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ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES

PREVENÇÃO E CONTROLE DA DOR E INFLAMAÇÃO

TIPOS DE REGIMES ANALGÉSICOS


“Sedare dolorem opus divinum est” → amenizar a dor é obra divina
Alívio da DOR - importância médica
Dor inflamatória aguda pode ser prevenida, não apenas amenizada

Paciente previamente assintomático:


Regime analgésico – previamente ao estímulo lesivo e/ou imediatamente após a lesão tecidual

ANALGESIA PREEMPTIVA:
Tem início antes do estímulo nocivo, antes do trauma tecidual.
Fármacos que previnem a hiperalgesia;
ANALGESIA PREVENTIVA:
Regime tem início imediatamente após a lesão tecidual, porém antes do início da sensação dolorosa.
Seguida de doses de manutenção no pós-operatório (por curto prazo);

ANALGESIA PERIOPERATÓRIA:
Regime é iniciado antes da lesão tecidual e mantido no pós-operatório imediato.

PROCEDIMENTOS POUCO INVASIVOS


- Exodontias Simples (não complicadas)
- Pequenas cirurgias de tecido mole

- Quando a resposta inflamatória é mínima, autolimitada
- Período pós-operatório: paciente sente desconforto ou dor de intensidade leve

- Prescrição de analgésicos não opióides (paracetamol ou dipirona)

INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS MAIS COMPLEXAS -


- Remoção de terceiros molares inclusos
- Cirurgias periodontais ou de implante

- Traumatismo tecidual mais intenso, gerando respostas inflamatórias caracterizadas por


hiperalgesia persistente e edema

- Período pós-operatório: paciente sente maior desconforto e, às vezes, limitação da


mastigação

- Prescrição de analgésico e fármacos com atividades anti-inflamatórias (prevenir hiperalgesia
e controlar edema pós-operatório)

PARACETAMOL

EFEITOS FARMACOLÓGICOS:
Atividade analgésica e antipirética → Mecanismo de ação desconhecido

POSOLOGIA
● comprimido 500* ou 750 mg**
○ Adultos: 1 comp. 6/6* hs ou 8/8 hs (geralmente por períodos curtos – 24 a 48 hs)
USO TERAPÊUTICO – MEDICINA E ODONTOLOGIA:
● DOR (de intensidade leve a moderada): analgésico
● FEBRE: antipirético;
*Substituto da Aspirina;
** Dor pós-operatória:
ex.: após extração dental

FARMACOCINÉTICA:
● Via Oral
● Absorção: intestino delgado
● Distribuição uniforme (fluidos e tecidos)
● Meia-vida plasmática = 2 a 4 hs;
● < 40%: ligação com proteínas plasmáticas (não compete com as proteínas do sangue); baixa
interação medicamentosa
● Biotransformação: fígado;
● Eliminação: rins

EFEITOS ADVERSOS:

● SUPERDOSAGEM Aguda ou Crônica: HEPATOTOXICIDADE


○ Metabólito altamente reativo: N-acetil-p-benzoquinoneimina (NAPQI)
■ Reage com a glutationa - neutralizado
○ Interação Medicamentosa - ÁLCOOL
■ ÁLCOOL causa indução da enzima CYP2E1 – conversão do paracetamol em
NAPQI

CONSIDERAÇÕES:
● Analgésico seguro para uso em gestantes* e lactantes;
● Pode causar danos ao fígado.
○ FDA recomendou que as doses máximas diárias fossem reduzidas de 4g para 3,25g;
● Deve-se evitar uso concomitante com álcool etílico ou outras substâncias hepatotóxicas
(estolato de eritromicina, nimesulida);
● Contraindicado em pacientes que fazem uso de varfarina sódica – risco de aumentar o efeito
anticoagulante;
● Contraindicado em pacientes com história de alergia ao medicamento;
● Não é indicado para analgesia preemptiva
DIPIRONA SÓDICA
● Derivado pirazolônico
● Efeitos: analgésico*, antipirético*
● Mecanismo de Ação:
○ Desconhecido
○ Deprime diretamente a atividade dos nociceptores (dessensibilização dos
nociceptores periféricos)

FARMACOCINÉTICA:
● Via Oral
● absorção: trato gastrointestinal
● < 60%: ligação com proteínas plasmáticas;
● biotransformação: fígado;
● Excreção: rins

POSOLOGIA:
● comprimido 500 mg
○ Adultos: 1 comp 6/6 hs (geralmente por períodos curtos – 24 a 48 hs)
● GOTAS
○ 500 mg/mL, sendo 1 mL tem 20 gotas

EFEITOS ADVERSOS:
● Reações alérgicas (pele, mucosas), incluindo choque anafilático;
● Distúrbios do sangue e sistema linfático:
○ Agranulocitose; Trombocitopenia; Leucopenia; anemia aplástica (risco muito baixo: 1
caso/1.000.000 de pessoas expostas)
● Distúrbios vasculares:
○ Reações hipotensivas isoladas
● Distúrbios renais (casos raros)

No Brasil, é o analgésico/antipirético mais utilizado


É proibida: EUA, Suécia, Austrália, Japão, Noruega, ...
É comercializada: Brasil, Rússia, Israel, Portugal, Espanha, México, Índia,...

2001 – ANVISA promoveu o painel internacional de avaliação da dipirona


→ Riscos similares ou menores que outros analgésicos antipiréticos 1/1.000.000
2008 – incidência de anemia aplásica e agranulocitose na América Latina – Brasil: 0,35/1.000.000
CONTRA-INDICAÇÕES:
Pacientes com:
● Hipersensibilidade à dipirona (metabólitos);
● Histórico de agranulocitose;
● Doenças metabólicas: porfiria hepática aguda
● Doenças dos sistema hematopoiético;
● Função insuficiente da medula óssea;
● Crianças menores de 3 meses de idade ou pesando menos de 5 Kg (supervisão do médico);
● Insuficiência hepática e renal

CONSIDERAÇÕES:
● Analgésico eficaz e seguro para uso em Odontologia;
● Deve ser evitada na paciente gestante: especialmente nos primeiros 3 meses e nos últimos 3
meses;
● Deve ser evitada em paciente com anemia ou leucopenia (risco de agranulocitose e anemia
aplástica)

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