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Brazilian Journal of Development 1239

ISSN: 2525-8761

A importâcia do acompanhamento técnico no processo executivo de


instalação elétrica de uma estrutura monolitica em uma edificação
multifamiliar na cidade de Manaus- AM

The importance of technical support in the executive process of


electrical installation of a monolithic structure in a multifamily
building in the city of Manaus- AM
DOI:10.34117/bjdv10n1-081

Recebimento dos originais: 05/12/2023


Aceitação para publicação: 12/01/2024

Adriano Gomes Pereira


Graduando em Engenharia Civil
Instituição: Universidade Nilton Lins
Endereço: Av. Professor Nilton Lins, 3259, Parque das Laranjeiras-Flores,
Manaus - AM, CEP: 69058-030
E-mail: adrianopereira0525@gmail.com

Eliaby Moreira Macedo


Graduando em Engenharia Civil
Instituição: Universidade Nilton Lins
Endereço: Av. Professor Nilton Lins, 3259, Parque das Laranjeiras-Flores,
Manaus - AM, CEP: 69058-030
E-mail: mailto:eliabymaced@gmail.com

Geisiane Crislaine Souza Lima


Graduanda em Engenharia Civil
Instituição: Universidade Nilton Lins
Endereço: Av. Professor Nilton Lins, 3259, Parque das Laranjeiras-Flores,
Manaus - AM, CEP: 69058-030
E-mail: crislinegeisiane@gmail.com

Jhamilys Gonçalves de Oliveira


Graduanda em Engenharia Civil
Instituição: Universidade Nilton Lins
Endereço: Av. Professor Nilton Lins, 3259, Parque das Laranjeiras-Flores,
Manaus - AM, CEP: 69058-030
E-mail: jhamilysgo@gmail.com

Mariana Ferreira da Silva


Graduanda em Engenharia Civil
Instituição: Universidade Nilton Lins
Endereço: Av. Professor Nilton Lins, 3259, Parque das Laranjeiras-Flores,
Manaus - AM, CEP: 69058-030
E-mail: fmariana.silva@outlook.com

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Walzenira Parente Miranda


Pós-Graduada em Didática no Ensino Superior e em Engenharia de Segurança do
Trabalho
Instituição: Instituto de Ensino Superior Fucapi
Endereço: Av. Gov. Danilo de Matos Areosa, 381, Distrito Industrial, Manaus - AM,
CEP: 69075-351
E-mail: wm.eng.civil@gmail.com

RESUMO
Este artigo científico tem como objetivo destacar a importância do acompanhamento
técnico no processo executivo de instalação elétrica em uma estrutura monolítica, com
foco em uma obra residencial multifamiliar na cidade de Manaus-AM. Para atingir esse
objetivo, serão abordados aspectos conceituais e normativos relacionados à instalação
elétrica em estruturas monolíticas, com base na NBR 5410/2004. Além disso, será
apresentado um estudo de caso que ilustra a relevância do acompanhamento técnico na
execução das instalações elétricas, visando a minimização de erros construtivos como
achatamento e obstrução de conduites , mal posicionamentos dos pontos eletricos,
podendo assim evitar o retrabalho e o comprometimento da estrutura do empreendimento
em caso de quebra das paredes estrututrais; acarretando na elevação no orçamento da
obra.

Palavras-chave: monolítica, instalações, elétrica, estrutura.

ABSTRACT
This scientific article aims to highlight the importance of technical monitoring in the
executive process of electrical installation in a monolithic structure, focusing on a multi-
family residential project in the city of Manaus-AM. To achieve this objective, conceptual
and normative aspects related to electrical installation in monolithic structures will be
addressed, based on NBR 5410/2004. Furthermore, a case study will be presented that
illustrates the relevance of technical monitoring in the execution of electrical installations,
aiming to minimize construction errors such as flattening and obstruction of conduits,
poor positioning of electrical points, thus being able to avoid rework and compromising
the structure of the enterprise in case of structural walls breaking; resulting in an increase
in the work budget.

Keywords: monolithic, installations, electrical, structure.

1 INTRODUÇÃO
Devido à necessidade de se construir em larga escala e pelo fato de os
empreendimentos com interesse social serem caracterizados pela sua alta repetitividade,
as construtoras passaram a buscar por sistemas construtivos mais racionalizados e que
pudessem atender à demanda existente. Neste cenário o sistema construtivo de parede de
concreto moldadas in loco tornou-se um dos mais populares no país (ABCP, 2013).
Os painéis monolíticos de concreto armado moldados in loco são utilizados no
Brasil desde a década de 80, podendo ser empregados em edificações térreas e de

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múltiplos pavimentos. Uma das premissas para o bom desempenho do sistema parede de
concreto é a compatibilidade entre a estrutura moldada in loco (a parede de concreto
propriamente dita) e os subsistemas que integram a tecnologia.
A construção de uma estrutura monolítica é um tipo de edificação que utiliza o
concreto armado como material principal, formando uma estrutura única e contínua, sem
juntas ou emendas. Esse tipo de construção apresenta algumas vantagens, como a
resistência, a durabilidade, a rapidez na execução e a possibilidade de criar formas
variadas. No entanto, também exige alguns cuidados, como o dimensionamento correto
da estrutura, o controle da qualidade do concreto, a proteção contra a corrosão das
armaduras e a prevenção de fissuras e deformações.
Ultimamente tem se vivido uma verdadeira revolução na engenharia com essas
estruturas, principalmente em obras residências multifamiliares. O fato de apresentarem
uma boa adaptação ao local e controle de qualidade, tornam-nas uma escolha excelente
para obras que necessitam de um prazo mais curto de entrega entre outras vantagens;
contudo por ser uma estrutura em que tudo é moldado no local da obra, apresenta uma
incidência de erros na execução de suas instalações, sobretudo as elétricas, que por sua
vez são instaladas nas telas ou malhas das paredes e lajes antecedendo a sua concretagem.
A infraestrutura elétrica compõe um dos subsistemas que completam essa
tecnologia. Seu papel é crucial no funcionamento de edifícios e instalações modernas,
fornecendo energia para uma ampla gama de dispositivos e sistemas essenciais, tais como:
sistemas de incêndios, interfones, antenas, interruptores e tomadas. A integração bem-
sucedida dessas instalações em estruturas monolíticas é fundamental para garantir o
desempenho seguro e eficiente de edifícios residenciais, comerciais e industriais. No
entanto, o processo de execução das instalações elétricas em estruturas moldadas in loco
é complexo e suscetível a uma série de desafios e erros que comprometem a
funcionalidade, a segurança e a eficiência do sistema elétrico.
Desta forma, traçou-se os seguintes objetivos como linha de orientação para
materialização desse artigo: Objetivo geral: Apresentar o processo executivo das
Instalações elétricas em uma estrutura monolítica, em uma obra residencial multifamiliar
na cidade de Manaus; Objetivos Específicos: Abordar aspectos conceituais e normativos
relacionados a Instalação Elétrica em Estrutura Monolíticas, baseando-se na NBR
5410/2004. Apresentar o processo executivo das Instalações elétricas em uma estrutura
monolítica de obra multifamiliar, na cidade de Manaus; Definir a importância do

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acompanhamento técnico na execução das instalações elétricas, com o intuito de amenizar


os erros construtivos no objeto, deste estudo de caso.
Este estudo possui caráter exploratório e se baseia em estudo de caso. Devido à
problemática no processo executivo das instalações elétricas de uma estrutura monolítica
é de suma importância o acompanhamento técnico visando solucionar os problemas
identificados ante e durante a execução da concretagem dessas estruturas. A recorrências
desses problemas podem ocasionar custos não orçados, atrasos na execução de serviços
devido a demanda do retrabalho, e consequentemente retardando o cronograma de
execução da obra.
Há de se pensar que uma equipe qualificada e constantemente treinada,
juntamente com profissional capacitado, é de extrema importância para a execução e
acompanhamento dos serviços de instalações elétricas.

2 ASPECTOS CONCEITUAIS E NORMATIVOS


2.1 CONCEITOS
As estruturas monolíticas são caracterizadas pela integração total de todos os
elementos estruturais da construção. Isso significa que paredes, lajes, vigas e pilares são
moldados formando um único elemento contínuo de concreto armado. Essa abordagem
construtiva oferece vantagens significativas em termos de resistência, durabilidade e
estabilidade estrutural.
O subsistema de instalações elétricas é considerado um dos mais importante da
subsistemas que compõem o sistema construtivo “Parede de concreto moldada in loco”,
haja vista que por ele, especificamente por um de seus itens serão atendidos outros
subsistemas como incêndio, SPDA. Fazem parte desse subsistema fios e cabos, caixas de
passagem, eletrodutos, tubos, conexões, tomadas, luminárias e diferentes tipos de
equipamentos, além de sistemas de câmeras e alarmes.
Concreto Armado é um material de construção resultante da união do concreto
simples: mistura de um aglomerante(cimento), com agregado miúdo (areia), agregado
graúdo (brita) e água em proporções exatas e bem definidas; e de barras de aço,
envolvidas pelo concreto, com perfeita aderência entre os dois materiais, de tal maneira
que resistam ambos solidariamente aos esforços a que forem submetidos e tornar a
edificação mais resistente.

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As lajes são elementos planos bidimensionais, onde o comprimento e a largura


são da mesma ordem de grandeza e muito maiores que a espessura. Também são
chamadas de elementos de superfície ou placas.
Viga é um elemento estrutural horizontal das edificações, geralmente utilizada no
sistema laje-viga-pilar. Servem de apoio para lajes e paredes, conduzindo suas cargas até
os pilares.
O Pilar são elementos estruturais lineares de eixo reto, usualmente dispostos na
vertical, em que as forças normais de compressão são preponderantes e cuja função
principal é receber as ações atuantes nos diversos níveis e conduzi-las até as fundações.
As paredes possuem três principais funções que são: de dividir e organizar os
ambientes, proteger a parte interna das edificações contra variações temporais ou outros
agentes agressivos e ajudar no isolamento térmico e acústico. Porém, a NBR16055:2012,
normatiza o dimensionamento e a execução do sistema e define as paredes como elemento
estrutural, moldado no local, com comprimento maior que dez vezes a espessura e capaz
de suportar carga no mesmo plano da parede.
Nas instalações elétricas são utilizados cabos que são responsáveis por conduzir a
corrente elétrica, através dos circuitos elétricos dos mais variados tipos de instalações.
Os fios também são condutores de energia, formados por apenas um filamento
metálico e rígido.
As tomadas são dispositivos que permitem a conexão do plugue do aparelho
elétricos ou eletrônicos a uma rede de energia elétrica para que ocorra o seu pleno
funcionamento.
O passador de fio é um instrumento que auxilia na passagem de fios e cabos em
instalações elétricas, telefonia e TV. É composto de polipropileno reforçado com alma de
fios de aço e guia com mola flexível na ponta. Por isso possui maior resistência e
durabilidade.
O eletroduto, é uma espécie de tubo que pode ser de plástico flexível ou rígido,
metal galvanizado ou aço. Sua função principal é conduzir os fios elétricos dentro ou fora
da parede, de modo que eles sejam protegidos de influências externas. A iluminação
refere-se à aplicação de fontes de luz em um espaço para torná-lo visível e criar uma
atmosfera específica.

2.2 NORMAS
As normas relacionadas as estruturas monolíticas são:

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• NBR 6118/2023 é a norma brasileira regulamentadora de critérios gerais


que regem o projeto das estruturas de concreto, sejam elas de edifícios, pontes,
obras hidráulicas, portos ou aeroportos etc., tanto para concreto armado, quanto
para concreto protendido.
• NBR 6120/2019 é a norma brasileira regulamentadora de Cargas para o
cálculo de estruturas de edificações; que devem ser consideradas no projeto de
estrutura de edificações, qualquer que seja sua classe e destino.
• NBR 7480/2007 é a norma brasileira regulamentadora que estabelece os
requisitos exigidos para encomenda, fabricação e fornecimento de barras e fios de
aço destinados a armaduras para estruturas de concreto armado, com ou sem
revestimento superficial.
• NBR 8953/2015 é a norma brasileira regulamentadora que estabelece as
classes do concreto em função de sua massa específica, resistência à compressão
axial e consistência.
• NBR 16055/2012 é a norma brasileira regulamentadora que estabelece os
requisitos básicos para as paredes de concreto moldadas n loco com formas
removíveis.
É importante citar, as normas relacionadas a projeto e execução das instalações
elétricas, sejam elas:
• NBR 5410/2004 é a norma brasileira regulamentadora que assegura
a qualidade das instalações elétricas de baixa tensão ao criar um padrão de
execução e o bom funcionamento dos sistemas.
• NBR 15575-1 é a norma brasileira que trata do desempenho de edificações
habitacionais e apresenta características indispensáveis de uma obra para o
consumidor, com o objetivo de prezar pelo conforto, acessibilidade, higiene,
estabilidade, vida útil da construção, segurança estrutural e contra incêndios.
• NBR 15465/2020 é a norma brasileira regulamentadora que define os
requisitos para instalação elétrica com a utilização de eletroduto, garantindo a
proteção contra a umidade e instalação térmica, embutidas de baixa tensão.
• NR 10 corresponde a Segurança em Instalações e Serviços em
Eletricidade, visando as medidas de controle; segurança em projetos; construção,
montagem, operação e manutenção; sinalização de segurança e procedimentos de
trabalho.

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• NR 18 é a norma regulamentadora que visa proporcionar segurança aos


profissionais que trabalham em canteiros de obras, de modo a evitar acidentes de
trabalho.

3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 OBJETO DO ESTUDO DE CASO
Neste trabalho, o projeto consiste no processo executivo das Instalações Elétricas
em uma estrutura monolítica de uma obra multifamiliar, na cidade de Manaus-AM. Onde
apresenta-se uma incidência de erros na execução de suas instalações, em destaque a
elétrica, que são apensados na armadura da estrutura antecedendo a concretagem.

Figura 1: Objeto do estudo de Caso

Fonte 1: google Earth Pro.

O estudo de caso foi conduzido em uma obra residencial monolítica multifamiliar


na cidade de Manaus. Durante a execução das instalações elétricas, procedeu-se à
observação meticulosa das fases associadas à disposição das armaduras na estrutura. Essa
análise abrangeu as etapas de integração das armaduras, conformação da estrutura e a
subsequente concretagem. O propósito subjacente a essa observação técnica consistiu na
identificação de possíveis falhas ou irregularidades nas instalações elétricas, buscando
compreender suas origens e causas subjacentes. O enfoque analítico adotado visou

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assegurar a conformidade com os padrões normativos e a robustez estrutural inerente a


edificações monolíticas.

3.2 PROCESSO CONSTRUTIVO


Após a montagem da armadura (telas ou malhas, barras de reforços) das paredes
deve-se montar os quadros de distribuição, caixinhas, tubulações elétricas,
hidrossanitários, gás, telefone e interfone conforme projeto. Mais especificamente, dando
seguimento a etapa inicial das instalações elétricas, faz-se a locação, demarcação e
fixação dos elementos e materiais que compõem o subsistema.
No primeiro estágio, é manifesto que os montadores realizem uma cautelosa
verificação da disposição das tomadas, interruptores, antenas, e outros elementos no
projeto. Essa avaliação é essencial para determinar a posição adequada das caixas de
passagem (Figura 2 -1) e conduites (Figura 2 - 2). Durante essa execução, faz-se a fixação
das caixas de passagem 4x2, por ser um sistema construtivo tecnológico, há de se utilizar
materiais específicos. No caso das caixas de passagem 4x2 (Figura 4 b) é indicado utilizar
um espaçador que garante a fixação do elemento à malha da parede (Figura 4 c). Além
desse, é crucial o uso do arame recozido para fixação das caixas de passagens, eletroduto
roscável rígido e corrugado flexível (Figura 4 d).
Esse processo de fixação é essencial e visa diminuir o deslocamento durante a
concretagem. Após esse processo são verificados dois itens para que possa dar
prosseguimento ao fechamento das formas (Figura 3) e em seguida realizar a concretagem
das paredes:
• Verificar o posicionamento e a fixação das caixas de luz/força, quadros de
luz/força, caixas de passagem para ar-condicionado e eletrodutos.
• Verificar posicionamento e fixação das caixas de passagem, quadro e
eletrodutos.
Estando os itens em conformidade, dar-se-á prosseguimento com a colocação de
espaçadores circulares plásticos. Concomitantemente, inicia-se o fechamento das formas
de paredes e fundo da laje. Devemos evidenciar que os materiais elétricos que ficarão
embutidos na estrutura de concreto (eletrodutos corrugados, caixas 4x2 e 4x4) devem ser
do tipo reforçado apropriados para essa finalidade em atendimento à NBR 15465
(Sistemas de eletrodutos plásticos para instalações elétricas de baixa tensão - Requisitos
de desempenho).

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Figura 2: Processo de locação e fixação dos pontos de eletricidades nas armaduras das paredes

Fonte 2: Autores.

Figura 3: Processo de colocação da forma para em seguida concretarem

Fonte 3: Autores.

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Figura 4: Materiais utilizados para instalações elétricas

Fonte 4: https://polar.com.br/categoria/eletrica/1/

3.2.1 Montagem e Locação dos Kits das Lajes


Após a realização do primeiro estágio da instalação dos pontos elétricos nas
armaduras das paredes, prossegue-se com a segunda etapa, deve-se realizar a montagem
da armadura positiva e negativa das lajes conforme projeto, inserindo os espaçadores
plásticos, os kits compostos por caixas de passagem ortogonais (Figura 5 - 1) e eletrodutos
(Figura 5 - 2) que facilitar a passagem dos cabos elétricos (Figura 5 - 3). As instalações
nas lajes são pré-preenchidas com os cabos acondicionados nos conduites e nas caixas,
dá-se o nome de kits.
Esses kit's elétrica para laje serão executados conforme projeto, compreendem as
seguintes atividades: medir e cortar a tubulação (eletroduto corrugado flexível) dos kit's
de elétrica; montar as caixas de luz octogonais; por fim, a enfiação de cabos para passar
os circuitos.
Durante a instalação nas paredes, são deixadas esperas que desempenham a
função crucial de conectar-se aos eletrodutos corrugados flexíveis das lajes com luvas
especificas para esse fim. Isso permite que os cabos presentes nas lajes atravessem os
eletrodutos das paredes até alcançarem as caixas de passagem. A conformidade estrita
com as posições definidas no projeto é essencial para evitar erros relacionados aos cabos.
Além disso, é de extrema importância prender as caixas das lajes com arame recozido nas
armaduras para garantir sua fixação, impedindo qualquer movimentação indesejada
durante a concretagem.

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Para isso, faz-se a verificação do item: posicionamento e fixação das caixas de


luz/força, integridade dos eletrodutos assim como suas emendas com aplicação adicional
de fita para manter sua estanqueidade na concretagem e por fim a garantia de sua bitola
interna. Essas práticas são fundamentais para assegurar a integridade e a eficiência das
instalações elétricas, contribuindo para a execução precisa e segura do projeto.

Figura 5: Montagem do kit antes de sobrepor a laje

Fonte 5: Autores.

Figura 6: Laje pronta liberada para concretagem

Fonte 6: Autores.

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3.2.2 Forma e Concretagem


Após a conclusão da locação e fixação de todas as instalações, tanto nas lajes
quanto nas paredes, é efetuado uma fiscalização minuciosa, para assegurar a
conformidade com a disposição dos pontos elétricos estabelecida no projeto. Uma vez
confirmado que todas as instalações estão em concordância, é disposta a autorização para
o início do processo de moldagem, processo que envolve a aplicação das formas. É de
suma importância garantir que todas as armaduras estejam equipadas com espaçadores,
tanto nas paredes quanto nas lajes. Esses espaçadores desempenham um papel pertinente
na prevenção do achatamento dos conduítes, contribuindo para a integridade e
funcionalidade das instalações elétricas. A presença adequada de espaçadores (Figura 8)
é essencial para manter a geometria correta das instalações durante o processo de
concretagem, evitando danos e garantindo a eficiência do subsistema.
Posteriormente, procede-se a concretagem da estrutura, iniciando pelas paredes e,
em seguida, a laje. É importante observar que não se deve despejar o concreto diretamente
nas formas da laje (1), pois essa prática pode resultar no deslocamento das caixas elétricas
e eletrodutos (2), alterando assim o posicionamento conforme pré-estabelecido em
projeto, isso acarretara na dificuldade na passagem dos cabos elétricos, obstrução das
caixas de passagens que é sobposta na laje. A figura abaixo ilustra esse processo.

Figura 7: lançamento do concreto nas armaduras.

2
1

Fonte 7: Autores.

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Figura 8: Espaçador roseta

Fonte 8: torri.com.br/produto/categoria/27/espaçador-roseta/56

A abordagem adequada envolve o despejo do concreto na laje, seguido pela sua


distribuição cuidadosa para as paredes, utilizando um “rodo”, uma adaptação à enxadas,
como auxílio. Essa metodologia evita o risco de deslocamento das caixas elétricas,
preservando a integridade das instalações e garantindo que o posicionamento definido no
projeto seja mantido inalterado durante o processo de concretagem.
Na sequência dessa prática, o processo de concretagem se estende à laje. É crucial
assegurar que o concreto envolva completamente as caixas elétricas eletrodutos,
atingindo uma cobertura integral. Essa medida visa garantir a proteção adequada e a
fixação sólida das instalações elétricas na estrutura. A cobertura integral pelo concreto
desempenha um papel fundamental na preservação da integridade das instalações
elétricas, proporcionando resistência mecânica e proteção contrafatores externos que
possam comprometer o funcionamento do sistema elétrico.

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Figura 9: Processo de concretagem da laje recobrindo toda a instalação elétrica

Fonte 9: Autores.

3.2.3 Desforma
Após a conclusão de todos os processos precedentes, e após a cura dessa laje,
procede-se à desforma que tem o período recomendado pela norma de 14 h para esse tipo
de execução. Embora esse processo seja relativamente simples, é crucial estar atento a
certos riscos durante a sua execução. Após a desforma, torna-se possível visualizar todas
as caixas elétricas (1), quadro de distribuição (2), caixa laje (3) posicionadas nos
ambientes conforme determinado no projeto. Este estágio é essencial para a verificação
da integridade das instalações elétricas e para garantir que não tenham ocorrido
deslocamentos ou danos (Figura 13) durante o processo de concretagem.

Figura 10: vista dos pontos elétricos após a desformas

Fonte 10: Autores.

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Figura 11: Vista da caixa de passagem de cabos elétricos.

Fonte 11: Autores.

Figura 12: Empreendimento com acabamentos dos pontos elétricos

Fonte 12: Autores.

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Figura 13: vista das caixas de passagem após a concretagem

Fonte 13: Autores.

4 RESULTADOS
A importância do acompanhamento técnico na execução das instalações elétricas,
tem como intuito diminuir possíveis erros ou vícios construtivos em cada subsistema.
Embora seja seguido a execução correta de um sistema de instalações elétricas conforme
o planejado e executado, teremos uma vida útil de até 20 anos, é recomendado que seja
realizada manutenções a cada 10 anos.
Tão importante quanto os projetos compatibilizados é a boa execução das paredes
estruturais. Os principais cuidados nas instalações elétricas se referem ao posicionamento
correto e boa vedação do sistema. Deve-se lembrar que esses elementos estarão colocados
na fôrma quando da concretagem, ou seja, sofrerão a pressão do concreto fresco. Por isso,
é necessário utilizar caixinhas elétricas vedadas especiais, eletrodutos resistentes e com
conexões próprias para evitar a entrada de nata de cimento neles.
A utilização de espaçadores, em quantidade reduzida, resulta a movimentação das
malhas, tanto nas paredes quanto em lajes, e por conseguinte finda por deslocar os
eletrodutos e caixas de passagens, dificultando a instalação e fixação de tomadas ou
outros elementos fim. Com isso, há necessidade do uso excessivo de arame recozido

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durante a fixação, além do necessário, acarretando deformar ou em alguns casos quebrar


as caixas de passagem e eletrodutos.
A falta de inspeção e acompanhamento na execução da concretagem por um
profissional da área de instalações é de grande valia pois seria verificado e levantando o
que possivelmente leva o deslocamento de caixas de tomadas e eletrodutos em algumas
das edificações.
As vantagens em ter o acompanhamento técnico na execução dos serviços de
instalações elétricas, são para evitar erros comuns na construção civil, como achatamento
dos conduites, fixação da caixinha de passagem em local errado; obstrução dos conduites
e etc..; se as paredes forem concretadas com esses erros, possivelmente teriam que
quebrar a parede que geraria um custo bem maior para obrar por serem paredes estruturais
iriam comprometer a estrutura do empreendimento. Ofertaria mais emprego e
possivelmente cumpriria o cronograma da obra, já que evitando os erros, não teria
necessidade de retrabalho e assim podendo aumentar a produtividade e evitar o
desperdício de material.

5 CONCLUSÃO
Em virtude dos resultados apresentados através do acompanhamento do objeto de
estudo de caso, é evidente que o acompanhamento técnico adequado é fundamental para
seguimento dos parâmetros recomendados na NBR 15575-1, que trata do desempenho de
edificações habitacionais; evitando problemas e possíveis patologias no processo
executivo das instalações elétricas em estruturas monolíticas.
Sendo que o sistema de instalações elétricas desempenha um papel crucial no
funcionamento dos subsistemas de uma edificação , portanto, percebe-se a importância
de uma boa execução, para trazer segurança aos futuros usuários ; recomenda-se a
implementação de medidas como inspeções regulares, acompanhadas dos responsáveis
encarregado da obra e pela assistente de qualidade; oferta de treinamentos para
qualificação e atualização do conhecimento dos colaboradores, revisão detalhada dos
projetos e comunicação eficaz entre os profissionais envolvidos.
Essas ações não só ajudarão a evitar erros, mas também contribuirão para a
redução de custos adicionais associados à correção de problemas. A empresa construtora
se beneficiaria com a implementação dessas melhorias, pois garantiria a entrega de
projetos de alta qualidade, evitando atrasos e custos extras.

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Conclui-se que e recomendado a instalação do sistema Lean, que é uma


metodologia que visa a zerar desperdícios, diminuir custos e aumentar a produtividade
dentro de uma empresa. Aliado ao uso de tecnologias, esse método fornece os meios para
uma gestão eficiente com foco em garantir uma entrega de máxima qualidade para o
cliente final.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer à Deus pela vida e pela força de vontade para superar
todos os desafios enfrentados durante o período de desenvolvimento deste trabalho.
Gostaria de agradecer especialmente a professora orientadora Walzenira Miranda, que
durante esses meses nos apoiou, dando todo auxílio necessário para a elaboração deste,
pela paciência, disponibilidade e vontade de ensinar.
A criação deste trabalho contou com a ajuda de todos os meus amigos acadêmicos,
Mariana Ferreira, Eliaby Moreira, Adriano Gomes, Geisiane Lima e Jhamilys Oliveira
que se puseram dispostos a escrever e rescrever, pesquisar e desenvolver, várias e várias
vezes. Obrigada a todos que de maneira direta ou indiretamente colaboraram com o
sucesso deste artigo.

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ISSN: 2525-8761

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