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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE NÚCLEO DE TECNOLOGIA

JOÃO PAULO DA ROCHA


EDJANAELE DO NASCIMENTO SIQUEIRA
INGRID KAROLINE VASCONCELOS DA SILVA

GERENCIAMENTO DO RESERVATÓRIO DE ÓLEO EOCENO FACHA


LOCALIZADO NO CAMPO DE HAKIM, BACIA DE SIRTE, LÍBIA.

Caruaru
2024
JOAO PAULO DA ROCHA
EDJANAELE DO NASCIMENTO SIQUEIRA
INGRID KAROLINE VASCONCELOS DA SILVA

GERENCIAMENTO DO RESERVATÓRIO DE ÓLEO EOCENO FACHA


LOCALIZADO NO CAMPO DE HAKIM, BACIA DE SIRTE, LÍBIA.

Relatório técnico-científico referente aos


conteúdos ministrados em sala como requisito de
nota parcial na disciplina de Engenharia de
Reservatório de Petróleo, na Universidade
Federal de Pernambuco, no Centro Acadêmico do
Agreste, no Núcleo de Tecnologia, na Graduação
em Engenharia Civil, Para a Profa. D.sc Débora
Assis.

Caruaru
2024
Resumo
A produção de petróleo é uma atividade complexa que envolve a exploração de reservatórios
de petróleo. Para garantir a eficiência do processo de produção, é necessário ter um bom
conhecimento do reservatório e das condições geológicas que o rodeiam. Uma das técnicas
utilizadas para avaliar o reservatório é a simulação computacional. Diante disto, o presente
relatório tem como objetivo simular o gerenciamento do reservatório de óleo Eoceno Facha
localizado no campo de Hakim na Bacia de Sirte, na Líbia. Para fomentar um estudo
metodológico utilizou-se o software educacional Griffin, o qual possibilitou que as simulações
fossem feitas em três cenários diferentes sendo o primeiro e segundo com 6 poços,
respectivamente. O terceiro cenário por sua vez, foi composto por 7 poços incluindo agora
mais um poço injetor. Diante dessa premissa, os resultados mostram que, dentre os cenários
observados durante as simulações, o terceiro cenário apresentou resultados mais satisfatórios,
sem causar danos à integridade da rocha-reservatório. Além de que, a simulação 1 alcançou
aproximadamente 490.000 m³ na produção total acumulada de óleo dos 3 poços produtores, a
simulação 2 e 3 alcançaram 655.000 m³ e 816.000 m³, respectivamente, sem causar danos à
integridade da rocha-reservatório. Alguns poços tiveram melhor desempenho do que outros e
sugere-se que o posicionamento e a quantidade de poços podem ter influência positiva ou
negativa durante a simulação. No geral, a simulação mostrou resultado eficiente ao que foi
proposto.

Palavras-chave: Engenharia de Reservatório, Simulação em meio poroso, Petróleo.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 5
2. MODELO GEOLÓGICO ................................................................................................... 6
3. MODELO COMPUTACIONAL ........................................................................................ 7
3.1. Características do Simulador .....................................................................................
7
3.2. Características da Malha ............................................................................................
7
4. METODOLOGIA ................................................................................................................ 8
5. RESULTADOS ...................................................................................................................
13
5.1. Caso 1 ..........................................................................................................................13
5.2. Caso 2 ..........................................................................................................................17
5.3. Caso 3.......................................................................................................................... 21
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 25
1. INTRODUÇÃO
O presente relatório é uma incursão no intrincado campo do gerenciamento de
reservatórios de petróleo, com foco especial no reservatório de óleo Eoceno Facha, localizado
no campo de Hakim, na Bacia de Sirte, Líbia. Esta análise visa fornecer uma visão abrangente
das estratégias de produção e gerenciamento utilizadas neste contexto específico, combinando
conhecimentos geológicos, métodos computacionais avançados e práticas de engenharia de
ponta.

Desde os primórdios da exploração petrolífera até os dias atuais, o reservatório Eoceno


Facha tem sido objeto de intensa pesquisa e desenvolvimento, impulsionado pela crescente
demanda por recursos energéticos e pela necessidade de maximizar a eficiência e a
sustentabilidade da produção de petróleo. Neste relatório, exploramos as técnicas de
modelagem, simulação e monitoramento utilizadas para entender o comportamento do
reservatório, bem como as estratégias de produção adotadas para otimizar a recuperação de
petróleo.

Ao abordar questões fundamentais como a distribuição de fluidos, a permeabilidade da


rocha reservatório e a interação entre poços produtores e injetores, este relatório busca
fornecer insights valiosos para os profissionais e pesquisadores envolvidos no gerenciamento
de reservatórios de petróleo. Além disso, destacamos a importância da consideração de
aspectos ambientais e de segurança em todas as etapas do processo de produção, garantindo
uma abordagem responsável e sustentável para a exploração de recursos naturais.

Por meio desta análise aprofundada, esperamos contribuir para o avanço contínuo do
conhecimento e das práticas no campo do gerenciamento de reservatórios de petróleo,
promovendo uma abordagem integrada e holística para o desenvolvimento sustentável da
indústria petrolífera.

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2. MODELO GEOLÓGICO
O reservatório de óleo Eoceno Facha (Figura 1) está localizado no campo petrolífero
de Hakim, na Bacia de Sirte, Líbia. Ele é composto por uma série de formações de calcário e
dolomita com idade Eocena, ou seja, está compreendida entre 34 e 56 milhões de anos e
foram depositadas em um ambiente marinho raso. Vale destacar que, segundo Kushlaf e
Mezweghy (2020, p.63), devido à movimentação tectônica com o passar dos anos o
surguimento, a subsidência, a inclinação e as falhas, caracterizaram a região formando
grandes bacias sedimentares.
Vale ressaltar que, dentre as demais bacias da localidade, Sirte é a mais nova e mais
produtiva bacia do país, além de ser, tecnicamente, uma bacia com formato mais alongado.
Ademais, de acordo com o mesmo estudo realizado por Kushlaf e Mezweghy (2020), a área
sob investigação possui um alto potencial hidrocarboneto devido à sua boa qualidade de rocha
e sistema de porosidade e permeabilidade, sendo disponível nesse reservatório um petróleo
“leve” (Alto grau API) e de alta qualidade.

Figura 1 - Mapa de localização da área de estudo

Fonte: Kushlaf & Mezweghy, 2020

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3. MODELO COMPUTACIONAL

3.1. Características do Simulador

O software Griffin trata-se de um simulador bidimensional de reservatórios de petróleo


desenvolvido pelo Laboratório de Simulação Numérica de Mecânica dos Fluídos e
Transferência de Calor da Universidade Federal de Santa Catarina (SINMEC/UFSC) para fins
didáticos. Para tal iniciativa de desenvolvimento acadêmico o aporte financeiro de empresas
como a Engineering Simulation and Scientific Software (ESSS) e a Petróleo Brasileiro S. A.
(Petrobras) foram fundamentais para o subsídio da ferramenta.
O simulador conta com um aparato fundamental para o entendimento das trocas e
deslocamentos de fluídos no interior de uma rocha-reservatório, bem como as suas
propriedades e a interferência que essas causam no processo. Para atender às solicitações, o
método de discretizarão empregado na formulação numérica do aplicativo foi o método de
volumes finitos baseado em elementos (EbFVM). O Griffin realiza uma representação
horizontal em duas dimensões do reservatório, descreve o deslocamento bifásico da água e do
óleo de forma imiscível e incompressível em um reservatório do tipo homogêneo e
anisotrópico, onde os poços injetores e produtores têm suas condições de vazão ou pressão
prescritas. Além disso, o software conta com um algoritmo baseado no método Implicit
Pressure, Explicity Saturation (IMPES) contando também com o método multigrid algébrico
empregado para acelerar a solução dos sistemas lineares.
3.2. Características da Malha
Integrado ao Griffin, há um gerador de malha não-estruturada que é empregado para
executar as simulações, onde a malha a ser gerada deve situar-se dentro do contorno da
geometria, respeitando as delimitações de poços e fraturas, os quais foram pré-estabelecidos.
Ainda no software, há a opção da geração automática dos elementos da malha, ou a
delimitação do tamanho da área do elemento, permitindo malhas de uma característica mais
refinada, consequentemente, uma solução mais acurada. Por fim, mesmo tratando-se de um
software educacional, o aplicativo tem a sensibilidade de refinar a malha perto de pontos de
interesse, como é o caso das fraturas e os poços produtores ou injetores.
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4. METODOLOGIA
Dado o reservatório em análise, adotou-se 3 configurações de poços diferentes, onde
no caso 1 foram 6 poços totais sendo 3 injetores e 3 produtores, o mesmo foi aplicado ao
segundo caso, porém no terceiro, houve uma leve mudança onde foi aplicado 4 poços
injetores e 3 produtores. As vazões e pressões adotadas foram as que apresentaram melhor
eficiência, somando-se ao total 3 simulações. Ademais, embora sejam adotadas distribuições e
vazões de poços distintos, a metodologia adotada é a mesma para todos os casos.
Desta forma, como é descrito no fluxograma (Figura 2), pode-se dividir o estudo em
três grandes etapas: Pré-processamento, processamento e pós-processamento. A primeira
engloba a definição da geometria, a geração da malha, a delimitação dos poços, a definição
das propriedades físicas do meio e do fluido e as condições iniciais. Por sua vez, a segunda
pode ser definida como a simulação em si, ou seja, processa e identifica de acordo com as
informações inseridas previamente, os cálculos serão efetuados até a obtenção da solução
numérica adequada. Consequentemente, o pós-processamento consiste na captura dos dados
através dos gráficos que permitem uma visualização das propriedades alteradas ao decorrer da
simulação.

Figura 2 - Fluxograma da Metodologia

Fonte: Autores, 2024


Com base no que foi informado o usuário determina a geometria do objeto de estudo,
para isso, o software oferece a opção de realizar o upload da imagem para a delimitação dos
pontos de contornos e das fraturas definindo a escala adequada ao problema. No qual, foi
utilizado para realização das três simulações descritas ao longo do relatório. Já os pontos que
se tornarão poços, apesar de serem definidos nessa etapa, são de exclusiva responsabilidade e
escolha do usuário, uma vez que, cabe a ele a gerência do reservatório conforme este julgue
adequado. Nesta fase deve-se atentar para que os pontos, como observado na Figura 3 (de
contorno, de fraturas e de poços) não se sobreponham, caso ocorra sobreposição, a indicação e
visualização dos poços estaria fadada ao desgaste do usuário, visto que haveria dificuldade de
visualizar a respectiva malha.

Figura 3 - Imagem do reservatório utilizada como base para definição de contornos, fraturas e poços delimitados

Fonte: Kassab et. Al., (2018)

Por conseguinte, a etapa de geração de malha pode ser delimitada apenas solicitando
para que o software gere, ou inserindo a área máxima do elemento como ilustra a Figura 4.
Cabe salientar que, tal área deve ser condizente com as dimensões gerais do reservatório, dado
que, uma área de elemento maior que a área total do reservatório ou muito pequena causará
mensagens de indicação de erro no próprio aplicativo. Neste estudo, adotou-se uma malha
com área de elemento equivalente a 11.000 m² para todas as configurações de poços, pois
considerou-se uma malha de refinamento adequado de 1646 elementos e 960 nós. Os poços
foram locados, preferencialmente, nos blocos da malha adjacentes aos limites, de lados
opostos. Tal configuração proporciona o retardo da chegada da frente de água nos poços
produtores. No intuito de se obter um melhor varrido em todas as regiões do reservatório, os
poços injetores foram locados nas regiões de maior profundidade evitando-se caminhos
preferenciais e acumulo de óleo nessas regiões. Já os poços produtores foram locados em
regiões com menores profundidades. (GARRIDO, 2019) sugere que a melhor localização para
os poços injetores é adjacente aos limites, estando estes mais afastados dos poços produtores,
o que significa que o tempo de penetração da água nestes são dominantes em relação a outros
fatores.
Uma disposição dos poços no campo, semelhante a encontrada neste trabalho, foi
observada por Awotunde e Naranjo (2014) e em Awotunde (2016). Nos posicionamentos
obtidos a partir das melhores respostas de suas abordagens, os poços de mesmo objetivo
tendem a ser locados na mesma porção do reservatório. A razão pela qual esta configuração
pode resultar em maior VPL do que a locação convencional (de um produtor na vizinhança de
um injetor), segundo os mesmos autores, é que ter os injetores juntos em uma região do
reservatório pode aumentar o arraste de óleo para uma região oposta do reservatório. Logo, ter
produtores nesta região oposta permitirá que os mesmos se beneficiem da frente de óleo que é
arrastada para ela. Isso é razoável, considerando que o processo de desenvolvimento do
campo dura um longo período (30 anos) e o avanço antecipado da água deve ser evitado. Na
Figura 4 podemos observar a malha gerada e o posicionamento dos poços injetores e
produtores adotados como base para o primeiro caso deste estudo.
Figura 4 - Geração de Malha e Características

Fonte: Autores, 2024

Em sequência, com a malha gerada, embora os pontos dos poços já tenham sido
locados no primeiro estágio, esses serão definidos como injetores e produtos, além da
definição das suas respectivas vazões e pressões. Dispondo da configuração de poço com sua
respectiva condição de operação, o caso apresentado resume-se na Tabela 1.

Tabela 1 - Caracterização dos Poços


Caso 1 Caso 2 Caso 3
Poços Vazão (m³/d) ou Vazão (m³/d) ou Vazão (m³/d) ou
Pressão (MPa) Pressão (MPa) Pressão (MPa)
Injetor 1 20 m³/d Injetor 1 20 m³/d Injetor 1 20 m³/d
Injetor 2 15 m³/d Injetor 2 20 m³/d Injetor 2 20 m³/d
Injetor 3 10 m³/d Injetor 3 20 m³/d Injetor 3 20 m³/d
Produtor 1 1 Mpa Produtor 1 1 MPa Injetor 4 15 m³/d
Produtor 2 1 Mpa Produtor 2 1 MPa Produtor 1 1 MPa
Produtor 3 1 Mpa Produtor 3 1 MPa Produtor 2 1 MPa
Produtor 3 1 MPa

Fonte: Autores, 2024


Figura 5 - Distribuição de poços caso 1 (à esquerda), caso 2 (à direita) e caso 3 (abaixo)

Fonte: Autores, 2024

Ademais, as propriedades físicas da rocha (porosidade e permeabilidade), dos fluidos


(viscosidade) e da interação do conjunto (Saturação mínima, Saturação máxima da água e os
Parâmetros do Modelo de Corey, uma vez que este é o modelo de permeabilidade relativa
mais utilizado em fluxo de meios porosos em função da saturação.). Repassadas as
informações na interface do programa, a condição inicial de saturação de água foi definida
com 20% para encetar a simulação. Na Tabela 2 pode-se averiguar as propriedades passadas
como parâmetros.

Tabela 2 - Propriedades Físicas


Rocha

Porosidade 23%

Permeabilidade em x 500 mD

Permeabilidade em y 500 mD

Fluido

Viscosidade da Água 1 Cp
Viscosidade do Óleo 30 Cp

Rocha/Fluido

Saturação Mínima de Água 7%

Saturação Máxima de Água 93%

Coeficiente de Corey Alpha 1 0,2

Coeficiente de Corey Alpha 2 2,5

Coeficiente de Corey Alpha 3 0,8

Coeficiente de Corey Alpha 4 2,5

Fonte: Autores, 2024

Por fim, na aba da simulação o tempo total simulado foi de 30 anos (10957 dias), nos
quais os salvamentos de resultados de propriedades eram realizados a cada 30 dias e as
variáveis do poço a cada 10 dias. Na etapa de processamento dos resultados as variáveis
analisadas foram saturação de água ao decorrer do tempo, pressão a qual a rocha-reservatório
foi submetida sendo estes dados apresentados como mapa de cores enquanto as vazões de óleo
e água como também a produção acumulada de óleo sendo expressos por intermédio de
gráfico para facilitar.

5. RESULTADOS
5.1. Caso 1
Desta forma, a vazão de óleo do caso 1 pode ser observada na Figura 6. De modo
visual, considerando o período de utilização dos 3 poços produtores distribuídos neste
reservatório.
Figura 6 - Gráfico da vazão de óleo ao longo do tempo

Pro 3

Pro 2

Pro 1

Fonte: Autores, 2024


Ademais, depois da fase de alívio da pressão natural dentro do reservatório é comum
que a água utilizada na injeção somada a própria água presente no reservatório (água conata)
comece a alcançar os poços produtores. Na Figura 7, pode-se notar que não há relevantes
alterações na vazão de água dos poços produtores, o que pode indicar a possibilidade de
aumentar a injeção de água no reservatório ou a adição de mais poços injetores para melhorar
o varrido e produção de óleo.
Figura 7 - Vazão de água

Pro3

Pro1

Pro2

Fonte: Autores, 2024

A Figura 8 mostra a distribuição da saturação ao longo do tempo e conforme pode-se


notar, há certa interferência das falhas com relação ao fluxo da água injetada no poço, o que
pode ser prejudicial ao correto varrido de óleo em direção aos poços produtores.
Figura 8 - Mapa de distribuição da saturação em 4 instantes de produção

Fonte: Autores 2024

Por fim, foram analisadas as pressões nos poços e a produção acumulada de óleo dos
poços produtores. Conforme podemos verificar na Figura 9, notou-se um leve aumento na
pressão dos poços injetores, a pressão dos poços produtores se manteve inalterada e houve um
significativo aumento na produção acumulada de óleo apenas no poço Produtor 3, os poços
produtores 1 e 2 tiveram um menor desempenho, fato este que também nos levou a optar por
outra configuração do posicionamento destes no Caso 2. A produção total acumulada de óleo
dos 3 poços produtores foi de aproximadamente 490.000 m³.
Figura 11 –Produção Acumulada de Óleo e Pressão nos Poços

Pro3

Inj1

Inj2 Pro2
Pro1
Inj3

Pro1, Pro2, Pro3

Fonte: Autores,2024
5.2. Caso 2
Com base nas análises do Caso 1, para o Caso 2,no intuito de melhorar a eficiência de
varrido e consequentemente a produção acumulada de óleo, foram feitas alterações no
posicionamento dos poços. Na figura 12, pode-se verificar o novo posicionamento dos poços
e também o fluxo da saturação no reservatório ao passar do tempo.

Figura 12 -Mapa de distribuição da saturação em 4 instantes de produção – Caso 2


Com o novo posicionamento dos poços e o aumento da injeção de água no poço
injetor 2 (de 15 para 20 m³/d) e no poço injetor 3 (de 10 para 20 m³/d), é possível verificar um
melhor varrido do óleo no reservatório, comparado às configurações do Caso 1, e que a
saturação nos arredores dos poços produtores se mantém inalterada.

Outro ponto importante é que mesmo com a saturação máxima de 92,25%, alcançada
em alguns pontos do reservatório, a Figura 12 mostra que a eficiência de varrido ainda
poderia ter sido maior em algumas áreas, principalmente nas localizadas na parte inferior do
mapa do reservatório, dificultando assim a eficiência do projeto.

Em seguida, pode-se acompanhar a vazão de óleo (Figura 13) de cada poço, ao longo
dos 30 anos de produção que foram analisados neste reservatório.

Figura 13 - Gráfico da vazão de óleo ao longo do tempo

Pro3

Pro1

Pro2

Fonte: Autores, 2024

Por consequente, no início da produção a vazão de óleo tende a ser maior uma vez
que, a própria pressão interna no reservatório corrobora para a expulsão do petróleo ali
presente, é o que podemos notar nos gráficos dos poços produtores 2 e 3 na Figura 13.
Analisando também, assim como no caso 1, a produção ao longo do tempo como
mostrado abaixo na figura 14, é possível notar uma maior produção nos 3 poços produtores,
comparados ao Caso 1.

Figura 14 - Gráfico da produção acumulada de óleo de todos os poços ao longo do tempo

Pro3
Pro2

Pro1

Fonte: Autores, 2024

. Todavia, na Figura 15, nota-se a manutenção da pressão em boa parte do


reservatório durante todo o tempo de produção do poço, com leve aumento apenas nas áreas
de injeção durante os últimos anos de produção.
Figura 15 – Pressão no Reservatório com o passar do tempo de Produção.

Fonte: Autores, 2024

Além disso, após o período de alívio da pressão natural dentro do reservatório, é


freqüente a ocorrência de um fenômeno comum em que a água utilizada na injeção,
combinada com a água presente no próprio reservatório (água conata), começa a atingir os
poços produtores. Porém, isso não foi notado durante o período de produção do reservatório,
caso ilustrado na Figura 16, onde é possível observar a baixa vazão de água em comparação
com a vazão de óleo nos poços produtores durante todo o período de produção.

Figura 16 – Vazão de água e óleo dos poços produtores


Fonte: Autores, 2024

Ou seja, uma das maneiras de acompanhar a produção é comparando a vazão de óleo


e de água que há nos poços produtores, como é o caso da Figura 16, pois é possível
constatar que, mesmo que o varrido ocorrido não tenha se estendido a toda extensão do
reservatório (algo que não é incomum de acontecer, já que em situações excelentes e raras a
produção máxima chega a ser 60% do volume total de óleo presente no reservatório) a
vazão de água foi retardada ao máximo nos poços produtores.

5.3. Caso 3
Conforme observado no caso anterior, em que se percebe a possibilidade de ainda
melhorar o varrido do óleo em partes do reservatório e, levando em consideração também
que, mesmo com o aumento da injeção de água realizada no caso 2, não houve produção
relevante de água nos poços produtores, no presente caso, testamos a adição de mais um
poço injetor.
Na sequência de imagens da Figura 17 podemos observar a adição do poço Injetor 4,
localizado ao centro, onde já é possível identificar um melhor varrido no reservatório,
mantendo-se ainda uma baixa saturação nas regiões próximas aos poços produtores.
Figura 17 - Mapa de distribuição da saturação em 4 instantes de produção – Caso 3
Fonte: Autores, 2024

Em um segundo momento, é possível observar a vazão de água e óleo ao longo do


período de 30 anos para cada poço produtor, conforme ilustrado na Figura 18.

Figura 18 - Gráfico das vazões de água e óleo ao longo do tempo


Pro3

Pro2
Pro1

Pro1, Pro2, Pro3

Fonte: Autores, 2024

Consequentemente, durante as fases iniciais de produção, é comum observar uma


vazão de óleo mais elevada, impulsionada pela pressão interna do reservatório que facilita a
extração do petróleo. Porém, nota-se um relevante aumento na vazão de óleo do poço
Produtor 2 que tem maior relação de proximidade com poço Injetor 4 (poço adicionado
nesse caso).
Adicionalmente, apesar de acrescentar um novo poço injetor no caso 3, é possível
notar na Figura 18 que não houve um aumento na vazão de água nos poços produtores,
ponto que é favorável à adição do referido poço.

Para verificar melhor a interferência do novo poço adicionado, é fundamental realizar


uma análise detalhada da produção ao longo do tempo, conforme é apresentado abaixo na
Figura 19.
Figura 19 - Gráfico da produção acumulada de óleo de cada poço ao longo do tempo
Pro2
Pro3

Pro1

Fonte: Autores, 2024

Apesar de atingir uma saturação máxima de água em alguns pontos do reservatório, a


saturação foi mantida nos arredores dos poços produtores. Porém, a análise da Figura 17
revela oportunidades para melhorias na eficiência em certas regiões do reservatório. As três
falhas presentes na rocha-reservatório apresentaram desafios significativos para a
configuração de um projeto altamente satisfatório. No entanto, ao examinar a sequência de
imagens da Figura 20, assim como no caso 2, observamos também uma tendência da
manutenção da pressão do reservatório ao longo do tempo, tendo um aumento significativo
apenas nas proximidades dos poços injetores e que ocorre somente nos últimos anos de
produção, fato que, junto às demais observações, demonstram uma boa configuração dos
poços e seus respectivos parâmetros no Caso 3.
Figura 20 - Pressão no Reservatório com o passar do tempo de Produção

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final do relatório pode-se observar que o segundo caso e o terceiro apresentaram os
resultados mais favoráveis à prática de produção de óleo. Uma vez que, ao longo dos 30 anos,
a produção acumulada obteve aumentos significativos comparados ao caso 1 que apresentou
resultados menos satisfatórios de produção acumulada. Conclui-se que os poços produtores,
nas configurações apresentadas nos casos 2 e 3 alcançaram respectivamente, 655.000 m³ e
816.000 m³ de óleo em sua produção acumulada nos 30 anos de operação. Tudo isso
mantendo estáveis os parâmetros que podem interferir na integridade do reservatório. Apesar
das particularidades de cada poço, a simulação nos mostrou que os casos 2 e 3 alcançaram
produções satisfatórias. Contudo, outros ajustes nos parâmetros e configurações nas posições
dos poços podem contribuir para um aprimoramento e maior efetividade da produção no
reservatório.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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zonation. Computational Geosciences, v. 20, n. 1, p.213-230, fev. 2016. Springer Science and
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AWOTUNDE, Abeeb Adebowale; NARANJO, Carlos. Well Placement Optimization


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Engineering Conference, p.1-21, 2014. Society of Petroleum Engineers.
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GARRINDO, A. M. Otimização da locação de poços em reservatório de petróleo.


Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CTG. Programa de
PósGraduação em Engenharia Civil, 2019.

KUSHLAF, A.; EL MEZWEGHY, A. Hydrocarbon potentiality of Facha reservoir in


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PACHECO, J. E. C. Petróleo: Do poço ao posto. Rio de Janeiro: LTC, 2010.

ROSA, A. J.; CARVALHO, R. S.; XAVIER, J. A. D.. Engenharia de reservatórios de


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PARENTE, J. T. M. Otimização de Vazão de Poços Injetores Utilizando Simulação por


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<https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/12890/1/OtimizacaoVazaoPocos_Parente_2
008.pdf>. Acesso em: 01 mar. 2024.

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