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Série: TAROT – Os 4 Naipes do Tarot e os 4

tipos de Persona (Jung)

Com as nossas cartas modernas, o baralho do Taro tem quatro naipes de cartas numeradas em cada
um deles. Os quatro naipes do Taro são chamados bastões, taças, espadas e moedas, que evoluíram
para dar os nossos naipes atuais de paus, copas, espadas e ouros. No baralho do Taro, cada naipe
tem quatro cartas “da corte”: o Rei, a Rainha, o Valete e o Cavaleiro.
Na correspondência da nossa psicologia, os elementos naturais também fazem alusão à condições
psíquicas e emocionais, trazendo um detalhamento ainda mais rico para a leitura das cartas. Assim
como as figuras desenhadas, o naipe revela ainda o ambiente da pergunta: se sair Copas abre-se a
leitura para aspectos emocionais, se sair Paus é possível uma compreensão do tipo de ação
empreendida, se sair Ouros a reflexão é sobre os aspectos materiais e práticos, se sair Espadas a
abordagem é em torno do tipo de pensamentos e idéias sobre a questão.
Individualmente, os 4 elementos surgem como aspectos do nosso inconsciente e podem ser lido
através da metafísica e da psicanálise, como definiu Carl Gustav Jung, em seu livro sobre o A Teoria
do Tipos Psicologicos – (1921):
Naipe de OURO – corresponde ao elemento TERRA – A função sensação é a função dos sentidos, a
função do real, a função que traz as informações (percepções) do mundo através dos órgãos do
sentidos. Pessoas do tipo Sensação acreditam nos fatos, têm facilidade para lembrar-se deles e dão
atenção ao presente. Essas pessoas têm enfoque no real e no concreto, são voltadas para o “aqui –
agora” e costumam ser práticas e realistas. Preocupam-se mais em manter as coisas funcionando do
que em criar novos caminhos.
Naipe de ESPADA – corresponde ao elemento AR – A função Pensamento estabelece a conexão
lógica e conceitual entre os fatos percebidos. As pessoas que utilizam o pensamento fazem uma
análise lógica e racional dos fatos: julgam, classificam e discriminam uma coisa da outra sem maior
interesse pelo seu valor afetivo. Procuram se orientar por leis gerais aplicáveis às situações, sem
levar em conta a interferência de valores pessoais. Naturalmente voltadas para a razão, procuram ser
imparciais em seus julgamentos.
Naipe de COPAS – corresponde ao elemento ÁGUA – Quem usa o Sentimento julga o valor
intrínseco das coisas, tende a valorizar os sentimentos em suas avaliações, preocupa-se com a
harmonia do ambiente e incentiva movimentos sociais. Utilizam-se de valores pessoais (seus ou de
outros) na tomada de decisões, mesmo que essas decisões não tenham lógica do ponto de vista da
causalidade. Para Nise da Silveira, a pessoa que utiliza a função Sentimento “estabelece
julgamentos como o pensamento, mas a sua lógica é toda diferente. É a lógica do coração”.
Naipe de PAUS – corresponde ao elemento FOGO – Na extroversão, a energia da pessoa flui de
maneira natural para o mundo externo de objetos, fatos e pessoas, em que se observa: atenção para a
ação, impulsividade (ação antes de pensar), comunicabilidade, sociabilidade e facilidade de
expressão oral. Extroversão significa “o fluir da libido de dentro para fora.” Jung (1967:48). O
indivíduo extrovertido vai confiante de encontro ao objeto. Esse aspecto favorece sua adaptação às
condições externas, normalmente de forma mas fácil do que para o indivíduo introvertido.
Esses naipes associados ao significado das cartas compõe uma historia mais completa, ajudando e
muito na interpretação geral do conselho. Por isso, antes de revelarmos o significado das cartas é
importante uns minutos de reflexão silenciosa e atenção a todos os elementos desenhados e
significativos das imagens, assim estaremos sempre no melhor caminho para compreendermos o
seus significados.
TAROT, você conhece de verdade?

O Tarot é um velho conhecido das práticas espiritualistas, desde os tempos milenares vêm sendo
fonte de consultas e conselhos através dos símbolos que constam em cada carta. Porém, também já
faz um tempo que o tarot vem sendo objeto de estudo de cientistas e pesquisadores modernos como
o psicanalista Carl Gustav Jung, Freud, entre outros que ousaram tocar na parte menos conhecida do
ser humano: o inconsciente.
A partir do estudo dos símbolos desenhados em cada carta ou Arcano, pode-se perceber
manifestações similares na vida real. Percebendo que as imagens representam momentos da nossa
vida, situações que todos passamos mais cedo ou mais tarde, como por exemplo: a morte, o pai, a
mãe, os enamorados, etc. é possível extrair um conselho ou sabedoria que vá de encontro com nossa
condição no momento da tiragem das cartas.
Ou seja, o tarot faz papel de veículo condutor da mensagem do inconsciente para o consciente,
fazendo com que novas interpretações e perspectivas acerca da pergunta sejam trazidas pra luz. É
costume que o Tarot seja confundido com um objeto de adivinhações e condutas duvidosas, mas
vamos estudar com mais detalhes os aspectos dessa terapia que não tem por objetivo responder suas
dúvidas, mas sim te levar a novos questionamentos a partir de um novo ponto de vista.
Na introdução ao livro Jung e o Tarô, “quando um ser humano adquire determinado grau de
autopercepção, é capaz de fazer escolhas diferentes das da multidão e de expressar-se de um
jeito só seu. Tendo contato com o seu próprio e verdadeiro eu, já não será presa da tagarelice de
outros eus, interiores e exteriores”. Para tanto, é necessário que estejam em equilíbrio o consciente
e o inconsciente. A individuação é um processo a desenvolver durante toda a vida. Trata-se da
integração de nossas partes: do consciente, aquilo que sabemos sobre nós mesmos e o mundo, e
o inconsciente.
Diferentemente de Freud, que definia o inconsciente como algo individual, moldado por nossas
experiências, Jung reconhece o inconsciente individual, mas acrescenta a existência do
inconsciente coletivo: uma camada mais profunda do inconsciente.
Algo como a mente universal, “presente em toda parte e em todos os indivíduos”, nas palavras do
próprio Jung. Uma camada energética que extrapola cada um de nós individualmente. Mas
como uma carta ou uma sequência de cartas se conecta ao inconsciente coletivo, ao consciente
e ao inconsciente de quem a manipula?
Sincronicidade. Esse é o conceito junguiano para nomear dois ou mais eventos que não têm
relação de causa e efeito entre eles, mas que estabelecem correlação.
A consciência, focada na pergunta, afetaria energeticamente o entorno. Assim, a carta
destacada aleatoriamente das demais ou a sequência em que as cartas são colocadas permitiriam
uma interpretação simbólica do inconsciente que a consciência não alcançaria sem ter o tarô como
ponte.
Traduzindo pro bom português, pensamentos automáticos como: preciso ganhar dinheiro, preciso
ter sucesso, quem ama sofre, etc são condicionamentos automáticos do inconsciente presentes na
sociedade, no coletivo que não percebe enquanto pratica. Os pensamentos individuais são
construídos com base na nossa historia de vida, sendo fruto de como nossa mente e emoções
classificaram as diversas experiencias que já passamos, esse é o inconsciente individual.
As cartas são portanto representações físicas e imagéticas dos aspectos do nosso inconsciente
individual e coletivo, sendo colocadas em sequencia de 22 Arcanos maiores e 56 Arcanos menores.
Possuem um poder de revelar à quem consultá-las aspectos escondidos ou não observados de si
mesmo, da situação e do momento.

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