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MARINHA DO BRASIL

BATALHÃO DE ARTILHARIA DE FUZILEIROS NAVAIS

RIO DE JANEIRO, RJ.


Em de de 2020.

POP Nº 08A/BtlArtFuzNav

Assunto: Procedimentos relativos ao obuseiro L-118 “Light Gun”

Referências: a) DD/M/0010/98 Obuseiro 105mm L-118, Manual do Serviço da Peça;


b) C6-82 Manual do Serviço da Peça L-118 – EB, 2° edição; e
c) NORFORESQ 30-04A – Procedimento Operativo Padronizado (POP).

1. PROPÓSITO
Estabelecer procedimentos a serem adotados na operação com o obuseiro Light Gun.

2. APLICAÇÃO
Ao BtlArtFuzNav e suas Subunidades, em complementação à Organização de Combate.

3. DESCRIÇÃO SUMÁRIA DA SITUAÇÃO APRESENTADA


A correta utilização do obuseiro L-118 Light Gun é de fundamental importância para a
manutenção da sua operacionalidade. Deve-se, portanto, procurar seguir, com o máximo rigor, as
instruções contidas nas referências, evitando-se, dessa forma, descuidos e falhas. Os
procedimentos aqui descritos são frutos de experiências adquiridas nos exercícios e nos cursos
realizados com os militares do Exército Britânico, além de enfatizarem alguns cuidados
descritos nos manuais em referência.

4. PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS NA LINHA DE FOGO


4.1 - Durante o deslocamento e na entrada e saída de posição:
4.1.1 - Os pinos dos tirantes da plataforma da estrutura em “A” devem ser mantidos limpos
para facilitar sua entrada e liberação durante o acionamento da peça.
4.1.2. - Por ocasião do acionamento da peça e do atracar palamenta, a partir da posição de
marcha, deve-se ter atenção à sequência de liberação e fixação do retém do freio de boca e da sua
borboleta. A borboleta só deverá ser utilizada nos deslocamentos, pois a mesma tem a função de
evitar a trepidação do tubo, não devendo ser utilizada na fixação do leme de pontaria:
a) Liberação: Primeiro a borboleta e depois o retém.
b) Fixação: Primeiro o retém e depois a borboleta.
4.1.3 - Cada peça deve possuir dois blocos de madeira de tamanhos diferentes, um de
dimensões aproximadas 20X10X10 e outro de dimensões aproximadas 25X15X15, para auxiliar
na sustentação do macaco na plataforma por ocasião do rebatimento do tubo.
4.1.4 - Ter atenção para a colocação do macaco, que deve ser posicionado com a borda
maior de sua base voltada para a parte interna da plataforma.
4.1.5 - Não se deve sentar no leme de pontaria para a retirada da roda direita. O mesmo deve
ser segurado com as mãos, jogando-se o peso do corpo para mantê-lo embaixo, pois, assim,
pode-se obter um maior controle.

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4.1.6 - O macaco deve ser colocado por cima da flecha e ninguém deverá estar no interior
das flechas.
4.1.7 - Cabe ao C2 liberar a trava do porta-berço por ocasião do giro do tubo, pois essa é
uma peça sensível que, caso não seja liberada, poderá ser danificada. Cabe ao Chefe de Peça
verificar se a trava foi liberada antes da execução da faina do rebatimento do tubo.
4.1.8 - O C1 deve limpar as partes brilhantes do reparo por ocasião do giro do tubo.
4.1.9 - A porca de liberação da roda deve estar sempre limpa e, por ocasião da retirada da
roda, deve ser mantida com as roscas voltadas para cima, a fim de evitar sujeira.
4.1.10 - Sempre que for ocupada uma nova posição, antes da realização de qualquer tiro real,
o calibrador do tubo alma deverá ser utilizado, a fim de verificar a existência de alguma mossa
no interior do tubo. Como existe apenas um calibrador por Bateria, este ficará com a peça que
cumprirá a regulação, que, após utilizá-lo, deverá passá-lo à peça que cumprirá a ajustagem, e
esta às demais peças. Para se utilizar o calibrador, este deverá ser amarrado pela extremidade
com um cabo de nylon de comprimento maior que o do tubo. Com o tubo na horizontal, o CP
deverá posicionar o calibrador no freio de boca e ordenar que o C-1 aumente a elevação
vagarosamente a fim de possibilitar a sua passagem até a culatra, que deverá estar aberta, mas de
modo que não acione os extratores, pois estes poderão ser danificados pelo calibrador. Em
nenhuma hipótese o calibrador deverá chocar-se com o retém da granada, deve-se usar,
para protegê-lo, materiais macios como murim ou “scotch-brite”, sendo que nenhum servente
deverá tentar aparar o calibrador com a mão. O CP deverá controlar, pelo cabo, a velocidade de
descida do calibrador.
4.1.11 - No embarque e desembarque da viatura, deve-se ter atenção para não danificar o
tubo condutor do fluído de freio, pois é muito sensível. Para isso o Chefe de Peça deve cobrar
que os militares subam e desçam pela escada e não utilizem a flecha como suporte.
4.1.12 - Por ocasião do atracar palamenta, o Chefe de Peça deve determinar que seja feita
uma inspeção rigorosa do material e cobrar dos serventes o pronto dos equipamentos, conforme
as responsabilidades descritas abaixo:
a) CP: arco nível;
b) C1: conjunto de equipamento de pontaria compreendendo: caixa do equipamento de
pontaria XL1A1, luneta panorâmica L7A1, placa suporte do quadrante de nível L3A1, limitador
de visada e luneta para tiro direto L7A1; conjunto da luneta para tiro noturno compreendendo:
caixa do equipamento, luneta para tiro noturno, duas baterias, bolsa transporte verde com alça,
chave de fenda e suporte da luneta; e mecanismo de disparo elétrico.
a) C2: macaco, martelo e blocos de madeira;
b) C3: soquete de carregamento e luva de amianto;
c) C4: telefone e bobina de campanha;
d) C5: colimador, balizas e seus dispositivos de iluminação; e
e) C6: termômetro e leme de pontaria.
4.1.13 – Na preparação para o deslocamento, e também nos auto-horários, o CP deve
proceder à seguinte verificação:
a) culatra coberta;
b) freios manuais esquerdo e direito soltos;
c) pinos esquerdo e direito da escora do berço;
d) coifa colocada;
e) inspecionar se houve afastamento na suspensão, caso haja, o pessoal da
Equipe de Manutenção deverá ser acionado;
f) grampo de segurança do engate da Vtr;
g) retém do freio de boca acionado e travado;
h) freio principal solto;
i) pinos de fixação da plataforma presos;

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j) mecanismo de direção desconectado e preso no seu alojamento; e
k) suporte do aparelho de pontaria rebatido, travado e coberto.
4.1.14 - Na fixação da plataforma, com o obuseiro na posição de marcha, a primeira porca do
grampo deve ser apertada e a superior somente deve ser encostada na primeira.
4.1.15 - As entradas e saídas de posição, bem como qualquer deslocamento por terreno
acidentado, independente da distância a ser percorrida e da velocidade do deslocamento, deverá
ser realizado com o tubo rebatido, isto é, com o obuseiro em posição de marcha.
4.1.16 - Ter atenção para a retirada da coifa, principalmente nas entradas em posição
noturnas.
4.1.17 - Antes do tiro deve ser feita uma verificação nível do óleo, da graxa e da pressão do
cilindro de nitrogênio. Nenhum obuseiro deverá atirar com uma pressão superior a 850 lb ou
inferior a 650 lb.
4.1.18 - A manutenção operacional diária deverá ser feita na posição, especificamente
quanto à limpeza das partes brilhantes.
4.1.19 - Após a pontaria inicial da Bateria, os CP deverão colocar uma estaca no centro da pá
da conteira, de modo a marcar a direção de vigilância. Também deverão ser colocadas mais duas
estacas, distanciadas de 100 milésimos, de cada lado da estaca central, com o intuito de facilitar
o conteiramento.
4.1.20 - Nos grandes deslocamentos, deve ser feita uma marcação na posição da porca
de liberação da roda para permitir verificar, durante as paradas, se a mesma está
afrouxando. Essa marcação deverá ser feita utilizando fita adesiva colorida de 2 pol de
largura.
4.2 – Durante as Missões de Tiro:
4.2.1 - Verificar o aperto dos parafusos do micrômetro da deriva e a correta fixação da luneta
no seu alojamento, tendo atenção especial para o parafuso de fixação.
4.2.2 - Antes de iniciar a pontaria das peças, deve ser realizado o teste rápido de verificação
do aparelho de pontaria e o ângulo padrão.
4.2.3 - Verificar o parafuso de fixação da caixa do mecanismo de disparo elétrico.
4.2.4 - Não retirar a proteção da estopilha antes de carregar, pois a espoleta elétrica
pode ser acionada por uma pequena carga eletrostática.
4.2.5 - O C-3 deve estar usando luvas de amianto para girar o tubo e não passar nenhuma
carga eletrostática para a estopilha durante o carregamento.
4.2.6 - A carga deverá sempre ser checada pelo CP antes de carregar, mesmo quando não for
necessária a retirada de nenhum saquitel, pois pode acontecer o caso de algum estojo vir com
falta ou excesso de saquitéis.
4.2.7 - Devido à folga nas engrenagens do mecanismo de elevação, a bolha desse mecanismo
deverá ser calada sempre com o tubo no movimento ascendente.
4.2.8 - O Chefe-de-Peça deve cobrar do C1, o EDTED que significa, Elevação grosseira,
Direção grosseira, Bolha transversal, Elevação refinada e Direção refinada, caso contrário o tiro
perderá precisão.
4.2.9 - Durante os disparos, o C-2 e o C-4, os quais ficam dentro da flecha, devem ter
atenção ao recuo do tubo, devendo permanecer com as pernas encostadas na flecha e frente
voltada para o interior do obuseiro.
4.2.10 - No primeiro tiro com carga super e na entrada rápida, o C-2 e o C-3 deverão ficar
fora da flecha e o C-1 realizar o disparo em pé, utilizando para tal um cordel.
4.2.11 - Em todos os disparos devem ser medidos os recuos e verificado se estão dentro dos
limites para cada carga. É necessário que o indicador do recuo não esteja frouxo.
4.2.12 - Após cada missão cumprida, verificar o colar de travamento e o retém do freio de
boca (C-3, com a luva de amianto, checa se o freio de boca está com folga), e checar se os

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tirantes frontais estão retesados. Em caso da utilização de carga super, essas diligências deverão
ser realizadas após cada tiro.
4.2.13 - Quando da realização do tiro com cargas 4 ½ , 5 e super, o CP deve verificar se a
elevação está dentro dos limites mínimos fornecidos pela tabela e também verificar a marcação
da cremalheira antes de carregar, devido às irregularidades do terreno.
4.2.14 - Nos intervalos entre as missões de tiro, deverá ser feito, caso necessário, o
recompletamento do óleo e deverão ser realizadas limpezas no tubo para a retirada dos resíduos.
4.2.15 - Nos intervalos entre as missões de tiro, deve-se inspecionar os bujões do cilindro
recuperador, do amortecedor e da caixa de vedação, a fim de verificar se não estão frouxos.
4.2.16 - Por ocasião do tiro vertical, quando o volume de fogo for maior que um, deve-se
observar a necessidade de abertura da válvula “VAVB”, para que a volta em bateria permita a
realização da(s) rajada(s) subsequentes no tempo apropriado.
4.2.17 – Nas missões de tiro realizadas durante uma entrada rápida, o CP deverá verificar se
a peça está bem freada antes da realização do disparo.
4.2.18 – No tiro direto, o C-1 deve utilizar o acionador de disparo para tiro direto e utilizar a
luneta apropriada para efetuar o disparo. Portanto, é essencial que a luneta para tiro direto seja
retificada antes do exercício ou adestramento.
4.2.19 – Ao perceber qualquer anormalidade com relação à sua peça, como a falta de
dispositivo ou componente, níveis acima ou abaixo dos limites, acessório ou dispositivo mal
encaixado ou fora do devido lugar, assim como qualquer outro indício de que a peça não
esteja perfeitamente em condições de realizar o tiro, o CP deverá imediatamente suspender
o tiro, ainda que a peça encontre-se já carregada, e participar o fato ao CLF, solicitando
que sua peça seja colocada “fora de feixe” até que o problema seja sanado.

5. PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS NA CENTRAL DE TIRO


5.1 - Durante o cálculo das missões de tiro deverá ser feita uma análise da trajetória, através
do gráfico da trajetória, a fim de se evitar principalmente encristamentos no ramo descendente.
5.2 - Durante o cálculo das missões de tiro, deverá ser verificado, através do ábaco de
ricochetes, se o desencadeamento da missão poderá acarretar ricochetes para fora da manga de
segurança.
5.3 - Tanto o Gunzen como a prancheta, cada um deve utilizar as suas próprias correções da
regulação.
5.4 - Quando se calcula uma mesma missão, utilizando a prancheta de tiro e a GUNZEN,
poderão ser encontradas diferenças na deriva e na elevação. Estas diferenças são fruto de
correções realizadas pela GUNZEN, a fim de compensar a rotação da Terra e as variações de
temperatura e densidade balística em razão da altitude da posição ocupada pela Bateria (a
GUNZEN assume que o posto meteorológico está ao nível do mar, quando nada for informado).
Isto faz com que os valores oferecidos difiram dos valores da tabela. Os comandos oferecidos
pela GUNZEN são, portanto, mais precisos, devendo, normalmente, ser utilizados.
5.5 - Caso seja necessário, essas correções podem ser anuladas com o uso das tabelas do Light
Gun (tabela 4 para densidade e temperatura e tabelas 9 a 17 para rotação da Terra).

6. PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS NA MANUTENÇÃO DOS OBUSEIROS


6.1 - Manutenção operativa:
6.1.1 - Deve ser usada apenas a chave de estria para abrir ou fechar os bujões de enchimento,
a fim de não danificá-los.
6.1.2 - A lata de óleo deve ser mantida sempre fechada, de modo a não alterar as
propriedades do conteúdo.
6.1.3 - Deve ser utilizado um funil limpo para recompletar o óleo do recuperador, pois a
almotolia pode injetar ar no interior do cilindro.

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6.1.4 - A contaminação do óleo do recuperador pelo nitrogênio é grave e impede a realização
do tiro, devendo ser comunicada imediatamente à equipe de manutenção.
6.1.5 - O Chefe de Peça apenas checa a pressão, cabendo ao pessoal da manutenção o
recompletamento.
6.1.6 - Antes de conectar o manômetro ao cilindro de nitrogênio, deve-se abrir e fechar
rapidamente a válvula a fim de limpar o local da conexão.
6.1.7 - Sempre que a culatra for desmontada e antes de qualquer tiro real, deverá ser
realizado o teste do circuito elétrico com o estojo de teste.
6.1.8 - Antes da realização do tiro real, deverá ser verificado se o anel de travamento do freio
de boca foi corretamente fixado por ocasião da última manutenção.
6.1.9 - Sempre que for realizada a retração do tubo, o mecanismo de direção (pino âncora)
deverá ser conectado e o tubo deverá estar centralizado em zero na escala de direção.
6.1.10 - Na primeira retração deverá ser feita uma inspeção minuciosa nos cilindros
brilhantes do sistema de recuo (amortecedor e recuperador). O CP deverá passar a unha nos
cilindros a fim de localizar arranhões ou sulcos. Os danos porventura encontrados deverão ser
corrigidos esfregando-se uma esponja “Scotch Brite” limpa nessas partes. Tão logo a superfície
esteja lisa novamente, deverá ser procedida a volta em bateria.

8 - VIGÊNCIA
Este POP entra em vigor na data de sua aprovação.

7 - CANCELAMENTO
Este POP cancela o POP Nº8/BtlArtFuzNav.

ALVARO FRANCISCO DE SOUZA MOURA


Capitão de Fragata (FN)
Comandante
ASSINADO DIGITALMENTE

Distribuição:
ComDivAnf, BtlArtFuzNav-10, BtlArtFuzNav-20, BtlArtFuzNav-30, BtlArtFuzNav-40,
BtlArtFuzNav-50, BtlArtFuzNav-110, BtlArtFuzNav-120, BtlArtFuzNav-130, BtlArtFuzNav-
140, BtlArtFuzNav-150 e Arquivo.

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