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Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí

Engenharia Civil e Mecânica


Química Tecnológica

AULA – GASES – PARTE 02

Professor Eng. Felipe Bagattoli 1


Volume Molar

De um modo muito amplo, chama-se volume molar o volume


ocupado por 1 mol de uma substância qualquer, em
determinadas condições de pressão e de temperatura.

É interessante notar, porém, que o volume ocupado por 1 mol de


um sólido ou de um líquido varia muito de uma substância para
outra. No entanto, o volume ocupado por 1 mol de qualquer gás
é sempre o mesmo, em determinadas condições de pressão e
temperatura. É fácil entender esse fato, pois:

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Volume Molar

A conclusão será de que:

Daí vem a definição:

Volume molar (VM) dos gases é o volume ocupado por 1 mol


de qualquer gás, em determinada pressão e temperatura.

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Volume Molar
O volume molar independe da natureza do gás, mas varia com a
pressão e a temperatura.

Verifica-se experimentalmente que, nas condições normais de


pressão e temperatura (CNPT), o volume molar é 22,4 L/mol.

É interessante imaginar que 1 mol de qualquer gás (1 mol H2 =


2g, 1 mol O2 = 32g, 1 mol CO2 = 44g, etc.) ocupa sempre o mesmo
volume, a 0 °C e 1 atm de pressão, que corresponde a:

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Volume Molar
Para calcular o volume molar em qualquer outra condição de
pressão e temperatura, bastará aplicar a equação geral dos
gases. Por exemplo: qual é o volume molar a 700 mmHg e 27 °C?

O usual, no entanto, é falarmos no volume molar nas condições


normais — tanto que alguns autores chamam de volume molar
apenas o volume de 22,4 L, que só se aplica a 0 °C e 760 mmHg.

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Volume Molar
Com o conhecimento do volume molar dos gases, podemos
perceber como é enorme a diferença de volume de uma mesma
quantidade de uma substância, conforme ela esteja no estado
sólido, no líquido ou no gasoso. Por exemplo, nas CNPT, 1 mol
(isto é, 18 g) de água ocupa praticamente: 18 mL no estado
sólido; 18 mL no estado líquido; e 22.400 mL no estado gasoso.
Note que este último é um volume cerca de 1.245 vezes maior
que os dois primeiros.

É por isso que nunca devemos aquecer sólidos ou líquidos em


recipientes fechados; a passagem brusca da substância para o
estado gasoso pode significar uma explosão violenta!!!

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Equação de Claperyon

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Equação de Claperyon

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Equação de Claperyon

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Equação de Claperyon

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Equação de Claperyon

P = pressão do gás;
V = volume do gás;
n = quantidade do gás;
m = massa do gás;
M = massa molar do gás;
R = cte universal dos gases perfeitos;
T = temperatura do gás. 11
Equação de Clapeyron

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Equação de Clapeyron

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Equação de Clapeyron

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Misturas Gasosas

Misturas gasosas são muito frequentes em nosso dia a dia. O ar


atmosférico, formado principalmente por N2 e O2, é sem dúvida a mistura
gasosa mais comum.

O gás de botijão, usado em cozinhas, é uma mistura formada


principalmente pelos gases butano (C4H10) e propano (C3H8). Nos cilindros
dos mergulhadores, muitas vezes, o oxigênio é misturado com o gás hélio.
E assim por diante.

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Misturas Gasosas

Podemos imaginar a formação de uma mistura gasosa da seguinte


maneira:

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Misturas Gasosas

Temos inicialmente vários gases, em recipientes separados (1, 2, 3, ..., i).


Evidentemente, cada gás terá seu próprio volume (V1, V2, V3, ..., Vi), sua
própria pressão (P1, P2, P3, ..., Pi) e sua própria temperatura (T1, T2, T3,...,
Ti). Em seguida, todos os gases são misturados em um único recipiente, de
volume V, mantido à temperatura T. O que acontece?

Se os gases são perfeitos e não reagem entre si, a mistura se comportará


como se fosse um gás único, obedecendo às mesmas leis e fórmulas já
vistas para os gases isolados.

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Misturas Gasosas

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Misturas Gasosas

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Misturas Gasosas

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Misturas Gasosas

Situação dentro da mistura final

Vamos supor que apenas o primeiro gás ocupasse todo o recipiente final,
de volume V e temperatura T; evidentemente, o gás 1 assumiria uma
pressão p1, que é a chamada pressão parcial do gás 1. Disso resulta a
seguinte definição:

Em uma mistura gasosa, pressão parcial de um gás é a pressão


que esse gás exerceria se estivesse sozinho, ocupando o
volume total da mistura e na mesma temperatura em que a
mistura se encontra.

Não confunda a pressão parcial do gás 1 dentro da mistura (que vamos


indicar por p1 minúsculo) com a pressão que esse gás possuía antes de
entrar para a mistura (P1 maiúsculo). Evidentemente, tudo o que
acabamos de dizer para o gás 1 vale para os demais gases da mistura. 21
Misturas Gasosas

A pressão total de uma mistura gasosa é a soma das pressões


parciais de todos os gases componentes da mistura.

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Misturas Gasosas

Situação dentro da mistura final

Um conceito análogo ao da pressão parcial é o do volume parcial. Por


definição:

Em uma mistura gasosa, volume parcial de um gás é o volume


que ele irá ocupar estando sozinho e sendo submetido à
pressão total e à temperatura da mistura.

Do ponto de vista prático, o conceito de volume parcial corresponde à


seguinte ideia: se os gases não se misturassem, cada um ficaria separado
dos demais (como ocorre com os líquidos imiscíveis), ocupando certa parte
do volume total da mistura; essas partes seriam os volumes parciais de
cada gás.

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Misturas Gasosas

O volume total de uma mistura gasosa é a soma dos volumes


parciais de todos os gases componentes da mistura.

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Misturas Gasosas

Relacionando valores parciais com o valor total

Relacionando a pressão parcial do gás 1 com a pressão total da mistura,


temos:

- Para o gás 1: p1V = n1RT

- Para a mistura: PV = (Σn)RT

Raciocínio idêntico com o volume parcial do gás 1 nos dá:

- Para o gás 1: Pv1 = n1RT

- Para a mistura: PV = (Σn)RT

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Misturas Gasosas

Fração em mols (x) de um gás é o quociente entre sua


quantidade de mols e a quantidade total de mols da mistura.

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Misturas Gasosas

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Misturas Gasosas
Umidade do Ar

O ar sempre contém vapor de água, e isso se denomina umidade do ar.

Quando o dia é muito seco, sentimos a pele ressecada, um ardor na


garganta e pequenos “choques” causados pela eletricidade estática que se
acumula em móveis de aço, maçanetas de portas etc.

Quando o dia é muito úmido, no verão, temos a sensação de estar dentro


de uma sauna; e, no inverno, a umidade “entra pelos ossos”.

Algumas plantas são sensíveis à umidade do ar; certas espécies, como a


samambaia, não suportam o ar muito seco.

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Misturas Gasosas
Umidade do Ar

Para cada temperatura, o ar pode dissolver uma quantidade máxima de


vapor de água; dizemos então que o ar ficou saturado de vapor de água. A
partir desse ponto, forma-se neblina no ar (ou nuvens na alta atmosfera,
ou orvalho nas plantas); no ponto de saturação, dizemos também que se
estabeleceu a pressão máxima de vapor de água, para a temperatura
considerada. Alguns desses valores são dados na tabela abaixo:

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Misturas Gasosas
Umidade do Ar

Para medir a umidade do ar, temos as seguintes definições:

• umidade absoluta é a quantidade de vapor de água presente em


determinado volume de ar, a uma dada temperatura (geralmente em
gramas de água por metro cúbico de ar);

• umidade relativa é o quociente entre a quantidade de vapor de água


realmente existente no ar e a quantidade de vapor de água necessária
para saturar o mesmo volume de ar, a uma dada temperatura; a umidade
relativa também é medida pelo quociente entre a pressão parcial do vapor
de água presente no ar e a pressão máxima do vapor de água, na mesma
temperatura.

A umidade relativa é a medida mais importante e a mais utilizada em


meteorologia. 30
Densidade dos Gases
A diferença de densidade entre os gases é utilizada em várias aplicações
no nosso cotidiano.

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Densidade dos Gases
A diferença de densidade entre os gases é utilizada em várias aplicações
no nosso cotidiano.

No estudo das densidades dos gases há duas definições importantes a


considerar: densidade absoluta e densidade relativa. Vamos estudá-las.

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Densidade dos Gases

Densidade absoluta ou massa específica de um gás, em


determinada pressão e temperatura, é o quociente entre a
massa e o volume do gás, nas condições consideradas de
pressão e temperatura.

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Densidade dos Gases

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Densidade dos Gases

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Densidade dos Gases

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Densidade dos Gases

Densidade relativa do gás 1 em relação ao gás 2 é o quociente


entre as densidades absolutas de 1 e de 2, ambas sendo
medidas nas mesmas condições de pressão e temperatura.

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Densidade dos Gases
Densidade Relativa

Com respeito à densidade relativa, devemos notar que:

• ela é apenas um número puro (não tem unidade) e indica quantas vezes
um gás é mais (ou menos) denso que outro;

• sendo apenas um número, a densidade relativa não depende das


variações de pressão e temperatura (evidentemente, desde que os dois
gases permaneçam sempre nas mesmas condições de pressão e
temperatura, como exige a própria definição);

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Densidade dos Gases

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Densidade dos Gases

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Densidade dos Gases

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Densidade dos Gases

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Difusão e Efusão dos Gases
A difusão e a efusão de gases são fenômenos comuns no cotidiano.

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Difusão e Efusão dos Gases

Vimos no estudo da Teoria Cinética dos Gases que as partículas gasosas


estão em movimento contínuo e muito rápido. Esse movimento faz com
que dois ou mais gases se misturem rapidamente, dando sempre origem
a uma mistura homogênea.

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Difusão e Efusão dos Gases

Esse fato pode ser constatado dispondo-se de dois balões de vidro, ligados
entre si por uma comunicação provida de uma válvula; colocamos num dos
balões um gás ou vapor colorido (NO2, vapor de bromo, etc.) e deixamos
no outro balão simplesmente o ar (mistura incolor de N2 e O2). Abrindo-se
a válvula, podemos ver o gás colorido “caminhando” através do ar e se
misturando com ele; esse movimento espontâneo de um gás através de
outro é chamado de difusão gasosa.

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Difusão e Efusão dos Gases

Em 1829, o cientista Thomas Graham, estudando o “vazamento” dos gases


através de pequenos orifícios (ou de paredes porosas) — fenômeno
denominado efusão de gases, que é um caso particular da difusão gasosa
—, enunciou:

Em condições idênticas, as velocidades de efusão de dois


gases são inversamente proporcionais às raízes quadradas de
suas densidades absolutas.

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Difusão e Efusão dos Gases

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