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05/09/2023, 18:04 Regulagem de Moenda | PCM - Planejamento e Controle de Manutenção

PCM – Planejamento e Controle de Manutenção

"TODO GRANDE PROGRESSO DA CIÊNCIA RESULTOU DE UMA NOVA AUDÁCIA DA


IMAGINAÇÃO."

Regulagem de Moenda

17 JAN
REGULAGEM DAS MOENDAS

Tecnologia de Açúcar SMRI (mailto:peter@sucrosoft.com)

A regulagem das moendas consiste em três operações básicas:

A. Cálculo das aberturas

B. Posicionamento dos rolos (triangulação)

C. Traçado da bagaceira

A. Calculo das aberturas

Na realidade, calculamos somente a abertura de saída em trabalho de cada terno. As outras aberturas
são conseqüências destas aberturas.

a) Abertura de saída em trabalho (S), entre rolos superior e saída com o superior em sua posição mais
alta.

b) Abertura de saída em repouso (s), entre rolos superior e saída com o superior em sua posição mais
baixa.

c) Abertura de entrada em trabalho (E), entre rolos superior e entrada com o superior em sua posição
mais alta.

d) Abertura de entrada em repouso (e), entre rolos superior e entrada com o superior em sua posição
mais baixa.

e) Abertura do rolo de pressão em trabalho (P), entre rolos superior e de pressão com o superior em
sua posição mais alta.

f) Abertura do rolo de pressão em repouso (p), entre rolos superior e de pressão com o superior em
sua posição mais baixa.

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(https://pcmusina.files.wordpress.com/2011/01/moenda-
1.png)
Aberturas

Na determinação das aberturas, os diâmetros usados são os diâmetros médios

Dm = Di + G

onde:

Dm = diâmetro médio

Di = diâmetro interno

G = altura dos frisos

(https://pcmusina.files.wordpress.com/2011/01/moenda-
2.png)

figura 2

A.1 Abertura de saída em trabalho

A finalidade da moagem é extrair o máximo possível do caldo da cana. O ideal seria extrair o caldo
todo. Se isto fosse possível, teríamos que ter uma abertura de saída que deixasse somente passar a fibra,
visto que a cana consiste de caldo e fibra.

Exemplo:

Uma usina tem seis ternos de moendas de 30″x 54″com rolos de 0,8m de diâmetro médio e 1,37m de largura. A
rotação de todas as moendas é de 6,5 rpm. A usina moí 200 toneladas de cana por hora com uma fibra de 12,0%.

O peso da fibra é

200 x 12 / 100 = 24 ton.

Coma a densidade da fibra (sem vazios) é 1,52 ton. / m3, o volume da fibra é:

24 / 1,52 = 15,79 m3

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Imaginemos uma placa de fibra de 15,79m3 com um comprimento igual a distancia percorrido por um
ponto na superfície do rolo superior, e sua largura igual a largura do rolo.

Comprimento = D x N x 60

= 0,8 x 6,5 x 60

= 980,18m

largura = 1,37m

A altura da placa seria a abertura de saída em trabalho

(https://pcmusina.files.wordpress.com/2011/01/moenda3.png)

figura 3

Comprimento x Largura x Altura = Volume

CxLxX=V

X = V / (CxL)

X = 15,79 / (980,18 x 1,37)

X = 0,01176m ou 11,76mm

Na pratica, não é possível remover todo o caldo. Isto é devido ao fato que uma parte do caldo não
consegue drenar em tempo, e acaba passando junto com o bagaço. Portanto devemos prever um espaço
na abertura da moenda para acomodar este caldo. Por experiência sabemos a quantidade de caldo que
podemos esperar no bagaço após cada terno, e por conseqüência, a quantidade ou porcentagem de
fibra no bagaço.

(https://pcmusina.files.wordpress.com/2011/01/moenda-
5.png)

Fibra % bagaço

Como a quantidade de fibra pode ser considerada constante ao longo do tandem, a quantidade de
caldo muda, mantendo os teores acima citados. Devemos então calcular o volume de caldo no bagaço
após cada terno, e somá-lo ao volume da fibra.

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No nosso exemplo, o peso do caldo do bagaço do primeiro terno seria:

= ton. bag / hora – ton. fibra / hora

= ton. fibra por hora / fibra%bagaço x 100 – ton. fibra / hora

= (24 / 30 x 100) – 24

= 56,0 ton. caldo por hora

Considerando a densidade do caldo = 1,08 ton. / m3, o volume seria:

= 56,0 / 1,08

= 51,85 m3

Imaginando o caldo também em forma de placa, o comprimento e largura seriam iguais a da fibra:

(https://pcmusina.files.wordpress.com/2011/01/moenda-
4.png)

fgura 4

C x L x Y = 51,85 m3

Y = 51,85 / (980,18 x 1,37)

Y = 0,0361 m ou 38,61 mm

Somando as duas alturas

(X +Y) = 11,76 +38,61 = 50,37 mm

Portanto, teoricamente, a nossa abertura de saída do primeiro terno deveria ser 50,37 mm, mas ainda
não é a abertura que usaremos, devido ao fenômeno chamado “reabsorção”.

Reabsorção

A pratica tem nos mostrado que o volume do bagaço é maior que o volume traçado pela abertura
entre os rolos superior e saído. Isto quer dizer que a altura da “placa” de fibra e caldo é maior que a
altura da abertura.

Isto teoricamente não é possível, mas é provavelmente devido dois fatores principais:

a. caldo extraído pelo rolo de pressão que passa por cima do rolo superior e se junta novamente ao o
bagaço.

b. Caldo que passa pela abertura de saída junto a fibra, porém a uma velocidade superior a velocidade
da fibra, dando assim uma densidade aparente maior que do bagaço.

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Fator de reabsorção (Fa)

Fa = volume de bagaço (sem vazios) / volume traçado pelos rolos

Este fator pode variar entre 1,3 e 1,7 (média = 1,5)

Podemos então diminuir a abertura de saída em trabalho pelo fator de reabsorção:

Abertura de saída em trabalho =

S = 50,37 / 1,5 = 33,58 mm

Podemos agora juntar todos estes parâmetros para encontrar uma única formula para calcular a
abertura:

S= c x f x 1000

d x r x 60 x p x D x L x N x F

Onde:

S = abertura de saída em trabalho (mm)

c = ton. cana por hora

f = fibra % cana

d = densidade do bagaço (ton. / m3)

r = fator de reabsorção

D = diâmetro médio dos rolos (m)

L = largura dos rolos (m)

N = rotação dos rolos (rpm)

F = fibra % bagaço

A expressão d x r pode variar entre 1,6 e 1,9 ton. / m3. Usaremos a média de 1,75 para todos os ternos.
Portanto, a formula passa a ser:

S = c x f x 1000

1,75 x 60 x p x D x L x N x F

Simplificando mais ainda:

S = 3 x c x f (mm)

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DxLxNxF

A.2 Calculo da abertura entrada em trab. (E)

As aberturas de entrada em trabalho são uma relação da abertura de saída em trabalho. Hoje em dia,
com o uso de chutes “Donnely” e a aplicação de solda nas superfícies dos rolos, podemos usar as
seguintes relações.

Primeiro terno = 2,0 : 1

Outros ternos = 1,8 : 1

ou seja:

primeiro terno E = 2,0S

outros ternos E = 1,8S

A.3 Abertura de saída em repouso

A abertura de saída em repouso [s] é:

s = S – 0,8L

Onde:

s = abertura de saída em repouso

S = abertura de saída em trabalho

L = 30% da oscilação máxima do rolo

Superior

Este valor normalmente varia entre 15 e 40mm. É boa pratica escolher em torno de 30% pelas seguintes
razões:

1. Permite uma margem caso um objeto estranho passe através da moenda;


2. Permite suficiente “jogo” no rolo superior, caso o ajuste da velocidade não seja suficiente para
compensar uma alteração na massa de fibra por hora, que sempre acontece.

Considere que DP = DT visto que  é muito pequeno.

S = DF – (R + R1)

s = DT – (R + R1)

DF = DP + DF
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= DP + Ftcosa

= DT + Ftcosa

S = DT + Ftcosa – (R + R1)

s = DT – (R + R1)

K = Ftcosa + s

Ou

s = S – Ftcosa

s = S – Lcosa

s = S – Lcos35

s = S – 0,8L

Em moendas que tem castelos inclinados a 15o em relação a entrada

s = 0,94L

e = 0,64L

Considerando que a = 35o

O’B = Lcos (a – 15)

= Lcos (35 – 15)

= Lcos 20

= 0,94L

O’A = Lcos (a + 15)

= Lcos (35 + 15)

= Lcos 50

= 0,64L

Nota! Algumas marcas têm o rolo de saída 15o abaixo do rolo de entrada, ao invés de inclinar o
castelo.
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2 Comentários
Publicado por Rodrigo em 01/17/2011 em Uncategorized

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2 Respostas para “Regulagem de Moenda”

Nivaldo

05/27/2011 at 8:45 pm

Depende tambem de regulagem de bagaceira e uma boa malha de automação

Responder

Nivaldo

05/27/2011 at 8:47 pm

Depende da regulagem da bagaceira e uma boa malha de automação

Responder

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