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Ao mesmo tempo que se descobriu um mundo novo com a expansão marítima surge o
Renascimento, um movimento de renovação intelectual e artística que se caracterizou pelo
facto de o individuo ter manifestado interesse em torno dos ideais e valores da Antiguidade
Clássica e pelo facto de o individuo ter manifestado interesse pela descoberta de si próprio.
Apesar de já no final da Idade Média se ter assistido ao despontar do Renascimento, este
atinge a sua plenitude durante o século XV, nas cidades italianas, e difunde-se para outros
locais da Europa ao longo de século XVI.
Os fatores que contribuíram para o nascimento deste movimento cultural em Itália foram:
Características do Renascimento
Até aos finais da Idade Média, a mentalidade caracterizava-se pelo teocentrismo, conceção
segundo a qual Deus estava no centro das preocupações humanas. No entanto, a redescoberta
dos valores e modelos da Antiguidade Clássica conduziu à formação de uma nova mentalidade,
com as seguintes características:
Antropocentrismo, conceção segundo a qual o ser humano passa a ser o centro das
preocupações humanas e não Deus;
Humanismo, movimento cultural que consistiu na valorização do ser humano e das
suas capacidades intelectuais, inspirando-se nos modelos greco-romanos;
Individualismo, a afirmação plena de cada individuo, pela busca e valorização das suas
realizações pessoais;
Espírito crítico, atitude mais aberta e observadora, que procura analisar os
fundamentos e o valor de cada ideia antes de a aceitar, utilizando a Razão (capacidade
para decidir e para formar juízos, ou para agir de modo lógico, de acordo com o
raciocínio).
É neste contexto que nasce o naturalismo, corrente filosófica que valoriza a observação da
Natureza, que possibilitou a abertura de novos caminhos da ciência e o nascimento de uma
nova visão do Mundo. Esta valorização da observação da Natureza possibilitou importantes
avanços na Medicina e na Astronomia. No caso da primeira, o conhecimento sobre a anatomia
humana foi aumentado com a prática da dissecação dos corpos de Andreas Vesalius e aos
estudos da circulação do sangue de Servet. Na Astronomia, Nicolau Copérnico concebeu o
helicentrismo, teoria que defendia que a Terra não é fixa e está em constante movimento à
volta do Sol, sendo este considerado o centro do Sistema Solar. Esta ideia revolucionária pôs
em causa o geocentrismo, doutrina que defendia que a Terra era fixa e que os outros planetas
e o Sol giravam à sua volta, criada por Ptolomeu no século II.
Outro nome importante para a ciência neste período foi o italiano Leonardo Da Vinci, que se
destacou em diversas áreas do saber como artista, astrónomo, matemático e inventor geral.
Depois das cidades italianas, os principais focos de difusão cultural humanista foram a
Fladres, a Inglaterra, França, Alemanha, Espanha e também Portugal.
Vários intelectuais fizeram desta época uma das mais brilhantes da cultura europeia.
A arquitetura renascentistas
A arte renascentista é uma corrente artística que tem como principais características o
classicismo e o racionalismo, pela sua inspiração nos modelos artísticos da Antiguidade
Clássica, onde o equilíbrio geométrico e a rigorosa simetria das formas de distribuição dos
volumes estavam sempre presentes.
Os arquitetos mais representativos deste estilo artístico foram Brunelleschi, Donato Bramante
e Miguel Ângelo
A pintura renascentista
Os pintores mais representativos deste período foram os italianos Leonardo Da Vinci, Miguel
Ângelo, Rafael, Sandro Botticelli e o flamengo Jan Van Eyck.
A escultura renascentista
O mais importante escultor deste período foi o Miguel Ângelo, que se notabilizou com as
obras Pietà e David.
A arquitetura gótica marcou presença em Portugal até meados do século XVI. Porém, nos
reinados de D. Manuel I (1495-1521) e de D. João III (1521-1557), período correspondente às
grandes viagens marítimas de descoberta, este estilo artístico passa a ter um decoração ligada
à Expansão marítima, originando o estilo manuelino, estilo artístico caracterizado por uma
decoração de motivos naturalistas (raízes, troncos, conchas e algas), de motivos relacionados
com a navegação (boias, redes e cordas) e de elementos naturais (escudo real, esfera armilar e
cruz da Ordem de Cristo) que constituíam manifestações de carácter propagandístico, isto é,
da afirmação do centralismo régio.
No final da Idade Média, a Igreja Católica encontrava-se mergulhada numa crise profunda. Tal
deveu-se:
À vida de luxo e ostentação de diversos elementos da Igreja, pois as suas
preocupações incidiam mais na posse de bens materiais do que no cumprimento da
missão espiritual da Igreja, pelo que não viviam de acordo com os princípios do
Cristianismo;
Alguns membros do clero levavam uma vida imoral, ocupando cargos que lhes davam
elevados rendimentos, não respeitavam o celibato, possuíam grandes propriedades e
não pagavam impostos.
Entre os séculos XIV e XV, várias pessoas se revoltaram contra o estado a que chegara a
Igreja: o teólogo inglês John Wycliffe, o teólogo checo Jan Huss e o frade italiana Savonarola.
Também humanistas como Thomas More e Erasmo de Roterdão teciam ferozes críticas e
recomendaram o regresso à pureza original do Cristianismo, propondo uma profunda reforma
religiosa.
Indignado com a atitude da igreja, Martinho Lutero afixou, em 1517, na igreja de Wittenberg,
as 95 Teses Contra as Indulgências. Lutero condenava a venda da salvação a troco de dinheiro
e lançava os princípios que iriam marcar a sua doutrina religiosa. Isso assinalou o ínicio da
Reforma Protestante, movimento de “protesto” contra a Igreja Católica que levou ao
nascimento de novas doutrinas religiosas cristãs que se negavam a obedecer a Roma e que
constituiu um momento de rutura na cristandade ocidental.
A salvação alcança-se pela fé, segunda a doutrina luterana, enquanto que, para os
católicos, obtém-se não só pela fé, mas também pelas boas obras;
A Bíblia é a única fonte de fé, para os luteranos. Os católicos, mantem a Biblia e a
Eucaristia em Latim, e reafirmaram o culto dos santos e da Virgem;
O culto, nas igrejas protestantes, resume-se à leitura da Bíblia a ao cântico dos hinos
nas línguas oficiais de cada país. Os católicos prestam culto aos santos e à Virgem,
maioritariamente em latim;
O batismo e a comunhão são os únicos sacramentos válidos para a doutrina luterana.
O catolicismo cumpre sete sacramentos;
O celibato dos clérigos é abolido pelo luteranismo, mas esta ideia é repudiada pela
Igreja Católica;
A liderança da Igreja é da responsabilidade do monarca na Igreja Anglicana, mas para
os católicos ela pertence em exclusivo ao Papa.
O anglicanismo nasceu na Inglaterra, com o rei Henrique VIII, como reação à decisão do Papa
não aceitar a anulação do seu casamento com Catarina de Aragão. Assim, pelo Ato da
Supremacia, o rei renegou obediência ao Papa e fundou a Igreja Anglicana, declarando-se o
seu chefe supremo. A Igreja Anglicana afirmou-se na Grã-Bretanha e em todo o território sob a
sua soberania, desde a América do Norte à Oceânia.
A Reforma Católica
Quando à Reforma Católica, o Papa Paulo III convocou um Concilio (reunião de bispos e
cardeais para discutir temas de doutrina ou a organização da Igreja) na cidade italiana de
Treno, que se realizou entre 1545 e 1563. O objetivo deste Concilio era duplo: melhorar a
formação e a conduta do clero e analisar as críticas dos protestantes. No final desta reunião, a
hierarquia eclesiástica reafirmou os seguintes dogmas, as verdades religiosas incontestáveis –
do catolicismo:
Os sete sacramentos;
A autoridade papal;
A salvação pela fé e boas obras;
O uso do latim na missa;
A Bíblia e a tradição como fontes da fé.
Além disso, ao nível da conduta do clero, foi decidido criar seminários para a formação dos
jovens padres; manter o celibato; obrigar os bispos e os padres a viver juntos dos seus fiéis
nas suas paróquias e proibir a acumulação de benefícios.
A Contrarreforma