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ponto de fuga
Gabriel Lima Giambastiani
Perspectiva com um
ponto de fuga
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
No século XV, grandes mestres do Renascimento italiano desenvolve-
ram e sistematizaram uma técnica de representação da realidade que
revolucionou a produção artística e técnica a partir de então. Nascia a
perspectiva cônica, ferramenta utilizada para criar em duas dimensões
a ilusão das três dimensões que compõem o espaço físico.
Neste capítulo, você vai conhecer o conceito de perspectiva cônica
e se aprofundar no estudo de uma delas: a perspectiva cônica com um
ponto de fuga. Além disso, vai ver o funcionamento da perspectiva com
um ponto de fuga e os passos necessários para a construção desse tipo
de desenho.
1 Perspectivas cônicas
O desenho é a linguagem dos arquitetos por excelência: é a partir dos registros
gráficos que é expressa tanto a organização diagramática de uma edificação
quanto seu aspecto formal e as relações proporcionais entre os elementos
2 Perspectiva com um ponto de fuga
2 Funcionamento da perspectiva
com um ponto de fuga
A tentativa de representar a realidade de uma maneira gráfica remonta a es-
tágios primitivos de civilização, e se atribui a Filippo Brunelleschi a criação
de um método efetivo para representá-la — a perspectiva cônica —, e a Leon
Perspectiva com um ponto de fuga 7
Battista Alberti sua popularização por meio do livro Della Pittura (ALBERTI,
2014). A partir do século XV, a perspectiva como uma ferramenta para criação
da ilusão de espaço tridimensional em uma superfície bidimensional passa a
integrar o currículo de universidades renascentistas (CURTIS, 2015).
No sistema de Brunelleschi, há dois princípios básicos: o plano de desenho
e o ponto de fixação, que é estabelecido ao se olhar diretamente para a frente,
sendo a linha de visão paralela ao plano base; o plano de desenho é um plano
imaginário perpendicular ao ponto de fixação (Figura 6). As categorias de
perspectivas cônicas variam de acordo com a relação dos eixos principais do
objeto observado com o plano de desenho (CURTIS, 2015).
Essa divisão pode parecer confusa, mas é bastante simples distinguir entre
as três observando exemplos simplificados. Observe na Figura 7 um exemplo
de cada um dos três tipos de perspectiva cônica. A linha pontilhada indica os
eixos que são paralelos ao plano de desenho. Na figura A, um ponto de fuga,
há dois eixos paralelos; na figura B, com dois pontos de fuga, apenas um; e
na figura C, com três pontos de fuga, nenhum dos eixos principais do volume
é paralelo ao plano de desenho.
Figura 7. Exemplos de perspectivas cônicas: (A) um ponto de fuga; (B) dois pontos de fuga;
(C) três pontos de fuga.
Fonte: Ching (2012, p. 121).
plano de desenho. Todas as retas paralelas a esse eixo convergem para o centro
de visão em um único ponto de fuga; por essa razão, esse tipo de perspectiva
cônica também é conhecido como perspectiva paralela (CHING, 2012). A
presença de um único ponto de fuga confere a esse tipo de representação
uma ideia de centralidade, de ponto focal. Em função disso, é bastante útil na
representação de eixos de simetria, pontos focais e espaços internos. Observe
na Figura 8 como a perspectiva de um ponto de fuga pode ser utilizada para
representação na arquitetura de interiores.
Montagem da perspectiva
Para traçar uma perspectiva com um ponto de fuga, o método mais eficiente é o
do ponto diagonal, que permite “[...] obter uma medição de profundidade precisa
diretamente do interior da perspectiva, sem que seja preciso fazer projeções de
uma planta” (CHING, 2012, p. 251). Esse método envolve a criação de uma linha
a 45° do plano de desenho que será utilizada como medida para a profundidade.
Para estabelecer essa linha, a partir do ponto de fuga, criamos uma linha com
o “[...] comprimento igual à profundidade da perspectiva desejada” para cada
Perspectiva com um ponto de fuga 13
lado do desenho (CHING, 2012, p. 251). Nos pontos extremos das linhas, são
traçadas — em planta baixa — as linhas a 45°. Sobre a linha do horizonte,
marcamos os dois pontos diagonais (PDD, direita, e PDE, esquerda). É preciso,
então, desenhar uma elevação ou um corte do que será desenhado, levando em
consideração a altura do observador. Para definir a profundidade, basta ligar
os PDD e PDE aos pontos relevantes da elevação na distância que está sendo
desenhada. A Figura 12, a seguir, ilustra esse procedimento.
Leituras recomendadas
DOYLE, M. E. Desenho a cores: técnicas de desenho de projeto para arquitetos, paisagistas
e designers de interiores. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.
LEGGITT, J. Desenho de arquitetura: técnicas e atalhos que usam tecnologia. Porto
Alegre: Bookman, 2008.
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