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“Sonhe com o que você quiser. Vá para onde você queira ir.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida
e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades
para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E
esperança suficiente para fazê-la feliz."
Clarice Lispector
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Resumo:
Com o objetivo de acrescentar dados ao estudo prévio que sugeriu a existência de
potencial osteogênico da Chalcona em feridas críticas de calota craniana de ratos,
este estudo foi conduzido para observar a possibilidade do reparo completo da ferida
crítica no mesmo modelo de estudo. Com esta finalidade foram realizadas feridas
críticas de 5mm de diâmetro, no osso parietal direito de 20 ratos fêmeas. Dentre estas,
10 foram tratadas com aplicação única de Chalcona sintética (grupo experimental) e
as outras 10 feridas não foram tratadas (grupo controle). Após 48 dias os ratos foram
sacrificados para posterior confecção das lâminas para análise em microscopia de luz
transmitida da área da ferida craniana, a fim de se observar a morfologia tecidual. Na
análise microscópica, o grupo tratado com Chalcona mostrou em 9 feridas reparo total
e em um caso uma pequena área remanescente da ferida. No grupo controle o reparo
não foi significativo em todas as feridas. Os dados obtidos permitiram concluir que a
Chalcona possui potencial osteogênico capaz de promover o reparo total de feridas
críticas. Entretanto é necessário mais estudos com a finalidade de indicar seu uso
clínico.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 07
2 REVISAO DE LITERATURA.................................................................. 08
3 MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................... 20
3.1 PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS.................................................... 20
3.2 PROCEDIMENTOS HISTOLÓGICOS................................................ 21
3.3 ANÁLISE QUANTITATIVA................................................................. 21
3.4 ANÁLISE QUALITATIVA.................................................................... 22
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS............................................... 23
5 DISCUSSÃO.......................................................................................... 27
6 CONCLUSÃO........................................................................................ 32
7 REFERÊNCIAS .................................................................................... 33
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1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
não é conhecido e que por isto, estudos realizados com este modelo,
comparando o comportamento celular osteoblástico e de osteócitos, podem
proporcionar dados importantes para a pesquisa clínica sobre reparo ósseo.
Neste modelo estudaram o reparo em feridas críticas (8,8mm diâmetro) e não-
críticas (3,8mm diâmetro), em calota craniana de ratos e observaram que a
formação de osso reparador cessa dentro de 24 semanas em ambas as feridas
(críticas e não-críticas), ou seja, osteoblastos e osteócitos cessam a formação
óssea, bem como a diferenciação dos osteoblastos de células progenitoras.
Além disso, a reparação óssea procede do periósteo, localizado em ambos os
lados do osso parietal, mas não a partir da superfície do rebordo ósseo ao
redor do defeito original.
Intini et al. (2008) usou 25 ratos que foram divididos em cinco grupos,
cujas feridas críticas foram tratadas com: osso descalcificado e liofilizado
(DFDBA); proteínas derivadas de matriz de esmalte (EMD); rhBMP-2 carregado
em colágeno (controle positivo); sem nenhum material implantado (controle
negativo); e um grupo com a calota intacta. Todos os animais foram
sacrificados 8 semanas após a cirurgia e as feridas avaliadas
microscopicamente. O grupo negativo e o grupo EMD não mostraram formação
óssea no centro do buraco, mas mostraram reparação na margem da ferida.
No grupo DFDBA, grãos do DFDBA ainda estavam presentes na oitava
semana, e uma pequena quantidade de osteoindução foi vista no centro do
defeito. Diferente do rhBMP-2 que mostrou regeneração óssea por todo o
buraco, o DFDBA e EMD mostraram ter uma habilidade limitada para formar
osso, não sendo portanto, efetivos na regeneração óssea.
KHOJASTEH; ESLAMINEJAD; NAZARIAN (2008) estudaram o efeito
das células tronco mesenquimais derivadas de medula óssea (MSCs) na
regeneração óssea e comparam com o plasma rico em plaquetas (PRP),
quando usados juntamente com osso natural mineral (Bio-Oss) e B-TCP
(Kasios), no reparo de feridas críticas de 5 mm de diâmetro em calota craniana
de 22 ratos adultos machos, divididos em dois grupos. No grupo 1 foram feitas
duas feridas críticas, sendo adicionado o Bio-Oss+PRP em uma ferida e na
outra Bio-Oss+ células tronco mesenquimais. No segundo grupo, foi usado o
Kasios como substituto do Bio-Oss. Os ratos foram sacrificados 6 semanas
após a cirurgia e a regeneração óssea avaliada histologicamente e
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3 MATERIAIS E MÉTODOS
Figura1: Programa Image Tool. Ferida crítica com 5mm de diâmetro e sua conversão
para pixels.
*
*
BB
Fig 2.- Macrofotografia da ferida do grupo controle (A) e experimental (B), escala em
mm. Observar o fechamento completo da ferida (asterisco) tratada com chalcona (B).
Fig. 3.- Gráfico das médias da área de ferida em mm². Observar que os valores
médios das áreas das feridas críticas do grupo controle (2) e das feridas originais (1)
sâo significantemente maiores que do grupo experimental (3).
A
Comparando os valores médios iniciais da área da ferida crítica
(18.413,00mm2) e os valores observados no grupo controle (18,078,00 mm2)
observou-se que houve um reparo espontâneo porém insignificante no grupo
controle.
As análises histológicas mostraram que o reparo nas feridas tratadas
com Chalcona foi com tecido ósseo de aparência esponjosa em toda sua
extensão (Fig 4), nas feridas controle se observou a presença de tecido
conjuntivo denso preenchendo o espaço da ferida (Fig. 5).
OSSO PRIMÁRIO
Fig 7.- Área de osso de reparo do grupo experimental. Coloração H.E. Aumento no
original 20x. Observar o englobamento dos corpúsculos esferoidais (setas) pela matriz
óssea secretada pelos osteoblastos
Fig 8.- Magnificação maior (40x) das inclusões observadas na área inferior direita da
figura 7.
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DISCUSSÃO
possamos obter respostas mais efetivas, pois neste estudo utilizamos o gel de
Chalcona em vaselina somente na concentração de 10%.
Honma et al. (2008), relataram que tanto as feridas críticas como as não
críticas, em calota craniana de ratos, a neoformação óssea durante o reparo
cessa dentro de 24 semanas e que o reparo ocorre da superfície do periósteo e
não a partir dos bordos da ferida. Nossos resultados concordam com o fato de
que a ferida crítica não tem reparo espontâneo e que embora tenha ocorrido
uma diminuição da área da ferida, esta não foi significante. Por outro lado, em
nenhum dos casos foi observado indícios de reparo a partir do periósteo, pois
não encontramos osteogênese no centro da ferida. Isto nos sugere que o
fechamento da ferida 48 dias após aplicação única de gel de Chalcona, ocorreu
da periferia para o centro da ferida, discordando dos dados de Honna et al.
(2008).
Por outro lado, nossos resultados nos permitem sugerir que a Chalcona
pode ter uma performance medicamentosa semelhante ao fator de crescimento
osteogênico mais conhecido, a ponto de este fator ser utilizado como controle
positivo em estudos como os de Intini et al. (2008), que relataram reparo total
em 8 semanas nas feridas tratadas com rhBMP-2. Cabe salientar que o reparo
total que obtivemos foi 48 dias após aplicação da Chalcona.
O uso de células tronco mesenquimais (Khojasteh, Eslaminejad e
Nazarian, 2008), isoladas ou em combinação com biomateriais como o Bio-Oss
(osso liofilizado), tem também mostrado um sucesso maior na indução de
reparo ósseo, entretanto devemos salientar que, assim como os fatores de
crescimento, sua obtenção para posterior utilização numa formulação
medicamentosa, é muito dispendiosa inviabilizando seu uso em programas de
saúde coletiva quando comparadas a moléculas bioativas de plantas
medicinais como é caso da Chalcona usado neste estudo.
Durante o reparo de feridas críticas, promovidas pelo implante de osso
autógeno e osso bovino desmineralizado, Oliveira et al. (2008) mostraram que
o osso bovino desmineralizado, 21 dias após, é substituído por tecido fibrótico
e que em períodos posteriores (90 dias) o reparo é incompleto. Cabe salientar
que em nosso estudo encontramos a permanência de tecido fibrótico somente
nas feridas não tratadas e o mecanismo de reparo induzido pela aplicação de
Chalcona permitiu o reparo total em 48 dias, indicando uma atividade indutora
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6 CONCLUSÃO
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GÓMEZ, G. et al. Effect of FGF and Polylactide Scaffolds on Calvarial Bone Healing
with Growth Factor on Biodegradable Polymer Scaffolds. Journal of Cranio-
Maxillofacial Surgery, Madri, v.17, n.5, 935-942, Sept. 2006.
HONMA, T. et al. Bone Formation in Rat Calvaria Ceases Within a Limited Period
Regardless of Completion of Defect Repair. Oral dis., Houndmills, v.14, n.5, p.457-
464, July 2008.
Lipopolysaccharide-treated RAW 264.7 Cells. Biol. pharm. bull., Tokyo, v. 30, n.8,
p.1450- 455, 2007.