Direito e Futebol
3ºB Maria Luiza Queiroz Félix
Violência e futebol: Atentados contra equipes e torcedores
viraram costume? E o que o código penal tem a ver?
Atentado contra clubes, violência nos campos, homicídios e racismo, até onde vamos parar?
Por Luiza Félix, estudante
O artigo 12 do código penal afirma que a ofensa à
integridade corporal, ou psicológica de outrem é crime.
Um caso que fere gravemente a este: o atentado à
equipe do Fortaleza Esporte Clube, na última quarta,
21 de fevereiro, na saída da Arena Pernambuco,
Recife, onde ocorria o jogo entre Náutico X Fortaleza
Na última quarta, 21 de fevereiro, a equipe do Fortaleza
esporte clube foi atacada a pedrada, depois do empate
em um aluno contra o Sport Recife. O que deixou os
jogadores e técnicos traumatizados. O ataque foi
planejado por volta das 19:30, em que um grupo de
apro ximadamente 30 torcedores começaram a correr,
com bombas, em direção ao ônibus dos torcedores
tricolores, onde a PM escoltava. Em um vídeo gravado
por um dos torcedores é possível perceber algumas
falas da uniformizada da torcida recifense: “ ó os caras
(torcida do Fortaleza), [...] Cadê as bombas? [...] A hora é
essa”. Não obstante, no final da partida, os “torcedores”
se reuniram para apedrejar o ônibus onde a torcida
cearense estava. Seis jogadores foram
grav emente feridos.
Infelizmente, este não é um caso isolado, pois no ano
de 2022 aconteceu um atentado parecido com a equipe
do Bahia. Onde o ônibus que comportava os jogadores
do time, foi encurralado por carros e atingido artefatos
explosivos pela torcida uniformizada Bamor enquanto
chegava na arena Fonte Nova para jogar uma partida
contra o Sampaio Corrêia.
Fevereiro, 28, 2024
E a violência ganha altos indices
A violência no futebol se tornou amplamente
frequente nas últimas décadas. O ataque à
equipe tricolor é apenas um dos casos de
violência no campo futebolístico. Podemos citar
casos como dos palmeirenses Gabriela
Antonelli, em setembro de 2023, foi
assassinada a garrafadas, e Dante Luís
baleado em fevereiro de 2022. Além da
violência física, ainda há a violência psicológica,
onde são incluídos os atos de racismo contra o
jogador do Real Madrid Vinicius Júnior.
Segundo a revista Problemas Brasileiros,
desde 1988 foram registradas cerca de 384
mortes entre conflitos entre torcedores, destes,
284 ainda estão impunes, o que deveria ser
considerado preocupante. Sim, Gabriela Anelli,
de apenas 23 anos de idade, está morta. Por
uma garrafa que um torcedor do time adversário
arremessou. Ela desejava assistir Palmeiras x
Flamengo. Não teve êxito. Não será possível
assistir a mais nenhuma partida? Será que a
morte dela mudará as coisas a partir de agora?
A polícia prendeu Leonardo Felipe Xavier
Santiago, flamenguista de 26 anos, por ter
atirado uma garrafa e causado a morte da
jovem palmeirense. Tudo indica que ele ficará
alguns anos apenas na cadeia, talvez com
algumas vantagens em breve, talvez esteja
frequentando estádios em temporadas não tão
distantes. Sim, Dante Luís também está morto!
Baleado sem motivo enquanto saía
decepcionado com seu time. Sim, quase íamos
perdendo jogadores excelentes de um time
nosso, cearense, por nada mais nada menos
que um empate. Eles serão apenas mais uma
vítima da violência no futebol brasileiro?

A falta de punição é uma das
patologias do Brasil. Crimes ocorrem
em praticamente todos os jogos de
futebol, às vezes em aeroportos,
hotéis, motéis, bares, baladas, etc.
(de racismo a homofobia, de
ameaça de agressão, de roubo a
morte) A paixão pelo esporte seria o
combustível e também a razão para
essa onda de violência.
Luan, no Grêmio e depois no
Corinthians, não é o melhor profissional
há anos, mas isso não justifica uma
perseguição seguida de agressão em
um motel ou qualquer lugar. Não é justo
a garrafa na cabeça da Gabriela. Gil, um
jogador do Corinthians, foi humilhado
em um hotel em Minas Gerais. Um
torcedor chamou Beque de vagabundo
e disse que ele estava roubando o time
porque não estava em boas condições. A
impaciência é geral, seja em São
Januário ou na Vila Belmiro.
Vemos um comportamento além do
competitivo de integrantes de comissão
técnica. Abel Ferreira, treinador bom,
tomou o celular de um jornalista na área
de imprensa outro dia. Dias depois,
insano, ia para cima de Calleri no jogo. Se
alguém criticar, as pessoas que gostam
dele são muito cruéis.
As mídias sociais ajudaram a turbinar
esse ódio, o que fez com que todo
mundo ofender e até ameaçar,
acreditando que ainda passarão
impunemente pelos seus crimes na
internet. Muita gente esperava uma
morte no futebol brasileiro para estes
dias. Os torcedores, foram para o
campo para curtir seu time. Os
jogadores, para trabalhar. Mas não
temos certeza que eles vão voltar
E Não sabemos se a pessoa que será
assassinada é um jogador, um treinador,
um juiz ou um torcedor. Precisamos parar
o futebol por um tempo. Os líderes
deveriam se reunir para combinar uma
paz, evitando dizer coisas ruins sobre os
adversários, sendo mais respeitosos e
evitando brigas.
Há muitas coisas importantes, inclusive
pelo Estado, e tantas simples que podem
ser feitas por qualquer um. O resultado
disso é positivo, pode ser inestimável: o
valor de uma vida.