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Abordagem de Delirium no Idoso com Síndrome Respiratória Aguda

*medicamentos padronizados no HC-UFPR


Passo 1: diagnóstico de Delirium baseado nos sintomas: episódio agudo com evolução clínica
flutuante, desatenção, desorganização do pensamento, nível alterado da consciência.
*considerar utilização do instrumento CAM (The Confusion Assessment Method) – anexo

Passo 2: identificar e tratar potenciais causas: hipoxemia, medicamentos em uso, infecções


associadas, choque, trauma, intoxicação ou abstinência (ex: álcool; retirada de medicamento em
uso), distúrbios hidroeletrolíticos, causas neurológicas, constipação intestinal ou retenção urinária.
*lembrar que a dor pode ser causa de Delirium: otimizar uso de fármacos com ação analgésica, se
necessário

Passo 3: considerar medidas não farmacológicas. Devem ser observados: nutrição, hidratação,
insuficiência de comunicação por déficits sensoriais, evitando contenção no leito. Avaliar
possibilidade de visitas virtuais, se houver disponibilidade, envolvendo os familiares.
Devido às restrições e cuidados impostos para a redução do contágio da COVID-19, a
implementação de medidas não farmacológicas pode ser limitada. Por este motivo, poderá ser
necessário iniciar mais precocemente com as medidas farmacológicas.

Passo 4: se não houver resposta com os passos anteriores, iniciar tratamento medicamentoso com
antipsicóticos. Usar a menor dose possível, considerando efeitos adversos. Evitar o uso prolongado,
reavaliando constantemente a necessidade de se manter a prescrição.

a) Haloperidol 1 mg VO, até 1 mg de 6-6h. Como alternativa, considerar Levomepromazina


(1mg/gota) VO, até 6 gotas de 12-12h (*opção disponível para pacientes com dificuldade de
deglutição). Haloperidol 5mg SC: administrar 1 mg, de 30 em 30 minutos, até que o paciente fique
calmo ou sedado OU 1-2 mg 8-8h (5 mg: dose máxima recomendada nas 24 horas).

b) Clorpromazina 25mg IV (*não recomendado SC e IM): administrar se houver necessidade de


sedação (monitorar hipotensão); diluir meia ampola de 25 mg em 250 ml de SF 0,9% e administrar
lentamente (12,5 mg: dose máxima recomendada em 24 horas).

c) Risperidona 1mg VO: indicar em casos de agitação leve ou delirium hipoativo (considerar risco x
benefício); iniciar com 1mg e titular a dose até 4mg, gradativamente, em 24 horas, visando resposta
terapêutica.
Passo 5: considerar uso de benzodiazepínicos quando houver refratariedade dos sintomas.

a) Midazolam 15mg SC, IV; iniciar com 1 mg, aumentando lentamente até 5 mg nas primeiras 12
horas. Repetir mesma conduta, nas 12 horas seguintes (10 mg: dose máxima nas 24 horas).

b) Diazepam 10mg SC, IV; iniciar com 1 mg, lentamente sem diluir, aumentando gradativamente até
5mg nas primeiras 12 horas. Repetir mesma conduta, se necessário, nas 12 horas seguintes (10 mg:
dose máxima nas 24 horas).
Observações:

a) considerar uso de benzodiazepínicos VO quando houver componente ansioso significativo:


Lorazepam 0,2 mg/ml VO: 50 gotas (0,5mg) a cada 6 horas, se necessário.

b) durante instituição de medidas farmacológicas, o médico ou profissional de saúde responsável da


equipe multidisciplinar, deverá monitorar o paciente presencialmente, em intervalos curtos pré-
estabelecidos, para avaliação da resposta terapêutica.
*considerar PC para Cuidados Paliativos no Delirium refratário ou terminal
*Anexo: CAM (Confusion Assessment Method)

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