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2022-2023
Sumário
1. Traumatismo na criança
2. A criança imobilizada
Distensão (tendão)
Entorse (ligamento)
Luxação (articulação)
Lesão traumática – Fratura óssea
Normal Transversa Oblíqua Espiral Cominutiva Avulsão Compressão Linear Ramo verde
Traumatismo na criança
Epidemiologia do trauma na infância
Sinais de alarme
- Planear a alta
- Realização de visitas domiciliárias de enfermagem
- Providenciar informação oral e escrita à família de acordo com a
idade/desenvolvimento da criança
- Implementação de programas de saúde escolar, ajustados aos diferentes grupos
etários
- Enfatizar a necessidade de utilização de equipamento de proteção e sistema de
retenção aquando do uso de veículos (bicicletas, moto, carro)
A criança imobilizada
Imobilização
- Tratar dor
- Determinar o mecanismo de lesão
- Avaliar presença dos 6 “P” [sinais de isquémia] para despiste de síndrome compartimental
- Mobilizar a região lesionada o menos possível
- Se ferida presente, cobrir com compressa estéril
- Imobilizar o membro, incluindo as articulações acima e abaixo da fratura (não reduzir ou
tentar empurrar o osso que apresente protusão sob a pele)
Gesso
- Serve para estabilizar fraturas ósseas ou para manter o alinhamento após cirurgia
- Diferentes tipos de imobilização:
- Extremidade superior - estabilizar o punho e cotovelo
- Extremidade inferior – Estabilizar articulação tibiotársica ou joelho
- Gesso pélvico bilateral e gesso pélvico simples – Estabilizar abdução da anca
Antebraquial ou
Cruropodálico Pelvipodálico Antebraquipalmar
A criança com gesso - Sinais de alarme
Grande parte dos cuidados de enfermagem à criança com tração estão relacionados com a
imobilidade
É importante avaliar:
- Pele (Podem ocorrer lesões por pressão, seja pelo posicionamento ou provocadas pelo
dispositivo de tração)
- Sinais de infeção nos locais de inserção dos pinos - Se tração esquelética
- Alterações neurovasculares
- Alterações gastrointestinais, p.ex. obstipação (se necessário, a dieta deve ser ajustada)
Disfunção
musculoesquelética na criança
Congénita e de Desenvolvimento
Fig. Pé Boto
Fig. Configuração e relação das estruturas da DDA
Protocolo de rastreio - DDA
Tem como objetivo o diagnóstico precoce da DDA
2. O rastreio é baseado em:
3. Criança com exame objetivo SEM
a) Sinais de instabilidade – Exame objetivo das sinais de instabilidade das ancas:
ancas da criança (e deve ser realizado desde a a) Sem critérios de risco – Sem
nascença até à idade da marcha em todas as indicação para rastreio
consultas) b) Com critérios de risco – Ecografia
✅ Limitação da abdução das ancas das ancas às 6S
✅ Ortolani +
4. Criança com exame objetivo COM
✅ Barlow +
sinais de instabilidade das ancas:
b) Critérios de risco a) Ecografia das ancas
✅ Apresentação pélvica
5. Criança com sinais de
✅ História de oligohidramnios
instabilidade e >4M indicação para
✅ História familiar
Rx da bacia AP
✅ Deformidades congénitas
✅ Torcicolo congénito
✅ Síndrome polimalformativo
✅ Assimetria das pregas
Displasia de Desenvolvimento da Anca
Displasia de Desenvolvimento da Anca
- Tala para manter abdução das pernas (Tala de Palvlik por seis a doze
semanas)
Envolver a criança com gesso ou ortótese nas atividades que ocorrem no serviço
ou no seio familiar e que sejam adequadas para a sua idade/desenvolvimento
Fig. Epifisiolise
Fig. Escoliose idiopática
Infeções de
ossos e articulações na criança
Osteomielite
- Processo infecioso do osso
- Pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum em crianças até aos 10 anos
- Os ossos mais afetados são: do pé; fémur; tíbia; bacia
Manifestações clínicas
GERAIS LOCAIS
- História de traumatismo prévio do osso - Sensibilidade aumentada
afetado - Aumento de temperatura
- A criança aparenta “estar muito doente” - Edema difuso sobre o osso afetado
- Irritabilidade - Dor à mobilização do membro afetado
- Temperatura elevada - Membro afetado em semiflexão (defesa)
- Taquicardia - Tensão dos músculos circundantes e
- Desidratação resistência ao movimento passivo
Osteomielite – Cuidados de Enfermagem
- Promover conforto (na fase aguda, a mobilização do membro provoca desconforto)
- Posicionar a criança com o membro afetado apoiado
- Gerir dor
- Discutir com a equipa interdisciplinar sobre colocação de cateter venoso central de inserção
periférica (PICC) para antibioterapia
- Administrar antibioterapia (Habitualmente, por um período prolongado, > 4 semanas)
- Monitorizar cuidadosamente os acessos venosos: integridade cutânea, locais de inserção,
queixas da criança relacionadas com a presença destes dispositivos, ...
- Prevenir infeção - Cuidados de assepsia relacionados com a manipulação dos dispositivos
intravenosos (cumprir rigorosamente as orientações de boas práticas)
- Proporcionar à criança atividades lúdicas e de desenvolvimento infantil/juvenil de
acordo com a sua idade
- Ensinar a família sobre cuidados a ter com a criança mediante a condição que esta
apresenta
- Treinar a família sobre como prestar cuidados à criança de acordo com a condição que
esta apresenta
Artrite sética
- Infeção bacteriana numa articulação
- As articulações mais afetadas são: joelho; anca; tornozelo
- Quando a infeção envolve a anca – é considerada uma emergência cirúrgica – Risco de necrose
da cabeça do fémur
Manifestações
Manifestações clínicas
- Dor local, que pode ser intensa ou incómoda, que inicialmente pode ser atribuída a
traumatismo ou a “dores do crescimento”
- A dor alivia, geralmente, pela posição de flexão (pelo relaxamento dos músculos adjacentes
ao periósteo distendido)
- Claudicação
- Diminuição da atividade física
- Incapacidade para segurar objetos pesados
- Presença de massa palpável
- Também podem estar presentes manifestações sistémicas
- Febre
- Compressão da medula espinal (mais comum no sarcoma de Ewing)
- Alterações no padrão respiratório (mais comum no sarcoma de Ewing)
Cuidados de Enfermagem
- Dependentes do tipo de abordagem cirúrgica
- Preparar a criança/adolescente e família (é Fundamental)
- Apesar da comunicação do tratamento ser da responsabilidade do médico, a enfermeira deve
estar presente na discussão ou estar informada do que foi comunicado exatamente
- Responder a todas as questões colocadas pela criança/adolescente
- Ser honesto e franco com a criança/adolescente (essencial para obter a sua cooperação)
- Dar tempo à criança/adolescente para pensar sobre a sua condição e tratamento
- Dar oportunidade da criança/adolescente colocar dúvidas
- Ser prudente na quantidade de informação (uma estratégia é responder às questões sem oferecer
informações adicionais)
- Se a criança/adolescente não quiser obter informação, a enfermeira deve respeitar e
demonstrar disponibilidade para conversar quando ele necessitar
- Implementar estratégias de ajustamento (p.e. aquando da queda de cabelo; amputação, ...)
- Preparar para a alta (tem início logo aquando da preparação pré-operatória – ex: perceber
quais os recursos existentes na família e na comunidade – avaliar a presença de barreiras
ambientais em casa e na escola)
Bibliografia recomendada
2. Lourenço, A.S. (2017). Perceção de autoeficácia dos pais para cuidar da criança com
imobilização gessada no domicílio após a alta. Dissertação de mestrado. Link:
https://web.esenfc.pt/pav02/include/download.php?id_ficheiro=46547&codigo=387