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Decreto Presidencial 97 - 22 o Regime Juridico Da PSO Dos Trabalhadores Por Conta Propria
Decreto Presidencial 97 - 22 o Regime Juridico Da PSO Dos Trabalhadores Por Conta Propria
º 77
DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
Preço deste número - Kz: 850,00
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Decreto Presidencial n.º 97/22 c) O trabalhador que subcontrata outros para a exe-
de 2 de Maio
cução do trabalho em sua substituição.
Considerando a necessidade de se alargar a cobertura pes- ARTIGO 4.º
soal da Protecção Social Obrigatória a mais trabalhadores, (Trabalhadores abrangidos por outros regimes)
ainda não inscritos na Segurança Social, que desenvolvem O trabalhador que, em função das actividades profis-
actividade sem contrato de trabalho, contribuindo, assim, sionais que desenvolve, é abrangido em simultâneo pelo
para a protecção dos trabalhadores e seus familiares em regime por conta de outrem ou outro legalmente equiparado,
determinados riscos sociais; deve optar pelo regime que lhe é mais favorável, sendo con-
Havendo a necessidade da Protecção Social Obrigatória siderado mais favorável aquele em que o âmbito material é
abranger mais trabalhadores, ainda que informais, promo- mais alargado.
vendo a formalização da economia, designadamente do
comércio ambulante, de retalho, dos mercados, e dos trans- CAPÍTULO II
portes de táxi e mototáxi, alargando e flexibilizando o acesso Regime de Protecção Social dos Trabalhadores
e inscrição desses trabalhadores no Regime Jurídico por Por Conta Própria
Conta Própria; ARTIGO 5.º
Considerando as disposições do n.º 1 do artigo 12.º, do (Inscrição)
artigo 22.º e do n.º 1 do artigo 59.º, todos da Lei n.º 7/04, 1. Os trabalhadores por conta própria são obrigados a
de 15 de Outubro — de Bases da Protecção Social. inscrever-se e declarar a sua actividade junto da Entidade
O Presidente da República decreta, nos termos da alí- Gestora da Protecção Social Obrigatória.
nea m) do artigo 120.º, e do n.º 4 do artigo 125.º, ambos da 2. Para efeitos de inscrição, os trabalhadores devem apre-
Constituição da República de Angola, o seguinte: sentar à Entidade Gestora da Protecção Social Obrigatória
CAPÍTULO I cópia do bilhete de identidade ou, no caso de estrangeiros
Disposições Gerais residentes, cópia do documento de identificação equiva-
lente, bem como as cópias dos documentos de identificação
ARTIGO 1.º dos dependentes, caso existam.
(Objecto)
3. Não obstante o previsto no n.º 2 do presente artigo, na
O presente Diploma regula o Regime Jurídico da Protecção falta de documentação ou apresentação de um documento
Social Obrigatória dos Trabalhadores por Conta Própria. diverso do bilhete de identidade, a inscrição é feita provi-
ARTIGO 2.º soriamente, ficando o interessado obrigado a regularizar a
(Âmbito de aplicação) situação no prazo de 12 meses, a contar da data de inscrição.
1. São obrigatoriamente abrangidos pelo Regime Jurídico ARTIGO 6.º
estabelecido no presente Diploma os trabalhadores que (Cessação do vínculo no regime)
exercem actividade profissional sem sujeição ao contrato 1. A cessação do exercício de actividade por conta pró-
de trabalho ou legalmente equiparado e que não se encon- pria determina a correspondente cessação do enquadramento
trem, em função da mesma, inscritos e com vínculo activo neste regime.
do Regime dos Trabalhadores por Conta de Outrem. 2. Os trabalhadores por conta própria devem comunicar
2. Os cidadãos estrangeiros residentes que exerçam em à Entidade Gestora da Protecção Social Obrigatória a ces-
Angola actividade legal por conta própria, e que provem o seu sação da actividade por conta própria até ao final do mês
enquadramento em Regime de Protecção Social Obrigatória seguinte àquele em que ocorra a cessação da actividade.
de outro país, são excluídos do âmbito do Regime regulado 3. A cessação do exercício da actividade por conta
neste Diploma. própria, determinante da correspondente cessação do enqua-
ARTIGO 3.º dramento neste Regime, não prejudica a manutenção da
(Caracterização de trabalhador por conta própria) vinculação à Protecção Social Obrigatória decorrente do
1. Para efeitos do presente Diploma, consideram-se tra- acto de inscrição.
balhadores por conta própria os indivíduos que se obriguem ARTIGO 7.º
(Obrigação contributiva)
a prestar a outrem, sem subordinação ou vínculo estabele-
cido por contrato de trabalho ou equiparado, o resultado da 1. Os trabalhadores por conta própria estão sujeitos ao
sua actividade. pagamento de contribuições mensais, nos termos regulados
no presente Diploma.
2. Presume-se que a actividade é exercida sem subordina-
2. Os trabalhadores por conta própria, para efeitos de
ção quando ocorrem algumas das seguintes circunstâncias:
responsabilidade contributiva, são equiparados às entidades
a) Os profissionais liberais e todos aqueles que exer- empregadoras abrangidas pelo Regime dos Trabalhadores
cem actividade económica em nome próprio; por Conta de Outrem.
b) Os trabalhadores que tenham, no exercício da sua ARTIGO 8.º
actividade, a faculdade de escolher os processos (Base de incidência)
e meios a utilizar, sendo estes, total ou parcial- 1. Independentemente da pluralidade de actividades por
mente da sua propriedade; conta própria eventualmente exercidas, em acumulação, pelo
I SÉRIE –– N.º 77 –– DE 2 DE MAIO DE 2022 2991
mesmo trabalhador, o cálculo do montante das contribuições b) Período de comprovada incapacidade ou indis-
dos trabalhadores por conta própria tem por base a remunera- ponibilidade para o trabalho por maternidade,
ção mensal declarada no momento da sua inscrição, expresso ainda que não haja direito à atribuição ou ao
em número de salários mínimos nacionais até ao limite de 35. pagamento das respectivas prestações;
2. Os trabalhadores por conta própria podem, em fun- c) Período superior a 30 dias ininterruptos de com-
ção dos rendimentos da sua actividade, modificar, a todo provada incapacidade temporária para o trabalho
instante, na declaração inicial de rendimentos, o montante por doença, devidamente comprovada pelos
da remuneração mensal entregue à Entidade Gestora da serviços públicos de saúde.
Protecção Social Obrigatória. 2. Os trabalhadores que se encontrem nas condições
ARTIGO 9.º previstas no número anterior ou nas demais condições
(Taxa contributiva)
susceptíveis de impedir o cumprimento da obrigação con-
1. A taxa contributiva do Regime dos Trabalhadores por tributiva devem requerer, à Entidade Gestora da Protecção
Conta Própria, na modalidade contributiva e de cobertura de Social Obrigatória, a suspensão do pagamento das contribui-
prestações obrigatória, é de 8% do montante da remunera- ções a partir do mês seguinte à data do requerimento.
ção declarada junto da Entidade Gestora da Protecção Social 3. Os trabalhadores por conta própria que não declarem
Obrigatória. qualquer rendimento da sua actividade por um período igual
2. A taxa contributiva é de 11% do montante da remune-
ou superior a 6 (seis) meses podem requerer a suspensão
ração declarada, caso o trabalhador por conta própria opte
da obrigação contributiva à Entidade Gestora da Protecção
pela modalidade contributiva e de prestações alargada, pre-
Social Obrigatória, ficando desonerados do pagamento de
vista no n.º 2 do artigo 14.º do presente Diploma.
multas e juros de mora correspondentes.
ARTIGO 10.º
(Periodicidade e modo de pagamento) ARTIGO 14.º
(Regime das prestações)
1. As contribuições são pagas mensalmente nos termos e
nos prazos estabelecidos para o Regime dos Trabalhadores 1. Integram obrigatoriamente o Regime dos Trabalhadores
por Conta de Outrem. por Conta Própria as eventualidades de velhice e morte, pre-
2. O trabalhador por conta própria, em função da acti- vistas para os trabalhadores por conta de outrem.
vidade que desenvolve e dos respectivos rendimentos que 2. O trabalhador pode optar pelo esquema alargado de
aufere, pode solicitar junto da Entidade Gestora da Protecção prestações, contemplando todas as eventualidades previstas
Social Obrigatória, período diferente para o cumprimento da para o Regime dos Trabalhadores por Conta de Outrem.
obrigação contributiva, não devendo aquele período ultra- ARTIGO 15.º
passar 180 dias. (Prazo de garantia)
ARTIGO 11.º Os prazos de garantia para o direito às prestações são
(Início e cessação da obrigação contributiva)
os previstos para o Regime dos Trabalhadores por Conta de
1. As contribuições do trabalhador por conta própria são Outrem.
devidas a partir do mês seguinte àquele em que ele decla-
ARTIGO 16.º
rou esta condição à Entidade Gestora da Protecção Social
(Condições de atribuição das prestações)
Obrigatória, nos termos do artigo 8.º do presente Diploma,
até o mês em que ocorra a cessação daquela condição, salvo As prestações que integram o Regime dos Trabalhadores
o disposto nos artigos seguintes. por Conta Própria estão sujeitas aos requisitos de atribui-
2. Caso a data de início da actividade seja anterior à data ção previstos no Regime dos Trabalhadores por Conta de
de vinculação, o valor de referência para efeitos de regulari- Outrem.
zação das contribuições não pagas deve ser o valor da base
contributiva declarada no momento da inscrição. CAPÍTULO III
Actividades Económicas Geradoras de Baixos
ARTIGO 12.º
(Falta de pagamento das contribuições) Rendimentos
1. A falta de pagamento das contribuições devidas ARTIGO 17.º
durante 12 meses consecutivos suspende o direito ao recebi- (Modalidade de baixo rendimento)
mento de qualquer prestação. 1. Os trabalhadores por conta própria abrangidos pelo
2. O trabalhador readquire o direito ao recebimento das presente Diploma que se dediquem designadamente a acti-
prestações desde que regularize a situação contributiva e vidades agrícolas, pescas, de oficinas, comércio ambulante
proceda o pagamento dos respectivos juros de mora. nos mercados, táxis e mototáxis, ou qualquer outra activi-
ARTIGO 13.º dade de baixo rendimento e declarem um rendimento entre
(Suspensão da obrigação contributiva) 1 (um) e 3 (três) salários mínimos, com referência ao Sector
1. A obrigação contributiva pode ser suspensa quando se da Agricultura, podem optar por inscrever-se na modali-
verifique: dade contributiva e prestacional dos trabalhadores por conta
a) Suspensão do exercício da actividade devidamente própria de actividades económicas geradoras de baixos
justificada; rendimentos.
2992 DIÁRIO DA REPÚBLICA