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ENH pretende se tornar


operador nos proximos anos
COMO braco empresarial do Estado nos projectos de petroleo em Mocambique, a ENH tem
estado a planificar as suas intervenções a curto e médio prazo para tornar se operador nos
próximos tempos.
Muitas melhorias foram alcançadas nas várias vertentes da empresa, com destaque para o
contínuo aumento de capital humano com formação superior e crescente exposição nos
projectos da indústria a nível internacional, a evolução de ferramentas de trabalho que
facilitam os processos e fiscalização de procedimentos; a melhoria de condições de trabalho
tanto em relação a escritórios mais evoluidos em termos de espaço e de ambiente, como
também a instalação de sistemas de comunicação e tecnologia mais seguros; o incremento da
participação da ENH em projectos de grande dimensão para o país e a escala mundial; a
implementação de acções planificadas e coordenadas internamente, junto as instituiçoes do
sector e parceiros; e a actualização de instrumentos reguladores para compreensão clara dos
deveres e responsabilidades das áreas da empresa.
Em Abril deste ano, a ENH recebeu a Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade, o que
valida o elevado nível dos intrumentos normativos, procedimentos e práticas da empresa, e é
um critério significativo rumo ao alcance da sua pretensão de ser operador.
Aliada a esta ambição, a ENH está atenta aos desenvolvimentos actuais que ditam as
tendências futuras, inclusive a Agenda de Mudanças Climáticas.
É certo que o vasto potencial petrolífero em terra e no mar de Moçambique terá um papel
transformador na segurança energética nacional, regional e global e no percurso para a
concretização da pretensão de a empresa vir a ser operadora.
Assim, a empresa está desde já a repensar o seu posicionamento vis-à-vis a Agenda de
Mudanças Climáticas.

Mudanças climáticas
e a transição energética
APOS dois anos particularmente marcados pela imprevisibilidade da pandemia da Covid 19,
afirma-se, uma vez mais, que o futuro nunca é um dado adquirido no complexo sistema do
qual os seres humanos fazem parte. O impacto do aquecimento global faz-se notar de forma
alarmante, com consequências negativas a longo prazo para a humanidade.
Para fazer face aos efeitos do aquecimento global, o mundo tem em suas mãos o desafio
ambicioso de mudar os seus hábitos de consumo de energia, o que demandará rápidas e
profundas transformações na actual matriz energética. A transição energética requer que
fontes de energia mais limpas e eficientes substituam as de origem fóssil, em quantidade
suficiente para atender a crescente demanda mundial.
Concretamente relevante para a ENH, a Agenda de Mudanças Climáticas convenciona a
redução e eventual substituição dos combustíveis fosseis para fontes renovaveís de produção
de energia.
Entretanto, considerando o actual panorama energético global, em que as fontes fósseis são
responsáveis por grande parte da demanda, a migração para energias limpas renováveis não
será já amanhã.
De acordo com as Perspectivas de Transição Energética 2021 da DNV – Uma Previsão
Global e Regional para 2025, a contribuição dos combustíveis fósseis na matriz energética
mundial cairá de 80% em 2019 para cerca de 50% em 2050. No entanto, o gás natural terá um
papel dominante no fornecimento de energia até 2050, com 24% do mercado energético
mundial. As renováveis e a energia nuclear irão contribuir num total de 51%, e por fim o
petróleo com 16% do mercado, e o carvão mineral com 9%.
Este último cenário poderá alterar-se pois até 2050, o crescimento populacional mundial dos
actuais 7.7 mil milhões para cerca de 9.2 mil milhões em 2040, o crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB), as políticas governamentais em relação ao crescimento industrial e o
custo de energia poderão determinar a real procura mundial de energia.

O papel do GNL de Moçambique


Moçambique ratificou o Acordo de Paris e alinhou os instrumentos nacionais de gestão
económica e social à Agenda 2030 da ONU, com vista a alcançar os Objectivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Assim, o vector principal para garantir um crescimento económico sustentável do país
consiste, por um lado, na monitização do gás da Bacia do Rovuma, através da produção e
exportação de Gás Natural Liquefeito (LNG) e derivados, e por outro, no aumento das
energias renováveis para o acesso universal à energia.
Por conseguinte, os projectos do Rovuma representam uma oportunidade ímpar para
Moçambique alcançar os ODS da Agenda 2030 da ONU, e um compromisso importante do
país e da ENH, em particular, para com a agenda climática universal.
Considerando que o gás é o fóssil mais limpo, o meio termo hoje passa pela substituição
intensiva do carvão mineral pelo gás natural na produção de energia eléctrica assim como
matéria prima para indústria transformadora, com particular incidência na produção de aço e
ferro e climatização de edifícios. Outra solução passa por reduzir o uso de petróleo na
indústria de refinação e afins através da entrada do gás natural como principal matéria prima
para inúmeros processos desde metanol, amonia, fertilizantes, plásticos, tintas, materiais de
construção.
A produção de hidrogénio e amónia a partir do gás natural e com recurso a tecnologias de
recuperação e armazenamento de carbono; e a introdução e massificação do gás natural
(GNL) no sector dos transportes de passageiros, singulares, pesados, maritimo e na aviação (a
partir de metanol) acompanhando a evolução da electrificação veicular são outras alternativas
de curto e médio prazos.
A longo prazo, as mudanças na demanda de gás natural serão diferentes regionalmente: nos
países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o
consumo diminuirá gradualmente; na Grande China, atingirá o pico no início de 2030; no
subcontinente indiano, a demanda quase triplicará em meados do século. Estes são
selectivamente os mercados para o GNL de Moçambique, com vantagem para a posição
geográfica do país.
Entretanto, cumprindo com a Agenda das Mudanças Climáticas, a ENH continuará a apostar
persistentemente nas parcerias estratégicas, acções, políticas e quadros regulatórios virados
para o desenvolvimento de tecnologias competitivas e eficientes de captura, armazenamento e
reaproveitamento do carbono, mantendo desta forma a relevância dos recursos naturais
geradores de energia de Moçambique na indústria e para o mundo.
Esta abordagem não apenas permitirá a reinvenção da ENH rumo a sua pretensão de se tornar
operador, como também desempenhará um papel fundamental na transição energética global
enaltecendo o papel das reservas de gás natural do país como um parceira chave para o
alcance dos ODS.

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