Alfredo Reis Viegas 1917-1991 Formou-se em Odontologia, em 1940, pela Faculdade de
Farmácia e Odontologia da Universidade de São Paulo,
especializando-se em Odontologia Legal na Escola de Polícia do Estado, em 1953. Em 1963, recebeu bolsa para estudar Saúde Pública na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos e, em 1964, cursou o doutorado na Faculdade de Farmácia e Odontologia de Piracicaba. Viegas, no entanto, continuou o aperfeiçoamento de seus conhecimentos, nas viagens para países da América Latina, Europa e Estados Unidos, com o apoio da Organização Pan-Americana de Saúde, cujo objetivo era visitar instituições especializadas em saúde bucal e fazer seus cursos de epidemiologia oral. Trabalhou como cirurgião dentista em hospitais e instituições assistenciais de São Paulo, como o Hospital da Santa Casa de Misericórdia e a Cruzada Pró-infância. Em 1942, foi nomeado assistente da Cadeira de Anatomia da Faculdade de Farmácia e Odontologia da USP. No papel de educador, lecionou em várias universidades brasileiras e visitou instituições e centros educacionais especializados em saúde bucal no Brasil e na América Latina, a fim de ministrar cursos e seminários e assessorar a organização de programas de ensino de Saúde Pública. Professor Viegas iniciou suas atividades na Faculdade de Saúde Pública, em 1943, como assistente odontológico, sendo contratado como professor, apenas, em 1966, para lecionar na Cadeira de Odontologia Sanitária, recebendo, dois anos depois, o título de Professor Catedrático. Nesta instituição, foi chefe do Departamento de Prática de Saúde Pública e Vice-diretor, entre 1979 e 1982, aposentando-se de suas funções apenas em 1987, ao completar 70 anos. Por suas importantes pesquisas nas áreas de saúde bucal, odontologia preventiva e social e fluoretação das águas de abastecimento, como forma de prevenção da cárie, Viegas foi convidado para colaborar em grupos de trabalho encarregados de estudar a organização de programas e campanhas de prevenção de cárie e de doenças gengivais. Foi consultor na área de odontologia sanitária de estados brasileiros e de países latino- americanos, perito em saúde dental da Organização Mundial de Saúde, presidente da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas e consultor científico do Projeto de Fluoretação das Águas de Abastecimento Público do Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição. Professor Viegas recebeu, em 1971, a medalha “Dr. Luiz César Pannain” do Sindicato dos Odontologistas do Estado de São Paulo e, em sua homenagem, seu nome foi dado a uma clínica odontológica municipal, em São Paulo, e uma escola estadual, na Praia Grande. Álvaro Guimarães Filho 1901-1981 Formou-se pela Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo (atual Faculdade de Medicina da USP) em 1925, demonstrando interesse durante a graduação pela clínica médica e pela medicina de emergência. Voltou-se para a Saúde Pública, quando, em 1926, defendeu a tese “Da higiene mental e sua importância em nosso meio”, na Cadeira de Higiene da Faculdade de Medicina. Neste mesmo ano, viajou pela Europa (Paris, Berlim e Viena) a fim de especializar-se em Clínica Obstétrica e Ginecologia. Ao retornar ao Brasil, ingressou na Clínica Obstétrica da Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo. De 1933 a 1937, prestou serviços gratuitos de higiene pré-natal no antigo Instituto de Higiene (atual Faculdade de Saúde Pública), quando, então, foi convidado por Geraldo Horácio de Paula Souza para organizar o Serviço de Pré-Natal do Centro de Saúde Modelo do Instituto. Foi contratado como instrutor e assistente de clínica da Faculdade de Saúde Pública em 1938, tornando-se Professor catedrático de Higiene Pré-Natal da instituição em 1945, além de ter exercido a função de Diretor, em 1962, e ministrado aulas no Curso de Emergência de Enfermagem, durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Aposentou- se do cargo de Professor catedrático, compulsoriamente, em 1971, ao completar 70 anos. Auxiliou na criação da Escola Paulista de Medicina, que hoje pertence à Universidade Federal de São Paulo, onde foi, também, Professor catedrático de Clínica Obstétrica e Diretor, entre 1942 e 1952. Por ser referência na área de ensino da Medicina, Guimarães Filho participou, na década de 40, das discussões sobre a reforma do ensino médico no Brasil, promovidas pelo Ministério da Educação e Saúde Pública. Além disso, como Major da reserva do Exército Brasileiro, durante a Segunda Guerra Mundial, foi membro do Conselho Geral dos Fundos Universitários de Pesquisa que visava a colaboração dos elementos universitários com fundos pessoais, nos esforços de guerra e defesa nacional. Em 1964, foi convidado, pela Organização Pan-Ame- ricana de Saúde, para integrar um grupo de trabalho encarregado de estudar os requisitos necessários para as Escolas de Saúde Pública na América Latina. Por suas contribuições para o desenvolvimento da Ginecologia e Obstetrícia no Brasil, em 1970, foi agraciado com a Ordem do Mérito Nacional pelo Presidente da República. Arnaldo Augusto Franco Siqueira 1940- Nasceu em São Paulo, graduando-se, em 1966, na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e ainda durante a residência médica foi contratado para atuar na Investigação Interamericana de Mortalidade na Infância, conduzida pela Organização Panamericana de Saúde. Iniciou sua carreira na Faculdade de Saúde Pública como Docente Voluntário, na área de Estatística do Departamento de Epidemiologia, onde desenvolveu seu mestrado, sob orientação do professor Ruy Laurenti. Paralelamente a essa atividade, acabou envolvendo- se intensamente nos trabalhos de pesquisa na área de Higiene Materna junto com o professor Cyro Ciari Jr., o que o levou a integrar, em 1975, o recém-criado Departamento de Saúde Materno-Infantil. Nesse mesmo ano, publicou um trabalho onde estabelecia curvas de ganho de peso em gestantes, utilizadas para diagnosticar o estado nutricional materno. Essas curvas foram utilizadas posteriormente em diversos serviços de saúde brasileiros, mostrando ser um importante instrumento na assistência pré-natal. Em suas pesquisas buscou trabalhar com diversos temas ligados à maternidade e à infância, pois, com uma abordagem multidisciplinar, almejou contribuir para a melhoria em diversos aspectos da assistência às mães e às crianças. Para tanto, realizou estudos que abordam temas como a saúde perinatal e neonatal, o estado nutricional materno, gravidez na adolescência, acidentes na infância, morbidade e mortalidade materna, prematuridade, análises antropométricas, gestação e tabagismo, amamentação, gravi- dez e problemas cardíacos, entre outros. Em suas atividades administrativas dentro da Faculdade de Saúde Pública, foi chefe do Departamento de Saúde Materno-Infantil, diretor técnico do Centro de Saúde Geral- do de Paula Souza, Presidente da Comis- são de Pós-graduação e seu Diretor entre 1993 e 1997. Devido à sua formação pediátrica e à sua sensibilidade ao lidar com crianças, adquirida princi- palmente no consultório médico, por diversos anos representou o perso- nagem de Papai Noel nas comemo- rações de Natal da Faculdade. Augusto Leopoldo Ayroza Galvão 1901-1982 Destacou-se pelo trabalho nas áreas da parasitologia, epidemiologia e entomologia médica. Aos 18 anos matriculou-se na Faculdade de Medicina de São Paulo, mas acabou concluindo o curso na Faculdade do Rio de Janeiro. Lá, pela cadeira de Higiene, defendeu tese sobre a profilaxia da cólera, o que lhe concedeu o título de doutor em medicina. Voltou a morar em São Paulo, participou da Revolução de 1932 e aqui se dedicou à clínica geral até 1935, quando ingressou como professor assistente na cadeira de Parasitologia da Faculdade de Medicina da USP. Sob orientação do professor Samuel Pessoa, dedicou-se a estudar a parasitologia aplicada à epidemiologia de moléstias rurais, o que o levou a participar de atividades de combate à malária nos Estados de São Paulo, Pará e Amazonas. Durante sua estada na Amazônia, junto ao Departamento Nacional de Saúde, fez longo e detalhado estudo sobre os transmissores de malária dos arredores de Belém do Pará, no tocante à sua capacidade de transmissão, hábitos, domesticidade dos adultos, horas de atividade, preferências alimentares e características dos criadouros. Em 1944, ganhou uma bolsa de estudos da Fundação Rockefeller, que possibilitou sua visita a diversos centros de epidemiologia nos Estados Unidos, entre eles, aos serviços de controle de malária do Vale do Tennessee, de Savannah e de Orlando, ficou maravilhado ao ver os resultados das primeiras aplicações do DDT na destruição dos anofelinos e do uso desta substância como larvicida. Na volta ao Brasil, juntamente com o Dr. Mario Pinotti, participou da experiência desenvolvida pelo Serviço Nacional de Malária, a qual destruiu com sulfato de cobre as bromélias, vistas como criadouros de anofelinos, em várias localidades de Santa Catarina. Ainda motivado pelo seu encanto com o DDT, participou das primeiras aplicações do produto em Macapá e em outras cidades do então Território do Amapá. Enquanto exerceu atividades no Serviço Especial de Araraquara (Sesa) aplicou a substância nas zonas malarígenas do município. Sua entrada como docente da FSP-USP ocorreu em 1947, como professor adjunto da Cadeira de Parasitologia Aplicada e Higiene Rural. Em 1953, tornou-se Professor Catedrático, assumindo o lugar do professor Lucas Assumpção, na Cadeira de Epidemiologia e Profilaxia Gerais e Especiais. Ocupou o cargo de Diretor da FSP/USP de 1956 até 1961, quando pediu dispensa por motivos de saúde. Após se aposentar, em 1965, continuou trabalhando como professor no Departamento de Medicina Social na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa. Benjamin Alves Ribeiro 1899-1988 Nascido em Santos, obteve o bacharelado em Ciências e Letras pelo Ginásio do Estado, em 1915, tornou-se Doutor em Medicina em 1922. Ingressou, em 1925, no Instituto de Higiene de São Paulo como professor assistente, onde, até 1931, ministrou cursos de Química e de Higiene Mental, Social e do Trabalho. Em 1926, colaborou na Escola Profissional de Mecânica, do Liceu de Artes e Ofícios, onde pesquisou os métodos para uma “racionalização” do trabalho e a formação de trabalhadores adequados às necessidades da indústria paulista. Em 1930, organizou um projeto para o Departamento de Educação Física da Guarda Civil do Município de São Paulo, o qual esta- beleceu um índice de aptidão física, que possibilitava, por meio de um valor numérico medir o “vigor” físico dos guardas. De 1931 a 1933, integrou a Comissão do Governo do Estado para estudos de Higiene, o que, graças a uma bolsa da Fundação Rockefeller, possibilitou a sua ida à Europa e aos Estados Unidos, onde além de conhecer sua esposa Dorothy, pôde estudar saúde no trabalho, na Universidade Johns Hopkins. Em 1945, tornou-se Professor cate- drático de Higiene no Trabalho. Em 1955, organizou o Primeiro Curso de Aperfeiçoa- mento em Higiene e Medicina do Trabalho, para melhorar a formação dos profissionais que tratavam da problemática do trabalho, ao qual concorreu um número muito grande de alunos. O curso obteve tanto sucesso que a Assembléia Legislativa concedeu ao Professor Ribeiro um voto de congratulação. Aposentado em 10 de dezembro de 1969, compulsoriamente, por motivo de idade, o professor Ribeiro foi o pioneiro da Saúde Ocupacional no Brasil; em suas muitas décadas de docência ensinou para diversas gerações os efeitos do trabalho sobre o organismo dos que o realizam. Em sua homenagem, a Associação Nacional de Medicina do Trabalho criou uma premia- ção com seu nome. Cyro Ciari Júnior 1922-1979 Nasceu no Município de São Manuel, interior do Estado de São Paulo. Em 1940, ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade do Paraná, onde estudou até o 4º ano, quando se transferiu para a Escola Paulista de Medicina, obtendo o diploma de Médico em 1945. Interessou-se pelos proble- mas de Obstetrícia e Saúde Materna e concor- reu à Livre-docência em Clínica Obstétrica da Escola Paulista de Medicina, sendo aprovado com distinção. Em 1960, foi convidado pelo professor Álvaro Guimarães Filho para participar da Cadeira de Higiene Materna da Faculdade de Higiene e Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP), como Professor-assistente. Em 1966, fez o curso de Pós-graduação em Saúde Pública para Médicos. Em decorrência da bolsa de estudos que lhe foi concedida pela Ford Foundation, por meio do Center for Population Planning, em 1968, seguiu em viagem de estudos para a Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Entre 1968 e 1969, foi encarregado de elaborar a estrutura do Depar- tamento de Tocoginecologia da Escola Paulista de Medicina, tornando-se membro da Comissão de Reforma do Ensino dessa instituição. Em 1972, passou a ocupar o cargo de Professor adjunto no Departamento de Prática de Saúde Pública da FSP-USP, exercendo diversos cargos de administração na faculdade. Em 1975, obteve o título de Professor titular da FSP-USP. Foi um dos grandes incentivadores para que, em 1977, fosse criado o Departamento de Saúde Materno-Infantil. Para ele, essa área deveria ser considerada prioridade, principalmente, nas sociedades menos desenvolvidas economica e socialmente, em função da vulnerabilidade que gestantes e crianças apresentam diante das inúmeras agressões dos meios físico e social. Para ele, a medicina dispunha de armas clínicas eficazes para o controle das doenças, mas a complexidade da questão materno-infantil extrapolava os fatores orgânicos, também envolvendo os de ordem sociocultural. Por isso a necessidade de se buscar uma terapêutica mais adequada a cada realidade em particular. Em novembro de 1978, assumiu a função de Vice-diretor da FSP-USP, vindo a falecer durante o mandato. Dino Baptista Germano Pattoli 1922-1979 Nascido na capital de São Paulo, formou-se em Medicina pela Escola Paulista de Medicina, em 1948. De 1949 a 1952, estabeleceu-se como médico no Hospital Nossa Senhora do Carmo, responsável pelo Laboratório de Análises. Em 1951, foi contratado como Assistente da Cadeira de Parasitologia e Higiene Rural da Faculdade de Higiene e Saúde Pública da USP (FSP/USP), onde ministrou aulas teóricas e práticas no Curso de Educadoras Sanitárias. Por ser pesquisador nesta área de conhecimento, colaborou, ativamente, em trabalhos de laboratório e de campo, com o Centro Rural de Aprendizado de Araraquara. Na década de 1950, publicou artigos referentes à área de entomologia, com o professor Oswaldo Forattini, e foi docente em Cursos de Erradicação da Malária. Em 1969, foi transferido para o Departamento de Epidemiologia, onde ministrou aulas de Epidemio- logia Geral e Endemias Parasitárias. Esta última área pertencia ao antigo Departamento de Parasitologia da FSP-USP, tendo sido transfe- rida para o Departamento de Epidemiologia, por decisão da reforma universitária por que passou a USP, na época. No mesmo ano, foi convidado pelo Dr. Jayme Rodrigues, Diretor da Faculdade de Medicina de Jundiaí, para reger a disciplina de Helmin- tologia (Cadeira de Parasitologia) daquela Faculdade. Na década de 1970, empreendeu pesquisas de laboratório e de campo, sobre tripanossomose sul-americana e leishmaniose. Em 1973, defendeu tese visando ao título de doutor em saúde pública, “Caracterização, em hamster, das leishmanias tegumentares”, sob a orientação do Prof. Oswaldo Forattini. Nesse trabalho mostrou as investigações relativas à leishmaniose tegumentar no Estado de São Paulo, elucidando o meca- nismo de transmissão e a existência de focos naturais da parasitose. Faleceu, precocemente, em 1979. Diógenes Augusto Certain 1905-1981 Nascido na cidade de Joanópolis (SP), diplomou- se em 1930 pela Faculdade de Medicina da Uni- versidade do Rio de Janeiro. Em 1931, conquistou o grau de Doutor em Medicina, defendendo tese sobre tuberculose. O seu interesse em especializar- se em Tisiologia nasceu de um convite recebido do professor Mazzini Bueno para freqüentar os serviços do Pavilhão Clementino Fraga, no Hospital São Sebastião, no Rio de Janeiro. Dedicou-se à clínica de Tisiologia, inicialmente, em Bragança Paulista (SP), e mais tarde em São Paulo. Durante a Revolução de 1932 prestou serviços médicos no destacamento do Coronel Pedro Dias de Campos. Em 1943, passou a fazer parte do, então, Instituto de Higiene, como assistente junto à Cátedra de Tisiologia, colaborando com o professor Raphael de Paula Souza, nas atividades de ensino, pesquisa e assistência à comunidade. Em 1948, obteve o título de Livre-docente ao defender tese, onde abordava o problema social do paciente de tuberculose. Em 1972, conquistou o título de Professor titular. Entre os cargos e funções que ocupou, destacam-se os de Diretor do Pavilhão de Tuberculose da Santa Casa de Bragança Paulista, de Diretor do Serviço de Assistência Hospitalar da Secretaria da Saúde e Assistência Social de São Paulo, Diretor do Hospital Santo Antônio, Diretor do Departamento Municipal de Higiene, Diretor do Instituto de Saúde e Serviço Social da Universidade de São Paulo e Secretário de Educação e Cultura do Município de São Paulo. Participou, ainda, como Tisiólogo, do Dispensário “Clemente Ferreira”, da Liga Paulista de Combate à Tuberculose, e do Dispensário de Tuberculose da Mooca, em São Paulo. Deixou, nos muitos artigos publicados, trabalhos didáticos e de pesquisa, notabilizando- se como pioneiro na implantação da vacinação pelo BCG intradérmico no Estado de São Paulo e tendo participado do movimento para a sua implantação em todo o território nacional. Aposentou-se, em 1975, como Vice-diretor da Faculdade de Saúde Pública. A Câmara Municipal de São Paulo, em reconhecimento pelos serviços prestados como Primeiro Secretário de Educação e Cultura da Cidade, escolheu seu nome para uma das ruas do Bairro do Ibirapuera. Recebeu a mesma homenagem em Bragança Paulista. Edmundo Juarez 1928-1997 Destacou-se pela luta para que a vacinação alcançasse amplamente a população brasileira. Sempre elucidando a importância da descentralização e municipalização do sistema de imunização, seu trabalho teve grande importância para o sucesso do Programa Nacional de Imunizações. Formado em Medicina, em 1953, pela Faculdade de Medicina de São Paulo, especializou-se na área de anestesia. Em 1958, começou a trabalhar como anestesista e clínico na Indústria e Comércio de Minérios (ICOMI), no território amapaense, e, em 1963, cursou a pós-graduação em Saúde Pública. Em 1970, obteve o título de Doutor, com a tese intitulada “Comportamento do Triatoma infestans sob várias condições de laboratório”. Ainda nesse ano, integrou o corpo docente da área de medicina preventiva da Faculdade de Medicina de Jundiaí. Foi Coordenador do programa Saúde da Comunidade da Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo e assessor do Ministro da Saúde Dr. Paulo de Almeida Machado. Em 1979, conquistou o título de Professor livre-docente do Departamento de Epidemiologia da FSP/USP e, em 1982, tornou-se Professor adjunto. Em 1983, deu um curso de Epidemiologia com ênfase em Vigilância Epidemiológica na República Popular do Moçambique. Em 1989, após concurso, tornou-se Professor titular. Nessa mesma época, foi Secretário Nacional de Ações Básicas de Saúde do Ministério da Saúde, participando do desenvolvimento de diversos programas, entre eles o de início da vacinação contra a Hepatite-B em áreas da Amazônia e do programa de erradicação da poliomielite. Em 1985, assumiu a direção do SESA (Serviço Especial de Saúde de Araraquara), onde comandou uma série de mudanças, como a implantação de programas de vacinação, de saúde da mulher, de oftalmologia, de hanseníase e a informatização dos trabalhos. Com essa atividade, desejava demonstrar que a extensão de serviços públicos de saúde à comunidade não podem ser privados do melhor da base científica, por isso, dotou o Centro de Saúde de equipamentos, pessoal e atendimento de ótima qualidade. Dez dias antes de sua morte, pediu demissão da presidência da Fundação Nacional de Saúde, justificando que o secretário-executivo Barjas Negri tinha reduzido, sem consultá- lo, a campanha de vacinação contra a hepatite-B de 40 milhões de imunizações para 10 milhões. Em sua homenagem o Estado de São Paulo deu seu nome a um Centro de distribuição de vacinas, situado na zona oeste da capital paulista. Evelin Naked de Castro Sá 1930-2008 Paulista de Novo Horizonte, Catanduva, administra- dora e socióloga, desenvolveu pesquisa e docência na área de sociologia das organizações e adminis- trações públicas, com ênfase no âmbito de saúde. Teve várias publicações sobre o tema, incluindo sua tese de doutorado, na qual tratou do complexo psiquiátrico do Juqueri (SP). Obteve o bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais pela USP em 1960. Assumiu em seguida o cargo de Assessora Técnica no Gabinete da Secretária de Saúde e também obteve atribuições na Casa Civil. Começou a conciliar o casamento entre o exercício no Poder Executivo e a atividade docente, aos poucos, assim, iniciando uma prolífica “ponte” entre o ensino e o serviço público de saúde. Iniciou oficialmente suas atividades na FSP, em 1973, como Docente Voluntária, permanecendo até 1977, quando foi contratada para as funções de Auxiliar de Ensino, tendo feito, nesse período, o Curso de Saúde Pública para Graduados. Em 1978 obteve o grau de Mestre em Saúde Pública, o que a elevou para o cargo de Professora Assistente. Em 1979 se aposentou da Secretária de Saúde, podendo assim se dedicar mais à pesquisa e docência. Em 1983, em sua tese de doutorado “Análise de uma organização complexa no setor saúde: o conjunto Juqueri no Estado de São Paulo” desenvolveu um apurado estudo sobre este complexo psiquiátrico. Abordando principalmente os desdobrares históricos da instituição, sua estrutura organizacional em inícios da década de 80, a sua forma de inserção na paisagem metropolitana da Grande São Paulo e uma detalhada pesquisa sobre a população de internados e servidores. Baseada em suas pesquisas, Evelin pode apontar algumas conclusões sobre a situação do Juqueri no campo das políticas públicas de saúde mental; tais como, que o complexo passava ao largo da reformulação ocorrida na área, a constatação de uma pobreza no âmbito da organização e de recursos humanos e, finalmente, o mal-estar sobre a validade dos métodos de encarceramento e hospitalização. Em 1988 obteve o título de Livre-Docente com a tese “Administração Pública de Sistemas de Saúde: Cuba” e, em 1991, em concurso público, foi lhe conferido o título de Professora Titular. Assim sempre permanecendo nas linhas de pesquisa relacionadas à execução de políticas públicas em saúde, conseguiu manter coerência e abrangência nas atividades de pesquisa, docência e serviço público. Fernando de Araújo Guimarães 1943-1986 Formou-se engenheiro industrial, em 1966, pela Pontíficia Universidade Católica de São Paulo. Entre 1968 e 1972, fez pesquisas sobre poluição do ar e saúde ocupacional na pós- graduação em Engenharia Sanitária da Faculdade de Saúde Pública. Entre 1970 e 1971, obteve o título de mestre em Higiene Industrial e Poluição do Ar pela Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Ao desenvolver o trabalho “Estudo Comparativo de Métodos de Amostragem e Análise de Partículas de Suspensão na Atmosfera: uma crítica”, em 1977, obteve o título de doutor em Saúde Pública. Ingressou na Faculdade de Saúde Pública em 1971, como docente voluntário. Em 1973, foi contratado como auxiliar de ensino do Departamento de Saúde Ambiental, onde se transformou, posteriormente, em professor assistente e em assistente doutor. Foi também o coordenador do Curso de Saúde Pública para graduados em Engenharia e Arquitetura desta faculdade. Sua carreira no magistério, no entanto, não teve início nesta instituição. Foi professor de Matemática e Física na Escola Técnica Estadual Cacique Tibiriçá e lecionou no curso de Engenharia Industrial da Pontifica Universidade Católica de São Paulo. Pela excelência de suas pesquisas na área de meio ambiente e saúde ocupacional, recebeu sob sua responsabilidade cargos fundamentais para as estratégias de preservação ambiental. Foi neste contexto que obteve a Superintendência de Avaliação de Ruído e Poluição do Ar da Companhia de Tecnologia de Saneamento Am- biental (Cetesb), além de diversos cargos na Superinten- dência de Saneamento Ambiental e na Comissão Inter- municipal de Controle de Poluição das Águas e do Ar. Em 1973, foi convidado para compor o grupo de trabalho encarregado, pela Secretaria de Saúde, de estabelecer os critérios para o descarte do lixo dos estabelecimentos médico-hospitalares. Com bolsa de estudos da Organização Mundial de Saúde, viajou em 1974 por cidades norte-americanas a fim de conhecer seus programas de controle de poluição do ar. Em 1986, como reconhecimento por suas pesquisas na área de saúde ambiental, foi convidado pela Escola de Higiene e Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, para realizar uma pesquisa de pós-doutorado sobre poluição do ar e emissões acidentais. Porém, tal projeto foi interrompido por sua morte prematura, aos 43 anos. Francisco Borges Vieira 1893-1950 Formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1917, com a tese “Do syndromo da púrpura hemorrágica”. Em 1918, viajou para os Estados Unidos para fazer o Curso de Especialização em Saúde Pública na Universidade Johns Hopkins, na mesma turma de Geraldo Horácio de Paula Souza e Carlos Chagas. Dedicou-se ao Instituto de Higiene (atual Faculdade de Saúde Pública) de 1918 até sua morte em 1950. Ingressou no Instituto como assistente da Cadeira de Higiene da Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, da qual o Instituto era anexo. Entre 1927 e 1938, foi assistente-chefe do Serviço de Epidemiologia do Instituto e, em 1945, foi nomeado Professor catedrático de Epidemiologia e Profilaxia Gerais e Especiais. Em diversos momentos de sua vida, substituiu Geraldo Horácio de Paula Souza na direção da Faculdade de Saúde Pública e foi responsável por organizar e lecionar nos primeiros cursos de Emergência de Enfermagem, promovidos no Instituto de Higiene durante a Revolução Constitucionalista que ocorrera em São Paulo em 1932. Na pesquisa, o Professor Francisco Borges Vieira dedicou- se a vários temas, como epidemiologia das febres amarela e tifóide, poliomielite, doenças gastrintestinais, tuberculose, sífilis; mortalidade infantil, doenças dos escolares, saúde do idoso, saúde e assistência sanitária no meio rural, qua- lidade da água, higiene pessoal, alcoolismo, a relação entre as guerras e as epidemias, a importância da especialização sanitária e dos serviços de saúde pública na defesa nacional, a reforma da legislação sanitária, as condições sanitárias da Cidade de São Paulo e a memória de Emílio Ribas. Por sua especialização em epidemiologia e administração dos serviços de saúde pública, Borges Vieira foi convidado para ser Diretor do Serviço Sanitário do Estado de São Paulo e Diretor Geral do Departamento de Saúde de São Paulo. Além disso, é lembrado por seu importante papel social ao divulgar, em jornais e revistas da época, as noções básicas de higiene para o público leitor e por ser um dos pioneiros na formação das concepções sanitárias brasileiras na primeira metade do século passado. Geraldo Horácio de Paula Souza 1889-1951 Filho de Antonio Francisco de Paula Souza - fundador da Escola Politécnica da USP - e neto de George Herwegh - poeta alemão amigo de Karl Marx -, o ituense Geraldo Horácio de Paula Souza foi fundador do Instituto de Higiene, embrião da atual Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Antes de formar-se na Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro em 1913, Paula Souza graduou-se em Farmácia, em 1908, e realizou cursos na Alemanha e na Suíça. Entre 1918 e 1920 fez o Curso de Especialização em Saúde Pública na Universidade de Johns Hopkins nos Estados Unidos, com bolsa da Fundação Rockefeller. Em 1918 foi nomeado assistente da Cadeira de Higiene e Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP, onde se tornou Catedrático em 1922. Foi a partir desta Cadeira que se organizou o Instituto de Higiene. Entre 1922 e 1927, foi Diretor Geral do Serviço Sanitário do Estado de São Paulo, ocasião em que conseguiu eliminar a febre tifóide da capital paulista por meio do método inovador de cloração das águas de abastecimento. Além disso, organizou os serviços de alimentação pública, de profilaxia da lepra e reformou o Código Sanitário Paulista. Geraldo idealizou um novo modelo de atendimento da população: os Centros de Saúde, uma mistura de profilaxia, educação e tratamento de saúde. Nestes locais, aplicou os princípios desenvolvidos no Instituto de Higiene, ou seja, criar uma consciência sanitária para que o indivíduo pudesse por meio de orientações sobre métodos de higiene evitar que as doenças se propagassem. Criou, então, o Centro de Saúde Modelo (atual “Geraldo Horácio de Paula Souza”) para o atendimento da população e o treinamento dos alunos do Instituto de Higiene. Gostava de fazer caricaturas de seus professores e amigos, era admirador da arte, colecionava vasos de porcelana chinesa e lembranças diversas dos países que visitava, entre outros, cardápios dos restaurantes que freqüentava. Em 1939 visitou, por intermédio da Universidade de Tóquio, o Japão, Manchúria, Coréia e China, encantando-se pela cultura e medicina chinesas. Além disso, freqüentava como aluno ouvinte alguns cursos da Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Em 1927, Paula Souza passou a integrar a Sessão de Higiene da Liga das Nações. Em 1944 tornou-se chefe da Divisão de Controle Epidemiológico da Administração de Assistência e Reabilitação das Nações Unidas-UNRRA. Em 1945, como integrante da delegação brasileira na Conferência de São Francisco das Nações Unidas, propôs em conjunto com a delegação chinesa a criação da Organização Mundial de Saúde. Por sua atuação na fundação da OMS, Paula Souza recebeu do governo da França as medalhas de “Ordem de Saúde Pública” e a “Legião de Honra”. Geraldo Horácio de Paula Souza faleceu num domingo de maio de 1951, em sua mesa de trabalho, quando se preparava para viajar para Genebra para a IV Assembléia Mundial de Saúde da OMS. Gonzalo Vecina Neto 1953- O Professor Vecina é especializado em Adminis- tração Hospitalar e Sistemas de Saúde, destaca- se por ter ocupado vários postos na Administração Pública e Privada. Em 1977 formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina de Jundiaí, concluiu o mestrado na Escola de Administração de Empre- sas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EAESP/FGV) em 1986. Em 1982 deu início ao trabalho em várias instituições como, UNIMED Paulistana, Ministério da Saúde, OPAS (Organiza- ção Pan-Americana da Saúde) e FUNDAP (Funda- ção do Desenvolvimento Administrativo). Em 1984 assumiu a Secretaria de Administração da Superin- tendência Hospitalar da Secretaria da Saúde de São Paulo e em 1985 integrou a Secretaria de Administração da Superintendência Regional do INAMPS/SP (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social). No ano de 1986 participou da diretoria Executiva do PROAHSA (Programa de Estudos Avançados em Administração Hospitalar e de Sistemas de Saúde). Tornou-se auxiliar de ensino do Departamento de Prática de Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública em 1989 e assumiu a Diretoria do Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde. Em 1993, durante a gestão Paulo Maluf, foi Chefe de Gabinete da Secretária Municipal de Saúde de São Paulo. No ano de 1995 passou a ser o Coordenador do Núcleo de Assistência Médica Hospitalar da Faculdade de Saúde Pública da USP (NAMH), também nesse ano, e até agosto de 1998, foi Diretor Executivo do Instituto Central do HCFMUSP. O Prof. Vecina assumiu, de agosto de 1998 a abril de 1999, a Secretária Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, isso em meio à crise das pílulas anticoncepcionais de farinha co- mercializadas pelo Laboratório Schering. Ainda durante o governo Fernando Henrique, ele implementou e presidiu a Agência Nacional de Saúde (ANVISA). Conforme sua concepção política e comprovando seu compromisso de ser um servidor público e não um simples apa- drinhado de um partido ou outro, Vecina assumiu postos administrativos durante as mais diversas gestões políticas, por exemplo, quando foi Secretário Municipal da Saúde do Município de São Paulo durante o mandato de Marta Suplicy. Atualmente participa da Cátedra sobre vigilância sanitária estabelecida através da parceria entre a ANVISA e a FSP-USP. João Yunes 1936-2002 Cursou Medicina entre 1958 e 1963, sendo voluntário nas Ligas de Combate a Sífilis, à Febre Reumática do CAOC (Centro Acadêmico Oswaldo Cruz) e na Liga de Puericultura do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo, participou da JUC (Juventude Universitária Católica) e do MUD (Movimento Universitário de Desfavelamento). Como redator do jornal O Bisturi, do CAOC, abriu espaço para o debate de temas como “Favelas e Saúde Pública”. Um ano antes de cursar a residência médica integrou missão assistencial à saúde da população indígena nas regiões do Araguaia e do Estado do Mato Grosso. Enquanto fazia residência médica, realizou o curso de Saúde Pública na Faculdade de Saúde Pública. Em 1966 assumiu a docência na Faculdade de Medicina na qualidade de instrutor, o que lhe permitiu organizar a disciplina de Pediatria Preventiva e Social. Nesse ano foi contratado pela Faculdade de Saúde Pública, no Departamento de Epidemiologia, para integrar o grupo multiprofissional do CEDIP (Centro de Estudos de Dinâmica Populacional). Foi bolsista de mestrado na Universidade de Michigan, EUA, e participou do conselho consultivo do CEBRAP. Em 1968 colaborou na elaboração da proposta de saúde do Plano Urbanístico Básico do Município de São Paulo e, em meados de 1970, assumiu a função de diretor da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. Em 1973 foi diretor do CEDIP, em 1974, assessor do Ministro da Saúde e, em 1976, foi designado secretário da Secretaria Nacional de Programas Especiais de Saúde. Em 1978 assumiu a Superintendência do Instituto de Assistência Médica ao Ser- vidor Público Estadual e, em 1983, durante o governo de André Franco Montoro, foi Secretário da Saúde do Estado de São Paulo. Em 1987, dado o final do mandato de Secretário da Saúde, foi nomeado representante da Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS e da Organização Mundial da Saúde, em Cuba. No período de 1989 a 1997, exerceu o cargo de Coordenador do Programa de Saúde Materno-Infantil da OPAS, em Washington. Em 1995, prestou concurso e se tornou Professor titular da Faculdade de Saúde Pública, no Departamento de Epidemiologia. De 1998 a 2000 foi Secretário de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde e, paralelamente, integrou-se ao Departamento de Saúde Materno-Infantil. Em 2001, tornou-se diretor da Faculdade, vindo a falecer, entretanto, durante este mandato. “Relembrando minha trajetória em prol da Saúde Pública, vejo com satisfação ter trilhado o caminho da minha vocação. [...] Sempre julguei da maior importância transmitir aos mais jovens, não somente os ensinamentos necessários à sua formação profissional, mas, muito mais que isto, despertar- lhes a curiosidade intelectual e científica e motivá-los a transformar a realidade atual, na busca de soluções, que conduzam a uma maior eqüidade social, política e econômica.” (João Yunes, 2001) John Lane 1905-1963 Reconhecido como um dos maiores entomologistas do Brasil, considerava-se um autodidata na área, pois não possuía diploma de ensino superior. Desde jovem era entomologista amador e freqüentava o Museu Paulista onde, além de receber os ensinamentos de Herman Luedervaldt, pode colecionar coleópteros. Em 1929 começou a estudar os dípteros com Frei Tomás Bormaier, do Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal, e em 1931 entrou para o Instituto de Higiene (atual Faculdade de Saúde Pública) dedicando-se ao estudo dos mosquitos. Em 1935, com o advento da febre amarela silvestre participou de várias comissões, entre elas a da Fundação Rockefeller, onde trabalhou junto ao famoso entomologista Raymond Corbett Shannon. Pertenceu a várias agremiações científicas, nacionais e estrangeiras. Foi sócio fundador da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, participou, em 1937, da fundação da Sociedade Brasileira de Entomologia, integrou a Entomology Society of America e a Royal Entomological Society of London. No ano de 1941 ganhou uma bolsa de estudos da Fundação Rockefeller a fim de fazer um curso de especialização em entomologia nos Estados Unidos, onde pode estudar nas Universidades de Cornell e Johns Hopkins. Em 1943 ganhou o primeiro prêmio Celestino Bourroul, pelo trabalho Os Sabetíneos da América. Já em 1945 tornou-se professor adjunto de Parasitologia aplicada e Higiene Rural da Facul- dade de Higiene e Saúde Pública da USP. Em 1949 obteve bolsa da Guggenheim Memorial Foundation, a qual possibilitou suas visitas às se- ções de entomologia dos museus de Washington e Londres. Graças a essas visitas, o Professor Lane pode colher mais informações para a sua obra mais opulenta dentro do campo da entomologia médica. Publicado em 1953, o trabalho intitulado Neotropical Culicidae exigiu 14 anos de estudos e colheita de material e tinha como objetivo escla- recer definitivamente a posição sistemática das espécies da família de mosquitos Culicidae. Nos 32 anos que trabalhou nesta Faculdade, o Prof. Lane catalogou centenas de exemplares enrique- cendo a nossa coleção entomológica, o que, sem dúvida, contribuiu enormemente para a formação de diversos profissionais da área.
Alessandra Arce - As Pesquisas Na Área Da Educação Infantil e A História Da Educação - Re-Construindo A História Do Atendimento Às Crianças Pequenas No Brasil