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DOMÍNIO 1: MECÂNICA
Subdomínio 2: Interações e seus efeitos
Os físicos explicam todas as interações observadas na Natureza através de quatro interações fundamentais:
De acordo com a Lei da Gravitação Universal, da interação entre dois corpos com massa resulta a aplicação de
uma força gravítica atrativa cuja intensidade é diretamente proporcional ao produto das suas massas e
inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas:
m1 m2
Fg = G
d2
Terceira Lei de Newton
!"
Quando dois corpos A e B interagem entre si, o corpo A exerce sobre o corpo B uma força, F A/B , e o corpo B
!"
exerce uma força sobre o corpo A, F B/A , com a mesma intensidade e direção, mas com sentido oposto:
𝐹⃗!/# = −𝐹⃗#/!
As forças que constituem o par ação-reação nunca se anulam por estarem aplicadas em corpos diferentes.
A força gravítica que a Terra ou qualquer outro astro exerce sobre um corpo, devido à interação gravitacional
com esse corpo, é também designada por peso.
Embora o peso dependa do planeta em que o corpo se encontra, a massa é uma propriedade intrínseca do
corpo que está relacionada com a quantidade de matéria.
Estas grandezas relacionam-se através da expressão:
Fg = m g
O movimento vertical de um corpo, próximo da superfície da Terra, apenas sujeito à força gravítica, é designado
queda livre. O corpo que realiza esse movimento é referido como grave.
Se a força aplicada tiver a direção da velocidade de um corpo, apenas o módulo da velocidade varia. Nesse
caso, o movimento do corpo é retilíneo:
• acelerado, se a força tiver o sentido da velocidade;
• retardado, se a força tiver sentido contrário à velocidade.
Carrinho de brincar em movimento com íman acoplado (A) sujeito à ação de um segundo íman que o atrai (B) ou que o repele (C).
Quando a direção da força aplicada e a da velocidade não são as mesmas pode decompor-se a força segundo
duas direções perpendiculares: a direção da velocidade, tangente à trajetória e frequentemente associada ao
eixo Ox, e a direção normal associada ao eixo Oy.
• A componente de uma força que atua num corpo segundo a direção da velocidade provoca uma alteração
no módulo da velocidade, aumentando-o ou diminuindo-o. Se esta componente for nula o módulo da velocidade
permanece constante, logo o movimento será uniforme.
• A componente de uma força que atua num corpo segundo a direção perpendicular à velocidade provoca
uma alteração na direção da velocidade. Se esta componente for nula, a direção da velocidade permanece
constante e a trajetória é retilínea.
Se a força aplicada tem apenas a Se a força aplicada possui Se a força aplicada tem apenas a
componente na direção perpendicular à componente na direção da componente na direção da velocidade,
velocidade, altera-se a direção mas o velocidade e perpendicular a altera--se o módulo da velocidade mas
módulo da velocidade permanece esta, a velocidade varia em a direção permanece constante e a
constante, logo o movimento é uniforme. módulo e em direção. trajetória é retilínea.
2.4. Aceleração
!
A aceleração média ( a m ) define-se como a variação da velocidade de um corpo num determinado intervalo de
tempo. É uma grandeza física vetorial e exprime-se, no SI, em m s–2.
!
! Dv
am =
Dt
A componente escalar da aceleração média é dada pela expressão:
Dv
am =
Dt
A aceleração instantânea, ou simplesmente aceleração, é o vetor para o qual a aceleração média tende num
intervalo de tempo infinitamente pequeno, e traduz o modo como varia instantaneamente a velocidade.
Num gráfico v = f(t):
Um corpo com movimento retilíneo pode não estar sujeito a aceleração se o módulo da velocidade não variar,
como acontece com o movimento uniforme. Se existe aceleração, a sua direção será sempre coincidente com a
direção da velocidade em cada instante.
Aceleração de um veículo, segundo uma trajetória retilínea, com movimento uniforme (A) e com velocidade variável (B).
A linha do gráfico FR = f(a) é uma reta que passa na origem, o que traduz a proporcionalidade direta existente
entre estas grandezas, em que o declive corresponde à massa do corpo.
B
EXEMPLO
Considere um corpo A de massa m e um corpo B de massa 2 m:
A forma dos gráficos da intensidade da força resultante em função do tempo (A) e da aceleração adquirida em
função do tempo (B) são semelhantes e proporcionais.
!" !"
Quando uma força F constante é Se a força F constante tem a
aplicada na direção e sentido da mesma direção mas sentido
velocidade inicial, o corpo fica oposto à velocidade inicial, o
sujeito a uma aceleração corpo fica sujeito a uma
constante na mesma direção e aceleração constante no sentido
sentido da velocidade, adquirindo oposto à velocidade, adquirindo
um movimento retilíneo um movimento retilíneo
uniformemente acelerado. uniformemente retardado.
Um corpo em queda livre à superfície da Terra, está sujeito a uma aceleração gravítica de módulo 10 m s-2
pois, de acordo com a Segunda Lei de Newton e com a Lei da Gravitação Universal:
FR = ma Û FR = Fg , então, m g = m a Û a = g
m mT m
FR = Fg Û m a = G 2
Û a = g = G 2T Û a = g » 10 m s-2
d d
Estas conclusões permitem enunciar a Primeira Lei de Newton ou Lei da Inércia: se a força resultante que atua
!" "
num corpo é nula, ( F R = 0), a velocidade mantém-se constante em direção, sentido e módulo. Assim, um corpo
em repouso permanece em repouso, e um corpo em movimento apresenta movimento retilíneo uniforme.
A resistência que um corpo oferece à variação da velocidade é designada de inércia e é tanto maior quanto
maior for a massa do corpo.
A lei da Inércia permite explicar situações que acontecem diariamente, como as alterações de movimentos numa
viagem.
EXEMPLO
Quando um autocarro trava, o passageiro que viaja em pé sente o seu corpo a ser projetado para a parte
da frente do veículo na tentativa de manter a velocidade que tinha instantes antes. Quando o autocarro
acelera, o passageiro é projetado para trás porque tende a manter uma velocidade de módulo inferior à
que o autocarro possui nesse instante.