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Inventariar os recursos
foi o marco de tudo
MOCAMBIQUE acabava de conquistar a independência e pretendia identificar e desenvolver
recursos humanos e naturais capazes de estimular o progresso do país, num contexto de
enormes dificuldades económicas.
Dentre os recursos minerais existentes, destacava-se o carvão e o gás natural descoberto nos
anos 60 pela Gulf Oil. Feitas várias perfurações, reconheceu-se a necessidade de inventariar e
avaliar os dados existentes sobre os recursos minerais potencialmente existentes no subsolo
de Moçambique.
Foi neste contexto que, em Outubro de 1979, o Presidente Samora Machel nomeou o
Secretário de Estado de Carvão e Hidrocarbonetos, Abdul Magid Osman, para dirigir esta
área chave para Moçambique, e dois anos mais tarde, o governo viria a propor a Lei dos
Petróleos, aprovada a 03 de Outubro de 1981.
Foi esta lei que criou, na mesma data de aprovação, a Hidrocarbonetos de Moçambique, E.E.,
com a missão de levar a cabo as actividades de pesquisa de hidrocarbonetos no País,
desempanhando, simulataneamente, o papel de representante comercial do Estado e o de
Regulador. O primeiro escritório da Hidrocarbonetos de Moçambique foi no segundo andar
do Prédio Montepio, em Maputo.
Fruto de parcerias estratégicas, entre 1981 a meados da década de 1990, foi possível a
realização de 11 furos de avaliação das reservas de gás natural nos campos de Pande e
Temane, que culminou, em 1992, na primeira produção de gás do país para a geração de
energia, a partir do furo Pande 7.
Aquando da sua criação, a instituição era substancialmente pequena e homogênea em
termos de trabalhadores e iniciava o desenvolvimento dos trabalhos de campo em Pande e
Temane, em plena situação de guerra, tendo sido necessária a mobilização de um batalhão
militar para a protecção de equipamentos, vidas humanas e toda a logística do projecto.
Era ainda imperioso que a empresa tivesse, no seu quadro, técnicos formados na área de
geologia de petróleos, geofisica, engenharia de reservatórios e de produção, química, e
gestão, entre outras, e essa capacidade não existia.
Exposta a um contexto complexo, incluindo a guerra dos 16 anos, e dispondo de poucos
meios e recursos, a instituição apostou na formação dos seus recursos humanos e, volvidos
alguns anos, começou a consolidar uma base de capital humano munido de conhecimentos,
técnicas e especialidade na indústria.
Os trabalhos que se seguiram culminaram com a valorização dos recursos descobertos nos
campos de Pande e Temane e, consequentemente, com a atracção de companhias estrangeiras
interessadas em investir na produção de gás natural da região.
Foi assim que, a partir do ano 2000, foram assinados os contratos que culminaram com o
início da produção comercial de Gás Natural e produtos associados nos Campos de Pande e
Temane, abrindo-se, em 2004, uma nova página na indústria moçambicana de gás natural.
Paralelamente, consolidadas as bases necessárias de sustentabilidade, em 1997, a
Hidrocarbonetos de Moçambique, E.E., foi transformada em empresa pública e passou a ter a
actual designação, Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, Empresa Pública.

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