civis, não se
lificação pessoal ou mudança de endereço residencial (L); achando de serviço (G);
71 apresentar comunicação disciplinar ou representa- 96 disparar arma por imprudência, negligência, imperí-
ção sem fundamento ou interpor recurso disciplinar sem cia, ou desnecessariamente (G);
observar as prescrições regulamentares (M); 97 não obedecer às regras básicas de segurança ou não
72 dificultar ao subordinado o oferecimento de repre- ter cautela na guarda de arma própria ou sob sua responsa-
sentação ou o exercício do direito de petição (M); bilidade (G); 98 ter em seu poder, introduzir, ou distribuir em
73 passar a ausente (G); local sob administração policial-militar, substância ou mate-
74 abandonar serviço para o qual tenha sido designa- rial inflamável ou explosivo sem permissão da autoridade
do ou recusar-se a executá-lo na forma determinada (G); competente (M);
5
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
99 dirigir viatura policial com imprudência, imperícia, 118 ter em seu poder, introduzir ou distribuir, em local
negligência, ou sem habilitação legal (G); sob administração policial-militar, publicações, estampas
100 desrespeitar regras de trânsito, de tráfego aéreo ou jornais que atentem contra a disciplina, a moral ou as
ou de navegação marítima, lacustre ou fluvial (M); instituições (L);
101 autorizar, promover ou executar manobras peri- 119 apresentar-se, em qualquer situação, mal unifor-
gosas com viaturas, aeronaves, embarcações ou animais mizado, com o uniforme alterado ou diferente do previsto,
(M); contrariando o Regulamento de Uniformes da Polícia Mili-
102 conduzir veículo, pilotar aeronave ou embarca- tar ou norma a respeito (M);
ção oficial, sem autorização do órgão competente da Po- 120 usar no uniforme, insígnia, medalha, condecora-
lícia Militar, mesmo estando habilitado (L); ção ou distintivo, não regulamentares ou de forma inde-
103 transportar na viatura, aeronave ou embarcação vida (M);
que esteja sob seu comando ou responsabilidade, pes- 121 usar vestuário incompatível com a função ou des-
soal ou material, sem autorização da autoridade compe- curar do asseio próprio ou prejudicar o de outrem (L);
tente (L); 122 estar em desacordo com as normas regulamenta-
104 andar a cavalo, a trote ou galope, sem necessida- res de apresentação pessoal (L);
de, pelas ruas da cidade ou castigar inutilmente a mon- 123 recusar ou devolver insígnia, salvo quando a regu-
tada (L); lamentação o permitir (L);
105 não ter o devido zelo, danificar, extraviar ou inu- 124 comparecer, uniformizado, a manifestações ou re-
tilizar, por ação ou omissão, bens ou animais pertencen- uniões de caráter político-partidário, salvo por motivo de
tes ao patrimônio público ou particular, que estejam ou serviço (M);
não sob sua responsabilidade (M); 125 frequentar ou fazer parte de sindicatos, associa-
106 negar-se a utilizar ou a receber do Estado farda- ções profissionais com caráter de sindicato, ou de associa-
mento, armamento, equipamento ou bens que lhe sejam ções cujos estatutos não estejam de conformidade com a
destinados ou devam ficar em seu poder ou sob sua res- lei (G);
ponsabilidade (M); 126 autorizar, promover ou participar de petições ou
107 retirar ou tentar retirar de local sob administração manifestações de caráter reivindicatório, de cunho políti-
policial-militar material, viatura, aeronave, embarcação ou co-partidário, religioso, de crítica ou de apoio a ato de su-
animal, ou mesmo deles servir-se, sem ordem do respon- perior, para tratar de assuntos de natureza policial-militar,
sável ou proprietário (G); ressalvados os de natureza técnica ou científica havidos em
108 entrar, sair ou tentar fazê-lo, de OPM, com tro- razão do exercício da função policial (M);
pa, sem prévio conhecimento da autoridade competente, 127 aceitar qualquer manifestação coletiva de subordi-
salvo para fins de instrução autorizada pelo comando (G); nados, com exceção das demonstrações de boa e sã cama-
109 deixar o responsável pela segurança da OPM de radagem e com prévio conhecimento do homenageado (L);
cumprir as prescrições regulamentares com respeito a en- 128 discutir ou provocar discussão, por qualquer veí-
trada, saída e permanência de pessoa estranha (M); culo de comunicação, sobre assuntos políticos, militares
110 permitir que pessoa não autorizada adentre pré- ou policiais, excetuando-se os de natureza exclusivamente
dio ou local interditado (M); técnica, quando devidamente autorizado (L);
111 deixar, ao entrar ou sair de OPM onde não sirva, 129 frequentar lugares incompatíveis com o decoro
de dar ciência da sua presença ao Oficial-de-Dia ou de ser- social ou policial-militar, salvo por motivo de serviço (M);
viço e, em seguida, se oficial, de procurar o comandante 130 recorrer a outros órgãos, pessoas ou instituições,
ou o oficial de posto mais elevado ou seu substituto legal exceto ao Poder Judiciário, para resolver assunto de inte-
para expor a razão de sua presença, salvo as exceções re- resse pessoal relacionados com a Polícia Militar (M);
gulamentares previstas (M); 131 assumir compromisso em nome da Polícia Militar,
112 adentrar, sem permissão ou ordem, aposentos ou representá-la em qualquer ato, sem estar devidamente
destinados a superior ou onde este se encontre, bem como autorizado (M);
qualquer outro lugar cuja entrada lhe seja vedada (M); 132 deixar de cumprir ou fazer cumprir as normas le-
113 abrir ou tentar abrir qualquer dependência da gais ou regulamentares, na esfera de suas atribuições (M).
OPM, desde que não seja a autoridade competente ou
sem sua ordem, salvo em situações de emergência (M); CAPÍTULO V
114 permanecer em dependência de outra OPM ou lo- Das Sanções Administrativas Disciplinares
cal de serviço sem consentimento ou ordem da autoridade SEÇÃO I
competente (L); Disposições Gerais
115 permanecer em dependência da própria OPM ou
local de serviço, desde que a ele estranho, sem consenti- Artigo 14 As sanções disciplinares aplicáveis aos mili-
mento ou ordem da autoridade competente (L); tares do Estado, independentemente do posto, graduação
116 entrar ou sair, de qualquer OPM, por lugares que ou função que ocupem, são:
não sejam para isso designados (L); I advertência;
117 deixar de exibir a superior hierárquico, quando II repreensão;
por ele solicitado, objeto ou volume, ao entrar ou sair de III permanência disciplinar;
qualquer OPM (M); IV detenção;
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 1º A solução será dada no prazo de 30 (trinta) dias, § 2º Aos oficiais, quando no exercício interino das fun-
contados a partir do recebimento da defesa do acusado, ções de posto igual ou superior ao de capitão, ficará atri-
prorrogável no máximo por mais 15 (quinze) dias, median- buída a competência prevista no inciso IV deste artigo.
te declaração de motivos no próprio enquadramento.
§ 2º No caso de afastamento regulamentar do trans- SEÇÃO II
gressor, os prazos supracitados serão interrompidos, reini- Dos Limites de Competência das Autoridades
ciada a contagem a partir da sua reapresentação.
§ 3º Em qualquer circunstância, o signatário da comuni- Artigo 32 O Governador do Estado é competente para
cação deverá ser notificado da respectiva solução, no prazo aplicar todas as sanções disciplinares previstas neste Re-
máximo de 90 (noventa) dias da data da comunicação. gulamento, cabendo às demais autoridades as seguintes
§ 4º No caso de não cumprimento do prazo do pará- competências:
grafo anterior, poderá o signatário da comunicação solici- I ao Secretário da Segurança Pública e ao Comandante
tar, obedecida a via hierárquica, providências a respeito da Geral: todas as sanções disciplinares exceto a demissão de
solução. oficiais;
II ao Subcomandante da Polícia Militar: as sanções dis-
SEÇÃO II ciplinares de advertência, repreensão, permanência disci-
Da Representação plinar, detenção e proibição do uso de uniformes de até os
limites máximos previstos;
Artigo 30 Representação é toda comunicação que se III aos oficiais do posto de coronel: as sanções discipli-
referir a ato praticado ou aprovado por superior hierárqui- nares de advertência, repreensão, permanência disciplinar
co ou funcional, que se repute irregular, ofensivo, injusto de até 20 (vinte) dias e detenção de até 15 (quinze) dias;
ou ilegal. IV aos oficiais do posto de tenente-coronel: as sanções
§ 1º A representação será dirigida à autoridade funcio- disciplinares de advertência, repreensão e permanência
nal imediatamente superior àquela contra a qual é atribuí- disciplinar de até 20 (vinte) dias;
da a prática do ato irregular, ofensivo, injusto ou ilegal. V aos oficiais do posto de major: as sanções disciplina-
§ 2º A representação contra ato disciplinar será feita
res de advertência, repreensão e permanência disciplinar
somente após solucionados os recursos disciplinares pre-
de até 15 (quinze) dias;
vistos neste Regulamento e desde que a matéria recorrida
VI aos oficiais do posto de capitão: as sanções discipli-
verse sobre a legalidade do ato praticado.
nares de advertência, repreensão e permanência disciplinar
§ 3º A representação nos termos do parágrafo anterior
será exercida no prazo estabelecido no § 1º, do artigo 62. de até 10 (dez) dias.
§ 4º O prazo para o encaminhamento de representação
será de 5 (cinco) dias contados da data do ato ou fato que SEÇÃO III
o motivar. Do Julgamento
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 3º A autoridade a quem for dirigido o pedido de re- Artigo 60 Solucionados os recursos disciplinares e ha-
consideração de ato deverá, saneando se possível o ato vendo sanção disciplinar a ser cumprida, o militar do Esta-
praticado, dar solução ao recurso, no prazo máximo de 10 do iniciará o seu cumprimento dentro do prazo de 3 (três)
(dez) dias, a contar da data de recebimento do documento, dias:
dando conhecimento ao interessado, mediante despacho I desde que não interposto recurso hierárquico, no
fundamentado que deverá ser publicado. caso de solução do pedido de reconsideração;
§ 4º O subordinado que não tiver oficialmente conhe- II após solucionado o recurso hierárquico.
cimento da solução do pedido de reconsideração, após 30 Artigo 61 Os prazos para a interposição dos recursos
(trinta) dias contados da data de sua solicitação, poderá de que trata este Regulamento são decadenciais.
interpor recurso hierárquico no prazo previsto no item 1 do
§ 3º, do artigo 58. CAPÍTULO XI
§ 5º O pedido de reconsideração de ato deve ser redi- Da Revisão dos Atos Disciplinares
gido de forma respeitosa, precisando o objetivo e as razões
que o fundamentam, sem comentários ou insinuações, po- Artigo 62 As autoridades competentes para aplicar
dendo ser acompanhado de documentos comprobatórios. sanção disciplinar, exceto as ocupantes do posto de major
§ 6º Não será conhecido o pedido de reconsideração e capitão, quando tiverem conhecimento, por via recursal
intempestivo, procrastinador ou que não apresente fatos ou de ofício, da possível existência de irregularidade ou ile-
novos que modifiquem a decisão anteriormente tomada, galidade na aplicação da sanção imposta por elas ou pelas
devendo este ato ser publicado, obedecido o prazo do § autoridades subordinadas, podem praticar um dos seguin-
3º deste artigo. tes atos:
Artigo 58 O recurso hierárquico, interposto por uma I retificação; II atenuação; III agravação;
única vez, terá efeito suspensivo e será redigido sob a for- IV anulação.
ma de parte ou ofício e endereçado diretamente à autori- § 1º A anulação de sanção administrativa disciplinar so-
dade imediatamente superior àquela que não reconsiderou mente poderá ser feita no prazo de 5 (cinco) anos, a contar
o ato tido por irregular, ofensivo, injusto ou ilegal. da data da publicação do ato que se pretende invalidar.
§ 1º A interposição do recurso de que trata este artigo, § 2º Os atos previstos neste artigo deverão ser motiva-
a qual deverá ser precedida de pedido de reconsideração dos e publicados.
do ato, somente poderá ocorrer depois de conhecido o re-
Artigo 63 A retificação consiste na correção de irregula-
sultado deste pelo requerente, exceto na hipótese prevista
ridade formal sanável, contida na sanção disciplinar aplica-
pelo § 4º do artigo anterior.
da pela própria autoridade ou por autoridade subordinada.
§ 2º A autoridade que receber o recurso hierárquico
Artigo 64 Atenuação é a redução da sanção proposta
deverá comunicar tal fato, por escrito, àquela contra a qual
ou aplicada, para outra menos rigorosa ou, ainda, a redu-
está sendo interposto.
ção do número de dias da sanção, nos limites do artigo 42,
§ 3º Os prazos referentes ao recurso hierárquico são:
se assim o exigir o interesse da disciplina e a ação educativa
1 para interposição: 5 (cinco) dias, a contar do conhe-
sobre o militar do Estado.
cimento da solução do pedido de reconsideração pelo in-
teressado ou do vencimento do prazo do § 4º do artigo Artigo 65 Agravação é a ampliação do número dos dias
anterior; propostos para uma sanção disciplinar ou a aplicação de
2 para comunicação: 3 (três) dias, a contar do protocolo sanção mais rigorosa, nos limites do artigo 42, se assim o
da OPM da autoridade destinatária; exigir o interesse da disciplina e a ação educativa sobre o
3 para solução: 10 (dez) dias, a contar do recebimento militar do Estado.
da interposição do recurso no protocolo da OPM da auto- Parágrafo único Não caberá agravamento da sanção
ridade destinatária. em razão da interposição de recurso disciplinar.
§ 4º O recurso hierárquico, em termos respeitosos, pre- Artigo 66 Anulação é a declaração de invalidade da
cisará o objeto que o fundamenta de modo a esclarecer o sanção disciplinar aplicada pela própria autoridade ou por
ato ou fato, podendo ser acompanhado de documentos autoridade subordinada, quando, na apreciação do recur-
comprobatórios. so, verificar a ocorrência de ilegalidade, devendo retroagir
§ 5º O recurso hierárquico não poderá tratar de assun- à data do ato.
to estranho ao ato ou fato que o tenha motivado, nem ver-
sar sobre matéria impertinente ou fútil. CAPÍTULO XII
§ 6º Não será conhecido o recurso hierárquico intem- Das Recompensas Policiais-Militares
pestivo, procrastinador ou que não apresente fatos novos
que modifiquem a decisão anteriormente tomada, deven- Artigo 67 As recompensas policiais-militares consti-
do ser cientificado o interessado, e publicado o ato em bo- tuem reconhecimento dos bons serviços prestados pelo
letim, no prazo de 10 (dez) dias. militar do Estado e consubstanciam-se em prêmios conce-
Artigo 59 Solucionado o recurso hierárquico, encer- didos por atos meritórios e serviços relevantes.
ra-se para o recorrente a possibilidade administrativa de Artigo 68 São recompensas policiais-militares:
revisão do ato disciplinar sofrido, exceto nos casos de re- I elogio;
presentação previstos nos §§ 3º e 4º do artigo 30. II cancelamento de sanções.
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Parágrafo único O elogio individual, ato administrativo I afastado das suas funções e adido à Unidade que lhe
que coloca em relevo as qualidades morais e profissionais for designada;
do militar, poderá ser formulado independentemente da II proibido de usar uniforme;
classificação de seu comportamento e será registrado nos III percebendo 1/3 (um terço) da remuneração;
assentamentos. IV mantido no respectivo Quadro, sem número, não
Artigo 69 A dispensa do serviço não é uma recompensa concor-rendo à promoção.
policial-militar e somente poderá ser concedida quando hou- Artigo 75 Ao Conselho de Justificação aplica-se o pre-
ver, a juízo do Comandante da Unidade, motivo de força maior. visto na legislação específica, complementarmente ao dis-
Parágrafo único A concessão de dispensas do serviço, ob- posto neste Regulamento.
servado o disposto neste artigo, fica limitada ao máximo de 6
(seis) dias por ano, sendo sempre publicada em boletim. SEÇÃO III
Artigo 70 O cancelamento de sanções disciplinares Do Conselho de Disciplina
consiste na retirada dos registros realizados nos assenta-
mentos individuais do militar do Estado, relativos às penas Artigo 76 O Conselho de Disciplina destina-se a de-
disciplinares que lhe foram aplicadas. clarar a incapacidade moral da praça para permanecer no
§ 1º O cancelamento de sanções é ato do Comandante serviço ativo da Polícia Militar e será instaurado:
Geral, praticado a pedido do interessado, e o seu deferi- I por portaria do Comandante da Unidade a que per-
mento deverá atender aos bons serviços por ele prestados, tencer o acusado;
comprovados em seus assentamentos, e depois de decor- II por ato de autoridade superior à mencionada no in-
ridos 10 (dez) anos de efetivo serviço, sem qualquer outra ciso anterior.
sanção, a contar da data da última pena imposta. Parágrafo único A instauração do Conselho de Disci-
§ 2º O cancelamento de sanções não terá efeito re- plina poderá ser feita durante o cumprimento de sanção
troativo e não motivará o direito de revisão de outros atos disciplinar.
administrativos decorrentes das sanções canceladas. Artigo 77 As autoridades referidas no artigo anterior
podem, com base na natureza da falta ou na inconsistência
CAPÍTULO XIII dos fatos apontados, considerar, desde logo, insuficiente a
Do Processo Regular acusação e, em consequência, deixar de instaurar o Conse-
lho de Disciplina, sem prejuízo de novas diligências.
SEÇÃO I
Artigo 78 O Conselho será composto por 3 (três) ofi-
Disposições Gerais
ciais da ativa.
§ 1º O mais antigo do Conselho, no mínimo um capi-
Artigo 71 O processo regular a que se refere este Regu-
tão, é o presidente, e o que lhe seguir em antiguidade ou
lamento, para os militares do Estado, será:
precedência funcional é o interrogante, sendo o relator e
I para oficiais: o Conselho de Justificação;
escrivão o mais moderno.
II para praças com 10 (dez) ou mais anos de serviço § 2º Entendendo necessário, o presidente poderá no-
policial- mear um subtenente ou sargento para funcionar como es-
-militar: o Conselho de Disciplina; crivão no processo, o qual não integrará o Conselho.
III para praças com menos de 10 (dez) anos de serviço Artigo 79 O Conselho poderá ser instaurado, indepen-
policial-militar: o Processo Administrativo Disciplinar. dentemente da existência ou da instauração de inquérito
Artigo 72 O militar do Estado submetido a processo policial comum ou militar, de processo criminal ou de sen-
regular deverá, quando houver possibilidade de prejuízo tença criminal transitada em julgado.
para a hierarquia, disciplina ou para a apuração do fato, ser Parágrafo único Se no curso dos trabalhos do Conselho
designado para o exercício de outras funções, enquanto surgirem indícios de crime comum ou militar, o presidente
perdurar o processo, podendo ainda a autoridade instaura- deverá extrair cópia dos autos, remetendo-os por ofício à
dora proibir-lhe o uso do uniforme, como medida cautelar. autoridade competente para início do respectivo inquérito
policial ou da ação penal cabível.
SEÇÃO II Artigo 80 Será instaurado apenas um processo quan-
Do Conselho de Justificação do o ato ou atos motivadores tenham sido praticados em
concurso de agentes.
Artigo 73 O Conselho de Justificação destina-se a apu- § 1º Havendo dois ou mais acusados pertencentes a
rar, na forma da legislação específica, a incapacidade do OPM diversas, o processo será instaurado pela autoridade
oficial para permanecer no serviço ativo da Polícia Militar. imediatamente superior, comum aos respectivos coman-
Parágrafo único O Conselho de Justificação aplica-se dantes das OPM dos acusados.
também ao oficial inativo presumivelmente incapaz de per- § 2º Existindo concurso ou continuidade infracional,
manecer na situação de inatividade. deverão todos os atos censuráveis constituir o libelo acu-
Artigo 74 O oficial submetido a Conselho de Justifica- satório da portaria.
ção e considerado culpado, por decisão unânime, poderá § 3º Surgindo, após a elaboração da portaria, elemen-
ser agregado disciplinarmente mediante ato do Coman- tos de autoria e materialidade de infração disciplinar co-
dante Geral, até decisão final do tribunal competente, fi- nexa, em continuidade ou em concurso, esta poderá ser
cando: aditada, abrindo-se novos prazos para a defesa.
13
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Artigo 3º Correspondência policial-militar são todos os I ATESTADO documento firmado por autoridade poli-
meios de comunicação escrita que visam estabelecer uma cial-militar, na esfera de suas atribuições, por meio do qual
ligação entre militares, ou entre estes e civis ou autoridades afirma a veracidade de certo ato ou fato de que tenha co-
públicas, e constituem-se em tipos de correspondência ofi- nhecimento (Anexo 1);
cial que apresentam peculiaridades específicas da vivência II CARTA ou CARTÃO documento que encerra forma
policial militar. especial de manifestação de pensamento, destinado ao
encaminhamento de assunto de cunho pessoal, em geral
CAPÍTULO III elaborado ou expedido pela autoridade por motivo social;
Da Classificação da Correspondência III CERTIDÃO documento revestido de formalidades
legais, podendo constituir-se em cópia autêntica, firmado
Artigo 4º A correspondência oficial em uso na Polícia pela autoridade policial-militar no âmbito de suas atribui-
Militar classifica-se: ções, no qual são descritos de maneira clara e precisa, os
I quanto ao TRÂNSITO: interna ou externa; fatos consignados em registros oficiais (Anexo 1);
II quanto à NATUREZA: ostensiva ou sigilosa, podendo IV DESPACHO documento redigido de forma simplifi-
esta ser secreta, confidencial ou reservada; cada e sucinta, que solicita ou determina providências ou
III quanto à TRAMITAÇÃO: normal ou urgente; complementação de documento em trânsito (Anexo 2);
IV quanto ao DESTINATÁRIO: funcional ou pessoal. V INFORMAÇÃO documento no qual são fornecidos
por solicitação, ordem ou iniciativa própria, elementos in-
CAPÍTULO IV formativos ou esclarecimentos cuja veracidade possa ser
Dos Conceitos Específicos comprovada ou confrontada com a realidade do assunto
abordado (Anexo 2);
Artigo 5º Correspondência policial-militar externa é a VI MEMORANDO documento elaborado de forma sim-
que tramita entre autoridades da Polícia Militar e o público plificada para uso restrito no âmbito do órgão, no qual é
externo. dada ciência de ordens, instruções, decisões, recomenda-
Artigo 6º Correspondência policial-militar interna é a ções, esclarecimentos ou informações rotineiras (Anexo 2);
que tramita no âmbito da Instituição. VII MENSAGEM documento elaborado de forma sim-
Artigo 7º Correspondência sigilosa é aquela que trata plificada para uso restrito nos canais técnicos e de Estado-
de assuntos que, por sua natureza, devem ser de conheci- -Maior.
mento restrito e, portanto, requerem medidas especiais de VIII NOTA PARA BOLETIM documento elaborado e ex-
salvaguarda para a sua custódia e divulgação. pedido obedecendo características próprias e instruções
Parágrafo único A especificação dos assuntos classifi- específicas, destinado à publicação, extrato ou transcrição
cados nos diferentes graus de sigilo (secreto, confidencial e
de atos administrativos em Boletim Interno ou Geral (Ane-
reservado) e as normas para o seu trato estão estabelecidas
xo 16);
em legislação específica, relacionada na bibliografia destas
IX OFÍCIO documento destinado a tramitar entre as au-
Instruções.
toridades da Instituição e entre estas e o público externo,
Artigo 9º Correspondência normal é a que tem sua tra-
no qual são fornecidos por solicitação ou iniciativa própria,
mitação realizada de forma habitual, dentro da realidade,
elementos informativos ou esclarecimentos cuja veracida-
das características e das rotinas do órgão onde deva ser
de possa ser comprovada ou confrontada com a realidade
processada.
do assunto abordado (Anexo 2);
Artigo 10 Correspondência urgente é a que, em face da
natureza do assunto, considerado indispensável ou impres- X ORDEM DE SERVIÇO documento por meio do qual
cindível, tem tratamento preferencial sobre a correspon- a autoridade policial-militar competente determina a seus
dência normal, exigindo que sua tramitação se faça com subordinados a adoção de providências de seus misteres
rapidez e no menor prazo possível. ou a execução de atividades ou serviços (Anexo 2);
Artigo 11 Correspondência funcional é a destinada ao XI PARTE documento por meio do qual o policial-mili-
conhecimento da pessoa ou autoridade que esteja no exer- tar comunica, relata ou informa atos ou fatos, ou solicita a
cício, efetivo ou interino, do cargo ou função do órgão des- adoção de providências à autoridade policial-militar a que
tinatário ou respondendo pelo cargo ou função. estiver diretamente subordinado (Anexo 2);
Artigo 12 Correspondência pessoal é a que, por estar XII REQUERIMENTO documento por meio do qual o
indicando o nome da pessoa a quem se destina, deve ser do signatário solicita à autoridade policial-militar competente,
conhecimento restrito ou exclusivo desta, cujo nome cons- observadas as formalidades legais, a satisfação de alguma
tará no envelope e no cabeçalho do documento elaborado. pretensão ou o reconhecimento de um direito (Anexo 3).
Artigo 14 Obedecerão normas e instruções próprias os
CAPÍTULO V seguintes documentos:
Do Tipo e da Conceituação de Documentos I apostilas; II atas;
III atos;
Artigo 13 Os documentos comumente utilizados na IV boletins;
correspondência oficial da Polícia Militar são denomina- V boletins de ocorrências;
dos de: VI contratos e licitações;
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 3º As autoridades eclesiásticas serão tratadas de: VII a indicação prevista no inciso anterior terá margem
1. “Vossa Eminência” para os cardeais; superior de 2 espaços verticais e deverá terminar no alinha-
2. “Vossa Excelência Reverendíssima” para os arcebis- mento previsto para a margem direita (Anexo 4);
pos e bispos; VIII a continuação do texto, nas folhas de continuação
3. “Vossa Reverência” para os demais eclesiásticos. do documento, será iniciada a dois espaços verticais abaixo
§ 4º As autoridades não referidas nos parágrafos ante- da indicação de que trata o inciso anterior (Anexo 4);
riores, se civis, receberão o tratamento de Ilustríssimo Se- IX o verso dos documentos de que tratam estas ins-
nhor; se militares, de Senhor (Sr.). truções não deve ser utilizado para continuação do texto;
§ 5º Em se tratando de Juiz de Direito, utilizar-se-á o X o verso da folha única ou da última do documento
termo Meritíssimo (a) antes da palavra Juiz (a), sem prejuízo poderá ser utilizada para os despachos manuscritos ou ca-
do tratamento de Excelentíssimo (a) a que tem direito. rimbos, apostos em ordem cronológica;
Artigo 29 Nas referências às autoridades no texto da XI os impressos utilizados na correspondência da Polí-
correspondência emprega-se apenas o título do cargo ou cia Militar serão, sempre que possível, de cor branca para
função. a primeira via dos documentos, podendo ter cor diferente
Parágrafo único O título de representante diplomático para as demais; terão também cores diferentes os impres-
deve seguir-se ao nome pessoal. sos específicos de EM, os envelopes de processo ou de cor-
respondência volumosa, bem como os formulários desen-
CAPÍTULO X volvidos de acordo com as regras contidas nas Instruções
Das Regras de Apresentação e Cabeçalho para os Impressos Policiais-Militares (I-11-PM);
XII as dimensões dos impressos oficiais serão estabele-
Artigo 30 Constará no cabeçalho dos documentos, cidas pela Diretoria de Telemática, considerando-se, inclu-
abaixo do Brasão do Estado, na correspondência interna e sive, a utilização em impressoras;
externa, o endereço eletrônico da página da Polícia Militar XIII as folhas de documentos da correspondência se-
na Internet e o endereço de “e-mail” da OPM, com fonte rão confeccionados nos impressos citados no caput ou em
“Times New Roman”, de tamanho 8 (oito), (Anexos 1, 2, 4, tamanho A4.
Parágrafo único Nos documentos manuscritos utilizar-
6, 7, 8, 9, 10, 11, 14 e 15).
-se-á folha de papel almaço adaptando, no que couber, a
Parágrafo único Na correspondência externa, abaixo
definição referente à máquina de escrever.
do endereço de “e-mail” constará o endereço e telefone
Artigo 32 A forma do cabeçalho varia conforme a es-
da OPM responsável pela confecção do documento, com
pécie do documento, devendo a sua redação obedecer às
fonte “Times New Roman”, de tamanho 8 (oito).
seguintes regras para elaboração de documentos com má-
quinas de escrever, salvo as peculiaridades constantes nos
SEÇÃO I respectivos anexos a estas Instruções:
Dos Documentos Elaborados em Máquinas de Es- I primeira linha SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓ-
crever CIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA, já impressa;
II segunda linha POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO
Artigo 31 A correspondência policial-militar deve ser PAULO, já impressa;
apresentada de forma estética, utilizando-se os impressos III terceira linha o nome da localidade (município, sepa-
PM C-35, 36 e 37, obedecendo às seguintes regras para rado por vírgula do dia, mês (por extenso) e ano em que o
elaboração de documentos com máquinas de escrever documento foi elaborado) e ponto final;
(Anexo 4): IV quarta linha a designação do tipo do documento em
I o entrelinhamento (espaço vertical entre as linhas) letras maiúsculas, seguindo-se-lhe:
deverá ser de 5 (cinco) mm, no mínimo, e de 8 (oito) mm, a) a abreviatura de número maiúscula;
no máximo, o que corresponde, normalmente, ao espaço 2 b) a sigla da OPM, que deverá ser aquela estabelecida
(dois) nas máquinas manuais e elétricas; na legislação vigente sem indicação de sinal gráfico (hífen,
II a margem esquerda deverá observar o limite de um barra inclinada, etc.), seguida de hífen;
espaço horizontal da linha impressa na margem esquerda. c) o número do documento separado por barra;
Caso inexista, a 3 (três) cm ou 13 (treze) espaços horizontais; d) o prefixo numérico do órgão elaborador separado
III a margem direita deverá estar a um espaço horizon- por barra;
tal da linha de margem direita impressa. Caso inexista, a 1,5 e) os dois últimos algarismos do ano;
(um e meio) cm ou 6 (seis) espaços horizontais; f) a palavra CIRCULAR, quando for o caso, separado do
IV para a margem inferior deverá ser observado o limi- ano por hífen e sem ponto final;
te de 3 (três) cm ou 5 (cinco) espaços verticais; V quinta linha a palavra “Do”, seguida do cargo do sig-
V o documento será datilografado utilizando-se fita natário e da denominação da OPM remetente, abreviada-
preta ou azul; mente na correspondência interna, e por extenso na exter-
VI nos documentos em que o texto, pela sua extensão, na, sem ponto final. Deve-se evitar a redundância (Coman-
não couber na primeira folha, serão as demais numeradas, dante do Comando, Diretor da Diretoria) (Anexo 17);
sucessivamente, no canto superior direito e conterão ape- VI sexta linha a palavra “Ao”, seguida da expressão de
nas esta indicação após a abreviatura do vocábulo folha tratamento adequada, da denominação do cargo do des-
“fl.” (Anexo 4); tinatário e do nome da organização a que é dirigido o
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
III terceira linha o nome da localidade (município, sepa- a) quando houver mais de um interessado acrescen-
rado por vírgula do dia, mês (por extenso) e ano em que o tar-se-á, após a qualificação do mais antigo, a frase “e ou-
documento foi elaborado) e ponto final; tro(s)”.
IV quarta linha a designação do tipo do documento em § 1º A fonte utilizada na confecção do item III ao X,
letras maiúsculas, seguindo-se-lhe: deverá ser Times New Roman, tamanho 12 (doze).
a) a abreviatura de número maiúscula; § 2º O alinhamento vertical do cabeçalho é estabeleci-
b) a sigla da OPM, que deverá ser aquela estabelecida do pela primeira letra da expressão «SECRETARIA DE ESTA-
na legislação vigente sem indicação de sinal gráfico (hífen, DO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA», que deve
barra inclinada, etc.), seguida de hífen; estar grafada à 30 (trinta) mm da margem esquerda, de
c) o número do documento separado por barra; acordo com a descrição do Artigo 33.
d) o prefixo numérico do órgão elaborador separado § 3º Anexo é o documento apresentado juntamente
por barra; com o documento elaborado no próprio órgão ou pelo in-
e) os dois últimos algarismos do ano; teressado que estiver prestando a informação, ou esclareci-
f) a palavra CIRCULAR, quando for o caso, separado do mento, ou cumprindo a determinação recebida.
ano por hífen e sem ponto final; § 4º O documento relacionado como anexo deve, obri-
V quinta linha a palavra “Do”, seguida do cargo do sig- gatoriamente, estar logo após ao documento que o indica,
natário e da denominação da OPM remetente, abreviada- de modo a integrar o processo elaborado.
mente na correspondência interna e por extenso na exter- § 5º Referência é a menção feita no cabeçalho indi-
na, sem ponto final. Deve-se evitar a redundância (Coman- cando documento que tenha relação com a informação ou
dante do Comando, Diretor da Diretoria) (Anexo 17); esclarecimento prestado, ou estudo realizado, pela pessoa
VI sexta linha a palavra “Ao”, seguida da expressão de ou órgão interessado.
tratamento adequada, da denominação do cargo do des- § 6º O documento referenciado, sendo original e es-
tinatário e do nome da organização a que é dirigido o do- sencial para o entendimento do processo, deverá integrá-
cumento, abreviadamente na correspondência interna e -lo como documento inicial, portanto, não deverá ser rela-
por extenso na externa e ponto final, devendo-se evitar a cionado ou tratado como sendo documento anexo.
redundância (Comandante do Comando, Diretor da Direto-
ria) (Anexo 17); CAPÍTULO XI
VII sétima linha a palavra “Assunto”, seguida de dois Do Texto
pontos e de um breve resumo, tão exato quanto possível
do que se trata e ponto final; Artigo 35 A elaboração do texto do documento deverá
VIII oitava linha quando for o caso, a palavra “Referên-
obedecer às seguintes regras:
cia”, por extenso, seguida de dois pontos e da menção à
I o texto poderá ser desdobrado em itens, subitens e
peça que se quer referenciar e ponto final:
divisões destes, de modo que as idéias se apresentem defi-
a) sempre que possível deverão ser citados o tipo, o
nidas em cada um deles e em correlação com as anteriores
número, a classificação e a data da correspondência refe-
(Anexo 2);
renciada;
II o primeiro item deve ser destinado à exposição con-
b) quando houver mais de uma referência, estas de-
cisa e precisa do fato, apresentação do problema ou comu-
vem ser colocadas em ordem cronológica e designadas por
nicação de uma situação existente;
números, seguido do sinal de fechar parêntese e ponto e
vírgula ao final da indicação, não devendo ser colocada a III os textos terão itens numerados em algarismos ará-
conjunção aditiva ‘e’ após o penúltimo documento referen- bicos, seguidos de ponto e espaço em branco, após o que
ciado”. será grafada a primeira letra da linha, em letra maiúscula,
IX nona linha quando for o caso, a palavra “Anexo”, sendo facultativo o uso dessa numeração para documentos
seguida de dois pontos e da menção da correspondên- externos à Instituição:
cia anexada, devendo ser especificado o tipo, o número, a a) quando o item for único dispensa-se a numeração;
classificação e a data da correspondência anexada e ponto porém, se o item único for composto de vários subitens,
final: então receberá o numero 1.
a) quando houver mais de uma correspondência, estas IV os subitens serão designados por dois algarismos
devem ser colocadas em ordem cronológica e designadas arábicos, sendo o primeiro igual ao do item a que está vin-
por números, seguidos do sinal de fechar parêntese e pon- culado, seguido de ponto e do segundo algarismo arábico
to e vírgula ao final da indicação, não devendo ser colocada que indicará o número do subitem, seguido de ponto e
a conjunção aditiva ‘e’ após a menção do penúltimo docu- espaço em branco;
mento anexado; V a primeira divisão do subitem será designada por
X décima linha quando for o caso, a palavra “Interes- três algarismos arábicos, sendo os dois primeiros, respecti-
sado”, seguida de dois pontos e a menção do posto ou vamente iguais ao do item e do subitem a que estão vincu-
graduação, Registro Estatístico (RE), nome, apenas com as lados, conforme descrito no item anterior, seguido de pon-
iniciais em letras maiúsculas, e OPM do policial militar que to e do terceiro algarismo arábico, que indicará o número
será diretamente afetado pelas decisões tomadas a partir dessa primeira divisão a que refere, seguido de ponto e
de tal documentação: espaço em branco;
19
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
VI a segunda divisão do subitem será designada por I a assinatura será aposta à distância equivalente a 2
quatro algarismos arábicos, sendo os três primeiros, res- (dois) espaços verticais da última linha do texto;
pectivamente iguais ao do item, do subitem e da primeira II a assinatura deverá situar-se na metade direita do
divisão a que estão vinculados, conforme descrito no item documento;
anterior, seguido de ponto e do quarto algarismo arábico, III sob a assinatura deverá ser grafado, em letras maiús-
que indicará o número dessa segunda divisão a que se re- culas, o nome do signatário, em uma linha; em outra, logo
fere, seguindo de ponto e espaço em branco; abaixo, a abreviatura do posto ou graduação, seguida da
VII a terceira divisão do subitem será designada por função ou cargo por extenso, sem citação da OPM;
cinco algarismos arábicos, sendo os quatro primeiros, res- IV nas correspondências manuscritas, poder-se-á usar
pectivamente iguais ao do item, do subitem, da primeira e o carimbo com o nome completo e função ou cargo do
da segunda divisão a que estão vinculados, conforme des- signatário;
crito no item anterior, seguido de ponto e do quinto alga- V quando o substituto assumir interinamente as fun-
rismo arábico, que indicará o número dessa terceira divisão ções de comandante, diretor ou chefe, o seu nome será
a que se refere, seguindo de ponto e espaço em branco; escrito em letras maiúsculas, em uma linha; em outra, logo
VIII os subitens e divisões de subitens terão seus textos abaixo, as abreviaturas do seu posto e da função ou cargo
iniciados com letras minúsculas; que substitui, seguida da expressão “Interino”;
IX a letra inicial da primeira linha dos itens, subitens e
VI a assinatura deverá ser feita utilizando-se caneta
suas divisões, deverá ser grafada após o ponto e espaço em
com tinta de cor preta ou azul.
branco existente após a numeração;
Artigo 39 Quando o substituto responder pelas fun-
X a letra inicial da segunda e demais linhas dos itens,
ções de comandante, diretor ou chefe, o seu nome será
subitens e suas divisões deverá ser grafada na distância es-
tabelecida para a margem esquerda; escrito em letras maiúsculas em uma linha; em outra, logo
XI os textos dos subitens e divisões de subitens serão abaixo, a abreviatura do posto e a abreviatura da expressão
encerrados por ponto e vírgula (;), não devendo ser coloca- “respondendo pelo” (Resp p/), acrescidas do cargo ou da
da a conjunção aditiva “e” no penúltimo subitem e devendo função.
o último subitem ou divisão ser encerrado por um ponto. Artigo 40 Na ausência fortuita do comandante, diretor
§ 1º O tipo de fonte utilizada para a confecção do cor- ou chefe, a correspondência urgente, observado o disposto
po do documento será Times New Roman de tamanho 12, no § 1º do artigo 42, poderá ser assinada pelo substituto
devendo o primeiro item ficar 3 espaços verticais da última daquela autoridade, que lhe apresentará na primeira opor-
linha do cabeçalho nos documentos elaborados nos edito- tunidade cópia do respectivo documento, com observância
res de textos. das seguintes regras:
§ 2º Nos documentos elaborados a máquina de escre- I empregar-se-á a expressão “No impedimento de”,
ver ficará a 4 espaços verticais da última linha do cabeçalho manuscrita no local em que deveria assinar a autoridade
(Anexo 4). titular do cargo ou função;
§ 3º A citação literal de texto de obras, decisões ou II a assinatura do substituto deverá situar-se na metade
pareceres que ultrapasse 3 linhas será feita, sem aspas, uti- direita do documento e será aposta a distância equivalente
lizando a fonte “Times New Roman”, de tamanho 11, e à a 2 (dois) espaços verticais da última linha com os dados da
distancia de 40 mm da margem esquerda. autoridade titular e do cargo;
§ 4º Quando a citação literal for de até três linhas será III sob a assinatura deverá ser grafado, em letras maiús-
disposta sequencialmente no texto, entre aspas, na mesma culas, o nome do substituto, em uma linha; em outra, logo
fonte, “Times New Roman” de tamanho 12. abaixo a abreviatura do posto, seguida da função ou cargo
§ 5º No rodapé haverá a inscrição ‘Nós, Policiais Mili- por extenso, sem citação da OPM; ou ainda, admitir-se-á
tares, estamos compromissados com a Defesa da Vida, da a utilização de carimbo ou manuscrito em letra de forma.
Integridade Física e da Dignidade da Pessoa Humana.’, com Artigo 41 No documento que tiver mais de uma fo-
fonte “Times New Roman”, de tamanho 8, em negrito, itáli- lha, o signatário deverá lançar rubricas no ângulo superior
co, centralizado, entre aspas e sob um traço, sendo inserida
direito de cada uma, a exceção da última, que conterá o
apenas na última folha (Anexo 1).
fecho e a assinatura.
Parágrafo único A assinatura ou despacho do signatá-
CAPÍTULO XII
rio não pode estar em folha que não contenha pelo menos
Do Fecho e Assinatura
parte do conteúdo do documento.
Artigo 36 A correspondência, em todos os escalões, é
da responsabilidade dos respectivos comandantes, direto- CAPÍTULO XIII
res ou chefes e deve por eles ser assinada. Da Delegação
Artigo 37 A correspondência dirigida a autoridades
externas deverá conter frase de cortesia, respeitando, em Artigo 42 Os comandantes, diretores ou chefes de
cada caso, as regras previstas no Cerimonial Público. OPM poderão delegar a Oficiais subordinados atribuições
Artigo 38 O fecho dos documentos deverá obedecer às relativas à prática de atos de expediente que originaria-
seguintes regras: mente lhes competiam.
20
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 1º Não será objeto de delegação de competência a Artigo 48 O emprego de data deverá obedecer às se-
expedição de documentos relativos a assuntos doutriná- guintes regras:
rios, de política do órgão, de justiça e disciplina e outros I o nome dos meses será abreviado com as três primei-
que impliquem tomada de posição ou decisão, bem como ras letras, todas maiúsculas;
os que devam ser remetidos a autoridade superior do de- II o ano será representado pelos algarismos da dezena
legante ou de natureza pessoal. e unidade;
§ 2º Toda a delegação de competência deverá ser for- III o dia será representado por dois algarismos;
malizada em documento próprio do órgão, no qual se de- IV a data será escrita na seguinte ordem: dia, mês e
fina com precisão o que e a quem deve ser delegado, pu- ano;
blicando-se sempre que possível o ato em boletim interno. V a hora será indicada utilizando-se número de 4 (qua-
§ 3º O documento expedido por delegação produzirá tro) algarismos, dos quais os dois primeiros correspondem
os efeitos decorrentes como se emanado da própria auto- às horas e os dois últimos aos minutos;
ridade delegante, e quando der lugar a qualquer resposta VI o grupo data-hora deve ser escrito da seguinte ma-
ou solução, esta será dirigida à autoridade responsável pela neira: 060830JUN02 (dia seis, oito horas e trinta minutos,
delegação. junho do ano de 2002).
§ 4º Deverá ser utilizada a forma inicial «Incumbiu-me o Parágrafo único No texto da documentação externa a
. ..(comandante, diretor ou chefe) . . . de solicitar de V.S.ª.....” indicação de datas será feita por extenso e na documenta-
§ 5º O documento será assinado pela autoridade de- ção interna a essa indicação será pelo grupo data ou data-
legada naforma prevista nos incisos I, II e III do artigo 38 -hora, conforme o caso.
destas Instruções.
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XIV Da Numeração
Das Abreviaturas
Artigo 49 Os documentos são identificados pelo con-
Artigo 43 Abreviaturas são representações reduzidas junto de caracteres estabelecidos nas alíneas do inciso IV
de uma palavra ou expressão e devem obedecer às regras dos artigos 32 e 34 destas Instruções:
ortográficas estabelecidas para a Língua Portuguesa. Parágrafo único A sigla da OPM deverá ser grafada de
Parágrafo único As abreviaturas militares não se flexio- conformidade com a que estiver estabelecida na legisla-
nam ção vigente, com supressão da denominação própria pelas
no plural e serão grafadas sem pontos. OPM que a possuírem.
Artigo 44 Siglas são abreviaturas formadas pelas letras Artigo 50 A numeração do documento obedece às se-
iniciais das palavras de um nome ou título. Devem obede- guintes regras:
cer às seguintes regras de emprego: I cada tipo de documento do órgão (OFÍCIO, INFOR-
I são grafadas sem pontos, não se flexionando no plu- MAÇÃO, PARTE etc.) recebe uma numeração;
ral; II a numeração segue a ordem crescente dos números
II utilizam-se letras maiúsculas se compostas unica- naturais.
mente das iniciais dos nomes dos órgãos; Artigo 51 O prefixo numérico identificador da fração
III apenas a inicial será grafada maiúscula se compostas ou subfração da OPM é fixado pelos comandantes, dire-
por outras letras dos nomes dos órgãos. tores ou chefes e conterá dois ou três algarismos, sendo
Artigo 45 Na correspondência da Polícia Militar empre- vedada a utilização de letras.
gar--se-ão as abreviaturas e siglas constantes: Artigo 52 A numeração de processos que tramitarem
I no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa; pelo Protocolo Geral será procedida pela Seção de Correio
II nas leis, decretos e resoluções; e Arquivo do DSA/CG, obedecendo-se as regras dos arti-
III nos regulamentos e manuais. gos 62, § 2º; 77 e 78.
Parágrafo único Impõem-se aos policiais militares, em
todos os níveis hierárquicos, utilizarem-se das abreviaturas CAPÍTULO XVI
e siglas em conformidade com as indicações constantes Das Cópias
das leis, decretos e demais atos normativos expedidos pe-
las autoridades competentes (Anexo 17). Artigo 53 De toda correspondência expedida dever-se-
Artigo 46 As abreviaturas e siglas podem ser empre- -á tirar cópia a carbono de cor preta ou azul, ou reprográ-
gadas livremente no texto da correspondência interna ou fica, ou impressão de 2a via destinada ao arquivo da OPM.
com outras Polícias Militares, Bombeiros Militares e com as Artigo 54 Pode-se enviar cópia dos expedientes às au-
Forças Armadas. toridades que, embora não sendo as destinatárias, tenham
Artigo 47 É vedado o uso de abreviaturas na corres- interesse direto no assunto neles tratados.
pondência externa podendo, entretanto, empregarem-se Parágrafo único Neste caso, a cópia deverá conter a
as siglas, desde que, na primeira vez em que forem utili- expressão PARA CONHECIMENTO, datilografada, impressa
zadas, venham precedidas de seu significado por extenso. ou carimbada no alto da folha.
21
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Artigo 55 Ao lado esquerdo, 2 (dois) espaços abaixo da § 3º Os requerimentos não devem receber carimbos ou
assinatura, deve ser grafada a palavra DISTRIBUIÇÃO, onde despachos dos órgãos, no espaço compreendido entre a
serão indicados os destinatários que devem recebê-las e a última linha do cabeçalho e o texto.
quantidade de cópias remetidas a cada um (Anexo 5). Artigo 63 A correspondência que tramitar pelos ór-
§ 1º Nessa indicação devem constar todas as cópias, gãos de Direção e entre os Comandos de Policiamento e
incluindo as destinadas a arquivo, para conhecimento e de Bombeiros, mesmo aquela trazida em mão, deverá ser
distribuição interna. protocolada pela Seção de Correio e Arquivo do DSA/CG.
§ 2º No caso de documento destinado a autoridade Artigo 64 Todos os órgãos deverão designar pessoas
estranha à Instituição, a relação das cópias não constará do em sua organização para o trato de documentos, visando o
documento a ela expedido. recebimento, controle, registro, expedição e arquivo.
Artigo 56 Na correspondência designada como “CIR- § 1º A correspondência permanecerá com essas pes-
CULAR”, a relação de difusão só integrará a cópia, sendo soas apenas o tempo necessário para o seu registro.
vedado para tal indicação o uso de colagem para definir os § 2º A correspondência URGENTE terá precedência
destinatários. para registro e andamento imediato.
Artigo 57 Os ofícios e outros documentos circulares, § 3º Os recibos, após preenchidos e assinados pelo
exceto os documentos de Estado-Maior, reproduzidos por destinatário, serão devolvidos à autoridade expedidora.
qualquer processo de cópia, deverão ter assinatura de pró- Artigo 65 A correspondência expedida por meio de
prio punho do signatário quando tal correspondência for serviço postal deve ser relacionada e entregue à agência
dirigida à autoridade de posto superior ao do signatário. local da empresa utilizada, atendendo à sistemática por ela
Artigo 58 A autoridade signatária da correspondência, estabelecida.
quando comandante, diretor ou chefe de OPM, ressalva- Artigo 66 Em todo órgão haverá um arquivo onde será
das as disposições do artigo 57, poderá limitar-se a assinar guardada, ao término de sua tramitação, a correspondên-
apenas os originais dos documentos, delegando compe- cia oficial que lhe disser respeito.
tência para a rubrica das cópias e anexos a uma ou mais § 1º Os documentos serão arquivados na sede do des-
autoridades subordinadas. tinatário ou da autoridade que emitir o despacho final.
Artigo 59 As cópias que não estejam acompanhadas § 2º Os processos registrados no Protocolo Geral, exce-
dos correspondentes anexos ao documento, terão este fato to os que tenham regulamentação própria, serão arquiva-
indicado com a expressão SEM ANEXOS, grafada entre pa- dos na Seção de Correio e Arquivo Geral do DSA/CG.
rênteses, após a indicação do destino da cópia correspon- Artigo 67 Para o arquivamento, a correspondência de-
dente (Anexo 5). verá conter o despacho final decisório, indicando a solução
Artigo 60 As cópias de correspondência podem ser: adotada antes desse ato, seguida da expressão ARQUIVE-
I simples quando reproduzidas por qualquer meio de -SE em letras maiúsculas.
copiagem, eletrônica ou não, contendo o carimbo ou im- § 1º No despacho final, deverá constar a data e a as-
pressão da palavra “CÓPIA” no seu alto; sinatura
II autenticada quando reproduzida por copiagem ele- da autoridade que determinou o arquivamento.
trônica contendo o carimbo de autenticação de cópias de § 2º O responsável pelo protocolo e arquivo poderá ser
documento, datado e assinado (Anexo 12); responsabilizado pelo arquivamento de documentos sem o
III autêntica quando o documento for datilografado ou respectivo despacho.
digitado em “inteiro teor” (Anexo 6). Artigo 68 Serão responsáveis pelos danos causados
Artigo 61 O fornecimento de cópia ou informação de à Administração, as autoridades que determinarem o ar-
qualquer documento singular ou assunto pertinente ao quivamento de documentos ainda pendentes de solução
órgão, deverá ser precedido de autorização do Chefe da administrativa.
respectiva repartição a que se refere o tema. Artigo 69 As cópias dos documentos serão arquivadas
segundo os seus tipos; os documentos recebidos, segundo
CAPÍTULO XVII a natureza do assunto ou por órgão de origem.
Do Registro, Controle e Arquivo e da Destruição de § 1º O arquivo de documentos far-se-á em ordem cro-
Documentos e Processos nológica e em pastas próprias, contendo em suas lomba-
das a designação de seu tipo ou a indicação do órgão de
Artigo 62 Toda correspondência deverá ser convenien- origem.
temente registrada e controlada nos órgãos em que tra- § 2º A correspondência sigilosa terá um protocolo e
mitar. arquivo especial a cargo do Oficial de Informações ou, na
§ 1º Consiste o registro em apor no documento o ca- inexistência deste, do Oficial especialmente designado e na
rimbo de registro, que deverá conter as seguintes anota- forma estabelecida em legislação específica.
ções: número de registro, data de entrada, destino e rubri- § 3º A correspondência será conservada em móveis
ca do protocolista. adequados, sob a guarda e responsabilidade dos respec-
§ 2º O canto superior direito do documento não deve tivos detentores.
receber carimbos ou despachos dos órgãos, ficando reser- § 4º A correspondência arquivada somente poderá sair
vado para uso exclusivo da Seção de Correio e Arquivo do do arquivo mediante requisição regular ou para juntada de
DSA/CG. quaisquer documentos a ela referentes.
22
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Artigo 70 Os documentos ostensivos, não referentes a IV as folhas serão numeradas seguidamente no canto
finanças, material permanente, justiça e disciplina, instru- superior direito, em algarismos arábicos, e, logo abaixo, ru-
ção, operações e históricos, já solucionados e que dispen- bricadas pela autoridade que organizar o processo ou por
sem ulteriores consultas, poderão ser descarregados, de- quem tiver recebido delegação para fazê-lo;
corridos 1 (um) ano de seu arquivamento, obedecendo-se V os processos serão presos em dois pontos iguais e
ao seguinte: distantes 8 (oito) centímetros um do outro, equidistantes
I compete ao comandante, diretor ou chefe do órgão dos lados superior e inferior esquerdo do papel, usando-se
julgar da conveniência ou não da descarga; para tal fim colchetes de metal, sendo que as pontas serão
II documentos serão descarregados de acordo com as dobradas de maneira a ficarem cobertas pela folha inferior
disposições da legislação em vigor. da capa;
Artigo 71 A descarga dos documentos referentes a fi- VI o documento de encaminhamento de um processo,
nanças, material permanente, justiça e disciplina, depende depois de numerado e rubricado, será incluído em seu cor-
de autorização da autoridade superior, provocada pelo co- po, na ordem cronológica;
mandante, diretor ou chefe do órgão. VII cada volume de processo terá no máximo 200 (du-
Parágrafo único Os documentos descarregados deve- zentas) folhas, abrindo-se novo volume e lavrando-se os
rão ser incinerados. competentes Termos de Abertura e Encerramento, ao atin-
Artigo 72 Os documentos de natureza sigilosa serão gir este limite;
destruídos, obedecidas as precauções de segurança esta- VIII os volumes de processo só poderão tramitar con-
belecidas na legislação específica. juntamente;
Artigo 73 Os documentos que não possam ser descar- IX no Termo de Encerramento do último volume deve-
regados, após a permanência de cinco anos no arquivo do rá constar, obrigatoriamente, quantos volumes compõem
órgão, poderão ser relacionados e recolhidos ao arquivo o processo;
central da Instituição, de acordo com suas normas. X a frente das capas não poderá ser carimbada, receber
Parágrafo único Permanecerão obrigatoriamente no notas ou escritas de qualquer natureza, salvo para a indica-
arquivo da OPM, os boletins e documentos relativos a ope- ção de urgente e novos protocolos;
rações, instrução e histórico. XI o processo que receber juntada ou apensamento de
Artigo 74 Os documentos descarregados serão publi- documento catalogado pela legislação específica, deverá
obedecer, em seu trâmite, à natureza de sua classificação.
cados em Boletim Interno, procedendo-se as anotações
Artigo 79 A correspondência de tramitação interna de
nos respectivos livros de registro.
um órgão será organizada em conformidade com o dispos-
to nesta Seção e, embora também constitua um processo,
CAPÍTULO XVIII
fica facultada a colocação de capa.
Dos Processos SEÇÃO I
Do Início
SEÇÃO II
Do Fichamento dos Processos
Artigo 75 Entende-se por processo a sucessão sistemá-
tica de procedimentos em uma direção definida, que for- Artigo 80 Todo processo que se enquadrar no artigo 63
mam um conjunto de peças destinadas a instruir a decisão será fichado pela Seção de Correio e Arquivo do DSA/CG
da autoridade competente para pôr termo à questão. para efeito de controle e tramitação.
Artigo 76 O processo deve ser iniciado com o expe- Artigo 81 A ficha de controle será elaborada em fun-
diente que a ele deu origem, sendo que os demais docu- ção do número de registro e do nome do interessado ou
mentos que o instruem devem ser juntados na sequência, procedência, segundo a classificação numérica e alfabética.
com observância da ordem cronológica. Artigo 82 Quando o processo tiver que ser referencia-
Artigo 77 Toda autoridade ao receber expediente, mes- do, citar-se-á sempre o número atribuído pela Seção de
mo que uma simples parte, que tramitará nos diversos es- Correio e Arquivo do DSA/CG ou, na sua falta, o seu con-
calões da Instituição ou entre os órgãos que compõem a junto de identificação.
OPM, e nele se manifestar, dará início ao processo, obser-
vando as disposições dos §§ 3º e 4º do artigo 32, e dos §§ SEÇÃO III
5º e 6º do artigo 34. Da Correspondência Referenciada
Artigo 78 Toda correspondência policial-militar que se
constituir num processo deverá obedecer ao seguinte: Artigo 83 A correspondência que se referir a processo
I o órgão cuja autoridade primeiro se manifestar no anterior, versando sobre o mesmo assunto, não constituirá
documento dará início ao processo, que receberá capa, novo processo, devendo ser juntada ao já existente.
conforme formulário PM C-3, devendo ser preenchidos os § 1º A correspondência de outros órgãos públicos será
itens referentes ao interessado, procedência e assunto; apensada ao processo e, quando solucionado o assunto,
II a folha número 1 (um) constituirá a capa do processo; será desapensada e restituída, conforme o caso, à reparti-
III os documentos serão colocados em ordem crono- ção de origem, lavrando-se termo deste ato.
lógica crescente, respeitando a ordem do documento mo- § 2º As informações que forem prestadas no processo
tivador; serão anexadas, por cópia, à correspondência apensa.
23
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Artigo 93 A juntada de documentos ao processo obe- Artigo 103 Apensamento é a união de um processo ao
decerá à ordem da data de apresentação e será precedida outro em caráter temporário (Anexo 11).
do Termo de Juntada (Anexo 7). § 1º Será feito o apensamento quando o processo
Artigo 94 A juntada de prova documental, quando de- apensado contiver matéria útil ao exame do que estiver
corrente de dispositivo legal expresso, poderá ser feita em sendo estudado.
seu original, cópia autenticada por tabelião, cópia autenti- § 2º Não se fará o apensamento quando desse ato re-
cada por militar ou servidor público ou, ainda, pela trans- sultar prejuízo para a marcha do processo que deverá ser
crição ou cópia da publicação em órgão oficial. apensado ou quando a juntada da cópia dessas peças for
§ 1º A cópia autenticada por tabelião dispensa qual- suficiente para esclarecimentos do assunto objeto de es-
quer conferência com o documento original. tudo.
24
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 3º Todas as informações prestadas no processo origi- § 1º O OFÍCIO será usado quando o documento for
nal deverão ser reproduzidas nos apensados. encaminhado a autoridade estranha à Instituição e, even-
Artigo 104 Solucionado o assunto do processo princi- tualmente, entre os órgãos.
pal os demais serão desapensados. § 2º A INFORMAÇÃO será usada para encaminhar RE-
Artigo 105 Do apensamento e desapensamento de QUERIMENTOS, ao mesmo tempo em que se prestam ele-
processos lavrar-se-ão os termos constantes no Anexo 11. mentos informativos sobre o requerido.
§ 3º A PARTE será usada para o encaminhamento de
SEÇÃO IX expediente de subordinado para superior, dentro de um
Da Requisição de Processos mesmo órgão.
§ 4º O DESPACHO será usado para o encaminhamento
Artigo 106 Quando um órgão tiver necessidade de um de expediente entre órgãos de direção, destes para os de-
processo para juntada de documentos, apensamento ou mais órgãos e de superior para subordinado, dentro de um
consulta, conservará o processo ou documento que tiver mesmo órgão.
em seu poder, requisitando o que se achar em andamento
Artigo 113 Será dispensado o encaminhamento de
ou arquivado, cuja localização será obtida por meio da Se-
correspondência por meio dos documentos mencionados
ção de Correio e Arquivo do DSA/CG.
no artigo 112 quando:
§ 1º Os processos serão requisitados e devolvidos, ob-
I não couber a determinação ou a solicitação de qual-
servando-se o disposto nos artigos 15 a 18.
§ 2º Cada requisição efetuada por meio de ofício ou quer providência na correspondência encaminhada, servin-
parte fará referência apenas a um processo. do esta apenas para conhecimento, controle e arquivo do
§ 3º O órgão que estiver de posse do processo e re- destinatário;
ceber requisição, caso não haja impedimento, remeterá o II se tratar de encaminhamento de impressos oficiais.
processo, solicitando a sua oportuna devolução, se assim Parágrafo único O encaminhamento da correspondên-
exigirem as necessidades do serviço. cia mencionada nos incisos I e II deste artigo será efetuado
Artigo 107 Nenhum processo em andamento poderá por meio de GUIA DE DOCUMENTOS.
permanecer em poder do órgão requisitante por mais de Artigo 114 Os DESPACHOS poderão ser revestidos das
5 (cinco) dias úteis, salvo se lei, decreto ou regulamento seguintes formas:
prever outro prazo. I DESPACHO: impresso próprio (PM C-36) no qual é
grafado livremente o seu texto (artigo 13, inciso IV);
SEÇÃO X II CARIMBO-DESPACHO: carimbo efetuado na conti-
Do Extravio de Processo e sua Restauração nuação ou no verso do documento, no qual o signatário
grafa a complementação do seu texto.
Artigo 108 Todo processo extraviado, ou mesmo des- Artigo 115 O encaminhamento da correspondência
truído, será obrigatoriamente restaurado, com observância interna da OPM, sempre que possível, deve ser feito me-
das seguintes normas: diante DESPACHO, por meio da aplicação de carimbo ou
I a restauração far-se-á por determinação do coman- manuscrito.
dante, diretor ou chefe do órgão interessado; Artigo 116 Os DESPACHOS podem ser:
II se existir certidão ou cópia autenticada do processo I decisório ou final quando põe termo à questão;
será uma ou outra considerada como original; II interlocutório ou parcial quando não resolve definiti-
III em existindo informações prestadas por qualquer vamente a questão;
OPM, serão requisitadas as necessárias cópias. III ordenatório quando concernente ao andamento do
Artigo 109 Localizados os autos originais durante o processo.
curso do processo de restauração, este será arquivado na
Artigo 117 Os DESPACHOS poderão ser manuscritos e
OPM restauradora.
firmados no documento ou em sua continuação.
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XX
Do Encaminhamento
Do Requerimento
Artigo 110 O recebimento de correspondência que
ensejar resposta à origem deverá ser restituído informado, Artigo 118 Os REQUERIMENTOS (Anexo 3) obedecerão
juntamente com todos os documentos originais que com- às seguintes prescrições:
ponham o protocolizado. I devem ser feitos em papel sulfite A4;
Artigo 111 Deve-se atentar para o exato encaminha- II podem ser digitados ou datilografados conforme o
mento à autoridade competente, evitando-se assim a per- Anexo 3;
da de tempo pelo encaminhamento indevido a órgãos que III é permitido o uso de modelo de requerimento im-
não tenham atribuição para manifestar-se sobre o assunto. presso, específico para determinados assuntos;
Artigo 112 O encaminhamento da correspondência IV todo REQUERIMENTO já deve sair da OPM de ori-
poderá ser feito, conforme o caso, por meio de OFÍCIO, IN- gem devidamente instruído, com as informações ou docu-
FORMAÇÃO, PARTE ou DESPACHO. mentos necessários ao seu estudo e decisão;
25
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
V o REQUERIMENTO assinado por procurador deverá Parágrafo único Não deverão ser transmitidos via fax
ser acompanhado do respectivo instrumento de mandato documentos cujo prazo para manifestação ou outras provi-
e, o assinado pelos herdeiros de pessoa falecida, por com- dências possibilita o uso normal da correspondência.
provantes dessa condição; Artigo 123 A OPM recebedora não deve utilizar a cópia
VI todo REQUERIMENTO que satisfizer as exigências recebida para instrução em processos.
legais deve ser encaminhado à autoridade que deve exarar Artigo 124 Para as cópias recebidas via fax, em papel
o despacho final, mesmo que não tenha parecer favorável termo-sensível, serão observadas as seguintes prescrições:
das autoridades intermediárias; I não devem ficar expostas ao sol, a fontes de calor,
VII constará de cabeçalho, texto e fecho; claridade ou locais úmidos;
VIII o REQUERIMENTO de civil ou inativo deverá conter II não se deve escrever ou colocar objetos pesados so-
o endereço do interessado e o número de telefone para bre eles;
facilitar a comunicação. III não devem ter contato com material adesivo (fita
Artigo 119 O cabeçalho do REQUERIMENTO constará crepe, adesiva, etc), destacador de texto, canetas com tintas
de: I primeira linha: tratamento e cargo da autoridade a luminescentes ou à base de álcool.
quem é dirigido, por extenso e em letras maiúsculas, a 4
(quatro) espaços CAPÍTULO XXII
verticais abaixo da margem superior; Do Envelopamento
II segunda linha: a palavra “OBJETO”, em letras maiús-
culas, seguida de dois pontos e da menção resumida do
Artigo 125 A correspondência deve ser envelopada
que se requer, em letras minúsculas.
quando: I for externa;
Artigo 120 O texto do REQUERIMENTO obedecerá às
seguintes regras: II for remetida por meio do serviço postal;
I deve começar a 12 (doze) espaços verticais da última III for remetida por meio de estafeta ou mensageiro; IV
linha do cabeçalho; for sigilosa.
II o tratamento é sempre o da terceira pessoa do singu- Artigo 126 A frente do envelope deve ter impresso, em
lar e a forma é a do discurso indireto; sua parte superior, o Brasão do Estado, seguido da expres-
III deverá conter nome completo do requerente, em são SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGU-
letras maiúsculas, registro estatístico, posto ou graduação, RANÇA PÚBLICA, abaixo POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE
quadro a que pertence, órgão em que se encontra ou en- SÃO PAULO.
contrava servindo, o que requer e os dispositivos legais em Artigo 127 Na frente do envelope devem ser grafados
que se julga amparado e baseia sua pretensão; os seguintes sobrescritos:
IV no caso de requerente civil deverão ser menciona- I abaixo da expressão POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE
dos o SÃO PAULO:
nome, registro de identidade, a filiação e a residência; a) a expressão URGENTE, se for o caso;
V o texto comportará itens, conforme a necessidade da b) o conjunto de identificação do documento, nos ter-
exposição, sendo que, no último item, o requerente deverá mos do artigo 49 destas Instruções;
declarar se é a primeira vez que requer e, em caso contrá- c) a expressão RESERVADO ou CONFIDENCIAL, se for
rio, o despacho dado nos requerimentos anteriores, bem o caso.
como as datas e onde está publicado; II no endereçamento:
VI quando o texto for longo, não cabendo em uma só a) a forma de tratamento;
página, serão anexadas outras folhas. b) posto ou graduação, cargo ou função do destina-
Artigo 121 O fecho dos requerimentos obedecerá às tário;
seguintes regras: c) endereço, quando for o caso;
I a localidade e a data na primeira linha e a dois espa- d) cidade e Estado;
ços e) o código de endereçamento postal, no campo cor-
verticais do final do texto;
respondente.
II a assinatura do requerente a dois espaços verticais da
III nos documentos de caráter pessoal, o nome do des-
primeira linha do fecho, por baixo da qual deve vir o nome
tinatário deve constar logo após o posto ou graduação, fi-
completo e, abaixo deste, o seu posto ou graduação ou o
registro de identidade, para os civis. cando o cargo ou a função em continuação, ou em outra
linha;
CAPÍTULO XXI IV o envelope e o documento de caráter pessoal deve-
Da Tramitação Via Fax rão também conter o termo “PESSOAL” e outros relativos à
classificação de sua natureza, se for o caso;
Artigo 122 A transmissão via fax se presta ao envio de V os envelopes classificados como pessoal somente se-
cópia de documento original para conhecimento do órgão rão abertos pelo destinatário.
interessado, de modo a possibilitar que este venha, an- Artigo 128 O verso do envelope deve ter impresso,
tecipada e imediatamente, iniciar as providências de sua em sua parte inferior, as expressões remetente e endereço,
competência, enquanto aguarda a chegada do documento bem como o campo para o código de endereçamento pos-
original (Anexo 15). tal, sendo facultativa a utilização de carimbo (Anexo 12).
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Parágrafo único No verso do envelope devem ser gra- Artigo 138 Estas Instruções apresentam anexos, exem-
fados: I posto, graduação, cargo ou função do remetente; plos e modelos de documentos de correspondência e de
II endereço, quando for o caso; carimbos (Anexo
III o código de endereçamento postal. 12) de uso mais frequentes na Instituição.
Artigo 129 Os documentos secretos serão encerrados Artigo 139 Compete à 1ª EM/PM o desenvolvimento
em envelopes duplos, observando-se as seguintes condi- de estudos necessários à atualização destas Instruções,
ções previstas na legislação específica: bem como a apreciação de casos omissos ou duvidosos e
I no envelope interno serão grafados o cargo ou a fun- sua remessa para publicação e disponibilização na Intranet
ção e o endereço do destinatário e, claramente marcada, a da Polícia Militar.
classificação do documento, de modo a ser visto logo que
removido o envelope externo;
II o envelope externo conterá apenas o nome, função I-21-PM INSTRUÇÕES PARA
ou cargo e endereço do destinatário, não devendo constar CONTINÊNCIAS, HONRAS, SINAIS DE
anotação que indique a classificação do conteúdo; RESPEITO E CERIMONIAL MILITAR NA
III o envelope interno será lacrado após receber o do- POLÍCIA MILITAR;
cumento acompanhado de recibo.
Artigo 130 Ao se envelopar um documento, este de-
verá ser dobrado o menos possível e o lado que contém o
texto deverá estar voltado para a parte interna da dobra e INSTRUÇÕES PARA CONTINÊNCIAS, HONRAS, SI-
não do envelope. NAIS DE RESPEITO E CERIMONIAL NA POLÍCIA MILITAR
CAPÍTULO XXIII
Das Disposições Gerais CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Artigo 131 Todos os integrantes da Polícia Militar, na Seção I
esfera de suas atribuições, são responsáveis pela fiel obser- Da Finalidade
vância destas Instruções.
Artigo 132 O cancelamento de despachos apostos em Artigo 1º - As presentes Instruções destinam-se a ado-
qualquer documento será feito com dois riscos transversais tar e regulamentar a aplicação do Regulamento de Conti-
sobre o seu texto, com a expressão “CANCELADO” entre nências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial Militar das
eles e a rubrica abaixo (Anexo 12). Forças Armadas (R Cont), publicado na Portaria Normativa
Artigo 133 Em documentos oficiais não serão permiti- nº 660/MD, de 19 de maio de 2009, alterada pela Portaria
dos rasuras, rabiscos ou outros artifícios destinados a alte- Normativa nº 849 do Ministério da Defesa, de 4 de abril de
rar o texto. 2013, no âmbito da Polícia Militar do Estado de São Paulo
Artigo 134 Os processos que tenham tratamento espe- (PMESP).
cial, decorrente de normas particulares e sistemas definido Parágrafo único - As prescrições destas Instruções apli-
por órgãos externos à Instituição, obedecerão às prescri- cam-se às situações diárias da vida castrense, estando o
ções a eles atinentes. policial militar de serviço ou não em área militar ou em so-
Artigo 135 A divulgação, pela imprensa, de assuntos ciedade, nas cerimônias e solenidades de natureza militar
constantes da correspondência policial-militar obedecerá ou cívica.
às prescrições particulares do Comando Geral.
Artigo 136 É facultada a utilização de carimbos para a Seção II
lavratura dos termos mencionados nestas Instruções (Ane- Das Generalidades
xo 12).
Parágrafo único Com exceção do carimbo de classi- Artigo 2º - O cerimonial militar tem por objetivo de-
ficação de grau de sigilo do documento, que deverá ser senvolver o sentimento de disciplina, a coesão e o espírito
posicionado na margem superior e inferior do documento, de corpo, pela execução em conjunto de movimentos que
os demais carimbos deverão ser posicionados na margem exijam energia, precisão e marcialidade.
superior distribuídos e alinhados ao lado do carimbo de Artigo 3º - Para continências e honras, visando à uni-
grau de sigilo. formidade de entendimento, são as seguintes as definições
Artigo 137 O nome de personalidade ou vulto históri- das expressões e termos constantes no R Cont:
co que homenageia OPM somente constará dos documen- I - “superior”, “mais antigo” ou “de maior antigui-
tos elaborados pela própria OPM homenageada, dispen- dade” - designação comum aplicada ao militar de maior
sando-se sua inserção nos documentos elaborados pelas precedência hierárquica;
demais OPM, bem como, nos atos dos Órgãos de Direção II - “pares” - militares cujos postos ou graduações
publicados em Diário Oficial e Boletim Geral. estão situados no mesmo grau hierárquico;
Parágrafo único A forma de apresentação do nome III - “subordinado”, “mais moderno” ou “de menor
que homenageia OPM será a constante no Decreto de Or- antiguidade” - designação comum aplicada ao militar de
ganização da Policia Militar. menor precedência hierárquica;
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Artigo 13 - No caso da continência ser prestada à Ban- Parágrafo único - Procedimento análogo será seguido
deira de outro país ou a uma autoridade estrangeira, a ban- quando a autoridade superior chegar a uma OPM, já acom-
da de música, se houver, tocará o Hino do respectivo país, panhada do seu comandante, cabendo ao oficial de dia re-
seguido do Hino Nacional Brasileiro. cepcioná-la no interior do aquartelamento, permanecendo
Artigo 14 - Quando uma tropa armada estiver prestan- o comandante da OPM junto da autoridade.
do a continência regulamentar na posição de “apresentar- Artigo 21 - Para efeito de continência consideram-se
-arma”, o comando para desfazer a continência deverá ser funções equivalentes a de sentinela aquelas exercidas por
o de “ombro-arma”. policiais militares de “permanência” ou serviço similar, apli-
cando-se, no que couber, o contido na seção VII do capí-
Artigo 15 - Para os desfiles de tropa a pé, a cadência tulo V do R Cont.
será de 116 passos por minuto e deverá ser obedecido o
previsto no Manual de Ordem Unida a Pé (M-12-PM). CAPÍTULO VII
DOS TOQUES DE CORNETA OU DE CLARIM
§ 1º - Na continência da tropa em desfile, regulada na
seção IV, capítulo V do título II do RCont, padronizar-se-á 1
Artigo 22 - Os toques de corneta ou de clarim, em uso
(um) metro a medida de um passo.
na Polícia Militar do Estado de São Paulo, são os constantes
§ 2º - A demarcação de um local para o desfile de uma
do Manual de Toques do Exército (C 20-5).
tropa obedecerá à figura 1 do anexo 1 a estas Instruções. § 1º - Os toques de corneta ou de clarim podem ser
Artigo 16 - A continência da tropa nos desfiles obe- compostos por duas ou mais partituras, conforme o pre-
decerá às prescrições do M-12-PM, além da seção IV do visto no C 20-5, para anunciar a presença de símbolos e
capítulo V do título II do R Cont. de autoridades, ou para continências, cerimônias e outras
Artigo 17 - Nos desfiles, após a continência da tropa, atividades militares.
estando ou não a Bandeira Nacional incorporada, o seu co- § 2º - Nas OPM de cavalaria, todos os toques deverão
mandante e o Estado-Maior seguirão destino sem aguar- ser executados por clarim, conforme o previsto no C 20-5.
dar o seu escoamento. Artigo 23 - Quando a autoridade retirar-se do local da
solenidade ou formatura, após o desfile da tropa, e for per-
CAPÍTULO VI manecer na OPM, não será executado o toque para indicar
DA CONTINÊNCIA DA GUARDA E DA SENTINELA que deixará o palanque, devendo as honras ser prestadas
por ocasião de sua saída do quartel.
Artigo 18 - A guarda formada prestará continência aos
símbolos, às autoridades e à tropa formada, mencionados Artigo 24 - Após o toque indicativo do posto e função
no artigo 70 do R Cont, ao Chefe da Casa Militar, ao Co- da autoridade, a banda de música ou a de corneteiros ou a
mandante Geral e às autoridades mencionadas nos incisos de clarins executará a marcha prevista no C 20-5.
do artigo 5º destas Instruções.
§ 1º - A guarda não formará no período compreendido CAPÍTULO VIII
entre o arriar da Bandeira Nacional e o toque de alvorada DOS HINOS, CANÇÕES E DOBRADOS
do dia seguinte, exceto para prestar continência à Bandei-
ra Nacional, ao Hino Nacional, ao Presidente da República, Artigo 25 - As marchas e dobrados para bandas de
às bandeiras e hinos de outras nações e à tropa formada, corneteiros ou de clarins, para fanfarras e para bandas de
quando comandada por oficial. música, utilizados na PMESP, são os constantes do Manual
de Toques do Exército (C 20-5) e outros eventualmente re-
§ 2º - Estando presente, em uma OPM, o seu coman-
ferentes à Instituição.
dante, a guarda só formará para prestar continência a ofi-
§ 1º - Outras marchas e dobrados poderão ser executa-
cial de posto superior ao desta autoridade.
dos, em cerimônias militares, pelas bandas de música, des-
Artigo 19 - A continência da guarda para autoridade
de que sejam músicas marciais e não resultem de arranjos
inspecionadora ou visitante será executada da seguinte ou de adaptações de canções populares.
forma: o comandante da guarda toma a posição de senti- § 2º - Nas formaturas solenes, deverá ser dada a priori-
do, executa ombro-arma e comanda: “GUARDA, SENTIDO!, dade à execução de música e de dobrado nacionais, com o
OMBRO-ARMA!”; o corneteiro ou clarim tocará o indicativo objetivo de valorizar e estimular nossa cultura.
do posto e função da autoridade; caso a autoridade seja o § 3º - Nas solenidades com a presença de público ex-
Chefe da Casa Militar, Comandante-Geral, ou Oficial-Gene- terno, deverá ser cantado, preferencialmente, o Hino Na-
ral, após o toque indicativo do posto e função, o coman- cional para permitir maior participação dos convidados.
dante da guarda comandará á voz: “APRESENTAR-ARMA!,
OLHAR A DIREITA!” e executará os movimentos conjunta- Artigo 26 - No canto do Hino Nacional pela tropa ou
mente com sua guarda, sendo então executado o exórdio. público, acompanhado de execução instrumental, as ban-
Artigo 20 - Quando da saída de autoridade superior ao das e as fanfarras deverão obedecer ao andamento metro-
comandante da OPM, este deverá posicionar-se dentro do nômico de uma semínima igual a 120, conforme determina
quartel, à esquerda e um passo à retaguarda do local onde o artigo 24, inciso I, da Lei federal nº 5.700, de 1º de setem-
a autoridade receberá a continência da guarda, acompa- bro de 1971, que dispõe sobre a forma e a apresentação
nhando-a por ocasião da revista. dos símbolos nacionais.
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
I - ao ser convidada, juntamente com os coman- III - o comandante sucessor, com sua espada per-
dantes sucessor e sucedido, para tomar o dispositivo, a au- filada, deslocar-se-á pela frente da tropa acompanhado
toridade que conduzirá o evento deverá solicitar permissão do comandante sucedido, este à sua direita com a espada
para iniciá-lo à autoridade que preside a cerimônia; embainhada, simbolizando o cumprimento de sua missão;
II - o comandante sucedido e seu sucessor, este IV - ao atingirem a altura onde estiver postada a
à esquerda daquele, acompanharão a autoridade que irá Bandeira Nacional, os dois comandantes farão alto, presta-
conduzir o evento e colocar-se-ão em seus lugares, volta- rão a continência individual à Bandeira Nacional e, depois,
dos para a Bandeira Nacional e para a tropa, distanciados prosseguirão na revista;
de três metros, de modo que a autoridade fique no centro, V - para a continência deverá ser observado, no
três metros à retaguarda da linha dos dois oficiais, confor- que couber, o artigo 53 do R Cont; e para passagem de Co-
me figura 3 do anexo 1 a estas Instruções; mando Geral deverá ser observado ainda o § 1º artigo 12;
III - ocupados os locais previstos, a autoridade que VI - a banda tocará a marcha correspondente do
comandante sucessor, enquanto durar o deslocamento dos
conduzirá o evento e os comandantes sucedido e suces-
dois oficiais.
sor desembainharão suas espadas e seguirão os toques de
Artigo 79 - Terminada a revista, os comandantes cum-
“sentido” e de “ombro-arma” determinados à tropa;
primentar-se-ão e deslocar-se-ão para o local destinado
IV - o ato será realizado conforme o previsto no
às autoridades e convidados, quando o novo Comandante
artigo 185, inciso II, do R Cont; fará o uso da palavra. Após o pronunciamento da autori-
V - os comandantes sucedido e sucessor, voltan- dade que preside à cerimônia, caso ocorra, o comandante
do-se um para o outro, abaterão as espadas; enquanto que sucessor ocupará lugar de destaque, a frente do palanque,
autoridade que conduz o evento, permanecerá com a es- para receber a continência da tropa em desfile, retornando
pada perfilada; ao palanque após este evento.
VI - banda de música executará o exórdio corres- Artigo 80 - A apresentação formal dos oficiais da OPM
pondente ao comando que acaba de ser assumido; ao comandante sucessor será conduzida pelo comandante
VII - após a continência, os dois oficiais perfilarão sucedido, no salão de honra, em ato restrito, adotando-se
as espadas, voltar-se-ão para a Bandeira Nacional e em- o procedimento mencionado no capítulo IV destas Instru-
bainharão as espadas, mantendo-se com as luvas calçadas; ções, podendo ser realizada antes da passagem de coman-
VIII - a autoridade que conduz o evento, se militar, do ou após a retirada dos convidados.
embainhará a espada simultaneamente com os comandan- Artigo 81 - Em caso de mau tempo, luto nacional ou
tes sucedido e sucessor, mantendo-se com as luvas calça- se a OPM estiver com seu efetivo reduzido, a solenidade,
das. que seria realizada ao ar livre, poderá ocorrer em recinto
Parágrafo único - No caso de repartições militares, coberto, devendo ser adotado, em princípio, o dispositivo
após a passagem da chefia ou direção, os dois oficiais vol- constante da figura 3 do anexo 1 a estas Instruções.
tar-se-ão um para o outro e prestarão, simultaneamente, a § 1º - A presença dos símbolos das OPM subordinadas
continência individual, cumprimentando-se com um aper- e da Bandeira Nacional, esta sem a sua guarda, nas sole-
to de mão e, após o cumprimento, retornarão à posição nidades em recinto coberto, será fixada a critério da au-
inicial. toridade que conduzir o evento de transmissão do cargo,
Artigo 75 - Encerrada a transmissão do cargo, a Ban- quando for possível a execução dos movimentos previstos.
deira Nacional, acompanhada de sua guarda, retornará ao § 2º - Nas solenidades em recinto coberto o substituto e o
seu local no dispositivo para desfile, após o que serão da- substituído estarão armados de espadas, que permanecerão
embainhadas; a Bandeira Nacional formará sem sua guarda.
dos os toques de “DESCANSAR-ARMA” e “DESCANSAR”.
Artigo 82 - Na assunção interina e substituição tem-
Artigo 76 - Após o evento mencionado no artigo an-
porária, em que o oficial for responder pela função, não
terior, os comandantes sucedido e sucessor, nesta ordem,
ocorrerá solenidade de passagem de comando.
apresentar-se-ão à autoridade que conduz o evento, por
Artigo 83 - O comandante sucedido deverá expedir
haverem entregado e assumido, respectivamente, o cargo. nota de serviço regulando detalhadamente a solenidade,
Artigo 77 - Terminada a apresentação, a autoridade com as adaptações necessárias.
que conduz o evento de transmissão do cargo retirar- se-á Artigo 84 - A autoridade que conduzirá o evento de
para o local destinado às autoridades e os comandantes transmissão do cargo e os comandantes sucessor e sucedi-
sucessor e sucedido deslocar-se-ão para a revista à tropa. do formarão, de preferência, com o mesmo uniforme.
Parágrafo único - No caso de não haver revista, o co-
mandante sucedido retornará ao palanque, acompanhan- CAPÍTULO XVI -
do a autoridade que conduz o evento de transmissão do CERIMÔNIA MENSAL DE VALORIZAÇÃO PROFIS-
cargo, e o novo Comandante fará o uso da palavra. SIONAL
Artigo 78 - A revista à tropa seguirá as seguintes pres-
crições: Artigo 85 - A fim de motivar, reconhecer e incentivar o
I - será realizada apenas nas passagens de coman- engajamento dos policiais militares ao trabalho profícuo,
do de unidade; cada Cmt/Ch/Dir, deverá realizar mensalmente um evento
II - serão ordenados os toques de “sentido” e “om- destinado a enaltecer os méritos dos integrantes de sua
bro-arma”; Unidade, contemplando, no mínimo:
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Seção III -
Do Minuto De Sirene
Artigo 97 - Trata-se de homenagem póstuma prestada pela tropa aos policiais tombados no cumprimento do dever,
que tem por objetivo demonstrar publicamente o sentimento de pesar.
Parágrafo único - Concomitantemente ao horário de sepultamento do herói policial-militar, todos os policiais militares
de serviço no patrulhamento motorizado, que não estiverem no atendimento de ocorrências, deverão estacionar seu veícu-
lo em local seguro e bem visível, e acionar os dispositivos luminosos e sonoros da viatura por um minuto.
Artigo 98 - Durante a homenagem a equipe deverá desembarcar da viatura, permanecer na posição de sentido e pres-
tar continência.
Artigo 99 - As viaturas que estiverem no Serviço de Dia das OPM, Bases e Postos Policiais também deverão prestar a
homenagem.
CAPÍTULO XIX -
DAS PRESCRIÇÕES DIVERSAS
Artigo 100 - Além das pessoas consideradas como autoridades no artigo 15 do R Cont e as mencionadas no artigo 5º
destas Instruções, nenhuma outra, ainda que esteja enumerada nas Normas para o Cerimonial Público e Ordem Geral de
Precedência, terá direito ao preito da tropa.
Artigo 101 - Além das autoridades previstas no artigo 34 do R Cont, todo policial militar é obrigado a conhecer o Go-
vernador, Vice-Governador do Estado, o Secretário da Segurança Pública, assim como o Subcomandante da Polícia Militar.
Artigo 102 - A interpretação do artigo 35 do R Cont é restritiva, devendo entender-se por recintos cobertos: gabinetes
de trabalho, salas em geral, salões sociais, auditórios em recinto coberto, refeitórios, vestiários, alojamentos, cabinas de
aeronaves civis e de veículos civis de transporte coletivo não-urbano.
Parágrafo único - Somente para instalações de uso militar, exceto as escolares, consideram-se como extensões das
dependências previstas neste artigo, estritamente, os seus meios de ligação (corredores, escadarias, rampas), desde que
fechados e cobertos.
Artigo 103 - Para fins de aplicação dos artigos 51 e 78 do R Cont, nas visitas e inspeções de autoridades e para os ofi-
ciais da OPM, as continências serão prestadas a partir do toque de alvorada.
Artigo 104 - Não se admitem, em lugar sujeito à administração militar, ou por parte de militar fardado, qualquer que
seja o local, cumprimentos constituídos de gestos de intimidade como beijos e carícias faciais.
Parágrafo único - Excluem-se desta proibição os gestos afetuosos de militar para com civis a si ligados por estreitos
laços familiares. Também é admissível, somente em ocasiões informais, o abraço fraternal, discreto, entre iguais, ou quando
a iniciativa parte de superior.
Artigo 105 - Os casos omissos nestas Instruções serão submetidos à apreciação do Comandante-Geral da Polícia Militar
do Estado de São Paulo a quem caberá disciplinar o assunto.
Artigo 106 - Ficam revogadas todas as demais publicações referentes ao assunto.
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
ANEXO - I
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Artigo 8º Como medida cautelar, diante do surgimento V sempre que possível deverá ser evitada a anexação
de indício substancial de cometimento de infração, obser- de arquivos, dando-se preferência à inserção do texto na
vado o princípio de direito da proporcionalidade, poderão composição da mensagem;
ser providenciados: VI em sendo necessário o envio de anexos, estes po-
Artigo 9º Para a transmissão de documentos por meio derão estar compactados, de acordo com o tamanho do
do correio eletrônico e, conforme o grau de sigilo, o Centro arquivo a ser enviado.
de Processamento de Dados (CPD) proverá forma de crip-
tografia específica e homologada para toda PMESP, garan- Seção II –
tido a segurança das mensagens. Da Formatação das mensagens
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 3º - Ao militar do Estado, inativo ou não, detentor de Artigo 9º - É vedado ao policial militar o uso de peças
cargo eletivo do Poder Legislativo Municipal, poderá ser ou uniformes das Forças Armadas, Forças Auxiliares ou pa-
autorizado, o uso do uniforme SM-1 ou SF-1, durante suas ramilitares.
atividades ou nas sessões da respectiva Casa Legislativa, Artigo 10 - O policial militar que comparecer a soleni-
desde que compatível com o traje exigido pelo Regimento dades militares deverá fazê-lo no uniforme previsto e, nos
Interno. eventos civis, deverá observar a regra de correspondência
§ 4º - A autorização de que trata os parágrafos an- prevista no artigo 283.
teriores é dada pela maior autoridade policial- militar do Artigo 11 - Compete à autoridade policial-militar que
local onde resida o interessado e, caso ela seja de posto autorizar a realização de solenidade ou atos militares de-
ou graduação inferior ao do inativo, este deverá solicitar a signar o uniforme a ser usado.
autorização à autoridade hierarquicamente superior, mais Artigo 12 - As declarações de não semelhança de uni-
próxima. formes, fornecidas às empresas particulares que exploram
§ 5º - No caso de cargo eletivo do Poder Legislativo serviços de vigilância, de transporte de valores, às corpo-
Estadual ou Federal, o uso do uniforme SM-1 ou SF-1, pelo rações e organizações de qualquer natureza que usam
militar do Estado, inativo ou não, poderá ser autorizado uniformes, como requisito de autorização para seu funcio-
pelo Subcomandante PM, durante suas atividades e ses- namento, conforme legislação que regulamenta suas ati-
sões da respectiva Casa Legislativa, também, desde que vidades, serão fornecidas pela Diretoria de Logística (DL),
compatível com o traje exigido pelo Regimento Interno. com base na edição atualizada deste Regulamento e no
Artigo 5º - Constitui obrigação de todo policial mili- memorial descritivo das peças dos uniformes da PMESP.
tar zelar por seus uniformes, pela sua correta apresentação Parágrafo único - No caso de semelhança de peça(s) de
pessoal, de seus subordinados e dos que lhe são de menor uniforme policial-militar (fardamento), insígnia de posto/
hierarquia. graduação ou distintivo em uso pelos integrantes da Polí-
Parágrafo único - O zelo e o capricho do policial mi- cia Militar, a empresa será notificada para correção de tal
litar com as peças dos uniformes são uma demonstração situação.
de respeito e amor à farda que veste e, mais do que isso, Artigo 13 - Cabe ao Cmt G baixar os atos complemen-
externam o seu ânimo profissional e o seu entusiasmo com tares a este Regulamento, relativamente aos seguintes as-
a carreira policial-militar. suntos:
Artigo 6º - Ao Comandante Geral da Polícia Militar do I - descrição das peças dos uniformes e especificação
Estado de São Paulo (Cmt G) compete: do material usado na sua confecção, no sentido de obter a
I - a criação, modificação ou extinção de uniformes máxima uniformidade de cores e qualidade;
formais, especiais, administrativos, operacionais básicos, II - uniformes e peças para as atividades especializadas;
específicos, de treinamento físico, de serviços gerais e de III - insígnias, distintivos e condecorações;
Aluno-Oficial de Polícia Militar (Al Of PM) e alunos do Cur- IV - complementação dos uniformes e designação de
so de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais de Polícia peças e equipamentos não previstos neste Regulamento,
Militar (CHQAOPM), peças complementares, peças substi- mas necessários aos policiais militares quando emprega-
tutivas e equipamentos; dos em situações especiais;
II - a criação, modificação ou extinção de distintivos, V - regulamentação do uso de traje civil para os po-
estandartes e bandeiras-insígnias de comando; liciais militares, quando no desempenho de função que re-
III - a modificação de detalhes dos uniformes e do queira esse traje.
material de confecção, de acordo com a evolução tecnoló-
gica ou as disponibilidades de mercado. Artigo 14 - Para os fins deste Regulamento, estendem-
Artigo 7º - A fiscalização das lojas de confecções e es- -se aos Aspirantes a Oficial de Polícia Militar (Asp Of PM)
tabelecimentos congêneres que comercializam os unifor- as prescrições referentes aos Oficiais, salvo disposição ex-
mes da Polícia Militar (peças, acessórios, agasalhos, distin- pressa em contrário.
tivos, insígnias e condecorações), será regulamentada em
norma específica. CAPÍTULO II
Artigo 8º - É vedado alterar as características dos uni- DOS UNIFORMES
formes ou sobrepor, a estes, peças, artigos, insígnias ou Seção I
distintivos, de quaisquer naturezas, não previstos neste Re- Da Classificação e Identificação
gulamento.
§ 1º - Excetuam-se os equipamentos de proteção in- Artigo 15 - A presente Seção trata da classificação e
dividual, aprovados pelo Cmt G, que poderão ser usados, identificação dos uniformes.
exclusivamente, em operações em que se faça necessário Artigo 16 - A classificação dos uniformes dar-se-á de
seu uso. acordo com sua formalidade e finalidade. Artigo 17 - Os
§ 2º - O policial militar, fora do território do Estado, uniformes poderão ser:
quando o indicarem as condições particulares de sua área I - Formais:
de operação, poderá utilizar peças de uniformes não pre- a) Gala;
vistas neste Regulamento, mediante autorização expressa b) Rigor.
do Cmt G.
46
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
II - Especiais:
a) Ornamental;
b) Histórico.
III - Administrativos:
a) Social (Passeio Completo);
b) Passeio.
IV - Operacionais Básicos:
a) Policiamento Motorizado Quatro Rodas e Atividades com Moto;
b) Policiamento Montado;
c) Controle de Distúrbios Civis;
d) Policiamento a Pé no Litoral, com Bicicleta e/ou Quadriciclo. V - Específicos:
a) Comando de Policiamento Rodoviário (CPRv);
b) Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran);
c) Comando do Corpo de Bombeiros (CCB);
d) Comando de Policiamento de Choque (CPChq);
e) Comando de Policiamento Ambiental (CPAmb);
f) Grupamento de Radiopatrulha Aérea (GRPAe);
g) Centro de Capacitação Policial - Escola de Educação Física (CeCaP-EEF);
h) Quadro de Saúde;
i) Gestantes;
j) Presídio Militar Romão Gomes (PMRG). VI - de Treinamento Físico;
VII - de Serviços Gerais;
VIII - de Al Of PM e alunos do CHQAOPM.
Artigo 18 - A identificação do tipo de uniforme observa a construção de um código alfanumérico de até 4 (quatro)
caracteres, em que:
I - o primeiro caractere, indicado por uma letra, codifica o formalismo do uniforme:
1º caractere Formalismo do uniforme
G Gala
R Rigor
O Especial Ornamental
H Especial Histórico
S Social (Passeio Completo)
P Passeio
B Operacional Básico
E Específico
T Treinamento Físico
D Serviços Gerais
II - o segundo caractere, indicado por uma letra, codifica o gênero do policial que utiliza o uniforme:
2º caractere Gênero do policial militar
M Masculino
F Feminino
III - o terceiro caractere, separado dos demais por um hífen e indicado por um número cardinal, codifica o número
do uniforme:
3º caractere Número do uniforme
1 Uniforme número 1
2 Uniforme número 2
3 Uniforme número 3
IV - o quarto caractere, indicado pela letra “A”, codifica os uniformes usados pelos Al Of PM e alunos do CHQAOPM.
Artigo 19 - Quando a composição do uniforme permitir seu uso tanto por homens como por mulheres (unissex) o se-
gundo caractere não será indicado.
Artigo 20 - Todos os uniformes possuem uma composição básica que o caracteriza, podendo esta ser alterada, por
meio de peças complementares e ou substitutivas, dependendo do caso, levando-se em consideração a necessidade do
usuário ou a modalidade da atividade.
Artigo 21 - As peças complementares, de uso facultativo ou obrigatório, conforme o caso, serão usadas de acordo
com a necessidade ou a situação, a atividade ou quando o serviço a ser executado exigir, como a jaqueta, o capote, a capa
impermeável, o cachecol, as luvas (todas de uso facultativo), e o braçal, de uso obrigatório no Tático Ostensivo Rodoviário
(TOR), na Força Tática, na Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (ROCAM), Patrulhamento Disciplinar Ostensivo
(PDO), Rondas Ostensivas “Tobias de Aguiar” (ROTA), etc.
47
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Artigo 22 - As peças substitutivas, como o próprio nome diz, são usadas em substituição às peças da composição bá-
sica, a fim de se adequar à atividade que será realizada.
Parágrafo único - As peças substitutivas específicas são aquelas usadas em substituição às peças da composição básica
que caracterizam as atividades, as modalidades ou os programas de policiamento específicos, como as boinas, em substi-
tuição ao gorro com pala, para a Força Tática (boina cinza-bandeirante) ou PDO (boina azul-celeste), o gorro com pala em
substituição ao capacete de motociclista, o coturno, em substituição à bota preta cano curto, a saia cinza- bandeirante em
substituição a calça cinza-bandeirante no SF-1 [Social (Passeio Completo) Feminino – 1] e etc.
Artigo 23 - A posse dos uniformes poderá ser facultativa ou obrigatória, condicionada ao Posto ou Graduação do po-
licial militar, à atividade que desempenha e à OPM em que serve.
Seção II
Da Composição, da Posse e do Uso dos Uniformes Formais
Subseção I
Dos Uniformes Formais Gala
Artigo 25 - A composição, a posse e o uso do uniforme GM-1 (Gala Masculino - 1) obedecem às seguintes prescrições:
§ 1º - Sua posse será obrigatória para o Cmt G, Subcomandante da Polícia Militar (Subcmt PM), Oficiais da Casa Militar
(C Mil), Diretor de Ensino e Cultura (Dir Ens Cul), Oficiais da Academia de Polícia Militar do Barro Branco (APMBB), Assesso-
rias Militares e Ajudantes de Ordem, e facultativo para os demais Oficiais.
48
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
3 - espada;
4 - fiador dourado;
5 - guia de espada encarnada;
6 - vestimenta de inverno.
§ 6º - Seu uso dar-se-á em solenidades oficiais de recepção de gala, visitas ou representações de Chefes de Estado, nas
reuniões ou cerimônias em que seja exigido o uso de casaca ou fraque e/ou quando autorizado, em ato solene de caráter
particular.
§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.
Artigo 26 - A composição, a posse e o uso do uniforme GF-1 (Gala Feminino - 1) obedecem às seguintes prescrições:
49
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 1º - Sua posse será obrigatória para a Cmt G, Subcmt PM, Oficiais da C Mil, Dir Ens Cul, Oficiais da APMBB, Assessorias
Militares e Ajudantes de Ordem, e facultativa para as demais Oficiais;
§ 6º - Seu uso dar-se-á em solenidades oficiais de recepção de gala, visitas ou representações de Chefes de Estado, nas
reuniões ou cerimônias em que seja exigido o uso de casaca ou fraque e/ou quando autorizado, em ato solene de caráter
particular.
§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.
Artigo 27 - A composição, a posse e o uso do uniforme G-2 (Gala Masculino e Feminino - 2) obedecem às seguintes
prescrições:
50
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 1º - Sua posse será para Oficiais da APMBB e para a Praça da APMBB na função de corneteiro.
Subseção II
Dos Uniformes Formais Rigor
Artigo 28 - A composição, a posse e o uso do uniforme RM-1 (Rigor Masculino - 1) obedecem às seguintes prescrições:
51
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 1º - Sua posse será para os Oficiais e, mediante autorização do Comandante da Organização Policial-Militar (Cmt
OPM), para as Praças.
52
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
5 - distintivo, moldado em metal, de curso de especialização (facultativo); 6 - medalhas e ordens honoríficas (obri-
gatório);
7 - bandeira paulista no braço direito;
8 - Logomarca da PMESP no braço esquerdo, exceto integrantes do CCB que utilizarão o Símbolo de Bombeiro.
§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.
Artigo 29 - A composição, a posse e o uso do uniforme RM-2 (Rigor Masculino - 2) obedecem às seguintes prescrições:
§ 1º - Sua posse será obrigatória para Oficiais e Praças do Corpo Musical (CMus).
53
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.
Artigo 30 - A composição, a posse e o uso do uniforme RM-3 (Rigor Masculino - 3) obedecem às seguintes prescrições:
§ 1º - Sua posse será facultativa para os Oficiais e, mediante autorização do Cmt OPM, para os Al Of PM e para as Praças.
54
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
3 - espada;
4 - fiador preto;
5 - guia de espada azul-ferrete;
6 - vestimenta de inverno.
§ 6º - Seu uso dar-se-á nas formaturas militares (pelos formandos) e em cerimônias matrimoniais (pelos noivos).
§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.
Artigo 31 - A composição, a posse e o uso do uniforme RF-1 (Rigor Feminino - 1) obedecem às seguintes prescrições:
§ 1º - Sua posse será facultativa para as Oficiais e, mediante autorização do Cmt OPM, para as Praças.
55
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
2 - pelerine azul-ferrete;
3 - luvas pretas;
4 - espada;
5 - fiador preto;
6 - guia de espada azul-ferrete;
7 - vestimenta de inverno.
§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.
Artigo 32 - A composição, a posse e o uso do uniforme RF-2 (Rigor Feminino - 2) obedecem às seguintes prescrições:
§ 1º - Sua posse será obrigatória para as Oficiais e Praças do Corpo Musical (CMus).
56
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.
Artigo 33 - A composição, a posse e o uso do uniforme RF-3 (Rigor Feminino - 3) obedecem às seguintes prescrições:
§ 1° - Sua posse será facultativa para as Oficiais e, mediante autorização do Cmt OPM, para as Al Of PM e Praças.
57
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Seção III
Da Composição, Da Posse e Do Uso dos Uniformes Especiais
Subseção I
Do Uniforme Especial Ornamental
Artigo 35 - A composição, a posse e o uso do uniforme O-1 (Especial Ornamental Masculino e Feminino - 1) obedecem
às seguintes prescrições:
§ 1° - Sua posse será para Oficiais e Praças do Regimento de Polícia Montada “9 de Julho” (RPMon).
58
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 6º - Seu uso dar-se-á em formaturas, desfiles, guardas especiais, guardas ornamentais e escoltas de honra.
Artigo 36 - A composição, a posse e o uso do uniforme OM-2 (Especial Ornamental Masculino -
2) obedecem às seguintes prescrições;
59
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
2 - túnica azul-ferrete;
3 - platinas removíveis azul-ferrete;
4 - camisa branca;
5 - gravata vertical azul-ferrete;
6 - culote de cavalaria branco;
7 - cinto cinza-bandeirante;
8 - meias pretas;
9 - botas pretas de cavalaria.
§ 6º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.
Artigo 37 - A composição, a posse e o uso do uniforme O-3 (Especial Ornamental Masculino e Feminino - 3) obedecem
às seguintes prescrições:
60
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
61
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
5 - meias pretas;
6 - botas pretas de cavalaria.
§ 5º Seu uso dar-se-á em formaturas, desfiles e guardas especiais do Palácio do Governo em Campos do Jordão.
Artigo 39 - A composição, a posse e o uso do uniforme O-5 (Especial Ornamental Masculino e Feminino - 5) obedecem
às seguintes prescrições:
62
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Subseção II
Dos Uniformes Históricos
Artigo 40 - Os Uniformes Históricos são os fardamentos utilizados em épocas anteriores, já ultrapassados, de posse dos
Oficiais e Praças do RPMon e Órgãos de Apoio (OA) subordinados à DEC, compostos conforme constam nos Regulamentos
ou nas normas de sua época, ou ainda, conforme se mostram em arquivos ou em imagens históricas e seu uso dar-se-á em
formaturas, desfiles, representações especiais e datas comemorativas.
Seção IV
Da Composição, Da Posse e Do Uso dos Uniformes Administrativos
Subseção I
Dos Uniformes Administrativos Social (Passeio Completo)
Artigo 42 - A composição, a posse e o uso do uniforme SM-1 [Social (Passeio Completo) Masculino - 1] obedecem às
seguintes prescrições:
63
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
64
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
c) logomarca PMESP no braço esquerdo, exceto integrantes do CCB que utilizarão o Símbolo de Bombeiro.
§ 6º - Seu uso dar-se-á em trânsito, nos serviços, nas representações, quando não for determinado outro uniforme, e
nas convocações como membro militar do Tribunal de Justiça Militar.
§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.
Artigo 43 - A composição, a posse e o uso do uniforme SF-1 [Social (Passeio Completo) Feminino – 1] obedecem às
seguintes prescrições:
65
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
66
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Subseção II
Dos Uniformes Administrativos Passeio
Artigo 44 - A composição, a posse e o uso do uniforme PM-1 (Passeio Masculino - 1) obedecem às seguintes pres-
crições:
67
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
3 - cachecol cinza-bandeirante;
4 - capa impermeável;
5 - platinas removíveis cinza-bandeirante (Oficiais e Subten PM);
6 - luvas pretas;
7 - espada;
8 - fiador preto;
9 - guia de espada preta;
10 - colete de proteção balística;
11 - cinturão preto com complementos;
12 - esporas (RPMon).
Artigo 45 - A composição, a posse e o uso do uniforme PF-1 (Passeio Feminino - 1) obedecem às seguintes prescrições:
68
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
69
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
70
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Artigo 49 - Nas atividades administrativas (exceto para função de estafeta) o uso do colete de proteção balística é fa-
cultativo e as camisetas gola careca poderão ser usadas sem a sobreposição da camisa cinza-bandeirante meia manga do
uniforme Operacional Básico e em instrução interna, a critério do Comandante, Chefe ou Diretor.
Subseção I
Do Uniforme de Policiamento Motorizado Quatro Rodas e a Pé e Atividades com Moto
Artigo 50 - A composição, a posse e o uso do uniforme B-1 (Operacional Básico Masculino e Feminino – 1 “Policiamento
Motorizado Quatro Rodas e a Pé”) obedecem às seguintes prescrições:
71
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
72
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
e) Láurea do Mérito Pessoal (facultativo), vedado seu uso juntamente com o colete de proteção balística;
f) barretas (facultativo) por sua representação heráldica, bordada nas medidas e cores
originais, fixada por meio de velcro ou bordada diretamente sobre o tecido, no limite máximo de 3 (três) barretas em
uma fileira, respeitando-se as regras de uso já estabelecidas, ou em metal (vedado seu uso juntamente com o colete de
proteção balística);
g) bandeira paulista no braço direito;
h) Logomarca da PMESP no braço esquerdo;
i) brasão da OPM no braço direito. 2 - nos capotes:
a) insígnia: para Oficiais e Subten PM, moldada em metal, disposta diretamente nas platinas fixas, na medida normal,
para Sgt PM, Alunos-Sargentos, Cb PM e Sd PM 1ª Cl a identificação será por meio de divisas bordadas nas mangas;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) Logomarca da PMESP no braço esquerdo. 3 - na jaqueta cinza-bandeirante:
a) insígnia: para Oficial e Subten PM, por luvas do mesmo tecido da peça, com as insígnias
bordadas, em fio correspondente ao metal, em medida normal; para Sgt PM, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, por divisas bordadas
em fio de prata sobre um fundo pentagonal azul-ferrete, em medida normal, fixadas em ambas as mangas;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) logomarca PMESP no braço esquerdo.
§ 7º - Seu uso dar-se-á, obrigatoriamente, no serviço operacional de policiamento, com as composições adequadas às
modalidades, atividades ou programas de policiamento acima especificados.
Artigo 51 - A composição, a posse e o uso do uniforme B-2 (Operacional Básico Masculino e Feminino – 2 “Policiamento
Motorizado Duas Rodas e estafeta com Moto”) obedecem às seguintes prescrições:
73
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
3 - cachecol cinza-bandeirante;
4 - colete refletivo;
5 - braçal preto (ROCAM);
6 - espada (para Oficiais em desfiles e formaturas);
7 - fiador preto (para Oficiais em desfiles e formaturas);
8 - guia de espada preta (para Oficiais em desfiles e formaturas);
9 - jaqueta de motociclista.
Subseção II
Do Uniforme de Policiamento Montado
Artigo 52 - A composição, a posse e o uso do uniforme B-3 (Operacional Básico Masculino e Feminino – 3 “Policiamento
Montado”) obedecem às seguintes prescrições:
74
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Subseção III
Do Uniforme de Controle de Distúrbios Civis
Artigo 53 - A composição, a posse e o uso do uniforme B-4 (Operacional Básico Masculino e Feminino – 4 “Controle de
Distúrbios Civis, para Órgãos de Execução subordinados ao CPC, CPM e CPI) obedecem às seguintes prescrições:
75
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
76
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Subseção IV
Do Uniforme de Policiamento a Pé no Litoral, com Bicicleta e/ou Quadriciclo
Artigo 54 - A composição, a posse e o uso do uniforme B-5 (Operacional Básico Masculino e Feminino – 5 “Policiamento
a Pé no Litoral, com Bicicleta e/ou Quadriciclo”) obedecem às seguintes prescrições:
77
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Seção VI
Da Composição, Da Posse e Do Uso dos Uniformes Específicos
Subseção l
Comando de Policiamento Rodoviário (CPRv)
Artigo 56 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-1 (Específico Masculino e Feminino – 1 “Policiamento Rodo-
viário”) obedecem às seguintes prescrições:
78
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Subseção ll
Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran)
Artigo 57 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-2 (Específico Masculino e Feminino – 2 “Policiamento de
Trânsito”) obedecem às seguintes prescrições:
79
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Subseção lIl
Comando do Corpo de Bombeiros (CCB)
Artigo 58 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-3 (Específico Masculino e Feminino – 3 “Operacional do CCB”)
obedecem às seguintes prescrições:
80
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
81
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
2 - na jaqueta de motociclista:
a) insígnia: para Oficial e Subten PM, por luvas do mesmo tecido da peça, com as insígnias bordadas, em fio corres-
pondente ao metal, em medida normal; para Sgt PM, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, por divisas bordadas em fio de prata sobre um
fundo pentagonal na mesma cor e material da jaqueta, em medida normal, fixadas em ambas as mangas;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) Símbolo de Bombeiro no braço esquerdo.
3 - na japona cinza-bandeirante:
a) insígnia: confeccionada em PVC, disposta na gola esquerda;
b) distintivo da atividade policial-militar, confeccionado em PVC, disposto na gola direita;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) Símbolo de Bombeiro no braço esquerdo.
§ 6º - Seu uso dar-se-á no serviço operacional, no serviço administrativo, em instrução, em trânsito e no deslocamento
da residência para o serviço e vice-versa.
§ 7º - As camisetas gola careca poderão ser usadas sem a sobreposição das camisas e gandolas dos uniformes especí-
ficos nas atividades administrativas e em instrução interna.
Artigo 59 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-4 (Específico Masculino e Feminino – 4 “Guarda vidas”) obe-
decem às seguintes prescrições:
82
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 5º - Seu uso dar-se-á nos serviços de proteção a banhistas, sendo proibido seu uso “in itinere”.
Artigo 60 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-5 (Específico Masculino e Feminino – 5 “Educação Física CCB”)
obedecem às seguintes prescrições:
83
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 5º - Seu uso dar-se-á no treinamento físico, práticas desportivas e instruções relacionadas, nas representações, nas
paradas e nos desfiles esportivos, sendo, expressamente, proibido o uso como traje civil, “in itinere” e fora das dependên-
cias do quartel para atividade outra, exceto quando na operação enchente.
§ 6º - Exclusivamente nas atividades de treinamento físico, prática desportiva e respectivas instruções relacionadas,
poderão ser usados calçados esportivos de cores diversas, adequado ergonomicamente a estas atividades; nas demais
atividades mantem-se a obrigatoriedade do uso do calçado esportivo preto;
§ 7º - O uso da bermuda térmica é obrigatório para os docentes e discentes em instrução de educação física ou demais
instruções com a utilização deste uniforme.
Subseção lV
Comando de Policiamento de Choque (CPChq)
Artigo 61 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-6 (Específico Masculino e Feminino – 6 “Escolta de motoci-
clistas) obedecem às seguintes prescrições:
§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças do CPChq (2º BPChq, ROCAM).
84
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 6º - Seu uso dar-se-á nos serviços de escolta, com motocicletas, realizados pela ROCAM do 2º BPChq.
Artigo 62 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-7 (Específico Masculino e Feminino – 7 “Ações Táticas Espe-
ciais”) obedecem às seguintes prescrições:
85
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças do CPChq [4º BPChq, Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE)];
86
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
c) logomarca PMESP no braço esquerdo, terá o fundo na mesmo tecido e será bordada em linhas nos tons de cinza
e preto.
§ 5º - Seu uso dar-se-á em ações específicas ou em treinamento próprio, sendo vedado o uso em trânsito e nos deslo-
camentos da residência para o serviço e vice-versa.
Artigo 63 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-8 (Específico Masculino e Feminino –
8 “Controle de Distúrbio Civis, para OPM subordinadas ao CPChq”) obedecem às seguintes prescrições:
§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças do CPChq [2º BPChq, 3º Batalhão de Policiamento de Choque (3º
BPChq) e RPMon];
87
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
c) bandeira paulista no braço direito, terá o fundo no mesmo tecido do uniforme e será bordada com linhas nos tons
de cinza e preto;
d) logomarca PMESP no braço esquerdo, terá o fundo na mesmo tecido e será bordada em linhas nos tons de cinza
e preto;
e) brasão da OPM no braço direito, terá o fundo no mesmo tecido do uniforme e será bordado com linhas nos tons
de cinza e preto.
2 - na japona camuflada urbana:
a) insígnia: para Oficial e Subten PM, por luvas do mesmo tecido da peça, com as insígnias bordadas, em fio corres-
pondente ao metal, em medida normal; para Sgt PM, Cb PM e Sd PM 1ª Cl, por divisas bordadas em fio de prata sobre um
fundo pentagonal na mesma cor e material da jaqueta, em medida normal, fixadas em ambas as mangas;
b) bandeira paulista no braço direito, terá o fundo no mesmo tecido do uniforme e será bordada com linhas nos tons
de cinza e preto;
c) logomarca PMESP no braço esquerdo, terá o fundo na mesmo tecido e será bordada em linhas nos tons de cinza
e preto.
§ 6º - Seu uso dar-se-á em ações específicas ou em treinamento próprio, sendo vedado o uso em trânsito e nos deslo-
camentos da residência para o serviço e vice-versa.
Artigo 64 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-9 (Específico Masculino e Feminino – 9 “Operações Especiais”)
obedecem às seguintes prescrições:
§ 1º - Sua posse será para Oficiais e Praças do CPChq (4º BPChq, COE).
88
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Subseção V
Comando de Policiamento Ambiental (CPAmb)
Artigo 65 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-10 (Específico Masculino e Feminino – 10 “Policiamento
Ambiental”) obedecem às seguintes prescrições:
89
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
6 - meias pretas;
7 - coturno preto;
8 - cinturão de guarnição preto com complementos e coldre aberto com prolongador;
9 - colete de proteção balística camuflado.
§ 5º - Seu uso dar-se-à somente quando em ações específicas ou em treinamento próprio, sendo vedado o uso em
trânsito e nos deslocamentos da residência para o serviço e vice-versa.
Artigo 66 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-11 (Específico Masculino e Feminino - 11 “Policiamento Am-
biental em embarcações”) obedecem às seguintes prescrições:
90
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 5º - Seu uso dar-se-á somente quando em ações específicas ou em treinamento próprio, sendo vedado o uso em
trânsito e nos deslocamentos da residência para o serviço e vice-versa.
Subseção VI
Grupamento de Radipatrulha Aérea (GRPAe)
Artigo 67 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-12 (Específico Masculino e Feminino – 12 “Operações
com Aeronaves”) obedecem às seguintes prescrições:
91
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 6º - Seu uso dar-se-á em operações com aeronaves, sendo vedado o uso em trânsito e nos deslocamentos da resi-
dência para o serviço e vice-versa.
§ 7º - O uso do gorro com pala será obrigatório quando fora da área de operação ou de manobra de aeronaves.
Subseção VII
Centro de Capacitação Profissional “Escola de Educação Física” (CeCaP-EEF)
Artigo 68 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-13 (Específico Masculino e Feminino - 13 “Escola de Educação
Física”) obedecem às seguintes prescrições:
92
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Subseção VIII
Quadro de Saúde
Artigo 69 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-14 (Específico Masculino e Feminino - 14 “Quadro de Saúde”)
obedecem às seguintes prescrições:
93
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 4º - A camiseta branca meia manga do uniforme T-1 (Treinamento Físico) é peça substitutiva:
§ 6º - Seu uso será restrito aos serviços internos atinentes à área de saúde na respectiva OPM;
§ 7 - A camiseta branca meia manga, do uniforme T-1 (treinamento Físico), poderá ser usada internamente, sendo ve-
dado seu uso fora das dependências do Quartel ou como traje civil;
94
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 8º - Excepcionalmente e mediante autorização, o policial poderá deslocar-se trajando o uniforme E-14 para o exercício
de suas atribuições em outra OPM, ou durante o cumprimento de ordem, para participação em ações conjuntas externas,
sendo vedado seu uso “in itinere”.
Subseção IX
Gestante
Artigo 70 - A composição, a posse e o uso do uniforme EF-15 (Específico Feminino – 15 “Gestante”) obedecem às se-
guintes prescrições:
95
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
a) insígnia: para Oficiais e Subten PM, bordada em fio metálico nas platinas removíveis, em medida normal; para Sgt
PM, Aluna-Sargento, Cb PM e Sd PM 1ª Cl bordada sobre um fundo pentagonal azul-ferrete, nas mangas, também, em
medida normal;
b) bandeira paulista no braço direito;
c) logomarca PMESP no braço esquerdo, exceto integrantes do CCB que utilizarão o Símbolo de Bombeiro.
3 - para as Al Of PM e alunas do CHQAOPM os assessórios obedecerão as regras do uniforme PF-1A;
4 - na camisa branca meia manga (somente para Oficiais):
a) insígnia: bordada em fio metálico nas platinas removíveis, em medida normal, sobre as alças do jumper;
b) distintivo: moldado em metal, da atividade policial-militar em ambas as golas;
c) bandeira paulista no braço direito;
d) logomarca PMESP no braço esquerdo;
e) brasão da OPM no braço direito.
Subseção X
Presídio Militar “Romão Gomes” (PMRG)
Artigo 71 - A composição, a posse e o uso do uniforme E-16 (Específico Masculino e Feminino - 16 “Presídio Militar)
obedecem às seguintes prescrições:
96
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Seção VII
Da Composição, Da Posse e Do Uso dos Uniformes Treinamento Físico
Artigo 72 - A presente Seção trata da composição e posse dos uniformes Treinamento Físico.
Artigo 73 - A composição, a posse e o uso do uniforme T-1 (Treinamento Físico Masculino e Feminino - 1) obedecem
às seguintes prescrições:
97
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 6º - O uso do gorro com pala azul-royal é facultativo nas atividades de treinamento físico, prática desportiva e res-
pectivas instruções relacionadas.
§ 7º - Exclusivamente nas atividades de treinamento físico, prática desportiva e respectivas instruções relacionadas,
poderão ser usados calçados esportivos de cores diversas, adequado ergonomicamente a estas atividades; nas demais
atividades mantem-se a obrigatoriedade do uso do calçado esportivo preto.
§ 8º - O uso da bermuda térmica é obrigatório para os docentes e discentes em instrução de educação física ou demais
instruções com a utilização deste uniforme.
§ 9º - Seu uso dar-se-á nas atividades de treinamento físico, práticas desportivas e instruções relacionadas, nas repre-
sentações, nas paradas e nos desfiles esportivos, sendo proibido o uso “in itinere”, como traje civil e fora das dependências
do quartel para atividade diversa.
Seção VIII
Dos Uniformes Serviços Gerais
Artigo 74 - A presente Seção trata da composição e posse dos uniformes Serviços Gerais.
Artigo 75 - A composição, a posse e o uso do uniforme D-1 (Serviços Gerais Masculino e Feminino – 1 “Manutenção”)
obedecem às seguintes prescrições:
98
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Artigo 76 - A composição, a posse e o uso do uniforme DM-2 (Serviços Gerais Masculino –2 “Garçom e Maître”) obe-
decem às seguintes prescrições:
99
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Seção IX
Da Composição, Da Posse e Do Uso dos Uniformes dos Alunos-Oficiais e Alunos do CHQAOPM
Artigo 77 - A presente Seção trata da composição e posse dos uniformes dos Al Of PM e alunos do CHQAOPM.
Subseção I
Dos Uniformes Formais Gala
Artigo 78 - A composição, a posse e o uso do uniforme GM-1A (Gala Masculino - 1 Aluno) obedecem às seguintes
prescrições:
100
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 6º - Seu uso dar-se-á em solenidades oficiais de recepção de gala, visitas ou representações de Chefes de Estado, nas
reuniões ou cerimônias em que seja exigido o uso de casaca ou fraque ou, quando autorizado pelo Comandante imediato,
em ato solene de caráter particular.
§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.
Artigo 79 - A composição, a posse e o uso do uniforme GF-1A (Gala Feminino - 1 Aluna) obedecem às seguintes pres-
crições:
101
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
102
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 6º - Seu uso dar-se-á em solenidades oficiais de recepção de gala, visitas ou representações de Chefes de Estado, nas
reuniões ou cerimônias em que seja exigido o uso de casaca ou fraque ou, quando autorizado pelo Comandante imediato,
em ato solene de caráter particular.
§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.
Artigo 80 - A composição, a posse e o uso do uniforme G-2A (Gala Masculino e Feminino - 2 Aluno) obedecem às
seguintes prescrições:
103
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.
Subseção II
Dos Uniformes Formais Rigor
Artigo 81 - A composição, a posse e o uso do uniforme RM-1A (Rigor Masculino - 1 Aluno) obedecem às seguintes
prescrições:
104
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 7º - O uso da vestimenta de inverno deve ser de maneira discreta, sob os uniformes que a compõem, nos dias de
baixa temperatura.
Artigo 82 - A composição, a posse e o uso do uniforme RF-1A (Rigor Feminino - 1 Aluna) obedecem às seguintes pres-
crições:
105
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
106
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Artigo 84 - A composição, a posse e o uso do uniforme SF-1A [Social (Passeio Completo) Feminino - 1 Aluna] obedecem
às seguintes prescrições:
107
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
108
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
e) barretas (mediante autorização do comandante da § 1º - Sua posse será para Al Of PM e alunas do CH-
OPM); QAOPM.
f) Láurea do Mérito Pessoal (facultativo, mediante § 2º - Sua composição consistirá em:
autorização do comandante da OPM, vedado seu uso jun- 1 - quepe feminino cinza-bandeirante;
tamente com o colete de proteção balística); 2 - camisa cinza-claro meia manga;
g) bandeira paulista no braço direito; 3 - platinas removíveis cinza-bandeirante;
h) Logomarca da PMESP no braço esquerdo; 4 - camiseta gola careca cinza-bandeirante;
i) brasão de OPM no braço direito. 5 - calça cinza-bandeirante;
2 - no capote: 6 - cinto cinza-bandeirante;
a) insígnias em metal, na medida miniatura, dispos- 7 - meias cor natural;
tas na gola esquerda em escudetes, em 8 - sapatos pretos de salto.
ambas as mangas;
b) distintivo de atividade de Ensino e Instrução, em § 3º - São peças complementares:
metal, disposto diretamente nas platinas fixas, na medida 1 - capote cinza-bandeirante;
normal; 2 - jaqueta cinza-bandeirante de passeio;
c) bandeira paulista no braço direito; 3 - cachecol cinza-bandeirante;
d) Logomarca da PMESP no braço esquerdo. 4 - capa impermeável;
3 - na jaqueta cinza-bandeirante de passeio: 5 - luvas pretas;
a) insígnias em metal, na medida miniatura, dispos- 6 - bolsa preta;
tas em escudetes, em ambas as mangas; 7 - cinturão preto com complementos;
b) distintivo de atividade de Ensino e Instrução, bor- 8 - colete de proteção balística.
dado na mesma cor do metal, disposto nas platinas remo-
víveis, na medida normal; § 4º - São peças substitutivas:
c) bandeira paulista no braço direito; 1 - casquete;
d) Logomarca da PMESP no braço esquerdo. 2 - botas pretas de cano longo (somente em conjunto
com a saia cinza-bandeirante e capote ).
§ 6º - Seu uso dar-se-á em: 3 - saia curta cinza-bandeirante;
a) representações, quando assim determinado; 4 - coldre para pistola, porta carregador e passador
b) trânsito e no deslocamento da residência para o portátil em polímero;
serviço e vice-versa (mediante autorização do comandante 5 - botas pretas em couro, de cano curto e salto (uso
da OPM). somente com a calça); 6 - meias pretas (uso somente com
§ 7º - No uniforme de passeio, o colete de proteção bota pretas de cano curto).
balística é de uso facultativo, podendo ser usado com capa
cinza-claro de forma dissimulada, sendo que, quando usa- § 5º - Seus acessórios consistirão em:
do com jaqueta ou capote, este deve estar sob as respec- 1 - na camisa cinza-bandeirante:
tivas vestimentas. a) distintivo de atividade de Ensino e Instrução, bor-
dado na mesma cor do metal, disposto nas platinas remo-
Artigo 86 - A composição, a posse e o uso do uniforme víveis, na medida normal;
PF-1A (Passeio Feminino - 1 Aluna) obedecem às seguintes b) insígnias, em metal, dispostas na gola esquerda,
prescrições: na medida miniatura;
c) distintivo da atividade de Ensino e Instrução, mol-
dado em metal, disposto na gola direita, na medida minia-
tura;
d) distintivo, moldado em metal, de curso de
especialização (mediante autorização do comandante da
OPM);
e) barretas (mediante autorização do comandante
da OPM);
f) Láurea do Mérito Pessoal (facultativo, mediante
autorização do comandante da OPM, vedado seu uso jun-
tamente com o colete de proteção balística);
g) bandeira paulista no braço direito;
h) Logomarca da PMESP no braço esquerdo;
i) brasão de OPM no braço direito. 2 - no capote:
a) insígnias em metal, na medida miniatura, dispos-
tas em escudetes, em ambas as mangas;
b) distintivo de atividade de Ensino e Instrução, em
metal, disposto diretamente nas platinas fixas, na medida
normal;
109
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 7º - No uniforme de passeio, o colete de proteção balística é de uso facultativo, podendo ser usado com capa cin-
za-claro de forma dissimulada, sendo que, quando usado com jaqueta ou capote, este deve estar sob as respectivas vesti-
mentas.
Subseção V
Do Uniforme Operacional Básico
Artigo 87 - A composição, a posse e o uso do uniforme B-1A (Operacional Básico Masculino e Feminino – 1 Aluno “Po-
liciamento Motorizado Quatro Rodas e a Pé, Cavalaria e Instrução) obedecem às seguintes prescrições:
110
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
111
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 6º - Seu uso dar-se-á, somente, em atividades escolares da APMBB e de instrução, podendo o gorro com pala ser
substituído pelos capacetes, de acordo com a necessidade.
§ 7º - O colete de proteção balística será de uso obrigatório nos uniformes operacionais, em especial nas atividades
externas à APMBB, devendo ser usado nas seguintes conformidades:
1 - sobre a camisa, gandola, ou camiseta;
2 - quando usado com jaqueta ou capote, deverá estar sob as respectivas vestimentas.
§ 8º - Desde que os estágios exijam, os alunos poderão utilizar os uniformes específicos deste regulamento.
Subseção VI
Do Uniforme de Treinamento Físico
Artigo 88 - A composição, a posse e o uso do uniforme T-1A (Treinamento Físico Masculino e Feminino - 1 Aluno)
obedecem às seguintes prescrições:
112
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
§ 1º - Sua posse será para Al Of PM e alunos do CH- Parágrafo único - poderão ser entregues condecorações
QAOPM. a civis, na conformidade da respectiva regulamentação.
§ 2º - Sua composição consistirá em: Artigo 237 - Ordem honorífica é uma escala de hono-
1 - camiseta branca meia manga com gola careca azul- rificências em que se ingressa pelo grau mais baixo e se
-ferrete; pode ascender na escala, até o mais alto. Possui um nú-
2 - calção azul-ferrete, com listra branca; mero limitado de agraciados e que, nos dias modernos,
3 - meias brancas; corresponde, também, à retribuição por relevantes serviços
4 - calçado esportivo preto. prestados, como ocorre com as demais condecorações.
§ 3º - São peças complementares: Artigo 238 - Medalha Militar é a instituída por organi-
1 - abrigo azul-ferrete; zações militares com os mais diversos objetivos.
2 - bermuda térmica azul-ferrete; Artigo 239 - Medalha policial-militar é a instituída por
3 - vestimenta de inverno, autorizado o uso, sob o OPM com os mais diversos objetivos. Artigo 240 - Meda-
abrigo, nos dias de baixa temperatura; lha-Prêmio é a outorgada com o objetivo de enaltecer a
4 - gorro com pala azul royal. atividade escolar.
§ 4º - São peças substitutivas: Artigo 241 - Medalha condecorativa é a que patenteia
1 - maiô azul-ferrete (masculino); o reconhecimento pelos bons serviços prestados, podendo
2 - maiô azul-ferrete tipo “olímpico” (feminino); ser de qualquer natureza.
3 - sandálias com tiras pretas; Artigo 242 - A Láurea do Mérito Pessoal objetiva distin-
4 - touca azul-ferrete. guir o policial militar por suas qualidades pessoais.
§ 5º - Seu uso dar-se-á: Artigo 243 - O Estado-Maior da Polícia Militar publicará
a) na prática de educação física; relação das condecorações de uso permitido nos unifor-
b) nas paradas, representações e nos desfiles espor- mes, a qual irá compor o Anexo VI deste Regulamento.
tivos, sendo vedado o uso do abrigo fora de OPM; Parágrafo único - Constarão na relação, condecora-
c) nas práticas desportivas e instruções relacionadas. ções instituídas pela PMESP, pelo Governo do Estado de
§ 6º - Exclusivamente nas atividades de treinamento São Paulo, pelas Forças Armadas ou reconhecidas por es-
físico, prática desportiva e respectivas instruções relaciona- tas, pelo Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário de nível
das, poderão ser usados calçados esportivos de cores di- federal, estadual, distrital e municipal.
versas, adequado ergonomicamente a estas atividades; nas Artigo 244 - As medalhas-prêmio, de uso permitido,
demais atividades mantem-se a obrigatoriedade do uso do serão somente aquelas conferidas a policiais militares, nos
calçado esportivo preto. termos do artigo 236 deste regulamento.
§ 7º - O uso do gorro com pala azul-royal é facultativo Artigo 245 - Nas cerimônias de entrega de condeco-
nas atividades de treinamento físico, prática desportiva e rações, o agraciado deverá usar apenas a que lhe for en-
respectivas instruções relacionadas. tregue.
§ 8º - O uso da bermuda térmica é obrigatório para os Artigo 246 - O direito ao uso de condecorações de
discentes em instrução de educação física ou demais ins- qualquer natureza ou grau extingue-se pelas superveniên-
truções com a utilização deste uniforme. cias dos seguintes eventos:
I - condenação irrecorrível por crime de deserção;
CAPÍTULO IX II - condenação irrecorrível por qualquer crime de
DAS CONDECORAÇÕES natureza desonrosa, ou ofensiva à dignidade profissional;
III - fato ou evento, praticado pela entidade civil que
Artigo 235 - Este Capítulo trata da conceituação e clas- instituiu a condecoração, que vá de encontro aos valores
sificação relativas às condecorações usadas nos uniformes da Instituição.
masculinos e femininos.
Seção II
Seção I Das Definições Particulares
Da Conceituação e Classificação
Artigo 247 - Para efeito deste regulamento ficam ado-
tadas as seguintes definições particulares:
Artigo 236 - As condecorações constituem o reconhe-
I - medalha é a condecoração composta de venera e fita;
cimento público de instituições governamentais ou priva-
das, civis, militares ou policiais-militares, a integrantes da
Polícia Militar do Estado de São Paulo, como prêmio por
feitos que mereçam destaque, compreendendo:
I - ordem honorífica;
II - medalha militar;
III - medalha policial-militar;
IV - medalha-prêmio;
V - medalha condecorativa de outros órgãos;
VI - Láurea do Mérito Pessoal.
113
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
II - venera é a medalha propriamente dita, ou insíg- VIII - colar é uma dupla corrente ornada com os ele-
nia da condecoração, em metal, na cor dourado, prateada mentos alegóricos ou uma fita larga colocada em volta do
ou de bronze; pescoço da qual pende a venera;
III - fita é uma faixa estreita de tecido de onde pende,
geralmente, a venera;
IV - passador é uma peça de metal, integrante de al-
gumas condecorações, por onde se atravessa a fita. Pode
simbolizar, em alguns casos, honrarias e tempo de serviço
ou outros aspectos relevantes do portador;
V - banda é uma fita larga de tecido, usada a tiraco-
lo, destinada a prender a venera de certas ordens honorífi-
cas, geralmente no grau de Grã-Cruz;
114
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Artigo 249 - As condecorações de mérito obedecerão à seguinte precedência: I - militares: por ordem de recebimento,
independentemente de grau;
II - civis: por ordem de recebimento, independentemente de grau.
Artigo 250 - As condecorações militares de mesma natureza terão a seguinte precedência: I - das Forças Armadas: por
ordem de recebimento independentemente de seu grau;
II - da Polícia Militar do Estado de São Paulo: por ordem de grau e por ordem de recebimento; III - de outras Forças
Auxiliares: por ordem de recebimento, independentemente de seu grau.
Artigo 251 - As condecorações do mérito militar ou policial-militar, quando outorgadas como prêmio à bravura pessoal
ou coletiva em missões de guerra ou policiais militares, precederão a todas as demais.
Artigo 252 - Nas solenidades do Dia do Soldado, o uso de condecorações nacionais será exclusivo.
Artigo 253 - Nas solenidades da Marinha, do Exército, da Aeronáutica e de outras Forças Auxiliares, o policial militar
deverá ostentar com destaque, se as possuir, condecorações da Instituição anfitriã.
Artigo 254 - Mesmo dentro dos limites numéricos aqui estabelecidos, não é obrigatória a ostentação pelo policial
militar, de todas as condecorações que possua, cabendo-lhe opção pelas de sua preferência, respeitadas as regras acima
estabelecidas.
Seção IV
Das Regras de Uso das Condecorações
Artigo 255 - O uso das condecorações está condicionado ao modelo de uniforme e ao tipo de condecoração.
§ 1º - Nos uniformes com sobrecasaca e jaqueta feminina deverá ser observado: 1 - obrigatório o uso das medalhas e
ordens honoríficas;
2 - as medalhas serão usadas do lado esquerdo do peito, respeitando-se o limite de três fileiras de medalhas;
3 - as fileiras serão dispostas entre o primeiro e o quarto botões, segundo a ordem de precedência, da direita para
a esquerda e de cima para baixo. As medalhas, quando as fileiras estiverem completas, ficarão parcialmente superpostas,
exceto a mais próxima à linha de botões, e, nas jaquetas femininas, na altura correspondente;
4 - as fileiras serão distanciadas 20 mm entre si e serão formadas como segue:
115
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
a) até cinco medalhas: uma só fileira, alinhada com o a) lado esquerdo: a primeira placa, que será corres-
segundo botão; pondente à banda ou comenda, quando for usada, posi-
ciona-se com sua parte superior alinhada ao quarto botão,
em relação ao eixo horizontal. A segunda, posiciona-se em
pala, ou seja, abaixo da primeira e com seu ponto inferior
coincidindo com a intersecção da vertical da primeira placa
e alinhada com a intersecção horizontal do sexto botão.
Havendo três placas, a disposição é em formato de triângu-
lo, ficando os pontos mais elevados da segunda e da tercei-
ra tangentes à horizontal do quinto botão. Havendo quatro
placas, a quarta compõe-se, simetricamente, ao triângulo,
formando uma cruz;
b) lado direito: a primeira placa alinha-se com o
quinto botão. A segunda (sexta placa) ficará disposta na
b) de seis a dez medalhas: uma fileira de cinco, ali- mesma vertical a 10 mm abaixo da primeira (quinta placa).
nhada com o segundo botão, e uma de cinco ou menos,
acima desta;
c) de onze a quinze medalhas: uma fileira de cinco,
alinhada com o segundo botão, outra de cinco, abaixo des-
ta, e a terceira, de cinco ou menos, acima da primeira.
5 - as comendas serão usadas em um máximo de
três, quando isoladas, e somente uma
quando usada em conjunto com medalhas, como se-
gue:
a) dispor-se-ão ao longo da linha de botões, a pri-
meira junto à gola e as demais saindo do 1º e 2º botões. As
fitas deverão ficar encobertas e as comendas poderão ficar
parcialmente superpostas;
b) o uso da comenda obriga ao uso da respectiva
placa.
6 - as Bandas serão usadas de maneira singela, ou
seja, somente poderá ser usada uma única banda, na se-
guinte conformidade:
a) colocada a tiracolo do ombro direito para o qua-
dril esquerdo, passando por sob a platina e por sob o cinto,
quando houver;
b) o ajuste da faixa deve ser feito de maneira que o
laço fique 30 mm abaixo da cintura;
c) o uso da placa respectiva é obrigatório.
116
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
1 - o uso das medalhas e ordens honoríficas é obrigatório; b) lado direito, a primeira placa (quinta placa) posi-
2 - as medalhas serão usadas do lado esquerdo do ciona-se a 10 mm abaixo do bolso, alinhada com a vertical
peito, respeitando-se o limite de três fileiras de medalhas; formada a partir do botão do bolso. A segunda (sexta pla-
3 - a fileira base deverá se alinhar de maneira que a ca) coloca-se na mesma vertical, a 10 mm abaixo da primei-
extremidade inferior das veneras tangencie o bordo infe- ra (quinta placa).
rior da pestana do bolso esquerdo; 8 - o colar poderá ser usado somente um em torno
do pescoço; 9 - é proibido o uso de barretas e da Láurea do
Mérito Pessoal.
§ 3º - Na túnica do uniforme Administrativo Social e
OM-2 deverá ser observado: 1 - é obrigatório o uso das
barretas e:
a) o número máximo de uso permitido será de quin-
ze barretas;
b) as barretas serão alinhadas em fileiras de três,
obedecendo às demais regras de formação e de precedên-
cia estabelecidas para as medalhas respectivas;
c) a fileira mais inferior deverá ficar tangente à linha
superior da pestana do bolso esquerdo.
4 - as demais fileiras, se houver, serão colocadas aci-
ma da descrita, distanciadas 20 mm entre si, e serão forma-
das como segue:
a) até cinco medalhas: uma só fileira, sendo esta a
fileira base;
b) de seis a dez medalhas: uma fileira de cinco me-
dalhas (fileira base) e uma fileira de cinco ou menos, acima
desta;
c) de onze a quinze medalhas: uma fileira de cinco
medalhas (fileira base), uma fileira de cinco
medalhas, abaixo desta, e a terceira fileira, de cinco ou
menos medalhas, acima da primeira (fileira base).
5 - as comendas serão usadas de maneira singela,
ou seja, uma única comenda por cima da gravata, ficando
a fita por baixo do colarinho da camisa, sendo que seu uso
obriga o uso da respectiva placa.
6 - as Bandas também serão usadas de maneira sin- 2 - o uso das medalhas e ordens honoríficas é obri-
gela, uma única banda, colocada a tiracolo do ombro direi- gatório somente em paradas e desfiles militares comemo-
to para o quadril esquerdo, passando por sob a platina e rativos das grandes datas nacionais ou, mediante ordem,
por sob o cinto, quando houver, devendo o ajuste da faixa em atos e solenidades específicas, e obedecerão as mes-
ser feito de maneira que o laço fique 30 mm abaixo da cin- mas regras estabelecidas para os uniformes Rigor, indica-
tura, sendo o uso da placa respectiva obrigatório. das no parágrafo 2º deste artigo, sendo proibido seu uso,
7 - as placas terão seu uso, quando fizer parte de simultaneamente, com barretas;
3 - é facultativo o uso da Láurea do Mérito Pessoal
bandas ou comendas, em conjunto com as mesmas. Caso
conforme segue:
contrário, em consonância com a regulamentação própria
a) a Láurea do Mérito Pessoal será posicionada sobre
da condecoração, seu uso será limitado a quatro do lado
o bolso esquerdo, preso ao seu botão, por baixo da res-
esquerdo e duas do lado direito, totalizando seis placas,
pectiva pestana, através da tira de couro que a sustenta ou,
iniciando sua colocação pelo lado esquerdo, passando de-
quando de fixação, no centro do bolso esquerdo;
pois para o lado direito como segue:
b) quando for usada placa, que deverá ser coloca-
a) lado esquerdo, a primeira placa, que será corres-
da em posição coincidente à sua posição normal, o uso da
pondente à banda ou comenda, quando for usada, posi- Láurea do Mérito Pessoal é proibido.
ciona-se sobre o bolso esquerdo, em correspondência aos § 4º - Na camisa do uniforme Administrativo Passeio e
distintivos de curso usados sobre o bolso direito. A segun- Específico E-15 (Quadro de Saúde) deverá ser observado:
da posiciona-se em pala, ou seja, abaixo da primeira e com 1 - é obrigatório o uso das barretas e:
seu ponto mais elevado coincidindo com a intersecção da a) o número máximo de uso permitido será de seis
vertical da primeira placa alinhada com a intersecção hori- barretas;
zontal do terceiro botão. Havendo três placas, a disposição b) as barretas serão alinhadas em fileiras de três,
é em formato de triângulo, ficando os pontos mais eleva- obedecendo às demais regras de formação e de precedên-
dos da segunda e da terceira, tangentes à horizontal do se- cia estabelecidas para as medalhas respectivas;
gundo botão. Havendo quatro placas, a quarta compõe-se, c) a fileira mais inferior deverá ficar tangente à linha
simetricamente, ao triângulo, formando uma cruz. superior da pestana do bolso esquerdo.
117
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Policiamento Comunitário
Conjunto de todas as ações e medidas táticas ou ope-
racionais voltadas à consecução dos objetivos estratégicos
delineados pela Instituição Policial-Militar, no sentido de
preservar a ordem pública, obter o nível de segurança pú-
blica desejado e aceitável, bem como proporcionar a me-
lhoria da qualidade de vida, levadas a efeito em conjunto
com as comunidades em que se desenvolve, por meio do
respaldo, cooperação, parceria, participação e informações
nelas angariados.
118
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
119
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
e acessibilidade, o que motivou a implantação de um pro- penais, principalmente nos grandes corredores de trân-
jeto-piloto na cidade de São Paulo, que surtiu bons resul- sito dos municípios mais populosos, bem como nas AISP
tados; dos municípios do Estado, segundo a análise e estudo das
2.3. pode-se esperar que, em outros municípios, com variáveis indicadoras de criminalidade (INFOCRIM, FOTO-
características urbanas semelhantes às da Capital, as con- CRIM, COPOM ON-LINE e outras, como reportagens veicu-
dições quanto à criminalidade em grandes corredores con- ladas na imprensa, informações obtidas junto à comunida-
gestionados sejam também muito próximas, o que reco- de etc.), de forma a permitir o acompanhamento e mensu-
menda a aplicação do policiamento com motocicletas em ração da sua eficácia em períodos pré-estabelecidos.
moldes semelhantes ao que está sendo desenvolvido no 5.3. Desenvolvimento do Programa ROCAM
Município de São Paulo; 5.3.1. o Programa ROCAM será desenvolvido em três
2.4. por outro lado, nos demais municípios, ainda os modos de atuação, determinados em função da demogra-
menores, o policiamento com motocicletas, quando em- fia e urbanização do município, conforme segue:
pregado em áreas previamente selecionadas, segundo cri- 5.3.1.1. Patrulha dedicada à via:
térios técnico-policiais, é igualmente produtivo, permitin- Policiamento realizado nos grandes corredores de
do, ainda, que seja melhor controlado e distribuído, para trânsito, caracterizados pelo elevado índice de roubos, nas
comprovação de sua eficácia; cidades com população acima de 500.000 (quinhentos mil)
2.5. a esse conjunto de policiamento com motocicle- habitantes.
ta dedicado aos corredores ou atuando por áreas dá-se o 5.3.1.2. Patrulha atuando por área:
nome de Programa ROCAM. Policiamento efetuado por AISP do Batalhão ou do
3. OBJETIVOS município que seja, no mínimo, sede de Cia PM, com frota
3.1. diminuir os índices criminais nos grandes corredo- fixada mínima de 04 (quatro) motocicletas.
res de trânsito dos municípios do Estado, caracterizados 5.3.1.3. Patrulhamento integrado com motocicleta: Po-
pelo elevado índice de roubos a veículos e transeuntes; liciamento efetuado por um policial militar, devidamente
3.2. fazer com a que a comunidade constate efetiva- inserido em um sistema de policiamento ostensivo capaz
mente a ação dirigida e intensificada do policiamento com de assegurar-lhe condições mínimas de segurança, nas ci-
motocicletas, em razão da sua capacidade de diminuição dades que possuam, no mínimo, OPM de nível Gp ou Pel
da criminalidade nessas vias; PM e frota fixada máxima de 03 (três) motocicletas. Embora
3.3. permitir a mensuração da eficácia do Programa se utilize da denominação, estas motos não fazem parte do
na prevenção de delitos, principalmente os de roubo de Programa de Policiamento Integrado.
veículos e dos pertences dos seus ocupantes, nos grandes 5.4. Mensuração:
corredores de trânsito e em seus cruzamentos, bem como 5.4.1. a mensuração da eficácia do Programa será feita
em outras áreas consideradas críticas, denominadas Áreas a cada três meses, a contar da implantação do programa,
de Interesse de Segurança Pública (AISP); com o acompanhamento mensal dos resultados, de manei-
3.4. divulgar o policiamento com motocicletas à co- ra a permitir os ajustes necessários, com base nos seguintes
munidade, aumentando sua confiança na prestação desse mecanismos de acompanhamento (Anexo “D”):
serviço de polícia ostensiva e, consequentemente, aumen- 5.4.1.1. mapa do município com corredores e pontos
tando a sensação de segurança. de estacionamento, devidamente plotados;
4. MISSÃO 5.4.1.2. mapas por região do município, com corredo-
As OPM territoriais da Polícia Militar que possuam mo- res e ou AISP e pontos de estacionamento plotados;
tocicletas no seu Quadro de Fixação de Frota (QFF), en- 5.4.1.3. Mapa-força, constando prefixo, (cadastro ope-
racional), identificação dos patrulheiros (Nome/Gradua-
quadrando-se nos parâmetros desta Dtz, deverão realizar
ção/RE), o corredor ou AISP patrulhado(s) e o número do
o policiamento ostensivo e preventivo com motocicletas,
respectivo CPP e Quadro Geral de Controle de motocicletas
de forma concentrada nos grandes corredores de trânsito,
em operação;
bem como nas AISP dos municípios, para diminuir os índi-
5.4.1.4. relação de corredores ou AISP com delimitação
ces criminais nesses locais.
e responsabilidade de atuação;
5. EXECUÇÃO
5.4.1.5. Cartão de Prioridade de Patrulhamento (CPP);
5.1. Conceito de Programa de Policiamento:
5.4.1.6. relatório mensal comparativo de delitos em
São subdivisões dos tipos de policiamento ostensivo, cada corredor ou AISP;
voltados para determinados objetivos, constituídos por 5.4.1.7. relatório mensal de indicadores operacionais:
conjuntos de diretrizes e projetos de implantação duradou- veículos vistoriados, AIIP e AIT lavrados, flagrantes, armas
ra, ajustáveis ao longo do tempo, que traduzem a estratégia apreendidas etc.
operacional da Instituição. A organização do policiamento 5.4.2. após o prazo de três meses, a contar da implan-
em programas define melhor os padrões de execução e fa- tação, poderão ser alterados os corredores ou AISP objetos
cilita o planejamento orçamentário para sua manutenção. do Programa, conforme análise dos resultados.
5.2. Conceito da Operação: 5.5. Emprego
O Programa de Policiamento com Motocicletas – Pro- 5.5.1. as OPM territoriais que atuarem nos corredo-
grama ROCAM – é voltado ao aprimoramento do emprego res (subitem “5.3.1.1.”) e nas AISP dos batalhões (subitem
desse processo de policiamento na prevenção de ilícitos “5.3.1.2.”) observarão o seguinte:
120
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
5.5.1.1. com base no COPOM ON-LINE, INFOCRIM e ser usadas em último caso e parcialmente, sem, contudo,
outras fontes, indicarão ao Grande Comando [G Cmdo cessar o policiamento com motocicletas no corredor, de
(CPC, CPM ou CPI)] os corredores de trânsito ou AISP, ba- tudo dando ciência ao COPOM, para atualização do Qua-
seando sua escolha nos seguintes critérios: dro Geral de motocicletas em operação;
5.5.1.1.1. cruzamentos ou áreas com maiores índices 5.5.2.5. desenvolverá o policiamento conforme previsto
dos delitos de roubo a veículo e a transeuntes; no subitem “5.5.1.3.”.
5.5.1.1.2. extensões com maiores índices de roubo a 5.5.3. O 2º BPChq-ROCAM (somente na Capital):
veículos e a transeuntes; 5.5.3.1. efetuará patrulhamento com motocicletas nos
5.5.1.1.3. pontos de lentidão e congestionamentos nas grandes corredores da Capital indicados pelo CPC, man-
tendo acompanhamento diário do emprego do policia-
vias com maior nível de tráfego;
mento com motocicletas, das ocorrências atendidas e dos
5.5.1.1.4. áreas urbanas (por subsetores) em que o em-
índices criminais neles constatados, mormente os de roubo
prego de motocicletas seja mais indicado para a prevenção
de veículos e transeuntes;
dos delitos de roubo de veículos e a transeuntes. 5.5.3.2. encaminhará, diariamente, ao CPC, via Divisão de
5.5.1.2. além da indicação dos corredores e AISP, rela- Administração e de Operações, preferencialmente por meio
cionarão os pontos para estacionamento de motocicletas eletrônico, o Mapa-força descrito no subitem “5.4.1.3.”;
mais indicados para a atuação preventiva e as extensões a 5.5.3.3. informará, diretamente à 4ª EM/PM, as necessi-
serem percorridas por patrulha, sem superposição de itine- dades relativas a motocicletas, uniformes, EPI e armamento
rários, para conhecimento do G Cmdo; para execução do Programa;
5.5.1.3. o patrulhamento deve dar-se por 40 (quarenta 5.5.3.4. no caso de operações extraordinárias, lançará
minutos), intercalados por 20 (vinte) minutos de estaciona- mão da sua reserva de motocicletas até esgotá-la e, caso
mento nos pontos pré-determinados; seja insuficiente, poderá completá-la com as Ptr dos corre-
5.5.1.4. quando conveniente e necessário, empregarão dores, sem, contudo, cessar completamente o seu policia-
o Pol Velado, a fim de fornecer orientações às Ptr ostensi- mento, notificando o COPOM para atualização do Quadro
vas sobre a ação de infratores para repressão imediata; Geral de controle de motocicletas em operação;
5.5.1.5. planejarão os apoios táticos necessários para as 5.5.3.5. executar o patrulhamento conforme previsto
Ptr de motocicleta, com vistas à previsível migração de in- no subitem “5.5.1.3.”.
fratores para as vias próximas do corredor ou da AISP, além 5.5.4. nos municípios que se enquadrem na situação
da possibilidade de as Ptr necessitarem de apoio; descrita no subitem “5.3.1.3.”, o policiamento será realizado
conforme segue:
5.5.1.6. manterão acompanhamento diário do empre-
5.5.4.1. mediante rondas nas AISP, preferencialmente
go do policiamento com motocicletas, das ocorrências
onde houver maior concentração de pessoas e/ou veículos;
atendidas e dos índices criminais constatados, mormente
5.5.4.2. o policial militar escalado deve ser aquele mais
os de roubo de veículos e transeuntes;
experiente, que tenha conhecimento da filosofia de poli-
5.5.1.7. encaminharão, diariamente, ao G Cmdo, via Di-
ciamento comunitário e das técnicas não-letais de inter-
visão de Administração e de Operações, preferencialmente
venção policial;
por meio eletrônico, o Mapa-força constante no subitem 5.5.4.3. deve ser empregado em subsetores com bai-
“5.4.1.3.”; xa expectativa de crimes violentos, com baixos índices de
5.5.1.8. informarão, à 4ª EM/PM, as necessidades rela- ocorrências, levando-se em conta, ainda, o aspecto qualita-
tivas a motocicletas, uniformes, EPI e armamento para exe- tivo dessas ocorrências, sendo contra-indicado aqueles em
cução do Programa. que haja histórico de crimes como homicídio, latrocínio, es-
5.5.2. O 34º BPM/M (somente na Capital): tupro, lesão corporal, extorsão mediante sequestro, roubo
5.5.2.1. efetuará patrulhamento com motocicletas nos a banco, tráfico de entorpecentes e onde exista presunção
grandes corredores da Capital indicados pelo CPC, man- de ação do crime organizado.
tendo acompanhamento diário do emprego do policia- 5.6. Regime e horário de serviço
mento com motocicletas, das ocorrências atendidas e dos 5.6.1. no modo de atuar que se enquadre no subitem
índices criminais neles constatados, mormente os de roubo “5.3.1.1.”
de veículos e transeuntes; 5.6.1.1. o regime de serviço das Ptr de motociclistas
5.5.2.2. encaminhará, diariamente, ao CPC, via Divi- será o de 12X36, com dois turnos diários, das 0630 às 1830
são de Administração e de Operações, preferencialmente e das 1100 às 2300 horas, obedecido o previsto na Portaria
por meio eletrônico, o Mapa-força descrito no subitem do Cmt G que disciplina o regime de trabalho policial-mili-
“5.4.1.3.”; tar, disponível na home page da 1ª EM/PM;
5.5.2.3. informará, diretamente à 4ª EM/PM, as necessi- 5.6.1.2. o início do serviço dar-se-á às 0630 horas, para
dades relativas a motocicletas, uniformes, EPI e armamento o primeiro turno, com revista e preleção, com início do pa-
para execução do Programa; trulhamento no corredor às 0700 e término às 1830 horas,
5.5.2.4. no caso de operações extraordinárias, lançará sendo para o segundo turno fixados os horários de 1100
mão da sua reserva de motocicletas até esgotá-la e, caso horas, para revista e preleção, e início e término do patru-
seja insuficiente, poderá completá-la com as Vtr 04 rodas lhamento no corredor às 1130 e 2300 horas, respectiva-
disponíveis, sendo que as Ptr dos corredores só poderão mente;
121
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
5.6.1.3. as Ptr serão empregadas no policiamento dos 5.8.1.1. plotar, por meio do Setor de Cartografia, os
grandes corredores e nas AISP escolhidas, em princípio, de corredores e AISP onde será realizado o policiamento com
segunda a sábado. O emprego aos domingos, a critério do motocicletas e os pontos de estacionamento, adotando co-
Coord Op PM e do G Cmdo, deverá levar em consideração res distintas para as OPM territoriais, o 34º BPM/M e o 2º
a necessidade do cumprimento das 40 (quarenta) horas BPChq (ROCAM), no caso da Capital;
semanais previstas na Portaria citada no subitem “5.6.1.1.”. 5.8.1.2. desenvolver o modelo estatístico para o Pro-
5.6.2. nos modos de atuar que se enquadrem nos su- grama ROCAM na Capital, a partir da respectiva Ordem de
bitens Operações do CPC;
“5.3.1.2.” e “5.3.1.3.” 5.8.1.3. providenciar, por meio das Agências de Área:
O horário de serviço será determinado pelo Cmt da 5.8.1.3.1. os levantamentos necessários para orientação
OPM, em um único turno de 12X36, de 2ª feira a sábado, do planejamento do emprego das Ptr ostensivas e do Pol
ou nos regimes 5X2 ou 6X1, se necessário, considerando a Velado pelo P/3 das OPM;
5.8.1.3.2. o acompanhamento da eventual migração
Portaria do Cmt G que disciplina o regime de trabalho poli-
de infratores para localidades próximas dos corredores ou
cial-militar, disponível na home page da 1ª EM/PM.
AISP onde será realizado o policiamento com motocicletas,
5.7. Composição das Ptr de Motocicletas (para as OPM
a fim de orientar o planejamento de medidas pelo P/3;
que enquadrem nos subitens “5.3.1.1.” e “5.3.1.2.”) e super-
5.8.1.3.3 o mesmo procedimento previsto no subitem
visão “5.8.1.1.” para as OPM que desenvolvam os modos de atuar
5.7.1. as Ptr de motocicletas serão compostas por dois previstos nos subitens “5.3.1.1.” e “5.3.1.2.”.
PM; 5.8.2. 3ª EM/PM
5.7.2. se, na formação das patrulhas, sobrar um moto- Manter e atualizar, semestralmente, o Plano ROCAM,
ciclista, este deverá acompanhar o CGP, sendo vedada pa- para fins de controle e análise de seu desenvolvimento.
trulha com três integrantes; 5.8.3. 4ª EM/PM
5.7.3. os efetivos serão divididos em turnos, respeita- 5.8.3.1. planejar o completamento dos QFF de moto-
do o Quadro de Fixação de Frota (QFF) de motocicletas de cicletas das OPM territoriais, do 34º BPM/M e do 2º BP-
cada OPM, conforme segue: Chq (ROCAM) e também o fornecimento de uniformes, EPI,
5.7.3.1. OPM territoriais: equipamento de radiocomunicação e armamento, de acor-
5.7.3.1.1. patrulhas no turno das 0630 às 1830 horas; do com as necessidades levantadas pelas referidas Unida-
5.7.3.1.2. patrulhas no turno das 1100 às 2300 horas; des, a serem transmitidas à DL, e outros dados;
5.7.3.1.3. no horário das 1100 às 1830 horas haverá su- 5.8.3.2. manter e atualizar, semestralmente, o Plano
perposição de turnos; ROCAM, para fins de controle e análise de seu desenvol-
5.7.3.1.4. se as características do município, exceto a vimento;
Capital, assim o recomendarem, poderá haver apenas 01 5.8.3.3. criar frota de reserva para o Programa na Capi-
turno de 12 horas ou ser implantado o regime 5X2 ou 6X1. tal e eventualmente em outros G Cmdo, mediante ordem
5.7.3.2. 34º BPMM (Capital): do Subcmt PM.
5.7.3.2.1. 24 patrulhas no turno das 0630 às 1830 horas; 5.8.4. 5ª EM/PM
5.7.3.2.2. 30 patrulhas no turno das 1100 às 2300 horas; Planejar, mantendo contato com os G Cmdo e a As-
5.7.3.2.3. no horário das 1100 às 1830 horas (superpo- sessoria de Imprensa da SSP, a divulgação do Programa de
sição de turnos), haverá o emprego de 54 patrulhas. Policiamento com Motocicletas – Programa ROCAM, a ser
5.7.3.3. 2º BPChq-ROCAM (Capital): iniciada mediante ordem do Subcmt PM.
5.7.3.3.1. 12 patrulhas no turno das 0630 às 1830 horas; 5.8.5. DL
5.7.3.3.2. 16 patrulhas no turno das 1100 às 2300 horas; 5.8.5.1. providenciar a aquisição de motocicletas, far-
5.7.3.3.3. no horário das 1100 às 1830 horas (superpo- damento, EPI e armamento, conforme planejamento da 4ª
sição de turnos), haverá o emprego de 28 patrulhas. EM/PM, distribuindo-os segundo as necessidades aponta-
5.7.4. na Capital, nas OPM Territoriais, haverá um CGP das pelas OPM territoriais, 34º BPM/M, e 2º BPChq e a prio-
por Btl, encarregado de fiscalizar especificamente o Progra- ridade determinada pelo Subcmt PM;
ma, em especial quanto à efetividade e o posicionamento 5.8.5.2. providenciar, por meio do CSM/MM/SAT, avalia-
das patrulhas, o qual emitirá relatório diário nos termos da ção de policiais militares apresentados pelos comandantes
Ordem de Operações; de OPM para fins de autorização à condução de viaturas
5.7.5. o CGP ROCAM operará com um auxiliar no mes- duas rodas.
mo regime de serviço das patrulhas, no horário das 1100 5.8.6. DTel
às 2300 horas; Providenciar a aquisição e distribuição de equipamen-
5.7.6. na Grande São Paulo e no Interior, a fiscalização tos de radiocomunicação segundo o planejamento da 4ª
será feita pelo CFP e CGP do Programa de Radiopatrulha; EM/PM e a prioridade determinada pelo Subcmt PM.
5.7.7. havendo Cmt Pel FT, o CGP ROCAM a ele se su- 5.8.7. DF
bordinará e, na ausência daquele, a subordinação passa ao Providenciar para que as UGE dos G Cmdo e dos CPA,
CFP local. no caso dos CPC e CPM, recebam verba para manutenção
5.8. Atribuições Particulares das motocicletas a serem empregadas no Programa.
5.8.1. 2ª EM/PM e Agências de Informações 5.8.8. Coord Op PM
122
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
Acompanhar, por meio do Quadro Geral de Controle de Anexo “D”) para cada local deve ser fixado confor-
Motocicletas em Operação (Anexo “B” desta Dtz) e outros me previsto na Ordem de Operações e encaminhado ao
mecanismos, o desenvolvimento do Programa, analisando G Cmdo, mantendo-se inalterado enquanto esta não for
seus resultados e mantendo o Subcmt PM informado. modificada. No caso da Capital, o modelo estatístico será
5.8.9. G Cmdo (CPC, CPM e CPI) desenvolvido pela 2ª EM/PM;
5.8.9.1. planejar e coordenar o Programa ROCAM to- 5.9.3. na data de início do Programa, já deverão estar
mando por base as informações obtidas no INFOCRIM, CO- analisadas as informações criminais dos corredores e AISP
POM ONLINE, SIOPM, reportagens veiculadas na imprensa incluídos no Programa;
em geral etc, e considerando as sugestões apresentadas pe- 5.9.4. para fins de avaliação, os resultados deverão ser
las OPM envolvidas no Programa de Policiamento com Mo- comparados ao trimestre idêntico do ano anterior, evitan-
tocicletas, encaminhando ao Cmdo G os corredores e áreas do possíveis desvios provocados por sazonalidade;
escolhidos para seu início, com os mapas e subsetores, na 5.9.5. as Ptr de motociclistas devem permanecer na via
forma dos subitens “5.5.1.1.” e suas divisões e “5.5.1.2.”; ou área em que forem escaladas e na extensão que lhes
5.8.9.2. receber e gerenciar as informações contidas no forem designadas pelo planejamento da OPM, mesmo que
Mapa-força (Anexo “A” desta Dtz), elaborando e encaminhan- aquela esteja congestionada, e principalmente nos pontos
do, diariamente, ao Coord Op PM, o Quadro Geral de Con- de congestionamento, ficando proibido às patrulhas saí-
trole de Motocicletas em Operação (Anexo “B” desta Dtz); rem para as vias paralelas ou transversais, ou, ainda, sair
5.8.9.3. encaminhar ao Cmdo G, via 3ª EM/PM, trimes- da(s) AISP para as quais estiverem designadas;
tralmente, após a avaliação do Programa, a Ordem de Ope- 5.9.6. a Ptr de motocicletas somente poderá se afastar
rações atualizada e respectivos anexos. da via ou área em que estiver escalada mediante ordem
5.8.10. CPChq expressa do Cmt Pel FT ou CFP, para atender emergência,
5.8.10.1. colocar à disposição do CPC, para fins de em- retornando, após, imediatamente;
prego operacional no Programa de Policiamento com Mo- 5.9.7. nos pontos de estacionamento, as motocicletas
tocicletas, a 3ª Cia PCHq do 2º BPChq (ROCAM); devem ser estacionadas nos locais e posições mais visíveis
5.8.10.2. por meio do 2º BPChq (3ª Cia PCHq ROCAM) possível;
Providenciar para que o Mapa-força (Anexo “A”) seja en- 5.9.8. fica proibido o agrupamento de patrulhas em um
caminhado à Divisão de Administração e de Operações do mesmo ponto de estacionamento;
CPC até uma hora após o início de cada turno. 5.9.9. em caso de baixa da motocicleta, esta deverá ser
5.8.11. Cmt OPM territorial reposta por outra da frota reserva, onde houver;
5.8.11.1. providenciar o levantamento das necessidades 5.9.10. quando atuando nas AISP (subitem “5.3.1.2.”), as
de viaturas e equipamentos de sua OPM, encaminhando-as ações do Programa ROCAM poderão ser combinadas com
à 4ª EM/PM, via canal hierárquico; as da Força Tática:
5.8.11.2. passar, nas OPM enquadradas nos subitens 5.9.11. o conjunto dos dados organizacionais (Ordem
“5.3.1.1.” e “5.3.1.2.” em que o município sediar Btl, o efetivo de Operações) do Programa ROCAM por município consti-
de motociclistas e respectivas motocicletas à disposição do tuirá o Plano ROCAM, a saber:
P/3, para fins de controle operacional do Programa; 5.9.11.1. tidade de motocicletas e de patrulhas;
5.8.11.3. planejar o emprego de sua F Ptr A, de maneira 5.9.11.2. modos de atuação: por corredores, por áreas
a evitar sobreposição com os demais Programas de Policia- e integrado;
mento em execução nos grandes corredores ou AISP sob 5.9.11.3. relação de corredores com as denominações e
sua atribuição onde o Programa esteja sendo desenvolvi- extensão de cada subsetor a ser patrulhado (CPP);
do, mantendo apoios e policiamento nas vias ou circunvi- 5.9.11.4. horário de atuação.
zinhança próximas, visando coibir a atuação de eventuais 5.9.12. o Plano ROCAM deverá ser mantido e atualiza-
infratores migrantes desses locais; do semestralmente pelas 3ª e 4ª EM/PM para fins de con-
5.8.11.4. providenciar para que o Mapa-força (Anexo trole e análise de seu desenvolvimento;
“A”) seja encaminhado à Divisão de Administração e de 5.9.13. para implantação do Programa ROCAM, cada G
Operações do G Cmdo até uma hora após o início de cada Cmdo baixará Ordem de Operações feita com base nesta
turno; Dtz, incluindo seus anexos preenchidos e mapa de cada
5.8.11.5. providenciar, caso necessário, a apresentação cidade onde o Programa seja implantado, por corredor ou
de policiais militares habilitados a dirigirem motocicletas AISP, de tudo remetendo cópia à 3ª EM/PM;
ao SAT para autorização a conduzir viaturas da Polícia Mi- 5.9.14. nos corredores somados os dois turnos, a OPM
litar. empregará, no máximo, 2/3 da frota de motos previstas no
5.9. Prescrições Diversas QFF para o município, mantendo flexibilidade para atuar
5.9.1. o Programa ROCAM será monitorado pelo G por área;
Cmdo, a contar da sua implantação e a cada três meses 5.9.15. no total dos modos de atuação o Programa RO-
será avaliado quanto a sua eficácia na prevenção dos deli- CAM deverá empregar entre 75% e 85% da frota de motos
tos nos grandes corredores e nas AISP selecionados, princi- previstas no QFF para o município, permitindo a manuten-
palmente quanto a roubo de veículos e a transeuntes; ção de 15% a 25% da frota, devendo ser priorizado sempre
5.9.2. o modelo estatístico (Quadro de Dados Quan- o modo de atuar por corredores para efeito de completa-
mento;
titativos
123
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
5.9.16. para implantação e depois, no máximo a cada 6 5.9.17.4.8. adotar todos os procedimentos de seguran-
meses, o Cmt do G Cmdo ou o Cmt Pol Área (CPC ou CPM) ça da guarnição e dos transeuntes, quando efetuar o cerco
reunirá todos os PM integrantes do Programa ROCAM para para abordar o veículo e seus ocupantes;
troca de informações, sugestões, avaliações e orientações; 5.9.17.4.9. a busca pessoal, a abordagem e a vistoria
5.9.17. são normas básicas para o patrulhamento com em veículos não devem ser feitas por PM isolado, nem em
motocicletas: inferioridade numérica, buscando-se sempre o apoio de
5.9.17.1 o patrulhamento será desenvolvido a uma ve- outras guarnições, se for o caso;
locidade compatível com a estabelecida para a via (o Có- 5.9.17.4.10. a ação de abordagem deve ser a mais téc-
digo de Trânsito Brasileiro fixa a velocidade mínima como nica e segura possível.
igual à metade da velocidade máxima da via) e com a ati- 5.9.18. para avaliação, os G Cmdo convocarão os P/3
vidade; das OPM envolvidas até 10 dias após o trimestre de de-
5.9.17.2. no patrulhamento, os componentes da patru- senvolvimento do Programa, devendo os Oficiais trazer os
lha devem postar-se em fila indiana (onde passar a primei- dados comparativos de suas áreas e os resultados obtidos,
ra moto deverá passar a segunda, sempre uma atrás da para confrontação com os do G Cmdo;
outra), mantendo uma distância de segurança que permita 5.9.19. as Ptr de motocicletas, em princípio, não aten-
reação segura em caso de frenagem ou manobra, com o derão ocorrências por despacho do COPOM, permanecen-
Comandante da Patrulha sempre à frente, controlando a do em STATUS 03, sendo certo, entretanto, que darão o
velocidade e orientando o destino a ser seguido; primeiro atendimento a qualquer solicitante ou fato policial
5.9.17.3 nos deslocamentos observar o contido na Or- com o qual depararem, providenciando a continuação por
dem de Serviço Nº PM3-013/02/01-CIRCULAR, de 04JUN01, outra Vtr do patrulhamento, quando não se tratar de prisão
conforme Anexo “E” desta Dtz, mantendo sempre o dispo- em flagrante delito;
sitivo luminoso de emergência (“giroflex”) e farol ligados, a 5.9.20. as Ptr deverão lavrar o BO/PM-TC nas ocorrên-
fim de aumentar a ostensividade do policiamento; cias que atenderem até seu término, constando no Relató-
5.9.17.4. é proibida a perseguição a outros veículos, rio de Serviço Operacional (RSO) aquelas que se limitarem
sendo permitido apenas o acompanhamento para fins de
a repassar a outros segmentos operacionais;
fornecimento de dados que propiciem o cerco e a inter-
5.9.21. durante o patrulhamento, principalmente nos
venção de outras guarnições motorizadas, adotando-se as
cruzamentos com semáforos, quando a patrulha deparar:
seguintes cautelas:
5.9.21.1. com crianças e/ou adolescentes, com vende-
5.9.17.4.1. somente fazer uso de arma de fogo como
dores ambulantes, pessoas que realizam limpeza de pára-
meio necessário para defender-se ou para vencer resistên-
-brisa de veículos, pedintes, e outros, orientá-los a que não
cia armada (legítima defesa), atentando para nunca expor
permaneçam naqueles locais, que podem oferecer riscos
a vida, a saúde e a integridade física de terceiros não en-
à vida e à integridade física delas, devendo ser elaborado,
volvidos;
quando couber, o Relatório de Averiguação de Indício de
5.9.17.4.2. consultar, via rádio, se o veículo é produto
Infração Administrativa – RAIIA, nos termos da Portaria nº
de roubo/furto ou está envolvido em alguma ocorrência, PM3-001/02/04, de 01SET04, publicada no DOE nº 169, de
se já não houver certeza dessa situação; 04SET04, e O Sv nº PM3-047/02/04, de 08SET04, disponí-
5.9.17.4.3. cientificar o COPOM quando do início do
veis na home page da 3ª EM/PM;
acompanhamento, fornecendo características do veículo
5.9.21.2. com a prática de ato infracional, adotar as me-
e de seus ocupantes para que outras guarnições possam
didas cabíveis previstas no Estatuto da Criança e do Ado-
fazer o cerco;
lescente (ECA), observando o anexo “F” desta Diretriz;
5.9.17.4.4. informar os locais por onde se desenvolve o
5.9.21.3. com a prática de delitos cometidos pelas de-
acompanhamento e a direção tomada pelo veículo acom-
mais pessoas citadas no subitem “5.9.21.1.” retro, adotar as
panhado;
medidas policiais iniciais decorrentes, acionando a viatura
5.9.17.4.5. procurar manter o veículo em seu campo de
do subsetor para prosseguir no atendimento da ocorrência,
visão, permanecendo atento ao trânsito, aos demais veícu-
quando não se tratar de prisão em flagrante delito, cons-
los e aos pedestres, respeitando o limite de habilidade de
todos os integrantes da patrulha (domínio da motocicleta) tando tal fato no RSO.
e o tipo de terreno. A patrulha não deve se dispersar; 5.9.22. fica liberado o canal técnico entre as OPM para
5.9.17.4.6. buscar o máximo cuidado nos deslocamen- cumprimento do disposto nesta Dtz;
tos, evitando riscos desnecessários, lembrando sempre que 5.9.23. as OPM que receberem esta Dtz, conforme lista
a prioridade deve ser a defesa da vida e da integridade de distribuição abaixo relacionada, deverão redistribuí-la a
física da patrulha e dos transeuntes, mesmo que essa pos- suas Unidades subordinadas que dela devam tomar conhe-
sibilite a fuga momentânea do veículo acompanhado; cimento;
5.9.17.4.7. o acompanhamento deverá ser feito sempre 5.9.24. os integrantes deste Programa deverão usar o
com todos os sistemas de alerta da viatura acionados, sen- braçal “ROCAM”, com as especificações previstas nas nor-
do fundamental que todas as mensagens sejam transmiti- mas de uniforme;
das com voz clara, sem afobação, permitindo que o apoio 5.9.25. cópia desta Dtz pode ser obtida na home page
das demais viaturas se dê rápida e efetivamente; da 3ª EM/PM, na Intranet;
124
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
5.9.26. esta Dtz revoga a Diretriz nº PM3-007/02/02, de 4.2. fazer com que a comunidade constate efetivamen-
27OUT02 (Policiamento com Motocicletas), a Ordem Com- te a ação dirigida e intensificada do policiamento com mo-
plementar nº PM3-003/02/03, de 05JUN03, e a Diretriz nº tocicletas, em razão da sua capacidade de diminuição da
PM3003/02/05, de 11ABR05 (Projeto ROCAM). criminalidade nessas vias;
4.3. permitir a mensuração da eficácia do Programa
ELIZEU ECLAIR TEIXEIRA BORGES na prevenção de delitos, principalmente os de roubo de
Cel PM Comandante Geral veículos e de pertences de seus ocupantes, nos grandes
Exemplar N.º de cópias. corredores de trânsito e em seus cruzamentos, bem como
MUNICÍPIO SP em AISP onde o processo seja recomendado;
210000OUT05 4.4. divulgar o policiamento com motocicletas à co-
PROGRAMA DE POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS munidade, aumentando sua confiança na prestação desse
NA ÁREA DO (CPC, CPM, CPI) PROGRAMA ROCAM. serviço de polícia ostensiva e, consequentemente, sua sen-
sação de segurança.
ORDEM DE OPERAÇÕES Nº CXX-000/00/05 5. MISSÃO
1. REFERÊNCIAS As OPM territoriais do Comando Policiamento (da Ca-
1.1. Diretriz nº PM3-001/02/05, de 09MAI05 Normas pital, Metropolitano ou do Interior – X) deverão, a partir de
para o Sistema Operacional de Policiamento PM (NORSOP); XXNOV05, realizar o policiamento ostensivo e preventivo
1.2. Diretriz nº PM3-005/02/05, de 10OUT05 – Progra- com motocicletas em suas áreas de atribuição segundo os
ma de Policiamento com Motocicletas no Estado de São parâmetros desta Ordem de Operações.
Paulo – Programa ROCAM. 6. EXECUÇÃO
2. FINALIDADE 6.1. Conceito de Programa de Policiamento
Disciplinar a implantação do Programa de Policiamen- É subdivisão dos tipos de policiamento ostensivo, vol-
to com Motocicletas na área do Comando de Policiamento tado para determinados objetivos, constituído por con-
(da Capital, Metropolitano, do Interior – X). juntos de diretrizes e projetos de implantação duradoura,
3. SITUAÇÃO ajustáveis ao longo do tempo, que traduzem a estratégia
3.1. o aprimoramento do emprego do policiamento operacional da Instituição. A organização do policiamento
com motocicletas visa torná-lo mais eficaz, a fim de que em programas define melhor os padrões de execução e fa-
atenda às expectativas atuais da comunidade, aumentando cilita o planejamento orçamentário para sua manutenção.
sua segurança e diminuindo os índices criminais, principal- 6.2. Conceito da Operação
mente dos crimes mais comuns nas vias de tráfego intenso, O Programa de Policiamento com Motocicletas – Pro-
como roubo de veículos e dos pertences de seus ocupan- grama ROCAM – é voltado ao aprimoramento do emprego
tes, e em áreas onde este processo de policiamento seja desse processo de policiamento na prevenção de ilícitos
mais indicado; penais, principalmente nos grandes corredores do(s) Mu-
3.2. na cidade de XXXXXXX, que possui mais de 500.000 nicípio(s) de XXXXXX, bem como nas AISP dos municípios
habitantes, as estatísticas apontam os grandes corredores de XXXXX, YYYYY, ZZZZZ, segundo a análise e estudo das
de trânsito, mormente em seus cruzamentos, onde há len- variáveis indicadoras de criminalidade (INFOCRIM, FOTO-
tidão e congestionamentos, como os locais indicados para CRIM, COPOM ON-LINE e outras, como reportagens veicu-
a atuação desse policiamento, pelas suas características de ladas na imprensa, informações obtidas junto à comunida-
agilidade e acessibilidade; de etc.), de forma a permitir o acompanhamento e mensu-
3.3. por outro lado, nos demais municípios do CPI ração da sua eficácia em períodos pré-estabelecidos.
X (ou, no caso do CPC ou CPM, em outras Áreas de 6.3. Desenvolvimento do Programa ROCAM na área do
Interesse de Segurança Pública – AISP), o policiamento C(PC, PM, PI-X)
com motocicletas, quando empregado em AISP previa- 6.3.1. o Programa ROCAM será desenvolvido na
mente selecionadas, segundo critérios técnico-policiais, é área do C(PC, PM, PI-X) conforme segue:
igualmente produtivo, permitindo, ainda, que seja melhor 6.3.1.1. no Município de XXXX:
controlado e distribuído, para comprovação de sua eficácia; 6.3.1.1.1. Patrulha dedicada à via:
3.4. (para os Comandos onde houver), esse processo 6.3.1.1.1.1. na Avenida XXXXXXXX, do nº 000000 ao nº
também pode ser aplicado para o Policiamento Integrado, 000000, dividida em X subsetores, conforme Anexo “A”;
permitindo uma atuação junto à comunidade em conjunto 6.3.1.1.1.2. na Avenida YYYYYYYY, do nº 000000 ao nº
com os demais processos de policiamento; 000000, dividida em Y subsetores, conforme Anexo “B”;
3.5. a esse conjunto de policiamento com motocicle-
6.3.1.1.1.N. na Avenida ZZZZZZZZZZ, do nº 000000 ao
tas, dedicado a corredores (onde houver), AISP e Integrado
nº 000000, dividida em Z subsetores, conforme Anexo “N”.
(idem), dá-se o nome de Programa ROCAM.
6.3.1.1.2. Patrulha atuando por área:
4. OBJETIVOS
6.3.1.1.2.1. no Bairro (Vila etc.) XXXXXXXX, abrangendo
4.1. diminuir os índices criminais nos grandes corredo-
os subsetores X, Y, Z, conforme Anexo “D”;
res de trânsito do(s) Município(s) de XXXXXXX, caracteriza-
6.3.1.1.2.2. no Bairro YYYYYYYYY, abrangendo os sub-
dos pelo elevado índice de roubos a veículos e transeuntes;
setores Z,X,Y, conforme Anexo “E”;
125
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
6.3.1.1.2.N. no Bairro ZZZZZZZZZ, abrangendo os sub- 6.5.3. o patrulhamento deve ser realizado por 40 (qua-
setores Y,Z,X, conforme Anexo “N”. renta) minutos, intercalados por 20 (vinte) minutos de es-
6.3.1.2. no Município de YYYYYYY: tacionamento nos PE;
6.3.1.2.1. Patrulha dedicada à via: 6.5.4. os Cmt Cia deverão apoiar taticamente as Ptr
6.3.1.2.1.1. na Avenida XXXXXXXX, do nº 000000 ao nº ROCAM, com vistas à migração de infratores para as áreas
000000, dividida em X subsetores, conforme Anexo “A”; próximas dos corredores (ou AISP);
6.3.1.2.1.2. na Avenida YYYYYYYY, do nº 000000 ao nº 6.5.5. diariamente, o Mapa-força do Programa (Anexo
000000, dividida em Y subsetores, conforme Anexo “B”; “N”) deverá ser encaminhado à Divisão de Operações e de
6.3.1.2.1.N. na Avenida ZZZZZZZZZZ, do nº 000000 ao Administração do C(PC, PM, PI-X) até 01 (uma) hora após
nº 000000, dividida em Z subsetores, conforme Anexo “N”. o início de cada turno;
6.3.1.2.2. Patrulha atuando por área: 6.5.6. no caso de baixa de motocicleta durante o turno
6.3.1.2.2.1. no Bairro (Vila etc.) XXXXXXXX, abrangendo de serviço, deverá ser substituída por outra da reserva de
os subsetores X, Y, Z, conforme Anexo “D”; motocicletas (onde houver);
6.3.1.2.2.2. no Bairro YYYYYYYYY, abrangendo os sub-
6.5.N. outras peculiaridades que o Comando necessite
setores Z,X,Y, conforme Anexo “E”;
explicitar para suas OPM onde será executado o Progra-
6.3.1.2.2.N. no Bairro ZZZZZZZZZ, abrangendo os sub-
ma.
setores Y,Z,X, conforme Anexo “N”.
6.6. Regime e horário de serviço
6.3.1.3. nos Municípios de XXXX, YYYYYY, ZZZZZZ será
executado o Policiamento Integrado com Motocicleta, nos Neste item devem ser indicados os regimes de ser-
moldes da Dtz de referência “2”. viço em cada município, de acordo com o planejamento
6.4. Mensuração realizado.
6.4.1. a mensuração da eficácia do Programa será feita 6.7. Composição das Ptr ROCAM
a cada três meses, a contar da implantação do Programa, Indicar o número de Ptr para cada corredor ou AISP,
com o acompanhamento mensal dos resultados pelo C(PC, segundo os turnos, por município, esclarecendo os perío-
PM, PI-X), de maneira a permitir os ajustes necessários, com dos de sobreposição, onde houver.
base nos seguintes mecanismos de acompanhamento: 6.8. Atribuições Particulares
6.4.1.1. mapa do município com corredores e pontos Cada Comando deve particularizar as atribuições dos
de estacionamento devidamente plotados; Cmt de OPM, Ch Div Op e de Adm, AR e AA, P/3, CFP e
6.4.1.2. mapa por região do município, com corredores CGP (CGP ROCAM – onde houver), conforme o planeja-
e AISP (ou só AISP, quando for o caso) com os pontos de mento realizado.
estacionamento plotados; 7. Prescrições Diversas
6.4.1.3. Mapa-força, constando prefixo (cadastro ope- Idem, quanto a determinações gerais.
racional) identificação dos patrulheiros (nome/graduação/ XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
RE), o corredor (ou AISP) patrulhado e o respectivo CPP, Cel PM Cmt
conforme os anexos a esta Ordem de Operações;
6.4.1.4. Quadro Geral de Controle de Motocicletas em ANEXOS:
Operação, conforme Dtz de referência “2”; A) Subsetores e CPP da Avenida XXXXXXXX;
6.4.1.5. relação de corredores (ou AISP) com delimi- B) Subsetores e CPP da Avenida YYYYYYYY;
tação e responsabilidade de atuação, de acordo com o C) Subsetores e CPP da Avenida ZZZZZZZZZ;
Anexo “Z”; N) Subsetores e CPP da Avenida NNNNNNN;
6.4.1.6. Cartões de Prioridade de Patrulhamento, con- U) Subsetores e CPP da AISP XXXXXXXXXX;
forme os Anexos “A” a “N” desta Ordem de Operações; Y) Subsetores e CPP da AISP ZZZZZZZZZZZ;
6.4.1.7. relatório mensal comparativo de delitos em N) Susetores e CPP da AISP NNNNNNNN;
cada corredor (ou AISP); Q) Mapa do Município de XXXXXXXX com corredores
6.4.1.8. relatório mensal de indicadores operacionais: plotados;
veículos vistoriados, AIIP e AIT lavrados, flagrantes, armas R) Mapa do Município de YYYYYYYY com corredores
apreendidas etc.. plotados;
6.4.2. o C(PC, PM, PIX), a cada três meses, a contar da T) Mapa do Município de XXXXXXXX com corredores e
implantação Programa, avaliará, em conjunto com os Cmt AISP plotados
de OPM territoriais, os resultados do policiamento, para N) Mapa-força (idem Anexo “A” da Dtz de referência
verificar a necessidade de reformulação ou ajustes. “1.2.”);
6.5. Emprego V) Quadro Geral de Controle de Emprego de Motoci-
6.5.1. as Patrulhas de motocicletas (Ptr ROCAM) serão cletas (idem Anexo “B” da Dtz de referência “1.2.”);
compostas por dois PM, não podendo haver Ptr formada Z) Relação de corredores e AISP com delimitação e res-
com três PM; ponsabilidade de atuação.
6.5.2. se houver um PM sobrando na formação das
Ptr, este deverá ser incorporado à guarnição do CGP (RO-
CAM, no caso do CPC);
126
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
127
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
6.2.6. a F T é uma F Ptr reforçada com terceiro PM, des- 6.4.1. o regime de serviço da Força Tática será determi-
tinada às finalidades previstas nesta Dtz; nado pelo Cmt da UOp, segundo as necessidades de em-
6.2.7. na função habitual de patrulha, a guarnição será prego em ações táticas de polícia ostensiva de sua área,
de 03 (três) PM, podendo ser alterada para 04 (quatro) ou obedecendo o previsto na Portaria n° PM1-2-2-95, publica-
até 05 (cinco) apenas quando for usada no controle de dis- da no DOE n° 198, de 17OUT95, e transcrita no Bol G PM n°
túrbios civis (ações de choque), retornando a 03 (três) PM 202, de 20OUT95, e eventuais alterações posteriores;
tão logo cesse esta ação; 6.4.2. o horário será fixado pelo Cmt da UOp, em função
6.2.8. a composição básica da guarnição será de 01 das peculiaridades e características criminógenas da área,
(um) Subten/Sgt PM encarregado, 01 (um) Cb/Sd PM au- bem como de eventos que demandem este policiamento.
xiliar e 01 (um) Sd PM motorista, não podendo o encarre- 6.5. Emprego
gado ser Cb PM na falta de Sgt PM para cumprir a missão. 6.5.1. a F T será empregada:
6.3. Treinamento e Instrução 6.5.1.1. cotidianamente, no seu município sede, em
6.3.1. a Força Tática deverá receber, mensalmente, trei- ações táticas de polícia ostensiva, sempre devidamente co-
namento de operações de controle de tumultos; mandada pelo respectivo Cmt F T, Cmt Pel F T ou Cmt F Ptr,
6.3.2. as frações de Força Tática devem receber instru- em apoio às demais variáveis e programas de policiamento
ção específica sobre seu emprego nas operações a serem ostensivo ou em operações específicas e localizadas, se-
desencadeadas e outros assuntos de interesse, com dura- gundo as informações estatístico-criminais disponibiliza-
ção mínima de sessenta minutos; das pelos Sistemas Inteligentes (COPOM ON-
6.3.3. a instrução deve englobar, dentre outros, os se- -LINE, FOTOCRIM E INFOCRIM), P/3 e P/2 do Btl, pela
guintes assuntos: Coordenadoria de Análise e Planejamento da Secretaria da
6.3.3.1. princípios básicos de polícia comunitária; Segurança Pública ou outras fontes de interesse;
6.3.3.2.estudos de caso; 6.5.1.2. mediante aplicação de Plano de Policiamento
6.3.3.3. abordagem de indivíduos e veículos em situa- Inteligente (PPI), instituído pelas NORSOP e de preparação
ção de fundada suspeita; semanal, a partir de:
6.3.3.4. cautela nos deslocamentos de emergência e
6.5.1.2.1. análise dos indicadores de homicídio e roubo,
proibição de perseguições (Resolução SSP-21, de 11ABR90);
além de outros eventos que demandem a F T na área do
6.3.3.5. Procedimento Operacional Padrão “Acompa-
município ou Btl;
nhamento e cerco de auto”;
6.5.1.2.2. identificação das Áreas de Interesse de Segu-
6.3.3.6. trato com o cidadão e direitos humanos;
rança Pública (AISP) e estabelecimento das prioridades de
6.3.3.7. Estatuto da Criança e do Adolescente ECA;
intervenção da F T;
6.3.3.8. Lei dos Crimes de Tortura;
6.5.1.2.3. acompanhamento da execução e avaliação.
6.3.3.9. montagem de operações tipo polícia (bloqueio,
6.5.2. a F T de determinado município poderá ser, even-
saturação, táxi etc.);
6.3.3.10. modus operandi de delinquentes da área; tualmente, empregada pelo Cmt da UOp em outra parte do
6.3.3.11. do crime organizado; território do Btl, quando for o caso, buscando atender às
6.3.3.12. legislação penal; necessidades de ações táticas da OPM para diminuição dos
6.3.3.13. poder de polícia; índices de criminalidade, podendo utilizá-la no horário em
6.3.3.14. direção defensiva; que for mais indicado o seu emprego;
6.3.3.15. emergência e socorros de urgência; 6.5.3. os Cmt de G Cmdo e de Btl poderão, extraordi-
6.3.3.16. ocorrências de grande vulto e/ou com reféns; nariamente, agrupar as F T dos municípios sob sua circuns-
6.3.3.17. preparação básica (condicionamento físico, crição, inclusive formando escalões matriciais, para empre-
defesa pessoal, ordem unida, armamento e tiro com exer- go conjunto ou para desenvolver operações especiais de
cícios práticos etc.); maior envergadura;
6.3.3.18. outros, segundo a conveniência, necessidade 6.5.4. o emprego da Força Tática precederá, em princí-
pio, o das OPM Pol Chq.
e peculiaridades locais da área da OPM.
6.6. Atribuições Particulares
6.3.4. a instrução deve ser coordenada pelo Oficial P/3,
6.6.1 2ª EM/PM
que centralizará a orientação doutrinária das Forças Táticas,
6.6.1.1. intensificar, por meio das Agências de Informa-
e deverá ser transmitida pelo Cmt Cia F T, Cmt Pel F T ou
ções e do policiamento velado, o fluxo de informações so-
Cmt Gp F T, conforme o caso, podendo ser ministrada por bre ações do crime organizado, de crimes de homicídio e
outros oficiais e praças possuidores de cursos ou especia- roubo e outras de interesse para as Forças Táticas;
lizações de interesse, sempre acompanhados dos Cmt de 6.6.1.2. produzir mapa do Estado por municípios, assi-
fração Tática; nalados aqueles que dispõem do Programa de F T, reme-
6.3.5. a critério do Cmt da UOp, membros da comuni- tendo cópia à 3ª EM/PM.
dade científica ou da sociedade poderão ser convidados a 6.6.2. 3ª EM/PM
ministrar palestras sobre assuntos de interesse para a Força 6.6.2.1. providenciar as atualizações necessárias nos
Tática, sendo, neste caso, acompanhados pelo Cmt F T no Quadros Particulares de Organização (QPO) das OPM em
seu respectivo nível, pelo menos. que serão criados os escalões F T, conforme diretrizes do
6.4. Regime e horário de serviço Cmdo G;
128
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
6.6.2.2. consolidar as Ordens de Operações encami- 6.6.9.1. zelar pela instrução da F T, acompanhando a
nhadas pelos G Cmdo no Plano de Forças Táticas, juntan- evolução e avaliando a aprendizagem;
do-se a ele os seguintes anexos: 6.6.9.2. elaborar programa de assuntos e cronograma
6.6.2.2.1. relação de municípios/OPM que dispõem do para instrução, zelando para que seja cumprido, bem como
Programa de F T, com escalão, efetivo e frota fixada; pela proficiência e dedicação dos instrutores;
6.6.2.2.2. mapa do Estado por municípios, assinalados 6.6.9.3. promover e canalizar o fluxo de informações de
aqueles que dispõem do Programa de F T; caráter estatístico-criminal de interesse para o emprego da
6.6.2.2.3. Plano de Viaturas de F T, a ser produzido pela F T, em estreita colaboração com o Oficial de Informações
4ª EM/PM. da OPM.
6.6.3. 4ª EM/PM 6.6.10. Oficial P/2
6.6.3.1. adotar as medidas necessárias no tocante à 6.6.10.1. colaborar para manter a F T informada sobre
distribuição de viaturas, coletes, equipamento de choque, as características da criminalidade e modus operandi dos
armamento, munição balística e química, equipamentos de delinquentes;
telecomunicações e outros para as Forças Táticas, conforme 6.6.10.2. participar da instrução da F T, oferecendo sub-
diretrizes do Cmdo G; sídios, sugestões e ministrando assuntos da sua área de
6.6.3.2. elaborar o Plano de Viaturas de F T por G Cmdo especialização.
e geral, remetendo cópia à 3ª EM/PM. 6.7. Prescrições Diversas
6.6.4. DE 6.7.1. para o ajuste do Programa de Força Tática, nos
Revisar e preparar vídeos-treinamento (NI n° moldes desta Dtz, cada G Cmdo baixará Ordem de Ope-
DEI001/42.2/98, de 26FEV98) sobre assuntos de interesse, rações (O Op), incluindo seus anexos, da qual será enviada
com a colaboração do CPChq, para fins de preparo e trei- cópia à 3ª EM/PM, que as consolidará num conjunto deno-
namento das Forças Táticas. minado Plano de Forças Táticas;
6.6.5. Coord Op PM 6.7.2. baixada a O Op para ajuste do Programa a esta
Acompanhar, por meio do Quadro Geral de Controle Dtz, a cada 06 (meses), o Cmt do G Cmdo ou o Cmt Pol
de Viaturas do Programa de F T (Anexo “B”) e outros meca- Área (CPC e CPM) reunirá todos os integrantes do Progra-
ma para sua avaliação (troca de informações, apresentação
nismos, o desenvolvimento do Programa, analisando seus
de sugestões, orientações, ajustes etc.), devendo encami-
resultados e mantendo o Subcmt PM informado.
nhar cópia da nova O Op e respectivos anexos à 3ª EM/PM,
6.6.6. CPC, CPM e CPI
se houver modificações;
6.6.6.1. adotar as medidas necessárias para implanta-
6.7.3. o Pel F T e o Gp F T, em princípio, dedicar-se-ão
ção dos escalões F T nas OPM subordinadas, obedecidas
às principais ocorrências de roubo e homicídio, sendo cer-
as prescrições desta Dtz e de acordo com os QPO das res-
to, entretanto, que darão o primeiro atendimento a qual-
pectivas Unidades;
quer solicitante, providenciando a continuação por outra
6.6.6.2. receber e gerenciar as informações das OPM Vtr do patrulhamento, se for o caso;
subordinadas, contidas no Mapa-força (Anexo “A”), elabo- 6.7.4. as guarnições do Pel F T e do Gp F T deverão
rando e encaminhando, diariamente, ao Coord Op PM, o elaborar o BO/PM-TC nas ocorrências que atenderem até
Quadro Geral de Controle de Viaturas do Programa de F T seu término, constando no Relatório de Serviço Operacio-
(Anexo “B”). nal RSO aquelas em que meramente apoiarem os outros
6.6.7. CPChq segmentos operacionais do Btl;
6.6.7.1. colaborar com a DE na elaboração de material 6.7.5. na falta de viatura de Força Tática ou de Subt/
de vídeo-treinamento sobre operações de choque, utiliza- Sgt para comandar a guarnição, o seu efetivo só poderá
ção de armamento e munição química e outros aspectos ser distribuído nas demais viaturas de Força Tática até o li-
de interesse para as F T;
mite estabelecido no subitem “6.2.7”, sendo os excedentes
6.6.7.2. designar Oficiais para ministrar palestras sobre
remanejados para os demais Programas de Policiamento
os assuntos do subitem anterior às F T, mediante solicita-
(Programa de Radiopatrulha, Programa de Viaturas Comu-
ção dos Cmt de OPM.
6.6.8. Cmt Btl (BPM/M e BPM/I) nitárias etc.);
6.6.8.1. adotar as medidas necessárias para implanta- 6.7.6. a rendição dos turnos de F T será obrigatoria-
ção do Programa e consolidação dos escalões F T nas OPM mente na sede do Btl ou, no caso de F T descentralizada, na
em que forem criados; sede da respectiva Cia;
6.6.8.2 buscar, através do G Cmdo respectivo, agendar 6.7.7. os componentes das guarnições deverão sofrer
palestras, inclusive junto ao CPChq, para aprimoramento rodízio periódico, não superior a 03 (três) meses, de forma
da F T; que os PM sejam permutados entre as guarnições das Vtr F
6.6.8.3. estimular o trabalho conjunto dos Oficiais P/2 e T, inclusive a do Cmt F T.
P/3 para o planejamento das missões da F T; 6.7.8. o Cmt da Força Tática, quanto ao seu emprego
6.6.8.4. providenciar para que o Mapa-força (Anexo “A”) e atuação, deverá observar necessariamente, o contido na
seja encaminhado à Divisão de Administração e de Opera- NI nº PM3001/02/96, de 14MAR96 Ocorrências de Gran-
ções do G Cmdo até uma hora após o início de cada turno. de Vulto e/ou com Reféns e alterações posteriores, Dtz
6.6.9. Oficial P/3 n° PM3-005/02/97, de 04DEZ97 Emprego Operacional da
129
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
PMESP e Dtz nº PM3001/02/05, de 09MAI05 – NORSOP, 13. Baixada a O Op, a cada 06 (seis) meses, o Cmt do G
além de outros documentos que, por sua natureza, possam Cmdo ou o Cmt Pol Área (CPC/CPM) reunirá todos os integran-
nortear as ações táticas de polícia ostensiva; tes do Programa para sua avaliação (troca de informações, apre-
6.7.9. o Programa de Força Tática não deverá realizar sentação de sugestões, orientações, ajustes etc.), elaborando
escolta de presos, para o que já se reservou efetivo em nova O Op, se for o caso vide subitem “6.7.2.” da Dtz.
QPO; 14. O conjunto de Ordem de Operações que ajustarem
6.7.10. fica liberado o canal técnico entre as OPM en- o Programa formará o Plano de Forças Táticas, juntando-se
volvidas para cumprimento do disposto nesta Dtz; a este, como anexos, a Relação de municípios/OPM que
6.7.11. as OPM constantes da distribuição deverão di- dispõem de F T, o mapa do Estado com municípios/OPM
vulgar esta Dtz a todos seus órgãos subordinados; que dispõem de F T e o Plano de Viaturas de F T.
6.7.12. esta Dtz encontra-se disponível na home page 15. Elaboração de BO/PM-TC pelas guarnições de FT
da 3ª EM/PM; vide subitem “6.7.4.” da Dtz.
6.7.13. fica revogada a Dtz nº PM3-005/02/04, de 16. Na falta de de viatura de F T ou de Subt/Sgt PM
22MAR04 (FORÇA TÁTICA). para comandar a guarnição, seu efetivo deverá ser distri-
buído conforme previsto no subitem “6.7.5.” da Dtz.
SÃO PAULO SP 071700NOV05 17. A rendição dos turnos de F T será obrigatoriamente
PROGRAMA DE FORÇA TÁTICA na sede do Btl ou, no caso de F T descentralizada, na sede
ANEXO “D” à Diretriz nº PM3-007/02/05 RESUMO da respectiva Cia PM vide subitem “6.7.6.” da Dtz.
1. Tem por objetivo prender criminosos habituais, es- 18. Os componentes das guarnições de F T deverão so-
pecialmente ladrões e homicidas, atuar nas AISP, realizar frer rodízio periódico, não superior a 03 (três) meses, con-
ações de controle de distúrbios civis, policiamento em forme disposto no subitem “6.7.7.” da Dtz.
eventos etc. 19. A Força Tática não deverá realizar escolta de presos
2. A guarnição de F T, quando acionada, dará o pronto -vide subitem “6.7.9.” da Dtz.
atendimento a qualquer ocorrência, providenciando, se for 20. Controle: Mapa-força diário e Quadro Geral de
o caso, a continuação por outra viatura de patrulhamento. Controle de Viaturas do Programa.
3. Realizado por viatura média (perua) com guarnição 21. Total de viaturas de F T por G Cmdo: .
Exemplar N.º de cópias.
de 03 (três) PM, comandada por Subten PM ou Sgt PM,
podendo ser alterada para 04 (quatro) ou até 05 (cinco) PM
MUNICÍPIO SP
apenas quando for usada no controle de distúrbios civis
071700NOV05
(ações de choque), retornando a 03 (três) PM tão logo ces-
PROGRAMA DE FORÇA TÁTICA NA ÁREA DO (CPC,
se esta ação vide subitem “6.2.7.” da Dtz.
CPM, CPI).
4. Atua orientada pelo Plano de Policiamento Inteligen-
ORDEM DE OPERAÇÕES Nº CXX-000/00/05
te PPI (vide definição constante nas NORSOP), elaborado a
1. REFERÊNCIA
partir de informações dos Sistemas Inteligentes (COPOM
1.1. Diretriz nº PM3-001/02/05, de 09MAI05 Normas
ON-LINE, INFOCRIM e FOTOCRIM) vide subitem “6.5.1.2.” e para o Sistema Operacional de Policiamento PM (NORSOP);
suas divisões da Dtz. 1.2. Diretriz nº PM3-007/02/05, de 07NOV05 Programa
5. Dimensionada por município e Btl, a partir dos cri- de Força Tática.
térios de criminalidade e peculiaridades locais fixados nas 2. FINALIDADE
I-28-PM. Disciplinar o Programa de Força Tática (F T) nas OPM
6. Horário flexível, amoldável ao PPI, observando o Territoriais do Comando de Policiamento (da Capital, Me-
contido no subitem “6.4.” da Dtz. tropolitano, do Interior – X).
7. Poderão ser integrados ao Escalão de F T os efetivos 3. SITUAÇÃO
do policiamento montado e dos canis setoriais vide subi- 3.1. há situações que exigem um efetivo com treina-
tem “6.2.4.” da Dtz. mento específico para atuação em ocorrências mais gra-
8. Para fins de controle operacional do Programa RO- ves, como sequestros, roubos e aquelas envolvendo o cri-
CAM, nas OPM em que o município sediar Btl, o efetivo de
me organizado etc.;
motociclistas e respectivas motocicletas ficarão à disposi-
3.2. há, também, ações de polícia ostensiva que, por
ção do P/3 vide subitem “6.2.5.” da Dtz.
voltarem-se à prevenção de crimes violentos ou à sua re-
9. O treinamento e instrução do efetivo da F T deverá
pressão imediata, em pontos de alta incidência, onde a
ser realizado conforme disposto no subitem “6.3.” da Dtz.
10. Características de emprego da F T (sempre devida- atuação do policiamento comunitário não seja suficiente,
mente comandada, precede, em princípio, o emprego das demandam patrulhas reforçadas em efetivo e armamento,
OPM Pol Chq etc.) vide subitem “6.5.” e suas divisões da Dtz. com treinamento tático diferenciado;
11. Responsabilidades gerais dos Cmt Btl (BPM/M e 3.3. por vezes, apresentam-se ainda situações relati-
BPM/I) vide subitem “6.6.8.” da Dtz. vas ao policiamento de eventos com grande público ou
12. O ajuste do Programa às normas previstas na Dire- manifestações públicas (controle de tumultos, passeatas
triz deve ser feito mediante Ordem de Operações (O Op), etc.), reintegrações de posse etc., que exigem ações limi-
a ser elaborada pelo G Cmdo vide subitem “6.7.1.” da Dtz. tadas de tropa de choque;
130
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
3.4. em decorrência da edição das I-28-PM e das Ma- 6.3. Organização e Constituição
trizes Organizacionais, há necessidade de se disciplinar o (Com base nas Diretrizes referenciadas, cada G Cmdo
emprego do Programa de Força Tática no âmbito deste complementará esta parte da O Op, de acordo com as par-
Cmdo, em consonância com as aludidas normas; ticularidades de suas OPM subordinadas).
3.5. [...] – outros (a critério de cada G Cmdo). 6.4. Treinamento e Instrução
4. OBJETIVOS (Com base nas Diretrizes referenciadas, cada G Cmdo
4.1. agir, de forma preventiva ou repressivamente, complementará esta parte da O Op, de acordo com as par-
dentro da competência constitucional da Polícia Militar, ticularidades de suas OPM subordinadas).
nas situações mais graves e/ou em locais de maior inci- 6.5. Regime e horário de serviço
dência criminal da área deste Comando de Policiamento (O determinado pelo Cmt da OPM, com base nas dire-
(da Capital, Metropolitano ou do Interior-X), que deman- trizes referenciadas).
dem maior poder de reação, de modo ágil, específico e 6.6. Emprego
(Com base nas Diretrizes referenciadas, cada G Cmdo
localizado;
complementará esta parte da O Op, de acordo com as par-
4.2. [...] – outros (a critério de cada G Cmdo).
ticularidades de suas OPM subordinadas).
5. MISSÃO
6.7. Atribuições Particulares
As OPM territoriais do Comando de Policiamento (da
(Cada G Cmdo deve particularizar as atribuições de seu
Capital, Metropolitano ou do Interior – X), a partir de XX- âmbito de Comando).
NOV05, deverão operar suas Forças Táticas, onde houver, 6.8. Prescrições Diversas
conforme disposto nesta O Op. (Com base nas Diretrizes referenciadas, cada G Cmdo,
6. EXECUÇÃO se julgar necessário, complementará esta parte da O Op).
6.1. Conceitos
6.2.1. Programa de Policiamento XXXXXXXXXXXXXXXXXX
É subdivisão dos tipos de policiamento ostensivo, vol- Cel PM Cmt
tado para determinados objetivos, constituído por con-
juntos de diretrizes e projetos de implantação duradoura, ANEXOS:
ajustáveis ao longo do tempo, que traduzem a estratégia A) Modelo de Mapa-força;
operacional da Instituição. A organização do policiamento B) Quadro Geral do Controle de Viatura do Programa;
em programas define melhor os C) Outros (a critério de cada G Cmdo).
padrões de execução e facilita o planejamento orça-
mentário para sua manutenção.
6.2.2. Ação Tática
É a ação de polícia ostensiva de caráter especializado, DIRETRIZ PM3-14/02/05 PROGRAMA DE
executada por efetivo com treinamento específico para POLICIAMENTO ESCOLAR PARCIALMENTE
atuar em situações que, por sua natureza, vulto ou grau ALTERADO PELA NOTA DE INSTRUÇÃO PM3-
de risco, o policiamento comunitário não seja suficiente 2/02/08;
para a resolução, não podendo prescindir de equipamen-
to especial.
6.2.3. Programa de Força Tática
Programa de policiamento cujo efetivo é fixado em DIRETRIZ Nº PM3-014/02/05
Referência:
QPO em razão de certas peculiaridades da região onde
1) Decreto N° 28.642, de 03AGO88 Institui o Programa
atua e do índice de criminalidade, considerados os homicí-
de Segurança Escolar;
dios e os roubos.
2) Decreto N° 28.643, de 03AGO88 Dispõe sobre o esta-
6.2.4. Força Tática
belecimento de perímetro escolar de segurança;
É a denominação que recebe a fração F Ptr reforçada,
3) Lei Federal N° 8.069, de 13JUL90 Dispõe sobre o Es-
treinada para ações táticas de polícia ostensiva e de preser-
tatuto da Criança e do Adolescente (ECA);
vação da ordem pública, tais como a prevenção setorizada,
4) Diretriz de Operações Nº PM3-002/2/90, de
com intensificação ou saturação localizada de policiamen- 01OUT90 Fixa orientações e normas gerais para aplicação,
to, repressão ao crime organizado ou em locais com alto pela PMESP, dentro de sua esfera de atribuições, da Lei Fe-
índice de crimes violentos, ocorrências de vulto, eventos deral Nº 8.069/90, que dispõe sobre o ECA;
de importância, controle de tumultos e ações para restau- 5) Resolução SSP-50, de 03MAR95 Dispõe sobre perí-
ração da ordem pública de maior magnitude. Realiza o pa- metro escolar de segurança, estabelecido pelo Decreto N°
trulhamento tático motorizado, executado com viatura de 28.643/88;
maior porte e com reforço de armamento e equipamento, 6) Decreto N° 41.552, de 15JAN97 Altera o Programa
empregado segundo as normas em vigor, isoladamente ou de Segurança Escolar instituído pelo Decreto N° 28.642/88;
em conjunto, e coordenado com os demais programas de 7) Diretriz Nº PM3-005/02/97, de 04DEZ97 Emprego
policiamento ostensivo. Operacional da PMESP;
131
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
132
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
cente, principalmente visando a orientação e prevenção à ções e verificando eventuais mudanças nas necessidades
criminalidade, observando-se o disposto no ECA e na Dire- de segurança dos estabelecimentos de ensino, coletando
triz de referência “4”; dados que possam ser úteis ao planejamento do policia-
5.2.4. o policiamento escolar deve ser devidamente mento, fazendo com que cheguem aos respectivos Cmt Cia
planejado até o nível de Cia PM e, no CPM e CPI, por muni- PM onde os estabelecimentos estão localizados;
cípio (em nível de Pel PM); 5.2.10.1.1.2. manter contatos com os diretores de es-
5.2.5. o planejamento deverá seguir os seguintes pa- colas da rede pública municipal, estimulando-os a solici-
râmetros: tarem às respectivas guardas municipais de suas cidades
5.2.5.1. uma viatura de RE deve cobrir, em média, 08 a prestação de serviços de segurança em tais estabeleci-
(oito) escolas; mentos.
5.2.5.2. uma vez por semana, no mínimo, a guarnição 5.3. Atribuições Particulares
(ou o PM) que compõe a RE deverá adentrar à escola e 5.3.1. 2ª EM/PM
contatar sua direção; 5.3.1.1. fornecer, por meio do Sistema de Informações
5.2.5.3. a RE, ao passar pela escola, deverá estacionar, da Polícia Militar (SIOPM), informações úteis ao planeja-
permanecendo ali o tempo conveniente, de acordo com as mento do policiamento escolar, principalmente sobre tráfi-
informações disponíveis sobre o local (indicadores crimi- co de drogas, homicídios, roubos, furtos, lesões corporais,
nais, denúncias etc.); e outros delitos relacionados aos estabelecimentos de en-
5.2.5.4. o comandamento do Programa caberá às Cia sino;
PM territoriais ou OPM de menor escalão nos municípios 5.3.1.2. elaborar o mapa do Programa de Policiamento
menores, sendo vedado centralizá-lo no Btl; Escolar da Capital e assessorar o mapeamento dos demais
5.2.5.5. a meta de emprego de viatura no Programa de G Cmdo, por meio do SIOPM;
Policiamento Escolar é de 100 % (cem por cento); 5.3.1.3. elaborar mapa do Estado, assinalando todos os
5.2.5.6. dentro do possível, todas as escolas existentes municípios que possuam o Programa implantado (em folha
na subárea deverão receber o policiamento escolar, obser- de maior tamanho), sendo que, no caso da Capital, deverá
vando a seguinte prioridade: escolas de 1º e 2º grau esta- ser particularizado por Btl, remetendo cópia à 3ª EM/PM
duais, municipais e particulares. (vide subitem “5.3.2.2.2.”).
5.2.6. integração com o Programa Educacional de Re- 5.3.2. 3ª EM/PM
sistência às Drogas e à Violência – PROERD: 5.3.2.1. atualizar, semestralmente, o Plano de Policia-
5.2.6.1. os PM instrutores do PROERD deverão ter ple- mento Escolar, para fins de controle e análise de seu de-
no conhecimento do desenvolvimento deste Programa, senvolvimento;
bem como; 5.3.2.2. consolidar as Ordens de Operações encami-
5.2.6.1.1. deverão participar da reunião semestral do nhadas pelos G Cmdo no Plano de Policiamento Escolar,
Programa de Policiamento Escolar, cujo objetivo é promo- juntando-se a ele os seguintes anexos:
ver um intercâmbio de informações e apresentação de su- 5.3.2.2.1. relação de municípios/Btl que têm o Progra-
gestões para seu aperfeiçoamento; ma implantado;
5.2.6.1.2. poderão ser transportados para as escolas 5.3.2.2.2. mapa do Estado assinalando os municípios/
nas viaturas de RE; Btl que têm o Programa implantado;
5.2.7. para supervisionar o Programa de Policiamento 5.3.2.2.3. Plano de Viaturas do Programa de Policia-
Escolar, poderá ser designado um Oficial por Btl, subordi- mento Escolar, por G Cmdo e geral.
nado ao Subcmt OPM, o qual acumulará, também, a su- 5.3.3. 4ª EM/PM
pervisão dos Programas de Policiamento Integrado e de 5.3.3.1. planejar o completamento dos Quadros de Fi-
Policiamento Comunitário; xação de Frotas de viaturas de RE e demais recursos mate-
5.2.8. esse Oficial, Supervisor de Programas de Poli- riais necessários ao desenvolvimento deste Programa pelas
ciamento (SPP), cumprirá o regime de 12X36h ou de 5X2 OPM territoriais;
(cinco dias trabalhados por dois de descanso), somente no 5.3.3.2. elaborar o Plano de Viaturas do Programa de
período diurno; Policiamento Escolar, por G Cmdo e geral, para fins de con-
5.2.9. na falta desse Oficial, suas funções serão exerci- trole e análise do desenvolvimento do Programa, manten-
das pelo Cmt F Ptr; do-o atualizado;
5.2.10. o CPC, o CPM e os CPI deverão: 5.3.3.3. remeter à 3ª EM/PM, semestralmente, cópia do
5.2.10.1. determinar a suas OPM subordinadas, no nível Plano citado no subitem anterior (vide subitens “5.3.2.1.” e
de Btl, que designem um Oficial Coordenador do Programa “5.3.2.2.” e suas divisões).
de Policiamento Escolar (com o posto mínimo de Cap PM), 5.3.4. DE
escolhido pelo Cmt de Btl. No âmbito do CPM e dos CPI, 5.3.4.1. elaborar e/ou atualizar vídeo-treinamento con-
tais Oficiais Coordenadores poderão ser os próprios Cmt tendo orientações relativas ao policiamento escolar, de
Cia PM, observando-se os seguintes procedimentos: acordo com o disposto nesta Dtz, observando, também, o
5.2.10.1.1. o Oficial Coordenador deverá: contido na NI Nº PM3001/02/99;
5.2.10.1.1.1. manter contatos e reunir-se com os res- 5.3.4.2. adotar providências para que, nos Estágios de
ponsáveis pelas DRE e/ou com os Diretores das escolas, Especialização de Praças (EEP) Policiamento Escolar, tam-
sempre que necessário, visando o intercâmbio de informa- bém haja vagas destinadas aos PM dos CPI, bem como au-
133
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
mentar o número dessas vagas, se necessário, vez que todo 5.4.1.2.1. de segunda-feira à sexta-feira, em dois tur-
PM que for designado para o policiamento escolar deverá nos, das 0645 às 1445h e das 1530 às 2330h, perfazendo as
possuir este Estágio; 40 (quarenta) horas semanais; ou
5.3.4.3. manter, nos EAP de Cb e Sd, matéria que abor- 5.4.1.2.2. de segunda-feira à sexta-feira, também em
de aspectos gerais relativos ao policiamento escolar. dois turnos, das 0645 às 1400h e das 1615 às 2330h, per-
5.3.5. Coord Op PM fazendo 36 (trinta e seis) horas e 15 (quinze) minutos, que
Acompanhar, por meio do Quadro Geral de Controle deverão ser complementadas com o período necessário
de Viaturas (Anexo “B”) e outros mecanismos, o desenvol- para atingir 40 (quarenta) horas semanais, caso haja ativi-
vimento do Programa, analisando seus resultados e man- dades na escola ou a necessidade da presença ostensiva da
tendo o Subcmt PM informado. polícia nos sábados e/ou nos domingos.
5.3.6. CPC, CPM e CPI 5.4.1.3. é vedado o horário de 12h X 36h (doze horas
5.3.6.1. destinar recursos humanos e materiais para de trabalho por trinta e seis de descanso), bem como o so-
execução do policiamento escolar; matório de turnos (acúmulo de turnos), o regime alternado
5.3.6.2. designar Oficial Coordenador do Programa, nos (trabalha um dia e folga outro) ou qualquer outro diferente
termos do disposto no subitem “5.2.10.1.” desta Dtz; do ora estabelecido nesta Dtz;
5.3.6.3. adotar providências para que todos os PM que 5.4.1.4. é permitida a adequação dos turnos (flexibili-
trabalham no policiamento escolar mantenham-se atua- dade quanto aos horários de início e término do serviço),
lizados sobre as peculiaridades desta função, nos termos desde que seja necessária para atender situações especí-
desta Dtz, assistindo ao vídeo-treinamento a ser fornecido ficas de determinadas escolas, bem como siga as demais
pela DE a respeito do assunto e, ainda, segundo planeja- orientações definidas nesta Dtz.
mento a ser feito pelo Cmt Cia PM, realizem o EEP Policia- 5.5. Prescrições Diversas
mento Escolar; 5.5.1. para ajuste do Programa de Policiamento Esco-
5.3.6.4. adotar providências, por meio do Oficial Coor- lar, nos moldes desta Dtz, cada G Cmdo baixará Ordem
denador do Programa, para que o conteúdo desta Dtz seja de Operações (O Op), que deverá conter, como anexos, os
do conhecimento de todos os órgãos públicos interessa- documentos descritos nos subitens “5.3.1.2.” e “5.3.2.2.1.”,
dos na proteção à criança e ao adolescente, em especial remetendo cópia à 3ª EM/PM, que as consolidará no Plano
daqueles previstos no ECA; de Policiamento Escolar;
5.3.6.5. por meio de suas OPM subordinadas: 5.5.2. baixada a O Op para ajuste do Programa a esta
5.3.6.5.1. executar o policiamento escolar nos termos Dtz, a cada 06 (seis) meses, o Cmt do G Cmdo ou o Cmt Pol
desta Dtz; Área (CPC/ CPM) reunirá todos os integrantes do Programa
5.3.6.5.2. procurar manter entendimentos com as Guar- para sua avaliação (troca de informações, apresentação de
das Municipais, visando que estas executem a segurança sugestões, orientações, ajustes etc.), devendo encaminhar
das escolas municipais de seus respectivos municípios, cópia da nova O Op e respectivos anexos à 3ª EM/PM, se
servindo-se, para tal, da figura do Oficial Coordenador do houver modificações;
Programa; 5.5.3. para os policiais militares que atuarem especifica-
5.3.6.5.3. determinar que os Cmt Cia PM realizem re- mente no policiamento escolar, deverão ser obedecidas as
uniões periódicas com os diretores dos estabelecimentos seguintes prescrições:
de ensino localizados em suas subáreas, visando aferir o 5.5.3.1. não poderão ser desviados para outras missões,
desempenho do Programa. devendo estar voltados exclusivamente para essa atividade;
5.3.6.6. receber e gerenciar as informações das OPM su- 5.5.3.2. suas férias deverão ser compatibilizadas com as
bordinadas, contidas no Mapa-força (Anexo “A”), elaboran- férias e recessos escolares, vez que o policiamento escolar
do e encaminhando, diariamente, ao Coord Op PM, o Qua- não poderá ser desfalcado em razão de afastamentos de
dro Geral de Controle de Viaturas do Programa (Anexo “B”). quaisquer natureza;
5.4. Regime de trabalho 5.5.3.3. deverão ser substituídos por outro PM, nos ca-
5.4.1. para os policiais militares que atuarem no Pro- sos de impedimentos.
grama de Policiamento Escolar, o regime de trabalho deve- 5.5.4. nos CPP da RE, deverão constar as seguintes
rá seguir as seguintes orientações: orientações aos PM:
5.4.1.1. deverão trabalhar de cinco (mínimo) a seis (má- 5.5.4.1. acompanhar as entradas e saídas dos turnos
ximo) dias por semana, perfazendo as 40 (quarenta) horas das escolas que apresentem quadro de maior delinquência;
semanais exigidas nas normas vigentes; 5.5.4.2. durante as rondas, em contato com a direção e
5.4.1.2. considerando-se que o expediente letivo vai de demais funcionários das escolas, coletar informações úteis
segunda-feira à sexta-feira e que, no final de semana (sá- ao policiamento escolar, repassando-as a seu Cmt Cia PM,
bado e/ou domingo), podem ser desenvolvidas atividades a fim de que sejam feitos os ajustes necessários no CPP.
na escola (Jovens Construindo a Cidadania, Campeonatos 5.5.5. para o planejamento, deve ser levada em conta a
Desportivos etc.), bem como, naqueles estabelecimentos realidade dos estabelecimentos de ensino, principalmente
considerados mais críticos (alvos de depredações, inva- daqueles localizados em regiões periféricas, onde não haja
sões, atos de vandalismo, reunião de pessoas em atitudes a infra-estrutura necessária ou que estejam depredados,
suspeitas etc.), pode ser necessária a presença ostensiva da não iluminados adequadamente, não cercados, ou que se-
polícia, os turnos de serviço serão conforme segue: jam em pontos de concentração de desocupados etc.;
134
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
5.5.6. deverão ser procedidos levantamentos das con- 5.5.9.1.1. realizar levantamento do número de escolas
dições em que se encontram as instalações das escolas da que possuem em sua base territorial e que se recomende
rede pública estadual e suas respectivas áreas adjacentes, serem adotadas por OPM administrativas ou por efetivo
devendo as OPM, quando couber, lavrar o Relatório de administrativo das OPM operacionais, por estarem locali-
Averiguação de Indício de Infração Administrativa – RAIIA, zadas a menos de 500 (quinhentos) metros da OPM;
nos termos da Portaria nº PM3001/02/04, de 01SET04, pu- 5.5.9.1.2. manter entendimentos com as OPM adotan-
blicada no DOE nº 169, de 04SET04, e Ordem de Serviço nº tes, a fim de supervisionar e apoiar os PM que forem desig-
PM3-047/02/04, de 08SET04, disponíveis na home page da nados para o policiamento nessas escolas, observando os
3ª EM/PM, além de realizar gestões junto às DRE e a outros seguintes critérios: facilidade de acesso, baixo índice de cri-
órgãos competentes solicitando as providências necessá- minalidade (em relação às demais escolas da região), em-
rias para a melhoria das instalações e das áreas circunvi- prego mínimo de dois PM e prioridade aos horários mais
zinhas aos estabelecimentos de ensino, observando-se os críticos (horários de entrada e saída de alunos).
seguintes requisitos principais: 5.5.9.2. as OPM administrativas, dentro do possível, de-
5.5.6.1. instalações internas: verão atender as solicitações dos Cmt Pol Área e/ou dos
5.5.6.1.1. existência de muro, tela de arame ou cerca; Cmt Pol Int, “adotando” as escolas situadas nas proximida-
5.5.6.1.2. iluminação adequada, sem pontos de penum- des (até 500 metros) de seus quartéis, planejando o empre-
bra; go de seus PM e instruindo-os de acordo com o disposto
5.5.6.1.3. existência de entulhos, matos ou quaisquer nesta Dtz.
lugaresonde alguém possa homiziar-se; 5.5.10. missões básicas dos PM que atuam no Progra-
5.5.6.1.4. controle dos portões que dão acesso ao in- ma de Policiamento Escolar:
terior das escolas, para os quais recomenda-se permane- 5.5.10.1. prevenção e repressão imediata às infrações
cerem fechados durante o horário letivo, restringindo-se a penais, em especial àquelas relacionadas ao tráfico de dro-
entrada e saída pela secretaria da escola; gas e à corrupção de crianças e adolescentes;
5.5.6.1.5. existência de gradis nas janelas; 5.5.10.2. prevenção de atos de vandalismo e invasões
5.5.6.1.6. existência de telas nas luminárias para evitar a aos estabelecimentos escolares;
quebra das lâmpadas; 5.5.10.3. travessia de escolares e orientação de tráfego
5.5.6.1.7. outras observações gerais. nos horários de entrada e saída;
5.5.6.2. áreas externas (adjacentes): 5.5.10.4. prevenção e repressão imediata aos atos infra-
5.5.6.2.1. existência de iluminação pública adequada cionais, de acordo com o prescrito no Estatuto da Criança
na rua, acessos, vielas, passarelas e pontos de parada de e do Adolescente;
ônibus; 5.5.10.5. verificação de indivíduos encontrados em ati-
5.5.6.2.2. existência de terrenos baldios e construções/ tudes suspeitas no perímetro escolar de segurança;
prédios abandonados nas circunvizinhanças (caso existam, 5.5.10.6. levantamento quanto a existência de bares,
se estão devidamente murados); “fliperamas” e vendedores ambulantes, localizados ou po-
5.5.6.2.3. existência de pavimentação na rua; sicionados a menos de 100 (cem) metros das escolas, ob-
5.5.6.2.4. existência de entulhos nas proximidades do servando e adotando os procedimentos contidos na NI de
estabelecimento; referência “10” , bem como, quando for o caso, os contidos
5.5.6.2.5. necessidade de faixas de travessia de pedes- no subitem “5.5.6.” desta Dtz (RAIIA).
tres, semáforos ou redutores de velocidade; 5.5.11. todas as medidas policiais e assistenciais deve-
5.5.6.2.6. necessidade de poda de árvores e limpeza de rão ser adotadas de acordo com as normas legais em vigor
ruas, terrenos etc.; e com as normas vigentes na Polícia Militar para o trato
5.5.6.2.7. outras observações gerais. com a criança e o adolescente;
5.5.7. para os estabelecimentos de ensino em que 5.5.12. o efetivo deve ser exaustivamente orientado
perdurarem situações crônicas de precariedade, quer das quanto à missão, sobre o público a que vai atender e os
instalações quer das áreas externas, mesmo após a ado- tipos de ocorrências com que pode se deparar, bem como
ção das medidas citadas no subitem anterior, deverá ser sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (Anexo “C”);
elaborado e encaminhado ao Cmdo G, via Coord Op PM, 5.5.13. deve ainda o efetivo ser orientado no sentido
relatório circunstanciado para outras providências; de evitar:
5.5.8. nos estabelecimentos de ensino situados nas 5.5.13.1. distrair-se em conversas fúteis ou com pes-
proximidades das OPM, poderá ser empregada a “adoção soas sem interesse para o serviço;
de escolas”, com o emprego de efetivo da administração 5.5.13.2. permanecer desatento ao que ocorre ao seu
efetuando policiamento nos horários de entrada e saída de redor, como, por exemplo, de costas para o movimento,
alunos, desde que haja facilidade de acesso e baixo índice embarcado quando a viatura estiver estacionada etc.;
de criminalidade local, observando-se o emprego de, no 5.5.13.3. o uso de gírias, palavras de baixo calão, gritos,
mínimo, 02 (dois) policiais militares; fumar, cruzar os braços etc.;
5.5.9. para os estabelecimentos de ensino abrangidos 5.5.13.4. manusear ou manipular desnecessariamente
por meio da “adoção”, devem ser observados os seguintes sua arma, em qualquer situação.
procedimentos: 5.5.14. os PM, sempre que possível, deverão procurar
5.5.9.1. os Cmt Pol A e os Cmt Pol Int deverão: manter contato com os responsáveis pelas escolas, não
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
devendo, entretanto, se imiscuir nos assuntos de ordem 5.5.25. fica liberado o contato direto entre as OPM en-
interna do estabelecimento, nem realizar funções que não volvidas para a elaboração dos planejamentos e detalha-
sejam de sua competência, direcionando suas ações para o mentos necessários;
exercício do policiamento ostensivo e para a preservação 5.5.26. as OPM que receberem esta Dtz deverão redis-
da ordem pública; tribuí-la a suas Unidades subordinadas;
5.5.15. os PM deverão participar, esporadicamente, de
reuniões que ocorrerem nos estabelecimentos de ensino, 5.5.27. esta Dtz encontra-se disponível na home page
colhendo informações sobre possíveis problemas nessas da 3ª EM/PM.
escolas e imediações, buscando soluções conjuntas para as ELIZEU ECLAIR TEIXEIRA BORGES
questões. Deverão, ainda, elaborar relatórios, constando as Cel PM Comandante Geral
solicitações e contatos feitos durante o serviço, as consta-
tações e encaminhamento de problemas, as atividades rea- SÃO PAULO SP 071700NOV05
lizadas, além de propostas e sugestões de ordem geral que PROGRAMA DE POLICIAMENTO ESCOLAR
possam contribuir para a melhoria da eficácia do serviço; ANEXO “E” à Diretriz nº PM3-014/02/05 RESUMO
5.5.16. os PM que atuam no policiamento escolar não 1. Tem por objetivo proteger as escolas e cercanias (pe-
devem receber ocorrências despachadas pelo Centro de rímetro escolar de segurança), propiciando segurança aos
Operações que não sejam relativas às respectivas escolas professores, pais e alunos.
onde atuam, e, ao se depararem com uma ocorrência poli- 2. Conceito de perímetro escolar de segurança vide su-
cial, após efetuarem o primeiro atendimento, deverão acio- bitem “5.1.2.” da Dtz.
nar a viatura do respectivo subsetor para eventual prosse- 3. Será implantado nos municípios que possuam, no
guimento, de forma a ficarem liberados para a continuida- mínimo, 15.000 (quinze) mil habitantes.
de do serviço; 4. Atua com prejuízo do atendimento de ocorrências,
5.5.17. nos casos onde não houver possibilidade de exceto quanto às geradas nas escolas e/ou nos respectivos
adoção da medida prevista no subitem anterior (casos de perímetros escolares de segurança, bem como quando se
flagrante, por exemplo), o Cmt F Ptr, tendo possibilidade de tratar de casos de flagrante delito.
meios, poderá substituir o efetivo policial-militar responsá- 5. Realizado por viatura com 01 (um) ou 02 (dois) PM,
vel pelo policiamento escolar, para que não haja solução de denominada Ronda Escolar (RE), cobrindo, em média, 08
continuidade do serviço; (oito) escolas.
5.5.18. deve ser evitada, ao máximo, a rotatividade dos 6. PM munidos de EPI completo e, se possível, de HT -
PM empenhados no policiamento escolar; vide subitem “5.2.2.3.” da Dtz.
5.5.19. nas Cia PM, devem existir registros eletrônicos 7. Planejamento até o nível de Cia PM e, no CPM e CPI,
específicos para cada escola da subárea, contendo todo o por município (em nível de Pel PM).
histórico de interesse, anotação dos problemas e respec- 8. Parâmetros gerais para o planejamento vide subi-
tivas soluções, as ocorrências havidas no estabelecimento tem “5.2.5.” da Dtz.
e outros dados julgados importantes. Tal registro deve ser 9. Comandamento pela Cia PM territorial ou OPM de
um “espelho” da escola, de modo a possibilitar fácil avalia- menor escalão no caso de municípios menores, sendo ve-
ção dos critérios e procedimentos empregados, permitindo dado centralizá-lo no Btl.
que a tomada de decisões ocorra de forma fundamentada, 10. A meta de emprego das viaturas do Programa é de
bem como facilitando a transmissão de orientações aos PM 100% (cem por cento).
que atuam nas referidas escolas; 11. Dentro do possível, todas as escolas existentes na
5.5.20. tendo em vista que um dos objetivos do Pro- subárea devem receber o policiamento escolar, conforme
grama de Policiamento Escolar consiste na realização da prioridade definida no subitem “5.2.5.6.” da Dtz.
travessia de escolares, os PM que atuam no policiamento 12. Integração com o PROERD vide subitem “5.2.6.” da
escolar devem ser orientados, naquilo que for necessário, 13. Para supervisionar o Programa, poderá ser desig-
quanto às normas de trânsito em vigor, observando-se o nado um Oficial por Btl, subordinado ao Subcmt OPM, o
disposto na legislação específica; qual acumulará, também, a supervisão dos Programas de
5.5.21. dentro do possível, os PM designados para tra- Policiamento Integrado e de Policiamento Comunitário
balhar no policiamento escolar deverão ser selecionados (Supervisor de Programas de Policiamento) vide subitem
dentre aqueles que sejam voluntários para a função, que “5.2.7.” da Dtz.
possuam boa conduta disciplinar e demonstrem facilidade 14. No nível Btl, seus respectivos Cmt deverão desig-
para o trato com crianças e adolescentes; nar um Oficial para exercer a função de Coordenador do
5.5.22. quanto ao previsto na Resolução SSP-50, de Programa (com o posto mínimo de Cap M). No âmbito do
03MAR95, que estabelece o perímetro escolar de seguran- CPM e dos CPI, tais Oficiais poderão ser os próprios Cmt
ça, observar o disposto na NI de referência “10”; Cia PM vide subitem “5.2.10.1.” da Dtz.
5.5.23. na execução do Programa, deve-se primar pela 15. Instrução dos PM do Programa vide subitens
economia de meios e pelo emprego racional dos recursos; “5.2.3.”, “5.3.6.3.” e “5.5.12.” da Dtz.
5.5.24. ficam revogados todos os dispositivos que 16. Regime de trabalho: definido no subitem “5.4.” da
contrariarem o contido nesta Dtz, especificamente a NI nº
Dtz, destacando-se que, via de regra, o horário de emprego
PM3-001/02/02, de 17JUL02;
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
2.10. nenhum adolescente será privado de sua liber- 3. Considerando que as Secretarias da Segurança Pú-
dade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem blica e da Educação, em parceria, estão implantando o Li-
escrita e fundamentada da autoridade judiciária compe- vro de Controle da Ronda Escolar, cuja finalidade é registrar
tente. (caput do Artigo 106). O adolescente tem direito à as rondas realizadas pelas viaturas de RE, bem como as no-
identificação dos responsáveis pela sua apreensão, de- vidades havidas nos estabelecimentos de ensinos;
vendo ser informado acerca de seus direitos (Parágrafo
único do Artigo 106); 4. Considerando a necessidade de se estabelecer roti-
2.11.o adolescente civilmente identificado não será nas para preenchimento e distribuição desses Livros, DE-
VERÁ V.S.ª:
submetido a identificação compulsória pelos órgãos po-
4.1. no âmbito do CPC e CPM: determinar para que os
liciais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de con-
Cmt Pol Área subordinados providenciem a retirada dos
frontação, havendo dúvida fundada (Artigo 109);
exemplares, conforme quantidade descrita no expediente
2.12. nenhum adolescente será privado de sua liber- anexo, diretamente no departamento de distribuição da
dade sem o devido processo legal (Artigo 110); Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), sito
2.13. o adolescente apreendido por força de ordem à Avenida Presidente Kennedy, nº 4033/4043, Vila dos Re-
judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade ju- médios – Osasco/SP [contato: Sr. Luiz Augusto Miranda de
diciária (Artigo 171) e o apreendido em flagrante de ato Oliveira – Telefone: (11) 3696-5542];
infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade 4.2. no âmbito do CPI: aguardar o recebimento dos
policial competente (caput do Artigo 172); exemplares, que serão entregues diretamente pelo depar-
2.14. havendo repartição policial especializada para aten- tamento de distribuição da FDE em suas respectivas sedes,
dimento de adolescente e, em se tratando de ato infracional na quantidade mencionada no anexo;
praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição 4.3. providenciar para que:
da repartição especializada, que, após as providências neces- 4.3.1. as OPM subordinadas realizem a distribuição dos
sárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição Livros às unidades de ensino da rede pública estadual loca-
policial própria (Parágrafo único do Artigo 172); lizadas nas respectivas áreas de atuação;
2.15. à falta de repartição policial especializada, o 4.3.2. os policiais militares integrantes do PPE, além das
adolescente deverá ser encaminhado à repartição policial missões básicas constantes no Programa (subitem “5.5.10.”):
comum, onde aguardará a apresentação ao Ministério 4.3.2.1. realizem, durante seu turno de serviço, tantas
passagens quantas forem possíveis em cada estabeleci-
Público em dependência separada da destinada a maio-
mento de ensino relacionado em seu Cartão de Prioridade
res (§ 2º do Artigo 175);
de Patrulhamento (CPP);
2.16. o adolescente a quem se atribua autoria de 4.3.2.2. preencham o Livro de Ronda no mínimo em
ato infracional não poderá ser conduzido ou transpor- uma das passagens referidas acima. Havendo a necessida-
tado em compartimento fechado de veículo policial, em de, o preenchimento poderá ocorrer mais de uma vez no
condições atentatórias a sua dignidade, ou que impliquem mesmo turno de serviço;
risco a sua integridade física ou mental, sob pena de res- 4.3.2.3. durante as rondas, efetuem levantamentos das
ponsabilidade (Artigo 178). condições em que se encontram as instalações das esco-
las da rede pública estadual, mormente àquelas que direta
PAULO MARINO LOPES ou indiretamente possam afetar a segurança do estabele-
Cel PM Subcomandante cimento, apresentando sugestões em campo próprio do
Referência: Livro de Ronda (Providências sugeridas/encaminhadas ...); e
4.3.2.4. preencham, independentemente da providên-
1) Diretriz nº PM3-014/02/05, de 07NOV05 cia contida no subitem anterior, quando julgar necessário,
(Programa de Policiamento Escolar); o Relatório de Averiguação de Indício de Infração Adminis-
2) NI nº PM3-002/02/08, de 24DEZ08 (Assessor de Se- trativa – RAIIA.
gurança Escolar). 4.3.3. o Cmt F Ptr vistorie periodicamente o Livro de
Anexo: Tabela de Distribuição dos Livros de Controle Controle da Ronda Escolar, cientificando-se das novidades
da Ronda Escolar. havidas e comunicando-as ao Cmt Cia PM e Oficial Coorde-
1. Considerando a necessidade de se intensificar as re- nador do PPE para a adoção das providências decorrentes;
lações entre o Programa de Policiamento Escolar (PPE) e a 4.3.4. o Oficial Coordenador do PPE, de posse das in-
direção das escolas visando à definição de estratégias efi- formações consubstanciadas no Livro de Ronda, adote as
cientes para garantir a segurança de todos e evitar atitudes medidas cabíveis visando o intercâmbio de informações e
que ameacem a integridade da comunidade escolar, bem verificando eventuais mudanças nas necessidades de segu-
como às instalações dos estabelecimentos de ensinos. rança dos estabelecimentos de ensino, conforme subitem
2. Considerando que a NI referenciada determina ao “5.2.10.1.1.1.” da Dtz;
Assessor de Segurança Escolar (Ass Seg Esc) a missão de 4.3.5. nos municípios em que não houver especifica-
proceder ao acompanhamento do desenvolvimento do mente a viatura de RE, as RP realizem tais rondas preen-
PPE, monitorando, em tempo real e integral, os fatos havi- chendo, nos termos desta Ordem de Serviço, o citado Livro
dos nos estabelecimentos de ensino localizados no Estado de Controle da Ronda Escolar.
e em seus respectivos perímetros escolares de segurança.
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
6.1.8. Viaturas Comunitárias (Vtr Com) 6.2.1.1.2.4.1.1.2. comunicará o fato ao Subcmt PM, via
6.1.8.1. são aquelas utilizadas no Programa de Policia- 3ª EM/PM, informando todos os dados relativos à solici-
mento Comunitário (BCM, Vtr de apoio às BCS e Vtr de tação [dados completos do solicitante, endereço do local
apoio às BCSD); indicado para a instalação da Base (citando em qual Cia
6.1.8.2. as normas referentes ao emprego das Vtr Com PM e BPM está situado), fundamentação do parecer des-
encontram-se no subitem “6.7.8.” e suas divisões. favorável etc.];
6.1.9. Fixação do Policial Militar Comunitário 6.2.1.1.2.4.1.1.3. arquivará o processo na OPM de ori-
Princípio de Polícia Comunitária cujo fundamento de- gem. 6.2.1.1.2.4.1.2. quando o pedido tiver sido protoco-
manda que o efetivo policial nele empregado disponha de lado no Comando Geral, restituirá o processo ao Subcmt
tempo suficiente para conquistar a confiança e desenvol- PM, via 3ª EM/PM.
ver parceria com a comunidade, sendo desaconselhável a 6.2.1.1.2.4.2. a 3ª EM/PM registrará o pedido em seu
substituição constante desses policiais militares, sob pena banco de dados e, em seguida, encaminhará o processo
de comprometer a qualidade do resultado pretendido (par- ao Gab Cmt G.
ceria da polícia com a comunidade e a consequente dimi- 6.2.1.1.2.4.3 o Gab Cmt G instruirá resposta ao solici-
nuição da criminalidade). tante. 6.2.1.1.2.5. sendo o parecer favorável à instalação da
6.1.10. os PM recém formados serão prioritariamente BCS: 6.2.1.1.2.5.1. o CPC, CPM ou CPI encaminhará o pro-
empregados no Programa de Policiamento Comunitário, cesso à DL para que o CSM/O realize a avaliação técnica;
em funções fixas, para atendimento ao público. 6.2.1.1.2.5.2. a DL, após juntar o parecer elaborado
6.2. Instalação, trâmite do processo, inauguração e de- pelo CSM/O, remeterá o processo:
sativação 6.2.1.1.2.5.2.1. ao CPC, CPM ou CPI, caso haja necessi-
6.2.1. BCS dade de realização de alterações na edificação ou no pro-
6.2.1.1. Instalação jeto para viabilizar sua aprovação (o processo vai à OPM
6.2.1.1.1. Critérios a serem avaliados de origem e retorna ao CSM/O para nova avaliação téc-
6.2.1.1.1.1. existência de comunidade que necessite de nica);
atendimento diuturno por parte da Polícia Militar; 6.2.1.1.2.5.2.2. ao Subcmt PM, via 3ª EM/PM, quando
6.2.1.1.1.2. local que atenda aos critérios de acessibili- o parecer do CSM/O indicar a aprovação ou reprovação
dade e visibilidade; do pedido.
6.2.1.1.1.3. existência de apoio comunitário (lideranças 6.2.1.1.2.5.3. a 3ª EM/PM registrará o pedido em seu
associações de bairros, CONSEG etc.); banco de dados e:
6.2.1.1.1.4. disponibilidade de meios materiais e huma- 6.2.1.1.2.5.3.1. encaminhará o processo ao Gab Cmt G,
nos, de modo que haja equilíbrio com os demais Progra- quando o parecer do CSM/O indicar:
mas de Policiamento. 6.2.1.1.2.5.3.1.1. a aprovação do pedido;
6.2.1.1.2. Trâmite do processo 6.2.1.1.2.5.3.1.2. a reprovação do pedido, desde que
6.2.1.1.2.1. todo processo contendo pedido para ins- o processo tenha sido inicialmente protocolado naquele
talação de BCS deverá ser encaminhado ao Cmt do BPM Gabinete.
em cuja área pretende-se que seja instalada, o qual deverá 6.2.1.1.2.5.3.2. remeterá o processo ao CPC, CPM ou
manifestar-se favoravelmente ou não ao atendimento do CPI, quando o parecer do CSM/O indicar a reprovação do
pleiteado, fundamentando sua opinião, observando o con-
pedido, desde que o processo tenha sido inicialmente pro-
tido no subitem “6.2.1.1.1.” anterior;
tocolado naquelas OPM, que instruirão resposta ao solici-
6.2.1.1.2.2. a manifestação deverá conter exposição de
motivos e justificativas, dados sobre a participação da co- tante e determinarão o arquivamento dos autos na OPM
munidade, esclarecimentos acerca dos meios necessários de origem;
e, se favorável, conterá, também, projeto estrutural, crono- 6.2.1.1.2.5.3.3. na hipótese de aprovação do pedido,
grama de obras, previsão de inauguração e outras infor- notificará a 4ª EM/PM, para que seja providenciada a Vtr
mações de interesse, observadas, se for o caso, as normas de apoio, e a 5ª EM/PM, para registro no DPCDH.
de procedimentos para recebimento de doações de imóvel; 6.2.1.1.2.5.4. o Gab Cmt G:
6.2.1.1.2.3. o processo, elaborado de acordo com as 6.2.1.1.2.5.4.1. quando o parecer do CSM/O indicar a
prescrições contidas nas Instruções para Correspondência aprovação do pedido:
na Polícia Militar (I-7-PM), deverá ser encaminhado, via canal 6.2.1.1.2.5.4.1.1. encaminhará o processo à Secretaria
de comando, ao Cmt Pol Cap, Cmt Pol Metropol ou Cmt Pol da Segurança Pública (SSP), conforme disposto na Resolu-
Int, que ratificará ou não a manifestação apresentada pelo(s) ção SSP-439, de 11OUT99;
Cmt(s) anterior(res), justificando sua decisão (parecer); 6.2.1.1.2.5.4.1.2. acompanhará o desfecho do proces-
6.2.1.1.2.4. sendo o parecer desfavorável à instalação so, dando ciência ao Subcmt PM, por meio da 3ª EM/PM,
da BCS: e ao solicitante, acerca da decisão do Secretário da Segu-
6.2.1.1.2.4.1. o CPC, CPM ou CPI: rança Pública (autorizando ou não a instalação da Base).
6.2.1.1.2.4.1.1. quando o pedido tiver sido protocolado 6.2.1.1.2.5.4.2. quando o parecer do CSM/O indicar a
em sua OPM ou nas que lhes são subordinadas:
reprovação do pedido, instruirá resposta ao solicitante,
6.2.1.1.2.4.1.1.1 providenciará que o solicitante seja in-
desde que o processo tenha sido inicialmente protocolado
formado de sua decisão;
naquele Gabinete.
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
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REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
6.2.2.2.4.3.1. ao Cmt Pol A que, após juntar sua mani- 6.2.2.2.4.5.4.3. quando o pedido tiver sido protocolado
festação, o encaminhará ao Cmt Pol Cap ou ao Cmt Pol em sua OPM ou nas que lhe são subordinadas, adotará as
Metropol, que deliberará pela instalação ou não do posto, providências necessárias para que o solicitante seja infor-
justificando sua decisão; mado do desfecho do processo.
6.2.2.2.4.3.2. ao Cmt Pol Int, que deliberará pela instala- 6.2.2.3. Inauguração:
ção ou não do posto, justificando sua decisão. Deverá ser seguido o mesmo rito estabelecido no su-
6.2.2.2.4.4. sendo a decisão desfavorável à instalação bitem “6.2.1.2.” desta Dtz, esclarecendo-se que a data será
do PPM: definida pelo Comando Geral.
6.2.2.2.4.4.1 o CPC, CPM ou CPI: 6.2.2.4. Desativação
6.2.2.2.4.4.1.1. quando o pedido tiver sido protocolado 6.2.2.4.1. o pedido de desativação de PPM deve ser de-
em sua OPM ou nas que lhe são subordinadas: vidamente fundamentado pelo Cmt do BPM em cuja área
6.2.2.2.4.4.1.1.1. providenciará que o solicitante seja in- se encontra instalado, que deverá reunir a documentação
formado de sua decisão; pertinente e elaborar, seguindo as normas estabelecidas
6.2.2.2.4.4.1.1.2. comunicará o fato ao Subcmt PM, via nas I-7-PM, o respectivo processo;
3ª EM/PM, informando todos os dados relativos à solici- 6.2.2.4.2. o processo deverá ser remetido:
tação [dados completos do solicitante, endereço do local 6.2.2.4.2.1. ao Cmt Pol A que, após juntar sua mani-
indicado para a instalação do posto (citando em qual Cia festação, o encaminhará ao Cmt Pol Cap ou ao Cmt Pol
PM e BPM está situado), fundamentação da decisão desfa- Metropol, que deliberará pela desativação ou não do pos-
vorável etc.]; to, justificando sua decisão; 6.2.2.4.2.2. ao Cmt Pol Int, que
6.2.2.2.4.4.1.1.3. arquivará o processo na OPM de ori- deliberará pela desativação ou não do posto, justificando
gem. 6.2.2.2.4.4.1.2 quando o pedido tiver sido protocola- sua decisão.
do no Comando Geral, restituirá o processo ao Subcmt PM, 6.2.2.4.3. sendo a decisão favorável à manutenção do
via 3ª EM/PM. posto em funcionamento, o processo deverá ser restituído
6.2.2.2.4.4.2. a 3ª EM/PM registrará o pedido em seu e arquivado na OPM de origem;
banco de dados e, quando for o caso, restituirá o processo 6.2.2.4.4. sendo a decisão favorável à desativação do
ao Gab Cmt G; 6.2.2.2.4.4.3. o Gab Cmt G, recebendo o re- posto, o Cmt Pol Cap, Cmt Pol Metropol ou Cmt Pol Int
ferido processo, instruirá resposta ao solicitante. adotará as seguintes providências:
6.2.2.2.4.5. sendo a decisão favorável à instalação do 6.2.2.4.4.1. restituirá o processo para arquivo na OPM
PPM: 6.2.2.2.4.5.1. o CPC, CPM ou CPI encaminhará o pro- de origem, que efetivará a desativação, sendo que seu Cmt,
cesso à DL para que o CSM/O realize sua avaliação técnica; julgando necessário, participará à comunidade local os mo-
6.2.2.2.4.5.2. a DL, após juntar o parecer elaborado pelo tivos da decisão; 6.2.2.4.4.2. comunicará o fato ao Subcmt
CSM/O, remeterá o processo: PM, via 3ª EM/PM, informando todos os dados relativos ao
6.2.2.2.4.5.2.1. ao CPC, CPM ou CPI, caso haja necessi- posto desativado [endereço completo (citando em qual Cia
dade de realização de alterações na edificação ou no pro- PM e BPM estava instalado), motivos da desativação etc.].
jeto para viabilizar sua aprovação (o processo vai à OPM de 6.2.2.4.5. a 3ª EM/PM registrará a desativação em seu
origem e retorna ao CSM/O para nova avaliação técnica); banco de dados e informará a 5ª EM/PM, para registro no
6.2.2.2.4.5.2.2. ao Subcmt PM, via 3ª EM/PM, quando o DPCDH.
parecer do CSM/O indicar a aprovação ou reprovação do 6.2.3. B Op
pedido. 6.2.3.1. Autoridades competentes para autorizar a ins-
6.2.2.2.4.5.3. a 3ª EM/PM registrará o pedido em seu talação e/ou a desativação:
banco de dados e: 6.2.3.1.1. obedecidas as prescrições contidas nesta Dtz,
6.2.2.2.4.5.3.1. quando o pedido tiver sido protocolado são autoridades competentes, em suas respectivas circuns-
no Gab Cmt G, encaminhará o processo ao referido órgão, crições, para autorizar a instalação e/ou desativação:
que instruirá resposta ao solicitante e remeterá o processo 6.2.3.1.1.1. no âmbito do CPRv, o Cmt Pol Rv; 6.2.3.1.1.2.
ao CPC, CPM ou CPI; no âmbito do CPAmb, o Cmt Pol Amb.
6.2.2.2.4.5.3.2. quando o pedido tiver sido protocolado 6.2.3.2. Instalação
no CPC, CPM ou CPI, encaminhará o processo às referidas 6.2.3.2.1. Razões estratégicas: Implantar em locais que
OPM; atendam aos objetivos institucionais de visibilidade e aces-
6.2.2.2.4.5.3.3. dará ciência à 5ª EM/PM sobre o desfe- sibilidade, bem como às necessidades operacionais da
cho do processo, para registro no DPCDH. OPM.
6.2.2.2.4.5.4. o CPC, CPM ou CPI: 6.2.3.2.2. Critérios a serem avaliados: serão definidos
6.2.2.2.4.5.4.1. quando o parecer do CSM/O indicar a pelo Cmt Pol Rv ou pelo Cmt Pol Amb, de acordo com as
aprovação do pedido, adotará as medidas decorrentes ne- peculiaridades e as necessidades de cada tipo de policia-
cessárias à instalação do posto; mento, bem como a disponibilidade de meios humanos e
6.2.2.2.4.5.4.2. quando o parecer do CSM/O indicar a materiais das OPM;
reprovação do pedido, determinará o arquivamento do 6.2.3.2.3. Trâmite do processo: recebendo as necessá-
processo na OPM de origem; rias adaptações, o processo para instalação de B Op deve
seguir o mesmo rito estabelecido para PPM;
145
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
6.2.3.3. Inauguração: deve seguir o mesmo rito estabe- 6.3.3.1. sua construção, eventuais reformas e outras
lecido para PPM; alterações devem ser precedidas de avaliação técnica do
6.2.3.4. Desativação: deve seguir o mesmo rito estabe- CSM/O;
lecido para PPM. 6.3.3.2. deve estar inserida no sistema de policiamento
6.2.4. BCSD da OPM, com apoio de outros processos, de acordo com
6.2.4.1. Autoridades competentes para autorizar a ins- planejamento específico a ser definido pelo Cmt Pol Rv ou
talação e/ou a desativação: Cmt Pol Amb.
6.2.4.1.1. obedecidas as prescrições contidas nesta Dtz, 6.3.4. BCSD
os Cmt Pol Int são autoridades competentes, em suas res- As características relativas à edificação a ser des-
pectivas circunscrições, para autorizar a instalação e/ou de- tinada à BCSD encontram-se estabelecidas no Anexo “H”.
sativação da BCSD. 6.4. Efetivo e regime de trabalho 6.4.1. BCS
6.2.4.2. Observações gerais 6.2.4.2.1. Razões estraté- 6.4.1.1. cada Base:
gicas: Implantar em Distritos Municipais cuja distância do 6.4.1.1.1. contará com 01 (uma) viatura (Vtr) do grupo
Município sede dificulte o acesso rápido e pronto da OPM 21 (vinte e um), designada, exclusivamente, para permane-
responsável pelo território, de modo a atender ao objetivo cer em seu apoio;
institucional de acessibilidade aos serviços prestados pela 6.4.1.1.2. deverá ser composta:
PMESP. 6.4.1.1.2.1. preferencialmente por 01 (um) Sgt PM como
6.2.4.2.2. Critérios a serem seguidos: Comandante da Base, ou Cb PM;
6.2.4.2.2.1. para instalação da BCSD, devem ser obser- 6.4.1.1.2.2. pelo mínimo de 10 (dez) e máximo de 20
vados os seguintes parâmetros: (vinte) PM, na seguinte conformidade:
6.2.4.2.2.1.1. população mínima de 2.000 (dois mil) ha- 6.4.1.1.2.2.1. parte do efetivo fixo na Base e parte com-
bitantes; pondo as Ptr Com, sendo que a fixação deste efetivo será
6.2.4.2.2.1.2. distância mínima de 15 (quinze) quilôme- feita pelo respectivo Cmt de Btl, de acordo com as peculia-
tros (Km) do Município sede; ridades e possibilidades de sua área;
6.2.4.2.2.1.3. peculiaridades locais, como criminalida-
6.4.1.2. a jornada de trabalho, de forma a perfazer, no
de e atividade produtiva do Distrito.
mínimo, 40 (quarenta) horas semanais, conforme previsto
6.2.4.2.2.2. o passo inicial para instalação da BCSD é a
na Portaria nº PM1-2/2/95, publicada no DOE n° 198, de
obtenção do imóvel previsto no Anexo “H” [Imóvel funcio- 17OUT95, e transcrita no Bol G PM n° 202, de 20OUT95,
nal e residencial (onde o PM e sua família irão residir)]; e eventuais alterações posteriores, deverá ser a seguinte:
6.2.4.2.2.3. Instalação, Trâmite do processo, Inaugura- 6.4.1.2.1. de expediente administrativo para o Cmt da
ção e Desativação: conforme estabelecido no Anexo “H”. Base;
6.3. Edificação/Instalação 6.4.1.2.2. de escala de serviço operacional para os de-
6.3.1. BCS mais policiais militares integrantes da Base.
6.3.1.1. sua construção, eventuais reformas e outras 6.4.1.3. o efetivo designado, principalmente seu coman-
alterações devem ser precedidas de avaliação técnica do dante, deverá ser, em princípio, fixado pelo tempo mínimo
CSM/O, conforme previsto no subitem “6.2.1.1.2.5.1.”; de dois anos, a fim de possibilitar que os objetivos propostos
6.3.1.2. possuir logomarca da PMESP que ofereça boa pelo policiamento comunitário sejam alcançados;
visibilidade, observadas as normas em vigor; 6.4.1.4. os PM deverão ser providos de EPI completo.
6.3.1.3. inserir-se no sistema de policiamento da OPM, 6.4.2. PPM
com apoio de patrulhas a pé, com bicicleta e/ou motori- 6.4.2.1. em cada Posto, deverá ser empregado, por tur-
zadas; no de serviço:
6.3.1.4. mesmo quando instalada junto a OPM (Btl, Cia, 6.4.2.1.1. durante o dia: 01 (um) ou 02 (dois) PM;
Pel e Gp PM), deve ser tratada particularmente, cumprindo- 6.4.2.1.2. durante a noite: 02 (dois) PM.
-se os parâmetros previstos nesta Dtz. 6.4.2.2. a jornada de trabalho, a ser fixada pelos Cmt de
6.3.2. PPM OPM, de acordo com as peculiaridades de sua área, deverá
6.3.2.1. sua construção, eventuais reformas e outras perfazer, no mínimo, 40 (quarenta) horas semanais, confor-
alterações devem ser precedidas de avaliação técnica do me previsto na Portaria referenciada no subitem “6.4.1.2.”;
CSM/O, conforme previsto no subitem “6.2.2.2.4.5.1.”; 6.4.2.3. os PM deverão ser providos de EPI completo.
6.3.2.2. deve ser edificado em alvenaria; 6.4.3. B Op
6.3.2.3. sua edificação deverá seguir os seguintes pa- 6.4.3.1. decorrente das peculiaridades atinentes à exe-
râmetros: cução do policiamento ostensivo rodoviário e do policia-
mento ostensivo ambiental, o efetivo e o regime de traba-
6.3.2.3.1. ser em plano mais elevado que a via, pelo me-
lho das B Op serão fixados, respectivamente, pelo Cmt Pol
nos 50 (cinqüenta) centímetros, com logomarca da PMESP
Rv e pelo Cmt Pol Amb;
que ofereça boa visibilidade, observadas as normas em vi-
6.4.3.2. a jornada de trabalho, de forma a perfazer, no
gor;
mínimo, 40 (quarenta) horas semanais, deverá ser estabele-
6.3.2.3.2. inserir-se no sistema de policiamento da OPM. cida de acordo com o previsto na Portaria referenciada no
6.3.3. B Op subitem “6.4.1.2.”.
146
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
147
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
6.5.4.4. as BCM devem ser fixadas no(s) Ponto(s) de 6.5.5.8. o policial militar, além da Vtr, deverá ser pro-
Estacionamento (PE), escolhido(s) conforme disposto no vido do EPI completo, ficando proibida a guarda de ar-
subitem “6.5.4.1.”, a fim de permitir que o vínculo entre mas de porte ou portáteis e munição da Instituição na
comunidade e polícia seja facilitado e estimulado, sendo BCSD.
obrigatório, a cada Base, cobrir no mínimo 02 (dois) PE por 6.5.6. Postura do policial militar empregado em
turno de serviço; BCS, PPM, B Op, BCSD e BCM
6.5.4.5. excepcionalmente, caso haja PE que demande 6.5.6.1. não permanecer no interior da Base, do Posto
esta providência, a BCM poderá cobri-lo pelo turno completo; ou na via pública em “rodinhas”;
6.5.4.6. o efetivo empregado nas BCM deve estar:
6.5.6.2. não ler jornais, revistas, livros, assistir televi-
6.5.4.6.1. em condições de prestar informações, primei-
são etc., durante o turno de serviço, devendo manter-se
ros socorros e os primeiros atendimentos quando de ocor-
sempre atento e prestativo para com a comunidade;
rências de trânsito e outras de caráter policial, solicitando
apoio para o encaminhamento da ocorrência, buscando 6.5.6.3. não fumar nem comer quando estiver aten-
atender o cidadão o mais rápido e eficientemente possível; dendo ao público;
6.5.4.6.2. ser receptivo a críticas e sugestões apresen- 6.5.6.4. zelar pelas condições de higiene próprias e do
tadas pela comunidade, encaminhando-as ao escalão su- seu local de trabalho;
perior para avaliação e providências decorrentes, quando 6.5.6.5. não atender ao público sentado ou encostado
fugirem à sua competência. em qualquer anteparo.
6.5.5. BCSD 6.6. Atribuições Particulares
6.5.5.1. a BCSD só deverá ser instalado nos Distritos em 6.6.1. Coord Op PM
que o Comando da respectiva OPM tenha, após criteriosa Acompanhar, por meio do Quadro Geral de Controle
avaliação técnica, considerado segura a manutenção da fa- de Viaturas Comunitárias (Anexo “B”) e outros mecanismos,
mília do policial militar conjuntamente à Base; o desenvolvimento do Programa, analisando seus resulta-
6.5.5.2. para escolha do PM que atuará na BCSD, deve- dos e mantendo o Subcmt PM informado.
-se observar o seguinte: 6.6.2. 2ª EM/PM
6.5.5.2.1. ele deve contar com, no mínimo, 05 (cinco) e, 6.6.2.1. apoiar, por meio de suas agências de área e do
no máximo, de 25 (vinte e cinco) anos de serviço; Policiamento Velado, o policiamento comunitário com os
6.5.5.2.2. deve ter boa conduta (estar, no mínimo, no conhecimentos necessários para a sistematização e execu-
comportamento bom) e ser voluntário, manifestando-se ção das ações de prevenção;
por escrito, a seu Cmt imediato, que tem interesse em pres- 6.6.2.2. estabelecer canal de ligação ágil e dinâmico
tar serviços na BCSD; com o efetivo empregado no policiamento comunitário
6.5.5.2.3. excepcionalmente, sob criteriosa avaliação do (BCS, PPM, B Op, BCSD e BCM), visando processar os dados
Cmt da OPM, poderá ser escolhido PM com menos de 05 criminais e sociais obtidos, transformando-os em conheci-
(cinco) e mais de 02 (dois) anos. mentos úteis à prevenção de novos delitos;
6.5.5.3. a OPM, após a devida comunicação feita à Pre- 6.6.2.3. adotar providências, por meio de suas agên-
feitura local, suspenderá a permanência do PM na moradia cias de área, para plotagem, no COPOM ON-LINE, das BCS,
funcional, em até 30 (trinta) dias, quando ele: PPM, B Op e BCSD, bem como dos PE de BCM;
6.5.5.3.1. for exonerado, demitido ou expulso das fi- 6.6.2.4. apoiar o CPC na elaboração dos mapas relati-
leiras da Polícia Militar; vos a este Programa, cabendo às Agências de Informações
6.5.5.3.2. falecer; fazê-lo no âmbito dos demais Comandos;
6.5.5.3.3. for transferido de OPM; 6.6.2.5. elaborar os mapas abaixo, remetendo cópias à
6.5.5.3.4. ingressar no comportamento mau. 3ª EM/PM:
6.5.5.4. após o período de 05 (cinco) anos, o Cmt da 6.6.2.5.1. mapa de BCS/Vtr de apoio, por Município/Btl;
OPM deverá avaliar se o PM apresenta condições de per- 6.6.2.5.2. mapa de PPM, por Município/Btl;
manecer na BCSD ou se deve ser substituído, se outra 6.6.2.5.3. mapa de BCSD/Vtr de apoio, por Município/Btl;
circunstância não o exigir antes; 6.6.2.5.4. mapa de B Op, por Município/Btl;
6.5.5.5. quando de afastamentos regulares do PM, o 6.6.2.5.5. mapa com os PE das BCM, por Município/Btl.
Cmt de Cia deverá designar um substituto, adotando os 6.6.3. 3ª EM/PM
critérios do subitem “6.5.5.2.” e suas divisões para sua es- 6.6.3.1. adotar, no que respeitar a suas atribuições,
colha, devendo apresentá-lo à comunidade do Distrito, a medidas para consolidar e fortalecer a doutrina de Polícia
fim de não haver solução de continuidade da prestação Comunitária como estratégia da Polícia Militar;
de serviços; 6.6.3.2. participar dos processos de instalação e de
6.5.5.6. somente será enviada Vtr de apoio à BCSD desativação de BCS, BCSD, B Op e PPM, nos termos es-
depois de obtida a moradia e definido o PM que irá atuar tabelecidos no subitem “6.2.” e em suas respectivas divi-
na localidade; sões;
6.5.5.7. é proibida a participação de civis nas ativida- 6.6.3.3. manter controle dos pedidos de instalação e
des administrativas ou operacionais da BCSD, inclusive desativação de BCS, BCSD, PPM e B Op, bem como dos
a prestação de serviços, salvo se contratados pelo ente PE de BCM;
municipal para tal mister;
148
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
6.6.3.4. consolidar e atualizar as Ordens de Operações ríodo mínimo de 02 (dois) anos, quando lotados em BCS e/
encaminhadas pelos G Cmdo no Plano de Policiamento ou BCSD, de modo a viabilizar a sedimentação do trabalho
Comunitário, juntando-se a ele os seguintes anexos: de policiamento comunitário desenvolvido junto à comu-
6.6.3.4.1. relação de BCS/Vtr de apoio, por Município/ nidade.
Btl; 6.6.7. DL
6.6.3.4.2. relação de PPM, por Município/Btl; 6.6.7.1. adotar as medidas para aquisição dos meios
6.6.3.4.3. relação de BCSD/Vtr de apoio, por Municí- materiais necessários às BCS, BCSD, B Op, PPM e BCM, con-
pio/Btl; forme planejamento realizado pela 4ª EM/PM;
6.6.3.4.4. relação de B Op, por Município/Btl; 6.6.7.2. providenciar, por meio do CSM/O, respeitadas
6.6.3.4.5. relação das BCM e respectivos PE, por Mu- as normas em vigor:
nicípio/Btl; 6.6.7.2.1. a aplicação das Instruções sobre edificações
6.6.3.4.6. os mapas elaborados pela 2ª EM/PM (vide da Polícia Militar;
subitem “6.6.2.5.” e suas divisões); 6.6.7.2.2. a apreciação, correção, aprovação ou repro-
6.6.3.4.7. o Plano de Vtr Comunitárias elaborado pela vação, encaminhamento de projetos, visitas e orientações
4ª EM/ PM (vide subitem “6.6.4.2.”). técnicas às OPM, acompanhamento da execução de proje-
6.6.4. 4ª EM/PM tos, controle e o que mais couber, no tocante às instalações
6.6.4.1. providenciar o levantamento das necessi- físicas de BCS, BCSD, B Op e PPM;
dades de recursos materiais e o planejamento para sua 6.6.7.3. adotar as providências de caráter contábil e
aquisição, priorizando, dentro da política de suporte lo- administrativo necessárias ao Registro Cadastral da BCSD
gístico, a provisão de meios necessários ao desenvolvi- junto ao Controle Imobiliário da Polícia Militar, bem como à
mento do policiamento comunitário, com ênfase às Vtr incorporação patrimonial de bens móveis, quando couber.
de apoio (Comunitárias), equipamentos de proteção indi- 6.6.8. DTel
vidual, especialmente colete a prova de balas e material de 6.6.8.1. adotar as medidas para aquisição dos equipa-
comunicação, de sorte a propiciar maior segurança e per- mentos necessários às BCS, BCSD, B Op, PPM e BCM, con-
mitir a racionalização do emprego de efetivo;
forme planejamento realizado pela 4ª EM/PM;
6.6.4.2. elaborar o Plano de Viaturas Comunitárias, por
6.6.8.2. adotar, por meio do CSM/MTel, respeitadas as
G Cmdo e geral, remetendo cópia à 3ª EM/PM;
normas em vigor, as providências necessárias à apreciação,
6.6.4.3. elaborar relação de BCM, por Município/Btl, re-
correção, aprovação, encaminhamento de projetos, visitas
metendo cópia à 3ª EM/PM.
e orientações técnicas às OPM, acompanhamento da exe-
6.6.5. 5ª EM/PM
cução de projetos, controle e o que mais couber, no tocan-
6.6.5.1. estabelecer programa de difusão das atividades
te à parte de telemática das BCS, BCSD, B Op, PPM e BCM,
de Polícia Comunitária desenvolvidas pela Polícia Militar;
propondo, se for o caso, normatização complementar a
6.6.5.2. assessorar o Gab Cmt G, no âmbito de sua
competência, por ocasião da realização de solenidades de respeito;
inauguração de BCS, BCSD, B Op e PPM, bem como de en- 6.6.8.3. na parte relativa à telemática, proceder à avalia-
trega de BCM (vide subitens “6.2.1.2.”, “6.2.2.3.” e “6.2.3.3.” ção dos projetos, bem como a verificação periódica quanto
desta Dtz e suas respectivas divisões, bem como item “3.” à orientação técnica às OPM que possuam terminais de vi-
do Anexo “H” ); deomonitorização instalados em BCS, BCSD, B Op e PPM,
6.6.5.3. elaborar material informativo sobre segurança expedindo, se for o caso, orientações específicas, conforme
comunitária e prevenção criminal, distribuindo-o às OPM preconizado pela Dtz nº PM3003/02/03, de 04FEV03.
que possuam BCS, BCSD, PPM, B Op e BCM; 6.6.9. DE
6.6.5.4. adotar as medidas necessárias para confecção Dar seqüência aos estágios específicos sobre Polícia
e impressão de Cartilha de Policiamento Comunitário, vol- Comunitária para capacitação dos graduados Comandan-
tada para instrução do efetivo integrante das BCS, BCSD, B tes de BCS, preparando-os para atuarem como agentes
Op, PPM e BCM; multiplicadores responsáveis pela orientação e instrução
6.6.5.5. por meio do DPCDH: contínua dos policiais militares a eles subordinados, e res-
6.6.5.5.1. em conjunto com a 3ª EM/PM, manter cadas- pectivo cronograma de realização;
tro atualizado das BCS, BCSD, B Op e PPM em funciona- 6.6.10. CPC, CPM, CPI, CPRv e CPAmb
mento, bem como daqueles que forem desativados; 6.6.10.1. receber e gerenciar as informações das OPM
6.6.5.5.2. elaborar programa padrão de palestras a se- subordinadas contidas no Mapa-força (Anexo “A”), elabo-
rem desenvolvidas junto à comunidade (CONSEG, CONSEB, rando e encaminhando, diariamente, ao Coord Op PM, o
escolas etc.) pelos policiais militares lotados nas BCS; Quadro Geral de Controle de Viaturas Comunitárias do
6.6.5.5.3. conceber mecanismos de aferição da sensa- Programa (Anexo “B”);
ção de segurança da população em relação à implementa- 6.6.10.2. promover a instalação de BCS, BCSD, B Op e
ção das BCS, BCSD, PPM e BCM. PPM, bem como o emprego de BCM, de forma racional e
6.6.6. DP técnica, no que lhe competir, respeitadas as limitações de
Priorizar, dentro da política de movimentação de Pra- efetivo das Cia Operacionais, o equilíbrio com os demais
ças, a permanência dos graduados e dos Sd PM nas OPM Programas de Policiamento e os requisitos e premissas pre-
de policiamento em que estejam classificados por um pe- vistos nesta Dtz;
149
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
6.6.10.3. providenciar para que os PM sob seu coman- 6.7.4. buscar constantemente o apoio da população,
do preencham as condições necessárias para o desenvol- formando laços de estreita colaboração e de respeito mú-
vimento de atividades dentro dos fundamentos da Polícia tuo, tendo sempre em vista que o sucesso da prevenção
Comunitária; criminal tende a ser mais eficaz na medida em que puder
6.6.10.4. organizar e direcionar as informações policiais contar com a efetiva participação da comunidade;
de forma a atender, com rapidez e confiabilidade, as neces- 6.7.5. atuar no sentido de angariar a confiança e for-
sidades do policiamento comunitário; talecer as relações com a população, buscando aumentar
6.6.10.5. determinar às OPM subordinadas que realizem a sensação de segurança e melhorar a imagem da Polícia
seus planejamentos específicos, respeitadas as peculiarida- Militar;
des locais, mantendo o Coord Op PM informado sobre o 6.7.6. intensificar a realização de patrulhamento a pé,
andamento do Programa de Policiamento Comunitário; integrado aos demais processos de policiamento, de ma-
6.6.10.6. providenciar as informações estatísticas ne- neira a possibilitar completa interação do policial militar
cessárias ao planejamento das ações de policiamento; com a comunidade em que está inserido;
6.6.10.7. providenciar a adequação dos PE das guarni- 6.7.7. fixar o PM em área geográfica limitada e definida,
ções policiais-militares e das BCM, conforme prevê esta Dtz; onde atuará como elo entre a comunidade e o poder pú-
6.6.10.8. indicar à 4ª EM/PM as necessidades de meios blico, de forma a sempre dar a resposta mais adequada ao
materiais; problema do cidadão ou da comunidade, indicando, sem-
6.6.10.9. providenciar instrução/treinamento aos po- pre que possível, o órgão ou instituição competente para
liciais militares designados para BCS, BCSD, B Op, PPM e adoção de medidas;
BCM, conforme cronograma de estágio a ser fixado pela 6.7.8. Normas para emprego das Vtr Com
DE, antes do emprego na atividade, bem como aos demais 6.7.8.1. as OPM territoriais, onde houver BCS e/ou BCSD
policiais militares das OPM subordinadas, instruindo-os e BCM, a partir da edição desta Dtz, deverão empregá-las
quanto à importância do apoio ao efetivo empregado nas em observância aos preceitos estabelecidos nesta norma;
referidas instalações, bem como nas BCM; 6.7.8.2. a Vtr Com:
6.6.10.10. distribuir a Cartilha de Policiamento Comu-
6.7.8.2.1. deve operar diariamente, observando-se o
nitário aos policiais militares designados para BCS, BCSD, B
seguinte: 6.7.8.2.1.1. BCM período diurno, com meta de
Op, PPM e BCM;
100%; 6.7.8.2.1.2. Vtr de apoio à BCS e/ou à BCSD período
6.6.10.11. após o recebimento desta Dtz, encaminhar
diuturno, com meta de 100%.
ao Subcmt PM, via 3ª EM/PM, para o endereço eletrôni-
6.7.8.2.2. será empregada, rotineiramente, nas seguin-
co 3empmssoper@polmil.sp.gov.br, relação atualizada das
tes situações:
BCS, BCSD, B Op e PPM em funcionamento e dos PE de
6.7.8.2.2.1. patrulhamento pela área de atuação da BCS
BCM e, após, trimestralmente, até o décimo dia útil dos
e/ou da BCSD;
meses de abril, julho, outubro e janeiro de cada ano, as
eventuais alterações e novas informações, observando-se 6.7.8.2.2.2. realização de visitas comunitárias; 6.7.8.2.2.3.
o seguinte: estacionamento junto da BCS e/ou da BCSD;
6.6.10.11.1. a relação deve ser atualizada pela OPM nível 6.7.8.2.2.4. atendimento de ocorrências levadas à BCS
BPM (BPRv ou BPAmb), pelo envio de outro arquivo completo, e/ou à BCSD;
com as respectivas alterações, que substituirá o anterior; 6.7.8.2.2.5. atendimento de ocorrências emergenciais
6.6.10.11.2. para fins de padronização, deve-se utilizar não geradas na BCS, excepcionalmente, como último re-
a planilha constante no Anexo “C” desta Dtz. curso, quando não houver Vtr de outro Programa de Poli-
6.6.11. CCB, CPChq e GRPAe ciamento disponível.
Instruir o efetivo sob seu comando acerca da impor- 6.7.8.2.3. quanto ao horário de emprego, acompanhará
tância do apoio aos policiais militares empregados em BCS, aquele da BCS e/ou da BCSD;
BCSD, B Op, PPM e BCM. 6.7.8.2.4. sua guarnição ficará sob comando imediato
6.7. Premissas gerais do Comandante da BCS ou sob responsabilidade do PM
6.7.1. a decisão, favorável ou não à instalação de uma que atua na BCSD;
BCS, BCSD, B Op, e PPM, deve obedecer a critérios eminen- 6.7.8.2.5. só será empregada área de atribuição da BCS
temente técnicos e isentos de influências político-partidá- ou da BCSD a que estiver vinculada, sendo proibido o seu
rias, para evitar a decepção da comunidade com a criação emprego para missões distintas das do policiamento co-
ou alimentação de falsas expectativas; munitário ou em outro subsetor;
6.7.2. atuar de modo a estimular e maximizar o de- 6.7.8.2.6. quando em deslocamento, deve ser conduzi-
sempenho dos CONSEG, Associações de Bairro, Centros de da em velocidade compatível com aquela mínima exigida
Integração da Cidadania (CIC) e outras entidades onde a para trânsito na via (metade da velocidade máxima);
interface Polícia Militar x Polícia Civil x lideranças locais para 6.7.8.2.7. deve ser estacionada de acordo com as nor-
a resolução dos problemas comunitários seja propícia; mas de trânsito, sendo que o PM, ao estacioná-la junto à
6.7.3. racionalizar os meios e integrar os esforços para BCS e/ou à BCSD, deverá comunicar ao COPOM.
a solução dos problemas, partindo do pressuposto de que, 6.7.8.2.8. quanto ao grafismo, deverá seguir as normas
com o comprometimento das lideranças locais, o emprego previstas nas I-15-PM.
do policiamento será mais eficiente; 6.8. Prescrições diversas
150
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
6.8.1. para ajuste do Programa de Policiamento Comu- 6.8.12. o efetivo empregado nas BCS, BCSD, PPM e BCM
nitário, nos moldes desta Dtz, cada G Cmdo baixará Ordem não deverá atuar na área de averiguação criminal, mas sim
de Operações (O Op), que deverá conter, como anexos, o canalizar ao Policiamento Velado e/ou Agência de Área os
contido nos subitens “6.6.3.4.1.” a “6.6.3.4.5.”, da qual será dados obtidos junto à comunidade;
enviada cópia à 3ª EM/PM, que as consolidará no Plano de 6.8.13. o efetivo a ser fixado nas BCS e BCM, princi-
Policiamento Comunitário; palmente o comandante da BCS, deverá ser mantido pelo
6.8.2. baixada a O Op para ajuste do Programa a esta tempo necessário à consecução dos objetivos propostos,
Dtz, a cada 06 (seis) meses, o Cmt do G Cmdo ou o Cmt Pol evitando-se a rotatividade.
Área (CPC/ CPM) reunirá todos os integrantes do Programa Considera-se como ideal o tempo mínimo de 02 (dois) anos;
para sua avaliação (troca de informações, apresentação de 6.8.14. deverá ser promovida pelas OPM, no nível de
sugestões, orientações, ajustes etc.), devendo encaminhar Btl, orientação e acompanhamento permanente do efeti-
cópia da nova O Op e respectivos anexos à 3ª EM/PM, se vo, sem prejuízo das reuniões extraordinárias de ajustes de
houver modificações;
procedimentos, sobre as normas e princípios que regem o
6.8.3. a filosofia de Polícia Comunitária transcende o
policiamento comunitário;
Programa de Policiamento Comunitário e se aplica a todo
6.8.15. é fundamental que as várias atividades desen-
o policiamento ostensivo;
volvidas pela Polícia Militar estejam sintonizadas com a fi-
6.8.4. o efetivo destacado para atuar nas BCS, BCSD, B
Op, PPM e BCM, dever ser constantemente instruído sobre losofia de Polícia Comunitária, de forma a não comprome-
as normas e princípios que regem suas atividades, em par- ter a operacionalização do policiamento comunitário;
ticular os de Polícia Comunitária; 6.8.16. o uso de aparelhos intercomunicadores (“bips”,
6.8.5. o comandamento de BCS, BCSD, B Op, PPM e telefone celular, “pager” etc.) somente poderá ocorrer em
BCM é das Cias PM Territoriais ou PRv/PAmb, conforme o conformidade com o determinado nas normas específicas
caso, devendo seus Cmt zelar para que estas instalações e sobre este assunto;
Vtr: 6.8.17. mediante autorização expressa do Cmt Pol Cap,
6.8.5.1. sejam utilizados em conformidade com o pre- Cmt Pol Metropol, Cmt Pol Int, Cmt Pol Rv ou Cmt Pol Amb,
visto nesta Dtz, mantendo seus efetivos orientados quanto as BCS, BCSD, B Op e/ou PPM, poderão possuir terminal de
às normas que a eles se aplicam; videomonitorização instalado nas suas edificações, desde
6.8.5.2. não sejam utilizados como reserva de armas ou que sejam cumpridas as prescrições contidas na Diretriz nº
depósito de material bélico ou de equipamento individual PM3-003/02/03, de 04FEV03;
de segurança, mantendo-se neles somente o equipamento 6.8.18. as OPM que receberem esta Dtz, conforme dis-
referente aos policiais militares que estiverem de serviço, a tribuição abaixo discriminada, deverão redistribuí-la a suas
fim de evitar que se tornem focos de ação de infratores em Unidades subordinadas que dela devam tomar ciência;
busca de armas ou munição. 6.8.19. a operacionalização das BCS, BCSD, B Op, PPM e
6.8.6. para supervisionar o Programa de Policiamento BCM deve adequar-se aos parâmetros estabelecidos nesta
Comunitário, poderá ser designado um Oficial por Btl, su- Dtz em até 30 (trinta) dias, contados da data de seu rece-
bordinado ao Subcmt OPM, o qual acumulará, também, a bimento;
supervisão dos Programas de Policiamento Integrado e de 6.8.20. ficam revogadas todas as disposições que con-
trariarem o disposto nesta Dtz, e, em especial:
Policiamento Escolar;
6.8.21.1. a Diretriz nº DIPLAN-010/02/94, de 10MAI94
6.8.7. esse Oficial, Supervisor de Programas de Policia-
(Postos Policiais-Militares), e o contido no item “1” da 1ª
mento (SPP), cumprirá o regime de 12X36h ou 5X2 (cinco
parte do Bol G PM nº 127, de 03JUL96;
dias trabalhados por dois de descanso), somente no perío-
6.8.21.2. a Diretriz nº 3EMPM-002/02/95, de 23FEV95
do diurno; (Programa Integrado de Segurança Comunitária), e a Or-
6.8.8. na falta desse Oficial, suas funções serão exerci- dem Complementar nº PM3-008/02/97, de 24OUT97;
das pelo Cmt F Ptr; 6.8.21.3. a Ordem de Serviço nº PM3-063/02/99-CIR-
6.8.9. os pontos de estacionamento (PE) de viaturas CULAR, de 27OUT99 (Instalação de BCS);
não precisam coincidir com as instalações policiais comu- 6.8.21.4. a Ordem de Serviço nº PM5-001/51/00-CIR-
nitárias, tendo, porém, que haver comunicação, via rádio, CULAR, de 11FEV00 (Inauguração de BCS, Destacamentos
entre eles para auxílio e complemento das ações policiais, e PPM);
não implicando isso proibição de guarnições PM pararem 6.8.21.5. a Ordem de Serviço nº PM3-023/02/00-CIR-
junto a essas instalações para receberem informações ou CULAR, de 05JUL00 (Equipamento em BCS);
prestarem apoio (Sistema de Policiamento); 6.8.21.6. as Ordens de Serviço nº PM3-005/02/01-CIR-
6.8.10. quando das paradas nos PE, as BCM devem ficar CULAR, de 07FEV01, e 038/02/01-CIRCULAR, de 01NOV01
dispostas de maneira a buscar a ostensividade mais ampla, (Nor- mas para emprego de BCM);
sempre obedecendo ao Código de Trânsito Brasileiro; 6.8.21.7. a Ordem de Serviço nº SUBCMTPM-187/02,
6.8.11. os Cmt de BCS devem portar HT para contato de 01ABR02 (Desativação de BCS);
com a BCS, COPOM e a respectiva Cia PM, bem como, se 6.8.21.8. a Ordem de Serviço nº PM3-036/02/02-CIR-
possível, esse equipamento deve ser distribuído também às CULAR, de 26JUL02 (distribuição geográfica do policia-
Patrulhas Comunitárias; mento ostensivo).
151
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
6.8.22. esta Diretriz está disponível na home page da 8. O conjunto de O Op que ajustarem o Programa for-
3ª EM/PM. mará o Plano de Policiamento Comunitário, juntando-se a
este, como anexos:
SÃO PAULO SP 071700NOV05 8.1. relações de BCS/vtr de apoio; PPM; BCSD/vtr de
PROGRAMA DE POLICIAMENTO COMUNITÁRIO apoio; B Op e BCM por Município/Btl;
ANEXO “J” à Diretriz nº PM3-015/02/05 8.2. mapas de BCS/vtr de apoio; PPM; BCSD/vtr de
apoio; BOp e BCM por Município/Btl;
RESUMO
8.3. Plano de Viaturas Comunitárias do Programa, por
1. Tem por objetivo organizar o policiamento realizado G Cmdo e geral.
mediante o uso de Bases Comunitárias de Segurança (BCS), 9. Instalação, trâmite do processo, inauguração e de-
Postos Policiais-Militares (PPM), Bases Comunitárias de Se- sativação vide subitens da Dtz: “6.2.1.” (BCS); “6.2.2.” (PPM);
gurança Distritais (BCSD), Bases Operacionais (B Op) e Bases “6.2.3.” (B Op); “6.2.4.” (BCSD).
Comunitárias Móveis (BCM), considerando ainda as viaturas 10. Efetivo e Regime de Trabalho vide subitens da Dtz:
de apoio ao Programa (destinadas às BCS e às BCSD). “6.4.1.” (BCS); “6.4.2.” (PPM); “6.4.3.” (B Op); “6.4.4.” (BCM);
2. O Programa reúne aspectos organizacionais e proce- “6.4.5.” (BCSD).
dimentais de policiamento comunitário, conceituando: 11. Princípios básicos de funcionamento vide subitens
BCS: instalação fixa, de funcionamento diuturno, com da Dtz: “6.5.1.” (BCS); “6.5.2.” (PPM); “6.5.3.” (B Op); “6.5.4.”
Vtr própria, efetivo de 10 (dez) a 20 (vinte) PM, para atendi- (BCM); “6.5.5.” (BCSD).
mento ao público (inclusive lavrando BO/PM-TC) e fazendo 12. Postura do PM empregado em BCS, PPM, B Op,
patrulhamento comunitário. Instalação vide Fluxogramas BCSD e BCM vide subitem “6.5.6.” da Dtz.
contidos nos Anexos “D” e “E” da Dtz. 13. Planilha de controle do Programa (remessa ao Sub-
PPM: instalação fixa, que pode ou não funcionar 24 comando, via 3ª EM/PM) vide subitem “6.6.10.11.” e Anexo
(vinte e quatro) horas por dia, sem Vtr própria e com efe- “C” da Dtz.
tivo de 04 (quatro) a 08 (oito) PM, para atendimento ao 14. Normas para emprego das Vtr Com vide subi-
público (inclusive lavrando BO/PM-TC). Instalação vide Flu- tem “6.7.8.” da Dtz.
xogramas contidos nos Anexos “F” e “G” da Dtz. 15. Instrução ao efetivo do Programa vide subitens
BCSD: destinada aos Distritos Municipais do Interior, “6.6.10.9.” e “6.8.4.” da Dtz.
com 01 (um) PM residindo e atendendo no mesmo local, 16. As BCS, BCSD, B Op, PPM e BCM não devem ser
tendo Vtr própria, nos termos desta Dtz. Instalação vide utilizadas como reserva de armas ou depósito de material
normas específicas contidas no Anexo “H” da Dtz. bélico ou de equipamento individual de segurança vide su-
BCM: Vtr Tipo perua “VAN” ou “trailer”, com guarnição bitem “6.8.5.2.” da Dtz.
básica de 03 (três) PM, que estaciona em pontos de visibilida- 17. O efetivo a ser fixado nas BCS e BCM (principalmen-
de a grande público ou no apoio a policiamento de eventos te o Cmt da BCS) deve ser mantido pelo tempo mínimo de
[mínimo de 02 (dois) pontos de estacionamento por Vtr]. 02 (dois) anos vide subitem “6.8.13.” da Dtz.
B Op: Instalação policial-militar fixa, típica das OPM 18. A adequação das BCS, BCSD, B Op, PPM e BCM às
subordinadas ao CPRv ou ao CPAmb, cujas características
normas da Diretriz deve ser feita em até 30 (trinta) dias,
de funcionamento atendam, respectivamente, às peculiari-
contados da data de seu recebimento vide subitem “6.8.19.”
dades do policiamento ostensivo rodoviário ou ambiental.
da Dtz.
3. Comandamento pelas Cia PM territoriais (ou PRv/
19. Controle: Mapa-força diário; Quadro Geral de Con-
PAmb)
ou OPM de menor escalão, no caso dos municípios trole de Viaturas Comunitárias; e Planilha de controle tri-
menores. mestral de BCS, BCSD, PPM, B Op e BCM (Anexo “C” da
4. A meta para emprego das Vtr Com é de 100% (cem Dtz).
por cento) vide subitem “6.7.8.” da Dtz.. 20. Total de BCS/Vtr de apoio; BCSD/Vtr de apoio; PPM;
5. Para supervisão do Programa, poderá ser designado BOp e BCM, por G Cmdo: .
um Oficial por Btl, subordinado ao Subcmt OPM, que acu- 21. Os PM recém formados serão, prioritariamente,
mulará, também, a supervisão dos Programas de Policia- empregados no Programa, em funções fixas de atendimen-
mento Integrado e de Policiamento Escolar (Supervisor de to ao público.
Programas de Policiamento). 22. A filosofia de Polícia Comunitária transcende o Pro-
6. O ajuste do Programa às normas previstas na Diretriz grama de Policiamento Comunitário e se aplica a todo o
deve ser feito mediante Ordem de Operações (O Op), a ser policiamento ostensivo.
elaborada pelo G Cmdo vide subitem “6.8.1.” da Dtz.
7. Baixada a O Op, a cada 06 (seis) meses, o Cmt do G PAULO MARINO LOPES
Cmdo ou o Cmt Pol Área (CPC/CPM) reunirá todos os inte- Cel PM Subcomandante
grantes do Programa para sua avaliação (troca de informa- Exemplar N.º de cópias.
ções, apresentação de sugestões, orientações, ajustes etc.), MUNICÍPIO SP
elaborando nova O Op, se for o caso vide subitem “6.8.2.” 071700NOV05
da Dtz.
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receber e consolidar as informações contidas no Mapa-força de veículos, identificando as práticas contrárias à legislação
(Anexo “A”), encaminhando de forma única, diariamente, ao de trânsito, autuando-as, sempre que possível fazê-lo, sem
Coord Op até 0900 h; 6.6.6.5. remeter à 2ª EM/PM (Sala de comprometimento das atividades precedentes e da seguran-
Situação) até 2300 h do dia de serviço a planilha de resul- ça própria e de terceiros;
tados (Anexo “B”); 6.6.6.6. estabelecer e manter atualizadas 6.6.8.2.4. orientar os usuários da via quanto aos seus des-
as normas necessárias à regulação das ações decorrentes da locamentos, observadas as condições de segurança própria
missão fixada nesta Dtz, respeitadas a legislação e as nor- destes, especialmente quando na condição de pedestres,
mas gerais baixadas pelo Cmdo G; 6.6.6.7. por intermédio buscando informar-se previamente sobre as principais vias
de suas OPM subordinadas: 6.6.6.7.1. manter atualizados os de acesso do subsetor;
levantamentos estatísticos necessários ao planejamento do 6.6.8.2.5. as condições das vias e da sinalização, providen-
emprego dos policiais militares no policiamento de trânsi- ciando o acionamento dos órgãos responsáveis por eventuais
to; 6.6.6.7.2. manter estreito contato com os dirigentes das reparos que se façam necessários, por meio do COPOM/CAD,
repartições dos órgãos de trânsito que atuem na respectiva elaborando o respectivo RAIIA. 6.6.8.3. ao equipamento do
área; 6.6.6.7.3. fiscalizar a elaboração dos documentos pró- policial militar empregado no Programa de Policiamento de
prios do policiamento de trânsito (AI, AIT, CRR, BO/PM-TC, Trânsito devem ser acrescentados, os talonários de Autos de
RAIIA, etc.), zelando pela rigorosa observância das regras de Infração (AI) e de Comprovante de Remoção e de Recolhi-
preenchimento, bem como pelo correto e tempestivo enca- mento (CRR), o apito para sinalização sonora e um guia de
minhamento. 6.6.7. CPM e CPI-1 a 9 6.6.7.1. implementar, nos ruas da cidade, devendo ser providenciados ainda coletes
municípios que tiverem firmado ou que vierem firmar con- refletivos e cones de sinalização; 6.6.8.4. para a execução das
vênio de trânsito, o Programa de Policiamento de Trânsito, condutas próprias do policiamento de trânsito, deve ser ob-
regulando as missões por meio de Nota de Instrução própria, servado o disposto no M-2-PM; 6.6.8.5. a rotina contendo os
que entre outras disposições deverá prever: 6.6.7.1.1. que as trâmites, prazos e a forma de retirada dos talonários de Auto
OPM Territoriais desencadearão o Programa de Policiamen- de Infração (AI) e Comprovante de Recolhimento e Remoção
to de Trânsito com o emprego, onde houver, dos recursos (CRR), bem como aquela que disciplina o encaminhamento
que atualmente já estejam destinados para tal atividade, e destes e dos Certificados de Licenciamento Anual (CLA), Car-
de outros da Matriz Operacional, desde que não haja pre- teira Nacional de Habilitação (CNH), Placa de Veículo, etc.,
juízo ao desenvolvimento das atividades essenciais, respei- aos órgãos executivos de trânsito competentes, deverá ser
tados o QPO e QFF; 6.6.7.1.2. que não deverá ocorrer des- disciplinada na Nota de Instrução dos G Cmdo; 6.6.8.6. na
caracterização ou desvio de finalidade de qualquer um dos composição das viaturas necessárias para a estruturação do
Programas de Policiamento, zelando pelo fiel cumprimento Programa de Policiamento de Trânsito, tanto as de 2 (duas)
de cada Dtz; 6.6.7.1.3. da necessidade de se cumprir as atri- como as de 4 (quatro) rodas, deverá adotar medidas visando
buições particulares contidas nos subitens 6.6.6.2. a 6.6.6.7. e alterar o grafismo, de acordo com as normas em vigor.
suas respectivas divisões desta Dtz, adequando-as de acordo 6.6.8.7. para o ajuste do Programa de Policiamento de
com a realidade operacional própria de cada G Cmdo. 6.6.8. Trânsito, a Nota de Instrução a ser editada pelos G Cmdo
Prescrições Diversas 6.6.8.1. o Conselho Nacional de Trânsito deverá ser encaminhada ao Subcmt PM, via 3ª EM/PM, no
(CONTRAN), pela Resolução Nº 66, de 23SET98, publicada no prazo de 30 (trinta) dias após a edição desta Diretriz; 6.6.8.8.
DOU Nº 184, de 25SET98, definiu competências entre Esta- o Programa de Policiamento de Trânsito será monitorado
pelo G Cmdo, a contar de sua implantação e a cada 6 (seis)
dos e Municípios, quanto à aplicação de dispositivos do CTB
meses deverá ser avaliado quanto a sua eficácia, comparan-
referentes a infrações cometidas em áreas urbanas, portanto,
do-se e analisando-se os resultados obtidos visando propor
o efetivo deverá ser devidamente preparado e instruído para
as alterações necessárias ao constante aperfeiçoamento,
execução das ações de fiscalização de trânsito, bem como de
para melhoria dos serviços prestados; 6.6.8.9. revogam-se as
operação de tráfego, no sentido de promover a segurança
disposições em contrário, especialmente a Diretriz nº PM3-
viária e a livre circulação dos veículos, nos termos da compe-
004/02/01, de 27SET01 – Policiamento de Trânsito e Diretriz
tência do Estado e das competências delegadas por Convê-
nº PM3013/02/03, de 16JUL03 – Policiamento de Trânsito na
nio, quando celebrados, entre Estado e Município para essa Capital;
atividade; 6.6.8.2. nos deslocamentos, paradas e em pontos 6.6.8.10. esta Diretriz está disponível na Intranet da Cor-
de estacionamento, além das atividades previstas em normas poração, na Home Page da 3ª EM/PM. ROBERTO ANTONIO
específicas, o policial militar do Programa de Policiamento DINIZ Cel PM Comandante Geral
de Trânsito deverá permanecer atento ao fluxo de veículos e 6. EXECUÇÃO
pedestres nas vias públicas, observando: 6.6.8.2.1. potenciais [...]
situações de risco à vida e à incolumidade física das pessoas, 6.4. Emprego
intervindo imediatamente, sempre que possível; 6.6.8.2.2. 6.4.1. a guarnição do Programa de Policiamento de Trân-
potenciais situações de prejuízo à livre circulação de veícu- sito deverá ser composta, preferencialmente, por 02 (dois)
los, sejam as determinadas por obstáculos à livre circulação, policiais militares (PM).
sejam as decorrentes de comportamentos inadequados de Cada PM deverá estar armado e equipado com colete
condutores e pedestres, atuando, na remoção do obstáculo, balístico, colete refletivo, bissaca e apito.
ou na orientação do tráfego, de maneira a garantir a fluidez Se possível, a guarnição deverá portar ainda um radioco-
com segurança; 6.6.8.2.3. o comportamento dos condutores municador portátil; [...]
157
REGULAMENTOS E INSTRUÇÕES
6.4.5. a fim de atender de forma técnica as demandas 1.1.5. ao se dirigir às pessoas, não utilizar gírias nem pa-
relativas à fiscalização para melhor fluidez do trânsito, sobre- lavras de baixo calão;
tudo nos horários de maior fluxo (manhã e noite), e nos prin- 1.1.6. não fumar nem fazer refeições enquanto perma-
cipais corredores, devem ser criados pontos de estaciona- necer no PE;
mento (PE), onde as viaturas devem permanecer e os policiais 1.1.7. no atendimento de ocorrências, não se envolver
militares, desembarcados (observar as prescrições dispostas emocionalmente nem tomar partido de qualquer das partes,
no Anexo “C” e em seus respectivos Apêndices), desenvolve- mantendo atitude serena e imparcial;
rão as ações descritas nesta Diretriz. [...] 1.1.8. jamais manusear a arma desnecessariamente;
6.6. Atribuições Particulares [...] 1.1.9. cuidar da apresentação pessoal;
6.6.5. Coord Op 1.1.10. não se reunir com outros PM para permanecer,
Acompanhar, por meio do Quadro Geral de Controle de em grupo(s), conversando de forma alheia ao serviço;
Viaturas (Anexo “D”) e de outros mecanismos, o desenvolvi- 1.1.11. conhecer detalhadamente o PE e suas adjacên-
mento do Programa, analisando seus resultados e mantendo cias, identificando os pontos de interesse para a segurança
o Subcmt PM informado. (agências bancárias, casas lotéricas, comércio em geral, hos-
6.6.6. CPC [...] pitais etc.).
6.6.6.4. receber e gerenciar as informações das OPM su- 1.2. Para o policiamento de trânsito:
bordinadas contidas no Mapa-força (Anexo 1.2.1. naquilo que concerne à segurança viária, explorar
“A”), elaborando e encaminhando, diariamente, ao Coord minuciosamente o PE e suas adjacências, de maneira a iden-
Op, o Quadro Geral de Controle de Viaturas do Programa tificar e conhecer:
(Anexo “D”); [...] 1.2.1.1. possíveis interferências à livre circulação de veí-
6.6.7. CPM e CPI-1 a 9 culos (buracos na via, saliências, lama ou areia na pista etc.);
[...] 1.2.1.2. a sinalização existente no local;
6.6.7.2. receber e gerenciar as informações das OPM su- 1.2.1.3. caso o PE seja cruzamento, os tempos de funcio-
bordinadas que implantarem o Programa [contidas no Ma- namento do semáforo ao longo de sua permanência (exceto
pa-força (Anexo “A”)], elaborando e encaminhando, diaria- em relação aos semáforos “inteligentes”, cuja programação é
mente, ao Coord Op, o Quadro Geral de Controle de Viaturas feita em tempo real, conforme o fluxo de veículos), de manei-
do Programa (Anexo “D”). ra a tornar possível a disciplina das correntes de tráfego, me-
6.6.8. Prescrições Diversas [...] diante gestos e sons de apito, no caso de pane do sistema;
6.6.8.2. nos deslocamentos, paradas e em PE (observar 1.2.1.4. as vias que podem ser utilizadas como desvio,
as prescrições contidas no Anexo “C” e em seus respectivos em caso de necessidade de bloqueio do cruzamento em que
Apêndices), além das atividades previstas em normas espe- se situa o PE (se for o caso);
cíficas, os policiais militares do Programa de Policiamento de 1.2.1.5. qualquer outro aspecto que facilite o cumpri-
Trânsito deverão permanecer atentos ao fluxo de veículos e mento de sua missão.
pedestres nas vias públicas, observando: 1.2.2. adotar os procedimentos necessários para promo-
ver e ou manter a boa fluidez do trânsito local;
ANEXO “C” à Diretriz nº PM3-001/02/07, de 26JUL07 1.2.3. auxiliar na travessia de pedestres, principalmente
ORIENTAÇÕES SOBRE OS PROCEDIMENTOS DOS POLICIAIS nas localidades onde essa ação seja necessária para garantir
MILITARES NOS PONTOS DE ESTACIONAMENTO a segurança dos transeuntes;
1. Os policiais militares (PM) em serviço nos pontos de 1.2.4. havendo obstáculos à livre circulação capazes de
estacionamento (PE) deverão adotar os seguintes procedi- causar perigo iminente, providenciar imediatamente a sina-
mentos: lização do local, recorrendo aos meios disponíveis (triângulo
1.1. Gerais – comuns ao desenvolvimento da atividade de da viatura, cones, cavaletes ou meios de fortuna), e, em se-
permanência em qualquer outro programa de policiamento guida, por meio do COPOM/CAD, acionar o órgão compe-
(reiteração): tente para os reparos emergenciais necessários;
1.1.1. permanecer do lado de fora da viatura, sem se 1.2.5. relatar, mediante RAIIA, os obstáculos à livre circu-
apoiar nela ou se esconder atrás de anteparos, mantendo-se lação não-capazes de causar perigo iminente, bem como as
em posição que lhe permita ver e ser visto pelo maior núme- deficiências de sinalização constatadas no PE.
ro possível de pessoas, incrementando a ostensividade e a 2. Posicionamento da viatura:
visibilidade da guarnição; 2.1. o motorista deve estacionar a viatura da forma que
1.1.2. permanecer atento a tudo o que ocorre no ponto cause o menor prejuízo possível à fluidez e à segurança do
de estacionamento e adjacências, pois a demonstração de trânsito local, pautando-se pelo disposto no Código de Trân-
permanente atenção tende a ser um fator inibidor do come- sito Brasileiro;
timento de infrações; 2.2. deverão ser adotados os esquemas de disposição de
1.1.3. manter constante contato visual com seu compa- viaturas e PM contidos nos Apêndices, ressalvadas as adap-
nheiro de guarnição, em condições de zelar pela segurança tações decorrentes das circunstâncias locais, devidamente
dele; justificadas.
1.1.4. não se distrair com leituras (jornais, revistas etc.)
nem com conversas que possam desviar sua atenção para o
serviço;
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