Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Júri:
PRESIDENTE
Doutora Cláudia Saramago de Carvalho Marques dos Santos Cordovil, Professora
Auxiliar do(a) Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa
VOGAIS
Doutor David Paulo Fangueiro, Professor auxiliar do(a) Instituto Superior de
Agronomia da Universidade de Lisboa
Doutor José Luís da Silva Pereira, Professor adjunto com agregação do(a) Escola
Superior Agrária de Viseu do Instituto Politécnico de Viseu
2022
Agradecimentos
Em primeiro lugar, aos meus pais, pela aposta na minha educação e apoio nesta caminhada,
a finalização desta etapa é fruto da vossa força e suporte. O meu eterno e profundo
agradecimento.
À minha colega de trabalho, Catarina Esteves, que sem ela este trabalho em forma alguma
seria igual, agradeço tanto. Pelo apoio e disponibilidade, pela instrução laboratorial, pela
amizade e sorrisos, incansável, palavras não são suficientes.
Aos técnicos Luís Cordeiro e Tiago Esteves, o meu muito obrigada por toda a sincronização
com os procedimentos no pomar. Ao técnico Luís Cordeiro pela ajuda com a fertilização.
Ao Senhor Justino pela ajuda no transporte dos efluentes pecuários e na parte elétrica da
montagem do equipamento no pomar, o meu agradecimento. Gostaria também de agradecer
aos técnicos da eletricidade pela ajuda nas ligações elétricas.
Este trabalho foi apoiado pelo projeto Nutri2Cycle, financiado pelo Programa de Investigação
e Inovação Horizonte 2020 da União Europeia (convenção de subvenção n.º 773682) e pelos
Fundos Portugueses da FCT - Fundação Portuguesa para a Ciência e Tecnologia no âmbito
do projeto, e pelo Centro Linking Landscape, Environment, Agriculture And Food Research
(Ref. UIDB / 04129/2020 e UIDP / 04129/2020).
II
Resumo
A agricultura é um setor que em muito contribui para a emissão de gases com efeito
de estufa (GEE), onde para muitas culturas, como é o caso da macieira, existem poucos ou
nenhuns estudos sobre as emissões de GEE em cenários de fertilização orgânica utilizando
diferentes efluentes pecuários. Neste estudo determinou-se os fluxos de emissão do CO2, CH4
e N2O de um pomar de macieiras, parcialmente fertilizado com efluentes pecuários, sobre um
clima Mediterrâneo. Foram utilizados 5 tratamentos: controlo (100% fertilização mineral),
chorume de bovino, chorume de bovino acidificado, estrume de bovino e estrume de aves,
todos na proporção de 50% de efluente e 50% de fertilização mineral, de forma a suprir a
necessidade azotada da cultura igual a 80 kg de N disponível ha-1. As medições dos fluxos de
GEE foram realizadas entre março e agosto, com a determinação da concentração de cada
um dos gases através de um equipamento fotoacústico. Não se verificou diferenças
significativas (p<0,05) na produção da cultura pela utilização dos efluentes pecuários. As
emissões de CH4 variaram entre 398,37 mg C-CH4 m-2 com chorume de bovino acidificado e
4451,42 mg C-CH4 m-2 com chorume de bovino não acidificado. A emissão cumulativa de N2O
mais baixa foi obtida com o tratamento de controlo, 300,13 mg N-N2O m-2, e a mais elevada
com estrume de aves, 3412,07 kg N-N2O m-2. Em relação ao CO2, as emissões variaram entre
296,48 g C-CO2 m-2 com o controlo e 929,63 g C-CO2 m-2 com estrumes de aves. No balanço
global, o estrume de aves emitiu o maior valor cumulativo de CO2e. A acidificação do chorume
de bovino mostrou ser muito eficaz na mitigação das emissões de CH4. O teor de água no
solo foi o principal fator que influenciou as emissões.
Palavras-chave: emissões, gases com efeito de estufa, efluentes pecuários, solo, pomar
III
Abstract
Agriculture is a sector that greatly contributes for the emission of greenhouse gases
(GHG), in which for many crops, such as apples orchards, there are few or even no studies
about GHG in organic fertilization scenarios using different livestock effluents. In this study,
the emission fluxes of CO2, CH4 e N2O from an apple orchard, partially fertilized with livestock
effluents over a Mediterranean climate, where determined. Five treatments where used:
control (100 % mineral fertilization), cattle slurry, acidified cattle slurry, cattle manure and
poultry manure, all in the proportion of 50 % effluent and 50 % mineral fertilization, in order to
supply the crop nitrogen requirement equal to 80 kg of available N ha-1. The measurements of
the GHG fluxes were carried out between march and august, using a photoacoustic equipment
to determinate the concentration of each gas. The were no significant differences (p<0,05) in
the crop yield due to the use of livestock effluents. The cumulative CH4 emissions ranged from
398,37 mg C-CH4 m-2 with acidified cattle manure to 4451,42 mg C-CH4 m-2 with non-acidified
cattle manure. The lowest cumulative N2O emission was obtained by control treatment, 300,13
mg N-N2O m-2, and the highest by the poultry manure treatment, 3412,07 kg N-N2O m-2.
Regarding CO2, cumulative emissions ranged between 296,48 g C-CO2 m-2 from the control
and 929,63 g C-CO2 m-2 from the poultry manure. Overall, poultry manure emitted the highest
cumulative value of CO2e. The acidification of cattle manure proved to be very effective in
mitigating emissions of CH4. Soil water content was the main factor influencing emissions.
IV
Publicações no âmbito da presente dissertação
1) Catarina Esteves, Eva Costa, Henrique Ribeiro, David Fangueiro, 2021. Nitrogen
availability in an apple orchard fertilized with manures: a laboratory experiment. (aceite
para comunicação oral na 5ª edição do ManuREsource, que se irá realizar nos dias 24
e 25 de Novembro de 2021 em Hertogenbosch, Holanda).
“Livestock manures and slurries are a great source of plant nutrients, however, their use in
crop fertilization requires some knowledge of its nitrogen mineralization rate, to ensure that the
release rate of nitrogen meet the crop’s needs in terms of quantity and timing. To study the N
mineralization rate of different manures and slurries an incubation trial was set up with five
treatments (four replicates each) as follows: cattle slurry (CS), acidified cattle slurry (ACS)
obtained by addition of 6 mL of sulfuric acid to 1 L of slurry, cattle manure (CM), poultry manure
(PM) and a control (CTRL) which did not receive any fertilization. The manures and slurries
were applied at a rate of 210 kg ha-1 of total N, and the soil moisture was maintained, by weight,
at 65% of soil water holding capacity. The soil was collected from the 0-30 cm layer of an apple
orchard, characterized with a clay texture. The amended soils were stored in PVC boxes and
placed in an incubator at 20 °C. To allow oxygen flow, the lid was loosely placed on top of the
box. The trial lasted for 119 days, during which soil samples were collected at a predefined
dates to assess pH and electrical conductivity (EC), and nitrogen in the form of ammonium (N-
NH4+) and nitrate (N-NO3-).
The results show a strong decrease of ammonium concentration in the first 8 days after
application, in all treatments. At the same time, nitrate concentration peaked, mostly in the CS,
ACS, and CM treatments, which indicates that nitrification had occurred. CTRL and PM
treatments did not peak, instead their nitrate concentration decreased slightly. After day 21,
nitrate and ammonium concentrations in soil were quite low. This result indicates some
nitrogen immobilization, mainly NH4+, which is the most available N form, was being retained
by the soil microbial biomass (expectably high in soils with a clay texture) and therefore not
available for nitrification. The effect was enhanced in the organic treatments due to the addition
of organic carbon compounds, and because of the high levels of microbial biomass and activity
characteristic of manures (Abassi et al., 2007). Ammonium concentration remained low or zero
for the rest of the trial, but nitrate concentration rose again after day 49 in the CS and ACS
treatments, reaching a maximum of 9,10 and 12,10 mg kg-1 at day 91, respectively; in the CM
and PM treatments there is also a slight increase of nitrate, but less accentuated and with more
variations than the previously mentioned treatments. The rise in nitrate concentration suggest
that some ammonium was being released, probably from organic N mineralization, and being
V
consumed by the nitrifying bacteria in optimal nitrification conditions. At the end of the trial, the
manure-based treatments presented the highest concentration of nitrate and, consequently,
the highest concentration of total mineral N (N-NH4+ + N-NO3-) in relation to CTRL, a direct
result of the mineralization of organic N and ammonium present in the manures and slurries.
These results indicate that, even though the manures and slurries proved to be good sources
of nitrogen, the soil used in the present trial may be prone to N immobilization, hence, an early
application of manure-based fertilizers may be preferable to match nitrogen release to the
timing of the crop’s needs.”
References
Abbasi, M.K., Hina, M., Khalique, A., Khan, S.R., 2007. Mineralization of three organicmanures
used as nitrogen source in a soil incubated under laboratory conditions. Commun. Soil Sci.
Plant Anal. 38(13–14), 1691–1711. doi:10.1080/00103620701435464
VI
2) Catarina Esteves, Eva Costa, David Fangueiro, Henrique Ribeiro, 2021. Assessment
of animal manures application as partial substitutes of mineral fertilizers in an apple
orchard. (aceite para comunicação oral na 5ª edição do ManuREsource, que se irá
realizar nos dias 24 e 25 de Novembro de 2021 em Hertogenbosch, Holanda)
“The increase of the amount of animal manure produced in Europe requires the need for new
soil areas for its application, apart from the conventional cereals and feed crops. In the present
work, animal manures were used to partially replace mineral fertilizers, which are known to
cause ill impacts to the environment, in an apple orchard, with the main objectives of assessing
this practice’s effects on crop performance and productivity, and on soil health. Hence, a trial
was set up in an apple orchard with a soil characterized with a clay texture. Five treatments
were designed (four replicates each): cattle slurry (CS), acidified cattle slurry (ACS) - adding 6
mL of sulfuric acid to 1 L of slurry-, cattle manure (CM), poultry manure (PM) and a control
(CTRL), which received only the conventional mineral fertilizers. The trial has been on-going
for two growing seasons so far, and in the first season the manure-based treatments received
25% of the crop’s nitrogen (N) needs in the form of solid manure or slurry, whereas the other
75% was in the form of mineral fertilizers (fertirrigation), to fulfil the crop’s need of 60 kg ha-1
of plant available nitrogen (N). In the second season, the substitution rate of mineral fertilizers
for the manures was increased to 50% to fulfil a total of 80 kg ha-1 of plant available N, since
the orchard was underdeveloped. Soil samples were collected at the beginning of each
season, and analysed for mineral N (Nmin, in the form of nitrate and ammonium), pH and
electrical conductivity, organic matter (OM), and macro- and micronutrients. Fruit production
and selected traits of fruit quality (weight, diameter, soluble solid content (SSC), and flesh
firmness) were also assessed.
The results from the soil samples at the end of the first growing season have shown that there
were no significant differences between the treatments, indicating that the 25% substitution
rate with organic fertilizers did not differ from the CTRL (100% mineral fertilizers). It would be
expected an increase of soil OM, due to the added organic compounds by the manures and
slurries, or an increase of plant available nutrients, as a result of OM mineralization, however,
that did not occur, maybe because of the small substitution rate or because the effects are
lessen in a somewhat fertile soil, as the soil in the present trial presented a "medium" level of
organic matter (2,4%). Regarding fruit production, it reflects the soil analysis’ results as it did
not differ significantly among treatments in both seasons, demonstrating that crop production
was not injured with the replacement of the more nutrient available chemical fertilizers, by the
organic fertilizers, in either of the substitutions rates used in the present trial. Contrarily, fruit
quality analysis did reveal significant differences between treatments, only regarding SSC and
VII
flesh firmness, even though the results were not consistent in both seasons, as anticipated
since these traits fluctuate from season to season and depend on several environmental and
agronomical factors (Musacchi and Serra, 2018). Also, in the first season leaf analysis was
also taken, with the CTRL treatment leaves exhibiting the least concentration of boron (B),
potassium (K) and phosphorus (P). This result suggests that the added manures and slurries
may have provided an initial amount of available nutrients, or that their mineralization rate
allowed the slow release of plant nutrients to better match the crop’s needs, in contrast to the
CTRL treatment. Although, this effect is not enough to be reflected in the fruit production.
However, more results are needed to fully understand the effects of the partial substitution of
the chemical fertilizers with manure-based fertilizers, on the short and long-term, and specially
in a perennial crop such as the apple tree, which is lacking in the literature. Nevertheless, these
preliminary results were quite positive since they indicate that partial replacement of mineral
fertilizers by animal manures did not harm fruit production, nor soil or plant health. “
References
Musacchi, S., Serra, S., 2018. Apple fruit quality: Overviwe on pre-harvest factors. Sci. Hortic.
234, 409-430. doi:10.1016/j.scienta.2017.12.057
VIII
Índice
Agradecimentos ....................................................................................................................... II
Abstract ................................................................................................................................... IV
3.7.1. pH e CE .................................................................................................................... 25
IX
3.7.4. Azoto amoniacal (NH4+) ............................................................................................ 26
4. Resultados e Discussão..................................................................................................... 30
5. Conclusão .......................................................................................................................... 53
6. Referências Bibliográficas.................................................................................................. 54
X
Lista de Quadros
Quadro 5- Teores de azoto total (N total), azoto disponível (N disp), azoto amoniacal (NH4+)
carbono orgânico (C orgânico) e fósforo (P2O5) médios aplicados a cada talhão pelos efluentes
pecuários. ............................................................................................................................... 33
Quadro 6- pH, CE, teores de azoto (NH4+, NO3- e N total), matéria orgânica e carbono orgânico
(C orgânica) do solo. Cada tratamento corresponde à média dos quatro talhões onde os
efluentes posteriormente foram aplicados – média de 3 repetições. ..................................... 34
Quadro 7- Teores médios de fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e sódio (Na)
extraíveis no solo. Cada tratamento corresponde à média dos talhões onde estes
posteriormente foram aplicados – média de 3 repetições. .................................................... 34
Quadro 8 - Produtividade média de cada tratamento por hectare (ha) e área seccional do
tronco - AST (cm2) – média de 4 repetições. ......................................................................... 50
Quadro 9 - Fluxo cumulativo de emissão dos GEE (mg m-2) e do CO2e (g m-2) por produção
(kg de maçã produzido ha-1). ................................................................................................. 51
XI
Lista de Figuras
Figura 2- Projeção aérea do pomar de macieiras. Imagem obtida a partir do Google Earth. 18
Figura 4- Fotografias ao longo do ensaio de campo, desde a colocação das bases das
câmaras (lado esquerdo), à preparação da zona de mantimento da parte superior das câmaras
(lado superior direito) e às medições de gases (lado inferior direito). ................................... 22
Figura 5- Acumulação de CO2 dentro da câmara pelo tratamento estrume de aves, no dia 6
de março (2ª medição), repetição 2 (linha 5). ........................................................................ 23
Figura 6- Fluxo de CH4 emitido (mg C-CH4 m-2 d-1) - média de 4 repetições. ........................ 36
Figura 7- Valor cumulativo de CH4 emitido (mg C-CH4 m-2) - média de 4 repetições. ........... 39
Figura 8- Fluxo de N2O emitido (mg N-N2O m-2 d-1) - média de 4 repetições......................... 41
Figura 9- Valor cumulativo de N2O emitido (mg N-N2O m-2) - média de 4 repetições. .......... 43
Figura 10- Fluxo de CO2 emitido (mg C-CO2 m-2 d-1) - média de 4 repetições. ..................... 45
Figura 11- Valor cumulativo de CO2 emitido (g C-CO2 m-2) - média de 4 repetições. ........... 47
Figura 12- Valor cumulativo de CO2e emitido nos 175 dias do ensaio (g CO2e m-2). ............ 48
XII
Introdução e Objetivos
1. Introdução e Objetivos
1
Introdução e Objetivos
(Meng et al., 2005; Cerutti, et al., 2011). O uso de efluentes pecuários, como fertilizante
orgânico na agricultura, contribui para o aumento de nutrientes disponíveis para as
culturas (Du et al., 2020) e da fertilidade do solo (Meng et al., 2005; Steiner et al., 2007;
Shakoor et al., 2021; Gautam et al., 2020), como também para o sequestro de carbono
no solo (Maillard and Angers, 2014; He et al., 2016; Gautam et al., 2020), entre outros.
Os efeitos que estes tipos de efluentes têm no solo abriu as portas para a sua
valorização, que de outra forma seriam desperdiçados como resíduos da produção
pecuária. No entanto, sobre certas condições pedo-climáticas, a aplicação de efluentes
pecuários pode estimular a libertação de GEE, principalmente sobre formas gasosas de
azoto (Ruangcharus et al., 2021; Xia et al., 2020), podendo anular os efeitos positivos
dos mesmos, o aposto do que seria pretendido. Em culturas sobre climas Mediterrâneos
e irrigadas, como é o caso em estudo, existem condições propícias à emissão de GEE
(Florio et al., 2016).
O presente estudo surge no âmbito de um projeto europeu, Nutri2Cycle, focado
nos fluxos do azoto (N), fósforo (P) e carbono (C), sobre diferentes gestões agrícolas
por toda a Europa, com o intuito de contribuir para uma economia circular, fechando os
ciclos destes nutrientes. A principal missão deste projeto passa por analisar os efeitos
ambientais negativos causados sobre diferentes gestões agrícolas, incluindo as
emissões de GEE.
Do que foi possível averiguar, poucos ou nenhuns estudos sobre a produção de
culturas frutícolas, entre outras culturas, relatam emissões dos três principais GEE em
cenários de fertilização orgânica com diferentes efluentes pecuários. Em pomares de
macieiras, não foi encontrada nenhuma bibliografia aplicada a este estudo. Neste
sentido, este trabalho vem disponibilizar um primeiro conjunto de dados relativos às
emissões dos principais GEE num pomar de macieiras do Instituto Superior de
Agronomia, em cenário de fertilização com efluentes pecuários.
Os objetivos deste estudo foram:
i. Determinar e analisar as emissões de GEE num pomar de macieiras
fertilizado com efluentes pecuários;
ii. Identificar os principais parâmetros que afetam as emissões de GEE;
iii. Identificar a influência da utilização de efluentes pecuários como
fertilizante orgânico na produtividade das macieiras.
2
Introdução e Objetivos
menos CH4, mas mais N2O? O estrume de aves emite mais N2O do que os efluentes de
bovino? A acidificação do chorume de bovino foi eficaz na mitigação das emissões? Os
efluentes pecuários emitem mais do que a fertilização exclusivamente mineral? A
utilização destes materiais orgânicos afeta a produção?
3
Revisão Bibliográfica
2. Revisão Bibliográfica
4
Revisão Bibliográfica
É uma cultura perene e de folha caduca, a época de floração é entre abril e maio e a
colheita dos frutos normalmente entre agosto e setembro. Temperaturas moderadas e solos
com textura franco-argilosa, férteis, com pH neutro a ligeiramente ácido, profundos e com boa
drenagem apresentam condições propícias à produção. A necessidade nutricional azotada da
maçã pode variar entre 20 e 120 kg N ha-1 ano -1 (LQARS, 2006; Cavaco, 2011; Cheng, 2010).
A variedade de maçãs Gala é caracterizada pelos seus frutos serem de polpa branca, doce e
sumarenta, epiderme vermelha/alaranjada e com um formato arredondado (Sousa, 2020).
5
Revisão Bibliográfica
6
Revisão Bibliográfica
7
Revisão Bibliográfica
8
Revisão Bibliográfica
o que retrata o esforço que tem sido feito nas últimas décadas em minimizar as emissões em
paralelo com os aumentos de consumo e produção de alimentos (IPCC, 2019a). De um total
de emissões de GEE na Europa de 4067 milhões de toneladas de CO2e em 2019, excluindo
o sector do uso do solo e florestas, o continente português e os seus arquipélagos
contribuíram com cerca de 64 milhões de toneladas de CO2e (1,57%), valor este que
aumentou cerca de 8,47% desde 1990. Dentro do sector agrícola, em 2019, Portugal
contribuiu com 1,61% para as emissões totais da Europa, sendo o 17º país que mais emite
no sector.
Ainda sobre o mesmo inventário, no total das emissões de GEE na Europa, 11%
destas são de CH4, maioritariamente devido às emissões pela fermentação entérica de gado
bovino (36%), mas também pela digestão anaeróbia (10%) e pela própria agricultura (9%). Da
mesma forma que o CH4, a maioria das emissões de N2O é igualmente originada pelo sector
da agricultura, 53% pela emissão direta por parte da gestão dos solos e 11% pelas culturas,
sendo este gás responsável por 6% do total de emissões europeias de GEE. No que respeita
ao contributo da gestão dos efluentes pecuários nas emissões, cerca de 18% das emissões
de CH4 e 12% das emissões de N2O do sector agrícola são causadas por estes. Em 2019,
Portugal contribuiu com 1,8% do total de emissões de CH4 e 0,9% do total de emissões de
N2O provenientes da gestão de efluentes pecuários.
O ciclo rápido do carbono, isto é, que contribui para as mudanças climáticas que
ocorrem entre décadas a milénios, envolve os processos biológicos de fotossíntese e de
decomposição (Lee, 2015). Através de diversas fontes (antropogénicas e naturais) o CO2 é
emitido sobre a atmosfera e, pelo processo de fotossíntese, captado pelas plantas produzindo
energia (glucose, C6H12O6), utilizada no crescimento vegetativo, e O2 (Smil, 2017). Pela
cadeira alimentar, o carbono presente nas plantas é consumido pelos animais. O processo de
destruição dos glúcidos para obter energia realizado pelas plantas e os animais liberta CO2
novamente para atmosfera (respiração). Quando os animais e as plantas deixam de respirar
e morrem, o seu material é decomposto pelos microrganismos no solo que devolvem o
carbono à atmosfera maioritariamente na forma de CO2 e CH4 (Lee, 2015). No ciclo rápido do
carbono os oceanos também representam uma parte, envolvendo o fitoplâncton, o
zooplâncton e organismos marinhos no processo.
O solo pode atuar como uma fonte ou reservatório de CO2, representando as emissões
pelos solos um dos maiores fluxos do ciclo global do C (Schlesinger e Andrews, 2000). Se a
captação e transformação do CO2 pelas plantas, animais e solo for superior à respiração por
9
Revisão Bibliográfica
estes organismos, o solo atua como um reservatório. Se por outro lado, o oposto ocorre, o
solo é considerado uma fonte de CO2. As principais fontes de CO2 a nível global incluem o
uso de combustíveis fósseis, queima de biomassa, respiração biológica e processos
industriais. Os principais reservatórios envolvem a fixação biológica, isto é, o processo de
fotossíntese, pelas plantas, microrganismos e pelo fitoplâncton, e a formação de carbonatos
(Dalal e Allen, 2008).
A respiração biológica por parte dos solos (emissão de CO2), é proveniente
principalmente do crescimento radicular e da decomposição da biomassa (Amundson et al.,
1990; Hanson et al., 2000), verificando-se com o aumento da temperatura um incremento na
respiração dos solos e consequente libertação de CO2 (Amundson et al., 1990; Schlesinger e
Andrews, 2000; Sainju et al., 2021). Em culturas perenes (como é o caso da macieira) e climas
Mediterrâneos, o teor de água nos solos é o principal fator responsável pelo controlo da
respiração por parte do solo (Steenwerth et al., 2010), que acaba por ser mais inibida para
teores de retenção de água acima de 60%, onde o O2 fica limitado reduzindo a atividade
microbiana (Franco-Luesma et al., 2020). Em períodos quentes e secos, quando comparado
com solos mais arenosos, solos com textura fina tendem a emitir mais CO2 (Dilustro et al.,
2005). Em relação ao pH, as maiores emissões de CO2 foram observadas em pH neutro
(Cuhel et al., 2010). Shin et al. (2014) mostraram que as taxas de respiração pelo solo estão
positivamente relacionadas com o teor de matéria orgânica, azoto total e, principalmente, com
a razão C:N do solo. Há um consenso na bibliografia que a temperatura e o teor de humidade
do solo, são os principais fatores que mais afetam as emissões de CO2.
Da mesma forma que o CO2, o solo atua como fonte e reservatório de CH4. Os
principais reservatórios de CH4 são o consumo na troposfera pelos radicais hidroxila (OH-), a
oxidação em solos com condições aeróbias e a destruição na estratosfera (Dalal e Allen,
2008). O CH4 é produzido através de processos biológicos ou pela hidrólise termoquímica da
matéria orgânica (Canfield, 2005), isto é, processos de combustão de biomassa e
combustíveis fósseis. Os processos biológicos são realizados pelos organismos
metanogénicos (domínio Archaea), designado de metanogénese, em condições estritamente
anaeróbias, que utilizam como substratos H2 e compostos de carbono como CO2, acetato,
metanol ou metilaminas para formar CH4 (Claus e König, 2010). Ambientes nestas condições
envolvem zonas húmidas e campos de arroz, o sistema digestivo de ruminantes e isópteros,
reservatórios de água (Kirschke et al., 2013) e aterros ricos em matéria orgânica (Smith e
Conen, 2004). Ainda assim, em pequenas zonas no solo onde a difusidade do oxigénio é nula,
é possível verificar-se condições para a metanogénese ocorrer (Dutaur e Verchot, 2007).
Através destas fontes, o CH4 é libertado para a atmosfera onde é, por sua vez, oxidado e/ou
10
Revisão Bibliográfica
convertido em outros compostos. No solo, muitas vezes, o CH4 é consumido (oxidado) pelas
comunidades metanotróficas, em condições aeróbias, que utilizam O2 e CH4 nas suas
atividades metabólicas (Dutaur e Verchot, 2007), formando CO2 e H2O. Solos com maior
arejamento promovem a oxidação do CH4 (Vilarrasa-Nogué et al., 2019), já que há uma maior
disponibilidade de O2. Se os solos atuam como fonte ou reservatório de CH4, depende da
presença e atividade das comunidades metanogénicas e metanotróficas (Praeg et al., 2014)
e dos principais fatores que influenciam tal atividade.
As condições do meio afetam a formação e libertação de CH4 pelos solos. A
metanogénese é estimulada sob um pH ótimo entre 7 e 8 (Beeman et al., 1990; Medina et al.,
2014), sendo inibida para valores fora do intervalo 6-8 (Beeman et al., 1990; Ye et al., 2012).
Temperaturas superiores a 15ºC estimulam a atividade metanogénica (Beeman et al., 1990;
Yvon-Durocher et al., 2014). A produção de CH4 está positivamente relacionada com o teor
de humidade no solo (Gao et al., 2014) e textura do solo (Dutaur and Verchot, 2007), solos
mais argilosos emitem mais do que solos mais arenosos. Em condições anaeróbias a
produção de CH4 é controlada pela disponibilidade de C e presença de eletrões, onde
aceitadores de eletrões como Fe3+, Mn4+, SO42- e NO3- competem pelos substratos carbónicos
e hidrogénio, diminuindo a produção de CH4 (Dalal and Allen, 2008). O aumento de N nos
solos leva a maiores taxas de respiração por parte dos mesmos, já que estimula a produção
de biomassa e o crescimento vegetativo (Niu et al., 2010). Isto gera uma diminuição de O2
que poderá criar condições para o crescimento e atividade dos organismos metanogénicos.
Em relação aos efluentes pecuários, mais concretamente em relação aos chorumes, por
serem líquidos e fornecerem condições anaeróbicas, são propícios a formar CH4 pela
decomposição da matéria orgânica presente na matéria fecal (Chadwick et al., 2011).
A maioria da bibliografia disponível para a temática das emissões de CH4 pelos solos
é focada em zonas húmidas e campos de arroz, já que é nestes que melhores condições se
verificam para a formação de CH4 e onde as emissões são significativas. Ainda assim, a
generalidade das áreas utilizadas pela agricultura globalmente não são zonas húmidas, sendo
igualmente relevante haver algum foco nas emissões sobre solos com outros tipos de cultivo,
principalmente em solos mais compactados, usualmente mais húmidos e com textura fina.
11
Revisão Bibliográfica
As maiores fontes de óxido nitroso (N2O) incluem a agricultura, queima de biomassa, uso de
combustíveis fósseis e processos industriais. O N2O é destruído na estratosfera pelo processo
de fotólise formando óxido nítrico (NO) (Kesik et al., 2006), contribuindo para depleção da
camada de ozono (Dalal e Allen, 2008).
O ciclo do azoto no solo é um processo complexo, que envolve diversas comunidades
bacterianas na transformação das diferentes formas de N, sobre diferentes condições. O
processo do ciclo do N no solo foi descrito com base no reportado pelos autores Canfiel et al.
(2010). No solo, a fixação do N2 ocorre por organismos procariotas (também alguns
eucariotas) pela enzima nitrogenase, havendo, numa primeira fase, conversão dos compostos
orgânicos de N primeiramente em amoníaco (NH3) e posteriormente ião amónio (NH4+). A
partir deste último, o processo de oxidação aeróbia inicia-se, sendo designado de nitrificação.
Na nitrificação ocorre a oxidação do NH4+ pelas enzimas amónio monooxigenase formando-
se hidroxilamina (NH2OH), que é posteriormente oxidada pelas hidroxilamina
oxidorreductases formando-se ião nitrito (NO2-) e, por fim, a partir do NO2- as enzimas nitrito
oxidorredutases convertem-no em ião nitrato (NO3-).
Há mais do que uma forma possível de gerar N2O no processo de nitrificação, não
sendo completamente esclarecida na bibliografia qual a principal. Segundo Canfield et al.
(2010), os eletrões e protões provenientes da oxidação do NH4+ e do NO2- são utilizados pelos
micróbios para fixar C inorgânico na ausência de luz formando N2O como subproduto da
reação. Outros estudos (Muñoz et al., 2010; Dalal e Allen, 2008) indicam que o uso de NO3-
como um aceitador de eletrões alternativo e a sua respetiva redução liberta N2O. O N2O pode
também ser produzido a partir da oxidação do NH2OH (Chadwick et al., 2011; Soler-Jofra et
al., 2020). Ainda assim, no solo, a produção de N2O pelo processo de nitrificação ocorre a
taxas inferiores à produção pelo processo de desnitrificação (Kesik et al., 2006).
O processo de desnitrificação ocorre sobre condições anaeróbias por mais de 60
géneros de bactérias e Archaea (como também alguns eucariotas). Numa primeira fase,
ocorre a redução do NO3- novamente em NO2-, processo realizado pelas enzimas nitrato
redutases. Esta redução é sucedida pela desnitrificação, através das enzimas nitrito
12
Revisão Bibliográfica
redutases, convertendo o NO2- em óxido nítrico (NO), e, pela enzima óxido nítrico redutase,
há transformação do NO em N2O. Pela enzima óxido nitroso redutase o N2O é convertido em
N2. Estas últimas formas gasosas (NO, N2O e N2) são emitidas para a atmosfera e,
dependendo das circunstâncias presentes, poderá haver condições para um ciclo completo
terminar. Por outro lado, o N2, pela enzima nitrogenase, pode ser fixado no solo e reduzido a
NH4+, sendo o NH4+ a forma mais comum de obtenção do N por parte dos organismos do solo,
iniciando-se novamente o ciclo.
A maior fonte de N2O, tanto de origem antropogénica como natural, ocorre pelas
comunidades microbianas durante os processos de nitrificação e desnitrificação (Davidson,
2009). A temperatura é um dos principais fatores que mais afeta os processos de nitrificação
e desnitrificação, já que é responsável pelo aumento da cinética enzimática e das taxas
metabólicas (Kesik et al., 2006). Outro fator importante são os teores de água no solo. Em
diferentes condições de humidade, o solo apresenta disparidade nos coeficientes de
difusidade de O2 (Smith, 1980). Diretamente isso afeta as comunidades microbianas
responsáveis pelos processos de nitrificação e desnitrificação. A emissão de N2O proveniente
do processo de desnitrificação ocorre mais notavelmente em solos com saturação entre os
60-90% (Bateman e Baggs, 2005; Xia et al., 2020), com pouco ou nenhum O2 disponível, com
textura argilosa (Pelster et al., 2012), pois apresentam maior dificuldade ao escorrimento da
água, com elevadas concentrações de substrato para a desnitrificação, como NO3- na solução
do solo e C (Xia et al., 2020; Zhou et al., 2016) e em condições de pH mais neutro, já que os
organismos desnitrificantes são estimulados nestas condições, sendo a sua atividade
marcadamente inibida em solos ácidos (Bárta et al., 2010; Cuhel et al., 2010; Wang et al.,
2021).
Vários autores (Smith e Conen 2004; Davidson, 2009; Smart et al, 2011; Shakoor et
al., 2021), reportam que os processos de transformação do N no solo (e as emissões de N2O)
são estimulados, principalmente, pela aplicação de fertilização mineral como também
orgânica, isto é, pelo input de N. Uma significativa parte do N aplicado é perdida,
principalmente sobre formas gasosas (N2O, NO, N2 e NH3) ou por lixiviação (NO3-) (Cameron
et al., 2013). Um dos principais fatores que mais afeta as perdas de formas azotadas pelo
solo, incluindo emissão de N2O, são o aumento da quantidade/taxa de N aplicado na
fertilização (Zhou et al., 2016; Vilarrasa-Nogué et al., 2019), principalmente em solos sobre
condições de humidade (Smith e Conen, 2004; Pelster et al., 2012). As eficiências no uso de
13
Revisão Bibliográfica
Em 2015, foi estipulado pelo Acordo de Paris, que o aumento global da temperatura
não poderia exceder os 2ºC, preferencialmente que não ultrapasse os 1,5ºC, comparando
com os níveis pré-industriais. A cada 5 anos, os países reportam as suas contribuições de
forma a cumprir tais metas, que incluem medidas de mitigação sobre emissões de GEE e
adaptação aos efeitos e consequências do aquecimento global. A União Europeia, ao
encontro de cumprir e contribuir ao máximo para o combate às alterações climáticas, tem
como objetivo, em 2030, reduzir as emissões dos estados-membros em 55% (desde 1990).
Estes objetivos requerem um esforço coletivo em apostar e transformar os sectores mais
poluidores, como o sector energético, da agricultura e dos processos industriais, que
contribuíram com 77%, 11% e 9%, respetivamente, do total das emissões de CO2e na Europa,
em 2019 (EEA, 2021).
Sendo a agricultura o segundo setor que mais contribui para a emissão de GEE,
métodos de produção agrícola mais sustentáveis e com maior precisão, são cada vez mais
estudados e aplicados. Um dos principais desafios da agricultura passa por tentar alcançar o
máximo benefício da utilização de diferentes formas de N (nutriente essencial ao crescimento
vegetativo), minimizando ao mesmo tempo os efeitos adversos causados no ambiente
(Galloway et al., 2008). As emissões de GEE podem ser mitigadas através, por exemplo, da
adoção de sistemas de produção mais extensivos, diminuindo a dependência da fertilização
14
Revisão Bibliográfica
e outros inputs (Smith et al., 2008), da identificação dos fatores que mais influenciam as
emissões sobre diferentes tipos fertilização e adotar estratégias que permitam mitigá-las, da
correta alocação dos recursos utilizando, por exemplo, a agricultura de precisão, e da
obtenção de um conhecimento científico robusto sobre esta temática.
15
Materiais e Métodos
3. Materiais e Métodos
16
Materiais e Métodos
329
A
Nível de água máximo
328
Humidade no solo
327
326
325
324
323
322
mm
321
50
0
B 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170
45
40 Precipitação
Fertirega
35
30
25
20
15
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170
Dias após aplicação
O pomar foi instalado em 2016, tem cerca de 4000 m2, com 20 linhas de produção em
paralelo e 50 árvores por linha, abrangendo as variedades Gala e Fuji, sendo a produção
conduzida em eixo central revestido. As variedades utilizadas neste estudo foram a Gala
Brookfield e Gala Schninga. O tipo de culturas existentes na entrelinha do pomar são fabáceas
e poáceas, provenientes do banco de sementes do solo. Anualmente, nos primeiros meses
do ano, é passado um corta-mato na entrelinha e aplicado herbicida. O pomar pode ser visto
na Figura 2, representado dentro do retângulo amarelo.
17
Materiais e Métodos
Figura 2- Projeção aérea do pomar de macieiras. Imagem obtida a partir do Google Earth.
18
Materiais e Métodos
19
Materiais e Métodos
20
Materiais e Métodos
21
Materiais e Métodos
22
Materiais e Métodos
4500
Fluxo de acumulação de CO2 (mg m-3)
4000
3500
2000
1500
1000
500
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Tempo de acumulação (minutos)
23
Materiais e Métodos
volume em m%
Emissão do gás (mg m$# d$& ) = declive × × 60 × 24 (3.5)
área em m#
A partir dos valores de emissão em mg m-2 d-1, obtém-se para cada gás, as emissões
de carbono (para o CH4 e CO2) e as emissões de azoto (para o N2O), também em mg m-2 d-1,
utilizando as respetivas massas moleculares.
Posteriormente foram realizadas, para cada dia de medição, as médias (n=4) de
emissão de cada gás para cada tratamento, já com os valores de emissão expressos em C-
CH4, N-N2O e C-CO2. A partir dos valores médios, obteve-se os gráficos com a evolução das
emissões de cada tratamento desde o dia da aplicação dos efluentes pecuários até ao fim do
ensaio (175 dias após), obtendo-se um total de 33 medições realizadas.
Os três gases foram expressos sobre a forma de CO2e utilizando os seus respetivos
valores de Global Warming Potential (GWP), 28 para o CH4 e 265 para o N2O. Foram
realizadas as médias de CO2e emitido por cada tratamento (n=4), em cada dia de medição.
Por fim, as emissões cumulativas de cada gás, por modalidade, foram calculadas
através do somatório das emissões ao longo dos 6 meses de ensaio. Nos dias em que não
foram realizadas medições, utilizou-se o valor médio de emissão de cada gás dentro do
intervalo de medições mais próximo.
24
Materiais e Métodos
realizadas as médias (n=3), erros percentuais e desvio padrão para cada parâmetro
analisado.
3.7.1. pH e CE
A matéria seca foi obtida após secagem numa estufa Heraeus a 105ºC durante 72
horas (tempo assumido ser suficiente para o peso tornar-se constante) e a matéria inorgânica
após secagem numa mufla Nabertherm, a 550ºC, durante 4 horas, de acordo com o descrito
em Regueiro et al. (2016). O teor de humidade e matéria orgânica foram obtidos teoricamente,
e posteriormente, através dos primeiros. A matéria seca (MS), expressa em g kg-1 de efluente,
foi obtida pela seguinte equação:
Peso MS (g)
Matéria seca (g kg $& ) = × 1000 (3.6)
Peso exato da amostra inicial (cerca de 10 g)
A partir da matéria seca (MS) e da matéria inorgânica (cinza), expressa em g, foi obtido
o teor de matéria orgânica dos efluentes, pela seguinte equação:
Através da matéria orgânica, expressa em g kg-1, foi obtido o teor de carbono orgânico
dos efluentes pela seguinte equação (Sigurnjak et al., 2017):
25
Materiais e Métodos
O azoto total (N total) foi obtido através do método Kjeldahl, por digestão ácida com
ácido sulfúrico (H2SO4), posterior destilação no equipamento BÜCHI Distilation Unit K-314
com hidróxido de sódio (NaOH) e titulação com HCl (0,5 N) no titulador automático Metrohm
775 Dosimat, de acordo como o descrito em Horneck e Miller (1998). O teor de N total,
expresso em g kg-1 de efluente, foi obtido pela seguinte equação:
Para a determinação do azoto amoniacal (NH4+) foi realizada uma destilação direta
com hidróxido de sódio (NaOH) e posterior titulação com HCl (0,5 N) (APHA, 1998). O teor de
NH4+, expresso em g kg-1 de efluente, foi obtido pela seguinte equação:
O teor percentual de NH4+ do N total de cada efluente foi obtido pela seguinte equação:
3.7.5. Macronutrientes e Na
26
Materiais e Métodos
mais tarde lidos no ICP-OES (Espectrofotometria de Emissão Ótica por Plasma Acoplado
Indutivamente). Os valores obtidos pelo ICP-OES são lidos em mg/L e foram convertidos a
mg/kg pela seguinte forma:
Foram recolhidas amostras de solo antes do início do ensaio, com recurso a uma
sonda, em cada uma das cinco árvores de cada talhão, sobre os locais onde os efluentes
pecuários posteriormente foram aplicados, assim como do tratamento de controlo. A recolha
foi realizada a uma profundidade de aproximadamente 20 cm. Foram obtidas, por talhão, cinco
amostras de solo, que posteriormente foram misturadas, obtendo-se assim uma amostra de
solo por cada talhão. As amostras foram secas até peso constante, manualmente moídas com
recurso a um almofariz de pedra, crivadas a uma dimensão de 2 mm e sempre
homogeneizadas antes da análise laboratorial. Foram determinados o pH, a condutividade
elétrica (CE), os teores de azoto mineral (NH4+ e NO3-), de macronutrientes (P, K, Ca e Mg) e
de Na.
As medições do pH e CE foram realizadas numa suspensão solo:água igual a 1:2,5
(p/v), de acordo com o descrito por Fangueiro et al. (2015).
A determinação do azoto amoniacal (NH4+) e nítrico (NO3-) foi obtida por extração com
KCl (2N), posterior agitação, centrifugação e leitura no equipamento Skalar, de acordo com o
reportado por Fangueiro et al. (2015) e por APHA (1998). Os valores são lidos pelo
equipamento em mg/L e foram convertidos em mg/kg da seguinte forma:
O carbono orgânico total foi determinado pesando entre 0,4 e 0,7 gramas de cada
amostra e posteriormente lido pelo analisador de carbono AnalyticJena, multi EA 4000. Os
resultados são expressos em % de carbono orgânico e o percentual de matéria orgânica é
obtido pela seguinte equação (Rogasik et al., 2004):
27
Materiais e Métodos
3.9. Produtividade
A produtividade da cultura foi obtida através do peso total médio de maçãs colhidas
por tratamento (kg ha-1) e da área seccional média dos troncos de cada tratamento (kg cm-2)
(Peck et al., 2006).
A colheita foi fracionada já que as maçãs ficaram prontas a ser colhidas em alturas
diferentes, a primeira realizou-se no dia 10 de agosto e a segunda no dia 26 de agosto. Foram
colhidas todas as maçãs de cada talhão, pesadas, e agrupados os pesos em função dos
respetivos tratamentos.
A área seccional dos troncos foi obtida para cada árvore do ensaio e realizadas as
respetivas médias para cada talhão e tratamento. Foram recolhidos o diâmetro transversal e
longitudinal de cada tronco, através de um paquímetro digital, entre 10 e 20 cm acima da
base, obtido o diâmetro médio e assim calculada a área seccional média para cada árvore
(em cm2), assumindo uma forma circular.
28
Resultados e Discussão
4. Resultados e Discussão
30
Resultados e Discussão
31
Resultados e Discussão
Quadro 3- Composição dos efluentes pecuários – valor médio de 3 repetições expresso na matéria fresca.
Matéria
pH CE Matéria Seca N total NH4+ NH4+/ C orgânico
, Orgânica
(H2O) (mS cm-1) (g kg-1) (g kg-1) (g kg-1) N total (g kg-1) C/N
(g kg-1)
Média 7,65b 16,26a 64,68c 46,17c 2,82c 1,60b 56,72a 25,65c 9,11b
Chorume
Desvio Padrão 0,09 0,38 2,80 2,93 0,03 0,09 3,77 1,63 0,52
de Bovino
Erro Percentual 1,24 2,36 4,32 6,35 1,22 5,76 6,64 6,34 5,69
Chorume Média 5,02c 17,80a 71,72c 48,70c 2,75c 1,52b 54,96a 27,06c 9,80b
de Bovino Desvio Padrão 0,02 0,40 1,30 0,92 0,04 0,02 0,10 0,51 0,18
Acidificado Erro Percentual 0,40 2,26 1,81 1,88 1,40 1,35 0,18 1,88 1,80
Média 9,14a 4,2c 494,79b 221,88b 8,76b 0,86c 9,87c 123,27b 14,14ab
Estrume de
Desvio Padrão 0,09 0,012 39,06 3,00 0,79 0,02 0,76 1,67 1,11
Bovino
Erro Percentual 0,95 0,29 7,89 1,35 8,98 1,752 7,72 1,35 7,82
Média 9,20a 9,59b 721,60a 616,46a 21,40a 4,71a 21,95b 342,48a 19,97a
Estrume de
Desvio Padrão 0,05 2,59 13,74 14,43 0,36 0,02 0,10 8,02 7,14
Aves
Erro Percentual 0,54 27,02 1,90 2,34 1,66 0,50 0,48 2,34 35,74
Em cada coluna, tratamentos com a mesma letra não são significativamente diferentes, teste Tukey com 95 % de confiança (p<0,05).
Quadro 4- Continuação da composição dos efluentes pecuários (teores de macronutrientes e Na) – valor médio de 3 repetições expresso na matéria
fresca.
Na K Ca Mg P
Efluente
mg kg-1
Média 696,77b 1 910,17c 1 582,90c 370,04c 433,12c
Chorume de Bovino Desvio Padrão 97,90 272,03 56,167 2,01 17,03
Erro Percentual 14,05 14,24 3,55 0,54 3,93
Média 618,97b 1 736,40c 1 550,98c 334,31c 411,64c
Chorume de Bovino
Desvio Padrão 1,13 3,58 43,61 5,28 10,00
Acidificado
Erro Percentual 0,18 0,21 2,81 1,58 2,43
Média 1 832,17a 8 046,49b 5 647,98b 1 838,03b 1 932,75b
Estrume de Bovino Desvio Padrão 28,16 128,16 406,58 213,19 135,68
Erro Percentual 1,54 1,59 7,20 11,60 7,02
Média 1 830,24a 13 858,42a 9 342,39a 2 624,70a 3 062,90a
Estrume de Aves Desvio Padrão 32,46 265,91 1091,57 41,34 68,17
Erro Percentual 1,77 1,92 11,68 1,58 2,23
Em cada coluna, tratamentos com a mesma letra não são significativamente diferentes, teste Tukey com 95 % de confiança (p<0,05).
32
Resultados e Discussão
Quadro 5- Teores de azoto total (N total), azoto disponível (N disp), azoto amoniacal (NH4+)
carbono orgânico (C orgânico) e fósforo (P2O5) médios aplicados a cada talhão pelos
efluentes pecuários.
33
Resultados e Discussão
entre tratamentos, indicando que a primeira aplicação de efluentes aplicada em 2020 não teve
qualquer efeito nas características do solo de cada tratamento. Em relação aos diferentes
parâmetros, e considerando um solo franco-argiloso, o solo apresenta um pH (H2O) pouco
alcalino, uma CE (mS cm-1) sem efeitos salinos no solo e um percentual de matéria orgânica
classificado como médio (LQARS, 2006).
Quadro 6- pH, CE, teores de azoto (NH4+, NO3- e N total), matéria orgânica e carbono
orgânico (C orgânica) do solo. Cada tratamento corresponde à média dos quatro talhões
onde os efluentes posteriormente foram aplicados – média de 3 repetições.
Matéria C
pH CE NH4+ N-NO3- N total
Tratamento Orgânica orgânico
(H2O) (mS cm-1)
(mg kg-1) (%)
Controlo 7,81a 0,13a 1,98a 5,36a 7,34a 2,65a 1,54a
Chorume de
7,61a 0,11a 2,29a 6,08a 8,37a 3,05a 1,77a
Bovino
Chorume de
Bovino 7,69a 0,11a 1,41a 4,46a 5,87a 2,67a 1,55a
Acidificado
Estrume de
7,62a 0,12a 1,69a 6,39a 8,09a 2,44a 1,42a
Bovino
Estrume de Aves 7,68a 0,13a 1,50a 7,39a 8,89a 2,93a 1,70a
Em cada coluna, tratamentos com a mesma letra não são significativamente diferentes, teste Tukey com 95 % de
confiança (p<0,05).
Quadro 7- Teores médios de fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e sódio
(Na) extraíveis no solo. Cada tratamento corresponde à média dos talhões onde estes
posteriormente foram aplicados – média de 3 repetições.
K P Ca Mg Na
Tratamento
mg kg-1
Controlo 83,85a 352,99a 4 524,19a 892,58a 73,13a
Chorume de Bovino 62,07a 389,69a 3 934,51a 941,08a 85,71a
Chorume de Bovino
60,07a 374,18a 3 810,43a 887,26a 100,49a
Acidificado
Estrume de Bovino 79,90a 354,51a 4 227,87a 930,75a 90,02a
Estrume de Aves 94,39a 416,93a 4 370,77a 890,01a 91,99a
Em cada coluna, tratamentos com a mesma letra não são significativamente diferentes, teste Tukey com 95 % de
confiança (p<0,05).
34
Resultados e Discussão
Os resultados das emissões dos diferentes GEE que são graficamente apresentados,
foram obtidos a partir de uma recolha que se deu sempre sobre uma área totalmente
abrangida pela aplicação dos efluentes pecuários (excetuando o controlo). Isto significa que
as emissões apresentadas são, na realidade, obtidas na zona de emissão máxima do pomar,
que são precisamente a área das valas onde os efluentes pecuários foram aplicados. Estas
valas apresentam, por cada talhão, uma área de 2,5 m2 (0,5 m x 5 m). Considerando que cada
talhão tem uma área total de 20 m2, as emissões aqui reportadas correspondem a apenas 2,5
m2 de cada talhão, sendo que nos restantes 17,5 m2, os fluxos de GEE correspondem às
emissões observadas num solo não fertilizado (fluxos naturais) e de uma pequena faixa onde
as emissões são afetadas pela fertirega (linha das árvores). Por esta razão, evitou-se
extrapolar as emissões por hectare na apresentação dos resultados. No entanto, foi tido em
consideração o anteriormente descrito, considerando que em 1 hectare, as emissões aqui
reportadas correspondem a uma área de emissão de 1250 m2. Para os restantes 8750 m2, de
forma a não se desprezar as emissões por parte do solo, considerou-se as emissões obtidas
no controlo, ainda que isso sobrestime os valores obtidos já que só haveria fertilização sobre
as linhas das árvores, enquanto na entrelinha o solo emite um fluxo natural de gases, que
seria inferior. Assim, é importante salientar que as emissões apresentadas em kg ha-1 ao longo
do texto acabam por estar um pouco sobrestimadas. Em relação ao controlo, as emissões
são representativas apenas na área de medição da câmara, junto à linha de fertirega. Este
aspeto precisa de ser tido em consideração pelo leitor, referindo que o principal objetivo desta
discussão é a comparação entre os tratamentos e não a extrapolação para áreas maiores.
35
Resultados e Discussão
efluentes, o controlo sofre um segundo pico, superior ao primeiro (23,75 mg C-CH4 m-2 d-1),
com um valor de emissão de 27,71 mg C-CH4 m-2 d-1. A partir deste período as emissões pelo
controlo diminuíram e mantiveram-se inferiores a 10 mg C-CH4 m-2 d-1 até ao fim do ensaio.
O estrume de aves reportou um segundo e terceiro pico, nos dias 51 e 70 após o início
do ensaio, com valores de emissão de 16,66 e 17,28 mg C-CH4 m-2 d-1, respetivamente, no
entanto, ambos inferiores ao primeiro (22,53 mg C-CH4 m-2 d-1). Após o último pico as
emissões baixaram até ao fim do ensaio, apresentando, no entanto, um aumento no dia 112
para 10,64 mg C-CH4 m-2 d-1.
O chorume de bovino acidificado, com exceção da emissão observada no dia 4 após
a aplicação com um valor de 13,49 mg C-CH4 m-2 d-1 e do pico de emissão em cima referido
no dia 31 (21,12 mg C-CH4 m-2 d-1), manteve os valores de emissão mais baixos, juntamente
com o estrume de bovino, sempre inferiores a 9 mg C-CH4 m-2 d-1.
1000
Fluxo de CH4 (mg C-CH4 m-2 d-1)
Controlo
800 Ch. Bov. Acid.
Est. Bovino
Est. Aves
600
Ch. Bovino
400
200
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
Dias após aplicação
35
Controlo
Fluxo de CH4 (mg C-CH4 m-2 d-1)
30
Ch. Bov. Acid.
25 Est. Bovino
Est. Aves
20
15
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
Dias após aplicação
Figura 6- Fluxo de CH4 emitido (mg C-CH4 m-2 d-1) - média de 4 repetições.
36
Resultados e Discussão
são mais propícias a existência de algumas zonas com depleção de O2, já que os poros livres
no solo são mais pequenos do que os solos com textura mais grosseira. A incorporação de
um material orgânico líquido, como é o caso do chorume de bovino, facilmente preencherá
tais poros, e por se tratar de um solo argiloso, apresenta alguma dificuldade na drenagem da
água, mantendo o solo mais saturado por algum tempo. Isto permite formar condições
anaeróbias propícias ao processo de metanogénese ocorrer (Dutaur e Verchot, 2007), tendo
em conta também que os efluentes introduzem matéria orgânica (carbono) lábil que é utilizada
como substrato no processo de formação de CH4 (Dalal e Allen, 2008). Possivelmente pelas
condições anaeróbias formadas pela incorporação dos chorumes, e pela introdução de C,
verificou-se uma libertação tão significativa de CH4 pela modalidade de chorume de bovino,
no quarto dia após aplicação dos efluentes (correspondendo ao segundo pico). O primeiro
pico, verificado nas primeiras 24 horas após a aplicação dos efluentes, possivelmente reflete
o CH4 que estava presente no próprio efluente, que foi previamente formado durante o
armazenamento pela decomposição da matéria orgânica presente no chorume em condições
de anaerobiose (Chadwick et al., 2011), sendo emitido no momento da aplicação ao solo. Esta
tendência de uma maior emissão de CH4 logo após a aplicação do chorume ao solo foi
também verificada noutros estudos (Chadwick et al., 2000; Fangueiro et al., 2015; Viguria et
al., 2015). Cerca de 86% das emissões de CH4 pelo tratamento de chorume do bovino foram
emitidas nos primeiros 6 dias após a aplicação dos efluentes. No entanto, o chorume de
bovino acidificado, com as mesmas características físicas do chorume de bovino, não
apresentou os mesmos valores de emissão. Isto deve-se ao facto de o processo de
acidificação reduzir ou inibir o processo de metanogénese, que é afetada em condições ácidas
(Hou et al., 2017), justificando o fluxo de emissões significativamente inferior.
Como já referido, após os primeiros dias, as emissões de todos os tratamentos
mantiveram-se baixas, verificando-se um primeiro aumento nos dias 27 e 31 após aplicação
dos efluentes. Naquele período a aplicação singular da fertirrega poderá ter estimulado as
emissões (Figura 1), pela depleção do O2 no solo originária não só pela água introduzida, mas
também pelo aumento do consumo de O2 pelas comunidades do solo estimulado pelo N
introduzido (Niu et al., 2010; Zhu et al., 2015), criando zonas propícias à metanogénese. O
segundo aumento de emissões verificou-se entre os dias 40 e 50 após a aplicação dos
efluentes. Neste caso, a precipitação e consequente aumento do teor de humidade no solo
(Figura 1) foi o fator estimulante das emissões, onde os poros livres do solo foram preenchidos
com água, formando zonas ausentes de O2. Novamente, a diminuição do O2 disponível
possibilitou a formação de condições anaeróbias, que aumentou as emissões de CH4 neste
período (Louro et al., 2013), incluindo da modalidade de chorume de bovino. Este fenómeno
é muito evidente pelo tratamento de controlo, que só recebeu input de N quando a fertirrega
37
Resultados e Discussão
38
Resultados e Discussão
4500 4451,42a
Fluxo cumulativo de CH4 (mg C-CH4 m-2)
4000
3500
Controlo
3000 Ch. Bov. Acid.
Est. Bovino
2500
Est. Aves
2000 Ch. Bovino
1500
1000 908,01b
881,67b
500 444,49b
398,37b
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
Dias após aplicação
1000
Fluxo cumulativo de CH4 (mg C-CH4 m-2)
Controlo 908,01b
900
Ch. Bov. Acid.
881,67b
800 Est. Bovino
700 Est. Aves
600
500
444,49b
400
398,37b
300
200
100
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
Dias após aplicação
Figura 7- Valor cumulativo de CH4 emitido (mg C-CH4 m-2) - média de 4 repetições.
39
Resultados e Discussão
um aumento mais rápido até o dia 60 após a aplicação dos efluentes, correspondendo ao mês
com maior precipitação (abril).
Não foi possível encontrar dados suficientes referentes às emissões de CH4 em
cenários de fertilização utilizando efluentes pecuários em solos agrícolas. A grande maioria
da bibliografia disponível para este gás foca-se em zonas de produção de arroz, já que as
emissões são teoricamente muito mais elevadas, podendo atingir 375 kg C-CH4 ha-1
(Fangueiro et al., 2017).
Relativamente às emissões de N2O (Figura 8), observou-se que foram mais elevadas
pelo tratamento estrume de aves, com um valor máximo de emissão de 99,22 mg N-N2O m-2
d-1, 58 dias após a aplicação dos efluentes pecuários ao solo. Inicialmente a emissão deste
tratamento manteve-se relativamente baixa, onde possivelmente o processo de nitrificação foi
ocorrendo, transformando o N orgânico e o NH4+ presentes no efluente pecuário em
substratos (NO3-) para desnitrificação, que necessita de condições de anaerobiose para
ocorrer (Chadwick et al., 2011). Normalmente é reportado que há um atraso entre a aplicação
dos efluentes pecuários ao solo e a emissão de N2O, que corresponde ao período de
nitrificação do NH4+ veiculado pelos efluentes e mineralização + nitrificação do azoto orgânico
aplicado (Rochette et al., 2008). Pela precipitação que ocorreu no mês de abril, mais
concretamente 40 dias após a aplicação dos efluentes, verificou-se que o teor de humidade
do solo ficou acima do nível de água máximo (Figura 1), o que terá levado ao preenchimento
dos poros livres com água e consequente diminuição do O2 disponível (Louro et al., 2013).
Sobre estas condições, o processo de desnitrificação foi estimulado o que, possivelmente,
terá levado ao pico de emissão de N2O verificado (Liu et al., 2008; Alsina et al., 2013; Maris
et al., 2015). A partir daí as emissões diminuíram e mantiveram-se baixas até ao fim do ensaio,
já que o solo acabou por secar com um aumento da temperatura (evaporação) e diminuição
da precipitação.
Em relação ao tratamento de chorume de bovino, segundo maior emissor de N2O, o
pico de emissão verificou-se mais cedo, nos dias 17 e 23 após a aplicação dos efluentes, com
valores de 25,93 e 28,48 mg N-N2O m-2 d-1, respetivamente. Neste período foi aplicada a
primeira fertirrega, que introduziu nitrato (NO3-) ao solo. Antes desses dois picos, as emissões
vieram a aumentar gradualmente, uma vez que, apesar dos chorumes conterem na sua
composição um elevado teor de NH4+ (~ 50 % do N total), pelas condições de anaerobiose
introduzidas por este efluente, o processo de nitrificação, que necessita de O2 para ocorrer,
40
Resultados e Discussão
poderá ter sido atrasado, ainda que o substrato necessário ao processo (NH4+) estivesse
presente nos chorumes. Pela aplicação da fertirrega, que incorporou o substrato (NO3-)
necessário à desnitrificação no solo, verificaram-se condições propícias à formação de N2O,
o que poderá explicar os picos observados. A partir do dia 23, as emissões foram baixando e
mantiveram-se próximas de zero até ao fim do ensaio, muito possivelmente pela falta de
condições necessárias à desnitrificação.
100
Fluxo de N2O (mg N-N2O m-2 d-1 )
Controlo
Ch. Bovino
80
Ch. Bov. Acid.
Est. Bovino
60 Est. Aves
40
20
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
Dias após aplicação
30
Fluxo de N2O (mg N-N2O m-2 d-1)
25 Controlo
Ch. Bovino
20 Ch. Bov. Acid.
Est. Bovino
15
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
Dias após aplicação
Figura 8- Fluxo de N2O emitido (mg N-N2O m-2 d-1) - média de 4 repetições.
O chorume de bovino acidificado foi o terceiro maior emissor, verificando-se dois picos
de emissões, um logo na primeira medição e o outro 45 dias após a aplicação (14ª medição)
com valores de 15,31 e 16,26 mg N-N2O m-2 d-1, respetivamente. As emissões foram
ligeiramente mais baixas do que com o chorume de bovino, o que poderá evidenciar alguma
influência do pH sobre a atividade dos organismos desnitrificantes. O primeiro pico, verificado
logo nas primeiras 24 horas após a aplicação dos efluentes, reflete muito provavelmente o
41
Resultados e Discussão
N2O que já haveria ter sido formado durante o armazenamento do próprio chorume, e que
quando aplicado ao solo acabou por ser libertado. O segundo pico, que ocorreu no período
de saturação do solo (Figura 1), poderá ser explicado pela acumulação de algum NO3-
proveniente da fertirrega, ou até, por uma pequena taxa de mineralização e/ou nitrificação que
tenha ocorrido ao N aplicado pelo efluente, que pela depleção do O2 consequente do aumento
do teor de humidade, o processo de desnitrificação ocorreu, libertando algum N2O. No
entanto, como verificado na Figura 9, as emissões não são significativamente diferentes entre
estes tratamentos.
O estrume de bovino e o controlo apresentaram uma tendência de emissão
ligeiramente superior também no período onde a fertirrega se iniciou e a precipitação ocorreu,
entre os dias 20 e 45 após a aplicação dos efluentes. Os valores de emissão cumulativa
destes dois tratamentos (Figura 9), foram significativamente mais baixos do que os valores
observados com estrume de aves e inferiores também aos chorumes. Numa meta análise (Xia
et al., 2020) realizada sobre as emissões de N2O após aplicação de efluentes pecuários no
solo, verificou-se que efluentes com uma razão C/N entre 10 e 15 e um teor de C entre 100 e
300 g C kg-1 produziam significativamente menores emissões de N2O, e que com teores de N
entre 5 e 20 g N- N2O kg-1 as emissões eram também menores. No presente estudo, o estrume
de bovino foi o único efluente pecuário com uma composição dentro dos parâmetros acima
referidos, o que poderá explicar as menores emissões de N2O verificadas. Outra razão para
as menores emissões poderá ser o teor de NH4+ aplicado, significativamente inferior aos
restantes efluentes pecuários (Quadro 5).
Ao fim dos 175 dias de ensaio, o estrume de bovino emitiu um cumulativo de 353,38
mg N-N2O m-2 ou 3,07 kg N-N2O ha-1, inferior ao valor (~ 5,5 kg N-N2O ha-1 ano-1) reportado
por Liu et al. (2015), para uma cultura rotativa de milho e trigo, num clima continental semi-
húmido, e idêntico aos 396 mg N-N2O m-2 reportados por Rochette et al. (2008) para uma taxa
de fertilização e período de amostragem similares ao presente estudo. O valor de emissão
obtido foi muito inferior à emissão reportada por Cheng et al. (2017) de 26 kg N-N2O ha-1 ano-
1 num pomar de pessegueiros localizado na China, apesar da taxa de fertilização ter sido cerca
de 5 vezes superior à utilizada neste estudo. Chang et al. (1998) obtiveram, para um estudo
a longo prazo numa cultura de cevada, valores de emissão entre 11 e 56 kg N-N2O ha-1 ano-
1, para taxas de aplicação de estume de bovino entre 556 e 1 668 kg N ha-1 ano-1.
O controlo apresentou o valor cumulativo de emissão mais baixo, 300,13 mg N m-2 ou
3 kg N ha-1. Os valores de emissão do tratamento com fertilização exclusivamente inorgânica
neste estudo, encontram-se superiores aos reportados noutros estudos (Schellenberg et al.,
2012; Alsina et al., 2013; Maris et al., 2015; Fentabil et al., 2016) que obtiveram teores entre
0,15 e 2 kg N-N2O ha-1 ano-1, para diferentes pomares. No entanto como este valor foi
42
Resultados e Discussão
3500 3412,07a
Fluxo cumulativo de N2O (mg N-N2O m-2)
3000
Controlo
Ch. Bovino
2500
Ch. Bov. Acid.
Est. Bovino
2000 Est. Aves
1500
1000
689,01b
500 589,19b
352,38b
300,13b
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
Dias após aplicação
700
Fluxo cumulativo de N2O (mg N-N2O m-2)
Controlo 689,01b
Ch. Bovino
600 Ch. Bov. Acid. 589,19b
Est. Bovino
500
400
352,38b
300 300,13b
200
100
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
Dias após aplicação
Figura 9- Valor cumulativo de N2O emitido (mg N-N2O m-2) - média de 4 repetições.
43
Resultados e Discussão
relação ao chorume de bovino, o obtido encontra-se idêntico aos 606 mg N- N2O m-2 reportado
num estudo com uma amostragem idêntica, isto é, duração, tipo de solo e taxa de fertilização
(Rochette et al., 2008), mas para uma cultura diferente (milho), e aos 14,2 kg N-N2O ha-1
obtidos num estudo com apenas 15 dias de amostragem e um input de 323 kg N ha-1 (Viguria
et al., 2015). Por outro lado, a emissão do chorume de bovino encontra-se superior ao obtido
noutros estudos (Chadwick et al., 2000; Heintz et al., 2017) apesar da duração dos ensaios
terem sido muito inferiores aos 175 dias deste ensaio. Velthof et al. (2011) reportaram um
valor de 5,53 kg N-N2O ha-1 ano-1, para uma taxa de 460 kg N ha-1 sobre uma pastagem,
dentro do aqui obtido. Em relação ao chorume de bovino acidificado Fangueiro et al. (2015),
reportaram uma emissão de 2,53 kg N-N2O ha-1 para um ensaio com uma duração de 140
dias, inferior ao obtido neste estudo, e com uma taxa de fertilização também inferior (80 kg N
ha-1). Ainda assim, considerando que os valores apresentados em kg ha-1 foram
sobrestimados, as emissões de N2O encontram-se próximas ou até inferiores ao reportado na
bibliografia. A acidificação do chorume de bovino permitiu mitigar as emissões de N2O em
14,49%.
De uma meta-análise (Shakoor et al., 2021), reportou-se que a aplicação de efluentes
pecuários ao solo emite em média 17,70% mais N2O (cumulativo em kg ha-1) do que a
fertilização mineral. Neste estudo, com exceção do estrume de aves, todos os tratamentos
emitiram 16,20%, ou menos, a mais do controlo, onde o estrume de bovino apenas emitiu
mais 2,18% de N2O. O estrume de aves emitiu mais 129,52 % de N2O do que o controlo. Mais
uma vez, a extrapolação para hectare terá sobrestimado as emissões sendo necessário ter
isso em consideração nesta análise.
Fentabil et al. (2016), obtiveram maiores emissões na altura do crescimento das
macieiras (entre maio e setembro), com grande influência da frequência de irrigação. Neste
estudo não se verificou uma influência da irrigação (através da fertirrega) clara, possivelmente
apenas na aplicação singular que ocorreu cerca de 20 dias após a aplicação dos efluentes,
mas exclusivamente para o chorume de bovino. Neste caso, não foi o teor de água
incorporado, mas sim o teor de NO3- que terá estimulado as emissões de N2O deste
tratamento, já que as condições de anaerobiose já eram verificadas pelo teor de água
presente na composição deste efluente.
Todos os tratamentos, com exceção do estrume de aves, não apresentaram diferenças
significativas relativamente à emissão de N2O, o que sugere que a aplicação destes efluentes
conjunta com a fertilização mineral poderá ser uma alternativa viável à fertilização
exclusivamente mineral neste tipo de culturas ou até neste tipo de solo. Por outro lado, um
ciclo de emissões anual seria necessário para obter conclusões mais robustas, principalmente
de forma a perceber como seriam as emissões na época fria e chuvosa.
44
Resultados e Discussão
Em relação às emissões de CO2 (Figura 10), o estrume de aves foi o efluente pecuário
que mais emitiu, principalmente na primeira metade do ensaio, tendência reportada também
noutro estudo (Heller et al., 2010), verificando-se um pico de emissão nos dias 10 e 40 após
a aplicação dos efluentes pecuários ao solo, com valores de emissão de 19 381,16 e 15
129,49 mg C-CO2 m-2, respetivamente. O primeiro pico poderá ser explicado pelos elevados
teores de N e C introduzidos pelo estrume de aves em conjunto com a precipitação que teria
ocorrido dias antes, aumentando as taxas de respiração pelo solo. O segundo pico, verificado
entre os 40 e 50 dias após aplicação dos efluentes pecuários, terá ocorrido devido à
precipitação, que possivelmente estimulou a atividade microbiana do solo e o crescimento da
cultura, libertando uma quantidade de CO2 mais notável. Progressivamente, as emissões
foram diminuindo ao longo do ensaio, principalmente pela redução da precipitação, mas ainda
mantiveram-se superiores a 1000 mg C-CO2 m-2.
20000
Fluxo de CO2 (mg C-CO2 m-2 d-1)
Controlo
Ch. Bovino
Ch. Bov. Acid.
15000 Est. Bovino
Est. Aves
10000
5000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
Dias após aplicação
Figura 10- Fluxo de CO2 emitido (mg C-CO2 m-2 d-1) - média de 4 repetições.
45
Resultados e Discussão
46
Resultados e Discussão
1000
929,63a
Controlo
Fluxo cumulativo de CO2 (g C-CO2 m-2)
900
Ch. Bovino
800 830,13a
Ch. Bov. Acid.
700 Est. Bovino
Est. Aves
600 615,87ab
500 530,97ab
400
300 296,45b
200
100
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
Dias após aplicação
Figura 11- Valor cumulativo de CO2 emitido (g C-CO2 m-2) - média de 4 repetições.
O estrume de bovino foi o segundo maior emissor de CO2, emitindo 830,13 g C-CO2
m-2, ou 3 631,58 kg C-CO2 ha-1, superior aos 3 600 kg C-CO2 ha-1 ano-1 reportados por Cheng
et al. (2017), para uma mistura de estrume de vaca e de coelho.
O controlo foi o tratamento que menos CO2 cumulativo emitiu, 296,45 g C-CO2 m-2, ou
2 964,48 kg C-CO2 ha-1, idêntico ao valor de 2 883,28 kg C-CO2 ha-1 obtido por Musafiri et al.
(2020) para uma cultura de milho por época seca. Tendo em conta a taxa de fertilização
aplicada por Maris et al. (2015) de 50 kg N ha-1, a emissão reportada pelos autores, 793 kg
C-CO2 ha-1 ano-1, encontra-se próxima da obtida neste estudo. Por outro lado, foi superior ao
obtido noutros estudos (Cheng et al., 2017; Vilarrasa-Nogué et al., 2019) como taxas de
fertilização superiores a 100 kg N ha-1. Liu et al. (2008), reportaram uma emissão de 14 720
kg C-CO2 ha-1 ano-1, num pomar de longanas, muito superior ao obtido no presente estudo,
ainda que a fertilização não tenha sido esclarecida pelos autores, onde referiram apenas que
no passado houve fertilização no pomar.
O chorume de bovino acidificado e o chorume de bovino apresentaram valores
cumulativos de emissão não significativamente diferentes dos restantes tratamentos, com
valores de 530,06 e 615,87 g C-CO2 m-2, respetivamente, ou 3 256,50 e 3 363,76 kg C-CO2
ha-1, respetivamente. O valor de emissão do chorume de bovino foi inferior ao reportado por
Viguria et al. (2015), 14 215,5 kg C-CO2 ha-1, com uma taxa de fertilização duas vezes superior
a este estudo, mas superior aos 420 kg C-CO2 ha-1 obtidos por Heintz et al. (2017), no entanto
para apenas 22 dias de amostragem. A proporção de emissão entre o chorume de bovino e
o controlo encontra-se idêntica ao reportado num ensaio de incubação por Florio et al. (2016),
com uma forte influência do aumento de temperatura, que acabou por não ser tão visível neste
estudo. A acidificação do chorume de bovino permitiu mitigar as emissões de CO2 em 13,93%.
47
Resultados e Discussão
A emissão de CO2 foi superior para os tratamentos onde maior C orgânico foi aplicado
ao solo, os estrumes, e menor para os tratamentos onde menor C foi aplicado, os chorumes.
Para o controlo, onde não se aplicou C, menor ainda foi o CO2 emitido. Assim, a emissão de
CO2 refletiu o teor de C aplicado em cada tratamento, tal como reportado por Johansen et al.
(2013).
50000
Valor cumulativo de CO2e (g CO2 m-2)
40000 Controlo
Ch. Bovino
Ch. Bov. Acid.
30000 Est. Bovino
Est. Aves
20000
10000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
Dias após aplicação
Figura 12- Valor cumulativo de CO2e emitido nos 175 dias do ensaio (g CO2e m-2).
48
Resultados e Discussão
A produção média por hectare e por área seccional média do tronco (AST) das árvores,
obtida para cada um dos diferentes tratamentos, não diferiu estatisticamente entre estes
(Quadro 8). Isto significa que a aplicação conjunta dos efluentes pecuários ao solo com a
fertilização mineral não produz menos do que a fertilização exclusivamente mineral, o que, a
nível de produtividade da cultura, permite um parecer positivo relativamente ao uso dos
efluentes pecuários no solo. Ainda assim, como houve alguma variabilidade na produção de
maçãs dentro do mesmo tratamento, consequência da heterogeneidade da dimensão das
árvores, achou-se importante expressar a produtividade por AST, de forma a reforçar o obtido
pela produção média em kg ha-1 e tornar a análise o mais robusta possível.
Peck et al. (2006) reportaram que a produtividade de um pomar de macieiras
convencional, da variedade Gala com 9 e 10 anos de idade, foi de 0,40 kg cm-2 AST no
49
Resultados e Discussão
primeiro ano e de 0,29 kg cm-2 no segundo ano de estudo, e ainda que a taxa de fertilização
não tenha sido esclarecida pelos autores, estes valores foram inferiores ao obtido neste
estudo para o tratamento de controlo. De uma meta-análise (Du et al., 2020) os autores
reportaram que a aplicação de efluentes pecuários não afeta a produtividade de culturas
frutícolas, como foi também verificado por este estudo na produção das macieiras.
Quadro 8 - Produtividade média de cada tratamento por hectare (ha) e área seccional do
tronco - AST (cm2) – média de 4 repetições.
50
Resultados e Discussão
Quadro 9 - Fluxo cumulativo de emissão dos GEE (mg m-2) e do CO2e (g m-2) por produção
(kg de maçã produzido ha-1).
51
Resultados e Discussão
52
Conclusão
5. Conclusão
53
Referências Bibliográficas
6. Referências Bibliográficas
Alsina, M.M., Fanton-Borges, A.C., Smart, D.R., 2013. Spatiotemporal variation of event
related N2O and CH4 emissions during fertigation in a California almond orchard. Ecosphere
4, 1. doi:10.1890/es12-00236.1
Amundson, R.G., Davidson, E.A., 1990. Carbon dioxide and nitrogenous gases in the soil
atmosphere. J. Geochem. Explor. 38, 13-41. doi:10.1016/0375-6742(90)90091-n
APA, 2021. Energia e Clima, Emissões de Gases com Efeito de Estufa. Agência Portuguesa
do Ambiente I.P., Lisboa, Portugal. Disponível em:
https://rea.apambiente.pt/content/emissões-de-gases-com-efeito-de-estufa (acedido a 7
de maio de 2021).
APHA, 1998. Standard Methods for the examination of water and wastewater. American Public
Health Association, American Water Works Association, Water Environmental Federation.
20a edição. Washington, EUA.
Bárta J., Melichová, T., Vaněk, D., Picek, T., Šantrůčková, H., 2010. Effect of pH and dissolved
organic matter on the abundance of nirK and nirS denitrifiers in spruce forest soil.
Biogeochemistry 101, 123-132. doi:10.1007/s10533-010-9430-9
Bateman, E.J., Baggs, E.M., 2005. Contributions of nitrification and denitrification to N2O
emissions from soils at different water-filled pore space. Biol. Fertil. Soils 41, 379-388.
doi:10.1007/s00374-005-0858-3
Brown S., 2012. Apple. In: Badenes M., Byrne D. (eds) Fruit Breeding. Handbook of Plant
Breeding 8, 329-367. Springer, Boston, EUA. doi:10.1007/978-1-4419-0763-9_10
Cameron, K.C., Di, H.J., Moir, J.L., 2013. Nitrogen losses from the soil/plant system: a review.
Ann. Appl. Biol. 162, 145-173. doi:10.1111/aab.12014
Canfield, D., Kristensen, E., Thamdrup, B., 2005. The Methane Cycle. Adv. Mar. Biol. 48, 383-
418. doi:10.1016/S0065-2881(05)48010-4
Canfield, D.E., Glazer, A. N., Falkowski, P.G., 2010. The Evolution and Future of Earth's
Nitrogen Cycle. Science 330, 192-196. doi:10.1126/science.1186120
Cavaco, M., 2011. Normas técnicas para a produção integrada de pomóideas. Volume I.
Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas. Direção-Geral da
Agricultura e Desenvolvimento Rural. Lisboa, Portugal.
Cerutti, A., Bagliani, M., Beccaro, G., Gioelli, F., Balsari, P., Bounous, G., 2011. Evaluation of
the sustainability of swine manure fertilization in orchard through Ecological Footprint
Analysis: results from a case study in Italy. J. Clean. Prod. 19, 318-324.
doi:10.1016/j.jclepro.2010.11.005
54
Referências Bibliográficas
Chadwick, D., Sommer, S., Thorman, R., Fangueiro, D., Cardenas, L., Amon, B., Misselbrook,
T., 2011. Manure management: Implications for greenhouse emissions. Anim. Feed Sci.
Technol. 166-167, 514-531. doi:10.1016/j.anifeedsci.2011.04.036
Chadwick, D.R., Pain, B.F., Brookman, S.K.E., 2000. Nitrous Oxide and Methane Emissions
following Application of Animal Manures to Grassland. J. Environ. Qual. 29, 277-287.
doi.org/10.2134/jeq2000.00472425002900010035x
Chang, C., Cho, C.M., Janzen, H.H., 1998. Nitrous oxide emissions from long-term manured
soils. Soil Sci. Soc. Am. J. 62, 677-682. doi:10.2136/sssaj1998.0361599500620003001
Cheng, L., 2010. When and How Much Nitrogen Should Be Applied in Apple Orchards? New
York Fruit Quarterly. Volume 18. Number 4.
Cheng, Y., Xie, W., Huang, R., Yan, X., Wang, S., 2017. Extremely high N2O but unexpectedly
low NO emissions from a highly organic and chemical fertilized peach orchard system in
China. Agri. Ecosyst. Environ. 246, 202-209. doi:10.1016/j.agee.2017.06.015
Claus, H., König, H., 2010. Cell Envelopes of Methanogens. Prokaryotic Cell Wall Compounds,
231-251. doi:10.1007/978-3-642-05062-6_7
Cuhel, J., Simek, M., Laughlin, R.J., Bru, D., Chèneby, D., Watson C.J., Philippot, L., 2010.
Insights into the effect of soil pH on N2O and N2 emissions and denitrifier community size
and activity. Appl. Environ. Microbiol. 76, 1870-1878. doi:10.1128/AEM.02484-09.
Dalal, R.C., Allen, D.E., 2008. Greenhouse gas fluxes from natural ecosystems. Aust. J. Bot.
56, 369-497. doi:10.1071/BT07128
Davidson, E.A., 2009. The contribution of manure and fertilizer nitrogen to atmospheric nitrous
oxide since 1860. Nat. Geosci. 2, 659-662. doi:10.1038/ngeo608
Despacho n.º 1230/2018. Gabinetes dos Secretários de Estado do Ambiente e das Florestas
e do Desenvolvimento Rural. Diário da República: II Série n.º 25 de 5-03-2018, 4132-4170.
Dilustro, J.J., Collins, B., Duncan, L., Crawford, C., 2005. Moisture and soil texture effects on
soil CO2 efflux components in southeastern mixed pine forests. For. Ecol. Manage. 204, 87-
97. doi:10.1016/j.foreco.2004.09.001
Domingo, J., Miguel, E., Hurtado, B., Métayer, N., Bochu, J., Pointereau, P., 2014. Measures
at Farm Level to Reduce Greenhouse Gas Emissions from EU Agriculture. Agriculture and
Rural Development, European Parlament.
Du, Y., Cui, B., Zhang, Q., Wang, Z., Sun, J., Niu, W., 2020. Effects of manure fertilizer on
crop yield and soil properties in China: A meta-analysis. Catena 193, 104617.
doi:10.1016/j.catena.2020.104617
Dutaur, L., Verchot, L.V., 2007. A global inventory of the soil CH4 sink. Global Biogeochem.
Cycles 21, GB4013. doi:10.1029/2006GB002734.
EEA, 2021. Annual European Union greenhouse gas inventory 1990-2019 and inventory
report 2021. EEA Report No 5/2021. European Environment Agency, Copenhaga,
Dinamarca.
55
Referências Bibliográficas
Égner, H., Rhiem, H., Domingo, W., 1960. Untersuchungen über die chemische Bodenanalyse
als Grundlage für die Beurteilung des Nährstoffzustandes der Böden. II. Chemische
Extraktionsmethoden zur Phospor und Kaliumbestimmung. K. Lantbrukshögskolan Ann 26,
199–215.
European Commission, 2020. The apple market in the EU: Vol. 1: production, areas and yields.
Brussels, Belgium. Disponível em: https://ec.europa.eu/info/sites/default/files/food-farming-
fisheries/farming/documents/apples-production_en.pdf (acedido a 12 de junho de 2021).
Eurostat, 2021. Land use overview by NUTS 2 regions. Luxemburgo, Luxemburgo. Disponível
em:https://ec.europa.eu/eurostat/databrowser/view/LAN_USE_OVW__custom_1212243/d
efault/bar?lang=en&cookies=disabled (acedido a 15 de setembro de 2021).
Fangueiro, D., Becerra, D., Albarrán, Á., Peña, D., Sanchez-Llerena, J., Rato-Nunes, J.M.,
López-Piñeiro, A., 2017. Effect of tillage and water management on GHG emissions from
Mediterranean rice growing ecosystems. Atmos. Environ. 150, 303–312.
doi:10.1016/j.atmosenv.2016.11.020
Fangueiro, D., Surgy, S., Fraga, I., Cabral, F., Coutinho, J., 2015. Band application of treated
cattle slurry as an alternative to slurry injection: Implications for gaseous emissions, soil
quality, and plant growth. Agric. Ecosyst. Environ. 211, 102-111.
doi:10.1016/j.agee.2015.06.003
FAO, 2020. World Food and Agriculture - Statistical Yearbook 2020. Food and Agriculture
Organization of the United Nations, Roma, Itália. doi:10.4060/cb1329en
Faostat, F.N., 2021. FAOSTAT Database. Food and Agriculture Organization of the United
Nations, Roma, Itália. Disponível em: https://www.fao.org/faostat/en/#compare (acedido a
3 de outubro de 2021).
Fentabil, M.M., Nichol, C.F., Jones, M.D., Neilsen, G.H., Neilsen, D., Hannam, K.D., 2016.
Effect of drip irrigation frequency, nitrogen rate and mulching on nitrous oxide emissions in
a semi-arid climate: An assessment across two years in an apple orchard. Agriculture,
Ecosystems and Environment 235, 242–252. doi:10.1016/j.agee.2016.09.033
FFMS, 2021. Explorações agrícolas e superfície agrícola utilizada: total e por dimensão.
PORDATA. Lisboa, Portugal. Disponível em :
https://www.pordata.pt/Subtema/Portugal/Superf%C3%ADcie+agr%C3%ADcola+utilizada
-421 (acedido a 11 de setembro de 2021).
Florio, A., Maienza, A., Dell’Abate, M.T., Stazi, S.R., Benedetti, A., 2016. Changes in the
activity and abundance of the soil microbial community in response to the nitrification
inhibitor 3,4-dimethylpyrazole phosphate (DMPP). J. Soils Sediments. 16, 2687-2697.
doi.org/10.1007/s11368-016-1471-9.
Franco-Luesma, S., Cavero, J., Plaza-Bonilla, D., Cantero-Martínez C., Arrúe, J.L., Álvaro-
Fuentes, J., 2020. Tillage and irrigation system effects on soil carbon dioxide (CO2) and
56
Referências Bibliográficas
methane (CH4) emissions in a maize monoculture under Mediterranean conditions. Soil and
Tillage Res. 196, 104488. doi:10.1016/j.still.2019.104488
Galloway, J.N., Townsend, A.R., Erisman, J.W., Bekunda, M., Cai, Z., Freney, J.R., Martinelli,
L.A., Seitzinger, S.P., Sutton, M.A., 2008. Transformation of the Nitrogen Cycle: Recent
Trends, Questions, and Potential Solutions. Science 320(5878), 889-
892. doi:10.1126/science.1136674
Gao, B., Ju, X., Su, F., Meng, Q., Oenema, O., Christie, P., Chen, X., Zhang, F., 2014. Nitrous
oxide and methane emissions from optimized and alternative cereal cropping systems on
the North China Plain: a two-year field study. Sci. Total Environ. 472, 112-124.
doi:10.1016/j.scitotenv.2013.11.003
Gautam A., Sekaran U., Guzman, J., Kovács, P., Hernandez, J.L.G., Kumar, S., 2020.
Responses of Soil Microbial Community Structure and Enzymatic Activities to Long-Term
Application of Mineral Fertilizer and Beef Manure. Environmental and Sustainability
Indicators, 100073. doi:10.1016/ j.indic.2020.100073.
Gregorich, E.G., Rochette, P., VandenBygaart, A.J., Angers, D.A., 2005. Greenhouse gas
contributions of agricultural soils and potential mitigation practices in Eastern Canada. Soil
Tillage Res. 83, 53-72. doi:10.1016/j.still.2005.02.009
Hansen, B., 2019. CO2 – Emission, costs and capacity of different manure management
practices- results from an advisory project. Agric. Syst. 173, 325-334.
doi:10.1016/j.agsy.2019.03.011
Hanson, P.J., Edwards, N.T., Garten, C.T., Andrews, J.A., 2000. Controls on Soil Respiration:
Implications for Climate Change || Separating Root and Soil Microbial Contributions to Soil
Respiration: A Review of Methods and Observations. Biogeochemistry 48, 115-146.
doi:10.2307/1469555
Hayakawa, A., Akiyama, H., Sudo, S., Yagi, K., 2009. N2O and NO emissions from an Andisol
field as influenced by pelleted poultry manure. Soil Biol. Biochem. 4, 521-529.
doi:10.1016/j.soilbio.2008.12.011
He, Z., Pagliari, P. H., Waldrip, H. M., 2016. Applied and Environmental Chemistry of Animal
Manure: A Review. Pedosphere 26, 779-816. doi:10.1016/S1002-0160(15)60087-X
Heintze, G., Eickenscheidt, T., Schmidhalter, U., Drösler, M., 2017. Influence of soil organic C
content on the greenhouse gas emission potential after the application of biogas residues
or cattle slurry: Results from a pot experiment. Pedosphere 27, 807-82. doi:10.1016/S1002-
0160(17)60388-6
Heller, H., Bar-Tal, A., Tamir, G., Bloom, P., Venterea, R.T., Chen, D., Zhang, Y., Clapp, C.E.,
Fine, P. 2010. Effects of Manure and Cultivation on Carbon Dioxide and Nitrous Oxide
Emissions from a Corn Field under Mediterranean Conditions. J. Environ. Qual. 39, 437-
448. doi:10.2134/jeq2009.0027
Horneck, D.A., Miller, R.O. 1998. Determination of Total Nitrogen in Plant Tissue. In: Kalra,
Y.P., Eds., Handbook of Reference Methods for Plant Analysis, Soil and Plant Analysis
Council, Inc. CRC Press, Boca Raton, 75-83.
57
Referências Bibliográficas
Hou, Y., Velthof, G., L., Oenema, O., 2015. Mitigation of ammonia, nitrous oxide and methane
emissions from manure management chains: a meta-analysis and integrated assessment.
Glob. Chang. Biol. 21, 1293-1312. doi:10.1111/gcb.12767
Hou, Y., Velthof, G.L., Lesschen, J.P., Staritsky, I.G., Oenema, O., 2017. Nutrient Recovery
and Emissions of Ammonia, Nitrous Oxide, and Methane from Animal Manure in Europe:
Effects of Manure Treatment Technologies. Enviro. Sci. Technol. 51, 375-383.
doi:10.1021/acs.est.6b04524
INE, 2021. Recenseamento Agrícola. Análise dos principais resultados: 2019. Instituto
Nacional de Estatística, Lisboa, Portugal. Disponível em
https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes&PUBLICACOESpub_
boui=437178558&PUBLICACOESmodo=2 (acedido a 12 de setembro de 2021).
IPCC, 2001. Climate change 2001: the scientific basis. In: Houghton, J.T., Ding, Y. (Eds.),
Noguer, M., van der Linden, P.J., Dai, X., Maskell, K. (Eds.), Contribution of Working Group
I to the Third Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change.
Cambridge University Press, Cambridge, U.K. and New York, NY, USA, 881 pp.
IPCC, 2014. Climate Change 2014: Synthesis Report. Contribution of Working Groups I, II and
III to the Fifth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change [Core
Writing Team, R.K. Pachauri and L.A. Meyer (eds.)]. IPCC, Geneva, Suiça, 151 pp.
IPCC, 2019a. Summary for Policymakers. In: Climate Change and Land: an IPCC special
report on climate change, desertification, land degradation, sustainable land management,
food security, and greenhouse gas fluxes in terrestrial ecosystems [P.R. Shukla, J. Skea,
E. Calvo Buendia, V. Masson-Delmotte, H.-O. Pörtner, D. C. Roberts, P. Zhai, R. Slade, S.
Connors, R. van Diemen, M. Ferrat, E. Haughey, S. Luz, S. Neogi, M. Pathak, J. Petzold,
J. Portugal Pereira, P. Vyas, E. Huntley, K. Kissick, M. Belkacemi, J. Malley, (eds.)]. In
press.
IPCC, 2019b. 2019 Refinement to the 2006 IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas
Inventories, Calvo Buendia, E., Tanabe, K., Kranjc, A., Baasansuren, J., Fukuda, M.,
Ngarize S., Osako, A., Pyrozhenko, Y., Shermanau, P. and Federici, S. (eds). IPCC,
Geneva, Suiça.
IPMA, 2021. Clima. Boletins Climatológicos. Instituto Português do Mar e Atmosfera, Lisboa,
Portugal.
Johansen, A., Carter, M.S., Jensen, E.S., Hauggard-Nielsen, H., Ambus, P., 2013. Effects of
digestate from anaerobically digested cattle slurry and plant materials on soil microbial
community and emission of CO2 and N2O. Appl. Soil Ecol. 63, 36-44.
doi:10.1016/j.apsoil.2012.09.003
Jones, A., Panagos, P., Barcelo, S., Bouraoui, F., Bosco, C., Dewitte, O., Gardi, C., Erhard,
M., Hervás, J., Hiederer, R., Jeffery, S., Lükewille, A., Marmo, L., Montanarella, L.,
Olazábal, C., Petersen, J., Penizek, V., Strassburger, T., Tóth, G., Van Den Eeckhaut, M.,
58
Referências Bibliográficas
Van Liedekerke, M., Verheijen, F., Viestova, E., Yigini, Y., 2012. The State of Soil in Europe.
European Commission. Luxemburgo, Luxemburgo.
Kirschke, S., Bousquet, P., Ciais, P., Saunois, M., Canadell, J.G., Dlugokencky, E.J.,
Bergamaschi, P., Bergmann, D., Blake, D.R., Bruhwiler, L., Cameron-Smith, P., Castaldi,
S., Chevallier, F., Feng, L., Fraser, A., Heimann, M., Hodson, E.L., Houweling, S., Josse,
B., Fraser, P.J., Krummel, P.B., Lamarque, J., Langenfelds, R.L., Le Quéré, C., Naik, V.,
O'Doherty, S., Palmer, P.I., Pison, I., Plummer, D., Poulter, B., Prinn, R.G., Rigby, M.,
Ringeval, B., Santini, M., Schmidt, M., Shindell, D.T., Simpson, I.J., Spahni, R., Steele, L.P.,
Strode, S.A., Sudo, K., Szopa, S., van der Werf, G.R., Voulgarakis, A., van Weele, M.,
Weiss, R.F., Williams, J.E., Zeng, G., 2013. Three decades of global methane sources and
sinks. Nat. Geosci. 6, 813–823. doi:10.1038/ngeo1955
Lee, H., 2015. Climate Change Biology. Chapter 19 - Carbon Sinks and Sources. 2nd. Edition.
Academic Press. doi:10.1016/B978-0-12-420218-4.00019-6
Liu, H., Li, J., Li, X., Zheng, Y., Feng, S., Jiang, G., 2015. Mitigating greenhouse gas emissions
through replacement of chemical fertilizer with organic manure in a temperate farmland.
Sci. Bull. 60, 598-606. doi:10.1007/s11434-014-0679-6
Liu, H., Zhao, P., Lu, P., Wang, Y.S., Lin, Y.B., Rao, X.Q., 2008. Greenhouse gas fluxes from
soils of different land-use types in a hilly area of South China. Agr. Ecosyst. Environ. 124,
125-135. doi:10.1016/j.agee.2007.09.002.
Louro, A., Sawamoto, T., Chadwick, D., Pezzolla, D., Bol, R., Báez, D., Cardenas, L., 2013.
Effect of slurry and ammonium nitrate application on greenhouse gas fluxes of a grassland
soil under atypical South West England weather conditions. Agric. Ecosyst. Environ.181, 1-
11. doi:10.1016/j.agee.2013.09.005
LQARS, 2006. Manual de fertilização das culturas. Laboratório Químico Agrícola Rebelo da
Silva, INIAP, Lisboa, Portugal.
Maillard, É., Angers, D.A., 2014. Animal manure application and soil organic carbon stocks: a
meta-analysis. Glob. Change Biol. 20, 666-679. doi:10.1111/gcb.12438
Maris, S.C., Teira-Esmatges, M.R., Arbonés, A., Rufat, J., 2015. Effect of irrigation, nitrogen
application, and a nitrification inhibitor on nitrous oxide, carbon dioxide and methane
emissions from an olive (Olea europaea L.) orchard. Sci. Total Environ. 538, 966-978.
doi:10.1016/j.scitotenv.2015.08.040
Medina, V., Waisner, S., Cosper, S., Rodriguez, G., Gilbert, D., Tucker, R., Macallister, I.
Scholze, R., Burken, J., Wang, J., 2014. Anaerobic Digestion Assessment for Contingency
Base Waste. Environmental Laboratory - Engineer Research and Development Center
(U.S.). Technical Report 14-3.
Meng, L., Ding, W., Cai, Z., 2005. Long-term application of organic manure and nitrogen
fertilizer on N2O emissions, soil quality and crop production in a sandy loam soil. Soil Biol.
Biochem. 37, 2037-2045. doi:10.1016/j.soilbio.2005.03.007
59
Referências Bibliográficas
Mooshammer, M., Wanek, W., Hämmerle, I., Fuchslueger, L., Hofhansl, F., Knoltsch, A.,
Schnecker, J., Takriti, M., Watzka, M., Wild, B., Keiblinger, K.M., Zechmeister-Boltenstern,
S., Richter, A., 2014. Adjustment of microbial nitrogen use efficiency to carbon:nitrogen
imbalances regulates soil nitrogen cycling. Nat. Commun. 5,
3694. doi:10.1038/ncomms4694
Muñoz, C., Paulino, L., Monreal, C., Zagal, E., 2010. Greenhouse gas (CO2 and N2O)
emissions from soils: a review. Chil. J. Agric. Res. 70, 485-497. doi:10.4067/S0718-
58392010000300016
Musafiri, C.M., Macharia, J.M., Kiboi, M.N., Ng'etich, O.K., Shisanya, C.A., Okeyo, J. M.,
Mugendi, D.N., Okwuosa, E.A., Ngetich, F.K., 2020. Soil greenhouse gas fluxes from maize
cropping system under different soil fertility management technologies in Kenya. Agric.
Ecosyst. Environ. 301, 107064. doi:10.1016/j.agee.2020.107064
Niu, S., Wu, M., Han, Y.I., Xia, J., Zhang, Z.H., Yang, H., Wan, S., 2010. Nitrogen effects on
net ecosystem carbon exchange in a temperate steppe. Glob. Change Biol. 16, 144-155.
doi: 10.1111/j.1365-2486.2009.01894.x
OECD, 2019. Safety Assessment of Foods and Feeds Derived from Transgenic Crops,
Volume 3: Common bean, Rice, Cowpea and Apple Compositional Considerations. Chapter
4. Apple (Malus × domestica). Novel Food and Feed Safety.
Oertel, C., Matschullat, J., Zurba, K., Zimmermann, F., Erasmi, S., 2016. Greenhouse gas
emissions from soils—A review. Chem. Erde 76, 327-352.
doi:10.1016/j.chemer.2016.04.002
Ozlu, E., Kumar, S., 2018. Response of soil organic carbon, pH, electrical conductivity, and
water stable aggregates to long-term annual manure and inorganic fertilizer. Soil Sci. Soc.
Am. J. 82, 1243-1251. doi:10.2136/sssaj2018.02.0082
Peck, G.M., Andrews, P.K., Reganold, J.P., Fellman, J.K., 2006. Apple Orchard Productivity
and Fruit Quality under Organic, Conventional, and Integrated Management. HortScience
41, 99-107.
Pelster, D.E., Chantigny, M.H., Rochette, P., Angers, D.A., Rieux, C., Vanasse, A.,
2012. Nitrous Oxide Emissions Respond Differently to Mineral and Organic Nitrogen
Sources in Contrasting Soil Types. J. Enviro. Qual. 41, 427-435. doi:10.2134/jeq2011.0261
Pereira, J.L.S., Perdigão, A., Marques, F., Coelho, C., Mota, M., Fangueiro, D., 2021.
Evaluation of Tomato-Based Packing Material for Retention of Ammonia, Nitrous Oxide,
Carbon Dioxide and Methane in Gas Phase Biofilters: A Laboratory Study. Agronomy 11,
360. doi:10.3390/agronomy11020360
Petersen, S.O., 2018. Greenhouse gas emissions from dairy manure: Prediction and
mitigation. J. Dairy Sci. 101, 1-13. doi:10.3168/jds.2017-13301
Praeg, N., Wagner, A.O., Illmer, P., 2014. Effects of fertilisation, temperature and water content
on microbial properties and methane production and methane oxidation in subalpine soils.
Eur. J. Soil Biol. 65, 96-106. doi:10.1016/j.ejsobi.2014.10.002
60
Referências Bibliográficas
Regueiro, I., Coutinho, J., Fangueiro, D., 2016. Alternatives to sulfuric acid for slurry
acidification: impact on slurry composition and ammonia emissions during storage. J.
Clean. Prod. 131, 296-307. doi:10.1016/j.jclepro.2016.05.032
Rochette, P., Angers, D.A., Chantigny, M.H., Gagnon, B., Bertrand, N., 2008. N2O fluxes in
soils of contrasting textures fertilized with liquid and solid dairy cattle manures. Can. J. Soil.
Sci. 88, 175-187. doi:10.4141/CJSS06016
Rogasik, J., Schroetter, S., Funder, U., Schnug, E., Kurtinecz, P., 2004. Long-term fertilizer
experiments as a data base for calculating the carbon sink potential of arable soils. Arch.
Agron. Soil Sci. 50, 11–19. doi:10.1080/03650340310001627559
Rossi, R., 2019. The EU fruit and vegetable sector – Main features, challenges and prospects.
European Parliamentary Research Service. Bruxelas, Bélgica.
Ruangcharus, C., Kim, S.U., Yoo, G., Choi, E., Kumar, S., Kang, N., Hong, C.O., 2021. Nitrous
oxide emission and sweet potato yield in upland soil: Effects of different type and application
rate of composted animal manures. Environ. Pollut. 279, 116892.
doi:10.1016/j.envpol.2021.116892
Sainju, U.M., Ghimire, R., Dangi, S., 2021. Soil carbon dioxide and methane emissions and
carbon balance with crop rotation and nitrogen fertilization. Sci. Total Environ. 775, 145902.
doi:10.1016/j.scitotenv.2021.145902
Sanz-Cobena, A., Lassaletta, L., Aguilera, E., del Prado, A., Garnier, J., Billen, G., Iglesias,
A., Sánchez, B., Guardia, G., Abalos, D., Plaza-Bonilla, D., Puigdueta-Bartolomé, I., Moral,
R., Galán, E., Arriaga, H., Merino, P., Infante-Amate, J., Meijide, A., Pardo, G., Álvaro-
Fuentes, J., Gilsanz, C., Báez, D., Doltra, J., González-Ubierna, S., Cayuela, M.L.,
Menéndez, S., Díaz-Pinés, E., Le-Noë, J., Quemada, M., Estellés, F., Calvet, S., van
Grinsven, H.J.M., Westhoek, H., Sanz, M.J., Gimeno, B.S., Vallejo, A., Smith, P., 2017.
Strategies for greenhouse gas emissions mitigation in Mediterranean agriculture: A review.
Agric. Ecosyt. Environ. 238, 5-24. doi:10.1016/j.agee.2016.09.038
Schellenberg, D.L., Alsina, M.M., Muhammad, S., Stockert, C.M., Wolff, M.W., Sanden, B.L.,
Brown, P.H., Smart, D.R., 2012. Yield-scaled global warming potential from N2O emissions
and CH4 oxidation for almond (Prunus dulcis) irrigated with nitrogen fertilizers on arid land.
Agric. Ecosyt. Environ. 155, 7-15. doi:10.1016/j.agee.2012.03.008
Schlesinger, W.H., Andrews, J.A., 2000. Soil Respiration and the Global Carbon Cycle.
Biogeochemistry 48, 7-20. doi:10.2307/1469550
Shakoor, A., Shahzad, S.M., Chatterjee, N., Arif, M.S., Farooq, T.H., Altaf, M.M., Tufail, M.A.,
Dar, A.A., Mehmood, T., 2021. Nitrous oxide emission from agricultural soils: Application of
animal manure or biochar? A global meta-analysis. J. Environ. Manage. 285, 112170. doi:
10.1016/j.jenvman.2021.112170
Shin, W.Y., Yan, M.J., Zhang, J.G., Guan, J.H., Du, S., 2014. Soil CO2 emissions from five
different types of land use on the semiarid Loess Plateau of China, with emphasis on the
contribution of winter soil respiration. Atmos. Environ. 88, 74-82.
doi:10.1016/j.atmosenv.2014.01.066
61
Referências Bibliográficas
Shukla, P.R., Skea, J., Slade, R., van Diemen, R., Haughey, E., Malley, J., Pathak, M., Pereira,
J.P., 2019. Technical Summary, 2019. In: Climate Change and Land: an IPCC special
report on climate change, desertification, land degradation, sustainable land management,
food security, and greenhouse gas fluxes in terrestrial ecosystems [P.R. Shukla, J. Skea,
E. Calvo Buendia, V. Masson-Delmotte, H.-O. Pörtner, D. C. Roberts, P. Zhai, R. Slade, S.
Connors, R. van Diemen, M. Ferrat, E. Haughey, S. Luz, S. Neogi, M. Pathak, J. Petzold,
J. Portugal Pereira, P. Vyas, E. Huntley, K. Kissick, M, Belkacemi, J. Malley, (eds.)]. In
press.
Sigurnjak, I., Michels, E., Crappé, S., Buysens, S., Biswas, J.K., Filip M. G. Tack, F.M.G., De
Neve, S., Meers, E., 2017. Does acidification increase the nitrogen fertilizer replacement
value of bio-based fertilizers? J. Plant Nutr. Soil Sci. 180, 800–810. doi:
10.1002/jpln.201700220
Smil, V., 2017. Energy: A Beginner’s Guide. 2nd Edition. England: One World Publications.
Smith, K.A, 1980. A model of the extent of anaerobic zones in aggregated soils, and its
potential application to estimates of denitrification. J. Soil Sci. 31, 263-277.
doi:10.1111/j.1365-2389.1980.tb02080.x
Smith, K.A., Conen F., 2004. Impacts of land management on fluxes of trace greenhouse
gases. Soil Use Manag. 20, 255-263. doi:10.1111/j.1475-2743.2004.tb00366.x
Smith, P., Martino, D., Cai, Z., Gwary, D., Janzen, H., Kumar, P., McCarl, B., Ogle, S., O'Mara,
F., Rice, C., Scholes B., Sirotenko, O., Howden, M., McAllister, T., Pan, G., Romanenkov,
V., Schneider, U., Towprayoon, S., Wattenbach, M., Smith J., 2008. Greenhouse gas
mitigation in agriculture. Philos. Trans. R. Soc. B. 363, 789-813.
doi:10.1098/rstb.2007.2184
Snyder, C., Bruulsema, T., Jensen, T., Fixen, P., 2009. Review of greenhouse gas emissions
from crop production systems and fertilizer management effects. Agriculture, Ecosystems
and Environment 133, 247-266. doi:10.1016/j.agee.2009.04.021
Soler-Jofra, A., Pérez, J., van Loosdrecht, M.C.M., 2021. Hydroxylamine and the nitrogen
cycle: A review. Water Res. 190, 116723. doi:10.1016/j.watres.2020.116723
Sousa, M., 2020. Manual de Boas Práticas de Fruticultura – A Macieira. 4º Fascículo, edição
n.º 212. Revista Frutas, Legumes e Flores, INIAV, I.P. e COTR.
Steenwerth, K.L., Pierce, D.L., Carlisle, E.A., Spencer, R.G.M., Smart, D.R., 2010. A Vineyard
Agroecosystem: Disturbance and Precipitation Affect Soil Respiration under Mediterranean
Conditions. Soil Sci. Soc. Am. J. 74, 231-239 doi:10.2136/sssaj2008.0346
Steiner, C., Teixeira, W.G., Lehmann, J., Nehls T., Vasconcelos de Macêdo J.L., Blum,
W.E.H., Zech, W., 2007. Long term effects of manure, charcoal and mineral fertilization on
crop production and fertility on a highly weathered Central Amazonian upland soil. Plant
Soil 291, 275-290. doi:10.1007/s11104-007-9193-9
Van Duyn, M., Pivonka, E., 2000. Overview of the Health Benefits of Fruit and Vegetable
Consumption for the Dietetics Professional: Selected Literature. J. Am. Diet. Assoc. 100,
1511-1521. doi: 10.1016/S0002-8223(00)00420-X
62
Referências Bibliográficas
Velthof, G.L., Mosquera, J., 2011. The impact of slurry application technique on nitrous oxide
emission from agricultural soils. Agric. Eco. Environ. 140, 298-308.
doi:10.1016/j.agee.2010.12.017
Viguria, M., Sanz-Cobeña, A., López, D.M., Arriaga, H., Merino, P. 2015. Ammonia and
greenhouse gases emission from impermeable covered storage and land application of
cattle slurry to bare soil. Agric. Ecosyt. Environ. 199, 261-271.
doi:10.1016/j.agee.2014.09.016
Vilarrasa-Nogué, M., Teira-Esmatges, M.R., Villar, J.M., Rufat, J., 2019. Effect of N dose on
soil GHG emissions from a drip-fertigated olive (Olea europaea L.) orchard. Science of The
Total Environment 677, 350-361. doi:10.1016/j.scitotenv.2019.04.210
Wallington, T.J., Srinivasan, J., Nielsen, O.J., Highwood, E., 2009. Greenhouse Gases and
Global Warming. Environmental and Ecological Chemistry – Volume I. Oxford, Inglaterra,
EOLSS/UNESCO.
Wang, J., Cui, W., Che, Z., Liang, F., Wen, Y., Zhan, M., Dong, X., Jin, W., Dong, Z., Song,
H., 2021. Effects of synthetic nitrogen fertilizer and manure on fungal and bacterial
contributions to N2O production along a soil acidity gradient. Sci. Total Environ. 753,
142011. doi:10.1016/j.scitotenv.2020.142011
Wu, H., MacDonald, G.K., Galloway, J.N., Zhang, L., Gao, L., Yang, L., Yang, J., Li, X., Li, H.,
Yang, T., 2021. The influence of crop and chemical fertilizer combinations on greenhouse
gas emissions: A partial life-cycle assessment of fertilizer production and use in China.
Resour. Conserv. Recycl. 168, 105303. doi:10.1016/j.resconrec.2020.105303
Xia, F., Mei, K., Xu, Y., Zhang, C., Dahlgren, R. A., Zhang, M., 2020. Response of N2O
emission to manure application in field trials of agricultural soils across the globe. Sci. Total
Environ. 733, 139390. doi:10.1016/j.scitotenv.2020.139390
Ye, R., Jin, Q., Bohannan, B., Keller, B.J., McAllister, S.A., Bridgham, S.D., 2012. pH controls
over anaerobic carbon mineralization, the efficiency of methane production, and
methanogenic pathways in peatlands across an ombrotrophic–minerotrophic gradient. Soil
Biol. Biochem. 54, 36-47. doi:10.1016/j.soilbio.2012.05.015
Yvon-Durocher, G., Allen, A. P., Bastviken, D., Conrad, R., Gudasz, C., St-Pierre, A., Thanh-
Duc, N., del Giorgio, P.A., 2014. Methane fluxes show consistent temperature dependence
across microbial to ecosystem scales. Nature 507, 488–491. doi: 10.1038/nature13164
Zhao, C., Gao, B., Wang, L., Huang, W., Xu, S., Cui, S., 2021. Spatial patterns of net
greenhouse gas balance and intensity in Chinese orchard system. Sci. Total Environ. 779,
146250. doi:10.1016/j.scitotenv.2021.146250
Zhou, M., Zhu, B., Brüggemann, N., Dannenmann, M., Wang, Y., Butterbach-Bahl, K., 2016.
Sustaining crop productivity while reducing environmental nitrogen losses in the subtropical
wheat-maize cropping systems: A comprehensive case study of nitrogen cycling and
balance. Agric. Ecosyst. Environ. 231, 1-14. doi:10.1016/j.agee.2016.06.022
Zhu, K., Bruun, S., Larsen, M., Glud, R.N., Jensen, L.S., 2015. Heterogeneity of O2 dynamics
in soil amended with animal manure and implications for greenhouse gas emissions. Soil
Biol. Biochem. 84, 96-106. doi:10.1016/j.soilbio.2015.02.012
63