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Mudanças climáticas
e a transição energética
APOS dois anos particularmente marcados pela imprevisibilidade da pandemia da Covid 19,
afirma-se, uma vez mais, que o futuro nunca é um dado adquirido no complexo sistema do
qual os seres humanos fazem parte. O impacto do aquecimento global faz-se notar de forma
alarmante, com consequências negativas a longo prazo para a humanidade.
Para fazer face aos efeitos do aquecimento global, o mundo tem em suas mãos o desafio
ambicioso de mudar os seus hábitos de consumo de energia, o que demandará rápidas e
profundas transformações na actual matriz energética. A transição energética requer que
fontes de energia mais limpas e eficientes substituam as de origem fóssil, em quantidade
suficiente para atender a crescente demanda mundial.
Concretamente relevante para a ENH, a Agenda de Mudanças Climáticas convenciona a
redução e eventual substituição dos combustíveis fosseis para fontes renovaveís de produção
de energia.
Entretanto, considerando o actual panorama energético global, em que as fontes fósseis são
responsáveis por grande parte da demanda, a migração para energias limpas renováveis não
será já amanhã.
De acordo com as Perspectivas de Transição Energética 2021 da DNV – Uma Previsão
Global e Regional para 2025, a contribuição dos combustíveis fósseis na matriz energética
mundial cairá de 80% em 2019 para cerca de 50% em 2050. No entanto, o gás natural terá um
papel dominante no fornecimento de energia até 2050, com 24% do mercado energético
mundial. As renováveis e a energia nuclear irão contribuir num total de 51%, e por fim o
petróleo com 16% do mercado, e o carvão mineral com 9%.
Este último cenário poderá alterar-se pois até 2050, o crescimento populacional mundial dos
actuais 7.7 mil milhões para cerca de 9.2 mil milhões em 2040, o crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB), as políticas governamentais em relação ao crescimento industrial e o
custo de energia poderão determinar a real procura mundial de energia.