Você está na página 1de 26

Ministério da Educação

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica


Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ
Campus Volta Redonda – IFRJ/CVOR
Licenciatura em Matemática

PLANO DE TRABALHO “MSA III”

INTRODUÇÃO À FUNÇÃO

Amanda Costa

Volta Redonda, Agosto de 2021


Tema: Funções

Introdução/Justificativa: As funções estão presentes no nosso dia a dia, seja no cálculo do preço dos
produtos de sacolão, cálculos de quantidade de água que enche uma caixa d’água em determinado tempo,
entre outros. Por isso, torna-se importante que os alunos compreendam o que é função, saibam aplicá-las,
entendam os seus gráficos e resolvam problemas que tenham a função como protagonista. As aulas serão
expositivas e dialogadas e serão disponibilizadas duas listas de exercícios como forma parcial da
avaliação, sendo a outra parte uma avaliação sobre a participação dos alunos nas aulas.

Objetivos e Habilidades Relacionadas:


EF09MA06: Compreender as funções como relações de dependência unívoca entre duas variáveis e suas
representações numérica, algébrica e gráfica e utilizar esse conceito para analisar situações que envolvam
relações funcionais entre duas variáveis.
EM13MAT101: Interpretar criticamente situações econômicas, sociais e fatos relativos às Ciências da
Natureza que envolvam a variação de grandezas, pela análise dos gráficos das funções representadas e
das taxas de variação, com ou sem apoio de tecnologias digitais.

● Compreender o que é um sistema cartesiano;


● Identificar pares ordenados no plano cartesiano e quais são os eixos: ordenada e abscissas;
● Identificar em qual quadrante se encontra um par ordenado;
● Compreender a lei de formação da função;
● Identificar relações entre grandezas que correspondem a funções e não funções em
contextos diversos;
● Associar a descrição verbal de uma função à sua expressão algébrica e a seu gráfico;
● Interpretar situações descritas por funções apresentadas em qualquer de suas
representações;
● Praticar exercícios de relações entre duas grandezas;
● Representar a dependência de duas grandezas usando o diagrama para relacionar
elementos de conjuntos;
● Analisar qual é o domínio, imagem e contradomínio de uma função;
● Apontar qual a variável dependente e independente da função;
● Desenvolver capacidade de resolver exercícios de funções em vários contextos diferentes.
Pré-requisitos: Para introduzir funções e atingir os objetivos propostos, parte-se do princípio que os
alunos já têm conhecimentos prévios de: relação de grandezas e análise de tabelas; conjuntos; relação
entre elementos de conjuntos; operações matemáticas que existem na função.

Tempo de duração: 3 aulas ( 2 tempos de 50 minutos)

Recursos Educacionais Utilizados: Quadro e caneta

Aula 1
Na aula 1 será introduzido o assunto localização. Este assunto será necessário para que o aluno
compreenda o que é um sistema cartesiano, identifique pares ordenados e saiba classificar qual eixo é das
ordenadas e das abcissas.

Localização

Iniciarei a aula trazendo aos alunos uma reflexão sobre a necessidade de se ter coordenadas para
encontrar um objeto, uma rua ou até uma loja situada em algum lugar.
Vamos pensar que você está em casa e procura o seu par de tênis que não sabe onde deixou. Logo,
você pergunta a seu pai, e ele o responde “eu guardei o seu par de tênis no armário azul, na parte de cima,
na terceira gaveta de baixo para cima.” Observem que com as coordenadas corretas podemos achar
qualquer coisa. Sabendo disso, vamos ajudar o Jair a dar as coordenadas para a polícia como pede o
problema abaixo:
Irei desenhar no quadro as ruas, os carros e ler a pergunta para os alunos.

Espera-se que os alunos respondam que os policiais podem virar à primeira esquerda, entrando na
Rua Semente, e novamente virar à primeira esquerda, entrando na Avenida do Sol, onde ocorreu o
acidente. Observa-se que há outras possibilidades, pois não foi indicado quais os sentidos das ruas, e
espera-se que os alunos questionem isso.
Podemos analisar no problema acima que é necessário indicar algum sentido. Vamos imaginar
quando estamos em uma calçada (a imagem representa o que se espera que o aluno imagine). As pessoas
caminham todas na mesma direção, mas não no mesmo sentido.

Como eu poderia dizer a alguém por telefone em que lugar estou caminhando, em qual sentido…
A partir disso, podemos perceber a necessidade de definir em qual sentido está o objeto ou local a ser
encontrado, para que seja mais fácil a sua localização.

Neste momento da aula levar os alunos a perceberem a importância de aprender a achar


coordenadas. Vou imprimir os desenhos para os alunos seguirem os passos do Marcos e acompanhar o
seu raciocínio.

Marcos viu um logotipo numa revista, e ele queria copiar este logotipo para uma nova folha, sem
usar o método de sobrepor uma folha sobre a outra.
Então Marcos pegou o logotipo na folha da revista, quadriculou a imagem e marcou alguns
pontos que definem o formato do logotipo e numerou as linhas verticais e horizontais.

Assim, ele pegou uma folha quadriculada, marcou os pontos e conseguiu reproduzir o logotipo.

Observem que com a ajuda das linhas horizontais e verticais e das numerações Marcos conseguiu
reproduzir o logotipo. Portanto, ele utilizou a localização dos pontos que formavam o logotipo, para
conseguir transcrevê-lo para uma nova folha. Na matemática, isso se chama Sistema Cartesiano, que é
um sistema que permite localizar pontos.

Vamos ver como localizar alguns pontos?

Onde se encontra o ponto E? Os alunos podem responder que está no 5 e no 3. Daí eu pergunto
qual 5 e qual 3? É horizontal ou vertical? Portanto, vou explicar a eles que o ponto E se encontra no 5 na
linha horizontal e no 3 na linha vertical.

Vamos ver agora o que significam essas linhas:


Olhando para os eixos, lembrem-se de quando discutimos das pessoas caminhando na calçada. Os
eixos x e y representam a direção, e os números (positivos e negativos), representam o sentido em que o
objeto se encontra.

Vamos agora encontrar a coordenada do ponto P? As coordenadas são representadas por um par
ordenado. O ponto P se encontra em 3 no eixo x e em 4 no eixo y. O eixo x (horizontal) é o eixo das
abscissas, e o eixo y (vertical) é o eixo das ordenadas. Desta maneira, nas coordenadas do ponto P, o 3 é
abscissa e o 4 é a ordenada.
Em um par ordenado, o primeiro elemento é a abscissa e o segundo é a ordenada. Desta maneira,
(3 , 4) é par ordenado que representa a localização do ponto P.
Neste momento, passarei aos alunos dois exercícios para exercitar o que aprenderam sobre pares
ordenados.

1- Para cada ponto abaixo, dê a sua coordenada no plano cartesiano. Observem que precisam estabelecer
a numeração dos eixos. Exemplo: se cada quadradinho tiver tamanho 2, o ponto B terá coordenada (6 , 4)
e o ponto F terá coordenada ( - 10, 0). Se o quadradinho tiver tamanho 1, o ponto B vai ter coordenada
(3 , 2) e o ponto F terá coordenada ( - 5 , 0).

2- Indique qual dos pontos A, B, C, D, E, F e G, abaixo, verifica cada uma das seguintes afirmações:
a) A abscissa é igual à ordenada: A, ...
b) A ordenada é negativa: F, ...
c) A abscissa é metade da ordenada:
d) A abscissa é o dobro da ordenada:
e) A ordenada é nula:
f) A abscissa é nula:

Observem que:
• O sistema de localização de pontos no plano que aprendemos chama-se sistema cartesiano.
• Os eixos x e y, eixos cartesianos e o plano que os contém, plano cartesiano.
• Os pares ordenados (x; y) que representam os pontos no plano são as coordenadas cartesianas dos
pontos.
Os eixos cartesianos dividem o plano em quatro regiões chamadas quadrantes, como representado na
figura abaixo.
Vamos completar juntos a tabela dada de acordo com as coordenadas dos animais representados no
sistema cartesiano:
Duração da aula: Dois tempos de 50 min.

Aula 2
Conceito de Funções

Iniciarei esta aula fazendo uma dinâmica com os alunos para que eles percebam que existem
grandezas que dependem de outra e que algumas não dependem. Vou falar alguns exemplos de grandezas
que dependem de outras, para que eles percebam essa dependência.

“Na aula de hoje, vamos falar sobre grandezas. Entendemos por grandeza tudo aquilo que pode
ser medido, contado. O volume, a massa, a superfície, o comprimento, a capacidade, a velocidade, o
tempo, são alguns exemplos de grandezas. Vamos pensar em alguns exemplos que relacionam
grandezas…”

“Um atleta de corrida está em treinamento para um evento de esportes que acontecerá daqui uma
semana. Ele precisa aumentar a distância que ele consegue correr em 1 km por dia, para atingir o seu
objetivo final. Me digam o que ele precisa fazer para atingir o objetivo. Espera-se que os alunos
respondam que ele precisa correr mais rápido para diminuir o tempo de corrida. A Partir da resposta dos
alunos, poderei mostrar a eles que a distância percorrida é uma grandeza que depende de outras duas
grandezas, que é o tempo da caminhada e a velocidade do correntista. Ou seja, se mantivermos o tempo,
a distância percorrida vai depender da velocidade em que o atleta corre. Se mantivermos a velocidade, a
distância percorrida vai depender do tempo em que o atleta está correndo.

“Vamos ver outro exemplo?!”

“Uma caixa d’água está enchendo 10L por minuto. Se a bomba que puxa essa água der algum
defeito, e passar a encher 5L por minuto, vai mudar o tempo total em que a caixa vai encher?”
Justifiquem as suas respostas.

Os alunos devem responder que sim. Pois a grandeza volume depende da grandeza tempo, para
que a caixa atinja a sua capacidade total de água e, neste caso, a caixa vai levar mais tempo para encher.

“Agora vejamos este exemplo: A quantidade de combustível consumida por um automóvel


depende da distância que ele percorre. Então, as grandezas aqui são o volume de combustível e a
distância que o veículo percorre.”

“Podemos observar que o consumo total de combustível depende dos quilômetros percorridos
pelo carro e também do quanto (em km) o carro percorre com 1 litro de combustível. Percebe-se que
quando a grandeza depende da outra, pode-se dizer que uma grandeza está em função da outra. Então
neste exemplo, se a gente mantiver o consumo de combustível por litro, o gasto de combustível vai estar
em função da distância percorrida. Mas, se a gente mantiver a quantidade de quilômetros percorridos, o
gasto do combustível vai estar em função de quanto o carro consome de combustível por quilômetro
rodado.

“Mas o que é função? Já percebemos no exemplo anterior que existe uma ligação entre a palavra
função e a relação de dependência entre os valores de grandezas. Vejamos mais exemplos.”
Neste momento da aula, vou passar no quadro as seguintes questões de grandezas e questionar aos
alunos se estas constroem uma relação de dependência (função) ou não e pedir que justifiquem as suas
respostas.

Nos exercícios a seguir, diga se a relação de grandezas fornece uma relação de dependência
(função). Se sim, tente escrever uma regra. Se não, justifique o porquê:

1) Uma pessoa caminha sempre na mesma velocidade. Para ela completar um certo percurso,
quais os fatores que a ajudam?

Os alunos devem responder que os fatores que ajudam ela é o tempo e a distância. Portanto, os
alunos podem enxergar que a distância percorrida depende do tempo total de caminhada.

“Se a velocidade que essa pessoa caminha é sempre 2 km por hora, conseguimos escrever uma
regra para calcular a distância total da caminhada?”

Espera-se que o aluno escreva a regra da seguinte forma:

𝑞𝑢𝑖𝑙ô𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑜𝑠 = 2 × 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 ou 𝑓(𝑥) = 2 𝑥

2) Um aquário de 20 litros de água contém 10 peixes.

Os alunos devem responder que a quantidade de água não depende da quantidade de peixes no
aquário, pois pode-se ter 3 peixes no mesmo aquário. Logo, não estabelece uma relação de dependência
entre as grandezas, e não se terá uma grandeza em função da outra.

3) Uma mangueira enche uma piscina 50L de água por hora.

Neste exemplo, espera-se que os alunos digam que a quantidade de água na piscina depende do
tempo em que o registro da mangueira está aberto. Portanto, esta relação é uma função e, pode-se
escrever uma regra,

𝑦 = 50 𝑥, onde 𝑦 é a quantidade (volume) de água na piscina e 𝑥 é o tempo em que o registro da


mangueira está aberto.

4) O consumo de uma geladeira e a quantidade de alimentos dentro dela.

Os alunos devem dizer nesta questão que o consumo da geladeira independe da quantidade de
alimentos que ela contém, por exemplo, eu posso ter 20 ou 10 maçãs, que o valor do consumo será o
mesmo. Logo, não temos uma grandeza em função da outra.

5) O salário de um vendedor é formado por 1% de comissão em cada venda feita mais


R$500,00.
Espera-se que os alunos respondam que o salário do vendedor (S) depende da quantidade de
vendas que ele vai fazer (Q) , pois para que o salário do vendedor aumente, depende de quanto de venda
(R$) ele vai fazer durante o mês. Portanto, irei pedir que os alunos tentem escrever uma regra e depois
vou resolvê-la no quadro caso tenham dúvidas, pois esta questão tem que somar os 500 reais,
diferentemente das outras já realizadas na aula. Portanto, a lei da função será 𝑆 = 0, 01 𝑄 + 500. Esta
questão também se trata de porcentagem e, caso os alunos tenham dúvidas em passar o 1% para 0,01, irei
lembrá-los rapidamente.
Observem que todas as regras que determinamos até agora, era uma regra que funcionasse para
cada exemplo, portanto, estas regras se chama Lei da Função.
“Bom, vocês já resolveram algumas situações em que as grandezas dependem ou não uma da
outra, ou seja, que são ou não funções e aprendemos a escrever as regras das que estão em função da
outra. Mas vamos voltar lá no exercício 1.”
Olhando para o exercício 1 no quadro, pedirei aos alunos que pensem na seguinte situação:
“No exercício 1 uma pessoa caminhava 1 hora e percorria 2 quilômetros, portanto caminhava
numa velocidade de 2km/h. É possível que essa mesma pessoa, caminhe na mesma velocidade, percorra
os mesmos 2 quilômetros, em um tempo de 5 horas ?”
Os alunos devem responder que não, pois esta pessoa só poderá percorrer a mesma distância em 5
horas se ela diminuir a sua velocidade de caminhada. Aqui os alunos poderão perceber o que uma função
estabelece, que uma grandeza depende da outra para que a função exista.
Neste momento da aula darei mais um exercício aos alunos, onde envolve uma função diferente
da qual já vimos.

“Vamos ajudar o dono do automóvel a calcular quanto de gasolina o carro consome numa viagem.
O carro consome 1 L de gasolina por 15 km percorridos. Sua viagem vai ser dividida em 3 dias, pois a
distância é longa. No 1° dia percorrerá 150 km, no 2° dia percorrerá 135km e no 3° dia percorrerá 165
km. Então vamos lá!”

Irei realizar os cálculos no quadro branco, para que eles percebam que os cálculos serão os
mesmos. Bom, mas deve-se levar os alunos a pensar que para saber qual o consumo, deve-se dividir a
quantidade total de quilômetros percorridos por dia pelo consumo do carro por litro de gasolina. Assim,
irei resolver com os alunos da seguinte forma:
Consumo gasolina no 1° dia:
150
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = 15
= 10 𝑙

Consumo gasolina no 2° dia:


135
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = 15
= 9𝑙

Consumo gasolina no 3° dia:


165
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = 15
= 11𝑙

Consumo total da Viagem em litros = 10 + 9 + 11 = 30 𝑙

“Observem que o consumo de combustível da viagem depende da quantidade de quilômetros


percorridos pelo carro, ou seja, o consumo de combustível está em função da quantidade de quilômetros
percorridos pelo carro e seu gasto em litros por quilômetro. Mas, será que podemos estabelecer uma
regrinha para esse cálculo ? E se o motorista não soubesse ainda quantos quilômetros vai percorrer ao
final da sua viagem e ele queria calcular depois?! A partir desta conta podemos passar uma regra para
que o motorista possa calcular sozinho depois. Qual seria esta regra ?” Espera-se que os alunos observem
qual a lei que esta função forma é,

𝑞𝑢𝑖𝑙ô𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑜 (𝑘𝑚)


𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 ( 𝑙 ) = 𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑙 𝑝𝑜𝑟 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜 (𝑘𝑚/𝑙)

Esta regra que estabelecemos para esta relação entre o consumo de gasolina e os quilômetros
percorridos é chamada de lei da função. Pode-se chamar atenção dos alunos que a lei desta função pode
ser escrita ainda da seguinte maneira:
𝑞𝑢𝑖𝑙ô𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑜 (𝑘𝑚)
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 ( 𝑙 ) = 15 𝑘𝑚/𝑙
, pois o gasto de combustível por litro com este carro

vai ser sempre 15km/l.

Fazer a seguinte reflexão com os alunos: Este mesmo exemplo, esta mesma lei de função, pode
ajudar o proprietário do carro a fazer a conta de outra maneira… Por exemplo, ele encheu o tanque do
carro com 45 litros de gasolina e não está observando quantos quilômetros já percorreu. Ele deu sorte,
pois a gasolina acabou bem perto do posto e conseguirá comprar mais gasolina num galão para seguir
viagem. Mas ele quer saber agora quantos quilômetros percorreu com o tanque cheio… Vamos ajudá-lo
nesta conta ? Faça cada um em seu caderno que eu vou passar olhando a resolução de vocês.

Espera-se que os alunos resolvam do seguinte modo:


𝑞𝑢𝑖𝑙ô𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑜 (𝑘𝑚)
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 ( 𝑙 ) = 15 𝑘𝑚/𝑙
𝑞𝑢𝑖𝑙ô𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑜 (𝑘𝑚)
45 𝑙 = 15 𝑘𝑚/𝑙

45 𝑥 15 𝑘𝑚 𝑙
𝑙
= 𝑞𝑢𝑖𝑙ô𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑜

675 𝑘𝑚 = 𝑞𝑢𝑖𝑙ô𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑜

Neste momento da aula, vou levar os alunos a perceberem a partir de um diagrama casos
que não estabelecem funções.
“Bom, até aqui nós podemos ver que quando uma grandeza depende da outra, tendo o
valor de uma delas, pode-se calcular o valor da outra. Nós também conseguimos escrever regras
para as relações em que existiam uma dependência entre as grandezas. Portanto, pensando nessas
ideias que já discutimos aqui na aula, podemos afirmar que para cada elemento que depende do
outro, ele vai se relacionar uma única vez. Agora vamos ver um novo exemplo:”
Vejam o diagrama abaixo e me digam se este representa uma relação de dependência de
grandezas dos conjuntos A e B, ou seja, se estabelece uma função entre esses conjuntos. Vocês
conseguem contextualizar esse diagrama ?”

Os alunos podem responder que SIM, que define uma função, pois até o momento não lhes
foi mostrado nenhum diagrama de situações em que não se estabeleciam funções. E é exatamente
isso que irá ser feito neste exemplo. Farei uma contextualização para que eles vejam que não é
uma função.
“Em um domingo, ciclistas saíram para pedalar. Seja o Conjunto A o número de ciclistas
que foram pedalar e, seja o Conjunto B a quantidade em quilômetros percorrida por estes ciclistas.
Olhando no diagrama, percebe-se que há algumas opções a serem analisadas. Vamos olhar para os
três ciclistas, quantos quilômetros eles podem percorreram ?” Os alunos devem responder que três
ciclistas pedalaram 40 km cada um. “Agora vamos ver quantos quilômetros pedalaram os dois
ciclistas.” Os alunos devem responder que os dois ciclistas pedalaram 40 km cada um. “E o
primeiro ciclista do diagrama, percorreu quantos quilômetros?“ Os alunos podem responder que o
ciclista pedalou apenas 20km, ou que pedalou 40km, ou que pedalou 60km. Mas espera-se que os
alunos percebam que esta situação não pode ocorrer. Este ciclista ou pedala 20km ou pedala
40km, ele não pode obter dois resultados em um único dia de pedal.
“Depois dessa discussão, vocês acham que o diagrama representa uma função ou não?
…..”
A partir dessa discussão com os alunos, vou levá-los a relacionar aqui o que seria imagem,
domínio e contradomínio.
“Vamos pensar agora um exemplo mais divertido… Vamos fazer a seguinte brincadeira: Eu vou
dizer a vocês um número, vocês vão calcular o seu dobro, somar 2 e me falem o resultado. Vamos lá:
Quando eu disser 2, vocês vão calcular 2 vezes 2 = 4 , mais 2 = 6.”

Se digo 7, espera-se que aluno raciocine assim: 2 vezes 7 = 14 , mais 2 = 16.

Se digo 5, espera-se que aluno raciocine assim: 2 vezes 5 = 10 , mais 2 = 12.

Se digo - 3, espera-se que aluno raciocine assim: 2 vezes (− 3) = − 6 , mais 2 = − 4.

Número dado pelo Resposta dada


professor (x) pelos alunos (y)

2 6

7 16

5 12

-3 -4

Observe que a cada número (x) que falei a vocês, corresponde um único resultado correto (y) para
a resposta que vocês me deram. Será que tem alguma coisa em comum nos cálculos feitos para cada
número dito? Vocês percebem alguma regra?

Neste momento levarei os alunos a pensar em qual regra pode-se formar a partir da tabela.

Observem que em todos os passos, se multiplicou o número dito (x) por 2, e somou-se 2 no
resultado desta multiplicação. Assim, obtivemos uma resposta (y) para cada (x) falado. Então vamos
tentar escrever uma regra que, para qualquer número que puder ser dito (x), se obterá a resposta (y) como
no exemplo que fizemos. Então, a regra que expressa a relação entre (x) e (y) é 𝑦 = 2𝑥 + 2. Quando
conseguimos formar uma regra, podemos dizer que a relação entre as grandezas em questão constroem
uma relação de função.
Observem que o conjunto A é formado pelos números dito pelo professor, então podemos
representar A = { -3, 2, 5, 7}. O conjunto B é formado pelas respostas dadas pelos alunos, então podemos
representar B = { -4, 6, 12, 16}. Observem que independente da ordem que os números foram falados, é
importante representá-los no conjunto em ordem crescente.

Como os conjuntos que relacionamos são A e B, dizemos que essa é uma função de A em B.

Então podemos escrever 𝑓 : 𝐴 → 𝐵 (Lê-se: 𝑓 é uma função de A em B)

Sempre que atribuímos um valor a x e determinamos seu correspondente y por meio da lei de
formação da função, obtemos um par de números. Podemos escrever os pares ordenados (x; y) formados
no nosso exemplo da tabela.

𝑥 = 2; 𝑦 = 6 par ordenado (2, 6)

𝑥 = 7; 𝑦 = 16 par ordenado (7,16)

𝑥 = 5; 𝑦 = 12 par ordenado (5, 12)

𝑥= − 3; 𝑦 = −4 par ordenado (− 3, − 4)

Outra maneira de representar os dados acima, é olhar o gráfico formado pelos pares ordenados:
Além do gráfico, podemos visualizar também na forma de diagrama:
• O conjunto A é chamado de conjunto de partida da relação;
• O conjunto B é chamado de contradomínio da relação e é simbolizado por CD(𝑓);
• O conjunto formado pelos elementos de A que têm correspondentes em B, através de 𝑓, é
chamado de domínio da relação e é simbolizado por D(𝑓);
• O conjunto formado pelos elementos de B que têm correspondentes em A, através de 𝑓, é
chamado de conjunto imagem da relação e é simbolizado por Im(𝑓).
Deste modo, podemos estabelecer o D(𝑓) e a Im(𝑓), onde D(𝑓) = { -3, 2, 5, 7} e
Im(𝑓) = { -4, 6, 12, 16}.

Agora vou levar os alunos a pensarem novamente sobre casos em que uma relação não é uma
função. Irei mostrar o seguinte exemplo:

Escreverei no quadro os seguintes números: 2, 4, 6 e 8.

“Agora vamos mudar a brincadeira, crianças. Eu vou dizer um número, e vocês olhem no quadro
e me digam quais são os números menores do que os que eu disse. “

Direi o número 5! Os alunos devem responder 2 e 4.

Eu digo 3! Os alunos devem responder 2.

Agora eu digo 1! Os alunos devem responder que não tem nenhum menor que 1.

Vamos analisar o diagrama.


O conjunto A é formado pelo conjunto dos números dito pelo professor A = {1, 3, 5} e o conjunto
B é formado pelos números que estavam escritos no quadro B = {2, 4, 6, 8}. Observe que cada seta faz
corresponder o número dado pelo professor com o número (ou os números) registrados no quadro que
são menores do que ele. A relação entre o número x escolhido pelo professor e o número y que é a
resposta dos alunos pode ser representada por 𝑦 < 𝑥 .

Agora vamos pensar juntos…

Numa função, para um mesmo valor de x do conjunto A, ter mais do que um correspondente y no
conjunto B, pode acontecer? Pode haver um valor de x em A que não tem correspondente y em B ?

Para que tenhamos uma função é preciso:

• estabelecer dois conjuntos: um primeiro conjunto, do qual tomaremos os valores de x, e um


segundo conjunto, no qual encontraremos os valores correspondentes de y;

• haver uma relação entre x e y de forma que a cada x tomado no primeiro conjunto corresponde
um único y no segundo conjunto.

No nosso exemplo, para x = 1 em A não temos correspondente y em B. Além disso, x = 5 tem


dois correspondentes em B. Por isso, não temos uma função.

“Na aula de hoje nós pudemos entender o que são dependências entre grandezas e que elas podem
estabelecer relações de funções. Definimos o que é uma função, a sua lei de formação, sua imagem,
domínio e contradomínio. Nós também vimos casos em que não ocorreram funções e, agora, vamos levar
para casa uma lista de exercícios para vocês trazerem dúvidas a serem discutidas na próxima aula.”

Lista de Exercícios 1
Funções - 9° Ano do Ensino Fundamental
Professora: Amanda Costa
Aluno: _________________________________________________

1) (Saeb-MEC / Adaptado) Num tabuleiro de xadrez, jogamos com várias peças que se
movimentam de maneiras diferentes. O cavalo se move para qualquer casa que possa alcançar
com movimentos na forma de “L”, de três casas. Na figura abaixo, os pontos marcados
representam as casas que o cavalo pode alcançar, estando na casa D4.
Liste as casas que o cavalo poderá alcançar, partindo da casa F5 e fazendo uma única jogada.

2) Em cinco madrugadas consecutivas, sempre à mesma hora, foram registradas estas


temperaturas em uma cidade brasileira.

a) Qual foi a temperatura no segundo dia?


b) Em que dia a temperatura registrou 12 °C?
c) Em quais dias tivemos a mesma temperatura?
d) Complete o diagrama de setas de acordo com as temperaturas registradas.

A relação que faz a cada dia corresponder uma temperatura é uma função? Justifique a sua
resposta. Se esta relação corresponde a uma função, descreva seu domínio, imagem e
contradomínio.

3) Considerando a função dada por 𝑦 = 1 − 2𝑥, responda:


a) Para 𝑥 = 1, 𝑦 vale ?
b) Para 𝑥 = − 4, 𝑦 vale ?
1
c) Para 𝑥 =− 2
, 𝑦 vale ?
d) Para 𝑦 = − 15, 𝑥 vale ?
e) Marque os pares ordenados encontrados no gráfico a seguir.

Duração da aula: Dois tempos de 50 min.

Aula 3
Esta aula deverá se iniciar com a resolução da lista de exercícios 1, pelos exercícios nos quais os
alunos apresentaram mais dúvidas. Em especial vou resolver com os alunos o exercício 3, independente
se tiveram dúvidas nele, pois daqui já entrarei com assunto de gráfico de funções.
Pelo que se pedia no exercício 3, espera-se que os alunos tenham encontrado os seguintes pares
1
ordenados: (1, -1), (-4, 9), (− 2
, 2) e (8, -15) e marcado no gráfico que foi dado.

Vou perguntar o seguinte: “Quando o 𝑥 = 0, 𝑦 vale quanto ?” Eles devem responder que vale
𝑦 = 1. “Falem mais um valor para 𝑥” Os alunos devem perceber que podemos falar qualquer valor para
𝑥, que vai existir um correspondente 𝑦.
“Se marcarmos todos estes pontos encontrados no gráfico, podemos ver que estes pontos estão
formando uma sequência de pontos. Então quanto mais valores atribuídos a 𝑥, mais valores de 𝑦 vamos
obter, pois estamos usando a lei da função para encontrar estes pares ordenados. Com todos esses pares
ordenados encontrados até agora, se ligarmos todos estes, estaremos desenhando uma pequena parte do
gráfico da função 𝑦 = 1 − 2𝑥. Vamos fazer isso juntos? Vou desenhar no quadro e vocês desenhem na
lista. ”

“Vamos analisar a lei da função deste exercício. a função 𝑦 = 1 − 2𝑥 tem duas variáveis, a
variável 𝑦 e a variável 𝑥. Vocês sabem me dizer qual depende da outra ? Vamos pensar juntos… até
agora, para qualquer valor de 𝑥 que foi dado, nós tínhamos um correspondente em 𝑦… Isso nos leva a
imaginar que a várial 𝑦 depende da variável 𝑥, portanto, a variável 𝑥 é independente e a variável 𝑦 é
dependente. Agora que vocês já sabem o que é uma variável dependente e independente, vamos resolver
mais um exercício. “
A partir da resolução deste exercício, irei trabalhar mais um exemplo de gráfico de função com os
alunos. Irei desenhar no quadro o seguinte gráfico:
“Observem uma parte do gráfico desta função. Vocês devem identificar alguns dos pares
ordenados que formam o gráfico desta função e depois, devem tentar escrever a lei da função, ou seja,
vocês vão se recordar de quando tentamos escrever aquelas regrinhas, vocês se lembram? Então, vão
escrever a regra desta função, da mesma maneira que fazíamos antes. ”
Espera-se que os alunos marquem muitos pontos diferentes uns dos outros, mas perante a
imagem, alguns deles mais fáceis de serem enxergados podem ser (0,0), (-2,-4), (2,4), (-4, -8), (4,8),
(-6,-12) e (6,12). Os alunos devem escrever a seguinte lei de função: 𝑦 = 2𝑥.
“Agora vamos trabalhar um exercício para vocês pensarem sobre as variáveis.”
Você vai correr. Para cada quilômetro que você corre, você queima 100 calorias. Na equação
abaixo, m representa o número de quilômetros que você corre e, c representa o número de calorias que
você queima. A relação entre essas duas variáveis pode ser expressa pela seguinte equação:
𝑐 = 100𝑚.
Identifique as variáveis dependente e independente.
Os alunos devem responder que para queimar calorias, a pessoa depende de quantos quilômetros
ela vai correr, portanto, a variável c (número de calorias que você queima) é dependente da variável m
(número de quilômetros que você corre).
Para finalizar esta aula, vou mostrar para os alunos como as funções são importantes e como estão
presentes no nosso dia a dia.
“Vocês podem se perguntar porque estamos estudando funções… Mas vocês sabiam que eles
estão presentes no nosso dia a dia, seja no cálculo do preço de frutas e carnes por quilo, seja no cálculo
total do salário de um vendedor, ou ainda no cálculo de quantos brinquedos eu vou escolher para brincar
num parque com determinada quantia em dinheiro. Vocês já tinham parado para pensar nisso ? Bom, se
não tinham pensado nisso, vamos ver alguns pequenos exemplos para que entendam melhor....
Exemplo 1: No açougue, o quilograma de determinado tipo de carne custa 𝑥 reais. O preço a
pagar 𝑦 é função da quantidade de carne comprada 𝑥. Portanto, se o quilograma de carne custar R$25,00,
a lei da função desta situação será 𝑦 = 25𝑥. Se eu comprar 0,500 quilogramas de carne, pagarei
R$12,50. Observem que, nesse exemplo de função, 𝑥 não pode assumir valores negativos, pois uma
medida de massa nunca é negativa.
Exemplo 2: Em um parque de diversões, os visitantes pagam R$15,00 pelo ingresso e R$3,00
para brincar em cada uma das 20 atrações disponíveis. A quantia 𝑝 gasta pelo visitante depende do
número de atrações 𝑛 que ele escolher e pagar. Podemos representar a relação entre 𝑛 e 𝑝 pela fórmula
𝑝 = 15 + 3𝑛, onde o 𝑛 varia de 0 a 20 atrações. Se eu brincar em 4 brinquedos, eu pagarei R$27,00 no
total para brincar no parque.
Para finalizar a introdução de funções, os alunos devem realizar a lista de exercícios 2, deixada
abaixo.

Lista de Exercícios 2
Funções - 9° Ano do Ensino Fundamental
Professora: Amanda Costa
Aluno: _________________________________________________

1) Numa empresa de transportes, o preço que se paga pelo envio de uma encomenda de até 10 kg
depende do seu peso. A tabela de preços é a seguinte:

Responda em seu caderno.


a) Quanto custará mandar uma encomenda com 750 g?
b) Quanto custará mandar uma encomenda com 3 kg? E uma com 7 kg?
c) Qual das seguintes afirmações está correta?
• O peso é uma função do preço.
• O preço é uma função do peso.

2) Considere a função definida por 𝑦 = 3𝑥 − 1.


a) Complete a tabela a seguir:

b) Qual é a imagem do elemento − 0, 2?


c) Qual é o elemento que tem imagem 14?

3) (Col. Isaac Roldan-Unesp) Na Confeitaria do Céu, quanto maior a encomenda, mais barato
sai cada doce. Veja no gráfico:

Se encomendarmos:
a) 150 doces, qual o preço em reais que vamos pagar?
b) 50 doces, qual o preço em reais de cada doce?
c) 200 doces, qual o preço em reais de cada doce?
d) R$30,00 de doces, daria quantas unidades de doces?

4) Ari dizia um número, e Rui respondia outro usando uma regra que só ele conhecia.
a) Que número deve ser respondido por Rui para ocupar o último quadradinho?
b) Chame de 𝑥 os números ditos por Ari e de 𝑦 os números respondidos por Rui. Escreva
uma expressão matemática que dê y em função de x.

Duração da aula: Dois tempos de 50 min.

Avaliação
A avaliação será feita através da resolução das listas de exercícios 1 e 2, e a partir da participação
das aulas. Essas listas de exercícios são os indicadores de quanto os alunos estão atingindo os objetivos
propostos para as aulas e a partir deles, poderá se realizar uma intervenção no plano de aula, a fim de
conseguir atender o que os objetivos propõe. A introdução de funções será avaliada como a nota de um
teste, equivalente a 30% da nota total. Desse total de 30% da nota, 20% será avaliado a partir da correção
das listas de exercícios e 10% será por participação na sala de aula.

Referências Bibliográficas

ACADEMY, Khan. Variáveis independentes versus dependentes. Disponível em:


https://pt.khanacademy.org/math/algebra/introduction-to-algebra/alg1-dependent-independent/e/depende
nt-and-independent-variables

ANDRINI, Álvaro. VASCONCELLOS, Maria José. Praticando Matemática 9. 3. ed. renovada. – São
Paulo: Editora do Brasil, 2015. – (Coleção praticando matemática; v. 9)

Você também pode gostar