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ÍNDICE

MATERIAL DE VIA 2
• CARRIS 2
- TIPOS DE CARRIL 2
- FABRICAÇÃO DE CARRIS 7
- QUALIDADE DO AÇO DOS CARRIS 9
- DESGASTE ONDULATÓRIO 10
- IDENTIFICAÇÃO DOS CARRIS 11
• TRAVESSAS 13
- TRAVESSAS DE MADEIRA 13
- TRAVESSAS DE BETÃO 23
- DE APARELHO DE VIA (TRAVESSAS) 26
• BALASTRO 28
• FIXAÇÃO DOS CARRIS 30
- PREGAÇÃO RÍGIDA 30
- FIXAÇÃO ELÁSTICA 31
- REGULAÇÃO DA TIREFONADORA 31
- FIXAÇÕES INDIRECTAS 43
- FIXAÇÃO EM PONTES METÁLICAS 51
- FIXAÇÃO «EDILON CORKELAST» COM CARRIL EMBEBIDO 52
• ALTURA DOS MATERIAIS DE VIA (SOMATÓRIO) 53
• LIGAÇÃO DOS CARRIS 54
MATERIAL DE VIA

São englobados na designação de material de via os seguintes constituintes da superestrutura


da via:

CARRIS
TRAVESSAS
MATERIAL DE FIXAÇÃO (a)
MATERIAL DE LIGAÇÃO (a)

(a) Também designados de material miúdo

CARRIS

Carris são perfis de eco laminado formados de cabeça. alma e patilha.

TIPOS DE CARRIL

Os carris são caracterizados, essencialmente pelo seu peso por metro de comprimento,
podendo-se encontrar:
De fabrico recente:

Carril de 71 kg/m - para linhas de tráfego muito pesado


Carril de 60 kg/m
para linhas de trafego pesado
Carril de 54 kg/m
Carril de 45 kg/m - para linhas de tráfego leve

De fabrico antigo: (Século XIX e XX mas ainda em serviço)

Carril de 26 kg/m
Carril de 30 kg/m
Carril de 36 kg/m
Carril de 40 kg/m
Etc.

COMPRIMENTO DOS CARRIS

No século XIX as siderurgias produziam comprimentos de 6, 8 e 12 m. Nas últimas décadas


produziam com 18 e 24 m.
Actualmente produzem com 18, 36, 72 e 100 m.

CARRIL / BARRA

Carril: unidade formada de uma só peça (sem soldaduras)

Barra: fila de carris formada por dois ou mais carris soldados.


Barra curta: fila de carris com o comprimento máximo de 36 m

Barra longa soldada (BLS): fila de carris com o comprimento mínimo de 300 m

Consoante a conveniência o fornecimento pode ser:

Em carris;
Em barras de 108 m formada por três carris de 36 m soldadas electricamente em
fábrica:
Em barras de 144 m formada por quatro carris soldados electricamente em
fábrica:
Etc.

FACE ACTIVA

Algumas barras têm uma das faces da cabeça com melhor acabamento. É assinalada com
setas. e destinada a ser face de guiamento devendo ficar para o interior da via.

CARRIL CURTO

A gama de carris de 18 metros possui o chamado carril curto destinado às filas interiores das
curvas, mais curtas, com 17,880 metros.
COMPRIMENTO EFECTIVO DAS BARRAS

Quando uma barra é formada por vários carris soldados por aluminotermia, o seu comprimento
é equivalente à soma dos comprimentos dos carris soldados mais os espaços ocupados nelas
soldaduras.

Exemplo:

Barra de 144 m com 7 soldaduras aluminotérmicas.


L = (8X18.000) + (7X20) = 144,140 metros.

CARRIL REAPLICADO

Em linhas menos importantes pode usar-se carril em 2ª mão, retirado de outras linhas onde já
não cumpre as exigências de qualidade. Este carril é aplicado com inversão da face activa. A
face de guiamento, normalmente com desgaste, fica para o exterior.

RECUPERAÇÃO DE CARRIL

Para melhor cumprir o objectivo o carril, antes de reaplicado, deve ser alvo duma operação de
recuperação composta de:

Exame ultra-sónico: para detecção de fissuras


Despontamento: corte das pontas deformadas ou fissuradas.
Soldaduras: junção de vários carris já despontados, alinhados pela face não activa da
cabeça, que vai passar a ser face de guiamento.

Estes carris podem ficar com comprimentos irregulares.

FECHO (de carril)

Fracção de carril, com o comprimento mínimo de 6 metros, para ligar duas barras, ou dois carris
da mesma fila.

FECHO MISTO

Fecho formado por soldadura de duas fracções de carris de perfis diferentes. é utilizado para
ligar dois tipos de carril; por exemplo 54 e 45 kg

FECHO MISTO ESQUERDO / FECHO MISTO DIREITO

Para determinar se um fecho misto é esquerdo ou direito, o observador coloca-se do lado da


fracção mais forte junto da face de guiamento
FABRICAÇÃO DE CARRIS

0 aço dos carris é fabricado a partir da junção, em forno, a temperatura superior a 1.500° C, de
ferro fundido, ou gusa, com sucata de aço, ou "ferro velho".

Nesta operação, de finalização do aço, em que as suas características são apuradas, as


siderurgias seguem um dos seguintes processos:

SIEMENS - MARTIN basique símbolo

ELÉCTRICO - símbolo

AFINAÇÃO POR INSUFLAGEM DE OXIGÉNIO símbolo

Cada um destes processos refere-se a uma maneira diferente de atingir o mesmo objectivo,
que é produzir lingotes de aço de boa qualidade.

Depois de pronto, o aço é constituído em cerca de 98% por ferro, sendo os restantes 2%
formados em proporções diferentes, por Carbono, Manganês, Silício, Crómio, etc...

Consoante a quantidade incorporada, e a proporção entre cada um daqueles elementos


(Carbono, Manganês,...) assim serão as características de dureza, maleabilidade etc.., dos
carris a fabricar na operação seguinte chamada de Laminagem.

LAMINAGEM

É a transformação dos lingotes (blocos) de aço saídos do forno de conversão (eléctrico ou


outro) em perfil definitivo por encalcamento progressivo a quente.

QUALIDADE DO AÇO DOS CARRIS

Em linhas de alta velocidade, curvas de pequeno raio; lanças; cróssimas etc.., estão os carris
sujeitos a grandes esforços de desgaste lateral. Em certas situações, um carril de aço normal
não duraria mais que 2 ou 3 anos.
Nestes casos são aplicados carris de aço duro que tem um desgaste três ou mais vezes menor.

A União internacional dos Caminhos de Ferro (UIC), uma associação de diversas redes
ferroviárias, normalizou o fabrico das seguintes qualidades de aço para carril

Símbolo Composição química Resistência


Qualidade (gravado na Carbono Manganês Silício Crómio à tracção
alma) C% Mn % Si % Cr % N/mm2
700
0.40 a 0.60 0.80 a 1.25 0.05 a 0.35 - 680 a 830
(Normal)

900 A ______ 0.60 a 0.80 0.80 a 1.30 0.10 a 0.50 -


_________
880 a 1030
900 B ________ 0.55 a 0.75 1.30 a 1.70 0.10 a 0.50 -
________
________
1100 ________ 0.60 a 0.82 0.80 a 1.30 0.30 a 0.90 0.80 a 1.30 ≥1030
________

DESGASTE ONDULATÓRIO

Designa-se de desgaste ondulatório o aparecimento duma ondulação longitudinal na mesa de


rolamento dos carris
Ocorre especialmente em curvas de pequeno raio, sujeitas a cargas muito elevadas,
percorridas a velocidade relativamente baixa. Principalmente na fila baixa, mas também na alta.

Tipos de desgaste ondulatório

Este defeito, apresenta duas modalidades distintas:

DESGASTE DE ONDA CURTA

Em que a distância entre pontos altos (comprimento de onda) varia entre 30 e


200mm, com alguns décimos de milímetro de profundidade.

DESGASTE DE ONDA LONGA

Em que o comprimento de onda varia entre 200 e 3000 mm.

Consequências

Este defeito é causa de trepidação dos rodados, do restante material circulante e do material de
via. É muito incómodo para os passageiros, muito ruidoso e contribui para a ruína dos
materiais.
Quando atinge valores fora das tolerâncias a mesa de rolamento é rectificada (esmerilada) por
intermédio duma máquina especializada.

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