CIEP Brizolão 246 Professora Adalgisa Faria de Cabral
COORDENADORIA REGIONAL METROPOLITANA II
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
NOME:
ANO: PROFESSOR: Gabrielle Lins
TURMA: 3002 DISCIPLINA: História
DATA:
Período democrático – JK e Jânio
Governo Juscelino (1956-1961)
Nas eleições de 1955, Juscelino Kubitschek de
Oliveira (1902-1976), conhecido como JK, foi escolhido
como presidente da República. Já João Goulart (1918-1976)
foi escolhido como vice-presidente.
Nessas eleições os udenistas foram derrotados e,
liderados por Carlos Lacerda, tentaram dar um golpe para
impedir a posse dos eleitos. Alegavam, por exemplo, que os
vencedores eram apoiados pelo “comunismo internacional” e
não tinham a maioria absoluta dos votos. Porém, militares
comandados pelo general Henrique Teixeira Lott (1894-1984)
garantiram a posse de Juscelino e João Goulart.
Ideal de uma nação moderna
A propaganda do seu governo prometia que o Brasil
cresceria “50 anos em cinco”. Para tanto, foram elaboradas
políticas desenvolvimentistas, como o Plano de Metas. Esse
plano previa obras de infraestrutura e de estímulo à
industrialização.
Entre as principais realizações do governo, destacam-se:
• construção de usinas hidrelétricas, como Furnas e Três
Marias, em Minas Gerais;
abertura de 20 mil quilômetros de rodovias, entre elas a
Belém-Brasília, ligando os estados de São Paulo, Goiás,
Maranhão e Pará;
• implantação da indústria automobilística;
• crescimento da produção de petróleo em mais de 150%.
Além disso, o governo federal empenhou-se na
construção de Brasília, a nova capital do país. As obras
seguiam o plano urbanístico de Lúcio Costa (1902- -1998) e
projetos de arquitetura de Oscar Niemeyer (1907-2012).
Brasília foi inaugurada em 21 de abril de 1960, graças ao
trabalho de milhares de candangos, nome pelo qual ficaram
conhecidos os trabalhadores vindos de todas as partes do país,
especialmente do Nordeste.
O governo de Juscelino internacionalizou a
economia, aumentou a dívida externa e manteve os salários
em níveis baixos. Nessa época, grandes empresas
multinacionais instalaram suas filiais no Brasil para produzir
eletrodomésticos, automóveis, tratores, artigos químicos e
farmacêuticos.
As políticas de desenvolvimento provocaram
diversos efeitos no Brasil. Entre eles, a concentração das
indústrias em certas regiões, o aumento da migração interna e
o crescimento das cidades, com o êxodo rural. O intenso fluxo
migratório do campo para as cidades era um sinal das
desigualdades regionais do país, pois os investimentos do
Estado foram mais concentrados em áreas urbanas do Sudeste.
No entanto, foram vítimas de preconceitos e
explorados em seu trabalho. Eram chamados de “baianos” ou
“paraíbas”, independentemente do lugar onde tivessem
nascido. Os migrantes eram responsabilizados por vários
problemas urbanos, como a expansão de favelas e cortiços e o
aumento da criminalidade.
ATIVIDADE
NOTA:
“Anos dourados”
O governo Juscelino costuma ser associado a um
clima de prosperidade e otimismo. Por isso, esses anos
ficaram conhecidos, romanticamente, como “anos dourados”.
Nesse período, a televisão brasileira expandiu suas
transmissões. Porém, a maior parte da população não podia
comprar aparelhos de TV e os rádios continuavam fazendo
grande sucesso.
Na época, as músicas mais tocadas eram as
marchinhas e o samba-canção. Além desses gêneros musicais,
também eram populares o chorinho, a valsa, o frevo e o baião.
No final dos anos 1950, teve início o movimento
musical conhecido como Bossa Nova, que representou um
momento de transformação na canção popular, principalmente
no campo da harmonia. Faziam parte desse movimento
Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Carlos Lyra e João Gilberto,
entre outros.
Em 1958, durante o governo JK, a seleção brasileira
de futebol venceu sua primeira Copa do Mundo, na Suécia.
Isso contribuiu para o clima de otimismo dos “anos
dourados”.
Governo Jânio Quadros (1961)
No final do mandato de Juscelino ocorreram eleições
livres. Na época, a legislação eleitoral permitia que o
presidente eleito fosse de um partido e o vice- -presidente, de
outro. Foi o que aconteceu: Jânio Quadros elegeu-se
presidente pela UDN e João Goulart venceu como vice-
presidente pelo PTB. Goulart era adversário de Jânio.
O símbolo de sua campanha eleitoral era uma
vassoura com a qual prometia “varrer” a sujeira do país,
referindo-se à corrupção. Jânio era anticomunista e queria que
o país continuasse aberto ao capital estrangeiro. Apesar disso,
procurou manter uma política externa independente da pressão
das grandes potências.
Em 19 de agosto de 1961, ele concedeu a principal
condecoração brasileira (Grã-Cruz da Ordem do Cruzeiro do
Sul) a Ernesto “Che” Guevara, ministro da Economia de Cuba
e líder da Revolução Cubana de 1959. Os setores
conservadores da sociedade ficaram furiosos ao ver Jânio
condecorar um líder socialista.
Apesar do prestígio popular, Jânio não contava com
forças para sustentá-lo no poder. Sem o apoio do próprio
partido (UDN), dos grandes empresários e dos grupos que
controlavam a imprensa, ele renunciou à Presidência em 25 de
agosto de 1961, sete meses após assumir o cargo.
Nessa ocasião, enviou uma carta ao Congresso
Nacional dizendo que “forças terríveis” haviam se levantado
contra ele. Os motivos da renúncia de Jânio nunca foram
suficientemente esclarecidos. Uma das hipóteses é que ele
queria mais poderes para governar, livre das pressões do
Congresso. Se essa era a intenção, não foi o que aconteceu
 .
Exercícios
1. Leia:
O “homem da vassoura” assumiu a Presidência da República
prometendo “varrer” toda a sujeira da vida pública brasileira.
Não varreu. Um dos seus hábitos era mandar “bilhetinhos”
para seus auxiliares. Em 206 dias de governo, rabiscou mais
de mil e quinhentos bilhetes. Outra babaquice do Presidente:
proibição de uso de biquínis nas praias, corridas de cavalo nos
dias úteis, brigas de galo e desfile de “misses” com maiôs
cavados.
O “homem da vassoura” citado acima é:
(A) Getúlio Vargas.
(B) João Goulart.
(C) Juscelino Kubitschek
(D) Jânio Quadros.
(E) Castelo Branco
2. Analise o cartaz de propaganda eleitoral de Jânio
Quadros à Presidência da República em 1960.
Ao dirigir-se ao eleitor como candidato capaz de “salvá-lo” do
desespero, o candidato tinha em mente
(A) acelerar o desenvolvimento econômico interno,
rompendo com o FMI e buscando recursos junto a
países do chamado “Terceiro Mundo”, como a Índia
e a China.
(B) aprovar medidas de profundo alcance social, como
aquelas aprovadas pelo Congresso no que diz
respeito ao aumento de 100% para o salário-mínimo.
(C) combater o quadro de corrupção e inflação que
marcavam a vida brasileira, devendo, para isso,
buscar junto ao FMI recursos para controlar as contas
públicas.
(D) conduzir o país ao sistema socialista, pondo fim às
desigualdades sociais, o que ficou patente na
condecoração que concedeu a Ernesto “Che”
Guevara.
(E) retomar a política econômica varguista, assumindo
uma postura ultraliberal frente ao endividamento
externo deixado por seu predecessor.
3. Com a renúncia do presidente Jânio Quadros, o
Brasil entrou em uma crise institucional. Isso
aconteceu devido:
(A) ao fato de o vice-presidente ser João Goulart que,
imediatamente, assumiu a presidência sem o apoio do
congresso nacional.
(B) ao fato de o vice-presidente ser Leonel Brizola e ter
forte oposição dos setores mais conservadores da
sociedade como a UDN.
(C) à manipulação dos setores conservadores no sentido
de evitar a posse do vice-presidente Carlos Lacerda,
por considerá-lo comunista.
(D) a uma estratégia de políticos conservadores no
sentido de evitar a posse do vice-presidente João
Goulart, por considerá-lo comunista.
(E) ao movimento socialista que tentou evitar a posse do
vice-presidente João Goulart, por considerá-lo de
extrema direita.
4. Observe a charge:
A análise da charge nos permite concluir que o governo de
Juscelino Kubitschek
(A) procurou consolidar uma política de deflação,
impedindo a execução de obras consideradas não
prioritárias para o desenvolvimento econômico do
país.
(B) estimulou a transferência de tecnologia obsoleta das
grandes empresas monopolistas internacionais para o
Brasil.
(C) incentivou a integração da indústria básica e a
política externa independente caracterizada pelo
rompimento das relações econômicas com o FMI.
(D) priorizou setores por ele considerados indispensáveis
ao crescimento e desenvolvimento tecnológico do
país: transporte, energia e a construção de Brasília.
5. A renúncia do presidente Jânio Quadros, em
1961, pode ser associada a um conjunto de
problemas, dentre os quais se destaca a(o):
(A) resistência do presidente em adotar uma forma
autoritária de governo, defendida pela oposição e
pelos militares.
(B) reação dos setores conservadores contra a política
externa independente, principalmente após a
condecoração do líder revolucionário cubano Che
Guevara.
(C) crescente oposição popular, liderada pelo PTB,
contrária ao controle da UDN e, em especial, à
ascendência de Carlos Lacerda no governo.
(D) rompimento com o FMI (Fundo Monetário
Internacional) e o lançamento de uma política de
integração americana, a OPA (Operação Pan-
Americana), em contraponto à Aliança para o
Progresso.
(E) apoio de Jânio Quadros ao projeto do vice-presidente
João Goulart de conferir aos sindicatos crescente
papel no governo.
6. Foram características do breve governo Jânio
Quadros em 1961:
(A) a política externa totalmente alinhada aos interesses
norte-americanos.
(B) a ausência de medidas anti-inflacionárias, gerando a
forte pressão do FMI.
(C) o estilo personalista e polêmico do presidente, além
da oposição conservadora à política externa
independente de seu governo.
(D) a intensa colaboração entre presidente e Congresso
nas questões administrativas.
(E) a total dependência política do presidente em relação
ao seu partido, a UDN.