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Atividades

Particularmente Perigosas

Construção Civil

Curso: Técnico Superior de Segurança no Trabalho

Módulo – Segurança no Trabalho

Formador: Ricardo Murtinho

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Construção Civil
 A construção civil é uma atividade que engloba um conjunto muito diversificado de trabalhos.
Numa obra de construção é possível existir um grupo alargado de trabalhadores de diversas
áreas, tais como, carpinteiros, serralheiros, pedreiros etc. Para além desta diversidade de
trabalho, os próprios trabalhadores poderão ser de vários países e cada um deles ter as suas
próprias condicionantes.

 Isto tudo para dizer que o planeamento da higiene e segurança no trabalho numa obra de
construção civil é extremamente importante e deve ser adaptado a todas estas condicionantes
associadas ao tipo de trabalhos e aos próprios trabalhadores que lá existam.

 A área da construção civil é responsável por muitos acidentes de trabalho graves, como por
exemplo quedas em altura, soterramentos etc

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Construção Civil
 O Técnico de Segurança deverá ter em consideração todos estes fatores para que possa
planear convenientemente toda a sua estratégia de segurança e adotar os equipamentos
necessários para efetuar os trabalhos previstos da obra.

 De seguida serão demonstrados alguns tipos de equipamentos e a sua aplicabilidade não só na


construção civil, mas em todas as áreas profissionais que justifiquem a utilização dos mesmos.

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Equipamentos de Proteção
Coletiva (EPC)

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Equipamentos de Proteção Coletiva

Os equipamentos de proteção coletiva destinam-se a proteger um grupo de


trabalhadores ou terceiros que possam estar sujeitos a riscos inerentes de uma
determinada atividade laboral.

Qualquer empresa deve sempre dar prioridade aos equipamentos de proteção coletiva, e
só deverá pensar nos equipamentos de proteção individual como último recurso.
 Objetivos do uso dos equipamentos de proteção coletiva:
 Evitar acidentes que envolvam tanto os trabalhadores, como também outras pessoas que venham a
estar presentes naquele local de trabalho;
 Promover medidas que garantam a segurança, confiança e saúde dos trabalhadores, dando
condições favoráveis ao aumento da produtividade da empresa;
 Anular ou reduzir os riscos inerentes as atividades desempenhadas pela organização

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Equipamentos de Proteção Coletiva

 Vantagens destes equipamentos:


 Apesar do investimento inicial para adquirir estes equipamentos, os mesmos não necessitam de ser
substituídos com tanta frequência como os equipamentos individuais que estão sujeitos a maior
degradação;
 Este equipamento não precisa ser ajustado individualmente às condições físicas de cada
trabalhador;
 Devido ao seu caracter coletivo, estes equipamentos são mais eficientes na proteção dos
trabalhadores no seu local de trabalho.

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Equipamentos de Proteção Coletiva
Trabalhos em altura
Os trabalhos em altura são responsáveis por mais de metade das mortes devido a acidentes
de trabalho. Deverão ser tomadas todas as medidas de proteção no decorrer das atividades
que obriguem o trabalhador a correr o risco de queda em altura.
Estas redes servem também para evitar a queda de objetos pondo em risco eventuais
trabalhadores ou terceiros que se encontram a um nível inferior.
Redes de Segurança

Constituídas por cordas de fibras sintéticas, ligadas por nós, formando um conjunto elástico de
malha quadrada
Tipos de redes:

Tipo Ténis
Redes verticais com pelo menos 90 cm de
altura para proteção de aberturas em pisos
ou paredes
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Equipamentos de Proteção Coletiva

Trabalhos em altura
Verticais de Fachada
Redes colocadas verticalmente ou com uma
ligeira inclinação para a proteção de
aberturas nas paredes ou planos inclinados

Horizontais de consola
Redes colocadas horizontalmente fixas em consola.
Podem ser utilizadas em aberturas de pavimentos ou em
locais em que seja difícil de colocar proteção vertical

Tipo Forca
Redes colocadas verticalmente, com a diferença de a sua
fixação se encontrar acima do plano de queda,
normalmente num suporte metálico
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Equipamentos de Proteção Coletiva

Trabalhos em altura
Guarda Corpos

 Constituídos por elementos horizontais, elementos verticais (montantes) e suportes de


fixação.
 Qualquer atividade que obrigue a utilização de plataformas de trabalho em altura, deverão
ser utilizadas proteção periféricas do tipo guarda corpos. Estes deverão ter uma altura de
pelo menos 90 centímetros a contar do plano de trabalho e deverão ainda ter uma barra
intermédia. Deverá também ser utilizado um rodapé com aproximadamente 15 cêntimos de
altura.

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Equipamentos de Proteção Coletiva
Trabalhos em altura
Andaimes
 Devem ser constituídos por materiais adequados e resistentes e estar devidamente fixos na sua base
para proteger os trabalhadores da queda em altura e também evitar a queda de materiais e
ferramentas.

A superfície onde será colocado o andaime deverá ter resistência suficiente para suportar o peso do
mesmo. Não se devem utilizar materiais frágeis (blocos ou plástico) para servir de calha ao andaime.

Deverão ser dotados de guarda corpos para proteger os trabalhadores, mesmo quando um dos lados
estiver de frente para uma fachada.
 O piso deverá ser robusto e estar em boas condições de manutenção para que resista ao peso do
trabalhador e de todo o seu equipamento.
 O acesso aos andaimes deverá também ser efetuado com a máxima segurança com recurso a escadas
devidamente fixadas ao andaime e compostas por material resistente
 A base do andaime poderá ser fixa ou móvel para facilitar o transporte e manuseamento dos mesmo.
Não obstante, os rolamentos do andaime móvel deverá ser devidamente travado antes da sua
utilização.

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Equipamentos de Proteção Coletiva
Sinalização
A sinalização faz parte dos equipamentos de proteção coletiva que devem ser
adotados pelos empregadores de modo a aumentarem a segurança dos seus
trabalhadores no seu local de trabalho a exercer as suas tarefas.
 Visual
 sinais de trânsito, sinalização de
segurança, cores de identificação de
tubagens, semáforos, sinais gestuais,
etc.
 Auditiva
 sirenes, campainhas, comunicações
verbais, etc.
 Táctil
 corrimões de escadas, arestas rugosas de
degraus, utilização de materiais com
diferentes texturas

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Equipamentos de Proteção Coletiva

Sinalização

As técnicas de proteção coletiva através da sinalização estão presentes nas


nossas vidas, desde a nossa banheira com a superfície rugosa, o caminho para
o trabalho apé ou de carro (sinais de transito), até ao nosso emprego.

 Olfativa
 Produto químico que se junta
ao propano e butano para lhes
dar cheiro, funcionando como
sinal de aviso de uma fuga
 Gustativa
 produtos com sabor amargo
que se juntam aos
medicamentos para os tornar
desagradáveis

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Equipamentos de Proteção Coletiva

Sinalização
 Legislação aplicável
 Decreto – Lei n.º 141/95 de 14 de Junho
 Portaria n.º 1456-A/95 de 11 de Dezembro
 Decreto Regulamentar n.º 22-A/98 de 1 de Outubro, alterado pelo Decreto Regulamentar n.º
13/2003, de 26 de Junho

• Normas
• NP 3992 – definição da sinalização de segurança a utilizar no domínio da
proteção e da luta contra incêndios Decreto Regulamentar n.º 22-A/98 de 1 de
Outubro, alterado pelo Decreto Regulamentar n.º 13/2003, de 26 de Junho
• ISO R/508 – identificação dos fluidos que circulem em tubagens, ou que se
encontrem armazenados em tanques
• NP 2980 – definição das cores, formas, significado, símbolos, pictogramas e
código dos sinais convencionais.
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Equipamentos de Proteção Coletiva
Espaços Confinados
O trabalho em espaços confinados envolve riscos especiais para os trabalhadores,
como por exemplo o soterramento, asfixia, intoxicação, incêndio entre outros.
Antes de efetuar este tipo de trabalhos devem ser elaborados planos especiais de
segurança, com base em avaliações dos riscos e das condições do posto de
trabalho.
Alguns exemplos de trabalhos em espaços confinados:

• Construção civil (construção de tuneis, valas etc)


• Operações de salvamento e resgate
• Manutenção, inspeção e limpeza de reservatórios
• Exploração mineira

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Equipamentos de Proteção Coletiva
Espaços Confinados

Alguns exemplos de equipamentos de proteção coletiva em postos de trabalho


confinados:

Sistemas de entivação
Estes sistemas permitem que os trabalhadores possam trabalhar sem
correr o risco de ficar soterrados

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Equipamentos de Proteção Coletiva Espaços Confinados

Alguns exemplos de equipamentos de proteção coletiva em postos de trabalho


confinados:

Insuflador de ar
Estes sistemas permite garantir oxigénio suficiente nos espaços
confinados

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Equipamentos de
Proteção Individual (EPI)

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Equipamentos de Proteção Individual

 A seleção dos dispositivos (ou equipamentos) de proteção individual (EPI) deverá


ter em conta:
 Os riscos a que está exposto o trabalhador;
 As condições em que trabalha;
 A parte do corpo a proteger;
 As características do próprio trabalhador;

A decisão final sobre a utilização do EPI deve ser tomada com base numa análise cuidada
do posto de trabalho, análise essa em que devem participar chefias e trabalhadores.

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Equipamentos de Proteção Individual

Categorias

• CATEGORIA 1
• Apenas para riscos mínimos, onde os efeitos de risco são mínimos. É permitido ao
fabricante testar e certificar o EPI (por exemplo óculos de sol, dedais e luvas de
jardineiro).
• CATEGORIA 2
• todos os equipamentos que não podem ser classificados na categoria 1 ou 3 (por
exemplo maior parte do calçado de proteção, capacetes de proteção e protetores
auriculares). Deverão ser submetidos a testes independentes e certificados por um
Organismo Oficialmente Creditado.
• CATEGORIA 3
• Para perigos irreversíveis ou que ponham em risco a vida (por exemplo: sistemas de
proteção contra quedas em altura, equipamentos de proteção respiratória que isolem
completamente da atmosfera). Deverão ser submetidos a testes independentes e
certificados por um Organismo Oficialmente Creditado.

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Equipamentos de Proteção Individual

 Obrigações o trabalhador:
 Utilizar corretamente o equipamento de proteção individual de acordo com as
instruções que lhe forem fornecidas;
 Conservar e manter em bom estado o equipamento que lhe for distribuído;
 Participar de imediato todas as avarias ou deficiências do equipamento de que tenha
conhecimento.

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Equipamentos de Proteção Individual

Tipologia, aplicação e utilização – pés e membros


inferiores
Calçado
A proteção dos pés deve ser considerada quando há possibilidade de lesões a partir
de efeitos mecânicos, térmicos, químicos ou elétricos. Na possibilidade de queda
de objetos, deverão ser utilizados sapatos ou botas revestidos interiormente com
biqueiras de aço, eventualmente com reforço no tornozelo e no peito do pé.
Norma Portuguesa NP 2190
• o calçado de segurança pode ser de três tipos:
• Sapato – quando apenas resguarda o pé abaixo do tornozelo

• Bota – quando resguarda o pé e a perna ao nível do tornozelo

• Botim – quando resguarda o pé e a perna acima do tornozelo


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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – pés e membros inferiores

Calçado
Normas Europeias: EN344-1
Esta norma define as exigências gerais e os métodos de ensaios referentes aos calçados de segurança,
aos calçados de proteção e aos calçados de trabalho para uso profissional. Esta norma só pode ser
utilizada em conjunto com as normas EN345-1, EN346-1 e EN347-1, que especificam as exigências
relativas aos calçados conforme os níveis de riscos específicos.

• As exigências destas normas europeias podem ser classificadas em três categorias:


• SB ou S1 a S5 (calçado de segurança)
• PB ou P1 a P5 (calçado de proteção)
• O1 a O5 (calçado de trabalho)

• O calçado de segurança que esteja de acordo com a norma europeia EN 345 está equipado
com uma biqueira de segurança que protege contra os choques equivalentes a 200 joules
(massa com cerca de 20 Kg) caindo de 1 metro e esmagamentos de 15kN (cerca de 1500Kg).
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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Pés e membros inferiores

• Existem atividades (ex: construção civil) em que se justifica a utilização de uma


palmilha de aço no respetivo calçado para evitar que os pés possam sofrer
qualquer tipo de perfuração.

• As solas devem ser de material antiderrapante e apresentar um rasto que


possibilite boa aderência aos pisos, e permitam a evacuação rápida e segura em
caso de emergência.

• É importante sensibilizar para a importância de uma bota segura e adequada à


tarefa que o trabalhador desempenha. Os pés são a base do corpo humano e
sustentam todo o movimento do corpo do trabalhador. Por essa razão é
importante não só protege-los dos riscos físicos e mecânicos, como garantir que
estes apresentam as melhores condições de equilíbrio ao trabalhador.

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Tronco

• O principal equipamento de proteção da zona central do corpo humano é o


vestuário do trabalhador. O vestuário poderá servir de proteção para os
seguintes riscos:
• Riscos térmicos (calor, fogo, projecções incandescentes, frio, intempéries)
• Riscos mecânicos (cortes, perfurações, radiações, raio x, soldaduras
• Riscos químicos (produtos corrosivos, tóxicos ou irritantes, poeiras, gases e
vapores)

• O vestuário de proteção engloba as seguintes peças: Calças, casaco, fato de


macaco e capote. Todas as peças deverão ser ajustadas ao tamanho do corpo do
trabalhador, de modo a que este não sinta qualquer dificuldade em movimentar-
se.
• Vejamos alguns exemplos na página seguinte.

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Equipamentos de Proteção Individual

Tipologia, aplicação e utilização – Tronco

• Exemplos de vestuário de proteção:

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Mãos e membros superiores

• A proteção das mãos constitui uma das medidas mais importantes a ter em
conta em qualquer atividade laboral. Por ser a parte de corpo que normalmente
está em contato com todos os materiais e equipamentos das atividades do
trabalhador, as mãos são a principal vitima de ferimentos que ocorrem no
trabalho.
• Por sua vez, o braço e o antebraço não tem a mesma exposição aos riscos que as
mãos, contudo devem ser sempre tida em conta a necessidade ou não da sua
proteção, mediante a atividade que o trabalhador desempenha.

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Mãos e membros superiores

Norma Portuguesa NP 2310 (1989)


Estabelece as características das luvas a utilizar para a proteção dos riscos mais
comuns em qualquer atividade profissional.
Classes de proteção
Classe Modalidade de proteção
A Riscos de origem química: ácidos e bases
B Riscos de origem química: água e detergentes
C Riscos de origem química: solventes orgânicos
D Riscos de origem mecânica: cortes de qualquer origem e perfurações
E Riscos de origem térmica: calor de contacto, chamas, frio de contacto
F Riscos de origem elétrica: luvas com capacidade isolante
G Radiações ionizantes: em alguns casos são reforçadas com folhas de chumbo
H Riscos de origem biológica
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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Mãos e membros superiores

NP EN – 388
Estabelece os níveis de resistência das luvas de proteção mecânica

• A – Nível de resistência ao abrasão 0-4: ciclos necessários para desgastar


completamente a luva.
• B – Nível de resistência ao Corte 0-5: número de ciclos necessários para cortar
completamente a luva, com velocidade constante.
• C – Nível de resistência de Rasgo 0-4: força necessária para rasgar a luva.
• D – Nível de resistência à Perfuração 0-4: força necessária para perfurar a luva
utilizando um punção normalizado.

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Mãos e membros superiores
Exemplos de luvas de proteção
Luvas contra riscos térmicos
Definem-se quatro níveis de prestação para cada um dos parâmetros que se
indicam:
• Comportamento à chama (inflamabilidade);
• Resistência ao calor de contacto;
• Resistência ao calor de convexão;
• Resistência ao calor radiante;
• Resistência a pequenas projeções de metal fundido;
• Resistência a grandes projeções de metal fundido.

De acordo com a EN 407 a escala pode variar de 1 a 4

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Mãos e membros superiores

Exemplos de luvas de proteção


Luvas contra riscos térmicos

• Luvas térmicas até 200ºC - indicada para manuseamento de peças fundidas, produtos
esterilizados, retirar tabuleiros de comida de fornos.

• Luvas térmicas até 550ºC - ideais para o manuseamento de barras de aço, chapas
metálicas, produção de garrafas, metalurgia e todas as indústrias onde exista risco
mecânico e térmico associados.

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Mãos e membros superiores

Exemplos de luvas de proteção


Luvas contra riscos mecânicos
• Ideal para montagem de componentes, manutenção, operações de estampagem,
manuseamento de metais leves, industria automóvel e fabrico de instrumentos.

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Mãos e membros superiores

Exemplos de luvas de proteção


Luvas contra riscos químicos
• Boa resistência química a uma variedade de ácidos, acetonas e gorduras
naturais.

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Cabeça

• No contexto de um acidente de trabalho, a cabeça é certamente uma das partes


mais sensíveis do corpo humano e que uma lesão na mesma, poderá ter
consequências graves e muitas vezes irreversíveis para o trabalhador. É de
extrema importância proteger a cabeça de todos os riscos existentes, tais como,
queda de objetos, projeção de partículas e quedas em altura.
• O principal equipamento utilizado para a proteção da cabeça dos trabalhadores
é o capacete. Este deve ser adequado e preparado para resistir ao risco de
impacto e penetração que a atividade que este desempenha possa apresentar.

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Cabeça

• Os capacetes são constituídos por duas partes:

• Casco: Parte exterior resistente

• Arnês: Conjunto dos elementos interiores que devem absorver a energia transmitida por um
choque e ao mesmo tempo manter o capacete numa posição correta na cabeça.

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Cabeça

NP EN397/1995 - Capacetes de proteção

• Quanto ao material de fabrico, os capacetes podem ser de:


• Couro
• Metal
• Plástico

• Os capacetes de plástico são os mais utilizados.


• Devem ser leves (peso inferior a 400 gramas) e resistentes aos choques. Não se devem utilizar
em ambientes de temperaturas muito altas nem muito baixas.

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Olhos e rosto

• Tal como acontece com a cabeça, os olhos são uma das partes mais sensíveis do
corpo onde os acidentes podem atingir maior gravidade.

Riscos a que os olhos estão sujeitos:


• Ações mecânicas, através de poeiras, partículas ou aparas;
• Ações térmicas, devidas a temperaturas extremas.
• Ações químicas, através de produtos corrosivos (sobretudo ácidos e bases) no estado sólido,
líquido ou gasoso;
• Ações óticas, através de luz visível (natural ou artificial), invisível (radiação ultravioleta ou
infravermelha) ou ainda raios laser.

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Olhos e rosto

EN 166 – Especificações dos óculos de proteção


Alguns exemplos
• Óculos panorâmicos - Indicado para proteção de salpicos de líquidos, poeiras,
metais fundidos.

• Óculos para proteção em trabalhos com laser

• Proteção facial para trabalhos de soldadura

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Olhos e rosto

EN 166 – Especificações dos óculos de proteção


Alguns exemplos

• Viseira de proteção a impactos

• Outros exemplos:

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Vias respiratórias

• Muitas atividades laborais produzem agentes químicos agressivos que ao entrarem em contato com
as vias respiratórias dos trabalhadores, podem trazer consequências graves para a saúde dos
trabalhadores. O grande exemplo desse risco, é o amianto, que devido às suas propriedades
cancerígenas, tem sido excluído das construções mais antigas em que este era utilizado como
recurso. Para alem do amianto que é expelindo em forma de poeiras e fibras, estes agentes podem
ser pequenas neblinas, vapores ou gases que resultem da exploração de alguma atividade
profissional.
• A proteção das vias respiratórias é feita através dos chamados dispositivos de proteção respiratória -
aparelhos filtrantes (máscaras).

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Vias respiratórias

Exemplos de mascaras de proteção


Com filtragem do ar
• o mais comum nos locais de trabalho, dada a sua facilidade de utilização por parte dos
trabalhadores. Estão incluídos neste grupo as “semi-máscaras” e as “máscaras integrais” de
utilização individual.
• A sua aplicação é indicada para situações em que o teor de contaminantes no ar atmosférico não é
muito elevado mas que constitui um perigo para a saúde se for respirado durante muito tempo sem
passar através de filtro adequado.
• Estas máscaras só devem ser usadas quando a concentração de oxigénio seja pelo menos 16%.

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Vias respiratórias

Exemplos de mascaras de proteção


Com fonte de ar novo
• Os aparelhos de ligação à rede de ar comprimido são indicados para utilização durante períodos de
exposição prolongada.
• Os aparelhos com garrafa são indicados para utilização em períodos curtos (no máximo meia hora),
especialmente em situações de emergência.

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Vias respiratórias

• Os filtros empregues nas máscaras classificam-se em:


• Mecânicos - proteção de pós e partículas, distinguem-se pela cor branca, letra P e o número de
acordo com o seu poder de retenção;
P1 - poder de retenção normal para partículas sólidas,
P2 - alto poder de retenção para partículas sólidas e líquidas, P3
- máximo poder de retenção para partículas sólidas e líquidas,

• Químicos - protegem de gases e vapores químicos classificados por letra, cor e o número que indica
o poder de retenção (1 - normal,2 - alto ou 3 - máximo)
• Existem também os filtros com proteção múltipla, conhecidos como “filtros combinados”, integram
dispositivos de proteção simultânea contra agentes de diferentes tipos (gases, vapores e partículas).

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Vias respiratórias

Normas Europeias

Norma Definição
EN 136 Máscaras completas características, ensaios e marcação
EN 140 Semi-máscaras e quartos de máscara - Requisitos, ensaios e
marcação
EN 141 Conjunto bucal com pinça nasal - Características, ensaios e
marcação
EN 148-1 Uniões roscadas para peças faciais - Parte 1 - União roscada
normal
EN 149 Semi-máscaras filtrantes contra as partículas - Características,
ensaios e marcação
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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Vias respiratórias

Alguns exemplos de mascaras de proteção

Máscara Descartável Semi-Máscara c/ Filtros Integrados Máscara Panorâmica Duplo filtro

Commander Equipamento de Respiração Autónomo Capuz para Equipamento Motorizado


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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Aparelho auditivo

• Existem dois tipos de protetores de ouvidos: os protetores auriculares e os tampões auditivos.

• Norma Europeia
• NP EN 458:2006 – Protetores auditivos. Recomendações relativas à seleção, à utilização, aos
cuidados na utilização e à manutenção. Documento guia.

• Os auriculares são introduzidos no canal auditivo externo e visam diminuir a intensidade das
variações de pressão que alcançam o tímpano.
• A escolha do tipo de protetor auditivo deve ter em conta os seguintes fatores:
• função da atenuação necessária
• função do contexto laboral e fatores ergonómicos
• Compatibilidade com outros EPI´s
• condição física do trabalhador
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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Aparelho auditivo

• Protetores auriculares

Vantagens Desvantagens
Tamanho facilmente adaptável Desconforto em ambientes quentes
Possível utilizar em caso de ligeiras Interferências com outros EPI´s
infeções auditivas
Atenuação uniforme em ambos Restringe movimentos
ouvidos
Substituição de peças – conchas Pressão desconfortável (longa
utilização)
Higiénicos Menor atenuação baixas frequências
Elevada atenuação altas frequências

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Aparelho auditivo

• Tampões auditivos

Vantagens Desvantagens
Menos desconfortáveis: ambientes Maior dificuldade de colocação
quentes e húmidos
Reduzido tamanho Colocação correta mais difícil
Fáceis de transportar/guardar Colocação mais lenta
Boa performance em baixas e médias Exigem elevados cuidados de higiene
frequências
Passíveis de utilizar em simultâneo Impossibilidade de utilizar em caso
com outros EPI´s de infeções do ouvido

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Proteção contra quedas

• As quedas em altura são uma das principais causas de morte nos acidentes de trabalho.
• As causas incluem:
• Trabalho em andaimes ou plataformas sem utilizar guardas de segurança, ou sem que o trabalhador tenha um
arnês de segurança vestido;
• Colapso de telhados e estruturas frágeis;
• Escadas que não são adequadamente apoiadas, posicionadas e fixadas.

• O amortecedor de choque é um elemento fundamental de um sistema anti-queda para reduzir a


força aplicada sobre um corpo na paragem do mesmo.

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Proteção contra quedas

Constituição do sistema anti queda

• Arnês
Conjunto de fitas resistentes unidas entre si perfazendo uma
espécie de colete envolvendo o tronco com o objetivo de
distribuir as forças pelo mesmo em caso de queda.

• Amortecedor de choque
Reduz o impacto sobre o corpo quando este é travado
abruptamente em caso de queda.

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Proteção contra quedas

Constituição do sistema anti queda

• Linhas de vida
Podem ser verticais ou horizontais e
constituem o apoio fixo do sistema anti queda.
Esta linha deve ser vertical ou horizontal
consoante a movimentação do trabalhador
protegido. A linha de vida ao contrário do
arnês, é um Equipamento de Proteção
Coletiva, pois pode ser usado por vários
trabalhadores em simultâneo.

• Mosquetões
Elementos de ligação entre o arnês e as linhas
de vida e amortecedores

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Equipamentos de Proteção Individual
Tipologia, aplicação e utilização – Proteção contra quedas

• Normas Europeias
Norma Descrição
EN 353- Sistemas Deslizantes com Suporte Rígido
1
EN 353- Sistemas Deslizantes com Suporte Flexível
2
EN 355 Amortecedores de Queda
EN 358 Sistemas de Ligação
EN 360 Sistemas de Retorno Automático
EN 361 Arnês
EN 362 Conectore & Mosquetões
EN 363 Especificações Gerais
EN 365 Métodos de Ensaio

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Obrigado

Ricardo Murtinho ricardomurtinho@gmail.com

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