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MEMORIAL ACADÊMICO
SUMÁRIO
REVISTA MEDEIAS
Membro fixo do corpo editorial da Revista Medeias - 2020
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3 PRODUÇÕES ACADÊMICAS
Minha produção acadêmica consta com mais de trinta (30) trabalhos publicados
em resumos, ocorrendo suas apresentações por comunicações apresentadas em diversos
congressos acadêmicos de nível local, regional, nacional e internacional. Desses
trabalhos, há sete (07) artigos completos publicados em anais de eventos, quatro (04)
artigos publicados em periódicos, um (01) artigo publicado como capítulo de livro virtual
e alguns outros estão arquivados, preparados para serem submetidos à publicação em
tempo oportuno. A título de exemplificação, listo os trabalhos:
Comunicações:
1.Guiomar Torrezão e Maria Amália Vaz de Carvalho no Grão-Pará. 2021;
2.Missivas femininas na Província do Grão-Pará, No III Simpósio internacional:
história, cultura e relações de poder, na Universidade de Lisboa, Lisboa - Portugal.
2019;
3.O dote e a imprensa periódica na Belém Oitocentista, no Simpósio Mundial de
estudos de Língua Portuguesa, no Hotel Armação - Porto Galinhas - Pernambuco.
2019;
4.A relação triangular entre Brasil, Portugal e França nos escritos de Maria Amália Vaz
de Carvalho, no XXVII Congresso Internacional da Associação de Professores de
Literatura Portuguesa. 2019;
5.Cartas femininas n’ O Liberal do Pará, no XVI Congresso Internacional da
Associação Brasileira de Literatura Comparada, na Universidade Federal de
Uberlândia. 2018;
6.A Condição Feminina nos Escritos de Maria Amália Vaz de Carvalho - Simpósio
Internacional Imprensa, Literatura, Linguagem e História, na Universidade Federal do
Maranhão – Campus Bacabal
7.Quem educa não é obrigado a dotar, porque o dote é a educação: o dote simbólico
como negócio de família, no VI Congresso Internacional de Estudos linguísticos e
literários na Amazônia. 2018;
8.Maria Amália Vaz de Carvalho na Província do Grão-Pará, no XV Seminário de
Pesquisas em andamento 2018;
9.Senhoras da imprensa: a circulação de escritoras portuguesas na Província Paraense,
comunicação apresentada no Colóquio Internacional: História do Livro e da Leitura
para além das fronteiras. 2018;
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sofredora, sem função outra senão a de ser mãe e musa de poetas e trovadores. Michelle
Perrot (2017) chega a afirmar que as mulheres não tinham nem mesmo existência, de tão
abstrata que era sua “atuação” social:
Em primeiro lugar, porque as mulheres são menos vistas no espaço
público, o único que, por muito tempo, merecia interesse e relato. Elas
atuam em família, confinadas em casa, ou no que serve de casa. São
invisíveis. Em muitas sociedades a invisibilidade e o silêncio das
mulheres fazem parte da ordem das coisas. É a garantia de uma cidade
tranquila. Sua aparição em grupo causa medo. (PERROT, 2017, p. 16-
17).
história das mulheres vítimas para chegar a uma história das mulheres
ativas, nas múltiplas interações que provocam a mudança. Partiu de
uma história das mulheres para tornar-se mais especificamente uma
história do gênero, que insiste nas relações entre os sexos e integra a
masculinidade. Alargou suas perspectivas espaciais, religiosas,
culturais. (PERROT, 2017, p. 15-16).
meio de suas ações, apesar dos olhares reprovadores, assume um lugar de destaque. Nessa
ação, a protagonista da narrativa escolhe trilhar um percurso distinto do conveniente, e
em um movimento de construção de novos valores, busca alcançar a liberdade por tanto
tempo almejada, e assim, consegue dar um novo sentido a sua existência, através de
exercícios de percepção que culminam na transgressão.
A professora ergueu os olhos por cima dos óculos. Mas a menina já
estava de pé, braços abertos num longo espreguiçamento e, ligeira,
atirou caixas e agulhas e linhas e dedal para cima, pro alto, bem pro
alto, esparramando pela sala dezenas de alfinetes e pedacinhos de renda
que se foram alojar, num vôo doido, por cima das meninas costureiras.
Na mão esquerda, a tesourinha ameaçadora que ela fincou sobre a mesa
e virou as costas, rindo das caras assustadas das outras meninas. E abriu
a porta. - Merda! Que ela disse ainda, antes de mergulhar na chuva
grossa que banhava ruas e calçadas. (MEDEIROS, 1994, p. 78).
BIBLIOGRAFIA
ALVES, Branca Moreira; PITANGUY, Jaqueline. O que é feminismo? São Paulo: Abril
Cultural; Brasiliense, 1991.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France,
pronunciada em 2 de dezembro de 1970; tradução Laura Fraga de Almeida Sampaio. 24ª.
ed. São Paulo, Edições Loyola, 2014.
MEDEIROS, Maria Lúcia. Antologia de contos. 2ª. ed. Belém, Amazônia, 2009.
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__________. Maria Lúcia. Horizonte silencioso. São Paulo, Boitempo Editorial, 2000.
__________. Maria Lúcia. Zeus ou a menina e os óculos. 2ª. ed. Belém, Editora
Supercores, 1994.
PERROT, Michelle, Minha história das mulheres; tradução Angela M. S. Côrrea. 2ª.
ed. 5ª reimpressão. São Paulo, Contexto, 2017.
PINTO, Céli Regina Jardim. Uma história do feminismo no Brasil. São Paulo: Editora
Fundação Perseu Abramo, 2003.
ZOLIN, Lúcia Osana. Crítica feminista. In: BONNICI, Thomas; ZOLIN, Lúcia Osana
(Org.). Teoria literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. 3. ed.
Maringá: Eduem, 2009. p. 217-242.
ZOLIN, Lúcia Osana. Desconstruindo a opressão: a imagem feminina em A República
dos Sonhos de Nélida Piñon. Maringá: UEM, 2003.
sociais, com base nisso é dever das universidades formar professores qualificados para
tratarem dos mais diversificados assuntos, assim como o ensino de Literatura.
Discutida esta fase teórica, é evidente que a formação do leitor deva ser um
processo interativo, mas primeiramente individual, o professor questiona a si próprio
sobre a tradução disso para a sala de aula, o momento em que ele se depara com diferentes
classes sociais, diferentes personalidades, díspares e não menos instigantes formas de
compreensão sobre o mundo. Como adequar aos alunos as leituras prescritas pelo livro
didático ou como aplicá-las sem a perda da personalidade individual? A mais discutida
problemática: quais devem ser as leituras próprias aos alunos?
Sabe-se o ensino da Língua Portuguesa na maioria das escolas, não atende seu
objetivo fundamental, que é: levar o aluno às condições apropriadas para construir de
maneira satisfatória um texto escrito. Ao longo dos nove anos do ensino fundamental,
espera-se que os alunos adquiram progressivamente uma competência em relação à
linguagem que lhes possibilite resolver problemas da vida cotidiana, ter acesso aos bens
culturais e alcançar a participação plena no mundo letrado.
Dessa forma, o trabalho tem como objetivo promover oficinas para alunos, do 8º
e 9º do Ensino Fundamental, de escolas públicas da cidade de São Félix do Xingu a partir
de uma apreensão teórica e metodológica adequadas para uma discussão a respeito sobre
as práticas de leitura. O Projeto Práticas de Leitura na Escola (PRALEE) surge de uma
necessidade de oferecer redes de apoio ao exercício da leitura em aulas de Língua
Portuguesa e Literatura, no tocante ao ensino-aprendizagem de recepção e produção de
textos direcionados, especialmente, aos alunos das duas últimas séries do Ensino
Fundamental.
Em suma, este projeto de extensão buscará contribuir na elaboração de atividades
didáticas para o trabalho com os textos em língua materna, no que diz respeito a sua
primeira materialidade em sala de aula: a leitura. A execução deste trabalho será dividida
em duas etapas: a primeira, a partir das impressões que os bolsistas do projeto terão com
os alunos; a segunda aplicará oficinas, por meio das quais buscaremos auxiliar o
desenvolvimento das práticas de leituras nas salas de aula de Língua Portuguesa e
Literatura e, consequentemente, estudar a recepção e produção de gêneros textuais, para
que possamos, junto com os alunos e professores, observar e apresentar encaminhamentos
que apontem para o aperfeiçoamento e descoberta desta prática prazerosa que deve ser a
leitura na formação individual.
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número de relatos, entre os docentes, sobre a quantidade de alunos que não despertam
interesse para a leitura.
Nesse sentido, nosso trabalho destina-se a averiguar que práticas de ensino-
aprendizado seriam adequadas para formar leitores, ao mesmo tempo em que devemos
divulgar essas práticas entre os educadores.
O fato é que a chave para a solução está, ainda, na responsabilidade da educação
que é dada aos nossos alunos, independente de classe social. Em nossos trabalhos em sala
de aula e nas demais situações em que os processos educacionais estão envolvidos,
reclamamos da ausência de livros e da escassez de livrarias. Somado a isso esbarramos
em outro aspecto que dificulta o contato com os materiais impressos: a interferência na
liberdade do leitor escolher, pegar e, até se envolver com o livro.
Afinal, é fundamental que aprender a ler tenha um sentido na vida do aluno e, em
especial, do professor, pois não basta apenas melhorar o índice de livros lidos para que
os alunos comecem a escrever melhor, mas arejar o ambiente de leitura no sentido de não
lhe tornar mecânica e, assim, oportunizar novos horizontes de expectativas aos discentes.
Nesse sentido, torna-se necessário trabalhar com a perspectiva de oportunizar
situações reais de leitura, procurando refletir mais sobre o que está sendo lido, pois nem
sempre leitura predileta do aluno é o que é proposto pelo professor, em sala de aula. A
partir daí, passa-se a considerar que, estar indiferente às práticas rotineiras é registrar um
“caso” de um não-leitor. De acordo com Roger Chartier, aqueles que são considerados
não-leitores leem, mas gostam de ler coisas diferentes daquilo que o cânone escolar define
como leitura legítima. Diante dessas diversidades, cabe descobrir o suporte textual no
qual o texto preferencialmente será publicado, o gênero textual, o público-alvo para o
qual foi escrito, a presença dos gêneros literários nos livros didáticos, entre outras, são
estratégias que qualificam a leitura e nos ajudam a entender os efeitos de sentido que os
autores querem atingir quando escrevem. Além disso, um autor, geralmente, deixa pistas,
indícios para que o leitor os recupere no ato de ler. Segundo Ângela Kleiman, em seu
livro Texto & Leitor (1997) o leitor constrói, e não apenas recebe, um significado global
para o texto; ele procura pistas formais, antecipa estas pistas, formula e reformula
hipóteses, aceita e rejeita conclusões.
Um exemplo de que o ensino de leitura e de produção textual nas escolas está
apresentando problemas pode ser notado em provas de redação dos vestibulares, ou em
textos de alunos universitários egressos do ensino médio. Infelizmente, o entendimento
das questões e os textos que estão sendo produzidos pelos vestibulandos ainda estão longe
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do que se pode esperar de alunos que sofreram aulas de Língua Portuguesa desde o
primeiro ano de escola (PERINI, 1997). O fato é que os professores pesquisadores da área
de ensino de Língua Portuguesa devem continuar o trabalho de buscar e encontrar as
possíveis soluções para esses problemas e, juntamente, com seus alunos descobrir qual a
finalidade da leitura em sala de aula, que ela não seja vista como a simples decodificação
de ideias, mas a compreensão de outros discursos e de outras imagens dentro do texto.
Observando esses aspectos que norteiam o universo do jovem leitor, a equipe do
projeto Práticas de Leitura na Escola (PRALEE) está preocupada com a formação das
práticas de leitura, buscando auxiliar os possíveis equívocos dessa situação e, nosso foco,
dirige-se primeiramente a tardia entrada da Literatura na grade curricular, isto é, o aluno
tem aulas de Língua Portuguesa, que geralmente nunca se referem aos gêneros literários.
Diante do panorama das práticas de produção e recepção de leitura, objetivamos
colaborar, positivamente no trabalho de aquisição da leitura, sugerindo atividades que
contemplem essas necessidades em desenvolver a competência discursiva, oral e escrita.
Concomitantemente, um trabalho de discussão e aprofundamento teórico será
desenvolvido pelos membros da equipe, no sentido de subsidiar as atividades de recepção
e produção, contribuindo para a aquisição dos diversos gêneros literários, de forma a atuar
na formação de leitores, construindo novas práticas nas salas de aula de língua materna.
Por fim, essas oficinas serão importantes, porque o abandono escolar é uma
realidade bem conhecida de milhões de brasileiros e uma pesquisa do IBGE que foi
divulgada em 2020 demonstrou que das 50 milhões de pessoas com idades entre 14 e 29
anos, dez milhões, ou seja, 20% delas, não tinham terminado alguma das etapas da
educação básica.
Em relação aos dois anos escolhidos para receberem as oficinas de leitura e de
produção textual, a escolha pelo 8º e 9º do Ensino Fundamental se deu pelo fato de muitas
vezes o professor de Língua Portuguesa não trabalhar em sala com textos literários, uma
vez que de acordo Maria Helena de Moura Neves “a partir da inserção dos gêneros
textuais no ensino, o professor de Língua Portuguesa se apartou de trabalhar Literatura
em sala de aula (NEVES, 2010, p. 35).
Já a professora Mirian Hisae Yaegashi Zappone reflete sobre o fato que se um
aluno do Ensino Fundamental não ter contato com a obra literária antes do Ensino Médio
e por algum motivo abandonar a escola, este discente dificilmente terá como ler obras
literárias fora do contexto da sala de aula. (ZAPPONE, 2010).
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OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Contribuir para o enriquecimento das práticas de leitura em sala de aula, norteando
o ensino de Língua e Literatura no Ensino Fundamental em forma de oficinas nas escolas
públicas de São Félix do Xingu, notadamente à reflexão e a função desse processo na
formação de leitores. Assim, indicar que produção de textos caminham juntas,
primordialmente, da leitura individual à coletiva. Dessa maneira, a finalidade deste
projeto é estabelecer uma relação entre a universidade e a comunidade escolar,
aproximando a pesquisa científica acadêmica sobre leitura e suas práticas sociais, haja
vista nas discussões acerca do ensino de literatura pela comunidade acadêmica ser senso
comum que devam existir mudanças na metodologia aplicada pelos professores.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Desenvolver práticas de leitura nas aulas de Língua Portuguesa, como concebida
pelos PCN’s, do Ensino Fundamental, em escolas de São Félix do Xingu;
• Discutir os textos literários de forma dinâmica e interativa com os alunos;
• Refletir e promover círculos de leitura, de forma tal que os alunos sejam
envolvidos no mundo recepção crítica;
• Para tanto, estipulam-se como metas:
• Elaborar propostas didáticas de ensino-aprendizado de gêneros textuais diversos
para auxiliar no desenvolvimento da leitura e da produção de textos em sala de
aula;
• Abordar as temáticas dos textos escolhidos relacionadas as vivências cotidianas
dos alunos;
• Realizar oficinas de leitura e recepção de textos literários para os alunos, a partir
de colaboração das concepções de leitura;
• Produzir redações dissertativas sobre temas relacionados às obras lidas com os
alunos.
REFERENCIAL TEÓRICO
OBRA AUTORIA
Olhos d’água Conceição Evaristo
Insubmissas lágrimas de mulheres Conceição Evaristo
Zeus ou a Menina e os Óculos Maria Lúcia Medeiros
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Destaco que o projeto ainda não está fechado, uma vez que, estou pronta
recepcionar sugestões dos outros docentes da UNIFESSPA, dos docentes que trabalham
nas escolas de Ensino Fundamental, para assim poder adequar o conteúdo das oficinas.
Sei dos desafios que vou encontrar, mas saliento que minha intenção é procurar entender
a realidade local e agregar valores e saberes à comunidade.
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BIBLIOGRAFIA
ALVES, Rubem. Estórias de quem gosta de ensinar. 28. ed. São Paulo: Cortez, 1992.
(Coleção Polêmicas do nosso Tempo).
BARTHES, Roland. O prazer do texto. 4 ed. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: 2004.
Primeiro semestre
– Ministrar aulas na graduação.
– Realizar pesquisa bibliográfica com o intuito de ampliar a lista de obras para o
desenvolvimento do projeto.
– Participar de um evento científico.
– Orientar TCC.
Segundo semestre
– Ministrar aulas na graduação.
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