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FICHA DE APOIO DE DGD DA 11a CLASSE

Unidade Temática 2: Representação Diédrica do ponto


Tema: Coordenadas de um ponto

Ponto como elemento geométrico, é a unidade base da Geometria, não possuindo qualquer dimensão física
real, sendo uma forma infinitamente pequena que assinala uma determinada posição no plano ou no espaço.
Em Geometria, um ponto deve representar-se como a intersecção de duas linhas rectas – o ponto pretendido
será o ponto de intersecção dessas duas linhas, Ex:

Coordenadas de um ponto
Um ponto é representado por uma letra maiúscula do alfabeto latino por exemplo, o ponto A.
As coordenadas de um ponto no espaço são a sua localização em relação a determinados referenciais (plano de
projecção).
Para a definição das coordenadas de um ponto no espaço, serão consideradas como referenciais:
 Plano frontal de projecção (PFP) ou φ0 (fi zero);
 Plano horizontal de projecção (PHP) ou ν0 (niú zero) e
 Plano perfil ou π0 (Pi zero), auxiliar, perpendicular aos dois planos ortogonal de projecção φ0 e o ν0. O
índice zero de cada um dos três planos que acabamos de citar como referenciais indica o lugar geométrico a
partir do qual se iniciam as contagens.

A localização de um ponto no espaço é suficientemente definida pelas suas três coordenadas, nomeadamente a
abcissa (x), afastamento (y)e a cota(z). Por exemplos: (Fig.1 e Fig.2)

Estas coordenadas deverão ser indicadas sempre nesta ordem e representam-se da seguinte maneira:
 A (x; y; z), onde x representa a abcissa, y o afastamento e z a cota
 Afastamento: é a distância de separação de um ponto no espaço ao plano frontal de projecção (PFP) ou φ0
(fi zero).
 Cota ou altura: é a distância de separação de um ponto no espaço ao plano horizontal de projecção (PHP) ou
ν0 (niú zero).
 Abcissa ou Largura: é a distância de separação de um ponto no espaço ao plano π0 (pi zero) auxiliar,
simultaneamente perpendicular a φ0 e a ν0.

Fig.1 Afastamento e cota Fig.2 Abcissa, Afastamento e cota

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Representação das projecções de um ponto no plano de desenho
Como já é do seu conhecimento, as projecções de um ponto se efectuam fazendo passar por ele rectas
projectantes que, ao intersectarem os planos de projecção determinam as projecções desse ponto. Recorde-se que
as rectas projectantes no sistema de dupla projecção ortogonal são perpendiculares aos planos ortogonais de
projecção.

Projecção horizontal de um ponto


A projecção horizontal dum ponto resulta da intersecção da projectante horizontal desse ponto com o plano
horizontal de projecção e representa-se por uma letra maiúscula do alfabeto latino, precedida pelo índice 1, por
exemplo, A1 (Fig. 3).

Fig.3

Projecção frontal de um ponto


Fazendo passar por um ponto no espaço, uma recta perpendicular ao plano frontal de projecção, projectante
frontal, na intersecção com esse plano obtém-se a projecção frontal do ponto, que é representada por uma letra
maiúscula do alfabeto latino, precedida pelo índice 2, por exemplo A2 (Fig. 4).

Fig.4
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Rebatimento dos planos ortogonais de projecção
De modo a que se possa trabalhar comodamente, procede-se ao rebatimento, ou seja, girar um dos plano
ortogonais de projecção sobre outro, de modo a que os dois fiquem coincidentes. Esse rebatimento deve ser
efectuado num sentido que faça com que o semi-plano frontal superior coincida com o semi-plano horizontal
posterior e consequentemente o semi-plano frontal inferior vai coincidir com o semi-plano horizontal anterior
(Fig. 5).

Fig.5 Rebatime nto do plano frontal de projecção sobre o plano horizontal projecção.

Plano do desenho ou Épura


Uma vez efectuado o rebatimento coloca-se o plano na posição em que o semi-plano frontal superior e o semi-
plano horizontal posterior fiquem para cima da linha de terra e o semi-plano frontal inferior e o semi-plano
horizontal anterior fiquem para baixo da linha de terra ou eixo x. A esse plano denomina-se plano do desenho.
No plano do desenho, a projecção horizontal (A1) desse ponto A situa-se para baixo do eixo x, ou seja no
semi-plano horizontal anterior e a projecção frontal (A2) desse ponto A situa-se para cima do eixo x, ou seja no
semi-plano frontal superior. (Fig. 6).

Fig.6 Plano de desenho: projecção horizontal (A1) e projecção frontal (A2) do ponto A.

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Como pode observar nas imagens acima, as duas projecções no plano do desenho estão ligadas através duma
linha perpendicular ao eixo x, que se chama linha de referência ou linha de chamada. (Fig.7).

linha de referência ou linha de chamada

Fig.7 Plano de desenho: representado pelo eixo x.

Os planos ortogonais de projecção podem tomar várias posições (mantendo o plano frontal na posição
vertical e o horizontal na posição horizontal), entre elas a de perfil, que os visualiza em forma de uma cruz. Para
compreender se as cotas e os afastamentos são positivos ou negativos, a posição de perfil dos planos de projecção
é facilitadora. (Fig. 8).

Fig.8 Planos ortogonais de projecção: representados em perfil ou por uma única linha recta.

Localização dos pontos no espaço através das suas coordenadas

A partir da exposição anterior, conclui-se que a posição de um ponto espaço é fornecida pelas suas coordenadas, que
são relativas aos planos de projecção, sendo, a abcissa, o afastamento e a cota. Estas posições podem ser positivas,
negativas ou nulas. A utilização de valores positivos e negativos permitem-nos referenciar os pontos em relação aos planos,
da forma como em seguida se expõe.

Variação do sinal das coordenadas de um ponto

Cota
Um ponto com cota positiva situa-se acima do
plano horizontal de projecção, pode situar-se no 1°
Diedro, no 2° Diedro ou no SPFS (sentido positivo
do eixo Z). Fig.8.

Um ponto com cota negativa situa-se abaixo do


plano horizontal de projecção, pode situar-se no 3°
Diedro, no 4° Diedro ou no SPFI (sentido negativo
do eixo Z). Fig.8

Um ponto com cota nula situa-se no plano


horizontal de projecção, a sua distância ao PHP é 0
(zero), e pode situar-se no SPHA, no SPHP ou no
eixo X. Fig.8

Fig.8 Variação do sinal da cota nos diedros de projecção.

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Afastamento
Um ponto com afastamento positiva situa-se para a
frente do plano frontal de projecção, pode situar-se no 1°
Diedro, no 4° Diedro ou no SPHA (sentido positivo do
eixo Y) Fig.9.

Um ponto com afastamento negativa situa-se para


trás do plano frontal de projecção, pode situar-se no 2°
Diedro, no 3° Diedro ou no SPHP (sentido negativo do
eixo Y) Fig.9.

Um ponto com afastamento nula situa-se no plano


frontal de projecção, a sua distância ao PFP é 0 (zero), e
pode situar-se no SPFS, no SPFI ou no eixo X. Fig.9.

Fig.9 Variação do sinal do afastamento nos diedros de projecção.

Abcissa
Um ponto com abcissa positiva situa-se para a
direita do plano de perfil (sentido positivo do eixo X).
Fig.10.

Um ponto com abcissa negativa situa-se para a


esquerda do plano de perfil (sentido negativo do eixo X).
Fig.10.

Um ponto com abcissa nula situa-se no plano de


perfil, a sua distância ao plano de perfil é 0 (zero). Fig.10.

Fig.10 Variação do sinal do abcissa nos diedros de projecção.

Esquema de variação do sinal das coordenadas de um ponto nos diedros de projecção


Coordenadas de um ponto
Diedros
Abcissa (X) Afastamento (Y) Cota ou altura (Z)

I Diedro de projecção +/- + +


II Diedro de projecção +/- - +
III Diedro de projecção +/- - -
IV Diedro de projecção +/- + -

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Tema: Coordenadas de um ponto (Pontos dos diedros de projecção)
Pontos dos diedros de projecção
Juntamente com os planos de projecção, giram as projecções dos pontos, linhas ou figuras neles contidos. Na
figura que se segue mostramos-lhe as projecções, nos planos ortogonais de projecção, dos pontos A, B, C e D
situados no primeiro (Fig.11), no segundo (Fig.12), no terceiro (Fig.13) e no quarto (Fig.14) diedros
respectivamente, e a representação das projecções dos mesmos pontos no plano do desenho.

Fig. 11 Projecção de um ponto situado no primeiro diedro A (1; 2).

Fig. 12 Projecção de um ponto situado no segundo diedro B (-2; 1).

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Fig. 13 Projecção de um ponto situado no terceiro diedro C (-1,5; -2,5).

Fig. 14 Projecção de um ponto situado no quarto diedro D (2; -1,5).


Projecção de pontos com afastamento positivo
Assim todos os pontos situados à direita de  0 têm afastamento positivo. No plano do desenho a projecção
horizontal desses pontos situa-se para baixo do eixo x, ou no semi-plano horizontal anterior. A (2; 1) e B (1; -2).

Fig. 15 Projecção horizontal de pontos com afastamento positivo.


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Projecção de pontos com afastamento negativo
Todos os pontos no espaço situados à esquerda de 0 em perfil, têm afastamentos negativos e no plano do
desenho, as suas projecções horizontais situam-se para cima do eixo x, isto é, no semi-plano horizontal posterior.
C (-1; 2) e D (-2; -1).

Fig. 16 Projecção horizontal de pontos com afastamento negativo.

Projecção de pontos com cota positiva


Têm cota positiva, todos os pontos que situam para cima de 0 de projecção. Suas projecções frontais situam-
se no semi-plano frontal superior e no consequentemente no plano do desenho localizam-se para cima do eixo x.
E (1; 2) e F (-2; 1).

Fig. 17 Projecção frontal de pontos com cota positiva.


Projecção de pontos com cota negativa
Finalmente, os pontos cuja projecção frontal situa-se no semi-plano frontal inferior têm cota negativa e
localizam-se abaixo de  0 (plano horizontal de projecção). No plano do desenho, suas projecções frontais
ficam acima do eixo x, G (1; -2) e H (-2; -1).

Fig. 18 Projecção frontal de pontos com cota negativa.


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Projecção de pontos com abcissa
Relativamente às abcissas convém que tenhamos os planos ortogonais de projecção na posição, e colocarmos
o plano auxiliar  0, perpendicular a  0 e a  0.
A abcissa é um dado importante quando se representam dois pontos ou mais permitindo definir a distância
entre eles ao longo do eixo x.
No eixo x, poderão ser marcadas as abcissas designado o ponto com o índice zero, por exemplo, A (1,5; 2) e
B(2;1,5) A0B0 = 3cm. O ponto A esta mais a esquerda do ponto B.

Fig. 19 Abcissa de dois pontos.

Abcissa de dois pontos

Conforme o que se disse anteriormente, quando se indicam as três coordenadas dum ponto, a abcissa é o
primeiro valor, seguida de afastamento e cota.

Caso sejam indicadas apenas duas coordenadas, o afastamento é o primeiro valor e a cota o último, por
exemplo, A (2,5; 1,5), B (3; 2). Nesses casos, se for necessário indicar o valor da abcissa apresenta-se da
seguinte maneira: A0B0 = 3 cm, estando B a esquerda de A. este é apenas um exemplo dos pontos A e B, veja
como eles se representam no plano do desenho.

Fig. 20 Abcissa de dois pontos A0B0 = 3 cm

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Pontos com abcissa positiva

O plano  0 atrás referido não é um plano de projecção mas apenas um plano de referência zero para as abcissas.
Deste modo, terão abcissa positiva todos os pontos situados a direita do plano  0, tanto nos planos de
projecção quanto as suas projecções no plano de desenho. C (1; 1; 2), D (2,5; 2; 3)

Fig. 21 Pontos com abcissa positiva

Pontos com abcissa negativa

Todos os pontos situados à esquerda do plano  0 têm abcissa negativa. No plano do desenho as suas projecções
também se situam à esquerda do mesmo plano. A (-2,5; 2; 3), B (-1,5; 2,5; 2)

Fig. 22 Pontos de abcissa negativa


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Alfabeto do Ponto
Alfabeto do ponto refere-se às diferentes posições que um ponto pode tomar no espaço, designadamente,
octante, semi-planos, planos bissectores e eixo x.

Pontos dos octantes


Nos octantes, os pontos têm sempre as suas coordenadas diferentes entre si e diferentes de zero.
Os pontos com cota de maior valor absoluto que o seu afastamento situam-se nos octantes formados pelo
plano frontal e pelos planos bissectores, nomeadamente, IIO (ponto A), IIIO (ponto B), VIO (ponto C) e VIIO
(ponto D), conforme se pode ver nas figuras que se seguem.
Exemplos: IIO A (1; 2,5), IIIO B (-1; 2,5), VIO C (-1; -2,5) e VIIO A (1; -2,5)

Fig. 23 Pontos dos II, III, VI e VII octantes

Os pontos pertencentes aos octantes formados pelo plano horizontal e os bissectores têm afastamento de maior
valor absoluto que a sua cota, designadamente, IO (ponto E), IVO (ponto F), VO (ponto G) e VIIIO (ponto H).
Exemplos: IO E (2,5; 1), IVO F (-2,5; 1), VO G (-2,5; -1) e VIIIO H (2,5; -1)

Fig. 24 Pontos dos I, IV, V e VIII octantes

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Pontos dos planos bissectores
Os pontos situados nos planos bissectores, no espaço são equidistantes aos planos de projecção, ou seja, o
valor absoluto da cota de um ponto é igual ao valor absoluto do seu afastamento.

Os pontos do bissector dos diedros de projecção impares,  1/3, têm cota e afastamento iguais, sendo, como é
óbvio, no I D positivos e no III D negativos. No plano do desenho as suas projecções são simétricas em relação
ao eixo x.
Exemplos: J (2; 2) e K (-2; -2)

Fig. 25 Pontos dos  2/4, J no ID e K no III D.

Os pontos contidos no plano bissector dos diedros de projecção pares,  2/4, têm o seu afastamento com sinal
contrário ao da cota e, as suas projecções são sempre coincidentes, estando no plano do desenho, para cima do
eixo x, as projecções do ponto do II D e para baixo do eixo x, as projecções dos pontos do  2/4 no IV D.
Exemplos: L (-2; 2) e M (2; -2)

Fig. 26 Pontos dos  2/4, L no II D e M no IV D.

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Pontos dos semi-planos
Os pontos situados em semi-planos não pertencem a nenhum diedro de projecção, pois estes planos é que
delimitam os diedros e sendo assim são lugares geométricos onde começam as contagens dos valores das cotas e
dos afastamentos.

Pontos dos semi-planos horizontais


Portanto, os pontos contidos no plano horizontal de projecção têm cota igual a zero, ou seja cota nula. Seu
afastamento será positivo se estiver no semi-plano horizontal anterior, e afastamento negativo se estiver no semi-
plano horizontal posterior. Exemplos: P (-2; 0) e M (2; 0) Fig. 27.

Pontos dos semi-planos frontais


Os ponto do plano frontal de projecção têm afastamento nulo. As suas cotas são positivas no semi-plano
frontal superior e negativas no semi-plano frontal inferior. Exemplos: R (0; 2) e S (0; -2) Fig. 27.

Pontos situados no eixo x

O eixo x resulta da intersecção dos dois


planos de projecção e assim sendo, e o
lugar geométrico em que a cota e o
afastamento são iguais a zero, são nulos.
as duas projecções dos pontos dos pontos
situados nesse lugar geométrico são nele
coincidentes, ou seja são coincidentes no
eixo x. exemplos: t (0; 0) fig. 28.

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