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RELATÓRIO
RELATÓRIODEDE
EXECUÇÃO DO OGE
EXECUÇÃO – I TRIMESTRE
DO OGE 2023 2023
– I TRIMESTRE i
RELATÓRIO DE EXECUÇÃO DO
ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO
I TRIMESTRE DE 2023
FICHA TÉCNICA
Elaboração:
Ministério das Finanças
Direcção Nacional da Contabilidade Pública
Largo da Mutamba, Palácio das Finanças, Caixa Postal 1235
Luanda – Angola
Título:
Relatório de Execução Trimestral do Orçamento Geral do Estado: I Trimestre de 2023
Data de Finalização:
22 de Junho de 2023
Equipa Técnica:
Departamento de Contas do Estado
Direcção Nacional da Contabilidade Pública
Ministério das Finanças
República de Angola
RELATÓRIO DE EXECUÇÃO DO
ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO
I TRIMESTRE 2023
Junho de 2023
ÍNDICE
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................................................................... 8
Saldo Corrente..................................................................................................................................................................................................................33
RELATÓRIO
RELATÓRIODEDE
EXECUÇÃO DO OGE
EXECUÇÃO – I TRIMESTRE
DO OGE 2023 2023
– I TRIMESTRE iv
iv
RELATÓRIO DE EXECUÇÃO DO
ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO
I TRIMESTRE DE 2023
GLOSSÁRIO ....................................................................................................................................................................................................................................42
ÍNDICE DE QUADROS
ÍNDICE DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – EVOLUÇÃO DO PREÇO DO PETRÓLEO BRENT VS. WTI NO I TRIMESTRE 2023 ........................................................14
GRÁFICO 2 - COMPORTAMENTO RECENTE DA INFLAÇÃO ...................................................................................................................................15
GRÁFICO 3 – DECOMPOSIÇÃO DA RECEITA ARRECADADA NO I TRIMESTRE DE 2023 ......................................................................17
GRÁFICO 4 – DECOMPOSIÇÃO DAS RECEITAS CORRENTES ................................................................................................................................18
GRÁFICO 5 – DECOMPOSIÇÃO DAS RECEITAS DE CAPITAL .................................................................................................................................19
GRÁFICO 6 - DECOMPOSIÇÃO DAS DESPESAS EXECUTADAS ............................................................................................................................21
GRÁFICO 7 - DECOMPOSIÇÃO DAS DESPESAS CORRENTES ................................................................................................................................22
GRÁFICO 8 - DECOMPOSIÇÃO DAS DESPESAS DE CAPITAL.................................................................................................................................23
GRÁFICO 9 - DESPESA POR FUNÇÃO NO I TRIMESTRE DE 2023 .......................................................................................................................26
GRÁFICO 10 – SERVIÇO DE DÍVIDA INTERNA POR INSTRUMENTOS ..............................................................................................................35
GRÁFICO 11 – STOCK DE DÍVIDA INTERNA POR INSTRUMENTOS ..................................................................................................................36
GRÁFICO 12 – EXECUÇÃO DO SERVIÇO DA DÍVIDA EXTERNA TRIMESTRAL ............................................................................................37
GRÁFICO 13 – STOCK DA DÍVIDA EXTERNA POR PRAZOS ....................................................................................................................................38
GRÁFICO 14 – STOCK DA DÍVIDA PÚBLICA ......................................................................................................................................................................39
ANEXOS
ANEXO 1 – BALANÇO ORÇAMENTAL
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO
1. O presente relatório responde à exigência legal, estabelecida nas alíneas b) e c), do n.º 1, do
Artigo 275.º da Lei n.º 13/17 de 6 de Julho – Lei Orgânica que Aprova o Regimento da
Assembleia Nacional.
2. Nos termos desta disposição legal, "o Presidente da República remete à Assembleia
Nacional, o Relatório de Execução Trimestral, até 45 dias após o termo do Trimestre a que
se refere, para apreciação. O prazo é de até 90 dias, quando se tratar do relatório do quarto
trimestre”.
5. O documento é apresentado com base nas normas contabilísticas em vigor, relativas aos
registos, permitindo a utilização do método de regularização para cumprimento de um dos
princípios elementares de escrituração contabilística, designadamente a especialização do
exercício.
10. Nesta senda, o presente relatório apresenta uma síntese sobre a execução orçamental,
financeira e patrimonial, bem como os seus anexos, que permitem obter uma visão global
das informações que são descritas no referido documento.
12. Após um longo período, fortemente impactado pela pandemia do COVID-19, desde 2021 a
economia mundial foi dando sinais de alguma recuperação do seu crescimento. Contudo, o
início da guerra na Ucrânia provocou inúmeras consequências, com destaque para uma crise
humanitária, a crise relacionada com o elevado custo de vida das populações em muitos
países, bem como a crise energética.
13. De acordo com o FMI, no seu relatório World Economic Outlook publicado em Abril de 2023,
a economia global parece estar pronta para uma recuperação gradual, resultante de um
forte golpe causado pela pandemia e pela guerra na Ucrânia. A China está a recuperar
fortemente após a reabertura de sua economia. As interrupções na cadeia de suprimentos
estão a diminuir, enquanto as deslocações para os mercados de energia e alimentos estão a
reduzir.
14. Nesta perspectiva, de acordo com a referida Instituição de Bretton Woods, perspectiva-se
que o crescimento caia de 3,4% em 2022 para 2,8% em 2023, antes de se estabelecer em
3,0% em 2024. Espera-se que as economias avançadas tenham uma desaceleração de
crescimento especialmente pronunciada, de 2,7% em 2022 para 1,3% em 2023.
15. O OGE 2023 foi elaborado e aprovado com o preço médio de US$ 75/barril. Todavia, o
preço médio da cotação do Brent, ao longo do I Trimestre de 2023, situou-se em cerca de
US$ 82,25 por barril, representando 9,67% acima dos US$ 75 previstos no OGE.
18. A dívida das empresas públicas, designadamente Sonangol e TAAG, cifrou-se em Kz 2,072
biliões equivalente a US$ 4,104 mil milhões, representando um aumento de cerca de 9%
face ao I Trimestre de 2022.
19. O stock da Dívida Pública, que engloba a Dívida Governamental e Dívida das Empresas
Públicas, situou-se em torno de Kz 36,443 biliões, equivalente a US$ 72,186 mil milhões.
20. No âmbito da execução orçamental, o OGE 2023 apresentou uma estimativa de receita e
«despesa autorizada no valor de Kz 20,104 biliões. No I Trimestre de 2023, foram
arrecadadas receitas Kz 2,634 biliões e realizadas despesas no valor de Kz 2,677 biliões,
tendo sido registado um resultado orçamental deficiário de Kz 42,923 mil milhões.
21. O Saldo Corrente, por sua vez, foi superavitário na ordem dos Kz 919,701 mil milhões,
demonstrando que as receitas correntes foram suficientes para suprir as despesas
correntes do período.
22. A receita arrecadada, no período, apresenta uma execução de cerca de 13%, em relação à
receita anual estimada no OGE 2023, e foram arrecadadas:
25. O Orçamento Geral do Estado (OGE), para o ano de 2023 foi concebido tendo como
referência o preço médio do petróleo de US$ 75/barril e prevê uma taxa de crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB) na ordem dos 3,3%.
26. De acordo com os dados referentes ao primeiro trimestre de 2023, o preço médio da
cotação do Brent1 situou-se em torno dos US$ 82,25/barril, 9,67% acima dos US$ 75
previstos no OGE.
27. Ao longo do trimestre em análise, a média mensal do preço do Brent passou de US$ 84 em
janeiro para US$ 79,21 em março, representando uma queda na ordem dos 5,70%.
28. A queda do preço do petróleo, no período em referência, deveu-se, dentre outros factores,
a manutenção da estratégia de aumento das taxas de juros por parte dos principais bancos
centrais ao redor do mundo (com realce para a Reserva Federal dos Estados Unidos da
América e o Banco Central Europeu), diante da prevalência do actual cenário de aumento
generalizado dos preços, bem como pela expectactiva de desaceleração da actividade
económica global, com realce para os principais players do lado da procura desta commodity,
como os Estados Unidos da América (de 2,1% em 2022 para 1,6% em 2023), Zona Euro
(de 3,5% em 2022 para 0,8% em 2023) e a China (de 6,8% em 2022 para 5,9% em 2023).
29. O gráfico que se segue, apresenta a evolução mensal do preço do Petróleo Brent e WTI,
durante o I Trimestre de 2023.
1
O Petróleo Brent serve como principal referência para as ramas angolanas
BRENT WTI
84 83,54
79,21
78,16
76,86
73,37
Fonte: Bloomberg
(Em Percentagem)
33. Em termos de contribuição por classes, no fim do período, a semelhança dos períodos
anteriores, a classe “alimentação e bebidas não alcoólicas” foi a que mais contribuiu para o
aumento do nível geral de preços com 0,52 pontos percentuais, seguida das classes: “bens
e serviços diversos” com 0,09 pontos percentuais, “saúde” com 0,07 pontos percentuais e
“vestuário e calçado” com 0,06 pontos percentuais. As restantes classes tiveram
contribuições inferiores a 0,06 pontos percentuais.
Fonte: BNA/INE/ANPG/MIREMPET
Receitas Arrecadadas
(Milhões de Kwanzas)
Arrecadada Var.%
Natureza da Receita Prevista Exec.% Part.%
IV T 2022 I T 2023 I T 2022 Homóloga
Correntes 13 456 385 3 631 810 2 340 186 2 935 997 17% 89% -20%
Petrolíferas 7 195 644 2 038 778 1 358 692 1 703 185 19% 52% -20%
Concessionária 4 540 728 940 108 1 001 493 1 150 444 22% 38% -13%
Companhias 2 654 916 1 098 670 357 199 552 741 13% 14% -35%
Diamantíferas 112 017 11 949 16 986 12 892 15% 1% 32%
Outras Receitas Tributárias 5 286 006 1 321 237 936 010 1 197 599 18% 36% -22%
Outras Receitas Patrim. e Correntes 547 003 173 842 28 459 22 321 5% 1% 28%
Receitas de Contribuições Sociais e
315 715 86 004 40 0 0% 0% 0%
Económicas
Capital 6 647 822 1 233 398 294 573 242 271 4% 11% 22%
Alienações 25 239 3 496 2 422 2 903 10% 0% -17%
Financiamentos 6 622 583 1 229 851 292 089 239 350 4% 11% 22%
Internos 3 096 961 717 171 252 255 228 540 8% 10% 10%
Externos 3 525 622 512 680 39 834 10 811 1% 2% 268%
Receita De Transferências De Capital 0 51 62 18 100% 0% 247%
Outras Receitas de Capital 0 0 0 0 0% 0% 0%
Total Geral 20 104 207 4 865 208 2 634 759 3 178 268 13% 100% -17%
Fonte: MINFIN.
por outro lado, as receitas de capital registaram um peso percentual de apenas 11%, tal
como se pode observar no gráfico 3.
(Em Percentagem)
Fonte: MINFIN
Receitas Correntes
40. As receitas correntes registaram uma redução de cerca de 20% face ao período homólogo,
influenciado pela redução da arrecadação das receitas petrolíferas, associado a redução do
preço do petróleo comparado ao praticado no I Trimestre de 2022 (US$ 97,38) e da
quantidade crude exportada, bem como a redução da rubrica de outras receitas tributárias,
tendo apresentado variações homólogas negativas na ordem de 22%.
(Milhões de Kwanzas)
28 459
936 010
16 986
Diamantíferas
1 358 692
Petrolíferas
Fonte: MINFIN
42. A Receita do Sector Petrolífero, que é composta pela receita da Concessionária e a receita
das Companhias Petrolíferas associadas, registou uma arrecadação de Kz 1,358 biliões,
representando uma execução de 19% e uma participação de 52% sobre a receita total
prevista. Estas receitas resultam essencialmente da arrecadação dos impostos sobre a
Partilha de Produção de Petróleo, Rendimento e Produção de Petróleo.
43. As receitas Petrolíferas registaram uma redução de 20%, quando comparado ao I Trimestre
do ano anterior, justificada pela redução do preço médio dos barris, ao passar de US$ 97,38
em 2022 para US$ 82,25 em 2023, bem como pela redução de quantidades exportadas, ao
passar de 1 160,11 MBbl no I trimestre do ano anterior, para 1 050 MBbl no período actual.
44. As outras receitas tributárias, registaram uma arrecadação na ordem dos Kz 936,010 mil
milhões, com destaque para as arrecadações dos impostos sobre rendimento do trabalho
por conta de outrem, imposto sobre o valor acrescentado e imposto sobre as importações.
As outras receitas tributárias tiveram uma execução de 18% e uma participação de 36%, e
registaram uma redução de 22% face ao I Trimestre do ano anterior.
45. As Outras Receitas Patrimoniais e Correntes, que comportam Receitas de Juros diversos,
Multas Fiscais, Serviços de Notariado e Diversos, bem como Receitas com Indemnizações,
Dividendos e Rendas de Imóveis, registaram uma execução na ordem dos Kz 28,459 mil
milhões, registando uma execução de 5% e uma participação de apenas 1% sobre a receita
total arrecadada no período, e um aumento de 28% face ao I Trimestre do ano anterior.
Receitas de Capital
(Milhões de Kwanzas)
Alienações 2 422
Fonte: MINFIN
50. As Receitas de Alienações, por seu turno, registaram uma arrecadação de cerca de Kz 2,422
mil milhões, representando uma variação negativa de 17% face ao período homólogo, e uma
execução de apenas 10% face ao valor total estimado.
Despesas Realizadas
51. A despesa total realizada, no período em análise, ascendeu o montante de Kz 2,677 biliões,
correspondendo a uma execução de 13% em relação à despesa total orçamentada e uma
redução de 19%, comparativamente ao período homólogo.
(Milhões de Kwanzas)
Realizada Exec. Var.%
Natureza da Despesa Prevista Part.%
IV T 2022 I T 2023 I T 2022 % Homologa
Correntes 9 548 619 1 831 802 1 420 485 1 540 285 15% 53% -8%
Pessoal e Contrib.do Empregador 2 825 080 658 746 618 478 502 340 22% 23% 23%
Bens 784 183 187 457 75 016 223 800 10% 3% -66%
Serviços 1 834 854 268 412 172 540 286 258 9% 6% -40%
Juros da Dívida 2 440 773 525 412 321 897 396 816 13% 12% -19%
Restituições E Indemnizações 0 2 856 765 239 0% 0% 220%
Subsídios e Outras Transferências 1 663 730 188 920 231 788 130 832 14% 9% 77%
Capital 10 335 598 1 915 270 1 257 197 1 753 828 12% 47% -28%
Investimentos 3 119 828 886 706 292 345 667 581 9% 11% -56%
Transferências de Capital 475 338 26 824 14 065 82 407 3% 1% -83%
Despesas de Capital Financeiro 6 726 549 1 001 535 950 772 1 000 691 14% 36% -5%
Outras Despesas De Capital 13 884 205 15 3 148 0% 0% -100%
Reserva Orçamental 219 990 0 0 - 0% 0% 0%
Total Geral 20 104 207 3 747 071 2 677 682 3 294 113 13% 100% -19%
Fonte: MINFIN
53. Tal como se pode aferir, as despesas totais são decompostas por despesas correntes e
despesas de capital. As despesas correntes representaram 53% da despesa total, enquanto
que as despesas de capital representaram 47%, conforme se demonstra no gráfico 6.
(Em Percentagem)
Fonte: MINFIN
Despesas Correntes
56. O gráfico 7, apresenta a execução das despesas correntes, nas diversas naturezas
económicas.
(Milhões de Kwanzas)
BENS 75 016
Fonte: MINFIN
58. As Despesas de Bens e de Serviços registaram execuções na ordem dos Kz 75,016 mil
milhões e Kz 172,540 mil milhões, correspondendo um grau de execução de 10% e 9%, do
valor anual autorizado, respectivamente. As despesas de Bens e de Serviços verificaram
ambas, reduções na ordem dos 66% e 40%, respectivamente, face ao I Trimestre de 2022.
60. Por outro lado, a redução das despesas de Bens está associada a diminuição nas aquisições
de bens, com ênfase aos Materiais De Consumo Corrente Especializado, que passaram de
Kz 110,514 mil milhões no I T 2022, para Kz 37,074 mil milhões, no I T 2023.
61. As Despesas com Juros da Dívida (Interna e Externa), foram executadas na ordem dos Kz
321,897 mil milhões, tendo sido registada uma taxa de execução de 13% e de participação
de 12%.
62. Comparativamente ao período homólogo, verificou-se uma redução na ordem dos 19%.
Esta redução está relacionada com a redução da execução das despesas com os juros da
dívida interna que passaram de Kz 247,425 mil milhões no I T 2022, para Kz 14,937 mil
milhões, no I T 2023.
63. As Despesas com Subsídios e Transferências, registaram uma execução na ordem dos Kz
231,788 mil milhões, correspondendo a uma execução de 14%, sendo caracterizadas,
essencialmente, pelos subsídios operacionais, subsídios a preços, subsídios para cobertura
de custos com pessoal, transferências para as famílias, bolsas de estudo e subsídios para
entidades tradicionais. Comparativamente ao período homólogo verificou-se um aumento
de 77%.
Despesas de Capital
65. Esta redução é justificada, essencialmente, pela diminuição das despesas de investimentos
(-56%), transferências de capital (-83%) e despesas de capital financeiro (-5%).
(Milhões de Kwanzas)
Fonte: MINFIN
68. As Despesas de Investimentos, por seu turno, tiveram uma execução na ordem dos Kz
292,345 mil milhões, que equivale a 9% do valor autorizado. As despesas de Investimentos
estavam desagregadas em Construções de Imóveis, Infra-estruturas e Instalações, Meios e
Equipamentos de Transporte e Aquisição de Imóveis, e apresentaram uma redução na
ordem dos 56%, face ao I Trimestre de 2022.
69. A Execução da Despesa por Função, esboça a acção governamental, nos diferentes sectores,
como por exemplo: Saúde, Educação, Protecção Social e Defesa. Tal como está apresentada
no Quadro 4, não espelha as Operações da Dívida Pública, por não fazer referência a uma
função governamental.
70. Assim, tal como apresentado no quadro 4, a execução das despesas por função, excluindo
as operações da dívida pública, totalizou cerca de Kz 1,386 biliões, representando uma
execução de 13% e uma redução de 27% comparativamente ao período homólogo.
(Milhões de Kwanzas)
Realizada Var. %
Funções do Governo Autorizada Exec.% Part.%
IV T 2022 I T 2023 I T 2022 Homóloga
Sector Social 4 823 920 1 085 750 596 702 558 752 12% 43% 7%
Educação 1 581 647 270 270 209 037 183 893 13% 15% 14%
Saúde 1 341 592 240 110 140 489 211 427 10% 10% -34%
Protecção Social 689 070 258 579 149 127 62 333 22% 11% 139%
Habitação e Serviços Comunitários 1 112 507 306 231 88 661 91 930 8% 6% -4%
Recreação Cultura e Religião 99 103 10 561 9 388 9 169 9% 1% 2%
Assuntos Económicos 1 961 862 240 327 172 297 342 441 9% 12% -50%
Agricultura, Sivicult, Pesca e Caça 386 074 26 394 4 645 27 513 1% 0% -83%
Combustíveis e Energia 784 694 69 307 57 264 172 136 7% 4% -67%
Industria Extractiva, construção 49 086 22 310 9 666 43 216 20% 1% -78%
Assuntos Econ Gerais, Com E Laborais 76 915 6 241 3 521 3 910 5% 0% -10%
Realizada Var. %
Funções do Governo Autorizada Exec.% Part.%
IV T 2022 I T 2023 I T 2022 Homóloga
Transportes 607 671 109 751 91 996 81 414 15% 7% 13%
Comunicações E Tecn Da Informação 31 243 5 140 3 509 13 155 11% 0% -73%
Outros Actividades Económicos 1 435 257 130 101 9% 0% 28%
Proteção Ambiental 24 745 927 1 567 977 6% 0% 60%
Defesa e Segurança 1 722 603 509 439 377 489 536 410 22% 27% -30%
Defesa Nacional 855 181 270 794 213 416 321 221 25% 15% -34%
Segurança e Ordem Pública 867 422 238 645 164 073 215 189 19% 12% -24%
Serviços Públicos Gerais 2 531 696 475 478 239 233 458 092 9% 17% -48%
Totais 11 040 080 2 310 995 1 385 721 1 895 695 13% 100% -27%
Fonte: MINFIN.
71. Vale destacar que, a maior fatia atribuída no OGE 2023 foi para o Sector Social, com um
valor orçamentado na ordem dos Kz 4,823 biliões. Neste sector, destaca-se o maior
investimento nos sectores da Educação e da Saúde, com valores aprovados na ordem dos
Kz 1,582 biliões e Kz 1,342 biliões, respectivamente.
72. Neste contexto, no período em apreço, o sector com maior execução foi o Sector Social, com
uma execução na ordem dos Kz 596,702 mil milhões, equivalente a uma execução de cerca
de 12% do valor total orçamentado, e representando um peso de 43% sobre a despesa
total executada.
73. Seguidamente, apresenta-se a Defesa e Segurança, com uma execução de Kz 377,489 mil
milhões, representando uma taxa de execução de 22% sobre o valor anual orçamentado e
uma participação de 27% da despesa total executada.
74. Os sectores dos Serviços Públicos Gerais e Assuntos Económicos, tiveram ambas uma
execução de 9%, e representaram sobre a despesa total executada um peso de 17% e 12%,
respectivamente, tal como se pode observar no gráfico 9.
(Em Percentagem)
17%
Sector Social
Assuntos Económicos
43%
Defesa e Segurança
27% Serviços Públicos Gerais
13%
Fonte: MINFIN.
75. No Sector Social, as despesas com maior execução incidiram sobre os sectores da Educação
Saúde e Protecção Social, com execuções na ordem dos Kz 209,037 mil milhões, Kz 140,489
mil milhões, e Kz 149,127 mil milhões, respectivamente. Estes sectores representaram uma
taxa de execução, face ao valor total aprovado, de 13%, 10% e 22%, respectivamente.
77. No Sector Económico, o sector com maior execução foi o Sector dos Transportes, que
registou uma execução de Kz 91,996 mil milhões, correspondente a uma execução de 15%
face ao valor orçamentado.
78. A segunda função governamental com maior execução no Sector Económico, foi o sector
dos Combustíveis e Energia, com uma execução na ordem dos Kz 57,264 mil milhões, que
corresponde a 7% da despesa anual autorizada.
79. No I Trimestre de 2023, as despesas do sector social foram estimadas em Kz 4,823 biliões.
Estas despesas incluem os gastos com a Educação, Saúde, Protecção Social, Habitação e
Serviços Comunitários e Recreação, Cultura e Religião.
80. Do valor total aprovado, no período, foram executadas despesas na ordem dos Kz 596,702
mil milhões, distribuídos pelos vários sectores, tal como se pode observar no quadro 5.
(Milhões de Kwanzas)
Execução Trimestral Var. %
Sector Aprovada Exec. % Part.%
I T 2023 I T 2022 Homóloga
Educação 1 581 647 209 037 183 893 13% 15% 14%
Saúde 1 341 592 140 489 211 427 10% 10% -34%
Protecção Social 689 070 149 127 62 333 22% 11% 139%
Habitação e Serviços Comunitários 1 112 507 88 661 91 930 8% 6% -4%
Recreação Cultura e Religião 99 103 9 388 9 169 9% 1% 2%
Total 4 823 920 596 702 558 752 12% 100% 7%
Fonte: MINFIN
Educação
81. O sector da educação executou despesas na ordem dos Kz 209,037 mil milhões, perfazendo
uma taxa de execução da despesa de 13%, do valor anual estimado. Deste valor, destacam-
se as funções do ensino secundário, primário e superior, com execuções na ordem dos Kz
125,060 mil milhões, Kz 45,956 mil milhões e Kz 24,990 mil milhões, respectivamente.
82. No ensino secundário, cerca de 97% do valor executado destinou-se às despesas com
pessoal e bens e serviços no montante de Kz 121,103 mil milhões. Porém, destacam-se a
execução de despesas no âmbito do PIIM, para Construção E Apetrechamento De Uma
Escola Secundária No Cuanza Norte.
83. No ensino primário, cerca de 89% do valor executado destinou-se às despesas com pessoal
e 7% para cobertura de Outras Despesas de Capital dos projectos de Construção,
reabilitação e apetrechamento de Escolas, com destaque à construção de uma escola
primária de 12 salas no Capalanca, construção de uma escola de 12 salas de aulas no Bairro
Kwenha da Cidade do Luena, construção e apetrechamento de uma escola do Iº Ciclo de 20
salas no Cuito, no âmbito dos programas de Melhoria da Qualidade e Desenvolvimento do
Ensino Primário e Melhoria e Desenvolvimento do Ensino Técnico-Profissional.
84. Relativamente ao ensino superior, do valor total executado, destaca-se cerca de Kz 12,206
mil milhões que foram destinados à atribuição de bolsas de estudos internas e externas para
os estudantes angolanos.
Saúde
85. No I Trimestre de 2023, o sector da Saúde realizou despesas na ordem dos Kz 140,489 mil
milhões, perfazendo um grau de execução de 10% face ao valor anual autorizado. Deste
valor destacam-se, a execução dos projectos no âmbito dos serviços hospitalares gerais,
serviços de saúde pública e serviços hospitalares especializados, com execuções na ordem
dos Kz 71,632 mil milhões, Kz 43,683 mil milhões e Kz 13,847 mil milhões, respectivamente.
86. No que concerne aos serviços hospitalares gerais, o destaque recai sobre a execução de
cerca de Kz 26,155 mil milhões destinados à realização de despesas executadas no âmbito
do Programa de Melhoria da Assistência Médica e Medicamentosa, com a construção e
apetrechamento dos hospitais a nível nacional.
87. Relativamente aos serviços de saúde pública, cerca de Kz 4,999 mil milhões, foram
destinados à execução de despesas relacionadas a cooperações estrangeiras no sector da
saúde.
88. Relativamente aos serviços hospitalares especializados, cerca de Kz 2,393 mil milhões foram
destinados à implementação do Programa de Melhoria da Assistência Médica e
Medicamentosa, onde se destacaram os projectos de construção e reabilitação de hospitais,
bem como, o projecto de cirurgia cardíaca.
Protecção Social
89. O sector de protecção social executou despesas na ordem dos Kz 149,127 mil milhões,
perfazendo 10% de execução face ao valor anual autorizado. Deste valor destacam-se os
sectores dos outros serviços de protecção social e habitação, com execuções na ordem dos
Kz 145,654 mil milhões e Kz 2,175 mil milhões, respectivamente.
90. No que concerne aos outros serviços de protecção social, destaca-se o valor executado na
ordem dos Kz 125,689 mil milhões, que faz menção a despesas relacionadas com a pensão
dos antigos combatentes, executados pelos Instituto Nacional De Segurança Social,
Ministério da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria e pela Caixa de Previdência Social dos
Funcionários do SINSE.
91. No que concerne às Habitações, destaca-se a execução de despesas na ordem dos Kz 2,175
mil milhões, em que se destacam os projectos relacionados a Construção da Centralidade
93. Deste valor, destacam-se as despesas realizadas no âmbito das infra-estruturas urbanas,
abastecimento de água e saneamento básico habitacional, com valores na ordem dos Kz
50,484 mil milhões, Kz 19,153 mil milhões, e Kz 14,669 mil milhões, respectivamente.
96. No que toca ao saneamento básico, destaca-se a execução de despesas na ordem dos Kz
14,588 mil milhões, no âmbito do Programa de Melhoria do Saneamento Básico.
97. O sector de recreação, cultura e religião, executou despesas na ordem dos Kz 9,388 mil
milhões, evidenciando uma taxa de execução de 9%, face ao valor anual autorizado. Deste
valor, destacam-se os serviços de difusão e publicação e os serviços recreativos e
desportivos, com execuções na ordem dos Kz 7,060 mil milhões e Kz 1,287 mil milhões,
respectivamente.
98. No que concerne aos serviços de difusão e publicação, destacam-se as despesas de Kz 7,051
mil milhões para cobertura de custos operacionais de empresas públicas.
100. Para o I Trimestre de 2023, os programas executados no período, referem-se ao PDN 2018-
2022, tendo em consideração que aquando da execução financeira do período, ainda se
encontrava em curso o processo de elaboração do PDN 2023-2027.
101. Assim sendo, a análise sobre a execução financeira do período, cingiu-se sobre o PDN 2018-
2022 que está estruturado em 7 Eixos, subdivididos em 23 Políticas Estratégicas,
detalhadas em 70 Programas de Acção, implementados por projectos e actividades
previstos no Plano Anual de Desenvolvimento Nacional.
102. Os 7 (sete) principais eixos de intervenção do PDN 2018-2022, com base nas prioridades
gerais do Executivo são:
103. Desta feita, no I Trimestre de 2023, a execução financeira destes programas apresenta-se
no quadro 6.
(Milhões de Kwanzas)
Despesa Despesa
Programa Exec.% Part.%
Aprovada Líquidada
Acções Correntes 16 256 213 2 318 967 14% 87%
Desenvolvimento E Melhoria Das Infraestruturas De Transportes 500 917 82 648 16% 3%
Reforço Das Capacidades Técnico-Materiais E Operacionais 114 913 58 952 51% 2%
Construção E Reabilitação De Infraestruturas Rodoviárias 529 813 42 507 8% 2%
Expansão Do Abastecimento De Água Áreas Urbanas, Sedes De Município E Áreas Rurais 285 888 38 139 13% 1%
Melhoria Da Assistência Médica E Medicamentosa 228 754 30 573 13% 1%
Expansão Acesso À Energia Eléctrica Áreas Urbanas, Sedes De Município E Áreas Rurais 190 064 21 308 11% 1%
Construção E Reabilitação De Edifícios Públicos E Equipamentos Sociais 166 223 18 490 11% 1%
Melhoria Do Saneamento Básico 95 617 15 941 17% 1%
Consolidação E Optimização Do Sector Eléctrico 352 749 15 479 4% 1%
Reforço Do Combate À Criminalidade E À Delinquência 150 216 6 345 4% 0%
Melhoria Da Saúde Materno-Infantil E Nutrição 59 617 3 993 7% 0%
Melhoria Da Qualidade E Desenvolvimento Do Ensino Primário 152 916 3 723 2% 0%
Desenvolvimento Local E Combate À Pobreza 160 449 3 432 2% 0%
Habitação 70 046 2 207 3% 0%
Desenvolvimento Do Ensino Secundário Geral 68 523 1 554 2% 0%
Descentralização E Implementação Das Autarquias Locais 61 709 1 547 3% 0%
Combate Às Grandes Endemias Pela Abordagem Das Determinantes Da Saúde 45 020 1 532 3% 0%
Capacitação Institucional E Valorização Dos Recursos Humanos 96 840 1 241 1% 0%
Melhoria E Desenvolvimento Do Ensino Técnico-Profissional 21 502 877 4% 0%
Prevenção De Riscos E Protecção Ambiental 16 666 771 5% 0%
Desenvolvimento E Modernização Das Actividades Geológico- Mineiras 10 097 665 7% 0%
Exploração Sustentável Dos Recursos Aquáticos Vivos E Do Sal 7 313 644 9% 0%
Valorização Da Família E Reforço Das Competências Familiares 7 986 632 8% 0%
Generalização Da Prática Desportiva E Melhoria Do Desporto De Rendimento 21 173 599 3% 0%
Melhoria Da Qualidade Ensino Superior e Desenvol. Investigação Cientifica E Tecnológica 40 666 516 1% 0%
Promoção Da Empregabilidade 13 409 500 4% 0%
Fomento Da Produção Agrícola 38 822 495 1% 0%
Apoio À Produção, Substituição Das Importações E Diversificação Das Exportações 6 974 446 6% 0%
Reforma E Modernização Da Administração Da Justiça 46 619 376 1% 0%
Reforço Do Combate Ao Crime Económico, Financeiro E À Corrupção 18 029 266 1% 0%
Desenvolvimento Da Aquicultura Sustentável 3 064 249 8% 0%
Desenvolvimento E Consolidação Do Sector Da Água 4 740 219 5% 0%
Reconversão Da Economia Informal 9 386 209 2% 0%
Fomento Da Produção Pecuária 15 315 208 1% 0%
Desenvolvimento De Infraest. De Telecomunicações E Tecnologias De Informação 7 138 199 3% 0%
Melhoria Do Sistema Nacional De Qualidade 5 884 163 3% 0%
Protecção E Promoção De Direitos Da Criança 5 057 136 3% 0%
Reforma Administração Local e Melhoria Dos Serviços Públicos A Nível Municipal 17 529 113 1% 0%
Despesa Despesa
Programa Exec.% Part.%
Aprovada Líquidada
Melhoria Da Segurança Alimentar E Nutricional 2 352 112 5% 0%
Desenvolvimento Da Rede Urbana 35 524 93 0% 0%
Modernização Do Sistema De Protecção Social Obrigatória 350 81 23% 0%
Desenvolvimento Integral Da Juventude 4 903 74 2% 0%
Plano Nacional De Formação De Quadros 770 69 9% 0%
Fomento Da Produção Da Indústria Transformadora 19 353 67 0% 0%
Desminagem 668 56 8% 0%
Desenvolvimento Hoteleiro E Turístico 319 38 12% 0%
Estabelecimento Do Sistema Nacional De Qualificações 601 36 6% 0%
Modernização E Desenvolvimento Da Actividade De Transportes 893 34 4% 0%
Alterações Climáticas 13 264 31 0% 0%
Fomento Da Exploração E Gestão Sustentável De Recursos Florestais 9 666 30 0% 0%
Melhoria Do Serviço Público Nacional Da Comunicação Social 2 108 30 1% 0%
Valorização E Dinamização Do Património Histórico E Cultural 5 488 16 0% 0%
Reforço Do Sistema Nacional De Emprego E Formação Profissional 4 357 13 0% 0%
Desenvolvimento E Consolidação Da Fileira Do Petróleo E Gás Natural 735 11 2% 0%
Melhoria Da Gestão Das Finanças Públicas 34 873 11 0% 0%
Desenvolvimento Da Logística E Da Distribuição 860 7 1% 0%
Intensificação Da Alfabetização E Da Educação De Jovens E Adultos 5 430 4 0% 0%
Desenvolvimento Da Educação Pré-Escolar 17 093 3 0% 0%
Fomento Da Arte E Das Indústrias Culturais E Criativas 229 1 1% 0%
Expansão Do Transporte Público 11 588 0 0% 0%
Melhoria Da Organização E Das Condições De Trabalho 1 298 0 0% 0%
Promoção Da Inovação E Transferência De Tecnologia 4 094 0 0% 0%
Formação E Gestão Do Pessoal Docente 1 171 0 0% 0%
Reforço Do Sistema De Informação Sanitária E Desenvol. Da Investigação Em Saúde 3 563 0 0% 0%
Acção Social, Saúde E Desporto Escolar 374 0 0% 0%
Desenvolvimento De Indústrias Da Defesa 9 724 0 0% 0%
Promoção Da Cidadania E Da Participação Dos Cidadãos Na Governação 5 090 0 0% 0%
Desconcentração Administrativa E Financeira 570 0 0% 0%
Melhoria Do Sistema Geodésico E Cartográfico Nacional 101 0 0% 0%
Melhoria Do Controlo Das Fronteiras Nacionais E Imigração 2 943 0 0% 0%
Total Geral 20 104 207 2 677 680 13% 100%
Fonte: MINFIN
104. Este subponto visa demonstrar, de acordo com os dados estatísticos mais actualizados, os
principais indicadores de desempenho da execução fiscal, nomeadamente, Saldo Fiscal,
Saldo Primário, Saldo Primário Não Petrolífero e o Saldo Corrente.
Saldo Fiscal
105. O Saldo Fiscal resulta da diferença entre as receitas correntes e o total das despesas
realizadas ao longo de um determinado exercício, excluindo as receitas e despesas de
financiamento.
106. No período em apreço, de acordo os dados estatísticos, o Saldo Fiscal foi deficitário na
ordem dos Kz 367,20 mil milhões.
Saldo Corrente
107. O saldo corrente obtém-se pela diferença entre as Receitas Correntes e as Despesas
Correntes do Sector da Administração Pública, e tem como objectivo principal a avaliação
do volume de poupança nele gerado. Este permite também avaliar a capacidade de o Estado
financiar as suas despesas correntes por meio das receitas correntes.
108. Deste modo, para o período em referência, o saldo corrente foi superavitário na ordem dos
Kz 919,701 mil milhões.
Saldo Primário
109. O saldo primário corresponde à diferença entre a receita e a despesa primária (despesa
antes de juros).
110. Assim, no período em apreço, o saldo primário do período foi deficitário na ordem dos Kz
317,65 mil milhões.
111. O Saldo Primário Não petrolífero corresponde à diferença entre a receita e a despesa
primária não petrolífera.
112. No I Trimestre de 2023, o saldo primário não petrolífero foi deficitário na ordem dos Kz
882,59 mil milhões.
113. Este capítulo, apresenta a execução do Plano Anual de Endividamento, bem como o Stock
da Dívida Pública, no período em análise.
114. Os valores expressos em Dólares Norte Americanos, foram convertidos a taxa de câmbio de
US$/Kz 504,852 taxa do mercado primário no fim do período.
115. A Dívida Interna compreende a Dívida Titulada e a Dívida Contratual. A Dívida Titulada
compreende os Bilhetes do Tesouro (BT), as Obrigações do Tesouro em Moeda Nacional
(OT MN), as Obrigações do Tesouro em Moeda Externa (OT ME), e a Dívida Contratual, os
Contratos de Mútuo.
116. No período em reporte, não foram realizadas emissões dos Bilhetes do Tesouro. Por outro
lado, no que concerne às Obrigações do Tesouro, foi executado um total de captações na
ordem dos Kz 737,592 mil milhões, representando um aumento em cerca de 243% face ao
período homólogo. Estas emissões apresentaram uma participação de 73% sobre as
emissões totais.
118. Deste modo, no período em análise, as emissões totais de Dívida Interna totalizaram cerca
de Kz 1,006 biliões, representando um aumento de cerca de 265% em relação ao mesmo
período de 2022.
119. O Serviço da Dívida Interna integra reembolsos de capital e juros de empréstimos de dívidas
contraídas pelo Estado no mercado nacional, e no período em apreço, correspondeu a Kz
1,055 biliões, representando um aumento de cerca de 51% comparativamente ao período
homólogo.
120. Este serviço foi referente ao pagamento de capital, na ordem dos Kz 760,759 mil milhões,
representando uma participação de 72% sobre o serviço total da dívida interna; Kz 293,508
mil milhões de juros, com uma participação de 28% e Kz 1,033 mil milhões de comissões e
outras despesas bancárias, representando uma ligeira participação de 0,1%, sobre o serviço
total da dívida interna, conforme mostra o gráfico 10.
Fonte: MINFIN
122. O gráfico 11 apresenta a participação dos instrumentos da Dívida Interna sobre o total do
Stock da Dívida Interna.
Fonte: MINFIN
Desembolsos
124. Importa destacar que, estes desembolsos externos foram captados sem garantia de
petróleo e estavam desagregados pelos seguintes tipos de credor: Kz 2,271 mil milhões
referentes a dívida Multilateral, Kz 64,349 mil milhões a credores Comerciais, Kz 1,375
milhões a dívida Bilateral e Kz 81,138 mil milhões a Fornecedores diversos.
126. Tal como se mostra no gráfico 12, no período em referência, foram registadas amortizações
na magnitude de Kz 346,392 mil milhões, juros no valor de Kz 158,918 mil milhões e
comissões no valor de Kz 5,441 mil milhões, respectivamente.
Fonte: MINFIN.
(Em percentagem)
Fonte: MINFIN
130. O stock da dívida das empresas públicas, designadamente Sonangol e TAAG, cifrou-se em
Kz 2,072 biliões equivalente a US$ 4,104 mil milhões, representando um aumento de cerca
de 9% face ao I Trimestre de 2022.
131. Neste sentido, o stock da Dívida Pública, que engloba a Dívida Governamental e Dívida das
Empresas Públicas, situou-se em torno de Kz 36,443 biliões equivalente a US$ 72,186 mil
milhões, conforme demonstrado no gráfico 14., registando um aumento na ordem dos
13,5%, quando comparado com o stock do I Trimestre de 2022.
(Em Percentagem)
Fonte: MINFIN.
132. O Quadro 7 apresenta o stock da Dívida Pública Externa por credor, que totalizava Kz
26,297 biliões, equivalente a US$ 52,09 mil milhões. Dar nota que o stock por credor
externo, inclui a dívida externa e a dívida das empresas Sonangol e TAAG, enquanto o
Quadro 12 apresenta o stock da Dívida Pública Interna por credor.
Designação Kz USD
Designação Kz USD
Fonte: MINFIN
(Milhões de Kwanzas)
Designação Kz USD
Fonte: MINFIN.
GLOSSÁRIO
134. O Glossário apresenta os vários conceitos a das Finanças Públicas e Contabilidade Pública,
enfatizando os conceitos das contas das Interferências Activas e Passivas e das Mutações
Patrimoniais Activas e Passivas. Importa referir que, a utilização destas contas, decorre da
obrigatoriedade de se registar contabilisticamente a execução do orçamento, de acordo com
o estipulado na Lei do OGE. Este registo contabilístico constitui um fundamento básico da
contabilidade pública e caracteriza-se na principal diferença em relação aos fundamentos
da contabilidade aplicada ao sector empresarial, que não está sujeita a contabilização
orçamental.
Balanço – Demonstrativo contabilístico que apresenta, num dado momento, a situação do património
da entidade pública.
Balanço Financeiro – demonstra a receita e a despesa orçamental, bem como os pagamentos e
recebimentos de natureza extra-orçamental, conjugados com o saldo em espécie, proveniente do
exercício anterior, bem como os que se transferem para o exercício seguinte.
Balanço Patrimonial – O balanço patrimonial é uma demonstração contabilística que tem por finalidade
apresentar a posição contabilística financeira e económica de uma entidade em determinada data,
representando uma posição estática ou situação do património em determinada data.
Balanço Orçamental – é a demonstração contabilística pública que discrimina o saldo das contas de
receitas e despesas orçamentais, comparando as parcelas previstas e fixadas com as executadas.
Balancete – É um instrumento para verificar se os lançamentos contabilísticos realizados no período
estão correctos. Este instrumento, embora de muita utilidade, não detecta toda amplitude de erros que
possam existir, nos lançamentos contabilísticos.
C
Cabimentação – É o acto emanado pela autoridade competente que consiste em se deduzir do saldo
de determinada dotação do orçamento a parcela necessária para a realização da despesa aprovada e
que assegura ao fornecedor que o bem ou serviço é pago, desde que observadas as condições
acordadas.
Categoria Económica – Elemento agregador de naturezas de receita/despesa com o mesmo objecto.
Classificação Funcional – Classificação da despesa de acordo com a área de acção governamental que
ela permite atingir.
Classificação das Contas Públicas – Agrupamento das contas públicas segundo a extensão e
compreensão dos respectivos termos. Extensão de um termo é o conjunto dos indivíduos ou objectos
designados por ele; compreensão desse mesmo termo é o conjunto das qualidades que ele significa,
segundo a lógica formal. Qualquer sistema de classificação, independentemente do seu âmbito de
actuação (receita ou despesa), constitui instrumento de planeamento, tomada de decisões,
comunicação e controlo.
Défice orçamental/Défice – Considera-se défice orçamental quando o saldo orçamental é negativo, isto
é, as despesas superam as receitas públicas.
Despesa cabimentada – Corresponde ao total da despesa para o qual existe nota de cabimentação
emitida. Sendo que por cabimentação da despesa se deve entender o acto pelo qual autoridade
competente deduz do saldo de determinada dotação do orçamento a parcela necessária à realização da
despesa aprovada.
Despesas Correntes – Classificam-se aqui as despesas ligadas à manutenção ou operação de serviços
anteriormente criados, bem como transferências com igual propósito. Enquadram-se aqui as despesas
de carácter operacional, decorrentes das acções desenvolvidas pelo organismo no cumprimento de sua
missão institucional, como por exemplo, pagamento de pessoal e as contribuições do empregador, a
aquisição de materiais de uso corrente (bens) e a contratação de serviços para o funcionamento do
organismo ou ainda as transferências a serem utilizadas, pelo organismo destinatário, em despesas
desta natureza.
Despesa Liquidada – Corresponde ao total da despesa para com o qual se procedeu já à verificação do
direito do credor, com base nos títulos e documentos comprovativos do respectivo crédito.
Execução Financeira – Utilização dos recursos financeiros visando atender à realização dos
subprojectos e/ou subactividades, atribuídos às unidades orçamentárias.
Exercício Financeiro – Período que corresponde à execução orçamental e coincide com o ano civil.
Execução Orçamental das Despesa – Utilização dos créditos consignados no Orçamento Geral do
Estado e nos créditos adicionais, visando a realização dos subprojectos / subactividades atribuídas às
unidades orçamentárias.
Fonte de Recurso – A Fonte de recurso identifica quer a origem quer o destino das receitas. A mesma
classificação, quando utilizada para caracterizar as despesas, visa identificar a origem dos recursos que
suportam as mesmas.
Função do Estado – Classifica as despesas de acordo com a área da sociedade que a acção
governamental pretende atingir.
Passivo Circulante – Depósitos – restos a pagar, antecipações de receita, bem como outras obrigações
pendentes ou em circulação, exigíveis até o término do exercício seguinte.
Património Líquido – Capital autorizado, as reservas de capital e outras que forem definidas, bem como
o resultado acumulado e não destinado.
Património Público – Conjunto de bens à disposição da colectividade.
Programa de Investimentos Públicos (PIP) – Programa de investimento com vista à criação,
reabilitação, ampliação, manutenção, ou renovação, das capacidades de prestação de serviços e
fornecimento de bens pela administração pública directa ou indirecta do Estado. No entanto, integram-
Receita Ajustada – Previsão de receita que reflecte a revisão da receita inicialmente estimada.
Receita de Capital – Refere-se às receitas provenientes da realização de recursos financeiros oriundos
de operações de crédito e da conversão em espécie de bens e de direitos.
Receita Corrente – Refere-se às receitas que se renovam em todos os períodos financeiros
designadamente, receitas tributárias, patrimoniais, de serviços ou ainda transferências recebidas.
Receita Inicial – Previsão de receita aprovada pela Assembleia Nacional.
Restos a Pagar – As despesas cabimentadas, liquidadas e não pagas até ao encerramento do exercício
financeiro, após devidamente reconhecidas pela autoridade competente.
Saldo Corrente – Representa o valor da diferença entre a receita corrente e a despesa corrente.
Saldo de Capital – Representa o valor da diferença entre a receita de capital e a despesa de capital.
Saldo Fiscal – Representa o valor da diferença entre receitas correntes do Estado e despesas correntes
e de investimento, em um determinado período.
Superavit orçamental – Considera-se superavit orçamental quando o saldo orçamental é positivo, isto
é, quando as receitas superam as despesas públicas.
Taxa de Execução Efectiva (Despesa Paga) – Indicador, em percentagem, resultante da relação entre a
despesa paga no período em análise, para uma dada rúbrica de despesa e o orçamento inicial.
Taxa de Execução Efectiva da Receita – Indicador, em percentagem, resultante da relação entre a
receita arrecadada, no período em análise, para uma dada rúbrica de receita e a previsão inicial.
Taxa de Execução Padrão – Indicador, em percentagem, que apresenta a taxa de execução esperada
para o período em análise, tomando por hipótese uma execução linear.
Variação Homóloga – Variação relativa (em valor percentual) do valor do ano em análise, face ao valor