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27/04/2015

Balanço de energia em caldeiras

Prof. Rubenildo Andrade

A avaliação de eficiência de uma caldeira pode ser realizada da forma direta e


indireta:

Forma direta:
Aqui todos os fluxos energéticos são contabilizados, podendo-se calcular a
eficiência por:
Q útil  vs 
d  Q útil 
m
h vs  h aa   me h e  h aa 
Q dt  comb
m m comb
Q útil Calor útil – energia transferida à substância de trabalho

- Energia consumida pela evaporação da água de alimentação e


superaquecimento do vapor até as condições de temperatura e pressão
requeridas
- Energia contida na água de extração contínua

 vs fluxo de vapor superaquecido [kg/s]


m e
m fluxo de extrações [kg/s]
h vs Entalpia do vapor superaquecido [kg/kg] he Entalpia das extrações [kg/kg]
h aa Entalpia do água de alimentação [kg/kg]  comb fluxo de extrações [kg/s]
m

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A entalpia das extrações é determinada como entalpia da água correspondente a


temperatura de saturação para a pressão dentro do balão superior da caldeira.

Fração de extração:
e
m
fe 
 vs
m
Quando fe é menor que 2% o segundo membro da eq. do calor útil pode ser desprezado.

O calor disponível é referido com relação a unidade de massa do combustível:

Qdt  PCI  Qfc  Qpaa  Qat


Q fc O calor físico do combustível
Qfc  CpcTc
Q paa O calor introduzido na fornalha pelo ar quente quando este é pré-aquecido

Q at O calor introduzido na fornalha pelo vapor de atomização

Forma indireta:
A determinação da vazão de gases e líquidos combustíveis pode ser realizada de
forma prática e até certo ponto confiável, todavia para combustíveis sólidos já não é tão
trivial e pode-se incorrer em erros. Para tanto, o cálculo da eficiência relacionada as
perda envolvidas no processo pode ser mais adequada.

Calor total disponível: Qdt  Qu  Q2  Q3  Q4  Q5  Q6

Dividindo pelo calor total disponível 1  ind  q 2  q3  q 4  q5  q 6

A eficiência indireta da caldeira será ind  1  (q 2  q3  q 4  q5  q 6 )

Q2 Perdas devido a temperatura dos gases de exaustão


Q3 Perdas devido a combustão química incompleta

Q4 Perdas devido a combustão mecânica incompleta


Q5 Perdas para o meio ambiente
Q6 Perdas com as cinzas retiradas durante a limpeza da grelha

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Método indireto

Representação do balanço de calor em uma caldeira

Cálculo das perdas de calor


Cálculo das perdas devido os gases de exaustão

h ge  h 0ar
q2  (100  q 4 )
Qdt
h ge Entalpia dos gases de escape calculadas a partir do coeficiente de excesso de
ar e temperatura dos mesmos [kJ/kg].

h 0ar Entalpia do ar a temperatura ambiente, [kJ/kg].

h ge  h 0ge    1 h 0ar


A
h 0ge  Vg (CO  (Cp.T)(CO2 ;SO2 )  VN 2  (Cp.T)N 2  VH 2O (Cp.T)H 2O  (Cp.T)cin a arr
2 ;SO 2 )
100

h 0ar  Cpar Tar Var0 VH2O  0,111 H  0,0124  W  0,0161 Var0

Vg (CO ;SO )  0,01866  (C  0,375  S)


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Cálculo das perdas devido os a combustão química incompleta

q3 
 V PCI 100
i i
t
Q d

Vi  x i Vgs Volume de gases de combustão incompleta

VCO , VH2 , VCH4


xi Fração volumétrica dos produtos da combustão incompleta

PCIi Poder calorifico inferior dos produtos da combustão incompleta

Vgs
q 3  126  CO  358,2  CH 4  108H 2 
Qdt

C.A t  m
 g Ag  m
 silosAsilos  m
 arr Aarr

At Conteúdo de cinzas no combustível

Conteúdo de cinzas nos resíduos extraídos da grelha, dos silos


Ag , Asilos, Aarr de cinzas localizado abaixo do feixe de convecção e no arraste.

 g, m
 silos, m
 arr Fluxo de resíduos extraídos da grelha, dos silos de cinzas
m localizado abaixo do feixe de convecção e no arraste.

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Perdas devido combustão mecânica incompleta q4


C.A t  m
 g Ag  m
 silosAsilos  m
 arr Aarr
 g Ag
m  silosA silos m
m  A
1 t
 t
 arr tarr
C.A C.A C.A
1  a g  a silos  arr

Fração do conteúdo de cinzas do combustível nos resíduos


a g  a silos  arr extraídos da grelha, dos silos de cinzas localizados embaixo do feixe
de convecção e no arraste .

Considerando que o PCI do carbono fixo é de 32,78MJ/kg:

 Cg Csilos Carr  32780A


q 4   a g  a silos  a arr 
 100  Cg 100  Csilos 100  Carr t
 Qd
Conteúdo de elementos combustíveis nos resíduos extraídos da
Cg , Csilos, Carr grelha dos silos de cinzas localizados embaixo do feixe de convecção
e no arraste, % (Ci=100-Ai)

Perdas de calor para o ambiente

C.Q5   Fi h convi(t pi  t af )

h convi Coef. de transferência de calor por convecção

t pi Temperatura da superfície exterior da caldeira

Fi Área da superfície da parede exterior da caldeira

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 vsnom
m
q 5  q 5 nom.
m vs

1 – caldeiras com superfícies convectivas


2 – caldeiras sem superfícies convectivas

Perda de calor das escorias e das cinzas

t esc
q 6  A t .a escC*esc
Qdt
C*esc , t esc Calor especifico e temperatura da escória

Em cadeiras modernas para bagaço q6 é menor que 0,1% podendo ser despreza
na maioria dos casos.

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