Serviço de Perícia Médicas e Segurança do Trabalho

Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho - LTCAT

- Serviço de Perícias Médicas e Segurança do Trabalho

- Superintendência de Saúde e Qualidade de Vida
- Núcleo de Atendimento de Segurança do Trabalho – NAST

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I – DADOS DO SERVIDOR
 NOME : JOEL INACIO DO NASCIMENTO
 CPF :449.524.494-91
 VÍNCULO : ESTATUTÁRIO
 CARGO/FUNÇÃO :TÉCNICO DE ENFERMAGEM
 MATRÍCULA: 2463512
 DATA DE ADMISSÃO: 01/01/2006
 PROCESSO:2300000266002866/2021-45

II – IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
 NOME : HOSPITAL BARÃO DE LUCENA – SECRETARIA DE SAÚDE
 CNPJ: 10.572.048/0006-32
 ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIPAL : atividade de atendimento hospitalar , exceto pronto-
socorro e unidade para atendimento a urgência - CNAE:8610101
 GRAU DE RISCO : 03
 CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA NATUREZA JURÍDICA:102-3 ÓRGÃO PÚBLICO DO PODER EXECUTIVO ESTATUAL.
 ENDEREÇO: AV. CAXANGA ,3860, IPUTINGA, RECIFE, PE CEP 50731900
 TELEFONE (81) 32716606
 EMAIL: hbl@saude.pe.gov.br

III – ATIVIDADE DA EMPRESA

O Hospital Barão de Lucena é um hospital geral da alta complexidade com foco em
atendimento materno-infantil, e possui 340 leitos. No ambulatório, onde são realizadas
mais de 8.600 consulta/mês, são oferecidas várias especialidades pediátricas, vascular,
cirurgia geral, ginecologia, mastologia, Proctologia e pré-natal de alto risco.
Nas duas emergências (obstétrica e pediátrica), são realizadas uma média de 2 mil
atendimentos por mês. Já no bloco cirúrgico, mensalmente, são realizadas uma média de
300 partos/mês.
IV – SETOR DE TRABALHO E CARGA HORÁRIA
 SETOR DE TRABALHO: Nefrologia

 REGIME DE TRABALHO: 30 H SEMANAL

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V – DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

Conforme informações do chefe imediato do servidor, bem como inspeção no local de

trabalho pelo engenheiro de segurança do trabalho – GEORGE DELFIM DA SILVA LIMA, dia
05/02/2024, o servidor exerceu as seguintes atividades:

 Verificação de sinais vitais e peso do paciente na HD , anotando em ficha própria;

 Montagem e lavagem do sistema de hemodiálise;
 Instalação do paciente na diálise e assistência ao mesmo;
 Ajudar com as mudanças e mobilidade dos pacientes no leito caso intercorrência de sinais
vitais;
 Realizar curativo dos cateteres;
 Auxiliar médicos na passagem do cateter;
 Limpeza das máquinas entre os turnos;
 Administrar antibióticos e hemotransfusões;
 Lavagem e peroxidação dos sistemas no reuso anotando Priming em ficha própria;
 Identificação dos dialisadores e linha arteriovenosas;
 Organização do setor antes e após cada UTI;
 Realizar dialise nos pacientes com sorologia positiva ( B24 , Hepatite , Covid);
 Auxiliar os e enfermeiros e médicos em intercorrência e anotá-las em prontuário;
 Encaminhar pacientes internados junto ao maqueiro.


VI – IDENTIFICAÇÃO DO AGENTE(S) NOCIVOS(S)

 Agente físicos: Não há exposição ao agente
 Agente químicos: : Há exposição ao agente

 Agente biológicos: Foi Considerando que há exposição ao agente biológico – habitual e permanente,
conforme descrito na” TABELA DE IDENTIFICAÇÃO DE AGENTE NOCIVOS”, porém, sem enquadramento no
decreto 3.048 de 06.05.1999 do INSS.

VII – EXPOSIÇÃO
A exposição aos riscos ocupacionais nos setores, tem relação com os riscos de seus pacientes,
os quais passam por procedimentos e intervenções que necessitam utilizar matérias e expõem
profissionais de saúde ao possível contato com sangue, secreções, fluidos corpóreos por incisões,
suturas, ou seja, a caraterização do tipo de paciente assistido tem papel relevante na avaliação do
risco existente no local de trabalho.
Conforme preconiza publicação Riscos Biológicos – Guia Técnico – os riscos biológicos
no âmbito da Norma Regulamentadora NR 32, do Ministério do Trabalho, a identificação do risco
biológico deve seguir metodologia qualitativa, devendo ser considerados os agentes
epidemiologicamente mais frequentes, informações que podem ser obtidas, entre outras fontes,
serviços de vigilância epidemiológica municipais, estaduais e do distrito federal. Em pesquisa
realizada junto á secretaria estatual de saúde, relativa aos agravos de notificações compulsória,
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dentre os quais se encontram a doenças infectocontagiosas, verifica-se que não há quantidade

significativa de notificações compulsórias/distribuição dos agravos do capítulo 1 CID 10 no SINAN,
segundo ano de notificação que possa caracterizar a exposição permanente aos agentes de risco
biológico que caracterizam a atividade especial
VIII – AVALIAÇÃO DOS RISCOS
Avaliação qualitativa:
- Risco Biológico: Habitual e Permanente.

- Risco Químico : Eventual

IX -METODOLOGIA EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

Inspeção no posto de trabalho;

 Não foi necessário utilizar equipamentos de medição, ou seja, avaliação qualitativa

X - TECNOLOGIA DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL

 Equipamentos de proteção Individual – EPI’S :Mascara PFF-2 , touca descartáveis , luvas de

procedimento, óculos de segurança, capote descartável.
 Equipamento de proteção Coletiva – EPC: Extintores de incêndio, coletores descartáveis de
materiais Perfurocortantes, sala climatizada.

XI - LEGISLAÇÃO
Fundamentação legal do Instituto Nacional de Seguridade Social:
A Instrução Normativa SPPS/MPS nº. 01 de 22 de julho de 2010, estabelece instruções para
o reconhecimento, pelo Regimes Próprios de Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito
federal e dos Municípios, do direito à aposentadoria dos servidores públicos com requisitos e
critérios diferenciados, de que trata o ART. 40, § 4, inciso III da Constituição Federal, com
fundamentos na súmula vinculante N. 33 ou por ordem concedida em Mandado de Injução.
Nos termos da súmula vinculante nº. 33 “aplicam-se ao servidor público, no que couber, as
regras do Regime Geral da Previdência Social sobre aposentadoria especial de que trata o ART 40,
§ 4 , inciso III da Constituição Federal, até a edição de lei complementar especifica”
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Desta forma, a análise das condições ambientais do trabalho baseia-se no Regulamento da

Previdência Social – RPS.
Os artigos 2. Ao 6. Da instrução Normativa SPPS/MP nº. 1/2010 estabelecem os critérios
para enquadramento da atividade especial nos regimes próprios de previdência:

Art. 2º A caracterização e a comprovação do tempo de atividade sob condições especiais

obedecerão ao disposto na legislação em vigor na época do exercício das atribuições do servidor
público.
§ 1º O reconhecimento de tempo de serviço público exercido sob condições especiais
prejudiciais à saúde ou à integridade física pelos regimes próprios dependerá de comprovação do
exercício de atribuições do cargo público de modo permanente, não ocasional nem intermitente,
nessas condições.
§ 2º Não será admitida a comprovação de tempo de serviço público sob condições especiais
por meio de prova exclusivamente testemunhal ou com base no mero recebimento de adicional
de insalubridade ou equivalente. Art. 3º Até 28 de abril de 1995, data anterior à vigência da Lei nº
9.032, o enquadramento de atividade especial admitirá os seguintes critérios:
I - por cargo público cujas atribuições sejam análogas às atividades profissionais das
categorias presumidamente sujeitas a condições especiais, consoante as ocupações/grupos
profissionais agrupados sob o código 2.0.0 do Quadro anexo ao Decreto nº 53.831, de 25 de
março de 1964, e sob o código 2.0.0 do Anexo II do Regulamento dos Benefícios da Previdência
Social, aprovado pelo Decreto nº 83.080, de 24 de janeiro de 1979; ou
II - por exposição a agentes nocivos no exercício de atribuições do cargo público, em
condições análogas às que permitem enquadrar as atividades profissionais como perigosas,
insalubres ou penosas, conforme a classificação em função da exposição aos referidos agentes,
agrupados sob o código 1.0.0 do Quadro anexo ao Decreto nº 53.831, de 1964 e sob o código
1.0.0 do Anexo I do Regulamento dos Benefícios da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº
83.080, de 1979.
Art. 4º De 29 de abril de 1995 até 5 de março de 1997, o enquadramento de atividade especial
somente admitirá o critério inscrito no inciso II do art. 3º desta Instrução Normativa.
Art. 5º De 6 de março de 1997 até 6 de maio de 1999, o enquadramento de atividade especial
observará a relação dos agentes nocivos prejudiciais à saúde ou à integridade física que consta do
Anexo IV do Regulamento dos Benefícios da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 2.172,
de 5 de março de 1997. Art. 6º A partir de 7 de maio de 1999, o enquadramento de atividade
especial observará a relação dos agentes nocivos prejudiciais à saúde ou à integridade física que
consta do Anexo IV do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6
de maio de 1999.

Ressaltamos que o enquadramento por categoria profissional foi extinto pela lei
9.032, a partir de 29 de abril de 1995 o enquadramento em questão depende da comprovação
da efetiva exposição do servidor aos agentes nocivos químicos , físicos, biológicos ou associação
de agentes prejudiciais á saúde de forma permanente , não ocasional nem intermitente.
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QUADRO A QUE SE REFERE O ART. 2º DO DECRETO Nº 53.831, DE 25 DE

MARÇO DE 1964.

REGULAMENTO GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

TEMPO DE
CAMPO DE SERVIÇOS E ATIVIDADES
CÓDIGO CLASSIFICAÇÃO TRABALHO OBSERVAÇÕES
APLICAÇÃO PROFISSIONAIS
MÍNIMO
1.0.0 AGENTES

1.1.0 FÍSICOS

1.2.0 QUÍMICOS
TÓXICOS ORGÂNICOS
Operações executadas com
derivados tóxicos do
carbono - Nomenclatura
Internacional.
Trabalhos permanentes expostos
I - Hidrocarbonetos (ano,
às poeiras, gases, vapores,
eno, ino)
neblinas e fumos de derivados do
II - Ácidos carboxílicos
carbono constantes da Relação
(oico)
Internacional das Substâncias
III - Alcoóis (ol)
Nocivas publicada no Regulamento
IV - Aldehydos (al) Jornada normal. Art.
Tipo de Segurança da O.I.T - Tais
1.2.11 V - Cetona (ona) Insalubre 25 anos 187 CLT. Portaria
como: cloreto de metila,
VI - Ésteres (com sais em Ministerial 262, de 6-
tetracloreto de carbono,
ato - ilia) 8-62.
tricloroetileno, clorofórmio,
VII - Éteres (óxidos - oxi)
brometo de metila, nitrobenzeno,
VIII - Amidas - amidos
gasolina, alcoóis, acetona,
IX - Aminas - aminas
acetatos, pentano, metano,
X - Nitrilas e isonitrilas
hexano, sulfureto de carbono, etc.
(nitrilas e carbilaminas)
XI - Compostos organo -
metálicos halogenados,
metalódicos halogenados,
metalódicos e nitrados.
1.3.0 BIOLÓGICOS
CARBÚNCULO, BRUCELA
Trabalhos permanentes expostos
MORNO E TÉTANO
ao contato direto com germes Jornada normal. Art.
Operações industriais com
1.3.1 infecciosos - Assistência Insalubre 25 anos 187 CLT. Portaria
animais ou produtos
Veterinária, serviços em Ministerial 262, de 6-
oriundos de animais
matadouros, cavalariças e outros. 8-62.
infectados.
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GERMES INFECCIOSOS OU
PARASITÁRIOS HUMANOS -
ANIMAIS
Serviços de Assistência
Médica, Odontológica e
1.3.2
Hospitalar em que haja
contato obrigatório com
organismos doentes ou com
materiais infecto-
contagiantes.
Trabalhos permanentes expostos Jornada normal ou
ao contato com doentes ou especial fixada em
materiais infecto-contagiantes - Lei. Lei nº 3.999,
Insalubre 25 anos
assistência médico, odontológica, de 15-12-
hospitalar e outras atividades 61. Art. 187 CLT.
afins. Portaria Ministerial
262, de 6-8-62.

Trabalhar eo que haja contato

DOENTES OU MATERIAIS
1.3.4 INFECTOCONTAGIANTES
permanenete com doenças ou materais
infectocontagiantes (atividade
discriminada entre as do código 2.1.3 insalubre 25 anos
do anexo II : Médiocs -laboratoristas
(patologistas) , técnicos de laboratório ,
dentistas , enfermeiro

Decreto nº 3.048/1999
ANEXO IV

CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES NOCIVOS

TEMPO DE
AGENTE NOCIVOS SERVIÇOS E ATIVIDADES
CÓDIGO CLASSIFICAÇÃO TRABALHO
PROFISSIONAIS
MÍNIMO

Exposição aos agentes citados

Biológicos unicamnente nas atividades
3.0.0 realacionadas Insalubre 25 anos

A) Trabalho em
estabelecimentos de
saúde em contato com
3.0.1
pacientes portadores de
doenças infecto-
contagiosas ou com
manuseio de materias
contaminados;
B) Trabalho com animais
infectados para
tratamneto ou para
preparo de soro , vacinas
e outros produtos; Insalubre 25 anos
C) Trabalhos em
laboratório de autópsia,
anatomia, e anatomo-
histologia;
D) Trabalho de exumação
de corpos e manipulação
de resíduos de animais
deteriorados;
E) Trabalhos em
galeria,fossas e tanques
de esgoto;
F) Esvaziamento de
biodígestores;
G) Coleta e industrialização
do lixo
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XII – AVALIAÇÃO DO RISCOS

AGENTE BIOLÓGICOS – VÍRUS, BACTÉRIAS, FUNGOS

A Exposição aos agentes biológicos está geralmente associada ao trabalho em

hospital, no entanto, para caraterização de atividade especial é necessário a comprovação de efetiva
exposição , de modo permanente, não ocasional nem intermitente, aos agente biológicos de
natureza infectocontagiosa, ou seja, de alta transmissibilidade, devendo este estar devidamente
identificado no laudo técnico, a exemplo de setores isolados de ambientes hospitalar que lidam com
pacientes portadores de doenças infectocontagiosas.

XIII - CONCLUSÃO LTCAT

Foram avaliadas as exposições em caráter habitual e permanente aos agentes físicos,
químicos e biológicos ou associação deste agentes, porém dentro dos limites de TOLERÂNCIA,
quadro N. I da NR 15 ANEXO 11 , nas formas de enquadramento dentre aquelas prevista no anexo
IV do RBPS , DECRETO 3.048 /06 de maio de 1999
Lembrando que, o direito ao benefício é determinado pela comprovação da efetiva
exposição do servidor ao agente nocivo ou associação de agentes prejudiciais á saúde, presente no
ambiente de trabalho e no processo produtivo, em nível de concentração superior aos limites de
tolerância estabelecidos. O Hospital HBL não tem perfil para tratamento de doenças
infectocontagiosas, bem como, não há registro significativo de notificações compulsória de agravo
destas doenças a disposição na SECRETÁRIA de SAÚDE de PERNAMBUBO para o período laboral do
servidor.
Assim, podemos concluir que, apesar da exposição aos agentes Biológicos , durante o
período laboral da solicitante, isto é 01/01/2006 a 15/05/2015 , NÃO HÁ ENQUADRAMENTO
PARA APOSENTADORIA ESPECIAL , conforme determina o não trata de doenças infectocontagiosas.

XIV – NOME E IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL PELO LTCAT

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George Delfim da Silva Lima – 882.360.804-04

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CREA PE : 1817923021PE

RECIFE 05/02/2024