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João Marcos Gomes Teodoro

aluno.joao.teodoro@doctum.edu.br

BURACO DO RATO - ANÁLISE SOBRE O DOCUMENTÁRIO

O trabalho busca análisar os acontecimentos apresentados durante o documentário


“BURACO DO RATO - UM FILME SOBRE A VALE.SA”, bem como a visão geral do
autor deste trabalho.

DOCTUM - MINAS GERAIS


2023
INÍCIO DA MINERAÇÃO NO BRASIL

A mineração no Brasil teve início durante o período colonial. Quando os


portugueses chegaram ao país em 1500, descobriram que a região era rica em
minerais preciosos, como ouro e prata. O primeiro grande ciclo de mineração ocorreu
no século XVIII, na região de Minas Gerais, com a descoberta de jazidas de ouro.
Desde esse tempo a mineração tinha como principal objetivo a exportação para países
de “primeiro mundo”,
Inicialmente, a exploração mineral era realizada de forma precária e informal,
com garimpeiros e exploradores independentes. No entanto, à medida que a produção
de ouro aumentava, o governo português decidiu estabelecer um controle mais efetivo
sobre a mineração e obter maiores lucros. Em 1702, foi criada a Intendência das Minas,
responsável por fiscalizar e regular a atividade mineradora.
A exploração então se desenvolveu, portanto foram atraídos um grande número
de pessoas para a região, incluindo escravos africanos, portugueses e brasileiros de
diversas origens. As cidades cresceram rapidamente em torno das áreas de mineração,
como Ouro Preto, Mariana e São João del Rei.
No final do século XVIII, o esgotamento das jazidas de ouro e o declínio da
produção resultaram em uma crise na mineração. No entanto, em meados do século
XIX, foi descoberta a presença de grandes reservas de minério de ferro em Minas
Gerais. Isso impulsionou um novo ciclo de mineração no Brasil, dessa vez voltado para
o minério de ferro.
Atualmente, a mineração é uma atividade econômica importante no Brasil, com a
extração de minerais diversos, como ferro, bauxita, nióbio, ouro, entre outros. Grandes
empresas, como a Vale S.A., desempenham um papel significativo na indústria
mineradora.

MINERAÇÃO DURANTE A NOVA REPÚBLICA

Durante a republica velha, o governo buscou incentivar a mineração e atrair


investimentos estrangeiros para o setor. Foram estabelecidas políticas e legislações
para regulamentar a atividade, oferecer concessões de mineração e incentivos fiscais,
visando impulsionar a exploração mineral e promover o desenvolvimento econômico do
país. Empresas estrangeiras, principalmente de origem britânica, começaram a investir
na exploração e na infraestrutura necessária para a atividade mineradora.
A expansão da rede ferroviária foi uma das medidas tomadas para facilitar o
transporte dos minérios das áreas de mineração para os portos. Grandes
empreendimentos ferroviários, como a Estrada de Ferro Vitória a Minas, a Estrada de
Ferro Carajás e a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, foram construídos para
impulsionar o escoamento dos minérios.
A partir de 1930, com o fim da República Velha e a ascensão de Getúlio Vargas
ao poder, ocorreram mudanças significativas nas políticas de mineração, com a
implementação de medidas de controle e regulamentação mais efetivas. No entanto,
essas transformações já ultrapassam o período da República Velha.

MINERAÇÃO DURANTE A ERA VARGAS

Getúlio Vargas implementou uma série de políticas voltadas para o


desenvolvimento da indústria e da infraestrutura nacional, incluindo o setor de
mineração. O governo buscou promover a industrialização do país, incentivando a
exploração e o beneficiamento dos recursos minerais brasileiros.
Uma das principais iniciativas nesse período foi a criação do Departamento
Nacional de Produção Mineral (DNPM) em 1934, que tinha a função de fiscalizar,
regular, e controlar as atividades que envolviam mineração no país naquele período.
Foi estabelecido normas e regras para a concessão de direitos de mineração, a
exploração dos recursos minerais e a gestão dos rejeitos.
Outra ação importante foi a criação da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) em
1942. A CVRD teve um papel fundamental no desenvolvimento da indústria de
mineração do Brasil, especialmente na exploração do minério de ferro. A empresa
recebeu concessões e investiu em infraestrutura, como ferrovias e portos, para escoar
a produção de minério.
Vale ressaltar que nesse período o governo buscou garantir maior controle sobre
a riqueza gerada pela mineração. Medidas foram tomadas para aumentar a
arrecadação de impostos e royalties sobre a atividade. Era necessário essa
arrecadação para que o governo financiasse programas sociais, já que naquele tempo
os trabalhadores e a sociedade em geral não tinham nenhum acesso a saúde,
educação, lazer, aposentadoria, entre outros.

MINERAÇÃO APÓS A CONSTITUIÇÃO DE 1988

A partir da Constituição de 1988, foram elaboradas leis e regulamentos


específicos para regulamentar a mineração no Brasil. Destaca-se a Lei nº 9.985/2000,
que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e estabeleceu
diretrizes para a proteção das áreas de interesse mineral em unidades de conservação.
As diretrizes tem como foco principal preservar e conservar a diversidade
biológica, proteger os recursos naturais e promover o desenvolvimento sustentável.
Sempre que houver a mineração deve-se conciliar a presença humana com a
conservação ambiental.
Na mineração, deve-se conservar e preservar a diversidade biológica; criar
unidades de conservação, para que se equilibre o meio ambiente; Plano de manejo;
Comprensação ambiental; Fiscalizar e controlar.

PRIVATIZAÇÃO DA VALE

A decisão de privatizar a empresa foi tomada pelo governo brasileiro como parte
de um programa mais amplo de privatizações e abertura econômica.
O processo de privatização da Vale teve início em 1997, durante o governo de
Fernando Henrique Cardoso. O objetivo era atrair investimentos privados para
modernizar e expandir as operações da empresa, tornando-a mais competitiva no
mercado internacional.
A empresa Companhia Vale do Rio Doce foi adquirida por um consórcio liderado
pela empresa brasileira Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e pelo grupo japonês
Mitsui. O consórcio venceu o leilão com uma oferta de cerca de US$ 3,3 bilhões.
O valor de arremate é considerado abaixo do valor real da empresa, o resultado
do pregão foi o prejuízo para o patrimônio público.
Durante esse procedimento, faltou transparência por parte dos governantes, já
que houve dano ao erario, e perca de patrimonio do estado, já que com o valor
arrecadado com a privatização não seria possivel adquirir bens para repor o patrimonio
passado à gestão privada.
A empresa após a sua privatização não trabalha para o bem da população,
existem diversos relatos de expulsão de pessoas de suas moradias por parte da
empresa visando o lucro da mesma, violencia contra ativistas, como membros de
trabalhadores sem (terra MTST), quilombolas, indígenas entre outro.
Diversas pessoas foram aliciadas a aceitarem que membros de sua família, que
vieram a falecer após acidentes envolvendo as linhas de ferro, contrariando de que
provavelmente seria inseguro a presença das ferrovias naqulas comunidades.
CONCLUSÃO

Na sua criação, a Vale tinha o objetivo de desenvolvimento industrial e social do


país, naquele tempo diversos avanços haviam ocorrido e ocorriam nas áreas de
educação, saúde, economia, previdência etc, após a sua privatização, a empresa
passou a atender apenas os interesses dos acionistas da empresa, foi deixado de lado
o bem estar da sociedade, pensamentos de que deve-se maximizar ao máximo os
lucros, mesmo em detrimento do não próximo, já que a maior parte dos acionistas
provavelmente nem entrarão em contato ou serão afetado pelos crimes cometidos pela
empresa.
A empresa costumava ser uma solução para as demandas da sociedade,
atualmente é um dos problemas que a sociedade deve enfrentar.

REFERÊNCIAS

https://www.youtube.com/watch?v=3-YAU_Ar8Xg
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/mineracao-no-brasil-colonial.htm
https://www.brasildefato.com.br/2022/05/06/privatizacao-da-vale-25-anos-lucros-e-
crimes-cometidos-evidenciam-mau-negocio-para-o-
pais#:~:text=H%C3%A1%20exatamente%2025%20anos%2C%20num,R%24%203%2
C3%20bilh%C3%B5es.
https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/14057/2/Privatizacao%20da%20Vale
%20do%20Rio%20Doce_o%20estado%20no%20lugar%20certo_P_BD.PDF

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