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AS PERGUNTAS DE JÓ
Para Decorar: "Meus irmãos, tende por motivo de toda a alegria o passardes por
várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz
perseverança" (Tg 1.2,3).
Introdução
Todos nós temos a tendência de nos queixarmos de nossas aflições, a ponto de
esquecermos que Deus pode ter um propósito para elas. O sofrimento de Jó levou-o
ao ponto de esquecer a alegria de conhecer e servir ao Senhor. Seus amigos talvez
não tivessem tido a oportunidade de proclamar suas heresias e afligir ainda mais a Jó,
se ele tivesse mostrado a atitude certa em relação ao seu sofrimento.
A dor fez com que Jó fizesse uma auto-análise, sondando o seu coração. Sua miséria
tinha apagado a memória das vitórias e alegrias do passado. Chegara ao ponto de
amaldiçoar o dia de seu nascimento e desejar que sua vida tivesse terminado antes de
começar. (Jó 10.19.)
Como se a escuridão no dia de seu nascimento não fosse suficiente, Jó também pediu
que ele fosse apagado do calendário (v. 6). Uma vez que ele mesmo não tinha alegria,
procurou remover a alegria dos que o rodeavam. Ele estava manifestando egoísmo.
(Veja Jr 20.15.)
No que dizia respeito a Jó, o sol não deveria brilhar (v. 8), as estrelas não piscariam (v.
9), e a madrugada não viria (v. 9) no dia do seu nascimento. A queixa de Jó não era
na verdade dirigida a esse dia, mas ao Criador do sol e das estrelas que brilharam
nesse dia. Jó estava evidenciando o começo de uma atitude errada em relação ao seu
sofrimento, pela maneira como perguntou: "Por que nasci?"
O desejo de Jó quanto ao seu nascimento era que tivesse morrido em vez de viver.
Seu primeiro pensamento foi de que devia ter morrido imediatamente após o
nascimento (v. 11).
A dor o isolava das pessoas, porque sentia que ninguém o compreendia nem
simpatizava com ele inteiramente. Se pelo menos pudesse morrer, teria então
companhia adequada. Reis, conselheiros, e príncipes estavam no mundo dos mortos
(vv. 13-15).
A morte os identificaria com Jó. A posição terrena do homem não afeta a sua condição
na eternidade. Somente a crença na revelação de Deus com respeito ao Salvador fará
diferença.
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O pensamento seguinte de Jó foi que jamais deveria ter saído vivo do ventre da mãe
(v. 16). O ponto interessante deste conceito é que a criança abortada se encontra no
mesmo lugar que todos os demais mortos (vv. 13-19)!
O mundo dos mortos foi descrito por Jó como sendo um lugar de descanso para os
cansados (indivíduos justos, crentes), mas onde os ímpios não têm repouso (v. 17).
Ele estava obcecado com a idéia de escapar da dor desta vida, através da morte (Jó
3.20, 21). Não podia resolver a questão do seu sofrimento. Ficaria muito feliz em
descansar na morte, fugindo a uma vida de tormento (v. 22).
Jó sentia como se tudo tivesse desmoronado à sua volta e não houvesse possibilidade
de fuga (v. 23). O que ele temia era o próprio medo (v. 25). Sua atitude pessimista
levou-o a esperar o pior, enquanto uma atitude de fé lhe teria dado compreensão do
mistério do seu sofrimento.
O sofrimento do cristão é por Cristo, e glorifica a Deus, quando aceito com a atitude
certa. Jó estava confiante em que não pecara contra Deus, para que pudesse ser
punido por isso.
Todavia, ele permitiu que a sua situação o fizesse esquecer a bondade de Deus e o
Seu propósito em meio à tribulação. Como resultado, Jó começou a pecar pela sua
atitude. Entretanto, de modo geral, ele demonstrou uma aceitação paciente da vontade
de um Deus perfeitamente sábio.
O preço da sabedoria é muito mais alto do que o do ouro, da prata, de jóias ou pérolas
(vv. 15-19). Jó ficaria mais sábio com a experiência do sofrimento, mas essa sabedoria
seria obtida na pobreza, pois ele já havia perdido todos os seus bens.
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A sabedoria não é um objeto material que possa ser visto (vv. 20,21). Mesmo no reino
dos mortos, eles não têm uma compreensão clara da mesma. Somente Deus
compreende a sabedoria e sabe onde ela habita (v. 23).
A sabedoria existia desde antes da criação do mundo (Jó 28.26,27). Ela fez parte da
criação (vv. 25,26). Deus "viu", "manifestou", "estabeleceu" e "esquadrinhou" a
sabedoria (v. 27). Ela está associada ao temor reverente do Senhor (v. 28). A natureza
da sabedoria é santa e justa, exigindo que o crente se separe do pecado (v. 28). (Pv
8.22-26; 8.27-31; 8.22,30; 1.7; 8.13; 8.13,36; 2 Tm 2.19; 1 Pe 1.16.)
Esta sabedoria é concreta e não abstrata. Ela é uma pessoa: ela é a Palavra, o Filho
de Deus. Esta é a razão pela qual o apóstolo Paulo escreveu aos coríntios que Cristo
foi feito pelo Pai, sabedoria para nós (1 Co 1.30). Paulo também escreveu aos crentes
da cidade de Colossos a respeito da sabedoria.
Ele afirmou que em Jesus Cristo estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do
conhecimento (Cl 2.3). A Palavra viva de Deus, a Sabedoria viva de Deus, faz uso da
palavra escrita de Deus para proporcionar a sabedoria necessária, para que se
cumpra a vontade de Deus na vida do crente (Cl 3.16; 1.9).
Zofar tinha desejado que Deus mostrasse a Jó "os segredos da sabedoria" (Jó 11.6).
As respostas às perguntas de Jó com relação à vida, ao sofrimento, à morte e à
sabedoria são encontradas em Deus.
O crente que entra na escola do sofrimento aprenderá muito mais do que poderia
aprender por qualquer outro processo educacional. A fim de diplomar-se em
sabedoria, ele deve aprender a resposta às perguntas de Jó, mantendo-se fiel a Deus.
"Meus irmãos, tende por motivo de toda a alegria o passardes por várias provações,
sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora,
a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada
deficientes. Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a
todos dá liberalmente, e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida" (Tg 1.2-5).
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