Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DE ROTAÇÃO CONTÍNUA
Piracicaba
2016
HUMBERTO RAMAH MENEZES DE MATOS
ROTAÇÃO CONTÍNUA
___________________________
Assinatura do Orientador
Piracicaba
2016
AGRADECIMENTOS
Ao Dr. Prof. Caio Cezar Randi Ferraz, pela orientação, ensinamentos tanto
Odontologia de Piracicaba, Dr. Prof. Alexandre Augusto Zaia, Dr. Prof. José Flávio
Affonso de Almeida, Dra. Profa. Brenda Paula Figueiredo de Almeida Gomes, e Dra.
Profa. Adriana de Jesus Soares por todos os ensinamentos durante o curso tanto para carreira
Aos Dr. Prof. Fabio de Almeida Gomes e Dr. Prof. Claudio Maniglia Ferreira que
Ao Dr. Prof. Aldo Angelim Dias, amigo e orientador desde minha graduação, o qual
sempre é muito acessível, gentil e atencioso, diversas vezes prestando preciosas orientações,
como um irmão.
Às amigas Maria Helídia Neves Pereira e Janaína Leite por todo amizade, carinho,
carreira de cirurgião dentista. Em especial meus irmãos Príscila, Polianny e Ramon que
A minha namorada Luanni Belmino Mastroianni e sua família, que sempre apoiaram
sempre uma grande amiga, sempre a espera do meu retorno para casa com amor e felicidade.
Aos meus Familiares que sempre desejaram meu sucesso, vitória profissional,
Ao meu filho Pedro Manhães Pessoa Menezes de Matos que com todo seu amor,
fidelidade e compreensão, mesmo sendo criança, sempre entendeu os motivos das viagens e
com um grande sorriso nos rosto comparecia me aguardando retorna para nossa residência.
Matos que sempre apoiou todos meus sonhos, carreira, evolução e conquistas, sem jamais
recusar apoio financeiro e espiritual durante toda essa jornada. Sendo um importante exemplo
Key-Words: Root canal therapy; Root canal instrumentation; Root canal; Endodontics.
Sumário
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................10
2. REVISÃO DA LITERATURA....................................................................................13
2.1. Liga de Níquel-titânio.....................................................................................................13
2.2. Movimento Rotatório Contínuo Mecanizado..............................................................17
2.3. Movimento Reciprocante Mecanizado.........................................................................20
2.4. Fratura Cíclica...............................................................................................................24
3. PROPOSIÇÃO...............................................................................................................30
4. MATERIAL E MÉTODOS..........................................................................................31
4.1. Seleção dos Instrumentos Endodônticos e Divisão dos Grupos
Experimentais.............................................................................................................31
4.2. Confecção do dispositivo para teste de resistência......................................................33
4.3. Teste de Resistência a Fadiga........................................................................................35
4.4. Avaliação do padrão de fratura através de Microscópica
Eletrônica de Varredura...........................................................................................36
4.5. Avaliação do padrão dos comprimentos dos fragmentos das limas..........................37
5. RESULTADOS..............................................................................................................38
6. DISCUSSÃO....................................................................................................................47
7. CONCLUSÃO..................................................................................................................52
REFERÊNCIAS
10
1 Introdução
& Gao 2012). Contudo, falhas com este sistema começaram a ser evidenciadas, como
elevado índice de fraturas (Prichard, 2012; Sattapan, 2000; Pruett et al., 1997).
Yared (2008) propôs uma técnica de preparo que reduz o tempo clínico,
causa menor tensão na lima e utiliza apenas um instrumento rotatório. O autor utilizou
na técnica uma lima F2 do sistema ProTaper em um motor elétrico que permitia o
instrumento rotacionar 144° no sentido horário, cortando a dentina e avançar no interior
do canal radicular, e no sentido anti-horário realizar um alívio da ponta recuando 72°,
evitando o parafusamento do mesmo, até realizar uma volta completa após cinco
rotações.
2 Revisão de Literatura
desvios de trajetória, e retificar canais radiculares curvos (Weiger et al., 2002; Versiani
et al., 2011; Bergmans et al., 2003; Deplazes et al., 2001; Kurnet et al., 2010).
estatisticamente diferentes (Pruett et al, 1997; Serene et al., 1994; Luebke et al. 1995;
Haikel et al., 1991). Durante o preparo biomecânico os instrumentos estão sujeitos a
áreas de tensão e compressão, principalmente na porção curva do canal radicular,
gerando deformações. Não obstante, limas em aço inoxidável sofrem deformação com o
uso e quando sofrem grande estresse possibilita a visualização e descarte, evitando
assim a fratura no interior do canal radicular. Enquanto as limas de NiTi pela
superelasticidade não apresentam deformações visíveis geradas pelo estresse, assim com
a utilização constante a fratura do instrumento durante o tratamento pode ocorrer
(Pruett et al, 1997; Walia et al., 1988; Serene et al., 1994).
cristais em fase austensita, resultando em limas mais flexíveis e com maior resistência a
fratura cíclica e por torsão. Em razão da quantidade de martensita, que não se submetem
a transformação em austensita, a liga apresenta uma microestrutura mais fortalecida que
a liga de NiTi tradicional que possui apenas cristais de austensita (Bürklein et al., 2014;
Alapati et al., 2009; Gutmann & Gao 2012).
Outro tratamento recente na liga de NiTi vem sendo bastante utilizado pelos
fabricantes de limas, denominado de “Control-Memory wire” (liga de controle de
memória). As limas fabricadas com essa alteração de liga de NiTi apresentam grande
flexibilidade e ausência de memória elástica, permitindo assim o pré-curvamento do
instrumento e um melhor desempenho no preparo de canais radiculares com curvaturas
acentuadas (Gambarani et al., 2011; capa et al., 2011; Elgnaghy, 2014). Limas
fabricadas com essa liga possuem percentual de Níquel menor (52%) que as limas
fabricadas com liga de NiTi tradicional (54%), tal alteração resulta na característica
citadas anteriormente. Limas fabricadas com esta liga são a HyFlex (Coltene, Ohio,
USA) e a ProDesign Logic (Easy, Belo Horizonte, Brazil).
De acordo com diversos autores (Maendel et al 1999, Baumman & Roth, 1999,
Yared et al., 1999) os fatores predominantes da fratura do instrumento são:
25
1 apresentou valores estatisticamente maiores que o grupo 2, sendo este melhor que os
demais, e não houve diferença estatística entre os grupos 3 e 4.
acordo com a cinemática utilizada (G1: movimento reciprocante com 150° anti-horário
e 30° anti-horário; G2: cinemática reciprocante com 270° anti-horário e 30° horário;
G3: movimento reciprocante de 360° anti-horário e 30° horário; e G4: rotação contínua
em 360° no sentido anti-horário), com velocidade constante de 300 RPM.
3 Proposição:
4 Materiais e Métodos
A lima Reciproc R25 (VDW) foi utilizada como grupo controle apenas na
resistência à fratura cíclica presentes na literatura. Além disso, suas espiras são voltadas
Os tubos que simulam canais radiculares foram fabricado em aço inox com
medidas de 1,04 milímetros de diâmetro interno, comprimento total de 20 milímetros, e
raio de curvatura de 6 milímetros. A porção curva do dispositivo terá 9,4 milímetros e a
porção retilínea de 10,6 milímetros, sendo um tudo com angulação de 30º e outro de 45º
em relação a superfície côncava da curvatura dos tubos, valores determinados por
Schneider, 1971. Assim, os grupos de instrumentos endodônticos testados foram
subdivididos em quatro grupos cada, de acordo com a angulação e cinemática utilizada
no acionamento dos mesmos.
A figura 2 demonstra segundo Pruett (1997) e Schneider (1971) como se
determina o ângulo de curvatura e o raio.
34
C D
Figura 2: Ilustração da metodologia utilizada por Schneider para determinar o ângulo de curvatura (A e
B). O raio da curvatura é descrito pela metodologia de Pruett (C e D).
Tabela 3: Valores recomendados pelos fabricantes de Velocidade e Torque para cinemática das limas em
rotação contínua.
Um óleo sintético (White Lub multiuso, São Paulo, Brasil) foi utilizado para
reduzir a fricção do instrumento endodôntico ao metal, como utilizado semelhante a
outros estudos (Gambarani et al., 2012; Alapati et al., 2009; Higuera et al., 2015).
Todas as limas foram acionadas até que ocorresse a fratura visual das
mesmas, sendo o tempo entre o início de funcionamento até a fratura de cada
instrumento registrados através de um cronômetro 1/100 segundos e tabulados, sendo
registrado por apenas um avaliador. O número de ciclos para fratura foram calculados
pela fórmula matemática: NCF= tempo (segundos) x velocidade de rotação/ 60.
Os dados foram avaliados através da análise de variância a um fator
(ANOVA) e seguido do teste de Newman-Keuls Multiple Comparison em um software
(SPSS for Windows 20.0, Chicago, USA) e o nível de significância foi ajustado para um
nível de confiança de 95%.
Figura 3: Representação da metodologia utilizada para medir os fragmentos das limas após os
testes.
38
5 Resultados
Através da metodologia proposta neste estudo de resistência à fadiga cíclica
foi possível verificar que houve diferença estatística dos resultados. A análise revelou
que as limas do sistema Logic apresentaram melhores valores de resistência quando
comparada as demais em cinemática de rotação contínua, tanto em 30°, fraturando em
média após 1338 ciclos (DP= 434), como em 45°, média de fratura após 381 ciclos
(DP= 170) (Gráficos 1 e 2) (p<0,05).
2000
1800
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
MTWO HERO PTX2 LOGIC *
Gráfico 1: Valores médios do número de ciclos necessários para fratura dos instrumentos quando acionados em
rotação contínua com angulação de 30°. As barras representam os desvios padrões. O asterisco (*) representa o grupo
que apresentou diferença estatisticamente significante (p<0,05).
600
500
400
300
200
100
0
MTWO HERO PTX2 LOGIC *
Gráfico 2: Valores médios da quantidade de ciclos necessários para fatura das limas endodônticas em teste quando
ativadas em rotação contínua em angulação de 45°. As barras representam os desvios padrões. O asterisco (*)
representa o grupo que apresentou diferença estatisticamente significante (p<0,05).
39
2000
1800
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
MTWO HERO PTX2 LOGIC
30° 45°
Gráfico 3: Comparação dos valores médios da quantidade de ciclos dos instrumentos quando acionados em
cinemática de rotação contínua entre as angulações usadas na metodologia. As barras representam os desvios padrões.
4500
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
MTWO HERO PTX2 LOGIC R25
Gráfico 4: Valores médios do número de ciclos necessários para fratura dos instrumentos quando acionados em
cinemática reciprocante com angulação de 30°. As barras representam os desvios padrões.
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
MTWO HERO PTX2 LOGIC* R25
Gráfico 5: Valores médios da quantidade de ciclos necessários para fratura das limas endodônticas em teste quando
ativadas em cinemática reciprocante com angulação de 45°. As barras representam os desvios padrões. O asterisco (*)
representa o grupo que apresentou diferença estatisticamente significante (p<0,05).
41
4500
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
MTWO HERO PTX2 LOGIC R25
30° 45°
Gráfico 6: Comparação dos valores médios da quantidade de ciclos dos instrumentos quando acionados em
cinemática reciprocante entre as angulações usadas na metodologia. As barras representam os desvios padrões.
4500
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
MTWO HERO PTX2 LOGIC R25
Rotatório Reciprocante
Gráfico 7: Comparação dos valores médios por segundos das duas cinemáticas com ângulo de curvatura de 30°. As
barras representam os desvios padrões.
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
MTWO HERO PTX2 LOGIC * R25
Rotatório Reciprocante
Gráfico 8: Comparação dos valores médios por segundos das duas cinemáticas com ângulo de curvatura de 45°. As
barras representam os desvios padrões. O asterisco (*) representa o grupo que apresentou diferença estatisticamente
significante (p<0,05).
C D
E F
G H
Figura 4: Microscópico Eletrônico de Varredura das fraturas em Rotação contínua(A-H). Notou-se a formação de covas mais
profundas (setas pretas) nos instrumentais Hero (A e B), Protaper Next (C e D). Nos instrumentos MTwo (E e F) e Logic (G e H)
observou-se covas mais rasas (setas azuis) próximo as bordas das fraturas. As setas vermelhas mostram as estrias presentes nos
instrumentos Hero, ProTaper NEXT, e MTwo.
A B 45
C D
E F
G H
I J
Figura 5: Microscópico Eletrônico de Varredura das fraturas em Movimento Reciprocante (A-J). Verifica-se a formação de covas
mais profundas (setas pretas) nos instrumentais Hero (A e B), Protaper Next (C e D), e Reciproc (I e J) próximos nas bordas dos
fragmentos, observando formação de estrias claras (seta vermelha) nos instrumentos Hero (A). Nos instrumentos MTwo (E e F) e
Logic (G e H) observou-se covas mais rasas (setas azuis) próximo as bordas das fraturas.
46
Tabela 4: Médias dos fragmentos medidos em milímetros após os testes de fadiga cíclica.
6 Discussão
7 Conclusão
Referências
19. Ferraz CC, Gomes NV, Gomes BP, Zaia AA, Teixeira FB,
Souza-Filho FJ. Apical extrusion of debris and irrigants using two hand and
three engine-driven instrumentation techniques. Int Endod J. 2001; 34: 354–8.
31. Ha JH, Kim SR, Versluis A, Cheung GS, Kim JW, Kim
HC. Elastic limits in torsion of reciprocating nickel-titanium instruments. J
Endod. 2015;41(5):715-9.
35. Hwang YH, Bae KS, Baek SH, Kum KY, Lee W, Shon
WJ, Chang SW. Shaping ability of the conventional nickel-titanium and
reciprocating nickel-titanium file systems: a comparative study using micro-
computed tomography. J Endod. 2014 ;40(8):1186-9.
38. Kim HC, Kwak S, Cheung GS, Ko DH, Chung S & Lee
W. Cyclic fatigue and torsional resistance of two new nickel-titanium
instruments used in reciprocation motion: Reciproc versus WaveOne. J Endod.
2012; 38(4): 541-544.
57
39. Kim JW, Ha JH, Cheung GS, Versluis A, Kwak SW, Kim
HC. Safety of the factory preset rotation angle of reciprocating instruments. J
Endod. 2014; 40, 1671–5.
40. Kim, HC, Kwak, SW, Gary Cheung, GSP, Ko, DH,
Chung, SM, Lee, WC. Cyclic Fatigue and Torsional Resistance of Two New
Nickel-titanium Instruments Used in Reciprocation Motion: Reciproc Versus
WaveOne. J Endod. 2012; 38(4): 541-544.
41. Kuhn WG, Carnes DL Jr, Clement DJ, Walker WA 3rd.
Effect of tip design of nickel-titanium and stainless steel files on root canal
preparation. J Endod. 1997; 23: 735–8.
43. Lim YJ, Park SJ, Kim HC, Min KS. Comparison of the
centering ability of Wave·One and Reciproc nickel-titanium instruments in
simulated curved canals. Restor Dent Endod. 2013; 38(1):21-5.
44. Lopes HP, Ferreira AA, Elias CN, Moreira EJ, de Oliveira
JC, Siqueira JF Jr. Influence of rotational speed on the cyclic fatigue of rotary
nickel-titanium endodontic instruments. J Endod. 2009; 35(7):1013-6.
81. Schilder H. Cleaning and shaping the root canal. Dent Clin
North Am. 1974; 18: 269–96
82. Schneider SW. A comparison of canal preparations in
straight and curved root canals. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 1971;
32(2):271–5.
83. Shen Y, Zhou HM, Zheng YF, Peng B, Haapasalo M.
Current challenges and concepts of the thermomechanical treatment of nickel-
titanium instruments. J Endod. 2013; 39 (2):163-72.
84. Shen Y1, Zhou HM, Zheng YF, Campbell L, Peng
B, Haapasalo M. Metallurgical characterization of controlled memory wire
nickel-titanium rotary instruments. J Endod. 2011; 37(11): 1566-71.
85. Thompson, NM. Development of a novel canal
preparation technique using the torsional fatigue profile of the ProTaper™ F2
rotatory instrument. Toronto: Dissertação de Mestrado (University of Toronto).
2006.
101. You SY, Bae KS, Baek SH, Kum KY, Shon WJ, Lee W.
Lifespan of one nickel-titanium rotary file with reciprocating motion in curved
root canals. J Endod. 2010 Dec;36(12):1991-4.
63